sistema urinário do suíno – parte anatômica e histológica.
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sistema urinário do suíno – parte anatômica e histológica.
1 SISTEMA URINÁRIO DO SUÍNO – PARTE ANATÔMICA E HISTOLÓGICA. BALANSIN, Andrieli ¹ MIGON, Andrieli Weber DALLACORTE, Camila¹ KONIG, Fernanda¹ MARCHIORI, Franciele¹ GARDA, Kelen¹ URIO, Elisandra Andreia ². OLIVEIRA, Daniela dos Santos² MAHL, Deise Luiza2 GOTLIEB, Juliana2 ROSES, Thiago de Souza2 RESUMO: O sistema urinário é fundamental para a manutenção da vida, sendo responsável por filtrar e eliminar a ureia e outras substâncias consideradas tóxicas para o organismo. Cada função é executada e subdivida entre seus componentes, controlado pelo sistema nervoso, seguindo uma sequência funcional, como: rins, bexiga, uretra e ureteres. As muitas semelhanças na fisiologia e na anatomia macro e microscópica, entre o suíno e os seres humanos, resultaram na utilização ampla do suíno no treinamento e na pesquisa médica e biomédica. As indicações atuais são de que o suíno é o mais adequado de todos os outros animais domésticos para esses fins. Este trabalho teve como o objetivo o conhecimento do sistema urinário tanto no aspecto anatômico quanto histológico de todos os componentes. Foi possível através da aplicação da técnica da criodesidratação verificar toda a constituição anatômica deste sistema. Através da aplicação da técnica de inclusão em parafina, foi observado com o auxílio de microscopia, toda a estruturação histológica dos componentes do sistema urinário. Palavras-chave: 1 2 suínos, sistema urinário, anatomia, criodesitração, histologia Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária – Faculdades IDEAU – Campus de Getúlio Vargas. Professor do Curso de Medicina Veterinária – Faculdades IDEAU – Campus de Getúlio Vargas. 2 ABSTRACT: The urinary system is critical to the maintenance of life , responsible for filtering out urea and other substances considered toxic to the body. Each function is executed and subdivided among its components , controlled by the nervous system following a functional sequence , such as the kidneys , bladder , urethra and ureters . The many similarities in physiology and anatomy macroscopic and microscopic , between swine and humans , resulted in the widespread use of the pig in training and medical and biomedical research . Current indications are that the pig is the most suitable of all other domestic animals for these purposes . This work had as objective knowledge of the urinary system in both anatomical as histological appearance of all components . Been possible by applying the technique of criodesidratação check all the anatomical constitution of this system. By applying the technique of embedding in paraffin , was observed with the aid of microscopy , all the histological structure of the components of the urinary system . Keywords: swine , urinary system , anatomy , criodesitração , histology. 1 INTRODUÇÃO O sistema urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra, atua na formação da urina, na regulação da pressão sanguínea e do volume do fluído corporal, no equilíbrio ácido-básico e na formação e liberação de certos hormônios. Segundo Ellenport (1975) anatomia veterinária é o ramo que estuda a forma, a disposição e as estruturas dos principais animais domésticos, tendo em vista a formação profissional. Já para Liebich & König (2011) anatomia é “Ciência que estuda a arquitetura, forma, posição e atuação funcional conjunta das construções do corpo”. A criodesidratação é uma técnica antiga que utiliza seções de congelamento e descongelamento para obter peças anatômicas conservadas sem odor, leves e de fácil utilização em laboratórios de anatomia. A técnica é baseada no princípio de que o congelamento lento da água no interior da célula, causa sua expansão e forma cristais de gelo grandes o suficiente para romper a membrana plasmática celular. Através de repetições do procedimento um número maior de rupturas acontece na parede celular, facilitando a liberação de água do tecido (HINER & HANKINS, 1947; KOONZ & RAMSBOTTON, 1939). 3 Desta forma, ao empregar uma técnica para conservação de determinada estrutura, podemos ter a finalidade de preservar a forma, cor, aparência, dimensões e relações dos órgãos. Além do que, deve ser analisado se a técnica possibilita o fácil acondicionamento, a inutilização de fixadores (formol) na conservação e manutenção, o baixo custo para execução, a durabilidade e o peso das peças (RODRIGUES, 1973; MIRANDA-NETO, 1990; DI DIO, 2002). A histologia permite com o uso adequado de técnicas, que os tecidos possam ser observados com todos os seus detalhes. Assim, ao empregar a técnica de inclusão em parafina, que abrange, coleta, fixação, desidratação, clareamento das peças e por fim, a inclusão do material em um bloco de parafina, é possível com o auxílio de um micrótomo e após, coloração do tecido, a sua nítida visualização. O presente trabalho teve por objetivo aplicar as técnicas de criodesidratação e inclusão em parafina no sistema urinário de um suíno. 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Coleta do material para criodesidratação Foram removidas do corpo do suíno as partes não interessadas, deixando somente os órgãos do sistema urinário, seguindo procedimento e técnica de criodesidratação. Lavagem do Material O material passou por uma lavagem interna e externa em água corrente até a retirada completa das substâncias contidas nas vísceras. Fixação em Formaldeído Neste procedimento preencheu-se a bexiga com espuma expansiva de forma a condicioná-la da melhor maneira possível, para preservação da forma anatômica. Após imergiu-se a peça anatômica, em uma solução de formol a 20%. O tempo de permanência no formol foi de setenta e duas (72) horas. Desidratação A peça anatômica foi submetida a seções de congelamento, em uma temperatura média de -15ºC, o descongelamento do material se deu em temperatura ambiente. 4 2.2 Preparo das Lâminas Histológicas Etapa Coleta da Amostra e fixação. Para evitar a degradação dos tecidos por enzimas ou bactérias que contém na célula, os fragmentos foram tratados o mais rápido possível após a coleta. Utilizou-se como solução fixadora: formol a 10%. Colocou-se o material coletado imerso no fixador, que continha um volume no mínimo dez (10) vezes maior que o volume da peça coletada, onde permaneceu num período de quarenta e oito (48) horas. Etapa Desidratação A desidratação foi feita imergindo o bloco de tecido em concentrações crescentes de álcool etílico. O álcool é o agente mais comumente utilizado neste processo, sendo empregado numa série crescente (70% - 80% - 90% - absoluto: 99,9%), onde em cada etapa de desidratação o bloco de tecido permaneceu imerso em um período de uma (1) hora; para se evitar a retração pronunciada do tecido, ocasionando lesões estruturais da célula de caráter irreversível. O volume de álcool foi de dez (10) a vinte (20) vezes maiores que o volume da peça. Etapa Diafanização (Clarificação) Para a diafanização utilizou-se xilol, também chamado de agente clarificador porque torna o tecido semi-translúcido, quase transparente. A quantidade de xilol utilizada foi de dez (10) a vinte (20) vezes o volume da peça. Realizaram-se dois banhos de imersão da peça com duração de trinta (30) minutos cada. Etapa Inclusão (Impregnação) Empregou-se a parafina a uma temperatura de cinquenta e seis (56) a sessenta (60)º C. O bloco de tecido permaneceu imerso na parafina fundida (em estufa) durante o tempo de uma (1) hora para etapa para completa impregnação. Posteriormente retirou-se da estufa deixados à em temperatura ambiente até que a parafina solidifique após isto, o bloco de parafina com o tecido será retirado da fôrma e conduzido ao corte. Etapa Microtomia Para se obter cortes de material incluído em parafina utilizou-se um micrótomo, que faz o corte correspondente a medida do micrômetro, que é a milésima parte do 5 milímetro. As fitas de cortes de parafina foram estiradas cuidadosamente e os cortes individuais foram separados com uma pinça. Na superfície de uma lâmina de vidro foi feito um ponto de aderência e o corte de parafina foi colocado em banho-maria histológico em torno de trinta e sete (37) °C de forma que as dobras provocadas pelo corte no tecido desaparecessem e a parafina que estava em torno da peça desaparecesse. Colocaram-se as lâminas na estufa a quarenta (40) °C para facilitar a desparafinização. Etapa Coloração Depois da parcial remoção da parafina, o corte, já aderido à lâmina de vidro foi banhado no xilol para dissolver totalmente a parafina. O corte foi imerso em uma série de concentrações decrescentes de álcool etílico (70%-50%-40%), onde a cada banho de imersão teve duração de cinco (5) minutos cada, e mais um banho de imersão em água destilada, com duração de cinco (5) minutos, até que ficou hidratado. Após, procedeu-se à coloração propriamente dita. No caso da HE (Hematoxilina e Eosina), o tecido foi imerso primeiramente em hematoxilina durante trinta (30) segundos, lavado com água para retirada de excedente, depois imerso em uma série de concentração crescente de álcool etílico (90%-95%), com duração de cinco (5) minutos cada. Para encerrar colocou-se imerso em eosina durante trinta (30) segundos e, após isto também se faz lavagem do tecido em uma concentração de álcool etílico (95%). Etapa Montagem Após a coloração foi colocado uma gota de cola sobre o corte e a lamínula foi posicionada de tal forma que o meio de montagem cubrisse completamente o corte. Depois a lamínula foi comprimida com firmeza sobre o corte e o meio de montagem se espalhou formando uma delgada película entre a lâmina e a lamínula que posteriormente ficaram firmemente aderidas uma à outra pela estabilização do meio de montagem. RESULTADOS E DISCUSSÃO Órgãos do Sistema Urinário 6 O sistema urinário é composto por uma sequência de órgãos: um par de rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. Rins Os rins suínos apresentam coloração marrom, formato de feijão e a superfície lisa. Na cavidade abdominal estão localizados um em frente ao outro, ventralmente aos processos transversos das primeiras 4 vértebras lombares e apresentam, externamente, uma cápsula de tecido conjuntivo circundada por uma camada de gordura bem desenvolvida (SISSON, 1986). A artéria, veia, nervos, vasos linfáticos e os ureteres passam através da porção côncava do rim, que se localiza no meio da borda medial, a qual chama-se hilo renal (ELLENPORT, 1986; SISSON, 1986; JONES, 1992). Ao corte longitudinal observa-se o parênquima renal, que pode ser dividido em duas áreas distintas: o córtex e a medula. O córtex é a camada localizada na parte mais externa do rim, apresenta uma coloração castanho-avermelhada e tem aspecto granular. Este é devido aos pequenos pontos escuros que podem ser observados e são denominados de corpúsculos renais ou de Malpighi, os quais correspondem ao início do néfron, que é a unidade funcional do rim (BROWN, 1976; ELLENPORT, 1986; ROSS e ROWRELL, 1993). A medula localiza-se na parte mais interna e, no suíno, pode-se observar o formato de várias pirâmides invertidas, aspecto que classifica o rim desta espécie como multipiramidal. As superfícies mais largas desta pirâmide encaixam-se com a borda mais interna do córtex e seu lado oposto, o ápice ou papila, encaixa-se nos cálices, os quais se unirão para forma a pelve renal. Esta conduz a urina, recebida através dos cálices renais, para o ureter (BROWN, 1976). Os rins são revestidos por um epitélio mesotelial seroso liso, devido a sua posição retroperitonial na parede abdominal posterior. Na região do hilo, são parcialmente envoltos em tecido adiposo, cobrindo as suas bordas ventrais. Segundo Samuelson (2007), o rim possui uma fina cápsula de tecido conjuntivo denso irregular composto de colágeno e fibras elásticas, com ocasionais células de músculos lisos. O néfron é a unidade funcional do rim (GUYTON, 1992). Existem dois tipos de néfrons, os quais são classificados conforme sua localização no tecido renal. Os néfrons corticais apresentam seus glomérulos situados próximos à superfície externa do rim e 7 possuem uma alça de Henle (uma das partes do túbulo) muito curta, penetrando levemente na medula renal. Nos néfrons justamedulares os glomérulos localizam-se no córtex renal, bem próximos à medula, onde suas longas alças de Henle penetram profundamente (GUYTON, 1992; ROSS & ROWRELL, 1993). O glomérulo é o local onde se inicia a filtragem do sangue. Essa chega através da arteríola eferente (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999). Segundo Ross e Rowrell (1993), o filtrado glomerular é o primeiro passo na formação da urina. A arteríola eferente leva a uma segunda rede capilar, constituída pelos capilares peritubulares, os quais circundam os túbulos renais auxiliando na reabsorção de substâncias (GUYTON & HALL, 2002). A última porção tubular chama-se túbulo ou ducto coletor e sua maior parte encontra-se na região medular. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999). Os ductos coletores próximos vão se unindo e gerando os ductos papilares ou ductos de Bellini (ROSS e ROWRELL, 1993). Os ductos papilares são relativamente grandes e, nos rins multipiramidais, se abrem nos cálices renais, os quais se unem à pelve renal (ELLENPORT 1986; ROSS e ROWRELL, 1993). A Figura 1, mostra a região cortical do rim do suíno, onde é possível observar o corpúsculo renal e diferenciando a camada cortical da medular. Figura 1 – Região cortical do rim do suíno, com a seta apontando um glomérulo. Coloração HE, aumento 40X. Foto: GARDA, K. Laboratório de Histologia, Faculdade IDEAU, Getúlio Vargas, 2013. 8 Ureteres Os ureteres iniciam na pelve renal e terminam na bexiga (ELLENPORT, 1986). Apresentam um formato tubular, sendo que na extremidade próxima à pelve são respectivamente largos e seu calibre vai diminuindo até a outra extremidade. Deixam o rim através do hilo formando uma acentuada curva caudal. (ELLENPORT, 1986; SISSON, 1986; JONES, 1992).Além do trajeto para a urina, contribuem com contrações peristálticas regulares para seu fluxo (ROSS & ROWRELL, 1993). O ureter apresenta o epitélio transicional separado da camada muscular por uma lâmina própria. Não há submucosa nos ureteres. A camada muscular consiste das camadas longitudinal interna, circular média e longitudinal externa. Uma camada adventícia de tecido conjuntivo frouxo circunda a camada muscular (BACHA, 2003). Segundo Samuelson (2007), o ureter guia a urina para vesícula urinária através de um lúmen revestido por uma mucosa pregueada, que é revestida por um epitélio de transição e subjacente tecido conjuntivo frouxo. Esse tecido é envolto por uma túnica muscular de duas ou três camadas. Assim que se aproxima da vesícula urinária, uma camada adicional de músculo, orientada longitudinalmente cobre externamente a camada circular. A túnica muscular é revestida ou por uma adventícia ou por uma fina túnica serosa. Na Figura 2, pode-se observar na lâmina do ureter a aparência da mucosa dobrada. Sua camada muscular consiste em camada longitudinal interna, circular média e longitudinal externa. Possui epitélio de transição. Figura 2 – Aspectos histológicos do ureter. Coloração HE, aumento 40X. Foto: GARDA, K. Laboratório de Histologia, Faculdade IDEAU, Getúlio Vargas, 2013. 9 Bexiga A bexiga é um órgão ovoide capacitado de considerável distensão e situa-se no assoalho pélvico quando vazia. Quando cheia é relativamente muito grande e situa-se essencialmente na cavidade abdominal (ELLENPORT, 1986; JONES, 1992). Na fêmea, entre o reto e a bexiga encontra-se o útero. No colo da bexiga encontra-se um esfíncter de músculo liso (SISSON, 1986). A bexiga, ou vesícula urinária, ao se distender com urina deixa as células epiteliais transicionais achatadas. Há uma lâmina própria e submucosa, separadas geralmente por uma muscular mucosa fina. Estão presentes também camadas longitudinais externa, interna e circular média espessa. Segundo Bacha (2003), as camadas longitudinais interna e externa podem estar incompletas em algumas áreas.” A vesícula urinária tem um revestimento interno que consiste em epitélio de transição. O músculo liso que compreende a túnica muscular é mais oblíquo e entrelaçado e escasso em camadas circulares específicas. O epitélio de transição da vesícula urinária sofre consideráveis transformações na forma. (SAMUELSON, 2007) Na Figura 3, observa-se a lâmina da bexiga, onde é possível identificar a camada muscular que é composta de camadas longitudinais externa e interna e circular média espessa, as camadas interna e externa podem ser incompletas em algumas áreas. Possui epitélio de transição. Figura 3 – Aspectos histológicos da bexiga do suíno. Coloração HE, aumento 40X. Foto: GARDA, K. Laboratório de Histologia, Faculdade IDEAU, Getúlio Vargas, 2013. 10 Uretra A uretra é a porção final do sistema urinário, é através dela que a urina deixa o organismo. Tem um formato tubular iniciando na bexiga urinária, no orifício uretral interno, e abrindo-se na borda entre a vagina e o vestíbulo vaginal, no orifício externo. (ELLENPORT, 1986; JONES, 1992). Segundo Samuelson (2007), na uretra há pregas revestidas por epitélio de transição, que se estende ao longo do eixo longitudinal da uretra. A submucosa é formada por cavernas semelhantes a seios, revestidas de tecido endotelial. A túnica muscular é composta de músculo esquelético entrelaçado com músculo liso na região da vesícula urinária. Na Figura 4, observa-se os aspectos da histologia da uretra (fêmea), esta possui epitélio de transição nas porções iniciais, passa a cilíndrico estratificado e termina em pavimentoso estratificado não queratinizado com glândulas mucosas. Consiste também em túnica muscular lisa com camada longitudinal interna e externa. Figura 4 – Histologia da uretra de um suíno. Coloração HE, aumento 40X. Foto: GARDA, K. Laboratório de Histologia, Faculdade IDEAU, Getúlio Vargas, 2013. Analisando-se o animal utilizado no estudo; anatomicamente e patologicamente podemos constatar que o mesmo demonstrava problemas nos membros posteriores, difícil locomoção, devido a uma infecção urinária (sistite) avançada. As infecções urinárias apresentam estreita relação com doenças puerperais (SILVEIRA et al, 2006) estando envolvidas na redução da performance reprodutiva das fêmeas (WALLER; et al 2002). As fêmeas com infecção urinária apresentam maior taxa de retorno ao cio, redução do tamanho de leitegada, aborto, síndrome mastite-metriteagalaxia (MMA), anestro e, consequentemente, uma maior taxa de reposição (PORTO 11 et al., 2003; GLOCK & BILKEI, 2005). Em rebanhos com alta frequência de MMA, taxas de infecções do trato urinário de 20 – 30%, ou maiores, são comuns (WENDT, 1998). Calcula-se ainda que 50% das mortes súbitas de fêmeas em produção ocorram devido às infecções urinárias e que sejam a principal causa de mortalidade em fêmeas com mais de 60 dias de gestação (SOBESTIANSKY et al, 1999). Segundo Giorotto et al. (2000) a infecção urinária é considerada a doença endêmica mais importante das matrizes suínas em produção. Na Figura 5, podemos observar alguns resultados obtidos. O sistema urinário do suíno em sua posição anatômica dentro de sua respectiva cavidade abdominal. Figura 5 - Sistema urinário em sua posição anatômica identificado através das cores. Foto: MIGON, A. W. Laboratório de Anatomia, Faculdade IDEAU, Getúlio Vargas, 2013. CONCLUSÃO É possível observar a constituição anatômica e histológica do suíno através de aplicações de técnicas adequadas, sendo que as técnicas utilizadas neste estudo possibilitaram um melhor conhecimento sobre o que compõem o sistema. É de extrema importância o conhecimento do sistema urinário, devido que, a infecção urinária é um grave problema na suinocultura, sendo, a causa principal de mortes em fêmeas em gestação, certamente com um diagnóstico eficaz e o tratamento adequado diminuirá esta taxa de mortalidade e melhorará o bem estar animal. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACHA, W. J. Atlas Colorido de Histologia Veterinária. 2ª ed. São Paulo: Roca, 2003. BROWN, E.M. Urinary system. In: DELLMAN, H. D,; BROWN, E.M. Textbook of veterinary histology. 1.ed. United States of America: Lea & Febiger, 1976. Cap.11, p.267 – 290. COLVILLE, Thomas; Bassert, Joanna M. 2010. Anatomia e Fisiologia Clínica para Medicina Veterinária. Ed. 2. Rio de Janeiro –RJ. ELLENPORT, C.R. 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In: CONGRESS OF THE INTERNATIONAL PIG VETERINARY SOCIETY, 15., 1998, Birmingham. Proceedings. Birmingham: Nottingham University Press, 1998. p.195 – 201. 14 6.0 ANEXOS DECLARAÇÃO Eu___________________________portador do CPF______________________ Declaro para fins de comprovação que doei um leitão que estava condenado (podemos constar que o animal demonstrava problemas nos membros posteriores, difícil locomoção, devido a uma infecção urinária (sistite) avançada) para KELEN GARDA e seu grupo, para realização de um trabalho da faculdade IDEAU. 10/09/2013 _____________________________________________ Assinatura do suinocultor 15