Proposição de um indicador geral de desempenho utilizando AHP
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Proposição de um indicador geral de desempenho utilizando AHP
XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 Proposição de um indicador geral de desempenho utilizando AHP Paulino G. Francischini (USP) [email protected] Gabriela M. Cabel B. (USP) [email protected] Resumo: O objetivo deste artigo é propor uma forma de avaliação de desempenho de uma unidade de análise, através de um indicador, denominado ipgf, que verifique se a unidade está cumprindo as metas propostas. A idéia central é transformar todos aqueles indicadores em percentuais de cumprimento das metas e, através da aplicação do conceito de AHP, permitir uma comparação da importância relativa entre os indicadores. O ipgf é, portanto, uma soma ponderada destes percentuais de cumprimento de metas que fornece uma avaliação geral do desempenho da unidade de análise. Palavras chave: indicadores, desempenho, AHP. 1. Introdução Uma das maiores dificuldades na avaliação de desempenho de empresas, departamentos, setores ou grupos de trabalho é ponderar qualitativamente como aquela unidade de análise está cumprindo as suas metas. Observa-se que, válidos ou não, as unidades dispõe de indicadores que são atualizados e analisados periodicamente, mas quanto maior o número de indicadores e metas a cumprir, maior a dificuldade de uma avaliação global do desempenho da unidade. Por exemplo, uma unidade possui sete indicadores em seu quadro de gestão a vista e algumas metas são cumpridas e outras não. Cabem as perguntas: as metas cumpridas são as mais importantes para o desempenho geral da empresa? E as demais metas são igualmente importantes? Enfim, entre tantas metas a cumprir, como está o desempenho geral da unidade? A primeira dificuldade de comparação está na incompatibilidade das unidades entre os diversos indicadores pelos quais a unidade é medida. A segunda é a falta de priorização entre as metas, uma seja, a definição de uma importância relativa entre elas. A terceira dificuldade é, muitas vezes, a própria falta de metas a serem cumpridas, reduzindo as reuniões de análise de desempenho em meras observações sem objetivo consistente. O mesmo problema pode surgir em reuniões de análise crítica de andamento de projetos. Entre as várias atividades mostradas em um Gráfico de Gantt, com suas interdependências e cronogramas, é difícil, muitas vezes, avaliar objetivamente se as atividades mais importantes estão sendo cumpridas ou não. Nestes casos, são conhecidas as avaliações através de milestones, mas, se eles forem indevidamente dispostos no cronograma, a avaliação qualitativa, através de argumentações, considerações e exposição de motivos, pode ficar prejudicada, além da ação corretiva ser diagnosticada com demora. Verifica-se que, nos dois casos, são necessários: a) existência de indicadores claros de desempenho: válidos, quantificáveis, não redundantes, rastreáveis, controláveis, corretos, precisos, completos e confiáveis; b) existências de metas claramente definidas a serem atingidas em determinado período de tempo, assim como as metas parciais, para cada um dos indicadores avaliados; c) existência de uma priorização ou quantificação de importância relativa entre os indicadores, geralmente denominada de “pesos”; d) unificar a dimensão XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 associada a todos os indicadores avaliados na unidade de análise para que possam ser tratados matematicamente e reunidos os resultados em um único indicador geral de desempenho da unidade de análise. Embora passíveis de crítica, os itens a) e b) foram encontrados na maioria das unidades de análise pesquisadas. Mesmo em atividades em pequenos grupos (APG’s), o número de indicadores, freqüentemente, excedia a 10 indicadores, o que tornava muito complexa a avaliação de desempenho geral. Em diretorias de empresas pesquisadas, o número de indicadores aproxima-se de 50, enquanto que em uma banco comercial eram monitorados 167 indicadores. Verifica-se que existe uma tendência, na amostra analisada, de exagero no número de indicadores de desempenho associado a uma carência de objetivos claros a serem alcançados. Ou seja, controla-se pelo desejo de controlar. A primeira providência cabível é o direcionamento dos indicadores em medir a busca de um objetivo claro, eliminando-se eventuais redundâncias e medidas sem uma relação evidente de causa e efeito com o desempenho global desejado. Isto pode ser obtido através de modelos conhecidos na literatura como Muscat-Fleury (MUSCAT e FLEURY, 1993), Balanced Scorecard (KAPLAN e NORTON, 1995), PMQ (DIXOM et al, 1990), SMART (CROSS e LINCH, 1990), e outros. O que foi exposto justifica a necessidade de uma priorização entre os indicadores, o que nos leva ao conceito de Análise de Decisão de Critérios Múltiplos ou multiple criteria decision analysis (MCDA). A ferramenta mais difundida para este tipo de análise, o analytic hierarchy process (AHP) foi proposto por Saaty (1980) e largamente utilizado em órgãos governamentais, corporações e empresas de consultoria, conforme demonstram Harker e Vargas (1987), Perez (1995) e Al-Harbi (2001). Inicialmente criticado como deficiente em bases teóricas, conforme Belton e Gear (1985), demonstrou-se sua consistência em seus fundamentos, além de sua aplicabilidade em questões operacionais. 2. Indicadores de desempenho Desempenho pode ser definido como uma comparação entre o realizado e o esperado (SINK e TUTLE, 1993). Desse modo, o desempenho é positivo se o realizado estiver acima do esperado ou negativo, se estiver abaixo do esperado. Em adição, o mesmo autor define eficácia como uma comparação entre saídas de um sistema produtivo; eficiência como uma comparação entre entradas; produtividade como a relação entre saídas e entradas. Vemos que esta terminologia não é única na literatura. Por exemplo: para a ISO 9001:2000, há coincidência na definição de eficácia, no entanto, a comparação entre entradas é chamada de taxa de utilização de recursos e a relação entre saídas e entradas é denominada de eficiência. Drucker (1968) já define estes termos em termos qualitativos: eficácia é fazer a coisa certa, enquanto que eficiência é fazer certo a coisa. Muscat (1990) deriva daí uma definição de produtividade: fazer certo a coisa certa. O processo de escolha dos indicadores de produtividade também é bastante discutido na literatura. Uma breve revisão destes modelos foi compilada a seguir: O modelo SMART - sigla derivada de: “Strategic Measurement Analysis and Reporting Technique”, foi desenvolvido pelos laboratórios Wang, em função da insatisfação existente com as medidas de desempenho tradicionais ( Ghalayini e Noble, 1996). No topo da pirâmide encontra-se a visão ou estratégia da empresa e nos níveis abaixo são definidos os objetivos das diferentes unidades de negócio. A pirâmide do desempenho foi inicialmente desenvolvida por Cross e Linch (1991). XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 O modelo BSC - Balanced Scorecard integra medidas de cunho estratégico, financeiro e operacional e foi desenvolvido por Kaplan e Norton (1985). Partindo da visão e da estratégia da corporação, são definidos os objetivos, as medidas de desempenho, as metas e as iniciativas a serem tomadas em quatro perspectivas: a do cliente, a financeira, a dos processos internos e a perspectiva da inovação e do crescimento. O modelo PMQ – “Performance Measurement Questionaire” (DIXON et al., 1990), tem como objetivo proporcionar um meio pelo qual uma organização determine, a partir de um conjunto de medidas de desempenho, o que deve ser melhorado. É baseado em um questionário focalizando as prioridades competitivas e as medidas de desempenho. Muscat e Fleury (1993) estudaram os indicadores de qualidade e de produtividade na indústria brasileira e apresentaram indicadores de gestão de estratégia de manufatura e de que maneira os indicadores deveriam ser utilizados para a competitividade. O modelo é iniciado com a estratégia do negócio e a estratégia da organização e considera os valores da empresa como a cultura, as crenças e a política. Identifica a qual é a estratégia competitiva da empresa e, a partir dela quais são os fatores críticos de sucesso a partir dos quais são estabelecidos os indicadores e as competências críticas. O modelo apresentado por Sink e Tuttle (1993) analisa a empresa considerando a visão, os princípios, a missão, os recursos, os produtos e os serviços gerados, os pontos fortes e os pontos fracos da estrutura organizacional da empresa, os atuais níveis de desempenho, os obstáculos existentes à melhoria do desempenho, as oportunidades e as ameaças externas que podem influir no desempenho da empresa. Para acompanhar o desempenho são utilizados sete critérios: eficácia, eficiência, qualidade, produtividade, qualidade de vida, inovação e lucratividade. O modelo de Rummler e Brache (1994) mede o desempenho nos níveis: a) da organização, relacionando a empresa com seu mercado; b) do processo, focalizando os fluxos de trabalho e; c) do trabalho, focalizando as pessoas que executam os trabalhos. Verifica-se que todos estes modelos têm um enfoque dedutivo, ou seja, a partir do objetivo a ser alcançado, várias formas são propostas para se chegar a um conjunto de indicadores de desempenho. No entanto, nota-se também uma deficiência de tratamento destes indicadores de uma forma, aproximadamente, indutiva. Ou seja, a partir dos indicadores definidos pelos diversos modelos apresentados, elaborar uma avaliação conjunta destes indicadores. No próximo item, vamos apresentar algumas ferramentas a serem utilizadas. 3. AHP – analytic hierarchy process e ANP – analytic network process O processo básico de aplicação do AHP consiste em priorizar a importância relativa de n elementos de tomada de decisão em relação a um objetivo, através de avaliações parciais destes elementos, dois a dois, facilitando a análise pelos avaliadores. Através de um índice de consistência, verifica-se se os valores atribuídos a cada par de critérios estão coerentes. Saaty (1980) elaborou os seguintes passos para a aplicação do AHP: a) Definir o problema e determinar o seu objetivo; b) Estruturar uma hierarquia, começando do objetivo principal, passando pelos critérios de avaliação e, finalmente chegando ao mais baixo nível da hierarquia, geralmente uma relação de alternativas para cada um dos critérios; XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 Figura 1 – Estrutura do AHP c) Elaborar uma matriz n x n do mais baixo nível da hierarquia, onde serão comparadas as importâncias relativas, segundo uma escala apresentada na Tabela 1, para cada par de alternativas em relação ao nível imediatamente acima. Deste modo, são necessárias n(n – 1) avaliações (uma para cada par de elementos da matriz), uma vez que as recíprocas são automaticamente designadas; Atributo 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Julgamento de Prioridade entre pares extremamente prioritário entre muito forte e extremamente prioritário muito forte priorização entre forte e muito forte priorização forte priorização entre moderado e forte priorização moderada priorização entre sem priorização e moderado sem prioriozação Fonte: Saaty (1985) e Al-Harbi (2001) Tabela 1 - Julgamento de Prioridade entre pares d) Calcular uma matriz de síntese de prioridades, o vetor de prioridades e λmax, seguindo o modelo proposto. Os cálculos podem ser feitos manualmente ou através de softwares específicos, como o Expert Choise; e) Cálculo do consistency index (CI) onde CI = (λmax – n)/(n – 1; f) Cálculo do consistency ratio (CR), onde CR = CI / valor apropriado da Tabela 2. Se CR < 0,1, então a consistência das avaliações é adequada. Caso contrário, a tabela n x n deve ser refeita; Tamanho da matriz Consistência aleatória 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0,00 0,00 0,58 0,90 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49 Fonte: Saaty (1980) Tabela 2 - Consistência aleatória média XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 g) Repetir os passos acima para cada um dos níveis da hierarquia de decisão. O ANP – analytic network process - foi desenvolvido por Saaty (1996) e é uma ampliação do AHP. Permite considerar a interdependência dentro e entre os critérios e não necessita que os critérios estejam sujeitos a uma hierarquia rígida. Da mesma maneira que o AHP, no ANP é construída uma matriz, denominada de “supermatriz” para quantificar as alternativas 4. Modelo proposto de indicador de desempenho geral (ipgf) The field research in 5 companies aimed to verify how the performance indicators were used to direct the company to achieve its A pesquisa realizada em 5 empresas visando verificar como os indicadores de desempenho eram utilizados para direcionar a empresa na busca de seus objetivos, mostrou uma lacuna significativa entre os indicadores elaborados em determinado momento da empresa e sua real utilização como instrumento de gestão. A Tabela 3 mostra que o próprio número de indicadores monitorados torna impraticável a monitoração e tomada de ação corretiva baseada nestes indicadores Empresa A B C D E Tipo de Empresa No de Indicadores Banco Comercial Metalúrgica Bebidas Embalagens Metalúrgica 167 65 41 55 40 Fonte: Elaborado pelo Autor Tabela 3 – Empresas Pesquisadas As entrevistas realizadas mostravam uma necessidade de um instrumento que mostrasse, de alguma forma, como todos aqueles indicadores estavam se comportando e que sinalizasse se algo grave estivesse ocorrendo. As principais dificuldades encontradas para que isso fosse possível eram a) A impossibilidade de comparação entre indicadores com unidades diferentes e b) A dificuldade de priorização ou importância relativa entre eles meta Indicador de desempenho δi pi ti Valor real %δi = δi pi tempo Figura 2 – Transformação de unidade dos indicadores de desempenho A primeira dificuldade foi contornada com a introdução do conceito de diferença percentual do realizado em relação ao planejado (meta). A Figura 2 mostra graficamente a transformação XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 de unidade. Deste modo, qualquer que seja a unidade do indicador i, podemos fazer uma transformação %δi como descrita abaixo: %δit= δit pit onde: δi = valor real do indicador i no tempo t – valor meta do indicador i no tempo t pi = valor meta do indicador i no tempo t Assim, todos os indicadores que são gerenciados pela empresa podem sofrer qualquer operação aritmética. No entanto, há importâncias relativas entre cada um dos indicadores em relação ao objetivo a ser alcançado pelo departamento, diretoria ou organização. Estas por sua vez, podem estar subordinadas a objetivos maiores dentro de uma corporação. O problema a ser resolvido agora é possibilitar a incorporação destas importâncias relativas. A ferramenta mais adequada para este fim é a aplicação da matriz de síntese de prioridade do modelo AHP. Verifica-se que, o resultado desta matriz é uma ponderação a ser aplicada a cada um dos indicadores para o cálculo do desempenho global como demonstrado abaixo: n ipgft= ∑ OPit.%δit i=1 onde OPt = Prioridade Global do indicador i no tempo t %δi = valor transformado decimal do indicador i no tempo t O mesmo procedimento pode ser utilizado para os diversos níveis de desagregação hierárquica dos indicadores: grupos, setor, departamento, diretoria ou empresa. 5. Estudo de Caso O modelo proposto foi aplicado para avaliação de um grupo de melhoria em uma metalúrgica. A empresa possui aproximadamente 20 grupos de melhoria (APG´s) e cada um deles elabora um conjunto de indicadores para medir o seu desempenho. O problema que a empresa enfrenta é avaliar se os grupos de melhoria estão fornecendo algum tipo de resultado para a empresa. Como são diversos indicadores, algumas metas eram cumpridas e outras não, e uma avaliação global do grupo era dificultada por avaliações qualitativas, freqüentemente desviando para discussões inúteis. Por simplificação, foi escolhido um grupo com apenas três indicadores de desempenho: retrabalho de peças (Ret), disponibilidade de equipamentos (Disp) e absenteísmo de funcionários (Abs). O primeiro passo foi estabelecer metas claras para cada um dos indicadores. Verificou-se que as metas deveriam variar no tempo para facilitar o acompanhamento das melhorias. XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 Disponibilidade Absenteísmo 250,0 90,0 200,0 85,0 150,0 4,0 hh 95,0 6,0 % hm 8,0 80,0 100,0 50,0 0,0 70,0 0,0 m ar /0 2 m ai /0 2 m ar /0 2 m ai /0 2 ju l/0 2 se t/0 2 no v/ 02 ja n/ 0 m 3 ar /0 3 m ai /0 3 75,0 ju l/0 2 se t/0 2 no v/ 02 ja n/ 03 m ar /0 3 m ai /0 3 2,0 m ar /0 2 m ai /0 2 ju l/0 2 se t/0 2 no v/ 02 ja n/ 0 m 3 ar /0 3 m ai /0 3 % pc Retrabalho Figura 3 – Indicadores monitorados pelo setor O segundo passo foi estabelecer um grupo de discussão para priorizar os indicadores, um em relação aos outros. Através de consenso, chegou-se a uma priorização mostrada na Tabela 4: Ret 1 3 5 9 Ret Disp Abs Disp 1/3 1 3 4 1/3 Abs 1/5 1/3 1 1 1/2 Tabela 4 – Matriz de comparação entre pares Utilizando-se do AHP, calculou-se o Vetor de Priorização e verificou-se a consistência da avaliação de prioridades. Os resultados são colocados abaixo: Ret 0,111 0,333 0,556 Ret Disp Abs l max = 3,039 CI = 0,019 Disp 0,077 0,231 0,692 Abs 0,130 0,217 0,652 RI = 0,58 Vetor Priorização 0,106 0,260 0,633 ∑ = 1,000 CR = 0,033 < 0,10 OK Através dos cálculos do modelo proposto, chega-se a um gráfico onde mostra, de maneira global, como o setor analisado está cumprindo suas metas. A Figura 4 mostra o resultado: ipgf 0,40 0,20 3 ai /0 m ja n/ 03 fe v/ 03 m ar /0 3 ab r/0 3 ju l/0 2 ag o/ 02 se t /0 2 ou t/0 2 no v/ 02 de z/ 02 2 ai /0 2 ju n/ 02 m ab r ar /0 m /0 2 0,00 -0,20 -0,40 -0,60 -0,80 -1,00 Figura 4 – Evolução do indicador ipgf Analisando-se o comportamento do indicador, verifica-se um decréscimo nos últimos meses. Rastreando-se o foco do problema, verifica-se que o não cumprimento das metas de XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 absenteísmo de funcionários prejudica fortemente o desempenho do setor, apesar de um relativo bom desempenho nos outros indicadores. Em resumo, o setor está com um desempenho global abaixo do esperado. 6. Conclusão O modelo proposto permite uma avaliação global de um setor mesmo considerando indicadores com unidades diferentes. O uso da técnica AHP mostrou-se adequada para este propósito apesar das dificuldades de implementação da matriz de avaliação entre pares. A desvantagem do modelo é que pode encobrir desempenhos ruins de vários indicadores pouco importantes, mas cujas conseqüências podem ser significativas no longo prazo. Assim, o uso do indicador deve ser acompanhado de procedimentos de rastreabilidade e controlabilidade, isto é, ao detectar uma queda no indicador, ações corretivas devem ser colocadas em funções adequadas para garantir o retorno ao cumprimento das metas. Referências AL-HARBI, K.M. (2001) - Application of the AHP in project management. International Journal of Project Management. 19 19-27 BELTON V. GEAR, T (1985) - The legitimacy of rank reversal- a comment. 13(3): 143-4 CAVENAGHI, V. 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