GESTãO DE EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DE
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GESTãO DE EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DE
ISSN 2178-8405 Publicação da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. ANO 4 – Nº 19 – janeiro/fevereiro/março 2013 Gestão de equipamentos e instrumentos de medição Aparelho de pH Qualidade Avaliação de estabilidade física de xampu de sulfeto de selênio 2,5% Farmacotécnica O uso dos emolientes como diferencial no desenvolvimento das emulsões editorial Ivan da Gama Teixeira 2° Vice-presidente e Diretor da área Técnica da Anfarmag Qualidade acima de tudo Quando o farmacêutico magistral se incumbe de produzir certo medicamento, sua tarefa vai muito além da simples mistura de matéria-prima. É preciso seguir uma série de procedimentos, com o objetivo de garantir a máxima qualidade no exercício da função. Entregar o produto pronto ao paciente não é a última meta da farmácia magistral. Seu responsável deve estar certo de que o medicamento obedece à prescrição médica, sem causar efeitos colaterais. A segurança é, sem dúvida, o primeiro dos requisitos imprescindíveis no preparo de medicamentos de quaisquer tipos. Como estamos habituados a dizer durante os encontros do nosso setor, a qualidade mandatória dá as diretrizes baseadas nas melhores práticas de manipulação. Nós farmacêuticos temos de garantir que o medicamento seja seguro, eficaz e eficiente. O primeiro item garante que a pessoa pode utilizá-lo com total tranquilidade sem correr riscos. O segundo, diz respeito à cura do doente sem provocar nenhum mal. Já a eficiência lança o desafio de englobar as características anteriores, com menor custo ao paciente. Na teoria parece fácil, mas no dia a dia o caminho é longo. As boas práticas não são um conjunto de regras burocráticas criadas para dificultar o nosso trabalho. Ao contrário. Elas nos favorecem. Reduzem a possibilidade de erro ao aviar a receita. Por isso, todas as etapas devem ser controladas e monitoradas com a máxima seriedade. Aí, entram os requisitos do farmacêutico: responsabilidade ética, legal e institucional. Ele deve seguir o conjunto dos princípios morais respeitados no exercício de sua profissão. Só, assim, fará jus ao seu papel na sociedade. Há nesta edição uma matéria sobre gestão de equipamentos de medição na farmácia magistral. Seu autor, o farmacêutico Ademir Nunes Júnior, aborda o tema dando ênfase ao aparelho medidor de pH. Ele, ainda, fornece definições e parâmetros a serem aplicados na avaliação deste instrumento, sempre de acordo com a legislação. O artigo a respeito da avaliação da estabilidade física de xampu de sulfeto de selênio 2,5% também merece ser lido com atenção. Trata-se de um estudo contendo dados tão relevantes quanto inéditos de uma formulação muito solicitada no segmento e com características bem específicas. Não deixe de conferir as conclusões da farmacêutica Adriana Martins Noventa. Já Daniel Antunes Junior é o farmacêutico que se propôs a fazer um artigo de revisão sobre o uso dos emolientes como diferencial no desenvolvimento de emulsões. Trata-se de um trabalho baseado na revisão do que foi publicado, por exemplo, em revistas e livros especializados em cosmética. Seu texto é interessante porque traz um novo olhar a temas já analisados anteriormente. O gerente de controle de qualidade da Anfarmag, Hélio Martins, constatou diferenças nos procedimentos técnicos da determinação da densidade de excipiente padrão usado em fórmulas magistrais. Ele chegou a essa conclusão por intermédio da avaliação do histórico de não-conformidades referentes às análises de cápsulas e o resultado de tal observação está nas páginas desta edição. Por fim, o artigo sobre a análise dos rótulos usados na farmácia magistral foi assinado por Maria Aparecida Ferreira Soares e Carolina Leiva Fiore. Elas explicam como os rótulos garantem, entre outras informações, a fidelidade à prescrição médica. Neste ano que começa, a Anfarmag parabeniza a todos pelo “Dia do Farmacêutico”, 20 de janeiro, e deseja que 2013 seja repleto conquistas. |3 sumário Rua Vergueiro, 1855 - 12o andar - CEP 04101-000 - São Paulo - SP E-mail: [email protected] - Site: www.anfarmag.org.br Tel.: (11) 2199.3499 - Fax: (11) 5572.0132 Revista da Farmácia Magistral - Órgão Oficial da Anfarmag Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais Diretoria Nacional Gestão 2011-2013 Presidente - Ademir Valério da Silva - SP 1° Vice-Presidente - Hugo Guedes de Souza - ES 2° Vice-Presidente e diretor da área técnica -Ivan da Gama Teixeira - SP 3° Vice-Presidente - Carlos Alberto P. Oliveira - DF Secretária Geral - Simone de Souza Aguiar - RS 2° Secretário - Álvaro Favaro Júnior - SP Tesoureiro - Adolfo Cabral Filho - SC 2° Tesoureiro - Marcos Antônio C. Oliveira - MG Diretoria de Comunicação Ana Lúcia M. Povreslo e Gerson Appel Conselho Fiscal Antônio Geraldo Ribeiro dos Santos Júnior - SP Rejane Alves Gue Hoffmann - PR Luiz Carlos Gomes - SP Gerente Técnico e de Assuntos Regulatórios Vagner Miguel - [email protected] equipe farmacêutica da área técnica Maria Aparecida Ferreira Soares, Lúcia Helena S. G. Pinto, Hélio Martins Lopes Júnior, Carolina Leiva Fiore, Jaqueline Tiemi Watanabe, Fernando Rodrigo Zolin e Adriana Paula de Mello Alves. Relacionamento & Marketing Simone Tavares - [email protected] Conteúdo Editorial Ana Lúcia M. Povreslo e Gerson Appel Rosi Gonçalves (Facto Comunicação Integrada – [email protected]) Arte e diagramação Clauton Danelli de Souza - (11) 98346-8006 - [email protected] Imagem da capa Shutterstock.com 06 | Gestão de equipamentos de medição na Farmácia Magistral Aparelho de pH 12 | Qualidade Avaliação de estabilidade física de xampu de sulfeto de selênio 2,5% 19 | Farmacotécnica O uso dos emolientes como diferencial no desenvolvimento das emulsões 25 | Nota Técnica Impactos da densidade do excipiente padrão na formulação magistral 27 | Legal Rotulagem utilizada na farmácia magistral 31 | Leitura Farmacêutica E CARTA DO LEITOR 32 | Normas SUBMISSÃO DE ARTIGO PARA PUBLICAÇÃO Impressão Vox Editora - www.voxeditora.com.br Revista destinada aos farmacêuticos magistrais, dirigentes e funcionários de farmácias de manipulação e de laboratórios; prestadores de serviços e fornecedores do segmento; médicos e outros profissionais de saúde; entidades de classe de todo o território nacional; parlamentares e autoridades da área de saúde dos governos federal, estadual e municipal. Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. É expressamente proibida a reprodução total Ou parcial dos textos da revista do Farmacêutico magistral Periocidade: Trimestral Circulação: Nacional Tiragem: 5.000 exemplares Distribuição dirigida às do PC. a t NG dap e a s do S t n a e nci já! alm Tot exigê alize as Atu nov relação de anunciantes 02 - fagron 05 - Alternate 11 - elyplast 16 - BSTec 17 - all chemistry 23 - Quallitá 35 - ortofarma 36 - Consulfarma Conheça as novidades da versão 5.8 atendimento total ao novo SNGPC incluindo os antimicrobianos | novas formas farmacêuticas | importação automática de prescrição aviada por meio do DoctorRx | escolha automática de veículo ou base ideal de acordo com a forma farmacêutica ou composição da fórmula | nova ficha de pesagem | envio de SMS para o cliente nas diversas etapas de produção do medicamento | aplicação de sobrecarga de acordo com a forma farmacêutica ou o produto | e muito mais! Locação Licença + Suporte Técnico + Atualizações + Treinamento na Alternate + 16h Consultoria + MagistralInfo O sistema mais completo do mercado por R$ 360 mensais* *Contrato de locação da licença de uso para fidelidade mínima de 12 meses, para até dez máquinas em rede, sem o banco de dados para Atenção Farmacêutica, Controle de Qualidade e da ABFH. Valor para os 12 primeiros meses sujeito a reajuste conforme índice do IGPM acumulado. Treinamento para duas pessoas na sede da Alternate. A consultoria de 16 horas na farmácia deve ser agendada com antecedência. Ficam por conta do cliente as despesas de transporte ou traslado, alimentação e hospedagem do analista. Para conhecer o pacote MagistralInfo acesse www.alternate.com.br/servicos/magistralinfo. Para importação automática de prescrição é necessária a aquisição da assinatura do DoctorRx. Os equipamentos mostrados neste anúncio devem ser adquiridos dos respectivos fornecedores. (11) 2152.8100. www.alternate.com.br Gestão de equipamentos de medição na Farmácia Magistral Aparelho de pH - Maneira de regenerar o eletrodo em caso de membrana seca; - A faixa de aceitação da sensibilidade (slope) do eletrodo; - Tempo de resposta do eletrodo; - Número de série; Esse trabalho aborda a questão da gestão de equipamentos de medição aplicável às farmácias de manipulação, dando foco ao aparelho medidor de pH. Fornece definições e parâmetros que devem ser aplicados na avaliação desse instrumento, incluindo a calibração desse, atendendo aos requisitos da legislação vigente. Ademir Nunes Junior Farmacêutico graduado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), Especialista em Manipulação Magistral Alopática pela Anfarmag e Racine, Membro da DTA e farmacêutico da Farmácia Medicativa. Na farmácia magistral, o aparelho medidor de pH é um dos aparelhos de mensuração de extrema importância para o controle do processo e para a garantia da qualidade dos produtos. É de fácil manuseio, mas alguns cuidados devem ser tomados para que o aparelho não sofra interferências nas medições bem como o resultado seja sempre confiável. Este trabalho apresenta informações necessárias para a elaboração de um programa de manutenção do aparelho de pH, baseado em normas nacionais e internacionais pesquisadas. A correta mensuração de volumes líquidos Encontram-se no mercado medidores de pH que não sofrem interferências de ondas eletromagnéticas na medição de pH. 3. Definições dos Critérios de Aceitação O farmacêutico é o profissional responsável por definir os critérios de aceitação dos equipamentos envolvidos na medição do pH que deverão ser baseados no certificado de calibração, no manual do fabricante, nas literaturas e normas nacionais e internacionais. 1. Introdução O método de medição de pH mais utilizado na farmácia de manipulação é o potenciométrico (aparelho de pH) que é constituído por medidor, sensor de temperatura, soluçãotampão e eletrodo de medição e de referência. É importante ser feita a diferenciação dos acessórios contidos no aparelho de pH, definindo-se o nome, o modelo e o número de série. 2. Identificação e localização do equipamento (inventário). 2.1. Cuidados e conservação O aparelho de pH deve estar em temperatura ambiente e distante de placas aquecedoras ou de radiação solar, já que a temperatura exerce grande interferência no resultado da medição. Além disso, o sistema do medidor de pH pode sofrer influência de ondas eletromagnéticas como as de celulares, de rádios e de wireless, sendo papel do farmacêutico definir o local mais adequado para o aparelho de pH. Após o uso, o aparelho dever ser cuidadosamente limpo e protegido, em local adequado. 6| Revista Técnica do Farmacêutico 3.1. Definição dos limites de cada parte integrante do aparelho de pH 3.1.1. Medidor Nos medidores de pH devem constar a faixa de medição da graduação de pH e de milivolts. A escala da faixa de pH é definida no manual do fabricante e o eletrodo a ser utilizado no aparelho de pH deverá estar dentro da faixa preconizada. Conforme a norma NBR 7353, o medidor de pH deve oferecer uma resolução de 0,01 unidade de pH (0,6 mV) ou menor. No mercado brasileiro existe aparelho com essa resolução e com um erro de ±0,3 mV. Isso demonstra que os medidores de pH trabalham com um controle bem rígido1. 3.1.2. Eletrodo O manual do eletrodo deverá conter as seguintes informações2: - A faixa de pH e temperatura de trabalho; - Eletrólito de referência adotado; - Solução de armazenamento; - A descrição e a solução a ser usada na limpeza; Encontram-se no mercado vários tipos de eletrodos e o farmacêutico deverá definir qual é o mais adequado para cada tipo de uso. Seguem abaixo os tipos de eletrodos disponíveis e suas aplicações dos eletrodos. Eletrodo tipo Difusão Meios aquosos em geral, atividade iônica e águas Eletrodo em Ponte Eletrolítica Meios aquosos e não aquosos, eletrólitos fracos, cosméticos, cremes, gorduras, meio contendo protínas, (proteínas??) emulsões, suspensões, tintas e vernizes Eletrodo tipo Penetração Leite, iogurte, queijos, carnes, frutas, vegetais e pequenos volumes. Eletrodo de Metal Potencial retox em geral, cromo, cianeto, cloretos. Eletrodo tipo escoamento para soluções alcoólicas Álcool, soluções em meio alcoólicos tampão. Se confirmada que a solução tampão está contaminada, a substituição deverá ser realizada. Outro problema recorrente é a presença de sujeira no eletrodo; neste caso, sua limpeza deverá ser feita de acordo com as recomendações do fabricante. Após esses procedimentos, se a sensibilidade do eletrodo mantiver valores discrepantes e/ou slope abaixo de 80% esse será descartado ou, se possível, recuperado. Porém, se durante vários dias o farmacêutico perceber que depois de todo o processo ainda houver uma diferença entre os resultados do slope será um indicativo de desvio no funcionamento da parte elétrica do eletrodo. O ensaio para verificar o potencial assimétrico é recomendado para avaliar entupimento e desgaste da membrana do eletrodo. O teste é baseado na determinação do potencial da solução-tampão pH 7,0. O manipulador faz uma medição na solução tampão pH 7,0 e verifica o resultado na escala de milivolts, de acordo com a norma japonesa JIS Z 8805, esse resultado pode conter um erro de ± 30mV 2, 4. 3.1.3. Eletrólito Cada eletrodo tem o eletrólito especificado quanto ao tipo da solução e concentração a ser utilizado, logo este parâmetro tem de ser respeitado para correto funcionamento. FONTE: Digimed3 Na farmácia de manipulação, normalmente, utiliza-se o eletrodo combinado de uso geral que serve para soluções aquosas, mas há eletrodos específicos para medições de semissólidos (cosméticos) e soluções alcoólicas. A precisão de ambos os eletrodos é a mesma, sendo que a única diferença entre eles é que o eletrodo combinado de uso geral terá uma vida útil menor. Caso seja utilizado para medições de formulações semissólidas, poderá ocorrer depósito no diafragma do eletrodo e, consequentemente, uma não conformidade na medição. O eletrodo possui uma vida limitada; quanto melhor forem seguidas as recomendações, maior será sua vida útil. O teste de verificação da sensibilidade (slope) do eletrodo deverá ser realizado diariamente e antes da primeira medição. Caso o resultado seja muito discrepante em relação aos dias anteriores, o farmacêutico deverá verificar primeiramente se há contaminação microbiológica nas soluções 3.1.4. Temperatura O sensor de temperatura é um equipamento importante na medição do pH, já que os valores potenciais do eletrodo são convertidos em unidades de pH numa escala dependente de temperatura, ou seja, uma unidade pH corresponde a um valor teórico aproximado de 59,16 mV a 25ºC4. Na medição de pH, o sensor de temperatura deverá estar no interior da amostra e próximo do eletrodo. Na realização da calibração do aparelho de pH, a temperatura de 25ºC é uma referência e a variação de temperatura entre solução-tampão de calibração e solução teste não deve ultrapassar ±2ºC. Caso ocorra, haverá uma alteração na medição de pH, já que uma unidade de pH ( a 25ºC ) não irá mais corresponder 59,16mV. Devido à importância da temperatura na medição de pH, a calibração do sensor de temperatura deverá ser realizada através de uma década resistiva* ou de um termômetro devidamente calibrado. *A década resistiva é um dispositivo que apresenta um valor de resistência ôhmica ajustável para teste e aferição de instrumentos de painel e outros dispositivos que utilizam sensores resistivos como medidor de temperatura. |7 Gestão de equipamentos de medição na Farmácia MagistralAPARELHO DE PH Existem no mercado medidores de pH com o recurso de ATC (sistema de compensação automática de temperatura) e o farmacêutico deverá ter o cuidado de trabalhar com este sistema, já que a temperatura da solução não pode variar mais que ±2ºC em relação a temperatura padronizada. 3.1.5. Solução-Tampão Padrão As normas japonesas JIS K 0018, JIS K 0019, JIS K 0020, JIS K 0021, JIS K 0022 e JIS K 0023 estabelecem as seguintes recomendações às soluções-tampão5,6,7,8,9,10; - Conservar abaixo de 25ºC e nunca congelar; - Evitar o contato direto do sol; - Agitar antes de usar; - Mencionar o volume e o valor do pH nas embalagens; - Ter recomendações de manuseio. Nas embalagens das soluções-tampão devem estar identificados: o nome do produto, valor do pH, prazo de validade, lote e o nome do fabricante 5,6,7,8,9,10. É recomendado utilizar na calibração do sistema as soluções-padrões com rastreabilidade nacionais ou internacionais. A solução padrão é um dos elementos mais importantes na calibração do aparelho de pH. Todo certificado da solução padrão deverá indicar o erro da solução que geralmente são valores abaixo da resolução do medidor de pH. Porém, existe no mercado brasileiro soluções com má procedência e com erros altíssimos e o farmacêutico deverá estar atento para não adquiri-los, já que na calibração esse erro será incorporado na medição de pH e, consequentemente, poderá interferir nos resultados das análises. 4. Análise do certificado de calibração O farmacêutico deve analisar criteriosamente o certificado de calibração do aparelho de pH e verificar se a empresa contratada seguiu os seguintes parâmetros nos ensaios: Sensibilidade do eletrodo Acima de 80%. Quanto mais próximo a 100% é o indicado. Erro entre as medições- triplicata (repetibilidade) ±0,02 unidades de pH1 (equivale a um erro ±1mV) Temperatura do ensaio 25ºC ±2ºC * O termômetro do aparelho de pH, necessariamente, deverá ser calibrado. 8| Revista Técnica do Farmacêutico 5. Procedimento Operacional Padrão Antes de realizar a descrição pormenorizada das técnicas e operações do aparelho de pH, o farmacêutico deve consultar as recomendações do fabricante de cada equipamento envolvido na medição, pois deve-se respeitar as especificações de manuseio e conservação. Seguem abaixo alguns requisitos prévios a serem verificados na elaboração do procedimento para determinação do pH. - Conhecer a voltagem que o aparelho de pH trabalha. - Saber qual é o tempo preconizado pelo fabricante de aquecimento e estabilização do sistema. - Conhecer os pontos de calibração oferecidos pelo aparelho de pH. Geralmente, são oferecidos dois pontos de calibração, mas existem no mercado aparelhos de até cinco pontos. - Conhecer a especificação do eletrodo quanto ao tipo e a aplicação. - Saber qual é o eletrólito de referência definido pelo fabricante do eletrodo. - Seguir as recomendações do fabricante em relação à manutenção do eletrodo. - Conhecer as especificações e o manuseio do sensor de temperatura do aparelho de pH. Caso for utilizar a função ATC, saber manuseá-la corretamente no aparelho. 5.1. Conservação e limpeza do Eletrodo3, 11. - Quando estiverem em repouso, os eletrodos devem estar imersos no mesmo eletrólito de referência e com orifício de enchimento fechado. - Para evitar desvios na medição o eletrodo deve estar sempre limpo. - Entre uma medição para outra, o eletrodo deverá ser sempre lavado com água destilada. - O nível de eletrólito deve sempre estar 10mm abaixo do orifício de enchimento. - Eliminar possíveis bolhas de ar existentes no bulbo da membrana, mediante leve agitação no sentido longitudinal. - O eletrodo deve ser limpo com detergente comercial, esfregando o bulbo com os dedos ou com algodão umedecido e, em seguida, enxaguá-lo com água destilada. - A secagem do eletrodo deverá ser feita com papel absorvente ou algodão, mas nunca deverá esfregá-lo. - O farmacêutico deverá definir uma limpeza periódica que consiste em imergir o eletrodo durante 15 minutos em solução de Thiouréia, em seguida, enxaguá-lo com água destilada. Na sequência, imergi-lo por mais 15 minutos em Pepsina e finalmente enxaguá-lo com água destilada. Esse procedimento evitará contaminação do eletrodo com proteínas ou soluções com compostos de sulfetos. Caso note que o eletrólito de referência interno está turvo ou contaminado será necessária a sua troca. Com uma seringa, retira-se o eletrólito, lave-o internamente com água destilada, recarregando-o com o eletrólito padronizado pelo fabricante. Repita essa operação três vezes. 6. Manutenções Preventivas Na realização das manutenções preventivas é preciso pontuar os diferentes tipos de acessórios pertencentes ao aparelho de pH. Cada acessório apresenta cuidados de manuseio e de conservação diferenciados. De acordo com Bates (1973), o voltímetro do medidor de pH deve ser calibrado uma vez ao ano, mas isso irá depender da frequência e da forma de uso do medidor12. O uso correto do eletrodo requer cuidados na medição de pH em soluções fortemente alcalinas ou ácidas e soluções oleosas ou gordurosas, pois corre o risco de afetar o desempenho do eletrodo2. O manual do fabricante deverá ser consultado em relação à limpeza do eletrodo quanto à solução a ser usada e o tipo de depósito que aderiu no eletrodo. Alguns eletrodos apresentam orifícios no seu corpo para enchimento de eletrólito ou troca, que deverão estar abertos durante a medição para estabilizar a pressão atmosférica do eletrodo. O uso de germicidas em soluções-tampão deve ser evitado, pois pode alterar o valor do pH e/ou estabilidade da solução. O prazo de validade das soluções-tampão é um requisito a ser avaliado e acompanhando, pois essas soluções estão propensas a contaminação microbiológica. Uma vez abertas, o prazo de validade das soluções-tampão será inferior ao que está descrito na embalagem2. É recomendado antes de usar as soluções- tampão agitar o frasco com o intuito de manter o equilíbrio hidrodinâmico. É importante ter cuidado com o manuseio e conservação dessas soluções, já que as soluções-tampão alcalinas têm a tendência de absorver dióxido de carbono do ar e tornaremse mais ácidas2. 7. Calibrações É recomendado que o laboratório que realizará a calibração do aparelho de pH seja acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro e que componha a Rede Brasileira de Calibração – RBC. Caso a empresa não seja acreditada deverá usar soluções-tampão com padrões RBC nas análises do aparelho de pH. O certificado de calibração irá apresentar o erro do aparelho, logo é papel do farmacêutico definir se o erro do aparelho de pH deve ser menor do que o erro definido na medição do produto. Cabe lembrar que o pH está diretamente relacionado com a estabilidade de um fármaco e que uma alteração de apenas uma unidade de pH poderá ocorrer a redução da estabilidade na grandeza de um fator de 10 ou ainda maior13. A calibração do sistema deve corresponder a um medidor e a um eletrodo de pH. Caso seja substituído qualquer acessório é configurado um novo sistema e, consequentemente, nova calibração. Na calibração diária o farmacêutico apenas deverá conferir se o pH das soluções-tampão teste é o mesmo valor já definido na calibração. Caso não seja, o medidor irá proceder a um ajuste para o pH da solução-tampão em uso. Quanto mais pontos de calibração o medidor de pH oferecer, mais próximo o valor do pH no ajuste ficará da calibração. 8. Verificações Antes de usar o aparelho de pH, é recomendado respeitar o tempo de aquecimento para estabilizar o sistema, assim, a leitura será mais estável e precisa. O farmacêutico deverá buscar esta informação no manual do fabricante. A membrana do eletrodo deverá passar por uma avaliação visual diária, com o objetivo de identificar materiais ou filmes aderidos. Alguns eletrodos contêm orifício para enchimento do eletrólito, por isso antes de usar o eletrodo é recomendado abrir o orifício para que a pressão interna do eletrodo seja a mesma da atmosfera. No manual do fabricante deve constar quantos pontos de calibração está disponível no medidor de pH. Essa informação servirá para que o farmacêutico tenha na farmácia somente as soluções-tampão necessárias para a calibração diária. 9. Registro e Guarda dos Documentos O registro diário da sensibilidade do eletrodo e os valores de pH das soluções-tampão teste fornecem um histórico do equipamento. Dessa forma, o farmacêutico terá condições necessárias para analisar o uso do aparelho de pH em caso de não conformidade. O registro de calibração deve ser arquivado mesmo após o seu término, pois mostra o desempenho do aparelho e, principalmente, os valores de erros de cada calibração do sistema. |9 Gestão de equipamentos de medição na Farmácia MagistralAPARELHO DE PH Todos os manuais de fabricante de cada equipamento do aparelho de pH devem ser arquivados devido às especificações de manuseio e conservação. O farmacêutico também deve registrar as manutenções, corretivas ou preditivas do aparelho e mantê-las adequadamente arquivadas como histórico do aparelho. servir de referência para pesquisas de reclamações sobre produtos e/ou alterações de eficácia quando de seu uso. A medição é um ensaio simples, mas os vários fatores envolvidos no processo requerem cuidados para que o resultado seja preciso. 11. Conclusão 10. Qualificação do Pessoal Envolvido O farmacêutico deverá treinar o manipulador responsável pelo manuseio do aparelho de pH, mostrando ser esse um ensaio de grande importância na rotina da farmácia e registrar tal treinamento visto que a mensuração por aparelhos de pH podem ser impactantes na conservação, ação e segurança das preparações magistrais utilizadas, podendo Como todo aparelho utilizado na mensuração, seja em processos ou em produtos finais de preparações magistrais, o aparelho de pH também obedece a rígidos padrões de uso, conservação, calibração, verificação e manutenção. Todas as operações relacionadas ao seu uso devem ser cuidadosamente registradas e arquivadas. Dessa forma, tais aparelhos poderão ter vida útil mais longa e sempre adequadas. Referências Bibliográficas 1. Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 7353. Soluções aquosas: determinação do pH com eletrodos de vidro. Rio de Janeiro: ABNT, 1989. 2. ALMEIDA, N. H. Metodologia para avaliação e qualificação de instrumentos medidores de pH, Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica – PUCPR, Curitiba, 2005. 3. Manual de Instruções – Medidor de Laboratório- DM 22, Digimed. 4. JAPANESE INDUSTRIAL STANDARD – JIS Z 8805: glass electrode for measurement of pH. Tokio: JIS, 1989. 5. JAPANESE INDUSTRIAL STANDARD - JIS K 0018. Reference material: pH standard solution oxalate. Tokio: JIS, 1997. 6. JAPANESE INDUSTRIAL STANDARD – JIS K 0019. Reference material: pH standard solution phthalate. Tokio: JIS, 1997. 7. JAPANESE INDUSTRIAL STANDARD – JIS K 0020. Reference material: pH standard solution Equimolal phosphate. Tokio: JIS, 1997. 8. JAPANESE INDUSTRIAL STANDARD – JIS K 0021. Reference material: pH standard solution Tetraborate. Tokio: JIS, 1997. 9. JAPANESE INDUSTRIAL STANDARD – JIS K 0022. Reference material: pH standard solution Carbonate. Tokio: JIS, 1997. 10. JAPANESE INDUSTRIAL STANDARD – JIS K 0023. Reference material: pH standard solution Phosphate. Tokio: JIS, 1997. 11. Manual de Instrução – pHmetro digital microprocessado PG 1800, GEHAKA. 12. BATES, RG. Determination of pH – Theory and practice, 2Ed. New York. John Wiley & Son, 1973. 13. USP Pharmacists Pharmacopeia. Rockville: The united Pharmacopeial Convention, 2005 Gostou deste artigo? opiniões, dúvidas, sugestões ou críticas, escreva para [email protected]. 10| Revista Técnica do Farmacêutico Qualidade Avaliação de estabilidade física de xampu de sulfeto de selênio 2,5% Esse estudo apresenta dados importantes e inéditos sobre a estabilidade de xampu de sulfeto de selênio, uma formulação de solicitação corriqueira na farmácia magistral e que possui características específicas. Conforme conclusão, adjuvantes usados na formulação podem interferir na estabilidade do xampu, afetando consequentemente a eficácia, qualidade e segurança da formulação. Adriana Martins Noventa Farmacêutica pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória-Emescam, Especialista em Manipulação Magistral Alopática pelo Instituto Racine. Ana Lúcia M S Povreslo Farmacêutica pela Faculdade Oswaldo Cruz, especialista em Microbiologia pela FOC; Homeopatia pela EPFH, Farmácia Magistral Alopática pela Anfarmag, Atenção Farmacêutica pelo Instituto Racine, Docente do Instituto Racine. R esumo: Formulações magistrais devem apresentar estabilidade físico-química e microbiológica. A manutenção da estabilidade é influenciada por alguns fatores que, caso não sejam adequados numa determinada formulação podem não garantir segurança ao usuário, pois podem causar alterações no produto, gerando instabilidade do mesmo. Com isso, os testes físicos garantem qualidade, eficácia e segurança ao produto, melhorando também o aspecto visual do produto que, aos olhos do consumidor, é bem determinante para a qualidade. O objetivo desse trabalho foi o levantamento e avaliação de diferentes formulações de xampu de sulfeto de selênio 2,5% manipuladas, conforme procedimento de origem e submetidas aos testes de estabilidade física e físico-química. Para a realização desse trabalho, as bases de xampu e adjuvantes acrescentados foram submetidas aos testes de leituras de pH e avaliação das características organolépticas. Os resultados mostram que os adjuvantes usados interferem claramente na estabilidade do xampu, garantindo um produto com eficácia, qualidade e segurança nas formulações avaliadas. Palavras-chave: Estabilidade, Cosméticos, Teste, Tensoativo, Organoléptica. 12| Revista Técnica do Farmacêutico Abstract: Magisterial formulations must show physicochemical and microbiological stability. Stability maintenance is affected by several factors, so it is possible a lack of safety guarantee if those factors are not appropriate in a given formulation, since they may cause a modification in the product and bring instability to it. Therefore, physical tests ensure quality, effectiveness and safety to the product, besides improving its visual aspect, which is a significant attribute when thinking about consumers view. The purpose of this work was to gather and to evaluate different formulations of 2.5% selenium sulfide shampoo, manipulated according to the source procedure and subjected to physical and physicochemical tests. In order to accomplish this goal, shampoo basis and added adjuvants were submitted to pH reading tests and were evaluated concerning to their organoleptic characteristics. The results show that the adjuvants used clearly interfere with the shampoo stability and thus guarantee a product that holds effectiveness, quality and safety in the formulations evaluated. Keywords: Stability, Cosmetics, Test, Surfactant, Organoléptica 1 INTRODUÇÃO Xampu é uma forma farmacêutica destinada à limpeza dos cabelos e do couro cabeludo. Neles podem ser incorporados ativos com efeito terapêutico (FERREIRA, 2002). Podem ser classificados conforme aplicabilidade, tipo de cabelo, aparência e finalidade de uso. Quanto à aparência, podem ser: transparentes, opacos e perolados. A forma transparente transmite ao consumidor ideia de limpeza, sendo indicada para os cabelos seborreicos e oleosos e a forma opaca e perolada transmite ao paciente a ideia de tratamento (ANTUNES, 2002). Também são usados conforme o tipo de cabelo e couro cabeludo, tendo disponível o xampu para cabelos normais, para cabelos secos, cabelos oleosos e outros. A aplicabilidade vai conforme a necessidade do paciente (FERREIRA, 2008). Os xampus medicinais também são conhecidos como xampu anticaspa ou antisseborreico, contendo ativos com efeito antifúngico, antibacteriano, antisseborreico e antisséptico. Eles têm a função de remover o sebo do couro cabeludo, assim como remover e reduzir a produção de escamas do couro cabeludo (DRAELOS, 1999). A dermatite seborreica é uma afecção com evolução crônica e recorrente, que se caracteriza por erupção eritêmato-escamosa predominante em áreas com grande concentração de glândulas sebáceas, como couro cabeludo e face e, em áreas intertriginosas (PRADO, 2007). Muitos xampus contendo ingredientes farmacologicamente ativos são utilizados para combater a caspa e a seborreia, sendo o sulfeto de selênio um dos ativos muito utilizados e com grande efeito terapêutico. O sulfeto de selênio, tem ação antisséptica, antisseborreica e antifúngica. Suas concentrações variam entre 1 e 2,5%, em formulações de xampu para tratamento de caspa e seborreia (BATISTUZZO, 2006). O sulfeto de selênio é um ativo que se mantém insolúvel em xampu, por esta razão a preparação é classificada também como suspensão. Elas podem ser definidas como preparações em que o fármaco apresenta partículas (o suspensóide), distribuídas num veículo de maneira uniforme e apresentando pouca solubilidade. A sedimentação deve ser lenta e apresentar facilidade quando for redispersada, sendo necessário triturar a partícula do fármaco reduzindo-a, e assim diminuindo a velocidade de sedimentação (ALLEN et al., 2007). Essas suspensões devem ser muito estáveis e, para isso, é importante o uso de tensoativos como também espessantes para aumentar a viscosidade da fase dispersante, como também uso de solução tampão para evitar a variação de pH (potencial hidrogeniônico) (ANTUNES, 2002). CARACTERÍSTICAS DO SULFETO DE SELÊNIO A fórmula molecular do sulfeto de selênio é SeS2. Deve ser armazenado em recipiente bem fechado (USP, 2009). Seu pH de estabilidade entre 4,0 e 5,5 (Anfarmag, 2011). A medida de pH da formulação, representa grande importância na manutenção da estabilidade das preparações, pois também está relacionada com a solubilidade dos itens presentes na formulação e também com a efetividade do produto (Anfarmag, 2011). Segundo FERREIRA (2008), o pH de xampus variam de ligeiramente ácido a próximo da neutralidade. O ajuste do pH a ser feito, deve ser baseado especificamente ao pH do fármaco presente na formulação. O xampu de sulfeto de selênio é uma suspensão e o pH de estabilidade está estabelecido entre 4,0 e 5,5, é necessário o uso de agente suspensor e solução tampão com o intuito de garantir mais estabilidade da formulação. Conforme a Farmacopeia Americana (USP, 2009), a estabilidade é definida quando as propriedades e características de um produto se mantêm dentro de seus limites especificados desde sua produção até o período de armazenamento e uso. Em casos de formulações cosméticas não existe nenhum protocolo oficial padronizando os testes de estabilidade, pois estes devem ser adequados aos objetivos do formulador, da forma cosmética e dos componentes da formulação. Com o intuito de direcionar as indústrias cosméticas e/ou os formuladores, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicou um Guia de Estabilidade sugerindo parâmetros de avaliação que podem ser realizados pelo formulador e os testes de estabilidade conforme descrito no Guia (Anvisa, 2004). Com isso, devido à elevada demanda de uso de xampu de sulfeto de selênio, esse trabalho propôs avaliar diferentes formulações de xampu de sulfeto de selênio 2,5%, quanto às características organolépticas e pH, com o intuito de verificar a formulação mais estável . 2. MATERIAIS E MÉTODOS Para realização desse trabalho foram utilizados os seguintes componentes para o preparo das formulações: lauril éter sulfato de sódio, cocoamidopropilbetaína, dietanolamina do ácido graxo do coco, EDTA dissódico (ácido etilenodiaminotetra-acético), metilparabeno, propilenoglicol, água purificada (osmose reversa), cloreto de sódio, plantarem 1200®, plantarem 2000®, phenonip®, base perolada, vegum R®, fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, sulfeto de selênio, solução de ácido cítrico 40%, solução de cloreto de sódio a 40% e propilenoglicol. Vidrarias utilizadas Para a pesagem das matérias-primas utilizou espátula de metal, papel manteiga e vidro relógio. O gral de vidro é | 13 qualidade Avaliação de estabilidade física de xampu de sulfeto de selênio 2,5% utilizado para triturar pós e levigar quando necessário, o béquer utilizado é para solubilizar as matérias-primas solúveis com auxílio de bastão de vidro quando necessário e, por fim, o cálice para atingir a quantidade total que se quer manipular, com auxílio de pão duro para homogeneização. Preparo das formulações Foram manipuladas três formulações diferentes: Fórmula A, Fórmula B e Fórmula C. Para cada fórmula manipularam-se quatro amostras de 100 ml, submetidas a aquecimento em estufa (temperatura a 36ºC), resfriamento em refrigerador (entre 2ºC e 8ºC), exposição à radiação luminosa (entre 24ºC e 27ºC) e à temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC) (FARMACOPEIA BRASILEIRA, 1988). tabela 1: Composição das formulações Componente Fórmula A Fórmula B Fórmula C EDTA 0,143% 0,1% - Metilparabeno 0,143% 0,15% - Propilparabeno 0,0715% 0,05% 0,05% Dietanolamina do Ácido Graxo do coco 5,715% 4% - 0,5% 1% - 52,85% 40% 25% q.s.p. 100% q.s.p. 100% - 2,5% 2,5% 2,5% Propilenoglicol - 1% - Plantarem 1200® - 4% - Base perolada - Cloreto de sódio Lauril éter sulf. de sódio Água Sulfeto de selênio 2% - Ácido cítrico solução 40% - 0,3% - Coco amido propilbetaína - 2% 5% Vegum R® - - 2,5% Phenonip® - - 0,1% Plantarem 2000® - - 4% Tampão fosfato - - q.s.p. 100% Parâmetros analisados Os parâmetros organolépticos avaliados foram: aspecto, cor e odor e como parâmetro físico-químico foi analisado o pH (realizado em pHmetro Gehaka AG 200), inserindo eletrodo diretamente nas amostras de xampu. As leituras das amostras foram realizadas 24 horas após o preparo das formulações, no 7º, 15º, 30º e 60º dias. Procedimentos Farmacotécnicos das Formulações Testadas Fórmula A Xampu base Procedimento Fase 1: - Pesou todos os componentes separadamente (Balança Gehaka BK 660, Balança Gehaka BG 2000); - Misturou água (osmose reversa- GEHAKA) e cloreto de sódio em temperatura am- 14| Revista Técnica do Farmacêutico biente, após diluição completa, acrescentar EDTA, metilparabeno e propilparabeno e aquecer (chapa de aquecimento-FISATON) até diluição total; Fase 2: Adicionou o lauril éter sulfato de sódio a fase 1, misturando energeticamente e, posteriormente, acrescentou gradativamente a dietanolamina do ácido graxo do coco, agitando sempre, até obter uma substância viscosa. Observação: deixou o produto reservado até diminuição da espuma. Deixar em pH=7. Técnica de preparo do xampu sulfeto de selênio 2,5% - Triturou o sulfeto e levigar em q.s. (quantidade suficiente) de propilenoglicol; - Incorporou no xampu base. - Ajustou pH para 7. Fórmula B Xampu base Procedimento Fase 1: - Pesou todos os componentes separadamente (Balança Gehaka BK 660, Balança Gehaka BG 2000); - No béquer colocou o lauril, a dietanolamina do ácido graxo do coco e a coco amido propilbetaína e homogeneizar lentamente; Fase 2: - Colocou todo EDTA em água aquecida e aguardar a solubilização; - Colocou todo cloreto de sódio em água fria e solubilizar; - Fundiu o plantarem 1200® separadamente; - Colocou o metilparabeno, propilparabeno e o propilenoglicol no mesmo béquer e aqueceu até solubilizar os parabenos; - Verteu o EDTA, o cloreto de sódio e o plantarem 1200® na fase 1 e homogeneizar; - Verter os parabenos já solubilizados na fase 1, homogeneizou e acrescentou a água até obter o peso total. - Deixou 24 horas em repouso para saída da espuma formada; - Deixou em pH=7,00 Técnica de preparo do xampu sulfeto de selênio 2,5% - Pesou os componentes separadamente; - No gral de vidro colocou o sulfeto de selênio e triturou, até obter um pó fino, colocou q.s. de xampu base e levigou; - Adicionou a base perolada no passo anterior homogeneizando; - Adicionou solução de acido cítrico; - Verteu o xampu base e homogeneizar; - Adicionou toda a água, homogenizou, ajustar o pH para 5,0 a 5,5 com solução de ácido cítrico se necessário. Fórmula C Xampu base Procedimento: - Pesou todos os componentes separadamente (Balança Gehaka BK 660, Balança Gehaka BG 2000); - Dispersou o vegum® no tampão fosfato e reservou por 24 horas. Agitar após dispersão; - O tampão fosfato foi preparado em proveta graduada; - Após 24 horas, triturou e suspendeu o sulfeto de selênio no plantaren 2000®, adicionou o lauril éter sulfato de sódio e homogenizou; - Adicionou o restante dos componentes e a dispersão de vegun® já homogeneizado; - Se necessário acertar o pH entre 5,0 - 5,5 com ácido cítrico diluído; - Acertar a viscosidade com solução de cloreto de sódio 40% se necessário; 3. Resultado e discussão Odor: sem odor pH: 7,00 tabela 2: Período de avaliação da Fórmula A Características organolépticas 24 horas 7 dias 15 dias 30 dias 60 dias Estufa Aspecto Precipitação Precipitação Precipitação Precipitação Precipitação total de total de total de total de total de partículas partículas partículas partículas partículas Cor Amarelado esverdeado Odor Ph Precipitado Precipitado Precipitado castanho, castanho, castanho, sobrenasobrenasobrenadante verde dante verde dante verde escuro a escuro a escuro a preto preto preto Precipitado preto, sobrenadante marrom escuro a preto Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 8,40 8,54 8,60 8,20 8,10 Refrigerador Aspecto Precipitação Precipitação Precipitação Precipitação Precipitação total de total de total de total de total de partículas partículas partículas partículas partículas Cor Precipitado marrom amarelado, sobrenadante amarelo Precipitado marrom acastanhado com sobrenadante amarelo Precipitado marrom acastanhado com sobrenadante amarelo Precipitado marrom acastanhado com sobrenadante lar escuro Precipitado marrom escuro, sobrenadante marrom claro Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 8,67 8,76 8,80 8,50 8,35 Odor pH Temperatura ambiente Aspecto Precipitação Precipitação Precipitação Precipitação Precipitação total de total de total de total de total de partículas partículas partículas partículas partículas Cor Laranja amarronzada, sobrenadante esverdeado Precipitado marrom e sobrenadante esverdeado Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 8,46 8,73 8,81 8,55 8,41 Odor pH Precipitado Precipitado marrom e marrom sobrenaescuro e sodante esver- brenadante deado esverdeado Precipitado verde escuro, sobrenadante esverdeado Radiação solar Características organolépticas As tabelas baixo apresentam os resultados das análises das formulações. 1) Fórmula A - Xampu sem antioxidante, sem agente suspensor e sem tampão No dia do preparo da formulação Aspecto: xampu com partículas suspensas Cor: laranja Aspecto Precipita- Precipitação Precipitação Precipita - P re c i p i ta ção total de total de par- total de par- ção total de ção total de partículas tículas tículas partículas partículas Cor Amarelo es- Precipitado Precipitado verdeado c a s t a n h o , c a s t a n h o, sobrena- sobrenadante mar- dante marrom claro rom claro Odor pH Precipitado c a sta n h o, sobrenadante marrom claro Precipitado c a s t a n h o, sobrenadante esverdeado Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 8,45 8,54 8,65 8,45 8,03 | 15 2) Fórmula B - Xampu com antioxidante, sem agente suspensor e sem tampão No dia do preparo da formulação Aspecto: xampu perolado com partículas suspensas Cor: laranja Odor: sem odor pH: 5,00 tabela 3: Período de avaliação da Fórmula b Características organolépticas 24 horas 7 dias 15 dias tabela 4: Período de avaliação da Fórmula c 30 dias 60 dias Estufa Aspecto Cor Odor pH Cor Odor pH Características organolépticas 24 horas 7 dias 15 dias 30 dias Partículas precipitadas Laranja Partículas precipitadas Partículas precipitadas Partículas precipitadas Partículas precipitadas Aspecto Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Formação de pasta Precipitado Precipitado laranja amar- laranja amarronzada, ronzada, sobrenadan- sobrenadante caramelo te caramelo Precipitado amarronzada, sobrenadante esverdeado Precipitado verde muito escuro Cor Laranja Laranja amarronzada Marrom Marrom esverdeado Formação de pasta verde muito escuro Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 5,00 5,11 5,20 5,10 5,05 Partículas suspensas com pouco precipitado Partículas pouco precipitadas Partículas pouco precipitadas Partículas pouco precipitadas, sobrenadante esbranquiçado Partículas pouco precipitadas, sobrenadante esbranquiçado Laranja Laranja Laranja Laranja Laranja Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 5,20 5,27 5,35 5,15 4,93 Partículas suspensas com pouco precipitado Partículas suspensas com pouco precipitado Partículas suspensas com pouco precipitado Partículas suspensas com pouco precipitado Partículas suspensas com pouco precipitado Laranja Laranja, sobrenadante esbranquiçada Laranja, sobrenadante esbranquiçada Laranja, sobrenadante esbranquiçada Laranja, sobrenadante esbranquiçada Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 5,17 5,18 5,25 5,15 4,98 Partículas suspensas com pouco precipitado Partículas pouco precipitadas Partículas pouco precipitadas Partículas pouco precipitadas Partículas pouco precipitadas Laranja Precipitado laranja, sobrenadante esbranquiçada Precipitado laranja, sobrenadante esbranquiçada Precipitado laranja, sobrenadante esbranquiçada Precipitado laranja pouco escura, sobrenadante esbranquiçada Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 5,00 5,20 5,25 5,10 4,91 Odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor pH 5,53 5,53 5,55 5,30 5,05 Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Refrigerador Aspecto Cor Odor pH Laranja Laranja Laranja Laranja Laranja Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 5,53 5,65 5,70 5,60 5,42 Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Laranja Laranja Laranja Laranja pouco escura Laranja mais escura Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 5,51 5,59 5,60 5,55 5,46 Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Partículas suspensas Laranja Laranja pouco amarronzada com partículas agregadas Laranja escura amarronzada com partículas agregadas Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor Sem odor 5,53 5,59 5,62 5,55 5,46 Temperatura ambiente Aspecto Cor Temperatura ambiente Aspecto Cor Odor pH Odor pH Radiação solar Aspecto Cor Radiação solar Aspecto Cor Odor pH 60 dias Estufa Refrigerador Aspecto 3)Fórmula C - Xampu sem antioxidante, com agente suspensor e com tampão No dia do preparo da formulação Aspecto: xampu com partículas suspensas Cor: laranja Odor: sem odor pH: 5,50 Odor pH Partículas Laranja laranja escura amarronzada com escura amarronzadas, partículas agregadas agregadas Conforme análises, verificou-se que a fórmula A se mostrou mais instável quanto ao aspecto, cor e variação de pH em todos os ambientes, uma vez que não possui agente suspensor, antioxidante e tampão. Nesta formulação a variação de pH foi muito maior se comparado às demais formulações. Na fórmula B, verificou-se melhor estabilidade em relação à fórmula A. A variação de pH foi menor, mesmo não possuindo sistema tampão, mantendo-se | 17 qualidade Avaliação de estabilidade física de xampu de sulfeto de selênio 2,5% dentro dos valores de referência do sulfeto de selênio (Segundo o Manual de Estabilidade da Anfarmag 2011, o pH de estabilidade do sulfeto de selênio deve estar entre 4,0 e 5,5). Quanto às características organolépticas, a formulação B apresentou maior dificuldade de ressuspender, devido à maior viscosidade, e heterogeneidade quanto à cor por separação da base perolada numa fase opaca e esbranquiçada, não oferecendo apelo ao consumidor. Quanto ao escurecimento da formulação foi a fórmula com melhores resultados, apresentando tal característica somente na amostra exposta a radiação solar e a estufa, onde todas as fórmulas se demonstraram totalmente instáveis. Já a fórmula C foi a que apresentou maior estabilidade quanto a variação de pH, e se manteve mais estável devido a presença do sistema tampão. Para a cor observou-se que a amostra exposta à radiação solar não teve resultado satisfatório, pois este xampu não possui antioxidante. As amostras em estufa atingiram péssimos resultados. Nesta formulação não foi preciso agitar porque as partículas se mantiveram totalmente suspensas em todas as leituras, ao contrário das outras, que apresentaram dificuldade para ressuspender. Todas as amostras em estufa tiveram redução em torno de 75% do volume total. 4. Conclusão A formulação mais adequada para manipulação do xampu de sulfeto de selênio é a fórmula C, pois contém agente suspensor, responsável pelas partículas suspensas da formulação não sendo necessária a agitação e sistema tampão, fazendo com que haja maior estabilidade quanto ao pH da preparação. Para que a formulação fique ainda mais adequada, deve-se adicionar um antioxidante para que a preparação permaneça estável quanto a cor e exposição ao ambiente. 5. Referências Bibliográficas • Anfarmag Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. Manual de Estabilidade: pH de ativos de uso tópico, 1. ed., São Paulo, p. 106, 2011. • ALLEN, V. L.; ANSEL, C. H.; POPOVICH, G. N. Formas Farmacêuticas de Sistemas de Liberação de Fármacos, 8. ed., Porto Alegre, 2007. • ANTUNES, D. J. Farmácia de Manipulação: Noções Básicas, São Paulo, p. 62-80, 2002. • BATISTUZZO, J. A. O; ITAYA M.; ETO Y. Formulário Médico Farmacêutico, 3. ed., São Paulo, p. 597, 2006. • BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos 2004. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/ Anvisa/Inicio/Cosmeticos/Assuntos+de+Interesse/ Material+de+Divulgacao. Acesso em: 15 jun. 2012. • DRAELOS, Z. DIANA. Cosméticos em Dermatologia, 2. ed., Rio de Janeiro, p. 127, 1999. • FARMACOPÉIA brasileira. 4. ed., São Paulo: Atheneu, 1988, IV. 5. • FERREIRA, A. O. Guia Prático da Farmácia Magistral, 2. ed., Juiz de Fora, p. 336, 2002. • FERREIRA, A. O.Guia Prático da Farmácia Magistral, 3. ed., São Paulo, p. 248-263 2008. • PRADO, F. C.; RAMOS, J.; VALLE, J. R.. Atualização Terapêutica, 23. ed., São Paulo, p.214, 2007. • USP – United States Pharmacopeia. USP 32. Disponível em: http://www.uspbpep.com/usp32/pub/data/v32270/usp32nf27s0_m74820.html. Acesso em: 02 jul. 2012. Gostou deste artigo? opiniões, dúvidas, sugestões ou críticas, escreva para [email protected]. 18| Revista Técnica do Farmacêutico Farmacotécnica O uso dos emolientes como diferencial no desenvolvimento das emulsões Daniel ANTUNES JUNIOR* Farmacêutico, Consultor pelo CTB – Centro de Treinamento e Estudos Botika, São Paulo, SP Valéria Maria de SOUZA Farmacêutica, Docente na Faculdade de Farmácia – Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, SP *Autor responsável: Daniel ANTUNES JUNIOR Rua Adolfo Casais Monteiro, 85 – Vila Nova Caledônia – São Paulo – SP CEP: 04648-007 E-mail: [email protected] R esumo: Nesse artigo, analisaremos as diversas classes de emolientes e sua importância na formulação das emulsões e na pele.Trata-se de uma revisão bibliográfica baseada em literatura especializada através de consulta a artigos científicos publicados em revistas especializadas, banco de dados da Scielo, da ABC (Associação Brasileira de Cosmetologia) e livros especializados na área cosmética. Palavras-chave: Emolientes, sensorial, emulsões Abstract: In this article, we review the various classes of emollients and their importance in the formulation of emulsions and skin.This is a review based on literature by consulting the scientific papers published in journals, databases Scielo, ABC (Brazilian Association of Cosmetology) and specialized books in the cosmetics area. Keywords: Emollients, sensory, emulsions Introdução Atualmente, o mercado cosmético está em pleno crescimento, fazendo com que o Brasil seja um dos três países que mais produzem e consomem cosméticos no mundo. Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, conforme dados do Euromonitor,de 2009, o Brasil ocupa a terceira posição. É o primeiro mercado em desodorante; segundo mercado em produtos infantis, produtos masculinos, higiene oral, proteção solar, perfumaria e banho; terceiro em produtos para cabelos e cosmético cores; sexto em pele e oitavo em depilatórios (ABIHPEC, 2011). Devido à concorrência no setor dermatológico, a diferenciação no sensorial das bases cosméticas torna-se fator fundamental para a aceitação do produto pelo consumidor. Portanto, uma das maneiras de diferenciar as emulsões é a adição de emolientes que fornecerão viscosidade, cremosidade, penetração/permeação de ativos, sensação aquosa e sedosa (MOLINA, 2005). Existem diversas classes de substâncias que podemos chamar de adjuvantes. Com funções fisiológicas bem definidas, modificam o curso natural da penetração/permeação transcutânea, são umectantes, refrescantes, emolientes ou, até mesmo, agentes que reforçam a ação de outro ativo presente na formulação (SOUZA; ANTUNES JUNIOR, 2009). Objetivos O intuído dessa revisão é analisar as diversas classes de emolientes e sua importância na formulação das emulsões e na pele. Material e Métodos Trata-se de uma revisão bibliográfica baseada em literatura especializada através de consulta a artigos científicos publicados em revistas especializadas, banco de dados da Scielo, da ABC (Associação Brasileira de Cosmetologia) e livros especializados na área cosmética. Emolientes A definição de emolientes é imprecisa e abrange um número muito heterogêneo de substâncias, tais como óleos, ésteres, silicones, ou qualquer substância que modifiquem as características sensoriais do produto (SESÉ; RIPOLL; MIRALLES, 2006). Segundo Dicionário Michaelis (2011), emoliente é “Med 1 Que amolece ou amacia. 2 Med Que tem a propriedade de amolecer ou abrandar a pele ou abrandar uma membrana mucosa irritada.” As substâncias emolientes cumprem diferentes funções, entre as que se destacam, são as capazes de substituir ou terem ação sinérgica com os lipídeos da pele (BUCARITO; PÉREZ; ROMERO, 2005). Segundo Kamershwarl e Mistry (2001), há uma ampla | 19 Farmacotécnica O uso dos emolientes como diferencial no desenvolvimento das emulsões gama de emolientes à disposição do formulador, para que ele os selecione dentre os mais variados tipos de estruturas químicas. A estrutura química – presença/ausência de polaridade, não saturação, tipo, tamanho e localização da cadeia – de uma molécula pode influir sobre o mecanismo de interação sobre a superfície da pele, que, por sua vez, pode afetar as propriedades sensoriais de qualquer molécula do emoliente. Quando um formulador entra pela primeira vez em um laboratório, surgem muitas dúvidas, entre elas, como conseguir uma textura adequada ao seu produto. A experiência permite saber que a experiência sensorial de um produto depende da combinação correta dos emolientes (SESÉ; RIPOLL; MIRALLES, 2006). Ainda segundo Sesé; Ripoll e Miralles (2006), a importância de uma correta eleição dos emolientes influencia em fatores como suavidade e rugosidade da pele, extensibilidade, oclusividade, veiculação de ativos, solubilização de filtros solares, consistência e aparência da formulação, texturas adequadas para cada tipo de pele e percepção final pelo consumidor. Quanto à solubilização de filtros solares, emolientes não polares podem deslocar o comprimento de onda de absorvância máxima fora da faixa UVB. Além disso, a absorção de raios ultravioleta é também afetada negativamente. É o caso do óleo mineral e do estearato de 2-etil-hexila de cadeia ramificada. Ao contrário, os óleos altamente polares, como álcool alcoxilados (PPG-2-ceteareth-9) ou ésteres etoxilados (PEG-7 gliceril-cocoato) mostraram absorção fortemente aumentada de UV, tanto para filtros UVB como UVA. O mesmo acontece com os triglicérides, pois eles contêm três grupos de ésteres, resultando em alta polaridade (RODRIGUES; SALKA, 2001). O emoliente, segundo Sampaio (1997), também determina o grau de comedogenicidade e irritabilidade da pele e, segundo Rodrigues e Salka (2001), ele altera a aparência, lustro e suavidade da pele. Podem-se classificar os emolientes como polares, por permitirem que a pele respire e por não serem oclusivos. Os emolientes não polares exercem função de barreira protetora e são capazes de reter a umidade da pele e evitar a perda de água transepidermal (SESÉ; RIPOLL; MIRALLES, 2006). Uma prática comum do formulador de cosméticos é começar com um único emoliente ou com uma mistura de emolientes com propriedades cosméticas conhecidas, em seguida, ir gerando a sensação desejada sobre a pele, por tentativa e erro, com utilização de coemolientes. A emoliência pode variar desde protetora e oleosa até seca. Emolientes protetores são normalmente agentes superengordurantes ou materiais altamente oclusivos, o que pode afetar a estética do produto final. Um exemplo típi- 20| Revista Técnica do Farmacêutico co de emoliente protetor é o isoestearato de isoestearila (DESAI, 1999). O resultado da avaliação das propriedades sensoriais de vários emolientes, com diferentes estruturas químicas, indica que as propriedades físico-químicas apenas influem sobre a leveza/suavidade e oleosidade dos emolientes. No geral, os ingredientes não polares, como hidrocarbonetos, são pesados e pegajosos, quando comparado com emolientes polares. Emolientes mais polares são significativos mais leves e suaves e, dentro de cada categoria de ésteres, à medida que aumentava o peso molecular dos emolientes tornavam-se mais pesados e pegajosos (KAMERSHWARL; MISTRY, 2001). A viscosidade e o estado físico do emoliente à temperatura do corpo também interferem nas propriedades sensoriais. Quanto menor a viscosidade, mais leves e mais suaves. A quantidade utilizada de emolientes nas emulsões óleo-em-água (O/A) varia entre 3,0 e 25,0% (RODRIGUES; SALKA, 2001). Ésteres Os ésteres são os emolientes que proporcionam um maior grau de versatilidade e suas estruturas químicas estão diretamente ligadas aos resultados sensoriais. Ésteres de cadeia ramificada possuem propriedades de maior fluidez, menor tato oleoso e mais extensibilidade. Ésteres de cadeia longa fazem perder a fluidez e aumenta a sensação oleosa; ésteres com maior grau de insaturação fornecem mais sensação de deslizamento e suavidade; e ésteres de maior massa molecular possuem maior capacidade de aderir e fixar pigmentos, além de tornarem o produto mais pesado e mais pegajoso, ao passo que a oleosidade ou o brilho se reduzem (SESÉ; RIPOLL; MIRALLES, 2006, KAMERSHWARL; MISTRY, 2001). Podemos citar alguns exemplos, como o laurato de hexila (Fig. 1), éster de baixo peso molecular, justifica seu espalhamento rápido e confere toque seco; o adipato de di-isopropila (Fig. 2), éster ramificado de penetração/permeação muito rápida, toque seco e espalhamento rápido; neopentanoato de isoestearila (Fig. 3), éster ramificado de alta espalhabilidade, adequado para dispersar pigmentos e formador de filme sobre a pele; Miristato de PPG-3 Benzil Éter (Fig. 4), éster ramificado com de alta espalhabilidade, toque sedoso, penetração/permeação relativamente rápida, adequado para dispersar pigmentos e recomendado para produtos solares; trietilhexanoína (Fig. 5), éster muito ramificado, com toque seco, sedoso, rico e de bom espalhamento, recomendado para produtos solares e reduz a sensação de tack; estearato de octildodecila (Fig. 6), emoliente de toque inicial sedoso, mas que se transforma em toque oleoso na medida em que se espalha, conferindo um after feel (pós-sensação) sedoso; miristato de miristila (Fig. 7), éster sem ramificações, sólido à temperatura ambiente, confere toque sedoso e aveludado e contribui para aumentar a viscosidade da emulsão; carbonato de dicaprilila (Fig. 8), toque seco e extenso, recomendado para solubilizar filtros solares; estearato de octildodecil estearoíla (Fig. 9), éster de toque muito rico e cremoso, de penetração/permeação lenta, possui sensação oleosa e permite dispersar pigmentos; etilexanoato de cetearila (Fig. 10), toque rico, grande espalhabilidade e forma filme sobre a pele; estearoil estearato de isocetila (Fig. 11), éster muito ramificado, excelente lubrificante e toque oleoso; dicaprilato/dicaprato de butileno glicol (Fig. 12), toque aveludado, boa capacidade dispersante e muito adequado para filtros solares. Figura 5: Trietilhexanoína Fonte: http://www.chemicalbook.com Figura 6: Estearato de octildodecila Figura 1: Laurato de hexila Fonte: http://www.chemicalbook.com Figura 7: Miristato de miristila Fonte: http://www.chemicalbook.com Fonte: http://www.chemblink.com Figura 2: Adipato de di-isopropila Figura 8: Carbonato de dicaprilila Fonte: http://www.chemicalbook.com Fonte: http://www.chemicalbook.com Figura 3: Neopentanoato de isoestearila Figura 9: Estearato de octildodecil estearoíla Fonte: http://www.chemicalbook.com Figura 4: Miristato de PPG-3 Benzil Éter (Crodamol STS®) Ramificação do metil Parte graxa mirística C CH2 CH2 C OCHCH2 OCHCH2 CH2 OCHCH2 Ligações de ester O CH2 Parte benzilica Fonte: Informativo técnico Volp/Crodamol STS® Figura 10: Etilexanoato de cetearila O CH3(CH2)16CH2O-C-CH(CH2)3CH3 CH2CH3 Fonte: SESÉ; RIPOLL; MIRALLES, 2006 | 21 Farmacotécnica O uso dos emolientes como diferencial no desenvolvimento das emulsões Figura 11: Estearoil estearato de isocetila Fonte: http://www.chemicalbook.com Figura 12: Dicaprilato/dicaprato de butileno glicol HO OH Fonte: http://www.chemicalbook.com Óleos e manteigas Os lipídeos presentes na epiderme formam uma barreira protetora e na camada córnea preenchem todo o espaço intracelular e se organizam por interações físicas. Entre eles, destacam-se os ácidos graxos, as ceramidas e o colesterol. Os ácidos graxos essenciais mais encontrados são os ácidos linoleico, araquidônico e linolênico. Por não serem sintetizados pelo organismo, os ácidos graxos essenciais devem ser fornecidos pela alimentação ou por aplicação tópica. Os óleos atuam na prevenção de lesões, nos diversos estágios de cicatrização da pele, podem exercer ação bactericida, na célula, aumentam a permeabilidade da membrana, promovem mitose e proliferação, além de exercerem efeito protetor contra os danos causados pelas radiações (MACHADO, 2008). Existe um grande número de óleos e manteigas de origem vegetal, de procedência exótica, como o kiwi, macadâmia, cupuaçu, karité, ou tradicionais, como os óleos de amêndoas e de oliva, que, dependendo da origem, pode fornecer substâncias benéficas para a pele como vitaminas e ácidos graxos essenciais (SESÉ; RIPOLL; MIRALLES, 2006). Óleo de rícino e óleo de jojoba são emolientes que apresentam grandes valores de lubrificação e permanecem na pele por longos períodos (DESAI, 1999).Existe um apelo 22| Revista Técnica do Farmacêutico muito forte em relação aos chamados “óleos especiais”. Isso ocorre, porque, em síntese, tenta-se passar a ideia de que com eles podemos desenvolver produtos menos agressivos à pele. Sabe-se que os lipídios desempenham papel muito importante nos produtos cosméticos. Os óleos especiais ou vegetais são, sem dúvida, uma alternativa para os óleos derivados de animais ou vegetais. As gorduras, assim como os óleos vegetais, contêm vários AGEs (ácidos graxos essenciais), como também TCM (triglicérides de cadeia média – (C8-C16)) (SOUZA; ANTUNES JUNIOR, 2009). O óleo mineral é um composto usado tradicionalmente em um grande número de formulações como emoliente. O mecanismo de ação dessa substância é através da oclusão da pele, mantendo sua umidade (BUCARITO; PÉREZ; ROMERO, 2005). O óleo mineral leva grande vantagem devido ao baixo custo e sua disponibilidade no mercado, mas o que pesa contra sua utilização é a irritabilidade e comedogenicidade que ele proporciona (SAMPAIO, 1997). Silicones De origem mineral, os silicones são um grupo vasto de emolientes que agrupam distintas estruturas químicas (polares e não polares; voláteis e não voláteis) com muitos variados graus de espalhabilidade, viscosidade, penetração/ permeação etc. Existem inúmeras combinações de silicones, com diferentes propriedades, que produzem produtos com diferentes propriedades sensoriais. Existem no mercado produtos formulados com silicones na totalidade da fase oleosa, possibilitando a formação de emulsões água/silicone (A/S) e silicone/água (S/A), originando produtos oil-free (SESÉ; RIPOLL; MIRALLES, 2006). Segundo Souza e Antunes Junior (2009), a cadeia básica de polidimetilsiloxano com graus variados de polimerização é encontrada na categoria de fluidos de silicone. Os tipos principais incluem ciclometicones, dimeticones e alguns fluidos copolímeros especiais. O polidimetilsiloxano é a estrutura básica do polímero de silicone, responsável por muitas de suas propriedades. Como polímeros lineares, os polidimetilsiloxanos são fluidos incolores, disponíveis numa variação de viscosidades dependendo do comprimento da cadeia. Nos pesos moleculares mais altos eles são como goma, portanto, maior viscosidade que confere sensorial pegajoso e menor espalhamento na pele. Silicones comumente usados nos produtos de tratamento pessoal são completamente permeáveis ao vapor de água, mas ao mesmo tempo constituem-se películas protetoras resistentes a água. Pela adição de cadeias hidrocarbono à espinha dorsal do silicone sua permeabilidade pode ser modificada. Nos pro- dutos de tratamento de pele, a capacidade dos polímeros de silicone para formar um filme protetor uniforme, resistente à água, mas formando uma película permeável sobre a pele é muito valiosa. A permeabilidade dos silicones pode ser alterada com a adição de grupos carbônicos. A diminuição na permeabilidade, por definição, significa um aumento na oclusividade. Descobriu-se que comparada ao petrolatum, a maioria dos alquilmetilsiloxanos pode ser classificada como materiais semipermeáveis. Os alquilmetilsiloxanos promovem hidratação por oclusão, com a grande vantagem de não serem comedogênicos. A incorporação do dimeticone ou ciclometicone em produtos cosméticos não interfere na respirabilidade da pele. Nos cremes hidratantes proporcionam toque suave, macio e sedoso, com facilidade de aplicação; formam filmes permeáveis deixando a pele respirar (PICRILI, 2009). Os dimeticones formam uma família de fluidos de baixa tensão superficial, apolares, inertes e com ampla variação de viscosidade. Suas propriedades e aplicabilidade variam de acordo com a viscosidade, que pode ser de 0,65 cs (Centistokes) para o mais fluido, que é volátil e usado como carreador, até 600.000 cs (Centistokes) para os mais viscosos, que conferem bom condicionamento às formulações. De maneira geral, formam barreira contra a água, melhoram a espalhabilidade e oferecem emoliência. O Ciclopentasiloxano, fluido volátil inerte, de baixa viscosidade e baixa oleosidade, atua como carreador de ativos. Tem secagem lenta, sem efeito refrescante. O ciclometicone é um fluido volátil inerte, de baixa viscosidade e baixa oleosidade, atua como formador de filme. Quanto menor seu peso molecular, maior a volatilidade (SOUZA; ANTUNES JUNIOR, 2009). Classificação sensorial dos emolientes Os emolientes podem ser classificados, de acordo com o toque que eles oferecem, bem como a sensação de espalhabilidade. Podemos observar algumas características na Tabela 1. Toque Sensação de espalhabilidade Seco Maior Laurato de hexila Éter dicaprílico Neopentanoato de isoestearila Carbonato de dicaprilila Ciclopentassiloxano Menor Adipato de di-isopropila Adipato de dibutila Maior Neopentanoato de isoestearila Maleato de dicaprilila Palmitato de isopropila Oleoato de decila Cocoato de etilexila Ciclometicone Fenil Trimeticona Menor Miristato de PPG-3 benzil éter Dicaprilato/dicaprato de butileno glicol Maior Triglicerídeo caprílico/cáprico Estearato de octildodecila Isononanoato de cetearila Trietilhexanoína Menor Miristato de miristila Isostearato de isostearila Tetraetilexanoato de pentaeritritila Semisseco Semioleoso Emoliente Farmacotécnica O uso dos emolientes como diferencial no desenvolvimento das emulsões Oleoso Maior Etilexanoato de cetearila Óleo de jojoba Óleo de calêndula Óleo de amêndoas Óleo mineral Óleo de amendoim Menor Estearato de octildodecil estearoíla Estearoil estearato de isocetila Tetraetilexanoato de pentaeritritila Óleo de sementes de uva Óleo de abacate Óleo de gérmen de trigo Óleo de macadâmia tabela 1: adaptado de (SESÉ; RIPOLL; MIRALLES, 2006); (MICHALUN; MICHALUN, 2010) Conclusão A diversidade de oferta de produtos faz com que o consumidor seja cada vez menos fiel a uma marca. A elaboração de produtos que causam uma sensação ou uma experiência inesquecível no consumidor é fator primordial para aceitação no mercado. A funcionalidade do produto aliada às necessidades do consumidor fará com que este seja diferenciado. Dentre os inúmeros componentes de uma emulsão, podemos destacar os emolientes. São matérias-primas que exercem funções de proteção, umectação, refrescância, conferem consistência e modificam a aparência da formulação, resultando em produtos de texturas diferenciadas para cada tipo de pele. Referências Bibliográficas ABIHPEC. Panorama do setor - higiene pessoal, perfumaria e cosméticosDisponível em: <http://www.abihpec.org.br/conteudo/Panorama_do_setor_20092010_Portugues_12_04_10.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2011. BRANDÃO, Luiz. Índex ABC. 2. ed. São Paulo: Associação Brasileira de Cosmetologia, 2000. CDROM. BUCARITO, L.; PÉREZ DE R., M. N.; ROMERO, A. Evaluación de la influencia de los emolientes sobre la cinética de hidratación de la piel. In.: Congresso Latino-Americano e Ibérico de Químicos Cosméticos. Lima: Asociación Peruana de Química Cosmética, 2005. DESAI, Dilip D. et al. Novas formulações para cuidados da pele. Cosmetics & Toiletries: Ed. Português, São Paulo, n. 11, p.65-70, 30 jun. 1999. Bimensal. DICIONÁRIO MICHAELIS. Emoliente. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=emoliente>. Acesso em: 31 mar. 2011. KAMERSHWARL, V; MISTRY, Niraj D. Propriedades sensoriais dos emolientes. Cosmetics & Toiletries: Ed. Português, São Paulo, n. 13, p.52-59, 30 jun. 2001. Bimensal. Sesé, l. Vivó; Ripoll, C. Carbonell; Miralles, M. D. Emolientes. Orientación para Principiantes. Noticias de Cosmética Y Perfumería. Barcelona, n. 291, p.1923, 31 out. 2006. Bimensal. MACHADO, Ana Carolina Henriques Ribeiro. Óleos Especiais. In: SOUZA, Valéria Maria de; ANTUNES JUNIOR, Daniel. Ativos Dermatológicos. V.5. São Paulo: Pharmabooks, 2008, p. 193 - 194. MICHALUN, Natalia; MICHALUN, M. Varina. Dicionário de Ingredientes para Cosmética e Cuidados da Pele: Tradução da 3a. Edição Norte-Americana. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010. MOLINA. N. Uso de ésteres especiales para mejorar el perfil sensorial de emulsiones hechas con proceso en frío. In.: Congresso Latino-Americano e Ibérico de Químicos Cosméticos. Lima: Asociación Peruana de Química Cosmética, 2005. n. 17. PICIRILI, Cássia Aparecida Donolato. Silicones e Ativos Sensoriais. In: SOUZA, Valéria Maria de; ANTUNES JUNIOR, Daniel. Ativos Dermatológicos: Volume Único. São Paulo: Pharmabooks, 2009, p 417 - 424. RODRIGUES, Paulo Cesar; SALKA, Barry A.. Seleção de emolientes. Cosmetics & Toiletries: Ed. Português, São Paulo, n. 13,p.64-69, 30 jun. 2001. Bimensal. SAMPAIO, Antônio Celso. A influência dos emolientes no comportamento das emulsões. Cosmetics & Toiletries: Ed. Português, São Paulo, n. 9, p.2829, 28 fev. 1997. Bimensal. SOUZA, Valéria Maria de; ANTUNES JUNIOR, Daniel. Ativos Dermatológicos: Volume Único. São Paulo: Pharmabooks, 2009. VOLP. Informativo Técnico: Crodamol STS. Disponível em < http://www.volp. com.br/docs/infotec/BT2010_04/index.html>. Acesso em: 31 mar. 2011. Gostou deste artigo? opiniões, dúvidas, sugestões ou críticas, escreva para [email protected]. 24| Revista Técnica do Farmacêutico Nota Técnica Impactos da densidade do excipiente padrão na formulação magistral Hélio Martins gerente do controle de qualidade da Anfarmag A avaliação do histórico de não conformidades referentes às análises de cápsulas nos ciclos Sinamm permitiu constatar alguns procedimentos técnicos falhos em relação à determinação de densidade do excipiente padrão utilizado em formulações magistrais. Percebeu-se, ao longo do tempo, que muitas farmácias não empregam o cálculo do enchimento de cápsula por volume, mas, sim, estipulando um peso fixo de conteúdo conforme o tamanho de cápsula, por exemplo, cápsula de n° 3 terá 150 mg de pó. Esta prática acarretou algumas não conformidades, as quais foram sendo sanadas com orientações a respeito da importância de avaliação da densidade dos excipientes padrão. Nesse informe será esclarecido sobre a importância de determinar a quantidade de ativo e excipiente a serem empregados, de acordo com o método volumétrico para encapsulação de pós. E, certamente, esse é um dos pontos mais primordiais desse projeto – Sinamm –, pois permite aperfeiçoamento contínuo dos processos magistrais. A densidade do excipiente muda de lote para lote e, consequentemente, cada vez que houver alteração do lote de um excipiente isso impactará diretamente na densidade do excipiente padrão que foi empregado. Por isso, é de fundamental importância refazer o ensaio de densidade aparente quando novos lotes de excipientes são empregados, principalmente, nos excipientes que participam com percentuais expressivos na formulação. Seguem abaixo dois exemplos da preparação do excipiente padrão 1, nos quais foram empregados lotes de celulose microcristalina diferentes: Excipiente padrão 1, lote 003, densidade 0,680 g/mL Celulose microcristalina lote E.........................................97% Dióxido de silício lote B.......................................................2% Estearato de magnésio lote C.............................................1% Excipiente padrão 1, lote 001, densidade 0,623 g/mL Excipiente padrão 1, lote 002, densidade 0,659 g/mL Excipiente padrão 1, lote 003, densidade 0,680 g/mL A alteração da densidade do excipiente empregado para a manipulação alterará a densidade do excipiente padrão final e, consequentemente, a quantidade de excipiente empregada para o enchimento das cápsulas será outra. Se há uma nova densidade para o excipiente padrão empregado, os cálculos de enchimento de cápsula precisam ser refeitos, ou se a farmácia possui software que realiza os cálculos automaticamente, o sistema precisa ser atualizado constantemente com as novas densidades dos excipientes. Abaixo segue exemplo: Quantidade para preencher 30 cápsulas que possua 0,30 mL cada, apenas com excipiente padrão 1, lote 001: Densidade = massa/volume 0,623 x 0,30 = massa massa = 0,187 g/cápsula total = 0,187 x 30 = 5,61 g Excipiente padrão 1, lote 001, densidade 0,623 g/mL Celulose microcristalina lote A.........................................97% Dióxido de silício lote B.......................................................2% Estearato de magnésio lote C.............................................1% Quantidade para preencher 30 cápsulas que possua 0,30 mL cada, apenas com excipiente padrão 1, lote 002: Densidade = massa/volume 0,659 x 0,30 = massa massa = 0,197 g/cápsula total = 0,197 x 30 = 5,91 g Excipiente padrão 1, lote 002, densidade 0,659 g/mL Celulose microcristalina lote D.........................................97% Dióxido de silício lote B.......................................................2% Estearato de magnésio lote C.............................................1% Quantidade para preencher 30 cápsulas que possua 0,30 mL, apenas com excipiente padrão 1, lote 003: Densidade = massa/volume 0,680 x 0,30 = massa | 25 nota técnica Impactos da densidade do excipiente padrão na formulação magistral massa = 0,204 g/cápsula total = 0,204 x 30 = 6,12 g Observar na tabela abaixo a diferença em gramas necessária para o enchimento das cápsulas entre os lotes dos excipientes padrão: Lote 1 Lote 2 Lote 3 Lote 1 --------- -0,3 -0,51 Lote2 0,3 ---------- -0,21 Lote3 0,51 0,21 --------- Se há alteração da densidade do excipiente padrão a quantidade a ser pesada será diferente. Note que se for adotada a densidade do excipiente padrão lote 2 como referência para os demais lotes, para o lote 3 faltará excipiente, para o lote 1 sobrará excipiente. Porém, quando se tratar de uma formulação, em que não se terá apenas excipiente, mas também princípio ativo, conclui-se que no caso do emprego do lote 1 não seria encapsulado uma parte do ativo (por volta de 9,5%), podendo levar a manipulação de cápsulas com subdoses. Ficou, então, evidente que a determinação da densidade do excipiente padrão levará a uma determinação de excipiente quase exata, necessitando, às vezes, de pequenas quantidades adicionais para preencher as cápsulas ou haverá uma sobra ínfima de pó a ser encapsulada. Fica também evidente que caso sobre ou se for necessário adicionar quantidades significativas de excipiente padrão é um sinal que algo não está tão bom. - Pesar a proveta na balança tarada, o resultado corresponderá à massa da amostra. - Para determinação da densidade aparente, dividir a massa da amostra em gramas pelo volume aparente em mL, conforme a fórmula descrita a seguir. Cálculo da densidade aparente: Massa (g) Dap = --------------------------------------Volume aparente* (mL) Onde Dap: densidade aparente Conclusão O hábito de determinação de lote a lote da densidade do excipiente padrão acarreta uma melhora significativa na qualidade do produto final, o que significa uma maior exatidão do teor do ativo nas cápsulas. Como descrito anteriormente no texto não é aconselhável estipular o peso fixo de conteúdo conforme o tamanho das cápsulas, porque isso na maioria das vezes não condiz com a realidade, uma vez que a densidade, assim como a quantidade de excipiente padrão empregada na formulação se altera em cada manipulação. Em caso de dúvidas solicitamos que as encaminhe através do acesso restrito da Anfarmag – Serviço de Atendimento ao Associado - SAA, ou para o e-mail: [email protected] Gostou deste nota técnica? opiniões, dúvidas, sugestões ou críticas, escreva para [email protected]. 26| Revista Técnica do Farmacêutico Rotulagem utilizada na farmácia magistral Maria Aparecida Ferreira Soares gerente de assuntos regulatórios da Anfarmag Carolina Leiva Fiore coordenadora técnica e do serviço de atendimento ao Associado Rótulos são impressos, apostos à embalagem, com o objetivo de garantir a fidelidade à prescrição médica, a identificação para dispensação e uso pelo paciente ou para identificação de insumos, seja no armazenamento ou para envio de amostras para análise. Os rótulos de um produto ou preparação magistral são impressos e aderidos à embalagem, com o objetivo de identificar e garantir fidelidade às informações contidas na prescrição ou indicação de profissional habilitado. Os rótulos são personalizados e devem contemplar os itens obrigatórios, conforme determina a RDC n° 67/2007 e demais normas. As informações disponibilizadas abaixo visam esclarecer questões sobre a “rotulagem”, utilizada na farmácia com foco na legislação vigente no país, sob diversos elementos. Trata-se de tema de fundamental importância, pois as informações contidas nos rótulos tem o objetivo de salvaguardar a qualidade desses itens, fornecer informações de uso e garantir a correta identificação dos respectivos conteúdos. Modalidade de Rótulos: 1 - Fórmulas Magistrais: O rótulo é personalizado para o paciente conforme a prescrição de profissional habilitado. Nas embalagens desses produtos, os rótulos possuem itens obrigatórios, conforme determina o item 12.1 do Anexo I da Resolução Anvisa RDC nº 67/2007: Segue abaixo um procedimento de como realizar a densidade aparente: - Tarar uma proveta graduada vazia, de capacidade compatível com o volume a ser analisado, em uma balança de precisão. - Tamisar a amostra (pó) em um tamis de malha nº20. - Introduzir cuidadosamente a amostra (pó) na proveta, até cerca de 50% da sua capacidade. - Bater 3 vezes a proveta contra uma superfície, de uma altura de 1 polegada (cerca de 2,5 cm) em intervalos de 2 segundos entre as batidas. - Realizar a leitura do volume obtido após as “batidas” (volume aparente). Legal • Identificação da farmácia; • C.N.P.J; • Endereço completo; • Nome do farmacêutico responsável técnico com respectivo número no Conselho Regional de Farmácia. • Nome do prescritor e sua inscrição no conselho regional correspondente; • Nome do paciente; • Número do registro da formulação no Livro de Receituário; • Componentes da formulação com respectivas quantidades; • No caso de fitoterápicos: *Nomenclatura botânica (gênero e espécie), inclusive poderá indicar o nome popular do fitoterápico; *Parte da planta utilizada ou se está indicado como derivado da droga (extrato/tintura); *No caso da planta constar de formulários nacionais poderá mencionar no rótulo. • Número de unidades; • Sua quantidade (Peso ou volume contidos); • Posologia; • Data da manipulação; • Prazo de validade; 2 - Fórmulas Oficinais: O rótulo é personalizado para o paciente, conforme formulações contidas nos compêndios oficinais. Nas embalagens das formulações oficinais, o item 12.2 do ANEXO I da Resolução Anvisa - RDC nº 67/2007, estabelece os seguintes dados para rotulagem: • A denominação farmacopeica do produto; • Componentes da formulação com respectivas quantidades; • Indicações do Formulário Oficial de referência; • Data da manipulação e prazo de validade; • Número de unidades ou peso ou volume, contidos; • Posologia; • Identificação da farmácia; • C.N.P.J; • Endereço completo; • Nome do farmacêutico responsável técnico com respectivo número no Conselho Regional de Farmácia. 3 - Preparações por solicitação de estabelecimentos hospitalares e congêneres (mediante contrato): A Resolução Anvisa - RDC nº 67, de 2007, em seu item 5.10 e subitens do Anexo, prevê que a farmácia poderá atender preparações magistrais e oficinais requeridas por estabelecimentos hospitalares e congêneres, em situações específicas, tais como: (i) inexistência do produto no mercado, e (ii) justificada a necessidade da manipulação. | 27 LEGAL Rotulagem utilizada na farmácia magistral Nestes casos, as preparações deverão ser rotuladas de acordo com os dados específicos para a preparação magistral/oficinal, mencionados nos itens 1 e 2 deste informativo. Todavia, para os casos em que a preparação se tratar de um atendimento não individualizado, no lugar do nome do paciente deverá constar o nome e o endereço da instituição requerente. Nota – É proibido os estabelecimentos citados comercializarem as referidas preparações. Tais preparações somente poderão ser utilizadas para uso da unidade solicitante e no paciente dentro da própria unidade. 4 - Preparações de transformação de especialidade farmacêutica: O rótulo do medicamento transformado, de acordo com o item 5.12 e subitens do Anexo da RDC nº 67, de 2007 deverá conter os dados específicos para a preparação magistral, descrito anteriormente no item 1. Adicional a esta determinação, sugere-se que seja mencionado o nome comercial, o fabricante e o lote da especialidade farmacêutica utilizada. Exemplo de Rotulagem de Preparação Magistral: Logo farmácia Farmácia das Quantas Rua das Acácias, s/nº - Campinas/SP tel: (19) 5555-5555 CNPJ 00.000.000/0001-00 Farmacêutico: Dra. Maria José da Ñon CRF-SP- 00000 Para Sra. Joaquina MOMOM Dr. Paulo MMMM Reg. nº 34526 CRM nº 000000 Ácido ascórbico ...................................... 250 mg Piridoxina ................................................. 100mg Excipiente qsp ..................................... 1 cápsula Contém 60 cápsulas Posologia: Tomar uma cápsula 2x ao dia Há casos em que é necessário colocar informações adicionais no próprio rótulo ou em uma etiqueta à parte, com dizeres como: “Agite antes de usar”; “Conservar em geladeira”; “Cuidado ao usar”; “Uso externo”, entre outras. No caso dos medicamentos constantes da Portaria MS/Anvisa nº 344/98, existem as etiquetas específicas. Exemplo: VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA só pode ser vendido com retenção da receita Etiqueta Vermelha (controle especial) VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA O abuso deste medicamento pode causar dependência Etiqueta Preta (entorpecentes e/ou psicotrópicos) Manip: 12/10/2012 Validade: 12/12/12 Observação – os nomes da empresa e pessoas utilizados são fictícios 5 - Rótulos para atender Análise de Controle de Qualidade 5.1 – Análise realizada na Farmácia a) Análise em Processo de Preparação magistral/oficinal Nesse caso, a análise é realizada no momento da realização da manipulação e serve para verificar as conformidades pretendidas na preparação (item 9.1.1 do Anexo I, alteração dada pela RDC nº 87, de 2008). Não há rotulagem específica, visto que serão utilizados os mesmos rótulos empregados para dispensação da preparação (oficinal ou magistral), conforme informado no item 1. Vale comentar que caberá ao farmacêutico avaliar os resultados obtidos nos ensaios e definir a aprovação ou não da preparação para a dispensação. Não se pode esquecer o registro das análises. b) Análise de Insumos no ato do recebimento O rótulo aposto na embalagem do insumo, de acordo com o 28| Revista Técnica do Farmacêutico item 7.2.1, Anexo I da RDC nº 67, de 2007, deverá ser conferido se contém no mínimo as seguintes informações: • Nome do fornecedor; • Endereço; • Telefone; • C.N.P.J.; • Nome do Insumo Farmacêutico (DCB, DCI e CAS) nessa ordem, quando possível; • No caso de matéria-prima vegetal, deverá conter: nome popular, nome científico (classificação botânica) e a parte utilizada da planta; • Quantidade e sua respectiva unidade de medida; • Número do lote; • Data de fabricação do insumo; • Prazo de validade do insumo; • Condições especiais de armazenamento e observações pertinentes, quando aplicável; • Data do fracionamento, quando for o caso; • Nome do Responsável Técnico e seu registro no Conselho Profissional correspondente; • Origem, com indicação do fabricante. c) Análise de Insumos no Controle de Qualidade da Farmácia A farmácia deverá efetuar coleta de uma amostra para análise no Controle de Qualidade e encaminhar para seu próprio laboratório. Nesse caso o frasco deverá ser rotulado contendo pelo menos os seguintes itens: • Nome do fornecedor • Código do Insumo Farmacêutico segundo DCB, DCI e CAS, nessa ordem, quando possível; • No caso de matéria-prima vegetal deverá conter: nome popular, nome científico (classificação botânica) e a parte utilizada da planta; • Quantidade e sua respectiva unidade de medida; • Data da amostragem; • Número do lote; • Data de fabricação do insumo; • Prazo de validade do insumo; • Condições especiais de armazenamento. d) Análises a serem enviadas para o laboratório de Controle de Qualidade Terceirizado: Toda e qualquer amostra para ser encaminhada ao laboratório terceirizado deve ser devidamente rotulada e acondicionada adequadamente, observando qualquer condição especial, se essa o exigir. Vale lembrar que a farmácia deve consultar o procedimento específico do laboratório contratado. d.1 - Preparação magistral/oficinal (monitoramento) e bases galênicas: Diante da necessidade de atender ao monitoramento do processo magistral previsto na RDC n° 67, de 2007, item 9.2 do Anexo, e alteração dada pela RDC nº 87, de 2008, principalmente, o item 9.2.3.1 e 9.2.4 e item 11 e subitens, a farmácia poderá: (i) duplicar quantitativamente uma determinada preparação magistral, sendo uma parte dela para encaminhar para análise de controle de qualidade terceirizada. Neste contexto, a farmácia irá utilizar os mesmos dizeres que consta do rótulo do paciente, porém deverá retirar o nome do paciente e colocar: “amostra para análise CQ” ou (ii) manipular uma fórmula de escolha (idêntica a de um paciente ou de base). Para ambas as situações, a farmácia deve elaborar a rotulagem com as seguintes informações: • Identificação do conteúdo da preparação com: Nome e quantidade do Insumo Farmacêutico (DCB ou DCI), quando possível; • No caso de matéria-prima vegetal, deverá conter: nome popular, nome científico (classificação botânica) e a parte utilizada da planta; • Quantidade amostrada e respectiva unidade métrica. • Nº de Registro (Livro do Receituário) ou nº de lote interno da farmácia • Data de manipulação • Data de validade; • Frases: (i) “Amostra para análise de Controle de Qualidade ou Amostra exclusiva para Controle de Qualidade”. (ii) Quanto se tratar de insumos sujeitos ao controle especial (Portaria SVS/MS nº 344/98*), deverá conter a etiqueta exigida por essa portaria, preta ou vermelha, de acordo com a lista a que pertence o insumo que consta na fórmula. d.2 - Amostra de Insumos (Ativo, Inerte ou Aditivo): Para identificação dos insumos que serão analisados, devese informar na rotulagem: • Identificação da Farmácia (impresso no rótulo ou não): C.N.P.J, endereço completo, nome do farmacêutico responsável técnico com respectivo número no Conselho Regional de Farmácia; • (i) e (ii) Nome do insumo (DCB, DCI ou CAS) (se aplicável); • Peso ou volume da amostra; • Data da amostragem; • Número de lote; • Data de fabricação; • Prazo de validade; • Identificação do fornecedor do insumo; • Condições especiais de armazenamento e observações pertinentes, quando aplicável. • Frases: | 29 Leitura Farmacêutica E CARTA DO LEITOR LEGAL Rotulagem utilizada na farmácia magistral (i) “Amostra para análise de Controle de Qualidade ou Amostra exclusiva para Controle de Qualidade”. (ii) Quanto tratar de insumos sujeitos ao controle especial (Portaria SVS/MS nº 344/98*), deverá conter a etiqueta exigida por essa portaria, preta ou vermelha, de acordo com a lista a que pertence o insumo. d.3 - Água: Potável e Purificada (monitoramento) Para as amostras de água (potável ou purificada) encaminhadas para análise, deve-se informar na rotulagem: • Os dados da Farmácia (identificação da farmácia, C.N.P.J., endereço completo, nome do farmacêutico responsável técnico com respectivo número no Conselho Regional de Farmácia); • Volume da amostra; • Ponto de coleta/amostragem; • Identificação: Potável ou Purificada; • Data da amostragem (no caso da água purificada, refere-se à data do processo de obtenção da água purificada); 5.2 – Amostras para fins de Análise Fiscal em atendimento à VISA: A autoridade sanitária pode efetuar coleta de uma ou mais preparações para fins de Análise Fiscal, conforme competência dada no artigo 69, inciso II, alínea “d” da Lei nº 6.360/1976. A partir de uma inspeção sanitária, as Autoridades Sanitárias poderão coletar uma amostra da preparação (magistral ou oficinal) ou do insumo utilizado pela farmácia para análise fiscal (Lei 5.991/1973, artigo 47 e § 3º ou artigo 27 da Lei nº 6437/1977). Para toda amostra coletada pela autoridade sanitária para análise fiscal será lavrado um documento intitulado de Termo/Auto de Coleta nº.../ano, que a Vigilância Sanitária encaminha as amostras ao laboratório oficial. a) Preparação magistral/oficinal O farmacêutico deverá atender ao solicitado e proceder a rotulagem, conforme previsto anteriormente no item 1. Na amostra coletada, quando contiver substâncias controladas (Portaria SVS/MS nº 344/98*), é necessário proceder ao registro no Livro Específico e de preferência anotação na observação do Livro de Receituário. No caso de ser uma fórmula pronta para dispensação, outra preparação deverá ser manipulada para o paciente. b) Insumos A autoridade sanitária pode efetuar coleta de uma ou mais substâncias para fins de Análise Fiscal e deverá ser tratado conforme anteriormente descrito, no que refere ao registro e documentos. O rótulo do insumo deverá conter as seguintes informações: 30| Revista Técnica do Farmacêutico • Identificação da Farmácia (impresso no rótulo ou não): C.N.P.J., endereço completo, nome do farmacêutico responsável técnico com respectivo número no Conselho Regional de Farmácia; • Nome do insumo (DCB, DCI ou CAS) (se aplicável); • Peso ou volume da amostra; • Data da amostragem; • Número de lote; • Data de fabricação; • Prazo de validade; • Identificação do fornecedor do insumo; • Condições especiais de armazenamento e observações pertinentes, quando aplicável. O Código de Defesa do Consumidor estabelece como direitos básicos a informação adequada e clara sobre produtos, com a especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e, também, os riscos que apresentam. As informações sobre o uso de possíveis efeitos colaterais e contraindicações devem ser prestadas pelo prescritor (na consulta) e pelo farmacêutico no ato da dispensação do medicamento na farmácia. Brasileira, 1ª Ed., 2011. (http://www.anvisa.gov.br/farmacopeiabrasileira/conteudo/ Formulario_de_Fitoterapicos_da_ Farmacopeia_Brasileira.pdf) 9 - Boas Práticas para medicamentos fitoterápicos em escala magistral no setor publico – Faculdade de Farmácia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Maria de Lourdes Q. Gonçalves – 2009. (http:// www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/16066/000693161. pdf?sequence=1) 10 - BRASIL. Lei nº 6437, de 20 de agosto de 1977, configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece sanções respectivas, e dá outras providências. Referências: 1 - Manual do Consumidor Anfarmag (Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais), 4ª ed. 24/08/2010. 2 - Lei 5.991, de 17 de dezembro de 1973 - Dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras Providências. 3 - Decreto nº 79.094 de 10 de junho de 1974 - Regulamenta a Lei número 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. (artigo 7º) 4 - Lei n.º 6360, de 23 de setembro de 1976 - Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências. 5 - Resolução ANVISA RDC nº 67, de 08 de outubro de 2007 - Aprovar o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias e seus Anexos. 6 - Resolução Anvisa RDC nº 87, de 21 de novembro de 2008 - Altera o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação em Farmácias. 7 - Instrução Normativa N° 5 de 11 de Dezembro de 2008.Determina a publicação da “LISTA DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS DE REGISTRO SIMPLIFICADO” 8 - Resolução ANVISA RDC nº 60, de 10 de novembro de 2011- Formulário Nacional de Fitoterápicos da Farmacopeia Leitura Farmacêutica Atendimento: A Arte de Encantar o Cliente de Farmácias e Drogarias Os profissionais precisam estar preparados para receber e atender os clientes, além de superar suas expectativase, com isso, valorizar o produto ou serviço oferecido pela empresa. Esse livro foi elaborado com o intuito de contribuir com o profissional da linha de frente da farmácia ou drogaria, como os farmacêuticos, balconistas, recepcionistas e pessoas que trabalham diretamente com o consumidor final a se aprimorar na arte do atendimento. O objetivo é gerar a confiança necessária que resultará na fidelização por parte do consumidor. Autores: Daniel Antunes Junior e Valéria Maria de Souza Editora: Pharmabooks Para adquirir com os autores: www.ctb.net.br USP on Compounding: A Guide for the Compounding Practitioner O USP on Compounding oferece aos profissionais atuantes na área magistral, acesso aos capítulos gerais da United States Pharmacopeia–National Formulary (USP–NF) relacionados à manipulação. O USP on Compounding apresenta também mais de 40 Capítulos Gerais que embasam o texto, além dos Avisos e Exigências da USP–NF. Esse material é fornecido como publicação eletrônica, sendo atualizado com o lançamento de cada nova edição e suplemento da USP–NF. Assinantes podem acessar e baixar todas as atualizações em arquivos PDF durante o período de 12 meses de sua assinatura. Condições especiais para associados Anfarmag. Para mais informações, visite www.usp.org/products ou contate o USP Customer Service em 11-3245-6400. Carta do Leitor 1. Excelente matéria sobre o Mineral Cálcio. Muito importante para o setor. Anibal de Vicente – São Paulo/SP 2. A Revista Técnica n. 18 está excelente. As matérias sobre Vidrarias Volumétricas e Fator de correção de umidade foram muito esclarecedoras. Estão de parabéns! Graziele Tardin Ignácio – Cuiabá/MT Gostou deste nota? opiniões, dúvidas, sugestões ou críticas, escreva para [email protected]. 3. Muito obrigada pelo auxilio e dedicação de todos vocês. Abraço fraterno. Marilia Menezes de Oliveira – Porto Velho/RO | 31 NORMAS Submissão de artigo para publicação Escopo e Política A Revista Técnica do Farmacêutico é uma publicação bimestral da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais que objetiva a comunicação e ensino de farmacêuticos e outros profissionais da cadeia da saúde em assuntos/temas relevantes, atuais e de grande interesse para suas práticas profissionais. Tal objetivo atende à ordem estatutária da entidade em apoio ao segmento, como mais uma de suas ferramentas de apoio à contínua qualificação e melhoria da qualidade da saúde no país. Possui circulação em todo o território nacional e no exterior e seu público alvo envolve farmácias magistrais, universidades, instituições regulatórias/sanitárias, entidades, empresas da cadeia farmacêutica e profissionais. Dentro desta política, tem por premissa publicar artigos de revisão, artigos técnicos e notas técnicas redigidos em português, que podem ser elaborados por quaisquer profissionais com o escopo voltado para a área magistral. A Revista Técnica do Farmacêutico possui corpo editorial próprio, formado por acadêmicos de universidades que também participam de câmaras temáticas da ANFARMAG, bem como profissionais farmacêuticos convidados, com relevantes conhecimentos e serviços prestados à causa magistral. Toda esta estrutura permite o fortalecimento de ações e a veiculação de saberes técnico-científicos na área da saúde através deste periódico, prestando importantes serviços ao segmento. Preparação dos Artigos Apresentação: Os manuscritos devem ser apresentados em arquivo eletrônico, em formato Word e encaminhados exclusivamente para o e-mail: [email protected]. Os textos deverão ser apresentados em lauda padrão A4, espaço de 1,5 entre linhas e parágrafos, com margem superior e esquerda de 3 cm e inferior e direita de 2 cm, parágrafo justificado e não hifenizado, digitados em fonte Times New Roman – tamanho 12. Os artigos de revisão devem ter entre 9 e 15 páginas, os artigos técnicos entre 4 e 8 páginas e as notas técnicas no máximo 3 páginas. Estrutura Cabeçalho: constituído por: Título do trabalho, que deve ser breve e indicativo da exata finalidade do trabalho; Autor(es) por extenso e apenas o sobrenome em letra maiúscula, indicando 32| Revista Técnica do Farmacêutico a(s) instituição(ões) a(s) qual(is) pertence(m) mediante números. O autor responsável pela publicação deve ser expressamente indicado entre os colaboradores. O autor para correspondência deve ser identificado com asterisco, fornecendo o endereço completo, incluindo o eletrônico. Resumo (em português): deve apresentar a condensação do conteúdo, expondo objetivos, metodologia, resultados e conclusões, não excedendo 250 palavras. Deve vir acompanhado do Abstract e Keywords. Unitermos: devem representar o conteúdo do artigo, evitando-se os de natureza genérica. Observar o limite máximo de 6 (seis) unitermos. Introdução: deve estabelecer com clareza o objetivo do trabalho e sua relação com outros trabalhos no mesmo campo. Extensas revisões de literatura devem ser substituídas por referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, nos quais tais revisões tenham sido apresentadas. Materiais e Métodos: a descrição dos materiais e métodos usados deve ser breve, porém suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e repetição do trabalho. Processos e Técnicas já publicados, a menos que tenham sido extensamente modificados, devem ser apenas referidos por citação. Estudos em humanos e em animais devem fazer referência à aprovação do Comitê de Ética correspondente. Resultados e Discussão: devem ser apresentados de forma concisa e em ordem lógica. Tabelas ou figuras, quando possível, devem substituir o texto, na apresentação dos dados. Sempre que pertinente, fornecer as faixas, desvios padrão e indique as significâncias das diferenças entre os valores numéricos obtidos. A discussão deve se restringir ao significado dos dados obtidos e resultados alcançados, procurando, sempre que possível, relacionar sua significância com trabalhos anteriores da área. Especulações que não encontram justificativa para os dados obtidos devem ser evitadas. É facultativa a apresentação desses itens em separado. Conclusões: quando pertinentes, devem ser fundamentadas no texto. Agradecimentos: devem constar de parágrafo à parte, antecedendo as referências bibliográficas, e ser compatíveis com as exigências de cortesia e divulgação. Se houve suporte financeiro, deve ser incluído nesse item. Referências bibliográficas: devem ser citadas apenas as essenciais ao conteúdo do artigo e organizadas em ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor, de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR-6023. A exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade dos autores. À seguir, são transcritos alguns exemplos: 4. Artigos de periódicos STORPIRTIS, S. Biofarmácia e farmacocinética: ensino e pesquisa. Infarma, Brasília, v. 2, n. 4, p. 19-20, 1993. 1. Livros Com até 3 autores: ADES, L.; KERBAUY, R. R. Obesidade: realidade e indignações. Psicologia USP, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 197-216, 2002. 5. Eventos Científicos CONGRESSO BRASILEIRO DE MANIPULAÇÕES FARMACÊUTICAS, 2., 1998, Goiânia. Manual do participante e resumo dos trabalhos. Goiânia: Conselho Federal de Farmácia, 1998. 54 p. Com mais de 3 autores: Na citação referenciar como et al. e nas referências colocar todos os nomes. 6. Normas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9000: normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade: diretrizes para seleção e uso. Rio de Janeiro, 1990. Citação bibliográfica: As citações bibliográficas devem ser apresentadas no texto pelo(s) sobrenome(s) do(s) autor(es), em letras maiúsculas, seguidas do ano de publicação. No caso de haver mais de três autores, citar o primeiro e acrescentar a expressão et al., todavia nas referências deverão ser incluídos todos os autores. Abreviaturas e Siglas: podem ser utilizadas, desde que descritas integralmente na primeira vez em que aparecem no texto. Por exemplo: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ilustrações: as ilustrações (gráficos, tabelas, estruturas químicas, equações, mapas, figuras, fotografias, dentre outros) devem ser apresentadas em preto e branco, indicando o local de inserção no texto. Mapas e fotografias devem ser digitalizados em extensão jpg. As tabelas devem ser numeradas consecutivamente em algarismos romanos e as figuras em algarismos arábicos, seguidos do título. As palavras TABELA e FIGURA devem aparecer em maiúsculas apenas no título ou na legenda, respectivamente. Legendas e títulos devem acompanhá-las nos arquivos separados, assim como no texto. Nomenclatura: pesos, medidas, nomes de plantas, animais e substâncias químicas devem estar de acordo com as regras internacionais de nomenclatura. A grafia dos nomes de fármacos deve seguir as Denominações Comuns Brasileiras (DCB) em vigor, podendo ser mencionados uma vez (entre parênteses, com inicial maiúscula) os registrados. Nova Ortografia: Apesar de a nova regra ortográfica estar em vigor desde janeiro de 2009, as duas normas anterior e atual, poderão vigorar até dezembro de 2012. Autores Corporativos: BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº. 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 de agosto de 2009, Seção 1, páginas 78 a 81. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/ public/show Act.php?id=16614>. Acesso em: 11 nov. 2007. 2. Capítulo de livros FIESE, E.F.; HAGEN, T.A. Pre‑formulacao. In: LACHMAN, L.; LIEBERMAN, H.A.; KANIG, J.K. Teoria e prática na indústria farmacêutica. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001. p.295-340. 3. Teses e Dissertações 3.1 Trabalho de Conclusão de Curso BARREIRO, Antônio Carlos Sotto; CARESATTO, Claudia Tereza; PEREIRA, Selma Gomes. As Representações Sociais de usuários sobre o atendimento em um Serviço de acompanhamento farmacoterapêutico estruturado em universidade da Baixada Santista [monografia]. São Paulo: Curso de Pósgraduação em Atenção Farmacêutica, Instituto Racine, 2010. 3.2 Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado CLAUMAN, R. C. N. O farmacêutico e a atenção farmacêutica no novo contexto de saúde. 2003. 98 p. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-graduação em Engenharia da Produção como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Engenharia da Produção-Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, Florianópolis, 2003. BRAGA, G. K. Identificação dos riscos sanitários na manipulação de medicamentos alopáticos não estéreis em farmácia comunitária e o papel das boas práticas de manipulação no controle desses riscos. 2009. 126f. Tese (Doutorado em Medicamentos e Cosméticos) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Publicação A publicação de artigos na Revista Técnica do Farmacêutico está condicionada à aprovação do Conselho Editorial. Para o recebimento da edição da revista em que constar a publicação do artigo, os autores responsáveis deverão fornecer seus endereços. Comissão de Publicações Técnicas Anfarmag. | 33 endereços das regionais e sucursais da anfarmag REGIONAIS REGIONAL BAHiA/sERGiPE REGioNAl MAto GRosso REGioNAl Rio DE JANEiRo Presidente: Edza Martins Brasil Av. Tancredo Neves, 1632, Ed. Salvador Tade Center, loja 25, Caminho das Árvores, CEP: 41820-020, Salvador/BA Telefone: (71) 3113-4011 E-mail: [email protected] Presidente: Ivete Souza Peaguda Avenida Ipiranga,70 Cuiabá - MT - CEP: 78020-550 Telefone: (67) 3027-6321 E-mail: [email protected] Presidente: Maria Cristina Ferreira Silva Rua Conde de Bonfim, 211 Sala 401 - Tijuca Rio de Janeiro/RJ - CEP: 20.520-050 Telefone: (21) 2569-3897/Fax: (21) 3592-1765 E-mail: [email protected] REGIONAL DistRito FEDERAl REGioNAl MAto GRosso Do sUl REGioNAl Rio GRANDE Do sUl Presidente: Maria Beatriz Ferenz Rua Rodolfo José Pinho, 66 - Jardim São Bento. Campo Grande - MS - CEP: 79004-690 Telefone: (67) 3026-4655 E-mail: [email protected] Presidente: Eduardo Aranovich de Abreu Av: Mauá, 2011 - Sala 607 - Centro Porto Alegre - RS - CEP: 90030-080 Telefone: (51) 3225-9709 E-mail: [email protected] Presidente: Cleide Regina da Silva SIG - Quadra 04 - Lote 25 - Sala 110 1º andar - Empresarial Barão de Mauá Brasília – DF – CEP: 70.610-440 Telefone/Fax: (61) 3326-1251 E-mail: [email protected] REGIONAL EsPíRito sANto Presidente: Denise A. Martins Oliveira Av. Nossa Senhora da Penha, nº 1495 - Sala 608 Torre BT - Edifício Corporate Center - Santa Lúcia Vitória - ES – CEP: 29056-245 Telefone: (27) 3235-7401 E-mail: [email protected] REGIONAL Goiás/tocANtiNs Presidente: Gilmar Silva Dias Rua 7-A, nº 189, Edifício Marilena - sala 201, Setor Aeroporto Goiânia – GO - CEP.: 74075-230. Telefone: (62) 3225-5582 E-mail: [email protected] REGIONAL MINAS GERAIS REGioNAl sANtA cAtARiNA Presidente: Astrid Chucre Dias Guimarães Av. do Contorno, 2646 - Sala 1104 - Floresta Belo Horizonte - MG - CEP: 30110-080 Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: [email protected] Presidente: Rodrigo Michels Rocha Rua Lédio João Martins, 435 – sala 409 Kobrasol - São José – Santa Catarina CEP: 88102-000 Telefone: (48) 3247-3631 E-mail: [email protected] REGioNAl PARANá Presidente: Dagmar Terezinha Kessler Rua Silveira Peixoto, 1040 - 9° andar - Sala 901 Curitiba - PR - CEP: 80240-120 Telefone: (41) 3343-0893/Fax (41) 3343-7659 E-mail: [email protected] Sucursais sUcURsAl ACRE/RONDÔNIA sUcURsAl Pará Sucursal Sorocaba Diretora: Êrika Fernandes Rosas C. Silva Telefone: (68) 3901- 6314 E-mail: [email protected] Diretor: Marcelo Brasil do Couto Telefone: (91) 3244-2625 E-mail: [email protected] Diretor: José Vanilton de Almeida Telefone: (15) 3321-5553 E-mail: [email protected] sUcURsAl Alagoas Sucursal Paraíba sUcURsAl UBERlâNDiA Diretora: Tânia Bernadete P. Gomes Telefone: (82) 3305-2806 E-mail: [email protected] Diretora: Célia Buzzo Telefone: (83) 3218-2600 E-mail: [email protected] Diretor: Hélio Batista Júnior Telefone: (31) 2555-6875 e (31)2555-2955 E-mail: [email protected] sUcURsAl Ceará Sucursal pERNAMBUCO Sucursal Vale do Paraíba Diretor: Francisco Carlos L. Andrade Telefone: (85) 9981-3789 E-mail: [email protected] Diretor: Leandro Medeiros Telefone: (81) 3427-4084 E-mail: [email protected] Diretora: Ana Helena Cunha Telefone: (12) 3942-9736 E-mail: [email protected] sUcURsAl JUiz DE FoRA sUcURsAl RiBEiRão PREto sUcURsAl VARGiNHA Diretor: Rômulo Augusto Modesto Telefone: (31) 2555-6875 e (31)2555-2955 E-mail: [email protected] Diretora: Rita de Paula Ignácio Telefone: (16) 3625-8019 E-mail: [email protected] Diretor: Leonardo José da Silva Telefone: (31) 2555-6875 e (31)2555-2955 E-mail: [email protected] sUcURsAl MARíliA/PREsiDENtE PRUDENtE Envie a sua mensagem para [email protected] ou telefone para 34| Revista Técnica do Farmacêutico 11- 2199-3499 * Tel.: (32) 3273 3560 Fax: (32) 3273 3522 [email protected] www.ortofarma.com.br *O escopo de acreditação/habilitação está disponível no site da entidade. .................... carta do leitor .................... Diretora: Odete Aparecida de Andrade Telefone: (18) 8118-9874 E-mail: [email protected] Sucursal Rio Preto Diretora: Creusa Manzalli Toledo Telefone: (17) 3216-9500 E-mail: [email protected] | 35 SÃO PAU LO – CURITIBA – RIO DE JANEIRO – C AMPINAS* * E m Ca m p i n a s re a l i z a m - s e o s c u r s o s Co s metologia Clínica e MBA Cosmetologia Exper imental. * * O I P U P O re s p e i t a a p o l í t i c a d a T I M e a gratuidade da ligação depende exclusivamente das politicas comerciais, promocionais e de descontos da TIM.