PADRÕES PARA INFRA-ESTRUTURA E MOBILIÁRIO

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PADRÕES PARA INFRA-ESTRUTURA E MOBILIÁRIO
PADRÕES PARA INFRA-ESTRUTURA E MOBILIÁRIO DE BIBLIOTECAS
Samile Andréa de Souza Vanz, CRB 10/13981
RESUMO
O trabalho destina-se a profissionais envolvidos em projetos de reforma ou construção de bibliotecas, reunindo
recomendações acerca de iluminação, acústica, insolação, ventilação, temperatura e umidade, bem como
apresenta soluções ao nível de mobiliário e layout de bibliotecas.
1 INTRODUÇÃO
Seguindo uma linha tradicional ou moderna, a biblioteca pretende cativar e sensibilizar seu usuário, e tornarse espaço para leitura, pesquisa e cultura, rompendo com a velha imagem de templos de silêncio e rabugice. Para
isso, um certo número de acontecimentos é necessário, com o objetivo de chamar a atenção daqueles que não tem
necessidade de freqüentar a biblioteca, mas o fazem em busca de uma leitura agradável, o fazem porque sentem
prazer em freqüentar e preencher seu tempo livre no ambiente da biblioteca. Para receber estes usuários é preciso
que a biblioteca ofereça um acervo rico e bons serviços, além de dispor de um espaço físico adequado, com
condições confortáveis para leitura e pesquisa.
O planejamento de uma biblioteca sempre inicia com a análise do espaço físico disponível. Quando o
prédio é projetado especialmente para uma biblioteca consegue-se prever e atender os requisitos mínimos. Já os
prédios reformados ou adaptados nem sempre atendem as condições mínimas, mas, tendo-se algum conhecimento
destas condições, é possível chegar muito perto do ideal.
O objetivo deste trabalho é estabelecer diretrizes e recomendações para melhorar as
condições de conforto, segurança, estabilidade,
1 Bibliotecária formada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre em Comunicação e Informação pelo PPGCOM-UFRGS.
funcionalidade e salubridade das bibliotecas. Não se pretende constituir um regulamento, mas transmitir algumas
orientações aos profissionais envolvidos em projetos e execução de bibliotecas, enumerando itens que devem ser
priorizados nos novos projetos ou nas reformulações de bibliotecas já existentes.
Obras de qualidade não são necessariamente onerosas, luxuosas e bonitas, mas devem atender a
necessidade dos usuários – clientes de uma biblioteca. Não se pode esquecer do usuário interno: funcionários,
auxiliares, técnicos e bibliotecários, pessoas que convivem dentro do espaço da biblioteca por pelo menos oito horas
diárias, transitando por meio de estantes e de documentos, atendendo usuários por meio do telefone ou e-mail,
catalogando, restaurando e desenvolvendo outras atividades.
Num segundo momento, o usuário externo da biblioteca deve ser pensado: idade dos freqüentadores,
necessidades para leitura e recreação, espaços alternativos para exposições, sessões de autógrafos, palestras e
mini-cursos, necessidades especiais para deficientes físicos, auditivos e visuais. Conhecer o usuário e suas
demandas é ponto chave para o sucesso de um projeto de um novo prédio ou da reformulação da antiga biblioteca.
De forma global é necessário conhecer as características do local onde se instala a biblioteca: clima,
temperatura, umidade, posição solar do prédio ou sala, peculiaridades do terreno. Além de conhecer estas
características locais e os usuários interno e externo, um projeto para biblioteca deve considerar os recursos
financeiros existentes.
Após definição dos recursos e público a que se destina, os espaços necessários na biblioteca devem ser
definidos, e assim, além do estudo da funcionalidade, torna-se necessário, segundo Mambrini (1997), uma boa
solução a nível de iluminação, ventilação, acústica, insolação, temperatura e umidade, tanto para conservação do
acervo quanto para sua consulta. Segundo o autor, são necessárias reflexões sobre as condições climáticas,
econômicas, culturais e locais do ambiente onde vai ser instalada a biblioteca.
Utilizar-se da experiência de outras bibliotecas é uma fonte importante de informações, bem como a
Internet, que disponibiliza as mais diferentes
informações
sobre
empresas
e
produtos.
A
busca
por produtos, equipamentos e empresas que
possuem certificação de qualidade, que atuam de acordo com normas da ABNT, ISO e outras instituições
regulamentadoras, garantem a melhor relação custo-benefício no momento da aquisição.
É necessário
priorizar a
segurança e
de uma biblioteca. Convém
equipamentos,
assim
aquisição
de
forma de
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orientação
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Evitar a
é
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trabalho incorpora
organização,
transmissão
manutenção
uma
mesmo
uma
A Biccateca
racionalização do seu
informação
ao usuário,
fornecendo móveis adequados e ergonômicos para o melhor aproveitamento dos espaços.
2 O AMBIENTE BIBLIOTECA
A localização geográfica da biblioteca pode ser considerada um fator que define a freqüência de uso da
mesma, independente da relevância e qualidade do acervo, dos bons profissionais e serviços prestados. Por isso é
fundamental que a biblioteca situe-se bem dentro de um prédio, ou em um quarteirão, no caso das bibliotecas
públicas, ou mesmo dentro de um campus universitário. A biblioteca deve ser visível, ocupando posição de
centralidade, tornando-se ponto de referência dentro da instituição, do campus, ou mesmo da cidade onde está
instalada. A facilidade de acesso define o movimento que a biblioteca tem, portanto, o acesso tanto do interior
quanto do exterior deve ser fácil, com percursos bem sinalizados.
Segundo o documento para Apoio Técnico para as Bibliotecas Escolares do Ministério da Educação de
Portugal, a biblioteca deve ser local de convergência, cuja localização convide a entrada e o seu interior convide a
permanência. A facilidade de acesso do exterior permite a cooperação com outras escolas do bairro e também a
participação dos pais dos alunos.
É necessário prever o acesso para deficientes, bem como linhas de ônibus para acesso ao local da
biblioteca e estacionamento para veículos.
Uma biblioteca pode dispor de inúmeros setores,dependendo do público, espaço físico e missão da
instituição. Atualmente, além dos tradicionais setores de leitura e guarda do acervo estão surgindo os espaços para
multimídia e acesso a bases de dados, setor de documentos em braile, documentos sonoros e audiovisuais, balcões
para auto atendimento (auto empréstimo e devolução). Para Mambrini (1997) as novas exigências em relação a
terminais de computador para acesso a bancos de dados e informação eletrônica são realidade nas bibliotecas
nacionais. Assim, o espaço para consulta e leitura está sendo modificado, e as novas instalações demandam conforto
ambiental para sua utilização.
Um espaço situado na entrada da biblioteca, reservado aos usuários que utilizam materiais próprios para
leitura facilita a entrada e saída das pessoas que desejam apenas um local adequado para leitura, mas não querem
se submeter à vistoria dos pertences ou ter que deixá-los nos armários individuais. Um espaço deste tipo não exige
recursos humanos disponíveis em tempo integral, e destaca-se como um serviço que a Biblioteca disponibiliza ao
usuário.
Próximo à área de entrada também poderá funcionar um setor para leitura informal dos jornais diários e
revistas de atualidades. Este setor serve como um convite à utilização da biblioteca, e deve ser planejado de forma
criativa e aconchegante.
Ainda sobre o hall de entrada da biblioteca, Figueiredo (1990) apresenta idéias que podem
sistematizar o trabalho:
A adoção de comunicação visual ou de ampla sinalização facilita o auto-serviço e
diminui a demanda de orientação, deixando o usuário mais à vontade e
com possibilidade de se locomover e encontrar o que busca na biblioteca. Uma
planta do edifício com a localização das coleções deve estar visível, logo à
entrada, para facilitar o fluxo. Indicações com cores e legendas de fácil
visualização para cada uma das áreas de assunto existentes, bem como instruções
sobre o manejo dos catálogos, devem ser implementadas. Um folheto (guia da
biblioteca) explicando o uso e possibilidades de serviços e materiais deve estar
disponível à entrada da biblioteca. (FIGUEIREDO, 1990, p. 102-103).
A sinalização da biblioteca deve ser criada por bibliotecários, arquitetos e artistas gráficos, com base nos
padrões de tráfego dos usuários e funcionários. De acordo com Figueiredo (1990, p.109), a finalidade da sinalização
é oferecer a possibilidade de:
a) identificar e localizar a biblioteca;
b) orientar os usuários para acesso e uso dos recursos materiais;
c) melhorar a acessibilidade pelo direcionamento dos usuários para estes recursos tão eficientemente quanto
possível;
d) identificar recursos, áreas de serviços, acomodações, de tal maneira que sejam imediatamente
reconhecidos;
e) informar sobre regulamentos, horários, fatos especiais;
f)
prover informação institucional, quando necessária;
g) notificar mudanças ou condições temporárias.
Quanto ao espaço físico, grandes mudanças têm sido necessárias para atender as solicitações das
comissões verificadoras do MEC no contexto das bibliotecas universitárias:
Tradicionalmente, as bibliotecas convivem com os problemas da necessidade de
instalações físicas suficientes para o acervo e para prover serviços aos usuários.
Com a automação, os bibliotecários tiveram de repensar as instalações e o espaço
necessário e, com o advento das redes de informação e da biblioteca digital,
também há que se repensar o espaço e a organização, questão esta que deve ser
bem planejada. O prédio deve funcionar em um ambiente que permita rápida
mudança, com tecnologia que facilite o acesso à informação, e o espaço,
tradicionalmente ocupado pelo catálogo em ficha ou por algumas coleções já
disponíveis em CDs ou via Internet, será ocupado por computadores e pontos de
acesso para notebooks.(OLIVEIRA, 2002, p. 218).
Na análise do espaço físico, a avaliação dos espaços para leitura individual e em grupo é
constante nas comissões de diversas áreas do MEC.
2.1 Acervo da biblioteca
A boa organização do acervo é fundamental para o seu adequado funcionamento. O planejamento
desta seção da biblioteca deve observar:
a) que suportes de informação existem na biblioteca;
b) quantidade de documentos existentes em cada suporte;
c) previsão de crescimento para cada suporte (para os periódicos é possível um cálculo simples de acordo
com a periodicidade das assinaturas);
d) definição dos documentos que serão de acesso aberto e restrito ao usuário;
e) a necessidade da divisão dos documentos de acordo com cada suporte;
f)
a necessidade da divisão de documentos de acordo com a área, por exemplo, literatura técnica e de
lazer, obras de referência, etc.
Atualmente o acesso aberto à área do acervo é fundamental, sendo um dos itens avaliado pelo MEC durante
as visitas as bibliotecas universitárias, conforme o Manual Geral das Condições de Ensino:
[. . .] visitar as instalações da(s) biblioteca(s) utilizadas pelo curso – instalações
para o acervo, considerando a área física, condições de armazenagem (como
iluminação, extintor de incêndio, sistema anti-furto, sinalização), condições de
preservação (manutenção preventiva e corretiva, umidade correta, sistema antimofo), de acesso ao acervo por parte dos usuários e de funcionamento;
instalações para estudos individuais e salas para estudo em grupo (áreas
reservadas para consultas e estudo individual de professores e alunos e para
consulta à biblioteca local e remota, bem como
instalação elétrica para uso de computadores do próprio usuário, acesso a
usuários com necessidades especiais[. . .] (MEC, 2002, p.74).
Também em Portugal observa-se esta tendência, segundo o documento para Apoio Técnico para as
Bibliotecas Escolares do Ministério da Educação, que sugere que todos os documentos existentes na biblioteca
sejam de livre e fácil acesso a todos os usuários, devendo os mesmos estar expostos e sinalizados, para serem
facilmente procurados e encontrados. Da mesma forma, os aparelhos para consulta a microfilmes, vídeos, cds, etc,
devem ser disponibilizados e a utilização autônoma entre os usuários deve ser facilitada.
Mambrini (1997) sugere que à medida que a informação torna-se disponível eletronicamente, documentos
em suporte papel usados com menor freqüência podem ser armazenados em arquivos deslizantes, com o objetivo de
reduzir o espaço necessário para estantes, possibilitando maior espaço para circulação do público ou área de leitura.
As estantes deslizantes permanecem aninhadas e podem ser movimentadas quando necessário pelo próprio usuário.
O documento de Apoio Técnico para as Bibliotecas Escolares do Ministério da Educação de Portugal,
apresenta valores de referência para ocupação das estantes. A indicação é de que a capacidade média de uma
prateleira de 1,00m de largura é de 40 livros. Trata-se de um valor de referência que pode ser adotado aqui no Brasil
para acervos de literatura, ciências humanas e sociais, ciências exatas entre outros, ou seja, acervos que contemplem
livros de espessura média. Nestes casos, a média em torno de 45 livros por prateleira de 1,00m já prevê os 25% da
prateleira indicados para crescimento do acervo. Percebe-se que a realidade do acervo de cada biblioteca é
fundamental neste tipo de cálculo. Um acervo de referência, da área de direito ou da saúde, cujos livros são em geral
mais espessos, apresenta um índice menor de ocupação, em torno de 34 livros por prateleira de 1,00m, com
ocupação de 75% da mesma.
Cabe observar que se trata de valores de referência, deve-se buscar a adaptação de cada índice a
realidade da biblioteca, dos usuários e das rotinas de trabalho.
2.2 Setor de empréstimo
O setor de empréstimo contempla os serviços de empréstimo e devolução dos documentos, e não raras
vezes, o setor de referência da biblioteca. Por isso deve ser espaçoso e confortável, de forma que todos os
funcionários e usuários atendidos se sintam à vontade neste setor. Para planejá-lo, é necessário pensar em alguns
detalhes:
a) número de funcionários que trabalham no setor (no horário de maior concentração);
b) serviços prestados;
c) número de usuários atendidos (no horário de maior concentração);
d) média de empréstimos diários;
e) uso de fichários ou empréstimo automatizado, necessidade de impressoras de cupom de
empréstimo e devolução;
f)
uso de aparelhos para desativação e reativação de etiquetas magnéticas anti furto;
g) espaço destinado aos livros devolvidos, até que estes sejam recolocados nas estantes;
h) espaço destinado aos livros que precisam de reparos e encadernação.
Considerando a racionalização dos recursos humanos, o setor de empréstimo deve se constituir em um
posto de observação e apoio ao funcionamento geral da biblioteca.
Anexo ao setor de empréstimo é conveniente instalar armários ou escaninhos para que os usuários deixem
seus pertences, evitando a entrada de usuários portadores de pastas, mochilas e bolsas.
2.3 Setor de leitura
Para planejar este setor é necessário considerar a quantidade de usuários, principalmente nos horários de
maior concentração. O MEC (2002), conforme já visto, considera pertinente que a biblioteca universitária ofereça salas
de estudo em grupo e individuais, recomendação que pode ser estendida a outros tipos de bibliotecas.
O documento de Apoio Técnico para as Bibliotecas Escolares do Ministério da Educação de Portugal,
oferece alguns cálculos que podem servir como referência no estudo da organização e instalação de uma biblioteca.
O documento indica que para bibliotecas escolares portuguesas, deve-se usar o percentual de 10% da população
total da escola para prever capacidade de usuários sentados, e mais 5% de capacidade circulante. Assim, em uma
instituição com 100 alunos matriculados, deve-se prever 10 cadeiras/mesas para leitura e espaço físico para 5
usuários circulando permanentemente na biblioteca. Os índices apresentados pelo estudo podem auxiliar no
planejamento das bibliotecas nacionais, desde que analisadas as características locais de cada instituição.
Considera-se pertinente e adequada a disponibilização dos equipamentos para leitura dos diversos
suportes de informação contidos no acervo, como computadores com drive de CD Rom, DVD e disquete, televisões,
vídeos cassete, aparelhos de DVD e leitores de microfilme.
O piso deste setor pode diferenciar-se do restante da biblioteca pela necessidade de silêncio para
concentração dos usuários leitores. Por isso, é indicado a instalação de piso com maior capacidade de absorção
acústica.
2.4 Coleções especiais
A biblioteca deve prever um espaço físico para guarda e utilização de coleções especiais e obras raras,
projetado para atender as necessidades deste tipo de documento.
3 CONFORTO AMBIENTAL
É necessário fazer da biblioteca um ambiente tranqüilizante, criando uma atmosfera que favoreça a leitura
e pesquisa, mas que ao mesmo tempo instigue a discussão de idéias e a criatividade de seus freqüentadores.
Em prédios ou salas já existentes eventualmente não é possível proporcionar mudanças substantivas
quanto ao conforto ambiental. Porém, a adoção de alguns cuidados poderão minimizar as condições desfavoráveis
de conforto que existirem:
a) isolamento acústico ou utilização de mecanismos para redução de ruídos;
b) utilização de quebra sol para proteção de aberturas e evitar a incidência de raios solares
sobre o acervo e usuários;
c) manutenção de temperatura e umidade estáveis, agradáveis ao usuário;
d) renovação natural ou mecânica do ar;
e) controle do peso, altura e qualidade dos equipamentos e mobiliário, a fim de preservar a saúde e bem
estar dos funcionários e usuários.
No projeto da Biblioteca Municipal de Alpiarça, em Portugal, preservaram-se as condições que garantem o
melhor comportamento térmico e de iluminação natural, porém todos os aspectos foram complementados com as
instalações técnicas adequadas e necessárias ao conforto dos usuários e à conservação de todos os documentos.
A temperatura seca elevada ou o ar saturado de umidade provocam fadiga humana. Por isso a importância
de se controlar a temperatura e a umidade de um ambiente de trabalho. De acordo com Mambrini (1997), o ser
humano responde as condições do ambiente de duas maneiras: uma fisiológica, através do suor e dos batimentos
cardíacos; e outra comportamental, através do sono, cansaço e redução na capacidade de trabalho.
A relação de conforto térmico é difícil de ser obtida em algumas regiões do Brasil, como por
exemplo a região sul. As soluções previstas para
o período de frio se contrapõem ao período de calor, sendo necessário a
busca de uma solução mecânica. Nestas regiões, trabalha-se com as condições de verão, já que é mais econômico
aquecer um ambiente do que refrigerá-lo. (MAMBRINI, 1997).
3.1 Temperatura, umidade e ventilação
Além de provocar desconforto nos funcionários e usuários, as variações na temperatura e umidade de uma
biblioteca podem provocar o aparecimento de fungos e bactérias nos documentos, além do ressecamento do papel.
Desta forma deve-se tentar ao máximo manter temperatura e umidade constantes. Em regiões tropicais como o Brasil
é muito difícil manter a estabilidade da temperatura e da umidade de forma natural, sendo o controle mecânico a
solução ideal.
Segundo Ogden (2001b), a recomendação para bibliotecas é temperatura estável em torno de 21°C, e uma
umidade relativa do ar estável entre um mínimo de 30% e um máximo de 50%. Para a autora, a instituição deve
escolher temperatura e umidade e mantê-las estáveis, mesmo à noite e nos finais de semana. Os custos adicionais
para manter um sistema mecânico em operação são menores do que os custos para tratamento do acervo
deteriorado pelo clima inadequado. Ogden (2001) relembra, no entanto, que os padrões adequados para acervos em
papel diferem dos padrões ideais para outros suportes documentais, bem como para a própria manutenção do
edifício da biblioteca. Por isso, escolhas e concessões difíceis são inevitáveis.
De acordo com o levantamento feito por Mambrini (1997), diversas bibliotecas mantém temperatura e
umidade constantes, como a Biblioteca Nacional da França, que mantém as mesmas em 18° C e 55%,
respectivamente.
A umidade pode resultar de água adicionada ao ambiente intencionalmente (por exemplo, através de
umidificadores, nas regiões muito secas) ou acidentalmente (através de vazamentos ou inundações); ou
gradualmente (por meio de materiais que absorvem a umidade, como os
livros e a madeira); ou devido as mudanças na temperatura (aquecimento e refrigeração). (OGDEN, 2001b).
Para ser confortável, um ambiente precisa de renovação de ar constante, tanto para a higiene, quanto
para a dissipação de calor e a desconcentração de vapores, fumaça e poeiras (MAMBRINI, 1997). Assim, são
recomendadas aberturas móveis e reguláveis, colocadas em paredes opostas, posicionadas na parte superior e
inferior, permitindo a ventilação cruzada. O ar quente sai através das aberturas próximas ao teto, e o ar novo entra
pelas aberturas mais próximas ao piso da biblioteca. Portanto, a ventilação para climas temperados, que serve
basicamente para higienização, deveria ser feita pelas aberturas superiores.
Em locais muito úmidos, é válido lembrar a necessidade de manter portas e janelas fechadas, evitando a
entrada de mais umidade para dentro da biblioteca. Nestes casos, a ventilação pode ser feita artificialmente,
evitando, além da entrada de umidade, também a entrada de poeira e pó.
Segundo Ogden (2001b):
Várias medidas adicionais podem ser tomadas para controlar a qualidade do ar.
Uma delas é fornecer uma boa troca de ar nos espaços onde as coleções são
armazenadas ou utilizadas, desde que se mantenha o mais limpo possível o ar que
entra. Deve-se tomar cuidado para que as aberturas de entrada de ar não sejam
localizadas perto das fontes de poluição pesada, como, por exemplo, uma área de
carga e descarga onde caminhões fiquem com o motor ligado em ponto morto.
Outra medida é manter fechadas as janelas exteriores. [. . .] Por fim, as fontes de
poluição atmosférica devem ser eliminadas, na medida do possível. Os automóveis
e a indústria, as maiores fontes de poluição, provavelmente ficarão fora do controle
da instituição. Entretanto, outras fontes podem ser reduzidas: os cigarros, as
máquinas fotocopiadoras, certos tipos de materiais de construção, tintas,
vedadores, materiais de madeira para armazenagem ou exposição, produtos
químicos para limpeza, móveis e carpetes. (OGDEN, 2001b, p. 10).
Observa-se que o bom senso e a criteriosa análise e monitoração do ambiente e fatores que influem sobre
ele devem prevalecer no momento da decisão acerca da temperatura, umidade e ventilação.
3.2 Iluminação
Segundo Ogden (2001), os níveis de luz são medidos por lux (lumens por metro quadrado). As
recomendações para materiais sensíveis são níveis inferiores a 55 lux, e para materiais menos sensíveis a luz
permite-se um máximo de 165 lux. Os níveis de lux podem ser medidos com um medidor de luz ou com uma
máquina fotográfica reflexiva com medidor embutido2.
Não é possível definir um padrão absoluto para uma iluminação correta, pode-se indicar alguns níveis de
intensidade aproximados e alguns critérios para um resultado satisfatório. Sabe-se que a lâmpada fluorescente é mais
econômica e oferece maior facilidade de manutenção. Segundo o Ministério da Educação (2001), os parâmetros para
iluminação artificial é de uma luminária fluorescente 2 X 40W a cada 8m2 , procurando gerar iluminação uniforme em
todos os pontos de trabalho, como as salas de pesquisa e leitura, salas de trabalho interno (catalogação,
classificação e indexação e restauração) bem como o espaço destinado ao acervo. Os espaços de circulação,
empréstimo e referência podem dispor de menos iluminação já que, na biblioteca, a luz pode definir e modelar
espaços de acordo com os setores.
A iluminação fluorescente é desaconselhada por Ogden (2001b), visto que este tipo de lâmpada emite
energia ultravioleta. As lâmpadas incandescentes (lâmpada doméstica comum) são as mais indicadas por emitirem
pouca luz ultravioleta, porém, por emitirem calor, deve-se ter a precaução de instalá-las a certa distância dos
documentos. A autora lembra que os danos causados pela luz são cumulativos, e os níveis mais baixos de iluminação
significam menos danos, a longo prazo.
Para iluminação do acervo, as lâmpadas são melhores aproveitadas quando posicionadas na mesma
direção das estantes, ou seja, para cada corredor de estante uma fileira de lâmpadas. Deve-se observar a altura das
2
Para maiores detalhes deste procedimento acesse http://siarq02.siarq.unicamp.br/cpba/pdf_cadtec/14_17.pdf
estantes, evitando a proximidade dos livros ao calor dos reatores. As últimas prateleiras são geralmente mais difíceis
de iluminar, o que pode ser minimizado com um piso claro, que refletirá a luz melhorando a qualidade de iluminação
mais próxima ao chão.
Quanto à iluminação natural, alguns cuidados são fundamentais, principalmente quando a mesma incide no
acervo. Embora todos os comprimentos de luz sejam nocivos, os raios ultravioleta são especialmente prejudiciais a
acervos documentais. Os raios solares alteram o papel e outros suportes da informação, portanto, é necessário usar
cortinas e persianas que filtrem os mesmos. Já existem no mercado diversos fornecedores de persianas com esta
finalidade.
A iluminação natural de uma biblioteca é tida por arquivistas, conservadores e restauradores como
extremamente prejudicial ao acervo de documentos. Porém, na opinião de um arquiteto:
Recentemente duas questões têm sido causa de preocupação.
Primeiramente, a conscientização de que
o uso de energia envolvida na provisão de luz artificial
contribui significativamente para a poluição ambiental global; e em segundo lugar,
que a falta de luz do dia pode determinar efeitos fisiológicos e psicológicos
prejudiciais aos usuários dos edifícios. Essas questões, juntamente com as
questões estéticas e arquitetônicas, depõem a favor do uso da luz natural.
(MAMBRINI, 1997, p. 115).
Portanto, podemos concluir que o uso de luz natural nas bibliotecas deve ser muito bem
projetado. Conforme atesta o levantamento feito por
Mambrini (1997) em projetos de biblioteca situadas em diferentes paises, o
uso de janelas, vidros e clarabóias propicia grande perda de calor no inverno, além da incidência direta dos raios
solares. Portanto, a escolha de soluções
para a eficiente iluminação natural deve levar em consideração todos os aspectos climáticos locais.
A iluminação artificial pode ter seu custo reduzido quando instaladas
luminárias individualizadas nas mesas de leitura, de forma que as mesmas só são acionadas quando em uso,
minimizando o consumo de energia elétrica.
Devem ser previstos pontos elétricos para uso de aparelhos eletrônicos, como laptopts, notebooks e
carregadores de bateria de telefone celular, principalmente nos espaços de maior convivência, como a sala de leitura.
3.3 Acústica
O conforto acústico pode ser favorecido através dos revestimentos usados no forro da biblioteca, no piso e
nas paredes, que devem propiciar a absorção acústica. Outra boa opção é utilizar a área do acervo como uma
barreira de som, dividindo espaços de maior ruído, como o setor de empréstimo, com outros onde o silêncio é
necessário. Segundo Mambrini:
Para a eliminação de ecos ou reverberações, um recurso eficiente é o de substituir
uma grande sala de leitura, em várias salas menores. Isso dá a possibilidade de se
minimizar os ruídos, ao mesmo tempo de criar espaços mais individualizados.
(MAMBRINI, 1997, p. 111).
Quando o prédio é projetado especialmente para abrigar a biblioteca, engenheiros e arquitetos podem
beneficiar a acústica através de um bom projeto, com medidas proporcionais, diminuição ou proteção das
canalizações, tubulações de ar condicionado ou elevadores.
A opção pelo uso do carpete com o objetivo de absorção acústica foi pesquisada por Mambrini (1997), que
indica que tanto a Biblioteca Nacional da França, bem como o British Museum, em sua sala de leitura, utilizam
carpete, apesar das inúmeras dificuldades em relação a limpeza deste material.
O piso a ser aplicado deve ser de alta resistência, para suportar o acervo da biblioteca. Este é um item a ser
priorizado, já que o piso influi diretamente no barulho, ou seja, pode contribuir para absorver os ruídos existentes na
biblioteca, como os pisos emborrachados, porcelanato ou carpete, ou, ao contrário, pisos que não contribuem para
absorção acústica, como as cerâmicas e laminados em madeira.
4 SEGURANÇA E PROTEÇÃO
O projeto arquitetônico deve prever, tanto para o prédio novo quanto para a adaptação de um já existente,
extintores, alarmes de incêndio e saídas de emergência, bem como segurança para inundações, ventos fortes e
temporais.
De acordo com o Ministério da Educação, em seu Manual para Adequação de Prédios Escolares (2001,
p.8), o aspecto da segurança deve ser considerado em toda a extensão que o termo possa implicar:
a) adequar os ambientes da edificação para uso por portadores de deficiência (construção de rampas,
colocação de corrimãos, sanitários adequados, etc.);
b) segurança contra furtos, vandalismo, etc;
c) riscos para os usuários pela utilização de materiais inadequados (pisos derrapantes, degraus
desnecessários, quinas);
d) eliminação de reentrâncias e saliências em piso, paredes e esquadrias;
e) estabilidade do prédio e dos equipamentos;
f)
previsão de equipamentos de combate a incêndio.
Quanto a segurança do acervo, podem ser utilizados circuitos internos de televisão, inibindo a ação dos
predadores. Os sistemas anti furto para biblioteca estão sendo utilizados com grande êxito. Através de dispositivos
implantados dentro da cada livro, e das antenas instaladas na entrada e saída da biblioteca, reduzem o furto de
livros, permitindo que os funcionários trabalhem tranqüilamente na biblioteca, sem ter que se preocupar em vigiar o
usuário no setor de acervo.
5 CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO
De acordo com Ogden (2001) os livros devem ficar no mínimo a 7cm de distância de paredes, para
facilitar a circulação de ar ao seu redor e evitar bolsões de ar úmido, especialmente quando a parede é uma parede
externa do prédio:
Os livros devem estar em posição vertical sobre as prateleiras, sem inclinação para
um lado ou outro, pois isso força a encadernação. Devem ser colocados de forma
a encher as prateleiras, a fim de evitar que se inclinem; entretanto, não se deve
aperta-los de forma a provocar danos ao retira-los da estante. Caso as prateleiras
não estejam cheias, devem ser utilizados bibliocantos para manter os livros de pé.
Estes suportes devem ser a prova de danos, com superfícies lisas e cantos
arredondados, para evitar o risco de arranhar as encadernações, rasgar ou
amassar as folhas. (OGDEN, 2001, p.7).
A mobília de aço com revestimento a pó evita os problemas de emissão de gases relacionados à mobília
com revestimento em esmalte. Segundo Ogden (2001), os testes realizados com o mobiliário de aço com revestimento
a pó indicam que o revestimento é quimicamente estável, evitando problemas de emissão de gases associados ao
esmalte.
As prateleiras de arame de aço constituem uma alternativa, já que proporcionam boa circulação de ar e tem
boa durabilidade. Porém, o arame deixa marcas permanentes em documentos não protegidos, tornando-se
necessária a utilização de caixas para acondicionamento dos documentos.
O mobiliário em madeira é tido como uma boa opção estética para a biblioteca, porém, o mesmo não pode
ser dito em relação à infestação de pragas como o cupim e a preservação dos documentos:
[. . .] a madeira, os seus compostos e alguns seladores e adesivos emitem ácidos
e outras substâncias danosas. Embora os níveis das emissões sejam mais altos no
inicio, os voláteis estão presentes ao longo da
vida dos materiais na maioria dos casos. Visando-se a prevenção contra
potenciais danos às coleções, deve-se evitar a mobília de armazenagem de
madeira ou de seus subprodutos. (OGDEN, 2001, p.40).
Ogden (2001) nos lembra que a mobília, independente do material escolhido, deve ter um acabamento liso
e não abrasivo, resistente a aranhões, beiradas cortantes e saliências, devem ser fortes para não dobrar ou empenar,
devem ser ajustáveis, para acomodar documentos de vários tamanhos, e a prateleira mais baixa deve ficar a uma
altura mínima de 10 a 15 cm do piso, a fim de proteger as coleções dos danos provenientes da água, no caso de
inundações, ou mesmo danos provocados durante a limpeza da biblioteca.
Para acondicionamento de materiais de grandes dimensões, sugere-se o uso de mapotecas com gavetas
largas e rasas. Segundo Ogden (2001), é importante evitar arquivos feitos em material que pode contribuir com a
deterioração do papel, sendo o metal menos danoso do que a madeira.
Recomenda-se que as gavetas das mapotecas planas não tenham mais de duas polegadas
(5,08cm) de profundidade. Quanto mais funda a gaveta, maior o peso sobre os itens nela guardados e maior a
tensão por eles sofrida ao retirá-los.
A autora recomenda que a biblioteca possua uma grande superfície vazia (como uma mesa)
próxima da mapoteca para o exame dos materiais ali acondicionados. A própria mapoteca, em sua parte
superior, presta-se a essa finalidade. Grande área livre também é necessária para abertura das gavetas e remoção
dos documentos ali acondicionados.
6 LINHA BICCATECA
A linha de estantes e complementos Biccateca responde às necessidades de uma biblioteca. Projetadas
para durar, as peças são confeccionadas em aço SAE 1010/1020, atendendo as exigências de resistência e
segurança. Todos os produtos recebem tratamento anticorrosivo
e pintura pelo sistema eletrostático a pó, garantindo a durabilidade, resistência à abrasão e a umidade, promovendo a
facilidade de limpeza e a preservação dos documentos de uma biblioteca.
6.1 Estantes
A Biccateca escolheu o aço para produzir sua linha de estantes por ser um material de difícil combustão, de
fácil manutenção e limpeza e excelente resistência. Além disso, o aço evita a proliferação de cupins e outros insetos
comuns no ambiente onde os documentos são predominantemente em suporte papel, favorecendo um layout
moderno e informal à biblioteca. O conceito de ambiente informal constitui uma tentativa de interpretar
arquitetonicamente a idéia de biblioteca como suporte de contradições, dinamismo e pluralidade, características
intrínsecas à essência do seu conteúdo – a informação.
As estantes projetadas para uso específico no ambiente da biblioteca são desenvolvidas para suportar o
peso dos documentos em papel. Objetiva-se também atender à ergonomia, e desta forma as estantes são projetadas
para o uso de um jovem e adulto com altura média do brasileiro, observando-se as relações entre estatura e alcance
com as mãos. Todos os itens relativos a ergonomia no trabalho tem respaldo na Norma Regulamentadora (NR)
número 17, do Ministério do Trabalho. Esta NR visa estabelecer parâmetros que permitem a adaptação das condições
de trabalho às característica psico-fisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
desempenho e segurança.
A capacidade de cada estante é um dos fatores considerados, e por este motivo, toda a linha de estantes
está disponível em alturas de 2,00m e 2,30m. A estante de 2,00m permite o alcance confortável até a última prateleira,
que pode ser colocada a 1,75m de altura, sendo este um dos fatores humanos considerados pela Biccateca. Já a
estante de 2,30m não permite o alcance confortável, principalmente em bibliotecas escolares, que atendem ao
público infanto-juvenil, porém, permite o maior aproveitamento do
espaço, já que apresentam uma prateleira a mais, quando face simples, ou duas, quando face dupla.
As prateleiras são reguláveis, já que são apoiadas nas colunas, facilmente colocadas e retiradas. De acordo
com testes realizados na indústria, o peso suportado por cada prateleira é 100 kg. A capacidade de cada prateleira
varia em função da área do conhecimento: livros técnicos da área médica contêm em geral um maior número de
páginas, o que torna o livro mais espesso. Se considerarmos livros de literatura geral, estes não são tão espessos, o
que possibilita um maior número de livros por prateleira. Sugere-se que as prateleiras nunca estejam totalmente
ocupadas para não atrapalhar o manuseio dos livros e sua ventilação, além de permitir a ampliação do acervo.
A altura entre as prateleiras das estantes Biccateca é variável, já que as mesmas são reguláveis. Porém, as
prateleiras forem colocadas proporcionalmente na coluna a altura obtida é 36cm, permitindo a guarda de documentos
mais altos, como atlas e enciclopédias.
Recomenda-se que as estantes sejam instaladas com espaço mínimo de 0,90cm de corredor, já que esta
é a medida adequada para uma abertura interna (por exemplo, uma porta) portanto, permite uma boa circulação de
pessoas, inclusive a passagem de cadeira de rodas.
6.2 Linha Kids
A preocupação com o estímulo ao desenvolvimento do hábito da leitura torna-se visível e constante entre
educadores, pais e pessoas ligadas à área educacional. A leitura e a descoberta têm sido substituídas pela facilidade
da Internet, do videogame, da televisão e pelos brinquedos prontos que realizam tudo, impossibilitando o exercício do
criar, do inventar e do faz-de-conta. Entretanto, não há processo educativo que se possa realizar sem a convivência
com os livros: são eles os responsáveis pela maioridade cultural do homem.
Diversos autores afirmam que nos primeiros anos de vida a criança deve receber estímulos de
leitura, sendo a exposição de livros e revistas
ilustradas uma das formas de incentivo à leitura. Neste contexto, as Bibliotecas Infantis e Escolares assumem um
papel fundamental no desenvolvimento da criança, que muitas vezes é de apresentá-las ao mundo dos livros e
incentivar o hábito da leitura.
De acordo com Panet (1988), a Biblioteca Infantil tem como usuários todas as crianças de uma
comunidade, ou seja, seu raio de ação é bem abrangente. Já a Biblioteca Escolar fica situada na escola e se destina
basicamente aos que a integram. Possui um caráter privativo e deve proporcionar materiais básicos e necessários ao
processo ensino-aprendizagem.
Para usuários tão especiais a Biccateca desenvolveu uma linha específica que atende as necessidades
deste público. A linha Kids tem 1,42m como altura padrão, e foi desenvolvida para crianças que freqüentam até a
quarta série do ensino fundamental. Estas crianças têm em média 10 anos e são as que geralmente ainda freqüentam
a Biblioteca Infantil e participam da Hora do Conto. A linha possui estante face simples e dupla para livros, e também
estante expositora. Nesta idade, a capa do livro chama muito a atenção da criança, e por isso é fundamental que se
deixe exposto parte do acervo de livros, como por exemplo, as novas aquisições.
6.3 Expositores
As estantes expositoras estão disponíveis com 2m e 2,30m de altura e também na Linha Kids. Servem para
exposição de livros e revistas, sendo que cada prateleira comporta quatro revistas com a capa inteiramente exposta.
O modelo articulável permite a utilização da prateleira para guarda de materiais, como por exemplo, os
fascículos anteriores do periódico exposto na prateleira inclinada.
6.4 Estantes VHS, Cds e Dvds
A Linha de estantes para fitas VHS, Cds e Dvds foi projetada para a guarda específica destes suportes,
pensando na economia de espaço na biblioteca, já que a profundidade das mesmas é 0,315m, menor que uma
estante comum. Além de racionalização do espaço, as estantes possuem divisórias para cada documento, o que
possibilita a maior proteção dos mesmos, evitando a queda com efeito dominó.
Em relação às fitas VHS, o risco de desmagnetização foi especialmente considerado pela Biccateca.
Através de um estudo encomendado, realizado no Centro Tecnológico da Universidade Regional Integrada do Alto
Uruguai e das Missões – Campus Erechim, constatou-se valores máximos de 4oe para a estante para fitas VHS
produzidas pela Biccateca, não interferindo na magnetização das fitas VHS e S-VHS, cujos valores de coercitividade
vão de 800 a 1650 oe. Portanto, não há influencia prejudicial à gravação da fita, já que existe uma diferença muito
grande entre a intensidade de campo presente e a coercitividade da fita.
6.5 Bibliocantos
São suportes para manter os livros unidos na posição vertical. Para atender as necessidades específicas de
cada biblioteca, a Biccateca apresenta a linha de bibliocantos em tamanhos e espessuras diversos, específicos para
cada tipo de documento. Para livros mais pesados, os bibliocantos com chapa reforçada (chapas 1,5mm e 2mm) são
os ideais pela resistência apresentada. Os bibliocantos feitos em chapa 0,90 e 1,2mm são indicados para bibliotecas
infantis, cujo acervo é mais leve e damanda menos resistência do bibliocanto.
6.6 Mapoteca
A mapoteca está disponível em duas larguras e profundidades diferentes, possibilitando a guarda de
impressos de diferentes tamanhos. As gavetas medem 5 cm de altura, podendo variar a quantidade de impressos
que cabem dentro de cada gaveta de acordo com o tipo, por exemplo, mapas com suporte em madeira ocupam
mais espaço do que os cartazes.
6.7 Carrinho para transporte de livros
O carrinho para transporte de livros é ideal para otimizar o recolhimento e distribuição de livros, evitando
que o funcionário se desloque diversas vezes à mesma estante. Pode ser útil também como suporte auxiliar durante
os procedimentos de limpeza e manutenção dos livros e estantes. O uso do carrinho propicia maior conforto ao
funcionário, dispensando que ele carregue os livros até a estante.
6.8 Caixas para periódicos
Em duas versões, com fundo aberto e semi-fechado, a caixa para periódico Biccateca promove a melhor
organização e armazenamento da coleção de periódicos. Produzidas em chapa 0,90mm, são leves para manusear e
fáceis de retirar da estante.
A capacidade de cada caixa é em torno de 12 fascículos. Portanto, um ano inteiro de uma assinatura
mensal cabem em uma caixa. Para guarda de periódicos semanais, calcula-se quatro caixas por ano.
6.9 Porta Etiqueta
O porta etiqueta Biccateca é produzido na espessura de uma prateleira, inclusive das estantes específicas
para uso em biblioteca produzidas por outros fornecedores. Desta forma, deve ser fixado na prateleira sem parafusos,
mantendo-se firme com o peso dos livros ali colocados.
O porta etiqueta apresenta-se com 20cm de largura e abas que sustentam a lâmina de sinalização que
permitem que a mesma tenha uma altura de 2cm, proporcionando excelente visualização dos assuntos sinalizados.
6.10 Indicador Topográfico
O indicador topográfico projetado pela Biccateca atende as necessidades de sinalização dos corredores
de estante de uma biblioteca. Deve ser parafusado no alto da coluna da estante, possibilitando que o usuário
conheça os assuntos contemplados em cada corredor.
6.11 Escada
Desenvolvida para uso nas bibliotecas, a escada em aço apresenta-se com 41cm de altura e dois degraus,
permitindo o alcance com segurança de documentos posicionados nas prateleiras superiores.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL. Portaria n. 3751, de 23 de novembro de 1990. Altera
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