Stella Maris - Faculdade de Educação da UFMG
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Stella Maris: um periódico escolar como fonte para a história da educação (São João del-Rei, 1938-1960) Fabiana de Arruda* Christianni Cardoso Morais** RESUMO: O presente trabalho pretende estabelecer um diálogo entre a História da Educação e a Semiótica para traçar métodos de utilização de documentos iconográficos, em especial fotografias. Procuraremos demonstrar como o periódico Stella Maris (publicado pelo Colégio N. Sr.ª das Dores em São João del-Rei) pode ser tomado como importante fonte para a História da Educação, principalmente para a análise de imagens fotográficas. As fotos publicadas pelo jornal, tanto paradas quanto em movimento, permitem que o cotidiano do Colégio seja, em parte, desvelado e nos dão mostra de como era criada, naquele período histórico, uma representação da profissão docente entre as mulheres. PALAVRAS-CHAVE: imagens fotográficas; fontes documentais; profissão docente. ABSTRACT: The present work attempts to establish a dialogue between the History of Education and Semiotics in order to find methods of utilizing iconographic documents, especially photographs. We sought to demonstrate how the serial Stella Maris (published by the College of Our Lady of Sorrows in São João del-Rei) can be taken as an important source for the History of Education, principally for the analysis of photographic images. The photos published by the newspaper, as much static subjects as active, allow that the everyday life of the College may be, at least in part, revealed and give us a idea of the creation, in that historical period, of an image of the teaching profession among women. KEY WORDS: photograhic images; documentary sources; teaching profession. * Estudante do curso de História da Universidade Federal de São João del-Rei. [email protected] Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais, professora do Departamento das Ciências da Educação da Universidade Federal de São João del-Rei. [email protected] ** pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA O objeto de estudo desse trabalho é o periódico Stella Maris, com textos e fotografias (paradas e em movimento), que constitui uma publicação do começo do século XX do Colégio Nossa Senhora das Dores, fundado em 1898 na cidade de São João del-Rei. A escolha do Stella Maris, sobretudo a compilação e análise de suas fotografias, como base de nossa pesquisa, foi motivada pelo fato de as representações iconográficas serem consideradas, nos últimos anos, como extremamente importantes para a História da Educação. Daí a importância de projetos que, além de uma análise textual, utilizem, prioritariamente, uma análise iconográfica. Com efeito, não são somente os textos escritos, mas uma pluralidade de documentos, dentre eles as imagens, que podem nos fornecer dados relevantes para a pesquisa em História da Educação. Segundo PAIVA, as reflexões sobre “a recepção, a apropriação e a exploração das imagens” (2004, p 32) têm sido cada vez mais exploradas nos últimos anos. As imagens fotográficas ou de outra natureza têm sido tomadas não como mera ilustração para os textos de historiadores, mas sim como fontes a serem analisadas com uma metodologia específica. As fotografias podem ser transformadas como fontes na medida em que se consiga identificá-las o suficiente para saber em que tempo e em que espaço foram efetuadas. Importante ressaltar que “a imagem não se esgota em si mesma. Isto é, há sempre muito mais a ser apreendido, além daquido que é, nela, dado a ler ou a ver [...] há [...] lacunas, silêncios e códigos que precisam ser decifrados, identificados e compreendidos.” (PAIVA, 2004, p. 19). De acordo com BARROS, “em uma perspectiva tradicional, a historiografia elegeu os documentos escritos para registro e, nesses, fatos especiais, eventos, sem vinculá-los a um cotidiano” (1992, p. 73). De outra forma, a partir de uma constante interlocução com os historiadores dos Annales, os prédios escolares expressam um conjunto de idéias, de sentidos cimentados. As rotinas escolares, as práticas e livros didáticos, os rituais acadêmicos, a condição de gênero, os eventos, os desfiles, as cerimônias, as formaturas estão hoje sendo pensados, reconceituados e trabalhados numa perspectiva abrangente, enquanto documento/monumentos da História da Educação (1992, p. 76). De acordo com essa perspectiva, não somente os textos escritos, mas uma pluralidade de documentos, dentre eles as imagens e, no presente trabalho, especificamente as fotografias, podem se tornar fontes para a História da Educação, uma vez que é possível pensar a fotografia [...] como campo documental, como expressão de monumentos, construídos por sujeitos sociais, em um esforço para impor ao futuro determinada imagem de si próprios [...]. [Uma vez em que] a imagem na fotografia expressa uma teia de relações, um campo de forças que atravessa a produção daquela imagem (BARROS, 1992, p. 80). [Grifos do autor] pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA Muitos pesquisadores têm trabalhado a dimensão imagética do espaço numa perspectiva histórica. Dentre esses pode-se mencionar FARIA FILHO (2000), VINÃO FRAGO & ESCOLANO (2001) e BUFFA & PINTO (2002). Há, dentre os citados, historiadores da educação que se debruçam sobre as fotografias dos espaços escolares priorizando sua dimensão física ou arquitetônica. Acreditamos que essa relação entre a escolha do objeto de estudo encontra-se, muitas vezes, relacionada ao fato de os prédios escolares (principalmente das últimas décadas do século XIX e primeiras do XX) terem sido construídos em diversas cidades brasileiras de forma a chamar a atenção dos que por eles passavam por sua imponência, em lugares centrais, tornandose o que BARROS (2003) nomeou de “cartão postal”. Os trabalhos que tomam como base as fotografias referentes aos sujeitos escolares são mais escassos. Importante ressaltar, sob essa perspectiva, o de CIAVATTA (2003). Daí a relevância do estudo que ora é apresentado, uma vez que prioriza as fotografias das alunas e outros agentes escolares em diversos momentos do cotidiano do Colégio Nossa Senhora das Dores. Segundo Nailda BONATO, ao estudar o caso da Escola Profissional Feminina do Distrito Federal, no início da Primeira República, o fotógrafo procura enquadrar toda a cena que lhe interessa registrar. De acordo com a autora, em muitas fotografias percebe-se a intenção do artista em revelar uma certa hierarquia dos personagens retratados e o sucesso da instituição. “Por mais neutra que possa parecer, a fotografia reflete o olhar, a postura do fotógrafo diante da realidade a ser fotografada” (2004, p. 04). Seguindo a perspectiva de Kossoy, BONATO entende ser a atuação do fotógrafo um filtro cultural, tendo por base aspectos como a eleição de um tema a ser fotografado e o seu respectivo tratamento estético, a preocupação com a organização visual dos detalhes, a forma de utilização dos recursos oferecidos pela tecnologia (2004, p. 04). Como dito acima, a fotografia demorou a encontrar o seu lugar entre as fontes históricas, sendo incorporada especialmente por Marc Bloch, um dos fundadores da Revista dos Annales. Seguindo a perspectiva de Mauad, OLIVEIRA e TAMBARA afirmam que o texto, para essa geração de historiadores, ganhou contornos mais amplos e passou a incluir toda a produção material e espiritual humana. (2004, p. 04). Entretanto, OLIVEIRA e TAMBARA dizem que os documentos fotográficos, assim como as fontes escritas, “requerem uma crítica externa e uma metodologia de trabalho, que analise os diversos ângulos deste documento” ( 2004, p. 65) e que ainda hoje verifica-se um certo preconceito com a utilização das fontes iconográficas em pesquisas. Há dois motivos para que isso ocorra: um aprisionamento à tradição escrita e as próprias dificuldades que o pesquisador encontra, entre as quais pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA envolvem a realidade fotográfica e também a necessidade de outras fontes para complementar a pesquisa. A análise iconográfica tem o intuito de inventariar e classificar o conteúdo da imagem, permanecendo no aspecto literal e descritivo. Sua utilização no apoio à análise de informações escritas, sobretudo em periódicos, é bastante relevante. Em se tratando de estudos feitos por diferentes observadores, é possível que se encontre variados pontos de vista, o que se torna um problema. Contudo, OLIVEIRA e TAMBARA afirmam que isso não ocorre apenas com esse tipo de fonte, visto que o pesquisador em diversas áreas irá confrontar-se com respostas condizentes às suas representações, seu passado e sua formação. Passando a relatar a história do Colégio N. Srª das Dores, pode-se afirmar que esta se encontra imbricada à da Santa Casa de Misericórdia de São João del-Rei. Portanto, faz-se necessário, primeiramente, caracterizar o processo de constituição desse estabelecimento de saúde. Na Vila de São João del-Rei o tratamento da saúde dos presos e doentes pobres foi, a princípio, feito pela Irmandade de São Miguel e Almas, fundada em 1716. No ano de 1783, segundo o Sr. Luiz de Mello Alvarenga, o Ermitão Manoel de Jesus Fortes criou a Casa de Caridade. Em 31 de outubro de1816 foi dada a Provisão Régia para a criação da Santa Casa da Misericórdia, que iniciou seus trabalhos a 31 de janeiro de 1817. A Santa Casa da Misericórdia de São João del-Rei tinha como finalidade tratar dos doentes e presos pobres, recolher e criar as crianças órfãs. De sua fundação até o ano de 1819, a Santa Casa só abrigava doentes internados na condição de pobres e indigentes. A partir de agosto do mesmo ano, de acordo com uma reunião da Mesa Administrativa, ficou a mesma Casa responsável em atender os chamados doentes “pensionistas”, no intuito de conseguir verbas para manter os tratamentos dos doentes pobres. A criação dos “expostos”, que era legada à Câmara Municipal, passou, a partir de 1832, a ser de responsabilidade da Santa Casa, ficando a Câmara comprometida a repassar 1/6 de seus rendimentos anuais para auxiliar na manutenção dos órfãos. Em 21 de agosto de1870 foi inaugurado o prédio do Recolhimento das Expostas, que tinha a finalidade de abrigar, educar e preparar as órfãs sob todos os aspectos da vida moral e espiritual. No ano de 1887 a Câmara Municipal determinou o fechamento da Roda dos Expostos, assim como o fornecimento de remédios e assistência médicas aos presos pobres. Portanto, ficou a cargo da Santa Casa a manutenção das órfãs alocadas no Asilo das Expostas, o que deveria ser feito com recursos próprios. Em 1889 as Irmãs Vicentinas vieram da França para São João del-Rei com a atribuição de organizar o funcionamento e manter a Santa Casa (tendo como Madre Superiora a Irmã Matricon). Deram também início ao projeto de construção de um novo prédio para o Recolhimento das Expostas, assim como um colégio que arrecadaria fundos para a manutenção das órfãs. O Acervo da Santa Casa foi organizado e descrito durante a execução do projeto Levantamento, organização e classificação dos documentos e obras raras dos pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA arquivos e bibliotecas de São João del-Rei e Tiradentes, desenvolvido em 1996 sob coordenação da Professora Titular aposentada Lucy G. Fontes Hargreaveas(da Escola de Ciência da Informação da UFMG), na época pesquisadora visitante pela FAPEMIG, e outros profissionais e bolsistas da então FUNREI (atual UFSJ). Há disponível na Internet um Guia de Fontes dos documentos da instituição que pode ser encontrado no endereço http://www.ufsj.edu.br (procurar: pesquisa – laboratórios – Laboratório de Conservação de Papel). Esse corpus possui 142 códices e 6.439 documentos avulsos, referentes à Santa Casa, como termos e deliberações da mesa administrativa, relatórios anuais, receita e despesa, esmolas e pedidores, aluguéis de casas e escravos, óbitos e batizados, registros de expostos, farmácia, conhecenças e sepultamentos, atestados de óbito, correspondências, cartas de alforria, relações de pensionistas e pagamentos, guias de internação, receituário etc. No mês de julho de 1996 foram encontrados nos porões do Colégio Nossa Senhora das Dores os documentos avulsos pertencentes à Santa Casa. Essa documentação se encontrava sob a custódia do Colégio Nossa Senhora das Dores porque o mesmo fazia parte do conjunto arquitetônico da Santa Casa. Ao assumir a Santa Casa, as Irmãs constataram que a mesma passava por dificuldades financeiras. A construção do Colégio Nossa Senhora das Dores, uma instituição particular, foi o meio a partir do qual as Vicentinas puderam manter o funcionamento do referido estabelecimento de saúde. Conhecido na cidade como “O Gigante Azul”, o referido colégio foi construído com dinheiro arrecadado pelas Irmãs. Sua conclusão se deu em 1898, tendo sido inaugurado no dia 15 de setembro do mesmo ano. Tinha capacidade para abrigar cem alunas internas e mais outras tantas externas, sendo referência na região no que diz respeito à formação primária, “ginasial” e “secundária” do sexo feminino. Atualmente o Colégio Nossa Senhora das Dores não pertence à Santa Casa. As Irmãs deixaram sua direção em 1962. O estabelecimento de ensino foi vendido em julho deste ano para a Ordem de São Vicente de Paula, que o arrendou a terceiros, em regime de comodato. Essa instituição escolar existe até hoje. Trata-se ainda de uma escola particular que oferece Pré-Escola (03 a 06 anos de idade) e os níveis Fundamental e Médio de ensino, nos turnos matutino e vespertino. Visto o processo de constituição do referido Colégio, partimos para o nosso objetivo, que é demonstrar como o periódico Stella Maris pode ser tomado como uma importante fonte para historiadores da educação, priorizando aqueles que analisam imagens fotográficas. Existem exemplares dos anos IX ao XII; XXXI e XXXII, correspondentes aos seguintes intervalos de tempo: 19381952 e 1960-1963. Além de textos das alunas, professoras ou de autoridades eclesiásticas, lendas, contos com fundo moral católico etc., o periódico contém fotografias de excursões feitas pelas estudantes (ao Rio de Janeiro, Petrópolis, São Paulo, Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana etc.), das horas de recreio, cenas de peças teatrais, de bailados, de apresentações de orfeões (coros), de jogos de vôlei, ginástica recreativa e de desfiles pelas ruas da cidade em datas comemorativas (07 de setembro, procissões, aniversário do Colégio, semana pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA eucarística). Há também fotos das alunas na escada em frente ao Colégio, que normalmente eram tiradas após o retorno das viagens. As fotografias permitem conhecer algo do cotidiano da instituição, bem como suas atividades: os passeios culturais, as vitórias no esporte, a beleza estética dos bailados, peças e coros. Verifica-se ainda no periódico Stella Maris fotografias das turmas de concluintes em seus uniformes do dia-a-dia e das alunas que se destacavam em suas classes no último ano de estudos, as “formandas homenageadas”. As fotos eram seguidas de pequenas autobiografias e, em alguns casos, frases elogiosas das professoras acerca dessas alunas, apelidos pelos quais eram conhecidas na turma etc. Até o presente momento foram analisados os jornais publicados entre 1938 e 1963. Os dados fotográficos e de outras imagens publicadas no periódico foram contabilizados, descritos e podem ser observados nos quadros que se seguem: NÚMERO 01 02 03 04 MESES Março/Abril Maio Junho/Julho Agosto 05 Setembro 06 Outubro/ Novembro/ Dezembro Stella Maris, Ano IX, 1938 FOTOGRAFIAS/IMAGENS/PÁGINAS Não há. Não há. “Jesus zelator” (p. 02). Foto de vista parcial de SJDR: homenagem ao centenário da cidade (p. 01); Foto do interior da Igreja Matriz (p. 02); Foto do trecho da avenida Rui Barbosa (SJDR; p. 07). Não há. Imagem de “Jesus zelator” (p. 01); Foto em movimento das excursionistas (professoras e alunas) na Barra da Tijuca- RJ (p. 02); Foto parada de quatro alunas sentadas na escada frontal do referido Colégio (p. 07); Foto parada das integrantes da diretoria do Conselho de Estudantes de 1938 (p. 08); Foto parada do professor José Lopes de Faria (p.09); Foto em movimento das alunas em uma excursão ao Corcovado- RJ (p. 11); Foto parada das alunas que compunham o grupo de diplomandas desse ano (p. 12); Foto parada das alunas do terceiro ano normal de 1939 (p. 15); Foto em movimento do primeiro e segundo anos normal em aula de educação física (p. 16); Foto parada das representantes da diretoria do Grêmio litero-esportivo “Alberto Magalhães” (p. 16); pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA Foto em movimento de um jogo de vôlei realizado numa excursão a Petrópolis-RJ: “Nossa Senhora das Dores x Santa Isabel” (p. 17); Imagem de “Maria Imaculada” (p. 20). NÚMERO MESES 01 Março/Abril 02 Maio 03 04 Junho Julho 05 06 Agosto Setembro 07 08 Outubro Novembro NÚMERO MESES 02 Abril 04 Junho 05 Julho 06 Agosto 07 Setembro Stella Maris, Ano X, 1939 FOTOGRAFIAS/IMAGENS/PÁGINAS Foto parada do Papa “Pio XI”, em homenagem à sua memória (p. 01); Foto parada do padre Ottoni, que faleceu no fim de novembro de 1938 (p. 02). Imagem de Maria Imaculada (a mesma presente no exemplar do encerramento do ano letivo de 1938 – p. 01). Não há. Imagem de São Vicente de Paula (acompanhado de uma criança – p. 01). Imagem de Maria (com vários anjos – p. 01). Imagem de N. Sra. das Dores (p. 01); Foto do Colégio N. Sra. das Dores (p. 03). Foto parada das excursionistas ao RJ (p. 02). Imagem de Jesus Cristo (p. 01); Foto parada do Pe. Osvaldo de Fonseca Torga (paraninfo das diplomandas de 1939 – p. 01); Imagem de Maria Imaculada (p. 02); Fotos paradas das 47 diplomandas de 1939, organizadas em ordem alfabética. Destaca-se a oradora (p. 02 a 16). Stella Maris, Ano XI, 1940 FOTOGRAFIAS/IMAGENS/PÁGINAS Não há. Foto parada dos times de vôlei “Blanc” e “Chaud” homenageando a Irmã Blanchot (p. 01); Foto em movimento do jogo acima referido (p. 02). Imagem de São Vicente de Paula (acompanhado de uma criança – p. 02). Foto parada de D. Silvério (p. 01); Imagem de Maria (com vários anjos – p. 03). Foto em movimento do desfile do dia 07 de setembro (p. 01); Imagem de N. Sra. das Dores (p. 02); Foto da Capela de N. Sra. das Dores (p. 03); Foto da fachada principal do Colégio N. Sra. das Dores (p. 04). pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA 08 09 Outubro Novembro NÚMERO MESES 01 Março 02 Abril 03 Maio 04 Junho 05 Julho 06 07 Agosto Setembro NÚMERO MESES 05 Dezembro Foto parada do Pe. Eugênio Pasquier (p.01). Foto parada das alunas sentadas na escada frontal do Colégio, ao regressarem de excurssão ao RJ (p. 01). Stella Maris, Ano XII, 1941 FOTOGRAFIAS/IMAGENS/PÁGINAS Foto parada do Cônego Antônio Carlos Rodrigues (p. 01); Foto parada das professoras de 1940 (p. 02). Foto parada de Getúlio Vargas (comemoração do dia 19 de Abril – p. 01); Foto parada do Pe. Eugênio Pasquier (p.02); Imagem de Tiradentes (p. 03). Imagem de Maria (p. 01); Foto parada do Pe. Aristides Clemente (p. 02). Imagem de Jesus Cristo (p. 01); Foto parada do Cônego Modesto de Paiva (p. 02). Imagem de São Vicente de Paula (acompanhado de uma criança – p. 01). Imagem de Maria (com vários anjos – p. 01). 02 fotos em movimento de desfile de 07 de setembro (em ângulos diferentes – p. 01); Imagem de N. Sra. das Dores (p. 03); Foto do Colégio N. Sra. das Dores em comemoração à festa de 15 de setembro (p. 04). Stella Maris, Ano XII, 1952 FOTOGRAFIAS/IMAGENS/PÁGINAS Foto parada das professoras (p. 01); Foto parada das alunas da 4.ª série ginasial (p. 01); Foto parada de 03 alunas (p. 05); Foto parada de 05 alunas (p. 06); Foto parada de 06 alunas (p. 07); Foto parada de 05 alunas na grade frontal do Colégio (p. 08); Foto parada de 05 alunas (p. 09); Foto parada de 05 alunas (p. 10); Foto parada de 06 alunas da 4.ª série e 02 Irmãs (p. 11); Foto parada de 05 alunas da 4.ª série (p. 12); Foto parada de 06 alunas da 4.ª série (p. 12); 02 fotos paradas das alunas em excursão ao RJ (p. 13); Foto parada das alunas na excursão acima pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA referida (p. 14); Imagem de N. Sr.ª das Graças (p. 15); Foto parada de 04 alunas (p. 15); Foto parada de 06 alunas (p. 15); Foto do Colégio N. Sra. das Dores (p. 20). NÚMERO 01 (1960) 02 03 04 05 06 01 (1961) 02 04 05 06 01 (1962) 02 03 Stella Maris, Ano XXXI, 1960 a 1962 MESES FOTOGRAFIAS/IMAGENS/PÁGINAS Abril Não há. Abril Não há. Maio/Junho Não há. Agosto Não há. Setembro Imagem de São Vicente de Paula (acompanhado de uma criança – p. 01). Novembro Não há. Março Não há. Maio Foto parada de D. Delfim Guedes (p. 02). Agosto/Setembr Não há. o Outubro/ Não há. Novembro Novembro Não há. Junho Não há. Agosto Foto parada da Irmã Eunice Rocha (p. 03). Outubro Não há. NÚMERO MESES 01 Junho Stella Maris, Ano XXXII, 1963 FOTOGRAFIAS/IMAGENS/PÁGINAS Foto parada do Papa João XXIII em homenagem ao seu falecimento (p. 01). Numa constante interlocução com a História da Educação e a Semiótica, após a descrição e indexação dos dados, busca-se refletir sobre esse corpus documental como importante para a História da Educação. A partir de uma classificação inicial das fotografias, percebemos que alguns “temas” ou séries se repetem. Dentre as 104 fotografias analisadas até o momento, contabilizamos 09 de prédios, como o próprio Colégio ou outros espaços públicos da cidade e 95 de agentes escolares (professores, diretores e alunas) e de pessoas homenageadas. Dessas 95 fotografias de pessoas, 86 encontram-se em poses paradas e apenas 09 em movimento. As alunas são os sujeitos escolares mais fotografados, havendo delas 71 imagens paradas e 09 em movimento. Essa disparidade entre os números revela-nos o quanto a prática de fotografar pessoas em movimento era pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA pouco utilizada no momento histórico vivido, dadas as dificuldades técnicas existentes. A respeito das fotografias paradas, percebemos que a maioria dos fotografados encontra-se na posição diagonal. Assim, com as técnicas do período, os fotógrafos utilizavam mais dessa posição para que aproveitasse a luz, dando a noção de profundidade desejada. A Semiótica é utilizada nessa pesquisa como um instrumento para abordar as imagens, “a fim de descobrir como [as mesmas] produzem sentido” (PENN, 2002, p. 319). Para a análise semiótica de imagens paradas, PENN afirma que o pesquisador deve valer-se de um conhecimento cultural específico para entender a mensagem das imagens e, quando possível, construir uma metodologia, a qual deve se basear em “uma matriz de todos os elementos identificados, e conferir se as relações recíprocas entre cada par de elementos foi ao menos considerada” (2002, p. 332). A compreensão das fotografias paradas como uma produção de sentido de um determinado tempo e um determinado espaço de formação de profissionais da educação é importante na medida em que se percebe uma materialidade impregnada de um discurso específico, que pode ser entendido e explicado. Dessa forma, a noção de neutralidade da fotografia, de “espelho do real”, é questionada. Procuramos desmistificar esse processo de “naturalização” da fotografia como “decalque do real”, considerando que a imagem fotográfica é uma elaboração do vivido, podendo se constituir como um importante componente de construção cultural (VIDAL, 1998, p. 76). As fotografias paradas em questão são pensadas como um conjunto “paradigmático” de imagens perenes, “clássicas”, signos que podem e devem ser decifrados para que se compreenda, futuramente, como foi construída, dentro desse espaço de formação de docentes, uma representação do “ideal de ser professora”. As posturas se encontram repletas de intencionalidade: um modo de ver materializado e exposto que “alfabetizava” o olhar daquelas que ingressavam no colégio, daqueles que mantinham contato com o periódico publicado ou as profissionais ali formadas. Ou seja, tornar explícito que aquelas imagens não são “neutras”, que se pretendia construir, no período em que as imagens foram efetuadas, uma identidade profissional da qual as futuras professoras deveriam se apropriar. Esse “habitus profissional” precisava ser refletido no próprio modo das alunas se apresentarem, ou seja, a subjetividade tornava-se objetiva no modo de se vestir, pentear, sorrir (ou não) e de olhar para a câmera. Assim, pode-se perceber que as professoras formadas no Colégio N. Sr.ª das Dores distinguiam-se das demais mulheres a partir de certos atributos que informavam que as profissionais da educação pertenciam a um lugar social hierarquicamente superior às iletradas ou pouco letradas. Em muitas imagens do periódico, percebemos que a pose das personagens e a distribuição dos objetos que constituem o cenário desejado pelo fotógrafo ou pelas fotografadas eram cuidadosamente pensados e articulados. Assim foram feitas as fotos paradas. Não há indícios, até o presente momento, dos autores das fotografias (fotógrafos) e nem da maneira como eram contratados. Já no caso das 09 fotos em movimento, os personagens parecem mais a vontade, como se estivessem sido surpreendidos pelo fotógrafo, principalmente pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA nos momentos de prática esportiva oferecidos pelo Colégio tanto no seu interior quanto nas excurssões. O vôlei aparece como o esporte mais fotografado e divulgado pelo Stella Maris. Observamos também no periódico jogos de advinhações, charadas, piadas. Entretanto, é importante observar que todas as brincadeiras e descontrações se fundamentavam na moral e nos “bons costumes” da Religião Católica. Além das fotografias, encontram-se nos periódicos 19 imagens de variados santos e santas importantes para as vicentinas e apenas uma imagem de Tiradentes. As imagens de santos eram publicadas em quase todos os exemplares, em especial as de Nossa Senhora das Dores e de São Vicente de Paula, confirmando a religiosidade regente na educação dada àquelas estudantes. No caso de falecimento de pessoas ligadas ao Colégio e de seus familiares, o anúncio era feito através do periódico, fornecendo informações do dia do falecimento, do local e horário do sepultamento. Como dito acima, percebe-se a freqüência de fotos em homenagem às pessoas consideradas no momento como as mais importantes da cidade, sobretudo do Colégio. Dentre esses, os padres estavam entre os mais homenageados. Nota-se a presença de textos referentes às datas consideradas historicamente importantes do mês em questão, como dia 21 de abril (dia de Tiradentes), 07 de setembro (Independência do Brasil) etc. Nossas primeiras análises sugerem que a publicação do periódico Stella Maris tinha a intenção de produzir uma representação do Colégio e das alunas que se tornariam professoras, tanto a partir dos textos, quanto das fotografias publicadas. Essa representação nos mostra, através das fotografias, mulheres sérias, comedidas, bem vestidas e penteadas, na maioria das vezes com um certo ar de contentamento, principalmente dentre as que iam se formar. Pessoas organizadas, com forte formação religiosa e, ao mesmo tempo, que mostravam sua saúde e força física através da prática de esportes. Preparadas para se tornar boas professoras, esposas e mães, capazes de realizar funções consideradas importantes para o sexo feminino. Essa representação está intimamente ligada com o momento histórico vivido, no qual as mulheres começavam a fazer parte da cena pública e a ingressar mais fortemente no mundo do trabalho, mas ao mesmo tempo não deixavam totalmente o lar e seus afazeres domésticos. Dessa forma, numa análise da materialidade do jornal em seus variados aspectos, especialmente estudando as representações iconográficas, procuramos demonstrar como essa fonte pode contribuir para os historiadores que pretendem entender a cultura e a escolarização feminina em Minas Gerais. Simultaneamente ajudar a compreender, num estudo que irá relacionar o contexto interno do Colégio com o contexto externo, dado pela sociedade da época, o processo de relativa emancipação feminina então vivido. Finalizando, a fotografia pode ser transformada em documento para a História da Educação ao ser considerada não apenas como ilustração, mas como pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA um discurso social e historicamente construído. Discurso diferente dos documentos escritos e que merece um tratamento especial, pois pertence a uma lógica específica, que tanto ilumina quanto obscurece o passado ao qual se reporta, que inclui e exclui os agentes históricos (BARROS, 2003). FONTES: Stella Maris, São João del-Rei, Anos IX-XII; XXXI e XXXII, 1938-1952, 1960-1963. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, Luiz de Mello. Efemérides da Santa Casa da Misericórdia de São João del-Rei. (mimeo). BARROS, Armando Martins de. A escola nas práticas discursivas ao olhar: sociabilidade e educação na cidade do Rio de Janeiro ao início do século XX. In: GONDRA, José et. al (orgs.). Educação no Brasil: história, cultura e política. Bragança Paulista: EDUSF, 2003. (Estudos CDAPH. Série Historiografia). p. 287309. ___. Práticas de pesquisa e fontes em História da Educação. Palestra. II Congresso de Pesquisa e Ensino em História da Educação em Minas Gerais. Uberlândia, 06 a 09/maio/2003. ___. O tempo da fotografia no espaço da História: poesia, monumento ou documento? In: NUNES, Clarice (org.). O passado sempre presente. São Paulo: Cortez, 1992. (Col. Questões da Nossa Época; v. 4). p. 69-85. BONATO, Nailda Marinho da Costa. A escola profissional para o sexo feminino através da imagem fotográfica. ANPED, 27.ª, 2004, Caxambu (CD-ROM). BUFFA, Ester & PINTO, Gelson de Almeida. Arquitetura e educação. Organização do espaço e propostas pedagógicas dos grupos escolares paulistas, 1893/1971. São Paulo: EDUFSCAR/INEP, 2002. CIAVATTA, Maria. A Escola do Trabalho – a fotografia como fonte histórica. In: GONDRA, José et. al (orgs.). Educação no Brasil: história, cultura e política. Bragança Paulista: EDUSF, 2003. (Estudos CDAPH. Série Historiografia). p. 311332. FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Dos pardieiros aos palácios. Passo Fundo: EDUPF, 2000. OLIVEIRA, M.ª Augusta M. de; TAMBARA, Elomar. A imagem fotográfica como fonte para a pesquisa em História da Educação. ANAIS DO CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, III, Curitiba, 2004. PAIVA, Eduardo França. História e imagem. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. (Col. História &...). pdfMachine - is a pdf writer that produces quality PDF files with ease! Get yours now! “Thank you very much! I can use Acrobat Distiller or the Acrobat PDFWriter but I consider your product a lot easier to use and much preferable to Adobe's" A.Sarras - USA PENN, Gemma. Análise semiótica de imagens paradas. In: BAUER, Martin W; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 319-364. VIDAL, Diana G. A fotografia como fonte para a historiografia educacional sobre o século XIX: uma primeira aproximação. In: FARIA FILHO, Luciano Mendes de (org.). 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