Sistema Circulatório

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Sistema Circulatório
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Aparelho Circulatório
Todas as células do nosso
organismo têm necessidade, para manterse em vida e desempenhar as suas
funções, de receber oxigênio e materiais
nutritivos. A tarefa de transportar a elas
esses elementos cabe ao sangue, o qual,
por sua vez, recebe das células as
substâncias de rejeição. Para realizar essa
tarefa, o sangue tem necessidade de
“circular” continuamente. Os canais dentro
dos quais o sangue circula são os vasos
sangüíneos, enquanto o coração é a
bomba que dá ao sangue o seu impulso
para circulação. Coração e vasos
constituem, no seu conjunto, o aparelho
circulatório.
A circulação abastece as células de
nutrientes e oxigênio, leva os hormônios
das glândulas endócrinas até os órgãos
onde elas atuam, e retira os resíduos
metabólicos (bióxido de carbono etc.) e
outras substâncias que as células
eliminam. Atua também no equilíbrio da
temperatura.
O sangue
Os glóbulos vermelhos, glóbulos
brancos e plaquetas tem uma função
definida. Os glóbulos vermelhos levam
oxigênio. Os brancos combatem infecções,
ou seja, vírus e bactérias que atacam o
corpo e nos deixam doentes. E as
plaquetas ficam responsáveis por parar os
sangramentos, como quando alguém faz
um corte na mão, ou seja, a plaqueta
ajuda na coagulação do sangue. Os três
estão misturados numa substância líquida
chamada plasma. Um homem tem em
média 5 milhões de glóbulos vermelhos por
milímetro cúbico de sangue.
O Sistema de Vasos Sangüíneos
Artérias: Sua função é transportar sangue
oxigenado sob uma pressão elevada aos
tecidos, por esta razão as artérias têm
paredes vasculares fortes e o sangue flui
rapidamente nelas.
O sistema circulatório é formado
por:
- Uma bomba que impulsiona o sangue
através do organismo: o coração.
- Um sistema de vasos que inclui: artérias,
arteríolas, veias, vênulas e capilares.
As artérias são tubos expansíveis
que têm três capas:
- Interna ou íntima: formada por tecido
endotelial.
- Média: composta principalmente por
fibras elásticas.
- O sangue.
- Externa ou Adventícia: composta
principalmente por tecido fibroso. Pela
presença do tecido elástico as artérias
Estrutura da Artéria
Image from Purves et al., Life: The Science of Biology, 4th Edition,
by Sinauer Associates (www.sinauer.com) and WH Freeman
(www.whfreeman.com)
respondem de forma passiva à pressão do
sangue contido.
Variações na pressão do sangue,
velocidade e área das artérias, capilares
e veias no aparelho circulatório. Image from
Purves et al., Life: The Science of Biology, 4th Edition, by Sinauer
Associates (www.sinauer.com) and WH Freeman
(www.whfreeman.com).
O tecido elástico perde a
flexibilidade com a velhice e então as
artérias tendem a encolher-se, tornando-se
tortas e endurecidas, o que faz com que a
pressão se modifique.
Arteríolas: São os últimos ramos do
sistema arteriolar. Sua estrutura é similar
às artérias, sendo a capa média
principalmente muscular, pelo que se
espera que haja mudanças ativas e não
passivas em seu calibre. Portanto a
quantidade de sangue que chega à camada
capilar pode aumentar ou diminuir em
resposta às necessidades dos tecidos e, às
vezes, em resposta à atividade emocional.
Por exemplo: a palidez provocada pelo
medo, a frieza das mãos devida à
apreensão ou o rubor facial ante a
vergonha.
Capilares: Os capilares são compostos de
uma só capa: o endotélio. Em média, não
medem mais do que 1mm de comprimento
e servem de conexão entre arteríolas e
Estrutura dos Capilares.
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Life: The Science of Biology, 4th Edition, by Sinauer Associates
(www.sinauer.com) and WH Freeman (www.whfreeman.com)
vênulas. A função dos capilares é
intercambiar líquidos, nutrientes,
eletrólitos, hormônios e outras substâncias
entre o sangue e o líquido intersticial ou
tissular. Para esta função as paredes
capilares são muito finas e permeáveis às
moléculas pequenas.
Vênulas e Veias: As vênulas recolhem o
sangue dos capilares. Estas se unem para
formar veias. Possuem três capas como as
artérias, porém mais finas, especialmente
a capa média. A pressão nelas é mais
baixa em comparação com as artérias. As
veias atuam como condutoras para o
transporte do sangue dos tecidos até o
coração, mas, de forma igualmente
importante, servem como reserva
fundamental do sangue. As veias têm um
calibre muito maior do que as artérias,
sendo seu fluxo muito mais lento. Estas
devolvem ao coração o sangue contra a
gravidade e, por isso, têm válvulas que
fomentam o fluxo de retorno venoso ao
coração.
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inferiores de 5 a 10 milímetros, e pesa 5 a
10 gramas a menos.
Está localizado na cavidade
torácica, diretamente atrás do esterno,
deslocado em direção ao lado esquerdo.
Suas paredes de tecidos muscular são
reforçadas por bandas de tecido
conjuntivo. Tanto o coração como todo os
vasos estão revestidos por uma capa de
células planas, chamada endotélio que
evita que o sangue se coagule.
Os capilares e os vasos que os suprem.
A cavidade do coração está
dividida em duas partes, uma direita e
outra esquerda, separadas por um septo
muscular.
Image from Purves et al
O Coração (a Bomba Muscular)
O coração é o órgão central da
circulação. É um músculo oco cuja função
é recolher o sangue proveniente das veias
e lançá-lo nas artérias. O coração está
envolvido por uma túnica que se chama
pericárdio, enquanto as suas cavidades
internas estão forradas por uma membrana
delgada: o endocárdio. A parte muscular
do coração se chama miocárdio. A forma
do coração é aproximadamente a de um
cone. A sua ponta corresponde ao quinto
espaço intercostal da esquerda. A cor é de
um vermelho mais ou menos escuro, mas
a uniformidade dessa cor é interrompida
por estrias amareladas, devidas às
formações de tecido adiposo.
O volume do coração varia nos
diversos indivíduos. As suas dimensões
médias, em um homem adulto, são as
seguintes: -comprimento, 98 milímetros; largura, 105 milímetros; -circunferência,
230 milímetros.
O peso é de cerca de 275 gramas.
O coração da mulher tem dimensões
O coração é constituído por tecido
muscular que tem uma característica
particular: é formado de fibras estriadas e
pluricelulares. As fibras musculares
estriadas são características dos músculos
que se contraem sob a ação da vontade:
por exemplo, são estriados os músculos
Estrutura de uma veia (acima) e as ações
musculares para movimentar o sangue
através das veias
1 - Coronária Direita
2 - Coronária Descendente Anterior Esquerda
3 - Coronária Circunflexa Esquerda
4 - Veia Cava Superior
5 - Veia Cava Inferior
6 - Aorta
7 - Artéria Pulmonar
8 - Veias Pulmonares
9 - Átrio Direito
10 - Ventrículo Direito
11 - Átrio Esquerdo
12 - Ventrículo Esquerdo
13 - Músculos Papilares
14 - Cordoalhas Tendíneas
15 - Válvula Tricúspide
16 - Válvula Mitra
17 - Válvula Pulmonar
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passagem dos ventrículos para as artérias
(pulmonar e aorta) o endocárdio se dobra
para formar as válvulas sigmóides.
Os Vasos do Coração
dos braços e das pernas que o homem
move à vontade. Os músculos não sujeitos
à vontade (como aqueles das vísceras)
são, ao contrário, lisos. O músculo
cardíaco apresenta, pois, uma exceção,
porque, não estando o coração sujeito à
nossa vontade, é todavia formado de fibras
estriadas musculares que se unem umas às
outras, perdendo a sua individualidade.
Temos assim a impressão de que o coração
é um músculo único e não um conjunto de
fibras independentes, como acontece com
todos os outros músculos.
Algo interessante de se verificar
no músculo cardíaco é a forma como suas
fibras se dispõem, umas junto às outras,
juntando-se e separando-se entre sí, como
podemos observar na ilustração abaixo.
Uma grande vantagem neste tipo
de disposição de fibras é que o impulso,
uma vez atingindo uma célula, passa com
grande facilidade às outras que compõem
O coração tem necessidade de ser
convenientemente nutrido. O sangue que
circula no coração não o nutre, passa
simplesmente pelas suas cavidades. A sua
nutrição será, ao contrário, dedicado um
complexo de artérias e de veias
particulares: as coronárias (direita e
esquerda). Provêm elas da aorta. Apenas
saída do ventrículo esquerdo, a aorta dá
origem as artérias coronárias que reentram
imediatamente no coração ramificando-se
no músculo cardíaco em numerosas
subdivisões. O sangue que nutriu e
oxigenou o músculo cardíaco é coletado
pela grande veia coronária, a qual
desemboca diretamente na átrio direita.
o mesmo conjunto, atingindo-o por
completo após alguns centésimos de
segundos. A este conjunto de fibras,
unidas entre sí, damos o nome de sincício.
Portanto podemos dizer que existe uma
natureza sincicial no músculo cardíaco.
Existem, na verdade, 2 sincícios
funcionais formando o coração: Um sincício
atrial e um sincício ventricular. Um sincício
é separado do outro por uma camada de
tecido fibroso. Isto possibilita que a
contração nas fibras que compõem o
sincício atrial ocorra num tempo diferente
da que ocorre no sincício ventricular.
Como temos já acentuado, o
músculo cardíaco é envolvido por uma
túnica fibrosa, o pericárdio, que é um
verdadeiro revestimento do coração, ao
qual porém não adere intimamente. Entre
este e o músculo cardíaco fica um espaço
ou cavidade pericárdica, forrado por uma
membrana que constitui o pericárdio
verdadeiro; deste distinguimos um folheto
visceral, que adere ao músculo cardíaco, e
um folheto parietal que reveste a parede
interna do pericárdio fibroso. A cavidade
pericárdica permite ao músculo cardíaco
dilatar-se e contrair-se livremente.
As cavidades cardíacas são,
também elas, forradas por uma membrana
delgada: o endocárdio. É o endocárdio
que, entre a átrio e o ventrículo, se dobra
sobre si mesmo formando as válvulas
átrio-ventriculares. Do mesmo modo, na
O coração é, pois, provido de uma
pequena circulação independente.
Os Nervos do Coração
O coração é um órgão
relativamente autônomo. Como possui uma
circulação autônoma, também pulsa “por si
só”. O estímulo que faz bater o coração
nasce; na verdade, no íntimo do músculo
cardíaco. Isto é, o coração está em
condições de bater sem a intervenção do
sistema nervoso. No entanto, ao coração
chegam nervos que provêm do nervo vago
e do sistema simpático. Estes nervos
regulam as batidas cardíacas: o simpático
o acelera, enquanto o vago o torna
vagaroso.
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O coração, para desempenhar a
sua função de bomba, deve dilatar as suas
cavidades, de modo que se encham de
sangue, e, em seguida, comprimi-las, de
modo que o sangue seja lançado nas
artérias. Esta alternância de dilatações e
de contrações se chama revolução
cardíaca. A contração chama-se sístole e a
dilatação diástole.
rápida (9 metros por segundo) e a onda
pode ser percebida no pulso, do lado do
polegar, onde a artéria radial é mais
facilmente perceptível. O pulso radial se
percebe quase no mesmo instante em que
tem lugar a contração cardíaca; esta
pulsação, porém, não corresponde à
chegada do sangue, que caminha muito
Quando as válvulas do coração
funcionam imperfeitamente, porque são
apertadas (estenose) ou porque perderam
a sua capacidade (insuficiência), às bulhas
normais se ajuntam rumores patológicos
ou sopros.
O coração, contraindo-se,
determina fenômenos elétricos, que podem
ser registrados. Obtém-se assim o
eletrocardiograma, que é formado por uma
série de ondas, cada uma das quais é a
tradução gráfica inicial da atividade de uma
parte do coração. Neste gráfico se
distingue uma onda P que corresponde à
contração das átrios, e um consecutivo
complexo QRS determinado pela contração
dos ventrículos. Conclui o ciclo uma onda
T. Muitas alterações cardíacas determinam
uma modificação da onda
eletrocardiográfica normal, de modo que o
eletrocardiograma representa um precioso
meio de diagnóstico.
empregado pela artéria para atingir a
dilatação máxima).
Baço
O Pulso
A contração do ventrículo
esquerdo determina, com a passagem
repentina do sangue na aorta, uma brusca
dilatação dessa artéria. A dilatação se
transmite ao longo das paredes da aorta (e
de todas as artérias que se originam dela)
como uma onda. A transmissão é muito
mais lentamente do que a onda (50
centímetros por segundo). Dos caracteres
do pulso se pode deduzir o procedimento
do coração. Do pulso se aprecia a
freqüência (número de batidas por
minuto), o ritmo (regularidade das
batidas), a amplitude (grau de distensão
da artéria), a celeridade (tempo
É um órgão linfático, situado na
parte esquerda da cavidade abdominal.
Nele não se produz a contínua destruição
dos glóbulos vermelhos envelhecidos; sua
principal função está vinculada com a
imunidade; como órgão linfático está
encarregado de produzir linfócitos (que são
um tipo de glóbulos brancos) que se
derramam no sangue circulante e toma
parte nos fenômenos necessários para a
síntese de anticorpos. Apesar de todas
estas funções, o baço não é um órgão
fundamental para a vida sua forma é oval e
com um peso de 150 g o qual varia em
situações patológicas. Macroscopicamente,
se caracteriza pela alternância entre
estruturas linfóides e vasculares, que
formam respectivamente a polpa branca e
a polpa vermelha.
A artéria esplênica entra no órgão
e se subdivide em artérias trabeculares,
que penetram na polpa branca como
artérias centrais e uma vez fora delas se
dividem na polpa vermelha. A polpa branca
é formada por agregados linfocitários
formando corpúsculos, atravessados por
uma artéria. A polpa vermelha é formada
por seios e cordões estruturados por
células endoteliais e reticulais formando
um sistema filtrante e depurador
capacitado para seqüestrar os corpos
estranhos de forma irregular e de certa
dimensão. Em síntese as funções de baço
são múltiplas; Intervêm nos mecanismos
de defesa do organismo, forma linfócitos e
indiretamente anticorpos, destrói os
glóbulos vermelhos envelhecidos e quando
diminui a atividade hemocitopoiética da
medula, é capaz de recomeçar
rapidamente dita atividade. Por outro lado
como contém grande quantidade de
sangue, em estado de emergência pode
aumentar com sua contração a quantidade
de sangue circulante, liberando toda
aquela que contém.
Dinâmica da Circulação
O batimento do coração é iniciado
e regulado pelo nódulo sinusal que se
encontra na parte superior do átrio direita
e do nascimento automático deste nódulo
passa o estímulo para o resto do coração
pelo tecido de Purkinje. Quando o nódulo
sinusal, por qualquer doença, não produz o
batimento automático, as outras zonas que
constituem a rede ou o tecido de Purkinje
podem bater com ritmos de freqüências
inferiores. O átrio direito recebe o sangue
por intermédio de duas importantes veias.
A veia cava superior (sangue da cabeça,
braços e parte superior do corpo) e a veia
cava inferior (sangue de membros
inferiores e parte inferior do corpo). O
átrio direito se contrai abrindo a válvula
tricúspide (que é a que separa o átrio do
ventrículo direito) que, permite a entrada
do sangue ao ventrículo direito. A
contração do ventrículo direito fecha a
válvula tricúspide e abre a válvula
pulmonar semilunar desse lado
impulsionando o sangue pela artéria
pulmonar em direção aos pulmões.
Dos pulmões o sangue volta para
o átrio esquerdo pelas veias pulmonares.
Este é o último caso no qual uma veia leva
sangue oxigenado, já que normalmente o
sangue oxigenado vai pelo sistema arterial
e o sangue com desperdícios, com menor
conteúdo de oxigênio, vai pela rede
venosa. Mesmo assim, neste caso existe
uma exceção quando a artéria pulmonar,
que sai do ventrículo direito, leva sangue
não oxigenado ou resíduos para os
pulmões, e dos pulmões voltam às veias
pulmonares com o sangue oxigenado para
a parte do coração esquerdo; a átrio
esquerda se contrai abrindo a válvula
mitral (que é a que separa a átrio do
ventrículo esquerdo).
volumes de sangue nas câmaras
ventriculares:
A contração do ventrículo
esquerdo fecha esta válvula, abre a válvula
aorta semilunar e envia o sangue através
da aorta a todo o sistema, menos aos
pulmões. Toda a porção de sangue que
entra no átrio direito deve dirigir-se para a
circulação pulmonar antes de alcançar o
ventrículo esquerdo e daí ser enviada aos
tecidos.
Se, durante 1 minuto, um adulto
normal em repouso apresenta
aproximadamente 70 ciclos (sístoles e
diástoles) cardíacos e se, a cada ciclo,
aproximadamente 70 ml. de sangue são
ejetados numa sístole, podemos concluir
que, durante 1 minuto, aproximadamente 5
litros (70 x 70 ml) de sangue são ejetados
por cada ventrículo a cada minuto. O
volume de sangue ejetado por cada
ventrículo a cada minuto é denominado
Débito Cardíaco (DC).
O tecido nodal regula o batimento
cardíaco que consta de uma contração ou
sístole, seguida de relaxamento ou
diástole. Os átrios e ventrículos não se
contraem simultaneamente; a sístole atrial
aparece primeiro, com duração aproximada
de 0,15' seguida da sístole ventricular, com
duração aproximada de 0,30'. Durante a
fração restante de 0,40', todas as
cavidades se encontram num estado de
relaxamento isovolumétrica (situação onde
não há mudança de volumes em nenhuma
das quatro câmaras do coração).
Um jovem saudável, em repouso,
apresenta aproximadamente os seguintes
Volume Diastólico Final (o volume
de sangue que se encontra em cada
câmara ventricular ao final de uma
diástole): 120 a 130 ml.
Volume Sistólico Final (o volume
de sangue que se encontra em cada
câmara ventricular ao final de uma sístole):
50 a 60 ml.
Volume Sistólico ou Débito
Sistólico (o volume de sangue ejetado por
cada câmara ventricular durante uma
sístole): 70 ml.
Resumo do Ciclo Cardíaco: A função
impulsora de sangue do coração segue
uma sucessão cíclica cujas faces, a partir
da sístole atrial, são as seguintes:
a) Sístole atrial: a onda de contração se
propaga ao longo de ambas os átrios
estimuladas pelo nódulo sinusal. O coração
tem a direção elétrica automática. O
ventrículo tem sangue em seu interior que
provém da diferença de pressão: há muito
sangue nos átrios e pouco nos ventrículos,
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e isso faz com que as válvulas se abram e
passem o sangue dos átrios aos
ventrículos.
b) Sístole ventricular: começa a contrair-se
o ventrículo, com aumento rápido de sua
pressão; nesse momento fecham-se as
válvulas tricúspide e mitral, para que o
sangue não volte a fluir para os átrios e o
aumento de pressão que sobrevém até que
se abram as válvulas semilunares, atriais e
pulmonares e que passe o sangue rumo à
aorta e também à artéria pulmonar,
produzindo-se o primeiro som dos ruídos
cardíacos.
c) Aumento da pressão dos ventrículos: as
válvulas semilunares se mantêm fechadas
até que a pressão dos ventrículos se
equilibra com a das artérias.
d) Quando a pressão intraventricular
ultrapassa a das artérias, abrem-se as
válvulas semilunares e o sangue se dirige
pelas artérias aorta e pulmonar.
e) Diástole ventricular: os ventrículos
entram em relaxamento, sua pressão
interna é inferior à arterial por isso as
válvulas semilunares se fecham,
produzindo o segundo ruído cardíaco.
f) Diminuição da pressão com relaxamento
das paredes ventriculares, as válvulas
tricúspide e mitral continuam fechadas (a
pressão ventricular é maior que a atrial)
pelo que não sai nem entra sangue nos
ventrículos; embora penetre sangue nos
átrios ao mesmo tempo.
g) A pressão intraventricular é inferior à
atrial, porque o átrio vai se enchendo de
sangue, o que produz uma diferença de
pressão com a qual se abrem novamente
Podemos então concluir que o
coração pode regular sua atividade a cada
momento, seja aumentando o débito
cardíaco, seja reduzindo-o, de acordo com
a necessidade.
Vejamos, portanto, de que forma o
coração controla sua atividade:
Controle da Atividade Cardíaca
O controle da atividade cardíaca
se faz tanto de forma intrínseca como
também de forma extrínseca.
1. Controle Intrínseco:
as válvulas tricúspides e mitral e recomeça
o ciclo.
Batimento Cardíaco
O coração de uma pessoa em
repouso impulsiona aproximadamente
5000 ml de sangue por minuto, que
equivalem a 75 ml por batida. Isso significa
que, a cada minuto, passa pelo coração um
volume de sangue equivalente a todo
aquele que o organismo humano contem.
Durante um exercício físico intenso o gasto
cardíaco (volume de sangue impulsionado
pelo coração) pode chegar até 30 l por
minuto (30.000 ml/min).
Acontece que, ao se praticar
alguma atividade física mais intensa, com a
dilatação acentuada de diversos vasos
sanguíneos na musculatura esquelética,
uma quantidade bem maior de sangue
passa a retornar ao coração. O coração
então, nessas ocasiões, passa também a
ejetar a mesma quantidade através de seus
ventrículos e evitando assim a ocorrência
de uma estase sanguínea. Em
determinados momentos, com atividade
física intensa, o volume de sangue que
retorna ao coração chega até a
aproximadamente 25 litros por minuto e,
ainda assim, muitas vezes o coração é
capaz de bombear todo este volume.
Ao receber maior volume de
sangue proveniente do retorno venoso, as
fibras musculares cardíacas se tornam mais
distendidas devido ao maior enchimento de
suas câmaras. Isso faz com que, ao se
contraírem durante a sístole, o fazem com
Lei de Frank-Starling:
Estabelece que o coração, dentro de
limites fisiológicos, é capaz de ejetar todo
o volume de sangue que recebe
proveniente do retorno venoso.
O Ciclo Cardíaco
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uma maior força. Uma maior força de
contração, conseqüentemente, aumenta o
volume de sangue ejetado a cada sístole
(Volume Sistólico). Aumentando o volume
sistólico aumenta também, como
conseqüência, o Débito Cardíaco (DC = VS
x FC).
Outra forma de controle
intrínseco: Ao receber maior volume de
sangue proveniente do retorno venoso, as
fibras musculares cardíacas se tornam mais
distendidas devido ao maior enchimento de
suas câmaras, inclusive as fibras de
Purkinje. As fibras de Purkinje, mais
distendidas, tornam-se mais excitáveis. A
maior excitabilidade das mesmas acaba
acarretando uma maior freqüência de
descarga rítmica na despolarização
espontânea de tais fibras. Como
conseqüência, um aumento na Freqüência
Cardíaca se verifica. O aumento na
Freqüência Cardíaca faz com que ocorra
também um aumento no Débito Cardíaco
(DC = VS X FC).
2. Controle Extrínseco:
Sistema de Purkinje
Além do controle intrínseco o
coração também pode aumentar ou reduzir
sua atividade dependendo do grau de
atividade do Sistema Nervoso Autônomo
(SNA).
A ritmicidade própria do coração,
assim como o sincronismo na contração de
suas câmaras, é feito graças um
interessante sistema condutor e excitatório
presente no tecido cardíaco: O Sistema de
Purkinje. Este sistema é formado por fibras
auto-excitáveis e que se distribuem de
forma bastante organizada pela massa
muscular cardíaca.
O Sistema Nervoso Autônomo, de
forma automática e independendo de
nossa vontade consciente, exerce
influência no funcionamento de diversos
tecidos do nosso corpo através dos
mediadores químicos liberados pelas
terminações de seus 2 tipos de fibras:
Simpáticas e Parassimpáticas.
As fibras simpáticas, na sua quase
totalidade, liberam noradrenalina. Ao
mesmo tempo, fazendo também parte do
Sistema Nervoso Autônomo Simpático, a
medula das glândulas supra renais liberam
uma considerável quantidade de adrenalina
na circulação.
Já as fibras parassimpáticas,
todas, liberam um outro mediador químico
em suas terminações: acetilcolina.
a. Um predomínio da atividade simpática
do SNA provoca, no coração, um
significativo aumento tanto na freqüência
cardíaca como também na força de
contração. Como conseqüência ocorre um
considerável aumento no débito cardíaco.
b. Já um predomínio da atividade
parassimpática do SNA, com a liberação de
acetilcolina pelas suas terminações
nervosas, provoca um efeito oposto no
coração: redução na freqüência cardíaca e
redução na força de contração. Como
conseqüência, redução considerável no
débito cardíaco.
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grande quantidade de ramificações. Estas
têm por finalidade otimizar a chegada dos
impulsos através da maior quantidade
possível e no mais curto espaço de tempo
possível por todo o sincício ventricular.
Com a chegada dos impulsos no sincício
ventricular, rapidamente e com uma grande
força, ocorre a contração de todas as suas
fibras. A contração das câmaras
ventriculares reduz acentuadamente o
volume das mesmas, o que faz com que
um considerável volume de sangue seja
ejetado, do ventrículo direito para a artéria
pulmonar e, do ventrículo esquerdo para a
artéria aorta.
Podemos conferir, na ilustração
abaixo, como se distribuem as diversas
fibras que formam o Sistema de Purkinje:
1. Nodo Sinu-Atrial (SA): Também chamado
Nodo Sinusal, é de onde partem os
impulsos, a cada ciclo, que se distribuem
por todo o restante do coração. Por isso
pode ser considerado o nosso marcapasso
natural. Localiza-se na parede lateral do
átrio direito, próximo à abertura da veia
cava superior. Apresenta uma freqüência
de descarga rítmica de aproximadamente
70 despolarizações (e repolarizações) a
cada minuto. A cada despolarização formase uma onda de impulso que se distribui, a
partir deste nodo, por toda a massa
muscular que forma o sincício atrial,
provocando a contração do mesmo. Cerca
de 0,04 segundos após a partida do
impulso do nodo SA, através de fibras
denominadas internodais, o impulso chega
ao Nodo AV.
2. Nodo Atrio-Ventricular (AV): Chegando o
impulso a este nodo, demorará
aproximadamente 0,12 segundos para
seguir em frente e atingir o Feixe AV, que
vem logo a seguir. Portanto este nodo,
localizado em uma região bem baixa do
sincício atrial, tem por função principal
retardar a passagem do impulso antes que
o mesmo atinja o sincício ventricular. Isto é
Durante todo o tempo o sangue
flui, constantemente, por uma vasta rede
vascular por todos os nossos tecidos.
necessário para que o enchimento das
câmaras ventriculares ocorra antes da
contração das mesmas, pois, no momento
em que as câmaras atriais estariam em
sístole (contraídas), as ventriculares ainda
estariam em diástole (relaxadas). Após a
passagem, lenta, através do nodo AV, o
impulso segue em frente e atinge o feixe
AV.
3. Feixe AV: Através do mesmo o impulso
segue com grande rapidez em frente e
atinge um segmento que se divide em 2
ramos:
4. Ramos Direito e Esquerdo do Feixe de
Hiss: Através destes ramos, paralelamente,
o impulso segue com grande rapidez em
direção ao ápice do coração,
acompanhando o septo interventricular. Ao
atingir o ápice do coração, cada ramo
segue, numa volta de quase 180 graus, em
direção à base do coração, desta vez
seguindo a parede lateral de cada
ventrículo. Note que cada ramo emite uma
O coração bombeia
continuamente, a cada sístole, um certo
volume de sangue para nossas artérias. O
sangue encontra uma certa resistência ao
fluxo, proporcionada em grande parte pelo
próprio atrito das moléculas e células
sanguíneas contra a parede de um longo
caminho encontrado a frente através de
nossos vasos sanguíneos, de variados
diâmetros e numerosas ramificações.
O fluxo sanguíneo varia bastante
nos diferentes tecidos. Determinados
tecidos necessitam de um fluxo bem maior
do que outros. Tecidos como músculos
esqueléticos apresentam grandes variações
no fluxo sanguíneo através dos mesmos
em diferentes situações: Durante o
repouso o fluxo é relativamente pequeno,
mas aumenta significativamente durante o
trabalho, quando o consumo de oxigênio e
demais nutrientes aumenta e a produção
de gás carbônico e outros elementos
também aumenta.
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A contração cardíaca e a ação dos nodos
nervosos aí situados. Images from Purves et
al., Life: The Science of Biology, 4th Edition, by
Sinauer Associates and WH Freeman.
Através de uma vasodilatação ou
de uma vasoconstrição, a cada momento,
o fluxo sanguíneo num tecido pode
aumentar ou diminuir, devido a uma menor
ou maior resistência proporcionada ao
mesmo.
Dois importantes fatores que
determinam o fluxo num vaso pode ser
demonstrado pela seguinte fórmula: FLUXO
= PRESSÃO / RESISTÊNCIA
Diante disso podemos concluir
que, aumentando a pressão, o fluxo
aumenta; aumentando a resistência, o
fluxo diminui.
A resistência ao fluxo, por sua vez,
depende de diversos outros fatores:
taquicardia constante que tais pessoas
apresentam.
1. Comprimento do Vaso: Quanto mais
longo o caminho a ser percorrido pelo
sangue num tecido, maior será a
resistência oferecida ao fluxo. Portanto,
quanto maior for o comprimento de um
vaso, maior será a resistência ao fluxo
sanguíneo através do próprio vaso.
Diante dos diferentes fatores
citados acima e de que forma os mesmos
interferem no fluxo sanguíneo, podemos
melhor entender a Lei de Poiseuille: FLUXO
= ÄP.(D)4 / V.C (Onde: ÄP = Variação de
Pressão entre um segmento e outro do
segmento vascular - C = Comprimento do
vaso - V = Viscosidade do sangue - D =
Diâmetro do vaso).
2. Diâmetro do Vaso: Vasos de diferentes
diâmetros também oferecem diferentes
resistências ao fluxo através dos mesmos.
Pequenas variações no diâmetro de um
vaso proporcionam grandes variações na
resistência ao fluxo e, conseqüentemente,
grandes variações no fluxo. Vejamos: Se
um determinado vaso aumenta 2 vezes seu
diâmetro, através de uma vasodilatação, a
resistência ao fluxo sanguíneo através do
mesmo vaso (desde que as demais
condições permaneçam inalteradas) reduz
16 vezes e o fluxo, conseqüentemente,
aumenta 16 vezes. Existem situações em
que um vaso chega a aumentar em 4 vezes
seu próprio diâmetro. Isso é suficiente para
aumentar o fluxo em 256 vezes. Podemos
concluir então que a resistência oferecida
ao fluxo sanguíneo através de um vaso é
inversamente proporcional à variação do
diâmetro deste mesmo vaso, elevada à
quarta potência.
3. Viscosidade do Sangue: O sangue
apresenta uma viscosidade
aproximadamente 3 vezes maior do que a
da água. Portanto, existe cerca de 3 vezes
mais resistência ao fluxo do sangue do que
ao fluxo da água através de um vaso. O
sangue de uma pessoa anêmica apresenta
menor viscosidade e, conseqüentemente,
um maior fluxo através de seus vasos. Isso
pode facilmente ser verificado pela
4. Velocidade do Sangue; varia
dependendo do diâmetro do vaso: Quanto
maior o diâmetro de um vaso, menor será
a velocidade do sangue para que um
mesmo fluxo ocorra através deste vaso.
Pressão Arterial ou Pressão Sangüínea
A força da contração cardíaca, o
volume de sangue no sistema circulatório e
a resistência periférica (que é a resistência
que opõem as artérias e veias, já que estas
também se contraem, porque têm uma
capa media que produz essa contração
com o relaxamento) determinam a pressão
arterial. Esta pressão aumenta com a
energia contrátil, com o maior volume de
sangue e, com a energia da constrição e
relaxamento dos ventrículos aumenta e
diminui a pressão. A pressão sistólica é a
mais elevada e corresponde à sístole
ventricular. E a pressão diastólica é menor
e corresponde a diástole ventricular. A
diferença entre as pressões sistólica e
diastólica se chama pressão diferencial.
Controle da Pressão Arterial
O fluxo sanguíneo no interior dos
vasos, como já foi dito, depende
diretamente da pressão arterial: quanto
maior a pressão, maior é o fluxo.
Portanto, é muito importante que
nós tenhamos uma adequada pressão
arterial pois, se esta for muito baixa, o
fluxo será insuficiente para nutrir todos os
tecidos; por outro lado, uma pressão
excessivamente elevada pode, além de
sobrecarregar o coração, acelerar o
processo de envelhecimento das artérias e,
pior ainda, aumentar o risco de um
acidente vascular (do tipo derrame
cerebral).
Para que a pressão arterial em
nosso corpo não seja nem elevada demais
nem baixa demais, possuímos alguns
sistemas que visam controlar nossa
pressão arterial.
Destacamos abaixo 3 mecanismos
importantes que atuam no controle de
nossa pressão arterial:
MECANISMO NEURAL: Como o próprio
nome diz, envolve a importante
participação do Sistema Nervoso. Não é o
mecanismo mais importante, porém é o
mais rápido em sua ação.
Situado no tronco cerebral, na
base do cérebro, um circuito neuronal
funciona a todo momento estejamos nós
acordados ou dormindo, em pé, sentados
ou mesmo deitados, controlando, entre
outras coisas, a nossa freqüência cardíaca,
força de contração do coração e tônus
vascular de grande parte de nossos vasos.
Tal circuito denomina-se Centro Vasomotor.
Quanto maior a atividade do
centro vasomotor, maior é a frequência
cardíaca, maior é a força de contração do
coração e maior é a vasoconstrição em um
grande número de vasos.
Ora, o aumento da freqüência
cardíaca e da força de contração provocam
um aumento no Débito Cardíaco; o
aumento na vasoconstrição provoca um
aumento na resistência ao fluxo sanguíneo.
Lembremos da seguinte fórmula: PRESSÃO
ARTERIAL = DÉBITO CARDÍACO X
RESISTÊNCIA.
Podemos então concluir que, o
aumento da atividade do Centro Vasomotor
induz a um conseqüente aumento na
Pressão Arterial.
Na parede da artéria aorta, numa
região denominada croça da aorta, e
também nas artérias carótidas, na região
onde as mesmas se bifurcam (seios
carotídeos), possuímos um conjunto de
células auto-excitáveis que se excitam
especialmente com a distensão dessas
grandes e importantes artérias. A cada
aumento na pressão hidrostática no
interior dessas artérias, maior a distensão
na parede das mesmas e,
conseqüentemente, maior é a excitação
dos tais receptores. Por isso estes
receptores são denominados baroceptores
(receptores de pressão). Acontece que
esses baroceptores enviam sinais nervosos
inibitórios ao Centro Vasomotor, reduzindo
a atividade deste e, conseqüentemente,
reduzindo a pressão arterial.
Portanto, quando a pressão
naquelas importantes artérias aumenta
(ex.: no momento em que deitamos), os
baroceptores aórticos e carotídeos se
tornam mais excitados e, com isso, inibem
101
no volume sanguíneo e,
conseqüentemente, um aumento no débito
cardíaco e na pressão arterial.
mais intensamente o nosso Centro
Vasomotor, localizado no tronco cerebral.
Com isso a nossa pressão arterial diminui;
por outro lado, quando a pressão naquelas
artérias diminui (ex.: no momento em que
nos levantamos), os tais baroceptores se
tornam menos excitados e, com isso,
inibem menos intensamente o nosso
Centro Vasomotor, o que provoca um
aumento na pressão arterial.
MECANISMO RENAL: Este é o mais
importante e pode ser subdividido em 2
mecanismos: hemodinâmico e hormonal.
Hemodinâmico: Um aumento na pressão
arterial provoca também um aumento na
pressão hidrostática nos capilares
glomerulares, no néfron. Isto faz com que
haja um aumento na filtração glomerular, o
que aumenta o volume de filtrado e,
conseqüentemente, o volume de urina. O
aumento na diurese faz com que se reduza
o volume do nosso compartimento extracelular. Reduzindo tal compartimento
reduz-se também o volume sanguíneo e,
conseqüentemente, o débito cardíaco.
Tudo isso acaba levando a uma redução da
pressão arterial.
Hormonal: Uma redução na pressão
arterial faz com que haja como
conseqüência uma redução no fluxo
sangüíneo renal e uma redução na filtração
glomerular com conseqüente redução no
volume de filtrado. Isso faz com que umas
células denominadas justaglomerulares,
localizadas na parede de arteríolas
aferentes e eferentes no néfron, liberem
uma maior quantidade de uma substância
denominada renina. A tal renina age numa
proteína plasmática chamada
angiotensinogênio transformando-a em
angiotensina-1. A angiotensina-1 é então
transformada em angiotensina-2 através da
ação de algumas enzimas. A angiotensina2 é um potente vasoconstritor: provoca um
aumento na resistência vascular e,
conseqüentemente, aumento na pressão
arterial; além disso, a angiotensina-2
também faz com que a glândula suprarenal libere maior quantidade de um
hormônio chamado aldosterona na
circulação. A aldosterona atua
principalmente no túbulo contornado distal
do néfron fazendo com que no mesmo
ocorra uma maior reabsorção de sal e
água. Isso acaba provocando um aumento
DESVIO DO FLUIDO CAPILAR: É o mais
simples de todos. Através dos numerosos
capilares que possuímos em nossos
tecidos, o sangue flui constantemente
graças a uma pressão hidrostática a qual é
submetido. Os capilares são fenestrados e,
portanto, moléculas pequenas como água
podem, com grande facilidade e rapidez,
passar tanto de dentro para fora como de
fora para dentro dos através da parede dos
capilares. A pressão hidrostática, no
interior dos capilares, força
constantemente a saída de água para fora
dos capilares. Felizmente há uma pressão
oncótica (ou pressão coloidosmótica),
exercida por colóides em suspensão no
plasma (como proteínas plasmáticas) que
força, também constantemente, a entrada
de água para dentro dos capilares.
Normalmente há um certo equilíbrio: a
mesma quantidade de água que sai,
também entra. Mas quando ocorre um
aumento ou redução anormal na pressão
hidrostática no interior dos capilares,
observamos também um aumento ou uma
redução mais acentuada na saída de água
através da parede dos mesmos capilares.
Isso faz com que fiquemos com um volume
sanguíneo mais reduzido ou mais
aumentado, dependendo do caso, o que
certamente influi na pressão arterial,
reduzindo-a ou aumentando-a.
A Circulação Sangüínea: os Vasos
Para alcançar todas as regiões do
nosso organismo, o sangue percorre canais
apropriados que se chamam vasos. Os
vasos que partem do coração e vão à
102
periferia se chamam artérias; aqueles que
seguem o percurso inverso, isto é, que da
periferia se dirigem ao coração, se
chamam veias.
Em linhas gerais, nas artérias
corre um sangue rico em oxigênio e em
substâncias nutritivas, que ele leva aos
vários tecidos do organismo; nas veias,
contrariamente, que trazem o sangue da
periferia para o coração, corre um sangue
rico em anidrido carbônico e substâncias
de rejeição.
As substâncias de rejeição serão
depois eliminadas pelos rins, que têm
justamente a tarefa de filtrar o sangue. As
trocas gasosas, ao contrário, ou seja, a
eliminação de anidrido carbônico e a
absorção de oxigênio, têm lugar nos
pulmões, por efeito da respiração.
As artérias, chegando à periferia
do corpo humano, isto é, nos músculos, na
pele, em todos os órgãos, se dividem em
artérias sempre menores (arteríolas) até
que o seu calibre se torna microscópico: é
a este nível que têm lugar as trocas entre
sangue e células. Estes vasos
microscópicos chamam-se capilares e
formam nos órgãos e nos tecidos uma
vasta rede. Os capilares confluem para
pequenas veias (vênulas) que aos poucos
se vão unindo umas com outras, tornam-se
veias verdadeiras e trazem de volta o
sangue ao coração. Do coração partem
duas grandes artérias: a artéria pulmonar e
a artéria aorta.
A artéria pulmonar tem a tarefa de
levar o sangue aos pulmões. Depois de ter
cedido o anidrido carbônico e de se ter
carregado de oxigênio, o sangue volta ao
coração pelas veias pulmonares. Todo esse
conjunto constitui a pequena circulação. A
artéria aorta leva o sangue ao resto do
organismo e os seus numerosos ramos
acabam formando a rede capilar de todos
os órgãos. O sangue é trazido de volta ao
coração pelas veias, que se reúnem, enfim,
em dois grossos troncos: as veias cavas,
que chegam à átrio direita. Todo esse
conjunto constitui a grande circulação.
A Pequena Circulação
A artéria pulmonar parte do
ventrículo direito e se bifurca logo em
artéria pulmonar direita e artéria pulmonar
esquerda, que vão aos respectivos
pulmões. Uma vez entradas nos pulmões,
ambas se dividem em tantos ramos
quantos são os lobos pulmonares; depois
uma ulterior subdivisão ao nível dos
lóbulos pulmonares, estes se resolvem na
rede pulmonar. As paredes dos capilares
são delgadíssimas e os gases respiratórios
podem atravessá-las facilmente: o oxigênio
do ar pode assim passar dos ácinos
pulmonares para o sangue; ao contrário, o
anidrido carbônico abandona o sangue e
entra nos ácinos pulmonares, para ser
depois lançado para fora. Aos capilares
fazem seguimento as vênulas que se
reúnem entre si até formarem as veias
pulmonares. Estas seguem o percurso das
artérias e se lançam na átrio esquerda. A
artéria pulmonar contém sangue escuro,
sobrecarregado de anidrido carbônico
(sangue venoso). As veias pulmonares
contêm, contrariamente, sangue que
abandonou o anidrido carbônico e se
carregou de oxigênio, tomando a cor
vermelha (sangue arterial).
A Grande Cicrulação
A aorta, ponto de início da grande
circulação, parte do ventrículo esquerdo.
Forma um grande arco, que se dirige para
trás e para a esquerda (croça da aorta),
segue verticalmente para baixo, seguindo a
coluna vertebral, atravessa depois o
diafragma e penetra na cavidade
abdominal. Ao fim do seu trajeto, a aorta
se divide nas duas artérias ilíacas, que vão
aos membros inferiores.
Da aorta se destacam numerosos
ramos que levam o sangue a várias regiões
do organismo.
Da croça da aorta partem as
artérias subclávias que vão aos membros
superiores e as artérias carótidas que
levam o sangue à cabeça.
Da aorta torácica partem as
artérias bronquiais, que vão aos brônquios
e aos pulmões, as artérias do esôfago e as
artérias intercostais.
Da aorta abdominal se destacam
os seguintes ramos:
- o tronco celíaco, que se divide depois em
artéria hepática (que vai ao fígado), artéria
esplênica (que vai ao baço) e artéria
coronária do estômago;
- as artérias mesentéricas, que vão ao
intestino;
- as artérias renais, que se distribuem nos
rins;
- as artérias genitais, destinadas aos
Órgãos genitais;
As artérias genitais são chamadas
mais propriamente artérias espermáticas
no homem e artérias útero-ováricas na
mulher.
A aorta se divide, enfim, em dois
ramos: as artérias ilíacas, as quais saem do
abdome e percorrem a perna até o pé.
Mecanismo de formação
de uma placa arterial
pulmonar é acompanhada por duas veias
pulmonares (de modo que na átrio
esquerda desembocam quatro veias: duas
correspondentes à artéria pulmonar direita
e duas correspondentes à artéria pulmonar
esquerda). Por fim o sangue que chegou à
periferia por meio da aorta e das suas
ulteriores subdivisões, volta ao coração
transportado por duas grandes veias: a
veia cava superior e a veia cava inferior.
A veia cava superior recolhe o
sangue de toda parte do corpo que está
acima do diafragma, isto é, do tórax, dos
membros superiores, da cabeça e do
pescoço. As veias do tórax são
representadas pelo sistema da ázigos; as
veias da cabeça e do pescoço são
representadas pelas jugulares, enfim, as
veias dos membros superiores, depois de
O sistema circulatório compreende
aproximadamente 97.000 quilômetros de
canais que transportam o sangue para
todas as partes do corpo. Sua
característica mais impressionante é a
maneira pela qual mantém o sangue em
circulação, fluindo do coração para as
artérias e das veias para o coração, apesar
da força da gravidade e de milhões de
rotas alternativas.
A bomba do coração dá ao fluxo
sua força, enviando o sangue recémoxigenado que jorra da aorta (a maior
artéria do corpo), para as artérias menores
e até para a parte superior da cabeça. As
artérias bifurcam em outras menores, que
por sua vez, que dividem em milhões de
capilares. Esses capilares acabam se
unindo para formar as vênulas, as quais de
unem para formar veias, vasos da parede
delgada com válvulas interiores que
impedem o sangue de voltar atrás.
Os capilares
representam a última terminação
das artérias. O calibre dos capilares é
pequeníssimo, varia de 4 a 16 milésimos
de milímetro, e é comparável ao de um
cabelo. O sangue circula muito lentamente
nos capilares (0,8 de milímetro por
segundo). As paredes dos capilares são
extremamente delgadas, de 1 a 2
milésimos de milímetro; por esta razão o
sangue pode ceder às células substâncias
nutritivas e delas receber substâncias de
rejeição.
sangüíneas e, portanto, circulantes, são
capazes de se transformarem em
macrófagos (células fixas e teciduais)
quando atravessam a parede de capilares e
se fixam em tecidos.
Com isso os monócitos e os
macrófagos formam um importante sistema
de defesa de nossos tecidos contra seres ou
células estranhos que constantemente
tentam nos mesmos se proliferar. Este
sistema de defesa formado por monócitos e
macrófagos é denominado sistema retículoendotelial.
As veias
Os Linfócitos e o Sistema Imunológico
Têm a tarefa de trazer de volta o
sangue da periferia para o coração.
Seguem o mesmo trajeto que as artérias,
mas são geralmente duplas, isto é, para
uma artéria há duas veias. A artéria
Uma modalidade bastante
interessante na defesa de nosso corpo contra a invasão ou proliferação de qualquer
agente biológico considerado estranho ao
103
terem formado na mão, no antebraço e no
braço um sistema venoso superficial e um
sistema venoso profundo, terminam nas
veias subclávias. Todo este complexo
sistema venoso se reúne enfim em um
grosso único vaso, a veia cava superior,
que desemboca no átrio direito.
A veia cava inferior recolhe o
sangue de toda a parte do corpo que está
abaixo do diafragma, isto é, do abdome e
dos membros inferiores. As veias ilíacas,
que acompanham as artérias do mesmo
nome, reunindo-se, dão origem à veia cava
inferior. Nas veias ilíacas se recolhe todo o
sangue proveniente do pé, da perna, da
coxa. Também no membro inferior se
distingue um sistema venoso profundo e
um sistema venoso superficial. Este se
mesmo é a atuação de nosso sistema
imunológico, através da ação dos linfócitos.
Cada vez que um agente estranho
como vírus, bactéria, toxina, fungo, ou
mesmo uma célula humana transplantada, é
detectada pelo nosso sistema imunológico
(tal detecção se faz através da identificação
de antígenos presentes na estrutura do
agente estranho), uma quantidade muito
grande de linfócitos sensibilizados idênticos
(clones) é formada e liberada na circulação,
especificamente formados com a
capacidade de identificarem os tais
antígenos detectados inicialmente como
estranhos, aderirem-se às estruturas
estranhas onde se encontram aqueles
antígenos e, assim, facilitar a sua
destruição.
Ao mesmo tempo, uma quantidade
imensa de imunoglobulinas é também
liberada na circulação, também com a
104
sai do fígado pelas veias sub-hepáticas que
desembocam na veia cava inferior.
O Sangue
É o nosso tecido líquido,
responsável pelo transporte de gases,
nutrientes e demais elementos, que devem
ser continuamente transportados através do
nosso corpo, de um tecido ao outro.
É responsável, também, pela
defesa de nosso organismo contra a invasão
de microorganismos estranhos que, a todo
o momento, tentam se proliferar em nosso
corpo.
recolhe em duas veias que são a grande e
a pequena safena.
Além do sangue proveniente dos
membros inferiores, a veia cava inferior
recebe afluentes das paredes abdominais,
dos rins (veias renais), dos órgãos genitais
(veias espermáticas e útero-ováricas ).
Também o sangue proveniente do intestino
se lança na veia cava inferior, mas depois
de ter passado pelo fígado ao qual é
conduzido pela veia porta. Recolhido todo
esse complexo venoso, a veia cava inferior
atravessa o diafragma, penetra no tórax,
correndo paralelamente à aorta, que se
dirige, contudo, para baixo, e se lança na
átrio direita, pouco abaixo do ponto em
que se abre a veia cava superior.
A veia porta é um grosso tronco
venoso formado pela confluência das veias
que vêm do intestino (veias mesentéricas)
e do baço (veia esplênica). O sangue que
vem pelas veias mesentéricas é rico em
substâncias nutritivas, que passaram para
o sangue depois de terem sido digeridas
pelo intestino. Antes de entrar na veia cava
e, portanto, no coração, é conduzido ao
fígado pela veia porta. No fígado, as
eventuais substâncias tóxicas são
eliminadas, enquanto as substâncias
nutritivas sofrem uma importante
transformação química. Antes de entrar no
fígado, a veia porta se divide em dois
ramos, direito e esquerdo, os quais, por
sua vez, se tornam a subdividir em
numerosos vasos e enfim se resolve em
uma rica rede de capilares.
Convenientemente transformado, o sangue
É formado por uma parte líquida
(o plasma, onde se dissolvem diversos
elementos como proteínas, açúcares, sais,
íons, etc.), e uma parte sólida, formada por
células (as hemácias, que são células
vermelhas e os leucócitos, células brancas)
e plaquetas, que são fragmentos de uma
célula chamada megacariócito.
Hemácias
Também chamadas de eritrócitos,
são as células vermelhas do sangue.
Apresenta esta coloração devido à
presença, em seu citoplasma, de grande
quantidade de hemoglobina, responsável
pelo transporte de oxigênio no sangue. As
hemácias são células anucleadas, em forma
de discos bicôncavos, bastante maleáveis
(devido às grandes dimensões da membrana celular com relação ao pequeno volume citoplasmático), podendo, com isso,
passar por capilares bastante delgados sem
que ocorra o rompimento da própria membrana celular.
Cada milímetro cúbico de sangue
contém, aproximadamente, 5.000.000
hemácias.
São produzidas na medula óssea
(principalmente de ossos membranosos
como esterno, costelas e ilíaco) a partir de
uma célula-mãe chamada hemocitoblasto.
Durante alguns dias, em sua evolução,
passa por vários estágios sucessivos
(eritroblasto basófilo, eritroblasto
policromatófilo, normoblasto) até que, na
forma de reticulócito, através de diapedese,
passam através da parede de capilares
sanguíneos e vão fazer parte do sangue.
Em 1 ou 2 dias cada reticulócito se
transforma numa hemácia madura. Cada
hemácia vive, aproximadamente, 120 dias.
A produção de hemácias pela
medula é bastante estimulada por uma
proteína presente no plasma chamada
eritropoietina. Quanto maior for o nível
plasmático de eritropoietina, maior será a
proliferação dos hemocitoblastos na medula
óssea e, conseqüentemente, maior será a
produção de hemácias.
Se uma pessoa sofre uma
hemorragia, aumenta sua atividade física ou
mesmo se mesma se desloca para uma
105
conhecidos como mononucleares.
região de altitude bastante elevada,
algumas células presentes no parênquima
renal, ao detectarem a oferta reduzida de
oxigênio que então passam a receber,
imediatamente aumentam a síntese da
eritropoietina.
Os quatro primeiro tipos de
leucócitos citados acima (neutrófilos,
eosinófilos, basófilos e monócitos) são
produzidos na medula óssea, a partir de
uma célula-mãe chamada mieloblasto.
Enquanto a hemácia vai sendo
formada, na medula óssea, em seu
citoplasma uma importante molécula
protéica vai sendo continuamente
sintetizada e se acumulando no interior da
célula: a hemoglobina. Para que ocorra uma
normal produção de hemoglobina, é
necessário que não haja falta de um mineral muito importante para sua síntese: o
íon ferro. Na falta de ferro haverá, como
conseqüência, falta de hemoglobina no interior das hemácias, o que afetará
nitidamente o transporte de oxigênio no
sangue. Por isso é muito importante que o
íon ferro esteja freqüentemente presente na
alimentação das pessoas.
liga a moléculas presentes, principalmente
no fígado, chamadas de apoferritina.
Leucócitos
Também chamados de glóbulos
brancos, são as células responsáveis pela
defesa de nosso corpo.
Cada milímetro cúbico de sangue
contém aproximadamente 6.000 a 8.000
leucócitos.
Devido a grande importância do
íon ferro na produção de hemoglobina e
devido a importância da hemoglobina no
transporte de oxigênio no sangue, existe
um sistema importante, também, para
transporte e armazenamento do ferro em
nosso organismo:
Existem 5 tipos de leucócitos:
-
neutrófilos
eosinófilos
basófilos
monócitos
linfócitos
O ferro, presente principalmente
em alimentos como carnes, fígado, gema
de ovos, feijão, couve, lentilha, espinafre,
etc., logo após ser absorvido, na parede do
intestino delgado, se liga a uma proteína
presente no plasma denominada
transferrina. Ligado à transferrina o ferro é
transportado na corrente sanguínea.
Os 3 primeiros tipos (neutrófilos,
eosinófilos e basófilos) apresentam
grânulos citoplasmáticos. Por isso são
também denominados granulócitos.
O ferro também permanece, durante semanas a meses, armazenados em
nosso organismo, na forma de ferritina.
Para se transformar em ferritina o ferro se
Devido ao aspecto do núcleo,
neutrófilos, eosinófilos e basófilos são
conhecidos como polimorfonucleares,
enquanto que monócitos e linfócitos são
Já os monócitos e linfócitos não
apresentam grânulos citoplasmáticos. Por
isso são conhecidos como agranulócitos.
Formação do Coágulo
Já os linfócitos são produzidos em
diversos tecidos denominados linfóides
(gânglios linfáticos, amídalas, adenóides,
timo, apêndice, etc.) e são todos derivados
de uma célula primordial linfocítica. Os
linfócitos atuam de uma forma diferente
dos demais leucócitos. São responsáveis
por um sistema de defesa, denominado
sistema imunológico.
Propriedades dos Leucócitos
-
fagocitose
diapedese
quimiotaxia
movimento amebóide
Em quase todos os tecidos de
nosso corpo existem células de defesa
habitando tais tecidos, desempenhando o
papel de uma primeira linha de defesa
nesses tecidos quando invadidos por algo
estranho, que deveria ser imediatamente
eliminado. Tais células de defesa, fixas e
teciduais, são denominadas macrófagos. Os
macrófagos são células com grande poder
de fagocitose.
Eis alguns exemplos de macrófagos
e os tecidos onde habitam:
- células de Küppffer - fígado
- macrófagos alveolares - pulmões
- histiócitos teciduais - sub cutâneo
- microglia - cérebro
- células reticulares - gânglios linfáticos,
baço e medula óssea
Os monócitos, que são células
106
Imunidade Celular. Formam clones de
linfócitos específicos para combater os
agentes portadores dos antígenos
detectados a cada ataque e os lançam na
circulação. Suas células precursoras,
primitivas, teriam sido processadas, durante
a vida fetal, no timo.
Linfócito T Humano
específica tendência de se aderirem às
estruturas antigênicas que suscitaram a sua
formação.
Mais interessante ainda é que,
mesmo tendo sido eliminados os agentes
portadores dos antígenos considerados
estranhos, uma memória imunológica
permanece e, durante anos, anticorpos
específicos estarão circulando pelo nosso
sistema vascular e nos protegendo contra
novos ataques daqueles mesmos agentes
que, num primeiro contato, teriam sido
detectados.
Os linfócitos não são formados
exclusivamente na medula, como os demais
leucócitos presentes no sangue, nem são
derivados dos mieloblastos, como aqueles.
Sua formação ocorre durante todo
o tempo, em diversos órgãos ou estruturas
de nosso corpo que apresentam os
denominado tecido linfóide: gânglios
linfáticos, amídalas, adenóides, timo, baço,
placas de Peyer, etc.
Existem, na verdade, 2 tipos de
linfócitos:
- Linfócitos T: Responsáveis por uma
modalidade de defesa chamada
- Linfócitos B: Responsáveis por uma
modalidade de defesa chamada
Imunidade Humoral. Não formam clones.
Cada vez que detectam a presença de
agentes com antígenos estranhos,
transformam-se inicialmente e células
maiores chamadas plasmoblastos. Estas,
então, passam a formar centenas de células
chamadas plasmócitos. Cada plasmócito
produz e libera na circulação, a cada
segundo, milhares de moléculas protéicas
de imunoglobulinas. As imunoglobulinas são
especificamente formadas com a
capacidade de detectarem e se aderirem a
cada estrutura portadora daqueles mesmos
antígenos detectados por suas células
produtoras.
Os anticorpos (imunoglobulinas)
vão sendo liberados na circulação e podem
eliminar os agentes considerados estranhos,
destruindo-os, através de uma ação direta
ou indireta.
Ação Direta
As imunoglobulinas ligam-se
diretamente às estruturas antigênicas dos
agentes estranhos. Podem, então,
desencadear diversos efeitos como:
- aglutinação: os anticorpos, aderidos aos
seres estranhos, aderem-se uns aos outros,
formando verdadeiros “grumos” ou
aglutinados. Estes serão, certamente, mais
facilmente destruídos por outras células
Macrófagos e a formação de
Anticorpos:
através da fagocitose.
- precipitação: os anticorpos, aderidos aos
seres estranhos, algumas vezes, formam
complexos insolúveis aos líquidos corporais
e se precipitam. Assim também serão mais
facilmente destruídos pelos macrófagos e
demais leucócitos.
- neutralização: os anticorpos podem se
aderir justamente aos pontos de ação
tóxica de uma toxina ou de um vírus, por
exemplo, neutralizando, assim, a sua
toxicidade ou seu poder invasivo.
- lise: os anticorpos, aderidos às estruturas
antigênicas dos seres estranhos, destroem
a membrana ou estrutura dos mesmos.
Ação Indireta
Outros fenômenos teciduais podem
ocorrer, simultaneamente à ação das
imunoglobulinas com seus antígenos e, de
certa forma, contribuir, paralelamente, com
a destruição e eliminação dos agentes
então considerados estranhos.
A forma de atuação indireta mais
interessante se dá através da ativação do
sistema complemento.
Através deste sistema, diversas
enzimas, quando ativadas, produzem no
tecido uma série de fenômenos que visam
complementar a ação dos anticorpos na
destruição dos agentes estranhos e facilitar
a destruição dos mesmos tanto pelos
anticorpos como pelos demais sistemas de
defesa.
107
Imunidade Celular
As enzimas, quando ativadas,
podem provocar nos tecidos:
-
aglutinação
precipitação
neutralização
lise
quimiotaxia para neutrófilos e macrófagos
opsonização
inflamação
Fontes de textos e figuras:
1. Online Biology Book
© The Online Biology Book is hosted by Estrella Mountain
Community College, in sunny Avondale, Arizona. Text ©1992,
1994, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, M.J. Farabee, all rights
reserved. Use for educational purposes is encouraged.
2. O Corpo Humano
© 2000 jPauloN.RochaJr Corporation, All rights reserved
(www.corpohumano.hpg.ig.com.br)
3. Anatomia e Fisiologia Humanas
© Ana Luisa Miranda Vilela (www.biologia.cjb.net)
4. Fisiologia on-line
© Prof. Malaghini (PUC-Paraná) (www.geocities.com/~malaghini)

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