Edição nº18
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REVISTACARGILL Nova fábrica em Mato Grosso Inaugurada em maio, a unidade de processamento de soja da Cargill ampliará os negócios no País e no exterior ANO 29 - JUL. AGO. SET. 2009 18 Inovação com sustentabilidade 3 I O mensagem Os desafios do Brasil na área de tributos 4 Os pactos e as mudanças na sociedade visão global 6 S U M Á R entrevista Nova fábrica de processamento de soja Ingeo®: plástico renovável inovação Inovação com foco no cliente expertise Segurança alimentar: da semente ao produto final food safety Notícias Cargill destaques Uma história de crescimento profissional personagens 8 12 14 16 17 19 Revista Cargill é uma publicação trimestral editada pelo Departamento de Assuntos Corporativos e dirigida aos funcionários, clientes e fornecedores da Cargill – Av. Morumbi, 8.234 – CEP 04703-002 – São Paulo – Tel.: (11) 5099-3311 – www.cargill.com.br – Direção Editorial: Afonso Champi – Coordenação Editorial e Jornalista Responsável: Lúcia Pinheiro (MTb 18.755) – Comitê Editorial: Alessandra Cher, Ana Caiasso, César Neres, Débora Sesti, Denise Cantarelli, Emerson Sanders, Gerson Beraldo, José Cardoso, Luciane Reis, Marcello Moreira, Mauricio Chiavolotti, Neusa Duarte, Regiane Peres, Renata Holzer, Shirley Lobo, Sônia Matangrano, Vagner Rodrigues, Valmir Tambelini, Vitor Ideriba e Yanah Abreu – Colaboração: Kátia Sala e Ana Caiasso – Projeto Gráfico: Oz Design – www.ozdesign.com.br - Editoração e Direção de Arte: Arco W Comunicação & Design – www.arcow.com.br – Elaboração de Conteúdo: Quintal 22 – Edição de Textos: Anna Costa e Letícia Tavares – Reportagem: Carla Jimenez, Fabiana Garbelotto, Paula Meireles e Renata Nogueira – Foto Capa: Arquivo Cargill. A Revista Cargill não se responsabiliza pelas opiniões emitidas em entrevistas. • A Revista Cargill adota o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa. A N O 2 9 - N º - 1 8 J U L . / A G O . / S E T . 2 0 0 9 especial Para comentários ou sugestões sobre a Revista, envie seu e-mail para [email protected] ou telefone para (11) 5099-3220. Foto: Sergio Zacchi D I R P G M E Marcelo Martins Presidente N Boa leitura! S A Esta edição reflete o jeito de ser e de fazer negócios da Cargill. Uma empresa que, além de buscar a inovação, mantém firmes seus investimentos no Brasil e, acima de tudo, cumpre a sua missão de responsabilidade social e ambiental. E M Além disso, acreditamos e investimos nos países em que atuamos. Em maio inauguramos a primeira unidade industrial da Cargill no Mato Grosso, sendo a sétima fábrica do Complexo Soja no Brasil. Com o investimento de R$ 210 milhões, pretendemos ampliar os negócios nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do País. D O Compromisso com o cliente também é ponto fundamental para o sucesso dos negócios, especialmente no setor alimentício. Em nossa empresa uma das questões que merecem atenção total é a segurança dos alimentos, do termo original em inglês Food Safety. Seguimos muito esse conceito, que prima pela qualidade e pela garantia de alimentos saudáveis e com valor nutricional, e contamos com processos rígidos de qualidade em segurança em todas as nossas unidades que trabalham com alimentos. E S Nesse caminho, buscamos produtos que agridam menos a natureza, como é o caso do Ingeo®, um biopolímero proveniente do açúcar e utilizado na fabricação de produtos de plástico, como embalagens, garrafas, pratos e fraldas. Esse produto é feito a partir de fontes renováveis e tem rápida capacidade de decomposição. Oferece, com isso, mais sustentabilidade à indústria de plástico. E N T E U m dos grandes desafios das empresas é desenvolver produtos inovadores que encantem seus consumidores e que agreguem qualidade, segurança e, claro, respeito ao meio ambiente. A Cargill segue firme nesse propósito. Não deixamos de evoluir e temos sempre à nossa frente o compromisso com o desenvolvimento social e a responsabilidade ambiental. Por conta disso, apoiamos iniciativas governamentais e de instituições que traduzem essas ideias. Também participamos de pactos sociais que garantem a integridade do ser humano. 3 País demonstra importantes avanços, como a implantação do Simples, mas ainda há muito o que fazer especialmente no que diz respeito à alta carga tributária e aos serviços oferecidos à população O S L U A R E N T R V E E V L I L O A S T Foto: Divulgação Tributos: um tema sempre urgente sua renda (tamanho aproximado da carga tributária total média), sem ter a contrapartida de serviços de alta qualidade que ele mereceria, especialmente nas áreas de segurança, saúde e educação. O cidadão brasileiro precisa trabalhar quatro meses e 27 dias do ano para pagar o total de tributos – entre impostos, taxas e contribuições – exigidos pelos Governos Federal, Estadual e Municipal. Esse dado é apontado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Na década de 70, segundo o Instituto, o brasileiro pagava metade desse montante. Outros cidadãos de países do chamado primeiro mundo pagam até um pouco mais. Entretanto, têm acesso a serviços, em alguns casos, de qualidade superior. Revista Cargill - Qual é a classe social mais prejudicada com as tributações? Raul Velloso - Como no Brasil predominam os impostos indiretos, que são exatamente os que mais afetam a classe menos favorecida, são os mais pobres que pagam a maior parte da conta. Com o objetivo de aumentar a competitividade, países desenvolvidos e outros emergentes têm reduzido a carga tributária para empresas nos últimos anos. Infelizmente, o Brasil ainda não está nesse rol. “Evoluímos um pouco com a implantação do Simples, por exemplo”, ressalta o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas e ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento nos anos 90. “Mas, mesmo assim, estamos mais para ‘apagadores de incêndio’ quando o assunto é tributação”, avalia. Revista Cargill - Quais são os países que melhor resolveram a questão da carga de tributos alta? Raul Velloso - Em geral, são aqueles que cobram muitos impostos e, em contrapartida, prestam bons serviços à população nas áreas de educação, segurança e saúde. A maior parte dos países desenvolvidos está nessa lista. Revista Cargill - As empresas, de um modo geral, estão se organizando adequadamente para trabalhar pela redução de tributos e aumentar a competitividade? Raul Velloso - As representações empresariais batem, há vários anos, na tecla errada. Brigam por reforma tributária e fingem que não percebem que o Governo não tem interesse. As empresas querem baixar custo e o Governo quer aumentar a arrecadação. É preciso inverter essa briga. É preciso lutar para reduzir o gasto público. Daí o Governo será solidário, trabalhará como um aliado. Hoje o Governo vê o setor privado como inimigo nesse assunto. O ideal seria trocar a ordem da Para Velloso, o primeiro passo rumo à diminuição da carga tributária está na luta pela redução dos gastos públicos. De acordo com ele, somente depois de resolver essa questão será possível trabalhar na carga tributária. Confira, a seguir, a entrevista com o economista que aborda alguns aspectos do sistema tributário brasileiro. Revista Cargill - Quanto o cidadão brasileiro está perdendo hoje com a carga tributária no Brasil? Raul Velloso - Em média, está perdendo 40% da 4 luta. Nesse sentido, o primeiro passo é criar uma agenda para a redução de gastos do Governo. O poder público não quer se arriscar um milímetro reduzindo a incidência tributária. Se tiver de reduzir o gasto, aí ele arruma um espaço para se arriscar. Isso ajuda a combater a sonegação e, pelo que tenho observado, me parece que está funcionando bem. Revista Cargill - A crise motivou o Governo a reduzir impostos em alguns setores. Como o senhor avalia essas medidas? Raul Velloso - Por definição, essas reduções são temporárias, pois, por mais que a solvência pública – que significa a capacidade do Governo de pagar suas dívidas – tenha melhorado, não dá para brincar nessa área. Mas é, sem dúvida, uma das armas do Governo. O melhor, contudo, seria afrouxar a política monetária. Revista Cargill - Países emergentes, como Índia e China, começaram a trabalhar para eliminar cargas tributárias altas. O mundo está perto de eliminá-las do mesmo modo que eliminou a inflação nos anos 90? Raul Velloso - Há uma certa resistência à mudança. Aos poucos, crescerá a consciência nos países de que, ao reduzir a carga, aumenta-se a arrecadação. Os que conseguirem enxergar isso como oportunidade sairão na frente e colherão os frutos de um sistema tributário organizado e que faça sentido. “É preciso lutar para reduzir o gasto público. Daí o Governo será solidário, trabalhará como um aliado. Hoje o Governo vê o setor privado como inimigo nesse assunto.” Revista Cargill - Nesse contexto, o Brasil está mais para a promessa do bloco denominado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) ou para apagador de incêndio? Raul Velloso - Eu sou muito cético e, nesse momento, vejo o País mais como apagador de incêndio, infelizmente. Revista Cargill - Seja como for, a reforma tributária está na pauta do Congresso e o Governo diz que quer aprová-la este ano. Como o senhor vê essa proposta? Raul Velloso - No meu ponto de vista, é só uma maneira de desviar a atenção. Com a proximidade do fim desse mandato não há clima para discussão sobre esse tema. Não vejo qualquer chance dessa reforma realmente ser aprovada. É um assunto que ficará para o próximo Governo, certamente. Revista Cargill - O Brasil tem avançado de alguma forma nos últimos anos? O Simples, por exemplo, foi uma boa iniciativa? Raul Velloso - Sim, todos os movimentos realizados em prol de uma simplificação são benéficos e, com isso, a arrecadação aumenta. Temos vários avanços desde o Plano Real. Ninguém se anestesiou e há pressão da sociedade por mudanças. Esse é um aspecto positivo que podemos observar aqui no Brasil. Revista Cargill - De que forma o cidadão comum pode atuar para alterar o quadro atual dos impostos que incidem em sua renda? Raul Velloso - Infelizmente há muito pouco espaço para uma pessoa qualquer, isoladamente, lograr resultados favoráveis na luta pró-redução da carga tributária. As representações empresariais, por exemplo, quase não conseguem por em prática um caminho produtivo nessa direção. De qualquer forma, cada um deve usar todos os meios ao seu alcance para pressionar representantes no Congresso e nas demais maneiras de organização da sociedade com o objetivo de exigir do Governo a redução dos gastos públicos em primeiro lugar. Depois dessa conquista, aí sim, vem a questão da batalha pela redução da carga tributária. ● Revista Cargill - Como o senhor vê iniciativas de premiar os consumidores que informam o CPF na hora da compra? Raul Velloso - Vejo de uma maneira bem positiva. São iniciativas muito boas, que também são fruto de todo esse desejo de mudança existente em nosso País. 5 L V I S Ã O G L O B A Por uma sociedade melhor A opinião pública é uma ferramenta eficaz na promoção de mudanças nos governos e nas empresas e no combate aos abusos e à falta de responsabilidade O s relacionamentos, sejam eles pessoais, profissionais, comerciais, políticos ou até mesmo entre países, não fogem de uma regra comum: os acordos. São esses acertos que pontuam, limitam e esclarecem o papel de cada um na relação. É desse desejo pela justiça e por mudanças no status quo que surgem pactos sociais importantes para o amadurecimento de uma comunidade. O Brasil tem diversas iniciativas celebradas mundo afora. Foi da cabeça de alguns brasileiros, como Chico Whitaker, que nasceu a ideia do Fórum Social Mundial, um contraponto ao Fórum Econômico de Davos, que busca debater questões globais básicas, como a fome e a educação. Não faltam exemplos nos quais a sociedade civil brasileira tenha se posicionado de maneira firme e clara para impulsionar mudanças de atuação e de comportamento por parte dos órgãos públicos ou empresas. Se comparada a outros povos, porém, ainda há muito espaço para evoluir na busca de leis e pactos para a construção de uma sociedade mais justa. No Brasil, desde que a democracia foi instaurada em 1985, uma série de iniciativas de cunho social – muitas vezes conduzidas por um único indivíduo ou pequeno grupo de pessoas – evoluiu para a formação de instituições que estimulam o debate sobre os direitos do cidadão e defendem suas aspirações. Muitas vezes, essas instituições criam mecanismos de monitoramento para acompanhar como se desenvolvem as articulações em torno de um tema ou propósito. Foi assim com o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), em 1987; o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), em 1981, que tem como um de seus fundadores o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho; e a Fundação Abrinq, em 1990. Nesse contexto, surgiram dezenas de outras instituições que terminaram por criar, inclusive, o chamado terceiro setor. Transformações nas empresas Segundo o professor Eduardo Gomes, da Universidade Federal Fluminense, a pressão pública é capaz de transformar o comportamento de empresas e de governos para a criação de pactos e ações de responsabilidade social e ambiental. Aliás, foi no anseio solidário de um cidadão comum que teve origem o conceito de responsabilidade social das empresas. Na década de 60, o então ativista norte-americano Ralph Nader, indignado com a falta de compromisso ético das montadoras de car6 Em sintonia com a sociedade Em busca de diferenciais para se relacionar com seus consumidores, as companhias têm-se utilizado do seu papel econômico para quebrar o ciclo de mazelas ancestrais no Brasil, como escravidão, prostituição infantil e danos ao meio ambiente. Respeito às questões sociais e ambientais faz parte dos valores da Cargill desde a sua fundação, seja por meio de apoio ou filiação a associações, como o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) e a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente, ou articulando-se e engajando-se em iniciativas que refletem seus quatro importantes fundamentos na área de responsabilidade social: conduta de negócios, padrões ambientais, práticas para pessoas e envolvimento comunitário. A empresa vem trabalhando por questões essenciais, como a erradicação do trabalho escravo. A Cargill é signatária desse pacto desde 2006 e isso está reproduzido em cláusulas contratuais com todos os seus fornecedores. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulga periodicamente uma lista negra de empresas que contrataram mão-de-obra escrava. Esses nomes ficam então proibidos de vender produtos ou serviços para a Cargill. Na prática, estão fechando o cerco aos fornecedores que não se alinham com a ética que preserva a integridade humana e os recursos naturais. Aliadas a entidades de terceiro setor e instituições governamentais, empresas engrossam a lista de signatários de pactos nacionais pela erradicação do trabalho escravo no País, por exemplo. Para os estudiosos do assunto, todos ganham com o apoio de empresas a causas dessa natureza. “São movimentos de sintonia com a sociedade”, avalia Eduardo Gomes. Wagner Pralon, professor de gestão de políticas públicas da Universidade de São Paulo (USP), concorda. “É um modo de pressionar as empresas que atuam no terceiro setor”, pontua. A companhia também faz parte do pacto Na Mão Certa, contra a exploração sexual infantil, desde 2007. A empresa apoia o trabalho da ONG Childhood Brasil, braço da World Childhood Foundation, liderada pela rainha Silvia, da Suécia, que combate a exploração sexual de jovens por meio de um movimento de sensibilização dos caminhoneiros, “assediados” pela oferta desse grupo. Na região de Santarém (PA), a Cargill, por meio do trabalho desenvolvido pela ONG The Nature Conservancy (TNC), incentiva a produção de soja sustentável promovendo o respeito à área de preservação permanente, à reserva legal e às áreas índigenas. A empresa participa, desde 2006, da Moratória da Soja, cujo objetivo é evitar a comercialização de soja proveniente de áreas desflorestadas no bioma Amazônia. Além disso, investe na construção de um processo de governança para aquela região. A companhia também integra a Mesa Redonda da Soja Responsável, criada em 2005, que se constitui um relevante fórum internacional com participação de representantes de produtores, indústria e organizações da sociedade civil. O propósito dessa iniciativa é estabelecer critérios para a produção da soja de forma economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente justa em qualquer região do mundo. Foco no meio ambiente Hoje a grande preocupação é o meio ambiente e a busca por sustentabilidade. Empresas que não cuidam dos recursos naturais perdem valor no mercado diante dos consumidores e de outras empresas. As companhias de capital aberto com ações na Bolsa de Valores e que investem em ações sustentáveis ganharam, inclusive, índices próprios, como é o caso do Índice de Sustentabilidade Ambiental (ISE), da Bovespa. Um dos instrumentos adotados pelas empresas para assumir compromissos de responsabilidade social são os pactos sociais, explica Caio Magri, assessor de políticas públicas do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Foi por meio dos pactos que o Brasil logrou inibir o trabalho infantil na década de 90, e a discriminação racial e por gênero no começo dos anos 2000, exemplifica Magri. “Agora os focos das corporações, impulsionados por ações populares, são o meio ambiente e o trabalho escravo”, completa. Uma força extra para trabalhar pelo desenvolvimento do País. ● 7 Fotos: Arquivo Arco W/PhotoXpert - RF ros da época, decidiu escrever o livro Unsafe at any speed (Insegurança em qualquer velocidade). Nele, Nader denunciava a indústria automobilística por poupar custos com itens de segurança, colocando a vida da população em risco. L A I Entra em atividade um dos maiores investimentos da Cargill no Brasil: a nova unidade de processamento de soja que atenderá os mercados interno e externo E S P E C Cargill inaugura fábrica em Mato Grosso F oi dada a partida. No dia 27 de maio, ocorreu a inauguração da primeira unidade industrial da Cargill no Mato Grosso, sendo a sétima fábrica do Complexo Soja no País. Com investimento de R$ 210 milhões – segundo maior da empresa no Brasil nos últimos 10 anos –, a Cargill pretende ampliar os negócios na região Centro-Oeste, além de entrar em um novo segmento de mercado naquela região: o farelo de soja, utilizado principalmente na composição de ração animal. permitindo à Cargill alcançar maior competitividade no mercado brasileiro de farelo.” “Com esta nova fábrica, a Cargill ajuda o País, que ocupa hoje a liderança no fornecimento mundial de soja, a dar um passo na agregação de valor para a cadeia desse grão e a se notabilizar como um importante produtor de matéria-prima para o mercado de proteína animal”, explica José Luiz Glaser, diretor do Complexo Soja da Cargill no Brasil. A moagem de 3 mil toneladas de soja por dia gera aproximadamente 2.340 toneladas de farelo, sendo 60% destinado ao mercado externo e 40% ao doméstico. Já a fabricação de Liza irá abastecer principalmente as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, mercados em que o produto tinha pouca presença. “A expectativa é de que haja produção de um milhão de caixas de óleo Liza por mês, o que corresponde a 460 frascos de 900 ml por minuto”, afirma Altamir Olivo, gerente-geral de Originação dos Estados de Mato Grosso e Rondônia. Localizada no município de Primavera do Leste – um dos principais pólos produtores de soja –, a planta está instalada em uma área total de 60 hectares, sendo 25 mil m² de área construída e 44 mil m² de área aberta. A unidade é dividida em dois complexos: um de esmagamento para produção de farelo de soja e o outro para refino e envase de óleo Liza. Segundo Max Slivnik, gerente comercial do Complexo Soja, a empresa é uma das principais compradoras e armazenadoras de soja da região. No entanto, ainda não possuía sua própria planta industrial de farelo na localidade. “A amplitude desse investimento, na verdade, abrange todo o País, Para Marcelo Martins, presidente da Cargill no Brasil, o investimento em Primavera do Leste alavancará a competitividade da empresa no mercado de soja e de seus derivados. “Os grãos serão processados mais 8 próximos dos agricultores do Estado do Mato Grosso, estreitando nossas relações com eles. E isso também nos tornará mais competitivos para venda de óleo e farelo de soja em mercados onde até agora não tínhamos a liderança”, afirma Martins. Sinergia ampliada Mais que investimentos e geração de emprego – são aproximadamente 200 empregos diretos e centenas de postos de trabalho indiretos –, a Cargill está promovendo várias sinergias. A primeira delas é com o próprio produtor, que já era fornecedor da empresa. “Estamos mais próximos do agricultor local, queremos que ele conheça a nossa empresa por dentro, além de ter contato com a equipe da Originação”, explica Olivo. Fotos: Arquivo Cargill Outro passo importante foi o incremento das relações empresariais. Com a ida da Cargill para o município de Primavera do Leste, outras companhias de segmentos de mercado complementares também resolveram abrir negócios na região. A Big Frango é um desses exemplos. Considerada uma das mais importantes avicultoras brasileiras, a empresa está se instalando ao lado da Cargill e comprará farelo de soja para ração das aves. “Somos fornecedores e parceiros, pois compartilhamos um pátio comum, bem como energia elétrica”, diz Max Slivnik. As duas maiores produtoras de ovos do Brasil – Yabuta e Granja Mantiqueira – também foram para Primavera do Leste, construíram suas unidades próximas à Cargill e já iniciaram negociações e parcerias. A unidade gerará boa parte da energia consumida, por meio do sistema de cogeração, com caldeira de alta pressão que produz vapor e alimenta o sistema de geradores. A caldeira funciona a partir da queima de biomassa (madeira, capim e combustível). Com isso, será gerada 60% da energia utilizada na planta, diminuindo o consumo da rede pública. “Temos ainda o sistema para controle de emissões de efluentes, e reaproveitaremos a água tratada para irrigação do jardim e lavagem de áreas comuns”, explica Almerano Rocha, gerente industrial responsável pela implantação da fábrica. Essa conscientização faz parte do esforço mundial da empresa para a redução do consumo de água, que compõe uma de suas metas globais de EHS (Envirnoment Health and Safety) até 2010. Tecnologia com respeito ambiental A nova unidade conta com tecnologia de ponta, que propicia maior eficiência no processamento dos grãos, na extração e no refino de óleo. Mais do que trazer equipamentos modernos, a empresa investiu também na sustentabilidade do processo produtivo. 9 A Cargill aproveita a inauguração da nova unidade para lançar a campanha de comunicação “Liza chegou pra te conquistar” (veja anúncio nesta edição). O objetivo é divulgar e aproximar a marca dos consumidores do Mato Grosso e de Goiás, de forma a ampliar a participação do mercado nessas regiões, além do Sul e Nordeste do País. E S P E C I A L Liza te conquista Com a campanha, prevista para ocorrer entre os meses de junho e setembro, será trabalhado o conceito de alta qualidade com preço acessível. O plano de comunicação contará com patrocínios de eventos e de programas regionais em TV. Com essas ações de marketing e a presença da empresa no Mato Grosso, a Cargill estima ampliar o volume de vendas de Liza em 20%. ● A Granja Mantiqueira, que a exemplo da Cargill investe na cidade de Primavera do Leste, por meio de sua segunda unidade, foi homenageada com a entrega simbólica da nota fiscal no 1. Na foto, Sérgio Beleli, gerente comercial da Cargill Uberlândia, entre Carlos Cunha (esquerda) e Leandro Pinto, sócios proprietários da Granja Mantiqueira Um jovem e promissor município A agricultura é sua maior fonte de arrecadação, e a soja seu principal produto de destaque no cerrado brasileiro. Além do aumento da arrecadação de impostos com o novo parque industrial e da ampliação da empregabilidade, a região teve seu comércio incrementado com a construção de novos hotéis e postos de gasolina, entre outros estabelecimentos. Primavera do Leste também começa a se beneficiar com projetos de responsabilidade social trazidos pelas novas empresas. Com cerca de 5 mil quilômetros quadrados de área, o jovem município de Primavera do Leste está localizado a 240 quilômetros de Cuiabá, capital do Mato Grosso. A cidade foi emancipada em 1986 e hoje é considerada a quinta economia do Estado, com uma população de cerca de 45 mil habitantes residentes, segundo estatística do IBGE de 2007. 10 Governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, ressalta a importância da nova fábrica para a agroindustrialização do Estado, em discurso no evento de inauguração que contou com a presença da diretoria da Cargill e de várias autoridades locais Em destaque “A crise financeira mundial não impediu a Cargill de manter seu cronograma de projetos e estabelecer sua primeira unidade industrial no Mato Grosso. A história da empresa se confunde com a implantação da soja no Estado. Com a nova unidade, queremos colaborar para o desenvolvimento da região Centro-Oeste e estabelecer um pólo industrial em Primavera do Leste.” José Luiz Glaser, diretor do Complexo Soja da Cargill no Brasil No evento de inauguração, em 27 de maio, a nova fábrica recebeu cerca de 500 convidados, entre fornecedores, clientes, autoridades e membros da comunidade de Primavera do Leste. Na solenidade, o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, e o líder da Unidade de Negócio Complexo Soja da Cargill, José Luiz Glaser, enalteceram a importância do investimento para o Estado e de sua contribuição para o desenvolvimento da região. “Houve um envolvimento muito grande e intenso de trabalho. Hoje estamos constatando que o sonho agora é realidade. O desenvolvimento sustentável é um desafio a todos os administradores, mas as parcerias entre a iniciativa privada e os Governos Federal e Estadual têm resultado em bons frutos. Esse é um deles. Primavera está no rumo certo, e mais uma vez agradeço à Cargill por acreditar e investir no futuro deste município.” Getúlio Gonçalves Viana, prefeito de Primavera do Leste Também entre os presentes estiveram o prefeito de Primavera do Leste, Getúlio Gonçalves Viana, além de secretários de Estado e prefeitos de diversas cidades da região. Veja abaixo trechos dos discursos proferidos na ocasião. “Apesar das adversidades impostas por um mundo globalizado, a Cargill, com a inauguração dessa unidade, reitera o compromisso com o Brasil. A manutenção do nosso programa de investimentos, aqui em Primavera do Leste, no prazo previsto é uma evidência concreta disso.” Luiz Pretti, diretor Financeiro da Cargill para América Latina Fotos: Arquivo Cargill “A instalação desta primeira unidade da Cargill no Mato Grosso permitirá que produtos processados aqui cheguem às mesas dos consumidores de todo o Brasil – e isso faz toda a diferença. A inauguração da fábrica é um importante passo para a agroindustrialização do Estado, condição importante para que não sejamos apenas exportadores de grãos.” Blairo Maggi, governador do Mato Grosso 11 Plástico renovável U Ç Ã O m dos grandes desafios das companhias em todo o mundo é desenvolver produtos que atendam às necessidades atuais do consumidor sem agredir o meio ambiente e comprometer a existência das gerações futuras. A Cargill compartilha desse desafio e traz para o mercado brasileiro um produto inovador, que permitirá à indústria de plástico desenvolver-se de maneira mais sustentável. Trata-se do bioplástico Ingeo®, que tem como matéria-prima açúcares e substitui o plástico feito à base de petróleo. Foto-montagem: Arquivo Arco W I N O V A Cargill traz para o Brasil produto desenvolvido a partir de matéria-prima orgânica com rápida capacidade de decomposição. Mais sustentabilidade para a indústria do plástico A novidade estará presente na vida das pessoas de diversas maneiras. Entre suas aplicações, estão produtos de plástico, como talheres, copos e também embalagens para cosméticos, alimentos e bebidas. Além disso, pode ser usado na fabricação de travesseiros, roupas, escovas de dente e fraldas descartáveis. Amigo da natureza O desenvolvimento do novo produto foi motivado especialmente pela busca de uma alternativa à utilização do petróleo. “Cada vez que utilizamos petróleo, estamos tirando uma quantidade de carbono de dentro da terra para colocar no ar”, explica Paulo Hoffmann, gerente comercial da área industrial da Unidade de Negócio Amidos & Adoçantes. 12 “As vantagens do Ingeo® são inúmeras. Além de ter origem a partir de uma fonte vegetal e renovável, apresenta elevada capacidade de decomposição. Enquanto um plástico comum leva anos para se decompor, esse bioplástico leva cerca de 4 a 5 meses, desde que esteja em condições de compostagem industrial: umidade de 80% com temperatura constante maior que 60ºC”, afirma Hoffmann. Para dar suporte aos clientes na aplicação desse novo produto, a Unidade de Negócio Amidos & Adoçantes trabalha com uma equipe especializada. “Cuidamos da comercialização e distribuição do produto e oferecemos assistência técnica necessária para os fabricantes no Brasil e na América Latina”, conta Marcelo de Andrade, líder da Unidade de Negócio Amidos & Adoçantes. Na fabricação do Ingeo® há redução tanto de emissão de CO2, como de consumo de petróleo. Comparado com a produção de PET, por exemplo, o bioplástico gera 77% menos gases causadores de efeito estufa e exige 56% menos combustível fóssil. O novo produto chega ao Brasil com aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para aplicação em embalagens destinadas a diversas indústrias, como a alimentícia e a farmacêutica. Custo e benefício Com três milímetros de tamanho, esse biopolímero passa pelo processo normal de fabricação – como os plásticos comuns – para ganhar formas variadas. Por ser um produto desenvolvido a partir da fermentação do ácido lático, o Ingeo® tem como matéria-prima açúcares que podem ser originados de diversas fontes renováveis. Em termos de preço, os benefícios dependem da situação do petróleo. “Quando o valor do petróleo está lá em cima, o custo do Ingeo® é bem interessante para o cliente. Assim como na Europa e nos Estados Unidos, os fabricantes no Brasil e na América Latina terão de pesar as vantagens ecológicas do produto com o custo de produção em momentos em que o preço do petróleo estiver em patamares inferiores”, explica Andrade. Aprovado no Brasil “Fabricado desde 2002 em Blair, nos Estados Unidos, o Ingeo® é comercializado em larga escala no Canadá, Estados Unidos e Europa, regiões em que a pressão do consumidor por produtos sustentáveis é bem maior do que no Brasil”, afirma Hoffmann. A Cargill comercializará o Ingeo® com exclusividade no Brasil e em países da América Latina, como Argentina e Chile. Com a introdução desse bioplástico nos mercados brasileiro e latino-americano, a Unidade de Amidos & Adoçantes promove uma ampliação em sua linha de produtos. Atualmente, 40% de seu portfólio é destinado a aplicações industriais, além do mercado alimentício. ● 13 Chris Mallett* E X P E R T I S E Inovação é um bom negócio N A inovação focada no cliente ajuda a aumentar as receitas da empresa e a expandir os negócios, tornando a Cargill o parceiro de escolha de nossos clientes o início deste ano, Greg Page, presidente mundial da Cargill, falou à Equipe de Liderança a respeito da implantação de nosso Sistema de Inovação frente à crise econômica mundial. Na ocasião, Greg Page alertou: “Nestes tempos econômicos sem precedentes em que vivemos, é muito importante administrarmos os custos de forma mais inteligente. Não podemos arriscar perder o relacionamento construído com nossos clientes, nem nos desviar do nosso foco na inovação. Para alcançarmos o objetivo de implementar o Sistema de Inovação da Cargill até 2012, temos de agir aqui e agora”. Sem dúvida, a inovação focada no cliente nos fortalece financeiramente e eleva nossa reputação, além de propiciar um maior envolvimento de nossos funcionários. A mensagem de Greg Page endossa a meta da Equipe de Liderança da Cargill de implementar o Sistema de Inovação até 2012. Para tanto, levando em consideração as pressões sobre os nossos recursos, a liderança concordou que as Unidades de Negócios tenham flexibilidade para que possam atingir nosso objetivo. Grande parte de nossos negócios já fez investimentos significativos em inovação focada no cliente, e a adoção do Sistema de Inovação faz com que seus esforços sejam mais eficientes (custos menores) e mais eficazes (maior sucesso com os clientes). Não é à toa que a inovação continua sendo um tema estratégico para a Cargill. Quando focada no cliente, ela ajuda a aumentar as receitas da empresa e a expandir os negócios, tornando-nos o parceiro de escolha de nossos clientes. 14 Um verdadeiro sistema Para trabalhar a inovação de modo organizado, a Cargill criou o chamado Sistema de Inovação, que adota uma abordagem estruturada com uma linguagem comum e um grupo de ferramentas para aprimorar o desempenho em conexão e capturar o valor do pensamento criativo. O Sistema é fundamentado no foco no cliente e irá nos auxiliar a atingir um novo patamar de inovação. O Sistema de Inovação da Cargill parte de nossas estratégias e metas; busca harmonizar nossas capacidades e as necessidades dos clientes; captura e examina a percepção do cliente; incentiva a imaginação dos funcionários; é concebido para gerar ideias e criar o portfólio de clientes; utiliza metodologia padrão de projetos; mede o sucesso e promove um cultura sustentável de suporte à inovação. Nesse processo, a Cargill trabalha ao lado dos clientes para garantir que as soluções entregues estejam de acordo com aquilo de que eles realmente precisam. Por isso, dentro do Sistema de Inovação, as atividades incluem a identificação de clientes potenciais e suas necessidades, a compreensão dos fatores que motivam comportamentos, além do conhecimento da concorrência e das regras do mercado. Acreditamos que o desenvolvimento da compreensão mais profunda das necessidades de nossos clientes é uma grande oportunidade de inovar e gerar valor. Por fim, a cultura de uma organização é o componente principal para o sucesso de ações de inovação como as da Cargill. Precisamos criar um ambiente de apoio que propicie e reconheça ações de inovação bem-sucedidas. Precisamos ser mais tolerantes com os riscos, cooperar e escutar mais uns aos outros e nos abrir a novas ideias e perspectivas. Esperamos que cada funcionário da Cargill esteja disposto a enviar ideias, defendêlas – e também as de seus colegas – e ajudar nossos clientes a crescer. ● Além disso, o Sistema de Inovação contempla uma abordagem disciplinada com o intuito de alavancar a * Chris Mallett é Vice-presidente Corporativo de Pesquisa e Desenvolvimento da Cargill 15 Ilustrações: Marcelo Cipis comercialização de projetos de inovação focados no cliente. Desta forma, as ideias se tornam realidade e se alinham ao nosso processo de Gestão de Projetos e Portfólios (PPM), que cria um canal robusto de ideias qualificadas e de implementação bem-sucedida de projetos. A gestão de portfólios é uma forma de assegurar que estamos implementando os projetos corretamente. Já a gestão de projetos garante a implementação dos projetos certos. F O O D S A F E T Y Foto: Steve Niedorf Segurança dos alimentos Para garantir uma alimentação saudável e também segura, o cuidado é essencial em toda a cadeia: desde o plantio dos grãos que irão compor a ração animal à distribuição dos produtos E dos Alimentos e Assuntos Regulatórios, localizado em Mineápolis (EUA), formado por 14 especialistas em ciência dos alimentos, que dão suporte para as 24 Unidades de Negócios da Plataforma de Ingredientes Alimentícios, o que corresponde a 220 instalações de produção no mundo. m 1969, quando Neil Armstrong fez a primeira viagem do homem à Lua, a preocupação em mantê-lo bem alimentado e sem nenhum tipo de problema digestivo durante a viagem mudaria para sempre a visão a respeito da segurança dos alimentos. Desde então, a indústria alimentícia passou a dar mais atenção às contaminações físicas, químicas e biológicas às quais os alimentos estão sujeitos durante o seu processo de produção. “O conceito de segurança dos alimentos, do inglês food safety, é hoje universal e visa garantir que os alimentos não causarão danos à população e proporcionarão valor nutricional quando consumidos”, afirma Maya Piñeiro, coordenadora de Qualidade e Segurança Alimentar da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) da América Latina e Caribe. Entre as iniciativas coordenadas por esse grupo com o objetivo de garantir o alinhamento de todo o processo, estão os treinamentos ministrados para toda a liderança, gerência de operações, supervisores e pessoas que vão fiscalizar a eficácia do programa de segurança dos alimentos nas operações da Cargill. “Trabalhamos com regras rígidas e os funcionários são treinados por especialistas da área, pois devem seguir à risca todos os procedimentos estabelecidos”, diz Jan Welberg, responsável pela segurança dos alimentos da plataforma FIS – Ingredientes Alimentícios e Sistemas. No Brasil, o conceito de segurança dos alimentos chegou no início da década de 90, quando as grandes indústrias iniciaram a implementação do Sistema de Gestão de Segurança dos Alimentos, baseada na Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (ou HACCP, conforme sigla em inglês). O Grupo Corporativo desenvolve e estabelece, ainda, um check list de requisitos a serem analisados em cada planta operacional dentro da Cargill. Anualmente são realizadas auditorias para que esses profissionais verifiquem se a planta está trabalhando de acordo com essas exigências. “É comum detectar alguns pontos de melhoria e, quando a auditoria acaba, são relacionados aspectos a serem aprimorados ou corrigidos, bem como os planos de ação e prazos”, diz Ulisses Dias, gerente de Food Safety das Unidades de Negócios Foods e Complexo Soja no Brasil. Esse sistema é implantado junto ao Programa de Boas Práticas de Fabricação, conhecido como programa de pré-requisitos, que trata da higiene dos funcionários, da limpeza e manutenção dos equipamentos, e do controle do ar e da água, por exemplo. “Essas práticas devem ser exercidas em toda a cadeia: em agricultura, processamento, armazenagem, transporte e comercialização”, diz Amanda Poldi, nutricionista e diretora técnica da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA). A importância desse tema no Brasil incentivou a criação de um Comitê de Assuntos Regulatórios e Segurança dos Alimentos. Formado em 2007 pelas áreas técnicas das Unidades de Negócios e pelos departamentos Jurídico e Assuntos Corporativos, o Comitê é um orgão consultivo que trabalha para alinhar pessoas e processos internos e mitigar riscos. As reuniões acontecem bimestralmente e abordam questões estratégicas de legislação e temas relacionados a autorizações e registros, embalagens e rotulagem de alimentos, além de analisar as tendências no setor e o alinhamento com as diretrizes globais da Cargill. ● Segurança dos alimentos na Cargill A busca pela liderança global em alimentos traz à Cargill uma série de responsabilidades, especialmente quando o assunto é a segurança dos produtos. Tanto é assim que a empresa possui um Grupo Corporativo de Segurança 16 E 17 B enefício para todos. A Fundação Cargill, em ação conjunta com a unidade de Três Lagoas (MS), promoveu uma iniciativa que une economia e conscientização ambiental. A unidade local direciona resíduos de madeira provenientes de processos industriais da unidade, canalizando-os para o plantio de mudas de hortaliças em viveiros particulares da cidade. Estes repassam parte de sua produção à Fundação, suprindo 100% das necessidades anuais do Programa “de grão em grão”, que tem por objetivo implementar hortas nas escolas municipais, contribuindo no aprendizado de alunos do Ensino Fundamental. A iniciativa traduz um exemplo prático de conectividade entre as áreas da empresa. E U T S E P esquisa. Alunos do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), em conjunto com a equipe de EHS de Seara (SC), da Unidade de Negócio Carnes, realizaram uma visita técnica no Centro de Educação Ambiental (CEA), em Santa Catarina. O objetivo da visita, que ocorreu em março, foi trabalhar na caracterização das espécies de aracnídeos existentes na região. Durante 36 horas, os 25 acadêmicos ficaram acampados no CEA, onde realizaram acompanhamentos diurnos e noturnos do comportamento desses animais, concluindo sua catalogação. D Fotos: Arquivo Cargill A PAS 2009. Para estreitar o relacionamento com os clientes e expor o portfólio de produtos, as Unidades de Negócios Foods e Carnes participaram da 25a edição do Congresso de Gestão APAS, realizado pela Associação Paulista de Supermercados, no Expo Center Norte, em São Paulo. De 18 a 21 de maio, supermercadistas do mundo inteiro estiveram presentes no evento cujo tema foi “Pessoas para Pessoas - Novas Competências para Servir o Consumidor”. As duas Unidades de Negócios da Cargill dividiram um espaço de 315 m², onde receberam aproximadamente 4 a 5 mil visitantes. A Unidade Foods expôs com maior destaque as marcas Liza, Maria e Gallo. Já a Unidade de Negócio Carnes reforçou a imagem da linha de linguiças e carnes suínas, além de apresentar ao público seus lançamentos para 2009 – Costela e Lombo ao Molho Barbecue, Lasanha de Frango e de Calabresa, entre outros. O estande amplo, bem decorado e com grande área de comunicação, demonstrou a proximidade com o tema da feira em painéis gigantes com imagens de pessoas, juntamente com as vitrines dos produtos. O grande destaque do espaço foram as três ilhas temáticas montadas: Churrasco, Saudável e Receitas Caseiras, para os visitantes degustarem os produtos vinculados a cada conceito. A S olidariedade. Com a cheia dos rios em Santarém (PA), colaboradores do terminal da Cargill realizaram uma campanha de coleta de donativos para famílias da região, desmonstrando, assim, interação com a comunidade local. Todas as doações, realizadas durante duas semanas, foram entregues à Pastoral Social da Diocese de Santarém, que atende aproximadamente 500 famílias. Entre os donativos estão roupas, sapatos, material de higiene pessoal, colchonetes e alimentos. Q Foto: Anna Carolina Negri/Valor/Folha Imagem S xecutivo de Valor. Marcelo Martins, presidente da Cargill no Brasil, recebeu o prêmio Executivo de Valor (na foto, ao centro), concedido pelo Jornal Valor Econômico, na categoria de Agronegócio. Foi a primeira vez que um executivo da empresa recebeu esse reconhecimento. A premiação, que ocorreu em maio, está em sua 9º edição e reconheceu os melhores executivos de 2008 em 24 setores da economia. Como critérios de avaliação, foram levados em consideração os resultados financeiros da empresa e sua imagem no mercado, aspectos da gestão, capacidade para identificar oportunidades de inovação e de crescimento e a habilidade na liderança das equipes. ✽ A Cargill desenvolve novos sabores para rebiana – primeiro adoçante natural com zero caloria, 200 vezes mais doce que o açúcar. Essa inovação deverá ser usada em alimentos como cereais, sorvetes, iogurtes, refrigerantes e água aromatizada. A Cargill já demonstrou expertise nessa área com o desenvolvimento do Truvia™, adoçante natural com rebiana em sua composição, já disponível no mercado americano. ✽ A Unidade de Negócio Cacau & Chocolate inaugurou, em maio, uma nova planta industrial para produção de coberturas e recheios, em Deventer, na Holanda. Com investimento de 16 milhões de euros, a nova fábrica dobra a capacidade de produção de coberturas e amplia a de recheios. Em Deventer, a Cargill faz coberturas e recheios clássicos e especializados para os setores de panificação, biscoitos, cereais matinais, sorvete e confeitos. Com o investimento, a empresa passará a produzir também recheios para o setor de chocolate. R eceita Caseira. O consumidor pediu, Liza atendeu. Após ser lançada como edição limitada, no período de novembro de 2008 a janeiro de 2009, a maionese Liza Receita Caseira voltou para ficar nas prateleiras dos supermercados do Brasil. A edição limitada superou as estimativas de vendas e foi muito bem aceita pelo público. Pesquisa mostrou que 98% dos consumidores aprovaram o novo produto. Em função dos bons resultados, a partir de junho, Liza Receita Caseira passa a fazer parte da família Liza como item regular de linha. O resgate da receita original é que faz o sucesso do produto, que possui o delicioso sabor da maionese feita em casa. 18 O D N U M O L Fotos: Arquivo Cargill E D N ovo visual. Para valorizar a marca e ampliar ainda mais a sua visibilidade, a Seara inicia uma nova emblemagem para os veículos maiores e de longo percurso, caminhões que transportam os produtos entre estados. Nesse trabalho – que faz parte do Programa de Excelência de Entrega Nota 10 (PEEN10), foram emblemados 5 caminhões utilizados em trajetos interestaduais. Anteriormente, a emblemagem da marca já tinha sido realizada em 80 veículos menores, utilizados na distribuição urbana (regional). ✽ A empresa lança o Clear Valley®, óleo de canola de baixa saturação. Trata-se de um produto com menos 25% de gordura saturada, o menor índice encontrado nos óleos convencionais. Além disso, oferece o sabor e a performance de que os profissionais da área de alimentos necessitam e os benefícios nutricionais que os consumidores esperam. Em 2010, o Clear Valley® estará disponível na América do Norte, mas deverá ser comercializado para outras regiões no futuro. E bertura de chocolate – fornecida pela fábrica da Cargill, em São José do Rio Pardo (SP). P ✽ Foi inaugurada a nova refinaria de glicerina da Cargill no Parque Industrial de Höchst, em Frankfurt, na Alemanha. A planta foi construída ao lado da fábrica de biodiesel da empresa, que fornecerá a maior parte dos suprimentos de glicerina pura da nova refinaria. Essa integração e o uso de tecnologia de ponta resultam em um produto consistente, confiável e de alta qualidade. Nos últimos anos, a demanda por glicerina refinada cresceu, e esse investimento da Cargill visa o atendimento de vários setores industriais, como alimentos e bebidas, farmacêutico, higiene pessoal e aplicações técnicas. S T A Q U E S C onectividade. O trabalho da área de Food Service da Cargill, que atuou de forma integrada com a gestão da conta McDonald’s, resultou na mais nova e saborosa sobremesa da rede: o Novo McFlurry Ovomaltine – como você nunca viu. A receita exclusiva do McDonald’s está presente nos restaurantes e quiosques da rede desde maio e é feita com sorvete de baunilha, Ovomaltine, distribuído no Brasil pelo Food Service da Cargill, e co- Definir os objetivos, adquirir experiência e perceber a melhor hora para arriscar são ingredientes para uma ótima carreira. Foi isso que Letícia Raupp fez na Cargill. Começou como estagiária e hoje é supervisora na produção do envase de óleo Liza Há vários exemplos bemsucedidos, e um deles é Letícia Raupp, engenheira de produção elétrica. Ela participou do Programa de Estágio da Unidade de Negócio Complexo Soja em 2007, virou trainee em janeiro de 2008, e foi efetivada um ano depois no cargo de Supervisora de Envase da fábrica de Rio Verde, em Goiás. Durante os cinco meses como estagiária, acompanhei o Projeto de Ampliação de Suprimentos de Soja na indústria. Eu trabalhava diretamente com o gerente de manutenção, acompanhei pessoas, prazos, datas, chegada de matéria-prima, execução de obras, compras, entre outras atividades. Após o estágio, participei do Programa de Trainees, no qual passei 6 meses em Barreiras e outros 6 meses em Rio Verde (GO). “ Em agosto de 2007, para o último semestre da faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis (SC), eu precisava fazer o estágio obrigatório. O meu objetivo era ter crescimento profissional, cultural e pessoal. Por isso, saí de minha cidade e fui estagiar na Unidade de Negócio Complexo Soja, na fábrica de Barreiras (BA). Depois de quase um ano e meio de experiência na Cargill, fui efetivada em Rio Verde. Foi uma forma de reconhecimento e um exemplo de como a empresa oferece a oportunidade aos jovens profissionais. Hoje faço supervisão de uma área com 50 funcionários que atuam no envase da garrafa de óleo Liza. Com apenas um ano de formada, tenho um ótimo cargo dentro da empresa. ● A Cargill realmente acreditou em mim. Tive a oportunidade de mudar de um lado do País para o outro. Não foi um processo fácil sair do lito- ” 19 N O S R Profissionalmente, o estágio é fundamental para adquirir experiência. Existe uma troca muito sadia entre o jovem e os funcionários da empresa. O estudante tem a parte técnica muito incorporada e o funcionário da empresa tem o conhecimento do dia-a-dia. E nesse encontro todos ganham. No meu caso, quem me proporcionou tudo isso foi a Cargill. E ral, ir para o centro-oeste baiano e pela primeira vez ficar muito tempo longe da família. Mas acredito que essa foi uma das mais importantes decisões da minha vida. Além do crescimento pessoal, enriqueci minha bagagem cultural e compreendi melhor a realidade brasileira. P V ários executivos iniciaram suas carreiras como estagiários e trainees. Passaram por diversos setores, entenderam o jeito de fazer negócio da empresa, investiram na formação e aos poucos alcançaram reconhecimento e cargos de liderança. Essas histórias de sucesso promoveram o aumento do número de programas para estagiários, nos quais são beneficiados tanto o empregador quanto o estudante. De um lado, o jovem adquire experiência; de outro, a empresa descobre novos talentos e forma o profissional de acordo com os seus princípios. A G E N S Letícia Raupp Estágio: primeiro passo na carreira ANÚNCIO
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