2 série - WordPress.com

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2 série - WordPress.com
a
2 SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Caderno do Professor
Volume 1
EDUCAÇÃO
FÍSICA
Linguagens
2 SERIE MEDIO_EDFIS_CP.indd 1
11/8/13 2:07 PM
governo do estado de são paulo
secretaria da educação
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO MÉDIO
2a SÉRIE
VOLUME 1
Nova edição
2014 - 2017
São Paulo
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Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
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Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colaboradores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abordagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orientações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avaliação constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
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Sumário
Orientação sobre os conteúdos do volume
Tema 1 – Ginástica de academia
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Situação de Aprendizagem 1 – Ginástica não é só academia?
Atividade Avaliadora
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Proposta de Situações de Recuperação
18
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema
Tema 2 – Mídias e ginástica
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Situação de Aprendizagem 2 – Promessas mil...
Atividade Avaliadora
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Proposta de Situações de Recuperação
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Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema
Tema 3 – Corpo, saúde e beleza: capacidades físicas
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Proposta de Situações de Recuperação
37
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema
Tema 4 – Esporte – Modalidade individual: tênis
Situação de Aprendizagem 5 – Apreciando uma partida de tênis
Situação de Aprendizagem 6 – Tênis em duplas
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Situação de Aprendizagem 4 – O que sabemos a respeito do tênis?
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Situação de Aprendizagem 3 – Como identifico e avalio minhas capacidades físicas
Atividade Avaliadora
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Atividade Avaliadora
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Proposta de Situações de Recuperação
53
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema
53
Tema 5 – Corpo, saúde e beleza – Efeitos fisiológicos, morfológicos e psicossociais do
treinamento físico 54
Situação de Aprendizagem 7 – Conhecendo os efeitos do treinamento sobre os sistemas do
corpo 56
Atividade Avaliadora
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Proposta de Situações de Recuperação
64
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema
65
Tema 6 – Corpo, saúde e beleza – Exercícios resistidos (musculação): benefícios e riscos à saúde nas
várias faixas etárias 66
Situação de Aprendizagem 8 – Desvendando o mundo da musculação
69
Situação de Aprendizagem 9 – Musculação e hipertrofia muscular: riscos e benefícios
Atividade Avaliadora
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Proposta de Situações de Recuperação
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Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema
Quadro de conteúdos do Ensino Médio
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Orientação sobre os conteúdos do VOLUME
A Educação Física no Ensino Médio deve
possibilitar que os alunos confrontem suas
experiências de Se-Movimentar no âmbito da
Cultura de Movimento juvenil com outras dimensões do mundo contemporâneo, gerando
conteúdos mais próximos de sua vida cotidiana. Assim, a Educação Física pode tornar-se
mais relevante para os alunos, não só durante o tempo e o espaço da escolarização, mas,
e principalmente, auxiliando-os a compreender
a Cultura de Movimento de forma mais crítica.
Isso lhes possibilitará participar e intervir nessa
cultura com mais recursos e de forma mais autônoma. Vale lembrar que os alunos do Ensino
Médio, ao longo dos ciclos anteriores de escolarização, já vivenciaram um amplo conjunto
de experiências de Se-Movimentar, incluindo o
contato com as codificações das culturas esportiva, gímnica, rítmica e das lutas.
Podemos, então, definir como objetivos gerais da Educação Física no Ensino Médio: a
compreensão do jogo, do esporte, da ginástica,
da luta e da atividade rítmica como fenômenos
socioculturais em sintonia com os temas do
nosso tempo e com a vida dos alunos, ampliando os conhecimentos no âmbito da Cultura de
Movimento; e a ampliação das possibilidades
de significação e sentido das experiências de
Se-Movimentar em jogos, esportes, ginásticas,
lutas e atividades rítmicas, rumo à construção
de uma autonomia crítica e autocrítica.
Tomando-se por bases essas considerações,
vislumbra-se o Currículo de Educação Física
no Ensino Médio como uma rede de inter-relações, que parte dos cinco grandes eixos
de conteúdo (jogo, esporte, ginástica, luta e
a atividade rítmica) e se cruza com eixos temáticos interdisciplinares relevantes na sociedade, gerando subtemas a serem tratados
como conteúdos ao longo das séries. Os eixos
temáticos escolhidos (corpo, saúde e beleza;
contemporaneidade; mídias; lazer e trabalho)
justificam-se por estarem relacionados à construção da Cultura de Movimento contemporânea e por serem importantes e atuais para a
formação de um jovem no Ensino Médio.
Neste volume, serão abordados os conteúdos “Esporte” e “Ginástica” e os temas
“Mídias”; “Corpo, saúde e beleza” e “Contemporaneidade”.
Quanto ao conteúdo “Ginástica”, será discutido o fenômeno das academias, com seus
modismos, tendências e variados tipos e formas de ginásticas, além de suas promessas de
melhoria da saúde e embelezamento físico. O
que se pretende é que os alunos, além de reconhecerem as ginásticas como possibilidades
para o seu Se-Movimentar dentro e fora das
academias, identifiquem interesses e motivações envolvidos na sua prática e também seu
contexto histórico. Serão abordados ainda os
Por Cultura de Movimento entende-se o conjunto de significados ou sentidos, símbolos e códigos
que se produzem e reproduzem dinamicamente em jogos, esportes, danças e atividades rítmicas, lutas,
ginásticas etc., os quais influenciam, delimitam, dinamizam e/ou constrangem o Se-Movimentar dos
sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros.
O Se-Movimentar é a expressão individual e/ou grupal no âmbito de uma Cultura de Movimento; é a
relação que o sujeito estabelece com essa cultura a partir de seu repertório (informações e conhecimentos,
movimentos, condutas etc.), em sua história de vida, em suas vinculações socioculturais e em seus desejos.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
interesses financeiros implicados nas ginásticas
de academia. A finalidade é capacitar o estudante para a argumentação consistente ao analisar
modismos e tendências da ginástica nos dias
atuais e estimulá-lo à autonomia no gerenciamento das suas experiên­cias do Se-Movimentar.
O tema “Mídias” é fundamental para o
entendimento da Cultura de Movimento contemporânea, para que o aluno compreenda as
referências externas provenientes da televisão,
de revistas, da internet etc., que modelam a
percepção, a valorização e a construção do
seu Se-Movimentar, muitas vezes atendendo a
modelos que apenas dão suporte a interesses
mercadológicos e precisam ser submetidos à
análise crítica. Neste volume, serão enfatizadas as relações entre as mídias e as práticas
de ginástica, principalmente aquelas desenvolvidas no âmbito das chamadas academias,
de modo que os alunos possam relacionar os
significados propostos pelas mídias com o seu
Se-Movimentar na ginástica e se sintam capazes de analisar criticamente as mensagens
midiáticas que tratem desse elemento cultural.
A importância do tema “Corpo, saúde e beleza” centra-se no fato de que não só as doenças relacionadas ao sedentarismo (hipertensão,
diabetes, obesidade etc.), mas também o insistente chamamento para determinados padrões
de beleza corporal, em associação com produtos e práticas alimentares e de exercício físico,
colocam os alunos do Ensino Médio na “linha
de frente” dos cuidados com o corpo e com a
saúde. Este volume aprofundará os conceitos e
os modos de avaliação das capacidades físicas,
visando permitir que os alunos as discriminem
do ponto de vista conceitual, identifiquem sua
ocorrência nas ginásticas de academia e apliquem os conhecimentos assim construídos na
criação de exercícios ginásticos.
Serão tratados ainda dois subtemas. O primeiro refere-se aos efeitos do treinamento físico, com destaque para suas repercussões na
conservação e na promoção da saúde, possibilitando a identificação e o reconhecimento
da influência do treinamento físico sobre os
sistemas orgânicos, bem como da relação entre os diversos tipos de exercícios físicos e o
desenvolvimento de certas capacidades físicas.
O segundo subtema tratará dos exercícios resistidos (musculação) e seus possíveis riscos e
benefícios à saúde em diferentes faixas etárias,
com o objetivo de possibilitar que os alunos
identifiquem os princípios que direcionam um
programa de musculação, bem como suas diferentes aplicações.
No conteúdo “Esporte” será abordado o
tênis como exemplo de uma modalidade individual ainda não conhecida (no sentido de praticada, vivenciada) pelos alunos, com destaque
para a importância das técnicas e táticas para
o desempenho nessa modalidade e a apreciação do espetáculo esportivo. Contudo, o projeto político-pedagógico da escola poderá optar pelo desenvolvimento de outra modalidade
esportiva individual. Pretende-se que os alunos
possam, além de conhecer aspectos históricos,
identificar os princípios técnicos e táticos desse
esporte, capacitando-os a analisar e apreciar
uma partida de tênis.
O mundo contemporâneo caracteriza-se por grandes transformações, das quais
o aumento e a velocidade do fluxo de informações é uma das mais impactantes, influenciando os conceitos e as relações que o
indivíduo mantém com seu corpo e com as
outras pessoas, podendo gerar reações preconceituosas em relação a diferenças de sexo,
etnia e características físicas, entre outras.
Neste volume, o tema “Contemporaneidade”
está inter-relacionado às ginásticas de academia e ao tênis e tratará de questões ligadas a
diferença, preconceito e expectativas de desempenho em relação ao gênero e ao sexo,
de modo a evidenciar para os alunos a necessidade de respeitar as diferenças nas experiências do Se-Movimentar no esporte e na
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ginástica, identificando e evitando formas de
preconceito e discriminação.
É importante ressaltar que tais conteúdos e
temas, que terão prosseguimento no próximo
volume desta série, devem ser abordados conforme suas possibilidades de inter-relações. Por
exemplo, as mídias exercem papel decisivo na
definição dos modelos de beleza corporal hegemônicos em nossa sociedade, modelos esses
cuja reprodução é prometida aos adeptos das
ginásticas de academia. Por sua vez, o treinamento de capacidades físicas, como força e
resistência, está presente em diversos tipos e
formas de ginástica propostos nas academias.
Nesse sentido, os temas “Ginástica”, “Mídias”
e “Corpo, saúde e beleza” podem ser desenvolvidos de modo integrado.
As estratégias escolhidas – que incluem a realização de práticas ginásticas e testes de avaliação
de capacidades físicas, busca de informações, entrevistas com praticantes de ginástica e interpretação dos resultados, análise de materiais provenientes das mídias, debates, relato das próprias
percepções, análise e criação de exercícios ginásticos, realização de gestos/movimentos, análise
de vídeos, interpretação de dados e vivência de
exercícios físicos – procuram ampliar as possibilidades de aprendizagem e compreensão dos alunos no âmbito da Cultura de Movimento.
A avaliação é proposta de modo integrado
ao processo de ensino e aprendizagem, sem se
restringir a procedimentos isolados e formais
(como uma prova, por exemplo). Sugere-se
privilegiar a proposição de Atividades Avaliadoras que, integradas ao percurso de aprendizagem, favoreçam a elaboração de sínteses
relacionadas aos temas e conteúdos abordados, bem como a aplicação, em situações-problema, das habilidades e competências
pretendidas para os alunos.
As Atividades Avaliadoras devem permitir aos alunos a geração de informações ou
indícios, qualitativos e quantitativos, verbais
e não verbais, que serão então interpretados
pelo professor nos termos das expectativas de
aprendizagem em relação aos conteúdos. Nesse
sentido, o professor pode valer-se de observações sistemáticas sobre interesse, participação e
capacidade de cooperação do aluno, autoavaliação, trabalhos e provas escritas, resolução de
situações-problema, elaboração e apresentação
de situações táticas nos esportes individuais,
dramatizações, dentre outros recursos.
Por fim, é importante lembrar que a avaliação não tem como única finalidade atribuir
conceitos e notas aos alunos, mas conscientizá-los sobre suas aprendizagens, assim como problematizar e aperfeiçoar a prática pedagógica
para que essas expectativas sejam atingidas.
A quadra é o tradicional espaço da aula
de Educação Física, mas algumas Situações
de Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser
desenvolvidas na sala de aula, no pátio externo, na biblioteca, na sala de informática ou de
vídeo, bem como em espaços da comunidade
local, desde que compatíveis com as atividades
programadas. Algumas etapas podem ser também realizadas pelos alunos como atividade
extra-aula (pesquisas, produção de textos etc.).
As orientações e sugestões a seguir visam a
oferecer-lhe subsídios para o desenvolvimento
dos temas propostos. Não pretendem apresentar as Situações de Aprendizagem como as únicas a serem realizadas, nem restringir a sua criatividade, como professor, para outras atividades
ou variações de abordagem dos mesmos temas.
As Situações de Aprendizagem aqui sugeridas também poderão ser enriquecidas com
leitura de textos (adequados ao nível do Ensino Médio) e exibição de filmes relacionados
aos temas. Sugestões nesse âmbito serão apresentadas ao longo deste volume.
Isso posto, professor, bom trabalho!
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Tema 1 – GINÁSTICA DE ACADEMIA
No Brasil, os espaços privados para a prática da ginástica, que hoje conhecemos por
“academias”, surgiram na década de 1930,
na cidade do Rio de Janeiro, sob influência
de métodos ginásticos europeus do início do
século XX. Na década de 1960, além da calistenia, muitas academias dedicavam-se ao
“levantamento de peso”, prática associada ao
halterofilismo.
Nos anos 1980, a ginástica aeróbica ganhou grande espaço nas academias, beneficiando-se da popularidade do conceito de
“exercício aeróbio”, difundido na década
anterior pelo médico estadunidense Kenneth
Cooper (criador do que ficou conhecido como
Método Cooper), e pelos vídeos de ginástica
(com ênfase na ginástica localizada) produzidos pela atriz também estadunidense Jane
Fonda. Contudo, caracterizada pela excessiva presença de saltitos e giros, realizados
sem a devida preocupação com a postura,
a ginástica aeróbica dos anos 1980 levou ao
aparecimento de lesões articulares em seus
praticantes – daí a denominação “ginástica
de alto impacto”, pela qual ficou conhecida.
Surge, então, a ginástica aeróbica de baixo
impacto, que busca minimizar os efeitos lesivos às articulações, seguida do step trainning,
ginástica que alterna movimentos de subida e
descida de um pequeno degrau.
As esteiras rolantes e bicicletas ergométricas
logo chegaram como alternativas à exercitação
aeróbia. A hidroginástica (ginástica realizada
na piscina) agrega exercícios da ginástica localizada e da ginástica aeróbica, com a vantagem
de a água minimizar o impacto na articulação
dos joelhos e servir, ao mesmo tempo, de fator
de resistência para os movimentos, potencializando o efeito dos exercícios.
Atualmente, a ginástica localizada segue
os princípios da teoria do treinamento físico
e, em obediência a princípios biomecânicos e
anatômicos, busca isolar os grupamentos musculares que se deseja atingir, além de atender
a diferentes finalidades – emagrecimento, delineamento ou hipertrofia muscular, resistência
muscular etc. –, e com isso promete atender
aos apelos estéticos dos praticantes. Seus exercícios podem valer-se do peso do próprio corpo ou utilizar pequenos pesos, como halteres e
caneleiras. Por isso, às vezes, a ginástica localizada é confundida com a ginástica batizada
de “musculação”, embora esta se caracterize
mais pelo uso de máquinas sofisticadas, de
alta eficiência no isolamento dos músculos e
na gradação da carga.
Nos últimos anos, cresceram em larga escala os programas padronizados de ginástica,
concebidos e comercializados por empresas
especializadas, com forte apoio de estratégias
de marketing. Por exemplo, o sistema body –
bodypump, bodystep etc. –, que surgiu na Nova
Zelândia e tem nas academias brasileiras seus
melhores clientes. A desvantagem desses programas é que, ao padronizar os exercícios e
sua progressão, perdem de vista a heterogeneidade e a individualidade dos praticantes.
Além de trazer para o seu interior os avanços técnico-científicos no campo do treinamento físico, as academias buscaram diversificar suas práticas para atrair novos clientes e
diminuir a evasão, pois grande parte das pessoas interrompe, periódica ou definitivamente,
a frequência às academias. Sabe-se que, com a
chegada do verão, o número de usuários das
academias aumenta significativamente. Dezenas de diferentes práticas são oferecidas
hoje nas inúmeras academias espalhadas por
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todo o Brasil. No Estado de São Paulo, é raro
o município que não conte com pelo menos
uma academia de ginástica. Muitas das práticas nelas oferecidas desaparecem tão rapidamente como surgiram.
Tendência recente é a ginástica fast-food –
analogia com os estabelecimentos que oferecem
lanches e refeições “rápidas”. São academias
que prometem efeitos estéticos e de melhoria
da saúde e qualidade de vida com um circuito
de exercícios que combina os aeróbios e os de
força muscular, com duração de 30 minutos e
frequência de três vezes por semana.
venientemente o acesso às instalações esportivas mantidas pelos poderes municipal, estadual ou federal.
As academias de ginástica surgem, então,
como alternativa no chamado “mercado do
corpo e do fitness”, que vende promessas de
beleza e saúde, por meio de produtos e serviços, para parcelas cada vez maiores da população. Não sendo mais restritas à classe
média alta, oferecem, em um só local, práticas ginásticas diversificadas, o que permite atender a vários interesses no âmbito do
Se-Movimentar.
© Fabio Chialastri
Todavia, ao se beneficiarem da difusão,
por parte das mídias, de um modelo de beleza corporal cada vez mais predominante
– caracterizado pela magreza, no caso das
mulheres, e pela hipertrofia muscular, no
caso dos homens –, as academias, apoiadas
por estratégias de propaganda e marketing,
prometem “milagres”. Por exemplo, “fique
em forma para o verão em apenas um mês”,
atraindo novos interessados que pagam pelos
serviços prestados.
Figura 1 – Variedade de práticas ofertadas em uma
academia.
O fenômeno do surgimento, proliferação
e diversificação das academias de ginástica
pode ser entendido na perspectiva do crescimento dos espaços privados de lazer e serviços e considerando-se a simultânea redução e
degradação dos espaços públicos – em ruas,
praças e parques, estamos sujeitos a violência,
poluição, falta de limpeza, má conservação
etc. Além disso, a quase ausência de políticas
públicas de lazer e esporte não estimula con-
Mas será que a ginástica só serve para
emagrecer e, consequentemente, atender a um
padrão de beleza imposto pelas mídias? Não
há nela, em seus diversos tipos e formas, outros valores e sentidos? Relaxamento, bem-estar, sociabilização, melhoria da condição
física geral, reabilitação física: as diferentes
ginásticas podem ter sentidos diversificados
para diferentes pessoas.
Outra problematização que deve ser apresentada aos alunos é se a ginástica só pode ser
praticada no interior das academias. Há um
conjunto de práticas ginásticas que podem
ser realizadas em outros espaços, como caminhada, corrida, exercícios de flexibilidade e
exercícios localizados que utilizam o peso do
próprio corpo.
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© Fabio Chialastri
© Steve Prezant/Corbis/Latinstock
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Figuras 2 e 3 – Basta um pouco de criatividade para adaptar equipamentos e praticar ginástica em qualquer
lugar; um banco de jardim, para abdominais, ou uma garrafa PET cheia de areia, que, além de servir de peso
para a ginástica localizada, ainda contribui para a reutilização de material descartável.
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Para que os alunos possam usufruir com
mais amplitude da ginástica como possibilidade do Se-Movimentar, é preciso que
gerenciem autonomamente suas próprias
práticas. Esse processo não é favorecido pelas academias, na medida em que elas criam
uma relação de dependência com seus usuários – tanto ao oferecer programas “prontos”
e padronizados como ao omitir informações
que permitam a compreensão dos processos
fisiológicos e psicossociais, econômicos e
mercadológicos (entre eles modismo e consumismo) envolvidos. Oferecer conhecimento e
proporcionar algum domínio desses processos é uma das tarefas que cabem à Educação
Física no Ensino Médio.
Situação de aprendizagem 1
GINÁSTICA NÃO É SÓ ACADEMIA?
Inicia-se a Situação de Aprendizagem
com uma simulação de atividades de ginástica realizadas em academias, oportunidade
em que os alunos tomarão contato com a
variedade de práticas realizadas nesse contexto. Posteriormente, propõe-se aos alunos
uma discussão sobre a origem, a proliferação e a diversificação das academias em nossa sociedade, com vistas a compreenderem
melhor esse fenômeno contemporâneo. Em
seguida, os alunos pesquisarão dados sobre
práticas preferidas e motivos pelos quais as
pessoas praticam ginásticas em academias
ou em outros espaços, bem como farão o
mapeamento dos resultados dessa pesquisa.
Por fim, sugerem-se questões para que os
alunos possam compreender mais criticamente o fenômeno das academias. Na Atividade Avaliadora, solicita-se aos alunos que
produzam um texto-síntese sobre o tema.
Conteúdo e temas: história das academias: origem e diversificação; interesses e motivações na prática
das ginásticas em academias ou em outros espaços.
Competências e habilidades: reconhecer a participação nas ginásticas como possibilidades do Se-Movimentar; identificar interesses e motivações envolvidos na prática dos diversos tipos e formas de ginástica;
identificar as tendências das ginásticas de academia nas suas relações com o contexto histórico e os interesses mercadológicos; reconhecer que há tipos e formas de ginástica que podem ser praticados fora das academias; selecionar, relacionar e interpretar informações e conhecimentos sobre ginástica, para construir
argumentação consistente e coerente na análise de modismos e tendências da ginástica.
Sugestão de recursos: papel; caneta; pincel atômico ou giz; cartolina ou lousa.
Possibilidades interdisciplinares
Professor, o tema “Ginásticas de academia” (práticas contemporâneas, processo histórico, modismos
e tendências) poderá ser desenvolvido de modo integrado com as disciplinas Filosofia e Sociologia, na
medida em que envolve conteúdos como “mercado do corpo” e “autonomia”, e com a disciplina Língua
Portuguesa (produção de textos). Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua
escola. Essa iniciativa facilitará aos alunos a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada.
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© Rick Becker-Leckrone/Corbis/Latinstock
Educação Física – 2ª série – Volume 1
Caro professor, sugerimos iniciar a Situação
de Aprendizagem com a seção “Para começo
de conversa”, presente no Caderno do Aluno.
Assim, será possível conhecer um pouco do que
seu aluno sabe sobre o tema a ser trabalhado.
Se perguntarmos a nossos pais ou
avós, descobriremos que as academias de ginástica são um fenômeno
recente. Foi a partir da década de
1980, com a ginástica aeróbica e o apoio da
mídia, que as academias se disseminaram por
todo o Brasil. Ao longo dos anos, esses estabelecimentos adotaram práticas cada vez menos
lesivas, com menos impacto, atendendo aos
princípios do treinamento físico. Por outro
lado, investiram em modismos e reforçaram
os padrões de beleza veiculados pela mídia.
Em geral, quem frequenta uma academia busca resultados estéticos, o que pode ser saudável, desde que não se torne uma obsessão e,
principalmente, não se utilizem substâncias
proibidas para alcançar tais resultados.
© Chuck Mason/Alamy/Glow Images
b) Spinning.
© Ben Welsh/Alamy/Glow Images
c) Step.
Atualmente, há uma grande variedade de
práticas disponíveis nesses locais: natação, lutica localizada, aeroboxe, spinning,
tas, ginás­
jump fit, musculação, ioga, alongamento, step,
bodypump, bodycombat, enfim, qualquer coisa
que se queira fazer. Mas o que nós queremos
discutir com você é: Será que só é possível fazer
exercício físico nas academias? Enquanto pensa, vamos ver se você conhece estas atividades.
1. Escreva o nome das atividades a seguir:
a) Musculação.
© Artiga Photo/Corbis/Latinstock
© Ilkka Uusitalo/Alamy/Glow Images
d) Bodypump.
e) Aeroboxe.
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2. Agora responda: Só é possível fazer exercício físico nas academias?
É provável que os alunos saibam que as academias não são a
única opção para a prática de atividades físicas. Esta sondagem inicial serve para introduzir a discussão acerca das práti-
outras questões pertinentes. Peça à primeira
metade do grupo que entreviste usuários de
academias; à outra metade, peça que converse com praticantes em outros ambientes ou
instituições que não as academias.
cas em outros ambientes.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 1
Etapa 1 – Simulando as academias
Sugira aos alunos que reproduzam algumas situações características de atividade
ginástica vivenciadas por eles em academias
ou observadas em programas de televisão.
Vários alunos, por certo, já frequentaram
ou frequentam academias de ginástica. Se
nenhum aluno tiver essa experiência, sugira
alguns exemplos de atividades. A intenção,
neste momento, é apresentar a eles um grande painel sobre atividades ginásticas realizadas em academias. Posteriormente a essa
simulação, na mesma aula ou na seguinte,
discuta com os alunos sobre os motivos que
explicam a proliferação das academias, os
interesses e as motivações que levam muitas
pessoas a buscar ginásticas de academia, a
tendência à padronização dos exercícios realizados nesses locais, o mercado do corpo, os
padrões de beleza reinantes nas academias
ou, ainda, outros temas pertinentes.
Etapa 2 – Os praticantes de ginástica são...
Proponha aos alunos que, divididos em
grupos, façam entrevistas com pelo menos
cinco frequentadores de academias de ginástica e com pessoas que realizam periodicamente caminhadas, corridas ou outro tipo
de ginástica, desde que realizada fora das
academias. Oriente-os a coletar dados sobre
os entrevistados (sexo, idade etc.), o tipo de
ginástica praticada, o motivo que os leva a
praticá-la, há quanto tempo praticam-na, e
Com os dados apresentados das entrevistas, faça um mapeamento desse material. Isso
possibilitará a construção e a apresentação
dos resultados em forma de tabelas ou gráficos que evidenciem os motivos que levam
as pessoas de diferentes faixas etárias a buscar a ginástica, em academia ou fora dela, e
também a preferência de práticas em relação
ao gênero ou outra variável. Poderá também
ser observada a relação entre os motivos que
levam o usuário à prática de determinada atividade e a identificação dessa ginástica com
as tendências de determinada estação do ano
(o verão, por exemplo). É importante, nesse processo, a comparação entre os motivos
apresentados pelos frequentadores de academias e os fornecidos por praticantes de ginástica fora das academias.
Identificando os padrões de
beleza
Alguns de vocês talvez sejam frequentadores de academia, outros não. Vamos verificar as diferenças entre os que praticam
exercícios físicos em academias e os que praticam exercícios fora delas – corredores de
rua, praticantes de tai chi chuan no parque,
participantes de grupos de caminhada etc. Se
você é um sedentário, daqueles que deixam
o contorno do corpo marcado no sofá, se no
controle remoto o botão correspondente ao
seu canal preferido já está meio apagado, se
o videogame que você ganhou no Natal já parece sucata ou, ainda, se na maioria das suas
fotos dos dois últimos anos você aparece ao
lado de um computador, quem sabe você não
se anime ao conhecer esses praticantes de atividades físicas?
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Reúna-se com alguns colegas e entrevistem
pelo menos cinco praticantes de exercícios
físicos; durante as entrevistas preencham as
fichas reproduzidas a seguir. Lembrem-se: se
vocês forem a uma academia, devem pedir autorização ao coordenador para realizar a pesquisa com os frequentadores; além disso, as
entrevistas devem ser previamente agendadas.
Nome
Sexo
Idade
Atividade que pratica
Lugar onde pratica
Quando começou a praticar
Motivo (vontade própria ou
recomendação de outra pessoa)
Objetivo
Frequência
Espera-se que os alunos percebam as diferenças e semelhanças entre os praticantes de exercícios de academias e os que fazem atividades físicas em outros espaços, que reflitam sobre as razões de algumas práticas serem preteridas em relação a outras. Espera-se ainda
que infiram a influência do gênero, bem como da estética, sobre as escolhas dos praticantes. E, por fim, pretende-se que reflitam sobre
suas próprias escolhas.
Etapa 3 – Nossa opinião sobre os
praticantes é...
Depois da apresentação dos resultados da
pesquisa, peça aos alunos que busquem extrair conclusões parciais da análise das tabelas
geradas com os dados obtidos nas entrevistas.
1. Os praticantes de exercícios físicos de academia têm objetivos diferentes dos apontados
pelos outros praticantes?
2. Entre as práticas mencionadas pelos entrevistados, quais são as mais procuradas?
3. Elas variam de acordo com a idade e o gênero do praticante?
Professor, para esta etapa, instrua os alunos
a responder às perguntas apresentadas na segunda parte da seção “Pesquisa em grupo”.
4. Com que práticas vocês se identificam?
Após a dinâmica realizada em sala de
aula, respondam:
5. Discutam o que vocês entendem pela expressão “mercado do corpo”.
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Com esses dados, proponha uma dinâmica de discussão entre os alunos. Peça a
eles que se organizem em grupos e, durante
15 minutos, discutam o tema com base nos
dados das entrevistas, elaborando sínteses
parciais. Em seguida, proponha a fusão de
grupos (cada dois grupos formam um novo
grupo), os quais, também por 15 minutos,
compartilharão as conclusões iniciais, procurando perceber as diferenças de opiniões
presentes na síntese parcial, elaborando,
por fim, uma nova síntese a ser apresentada a todos os outros grupos. Essa forma de
organização no trabalho em grupos otimiza o tempo e diminui a possibilidade de os
grupos seguidamente repetirem as mesmas
afirmações. Você poderá auxiliar os alunos
nas apresentações, procurando aproximar
respostas (conclusões parciais) e temas.
Sugira algumas questões para nortear as discussões entre os alunos, como: Por que as pessoas
procuram as academias? O que leva os proprietários de academias a diversificar espaços e propostas de práticas de atividades? Quais as diferenças
e semelhanças entre a prática de ginástica em
academias e fora delas? Quais os significados que
cada grupo dá à prática de ginástica? O que você
entende por “mercado do corpo”?
Para a conclusão desta etapa, aprofunde
os temas “mercado do corpo”, “atividade de
academia e perda de autonomia”, “relação da
proliferação de ofertas e público para academias com a diminuição de espaços públicos
para ginástica”, além de outros que porventura surjam ao longo das etapas, como as chamadas “academias ao ar livre”, existentes em
algumas localidades.
ATIVIDADE AVALIADORA
Peça aos alunos que, individualmente e
com base nas discussões e atividades realizadas ao longo das aulas, produzam um
texto-síntese que contemple as seguintes
questões:
ff Quais são os interesses e as motivações que
me levam à procura pela prática de alguma
forma de ginástica?
ff Com que práticas ginásticas eu me identifico?
ff Qual a contribuição das academias para
que eu construa minha autonomia na prática da ginástica?
ff Posso praticar ginástica fora das academias? Como?
ff Qual a importância da prática da ginástica
para as pessoas em geral?
informações apresentadas no trabalho em
grupo, se identificam os interesses e motivações envolvidos nas ginásticas de academia, se
explicitam as possibilidades da ginástica para
suas experiências de Se-Movimentar. Após a
leitura dos textos, faça as complementações e
esclarecimentos que julgar relevantes.
Agora, professor, sugira aos alunos que,
para a próxima aula, preparem a atividade
descrita na seção “Lição de casa”.
Escreva um texto-síntese relatando as
conclusões da turma com base nos
dados coletados nas entrevistas.
As conclusões dos alunos dependem dos dados
coletados. Mas a expectativa é que cheguem a conclusões
próximas das apontadas na pesquisa ou que identifiquem
Verifique se, na argumentação, os alunos
utilizam de modo consistente e coerente as
questões que possam contribuir para a melhoria do próprio
senso crítico.
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Desafio!
Programas de exercícios podem ser realizados com ou sem aparelhos. As máquinas utilizadas na musculação são criações relativamente recentes e, antes delas, o
peso do próprio corpo e implementos improvisados eram utilizados como recursos. Claro que o ambiente das academias é um atrativo, mas a impossibilidade de
frequentá-las não significa que não se possa praticar exercícios.
•A
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Vamos ver alguns exemplos. Relacione as práticas que cumprem o mesmo objetivo ­dentro e fora da academia, ligando as figuras em que se executam os mesmos
movimentos:
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1. Complete a tabela com as atividades praticadas na academia e as práticas que podem ser realizadas em outros locais.
Academia
Parques, ruas de lazer, clubes etc.
O aluno deve apontar atividades praticadas nas academias e possibilidades de realizá-las em outros espaços.
2. Agora responda:
a) Você pratica alguma das atividades registradas na tabela anterior? Qual? Por quê?
b) Você gostaria de praticar outra atividade? Qual? Por quê?
c) É possível executá-la fora da academia?
Onde e como?
Observadas as questões a, b e c conjuntamente, espera-se
que, a partir da identificação com uma das atividades, os
alunos vislumbrem a possibilidade de praticá-la em outro
ambiente, adaptando-a, se necessário, bem como atribuindo
sentido às suas argumentações.
Proposta de sITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, talvez alguns alunos
não apreendam os conteúdos da forma esperada. Serão necessárias, professor, outras Situações de Aprendizagem que permitam ao aluno
revisitar o processo de maneira diferente. Tais
Situações de Aprendizagem podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos,
envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles
que apresentam dificuldades. Por exemplo:
ff roteiro de estudos com perguntas nortea­
doras elaboradas por você, para posterior
apresentação em registro escrito;
ff pesquisa em sites ou em outras fontes para
posterior apresentação;
ff reapresentação da Atividade Avaliadora,
desenvolvida em outra linguagem (por
exemplo, dramatizar a argumentação
contida em um texto escrito, ou apresentá-la com imagens extraídas de diversas
mídias).
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RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livros
FRAGA, Alex B. Exercício da informação: governo dos corpos no mercado da vida ativa.
São Paulo: Autores Associados, 2006. Denuncia
como o discurso do “estilo de vida saudável e
ativa” por meio das atividades físicas – sustentado em saberes biomédicos – esconde estratégias
de controle sobre a educação corporal, a saúde e
a autonomia dos indivíduos.
NOVAES, Jefferson; SILVEIRA NETO, Eduardo. Ginástica de academia: teoria e prática. Rio
de Janeiro: Sprint, 1996. Apresenta dados históricos sobre o surgimento das academias no Brasil,
além de abordar os princípios teóricos e diretrizes
para a prática da ginástica de academia.
SABA, Fábio. Aderência à prática do exercício
físico em academias. São Paulo: Manole, 2001.
Analisa como a aderência – entendida como
conjunto de determinantes pessoais e ambientais
– pode proporcionar a continuidade da participação das pessoas em programas de exercício físico, minimizando a desistência. Relata estudo de
campo com dados sobre as academias no Brasil.
Artigo
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Tipos, caracte-
rísticas e finalidades: ginástica geral,
ginástica de academia e exercícios físicos.
Orientações pedagógicas: Educação Física
– Ensino Médio. Disponível em: <http://
crv.educacao.mg.gov.br/SISTEMA_CRV/
documentos/op/em/educacaofisica/2010-08/
op-em-ef-20.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2013.
Apresenta informações sobre as tendências
recentes das ginásticas de academia e aponta
como elas influenciam os interesses e as
motivações dos jovens. Sugere alternativas
para práticas de atividades físicas/exercícios,
comparando-as com as ginásticas de
academia em termos de características,
vantagens e desvantagens.
Filme
Garotas formosas (Phat girlz). Direção:
Nnegest Likké. EUA, 2006. 98 min. 16 anos.
A personagem principal é uma estilista
obesa e muito simpática que, em um mundo de aparências e medidas minúsculas, encontra dificuldades de aceitação e se mete
em situações muito divertidas. Ela ganha
uma viagem com as despesas pagas para
um maravilhoso resort e lá conhece o homem dos seus sonhos, que delicadamente
lhe apresenta aspectos sociais, econômicos
e culturais relacionados aos padrões de beleza femininos.
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Tema 2 – MÍdias e ginástica
As mídias (jornais, revistas, televisão, cinema, outdoors, internet etc.) são as principais
responsáveis pela difusão de modelos de beleza em nossa sociedade. Em jornais, revistas,
televisão ou cinema, o “ideal” de beleza feminino é associado à juventude, pele e olhos
claros, magreza, corpo cheio de “curvas” etc.,
assim como em relação à beleza masculina,
esse conceito é associado a homens jovens,
brancos, magros e musculosos.
Algumas teorias da comunicação sugerem
que as mídias possuem a capacidade de nos
convencer e persuadir e que a propaganda,
por exemplo, cria necessidades de consumo, e por isso compramos coisas de que, se
pensarmos bem, não precisaríamos. Outras
teorias propõem que as mídias não intervêm
assim tão diretamente, mas influenciam o
modo como construímos a imagem da realidade social e como escolhemos os assuntos
que julgamos ser importantes para nossa
vida, modelando, portanto, nossos modos de
pensar, sentir e agir.
De qualquer modo, há consenso de que as
mídias exercem influência decisiva no âmbito
da Cultura de Movimento ao propor entendimentos do que são e para que servem o esporte, a ginástica, a dança etc. E fazem isso
não de modo “neutro” ou balizadas apenas
por critérios técnico-científicos, mas de modo
interessado, para vender, além de si mesmas,
produtos e serviços. Por isso, as mídias não só
divulgam o esporte, a ginástica etc., mas são
agentes que participam decisivamente no processo de transformação dessas práticas (mudança de regras nos esportes, por exemplo) e
na constituição de novas formas de consumo
(vestuário esportivo, equipamentos como esteiras rolantes e aparelhos de eletroestimulação muscular etc.).
Por sua vez, a ginástica, em seus vários tipos e formas, é associada à busca desse ideal.
Basta prestar atenção em revistas voltadas ao
público adolescente e jovem (em especial ao feminino), à venda em qualquer banca de jornal,
e constatar o que apenas sugerem ou mesmo o
que prometem explicitamente: emagrecimento
(em conjugação com dietas, cosméticos e cirurgias), acompanhado de definição e hipertrofia
muscular. Nota-se ainda a tendência de indicar
a ginástica aeróbica, a caminhada e a corrida
com o objetivo de perder calorias (e, portanto,
emagrecer), e a ginástica localizada e a musculação para definição e hipertrofia muscular.
Para as mulheres, enfatizam-se os exercícios
para glúteos e coxas, e para os homens, braços
e peitoral.
Percebe-se ainda que as matérias que
sugerem programas de exercícios ou as propagandas de equipamentos domésticos (para
realizar exercícios abdominais, por exemplo)
prometem efeitos rápidos com pouco esforço.
Raramente é apresentada alguma fundamentação técnico-científica coerente e adequada
para validar tais promessas.
Poucas vezes, em matérias publicadas em
revistas ou em jornais, em programas televisivos ou em propagandas, a ginástica é associada ao desenvolvimento – possível para
todos – de uma boa condição física geral, ou
associada a bem-estar, relaxamento, sociabilização etc.
A escola precisa apostar no desenvolvimento da capacidade crítica dos alunos diante
das mídias – e “criticá-las”, a partir da análise
dos critérios que presidem um dado fenômeno. Isso porque os consumidores das mídias
(todos nós, na condição de leitores, telespectadores etc.) não são necessariamente passivos
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Figuras 4 e 5 – Mulheres são estimuladas a realizar mais exercícios para nádegas e membros inferiores, e
homens, para braços e peitorais.
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diante delas. Somos capazes de desvendar os
mecanismos de seus discursos (construídos
com palavras, sons e imagens), isto é, interpretá-los criticamente. Para isso, é preciso que a
escola se posicione como mediadora entre os
alunos e as mídias, fornecendo aos jovens instrumentos para efetuar tal interpretação crítica e, dessa maneira, compreender-se melhor
como leitores, telespectadores etc.
A Educação Física como disciplina escolar precisa apresentar aos alunos atividades
que permitam evidenciar os interesses e as
estratégias das mídias no âmbito da Cultura
de Movimento (em especial no campo do esporte e da ginástica). Isso contribuirá para a
formação de cidadãos críticos diante dessas
agências sociais tão importantes no mundo
contemporâneo.
Possibilidades interdisciplinares
Professor, o tema “Mídias e ginástica” poderá ser desenvolvido de modo integrado com as disciplinas
Filosofia e Sociologia, na medida em que envolve conteúdos como “mercado do corpo” e “gênero”, com
Língua Portuguesa e Literatura, na produção de textos, e com Arte, na produção de uma capa de revista
ou de uma dramatização. Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua escola.
Essa iniciativa fará que os alunos compreendam os conteúdos de forma mais global e integrada.
Situação de aprendizagem 2
PROMESSAS MIL...
Parte-se da análise de matérias ou propagandas que tenham a ginástica por tema,
extraídas de revistas, jornais, internet ou televisão. A seguir, propõe-se o mapeamento dos
dados, buscando evidenciar os padrões de características das pessoas envolvidas nas matérias, os tipos de exercícios e efeitos prometidos
etc. Na Atividade Avaliadora, sugere-se a produção, por parte dos alunos, de uma capa de
revista ou de uma propaganda que evidencie
outros significados e sentidos para a prática
da ginástica. Esta Situação de Aprendizagem
poderá ser desenvolvida em conjunto com o
tema “Ginásticas de academia”.
Conteúdo e temas: significados e sentidos da ginástica no discurso das mídias; mídias e padrões de
beleza corporal.
Competências e habilidades: perceber a associação promovida pelas mídias entre ginástica e padrões de
beleza; relacionar os significados e os sentidos propostos pelas mídias às próprias experiências do Se-Movimentar na ginástica; analisar criticamente produtos e mensagens da mídia que tratem da ginástica.
Sugestão de recursos: computador com acesso à internet; papel; caneta; cola; pincéis atômicos de várias
cores; câmara filmadora (opcional).
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Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 2
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Professor, a fim de iniciar esta Situação de
Aprendizagem e fomentar as discussões, você
pode utilizar a seção “Para começo de conversa”, do Caderno do Aluno, a qual lhe permitirá identificar os conhecimentos prévios da
turma acerca do tema.
que anunciam seus produtos. Desse mercado
participam a indústria de alimentos dietéticos, a de equipamentos esportivos, a de cosméticos, as academias, as clínicas de cirurgia
plástica etc. Esse é o chamado “mercado do
corpo”, que não teria um apelo tão grande
sem a ajuda da mídia. Você já deve ter notado que em revistas, na internet e na televisão
sempre aparecem homens e mulheres “perfeitos” e que, de maneira implícita ou declarada, há uma censura àqueles que estão fora do
padrão de beleza.
Com base nas informações anteriores,
responda:
1.O que os diferentes meios de comunicação propõem ou prometem em relação à
ginástica?
Propõem/prometem que ao adotar os procedimentos veiculados pelos meios de comunicação, o consumidor obtém,
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em curto intervalo de tempo, os resultados prometidos.
2. A ginástica pode ter outros objetivos além
dos veiculados pela mídia?
Sim. Principalmente os de bem-estar e saúde.
3.Você acredita nas promessas feitas pelo
mercado do corpo e pela mídia? Por quê?
Espera-se que o aluno reflita sobre as suas crenças em relação às promessas de resultados oferecidas pela mídia.
Etapa 1 – Análise de matérias ou
de propagandas
Figuras 6 e 7.
A busca pelo corpo magro, por
parte de algumas meninas, e pelo
corpo hipertrofiado, por parte de
alguns meninos, movimenta um
grande mercado que promete tornar o corpo
de seus consumidores igual ao dos modelos
Solicite previamente aos alunos que pesquisem, em revistas, jornais, sites, televisão
etc., matérias ou propagandas que tratem do
assunto ginástica. Em grupos, os alunos deverão enumerar os tipos e as formas de ginástica
que são objetos dessas matérias ou propagandas. Deverão também indicar os exercícios
propostos e os respectivos objetivos e efeitos
(emagrecimento, hipertrofia muscular, resistência aeróbia etc.). Deverão ainda apontar se
esses exercícios são propostos especificamen-
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te para homens ou mulheres (ou ambos os
sexos), bem como informar o tempo proposto para alcançar os objetivos pretendidos, as
capacidades físicas envolvidas nos exercícios
propostos e as características físicas das pessoas que aparecem nas imagens das matérias
ou propagandas.
Professor, para a realização desta etapa, você pode recorrer à primeira parte da
“Pesquisa em grupo”, descrita no Caderno
do Aluno.
1. Pesquisem em jornais, revistas, sites ou na TV matérias ou
propagandas sobre ginástica e
identifiquem, no material coletado, as respostas para as questões apresentadas na tabela a seguir. Feito isso,
completem a coluna da direita.
Matérias/propagandas sobre ginástica
a) Quais são os objetivos propostos e os efeitos prometidos nas práticas oferecidas?
b) Os exercícios são destinados a homens,
mulheres ou ambos?
c) Quais são as características físicas das
pessoas que aparecem nas imagens?
d) Qual é o tempo proposto para que as pessoas alcancem o resultado pretendido?
Etapa 2 – Mapeamento e discussão
Em conjunto com os alunos, realize o mapeamento dos dados, buscando evidenciar
as seguintes questões: Quais são os tipos e as
formas de ginástica, os objetivos e os efeitos
propostos mais frequentes, para quais sexos e
os menos frequentes ou ausentes (por exemplo, relaxamento, interação social etc.)? Quais
as capacidades físicas mais envolvidas e as
menos envolvidas ou ausentes? Qual o tempo
proposto para alcançar os objetivos e os efeitos prometidos? Quais as características físicas
mais frequentes das pessoas que aparecem nas
imagens? Qual é a relação dessas características
com os padrões de beleza predominantes em
nossa sociedade? Você pode acrescentar outros
tópicos considerados pertinentes. Procure destacar a importância das imagens como fator de
convencimento do leitor ou telespectador.
Professor, para mapear os dados solicitados e sugeridos, você pode recomendar aos
alunos a realização das atividades 2 e 3 da seção “Pesquisa em grupo”.
2. Agora discuta com seus colegas:
a)Quais são os efeitos que as matérias e
propagandas sobre ginástica prometem
com maior frequência para os homens?
b) E para as mulheres?
c) Os personagens que aparecem nas matérias e propagandas possuem características físicas que refletem o padrão de
beleza da nossa sociedade? Exemplifique a sua resposta.
d) As imagens têm influência na formação
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de opinião do leitor ou do espectador?
Exemplifique a sua resposta.
Na tabela, a coluna da esquerda funciona como um roteiro. As respostas vão depender do material coletado, mas,
em geral, as matérias e propagandas apresentam promessas
de hipertrofia para os homens e de emagrecimento para as
mulheres, utilizando-se de modelos que refletem o padrão
de beleza. A última questão proposta no item d oferece ao
aluno a oportunidade de refletir sobre a influência das imagens na formação de opinião.
3. Descreva no quadro seguinte a capacidade
física predominante na prática de cada entrevistado. Observe que aquilo que determina
essa predominância é o objetivo do praticante. Por exemplo, se uma pessoa pretende
aumentar a massa muscular, ela praticará
musculação. Essa pessoa poderá fazer alguns
alongamentos antes ou depois das sessões,
mas a capacidade privilegiada no treinamento será a força, e não a flexibilidade.
Nome
Atividade
Capacidade
Pedro
Musculação
Força
Há um exemplo a ser usado como orientação para a pesquisa, no qual se verifica que, embora a resposta dependa das atividades realizadas pelos entrevistados, espera-se que os alunos consigam identificar as capacidades físicas envolvidas em cada uma dessas atividades.
Os alunos podem utilizar como referência as capacidades físicas aprendidas nos anos anteriores ou mencionadas na “Lição de casa”
sugerida no Tema 3 do Caderno do Aluno.
Observações
ATIVIDADE AVALIADORA
Considere as seguintes questões:
ff O que as diferentes mídias (televisão, revistas, jornais, internet etc.) propõem ou
prometem em relação à ginástica?
ff Por que as pessoas acreditam nessas promessas? Eu acredito nessas promessas?
ff A ginástica pode ter outros valores e objetivos além dos predominantemente apregoados pelas mídias?
Solicite aos alunos que, em grupos, elaborem uma capa de revista, uma propaganda
ou uma curta matéria jornalística em que se
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denunciem as fragilidades e os problemas das
promessas das mídias e se apresente a ginástica como detentora de outros sentidos e valores
(bem-estar, interação social, promoção da saúde para todas as pessoas). Uma propaganda
televisiva também poderá ser apresentada
na forma de dramatização, a ser exibida “ao
vivo” ou em formato audiovisual gravado com
câmeras digitais de aparelhos celulares ou de
vídeo, se possível.
Proposta de sITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas várias etapas da
Situação de Aprendizagem, talvez alguns alunos
não apreendam os conteúdos da forma esperada. Serão necessárias, professor, outras Situações de Aprendizagem que permitam ao aluno
revisitar o processo de maneira diferente. Tais
Situações de Aprendizagem podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos,
individualmente ou em pequenos grupos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que
apresentarem dificuldades. Por exemplo:
ff roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você para posterior
apresentação em registro escrito;
ff pesquisa em sites ou em outras fontes para
posterior apresentação;
ff reapresentação da Atividade Avaliadora,
desenvolvida em outra linguagem (por
exemplo, produzir um texto com base nas
questões que orientam a Atividade Avaliadora proposta).
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livro
BETTI, Mauro (org.). Educação física e mídia: novos olhares, outras práticas. São Paulo: Hucitec, 2003. Ao longo de quatro capítulos com autorias diversas, são apresentados
fundamentos teóricos sobre as relações entre
Educação Física, Cultura de Movimento e
mídias na contemporaneidade, abordando
a mídia esportiva, a televisão, a indústria
cultural, o mundo virtual dos jogos eletrônicos e da internet, bem como estudos de campo no âmbito escolar.
Artigos
BETTI, Mauro. Corpo, cultura, mídias e
Educação Física: novas relações no mundo
contemporâneo. Lecturas: Educación Física y
Deportes, Buenos Aires, v. 10, n. 79, p. 1-9, 2004.
Disponível em: <http://www.efdeportes.com/
efd79/corpo.htm>. Acesso em: 24 jul. 2013.
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Influências
da mídia na prática da ginástica. Orientações
pedagógicas: Educação Física – Ensino Médio. Disponível em: <http://crv.educacao.
mg.gov.br/SISTEMA_CRV/documentos/
op/em/educacaofisica/2010-08/op-em-ef-28.
pdf>. Acesso em: 24 jul. 2013. Texto de
caráter didático, com reflexões referentes à
influência das mídias sobre a prática de atividades físicas e esportivas, com destaque
para a ginástica.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Tema 3 – corpo, saúde e beleza: capacidades
físicas
O sedentarismo surgiu, principalmente, pelo
aumento da industrialização e da automação,
advindas do avanço tecnológico. Essa situação
rebaixa a condição física das pessoas em relação ao padrão recomendável para que se tenha
um nível de saúde considerado aceitável.
Sabe-se que a atividade física regular eleva o nível das capacidades físicas que estão
diretamente relacionadas ao bom funcionamento do organismo humano, gerando melhorias em diversas esferas da vida cotidiana
das pessoas.
Por capacidades físicas (entre elas a força, a velocidade, a flexibilidade, a resistência e a agilidade) entende-se as condições
intrínsecas, modificadas pelo ambiente, que
permitem a realização dos diversos tipos de
movimento. O entendimento das diferentes
manifestações das capacidades físicas e suas
contribuições para a melhoria funcional do
organismo deve ser tratado no âmbito escolar, para demonstrar a necessidade da realização de atividades físicas regulares não só
durante as aulas de Educação Física, mas
por toda a vida.
As capacidades físicas podem ser assim definidas:
Resistência: é a capacidade que “permite realizar movimentos durante um determinado período de
tempo sem perda da qualidade de execução, isto é, prolongando o tempo de execução até o surgimento
de sintomas ou sinais de fadiga” (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005. p. 53). Em relação ao metabolismo
energético, divide-se em aeróbia e anaeróbia.
Força: é a capacidade “de exercer tensão muscular contra resistência, que ocorre por meio de ações
musculares” (BARBANTI, 2003. p. 273-274). A força pode ser classificada em relação ao tipo de trabalho muscular, em dinâmica ou estática; em relação às formas de exigência do movimento envolvido, que
pode ser considerada máxima, rápida ou de resistência.
Flexibilidade: é a capacidade que permite “a amplitude máxima de um movimento, em uma ou mais
articulações” (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005. p. 184), sem causar lesão. Para Saba (2003. p. 104), “flexibilidade é a capacidade de realizar movimentos amplos, utilizando com facilidade a mobilidade articular”.
Velocidade: é a capacidade de mover o corpo, ou parte dele, com rapidez ou no menor tempo possível.
Na Educação Física, usualmente é associada à velocidade máxima, que é “o limite superior de velocidade que um indivíduo consegue desenvolver na realização de uma tarefa motora” (GOBBI; VILLAR;
ZAGO, 2005. p. 129). Pode ser classificada em diferentes tipos: velocidade de reação, acíclica e cíclica.
Agilidade: é a capacidade de “executar movimentos rápidos e ligeiros com mudanças de direções”
(BARBANTI, 2003. p. 15).
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Situação de aprendizagem 3
COMO IDENTIFICO E AVALIO MINHAS CAPACIDADES FÍSICAS
Professor, este tema será abordado no Caderno do Aluno em “Mídias e ginástica”.
Propõe-se a retomada das principais capacidades físicas vivenciadas ao longo do período de escolarização anterior (resistência, força,
flexibilidade, velocidade e agilidade), por meio
de atividades que solicitem essas capacidades,
para ampliar a compreensão conceitual sobre
elas. Em seguida, propõe-se a avaliação das capacidades físicas por parte dos próprios alunos.
Por fim, na Atividade Avaliadora, solicita-se
aos alunos que realizem análises de modalidades de ginásticas de academia, a fim de identificar as capacidades físicas envolvidas.
Conteúdo e temas: capacidades físicas – resistência, força, flexibilidade, velocidade e agilidade; indicadores de avaliação das capacidades físicas.
Competências e habilidades: discriminar conceitualmente as capacidades físicas; avaliar a própria condição com relação às capacidades físicas; identificar as capacidades físicas envolvidas em algumas
ginásticas de academia; usar o conhecimento obtido, aplicando-o na criação de exercícios ginásticos
adequados para o desenvolvimento das capacidades físicas pretendidas.
Sugestão de recursos: fita métrica ou trena; papel; caneta ou lápis.
Caro professor, os conceitos de capacidades físicas também constam na primeira parte
da “Lição de casa”, do Caderno do Aluno, e
podem ser usados neste momento para retomada dos conceitos.
Avaliando as capacidades físicas
Você pôde constatar que não é preciso estar matriculado em uma academia para fazer
exercícios. Contudo, é desejável que seja ampliada sua compreensão a respeito das capacidades físicas vivenciadas ao longo das séries
anteriores: velocidade, agilidade, flexibilidade, força e resistência. E, quanto mais você
conhecer sobre esse assunto, mais autonomia
terá para fazer os seus exercícios. Vamos recordar as definições:
ff Agilidade: capacidade de executar movimentos rápidos com mudança de direção.
Por exemplo, exigem agilidade as fintas nos
esportes coletivos e em alguns movimentos
da dança.
ff Flexibilidade: capacidade de realizar movimentos com amplitude adequada, como
nos alongamentos.
ff Força: capacidade de vencer uma resistência por meio das ações musculares, como
nos saltos.
ff Resistência: capacidade de permanecer
o maior tempo possível numa atividade,
sem fadiga. Correr grandes distâncias, por
exemplo, exige resistência.
ff Velocidade: capacidade de executar movimentos no menor tempo possível. Exemplo: em uma corrida de curta distância em
alta velocidade.
Durante as aulas, você já aprendeu e trabalhou as capacidades físicas em forma de circuito, alongamentos, corridas etc.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
desenvolvimento da Situação de
aprendizagem 3
Etapa 1 – identificação das capacidades
físicas
Organize um circuito de exercícios cujas estações solicitem as cinco capacidades físicas. A
participação dos alunos nesse circuito dar-se-á
de duas formas: na primeira, eles executarão
os exercícios durante um período de tempo;
na segunda, no mesmo período de tempo, tentarão ampliar o número de repetições para
cada exercício.
Após a realização do circuito, questione os
alunos sobre as capacidades físicas solicitadas
em cada estação e sobre como perceberam as
características de cada uma com base nas próprias sensações e percepções.
Professor, nesta etapa, você pode lançar
mão dos exemplos de circuitos descritos na segunda parte da “Lição de casa”, apresentadas
no Caderno do Aluno.
Exemplo de um circuito de força para
membros inferiores e glúteos:
POSTERIORES
COXA
GLÚTEOS
ADu
uTORES
ABDu
uTORES
Qu
uADRÍCEPS
ADRÍCEPS
PANTu
uRRILHA
GLÚTEOS
Exemplo de um circuito de resistência:
CORRIDAS CuRTAS
COM MuDANçA
DE DIREçãO
çã
çãO
CORRIDA
ESTACIONÁRIA
PuLAR CORDA
POLISSAPATO
POLICHINELO
SALTITOS COM
VARIAçÕES
Possibilidades interdisciplinares
Professor, o tema “Corpo, saúde e beleza: capacidades físicas” poderá ser desenvolvido de modo integrado com outras
disciplinas, na medida em que envolve conteúdos comuns: Biologia (organismo humano, saúde) e Física (movimento, força,
velocidade, energia mecânica). Converse
com os professores responsáveis por essas
disciplinas em sua escola. Essa iniciativa
fará que os alunos compreendam os conteúdos de forma mais global e integrada.
Etapa 2 – Formas de avaliação das
capacidades físicas
Depois de retomar os conceitos das capacidades físicas, proponha aos alunos a realização de testes para que avaliem o nível de
desenvolvimento de suas capacidades. Não é
necessário que todos os alunos realizem todos
os testes em aula, nem que você aplique os
testes em todos os alunos, mas que eles compreendam os princípios que regem a utilização desses recursos. Sugerem-se as seguintes
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estratégias: a) explicação sobre o modo de
execução dos testes para todos os alunos; b)
organização dos alunos em grupos; c) orientação para que cada grupo se responsabilize
pela aplicação dos testes em seus componentes, o que pode ser feito em aula ou fora dela.
Em seguida, após todos os alunos terem
rea­lizado os testes, você deve auxiliar na interpretação dos resultados.
É importante frisar que não se está preocupado com a comparação de desempenho
entre os alunos, mas, sim, com a percepção
de suas próprias características, dificuldades e limitações, de modo que reflitam sobre
quanto devem se empenhar para aumentar
ou manter o nível de desenvolvimento de
suas capacidades.
Os alunos poderão elaborar uma ficha
em que constem os resultados iniciais e existam espaços para anotar resultados de testes
posteriores. Periodicamente, serão realizadas
novas avaliações, visando mostrar aos alunos
que as medidas das capacidades físicas sofrem alterações em razão do crescimento, da
atividade física regular, da especialização em
alguma atividade física etc.
Sugestões de testes para avaliação das capacidades físicas
Professor, você certamente conhece vários
testes de avaliação de força, resistência, agilidade e flexibilidade. Escolha os que melhor se
adaptarem às suas necessidades de desenvolvimento do tema. A seguir, serão apresentadas
algumas sugestões de testes.
AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE
Teste de sentar e alcançar modificado
Registra-se a distância máxima alcançada durante a flexão do tronco sobre o quadril, na posição sentada, mantendo-se os joelhos estendidos e os pés afastados 30 centímetros entre si, posicionados sobre marcas
de referência para o apoio dos calcanhares. Os dedos devem apontar para cima. Posiciona-se uma escala
métrica (fita métrica ou trena) feita com material que não deforme, a qual deve ser fixada no solo de modo
que o ponto zero fique voltado para o tronco do avaliado e a outra extremidade seja estendida na direção dos
pés, passando pelo centro da distância que os separa, e fixada ao solo. O ponto da escala que coincide com
a linha imaginária que liga as marcas de apoio dos calcanhares deve registrar 63,5 centímetros. Colocando
uma mão sobre a outra, o avaliado deve deslizar vagarosamente as mãos sobre a escala, em direção aos pés,
o mais distante possível, permanecendo nessa posição por cerca de dois segundos. Retorne para a posição
inicial e realize mais três tentativas, registrando o melhor dos resultados obtidos nas duas últimas.
Adaptado de OSNESS et al. apud GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 192.
Figura 8 – Esquema para aplicação do teste de sentar e alcançar modificado.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
aVaLiaçãO da FOrça dOS braçOS
Teste de flexão e extensão dos cotovelos (apoio frontal)
alunos: posicionados em decúbito ventral, com os pés e as mãos apoiados no solo, estando estas
afastadas conforme a distância dos ombros. Deve-se estender e flexionar os membros superiores até
que o tórax toque o solo, sem descansar, mantendo o alinhamento de tronco e membros inferiores.
Registra-se o maior número de ciclos completos (extensão e flexão).
© Conexão Editorial
alunas: posicionadas em decúbito ventral, com as mãos afastadas conforme a distância dos
ombros e os joelhos apoiados no solo, estando as pernas e pés elevados, mantendo um ângulo de
90° entre coxas e pernas. Deve-se estender e flexionar os membros superiores, até que o tórax toque
o solo, sem descansar, mantendo o alinhamento de tronco. Registra-se o maior número de ciclos
completos (extensão e flexão).
© Conexão Editorial
Figura 9 – Execução do teste de flexão e extensão dos cotovelos por mulheres.
Figura 10 – Execução do teste de flexão e extensão dos cotovelos por homens.
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AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA CARDIOVASCULAR
Teste de Tanaka
Teste proposto para avaliar crianças e adolescentes, deve ser realizado em um local com distância conhecida (pista de atletismo, quadra etc.). Ao longo do local escolhido para o teste, devem ser colocadas marcações
(a cada 50 metros ou distâncias menores), a partir da linha de largada, para servir de referência. Após um
comando de partida, o(s) aluno(s) deve(m) percorrer a máxima distância possível durante 5 minutos. Essa distância será registrada com o auxílio de uma trena, contando-se o número de voltas completas mais a distância
adicional. Os corredores devem ser orientados a manter um ritmo de corrida que permita realizar o teste de
forma contínua (sem parar), pois quanto maior a distância percorrida, melhor será o resultado do teste.
Fonte: TANAKA, apud GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 75-76.
AVALIAÇÃO DA AGILIDADE
Shuttle run – Corrida de vaivém
Com o auxílio de uma trena, deve-se demarcar duas linhas (largada e chegada) distantes 5 metros uma
da outra, no local escolhido para o teste (quadra, pátio ou outro local). Após um comando de partida
(apito), o(s) aluno(s), posicionado(s) atrás da linha de largada, com os pés em afastamento anteroposterior,
deve(m) correr na máxima velocidade possível em direção à linha de chegada, ultrapassando-a com os dois
pés. Em seguida, sem parar, retorna(m) o mais rápido possível para a linha de chegada, também passando
ambos os pés por esta, completando um ciclo de corrida de vaivém. Registra-se o tempo necessário para a
realização de 5 ciclos de corrida (teste completo) com precisão de décimos de segundo, sendo o resultado
final expresso em décimos de segundo, ou seja, para um tempo de 23,5 segundos o resultado será de 235,0.
Quanto menor for o tempo registrado, melhor será o resultado do teste.
Antes de iniciar ambos os testes, os alunos devem fazer aquecimento e alongamento prévios, para evitar
possíveis lesões associadas aos níveis máximos de contrações realizadas durante a execução de suas respectivas corridas.
Fonte: ADAM et al. apud GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 143-144.
AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE
Corrida de 50 metros – Parado
No local escolhido para o teste (quadra, pátio ou outro local), devem ser demarcadas duas linhas
(linhas de saída e de chegada) delimitando uma distância correspondente a 50 metros, que será marcada com o auxílio de uma trena. Após um comando de partida (apito), o(s) aluno(s), posicionado(s)
atrás da linha de largada, deve(m) correr na máxima velocidade possível até ultrapassar a linha de
chegada, cronometrando-se o tempo utilizado para percorrer os 50 metros com precisão de décimos de
segundo. Quanto menor o tempo registrado, melhor será o resultado do teste.
Fonte: JOHNSON; NELSON apud GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 142.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Professor, ao final da seção “Lição
de casa”, no Caderno do Aluno há
um breve texto que trata da realização de testes aqui mencionados,
bem como fichas para apontamento dos resultados observados. Além disso, apresenta-se
uma pergunta para que o aluno reflita sobre o
próprio desempenho no teste. Esse material
está reproduzido a seguir.
A prática das capacidades físicas melhora o condicionamento físico e a saúde. Mas,
para saber se estamos progredindo, antes de
mais nada, é preciso investigar em que situa-
Teste
realizado
Capacidade
avaliada
Data do
1o teste
ção está a capacidade que será trabalhada.
Ou seja, é necessário que você identifique em
que nível está em relação a essa capacidade,
por meio de um teste que, depois de um tempo de prática, deve ser repetido para verificar se houve evolução. Mas lembre: a finalidade do teste não é fazer uma comparação
entre os alunos. Ele compara você com você
mesmo: avalia se melhorou em relação à capacidade mobilizada, e não se você é melhor
que seu colega.
1. Após a realização de cada teste, registre os
resultados nesta ficha:
Resultado
do 1o teste
Data do
2o teste
Resultado do
2o teste
a)
b)
c)
d)
e)
2. Nos testes realizados, a capacidade avaliada melhorou ou não?
Teste
Capacidade
Resultados
Melhorou
Não melhorou
a)
b)
c)
d)
e)
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3.A que você atribui o resultado do seu
desempenho?
Após analisar o primeiro e o segundo testes, o aluno deverá
observar se houve progresso. Neste ponto, você pode alertar
que só quem cumpriu as séries de exercícios verificará alguma
melhora de um teste para outro. É possível também discutir
ocasionais desvios; por exemplo, um aluno diz ter cumprido o
programa, mas não registrou progresso nenhum.
Etapa 3 – Uma visita interessante
Convide um professor que trabalhe em
uma academia nas proximidades da escola
(ou peça sugestões aos alunos) e sugira uma
“aula” cujo tema vá ao encontro das necessidades e dos interesses dos alunos em virtude das experiências vivenciadas nas etapas
e nas Situações de Aprendizagem propostas
anteriormente. Depois, estabeleça um debate entre o visitante e os alunos, com destaque para o tema das capacidades físicas
utilizadas na aula desenvolvida; se possível,
agende uma visita à academia.
ATIVIDADE AVALIADORA
Aproveitando as entrevistas realizadas
com praticantes de ginástica e frequentadores de academias (Etapa 2 do tema “Ginásticas de academia”), peça aos alunos que
analisem, nos termos das capacidades físicas
desenvolvidas em aula, as práticas relatadas
pelos entrevistados. Quando possível, solicite
aos alunos que façam visitas a uma ou mais
academias do bairro para observar as modalidades de ginásticas oferecidas (por exemplo,
cada grupo de cinco a sete alunos analisa um
tipo ou uma forma de ginástica), destacando
as capacidades físicas envolvidas. Outra opção
é valer-se da sessão de ginástica ministrada
pelo professor convidado na Etapa 3. Tomando por base a apresentação das análises das
práticas de ginásticas por parte dos grupos,
avalie se os alunos conseguiram identificar e
discriminar as capacidades físicas envolvidas.
Professor, as atividades descritas nas seções “Desafio!” e “Você aprendeu?”, do Caderno do Aluno, também podem ser usadas
como recursos de avaliação.
© Grant Pritchard/Alamy/Glow Images
© Peter Schatz/Alamy/Glow Images
Desafio!
Quais são as capacidades físicas utilizadas nestas práticas de academia?
1. Força.
2. Resistência.
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© Fernando Favoretto
© Fernando Favoretto
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3. Flexibilidade.
Vamos ver se você já consegue identificar
as capacidades.
1. uma pessoa frequenta a
academia com o objetivo de
ganhar massa magra e resistência. Na ficha de treinamento,
verifica-se que ela faz 15 minutos de alongamento, 30 minutos de esteira e, por último, musculação. As capacidades envolvidas no treinamento são, respectivamente:
a)
b)
c)
d)
agilidade, força e resistência.
fforça, flexibilidade e resistência.
flexibilidade, resistência e força.
velocidade, força e flexibilidade.
Professor, neste momento você pode indicar como leitura complementar o texto apresentado na seção “Aprendendo a aprender”,
presente no Caderno do Aluno. Sua leitura
levará o aluno a refletir sobre os próprios hábitos alimentares.
Faça lanches mais saudáveis
Você sabe o que o hambúrguer, a batata frita, a pizza e o cachorro-quente têm em comum? Acertou se falou “muita energia (combustível), gordura e sal (sódio)”.
Isso significa que, se você comer esses alimentos várias vezes por
mês sem, por outro lado, balancear a alimentação nos demais dias,
poderá ter alguns problemas, como aumento de peso e desenvolvimento de doenças do coração, diabetes e pressão alta. Tudo isso
por causa da grande quantidade de gorduras, açúcar e sal que existe
nesses alimentos.
© Conexão Editorial
E o refrigerante, o que tem em comum com o sorvete e o milk-shake? Muita energia e açúcar.
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Se você deixar de comer frutas, legumes, verduras e grãos para consumir esses alimentos calóricos e pouco nutritivos, sua alimentação ficará carente de cálcio (que fortalece os ossos), fibras
(que fazem o intestino funcionar melhor), vitamina A (importante para a visão e para aumentar
as defesas do organismo contra doenças) e vitamina C (que protege contra infecções).
Então quer dizer que nunca devemos comer esses alimentos? Não é bem assim. Sempre
que for possível, devemos fazer escolhas mais nutritivas. Mas, de vez em quando, eles também
podem fazer parte de nossa alimentação. Mas atenção: “de vez em quando” significa uma ou,
no máximo, duas vezes por mês.
Dicas para deixar seus lanches mais saudáveis:
© iStockPhoto/
Thinkstock/Getty
ff opte por lanches simples, isto é, sem ingredientes como bacon, ovos, requeijão cremoso
e batata palha;
ff peça que a maionese e outros molhos sejam servidos à parte (fora do lanche), para que
você possa dosar melhor a quantidade deles;
ff molhos como vinagrete, ketchup e mostarda são preferíveis à maionese e outros molhos
mais cremosos;
ff escolha queijo branco, requeijão ou queijos menos amarelos como recheio de seu lanche (lembre-se de que, quanto mais amarelo for o queijo, mais gordura ele terá);
ff prefira o pão integral ao pão francês, ao pão para cachorro-quente e ao pão sírio;
ff incremente seus lanches com alface, tomate, cenoura ralada e milho;
ff se comer salgadinhos, prefira os assados, como a esfirra, o pão de batata, o pão de queijo
e os enroladinhos de presunto e queijo. As empadas e os croissants, apesar de assados,
são menos indicados porque têm mais gorduras e energia, assim como os salgadinhos fritos (coxinhas, bolinhas de queijo,
pastéis, croquetes, quibes, rissoles etc.);
ff evite comer batatas fritas; se comer, peça porções pequenas;
ff troque o refrigerante e os refrescos artificiais por sucos naturais, água ou água de coco.
Outra dica importantíssima: para evitar risco de intoxicação alimentar, os lanches ou
alimentos prontos devem ser consumidos na hora. Isso vale também se pedir para viagem.
No restaurante, recuse os alimentos que estejam frios ou que pareçam ter sido preparados
há muito tempo.
Quanta energia (caloria), em média, você acha que tem um hambúrguer?
a) 450.
b) 560.
c) 590.
Professor, para encerrar o tema, sugira aos alunos que leiam os quadros “Curiosidade”,
“Você deve saber” e “Para refletir”, disponíveis no Caderno do Aluno.
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Curiosidade
Você sabia que uma refeição composta por 1 sanduíche com queijo e hambúrguer + 1 porção pequena de batata frita
+ 1 lata de refrigerante + 1 copo de milk-shake fornece mais da metade da energia
que um adolescente necessita por dia? É
como se em apenas uma refeição você ingerisse o equivalente à energia contida em
três refeições (café da manhã, lanche da
manhã e almoço).
Você deve saber
A maioria dos lanches rápidos tem
grande quantidade de gordura, sal e
energia. Seu consumo frequente pode
causar ganho de peso, pressão alta, diabetes e doenças do coração.
Para refletir
Quantas vezes por mês você come alimentos como hambúrguer, cachorro-quente, pizza e batata frita?
Proposta de sITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, talvez alguns alunos
não apreendam os conteúdos da forma esperada. Serão necessárias, professor, outras Situações de Aprendizagem que permitam ao aluno
revisitar o processo de maneira diferente. Tais
Situações de Aprendizagem podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos,
envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles
que apresentarem dificuldades. Por exemplo:
ff roteiro de estudos com perguntas nortea­
doras elaboradas por você para posterior
apresentação em registro escrito;
ff pesquisa em sites ou em outras fontes para
posterior apresentação;
ff apreciação e registro, por parte do aluno,
de seus próprios movimentos e dos movimentos dos colegas;
ff atividades que sintetizem determinado
conteúdo, em que as várias atividades serão refeitas numa única aula e discutidas
posteriormente (por exemplo, circuito que
contemple as várias capacidades físicas tratadas neste volume).
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR
E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livros
BARBANTI, Valdir J. Dicionário de educação física e esporte. 2. ed. São Paulo: Manole, 2003. Na forma de verbetes, apresenta
definições e conceitos básicos sobre as capacidades físicas.
ELLIOTT, Bruce; MESTER, Joachim. Treinamento no esporte: aplicando ciência no esporte. São Paulo: Phorte Editora, 2000. Expõe princípios conceituais e metodologia para
o treinamento de força, flexibilidade, velocidade e resistência aeróbica e anaeróbica, com
especial aplicação em modalidades esportivas.
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GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo;
ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do
condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Aborda as diversas
capacidades físicas e caracteriza sua relação
com a condição de saúde e seu desenvolvimento ao longo da vida, destacando aspectos
relacionados à infância, à adolescência e ao
envelhecimento. Contém propostas de avaliação para indivíduos em diferentes idades, bem
como referências a parâmetros gerais e específicos que devem ser levados em consideração
ao elaborar programas de condicionamento
físico destinados ao desenvolvimento das várias capacidades físicas.
KRAEMER, William J.; FLECK, Steven J.
Treinamento de força para jovens atletas. São
Paulo: Manole, 2001. Trata dos princípios que
devem reger o treinamento de força para crianças e jovens, com exemplos de exercícios, bem
como de programas aplicados a várias modalidades esportivas.
SÃO PAULO (Estado). Oficinas curriculares de
atividades esportivas e motoras. São Paulo: CENP/
SEE-SP, 2007. Exemplifica diversos exercícios
(em forma de circuito) para o desenvolvimento das diversas capacidades físicas.
WEINECK, Jürgen. Biologia do esporte. São
Paulo: Manole, 2000. Trata dos efeitos da atividade física e do treinamento físico-esportivo sobre o corpo humano, explicitando os fenômenos
de adaptação dos diferentes sistemas orgânicos
ao treinamento.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Tema 4 – Esporte – Modalidade individual: Tênis
Embora nos últimos anos o tênis tenha
sido apresentado de forma mais explícita pelas
mídias, podemos considerá-lo uma modalidade esportiva desconhecida dos alunos, principalmente se considerarmos a compreensão
do jogo, a proximidade com os implementos
e espaços necessários, a importância das técnicas e táticas no desempenho esportivo, sua
inserção e aderência no cotidiano das aulas de
Educação Física. Esses fatores são importantes para a apreciação do espetáculo esportivo
referente a essa modalidade.
A expressão “modalidade individual”,
ainda não conhecida dos alunos, deve ser entendida como modalidade não inserida ou
não vivenciada nas aulas de Educação Física
quando comparadas, por exemplo, com modalidades esportivas mais tradicionais.
O rebatimento, um dos gestos executados
no tênis, já foi experimentado pelos alunos em
outras situações do cotidiano, como o jogo de
peteca. Tal gesto nada mais é do que rebater
um implemento para que atinja determinada
área, com certa altura, combinando algumas
técnicas e táticas com uma das mãos. Podemos ainda tomar como exemplo o voleibol,
que também é constituído pelo movimento
de rebater, embora em algumas situações seja
permitido rebater e impulsionar a bola com as
duas mãos.
Os elementos novos trazidos pelo tênis
são a raquete e o número reduzido de participantes. As Situações de Aprendizagem aqui
sugeridas permitirão aos alunos a associação
e a compreensão de outras modalidades individuais que apresentam algumas semelhanças,
tais como: tênis de mesa, badminton, squash,
frescobol e tamboréu.
Algumas ações já vivenciadas pelos alunos
em outros contextos, como saídas rápidas, paradas bruscas e mudanças de direção, darão
suporte para a aprendizagem das ações necessárias no tênis.
Nem todos os princípios operacionais definidos por Bayer (1994), e encontrados em muitas modalidades esportivas, estão presentes no
tênis. Nesta modalidade não se caracterizam
a conservação de bola, a progressão em direção ao alvo e ao adversário e a finalização em
um alvo (situação de ataque), assim como a
recuperação da posse de bola, a contenção da
bola e a proteção ao alvo, embora, neste último
caso, a defesa do alvo seja metade da quadra
que o jogador defende (situação de defesa).
Boa parte dos movimentos do tênis lembra
algumas situações já vistas no voleibol, tais
como recepção, defesa, ocupação de um espaço e ataque com o objetivo de evitar a devolução de bola. O tênis ainda apresenta outro implemento para realizar esses movimentos – a
raquete. Nas Situações de Aprendizagem, esse
instrumento será adaptado, usando-se materiais de fácil acesso pelos alunos.
Quando nos reportamos às modalidades esportivas, é comum lembrarmos da forma mecanizada e tradicional pela qual muitas vezes elas
foram tratadas em Situações de Aprendizagem
fragmentadas e nem sempre objetivadas em
uma ação eficaz, pautando-se em movimentos
que não garantem o sucesso no jogo.
Garganta (1995) apresenta as unidades funcionais como um método a ser utilizado no
jogo, como forma de introduzir os alunos em
sua dinâmica. As unidades destacadas são: eu-bola, eu-bola-alvo e eu-bola-alvo-adversário,
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e cabem tanto no tênis quanto nas demais modalidades esportivas que utilizam bola. Dessa
forma, busca-se, nas Situações de Aprendizagem, uma aproximação com essas unidades.
O tênis, como modalidade esportiva individual, requer em princípio um espaço físico
(campo/quadra dividido por uma rede) para
confronto dos adversários e objetos específicos (bola e raquete). Tais espaços e objetos
não são acessados por uma parcela significativa da população, já que a maioria dos espaços
disponíveis é privada e os acessórios são de
alto custo. Agrava essa situação a ausência de
políticas que incentivem o acesso a parques e
clubes públicos para a prática de esportes.
Jovens adolescentes jogando tênis
Dentre as modalidades esportivas indivi­duais
que utilizam raquetes, o tênis é a mais praticada
em todo o mundo, com praticantes nos cinco
continentes, seguida pelo badminton, segundo
dados da Federação Internacional de Tênis.
Muitas modalidades esportivas, a exemplo do futebol, percorreram e percorrem processos de transição entre diferentes camadas
socio­econômicas; a inserção do tênis nas aulas de Educação Física poderá contribuir para
esse processo. O domínio de determinado gesto e a compreensão de determinadas técnicas
e táticas podem ser apreendidos à medida que
são apresentadas diferentes situações dessa
modalidade esportiva.
Propiciar aos alunos do Ensino Médio o
conhecimento de várias modalidades esportivas justifica-se pelo fato de essa ser uma
etapa na qual os alunos fazem suas escolhas
individuais. Além disso, eles também poderão
apreciar, identificar, analisar, compreender e
criticar o espetáculo esportivo.
Situação de Aprendizagem 4
O que sabemos a respeito do Tênis?
Objetiva-se a verificação do que os alunos já
conhecem sobre o tênis, certamente por meio de
informações advindas principalmente da mídia.
Recomenda-se que você, professor, investigue
os alunos em relação à possibilidade de apresentar comentários a respeito da compreensão
do jogo, embora possam surgir menções de no-
mes de atletas brasileiros que se destacam nesse
esporte, o que já é significativo (conhecimento
prévio). A possibilidade de apresentação de aspectos históricos da modalidade também é importante na elaboração de diferentes situações
de jogo, com noções de regras e construção de
materiais adaptados.
Conteúdo e temas: o tênis como modalidade esportiva individual – semelhanças e diferenças em relação a outras modalidades; aspectos históricos do tênis; importância das técnicas e táticas no desempenho esportivo e na apreciação do espetáculo esportivo.
Competências e habilidades: identificar alguns princípios técnicos e táticos na prática do tênis; reconhecer a presença das técnicas e táticas utilizadas no tênis em outras modalidades esportivas e possibilidades do Se-Movimentar.
Sugestão de recursos: bolas de borracha pequenas; cordas; folhas de jornal; fita adesiva; arame; meias
de náilon.
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Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 4
na (não necessariamente de tênis; por exemplo,
uma bola de borracha). Distribua as bolas entre
os alunos, para que manuseiem e explorem o material e o objeto. Sugira aos alunos que troquem
entre si o material usado para rebater a bola.
Etapa 1 – Tênis? Por que tênis?
Proponha uma roda de conversa para iniciar
um debate sobre o tênis. Pergunte aos alunos
como imaginam a criação do tênis; pode-se solicitar que criem e encenem, em grupos, uma história
para o surgimento do tênis a partir apenas da imaginação. Solicite que, para a próxima aula, tragam
algum material (chinelo, panela, placa, taco etc.)
que seja capaz de rebater uma bola pequena.
Etapa 2 – Experimentando e relacionando
as ações e os movimentos do tênis
Nesta etapa, os alunos devem estar de posse de
algum material capaz de rebater uma bola peque-
A seguir, afixe uma corda entre traves
de futebol, nas paredes de um pátio ou em
outro espaço possível de ser adaptado; caso
não disponha de uma corda com comprimento da quadra, sugere-se amarrar mais
de uma. Peça aos alunos que se organizem
em duplas, posicionadas ao longo da corda,
formando miniquadras de medidas estabelecidas, consensualmente, entre você e eles.
Proponha um jogo que tenha por objetivo
o rebatimento da bola em direção ao colega
do outro lado da corda, trocando o maior
número de passes sem errar (rally).
A origem do tênis a partir do jeu de paume
Há muitas teorias para o surgimento do tênis, mas há um consenso de que a França estabeleceu as bases
reais do jogo com o surgimento do jeu de paume (jogo de palma), no final do século XII e início do XIII.
No tênis primitivo, as raquetes não eram empregadas. Os jogadores usavam as mãos nuas e depois optaram por usar luvas. No século XIV, já havia jogadores que usavam um utensílio de madeira em forma de pá,
conhecido como battoir, e que mais tarde recebeu um cabo e também cordas trançadas. Era o nascimento
da raquete, uma invenção italiana.
Com o tempo, o tênis deixou de ser jogado com a bola contra o muro, passando a ser praticado em
um retângulo dividido ao meio por uma corda. Surgiu, assim, o longue-paume, que permitia a participação de até seis jogadores de cada lado. Mais tarde apareceu o court-paume, jogo similar, disputado em
recinto fechado, mas de técnica mais complexa e que exigia uma superfície menor para sua prática.
Muitos reis da França tinham no jeu de paume sua principal diversão, a ponto de o rei Luís XI
decretar que “a bola de tênis teria uma fabricação específica: com um couro especialmente escolhido,
contendo chumaço de lã comprimida, proibindo o enchimento com areia, giz, cal, cinza, terra ou
qualquer espécie de musgo”. Para se ter uma ideia do crescimento do esporte na França, o rei Luís XII
(1498 a 1515) pediu a um francês de nome Guy Forbert para codificar as primeiras regras e regulamentos e fez construir em Orléans, cidade onde tinha o seu palácio, nada menos que 40 quadras.
Em plena Guerra dos Cem Anos, o rei Carlos V condenou o jeu de paume, declarando que “todo
jogo que não contribua para o ofício das armas será eliminado”. A necessidade de tal proibição indica
que o novo esporte alcançou uma grande popularidade na França.
Fonte: Texto extraído do site da Confederação Brasileira de Tênis:
<http://cbtenis.com.br/site.aspx/historia-tenis/>. Acesso em: 14 nov. 2013.
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Algumas variações poderão ser utilizadas, como a possibilidade de jogar sem implemento, rebatendo a bola com as próprias
mãos, como nos antigos “jogos de palma”
((jeu de paume), ou trocando os materiais entre os próprios alunos. Outra possibilidade
seria os alunos jogarem contra si mesmos, ou
seja, bater a bola contra uma parede e rebatê-la depois de um quique.
Estimule os alunos a perceber as técnicas e táticas necessárias para alcançar os
objetivos desses minijogos, nos quais estão
contempladas as situações do jogo, como:
saída rápida, parada brusca, mudança de
direção e tomada de decisão, além das unidades funcionais: eu-bola, eu-bola-alvo e
eu-bola-alvo-adversário.
etapa 3 – Construindo uma raquete
de tênis
Para o desenvolvimento desta etapa (construção e adaptação da raquete) é necessário providenciar antecipadamente alguns materiais: folhas
duplas de jornal (mais de cinco) e fita adesiva.
Outra possibilidade para se construir uma raquete adaptada é usar arame para a estrutura de
sustentação e o cabo, e meia-calça de náilon para
substituir a área de contato da bola. Você pode
também solicitar aos alunos que tenham raquetes
que as tragam nos dias das aulas, se for o caso.
etapa 4 – por dentro do jogo
utilizando novamente uma corda estendida
de uma extremidade a outra da quadra ou outro
espaço adaptado, proponha que os alunos realizem minijogos, individuais ou em duplas. Dependendo do tamanho da quadra, duas partidas
podem ocorrer ao mesmo tempo. As regras para
definir a pontuação devem ser elaboradas previamente. Por exemplo: A bola poderá quicar
quantas vezes no campo do adversário? Os pontos serão corridos, como no voleibol, ou será
usado o sistema de vantagem? Caso os alunos
apresentem dificuldade, exemplifique com algumas regras utilizadas no tênis.
© Conexão Editorial
Para a construção da raquete, os alunos
deverão adotar os seguintes passos:
f confeccionar vários canudos com as folhas
de jornal;
f agrupar os canudos a fim de moldar uma
raquete. Para tanto, será preciso mais de
um aluno, pois é necessário colar e aplicar
a fita adesiva em torno dos canudos.
Figura 11 – Material para confeccionar raquetes de tênis alternativas.
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Figura 12 – raquetes confeccionadas com canudos de folha de jornal e fita adesiva.
SITuAçãO DE APrENDIzAGEM 5
APrECIANDO uMA PArTIDA DE TêNIS
Alguns alunos podem não ter assistido a
nenhuma partida de tênis, nem ao vivo nem
pela televisão. Apreciar uma partida sem entender sua dinâmica pode ser um pouco difícil;
porém, a Situação de Aprendizagem anterior mobilizou os alunos a prestar atenção
em uma partida oficial de tênis e a iniciar sua
compreensão acerca dessa mobilidade.
Conteúdo e temas: o tênis como espetáculo esportivo; técnicas e táticas do tênis.
Competências e habilidades: apreciar e analisar uma sequência de golpes em uma partida de tênis;
compreender e analisar as técnicas e táticas utilizadas no tênis.
sugestão de recursos: aparelho reprodutor de vídeos ou DVDs; televisão (ou monitor); bolas de borracha; bolas de tênis; cartões; cartolinas; tesouras; canetas.
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Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 5
Selecione um trecho ou sequência de lances de uma partida de tênis gravada em vídeo
ou DVD e apresente aos alunos. Solicite que
prestem atenção à movimentação dos jogadores, aos tipos de saque, às “subidas” à rede,
à utilização das mãos, à força e à velocidade
imprimida aplicada aos golpes etc.
Retorne à quadra e estimule os alunos a
realizar algumas ações vistas e analisadas
no vídeo. Utilize as raquetes construídas na
Situação de Aprendizagem anterior, procurando a aproximação com a situação completa de jogo. Utilize, neste momento, bolas
de tênis.
© Bob Thomas/Stone/Getty Images
Etapa 1 – Bola para lá, bola para cá!
Após essa apreciação, apresente alguns
nomes característicos dos golpes e associe-os
às técnicas e táticas aplicadas pelos jogadores
no vídeo.
Figura 13 – Backhand.
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Alguns nomes e técnicas
Saque: movimento que inicia a partida. O jogador lança a bola acima da cabeça e a golpeia para que
chegue ao outro lado da quadra. É considerado o primeiro ataque ao adversário.
olpes de fundo de quadra (direita/forehand e esquerda/backhand): facilitam o contato raquete-bola na
G
frente do corpo, permitindo mais tempo para posicionar o corpo antes de golpear a bola e também
golpear/devolver a bola na diagonal.
Sequência de movimentos:
1. preparação;
2. passos de ajuste;
3. terminação.
Smash: permite golpear a bola de cima para baixo, dificultando a devolução pelo outro jogador.
Voleio: rebatidas realizadas antes que a bola toque o solo.
Todos os golpes do tênis apresentam três fases:
1. aceleração da raquete;
2. contato raquete-bola;
3. desaceleração.
Caro professor, para introduzir este tema,
sugerem-se a seção “Para começo de conversa” e o quadro “Curiosidade”, do Caderno do
Aluno.
O tênis, ou melhor, tênis de campo, sempre foi considerado um esporte que só podia ser praticado
por alguns, em razão do alto custo
dos equipamentos (raquetes, bolinhas, uniformes), da quadra especial, dos poucos profissionais para ensinar e treinar os interessados e dos poucos eventos nacionais. Hoje a
realidade em relação à pratica do tênis está
mudando. Há mais quadras e profissionais, o
custo do equipamento diminuiu – em virtude
da maior oferta com a abertura do mercado
para as importações – os eventos da modalidade passaram a ser divulgados pelas redes
de televisão, assim como as informações sobre o desempenho dos jogadores brasileiros
nos grandes torneios internacionais, até mes-
mo com etapas no Brasil. Surgiram novos
ídolos desse esporte, como Guga (Gustavo
Kuerten) e Fernando Meligeni.
Entretanto, o nome brasileiro de maior
repercussão mundial na modalidade foi o de
Maria Esther Bueno. Ao longo de sua carreira, que durou de 1950 a 1974, ela foi sete vezes
campeã em Wimbledon e sete vezes campeã
no torneio de Forest Hills, além de ter obtido
mais de 571 títulos, o que a torna uma das tenistas mais premiadas do tênis mundial.
Mas quando e como surgiu o tênis? Você já
ouviu a expressão francesa jeu de paume? Sabe
o que significa? Veja as alternativas a seguir e
assinale a que representa o significado dessa
expressão.
( ) Jogo de rebater. ( ) Jogo de punho. ( X ) Jogo de palmas.
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Curiosidade
O jogo de tênis surgiu na França, no final do século XII e início do século XIII. No começo, não se utilizavam raquetes, mas, sim, as mãos nuas ou com luvas de couro, jogando-se a bolinha contra uma parede. No século XIV, alguns jogadores passaram a empregar
um utensílio de madeira similar a uma raquete, chamado battoir. O jogo deixou de ser
praticado contra uma parede e passou para uma área dividida por uma corda.
As primeiras raquetes surgiram da adaptação de um cabo e de cordas trançadas ao battoir.
Modelo das primeiras raquetes.
1. Assinale em quais dos jogos a seguir indicados se utiliza algum tipo de raquete para
rebater uma bolinha:
( ) rúgbi.
( X ) badminton.
( X ) squash.
( ) beisebol.
( X ) tênis de mesa.
( ) golfe.
( ) taco.
( X ) frescobol.
2. O gesto característico do jogo de tênis é o
de rebater, que também caracteriza outras
práticas esportivas, como o voleibol, o beisebol, o squash, o tênis de mesa etc. Você
conhece os golpes mais utilizados no tênis?
Assinale verdadeiro ou falso:
a) Saque é o movimento que inicia a partida.
( ) Falso
( X ) Verdadeiro
b) Drive é o golpe mais frequente. Significa gol-
© Private Collection/The Bridgeman Art Library/
Keystone
© Private Collection/The Bridgeman Art Library/
Keystone
© Private Collection/The Stapleton Collection/
The Bridgeman Art Library/Keystone
O jogo foi praticado em espaços abertos e também fechados. Era bastante apreciado
no país em que se originou, sendo a principal diversão de muitos reis locais.
Diferentes quadras de jeu de paume.
pear a bola depois que ela quicar no chão.
( X ) Verdadeiro
( ) Falso
c) Backhand é o golpe com a palma da
mão voltada para a frente.
( ) Verdadeiro
( X ) Falso
d) Forehand é o golpe com a parte posterior
da mão (dorso) voltada para a frente.
( ) Verdadeiro
( X ) Falso
e) Smash é o golpe no qual a bolinha é rebatida de cima para baixo quando estiver acima da cabeça do jogador.
( ) Falso
( X ) Verdadeiro
f) Voleio é o golpe executado antes que a
bola toque no chão, com efeito de rotação da bola para trás.
( ) Falso
( X ) Verdadeiro
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Situação de Aprendizagem 6
Tênis em duplas
Inicialmente, os alunos analisarão como
suas características e aspectos pessoais influenciam a realização dos principais movimentos
do tênis. A seguir, verificarão como os aspectos
interpessoais influenciam a vivência desta modalidade esportiva em duplas.
Conteúdo e temas: o corpo na contemporaneidade e o gênero; diferença, preconceito e expectativas de
desempenho em relação ao gênero.
Competências e habilidades: respeitar as diferenças de gênero nas experiências do Se-Movimentar no
esporte; identificar as expectativas de desempenho relacionadas ao gênero no esporte; identificar formas
de preconceito e evitar qualquer tipo de discriminação na prática do esporte; relacionar informações e
conhecimentos sobre esporte e diferenças de gênero nas experiências do Se-Movimentar, para construir
argumentação consistente e coerente na fundamentação do seu ponto de vista.
Sugestão de recursos: papel sulfite; canetas; raquetes e bolinhas de tênis; rede de voleibol, futsal ou tênis
(opcional).
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 6
Etapa 1 – Homem com homem, mulher
com mulher
De acordo com o material disponível, faça
subdivisões na quadra (com redes de tênis,
vôlei ou futsal, barbante ou riscos com giz
no chão) e/ou faça um rodízio das raquetes
e bolinhas entre os alunos. Pode-se também
utilizar raquetes adaptadas nesse momento,
por exemplo, as confeccionadas anteriormente com jornal.
Comente com os alunos que o surgimento do tênis na Era Moderna, a partir de jogos de rebater, pode ser considerado elitista, pois sua prática era restrita à burguesia
emergente após a Revolução Francesa. Solicite que os alunos, em duplas organizadas
pelo mesmo gênero, respondam a uma “chamada temática”, identificando os principais
movimentos realizados em uma partida de
tênis e/ou outras características da modalidade, como vestimentas, competições e atletas mais famosos.
Etapa 2 – Diálogo entre os gêneros
Organize as duplas pelo espaço da quadra e proponha uma vivência (somente jogarão entre si as duplas do mesmo gênero),
enfatizando os movimentos citados pelos
alunos (por exemplo: saque, voleio etc.).
Solicite que os alunos formem outras
duplas, agora com adolescentes de gêneros
diferentes em cada uma. Proponha que as
duplas sejam formadas de acordo com características pessoais que sejam visivelmente
Feitas a chamada e a vivência, discuta com
os alunos se, de acordo com o que mencionaram e vivenciaram, homens e mulheres realizam esses movimentos da mesma forma. Peça
que identifiquem quais são as semelhanças e
as diferenças e registrem-nas em uma folha
de papel.
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discrepantes, como a estatura e o peso corporal, por exemplo: uma menina mais alta
com um menino mais baixo etc. Se considerar necessário, agrupe-os de modo que as diferenças nos aspectos pessoais se façam notar em cada dupla. Peça que realizem entre si
os mesmos movimentos da vivência anterior
e que registrem se houve alguma mudança no
que haviam percebido anteriormente, como
possíveis variações de força ou de velocidade ou em seu posicionamento para rea­lizar
cada movimento.
Explique que o tênis, praticado no ambiente descontraído dos clubes sociais
(country clubs), servia para aproximar os
jovens burgueses com o objetivo de formar
casais dentro da mesma classe social. Discuta com eles as implicações da informalidade
daquele contexto e as exigências vislumbradas no esporte voltado à busca do rendimento máximo, com interesses de premiação e de patrocínio, e a veiculação de atletas
dessa modalidade em anúncios publicitários
na mídia.
Etapa 3 – Jogo entre os gêneros
Organize jogos rápidos entre as duplas,
no formato de um breve torneio em que a
dupla que marcar o primeiro ponto permaneça em quadra. Peça aos alunos para
que tentem aproveitar suas características
pessoais da melhor forma que conseguirem
durante os jogos, registrando as estratégias
que elaborarem.
Depois, solicite que os alunos leiam seus
registros e analisem os resultados que obtiveram no torneio de jogos rápidos. Discuta com eles a coerência dos argumentos
usados para justificar as estratégias das
duplas, tanto as bem-sucedidas quanto as
malsucedidas.
Professor, antes da Atividade Avaliadora,
oriente os alunos para que leiam o conteúdo
do quadro “Curiosidade”, do Caderno do
Aluno. Assim, eles ampliarão seus conhecimentos acerca do tênis e da prática dessa modalidade por atletas com deficiência.
Curiosidade
Ao longo dos anos de escolarização, é comum vivenciar situações em que se organizam
equipes mistas, prevalecendo os aspectos da cooperação, da experimentação e da inclusão.
As práticas esportivas em que homens e mulheres competem juntos e aquelas em que pessoas
com deficiência participam de Jogos Paralímpicos mostrando os avanços sociais conquistados nas últimas décadas.
O tênis de campo, classificado como modalidade esportiva individual, é também jogado
em duplas, que podem ser masculinas, femininas ou mistas. No início, essas práticas eram
informais, realizadas nos chamados country clubs, visando a aproximar os jovens burgueses
para favorecer a formação de casais da mesma classe social. Hoje a prática competitiva inclui na programação dos campeo­natos as disputas em duplas, que envolvem a busca de alto
rendimento, premiações e patrocínios.
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© Mike Powell/Allsport Concepts/Getty Images
Educação Física – 2ª série – Volume 1
© Conexão Editorial
Jogo de tênis: duplas mistas.
Nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008 foram disputadas
20 modalidades esportivas: atletismo; basquete em cadeira de
rodas; bocha; ciclismo; esgrima em cadeira de rodas; futebol
de 5; futebol de 7; goalball; hipismo; judô; halterofilismo; natação; remo; rúgbi em cadeira de rodas; tênis em cadeira de
rodas; tênis de mesa; tiro; tiro com arco; vela e vôlei.
© CPB/Pedro rezende
O Brasil foi o 14o colocado nessa Paralimpíada, com 14
medalhas de ouro, 12 de prata e 7 de bronze.
Equipe brasileira de tênis de mesa.
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Atividade avaliadora
Solicite aos alunos (em grupos) uma pesquisa referente a um dos seguintes temas: desenvolvimento do tênis no Brasil e no Estado
de São Paulo; principais tenistas brasileiros;
principais torneios de tênis realizados no Brasil e no exterior; nomes dos golpes associados
às diferentes técnicas e táticas; tipos de piso de
quadras para praticar o tênis.
Depois de entregues os trabalhos, troque-os
entre os grupos de alunos e solicite que formulem perguntas e respostas com base no conteú­
do abordado em cada pesquisa. Em seguida,
peça que preparem cartões de cores e tamanhos padronizados, onde serão registradas as
informações necessárias para realizar um jogo
de perguntas e respostas em equipes. Os alunos
deverão selecionar as perguntas e respostas
mais coerentes e transcrevê-las nos cartões.
Cada cartão deverá ter três perguntas e as correspondentes respostas. Avalie o envolvimento
dos alunos na formulação das perguntas e atente-se para as respostas e os erros mais frequentes.
As discussões e os registros apresentados pelos alunos a respeito do gênero também podem
ser utilizados como instrumento para avaliação. Para isso, considere a coerência dos argumentos apresentados por eles como critério na
sua análise avaliativa. Solicite aos alunos que,
em duplas ou grupos (compostos, preferencialmente, por meninos e meninas), aprofundem
os comentários que fizeram anteriormente.
Questione-os sobre as finalidades atribuídas
ao tênis em diferentes contextos (aproximação
de pessoas em clubes sociais ou busca por rendimento máximo) e sobre a relevância desta modalidade esportiva disputada em duplas mistas (por
que ela não está presente nos Jogos Olímpicos?).
Questione-os sobre a existência de exercícios
físicos ou gímnicos exclusivos para homens ou
para mulheres. Que argumentos podem ser utilizados para justificar ou negar essa separação?
Professor, para desenvolver esta
Atividade Avaliadora, você pode recorrer à seção “Pesquisa em
grupo”, descrita no Caderno
do Aluno.
O tênis brasileiro
Você conhece algum jogo de tabuleiro com
perguntas e respostas sobre temas variados? Que
tal preparar uma atividade parecida com esse
tipo de jogo, mas a respeito do tênis de campo?
Em grupo, faça uma pesquisa sobre o tênis,
abordando: desenvolvimento da modalidade
no Brasil e no Estado de São Paulo; os principais tenistas brasileiros; os principais torneios
de tênis realizados no Brasil e no mundo; nomes dos golpes associados às diferentes técnicas e táticas; os tipos de piso de quadras para
praticar o tênis. Escolha também fatos interessantes que possam servir de base para a elaboração das perguntas do jogo.
Você pode usar uma cor para cada tema:
cada cor corresponderá a perguntas sobre um
tema, as quais poderão ser aumentadas ou diminuídas segundo o interesse e o envolvimento dos seus colegas:
1. história do tênis no Brasil e no Estado de
São Paulo (azul);
2. tenistas brasileiros (cor-de-rosa);
3. torneios (verde);
4. golpes (amarelo);
5. curiosidades (branco).
Conforme a distribuição dos temas e a
quantidade de grupos, definem-se quantas
perguntas serão elaboradas.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Cada grupo deverá providenciar cartelas
em cuja frente serão indicados o tema e a
pergunta. O verso de cada cartela conterá a
respectiva resposta. Veja um exemplo:
Frente
Tenistas brasileiros
Foi a maior tenista da história
do tênis brasileiro
Verso
Resposta
Maria Esther Bueno
Elaborada a pesquisa e preparadas as fichas
com as perguntas, pode-se começar a jogar.
Divide-se a classe em dois ou mais grupos.
Cada grupo deverá responder a determinado
número de perguntas referentes ao tema de uma
cor previamente sorteada. Cada resposta certa
vale três pontos. Cada resposta errada vale apenas um ponto. O professor organizará este jogo
ou outro jogo semelhante com toda a turma.
Mas, lembre que você poderá contribuir com
sugestões durante a aula e também poderá jogar
com seus colegas em outros momentos. O grupo
poderá definir novas regras, como passar a pergunta para a frente valendo X pontos etc.
Bom jogo!
1. Além do tênis de campo, integram as chamadas modalidades de raquete, entre outras:
( X ) squash.
( ) beisebol.
( X ) badminton.
( ) rúgbi.
( X ) tênis de mesa.
( ) frescobol.
2. O tênis em cadeira de rodas faz parte do
programa:
( ) dos Jogos Olímpicos.
( ) do Torneio de Wimbledon.
( X ) dos Jogos Paralímpicos.
( ) do Torneio de Roland-Garros.
3. O jogo que provavelmente deu origem ao
tênis foi praticado inicialmente na França
e era conhecido como:
( ) jeu de plume. ( ) jeu de battoir.
( X ) jeu de paume.( ) jeu de butterfly.
4. São golpes do tênis:
( X ) saque.
( X ) forehand.
( X ) backhand.( X ) voleio.
( ) cortada.
( ) arremesso.
( ) passe.
( X ) smash.
5. São tenistas brasileiros:
( ) Roger Federer.
( X ) Fernando Meligeni.
( ) Rafael Nadal.
( X ) Teliana Pereira.
( X ) Maria Esther Bueno.
( X ) Gustavo Kuerten.
( ) Serena Williams.
( X ) Flavio Saretta.
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© Adrian Green/Photographer’s Choice/Getty Images
Figura 14 – Finalização do forehand.
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Proposta de Situações de Recuperação
Durante o percurso pelas Situações de
Aprendizagem, alguns alunos poderão não
apreender os conteúdos da forma esperada.
É necessário, então, que outras Situações de
Aprendizagem sejam propostas, permitindo
ao aluno revisitar o processo de maneira diferente. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos,
envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles
que apresentarem dificuldades; podem ser de-
senvolvidas individualmente ou em pequenos
grupos. Por exemplo:
ff organizar roteiro de estudos com perguntas norteadoras referentes ao tênis e sua
posterior apresentação em registro escrito;
ff selecionar modalidades esportivas individuais que utilizem o implemento raquete, apresentando suas semelhanças e
diferenças.
Recursos para ampliar a perspectiva do professor
e do aluno para a compreensão do tema
Livros
Site
BAYER, Claude. O ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dinalivros, 1994. Discute o processo de ensino dos esportes coletivos, apresentando os princípios operacionais comuns
às modalidades esportivas.
Confederação Brasileira de Tênis. Disponível
em: <http://cbtenis.com.br/>. Acesso em: 24
jul. 2013. Apresenta informações gerais sobre
o tênis no Brasil e no mundo: histórico, regras,
principais eventos, ranking dos atletas.
GARGANTA, Julio. Para uma teoria dos
jogos desportivos colectivos. In: OLIVEIRA, José; GRAÇA, Amândio (eds.). O
ensino dos jogos desportivos. 2. ed. Porto:
Universidade do Porto, 1995. Propõe uma
discussão sobre o processo de ensino-aprendizagem das modalidades esportivas
coletivas, estabelecendo unidades funcionais do jogo.
Filmes
PAES, Roberto R. Educação física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico
do Ensino Fundamental. Canoas: Ulbra,
2001. O autor discute a finalidade da Educação Física e sua dinâmica no Ensino
Fundamental, enfatizando o esporte como
con­teúdo pedagógico.
Campeões 2. Televisión de Catalunya, Espanha,
1990. Veiculado pela TV Escola. Brasília: MEC,
Secretaria de Educação a Distância, 1990. 1 fita
de vídeo (106 min, 52 s): son., color. BBE. Programa TV Escola. Série que apresenta as bases
técnicas, provas e regras de várias modalidades
esportivas. Para tênis, consulte o programa no 6
(13 min).
Wimbledon: o jogo do amor (Wimbledon). Direção: Richard Loncraine. Inglaterra, 2004. 98 min.
Comédia romântica em que um tenista em uma
baixa posição no ranking mundial recebe um convite para disputar o tradicional Torneio de Wimbledon, sua última chance de vencer um torneio.
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Tema 5 – CORPO, SAÚDE E BELEZA – EFEITOS
FISIOLÓGICOS, MORFOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS
DO TREINAMENTO FÍSICO
Nas últimas décadas, o conceito de saúde
tem sido ampliado para “promoção da saúde”
(Organização Mundial da Saúde, 1986, apud
BRASIL, 2002), que enfatiza a importância
do envolvimento comunitário nas questões da
saúde individual e coletiva. Nessa atual definição, há duas grandes perspectivas de atuação:
de um lado, atividades individualizadas que
enfocam os estilos de vida e se concentram em
componentes educativos relacionados aos riscos comportamentais modificáveis. Por outro
lado, atividades voltadas ao coletivo por meio
de políticas públicas e de ambientes favoráveis
ao desenvolvimento da saúde. A disseminação
de conhecimentos sobre saúde possibilita que
a comunidade se responsabilize sobre sua saúde, explicitando seus problemas, reivindicando
e sugerindo soluções.
A segunda perspectiva, vinculada ao
conceito de saúde coletiva, já foi abordada
no volume 2 da 1a série e será retomada no
volume 2 da 2a série. Considerando-se a primeira perspectiva, convém levantar os estudos sobre os efeitos da prática de atividade
física e exercício físico para a sensibilização
do aluno quanto à sua importância. Em sua
maioria, os estudos indicam benefícios dos
exercícios às estruturas e às funções corporais, mas mostram também efeitos negativos
quando mal administrados.
Segundo Weineck (2005), para melhor entendimento dos efeitos da atividade física e do
exercício físico sobre o organismo humano, é
fundamental o conhecimento dos processos de
adaptação (entendida como uma reorganização orgânica e funcional do organismo), que
estão sujeitos a fatores endógenos e exógenos.
São fatores endógenos (internos): a idade,
o sexo e a condição de treinamento. A infância e adolescência são os períodos de grande
capacidade de adaptação, a qual, apesar de
diminuir com o avanço da idade, se mantém
até o fim da vida. Com relação ao sexo, a capacidade de adaptação se dá de forma diferenciada; por exemplo, a treinabilidade da
musculatura na mulher é menor, devido à menor quantidade de testosterona no organismo
feminino. Quanto à condição de treinamento,
geralmente os processos de adaptação ocorrem mais rapidamente quanto menor for o
nível de desempenho pessoal.
São fatores exógenos (externos): a qualidade
e a quantidade da sobrecarga e a alimentação.
A correta sequência de estímulos, observando-se as normas de treinamento (intensidade, duração, frequência, sobrecarga), define a forma
e a abrangência do processo de adaptação. A
alimentação precisa fornecer os elementos nutricionais necessários para a formação de estruturas diante dos estímulos de carga.
Para cada tipo de treinamento físico há
adaptações específicas nos diferentes sistemas
do corpo, conforme se verifica a seguir:
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Quadro 1 – Adaptações em treinamentos físicos
Treinamento
Adaptações específicas
Capacidade anaeróbia
– maiores níveis intramusculares de substratos anaeróbios (ATP,
PCre e glicogênio);
– maior quantidade e atividade das enzimas-chave, que controlam a
fase anaeróbia (glicolítica) do fracionamento da glicose;
– maior capacidade de gerar aumento de rendimento sanguíneo de
lactato durante exercício máximo.
Adaptações metabólicas:
– aumento no tamanho e quantidade de mitocôndrias no músculo
esquelético treinado;
– duplicação do nível das enzimas do sistema aeróbio;
– melhora na oxidação de ácidos graxos (metabolismo de gorduras
e carboidratos);
– intensificação da capacidade aeróbia das fibras musculares.
Capacidade aeróbia
Adaptações cardiovasculares:
– ampliação do tamanho do coração (melhor volume sistólico);
– aumento do volume plasmático;
– aumento do volume sistólico de ejeção;
– diminuição da FC, aumento do débito cardíaco, aumento do
oxigênio extraído do sangue, aumento do fluxo sanguíneo,
diminuição da PA.
Adaptações pulmonares:
– aumento da ventilação muscular durante exercício máximo;
– hipertrofia da musculatura respiratória (músculos intercostais
externos e diafragma).
Outras adaptações:
– modificação na composição corporal;
– transferência de calor corporal.
Adaptações neurais:
– maior ativação do SNC;
– melhor sincronização das unidades motoras;
– reflexos inibitórios neurais mais intensos.
Resistência muscular
Adaptações musculares:
– hipertrofia das fibras musculares;
– remodelagem muscular.
Adaptações nos tecidos conjuntivo e ósseo:
– fortalecimento de ligamentos, tendões e tecidos ósseos de apoio.
Outras adaptações:
– modificação na composição corporal.
Fonte: McARDLE; KATCH; KATCH, 2002.
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Ademais, o treinamento físico, a depender
de suas características, pode produzir efeitos
positivos ou negativos sobre outros sistemas
orgânicos: sistema nervoso autônomo (produz relaxamento ou excitabilidade); sistema
nervoso central (aumenta a circulação sanguínea no cérebro); sistema visual (melhora o
desempenho visual); sistema sensorial cinestésico (melhora a capacidade de desempenho
muscular ou leva à disfunção da proprioceptividade e ao surgimento de lesões); sistema
imune (estimula a imunidade em atividades leves e de longa duração ou a prejudica em treinamento muito intenso); e sistema endócrino
(libera o hormônio do crescimento e melhora
o sistema regulador hormonal).
Quanto aos aspectos psicossociais, pode-se
falar em efeitos positivos e negativos causados
pela atividade física e pelo exercício físico.
Entre os efeitos positivos estão: redução
de vários sintomas de estresse; diminuição da
ansiedade, da depressão moderada e da instabilidade emocional; melhora na autoestima,
no autoconceito, na imagem corporal e no relacionamento interpessoal.
Têm sido relatados efeitos negativos decorrentes de treinamento excessivo ou competição inadequada, tais como: transtornos psicossomáticos ou gastrintestinais; alterações de
apetite e de sono; desvios de comportamento;
aumento da ansiedade e da agressividade; esgotamento físico e psicológico (burnout); distúrbios cognitivos (falta de atenção e de concentração, esquecimento, bloqueio mental); e
síndrome de saturação esportiva, além da diminuição dos sentimentos de eficácia, alegria,
realização, competência e controle.
Possibilidades inderdisciplinares
O conhecimento dos fundamentos anatomofisiológicos dos sistemas do corpo é necessário para a compreensão dos efeitos específicos do treinamento. Diante desse fato, será
de fundamental importância um trabalho
interdisciplinar com professores de Biologia
e Química. Por exemplo, o efeito morfológico do treinamento aeróbio no aumento do
número e do tamanho de mitocôndrias nas
fibras musculares pode ser relacionado aos
conhecimentos sobre as estruturas celulares.
Situação de Aprendizagem 7
Conhecendo os efeitos do treinamento sobre
os sistemas do corpo
Os alunos informarão as atividades físicas
e/ou exercícios físicos programados (ginásticas
de academia, treinamento em alguma modalidade esportiva etc.) que realizam cotidianamente, bem como buscarão tais informações
em entrevistas realizadas com jovens e adultos,
perguntando quais os efeitos físicos e psicossociais que os entrevistados percebem como
decorrentes da atividade física e dos exercícios
realizados. Os dados serão analisados em busca de relações sobre tipos e características das
atividades físicas e exercícios relatados, nível de
desenvolvimento de capacidades físicas e efeitos percebidos. Por fim, você, professor, apresentará informações mais aprofundadas sobre
os efeitos esperados do treino físico, com ênfase no treino da capacidade aeróbia e da resistência muscular.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Conteúdo e temas: efeitos fisiológicos, morfológicos e psicossociais do treinamento físico; repercussões do treinamento físico sobre sistemas orgânicos e desenvolvimento de capacidades físicas.
Competências e habilidades: identificar e reconhecer os efeitos do treinamento físico sobre os sistemas
orgânicos; relacionar tipos e características de atividades físicas/exercícios físicos com o desenvolvimento de capacidades físicas e efeitos sobre os sistemas orgânicos.
Sugestão de recursos: fichas; cartolinas.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 7
fator para a melhoria da qualidade de vida.
Mas para que possamos aproveitar ao máximo tais benefícios, essa prática deve ser sistematizada e gradativamente modificada.
Quando uma prática é desenvolvida em determinado período de tempo e provoca modificações (adaptações) no organismo com o
objetivo de melhorar o rendimento, ela recebe o nome de treinamento.
Professor, sugere-se iniciar a Situação de
Aprendizagem utilizando a atividade “Para
começo de conversa”, do Caderno do Aluno,
a fim de retomar alguns conceitos e verificar o
que os alunos já sabem sobre o tema.
Mesmo que você ainda não pratique nenhuma atividade física regular, já deve saber dos benefícios
promovidos pela prática de exercícios, atualmente considerada um importante
Figura 15 – Treino de força.
© Dennis Hallinan/Alamy/Glow Images
© Jerome Yeats/Alamy/Glow Images
Os programas de treinamento físico obedecem a algumas linhas gerais, que chamamos
de princípios de treinamento. Mas será que
todos os treinamentos são iguais?
Figura 16 – Corrida.
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© Joel Sartore/National Geographic/Getty Images
Figura 17 – Militares em treinamento físico.
Os objetivos e as necessidades dos grupos
ou das pessoas são diferentes. Por exemplo,
você acha que o treinamento físico militar tem
o mesmo objetivo do treinamento de um time
de futebol?
Imagine a seguinte situação: você é preparador físico de uma equipe de futebol. Seu
lateral esquerdo (aquele que precisa ter velocidade para puxar o contra-ataque e receber
lançamentos em profundidade) é lento. O centroavante só consegue fazer fintas para o lado
direito. O goleiro tem pequena amplitude nos
membros inferiores e um dos zagueiros, depois
de 20 minutos de jogo, não aguenta mais correr.
Pois é, administrar essa missão parece impossível. Cada um tem deficiência numa ou
noutra capacidade física e responde de maneira diferente ao treinamento. A isso chamamos de “princípio da individualidade”, mas
os princípios de treinamento serão discutidos
na 3ª série do Ensino Médio. O importante
é que saiba que essas adaptações promovidas pelo treinamento causam modificações
em nosso corpo. Vamos ver se você conhece
alguma coisa sobre os efeitos do treinamento
físico no organismo.
1.Marque V (verdadeiro) ou F (falso):
a)A alimentação equilibrada é importante na manutenção da saúde, mas
não interfere no resultado do treinamento. ( F )
b)Um mesmo treinamento de força promove resultados diferentes em homens
e mulheres da mesma idade por vários
motivos, entre eles a ação hormonal da
testosterona. ( V )
c) O treinamento só traz resultados na infância e na adolescência; na fase adulta
não se observam­adaptações. ( F )
d) A fim de obter os benefícios do treinamento, devemos respeitar os limites do
praticante, pois uma carga excessiva
não só impede o desenvolvimento dos
benefícios esperados como pode trazer
prejuízo à saúde do indivíduo. ( V )
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Etapa 1 – Exercício faz bem para quê?
tes etc.) há pelo menos seis meses. Oriente
os alunos a perguntar ainda sobre os efeitos físicos e/ou psicossociais (positivos e
negativos) percebidos como decorrentes da
atividade física e dos exercícios realizados,
e sobre os resultados de testes de capacidades físicas que eventualmente os entrevistados tenham realizado.
Os alunos anotarão em uma ficha, com
formato e conteúdo padronizados por você,
professor, as atividades físicas que realizam
cotidianamente (varrer a casa, lavar roupa,
caminhar, subir escadas etc.) e/ou exercícios físicos programados (ginásticas de
academia, treinamento em alguma modalidade esportiva etc.). Devem ser informadas
também a frequência semanal e a duração,
em minutos, das atividades (por exemplo,
caminhar cinco vezes por semana durante
40 minutos, jogar futsal duas vezes por
semana durante uma hora, varrer a casa
durante 20 minutos, três vezes por semana, subir três andares do prédio duas vezes
por dia etc.). Informar também na ficha os
resultados dos testes de capacidades físicas
realizados durante o desenvolvimento do
Tema 3 deste volume.
Efeitos positivos e negativos das
atividades físicas
Utilizando como base a mesma ficha,
peça aos alunos que, divididos em grupos
de cinco ou seis integrantes, entrevistem
pelo menos três adultos ou jovens (de preferência pertencentes à própria comunidade escolar ou membros da família) que
pratiquem regularmente alguma atividade
física/exercício físico programado (ginástica de academia, caminhada/corrida, espor-
Na ficha a seguir, cada um de vocês vai
anotar as atividades físicas que realiza no dia
a dia e/ou os exercícios físicos que pratica com
objetivo de treinamento. Se perceberem que a
prática teve efeitos positivos (diminuição da
porcentagem de gordura corporal, aumento
de massa muscular, maior disposição etc.) ou
negativos (cansaço, dores musculares etc.),
anotem esses efeitos em sua ficha pessoal.
Para evitar possíveis constrangimentos
na utilização dessas fichas na etapa seguinte,
peça aos alunos que as identifiquem (a sua e a
dos entrevistados) com um pseudônimo.
Caro professor, para desenvolver
esta etapa, oriente os alunos a
consultar a seção “Pesquisa em
grupo”, do Caderno do Aluno.
Ficha pessoal
Nome ou pseudônimo
Atividade do dia a dia
Atividade física praticada regularmente
Frequência semanal da atividade
Efeitos (positivos ou negativos)
observados na prática regular
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Deve-se preencher coletivamente as fichas a
seguir, após entrevistar dois adultos que praticam
regularmente (e há pelo menos seis meses) alguma
modalidade esportiva, ginástica de academia ou
caminhada. Aqui valem as mesmas orientações
dadas para o preenchimento da ficha pessoal.
Ficha do entrevistado
Nome ou pseudônimo
Atividade física praticada regularmente
Frequência semanal da atividade
Efeitos (positivos ou negativos)
observados na prática regular
Com base nos dados coletados, discutam
os efeitos associados à prática de atividades
físicas. Quais são os efeitos positivos? Como
potencializá-los? E os negativos? Como minimizá-los ou evitá-los?
Espera-se que os alunos percebam, com base na pesquisa,
quais são os efeitos positivos do treinamento, bem como os
efeitos negativos advindos da inobservância dos princípios
do treinamento. Ao compararem as respostas das pessoas
que praticam atividade física com as das sedentárias, os
alunos devem identificar, quando possível, os benefícios da
prática regular de exercícios físicos.
Etapa 2 – O que podemos concluir?
Distribua aleatoriamente as fichas pelos
grupos, de preferência mantendo os mesmos grupos que fizeram as entrevistas.
Oriente os alunos a analisar os dados em busca de relações entre: a) sedentarismo e nível
de desenvolvimento de capacidades físicas;
b) os tipos e características (frequência, duração) das atividades físicas e exercícios rela-
tados pelos colegas e os respectivos resultados dos testes de capacidades físicas; c) o tipo
de atividade física/exercício físico praticado
pelas pessoas entrevistadas e os efeitos por
elas relatados. Auxilie os alunos a construir
tabelas que sintetizem os resultados, as quais
serão apresentadas a toda a turma (poderão
ser utilizados programas de computador, se
houver disponibilidade do equipamento, ou
transcritas na lousa, se a atividade for realizada na sala de aula, ou em folhas de cartolina, se realizadas em outro espaço).
Discuta o conjunto dos dados com os alunos, procurando evidenciar as relações entre
o tipo e as características de atividade física/
exercício físico, as capacidades físicas desenvolvidas e os efeitos percebidos nos diversos
sistemas orgânicos. Ao final, apresente informações mais aprofundadas sobre os efeitos esperados do treinamento físico, com ênfase no
treino da capacidade aeróbia e da resistência/
força muscular, tomando os dados apresentados pelos alunos como exemplos.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Professor, sugerimos sistematizar esta
etapa utilizando o quadro de conceitos
apresentado na introdução deste tema e
finalizá-la com as atividades do quadro
“Você sabia?” e da seção “Você aprendeu?”,
disponíveis no Caderno do Aluno.
Você sabia?
O treinamento melhora a função da tireoide, eleva a autoestima, aumenta a tolerância
ao estresse, amplia a captação de oxigênio e a produção do GH (hormônio do crescimento),
melhora o sistema imunológico, diminui a porcentagem de gordura e reduz a intolerância à
glicose, isso tudo só para começar! Mas preste muita atenção:
Treinamento em excesso e/ou executado de maneira incorreta pode causar lesões, levar à
alteração do apetite e do sono, provocar a ansiedade, causar esgotamento etc.
Já vimos que o treinamento traz
modificações (adaptações) ao
organismo humano por meio
de estímulos. Aqui, no nosso
caso, os estímulos são os exercícios físicos; portanto, o treinamento promove também a melhoria das capacidades físicas. Talvez você ain-
da não tenha condições de identificar benefícios
fisiológicos, a não ser que esse tema tenha sido
discutido de forma interdisciplinar durante as
aulas. Mas já é possível reconhecer as capacidades físicas e o resultado obtido quando são desenvolvidas. Então, complete o quadro a seguir
de acordo com o exemplo.
Capacidade
Exercício
Benefício
Flexibilidade
Alongamento
Aumento da amplitude articular
Agilidade
Força
Velocidade
Resistência
Professor, neste momento você pode indicar como leitura complementar a seção “Aprendendo a aprender”, presente no Caderno do
Aluno. Isso permitirá ao aluno fazer uma reflexão individual sobre a maneira correta de realizar as atividades da vida cotidiana.
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Você vai conhecer algumas dicas para que as atividades cotidianas realizadas em
casa não se tornem, futuramente, motivo de dor.
© Conexão Editorial
Mas, antes, responda sinceramente: Ao pegar alguma coisa do chão, qual das duas
posições mostradas pelas ilustrações você realiza?
Lavar, estender e passar a roupa, escovar os dentes, lavar e guardar a louça são atividades
que podem causar problemas de coluna ou agravá-los. Se não estivermos atentos, realizaremos incorretamente o movimento de flexão da coluna vertebral. O jeito é adaptar esses
movimentos para evitar lesões.
© Alexandre Jubran
Veja as adaptações que vão preservar a sua coluna:
Fonte: SANTOS, Angela. Postura corporal: um guia para todos.
São Paulo: Summus, 2005. p. 33.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
A figura anterior sugere que se abra o armário e procure alternar o apoio dos membros
inferiores. O apoio do pé modifica a posição da pélvis e da coluna. Caso seu armário seja de
outro modelo, você pode tentar fazer uma adaptação e colocar um apoio para o pé.
© Alexandre Jubran
© Alexandre Jubran
Você compreendeu por que os gestos do cotidiano não são tão simples quanto parecem?
Fonte: SANTOS, Angela. Postura corporal: um guia para todos. São Paulo: Summus, 2005. p. 31 e 33.
Na figura da esquerda, um simples banquinho ajuda a preservar a coluna e a diminuir a
necessidade de flexão para executar tarefas à frente do corpo.
Na figura da direita, os movimentos realizados longe do tronco sobrecarregam a coluna
vertebral e os membros superiores.
© Alexandre Jubran
© Alexandre Jubran
Você pode lavar louça sentado ou com os membros inferiores afastados, para se adequar
à altura da pia, evitando flexionar demais o tronco.
Fonte: SANTOS, Angela. Postura corporal: um guia para todos. São Paulo: Summus, 2005. p. 33.
Mantenha o trabalho o mais próximo possível do corpo, sempre atento para evitar
acidentes domésticos!
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Dicas!
Prefira um varal com ajustes de altura para evitar elevações dolorosas do ombro.
Você pode utilizar uma caneca para o bochecho quando estiver escovando os dentes,
e evitar, assim, a flexão do tronco.
Faça pequenas pausas antes que o cansaço apareça.
Fracione as tarefas domésticas, evitando fazer num só dia toda a “limpeza pesada”.
Atividade avaliadora
Procure avaliar se ao longo da Situação
de Aprendizagem os alunos conseguem relacionar o tipo e as características de atividade física/exercício físico, as capacidades
físicas desenvolvidas e os efeitos nos diversos sistemas orgânicos. Ao final, apresente
questões como:
ff Quais atividades físicas/exercícios físicos se
mostraram mais adequados para desenvolver, respectivamente, a capacidade aeróbia, a
resistência e a força muscular?
ff O melhor desempenho no teste de resistência indica desenvolvimento de qual sistema
energético?
ff O efeito de hipertrofia muscular está relacionado a que tipo de atividade física/exercício físico?
Essas e outras questões semelhantes poderão ser respondidas pelos alunos, individualmente ou em grupo, por escrito ou oralmente,
para toda a turma. Faça as correções necessárias nas respostas.
Proposta de SituaçÕES de Recuperação
Durante o percurso pelas Situações de
Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, que outras Situações de Aprendizagem
sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o
processo de maneira diferente. Tais estratégias
podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em
outros momentos, envolvendo todos os alunos
ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo, o professor pode propor:
ff roteiro de estudos com perguntas nor­
teadoras para posterior apresentação das
respostas encontradas em registro escrito
ou outra forma;
ff produção de um texto em que o aluno
autoavalie sua participação em atividades físicas/exercícios físicos e nível de
desenvolvimento de capacidades físicas,
conhecimentos obtidos nas Situações de
Aprendizagem.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Recursos para ampliar a perspectiva do professor
e do aluno para a compreensão do tema
Livros
BECKER JUNIOR, Benno. Manual de psicologia do esporte e exercício. Porto Alegre:
Nova Prova, 2000. Aborda os aspectos psicológicos que envolvem a criança no esporte, como a motivação e o estresse.
BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de
Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As cartas da promoção da saúde. Brasília:
Ministério da Saúde, 2002. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
cartas_promocao.pdf>. Acesso em: 16 set.
2013. Reúne os documentos de referência resultantes do processo de discussão e construção
coletiva sobre os conceitos fundamentais abordados no contexto da promoção da saúde.
MALINA, Robert M.; BOUCHARD, Claude.
Atividade física do atleta jovem: do crescimento à maturação. São Paulo: Roca, 2002. São
apresentados conceitos e estudos sobre crescimento, maturação e desempenho motor. Os
autores apresentam a influência da prática de
atividade física no desenvolvimento dos sistemas do corpo.
McARDLE, William D.; KATCH, Frank I.;
KATCH, Victor L. Fundamentos de fisiologia
do exercício. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002. Destina um capítulo ao treinamento de força (cap. 15), enfocando aspectos relacionados às medidas e testes para avaliação da força muscular, diferenças sexuais
quanto à manifestação de força, características gerais relativas ao treinamento de resistência, em especial para crianças.
ROSE JUNIOR, Dante de. Tolerância ao
treinamento e à competição. Aspectos psicológicos. In: GAYA, Adroaldo; MARQUES,
Antonio; TANI, Go. Desporto para crianças
e jovens. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
2004. p. 251-264. O autor conceitua o esporte, a competição e o treinamento e suas implicações psicológicas para a criança. Aborda
também a influência de pais e técnicos nessa
dinâmica.
SAMULSKI, Dietmar; NOCE, Franco. Atividade física, saúde & qualidade de vida. In:
SAMULSKI, Dietmar. Psicologia do esporte.
São Paulo: Manole, 2002. p. 300-316. Os autores relacionam exercício físico, saúde, bem-estar psicológico e autoconceito, inclusive
no processo de envelhecimento. Apresentam
também os benefícios psicológicos apontados
na declaração da Sociedade Internacional de
Psicologia do Esporte.
WEINECK, Jürgen. Biologia do esporte. São
Paulo: Manole, 2005. Trata dos efeitos da atividade física e do treinamento físico-esportivo
sobre o corpo humano, explicitando os fenômenos de adaptação dos diferentes sistemas
orgânicos ao treinamento.
Artigo
GUEDES, Dartagnan P. Educação para a
saúde mediante programas de Educação Física escolar. Motriz, v. 5, n. 1, 1999. p. 10-14.
Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/
efisica/motriz/05n1/5n1_ART04.pdf>. Acesso
em: 24 jul. 2013. O artigo sugere que a escola,
de maneira geral, e a Educação Física, em particular, desenvolvam programas que levem os
alunos a perceber a importância de adotar um
estilo de vida saudável, fazendo que a atividade
física direcionada à promoção da saúde se torne
componente habitual no cotidiano das pessoas.
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Tema 6 – CORPO, SAÚDE E BELEZA – Exercícios
resistidos (musculação): benefícios e riscos
à saúde nas várias faixas etárias
Registros históricos apresentam indícios de
que a realização de exercícios contra resistência
(carga), objetivando o fortalecimento muscular,
já era prática entre os antigos povos assírios e
babilônicos, bem como na Antiguidade grega,
com propósitos estéticos e de ganho de força.
Podemos conceituar a musculação, de modo
amplo, como a prática de exercícios contra resistência e concluir, consequentemente, que
uma parcela considerável dos movimentos realizados em nosso dia a dia constitui-se em exercícios de musculação. Lambert (1990), por sua
vez, destaca a musculação como o conjunto dos
processos e meios que levam ao aumento e ao
aperfeiçoamento da força muscular, associada
ou não a outra capacidade física.
A prática corporal conhecida hoje como
musculação ou exercício resistido acompanhou
a evolução dos métodos de treinamento, em es­
pecial aqueles relacionados às alterações sobre a
estrutura musculoarticular, e é regida, além dos
princípios mais gerais do treinamento físico-desportivo, por princípios específicos, quais sejam:
a)Princípio da Estruturação da Série de
Exercí­cios: os grandes grupamentos musculares de­vem ser exercitados anteriormente aos pequenos, devido à tendência desses
pequenos grupamentos chegarem à fadiga
antes dos grandes, quando submetidos a
cargas propor­cionais. No caso dos iniciantes, as séries de exercícios devem alternar
os segmentos corporais requisitados durante a realização dos exercícios, visando
retardar a fadiga muscular.
b)Princípio da Especificidade do Movimento:
relaciona-se à utilização da musculação
na preparação física para a prática esportiva. Ao transportar o gesto esportivo para o exercício com pesos, devem-se
considerar: (1) observação do movimento
a ser realizado; (2) análise dos ângulos e
músculos envolvidos; (3) tipo de contração executada; e (4) montagem do programa de acordo com as capacidades físicas
que se pretende treinar, bem como seus
parâmetros de desenvolvimento.
c)Princípio da Sobrecarga: diz respeito à
graduação adequada dos fatores do treinamento (intensidade e volume), de modo
a estimular o aumento das capacidades
funcionais do organismo. Ou seja, significa
obedecer à progressividade da carga de trabalho a partir do volume e da intensidade
do programa, objetivando o alcance de novos níveis de adaptações morfofisiológicas,
não alcançados com a utilização de cargas
constantes. A progressividade da carga
deve considerar a individualidade do praticante quanto à sua condição de iniciante ou atleta, à sua capacidade de recuperação pós-esforço e à sua capacidade de
adaptação a novos estímulos. Em linhas
gerais, o volume e a intensidade no início
de qualquer programa devem ser baixos,
aumentados com a evolução da condição
física de cada pessoa, tendo-se, entretanto, a consciência da impossibilidade de
aumento infinito da carga de trabalho,
estando os atletas mais próximos dos limites máximos.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
Aplicabilidade da musculação
Competição esportiva: levantamentos olímpicos – modalidade esportiva presente desde os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, na qual os atletas buscam elevar a maior quantidade de peso
possível, obedecendo a técnicas e regras preestabelecidas.
Culturismo: também conhecido como fisiculturismo (body building) e modelagem física, o culturismo corresponde à modalidade esportiva em que o atleta busca obter o desenvolvimento máximo
de sua musculatura, acima dos níveis normais, sem, contudo, comprometer a simetria e as proporções musculares. Esta modalidade fomenta um vasto mercado dedicado à suplementação alimentar,
juntamente com a otimização dos processos metabólicos nos treinamentos voltados ao alcance da
performance máxima.
Treinamento esportivo: a musculação é largamente utilizada como meio auxiliar no desenvolvimento muscular, vinculada ao aprimoramento da força e da resistência localizada, objetivando maior
eficiência do gesto esportivo. Devido à sua elevada demanda energética, a musculação deixou de ser
coadjuvante nos programas de treinamentos e foi incorporada ao seu planejamento global.
Estética: a utilização da musculação para fins estéticos assemelha-se ao culturismo, visto que
o propósito dos praticantes consiste em adquirir uma modelagem física conforme os padrões de
simetria e proporcionalidade dos músculos, buscando, entretanto, um desenvolvimento muscular
compatível com os níveis normais, sem objetivo competitivo. Representa, nos dias atuais, uma
das principais motivações para a prática da musculação em sua maior abrangência, especialmente nas academias e nos clubes, contribuindo para a evolução dos recursos materiais destinados à
modelagem do corpo.
Profilaxia: a musculação auxilia a prevenção de lesões osteomioarticulares, frequentes no esporte
e em várias atividades profissionais em que a realização de gestos repetitivos solicita grupos musculares localizados, o que favorece o surgimento das referidas lesões. Diante disso, deve-se reservar,
durante o ciclo de treinamento e/ou as jornadas de trabalho, um período para os exercícios de compensação, pelo aumento da força muscular e/ou da resistência dos tendões e ligamentos, buscando
equilibrar os grupos musculares antagonistas, diminuindo assim o risco de lesões e vícios posturais.
A prática da musculação também auxilia a combater a fragilidade musculoesquelética que comumente acompanha as pessoas na terceira idade e a instalação da osteoporose, em geral nas mulheres
no período da menopausa, além de prevenir lesões osteomioarticulares.
Fontes: LAMBERT, 1990; GOBBI, VILLAR, ZAGO, 2005; SANTARÉM, 1993.
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Intensidade é o grau de esforço momentâneo necessário à realização de um exercício,
traduzido pela quantidade de energia utilizada em sua execução, representado pelo peso
(quilagem) em cada série e pela duração dos
intervalos entre as séries.
Volume é a quantidade de trabalho realizado, representado pela duração e pela frequência das sessões.
Apesar dos avanços técnico-científicos já
alcançados, a disseminação de informações
equivocadas (os chamados “mitos”) quanto
aos efeitos da musculação sobre o organismo
ainda dificultam sua difusão como modalidade de atividade física favorável ao desenvolvimento e ao aprimoramento harmônicos
da saúde humana. Um dos fatores que contribuem para essa situação está relacionado à
concepção que restringe a aplicação da musculação ao fisiculturismo (body building).
manutenção e melhora da saúde, possibilitando-lhes criticar sua aplicação tomando
como referência suas consequências (riscos
e/ou benefícios) sobre o organismo nas diferentes faixas etárias.
Riscos e benefícios da musculação nas várias
fases da vida
Existem muitas opiniões desfavoráveis à
aplicação dos trabalhos de força (musculação) em crianças e adolescentes, cujos motivos
estão relacionados, especialmente, às preocupações com o crescimento, embora existam
outras tantas que apontam para a utilização
segura desses trabalhos, sem nenhum prejuízo
à formação corporal.
Muito criticado principalmente por sua
frequente associação com os esteroides anabolizantes e outros recursos anabólicos, o fisiculturismo, em razão do desenvolvimento
exagerado da musculatura conseguido à custa
de exercícios árduos com cargas bastante elevadas, constitui-se, ainda que involuntariamente,
no principal responsável pela discriminação da
musculação como atividade saudável. Em verdade, o universo de aplicação da musculação
é amplo e relaciona-se a propósitos esportivos,
estéticos e profiláticos.
De acordo com McArdle, Katch e Katch
(2002), a preocupação com a possibilidade de
a sobrecarga muscular excessiva ocasionar lesões nas crianças em crescimento justifica-se
pelo fato de o sistema esquelético apresentar-se
ainda em estágio de formação, questionando-se inclusive a validade de um treinamento
resistido para o aprimoramento da força em
crianças cujo perfil hormonal se encontra em
desenvolvimento, especialmente em relação à
testosterona (hormônio anabólico). Por outro
lado, os mesmos autores chamam a atenção
para a existência de evidências indicando que
os programas de treinamento resistido devidamente supervisionados, utilizando níveis relativamente moderados de exercícios concêntricos,
produzem um aumento significativo da força
muscular em crianças, sem qualquer efeito adverso sobre ossos e músculos.
Dada a crescente procura pela musculação por pessoas de ambos os sexos e
idades variadas, objetivando em especial
o aumento da massa muscular (hipertrofia
muscular), torna-se importante esclarecer e
fundamentar sua prática para os alunos do
Ensino Médio, mostrando-lhes de que forma essa atividade poderá contribuir para a
A treinabilidade da força assume um papel
importante no desenvolvimento corporal de
crianças e jovens. Para tanto, o treinamento
deve respeitar as particularidades do organismo
em crescimento, visto que a ossificação do sistema esquelético só termina entre 17 e 20 anos,
o que torna o aparelho locomotor de crianças
e jovens menos capacitado para suportar car-
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
ga em relação ao de adultos. Entretanto, nesse
aparelho ainda em crescimento e maturação,
mediante tração e pressão sobre os ossos exercidas por meio da atividade muscular, são desencadeados estímulos formativos e consequentes
manifestações de adaptações, evidenciadas na
modificação da estrutura óssea e na maior resistência do tecido conjuntivo, o que justifica a
necessidade de fortalecimento muscular em todas as faixas etárias, com a correta dosagem dos
estímulos e a utilização de meios apropriados
(WEINECK, 2000).
Com o envelhecimento, ocorre diminuição da massa muscular e, consequentemente, da força muscular. O declínio acentuado
dos níveis de força em pessoas idosas pode
comprometer sua capacidade funcional
para realização das atividades da vida diária, bem como aumentar a ocorrência de
quedas e fraturas.
A inclusão de exercícios resistidos em programas de condicionamento físico direciona-
dos às pessoas idosas, desde que devidamente
elaborados, pode promover adaptações favoráveis, tais como aumento nos níveis de força
(associados ou não a certo grau de hipertrofia
muscular) e melhora na execução das atividades da vida diária (AVD), além de redução nas
queixas de dores articulares.
Tantos benefícios dão suporte à utilização dos exercícios resistidos como recurso
favorável à aquisição de bons níveis de aptidão funcional pela população idosa, possibilitando-lhe a manutenção de melhores
condições de saúde. No entanto, para eliminar possíveis riscos associados à prática da
musculação, existem recomendações específicas para a elaboração de programas que
possam garantir tais benefícios de forma segura e eficiente. Essas recomendações se encontram relacionadas a parâmetros como:
número de séries e repetições; intervalos de
recuperação; velocidade de execução dos
movimentos; quantidade de exercícios por
sessão; e frequência semanal.
Situação de Aprendizagem 8
Desvendando o mundo da musculação
Solicita-se aos alunos um levantamento
prévio sobre conceitos, princípios e aplicabilidade relacionados à prática da musculação.
A partir da vivência de um circuito montado
apenas com exercícios que envolvam a susten-
tação do peso corporal, os alunos, organizados em grupos, confrontarão os resultados de
suas pesquisas com as características observadas na execução do circuito, buscando identificar possíveis aplicações para esse modelo.
Conteúdo e temas: musculação – conceitos, princípios e campos de aplicação.
Competências e habilidades: identificar os princípios que regem a elaboração de um programa de
musculação; relacionar diferentes aplicações para a prática da musculação.
Sugestão de recursos: livros; artigos; sites etc.
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Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 8
Musculação serve para...
Solicite, previamente, aos alunos que pesquisem, em fontes (livros, artigos, sites) indicadas ou não por você, professor, informações
acerca de princípios e aplicabilidade relacionados à prática da musculação (por exemplo,
critérios para montagem de séries, propósitos
de utilização da musculação etc.).
Organize um circuito composto por exercícios resistidos sem a utilização de implementos, envolvendo apenas a sustentação do
peso corporal como sobrecarga. Considerando-se a heterogeneidade da turma quanto à
aptidão/experiência em relação à execução
dos exercícios, elabore um circuito misto
contendo atividades que envolvam exigência
de força e/ou resistência muscular. Para tanto, sugere-se alternar os segmentos corporais
exigidos a cada estação de exercício que comporá o circuito e utilizar de tempos fixos (20
a 30 segundos) em que os alunos realizarão
o número de repetições que for possível, dis-
pondo de intervalos mais longos (3 a 5 minutos) para recuperação completa entre as estações. O número de passagens pelo circuito
completo dependerá do número de estações e
do tempo disponível para a atividade.
Após a conclusão do circuito, os alunos
se organizarão em grupos e, tomando como
base as informações pesquisadas, buscarão
identificar e analisar os princípios presentes
no circuito realizado (por exemplo, alternância entre os segmentos corporais, tempo de
exercício versus tempo de descanso). Em seguida, confrontarão seus dados sobre o campo de aplicação da musculação, buscando
identificar qual(is) propósito(s) poderia(m)
ser atendido(s) a partir de exercícios com
exigência de força e/ou resistência muscular
executados, em meio à lista de aplicabilidades por eles levantadas.
Professor, sugira que os estudantes
façam as atividades descritas na seção “Para começo de conversa”, do
Caderno do Aluno.
Compare as duas colunas:
Máquinas, halteres
Marombeiro
Porcentagem de gordura
Pitboy
Série
Puxar ferro
Treino
Malhação
Massa muscular
Tendinite
Hipertrofia
Lesão muscular
Suplemento
Substâncias proibidas
Todas essas palavras se referem, às vezes de maneira superficial, ao universo do
nosso tema: a musculação! Talvez você seja
um praticante dessa modalidade e provavelmente nem imagine que esta seja uma prática muito antiga. Não com as estruturas
das academias de hoje, claro, mas os exercícios de força (capacidade física, lembra?)
com finalidade estética ou de fortalecimento
muscular já eram uma prática entre gregos,
assírios e babilônios. Vamos ver o que você
conhece desse universo?
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2. Nomeie os implementos:
© Fernando Favoretto
© Frank Chmura/Alamy/Glow Images
Educação Física – 2ª série – Volume 1
Figura 18 – Aparelhos em academia.
1.Relacione as palavras ao seu respectivo significado:
a) Halteres.
© Birgid Allig/zefa/Corbis/Latinstock
(A)
Série.
(B)Hipertrofia.
(C)Resistência.
(D)
Volume.
(E)Intensidade.
( B ) Número menor de repetições e carga
alta.
b) Caneleiras.
© Image Source/Latinstock
( E ) Grau de esforço empregado num exercício.
( A ) Número de repetições de um exercício
(3 x 10; 3 x 15).
( D ) Quantidade de trabalho realizado.
( C ) Número maior de repetições e carga
baixa.
c) Extensor peitoral (ou elástico).
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Situação de Aprendizagem 9
Musculação e hipertrofia muscular:
riscos e benefícios
Os alunos vivenciarão, inicialmente, uma
atividade em que poderão experimentar/
avaliar alterações no perímetro muscular de
algumas regiões corporais após a realização
de séries de exercícios resistidos específicos e
discutirão, sob sua supervisão, professor, os
resultados observados. Em seguida, em um
fórum de debate, confrontarão dados relacionados aos riscos, aos benefícios e às recomendações relativos à prática da musculação.
Conteúdo e temas: tipos de hipertrofia muscular – transitória e crônica; riscos, benefícios e recomendações associados à prática da musculação em diferentes faixas etárias.
Competências e habilidades: identificar os diferentes tipos de hipertrofia; discriminar possíveis riscos,
benefícios e recomendações quanto à prática da musculação na infância e na adolescência; discriminar possíveis benefícios e recomendações quanto à prática da musculação por adultos idosos.
Sugestão de recursos: fita métrica; caneta; papel.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 9
Etapa 1 – Hipertrofia instantânea
Solicite aos alunos que tragam fitas métricas para a aula. Ao início da aula, alguns
voluntários (ou, se possível, todos os alunos)
serão submetidos à medição de perímetros
em regiões variadas do corpo (braços, coxas, abdome, tórax), que serão registradas.
Essas medidas serão novamente tomadas e
registradas ao final da aula, após algumas
séries de exercícios resistidos envolvendo exigências relacionadas à força (maior carga e
menor número de repetições) ou resistência
muscular (menor carga e maior número de
repetições), conforme o nível de aptidão dos
participantes. Mediante a comparação entre
as medidas realizadas pré e pós-exercícios, os
alunos buscarão identificar a tendência presente nas alterações dos dados obtidos nos
vários perímetros corporais, cabendo a você,
professor, esclarecer os motivos responsáveis
por tais alterações.
O que se espera é que todas as medidas
tenham aumentado após os exercícios. Explique aos alunos que tal fenômeno se caracteriza como uma adaptação aguda da musculatura envolvida na realização dos exercícios,
adaptação essa conhecida como hipertrofia
transitória, que desaparecerá após algumas
Tipos de hipertrofia muscular
Transitória: decorre do acúmulo de substâncias não contráteis no sarcoplasma (proteínas estruturais,
mitocôndrias, glicogênio e água). Caracteriza-se por ser instável e limitada em magnitude, conferindo ao
músculo aspecto túrgido e vascularização.
Crônica: resulta do acúmulo das proteínas contráteis que compõem as miofibrilas no sarcoplasma.
Caracteriza-se por ser relativamente estável e sólida, capaz de produzir grandes volumes musculares.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
horas de descanso. Esclareça, ainda, que o
aumento da massa muscular (hipertrofia crônica) exige exercitação constante e adequada
ao longo de maior período de tempo.
ou não por você, professor, informações acerca
dos benefícios e dos riscos da musculação, bem
como sobre recomendações para a prática dessa modalidade nas diversas faixas etárias.
A medida do abdome pode ser uma exceção, mostrando-se reduzida ao final dos exercícios específicos para essa região, conforme
o nível de condicionamento abdominal dos
alunos envolvidos. Explique aos alunos que
tal redução se deve ao aumento no tônus
muscular do abdome após os exercícios específicos, promovendo maior resistência da parede abdominal contra a força exercida pelas
vísceras, que tendem a empurrá-la para fora,
especialmente naqueles alunos menos condicionados (abdome mais flácido).
Professor, para o desenvolvimento desta etapa, instrua a
turma para que realize a “Pesquisa em grupo”, disponível no
Caderno do Aluno.
Etapa 2 – Mitos e verdades
Solicite, previamente, que os alunos pesquisem em fontes (livros, artigos, sites) indicadas
Caçadores de mitos
Musculação é bom? É ruim? Só ganha
massa magra quem toma suplemento? A musculação é a melhor prática para fins estéticos?
Crianças e idosos podem praticá-la? Tome
essas questões como base e desvende o que é
mito e o que é verdade. Cada integrante do
grupo deve pesquisar uma das afirmações a
seguir e responder, conforme o modelo, se é
mito ou verdade e por quê.
Afirmação
Mito
1. Só é possível aumentar a massa magra tomando suplementos.
X
2. Crianças não podem fazer exercício de força.
X
3. Idosos também não.
X
4. Com treinamento de força, a gordura vira músculo.
X
5. Musculação engorda.
X
Verdade
1. MITO – Treino e alimentação corretos são suficientes para o ganho de massa magra; a necessidade de suplementação somente ocorre
se houver deficiência de algum componente, o que só pode ser avaliado por um nutricionista.
2. MITO – Naturalmente o treino para crianças é diferente do aplicado em jovens e adultos, mas exercícios de força moderados, com
estímulos adequados, observando-se o estágio de maturação, trazem adaptações benéficas.
3. MITO – Sim, os idosos podem fazer exercícios de força, mas novamente deve-se observar a adequação de cargas e estímulos, a fim de
manter a capacidade funcional e de aplicar exercícios como prevenção de patologias como a osteoporose.
4.
MITO – De maneira nenhuma! O que acontece é a diminuição da porcentagem de gordura (decorrente do aumento do gasto calórico
e do metabolismo basal propiciado pelo treino) e o aumento da massa muscular. Ou seja, diminui-se a gordura e aumenta-se a massa
muscular, mas um não se torna o outro.
5.
MITO – O aumento de peso que se verifica na balança é resultado do aumento da massa muscular. Lembre-se de que engordar é aumentar
gordura e não músculo. Para verificação mais precisa, faz-se necessária a avaliação da porcentagem de gordura.
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Organize um fórum de debates, de modo
a levar os alunos a identificar o que seria
“mito” ou verdade em relação à musculação.
Por exemplo, a associação que se faz entre
exercícios abdominais e redução de gordura
localizada ou a relação entre o aumento de
estatura e certas modalidades esportivas. Ao
final, apresente as principais recomendações
específicas para a prática da musculação nas
várias faixas etárias, de modo que essa atividade favoreça, e não prejudique, a saúde orgânica dos praticantes.
Recomendações para elaboração de um programa de musculação para crianças e adolescentes
a)Respeitar uma progressão no nível de carga e nos tipos de estímulos ao longo dos anos, de acordo
com o estágio de desenvolvimento dos praticantes.
b) Evitar exercícios que estimulem contração excêntrica em alto grau, devido à possibilidade de microtraumatismos das estruturas de tecido conjuntivo existente em tendões e ligamentos; tecido esse
que atua como mecanismo de proteção à musculatura mediante o estiramento muscular excessivo.
c) Priorizar os trabalhos de resistência muscular localizada.
d) Evitar exercícios estáticos (isométricos), devido à baixa resistência anaeróbia, dando prioridade aos
exercícios dinâmicos, os quais são favoráveis à melhora da circulação nas estruturas que sofrem a
ação da carga.
e) Trabalhar todos os grupos musculares, especialmente os maiores, evitando exercícios unilaterais e
demasiadamente localizados.
f) Utilizar períodos de descanso entre as sessões, suficientes para que haja total recuperação.
g) Enfatizar que sejam adotadas postura corporal e técnica de execução corretas durante a realização
dos exercícios, garantindo maior segurança ao movimento.
h) Iniciar com exercícios que envolvam apenas a sustentação do peso corporal, evoluindo para exercícios
com parceiros e finalmente para exercícios com cargas extracorporais leves, mantendo baixos volumes.
i) Evitar testes de carga máxima e/ou cargas demasiadamente elevadas para a coluna vertebral.
j) Esclarecer os praticantes quanto aos riscos da utilização de recursos nocivos, como os esteroides
anabolizantes e outros produtos/recursos anabólicos.
Professor, nesta etapa sugerimos
que você instrua os alunos a realizar
a atividade descrita na seção “Lição
de casa”, do Caderno do Aluno.
Isso os orientará antes da realização da atividade proposta na Atividade Avaliadora. Se preferir, recomende também que façam a atividade
registrada na seção “Você aprendeu?”.
Você criará um circuito de força para ser
executado fora da academia; antes, porém,
vamos ver a diferença entre trabalhos com
pesos livres e com aparelhos. Nas próximas
páginas, serão indicadas as musculaturas
trabalhadas durante a execução de alguns
movimentos.
Se tirássemos a pele do corpo, nós veríamos os músculos. Eles ficariam aparentes e
seria mais fácil, pela observação do movimento, identificar a musculatura acionada
em cada exercício físico. Quando praticamos
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
uma modalidade esportiva (futebol, tênis,
vôlei), embora se perceba maior utilização
de uma ou de outra musculatura, podemos
notar que todos os músculos trabalham ao
mesmo tempo, executando o movimento ou
auxiliando o grupo muscular que o está executando. Por exemplo: em um saque do vôlei,
usamos a mão, o antebraço e o braço para
golpear a bola (execução do movimento),
mas todo o corpo participa para que o membro superior realize a tarefa. Se você não
acredita, experimente fazer esse movimento
sentado e veja o que acontece.
© Claus Lunau/SPL/Latinstock
© Graham Atkins-Hughes/Dorling Kindersley/Getty Images
Esta é a diferença na musculação: os exercícios são realizados de modo que se trabalhe
cada grupo muscular separadamente. Isso se
dá, em especial, nos exercícios feitos nos aparelhos. Quando nos exercitamos com pesos
livres (halteres, caneleiras, elásticos) ou com a
sustentação do peso do corpo, a ênfase ocorre
na musculatura que está sendo trabalhada, mas
os outros grupos musculares auxiliam a sustentação e a coordenação do movimento. Observe
esses exercícios realizados para a musculatura
peitoral e converse com seus colegas sobre quais
são os principais grupos musculares envolvidos.
Musculatura utilizada na flexão de cotovelo.
Mulher se exercitando em aparelho.
Nessas imagens, podemos notar que, embora se execute um exercício para a musculatura peitoral (e, em menor escala, também
para o tríceps, aquele músculo do “tchau”),
são necessárias a contração muscular dos
membros inferiores para manter a posição e
a contração do abdome para deixar o tronco
alinhado, só para citar as estruturas principais. A imagem à direita indica que basta sentar com a coluna ereta (há sustentação aqui
também, mas não como indicado na imagem
à esquerda) e fazer o exercício para a musculatura peitoral – e, em menor escala, para
o ombro (deltoide). De qualquer maneira, o
que se pretende aqui é mostrar que, para fazer
exercícios de força, não é obrigatório o uso
de aparelhos. Você pode elaborar um circuito de exercícios de força e praticá-lo em casa,
baseando-se no que foi discutido nas aulas de
Educação Física.
Nas imagens a seguir, são apresentados
exercícios para a elaboração de um circuito
indicando a musculatura prioritariamente
envolvida. Por que prioritariamente? Como
já dissemos, um músculo nunca trabalha
sozinho. Há recomendações genéricas nos
exercícios. Em caso de dúvida quanto à execução de um ou mais exercícios, converse
com seu professor.
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© Conexão Editorial
1. Peitoral + tríceps
Meninas e meninos iniciantes devem apoiar
os joelhos no chão e não se esquecer de contrair
o abdome para manter o alinhamento do tronco.
Figura 19.
© Fernando Favoretto
2. Dorsal
Nem todo mundo
consegue fazer barra
fixa, não é? Tente este
exercício, é mais fácil.
Figura 20.
© Fernando Favoretto
3. Abdominal
Ao executar esse
movimento, mantenha
as pernas flexionadas –
olhe para cima, expire
durante a flexão (elevação) do tronco e suba
até que as escápulas
saiam do chão.
Figura 21.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
© Fernando Favoretto
4. Quadríceps (coxa) e glúteos
Mantenha o abdome
contraído e não deixe que
a angulação dos joelhos
seja inferior a 90º.
Figura 22.
© Fernando Favoretto
5. Bíceps
Lembre-se de semiflexionar os joelhos e contrair o abdome.
Figura 23.
© David Brooks/Corbis/Latinstock
6. Tríceps
Durante a exe­
cução
deste exercício, mantenha
os membros infe­riores estendidos e as mãos alinhadas com o ombro.
Figura 24.
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© Fernando Favoretto
7. Posteriores de membro inferior
Mantenha o abdome contraído e fle­xione o joelho até
90o. Controle a extensão do
joelho, ou seja, não solte a
perna de uma vez.
Figura 25.
Tome esses exercícios como base (se preferir,
escolha outros) e elabore um circuito de força.
Você pode determinar um número de repetições
para cada exercício, por exemplo 3 séries com
12 repetições (3 x 12) ou executar o movimento
durante 30 ou 40 segundos antes de mudar de
estação; e não se esqueça de fazer pausas entre as
estações. Você provavelmente vivenciará um circuito de força na escola: aproveite para conhecer
as variações na maneira de conduzi-lo. É importante que saiba o objetivo que quer atingir com o
treinamento de força (hipertrofia ou resistência).
Dez coisas que você não pode esquecer ao iniciar um treinamento de força:
1. nunca inicie uma atividade sem realizar aquecimento;
2. a carga deve progredir ao longo do treinamento de acordo com seu estágio de desenvolvimento;
3. dê prioridade aos trabalhos de resistência muscular localizada. Você ainda está em fase de crescimento
e cargas altas podem trazer lesões às estruturas que ainda não estão bem formadas;
4. procure trabalhar todos os grupos musculares;
5. não deixe de fazer pausas entre as séries e entre as sessões;
6. fique atento à postura e à execução correta do exercício. Um exercício mal executado pode provocar dor em vez do resultado esperado;
7. comece com exercícios que envolvam apenas a sustentação do peso corporal, acrescente os implementos posteriormente;
8. nunca utilize substâncias proibidas, como esteroides, para aumentar a massa muscular, pois elas
têm efeitos colaterais graves;
9. não se esqueça dos alongamentos, eles manterão a amplitude das suas articulações;
10. nunca inicie um treinamento sem antes conversar com seu professor de Educação Física.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
1. Durante uma das aulas de
Educação Física, é possível
que se tenha realizado uma
vivência na qual se usava
uma fita métrica para medir determinada
musculatura (o bíceps, por exemplo); em seguida, eram realizados exercícios de força e,
então, tomava-se novamente a medida. Você
deve ter observado que o perímetro da musculatura aumenta logo após o esforço, é o
que chamamos de hipertrofia transitória.
No entanto, há uma musculatura em que
isso não ocorre após o exercício de força; às
vezes, até diminui: o abdome. Por quê?
Professor, aqui você pode orientar a discussão com a turma,
por exemplo, a partir da Etapa 1 (hipertrofia instantânea) da
fez o circuito baseando-se no tempo ou
se determinou um número de repetições
(carga fixa), e se ao final fez alongamento
ou não.
Objetivo: ( ) hipertrofia.
( ) resistência.
Aquecimento:
( ) corrida.
( ) movimentos com
saltitos.
Circuito:
( ) por tempo.
( ) por carga fixa.
Alongamento:
( ) sim.
( ) não.
Resposta pessoal.
Situação de Aprendizagem 8.
2. Escreva aqui informações sobre o circuito
que você criou na Lição de casa.
Resposta pessoal.
3.Informe qual foi o objetivo do circuito, que tipo de aquecimento você fez, se
4. Há algum impedimento e/ou recomendação para crianças, jovens e adultos praticarem exercícios de força? Explique.
Espera-se que o aluno responda que todo exercício de força precisa ser orientado e supervisionado conforme as características pessoais e necessidades de cada um.
Atividade avaliadora
Solicite aos alunos que se organizem em
grupos para a confecção de implementos alternativos que possam servir como carga/resistência em uma aula de musculação (ligas elásticas, caneleiras, halteres, garrafas PET cheias
de areia etc.). Defina o objetivo: resistência
muscular, hipertrofia etc. Os mesmos grupos
ficarão responsáveis por estruturar uma sessão de musculação utilizando os implementos
alternativos por eles confeccionados.
Cada grupo ficará encarregado da confecção de implementos e da elaboração de
exer­
c ícios voltados especificamente para
determinado segmento corporal, entre
as seguintes opções: membros inferiores,
tronco ou membros superiores, conforme
distribuição feita por você, professor. Cada
grupo explicará aos demais os exercícios
propostos e, ao final, a sessão de musculação poderá ser vivenciada por todos.
Procure avaliar se os alunos observam os
princípios da musculação e se os exercícios
e as séries propostas atendem ao objetivo
pretendido.
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Proposta de Situações de Recuperação
Durante o percurso pelas Situações de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender
os conteúdos da forma esperada. É necessário,
então, que outras Situações de Aprendizagem
sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar
o processo de maneira diferente. Tais estratégias
podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em
outros momentos, envolvendo todos os alunos
ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo, o professor pode propor:
ff roteiro de estudos com perguntas norteadoras, elaboradas por você, sobre conceitos e princípios da musculação para posterior apresentação em registro escrito em
outro formato;
f f análise de sessões de musculação (no
todo ou em partes) apresentadas por
você, professor, por meio de imagens e/
ou por escrito.
Recursos para ampliar a perspectiva do professor
e do aluno para a compreensão do tema
Livros
BITTENCOURT, Nelson. Musculação: uma
abordagem metodológica. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1984. Aborda questões relacionadas com a evolução histórica da musculação
e seu amplo campo de aplicação (competição,
treinamento, estética, terapêutica etc.), além
de tratar dos princípios que regem o treinamento com pesos. Propõe aspectos metodológicos voltados à montagem de programas de
musculação.
GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO,
Anderson S. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Aborda as diversas capacidades físicas, caracterizando sua relação com
a condição de saúde e seu desenvolvimento
ao longo da vida, destacando aspectos relacionados à infância, à adolescência e ao
envelhecimento. Apresenta propostas de avaliação para indivíduos em diferentes idades,
bem como referências a parâmetros gerais e
específicos que devem ser levados em consideração ao elaborar programas de condicio-
namento físico destinados ao desenvolvimento das capacidades físicas.
LAMBERT, Georges. Musculação: guia do
técnico. São Paulo: Manole, 1990. Trata de aspectos fisiológicos/biomecânicos relacionados
à execução dos exercícios com pesos e sua relação com as qualidades físicas, como flexibilidade, além de abordar os princípios de treinamento. Destaca características/cuidados na
execução de diversos exercícios de musculação
para os diferentes segmentos corporais, assim
como sua aplicabilidade/especificidade em diferentes modalidades esportivas, como atletismo,
esportes aquáticos, esportes coletivos e lutas.
McARDLE, William D.; KATCH, Frank I.
KATCH, Victor L. Fundamentos de fisiologia
do exercício. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002. Destina um capítulo ao treinamento de força (cap. 15), enfocando aspectos relacionados às medidas corporais, testes
para avaliação da força muscular, diferenças
sexuais quanto à manifestação dessa força e
características gerais relativas ao treinamento
de resistência, em especial para crianças.
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Educação Física – 2ª série – Volume 1
SANTARÉM, José M. Musculação: princípios
atualizados – fisiologia, treinamento, nutrição.
São Paulo: Arte Final, 1993. Faz uma síntese
de diversos temas relativos à musculação, tais
como sua aplicabilidade, relação com o organismo feminino e do adolescente, princípios
básicos e aspectos metabólicos do treinamento
de musculação. Traz orientações quanto à elaboração de programas de treinamento com pesos e discorre sobre as características da execução dos exercícios mais comumente realizados
na musculação, assim como informações gerais
sobre os nutrientes e planejamento dietético
voltado à hipertrofia muscular e à redução da
gordura corporal.
WEINECK, Jürgen. Biologia do esporte. São
Paulo: Manole, 2000. Trata dos efeitos da atividade física e do treinamento físico-esportivo sobre o corpo humano, explicitando os
fenômenos de adaptação dos diferentes sistemas orgânicos ao treinamento.
Site
Cooperativa do Fitness. Disponível em: <http://
www.cdof.com.br/musc16.htm>. Acesso em:
24 jul. 2013. Disponibiliza artigos sobre temas diversos referentes ao universo dos exercícios resistidos voltados ao condicionamento físico e ao treinamento.
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Quadro de conteúdos DO Ensino Médio
1a série
Volume 1
Esporte
– Modalidade coletiva: basquetebol
–S
istemas de jogo e táticas em uma
modalidade coletiva já conhecida dos
alunos
Corpo, saúde e beleza
– Padrões e estereótipos de beleza
corporal
– Consumo e gasto calórico: alimentação, exercício físico e obesidade
Atividade rítmica
– Ritmo vital e ritmo como organização
expressiva do movimento
– Tempo e acento rítmicos
Esporte
–M
odalidade individual: ginástica
rítmica
Ginástica
– Práticas contemporâneas em academias:
ginástica aeróbica, ginástica localizada
e/ou outras
Mídias
– Significados/sentidos no discurso das
mídias sobre a ginástica e o exercício
físico
– O papel das mídias na definição de modelos hegemônicos de beleza corporal
Corpo, saúde e beleza
– Capacidades físicas: conceitos e avaliação
Esporte
– Modalidade individual: tênis
– Técnicas e táticas em uma modalidade
ainda não conhecida pelos alunos
3a série
Luta
– Modalidade de luta pouco conhecida
pelos alunos: boxe
Contemporaneidade
– Corpo, Cultura de Movimento, diferença,
preconceito e expectativas de desempenho
físico e esportivo como construções
culturais
Corpo, saúde e beleza
– Princípios do treinamento físico:
individualidade biológica, sobrecarga e
reversibilidade
Atividade rítmica
– Manifestações rítmicas ligadas à cultura
jovem: hip-hop e street dance
Lazer e trabalho
– Ginástica laboral: saúde e trabalho
Corpo, saúde e beleza
–C
orpo e beleza em diferentes períodos
históricos
Corpo, saúde e beleza
– Efeitos fisiológicos, morfológicos e
psicossociais do treinamento físico
– Exercícios resistidos (musculação):
benefícios e riscos à saúde nas várias
faixas etárias
Contemporaneidade
– Esportes radicais: criatividade sobre
rodas
Esporte
–S
istemas de jogo e táticas em uma modalidade coletiva ainda não conhecida
dos alunos
Esporte
– Modalidade “alternativa” ou popular
em outros países: beisebol, badminton,
frisbee ou outra
Atividade rítmica
– Manifestações e representações da
cultura rítmica nacional ou de outros
países
Corpo, saúde e beleza
–A
tividade física, exercício físico e saúde
Corpo, saúde e beleza
– Fatores de risco à saúde: sedentarismo,
alimentação, dietas e suplementos alimentares, fumo, álcool, drogas, dopping
e anabolizantes, estresse e repouso
– Doenças hipocinéticas e relação com
a atividade física e o exercício físico:
obesidade, hipertensão e outras
Lazer e trabalho
– O lazer como direito do cidadão e dever
do Estado
Ginástica
– Práticas contemporâneas: ginástica aeróbica, ginástica localizada e/ou outras
Volume 2
2a série
Luta
–P
rincípios orientadores, regras e técnicas de uma luta ainda não conhecida
dos alunos
Mídias
– A transformação do esporte em espetáculo televisivo e suas consequências
Ginástica
– Ginástica alternativa: alongamento,
relaxamento ou outra
Corpo, saúde e beleza
– Atividade física/exercício físico e
prática esportiva em níveis e condições
adequadas
Contemporaneidade
– Corpo, Cultura de Movimento, diferença
e preconceito
Contemporaneidade
– A virtualização do corpo na contemporaneidade
Esporte, ginástica, luta e atividade rítmica
– Organização de eventos esportivos e/ou
festivais (apresentações) de ginástica,
luta e/ou dança
Lazer e trabalho
– Espaços, equipamentos e políticas
públicas de lazer
– O lazer na comunidade escolar e em seu
entorno: espaços, tempos, interesses e
estratégias de intervenção
Corpo, saúde e beleza
– Estratégias de intervenção para promoção da atividade física e do exercício
físico na comunidade escolar
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CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL
NOVA EDIÇÃO 2014-2017
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB
Coordenadora
Maria Elizabete da Costa
Diretor do Departamento de Desenvolvimento
Curricular de Gestão da Educação Básica
João Freitas da Silva
Diretora do Centro de Ensino Fundamental
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação
Profissional – CEFAF
Valéria Tarantello de Georgel
Coordenadora Geral do Programa São Paulo
faz escola
Valéria Tarantello de Georgel
Coordenação Técnica
Roberto Canossa
Roberto Liberato
Suely Cristina de Albuquerque Bomfim
EQUIPES CURRICULARES
Área de Linguagens
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli
Ventrela.
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Silveira.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes
Nogueira.
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa,
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros,
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley
Aparecido Cornatione.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e
Rodrigo Ponce.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e
Maria da Graça de Jesus Mendes.
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte.
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Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos
Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João
Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus.
Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Meira de Aguiar Gomes.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e
Teônia de Abreu Ferreira.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Santana da Silva Alves.
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso,
Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria
Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy
Fernandez.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Almeida e Tony Shigueki Nakatani.
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO
PEDAGÓGICO
Área de Linguagens
Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes,
Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves
Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista
Bomfim, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia
Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza,
Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena
Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de
Campos e Silmara Santade Masiero.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M.
de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,
Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina
Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda
Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,
Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar
Alexandre Formici, Selma Rodrigues e
Sílvia Regina Peres.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis
Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi,
Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia,
Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan
Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello,
Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi,
Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro,
Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Luís Prati.
Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino,
Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Plana Simões e Rui Buosi.
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
e Sonia Maria M. Romano.
História: Aparecida de Fátima dos Santos
Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Tânia Fetchir.
Apoio:
Fundação para o Desenvolvimento da Educação
- FDE
CTP, Impressão e acabamento
Esdeva Indústria Gráfica Ltda.
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GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
EDITORIAL 2014-2017
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI
Presidente da Diretoria Executiva
Antonio Rafael Namur Muscat
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Alberto Wunderler Ramos
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS
À EDUCAÇÃO
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Editorial: Amarilis L. Maciel, Angélica dos Santos
Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina
Carvalho, Carla Fernanda Nascimento, Carolina
H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão,
Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento,
Flávia Medeiros, Gisele Manoel, Jean Xavier,
Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leandro
Calbente Câmara, Leslie Sandes, Mainã Greeb
Vicente, Marina Murphy, Michelangelo Russo,
Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula
Felix Palma, Priscila Risso, Regiane Monteiro
Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella
Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e
Tiago Jonas de Almeida.
CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS
CONTEÚDOS ORIGINAIS
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
Martins e Renê José Trentin Silveira.
COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS
CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS
CADERNOS DOS ALUNOS
Ghisleine Trigo Silveira
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e
Sérgio Adas.
CONCEPÇÃO
Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo,
Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini
(coordenadora) e Ruy Berger (em memória).
AUTORES
Linguagens
Coordenador de área: Alice Vieira.
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami
Makino e Sayonara Pereira.
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana
Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti,
Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles
Fidalgo.
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel
Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues
Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia
González.
História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
Raquel dos Santos Funari.
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Schrijnemaekers.
Ciências da Natureza
Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.
Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,
Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso
Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
José Luís Marques López Landeira e João
Henrique Nogueira Mateos.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,
Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo
de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,
Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell
Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e
Yassuko Hosoume.
Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca
Micsik, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana
Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida
Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro e
Vanessa Leite Rios.
Matemática
Coordenador de área: Nílson José Machado.
Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz
Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério
Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e
Walter Spinelli.
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse
Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda
Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza
Design Gráfico e Occy Design (projeto gráfico).
Ciências Humanas
Coordenador de área: Paulo Miceli.
Caderno do Gestor
Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de
Felice Murrie.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são
indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de
terceiros e mantêm as características dos originais, no que
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no
Caderno do Professor para apoiar na identificação das
atividades.
BOOK_EDFIS-SPFE-2014_2S_CP.indb 88
S239m
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; educação
física, ensino médio, 2a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe,
Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti,
Sérgio Roberto Silveira. - São Paulo : SE, 2014.
v. 1, 88 p.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino
Médio e Educação Profissional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.
ISBN 978-85-7849-582-4
1. Ensino médio 2. Educação física 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Souza,
Adalberto dos Santos. III. Daolio, Jocimar. IV. Venâncio, Luciana. V. Neto, Luiz Sanches. VI. Betti,
Mauro. VII. Silveira, Sérgio Roberto. VIII. Título.
CDU: 371.3:806.90
19/11/13 18:45
Validade: 2014 – 2017
a
o
5 SÉRIE 6 ANO
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
Caderno do Professor
Volume 1
ARTE
Linguagens