Underxmag - Revista Mergulho

Transcrição

Underxmag - Revista Mergulho
UNDERXMAG
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Underwater Expedition Magazine
Setembro / Outubro 2010
06
Portfolio
Daniel Botelho
Fotografia:
Behind the shot: grande angular ambiente
underxmag.com
Sipadan
Malásia
Pernambuco
“BON BINI” CURAÇAO
Caribe Holandês
Recife, a capital dos naufrágios
Campeonato Estadual de Foto Sub RJ
Por Massimo Mazzitelli
Pigmeu horse - Sipadan
UNDERWATER EXPEDITION
Top 10 julho / agosto de 2010
Galathea strigosa with eggs
por Rai Fernandez
back to the beqa lagoon #13
por pats0n
Aruba-372
por Julian Cohen
Cowsharks
por jtresfon
Cancun Whale…
por Shane Gross
Crimora papillata
por Raimundo Fernandez
Top 10 julho / agosto de 2010
my 1st snoot
por Marcello Di Francesco
Top 10 julho / agosto de 2010
Ready To Hatch
por -pinneng-
The Aquanaut - Frogfish, Lembeh,…
por cedric_g
Julho e Agosto: Best Shot
ouch...
por Philippe Guillaume
UNDERXMAG
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Underwater Expedition Magazine
Presidente e Editor: Ernani Paciornik
Vice-Presidente: Denise Godoy
[email protected]
Vice-Presidente executiva: Silvana Cassol
Redação
Diretor de Produto:
Alcides Falanghe
[email protected]
Editor-chefe: Kadu Pinheiro
[email protected]
Editor de Arte: Kadu Pinheiro
[email protected]
Revisão: Daniela Maximo
Colaboraram nesta Edição: Daniel
Botelho, Kadu Pinheiro, Alcides Falanghe,
Daniela Maximo Breitbarg, Massimo Mazziteli,
Ricardo Bahia, Fábio Del Guerra
Publicidade
gerente: Alcides Falanghe
[email protected]
Endereço
Av. Brigadeiro Faria Lima, 3064
10º andar - CEP 01451-000
São Paulo – SP – Tel.: (11) 2186-1000
08.
Bon Bini Curaçao - O Caribe holandês
29.
Greenpeace - Meio Ambiente
30.
Sipadan - Malásia
43.
Campeonato estadual de foto sub do RJ
48.
Recife, a capital dos naufrágios
56.
Equipamentos
58.
Portfolio - Daniel Botelho
72.
Foto sub: behind the shot
76.
Aquaword
78.
Sea Shepherd - Canal Aberto
80.
Mergulho livre e recordes
Atendimento ao leitor
Kadu Pinheiro - [email protected]
e-mail [email protected]
Kadu Pinheiro por Ulisses Turatti
Amigos leitores,
nessa edição completamos um ciclo:
um ano de Underx! Nessa sexta edição fechamos o ciclo fortalecidos e mantendo
a qualidade da revista e a sua proposta
inicial. A vinda para GR Um Editora abriu
muitas portas e nos trouxe mais oportunidades. Finalmente
conseguiremos disponibilizar as versões em espanhol e inglês, abrindo assim mais oportunidades de intercâmbio de
matérias e participando mais efetivamente do mercado
mundial de publicações de mergulho.
Confira nesta edição um especial sobre Curaçao, um destino cheio de surpresas e mergulhos coloridos, água azul,
clima caribenho, agitação noturna, bons restaurantes,
compras e é claro muito calor. E quem disse que mergulhar
não pode ser glamorouso e a aventura não pode ser intercalada com muita diversão e conforto? Curaçao é para
todos os gostos, dos baladeiros aos casais. Direto da Itália
Massimo Mazzitelli nosso colaborador nos brinda com fotos
fantásticas de Sipadan, na Malásia. Alcides Falanghe com
uma matéria sobre os naufrágios de Recife, mostra os melhores pontos, imperdível.
Fechando esta edição, um portfólio muito especial: Daniel
Botelho mostra a que veio, com fotos inéditas nunca antes
publicadas; elefantes de Andaman, baleia-azul, sailfish e
muitas outras !!!
Underxmag é uma pu­bli­ca­ção on-line
bimestral e gratuita da GR Um Edi­to­ra Ltda.
ISSN 1413-408X.
setembro / outubro de 2010. Jor­na­lis­ta res­
pon­sá­vel: De­ni­se Go­doy MTb 14037. Ar­ti­gos
as­si­na­dos não re­pre­sen­tam ne­ces­sa­ri­a­men­
te a opi­ni­ão da re­vis­ta. To­dos os di­rei­tos
re­ser­va­dos.
Edição número - 06
Setembro / Outubro de 2010
Águas claras e bons mergulhos
Foto de capa:
Kadu Pinheiro
Kadu Pinheiro
Editor
06
“BON BINI” CURAÇAO - O Caribe Holandês
Por Kadu Pinheiro
Curaçao é uma ilha paradisíaca, que nos convida ao esquecimento, de tudo
e de todos.
Um lugar onde podemos deixar todos os problemas e preocupações para
traz e desfrutar desse paraíso no Caribe, com pontos de mergulho variados:
naufrágios, paredões, mergulhos com golfinhos, águas azuis e visibilidade que
chega facilmente aos 40 metros, com pontos de mergulho a menos de 15
minutos de navegação e uma estrutura hoteleira e de lazer de fazer inveja a
qualquer outra ilha do caribenha.
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“BON BINI” CURAÇAO
O Caribe Holandês por Kadu Pinheiro
A história de Curaçao começou em 1499, durante a terceira viagem de exploração do novo mundo por Cristóvão Colombo. Ao desembarcarem, sob o comando de Alonso Ojeda, os marinheiros tornaram-se os primeiros europeus a pisar em Curaçao.
Na época do descobrimento, a ilha era habitada por índios altos e robustos e, por isso, Alonso Ojeda denominou o local de a “Ilha dos Gigantes”,
e algum tempo depois passou a ser chamada de Curaçao.
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“BON BINI” CURAÇAO
O Caribe Holandês por Kadu Pinheiro
Existem três hipóteses para essa mudança. A primeira,
porque os marinheiros abandonados na ilha curaramse do escorbuto e passaram a chamá-la “isla de curación”.
A segunda é que o nome seja proveniente da palavra
portuguesa “coração”, porque mercadores portugueses consideravam a ilha o coração da região, e a última é que o nome seria uma homenagem ao Sagrado
Coração de Maria.
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“BON BINI” CURAÇAO
O Caribe Holandês por Kadu Pinheiro
Logo após o descobrimento, os espanhóis estavam sempre na ilha a procura de pedras preciosas. Depois, Holanda, França e Inglaterra também começaram a disputar sua posse, pois consideravam a ilha um ponto comercial estratégico entre a Europa e a América.
Em 1634, Curaçao transformou-se numa colônia holandesa e, em 1815, um tratado internacional
deu a posse definitiva para a Holanda. Em 1954, o governo de Curaçao tornou-se autônomo,
deixando de ser colônia.
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“BON BINI” CURAÇAO
O Caribe Holandês por Kadu Pinheiro
Considerada a principal ilha entre as cinco que formam as Antilhas Holandesas,
Curaçao tem a pitoresca e cosmopolita
Willemstad como capital.
Com uma belíssima arquitetura colonial
holandesa e animado comércio, desde
1997 a cidade é considerada, pela Unesco, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.
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O Caribe Holandês por Kadu Pinheiro
Informações Gerais
Também conhecida como a “Holanda do Caribe”, a ilha de Curaçao fica
ao Sul do Caribe, a 60 km da costa da Venezuela.
Com relação ao fuso horário, os turistas brasileiros não têm muito a estranhar, pois Curaçao possui apenas uma hora a menos de diferença em relação ao horário oficial de Brasília (ou duas horas no horário de verão).
A ilha compreende uma área de 472 km2, praticamente o mesmo tamanho de Florianópolis. Ao todo são 38 praias e 40 baias, que podem ser desfrutadas sob um sol que brilha praticamente o ano inteiro. As águas são
cristalinas e azuis, com temperaturas que variam entre 23 e 25 graus centígrados. A visibilidade atinge 40 metros de profundidade.
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Metade dos 150 mil habitantes concentra-se na capital Willemstad, que
é cortada ao meio pela Baia de Santa Ana, dividindo-se em duas partes:
Otrobanda (residencial) e Punda (comercial e turística). É em Willemstad
que fica o centro comercial, industrial
e bancário. A arquitetura tipicamente
colonial em cores vivas e os moinhos
de vento com características holandesas também são uma ótima atração para os turistas.
Os curaçolenhos, sempre simpáticos
e ótimos anfitriões, são os que mais
aproveitam as belezas e a cultura de
sua terra. A alegria dos nativos contagia os turistas.
Curaçao possui três pontes, a mais interessante é a ponte Emma (homenagem à avó da rainha-mãe Juliana),
uma ponte móvel que flutua sobre
botes para a passagem de barcos e
navios. Foi inteiramente construída em
metal e serve como passagem apenas para pedestres. Desde 1888, une
Punda e Otrobanda. É a maior ponte
móvel do mundo.
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Superior Producer:
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Foi eleito pela Sport Diver Magazine como um dos melhores mergulhos de naufrágio do Caribe. É um navio cargueiro afundado em dezembro de 1977, está em posição de navegação a uma profundidade de 30 metros. O mergulho nem sempre
é possível, pois está numa região com intenso tráfego de navios de cruzeiro. Consulte a operadora a respeito das melhores
datas para visitar o naufrágio. A embarcação está coberta de corais e geralmente é possível avistar grandes barracudas
patrulhando os arredores. É possível realizar pequenas penetrações em seus porões e sala de comando.
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Hospedagem e Transporte
Os hotéis ao longo da ilha, na sua maioria de 3 a 5 estrelas, possuem toda infraestrutura necessária para os hóspedes. As diárias variam de US$ 100 a US$ 300.
Entre eles: Hilton, que tem atendimento nota 10 e completa infraestrutura para mergulho. Possui
um dive center com estrutura para cursos e saídas regulares de mergulho com a Ocean Encounters, a maior operadora de mergulho da ilha. É possível fazer mergulho de praia a cinco minutos
do seu quarto, ótima pedida !! Outros hotéis: Holiday Beach, Marriot, Kura Hulanda/Leading Hotels of the World, Floris Suite Hotel, Loris Suite Hotel, Hotel Howard Johnson, Superclub Breezes, Avila
Beach, Trupial Inn. Especial para mergulho: Habitat e Lions Dive & Beach Resort.
Uma especial recomendação para o novíssimo
Hyatt Regency Curaçao Golf, um 5 estrelas com
atendimento impecável, cozinha internacional
excelente comandada pelo chef brasileiro Vicent
Pellegrini, dive center e estrutura completa de lazer.
Todos os hotéis contam com um pessoal capacitado para oferecer o melhor atendimento. O turista
pode escolher o tipo de hospedagem que mais lhe
agrada. As opções vão do clássico e confortável
estilo americano ao acolhedor e romântico estilo
francês.
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Transporte também não é problema. Todos os hotéis possuem peruas (vans) que podem transportar seus hóspedes ao centro da cidade gratuitamente.
Os táxis de Curaçao não possuem taxímetro, o que significa que o turista pode negociar o preço com o motorista para fazer seus passeios pela ilha. Os hotéis
oferecem telefones e indicações de várias empresas especializadas em tours pela ilha, alem disso é possível alugar um carro e ter autonomia para circular à
vontade sem horários e destinos pré-determinados.
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Dolphin Dive: mergulho realizado em conjunto com a Dolphin Academy de Curaçao; é um mergulho especial onde se tem
a oportunidade de mergulhar com golfinhos
acostumados a interagir com seres humanos em seu ambiente natural. É uma experiência maravilhosa passar 40 minutos interagindo com um dos animais mais inteligentes
do mundo. Realmente muito emocionante,
vale cada centavo.
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Klein Curaçao e East Point: uma
pequena ilha mais distante com
navegação mais complicada, não
aconselhada para quem tem problemas de enjôo.
O lugar é bem selvagem e inabitado, onde é possível visitar ruínas de
um farol e de um naufrágio encalhado na areia. Água cristalina, paredes forradas de vida, tartarugas
e arraias são comumente avistadas
durante o mergulho.
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Mushroom Forest: um dos mais
famosos pontos de mergulho de
Curaçao, composto por formações de corais duros que se assemelham muito a cogumelos,
dando a aparência de uma floresta local.
É um point rico em vida marinha;
pequenos cardumes, moreiasverdes, esponjas e corais coloridos completam esse cenário.
O ponto alto é uma caverna
chamada Blue Room, que pode
ser visitada ao final do mergulho
para um belíssimo snorkel.
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Como a densidade pluviométrica é muito baixa (500 mm por ano), o
céu está sempre azul. As temperaturas são altas, não ficando abaixo
dos 23 graus centígrados.
O carro é fundamental para o acesso às águas cristalinas de Lagun,
Westpunt, Baia Beach, Jeremi, Santu Pretu, San Nicolas, Jan Thiel e
Daaibooi. A visita a estas praias deve, obrigatoriamente, fazer parte
do roteiro de viagem dos turistas.
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Quem não quiser se arriscar com o mergulho, pode apreciar toda a beleza
marinha nos 70 aquários gigantes existentes do Seaquarium. Os visitantes também podem visitar o parque submarino através de uma lancha com o fundo
de vidro. Esqui aquático, jet ski, snorkel e caça submarina também são esportes
comuns na Ilha.
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O melhor de Curaçao
O cenário é simplesmente sedutor. São quilômetros da mais bela paisagem natural, composta por
águas azul turquesa, passando por verde esmeralda e terminando no azul marinho em alto mar.
As praias do norte são consideradas impróprias para o banho, pois possuem águas-vivas e muitas
rochas. As do sul, entretanto, são ótimas para o banho de mar. A praia de Kenepa é uma delas.
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Festas e Festivais
Curaçao vive em clima de festa. Tanto é verdade que, durante todo o ano, são realizados vários eventos, entre eles,
os Festivais de Carnaval, de Tumba, de Jazz, de Cinema e
Televisão. Festas folclóricas e torneios esportivos, como o
Torneio Internacional de Tênis e Regata Internacional de
Veleiros, completam o clima de euforia.
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E, no final do ano, exatamente em novembro começa a Festa de
Saint Nicholas, o nosso famoso Papai Noel. Ele chega a bordo de um
veleiro e sai distribuindo doces e presentes às crianças nas ruas da
cidade de Willemstad.
Durante o ano inteiro, discotecas não faltam para alegrar as noites de curaçolenhos e turistas. Boas sugestões para quem gosta de
curtir a noite são: TMF, HOOKS HUT, ZANZI BAR, DE HEERENS, ASIA DE
CUBA E MAMBO BEACH.
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Além do inglês e do holandês, o papiamento é a língua oficial. Para o turista
brasileiro é fácil compreender a língua
falada pelos curaçolenhos – o papiamento – que deriva de “papiar”. Além
da escrita, a sonoridade da língua é próxima do português, quando falado lentamente.
Seguem alguns exemplos: bon bini
(bem-vindo), que você verá em todos os
lugares e em todas as placas de táxis; ta
mashá caro (está muito caro); ta mashá
barato (está muito barato); kon ta bai?
(como vai?); mi ta mashá bom (eu estou
muito bem); danki (bem, obrigado).
A economia da ilha gira basicamente
em torno da refinaria de petróleo, das
companhias off-shore e do turismo.
Não existe fonte de água doce em Curaçao. Uma fábrica de água desenvolveu um processo de dessanilização da água do mar; o superaquecimento das caldeiras faz com que a água evapore e o sal
fique depositado. O vapor é resfriado e a água sai pura e límpida em todas as torneiras da ilha. Essa
mesma fábrica também gera energia.
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O Caribe Holandês por Kadu Pinheiro
Informações sobre pacotes turísticos:
Vectra Travel (www.vectratravel.com.br)
Arribatur (www.arribatur.com.br)
Adventure Travel (www.adventuretours.com.br)
Mundo Natural (www.mundonatural.tur.br)
European Travel (www.european.com.br)
ADV Tours - Tel.: (11) 2167-0633
CVC - Tel.: (11) 2191-1000
Eden Tours - Tel.: (11) 3258-1133
Flot - Tel.: (11) 4504-4544
GTB – Gay Travel Brasil - Tel.: (21) 3415-3126
Intravel Turismo - Tel.: (11) 3206-9000
MMT Gapnet - Tel.: (11) 3124-6444
Nascimento Turismo - Tels.: (11) 3156-9900 / 3882-1000
Turnet Turismo - Tel.: (11) 3257-3111
Vectra - Tel.: (11) 3816-0509
Velocitas Turismo - Tel.: (21) 3415-3126
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Greenpeace
Meio Ambiente
Alroy nos mostra em seu estudo que as diversas alterações que causamos no
planeta já afetam o curso da evolução da vida.
Fatores como a sobrepesca, o aquecimento das águas oceânicas, a acidificação, os vazamentos de óleo, etc, causam uma forte pressão sobre os organismos, permitindo que alguns poucos sobrevivam, enquanto a gigantesca maioria
deles caminha para uma grande extinção em massa.
E não é a primeira vez que isso acontece. Estudo feito a partir do registro fóssil dos
oceanos de até 500 milhões de anos atrás revelou alguns eventos de extinção
em massa que demandaram outros milhões de anos para recompor o ambiente
marinho.
Evolução em tempos de mudanças climáticas
Os mecanismos que começaram a ser melhor compreendidos a partir da
era Darwin são ainda misteriosos nos dias de hoje, mesmo para os biólogos.
O pesquisador Dr. John Alroy, da Universidade de Macquarie em Sidnei, publicou na revista Science um estudo que indica o caminho bastante triste
que a biodiversidade marinha segue. Um caminho em direção ao abismo
chamado ‘Extinção’.
Há 150 anos, Charles Darwin publicou ‘A Origem das Espécies’, o segundo
livro mais vendido no mundo, perdendo apenas para a Bíblia.
Com o descaso, somado da ignorância, chegamos a incríveis 75% do estoque
pesqueiro comercial global em estado de sobrepesca, ou no limite da pesca ou,
ainda, em recuperação. Medidas efetivas não são tomadas para reverter esse
cenário e no ritmo que anda a governança global, o futuro não será dos melhores.
Cabe então a pergunta: quantos estudos serão necessários para mudarmos nosso enorme hábito de extrativismo desenfreado? A que custo satisfazemos nosso
modelo de sociedade? Seremos capazes de manter este modelo num futuro
não muito distante?
Pense, reflita, mude.
Por Mikael Freitas.
Fonte: greenpeace.org
Darwin entendeu que a relação entre a vida e o ambiente não é casual,
mas sim interdependente, e que a evolução das espécies está completamente ligada às mudanças que ocorrem no lugar onde estão inseridos.
Este conhecimento nos permite compreender que quando derrubamos
uma árvore matamos também o macaco que estava lá, por exemplo. É
assim que conseguimos desenvolver ferramentas mais eficientes para a
conservação da biodiversidade.
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Sipadan - Malásia
Por Massimo Mazzitelli
Tradução: Fábio Del Guerra
Uma obra de arte intocada
Em 1984, o oceanógrafo Jacques Cousteau classificou a
ilha de Sipadan como uma “obra de arte intocada”
Sipadan é a única ilha oceânica da Malásia. Foi formada
por corais vivos que cresceram sob uma boca vulcânica,
numa ação que levou milhares de anos para acontecer.
Com cerca de 12 mil hectares, Sipadan está situada junto
no mar de Celebes, na costa de Sabah, nordeste de Borneu, no coração da região biogeográfica do Indo-Pacífico, o centro de um dos habitats marinhos mais ricos do
mundo, com cerca de 3.000 espécies de peixes e milhares
de espécies de corais. A pequena ilha se ergue a partir de
uma profundidade de 600 metros.
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Sipadan - Malásia
por Massimo Mazzitelli
Acima do nível do mar, a vida não é menos rica. Em 1933, foi declarada como
Santuário de Pássaros, devido à grande
concentração de aves tropicais residentes do local, como águias-do-mar, águiasde-cabeça-branca e pombos madeira.
Representando a fauna terrestre, também
merecem destaque os crustáceos exóticos que rodeiam as praias como os caranguejos-coco, que atualmente são escassos na ilha, por sua carne ser bastante
saborosa e apreciada pelos moradores.
O lagarto-monitor, da mesma família do
dragão de Komodo, também é uma das
espécies que habitam a ilha e muitas vezes interagem com os turistas, que costumam alimentá-los.
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Sipadan - Malásia
por Massimo Mazzitelli
No passado, a ilha foi centro de uma disputa territorial entre a Malásia e a Indonésia. O caso foi
trazido para a adjudicação da Corte Internacional de Justiça e, no fim de 2002, a Corte tomou a
decisão de incorporar a ilha ao território malásio. As Filipinas também tentaram intervir no caso,
alegando que Sipadan era, na verdade, “Bornéu do Norte”, mas o pedido foi ignorado.
Em 23 de abril de 2000, 21 pessoas foram sequestradas pelo grupo terrorista filipino Abu Sayyaf. Os
terroristas armados chegaram de barco e forçaram 10 turistas e 11 trabalhadores a embarcarem
e levaram as vítimas para Mindanao, a segunda maior ilha das Filipinas. Todas as vítimas foram
libertadas. Depois do desastre, os resorts da ilha foram fechados, obrigando os mergulhadores a
hospedarem-se em ilhas vizinhas (Mabul e Kapalai) ou no continente (Samporna).
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Sipadan - Malásia
por Massimo Mazzitelli
Atualmente a ilha é presidida pelo exército Malásio. Os militares ficam alojados nos antigos resorts, controlando os turistas e
também os ataques constantes de piratas, comuns naquele
quadrante náutico.
A ilha de Sipadan é também ocupada pela Universidade de
Biologia da Malásia, que controla a desova de centenas de
tartarugas em suas belas praias de areia branca.
É considerada como um dos mais ricos habitats marinhos conhecidos e não por acaso, mergulhadores de todo o planeta
votaram em Sipadan como o melhor lugar para a prática de
mergulho do mundo. Cercada por águas cristalinas, pode-se
conhecer a ilha toda com apenas 25 minutos de caminhada.
Para chegar a Sipadan, é necessário voar até Tawau, seguindo de carro por uma hora e meia até Samporna. A partir daí,
cerca de uma hora de barco até chegar na ilha Kapalai e
pouco menos de uma hora na ilha de Mabul.
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Sipadan - Malásia
por Massimo Mazzitelli
Os mergulhos em Sipadan somente são
realizados com autorização prévia das
autoridades da Malásia e mediante
o pagamento de uma taxa de 40 ringgits (moeda malásia), mesmo assim,
algumas autorizações são negadas,
mas normalmente os resorts asseguram
pelo menos três imersões.
Ao chegar na ilha, os mergulhadores
dirigem-se diretamente ao ponto de
controle para que o registro do visitante seja feito.
Sipadan é acessível aos turistas e alguns pontos de apoio foram criados
para proporcionar maior conforto aos
seus visitantes. Entre os mergulhos é
possível descansar e até fazer um picnic. Também pode-se fazer mergulhos
com snorkel. Dar a volta na ilha a pé
é proibido. Algumas pessoas o fazem
sabendo dos riscos que correm.
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Sipadan - Malásia
por Massimo Mazzitelli
Existem 13 pontos de mergulho em Sipadam, todos maravilhosos, mas os mais cobiçados e procurados são: Barracuda Point,
Mid Reef e Turtle Patch.
Outro ponto conhecido, é chamado Turtle Cavern. Trata-se de
uma formação calcária formando labirintos de túneis e câmaras que contêm muitos restos de tartarugas que ali se perderam
e não conseguiram voltar para a superfície para respirar, morrendo sufocadas. Até ossos de golfinhos já foram encontrados
no lugar.
A caverna se extende por mais de 80 metros, abrindo passagem
para uma segunda caverna, onde existe um verdadeiro cemitério de tartarugas. Infelizmente alguns mergulhadores fizeram
ali seu último mergulho. Hoje uma placa de advertência foi colocada na entrada do labirinto com a seguinte inscrição: “não
entre, perigo de morte”
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Sipadan - Malásia
por Massimo Mazzitelli
Em 1988, quando Jacques Cousteau mergulhou no local com sua equipe, ficou impressionado com a cena fantasmagórica de dezenas e
dezenas de carcaças de tartarugas depositadas no local. Uma delas
ainda tinha uma rêmora junto a seu corpo. Sinal de que a morte era
recente.
As correntes na região não são fortes, a temperatura da água gira em
torno dos 28 – 29ºC. Apesar da pesca com dinamites (prática comum
no local) e com cianeto, as águas ainda são muito ricas em peixes.
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Sipadan - Malásia
por Massimo Mazzitelli
Barracuda Point é famoso pelo grande número de barracudas ponta negra, Sphyraena putnamiae e barracudas ponta amarela Sphyraena jello, assim como numerosos
cardumes de peixes-morcego das espécies
Platax boersii, Platax orbicularis, Platax teira
e Platax carangidi.
A presença de tubarões também é certa.
Espécies como o tubarão-galha-brancade-recife (Triaenodon obesus) é a mais
comum, mas com um pouco de sorte, encontram-se tubarões-cinzentos-de-arrecife
(Carcharhinus amblyrhynchos). Diversos tipos de pelágicos habitam as águas quentes de Sipadan, como o atum-azul, o atumgigante e cardumes de xaréus.
Mid Reef está situado a oeste de Sipadan e
é caracterizado pela presença de grandes
Bumper Head Fish: peixes – papagaio com
saliências enormes na cabeça e que se alimentam de corais.
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Sipadan - Malásia
por Massimo Mazzitelli
Existem centenas de tartarugas nas belas águas de Sipadam, sendo a mais
comum a Chelonia mydas, conhecida
como tartaruga-verde. Não raramente
podemos encontrar uma Eretmochelys
imbricata ou tartaruga-de-pente.
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Sipadan - Malásia
por Massimo Mazzitelli
Mas em Sipadam não se vê apenas isso.
Você pode encontrar espécies espetaculares e muito raras como o tubarão-baleia,
raias-chita, raias-manta e também os clássicos peixes de barreiras de coral como
gobies, bodiões, o estranho peixe-sapo e
diversos tipos de invertebrados e corais de
várias cores e espécies.
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Sipadan - Malásia
por Massimo Mazzitelli
Não é possível hospedar-se em Sipadan, o que obriga os mergulhadores e permanecerem em ilhas próximas como Mabul e Kapalai.
Por Daniela Maximo Breitbarg
Fotos: The Cousteau Society
O Calypso, barco utilizado por Jacques Cousteau em suas expedições,
está sendo restaurado e
preparado para abrigar
uma exposição na França, que marcará o centenário de nascimento
do explorador.
O lendário navio do capitão Jacques-Yves Cousteau vai finalmente voltar
ao mar, para abrigar uma
exposição em homenagem aos 100 anos do nascimento do explorador. O
navio, um ex-caça-minas
construído em 1942, foi
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adaptado em 1950 para
realização de suas expedições oceanográficas.
Conhecido como a
“Mona Lisa dos oceanos“, estava praticamente abandonado desde
que afundou, em 1996,
após um acidente em
Cingapura.
Mas agora, sob supervisão da Sociedade Cousteau e da Equipe Cousteau, liderada pela víuva do capitão, Francine
Cousteau, está na França novamente para ser
O capitão e seu inseparável
gorro vermelho
reformado e transformado
em museu.
As comemorações em
homenagem a Cousteau
em Paris devem terminar
em 2011 com a abertura
do Calypso.
A intenção é que a embarcação abrigue uma
exposição que incluirá os
minissubmarinos criados
por Cousteau, motos submarinas, cilindros, roupas
de mergulho, câmeras
e outros equipamentos
usados durante as expedições do oceanógrafo.
Cousteau mergulhando com
golfinhos. O capitão tinha grande
preocupação com o futuro dos
cetáceos, ajudando a restringir a
caça comercial de baleias
100 anos de um mito
- Malásia
Texto Sipadan
Por Daniela Maximo
Breitbarg
por Massimo Mazzitelli
“Às vezes, um minúsculo acontecimento
pode abalar o curso de nossa vida, se
temos a sorte de tomarmos consciência
dele. Foi o que me aconteceu em um dia
do verão, quando meus olhos se abriram
para o mar.” Jacques-Yves Cousteau, em
O Mundo do Silêncio, 1956
“A melhor maneira de observar um peixe é
virar um deles”, dizia Cousteau
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Campeonato Estadual de Foto Sub do RJ
Por Luiz Fernando Cassino
Grande Angular Modelo:
1º Luiz Fernando S. P. Cassino
2º Augusto Valente
3º Álvaro Velloso
No final do mês de agosto, 12 fotógrafos-mergulhadores cariocas se reuniram em Angra dos Reis para “confraternizar” no Campeonato Estadual
da modalidade. Digo “confraternizar”
porque soa até estranho chamar de
competição um evento onde fotógrafos localizam seres marinhos para
outros, trocam dicas para tornar suas
fotos mais atraentes, onde a assistente
de um mergulha com outro competidor, todos fazem questão de jantarem
juntos, e por ai segue o espírito de confraternização.
Grande Angular:
1º Luiz Fernando S. P. Cassino
2º Fábio Freitas
3º Augusto Valente
O evento estadual já se caracteriza
pela mistura entre alguns dos melhores
fotógrafos submarinos do país e outros
que ainda estão iniciando na atividade. Nas cinco primeiras colocações no
geral, estão os favoritos: Cassino, Álvaro Velloso, Augusto Valente, Fábio Freitas e Herculano. São fotógrafos federados, que já disputam e se destacam
no Campeonato Nacional. São deles
as primeiras colocações em todas as
categorias, nas fotos que ilustram essa
matéria.
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Macro Temática:
1º Luiz Fernando S. P. Cassino
2º Álvaro Velloso
3º Augusto Valente
Mas o prêmio maior desse evento
fica com os demais competidores:
em geral com suas câmeras compactas, ouvem com atenção as dicas dos mais experientes, tiram suas
dúvidas, perguntam sobre os equipamentos, sobre as melhores técnicas para cada categoria. Enfim, levam para casa um pouco mais do
que trouxeram, um pouco mais de
experiência, e a vontade de continuar se aprimorando.
Atendendo ao desejo dos fotógrafos, os eventos de foto sub têm sido
organizados em pousadas associadas a operadoras de mergulho, de
modo que o embarque seja realizado em cais próprio, sem a necessidade de deslocamento diário. Fotógrafos carregam uma boa “tralha”
extra para os mergulhos, e obviamente adoram essa facilidade. Foi
assim já no Campeonato Nacional
em março passado, na pousada
Porto Canal em Cabo Frio, com as
operadoras Litoral Sub e OverSea; e
agora para o Estadual, os fotógrafos escolheram a recém inaugurada base da operadora ÓCEAN, na
pousada Angra Fashion em Angra
dos Reis. A excelente embarcação
atraca no cais da própria pousada,
onde já existe uma base de mergulho de frente para o mar, ao melhor
estilo do Caribe.
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Macro Livre
1º Álvaro Velloso
2º Fábio Freitas
3º Augusto Valente
Peixe Detalhe:
Campeonato Estadual de Foto Sub do RJ
Por Luiz Fernando Cassino
1º Álvaro Velloso
2º Raimundo Herculano
3º Luiz Fernando S. P. Cassino
Peixe Inteiro:
1º Luiz Fernando S. P. Cassino
2º Augusto Valente
3º Fábio Freitas
Campeonato Estadual de Foto Sub do RJ
Por Luiz Fernando Cassino
Os mergulhos foram realizados na Ilha Grande, na Laje Branca e na Ilha de Itacuatiba. Foram
quatro mergulhos, como nas regras do evento nacional, todos em busca de fotos para as seis
categorias. O motivo temático foi uma surpresa para todos, já que os assuntos foram propostos e votados navegando para o primeiro ponto de mergulho. O tema escolhido foram as
estrelas do mar, um dos símbolos naturais de Angra dos Reis. Nessa categoria prevalesceram
as fotos de supermacro, onde o assunto é ampliado a ponto de percebermos detalhes que
não são vistos a olho nú.
Para os amantes da foto sub de todo o Brasil, de 01 a 31 de outubro estarão abertas as inscrições para o IX Grande Prêmio Brasil Proacqua de Foto sub, concurso on-line para fotografias
obtidas em território nacional. Selecionem suas fotos, enviem através do site (www.imagemsub.com.br) e boa sorte!
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Classificação Geral:
1º Luiz Fernando Cassino
2º Álvaro Velloso
3º Augusto Valente
MIN 5MM
Navegue num mar de oportunidades.
Os grandes lançamentos em lanchas, barcos, jet skis
e acessórios náuticos vão ancorar na melhor cidade
para se fazer negócios. Oportunidades incríveis para
você começar o verão com tudo novo! Reserve espaço
na agenda e confira o maior evento náutico indoor da
América Latina. É sua chance de ver as novidades das
marcas mais desejadas do mercado.
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Segunda a sexta 14h às 22h | Sábado e domingo 12h às 22h
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Apoio
Realização
Recife - Pernambuco
Brasil por Alcides Falanghe
Recife, a capital dos naufrágios
Segundo a história extraoficial, o
primeiro europeu a colocar os pés
em terras brasileiras foi o espanhol
Vicente Pinzon, que fundeou suas
caravelas Frali, Pinta e Nina nas proximidades do Cabo de Santo Agostinho em novembro de 1499.
Antes dele, os chineses por volta de
1421 também teriam passado por
aqui. Cabral, na realidade, só veio
tomar pose em nome da coroa portuguesa, uma vez que o Tratado de
Tordesilhas, assinado em 1494, já havia dividido a América entre a Espanha e Portugal com as benções da
Igreja Católica.
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Recife - Pernambuco
Brasil por Alcides Falanghe
No século XVI, Vila de Olinda era a capital da Capitânia Hereditária de Pernambuco construida sobre um morro que avança sobre o mar. Mais ao sul, um pequeno povoado, próximo
a um ancoradouro natural na foz do rio Capibaribe, conhecido como Porto dos Arrecifes
começou a ganhar importância com a exportação de açúcar. Em 1631, os holandeses sob o
comando de Maurício de Nassau invadiram Pernambuco e transformaram o vilarejo em uma
cidade cosmopolita, com plano diretor de urbanização, saneamento básico, fortificações e
um belo porto. Batizada como Mauritzstadt, foi a capital do Brasil holandês durante 24 anos,
quando os portuguêses retomaram a cidade que passou a se chamar Recife.
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Recife - Pernambuco
Brasil por Alcides Falanghe
Na retirada, parte dos holandeses e judeus que formavam quase metade da população branca, levaram consigo escravos negros para colonizar a ilha de Curaçao no
Caribe. Graças a esta influência, o papiamento, lingua oficial das Antilhas Holandesas, tem como base o português.
Outra parte dos holandeses foi se abrigar na costa leste dos Estados Unidos, fundando a cidade de Nova Amsterdan, que mais tarde viria a ser chamada de Nova York.
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Recife - Pernambuco
Brasil por Alcides Falanghe
Na retomada de Recife, foi praticamente destruída pelos portugueses.
O crescimento parou e só em 1808
com a abertura dos portos, a cidade
voltou a crescer. Os vestígios desta
época ainda podem ser vistos nos
antigos fortes, casarões e igrejas do
Recife Antigo restaurados em 1986.
Olinda é outra visita obrigatória, por
seus monumentos históricos e pela
linda vista que deu origem ao nome
da cidade.
A rica história de Recife se extende
ao fundo do mar. Boa parte de seus
naufrágios são cápsulas de tempo
dos primordios da navegação a vapor. Repousam em um imenso deserto de areias brancas, restos de navios
outrora movidos por rodas de propulsão, como o Vapor dos 48, ainda não
identificado, o Jaguaribe, também
conhecido como Vapor de Baixo e
o magnífico Vapor Bahia, sem dúvida um dos mais belos naufrágios da
costa brasileira.
Com concepção um pouco mais
moderna, mas ainda remanecente
do século XIX, o Pirapama é o naufrágio mais popular de Recife, graças a proximidade do porto e a exuberância da vida marinha que vive
ao seu redor.
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Recife - Pernambuco
Brasil por Alcides Falanghe
Naufrágios como o Flórida, o Alvarenga, a Chata, o San Martin e a
Draga Massagana contam a história do século XX. Já a Corveta Camacuã e suas cargas de profundidade, nos remetem à 2ª Guerra
Mundial. Mas os tempos modernos
chegaram ao mar de Recife.
Um programa pioneiro no Brasil de
criação de recifes artificiais, envolvendo governo, órgãos ambientais,
operadoras de mergulho e empresas privadas, já levou ao fundo diversas embarcações nas proximidades do porto de Recife, que hoje
são autênticos oásis de vida marinha.
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Recife
- Pernambuco
Mato
Grosso
- Bonito
Brasilpor
porIvan
Alcides
Falanghe
Brasil
Cavas
Filho
Outras duas embarcações foram afundadas ao largo
da Ponta de Serrambi. Cardumes gigantescos de xiras,
enxadas e peixes-galo chegam a encobrir estes naufrágios. Seus porões e cabines servem de abrigo para
lambarús, beijupirás, meros, garoupas e uma grande
quantidade de peixes tropicais.
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Recife - Pernambuco
Brasil por Alcides Falanghe
Raias-prego e tartarugas-marinhas, algumas centenárias, também são frequentemente vistas nestes pontos de mergulho.
Recife é hoje um dos principais destinos
de mergulho do Brasil. Graças a iniciativas
como estas, que permitiram a profissionalização das operadoras de mergulho e às
condições climáticas privilegiadas com
sol e o mar azul, quente e translúcido a
poucas milhas da costa, principalmente
entre os meses de setembro a abril, a reputação dos mergulhos em Pernambuco
começam a ultrapassar nossas fronteiras
e a atrair turistas do mundo inteiro. Uma
lição a ser seguida pelo resto do Brasil.
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Recife
Amazonas
- Pernambuco
- Botos
Brasil por
Brasil
Alcides
por Marcio
Falanghe
Lisa
QUEM LEVA:
AQUÁTICOS - WWW.AQUATICOS.COM.BR
ATITUDE ACQUA - WWW.ATITUDEACQUA.COM.BR
PROJETO MAR - WWW.PROJETOMAR.COM.BR
SCUBA REC - WWW.SCUBAREC.COM.BR
SEAGATE - WWW.SEAGATERECIFE.COM.BR
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Equipamentos
por Editor
Nadadeira Mares X-Stream
Com quatro patentes registradas e dois anos
de intensa pesquisa e desenvolvimento, creio
que esse equipamemto inaugura uma nova
era em termos de tecnologia, performance e
conforto para as nadadeiras do futuro.
Tirando toda a parte de inovações e tecnologias avançadas vamos ao que interessa na
prática:
Tive a oportunidade de testá-la durante 10
dias em mergulhos bem puxados em Malpelo
e Gorgona, mergulhos com muita correnteza,
usando Zodiacs, enfrentando condições adversas. Confesso que o equipamento me impressionou muito, mais em termos de eficiência e resultado do que no design que por si só.
Já inaugura um novo patamar entre as nadadeiras existentes hoje no mercado; ela é linda,
futurística e inovadora, e em baixo da água
é melhor ainda, muita potência com muito conforto e o mínimo de esforço, um sonho de consumo, a
nadadeira do teste nem voltou para o distribuidor, já ficou como parte do meu equipamento pessoal.
Há muito tempo procurava uma nadadeira com as características da X-Stream, leve, material resistente,
feixos mais inteligentes, e boa performance em correnteza, sem perder o conforto, pois mergulhos diários
consecutivos acabam por judiar bastante dos pés e das pernas.
A nadadeira passou no teste prático e entrega o que promete, se comporta perfeitamente em todos os
tipos de pernada e possibilita manobras precisas com muita estabilidade, o sistema OPB (optimized pivoting blade) distribui a força de forma linear em toda a pernada, e diminui bastante o esforço. Toda a
parte da calçadeira, é vazada e neutraliza o efeito paraquedas, não permitindo o acúmulo de água e
diminuindo o arrasto, além de ser uma nadadeira muito rápida, uma execelente opção de compra.
Disponível em várias cores, você pode encontrá-la nas melhores lojas de mergulho do Brasil
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Exclusivo sistema Oceanic de algoritmo duplo:
Escolha entre: Pelagic DSAT (Spencer/Powell data basis) ou Pelagic
Z+ (Buhlmann ZHL-16C data basis)
Sistema de transmissão via wirelles para ar integrado
Corpo em Titanium resistente a 200 metros de profundidade operacional
Avançado sistema de bússola digital
3 transmissores independentes e até 3 misturas de nitrox 100 % O2
Verifique o ar do seu dupla com os transmissores wireless
Função relógio completa com alarme, time zone e cronômetro
Mode Gauge
Infinity Sports - www.infinitysports.com.br
Consulte um revendedor autorizado
Mundialmente publicado, Daniel
Botelho é fotojornalista, dedicado
a documentar a vida selvagem
em todos os seus aspectos,desde
comportamento natural, até
conservação. Hoje realiza expedições e contribui para National
Geographic, BBC Wildlife, Ocean
Geographic, Horizonte Geográfico, Mergulho, Underxmag, Africa
Geographic,Shark Diver Magazine, Gracie Magazine, Vogue,
Time Magazine, entre outras. Em
sua busca incessante por flagrantes raros, Daniel passa grande
parte de seu tempo embaixo d
água, ou no mato.
O resultado deste trabalho pode
hoje ser visto em mais de cem
campanhas publicitárias no mundo.Daniel é fotografo chefe do
Sea Shepherd Brasil e membro integrante do instituto de pesquisas
Sharklab em Malta.Recentemente recebeu o titulo de “Embaixador do mar” oferecido pela Sea
Shpeherd Conservation Society
nos EUA.
Sardine Run.
Africa do Sul
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Portfolio - Daniel Botelho
Portfolio
Daniel Botelho
Galha branca oceanico em mergulho noturno.
Bahamas
Peixe palhaço verdadeiro.
Indonésia
Underxmag: como e quando começou a fotografar (sub)?
Foi em 2000, com 19 anos de idade. Naquela época, eu nutria três paixões na minha vida, o mergulho, a música e a fotografia. Na adolescência, surgiu o sonho de viver de uma destas paixões. Todos achavam que eu me transformaria em um músico, naquela época eu tocava
bateria em uma banda de jazz. Todo o amor pela música e pela bateria, sucumbiu a poderosa mistura de duas das três paixões originais, foi
quando me dei conta que poderia retratar para o mundo, fotografando e mergulhando, a razão de tanto amar o fundo do mar. Hoje ainda
toco bateria, mas apenas por hobby.
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Porco aquatico.
Bahamas.
Portfolio
Daniel Botelho
Jelly Fish Lake.
Palau
Tubo.
India
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Portfolio
Daniel Botelho
Nudibranquio.
Indonesia
Camarão e anemona.
Indonesia
Peixe pedra.
Indonesia
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Portfolio
Daniel Botelho
Underxmag: que lugares você já visitou?
Baleia Azul.
Pacifico
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Já estive em mais lugares do que um dia poderia ter sonhado! Vou
citar a África do Sul, como sendo um dos meus preferidos, e alguns
eventos, como os mais memoráveis: baleias-de-tonga, cabeças
-chata de Fiji, corrida das sardinhas na África, sailfish no México,
India, com o elefante nadador e o mais recente, baleias-azuis no
Pacifico.
SailFish.
México
Portfolio
Daniel Botelho
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Portfolio
Daniel Botelho
Tartaruga verde.
Brasil
Jubarte e cria.
Tonga
Underxmag: o que espera conseguir com seu trabalho ?
A principio, como em qualquer trabalho meu sustento, mas com a crescente depredação de nossos mares, o conservacionismo se tornou uma constante de minhas
atividades, não apenas por responsabilidade social, mas também por minha sobrevivência. Se matarem os tubarões, as baleias, as mantas, acabarem com os oceanos, o que irei fotografar?
Como fruto de meu trabalho, espero sempre receber uma foto artístico jornalista,
essa é a premissa principal. Contudo, hoje em dia, no momento da criação artística,
não consigo mais ficar alheio a dramaticidade da carnificina dos mares, e coloco
todo meu amor, minha emoção, alegrias, tristezas e frustrações nas imagens, com
esperança de renovar o amor daqueles que conhecem o mar, e instigar um carinho
daqueles frios corações, que pouco ligam para o que acontece em nossos oceanos. Em 2009, fui condecorado pelo Sea Shepherd como embaixador do mar, costumo dizer que sou apenas o mensageiro, as embaixadoras de verdade, são as fotos.
Cardume de sardinhas.
Africa do Sul
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Peixe mandarim em reprodução.
Micronesia.
Nudibranquio.
Indonesia
Portfolio
Daniel Botelho
Ovos de peixe palhaço.
Serpente marinha listrada,farejando a caça
com os sensores localizados na lingua.
Carangueijo Ermitão
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Portfolio
Daniel Botelho
Elefante nadador.
India
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Portfolio
Daniel Botelho
Mola Mola.
Pacifico norte
Cauda da baleia azul.
Pacifico
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Portfolio
Daniel Botelho
Sailfish.
Mexico
Nariz de garrafa.
Micronesia
Mantas.
Bali
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Mergulhador e sardinhas.
Africa do Sul
Portfolio
Camarão tigre.
Indonesia
Daniel Botelho
Sépia pigmea (pigmy cuttle fish)
atacando camarão.
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Portfolio
Daniel Botelho
Longimanus “conferindo” o dome port!
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Foto sub
Por Kadu Pinheiro
Behind the shot
Corais moles com mergulhador em Yanbu na Arábia Saudita
Fotografar uma paisagem de recife bem colorida com um mergulhador em contraluz é uma imagem clássica e muito bacana, cria-se um contraste e uma atmosfera
bem interessantes. Não sou muito adepto da pose de modelo esticadinho e artificial
com lanterninha em punho, bem batida e explorada em campeonatos e fotos de revistas. Acho que podemos explorar o tema com enguadramentos mais interessantes
e naturais, como o da foto analizada, valorizar o primeiro plano com uma iluminação
balanceada mantendo o contraste do fundo azul e mais escuro é o segredo para
criar a composição.
Abaixo opção de esquema de posicionamento do flash para GA com 2 flashs.
Como o ângulo de cobertura de um flash com esta potência é bem grande, este
posicionamento evita que as partículas em suspensão na água apareçam refletidas
na foto. Manter os flashs na diagonal externa ou interna é a pegadinha, sempre com
os braços bem recuados em relação ao dome.
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Foto sub
Por Kadu Pinheiro
DSLR Canon 20D
Caixa Aquatica A20
2 Flashs Sea&Sea YS-110 Alpha em
modo manual em potência full
Lente Tokina 10-17 mm em 10
Abertura: 11
Velocidade: 1/200
ISO: 200
White Balance: Auto
Dica: o posicionamento do flash pode e deve sofrer ajustes para evitar as sombras do objeto em primeiro plano
buscando sempre a melhor cobertura de iluminação da cena e tomando cuidado ao direcioná-lo a objetos
com cor branca para não estourar esse pedaço da cena.
Boas fotos,
Kadu Pinheiro
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Aquaworld
Por Editor
NAUFRAGIOS DO BRASIL-UMA CULTURA SUBMERSA
Em todo o litoral brasileiro existem mais de 2.000 naufrágios catalogados desde a
época do descobrimento. Com certeza, o número é bem superior a este. Muitos
deles se perderam com o tempo e o desgaste natural de suas estruturas. Mas
há os que permanecem vivos na memória, tanto por sua importância histórica
como pelo interesse arqueológico ou de visita por grupos de mergulho. Alguns
destes naufrágios foram selecionados para minuciosa investigação pelo jornalista especializado José Carlos Silvares , para compor com um acervo inédito de
imagens históricas e subaquáticas do fotógrafo Subaquatico Fernando Clark,
o livro “Naufrágios do Brasil – Uma Cultura Submersa”. É a primeira obra literária
brasileira de grande abrangência sobre o tema e reveladora de fatos reais que
justificam a sua publicação pela editora Cultura Sub.
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Agosto de 2011
1º SHOOTOUT BRASIL - BONAIRE
Organização: Revista Mergulho | Revista Underxmag | Daniel Botelho Fotografia
Sea Shepherd
Canal Aberto
Sistema de aviso antecipado para baleias: a Sea Shepherd posiciona sistema acústico de aviso para baleias nas Ilhas Feroe
Traduzido por Marcelo C. R. Melo, voluntário do ISSB
Durante as últimas semanas, a Sea Shepherd Conservation Society manteve presença no Protetorado Dinamarquês das Ilhas Feroe.
A Sea Shepherd é acompanhada pela Fundação Brigitte Bardot na nossa oposição à chacina brutal e bárbara de baleias piloto pelos cidadãos das Ilhas Feroe.
É uma chacina ainda mais horrível do que a matança de golfinhos em Taiji, no Japão, e está ocorrendo na
Europa, violando a Convenção de Berne, à qual a Dinamarca é signatária.
Do nosso navio, o Golfo Azzurro, a Sea Shepherd e a Fundação Brigitte Bardot vem reunindo evidências sobre
a matança de baleias e golfinhos, e posicionando aparelhos acústicos experimentais na água para desviar
as baleias piloto para longe da ilha.
Nós mantivemos essa ideia em silêncio até agora, mas hoje a mídia das Ilhas Feroe relatou que um grupo de
baleias-piloto escapou por causa de sons sendo emitidos sob a água.
Bem, eles nos pegaram. Nós estávamos fazendo exatamente isso. E aparentemente o aparelho funciona, e
se ele funciona voltaremos no próximo ano com mais desses aparelhos para distribuir.
Os moradores das Ilhas Feroe matam grupos inteiros de baleias, incluindo as grávidas jovens. Nenhuma baleia sobrevive, uma vez que eles sacam suas longas facas e clavas. Elas morrem em uma orgia agonizante e
sangrenta, enquanto pescadores bêbados golpeiam, esfaqueiam, batem e cortam os animais indefesos até
sua morte, enchendo a baia de sangue.
Os feroenses o chamam de “The Grind” (A Trituração) e dizem que é uma tradição e um presente de Deus. Nós chamamos isso de um esporte sádico e sangrento e um crime, uma violação
das regras da Comunidade Européia, da qual as
Ilhas Feroe recebem todos os benefícios.
Os aparelhos acústicos podem ser deixados no
mar e operam por semanas por baterias.
Eles podem ser a chave para salvar as vidas de
muitas dessas gentis baleias, mantendo-as longe
da recepção cruel e violenta que os feroenses
as dariam
A tripulação do Golfo Azzurro não quebrou ne78
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nhuma lei, e, portanto, a Marinha dinamarquesa só pode escoltá-los; não
pode embarcar ou prendê-los.
Essa campanha está sendo conduzida pela Presidente da Sea Shepherd na
França, Lamya Essemlali.
No início deste verão, o agente secreto da Sea Shepherd, Peter Hammarstedt, conseguiu documentar um dos massacres mais cruéis de baleias piloto.
Desde então, os feroenses vêm encobrindo os fetos que são arrancados dos
ventres das fêmeas para que não possam ser fotografados, indicando que
até eles podem estar um pouco envergonhados das suas atividades sádicas.
Fotos: Peter Hammarstedt
Mergulho Livre
Por Ricardo Gama Bahia, atleta FUNDIVE
Mergulho livre e recordes: reflexão sobre os limites humanos.
O mergulho livre ou apneia pode ser considerado como uma das modalidades esportivas de superação que mensuram a capacidade do
ser humano em realizar atividades com o seu corpo, assim como a natação, o levantamento de peso e algumas modalidades contempladas pelo atletismo como a corrida, salto em altura, salto em distância,
entre outras.
Ano após ano, vemos recordes mundiais sendo quebrados nessas modalidades. E eis que sempre nos surge um questionamento: até onde o
ser humano pode chegar?
Existe uma marca específica para cada esporte. Até onde seria humanamente possível ultrapassá-la?
Alguns esportes mais tradicionais como a corrida e a natação já atingiram um ponto de superação de recordes a partir do qual qualquer
avanço ocorre na ordem de décimos de segundo (veja exemplo na
tabela 1). Por outro lado, no mergulho livre, esporte em fase de desenvolvimento, ainda é frequente nos depararmos com quebras de
recordes mundiais com diferenças de mais de um minuto para a marca anterior, quando se trata de apneia estática (tabela 2), ou com
mais de 10 metros quando se tratando de disciplinas que envolvem
distância ou profundidade. Quando Jacques Mayol, em 1976, tornouse o primeiro homem a conseguir atingir 100 metros de profundidade
em apnéia, não poderia imaginar que, em apenas três décadas, essa
marca já teria sido superada em mais de 100 metros – atualmente o
recorde mundial da categoria No Limits já se encontra em 214 metros.
Em teoria, posso seguramente afirmar que o homem, jamais, em nenhum esporte, será capaz de atingir a máxima excelência em performance a ponto de tornar um recorde humanamente insuperável.
As variáveis que interferem no rendimento de um atleta são pratica-
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mente infinitas. Vamos supor que existisse uma receita para construir o atleta perfeito para um determinado esporte. Então nela estariam descritos quais
genes este atleta deveria ter em seu DNA ou, a grosso modo, quem deveriam
ser os seus pais; qual a alimentação ideal que ele deveria ter desde o seu nascimento; qual a criação, influência cultural e educação deveria lhe ser dada
por seus pais e todas as outras pessoas à sua volta; quais treinamentos deveria
praticar no decorrer de sua vida; qual a técnica ideal deveria aplicar em sua
modalidade, quais processos emocionais teria que experimentar, qual assistência psicológica lhe deveria ser fornecida; que motivação teria em sua mente;
em que ambiente e clima deveria viver, assim como todos outros mínimos detalhes, interiores ou exteriores, que eventualmente poderiam se relacionar com
o seu desempenho. Diante desta infinitude de fatores que podem influenciar
uma performance, se torna fácil perceber como seria impossível para qualquer
ser humano conseguir combinar todos eles de forma perfeita a seu favor.
A quebra de um recorde mundial representa o rompimento de um
paradigma sobre o limite humano. Um recordista é um pioneiro
que abre caminho para que, cedo ou tarde, outras pessoas consigam chegar lá onde ele chegou. Somos gratos ao lendário atleta Filípides que supostamente no ano de 490 a.C. correu o mais
rápido que pôde os 42 km de Marathónas a Atenas para levar a
notícia sobre a vitória de uma batalha. Teria sido um feito incrível
para a sua época, tanto que o levou à morte logo após cumprir
a missão. Hoje vemos que qualquer pessoa saudável e bem treinada é capaz de completar uma maratona e ainda pode se dar
ao luxo de permanecer viva ao seu final. Já no mergulho livre, não
podemos deixar de agradecer o brasileiro Américo Santarelli que,
em 1960, conseguiu romper a barreira dos -40 m, contestando publicamente o limite imposto por fisiologistas da época e abrindo
portas para muitos outros recordes na apnéia. Por trás de cada
recorde existe uma trajetória percorrida pelo atleta que serve de
lição para seus sucedentes. Trata-se de um legado que promove
um novo ponto de partida para quem está iniciando no esporte.
A superação humana é um processo de constante evolução. Podemos chegar até muito próximo do clímax, mas o verdadeiro limite se encontra ali, bem longe, no infinito.
Mergulho Livre
Por Ricardo Gama Bahia
Tabela 1. Progressão dos recordes mundiais de natação na categoria
50 m livre nas últimas duas décadas
Data
Atleta
País
24.03.1990 Tom JagerEstados Unidos
24.03.1990 Tom JagerEstados Unidos
01.06.2000 Alexander PopovRússia
17.02.2008Eamon Sullivan
Austrália
23.03.2008 Alain Bernard
França
27.03.2008Eamon Sullivan
Austrália
28.03.2008Eamon Sullivan
Austrália
26.04.2009 Frédérick Bousquet
França
18.12.2009 César CieloBrasil
Tempo (seg)
21.98
21.81
21.64
21.56
21.50
21.41
21.28
20.94
20.91
Tabela 2. Progressão dos recordes mundiais de Apnéia Estática nas
últimas duas décadas
Data
Atleta
País
08.01.1994 Andy Le Sauce
França
16.01.1994 Andy Le Sauce
França
16.12.1994 Andy Le Sauce
França
02.04.1996 Andy Le Sauce
França
04.04.1996 Andy Le Sauce
França
03.07.2001Martin StepanekRep. Tcheca
11.06.2004 Tom Sietas
Alemanha
12.12.2004 Tom Sietas
Alemanha
30.08.2006 Tom Sietas
Alemanha
13.12.2006 Herbert Nitsch
Austria
01.05.2007 Tom Sietas
Alemanha
12.05.2008 Tom Sietas
Alemanha
07.06.2008 Tom Sietas
Alemanha
08.06.2009Stephane Mifsud
França
Tempo (min)
6:48
7:06
7:16
7:24
7:35
8:06
8:47
8:58
9:00
9:04
9:08
9:15
10:12
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