relatório 35

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relatório 35
I S A A A
SERVIÇO INTERNACIONAL
PARA A AQUISIÇÃO
DE APLICAÇÕES
EM AGROBIOTECNOLOGIA
Relatórios ISAAA
RELATÓRIO 35
Situação Global das Lavouras Geneticamente Modificadas (GM)
Comercializadas: 2006
Por
Clive James
Presidente do Conselho Diretor do ISAAA
Área global de lavouras GM
Em milhões de hectares (1996 a 2006)
Total
Países industrializados
Países em desenvolvimento
Plantações GM
em 22 países
Aumento de 13%, 12 milhões de hectares ou 30 milhões de acres entre 2005 e 2006.
Fonte: Clive James, 2006
No. 35 - 2006
RELATÓRIO 35
Situação Global das Lavouras Geneticamente Modificadas (GM) Comercializadas: 2006
Por
Clive James
Presidente do Conselho Diretor do ISAAA
No. 35 - 2006
Co-patrocinadores:
Ibercaja, Espanha
The Rockefeller Foundation, EUA
ISAAA
O ISAAA é grato à Ibercaja e à Rockefeller Foundation pelo apoio à preparação desta súmula e sua
livre distribuição nos países em desenvolvimento. O objetivo é fornecer informações e conhecimentos à comunidade científica e à sociedade, em referência às culturas GM para intermediar
uma discussão informada e transparente que se relacione com seu papel para a segurança de
alimentos, rações e fibras e para alcançar uma agricultura mais sustentável. O autor, não os copatrocinadores, assume completa responsabilidade pelos pontos de vista expressos nesta publicação e por quaisquer erros, omissões ou interpretações errôneas.
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(2006) Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA)
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Citação:
James, C. 2006. Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops: 2006. ISAAA Briefs No. 35.
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CONTEÚDO
Lista de tabelas e figuras ..................................................................................................... ...........
Resumo executivo ..........................................................................................................................
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Introdução ..................................................................................................................... ................
Área global das culturas GM em 2006 ...........................................................................................
Distribuição das culturas GM em países industriais e em desenvolvimento ...................................
Distribuição das culturas GM por país ...........................................................................................
EUA ............................................................................................................................ .............
Argentina ...................................................................................................................... ...........
Brasil ......................................................................................................................... ...............
Canadá ......................................................................................................................... ...........
Índia .......................................................................................................................... ..............
China .......................................................................................................................... .............
Paraguai ....................................................................................................................... ............
África do Sul .................................................................................................................. ..........
Uruguai ........................................................................................................................ ............
Filipinas ...................................................................................................................... .............
Austrália ...................................................................................................................... .............
Romênia ........................................................................................................................ ..........
México ......................................................................................................................... ............
Espanha ........................................................................................................................ ...........
Colômbia ....................................................................................................................... ..........
França ......................................................................................................................... .............
Irã ............................................................................................................................ ................
Honduras ....................................................................................................................... ..........
República Checa ......................................................................................................................
Portugal ....................................................................................................................... ............
Alemanha ....................................................................................................................... .........
Eslováquia ..................................................................................................................... ...........
Distribuição das lavouras GM por cultura ......................................................................................
Soja GM ........................................................................................................................ ...........
Milho GM ....................................................................................................................... .........
Algodão GM ..................................................................................................................... .......
Canola GM ...................................................................................................................... ........
Arroz GM ....................................................................................................................... ..........
Alfafa GM ...................................................................................................................... ..........
Outras culturas GM .................................................................................................................
Distribuição das culturas GM por característica .............................................................................
Culturas GM dominantes em 2006 ................................................................................................
Adoção global de soja, milho, algodão e canola GM ....................................................................
Valor global do mercado de culturas GM .......................................................................................
Situação global das aprovações .....................................................................................................
Panorama global de biocombustíveis .............................................................................................
Comentários finais .........................................................................................................................
O futuro ....................................................................................................................... ............
Agradecimentos ................................................................................................................. ............
Apêndice. Situação Global das Aprovações ...................................................................................
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i
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabelas
Tabela 1.
Tabela 2.
Tabela
Tabela
Tabela
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5.
6.
Tabela
Tabela
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Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
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12.
13.
14.
15.
16.
17.
Área global das lavouras GM de 1996 a 2006.
Área global das lavouras GM em 2005 e 2006: países industrializados e em
desenvolvimento (milhões de hectares).
Área global das lavouras GM em 2005 e 2006: por país (milhões de hectares).
Adoção do algodão Bt na Índia por estados principais (milhares de hectares).
Utilização de eventos/ híbridos de algodão Bt aprovados por região da Índia em 2006.
Utilização de eventos/ híbridos de algodão Bt aprovados por companhias na Índia
de 2002 a 2006.
Adoção de culturas GM na África do Sul de 2001 a 2006 (milhares de hectares).
Área global das lavouras GM em 2005 e 2006: por cultura (milhões de hectares).
Área global das lavouras GM em 2005 e 2006: por característica (milhões de hectares).
Culturas GM dominantes em 2006 (milhões de hectares).
Área Global de Culturas GM, em % da área global das principais culturas, 2006
(milhões de hectares).
Valor global do mercado de culturas GM de 1996 a 2006.
Situação global dos produtos GM que receberam aprovação desde 1996.
Número de eventos aprovados por cultura.
Eventos mais aprovados – Top 8.
Produção mundial de etanol por país em 2005.
Produção mundial de biodiesel por país em 2005.
Figuras
Figura 1.
Figura 2.
Figura 3.
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
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5.
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8.
Área global das lavouras GM de 1996 a 2006 (milhões de hectares).
Área global das lavouras GM de 1996 a 2006: países industrializados e em
desenvolvimento (milhões de hectares).
Área global (milhões de hectares) das lavouras GM, de 1996 a 2006: por país, megapaís,
e para os oito principais países.
Aprovação de eventos e híbridos de algodão Bt na Índia em 2006.
Área global das lavouras GM de 1996 a 2006: por cultura (milhões de hectares).
Área global das lavouras GM de 1996 a 2006: por característica (milhões de hectares).
Taxas de adoção global (%) para as principais culturas GM em 2006 (milhões de hectares).
Situação global das aprovações até novembro de 2006.
RESUMO EXECUTIVO
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
•
Em 2006, o primeiro ano da segunda década da comercialização de culturas da biotecnologia (No
Brasil, o nome mais comum é: culturas GM, usado, a seguir, neste texto. NT) a área global das culturas
GM continuou a crescer, pelo décimo ano consecutivo, a uma taxa sustentada de dois dígitos de
13%, ou 12 milhões de hectares (30 milhões de acres), alcançando 102 milhões de hectares (252
milhões de acres). Isso é um marco histórico; pois, pela primeira vez, 100 milhões de hectares de
culturas GM são cultivados em um mesmo ano. Para levar em conta o uso de duas ou três “características acumuladas”, que proporcionam múltiplos benefícios em apenas uma variedade GM, os 102
milhões de hectares, expressos como “hectares por característica”, são 117,7 milhões, ou seja, 15% a
mais dos estimados 102 milhões de hectares.
•
As culturas GM atingiram vários marcos em 2006: a área anual de culturas GM excedeu 100 milhões
de hectares (250 milhões de acres); pela primeira vez, o número de produtores desenvolvendo culturas GM (10,3 milhões) excedeu 10 milhões; a área acumulada, de 1996 a 2006, excedeu meio bilhão
de hectares, com 557 milhões (1,4 bilhão de acres), em aumento de 60 vezes, sem precedentes, entre
1996 e 2006, tornando-se a tecnologia agrícola mais adotada da história recente.
•
É notável que o aumento, ano a ano, de 12 milhões de hectares, em 2006, tenha se tornado o segundo
maior dos últimos cinco anos em área absoluta, apesar de as taxas de adoção nos EUA, o principal
produtor de culturas GM, estarem acima de 80% para soja e algodão. É notável, também, que, em
2006, a Índia, o maior produtor de algodão do mundo, tenha registrado um aumento proporcional, o
impressionante resultado de quase três vezes sua área de algodão Bt, alcançando 3,8 milhões de
hectares.
•
Em 2006, o número de países desenvolvendo culturas GM aumentou de 21 para 22, com o país da
UE, Eslováquia, plantando milho Bt pela primeira vez, na verdade, um total de 25 países com culturas GM na UE, anteriormente, 6. A Espanha continuou a ser o país líder na Europa, cultivando 60.000
hectares em 2006. É importante notar que a área coletiva de milho Bt nos outros países (França,
República Checa, Portugal, Alemanha e Eslováquia) aumentou cerca de cinco vezes: de aproximadamente 1.500 hectares, em 2005, para aproximadamente 8.500 hectares, embora em pequenas áreas;
espera-se que o crescimento nesses cinco países continue em 2007.
•
10,3 milhões de produtores, em 22 países, plantaram culturas GM em 2006, com 8,5 milhões em
2005. Dos 10,3 milhões, 90% ou 9,3 milhões (significativamente mais que os 7,7 milhões, em 2005)
eram pequenos, pobres em recursos, em países em desenvolvimento, cuja renda aumentada pelas
culturas GM contribuiu para o alívio da pobreza. Dos 9,3 milhões de pequenos fazendeiros, em sua
maioria cultivando algodão Bt, 6,8 milhões estão na China; 2,3 milhões, na Índia; 100.000 nas Filipinas; vários milhares na África do Sul, com o saldo em outros sete países em desenvolvimento que
plantaram culturas GM, em 2006. Esta modesta contribuição inicial das culturas GM à Meta de
iii
RESUMO EXECUTIVO
Desenvolvimento do Milênio, de reduzir a pobreza em 50%, em 2015, é um acontecimento importante, com enorme potencial na segunda década de comercialização, de 2006 a 2015.
•
Uma nova cultura GM, Alfafa tolerante a herbicida, foi comercializada pela primeira vez nos EUA,
em 2006. A alfafa RR® tem a distinção de ser a primeira cultura GM perene a ser comercializada e foi
plantada em 80.000 hectares, ou 5% dos 1,3 milhão de hectares de alfafa provavelmente semeados
nos EUA, em 2006. O RR® Flex, algodão tolerante a herbicida, foi lançado em 2006, ocupando uma
área substancial de mais de 800.000 hectares em seu primeiro ano e foi plantado como característica
única e como produto acumulado nos EUA, em uma pequena área na Austrália. Na China, notavelmente, uma cultura frutícola/alimentar, um mamão resistente a vírus desenvolvido localmente, foi
recomendado para comercialização no final de 2006.
•
Em 2006, os 22 países que plantam culturas GM compreendiam 11 países em desenvolvimento, 11
países individuais; eles eram, em ordem de área, EUA, Argentina, Brasil, Canadá, Índia, China, Paraguai,
África do Sul, Uruguai, Filipinas, Austrália, Romênia, México, Espanha, Colômbia, França, Irã,
Honduras, República Checa, Portugal, Alemanha e Eslováquia. Notavelmente, os oito primeiros plantaram mais de um milhão de hectares cada –portanto uma ampla e estável base para o crescimento
futuro das culturas GM.
•
Pela primeira vez, a Índia cultivou mais algodão Bt (3,8 milhões de hectares) do que a China (3,5
milhões de hectares) e subiu, na classificação mundial, duas posições, para o 5º lugar, passando a
China e o Paraguai.
•
É notável que mais da metade (55%, ou 3,6 bilhões de pessoas) da população mundial de 6,5 bilhões
moram nos 22 países onde as culturas GM foram desenvolvidas em 2006, gerando múltiplos benefícios significativos. Do mesmo modo, mais da metade (52%, ou 776 milhões de hectares) do 1,5
bilhão de hectares de terra cultivável no mundo estão nos 22 países onde culturas GM aprovadas
foram desenvolvidas em 2006.
•
Em 2006, os EUA, seguidos pela Argentina, Brasil, Canadá, Índia e China continuaram a ser os principais adotantes das culturas GM no mundo, com 54,6 milhões de hectares plantados nos EUA (53%
da área GM global) dos quais, aproximadamente, 28% eram de produtos acumulados, contendo duas
ou três características. Os produtos acumulados, atualmente em uso nos EUA, Canadá, Austrália,
México, África do Sul e Filipinas, são uma tendência importante e crescente, que enfrenta muitas
limitações de produtividade dos fazendeiros.
•
O maior aumento absoluto de área de culturas GM em todos os países foi nos EUA, estimado em 4,8
milhões de hectares, seguido pela Índia, com 2,5 milhões de hectares, o Brasil com 2,1 milhões de
hectares, e a Argentina e a África do Sul empatadas com 0,9 milhão de hectares, cada. O maior
aumento proporcional ou percentual foi na Índia, com 192% (quase três vezes, de 1,3 milhão de
hectares, em 2005, para 3,8 milhões de hectares, em 2006), seguido de perto pela África do Sul com
iv
RESUMO EXECUTIVO
180%, com um aumento impressionante na área de milho branco e amarelo, e as Filipinas com
100%, também devido a um aumento significativo na sua área de milho GM.
•
A soja GM continuou a ser a principal cultura GM, em 2006, ocupando 58,6 milhões de acres (57%
da área GM global), seguida pelo milho (25,2 milhões de hectares, 25%), algodão (13,4 milhões de
hectares, 13%) e canola (4,8 milhões, 5% da área GM global).
•
Desde o início da comercialização, em 1996, até 2006, a tolerância ao herbicida tem sido dominante, seguida pela resistência a insetos e genes acumulados para as duas características. Em 2006, a
tolerância ao herbicida, colocado na soja, milho, canola, algodão e alfafa, ocupou 68% ou 69,9
milhões de hectares da área GM global de 102 milhões de hectares, com 19,0 milhões de hectares,
(19%) plantados com culturas Bt, e 13,1 milhões de hectares (13%) com as características acumuladas, Bt e tolerância ao herbicida. O produto acumulado foi o grupo de característica de crescimento
mais rápido entre 2005 e 2006, em torno de 30%, comparados com 17% para resistência a inseto e
10%, para tolerância ao herbicida.
•
No período de 1996 a 2006, a proporção da área global de culturas GM plantadas nos países em
desenvolvimento aumentou consistentemente todos os anos. Quarenta por cento da área global de
culturas GM em 2006, equivalentes a 40,9 milhões de hectares, foram plantadas nos países em desenvolvimento, onde o crescimento foi substancialmente maior entre, 2005 e 2006, (7,0 milhões de
hectares ou 21% de crescimento) do que nos países industrializados (5,0 milhões de hectares ou 9%
de crescimento). O crescente impacto coletivo dos cinco principais países em desenvolvimento (Índia, China, Argentina, Brasil e África do Sul), representando os três continentes do sul (Ásia, América
Latina e África), é uma tendência continuada e importante para a adoção futura das culturas GM em
todo o mundo.
•
Nos primeiros 11 anos, a área total acumulada de culturas GM foi de 557 milhões de hectares, ou 1,4
bilhão de acres, equivalentes a mais da metade da área terrestre total dos EUA ou da China, ou 25
vezes o total da área terrestre do Reino Unido. Altas taxas de adoção refletem a satisfação dos produtores com os produtos, que oferecem benefícios substanciais, variando de maior conveniência e
flexibilidade no manejo da cultura, custo mais baixo de produção, maior produtividade e/ou retorno
líquido por hectare, benefícios à saúde e sociais, e um ambiente mais limpo por meio do menor uso
de pesticidas convencionais, o que contribui coletivamente para uma agricultura mais sustentável. A
continuada e rápida adoção das culturas GM reflete os substanciais melhoramentos para grandes e
pequenos fazendeiros, consumidores e sociedade, tanto em países industrializados como nos que
estão em desenvolvimento.
•
O levantamento1 mais recente do impacto global das culturas GM para a década de 1996 a 2005
1
GM Crops: The First Ten Years – Global Socio-economic and Environmental Impact by Graham Brookes and Peter
Barfoot, P.G. Economics.2006.
v
RESUMO EXECUTIVO
estima que os benefícios líquidos globais das culturas GM para os produtores, em 2005, foram de
US$ 5,6 bilhões, e US 27 bilhões (US$ 13 bilhões para os países em desenvolvimento e US$ 14
bilhões para os países industrializados) para os benefícios acumulados durante o período de 1996 a
2005; essas estimativas incluem os benefícios associados com o duplo cultivo de soja GM na Argentina. A redução acumulativa de pesticidas para a década de 1996 a 2005 foi estimada em 224.300
toneladas métricas de ingrediente ativo, o que é equivalente a 15% de redução no impacto ambiental
associado ao uso de pesticidas nessas culturas, como avaliado pelo Quociente de Impacto Ambiental
(QIA) – uma medida composta, baseada em vários fatores do impacto ambiental líquido de um ingrediente ativo individual.
•
As sérias e urgentes preocupações sobre o ambiente, levantadas no Relatório Stern sobre Mudança
Climática de 20062, implicam culturas GM, que podem contribuir para a redução dos gases estufa e
mudança climática de três modos principais. Primeiramente, a economia permanente de emissões de
dióxido de carbono, a partir do uso reduzido de combustíveis fósseis, associado a menor número de
pulverizações de inseticidas e herbicidas, em 2005, isso constituiu uma economia estimada em 962
milhões de kg de dióxido de carbono (CO2), equivalente a reduzir o número de automóveis, nas
estradas, em 0, 43 milhão. Em segundo lugar, o cultivo mínimo (menor ou nenhuma necessidade de
araduras para as culturas tolerantes a herbicida) para as culturas GM de alimentos, rações e fibras,
levaram a um seqüestro adicional, no solo, equivalente, em 2005, a 8,053 milhões de kg de CO2, ou
à remoção de 3,6 milhões de automóveis das estradas. Em 2005, portanto, as economias permanente
e adicional, combinadas por meio do seqüestro, foram equivalentes à economia de 9.000 milhões de
kg de CO2, ou à remoção de 4 milhões de automóveis das estradas. Em terceiro lugar, o cultivo futuro
de uma área adicional significativa de culturas GM para energia, a fim de produzir etanol e biodiesel,
substituirá os combustíveis fósseis, reciclando e seqüestrando carbono. Pesquisa recente indica que
os biocombustíveis poderiam resultar em uma economia líquida de 65% na exaustão dos recursos
energéticos. Uma vez que as culturas para energia, provavelmente, ocuparão uma área de cultura
adicional significativa no futuro, a contribuição das culturas de energia GM para a mudança climática
seria significativa.
•
Enquanto 22 países plantaram culturas GM, comercializadas em 2006, 29 países adicionais, em um
total de 51, concederam aprovações regulamentares para culturas GM para importação como alimento e rações, e para liberação no ambiente, desde 1996. No total, 539 aprovações foram concedidas para 107 eventos, em 21 culturas. Portanto, as culturas GM são aceitas para importação, como
alimento e rações, e para liberação no ambiente em 29 países, incluindo os principais importadores
de alimentos, como Japão, que não planta culturas GM. Dos 51 países que concederam aprovações
para culturas GM, os EUA ocupam o topo da lista, seguidos pelo Japão, Canadá, Coréia do Sul,
Austrália, Filipinas, México, Nova Zelândia, União Européia e China. O milho tem o maior número
de eventos aprovados (35), seguido pelo algodão (19), canola (14) e soja (7). O evento que recebeu
2
vi
Stern Review on the Economics of Climate Change, UK 2006 (http://www.sterneview.org.uk)
RESUMO EXECUTIVO
aprovação regulamentar no maior número de países é o da soja tolerante a herbicida GTS-40-3-2,
com 21 aprovações (UE=25, contadas apenas como uma aprovação), seguido por resistência a insetos em milho (MON 810) e o milho tolerante a herbicida (NK603), ambos com 18 aprovações, e
algodão resistente a insetos (MON 531/757/1076), com 16 aprovações em todo o mundo.
•
O panorama sobre biocombustíveis, nesta súmula, serve para apresentar o assunto e está focalizado
no crescente interesse e investimento em biocombustíveis em relação a dois tópicos específicos: a
biotecnologia de culturas em países em desenvolvimento. É evidente que a biotecnologia oferece
vantagens significativas para aumentar a eficiência na produção de biocombustíveis, tanto em países
industrializados como em desenvolvimento. Espera-se que a biotecnologia e outros melhoramentos
permitam aos países industrializados, como os EUA, que continuem a produzir quantidades excedentes de alimentos, rações e fibras e, ao mesmo tempo, alcancem metas ambiciosas para os biocombustíveis em curto prazo. Qualquer investimento em culturas alimentares para biocombustíveis, em
países em desenvolvimento sem segurança alimentar, não deve competir, mas complementar os programas existentes para segurança em alimentos, rações e fibras. Qualquer programa desenvolvido
para biocombustíveis deve ser sustentável em termos de práticas agrícolas, manejo florestal, ambiente, ecossistema e, particularmente, pelo uso responsável e eficiente da água. A maioria dos países em
desenvolvimento, com a exceção de países como o Brasil, em que um líder mundial em biocombustíveis
se beneficiaria significativamente pela criação de parcerias com organizações dos setores privado e
público, tanto dos países industrializados como dos países em desenvolvimento avançados, tem conhecimento e experiência na produção, distribuição e consumo de biocombustíveis. Estes não deveriam apenas beneficiar a economia nacional de um país em desenvolvimento, mas também favorecer
as pessoas mais pobres, principalmente da área rural; na maioria, pequenos fazendeiros de subsistência, desprovidos de recursos, e os trabalhadores sem terra, totalmente dependentes da agricultura e
das florestas para sua existência.
•
O futuro das culturas GM parece encorajador; espera-se o aumento do número de países, da área
global e do número de fazendeiros, à medida que a primeira geração de culturas GM seja amplamente adotada, e que uma segunda geração de aplicações, tanto de insumos como de produção, torne-se
disponível. A perspectiva para a próxima década de comercialização, de 2006 a 2015, aponta para
um crescimento continuado na área global de culturas GM, até 200 milhões de hectares, com pelo
menos 20 milhões de fazendeiros plantando culturas GM em até 40 países, ou mais, em 2015. Projeta-se que genes que conferem um grau de tolerância à seca, que se esperam disponíveis por volta de
2010 a 2011, tenham um impacto substancial com relação às atuais características de insumo, sendo
particularmente importantes nos países em desenvolvimento que sofrem mais com a seca, a mais
prevalente e importante restrição ao aumento na produtividade em todo o mundo. A segunda década
de comercialização, 2006 a 2015, provavelmente apresentará significativamente mais crescimento
na Ásia, comparado com o da primeira, que foi a década das Américas, em que haverá crescimento
continuado nas características acumuladas na América do Norte e forte crescimento no Brasil. O mix
de características nas culturas se ampliará com as características de qualidade fazendo sua esperada
estréia, implicando aceitação, particularmente na Europa. Um estudo de 2006, pelo Instituto Internavii
RESUMO EXECUTIVO
cional de Informações sobre Alimentos (IFIC)3 nos EUA, confirmou que a maioria confia na segurança
no suprimento de alimentos dos EUA e expressa pouca ou nenhuma preocupação com alimentos ou
biotecnologia agrícola e compraria seletivamente produtos baseados em biotecnologia com alto conteúdo de óleo com ômega-3. Outros produtos, incluindo os farmacêuticos, vacinas orais e produtos
especializados, também serão apresentados. De longe, a mais importante contribuição potencial das
culturas GM será para as humanitárias Metas para o Desenvolvimento do Milênio (MDM), na intenção de reduzir pobreza e fome em 50%, em 2015. O uso da biotecnologia para aumentar a eficiência
da primeira geração de culturas de alimento/rações da segunda geração de culturas para energia para
biocombustíveis terá impacto, apresentando tanto oportunidades como desafios. O uso não judicioso
de culturas para alimento/rações, cana-de-açúcar, mandioca e milho para biocombustíveis em países
em desenvolvimento sem segurança alimentar pode pôr a perder metas de segurança alimentar, se a
eficiência dessas culturas não puder ser aumentada pela biotecnologia e outros meios, de modo que
as metas quanto a alimento, rações e fibras também sejam atingidas. O uso de boas práticas agrícolas
com as culturas GM, tais como rotação e manejo de resistência, permanecerá crítico, como o foi
durante a primeira década. O manejo responsável continuado deve ser praticado, particularmente
pelos países do Sul, os quais têm sido os maiores usuários de culturas GM na segunda década de
comercialização de culturas GM, de 2006 a 2015.
Em 2006, o valor global de mercado das culturas GM, estimado por Cropnosis, era de US$ 6,15
bilhões, representando 16% dos US$ 38,5 bilhões do mercado de proteção de culturas em 2006, e
21 % dos cerca de US$ 30 bilhões do mercado global de sementes, em 2006. Os US$ 6,15 bilhões do
mercado de culturas GM se constitui de US$ 2,68 bilhões para soja GM (equivalente a 44% do
mercado global de culturas GM), US$ 2,39 bilhões para milho GM (39%), US$ 0,87 bilhão para
algodão GM (14%) e US$ 0,21 bilhão para canola GM (3%). O valor do mercado global de culturas
GM é baseado no preço de venda da semente GM mais taxas de tecnologia aplicáveis. O valor global
acumulado para o período de 11 anos, desde que as primeiras culturas GM foram comercializadas
em 1996, é estimado em US$ 35,5 bilhões. O valor global do mercado de culturas GM está projetado
em US$ 6,8 bilhões, em 2007.
•
3
International Food Information council, 2006, Food Biotechnology: A Study of U.S. Consumer Attitudinal Trends,
2006 Report.
viii
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Por
Clive James
Presidente do Conselho Diretor do ISAAA
Introdução
O ano de 2006 indica o início da segunda década de comercialização, 2006 a 2015, das culturas
originárias da biotecnologia, conhecidas como geneticamente modificadas (GM) ou transgênicas, agora
mais conhecidas por culturas GM, como serão referidas nesta súmula. A experiência da primeira década
de comercialização, de 1996 a 2005, durante a qual um total acumulado de 475 milhões de hectares
(aproximadamente 1,175 milhão de acres) de culturas GM foram plantadas globalmente em 24 países,
confirmou que a promessa inicial da biotecnologia havia sido cumprida. As culturas GM fornecem benefícios agronômicos, ambientais, econômicos, sanitários e sociais substanciais para produtores e para a
sociedade. A rápida adoção das culturas GM, durante a década inicial de comercialização, de 1996 a
2005, reflete os múltiplos benefícios substanciais conseguidos por pequenos e grandes fazendeiros, em
países industrializados e em desenvolvimento, que plantaram culturas GM comercialmente. Entre 1996 e
2005, um total de 24 países, 12 em desenvolvimento e 12 industrializados, contribuiu para um aumento
superior a 50 vezes na área global de culturas GM, de 1,7 milhão de hectares, em 1996, para 90,0
milhões de hectares, em 2005. Taxas de adoção para as culturas GM, durante o período de 1996 a 2005,
são sem precedentes, pelos padrões recentes da indústria agrícola; elas são as mais altas taxas de adoção
para culturas melhoradas, por exemplo, significativamente mais altas do que a adoção do milho híbrido
em seu auge no meio-oeste dos EUA. Altas taxas de adoção refletem a satisfação dos produtores com os
produtos, que oferecem benefícios substanciais, indo de um manejo da cultura mais conveniente e flexível, menor custo de produção, maior produtividade e/ou retornos líquidos por hectare, benefícios à
saúde e sociais, e um meio ambiente mais limpo por causa da diminuição do uso de pesticidas convencionais. Coletivamente, esses benefícios contribuem para uma agricultura mais sustentável. Há um crescente corpo de evidências consistentes ao longo dos anos, países, culturas e características, gerado pelas
instituições públicas, o que demonstra claramente os benefícios das culturas GM: melhor controle do
mato e de pragas de insetos conseguidos com culturas GM tolerantes a herbicidas e culturas Bt resistentes
a insetos, que também se beneficiam do menor uso, insumos e custos de produção; as culturas GM
também oferecem vantagens econômicas substanciais aos produtores, se comparadas às correspondentes culturas convencionais. A severidade do mato, pragas de insetos e doenças variam de ano para ano e
de país a país, causando impacto diretamente nos custos de controle de pragas e doenças, e nas vantagens econômicas das culturas GM, em determinado tempo ou local.
Apesar do constante debate sobre culturas GM, particularmente nos países da União Européia, milhões
de grandes e pequenos fazendeiros, tanto em países industrializados como naqueles em desenvolvimento, continuam a aumentar seus plantios de culturas GM com taxas de adoção de dois dígitos a cada ano,
1
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
desde 1996, devido aos múltiplos e significativos benefícios que as culturas GM oferecem. Essa alta taxa
de adoção é um forte voto de confiança nas culturas GM, refletindo a satisfação do produtor, tanto em
países industrializados como em desenvolvimento. Cerca de 8,5 milhões de fazendeiros plantaram culturas GM, em 2005, e obtiveram múltiplos benefícios, que incluíram vantagens agronômicas, ambientais,
sanitárias, sociais e econômicas. A Revisão Global do ISAAA 2005 predisse que o número de produtores
plantando culturas GM assim como a área global das culturas GM continuarão a crescer em 2006. A
população global era de 6,5 bilhões em 2005 e espera-se que chegue a 9,2 bilhões em 2050, quando
aproximadamente 90% da população global residirão na Ásia, África e América Latina. Hoje, 852 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento sofrem de desnutrição e 1,3 bilhão está afetado pela
pobreza. As culturas GM representam tecnologias promissoras que podem dar uma contribuição vital,
mas não a solução para a segurança global em alimentos, rações e fibras, cooperando com o alívio da
pobreza, o maior desafio da sociedade mundial, uma promessa da Meta de Desenvolvimento Mundial
para diminuir pobreza, fome e desnutrição pela metade, até 2015, o que também marca o término da
segunda década de comercialização de culturas GM, de 2006 a 2015.
O fator mais convincente da biotecnologia, mais especificamente das culturas GM, é sua capacidade de
contribuir para:
2
•
aumentar a produtividade das culturas, portanto, contribuir para a segurança mundial em alimentos, rações e fibras, com benefícios para produtores, consumidores e sociedade, em geral;
•
conservar a biodiversidade, como tecnologia de economia de terras ,capaz de maior produtividade no atual 1,5 bilhão de hectares de terra arável, impedindo o desmatamento e protegendo a
biodiversidade nas florestas e em santuários da biodiversidade;
•
usar eficientemente insumos externos, contribuindo para um ambiente seguro e sistemas agrícolas mais sustentáveis;
•
aumentar a estabilidade da produtividade para diminuir o sofrimento durante fome causada por
estresses abióticos e bióticos, particularmente a seca, que é a maior limitação ao aumento da
produtividade no 1,5 bilhão de hectares de terra arável do mundo;
•
melhorar os benefícios econômicos, sanitários e sociais, a segurança alimentar, de rações e
fibras, aliviando a pobreza abjeta, a fome e a desnutrição da população rural dependente da
agricultura nos países em desenvolvimento;
•
produzir recursos renováveis, baseados em biocombustíveis, para reduzir a dependência de
combustíveis fósseis, criando um meio ambiente mais limpo e saudável, com menores níveis de
gases de estufa que mitigarão o aquecimento global;
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
•
fornecer benefícios significativos e importantes, múltiplos e mútuos para produtores, consumidores e sociedade mundial.
A opção tecnológica mais promissora para aumentar alimentos, rações e fibras é combinar as vantagens
do antigo e do novo, integrando o melhor da tecnologia convencional (germoplasma adaptado) e das
aplicações da biotecnologia (novas características). Esse produto integrado deve ser incorporado como
componente tecnológico em estratégia global de segurança em alimentos, rações e fibras, além de considerar outras questões críticas, como controle de população e melhor distribuição de alimentos, rações
e fibras. A adoção de tal estratégia holística permitirá que a sociedade continue a se beneficiar da contribuição vital que tanto o melhoramento convencional como o moderno oferece à população global.
O autor publicou revisões globais sobre culturas GM, anualmente, desde 1996, como súmulas do ISAAA.
Esta publicação fornece a mais recente informação sobre a situação mundial das culturas GM comercializadas. Um detalhado conjunto de dados mundiais sobre a adoção das culturas GM comercializadas
é apresentado para o ano de 2006, e as mudanças que ocorreram entre 2005 e 2006 são realçadas. As
tendências de adoção global durante os últimos 11 anos, de 1996 a 2006, também estão ilustradas. Em
seguida, à volta das aprovações das culturas GM na Europa, após a moratória de 1998, há um otimismo
cauteloso de que sua aceitação na Europa será paralela à aceitação global, inicialmente com os produtos
importados de fibra, rações e alimentos e, crescentemente, com culturas, seguindo a liderança da Espanha,
que cultiva e se beneficia do milho Bt há oito anos. Em 2005, três outros países da UE se reuniram à
Espanha e à Alemanha: França, Portugal e República Checa, todos cultivando milho Bt, elevando a cinco
o total de países que desenvolvem culturas GM, em 2005, o equivalente a 20% do total de 25 países da
UE. A área de milho Bt nos países da UE, como França e Portugal, deve aumentar em 2006, acompanhando a satisfação dos produtores com a tecnologia, em 2005. Notavelmente, o Irã comercializou arroz GM
em 2005, apesar da modesta área de 4.000 hectares, fato significante, porque o arroz é a cultura alimentar mais importante no mundo, sobretudo do 1,3 bilhão de pobres, de que os fazendeiros desprovidos de
recursos são significativos.
Esta súmula documenta o banco de dados sobre adoção mundial e distribuição das culturas GM em
2006, e uma seção introdutória sobre biocombustíveis, que têm recebido prioridade em muitos países,
onde a biotecnologia provavelmente se tornará importante para aumentar a eficiência e o volume de
etanol e biodiesel. Ela também contém uma listagem compreensiva dos produtos de culturas GM que
receberam aprovação regulamentar para importação, como alimento e ração, e para liberação no ambiente, incluindo plantio, em países específicos.
Note que as palavras colza, canola e canola argentina, assim como culturas modificadas, culturas
transgênicas e culturas GM são usadas como sinônimas, refletindo o uso desses vocábulos em diferentes
partes do mundo. Similarmente, milho (corn), usado na América do Norte, e milho (maize), usado em
outros locais do mundo, são sinônimos, sendo milho (maize) usado consistentemente nesta súmula,
exceto para nomes comuns, como broca da raiz do milho (corn), que determina emprego da palavra
milho (corn). Dados globais e hectares plantados comercialmente com culturas GM foram arredondados
3
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
para os próximos 100.000 hectares e, em alguns casos, levam a aproximações insignificantes, com pequenas variações em algumas estimativas de dados totais e percentuais. É importante notar que países do
hemisfério sul plantam suas culturas no último trimestre do ano calendário. As áreas das culturas GM
relatadas nesta publicação são as plantadas, não necessariamente as colhidas no ano declarado. Por
exemplo, a informação de 2006 para Argentina, Brasil, Austrália, África do Sul e Uruguai são, na realidade, os hectares geralmente plantados no último trimestre de 2006 e colhidos no primeiro trimestre de
2007, com alguns países, como Filipinas, plantando mais de uma safra por ano.
Nos últimos dez anos, o ISAAA esforçou-se para consolidar os dados sobre a adoção mundial de culturas
GM oficialmente aprovadas; o banco de dados não inclui os plantios de culturas GM que não são oficialmente aprovadas. O banco de dados usa um grande número de fontes de culturas GM aprovadas, tanto
pelo setor público, como pelo privado. As fontes variam em cada país, e incluem, onde disponíveis,
estatísticas do governo, levantamentos independentes, estimativas de grupos de commodities, associações de sementes e outros grupos, além de uma série de bancos de dados particulares. As estimativas
publicadas do ISAAA são, sempre que possível, baseadas em fontes múltiplas, que facilitam acesso, verificação e validação de uma estimativa específica. O banco de dados “particular” do ISAAA sobre culturas GM é único por sua natureza global e fornece continuidade, do início da comercialização das culturas GM, em 1996, até o presente. Este banco de dados ganhou aceitação internacional como referência
para a situação global das culturas GM e é largamente citado na literatura científica e pela imprensa
internacional.
Área Global das Culturas GM em 2006
Em 2006, a área global das culturas GM continuou a crescer, pelo décimo ano consecutivo, a uma taxa
sustentada de crescimento de dois dígitos de 13%, alcançando 102 milhões de hectares (252 milhões de
acres), uma marca histórica, pois pela primeira vez mais de 100 milhões de hectares de culturas GM são
plantados em um ano. Também é a primeira vez que a área acumulada de 1996 a 2006, 577 milhões de
hectares (1,4 bilhão de acres), excedeu 500 milhões de hectares. As culturas GM estabeleceram um
precedente por terem se elevado a taxas de dois dígitos em todos os anos, nos últimos 11 anos, desde que
a comercialização começou, em 1996. Também o número de produtores que desenvolvem culturas GM,
em 2006, alcançou 10 milhões pela primeira vez, com 10,3 milhões, dos quais 90%, ou 9,3 milhões
(subindo de 7,7 milhões, em 2005) eram pequenos fazendeiros, pobres em recursos, nos países em
desenvolvimento. Em 2006, portanto, 102 milhões de hectares de culturas GM foram plantados por 10,3
milhões de produtores em 22 países, comparados com 90 milhões de hectares cultivados por 8,5 milhões
de fazendeiros em 21 países, em 2005. É notável que o aumento anual de 12 milhões de hectares em
2006 seja o segundo maior nos últimos 5 anos em área absoluta, e é equivalente a um crescimento de
13%. Mais um país, a Eslováquia, foi acrescentado à lista global de países GM, elevando o total para 22,
comparados com 21, em 2005. Portanto, são seis os países da UE que agora plantam culturas GM,
incluindo a Espanha, França, República Checa, Portugal, Alemanha e Eslováquia.
4
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 1.
Área Global das Lavouras GM de 1996 a 2006
Hectares
(milhões)
Acres
(milhões)
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
1,7
11,0
27,8
39,9
44,2
52,6
58,7
67,7
81,0
90,0
102,0
4,3
27,5
69,5
98,6
109,2
130,0
145,0
167,2
200,0
222,0
252,0
TOTAL
576,6
1.425,3
Aumento de 13%, 12 milhões de hectares (30 milhões de acres), entre 2005 e 2006.
Fonte: Clive James, 2006.
Para pôr a área das culturas GM em 2005 no contexto adequado, 102 milhões de hectares de culturas
GM são equivalentes a mais de 10% da área total terrestre da China (956 milhões de hectares) ou dos
EUA (981 milhões de hectares) e mais de quatro vezes a área terrestre do Reino Unido (24,4 milhões de
hectares). O aumento da área entre 2005 e 2006, de 13%, é equivalente a 12 milhões de hectares ou 30
milhões de acres.
Durante os primeiros 11 anos de comercialização, 1996 a 2006, a área global das culturas GM aumentou
60 vezes, de 1,7 milhão de hectares em 1996 a 102 milhões de hectares em 2006 (Figura 1). Esta é a
maior taxa de adoção para qualquer tecnologia de culturas e reflete a crescente aceitação das culturas
GM por fazendeiros grandes e pequenos, tanto nos países industrializados como nos que estão em desenvolvimento. No mesmo período, o número de países que plantam culturas GM triplicou, aumentando de
6, em 1996, para 12 países, em 1999; 17, em 2004, alcançando o marco histórico de 21 países, em 2005;
e 22, em 2006. É também o primeiro ano em que mais de 10 milhões de fazendeiros plantaram culturas
GM, e a área nos seis países da UE alcançou aproximadamente 70.000 hectares, como a França, que
aumentou a área de milho Bt em cinco vezes, passando de 1.000 para 5.000 hectares entre 2005 e 2006.
É provável que vejamos uma mudança ainda maior na área de milho GM, na França e em outros países
da UE, em 2007.
5
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Figura 1.
Área Global das Lavouras GM de 1996 a 2006 (Milhões de Hectares)
100 milhões de hectares
250 milhões de acres
Fonte: Clive James, 2006.
Enquanto os EUA relatam o maior aumento absoluto em culturas GM, com 4,8 milhões de hectares, a
Índia registrou o maior aumento proporcional, de quase três vezes (192% de aumento) na área de algodão Bt, de 1,3 milhão de hectares em 2005 para 3,8 milhões de hectares em 2006; como resultado, a
Índia passou do número 7 da lista para número 5, ultrapassando tanto a China como o Paraguai. Notavelmente, grandes aumentos proporcionais nas culturas GM também foram relatados pela África do Sul
(aumento de 180%, equivalentes a 0,9 milhão de hectares), pelas Filipinas (aumento de 100% e 0,1
milhão de hectares), pelo Uruguai (aumento de 33% e 0,1 milhão de hectares) e pelo Brasil (aumento de
22%, equivalentes a significativos 2,1 milhões de hectares em área absoluta). De fato, os únicos dois
países a registrarem decréscimo foram Austrália, devido à severa seca, e México, por problemas de importação, o que levou a uma falta de sementes de algodão GM para a primeira época de plantio.
Em resumo, no período de 1996 a 2006, 577 milhões de hectares, ou 1,4 bilhão de acres, foram cultivados com sucesso, acumuladamente desde 1996, como resultado de 45 milhões de decisões repetidas
pelos fazendeiros de plantar as culturas GM (Tabela 1 e Figura 1). Os fazendeiros sinalizaram seu forte
voto de confiança na biotecnologia de culturas, aumentando seu plantio de culturas GM em taxas de dois
dígitos, todos os anos, desde as culturas GM inicialmente comercializadas em 1996, elevando o número
de países GM de 6 para 22, no mesmo período de 11 anos. Entretanto, a significativa área de 102 milhões
de hectares não reflete com precisão a área de culturas GM plantadas com características acumuladas,
6
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
que são mascaradas quando a área de culturas GM é expressa simplesmente com hectares GM em vez de
“hectares por característica”. Levando em conta que 15% dos 102 milhões de hectares, plantados principalmente nos EUA, mas de modo crescente no Canadá, Austrália, México, África do Sul e Filipinas,
tinham duas ou três características, a verdadeira área global das culturas GM, em 2006, expressa em
“hectares por característica” foi de 117,7 milhões, comparados com 102 milhões de hectares.
Distribuição das culturas GM em países industrializados e em desenvolvimento
A Figura 2 mostra a área relativa das culturas GM nos países industrializados e em desenvolvimento,
durante o período de 1996 a 2006. Ela ilustra claramente que a participação, embora substancial, mas em
declínio, (60%, em 2006, comparados com 62%, em 2005) das culturas GM continuou a crescer nos
países industrializados em 2006; a proporção das culturas GM, cultivadas nos países em desenvolvimento tem crescido consistentemente todos os anos, de 14%, em 1997, a 16%, em 1998, a 18%, em 1999,
24%, em 2000, 26%, em 2001, 27%, em 2002, 30%, em 2003, 34%, em 2004, 38%, em 2005 e 40%,
em 2006. Portanto, em 2006, mais de um terço (40%) da área total de culturas GM de 102 milhões de
hectares, equivalentes a 41 milhões de hectares, aumentou em 11 países em desenvolvimento, cujo
Figura 2.
Área Global das Lavouras GM de 1996 a 2006: Países Industrializados e
em Desenvolvimento (Milhões de Hectares)
Total
Países industrializados
Países em desenvolvimento
Fonte: Clive James, 2006.
7
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 2.
Área Global das Lavouras GM em 2005 e 2006: Países Industrializados e
em Desenvolvimento (Milhões de Hectares)
2005
%
2006
%
+/-
%
Países industrializados
56.1
62
61.1
60
5.0
+9
Países em desenvolvimento
33.9
38
40.9
40
7.0
+21
TOTAL
90.0
100
102.0
100
12.0
+13
Fonte: Clive James, 2006.
crescimento continuou forte, comparado com 11 países industrializados que cultivam plantas GM (Tabela 2). Os países em desenvolvimento que mostraram um crescimento proporcional, excepcionalmente
forte, incluem a Índia e as Filipinas, na Ásia, o Uruguai e o Brasil, na América Latina, e a África do Sul, no
continente africano. É digno de nota que, pelo segundo ano consecutivo, o crescimento absoluto na área
das culturas GM, entre 2005 e 2006, foi quase uma vez e meia maior nos países em desenvolvimento (7,0
milhões de hectares) do que nos países industrializados (5,0 milhões de hectares). Igualmente importante
de se notar é que o crescimento percentual foi três vezes maior (21%) nos países em desenvolvimento do
Sul, comparado aos países industrializados do Norte.
Distribuição das culturas GM por país
Os oito principais países que plantaram culturas GM em 1 milhão de hectares ou mais, em 2006, listados
por área, foram os EUA, que cultivaram 54,6 milhões de hectares, (53% do total mundial); Argentina com
18,0 milhões de hectares (18%); Brasil, 11,5 milhões de hectares (11%); Canadá, 6,1 milhões de hectares
(6%); Índia, com 3,8 milhões de hectares (4%); China, 3,5 milhões de hectares (3%); Paraguai, com 2,0
milhões de hectares (2%) e a África do Sul, com 1,4 milhão de hectares (1%). Um adicional de 14 países
cultivou o total de 1 milhão de hectares em 2006 (Tabela 3 e Figura 3). Deve-se notar que, dos 8 países do
topo, cada um plantando 1,0 milhão de hectares ou mais de culturas GM, a maioria (6 de 8) são países em
desenvolvimento: Argentina, Brasil, China, Paraguai, Índia e África do Sul, comparados com apenas 2
países industrializados, EUA e Canadá. O número de megapaíses GM (países que cultivam 50.000 hectares, ou mais, de culturas GM) eram 14, em 2006, o mesmo que em 2005. Notavelmente, 10 dos 14
megapaíses são países em desenvolvimento da América Latina, da Ásia e da África. A alta proporção dos
megapaíses GM, em 2006, 14 de 22, equivalentes a dois terços, reflete a ampliação, o aprofundamento
e a estabilização da adoção das culturas GM no grupo de países mais progressistas, os quais adotaram
mais de 50.000 hectares de culturas GM nos seis continentes, nos últimos 11 anos. Deve-se notar que, em
relação a 2005, houve quatro países adicionais que desenvolveram culturas GM em 2006. A Eslováquia
cultivou 30 hectares de milho Bt, pela primeira vez, elevando o total de países da UE a 6. A Eslováquia se
8
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
juntou à Espanha, o maior plantador de milho Bt na UE, com França, República Checa, Alemanha e
Portugal, e coletivamente cultivaram, aproximadamente, 70.000 hectares de milho GM, em 2006.
Os cinco países com a maior aumento em área absoluta de culturas GM de 0,5 milhão ou mais, entre
2005 e 2006, foram os EUA, com 4,8 milhões de hectares; Índia, com 2,5 milhões de hectares de aumento; Brasil, com 2,1 milhões de hectares; Argentina, 0,9 milhão de hectares e África do Sul, com um
aumento de mais de 0,9 milhão de hectares. Crescimento modesto na área de culturas GM foi relatado no
Canadá, Filipinas, China e Uruguai. De fato, a Austrália e o México foram os únicos países a relatar
crescimento negativo em culturas GM, devido a uma seca severa e continuada, que reduziu drasticamente os plantios de algodão na Austrália e os problemas de importação de sementes no México.
Baseando-se no crescimento proporcional, ano a ano, na área de culturas GM, três países (todos megapaíses
em desenvolvimento), Índia, África do Sul e Filipinas, tiveram taxas excepcionalmente altas de crescimento, resultando na duplicação ou mais na área de culturas GM. A Índia, pelo segundo ano consecutivo, teve a maior porcentagem de crescimento proporcional de um ano para outro, entre todos os países,
em 2006, com aumento de quase três vezes, de 192%, na área de algodão Bt, em relação a 2005. A África
do Sul aumentou sua área em 2,8 vezes, ou 180%, em 2006, principalmente pelo dobro de milho branco
GM usado como alimento, e milho amarelo GM usado para rações animais. As Filipinas, o único país da
Ásia que desenvolve uma cultura GM para rações, mais do que duplicou sua área de milho GM para
200.000 hectares, apresentando as três classes de milho GM, milho Bt, milho tolerante a herbicida,
características acumuladas de Bt e tolerância a herbicida.
Os seis países que mais ganharam economicamente com as culturas GM durante o período de 1996 a
2005 são, em ordem descendente de magnitude: os EUA (US$12,9 bilhões), Argentina (US$5,4 bilhões),
China (US$5,2 bilhões), Brasil (US$1,4 bilhão), Canadá (US$1,0 bilhão), Índia (US$0,5 bilhão) e outros
(US$0,5 bilhão), no total de US$27 bilhões: US$13 bilhões para os países em desenvolvimento e US$14
bilhões para os países industrializados.
Os vinte e dois países que desenvolveram culturas GM em 2006 estão listados em ordem descendente de
suas áreas com culturas GM na Tabela 3. Há 11 países em desenvolvimento e 11 países industrializados,
incluindo a Romênia, a República Checa e a Eslováquia, na Europa Oriental, e o Irã, no Oriente Médio.
Em 2006, as culturas GM foram plantadas comercialmente nos seis continentes do mundo – América do
Norte, América Latina, Ásia, Oceania, Europa (Ocidental e Oriental) e África. Os oito países do topo,
cada um plantando 1,0 milhão de hectares ou mais de culturas GM, em 2006, estão listados em ordem de
área de culturas GM na Tabela 3 e incluem EUA, Argentina, Brasil, Canadá, Índia, China, Paraguai e
África do Sul. Esses oito países do topo responderam por aproximadamente 98% da área global de culturas GM com o restante, 2%, cultivado em outros 14 países listados em ordem decrescente de sua área de
culturas GM - Uruguai, Filipinas, Austrália, Romênia, México, Espanha, Colômbia, França, Irã, Honduras,
República Checa, Portugal, Alemanha e Eslováquia. Os parágrafos seguintes fornecem uma análise pormenorizada da situação das culturas GM em cada um dos 22 países, com mais detalhes nos 14 países
com crescimento de 50.000 hectares ou mais, em culturas GM.
9
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 3. Área Global das Lavouras GM em 2005 e 2006: por País (Milhões de Hectares)
País
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
EUA*
Argentina*
Brasil*
Canadá*
Índia*
China*
Paraguai*
África do Sul*
Uruguai*
Filipinas*
Austrália*
Romênia*
México*
Espanha*
Colômbia
França
Irã
Honduras
República Checa
Portugal
Alemanha
Eslováquia
TOTAL
2005
%
2006
%
+/-
49,8
17,1
9,4
5,8
1,3
3,3
1,8
0,5
0,3
0,1
0,3
0,1
0,1
0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
--
55
19
10
6
1
4
2
1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
--
54,6
18,0
11,5
6,1
3,8
3,5
2,0
1,4
0,4
0,2
0,2
0,1
0,1
0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
53
18
11
6
4
3
2
1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
<1
+4,8
+0,9
+2,1
+0,3
+2,5
+0,2
+0,2
+0,9
+0,1
+0,1
- 0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
-<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
<0,1
+10
+5
+22
+5
+192
+6
+ 11
+180
+ 33
+ 100
- 33
------------
90,0
100
102,0
100
+12,0
+13
* Megapaíses GM que produzem 50.000 hectares ou mais de culturas GM.
Fonte: Clive James, 2006.
10
%
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Figura 3.
Área Global (Milhões de Hectares) de Lavouras GM de 1996 a 2006:
por País, Megapaís, e para os Oito Principais Países.
Mega-Países GM
50 mil hectares ou mais
Aumento em
relação a 2005
EUA
Argentina
Brasil
Canadá
Índia
China
Paraguai
África do Sul
Uruguai
Filipinas
Austrália
Romênia
México
Espanha
22 países adotaram lavouras GM
Menos de 50 mil hectares
Colômbia Irã
Portugal
Alemanha
República Checa
Milhões de Hectares
Em 2006, a área global de culturas GM foi de 103
milhões de hectares, representando um aumento
de 13% sobre 2005, equivalente a 12 milhões de
hectares.
54,6 milhões
18,0 milhões
11,5 milhões
6,1 milhões
3,8 milhões
3,5 milhões
2,0 milhões
1,4 milhão
0,4 milhão
0,2 milhão
0,2 milhão
0,1 milhão
0,1 milhão
0,1 milhão
Eslováquia
Honduras
França
Os primeiros
oito países
que cultivaram
1 milhão de
hectares, ou
mais, em 2006
EUA
Argentina
Brasil
Canadá
Índia
China
Paraguai
África do Sul
Fonte: Clive James, 2006.
11
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
EUA
Os EUA são um dos seis “países fundadores GM”, tendo negociado milho, soja,
algodão e batata GM, em 1996, o primeiro ano de comercialização de culturas
GM no mundo. Os EUA continuaram a
ser o país líder em 2006, com um crescimento continuado impressionante, o segundo em aumento absoluto de área nos
últimos cinco anos. A área total plantada
com soja, milho, algodão, canola, alfafa
(plantada pela primeira vez em 2006),
abóbora e mamão GM foi de 54,6 milhões de hectares, 4,8 milhões de hectares, ou 10%, em relação aos 49,8 milhões
de hectares plantados em 2005. Este é o
maior aumento em termos absolutos para
qualquer país, em 2006.
EUA
População: 296,4 milhões
PIB: US$ 12,456 bilhões
% empregada na
agricultura: 1%
Participação da
agricultura no PIB: 1%
PIB Agrícola:
US$ 124,56 bilhões
Terra Arável (TA):
178 milhões de Ha
Proporção de TA/População*: 2,6
Principais Culturas:
• Milho
• Soja
• Cana-de-açúcar
• Algodão
• Beterraba açucareira
• Trigo
Lavouras GM comercializadas:
O plantio total de milho nos EUA, em
• Milho TH/Bt/TH-Bt
• Soja TH
• Canola TH
2006, foi de 32,3 milhões de hectares (o
• Algodão TH/Bt/TH-Bt
• Abóbora RV
sexto maior em 20 anos), menos 3% em
• Mamão RV
• Alfafa HT
relação a 2005, de 33,0 milhões de hecÁrea total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
tares. O plantio começou vagarosamen54,6 milhões de hectares / +10% em 2006
te na Grande Planície, uma vez que a
Aumento da renda agrícola com biotecnologia, 1996 - 2005:
chuva atrasou o progresso até abril, quanUS$ 12,9 bilhões
do esquentou, e a condição quente e seca,
que continuou em maio e junho, favore*Proporção: % TA global / % população global
ceu a seqüência do plantio e a emergênTH – Tolerância a Herbicida
RV – Resistência a Vírus
Bt – Resistência a insetos
cia, mas com escassez de umidade em
algumas áreas. O plantio total de soja,
com 30,3 milhões de hectares (o segundo maior já registrado) subiu 3%, dos 29,6 milhões de hectares de
2005. Produtividades recordes de soja, em 2005, seguidas de maiores custos de insumos, em 2006,
obrigaram alguns produtores a mudar de cultura de alto custo de insumos, como o milho, para culturas
com menor custo em insumos, como a soja. A área de soja em Dakota do Norte e em Illinois mostrou
ganhos recordes comparados com 2005, e houve uma mudança significativa de milho para soja em
Illinois. O plantio total de algodão de sequeiro, com 6,0 milhões de hectares, em 2006, (o quarto maior
em 30 anos) subiu 7% sobre os 5,63 milhões de hectares do último ano, com aumento de áreas no
Mississipi, Novo México, Arizona e Califórnia. A área de canola diminuiu significativamente em 12%,
com 412.000 hectares, comparada com 469.000 hectares, em 2005. Os dois maiores estados em canola
12
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
foram Dakota do Norte, com 365.000 hectares, e Minnesota, com 47.000 hectares. Estimativas do plantio de alfafa em 2006 não estarão disponíveis junto ao USDA até janeiro de 2007, mas não é provável que
sejam muito diferentes do plantio de 2005. Em 2005, a área total de alfafa forrageira (inclui a alfafa
colhida para feno, feno-silagem e corte verde) foi de 1,3 milhão de hectares, semeados tanto na primavera, como no outono. A alfafa é semeada como cultura forrageira e para pastejo ou colhida e dada aos
animais.
Em 2006, os EUA continuaram a desenvolver mais culturas GM (54,6 milhões de hectares) do que qualquer outro país no mundo, equivalentes a 53% da área global com culturas GM. Comparado com 2005,
quando o rendimento foi de 2,2 milhões de hectares, o ganho em 2006 foi mais do que o dobro, com 4,8
milhões de hectares, equivalentes a um crescimento de 10%, de ano para ano. O aumento é maior do
que no passado, por várias razões. Em primeiro lugar, houve um aumento substancial no milho GM,
refletindo o forte crescimento em características acumuladas e tolerância a herbicida, com menor área no
milho Bt e gene único. Em segundo, houve aumentos significativos no total de plantio de soja e algodão,
e a porcentagem de adoção de ambas as culturas GM estão agora em níveis muito altos, de aproximadamente 90% de adoção. Foi também lançado o algodão RR® Flex, uma introdução significativa em 2006,
contribuindo para o aumento geral nos EUA. O algodão RR® Flex dá flexibilidade no controle de ervas
daninhas e fornece uma janela mais ampla para o seu controle. Em terceiro lugar, a alfafa GM contribuiu
com 80.000 no primeiro ano de lançamento. Entretanto, mesmo o significativo crescimento de 4,8 milhões de hectares em 2006 não reflete totalmente a área aumentada com culturas GM, plantada com
características acumuladas, que é mascarada quando a área de culturas GM é expressa simplesmente
com “hectares” GM, em vez de “hectares características” – o mesmo conceito como a expressão do
tráfego aéreo como “passageiros milhas” em vez de “milhas”. Portanto, dos 54,6 milhões de hectares de
culturas GM plantadas em 2006, nos EUA, 15,3 milhões de hectares, equivalentes a 28%, tinham duas
características acumuladas ou dois genes diferentes para resistência a insetos (para controle da broca
européia do colmo e broca da raiz do milho), ou duas características acumuladas para resistência a
insetos e para tolerância a herbicida na mesma variedade, ou três características acumuladas, duas para
controle de insetos e uma para tolerância a herbicida. De acordo com isso, o total ajustado dos “hectares
características” para os EUA, em 2006, foi de 69,9 milhões de hectares, comparados com 54,6 milhões
de “hectares” de culturas GM.
É digno de nota que a primeira construção tripla acumulada no milho, que os EUA introduziram em
2005, aproximadamente em meio milhão de hectares, aumentou para mais de 2 milhões de hectares em
2006. Já que os EUA têm proporcionalmente muito mais características acumuladas do que qualquer
outro país, o efeito mascarador que leva a uma aparente adoção menor afeta mais os EUA do que outros
países. De fato, Canadá, Austrália, México, África do Sul e Filipinas são os únicos cinco outros países que
incorporaram as características acumuladas até agora, embora em proporções muito menores que os
EUA, mas essa é uma tendência que irá, crescentemente, afetar outros países. A área total de características acumuladas no Canadá, Austrália, África do Sul, México e Filipinas foi de aproximadamente 400.000
hectares, portanto os “hectares características”, em 2006, foram aproximadamente 117,7 milhões de
hectares, comparados com 102 milhões de hectares, uma variação de 15%.
13
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
O maior aumento nas culturas GM, nos EUA, foi o do milho, com um ganho de 15%, comparado com
2005, equivalente a aproximadamente 2,5 milhões de hectares. Em 2006, a área de soja GM aumentou
em 1,5 milhão de hectares, que agora tem a mais alta taxa de adoção que qualquer cultura GM nos EUA,
com 92%, a maior em todos os tempos. O aumento no algodão GM foi de 675.000 hectares, equivalentes
a 15% de aumento, atualmente ocupando 88% da área de algodão de sequeiro nos EUA. O total de
plantio de canola nos EUA foi menor que 12%, em 2006, comparados com 2005, e a área de canola GM
também decresceu proporcionalmente, em aproximadamente 30.000 hectares, em 2006.
É digno de nota que uma nova cultura GM, a alfafa RR ® tolerante a herbicida, tenha sido aprovada para
comercialização nos EUA, em junho de 2005. Os primeiros plantios pré-comerciais (20.000 hectares)
foram, na realidade, plantados no outono de 2005, seguidos por maiores plantios comerciais (40.000
hectares) na primavera de 2006. Outro plantio de 20.000 hectares no outono de 2006 resultou em um
total de 80.000 hectares semeados no lançamento da alfafa RR ®, nos EUA. Embora haja aproximadamente 11 milhões de hectares de alfafa perene nos EUA, apenas 1,3 milhão de hectares são provavelmente
semeados em 2006. Portanto, os 60.000ha. a 80000ha. de alfafa RR® representam, aproximadamente,
5% de toda a alfafa semeada em 2006. A alfafa RR ® goza da distinção de ser a primeira cultura GM perene
aprovada em todo o mundo, e espera-se que a tolerância a herbicida seja a primeira de várias características incorporadas a essa importante cultura forrageira. A alfafa RR ® foi bem recebida pelos fazendeiros
nos EUA, com toda a semente disponível vendida em 2006, e espera-se que a demanda cresça com o
tempo. Os benefícios incluem um controle do mato melhor e mais conveniente, resultando em aumentos
significativos em quantidade e qualidade da forragem de alfafa, assim como as vantagens na segurança
da cultura e da ração oferecidas pelo produto. O fluxo de genes foi bem estudado e 300 metros fornecem
um isolamento adequado entre a alfafa convencional e a GM, e 500 metros para campos de sementes. As
plantas da alfafa RR® foram produzidas, pela primeira vez, em 1997, e os campos de teste foram iniciados
em 1999, seguidos de testes em múltiplos locais para determinar as variedades de melhor comportamento. A aprovação de importações já está garantida para a alfafa RR ® nos principais mercados de exportação
para o feno de alfafa, incluindo México, Canadá, Japão e Filipinas, e está pendente na Coréia do Sul e na
Austrália – são países que representam mais de 90% do mercado exportador de feno de alfafa dos EUA,
um dos principais exportadores de feno de alfafa, ocupando aproximadamente 9 milhões de hectares,
com uma produtividade média de 7,59 toneladas por hectare de feno seco, a US$ 105, por tonelada, com
valor de US$ 7 bilhões por ano. Além disso, há aproximadamente 2 milhões de hectares de alfafa usada
para feno/silagem/corte verde, com uma produtividade de aproximadamente 14,9 toneladas por hectare.
A cultura é semeada tanto na primavera como no outono, com 1 a 4 cortes por safra, dependendo do
local. Mais de 90% da alfafa dos EUA foram usadas na alimentação animal, com cerca de 7% para
consumo humano. A Monsanto desenvolveu uma alfafa GM em associação com a Forage Genetics
International. A alfafa RR®, provavelmente, será mais uma cultura GM de nicho do que outras culturas de
plantio em fileiras.
Além das quatro principais culturas GM, soja, milho, algodão e canola, e a recém-introduzida alfafa,
pequenas áreas de abóbora resistente a vírus e mamão resistente a vírus continuaram a ser cultivadas nos
EUA, em 2006.
14
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
O relatório mais recente do Centro Nacional para Alimentos e Política Agrícola
(NCFAP) estimou um aumento de renda
para os produtores em US$ 2,0 bilhões,
para 20054 .
Em 2006, o Estudo de Impacto Global por
Brookes e Barfoot estimou que as culturas GM aumentaram a renda do fazendeiro em US$ 12,9 bilhões na primeira
década de comercialização, 1996 a 2005.
Outro estudo pela Universidade do
Arizona5 examinou o impacto do algodão Bt nos EUA e na China, em 2001. Os
dois países aumentaram a produção mundial de algodão em 0,7% e reduziram o
preço mundial em 0,31 por kg. Os efeitos econômicos líquidos globais foram de
US$ 838 milhões, com os consumidores
se beneficiando em US$ 63 milhões. Em
relação ao algodão, os fazendeiros chineses ganharam US$ 428 milhões e os
fazendeiros dos EUA lucraram US$ 179
milhões, enquanto os demais produtores
do mundo perderam US$ 69 milhões devido a seu preço reduzido.
ARGENTINA
População: 39,1 milhões
PIB: US$ 183,2 bilhões
% empregada na
agricultura: 1%
Participação da agricultura
no PIB: 11%
PIB Agrícola: US$ 20,15 bilhões
Terra Arável (TA):
33,2 milhões de Ha
Proporção de TA/População*: 3,7
Principais Culturas:
• Soja
• Cana-de-açúcar
• Milho
• Girassol
• Trigo
• Algodão
Lavouras GM comercializadas:
• Soja TH
• Algodão TH/Bt
• Milho TH/Bt
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
18,0 milhões de Ha / +5% em 2006
Aumento da renda agrícola em
US$ 5,4 bilhões entre 1996-2005
*Proporção: % TA global / % população global
TH – Tolerância a Herbicida
Bt – Resistência a insetos
RV – Resistência a Vírus
Argentina
A Argentina também é um dos seis “países fundadores de culturas GM”, tendo comercializado a soja RR®
e o algodão Bt, em 1996, o primeiro ano mundial de comercialização de culturas GM. A Argentina
permaneceu como o segundo maior produtor de culturas GM (18,0 milhões de hectares) em 2006, constituindo 18% da área global de culturas GM. Em 2006, o aumento de ano para ano, comparado com
2005, foi de 0,9 milhão de hectares, equivalente a uma taxa de crescimento anual de 5%. Dos 18,0
milhões de culturas GM na Argentina, em 2006/07, 15,8 milhões são de soja GM, um aumento de 0,4
milhão de hectares na área de soja GM sobre 2005. Virtualmente, toda a safra de soja (98% a 99%) na
4
5
Sankula, S. 2006. Quantification of the impact on the US agriculture of biotechnology derived crops planted in 2005,
Available at www.ncfap.or/whatwedo
Frisvold, G.B., Reeves, jeanne M., and Tronstad, R. Bt Cotton Adoption in the United States and China: International
Trade and Welfare effects, Agbioforum.
15
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2005
Argentina é de soja tolerante a herbicida. O plantio total de milho na Argentina, em 2006, aumentou
significativamente de 2,5 milhões de hectares, em 2005, para um total de 3,1 milhões de hectares em
milhões de hectares, em 2006, dos quais 2,8 milhões eram híbridos. A maior área do plantio nacional de
milho em 2006 resultou em aproximadamente 250.000 hectares a mais em milho GM. Dos 2,8 milhões
de hectares de milho híbrido, 1,7 milhão de hectares foram plantados com milho Bt e 150.000, com
milho tolerante a herbicida. A taxa de adoção nos 2,8 milhões de hectares de milho híbrido foi de aproximadamente 62% para Bt e 5% para milho tolerante a herbicida.
É notável que a Argentina aumentasse significativamente sua área comunicada de algodão GM, em 2006,
para aproximadamente 360.000 hectares, dos quais mais de 270.000 foram de algodão Bt e 90.000 de
algodão tolerante a herbicida. O aumento em algodão GM está relacionado com vários fatores, incluindo
a disponibilidade de variedades GM mais adaptadas, melhores retornos e maior conscientização dos
produtores dos benefícios associados com a tecnologia, além de melhor comunicação. Sementes guardadas pelos produtores, que são prevalentes na Argentina, podem levar a problemas com algodão Bt, se a
pureza cair a um ponto em que as larvas podem se estabelecer em plantas de algodão não Bt e começar
uma infestação que comprometa as estratégias de manejo da resistência a insetos.
Estima-se que a Argentina melhorou a renda dos fazendeiros em US$ 5 bilhões na primeira década de
comercialização das culturas GM, de 1996 a 2005. As culturas GM também são creditadas com a criação
de 200.000 empregos, o que foi uma contribuição muito importante para o decréscimo da alta taxa de
desemprego nacional. Outra análise6 por Eduardo Trigo e Eugenio Cap estimou que os benefícios da soja
RR® foram de US$ 19,7 bilhões para a Argentina, de 1996 a 2005. O estudo estima os benefícios com
base nos aumentos de produção, que podem ser identificados como resultantes da adoção das novas
tecnologias, incluindo o impacto da produtividade aumentada em produção animal relacionada com a
soja RR®.
Brasil
Após os dois decretos presidenciais, em 2003 e 2004, para aprovar o plantio de sementes guardadas pelo
produtor da soja GM para as safras de 2003/04 e 2004/05, o Congresso Brasileiro passou a Lei de
Biossegurança (Lei Nº 11,105), em março de 2005, que inicia um arcabouço legal para facilitar a aprovação e a adoção de culturas GM no Brasil. Pela primeira vez, a lei permitiu a venda comercial de soja RR®
certificada e o uso aprovado do algodão Bt (evento BC 531) da variedade inicial registrada DP9B. Entretanto, o último não será plantado, já que sementes registradas, oficialmente aprovadas em 2005, não
estavam disponíveis.
Projetar a taxa de adoção de soja RR® no Brasil, para 2006/07, continua sendo uma tarefa difícil e o
desafio não está relacionado com as culturas GM per se. As maiores incertezas se devem ao déficit
6
Comunicação Pessoal: Eduardo Trigo, 2006.
16
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2005
significativo acumulado com as perdas
BRASIL
na produção de soja nas safras de 2004/
População: 174,7 milhões
05 e 2005/06, estimado em aproximadamente US$ 2 bilhões. Como resultado, o
PIB: US$ 795,7 bilhões
plantio nacional total deve decrescer no% empregada na
vamente em 2006, como aconteceu em
agricultura: 20%
2005. A falta de crédito e a força do Real
face ao US Dólar aumentam essas incerParticipação da agricultura
tezas. A situação no estado de Mato Grosno PIB: 9,9%
so é fundamental, por ser um estado
PIB Agrícola: US$ 78,77 bilhões
crucial em termos de produção de soja,
Terra Arável (TA):
e reagir fortemente a acontecimentos fi59,6 milhões de Ha
nanceiros, tanto positivos como negatiProporção de TA/População*: 1,4
vos. Embora haja pouca dúvida de que o
Brasil ofereça mais potencial para as culPrincipais Culturas:
turas GM do que, possivelmente, qual• Cana-de-açúcar
• Soja
• Milho
quer outro país do mundo em longo pra• Mandioca
• Laranja
• Algodão
zo, limitações de curto prazo relacionaLavouras GM comercializadas:
das com crédito, preço da soja e a força
• Soja TH
• Algodão Bt
do Real têm impacto significativo no níÁrea total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
vel de adoção da soja RR®, em 2006/07.
®
11,5 milhões de Ha / +22% em 2006
A soja RR é menos suscetível a perdas
econômicas pela Ferrugem Asiática da
Aumento da renda agrícola com a biotecnologia,
2003 – 2005: US$ 1,4 bilhão
Soja, devido ao efetivo controle do mato,
o que permite a entrada de mais ar entre
*Proporção: % TA global / % população global
as fileiras, diminuindo a umidade, o que,
TH – Tolerância a Herbicida
RV – Resistência a Vírus
Bt – Resistência a insetos
por sua vez, atrasa o desenvolvimento de
epifitia da doença, que resulta em perdas severas. A ferrugem da soja é uma das principais limitações econômicas em estados importantes
como Mato Grosso, exigindo até seis aplicações de fungicidas a US$ 25 por aplicação, o que pode tornar
a produção de soja não lucrativa.
Muitos fazendeiros expressaram forte intenção de plantar muito mais soja RR® em 2006/07 do que em
2005/06. Paul Pinto, um fazendeiro de soja que produz sementes de soja, no Paraná, plantou 50% de sua
área com soja RR®, em 2005/06, mas pretende plantar toda sua cultura com soja RR® em 2006/07 – seus
amigos fazendeiros também planejam dobrar sua soja RR®, em 2006/07. Estima-se que há agora mais de
100.000 fazendeiros cultivando soja no Brasil. Após Mato Grosso, Paraná é o segundo maior estado em
produção de soja no Brasil. No passado, o Paraná tentou banir o plantio de soja RR® e sua exportação
pelo porto de Paranaguá, entretanto, em 2006, espera-se que o Paraná plante mais de 50% de seus 3,9
milhões de hectares de soja com soja RR® ; o porto de Paranaguá está, atualmente, exportando significativa tonelagem de soja RR®.
17
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Em março de 2006, houve um acontecimento significativo, quando as autoridades brasileiras confirmaram que a China havia autorizado a importação de soja brasileira para os próximos cinco anos, ao
contrário da licença anual costumeira. Foi um acontecimento importante e dá ao Brasil a segurança de
mercados em prazo longo e suprimento de alimento básico à China. As exportações de soja respondem,
atualmente, por 25% do total de exportações brasileiras para a China, no valor de US$ 1,7 bilhão, em
2005, e, de acordo com a China, a soja brasileira responde por 30% da importação total de soja.
Em 2006, alguma área de soja RR® foi plantada, virtualmente, em todos os estados brasileiros, com os
maiores plantios nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Apesar
de várias limitações relacionadas com o suprimento de semente de soja, dadas as opções dos fazendeiros
e a lucratividade das culturas alternativas, espera-se que o plantio total de soja no Brasil, em 2006/07,
seja de aproximadamente 20,6 milhões de hectares, cerca de 1 milhão de hectare a menos do que os 21,6
milhões de hectares em 2005. O plantio de soja no Brasil se inicia nos estados do Norte, em setembro, e
termina nos estados do Sul, de meados a fim de dezembro. Por ocasião da ida desta súmula para o prelo,
em novembro de 2006, aproximadamente dois terços da cultura de soja haviam sido plantados no Brasil.
Projeta-se provisoriamente que a soja GM ocupará perto de 11,4 milhões de hectares dos 20,1 a 20,6
milhões de hectares na safra de 2006/07, equivalentes a aproximadamente 55% da área plantada com
soja em 2006/07 – isso é mais de 20% do que a área de 9,4 milhões hectares de soja RR® plantada no
Brasil, em 2005/06. Esta avaliação está de acordo com as estimativas da EMBRAPA, a organização nacional de pesquisa do Brasil, que avalia um aumento de 2 milhões de hectares da soja RR®, no Brasil, em
2006. Este é o primeiro ano em que uma quantidade significativa de soja RR® certificada está disponível,
incluindo um sistema no Sul do país, que permitiu que fazendeiros trocassem sementes não certificadas
por sementes certificadas. A maior limitação que provocou impacto no plantio de soja RR® em 2006 foi a
alta dívida agrícola e a severa falta de crédito. Outras limitações incluem suprimentos limitados de variedades adaptadas às áreas que não o Sul, e o custo muito alto do transporte das áreas de produção longe
dos portos. No passado, a maior parte da soja RR® foi cultivada no estado do Rio Grande do Sul, e esperase que os aumentos nesse estado continuem em 2006/07. No total, 57 variedades foram aprovadas para
uso, no Brasil, em 2006. A falta de variedades aprovadas adequadas para estados fora do Sul limitou, até
certo ponto, sua adoção em 2006/07, mas elas estão se tornando crescentemente disponíveis.
A aprovação em 2005 de um evento de algodão GM (BCE 531) na variedade DP9B permitiu aos produtores de algodão no Brasil plantarem legalmente algodão Bt, pela primeira vez, na safra de 2006/07. Essa
variedade foi submetida a testes de campo no Brasil antes dos acontecimentos que atrasaram o registro,
devido a considerações legais. Em julho de 2006, uma outra variedade de algodão Bt, NuOpal, foi registrada, portanto, duas variedades estiveram disponíveis em 2006. Os custos de insumos para a produção
de algodão são muito caros no Brasil, com inseticidas constituindo 40% do custo total de produção e
envolvendo até 14 pulverizações por safra. Os benefícios do algodão Bt são estimados em até US$ 130
por hectare e, por isso, espera-se que o algodão BT ofereça benefícios significativos ao Brasil, particularmente aos grandes estados plantadores de algodão, como Mato Grosso e Bahia. Espera-se que o Brasil
plante aproximadamente 1,2 milhão de hectares de algodão em 2006, fazendo com que seja o sexto
18
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
maior plantador de algodão no mundo, em área, após a Índia, EUA, China, Paquistão e Uzbequistão. A
adoção do algodão GM no Brasil, em 2006/07, foi rápida e espera-se que alcance altas taxas de adoção
de curto prazo, na medida em que variedades mais adaptadas de algodão se tornem disponíveis e sejam
aprovadas para registro. O algodão é plantado tanto por grandes como por pequenos fazendeiros, o
algodão Bt oferece aos pequenos e pobres fazendeiros do Brasil benefícios sócio-econômicos significativos, similares aos experimentados na China, e crescentemente na Índia. O potencial do algodão GM no
Brasil é significativo, porque as perdas econômicas por pragas de insetos causaram uma redução na área
de algodão, de 4 milhões de hectares, ao atual 1 milhão de hectares. Há, portanto, um potencial de
reversão no declínio da área de algodão no Brasil com a adoção do algodão Bt. A área de algodão no
Brasil, em 2005, foi de 857.000 hectares e aumentou para 1,2 milhão de hectares em 2006, dos quais
120.000 foram plantados com algodão Bt.
Em 2006, o Brasil reteve sua posição como o terceiro maior em área de culturas GM no mundo, provisoriamente estimada em 11,5 milhões de hectares, dos quais 11,4 milhões de hectares foram plantados com
soja RR® e 120.000 hectares plantados com algodão Bt, oficialmente, pela primeira vez, em 2006. O
crescimento ano a ano, entre 2005 (9,4 milhões de hectares) e 2006 (11,5 milhões de hectares), é de 22%.
O Brasil é o segundo maior produtor de soja no mundo, após os EUA, o terceiro produtor de milho, o
sexto produtor de algodão, o décimo produtor de arroz e o único grande produtor de arroz fora da Ásia
(3,7 milhões de hectares). O Brasil é também o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, com 6,2
milhões de hectares e, em 2005, usou aproximadamente a metade da produção de 31,3 milhões de
toneladas de açúcar para a produção de 16 bilhões de litros do biocombustível etanol. Bloomberg (novembro de 2006) projetou que a área de cana-de-açúcar e a produção crescerão 55% nos próximos seis
anos, com as exportações de etanol subindo dos atuais 3,1 bilhões de litros para 7 bilhões de litros.
A reinstalação da autoridade da CTNBio para aprovar a soja RR® e o algodão Bt, em março de 2005, foi
certamente o acontecimento recente mais importante no Brasil. O desafio da CTBio é lidar com o extenso
número de pedidos em atraso que se acumulou, enquanto o longo debate sobre sua autoridade atrasou a
aprovação das culturas GM. A área de milho no Brasil é a terceira maior do mundo, com 13 milhões de
hectares e pedidos estão pendentes tanto para milho Bt como milho resistente a herbicida, que têm o
potencial de aumentar a produtividade significativamente. Longa demora na aprovação dos pedidos
pendentes poderia resultar na perda, pelo Brasil, dos benefícios da tecnologia de primeira geração, tendo
que atrasar sua incorporação até que a segunda geração de tecnologia se torne disponível. Os pedidos
pendentes para testes de campo na CTNBio incluem novas variedades de soja tolerante a herbicida,
milho Bt e tolerante a herbicida, quatro variedades de cana-de-açúcar GM, batatas resistentes a vírus da
EMBRAPA e eucalipto com baixo teor de lignina.
O Brasil é, de longe, o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo e líder mundial na produção de
etanol de cana-de-açúcar, com planos ambiciosos para aumentar significativamente a produção de
biocombustíveis no futuro. O Brasil tem aproximadamente 350 usinas de açúcar /destilarias, outras 46
em construção e outras 46 em estudos para construção. O Brasil produz 13% das 157,6 milhões de
toneladas de açúcar do mundo e, baseando-se no valor, o açúcar e o etanol são a terceira e a oitava maior
19
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
exportação importante do país. O Brasil faz investimentos significativos na biotecnologia da cana-deaçúcar e completou o seqüenciamento do genoma da cultura em 2003, envolvendo mais de 200 cientistas de 22 instituições no Brasil. Esse acontecimento abre novas e importantes oportunidades para a melhoria
da produtividade do biocombustível da cana-de-açúcar por meio da aplicação de biotecnologia. A extinção
dos subsídios na UE para os processadores de açúcar dá ao Brasil a oportunidade de se tornar o líder
dominante no mercado mundial de açúcar, que já exporta açúcar no valor de mais de US$ 2 bilhões por
ano. O potencial dos biocombustíveis, nas próximas décadas, e o papel da biotecnologia são discutidos
em outro lugar desta revisão.
Em resumo, o Brasil está a ponto de se tornar um líder mundial na adoção de culturas GM em médio
prazo, com o crescimento significativo continuado da área de soja RR®, rápida expansão do algodão Bt
suplementado com tolerância a herbicida, substanciais oportunidades nos 13 milhões de hectares de
milho e seus 3,7 milhões de hectares de arroz, assim como a utilização de feijão resistente a vírus e
mamão em desenvolvimento pela EMBRAPA, uma forte organização nacional de pesquisa agrícola, com
investimentos do setor público em biotecnologia de culturas.
Estima-se que o Brasil tenha melhorado a renda agrícola com a soja GM em US$ 1,4 bilhão, no período
de três anos, 2003/04/05, desde que comercializou inicialmente as culturas GM em 2003/04. De modo
mais geral, o agronegócio no Brasil está no topo do crescimento, financiado pelo setor privado, em vez
do tradicional setor público. O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar e laranja do mundo, tem o
maior rebanho comercial de gado do globo e é o líder mundial em exportação de carne bovina. É o
segundo maior produtor de soja e etanol no mundo, cujas exportações agrícolas, provavelmente, atingirão US$ 34 bilhões, em 2006, constituindo substanciais 38% do total de exportações. O Brasil tem vários
fatores a seu favor que, provavelmente, irão estimular forte crescimento no setor agrícola na próxima
década. Eles incluem uma enorme área de terras novas com suprimento adequado de água, mercado
doméstico e de exterior, firmes para grãos, oleaginosas para ração, produção avícola e suína, grandes
lacunas em produtividade em culturas como o milho, algodão e arroz, com fazendeiros e empresários
que rapidamente adotarão tecnologia inovadora para suprimir essas lacunas. Os desafios são a falta de
infra-estrutura em transportes, a comercialização e a crescente dependência em mercados asiáticos, que
podem sofrer recessão. A adoção de tecnologias como as culturas GM permitirão ao Brasil permanecer
competitivo em circunstâncias econômicas mais problemáticas e dar ao Brasil a vantagem comparativa
quando ela se torna necessária.
20
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Canadá
CANADÁ
População: 32,3 milhões
O Canadá é outro membro dos seis “países fundadores das culturas GM”, tendo
PIB: US$ 1.129,5 bilhão
comercializado canola tolerante a
% empregada
herbicidas em 1996, o primeiro ano de
na agricultura: 3%
transação global das culturas GM. Em
Participação da agricultura
2006, o Canadá reteve sua quarta posino PIB: 2,3%
ção no mundo, em área de culturas GM.
O crescimento da área de culturas GM
PIB Agrícola: US$ 25,98 bilhões
continuou no Canadá em 2006, com um
Terra Arável (TA):
ganho líquido de 300.000 hectares, apro49,9 milhões de Ha
ximadamente o mesmo do último ano e
Proporção de TA/População*: 6,6
equivalente a um crescimento, de ano a
ano, de 5%, com uma área total de culPrincipais Culturas:
• Trigo
• Cevada
• Milho
turas GM de 6,1 milhões de hectares para
• Colza
• Batata
as três culturas GM: canola, milho e soja.
A maior cultura GM é canola tolerante a
Lavouras GM comercializadas:
herbicida, a maior parte da qual é culti• Canola TH
• Milho TH/Bt/TH-Bt
•
Soja
TH
vada no oeste, onde a taxa de adoção é
muito alta. Em 2006, a taxa de adoção
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
nacional para a canola GM foi de 84%,
6,1 milhões de Ha / +5% em 2006
subindo de 82%, em 2005, e 77%, em
Aumento da renda agrícola com biotecnologia,
2004, e equivalente a 4,5 milhões de
1996 - 2005: US$ 1 bilhão
hectares; isso se compara com a área de
*Proporção: % TA global / % população global
canola GM de 4,2 milhões de hectares,
TH – Tolerância a Herbicida
RV – Resistência a Vírus
em 2005. Em Ontário e Quebec, as proBt – Resistência a insetos
víncias mais importantes quanto à área
de milho e soja, o milho GM subiu de 700.000 para 850.000 hectares e a soja continuou com 750.00
hectares.
O Canadá é um dos três países (os outros são os EUA e as Filipinas) que cultiva milho com características
acumuladas, tolerante a herbicidas e Bt para resistência a insetos. A área de milho com características
acumuladas, no Canadá, em 2006, foi aproximadamente 200.000 hectares, comparada com mais de 2
milhões de hectares de milho com características acumuladas nos EUA. O crescimento continuado de
culturas GM, no Canadá, em 2006, ocorreu com uma leve diminuição do plantio total de canola (5,3
milhões de hectares) e um leve aumento no plantio de milho (1,1 milhão de hectares) e soja (1,2 milhão
de hectares).
O Canadá é um importante produtor de trigo e as variedades GM têm sido testadas a campo, mas não
aprovadas e adotadas. Várias das atuais variedades principais foram desenvolvidas por meio de mutagênese,
21
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
e o desenvolvimento de variedades GM
de trigo resistentes a Fusarium poderiam ser um acontecimento importante
para o Canadá. Milho com maior teor
de lisina está sob testes de campo. A
alfafa RR ® nos EUA foi recentemente
aprovada para importação no Canadá.
Estima-se que o Canadá tenha aumentado a renda agrícola com as culturas
GM em US$ 1 bilhão na primeira década de comercialização, 1996 a 2005.
ÍNDIA
População: 1,09 bilhão
PIB: US$ 719,8 bilhões
% empregada na
agricultura: 60%
Participação da
agricultura no PIB: 22%
PIB Agrícola: US$ 158 bilhões
Terra Arável (TA): 177,5 milhões de Ha
Proporção de TA/População*: 0,7
Índia
Principais Culturas:
• Cana-de-açúcar
• Hortaliças frescas
• Arroz irrigado
• Trigo
A Índia, a maior democracia da Terra,
• Batata
• Algodão
altamente dependente da agricultura,
Lavouras GM comercializadas:
gera quase um quarto do seu PIB e for• Algodão Bt
nece um meio de sobrevivência a dois
terços de sua população. A Índia é uma
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
3,8 Milhões de Ha / +192 % em 2006
nação de pequenos fazendeiros, pobres
em recursos, a maioria sem renda sufiAumento da renda agrícola com biotecnologia,
2002 - 2005: US$ 463 milhões
ciente para cobrir humildes despesas e
necessidades básicas. O último National
*Proporção: % TA global / % população global
Sample Survey7 , conduzido em 2003,
TH – Tolerância a Herbicida
RV – Resistência a Vírus
Bt – Resistência a insetos
relatou que 60,4% das famílias rurais
estavam envolvidas com cultivo, notando que há 89,4 milhões de famílias de produtores na Índia. Sessenta por cento das famílias de fazendeiros
têm menos de 1 hectare de terra, e apenas 5% têm mais de 4 hectares. Somente 5 milhões de famílias (5%
de 90 milhões) têm uma renda maior que suas despesas. A renda média das famílias de produtores na
Índia (baseando-se em 45 rúpias por US Dólar) foi de US$ 46 por mês, e a média de despesas com
consumo foi US$ 62. Dos 90 milhões de famílias de produtores, portanto, aproximadamente 85 milhões,
o que representa 95% de todos os produtores, são pequenos produtores, pobres em recursos, que não
ganham dinheiro suficiente com a terra para cobrir as despesas – no passado isso incluía a vasta maioria
dos 5 milhões, ou mais, de fazendeiros de algodão. A Índia tem a maior área de algodão do mundo – 9
milhões de hectares cultivados por aproximadamente 5 a 5,5 milhões de produtores. Embora a área de
algodão da Índia represente 25% da área global de algodão, o país fornecia, no passado, apenas 12%,
pois sua produtividade era uma das mais baixas do planeta.
7
National Sample Survey: Organization’s Situation Assessment Survey of Farmers (NSS, 59th Round, India, 2003).
22
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 4.
Adoção de Algodão Bt na Índia por Estados Principais, em 2004, 2005 e 2006 (mil Hectares)
Estado
2004
2005
2006
Maharashtra
Andra Pradesh
Gujarat
Madhya Pradesh
Zona Norte *
Karnataka
Tamil Nadu
Outros
200
75
122
80
—
18
5
—
607
280
150
146
60
30
27
—
1840
830
470
310
215
85
45
5
Total
500
1.300
3.800
* Pujab, Haryana, Rajastão
Fonte: ISAAA, 2006.
Aproximadamente 65% do algodão da Índia são produzidos em sequeiro, e 35%, em terra irrigada. Os
híbridos ocupam 70% (6,3 milhões de hectares) da área de algodão e 30% (2,7 milhões de hectares) são
variedades. A porcentagem dedicada aos híbridos tem aumentado significativamente nos últimos anos,
uma tendência acentuada pela introdução, em 2002, de híbridos de algodão Bt de alto desempenho, que
ultrapassam os híbridos convencionais. O algodão é uma cultura de produção de renda importante na
Índia, e responde por 75% da fibra usada na indústria têxtil, a qual tem 1.063 fiações e representa 4% do
PIB. O algodão tem impacto na vida de estimados 60 milhões de pessoas na Índia, incluindo fazendeiros
que plantam a cultura, e uma legião de trabalhadores envolvidos na indústria do algodão, do processamento
à comercialização.
A Índia é o único país que planta as quatro espécies de algodão cultivado: Gossypium arboreum e
herbaceum (algodão asiático), G, barbadense (algodão egípcio) e G, hirsutum (algodão de sequeiro americano). Gossypium hirsutum representa 90% da produção de algodão híbrido na Índia, e todos os atuais
híbridos de algodão Bt são G, hirsutum.
O algodão Bt, que confere resistência a importantes pragas de insetos do algodão, foi adotado primeiramente na Índia como híbrido em 2002. A Índia cultivou aproximadamente 50.000 hectares de algodão Bt
híbrido, oficialmente aprovado pela primeira vez em 2002, e dobrou sua área de algodão Bt para quase
100.000 hectares em 2003. A área de algodão Bt aumentou novamente em quatro vezes em 2004, para
alcançar meio milhão de hectares. Em 2005, a área plantada com algodão Bt, na Índia, continuou a subir,
alcançando 1,3 milhão de hectares, um aumento de 160% sobre 2004.
23
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Em 2006, os aumentos recordes em adoção continuaram com a quase triplicação da área de algodão Bt
para 3,8 milhões de hectares. Em 2006, essa triplicação de área foi o maior crescimento anual para
qualquer país do mundo. Notavelmente, a área da Índia de algodão Bt, em 2006 (3,8 milhões de hectares), excedeu, pela primeira vez, a da China (3,5 milhões de hectares), o terceiro maior produtor do
mundo. Dos 6,3 milhões de hectares de algodão híbrido na Índia, em 2006, o que representa 70% de
toda a área de algodão, 60%, ou 3,8 milhões de hectares, foram de algodão Bt – uma proporção bastante
alta, no relativamente curto período de cinco anos. Dos 3,8 milhões de hectares de algodão híbrido Bt,
cultivado na Índia em 2006, 34% foram com irrigação e 66%, somente com as chuvas. No total, 62
híbridos de algodão foram aprovados para plantio em 2006, comparados com 20, em 2005, e 4, em
2004. A distribuição do algodão Bt nos maiores estados produtores em 2004, 2005 e 2006 é mostrada na
Tabela 4. Os maiores estados que cultivaram o algodão Bt, em 2006, listados por ordem de área, são
Maharashtra (1.840 milhões de hectares, representando quase metade, 48%, de todo o algodão Bt na
Índia, em 2006), seguido por Andhra Pradesh (830.000 hectares ou 22%), Gujarat (470.000 hectares ou
12%), Madhya Pradesh (310.000 hectares ou 8%), 215.000 (6%) na Zona Norte, e o restante em Karataka,
Tamil Nadu e outros estados.
Estima-se que aproximadamente 2,3 milhões de produtores plantaram uma média de 1,65 hectare de
algodão Bt, em 2006. O número de produtores que cultivam híbridos de algodão Bt na Índia aumentou
de 300.000 pequenos fazendeiros, em 2004, para 1 milhão, em 2005, com mais do dobro do crescimento; em 2006, para 2,3 milhões de fazendeiros, que estão colhendo benefícios significativos da tecnologia.
Coincidentemente com o pronunciado aumento da adoção do algodão Bt entre 2002 e 2005, a produtividade média do algodão na Índia, que tinha uma das mais baixas do mundo, aumentou de 308 kg por
hectare em 2001-2002 para 450 kg por hectare em 2005-2006, com a maior parte do aumento até 50%,
ou mais, atribuído ao algodão Bt. No nível nacional, este é um fator importante na produção de algodão,
aumentando de 15,8 milhões de fardos em 2001-2002 para 24,4 milhões de fardos em 2005-2006, o que
é um recorde de produção de algodão na Índia8 . O trabalho de Bennett et al.9 confirmou que o principal
proveito com o algodão Bt, na Índia, é o significativo ganho em produtividade, estimado em 45%, em
2002, e 63%, em 2001, para uma média de 54% nos dois anos. Levando em consideração o decréscimo
em aplicação de inseticidas para o controle da lagarta do capulho, que se traduz em economia de 2,5
pulverizações, e o aumento do custo da semente de algodão Bt, Brookes e Barfoot estimam que os
benefícios econômicos líquidos para os produtores de algodão Bt, na Índia, foram de US$139 por hectare, em 2002, US$324 por hectare, em 2003, US$171 por hectare, em 2004, e US$ 260 por hectare, em
2005, para uma média de quatro anos de, aproximadamente, US$ 225 por hectare. Os benefícios para os
fazendeiros traduzem-se em ganho nacional de US$ 339 milhões, em 2005, e cumulativamente em
8
9
Minutas do terceiro encontro do Cotton Advisory Board (CAB) para a safra de algodão de 2005/06/ Escritório do
Comissário; Ministério dos Têxteis/Gov. da Índia, realizado em 1º de novembro de 2006, em Mumbai, Índia, e o
National Cotton Scenario 2005-06/ a Cotton Corporation of Índia (CCn Govt of Índia em
http://www.cotcorp.com/NATlONAL2.HTML
Bennett R/ Ismael Y, Kambhampati U/ and Morse 5 (2004) Economic Impact of Genetically Modified Cotton in India,
Agbioforum Vo17/ No 3/ Artigo 1.
24
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
US$ 463 milhões para o período de 2002 a 2005. Outros estudos relatam resultados na mesma faixa,
reconhecendo que os benefícios irão variar de ano para ano, devido a vários níveis de infestação da
lagarta do capulho. O estudo 10 mais recente de Gandhi e Namboodiri relata um ganho de 31%, uma
redução significativa no número de pulverizações com inseticidas de 39%, e um aumento de 88% no
lucro ou um aumento de US$250, por hectare, para a safra de algodão de 2004.
Em 2006, o Governo de Andhra Pradesh abordou a Comissão de Monopólios e Práticas Restritivas de
Negócios (MRTPC) do Governo da Índia, com uma petição de preços mais baixos para sementes de
algodão. O caso foi contestado e está agora aguardando julgamento na suprema Corte. Nesse ínterim, o
preço da semente de algodão para a safra de 2006 foi mais baixo que em 2005, com aumento significativo do mercado em 2006. Pelos dados significativos e múltiplos benefícios que os fazendeiros auferem
do algodão Bt na Índia, espera-se que a adoção dos híbridos de algodão Bt aprovados na Índia continue
a aumentar significativamente em 2007, e projeta-se que a taxa de adoção atinja um patamar de 80% ou
mais, similar aos EUA, que foi de 87%, em 2006. Apesar de alta, a adoção sem precedentes do algodão
Bt por milhões de fazendeiros, que têm experiência de primeira mão dos benefícios significativos que
oferece, os grupos antibiotecnologia continuam com vigorosa campanha contra a biotecnologia na Índia,
usando todos os meios para julgá-la e desacreditá-la, inclusive, com ações judiciais de interesse público
junto à Suprema Corte, contestando a biossegurança dos produtos biotecnológicos.
Aprovação de eventos11 e híbridos de algodão Bt na Índia
O número de eventos, assim como o número de híbridos de algodão Bt e companhias comercializando
híbridos aprovados de um evento, e 20 híbridos em 2005 de três vezes em 2006, para quatro eventos e 62
híbridos. Isto deu mais escolha que nos anos anteriores para os fazendeiros das Regiões Norte, Central e
Sul, onde híbridos específicos foram aprovados para cultivo em regiões específicas (ver Figura 4).
Em 2006, um total de quatro eventos, dos quais três eram novos em 2006, foram aprovados para incorporação em um total de 62 híbridos para venda em 2006. O primeiro evento conhecido como Bollgard I
(BG-I), apresentando o gene crylAc, foi desenvolvido pela Maharashtra Hybrid Seed Company Ltd,
(MAHYCO), com fonte na Monsanto, e aprovado para venda pelo sexto ano consecutivo, totalizando 48
híbridos para uso nas Zonas Norte, Central e Sul (ver Tabela 5).
O segundo evento, Bollgard 11 (BG-II com evento MON 15985), também desenvolvido pela MAHYCO
e com fonte na Monsanto, apresentou os genes acumulados cryl Ac e cry2Ab, e foi aprovado para venda,
pela primeira vez, totalizando sete híbridos para uso nas Regiões Central e Sul.
10
11
Gandhi Vand Namboodiri N. v./ “The Adoption and Economics of Bt Cotton in India: Preliminary Results from a Study”,
liMA Workíng Paper No. 2006-09-04/ pp 1-27/ Sept 2006.
Um evento se refere a uma recombinação única de DNA que ocorreu em uma célula vegetal, usada para gerar plantas
inteiras transgênicas. Todas as células que incorporaram com sucesso o gene de interesse representam um “evento”
único.
25
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 5.
Evento
Utilização de eventos/ híbridos aprovados de algodão Bt, por região na Índia em 2006
Norte
(N)
Central
(C)
Sul
(S)
Central/ Norte
(C/N)
Central/ Sul
(C/S)
N/C/S
Total
Híbridos
Bollgard1- I
Bollgard2- II
Evento 13
GFM Event4
9
1
1
11
5
1
1
10
2
2
1
2
-
15
-
1
-
48
7
4
3
Total
11
18
15
2
15
1
62
1,2 Mahyco 3 JK Seeds 4 Nath Seeds
Fonte:ISAAA.
O terceiro evento, conhecido como Evento 1, foi desenvolvido pela JK Seeds, apresentando o gene crylAc,
com fonte na IIT Kharagpur, Índia, e aprovado para venda, pela primeira vez, totalizando quatro híbridos
para uso nas Regiões Norte, Central e Sul.
O GFM, o quarto e último evento, foi desenvolvido pela Nath Seeds, com fonte na China, apresentando
os genes fundidos crylAb e crylAc e aprovado para venda, pela primeira vez, totalizando três híbridos,
um para cada região da Índia. A utilização desses quatro eventos está resumida na Tabela 5.
Em 2006, os 62 híbridos aprovados foram comercializados pelas seguintes companhias de sementes da
Índia; MAHYCO (MECH, MRC), Rasi (RCH), Ankur Seeds (Ankur), Nuziveedu Seed (NSC), JK Seeds (JKCH),
Nath Seeds (NCEH), Ganga Kaveri Seeds (GK), Tulasi Seeds (Tulsi), Ajeet Seeds (ACH), Emergent Genetics
(Brahma), Vikki Agrotech (VCH), Pravardhan Seeds (PRCH), Krishidhan (KDCHH), Prabhat (PCH & NPH)
e Vikram Seeds (VICH).
A utilização dos quatro eventos em 62 híbridos, em 2006, está resumida na Tabela 6, assim como sua
distribuição correspondente em 2002, 2003, 2004 e 2005. Em 2006, o Genetic Engineering Approval
Committee (GEAC) confirmou 42 novas variedades de híbridos de algodão Bt para cultivo comercial para
a safra de 2006, além dos 20 híbridos de algodão Bt, aprovados para venda em 2005, totalizando 62
híbridos. Isso deu aos produtores das três zonas de cultivo de algodão da Índia maior escolha de híbridos
para cultivo em 2006. Dos 62 híbridos de algodão Bt, aprovados para cultivo comercial, 14 híbridos,
representando três eventos, foram vendidos por seis companhias na Zona Norte; 36 híbridos, representando quatro eventos, foram vendidos por 15 companhias na Zona Central; e 31 híbridos, representando
quatro eventos, foram vendidos por 13 companhias na Zona Sul.
De modo similar, a distribuição dos 20 híbridos aprovados para 2005 é resumida na Tabela 6, assim
como os quatro híbridos oferecidos para venda, em 2004, e os três híbridos aprovados, tanto para 2003
como para 2002. Em 2002, MAHYCO foi a primeira a receber aprovação para três híbridos de algodão
26
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Figura 4.
Aprovação de Eventos e Híbridos de Algodão Bt na Índia 2006*
Híbridos de Algodão Bt Aprovados na Índia (2006)
ZONA NORTE
14 Híbridos (3 eventos, 6 companhias)
MRC-6301, MRC-6304
MRC-6025, MRC-6029
Ankur-651, Ankur-2534
RCH-134, RCH-317
RCH-308, RCH-314
NCS-913, NCS-138
NCEH-6R (GFM Event)
JKCH-1947 (Event-1)
ZONA CENTRAL
36 Híbridos
(4 Eventos,
15 Companhias)
Mech-12, Mech-162,
Mech-184, MRC-6301
RCH-2, RCH-118, RCH-138
RCH-144, RCH-377
Ankur-09,Ankur-651
NCS-145 Bunny Bt
NCS-207 Mallika Bt
NCS-913, GK-204, GK-205
Tulasí-4, Tulasí-117,
Brahma Bt, VCH-111, VICH-5
VICH-9, PRCH-102, NPH-2171
ACH-33-1, ACH-155-1
KDCHH-9632, KDCHH-9810
KDCHH-9821
MRC·7301(BG·II)
MRC-7326 (BG-II)
MRC·7347(BG-Il)
ACH-11-2 (BG-II)
KDCHH-441 (BG-Il)
NCEH-2R (GFM Event)
JK Varun ( Event-1)
Zona SUL
31 Híbridos
(4 Eventos, 13 Companhias)
Evento
Estilo da fonte
BG-I
BG-Il
GFM Event
Event-1
Normal
Bold
Italic
Bold italic
Para 100.000 hectares de algodão Bt
Para < 100.000 hectares de algodão Bt
Mech-162*, Mech-184*, MRC-6322
MRC-6918, RCH-2, RCH-20
RCH-368, RCH-111, RCH-371
RCHB-708, NCS-145 Bunny Bt
NCS-207 Mallika Bt, NCS-913
GK-207, GK-209, Brahma Bt
PRCH-102, PRCH-103
ACH-33-1, NPH-2171
PCH-2270, KDCHH-9632
Tulasí-4, Tulasí-117
VICH-5, VICH-9
MRC-7351 (BG-II), MRC·201 (BG-II)
NCEH-3R (GFM Event)
JK-Durga (Event-1)
JKCH-99 (Event-1)
* Mech-162 e Mech-184 não estão aprovados
para Presença Adventícia.
Algodão Bt (2002-2006): 62 híbridos de algodão Bt liberados comercialmente, 106 em testes de larga escala (LST)
* Para mapa em cores, visite http://www.isaaa.org
27
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 6.
Utilização de Eventos/Híbridos de Algodão Bt Aprovados por Companhias na Índia,
de 2002 a 2006
Zona
2002
2003
2004
ZONA NORTE
Haryana
Punjab
Rajasthan
2005
2006
6 Híbridos
1 Evento
3 Companhias
14 Híbridos
3 Eventos
6 Companhias
ZONA CENTRAL
Gujarat
Madhya Pradesh
Maharashtra
3 Híbridos
3 Híbridos
4 Híbridos
12 Híbridos
1 Evento
4 Companhias
36 Híbridos
4 Eventos
15 Companhias
ZONA SUL
Andhra Pradesh
Karnataka
Tamil Nadu
3 Híbridos
3 Híbridos
4 Híbridos
9 Híbridos
1 Evento
3 Companhias
31 Híbridos
4 Eventos
13 Companhias
3
1
1
4
1
1
20
1
3
62*
4
15
Resumo
Nº Total de híbridos
Nº Total de eventos
Nº Total de companhias
3
1
1
* Alguns dos 62 híbridos estão sendo cultivados em várias regiões (ver Tabela 5)
Fonte: ISAAA, 2006.
Bt, i.e, MECH 12, MECH 162 e MECH 184, para cultivo comercial nas Zonas Central e Sul de cultivo de
algodão na Índia. Para conveniência do leitor, a utilização dos 62 híbridos de algodão Bt, em 2006, assim
como seus respectivos eventos nas três regiões, estão resumidos e ilustrados no mapa da Figura 4.
A aprovação e a adoção do algodão Bt nos dois países mais populosos do mundo, a Índia (1,1 bilhão de
pessoas) e a China (1,3 bilhão de pessoas), podem influenciar demais a aprovação e a adoção das culturas GM em todos os países, particularmente nos que estão em desenvolvimento. É digno de nota que
ambos os países escolheram estratégia similar, explorando, primeiramente, as benfeitorias potenciais da
biotecnologia com uma cultura de fibras, algodão Bt, que já gerou benefícios substanciais na China, com
o mesmo padrão emergindo na Índia, o maior produtor de algodão do mundo. Estima-se que a Índia
tenha aumentado sua renda agrícola com o algodão Bt em US$ 463 milhões, no período de 2002 a 2005.
A Índia é um país com experiência em primeira mão dos benefícios salva-vidas da Revolução Verde em
trigo e arroz. Em 2006, a Índia exportou arroz e importou trigo. A produtividade tanto do trigo como do
28
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
arroz estão agora atingindo um plateau, e a tecnologia atualmente usada em trigo, arroz e outras culturas
terá que ser suplementada para alimentar a crescente população, que aumentará em 50%, para 1,5
bilhão de pessoas, em 2050. Por isso, o governo da Índia, por meio do Departamento de Biotecnologia
(DBT) no Ministério de Ciência e Tecnologia, estabeleceu seis centros de biologia molecular vegetal em
1990 e, subseqüentemente, estabeleceu um novo instituto, o Centro Nacional de Pesquisa de Genoma
Vegetal, para focar-se em genômica e fortalecer a pesquisa de biotecnologia vegetal no país. Os crescentes investimentos do setor público em biotecnologia de culturas na Índia são complementados com investimentos do setor privado, de companhias nacionais de sementes da Índia e subsidiárias de
multinacionais envolvidas em culturas GM.
Os investimentos em biotecnologia de culturas, tanto do setor público como do privado, na Índia, estimados em US$ 25 milhões por ano, em 2001, estão focados no desenvolvimento de culturas para alimentos, ração e fibras que possam contribuir para produtividades maiores e mais estáveis, além de melhorarem a nutrição. Como a produção de arroz na Índia é vital para a segurança alimentar, muita ênfase
foi dada à genômica do arroz e ao desenvolvimento de variedades melhoradas, tolerantes a estresses
abióticos de salinidade e seca, e os estresses bióticos, associados com pragas. A redução de perdas póscolheita, particularmente em frutas e hortaliças, por meio de genes de atraso da maturação, é também um
grande impulso. Refletindo a ênfase na nutrição melhorada da cultura, dois projetos internacionais
colaborativos envolvem o arroz Golden™ , e mostarda com níveis realçados de beta-caroteno, outra
iniciativa para melhorar o valor nutricional de batatas com o gene ama1. Pesquisa na Alemanha por Stein
et al.12 , em 2006, prevê um impacto positivo do Golden Rice 2, na Índia. Sob um cenário otimista, os
encargos dos anos de vida ajustados pela incapacidade, os DALYs, seriam reduzidos em significativos
59% e, em 9%, sob um cenário pessimista.
Várias instituições e companhias privadas na Índia têm projetos para desenvolver variedades melhoradas
da berinjela perene tolerante à seca, conhecida localmente como brinjal; ela ocupa mais de 0,5 milhão
de hectares, é a principal fonte de dinheiro e fornece 25% das calorias para muitos fazendeiros pobres em
recursos. A meta dos projetos é melhorar a resistência à broca do broto do fruto, pragas muito importantes
que requerem aplicações intensivas de inseticidas, dia sim, dia não, em alguns casos, custando entre US$
40 e US$ 100, por safra, em inseticidas, com implicações ambientais e sanitárias, uma vez que a berinjela
é uma cultura alimentar. Esses projetos de berinjela são todos engrenados para produzir produtos GM
para avaliação e aprovação pelo governo em curto prazo, representando o primeiro produto alimentar
GM da Índia. A MAHYCO desenvolveu uma berinjela cujo gene crylAc confere resistência à broca, ao
fruto e ao broto. O produto foi testado em campo com bons resultados, e o requerimento para conduzir
testes de campo em larga escala e em múltiplos locais está sendo estudado por um comitê especial
comissionado pelo GEAC. ABSPII, o programa de agribiotecnologia da USAID, executado pela Universidade de Cornell, está apoiando o pedido da MAHYCO e trabalhando com instituições na Índia, Bangladesh
12
Alexander}. Stein, H.p.s. Sachdev, and Matin Qaim. 2006. Potentiallmpact and Cost-Effectiveness of Golden Rice.
Nature Biotechnology.
29
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
e nas Filipinas, para desenvolver tecnologia em variedades que complementariam as atividades da
MAHYCO em híbridos. É digno de nota que esta parceria público-privada vise a gerar sementes acessíveis aos fazendeiros pobres em recursos, que reduzirão substancialmente as aplicações de inseticidas
requeridas, com implicações positivas e significativas para o ambiente e a saúde dos produtores. Uma
vez que a berinjela Bt reduzirá significativamente a aplicação de inseticidas, isto, por sua vez, reduzirá os
resíduos de inseticidas no solo e a água do subsolo. De modo similar, reduzir os inseticidas, que tipicamente matam tanto os insetos bons, como os nocivos, contribuirá para maior diversidade de insetos
benéficos. Os estudos de fluxo de genes não detectaram nenhum efeito negativo em espécies silvestres de
berinjela, e esse monitoramento continuará.
O pequeno produtor pobre em recursos médios, que cultiva berinjela na Índia, tem uma propriedade de
1,67 hectare e cultiva 0,26 hectare com berinjela. Os benefícios potenciais que a tecnologia oferece aos
produtores pobres em recursos da Índia são significativos e incluem o seguinte: uma redução de 45% no
número de inseticidas, aplicados geralmente à mão, dia sim, dia não, com implicações positivas para a
saúde e para o ambiente, e uma significativa redução em custos de produção; um aumento de 117% em
produtividade com implicações de hortaliças mais acessíveis; um aumento estimado em US$ 411 milhões, por ano, em benefícios líquidos para os produtores de berinjela indianos e consumidores, no nível
nacional, que poderia contribuir para o alívio da pobreza, pelo aumento da renda do produtor pobre em
recursos de plantador de berinjela, e fornecendo uma fonte mais acessível de hortaliças para os consumidores pobres. Estudos13 mostraram que a comercialização de berinjela Bt tem o potencial de beneficiar
700.000 produtores em três países: Índia (510.000 hectares), Bangladesh (64.208 hectares) e Filipinas
(20.000 hectares); a área coletiva de berinjela representa um quarto da área total de hortaliças nesses três
países, portanto, o impacto potencial desse projeto é significativo. A berinjela é plantada o ano todo,
fornece 25 calorias por porção e tem textura “como carne”, o que a torna perfeita como alimento básico
para vegetarianos.
É evidente que a berinjela Bt será uma nova cultura GM muito importante para a Índia e complementará
os híbridos de algodão Bt que já estão aprovados e outras variedades de algodão Bt em desenvolvimento,
tanto pelo setor público, como pelo privado da Índia. As culturas GM, em desenvolvimento pelo setor
público, incluem as seguintes 16 culturas: banana, blackgram, brássicas, repolho, couve-flor, grão-debico, café, algodão, berinjela, melão, mostarda/colza, batata, arroz (incluindo basmati), fumo, tomate e
trigo. Além disso, o setor privado na Índia tem as seguintes nove culturas GM sob desenvolvimento:
brássicas, repolho, couve-flor, algodão, milho, mostarda/colza, feijão guandu, arroz e tomate.
Resumindo, os investimentos públicos e privados da Índia, particularmente o apoio de seu governo à
biotecnologia de cultura, são progressistas. O Primeiro Ministro Manmohan Singh, na abertura do Congresso Internacional do Arroz, em Nova Delhi, em outubro de 2006, abordou questões sobre mudanças
na saúde e no ambiente, relacionadas com o arroz GM, e declarou que “precisamos estabelecer um
13
http://www.absp2.cornell.edu/projects/project.cfm?productid=2.
30
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
equilíbrio entre usar o potencial da biotecnologia para atender as exigências das pessoas com fome, ao
mesmo tempo em que encaramos as preocupações com interferir na natureza”. Shri Sharad Pawar, o
Ministro da Agricultura da Índia, na conferência sobre biotecnologia do ILSI, em setembro de 2006,
referiu-se à necessidade de fortalecer e agilizar o programa de transgênicos e de testes de culturas GM.
Como parte dos esforços em agilizar o arcabouço regulamentar da Índia para as culturas GM, o Comitê
de Aprovação de Engenharia Genética (GEAC) decidiu, em sua 69ª reunião, feita em 30 de junho de
2006, adotar um “Sistema de Aprovação Baseado em Eventos” para culturas GM. O novo sistema foi
diretamente aplicado a híbridos de algodão Bt que expressam o gene cryl Ac (evento MON 531), uma vez
que esse evento passou o período de três anos pós-liberação e o GEAC renovou sua aprovação para
liberação comercial. O novo sistema também é aplicável a outros eventos, por seu desempenho ter sido
monitorado após a liberação, durante o período de três anos. Isso irá acelerar a introdução de novas
culturas GM no país, sem comprometer a biossegurança e a segurança do ambiente. Coincidentemente,
os desenvolvimentos de cultura GM na China e em outros países progressistas na Ásia, como as Filipinas,
particularmente os relacionados com o arroz GM e o arroz golden criam estímulo e impacto significativo
na Índia, e em todos os países produtores de arroz da Ásia e do mundo.
CHINA
China
População: 1,3 bilhão
PIB: US$ 2.224,9 bilhões
Como os EUA, Argentina, e Canadá, a
China é um membro dos seis “países fundadores das culturas GM”, tendo
comercializado algodão Bt em 1996, o
primeiro ano de comercialização global
de culturas GM. A área nacional plantada com algodão na China aumentou de
5,1 milhões de hectares em 2005 para
5,3 milhões de hectares em 2006. Esse
aumento de 5% no plantio total resultou
em um aumento paralelo na área de algodão Bt, de 3,3 milhões de hectares em
2005 para 3,5 milhões de hectares em
2006, com a porcentagem de adoção de
Bt de 66%, o mesmo de 2005. Estima-se
que 6,8 milhões de produtores cultivaram algodão Bt na China em 2006, comparados com 6,4 milhões em 2005 (um
aumento de cerca de 5% sobre 2005, em
linha com o aumento de 5% no plantio
total de algodão em 2006). O nível de
adoção do algodão Bt na China parece
% empregada na
agricultura: 49%
Participação da gricultura
no PIB: 15%
PIB Agrícola: US$ 333,7 bilhões
Terra Arável (TA): 143,4 Milhões de Ha
Proporção de TA/População*: 0,5
Principais Culturas:
• Arroz irrigado
• Milho
• Cana-de-açúcar
• Hortaliças frescas
• Batata doce
• Algodão
Lavouras GM comercializadas:
• Algodão Bt
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
3,5 Milhões de Ha / +6 % em 2006
Aumento da renda agrícola com biotecnologia,
1997 - 2005: US$ 5,2 bilhões
*Proporção: % TA global / % população global
TH – Tolerância a Herbicida
Bt – Resistência a insetos
RV – Resistência a Vírus
31
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
ter atingido um plateau em cerca de 66%. O plateau pode ocorrer, em parte, pelo fato de que as grandes
áreas de algodão da província de Xing Xang estão submetidas a uma pressão de pragas muito menor do
que as províncias do leste, tais como Hubei, onde a pressão de pragas é grande e as taxas de adoção estão
bem acima da média nacional.
Nenhuma outra informação foi disponível em 2006, subseqüentemente ao relatório de setembro de 2005,
por Guo Sandui da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas (CAAS), de que os novos híbridos de algodão Bt teriam produtividade até 25% maior do que as variedades atuais de algodão Bt. Se confirmado,
isso poderia impulsionar uma nova onda de crescente adoção, que excederia significativamente as atuais
taxas de adoção, de cerca de dois terços da área nacional de algodão. Em 2005, foi dada a aprovação
para cultivar um dos novos híbridos, Yinmian 2, em cerca de 700 hectares na região do Yellow River, em
2006. Entretanto, não há informações disponíveis sobre o plantio de Yinmian 2, em 2006, seu desempenho e expansão planejada em 2007. Esses novos híbridos de algodão Bt, como o Yinmian 2, poderiam
aumentar a renda do produtor em US$ 1,2 bilhão por ano, fazendo da China o segundo país, após a
Índia, a lucrar com os híbridos de algodão Bt, os quais têm um inerente sistema de agregação de valor que
não é encontrado nas variedades. O uso de híbridos não convencionais já está relativamente disseminado (70% de adoção) no Vale do Rio Yangtze, mas menos prevalente no vale do Rio Yellow. Esses híbridos
de algodão Bt são melhorados com o cruzamento de duas variedades, em vez das linhagens autogâmicas
normais, que otimizam o vigor híbrido. O uso de híbridos Bt não convencionais pode preparar o terreno
para os novos híbridos como o Yinmian 2 com alto potencial de produtividade. A China, com um passado
de desenvolvimento de variedades bem-sucedidas de algodão Bt, que competem com produtos desenvolvidos o setor privado, ganhou experiência em biotecnologia de culturas, o que prestará bons serviços
à China no desenvolvimento de futuras culturas GM em curto prazo.
Em setembro de 2006, vislumbrou-se que o Comitê Nacional de Biossegurança da China havia recomendado um mamão GM, desenvolvido localmente e resistente ao vírus ringspot (PRSV), para comercialização.
Isso poderia ser significativo, uma vez que o mamão é uma fruta/ cultura alimentar amplamente consumida
em todo o país.
É evidente que os criadores chineses de políticas vêem a biotecnologia agrícola como elemento estratégico para incrementar a produtividade, melhorando a segurança alimentar nacional e assegurando a
competitividade no mercado internacional. Não há dúvidas de que a China pretende ser um dos líderes
em biotecnologia, uma vez que os criadores chineses de políticas concluíram que há riscos inaceitáveis
de dependerem de tecnologias importadas de segurança alimentar. A China tem mais de uma dúzia de
culturas GM, testadas a campo, incluindo as três maiores culturas básicas – arroz, milho e trigo - assim
como algodão, batata, tomate, soja, repolho, amendoim, melão, mamão, pimentão, pimenta, colza e
fumo.
A China está consciente da necessidade de manejo da biossegurança, para assegurar proteção para ambiente e consumidores, e isso está sendo considerado na pendente aprovação do arroz Bt. Dada a máxima importância do arroz como principal cultura alimentar na China, aproximadamente 20% do investi32
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
mento do governo em biotecnologia de culturas são dedicados ao arroz. Isso equivale ao atual investimento anual de US$ 24 milhões, no câmbio oficial, ou US$ 115 milhões, por ano, em uma taxa de
paridade com o poder aquisitivo, o que faz do investimento em biotecnologia de arroz, na China, o maior
do mundo. Três variedades de arroz híbridas, resistentes a insetos, duas apresentando o gene Bt, e a outra
com o gene de tripsina CpTi, entraram em testes de pré-produção em 2001, mais uma variedade de arroz
portando o gene Xa 21 que confere resistência à importante doença de podridão bacteriana do arroz.
Testes anuais e extensivos em larga escala de pré-produção desses novos híbridos de arroz GM, começando em 2001, confirmaram aumentos na produtividade de aproximadamente 4% a 8%, mais uma
economia de 17 kg por hectare em inseticidas, com implicações positivas para a saúde, além da economia de mão-de-obra de 8 dias por hectare, resultando em aumento geral de renda líquida por hectare de
US$ 80 a US$ 100. Projeta-se que, com a adoção total, os novos híbridos GM de arroz poderiam resultar
em benefício nacional para a China de US$ 4 bilhões, em 2010; brocas de insetos, que podem ser
controlados por Bt, são prevalentes em até 75% de aproximadamente 30 milhões de hectares de arroz na
China.
Estima-se que a China melhorou sua renda agrícola com o algodão GM em US$ 5,2 bilhões, no período
de 1997 a 2005. É evidente que a China se aproveitaria de múltiplos e significativos benefícios com os
híbridos GM de arroz, que já foram extensivamente testados no campo e em testes de pré-produção, em
2001/2003, em muitas localidades, e foram submetidos à avaliação regulamentar, incluindo aprovação
como alimento e biossegurança. A aprovação de arroz GM na China não terá apenas implicações importantes para este país, mas para o restante do mundo, porque o arroz é uma das principais culturas mundiais alimentares. O Irã já estabeleceu um precedente, em 2005, cultivando uma área modesta de uma
variedade de arroz GM, enquanto o arroz BT pendente na China é um híbrido e não uma variedade.
Com a aprovação do arroz GM, ficaria apenas o trigo como a única das três principais culturas básicas,
milho, arroz e trigo, a perder as significativas vantagens oferecidas pela biotecnologia. A adoção do milho
GM na Ásia irá, no seu devido tempo, facilitar a adoção do trigo GM, provavelmente com melhor resistência a Fusarium, portanto com níveis menores de micotoxina, seguida de características de qualidade
e, em longo prazo, após 2010, melhor resistência à seca.
Em curto prazo, as necessidades de alimento e rações na China, e mais amplamente na Ásia, não estão
limitadas a arroz, mas também a milho para ração e trigo para alimentação. As características prioritárias
para a China incluem resistência a insetos e doenças, tolerância a herbicidas, assim como características
de qualidade. A China tem o seu próprio portfolio de culturas GM com várias características que podem
ser complementadas com produtos desenvolvidos pelo setor público e privado para o mercado global de
culturas GM. A China pode aproveitar benefícios significativos do algodão e arroz GM, projetados em
US$ 5 bilhões para o ano de 2010, e pode complementar esses ganhos com a aplicação da biotecnologia
ao milho e trigo, e a uma dúzia de outras culturas. Na cerimônia de abertura do Fórum Internacional de
Alto Nível sobre Biotecnologia, em Beijing, em setembro de 2005, o Ministro de Ciência e Tecnologia Xu
Guanhhua comentou que a “biotecnologia poderia se tornar a indústria de mais rápido crescimento na
China nos próximos 15 anos” e que “a biotecnologia será colocada bem alto na estratégia de desenvolvi33
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
mento científico e tecnológico em médio e longo prazo no país”. Ele ainda predisse que o avanço em
P&D levaria eventualmente a um surto econômico. A China tem atualmente 200 laboratórios financiados
pelo governo e 500 companhias ativas em biotecnologia.
Resumidamente, não há dúvida de que a China visa a melhorar seu papel como líder mundial em
biotecnologia de culturas, já tendo aprovado algodão, pimenta e tomate nos anos 90. Os significativos
benefícios econômicos, ambientais e sociais do algodão Bt deram à China uma experiência de primeira
mão em culturas GM. A rica experiência com o algodão Bt trará bons serviços à China quanto a seu
exame do arroz GM, esperado em um ano ou dois, após a emissão dos certificados de biossegurança e a
verificação dos dados de segurança no campo, alguns já obtidos, esperando a aprovação final para
comercialização.
Um aspecto interessante é a crescente relação entre China e América Latina, particularmente Argentina e
Brasil, em termos de negócios agrícolas, em que as culturas GM, como soja e milho, terão um papel cada
vez mais importante. Os três países já são participantes importantes no cultivo e se beneficiam das culturas GM. A China é agora a quarta economia mundial e tenta recuperar rapidamente sua posição anterior
como número um em PIB, no mundo, como o fez na maior parte da história. De fato, mesmo no início do
século XIX, a China, o Reino do Meio, controlava 30% do PIB global, comparado com 5%, hoje; mas
espera-se que a China iguale o PIB dos EUA, em 2040. Para impulsionar o crescimento, a China precisará
de commodities, incluindo soja e milho GM, e a América Latina provavelmente será uma fonte cada vez
mais importante desse suprimento, assim como de outras commodities industriais, como cobre. Com
uma população duas vezes maior do que toda a América Latina, a China a vê como parceira ideal de
negócios e vice-versa. De fato, o comércio entre os dois já se expandiu para US$ 47 bilhões, anteriormente apenas US$ 200 milhões, em 1975, e espera-se que alcance US$ 100 bilhões, em 2010, com as
commodities GM, de forma crescente – isso se compara a um comércio de US$ 180 bilhões entre dois
vizinhos dos EUA e América Latina. Durante sua visita à América Latina, em 2004, o presidente Hu
prometeu investir US$100 bilhões na América Latina nos dez anos seguintes. A crescente demanda da
China por produtos como soja e outras commodities da América Latina é parcialmente responsável por
Argentina e Brasil quitarem seus débitos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2006. O desafio
será construir um arranjo comercial que explore totalmente as oportunidades de negócios, sem criar uma
dependência que poderia resultar em uma superexposição em tempos de economia mais limitada. A
demanda e negócios em expansão com commodities das culturas baseadas em biotecnologia para alimentos e rações, como soja, milho e cana-de-açúcar, tanto para ração como para biocombustível / etanol,
poderia ter impacto significativo no uso e em negócios globais de culturas GM. Pela proeminência e
crescente influência dos três países envolvidos, China, Brasil e Argentina, que, coletivamente, representam 25% da população mundial, isso representaria um importante impacto na aceitação geral das culturas GM no mundo, tanto para alimentação, como para rações, fibras ou combustível.
34
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Paraguai
PARAGUAI
O Paraguai é o quarto país do mundo em
exportação de soja e cultivou a soja GM
não oficialmente por vários anos, até que
aprovou quatro variedades de soja tolerante a herbicida em 2004. Em 2006, espera-se que o Paraguai aumente sua área
de soja GM em outros 10% para 2 milhões de hectares; em 2005, 1,8 milhão
de hectares. A porcentagem de adoção
também cresceu de 85% nos 2,1 milhões
de hectares, em 2005, da área total de
soja, para 90% da área nacional de soja
de 2,2 milhões de hectares, em 2006.
População: 6,5 milhões
O Paraguai é um dos nove países que
cultivam soja GM com sucesso; os nove
países, listados por ordem de sua área de
soja GM são: EUA, Argentina, Brasil,
Paraguai, Canadá, Uruguai, Romênia,
África do Sul e México.
Lavouras GM comercializadas:
• Soja TH
PIB: US$ 7,281 bilhões
% empregada na
agricultura: 45%
Participação da agricultura
no PIB: 22,4%
PIB Agrícola: US$ 1,63 bilhão
Terra Arável (TA):
3,04 milhões de Ha
Proporção de TA/População*: 2,0
Principais Culturas:
• Mandioca
• Milho
• Soja
• Trigo
• Cana-de-açúcar
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
2 milhões de Ha / +11 % em 2006
Aumento da renda agrícola com a biotecnologia,
2004-2005: US$ 132 milhões
*Proporção: % TA global / % população global
O milho e o algodão GM não foram ainTH – Tolerância a Herbicida
RV – Resistência a Vírus
da aprovados oficialmente no Paraguai,
Bt – Resistência a insetos
mas seus países vizinhos estão cultivando ambas as culturas com sucesso. O Paraguai cultivou aproximadamente 450.00 hectares de milho em
2006 e, provavelmente, haja potencial para o uso de milho GM por causa de benefícios econômicos,
ambientais e sociais, porque a vizinha Argentina já está se beneficiando do milho Bt e do milho tolerante
a herbicida. O Paraguai também cultiva 320.000 hectares de algodão e poderia beneficiar-se significativamente das características GM usadas em algodão nos países vizinhos, Argentina e Brasil.
Estima-se que o Paraguai tenha aumentado sua renda agrícola com a soja GM em US$ 132 milhões, em
2004 e 2005, quando plantou a soja tolerante a herbicida.
África do Sul
A África do Sul manteve sua sétima posição no mundo, na maior parte da primeira década de
comercialização das culturas GM, 1996-2005, mas perdeu essa posição para a Índia em 2004. Em 2006,
a África do Sul ainda tem a oitava posição em área de culturas GM, com 1,4 milhão de hectares, mais do
dobro da área de culturas GM de 0,5 milhão de hectares em 2005 – um impressionante aumento de 2,8
35
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
vezes. O maior aumento foi no plantio
de milho GM. Espera-se que o plantio
total de milho na África do Sul, em 2006,
cresça aproximadamente 1,0 milhão de
hectares, de 1,6 milhão de hectares, em
2005, para 2,7 milhões de hectares, em
2006, quase 60% de aumento. A maior
área nacional de plantio de milho em
2006 resultou em maior área paralela de
milho GM, tanto amarelo quanto branco. Em 2006, dos estimados 2,7 milhões
de hectares de milho amarelo e branco,
1,2 milhão de hectares foram de milho
GM, equivalentes a 44 % da área total
de milho (Tabela 7). A taxa de adoção de
todo o milho GM em 2006, portanto, foi
quase duas vezes mais alta, com 46%,
do que apenas 27% em 2005. Do total
de 1,2 milhão de hectares de milho G,
77%, equivalentes a 943.000 hectares,
eram de BT e os 23%, ou 189.000 hectares, eram de tolerante a herbicida.
ÁFRICA DO SUL
População: 45 milhões
PIB: US$ 159,9 bilhões
% empregada na
agricultura: 11%
Participação da agricultura no PIB: 4%
PIB Agrícola: US$ 6,4 bilhões
Terra Arável (TA): 14,7 milhões de Ha
Proporção de TA/População*: 1,4
Principais Culturas:
• Cana-de-açúcar
• Soja
• Milho
• Batata
• Trigo
• Algodão
Lavouras GM comercializadas:
• Algodão TH/Bt/TH-Bt
• Milho TH/Bt
• Soja TH
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
1,4 milhão de Ha / +180 % em 2006
Aumento da renda agrícola com a biotecnologia,
1998-2005: US$ 76 milhões
*Proporção: % TA global / % população global
Espera-se que o milho branco seja 60%,
ou 1,59 milhão de hectares do total da
Tabela 7.
RV – Resistência a Vírus
Adoção de Culturas GM na África do Sul de 2001 a 2006 (mil hectares)
Ano
Área total de
culturas GM
(milho, soja e algodão)
Área total de
milho GM
2001
2002
2003
2004
2005
2006
197
273
404
573
610
1.412
166
236
341
410
456
1.232
6
60
144
147
281
704
Total
3.469
2.841
1.342
Fonte: ISAAA, 2006.
36
TH – Tolerância a Herbicida
Bt – Resistência a insetos
Área total de milho
branco GM (% do total da
área de milho branco)
(<1%)
(3%)
(8%)
(8%)
(29%)
(44%)
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
área de milho de 2,7 milhões de hectares em 2006. Do 1,59 milhão de hectares de milho branco, 44%
era GM, composto de 552.000 hectares de milho BT e 152.000 hectares de milho tolerante a herbicida.
Espera-se que o milho amarelo seja 40%, ou 1,1 milhão de hectares, de um total de 2,7 milhões de
hectares. Do 1,2 milhão de hectares de milho amarelo, 50% era de milho GM, composto de 391.000
hectares de milho Bt e 137.000 hectares de milho tolerante a herbicida.
Em 2006, o plantio total de soja, 214.000 hectares, foi levemente menor que nos anos anteriores, com
milho substituindo soja. Estima-se que a área com soja tolerante a herbicida, em 2006, seja de 160.000
hectares, equivalentes a 75% de adoção, comparados com cerca de 60% no ano passado. O total de
plantio de algodão em 2006 foi estimado em 22.000 hectares, similar ao ano anterior, dos quais 20.000
hectares ou 92% eram de algodão GM. Dos 20.000 hectares de algodão GM, 13.000 hectares (65% dos
hectares de algodão GM) tinham características acumuladas, tanto para Bt como para tolerância a herbicida.
5.000 hectares (25% dos hectares de algodão GM) eram apenas Bt e 2.000 hectares (10% dos hectares de
algodão GM) eram de tolerante a herbicida, e usados principalmente como refúgios em campos BT.
Atualmente, a África do Sul cultiva milho e soja GM somente com característica única, tolerante a herbicida
ou Bt, não como produtos acumulados. A aprovação das características acumuladas é uma importante
decisão política que permitiria à África do Sul manter seu papel de liderança em culturas GM. Estima-se
que a África do Sul tenha aumentado sua renda agrícola com cultura GM em US$ 76 milhões no período
de 1998 a 2005. Um extensivo estudo entre 1998-2000, sobre algodão Bt, relatou benefícios substanciais
para pequenos proprietários. Um estudo entre 2001-2002 com milho Bt mostrou um benefício médio de
US$ 35/ha para fazendeiros de sequeiro e de US$ 117/ha para terra irrigada, baseado em aumentos de
produtividade de 10,6% e 11%, respectivamente, ajustados para a redução em pesticidas e o custo extra
da semente GM. A perda anual média devido à broca do colmo é de 10%, equivalente a uma perda
nacional de US$ 120 milhões, baseando-se em uma colheita de 10 milhões de toneladas.
O progressivo e continuado aumento da adoção de culturas GM na África do Sul é destacado na Tabela
7, mostrando que a área total de culturas GM aumentou consistentemente de 197.000 hectares em 2001
para 573.000 hectares em 2004, alcançando 1,4 milhão de hectares em 2006. Das três culturas GM, o
milho sempre ocupou a maior área, com 166.000 hectares em 2001 (84% da área de culturas GM) e 1,2
milhão de hectares em 2006, (87% de todas as culturas GM). É digno de nota que o milho branco GM
usado para alimentação é bem aceito na África do Sul, ocupando 6.000 hectares em 2001 (<1 % da área
de milho branco) e aumentando para 704.000 hectares em 2006 equivalentes a 44% do total da área de
milho branco de 1,59 milhões de hectares.
A África do Sul desempenha um papel crucial em compartilhar sua rica experiência com outros países da
África interessados em explorar o potencial que as culturas GM oferecem. É encorajador notar que a
África do Sul já participa de programas de transferência de tecnologia com outros países africanos e está
engajada em programas de treinamento de desenvolvimento humano com seus países vizinhos africanos.
Dada a rica experiência da África do Sul com as culturas GM, ela também pode desempenhar um papel
importante como sócia-chave no continente africano, que pode colaborar e cooperar com seus parceiros
na Ásia, China e Índia, e com a Argentina e Brasil na América Latina. Os governos da Índia, Brasil e África
37
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
do Sul estabeleceram uma plataforma
para cooperação (IBSA) que inclui colaboração em pesquisas de biotecnologia
de culturas.
A África do Sul tem a necessária base de
recursos e experiência em culturas GM
que permitem que exerça a liderança em
uma rede internacional, com instituições
tanto do setor público como do privado
em países industrializados para desenvolver novos modos de cooperação inovadores e criativos que possam ser compartilhados com outros países aspirantes em
culturas GM da África. A África do Sul
desempenha um papel crítico como africana e como um pólo global no
compartilhamento da experiência e do
conhecimento sobre culturas GM. Estima-se que a África do Sul tenha aumentado sua renda agrícola com as culturas
GM em US$ 76 milhões no período de
1998 a 2005.
URUGUAI
População: 34 milhões
PIB: US$ 13,24 bilhões
% empregada na
agricultura: 14%
Participação da agricultura
no PIB: 9,3%
PIB Agrícola: US$ 1,23 bilhão
Terra Arável (TA): 1,4 milhão de Ha
Proporção de TA/População*: 1,8
Principais Culturas:
• Arroz
• Trigo
• Milho
Lavouras GM comercializadas:
• Soja TH
• Milho Bt
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
0,4 milhão de Ha / +33 % em 2006
*Proporção: % TA global / % população global
TH – Tolerância a Herbicida
Bt – Resistência a insetos
RV – Resistência a Vírus
Uruguai
O Uruguai, que introduziu a soja GM em 2000, aumentou novamente sua área de culturas GM em 2006,
alcançando aproximadamente 350.000 hectares, com a maior parte do ganho vindo de um modesto
aumento na área de soja tolerante a herbicida, que hoje ocupa 100% dos 350.000 hectares da área
nacional de soja. A adoção do milho Bt, que o Uruguai aprovou primeiramente em 2003, continuou a
aumentar modestamente para cerca de 35.000 hectares e ocupou quase a metade dos 80.000 hectares de
milho plantados no Uruguai, em 2006.
Filipinas
Projeta-se que as Filipinas, que cultivou milho Bt pela primeira vez em 2003, aumente significativamente
sua área total nas safras da água e seca, em 2006, para 200.000 hectares a mais que os 70.000 hectares
de 2005. O aumento de três vezes de um ano para o outro, ou cerca de 150.000 hectares, foi devido aos
grandes aumentos nas seguintes áreas: milho Bt (125.000 hectares), milho tolerante a herbicida (50.000
hectares) e, importante, características acumuladas de Bt e tolerância a herbicida (25.000 hectares), plantados pela primeira vez em 2006. O número de pequenos fazendeiros, que plantam em média 2 hectares
de milho GM, é estimado em 100.000. O aumento no valor da renda agrícola para os fazendeiros que
38
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
plantam milho GM nas Filipinas no período de 2003 a 2005 é estimado em US$
8 milhões. Um total de quatro eventos
de milho GM foram agora aprovados para
plantio comercial nas Filipinas: MON 810
para resistência a insetos (2002), NK 603
para tolerância a herbicida (2005), Bt 11
para resistência a insetos (2005) e o produto de características acumuladas do
MON810/N 603 (2005). O prospecto da
futura aceitação das culturas GM nas Filipinas parece promissor, com produtos
sendo desenvolvidos por instituições nacionais. Eles são o Golden™ Rice, arroz
fortificado resistente ao vírus Tungro e
podridão bacteriana, sendo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa de Arroz das
Filipinas (PhilRice), e mamão resistente a
vírus, sendo desenvolvido pelo Instituto
de Melhoramento Vegetal na Universidade das Filipinas em Los Baños.
FILIPINAS
População: 87,9 milhões
PIB: US$ 98,4 bilhões
% empregada na
agricultura: 36%
Participação da agricultura no PIB: 14,8%
PIB Agrícola: US$ 14,56 bilhões
Terra Arável (TA): 5,7 milhões de Ha
Proporção de TA/População*: 0,3
Principais Culturas:
• Cana-de-açúcar
• Coco
• Arroz
• Milho
• Banana
• Mandioca
• Abacaxi
• Manga
Lavouras GM comercializadas:
• Milho Bt/Bt-TH
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
0,2 Milhão de Ha / +100 % em 2006
Aumento da renda agrícola com a biotecnologia,
2003-2005: US$ 8 milhões
*Proporção: % TA global / % população global
As Filipinas aprovaram sua primeira reTH – Tolerância a Herbicida
RV – Resistência a Vírus
gulamentação a respeito de culturas GM
Bt – Resistência a insetos
em outubro de 1990, muito antes dos
países vizinhos na região. As Filipinas,
que cultivam aproximadamente 2,5 milhões de hectares de milho, são o único país da Ásia a cultivar uma
cultura GM importante, milho Bt, e, mais ainda, atingiram o status de megapaís com milho Bt, i.e. 50.000
hectares ou mais. A Ásia cultiva 30% dos 149 milhões de hectares mundiais de milho, com a China
cultivando 25 milhões de hectares, mais uma produção significativa na Índia (7 milhões de hectares),
Indonésia (3,3 milhões de hectares), Filipinas (2,5 milhões de hectares), Tailândia (1,1 milhão de hectares) e Vietnã (1 milhão de hectares).
Austrália
A Austrália é o quinto membro dos seis “países fundadores das culturas GM”, tendo comercializado
algodão Bt em 1996, o primeiro ano da comercialização das culturas GM. Espera-se que a Austrália
plante apenas 200.000 hectares de algodão em 2006 devido à continuação de secas severas. Como
resultado, os que irrigam alocaram volumes limitados de água para a produção de algodão, e os produtores de sequeiro estarão completamente dependentes de chuvas tardias para o plantio. Considerando
200.000 hectares de algodão em 2006, a porcentagem geral de adoção de algodão GM deverá ser maior
39
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
que 90%, levemente maior que em 2005.
Projeta-se que, em 2006, cerca de 65%
de todo o algodão da Austrália apresentará genes acumulados para tolerância a
herbicida e resistência a insetos (o duplo
RR® e gene Bt Bollgard® II) – isso incluirá
uma pequena área de RR Flex®; 17% com
o gene duplo Bt per se, comparados com
10%, em 2005; 8% com o gene único
para tolerância a herbicida, incluindo algum do recém-produzido algodão RR®
Flex, e os remanescentes 8% em algodão
convencional, comparados com 10% em
2005.
AUSTRÁLIA
População: 20,3 milhões
PIB: US$ 612,8 bilhões
% empregada na
agricultura: 3,6%
Participação da agricultura no PIB: 3,8%
PIB Agrícola: US$ 23,29 bilhões
Terra Arável (TA): 46,1 milhões de Ha
Proporção de TA/População*: 10,3
Principais Culturas:
• Trigo
• Cevada
• Cana-de-açúcar
• Frutas
Lavouras GM comercializadas:
Deve-se creditar à Austrália ter atingido
• Algodão Bt/Bt-TH
a substituição completa do produto com
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
gene único Bt (Bollgard® I) pelas varieda0,2 Milhão de Ha / -33% em 2006
®
des com o gene duplo Bt (Bollgard II)
Aumento da renda agrícola com a biotecnologia,
em apenas dois anos 2002/2003, acele1996-2005: US$ 154 milhões
rando e melhorando, com isso, a estabilidade do manejo da resistência e, simul*Proporção: % TA global / % população global
taneamente, beneficiando-se de proteção
TH – Tolerância a Herbicida
RV – Resistência a Vírus
Bt
–
Resistência
a
insetos
melhor e mais confiável contra as principais pragas de insetos. Em 2002-2003, foi
estabelecida uma limitação para a porcentagem de algodão Bt permitida para plantio na Austrália. Em
2003-2004, o produto de gene Bt único ficou restrito a 15% em qualquer fazenda da Austrália, e a área
combinada dos produtos com gene único e duplo foi restrita a um máximo de 40%. Com a introdução
dos produtos com o gene Bt duplo (Bollgard® II), na Austrália, essas limitações de utilização, que se
aplicavam ao produto de gene único, devido às preocupações relacionadas com o estabelecimento da
resistência pelo gene Bt único, foram levantadas.
Estima-se que a Austrália aumentou sua renda agrícola com o algodão GM em US$ 154 milhões no
período de 1996 a 2005.
Até hoje, a Austrália, por meio do Escritório de Regulamentação da Tecnologia do Gene (OGTR), aprovou
três culturas para plantio comercial: algodão, cravos e canola, com apenas uma dessas três culturas, o
algodão GM, sendo cultivado em larga escala, atualmente. Apesar da história de sucesso com o algodão
GM na Austrália, há um vigoroso debate sobre a canola tolerante a herbicida, que foi aprovada pelo
OGTR Federal em 2003, mas, nesse ínterim, foi banida do cultivo por todos os principais estados produtores de canola na Austrália, por meio da implementação de moratórias pelos governos estaduais. Esses
40
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
banimentos pelos estados foram instituídos devido à percepção de potenciais
restrições ao acesso a mercados de exportação da canola GM da Austrália.
Entretanto, a maioria dos grupos de produtores se opõe ao banimento, porque
acredita que isso os prejudica e que as
exportações de canola australianas sofrerão conseqüências negativas em longo
prazo. Os resultados de um estudo federal, liberado em setembro de 2005 pelo
Bureau Australiano de Recursos Econômicos e Agrícolas (ABARE)14 , são consistentes com a visão de alguns fazendeiros
e estimam que um banimento das culturas GM na Austrália nos próximos 10 anos
custaria aos produtores australianos US$
3 bilhões.
ROMÊNIA
População: 22,3 milhões
PIB: US$ 97,1 bilhões
% empregada na agricultura: 31%
Participação da agricultura
no PIB: 13,1%
PIB Agrícola: US$ 12,72 bilhões
Terra Arável (TA): 9,7 milhões de Ha
Proporção de TA/População*: 2,0
Principais Culturas:
• Trigo
• Beterraba Açucareira
• Soja
• Semente de Girassol
• Milho
• Cevada
• Uva
• Batata
Lavouras GM comercializadas:
• Soja TH
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
0,1 Milhão de Ha / +5% em 2006
Com a detecção de baixos níveis de
*Proporção: % TA global / % população global
canola GM em culturas convencionais
TH – Tolerância a Herbicida
RV – Resistência a Vírus
em setembro de 2005, a Austrália
reacendeu o debate entre as partes. O
banimento da canola GM na Austrália poderia ter implicações negativas para a Austrália no Acordo de
Livre Comércio EUA-Austrália, assinado em 2004. Esse acordo comercial abre mercados para as exportações australianas nos EUA, para produtos manufaturados e serviços de US$ 270 bilhões, incluindo um
modesto potencial para produtos e serviços agrícolas. Em setembro de 2006, o Governo Federal iniciou
uma campanha para tentar convencer os estados a reconsiderar suas decisões de banir a canola, devido
ao risco de a Austrália tornar-se não competitiva em canola. Em outras partes do mundo, a canola se
beneficia das atuais características GM e continuará desse modo, quando novas características se tornarem disponíveis no futuro. De particular interesse para a Austrália, como país sujeito a secas, é a vantagem significativa que os competidores ganharão quando os genes de tolerância à seca se tornarem disponíveis em culturas GM, por volta do ano 2010 e além.
Romênia
A Romênia é o terceiro maior produtor de soja na Europa, após a Itália e a Sérvia Montenegro, e também
está em terceiro, junto da França, com aproximadamente 145.000 hectares de soja plantados em 2006. A
Romênia plantou soja tolerante a herbicida pela primeira vez em 2001, quando cultivou 14.250 hectares
14
Apted, S., McDonald, D., e Rodgers, H. September 2005. Transgenic Crops: Welfare Implications For Australia. ABARE.
41
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
de soja RR® na sua área nacional de aproximadamente 100.000 hectares – uma taxa de adoção de 15%.
Em 2006, da sua área nacional de soja de 145.000 hectares, 115.000 hectares foram plantados com soja
RR®, equivalentes a 79% de taxa de adoção. A taxa de adoção muito alta reflete a confiança dos produtores na soja RR®, que trouxe benefícios sem precedentes, quando comparada com outros países, particularmente em termos de ganhos em produtividade. Um estudo pela PG Economics, em 2003, estimou que
o ganho médio em produtividade foi mais 31%, equivalente a um acréscimo em margem bruta variando
de 127% a 185%, ou um ganho médio por hectare de US$ 2,39, o que se traduz em um ganho econômico anual, no nível nacional, entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões. Dado que a tecnologia da soja RR®
é, hoje, geralmente neutra em termos de produtividade em outros países, tais como EUA e Argentina, que
incorporaram o procedimento com altas taxas de adoção, os aumentos de produtividade na Romênia são
sem precedentes. Os altos aumentos em produtividade, que variam de +15% a +50%, com média de
31%, refletem o baixo uso, no passado, de herbicidas e manejo ineficiente do mato, particularmente do
capim massambará, cujo controle é muito difícil.
Apesar das vantagens únicas e significativas acima, foi tomada uma decisão pelo Governo da Romênia,
motivada pela União Européia, de interromper o cultivo da soja GM a partir de janeiro de 2007, para
facilitar a participação na UE , em que a soja RR® não foi aprovada para plantio. Muitos observadores e
fazendeiros romenos acreditam que haja várias razões importantes para a Romênia continuar a plantar a
soja RR® após se incorporar à UE, por meio de um descumprimento. Em primeiro lugar, se for negado o
direito de plantar a soja RR ®, os fazendeiros não serão capazes de conseguir um programa economicamente eficiente de controle do mato, mesmo com alternativas mais dispendiosas, resultando em perdas
financeiras vultosas para os fazendeiros que cultivam a soja convencional, e soja menos acessível para os
consumidores. Uma vez que o uso da soja RR® também resulta em melhor controle do mato para as
culturas subseqüentes na rotação, a eliminação da soja RR ® levará a um maior custo do controle do mato
e mais uso de herbicidas para todas as outras culturas seguintes na rotação, com implicações negativas
para o ambiente, devido a mais aplicações de herbicidas alternativos, o que também desgasta a
lucratividade. O impedimento do plantio legal de soja RR® reduzirá a produção nacional em até um
terço, que só pode ser compensado com importações, que provavelmente serão de soja RR®, e as importações terão que ser adquiridas com divisas escassas. Experiências de outros países indicam que a negação do uso legal da soja RR® aos fazendeiros da Romênia levará a plantios ilegais de magnitude significativa, com todas as implicações negativas para as partes interessadas.
Como um país em vias de acesso à UE, a experiência positiva da Romênia, nos últimos oito anos, com
soja GM tem importante implicação política em relação ao cultivo de culturas GM em todos os outros
países aspirantes à UE, como a Bulgária e outros países vizinhos na região do Mar Negro. O papel
modelo da Romênia como um cultivador bem-sucedido de culturas GM no Leste Europeu é claramente
importante, particularmente por ser um país aspirante à UE em 2007. Mais ainda, o sucesso da Romênia
com as culturas GM não precisa ser limitado à soja RR ®, pois ela é também, de longe, o maior produtor de
milho na Europa – 2,6 milhões de hectares em 2005, comparados com 1,6 milhão de hectares na França,
1,2 milhão de hectares na Hungria, 1 milhão de hectares na Itália e 4 milhões de hectares na Alemanha.
Nesse contexto, é digno de nota que em 2006, seis países da UE, Espanha, França, Portugal, República
42
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Checa, Alemanha e Eslováquia, cultivaram com sucesso uma crescente área de
milho BT em aproximadamente 70.000
hectares em 2006.
México
MÉXICO
População: 106,2 milhões
PIB: US$ 768,4 bilhões
% empregada na
agricultura: 18%
Participação da agricultura
O México é o último dos “países fundano PIB: 4%
dores das culturas GM”, tendo cultivado
PIB Agrícola: US$ 30,7 bilhões
algodão Bt em 1996, o primeiro ano de
Terra Arável (TA): 25,6 milhões de Ha
comercialização global das culturas GM.
Após um grande aumento, em 2005, para
Proporção de TA/População*: 1,1
120.000 hectares, a área de algodão GM,
Principais Culturas:
em 2006, decresceu para aproximada• Milho
• Arroz
• Café
mente 55.000 hectares, devido a atrasos
• Trigo
• Feijão
• Frutas
na regulamentação que impediram a im• Soja
• Algodão
• Tomate
portação de sementes de algodão GM
Lavouras GM comercializadas:
para os plantios precoces no México.
• Algodão Bt/TH/Bt-TH
• Soja TH
Depois de resolvidos os problemas de reÁrea total de lavouras GM e (% de aumento em 2006):
gulamentação, a semente foi importada
0,1 Milhão de Ha / -56 % em 2006
para plantios mais tardios, mas, como
Aumento da renda agrícola com a biotecnologia,
conseqüência, a área total de algodão
1996-2005: US$ 55 milhões
GM em 2006 foi significativamente re*Proporção: % TA global / % população global
duzida. Em 2006, o algodão GM no MéTH – Tolerância a Herbicida
RV – Resistência a Vírus
xico era constituído de algodão Bt (cerca
Bt – Resistência a insetos
de 25.000 hectares), algodão tolerante a
herbicida (HT) (1.000 hectares) e características acumuladas Bt/HT (30.000 hectares). O México é um
dos quatro países que usa algodão acumulado Bt/HT, os outros países são os EUA, a Austrália e a África
do Sul. Em 2006, a modesta área de soja RR® era de apenas 5.000 hectares. As culturas GM que estão
atualmente em teste de campo incluem algodão RR® Flex, algodão®II/ RR® Flex e alfafa RR® .
Estima-se que o México aumentou sua renda agrícola com as culturas GM em US$ 55 milhões no período
de 1996 a 2005.
O México não tem limitações comerciais relacionadas com as culturas GM e é um importante importador
de alimentos, rações e fibras dos EUA. Em 2005, o México importou US$ 9,9 bilhões em produtos agrícolas dos EUA. Isso incluiu 5,7 milhões de toneladas de milho, 3,7 milhões de toneladas de soja e 387.000
toneladas de algodão. Embora o México não tenha limitações comerciais relacionadas com culturas GM
em geral, ele é o centro de diversidade do milho e a conservação da diversidade nas raças locais mexicanas fomentou um debate de longa data em relação ao potencial de fluxo gênico do milho GM importado
dos EUA. O conteúdo e a abrangência do debate estão além do objetivo desta súmula, e os leitores
43
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
interessados são encaminhados para a volumosa literatura sobre o assunto, com o mais recente estudo
contradizendo os resultados anteriores, por relatar a ausência de traços do gene BT no milho mexicano.
Em 2006, um pedido de teste de campo para milho GM foi submetido no Norte do México, onde o
teosinto não está presente, mas até novembro de 2006 a permissão não havia sido concedida.
Após anos de debate, o Senado do Congresso Mexicano aprovou uma lei de Biossegurança em 15 de
fevereiro de 2005, que facilita a introdução de culturas GM, apesar do medo de alguns com relação ao
fluxo gênico no milho. Sob a nova lei, a autorização para venda, plantio e utilização de culturas GM e
produtos é feita caso a caso, sob o controle da CIBIOGEM, um corpo interministerial. O comércio crescente de culturas GM tornou essas leis necessárias, e os responsáveis pelas políticas, no México, acreditam que isso seja um passo à frente no tratamento de uma questão que requer atenção urgente.
Espanha
A Espanha ainda é o único país europeu que desenvolve uma área substancial de culturas GM, tendo
cultivado o milho Bt por oito anos, desde 1998, quando plantou aproximadamente 22.000 hectares, para
uma área nacional de milho de 500.000
hectares. Desde 1998, a área de milho
ESPANHA
Bt cresceu consistentemente, alcançanPopulação: 44,1 milhões
do um pico de 58.000 hectares em 2004,
PIB: US$ 1.127,1 bilhão
classificando a Espanha como um dos 14
megapaíses mundiais que cultivam
50.000 hectares ou mais de culturas GM.
Embora o Governo não tenha ainda publicado a área de milho GM para 2006,
várias fontes estimam que a área de milho GM na Espanha seja perto de 60.000
hectares, o que é 16% da área total de
milho para grão, de 370.000 hectares,
comparados com 12%, em 2005.
Os benefícios do milho Bt, para os fazendeiros espanhóis, foram relatados pela PG
Economics e indicam que o aumento
médio na produtividade foi de 6%, e o
impacto líquido na margem bruta foi de
US$ 112 por hectare. Dados recentes do
instituto público de pesquisa IRTA na
Espanha indicam que, para uma área
onde a broca do colmo é prevalente, as
variedades BT têm uma vantagem em
44
% empregada na agricultura: 15%
Participação da agricultura
no PIB: 3,6%
PIB Agrícola: US$ 40,58 bilhões
Terra Arável (TA):
14,1 milhões de Ha
Proporção de TA/População*: 1,3
Principais Culturas:
• Milho
• Arroz
• Café
Lavouras GM comercializadas:
• Milho Bt
Área total de lavouras GM e % de aumento em 2006:
0,1 Milhão de Ha / +25% em 2006)
Aumento da renda agrícola com a biotecnologia,
1998-2005: US$ 28 milhões
*Proporção: % TA global / % população global
TH – Tolerância a Herbicida
Bt – Resistência a insetos
RV – Resistência a Vírus
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
produtividade de 7,5%, com 83% de redução no nível de fumonisinas. Há potencial para aumento da
área de milho Bt na Espanha em até um terço da área total de milho, e o ganho nacional estimado é de
US$ 13 milhões a 18 milhões por ano. O grão colhido do milho Bt na Espanha é vendido por meio dos
canais normais como ração animal ou dado aos animais na fazenda.
Atualmente, as variedades de nove companhias de sementes, incluindo o evento MON810 de milho GM,
foram aprovadas para plantio comercial. Até 2002, apenas a variedade COMPA CB era cultivada, com Bt176 para resistência a insetos, sendo essa variedade cultivada até a safra de 2005. As variedades MON
810 para resistência a insetos foram aprovadas em 2003 e agora há 46 variedades registradas com MON
810. Em novembro de 2004, o milho tolerante a herbicida NK603 foi aprovado para importação, mas a
aprovação para plantio na União européia ainda está pendente. Quando aprovadas, as variedades de
milho GM com NK603, provavelmente, serão utilizadas por toda a Espanha.
A Espanha é um país com déficit de componentes de rações, e há, portanto, um incentivo para os fazendeiros espanhóis aumentarem a produtividade e serem competitivos, com o emprego de tecnologias
inovadoras e economicamente eficientes. O crescimento futuro do milho GM na Espanha será dependente do crescimento contínuo da área do milho Bt, da aprovação do NK603, e, particularmente, de uma
política progressista e tolerante, especialmente em relação à coexistência.
Colômbia
A Colômbia introduziu o algodão Bt em 2002 em aproximadamente 2.000 hectares e nesse período isso
tem crescido consistentemente a cada ano: 2003, 2004 e 2005 para alcançar 30.000 hectares em 2006,
equivalente a quase 40% da cultura nacional de algodão de 72.000 hectares em 2006. Nesse mesmo
ano, a Colômbia também fez sua primeira cultura de algodão tolerante a herbicida em aproximadamente
1.000 hectares. A Colômbia também tem aproximadamente 630.000 hectares de milho, os quais poderiam ser uma aplicação potencial para o milho GM.
França
A França retomou o plantio de milho Bt em 2005 após um intervalo de quarto anos, tendo plantado o
milho Bt em 1998 (1.500 hectares), 1999 (150 hectares) e 2000 (<100 hectares). Em 2006, a França
plantou aproximadamente 5.000 hectares comparados com apenas 500 a 1.000 hectares, em 2005 –
pelo menos um aumento de cinco vezes em relação a 2005. O plantio do milho Bt comercial em 2006 é
totalmente apoiado pela Associação Francesa dos Produtores de Milho, com o grão colhido no milho Bt
sendo vendido na Espanha para ração animal. Considera-se que todo o milho Bt seja MON 810. Como
um dos estados-membro, líder na UE, onde a oposição às culturas GM tem sido vigorosa, o cultivo em
área simbólica com milho Bt, na França, é um acontecimento importante. A França é o principal país
produtor de milho na UE, com uma área de 1,7 milhão de hectares em 2005, e deve ganhar mais do que
qualquer outro país na UE com o milho GM. Na reunião anual da associação Francesa dos Produtores de
Milho, em setembro de 2005, várias centenas de fazendeiros de milho expressaram seu apoio aberto à
45
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
tecnologia e conclamaram o Ministro da Agricultura para acelerar a transformação da diretriz da UE
2001/18 em lei francesa. A preocupação subjacente expressa pelos produtores de milho era o medo de
que a França ficasse para trás em cultura GM, quando países como a China e a Índia abraçam a tecnologia
em seu proveito. A França tem um decreto em vigor que proíbe o cultivo de canola GM até outubro de
2006. A França implementa rigorosamente a política da UE em termos de rotulagem e rastreamento. A
França não importa ração de glúten de milho para alimentação animal, mas importa grandes quantidades
de soja (4,5 milhões de toneladas de soja e 470.000 toneladas de farelo de soja em 2003/04) com o Brasil
tendo deslocado os EUA como principal fornecedor. A lei francesa de biotecnologia ainda está em consideração e é muito improvável que seja votada pela Assembléia Nacional antes das eleições presidencial
e parlamentar, em maio de 2007, uma vez que o governo francês considera a biotecnologia controvertida
demais para ser discutida no nível legislativo, durante a campanha política. A lei inclui uma política de
coexistência, assim como uma avaliação dos procedimentos para os produtos de culturas GM.
Irã
O Irã, com uma população de 70 milhões de pessoas, tem limitações de terra para produção de culturas
em ambiente árido, e isso é exacerbado pelo limitado suprimento de água, particularmente importante
para a cultura do arroz, na qual a produtividade é limitada por estresses abióticos relacionados com seca
e salinidade, e estresses bióticos relacionados com pragas de insetos. O Irã cultiva cerca de 630.000
hectares de arroz e, juntamente com a Indonésia, Bangladesh e Brasil, é um dos grandes importadores de
arroz do mundo, cerca de 1 milhão de toneladas por ano, ou mais. O Instituto de Pesquisa de Biotecnologia
Agrícola (ABRI) em Karaj, no Irã, desenvolveu um arroz Bt, que foi oficialmente liberado no Irã em 2004,
em 2.000 hectares, para coincidir com o Ano Internacional do Arroz, quando o Primeiro Ministro do Irã
inaugurou a primeira colheita do arroz GM. O arroz Bt foi desenvolvido no Irã, em programa de melhoramento, no qual o arroz com Bt incorporado foi testado em casa de vegetação e em campo, durante o
período de 1995 a 2004, para atender às regulamentações nacionais para culturas GM. O arroz Bt apresenta um gene sintético cry1Ab em um arroz aromático local de alta qualidade, da variedade “Tarom
molaii”, que confere resistência a brocas de colmo, particularmente à broca do colmo listrada, a praga de
arroz mais importante economicamente no Irã. Em 2005, várias centenas de fazendeiros (estimados em
mais de 500 e menos de mil) cultivaram cerca de 4.000 hectares de arroz Bt em suas fazendas no Irã, sem
custo extra comparado com a variedade convencional. Durante o ultimo ano, houve indicações de que
o status do arroz Bt no Irã está sendo revisto, e não há estimativas conformadas disponíveis sobre quantos
hectares foram plantados com arroz Bt em 2006. Baseando-se na experiência em outros países com
sementes guardadas pelos fazendeiros, e considerando os benefícios que o arroz Bt oferece aos produtores, estima-se, conservadoramente, que a área plantada será pelo menos equivalente aos 4.000 hectares
que os fazendeiros plantaram em 2005 e, provavelmente mais, com os produtores guardando o suficiente
de suas próprias sementes em 2005 para o replantio em 2006. O gene Bt também foi retrocruzado para
variedades de arroz de alta produtividade, bem adaptadas às condições do Irã, e algumas dessas variedades melhoradas devem estar disponíveis na próxima safra para multiplicação.
46
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
O programa de arroz GM no Irã está bem avançado, mas é apenas uma das várias iniciativas com cultura
GM em 23 institutos no Irã, onde 141 pesquisadores estão trabalhando em várias culturas GM. Elas
incluem algodão Bt, canola tolerante a herbicida e beterraba resistente a vírus. A estratégia nacional do
Irã para biotecnologia foi apresentada na Conferência BioAsia 2005, em Hyderabad, na Índia, em fevereiro de 2005. Irã e China são os mais avançados na comercialização de arroz GM, que é a cultura
alimentar mais importante no mundo e o principal alimento do pobre, com enormes implicações, portanto, não apenas para o arroz GM, mas também para o alívio da pobreza e para todas as culturas GM e sua
aceitação mundial.
Honduras
Honduras introduziu o milho Bt em 2002 com uma área pré-comercial introdutória de aproximadamente
500 hectares. Nesse período, a área de milho Bt cresceu modestamente, e em 2006 foi de aproximadamente 1.000 hectares e, pela primeira vez, perto de 1.000 hectares de milho tolerante a herbicida foram
plantados. A área nacional de milho em Honduras é de cerca de 350.000 hectares. Honduras é o primeiro país da América Central e do Caribe a plantar uma cultura GM.
República Checa
A República Checa, parte da antiga Checoslováquia, aprovou a produção comercial de uma cultura GM,
pela primeira vez, em 2005, e cultivou 150 hectares de milho Bt. Em 2006, a República Checa plantou
1.290 hectares de milho Bt –um aumento de quase dez vezes, considerando que a área total é pequena.
A República Checa planta quase 300.000 hectares de milho, portanto seu potencial para o milho GM é
significativo. Regras de coexistência são aplicadas, com 70 metros entre o milho Bt e o convencional (ou
alternativamente, 1 fileira de borda substitui 2 metros de isolamento) e 200 metros entre o milho Bt e o
milho orgânico (ou, alternativamente, 100 metros de isolamento e 50 fileiras de borda).
Portugal
Portugal retomou o plantio de milho Bt em 2005, após um intervalo de cinco anos, tendo plantado uma
área introdutória de aproximadamente 1.000 hectares em 1999, por um ano. Em 2006, Portugal plantou
1.246 hectares de milho Bt, quase o dobro da área de 2005, de 750 hectares de milho GM MON 810,
resistente à broca européia do colmo. Como um membro da UE, a retomada de Portugal ao cultivo de
milho Bt é um acontecimento importante, mesmo que a área nacional de milho seja de modestos 135.000
hectares.
O Governo de Portugal aprovou um decreto que exige um mínimo de distância de 200 metros entre o
milho GM e o convencional, e 300 metros entre o milho GM e o orgânico; zonas de bordas podem
substituir essas distâncias. A implementação de leis de coexistência provavelmente terá como resultado
que o milho GM seja cultivado nas regiões centro e sul de Portugal, onde as fazendas são maiores, e as
distâncias para coexistência podem ser executadas. Nessas regiões, os produtores são mais responsivos a
47
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
tecnologias novas e economicamente eficientes. O Ministério da Agricultura também aprovou legislação
para estabelecer áreas livres de GMs, onde todos os fazendeiros de uma cidade, ou uma área de 3.000
hectares, podem escolher deixar de cultivar variedades não GM. Todas as variedades GM aprovadas no
catálogo da CE podem ser cultivadas em Portugal.
Alemanha
A Alemanha cultivou oficialmente uma pequena área de 300 a 500 hectares de milho Bt comercialmente
nos últimos seis anos, iniciando em 2000; o Bt176 foi usado até 2003 quando o MON810 foi introduzido. A área oficialmente aprovada de milho Bt comercial na Alemanha, em 2006, foi de 950 hectares,
comparada com 345 hectares em 2005 – quase o triplo da modesta área de milho Bt, a maior parte da
qual é colhida para silagem. A regulamentação que governa o plantio dessa área simbólica de milho GM
é a seguinte: uma vez que a Alemanha não permite a venda de semente GM para plantio ilimitado, as
companhias de sementes solicitam permissões especiais anualmente para suprir uma quantidade limitada de semente GM. Para o milho, o limite é 0,1 % de qualquer variedade registrada. Para impedir qualquer responsabilidade relacionada com o cultivo dessa pequena área de milho Bt na Alemanha, a companhia moageira Maerka Kraftfutter concordou voluntariamente em comprar, a preços de mercado, todo
o milho de qualquer campo num raio de 500 metros de um campo de milho GM. Em 2004, o
monitoramento detalhado dos campos de milho GM na Alemanha confirmou que amostras tiradas com
mais de 20 metros do milho GN tinham menos de 0,9 % do limite para o conteúdo de GM. No início de
2005, a Alemanha introduziu os primeiros elementos da lei Genetech, que cobre a coexistência e a
responsabilidade; a lei tem sido fortemente criticada por ser restritiva demais, não deixando nenhum
incentivo, mas um significativo desincentivo para os fazendeiros adotarem o milho Bt na Alemanha.
Eslováquia
A Eslováquia cultivou sua primeira cultura GM, milho Bt, em 2006. Trinta hectares foram cultivados para
produção comercial por vários fazendeiros. Como membro da UE, a Eslováquia pode cultivar o evento
MON 810, foi aprovado pela UE para seus 25 países membros. A Eslováquia cultivou aproximadamente
240.000 hectares de milho em 2006 e se tornou o 25º país do mundo a desenvolver comercialmente
culturas GM aprovadas. Com a adição da Eslováquia, o total de países da UE que desenvolvem culturas
GM comercialmente passa a ser 6, aproximadamente um quarto dos 25 estados membros da UE.
48
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Distribuição das Lavouras GM, por Cultura
A distribuição da área global das culturas GM para as quatro principais culturas é ilustrada na Figura 5 e
na Tabela 8 para o período de 1996 a 2006. Elas mostram claramente a continuada dominância da soja
GM, ocupando 57% da área global das culturas GM em 2006; a área total de soja GM é de soja tolerante
a herbicida RR®. A soja GM reteve essa posição em 2006 como a cultura GM que ocupa a maior área
globalmente, com 58,6 milhões de hectares em 2006, crescendo a 8%, entre 2005 e 2006. O milho GM
tinha a segunda maior área, com 25,2 milhões de hectares e a segunda maior taxa de crescimento anual,
com 19%, entre 2005 e 2006. O algodão GM alcançou 13,4 milhões de hectares em 2006 e cresceu com
a mais alta taxa de 37%, entre 2005 e 2006, principalmente devido aos 2,5 milhões de hectares de
aumento na Índia em 2006 (Tabela 4). A canola cresceu 4%, entre 2005 e 2006, e é a menor área das
quatro culturas GM, com 4,8 milhões de hectares cultivados no Canadá e nos EUA. A alfafa RR® , cultivada primeiramente em 2006, ocupou 80.000 hectares equivalentes a aproximadamente 5% dos 1,3 milhão de hectares semeados nos EUA, em 2006. Na ausência de relatórios confirmados do Irã, em 2006, a
área de arroz GM, comercializado pela primeira vez em 2005 em cerca de 4.000 hectares, é relatado de
modo conservador em 2006, no mesmo nível de 2005. Pequenas áreas de abóbora e mamão resistentes
a vírus continuam sendo cultivadas nos EUA.
A distribuição de benefícios econômicos entre as quatro principais culturas GM para a década 1996 a
2005 é a seguinte: soja, US$14,4 bilhões; algodão B, US$ 7,5 bilhões; milho Bt, US$ 2,4 bilhões; algodão
tolerante a herbicida US$ 0,9 bilhão; canola tolerante a herbicida, US$ 0.9 bilhão; milho tolerante a
herbicida, US$ 0,8 bilhão; para um total de US$ 27 bilhões.
Soja GM
Em 2006, o aumento da área global de soja tolerante a herbicida é estimado em 4,2 milhões de hectares,
equivalentes a um aumento de 8%, para alcançar 58,6 milhões de hectares, e equivalentes a 64% da área
global de 91 milhões de hectares de soja. Os ganhos substanciais em soja GM, em 2006, foram no Brasil
(2 milhões de hectares), nos EUA (1,5 milhão de hectares) e na Argentina (0,4 milhão de hectares). No
Brasil, em 2006, estima-se que cerca de 55% da cultura de soja seja de soja RR®. Nos EUA, a área de soja
tolerante a herbicida, em 2006, ocupou 28,0 milhões de hectares, dos 30,3 milhões de hectares da
cultura. Na Argentina, projeta-se que o crescimento continuado culminará em 15,8 milhões de hectares
em 2006, acima dos 15,4 milhões de hectares em 2005; virtualmente, toda a área nacional da Argentina
é plantada com soja tolerante a herbicida. O Paraguai relatou 1,8 milhão de hectares de soja tolerante a
herbicida em 2005, e essa área aumentou, em 2006, para 2,0 milhões de hectares, equivalentes a 90% de
adoção na área de 2,2 milhões de hectares da cultura, mais que os 85% em 2005, quando a área nacional
foi de 2 milhões de hectares. O Canadá continuou a plantar cerca de 60% de sua área nacional com soja
tolerante a herbicida em 2006. A soja tolerante a herbicida do Uruguai continuou a ocupar 100% da área
nacional de soja, de 350.000 hectares em 2006. A Romênia, que se beneficiou dos aumentos de produtividade da ordem de 30%, como resultado do melhoramento no controle do mato, também aumentou
marginalmente sua área de soja tolerante a herbicida em 2006 para 115.000 hectares. A área de soja GM
49
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 8.
Área Global das Lavouras GM em 2005 e 2006: por Cultura (milhões de hectares)
Cultura
2005
%
2006
%
+/-
%
Soja
Milho
Algodão
Canola
Alfafa
Arroz
Outras
54,4
21,2
9,8
4,6
—
<0,1
<0,1
60
24
11
5
—
<1
<1
58,6
25,2
13,4
4,8
<0,1
<0,1
<0,1
57
25
13
5
<1
<1
<1
4,2
4,0
3,6
0,2
—
—
—
+8
+19
+37
+4
—
—
—
Total
90,0
100
102,0
100
+12,0
+13
Fonte: Clive James, 2006.
Figura 5.
Área Global das Lavouras GM de 1996 a 2006: por Cultura (milhões de hectares)
Soja
Milho
Milhões de hectares
Algodão
Canola
Fonte: Clive James, 2006.
50
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
da África do Sul e do México decresceu, levemente, para aproximadamente 160.000 hectares e 5.000
hectares, respectivamente, em 2006, de acordo com o decréscimo do plantio total de soja nos dois
países. O aumento em benefícios de renda para os fazendeiros que cultivaram a soja GM durante a
década de 1996 a 2005 foi de US$ 14,4 bilhões.
Milho GM
Em 2006, o milho GM aumentou em 19% para 25,2 milhões de hectares, comparado com 8% para soja,
37% para algodão e 4% para canola (Tabela 8). A taxa de crescimento anual de 19% para o milho GM em
2006 se compara às taxas de crescimento com as taxas de crescimento dos últimos três anos de 10%, em
2005; 25%, em 2004 e 25%, em 2003. Houve, portanto, cinco anos consecutivos de consistente e significativo crescimento do milho GM e isso provavelmente continuará em médio prazo, com o milho ocupando 17% da área global de 148 milhões de hectares em 2006. A maior parte do aumento em milho
GM, em 2006, ocorreu em cinco países: os EUA, com um aumento de 2,5 milhões de hectares; a África
do Sul, com 0,9 milhão de hectares; a Argentina, com 240.000 hectares; as Filipinas, com 125.000
hectares e o Canadá, com 70.000 hectares. Aumentos modestos foram relatados no Uruguai e Honduras,
e pequenos aumentos absolutos nos cinco países da UE que cultivaram milho BT em 2005, com a Eslováquia
plantando milho Bt, pela primeira vez, em 2006.
Projeções preliminares de ganhos em produtividade com o milho tolerante à seca nos EUA, esperadas
como disponíveis após 2010, são de 8% a 10% em áreas não irrigadas de Dakota do Norte ao Texas. Em
2015, a produtividade atual de 5,5 toneladas nas regiões secas dos EUA pode aumentar para 7,5 toneladas por hectare.
À medida que as economias dos países em desenvolvimento mais avançados da Ásia e da América Latina
melhoram, aumenta significativamente a demanda por milho para ração, para atender um maior consumo de carne nas dietas, com as pessoas se tornando mais prósperas. Coincidentemente, o maior uso de
milho contratado para a produção de etanol, que atualmente consome 18% do milho dos EUA, em 2006,
deverá aumentar para 41%, em 2015. O aumento em benefícios de renda para os fazendeiros que cultivaram milho GM durante a década de 1996 a 2005 foi de US$ 3,2 bilhões.
Algodão GM
A área plantada com algodão GM mundialmente em 2006 aumentou em 3,6 milhões de hectares, equivalentes a um crescimento de 37% sobre 2005, o maior de todas as culturas GM, alcançando 13,4
milhões de hectares globalmente, e equivalentes a 38% da área global de 35 milhões de hectares em
2006. A maior parte (70%) dos 3,6 milhões de hectares está na Índia (2,5 milhões de hectares) seguido de
longe pelos EUA (675.000 hectares), Argentina 285.000 hectares e China 200.000 hectares. Este significativo crescimento eclipsou os decréscimos do algodão GM de 80.000 hectares no México, devido a
limitações de importação de sementes, e 90.000 hectares na Austrália, de acordo com a redução do
plantio total devido à seca. Aproximadamente 120.000 hectares de algodão Bt foram cultivados no Brasil,
51
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
pela primeira vez, e espera-se que isso seja uma pronunciada curva de adoção, similar à que se viu na
Índia e na China até agora. O plantio total de algodão GM nos EUA, em 2006, com 5,3 milhões de
hectares, é um recorde de área de adoção (88%). O algodão RR® Flex foi introduzido nos EUA e na
Austrália pela primeira vez, em 2006, pela Monsanto. Ele foi comercializado como gene único e também
como produto acumulado com resistência a insetos no Bollgard 11. O algodão tolerante a herbicida RR
Flex® foi lançado em 2006 em mais de 800.000 hectares. O algodão RRFlex® foi plantado como característica única e como produto acumulado com Bt, com o último ocupando a maior parte da área. Os
plantios foram principalmente nos EUA, com uma área menor na Austrália. A primeira variedade GM de
algodão Pima Americano, PHY 810 R, tolerante ao herbicida RoundUp®, foi plantada nos EUA, em 2006.
O produto foi introduzido como Phytogen, uma joint venture entre Mycogen Corporation e uma afiliada
da DowAgroSciences LLC, e J G Boswell. Estima-se que PHY 810 R ocupou aproximadamente 5% da
área de algodão Pima Americano, nos EUA, em 2006. Na China, o plantio total subiu em aproximadamente 5%, de 5,1 milhões de hectares em 2005 para 5,3 milhões de hectares em 2006, e isso foi paralelo
aos aumentos em algodão Bt, de 3,3 milhões de hectares, em 2005, para 3,5 milhões de hectares em
2006, com a taxa de adoção permanecendo em 66%, aproximadamente a mesma de 2005. Estima-se
que, em 2006, 6,8 milhões de fazendeiros pobres em recursos se beneficiem com o algodão Bt na China,
cultivando, em média, aproximadamente de meio a um hectare. Notavelmente, o setor público na China
investiu significativamente em biotecnologia de culturas e desenvolveu variedades de algodão Bt que
dividem o mercado com variedades desenvolvidas pelo setor privado internacional. A comercialização
simultânea de culturas GM dos setores público e privado é agora exclusiva da China, mas espera-se que
se torne também prevalente na Índia, à medida que as culturas GM sejam desenvolvidas por instituições
do setor público apoiadas pelo governo. É notável que em 2006, o algodão GM na Índia tenha excedido
o algodão Bt na China. Em 2006, o algodão GM híbrido na Índia, o maior país produtor de algodão do
mundo, ocupou 3,8 milhões de hectares de algodão Bt aprovado, aumentando com um ganho de impressionantes três vezes, entre 2005 e 2006. As vantagens do algodão Bt híbrido na Índia são significativas, e
um aumento substancial é projetado para 2007, devido a ganhos importantes na produção em benefícios
econômicos, ambientais, sociais e na saúde. O aumento de benefícios de renda para os fazendeiros que
cultivaram o algodão GM, durante a década de 1996 a 2005, foi de US$ 8,4 bilhões.
Um trabalho recente do Banco Mundial (WPS3197)15 , por Kym Anderson et aI., concluiu que, ao contrário da situação da Iniciativa Algodão (Cotton Initiative) na Rodada de Doha de discussões da Organização Mundial do Comércio, os países em desenvolvimento, produtores de algodão na África e em outros
lugares, não precisam esperar até que a Rodada de Doha seja terminada antes de se beneficiar de maior
renda com o algodão. Os países em desenvolvimento que escolheram continuar a cultivar algodão, em
vez de algodão BT, têm a opção e a autoridade para aprovar e adotar algodão Bt e se beneficiar com as
significativas vantagens que oferece. O estudo alega serem maiores que os benefícios potenciais da remoção de todos os subsídios e tarifas que são buscadas pela Rodada de Doha. Além disso, o estudo
conclui que os ganhos da Rodada Doha seriam maiores se os países em desenvolvimento produtores de
15
Anderson, K., Valenzuela E., and jackson, L.A. Recent and Prospective Adoption of Genetical/y Modified Cotton:
A Global CGE Analysis of Economic Impacts. World Bank Policy Research Working Paper 3797. 2006
52
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
algodão adotassem o algodão Bt. O ônus, portanto, está com os governos dos países em desenvolvimento
produtores de algodão potencialmente beneficiários, em exercer sua autoridade e responsabilidade em
avaliar, aprovar e adotar o algodão Bt na primeira oportunidade. Felizmente, hoje isso pode ser grandemente
facilitado e acelerado aprendendo com o conhecimento e a rica experiência dos nove países, seis deles
em desenvolvimento, que testaram e se beneficiaram significativamente durante a última década. O
algodão Bt não é mais a “nova” tecnologia com o risco potencial que tinha há dez anos – agora, o maior
risco dos países em desenvolvimento produtores de algodão, principalmente aqueles que são dependentes dele como sua principal fonte de renda e divisas, é conscientemente escolher não usar a tecnologia.
Canola GM
Estima-se que a área global de canola GM, em 2006, cresceu marginalmente em 0,2 milhão de hectares,
de 4,6 milhões de hectares em 2005 para estimados 4,8 milhões de hectares em 2006, com um modesto
aumento no Canadá, compensando a redução nos EUA, para um ganho líquido de 0,2 milhão de hectares globalmente (Tabela 8). No Canadá, o principal produtor de canola, a adoção de canola tolerante a
herbicida desenvolvida por meio de mutagênese química tem decrescido consideravelmente de 22% em
2003 para 18% em 2004, para 14% em 2005, e 11% em 2006, quando apenas 5% da cultura foi convencional. Somente dois países plantam atualmente a canola GM, o Canadá e os EUA, mas a área global e
prevalência poderia crescer significativamente em curto prazo em resposta ao provável uso de canola
para biodiesel. O aumento em benefícios em renda para os fazendeiros que cultivam a canola GM,
durante a década de 1996 a 2005, foi de US$ 893 milhões.
Arroz GM
O Irã iniciou suas atividades com arroz GM em 2005, com várias centenas de fazendeiros cultivando
4.000 hectares de arroz Bt em suas propriedades. Durante o último ano, parece que o arroz Bt no Irã está
sob exame e não há estimativas confirmadas disponíveis sobre os hectares plantados com arroz Bt em
2006. Baseando-se na experiência de outros países, com sementes guardadas pelos fazendeiros e considerando os benefícios que o arroz B oferece aos produtores, estima-se de modo conservador que a área
plantada seja pelo menos equivalente aos 4.000 hectares que os produtores plantaram em 2005, e provavelmente mais, com fazendeiros guardando suficientemente suas próprias sementes, em 2005, para suas
necessidades de plantio em 2006. Os planos iniciais de comercialização do arroz Bt no Irã foram conseguir total comercialização em 2006, quando estava planejado usar o arroz Bt em 10.000ha ou 20.000 ha.
A Ásia produz 90% do arroz do mundo. A demanda crescente, campos irrigados em decréscimo, (pro que
os fazendeiros estão mudando para culturas mais lucrativas), e baixa produtividade devido ao tempo
desfavorável e lençóis freáticos abaixando, são provavelmente causas de falta de suprimento e preços
mais altos no curto prazo; isso será exacerbado se os EUA, China e Indonésia usarem maciçamente os
estoques mundiais de arroz, que já estão historicamente baixos. Os estoques atuais de arroz do mundo
são de 66 milhões de toneladas ou 10% da produção global (estimada em 628 milhões de toneladas em
2005), enquanto os estoques tradicionais têm sido de 15% a 20% da produção global. Em 2006, os
53
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
preços do arroz na Ásia já estão 10% acima de 2005; O arroz quebrado thai 5% estava a US$ 310 por
tonelada, em 2006, subindo de US$ 280 em 2005 e o vietnamita quebrado 10% a US$ 270, mais 10% do
que em 2005. A Tailândia exporta normalmente 7 milhões de toneladas e o Vietnã, 5 milhões de toneladas. A FAO estima a produção de arroz na Ásia em 2006 como sendo de 577 milhões de toneladas, 7
milhões mais do que em 2005. O aumento em 2006, devido a maiores colheitas na Tailândia, Filipinas e
Bangladesh foi compensado pela produção mais baixa no Paquistão, Sri Lanka, Coréia do Sul e, onde a
produção no Delta do Mekong foi 1 milhão de toneladas menor devido a níveis de infestação de pragas
de insetos, que exigiram que os fazendeiros “pulassem” sua terceira cultura de arroz no ano. Em 2006, a
China, a primeira em consumo de arroz no mundo, pode ter importado mais do que as 514.000 toneladas
em 2005, devido à produção mais baixa em 2006 do que as 180,6 milhões de toneladas em 2005.
Entretanto, a China tem o arroz GM, pendente de aprovação, examinado em extensivos testes de campo,
com potencial para aumentar a produtividade em 6%, diminuir as aplicações de inseticidas e aumentar a
renda do fazendeiro nacionalmente em US$ 4 bilhões/ por ano, em 2010. A demanda global de arroz é
projetada com um aumento de 200 milhões de toneladas em 2025.
Alfafa GM
Percebe-se que uma nova cultura GM, a alfafa tolerante a herbicida RR®, foi aprovada para comercialização
nos EUA, em 2005. Os primeiros plantios pré-comerciais (20.000 hectares) foram semeados no outono
de 2005, seguidos de plantios comerciais maiores, de 60.000 em 2006. Os 60.000 hectares de alfafa RR ®
representam aproximadamente 5% do 1,3 milhão de hectares de alfafa semeados em 2006. A alfafa RR®
goza da distinção de ser a primeira cultura GM perene a ser aprovada no mundo todo, e espera-se que a
tolerância a herbicida seja a primeira de várias características a serem incorporadas nessa importante
cultura forrageira. Há aproximadamente 9 milhões de hectares de alfafa cultivados para feno nos EUA,
anualmente, no valor de US$ 7 bilhões. Ao contrário das grandes culturas como soja e milho, a alfafa GM
provavelmente ocupará um nicho do mercado.
Outras culturas GM
Pequenas áreas de abóbora e mamão (Havaí) resistentes a vírus continuaram a ser plantadas, nos EUA,
em 2006.
Distribuição das Culturas GM por Característica
Durante o período de onze anos, de 1996 a 2006, a tolerância a herbicida foi consistentemente a característica dominante, com a resistência a insetos em segundo (Figura 6). Em 2006, a tolerância a herbicida,
incorporada à soja, ao milho, à canola, ao algodão e à alfafa (pela primeira vez) ocupou 69,9 milhões de
hectares ou 68% dos 102,0 milhões de hectares (Tabela 9). O algodão RR® Flex foi introduzido em um
significativo lançamento, nos EUA e na Austrália, pela primeira vez, em 2006, no total de mais de 800.000
hectares. Houve 19,0 milhões de hectares plantados com culturas BT, incluindo algodão e milho. É
notável que a Eslováquia, um país membro da UE, tenha cultivado milho BT pela primeira vez em 2006,
54
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 9.
Área Global das Lavouras GM em 2005 e 2006: por Característica (milhões de hectares)
Característica
2005
%
2006
%
+/-
%
Tolerância a herbicida
Resistência a insetos (Bt)
Bt/Tolerância a herbicida
Resistência a vírus/Outras
63,7
16,2
10,1
<0,1
71
18
11
<1
69,9
19,0
13,1
<0,1
68
19
13
<1
+6,2
+2,8
+3,0
<0,1
+10
+17
+30
<1
Total
90,0
100
102,0
100
+12,0
+13
Fonte: Clive James, 2006.
Figura 6.
Área Global das Lavouras GM de 1996 a 2006: por Característica (milhões de hectares)
Tolerância a Herbicidas
Resistência a Insetos
Milhões de hectares
Tolerância a Herbicidas / Resistência a Insetos
Fonte: Clive James, 2005.
55
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
levando o número total de países da UE que plantam milho BT a seis, com um total coletivo de 70.000
hectares em 2006. Culturas GM com genes Bt ocuparam 19% da área GM global em 2006, com características acumuladas para tolerância a herbicida e resistência a insetos, incorporadas tanto a algodão
como a milho, ocupando 13% da área GM global, comparadas com 11% em 2005 (Tabela 9). É significativo que as características acumuladas de tolerância a herbicida e resistência a insetos em milho e algodão aumentaram em substanciais 30% em 2006. O aumento em características acumuladas no milho, de
37%, de 6,5 milhões de hectares, em 2005, para 9,0 milhões de hectares, em 2006, foi muito maior do
que o correspondente aumento em algodão, 14%, de 3,6 milhões de hectares, em 2005, para 4,1 milhões
de hectares em 2006. Este aumento significativo em características acumuladas em milho e algodão
reflete as necessidades dos fazendeiros, que têm que lidar com as múltiplas limitações associadas a vários
estresses bióticos e abióticos. A tendência de acumulação continuará e se intensificar, à medida que mais
características se tornem disponíveis aos produtores, aspecto muito importante da tecnologia.
O uso de características acumuladas de Bt e tolerância a herbicida está se tornando cada vez mais importante, e é mais prevalente nos EUA, com 69,9 milhões de “hectares características” em 2006, comparados com apenas 54,6 milhões de hectares. Os outros cinco países que usam características acumuladas
são Canadá (0,2 milhão de hectares), Austrália (0,1 milhão de hectares), e México, África do Sul e Filipinas, com menos de 0,1 milhão de hectares. A característica acumulada em milho, aprovada nas Filipinas
em 2005 e usada pela primeira vez em 2006, foi plantada em 25.000 hectares no primeiro ano de adoção
em 2006. Pedidos de aprovação de características acumuladas estão pendentes em vários países, incluindo Argentina e África do Sul. Esses países obterão importantes benefícios com o uso desses produtos
acumulados porque as limitações da produtividade estão relacionadas com estresses bióticos múltiplos,
e não com um único estresse biótico.
Nos EUA, em 2006, mais de um terço (42%) da área de milho GM apresentava uma construção dupla ou
tripla de características Bt e tolerância a herbicida, enquanto mais de 75% do algodão GM nos EUA
apresentava características acumuladas para resistência a insetos e tolerância a herbicida. No Canadá,
13% da área de milho GM tinha características acumuladas para resistência a insetos e tolerância a
herbicida em 2006.
De modo similar à Austrália, em 2006, 73% do algodão GM tinha características acumuladas para resistência a insetos e tolerância a herbicida. Os produtos e três genes em milho GM, apresentando dois genes
BT, (um para controlar a broca européia do colmo e outro para controlar a broca da raiz do milho) e uma
característica de herbicida, comercializados primeiramente nos EUA, em 2005, continuaram a crescer
em adoção, em 2006. A broca européia do colmo e a broca da raiz do milho podem, ambas, ser pragas
importantes, que custam cada uma aos fazendeiros americanos até US$ 1 bilhão, por ano, em perdas e
custos de controle com inseticida.
56
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Novas características usadas em 2006 incluem algodão RR® Flex nos EUA e na Austrália, alfafa RR® nos
EUA, broca da raiz do milho como um único gene e acumulado no Canadá, o gene duplo Bollgard II na
Índia, assim como dois híbridos de algodão Bt com genes únicos.
A distribuição de benefícios econômicos no nível da propriedade por característica, para a primeira
década de comercialização das culturas GM, 1996 a 2005, foi a seguinte: soja tolerante a herbicida,
US$14,4 bilhões, algodão Bt, US$ 7,5 bilhões, milho resistente a insetos, US$ 2,4 bilhões, algodão tolerante a herbicida, US$ 927 milhões, canola tolerante a herbicida, US$ 893 milhões, e milho tolerante a
herbicida, US$ 795 milhões, para um total de US$ 27 bilhões. Os benefícios agregados de tolerância a
herbicida para todas as quatro culturas foi de US$ 17,0 bilhões, equivalentes a 63% do total de US$ 27
bilhões, com o saldo de US$ 10 bilhões, equivalentes a 37% devido à resistência a insetos em algodão e
milho.
Culturas GM Dominantes em 2006
A soja tolerante a herbicida continuou sendo a cultura GM dominante cultivada comercialmente em
nove países em 2006; listados em ordem de área, os nove países são: EUA, Argentina, Brasil, Paraguai,
Canadá, Uruguai, África do Sul, Romênia e México. Globalmente, a soja tolerante a herbicida ocupou
58,6 milhões de hectares, representando 57% das áreas de culturas GM, de 102 milhões de hectares para
todas as culturas (Tabela 10). A segunda cultura mais dominante é o milho BT, que ocupou 11,1 milhões
de hectares, equivalentes a 11 % da área GM e foi plantado em 13 países - EUA, Argentina, Canadá,
Tabela 10.
Culturas GM Dominantes em 2006 (milhões de hectares)
Cultura
2005
2006
% de GM em 2006
Soja tolerante a herbicida
Milho Bt
Milho Bt/tolerante a herbicida
Algodão Bt
Milho tolerante a herbicida
Canola tolerante a herbicida
Algodão Bt/tolerante a herbicida
Algodão tolerante a herbicida
Alfafa tolerante a herbicida
Arroz Bt
54,4
11,3
6,5
4,9
3,4
4,6
3,6
1,3
—
<0,1
58,6
11,1
9,0
8,0
5,0
4,8
4,1
1,4
<0,1
<0,1
57
11
9
8
5
5
4
1
<1
<1
90
102,0
100%
Total
Fonte: Clive James, 2006.
57
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
África do Sul, Filipinas, Espanha, Uruguai e Honduras, Portugal, Alemanha, França, República Checa e
Eslováquia. A terceira cultura dominante foi milho Bt/tolerante a herbicida, que ocupou 9,0 milhões de
hectares e equivalente a 9% da área GM plantada nos EUA, Canadá e Filipinas. É digno de nota que o
milho Bt/Herbicida ocupou um total de 9,0 milhões de hectares comparados com apenas 6,5 milhões de
hectares, em 2005, um substancial aumento anual de 38%. A quarta cultura dominante foi algodão Bt,
com 8,0 milhões de hectares, um crescimento de 63% em 2005, e plantado em nove países, listados em
ordem de área; Índia, China, Argentina, Brasil (primeira vez, em 2006), EUA, Austrália, Colômbia, México e África do Sul. A quinta cultura dominante foi milho tolerante a herbicida, ocupando 5,0 milhões de
hectares, cerca de 47% mais de área em 2006 do que em 2005 e plantado em seis países: EUA, África do
Sul, Canadá, Argentina, Filipinas e Honduras. A sexta cultura dominante foi canola tolerante a herbicida,
ocupando 4,8 milhões de hectares, <5% mais de área em 2006 do que em 2005 e plantada no Canadá e
EUA. As quatro outras culturas listadas na Tabela 10 ocuparam de 4% a <1 % da área global de culturas
GM e incluem em ordem descendente de área: algodão Bt/tolerante a herbicida (4%), cultivado em 4,1
milhões de hectares nos EUA, Austrália, e México; algodão tolerante a herbicida, cultivado nos EUA,
Argentina, Austrália, México e África do Sul, em 1,4 milhão de hectares, equivalentes a 1% da área global
de culturas GM; alfafa tolerante a herbicida, cultivada em menos de 0,1 milhão de hectares (80.000
hectares nos EUA, pela primeira vez, em 2006) e arroz Bt, cultivado no Irã em menos de 0,1 milhão de
hectares, em 2005, e em área similar, em 2006.
Adoção Global de Soja, Milho, Algodão e Canola GM
Uma outra maneira de fornecer uma perspectiva global do status das culturas GM é caracterizar as taxas
de adoção globais como porcentagem das áreas globais respectivas das quatro principais culturas: soja,
algodão, canola e milho – nas quais a biotecnologia é utilizada (Tabela 11 e Figura 7). Os dados indicam
que, em 2006, 64% dos 91 milhões de hectares de soja plantada globalmente era GM – ultrapassando os
60% de 2005. Dos 35 milhões de hectares de algodão global, 38 % ou 13,4 milhões de hectares eram
GM em 2006, comparados com 28% ou 9,8 milhões de hectares plantados com algodão GM em 2005 –
um impressionante aumento de 28% para 38% do algodão global em um ano, devido principalmente ao
significativo aumento de 2,3 milhões de hectares de algodão Bt na Índia. A área plantada com canola GM
em 2006, expressa como porcentagem, foi de 18% ou 4,8 milhões de hectares, comparada com 18%, ou
4,6 milhões de hectares dos 26 milhões de hectares de canola plantada globalmente em 2005. De modo
similar, dos 147 milhões de hectares plantados em 2006, 17% ou 25,2 milhões de hectares, comparados
com apenas 14% ou 21,2 milhões de hectares plantados com milho GM em 2005 – um aumento significativo de 4 milhões de hectares, em um ano, globalmente. Se as áreas mundiais (convencionais mais GM)
dessas quatro culturas fossem agregadas, a área total seria de 301 milhões de hectares, das quais 34%,
equivalentes a 102 milhões de hectares, foram GM em 2006 – ultrapassando os 30% de 2005, apesar de
um aumento no plantio total global das quatro culturas, de 299 milhões de hectares, em 2005, para 301
milhões de hectares, em 2006.
58
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 11.
Área Global de Culturas GM em % da área global das principais culturas
(milhões de hectares)
Cultura
Área Global*
Área da
Cultura GM
Área GM
como % da área Global
Soja
Algodão
Canola
Milho
91
35
27
148
58,6
13,4
4,8
25,2
64
38
18
17
TOTAL
301
Fonte: Clive James, 2006.
Figura 7.
102
34
* Área da FAO 2005
Taxas de Adoção Global (%) para as Principais Culturas GM em 2006
(Milhões de Hectares)
148
Convencional
Milhões de hectares
Transgênico
91
35
27
64%
Soja
38%
Algodão
18%
Canola
17%
Milho
Fonte: Clive James, 2005.
59
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 12.
Valor Global do Mercado de Culturas GM de 1996 a 2006
Ano
Valor
(Milhões de US$)
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
115
842
1.973
2.703
2.734
3.235
3.656
4.152
4.663
5.248
6.151
TOTAL
35.472
Fonte: Cronopsis 2006 (Comunicação Pessoal).
Embora os críticos das culturas GM disputem que o foco atual em soja, milho, algodão e canola reflita
apenas as necessidades dos grandes fazendeiros comerciais nos países industriais mais ricos, é importante notar que dois terços desses 301 milhões de hectares estão nos países em desenvolvimento, cultivados
principalmente por milhões de pequenos fazendeiros pobres de recursos, onde as produtividades são
baixas, as limitações, maiores, e onde as necessidades de melhoria da produção das culturas de alimentos, rações, e fibras são máximas.
Valor Global do Mercado de Culturas GM
Em 2006, o valor global do mercado de culturas GM, estimado por Cronopsis, foi de US$ 6.151 bilhões,
representando 16% dos US$ 38,5 bilhões do valor do mercado de proteção de culturas em 2006, e 21%
dos US$ 30 bilhões do valor global do mercado de sementes comerciais, em 2006. O mercado de culturas GM de US$ 6,15 bilhões constituía-se de US$ 2,68 bilhões para soja GM (equivalente a 44% do
mercado global de culturas GM); US$ 2,39 bilhões para milho GM (39%); US$ 0,87 bilhões para algodão
GM (14%) e US$ 0,21 bilhões para canola GM (3%). O valor de mercado global de culturas GM é
baseado no preço de venda da semente GM mais quaisquer taxas de tecnologia que se apliquem. O valor
do mercado de culturas GM, desde sua comercialização, em 1996, é mostrado na Tabela 12. O valor
global acumulado para o período de 11 anos, desde que as culturas GM foram inicialmente comercializadas
em 1996, é estimado em US$ 35,5 bilhões. O valor global do mercado de culturas GM é projetado para
aproximadamente US$ 6,8 bilhões para 2007.
60
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Situação Global das Aprovações
Esta seção fornece as últimas informações sobre o status dos produtos GM que receberam aprovação em
todo o mundo. Os dados do apêndice 1 se valem de um grande número de fontes, incluindo corpos
governamentais de regulamentação, dossiês publicamente disponíveis e bancos de dados públicos e
privados disponíveis na Internet. Esse panorama global serve para dar um resumo atualizado de todos os
eventos16 que receberam aprovação para importação para uso como alimento e ração e para liberação
no ambiente, em formato conveniente, que permita ao leitor analisar rapidamente os dados, com base
nos países. As informações aqui compiladas descrevem quais culturas, eventos e características foram
aprovados em países específicos, quem os desenvolveu e em que ano foram aprovados. Os dados apresentados no Apêndice 1 são tão compreensivos quanto documentados nos bancos de dados atualmente
disponíveis em vários países.
Figura 8.
Situação Global das Aprovações* até novembro de 2006
Países com aprovações*
para importação para uso
como alimento e ração,
liberação no meio
ambiente e plantio de
culturas GM em 2006.
Países com aprovações*
apenas para importação
para uso como alimento e
ração e liberação no meio
ambiente.
Fonte: Compilado pelo ISAAA, 2006
16
Um evento refere-se a um único evento de recombinação de DNA que se deu em uma célula vegetal, que foi então
usada para gerar plantas transgênicas completas. Todas as células que incorporam com sucesso o gene de interesse
representam um único “evento”. Todas as linhagens de plantas derivadas de um evento transgênico são consideradas
uma cultura GM. Os Nomes dos Eventos correspondem à identificação comumente usada pelas autoridades de regulamentação e organizações internacionais, tais como a Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento
(OECD).
61
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Uma aprovação refere-se a um produto aprovado para importação para uso como alimento e ração, e
para liberação no ambiente. Entretanto, isso não deve ser interpretado como indicação de que o produto
esteja sendo plantado comercialmente nesse país. Há muitos exemplos de produtos que receberam aprovação, mas nunca foram comercializados, ou, se foram, deixaram de sê-lo subseqüentemente 17; além
disso, em alguns países listados, onde aprovações quanto à segurança ambiental de alimentos e rações
foram dadas, outras aprovações são necessárias para permitir o plantio comercial.
Notar que os documentos oficiais de regulamentação referem-se à canola ou canola argentina (Brassica
napus), ou canola polonesa (Brassica rapa). A primeira é a canola mais comum, cultivada comercialmente em 53 países. Canola é usada nesta súmula para se referir tanto à canola argentina como à canola
polonesa.
Por país
Um total de 51 países concedeu aprovações para várias culturas GM desde que foram inicialmente
comercializadas em 1996 (Figura 8), mais do que o dobro do número de países que plantaram culturas
GM, em 2006 (22). Os 29 países remanescentes na lista incluem alguns dos maiores importadores de
alimentos, como o Japão, Coréia do Sul e Taiwan, e também incluem Nova Zelândia, Federação Russa,
Malásia, Singapura, Indonésia, Suíça, Tailândia e 19 dos 25 estados membros da EU.
Desde 1996, foram concedidas 539 aprovações no mundo (Tabela 13). Os dez países do topo da lista,
com a maioria das aprovações concedidas, são os EUA (77), seguidos do Japão (76), Canadá (57), Coréia
do Sul (46), Austrália (40), Filipinas (36), México (36), Nova Zelândia (34), a UE-25 (27), China (25) e os
17 países remanescentes com 85 aprovações.
Os EUA concederam a maioria das aprovações (77) desde que as culturas GM foram inicialmente
comercializadas há 11 anos. Nos EUA, algumas aprovações cobrem mais de um evento, enquanto no
Japão cada evento é aprovado individualmente. Houve duas novas aprovações nos EUA, em 2006. A
primeira foi para milho GM com níveis de lisina aumentados (evento LYO38), desenvolvido para o mercado de rações animais, e o segundo foi a mais recente desregulamentação do arroz GM (evento
LLRICE601), modificado para tolerância a herbicida glufosinato. Apesar de apenas duas aprovações neste
ano, os EUA plantaram 10% mais culturas GM em 2006 do que fizeram em 2005. Além dos aumentos no
plantio de soja e algodão GM, houve um crescimento significativo em milho GM com características
acumuladas para resistência a insetos e tolerância a herbicida. Vale notar que os EUA não exigem novas
aprovações para culturas GM com características acumuladas se os eventos individuais foram aprovados
previamente. Os dados no Apêndice 1, portanto, não refletem completamente o status atual dos produtos
GM acumulados, que foram aprovados nos EUA. O Japão segue os EUA em número de aprovações
17
http//www.agbios.com
62
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
concedidas, com 76. É importante notar que esse número é inflacionado com relação aos EUA, porque,
no Japão, todos os eventos individuais são aprovados separadamente. O Japão é um dos maiores importadores de alimentos do mundo e depende pesadamente de importações de milho e soja, as duas culturas
GM mais importantes produzidas nos EUA. O país também importa canola, principalmente do Canadá,
o maior produtor de canola GM. Devido às fortes preocupações antiGM entre os consumidores no Japão,
não há atualmente nenhuma produção de culturas GM no país, embora alguns produtos tenham sido
liberados para plantio. Algumas localidades, incluindo a Prefeitura de Hokkaido, têm diretrizes ou legislação adicional para o plantio de culturas GM, para proteger os produtos locais. Um cravo de cor única
(azul) desenvolvido pela biotecnologia moderna é comercializado pela Suntory Co., mas é cultivado no
exterior e importado pelo Japão.
Como para os EUA, os dados do Canadá no Apêndice 1 não refletem totalmente o uso de características
acumuladas, porque o sistema canadense também é baseado na novidade do produto, isto é, apenas se as
características acumuladas tiverem algum evento novo, que não esteja presente no país, é necessária a
aprovação. Nenhum dos eventos acumulados existentes no mercado motivaram uma aprovação em separado pela Agência de Inspeção de Alimentos do Canadá e não há exigências para aprovações em
separado (ou notificações) de eventos acumulados pela Saúde Canadá.
A Coréia do Sul, como o Japão, importa quantidades substanciais de culturas GM e produtos que são
processados mais além para a obtenção de produtos como óleo de soja. Até agora, a Coréia do Sul
aprovou 46 eventos GM para alimentos. Entretanto, nenhuma cultura GM foi plantada como cultura GM
comercializada na Coréia do Sul. Até agora, o processo de aprovação para culturas GM e alimentos foi
aplicado apenas a produtos. A Coréia do Sul tem dois sistemas separados, um para a obtenção de aprovação de segurança alimentar e outro para a Avaliação de Risco Ambiental (ERAs) para as culturas GM e a
alimentos. Atualmente, as aprovações de segurança de alimentos para culturas GM são obrigatórias, mas
as ERAs são opcionais. Até agora, nenhuma ERAs para liberação intencional no ambiente (isto é, plantio)
foi completada. O objetivo de todas as ERAs que foram completadas até agora, portanto, têm sido limitadas à avaliação do risco ambiental da liberação não intencional.
Na Austrália, das 40 aprovações concedidas, apenas três culturas foram aprovadas para algodão, cravo e
canola comerciais, com apenas uma dessas culturas, algodão GM, cultivado comercialmente em larga
escala até hoje. As liberações comerciais de duas variedades de canola (Híbrida InVigor ® e Roundup
Ready®) foram aprovadas pelo Escritório de Regulamentação da Tecnologia do Gene (OGTR) em 2003.
Entretanto, o plantio comercial dessas variedades foi impedido devido a moratórias que foram
implementadas pelos governos estaduais dos principais estados produtores de canola da Austrália. Como
resultado dos banimentos, a Monsanto retirou sua canola Roundup Ready® do mercado australiano. Em
relação ao milho GM, no interesse do manejo da resistência, a Austrália substituiu completamente o
produto de gene único Bt, BolIgard 1 (evento MON 531) pelas variedades com o duplo Bt (Bollgard 2
evento MON 15985).
63
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 13.
Situação Global dos Produtos GM que Receberam Aprovação desde 1996
País
Nº de
Aprovações
Culturas
(Nº de Aprovações)
Características
EUA
77
Alfafa (1), canola (10), chicória (1), algodão
(12), capim panasco (1), linho (1), milho
(22), melão (1), mamão (1), batata (6), arroz
Tolerância a herbicida, resist. a insetos,
teor de óleo, rest. fertilidade, teor de
lisina, maturação retardada, resist. a
(2), soja (6), abóbora (2), beterraba açuc. (3),
fumo (1), tomate (6), trigo (1)
vírus, redução de nicotina
Japão
76
Alfafa (3), canola (15), cravo (1),
algodão (16), milho (25), batata (8), soja
(4), beterraba açuc. (3), tomate (1)
Tolerância a herbicida, resist. a insetos,
teor de óleo, cor da flor, maturação
retardada, resist. a vírus
Canadá
57
Alfafa (1), canola (12), algodão (8), linho (1),
milho (18), mamão (1), batata (4), arroz (1),
soja (3), abóbora (2), beterraba açuc. (2),
Tolerância a herbicida, resist. a insetos,
Teor de óleo, cor da flor, maturação
retardada, resist. a vírus, restauração
tomate (4)
fertilidade, teor de lisina
Coréia
46
Canola (6), algodão (11), milho (23), batata
(4), soja (1), beterraba açuc. (1)
Tolerância a herbicida, resist. a insetos,
resist. a vírus
Austrália
40
Canola (7), cravo (2), algodão (11), milho
(12), batata (3), soja (3), beterraba açuc. (2)
Tolerância a herbicida, resist. a insetos,
teor de óleo, cor da flor, maturação
retardada, resist. a vírus, restauração
fertilidade
Filipinas
36
Alfafa (1), canola (1), algodão (7), milho
(21), batata (3), soja (1), beterraba açuc. (2)
Tolerância a herbicida, resist. a insetos,
resist. a vírus, teor de lisina
México
36
Alfafa (1), canola (4), algodão (11), milho
(11), tomate (3), batata (3), soja (2),
beterraba açuc. (1)
Tolerância a herbicida, resist. a insetos,
teor de óleo, resist. a vírus
Nova Zelândia
34
Canola (7), algodão (7), milho (12), batata
(3), soja (2), beterraba açuc. (2)
Tolerância a herbicida, resist. a insetos,
resist. a vírus, rest. fertilidade
UE (=25)
27
Canola (6), cravo (3), chicória (1), algodão
(5), milho (10), soja (1), fumo (1)
Tolerância a herbicida, resist. a insetos,
cor da flor, maior período comerc.
China
25
Canola (7), algodão (4), milho (8), tomate
(3), petúnia (1), soja (1), pimentão (1)
Tolerância a herbicida, resist. a insetos,
cor da flor, maturação retardada, resist.
a vírus
Outros
85
Canola (1), cravo (1), algodão (13),
milho (48), batata (4), arroz (2),
soja (14), beterraba açucareira (2)
Tolerância a herbicida, resist. a
insetos, rest. fertilidade, resist. a vírus
51
539
Fonte: Compilado pelo ISAAA, 2006.
64
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
As Filipinas continuam a ser o líder regional do Sudeste Asiático no desenvolvimento biotecnológico,
com 36 eventos aprovados para importação de uso como ração e alimento e para liberação no ambiente.
Quatro eventos em milho foram aprovados para plantio desde 2002: resistência a insetos (IR) em milho
(MON 810), milho tolerante a herbicida (TH) (NK603), milho TH e IR (Bt 11); e milho TH e IR (MON 603
x MON 810).
O México é, hoje, o segundo maior mercado agrícola importador dos EUA, ultrapassando o Japão em
2004, com US$ 9,9 bilhões produtos agrícolas dos EUA, em 2005. Isso incluiu 5,7 milhões de toneladas
de milho, 3,7 milhões de toneladas de soja e 387.000 toneladas de algodão. Produtos derivados da
biotecnologia, tais como grãos, rações e oleaginosas representam aproximadamente metade do valor
total das exportações agrícolas dos EUA para o México. Trinta e seis eventos GM foram aprovados para o
consumo humano no México (Apêndice 1). Ao contrário dos EUA, o México não faz distinção de aprovação para alimento ou ração, mas aprova ambos para consumo humano. O México comercializa algodão
e soja e aprovou experimentos de campo para culturas GM, de acordo com a Lei de Biossegurança que
entrou em vigor em fevereiro de 2005.
As culturas GM não são comercializadas na Nova Zelândia, no momento. Entretanto, 34 produtos alimentares com conteúdo GM são legalmente oferecidos para venda e consumo, tendo sido aprovados
pelas autoridades de padrões de alimentos da Nova Zelândia (ver Apêndice 1). Até agora, nenhum pedido de aprovação foi feito ao governo para liberação comercial de uma cultura GM na Nova Zelândia.
A UE concedeu aprovações para alimento /ração para 27 eventos GM e para plantio de cravo, canola e
milho. Entretanto, apenas variedades de milho, derivadas do milho resistente a insetos MON810 são hoje
largamente cultivadas comercialmente. Trinta e uma variedades (17 em 2004 e 14 em 2005) foram inscritas no Catálogo Comum da UE de Variedades de Espécies Vegetais Agrícolas. Sementes das variedades do
Catálogo Comum podem ser comercializadas em toda a UE. Em 2006, seis países da UE, Espanha, França, República Checa, Portugal, Alemanha e Eslováquia plantaram variedades do milho MON810, em
2006.
A China aprovou a comercialização de quatro culturas GM desde 1997, incluindo algodão (3 eventos),
tomate (3 eventos), pimentão (1 evento) e petúnia (1 evento), com apenas algodão BT sendo amplamente
cultivado. Entretanto, a China aprovou mais produtos GM para importação e processamento: 7 eventos
em canola, 1 evento em algodão, 8 eventos em milho e 1 evento em soja (Apêndice 1). A China permanece como mercado para as culturas GM dos EUA, particularmente soja GM. Em setembro de 2006, o
Comitê Nacional de Biossegurança da China recomendou a comercialização de um mamão GM resistente ao vírus ringspot do mamão (PRSV).
Os 17 países restantes dos 51 concederam aprovações regulamentares para um total de 85 eventos GM
à importação para uso como alimento e ração, e liberação no ambiente (ver Tabela 13). A ausência de
aprovações regulamentares na maior parte da África (Figura 8) é digna de nota. Entretanto, na prática, os
produtos GM são importados por muitos países.
65
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Por cultura e característica
Um total de 21 culturas recebeu aprovações regulamentares desde que a primeira cultura foi comercializada
em 1996. As quatro culturas do topo, com a maioria das aprovações, são o milho, com 210, seguido do
algodão, com 105, canola, com 76 e soja, com 38 aprovações. Outras culturas GM que foram aprovadas
incluem alfafa, chicória, capim panasco, linho, melão, mamão, petúnia, batata, arroz, abóbora beterraba
açucareira, pimentão, fumo, tomate, e trigo. As características que foram introduzidas nessas culturas
incluem tolerância a herbicida, resistência a insetos, restauração da fertilidade, teor de lisina modificado,
teor de óleo modificado, maturação atrasada ou maior tempo de comercialização, resistência a vírus, cor
modificada da flor, e redução da nicotina. A tolerância a herbicida e a resistência são as duas características mais populares para aprovação.
Por evento
Um total de 107 eventos foi aprovado para 21 culturas (Tabela 14). O milho tem a maior parte dos
eventos aprovados (35), seguido pelo algodão (18), canola Argentina (14), e soja (7). Entretanto, o evento
que recebeu aprovação regulamentar na maioria dos países é o evento da soja tolerante a herbicida
GTS40-3-2, com 21 aprovações (UE=25 contada como 1 aprovação apenas), seguida do milho resistente
a insetos (MON 810) e milho tolerante a herbicida (NK603) com 18 aprovações, e depois o algodão
resistente a insetos (MON 531/757/1076), com 16 aprovações em todo o mundo (Tabela 15).
Panorama Global dos Biocombustíveis
Este panorama dos biocombustíveis serve para introduzir o assunto e está focalizado nas implicações do
interesse e investimentos crescentes nos biocombustíveis em relação a dois tópicos específicos –
biotecnologia de culturas e os países em desenvolvimento. Isso é totalmente consistente com o mandato
do ISAAA de aliviar a pobreza e compartilhar o conhecimento sobre aplicações da biotecnologia com
benefícios potenciais para os países em desenvolvimento.
Vários fatores contribuíram para o recente aumento do interesse e investimentos nos biocombustíveis.
Eles incluem o recente aumento no preço do petróleo para US$ 70 o barril, crescente preocupação com
o consumo cada vez maior de petróleo, e mais ainda, com o suprimento de combustíveis fósseis sendo
finito e concentrado em áreas geográficas, que poderiam seriamente interromper o fornecimento em um
mundo de problemas políticos. Entre 2002 e 2004, a demanda mundial de petróleo cresceu 5,3%, enquanto a demanda da China aumentou 26,4%; os EUA, 4,9%; Canadá, 10,2% e o Reino Unido, 6,3%.
Preocupações crescentes sobre aquecimento global e emissão do gás de efeito estufa (GHG) de combustíveis fósseis, que os biocombustíveis podem ajudar a reduzir, resultaram em alto interesse nos
biocombustíveis. Durante 2005, os biocombustíveis podem ter entrado em uma nova idade do ouro,
“ouro verde”, atraindo substanciais compromissos de longo prazo de recursos e investimentos no mundo
todo, tanto do setor público como do privado.
66
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 14.
Número de Eventos Aprovados por Cultura
Cultura
Milho
Algodão
Canola argentina
Soja
Tomate
Batata
Cravo
Beterraba açucareira
Canola polonesa
Fumo
Abóbora
Arroz
Alfafa
Capim panasco
Chicória
Linho
Melão
Mamão
Pimentão
Petúnia
Trigo
Número de Eventos
35
18
14
7
6
4
3
3
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Total
107
Fonte: AgBios.
Tabela 15.
Eventos mais aprovados – Top 8
Evento
Soja GTS 40-3-2
Milho MON810
Milho NK603
Algodão MON 531/757/1076
Milho Bt11
Milho GA21
Milho Bt 176
Milho TC1507
Característica*
TH
RI
TH
RI
TH + RI
TH
TH + RI
TH + RI
Número de Aprovação **
21
18
18
16
15
14
13
13
* TH – tolerância a herbicida; RI – resistência a inseto ** UE contada como 1 aprovação (25 países)
Fonte: Compilada pelo ISAAA, 2006.
67
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Há dois biocombustíveis principais atualmente em uso, etanol produzido da cana de açúcar, milho e
outros grãos amiláceos, e biodiesel produzido principalmente de colza/canola, soja e dendê. Para colocar os biocombustíveis em contexto, a produção mundial em 2004 foi de apenas 33 bilhões de litros,
equivalentes a 3% dos 1.200 bilhões de litros de gasolina usados. O Brasil tem sido o líder mundial na
produção e consumo de etanol de cana de açúcar nos últimos 25 anos, seguido pelos EUA, onde a
produção de etanol de milho cresceu rapidamente, de 4 bilhões de litros em 1996 para 44 bilhões em
2005. A recente alta prioridade atribuída aos biocombustíveis pelos EUA, que usaram 18% de sua produção de milho para gerar 2% do combustível do transporte não diesel em 2005, permitiu aos EUA ultrapassar o Brasil em produção de etanol em 2005 (Tabela 16). Os EUA têm 97 usinas de produção de etanol em
produção e outras 33 em construção. Outros países produzindo etanol, listados por ordem alfabética,
incluem China, França, Alemanha, Índia, Rússia, África do Sul, Espanha e Tailândia. O etanol responde
hoje a 90% dos biocombustíveis, e o biodiesel, pelo saldo de 10%. O etanol é gerado por meio da
fermentação do açúcar e do amido do grão das culturas e o biodiesel é produzido por meio da esterificação
do óleo vegetal de culturas oleaginosas, como colza, ou soja, e pela adição de metanol. A produção
global de biodiesel foi de quase 4 bilhões de litros, em 2005, com a Alemanha tendo o papel principal até
esta data, usando colza e sementes de girassol, seguida da França, EUA e Itália, com vários outros países
em um nível mais baixo de produção, incluindo República Checa, Áustria, Espanha, Dinamarca, Polônia
e Reino Unido (Tabela 17).
Tanto o etanol como o biodiesel podem ser misturados com a gasolina e o diesel de petróleo, respectivamente, e usados em motores convencionais de veículos ou em motores modificados projetados para
100% de biocombustíveis ou misturas com alto conteúdo de biocombustível. Estudos de factibilidade
indicaram que os EUA têm potencial para substituir até 37% da gasolina dentro de 25 anos e uma correspondente substituição de 25%, na EU, para combustível de transportes com biocombustível, o qual é tido
como responsável por 90% do aumento em emissões de gases estufa em 2010. De acordo com isso, a UE
tem uma política de substituir 5,75% do combustível de transporte com biocombustível em 2010 e 25%
em 2030. No curto prazo, metas para produção de biocombustível nos próximos 10 a 15 anos serão
alcançadas com as tecnologias de “primeira geração” para etanol e biodiesel, a partir de culturas de
alimentos, com cana de açúcar, milho, colza, soja e dendê.
Entretanto, as metas de prazo mais longo necessitarão de uma segunda geração de tecnologias que obterão a produção de biocombustíveis de culturas energéticas, ricas em biomassa de lignina-celulose, tais
como as gramíneas altas de switch grass (Panicum virgatum) e Miscanthus, árvores de crescimento rápido, incluindo o salgueiro, álamo híbrido e eucalipto, resíduos de culturas, incluindo palha, palhada de
milho, bagaço, serragem, maravalha e resíduos orgânicos, como madeira de lixo urbano sólido. Essas
tecnologias de segunda geração são necessárias por duas razões. Em primeiro, para expandir, por uma
considerável quantidade, o volume de biomassa do material; em segundo, aumentar significativamente a
eficiência econômica da conversão de biomassa em combustível líquido. Especula-se que o etanol de
celulose poderia baixar o custo do etanol em até 25 centavos por litro. O equilíbrio de gás estufa (GHG)
dos biocombustíveis irá variar com a fonte da biomassa e do processamento, mas todos os biocombustíveis
68
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Tabela 16.
Produção Mundial de Etanol por País em 2005
País
Produção (milhões de litros)
Produção (milhões de galões)
Estados Unidos
Brasil
China
Índia
França
Rússia
África do Sul
Espanha
Alemanha
Tailândia
Restante do Mundo
16.214
16.067
3. 800
1.700
910
750
390
376
350
300
4.017
4.283
4.244
1.004
449
240
198
103
99
92
79
1.063
Mundo
44.875
11.855
Fonte:
F.O. Licht. “Ethanol: World Production, by country,” table, World Ethanol and Biofuels Report,
vol. 4, no. 17 (May 2006), p. 395.
Tabela 17.
Produção Mundial de Biodiesel por País em 2005
País
Produção (milhões de litros)
Produção (milhões de galões)
Alemanha
França
Estados Unidos
Itália
República Checa
Áustria
Espanha
Dinamarca
Polônia
Reino Unido
Restante do mundo
1.921
557
284
227
136
85
84
80
80
74
236
507
147
75
60
36
22
22
21
21
20
62
Mundo
3.762
994
Fonte:
F.O. Licht. “Ethanol: World Production, by country,” table, World Ethanol and Biofuels Report,
vol. 4, no. 16 (April 2006), p. 365.
69
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
contribuem para um balanço positivo, cujo maior benefício é o da biomassa de celulose, e todas as
culturas de biocombustíveis seqüestram carbono do solo, durante o ciclo de crescimento no campo.
A produção de biocombustível será distribuída difusamente em áreas rurais que irão gerá-lo como principal produto, além de outros secundários de maior valor, como ração enriquecida, que criará valor
agregado, ou seja, contribuir para maior eficiência e menor custo do biocombustível. Ao contrário de
grandes refinarias de combustível fóssil centralizadas, o biocombustível leva, por si próprio, para uma
descentralização, com grande número de pequenas destilarias e pode contribuir para o desenvolvimento
rural, o que é uma importante meta para a maioria dos países em desenvolvimento, cujas populações são
predominantemente rurais. Uma das questões originais dos biocombustíveis era que a energia necessária
para sua produção era maior que a energia gerada, isto é, um balanço negativo de energia. Embora isso
fosse uma crítica válida para as primeiras experiências com milho, o equilíbrio de energia é agora maior
do que 1, em razão da maior produtividade do biocombustível de milho melhorado (que poderia aumentar significativamente por meio da biotecnologia) e também na refinação do etanol. Estimativas do potencial de longo prazo do biocombustível dependem de muitos fatores, mas os cenários mais otimistas
projetam que poderiam igualar os atuais suprimentos de petróleo em 2050. Entretanto, nas próximas duas
décadas, as culturas alimentares existentes de cana-de-açúcar, colza, soja e dendê, ricas em açúcar,
amido e óleo fornecerão a maior parte do biocombustível. Baseada na atual tecnologia, a estratégia mais
eficiente é, de longe, utilizar a cana-de-açúcar para a produção de etanol, e isso representa uma oportunidade para alguns dos 100 países em desenvolvimento que cultivam a cana-de-açúcar.
Um quantum de aumento na produção de biocombustível de culturas alimentares nos próximos 20 anos
apresenta tanto oportunidades como desafios para a biotecnologia de culturas e para os países em desenvolvimento. O aumento da produção de culturas de alimentos para biocombustível deve ser feito sem
renegar a promessa feita pela comunidade mundial para uma estratégia em alimentos, rações e fibras,
incorporada no compromisso com os países em desenvolvimento de reduzir a pobreza e a fome em 50%,
em 2015. As metas de biocombustível não podem ser atingidas às custas da segurança alimentar. Uma
estratégia, portanto, deve existir para tratar das questões envolvidas no debate alimento versus combustível, particularmente na medida em que se relaciona com os países em desenvolvimento, onde há um
déficit de alimentos que hoje afeta 850 milhões de pessoas famintas e pobres no mundo, 80% das quais
estão nas áreas rurais, cuja maioria são fazendeiros de subsistência, pobres em recursos, sobrevivendo
com menos de um dólar por dia e com menos de um hectare de terra. Em contraste com a Europa, cuja
política é não cultivar terras agricultáveis em excesso e está projetando que 3% a 14% da terra de culturas
deverão ser dedicadas à produção de culturas alimentares para biocombustíveis, empregando uma estratégia sustentável para a terra que seja compatível com as políticas da UE sobre mudança climática,
ambiente e estrutura social mais ampla. Comparado com as regiões temperadas como a UE, há um
potencial muito maior para produção de biocombustível que seja de preço competitivo com as culturas
alimentares de alta produtividade como cana-de-açúcar em países em desenvolvimento. Estes, geralmente, têm clima tropical, favorável ao rápido crescimento da cultura e onde os custos da terra e da mão-deobra são significativamente mais baixos.
70
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
O novo interesse em biocombustíveis já esquentou os mercados globais de commodities com preços
futuros em milho atingindo altas de 10 meses, e colza, atingindo altas recordes devido a prospectos de
mais demanda de ambas as culturas para biocombustível. O custo e a competitividade com a gasolina e
diesel continuarão a ser o principal desafio e, até certo ponto, o preço dos biocombustíveis dependerá do
potencial da biotecnologia em contribuir para o aumento da eficiência, aumentando a produtividade e
conteúdo de energia nas culturas alimentares – julga-se que a biotecnologia possa oferecer muitas oportunidades, tanto em curto como em longo prazo.
A biotecnologia pode ser usada para aumentar a produtividade de biocombustível das culturas de várias
maneiras. Por exemplo, para uma cultura como a cana-de-açúcar, algumas características já foram incorporadas para reduzir as perdas com estresses bióticos associados com pragas, ervas daninhas e doenças,
e estresses abióticos devidos à seca e à salinidade. A biotecnologia também pode fazer mudanças para
otimizar o conteúdo e a qualidade do açúcar. Aplicações mais avançadas da biotecnologia podem ser
usadas para aumentar a produtividade ou o teto potencial da cana-de-açúcar. Algumas modificações, tais
como o controle dos estresses bióticos, já foram comercializadas em várias culturas, incluindo milho,
soja e algodão; portanto, podem ser incorporadas de forma relativamente rápida na cana-de-açúcar, que
ainda não se beneficiou das aplicações comercializadas da biotecnologia, mas já se iniciou o trabalho
experimental com a cultura; foi desenvolvida a resistência ao vírus letal do mosaico da cana-de-açúcar
(SCMV), assim como variedades tolerantes a herbicidas. Pedidos para cana-de-açúcar GM já foram submetidos à aprovação no Brasil. Com o advento da liberalização do comércio do açúcar, todos os maiores
produtores, incluindo os produtores de beterraba açucareira na UE, terão que investir mais em P&D para
permanecerem competitivos, e os investimentos em biotecnologia parecem ser a chave. A tecnologia de
marcadores moleculares para melhoramento de cana-de-açúcar já está sendo usada extensivamente nas
Filipinas, e o Brasil tem a vantagem de já haver seqüenciado o genoma da cultura.
A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) é uma gramínea alta, originalmente da Ásia, que requer clima
tropical ou subtropical, e um mínimo de 400 mm de umidade por ano. A cana-de-açúcar é uma cultura
C4 e é uma das mais eficientes fotossintetizadoras, capaz de converter até 2% da energia solar incidente
em biomassa, o que se traduz por 20kg de biomassa por metro quadrado. A cana-de-açúcar é propagada
por estacas, não sementes, embora alguns tipos produzam sementes. Até 10 colheitas podem ser feitas na
cana, após o primeiro plantio – os novos colmos que crescem após a primeira colheita são chamados de
soca. As características da cana-de-açúcar (alto nível de ploidia e propagação vegetativa) fizeram o melhoramento da cultura pelos meios convencionais muito lento e difícil. As aplicações da biotecnologia
podem superar ou reduzir algumas das limitações associadas às abordagens convencionais. Em resumo,
a cana-de-açúcar é, de longe, a mais eficiente e provável cultura que os países em desenvolvimento
poderiam selecionar para produção de etanol, e os prospectos parecem promissores para melhorar a
produtividade dos biocombustíveis com a biotecnologia.
Produção de etanol de cana-de-açúcar nos países em desenvolvimento
Como indicado acima, há várias características biológicas da cana-de-açúcar que a torna atrativa como
uma cultura para biocombustível para a produção de etanol, nos países em desenvolvimento do mundo.
71
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Mais ainda, baseando-se nos dados mais recentes da FAO 2004, aproximadamente 95% da cultura de
cana-de-açúcar do mundo, de 19,7 milhões de hectares, é cultivada em 95 países em desenvolvimento
com apenas 800.000 hectares cultivados por dois países industriais, a Austrália (420.000 hectares) e os
EUA (387.000 hectares). Os cinco maiores países com cana-de-açúcar, por área e produção, são países
em desenvolvimento: Brasil (5,8 milhões de hectares e 420 milhões de toneladas de produção), Índia (3,8
milhões de hectares e 232 milhões de toneladas de produção), China (1,3 milhão de hectares e 88
milhões de toneladas de produção), Tailândia (1 milhão de hectares e 49 milhões de toneladas de produção) e Paquistão (1 milhão de hectares e 47 milhões de toneladas de produção).
Outra característica da cana-de-açúcar que a torna atrativa como cultura é a alta necessidade de mão-deobra, representando alguns dos mais pobres mercados de trabalho nos países em desenvolvimento. Os
benefícios potenciais do uso da cana-de-açúcar para produzir etanol são importantes, porque dariam
novas oportunidades para criar uma demanda sustentável de mão-de-obra com níveis de renda mais
altos, o que contribuiria para um alívio da pobreza de um grupo determinado de trabalhadores agrícolas
com uma das mais baixas rendas no mundo em desenvolvimento, e onde o emprego é freqüentemente
incerto. A maior parte da cana-de-açúcar é cultivada em grandes propriedades, e os governos que escolherem produzir etanol de cana-de-açúcar devem assegurar, por meio da legislação, que a grande e mal
paga força de trabalho da cana participe dos benefícios por meio de incentivos orientados por esquemas
de participação nos lucros.
As projeções sugerem que a produção mundial de cana-de-açúcar poderia ser expandida para substituir
10% da gasolina no mundo. Os benefícios, portanto, para os países em desenvolvimento, que representam a maioria (95%) da área global, são evidentes, desde que haja uma alta prioridade já estabelecida
para lidar com a segurança alimentar e o alívio da pobreza. O advento dos biocombustíveis, particularmente etanol de cana-de-açúcar, tem o potencial de fornecer, coincidentemente:
• Novas oportunidades para crescimento doméstico sustentável e exportações para os países em
desenvolvimento;
• Renda aumentada e benefícios para alguns dos mais pobres das áreas rurais que trabalham nas
plantações de cana-de-açúcar e pequenas propriedades nos países em desenvolvimento;
• Bilhões de consumidores de combustíveis, tanto nos países industriais como nos em desenvolvimento, com recursos energéticos acessíveis e renováveis, que podem contribuir para um ambiente mais seguro e mais sustentável.
Dos 47 países mais pobres do mundo, 38 são importadores líquidos de petróleo e 25 são completamente
dependentes de importações. A maioria desses países pobres tem uma forte base agrícola, e pelo menos
30 países em desenvolvimento, incluindo 12 na África, estão expandindo o uso de biocombustíveis. Um
aspecto atrativo do biocombustível para os países em desenvolvimento é que não apenas a produção de
biocombustível pode ser descentralizada em pequenas destilarias em áreas rurais, onde o desemprego e
a pobreza são altos, mas também que é muito mais dependente de mão-de-obra do que o combustível
fóssil. Em estudo recente, o Banco Mundial concluiu que os biocombustíveis requerem 100 vezes mais
mão-de-obra do que o combustível fóssil. No Brasil, credita-se ao biocombustível o fornecimento de
72
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
500.000 empregos a mais. É instrutivo rever em mais detalhe a experiência do Brasil, um país em desenvolvimento e líder mundial em biocombustível.
A experiência do Brasil com o etanol de cana-de-açúcar
Em seguida à alta do preço da gasolina pela OPEC, nos anos 70, o Brasil foi o primeiro país no mundo a
iniciar um programa pró-etanol e está hoje à frente de qualquer país na produção e consumo de
biocombustível. Por lei, toda a gasolina no Brasil deve conter um mínimo de 25% de etanol produzido de
cana-de-açúcar e agora a maioria dos veículos no Brasil pode andar com qualquer mistura de etanol e
gasolina. Trinta anos após seu investimento inicial, o Brasil é auto-suficiente em etanol e produziu 14
bilhões de litros em 2005, mais 2 bilhões de litros para exportação e está explorando mais exportações
para os Estados Unidos, China e Índia. Projeta-se que essas exportações possam aumentar até 10 bilhões
de litros em alguns anos, com uma nova destilaria de etanol sendo construída a cada mês. O Brasil
também tem um programa de biodiesel em andamento e, recentemente, anunciou um novo biodiesel
chamado H-Bio, que é uma mistura de algodão, mamona, girassol e soja. Ao contrário dos outros biodiesels,
ele é misturado pelo distribuidor, e não pela refinaria, com o que se estima economizar US$ 145 milhões/
ano. Mesmo considerando os subsídios, a economia do Brasil, pela substituição pelo etanol no período
de 1976 a 2004, foi de US$ 61 bilhões, ou US$ 121 bilhões se os juros da dívida externa com o petróleo
forem incluídos no cálculo. O Brasil espera emular seu sucesso com o etanol com biodiesel, e já há
legislação que requer 2% de biodiesel em todo o óleo diesel combustível em 2008, aumentando para 5%
em 2013. A política do Governo visa aos fazendeiros pobres no Norte e Nordeste como beneficiários
potenciais, participantes nas vantagens do biodiesel.
O Brasil tem a maior área com cana-de-açúcar no mundo (5,8 milhões de hectares, de um total global de
19,7 milhões de hectares) e, atualmente, usa metade da sua safra de cana para fornecer 40% do seu
combustível não diesel. O custo de produzir um litro de etanol de cana-de-açúcar no Brasil é o mais
eficiente no mundo, a US$0,19; comparados com US$ 0,32 a partir do milho nos EUA. O Brasil também
investiu em estratégia avançada de biotecnologia P & D em cana-de-açúcar, e completou o seqüenciamento
da cana-de-açúcar em 2003, após um esforço coordenado de mais de 200 cientistas de 22 instituições no
Brasil. Este e outros investimentos abriram novas oportunidades para realçar significativamente a “produtividade de biocombustível” da cana-de-açúcar e para otimizar as exportações de biocombustível tanto
para países industriais, como em desenvolvimento. A vantagem comparativa da P & D, juntamente com
o fim dos subsídios da UE para os processadores de açúcar, deverá ajudar o Brasil a ganhar uma vantagem
significativa nos mercados exportadores de açúcar e etanol.
Status do biocombustível na América Latina, Ásia e África
Muitos dos países vizinhos do Brasil na América Latina e no Caribe estão ansiosos por imitar o sucesso
brasileiro com o etanol. Eles incluem a Colômbia, que exigiu 10% de etanol em toda a gasolina vendida
nas cidades com 500.000 habitantes ou mais, até 2006. A Venezuela, que é o maior produtor de combustíveis fósseis, construirá 15 destilarias para cana-de-açúcar nos próximos 5 anos e está aprovando legislação que exigirá 10% de etanol (E10). Similarmente, a Bolívia, que é um país menor e mais pobre que a
Venezuela, também está construindo 15 destilarias e considerando uma legislação para obrigar uma
73
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
mistura de 25% de etanol (E25) em toda a gasolina vendida no país. Cuba, um grande produtor de canade-açúcar, tem uma capacidade atual de aproximadamente 100 milhões de litros, com planos para aumentar em cinco vezes, em 2010. Há atualmente 17 destilarias em Cuba e outras 7 estão planejadas.
Cuba está também pesquisando o arbusto Jatropha, que é capaz de produzir até 1.500 litros de biodiesel
por hectare. Na América Central, a Costa Rica e a Guatemala estão no estágio exploratório de produzir
etanol de cana-de-açúcar. Finalmente, Argentina, Jamaica, México, Paraguai e Peru têm os biocombustíveis
sob consideração, deixando poucos países, no continente, que não estejam buscando programas ativos
em biocombustíveis.
Geralmente, na Ásia, a cultura que será principalmente usada na produção futura de biocombustível é o
dendê para biodiesel, mas o etanol do milho, do trigo e da mandioca é atualmente produzido em muitos
países. A China, o terceiro maior produtor no mundo, construiu a maior usina para etanol (100.000
toneladas anuais) e o governo está promulgando uma lei que exige a mistura de etanol de 10% (E1O) em
toda a gasolina vendida em 5 províncias que respondem a 16% de todos os carros do país. A China
também está expandindo a produção de biodiesel. Atualmente, o milho e o trigo estão sendo usados para
a produção de etanol, com grandes estoques desses grãos que se acumularam por algum tempo, mas
estão diminuindo e limitando a produção de biocombustível. Em um esforço para impedir a alta de
preços nessas duas commodities de alimento/ração, a China está explorando importações de mandioca
da Tailândia e contratando o cultivo de mandioca no Laos, para satisfazer a crescente demanda de matéria-prima para a produção de etanol. Se a China for obrigada a depender apenas do milho e do trigo para
maior produção de etanol, isso poderia frear seu ambicioso programa de biocombustível. Embora a
China seja o terceiro maior plantador de cana-de-açúcar (a cultura ideal para etanol) no mundo, após o
Brasil e a Índia, ela é cultivada somente em três províncias, sem lugar para expansão, e o preço do açúcar
já está alto, devido a uma indústria de alimentos em rápido crescimento. A Índia já tem legislação para
misturas E5 na maior parte do país e planeja elevar isso para E1O e E20, sujeito a um suprimento adequado de etanol, e está expandindo também a produção de biodiesel. No sudeste da Ásia, os quatro países Tailândia, Filipinas, Indonésia e Malásia - estão investindo em biocombustíveis. A Tailândia programou
ter 13 usinas de etanol operacionais no fim de 2007, comparadas com as duas atuais. A demanda de
mandioca para etanol poderia aumentar do atual 1 milhão de toneladas para 3 milhões anuais. A Tailândia
está produzindo etanol de cana-de-açúcar e mandioca, cultivadas por pequenos produtores pobres em
recursos e legislou uma mistura de 10% de etanol, começando em 2007. Similarmente, as Filipinas
planejam promulgar uma lei exigindo 2% de biodiesel e 5% de etanol em apoio ao seu grande número de
plantadores de coco – a legislação está planejada para 2007. Finalmente, a Malásia e a Indonésia, ambas
com grandes plantações de dendê, estão planejando expandir sua produção de biodiesel.
Na África, muitos países, em todas as regiões, estão explorando a produção de biocombustíveis ou expandindo seu uso atual. Os países variam de grandes, como a Nigéria, bom produtor de combustíveis
fósseis, África do Sul, e países como o Zimbábue, inteiramente dependente de importações de combustível. Os países africanos que exploram a produção ou o maior uso de biocombustíveis, listados em
ordem alfabética, são: Benin, Etiópia, Gana, Guiné Bissau, Quênia, Malaui, Moçambique, Nigéria, Senegal,
África do Sul, Zâmbia e Zimbábue.
74
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
Resumo
É evidente que os biocombustíveis oferecem vantagens potencialmente significativas aos países em desenvolvimento, que precisam ser cuidadosamente exploradas país a país.
•
Em primeiro e da maior importância, qualquer investimento em culturas alimentares para
biocombustíveis, deve não solapar ou competir, mas complementar os programas em andamento
visando à segurança em alimentos, rações e fibras, e o alívio da pobreza em países com insegurança alimentar.
•
Em segundo, qualquer programa desenvolvido para biocombustíveis deve ser sustentável em termos de práticas agrícolas e manejo florestal, do ambiente e do ecossistema, particularmente de
um eficiente e responsável manejo da água, que é a maior limitação para o aumento da produtividade, especialmente em terras marginais e sem irrigação.
•
Em terceiro, a maioria dos países em desenvolvimento, com exceção do Brasil, iria beneficiar-se
com a construção de associações estratégicas com organizações dos setores público e privado,
tanto dos países industriais como dos países em desenvolvimento, liderados pelo Brasil, que tem
o conhecimento e a experiência na produção, distribuição e consumo de biocombustíveis e também tem a capacidade tecnológica para assegurar que permaneçam competitivos na produção de
biocombustível.
•
Em quarto, os biocombustíveis não devem apenas beneficiar a economia nacional, mas beneficiar as pessoas mais pobres do país, que estão principalmente nas áreas rurais, a maioria das quais
são pequenos proprietários pobres em recursos, e a mão-de- obra sem terra está inteiramente
dependente da agricultura e das florestas para sua sobrevivência.
Comentários Finais
Em 2006, o primeiro ano da segunda década da comercialização das culturas GM, 2006-2015, a área
global das culturas GM continuou a subir em taxas de dois dígitos até 102 milhões de hectares (equivalentes a 117,7 milhões de hectares de “hectares características”), com um ganho de 13%, equivalentes a
12 milhões de hectares, o segundo maior aumento dos últimos cinco anos. Em 2006, as seguintes marcas
mundiais foram atingidas pela primeira vez para as culturas GM:
• Excederam 100 milhões de hectares de culturas GM plantadas em um ano;
• Mais de 10 milhões de produtores cultivaram culturas GM em 22 países;
• A área de algodão Bt na Índia, de 3,8 milhões de hectares, excedeu a área de algodão da China,
de 3,5 milhões de hectares, colocando a Índia na 5ª posição mundial em culturas GM, em 2006,
comparada com a 7ª, em 2005;
• Uma área acumulada de culturas GM, para o período 1996 a 2006, excedendo 500 milhões de
hectares, resultantes de um aumento sem precedentes de 60 vezes em adoção, desde 1996, o
primeiro ano de comercialização de culturas GM.
75
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
É interessante notar que mais da metade da população global (55% ou 3,6 bilhões de pessoas), composta
por 6,5 bilhões de pessoas, vive nos 22 países onde culturas GM foram cultivadas em 2006 e geraram
benefícios múltiplos e significativos. Também é notável que mais da metade (52% ou 776 milhões de
hectares de 1,5 bilhão de hectares de terra arável) da terra cultivável no mundo esteja localizada nesses
22 países, onde culturas GM aprovadas foram cultivadas em 2006.
A experiência positiva dos primeiros 11 anos na comercialização das culturas GM, de 1996 até 2006, tem
sido consistente e atraente, além de atender às expectativas de milhões de pequenos e grandes fazendeiros, tanto em países industriais, como em países ainda em desenvolvimento. Um total acumulado de mais
de 577 milhões de hectares (1,4 bilhão de acres), quase o equivalente à metade da área total dos EUA ou
da China, foi cultivado globalmente em 25 países nesse período de 11 anos entre 1996 e 2006. O aumento de 60 vezes no cultivo GM comercializado globalmente nos mesmos 11 anos representa o índice mais
alto jamais visto na adoção de qualquer tecnologia de cultura dos últimos tempos. Esse mesmo alto
índice de adoção por parte dos fazendeiros reflete o fato de que as culturas GM tiveram um desempenho
bom e consistente e trouxeram benefícios substanciais às áreas financeiras, ambientais, sociais e da saúde, tanto para os pequenos fazendeiros, como para os grandes, em países em desenvolvimento e em
países industriais. Deste modo, trata-se de um voto de confiança vindo de aproximadamente 45 milhões
de decisões individuais tomadas por fazendeiros em 25 países ao longo de um período de 11 anos no
desenvolvimento de culturas GM, ano após ano, logo que obtiveram conhecimento e experiência com
culturas GM em suas terras ou nas de seus vizinhos. O número de fazendeiros que se beneficia das
culturas GM continuou a crescer em 2006 e atingiu 10,3 milhões, comparados a 8,5 milhões em 2005.
Notavelmente, 90%, o equivalente a 9,3 milhões (comparados a 7,7 milhões em 2005) daqueles que se
beneficiaram de culturas GM, eram fazendeiros de pequeno porte, pobres, com recursos escassos, na sua
maioria plantando algodão Bt, cujos aumentos de rendas contribuíram para a redução de sua pobreza.
Os 9,3 milhões de pequenos fazendeiros eram compostos por: 6,8 milhões de fazendeiros pobres, com
recursos escassos, em todas as províncias de plantio de algodão da China; 2,3 milhões de pequenos
fazendeiros na Índia, sendo que este número está em rápida ascensão; 100.000 pequenos fazendeiros
que cultivam milho Bt nas Filipinas e vários milhares na África do Sul, incluindo agricultores de algodão
do sexo feminino em Makhathini Flats, na Província de KwaZulu Natal; e o restante nos outros sete países
em desenvolvimento onde as culturas GM foram desenvolvidas em 2006.
Ford Runge e Barry Ryan da Universidade de Minnesota estimaram que o valor global da produção total
do plantio, proveniente de culturas GM em 2003/04, foi de US$ 44 bilhões18, e, extrapolando, esse valor
provavelmente chegará a US$50 até US$ 55 bilhões, em 2006.
Culturas GM também estão oferecendo benefícios considerados menos evidentes para os consumidores
e para a sociedade como um todo, por meio de alimentos, rações e fibras a preços mais acessíveis, que
18
Runge e Ryan 2004. The Global Diffusion of Plant Biotechnology: International Adoption and Research in 2004. University
of Minnesota.
76
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
exigem menos pesticidas e, conseqüentemente, uma agricultura mais sustentável. Nos países em desenvolvimento, culturas GM também trouxeram benefícios sociais e humanitários inestimáveis aos fazendeiros de subsistência escassa e trabalhadores sem-terra rurais que dependem da agricultura para seu sustento, em termos de contribuição na diminuição da pobreza, da fome e da desnutrição.
A pesquisa mais recente sobre o impacto global das culturas GM na primeira década de sua
comercialização, de 1996 até 2005, foi conduzida por Graham Brookes e Peter Barfoot, PG Economics.
Esta pesquisa estima que os benefícios econômicos líquidos globais para os fazendeiros de culturas GM
em 2005 foram de US$ 5,6 bilhões, e US$ 27 bilhões para os benefícios acumulados durante a década de
1996 até 2005; essas estimativas incluem os benefícios associados ao duplo cultivo de soja GM na
Argentina. A redução acumulativa de pesticidas para a década de 1996 a 2005 foi estimada por Brookes
& Barfoot em 224.300 MT de ingrediente ativo, o que é equivalente a uma redução de 15% no impacto
ambiental, associado a pesticidas utilizados nessas culturas, de acordo com o Quociente de Impacto
Ambiental (EIQ) – uma medida composta, baseada em vários fatores que contribuem para o impacto
ambiental líquido de um ingrediente ativo individual. Além da economia direta relacionada às características da resistência a insetos e da tolerância a herbicidas, associadas às melhorias nos resultados, à redução de pesticidas, aos combustíveis e à mão-de-obra, houve também benefícios indiretos associados à
tolerância de herbicidas relacionada ao aumento da utilização de sistemas de pouca/zero aradura e de
um consumo de combustível menor. Esses benefícios (diretos e indiretos) contribuíram para uma redução
permanente nos emissores de dióxido de carbono e resultaram em um seqüestro maior de carbono no
solo, estimando ter havido a produção de economias em dióxido de carbono de aproximadamente 9
bilhões de kg, apenas no ano de 2005.
As culturas GM podem contribuir potencialmente para a redução dos gases estufa e alterações climáticas
de três maneiras principais. Primeiro, as economias permanentes nas emissões de dióxido de carbono por
meio da utilização reduzida de combustíveis fósseis, associadas à menor utilização de inseticidas e
herbicidas; em 2005, houve uma economia estimada de 962 milhões de kg de dióxido de carbono (CO2),
o equivalente a uma redução de 0,43 milhão no número de veículos nas ruas. Em segundo lugar, o cultivo
mínimo (necessidade de menos ou nenhuma aradura com culturas GM tolerantes a herbicidas) para
alimentos, ração ou fibras GM, levou a um seqüestro adicional de carbono no solo, equivalente, em
2005, de 8.053 milhões de kg de CO2, ou a remoção de 3,6 milhões de veículos das ruas. Deste modo,
em 2005, a economia adicional e permanente combinada por meio de seqüestro foi equivalente a uma
economia de 9.000 milhões de CO2, ou a remoção de 4 milhões de veículos das ruas. Em terceiro lugar,
no futuro, o cultivo de uma área adicional significativa de culturas produzindo energia com base na
biotecnologia para a produção de etanol e biodiesel, por um lado, substituirá os combustíveis fósseis e,
por outro lado, irá reciclar e seqüestrar carbono. Uma pesquisa recente indica que os biocombustíveis
poderiam resultar em uma economia líquida de 65% na exaustão de recursos energéticos19 . Considerando-se que culturas para energia, provavelmente, ocuparão uma significativa parcela adicional de hecta19
The United Kingdom Parliament, Report No 27/1, 2006. Energy and Greenhouse Gas Benefits of Liquid Biofuel Technology
Options.
77
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
res para culturas no futuro, a contribuição das culturas para energia baseadas em biotecnologia para as
alterações climáticas poderá ser importante20 .
Os seis principais países que ganharam US$ 0,5 bilhão ou mais devido a culturas GM, durante a década
de 1996 a 2005, são, em ordem descendente de grandeza, os Estados Unidos (US$ 12,9 bilhões), a
Argentina (US$ 5,4), a China (US$ 5,2 bilhões), o Brasil (US$ 1,4 bilhão), o Canadá (US$ 1,0 bilhão), a
Índia (US$ 0,5 bilhão) e outros (US$ 0,6 bilhão), totalizando US$ 27 bilhões. A distribuição de benefícios
econômicos entre as quatro maiores culturas GM para a década de 1996 a 2005 foi a seguinte: soja, US$
14,4 bilhões; algodão, US$ 8,5 bilhões; milho, US$ 3,2 bilhões, e canola, US$ 0,9 bilhão, totalizando $
27 bilhões. A distribuição de benefícios econômicos no nível do fazendeiro por característica, para a
década de 1996 a 2005, foi a seguinte: soja tolerante a herbicida, US$ 14,4 bilhões; algodão Bt, US$ 7,5
bilhões; milho resistente a insetos, US$ 2,4 bilhões; algodão tolerante a herbicida, US$ 927 milhões;
canola tolerante a herbicida, US$ 893 milhões, e milho tolerante a herbicida, US$ 795 milhões, totalizando,
aproximadamente, US$ 27 bilhões. Os benefícios econômicos agregados da tolerância a herbicida em
todas as quatro culturas foram de US$ 17 bilhões, o equivalente a 63% do total de US$ 27 bilhões, com
o saldo de US$ 10 bilhões, equivalente a 37%, devido à resistência a insetos nas culturas de algodão e
milho.
O relatório mais recente do Centro Nacional para Alimentos e Política Agrícola (NCFAP) nos Estados
Unidos estimou que os benefícios econômicos líquidos para os produtores provenientes das culturas
GM, nos EUA, em 2005, foram US$ 2,0 bilhões. Jikun Huang, da Academia Chinesa de Ciências, projetou ganhos potenciais de US$ 5 bilhões para a China em 2010, US$ 1 bilhão proveniente de algodão Bt
e US$ 4 bilhões de arroz Bt, cuja aprovação é esperada em breve. Um estudo mundial, conduzido pelo
Bureau Australiano de Recursos Econômicos e Agrícolas (ABARE) sobre grãos, oleaginosas, frutas e vegetais GM, projetou um ganho global potencial de US$ 210 bilhões até 2015; a projeção está baseada na
completa adoção com 10% de ganhos de produtividade em países com níveis de renda altos e médios, e
20% em países com níveis baixos de renda.
O Futuro
Com base na adoção sem precedentes e impacto substancial das culturas GM nos primeiros 11 anos de
comercialização, 1996-2006, projeta-se que o forte crescimento irá continuar na segunda década de
comercialização, 2006-2015; algumas das principais tendências e desenvolvimentos estão em destaque
nos 10 parágrafos a seguir:
•
20
Crescimento intenso e contínuos nos mercados de países industriais estabelecidos e desenvolvidos, como os Estados Unidos e o Canadá, manifestado cada vez mais por meio do acúmulo de
características expressas como “hectares característica”, em vez de ‘hectares’ adotados, que já
estão próximos da saturação em soja e algodão nos Estados Unidos. Uma gama expandida de
culturas com mais características agronômicas tornar-se-á disponível, em especial a importante
Stern Review on the Economics of Climate Change, UK 2006 (www.sternreview.org.uk).
78
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
característica da seca, e, pela primeira vez, uma gama cada vez maior de características de qualidade, variando desde óleos aprimorados e mais saudáveis até produtos mais nutritivos, além de
outros produtos não convencionais, como vacinas e produtos especializados. Após uma década
de pesquisas sobre a atitude do consumidor nos Estados Unidos, agora uma nação de 300 milhões de pessoas, um estudo de novembro de 2006 do Conselho de Informações sobre Alimentos
Internacionais (IFIC)21 confirmou que, embora 59% dos norte-americanos evitem algum tipo de
alimento, nenhum deles evita alimentos GM. Ao serem questionados explicitamente sobre alimentos GM, apenas 2% demonstraram algum tipo de preocupação. Conhecimento e consciência
sobre os benefícios de alimentos GM são fatores essenciais para aumentar a probabilidade de os
consumidores comprarem alimentos GM, com 77% mais inclinados a comprar produtos GM
com alto conteúdo de ácidos graxos ômega-3, 75% para redução em proteção contra insetos/
inseticidas e 75% para conteúdo reduzido de gorduras saturadas. Uma vasta maioria de consumidores (82%) declarou que as informações que eles gostariam que fossem acrescentadas aos rótulos de alimentos não existem. Apenas 1% dos consumidores citou a biotecnologia como uma
informação que eles gostariam de ver nesses rótulos. Desta forma, de modo geral, a maioria dos
norte-americanos confia na segurança do suprimento de alimentos dos Estados Unidos e expressa
pouca ou nenhuma preocupação em relação à biotecnologia alimentícia e agrícola.
•
Enquanto a primeira década, 1996-2005, foi a década das Américas (em que 94% das culturas
GM globais foram plantadas em 2005), a segunda década, 2006-2015, provavelmente, apresentará forte crescimento nos principais países em desenvolvimento da Ásia, liderados pela China,
Índia e países como Paquistão, Vietnã, além das economias dos “Tigres Asiáticos” do SE da Ásia,
onde as Filipinas são líderes com milho GM e determinando grande prioridade ao arroz GM,
incluindo arroz com Vitamina A, cuja disponibilidade é esperada para 2010.
•
A China representa para a Ásia o que o Brasil representa para a América Latina. O Brasil, que já
está comercializando soja e algodão GM, tem enorme potencial para crescer e tornar-se o país
líder na América Latina. O Brasil possui a maior área de plantação de cana-de-açúcar para produção de biocombustível/etanol do mundo, que já foi seqüenciada a segunda maior área de soja,
depois dos Estados Unidos, a terceira maior área de milho, a sexta maior área de algodão, e a
décima maior área de arroz, todos, com exceção da cana-de-açúcar, já estão sendo comercializados
como culturas GM, e, portanto, relativamente fáceis de se introduzir. Além disso, o Brasil tem um
forte programa no setor público em culturas GM e até 100 milhões de hectares de terras de
culturas novas com fornecimento de água adequado, o mais importante obstáculo ao aumento da
produtividade. Culturas GM já são cultivadas na maioria dos países da América Latina, e países
como o Chile (que já cultiva uma área significativa de culturas GM para sementes) provavelmente
as adotarão antes de 2015.
•
Na África, espera-se que o número de países adotando culturas GM aumente modestamente. O
Egito, no norte da África, irá, provavelmente, introduzir algodão e milho GM. Na África Ocidental, experimentos de campo pelo terceiro ano com algodão Bt em Burkina Faso confirmam bene79
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
fícios significativos já aproveitados por nove outros países em todo o mundo que plantam algodão
Bt. A adoção de algodão Bt, em Burkina Faso, teria impacto paralelo significativo em outros países
que cultivam algodão na África Ocidental, como Mali, Benin, Nigéria, Chade, Costa do Marfim,
Camarões e Togo, que, juntos, cultivam aproximadamente 2,5 milhões de hectares de algodão.
Na África Oriental, o Quênia já está testando algodão Bt com resultados animadores e tem programas colaborativos internacionais para desenvolver milho Bt.
80
•
Na União Européia, seis países, o equivalente a aproximadamente um quarto dos 25 Estados
associados à União Européia, cultivou milho Bt com sucesso em 2006, e os fazendeiros que se
beneficiaram da experiência estão procurando mais acesso às culturas GM, sem as quais eles
estão em desvantagem e sem competitividade. A Espanha continua a ser o país líder na Europa,
plantando 60.000 hectares em 2006. É importante notar que a área coletiva de milho Bt nos
outros cinco países aumentou mais de 5 vezes, de aproximadamente 1.500 hectares, em 2005,
para aproximadamente 8.500 hectares, embora em pequenas áreas, e espera-se que o crescimento nesses cinco países continue em 2007; isso reflete a satisfação dos fazendeiros com o milho Bt
em quase um quarto dos países da União Européia. O cultivo de milho Bt nesses países é possível,
porque a Comissão da União Européia aprovou 31 variedades de milho derivadas do milho
MON810 (17 em 2004 e 14 em 2005). A área do milho Bt nesses países, provavelmente, irá
aumentar em 2007 e incluir também Estados com acesso à União Européia, como Romênia e
Bulgária, que já têm uma experiência positiva com outras culturas GM e irão provavelmente
adotar milho Bt (MON810) já aprovado na União Européia para produção em todos os 25 países.
A Rússia está inclinada a liberar batatas Bt em um futuro próximo, uma tecnologia bastante eficiente nesse cultivo, que seja importante tanto na Europa Ocidental como na Europa Oriental. Essas
tendências, para o aumento na adoção de culturas GM em níveis diferentes, primeiro dentro dos
25 países da União Européia, segundo em países em ascensão, terceiro em grandes países comerciais como a Rússia e quarto em nível internacional, em número crescente de países em todos os
continentes, provavelmente irão se tornar uma tendência global crescente que a União Européia
não pode ignorar, em um mundo que está se tornando cada vez mais interdependente e onde a
globalização está exercendo cada vez mais pressão para se adequar, como ocorre com os países
dentro da própria União Européia.
•
Enquanto 22 países cultivaram culturas GM em 2006, existem 29 outros países, totalizando 51,
que concederam aprovações regulamentares para culturas GM para a importação de alimentos e
uso de rações e para liberação no ambiente. Um total de 539 aprovações foi concedido para 107
eventos GM para 21 culturas em todo o mundo, desde que as culturas GM foram comercializadas
pela primeira vez, em 1996. Assim, culturas GM já foram aprovadas e aceitas por muitos países
não apenas para o cultivo comercial, mas também para importação de alimentos e uso de rações.
Essa tendência irá, provavelmente, crescer nos próximos anos à medida que mais países adotem
e implementem políticas GM mais progressivas e abram seus mercados para os produtos GM.
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
•
O uso de biotecnologia para aumentar a eficiência da produção de biocombustível, tanto na
primeira quanto na segunda geração de culturas de biocombustível, será um novo desenvolvimento principal. Na próxima década, quando alimentos/rações se tornarem as principais culturas
na produção de biocombustível, a biotecnologia se tornará importante para crescente “produtividade de biocombustível” de cana-de-açúcar, milho, grãos e mandioca para etanol, e biocombustível
de soja, canola e óleo vegetal. Em longo prazo, o uso de biotecnologia será igualmente importante em programas de pesquisas para aumentar a eficiência da produção de biocombustível a partir
da celulose em culturas energéticas especificamente modificadas, como switch grass e álamos
híbridos. Um dos desafios, em especial para países em desenvolvimento com recursos escassos, é
como otimizar o uso de recursos limitados de biotecnologia para satisfazer as necessidades competitivas de alimentos e combustíveis e garantir que a segurança alimentícia não seja sacrificada
pelo biocombustível. A colaboração será essencial para que países em desenvolvimento criem a
massa crítica de que necessitam para satisfazer ambas as necessidades ao mesmo tempo, em
programas cuidadosamente equilibrados que beneficiem por completo a partir de vantagens comparativas das partes colaboradoras.
•
Sem dúvida, o maior desafio da biotecnologia de culturas, na próxima década, será contribuir
com a Meta de Desenvolvimento do Milênio de reduzir a pobreza e a fome em 50% até 2015.
Espera-se que o número mundial e a proporção de pequenos fazendeiros de países em desenvolvimento cultivando culturas GM aumentem drasticamente a partir dos 9,3 milhões em 2006, à
medida que o algodão GM for adotado na África, na cultura principal de milho, seguido, em curto
prazo, por arroz, adotado por milhões de pequenos fazendeiros, em especial na Ásia, satisfazendo os crescentes requerimentos de alimentos/rações e a demanda por mais carne nas dietas de
populações mais abastadas. Existem mais de 200 milhões de fazendeiros que cultivam milho no
mundo; na maioria, são pequenos fazendeiros com recursos escassos e, até hoje, apenas aproximadamente 17% da área mundial para milho foi plantada com variedades GM, deixando um
potencial significativo para implantação nos nove anos restantes da segunda década de
comercialização, 2006-2015. Do mesmo modo, existem 150 milhões de hectares de arroz no
mundo, cultivados por mais de um quarto de um bilhão de fazendeiros, a maioria de pequeno
porte, com recursos escassos que se beneficiam significativamente da adoção do arroz GM. Benefícios potenciais para o arroz GM somente na China foram calculados em US$ 4 bilhões/ano em
2010. Esse benefício se aplica apenas a arroz Bt, ao passo que existem muitas outras características sob desenvolvimento, incluindo tolerância a aridez e salinidade e o Arroz Golden™, mais
nutritivo, com níveis mais altos de Vitamina A, cuja disponibilidade é esperada para 2010. Existem mais de cem milhões de fazendeiros que cultivam arroz somente na China e um número
significativo na Índia. Uma tendência similar para a adoção descrita para culturas GM em países
em desenvolvimento também pode beneficiar os países menos abastados e mais dependentes da
agricultura da Europa Oriental, que se juntaram recentemente à União Européia, e aqueles que
devem se juntar a ela em 2007, e, depois disso, como Romênia e Bulgária, que já conhecem o
valor de culturas GM por experiência de primeira mão.
81
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
82
•
Levando-se em consideração esses desenvolvimentos globais, tanto em países industriais como
em desenvolvimento, o panorama para a próxima década de comercialização, de 2006 a 2015,
aponta para o crescimento contínuo na área mundial de culturas GM, até 200 milhões de hectares, com pelo menos 20 milhões de fazendeiros cultivando culturas GM em até 40 países ou mais
até 2015. Considerando-se que existem pelo menos 250 milhões de fazendeiros que cultivam
arroz em todo o mundo, dos quais uma proporção significativa é composta por pequenos fazendeiros com recursos escassos, a adoção expandida de arroz GM por pequenos fazendeiros (principalmente na Ásia, mas também na África e na América Latina) ao final da próxima década em
2015, sob uma perspectiva otimista, poderia haver até 80 milhões de fazendeiros cultivando
arroz GM (adoção por um terço dos 250 milhões de fazendeiros que cultivam arroz) em vez da
estimativa conservadora de 20 milhões, projetada acima. A adoção do arroz GM poderia contribuir de modo significativo com a diminuição da pobreza e da fome, considerando-se que o arroz
é a mais importante cultura alimentícia do mundo e, acima de tudo, é a principal cultura alimentícia dos menos favorecidos, uma proporção significativa dos quais é composta por pequenos
fazendeiros com recursos escassos. É evidente que a tecnologia, por si só, não representa uma
solução ao desafio extremamente complexo da diminuição da pobreza – é necessária uma estratégia de propulsões múltiplas, incluindo políticas aprimoradas e sistemas de distribuição, bem
como outros elementos – a tecnologia será um elemento essencial de qualquer estratégia bemsucedida e o arroz GM deveria ser uma prioridade essencial se nós, como comunidade global,
objetivarmos manter nosso comprometimento em reduzir a pobreza e a fome em 50% até 2015 –
o mesmo ano que marca o final da segunda década da comercialização de culturas GM, 20062015.
•
A história do passado é o melhor guia para o futuro, e, portanto, compartilhar a crescente massa
de conhecimento e experiência em culturas GM que foi acumulada nos últimos 11 anos, 19962006, é um objetivo importante. Assim, a experiência coletiva e variada dos 11 países em desenvolvimento e dos 11 países industriais que cultivaram culturas GM em 2006 é importante a fim de
se capturar e utilizar para guiar a futura, efetiva e responsável implantação de culturas GM em
uma proporção significativa dos 1,5 bilhão de hectares de terra arável do mundo. A gestão prudente e a supervisão da tecnologia continuarão a ser fundamentais e ainda mais importantes à
medida que países em desenvolvimento fizerem parte da introdução de culturas GM, como milho
e arroz, que ocuparão vastas áreas. A adesão às boas práticas agrícolas com culturas GM é essencial, incluindo a prudente rotação de culturas e a implantação e gestão eficaz de diferentes genes
que conferem resistência a pragas, elementos patogênicos e herbicidas. A gestão responsável
permitiu que a primeira década de culturas GM fosse conduzida sem nenhum dos terríveis resultados previstos pelos oponentes da tecnologia. Seu uso já contribuiu para a redução da pobreza
para mais de 9 milhões de pequenos fazendeiros com recursos escassos; eles representam algumas das pessoas mais pobres dentre o 1,3 bilhão de pessoas mais pobres do mundo, 1 bilhão do
qual são crianças, destinadas a sofrer em uma sociedade injusta, a não ser que a sociedade mundial cumpra sua promessa de reduzir a pobreza em 50%, até 2015. Implementar culturas GM é
uma das várias forças motrizes de uma estratégia global de lutar contra a pobreza e a fome que
Situação Global das Lavouras GM Comercializadas: 2006
precisa incluir distribuição de alimentos aprimorados e acesso à água, que não deve ser negado a
pobres fazendeiros de subsistência. A gestão responsável continuada, na próxima década, precisa
ser praticada pelos países do Sul, que provavelmente se tornarão os principais empregadores de
culturas GM na segunda década de comercialização, 2006-2015. Com base na evidência e experiência dos 11 primeiros anos de comercialização, 1996 a 2006, há poucas dúvidas de que na
próxima década, de 2006 a 2015, culturas GM terão o potencial de contribuir substancialmente
para a redução da pobreza para milhões de pequenos fazendeiros com recursos escassos e trabalhadores rurais sem-terra que dependem completamente da agricultura. Culturas GM também
podem contribuir significativamente com as dificuldades dos cidadãos pobres por meio da
disponibilização de alimentos mais nutritivos e a preços mais acessíveis para o crescente número
de pessoas que sofrem com a pobreza e que lutam para sobreviver nas megacidades burguesas
dos países em desenvolvimento, onde a maioria dos cidadãos pobres de 2050 terá de sobreviver.
83
AGRADECIMENTOS
A provisão de dados sobre a adoção global de culturas GM comercializadas por uma legião de colegas,
muito numerosos para poder citá-los um a um, dos setores públicos e privados em países industriais e em
desenvolvimento, é muito estimada. Sem sua colaboração, essa publicação não teria sido possível. Agradecimentos muitos especiais à minha esposa Glenys James que, como sempre, dedicou seu tempo gratuitamente ao ISAAA, e, diligentemente, lutou para digitar o manuscrito inteiro, e me incentivou e apoiou. É
um prazer agradecer ao Dr. Randy Hautea, Coordenador Global e Diretor do SEAsia Center do ISAAA e
à sua equipe, por sempre disponibilizar serviços excelentes e rápidos na formatação e revisão do manuscrito. Agradecimentos particulares a Margarita Escaler, por coordenar e verificar o documento inteiro e
compilar o Apêndice, e a Bhagirath Choudhary também por sua contribuição. Agradeço também a Marichel
Navarro, Clement Dionglay, Claudia Canales, Von Mark Cruz, Fely Almasan e Teresita Victoria, por inspecionar e apressar a preparação do manuscrito para publicação, incluindo a formatação de todo o texto,
tabelas e figuras. Ao mesmo tempo em que a ajuda de todos é reconhecida e extremamente apreciada, o
autor se responsabiliza completamente pelas opiniões expressas nessa publicação e por quaisquer erros
de omissão ou má interpretação.
84
Apêndice
Situação Global das Aprovações*
* Este é um panorama da situação global das aprovações de importação de produtos GM para uso como
alimento e rações e para liberação no meio ambiente até novembro de 2006. Os processos de aprovação
de produtos GM variam. Portanto, os países devem ser consultados para detalhes específicos.
85
Apêndice. Situação Global das Aprovações
Compilado por M. Escaler
ARGENTINA
Cultura
Algodão
Algodão
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Soja
Nome Científico
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Glycine max L.
Característica
HT
IR
HT
HT
HT
HT + IR
HT + IR
IR
HT + IR
HT
Evento
MON1445
MON531
T14, T25
GA21
NK603
176
Bt11
MON810
TC1507
GTS 40-3-2
Nome Científico
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Dianthus caryophyllus
Dianthus caryophyllus
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Característica
HT
HT
HT
HT + F
HT + F
HT + F
HT
DR
FC
IR
HT + IR
IR
HT
IR
IR
HT
HT
HT + IR
HT + IR
HT
HT + IR
HT
HT
HT
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
IR
HT + IR
HT + IR
IR
Evento
HCN92
T45(HCN28)
GT73.RT73
MS1, RF1 → PGS1
MS1, RF2 → PGS2
MS8 x RF3
OXY 235
66
4,11,15,16
COT102
MON-ØØ531-6 x MON-Ø1445-2
DAS-21Ø23-5 x DAS-24236-5
MON1445
MON15985
MON531
BXN
MON88913
MON88913/15985
MON15985/1445
LLCotton25
TC1507
T25
GA21
NK603
176
Bt11
DBT418
MON810
MON863
DAS-59122-7
MON88017
MIR604
AUSTRÁLIA
Cultura
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Cravo
Cravo
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
LEGENDA
TH
Tolerância a Herbicida
RI
Resistência a Inseto
RV
Resistência a Vírus
DR
Maturação Retardada/ Maior
tempo de comercialização
86
Oil Content
Lys
NIC
F
*
Teor de óleo modificado
Maior teor de lisina
Redução de Nicotina
Fertilidade Restaurada
Foi aprovado para plantio/cultivo não
necessariamente em produção comercial.
Obtentor
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Mycogen (Dow AgroSciences);Pioneer (Dupont)
Monsanto Company
Obtentor
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Florigene Pty Ltd.
Florigene Pty Ltd.
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Dow AgroSciences LLC
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Calgene Inc.
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Mycogen (Dow AgroSciences);Pioneer (Dupont)
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Syngenta Seeds
Dekalb Genetics Corporation
Monsanto Company
Monsanto Company
Dow AgroSciences LLC/Pioneer
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Fontes:
Meio
Ambiente
1999
1998
1998
1998
2004
1996
2001
1998
2005
1996
Meio
Ambiente
2003
2003
2003
2003
2003
2003
http://www.agbios.com
http://ec.europa.eu/food/dyna/gm_register/index_en.cfm
http://www.fas.usda.gov/itp/biotech/countries.html
http://www2.oecd.org/biotech/frameset.asp
http://www.ogtr.gov.au
http://www.aphis.usda.gov
http://www.hc-sc.gc.ca
* Plantio
Alim./Ração
2001
1998
1998
2005
2004
1998
2001
1998
2005
1996
Alimento
Ração
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2002
Ração
2002
2000
2002
2002
2002
2002
1995
1995
2005
2003
2005
2000
2002
1996
2000
2002
1996
1996
2002
2006
2006
2006
2006
2006
2003
2002
2000
2002
2001
2001
2002
2000
2003
2005
2006
2006
http://www.inspection.gc.ca
http://www.mhlw.go.jp/english/topics/food/pdf/sec01-2.pdf
http://www.bch.biodic.go.jp
http://www.gmo-compass.org
http://www.bpi.da.gov.ph
http://bch.biodiv.org
87
AUSTRÁLIA
Cultura
Batata
Nome Científico
Solanum tuberosum L.
Característica
IR
Batata
Batata
Soja
Soja
Soja
Beterraba Açucareira
Beterraba Açucareira
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Beta vulgaris
Beta vulgaris
IR + VR
IR + VR
HT
HT
Oil content
HT
HT
Evento
ATBT04-6, ATBT04-27, ATBT04-30, ATBT04-31,
ATBT04-36, SPBT02-5, SPBT02-15
RBMT15-101, SEMT15-02, SEMT15-15
RBMT21-129, RBMT21-350, RBMT22-082
A2704-12, A2704-21, A5547-35
GTS40-3-2
G94-1, G94-19, G168
GTSB77
H7-1
Nome Científico
Gossypium hirsutum L.
Glycine max L.
Zea mays L.
Característica
IR
HT
HT + IR
Evento
MON531/757/1076
GTS40-3-2
Cry1Ac/Cry1Ab, Cry9c, mEPSPS, PAT, BAR
Nome Científico
Medicago sativa
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Linum usitatissimum L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Carica papaya
Característica
HT
HT
HT
HT
HT
HT
HT + F
HT + F
HT + F
Oil content
HT
IR
IR
HT
IR
IR
HT
HT
HT
HT
HT + IR
HT + IR
HT
HT
HT
HT
HT
HT + F
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
IR
HT + IR
HT + IR
LYS
IR
VR
Evento
J101, J163
HCN10
HCN92
T45(HCN28)
GT200
GT73, RT73
MS1, RF1 → PGS1
MS1, RF2 → PGS2
MS8 x RF3
23-18-17, 23-198
OXY 235
281-24-236
3006-210-23
MON1445/1698
15985
MON531/757/1076
LLCotton 25
MON88913
BXN
FP967
MON802
MON809
B16(DLL25)
T14, T25
GA21
MON832
NK603
MS3
176
Bt11
DBT418
TC1507
MON810
MON863
MON88017
DAS-59122-7
LY038
DAS-06275-8
55-1/63-1
BRASIL
Cultura
Algodão
Soja
Milho
CANADÁ
Cultura
Alfafa
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Linho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Mamão
88
Obtentor
Monsanto Company
Meio
Ambiente
* Plantio
Monsanto Company
Monsanto Company
Aventis Crop Science
Monsanto Company
DuPont Canada Agricultural Products
Novartis Seeds; Monsanto Company
Monsanto Company
Obtentor
Monsanto Company
Monsanto Company
AVIPE
Obtentor
Monsanto Company and Forage Genetics International
Aventis Crop Science
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Aventis Crop Science
Aventis Crop Science
Bayer CropScience
Calgene Inc.
Aventis Crop Science
Dow AgroSciences LLC
Dow AgroSciences LLC
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Monsanto Company
Calgene Inc.
Universidade de Saskatchewan
Monsanto Company
Pioneer Hi-Bred International Inc.
Dekalb Genetics Corporation
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Syngenta Seeds
Syngenta Seeds
Dekalb Genetics Corporation
Mycogen (c/o Dow AgroSciences); Pioneer (c/o Dupont)
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Dow AgroSciences LLC/Pioneer
Monsanto Company
Dow AgroSciences LLC
Universidade de Cornell
Alim./Ração
2001
Alimento
Ração
2001
2001
2004
2000
2000
2002
2005
Meio
Ambiente
2005
1998
Meio
Ambiente
2005
1995
1995
1996
1996
1995
1995
1995
1996
1996
1997
1996
1997
1996
1996
1996
1998
1997
2001
1996
1996
1996
1997
2002
1997
2003
2006
2005
2006
2006
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2005
1998
Ração
2005
1998
2005
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2005
1995
1995
1997
1997
1994
1995
1995
1997
1996
1997
2005
2005
1996
2003
1996
2004
2005
1996
1998
1997
1996
1996
1997
1999
1997
2001
1997
1995
1996
1997
2002
1997
2003
2006
2005
2006
2006
2003
Ração
2005
1995
1995
1995
1995
1995
1995
1996
1996
1997
2005
2005
1996
2003
1996
2004
2005
1996
1996
1997
1996
1996
1996
1998
1997
2001
1998
1996
1996
1997
2002
1997
2003
2006
2005
2006
2006
89
CANADÁ
Cultura
Canola Polonesa
Canola Polonesa
Batata
Batata
Batata
Batata
Arroz
Soja
Soja
Soja
Abóbora
Abóbora
Beterraba Açucareira
Beterraba Açucareira
Tomate
Tomate
Tomate
Tomate
Nome Científico
Brassica rapa
Brassica rapa
Solanum tuberosum L.
Característica
HT
HT
IR
Evento
HCR-1
ZSR500/502
ATBT04-6, ATBT04-27, ATBT04-30, ATBT04-31,
ATBT04-36, SPBT02-5, SPBT02-7
BT6, BT10, BT12, BT16, BT17, BT18, BT23
RBMT15-101, SEMT15-02, SEMT15-15
RBMT21-129, RBMT21-350, RBMT22-082
LLRICE06, LLRICE62
AGS-GMØØ5-3 (A2704-12, A2704-21, A5547-35)
GTS 40-3-2
G94-1, G94-19, G168
ZW20
CZW-3
H7-1
T120-7
1345-4
B, Da, F
FLAVR SAVR
5345
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Oryza sativa
Glycine max L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Cucurbita pepo
Cucurbita pepo
Beta vulgaris
Beta vulgaris
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
IR
IR+VR
IR+VR
HT
HT
HT
Oil content
VR
VR
HT
HT
DR
DR
DR
IR
Nome Científico
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Petunia
Glycine max L.
Capsicum annuum
Característica
HT
HT
HT
HT
HT
HT
HT
IR
IR
IR
HT
HT + IR
HT
IR
HT + IR
IR
HT
HT
HT + IR
DR
DR
VR
FC
HT
VR
Evento
GT73, RT73
Topas 19/2 (HCN92)
MS1.RF1 → PGS1
MS1.RF2 → PGS2
MS8 x RF3
OXY 235
T45 (HCN28)
MON531/757/1076 (33B)
Fusion Cry1Ab/CryAc (GK12)
CpTi/Bt (SGK321)
MON1445/1698
Bt11
GA21
MON810
176
MON863
NK603
T25
TC1507
D2 x A53 (Huafan No.1)
Da Dong No.9
PK-TM8805R
CHS gene
GTS 40-3-2
PK-SP01
Nome Científico
Dianthu caryophyllus
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Característica
FC
IR
HT
IR
HT
Evento
CHINA
Cultura
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Tomate
Tomate
Tomate
Petúnia
Soja
Pimentão
COLÔMBIA
Cultura
Cravo
Algodão
Algodão
Milho
Milho
90
MON 531
MON1445
MON810
NK603
Obtentor
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Aventis Crop Science
Aventis Crop Science
Monsanto Company
Dupont Canada Agricultural Products
Seminis Vegetable Seeds (Upjhon/Asgrow)
Asgrow (USA); Seminis Vegetable Inc. (Canada)
Monsanto Company
Bayer CropScience
DNA Plant Technology Corporation
Zeneca Seeds
Calgene Inc.
Monsanto Company
Obtentor
Monsanto Company
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Chinese Academy of Agricultural Sciences
Chinese Academy of Agricultural Sciences
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Mycogen (c/o Dow AgroScience), Pioneer (c/o Dupont)
Huazhong Agricultural University
Institute of Microbiology, CAS
Beijing University
Beijing University
Monsanto Company
Beijing University
Obtentor
Florigene Pty Ltd.
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Meio
Ambiente
1998
1997
1997
* Plantio
Alim./Ração
1996
1995
1999
1999
1999
1995
2000
2001
Meio
Ambiente
Alimento
* Plantio
Alim./Ração
2004
2004
2004
2004
2004
2004
2004
1997
1997
1999
Ração
1998
1997
1997
1995
1999
1999
2006
2000
1996
2000
1998
1998
2005
2000
1995
1996
1995
2000
1995
1999
1999
2006
2000
1995
2000
Alimento
Ração
1997
1997
2001
2004
2004
2004
2004
2004
2004
2005
2004
2004
1997
2000
1998
1997
1997
2000
1998
2004
1998
Meio
Ambiente
2000
2003
2004
2002
1998
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2003
2003
2003
2004
2003
2004
Ração
91
UNIÃO EUROPÉIA (25)
Cultura
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Cravo
Cravo
Cravo
Chicória
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Soja
Fumo
Nome Científico
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Dianthus caryophyllus
Dianthus caryophyllus
Dianthus caryophyllus
Chichorium intybus
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Glycine max L.
Nicotiana tabacum
Característica
HT
HT
HT
HT
HT
HT
DR
FC
FC
HT + F
HT
IR
HT + IR
IR
HT + IR
HT + IR
IR
HT
HT + IR
HT
IR
HT
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT
HT
Evento
TOPAS 19/2 (HCN92)
MS1/RF2
MS5/RF1
GT73
T45
MS8/RF3
66
4, 11, 15, 16
959A, 988A, 1226A, 1351A, 1363A, 1400A
RM3-3, RM3-4, RM3-6
1445
531
531 x 1445
15985
15985 x 1445
Bt176
MON810
T25
Bt11
NK603
MON863
GA21
DAS1507 (TC 1507)
NK603 x MON810
GA21 x MON810
GTS 40-3-2
C/F/93/08-02
Nome Científico
Zea mays L.
Característica
IR
Evento
MON810
L.
L.
L.
L.
Característica
IR
IR
IR
IR
Evento
MON531
MON15985
GFM
Event – 1
Nome Científico
Gossypium hirsutum L.
Característica
IR
Evento
MON531/757/1076
Nome Científico
Oryza sativa
Característica
IR
Evento
Tarom molaii + cry 1ab
Nome Científico
Medicago sativa
Medicago sativa
Medicago sativa
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Característica
HT
HT
HT
HT
HT
HT
HT
HT + F
Evento
J101
J101 x J163
J163
HCN10
HCN92
T45 (HCN28)
GT73, RT73
MS1, RF1 → PGS1
HONDURAS
Cultura
Milho
ÍNDIA
Cultura
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Nome Científico
Gossypium hirsutum
Gossypium hirsutum
Gossypium hirsutum
Gossypium hirsutum
INDONÉSIA
Cultura
Algodão
IRÃ
Cultura
Arroz
JAPÃO
Cultura
Alfafa
Alfafa
Alfafa
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
92
Obtentor
AgrEvo
Plant Genetic Systems
Plant Genetic Systems
Monsanto
Bayer CropScience
Plant Genetic Systems
Florigene Pty Ltd.
Florigene Pty Ltd.
Florigene Pty Ltd
Bejo Zaden BV
Monsanto
Monsanto
Monsanto
Monsanto Company
Monsanto
Syngenta Seeds
Monsanto
AgrEvo
Novartis
Monsanto
Monsanto Company
Monsanto Company
Pioneer Hi-bred International Inc.
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Societe National d’Explotation de Tabacs et Allumettes
Obtentor
Monsanto
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração
1997
1996
Alimento
1997
1997
1997
1997
1998
1999
Ração
1998
1997
1996
1996
1998
2000
2002
2002
2005
2005
2005
1997
1998
1998
1998
2004
2006
2006
2006
2005
2005
1996
1997
1996
2005
2005
2005
1997
1998
1998
1998
2004
2005
2006
2005
2005
2005
1996
1998
1997
1998
1996
1997
2004
1998
1994
Meio
Ambiente
2002
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2002
Ração
2002
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2002
2006
2006
2006
Ração
2002
2006
2006
2006
Obtentor
Mahyco/Monsanto Company
Mahyco/Monsanto Company
Nath Seeds
JK Agrigenetics
Meio
Ambiente
2002
2006
2006
2006
Obtentor
Monsanto Company
Meio
Ambiente
2001
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
Ração
Obtentor
Agricultural Biotech Research Institute
Meio
Ambiente
2005
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2005
Ração
2005
Obtentor
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Bayer CropScience
Meio
Ambiente
2006
2006
2006
1997
1996
1997
1996
1996
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2005
2005
2005
1997
1996
1997
1996
1996
Ração
2006
2006
2006
1998
1996
1997
1996
1996
93
JAPÃO
Cultura
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Cravo
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Batata
Nome Científico
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Dianthus caryopyllus
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Solanum tuberosum L.
Característica
HT + F
HT + F
HT + F
HT + F
HT + F
HT + F
HT + F
HT
HT + F
HT
FC
IR
HT + IR
HT
IR
HT
IR
IR + HT
HT + IR
HT
HT
IR
IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
Batata
Batata
Batata
Solanum tuberosum L
Solanum tuberosum L
Solanum tuberosum L
IR
IR + VR
IR + VR
94
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
HT + IR
IR + HT
IR + HT
HT
HT
HT
HT
HT
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
Evento
MS1, RF2 → PGS2
MS8
RF3
MS8 x RF3
PHY35
PHY14
PHY23
GT200/RT200
PHY-36
OXY 235
123.2.38, 123.2.2, 11363, 123.8.8
DAS-21Ø23-5 x DAS-24236-5
MON-15985-7 x MON-Ø1445-2
MON1445/1698
15985
LLCotton 25
MON531/757/1076
1445 x 531
31807/31808
BXN
MON88913
281 (DAS 24236-5)
DAS(21023-5 (3006-210-23)
281 x 3006 x 1445
281 x 3006 x MON88913
MON88913 x 15985
LLCotton 25 x 15985
ACS-ZMØØ3-2 (T25) x MON-ØØ81Ø-6
MON-ØØ603-6 x MON-ØØ81Ø-6
MON-ØØ863-5 x MON-ØØ603-6
MON-ØØ863-5 x MON-ØØ81Ø-6
MON-ØØØ21-9 x MON-ØØ81Ø-6
MON802
MON809
B16 (DLL25)
T14
T25
GA21
NK603
176
Bt11
DBT418
TC1507
MON810
DAS-59122-7
MON88017
MON863 x MON810 x NK603
1507 x NK6033
MO863
TC1507 x DAS59122-7
MON810 x MON88017
TC1507 x DAS59122-7 x NK603
ATBT04-6, ATBT04-27, ATBT04-30, ATBT04-31,
ATBT04-36, SPBT02-5, SPBT02-7
BT6, BT10, BT12, BT16, BT17, BT18, BT23
RBMT21 – 129
New Leaf Y SEMT15-02
Obtentor
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Florigene Pty Ltd.
Dow AgroSciences LLC
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Calgene Inc.
Calgene Inc.
Monsanto Company
Dow AgroSciences LLC
Dow AgroSciences LLC
Dow AgroSciences LLC
Dow AgroSciences LLC
Monsanto Company
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Pioneer Hi-Bred International Inc.
Dekalb Genetics Corporation
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Syngenta Seeds
Dekalb Genetics Corporation
Mycogen (c/o Dow AgroSciences); Pioneer (c/o Dupont)
Monsanto Company
Dow AgroSciences LLC/Pioneer
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Dow AgroSciences LLC
Monsanto Company
Dow AgroSciences LLC
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Meio
Ambiente
1997
1998
1998
1998
1997
1997
1997
2006
1997
1998
2004
* Plantio
Alim./Ração
2005
2005
1997
1997
2004
1998
1997
2005
2004
2004
2004
2005
1997
1997
1999
2006
2004
1998
2001
1996
1996
1999
2002
1996
2006
2006
2004
2005
2004
2006
2006
2006
Alimento
1997
1997
1997
1997
2001
2001
2001
2001
1997
1999
Ração
1997
1998
1998
1998
1998
1998
1999
2001
1997
1999
2003
1997
2002
2004
1997
2003
1999
1997
2005
2005
2005
2006
2006
2005
2006
2003
1998
2003
2006
1997
2003
1999
1998
2006
2006
2003
2004
2004
2004
2003
1999
1997
2001
1999
2001
2001
2001
1999
2002
1997
2206
2006
2004
2004
2002
2005
2005
2005
2001
1998
2000
2001
2003
1999
2001
1996
1996
2002
1997
2006
2006
2003
2006
2006
2001
2001
2003
95
JAPÃO
Cultura
Batata
Batata
Batata
Batata
Soja
Soja
Soja
Soja
Beterraba Açucareira
Beterraba Açucareira
Beterraba Açucareira
Tomate
Nome Científico
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Beta vulgaris
Beta vulgaris
Beta vulgaris
Lycopersicum esculentum
Característica
IR + VR
IR + VR
IR + VR
IR + VR
HT
HT
HT
Teor de óleo
HT
HT
HT
DR
Evento
RBMT21-350
RBMT22-082
New Leaf Y RBMT15-101
New Leaf Y SEMT15-15
A5547
A2704-12
GTSB77
G94-1, G94-19, G168
H7-1
GTSB77
T120-7
FLAVR SAVR
Nome Científico
Glycine max L.
Característica
HT
Evento
GTS 40-3-2
Nome Científico
Medicago sativa
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Beta vulgaris
Característica
HT
HT
HT
HT
HT+F
IR
IR
IR
HT
HT+IR
IR
IR
HT
HT
HT+IR
HT+IR
IR
IR
IR
IR+HT
IR+HT
IR+HT
IR+HT
IR-HT
HT
HT
HT+IR
DR
DR
DR
IR
IR + VR
IR + VR
HT
HT
HT
Evento
MON-ØØ1Ø1-8, MON-ØØ163-7, oJ101,J163
T45 (HCN28)
GT73, RT73
HCN92, (TOPAS 19/2)
MS1, RF1 → PGS1
281-24-236
3006-210-23
DAS-21Ø23-5 x DAS-242336-5
BXN
DAS-21Ø23-5 x DAS-242336-5 x MON-01445-2
MON531/757/1076
15985
MON1445/1698
MON88913
MON88913 / 15985
1445 x 531
MON810
MON863
MON88017
MON88017 x MON810
MON810 x NK603
MON863 x NK603
MON863/ MON810
MON863/ MON810/ NK603
NK603
GA21
TC1507
1345-4
FLAVR SAVR
B.Da, F
ATBT, SPBT, BT
RBmT, SEMT
RBMT
A2704-12 x A5547
MON-Ø4Ø32-6 (GTS 40-3-2)
KM-ØØØ71-4 017 (H7-1)
MALÁSIA
Cultura
Soja
MÉXICO
Cultura
Alfafa
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Tomate
Tomate
Tomate
Batata
Batata
Batata
Soja
Soja
Beterraba Açucareira
* Após a aprovação da Lei de Biossegurança (2005), as autorizações de segurança alimentar cobrem também o uso de grãos GM para alimentação animal.
96
Obtentor
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Aventis Crop Science
Aventis Crop Science
Monsanto Company
DuPont Canadá Agricultural Products
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Calgene Inc.
Obtentor
Monsanto Company
Obtentor
Monsanto Company
Bayer CropScience
Monsanto Company
Bayer CropScience
Aventis Crop Science
Dow AgroSciences LLC
Dow AgroSciences LLC
Dow AgroSciences LLC
Calgene Inc.
Dow AgroSciences LLC
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Mycogen(c/o Dow Agrosciences);Pioneer (c/o Dupont)
DNA Plant Technology Corporation
Calgene Inc.
Zeneca + Petoseed
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração
1999
1999
1996
1999
1996
Alimento
2001
2001
2003
2003
2002
2002
1996
2001
2003
2003
2001
1997
Ração
2003
2003
2003
1996
2000
2003
1999
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração
1997
Alimento
Ração
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2005
2001
Ração
1996
1999
1999
2004
2004
1996
2000
2000
1997
2004
1996
2005
1996
2003
2000
2006
2006
2002
2002
2003
2006
2006
2004
2004
2004
2004
2002
2002
2003
1998
1996
1996
1996
2001
2001
2003
1996
2006
* Após a vigência da Lei de Biossegurança (2005) as Liberações de Segurança Alimentar cobrem o uso de ração para as culturas GM.
97
NOVA ZELÂNDIA
Cultura
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Batata
Nome Científico
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Solanum tuberosum L.
Característica
HT
HT + F
HT + F
HT + F
HT
HT
HT
IR
HT
IR
HT
HT
IR
HT
HT + IR
HT + IR
HT
HT
IR
HT
HT + IR
IR
IR
HT + IR
HT + IR
IR
IR
Batata
Batata
Soja
Soja
Soja
Beterraba Açucareira
Beterraba Açucareira
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Beta vulgaris
IR + VR
IR + VR
HT
HT
Oil content
HT
HT
Evento
OXY 235
MS1, RF1 → PGS1
MS1, RF2 → PGS2
MS8 x RF3
HCN92
T45 (HCN28)
GT73, RT73
MON531/757/1076
MON1445/1698
MON15985
MON88913
BXN
COT102
LLCotton25
TC1507
DBT418
NK603
T25
MON810
GA21
Bt11
Bt176
MON863
DAS59122-7
MON88017
MIR604
ATBT04-6, ATBT04-27, ATBT04-30, ATBT04-31,
ATBT04-36, SPBT02-5, SPBT02-7
RBMT15-101, SEMT15-02, SEMT15-15
RBMT21-129, RBMT21-350, RBMT22-082
A2704-12, A2704-21, A5547-35
GTS 40-3-2
G94-1, G94-19, G168
H7-1
GTS B77
Nome Científico
Glycine max L.
Característica
HT
Evento
GTS 40-3-2
Característica
HT
HT
IR
HT
HT + IR
HT + IR
HT
IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
HT + IR
Evento
J101,J163
GT73, RT73
MON531
MON88913
MON-15985-7 x MON-Ø1445-2
MON-ØØ531-6 x MON-Ø1445-2
MON1445/1698
15985
MON15985 x MON-88913
MON-ØØ6Ø3-6 x MON-ØØ81Ø-6
MON-ØØ863-5 x MON-ØØ6Ø3-6
MON-ØØ863-5 x MON-ØØ81Ø-6
MON-ØØ863-5 x MON-ØØ81Ø-6 x
MON-ØØ6Ø3-6
PARAGUAI
Cultura
Soja
FILIPINAS
Cultura
Alfafa
Canola Argentina
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Milho
Milho
Milho
Milho
98
Nome Científico
Medicago sativa
Brassica napus
Gossypium hirsutum
Gossypium hirsutum
Gossypium hirsutum
Gossypium hirsutum
Gossypium hirsutum
Gossypium hirsutum
Gossypium hirsutum
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
L
L
L
L
L
L
L
Obtentor
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Calgene Inc.
Syngenta Seeds
Bayer CropScience
Mycogen (c/o Dow AgroSciences); Pioneer (c/o Dupont)
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Pioneer Company
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Monsanto Company
Dupont Canada Agricultural Products
Monsanto Company
Monsanto Company
Alimento
2002
2002
2002
2002
2002
2002
2000
2000
2000
2002
2006
2002
2005
2006
2003
2002
2002
2002
2000
2000
2001
2001
2003
2005
2006
2006
2001
Ração
2001
2001
2004
2000
2000
2005
2002
Obtentor
Monsanto Company
Ambiente
2004
* Plantio
Alim./Ração
2004
Alimento
Ração
Obtentor
Monsanto Company and Forage Genetics International
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2006
2003
2004
2005
2004
2004
2003
2003
2006
2004
2004
2004
2005
Ração
2006
2003
2004
2005
2004
2004
2003
2003
2006
2004
2005
2004
2004
99
FILIPINAS
Cultura
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Batata
Batata
Batata
Soja
Beterraba Açucareira
Beterraba Açucareira
Nome Científico
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Glycine max L.
Beta vulgaris
Beta vulgaris
Característica
HT + IR
HT
HT
HT
HT
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
HT + IR
HT + IR
Lys
IR
HT + IR
HT + IR
Lys + IR
IR + VR
IR
IR + VR
HT
HT
HT
Evento
MON-ØØØ21-9 x MON-ØØ81Ø-6
B16 (DLL25)
T25
GA21
NK603
176
Bt11
DBT418
TC1507
MON810
MON88017
DAS59122-7
LY038
MON863
TC1507 x NK603
MON88017 x MON810
Ly038 + MON810
RBMT21-129, RBMT21-350, RBMT22-082
SPBT02-5
RBMT15-101, SEMT15-02, SEMT15-15
GTS 40-3-2
H7-1
GTS B77
Nome Científico
Glycine max L.
Característica
HT
Evento
GTS 40-3-2
Nome Científico
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Solanum tuberosum
Solanum tuberosum
Solanum tuberosum
Solanum tuberosum
Oryza sativa
Glycine max L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Beta vulgaris
Beta vulgaris
Característica
HT + IR
IR
HT
IR
HT
HT
IR
IR
IR
IR
HT
HT
HT
HT
HT
HT
Evento
Bt11
MON810
NK603
MON863
GA21
T25
SPBT02-05
RBBT02-06
2904/1kgs
1210 amk
LLRICE62
GTS 40-3-2
A2704-12
A5547-127
GTSB77
H7-1
Nome Científico
Zea mays L.
Zea mays L.
Característica
HT
IR
Evento
NK603
MON863
Nome Científico
Brassica napus
Gossypium hirsutum
Gossypium hirsutum
Característica
HT + F
HT
IR
Evento
TOPAS 19/2, Ms1RF1, Ms1RF2, Ms8RF3
MON1445/1698
MON531
ROMÊNIA
Cultura
Soja
FEDERAÇÃO RUSSA
Cultura
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Batata
Batata
Batata
Batata
Arroz
Soja
Soja
Soja
Beterraba Açucareira
Beterraba Açucareira
L.
L.
L.
L.
SINGAPURA
Cultura
Milho
Milho
ÁFRICA DO SUL
Cultura
Canola Argentina
Algodâo
Algodâo
100
Obtentor
Monsanto Company
Dekalb Genetics Corporation
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Syngenta Seeds
Dekalb Genetics Corporation
Mycogen (c/o Dow AgroSciences); Pioneer (c/o Dupont)
Monsanto Company
Monsanto Company
Pioneer Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Pioneer Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Novartis Seeds; Monsanto Company
Obtentor
Monsanto Company
Obtentor
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Centre Bioengineering RAS, Russia
Centre Bioengineering RAS, Russia
Aventis CropScience
Monsanto Company
Aventis CropScience
Aventis CropScience
Novartis Seeds; Monsanto Company
Monsanto Company
Obtentor
Monsanto Company
Monsanto Company
Obtentor
Aventis CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2004
2003
2003
2003
2003
2003
2003
2003
2003
2002
2006
2006
2006
2003
2006
2006
2006
2004
2003
2003
2003
2005
2004
Ração
2004
2003
2003
2003
2003
2003
2003
2003
2003
2002
2006
2006
2006
2003
2006
2006
2006
2004
2003
2003
2003
2005
2004
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2004
Ração
2004
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2003
2000
2002
2003
2000
2001
2000
2000
2005
2006
2003
1999/2002
2002
2002
2001
2006
Ração
2005
2005
2002
Meio
Ambiente
2004
Meio
Ambiente
2002
2002
2003
2003
2003
2003
2003
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2006
2006
Ração
2006
2006
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração
approved
Alimento
Ração
1997
1997
2000
1997
101
ÁFRICA DO SUL
Cultura
Algodão
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Soja
Soja
Nome Científico
Gossypium hirsutum L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Característica
IR
HT + IR
IR
HT
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT
HT
HT + IR
HT
HT
Evento
MON15985
Bt11
MON810
NK603
TC1507
MON810 x NK603
MON810 x GA21
GA21
T25
176
GTS 40-3-2
A2704-12
Nome Científico
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Gossypium hirsutum L
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Característica
HT
HT
HT
HT
HT
HT
IR
IR
HT
IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT
HT
HT + IR
HT
IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT
HT
IR
IR
HT
HT + IR
HT + IR
IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
IR
Evento
GT73
MS8/RF3
T45
MS1/RF1
MS1/RF2
Topas 1912
531
757
1445
15985
MON15985 x 1445
531 x 1445
281/3006
15985 x MON88913
MON88913
LLCotton25
15985 x LLCotton25
GA21
MON810
Bt11
MON810 x NK603
1507 x NK603
TC1507
NK603
T25
MON863
Bt176
DLL25
DBT418
MON863 x NK603
MON863 x MON810
MON810 x GA21
MON810 x MON863 x NK603
DAS-59122-7
MON88017
DAS-59122-7 x 1507 x NK603
1507 x DAS-59122-7
DAS-59122-7 x NK603
Bt11 x GA21
MON88017 x MON810
SPBT02-05
RBBT06
CORÉIA DO SUL
Cultura
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Batata
Batata
102
Obtentor
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Monsanto Company
Mycogen (c/o Dow AgroSciences); Pioneer (c/o Dupont)
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Bayer CropScience
Obtentor
Monsanto Company
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Dow Agro Science LLC
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Dupont Company
Dupont Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Dupont Company
Monsanto Company
Dupont Company
Dupont Company
Dupont Company
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Meio
Ambiente
2005
2003
1997
2002
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2005
Ração
2005
1997
1997
2001
2001
Alimento
2003
2005
2005
2005
2005
2005
2003
2003
2003
2003
2004
2004
approved
2006
2006
2005
2006
2002
2002
2003
2004
2004
approved
2002
2003
2003
approved
2004
2004
2004
2004
2004
2004
approved
2006
approved
approved
approved
approved
2006
2004
2004
Ração
2003
2002
2002
approved
approved
approved
approved
approved
2006
2001
approved
Ambiente
2005
2005
2005
2004
2004
2004
2004
—
—
—
2005
2005
2004
—
2004
2004
2004
—
—
—
—
—
—
—
—
—
* Plantio
Alim./Ração
103
CORÉIA DO SUL
Cultura
Batata
Batata
Soja
Beterraba Açucareira
Nome Científico
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Glycine max L.
Beta vulgaris
Característica
IR + VR
IR + VR
HT
HT
Evento
Nes Leaf Y
New Leaf Plus
GTS 40-3-2
H7-1
Nome Científico
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Glycine max L.
Característica
HT + IR
HT + IR
IR
HT
Evento
176
Bt11
MON810
GTS 40-3-2
Nome Científico
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Glycine max L.
Característica
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
IR
HT
HT
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT
Evento
176
B16 (DLL25)
Bt11
DBT418
GA21
MON810
MON863
NK603
T25
TC1507
DAS-59122-7
MON88017
GTS 40-3-2
Nome Científico
Zea mays L.
Glycine max L.
Característica
HT
HT
Evento
NK603
GTS 40-3-2
Nome Científico
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Glycine max L.
Característica
IR
HT + IR
HT + IR
HT
HT
Evento
MON810
Bt11
TC1507
NK603
GTS 40-3-2
Nome Científico
Medicago sativa
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Brassica napus
Chichorium intybus
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Característica
HT
HT
HT
HT
HT
HT
HT + F
HT + F
HT + F
Oil content
HT
HT + F
IR
IR
Evento
J101, J163
HCN10
HCN92
T45 (HCN28)
GT200
GT73, RT73
MS1, RF1 → PGS1
MS1, RF2 → PGS2
MS8 x RF3
23-18-17, 23-198
OXY 235
RM3-3, RM3-4, RM3-6
281-24-236
3006-210-23
SUÍÇA
Cultura
Milho
Milho
Milho
Soja
TAIWAN
Cultura
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Soja
TAILÂNDIA
Cultura
Milho
Soja
URUGUAI
Cultura
Milho
Milho
Milho
Milho
Soja
EUA
Cultura
Alfafa
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Canola Argentina
Chicória
Algodão
Algodão
104
Obtentor
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Obtentor
Syngenta Seeds
Syngenta Seeds
Monsanto Company
Monsanto Company
Obtentor
Syngenta Seeds
Dekalb Genetics Corporation
Syngenta Seeds
Dekalb Genetics Corporation
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Bayer CropScience
Mycogen (c/o Dow AgroSciences). Pioneer (c/o Dupont)
Dupont Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Obtentor
Monsanto Company
Monsanto Company
Obtentor
Monsanto Company
Syngenta Seeds
Mycogen (c/o Dow AgroSciences). Pioneer (c/o Dupont)
Monsanto Company
Monsanto Company
Obtentor
Monsanto Company and Forage Genetics International
Aventis Crop Science
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Aventis Crop Science
Aventis Crop Science
Bayer CropScience
Calgene Inc.
Aventis Crop Science
Bejo Zaden BV
Dow AgroSciences LLC
Dow AgroSciences LLC
Meio
Ambiente
—
—
2004
—
* Plantio
Alim./Ração
Alimento
2004
2004
2000
2006
Ração
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração Alimento
1997
1998
2000
1996
Ração
1997
1998
2000
1996
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração Alimento
2003
2003
2004
2003
2003
2002
2003
2003
2002
2003
approved
approved
2002
Ração
2003
2003
2004
2003
2003
2002
2003
2003
2002
2003
approved
approved
2002
Meio
Ambiente
* Plantio
Alim./Ração Alimento
2000
2000
Ração
2000
2000
* Plantio
Alim./Ração Alimento
2003
2004
Ração
2003
Meio
Ambiente
2003
2004
2006
2006
1997
Meio
Ambiente
2005
1995
2002
1998
2003
1999
2002
2002
1994
1994
1997
2004
2004
1997
* Plantio
Alim./Ração Alimento
2004
1995
1995
1998
2002
1995
1996
1996
1994
1994
1999
1997
2004
2004
1997
Ração
105
EUA
Cultura
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Algodão
Capim panasco
Linho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Milho
Melão
Mamão
Batata
Batata
Batata
Batata
Batata
Batata
Arroz
Arroz
Soja
Soja
Soja
Soja
Soja
Soja
Abóbora
Abóbora
Beterraba Açucareira
Beterraba Açucareira
Beterraba Açucareira
Fumo
Tomate
Tomate
Tomate
Tomate
Tomate
Tomate
Trigo
106
Nome Científico
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Gossypium hirsutum L.
Agrotis stolonifera
Linum usitatissimum L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Zea mays L.
Cucumis melo
Carica papaya
Solanum tuberosum L.
Característica
IR
IR
HT
HT
HT
IR
IR
HT + IR
HT
HT
HT
HT
IR
HT + IR
HT + IR
IR
HT + IR
HT + IR
HT
HT
HT
HT
HT+ F
HT+ F
HT+ F
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
HT + IR
IR
HT
IR
LYS
DR
VR
IR
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Solanum tuberosum L.
Oryza sativa
Oryza sativa
Glycine max L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Glycine max L.
Cucurbita pepo
Cucurbita pepo
Beta vulgaris
Beta vulgaris
Beta vulgaris
Nicotiana tabacum L.
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Lycopersicum esculentum
Triticum aestivum
IR
IR + VR
IR + VR
IR + VR
IR + VR
HT
HT
HT
HT
HT
HT
HT
Oil content
VR
VR
HT
HT
HT
Nic
DR
DR
DR
DR
DR
IR
HT
Evento
COT102
DAS-21Ø23-5 x DAS-24236-5
MON88913
LLCottton 25
MON1445/1698
15985
MON531/757/1078
31807/31808
BXN
19-51A
ASR368
FP967
DAS-06275-8
DAS-59122-7
MON88017
MON80100
MON802
MON809
B16 (DLL25)
T14,T25
GA21
NK603
676,678,680
MS3
MS6
176
Bt11
CBH-351
DBT-418
TC1507
MON810
MON832
MON863
LY038
A.B
55-1/63-1
ATBT04-6, ATBT04-27, ATBT04-30, ATBT04-31,
ATBT04-36, SPBT02-5, SPBT02-7
BT6, BT10, BT12, BT16, BT17, BT18, BT23
RBMT15-101, SEMT15-02, SEMT15-15
RBMT21-129, RBMT21-350, RBMT22-082
HLMT15-3, HLMT15-15, HLMT15-46
SEMT15-07
LLRICE06, LLRICE62
LLRICE601
ACS-GMØØ5-3 (A2704-12, A2704-21, A5547-35)
A5547-127
GU262
W62, W98
GTS 40-3-2
G94-1, G94-19, G168
ZW20
CZW-3
H7-1
T120-7
GTSB77
Vector 21-41
1345-4
35 1 N
8338
B, Da, F
FLAVR SAVR
5345
MON71800
Obtentor
Syngenta Seeds
Dow AgroSciences LLC
Monsanto Company
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Calgene Inc
Calgene Inc
Dupont Canada Agricultural Products
Scotts Seeds
Universidade de Saskatchewan
Dow AgroSciences LLC
Dow AgroSciences LLC
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Pioneer Hi-Bred International Inc.
Dekalb Genetics Corporation
Bayer CropScience
Monsanto Company
Monsanto Company
Pioneer Hi-Bred International Inc.
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Syngenta Seeds
Syngenta Seeds
Aventis CropScience
Dekalb Genetics Corporation
Mycogen (c/o Dow AgroSciences); Pioneer (c/o Dupont)
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Agritope Inc.
Universidade de Cornell
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Monsanto Company
Aventis CropScience
Bayer CropScience
Aventis Crop Science
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Bayer CropScience
Monsanto Company
DuPont Canada Agricultural Products
Seminis Vegetable Seeds (Upjohn/Asgrow)
Asgrow (EUA); Seminis Vegetable Inc. (Canadá)
Monsanto Company
Bayer CropScience
Novartis Seeds; Monsanto Company
Vector Tobacco Inc
DNA Plant Technology Corporation
Agritope Inc.
Monsanto Company
Zeneca Seeds
Calgene Inc
Monsanto Company
Monsanto Company
Meio
Ambiente
2004
2004
2003
1995
2002
1995
1997
1994
1996
* Plantio
Alim./Ração
2005
2004
2005
2003
1995
Alimento
Ração
2002
1995
1998
1994
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2003
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1998
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1996
1995
1995
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2004
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1996
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1996
2000
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2001
2005
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2000
2000
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1998
2004
107
Tradução e adaptação:
CIB - Conselho de Informações sobre Biotecnologia
www.cib.org.br