MONOGRAFIA DE CRIS FINAL

Transcrição

MONOGRAFIA DE CRIS FINAL
1
UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
CRISTIANE REZENDE SANTOS
DO ESTRESSE À AGRESSIVIDADE
NO TRÂNSITO: Perspectivas dos Motoristas na Cidade de Aracaju-SE
MACEIÓ- AL
2013
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CRISTIANE REZENDE SANTOS
DO ESTRESSE À AGRESSIVIDADE
NO TRÂNSITO: Perspectivas dos Motoristas na Cidade de Aracaju-SE
Monografia apresentada à Universidade
Paulista/UNIP, como parte dos requisitos
necessários para a conclusão do Curso
de Pós-Graduação “Lato Sensu” em
Psicologia do Trânsito.
Orientador: Prof. Dr. Liércio Pinheiro de
Araújo
MACEIÓ-AL
2013
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CRISTIANE REZENDE SANTOS
DO ESTRESSE À AGRESSIVIDADE
NO TRÂNSITO: Perspectivas dos Motoristas na Cidade de Aracaju-SE
Monografia apresentada à Universidade
Paulista/UNIP, como parte dos requisitos
necessários para a conclusão do Curso
de Pós-Graduação “Lato Sensu” em
Psicologia do Trânsito.
APROVADO EM ____/____/____
_____________________________________________________
PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO
ORIENTADOR:
_____________________________________________________
PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA
BANCA EXAMINADORA
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais que sempre me deram força e coragem
para seguir em busca dos meus objetivos.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sempre iluminar meus caminhos, e por fazer com que mais
esse sonho se realize,
Agradeço a minha amiga Genamara por estar sempre junto comigo na
realização desse trabalho.
Aos meus irmãos por sempre me apoiarem e ao meu querido filho, que
sempre está ao meu lado quando mais preciso!
6
[...] O trânsito está carente de conhecimentos
técnicos, mas está, sobretudo, carente de
respeito humano e de boas maneiras. O
trânsito implica necessariamente o exercício e
a prática de princípios morais e até religiosos.
(Rozestraten & Dotta)
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RESUMO
No trânsito, a agressividade tornou-se um problema social que exige atenção da
população e autoridades uma vez que a intolerância influencia diretamente nos
casos de violência e acidentes. Nervosismo, estresse, desatenção são apenas
alguns dos aspectos que leva o motorista a comportamentos agressivos. Desta
forma, este estudo tem por objetivo identificar alguns dos fatores responsáveis pela
agressividade no trânsito em Aracaju- Sergipe. Tratou-se de um estudo exploratório
descritivo realizado no período de março/abril de 2013 junto a 80(oitenta) motoristas,
escolhidos aleatoriamente que responderam a um questionário que permitiu verificar
que os responsáveis pela agressividade no trânsito são o estresse, nervosismo e
desatenção; os mais estressados são do gênero masculino; os mais agressivos são
os mais jovens, com menos tempo de experiência no trânsito; não existe uma
relação específica entre o grau de escolaridade e agressividade no trânsito; as
discussões em trânsito estão mais ligadas às abalroadas; a motivação para
agressividade é interna, pelo fato de haver uma tensão emocional. Desta forma, os
dados conclusivos mostram cada vez mais a necessidade de uma educação mais
efetiva no trânsito, com vistas à conscientização da realidade pelas pessoas que
deve começar cada vez mais cedo, nas escolas, desenvolvendo um trabalho de
valorização da vida, promoção do bem estar social, investimentos em projetos, que
desde cedo, ensinem as crianças a uma conduta ética pacífica, principalmente
porque traços do comportamento agressivo podem ser percebidos logo cedo, em
suas representações cognitivas internas, que se formam em memória a partir do
ambiente, bem como de repertórios de comportamento que, à força de utilizações
frequentes, tornam-se altamente salientes.
Palavras-chave:Agressividade; Comportamento; Estresse; Trânsito.
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ABSTRACT
In traffic, aggression has becomea social problem thatrequiresattentionof the
population andauthoritiessinceintolerancedirectly influencesin casesof violenceand
accidents. Nervousness, stress, inattentionare just someof the things thattakesthe
driverto aggressive behavior. Thus, this study aims to identifysome of thefactors
responsible forroad ragein Aracaju-Sergipe. This wasan exploratory descriptive
studyconducted fromMarch / April2013along with80(eighty) drivers, randomly
selectedrespondentsto aquestionnaire thathas shownthat those responsible forroad
rageare stress, nervousness andinattention; the most stressedwere male, the most
aggressiveareyoungerwith
lessexperience
timeintransit,there
is
nospecific
relationship betweenschooling androad rage; discussionsin transitaremorelinked
toalbaroadas, the motivationis internalaggression, because there isan emotional
strain. Thus, conclusive dataincreasingly showthe need forbetter educationin traffic,
with a viewto raising awarenessof realitybypeople whomust startat an earlier age, in
schools, developing a workofvaluing life, promoting the wellwelfare, investmentsin
projectsthatearly, teach childrenethical conductpeaceful, mainly becauseof
aggressive
behaviortraitsmay
be
perceivedearlyintheirinternal
cognitiverepresentations, which are formedinmemory from theenvironment as well
asfromrepertoires
of
behaviorsthatthe
strength
offrequentuse,
become
highlyprominent.
Keywords: Aggression; Behavior; Stress; Traffic.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 01 – Estatísticas de Acidentes de Trânsito no Estado de Sergipe, durante
o ano de 2003.. .................................................................................... 18
Quadro 02 – Estatísticas de Acidentes de Trânsito no Estado de Sergipe, durante
o período de Janeiro a Agosto do ano de 2013. .................................. 19
Quadro 03 - Diferenças entre homens e mulheres na direção veicular .................... 35
Gráfico 01 – Fatores responsáveis pela agressividade no trânsito, em
porcentagem. ....................................................................................... 32
Gráfico 02 – Gênero mais agressivo no trânsito, em porcentagem. .......................... 34
Gráfico 03 – Percentual de motorista mais agressivo no trânsito.............................. 36
Gráfico 04 – Relação entre nível de escolaridade x agressividade no trânsito ......... 37
Gráfico 05 – Distribuição percentual do comportamento agressivo no trânsito. ........ 38
Gráfico 06 – Motivação para a agressividade ........................................................... 39
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 13
2.1 Legislação Brasileira de Trânsito ................................................................... 13
2.2 Acidentes de Trânsito ...................................................................................... 15
2.2.1 Os Acidentes de Trânsito em Aracaju e no Estado de Sergipe ................ 17
2.3 Comportamento Agressivo no Trânsito ......................................................... 21
2.4 O Estresse no Trânsito .................................................................................... 23
2.4.1 Do Estresse à Agressividade no Trânsito ................................................... 25
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 28
3.1 Ética ................................................................................................................... 28
3.2 Tipo de Pesquisa .............................................................................................. 28
3.3 Universo ............................................................................................................ 29
3.4 Sujeitos da Amostra ......................................................................................... 29
3.5 Instrumento de Coleta de Dados .................................................................... 29
3.6 Plano para Coleta de Dados ............................................................................ 30
3.7 Plano para a Análise dos Dados ..................................................................... 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 31
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43
APÊNDICE ................................................................................................................ 46
ANEXO ..................................................................................................................... 47
11
1 INTRODUÇÃO
O estresse é considerado uma reação do organismo diante das ameaças
inerentes ao ambiente, desencadeando em diversos casos eventos de agressividade
(LIPP, 1994). Em Aracaju como em qualquer cidade do país, existe um quadro
caótico de motoristas que se agridem mutuamente utilizando dos seus corpos para
travar uma luta que nunca possui vencedores. Uma competição irreal, que existe
somente na consciência dos impulsos instintivos.
Desta forma, este estudo vem questionar acerca dos fatores responsáveis
pela agressividade no trânsito em Aracaju. Uma importante forma de mostrar que o
ser humano – motorista – diante dos seus atos costuma estabelecer a forma que o
trânsito vai acontecer; as condições momentâneas determinam o comportamento de
cada indivíduo no trânsito.
As
pessoas
estressadas
estão
mais
predispostas
a
eventos
de
agressividade complicando sua vida e as de outrem no trânsito. A partir daí é que se
nota a grande importância da psicologia no trânsito na realização de testes que
estudem o perfil dos futuros motoristas, na busca ideal para ser colocado no trânsito
uma vez que estudos revelam em determinados condutores algumas características
de personalidade agressiva para lidar com situações estressantes, comuns no
trânsito.
Detectar na prática os fatores de agressividade no trânsito pode servir de
direcionamento no processo de avaliação psicológica dos motoristas. Também é
uma forma de desencadear novos estudos que permitam compreender a validade de
determinados testes que tem considerado como aptos motoristas inaptos.
Sendo assim, o principal objetivo do estudo é identificar fatores responsáveis
pela agressividade no trânsito em Aracaju. Como objetivos específicos pretendeuse: verificar se critérios como gênero e idade possuem ligação com a
responsabilidade e prudência no trânsito; identificar em ordem de importância –
estresse, desatenção, cansaço e nervosismo – quais tem influência maior nas
agressões; e verificar nos comportamentos agressivos no trânsito, quais
desencadeiam consequências mais sérias para ambas as partes.
Estudos realizados por Monteiro; Gunther; (2006) afirmam que o
comportamento agressivo de motoristas surge do histórico de comportamento
12
agressivo em outras instâncias da vida do sujeito. As causas geralmente são
ambientes que estimulem a raiva e o estresse como muito barulho, calor,
engarrafamentos e a sensação de anonimato, baixa fiscalização desencadeando
sentimento de impunidade e um ambiente social que permite e até incentive esse
comportamento, como é o caso dos outros condutores, amigos e familiares do
agressor.
Desta forma, tratar da agressividade é muito complexo porque a agressão
em si envolve muitos determinantes, que vão desde a decorrência de sentimentos
de insatisfações até frustrações, quando o indivíduo não consegue lidar de forma
saudável com uma determinada condição. No trânsito, estas expressões de
agressividade surgem desde os xingamentos até atos obscenos intencionais que
inviabiliza a boa coletividade; atitudes arriscadas uma vez que os danos materiais
decorrentes da má condução de veículos podem ser severamente danosos.
Nesta perspectiva, este estudo não pretende esgotar o assunto, mas trazer
para rol de discussões aspectos importantes acerca da agressividade, que deve ser
tratada desde a infância, para que o futuro motorista possua equilíbrio e autocontrole
emocional da condução do seu veículo.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nesta seção, estão dispostos os conceitos dos termos utilizados na
revisão de literatura pertinente ao problema pesquisado, com os devidos
comentários, interpretações e reflexões, para fins de atendimento aos objetivos
propostos neste trabalho.
2.1 Legislação Brasileira de Trânsito
A Lei n. 9.503 de 23 de setembro de 1997 traz o novo Código de Trânsito
Brasileiro, que contempla 341 artigos que discriminam os instrumentos e condições
para circulação de bens e pessoas no espaço físico brasileiro. Esta nova
determinação trouxe um impacto positivo na regulação do trânsito, bem como
diminuição do número de acidentes.
Trata-se de uma substituição do código anterior de 1966, inovando em
diversos aspectos como a pontuação na Carteira Nacional de Habilitação; a punição
efervescente do condutor que for pego fazendo uso de álcool.
Em dezembro de 2012 foi sancionada a Lei nº 12.760, que reforça a
popularmente conhecida “Lei Seca” (nº 11.705/2008). Trata-se de uma alteração no
Código de Trânsito Brasileiro que, além de aumentar o valor da multa administrativa
(de R$ 957,69 para R$ 1.915,38, podendo dobrar em caso de reincidência no
período de 12 meses), amplia as possibilidades de provas da infração de dirigir sob
a influência de álcool ou de qualquer substância psicoativa, as quais foram
disciplinadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) na Resolução nº 432
de 23 de janeiro de 2013.
A direção de veículos sob os efeitos do álcool ou de outra substância
psicoativa poderá ser atestada por meio de teste de etilômetro (“bafômetro”), exame
de sangue/laboratorial, exame clínico, ou constatação pela autoridade de trânsito de
conjunto de sinais que indiquem alteração de capacidade psicomotora. Além disso,
poderão ser utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou quaisquer outras
formas de prova admitidas em direito.
Nos casos em que os ocupantes não fazem uso do cinto de segurança,
penalidades mais severas também são aplicadas, além do pagamento de multa
existe a contabilização dos pontos.
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Outra alteração importante relaciona-se com a Primeira Carteira Nacional
de Habilitação, o condutor, após ser aprovado receberá apenas uma permissão para
dirigir por um período de um ano, e somente após esse período, se nãohouver sido
cometidas infrações graves ou gravíssimas ou reincidência de infrações leves, a
licença permanente de direção é concedida.
De forma geral, o novo Código de Trânsito Brasileiro vem enfrentando
uma grande escala de violência nas estradas, uma forma de estancar os acidentes
de trânsito. Porém, mesmo passados 16(dezesseis) anos suscita dúvidas e inspira
críticas, principalmente no que concerne à deficiência da educação humanitária nas
escolas e educação para o trânsito, bem como a falta de acompanhamento
psicológico nos centros de formação de condutores. Apesar do código de trânsito
brasileiro prever educação para o trânsito, na prática ela não ocorre de forma
eficiente, gerando uma gama de motoristas que cometem acidente com frequência.
Trata-se de um Código de Trânsito que deve ser ainda bastante
aperfeiçoado, principalmente no que concerne à circulação das motocicletas e de
veículos pesados uma vez que estes últimos motoristas ainda contam com a certeza
da impunidade no cometimento de infrações de trânsito, usando de forma
desmedida a faixa esquerda e saída abrupta para efetuar ultrapassagem, duas
atitudes geradora de ira de trânsito. Além da questão de comportamento,
fiscalização é precária, sendo comum o excesso de peso que torna os caminhões
mais lentos e menos manobráveis, que passam a ser “obstáculos” móveis para os
veículos leves, novamente gerando atritos que facilmente conduzem à ira de
trânsito.
Para Strickland (2008) também seria bem vinda a mudança no Código no
que se refere à velocidade nas rodovias uma vez que muitos motoristas rodam com
a velocidade tão baixa como metade da máxima indicada e isso costuma provocar
irritação em quem quer seguir viagem normalmente respeitando o limite de
velocidade. Em modernas rodovias de pista dupla multifaixa em que o limite é de
120 km/h, encontrar pela frente um veículo a 60 ou 70 km/h, e este se recusar ou
demorar a ceder passagem, é capaz de gerar irritação e ira de trânsito.
Uma mudança nesse sentido seria, segundo Strickland (2008) bem vinda,
permitindo a autoridade de trânsito estabelecer velocidade mínima acima da norma
atual e claramente sinalizada, conjugado com fiscalização sobre aqueles que
relutam em dar ultrapassagem, que constitui infração pelo CTB. Isso realizado, o
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efeito sobre a redução da ira de trânsito seria considerável.
Em relação aos motociclistas, medidas severas também deveriam ser
adotadas, principalmente porque este público encontra-se em primeiro lugar em
número de acidentes. Eles são visivelmente observados usando a faixa de ciclistas,
desviando por locais proibidos, subindo em calçadas. Uma medida importante
poderia ser segundo Strickland (2008) o reestabelecimento do Art. 56, que foi vetado
por Fernando Henrique antes que o instrumento legal fosse finalmente promulgado
em 23 de setembro de 1997. O referido artigo proibia motocicletas ultrapassar entre
dois veículos de quatro ou mais rodas, ou entre esses veículos e guia da calçada,
nas cidades, ou barreira de proteção, nas rodovias. Uma medida que traria inúmeros
benefícios a todo em virtude se ser aterrorizador o número de motocicletas
passando em alta velocidade entre filas de carros parados ou em movimento e pior,
tocando interminavelmente as buzinas. Medidas simples como estas poderiam evitar
inúmeros acidentes de trânsito
2.2 Acidentes de Trânsito
Segundo Who (2003, apud HOFFMANN; LEGAL, 2003), por volta do ano
2000 mais de 1,2 milhões de pessoas tiveram suas vidas interrompidas diante dos
acidentes de transito, fazendo desta a nona causa de mais importante de morte no
mundo. Porém, as previsões para 2020 e que estes índices estejam duplicados.
Segundo o IPEA (2006) os acidentes de trânsito desencadeiam em custos
sociais, ambientais, psicológicos e financeiros, levando em consideração a alta
demanda de leitos hospitalares, faltas ao trabalho, indenizações, gostos materiais e
impacto psicológico no acidentado e seus familiares. Os gatos com acidentes de
trânsito nas rodovias brasileiras consomem 1,2% do PIB brasileiro.
O comportamento no trânsito é o grande responsável pelos acidentes no
trânsito como o excesso de velocidade, uso de celular, ultrapassagens e dirigir sem
o cinto de segurança. Rozestraten (1998) afirma que não raro, o fator humano é o
principal responsável por acidentes.
São diversos os fatores, condições e condutas que desencadeiam o
acidente propriamente dito, é um complexo de relações entre o condutor, o veículo e
a via, as determinações ambientais e culturais. Afirmam Hoffmann; Legal (2003),
que pesquisas apontam que boa parte dos acidentes é desencadeada por falhas
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humanas que está acima de componentes como veículo e via. Esses erros podem
ser delineados em três categorias principais: erros de identificação-percepção; erros
de tomada de decisão, inteligência; e erros de execução de manobras, que envolve
as habilidades psicomotoras.
Os acidentes de trânsito, além de consistir em óbito também são
responsáveis pela ocorrência de morbidade, aí, incluídas lesões em variados graus
de extensão e magnitude, incapacidades permanentes e temporárias, seqüelas, dor
e sofrimento para as vítimas e seus familiares em todo o mundo. Esses acidentes
provocam danos de gravidade e acometem preferencialmente jovens em idade
produtiva (OLIVEIRA; MELLOJORGE, 2008).
As falhas humanas mais comuns repousam em causas físicas (fadiga,
falta de energia, defeitos sensoriais); causas psíquicas (pressa, falta de atenção,
agressividade, competitividade); busca intencional de riscos e emoções intensas;
condutas interferentes e as distrações, a experiência por excesso ou falta, a respeito
do veículo ou da via; estados psicofísicos (uso inadequado de álcool, fármacos,
sonolência, depressão e estresse) (HOFFMANN; LEGAL, 2003).
Andrade (2007) considera que o convívio das pessoas em vias públicas,
quando não levados em consideração acabam tornando o trânsito mais violento e
propenso a acidentes. Porém, muitos condutores procuram cometer infrações
apesar da aplicação da lei.
Os acidentes e trânsito são abrangentes, envolvem pessoas, veículo,
animais e via. Trata-se de um acontecimento repentino, inesperado, imprevisto e
imprudente, que pode ser causado pelo chamado fator humano. Presa (2010) afirma
que diversos autores concordam que um acidente pode ser resultado de uma série
de fatores combinados, mas apontam o fator humano como principal causa.
Um dos fatores apontados como causa de acidentes é a combinação
entre álcool e direção, sobretudo, porque diminuí a capacidade de rendimento,
provocando sentimento contrário do condutor, representado por autoconfiança, falsa
sensação de segurança
que aumenta a tolerância ao risco e interfere na tomada
de decisões (HOFFMANN; GONZÁLEZ, 2003).
A ingestão de álcool pelo motorista deteriora a sua atenção, diminui a sua
capacidade visual, sua capacidade de processamento das informações é afetada,
sem considerar o tempo de aumento da reação. Duailibi; Pinsky; Laranjeira (2010)
tratam dos inúmeros efeitos que o álcool traz na vida dos motoristas, salientando as
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alterações no comportamento do condutor, diminui a noção de perigo, perde parte
do seu nível de consciência, sua capacidade de avaliação crítica é reduzida,
alterações em sua capacidade de julgamento, suas habilidades sensório-motoras
são comprometidas e, principalmente o aumento da tolerância em situações de
risco.
No uso de álcool, a evolução clínica progressiva é marcada por episódios
repetidos de embriaguez, seguidos geralmente por característicos sintomas de
abstinência, e por períodos de interrupções do uso de álcool. O CID-10 define
Síndrome de Dependência como um conjunto de fenômenos fisiológicos,
comportamentais e cognitivos, no qual o uso de uma substância ou uma classe de
substâncias alcançam uma prioridade muito maior para um determinado indivíduo
que outros comportamentos que antes tinham maior valor.
Assim, o uso do álcool é responsável por aumentar índices de violência
uma vez que os efeitos farmacológicos do álcool sobre o cérebro seriam
responsáveis por aumentar o comportamento agressivo e prejudicar áreas cerebrais
responsáveis pela tomada de decisões e controle dos impulsos.
De forma geral, existe a grande necessidade de reduzir os acidentes de
trânsito no Brasil, uma missão dos órgãos gestores de trânsito e transportes. Apesar
do aumento do rigor da legislação, o bom sendo ainda continua na contramão, o que
denotado pouquíssimos investimentos na área de educação.
2.2.1 Os Acidentes de Trânsito em Aracaju e no Estado de Sergipe
Aracaju, a capital do menor Estado do Brasil, localiza-se na região
nordeste e fica a 345 Km da cidade de Salvador. É uma das primeiras cidades
planejadas do país, construída com o objetivo de tornar-se capital.
No dia 17 de março de 1855, através da resolução de número 13, o
povoado de Santo Antônio do Aracaju foi elevado à categoria de cidade, tendo como
mentor intelectual da mudança o então presidente da província Inácio Barbosa. Com
urbanização tipicamente colonial, Aracaju oferece aos olhos dos sergipanos e
visitantes uma arquitetura requintada, como a da Catedral Metropolitana, que levou
13 anos para ser construída.
Esta jovem cidade de pouco mais de um século de existência possui
praias de grande beleza e povo hospitaleiro. Ao caminhar pela capital sergipana
18
uma das atrações que a cidade apresenta é a Ponte do Imperador, obra
encomendada em 1860 para a visita de Dom Pedro II, construída sobre o Rio
Sergipe. Servindo hoje apenas como mirante, pois não leva a lugar algum. Outra
atração turística é o Museu Histórico e Geográfico da cidade.
A proporção que a cidade cresce e se apresenta como a capital da
qualidade de vida, cresce o número de habitantes e consequentemente o número de
veículos automotores. Dados do Detran/Sergipe (2013) mostram que no ano de
2003 na capital do estado foram licenciados uma média de 83.463 (oitenta e três mil,
quatrocentos e sessenta e três) veículos. Já no ano de 2013, até o mês de julho,
foram licenciados 96.844 (noventa e seis mil, oitocentos e quarenta e quatro). Isso
sem levar em consideração os veículos inadimplentes e sem licenciar.
Há um aumento crescente da frota, Legislação mais rigorosa, mas ainda
falta todo um processo educacional. No espaço de 10 anos cresceu o rigor
legislacional, mas os acidentes continuam em proporções alarmantes e ceifando
inúmeras vidas a cada ano.
Os quadros 01 e 02 mostram as estatísticas dos acidentes no estado de
Sergipe no prazo de 10(dez) anos, de 2003 a 2013. O ano de 2003 registra uma
média anual de 3.961 (três mil, novecentos e sessenta e um acidentes), uma média
de 330,33 mensal. Para o ano de 2013, até o mês de agosto já foram registrados
1.818 (mil oitocentos e dezoito), uma média mensal de 226,75.
Quadro 01 – Estatísticas de Acidentes de Trânsito no Estado de Sergipe, durante o ano de
2003..
ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO EM 2003
CLASSIFICAÇÃO
BOAT/JUSTIÇA
Mês
BOAT/CPTRAN
CPRV
Total
VOLANTE
Janeiro
166
133
0
299
Fevereiro
171
136
0
307
Março
143
136
0
279
Abril
175
163
0
338
Maio
188
171
0
359
Junho
141
163
0
304
Julho
175
157
0
332
19
Agosto
180
161
0
341
Setembro
197
175
0
372
Outubro
171
198
0
369
Novembro
171
169
0
340
Dezembro
167
154
0
321
Total
2045
1916
0
3961
159,67
0,00
330,33
Média Mensal
170,67
Fonte: Detran/SE, 2013.
Quadro 02 – Estatísticas de Acidentes de Trânsito no Estado de Sergipe, durante o período de
Janeiro a Agosto do ano de 2013.
ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO EM 2013
CLASSIFICAÇÃO
BOAT/JUSTIÇA
Mês
BOAT/CPTRAN
CPRV
Total
VOLANTE
Janeiro
88
113
72
273
Fevereiro
89
117
78
284
Março
102
143
68
313
Abril
92
160
48
300
Maio
91
114
32
237
Junho
93
114
22
229
Julho
93
6
18
117
Agosto
53
8
4
65
Total
701
775
342
1818
87,13
96,88
42,75
226,75
Média Mensal
Fonte: Detran/SE, 2013.
Isto significa que ainda não houve um combate efetivo neste setor até
porque vem se perdendo um pouco o controle devido ao aumento de mais de 300%
no crescimento do número de motocicletas no período de 2000 a 2011.
Algumas medidas educativas vêm sendo adotadas no estado, o
Departamento Estadual de Trânsito, através da Coordenadoria de Educação para o
Trânsito/DETRAN/SE desenvolve ações educativas que são direcionadas para a
conscientização e preservação da vida no trânsito e devem ser vistas como o meio
mais eficaz de reduzir acidentes a médio e longo prazo.
20
O trabalho de conscientização dirigida à comunidade é da mais alta
relevância e, qualquer que seja o investimento que nele se faça, há um retorno
compensador. O cidadão transforma-se em parceiro do DETRAN/SE à medida que
pratica e difunde os preceitos de segurança no trânsito (DETRAN/SE, 2013).
Os cursos oferecidos voltam-se à reciclagem dos condutores, em
cumprimento ao Código de Trânsito Brasileiro, Cap. XVI, Art. 268, complementado
pela Resolução 168, de 14 de dezembro de 2004, o DETRAN/Se realiza,
regularmente, cursos de reciclagem, com 30 horas, nos turnos da manhã e noite, no
período de fevereiro a dezembro, para condutores infratores, inclusive para aqueles
que têm mais de vinte (20) pontos na sua CNH, com o objetivo de submetê-los a
uma reavaliação da conduta e habilidade no trânsito (DETRAN/SE, 2013).
Existe também os cursos relativos à Primeira Habilitação que tem como
objetivo oferecer acesso à formação do cidadão carente que busca adquirir a
primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) disponibiliza o curso através da
Escola Pública de Trânsito de Sergipe (EPTran). Este curso proporciona a formação
necessária que lhes permita encontrar-se com a realidade do trânsito de maneira
consciente,
equilibrada,
eficiente
e
nela
agir
como
cidadão
responsável
(DETRAN/SE, 2013).
No estado também funcional projetos, como o Trânsito nas Escolas, que
visa contribuir com o trabalho dos profissionais da área de educação, com
conhecimentos básicos e fundamentais relativos à educação para o trânsito. Este é
desenvolvido nas escolas da capital e dos municípios do Estado de Sergipe, da rede
pública e privado, em parceria com as Diretorias Regionais de Educação (DRE’s) e
Secretarias Municipais de Educação, onde o Detran/SE fornece material pedagógico
com conteúdos, atividades e materiais educativos relacionados ao trânsito, a fim de
repassar para as instituições de ensino (DETRAN/SE, 2013).
O acompanhamento do programa é feito através de visitas e reuniões
periódicas, nos órgãos de ensino envolvidos no processo.
O Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe (DETRAN/SE), através
da Coordenadoria de Educação para o Trânsito (COET), desenvolve o Programa
Transitando nas Escolas com o objetivo de repassar informações básicas sobre o
convívio no trânsito aos alunos das escolas públicas, das redes estadual, municipal
e particular, visando mudanças de comportamentos nas vias públicas e, assim,
minimizar o índice de acidentes (DETRAN/SE, 2013).
21
Também são ministradas palestras educativas com distribuição de
material educativo em escolas, empresas e instituições, para crianças, adolescentes,
motoristas e motociclistas, com o objetivo de orientá-los sobre comportamentos e
hábitos que levem à preservação e a qualidade de vida.
Campanhas educativas são realizadas no carnaval, volta às Aulas nas
escolas, faróis acesos, dia das mães, idosos, caminhoneiro, dia do motorista, dos
pais, festejos juninos e a Semana Nacional de Trânsito.
Apesar dessas ações, projetos, programas, palestras existirem não vem
dando conta da real necessidade de conscientização para o trânsito.
2.3 Comportamento Agressivo no Trânsito
O comportamento agressivo é ancestral e qualquer um numa situação de
agressão consegue identificar uma pessoa agressiva apenas pelo modo como se
comporta mesmo quando nada mais se sabe sobre ela e até imaginar, perante um
dado quadro normativo, uma punição adequada para um ato de violência. Desta
forma, tratar sobre o comportamento agressivo espera-se encontrar um nível pelo
menos razoável de consenso acerca da sua definição.
O impulso de agressividade pode ser usado para atacar, provocar ou se
defender, e a maneira como isso vai ser expresso, varia de pessoa para
pessoa dependendo de seu estilo de vida, sua cultura, seus valores,
tornando-se atos socialmente aceitos ou não. No trânsito, a individualidade
impera, os condutores não gostam de dividir esse espaço que é público, e
às vezes atacam e provocam (TEBALDI; FERREIRA, 2004, p. 21).
Menezes (2003) considera o comportamento agressivo como qualquer
ação que tem por objetivo ferir o outro física ou verbalmente. Nos dias de hoje, a
agressividade é um tema recorrente pela sua presença constante na mídia. Segundo
Almeida (2003) no trânsito, os motoristas com maior risco de acidente geralmente
apresentam indicadores de agressividade e maior dificuldade de controlar seus
impulsos nervosos.
Para Oliveira (2008) o impulso agressivo funciona como um atacar,
provocar assim como uma forma de defesa. A maneira como vai ser expressa essa
agressividade depende de estilo de vida, cultura e valores.
22
Considera Oliveira (2008) que o impulso agressivo funciona como forma
de atacar, provocar, bem como funciona como uma forma de defesa. Porém, a
maneira como isso vai ser expresso varia de pessoa para pessoa, dependendo do
seu estilo de vida, sua cultura, seus valores, tornando-se atos socialmente aceitos
ou não.
Monteiro; Gunther (2006) realizou um estudo acerca das emoções dos
motoristas no trânsito e os resultados apontaram que quanto menor o conjunto dos
índices de raiva na direção, menores os de erros e violações de motoristas; os
baixos índices de raiva na direção relacionam-se com baixos índices de
agressividade. Finalmente, baixos índices de agressividade são relacionados com
baixos índices de erros e violações de motoristas.
Monteiro; Gunther (2006) complementam que no trânsito os motoristas
precisam ter equilíbrio e o autocontrole emocional na condução dos seus veículos
para que se tenha uma boa convivência no trânsito que é um local que exige
concentração, atenção e cautela devem reger as decisões e interações, sendo
fundamental o controle dos impulsos.
Rodrigues (2012) salienta que no trânsito os homens costumam ser mais
agressivos, estas diferenças entre os homens e mulheres não se manifestam
somente a nível físico, mas existe diferenças em termos de desequilíbrio
comportamental, metabolismo, agilidade, atos impensados, pressa e orientação.
A agressividade no comportamento, a visão distorcida e o excesso de
autoconfiança são outros elementos que se tornam presentes e, se o deslocamento
for em percurso muito longo, o sono também contribui para agravar ainda mais a
situação. É importante destacar que as mudanças são radicais e os condutores
alteram seu modo de agir perante a sociedade e a família, agindo de maneira
totalmente diferente do que normalmente fariam se estivessem sóbrios (PANICHI;
WAGNER, 2006).
Situações em que normalmente teriam um comportamento prudente no
trânsito, respeitando as regras de circulação, transformam-se, quando sob efeito de
drogas. Quando o indivíduo agressivo também está sob o efeito das drogas,
conflitos considerados banais são motivos suficientes para gerar discórdia, e levam
aquele cidadão a envolver-se em brigas e discussões que acabam em tragédias no
trânsito (PANICHI; WAGNER, 2006).
Pesquisas realizadas por Rozestraten (2003) argumentam que qualquer
23
acidente no trânsito é um ato de violência. Para o autor uma das principais causas
do comportamento agressivo e violento no trânsito pode ser a frustração, como por
exemplo, parar a cada semáforo, sendo impedido de prosseguir ou mesmo quando o
motorista da frente não dá partida, impedindo a passagem. Estas não são causas
únicas.
Lamounier (2005 apud LAMOUNIER; RUEDA, 2005) desenvolveu uma
pesquisa utilizando o Método de Rorschach com motoristas infratores que se
envolveram em acidentes de trânsito com vítimas fatais e motoristas que não
possuíam histórico de infrações e/ou acidentes. Os dados indicaram que os
motoristas que se envolveram em acidentes eram mais agressivos, apresentaram
uma maior sobrecarga de estresse persistente em relação aos demais, mostrandose mais vulneráveis à situações de tensão e estresse. Dessa forma pode haver uma
relação entre agressividade, estresse e acidentes de trânsito.
Tebaldi; Ferreira (2004) acentuam que a agressividade no trânsito acabou
tornando-se um problema social trazendo falta de segurança a todos os que
compõem o trânsito. Acrescenta ainda o autor, que o veículo ao lado se torna o
adversário e a agressividade inerente a toda competição é acentuada pelo estresse,
é como se o corpo reagisse de forma mais instintiva, e aí, os princípios de civilidade,
fruto da cultura humana, desaparecem.
2.4 O Estresse no Trânsito
Panichi; Wagner (2006) argumenta que este tipo de comportamento
envolvendo o estresse e o trânsito pode causar acidentes. Ainda argumentam que
os traços mais marcantes de risco relacionado a acidentes voltam-se à: sensações
intensas por meio do uso de drogas, agressividade, hostilidade, impulsividade,
labilidade emocional, comportamento delinquente e motivação antissocial. À noite,
as taxas de acidentes aumentam, como também a sua gravidade.
O indivíduo pode se sentir estressado no momento em que passa por um
processo de tensão diante de uma situação de desafio, por ameaça ou conquista e
expressar
assim
resultados
positivos
ou
negativos.
O
estresse
e
suas
consequências estão sujeitos a diversos fatores: a pessoa, o ambiente, a
circunstância e a convenção entre eles. Um estímulo estressor leva sempre a uma
resposta, é o que afirma Limongi-França; Rodrigues (2005).
24
Na vida diária, as reações provocadas pelo estresse são automáticas,
mesmo quando existe a opção de defender-se ou fugir. Atualmente a maior parte
das agressões ou ameaças têm caráter social ou psicológico, no entanto é o corpo
quem sofre os efeitos reais. O aumento da tecnologia e o ritmo da sociedade estão
causando uma dificuldade crescente em lidar com a vida.
O estresse leva o ser humano a ficar hostil e impaciente, gerando prejuízo
a sua capacidade de concentração e atenção, o que pode provocar aumento da
pressão arterial e taquicardia e desencadear o acidente de trânsito, ou seja, a
pressão psicológica dificulta a tomada de decisões em que o condutor precisa
definir, de forma rápida, os procedimentos para evitar um acidente.
Giulian et al (1998, apud ARAVENA, 1999) afirma que o estresse do
motorista pode ser definido como uma série de respostas associadas com a
percepção e avaliação ao dirigir assim como as demandas existentes ou perigos
relativos para a habilidade de dirigir dos indivíduos. Esta é considerada uma
síndrome complexa que repousa nas seguintes afirmações: uma resposta
emocional; uma resposta fisiológica.
Hennessy; Wiesenthal (1997, apud PRESA, 2002) realizaram estudos
sobre estresse e concluíram que está se tornando uma síndrome típica em
motoristas de grandes centros urbanos que usam o automóvel diariamente. Lipp
(2007) afirma que o estresse ocorre com o tempo, depende da sua intensidade,
duração e efeito cumulativo, pela ação de vários fatores estressantes num período
de tempo.
Uma das respostas ao estímulo estressor pode ser a agressividade.
Tebaldi; Ferreira (2004) apontam que são vários os tipos de comportamento de um
motorista que pode despertar a agressividade do outro: discussão que o motorista
dá por meio de alguma encostada; acelerar para passar a tempo quando o sinal fica
amarelo; ultrapassar em locais proibidos; sinalizar quando o motorista da frente se
atrapalha ou demora. Baron; Richardson (1994) consideram que a raiva também
está ligada a agressão, mas não a determina, bem como não é a agressividade que
a determina também.
Em termos de uma direção agressiva, Simaglia (2003) aponta que ela
ocorre quando alguns condutores conduzem seu veículo colado ao veículo da frente;
ultrapassa pela direita; costuram entre os veículos dando fechadas; avançam sinal
vermelho ou trafegam pelo acostamento.
25
Desta forma, o impulso agressivo pode ser utilizado para atacar, provocar
ou se defender, e a maneira como isso vai se expressar varia de pessoa para
pessoa, dependendo do estilo de vida, sua cultura, seus valores, tornando-se atos
socialmente aceitos ou não. No trânsito a individualidade impera, os condutores não
gostam de dividir esse espaço que é público.
Nesse contexto, não se pode desconsiderar a importância da psicologia
do trânsito que tem a finalidade de estudar por meio de métodos científicos válidos o
comportamento de motoristas e os fatores que os alteram, pode auxiliar de forma a
minimizar o impacto desses fatores no contexto de trânsito (LAMOUNIER; RUEDA,
2005).
As técnicas de avaliação psicológica são empregadas pelos psicólogos
objetivando auxiliar a identificar adequações mínimas para o correto e seguro
exercício da atividade de conduzir um veículo automotor, devendo tentar garantir a
segurança do condutor, do trânsito e dos demais envolvidos (Conselho Federal de
Psicologia - CFP, 2000 apud LAMOUNIER; RUEDA, 2005).
Surge a necessidade dos profissionais de psicologia atuarem de forma
preventiva e também preditiva durante o processo de avaliação, considerando os
fatores internos e externos ao indivíduo que possam interferir na ação e reação do
motorista em situações de trânsito, evitando dessa forma que se exponha a
situações de riscos e a outrem, é o que apontam Lamounier; Rueda (2005).
2.4.1 Do Estresse à Agressividade no Trânsito
O estresse pode ser considerado um fator decorrente das interações do
sujeito e das influências sofridas pelo mesmo, levando em consideração
determinantes ambientais, relação entre meios internos e externos, bem como a
percepção do indivíduo em torno da sua própria capacidade de enfrentamento
(DEJOURS, 1992).
Sendo assim, as pessoas quando estressadas sentem aumentar a sua
impulsividade e raiva, que pode ser considerado a elevação anormal do hormônio
cortisol no organismo. Muitos motoristas que circulam diariamente pelas ruas sofrem
por algum tipo de pressão, seja no trabalho, nos relacionamentos ou em outras
áreas da vida o que contribui para que fiquem estressados tornando-os mais
vulneráveis a um comportamento irracional (STRICKLAND, 2008).
26
James (2008, p. 01) identifica aspectos do ato de dirigir que contribuem
para nossa frustração e níveis de estresse, incluindo:
Imobilidade - o motorista fica preso, sentado atrás do volante de direção e
não consegue aliviar fisicamente a pressão;
Constrição - dirigir-se em ruas possui opções são limitadas, sempre dando
a impressão de que as pessoas estão encaixotadas;
Falta de controle - apesar de manter controle sobre o veículo, muitas
outras variáveis, como o fechamento de pistas e o comportamento dos
outros motoristas, estão completamente fora de controle;
Invasão de território - como muitos animais, os seres humanos reagem
negativamente quando sentem que seu espaço é ameaçado por outra
pessoa;
Negação e perda de objetividade - o ser humano tem a tendência de
negligenciar as falhas e colocar a culpa nos outros;
Imprevisibilidade - toda vez que o ser humano dirige, surgem situações
inesperadas, como alguém entrando no tráfego bem a sua frente sem
sinalizar. Isso faz com que dirigir seja mais estressante;
Ambiguidade - como não há um modo culturalmente aceito de sinalizar um
pedido de desculpas para o outro motorista, é fácil interpretar as ações de
alguém como um sinal de agressão ou insulto.
Desta forma, são diversas as situações que fazem com que o motorista
estressado possa agir com agressividade. Quando um motorista reage com raiva em
relação ao outro, o segundo motorista, por sua vez, reage negativamente e as
emoções e as táticas agressivas aumentam, criando um ciclo vicioso.
O estresse é um dos maiores problemas que leva a uma direção
agressiva. Porém, muitos motoristas não consideram que um comportamento como
buzinar ou mesmo mudar de faixa sem sinalizar seja algo agressivo.
James (2008) divide a direção agressiva em três áreas: impaciência e
desatenção que envolve o avanço ao sinal vermelho, não parar diante das
sinalizações, bloquear cruzamento, andar em alta velocidade; luta de forças, que
inclui o impedir alguém mudar de faixa e entrar na frente do outro, usar gestos e
linguagem obscena para humilhar ou ameaçar outros motoristas; negligência e
agressividade no trânsito, que incluem comportamentos como entrar em duelo com
o outro veículo, imprimir em velocidades perigosas e usar o carro para cometer
assalto à mão armada ou com o próprio veículo.
Sendo assim, a direção agressiva dá margem para a violência absoluta
no trânsito; do contrário, o equilíbrio e a calma evitam maior parte dos conflitos no
trânsito. Manter o bom humor e o controle quando estiver dirigindo é importante
forma de não se abater às reações agressivas dos outros motoristas.
27
Rozestraten (2000) considera importante os testes psicológicos para
motoristas, mas ressalta que existe, na Alemanha, um crescente desenvolvimento
de uma área chamada “Terapia de Trânsito,” sobre o qual houve uma exposição
detalhada no Anuário de 1997, proveniente do consultório de Psicologia de Trânsito
de Braunschweig.
A terapia de trânsito não é só um curso para infratores mas uma sequência
de horas terapêuticas para os motoristas que experimentam dificuldades em
evitar as infrações, especialmente em relação ao uso de álcool e drogas. Os
psicólogos de trânsito colocam como meta de seu trabalho: evitar as futuras
infrações no trânsito (ROZESTRATEN, 2000, p. 01).
Todo o processo de discussões ocorre de forma individualizada, junto ao
psicólogo qualificado como terapeuta e a terapia de abordagem comportamental é
continuada até que, na opinião do terapeuta, é improvável qualquer recaída em
modelos antigos e errados de comportamento. Na média, uma terapia tem a duração
de 20 sessões, divididas sobre seis meses. Esta terapia não é exclusiva para
infratores e também pode ser utilizada para candidatos a primeira habilitação
(ROZESTRATEN, 2000).
Esta é uma importante experiência que permite demonstrar que no
trânsito, o psicólogo não deve apenas viver de testes, mas de técnicas mais
humanas, funcionais e efetivas que permitam uma maior efetividade no
comportamento no motorista e, consequentemente a redução do número de
acidentes.
28
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Este capítulo é dedicado à exposição do método, procurando descrever
procedimentos adotados no desenvolvimento do trabalho. Constarão os elementos
de que se necessitam e, ao mesmo tempo, explica a natureza, delineamento e
procedimentos da pesquisa e do registro dos dados coletados.
3.1 Ética
Esta pesquisa segue exigências científicas pautadas no Conselho
Nacional de Saúde – CNS nº 196/96 do Decreto nº 93933 de 14 de janeiro de 1987
– a qual determina as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas
envolvendo seres humanos. Desta forma, a identidade dos sujeitos participante da
pesquisa foi preservada, visto que não existe a necessidade de identificar-se ao
responder ao questionário. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE). Foram coletados dados a respeito de estresse e agressividade
no trânsito para que se possa obter maiores informações sobre a população
pesquisada.
Os participantes da pesquisa foram informados sobre os objetivos, que
não incorriam em nenhum tipo de risco, atendendo assim à Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, que tem nos Comitês de Ética
em Pesquisa com Seres Humanos o atendimento aos 4 princípios da Bioética, a
saber, autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça.
3.2 Tipo de Pesquisa
Neste estudo optou-se pela pesquisa exploratório descritiva. Exploratória
pela inserção do pesquisador no campo, onde foi possível familiarizar-se com as
características e peculiaridades do tema a ser explorado, para assim desvendar
obtendo percepções, idéias desconhecidas e inovadoras sobre os mesmos.
A análise de caráter exploratória, de acordo com Richardson (2004, p. 17),
visa descobrir as semelhanças entre fenômenos, “os pressupostos teóricos não
estão claros, ou são difíceis de encontrar. Nessa situação, faz-se uma pesquisa não
apenas para conhecer o tipo de relação existente, mas, sobretudo para determinar a
29
existência de relação.”
E é, também, uma pesquisa descritiva, porque para se chegar a
determinado conhecimento procurou levantar características, descrições, requeridas
pelos objetivos específicos. Nesse tipo de pesquisa também foi possível observar,
registrar e analisar a situação-problema sem, entretanto, entrar no mérito de seu
conteúdo.
Quanto à abordagem dos dados, a pesquisa será quantitativa, pois além
das interpretações e conclusões, mostra os gráficos representados estatisticamente,
atendendo a necessidade de mensuração, representatividade e projeção. Segundo
Richardson (2004, p. 149), diz que a abordagem qualitativa utiliza instrumentos
específicos, os quais são capazes de estabelecer relações e causas, levando em
conta mensurações. Com estes procedimentos, os resultados podem ser projetados
para o todo, sendo generalizados. Este método torna possível estabelecer as
prováveis causas a que estão submetidos os objetos de estudo, assim como
descrever em detalhes o padrão de ocorrência dos eventos observados.
3.3 Universo
A pesquisa foi realizada no município de Aracaju, especificamente junto a
condutores escolhidos aleatoriamente e se dispuseram a responder o questionário.
3.4 Sujeitos da Amostra
A amostra deu-se por conveniência, participando uma média de
80(oitenta) condutores de veículos automotores, homens, mulheres, com idades
entre 18 e 65 anos, casados, solteiros, com escolaridade do Fundamental ao Curso
de Especialização residentes no município de Aracaju-SE.
3.5 Instrumento de Coleta de Dados
Os instrumentos de coleta de dados são importantes para obter dados
que precisa para responder ao problema. Neste estudo, o instrumento utilizado foi o
questionário, com perguntas fechadas e abertas, pelo fato de atingir um número de
pessoas de uma só vez, pelo anonimato que se pode ter nas respostas, como
30
também permitir que as pessoas o respondam no momento que lhes pareça mais
apropriado, sem expor os pesquisados à influência do pesquisador.
A priori foi elaborado um questionário piloto com o objetivo de verificar o
entendimento por parte dos entrevistados, independente do grau de escolaridade.
Sendo assim, foi possível realizar as adaptações e os questionários foram
distribuídos. Os participantes puderam respondê-los em suas residências, sem
precisar se identificar. Os pesquisados foram incluídos na pesquisa através de
contatos pessoais.
3.6 Plano para Coleta de Dados
O questionário foi aplicado a 80(oitenta) condutores, homens e mulheres,
por acessibilidade possível. O acesso a estas pessoas foi realizado presencialmente
ou foram contactados por e-mail.
3.7 Plano para a Análise dos Dados
Os dados foram analisados com auxílio do Excel para o tratamento
estatístico com o objetivo de contar a frequência de um fenômeno e identificar as
relações entre os fenômenos, sendo que a interpretação recorrerá a modelos
conceituais definidos a priori.Como se trata de uma pesquisa de cunho quantitativo,
os dados foram submetidos a uma análise univariada, abrangendo a análise de
frequência de cada questão pesquisada, registrados em gráficos.
31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estudos realizados por Marín; Queiroz (2000) afirmam existir uma forte
conexão entre a agressividade no trânsito, principalmente na população de
adolescentes; a frustração tem provocado diferentes reações, dentre elas a
agressividade
manifestando
desejo
de
segurança,
novas
experiências,
compreensão, reconhecimento, justiça, levando muitas vezes o adolescente a
comportamentos antissociais.
Em se tratando do público já adulto Marín; Queiroz (2000) falam da
agressividade como comportamento residual, aspirações de poder. Porém, em
alguns indivíduos características infantis os fazem procurar por um instrumento que
lhes permita multiplicar suas possibilidades físicas e o carro representa um
prolongamento do corpo.
Neste estudo, observou-se que uma das principais causas da
agressividade no trânsito é a desatenção e o nervosismo dos motoristas, que
também se encontra de forma mais efetiva em motoristas do sexo masculino. Existe
sim uma falta de tolerância, a pressa para chegar ao destino de forma mais rápida,
seguido do estresse que grande parte da população tem vivenciado é o que
apontam 49% dos pesquisados.
Em Aracaju, no dia a dia são presenciadas sérias situações de estresse
no trânsito uma vez que nos últimos anos, tem crescido o número de veículos e o
planejamento urbano não tem acompanhado em igual proporção, causando
saturação dos espaços viários. Além disso, contribui a redução da velocidade de
deslocamento monitorada pelas lombas eletrônicas e os chamados pardais, ruas
alagadas em dias de chuvas, congestionamento constante, tem causado uma legião
de motoristas e passageiros estressados, intolerantes e agressivos. O Gráfico 1
apresentados os resultados referentes aos fatores responsáveis pela agressividade
no trânsito na observação dos participantes. Verifica-se que fatores como estresse,
nervosismo e desatenção foram as alternativas primárias, como secundárias os
pesquisados apontaram para o desejo de muitos motoristas em demonstrar
habilidade com o veículo, o cansaço, o trânsito lento, problemas com a família,
financeiros e amorosos, álcool, problemas de saúde, falta de conhecimento acerca
32
das leis, irresponsabilidade, negligência, desrespeito com o pedestre, sem contar o
grande número de pessoas que dirigem mal.
Gráfico 01 – Fatores responsáveis pela agressividade no trânsito, em porcentagem.
Fonte: Dados da Pesquisa. Aracaju/SE. 2013.
O estresse apresenta-se como um dos fatores determinantes da
agressividade. O ser humano no mundo moderno está sujeito ao estresse seja no
trânsito, contas a pagar, nas exigências do chefe, em algum plano que não deu
certo, pressão social, doenças físicas como também no seu trabalho, principalmente
quando exige mais do que o que você pode dar. Qualquer situação que produz uma
resposta caracterizada como instabilidade emocional se constitui um agente
estressor.
Para Lipp (2007), o estresse se manifesta por meio de um processo
desenvolvido através do tempo, o qual depende da intensidade, duração e efeito
cumulativo, pela ação de vários fatores estressantes num período de tempo. Porém,
não é possível generalizar um estímulo como estressor, ou seja, não é o evento em
si, é como a mente interpreta o evento e lida com ele. De modo que, se as pessoas
se constroem a partir do cotidiano, é neste nível que é possível compreender-se o
processo de estresse, avaliando como a pessoa enfrenta as respostas do seu
organismo e o ambiente onde está inserida.
Desta forma, o estresse é compreendido como uma relação entre a
pessoa e o grupo, seu contexto, e as situações às quais estão submetidas e que
podem ser avaliadas como ameaçadoras ou que exigem um esforço maior que suas
possibilidades, o que altera sua percepção de bem-estar e sobrevivência. Atuar
33
prevenindo e promovendo, no trabalho, relações e ambientes salutares, envolve a
identificação e compreensão dos estressores, a significação destes pelos
trabalhadores, possibilidades de resposta e enfrentamento que o contexto
disponibiliza e os trabalhadores adotam.
Estamos diante de cidadãos, sem histórico de mau comportamento social,
mas que, em função do elevado grau de estresse, causado pelo trânsito e
pela agitação da vida moderna, independente do grau cultural, podem se
transformar em assassinos em potencial a qualquer instante, bastando que
um motorista de ônibus não pare no ponto ou arranque bruscamente
causando lesão ao passageiro ou mesmo uma pequena fechada no trânsito
(COSTA, 2013, p. 01).
Segundo Limongi-França; Rodrigues (2005) no estresse, as dimensões
biológicas, psicológicas e sociais são totalmente interligadas. Quando uma das
dimensões fica abalada, as outras, por consequência abalam-se, ou seja, tudo o que
causa a quebra da homeostase interna, que exija alguma adaptação pode ser
chamado de um estressor. Deste modo, a adaptação exigida de uma pessoa quando
ela é promovida ou quando se envolve em um acidente, por exemplo, gera
desgastes e pode ser considerado um processo de estresse.
O estresse, na forma que tem sido utilizado, vem da física e, nesse campo
do conhecimento, tem o sentido de grau de deformidade que uma estrutura
sofre quando é submetida a muito esforço. Hans Selye utilizou esse termo
para denominar o conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser
submetido a situações que exige esforço de adaptação (LIMONGIFRANÇA; RODRIGUES, 2005, p. 23).
O estresse é muito utilizado para expressar cansaço físico ou mental,
havendo assim o entendimento de que se trata de reações físicas, psicológicas e
comportamentais causadas por sinais eminentes do organismo que exige um
esforço maior para se adaptar a determinadas situações.
O estresse, na forma que tem sido utilizado, vem da física e, nesse campo
do conhecimento, tem o sentido de grau de deformidade que uma estrutura
sofre quando é submetida a muito esforço. Hans Selye utilizou esse termo
para denominar o conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser
submetido a situações que exige esforço de adaptação (LIMONGIFRANÇA; RODRIGUES, 2005, p. 23).
O estresse é muito utilizado para expressar cansaço físico ou mental,
havendo assim o entendimento de que se trata de reações físicas, psicológicas e
34
comportamentais causadas por sinais eminentes do organismo que exige um
esforço maior para se adaptar a determinadas situações.
Posteriormente, os pesquisados foram questionados acerca do indicativo
de maior agressividade no trânsito, se este pertencia mais ao gênero masculino ou
feminino. Os pesquisados apontaram que os homens manifestam em grandes
proporções a agressividade, conforme resultados do gráfico 2.
Gráfico 02 – Gênero mais agressivo no trânsito, em porcentagem.
Fonte: Dados da Pesquisa. Aracaju/SE. 2013.
Esta diferença entre os homens e mulheres não se manifestam somente a
nível físico, mas existem diferenças em termos de desequilíbrio comportamental.
O metabolismo, a agilidade, os atos impensados, a pressa, a orientação
espacial, a necessidade de impor condições, de se julgar o dono do mundo são
alguns fatores que dissocia o comportamento do homem e da mulher. Diferenças
comportamentais do universo masculino e feminino fizeram com que pesquisadores
da University of Virginia atrelassem o fato a condições genéticas e a ação dos
estrogênios (RODRIGUES, 2012, p. 01).
As mulheres possuem atitudes mais seguras, direcionadas e mais
analisadas; os homens são tomados pela agilidade, pressa, e a própria compulsão
para a velocidade. Esses fatores permitem entender homens e mulheres na direção
veicular. Para justificar ainda mais estes achados, basta somente observar as
estatísticas de acidentes de trânsito em Aracaju e por todo o Brasil, quando os
homens assumem a direção veicular os acidentes são em grande medida de médios
e graves e no caso das mulheres geralmente são leves.
35
Rodrigues (2012) que é Médico, Diretor de Comunicação e do
Departamento de Medicina Ocupacional da ABRAMET - Associação Brasileira de
Medicina de Tráfego, traz algumas diferenças entre homens e mulheres na direção
veicular, conforme aponta o Quadro 03:
Quadro 03 - Diferenças entre homens e mulheres na direção veicular
HOMENS
MULHERES
Status e poder
Necessidade
Exibicionista
Humilde
Negligente e imprudente
Prudente e segura
Sem medo
Medo
Não cauteloso
Cautelosa
Esquece a segurança
Segura
Acidentes médios e graves
Acidentes leves
Compulsão para velocidade
Sem compulsão
Impaciente
Paciente
Chegando ao estresse rápido
Estresse a longo prazo
Agride
Não agride
Intolerante
Tolerante
Não usa direção defensiva
Usa direção defensiva
Fonte: Rodrigues (2012).
Complementando as ações irresponsáveis no trânsito que os pesquisados
apontam em grande medida ser cometidas pelos homens estão: a não utilização da
setas de sinalização, o trancamento de cruzamentos, e o estacionamento em locais
proibidos.
No gráfico 3, tem-se os resultados de um outro questionamento que foi
acerca da idade dos condutores, os pesquisados salientam que os mais experientes
são considerados mais responsáveis e menos agressivos, ou seja, quanto maior a
idade, maior também a responsabilidade e a prudência dos condutores,
considerando o veículo como um meio de locomoção. Onde a busca por emoção,
adrenalina, presente nos jovens do sexo feminino torna-se um dos intervenientes
para toná-lo mais corajoso, passando a mostrar-se capaz de arriscar. Normalmente
os seres humanos dirigem assim como vivem.
36
Gráfico 03 – Percentual de motorista mais agressivo no trânsito.
Fonte: Dados da Pesquisa. Aracaju/SE. 2013.
Um pouco desta agressividade está voltada à cultura capitalista, ligada às
facilidades que esse sistema nos proporciona. Tudo gira em torno do dinheiro, ou
seja, o entregador quer entregar em tempo hábil sua encomenda, as crianças não
podem chegar atrasadas à escola; as pessoas querem chegar ao trabalho e assim,
muitas desculpas somam-se à agressividade no trânsito.
O impulso de agressividade pode ser usado para atacar, provocar ou se
defender, e a maneira como isso vai ser expresso, varia de pessoa para
pessoa dependendo de seu estilo de vida, sua cultura, seus valores,
tornando-se atos socialmente aceitos ou não. No trânsito, a individualidade
impera, os condutores não gostam de dividir esse espaço que é público, e
às vezes atacam e provocam (TEBALDI; FERREIRA, 2004, p. 21).
A agressividade é um tema recorrente e, segundo os dados apresentados
no gráfico 4, constata-se que não está diretamente ligada ao nível de escolaridade,
mesmo de diferentes escolaridades, as pessoas tem se mostrado cada vez mais
agressivas, o que mostra que a educação por si só não gera mudança no
comportamento do motorista, mas deve haver um trabalho mais específico ligado a
educação no trânsito.
Neste contexto, Martins (2007) considera que a educação para o trânsito
é uma forma de humanizar a realidade do trânsito, corrigindo os erros com
campanhas educativas bem conduzidas e direcionadas pelos diversos meios de
comunicação, valendo-se de estratégias diversificadas. Sendo que esta é uma
educação que deve começar cedo, não apenas no momento de retirar a carteira de
motorista; mas as crianças devem aprender a ser cidadãos, a lidar desde cedo com
37
a civilidade, o respeito aos outros e a cordialidade para a vida em sociedade. À
medida que as crianças são orientadas para sua família a consciência de como um
comportamento incorreto pode trazer consequências graves. Segundo Kutianski et al
(2001), todo conhecimento adquirido na escola, com certeza é repassado para os
demais membros da família, como também aos vizinhos e, às vezes, levado ao
conhecimento da comunidade a que pertence.
Gráfico 04 – Relação entre nível de escolaridade x agressividade no trânsito
Fonte: Dados da Pesquisa. Aracaju/SE. 2013.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 7º) determina que todos
meninos e meninas tem o direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação
de políticas públicas sociais. No Código Nacional de Trânsito, o Capitulo VI, que
trata da educação para o trânsito, o artigo 76 coloca que a educação para o trânsito
deve ser promovida desde a pré-escola até o ensino médio, “por meio de
planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema
Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação”.
Quando na infância as crianças não são educadas para o trânsito, na vida
adulta passam a não ter consciência e vivenciam no cotidiano a pressa para chegar
ao destino, a bebida alcoólica ingerida momentos antes de dirigir; a desatenção ao
volante, os carros em péssimas condições de uso, estradas esburacadas, enfim,
tudo leva a acidentes horríveis, muitas vezes, com crianças sendo vítimas de adultos
irresponsáveis. Dentre os comportamentos agressivos no trânsito, gráfico 5, os que
apresentam um maior índice são as discussões por causa de batidas, aceleração
38
para passar em a tempo no sinal, a ultrapassagem em locais proibidos e correr atrás
de motoristas que passou à frente.
Gráfico 05 – Distribuição percentual do comportamento agressivo no trânsito.
Fonte: Dados da Pesquisa. Aracaju/SE. 2013.
Considera Oliveira (2008) que o impulso agressivo funciona como forma
de atacar, provocar, bem como funciona como uma forma de defesa. Porém, a
maneira como isso vai ser expresso varia de pessoa para pessoa, dependendo do
seu estilo de vida, sua cultura, seus valores, tornando-se atos socialmente aceitos
ou não.
A disputa pelo espaço de circulação proporciona conflitos entre os
participantes do trânsito. Esses conflitos podem ser físicos que são as disputas
pelos espaços e políticos que envolve o interesse das pessoas ligados à sua
posição no processo produtivo da cidade. Almeida (2006) considera que este
desenvolvimento das cidades tem aspectos positivos e negativos, estes, degrada a
qualidade de vida, aumenta o congestionamento, reduz a qualidade do transporte
público, reduz a acessibilidade de pessoas aos centros urbanos, aumenta a poluição
atmosférica, invasão de áreas residenciais e vivência coletiva pelo tráfego
inadequado de veículos.
Rocha (2005) considera que o ato de dirigir não está apenas ligado
apenas a habilidades motoras e cognitivas. O ato de dirigir implica em regras, além
de aprender a conduzir veículo é necessário aprender regras formais e informais
requeridas para compreensão do que se passa no ambiente e antecipar-se à
situações perigosas.
39
Levando em consideração que o trânsito é motivado por pressões
internas e externas, os pesquisados foram questionados se as maiores pressões
que causam a agressividade vem do ambiente externo ou dos aspectos internos do
motorista. Sendo assim, os pesquisados apontaram, principalmente, o aspecto
interno (89%), conforme demonstra o gráfico 6.
Gráfico 06 – Motivação para a agressividade
Fonte: Dados da Pesquisa. Aracaju/SE. 2013.
Parker et al (1998) em seus estudos ressalta que o descaso e a
agressividade seriam características da personalidade que se mostram associadas a
velocidade e comportamento infrator. Outro grande problema é a vulnerabilidade em
adultos com personalidade imatura e o veículo passa a ser uma compensação das
frustrações, uma segunda pele pelo indivíduo.
Pessoa ou acontecimento capaz de provocar tensão emocional faz com
que os organismos se adaptem as mudanças, que são os chamados fatores ou
agentes estressores. Assim, o controle da agressividade dos motoristas requer um
sistema nervoso sintonizado.
Desta forma, sendo considerado o homem como um agente mais
agressor, no trânsito ele não dever ser encarado apenas pelo seu gênero porque
antes de tudo, é um ser político, social, que possui história, personalidade e
interesses.
40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No trânsito em Aracaju existe uma grande disputa de espaço, uma luta
acirrada perante os direitos de circulação. Neste espaço existem pessoas que se
comportam de forma paciente bem como existem aqueles que se julga com mais
direito à circulação de que os demais participantes do trânsito, ficando clara uma
relação de competição e agressividade.
Desta forma, este estudo se preocupou em identificar alguns dos fatores
responsáveis pela agressividade no trânsito em Aracaju. O estudo permitiu perceber
que os responsáveis pela agressividade no trânsito são o estresse, nervosismo e
desatenção; os mais estressados são do gênero masculino; os mais agressivos são
os mais jovens; não existe uma relação específica entre o grau de escolaridade e
agressividade no trânsito; as discussões em trânsito estão mais ligadas às
abalroadas; a motivação para agressividade é interna, pelo fato de haver uma
tensão emocional.
A alternativa para a resolução de parte destas questões está na educação
que deverá ter por objetivo a promoção da conscientização da realidade pelas
pessoas, questionando a naturalização dos fatos sociais, podendo ser compreendida
de modo sistêmico. Além da educação, é importante considerar uma fiscalização
mais eficaz, no sentido de reprimir e punir os infratores.
Não se pode desconsiderar o fato de que muitos motoristas agressivos e
que geralmente se envolvem em acidentes apresentam certo descontrole emocional
sobre
suas
reações,
dificuldade
em
controlar
seus
impulsos
agressivos,
demonstrando redução da sua compreensão nas questões do trânsito, bem como
em aceitar normas e limites. Pessoas, as quais não tiveram o seu amadurecimento
emocional processado.
Parafraseando Vasconcelos, para entender o trânsito, portanto, não basta
discutir os problemas do dia a dia (congestionamentos, acidentes), é preciso
também analisar como o trânsito se forma, como as pessoas participam dele, quais
são seus interesses e necessidades. Isso significa esforço para entender o trânsito
“por trás” de suas aparências, dos seus fatos corriqueiros, na busca de uma
Sociologia de trânsito.
41
A educação para o trânsito deve começar muito cedo, em casa, na escola
e em outras formas de vida social uma vez existe a impressão de que esta educação
somente começa quando se sente a necessidade de tirar a Carteira Nacional de
habilitação – CNH, tudo é muito rápido, são aulas teóricas, práticas, exames que
colocam a cada dia nas estradas bons motoristas, mas também uma infinidade de
motoristas que contribuem para o caos no trânsito com suas atitudes de
agressividade, desconhecimentos da Legislação ou o seu descumprimento, bebida,
falta de atenção, eventos que podem ceifar diversas vidas.
Apesar dos mais diversos incidentes que se vê na mídia e ao vivo no
cotidiano, umas das formas mais eficazes para mudar a situação vigente é a
educação, desde cedo, nas escolas, é necessário disseminar as regras de trânsito
uma vez que as crianças são importantes na disseminação e aceitação de
ensinamentos e condutas.
Ensinar para o trânsito não é apenas passar normas e regras de
circulação, mas desenvolver um processo de conscientização para tornar os
motoristas responsáveis, autônomos e comprometidos com a vida. Cabe a toda a
sociedade esta tarefa de educar.
O problema do trânsito não é somente uma questão importante, mas
essencial e não é apenas um problema particular dos centros urbanos; mas diante
de suas características distintas devem ser abordados para atender a cada
realidade. Destarte, a educação para o trânsito é uma forma de reduzir os altos
índices de mortes, deficiências físicas e traumas psicológicos e traumas causados
pelo comportamento irresponsável dos sujeitos no trânsito.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) em seu artigo nº 326 traz a
Semana Nacional do Trânsito que é comemorada entre 18 e 25 de setembro. Nesta
época em diversas capitais brasileiras ações são voltadas para a segurança e
educação promovidas junto a população uma vez que a educação é um instrumento
capaz de formar cidadãos mais conscientes e preparados para enfrentar a vida e o
trânsito.
Os agentes de trânsito na semana do trânsito realizam campanhas
educativas com o objetivo de disciplinar pedestres e motoristas, principalmente sob
o uso da faixa de segurança e o respeito as normas de trânsito. Trata-se de uma
oportunidade de suscitar reflexões, conscientizando pedestres e condutores sobre a
importância de respeitar ao outro no trânsito.
42
As multas, os pontos da CNH e a suspensão do direito de dirigir são
formas de proteger o pedestre e melhorar a educação do motorista. Por outro lado,
uma importante estratégia para melhorar o trânsito da a cidade é também instruir os
pedestres, que cometem erros, prejudicam o trânsito e são também responsáveis
por acidentes.
Como cidadãos, as pessoas devem se mobilizar para exigir uma melhor
manutenção das vias, eliminando buracos e sinalizando-as melhor sem criar a
“indústria das multas”, intensificar a blitz nas principais avenidas da cidade, dobrar a
multa para reincidentes, em casos mais graves a perda definitiva da habilitação, a
parda do bem no caso de veículo envolvido em acidente; para agentes de trânsito
envolvidos em corrupção aplicação de penas severas, principalmente a perda do
status de funcionário público e a vistoria obrigatória de veículos que possuíssem
mais de 5 anos.
A mobilização da população como um todo, principalmente na população
de base - nas escolas - é possível formar cidadãos, não bastando apenas ensinar
Português e Matemática, é necessário ensinar normas básicas de convivência social
e ética para que os alunos possam crescer adequadamente instruídos e por meio de
uma educação que estará presente ao longo da vida.
43
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46
APÊNDICE
QUESTIONÁRIO DA PESQUISA
Quem vive nas capitais brasileiras sabe que a hora de enfrentar o trânsito costuma
ser uma das mais estressantes do dia. As reações dos outros motoristas são
imprevisíveis. Vão da calma absoluta à agressividade. Desta forma, conto com o seu
apoio no sentido de responder às questões abaixo com toda sinceridade para que os
resultados possam refletir num raio “X” da nossa realidade no trânsito.
Obrigada
Cristiane Rezende Santos
1. Para você qual a principal causa da agressividade no trânsito?
( ) Desatenção
( ) Nervosismo
( ) Estresse
( ) Falta de tolerância
2. Que outra causa você pode considerar como secundária em relação à
agressividade no trânsito?
3. Indicativo de maior agressividade pertence ao gênero:
( ) Masculino
( ) Feminino
4. Que ações de agressividade estão mais ligadas aos homens?
5. E às mulheres quais as ações agressivas que você considera mais comuns?
6. Qual o motorista que você considera mais agressivo:
( ) Mais jovem
( ) Mais experiente
7. Existe relação entre agressividade e nível de escolaridade?
( ) Há relação
( ) Não há relação
8. Dentre os comportamentos agressivos, quais têm sido considerados mais
constantes:
( ) Discussão por causa de abalroadas
( ) Aceleração para passar no sinal
( ) Ultrapassagem em locais proibidos
( ) Correr atrás de motoristas que passaram à frente
9. A motivação para agressividade no trânsito é:
( ) Interna
( ) Externa
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ANEXO
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