Sarah_Cristina - Licenciatura em Ciências Biológicas
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Sarah_Cristina - Licenciatura em Ciências Biológicas
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS SARAH CRISTINA OLIVEIRA ROCHA DIVERSIDADE DE OOMYCOTA DO PARQUE ESTADUAL DA ILHA DO CARDOSO (PEIC), CANANÉIA, SP São Paulo – SP 2013 R576 ROCHA, Sarah Cristina Oliveira. Diversidade de Oomycota do Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC), Cananéia, SP / Sarah Cristina Oliveira Rocha – 2013. 47 f.: il.; 30 cm Orientadora: Prof. Msc. Nelson Menolli Junior Co-orientador: Profª. Dra. Carmem Lidia Amarim Pires Zottarelli Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, IFSP, 2013. 1. Levantamento 2. Oomicetos 3. Mata Atlântica I. ROCHA, Sarah Cristina Oliveira II. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo III Título CDU 573.0 1 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS SARAH CRISTINA OLIVEIRA ROCHA DIVERSIDADE DE OOMYCOTA DO PARQUE ESTADUAL DA ILHA DO CARDOSO (PEIC), CANANÉIA, SP Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia, Campus São Paulo como um dos requisitos à obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas Orientador: Me. Nelson Menolli Junior Co-orientadora: Dra. Carmen Lidia Amorim Pires Zottarelli São Paulo – SP 2013 2 BANCA DE AVALIAÇÃO ____________________________________________ Orientador Prof. Me. Nelson Menolli Junior Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo / CCT / BIO ____________________________________________ Membro Titular Externo Dra. Agostina Virginia Marano Instituto de Botânica / Centro de Pesquisa em Plantas Avasculares e Fungos / Núcleo de Pesquisa em Micologia ____________________________________________ Membro Titular Interno Profa. Dra. Maira Cortellini Abrahão Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo / CCT / BIO ____________________________________________ Suplente Externo Dra. Iracema Helena Schoenlein Crusius Instituto de Botânica / Centro de Pesquisa em Plantas Avasculares e Fungos / Núcleo de Pesquisa em Micologia ____________________________________________ Suplente Interno Profa. Ma. Caroline Arantes Magalhães Castilhone Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo / CCT / BIO São Paulo, 29 de maio de 2013 3 Dedico esse trabalho à Maria Nunes de Oliveira e Elson Tiago da Paixão com muito carinho! 4 AGRADECIMENTOS Agradeço... À Deus por permitir que eu vivesse esse momento me dando saúde e sabedoria; À minha família por todo carinho e por sempre cuidar de mim; Ao meu esposo Elson Tiago da Paixão que foi meu chão e o alicerce para que eu pudesse estudar e por toda a paciência com minha ausência; Ao meu orientador Nelson Menolli Junior por sempre estar presente ao longo da construção desse trabalho; À minha co-orientadora Carmen Lidia Amorim Pires Zottarelli, pela oportunidade, por tudo o que me ensinou e, sobretudo, por me dar a honra de trabalhar ao seu lado; À Dra. Agostina Virginia Marano pelo companheirismo e contribuição significativa na construção desse projeto; Ao CNPq e à FAPESP pelo financiamento concedido; Ao Instituto de Botânica (IBt) pela infra-estrutura para execução desse trabalho; Ao Instituto Florestal pela autorização de coleta no Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC); Aos meus companheiros de laboratório, Ana Lúcia de Jesus, Gustavo Henrique Gerônimo e Marcela Castilho Boro por toda atenção a mim dispensada; A todos os pesquisadores e funcionários do IBt por toda atenção; Aos meus professores do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) por tudo que me ensinaram; Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse trabalho, o meu muito obrigado! 5 RESUMO O presente trabalho teve como objetivo conhecer a diversidade de espécies do filo Oomycota em áreas do Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC), importante fragmento de Mata Atlântica localizado no município de Cananéia, SP. Para tanto, amostras de água e solo foram coletadas no núcleo Perequê em locais previamente definidos nos meses de agosto e novembro de 2012. Para caracterização abiótica dos locais de coleta foram mensurados a temperatura da água e do solo, a condutividade elétrica da água, o oxigênio dissolvido na água, o pH da água e do solo e a umidade do solo. Em laboratório, as amostras coletadas foram tratadas pelo método de iscagem com substratos celulósicos e queratinosos, tais como sementes de Sorghum sp., epiderme de cebola, ecdise de cobra, cabelo loiro de criança e palha de milho, a fim de se obter o maior número de espécimes. Das 60 amostras analisadas, 30 de água e 30 de solo, foram obtidos 116 isolados, dos quais 19 espécies foram identificadas com base em características morfológicas, sendo duas pertencentes à Leptomitales, duas à Pythiales, duas à Rhipidiales e 13 à Saprolegniales. As espécies identificadas foram descritas, comentadas, fotografadas e preservadas para incorporação junto ao acervo do Instituto de Botânica. Todas as espécies identificadas representam primeira ocorrência para o PEIC e Achlya primoachlya (Coker & Couch) T.W. Johnson & R.L. Seym., Araiospora streptandra Kevorkian e Brevilegnia longicaulis T.W. Johnson são primeira citação para o Brasil. 6 ABSTRACT The present work aimed at studying the diversity of the Phylum Oomycota from the “Parque Estadual da Ilha do Cardoso” (PEIC), an important fragment of Atlantic rainforest located at Cananéia, São Paulo State, Brazil. For this, water and soil samples were collected in the “Núcleo Perequê” in several points in August and November 2012. For abiotic characterization of the collecting areas water and soil temperature were measured, as well as water conductivity, the dissolved oxygen in water, the pH of water and soil and soil moisture. In the laboratory, the samples were processed by baiting technique with keratinous and cellulosic substrates, such as Sorghum seeds, onion skin, snake skin, blonde hair of children and corn leaves in order to obtain the greatest number of specimens. Of the 60 samples analyzed, 30 of water and 30 of soil, 116 isolates were obtained, of which 19 species were identified based on morphological characteristics, with two belonging to Leptomitales, two to Pythiales, two to Rhipidiales and 13 to Saprolegniales based on the morphological characteristics. The identified species were described, commented, photographed and preserved for incorporation into the Herbarium SP and in the Culture Collection of Algae, Fungi and Cyanobacteria of the Institute of Botany (CCIBt). All identified species represent first occurrence for PEIC while Achlya primoachlya (Coker & Couch) T.W. Johnson & R.L. Seym., Araiospora streptandra Kevorkian and Brevilegnia longicaulis T.W. Johnson are first citation for Brazil. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 8 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................10 2.1 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE OOMYCOTA ........................10 2.2 REGISTROS DE OOMYCOTA PARA O BRASIL .............................................................11 2.2.1 Registros de Oomycota para o Estado de São Paulo .................................11 3 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................14 3.1 ÁREA DE ESTUDO ..................................................................................................14 3.1.1 Caracterização da Mata Atlântica ..................................................................14 3.1.2 Caracterização do Parque Estadual da Ilha do Cardoso .............................15 3.2 COLETAS ..............................................................................................................17 3.3 CARACTERIZAÇÃO ABIÓTICA DOS LOCAIS DE COLETA ...............................................18 3.4 ISCAGEM, TRIAGEM, ISOLAMENTO, IDENTIFICAÇÃO E PRESERVAÇÃO DOS OOMICETOS ..................................................................................................................................18 3.5 ANÁLISE MATEMÁTICA DOS RESULTADOS ...............................................................18 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................20 4.1 CARACTERIZAÇÃO ABIÓTICA DOS LOCAIS DE COLETA ...............................................20 4.2 ANÁLISE DA DIVERSIDADE DE OOMYCOTA DO PEIC .................................................22 4.3 TAXONOMIA ...........................................................................................................25 5 CONCLUSÃO .......................................................................................................40 REFERÊNCIAS ................................................................................................................41 8 INTRODUÇÃO Durante muitos anos os oomicetos levaram a denominação de fungos por possuírem características similares referentes ao hábito nutricional e nicho ecológico. Posteriormente, na intenção de refletir melhor as características filogenéticas dos fungos, três reinos foram estabelecidos: o Reino Fungi, o Protista e o Stramenopila (ALEXOPOULOS; MIMS; BLACKWELL, 1996). Esse último reino foi introduzido por Patterson (1989 apud ALEXOPOULOS; MIMS; BLACKWELL, 1996) e renomeado por Dick (2001) como Straminipila, por questões nomenclaturais, sendo hoje aceito por muitos especialistas, a exemplo de Marano et al. (2012). No entanto, muitos autores optam pelo reino Chromista (Kirk et al., 2008) pois, como apontado por Cavalier-Smith (1981), esses organismos possuem relações evolutivas mais próximas com as algas. Os organismos zoospóricos heterotróficos dentro do reino Chromista possuem representantes em três filos: o filo Hyphochytriomycota, com 24 espécies, caracterizado por incluir representantes holocárpicos ou eucárpicos, possuidores de zoósporos com um único flagelo anterior com mastigonemas; o filo Labyrinthulomycota ou Labyrinthista, com 53 espécies, sendo o único com representantes exclusivamente marinhos ou estuarinos e possuidores de zoósporos com dois flagelos, um deles com mastigonemas; e o filo Oomycota, com 956 espécies unicelulares e miceliais com zoósporos com dois flagelos, sendo um simples e um com mastigonemas (KIRK et al., 2008). São organismos normalmente sapróbios, apesar de possuírem também espécies parasitas, sendo então considerados importantes agentes na degradação de substratos orgânicos, agindo na reciclagem de nutrientes dentro da cadeia alimentar onde recebe a posição de decompositores (ALEXOPOULOS; MIMS; BLACKWELL, 1996). Estudos realizados no Brasil permitiram o registro da ocorrência de 348 táxons de organismos zoospóricos, sendo 196 pertencentes ao filo Oomycota (STECIOW et al. 2012), o que equivale a 20% das espécies já relatadas para o mundo, percentual este ainda baixo se considerarmos o tamanho territorial e a diversidade de biomas de nosso país. No entanto, observa-se que a diversidade encontrada foi altamente dependente da distribuição e atuação dos especialistas dentro do território brasileiro, sendo a maioria desses registros no estado de São Paulo, onde se concentra o maior número de especialistas. 9 O bioma Mata Atlântica é o mais estudado acerca da diversidade de Oomycota no país (BENEKE; ROGERS, 1962; FURTADO, 1965; ROGERS; MILANEZ; BENEKE, 1970; LYRA; MILANEZ, 1974; SCHOENLEIN-CRUSIUS; PIRES-ZOTTARELLI; MILANEZ, 1990, 1992; MILANEZ; PIRES-ZOTTARELLI; SCHOENLEIN-CRUSIUS, 1994, 1996; PIRES-ZOTTARELLI; MILANEZ; SCHOENLEIN-CRUSIUS, 1995; PIRES-ZOTTARELLI et al.1996; SCHOENLEINCRUSIUS; MILANEZ, 1998; ROCHA; PIRES-ZOTTARELLI, 2002; GOMES; PIRESZOTTARELLI, 2006, 2008; PIRES-ZOTTARELLI; ROCHA, 2007; MIRANDA; PIRES-ZOTTARELLI, 2012; dentre outros), totalizando cerca de 88 espécies conhecidas (LISTA, 2013). No entanto, não há relato de Oomycota para o Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC), importante fragmento preservado de Mata Atlântica localizado no litoral sul do estado de São Paulo. Considerando a importância dos oomicetos nos ecossistemas terrestres e aquáticos, a escassez de estudos com esses organismos no Brasil, a diversidade anteriormente encontrada no bioma Mata Atlântica e a inexistência de relatos de espécies para o PEIC, esse trabalho teve como objetivo conhecer a diversidade do filo Oomycota no PEIC e ampliar o conhecimento desses organismos no Brasil. Espera-se ainda contribuir com futuros estudos moleculares e de bioprospecção por meio da disponibilização de novos isolados na Coleção de Culturas de Algas, Fungos e Cianobactérias do Instituto de Botânica (CCIBt). 10 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE OOMYCOTA Segundo Kirk et al. (2008), o filo Oomycota pertence ao reino Chromista (Straminipila pro parte) com 13 ordens, 25 famílias, 106 gêneros e 956 espécies. As características que levaram à separação desses organismos dos fungos verdadeiros são reprodução assexual por meio de zoósporos biflagelados, com um longo flagelo tipo tínsel (flagelo com mastigonemas) e um curto flagelo tipo chicote; várias características da ultraestrutura dos zoósporos; produção de talo diplóide onde ocorre a meiose para o desenvolvimento dos gametângios; reprodução oogâmica por contato de gametângios; parede celular composta de β-glucanos, hidroxiprolinas, e celulose, embora pequena quantidade de quitina esteja presente em algumas espécies; mitocôndrias com cristas tubulares; e várias características bioquímicas (ALEXOPOULOS; MIMS; BLACKWELL, 1996). Posteriormente, análises moleculares confirmaram a posição filogenética desses organismos distante dos fungos (ADL et al., 2005). Os organismos pertencentes ao filo Oomycota se caracterizam por possuírem talo holocárpico ou eucárpico, unicelular ou micelial, sendo os indivíduos miceliais com hifas cenocíticas e presença de septos apenas para delimitação das estruturas de reprodução assexuada e sexuada. A reprodução assexuada é realizada por meio de zoósporos, os quais são tipicamente biflagelados (chicote e penado). A reprodução sexuada é quase sempre heterogamética, sendo que em formas mais simples o talo atua como um gametângio (ALEXOPOULOS; MIMS E BLACKWELL, 1996). Sua distribuição é cosmopolita, sendo encontrados em ambientes terrestres e aquáticos, tanto de água doce como marinha; podendo ser sapróbios e, como tais, importantes agentes na degradação de substratos e reciclagem de nutrientes nos ecossistemas, ou parasitas de algas, peixes, crustáceos, plantas, fungos, outros oomicetos e mamíferos, inclusive do homem (BOSCO et al., 2005). Representantes dos gêneros Achlya Nees, Aphanomyces de Bary e Saprolegnia Nees podem parasitar peixes e seus ovos, e em Pythium Nees e Phytophthora de Bary se encontram muitas espécies fitopatógenas (ALEXOPOULOS; MIMS E BLACKWELL, 1996). Pythium insidiosum de Coker, espécie já relatada para o Brasil, tem se destacado como importante parasita de 11 vertebrados, causando pitiose em equinos, bovinos, caprinos, cães, gatos e no homem (SANTURIO et al., 1998; LEAL et al., 2001). 2.2 REGISTROS DE OOMYCOTA PARA O BRASIL Os primeiros registros do filo Oomycota no país datam do século XIX e foram realizados por Hennings (1896) no estado de Santa Catarina. Alguns anos depois, Möller (1901) reportou a presença de Saprolegniaceae em galhos no rio Itajaí, localizado no mesmo estado. Viégas e Teixeira (1943) também realizaram uma importante contribuição aos oomicetos do Brasil, estudando representantes de Peronosporales e Pythiales isolados de plantas. Milanez; Pires-Zottarelli e Gomes (2007) realizaram uma revisão dos registros de organismos zoospóricos heterotróficos para o Brasil e apontaram a ocorrência de 187 táxons de Oomycota no país, com registros para quase todos os estados brasileiros (exceto Amapá e Roraima). Dados atuais da Lista de Espécies da Flora do Brasil (LISTA, 2013) revelaram que o estado de São Paulo é o mais explorado em termos de conhecimento de oomicetos, com cerca de 130 espécies já registradas, seguido pelos estados de Minas Gerais e Piauí, com 50 e 40 espécies conhecidas, respectivamente. Se considerarmos os biomas brasileiros, o conhecimento é bastante desigual, sendo o bioma Mata Atlântica o mais estudado, como relatado anteriormente, seguido pelo Cerrado com 78 espécies e pelos biomas Amazônia com 28 registros e Caatinga com 12. O bioma Pantanal contempla somente uma espécie, sendo que não há nenhum registro para o bioma Pampa. 2.2.1 Registros de Oomycota para o Estado de São Paulo No estado de São Paulo, trabalhos realizados por Beneke e Rogers (1962) deram início aos estudos em áreas de Mata Atlântica por meio de levantamentos realizados no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga PEFI (São Paulo, SP). Na mesma década, Furtado (1965) descreveu uma nova espécie do gênero Achlya coletada no lago do Instituto de Botânica (IBt). Posteriormente, importantes contribuições se deram pelos trabalhos de Beneke e Rogers (1970) que realizaram coletas na Reserva Biológica do Alto da 12 Serra de Paranapiacaba – RBASP (Santo André, SP), com o relato de 23 representantes do filo Oomycota pertencentes às ordens Leptomitales, Peronosporales e Saprolegniales, e também por Lyra e Milanez (1974) que reportaram seis espécies pertencentes à Leptomitales, Peronosporales e Saprolegniales em diferentes rios do estado de São Paulo. Milanez e Trufem (1981, 1984) deram continuidade às coletas no PEFI a partir de frutos submersos, por meio dos quais foram identificadas quatro espécies de Leptomitales. Durante a última década do século passado houve muitas contribuições para o conhecimento de Oomycota no estado, incluindo os estudos de SchoenleinCrusius; Pires-Zottarelli e Milanez (1992) que demonstraram a atuação de diversos organismos zoospóricos, inclusive oomicetos, na decomposição de folhas submersas em um riacho na RBASP. Nessa mesma época, diversos trabalhos realizados no PEFI tiveram especial importância, incluindo o estudo com as famílias Lagenidiaceae e Olpidiopsidaceae presentes como parasitas em Saprolegniaceae (MILANEZ; PIRES-ZOTARELLI; SCHOENLEIN-CRUSIUS, 1995), o registro de 28 espécies de Leptolegniellaceae e Saprolegniaceae (PIRES-ZOTARELLI et al., 1996), e o relato de quatro espécies de Rhipidiaceae em dois gêneros: Rhipidium Cornu e Sapromyces Fritsch (MILANEZ; PIRES-ZOTARELLI; SCHOENLEINCRUSIUS, 1996). No inicio do século XXI, Rocha e Pires-Zottarelli (2002) realizaram coletas na Represa do Guarapiranga, localizada na cidade de São Paulo, reportando a ocorrência de Chytridiomycota e Oomycota, incluindo 18 espécies de Oomycota, sendo cinco de Peronosporales e 13 de Saprolegniales. Na mesma década, Gomes e Pires-Zottarelli (2008) fizeram o levantamento de Oomycota na RBASP, com uma contribuição significativa, a partir do registro de uma espécie pertencente à ordem Peronosporales, duas à Rhipidiales, e 28 à Saprolegniales, sendo três espécies como primeiras citações para o país: Leptolegnia eccentrica Coker & Matthews, Pythiopsis humphreyana Coker e Pythiopsis irregularis Seymour. Os mais recentes trabalhos publicados sobre a ocorrência de oomicetos para o país são de Nascimento e Pires-Zottarelli (2012) em área de cerrado da Reserva Biológica de Mogi Guaçu (Mogi Guaçu, SP) com o registro de 16 espécies, sendo uma espécie pertencente à Leptomitales, uma pertencente à Olpidiopsidales, quatro pertencentes à Pythiales e 10 pertencentes à Saprolegniales; e ainda 13 Miranda e Pires-Zottarelli (2012) por meio de estudos no Parque Estadual da Serra da Cantareira, (São Paulo, SP) outro importante fragmento de Mata Atlântica, com o registro de duas espécies de Leptomitales e 19 de Saprolegniales. Na região de estudo deste projeto, os únicos trabalhos conhecidos com os organismos zoospóricos são os de Ulken (1970, 1972) com Labyrinthulomycota de mangue, e Booth (1979) com representantes de Chytridiomycota isolados de solo de dunas e de sedimentos na região de Cananéia. 14 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 ÁREA DE ESTUDO 3.1.1 Caracterização da Mata Atlântica A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais mais ameaçadas do planeta, com um domínio original de 1 a 1,5 milhão de km2 que se estende por três países: Argentina, Brasil e Paraguai. No Brasil, sua área foi reduzida a 8% de sua área total devido à ação antrópica (Figura 1), sendo o estado de São Paulo o que possui a maior área de Mata Atlântica preservada (GALINDO-LEAL; CÂMARA, 2005). De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente (SÃO PAULO, 2010) esse bioma detém recordes de biodiversidade com 8.000 plantas endêmicas na região e a presença de 70% das espécies ameaçadas de extinção no Brasil, sendo considerado o bioma mais rico em biodiversidade do planeta. A distribuição da Mata Atlântica constitui uma área que engloba diferentes formações vegetais que podem ser divididas em Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, bem como manguezais, restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste. Suas características incluem uma vegetação rasteira escassa e solo considerado pobre em minerais, a vegetação arbórea é densa devido a presença de árvores que chegam a 30 metros de altura com troncos recobertos por epífitas. Possuem elevados índices de umidade devido aos ventos provenientes do mar que se resfriam no continente em forma de chuva (STEIMETZ; MARTINE 2004). Segundo Mittermeier et al. (2004), a Mata Atlântica está entre os 34 hotspots em biodiversidade reconhecidos no mundo, tornando-se uma área em prioridade de conservação devido à sua alta biodiversidade e grande risco eminente de destruição. Por esse motivo, políticas públicas como a Conservation International desenvolvem projetos que visam a recuperação e conservação da Mata Atlântica, um desafio grande devido ao conhecimento incompleto de um complexo bioma com falta de pesquisadores atuando na área e uma forte pressão sofrida na região (GALINDO-LEAL; CÂMARA, 2005). 15 Ocorrência de Mata Atlântica. Remanescentes. Figura 1: Área de domínio de Mata Atlântica e vegetação remanescente. (Disponível em: <www.rbma.org.br>. Acesso em: 5 maio 2013). 3.1.2 Caracterização do Parque Estadual da Ilha do Cardoso O Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC) é administrado pelo Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e abrange uma área de aproximadamente 22.500 ha inseridos no município de Cananéia, litoral sul do estado de São Paulo tendo sido criado em 1962 com a intenção de preservar a biodiversidade na área e conter as ações e empreendimentos imobiliários iniciados na Ilha (SÃO PAULO, 2001). Visava também, com a criação de um Parque Natural, a paralisação da exploração dos sambaquis, fauna e flora e em adição, o estabelecimento de uma base de estudos da comissão de Pré-História e a implantação de um Instituto de Pesquisa (SÃO PAULO, 2001). Segundo Beccato (2004), a região tornou-se Parque Estadual em 1962 devido, principalmente à riqueza em espécies presentes nos diversos tipos de ecossistemas que compõem a Ilha. A Ilha do Cardoso faz parte do sistema estuarino Cananéia-IguapéParanaguá, que abrange desde a Estação Ecológica Juréia-Itatins no estado de São 16 Paulo até a cidade de Paranaguá no Paraná, sendo drenada principalmente pela Bacia do Rio Ribeira do Iguapé. Esse sistema estuarino é formado por quatro ilhas principais: Cardoso, Cananéia, Comprida e Iguapé, os quais são separadas por sistemas de canais lagunares e rios que se comunicam com o Oceano Atlântico (MENDONÇA, 2007) (Figura 2). O canal de Ararapira separa a Ilha do Cardoso do continente (SUGUIO; TESSLER, 1992), e a Baia de Trapandé limita a Ilha do Cardoso ao norte, sendo sua desembocadura, a Barra de Cananéia, o primeiro sistema de trocas da água do mar com as águas do sistema estuarino (BERGAMO, 2000). O clima na Ilha é classificado como megatérmico superúmido, sem estação seca definida, com temperatura média anual de 21,2 ºC, sendo os meses de janeiro, fevereiro e março os de maior pluviosidade; e junho, julho e agosto, os de menor precipitação (AB'SABER, 1977; FUNARI; VUONO; SALUM, 1987). De acordo com Adams (2000), o relevo da região caracteriza-se pela presença de um grande maciço montanhoso central, coberto por vegetação típica de Mata Atlântica, com seus corpos d'água dependentes da alta pluviosidade, os quais apresentam pH ácido e baixo conteúdo de nutrientes pois estão associados ao substrato antigo e altamente lixiviado do Pré-Cambriano ou ao substrato do Pleistoceno-Holoceno nas restingas. As montanhas rochosas da Ilha funcionam como uma barreira para o avanço das massas de ar provenientes do oceano e do sul do continente, direcionando correntes de convecção que condensam e provocam chuvas de caráter orográfico (SÃO PAULO, 2001). A vegetação é extremante diversa, ocorrendo em sua extensão praticamente todas as formas de fisionomias vegetais características da faixa costeira de Mata Atlântica, como: 1) vegetação de mangue, 2) vegetação de restinga, 3) vegetação pioneira de dunas, 4) floresta tropical pluvial de planície litorânea e 5) floresta pluvial da Serra do Mar (BARROS et al., 1991). Em adição a essas formações, Barros et al. (1991) destacam também a formação arbustiva de topos e as decorrentes da ação do homem, que podem ser tratadas conjuntamente como “vegetação secundária”. 17 Figura 2: Localização do Parque Estadual da Ilha do Cardoso com destaque às ilhas vizinhas e aos canais limítrofes. 3.2 COLETAS Foram realizadas duas amostragens no núcleo de visitação e pesquisa científica denominado “Núcleo Perequê” pela proximidade com o rio Perequê (Figura 3), uma em agosto e outra em novembro de 2012. Em cada amostragem foram coletadas amostras de 30 locais pré-determinados, 15 em corpos d´água doce (cachoeira, riachos e rio) e 15 pontos de solo. As amostras de água foram coletadas em frascos plásticos de 200 mL e as de solo em sacos plásticos (10 a 20 cm) com vedação. A identificação das amostras foi feita por meio de numeração e nome dado ao local de acordo com suas características. 18 Núcleo Perequê Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC) Figura 3: Parque Estadual da Ilha do Cardoso. Núcleo Perequê em destaque (Google Maps 2013). 3.3 CARACTERIZAÇÃO ABIÓTICA DOS LOCAIS DE COLETA Nos locais de coleta foram mensurados a temperatura (ºC) da água e do solo, o oxigênio dissolvido na água (mg/L) e a condutividade elétrica da água por meio do equipamento U-10 da marca Horiba. Em laboratório, foi mensurada a umidade do solo utilizando um determinador de umidade da marca Marte. O pH do solo foi mensurado segundo metodologia de Gazarini (1983, apud PIRESZOTTARELLI, 1999) na qual 10 g de solo são dissolvidos em 25 mL de água destilada sendo a leitura realizada em pHmetro pHep® 3 (Hanna instrumentos) após decantação da suspensão por 10 minutos. 3.4 ISCAGEM, TRIAGEM, ISOLAMENTO, IDENTIFICAÇÃO E PRESERVAÇÃO DOS OOMICETOS Para iscagem dos oomicetos foram vertidos em placas de petri 30 mL da amostra de água e, para as de solo foram vertidos 15 g solo, adicionando 30 mL de água destilada esterilizada. Em seguida, foram adicionados substratos celulósicos e queratinosos como sementes de Sorghum sp., epiderme de cebola, ecdise de cobra, cabelo loiro de criança e palha de milho (MILANEZ 1989), sendo as amostras incubadas por uma semana e deixadas em laboratório climatizado onde a 19 temperatura variou entre 21 e 23 ºC. A primeira triagem foi realizada uma semana após a incubação das amostras. Quando detectada a presença de oomicetos, as iscas foram separadas, colocadas em outras placas de petri com mais iscas do mesmo tipo e/ou fragmentos de micélio foram colocados em meios de cultura para crescimento e purificação. Os meios utilizados foram: MP5 (4 g de maltose, 1 g de peptona, 15 g de ágar e 1.000 mL de água destilada), YpSs/4 (5 g de amido solúvel, 0,25 g de extrato de levedura, 0,25 de fosfato de potássio, 0,25 sulfato de magnésio, 15 g de ágar e 1.000 mL de água destilada) e CMA (17 g de “corn meal agar” e 1.000 mL de água destilada) com adição de 0,4 g de penicilina, 0,2 g de sulfato de estreptomicina e 0,04 g de vancomicina depois da autoclavagem. Após purificação dos isolados, fichas para identificação foram preenchidas a partir de análise e medições das principais características morfológicas Literatura específica foi utilizada para identificação das espécies, como Johnson (1956), Sparrow (1960), Scott (1961), Seymour (1970), Plaats-Niterink (1981) e Johnson, Seymour e Padgget (2002). A classificação taxonômica está de acordo KIRK et al. (2008). Lâminas semi-permanentes foram preparadas com azul de algodão e lactofenol, vedadas com esmalte incolor, para incorporação dos espécimes no Herbário do Instituto de Botânica (SP). Além disso, os espécimes foram preservados pelo método de Castellani (FIGUEIREDO; PIMENTEL, 1975) em frascos de vidro com água destilada e esterilizada com adição de sementes de Sorghum sp., mantidos em câmara fria (MILANEZ, 1989) e em tubos de ensaio com meio de cultura, para incorporação na CCIBt. 3.5 ANÁLISE MATEMÁTICA DOS RESULTADOS Foi determinada a frequência (F%) dos táxons na água e no solo, estimada pelo número de ocorrências nas amostras examinadas/número total de amostras examinadas X 100 (ZAK; WILLIG, 2004), sendo cada amostra (placa de petri) considerada uma unidade amostral. 20 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 CARACTERIZAÇÃO ABIÓTICA DOS LOCAIS DE COLETA Os dados relativos aos fatores abióticos mensurados nos locais de coleta constam nas tabelas 1 e 2. Observou-se grande heterogeneidade entre os locais amostrados e entre as coletas realizadas. Os baixos valores de condutividade elétrica da maioria dos locais de coleta de água evidenciam que os locais estão bem preservados. No entanto, alguns locais apresentaram valores de condutividade elétrica mais elevados, além de baixos teores de oxigênio dissolvido (exemplo: locais 11 e 12), o que sugere que estes riachos podem estar sofrendo algum tipo de interferência do ambiente externo, visto que se localizam próximos a comunidade residente do Núcleo Perequê. A temperatura da água apresentou flutuações conforme a estação do ano, tendo sido mais elevada na coleta realizada em novembro, no entanto, a média no período ficou em 22°C. O pH da água variou de ácido a neutro, o que pode ser uma vantagem competitiva para os organismos zoospóricos como relatado por Sparrow (1968). O teor de oxigênio dissolvido na água variou bastante, tendo sido mais alto em locais com águas mais turbulentas e com teores mais baixos em corpos d´água localizados mais próximos à comunidade do Perequê (locais 11 à 15). Tabela 1: Variáveis abióticas mensuradas nas amostras de água da primeira (1ª) e segunda (2ª) coleta, no PEIC. As médias e os desvios padrões estão representados ao fim da tabela. Locais de coleta pH Condutividade Oxigênio Dissolvido Temperatura -1 -1 elétrica (µS.cm ) (mg.L ) (°C) 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª Local 1 5,6 7,0 0,047 0,051 8,4 7,9 18 21 Local 2 5,7 6,6 0,039 0,043 8,3 7,5 18 21 Local 3 5,3 5,5 0,042 0,057 6,4 3,3 18 22 Local 4 6,3 5,9 0,049 0,053 8,8 7 18 22 Local 5 6,3 5,8 0,049 0,052 8,5 sd* 18 22 Local 6 5,7 5,2 0,049 0,054 7,4 sd* 18 22 Local 7 6,4 5,2 0,049 0,053 4,7 sd* 19 22 Local 8 5,7 5,2 0,047 0,046 7,1 sd* 18 22 Local 9 4,9 5,4 0,080 0,036 6,6 sd* 23 24 Local 10 6,2 4,3 0,042 0,041 7,4 2,4 22 23 21 Continuação tabela 1. Locais de coleta pH Condutividade Oxigênio Dissolvido -1 Temperatura -1 elétrica (µS.cm ) (mg.L ) (°C) 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª Local 11 6,7 6,1 0,564 0,423 2,3 2,9 20 22 Local 12 4,4 5,5 0,056 1,220 2,5 sd* 29 23 Local 13 4,5 4,6 0,056 0,067 2,4 sd* 19 23 Local 14 5,7 5,6 0,198 0,202 2,4 sd* 19 25 Local 15 5,9 5,1 0,045 0,060 3,4 3,3 20 23 Média 5,7 5,5 0,094 0,163 5,7 4,9 20 22 Desvio Padrão ± 0,7 ±0,7 ± 0,130 ± 0,310 ±2,5 ± 2,4 ±3 ±1 sd*: sem dado. Em alguns locais de coleta não foi possível mensurar os valores de Oxigênio dissolvido devido a problemas no sensor do equipamento Horiba U-10. Tabela 2: Variáveis abióticas mensuradas nas amostras de solo da primeira (1ª) e segunda (2ª) coleta, no PEIC. As médias e os desvios padrões estão representados ao fim da tabela. Locais de coleta pH Temperatura (°C) Umidade (%) 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª Local 1 5,4 4,8 18 22 32 33 Local 2 5,5 5,4 18 21 28 34 Local 3 4,1 4,5 19 21 58 58 Local 4 4,1 3,9 18 21 29 38 Local 5 4,2 4,1 19 22 42 30 Local 6 4,5 4,4 18 22 18 40 Local 7 4,6 4,6 19 22 26 22 Local 8 5,3 4,6 18 22 24 33 Local 9 5,0 4,4 21 26 26 21 Local 10 5,5 4,6 19 23 13 15 Local 11 5,1 4,7 21 27 2 1 Local 12 4,5 2,6 19 21 23 58 Local 13 3,4 3,5 20 21 45 29 Local 14 5,3 4,4 19 21 47 26 Média 4,7 4,3 19 22 28 30 Desvio Padrão ± 0,6 ± 0,6 ±1 ±2 ± 15 ± 16 O pH do solo também permaneceu na faixa ácida. O valor médio da temperatura do solo não mostrou grandes variações, com mínima de 21°C e máxima de 25°C. A umidade do solo variou bastante, tendo apresentado os mais baixos valores em áreas de restinga, onde o solo é arenoso e possui vegetação baixa e esparsa, enquanto os locais com elevados valores médios de umidade se localizam 22 em áreas de Floresta Ombrófila Densa, com vegetação alta e fechada. 4.2 ANÁLISE DA DIVERSIDADE DE OOMYCOTA DO PEIC De um total de 60 amostras, 30 de água e 30 de solo, foram efetuados 116 isolamentos de oomicetos, sendo 65 isolados de solo e 51 de água. Dos 23 táxons obtidos do solo (Tabela 3), 14 foram identificados ao nível específico, sendo duas espécies pertencentes à Leptomitales, duas à Pythiales e 10 à Saprolegniales. Dos 23 táxons obtidos da água, foram identificadas 12 espécies, sendo uma pertencente à Pythiales, duas à Rhipidiales e nove à Saprolegniales (Tabela 4). Em todas as amostras foram identificadas um total de 19 espécies, as quais são primeira citação para o PEIC e estão descritas, comentadas e ilustradas na seção 4.3 destinada à taxonomia das espécies. Achlya primoachlya (Coker & Couch) T.W. Johnson & R.L. Seym., Araiospora streptandra Kevorkian e Brevilegnia longicaulis T.W. Johnson são primeiras citações para o Brasil. Tabela 3: Ocorrência de oomicetos isolados de amostras de solo do PEIC em agosto/2012 (1ª coleta) e novembro/2012 (2ª coleta). F: Frequência. 1ª coleta 2ª coleta F (%) Total Táxons REINO CHROMISTA (Straminipila pro parte) FILO OOMYCOTA CLASSE OOMYCETES ORDEM LEPTOMITALES FAMILIA LEPTOLEGNIELLACEAE Leptolegniella exogena Karling 0 1 3 1 Leptolegniella kerationphila Huneycutt 2 2 13 4 Lagenidium sp. 1 0 3 1 Pythium helicandrum Drechsler 1 0 3 1 Pythium helicoides Drechsler 1 0 3 1 Pythium spp. 6 2 27 8 Leptolegnia eccentrica Coker 1 3 133 4 Plectospira myriandra Drechsler 0 1 3 1 0 1 3 1 ORDEM PYTHIALES FAMILIA PYTHIACEAE ORDEM SAPROLEGNIALES FAMILIA LEPTOLEGNIACEAE FAMILIA SAPROLEGNIACEAE Achlya caroliniana Coker 23 Continuação tabela 3. 1ª coleta 2ª coleta F (%) Total Achlya flagellata Coker 3 4 23 7 Achlya primoachlya (Coker & Couch) T.W. Johnson & R.L. 3 0 10 3 Achlya orion Coker & Couch 0 1 3 1 Achlya sp. 1 0 1 3 1 Achlya sp. 2 1 0 3 1 Achlya sp. 3 6 3 30 9 Achlya spp. 3 2 17 5 Brevilegnia longicaulis T.W. Johnson 1 0 3 1 Brevilegnia spp. 0 3 10 3 Dictyuchus sp. 1 0 3 1 Phragmosporangium uniseriatum R.L. Seym. 5 3 27 8 Pythiopsis irregularis R.L Seym. 0 1 3 1 Saprolegnia truncata R.L. Seym. 1 0 3 1 Saprolegnia sp. 1 0 3 1 Total de táxons 16 14 23 Total de ocorrências 37 28 65 Táxons Seym. Tabela 4: Ocorrência de oomicetos isolados de amostras de água do PEIC em agosto/2012 (1ª coleta) e novembro/2012 (2ª coleta). F: Frequência. 1ª coleta 2ª coleta F (%) Total Táxons REINO CHROMISTA (Straminipila pro parte) FILO OOMYCOTA CLASSE OOMYCETES ORDEM PYTHIALES FAMILIA PYTHIACEAE Lagenidium sp. 0 1 3 1 Pythium helicoides Drechsler 0 2 7 2 Pythium spp. 2 1 10 3 0 1 3 1 20 3 ORDEM RHIPIDIALES FAMILIA RHIPIDIACEAE Araiospora streptandra Kevorkian Sapromyces androgynus Thaxt. 2 1 ORDEM SAPROLEGNIALES FAMILIA LEPTOLEGNIACEAE Aphanomyces stellatus de Bary 1 0 3 1 Leptolegnia eccentrica Coker 0 1 3 1 Plectospira myriandra Drechsler 1 0 3 1 24 Continuação tabela 4 1ª coleta 2ª coleta F (%) Total Achlya caroliniana Coker 0 1 3 1 Achlya orion Coker & Couch 1 0 3 1 Achlya primoachlya (Coker & Couch) T. W. Johnson & R. 3 1 13 4 Achlya treleaseana (Humphrey) Kauffman 1 0 3 1 Achlya sp. 1 0 1 3 1 Achlya sp. 3 2 0 7 2 Achlya sp. 4 1 0 3 1 Achlya spp. 3 8 37 11 Brevilegnia spp. 0 1 3 1 Dictyuchus spp. 2 1 10 3 Phragmosporangium uniseriatum R.L. Seym. 0 2 7 2 Saprolegnia terrestris Cookson ex. R.L. Seym. 1 0 3 1 Saprolegnia sp. 1 1 0 3 1 Saprolegnia spp 6 2 27 8 Total de táxons 14 14 22 Total de ocorrências 27 24 51 Táxons FAMILIA SAPROLEGNIACEAE L. Seym. Durante o período de estudo, Phragmosporangium uniseriatum e Achlya flagellata foram as espécies com maior frequência em amostras de solo, ocorrendo em 8 e 7 amostras (placas de petri) das 15 unidades amostrais de solo estudadas respectivamente. Em amostras de água Achlya primoachlya e Sapromyces androgynus tiveram maior frequência com a ocorrência em 4 e 3 amostras (placas de petri) estudadas das 15 unidades amostrais de água estudadas respectivamente. As espécies Leptolegniella exógena, Leptolegniella keratinophilla, Brevilegnia longicaulis e Saprolegnia truncata, ocorreram somente nas amostras de solo enquanto que Aphanomyces stellatus, Araiospora streptandra, Aclhya treleaseana, Sapromyces androgynus e Saprolegnia terrestris ocorreram somente nas amostras de água. Alguns táxons foram identificados em nível de gênero por não terem apresentado estruturas sexuais, outras estão ainda sendo identificadas. O gênero Achlya apresenta maior numero de registros tanto nas amostras de água com em solo. O maior número de ocorrência de táxons nas amostras de solo é devido, provavelmente, ao alto grau de matéria orgânica presente para decomposição. 25 4.3 TAXONOMIA REINO CHROMISTA (Straminipila pro parte) FILO OOMYCOTA CLASSE OOMYCETES ORDEM PYTHIALES FAMÍLIA PYTHIACEAE Pythium helicandrum Drechsler, Bull. Torrey Bot. Club 77: 455. 1950. Figuras 1−2 Talo monóico. Zoosporângios elipsoidais terminais, alguns intercalares, parede lisa, (22,5) 25,0−62,5 x 15,0−27,5 µm. Liberação dos zoósporos pitióide. Zoósporos encistados de 10,0−12,5 µm diâm. Oogônios laterais, alguns terminais, esféricos, de 17,5−27,5 µm diâm incluindo ornamentações, ornamentações espinhosas de 1,5 µm compr. Anterídios díclinos, enrolando no pedúnculo. Oósporos pleróticos, esféricos, 13,5−19,5 µm diâm., parede do oósporo 1,5 µm espessura. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em semente de sorgo, amostras de solo, 20/VIII/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3990). A descrição do espécime aqui estudado está de acordo com Drechsler (1950) e Plaats-Niterink (1981). Pythium helicoides Drechsler, J. Wash. Acad. Sci. 20: 413. 1931. Figuras 3−4 Talo monóico. Zoosporângios limoniformes, 32,5−37,5 x 30,0−35,0 µm, com proliferação interna. Liberação dos zoósporos pitióide; zoósporos encistados de 10,0−12,5 µm diâm. Oogônios laterais, esféricos, 22,5−34,5 µm diâm., parede lisa. Anterídios díclinos e monóclinos, enrolando no pedúnculo oogonial, 1 a 3 por oogônio, atracação lateral; tubo de fertilização presente. Oósporos apleróticos, esféricos, 20,0−28,5 µm diâm., coloração amarelada; parede do oósporo 1,5−3,0 µm diâm., 1 por oogônio. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em epiderme de cebola, amostras de água e solo, 20/VIII/2012 e 05/XI/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3981). 26 As características do espécime examinado está de acordo com PlaatsNiterink (1981). A descrição aqui apresentada está de acordo com a chave de Pythium elaborada por Ho (2011). ORDEM RHIPIDIALES FAMÍLIA RHIPIDIACEAE Araiospora streptandra Kevorkian, Mycologia 26: 151. 1934. Figuras 5–6 Célula basal cilíndrica, ramificada, com a presença de zoosporângios pedicelados de dois tipos, lisos e com ornamentações espinhosas; quando lisos são ovais, piriformes ou fusiformes, de 30,0–120,0 x 12,0−60,0 µm diâm., e quando ornamentados são esféricos, de 37,0–66,0 µm diâm., com espinhos de 11,0−23,0 µm compr., alguns espinhos apicais de até 40,0 µm compr. Oogônios esféricos, 43,0−50,0 µm diâm. com um único oósporo. Anterídios irregulares, enrolando na base do pedúnculo oogonial, 1 por oogônio. Oósporos esféricos rodeados por uma camada de células hexagonais, 34,0−45,0 µm diâm., 1 por oogônio; germinação não observada. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em gravetos submersos, 05/XI/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (SP 445754). As características do espécime isolado estão de acordo com a descrição contida em Sparrow (1960). Essa é a primeira citação da espécie para o Brasil. Sapromyces androgynus Thax., Bot. Gaz. 21: 329. 1896. Figura 7 Célula basal cilíndrica, ramificada. Zoosporângios fusiformes, pedicelados, 55,5−97,5 × 22,5−30,0 µm diâm. Zoósporos não observados. Oogônios ovais, terminais, pedicelados, 32,5−57,5 × 27,5−47,5 µm diâm. Anterídios andróginos, atracação apical, 1 por oogônio; tubo de fertilização presente. Oósporos esféricos, 22,5−40 µm diâm., 1 por oogônio; germinação não observada. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em gravetos submersos, 20/VIII/2012 e 05/XI/2012, C.L.A. PiresZottarelli s.n. (SP 445754). 27 As características do espécime observado concordam com a descrição de Sparrow (1960), exceto pelo tamanho do oósporo, cujo autor apresenta menores, 20,0−26,0 µm diâm. Figuras 1−6. 1−2. Pythium helicandrum . 1. Zoosporângio elipsoidal. 2. Oogônio com ornamentação e anterídio diclino enrolando no pedúnculo oogonial. 3−4. Pythium helicoides 3. Zoosporângio com proliferação interna. 4. Oogônio com anterídio enrolado no pedúnculo. 5−6. Araiospora streptandra. 5. Zoosporângios lisos e ornamentados. 6. Oogônios com oósporo e anterídio. 28 ORDEM SAPROLEGNIALES FAMÍLIA LEPTOLEGNIACEAE Aphanomyces stellatus de Bary, Jb. wiss. Bot. 2: 178. 1860. Figura 8 Talo monóico. Hifas delicadas. Zoosporângios filamentosos, longos. Descarga dos zoósporos aclióide; zoósporos encistados 9,0−12,0 µm diâm. Gemas ausentes. Oogônios laterais, alguns terminais, esféricos, 30,0−37,5 µm diâm., incluindo as ornamentações; ornamentações papiladas e tuberculadas; pedúnculo do oogônio simples, 1−3 vezes o tamanho do oogônio. Oosfera maturando. Anterídios díclinos, célula anteridial simples, atracação lateral. Oósporos com gotículas lipídicas subcêntricas, esféricos, 17,5−22,5 µm diam. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em ecdise de cobra, amostra de água, 20/VIII/2012, C.L.A. PiresZottarelli s.n. (CCIBt 3994). O espécime possui oogônios pouco maiores que os citados em Johnson et al. (2002) que citam oogônios de 16,0−35,0 µm diâm incluindo ornamentações. Leptolegnia eccentrica Coker, J. Elisha Mitchell scient. Soc. 42: 215. 1927. Figuras 9−10 Talo monóico. Micélio delicado. Zoosporângios filiformes e longos, algumas vezes encurvados. Zoósporos dispostos em uma única fileira no zoosporângio; alongados durante a liberação, mas se tornando piriformes e nadando antes de encistar; zoósporos encistados de 6,0−8,0 µm diam. Gemas ausentes. Oogônios laterais, alguns sésseis, esféricos, 17,5−27,5 µm diâm., incluindo papilas quando presentes. Anterídios monoclinos, alguns andróginos, atracação apical, persistindo. Oósporos excêntricos, esféricos, 12,5−15,0 µm diâm., 1 por oogônio; parede interna irregular ou enrugada. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em ecdise de cobra, amostras de solo, 20/VIII/2012 e água, 05/XI/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3991). O espécime possui oogônios e oósporos menores quando comparados à descrição de Johnson et al. (2002), os quais citam oogônios de16,0−43,0 µm diâm. e oósporos de 14,0−38,0 µm diâm. 29 Plectospira myriandra Drechsler, J. Agr. Res. 34: 294. 1927. Figuras 11−12 Talo monóico. Zoosporângios lobulados. Liberação dos zoósporos aclióide. Gemas ausentes. Oogônios laterais, alguns terminais, esféricos, (15,0) 25,0−30,0 µm diâm., parede lisa, coloração amarelada. Anterídios díclinos, alguns monóclinos, atracação apical, mais de um anterídio por oogônio. Oosferas maturando. Oósporos subcêntricos, esféricos, 15,0−22,5 µm diâm., 1 por oogônio; pedúnculo oogonial simples. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em palha de milho, amostras de água, 20/VIII/2012, e solo, 05/XI/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3992). A descrição do espécime estudado está de acordo com a descrição original de Drechsler (1927). ORDEM LEPTOMITALES FAMÍLIA LEPTOLEGNIELLACEAE Leptolegniella exogena Karling, Nova Hedwigia 45: 433. 1987. Figuras 13−14 Micélio intramatrical e extramatrical em ecdise de cobra; hifas irregulares por todo o substrato, 12,0−17,5 µm espessura. Zoosporângios não diferenciados do micélio vegetativo. Zoósporos esféricos, de 7,5−9,0 µm diâm., emergindo para fora da hifa para formação dos esporos de resistência. Esporos de resistência ovais, de 10,0-17,5 x 10,0−12,5 µm diâm., alguns esféricos, 15,0−17,5 µm diâm. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em ecdise de cobra, amostras de solo, 05/XI/2012, C.L.A. PiresZottarelli s.n. (SP 445753). As características do espécime estudado estão de acordo com a descrição original de Karling (1987). A espécie foi citada pela primeira vez no país por Gomes e Pires-Zottarelli (2006). Leptolegniella keratinophila Huneycutt, J. Elisha Mitchell Sci. Soc. 68: 110. 1952. Figura 15 Micélio extensivo, intramatrical, em ecdise de cobra; hifas irregulares e ramificadas. Zoosporângios não se diferenciando do micélio vegetativo. Esporos em fileira única, localizados dentro das hifas, de 5,0−10,0 µm diâm. Esporos de 30 resistência localizados internamente nas hifas do micélio vegetativo, ovais, 15,0−22,5 x 10,0−12,5 µm, algumas vezes esféricos, 12,5−22,5 µm diâm. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em ecdise de cobra, amostras de solo, 20/VIII/2012, C.L.A. PiresZottarelli s.n. (SP 445752). Figuras 7−12. 7. Sapromyces androgynus. Zoosporângios pedicelados, oogônio pedicelado com anterídio andrógino. 8. Aphanomyces stellatus. Oogônios com ornamentação. 9−10. Leptolegnia eccentrica. 9 Aspecto geral da colônia evidenciado a formação de oogônios. 10. Oogônios com anterídios monóclinos. 11−12. Plectospira myriandra. 11. Oogônio lateral com anterídios. 12. Oogônio em palha de milho com coloração amarelada e anterídios. 31 As características do espécime estudado estão de acordo com a descrição original de Huneycutt (1952), no entanto, esse isolado possui esporos de resistência maiores que os citados pelo autor que são de 10,8−16,0 x 6,5−10,7 µm diâm. ORDEM SAPROLEGNIALES FAMÍLIA SAPROLEGNIACEAE Achlya caroliniana Coker, Bot. Gaz. 50: 381. 1910. Figuras 16–17 Talo monóico. Zoosporângios fusiformes, 200,0−260,0 × 30,0–40,0 µm. Zoósporos encistados de 7,5–12,5 µm diâm.; renovação simpodial, às vezes cimosa. Liberação dos zoósporos aclióide, algumas vezes aplanóide. Gemas presentes. Oogônios esféricos, 20,0–25,0 µm diâm., algumas vezes piriformes, laterais, às vezes terminais; parede lisa ou com projeções papiladas. Anterídios raros, quando presentes monóclinos, alguns andróginos, atracação lateral, muitas vezes não atracando os oogônios. Oosferas maturando. Oósporos excêntricos, esféricos, 15,0−17,5 µm diâm., 1–3 por oogônio; pedúnculo oogonial simples de 1–6 vezes o tamanho do oogônio. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em semente de sorgo, amostras de água e solo, 05/XI/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3870). O espécime estudado está de acordo com a descrição de Johnson et al. (2002). Achlya flagellata Coker, Saprolegniaceae with notes on other water molds: 116. 1923. Figura 18 Talo monóico. Zoosporângios fusiformes, 230,0−340,0 x 40,0−70,0 µm; parede lisa; renovação simpodial. Liberação dos zoósporos aclióide, zoósporos encistados 7,5−10,0 µm diâm. Gemas presentes. Oogônios laterais, esféricos, 37,5−72,5 µm diâm., parede lisa; pedúnculo oogonial ½−5 vezes o tamanho do oogônio. Anterídios díclinos, atracação apical e por projeções, célula anteridial simples; tubo de fertilização ausente. Oosferas abortivas. Oósporos excêntricos, esféricos, 20,0−25,0 µm diâm.; 2−9 por oogônio. 32 Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em semente de sorgo, amostras de solo, 20/VIII/2012 e 05/XI/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3980). As características do espécime estudado concordam com a descrição de Johnson (1956), exceto pelo tamanho dos zoosporângios, que foram citados maiores, de 100,0−1930,0 x 10,0−53,0 µm. Figuras 13−18. 13−14. Leptolegniella exogena. 13. Aspecto geral em ecdise de cobra. 14. Micélio com esporos de resistência externos às hifas. 15. Leptolegniella keratinophila. Esporos de resistência localizados dentro da hifa, em ecdise de cobra. 16 −17. Achlya caroliniana. 16. Zoosporângio em formação. 17. Oogônios com projeções papiladas e oósporo excentrico. 18. Achlya flagellata. Oogônios com anterídios diclinos. 33 Achlya orion Coker & Couch, J. Elisha Mitchell Scient. Soc. 36: 100. 1920. Figura 19 Talo monóico. Zoosporângios fusiformes, 102,5−350,0 x 17,5−25,0 µm, renovação simpodial. Liberação dos zoósporos aclióide, zoósporos encistados 7,5−12,5 µm diâm. Gemas ausentes. Oogônios laterais, alguns terminais, esféricos, 35,0−52,5 µm, parede lisa, pedúnculo simples, enrolado e contorcido, ½−3 vezes o tamanho do oogônio. Anterídios andróginos e monóclinos, atracação por projeções; tubo de fertilização presente e persistente. Oosferas maturando. Oósporos excêntricos, esféricos, 22,5−27,5 µm diâm., preenchendo todo o oogônio, 1−6 por oogônio. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em semente de sorgo, amostras de solo, 20/VIII/2012 e 05/XI/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3984). As características do isolado estudado concordam com as descritas por Johnson et al. (2002). Achlya primoaclhya (Coker & Couch) T. W. Johnson & R. L. Seym., Mycotaxon 92: 20. 2005. Figuras 20−22 Talo monóico. Zoosporângios fusiformes, 130,0−490,0 x 20,0−40,0 µm. Liberação dos zoósporos primários aclióide e traustotecóide e dictióide dos secundários. Zoósporos encistados 10,0−12,0 µm diâm. Gemas ausentes. Oogônios laterais, esféricos, 52,5−87,5 µm diâm., incluindo ornamentações; paredes oogoniais com ornamentações truncadas, papiladas e tuberculadas. Oosferas maturando. Anterídios díclinos e monóclinos, não persistentes; célula anteridial simples, atracação apical. Oósporos excêntricos, esféricos, 15,0−22,5 µm diâm., 1−13 por oogônio; pedúnculo oogonial ½−2 vezes o tamanho do oogônio. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em semente de sorgo, amostras de água, 20/VIII/2012 e 05/XI/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3982). As características do espécime estudado concordam com a descrição de Johnson et al. (2005), porém, os zoosporângios possuem o tamanho menor ao encontrado pelos autores, os quais citam de 90,0−188,0 x 12,0−39,0 µm., além disso, não é citado pelos autores a descarga secundária dictióide aqui observada. A espécie foi descrita por Coker e Couch (1924) como Thraustotheca primoachlya devido a presença de liberação traustotecóide, no entanto, Johnson et al. (2005), 34 diante da observação dos zoosporângios primários aclióides a posicionaram no gênero Achlya. Essa á a primeira citação da espécie no país. Achlya treleaseana (Humphrey) Kauffman, Report Mich. Acad. Sci. 8: 26 (1906). Figuras 23−24 Talo monóico. Zoosporângios não observados. Gemas presentes. Oogônios terminais e intercalares, alongados, filiformes ou naviculados, 260,0−430,0 x 30,0 µm, alguns ovalados 65,0−170,0 x 22,5−32,0 µm, parede lisa, com poros, algumas ornamentadas; ornamentações papiladas, 7,5−12,5 µm compr. Oosfera maturando. Anterídios andróginos. Oósporos subcêntricos, esféricos, 17,5−25,0 µm diâm., alguns ovais, 17,5−60,0 x 17,5−47,5 µm., de 2−18 por oogônio. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em semente de sorgo, amostras de água, 20/VIII/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3993). A descrição aqui apresentada está de acordo com a de Johnson (1956), apesar de Johnson et al. (2002) considerar Achlya treleaseana na sinonímia de Achlya androgyna (W. Archer) T. W. Johnson & R. L. Seymour. No momento optouse pela classificação contida em Johnson (1956), até que novos estudos possam resolver problemas taxonômicos. Brevilegnia longicaulis T.W. Johnson, Mycologia 42: 244.1950. Figuras 25−26 Talo monóico. Zoosporângios cilindricos, 117,5−250,0 (390) x 17,5−35 µm. Liberação dos zoósporos brevilegnióide.; zoósporos encistados, 10,0−12,5 µm diâm. Gemas ausentes. Oogônios laterais, alguns terminais, ocasionalmente intercalares, esféricos, 27,5−35,0 µm diâm., parede lisa. Oosferas maturando. Anterídios díclinos, atracação anteridial lateral, às vezes por projeções, vários atracando o mesmo oogônio. Oósporos excêntricos, esféricos, 22,5−27,5 µm diâm., 1 por oogônio; pedúnculo oogonial de 1-6 vezes o tamanho do oogônio. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em ecdise de cobra, amostras de solo, 20/VIII/2012, C.L.A. PiresZottarelli s.n. (CCIBt 3989). As características do espécime aqui estudado está de acordo com Johnson et al. (2002). Essa é a primeira citação da espécie no país. 35 Figuras 19−24. 19. Achlya orion. Oogônios com pedúnculos retorcidos. 20−22. Achlya primoachlya. 20. Liberação aclióide. 21. Liberação traustotecóide. 22. Oogônios ornamentados. 23−24. Achlya treleaseana. 23. Oogônio filiforme com oosferas. 24. Oogônio ornamentado. Phragmosporangium uniseriatum R.L. Seym., Mycotaxon 92: 8. 2005. Figuras 27−28 Talo monóico. Micélio limitado, delicado. Zoosporângios filiformes, longos, às vezes ramificados, com 1 a 2 fileiras de zoósporos, normalmente 1. Liberação dos zoósporos dictióide; zoósporos encistados de 6,0−9,0 µm diâm. Gemas ausentes. Oogônios esféricos, laterais, 20,0−30,0 µm diâm., amarelados; parede lisa, ocasionalmente irregulares, algumas vezes com projeções papiladas. Anterídios monóclinos, alguns andróginos, atracação apical, célula anteridial simples; tubo de 36 fertilização presente. Oósporos subcêntricos, às vezes cêntricos, de 12,5−17,5 µm diâm., 1 por oogônio. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em ecdise de cobra, amostras de solo, 20/VIII/2012 e 05/XI/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3986). As características apresentadas pelo espécime concordam com as descrições de Johnson et al. (2005). A espécie foi primeiramente relatada no Brasil por Pires-Zottarelli et al. (2007). Pythiopsis irregularis R.L. Seym., Mycotaxon 92: 2. 2005. Talo monóico, Zoosporângios filiformes, algumas Figuras 29–30 vezes iregulares, 50,0−87,5 x 22,5−45,0 µm. Liberação dos zoósporos saprolegnióide. Zoósporos encistados de 10,0−12,5 µm diâm. Gemas presentes. Oogônios terminais, alguns laterais e intercalares, esféricos, 22,5−72,5 µm diâm., alguns dolioformes, 37,5−67,5 x 30,0−50,0 µm. incluindo ornamentações; ornamentações papiladas. Oosferas maturando. Anterídios andróginos, com atracação apical, célula anteridial simples, tubo de fertilização ausente. Oósporos cêntricos, esféricos, 25,0−35,0 µm diâm., alguns preenchendo todo o oogônio, 1−2 por oogônio; pedúnculo oogonial simples. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em semente de sorgo, amostras de solo, 20/VIII/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3985). A descrição do espécime estudado concorda com Johnson et al. (2005) que isolou a espécie em Manaus (AM). Saprolegnia terrestris Cookson ex R. L. Seym., Nova Hedwigia (Beiheft) 19: 37. 1970. Figuras 31−33 Talo monóico. Zoosporângios fusiformes, 160,0−440,0 × 20,0−30,0 µm; renovação por proliferação interna. Descarga dos zoósporos saprolegnióide; zoósporos encistados 10,0−12,5 µm diâm. Gemas presentes. Oogônios laterais, terminais, alguns intercalares, esféricos, 52,5−75,0 µm diâm., parede lisa, com poros; Oosferas maturando. Anterídios andróginos, alguns monóclinos, atracação anteridial apical, às vezes lateral, ramo anteridial às vezes ramificado; célula anteridial simples; tubo de fertilização ausente. Oósporos subcêntricos, alguns 37 cêntricos, esféricos, 27,5−32,5 µm diâm., preenchendo todo o oogônio, 1−15 por oogônio; pedúnculo oogonial simples, ½−5 vezes o tamanho do oogônio. Figuras 25−30. 25−26. Brevilegnia longicaulis. 25. Zoosporângio. 26. Oogônio com vários anterídios atracando e oósporo excêntrico. 27−28. Phragmosporangium uniseriatum. 27. Aspecto geral em ecdise de cobra. 28. Oogônio com projeções e oósporo cêntrico. 29−30. Pythiopsis irregularis. 29. Zoosporângios irregulares com diferentes formatos. 30. Oogônio intercalar ornamentado. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em semente de sorgo, amostras de água, 20/VIII/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3983). 38 As características do espécime está de acordo com a descrição apresentada em Jonhson et al. (2002), exceto pela presença de papilas encontradas em alguns oogônios, o que não foram verificadas no espécime estudado. Figuras 31–36. Saprolegnia terrestris. 31. Zoosporângio com proliferação interna e zoósporos liberados. 32. Oogônios com oosferas e anterídios andróginos. 33. Aspecto geral. 34–36. Saprolegnia truncata. 34. Aspecto geral da colônia. 35. Oogônios ornamentados em formação com anterídio andrógino. 36. Oogônios com oósporos subcêntricos. 39 Saprolegnia truncata R. L. Seym., Mycotaxon 92: 9. 2005. Figuras 34−36 Talo monóico. Zoosporângios raros, clavados, 130,0−240,0x12,5−17,5 µm; Liberação dos zoósporos saprolegnióide, zoósporos encistados 7,5–10,0 µm diâm. Gemas ausentes. Oôgonios laterais, às vezes terminais, esféricos, 37,5–70,0 µm diâm. incluindo ornamentações; ornamentações papiladas e truncadas, 7,5–12,5 × 10–22,5 µm;. Anterídios andróginos, atracação apical, simples, tubo de fertilização não observado. Oosferas maturando. Oósporos subcêntricos, 25,0–45,0 µm diâm., de 1–4 por oogônio; pedúnculo oogonial ½–6 vezes o tamanho do oogônio. Material examinado: BRASIL. São Paulo: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sapróbio em semente de sorgo, amostras de solo, 20/VIII/2012, C.L.A. Pires-Zottarelli s.n. (CCIBt 3988). As características do espécime aqui estudado estão de acordo com a descrição de Johnson, Seymour e Padgett (2005). Entretanto, os autores descrevem anterídios raros diferente do que foi encontrado no espécime estudado. Essa representa a segunda citação da espécie no Brasil, tendo sido encontrada pela primeira vez por e Johnson, Seymour e Padgett (2005) em Manaus (AM). 40 5 CONCLUSÃO Das espécies identificadas, todas são novas citações para o PEIC, no entanto, grande parte delas foi anteriormente relatada para o bioma Mata Atlântica. Três espécies são primeira citação para o Brasil, Achlya primoachlya, Araiospora streptandra e Brevilegnia longicaulis, evidenciado o esforço amostral para o estudo do grupo. Os resultados ora obtidos ampliam o conhecimento do grupo em áreas de Mata Atlântica e no país, mas não esgotam o registro das espécies de Oomycota para as áreas estudadas. 41 REFERÊNCIAS AB'SABER, A. N. Os domínios morfoclimáticos na América do Sul: primeira aproximação. Geomorfologia, São Paulo, v. 52, p. 1–21, 1977. ADAMS, C. Caiçaras na Mata Atlântica: pesquisa científica versus planejamento e gestão ambiental. Annanblume. São Paulo: FAPESP, 2000. ADL, S. M.; SIMPSON, A. G. B.; FARNER, M. 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