PRIVAÇÃO CULTURAL: INTERFERÊNCIAS NO
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PRIVAÇÃO CULTURAL: INTERFERÊNCIAS NO
PRIVAÇÃO CULTURAL: INTERFERÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO (Goldani, Andréa.; Silva, Elizete.; Arruda, Karen.; Cunha, Maiza; Ramos, Mônica.; Abiraxis, Raiane. Universidade Estácio de Sá Nova Friburgo) Para entender os processos cognitivos envolvidos na aprendizagem e os aspectos que sustentam as dificuldades de aprendizagem, o conhecimento das estruturas e do funcionamento do Sistema nervoso faz-se necessária, daí a intersecção entre a neurociência e aprendizagem. O projeto de iniciação científica desenvolvido na UNESA – Nova Friburgo, partindo do pressuposto que as dificuldades de aprendizagem nem sempre são em função de problemas distais (hereditariedade, nível de estudos e cultural dos pais, problemas neurofisiológicos dentre outros), mas sim proximais (presença ou ausência de experiência de aprendizagem mediada), buscou como embasamento teórico a teoria da modificabilidade cognitiva estrutural e experiência de aprendizagem mediada, que afirma que todo ser humano é passível a modificar-se mesmo em situações adversas, desde que seja reconhecida sua estrutura e funcionamento cognitivo e uma intervenção direta. De acordo com estudos recentes, o cérebro é plástico e, portanto passível a adaptações. Ideia compatível com a proposta teórica de Feuerstein. A modificabilidade é resultado da experiência de aprendizagem mediada que diz respeito à interposição de uma figura humana entre o estimulo, o organismo e a resposta, e que pretende auxiliar o organismo ou sujeito que aprende a organizar e elaborar a informação, garantindo assim uma aprendizagem eficaz. Quando não há mediação pode ocorrer a privação cultural, que é a reduzida capacidade de modificabilidade cognitiva estrutural na ausência de mediação ou mesmo quando ela existe mas não é eficaz. A exposição direta ao estímulo é também uma forma de desenvolvimento e de aprendizagem, mas para muitas pessoas torna-se difícil em função de fatores diversos que interferem diretamente no desempenho acadêmico. Os objetivos do projeto foram avaliar de forma mediada, alunos da escola pública, a fim de inventariar as funções cognitivas deficientes e capacitar professores a fim de torná-los mediadores para auxiliar na remissão das dificuldades. A metodologia consistiu em selecionar as crianças em parceria com o CAPPE (Centro de apoio psicopedagógico), em seguida utilizar técnicas e instrumentos psicológicos para avaliar nível intelectual, atenção, memória e linguagem, após correção traçar um perfil cognitivo das crianças e finalmente promover capacitação dos docentes. Os resultados observados mostraram que a maioria das crianças possuía privação cultural uma vez que os instrumentos não denunciaram outros problemas que justificassem as dificuldades. Na capacitação dos docentes ficou evidenciado o desconhecimento de novas metodologias que minimizassem as dificuldades e aperfeiçoassem o rendimento dos alunos e por isso aderiram à proposta com muita dedicação e interesse. Palavras – chave: Neurociência, Déficit cognitivo e Mediação Área temática: Neuropsicologia cognitiva Modalidade: Comunicação oral C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5