AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO VALE DE OVIL – CAMPELO
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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO VALE DE OVIL – CAMPELO
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO VALE DE OVIL – CAMPELO BAIÃO Datas da visita: 21 a 23 de Novembro de 2007 Relatório de Avaliação Externa I – Introdução A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação préescolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um “programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho”. Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil realizada pela equipa de avaliação que visitou este Agrupamento entre 21 a 23 de Novembro de 2007. Os capítulos do relatório ― caracterização da unidade de gestão, conclusões da avaliação por domínio, avaliação por factor e considerações finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pelo Agrupamento, será oportunamente disponibilizado no sítio internet da IGE (www.ige.min-edu.pt). Escala de avaliação utilizada Níveis de classificação dos cinco domínios Muito Bom ― Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos. Bom ― Revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos. Suficiente ― Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas do Agrupamento. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos. Insuficiente ― Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. Não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos. Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 2 Relatório de Avaliação Externa II – Caracterização do Agrupamento O Agrupamento de Escolas de Vale de Ovil, com sede na Escola Básica do 2º e 3º ciclos e Secundária (EB2,3/S) de Baião, situa -se na freguesia de Campelo, do concelho de Baião, o mais interior do distrito do Porto. A EB2,3/S de Baião funciona nas actuais instalações desde 1984, tendo-se tornado sede do Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil em 1999. O Agrupamento é constituído pela EB2,3/S, por cinco Escolas Básicas do 1º ciclo (EB1) – EB1 Sede nº.1, EB1 Sede nº.2, EB1de Ingilde, EB1Loivos do Monte e EB1de Vilarelho – e pelo Jardim-deinfância (JI) de Pranhô. A Escola sede funciona num conjunto de 5 pavilhões, construídos de raiz. A concepção arquitectónica desta tipologia de edifício coloca alguns problemas na gestão e utilização dos espaços escolares. Nos 5 pavilhões, destinados à actividade lectiva e não lectiva, funcionam: as salas de aula não específicas; o pavilhão gimnodesportivo; a oficina de electricidade; os laboratórios de Química, de Biologia e de Informática; a sala de Ciências; a sala de Educação Visual; a sala de Educação Tecnológica; a sala de Música; a sala de Matemática; a sala de Informática; a sala de Audiovisuais; a Biblioteca; o Auditório; a Sala de Estudo; a sala de professores; a sala dos Directores de Turma; a sala do Núcleo de Apoio Educativo; o gabinete dos Serviços de Psicologia e Orientação; os Serviços de Administração Escolar; o polivalente; a cantina; a papelaria; a reprografia; o bar dos alunos e a sala da Associação de Estudantes. A EB2,3/S, as EB1 e o JI do Agrupamento deparam-se com alguns problemas de exiguidade e de qualidade dos espaços escolares, para o elevado número de alunos, particularmente a partir do 2º ciclo. Os espaços exteriores da EB2,3/S são amplos e incluem zonas ajardinadas, um campo de jogos, espaços de recreio ao ar livre e percursos de circulação cobertos. A EB2,3/S, única Escola Secundária de Baião, além dos alunos da sua área de influência acolhe também os alunos das duas EB2,3 do concelho. Os alunos do Agrupamento distribuem-se por vinte freguesias, numa área total de174 km² de área rural. A população do concelho apresenta baixos níveis de escolaridade. As habilitações académicas dos pais dos alunos situam-se, predominantemente, no 1º ciclo do Ensino Básico (EB). A categoria socioprofissional predominante é a de “Operários, Artífices e Trabalhadores Similares das Indústrias Extractivas e da Construção”. O Agrupamento consagra, desde 2001, percursos alternativos ao ensino regular, quer no EB, quer no Ensino Secundário (ES), para jovens e adultos. Além do ensino regular, funcionam, ainda, no Agrupamento os cursos de educação e formação e o curso profissional de técnico de turismo e ambiente rural e um curso de especialização tecnológica em geriatria, em regime diurno. O Agrupamento oferece, também, o ensino recorrente e cursos de educação e formação de adultos, em regime nocturno. Face aos dados vertidos no documento Perfil do Agrupamento, em 2007/08, dos 1227 alunos do Agrupamento, 64 estão inscritos na Educação Pré-Escolar, (cerca de 20 crianças encontram-se, ainda, aguardar o funcionamento de uma terceira sala), 226 frequentam o 1º ciclo, 180 o 2º ciclo, 253 o 3º ciclo e 325 frequentam o ES, todos no ensino regular. Nos percursos alternativos, 49 frequentam os cursos de educação e formação, 107 os cursos profissionais e 23 no ensino recorrente. Dos alunos que frequentam os 2º e 3º ciclos, 44% são apoiados pela acção social escolar, no ES esse apoio situa-se em 37%. No EB, somente, 69 alunos têm computador e Internet em casa e no ES 74 alunos. A entrada dos alunos no Ensino Superior Público constitui um indicador estimulante para os responsáveis do Agrupamento. Dos 620 alunos inscritos em exame nacional, nos últimos 3 anos, 19 % acedeu ao Ensino Superior. O quadro de pessoal docente do Agrupamento é constituído por 114 docentes: 77 professores de quadro (48 do quadro de escola e 29 de quadro de zona pedagógica) e 36 professores em regime de contratação. O quadro de pessoal não docente integra 44 funcionários: 27 de quadro, 10 em regime de contrato individual de trabalho e 7 em regime de contrato a termo certo. III – Conclusões da avaliação por domínio 1. Resultados Bom Os resultados académicos, referentes ao ano lectivo 2006/07 fornecidos pelo Agrupamento, apresentam taxas de transição de 95% no 1º ciclo, de 93% no 2º ciclo, de 71% no 3º ciclo e de 81% no ES. As taxas de conclusão dos percursos alternativos, revelam ser bastante positivas: operador de informática 70%; electricista de instalação-55%; operador de informática 90%; técnico de apoio social e animação sócio-cultural 85% e o curso de educação e formação de adultos do EB 75%. Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 3 Relatório de Avaliação Externa Os resultados das Provas de Aferição (4º e 6º anos) relativas a 2007 são superiores às médias nacionais. Os resultados dos exames nacionais do 9º ano na disciplina de Língua Portuguesa, no biénio 2005-2007, situam-se na média nacional e os da disciplina de Matemática ligeiramente abaixo à média nacional. No 12º ano, apesar de nas 3 disciplinas com maior número de exames realizados, a nível nacional (Português, Matemática e História), se verificar uma ligeira descida face à média nacional, a tendência interna vai no sentido de melhoria gradual. No Ensino Secundário é de assinalar o sucesso às disciplinas de Biologia e Química, bem acima da média nacional. A taxa de abandono escolar é inexistente no 1º ciclo, tem vindo a diminuir no 2º ciclo desde 2003/04, sendo residual (0,6%) no presente ano lectivo. A taxa de abandono no 3º ciclo estabilizou nos 3,4 valores percentuais, desde o ano lectivo 2005/06. É notória a preocupação do Agrupamento com a implementação de um processo educativo orientado por uma “Visão de Escola de Referência e de Excelência”, cuja “Missão” assenta nos “Valores da Dignidade da Pessoa Humana, do Profissionalismo, do Conhecimento, da Responsabilidade, do Sentido de Justiça, da Cidadania, da Solidariedade, do Respeito pela Diferença, da Identidade Cultural e da Inclusão”. Os alunos encontram na Escola um bom clima afectivo, valorizam a dedicação, o empenho e o apoio que recebem, diariamente, do CE, dos Professores e dos Funcionários. Existe um ambiente geral de bom relacionamento entre os diferentes elementos da comunidade escolar baseado na segurança e no respeito mútuo. O papel da Escola é valorizado, enquanto lugar de aprendizagens significativas, no domínio do saber ser, saber estar e saber fazer e a promoção da articulação de saberes das diversas áreas curriculares, através de metodologias transversais, e da articulação pedagógica entre diferentes níveis de ensino”. A opção estratégica do Agrupamento da diversificação da oferta educativa teve consequências na valorização e impacto das aprendizagens aí realizadas, bem como no processo de travar o abandono escolar. 2. Prestação do serviço educativo Bom O Agrupamento promove a articulação e a sequencialidade, abrangendo todos os níveis de ensino, embora não se verifique, ainda, igual acuidade na Educação Pré-Escolar. A articulação intra e inter-ciclos, cujo referente são as reais necessidades dos alunos, têm contribuído para a emergência de uma cultura de partilha e de trabalho em equipa. Nos estabelecimentos de ensino do 1º ciclo estão asseguradas as Actividades de Enriquecimento Curricular, todavia constatou-se que o processo de acompanhamento e supervisão interno apresenta debilidades. Os Serviços Especializados de Apoio Educativo orientam os alunos nas suas opções vocacionais, promovem a responsabilização dos pais e encarregados de educação no processo educativo e cooperam, de forma regular e sistemática, com todos os docentes e estruturas de gestão. A actividade docente organiza-se com base na colegialidade, embora a prática lectiva se centre no responsável do grupo/turma ou da disciplina. Regista-se a preocupação com a diversificação das experiências educativas, para a motivação e empenhamento dos alunos na sua aprendizagem, com o investimento nas ciências experimentais, nas actividades artísticas e culturais, bem como em projectos e clubes. A prevenção das situações de risco passa pela articulação entre a comunidade escolar e os parceiros sociais. O Agrupamento identifica e sinaliza as necessidades dos alunos e organiza-se recorrendo à individualização do ensino e ao apoio às situações de dificuldade. 3. Organização e gestão escolar Bom O planeamento da actividade do Agrupamento é congruente com as linhas orientadoras definidas no Projecto Educativo. A sua concepção e planeamento são, sobretudo, assumidos pelos órgãos e estruturas de gestão e pelos professores. Neste contexto, refira-se o papel activo desempenhado pela Assembleia no acompanhamento da actividade do Agrupamento. O Plano Anual de Actividades é composto por uma multiplicidade de iniciativas que visam concretizar as prioridades expressas no Projecto Educativo, embora seja ainda pouco clara a definição de metas objectivas para a sua concretização. Existe uma criteriosa gestão de recursos humanos, tendo em conta as competências pessoais e profissionais, a motivação e a criação de um bom clima de trabalho e de convivência. As instalações, espaços e equipamentos não são os mais adequados, mas são bem geridos pelos responsáveis do Agrupamento. Existem poucos espaços disponíveis, devido à ocupação intensiva das salas de aula. Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 4 Relatório de Avaliação Externa É patente a boa gestão que a Direcção faz dos recursos materiais e financeiros, sendo de relevar a capacidade de captar verbas, facto que tem permitido apetrechar a Escola sede com equipamentos de apoio à actividade educativa. O Agrupamento desenvolve estratégias de promoção para envolvimento dos pais e de outras entidades da comunidade local. É feita uma aposta clara em múltiplas parcerias locais e regionais, que se traduz em soluções dos problemas educativos. São visíveis preocupações com a equidade e justiça no tratamento e avaliação dos alunos. No sentido da igualdade de oportunidades não estão, ainda, garantidas as condições de generalização da Educação Pré-Escolar. 4. Liderança Bom Os responsáveis do Agrupamento têm uma visão do projecto que querem fomentar e das mudanças a introduzir. Definiram metas, objectivos e soluções para os problemas, apesar de não estarem, explicitamente, hierarquizados e calendarizados. A qualidade da liderança do Conselho Executivo é reconhecida por todos os intervenientes, quer profissional, quer humanamente, sendo geradora de um bom ambiente e de uma atitude dialogante. É visível o assinalável sentido de pertença e de identidade com a Escola sede por todos os membros da comunidade escolar. A liderança é forte, atenta e esforça-se por ser envolvente, sendo manifesta a motivação e empenho de todos os elementos da comunidade educativa e a responsabilização dos pais, particularmente da sua Associação, bem como da Autarquia e outras entidades locais para um trabalho conjunto. A boa organização do Agrupamento e a instituição de uma comunicação directa e fácil com professores, pessoal não docente, pais, alunos e outros parceiros educativos, contribuem para a criação de um clima de tranquilidade e confiança no futuro. A abertura à inovação e a capacidade de mobilização de apoios e recursos centra-se no domínio das TIC, da participação em projectos e no estabelecimento de parcerias. Fruto destes dinamismos o Agrupamento tem uma imagem muito positiva no meio onde se insere, é escolhido por alguns docentes, sendo mesmo uma opção reflectida, apesar de se encontrar localizada num concelho do interior. As lideranças do Agrupamento têm tido um papel fundamental na mobilização e na motivação dos alunos e professores. 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do agrupamento Suficiente Os responsáveis do Agrupamento têm uma prática de análise interna dos resultados, embora pouco explícita e sistemática. Face aos bons resultados obtidos, à motivação e empenho dos profissionais, ao bom clima existente, à qualidade da liderança e à participação da comunidade educativa, o Agrupamento demonstra capacidade para identificar constrangimentos e oportunidades proporcionadas pelo contexto onde se insere e, consequentemente, capacidade para sustentar um processo de melhoria. Considerando todos estes aspectos, o Agrupamento revela capacidade para incrementar a sua autonomia. IV – Avaliação por factor 1. Resultados 1.1 Sucesso académico Os resultados académicos, referentes ao ano lectivo 2006/07 fornecidos pelo Agrupamento, apresentam taxas de transição de 95% no 1º ciclo, de 93% no 2º ciclo, de 71% no 3º ciclo e de 81% no ES. Os resultados das Provas de Aferição (4º e 6º anos) relativas a 2007 são superiores às médias nacionais. Os resultados dos exames nacionais do 9º ano na disciplina de Língua Portuguesa, no biénio 2005-2007, situam-se na média nacional e os da disciplina de Matemática ligeiramente abaixo da média nacional. As razões identificadas, pelo Conselho Executivo (CE), para estes resultados escolares, prendem-se com a crescente estabilidade do corpo docente e com reforço no apoio pedagógico aos alunos. No 12º ano, nas 3 disciplinas com maior número de alunos a realizar exame nacional (Português, Matemática e História), verifica-se uma tendência interna de melhoria gradual, apesar dos resultados serem ainda inferiores à média nacional. Há, contudo, áreas de sucesso, como é o caso das disciplinas de Biologia e Química, visivelmente acima da média nacional. Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 5 Relatório de Avaliação Externa Considerando o contexto onde está inserido, o Agrupamento definiu como estratégia do Projecto Educativo (PE) 2005/08: “Prevenção do risco de abandono e insucesso escolares, providenciando respostas diversificadas, percursos alternativos e orientações que possibilitem a certificação escolar e/ou profissional, bem como o prosseguimento de estudos”. Face aos dados apresentados pelo Agrupamento, constata-se que a taxa de abandono escolar é inexistente no 1º ciclo e tem vindo a diminuir, consideravelmente, no 2º ciclo desde 2003/04, sendo residual (0,6%) no presente ano lectivo. A taxa de abandono no 3º ciclo permanece nos 3,4 valores percentuais, desde o ano lectivo 2005/06. Verifica-se, ainda, que a taxa de retenção escolar é de 5% no 1º ciclo, com incidência no 2º ano, de 6,9% no 2º ciclo e de 28,9 no 3º ciclo, onde se afere a maior ocorrência de abandono O número de alunos que acede ao Ensino Superior tem alguma expressão neste contexto sócio-económico. É, ainda, significativa a percentagem de alunos que não conclui o ES mas, também, a percentagem dos que tendo concluído o ES não prosseguem estudos de grau superior. Os responsáveis do Agrupamento têm procurado combater este fenómeno com a oferta de percursos alternativos. De acordo com os dados disponibilizados pelo Agrupamento, as taxas de conclusão dos alunos que frequentaram os percursos alternativos, revelam ser bastante positivas: operador de informática (tipo 2) – 70%; electricista de instalação-55%; operador de informática (tipo 3) – 90%; técnico de apoio social e animação sócio-cultural -85%; curso de educação e formação de adultos do EB – 75%. 1.2 Participação e desenvolvimento cívico É manifesta a preocupação do Agrupamento com a implementação de um processo educativo orientado por uma “Visão de Escola de Referência e de Excelência”, cuja “Missão” assenta nos “Valores da Dignidade da Pessoa Humana, do Profissionalismo, do Conhecimento, da Responsabilidade, do Sentido de Justiça, da Cidadania, da Solidariedade, do Respeito pela Diferença, da Identidade Cultural e da Inclusão”. Deste modo, as problemáticas dos Direitos humanos e da Igualdade de oportunidades são trabalhadas pelos alunos da EB2,3/S na actividade de enriquecimento do currículo -Viver os Direitos Humanos. O Plano Anual de Actividades (PAA) inscreve um conjunto de visitas de estudo, de colóquios, de comemorações, de debates e participação em olimpíadas, entre outras, com envolvimento dos alunos e outros membros da comunidade educativa, A participação dos alunos na construção do Projecto Educativo parece incipiente. Porém, os professores referem que os alunos encontram na Escola um bom clima afectivo que os convida a estar presentes, mesmo fora dos períodos escolares. Existe uma Associação de Estudantes (AE), cujas instalações se situam na área central da actividade escolar. Os responsáveis da Associação afirmam que por sua iniciativa e em articulação com o Conselho Executivo (CE) fazem propostas de actividades a serem inseridas no PAA Foi evidente que os alunos valorizam a dedicação, o empenho e o apoio que recebem, diariamente, do CE, dos Directores de Turma (DT) e dos Professores. Gostam da Escola sede, identificam-se com ela e consideram que são ouvidos nos órgãos de administração e gestão onde estão representados. 1.3 Comportamento e disciplina Existe um ambiente geral de bom relacionamento entre os diferentes elementos da comunidade escolar baseado na segurança e no respeito mútuo. A Associação de Pais afirma que a “Escola é boa” no acompanhamento das situações mais complexas, no que diz respeito ao rendimento e ao comportamento dos alunos. Há uma estratégia de envolvimento dos Serviços Especializados de Apoio Educativo em situações de comportamento perturbador em contexto de sala de aula, que consiste no acompanhamento do aluno por um professor, em funções não lectivas, na execução de trabalhos atribuídos, em articulação com o professor da disciplina, o Director de Turma e os encarregados de educação. O sistema electrónico de controlo de entradas e saídas da Escola sede, a par das diferentes modalidades do apoio sócio-educativo e da diversidade de actividades (projectos, clubes…) contribuem, também, para a existência de um ambiente caracterizado pela segurança, tranquilidade e convivência da comunidade educativa. 1.4 Valorização e impacto das aprendizagens O Agrupamento valoriza as aprendizagens sucedidas dos seus alunos, inscritas nos seus documentos estruturantes, nomeadamente, no PE e no Projecto Curricular de Agrupamento: “Valorização da Escola, enquanto lugar de aprendizagens significativas, no domínio do saber ser, saber estar e saber fazer e Promoção da Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 6 Relatório de Avaliação Externa articulação de saberes das diversas áreas curriculares, através de metodologias transversais aos vários campos de aprendizagem, bem como articulação pedagógica entre diferentes níveis de ensino”. As avaliações no final de cada período lectivo são objecto de análise e tratamento, sendo transmitidas pelo Conselho Pedagógico aos Coordenadores dos DT e às respectivas áreas disciplinares, pelos Coordenadores de Departamento Curricular. A opção estratégica do Agrupamento, ao assumir claramente a diversificação da sua oferta educativa, que passa pela criação dos cursos de formação e educação para jovens e adultos, os cursos profissionalmente qualificantes no ES e de um curso de especialização tecnológica em alternativa à escolaridade regular, e o Ensino Recorrente, tem consequências na valorização e impacto das aprendizagens aí realizadas, bem como no processo de travar o abandono escolar. 2. Prestação do serviço educativo 2.1 Articulação e sequencialidade O Agrupamento promove a articulação e a sequencialidade, em todos os níveis de ensino. Especificamente no 1º e no 2º ciclos a articulação tem-se traduzido na realização de reuniões entre os docentes do 4º ano e os do 5º ano e na entrega dos projectos curriculares pelo docente titular ao DT, com o objectivo de serem dados a conhecer os conteúdos programáticos, as estratégias e metodologias utilizadas. Nessas reuniões são, ainda, facultadas informações precisas e detalhadas sobre as competências conseguidas pelos alunos ao longo do 1º ciclo, permitindo a construção dos novos projectos curriculares com base nas reais necessidades dos alunos. Esta prática, recente, tem produzido um melhor relacionamento entre professores e, consequentemente, a emergência de uma cultura de partilha e de trabalho em equipa. A educação pré-escolar não tem merecido igual atenção nessa articulação intra e inter-ciclos, não estando também garantido o acesso de todas as crianças a este nível de ensino. Nos estabelecimentos de ensino do 1º ciclo estão asseguradas as Actividades de Enriquecimento Curricular, no entanto constatou-se existirem debilidades no necessário processo de supervisão. Os Serviços Especializados de Apoio Educativo orientam os alunos nas suas opções vocacionais, cooperam com os docentes e com os Directores de Turma, de forma regular e sistemática, e incentivam o envolvimento dos pais e encarregados de educação em todo o processo educativo. 2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula O trabalho dos docentes organiza-se, tendo por referência os princípios da colegialidade e da confiança recíproca, no cumprimento das orientações emanadas pelo Conselho Pedagógico. Embora se verifique uma preocupação por parte das estruturas intermédias sobre a monitorização das práticas lectivas, não existem processos sistemáticos de observação directa e de supervisão. Neste âmbito, os projectos curriculares são elaborados para todas as turmas, estando a prática lectiva centrada exclusivamente no titular de grupo/turma e no docente da disciplina. Deste modo, a execução do planeamento e da avaliação assumem uma dimensão, essencialmente, individual. A lógica organizacional do Agrupamento, com a ausência de tempos específicos comuns nos horários dos docentes, não facilita o acompanhamento e a supervisão da actividade educativa. É dada particular atenção ao ES, que se organiza, principalmente, em função do acesso ao Ensino Superior. O investimento nas ciências experimentais, a utilização de laboratórios, a distribuição de serviço docente e a alocação de recursos atestam essa valorização, assim como a variação das ponderações a atribuir aos domínios a avaliar, que assumem pesos distintos – 50% no 1º CEB, 70% nos 2º e 3º ciclos e 90%, no Ensino Secundário. 2.3 Diferenciação e apoios Consciente da seriedade do insucesso e do abandono escolar, o Agrupamento tem accionado mecanismos de prevenção das situações de risco que passam pela articulação entre a comunidade escolar e os parceiros sociais – os Directores de Turma, os Serviços Especializados de Apoio Educativo e Gabinete de Psicologia, a Autarquia, a Escola Segura, a Comissão de Protecção a Crianças e Jovens em risco, as famílias e a Associação de Pais e a Assembleia de Escola. Os responsáveis do Agrupamento identificam e sinalizam as necessidades dos alunos abrangendo todos os níveis de ensino. Verificou-se que, em situações específicas (por exemplo, um aluno invisual), o Agrupamento não dispõe dos recursos necessários e adequados. Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 7 Relatório de Avaliação Externa A Escola sede, através da organização e distribuição do serviço docente, garante a plena ocupação dos alunos e um apoio efectivo nas suas dificuldades, durante o período de permanência no estabelecimento escolar, com base na maior individualização do ensino, rentabilizando a componente não lectiva dos docentes. Esta organização concretiza-se através do apoio sócio-educativo, que se traduz num conjunto de estratégias e de actividades de apoio, para complemento e adequação do processo ensino-aprendizagem. Assume as seguintes modalidades: regime livre (acesso livre dos alunos a espaços onde os professores tiram dúvidas); aulas de recuperação de Língua Portuguesa; programa de tutoria na sala de estudo; serviço S.O.S; gabinete de psicologia e orientação; programa de apoio familiar “conversas em casa inspiradas na escola”. 2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem É atribuída importância ao desenvolvimento da curiosidade e é valorizado o ensino experimental como forma de promover uma atitude positiva face ao método científico. Nas situações de deficiente apetrechamento laboratorial, os docentes diligenciam alternativas corporizadas no trabalho de investigação e de pesquisa. São desenvolvidas diversas actividades artísticas e culturais. A forte adesão dos alunos a estas actividades e o seu empenhamento na vida escolar atestam a importância destas iniciativas. Para além dos saberes mobilizados e das aprendizagens que se pretendem adquirir, estas acções visam aumentar a atracção e motivação dos alunos, desenvolver uma atitude positiva face à escola e combater o desinteresse e a indiferença. Neste âmbito, têm surgido diversos projectos e clubes com forte apoio em parcerias estabelecidas, verificando-se ser uma estratégia ganhadora, na medida em que a saída precoce da escola tem vindo a baixar. No âmbito das parcerias locais, para concretização de projectos integradores da comunidade educativa, salientamse: A Semana das Ciências, a Feira Medieval e a utilização de Painéis de Azulejos, produzidos pelos alunos na recuperação de abrigos de passageiros. Para a oferta dos cursos de carácter profissionalizante foram tomadas em consideração não só as expectativas dos alunos, como as necessidades locais do potencial mercado de emprego. Recentemente, com o objectivo de reconhecimento e incentivo aos alunos, foi instituído o quadro de mérito, com o qual se pretende valorizar as competências, capacidades e atitudes. 3. Organização e gestão escolar 3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade O planeamento da actividade do Agrupamento é congruente com as linhas orientadoras definidas no Projecto Educativo: a valorização da escola; a prevenção do risco de abandono e insucesso escolares; o reforço da ligação entre a escola e a comunidade local; e a promoção da articulação curricular e pedagógica. É ainda pouco clara, porém, a definição de metas concretas para a concretização dessas linhas orientadoras. Quem participa na concepção e planeamento são, sobretudo, os órgãos e estruturas de gestão e os professores, verificando-se, contudo, a intervenção e os contributos da Associação de Estudantes e da recentemente eleita direcção da Associação de Pais no desenvolvimento da actividade. É de salientar, também, o papel activo desempenhado pela Assembleia do Agrupamento. Quanto ao PAA, é composto por uma multiplicidade de iniciativas que visam concretizar as prioridades expressas no PE, embora não tendo ainda a adequada sistematização. 3.2 Gestão dos recursos humanos O CE conhece bem as competências pessoais e profissionais dos professores e do pessoal não docente e tem-nas em conta na sua gestão, nomeadamente, na distribuição de funções e responsabilidades, facto que constitui um factor de melhoria do desempenho e de motivação destes profissionais, assim como de criação de um bom clima de trabalho e de convivência. Também os professores principiantes ou colocados pela primeira vez referem que foram bem acolhidos e integrados, devido ao bom ambiente e relacionamento existentes e aos dispositivos formais e informais de integração postos em prática pelas lideranças de topo e intermédias. O número de funcionários e auxiliares de acção educativa é considerado insuficiente, tendo em conta as necessidades do Agrupamento e o horário de funcionamento da Escola sede. No entanto, os diversos espaços escolares apresentam boas condições de higiene e limpeza. Os Serviços de Administração Escolar revelam uma boa capacidade de resposta às necessidades. Não existe um plano de formação estratégico do pessoal docente e não docente, embora tenham frequentado diversas acções promovidas pelo Centro de Formação de Associação de escolas, no qual o Agrupamento se insere. Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 8 Relatório de Avaliação Externa Refira-se que já foram, também, realizadas algumas acções de formação na escola sede, por iniciativa dos responsáveis do Agrupamento. 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros As instalações, espaços e equipamentos não são os mais adequados, mas são bem geridos pelos responsáveis do Agrupamento. Na Escola sede, há uma ocupação intensiva das instalações, devido ao elevado número de alunos, o que deixa poucos espaços disponíveis, para além das salas de aula. Porém, é patente a boa gestão que a Direcção faz dos recursos materiais e financeiros (orçamento de Estado e receitas próprias), facto que lhe tem permitido apetrechar a Escola sede com equipamentos de apoio à actividade educativa, incluindo recursos de informação, e desenvolver uma multiplicidade de clubes e projectos, com a participação de professores e alunos. A este respeito, é de salientar a capacidade da Direcção para captar verbas significativas, através da candidatura a projectos e da celebração de parcerias com instituições do meio local e externas. Face ao constrangimento da sobrelotação da Escola, é visível a preocupação da Direcção e dos demais membros da Escola com a manutenção, salubridade e segurança dos espaços laboratoriais, da cantina, da biblioteca e outros. No conjunto dos espaços escolares, os destinados à prática da educação física carecem de um investimento na melhoria as suas condições materiais. Relativamente ao 1º ciclo e ao pré-escolar, as carências têm a ver sobretudo com a falta de material didáctico. Da parte dos professores e educadores destes níveis de ensino, a constituição do Agrupamento traduz-se numa melhoria progressiva, embora se constate que não está, ainda, garantido o acesso aos recursos humanos e materiais existentes, por parte de todas as unidades que integram o Agrupamento. 3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa O Agrupamento atribui grande importância ao impacto das aprendizagens na comunidade local como forma de valorização social das famílias. Daí a relevância do Projecto “Conversas em Casa inspiradas na Escola”, em parceria com a Universidade de Aveiro e com a Autarquia, que visa: “Criar um modelo facilitador e promotor de conversas em casa entre alunos e famílias, sobre assuntos relacionados com a actividade escolar” e “Promover o diálogo familiar com a escola, aprofundando o relacionamento entre pais e filhos e destes com a escola”. A participação dos pais e de outras entidades da comunidade local é um aspecto abordado, nos vários painéis, como fundamental na vida escolar. Existe uma clara preocupação dos órgãos e estruturas intermédias e dos professores, em geral, em atraírem os pais à escola, bem como os alunos em risco de abandono e insucesso escolares. A aposta que é feita em múltiplas parcerias locais e regionais, além de contribuir para a concretização das referidas linhas orientadoras do PE, traduz-se em soluções para a resolução dos problemas da escola, das famílias, da oferta educativa e dos alunos. 3.5 Equidade e justiça São respeitados os princípios de equidade e justiça, quer na distribuição do serviço docente e não docente, quer na constituição de turmas e atribuição de horários. Os critérios são definidos nos órgãos próprios e o CE aplica-os, tendo em conta todos os contextos e o bom funcionamento do Agrupamento. Os alunos constituem o centro de todas as decisões e da actividade escolar, orientada para a sua inclusão, independentemente das suas origens e das suas capacidades de aprendizagem. Neste pressuposto, surge a oferta dos Cursos de Educação e Formação onde toda a comunidade escolar se revê e se empenha, sendo também reconhecida pela comunidade envolvente. Da parte dos alunos, é referida a transparência e justiça no modo como são tratados e avaliados e demonstram conhecer os critérios de avaliação. A composição das turmas tem em atenção a manutenção de grupos de alunos que têm um percurso comum, e isso é reconhecido por todos. A integração de alunos com necessidades especiais é também assumida por toda a comunidade, facto que esteve sempre patente nas conversas com os distintos painéis. No que respeita ao princípio da igualdade de oportunidades, registam-se aspectos muito positivos relacionados com as estratégias utilizadas para atraírem e apoiarem todos os alunos. Todavia, regista-se como constrangimento o facto de uma grande parte das crianças ainda não frequentar a educação pré-escolar. Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 9 Relatório de Avaliação Externa 4. Liderança 4.1 Visão e estratégia O Projecto Educativo do Agrupamento é considerado “o caminho na construção de uma Escola verdadeiramente participada e eficaz” e nele são definidos três vectores de desenvolvimento da acção educativa: “Visão, Missão e Valores”. Estes aspectos são bastante sublinhados pelo CE e demais órgãos e estruturas de gestão intermédia, sendo o empenhamento e a continuidade do presidente nesse cargo, que exerce há 17 anos, um factor relevante da visão e estratégia definidas para a Escola sede e o para o Agrupamento. A articulação entre os diversos órgãos e estruturas é operacionalizada através da distribuição e assunção de diferentes funções e responsabilidades. Os responsáveis do Agrupamento têm metas, objectivos e soluções para os problemas, apesar de não estarem, explicitamente, hierarquizados e calendarizados. 4.2 Motivação e empenho Em todos os painéis é enfatizado o bom ambiente existente e a forte motivação e empenho de todos os membros da comunidade escolar, sendo salientado a coesão de todas as estruturas intermédias sempre em articulação com o CE. Para este clima de motivação muito contribui o trabalho em equipa, a abertura e a atitude dialogante manifestadas pelo presidente e demais membros do CE. A qualidade da liderança do CE é reconhecida por todos os intervenientes e toda a comunidade educativa revela sentido de pertença e de identidade com a Escola sede, sobressaindo, como positivos, o bom relacionamento e a articulação entre os vários Órgãos e Serviços. Nos processos de liderança do Agrupamento é manifesta, igualmente, a motivação, o empenho e a responsabilização dos pais, particularmente através da sua Associação, bem como da Autarquia e de outras entidades locais, várias das quais representadas na Assembleia do Agrupamento. No concelho, esta é a única escola a integrar Ensino Secundário, o que lhe coloca desafios acrescidos, aos quais os responsáveis pela gestão se têm mostrado atentos, tomando decisões, resolvendo problemas e prevenindo situações, como o abandono escolar, que tendem a assumir particular acuidade nestes contextos. 4.3 Abertura à inovação Existe abertura à inovação e capacidade de mobilização de apoios e recursos, facto que contribui para a solidez da inovação, designadamente, no domínio da utilização das tecnologias de informação e comunicação e, também, com a criação da plataforma Moodle e os quadros interactivos. Os responsáveis da gestão também se revelam atentos às oportunidades emergentes, ora através da participação em projectos, ora tirando partido de iniciativas e programas lançados pelo Ministério da Educação, tendo sido aprovada, recentemente, a criação de um Centro Novas Oportunidades na Escola sede. 4.4 Parcerias, protocolos e projectos A Escola sede tem uma imagem muito positiva no meio onde se insere, sendo considerada uma boa escola pelos que já lá estudaram e pelos que estudam e trabalham actualmente. Apesar da sua localização num concelho rural interior, é escolhida por alguns docentes, ainda que isso os obrigue a percorrer, diariamente, uma maior distância. Existe, portanto, um forte comprometimento interno e externo com a Escola. A este respeito, é de salientar o papel das lideranças intermédias no funcionamento de vários clubes, no envolvimento em diferentes projectos e no estabelecimento de diversas parcerias e protocolos com a Câmara Municipal de Baião; a Santa Casa da Misericórdia de Baião; o CAO – Centro de ocupação para Adultos; a OBER – Obra do Bem Estar Rural; o CECAJUVI – Centro de Convívio e Apoio à Juventude e Idosos; a Segurança Social; a CPCJ – Comissão de Protecção de Crianças e Jovens; a Dólmen - Cooperativa de Formação, Educação e Desenvolvimento do Baixo-Tâmega (Entidade local gestora do PIC Leader+); a Universidade de Trás-os-Montes e Alto-Douro/Escola Superior de Enfermagem de Vila Real e o Centro de Saúde de Baião. Estas parcerias têm-se revelado fecundas para a vida da Escola e para a mobilização e motivação dos alunos e dos professores. Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 10 Relatório de Avaliação Externa 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do agrupamento 5.1 Auto-avaliação Os responsáveis do Agrupamento desenvolvem processos de análise interna dos seus resultados a par da comparação com referenciais externos, quer da região onde se insere, quer nacionais. Recentemente, foi constituída uma equipa de auto-avaliação, que procedeu à recolha de algumas informações através da aplicação de um inquérito a alunos, pessoal docente e não docente, pais e encarregados de educação. Desta metodologia, ainda não resultou a elaboração de um relatório orientador de reflexão e melhoria da actividade educativa. As metas têm sido definidas, predominantemente, de modo qualitativo, não se verificando uma identificação estratégica da identificação dos seus pontos fortes e fracos. O processo de auto-avaliação revela-se, ainda, pouco consistente no que concerne à capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento 5.2 Sustentabilidade do progresso Face aos bons resultados obtidos, à motivação e empenho dos profissionais, ao bom clima existente, à qualidade da liderança e ao grau de participação da comunidade educativa, o Agrupamento demonstra capacidade para sustentar um processo de melhoria da sua organização na prestação do serviço educativo. Foi manifestamente visível, nos painéis interpelados, que os responsáveis têm a consciência dos problemas do Agrupamento e demonstram capacidade para identificar os constrangimentos e as oportunidades proporcionadas pelo contexto onde se insere. Considerando todos estes aspectos, o Agrupamento manifesta capacidade para incrementar a sua autonomia. V – Considerações finais Apresenta-se agora uma síntese dos atributos do Agrupamento (pontos fortes e pontos fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos) que poderá orientar a sua estratégia de melhoria. Neste âmbito, entende-se por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; oportunidade: condição externa à organização que poderá ajudar a alcançar os seus objectivos; constrangimento: condição externa à organização que poderá prejudicar o cumprimento dos seus objectivos. Todos os tópicos seguidamente identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório. Pontos fortes A tendência sustentadamente positiva dos resultados das provas de Aferição, no Ensino Básico, e os resultados no Ensino Secundário nas disciplinas de Biologia, Física e Química, acima da média nacional. As taxas de conclusão dos cursos de educação e formação. Uma liderança aberta e partilhada, mobilizadora de todos os membros da comunidade escolar. O importante papel desempenhado pelas distintas estruturas de coordenação pedagógica na actividade educativa e no apoio aos alunos. O funcionamento organizado e eficaz dos Serviços Especializados de Apoio Educativo. A diversificação da oferta educativa que responde às necessidades educativas dos alunos e do meio local. O ambiente de segurança e bem-estar, o bom relacionamento, bem como as preocupações com a equidade. A forte identificação com a Escola e a sua imagem por parte de todos os membros da comunidade educativa. A existência de parcerias activas na organização da Escola e na prestação do seu serviço educativo. Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 11 Relatório de Avaliação Externa Pontos fracos A taxa de retenção no 3º Ciclo, face às mesmas taxas nos 1º e 2º ciclos. Os resultados obtidos nos exames nacionais do ES nas disciplinas de Português, de Matemática e de História, abaixo da média nacional. Definição de metas de modo qualitativo, com implicações na não identificação estratégica de pontos fortes e fracos. Inexistência de processos sistemáticos de observação directa e de supervisão da prática lectiva. A indefinição de metas e de procedimentos de monitorização da actividade educativa. Um modelo de auto-avaliação ainda pouco estruturado e participado. . Oportunidades A existência de um conjunto diversificado de serviços e instituições, potencialmente indutor do desenvolvimento socio-educativo local e regional. A intervenção autárquica no domínio da educação, para combate ao insucesso e abandono escolar O potencial turístico da região na vertente cultural e arquitectónica, natural e paisagística, como criador de emprego e potenciador de formação, no âmbito da oferta educativa de percursos alternativos. Os programas e projectos emergentes, no âmbito das políticas sociais e educativas e de outras iniciativas, da esfera socio-económica e empresarial, promotores da educação e formação de jovens e adultos. Constrangimentos A inserção do Agrupamento numa região predominantemente rural do interior, cujos agregados familiares apresentam parcos recursos sócio-culturais. As baixas expectativas de algumas famílias face ao saber e ao percurso dos seus educandos. O êxodo rural com decréscimo do número de alunos. A não generalização da Educação Pré-Escolar no concelho, por força da oferta privada no concelho. Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil – Campelo Baião 21a 23 de Novembro 2007 12