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Boletim Mensal Nº 3 Maio 2003 R. da Capela, Ed. DietMed - Corvos à Nogueira 3505-276 VISEU Email: [email protected] Web-site: www.dietmed.pt VITAMINAS As vitaminas constituem um Grupo de substâncias orgânicas complexas que são essenciais, em pequenas quantidades, para o funcionamento normal do organismo. Salvo raras excepções (Niacina e Vitamina D), o organismo humano não consegue sintetizar estas substâncias, sendo a alimentação a principal fonte de abastecimento embora haja alguma síntese da flora bacteriana intestinal. Estão identificadas 13 vitaminas: A ou Retinol, C ou Ácido Ascórbico, D ou Colecalciferol (D3), E ou Tocoferol, K ou Filoquinona, B1 ou Tiamina, B2 ou Riboflavina, Niacina ou Vitamina PP, B5 ou Ácido Pantoténico, B6 ou Piridoxina, B8 ou Biotina, B9 ou Ácido Fólico e B12 ou Cianocobalamina. Uma dieta variada que inclua diferentes tipos de alimentos pode conter quantidades adequadas de todas as vitaminas, pelo que não são necessários suplementos. Contudo, em determinadas circunstâncias, o recurso aos suplementos é de extrema importância. Na verdade, aspectos relacionados com o estilo de vida actual como o tabaco, álcool, má alimentação e consumo crónico de medicamentos podem levar a um aumento das necessidades vitamínicas. Para além destes aspectos sociais, existem também faixas etárias e situações fisiológicas que determinam o recurso a suplementos vitamínicos: gravidez e aleitamento, infância, adolescência, convalescência, desportistas, idosos, etc.. HISTÓRIA Pirâmide alimentar, constitui o mais actual Guia de Alimentação aprovado pela OMS. Há muito tempo que se sabe que o consumo de certos alimentos são necessários para a manutenção da saúde e prevenção de doenças. No entanto, as causas de doenças como o beribéri, a pelagra, o escorbuto, a cegueira nocturna, o raquitismo ou a anemia perniciosa, não eram conhecidas. Os cientistas acreditavam que eram de natureza infecciosa, uma vez que afectavam muitos elementos da mesma comunidade (marinheiros em viagens transatlânticas, crianças em orfanatos, pobres das zonas urbanas, etc..). Claro que qualquer intervenção resultante deste pressuposto não poderia ter bons resultados. A partir do século XVIII demonstrou-se que uma alimentação rica em citrinos (laranjas e limões, por exemplo, ricos em vitamina C) evitava o escorbuto; já no século XIX, verificou-se que a ingestão de arroz integral (rico em vitamina B1 ou tiamina), ao invés do arroz polido, prevenia a ocorrência de beribéri; o fígado cru de vaca (rico em vitamina B12) prevenia a anemia perniciosa e o óleo de fígado de bacalhau (rico em vitaminas D e A) prevenia o raquitismo. A par tir do século XX, em consequência do desenvolvimento da bioquímica e da experimentação nutricional, observou-se que alguns alimentos deveriam ter substâncias químicas que seriam responsáveis pelas funções já mencionadas. Em 1906, Frederick Gowland (bioquímico inglês) demonstrou a existência desses agentes nos alimentos. A primeira definição de Vitamina foi dada por Casimir Funk (químico polaco) em 1911, definindo as “vital amins” como “Compostos aminados sem valor energético, não sintetizados pelo organismo que devem ser administrados através da alimentação, sendo fundamentais para a manutenção da vida”. Em 1912 diversos pesquisadores já admitiam que várias doenças deveriam ter origem em deficiências vitamínicas. Hoje, sabemos que as vitaminas não se reduzem a compostos aminados, tornando a mencionada definição já ultrapassada. Contudo existe uma afirmação da referida definição que ainda se mantém actual: São indispensáveis à manutenção da vida! CLASSIFICAÇÃO Consoante a sua solubilidade, as vitaminas dividem-se em dois grandes grupos: Lipossolúveis - São assim designadas por serem solúveis em gorduras, ou seja, em meios lipídicos. Neste grupo encontramos as Vitaminas A, D, E e K. São absorvidas a nível intestinal para a corrente sanguínea, juntamente com as restantes gorduras, sendo depois armazenadas no tecido adiposo (principalmente no fígado). O organismo é assim capaz de armazenar estas vitaminas, razão pela qual um aporte excessivo pode levar a uma hipervitaminose. A deficiência de uma vitamina lipossolúvel deve-se geralmente a distúrbios na absorção ou a uma má alimentação prolongada. Hidrossolúveis - São assim designadas por serem solúveis em água. Neste grupo encontramos as Vitaminas C, B1, B2, Niacina, B5, B6, B8, B9 e B12. Só uma pequena quantidade destas vitaminas é armazenada pelo organismo, sendo o excedente rapidamente excretado pela urina, razão pela qual é fundamental manter um aporte diário satisfatório destas vitaminas. Estas vitaminas são muito sensíveis ao processamento culinário, por isso deve privilegiar-se o consumo de alimentos frescos e crus (frutas e vegetais). A ingestão de grandes quantidades destas vitaminas raramente causam problemas, uma vez que o seu processo de eliminação é fácil e rápido. Em 1753, James Lind (médico da Marinha Escocesa) introduziu o sumo de limão como bebida obrigatória de acompanhamento das rações dos marinheiros, tendo conseguido a erradicação do escorbuto na Armada Britânica. AVITAMINOSES, HIPOVITAMINOSES E HIPERVITAMINOSES A relação estabelecida entre o aparecimento de sinais clínicos e a carência de determinados alimentos levantou a hipótese da existência de vitaminas e, a sua ausência, passaria a designar-se avitaminose. A demonstração da importância das funções desempenhadas pelas vitaminas no organismo fez-se através da instauração de regimes de carência em animais, seguidas de um aporte de vitaminas, onde se observava o desaparecimento quase instantâneo dos sinais clínicos, com excepção das experiências que se prolongavam por demasiado tempo, o que supõe a ocorrência de lesões graves devidas às carências vitamínicas. Desta forma, é de crucial importância diagnosticar de forma precoce os sinais de uma carência vitamínica, apesar da sintomatologia ser frequentemente de evolução lenta. Seguidamente, são definidos os seguintes estados relacionados com o aporte de vitaminas ao organismo: - As Avitaminoses, também designadas por doenças carenciais, são doenças causadas pela inexistência de aporte ao organismo de uma quantidade suficiente de uma vitamina específica por um período de tempo prolongado. - As Hipovitaminoses, também designadas de estados carenciais ou sub-carenciais, são consequência do aporte insuficiente de determinadas vitaminas devido ao estilo de vida moderna ou a determinadas situações individuais. O organismo recebe apenas parcialmente a quantidade de vitaminas necessária para estar em boas condições. - As Hipervitaminoses surgem em consequência de um consumo excessivo de determinadas vitaminas, nomeadamente as lipossolúveis. Podem ser prejudiciais e acarretam danos à saúde. Normalmente têm um carácter agudo, contudo o consumo excessivo perpetuado ao longo do tempo pode originar intoxicações crónicas. FUNÇÕES DAS VITAMINAS As vitaminas desempenham a função de catalisadores no organismo humano, tornando possível a ocorrência de diversas reacções. Apesar de serem necessárias em pequenas quantidades, interferem em processos fundamentais, tais como: crescimento, desenvolvimento, libertação de energia dos alimentos, utilização de energia por parte das células, protecção das células e tecidos dos efeitos dos radicais livres, etc.. Sabe-se que a maioria das vitaminas do complexo B intervêm em diversas reacções enzimáticas de síntese e degradação, sendo intervenientes indispensáveis dos processos metabólicos que caracterizam a vida celular. Representação esquemática das principais funções das vitaminas do complexo B no metabolismo celular. VITAMINAS FUNÇÕES A (Retinol) B1 (Tiamina) Essencial para o crescimento normal, olhos, pele e unhas, cabelos saudáveis, função reprodutora. Ajuda a obter energia a partir dos alimentos ao promover o metabolismo correcto dos açúcares. Envolvida no funcionamento dos músculos e sistema nervoso. B2 Necessária à pele saudável. Participa na utilização dos glícidos, proteínas e gorduras pelo (Riboflavina) organismo; ajuda a libertar a energia para ser utilizada pelas células. Participa nas reacções de produção de energia PP nas células. (Niacina) Útil ao sistema nervoso. B5 Necessária para o metabolismo das proteínas, (Ácido Pantoténico) das gorduras, dos glícidos, assim como para a formação de algumas hormonas. Participa na regeneração dos tecidos. B6 Essencial para a utilização correcta das proteínas. (Piridoxina) Ajuda à formação dos glóbulos vermelhos e ao funcionamento do sistema nervoso. B8 Participa no metabolismo dos açúcares, gorduras (Biotina) e proteínas e na produção de energia. Essencial para o crescimento e funcionamento normal do tecido da epiderme. B9 Ajuda à formação de células, especialmente (Ácido Fólico) glóbulos vermelhos. Útil na manutenção das funções intestinais e na prevenção de certas formas de anemia. Coopera na formação do pêlos e no crescimento. B12 Ajuda a prevenir certos tipos de anemias. Coopera (Cianocobalamina) na formação dos glóbulos vermelhos. Suporta o funcionamento adequado do sistema nervoso. É importante no metabolismo dos açúcares. C Ajuda a manter ossos, dentes e vasos sanguíneos (Ácido Ascórbico) saudáveis. É importante na formação do colagénio (uma proteína que ajuda a suportar as estruturas do organismo). Participa na absorção do Ferro. Tem um papel nos mecanismos de defesa do organismo contra as infecções. D2 Ajuda o organismo a utilizar o cálcio e o fósforo para a manutenção de ossos e dentes (Ergocalciferol) saudáveis. D3 (Colecalciferol) E Ajuda na formação e no funcionamento dos (Tocoferol) músculos e outros tecidos. Protege os ácidos gordos da oxidação. K Necessária para a coagulação normal do sangue. (Filoquinona) O RECURSO A SUPLEMENTOS E AS RDA OU DDR Os suplementos vitamínicos constituem uma forma segura e eficaz de fornecer vitaminas ao organismo, combatendo as carências que daí podem advir bem como as respectivas consequências para a saúde. Os suplementos também são utilizados durante períodos de necessidades vitamínicas acrescidas. A carência de vitaminas pode surgir por 3 vias: 1. Falta de aporte: - Aporte insuficiente de alimentos. - Dietas desequilibradas. 2. Dificuldades de absorção: - Perturbações digestivas - Interacções medicamentosas ou outras. 3. Aumento das necessidades vitamínicas: - Doenças infecciosas. - Períodos de crescimento (Infância e adolescência). - Gravidez e aleitamento. - Idosos. - Situações de stress. - Tabagismo. - Alcoolismo ou consumo exagerado de bebidas alcoólicas. - Consumo de alguns medicamentos (antibióticos, antidiabéticos orais, contraceptivos orais, anticonvulsionantes, laxantes, etc..). - Atletas ou desportistas. VITAMINAS A (Retinol) B1 (Tiamina) B2 (Riboflavina) PP (Niacina) B5 (Ácido Pantoténico) B6 (Piridoxina) B8(Biotina) B9 (Ácido Fólico) B12 (Cianocobalamina) C (Ácido Ascórbico ) D2 (Ergocalciferol) D3 (Colecalciferol) E (Tocoferol) K (Fitomenadiona) *Dose Diária Recomendada RDA* ou DDR* (25-50 anos) 1 mg 1.5 mg 1.7 mg 19 mg 4 - 7 mg 2 mg 0.3 - 1 mg 0.2 mg 2 µg 60 mg 200 UI 10 mg 80 µg As RDA ou as DDR (dose diária recomendada), constituem valores de referência, para cada vitamina, tendo em conta a análise de uma população específica com hábitos alimentares similares. Estes valores de referência são considerados suficientes e seguros para evitar o aparecimento de hipoavitaminoses e, consequentemente, o desenvolvimento de uma avitaminose. Os organismos sanitários de diversos estados elaboram tabelas contendo as RDA, podendo verificar-se ligeiras diferenças entre elas. Na realidade, existem demasiadas diferenças individuais, mesmo com dietas alimentares semelhantes, que determinam diferentes necessidades. De qualquer modo esses valores de referência constituem uma útil ferramenta para a implementação de suplementos na dieta alimentar. SOLUÇÕES NATURAIS Ainda que seja possível afirmar que hoje em dia, no mundo desenvolvido, as avitaminoses são raras, o mesmo não pode ser dito em relação às hipovitaminoses, o que permite compreender melhor a contínua diminuição da resistência às infecções, a manutenção de estados de fadiga física e psíquica cujas causas são, pela complexidade do meio envolvente, de difícil determinação. Tal como foi dito no início, há já muitos anos que se sabe que alguns alimentos são úteis na manutenção da saúde, sendo preciosos fornecedores de vitaminas. Dada a sua segurança, traduzida na utilização tradicional que os caracteriza, a Fitoterapia e o consumo de suplementos alimentares constituem uma interessante opção como potenciais veículos de nutrientes, neste caso específico, de vitaminas. VITAMINERAL (xarope para adultos e xarope para crianças) Indicações de Bom Uso: Suplemento alimentar. Desnutrição. Pessoas com estômago mais débil. Tónico geral. Aconselhado na convalescença. Avitaminoses. Anorexia e Astenia. Composição: Extracto de Cenoura 4%, Extracto concentrado de Cereais 10%, Extracto de Levedura de Cerveja 3%, Extracto de Malte 5%, Aroma de Laranja q.b. e Excipiente q.b.p. 480 c.c. (Adultos) ou Aroma de Morango q.b. e Excipiente q.b.p. 200 c.c. (Crianças). Apresentação: Adultos - Caixa com frasco de 480 c.c.. Crianças -Caixa com frasco de 200 c.c. Dose diária recomendada: Adultos - 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Crianças - 1/2 colher de sopa 3 vezes ao dia. ÓLEO DE FÍGADO DE BACALHAU 400 MG Indicações de Bom Uso: Ajuda na formação dos ossos, dos dentes e no raquitismo. Recomendado para todas as crianças nas épocas de inverno por fornecer resistência às gripes e infecções. Fortalece as unhas e os cabelos. Doenças de pele, xeroftalmia (dificuldade de visão nocturna). Composição: Óleo de Fígado de Bacalhau 410 mg, vitamina A (palmitato) 2,5 mg, vitamina D (D3) 0,2 mg, vitamina E (rrr-alfatocoferol) 0,5 mg, excipiente q.b.p. 1 cápsula. Apresentação: Frasco com 90 cápsulas. Modo de usar: Adultos: 2 cápsulas 3 vezes ao dia, depois das refeições. Crianças: 1 cápsula 3 vezes ao dia, depois das refeições. SELÉNIO ACE Indicações de Bom Uso: Esta formulação fornece ao organismo um conjunto de nutrientes que contrariam os efeitos nefastos causados pelos radicais livres, o que resulta na protecção das membranas biológicas, facilitando o trabalho do sistema imunitário. Fornece 100% da dose diária recomendada das vitaminas A, C e E. Composição: Vitamina A 800 µg, Vitamina E 10 mg, Vitamina C 60 mg e Selénio 100 µg. Apresentação: Frasco com 30 comprimidos. Modo de Usar: 1 comprimido por dia à refeição, como suplemento alimentar. Não deverá exceder essa posologia. A utilização de Levedura de cerveja em cápsulas ou comprimidos, Gérmen de trigo 300 ou 1000 mg em cápsulas, Vitamina A 10000 UI cápsulas, Vitamina C 1000 mg com Roseira Brava em comprimidos, Vitamina E 400 UI em cápsulas, Óleo de Fígado de Bacalhau 1000 mg em cápsulas, Memorium Intelectual ou Plus, constituem também interessantes opções no aporte de vitaminas ao organismo. Consulte também a gama de produtos Healthilife (Ácido fólico 400 µg, Multivitamínico, Super Complexo Vitamínico B, Vitamina C, Super Dynavites, Vitamina E, Mega Dynavites, Protectocell Antioxidant e Hair & Nail Care). BIBLIOGRAFIA DE JONG N, OCKE MC, BRANDERHORST HA, FRIELE R. Demographic and lifestyle characteristics of functional food consumers and dietary supplement users. British Journal Nutritional. 2003 Feb;89(2):273-81. JOHNSON KA, BERNARD MA, FUNDERBURG K. Vitamin nutrition in older adults. Clinical Geriatric Med. 2002 Nov;18(4):773-99. PREZIOSI P et al. Effects of supplementation with a combination of antioxidant vitamins and trace elements, at nutritional doses, on biochemical indicators and markers of the antioxidant system in adult subjects. J Am Coll Nutr. 1998 Jun;17(3)244-9. Enciclopédia de Medicina. Mirandela Artes Gráficas. Lisboa. 1ª Ed.1992. ISBN 972-609-053-9. ROBERT G. PTERSDORF et al. Harrison Medicina Interna. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro.10ª Ed.ISBN 85-226-0091-0. Vitaminas. (on line) http://www.roche.pt/vitaminas/index.cfm Tema desta edição: Dr. Ricardo Leite (Farmacêutico)