Edição 330 - Folha do Fazendeiro
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Edição 330 - Folha do Fazendeiro
www.agroline.com.br JUNHO DE 2011 • ANO XIII – Nº 330 | NAS BANCAS R$ 3,50 | EDIÇÃO ESPECIAL Acrissul realiza eleição no dia 7 de junho Nesta edição No dia 7 de junho, entre 19 e 22 horas, a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) realiza assembleia geral para eleger a nova diretoria, que irá dirigir os destinos da entidade de 2011 a 2013. Duas chapas concorrem ao pleito. ACRISSUL EM AÇÃO Fazenda São Marcos é um modelo em MS Fazenda São Marcos do Riacho Fundo, em Corguinho, MS, é uma propriedade diferenciada por conta da tecnologia empregada e o seu profissionalismo. Com uma área de 2.149 hectares, georreferenciada, a fazenda tem números que impressionam. É a personagem da coluna Fazenda Modelo. PÁGINA 18 Izabella Costa é a nova promessa do sertanejo Natural de São Gabriel do Oeste, a cantora de 26 anos já emplaca seus sucessos no cenário nacional. PAGINA 37 Pecuária de MS vive desafios entre quantidade e qualidade Com o 3º maior rebanho de corte do País, Mato Grosso do Sul permanece sendo um gigante na produção de animais, genética e carne. Neste mês eventos de grande relevância movimentam todo o setor. NESTA EDIÇÃO Indústria chinesa ameaça o mercado de máquinas Indústria nacional critica a invasão estrangeira de máquinas e implementos agrícolas no país. PAGINA 13 2 JUNHO 2011 JUNHO 2011 3 4 JUNHO 2011 AANÁLISE AGRONEGÓCIO Pecuária premia os produtores que investem em qualidade PAULO DE CASTRO MARQUES ESPECIAL PARA A FOLHA DA AGÊNCIA FOLHA O mercado da carne bovina está mudando. E para melhor. Alguns indicadores comprovam que o produtor que utiliza boa genética obtém remuneração superior, compensando amplamente os investimentos feitos, e esse fator contribui para o aumento da oferta de proteína de qualidade. O efeito multiplicador é claro, com o consumidor final aceitando pagar mais pelo produto que ele identifica como diferenciado. Está provado que, com preços favoráveis por seus animais, o pecuarista, no início dessa cadeia, aposta mais no negócio, seja selecionando melhor a base genética utilizada, seja cuidando com mais esmero da gestão -e isso inclui o manejo sanitário e nutricional, por exemplo. Há alguns dias, a Associação Nacional dos Confinadores divulgou levantamento apontando para o aumento de 31% na expectativa de confinamento em 2011. Essa técnica é extremamente delicada e envolve uma série de riscos. Ou seja, só profissionais investem no confinamento. Se a expectativa é positiva, significa que a perspectiva de remuneração pelo boi gordo compensa. A Associação Brasileira de Angus também captou sinal verde do mercado de bezerros em vários leilões realizados nas últimas semanas no Rio Grande do Sul. Além da grande procura, os animais angus foram bem comercializados, obtendo prêmios sobre os valores médios praticados no Estado. Avaliando com atenção o segmento de carnes, as grandes marcas têm tido problemas em colocar à disposição dos consumidores seus produ- rista irá em peso à feira e com dupla disposição: mostrar seu investimento em genética e comprar animais que o ajudem a intensificar ainda mais seu projeto. Isso significa que os selecionadores que fizeram investimentos no passado serão recompensados com boas cotações. O que é muito bom para renovar o ânimo daqueles que já sofreram por ser profissionais em uma atividade em que, incrivelmente, os segmen- tos de intersecção não se conversam sempre. Pelo contrário, muitas vezes seguem em posições diferentes. Felizmente, a sensação é que essa situação também está mudando. Não no ritmo do mercado, mas já aparecem exemplos de parceria produtorindústria que renovam o otimismo. PAULO DE CASTRO MARQUES É EMPRESÁRIO, PECUA RISTA, PROPRIETÁRIO DA CASA BRANCA AGROPASTORIL, ESPECIALIZADA NA CRIAÇÃO DE GADO ANGUS, BRAH MAN E SIMENTAL SUL AFRICANO, E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANGUS ABA . Está provado que, com preços favoráveis por seus animais, o pecuarista, no início dessa cadeia, aposta mais no negócio, seja selecionando melhor a base genética utilizada tos premium ou superpremium em quantidade suficiente para atender à demanda. Ou seja: há mais procura do que oferta nesse nicho. São elos que se encontram e ajudam a fortalecer a cadeia da carne bovina. Em duas semanas, será realizada em São Paulo a Feicorte, uma das mais importantes mostras pecuárias do país. De bom humor, o pecua- EXPEDIENTE A Folha do Fazendeiro é uma publicação mensal da Via Livre Comunicação e Agromarketing [email protected] EDIÇÃO: José Roberto dos Santos [email protected] TEXTOS: Fabiano Reis e José Roberto dos Santos, com Agência Folha [email protected] EDITORAÇÃO GRÁFICA Wainer Gibim VIA LIVRE Comunicação e Agromarketing CNPJ. 05.212.423/0001-99 Av. Américo C. Costa, 320 Jd. América – CEP 79.080.170 Parque de Exposições Laucídio Coelho Campo Grande – MS Fone: (67) 3042-7587 [email protected] DEP. COMERCIAL E ASSINATURAS ANA RITA BORTOLIN (67) 3026-5014 - 9604-6364 [email protected] 5 JUNHO 2011 Em 2010, durante a primeira edição do Mega Leilão, foram comercializados cerca de 15 mil cabeças, diz Leiloboi Leilão acontece dia 4 de junho no Confinamento Malibu, na Capital No sábado do dia quatro de junho, a partir das 10h, no Confinamento Malibu, em Campo Grande, acontece o Mega Leilão Leiloboi 2011, o maior leilão de gado de corte de Mato Grosso do Sul, realizado pela Leiloboi, com a expectativa de contar com 12 mil animais. A transmissão é do Canal do Boi. Encontra-se no Confinamento Malibu o número de 8.000 animais e a expectativa é de contar com aproximadamente de 12 mil. “Por conta do sucesso do ano passado, que comercializou cerca de 15 mil animais, contou com mais de 2.000 pessoas, vamos fazer a segunda edição”, afirmou Carlos Guaritá, diretor da Leiloboi. Em sua segunda edição, a Leiloboi conta mais uma vez com tradicionais parceiros, entre eles, a empresa agropecuária Laranjeira Mendes S.A, que confirmou sua participação com 2 mil animais. Mais uma vez a leiloeira vai oferecer uma grande estrutura para receber os animais, vendedores e clientes. Com foco na excelência e no atendimento, está sendo montada uma organização que vai desde reserva de hotel, atendimento e apresentação da cidade, aeroporto para pouso das aeronaves (Aeroporto Teruel), heliponto dentro do Confinamento Malibu, além de translado entre os aeroportos e hotéis, até o local do leilão. A área utilizada para o leilão alcan- ça 180 hectares, com grande estacionamento, heliponto, segurança e duas grandes tendas, totalizando 2.200 metros quadrados de convivência. Um deles vai funcionar para demonstração de produtos e serviços dos patrocinadores e como praça de alimentação. Na outra acontece o leilão, com uma pista para demonstração dos lotes, contando ainda com telões e tv’s de plasma. Para participar os criadores precisam estar atentos ao calendário de vacinação, além de realizarem suas inscrições com antecedência. Mais informações pelo telefone (67) 3342-4113 ou ainda pelo e-mail leiloboi@leiloboi. com ou no portal www.leiloboi.com. VIA LIVRE COM. Mega Leilão é o maior evento de bovino de corte de MS 6 JUNHO 2011 Pecuária de MS: Entre o desafio U ma pecuária que já ostentou alguns títulos, como a do maior rebanho brasileiro, a maior capacidade de abate instalada, de ter mais desenvolvimento tecnológico e, com isso, animais mais precoces e o maior exportador de carne bovina do Brasil. Mato Grosso do Sul não mantém parte dos atributos citados, mas permanece sendo um gigante na produção de animais, genética e carne. Segundo os dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Mato Grosso do Sul tem o terceiro maior rebanho bovino do Brasil, com 22.325.663 bovinos, com participação de 10,9% no efetivo total. O número fica atrás apenas do rebanho de Minas Gerais com 22.469.791 e do cam- peão Mato Grosso com 27.357.089. O rebanho do Estado de Mato Grosso do Sul tem outras importantes características, segundo os dados do levantamento do IBGE, o município de Corumbá tem o maior rebanho de bovinos do Brasil, com um total de 1.973.275 de cabeças de gado. Ribas do Rio Pardo fica na terceira posição entre as cidades com maior efetivo com 1.161.329 cabeças, a segunda colocação é ocupada por São Félix do Xingu/PA. Este mesmo rebanho tem outra forte caracte- rística comum, 90% de todo o estoque de bovinos tem sangue zebuíno. “A maior parte absoluta do rebanho sul-matogrossense possui sangue zebu, posso afirmar que é 90%. O Estado tem também um forte número de registros de animais na ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), são 70.000 por ano, sendo que é 80% é da raça Nelore“, afirmou Adriano Garcia, técnico da ABCZ. Por outro lado, instituições como o Centro Nacional de Pesquisa em Gado de Corte da Embrapa, empresas privadas, grandes propriedades e pesquisadores que investem em genética, têm garantido o desenvolvimento da pecuária sul-mato-grossense e de o todo o país. Em outros aspectos, como a manutenção e reforma de pastagem, o Estado sofre com áreas degradadas, com 15 milhões de hectares de área total, nove milhões necessitam de al- gum tipo de reforma e, em dois milhões, há urgência na recuperação, pois estão totalmente improdutivas. “Teremos contemplado no Plano Agrícola 2011/12, uma ação para recuperação de pastagens, com taxas subsidiadas em 6,5% ao ano, com dois anos de carência e 12 anos para pagar. O programa é para ser utilizado principalmente para emprego em Integração Lavoura Pecuária e Integração Lavoura Pecuária Floresta, em práticas conservacionista, boas práticas, correção de fertilidade, entre outros”, comentou Orlando Baez, superintendente Federal da Agricultura em Mato Grosso do Sul. Uma vez com maior disponibilidade de pasto, de alimento, é possível prever que o Mato Grosso do Sul terá mais gado magro para disposição, algo raro hoje em dia. Por conta do preço elevado do boi gordo, muitas fêmeas foram mandadas para o frigorífico, em uma nova onda de abate de matrizes, assunto já abordado na Folha do Fazendeiro. “Estamos com um cenário de pouca oferta de boi gordo, automaticamente, temos uma quantidade menor de gado magro”, afirmou Carlos Dupas, vice-presidente da BBM. No melhoramento genético 7 JUNHO 2011 FOTOS ARQUIVO | VIA LIVRE MS perdeu em tamanho do rebanho para o Mato Grosso e Goiás; em contrapartida detém o título de melhor genética do País da quantidade e da qualidade há um forte trabalho desenvolvido pela Embrapa Gado de Corte, “algo tão acessível quanto nutrição adequada, manejo racional, boas práticas agropecuárias e ambientais”, disse o pesquisador da instituição, Antônio Rosa. No melhoramento animal, a estatal brasileira atua com elaboração de Sumários de Touros das Raças Zebuínas, Avaliação de Touros Jovens, Programa de Melhoramento de Gado de Corte/Geneplus, entre outros trabalhos. O fator referência na produção de carne bovina em Mato Grosso do Sul é algo evidente, principalmente quando se considera fatores com a implementação do programa de Boas Práticas Agropecuárias, da realização de grandes feiras como a Expogrande, o desenvolvimento da pecuária orgânica no Pantanal, com acordos firmados para fornecimento de carne bovina para mercados exigentes, como o da Itália e o Congresso Interna- cional da Carne, um dos mais importantes eventos sobre a cadeia do setor em âmbito mundial, que acontece neste mês, nos dias oito e nove. Produção desperta interesses internacionais A carne bovina sul-mato-grossense desperta o interesse de diversos países e, regularmente, o Estado recebe missões estrangeiras, como as mais recentes da União Européia, Rússia, Sudão, Hong Kong e a China também já confirmou que vem. O número de fazendas habilitadas para exportar para a União Européia, atinge 350 fazendas habilitadas. “No momento estamos esperando que os compradores passem a exigir garantias de bem estar animal, principalmente por parte do importador europeu, fator que vai exigir uma melhor qualificação dos trabalhadores rurais”, explicou Baez. 8 JUNHO 2011 Agronegócio teme ingerência do governo, diz oIcone Agronegócio se une em torno de “rede de conhecimento”, a ser lançada em junho, para defender o setor TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO A ameaça recente de taxar as exportações de açúcar, em reação à alta do preço do álcool, e as restrições impostas à compra de terras por estrangeiros podem ser interpretadas como sinais de maior ingerência política sobre o agronegócio. A avaliação é de André Nassar, diretor-geral do Icone (Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais), coordenador de uma “rede de conhecimento” sobre o agronegócio que será lançada em 9 de junho. Representantes de vários segmentos do agronegócio, da celulose à soja, também integrarão o grupo, que mantém o nome em sigilo. Além da possibilidade de o governo aumentar a sua presença no agronegócio em uma fase de valorização dos produtos agrícolas, o movimento pretende levantar outras discussões pertinentes ao setor, como conservação ambiental, aumento da produção, investimentos e questões trabalhistas e indígenas. Veja os principais trechos de entrevista à Folha. Brasil, celeiro do mundo? Acho que há gente dentro do governo que considera que não é necessária uma grande expansão do setor agrícola para atender à demanda mundial (por alimentos). A avaliação é que, para a economia brasileira, o benefício é pequeno. Para o ambiente, é ruim, e, para a geração de empregos, não é o setor mais empregador. Restrição a estrangeiros Segurar o capital estrangeiro pode André Nassar, diretor-geral do Icone. Movimento quer rediscutir os grandes desafios do agronegócio brasileiro ser uma forma de frear a expansão agrícola. É problema para o fabricante de celulose, por exemplo, em que o plantio é parte do negócio. Se houver restrição ao investimen- to, o crescimento será menor e ainda seria bom para o país, porque o ideal é que quem se aproprie do recurso natural brasileiro seja o capital nacional. Acho que tem essa lógica por :VS\sqV[HTItT UVJHTWV .HSWLZ*\YYHSHU[PZ[YLZZ *HZHZWYtMHIYPJHKHZ9LZLY]H[}YPV )LILKV\YVZ*VJOVZ4H[HI\YYV (](SL_HUKYL/LYJ\SHUV*HTWV.YHUKL4: ^^^JVUJYLSHQLJVTIY 9 JUNHO 2011 trás. Esse é um debate para enxergar. Ingerência política Se a expansão agrícola for muito forte nos próximos anos, o governo vai querer taxar exportação, pela motivação arrecadatória e pela soberania e agregação de valor. O discurso pode ser que o setor está crescendo demais, gerando impacto ambiental, ou que ele está com uma margem de lucro enorme. Então, faria sentido abocanhar um pedaço. Falou-se naquela história do açúcar... Há setores que são energéti- cos. O pré-sal não é todo regulado? O governo pode dizer isso também. Inflação Veja qual é a justifi cativa para a infl ação, hoje, do Ministério da Fazenda: commodities. Então pode-se onde o rebanho está estimado em 133,6 mil cabeças. Em Rondônia, a zona inclui o norte de Porto Velho e parte dos municípios de Canutama e Lábrea (localizados no Amazonas). OIE declara zonas de proteção livres de aftosa com vacinação A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês) reconheceu, na quinta-feira, 26 de maio, o status de livres de aftosa com vacinação das zonas de proteção da Bahia, do Tocantins e de Rondônia. O anúncio foi feito durante a 79ª Assembléia Geral de Delegados da OIE, que termina nesta sexta-feira, 27 de maio, em Paris. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é representado no encontro pelo diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA), Guilherme Henrique Marques. Segundo o coordenador-geral de combate às doenças do Ministério da Agricultura, Orasil Romeu Bandini, as áreas já eram consideradas de proteção livres da doença com aplicação de vacina pelo Ministério desde a publicação da Instrução Normativa nº 45, de 28 de dezembro de 2010, mas ainda não tinham o aval internacional. Com a resolução da OIE, as três unidades passam a ter o mesmo status sanitário em todo o território, sem restrições quanto ao comércio e trânsito de animais. “Antes, era preciso fazer quarentena e sorologia dos animais. Isso encarecia o processo e desestimulava a pecuária nessas regiões. A partir da declaração do governo brasileiro no final do ano passado, o valor do bezerro quase dobrou em alguns desses estados”, revela. As áreas foram estabelecidas para isolar parte da Bahia, do Tocantins e de Rondônia – consideradas livres da doença com vacinação pela OIE – de áreas fronteiriças com estados que têm status sanitário inferior, como Pernambuco, Piauí, Maranhão e Amazonas. Na Bahia, a zona abrange oito municípios – Casa Nova, Remanso, Campo Alegre de Lourdes, Pilão Arcado, Buritirama, Mansidão, Santa Rita de taxar exportação, para fazer o preço cair. São temas que formam um novo debate, e é um debate sofisticado. Por isso, é preciso ter uma iniciativa global do agronegócio. E isso está no coração das coisas que vamos fazer. Classificação Cássia e Formosa do Rio Preto –, com cerca de 10 mil criadores e um rebanho de aproximadamente 255 mil cabeças. No Tocantins, os municípios que compõem a área são: Barra do Ouro, Campos Lindos, Goiatins, Lizarda, Mateiros, Recursolândia e São Felix do Tocantins, Hoje, 15 unidades da federação são reconhecidas pela OIE como livres de febre aftosa com vacinação: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Além disso, detêm esse status a região Centro-Sul do Pará e os municípios de Guajará e Boca do Acre, no Amazonas O estado de Santa Catarina é considerado pela OIE como livre da doença sem vacinação. O Ministério da Agricultura reconhece como risco médio de febre aftosa os seguintes estados: Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e a região Centro-Norte do Pará. Em alto risco encontram-se Roraima, Amapá e as demais áreas do Estado do Amazonas. 10 JUNHO 2011 FEVEREIRO 2011 N UTRIÇÃO Carne vermelha faz bem, sim! Mas para aproveitar todos os seus benefícios é preciso escolher os melhores cortes e evitar as altas temperaturas durante o preparo ARQUIVO POR CRISTINA ALMEIDA S e Vinicius de Moraes fosse vivo e nutrólogo, ele certamente diria: os vegetarianos que me perdoem, mas comer carne é fundamental. Embora esse alimento seja considerado rica fonte de proteínas e vitaminas, seu consumo passou a ser evitado nos últimos anos. A razão para isso era legítima. Com o aumento da frequência de doenças cardiovasculares, que possuem entre suas causas as dietas ricas em colesterol e gordura saturada, as carnes deixaram de ser heroínas e se transformaram nas vilãs dos cardápios. Mas isso já é história. Segundo as mais recentes pesquisas científicas, comer carne vermelha não só faz bem à saúde, como está relacionado ao menor risco de doenças cardíacas e diabetes. Essa foi a conclusão a que chegou Renata Micha, pesquisadora do departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA). Responsável por um estudo publicado pela revista Circulation, em maio de 2010, a epidemiologista declara que os verdadeiros inimigos da saúde são o bacon, as linguiças e os embutidos, alimentos capazes de aumentar o risco de doenças cardiovasculares em 42%, e em 19% o diabetes do tipo 2. “Para diminuir esse risco, as pessoas devem ficar atentas ao tipo de carne que estão consumindo”, diz Renata. Licínia de Campos, nutricionista e consultora gastronômica do Serviço de Informação da Carne (SIC), explica que o consumo de carne vermelha diminuiu porque as pessoas ficaram preocupadas com a saúde. Poucos, porém, sabiam que há mais de 20 anos os cortes têm sido elaborados para oferecer ao consumidor partes mais magras e saudáveis. De olho nos nutrientes A consequência da restrição da carne foi o declínio dos níveis de nutrientes na alimentação diária, principalmente minerais e vitaminas lipossolúveis. “Carne vermelha é rica em ferro, zinco e vitaminas B6 e B12”, esclarece Licí- nia. “É verdade que o ferro pode ser encontrado em fontes animais e vegetais. Contudo, aquele proveniente das carnes (ferro heme) é mais facilmente absorvido pelo organismo.” “Outro macronutriente oriundo da carne é a proteína de alto valor biológi- Compare antes de consumir Cerca de 40% dos cortes bovinos vendidos atualmente têm pouca gordura externa visível. Escolha as carnes mais magras para fazer parte da sua dieta. 11 JUNHO 2011 FEVEREIRO 2011 FOTOS FABIO MANGABEIRA O ponto certo da sua carne MALPASSADA O consumo de carne bovina ou suína malpassada deve ser evitado, pois favorece o surgimento de infecções bacterianas e infestações parasitárias no organismo. AO PONTO Não expõe a substâncias cancerígenas e contribui para a saúde por ser uma excelente fonte de proteínas e de ferro. BEM PASSADA Deve ser evitada quando estiver tostada, pois aumenta a chance de exposição a substâncias cancerígenas. A carne bem cozida, no entanto, apresenta menores chances de contaminação por infestações parasitárias e infecções bacterianas, se comparada à carne ao ponto. co, também essencial na nossa alimentação”, observa Fernando Bahdur Chueire, médico nutrólogo e diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Essa proteína responde por grande parte do peso do corpo humano, e seu valor nutricional depende dos aminoácidos essenciais que fornece. “Só os produtos animais possuem todos eles”, diz. Fadiga, anemia e dificuldade de cicatrização dos tecidos são alguns dos sintomas de uma dieta desequilibrada, e essa é a razão por que a vitamina B12, tida como essencial à maturação das células vermelhas, tem especial importância para os vegetarianos. Alternativa branca Para quem não gosta de carne vermelha, Chueire indica a substituição por peixe, frango ou carne de porco, que possuem praticamente os mesmos nutrientes. E se a frequência do consumo não for diária, para garantir o consumo de ferro, o nutrólogo sugere o feijão, espinafre e couve. Mas adverte: “Eles possuem menor concentração do nutriente”. E, para substituir as proteínas, ovos e leite. Quanto às quantidades mais indicadas, a dica dos especialistas é a moderação. E isso significa pelo menos uma porção de 100 g ao dia, caso não sejam ingeridas outras fontes de proteína de alto valor biológico. A ordem médica é não abusar: “Excesso é todo consumo exagerado, o que se caracteriza quando a carne passa a ser o alimento predominante em duas ou mais refeições diárias”, explica Chueire. E o cuidado deve ser maior para aqueles com níveis de colesterol elevados porque, para eles, o consumo de alimentos que contenham colesterol deve ser restrito. Frita, grelhada ou assada? Na hora do preparo, todo cuidado é pouco. De acordo com Osman Gioia, médico nutrólogo e membro da ABRAN, a carne pode se tornar perigosa se for exposta ao fogo alto e por tempo excessivo. Para saber se ela chegou a esse ponto, basta verificar se há uma crosta escura na superfície. Nesse caso, quando a aparência da carne apresenta uma parte carbonizada e outra tostada, “há risco de câncer. Esse modo de preparo produz substâncias da classe dos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, tais como o 3-4 benzopireno, considerado um dos mais potentes agentes cancerígenos”, diz. Chueire declara que o modo mais saudável de preparar carnes é grelhar, sem adicionar óleos, azeites, manteigas e outras gorduras. “O ideal seria retirar a parte de gordura visível da carne.” E aquela gordurinha que sobra é proibida? “Para quem não possui colesterol elevado, ela está liberada, mas só esporadicamente”, adverte o médico. COLABOROU ROBERTO DITTMAN, PUBLICADA NA REVISTA VIVA SAÚDE, ED. 93, JAN/11 12 JUNHO 2011 FEVEREIRO 2011 MT precisa renovar máquinas agrícolas, aponta estudo Manutenção dos níveis de produção no Estado depende de novo maquinário, que reduziria perdas e custos RODRIGO VARGAS DE CUIABÁ – DA AGÊNCIA FOLHA P ara manter a ampliação nos índices de produção e produtividade na agricultura, os produtores de Mato Grosso terão de investir pesadamente nos próximos cinco anos na renovação do maquinário usado na lavoura. Levantamento divulgado pelo Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola) estimou que a renovação de 100% da frota exigirá a compra de 25 mil máquinas agrícolas (15 mil tratores e 10 mil colheitadeiras) até 2015. “É fundamental a renovação do parque de máquinas. As antigas geram custos altos e perdas de produtividade”, diz Otávio Celidonio, superintendente do instituto. Segundo o estudo, que considera dados de 1995 a 2009, o atual parque de máquinas de Mato Grosso é composto por 24.627 tratores e 10.797 colheitadeiras. Se considerado o cenário ideal -que prevê renovar equipamentos com mais de dez anos de uso e a expansão da produção-, terão de ser comprados por ano 3.169 tratores e 2.288 colheitadeiras. O número foi baseado em uma estimativa de aumento de 2,5% na área plantada com soja no Estado até 2015. “Caso haja uma renovação “ideal” das máquinas, as vendas em Mato Grosso devem aumentar consideravelmente para atender a demanda crescente”, diz o estudo. O levantamento mostra que, até a crise de 2004, a comercialização de máquinas agrícolas seguia o ritmo do aumento da área de plantio: de 1995 até 2003, as vendas de tratores e colheitadeiras cresceram 532%, em média. De 2004 a 2009, porém, houve queda de 43%, em média, nas vendas, em razão da falta de liquidez no setor. Na safra 2010/11, Mato Grosso deverá bater recordes de produção e produtividade na cultura de soja, segundo o instituto. A manutenção do Mercado de máquinas agrícolas investe em biodiesel No rastro da sustentabilidade, a tendência de expansão do uso de energia renovável no campo desafia o setor. Diante do rigor na proteção ambiental e da perspectiva de o agricultor produzir o próprio combustível na propriedade, o mercado de motores prepara-se para uma revolução. No Brasil, a aplicação do biodiesel traz consigo o dilema de estimular a produção e difundir tecnologias sem provocar desequilíbrio econômico no campo. Em desenvolvimento pela AGCO Sisu Power, uma das recentes novidades é o motor flex, que funciona com diesel e etanol. Com parceria entre Brasil e Finlândia, o equipamento deve chegar ao mercado em 2012 para tratores e ritmo, segundo Celidonio, depende de novas linhas de crédito e também do aumento na capacidade da indústria de maquinário. O diretor-executivo da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de colheitadeiras Valtra e Massey Ferguson. O novo motor visa a atender a demanda de países de clima quente, como o Brasil. “Quem largar na frente, terá vantagem”, afirma Cláudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers). “No futuro, o biodiesel se tornará mais competitivo e atraente. Como maquinário é um investimento duradouro, o produtor avaliará essa tendência ao investir”, afirma Carlito Eckert, diretor comercial da Massey.Hoje, a adição de 5% de biodiesel no diesel é obrigatória no Brasil. O índice ainda é baixo em relação à Europa, por exemplo. (Com informações do Zero Hora) Mato Grosso), Seneri Paludo, defendeu incentivos governamentais para a instalação de indústrias de máquinas agrícolas no Estado. “Isso vai favorecer redução de preços e vai gerar divisas no Estado”, disse. 13 JUNHO 2011 FEVEREIRO 2011 Máquina agrícola de fora representa 60% dos negócios Segundo associação brasileira de fabricantes, em 2004 os equipamentos importados representavam 40% SILVA JUNIOR/ FOLHAPRESS VENCESLAU BORLINA FILHO ANA SOUSA DE RIBEIRÃO PRETO A indústria nacional criticou a invasão estrangeira de máquinas e implementos agrícolas no país. Segundo a Abimaq (associação brasileira dos fabricantes), os equipamentos importados já são maioria no Brasil. De acordo com o presidente da associação, Luiz Aubert Neto, apenas 40% das máquinas do país são produzidas aqui - ante 60% de 2004. “E, desses 40%, metade conta com componentes importados”, disse, durante abertura da 18ª Agrishow, em Ribeirão Preto. Para ele, a junção de alta taxa de juros, elevada carga tributária e desvalorização do dólar ante o real favorecem a situação. “É o famoso tripé do mal, que contribui para a concentração da desindustrialização no Brasil.” Uma das preocupações é com a indústria chinesa de máquinas e equipamentos agrícolas. Segundo o setor, é impossível concorrer com as empresas da China por conta dos baixos custos de produção que acabam influenciando no preço final do produto. “O Brasil já foi colônia de Portugal e agora caminha para ser colônia da China. A gente só exporta matéria-prima, quando deveríamos comercializar produto de alto valor agregado. Isso pode acabar com a indústria nacional”, disse Aubert Neto. O presidente da Abimaq afirmou Déficit no setor preocupa Abimaq Para a norte-americana John Deere a China é um investimento estratégico para competir no mercado local que várias reivindicações de salvaguarda de máquinas e equipamentos agrícolas brasileiros já foram feitas ao governo federal, mas que ainda não são solução para o caso. “O governo só fica nas promessas.” John Deere Na contramão da China, a americana John Deere, que tem fábricas no Brasil, anunciou no fim do ano passado a quinta fábrica no país asiático. O investimento é de US$ 50 milhões na unidade de escavadeiras. Será a segunda fábrica da empresa no setor na China, que vive forte expansão. Além disso, a John Deere tem uma fábrica de colheitadeiras e duas fábricas de trator. A unidade administrativa da empresa fica em Pequim. “A China é um investimento estratégico por competir no mercado local e também propiciar ferramentas para competir com empresas chinesas fora da China”, disse o presidente mundial O déficit comercial do setor de máquinas e equipamentos é crescente no País. No primeiro quadrimestre ele atingiu US$ 5,5 bilhões, acumulando uma perda desde 2004 de US$ 50,7 bilhões. O aumento do déficit comercial em relação ao mesmo período do ano passado foi de 33,3%, de acordo com dados divulgados dia 25 pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, atribuiu grande parte do desempenho deficitário da balança comercial do setor à concorrência “predatória” da China que neste início de 2011 já ocupou o segundo lugar, em valor, entre os principais mercados exportadores para o Brasil. Em 2004, a China ocupava a décima posição. Ele estimou que em até 2013, os chineses assumirão a liderança dos destinos importadores do Brasil. da divisão de agricultura da empresa, Mark von Pentz. 14 JUNHO 2011 FEVEREIRO 2011 Final de maio trouxe clima de “safra” para a pecuária de MS E m mês de escassez de chuva, disponibilidade e qualidade de pastagem diminuindo e animais prontos para o abate, o gado gordo apresentou leve recuo nas negociações no Mato Grosso do Sul. Os números apontam para uma média de negociação na casa de R$ 89,00 (Cepea/USP) no mês de maio em todo o Estado. O fator climático é um dos maiores responsáveis pela leve queda apresentada nos últimos dias do mês de maio, resultando em números maiores na oferta de gado gordo, mas pouco expressivos, fator que deu um certo clima de “safra”, algo que deve mudar a partir do mês de junho. Atualmente as médias de escalas nos frigoríficos de todo o país está entre três e quatro dias, segundo a Informa Economics FNP. Em maio, o índice Esalq encerrou o mês, dia 31, em R$ 98,95, com uma queda mensal de 4,14%. Quem subiu foi o preço da bezerra desmamada Nelore, pesando 5@, no Estado que segundo a Scot Consultoria, fechou o mês cotada em R$ 580,00, apresentando um aumento de 7,4%. Melhor do que isso, é que a falta de gado magro verificado em todo Mato Grosso do Sul mostra que os preços devem seguir subindo em curto e médio prazo. Por outro lado, a expectativa para o boi gordo, no que se refere ao início do mês de junho, deve ser de estabilidade de preços, com uma recuperação a partir da segunda quinzena, de acordo com a estratégia dos pecuaristas, uma vez que a indústria segue tentando pressionar os preços para baixo. Boi gordo terá preços estáveis em junho, dizem analistas de mercado consultados pela reportagem da Folha A RTIGO Consórcio milho-braquiária com sementes de alta qualidade Gessi Ceccon Na região Centro-Oeste do Brasil, região de clima tropical, a produção de grãos é sustentada pela sucessão da soja e do milho safrinha. A soja é cultivada no verão, e o milho safrinha, no outono-inverno, normalmente em plantio direto, um sistema de cultivo que mantém a cobertura do solo e a capacidade produtiva das culturas. O cultivo consorciado de milho safrinha com braquiária pode proporcionar quantidade e qualidade ideais de palha para cobertura do solo, principalmente após a colheita do milho e até a semeadura da soja, proporcionando benefícios às culturas cultivadas em sucessão, em especial à soja. O correto estabelecimento do consórcio depende de sementes de boa qualidade. As sementes de milho são comercializadas com altos padrões de germinação e isentas de impurezas. Já no caso das braquiárias, são necessários maiores cuidados, tendo em vista os baixos padrões oficiais de comercialização das sementes. De acordo com as normas vigentes, um lote de sementes de braquiária deve ter, no mínimo, 60 % de pureza e de germinação, ou seja, é possível encontrar muitas impurezas, que podem ser contaminantes não toleráveis para condições de lavouras. Além disso, o padrão de germinação das sementes é baseado apenas em testes de viabilidade, como o teste de tetrazólio, que indica se a semente é ou não viável. No entanto, o agricultor precisa de sementes que germinem em condições de campo, ou seja, que tenham vigor para germinar em condições adversas. Com isso, normalmente os pa- drões indicados no lote são menores do que os verificados em campo. Ironicamente isso foi benéfico para o consórcio, pois o agricultor implantava sua lavoura com menor população de plantas de braquiária, diminuindo a competição com o milho. A época de aquisição das sementes deve ser antecipada para agosto-setembro, tendo em vista que próximo da implantação, em janeiro-fevereiro, os valores são maiores, onerando o custo de produção. A relação entre pureza e germinação indica o valor cultural (VC) das sementes, que associado à quantidade de sementes é chamado de pontos de VC. Utilizando os padrões mínimos de comercialização significa dizer que um quilograma de sementes com 60 % de pureza e de germinação contém 36 pontos de VC. No entanto, isso não pode ser aplicado de forma generalizada, pois cada espécie, e até mesmo cada lote de sementes, dentro da mesma espécie, apresenta características particulares. Essas características podem significar diferentes populações de plantas de braquiária na lavoura de milho e até interferir na produtividade da cultura e na lucratividade do agricultor. Ressalta-se que existem sementes com altos índices de germinação e pureza, mas que eram direcionadas para exportação. Essas sementes devem ser preferidas pelos agricultores, pois eles têm máquinas apropriadas para distribuição das pequenas quantidades requeridas no cultivo consorciado, e assim garantir a qualidade do consórcio. Engenheiro Agrônomo, Dr. em Agricultura, Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, BR 163, km 253, CEP 79840-970, Dourados, MS. E-mail: [email protected] 15 JUNHO 2011 FEVEREIRO 2011 Leilosat realiza grandes leilões em junho Leilão em Cuiabá vendeu machos na média de R$ 966,00 O Grupo Estância Bahia promoveu no último 21 de maio a segunda maior venda de 2011, com 22.860 bovinos comercializados. Esta foi a segunda etapa do Mega Leilão 10.011 da Estância Bahia, que há cinco anos é realizada na capital mato-grossense, Cuiabá, e que contou com a oferta de 15.789 machos e 7.095 fêmeas divididos em 116 lotes. O evento registrou faturamento de R$ 19.685 milhões, com média geral de R$ 796,00. Os machos foram negociados pela média de R$ 966,00, enquanto as fêmeas saíram por R$ 627,00. Segundo Maurício Tonhá, diretor da Estância Bahia, o leilão superou todas as expectativas, com crescimento de quase 20% em faturamento e 9% em volume de animais, quantidade que garantiu novo recorde também nessa edição. “O Mega Leilão em Cuiabá contou com a participação de 46 compradores e 47 vendedores de Mato Grosso e de outros estados. Além disso, novamente a qualidade dos produtos foi reconhecida por nossos clientes”, explica. Maior comprador do evento, Antônio Ronaldo Rodrigues da Cunha, proprietário da Fazenda Aliança, de Pontes e Lacerda (MT), confirma essa tendência nos eventos comerciais da empresa. “A qualidade do gado evoluiu muito ao longo dos anos. Se pegarmos a primeira edição do Mega Leilão, em 2007, por exemplo, cerca de 30% da oferta se encaixavam no perfil de nossas atividades. Hoje, a realidade é totalmente diferente. Cerca de 80% são bons animais, resultado de uma boa seleção, com investimento em touro e direcionamento de matrizes”, explica Cunha, que há quatro anos confia a realização de seu leilão anual de touros à Estância Bahia. A Leilosat realiza grandes leilões no mês de junho, participando de grandes feiras em Mato Grosso do Sul e de leilões virtuais pelo Sistema Brasileiro do Agronegócio. Durante a 10ª Expobrangus – Exposição Nacional da Raça Brangus, a Leilosat realiza grandes eventos transmitidos pelo portal da leiloeira www.leilosat.com.br. No dia 8 de junho, quinta-feira, às 19h, acontece o 13º Leilão Nacional Brangus com oferta 50 touros 3/8 e 800 animais machos e fêmeas Brangus e ½ sangue Angus. No dia 9, sexta-feira, acontece o Leilão Só Qualidade Gado de Corte, com oferta de animais para cria, recria e engorda. Os eventos acontecem no Parque de Exposições Laucídio Coelho. Outro grande trabalho da Leilosat é o Leilão Virtual Leilosat, que acontece todo domingo, a partir das 9h, no horário local, com grandes ofertas pelo Novo Canal - Sistema Brasileiro do Agronegócio. Também o trabalho na comercialização de gado PO continua, em maio aconteceu o Leilão da Ouro Fino Genética, que vai contar com a participação especial da Fazenda Cosmo, de Angelo Baldissera, no próximo dia 19. Durante a 19ª Exposul – Exposição de Chapadão do Sul, acontece no dia três, sexta-feira, o leilão da Fazenda Riacho Doce que faz uma grande oferta em de machos e fêmeas da raça Nelore. No próximo dia 4, sábado, a Leilosat realiza o Leilão Fazenda Indaiá com oferta de touros Angus e Brangus e mais 1500 bezerros ½ sangue Angus. Na mesma feira, a leiloeira já realizou na quinta-feira, dia 2, o leilão da Fazenda Padrão, com animais frutos de cruzamento industrial. Informações sobre agenda e formas de inscrições nos leilões podem ser obtidas pelo telefone (67) 3042-6300 ou pelo site www.leilosat.com.br VIA LIVRE COM. Estância Bahia vende 22.860 animais em mega leilão no MT 16 16 JUNHO 2011 FEVEREIRO 2011 Recuperar pastagem é ponto crucial para pecuária de MS A morte de pastagens é uma questão extremamente preocupante, alerta o pesquisador Armindo Kichel A manutenção do negócio é fundamental em todo e qualquer iniciativa empresarial. Entretanto, talvez seja o quesito que a pecuária sul-mato-grossense mais ignore, a alimentação para os animais, a pastagem. Estimativas mostram que 63% das áreas com a finalidade no Estado estejam degradadas. “Temos uma grande movimentação principalmente no Norte de Mato Grosso do Sul e também no Mato Grosso, em relação à morte das pastagens, é uma questão preocupante, vista desde a região do Bolsão, incluindo Paranaíba, Cassilândia, Água Clara, Figueirão, Camapuã, Rio Verde, Coxim e Rio Negro, entre outras áreas. Acredito que área com necessidade evidente de recuperação, apena na região do Bolsão e arredores, fique em torno de 10% a 15%, cerca de 1 milhão hectares, superior a toda a área plantada com cana-deaçúcar (450 mil) e eucalipto (550 mil) somadas”, disse Armindo Kichel, pesquisador da Embrapa Gado de Corte. Os números apontados por Armindo Armindo Kichel é pesquisador da Embrapa-CNPGC deixam a questão ainda mais preocupante. “Todo o Mato Grosso do Sul conta com 15 milhões hectares, sendo que nove milhões estão com algum nível de degradação e dois milhões têm necessidade real de recuperação”, explicou. Segundo o pesquisador da Embrapa, o problema se potencializou no final do ano passado, mas é o resultado de muitos anos sem reinvestir re- cursos nas áreas de pastagens. “São menos de 10% os produtores rurais que cuidam do pasto, que fazem o investimento, integração lavoura pecuária, que devolvem para a terra o que estão extraindo, são os empresários que fazem isso, que trabalham com assessoria, de forma profissional. A maior parte, pelo menos 90%, não faz nada, não tem o menor cuidado, não entendem o pasto como cultura, é necessário devolver de 20% a 30% da receita bruta de uma propriedade para a pastagem, de 30% a 40% são para cobrir os custos e de 10% a 20% é a retirada”, desabafou. Kichel explicou que uma linha de crédito no programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono, pode ser um caminho para a recuperação de pastagens. “Com o programa teremos a possibilidade de implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária, lavoura, pecuária-floresta, reflorestamento, plantio de leguminosas e tratamento de dejetos” disse. Quem explicou o ABC foi o titular da Superintendência Federal da Agricultura, Orlando Baez. “Teremos a linha ABC no Plano Agrícola Pecuária 2011/12, os recursos serão colocados para recuperação de pastagens. Vai funcionar com taxas subsidiadas em 6,5% ao ano, com dois anos de carência e 12 para pagar. O programa é para ser utilizado em ILP, ILPF, práticas conservacionista, boas práticas, correção de fertilidade, entre outros”, contou Baez, lembrando de uma conversa que teve com ministro da Agricultura Wagner Rossi. “Ele comentou comigo que vai haver também linha de crédito para o pecuarista reter matrizes e fazer aquisições, a intenção é garantir o abastecimento interno de carne bovina e também as exportações. É uma antiga demanda da CNA, agora atendida. Esses recursos serão aportados em até R$ 1 milhão para cada pecuarista, o que vai mudar positivamente o cenário em médio e longo prazo”, explicou. Armindo Kichel lembra que a questão envolvendo a pastagem em Mato Grosso do Sul é muito séria. “A nossa experiência mostra que a pastagem no Estado degrada 6% ao ano em média, a recuperação média fica em torno de 1% a 1,5%, a defasagem fica na casa de 4,5% na melhor das hipóteses. Com isso, o rebanho tem que diminuir também”, alertou, dizendo que se nos próximos anos não houver uma mobilização dos responsáveis para incentivar a recuperação e cultivo de pastagens, o rebanho sul-mato-grossense será ultrapassado por outros estados. Segundo pesquisas, cerca de 10% dos produtores rurais dão o devidamente tratamento que a pastagem merece 17 17 JUNHO 2011 FEVEREIRO 2011 PRÉ-SECA O período de tempo compreendido entre o final das águas e o início da seca pode ser chamado de pré-seca. Caracteriza-se por uma pastagem de uma tonalidade indecisa que não é nem verde exuberante nem amarelo ressecado. É aquele lusco-fusco vegetal que prenuncia tempos de vacas magras, mas que ainda mantém o gado na boa aparência. É o que Guimarães Rosa chamou de verde enganoso. Não é igual nem contemporâneo em todas as partes. Às vezes varia dentro de uma mesma região. E esse pasto, assim meio enrustido, é capaz de fazer um estrago dos grandes na microbiota ruminal. Os micro-organismos do rúmen são como operários de uma fábrica, em cujo “contrato” com o seu empregador, o Boi, consta que o “patrão” fica obrigado a fornecer alimento, energia, temperatura controlada, pH adequado, remoção de dejetos, reciclagem, especialização e garantia de reprodução aos seus empregados. Em contrapartida, aqueles “sensíveis operários”, por meio de ações muito especiais, ficam responsáveis pela síntese de vitaminas e proteínas, produção de ácidos graxos voláteis e, num gesto extremado de altruísmo, mesmo após a morte, são prontamente digeridos e absorvidos como proteína bacteriana, de alto valor biológico, capazes de atender algo entre 60 e 70% de toda a necessidade corporal. Pois é justamente nesse tempo de transição seca/água que as relações biota/ hospedeiro ficam meio estremecidas. O bovino não consegue ingerir um alimento de boa qualidade e o trabalho dos micro-organismos fica comprometido. O capim, apesar da aparência, já não possui adequado nível de proteína. Envelheceu e está cada vez mais fibroso. Por mais um pouco vira lenha. Sua digestibilidade já não é a mesma. Perdeu até a palatabilidade. Nesse cenário, parte da biota rompe o “contrato” e se demite, quer dizer, para de multiplicar. O boi perde peso e aqueles que ainda não dão importância a esse período de transição perdem dinheiro. Fique atento! Aprenda como proceder nesse período tão especial da pecuária de corte extensiva. Paulo Cezar de Macedo Martins - Médico Veterinário – CRMV-MG 1431 Gerente de Relacionamento e Treinamento da Tortuga Cia Zootécnica Agrária Consulte um dos técnicos Tortuga e saiba como utilizar a suplementação mineral para manter a sua lucratividade no período de seca: www.tortuga.com.br 0800 011 6262 POR TRÁS DE NOSSOS PRODUTOS EXISTE MUITA CONTRIBUIÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE. MAIS DO QUE SOLUÇÕES PARA NUTRIÇÃO E SAÚDE ANIMAL, A TORTUGA ENTREGA AOS CRIADORES PRODUTOS QUE RESPEITAM O MEIO AMBIENTE. UMA INICIATIVA QUE OTIMIZA A PRODUTIVIDADE DO REBANHO SEM DEIXAR DE LADO A PREOCUPAÇÃO COM O NOSSO FUTURO. 0800 011 6262 www.tortuga.com.br A ciência e a técnica a serviço da produção animal 18 JUNHO 2011 Fazenda Modelo Tecnologia e gestão a serviço da pecuária Propriedade trabalha para tornar-se uma referência na produção rural, na atuação em Nelore PO e gado de corte A chegada à Fazenda São Marcos do Riacho Fundo já é por si só um convite ao bem-estar aos amantes da pecuária. Foi em Corguinho, em uma bela propriedade que o empresário Júlio Inácio Corrêa, escolheu para dar início a mais uma história de sucesso, o Nelore Stampa. Uma propriedade diferenciada por conta da tecnologia empregada e o profissionalismo. Com uma área de 2.149 hectares, georreferenciada, a fazenda tem números que impressionam. São 2.000 animais, sendo metade PO e a outra metade de gado de corte, predominantemente Nelore. Conta com a utilização de piquetes em sistema rotacionado de até 25 ha, praças de alimentação com cochos grandes, água encanada, suplementação mineral e até um laboratório para transferência de embriões e inseminação artificial em tempo fixo, entre outros elementos. “Trabalhamos em um sistema de empresa, fazemos aqui uma indústria com objetivo de obter animais e carne João Fontes, médico veterinário e gestor da fazenda FOTOS MARCO MIATELO | VIA LIVRE Vacada da Nelore Stampa apresenta excelentes resultados com índice de prenhes na ordem de 92% de qualidade. Investimos em tecnologia como uma forma de aporte, queremos ser referência na produção pecuária, estamos caminhando para isso”, disse João Luiz Alves Fontes, médico veterinário, gestor da propriedade. Um dos fatores que mais impressionam ao chegar na propriedade é o cuidado e a reforma de pastagens, já ao entrar na propriedade se percebe que no Nelore Stampa pasto é tratado como cultura, além de manter muitas árvores em meio à pastagem, oferecendo sombra ao gado. “O rendimento da propriedade é aplicado nela mesmo, com isso, desde que adquirimos a fazenda, há 18 meses, temos recuperado as pastagens. Temos um programa de trabalho que contempla a adubação anual de 20% ao ano, recuperação de 10% no mesmo período, além da correção do solo. A disponibilidade de alimentos é um diferencial”, explicou João, lembrando que para fazer o trabalho são feitas analises do solo. As áreas de pastagens, verdes ainda que com uma estiagem já de quase 30 dias, são uma espécie de cartão-postal, um verdadeiro convite, para conhecer a São Marcos. “Aqui temos área de pastagem com Massai, Brizantha, Estilosantes Campo Grande e Tanzânia. Neste momen- to, período de seca, nossa capacidade é de 1,2 unidades animal por hectare, no período das águas, chega 1,5 UA, nossa previsão e objetivo é alcançar 2,2 UA/ha”, definiu João. Empresário de sucesso no Estado do Paraná, Júlio Corrêa, atua com uma filosofia empresarial própria em sua propriedade. “Estamos fazendo agora um ajuste fino na fazenda, a idéia é ir mais longe, aumentar a produtividade, intensificar de uma forma geral o trabalho”, contou explicando que todo o recurso apurado no Nelore Stampa é reaplicado na atividade. Os resultados da fazenda de Júlio Stampa, como é conhecido, trazem grande impacto. A desmama dos bezerros PO acontece entre os sete e oito meses, com média de 280 quilos. Com o bezerro comercial ocorre no mesmo período, com 250 kg,peso semelhante ao do gado tricross (Nelore + Guzerá + Brahman) trabalhado na São Marcos. O peso médio da vacada PO atinge 600 quilos enquanto as fêmeas comerciais 500kg, tudo isso somado a um impressionante índice de prenhes Tratamento de pastagem como cultura é um dos diferenciais da Fazenda São Marcos do Riacho Fundo 19 JUNHO 2011 F FOTOS MARCO MIATELO | VIA LIVRE AZENDA MODELO de 92%. A empresa faz também um severo investimento na suplementação dos animais, fator considerado fundamental para João Fontes. “Este é um ponto elementar em nosso trabalho, para cada categoria e necessidade animal, neste aspecto, a Alvorada é nosso grande parceiro, com ao fornecimento de produtos que atendem a nossa necessidade, por vezes, bastante específica”. Quem destaca também o trabalho é Júlio Stampa, afirma que a empresa segue uma filosofia parecida com a empregada em sua empresa. “Tenho o conhecimento que eles sempre enxergam a necessidade do cliente lá na frente, antecipa, proporcionando um melhor atendimento. Seguimos uma mesma linha de pensamento”, afirmou Júlio. Para Eduardo Faccione, zootecnista do departamento técnico da Alvorada, a atenção às necessidades do cliente são trabalhadas com acompanhamento da evolução do trabalho. “Atuamos aqui com suplementação mineral e também com linhas de controle químico nas pastagens”, disse. Outro grande destaque no Nelore Stampa é o modo de trabalho dos funcionários da fazenda. Quando na chegada da equipe de reportagem da Folha Fazendeiro, a equipe fazia de maneira “silenciosa” o manejo dos animais para vacinação contra febre aftosa, outros tratamentos e um inventário do rebanho. “Temos aqui um sistema de trabalho no qual não há qualquer forma de maus tratos aos animais, com valorização dos funcionários, aplicação de todos os conceitos de Boas Nelore Stampa conta com um moderno laboratório de transferência de embriões e IATF Práticas Agropecuárias, cuidado integral do manejo, resfriamento contínuo de vacinas e utilização de luvas cirúrgicas por quem faz a aplicação”, disse João, que trouxe a experiência de diversas outras fazendas, com observação de práticas relevantes em cada um delas, aplicadas na Fazenda São Marcos, de maneira combinada, além da qualificação e valorização dos funcionários, ação chamada de “bom investimento”. “Os funcionário recebem boas moradias, treinamentos de manejo sanitário e racional e também de inseminação. Todos são inseminadores, enten- dem e participam dos processos”. Investir em genética e evolução do rebanho é algo constante dentro da propriedade. João explica que na propriedade há diversas linhagens na raça Nelore, entre eles de reprodutores da atualidade como Carvadi, Visual e 1646. Além de fazer procedimentos de IATF e TE no laboratório localizado na própria propriedade, a equipe da Nelore Stampa exerce uma grande pressão de seleção nos animais, através dos acasalamentos e descarte dos animais pouco produtivos. A propriedade participa também do PMGZ, da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, realiza os exames andrológicos em seus reprodutores, avalia a libido dos touros, faz ultrassom testicular e degeneração, entre outros fatores. “São ações que combinadas trazem maior rendimento para a empresa, queremos diminuir custo e aumentar a rentabilidade”, afirmou João. Júlio ‘Stampa’: história de empreendedorismo e trabalho Uma história de sucesso alicerçada em um incondicional apoio familiar. A frase escrita não pode e não tem a pretensão de resumir a história de um homem, mas pode explicar parte de uma vida. Trata-se de Júlio Inácio Corrêa, 52 anos, da infância simples no interior do Estado do Paraná até culminar em uma das mais bem sucedidas carreiras empresariais. “Quando era criança via as fazendas, ficava impressionado, as propriedades, aos meus olhos, eram muito grandes, mas deveriam ter no máximo Júlio “Stampa” Inácio Corrêa, empresário e produtor umas 200 cabeças”, lembra Júlio, ao falar da infância simples no município de Artorga, Paraná e da admiração pelo vida rural. Mais tarde, aos 13 anos, mudou para cidade de Assis Chateaubriand/PR, quando a família adquiriu uma pequena olaria. “Era um trabalho bem pesado, toda a família trabalhava no negócio”, explicou, lembrando que era algo natural o trabalho com irmãos e pais. Outra lembrança curiosa, do menino do interior do Paraná, que se tornaria um grande empresário, era a dificuldade 20 JUNHO 2011 JUNHO 2011 21 22 JUNHO 2011 MARCO MIATELO | VIA LIVRE F AZENDA MODELO de se fazer compras. “Era algo difícil comprar uma vaca, uma cabra, quando meu pai comprou uma carroça foi uma festa, usávamos para o trabalho e para passear”. Júlio explica que a família logo vendeu a olaria e quem comprou possuía uma fábrica de doces e ele foi lá trabalhar, “o período aconteceu entre os meus 14 e 18 anos”, disse. O trabalho foi interrompido quando o futuro empresário foi prestar o Serviço Militar. “Lá me tornei atleta, eu corria, foi neste tempo que, durante uma competição, conheci Curitiba, decide que era lá que eu queria morar”, disse ressaltando que logo seus pais também foram para capital paranaense. “Foi um período diferente, fui procurar trabalho e não conseguia, fiz teste para vendedor, não dava certo. Tentei trabalho nos Correios e me disseram que eu não tinha condição nem de entregar cartas. Eu não tinha formação na época, curso de datilografia”, explicou. Um dos pontos da virada foi quando um amigo, o mesmo da fábrica de doces, foi para Curitiba e instalou uma fábrica de pipoca doce. “Aprendi a fazer a pipoca e, mais tarde, houve uma Boletim Informativo | JUNHO 2011 Mão-de-obra e serviços SALÁRIO MÍNIMO RURAL: R$ 561,00 MÉDIA/R$ N° INFORMAÇÕES Técnico Agrícola 1.053,60 02 Inseminador 609,50 02 Encarregado de Máquinas 693,16 01 Operador de Máquinas de Esteira 1.043,77 04 Tratorista - pneus 592,77 04 Motorista 673,75 02 Capataz de Campo 1.138,32 06 Retireiro 561,00 05 Peão Campeiro (tralha própria) 619,68 07 Praieiro/Caseiro (serviços manuais) 561,00 04 Cozinheira 561,00 04 Diária Bruta (empreiteiro) 25,70 02 'RPDGH&DYDORJUDWLÀFDomR Aceiro Leve/KM (pé da cerca) Aceiro Pesado/KM (1,5 mts cada lado) Roçada de Pasto Pesado/Há (manual) Roçada de Pasto Leve/Há (manual) Tirar e Lampinar Poste 3,68 03 Tirar e Lampinar Firme 5,80 05 Tirar e Lampinar Palanque (3,20mts) )LQFDU3RVWHÀRVFEDODQFLQV )LQFDU3RVWHÀRVVEDODQFLQV Trator de Esteira D-4 / hora 156,48 01 Trator de Esteira D-6 / hora 223,00 03 Trator de Pneu Traçado 140 CV acima/hora 124,28 01 Pá carregadeira W-20 / hora 111,14 01 Motoniveladora / hora 167,66 01 &DPLQKmR&DoDPED7UXFDGRKRUD &DPLQKmR&DoDPED7RFRKRUD Colheita de Grãos (mecanizada) 5 a 8% do Valor do Produto FONTE: CONVENÇÃO COLETIVA JULHO 2010 http://www.ruraldemiranda.com.br/OBSERVAÇÕES:- TODOS O VALORES CONSTANTES NESTE BOLETIM, SÃO VALORES BRUTOS SEM QUAISQUER DESCONTOS, JÁ ACRESCIDOS DE TODOS OS BENEFÍCIOS. Júlio Stampa: “Eu gosto de ser pecuarista, eu não sabia que era algo tão prazeroso” situação em que fui vender a pipoca no comércio dos bairros da cidade, vendi muito rapidamente. Percebi que poderia vender bem, chamei meu irmão para trabalhar”, passado um tempo, Júlio se casou aos 22 anos e resolveu montar sua empresa. “Comprei uma Kombi e com ela fazia a distribuição de produtos, mais tarde troquei por um caminhão”, lembrou Júlio, dizendo que a troca pelo caminhão foi um momento fundamental para o crescimento do negócio. “Posteriormente, a empresa já estava estruturada e eu contava com 15 vendedores na época, foi quando a Nestlé me descobriu”, disse sorrindo Júlio, lembrando de mais um momento marcante. “Depois de feito treinamentos, cursos, percebo que eu já fazia marketing desde a época que comecei, merchandising, sempre apresentei e dei oportunidade do cliente experimentar o produto, fazia no instinto”, explicou o quinto maior distribuidor do país da marca Nestlé. A pecuária sempre foi um sonho antigo, realizado no último ano com a aquisição da fazenda. “Tenho passado cerca de uma semana por mês aqui, é algo que traz muita satisfação”, disse, citando que começou na pecuária antes da aquisição da propriedade, através da compra de gado PO, acompanhado de amigos de Mato Grosso do Sul. “Comecei a frequentar leilões e a arrematar alguns animais, fui acompanhado do amigo Roberto Bavaresco, a fazenda veio depois, gostei desde o primeiro momento em que vi, me apaixonei pelo Mato Grosso do Sul”, contou. “As coisas começaram a acontecer ao mesmo tempo, milha filha começou a se interessar pelo assunto e foi estudar Medicina Veterinária, depois começou a namorar com o João, um jovem com ótima formação, grande capacidade de trabalho. E ele quem administra a propriedade, que possui bons funcionários. Acredito que a diferença em uma boa empresa é fazer boas contratações e nossa idéia aqui na fazenda é ir mais longe, aumentar a produtividade, continuar melhorando as pastagens, temos um projeto de confinamento, gestão e tecnologia”, afirmou Júlio. Júlio Stampa, como é conhecido, define como se sente em ser pecuarista. “Eu gosto de ser pecuarista, eu não sabia que era algo tão prazeroso. Há 40 anos visualizei aquela fazenda, em minha cidade natal, com uns 200 animais. Conseguimos, eu e minha esposa, com o apoio da família, ter essa propriedade”, disse. Consciente do exemplo que representa, Júlio, mais uma vez, cita suas origens. “Eu fui muito pobre, mas muito feliz, havia muita união familiar. Meu pai saiu de Minas Gerais para trabalhar na abertura de áreas agrícolas no norte do Paraná e sempre sonhou em adquirir sua terra. Ele faleceu há 10 anos, infelizmente não viu a nossa fazenda, comprei para nós dois”. (Por Fabiano Reis, da Redação) 24 JUNHO 2011 Integração e pesquisa são os caminhos para a recuperação de pastagens Tecnologia que alia produção de grãos e pasto tem sido cada vez mais usada nas fazendas de Mato Grosso do Sul C om números cada vez maiores, a degradação de pastagens pode ser o principal fator limitante para a pecuária sul-mato-grossense, com estimativas que apontam nove milhões de hectares em processo degenerativo e de dois a três milhões sem condições de produção, fator que exige uma recuperação de pastagem em regime de urgência. A necessidade de atenção e investimentos é imperativa. Segundo o pesquisador da Fundação MS, Dirceu Luiz Broch, há técnicas que bem aplicadas podem, além de recuperar as pastagens, trazer uma ótima lucratividade para o produtor rural e com opções de produção capazes de melhorar a rentabilidade. “A melhor maneira de fazer recuperação das pastagens e ter retorno econômico mais rápido e trazer a diversificação de culturas e as soluções estão na silvicultura, integração lavoura pecuária, integração lavoura pecuária floresta e adubação”, disse Broch. O pesquisador explica que há muita informação no Estado de Mato Grosso do Sul para que o pecuarista realize este tipo de trabalho, inclusive de viabilidade econômica. “Temos centros de referência, a Embrapa Gado de Corte, universidades, a Fundação MS, não há motivo para ter uma área improdutiva”, afirmou. Broch fala ainda que para a região Integração lavoura-pecuária tem revelado-se uma excelente alternativa para recuperar áreas e produzir mais do Bolsão, área bastante afetada com a degradação e inclusive com morte de pastagens, tem que ter uma atuação específica. “No Bolsão, por ter uma terra mais arenosa, a solução de integração com floresta é acertada, recupera a pastagem, traz em médio e longo prazo diversidade econômica para o produtor e, ainda aproveita a cadeia produtiva bem desenvolvida da região”, disse, ressaltando que apenas nesta região do estado, há 1 milhão de hectares com necessidade urgente de recuperação. “Há três ou quatro formas interessantes para o desenvolvimento da ação, pode ser via Integração Lavoura Pecuária, Integração Lavoura, Pecuária Floresta e adubação. É relevante para o pecuarista procurar as instituições, técnicos e empresas para iniciar o trabalho de recuperação o quanto antes”, afirmou, ao lembrar que a Fundação MS possui a Fazenda Modelo 2 no município de Ribas do Rio Pardo e que, há oito anos trabalha com a Integração Lavoura e Pecuária e agora passa a integrar também com floresta. “Estamos abertos para receber o produtor”, disse. Ao ser questionado sobre os principais obstáculos e desafios para a recuperação de pastagens em Mato Grosso do Sul, Broch explica que a cultura de alguns produtores é o principal dilema. “Os desafios estão em questões culturais do pecuarista, alguns não investem no pasto a mais de 30 anos, não há reposição de nutrientes, para muitos, investir não faz parte de sua cultura. Soma-se ao custo de se recuperar pastagens, que chega até R$ 1 mil por hectare.Entretanto, devemos ter um bom incentivo do Governo Federal para iniciar a recuperação em massa”. Iagro prorroga vacinação contra febre aftosa no Pantanal Sindicato Rural de Corumbá reivindicou mais prazo com receio de não cumprir metas estabelecidas pelo Governo Por solicitação do Sindicato Rural de Corumbá, o Governo do Estado publicou decreto no Diário Oficial desta segunda-feira prorrogando a vacinação contra a febre aftosa no Pantanal até 15 de dezembro devido às dificuldades dos proprietários rurais de manejar o gado durante a enchente. O prazo da campanha de imunização expiraria no próximo dia 15 de junho. Na semana passada o presidente da entidade ruralista, Raphal Kassar, enviou expediente a diretora- presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Maria Cristina Carrijo, expondo as razões de um adiamento da vacinação devido ao risco de não cumprimento as metas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Posteriormente, o assunto foi discutido com a secretaria estadual de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, que concordou com as ponderações do sindicato. “Tanto a secretaria como a presidente da Iagro foram sensíveis ao nosso pedido, entendendo que a prorrogação era necessária”, disse Kassar. Declaração O decreto da prorrogação, nº 13.208, assinada pelo governador André Puccinelli e pelos secretários Mário Sérgio Lorenzetto (Fazenda) e Tereza Cristina, também adia para 15 de dezembro o prazo para entrega da declaração de estoque de animais. Os produtores terão que comparecer na Iagro para justificar a impossibilidade de vacinar e planejar a sua campanha. Raphael Kassar explicou que a planície pantaneira continua alagada, com previsão de vazão a partir de meados de junho. Ele explicou que os fazendeiros estão com dificuldades de acesso às propriedades e de armazenagem das vacinas. “O produtor tem agora a oportunidade de reprogramar a vacinação sem cometer riscos e prejuízos. Cada fazenda é uma situação diferente”, Canal 36 da NET Pela Agromix TV BOLETIM DA ACRISSUL - ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE MATO GROSSO DO SUL - JUNHO DE 2011 EDITAL DE CONVOCAÇÃO ELEIÇÕES E REGISTRO DE CHAPA Ficam convocados todos os Associados da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul – ACRISSUL, para: 1) – A Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se-á no dia 07 de junho de 2011, no Auditório da Entidade, Recinto do Parque de Exposições Laucídio Coelho, às 08:00 horas em 1ª Convocação e às 09:00 horas em 2ª Convocação, para a realização da Eleição para Composição da Diretoria e Conselho Consultivo, que dirigirá os destinos desta Associação no Biênio 2011/2013, nos termos do Estatuto, tendo seu encerramento às 15:00 horas, conforme Regulamento Eleitoral. 2) – Faz saber também, que o prazo para Registro das Chapas para a Eleição da próxima Diretoria para o Biênio 2011/2013, será até a data de 29 de maio de 2011, encerrando às 17:00 horas, na sede Social desta Associação, cientificando aos interessados que a Secretaria para o registro das Chapas tem seu funcionamento de 2ª a 6ª feira, das 07:30 as 11:30 e das 13:30 as 17:30 horas. O prazo para impugnação de Candidatura poderá ser feita no prazo de 05 (cinco) dias a contar da publicação da relação das Chapas Registradas, conforme artigo 36º do Regulamento Eleitoral. Campo Grande/MS,18 de maio de 2011. Francisco José Albuquerque Maia Costa, Presidente Acrissul RE-RATIFICAÇÃO DE EDITAL DE CONVOCAÇÃO TV MS Record promove debate entre candidatos à presidência da Acrissul dia 5 Como uma oportunidade para a difusão de propostas, a TV MS Record, Canal 11, promove no domingo, 5, a partir das 8 horas, um debate entre os candidatos à presidência da Acrissul, Francisco Maia (atual presidente) e José Lemos Monteiro, o Zeito, candidato da chapa “Força do Agronegócio”. Na tarde do dia 30 a equipe da TV, responsável pela coordenação do programa, realizou uma reunião quando foram definidas as regras do debate. Os candidatos deverão chegar ao local com meia hora de antecedência, sendo que em caso de ausência de algum candidato, o programa será realizado com o candidato que estiver presente. Serão quatro blocos. No primeiro cada candidato terá três minutos para apresentar suas propostas de administração. A ordem será definida em sorteio prévio. No segundo bloco os candidatos farão duas perguntas entre si, intercaladas. No terceiro responderão a quatro perguntas de pessoas ligadas à agropecuária de Campo Grande, gravadas previamente pela equipe de re- portagem da TV MS Record. No último bloco os candidatos responderão a duas perguntas formuladas pela produção da TV, sobre temas de grande repercussão e que só serão pelos candidatos e coordenadores de campanha no momento do debate. O debate será transmitido simultaneamente pela TV MS Record e pelas rádios que compõem a Rede MS Integração de Rádio e Televisão. Para o atual presidente da Acrissul, Francisco Maia, o programa é uma oportunidade democrática para que as propostas dos candidatos sejam conhecidas pelos eleitores. A Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) é a entidade ruralista mais antiga de Mato Grosso do Sul (fundada em 1931) e a segunda mais antiga do Brasil. Sua sede está localizada no Parque de Exposições Laucídio Coelho, numa área de 17 hectares, próximo ao centro de Campo Grande, e realiza anualmente duas grandes feiras – a Expogrande, que vai para sua 73ª edição e a Expo MS, que está em seu terceiro ano de existência. Re-ratifica-se neste ato o Edital de Convocação da Assembléia Ordinária para Eleição da Diretoria e Conselho Consultivo, publicado nos dias 19, 20 e 21 de maio de 2011, passando a constar da seguinte forma: I - A Assembléia Ordinária para Eleição da Diretoria e Conselho Consultivo realizar-se-á no dia 07 de junho de 2011, com a primeira chamada às 19hs e a segunda chamada às 20 hs, com encerramento às 22hs. II – A Assembléia Ordinária para eleição da Diretoria e Conselho Consultivo acontecerá no Tatersal de Elite “Fábio Zahran” e não mais no Auditório. III – As demais disposições do Edital, publicado nos dias 19, 20 e 21 de maio de 2011, permanecem inalteradas. Campo Grande-MS, 25 de maio de 2011. Francisco José Albuquerque Maia Costa, Presidente da Acrissul Acrissul agradece voto da bancada de MS pela aprovação do Código Florestal O presidente da Acrissul, Francisco Maia, comemorou a aprovação do relatório do deputado federal Aldo Rebelo, que modifica a lei que criou o Código Florestal Brasileiro. Maia parabenizou e dirigiu agradecimentos à bancada federal de Mato Grosso do Sul que votou em peso pela aprovação. “Os parlamentares entenderam que a aprovação era uma questão de segurança alimentar nacional”, avaliou. O projeto segue agora para a aprovação do Senado Federal e depois para a sanção da presidente Dilma. O Plenário aprovou, na terça-feira, 25, o novo Código Florestal (PL 1876/99), que permite o uso das áreas de preservação permanente (APPs) já ocupadas com atividades agrossilvipastoris, ecoturismo e turismo rural. Esse desmatamento deve ter ocorrido até 22 de julho de 2008. O texto, que ainda será votado pelo Senado, revoga o código em vigor. Para Maia, valeu todo o esforço do setor ruralista, que foi a campo, promoveu debates, manifestações públicas e participou das audiências para apresentar suas reivindicações. E a bancada federal foi sensível, entendendo os questionamentos e levando as mudanças para a proposta do novo Código Florestal. Durante o lançamento da Expogrande deste ano, em março, o deputado federal Aldo Rebelo promoveu uma palestra no tatersal de elite da Acrissu para 1.200 produtores. O senador Jorge Viana (PT-AC) será o relator do projeto de lei do Código Florestal na Comissão de Meio Ambiente do Senado. O anúncio foi feito na terça, dia 31, em plenário, pelo presidente da comissão, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). 26 MAIO 2011 Palavra do Presidente FRANCISCO MAIA, PRESIDENTE DA ACRISSUL ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE MATO GROSSO DO SUL Prezado empresário rural Estamos vivendo um novo tempo. Um tempo que pede mais profissionalismo e menos fisiologismo, mais ação e menos conversa. Aqui, na Acrissul, esse novo tempo chegou para ficar. Há dois anos, quando assumimos a missão de liderar a entidade, fomos os únicos a aceitar o desafio. Você deve se lembrar: o parque estava decadente, as contas no vermelho, os associados descrentes. Hoje, o cenário é completamente diferente: o parque reformulado, as contas sanadas, e até antigos associados que haviam se ausentado da instituição estão de volta para prestigiar o trabalho que foi feito. Ironicamente, todos aqueles que se recusaram a assumir a Acrissul na última eleição, agora estão de volta, querendo o seu espaço. Sinal de que nosso trabalho deu resultado. Se hoje a Acrissul voltou a ter a antiga força no cenário estadual, é porque não descansamos um minuto em resgatar o verdadeiro papel da entidade. Independentes de qualquer interesse que não fosse o dos empresários rurais, buscamos soluções inovadoras para sanar todas as dívidas da entidade – que não eram poucas. Hoje, temos em mãos todas as certidões que comprovam a boa situação financeira da instituição. E basta dar uma olhada nos quadros abaixo para conferir os resultados alcançados com este verdadeiro choque de gestão. Se você frequenta o parque, já viu com os próprios olhos as mudanças realizadas. As ruas, os alojamentos, os pavilhões: tudo foi reformado, recapeado, renovado. Se faz tempo que você não vem, pergunte a qualquer expositor que tenha participado de nossas últimas exposições. A opinião é unânime: a Acrissul mudou muito, para melhor. É nessa nova Acrissul, dinâmica, aberta e democrática, que queremos continuar nosso trabalho. Já estamos implantando o projeto Acrissul Amanhã, que transformará o parque na Cidade do Agronegócio. Além disso, já está definida uma parceria com a Embrapa para a instalação de um parque tecnológico onde serão realizadas feiras dinâmicas. Um espaço em que todos os conhecimentos científicos da Embrapa serão transferidos para os criadores. Uma nova Acrissul, para um novo tempo. É isso o que vimos buscando, dia a dia, nos últimos dois anos. E é o que queremos continuar construindo, ao seu lado, unicamente com o objetivo de fortalecer o agronegócio, colocando-o no lugar do qual nunca deveria ter saído: o de protagonista da economia do nosso Estado. BOLETIM DA ACRISSUL - ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE MATO GROSSO DO SUL A VOLTA DA IAGRO para o Parque de Exposições Laucídio Coelho acabou com o transtorno de quem precisava tirar GTA e nota fiscal. Era uma reivindicação antiga de todos os pecuaristas, cansados das filas, do pouco espaço e da falta de estacionamento do antigo escritório na avenida Ceará. No parque tem estacionamento e todo o conforto e agilidade necessários para atender o criador com a dignidade que ele merece. Uma conquista da atual diretoria da Acrissul. MAIO 2011 27 28 MAIO 2011 Chico Maia anuncia parceria com Embrapa para criação de centro de tecnologia O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Chico Maia anunciou na noite de segunda feira, 31, o projeto de criação do Centro de Tecnologia da Pecuária. O empreendimento vai funcionar em sistema de comodato em 200 hectares de terra que ficam dentro da sede da Empraba Campo Grande. O anúncio da criação do Centro aconteceu durante reunião onde foi apresentada a chapa encabeçada por Chico Maia que tenta reeleição para presidir a entidade por dois anos. O líder ruralista adiantou que já está com o compromisso de uma emenda parlamentar na ordem de R$ 15 milhões para iniciar o projeto. “O senador Delcídio do Amaral assumiu este compromisso. Está marcada uma audiência em Brasília com o presidente nacional da Embrapa, Pedro Arraes, onde vou mostrar os estudos e a planta do empreendimento”, disse. “Presidir uma entidade da magni- tos da Embrapa serão disponibilizados para que os associados possam utilizar suas técnicas para ganhar conhecimentos e possibilidades de ganhos. Debate Reunião apresenta a chapa “Gestão e Produção” tude da Acrissul é um encargo para quem tem outra atividade como eu tenho, mas nos dá momentos de alegria com as conquistas como é este projeto do centro de tecnologia”, destacou Chico Maia lembrando outras conquistas como foi o caso da ação contra o pagamento do Funrural, onde até hoje os sócios da entidade não estão pagando o imposto. Segundo Chico Maia o Centro vai funcionar com a participação da Embrapa, entidades de pesquisa, universidades de maneira que todos os experimen- No dia 5 de junho, domingo, os dois candidatos que disputam a presidência da Acrissul, Chico Maia e José Lemos Monteiro, participam de um debate, que será transmitido pela Rede Record, a partir das 8h da manhã. Chapa Além de Chico Maia (presidente) encabeçam a diretoria executiva Jonathan Barbosa (1º vice), Sérgio Dias Campos (2º vice), Luiz Orcírio Fialho (3º vice), César Machado (1º secretário), Luciano Leite de Barros (2º secretário), Wilson Martins Jallad (3º secretário), Luiz da Costa Vieira Neto (1º tesoureiro), Alexandrina Marques Barbosa (2º tesoureiro), Rogério Zart (3º tesoureiro), entre outros associados em diferentes cargos. A Acrissul esta mudando. Só não vê quem não quer Desde o ano passado a atual diretoria da Acrissul vem preparando o Parque de Exposições Laucídio Coelho para transformar-se na “Cidade do Agronegócio”. Veja como: Recapeamento de toda a malha asfáltica do Parque; Reforma e reinauguração da sede da Iagro; Instalação da Agência Fazendária (Agenfa); Instalação de um posto de atendimento do Banco do Brasil; Construção de refeitório para os funcionários da Acrissul; Reforma de banheiros; Reforma de tatersais; Construção da “Praça da Sustentabilidade” Instalação do Clube do Chamamé; Construção do Espaço do Criador; Readequação de pavilhões para animais de argola; Reforma de pavilhões; Instalação de reservatório de água. Projeto de licenciamento ambiental do Parque de Exposições; Projeto de instalação de rede de água e esgoto pela empresa Águas Guariroba; Aquisição de máquinas e equipamentos para conservação do Parque. Acrissul cumpre exigências eleitorais O vice-presidente da Acrissul, Jonathan Pereira Barbosa, informou que a comissão eleitoral entregou na terça-feira, 31, pela manhã, para a chapa “Força do Agronegócio”, liderada pelo engenheiro agrônomo José Lemos Monteiro, a listagem dos associados da entidade, cumprindo, desta força, decisão judicial em medida cautelar tomada no dia 30 pela Justiça, antes mesmo de o presidente Francisco Maia ter sido citado para cumpri-la. Para Jonathan, atendida essa exigência a data e horário das eleições estão mantidos. O horário para votação, segundo Jonathan também será mantido - das 19 às 22 horas. – e a eleição será por urna eletrônica. A comissão eleitoral é presidida por Antônio Malvazo de Moura e secretariada por Leonardo Leite de Barros e por Max Antônio de Souza Moraes. 29 JUNHO 2011 Indústria frigorífica não exportadora sofre com falta de crédito Para Abrafrigo, situação do mercado local ficou bastante pressionada com quedas no volume das exportações e do câmbio O setor da indústria frigorífica, elo fundamental dentro da cadeia produtiva da carne bovina, juntamente com o segmento da produção rural, possui embates e diferenças. Fator que tem alterado nos últimos anos por conta de empresas que entraram em recuperação judicial, por alianças mercadológicas que garantem a entrada do produto brasileiro em diversos nichos de mercados e todas as situações que envolvem a cadeia. Quando se fala de indústria deve-se pensar em aspectos nacionais, por conta das características de mercado. Segundo Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo - Associação Brasileira dos Frigoríficos, as margens das indústrias que trabalham voltadas para o mercado interno seguem apertadas. “Em termos de situação econômico-financeira, os frigoríficos brasileiros voltados exclusivamente ao mercado interno, continuam trabalhando com margens muito apertadas”, afirmou Salazar. Os problemas que atingem a pequena e média indústria vêm se consolidando nos Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo: “Frigoríficos exportadores trabalham com margens bem apertadas” últimos três anos. “Devido a um conjunto de circunstâncias de mercado que espremem os seus resultados operacionais, como o preço do boi incompatível com os preços recebidos do varejo, a reduzida exportação que traz como consequência maior oferta de carne no mercado interno, sendo que o mercado consumidor não comporta este nível muito alto de disponibilidade, além dos preços recebidos pelos subprodutos que se encontram defasados em relação a sua média histórica normal, causam transtorno para a indústria com essas características”, afirmou Salazar. Segundo o presidente da Abrafrigo, a situação do mercado local, ficou bastante pressionada por causa da diminuição no volume das exportações e câmbio. “Com relação aos frigoríficos exportadores, os baixos preços internacionais e o Real valorizado contribuem para reduzir o nível das exportações. Também as barreiras sanitárias e não sanitárias de alguns países importadores contribuem para agudizar o problema”, relacionou Salazar. Outro problema que atinge a pequena e média indústria frigorífica e não exportadores, é a grande dificuldade em obter crédito para investir. “Temos ausência de linhas de crédito de longo prazo para fins de investimentos na planta física e em máquinas e equipamentos. Soma-se a reduzida rentabilidade do negócio, os pequenos e médios frigoríficos vão perdendo poder de competição face não investirem e inovarem em produtos de maior valor agregado”, desabafou Péricles Salazar. 30 JUNHO 2011 Agro&Energia Consórcio dá sobrevida a pequeno canavieiro Produtores de Lençóis Paulista (SP) se unem para cortar custos; baixa escala de produção pode tirar muita gente da atividade AGNALDO BRITO ENVIADO ESPECIAL A LENÇÓIS PAULISTA (SP) DA AGÊNCIA FOLHA E dson Gigioli, 49, é um pequeno produtor rural do interior de São Paulo. Dos 50 hectares da família brotam 4.000 toneladas de cana por safra. É pouco.Para um setor capaz de movimentar centenas de milhões de toneladas, a porção de 0,001% da cana paulista entregue por Gigioli é um bocado modesta. Num setor em que até petroleiras se candidatam a participar, a baixa escala na produção de cana tem se tornado ameaça real de expulsão de muita gente da atividade. Mas produtores de Lençóis Paulista (287 km de São Paulo) estão conseguindo neutralizar, por ora, esse risco. O segredo? Os condomínios e os consórcios de produtores, uma moda que ganhou fama e adeptos na região. A pequena porção de Gigioli se soma à de outras 55 propriedades no consórcio GFZ. Unidos, conseguiram juntar volume de 78 mil toneladas de cana para colheita. Com isso, conseguiram reunir uma frente de 30 boias-frias que rodam as propriedades cortando cana para a usina. “É a solução para quem acha que arrendar a terra está fora de cogitação. Sou produtor e quero continuar a ser produtor”, diz Gabriel Fantini Ziviani, líder do consórcio batizado com suas iniciais. Todos os 500 fornecedores de cana da região de Lençóis Paulista estão organizados em consórcios e condomínios, cada qual ao seu jeito. Juntos, são responsáveis pela produção de 9 milhões de toneladas de cana. Além da redução de custo nas frentes agrícolas, que chega a R$ 1,27 por tonelada em termos de tributos e encar- gos trabalhistas e R$ 0,62 por tonelada no transporte, a formação de consórcios para plantio e colheita está evoluindo para a mecanização. Até 2017, estará proibido o método de queima da cana para colheita. O governo de São Paulo estima que 10% da atual área de cana, algo como 500 mil hectares, deixarão de produzir devido à impossibilidade de uso de colhedoras. São produtores que estão em áreas onde a máquina não tem bom rendimento. Os produtores rurais da região de Lençóis estão atentos a isso. Hoje, cerca de 70% da área de produção já tem corte mecanizado. A média no Estado é de 20% das áreas dos produtores independentes. Em seis anos, terá de ser zero. Escala e mecanização O modelo regional tem servido não só para manter o pequeno produtor na atividade como para dar condições eco- 31 JUNHO 2011 SILVA JUNIOR | FOLHAPRESS A GRO&ENERGIA nômicas de adquirir máquinas para a mecanização. Uma frente mecanizada para colheita (com colhedora, tratores, treminhões) não custa menos do que R$ 1,3 milhão. E não vale a pena empatar esse montante se o grupo tiver menos de 100 mil toneladas de cana para colher numa safra. Pequenas propriedades como a de Antônio Fortunato Boso, com 25 hecta- res, e a de Sérgio Zilo Marun - ambos reunidos num dos vários consórcios que se formaram na região- jamais vão gerar, sozinhas, volume suficiente para justificar um investimento desse porte. Marun, que descarta o arrendamento de suas terras, está animado com o consórcio. Acha que em pouco tempo poderá ver uma máquina cortando o canavial. “Não vejo a hora”, diz. Modelo atual concentra terra, diz entidade DO ENVIADO A LENÇÓIS PAULISTA A Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) está preocupada com o destino de milhares de produtores que ainda sobrevivem do plantio da cana-de-açúcar. “O modelo de produção de açúcar e álcool está mudando a relação fundiária em São Paulo. Está havendo uma concentração de terras nas mãos de grandes grupos. Isso é preocupante”, diz Ismael Perina Júnior, presidente da organização. Segundo ele, o fim da regulação de preços do álcool combustível e a entrada das múltis aceleraram a concentração da terra em São Paulo. Agora, o projeto paulista que proíbe, a partir de 2017, a queima da cana para facilitar a colheita pode ser o golpe definitivo em uma parcela dos pequenos produtores. Esse grupo não tem condições financeiras de implementar a colheita com máquinas e tampouco de apostar no modelo de corte de cana crua (sem a queima). A Orplana tem apoiado a formação de consórcios e condomínios em curso na região de Lençóis Paulista, mas admite que o modelo lá deu certo, principalmente, em razão da decisão do grupo Zilor (Zilo Lorenzetti). Desde 2004, o grupo -dono das duas usinas que recebem e processam a cana que é produzida na região- transferiu a produção agrícola para os produtores rurais locais e se concentrou no setor industrial. Pequenos produtores ainda utilizam o tradicional corte manual na colheita da cana-de-açúcar, no interior de SP Efeito local A expulsão do pequeno produtor da principal atividade agrícola do Estado de São Paulo pode ter efeitos desastrosos para as economias regionais. A concentração de área nas mãos das grandes usinas -hoje responsáveis pela produção de 70% da cana que processam- tende a reduzir a atividade econômica nas ci- dades. “Lençóis Paulista é uma cidade pequena, mas nós investimos tudo o que ganhamos aqui”, diz José Adauto Vasconcelos, um fornecedor de cana da região de Lençóis. “O fim do pequeno produtor rural é também o fim do fornecedor de peça, da oficina mecânica. O dinheiro vai sair daqui”, afirma Vasconcelos. (AB) Problemas com preço do etanol na entressafra vão continuar A falta de incentivos poderá fazer com que o país enfrente nos próximos anos problemas no abastecimento de etanol durante o período de entressafra da cana-de-açúcar. A previsão é do diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Antônio de Pádua Rodrigues. “Não haverá nada de diferente do que ocorre hoje, e os problemas de estoque e de alta nos preços do etanol continuarão a ocorrer nos períodos de entressafra. Se não houver incentivos, ficaremos na mesmice de hoje, pelo menos, até 2015. Certamente não haverá oferta para atender a demanda”, disse. Pádua defendeu o controle do consumo do produto no período da safra e a formação de estoques reguladores, como forma de diminuir os problemas de abastecimento e a alta do preço do etanol nos períodos de entressafra. “A falta de investimentos no setor nos últimos anos para aumentar a oferta de etanol, de maneira que a produção acompanhasse o crescimento da demanda a partir de 2008, vai levar a uma situação nos próximos três anos em que o crescimento da oferta não será suficiente para fazer frente ao avanço esperado para a demanda”, afirmou. Na avaliação do diretor da Unica, é necessário que o governo desenvolva um planejamento para controlar o consumo no período da safra e incentive a formação de estoques para viabilizar o abastecimento em níveis satisfatórios durante a escassez do produto. “Esse é um mecanismo que visa a amenizar e não resolver o problema, uma vez que a demanda continuará a ser maior que a oferta, mas não há outro jeito. Contraindo a demanda na safra, evitando que os preços caiam muito neste período, dará maior disponibilidade do produto na entressafra”. Segundo Pádua, entre 2005 e 2008, o volume de investimentos em novas usinas de etanol girou em torno dos US$ 60 bilhões. “Desde então os investimentos têm sido escassos, uma vez que não há garantia de rentabilidade. E investidor não bota milhões em projetos para produzir etanol se não houver garantia de retorno do que foi investido. É o mercado, sem garantia de rentabilidade não haverá recursos”. 32 JUNHO 2011 A GRO&ENERGIA Moagem da cana é 40% abaixo do registrado na safra passada O diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, informou hoje que a quebra de safra deve afetar a projeção do setor de moer 568,50 milhões de toneladas de cana. Desde o início da safra 2011/2012, a moagem totalizou 56,66 milhões de toneladas, 39,51% abaixo das 93,67 milhões de toneladas registradas na mesma data de 2010. A Unica ressalva que a situação é atípica por causa da antecipação do início das atividades das usinas em janeiro, fevereiro e março, meses habitualmente observados como de entressafra. Na primeira quinzena de maio, a moagem de cana-de-açúcar das unidades produtoras da região Centro-Sul do país, responsável por metade da produção nacional, somou 32,77 milhões de toneladas. O volume foi 6,69% menor que o registrado no mesmo período do ano Antônio de Padua Rodrigues preside a Unica passado (35,13 milhões de toneladas). No comunicado divulgado pela entidade, ele afirma que “além da pior qualidade da matéria-prima e do ritmo de moagem mais lento nesse início de safra, estamos observando uma redução significativa da produtividade agrícola do canavial”. De acordo com Padua Rodrigues, a produção de etanol tem sido priorizada e os empresários estão preocupados em evitar que se repita a volatilidade de preços constatada no período de entressafra. Nos primeiros 15 dias de maio, a fabricação de açúcar alcançou 1,54 milhão de toneladas ante 1,87 milhão de toneladas no mesmo período de 2010. Já o volume de etanol produzido somou 1,26 bilhão de litros, dos quais 506,9 milhões de etanol anidro (que é misturado á gasolina) e 756,30 milhões de etanol hidratado (vendido nas bombas diretamente ao consumidor). No acumulado desde o início da safra, 59,87% da cana-de-açúcar processada foi dirigida para a produção de etanol, que atingiu 2,16 bilhões de litros. O volume de açúcar alcançou 2,36 milhões de toneladas. Os dados divulgados hoje (26) pela Unica indicam ainda que, entre 1º de abril e 15 de maio, as usinas venderam 1,91 bilhão de litros de etanol, dos quais 51,80 milhões de litros foram destinados à exportação e o restante (1,86 bilhão de litros) escoado para o mercado interno. Só o volume de etanol hidratado chegou a 934,72 milhões de litros. Na primeira quinzena, foram vendidos 327,29 milhões de litros de álcool anidro, a mesma quantidade da quinzena anterior. No mesmo período, as vendas do álcool hidratado no mercado interno cresceram 37,71% com a comercialização de 419,85 milhões de litros. Segundo a Unica, este aumento se deve à “recomposição dos estoques operacionais pelos agentes de comercialização e à recuperação da competitividade do produto frente à gasolina”. 33 JUNHO 2011 Cooperativismo celebra Dia Internacional com o tema “Juventude: o futuro do cooperativismo” O Dia Internacional do Cooperativismo é comemorado anualmente no primeiro sábado do mês de julho, sendo dia 02 de julho. Esta data foi estabelecida em 1923, no Congresso da Aliança Cooperativa Internacional - ACI, com o objetivo de comemorar, a confraternização de todos os povos ligados ao Cooperativismo. “Juventude: o futuro do cooperativismo” será o tema do 89º Dia Internacional do Cooperativismo. O tema é definido pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e vem fundamentado por um conceito. “Este é o momento de sensibilizarmos mais jovens sobre o caráter empreendedor e o papel de inclusão social do cooperativismo. Ao mesmo tempo, levaremos ao conhecimento de toda a sociedade os benefícios, valores e princípios do movimento”, res- salta o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas. Este tema é importante, pois o fortalecimento do sistema cooperativista passa, entre outras coisas, pelo desenvolvimento de novas lideranças no sistema cooperativista, pela geração de novas idéias e pelo surgimento de novas cooperativas conscientes da doutrina e filosofia cooperativista, além da profissionalização da gestão. Em comemoração a esta data, o sistema OCB/MS realiza a Semana do Cooperativismo, de 01 a 03 de julho, que promove a integração entre as cooperativas de MS através de encontros, reuniões e comemorações festivas, além do tradicional Ticoop- Torneio de Integração Cooperativista que está em sua 20ª edição. Este ano, o XX Ticoop traz inovações, para promover maior interatividade entre os participantes. Nesta edição haverá novas modalidades como peteca, futsal, futebol de sabão feminino e o circuito cooperativo, dentre outras novidades. Uma das modalidades é arrecadação de alimentos, que todos os anos distribui toneladas de alimentos a instituições carentes do Estado. No sábado ocorrerá a noite cultural com “leitão no rolete”, cardápio consagrado pelos cooperativistas de São Gabriel do Oeste, nesta noite, também haverá apresentações artísticas das cooperativas. Durante todo o torneio haverá atividades extras como jogos eletrônicos, piscina de bolinhas e cama elástica. Todas as modalidades poderão ter disputas recreativas, sem valer para a competição. 34 JUNHO 2011 Entrevista Orlando Baez O superintendente Federal da Agricultura em Mato Grosso do Sul, Orlando Baez, recebeu a equipe de reportagem da Folha do Fazendeiro e trouxe informações importantes sobre a cadeia produtiva da carne bovina do Estado e do País. Na oportunidade, ele adiantou dois pontos que serão contemplados no Plano Agrícola Pecuário 2011/12, que será lançado na primeira quinzena de junho: duas linhas de crédito, uma para recuperação de pastagens e outra para aquisição e retenção de matrizes. “Cadeia produtiva da carne bovina deve registrar forte crescimento” Folha do Fazendeiro: Como se posiciona o Brasil e também o Mato Grosso do Sul na exportação de carne bovina? Orlando Baez – O Brasil é hoje o maior exportador de carne bovina do mundo e uma pesquisa realizada pelo MAPA mostra que o cenário será assim até 2020. A situação de Mato Grosso do Sul melhorou muito, hoje todo o Estado está liberado para exportar carne bovina, acredito que com os investimentos que vão vir, teremos condições de voltar a ser o maior exportador nacional. Como estão os abates no Estado? Na média geral deste ano, estamos com 250 mil cabeças por dia sendo abatidas. As unidades do Independência juntas, de Campo Grande, Nova Andradina e Anastácio têm capacidade de 1.500 cabeças/dia. Há uma situação diferente agora, os pecuaristas estão mais fortalecidos e, a estratégia do só à vista, trouxe uma relação de maior pressão para a indústria? Sim. Para mim, o setor mais afetado hoje na cadeia produtiva é o da indústria, os subÉ importante ressaltar produtos como o que nos anos 70 o couro, miúdos e Governo Federal graxaria não esdesenvolveu o programa tão valorizados no mercado inPólo Central que deu ternacional, pelo contrário, perdeuma grande força ram muito valor. para o agronegócio, Além disso, o principalmente na câmbio da forma que está, prejudiregião Centro-Oeste ca os negócios. Como está a capacidade de abate brasileira? Estamos realmente com apenas metade em operação? O Brasil tem capacidade instalada para abater 6,2 milhões de cabeças/ano, em 2010 tivemos o abate de 3.104.603, a metade. Em Mato Grosso do Sul a situação não é diferente, entre os frigoríficos com Sistema de Inspeção Federal – SIF, estamos com 38 plantas e 15% está totalmente fora de funcionamento, tem um grande peso neste caso as três plantas do Independência. Como está a situação da produção pecuária no momento? Com o preço alto de machos, as fêmeas voltaram a ser abatidas e isso agrava a situação de pouco oferta de gado para a reposição no futuro, situação que já é difícil. Mato Grosso do Sul é um Estado com um condicionamento diferente, temos um forte melhoramento genético, temos boa disposição de animais castrados e animais de alto padrão produtivo, resultado do desenvolvimento das raças, especialmente dos cruzamentos industriais que trouxe precocidade para o rebanho sul-matogrossense, principalmente graças aos trabalhos desenvolvidos pela Embrapa. O Plano Agrícola Pecuário que será lançado ainda na primeira quinzena de junho vai trazer algumas linhas de financiamento diferenciadas, para recuperar pastagem e reter matrizes. O que é possível adiantar? É importante ressaltar que nos anos 70 o Governo Federal desenvolveu o programa Pólo Central que deu uma grande força para o agronegócio, principalmente na região Centro-Oeste, com abertura de novas áreas rurais com uma forte entrada de pastagens, de pecuaristas, produção de soja e milho. Desde então, não temos nenhum incentivo e a produção rural ficou bem descapitalizada. Hoje temos cerca de 50% das pastagens comprometidas. O programa dos anos 70 acabou saindo de cena, mas teremos um excelente incentivo no PAP 2011/12, em forma de uma linha que será colocada à disposição para recuperação de pastagem. Com o preço alto de machos, as fêmeas voltaram a ser abatidas e isso agrava a situação de pouco oferta de gado para a reposição no futuro, situação que já é difícil. Como vai funcionar a linha? É a linha ABC – Agricultura de Baixo Carbono. A linha funciona com taxas subsidiadas em 6,5% ao ano, com dois anos de carência e 12 anos para pagar. O programa é para ser utilizado principalmente para emprego nos programas de Integração Lavoura Pecuária e Integração Lavoura Pecuária Floresta, em práticas conservacionista, boas práticas, correção de fertilidade, entre outros. O ministro Wagner Rossi comentou comigo que vai haver também linha de crédito para o pecuarista reter matrizes e fazer aquisições. A intenção é garantir o abastecimento interno de carne bovina e também as exportações. Demanda por este tipo de ação já é antiga... Sim. É uma antiga demanda da CNA, agora atendida. Esses recursos serão aportados em até R$ 1 milhão para cada pecuarista, o que vai mudar positivamente o cenário em médio e longo prazo, fator que nos faz acreditar que estaremos em uma posição muito superior na produção de carne bovina em médio prazo. 35 JUNHO 2011 Pesquisa ressalta papel da carne na manutenção do peso U m estudo europeu publicado em novembro de 2010, sobre hábitos alimentares, revelou que a ingestão de carne pode ser uma aliada na guerra contra a balança, principalmente quando se trata de manter o peso, sem engordar. A pesquisa foi conduzida por oito centros de pesquisa europeus e liderada por pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca. Chamado de Projeto Diogenes, o estudo envolveu 772 famílias com 938 membros adultos e 827 crianças. Os resultados desse estudo foram comentados em artigo da pesquisadora dinamarquesa Grethe Andersen, que estará em Campo Grande/MS, nos dias 7, 8 e 9 de junho, para a palestra “Benefícios do Consumo da Carne Bovina”, no Congresso Internacional da Carne. Os adultos em sobrepeso inicialmente seguiram uma dieta de 800 calorias por dia durante oito semanas. A média na perda de peso foi de 11 kg nesse período. Depois foram então divididos em grupos que seguiriam diferentes tipos de dieta com pouca gordura por seis meses. “Durante o projeto, as famílias tiveram acompanhamento nutricional e fizeram exames de sangue e urina. O objetivo era descobrir qual o tipo de dieta seria mais eficaz na manutenção do peso”, explica Andersen. Como resultado, os pesquisadores puderam perceber que aqueles que tinham alimentação com mais proteínas e menos carboidratos de rápida absorção (derivados de farinha branca e açúcar) mantiveram o peso, enquanto quem consumiu mais carboidrato recuperou parte do peso. De acordo com Andersen, isso acontece porque a proteína, que pode ser carne magra, carne de aves, peixes, ovos, laticínios com pouca gordura, legumes e castanhas, levam mais tempo para ser digerida e não alteram radicalmente o índice de glicose no sangue, fazendo com que a fome demore a aparecer. Durante o Congresso da Carne, a pesquisadora também participará de Pesquisadora Grethe Andersen, da Dinamarca uma mesa redonda com a especialista brasileira em nutrição, Silvia Cozzolino. Ela fará palestra sobre “A importância da carne para a nutrição humana” e ressalta que a carne é uma fonte de proteína de alta qualidade, que oferece ao corpo humano ferro e vitamina B 12. “Há na carne, propriedades que só a proteína animal fornece. Comparado com outras Especialista afirma não existir “carne de segunda” “Em boi de primeira, não existe carne de segunda”. É com essa afirmação que o especialista em carnes, Marcelo ‘Bolinha’, vem a Campo Grande (MS) para a apresentação da Vitrine da Carne. Em uma sala de desossa, montada como uma vitrine, Bolinha irá apresentar os cortes de carne bovina e ovina, ensinando técnicas para o melhor aproveitamento do animal. A apresentação faz parte da programação do Congresso Internacional da Carne, que será realizado na Capital nos dias 7, 8 e 9 de junho. “Nosso objetivo é apresentar aos participantes, principalmente os estrangeiros, a qualidade da carne brasileira. Hoje, já não existe mais a denominação de carne de segunda, pois tudo pode ser aproveitado”, enfatiza Bolinha. Ele concorda que os cortes utilizados para churrasco ainda são mais valorizados, mas que Marcelo “Bolinha” estará em Campo Grande durante o Congresso Internacional para mais uma Vitrine da Carne nem por isso há que ocorrer desperdício, pois todo corte pode render pratos bem saborosos e sofisticados. O presidente da Federação de Agri- cultura e Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel, observa que o objetivo da Vitrine da Carne no Congresso é evidenciar o valor que o corte pode agregar proteínas é um alimento facilmente digerível e de alto valor biológico para nosso organismo”, aponta. A pesquisadora, que é professora doutora da Universidade de São Paulo (USP) na área de nutrição, avalia como positivo o hábito brasileiro de consumir arroz e feijão acompanhando a carne. Segundo ela, juntos, esses alimentos são capazes de trazer benefícios nutricionais para a saúde. Questionada sobre a vilania muitas vezes atribuída a carne vermelha para saúde, ela esclarece: “Consumir carne vermelha é muito importante, é necessário apenas optar mais vezes pela carne magra e não consumir em exagero, assim como qualquer outro alimento”, conclui. O Congresso Internacional da Carne é uma realização do International Meat Secretariat (IMS/Opic) em conjunto com a Famasul. O evento tem o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS (Senar/MS), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de MS (Sebrae), Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural – FUNAR , Fórum da Permanente da Pecuária de Corte da CNA e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). à carne brasileira, que pela prática da pecuária já tem boa qualidade. “Os participantes do Congresso terão palestras com conteúdos pertinentes e de interesse para toda a cadeia da carne, inclusive para o consumidor. A vitrine vai mostrar na prática como valorizar ainda mais este produto, fundamental na mesa do ser humano”, destaca. Marcelo Bolinha trabalha há quatro anos com a Vitrine da Carne e já realizou mais de 20 apresentações por todo o País. Sua especialidade começou na casa de carnes da família, no Rio Grande do Sul, onde passou por todas as áreas da empresa e aprimorou sua técnica na lida com a carne. Hoje, ele é dos poucos com essa expertise no Brasil e presta consultoria para empresas da cadeia da carne. “A ideia da vitrine surgiu para mostrar ao produtor rural que o animal que ele cria vale muito se for bem aproveitado”, completa. Com informações da Sato Comunicação 36 JUNHO 2011 Crônica do mês A espingarda que meu pai me deu Há um equívoco comum entre as pessoas que se sentem superiores às outras. Curiosamente, o individualista se julga mais forte que o resto do mundo. Mas é o contrário. Você se fortalece muito mais quando assume as limitações e é humilde o suficiente para pedir ajuda. Para mim este é o verdadeiro herói e sábio. Depois de passar quase toda minha infância caçando com estilingue, forcei a barra para meu pai dar-me, de presente de Natal, uma espingarda de carregar pela boca, tipo pica pau, como chamávamos. Com apenas onze anos de idade, pude sentir o gosto de me diferenciar dos demais primos da colônia do sítio onde morávamos. Afinal, portar uma arma de fogo era coisa para adultos e não para um pirralho como eu metido a galã. Como era praxe, nessas ocasiões, antes da entrega definitiva do perigoso brinquedinho, havia a entrega téc- nica – sempre acompanhada de muitas explicações quanto ao manuseio e aos cuidados a serem tomados. Meu velho pai confiava muito em mim, mas a pressão dos tios, mãe e primos para não me dar a tão sonhada espingarda, pesava muito em sua consciência e na sua tomada de decisão, por isso tanta cautela. O gosto pelas armas devo ter herdado de meu avô, que não largava sua velha garrucha de dois canos, por nada desse mundo. Dizia-me que pra ser homem de verdade tinha que andar armado. Passei a caçar com adultos, sempre nos finais de semana e me sentia “o cara”. O prazer sentido ao amanhecer, bem antes do sol nascer, ainda com a relva molhada, me causava uma sensação indescritível. Era a pica - pau atravessada por uma correia de couro cru, nas costas, e o embornal com as munições, no ombro. E lá íamos nós, com Osvaldo Piccinin [email protected] extrema ansiedade, tentar encontrar com alguém com o qual, nem encontro havíamos marcado. Nossos alvos preferidos eram as ariscas pombas e os tinhosos inhambus. As lavouras de milho recém colhidas - era nosso ponto de encontro. Dificilmente voltávamos para casa sem, pelo menos, um troféu para exibir aos demais amigos e familiares. Quando eu achava que já sabia tudo sobre a arte de caçar e manusear minha espingardinha, dei um vacilo que me custou um zumbido no ouvido até hoje. Um amigo, que por ingenuidade, ignorância ou maldade me sugeriu usar pólvora empregada em cartuchos, alegando ser mais potente. E o velho caninho da minha jóia preciosa não agüentou e explodiu. Daí a seqüela do zumbido no ouvido. Meu pai, que ao ouvir sobre o que havia acontecido, deu-me uma explicação que jamais esqueci, em linha com a introdução desta crônica, qual seja: - Você deveria ter me consultado, antes de usar algo que desconhecia. Você achou que já sabia tudo e se deu mal. Sabia que poderia ter sido pior? Sabe meu filho, na vida a gente não sabe e não tem a obrigação de saber tudo, por isso temos que ter humildade suficiente para perguntar a quem sabe. E agora o que vamos falar para sua mãe? E para seus tios e primos que tanto me criticaram? Depois de passado o susto e de ter levado uma baita sabão, entendi que ser humilde não significa ser trouxa, mas sim sabido. Quanto mais um homem sabe e culto for, maior deverá ser sua humildade. Suas boas qualidades naturalmente se aflorarão e ele será admirado e respeitado como ser humano pelos seus semelhantes. Ao contrário do que acontece com o prepotente e arrogante, onde a soberba funciona como viseira. O tipo “eu me basto” padecerá pela vida afora, culpando a todos pelo seu fracasso, como se o mundo contra ele estivesse. E VIVA A HUMILDADE! Suplementação mineral é essencial para enfrentar a seca Durante todo o ano o pecuarista precisa estar preocupado e organizado para lidar com o momento de seca, a realidade é que este planejamento precisa contemplar a necessidade do rebanho e impedir a perda de peso dos animais. Em um período pré-estação de seca, no outono é bem visível, temos um situação de diminuição de chuvas, com as gramíneas tropicais em diminuição de crescimento por causa da baixa temperatura durante a noite. “Depois observamos a falta de água, velocidade de crescimento menor, aliada a perda de qualidade”, explica Ricardo Fuchs – gerente Premix, em Mato Grosso do Sul. É neste cenário que os suplementos minerais se fazem essências para evitar a perda de peso e, principalmente, obter a oportunidade de ganhar. “Perder peso é algo hoje inaceitável em uma pecuária moderna e produtiva, com isso, somado a outros elementos importantes para garantir a nutrição dos animais, o suplemento mineral pode garantir inclusive o ganho de peso no período da seca, vai depender do planejamento feito durante todo o ano para enfrentar o período”, disse Fuchs. “O ideal para se realizar um bom planejamento e execução, é que o produtor busque um profissional para orientá-lo no trabalho ou ainda a empresa na qual confia para abastecimento deste tipo de produto”, definiu Fuchs, ao citar a importância da orientação profissional. Fuchs explicou também que cada categoria animal e região merecem uma atenção especial, no que diz respeito à suplementação animal. “A Premix é líder de mercado de produtos tecno- lógicos com mais de 20 produtos para suplementação, para cada categoria e ambiente há um produto correto. Outra preocupação é adequar o produto correto para cada situação. O planeja- mento e a velocidade de ação são fundamentais, o animal não pode chegar a perder peso, a ação tem que ser de acordo com a percepção da chegada do frio”. ELEIÇÕES NA ACRISSUL Dia 7 de Junho de 2011 Das 19 às 22 horas Local: Tatersal de Elite 1 Campo Grande – MS Associado, não deixe de comparecer! Informações 67 3345-4200 37 JUNHO 2011 Som de Cerrado Izabella Costa é a nova promessa da música sertaneja de MS Com um timbre marcante e um carisma que ilumina os palcos onde pisa, a cantora de São Gabriel do Oeste, Izabella Costa, chega como a nova promessa do sertanejo de Mato Grosso do Sul. Izabella Costa tem 26 anos e uma carreira musical que começou no seio familiar, onde as serestas com os pais e as rodas de tereré com os amigos foram fundamentais para que seu dom artístico aflorasse. Recentemente esteve em São Paulo, a convite do compositor Joel Marques, na gravação do DVD de 30 anos de carreira dele, dividindo o palco com nomes como Guilherme e Santiago e Chitaozinho e Xororó. Atualmente, a música de trabalho da cantora “Não sai de mim” está entre as dez mais tocadas nas rádios campograndenses e seu videoclipe estourou no site youtube ficando em 11º no ranking de acessos na categoria música. Veja o clipe em http://www.youtube.com/ watch?v=Ub-34Upn00w Indagada a respeito de sua música de trabalho, Izabella comenta que se trata de uma composição que fala da fragilidade do amor e das marcas que a intimidade construída na vida a dois deixa no coração e na memória. O primeiro cd da carreira da cantora deve ser lançado ainda neste mês e as expectativas, de acordo com a cantora, são as melhores já que inúmeros convites para shows estão surgindo. Izabella por Izabella Mulher de fibra. Izabella é do signo de Leão e honra as qualidades que este signo lhe oferece. Perspicaz e de uma sensibilidade única, a cantora faz questão de atender a todos os fãs e de manter contato via twitter e facebook. O site da cantora já está no ar e pode ser acessado pelo endereço www.izabellacosta.com.br SERVIÇO (67) 3295-6201 | (67) 9980-7112 – São Gabriel do Oeste – MS Pé na estrada ARTISTAS Luan Santana 12 Presidente Dutra 13 Imperatriz 14 Teresina 15 Fortaleza 18 Dourados Jorge e Mateus LOCAL SP MA PI CE MS 12/05 - Presidente Prudente 13/05 - Cajamar 14/05 - Cuiabá SP SP MT Michel Telo 14 de maio - Presidente Prudente SP 19 de maio - Bebedouro SP 20 de maio - Caçapava SP 38 JUNHO 2011 Grandes ensinam gestão a pequenos fornecedores Para atender à alta demanda, empresas de maior porte oferecem capacitação; na Vale, 60% dos fornecedores são de pequenas C om o aquecimento da economia, companhias de grande porte deram início a programas de capacitação de fornecedores “”em geral, micro e pequenas empresas. O intuito das corporações é estar em sinergia com os fornecedores. Oferecer cursos é uma das maneiras de garantir a entrega de produtos e de serviços no prazo, evitando atrasos na produção. A qualificação é feita por intermédio de instituições de ensino ou pelos próprios gestores das companhias. Na Vale, 60% dos fornecedores são micro e pequenas empresas. Para capacitá-los, a mineradora criou, em 2008, o projeto Inove, plataforma de educação on-line. As aulas são oferecidas a todos os parceiros, que têm de pagar mensalidades a partir de R$ 26,90 por aluno. Há cursos oferecidos em conjunto com a Universidade Harvard. Aluno corporativo Atender à alta demanda da companhia é o principal desafio dos fornecedores, aponta Leonardo Couto, gerente de gestão e fornecedores da Vale. A partir de agosto, a empresa vai investir mais de R$ 7 milhões na capacitação de micro e pequenas empresas, adiantou Couto à Folha. A empresária Ana Cristina Lacerda, 39, foi uma das alunas desse programa. Dona da agência de comunicação Planet, no Pará, ela pagou o curso para 30 funcionários. “Temos pouca estrutura aqui, e essa foi uma das raras oportunidades para aprimorar o trabalho e fornecer serviços de qualidade”, afirma. Diferentemente da Vale, a Odebrecht não tem projeto estruturado para capacitação de fornecedores “”53% deles de micro e pequeno portes. Contudo, oferece consultoria pessoalmente e por telefone. “A cadeia dos fornecedores está totalmente ligada à nossa. Um atraso pode comprometer a entrega de empreendimentos”, analisa Mauro Rehm, gerente da Olex, empresa do Grupo Odebrecht. Fernando Antônio Forgerini, presidente da Metrowatt Comércio e Manutenção, de manutenção de medidores de energia, participou de curso para fornecedores pago pela distribuidora CPFL Energia. “Aumentamos a gama de clientes em 20% e aprendemos a conduzir melhor nossos processos internos.” Experiência determina sucesso Crescer com as grandes empresas exige mais prática do que teoria, assinalam especialistas DE SÃO PAULO Embora os treinamentos fortifiquem a relação entre as empresas e seus fornecedores, investir em qualificação não é suficiente para micro e pequenos empresários que queiram crescer “na carona” de grandes companhias, na avaliação de especialistas. “O pequeno empresário precisa de prática para trabalhar para grandes organizações, e isso não é aprendido em sala de aula”, afirma Rose Lopes, coordenadora do núcleo de empreendedorismo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). O empresário Ricardo Canevazzi, 46, dono da SC Embalagens, fornecedora de embalagens e produtos de limpeza, concorda com Lopes. Ele foi convidado por consultorias de negócios fazer cursos de aperfeiçoamento, mas recusou as 39 JUNHO 2011 M AIS NEGÓCIOS FOTOS ISADORA BRANT/FOLHAPRESS CNI cria site de compras coletivas específico para a indústria LUCIENE CRUZ DA AGÊNCIA BRASIL Ricardo Canevazzi é fornecedor de produtos de limpeza: “Vale mais a prática” propostas. “Não quero mais estudar. A prática é muito mais importante para o negócio”, diz. Ao contrário dele, a irmã Telma Canevazzi, 40, também empresária, acredita que cursos de capacitação são fundamentais para o crescimento de sua companhia, a Sinatec, de soluções visuais. “Comecei a gerir a empresa de casa e agora tenho sete funcionários”, diz ela, que participa do programa de qualificação “10 mil Mulheres”, do banco Gold- Telma Canevazzi pensa o contrário e acredita na capacitação para o crescimento man Sachs, em que aprende a fornecer produtos e serviços para corporações de maior porte. A qualificação de micro e pequenos fornecedores é importante e será mais no futuro, na opinião de Renato Moraes, diretor da Fundação Vanzolini, entidade sem fins lucrativos do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP. “A demanda [por fornecedores] é maior do que a oferta disponível no mercado. No entanto, a concorrência deve acentuar-se em breve, quando a economia crescer de forma mais lenta e a procura por fornecedores cair”, afirma. Para ter potencial competitivo, Caio Lahr, 38, dono da Luciflex, empresa de equipamentos elétricos, gastou R$ 3.000 em curso para fornecedores em uma instituição de ensino para executivos. Entretanto, diz não ter obtido os resultados esperados. “Fiquei frustrado porque o conteúdo era fraco. Os bastidores das negociações só são aprendidos na prática.” Curso on-line pela FGV ensina fornecedores a participar também de licitações pela web Para as micro e pequenas empresas que fornecem produtos e serviços para o Estado, a FGV Online (Fundação Getulio Vargas; www.fgv.br/fgvonline) elaborou, no ano passado, um treinamento com foco em licitações. De acordo com João Adolfo Ponchio, criador do curso, as aulas têm duração de dois meses e objetivam preparar os empresários para participar de pregões pela internet. Nos módulos, há demonstrações do uso do sistema e simulações de oferta de preços. “Muitos micro e pequenos fornecedores podem participar de pregões, mas deixam de ganhar dinheiro porque não conhecem o sistema”, avalia o professor. A assistente administrativa Adriana Junko Ito (foto), 30, participou do curso da FGV para ganhar agilidade ao participar de licitações representando a Pharmedic, fornecedora do setor farmacêutico. ISADORA BRANT/FOLHAPRESS lançar um curso básico gratuito pela internet sobre comércio eletrônico e licitações”, adianta ele. Agência Folha Itens avaliados em fornecedores 1 Folha de pagamento Pagar funcionários na data correta é fundamental para a entrega do serviço no prazo “O conteúdo ajudou a entender também como funcionam outras modalidades de pregões públicos, mas poderia abranger sites de compras governamentais de outros Estados”, sugere ela. Para estar mais adequado à demanda de estudantes, de acordo com Ponchio, o conteúdo do treinamento passa atualmente por reformulação e deve ser oferecido novamente no ano que vem. “A partir de agosto, a instituição vai 2 Controle de qualidade Grandes empresas consultam outras companhias para verificar a qualidade do produto ou serviço 3 Problemas na Justiça Pendências fiscais ou processos trabalhistas mancham a imagem do fornecedor 4 Compromisso social Ações ambientais e sociais contam na contratação Brasília – Seguindo a tendência dos sites de compras coletivas, que reúne uma grande número de compradores visando à redução de preços, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou dia 26 o Clube Indústria de Benefícios. O site tem o mesmo princípio, mas é voltado apenas para o segmento industrial. Pelo endereço eletrônico www. clubeindustria.com.br, será possível encontrar ofertas para a redução de custos em diversos segmentos como softwares, vale-alimentação, planos de saúde, veículos, equipamentos, capacitação empresarial, logística, transportadora, entre outros. Atualmente, 58 empresas estão cadastradas para oferecer produtos e serviços. A expectativa é que, em 60 dias, esse número aumente para 200 parceiros. Até o final deste ano, estima-se que 800 companhias ofertem promoções de produtos e serviços. A iniciativa é voltada às 600 mil empresas do setor industrial de pequeno, médio e grande porte. Segundo o gerente executivo de Relações do Trabalho e Desenvolvimento Associativo da CNI, Emerson Casali, o empresário deve usar o portal como site de negócios e relacionamento. “Queremos usar o [site] coletivo para fazer excelentes negociações e ter ofertas especiais, seja com desconto agressivo ou condição especial de pagamento”, explicou Casali. Casali ainda ressalta que a iniciativa vai beneficiar principalmente as micro e pequenas empresas. “Vamos propiciar ganhos econômicos, aumentando a competitividade, em especial, micro e pequenas empresas que não têm muito poder de barganha na hora de fechar negócios”, afirmou. 40 JUNHO 2011 Confinamento Malibu oferece soluções lucrativas para produtores e investidores Local será palco de mais um evento do Mega Leilão promovido em Campo Grande pela Leiloboi U ma das ações que marcaram a pecuária de Mato Grosso do Sul e de todo o País em 2010 foi o Mega Leilão Leiloboi 25 anos, realizado a partir de uma parceria inédita entre o Confinamento Malibu e a empresa leiloeira. No ano passado, aproximadamente 15 mil animais foram comercializados. Nesta parceria o Confinamento Malibu foi a sede do evento e responsável pela dieta, tratamento e confinamento dos animais, já a Leiloboi pela realização e divulgação do evento. “É uma parceria de sucesso que se repete em 2011, na segunda edição do leilão no dia 4, sábado, entramos com nossa experiência de mais de 10 anos em confinamento e a Leiloboi com seus 25 anos em realizações de leilões”, declarou Fernando Flores Correa Jr, Gerente do Confinamento Malibu, médico veterinário e especialista em nutrição. Uma das características mais marcantes do Confinamento Malibu e ser um prestador de serviço, tanto para produtores rurais, quanto para investidores. “No último ano muitos dos compradores mantiveram seus animais para engorda dentro do confinamento. Os resultados foram excelentes, uma vez que houve aproveitamento dos melhores preços praticados pela arroba”, informou Fernando, lembrando que em 2010 o leilão marcou a inauguração da estrutura em Campo Grande e os seus 10 anos de atividades. Em 2010 o Mega Leilão Leiloboi atingiu quase 15 mil animais comercializados, contou com a presença de cerca de 2.000 produtores rurais no local e vendeu para nove estados brasileiros, através do Canal do Boi. Quem escolheu manter os animais no confinamento, aproveitou a alta no preço da arroba no último ano em seu melhor momento e teve a possibilidade de optar pelas duas modalidades oferecidas pelo Malibu. Na primeira, o boitel, os produtores ou investidores pagam diárias pelo gado confinado. Na segunda, há uma parceria, não tem custo de produção para o investidor ou produtor. Desta forma, o parceiro do Malibu recebe as arrobas entregues de gado magro, com preço de arroba de gado gordo no período da entressafra. Um fator importante a se ressaltado neste período do ano, com uma estiagem que já dura cerca de 30 dias, é que o confinamento pode ser uma solução lucrativa para o pecuarista, uma vez que a disponibilidade de pastagens é menor e, mesmo as que ainda estão disponíveis, perdem qualidade nutricional com as alterações de temperatura. “A seca começou em maio, de forma antecipada, com isso cresceu a procura pelo confinamento, uma ferramenta interessante para evitar prejuízos e ter rentabilidade”, explicou Fernando. O Confinamento Malibu está localizado na BR 163, na saída de São Paulo, a 14 km da região central de Campo Grande. Possui capacidade para 50 mil animais de forma estática e 150 mil por ano. Além disso, a empresa conta ainda com uma unidade em Andradina, no Estado de São Paulo, cerca de 15km da cidade de Três Lagoas/MS. No próximo dia quatro, a partir das 10h, o Confinamento Malibu será palco do 2º Mega Leilão Leiloboi, dando seqüência na parceria de sucesso entre as duas empresas. 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