Revista Fecomércio - Junho
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Revista Fecomércio - Junho
Ano XVII nº 194 – Junho 2014 Legado verde e amarelo Passado o período de obras, Brasília espera receber 490 mil visitantes durante a Copa do Mundo. Para o comércio, o principal legado deve ser o incremento do turismo Entrevista // Pág. 8 MARCUS VINICIUS FURTADO COÊLHO Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil Empregador do Comércio: com a Qualicorp você pode ter acesso aos mais respeitados planos de saúde. Só a parceria da FECOMÉRCIO-DF com a Qualicorp proporciona acesso ao melhor da medicina, com inúmeras vantagens para você, Empregador do Comércio. • Rede com os melhores hospitais, laboratórios e médicos do Brasil.1 • Livre escolha de prestadores médico-hospitalares com reembolso.2 • Confira as possibilidades de redução de carências.3 1 De acordo com a disponibilidade da rede médica da operadora escolhida e do plano contratado. 2 Conforme condições contratuais. 3 A disponibilidade e as características desse benefício especial podem variar conforme a operadora escolhida e o plano contratado. Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das respectivas operadoras. Os preços e as redes estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Abril/2014. Amil: ANS nº 326305 Golden Cross: ANS nº 403911 SulAmérica: Qualicorp Adm. de Benefícios: ANS nº 417173 Ligue e aproveite: De segunda a sexta, das 9 às 21h, e aos sábados, das 10 às 16h. www.economizecomaqualicorp.com.br SUMÁRIO Brasília 2015 Fotos: Cristiano Costa Série de debates promovidos pela Fecomércio-DF chega à sua 8ª edição, com o tema Segurança 12 Skate Conheça um pouco mais desse esporte que tomou conta das ruas, parques e calçadas da cidade 22 Mérito Senac-DF Veja como foi a entrega dos prêmios aos homenageados 18 Capa Nesta edição, um especial com matérias sobre os reflexos da Copa do Mundo na economia e no cotidiano do DF 32 seções 8ENTREVISTA 17ECONOMIA 20GENTE 26 EMPRESÁRIO DO MÊS 30 DOSES ECONÔMICAS 43VITRINE 50 DIREITO NO TRABALHO 52GASTRONOMIX 56 AGENDA FISCAL 57 CASO DE SUCESSO 58 SEGREDOS DOMARKETING DIGITAL 60SINDICATOS 62 PESQUISA CONJUNTURAL 66 PESQUISA RELÂMPAGO Contato SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi 5º e 6º andares – Brasília – 70306-911 (61) 3038-7500 www.fecomerciodf.com.br twitter.com/fecomerciodf Diretores Adjuntos Diocesmar Felipe de Faria Glauco Oliveira Santana Suely Santos Nakao Diretor da Área de Combustíveis José Carlos Ulhôa Fonseca Diretor da Área Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares Clayton Faria Machado DIRETORIA (SUPLENTES) Diretoria da Fecomércio-DF CONSELHO CONSULTIVO Conselheiro Presidente Mitri Moufarrege Conselheiros Antônio José Matias de Sousa José Djalma Silva Bandeira Laudenor de Souza Limeira Luiz Carlos Garcia Rogerio Tokarski DIRETORIA (EFETIVOS) Presidente Adelmir Araújo Santana 1º Vice-Presidente Miguel Setembrino Emery de Carvalho 2º Vice-Presidente Antonio Augusto Carvalho de Moraes 3º Vice-Presidente Francisco Maia Farias Vice-Presidentes Antônio Tadeu Perón Edy Elly Bender K. Seidler Fábio de Carvalho Francisco das Chagas Almeida José Aparecido da Costa Freire José Geraldo Dias Pimentel Oscar Perné do Carmo Vice-Presidente-Administrativo Cecin Sarkis Simão 2° Diretor-Secretário Hamilton César Junqueira Guimarães 3° Diretor-Secretário Miguel Soares Neto Vice-Presidente-Financeiro Paolo Orlando Piacesi 2° Diretor-Tesoureiro Roger Benac 3° Diretor-Tesoureiro Joaquim Pereira dos Santos Aldo Ramalho Picanço Alexandre Machado Costa Álvaro José da Silveira Ana Alice de Souza Bartolomeu Gonçalves Martins Carlos Hiran Bentes David Clarice Valente Aragão Edson de Castro Elaine Furtado Francisco Joaquim Loiola Francisco V. Machado Elias Jó Rufino Alves João Ricardo de Faria José Fagundes Maia Luiz Alberto Cruz de Morais Milton Carlos da Silva Osório Adriano Neto Paulo Targino Alves Filho Sandoval Antonio de Miranda CONSELHO FISCAL Conselheiros (efetivos) Arnaldo Sóter Braga (presidente) Arnaldo Rocha Mundim Junior Raul Carlos da Cunha Neto Conselheiros (suplentes) Henrique Pizzolante Cartaxo Maria Auxiliadora Montandon de Macedo DIRETOR REGIONAL DO SESC José Roberto Sfair Macedo DIRETOR REGIONAL DO SENAC Luiz Otávio da Justa Neves SUPERINTENDENTE DA FECOMÉRCIO João Vicente Feijão Neto DIRETORA-EXECUTIVA DO INSTITUTO FECOMÉRCIO Elizabet Garcia Campos SINDICATOS FILIADOS Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza para Homens e Senhoras do DF (Sincaab) • Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) • Sindicato das Auto e Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e “AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas de Representações, dos Agentes Comerciais Distribuidores, Representantes e Agentes Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) • Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas Videolocadoras do DF (Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio) • Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) • Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas de Loterias, Comissários e Consignatários e de Produtos Assemelhados do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção do DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material Óptico e Fotográfico do DF (Sindióptica)• Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato dos Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb) • Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF (Sinfoc) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindloc) SINDICATOS ASSOCIADOS Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis) COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO DO SISTEMA FECOMÉRCIO-DF Diego Recena Fotógrafo: Raphael Carmona Diretor de Redação: Diego Recena Repórteres: Andrea Ventura, Daniel Alcântara, Fabíola Souza, Ieda Campos, Luciana Corrêa, Raíssa Lopes, Sacha Bourdette e Sílvia Melo Editora-Chefe: Taís Rocha Projeto Gráfico e Diagramação: Gustavo Pinto Editora Senac: Ana Paula Gontijo Capa: Anderson Ribeiro Editor Sesc: Marcus César Alencar Revisora: Fátima Loppi Editor de Fotografia: Cristiano Costa Impressão: Ediouro Gráfica REVISTA FECOMÉRCIO Tiragem: 60 mil exemplares CONTATO COMERCIAL Joaquim Barroncas (61) 3328.8046 – [email protected] editorial É Copa do Mundo, amigos! C hegou a hora de o brasileiro mostrar sua hospitalidade, seu carisma, sua vibração, seu fair play , enfim, os atributos que sempre fizeram de nós merecedores de usarmos a camisa Canarinho. Tenho certeza que quando a nossa Seleção entrar em campo contra a Croácia, no dia 12 de junho, na Arena Corinthians, ficará evidente a alegria dos brasileiros em sediar um evento que a cada quatro anos mobiliza bilhões de pessoas em todo o mundo. O Mundial tem trazido com sua realização, um estímulo em investimentos e o aquecimento da economia nas 12 cidades-sede onde será realizado. Em Brasília não tem sido diferente. De acordo com levantamento do Ministério do Turismo, o DF será o segundo destino a atrair mais turistas durante o torneio. São esperados mais de 490 mil visitantes, que devem deixar cerca de R$ 887 milhões, gastos entre consumo de bens e serviços. O evento deixa reflexos positivos na economia e na sociedade, mas tudo dependerá de como usaremos esses legados. O Estádio Nacional, por exemplo, pode ser explorado em outras atividades como grandes shows. Para receber bem a todos e para melhorar as condições de vida dos brasilienses, foram realizadas obras de mobilidade urbana, reforma de pontos turísticos, ampliação do aeroporto, aumento de mecanismos de segurança, além da construção do novo Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Mudanças que ficarão para os moradores da nossa capital. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Além da venda de roupas, adereços, enfeites de carro, fitas, adesivos, bolas decorativas, comércio de figurinhas, pratos especiais nos cardápios de bares e restaurantes, há quem também irá apostar na hospedagem tradicional (em hotéis e pousadas) e alternativa (casas e hostels) para garantir um lucro extra. Para tanto, foi implementado o Programa de Hospedagem Alternativa Cama e Café, que visa a ampliar a oferta de hospedagem a preços mais modestos e valorizar a participação dos moradores da cidade no receptivo. Mas é preciso mais. Precisamos fazer bonito no campo e fora dele, com civilidade, educação, cortesia. Afinal, cada turista que for bem atendido nos restaurantes, receber informações corretas na rua, certamente retornará em ocasiões futuras. Teremos a oportunidade de abrir a cidade para o mundo. A Fecomércio-DF fez seu papel, ao oferecer, por meio do Senac, 167 cursos de capacitação com foco na Copa do Mundo, com treinamentos para garçons, cozinheiros, camareiras e manicures, entre outros, somando quase 3 mil pessoas capacitadas. Acreditamos que se o turista for bem atendido e bem orientado ele ficará com vontade de regressar e, pelo menos nesse quesito, teremos conquistado um importante legado. Quero aproveitar para agradecer a confiança que os empresários depositaram em mim, ao me reelegerem como presidente da entidade, por unanimidade de votos – cargo que ocuparei até junho de 2018. Paulo Negreiros Adelmir Santana Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal 7 //entrevista Sociedade embrutecida // Por Taís Rocha O advogado Marcus Vinicius Furtado Coêlho preside desde 2013 o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que reúne 750 mil advogados em todo o País. Formado pela Universidade Federal do Piauí, pós-graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutor em Direito Processual pela Universidade de Salamanca, na Espanha, ele falou nesta entrevista sobre temas espinhosos como justiçamento de civis e redução da maioridade penal. 8 REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Marcus Vinicius Furtado Coêlho Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 9 de saúde, de ingresso dos adolescentes no mercado de trabalho e que não tem um sistema carcerário voltado para a reeducação detém legitimidade para tratar adolescentes de 16 anos como adultos? Todos nós queremos um País mais justo e com menos criminalidade. Entretanto, a redução pura e simples da maioridade penal não vai trazer os benefícios esperados pela sociedade. Sem receberem o tratamento adequado, esses seres humanos (menores infratores) acabam virando peças vulneráveis para o cometimento de infrações e sentem-se acolhidos nas instituições criminosas. “O protesto é democrático e deve ser respeitado. No entanto, a sociedade também não quer a violência e ela deve ser coibida dentro dos limites da urbanidade” Gostaria que o senhor falasse sobre a atitude recente do governo com relação ao combate à violência nos estádios, e à repressão às manifestações, sobretudo agora, que estamos há tão pouco tempo da Copa. Como a OAB tem se pronunciado com relação a isso? A Constituição Federal de 1988 garante o direito à livre manifestação, desde que seja vedado o anonimato. A sociedade brasileira lutou durante décadas pelo direito a ter voz. O protesto é democrático e deve ser respeitado. No entanto, a sociedade também não quer a violência e ela deve ser coibida dentro dos limites da urbanidade. Nós, advogados, existimos para proteger o Estado Democrático de Direito. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é a voz constitucional do cidadão. Qual a opinião do senhor sobre a redução da maioridade penal? Nós, representantes da AOB, somos contrários à redução da maioridade penal. O problema não está na idade do infrator. No nosso País, historicamente, faltam políticas de inclusão social. Um Estado que não tem políticas educacionais, de lazer, 10 Como o senhor interpreta os recentes casos de justiçamento feitos por civis no País? Esses casos de justiçamentos estão ligados ao tema anterior – o da redução da maioridade penal – e também ao corrente discurso de intolerância. A nossa sociedade está embrutecida. Quando se amarra um adolescente infrator em um poste, ou se apedreja alguém, é por descrédito na eficácia do sistema de segurança pública. O que levou o adolescente ao crime? Foi justamente a falta de um sistema educacional, de lazer e de saúde que atendesse a suas necessidades. São dois lados de uma mesma moeda. O senhor tem conhecimento de algum projeto do governo ou mesmo da sociedade civil para impedir que isso ocorra outras vezes? Existem inúmeros programas realizados em todo o País, seja pelos governos ou por ONGs ligadas à defesa dos direitos humanos. São meritórios, bem intencionados e muitas vezes eficientes. Entretanto, o problema da violência é generalizado. Em uma pesquisa encomendada pela OAB no ano de 2013, ficou demonstrado que a saúde pública é a grande preocupação da população, seguido pela segurança. A melhoria na qualidade dos serviços básicos, como educação e saúde, é a chave para que a segurança deixe de ser um problema crônico. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 11 brasília 2015 Perigo nas ruas //Por Fabíola Souza Falta de segurança foi o principal tema debatido na oitava edição do projeto, realizado na Fecomércio-DF Fotos: Cristiano Costa Reunião que discutiu a falta de segurança ocorreu no dia 30 de abril, na sede da entidade 12 C om o objetivo de colaborar com o enfrentamento do problema da falta de segurança pública na capital do País, a Fecomércio-DF realizou na manhã do dia 30 de abril, na sede da entidade, uma mesa-redonda sobre o assunto. O debate integra a oitava edição do projeto institucional Brasília 2015, que foi criado em setembro de 2012 pela Fecomércio. “A falta de segurança pública tem provocado graves danos à sociedade brasiliense. Em alguns casos, a violência é irreparável. Não há como contornar a morte de um cidadão. Em outras situações, a insegurança pode representar anos de retrocesso. No setor produtivo, os crimes contra as empresas e contra seus clientes e funcionários têm vitimado o próprio desenvolvimento econômico do DF”, explicou o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana. Participaram da mesa-redonda sobre segurança, como debatedores, quatro profissionais que são referências na área: o especialista em segurança pública da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Flávio Testa; o coronel da Polícia Militar do DF, Wilson Rogério Moretto; o diretor técnico do Detran, José Lima Simões; e o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Jorge Luiz Xavier. O deputado distrital Dr. Michel (PP) esteve presente como convidado. A REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 organização dos encontros é realizada pelo assessor parlamentar da Fecomércio-DF, Athayde Passos, e a mediação das reuniões pelo assessor institucional da FecomércioDF, Carlos Augusto Baião. //Entorno O professor Antônio Flávio Testa afirmou que o problema da falta de estrutura governamental no Entorno é decisivo em relação à violência que o Distrito Federal sofre, pois, atualmente, Brasília tem uma população que chega perto de três milhões de habitantes, porém com tudo concentrado no centro da Capital. “Se Brasília crescer, todo o Entorno vai melhorar, e se Brasília não crescer, todo o Entorno virá para cá de qualquer forma”, aponta o especialista. Para ele, a estrutura do pacto federativo impede o desenvolvimento regional, dessa forma, há concentração de recursos no poder central e o repasse de verbas só ocorre depois de muita negociação política e excesso de burocracia, o que cria defasagens estruturais e alimenta a desigualdade estrutural do entorno de Brasília. “Enquanto não houver desenvolvimento econômico baseado na vocação de cada município, de cada região do entorno, teremos grandes problemas sociais”, alerta Testa. Outra questão apontada por ele foi sobre a desintegração das famílias e a revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente, que precisa ser mais rígido em relação aos crimes cometidos por menores. //Drogas Já o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Jorge Luiz Xavier, acredita que o tráfico de drogas funciona como o propulsor de inúmeros crimes por conta da necessidade que o viciado tem em adquirir drogas. “Eu fiz um cálculo que um usuário de crack precisa de uma média de R$ 17 a R$ 20 mil por ano para sustentar o vício, cerca de R$ 1,5 mil por mês. E esse dinheiro vai ter REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 que sair de algum lugar”, analisa o diretor. Segundo ele, os crimes contra o patrimônio crescem 5% ao ano na capital. “Daí a gente descobre o criminoso e prende. Ele fica preso por oito meses e depois está de volta às ruas e muitos são presos de novo cumprindo regime domiciliar”, aponta Xavier sobre o atual modelo do sistema prisional brasileiro. Outra questão citada por Xavier foi com relação ao servidor público. Para ele, é necessário redefinir o papel do servidor público, pois o modelo atual de contratação é ineficiente. O crescimento desordenado das cidades também tem influência na violência da capital. Segundo o diretor, o surgimento do Itapoã trouxe 40 mil pessoas no primeiro momento e todas chegaram juntas ao mesmo lugar e não havia infraestrutura no local, apenas os lotes demarcados e ali foram sendo construídos barracos por pessoas que não se conheciam. “Então a violência daquele período foi brutal e chegamos a ter 60 homicídios no Paranoá e Itapoã em um ano. Atualmente, estão por volta de 30 ou 32 homicídios”, afirma. Ele explica que hoje existe esse fenômeno no Sol Nascente, localizado em Ceilândia. “A segurança pública é ação das polícias civil e militar, mas é também ação social e oferecimento de condições de habitações adequadas”, ressalta Xavier. /Aumento populacional O diretor técnico do Detran, José Lima Simões, afirma que atualmente a população do Distrito Federal é de 2.837.156 milhões de pessoas e conta com uma frota de 1.513.552 milhão de veículos só do DF, mas ele ressalta que há carros de outros estados, principalmente do Goiás, que trafegam por Brasília, mas não aparecem nesses dados. Ao todo, tem 1.507.122 milhão de condutores habilitados. “Isso significa que são quase dois habitantes para cada carro na capital. A renda per capita do DF é uma das maiores do país e por isso tem muita compra de carro”, diz Simões. Segundo ele, 90 mil veículos passam por dia pela via estrutural e cerca de 75 mil automóveis trafegam pelos dois sentidos diariamente na EPTG. “É muito grande a dependência que existe “A falta de segurança pública tem provocado graves danos à sociedade brasiliense. Em alguns casos, a violência é irreparável” Adelmir Santana Presidente da Fecomércio-DF 13 para o Plano Piloto”, comenta. Para tentar solucionar esses problemas de trânsito, até 2020 estão previstas algumas ações como: corredores de transportes; mais estações de metrô e expansão para Asa Norte; o BRT, que é um ônibus rápido, e mais de 400 quilômetros de ciclovias. Além de estacionamentos rotativos pagos. “Também precisamos investir em tecnologia e em um centro de controle em que o planejamento seja feito com mais inteligência”, aponta Simões. //Integração das polícias O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Wilson Rogério Moretto, afirma que a Copa do Mundo é “a crise de segurança atual”, pois ele acredita que irão ocorrer manifestações pelo descontentamento da população com o evento. “Com as manifestações, algumas regiões ficam desprovidas de segurança. Não se consegue atender a todas as regiões, pois é necessário deslocar um número grande de policiais para as manifestações”, diz o coronel. Segundo ele, atualmente existem 12 mil policiais militares no DF, mil a menos do que havia em 2010. “O ideal seria contratar quatro mil policiais por ano, mas não fomos autorizados e isso vai ter reflexos no futuro, uma vez que para eu formar um policial militar é preciso, no mínimo, um ano de treinamento”, aponta Morreto. Para ele, deveria haver uma integração maior entre as polícias militar e civil. “Em 2022 o DF terá uma média de cinco milhões de habitantes, incluindo a Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) que terá impacto direto no DF. Como vamos fazer para contratar e capacitar policiais e melhorar a tecnologia da informação?”, questiona. Para o coronel, o melhor seria a criação de um Ministério de Segurança Pública com o objetivo de melhorar a gestão na área, além de trazer mais integração para as polícias de todo o País. 14 “Um usuário de crack precisa de R$ 17 mil a R$ 20 mil por ano para sustentar o vício” Jorge Luiz Xavier, Diretor-geral da Polícia Civil do DF “São quase dois habitantes para cada carro na capital” José Lima Simões, Diretor Técnico do Detran “O ideal seria contratar quatro mil policiais por ano” Wilson Rogério Moretto, Coronel da Polícia Militar do DF “Enquanto não houver desenvolvimento econômico baseado na vocação de cada município, teremos grandes problemas sociais” Antônio Flávio Testa, Especialista em Segurança Pública da UnB REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Parceria com o Banco do Brasil Contrate ou renove o seu BB Seguro Auto e conte com a Rede de Oficinas Mais¹. 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No caso da energia elétrica, mal terminei um livro sobre o assunto, que pode ser baixado em minha página (www.raulvelloso.com.br), estouraram bombas em boa medida devido à modicidade tarifária excessiva, mas também à falta de chuvas sobre um sistema 75% baseado em hidrelétricas com reservatórios de baixa profundidade, além de termelétricas de reserva cuja operação é muito cara. Diante disso, o modelo em vigor acaba acionando todas as termelétricas existentes, de operação absurdamente custosa, e manda as hidrelétricas reduzirem sua operação para tentar recompor os reservatórios. Como seus contratos de venda são mantidos, reduzir a produção das usinas hidrelétricas implica a necessidade de essas geradoras comprarem o que falta para atender aos seus compromissos de fornecimento com base no preço de curto prazo no mercado spot. Com O modelo em vigor acaba acionando todas as termelétricas existentes isso, seu custo aumenta fortemente, dependendo da dimensão do ajuste. Hoje este é pequeno, mas estima-se que vai rumar para algo em torno de 8% da quantidade total de energia negociada por essas usinas em pouco tempo. E daí em diante, sem providências adequadas, esse percentual só tende a aumentar. Para muitas, isso pode significar graves problemas além daqueles já enfrentados pelas distribuidoras, que também passaram a comprar energia mais cara para honrar seus contratos de distribuição, pois as receitas poderão ficar abaixo dos custos. O governo terá de agir rapidamente para isso não acontecer. No meio disso tudo, o governo reduziu em 20% e de forma atabalhoada as contas aos consumidores, mesmo quando o maior uso das térmicas – e o consequente aumento no custo da energia – tornava injustificável a redução de tarifas naquele montante. Resultado: mais desvio da oferta de energia para o mercado spot oriunda dos que recusaram a oferta governamental. Conforme o andar da carruagem, o racionamento – e todos os problemas que ele encerra – ficará inevitável. Joel Rodrigues Raul Velloso Doutor em Economia pela Universidade de Yale (EE.UU). Atualmente é consultor econômico em Brasília Fotos: Cristiano Costa Trabalho reconhecido //Por Luciana Corrêa Sete personalidades da capital foram homenageadas em cerimônia de entrega do Mérito Senac O @senacdf /senacdistritofederal 18 Senac do Distrito Federal homenageou na noite do dia 8 de maio sete personalidades pela prestação de relevantes serviços à instituição e à educação no DF e no País. Os homenageados receberam um diploma e passam a integrar a Ordem do Mérito Senac, cujo chanceler é o presidente da entidade no DF, Adelmir Santana. A cerimônia foi realizada no espaço Villa Rizza, no Setor de Clubes Sul, para convidados. Quando da 7ª edição do prêmio, o presidente do Senac-DF, Adelmir Santana, destacou que por meio dessa premiação, o Senac expressa sua gratidão e reconhecimento a todos aqueles que se destacaram ou se destacam na defesa e cultivo da cidadania. “Essa gratidão, que se materializa na outorga do Mérito Senac, demonstra o nosso reconhecimento a sete cidadãos exemplares, que, acreditando na profecia de Dom Bosco, colocaram o coração e razão em suas mão e entraram na luta pelo engrandecimento do povo do DF e do Brasil”, elogiou. Os homenageados deste ano foram: o senador Cristovam Buarque; o defensor público Jairo Lourenço de Almeida; o administrador de Brasília, José Messias de Souza; a madre Hildegardis Pereira Nunes; o empresário Osório Adriano; o padre Alessandro Campos; e a servidora Celina Euripedes de Farias. Para o senador Cristovam Buarque, o Senac preenche as lacunas da educação brasileira. “Gostaria que imaginassem por um segundo se o Senac não existisse. Nós não teríamos o atendimento e os serviços funcionando como são hoje. Quero agradecer muito o que a instituição fez pelo DF ao longo dos seus 47 anos aqui. Nós devemos muito a essa instituição”, comemorou. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Cristovam Buarque Senador da República pelo Distrito Federal, Cristovam Buarque nasceu em Recife (PE). Educador e professor universitário, foi homenageado pelo empenho e dedicação em prol da educação do Brasil. Ex-governador do DF. Jairo Lourenço de Almeida Defensor Público do DF, Jairo Lourenço tem 57 anos e é mineiro da cidade de Tiros. Enquanto Defensor Público-Geral concretizou um convênio com o SenacDF por meio do projeto 100% Cidadão, com cursos a comunidades em situação de vulnerabilidade social. Confira como foi o evento: José Messias de Souza Administrador de Brasília, empossado em janeiro de 2011, José Messias de Souza é alagoano. Formado em Direito, foi homenageado pelo Mérito Senac pelos trabalhos e apoio prestados às questões administrativas e institucionais do Senac-DF. Madre Hildegardes Pereira Nunes A madre Hildegardes Pereira Nunes, 50 anos, nasceu em Montalvânia, Minas Gerais. Em 2008, por meio das Ações Móveis do Senac e do convento Pequenas Missionárias de Maria Rosa Mística do Gama, passou a possibilitar a capacitação e apoiar a realocação no mercado de trabalho. Na ocasião da entrega do prêmio, a madre estava em viagem e foi representada pela Irmã Mônica Maria Mendes Diniz. Osório Adriano Filho Empresário e ex-deputado, Osório Adriano nasceu em Uberaba, Minas Gerais. Formado em engenharia civil, utilizou sua empresa para apoiar a formação profissional, criando dentro da Brasal uma escola para os alunos do Programa de Aprendizagem do Senac-DF. Para o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, o prêmio é o reconhecimento da Entidade aos agraciados A cerimônia foi realizada na Villa Rizza, para convidados Padre Alessandro Campos3 Paulista de Guaratinguetá, o padre Alessandro Campos faz sucesso em Brasília pelo seu estilo jovem de celebrar suas missas. Ele foi homenageado por ser parceiro do Senac-DF, ao disponibilizar espaços para oferta de cursos para jovens. Celina Euripedes de Farias A servidora nasceu em Ituiutaba, Minas Gerais, começou a trabalhar no Senac em 1976. Foi instrutora do curso de cabeleireiro durante quase 15 anos. É formada em pedagogia e psicopedagogia. Foi homenageada por ser uma das servidoras mais antigas da instituição. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Senador Cristovam Buarque foi um dos homenageados 19 //gente Mono mon Fotos: Raphael Carmona Com a bola nos pés //Por Sílvia Melo Renan Fonseca Siqueira Zagueiro do Brasília FC Apaixonado por futebol desde criança, Renan Fonseca Siqueira, de 19 anos, começou os treinos no futebol de salão aos 5 anos, quando foi matriculado na Escolinha de Futebol do Sesc-DF. Aos 10, optou pelo futebol de campo e começou a treinar no então Centro de Futebol Romualdo, no Gama. A brincadeira tornou-se ideal de vida. Hoje Renan é atleta profissional e uma das promessas do futebol candango. Zagueiro do Brasília Futebol Clube, ajudou o time a se tornar o primeiro campeão da Copa Verde 2014, competição disputada por 16 equipes do Centro-Oeste, Norte e Espírito Santo. Centrado, ele sabe que deve manter a rotina de treinos e dedicação para garantir um bom desempenho. “Espero evoluir bastante como profissional e conquistar títulos, levando o Brasília a lugar de destaque no cenário nacional”. Com o apoio da família, o brasiliense nascido no Gama teve sua primeira experiência em competições nacionais aos 11 anos. “Fui jogar em São Paulo representando a escolinha de futebol que frequentava e lá recebi o convite para ir para o Internacional de Porto Alegre”, conta. Com apenas 12 anos, mudou-se sozinho para o Sul do País, onde ficou até os 17 anos e conquistou vários títulos. Depois do Inter, jogou pelo Vitória (BA) e só então voltou para Brasília. “Sempre desejei ser jogador de futebol e o apoio dos meus pais foi fundamental”, conclui. Piquenique na cidade Atuando no meio de produção de festas alternativas desde 2007, o baiano Miguel Rodrigues Galvão, de 28 anos, é o idealizador do PicNik, projeto realizado com as sócias Carol Monteiro e Júlia Hormann, que reúne em um só local arte, música, moda e gastronomia. Economista formado pela Universidade de Brasília (UnB), Miguel atua desde a época da faculdade na área de análise de projetos de viabilidade econômico-financeira. Quando não está trabalhando, dedica seu tempo para descobrir os encantos de Brasília com a companheira, sócia e amiga Júlia Hormann. A ideia do PicNik surgiu da vontade de criarem uma plataforma de encontro diurno entre 20 pessoas de diferentes grupos e classes, que valorizasse a realidade presencial, dispensasse a presença de álcool e proporcionasse uma oportunidade de consumo oposta ao que se encontra nos shoppings. Sucesso na cidade, o projeto já está em sua 12ª edição, reunindo uma média de sete mil pessoas por evento. “Em dois anos de projeto recebemos mais de 80 mil pessoas”, destaca. O PicNik já foi realizado no Calçadão da Asa Norte, no CCBB, no Jardim Botânico e na Furnarte. A próxima edição está prevista para 16 de junho, na Ermida Dom Bosco. “Faremos algo no Dia das Crianças e um grande bazar para as festas de final de ano em dezembro”, antecipa. Miguel Rodrigues Galvão Organizador do PicNick REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Amor ao próximo Areolenes Cursino Fundadora do Instituto Crescer Determinada a ajudar pessoas necessitadas, Areolenes Cursino Nogueira, de 58 anos, fundou, há 11 anos, o Instituto Crescer. Iniciou o trabalho na Cidade Estrutural, onde oferecia cursos de capacitação às mulheres com a finalidade de geração de renda. Com o tempo e o convívio com as alunas, descobriu que grande parte trazia de casa dois sérios problemas: o envolvimento dos filhos com as drogas e dos maridos com o álcool. “Em 2010, decidi mudar a linha de atuação do instituto para ajudar os dependentes químicos”, conta. Atualmente, está à frente da Comunidade Terapêutica, instituto que trabalha com a prevenção, trata- mento e capacitação para reinserção social. Em quatro anos, atendeu 350 pessoas. Para ajudar ao próximo, ela mudou-se para a casa de uma das filhas, abrindo mão da casa onde morava, em Vicente Pires, para abrigar as pessoas que queriam se livrar da dependência química e do álcool. Realizar esse trabalho para ela é uma missão. “Foi um chamado de Deus. Um dia tive um encontro espiritual com Jesus e fui inundada por um amor muito grande pelos excluídos. A partir daí comecei a ir para as ruas para distribuir sopas e levar amor aos necessitados”, explica, destacando que passou três anos fazendo esse trabalho na rua. //Sua Excelência, o gerente O brasiliense Juraci Gomes dos Santos, de 49 anos, iniciou sua carreira profissional em 1980 como empacotador no supermercado Carrefour. Formado em Gestão Comercial pela Universidade Católica de Brasília, trabalhou também no Pão de Açúcar e no Makro. Assumiu, há cinco anos, o cargo de gerente no Big Box. Atualmente trabalha na unidade localizada na EPTG, o Big Box Via Park, onde comanda 145 funcionários. Qual o seu papel na unidade? Trabalho com gestão de pessoas, processos, atendimento ao cliente, e também entrada e saída de mercadoria. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 O que é preciso para ser um bom gestor? Ser objetivo, justo com todos, deixar a sua equipe participar das decisões de sua unidade, ser criativo na redução de custos, e falar com frequência pessoalmente. Qual o segredo do bom atendimento? Um bom atendimento vai muito além de ser bem educado. Tratar bem o cliente não é um diferencial, mas sim uma obrigação de toda a equipe. O gestor tem que motivar a sua equipe para que todos atendam bem ao nosso cliente, que sempre foi e será a razão da nossa existência. Juraci Gomes dos Santos Gerente do supermercado Big Box 21 Mono mon Fotos: Cristiano Costa Na onda do skate //Por Sílvia Melo 22 Esporte cada vez mais popular reúne público de todas as idades e movimenta o comércio O céu é o mar de Brasília. A frase, atribuída ao urbanista Lúcio Costa, é um consolo para os brasilienses que não podem usufruir de uma bela praia sem ter que sair da cidade. Sem mar, os “surfistas do Cerrado” vão para o asfalto com os mais diversos tipos de skates e tomam conta das ruas, parques e calçadas. A prática desse esporte que se assemelha ao surf e reúne pessoas de diversas classes sociais, idades e sexo, está em plena ascensão. O skate tem se popularizado tanto que atualmente é o segundo esporte mais praticado no Brasil, perdendo apenas para o futebol. O número crescente de adeptos tem movimentado o comércio de roupas, acessórios e equipamentos de segurança. Pesquisa realizada por empresas ligadas ao esporte destaca que o Brasil conta com quatro milhões de praticantes e o mercado movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano com a venda de produtos. “Para ter uma ideia desse crescimento, em 2012 o comércio de skate movimentou R$ 500 milhões em todo o Brasil”, destaca Eduardo Felgar Aprá, vice-presidente da Federação de Skate do Distrito Federal e Entorno e presidente da Associação LongBrothers. O skate surgiu na década de 1960, no estado americano da Califórnia, quando surfistas preocupados com a falta de ondas no mar, decidiram pegar uma prancha e adaptar as rodas para andar na rua. “A brincadeira começou aí. Na década de 1980, o skate deu um pulo muito grande quando surgiu o vertical e o street, que são skates de pranchas menores de 40 polegadas, em que o pessoal executa muita manobra. Nessa época o skate deu uma estourada. Ele foi muito marginalizado, mas mesmo assim ganhou espaço”, afirma Eduardo. Foi na década de 1990 que o esporte deu uma alavancada e começa- REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 ram a surgir as lojas específicas. “A primeira loja aberta foi na Asa Norte, mas hoje não funciona mais. As principais ficavam no Conic”, lembra ele. Atualmente, o público encontra lojas com produtos destinados à prática do esporte em todas as cidades do DF. “Em Brasília inteira você encontra lojas dessa área, mas o Conic ainda é a referência do skate”, destaca ele. Inaugurada em 1995, a loja FunHouse foi a primeira a chegar ao Conic. Em 19 anos, as vendas tiveram momentos bons e ruins. “O momento mais crítico em termos de vendas foi há sete anos. Passamos por um sufoco, mas conseguimos recuperar”, lembra Stênio de Araújo Rego, supervisor da loja. “Depois disso a procura pelos produtos aumentou muito, provavelmente porque o esporte se consolidou, perdeu um pouco o preconceito e ganhou espaço na mídia”, destaca. O diferencial da loja é que, além de vender produtos exclusivamente para a prática do skate, patrocina atletas e eventos e promove campeonatos. Na loja é possível encontrar de tudo ligado ao esporte, como meias, carteiras, bonés, roupas, peças, rodas, eixos, etc. Para garantir um bom atendimento aos clientes, 99% dos funcionários são skatistas. “É preciso conhecer o esporte para saber o que vai oferecer aos clientes”, explica Stênio. Também localizada no Conic, a Overstreet abriu as portas há 17 anos. Para Walter Junior, proprietário da loja, o aumento das vendas nos últimos anos deveu-se também ao fim da marginalização do skate, graças à inclusão do esporte na televisão, como em novelas, programas voltados para o público jovem e propagandas. Na loja, o ponto forte é a moda street wear, que atende não só aos adeptos do skate, mas também pessoas que gostam de se vestir seguindo essa tendência. “Vendemos skates também, mas nosso forte são 23 “Vendo mais produtos nacionais, que são mais baratos, porém com a mesma qualidade” Bartolomeu Martins Proprietário da Rap Nacional e Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF os tênis e as roupas”, destaca. A loja é a responsável pela realização de uma das competições mais importantes de Skate Downhill, o Overmeeting, realizada há oito anos em Brasília em agosto. Na Ceilândia, a loja Rap Nacional, localizada no Shopping Popular, oferece mais de 500 itens como roupas, bonés, calças, bermudas, capacetes, joelheiras, tênis, rolamentos, lixas, rodas e shapes (prancha de madeira). De acordo com Bartolomeu Martins, proprietário da empresa, e presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF, a loja foi aberta para atender à demanda de clientes na Ceilândia. “Eu tinha uma banca na Feira da Ceilândia e muitas pessoas pediam para que eu vendesse produtos para os praticantes do skate. Comecei a visitar diversas distribuidoras em São Paulo e vi que o mercado era promissor”, destaca Bartolomeu, lembrando que inaugurou a loja em 1999. “Vendo mais produtos nacionais, que são mais baratos, porém com a mesma qualidade que os importados”, destaca. //Mulheres Esporte praticado por adeptos em sua maioria do sexo masculino, o skate aos poucos conquistou também as mulheres. Para atender a esse novo público, o comércio teve 24 que se adequar. Segundo Bartolomeu Martins, a frequência de mulheres que procuram produtos em sua loja cresceu em torno de 40% nos últimos três anos. Além dos equipamentos para a prática do esporte, elas compram roupas e gostam dos bonés chamados “aba reta”. “Para comprar os skates, elas optam mais pelas cores, como rosa, amarelo, verde, e normalmente seguem o estilo do grupo de amigos ou namorado”, explica Bartolomeu. Segundo o presidente da Federação de Skate, o crescimento da prática do esporte deve-se, também, ao surgimento de novos equipamentos, como os que possuem as pranchas maiores, acima de 40 polegadas, que facilitam o equilíbrio, os chamados longboards. Os menores, chamados de street, possuem entre 7 e 8 polegadas. “A primeira manobra que se aprende no street chama-se ollie, em que o cara tem que tirar o skate do chão e voltar. Para conseguir fazer isso, leva-se em média um mês para aprender. Já com o longboard, se quiser pegar e dar um rolezinho, aprende-se em 15 minutos”, explica Eduardo Aprá, vice-presidente da Federação de Skate do DF. Outro fator atribuído ao crescimento da prática foi a adesão de mulheres e crianças depois da criação da Associação LongBrothers, em REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 2011, formada por amigos skatistas, que passou a difundir o esporte no Eixão, na altura das quadras 115/116 Norte, todos os domingos. “Com a criação da nossa associação, começamos a colocar mulheres para andar de skate. Primeiro foram as nossas mulheres. Quando uma mulher via outra andando, se sentia à vontade para andar também e o movimento feminino foi crescendo”, informa Aprá, que é presidente da associação. //Investimento Para iniciar em qualquer modalidade de skate é necessário ter os equipamentos de proteção: capacete, joelheira, cotoveleira e luva. Isso evita de 50% a 60% das lesões. É recomendável também frequentar uma escolinha. Se não for possível, o futuro skatista deve ir aos locais em que o pessoal pratica para pegar informações sobre os produtos, locais indicados para compra, tipos de skate, entre outras informações. Quem quiser iniciar no esporte andando de street deve investir em torno de R$ 300 só no skate. Se a preferência for por longboard, o investimento é em torno de R$ 600 a R$ 700 para adquirir um equipamento mediano. Esses preços variam em lojas do Plano Piloto. Na Ceilândia, na Rap Nacional, um skate simples custa entre R$ 120 e R$ 150, enquanto o mais caro, o longboard, custa R$ 470. “Depende da marca e escolha dos acessórios”, afirma Bartolomeu. Gama, Sobradinho, Santa Maria, Taguatinga, Ceilândia, Planaltina, entre outras cidades. A prática do longboard, cujo principal segmento é o Downhill Speed (DHS), que consiste em descer ladeiras em alta velocidade, não necessita de uma pista específica. Assim, os adeptos procuram ladeiras em locais mais isolados, como algumas ruas de Águas Claras, Ermida Dom Bosco, Centro de Atividades do Lago Norte, Eixão e Zoológico. O Parque da Cidade também é um ponto de encontro para a prática do esporte. “Em 2012, o comércio de skate movimentou R$ 500 milhões em todo o País” Eduardo Felgar Aprá Vice-presidente da Federação de Skate do DF //Lugares Brasília, até cinco anos atrás, não tinha lugares apropriados para a prática do skate, de acordo com a Federação. Alguns skatistas andavam no Setor Bancário Sul, na pista do Núcleo Bandeirante, criada na década de 1980 e com muitas falhas de construção e falta de manutenção, ou em locais improvisados. Com o investimento do governo local, novas pistas passaram a ser construídas e as já existentes foram reformadas. Algumas passaram por adaptações. Atualmente existem boas pistas em Águas Claras, Recanto das Emas, REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 25 //empresário do mês Cristiano Costa Dedicação e trabalho //Por Sílvia Melo Proprietário de algumas lojas franqueadas no DF, Hudo Eitel aprendeu os primeiros passos no comércio com o pai A vontade de trabalhar no comércio está no sangue. Filho de proprietário de um posto de combustíveis no interior do Paraná, Hudo Romeu Eitel, de 48 anos, cresceu em meio aos negócios da família. Seu primeiro emprego foi no posto do pai, onde ajudava em todas as áreas. Fazia de tudo um pouco, desde a organização do empreendimento até a parte gerencial. A experiência serviu como pontapé inicial para investir também em seu próprio negócio. Atualmente possui quatro lojas franqueadas, uma escola de idiomas e lojas de varejo no Distrito Federal e em Goiás. Hudo nasceu no Paraná, onde inaugurou seu primeiro empreendimento: uma escola de idiomas. Mudou-se para Brasília em 1995, aos 28 anos, em busca de novas oportunidades profissionais. Na capital do País, trabalhou em diversas empresas, sempre como sócio ou proprietário. Formou-se em Direito pela UDF, em 2007, pensando em montar um escritório e trabalhar na área. Tornou-se sócio em um escritório de advocacia, mas não demorou muito e deixou a sociedade. “O comércio falou mais alto”, explica. Morador do Plano Piloto duran26 te muitos anos, Hudo mudou-se para Águas Claras e viu que a cidade tinha um enorme potencial de investimento. “Aproveitei a oportunidade para entrar no mercado dessa cidade com uma marca forte”, destaca, explicando que investiu em uma franquia da marca Hering. “Em dezembro de 2012 inaugurei no Águas Claras Shopping a Hering Kids, destinada ao público infantil”, afirma. Neste shopping ele abriu também a primeira franquia de Brasília da loja Morena Rosa e seu mais novo empreendimento, a Hering Store, inaugurada em maio. “É uma das primeiras lojas do Brasil desenvolvida com o novo projeto arquitetônico da rede”, explica. A primeira franquia de Hudo foi a Hering Star, em Luziânia (GO). O espírito empreendedor fez com que Hudo investisse também na área educacional. Além das lojas, ele é proprietário de uma escola de idiomas, a In Company, especializada em atender órgãos do governo e empresas em geral. “Ofereço os cursos nos locais de trabalho dos alunos. Normalmente quem contrata são os órgãos do Governo Federal”, afirma. Hudo destaca que para ser um empresário de sucesso é preciso ter garra, força de vontade e saber lidar com o mercado. Em suas lojas, possui em torno de 50 funcionários. “Para gerenciar é preciso ter um pouco de inteligência emocional para administrar os conflitos”, diz ele. Casado há dez anos com Patrícia Seixas Rodrigues Eitel e pai de quatro filhos, ele conta com o apoio da esposa para administrar seus empreendimentos. “Ela cuida mais das lojas, acompanha o dia a dia, enquanto eu fico com a parte financeira”, destaca. Para ele, o segredo do sucesso é dedicação, trabalho e bom senso. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Os melhores negócios para as empresas do Sistema Fecomércio DF ia ác rm Fa Cartões Fecomércio DF: Benefícios com as menores taxas do mercado e os maiores prazos de pagamento! Fale conosco, ligue: (61) 3327-0897 www.fecomerciodf.com.br prevenção Mais espaço para a saúde //Por Andrea Ventura Cristiano Costa Sesc-DF inaugura espaço completo para realização de consultas e exames a preços acessíveis, com destaque para mamografias e ultrassonografias O s trabalhadores que frequentam o Sesc-DF diariamente podem comemorar. O Sesc-DF inaugurou no início de maio o Projeto Sesc + Saúde (Módulo de Assistência Integral à Saúde), na unidade de Taguatinga Norte. O local conta com atendimento completo na área de saúde. Algumas especialidades já estavam em funcionamento desde abril, antes da inauguração oficial, como cardiologia, dermatologia, ginecologia, oftalmologia, além de odontologia. Mas a grande novidade é o programa de Atenção à Saúde da Mulher, focado na prevenção e diagnóstico do câncer de mama e de colo do útero. Na prática, o SescDF passou a oferecer exames de mamografia e ultrassonografia desde maio. No ano serão oferecidos cerca de 48 mil exames. Para as consultas ginecológicas, a expectativa é realizar 10 mil ao ano. O presidente do Sesc-DF, Adelmir Santana, ressaltou a importância de o Sesc-DF oferecer aos trabalhadores um espaço tão completo na área. “Este bloco de saúde demonstra a dedicação que o Sesc tem com os trabalhadores, levando em conta a 28 O presidente do Sesc-DF, Adelmir Santana (à direita), e diretores inauguraram o Módulo de Assistência Integral à Saúde, na unidade de Taguatinga Norte deficiência que há nesse segmento”, afirmou. Os exames e as consultas são oferecidos a preços acessíveis, basta que o paciente possua a carteira do Sesc-DF. O Projeto Sesc + Saúde conta ainda com um andar dedicado à acupuntura, ioga e RPG. Na área de odontologia são realizados tratamentos em clínica geral e nas especialidades de endodontia, periodontia e odontopediatria. Nessa área são marcadas cerca de 1,3 mil consultas por mês, com atendimentos nos turnos matutino, vespertino e noturno. Ao todo são seis consultórios dentários. Outra área ofertada é a nutricional. Por meio do programa Passaporte para a Saúde, são feitas avaliações físicas e consultas com nutricionistas, além de exames laboratoriais. //Saúde no Sesc Taguatinga Norte Área Médica Exames de mamografia, ultrassonografia e laboratoriais Ginecologia Cardiologia Dermatologia Oftalmologia Clínica Médica Área Odontológica Endodontia Periodontia Odontopediatria Clínica geral Exames de raio X @sescdf /sescdistritofederal REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 //discurso Federação do Comércio de Brasília Discurso proferido pelo deputado Mauro Benevides, dia 26 de maio, no Plenário da Câmara dos Deputados E m assembleia eleitoral, levada a efeito, recentemente, vem de ser reeleito para presidir a tradicional Federação do Comércio de Brasília, o senador Adelmir Santana, que até bem pouco exerceu mandato na outra Casa do nosso Parlamento, ali evidenciando o seu incontestável espírito público e uma efetiva liderança entre os seus Pares, sempre sintonizado com as aspirações não apenas do DF, mas, igualmente, de todo restante do nosso País. Na tribuna e nas Comissões Permanentes, ali, ele deixou patente perfeita sintonia com as causas justas, defendendo os interesses da Capital da República e de seus habitantes, como maior legado de sua porfia legislativa, testemunhada pela mídia e por parte da própria comunidade brasiliense, sem discrepâncias de qualquer natureza. Nas colunas do Jornal de Brasília, às segundas-feiras, os seus artigos enfocam aspectos emergentes do Distrito Federal, comprobatórios de sua vinculação permanente com setores vitais de uma Metrópole, considerada, com justa razão, Patrimônio Cultural da Humanidade. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Em recente comemoração, neste Plenário, do aniversário de uma urbe sonhada por Dom Bosco e concretizada graças ao idealismo de Juscelino Kubitscheck de Oliveira, ele esteve nesta nossa Casa, ocasião em que proferiu brilhante e veemente discurso, pondo à prova a sua correta sintonia com os anseios de todos os estamentos que aqui mourejam, muitos dos quais residentes e conglomerados habitacionais das Cidades Satélites. Ao lado de demais membros na diretoria da Fecomércio, Aldemir Santana prossegue com a mesma tenacidade, na busca da concretização de todas as postulações legitimas e justas, que despontam com características de cumprimento inadiável, por parte dos Poderes Públicos. Ao registrar a recondução do ilustre empresário e homem público à testa da portentosa Fecomércio, auguro-lhe um desempenho sempre retilíneo que há espelhado, ali, num interessante trabalho em prol do nosso País, sob aplausos da aludida categoria econômica e de quantos aqui labutam, oriundos de outros recantos de nossa Nação. Mauro Benevides, Deputado Federal (PMDB/CE), foi também Senador e Presidente do Senado (1991-1993) 29 //doses econômicas A competitividade do agronegócio brasileiro A agropecuária brasileira é uma das mais eficientes do mundo, tem elevada produtividade e custo competitivo. Em 2013, o saldo comercial do agronegócio foi de US$ 82,9 bilhões, com as exportações atingindo a marca histórica de US$ 100 bilhões, enquanto as importações foram de apenas US$ 17,1 bilhões. A expansão do agronegócio brasileiro no comércio internacional ocorreu em um cenário de pesada tributação dos produtos do setor, no Brasil, e de “guerra comercial”, com os países ricos adotando medidas protecionistas e subsidiando fortemente os seus produtores. A competitividade do agronegócio foi resultado da inovação e extraordinário aumento de produtividade. A produtividade média das lavouras triplicou nos últimos 40 anos. A produção de grãos cresceu 384,3%, entre 1975 e 2014, para um aumento de apenas 69,7% da área plantada. Hoje, o uso intensivo de tecnologia na produção caracteriza o setor. As máquinas e equipamentos são cada vez mais eficientes e cresce a agricultura de precisão ou agricultura inteligente. Nos anos recentes o uso de GPS - acoplado às plantadeiras, colheitadeiras e outros implementos agrícolas - permite a aplicação inteligente de fertilizantes, defensivos e outros insumos, com dosagens ajustadas para cada área da lavoura, reduzindo custos e aumentando a produtividade. Na área de pesquisa, novas variedades, mais produtivas e mais resistentes às pragas e clima, foram desenvolvidas, tanto pela Embrapa, como pelas grandes empresas que atuam no setor. E, por sua vez, a indústria de fertilizantes e defensivos contribuiu com a diversificação de produtos e defensivos mais seletivos e menos tóxicos. O agricultor é o ator principal desse sucesso e responsável pela adoção de novas práticas no cultivo, que associam conservação e aumento de produtividade. Merece destaque a adoção do plantio direto e da rotatividade de culturas, que melhora a qualidade do solo a cada ano. Em contraste com o sucesso do agronegócio ressalta-se a baixa competitividade da indústria brasileira. Dados de 2013 da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) mostram que dos 20 setores industriais 13 são deficitários no comércio internacional e apenas sete são superavitários. A diferença entre os setores se deve a dois fatores fundamentais: inovação e produtividade. Cristiano Costa José Luiz Pagnussat Economista, Professor da UDF e ENAP Parceria: 30 REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 capacitação Semana de Gastronomia Espanhola O Senac promoveu no mês de maio a 1ª Semana de Estudos e Pesquisa da Gastronomia Espanhola, em parceria com o Instituto Cervantes. Entre os dias 19 e 23, a iniciativa trouxe o chef espanhol Alberto Moya para Brasília com objetivo de trocar experiências com alunos e professores da instituição e oferecer aos brasilienses a oportunidade de conhecer pratos de sua especialidade, nos espaços pedagógicos do Senac. Durante a visita, o chef fez um jantar na Embaixada da Espanha em Brasília para marcar o início da Semana, com a presença dos dirigentes da parceria: o presidente do Senac, Adelmir Santana; o diretor regional do Senac, Luiz Otávio da Justa Neves; o diretor do Instituto Cervantes, Pedro Eusebio Cuesta; o embaixador da Espanha no Brasil, Manuel de la Cámara Hermoso, e demais convidados. De segunda a sexta-feira, o público pôde apreciar no restaurante-escola do Senac, na Câmara dos Deputados, uma variedade de pratos espanhóis, desde a entrada, saladas, pratos quentes, até a sobremesa. Nos demais restaurantes da rede Senac, foi servida uma paella, seguindo à risca a receita do chef Moya. Nos dias 21 e 22, os alunos, professores e funcionários do Senac puderam explorar o conhecimento do convidado, por meio das aulas ministradas por ele na cozinha pedagógica REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 //Por Luciana Corrêa Senac e Instituto Cervantes trouxeram o chef Alberto Moya para Brasília Cristiano Costa Chef espanhol Alberto Moya, durante uma aula prática ministrada aos alunos do Senac-DF, na cozinha pedagógica da 116 Sul da unidade da instituição, na 116 Sul. Ele repassou informações sobre os mais variados tipos de azeites espanhóis, que são sua especialidade, e como harmonizá-los com cada prato. Participaram aproximadamente 75 pessoas, nas cinco turmas ofertadas. A Semana de Estudos e Pesquisa da Gastronomia Espanhola se encerrou dia 23 de maio com um almoço para convidados no restaurante-escola na Câmara dos Deputados. O chef espanhol Alberto Moya começou sua carreira profissional na década de 1990, na Espanha. Atuou em grandes restaurantes e abriu empreendimentos próprios. Hoje é chef e proprietário do res- taurante Bogavante del Almirante, em Madrid, fundado em 1999. Com foco na comida mediterrânea, utiliza produtos de temporada, da própria horta e alimentos de pequenos produtores e pescadores da região. O chef encerrou a Semana de Gastronomia agradecendo. “Agradeço pela hospitalidade, simpatia e pelo esforço de todos, em destaque aos cozinheiros do Senac. Foi uma grande experiência ver os produtos que eu não conhecia”, concluiu. @senacdf /senacdistritofederal 31 Heranças do mundial // Por Sacha Bourdette Autoridades e especialistas avaliam o resultado das obras realizadas para a Copa do Mundo em Brasília, e como esse legado será aproveitado 32 Arte: Anderson Ribeiro A Copa do Mundo é um grande estimulador de investimentos em diversos setores. Considerado o maior evento esportivo do planeta, esta é a segunda vez que o Mundial acontecerá no Brasil, mas a primeira no Distrito Federal. A capital irá receber sete das 64 partidas distribuídas pelas 12 cidades-sede. Para isso, foram realizadas obras de mobilidade urbana, como o Expresso DF Sul, reforma de pontos turísticos, como a Torre de TV, ampliação do aeroporto, aumento da segurança com a instalação de câmeras, além da construção do novo Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha (ENB). Mudanças que ficarão de legado após a competição. A Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) anunciou, em outubro de 2007, que o País seria a sede dos jogos e, de lá para cá, gastos foram contabilizados em Brasília. O orçamento dos empreendimentos foi assumido desde a Matriz de Responsabilidade da Copa, assinada em 2010, que contou com financiamentos federais, da iniciativa privada e do governo local. Com a visibilidade mundial, projetos foram desenvolvidos e concluídos, e outros têm a promessa de serem entregues perto do prazo final. Para o economista e especialista em Finanças Públicas da Universidade de Brasília, Roberto Piscitelli, a Copa deixará reflexos na economia e na sociedade. “Foi criada uma grande expectativa com relação ao evento e houve uma dispersão dos recursos, sem falar das ações que ficaram por fazer, como o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). O Estádio de Brasília foi uma obra exagerada e dependerá de planos futuros para a exploração em outras atividades. Será um retorno em longo prazo e que dependerá de parcerias para a promoção de atividades culturais, por exemplo”, afirmou. Entretanto, para Piscitelli, o evento é uma oportunidade de abrir a cidade para o mundo. “Teremos um fluxo maior de pessoas, o que significa mais dinheiro circulando. Haverá o aquecimento da economia em diversos segmentos. A minha expectativa é de que tenhamos benefícios futuros, como a melhora da qualidade dos serviços. Espero que se incorporem à cidade as ações de mudanças e que revertam para a população brasiliense”, conclui. Fotos: Cristiano Costa Palco da bola Inaugurado em maio de 2013, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é uma arena multiuso com capacidade para aproximadamente 71 mil pessoas em uma área de 1,6 milhão de metros quadrados. No interior dos 288 pilares que sustentam a estrutura, restaurantes, bares, lanchonetes, área de lazer, camarotes e espaço para a imprensa estão entre os ambientes e serviços oferecidos. Foram utilizados materiais recicláveis na obra e o que sobrou da demolição foi reaproveitado na construção e em cooperativas de reciclagem do DF. Para erguer o complexo, 15 mil trabalhadores passaram pela obra de mais de R$ 1,4 bilhão. Contudo, segundo o último relatório divulgado em março pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), o valor total da obra é R$ 1,6 bilhão. O tribunal calcula ainda que o custo final poderá chegar a R$ 1,9 bilhão. Isso porque, ainda está prevista uma usina solar fotovoltaica no teto do estádio, produção da comuni- cação visual, instalação de um túnel entre o Estádio e o Centro de Convenções, monitoramento e controle das emissões sonoras da arena. O governo não incluiu os reajustes realizados no contrato, além dos gastos para o apoio na organização da Copa. Questionado sobre o valor, o secretário Extraordinário da Copa em Brasília, Claudio Monteiro, justificou a auditoria do TCDF. “Não existem irregularidades na obra do Estádio. O relatório do tribunal é preliminar”. A Coordenadoria de Comunicação para a Copa, em nota, explicou que “o valor do investimento no estádio não aumentou para R$ 1,9 bilhão. Destacamos que o investimento total no Estádio Mané Garrincha é de R$ 1,4 bilhão. Não houve aumento do investimento total no estádio. Recursos para paisagismo e urbanização, referentes ao projeto de revitalização da área central de Brasília, não podem ser considerados custos da arena”. Para o secretário, Claudio Monteiro, o complexo já deixa legado na cidade. “A Secretaria coordena a atuação dos entes do governo e já vemos resultados. Na área de formação profissional foram criados 12 mil empregos diretos para o evento. Tivemos um avanço substancial, mostramos que temos a capacidade de expor a capital, tanto para shows e eventos esportivos. A sua localização também é privilegiada”, contou. O sociólogo e professor da Universidade Católica de Brasília, Luís Otávio Teles, critica a construção da arena. “Brasília não precisava de um estádio desse porte. Os times do DF estão na série D, além de não possuir uma equipe com público expressivo. Em média mil pessoas assistem a uma partida de um time local, ou seja, apenas 1% da capacidade do Estádio Mané Garrincha estaria ocupada. No Campeonato Brasiliense, ingressos foram vendidos a R$ 1. Por isso, será necessário trazer eventos maiores para mudar o rendimento do local. Caso contrário ficará como muitas outras obras, subutilizadas”. 33 Espaço para aterrissar Cerca de 490 mil visitantes virão a Brasília durante a Copa. Desse total, 79 mil são estrangeiros, é o que aponta pesquisa divulgada pelo Ministério do Turismo. Para receber a demanda de passageiros, um aeroporto com condições de atendimento é fundamental. Ponto de chegada e partida, o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek passou por obras de reforma e ampliação. Considerado o terceiro maior do Brasil, são investidos R$ 900 milhões nos projetos de melhoria do espaço aeroviário da capital até a Copa. O terminal está sob o comando, desde março de 2013, do Consórcio Inframerica que foi o vencedor do leilão para a realização das mudanças. A empresa irá operar até os próximos 25 anos. O Chief Executive Oficcer (CEO) da Inframerica, Alysson Barros Paolinelli, revelou como foram investidos os recursos de modernização. 34 “Estruturalmente, o aeroporto cresceu. Há uma área de embarque e desembarque muito maior. Até a Copa do Mundo, será uma exceção o passageiro ter que usar os ônibus para chegar até as aeronaves. São duas novas áreas de embarque, píer norte e sul. Essas áreas vão abrigar 80 lojas de vários segmentos e níveis. Na operação de obras do aeroporto trabalham aproximadamente cinco mil funcionários”, explicou. “Todas as obras do contrato de concessão já foram entregues. O novo viaduto de embarque, a parte superior, foi duplicado, além de estar disponível a sala vip de 1,5 mil metros quadrados, maior da América Latina. Com a Copa, conseguiremos chegar a uma demanda de 21 de milhões de passageiros. Facilidades como wi-fi gratuito de alta velocidade e o sistema Cute de check in já estão implantadas, além da ampliação do estacionamento. Já entregamos três mil vagas, e a criação de uma área coberta e mudança da tecnologia disponível de pagamento e liberação das cancelas começarão em breve”, adiantou Paolinelli. Entretanto, um relatório que avaliou o desempenho operacional dos aeroportos de janeiro a março deste ano, realizado pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, apontou que o Aeroporto de Brasília está na 12ª colocação, de um total de 15 aeroportos avaliados. No total, mais de 18 mil pessoas pontuaram 41 itens que vão de atendimento a alimentação. O espaço de Brasília recebeu a pior nota em transporte público, disponibilidade de bancos e velocidade na restituição da bagagem. Os estabelecimentos comerciais receberam notas baixas, assim como no valor da alimentação. Mobilidade e transporte público No que tange à mobilidade urbana foram realizadas a readequação da DF-047 – estrada que liga o aeroporto ao Eixão –, que custou R$ 54 milhões, construção do viaduto da W3 Sul, por R$ 20 milhões, e do Expresso DF Sul, no valor de R$ 617 milhões. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) aplicou R$ 5,07 milhões nas ciclovias do Eixo Monumental, as calçadas nos Setores Hoteleiros Norte e Sul saíram por R$ 1 milhão e a reforma da Rodoviária do Plano Piloto por mais de R$ 8,13 milhões e dos viadutos da área central de Brasília por R$ 90 milhões. O secretário de Estado de Transporte Público do Distrito Federal, José Walter Vazquez, dá mais detalhes. “A obra para a Copa em si era a saída para o aeroporto e o balão da Sarah, já concluídos e entregues. Com relação à mobilidade entre o Estádio e as localidades próximas, terminamos a sinalização, e os deslocamentos poderão ser feitos inclusive por formas não motorizadas, a pé ou de bicicleta. Toda a operação de mobilidade já está pronta”. Além disso, não estava programada para a Copa, mas ficará de legado, a troca da frota de ônibus. “Previstos desde 2009, os novos veículos darão um novo visual para o meio urbano, renovados em quase toda a sua integridade. Eles terão um centro de controle operacional e GPS integrados. Outra novidade será a rodoviária para o Entorno que ficará onde funcionava o antigo Touring até o início da Copa, com 22 boxes. O único projeto planejado e que não foi entregue foi o VLT. Isso porque, a Justiça impediu a realização. O Poder Judiciário cancelou e proibiu que usássemos o projeto original, pois era necessário fazer acertos. Porém, o VLT será retomado futuramente”, contou o Vazquez. “Para atender a Copa do Mundo, a Novacap revitalizou calçadas e a Rodoviária com limpeza dos banheiros, troca dos elevadores e escadas rolantes, pintura e recuperação do Buraco do Tatu. Os quiosques serão distribuídos de maneira racionalizada na área. O Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) modernizou as paradas de ônibus, assim como a sinalização. Vale lembrar que o viaduto do final da W3 Sul estará pronto para a Copa. O Mundial será um teste importante para Brasília se preparar para ser uma capital de eventos e receptivo e isso é importan- te porque gera uma cadeia de empregos”, finalizou o secretário. Porém, o especialista em transporte e professor da Universidade de Brasília, Paulo César Marques, opina sobre as obras. “O que foi realizado foi menos do que se esperava. O Expresso DF Sul ainda está na fase experimental e funciona apenas em alguns horários. Falta a integração do transporte público do DF. O VLT, por exemplo, gerou grande expectativa, mas ficou só na promessa. A obra da DF-047 ajudou a eliminar um gargalo, mas considero que o avanço no transporte seja não depender de carro para se locomover. Com relação às ciclovias não há ligação entre alguns trechos, além de faltar sinalização, iluminação e uma campanha de conscientização para promover mais segurança. O turista vai conseguir ir até o Estádio, aeroporto e hotéis, mas quem ficar por aqui vai encontrar as mesmas dificuldades para utilizar transporte”, avaliou. 35 Centro de segurança Na área de segurança, Brasília contará com o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) que abrigará representantes de 41 órgãos de segurança com poder decisório do governo local e federal. O Centro é composto de um telão de última geração, com registros de visão noturna de alta definição e recurso de isolamento eletrônico que consiste em identificar objetos estranhos. O monitoramento será 24 horas e em tempo real. O equipamento irá apoiar e coordenar as ações de segurança pela cidade. De acordo com o secretário de Segurança Pública do DF, coronel Paulo Roberto de Oliveira, a unidade garantirá que todos aproveitem os jogos despreocupados. “O Centro será o receptor de todas as 160 câmeras sofisticadas que irão compreender as áreas do Palácio do Planalto até o Museu do Índio. Será realizado um videomonitoramento das áreas Sul e Norte que envolvem principalmente a Rodoviária e a Torre de TV. Haverá também a instalação de câmeras em Taguatinga, em decorrência do Fan Fest – evento com programação cultural e transmissão dos jogos por telões. Com isso, a Copa deixará de legado mais de 200 câmeras para a vigilância da capital, em operação desde o final de maio”, afirmou. Para a segurança foram investidos aproximadamente R$ 160 milhões – entre compra de equipamentos, viaturas, treinamentos e aulas para os 10 mil agentes de segurança. Com os sistemas de monitoramento foram gastos R$ 24 milhões. “Até o fim do ano está prevista a instalação de mais de 835 câmeras em todas as Regiões Administrativas do DF”, contou o secretário. O professor e pesquisador em Segurança Pública da Universidade Católica de Brasília, Nelson Gonçalves, avalia o sistema. “Espero que os investimentos gerem resultados, pois todas as forças de segurança receberam treinamento e será necessário que eles deem respostas adequadas. Como estão previstas manifestações, o cuidado deverá ser redobrado. A estrutura do Centro de Segurança conta com alta tecnologia e preparação, mas deverá ser utilizada com o máximo de eficiência para que não fique apenas no discurso. A minha expectativa é que o monitoramente se reflita no combate ao crime e às ações de vandalismo”. 36 Turismo e revitalização Para receber o fluxo de pessoas durante o evento, foram elaborados alguns projetos de receptividade turística. O secretário de Turismo do DF, Luis Otávio Neves, detalha as ações de mais de R$ 4,3 milhões. “Estamos preparando Brasília não só para receber o turista, mas o próprio brasiliense. Ao longo desses três anos conseguimos que Brasília fosse a primeira unidade da Federação a ter uma lei de política de turismo, aprovamos no ano passado uma lei de transporte turístico. Na infra-estrutura aumentamos o número de Centros de Atendimentos, os CAT’s, de dois para sete pontos fixos, e dois CAT’s móveis que custaram R$ 339 mil. A reforma da Torre de TV, feita pela Novacap, custou R$ 15,2 milhões, e do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, que irá receber o Centro de Mídia e central de distribuição de tíquetes para as partidas. Também foram instaladas 1.219 placas turísticas pela cidade, orçadas em mais R$ 1,2 milhão”, detalhou. Além disso, a Secretaria de Turis- mo desenvolveu, em parceria com a Secretaria de Publicidade Institucional do DF, o aplicativo para celulares, chamado Turismo Brasília. O sistema disponibiliza informações turísticas, restaurantes, e programação cultural em três idiomas (português, inglês e espanhol). “Na área de tecnologia teremos também em funcionamento o dispositivo iBeacon, que transmite informações quando o usuário se aproxima de um ponto turístico”, explicou Neves. Depois da Copa, próximas atrações já estão programadas. “Conseguimos a captação de outros eventos para Brasília com os investimentos. Seremos a sede, em 2016, do WCIT, evento de tecnologia da informação, do Fórum Mundial da Água, em 2018, Jogos Mundiais Universitários, em 2019. Fizemos um trabalho de divulgação pelo mundo tendo Brasília como destino turístico. Vale ressaltar que qualificamos mais de 2,3 mil pessoas, um ganho para a cidade”, concluiu. De acordo com a professora e doutora em Turismo da UnB, Marutschka Moesch, a forma de acolher o turista será o desafio. Para ela, Brasília tem uma capacidade muito grande e foram realizados grandes investimentos; sua maior preocupação é que o setor empresarial, junto com o governo, garanta que a movimentação faça com que o turista se sinta seguro e bem acolhido. “Se formos fazer uma análise, a infraestrutura e a oferta de lugares a serem visitados não bastam para se garantir que haja boas atrações e informações. Destaco que o atendimento é primordial. Temos que lembrar que em grandes eventos a inflação sobe, e quem vier para a Copa não necessariamente virá para aproveitar as atividades turísticas. Por isso, acolher desde o aeroporto até o hotel será fundamental, pois a proposta é fazer com que aquele turista volte ao País. Não podemos deixar que a improvisação seja a base para o desenvolvimento de uma área tão importante que gera crescimento para a economia, como o turismo”, explicou. Maior parque do mundo O Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek é um dos lugares que também receberam investimentos para a Copa. Considerado o maior parque urbano do mundo, com 4,2 quilômetros quadrados, o local abriga diversas opções de atividades recreativas, além de possuir áreas de estacionamento que servirão para os sete jogos em Brasília. A sua localização é privilegiada, fica ao lado do Estádio e próximo aos setores hoteleiros. De acordo com o administrador do Parque da Cidade, Paulo Dubois, as obras estão em ritmo acelerado e ficarão prontas até a competição. “Todo o alambrado do parque está sendo trocado, sete dos 13 estacionamentos receberão iluminação de led, 13 câmeras de vigilâncias serão instaladas, além de um novo acesso de veículos na 912/913 Sul para melhorar o trânsito na região. As pistas internas e externas também receberam acabamentos. As ações ficarão de legado para a população. Foram investidos mais de R$ 4,3 milhões”, explicou. Durante os dias de jogos em Brasília, os torcedores que estacionarem o carro no Parque da Cidade, portando ingresso para a partida, contarão com transporte gratuito até área próxima ao Estádio. O ônibus fará o trajeto de ida e volta em aproximadamente oito minutos. A sinalização das paradas será por meio de totens espalhados pelo parque. A linha especial de número 109.2 circulará 4 horas antes do jogo e até 3 horas após. O sistema está previsto na Lei nº 5.104, de 2 de maio de 2013, que dispõe sobre as regras de serviços e produtos para a Copa. 37 Bicicletas compartilhadas Já imaginou pedalar pela capital alugando uma bicicleta? O sistema será implantado na cidade para a Copa do Mundo. Brasília, possui atualmente 400km de ciclovias, mas a previsão é de que até o fim do ano alcance 600km. O secretário de Governo do DF, Gustavo Ponce de Leon, explica como vai funcionar: “Temos a maior malha cicloviária do Brasil. O objetivo do sistema é incentivar o uso das bicicletas compartilhadas em que o usuário poderá usar e devolver. Para isso, basta se cadastrar na empresa fornecedora das bicicletas, a Serttel, com um custo anual de R$ 10. Com 1h de uso não haverá custo, após esse tempo o usuário pagará R$ 5 por hora. É possível utilizar por mais tempo se a pessoa devolver o veículo e esperar 15 minutos para retirar outra sem custo adicional. O sistema começou a funcionar no último dia 28”. No total, serão 40 estações distribuídas em pontos estratégicos da cidade, com 400 bicicletas. “Durante os dois primeiros anos, o serviço funcionará somente no Plano Piloto, mas deve ser estendido para todo o DF. Será um teste para avaliar o compartilhamento do veículo. Todos os postos serão abastecidos com energia solar. Para o turista será uma excelente opção. As placas dos postos terão mapas e informações em inglês e espanhol. Além disso, foi criado o aplicativo para celulares com roteiros para bicicleta, chamado Ciclovida DF” explicou Leon. //Por dentro do sistema //Por Luciana Corrêa O Senac-DF desde 2011 está realizando cursos voltados para a Copa de 2014. São vários segmentos como hotelaria, gastronomia, turismo, comércio, idiomas, beleza. A seguir alguns dos cursos mais ofertados: Camareira em Meios de Hospedagem, Recepcionista em Meios de Hospedagem, Organizador de Eventos, Confeiteiro, Atendente de Lanchonete, Garçom, Cozinheiro, Comida de Boteco, Pizzaiolo, Sushi/Sushimi, Qualidade no Atendimento ao Cliente, Inglês Aplicado a Serviços Turísticos, Inglês Básico, Inglês Intermediário, Espanhol Aplicado a Serviços Turísticos, Espanhol Básico, Libras, Maquiador, entre outros. O Senac-DF já qualificou 3.119 alunos, no período de 2011 a abril de 2014. 38 //vitrine - Copa do Mundo Futebol é uma das paixões nacionais. De quatro em quatro anos, a nação se une para torcer pela Seleção Brasileira. Copa do Mundo é época de vestir as cores da bandeira. Por isso, selecionamos alguns produtos para você fazer bonito durante os jogos. Raphael Carmona Dream Team Sombra para Cabelos Capricho – O Boticário Disponível em duas cores: Green Celebration e Yellow Celebration Raphael Carmona R$ 25,99 Moletom cropped - Farm Farm Brasília Shopping, Park Shopping e Shopping Iguatemi Kit Copa – Frutacor (61) 3326-6464 R$ 159 Raphael Carmona A partir de R$ 145 Kit Infantil Stadium – Agittus Calçados, bola de futebol de campo, caneleira e meião de futebol R$ 59,90 Chinelo Havaianas Seleções Preço sugerido R$ 31,99 Gol de placa no comércio //Daniel Alcântara Gasto dos 490 mil visitantes no DF durante os jogos deve ser de R$ 887 milhões O comércio de todo o País espera um aumento substancial nas vendas no período da Copa Do Mundo da Fifa, com início marcado para o dia 12 de junho. Em Brasília não está sendo diferente. O Ministério do Turismo aponta que o DF será o segundo destino a atrair mais turistas durante o torneio. São esperados mais de 490 mil visitantes no período. Eles devem deixar cerca de R$ 887 milhões na cidade e, com isso, os lojistas esperam faturar 34,11% a mais durante a competição, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Fecomércio DF. “A Copa do Mundo trará muitas vantagens. Uma delas é o aquecimento na área de turismo e comércio. No entanto, para evitar o gol contra, será necessário atender bem os visitantes e oferecer um serviço de qualidade. Quem sabe, assim, o ano de 2014 nos surpreenda positivamente. Essa é a aposta”, explica o presidente da FecomércioDF, Adelmir Santana. De acordo com Adelmir, os visitantes estrangeiros que estarão no País durante a Copa do Mundo desejam mais do que assistir aos jogos. “Os empresários sempre são otimistas em relação as expectativas de vendas em datas especiais e com o Mundial não seria diferente. Raphael Carmona “Alguns produtos já acabaram; mas acredito que vamos faturar mais” Maria José Rodrigues Gerente da Festiva 40 Cristiano Costa Cada pessoa que vem sempre leva presentes para si e para os amigos e parentes que ficaram nos seus países de origens, além de querer aproveitar a culinária e cultura típica local. Então o comércio precisa aproveitar a oportunidade para aumentar o faturamento das empresas”, aponta Adelmir. De acordo com estudo do Sebrae, as micros e pequenas empresas de todo o País também estão com o fluxo de caixa maior, antes mesmo de a bola rolar. Desde o início de 2011 até agora, os pequenos empresários faturaram cerca de R$ 370 milhões em negócios e a expectativa é de que sejam gerados R$ 500 milhões para essas empresas até o fim da competição. //Restaurantes A empresária Bárbara Ferreira, uma das proprietárias do restaurante Delícia Brasil, localizado no Setor Comercial Sul, diz estar animada com o evento esportivo e cogita um aumento no lucro. “Espero ter uma alta na movimentação. A localização do meu comércio é muito privilegiada, próxima ao Estádio e ao lado do Setor Hoteleiro Sul, onde os turistas vão se concentrar. Será uma oportunidade de mostrar a culinária brasileira para eles”, diz Bárbara, que inaugurou o espaço no início do mês de maio. Os sócios Ivan e Raoní Castro, do restaurante Due Trattoria e Bruschetteria, na 209 Norte, foram além e montaram um prato exclusivo para o mundial. Durante o jantar, eles oferecem o Gnocchi Verdeoro, idealizado em homenagem ao apelido carinhoso que os italianos dão à seleção brasileira de futebol. A refeição é apresentada com nhoques de ricota com espinafre ao pesto de amêndoas com parmesão. Segundo eles, a expectativa é de casa cheia durante os jogos na capital. “Estamos animados e esperançosos com o fluxo de turistas. Na Copa das Confederações, no jogo realizado aqui no DF, nós tivemos um movimento bem interessante; recebemos muitas pessoas de São Paulo que encheram o restaurante. Espero que na Copa a gente consiga repetir esse sucesso”, exalta Raoní. A receita italiana com as cores do Brasil sai por R$ 39. O empresário diz ainda que a casa investiu em cardápios em várias línguas para atender a todo o tipo de público. “Nunca vivenciamos um evento desse porte, então tentamos inovar de todas as formas. O cardápio da casa está disponível em cinco línguas: “Estamos animados e esperançosos com o fluxo de turistas que estarão na cidade” Ivan e Raoní Castro Proprietários do Due Trattoria 41 Raphael Carmona italiano, francês, alemão, inglês, além do português. Só fico triste por um motivo: a Copa do Mundo durará apenas um mês”, brincou Raoní, que já garantiu seus ingressos para assistir aos jogos da seleção. //Figurinhas Um bom exemplo disso é o comércio de figurinhas e álbum da Copa. Com tantos colecionadores, cresceu também o número de pontos de trocas de cromos, fazendo com que as bancas de revistas tenham cada vez mais clientes que chegam a gastar de R$ 200 a R$ 300 para completar o álbum. Na 106 Norte, principal ponto de troca da cidade, a movimentação é grande. Rodrigo Brito, um dos proprietários do estabelecimento, conta que o local reúne mais de mil pessoas por dia. “O sucesso é tanto que até o Detran apareceu aqui para coordenar o tráfego de veículos na entrada da quadra residencial. Passa mais gente aqui na banca do que em qualquer restaurante na hora do almoço”, explica Rodrigo, que junto com seu pai, José Brito, organizou as trocas e as vendas de colecionadores por três copas seguidas. “A época do mundial é realmente muito lucrativa. Agora que o torneio vai ser organizado no Brasil, estamos tendo uma procura maior do que nas outras Copas. Para ter uma dimensão, compramos 20 mil figurinhas por semana e vendemos tudo”, explica Rodrigo. Com a procura excessiva por cromos de jogadores específicos, eles decidiram inovar e vender as figurinhas separadamente. O pacote com cinco sai a R$ 1 e as figurinhas avulsas custam R$ 0,30. “Foi uma forma de ajudar o cliente que sempre procura uma figurinha distinta”, diz. 42 //Enfeites Os armarinhos e lojas de artigos de decoração também aproveitam o clima do torneio e faturam com vendas de chapéus, bandeirinhas de carro, fitas, adesivos, bolas decorativas e outros itens. Na Festiva, na 506 Sul, o investimento em estoque foi de mais de R$ 200 mil para atender à demanda. Porém, a gerente da loja, Maria José Rodrigues, diz que as vendas só vão bem se a seleção progredir no torneio e ir até às finais. “Nossas vendas dependem dos resultados dos jogos. Se o Brasil vencer, o sucesso é certo”, diz Maria José, que em tom de brincadeira afirma que a seleção não vai muito longe. “Acho difícil o time passar da primeira fase, mas vamos torcer para ser campeão, para vendermos mais”, brincou. No estabelecimento, os compradores podem encontrar mais de 400 artigos relacionados com a Copa e à Seleção Brasileira de Futebol. “Alguns produtos já acabaram; a procura está crescendo, mas acredito que vamos faturar mais depois do início do evento”, aposta. “O sucesso é tanto que até o Detran apareceu aqui para coordenar a entrada da quadra” Rodrigo Brito Proprietário da Banca da 106 Norte Cristiano Costa Cultura em dias de jogos José Medeiros N //Por Andrea Ventura O Sesc preparou intensa programação cultural para a época da Copa do Mundo Beto Barata Kazuo Okubo Fotos da exposição: Imagens de uma paixão - o futebol no imaginário popular do Centro-Oeste brasileiro em só de futebol é feita a Copa de Mundo. O Serviço Social do Comércio (Sesc) preparou intensa programação cultural para a época do mundial de futebol para os moradores do Distrito Federal e também para os turistas que virão assistir aos jogos na cidade. Há shows, peças de teatro e exposições. “Ao definir a agenda, O Sesc levou em consideração a magnitude do evento esportivo e sua capacidade de gerar impactos positivos, que concorrem para expressiva visibilidade internacional do nosso País, em especial de Brasília”, afirma o diretor do SescDF, José Roberto Sfair Macedo. A programação começa com shows do cantor Moraes Moreira nos dias 13 e 14 de junho nas unidades do Sesc no Gama e em Ceilândia, sempre às 20h30. Para os dois dias de apresentação, espera-se 9 mil pessoas. Haverá também, nos dias 20 e 21 de junho, às 21h, no teaREVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 tro Sesc Garagem (913 Sul), show da dupla Kleiton e Kledir. Para quem gosta de teatro, o Sesc traz nos dias 18, 19 e 20 de junho a montagem da peça A Falecida, nos teatros Sesc Garagem (913 Sul) e Paulo Autran (Taguatinga Norte), às 20h30. Com direção de Marco Antônio Braz, a peça tem como protagonista a atriz Lucélia Santos. Prevista também para o mês de junho está a montagem O Auto da Compadecida, do Grupo Sesc de Pesquisa Cênica. Ainda no campo das Artes Cênicas, no início de junho, dias 6 e 7 ocorre a apresentação da peça Einstein, no teatro Sesc Paulo Autran, às 20h. O espetáculo completa 12 anos no Brasil e já esteve em mais de 350 cidades brasileiras. O Sesc também trará para a cidade exposições, como a Construtores de Brasília, que homenageia homens e mulheres que participaram da construção da capital. A mostra acontecerá em junho. A grande paixão nacional também será retratada em uma exposição. Com o tema Imagens de uma paixão - o futebol no imaginário popular do Centro-Oeste brasileiro, a mostra ocorre durante todo o mês de junho, na galeria do espaço cultural Ary Barroso (Sesc Estação 504 Sul). Com as tradicionais comidas e atrações típicas, o Sesc-DF também terá festas juninas em suas unidades de Ceilândia, Gama, Guará, 913 Sul, Samambaia, Taguatinga Norte e Sul. As festas serão de 31 de maio a 14 de junho. A expectativa é de que cerca de 20 mil pessoas compareçam às comemorações. @sescdf /sescdistritofederal 43 Hospedagem alternativa //Por Raíssa Lopes Altos preços e pouca oferta fazem com que surjam diferentes opções de estada na cidade B rasília é uma das cidades sedes da Copa do Mundo de 2014 e receberá sete partidas, incluindo a disputa do terceiro lugar e um jogo da Seleção Brasileira na primeira fase. Com isso, pessoas do mundo todo estarão na cidade. Com os altos preços e poucas ofertas de quartos nos hotéis, uma opção é buscar por hospedagens alternativas. Pesquisa do Ministério do Turismo mostra que do total dos 5,67 milhões visitantes internacionais que estiveram no Brasil em 2012, 44,2% deles, ou seja, 2,5 milhões escolheram algum tipo de hospedagem alternativa para a sua estada no país. Os albergues/ hostels e campings abrigaram 278,1 mil estrangeiros, as casas alugadas outros 675,4 mil e as casas de amigos e parentes mais 1,58 milhão de visitantes. Com isso em mente, a Secretaria de Turismo do DF (Setur-DF) implementou, em 2013, o Programa de Hospedagem Alternativa Cama e Café, que visa a ampliar a oferta de hospedagem a preços mais modestos e valorizar a participação dos moradores da cidade no receptivo. Em Brasília, o programa é administrado pela Associação de Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB-DF). Fotos: Raphael Carmona “Já recebi um advogado de São Paulo e a experiência foi muito agradável” Clarice Bucar Integrante do Cama e Café 44 “O programa existirá enquanto houver turistas vindo para a nossa cidade” Newton Garcia Presidente do Conselho da ADVB-DF Todos os moradores do Distrito Federal podem participar, desde que cumpram as determinações do programa: o locatário deve permanecer na residência durante a estadia do visitante, deve se proprietário do imóvel, pode oferecer até três quartos com até três camas em cada um deles, deve oferecer serviço de café da manhã e limpeza das instalações. A inscrição deve ser feita pelo site do programa. As casas passam por análise antes de serem aprovadas. Sugere-se que a diária custe entre R$ 80 e R$ 250. Segundo a ADVB-DF, até o fim de maio, 200 residências já estavam no portal do Cama e Café e o site já havia recebido 371 pré-reservas de turistas para os meses de março, junho, julho e agosto. Há reservas de diversos países e estados brasileiros. O programa começou de forma efetiva em março deste ano e algumas pessoas da cidade já receberam hóspedes. A aposentada Clarice Bucar, 68 anos, resolveu participar para conhecer pessoas novas. “Meu filho foi quem me falou sobre o programa. Já recebi um advogado de São Paulo e a experiência foi muito agradável. Espero que o programa continue após a Copa do Mundo”, conta. De acordo com o presidente do conselho da ADVB-DF, Newton Garcia, o Programa de Hospedagem Alternativa Cama e Café foi lançado para atender aos turistas durante a Copa do Mundo, mas deverá continuar após o mundial. “O programa existirá enquanto houver turistas vindo para a nossa cidade e querendo se hospedar em residências”, afirma Newton. Outras opções – O Cama e Café não é a única alternativa para quem busca hospedagem alternativa em Brasília para a Copa do Mundo. Os hostels – forma de hospedagem planejada para que as pessoas se encontrem nos lugares comuns, como o living e as salas de estar e de descanso – são uma boa opção. O Hostel 7, localizado na Asa Norte, foi construído há um ano nos moldes internacionais. De acordo com um de seus proprietários, André Perodto, a lotação está quase esgotada para o período do mundial de futebol e 70% das reservas são de estrangeiros. Alguns motéis da cidade também se preparam para o período. É o caso do Playtime, localizado em Taguatinga. “Iremos tirar os produtos eróticos dos quartos e oferecer café da manhã”, conta a gerente, Neuma Magalhães. A hospedagem é somente para maiores de 18 anos. As pessoas devem deixar a chave na recepção do estabelecimento. Uma das vantagens de se hospedar em um motel é que a cozinha funciona 24 horas. Segundo a gerente, o Playtime já tem reservas para o período do mundial. Há pessoas que preferem economizar e ficam na casa de amigos e parentes. O adido de turismo da Embaixada de Honduras no Brasil, Fernando Callejas, irá receber duas famílias de espanhóis e sete hondurenhos em sua residência no Lago Norte. Depois de Brasília, irão viajar para Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro, onde também se hospedarão em casa de amigos. “A expectativa é que, além de acompanhar os jogos da Copa, meus amigos conheçam um pouco deste País que é tão lindo”, afirma Callejas. Segundo o adido, mais de dois mil hondurenhos virão para o Brasil no período do mundial. O país da América Central jogará em Curitiba, Porto Alegre e Manaus. Uma opção cada vez mais procurada é o Airbnb - serviço online comunitário para as pessoas anunciarem, descobrirem e reservarem acomodações. Pelo site, é possível alugar uma residência inteira, um quarto inteiro ou um quarto compartilhado. Há diversas opções de acomodação no site para a época da Copa do Mundo. 45 Em dias de jogos A A cidade se prepara para a Copa do Mundo - veja o que abre, fecha e como chegar ao Estádio durante o mundial //Por Andrea Ventura grande festa se aproxima. Os torcedores esperam ansiosos pela Copa do Mundo. Brasília se prepara para receber os turistas que visitarão a cidade durante o mundial de futebol. Com a grandiosidade do evento, surge a dúvida de como a cidade vai funcionar – lojas abertas ou fechadas, como será o trânsito na região durante os jogos que acontecerão na cidade? A Revista Fecomércio-DF esclarece essas dúvidas a seguir: Ambulantes Bares O presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do Distrito Federal, Bartolomeu Gonçalves Martins explicou que normalmente em grandes eventos, como Carnaval, por exemplo, as Administrações Regionais expedem autorização para o funcionamento de ambulantes. “Mas na Copa do Mundo vai ser diferente. O Governo resolveu terceirizar todos os serviços e não deu autorização para trabalharmos”, aponta. O GDF esclarece que o comércio ambulante não será permitido no perímetro de dois quilômetros do Estádio. Quem não vai ao estádio e pretende assistir aos jogos em um dos 10 mil restaurantes disponíveis na cidade, deve se informar com antecedência se o estabelecimento estará aberto durante os jogos. De acordo com o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (SINDHOBAR-DF), Clayton Machado, os bares e restaurantes têm autonomia quanto à abertura e fechamento dos seus estabelecimentos. Entretanto, após acordo com o Governo do Distrito Federal, os locais devem respeitar o limite de fechamento que deve ser até 1h da manhã, de domingo a quintafeira, e até às 2h, às sextas-feiras, sábados e vésperas de feriados. Essa medida vale apenas para a região central de Brasília. As demais Regiões Administrativas têm o seu próprio acordo, segundo a necessidade de cada local. “O setor vem amargando um crescimento fraco há um ano e meio. Por isso, a Copa seria uma oportunidade para recuperarmos as perdas sofridas. Entendemos que o segmento deveria ter um tratamento diferenciado em seu horário de funcionamento”, questiona Clayton. O presidente lembra que foram investidos milhões em melhorias para a Copa e o setor foi deixado de lado. “O governo fez vista grossa para um segmento que é formado por 10 mil estabelecimentos e emprega 100 mil trabalhadores”, revela. 46 Varejo Já o segmento do comércio varejista enfrentou um impasse entre os empresários e os trabalhadores, no mês que antecedeu a Copa. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), Edson de Castro explicou que no caso das lojas de rua, o fechamento deveria ser uma hora antes dos jogos e depois permaneceria fechado, já que o horário de término das partidas passaria das 18h. Já a categoria dos empregados argumentou que o comércio deveria fechar três horas antes dos jogos. “O comércio não pode fechar e nem deve. Seria um prejuízo para os comerciantes. Afinal, serão cerca de R$ 900 milhões em circulação durante a Copa”, explica. No caso dos shoppings da cidade, fecharão uma hora antes dos jogos e alguns devem abrir após as partidas. A decisão do comércio só vale para os dias em que houver jogos com a participação do Brasil. Nas demais partidas o funcionamento será normal. Transporte Estacionamentos públicos Nos dias de jogos da Copa do Mundo, o GDF determinou algumas estratégias, que já foram testadas na Copa das Confederações, em junho de 2013. Serão disponibilizadas três áreas para os torcedores: no Parque da Cidade, na Rodoferroviária e na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. Essas áreas receberão serviço de ônibus especiais para o evento. Os torcedores serão deixados em um ponto localizado a cerca de 400m do Estádio Nacional Mané Garrincha, entre a Torre de TV e a Funarte, na via de ligação entre a N1 e S1 do Eixo Monumental. Para as pessoas com mobilidade reduzida, o acesso será por meio de um estacionamento exclusivo, localizado entre a W4 e a W5 Norte, perto no Colégio Militar. No local haverá ônibus adaptado para o transporte até um ponto de acesso ao Estádio. Quem preferir seguir a pé até o Estádio, poderá fazê-lo a partir dos setores hoteleiros Sul e Norte e pelas quadras residenciais localizadas no início das quadras das Asas Sul e Norte. O Estádio está localizado na região central da cidade, a 1,8 km da Rodoviária de Brasília e da Estação Central do Metrô. Já os torcedores que optarem pelo transporte público, é possível chegar de metrô ou ônibus pela Rodoviária de Brasília e seguir a pé ou pela Linha Circular Rodoviária/Estádio. Os táxis poderão chegar ao entorno do Estádio, por meio do Setor Hoteleiro Sul, em ponto localizado no Complexo 21. Somente neste ponto será permitido embarcar ou desembarcar, com exceção dos portadores de mobilidade reduzida que contarão com veículos credenciados, que os deixarão dentro do perímetro de segurança do estádio. Nos dias de jogos serão oferecidas linhas de ônibus gratuitas. Os demais itinerários destinados ao público espectador serão tarifados normalmente, com cobrança de passagem dentro do veículo. O funcionamento será desde 4 horas antes do início das partidas até 3 horas após o encerramento. A linha aeroporto será ampliada, com horários mais frequentes, de acordo com o plano de mobilidade durante a Copa. Ônibus Linhas gratuitas: • Linha Especial para Pessoas com Mobilidade Reduzida, a cada 15 minutos; • Linha Especial Rodoviária/ Estádio, a cada 5 minutos; • Linha Especial Rodoviária/ Estádio/Rodoferroviária, a cada 15 minutos; • Linha Especial Parque da Cidade, a cada 5 minutos. Linhas pagas: • Linha 0.104 Setor de Hotéis de Turismo Norte (SHTN)/ Rodoviária, a cada 20 minutos (R$ 1,50); • Linha 0.102 Aeroporto/ Rodoviária, a cada 30 minutos (R$ 2); • Linha 108.8 Rodoviária Interestadual/Rodoviária, a cada 30 minutos (R$ 2); • Linha Executiva 0.113 Aeroporto/Setores Hoteleiros, a cada 10 minutos (R$ 8). Metrô • A tarifa do metrô é de R$ 3 em dias úteis e de R$ 2 aos sábados, domingos e feriados. 47 48 REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 49 //direito no trabalho R ecentemente foi veiculada notícia de que uma grande loja de varejo foi condenada por uma das varas do trabalho de Brasília a pagar indenização a trabalhador, em razão de ter sido exigida dele a apresentação de Certidão de Nada Consta de Antecedentes Criminais no processo de seleção para a vaga de auxiliar de loja. A respeito da notícia, é importante esclarecer que da referida decisão cabe recurso ainda, não sendo, portanto, definitiva. Por outro lado, é importante destacar que tanto o TRT 10ª Região, quanto o Tribunal Superior do Trabalho (TST) entendem que excepcionalmente pode se exigir a certidão de antecedentes criminais quando o cargo ou profissão demandar pessoa de extrema confiança, mas tão-somente nesses casos, sob pena de restar caracterizada a prática discriminatória e ofensiva à dignidade humana, privacidade e intimidade, pois se houver inquérito policial ou ação penal em trâmite, a certidão será positiva ainda que o réu futuramente venha a ser julgado inocente. Contra tal entendimento, há vários argumentos, podendo ser citados: os dados contidos na cer- 50 tidão são de domínio público; se a certidão for exigida de todos, não há como caracterizar postura discriminatória; o contrato de trabalho é personalíssimo e lastreado no fator confiança; tanto é comum tal exigência que o próprio serviço público exige certidão negativa de antecedentes criminais. Além disso, a Lei 9.029/1995 que proíbe as práticas discriminatórias no ato admissional de empregado nada fala a respeito da exigência de certidão de antecedentes criminais. No entanto, em recente julgamento, o TST sustentou que “embora o preceito não alcance, em sua enumeração, a situação em foco, pode-se entrever, no seu claro intuito, a efetividade dos princípios e garantias constitucionais que protegem contra a discriminação e valorizam a intimidade, vida privada e honra dos trabalhadores, assim autorizada a sua evocação, mesmo que a título de analogia”, estendendo, portanto, a previsão legal. Assim, os empresários devem tomar cuidado ao exigirem certidão negativa de antecedentes criminais ao contratar, pois, dependendo do cargo a que o trabalhador esteja concorrendo, isso poderá ser considerado prática discriminatória. Joel Rodrigues Certidão de Antecedentes: prática discriminatória Dra. Raquel Corazza Consultora empresarial da Fecomércio-DF REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Entre na era digital. A Fecomércio ajuda você a emitir e renovar os certificados necessários para sua empresa trabalhar com segurança, autenticidade e conveniência no mundo da internet. e-CPF Digital a partir de R$ 130 Assinatura digital, acesso a Receita Federal e conectividade social para FGTSs. e-CNPJ Digital a partir de R$ 185 Realiza transações bancárias eletrônicas, assina documentos digitais com validade jurídica e acessa o Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte. NF-e a partir de R$ 270 Reduz custos, emite notas fiscais eletrônicas com validade jurídica, evita multas por descumprimento de obrigações fiscais e acessórias. Em até 3 vezes sem juros (61) 3038 7507 – 3038 7524 [email protected] www.fecomerciodf.com.br REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 51 Mono mon o o Caetan ig Por Rodr Olivae aposta em cozinha autoral O chef Agenor Maia surgiu, para muitos, na cena gastronômica no ano passado, quando abriu as portas do restaurante Olivae. Ledo engano. Antes de assumir o papel de cozinheiro, ele trabalhou dez anos com assistência técnica a equipamentos inox para cozinha, passou dois anos em Portugal aprontando nas tascas de lá e por dois estágios em cinco meses no D.O.M (em São Paulo, do chef Alex Atala) e no Astrid y Gaston (em Lima, do chef Gaston Acurio). Voltou para Brasília, trabalhou um tempo no Villa Tevere e mergulhou na ideia de abrir a própria casa. Para isso, juntou-se à esposa, à mãe e à irmã. Depois dessa trajetória, Agenor está investindo na sua identidade, na sua marca. Pesquisa e testa pratos com produtos brasileiros, do Cerrado e, é claro, com comidas que levam Viagens gastronômicas azeite – que dá nome ao restaurante. Preciosidades no cardápio como o croquete de capivara com geleia de cagaita e o espaguete de pupunha (aprendido com o mestre Atala) estão entre os destaques. Sem deixar de lado pratos como o frango com gema de pequi e farofinha de pão e a língua de Kobe curada com cenoura e beterraba fermentada com queijo meia-cura e redução de maçã verde. No segundo semestre, ele vai reservar dois dias na parte superior do Olivae para apresentar menu degustação (quatro ou oito etapas) com criações, novas receitas, técnicas e ingredientes sazonais. A proposta é parecida com o que a chef Bel Coelho fazia no Clandestino, às terças, em São Paulo, quando os convivas degustavam um menu mais autoral e ousado. Chef Agenor Maia // Olivae 405 Sul, bloco B, loja 2 Telefone: (61) 3443-8775 Budapeste Mák Bistrô – Restaurante oferece um menu com múltiplas influências que vão desde a húngara, passando pela francesa e espanhola. O cardápio muda com frequência por conta dos ingredientes sazonais. Lugar bonito e com atendimento descolado. // Vigyazo Ferenc utca 4. Telefone: +36-30-7239383 www.mak.hu/ Laci Konyha – É achar o lugar (um pouco escondido no subsolo de um prédio), entrar e se divertir. Com ambiente despojado, o moderno restaurante apresenta menu executivo saboroso na hora do almoço. Destaque para as versões contemporâneas de clássicos húngaros. // Hegedus Gyula utca 56. Telefone: +36 70 370 7475 lacikonyha.com 52 REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 http://bloggastronomix.blogspot.com – [email protected] – www.facebook.com/sitegastronomix Festival Equatoriano no El Paso Em recente viagem para Equador, o chef David Lechtig se encantou com a comida daquele país. “Já conhecia algumas coisas, mas pude apreciar e valorizar ainda mais a culinária equatoriana ao conhecer alguns restaurantes e conversar com chefs”, disse Lechtig. Por isso, ele convidou o chef Darwin Ramírez para realizar o 1º Festival de Gastronomia Equatoriana entre os dias 5 e 8 de junho que funcionará com um buffet de almoço e à noite um menu especial. Entre os quitutes estão sopa de batata, uma das mais tradicionais do Equador e figos cozidos com rapadura, canela acompanhados de queijo fresco. // 1º Festival de Gastronomia Equatoriana- El Paso Latino 404 Sul, bloco C, loja 23 – Tel. (61) 3323-4618 Executivo funcional Comer com equilíbrio e manter a saúde em dia. Resumidamente, esses são dois princípios da cozinha funcional proposta pelo restaurante DuoO. O cardápio executivo - assinado por Nícolas Fujimoto e pela consultora gastronômica Lidiane Barbosa - é servido de terça a sexta na hora do almoço e conta com mais de 1.500 possibilidades de combinações. Nele, há oito tipos de proteína, sete tipos de molhos e 24 tipos de acompanhamentos, além de salada. // DuoO – 103 sul, bloco C, loja 36 – Telefone: (61) 3224-1515 Comida verde e amarela Confira algumas opções de pratos especiais para a Copa //Tête à Tête Café e Restaurante Casa Park - Telefone: (61) 3233-6345 Robalo com crosta de palmito de pupunha, sobre cama de mousseline de mandioquinha e pesto de lula (R$ 60) //Choperia Maracanã 207 Norte Bloco A Loja 4 - Telefone: (61) 4040-4363 Bolinhos de mandioca recheados com calabresa temperado com toque especial do chef (R$ 25) //Rio Bistrô e Lounge 404 Sul, bloco A, Loja 27- Telefone: (61) 3321-1412 Dadinhos de tapioca servidos com melaço picante (R$ 23) //Marietta Italia Caffè Casa Park - Telefone: (61) 3233-2481 Risoto de açafrão com camarões e pesto de manjericão (R$ 42) //El Negro 413 Norte, bloco C, lojas 3/13. Telefone: (61) 3041-8775 Escalopinho de picanha em manteiga de ervas e mostarda dijon, com farofa de ovos e arroz parrilleiro (R$ 79) //BierFass Pontão do Lago Sul - Telefone (61) 3364-3663 Mix de petiscos com salsichão, batata frita, filé a palito e croquete de mandioca (R$ 44,50) 53 economia Portabilidade de crédito //Por Fabíola Souza Nova regra permite que consumidor transfira financiamentos para banco que ofereça juros menores A portabilidade de crédito é uma operação que existe desde 2006, porém a medida não havia sido efetivamente estimulada, nem pelo Banco Central, tampouco pelas instituições financeiras. Mas desde o dia 5 de maio deste ano, entraram em vigor novas regras para a portabilidade de crédito, estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e Banco Central, através da Resolução nº 4.292 de 20 de dezembro de 2013. 54 A portabilidade de crédito permite que o cliente possa transferir os empréstimos e financiamentos de um banco para outra instituição financeira que ofereça melhor taxa de juros. Também é válido para operações de leasing (arrendamento mercantil). Serve ainda para dívidas de cartão de crédito, cheque especial, financiamento de veículo, crédito imobiliário, crédito pessoal e crédito consignado e até mesmo aqueles com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Dessa forma, somente a taxa de juros pode ser alterada. O valor da transferência da dívida e o prazo de pagamento não podem ser superiores ao prazo e ao saldo devedor já existente. De acordo com a economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, a nova regulamentação tem o intuito de promover mais segurança e transparência para o consumidor, pois padroniza os procedimentos e fixa prazos para troca de informações entre bancos, além de incentivar a concorrência. “A portabilidade de crédito é benéfica para o consumidor porque o cliente não precisa ficar preso às mesmas taxas, já que ocorrem mudanças no decorrer do tempo no cenário econômico”, afirma a economista. É importante lembrar que a resolução não abrange operações de pessoas jurídicas. A n o r m a d e te r m i n a também que a transação será feita eletronicamente pelos bancos sem custo adicional para o cliente. Após uma instituição financeira solicitar a portabilidade eletrônica do crédito, a outra instituição financeira tem até cinco dias úteis para fazer uma contraproposta para o cliente ou informar o saldo devedor para liquidação da dívida. Os bancos estão proibidos de REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 cobrar os custos da transferência. Amorim ressalta que o interessado em fazer este tipo de movimentação precisa pesquisar em todas as instituições financeiras a melhor oferta de diminuição dos juros. “Não precisa ter pressa nesse processo. É importante analisar com calma e se possível pedir ajuda a um especialista para a troca ser vantajosa”, aponta Ione. De acordo com a Caixa, a insti- tuição está divulgando a portabilidade de crédito por meio de cartazes nas agências, informações no site, e também pelo telefone 08007260101, porém muitos brasilienses não sabem dessas regras. “Nunca ouvi falar sobre isso. Mas achei interessante o consumidor ter mais opções, porque assim os bancos vão analisar antes de aumentar as taxas”. Anderson Souza Cruz, 21 anos, estudante “Ouvi falar por alto nos meios de comunicação, mas nunca vi nada nas agências bancárias. Eu acho que essa medida é muito boa para os consumidores”. Ana Cláudia dos Santos, 42 anos, auxiliar de serviços gerais Fotos: Raphael Carmona Povo fala “Não sabia sobre essa portabilidade de crédito não, mas agora vou até procurar saber mais porque talvez eu consiga diminuir as prestações do meu carro”. Mariana Rocha, 19 anos, estudante Saiba mais A economista do Idec dá algumas dicas de como o consumidor pode conseguir economizar com linhas de crédito mais atraentes. 1. Primeiro o consumidor deve consultar as taxas praticadas pelos bancos e verificar se o banco aprova o seu cadastro. 2. Percebendo que outro banco possui taxa de juros inferiores, o cliente precisa solicitar o saldo de suas dívidas no banco onde possui o empréstimo. 3. Com esse valor em mãos, é preciso solicitar ao novo banco uma simulação da portabilidade de crédito, com o detalhamento dos custos que serão incluídos na composição do novo cálculo, ou seja, o Custo Efetivo Total (CET), que corresponde à soma de todas as despesas que são incluídas nas operações de crédito. 4. Nessa hora, é necessário verificar se foram incluídos novos serviços ou tarifas, os quais podem ser questionados. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 55 //agenda fiscal Mudanças no Supersimples O substitutivo do Projeto de Lei Complementar (PLC) 221/2012, apenso ao Projeto de Lei e Outras Proposições (PLP) 237/2012, traz diversas novidades. Uma delas é a inclusão de mais de 140 atividades atualmente impedidas de fazerem a opção tributária pelo Simples Nacional, mas com nova tabela (Anexo VI) que traz alíquotas mais elevadas do que as tradicionais, iniciando em 16,93%. Assim, mantemos nossa orientação de consultar um Profissional Contábil para uma avaliação sobre a economia efetiva com a mudança do Lucro Presumido para o Simples Nacional. Mas outras novidades estão previstas no projeto, como a “redução a zero de todos os custos para abertura e licenciamento, assim como alterações, baixa e encerramento da ativi- dade...”; a “entrada única de dados e documentos” e o “processo de registro e legalização integrado entre os órgãos e entes envolvidos, por meio de sistema informatizado”; a criação de uma “base nacional cadastral única” com a “identificação nacional cadastral única” com a utilização do CNPJ por todos os entes, além do “compartilhamento irrestrito dos dados da base nacional”. Mas, apesar das mudanças, as etapas para o processo de registro permanecem as mesmas (consulta prévia de nome empresarial e de viabilidade de localização; registro empresarial; inscrições fiscais; e licenciamento). Precisamos implantar efetivamente as mudanças e continuar avançando rumo à maior desburocratização. Quem venham as mudanças. Joel Rodrigues Adriano Marrocos Contador da Fecomércio e do IFPD e presidente do CRC/DF Calendário – 1 a 30/6/2014 O QUE e QUANDO pagar? 13/06 16/06 20/06 23/06 30/06 • COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 31/5/2014 • Contribuição Previdenciária (contribuintes individuais, facultativos e domésticos) referente a 5/2014 • Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e empresas desoneradas) referente a 5/2014 • Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 5/2014 • SIMPLES NACIONAL referente a 5/2014 • ISS e ICMS referente a 5/2014 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações) • PIS e COFINS referente a 5/2014 • Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 5/2014 • 3ª quota ou cota única do IRPJ e da CSLL referente ao 1º trimestre/2014 pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado • Recolhimento do Carnê Leão referente a 5/2014 • IRPJ e CSLL referente a 5/2014, por estimativa • COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1 a 15/6/2014 • Recolhimento da parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do Simples Nacional e do Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado) O QUE e QUANDO entregar? 13/06 23/06 30/06 Várias • Escrituração Digital do PIS/Pasep, da COFINS e da Contribuição Previdenciária (EFD CONTRIBUIÇÕES) à SRF/MF referente a 4/2014 • Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) a SRF/MF referente a 4/2014 • Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) à SRF/MF referente a 5/2014 • Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) referente a 2013 • Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT) referente a 2013 • Escrituração Contábil Digital (ECD) referente a 2013 • Livro Fiscal Eletrônico à SEF/DF referente a 4/2014: observar Portaria/SEFP nº 398 (9/10/2009) Nota: Em relação ao artigo anterior, informamos que o prazo do e-Social para optantes do Lucro Real foi prorrogado. 56 REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 //caso de sucesso De volta ao mercado Desempregada, Adelina investiu em capacitação no Senac-DF e retornou ao mercado de trabalho com uma nova profissão //Por Sílvia Melo Raphael Carmona N ascida na cidade de Sousa, na Paraíba, Adelina Alves da Silva, de 42 anos, mudou-se para Brasília com os pais antes de completar um ano de vida. Criada em Taguatinga decidiu, aos 16 anos, que era hora de começar a trabalhar. Conseguiu o primeiro emprego em uma padaria como balconista. Exerceu também o cargo de cozinheira em um supermercado. Porém, a maior parte da vida foi dedicada ao trabalho em casas de família. Desempregada, fez um curso profissionalizante no Senac-DF e atualmente trabalha na área de turismo, como camareira. Adelina sempre teve vontade de se profissionalizar, mas não tinha tempo nem condições de investir em um curso. “Trabalhando como doméstica eu não tinha um horário fixo. Então era difícil me programar para estudar”, explica. Fora isso, ela não tinha dinheiro para investir na capacitação, pois não sabia que a instituição oferecia bolsas para alunos de baixa renda. Ao ficar desempregada durante um ano, resolveu pesquisar na internet sobre cursos gratuitos e descobriu que poderia fazer alguns cursos no Senac por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). No mesmo dia se inscreveu no curso de Camareira. Formada no final de 2013, distribuiu currículos pelos hotéis de Brasília até que foi chamada pelo Gran Bittar, onde trabalha há dois meses. “Escolhi esse curso porque era o que mais se assemelhava com o que eu sabia fazer: arrumar camas, quartos, casa”, afirma. As aulas surpreenderam Adelina e hoje ela utiliza em seu novo emprego tudo o que aprendeu em sala de aula, principalmente a técnica de arrumar as camas. Além da qualidade dos professores, ela destaca as aulas práticas como diferencial da instituição. “Praticando, a gente aprende muito mais do que ficar só sentada ouvindo a professora”, destaca. Para quem pretende entrar no mercado de trabalho, ela recomenda os cursos do Senac. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 //Sobre o curso O curso realizado por Adelina foi Camareira em Meios de Hospedagem, com carga horária de 200h, incluindo prática supervisionada. Ele é ofertado pelo Centro de Educação Profissional Tecnologia do Turismo e Hospitalidade e ministrado na unidade da 903 Sul. As próximas turmas estão previstas para 7 de julho, das 18h30 às 22h30, e 11 de agosto a 20 de outubro, das 7h30 às 11h30. Para participar é preciso ter 18 anos e ensino fundamental completo. Nas aulas, os alunos aprenderão a realizar atividades relativas à limpeza dos ambientes, a controlar os produtos utilizados, fazendo a reposição sempre que necessário, a atender pedidos de clientes, e a tomar providências em caso de reclamações. O investimento é de R$ 930. Para fazer gratuitamente, o interessado deve procurar o site do Ministério do Turismo e verificar se há vagas disponíveis por meio do Pronatec. @senacdf /senacdistritofederal 57 //segredos do marketing digital D urante os últimos meses, gestores de páginas de negócios no Facebook vêm percebendo uma redução mais do que significativa no alcance orgânico de seus posts. Gradualmente, o Facebook está avisando que, se quisermos continuar aparecendo na timeline de nossos seguidores, teremos que começar a pagar por isso. Tendo em vista essa nova realidade, achamos interessante conversar com vocês sobre os diferentes tipos de anúncios que podem ser criados no Facebook, os Facebook Ads. Existem basicamente três tipos principais de anúncios que podem ser feitos no Facebook: Histórias Patrocinadas, Posts Patrocinados e Cliques para Websites. Apesar de cada um deles ter um objetivo diferente, que veremos em detalhes mais à frente, todos trazem a possibilidade de segmentar o público ao qual serão exibidos. Essa segmentação pode ser baseada em idade, localização geográfica, interesses, entre outros critérios que fazem com que sua comunicação no Facebook possa ser direcionada. Mas para que serve cada um desses anúncios especificamente? As Histórias Patrocinadas são anúncios focados em atrair mais fãs para sua página. Podemos escolher até seis imagens diferentes, preferencialmente no tamanho de 600x225 pixels, além de um texto com, no máximo, 90 caracteres. O interessante desse tipo de anúncio é que, caso quem o visualize já possua um amigo fã da página, essa informação será exibida junto do anúncio, reforçando sua “relevância”. Já os Posts Patrocinados nos permitem impulsionar a divulgação de um post específico. Apesar deste 58 tipo de anúncio não contribuir tanto com o crescimento de fãs da página, permite engajamento dos fãs já existentes. Os posts patrocinados são opções excelentes para quando queremos dar maior visibilidade a determinada campanha ou para algum conteúdo específico. Na opção Cliques para Websites, por sua vez, o objetivo é levar o usuário do Facebook para outro Website. Da mesma forma que as Histórias Patrocinadas, esse tipo de anúncio permite o uso de até seis imagens diferentes, preferencialmente no tamanho de 600x315 pixels, além de um texto de no máximo 90 caracteres. Como é de esperar, esse tipo de anúncio é mais indicado para quem quer divulgar algum produto, serviço ou ação fora da rede social. Com essa nova política do Facebook de restringir o alcance orgânico das páginas de negócio, nós recomendamos que a estratégia das empresas para essa rede já inclua uma verba regular para ser usada nos dois primeiros tipos de anúncios, ou seja, nas Histórias Patrocinadas e nos Post Patrocinados. Isso garantirá que sua página continue crescendo, mas também que seu conteúdo continue chegando ao maior número de pessoas possível. É importante ressaltar que esses anúncios apenas serão efetivos se o conteúdo produzido tiver qualidade. No mais, recomendamos a todos os gestores que acessem ads.facebook.com e façam alguns testes. A criação de anúncios é intuitiva e o único contratempo que vocês podem ter é a exigência de se usar um cartão de crédito internacional. Vencido esse obstáculo, temos certeza de que sua presença no Facebook irá melhorar com o investimento em anúncios. Aproveitem. Geovanna Leal A magia dos anúncios no Facebook Jens Schriver Sócio da ClickLab Maximo Migliari Sócio da ClickLab //Envie perguntas para [email protected] ou facebook.com/agencia.clicklab Aproximadamente 6,15% dos fãs no Facebook são alcançados organicamente por posts. Fonte: AdAge 59% da renda do Facebook provêm de anúncios em dispositivos móveis. Fonte: Reuters REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 //instituto fecomércio @if_estagio Em prol do cidadão // Por Daniel Alcântara A mais recente atividade do programa Aprendizagem em Ação ocorreu em Ceilândia Norte O Instituto Fecomércio (IFDF) tem como objetivo contribuir para a formação e aprimoramento profissional do público jovem da região. A instituição valoriza e apoia a realização de diversas ações sociais praticadas nas comunidades mais carentes do DF, visando à redução do desemprego, além de orientar na escolha da futura profissão do estudante. Uma dessas ações aconteceu no dia 26 de abril, quando a equipe da entidade apoiou a organização do programa Aprendizagem em Ação, realizada na Ceilândia Norte, em parceria com a Superintendência Regional do Trabalho para atender as comunidades do Sol Nascente e Ceilândia simultaneamente. Na ocasião foram prestados diversos serviços gratuitos à população, como cortes de cabelo, oficinas de artesanato, aferição de pressão arterial e emissão de Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). De acordo com a coordenadora empresa-escola do Instituto Fecomércio, Regina Malheiros, durante o evento, o IF prestou suporte para o cadastro de jovens interessados em obter o primeiro emprego, além de fornecer 350 kits de lanches saudáveis, realizar entrega de preservativos masculinos e femininos e distribuir revistas e folhetos orientando sobre a educação sexual. //Prevenção O Instituto também colaborou com a palestra ministrada pelo Dr. Marcus Costa, Coordenador-Geral de Saúde de São Sebastião, com o tema: Doenças sexualmente transmissíveis e a importância da vacina contra o HPV. “A intenção do Instituto Fecomércio é estar cada vez mais presente nesse tipo de ação, cuja finalidade principal é estreitar os laços com a população, encurtando distâncias que muitas vezes se tornam barreiras para que os jovens encarem a oportunidade do primeiro emprego como uma possibilidade real”, diz Regina. Ela ressalta ainda que o IF está sempre preocupado em formar o cidadão do futuro, indo até a comunidade com o intuito de dar oportunidades ao jovem de crescer e se desenvolver por meio do trabalho. A diretora-executiva do Instituto, Elizabet Campos, afirma que além de apoiar ações que trazem benefícios à sociedade, ao longo dos 17 anos de atividades na capital do País, a instituição também tem atuado em diversas frentes, contribuindo cada vez mais para o desenvolvimento da cidade. O Instituto desenvolve ainda os programas: Jovem Aprendiz, destinado aos jovens entre 14 e 24 anos que estão cursando ou concluíram o ensino fundamental ou médio; e o IF Estágio para os jovens acima de 16 anos que estão cursando o ensino médio, técnico ou superior. Atualmente o IF já inseriu mais de três mil jovens no mercado de trabalho em todo o DF. Os interessados em participar dos programas de estágio e aprendizagem devem encaminhar currículo para o endereço eletrônico: [email protected] ou comparecer no Setor Comercial Sul, quadra 6, Edifício Jessé Freire, 5º andar. Podem, ainda, acessar o site: www.ifestagio.com.br. Mais informações poderão ser obtidas pelos telefones: 3962-2022 e 3962-2029 REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 59 //sindicatos Cristiano Costa Presidente do Siese, Roberto Castelo Branco Segurança acima de tudo //Por Daniel Alcântara Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do DF é o mais novo filiado à Fecomércio, com 1,8 mil empresas A pós dez anos de batalha, o Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Distrito Federal (Siese-DF) finalmente conseguiu receber a carta sindical, no mês de maio, e a partir de agora é oficialmente uma entidade de classe que luta pelos direitos do segmento. O presidente da instituição, Roberto Castelo Branco, explica que o trabalho para a concepção do 60 sindicato vem desde 2004. De acordo com ele, o processo de criação da entidade se estendeu por longos anos devido a um desentendimento com o sindicato das empresas de segurança privada do DF (Sindesp). “Eles achavam que tinham direito sobre as empresas de segurança eletrônica. Porém, as coisas são diferentes: segurança privada trata de pessoas e segurança eletrônica de equipamentos tecnológiREVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 cos”, diz Castelo Branco. “Acredito que o processo durou tanto tempo porque o setor deles está diminuindo. Atualmente, a mão de obra humana está sendo trocada com frequência por meios tecnológicos. Por exemplo, uma câmara de segurança tem muito mais alcance de visão do que guardas posicionados em frente de estabelecimentos comerciais ou em uma área residencial”, afirma. Por ser um dos sindicatos mais novos de Brasília, o Siese ainda sofre com várias dificuldades estruturais, como a falta de uma sede própria, escassez de verba e falta de filiados. “Ainda estamos engatinhando, devido ao longo período de espera para que se concretizasse a nossa criação. Agora que estamos oficializados, vamos correr atrás dos contadores das empresas do setor para que seja feito o recolhimento da contribuição sindical para o Siese”, afirma Castelo Branco. De acordo com o presidente, a concepção do Siese veio do apoio da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) que luta pela fomentação do setor em todo o Brasil. “Precisávamos de alguém que defendesse os direitos da categoria. Alguém tem que começar para que as coisas ganhem um progresso necessário”, afirma Castelo Branco, que já foi diretor da Abese. //Cenário no DF O DF conta atualmente com 1,8 mil empresas de segurança eletrônica. Dessas, apenas 15 são filiadas ao sindicato. Castelo Branco diz que, com a filiação à Fecomércio-DF, feita em janeiro deste ano, a expectativa é que esse número cresça com o passar do tempo. “Somos todos empresários do comércio e sempre queremos o bem da categoria. Juntos vamos nos tornar mais fortes e arrecadar frutos para o segmento na capital do País”, diz o presidente da instituição. Ele conta ainda que a parceria com a Federação foi uma das principais conquistas do Siese. “Por enquanto todas as despesas são tiradas do bolso da atual diretoria. A partir de agora vamos fazer um novo estatuto de acordo com a Fecomércio e a Confederação Nacional do Comércio para nos encaixarmos nas regras”, diz. Com o intuito de coincidir com a data das eleições dos sindicatos da base da Federação, a votação para eleger a nova diretoria da entidade está marcada para o mês de dezembro deste ano. “A intenção é que a diretoria atual continue no cargo para dar continuidade ao trabalho que foi iniciado por nós há cerca de dez anos”, conclui. Empresário do ramo há 23 anos, o atual presidente da entidade diz que as vendas no setor andam devagar, porém, depende muito do ano e de como vai a economia da população. Segundo ele, o brasileiro, apesar de sofrer com a insegurança e a falta de preparo do Estado para garantir infraestrutura básica para a sociedade, ainda não investe em aparatos tecnológicos para se proteger da criminalidade. Nos Estados Unidos, por exemplo, a instalação de um alarme é feito antes mesmo da casa estar pronta. “É falta de visão do brasileiro, é um serviço essencial, ainda mais no País em que vivemos. O ladrão não quer dificuldade, a ideia dele é entrar na casa, roubar e sair sem ser notado. Com o alarme, você consegue impedir que ele realize o crime”, lembra Castelo Branco. Além do alarme residencial, o segmento de segurança eletrônica também envolve outros produtos, como a instalação do controle de acesso, automação e instalação de câmeras. Muitos também não sabem que as lojas do setor atendem às empresas de todos os portes com um sistema de gerenciamento de imagens e segurança para controle do estabelecimento, além de atender condomínios com a instalação de um sistema de identificação. De acordo com Castelo Branco, a instalação desses produtos não é cara e, dependendo do interesse do cliente, o serviço pode sair por cerca de R$ 700. //ERRATA Contrariamente ao que foi publicado na edição de maio de 2014 da Revista Fecomércio-DF, o vice-presidente eleito do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros-DF) é o senhor Francisco Carlos de Carvalho e não Geraldo Gomes Cruz, como foi noticiado. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 61 //pesquisa conjuntural Comércio em alta Comércio Serviços Desempenho de vendas Setor Segmento Nov13 x Dez13 x Jan14 x Fev14 x Mar14 x Abr14 x Out13 Nov13 Dez13 Jan14 Fev14 Mar14 Autopeças e Acessórios 1,38% 7,49% -0,97% -4,90% -1,91% 11,20% Bares, Restaurantes e Lanchonetes 2,62% 4,8% -5,86% -3,17% 0,61% 1,69% Calçados -5,75% 22,64% -23,61% 15,45% -9,24% 0,19% Farmácia e Perfumaria 0,26% 2,79% -4,72% 2,78% 1,35% -1,63% Floricultura 5,01% 4,79% -6,74% -10,25% -1,12% 4,08% Informática 4,15% 6,28% -8,54% -0,51% -0,54% -4,20% Livraria e Papelaria -2,14% 21,07% 29,00% 32,69% -25,13% -10,51% Lojas de Utilidades Domésticas 6,03% 17,78% -6,23% 2,18% -7,27% 7,30% Material de Construção -3,41% 4,26% -6,50% -11,86% -6,88% 6,35% Mercado e Mercearia 3,02% 8,45% -12,06% 7,47% -0,43% 6,15% Móveis e Decoração 1,6% 8,9% -7,32% -3,94% -9,57% -9,70% Óticas 3,11% 1,4% 4,38% -4,73% -6,54% 2,02% Tecidos 5,4% -2,61% -2,11% -4,98% -21,45% -2,64% Vestuário 1,06% 20,59% -18,86% -2,78% -3,42% 0,42% Total 0,99% 8,6% -7,99% 0,75% -3,61% 1,68% Agências de Viagem 7,08% 28,61% -29,62% 14,88% -6,58% -2,48% Autoescola 0,21% -13,11% 12,71% -11,30% -7,13% 6,99% -10,96% 2,59% -11,07% 2,29% 4,61% -0,47% Salão de Beleza 1,57% 17,29% -16,28% -2,48% -1,09% -2,38% Total 1,67% 14,43% -18,83% 3,39% -2,82% -1,29% 1,04% 9,03% -8,94% 0,95% -3,55% 1,44% Pet Shop Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. 62 REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Região Comércio Nov13 Dez13 Jan14 Fev14 Mar14 Abr14 x x x x x x Out13 Nov13 Dez13 Jan14 Fev14 Mar14 Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 0,32% 7,89% -8,23% -0,50% 0,75% -0,59% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 3,27% -0,13% -2,68% -3,52% -6,26% 8,68% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras 0,48% 10,79% -5,65% 7,71% -11,57% -1,38% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 0,36% 13,39% -15,08% -10,49% 1,45% 10,26% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 1,79% 6,56% -9,89% 5,83% -0,85% 1,91% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 3,12% 8,73% -6,08% -6,62% -5,03% 5,90% 0,99% 8,6% -7,99% 0,73% -3,61% 1,68% Brasília (Asa Sul e Asa Norte) -0,6% 13,58% -20,77% 3,79% -3,74% 2,35% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 3,1% 1,84% -12,23% 13,51% 0,99% -25,03% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras 2,04% 9,67% -16,62% -5,35% -12,26% -4,53% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 7,64% 30,13% -21,95% 7,56% 5,14% 1,08% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 3,41% 13,9% -7,93% 5,18% 6,64% -4,66% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião -0,54% 1,22% 3,62% 1,75% 0,15% 5,67% 3,33% -2,82% -1,29% Total Serviços Desempenho de vendas Setor Total Total 1,67% 14,43% -18,83% 1,04% 9,03% -8,94% 0,95% -3,55% 1,44% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. A s vendas do comércio brasiliense registraram alta de 1,68% em abril de 2014 na comparação com março. No setor de serviços, no entanto, houve queda de 1,29%. No acumulado dos últimos 12 meses (abr/13 x abr/14), comércio e serviços registraram aumento de 0,97%. É o que mostra a Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal, realizada pelo Instituto Fecomércio. A alta no mês de abril foi puxada principalmente pelo segmento de REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Autopeças e Acessórios (11,20%) e Lojas de Utilidades Domésticas (7,30%). Em serviços, o recuo foi puxado pelo setor de Agência de Viagem (-2,48%) e Salão de Beleza (-2,38%). “Esse pequeno crescimento reflete o período de acomodação que o brasiliense está vivendo, no sentindo de acertar as contas já pendentes e evitar grandes gastos. Além disso, em abril não houve nenhuma data comemorativa que fizesse o consumidor ampliar as suas compras”, afirma o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana. Na análise por ramo de atuação, apresentaram alta nas vendas do comércio em abril, na comparação com março, os segmentos de: Autopeças e Acessórios (11,20%); Lojas de Utilidades Domésticas (7,30%); Material de Construção (6,35%); Mercado e Mercearia (6,15%); Floricultura (4,08%); Óticas (2,02%); Bares, Restaurantes e Lanchonetes (1,69%); Vestuário (0,42%) e Calçados (0,19%). Ocorreu queda nos segmentos de: Livraria e Papelaria (-10,51%); Móveis 63 Nov13 x Out13 Dez13 x Nov13 Jan14 x Dez13 Fev14 x Jan14 Mar14 x Fev14 Abr14 x Mar14 Autopeças e Acessórios 2,52% -7,36% 4,64% 1,27% 0,65% -3,87% Bares, Restaurantes e Lanchonetes -0,23% -1,14% -0,99% 1,33% 1,36% 0,20% Calçados 0,74% -5,11% -2,27% -3,10% 10,24% 2,21% Farmácia e Perfumaria -2,55% 0,38% 3,31% -8,30% 9,20% -1,39% Floricultura 0% 0% 6,90% -25,81% 13,04% -20,00% Informática 1,22% -1,19% -1,23% 2,50% -6,02% 11,54% Livraria e Papelaria 14,29% 4,85% 1,85% -26,36% 22,78% -9,43% Lojas de Utilidades Domésticas -3,39% 0% 0,00% 0,00% 1,61% 9,38% Material de Construção 1,09% 1,08% -2,12% 3,78% -1,04% 4,23% Mercado e Mercearia 5,65% -1,11% 0,84% -0,28% 2,33% 2,60% Móveis e Decoração -3,17% 1,64% 12,50% -5,63% 8,82% -6,90% Óticas 0% 0% 0,00% 0,00% 20,69% -8,82% Tecidos 0% 0% 0,00% 0,00% -8,70% 4,76% Vestuário -1,23% 0% -1,96% 0,00% 2,45% -2,18% Total 0,93% -0,95% 0,34% -1,72% 3,37% 0,00% Agências de Viagem 1,03% 2,78% -1,28% 1,30% 12,82% -15,25% Autoescola -5,26% -15,94% 6,90% -4,84% 5,08% -3,23% 0% 1,96% -1,96% 4,00% -5,77% 6,12% -1,92% 2,04% 5,10% -4,85% 1,01% -2,00% -1,36% -2,07% 2,46% -1,71% 3,82% -3,70% 0,69% 0,54% -1,72% 3,42% -0,33% Comércio Serviços Nível de emprego Setor Segmento Pet Shop Salão de Beleza Total Total -1,06% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. e Decorações (-9,70%); Informática (-4,20%); Tecidos (-2,64%); Farmácia e Perfumaria (-1,63%). No setor de serviços, houve queda nas vendas nos segmentos de Agência de Viagem (-2,48%); Salão de Beleza (-2,38%) e Pet Shop (-0,47%). O único segmento que apresentou alta foi o de Autoescola (6,99%). É necessário ressaltar, contudo, que o Instituto Fecomércio 64 pesquisa apenas esses quatro segmentos de serviços. Quanto ao pessoal empregado, o comércio continuou com o mesmo contingente em comparação com abril. O setor de serviços registrou queda nas vagas de 3,70%. Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito foi o mais utilizado em ambos os setores. No comércio, a modalidade respondeu por 46,08% das vendas. No setor de serviços, foi responsável por 41,23% das compras. A Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do DF é realizada mensalmente pelo Instituto Fecomércio e tem o apoio do Sebrae. Foram consultadas 700 empresas, das quais 596 do comércio e 104 de serviços. A coleta de dados foi realizada entre os dias 5 e 10 de maio de 2014. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 Nível de emprego Comércio Setor Out13 Nov13 Dez13 Jan14 Fev14 Mar14 Abr14 x x x x x x x Set13 Out13 Nov13 Dez13 Jan14 Fev14 Mar14 Região Brasília (Asa Sul e Asa Norte) -1,78% 0,7% -1,3% 0,89% -1,96% 5,25% -3,04% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 0,53% -2,08% 1,05% 0,52% -0,52% -2,17% 6,56% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras -1,52% 0,15% 3,08% -1,64% -3,06% 5,18% -1,74% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 2% -1,42% -4,61% 2,23% 0,73% -0,39% 1,18% Gama, Recanto das Emas e Samambaia -3,5% -8,06% -8,39% 3,16% -5,78% 4,69% -0,67% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião -1,6% 0,54% 2,46% -2,02% 4,13% -2,33% 10,67% 0,34% -1,72% 3,37% 0,00% Total -1,29% -0,92% -0,95% Serviços Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 3,13% 3,77% -5,66% 4,64% -1,27% 5,77% -10,29% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 0% 0% 0% 0,00% -5,00% 5,26% 0,00% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras -6% -6% 0% 4,00% -1,92% 7,69% 5,36% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 0% 2,5% 5% -2,38% -2,44% -7,50% 2,70% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 0% 0% 0% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 0% 0% 7,69% -7,14% 0,00% 0,00% 0,00% 0,7% 1,38% -2,07% 2,46% -1,71% 3,82% -3,70% Total Total -1,1% -0,69% -1,06% 0,54% -1,72% 3,42% -0,33% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. Mês À vista Cheque nov/13 32,85% 0,81% dez/13 33,47% jan/14 33,64% Cartão de crédito Débito A prazo Boleto 40,87% 19,96% 3,35% 2,16% 2,44% 39,54% 20,37% 3,02% 1,16% 0,75% 40,33% 19,85% 3,39% 2,04% Formas de pagamento Comércio fev/14 32,45% 2,03% 41,10% 20,34% 2,86% 1,22% mar/14 30,39% 0,49% 44,36% 19,77% 3,33% 1,66% abr/14 29,10% 0,46% 46,08% 19,34% 2,61% 2,42% nov/13 28,91% 1,67% 42,72% 17,63% 4,89% 4,17% dez/13 32,64% 3,59% 44,29% 14,85% 4,23% 0,40% jan/14 26,46% 1,79% 43,16% 16,69% 4,70% 7,20% Serviços fev/14 28,10% 2,74% 39,41% 15,79% 9,34% 4,61% mar/14 24,00% 1,68% 50,99% 15,82% 3,84% 3,66% abr/14 22,68% 1,62% 41,23% 13,86% 3,71% 16,90% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 65 pesquisa relâmpago Fotos: Raphael Carmona Louise Paim Lima Martins Fisioterapeuta Cláudia de Azevedo Fagundes Queiroz Secretária-Executiva Hartmut Günther Professor Titular da UnB, na área de Psicologia Social Juliano Batalha Designer gráfico Kelly Almeida Jornalista Untitled-4 1 66 Linchamento de pessoas por civis Ficar em Brasília durante a Copa Via Expressa DF REGULAR A impunidade cresce e a indignação da população que nos últimos tempos tem promovido justiça com as próprias mãos em várias partes do País. REGULAR Sou contra a Copa ser realizada nas condições em que se encontra o nosso País. Vou torcer contra e viajar para fora do País para não ter que presenciar esse circo. REGULAR Se ela foi idealizada como uma saída para melhorar o trânsito, ainda não houve benefício. As vias estão subutilizadas e o trânsito aumentou. REGULAR Por mais que tenha Lei Seca, bafômetro, pardais e outras regras, ainda existem pessoas que não respeitam e acham que jamais poderão se envolver em acidentes. RUIM Atitude desumana, primitiva, cruel, injusta, inconsequente, insana, desiquilibrada, barbárie. Perda total do sentido de harmonia social. BOM Oportunidade de crescimento econômico para a capital e o comércio local. Momento de empreendedorismo. BOM Será uma melhoria crescente para o transporte público. Momento de experimentar deixar o carro em casa. Eu serei uma dessas pessoas a experimentar o VLP. RUIM Inconsequente e irresponsável. RUIM Frequentemente, linchamento é uma consequência triste e é causada pelo fato de segmentos da população terem perdido a confiança no poder público. RUIM Preços aumentando, rotina de atividade sendo atrapalhada, e, além do mais, recomendação de ficar em casa nos dias dos jogos. BOM Bom enquanto potencial. Melhorar o transporte público, no DF, sem dúvida é algo positivo e mais do que necessário. RUIM Outro exemplo da lamentável omissão do Estado diante de problemas sociais, da educação, segurança, trânsito. REGULAR Apesar de considerar essas atitudes medievais e absurdas, esse é um espelho da crise de confiança que o Estado vive atualmente. BOM Assim como a maioria, não consegui ingressos para ver a seleção jogar. Mas como gosto de futebol, pretendo ver os jogos de outras seleções. BOM Finalmente. O pessoal do Gama e de Santa Maria agradece. RUIM É a pior combinação que existe. E para piorar, o erro da pessoa que comete essa irresponsabilidade tem grandes chances de atingir quem não tem nada a ver. RUIM Apesar de muitas pessoas estarem desacreditadas da Justiça, hoje, é o único meio a que podemos recorrer. BOM Assim como nos outros estados, teremos jogos e estrutura para acompanhar as partidas. Seja no estádio, nos bares ou em casa, o que vai contar é a animação dos torcedores. BOM A proposta é excelente, mas é preciso que tudo esteja completamente finalizado para que possamos ver o resultado definitivo. RUIM Acredito que a lei deveria ser mais rígida e a multa ainda mais alta. Álcool e direção 18/11/10 11:29 REVISTA FECOMÉRCIO | JUNHO 2014 AS OPORTUNIDADES ESTÃO NA MESA. Vem aí o XIII Salão da Alimentação. Um menu completo de oportunidades para o setor de alimentação fora do lar. Palestras, oficinas, workshops, rodadas de negócios e clínicas tecnológicas. Participe do evento Cozinha Show com Alex Atala, Olivier Anquier, Claude Troisgros, Edu Guedes e outros chefs renomados. Apareça e prove o sabor do sucesso. De 9 a 11 de junho, no Grande Oriente, 913 sul. Especialistas em pequenos negócios / 0800 570 0800 / df.sebrae.com.br
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