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Empresa
Brasil
Ano 11 l Número 105 l Abril de 2014
FÓRUM CACB MIL
Dilma defende
universalização
do Simples em
três etapas,
de 2015 a 2017
PARA CAIROLI, É PRECISO MELHORAR A PRODUTIVIDADE PARA VIABILIZAR A EXPANSÃO DA ECONOMIA
Federações CACB
DIRETORIA DA CACB
TRIÊNIO 2013/2015
PRESIDENTE
José Paulo Dornelles Cairoli (RS)
1º VICE-PRESIDENTE
Rogério Pinto Coelho Amato (SP)
VICE-PRESIDENTES
Antônio Freire (MS)
Djalma Farias Cintra Junior (PE)
Jésus Mendes Costa (RJ)
Jonas Alves de Souza (MT)
José Sobrinho Barros (DF)
Rainer Zielasko (PR)
Reginaldo Ferreira (PA)
Sérgio Roberto de Medeiros Freire (RN)
Wander Luis Silva (MG)
VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS
Sérgio Papini de Mendonça Uchoa (AL)
VICE-PRESIDENTE DE COMUNICAÇÃO
Alexandre Santana Porto (SE)
VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESA
Luiz Carlos Furtado Neves (SC)
VICE-PRESIDENTE DE SERVIÇOS
Pedro José Ferreira (TO)
DIRETOR–SECRETÁRIO
Jarbas Luis Meurer (TO)
DIRETOR–FINANCEIRO
George Teixeira Pinheiro (AC)
CONSELHO FISCAL TITULARES
Jadir Correa da Costa (RR)
Ubiratan da Silva Lopes (GO)
Valdemar Pinheiro (AM)
CONSELHO FISCAL SUPLENTE
Alaor Francisco Tissot (SC)
Itamar Manso Maciel (RN)
Kennedy Davison Pinaud Calheiros (AL)
CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA
Avani Slomp Rodrigues (PR)
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO
Rodrigo Paolilo
SUPERINTENDENTE
Antônio Chaves Barcellos
GERENTE ADMINSTRATIVO/FINANCEIRO
César Augusto Silva
COORDENADOR DO EMPREENDER
Carlos Alberto Rezende
COORDENADOR CBMAE/INTEGRA
Valério Souza de Figueiredo
COORDENADOR DO PROGERECS
Luiz Antônio Bortolin
COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Neusa Galli Fróes
EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Neusa Galli Fróes
Cyntia Menezes
Marcelo Melo
SCS Quadra 3 Bloco A
Lote 126
Edifício CACB
61 3321-1311
61 3224-0034
70.313-916 Brasília - DF
Site: www.cacb.org.br
Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do
Estado do Acre – FEDERACRE
Presidente: George Teixeira Pinheiro
Avenida Ceará, 2351 Bairro: Centro
Cidade: Rio Branco CEP: 69909-460
Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do
Paraná – FACIAP
Presidente: Rainer Zielasko
Rua: Heitor Stockler de Franca, 356
Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030
Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de
Alagoas – FEDERALAGOAS
Presidente: Kennedy Davidson Pinaud Calheiros
Rua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá
Cidade: Maceió CEP: 57.020-050
Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e
Empresariais de Pernambuco – FACEP
Presidente: Jussara Pereira Barbosa
Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar
Bairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170
Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIA
Presidente: Nilton Ricardo Felgueiras Faria e Sousa
Rua General Rondon, 1385 Bairro: Centro
Cidade: Macapá CEP: 68.900-182
Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP
Presidente: José Elias Tajra
Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.
Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro
Cidade: Teresina CEP: 64.001-060
Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais
do Amazonas – FACEA
Presidente: Valdemar Pinheiro
Rua Guilherme Moreira, 281
Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300
Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da
Bahia – FACEB
Presidente: Clóves Lopes Cedraz
Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar
Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070
Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC
Presidente: João Porto Guimarães
Rua Doutor João Moreira, 207 Bairro: Centro
Cidade: Fortaleza CEP: 60.030-000
Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e
Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF
Presidente: Francisco de Assis Silva
SAI Quadra 5C, Lote 32, sala 101
Cidade: Brasília CEP: 71200-055
Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e
Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES
Presidente: Amarildo Selva Lovato
Rua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira
Vitória ES - CEP 29.050-700
Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e
Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG
Presidente: Ubiratan da Silva Lopes
Rua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01
Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110
Maranhão – Federação das Associações Empresariais do
Maranhão – FAEM
Presidente: Domingos Sousa Silva Júnior
Rua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis.
Bairro: São Francisco- São Luís- Maranhão
CEP: 65.076-360
Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e
Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT
Presidente: Jonas Alves de Souza
Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio
2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020
Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do
Mato Grosso do Sul – FAEMS
Presidente: Antônio Freire
Rua Quinze de Novembro, 390
Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917
Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de
Minas Gerais – FEDERAMINAS
Presidente: Wander Luís Silva
Avenida Afonso Pena, 726, 15º andar
Bairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002
Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do
Pará – FACIAPA
Presidente: Olavo Rogério Bastos das Neves
Avenida Presidente Vargas, 158 - 5º andar
Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000
Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da
Paraíba – FACEPB
Presidente: Alexandre José Beltrão Moura
Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar
Bairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001
Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais
do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ
Presidente: Jésus Mendes Costa
Rua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: Centro
Cidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030
Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio
Grande do Norte – FACERN
Presidente: Itamar Manso Maciel Júnior
Avenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira
Cidade: Natal CEP: 59.012-200
Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e de
Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL
Presidente: Ricardo Russowsky
Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar
Palácio do Comércio - Bairro: Centro
Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110
Rondônia – Federação das Associações Comerciais
e Industriais do Estado de Rondônia – FACER
Presidente: Gerçon Szezerbatz Zanatto
Rua Dom Pedro II, 637 – Bairro: Caiari
Cidade: Porto Velho CEP: 76.801-151
Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de
Roraima – FACIR
Presidente: Jadir Correa da Costa
Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar
Bairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350
Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa
Catarina – FACISC
Presidente: Ernesto João Reck
Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro
Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540
São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de
São Paulo – FACESP
Presidente: Rogério Pinto Coelho Amato
Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro
Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001
Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e
Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE
Presidente: Alexandre Santana Porto
Rua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: Centro
Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110
Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais
do Estado de Tocantins – FACIET
Presidente: Pedro José Ferreira
103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022
• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço
da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre
suas atividades, bem como fornecer informações relativas
a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em
geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das
informações, bem como sua origem diversificada, a CACB
não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados
são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.
PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli
O sucesso de nosso Fórum
S
empre que se planeja algo
incluímos nossas expectativas
sobre os resultados a serem alcançados. Muitas vezes somos
otimistas além da conta e em outras
não conseguimos controlar a nossa
preocupação. São tantos os fatores
que precisam estar alinhados para que
tudo aquilo que se planejou seja realmente exitoso que é inevitável: a nossa mente acaba encenando uma luta
interna entre a dúvida e a certeza de
que tudo, afinal, sairá de acordo com
aquilo que todos esperam.
No caso do 1º Fórum Nacional
CACB Mil, realizado no Centro de
Convenções Ulysses Guimarães, em
Brasília, nos dias 2 e 3 de abril, posso
dizer que tudo aquilo que imaginávamos foi largamente superado pela
realidade. Entre todos os atores que
fizeram parte de nosso evento, com
exceção da presença da presidente
Dilma Rousseff, que, além de participar com a sua presença física, nos
brindou com uma generosa recepção
no Alvorada, posso dizer que o que
mais me tocou foi a presença dos quase
2 mil participantes de 27 estados da
Federação. Foram inúmeros os casos
de pequenos e microempresários que
enfrentaram longas distâncias, desde
o interior de nosso imenso país até a
capital de seus estados, para poder
embarcar em um avião e comparecer
ao evento preparado pela CACB.
Esse fato por si só serviria para comprovar a força de nossa Confederação,
mas há muito mais. A cada ano, nossos eventos se solidificam como fontes
de networking, ou seja, de novos relacionamentos entre empresários e dirigentes de associações comerciais que
ajudam a fortalecer o associativismo e
contribuem, com ideias criativas, na melhoria do grau de atuação e mesmo de
autossustentabilidade dessas entidades.
Sobre a programação do evento é
necessário registrar, sem falsa modéstia,
que mais uma vez conseguimos fornecer ao nosso público a massa crítica indispensável para o bom entendimento
do atual momento de nossa economia,
com destaque especial para a palestra
do economista Eduardo Gianetti da
Fonseca. Podemos mostrar com clareza
também o esforço que está sendo feito
não somente pelo nosso ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilheme Afif
Domingos, mas de toda a diretoria da
CACB pelo aperfeiçoamento do Simples
Nacional, o que poderá representar a
criação de um novo ciclo de desenvolvimento em nosso setor.
Foi emblemático assistir a palestras
como as de Luiza Helena Trajano e Hermes Gazzola e perceber o fascínio das
pessoas pelas histórias brasileiras de
empreendedorismo vitorioso e de como
essa cultura se solidifica em todos os
recantos do nosso país. De outra parte,
a semente plantada pelo economista
Sérgio Besserman Vianna sobre as opções de crescimento sustentável deram
o tom de sintonia com o futuro. São fatos que gratificam o esforço de nossas
competentes equipes de sustentação e
de todos aqueles que se empenharam e
garantiram a organização do nosso Fórum, a quem agradeço penhoradamente. Faço um agradecimento especial à
presidente Dilma, que, desde a primeira
hora, se prontificou a participar de nosso Fórum e, não bastasse o seu longo e
rico discurso do dia 3, foi, no jantar da
véspera, uma anfitriã impecável na sede
do governo, maravilhando todos com
sua simpatia e educação.
José Paulo Dornelles Cairoli,
presidente da Confederação
das Associações Comerciais
e Empresariais do Brasil
Abril de 2014
3
ÍNDICE
10 EMPREENDEDORISMO
3 PALAVRA DO PRESIDENTE
14 HISTÓRIAS DE SUCESSO
A cada ano, nossos eventos
se solidificam como fontes
de networking, que ajudam a
fortalecer o associativismo e
contribuem, com ideias criativas,
na melhoria do grau de atuação e
mesmo de autossustentabilidade
de nossas entidades.
Luiza Helena Trajano e
Hermes Gazzola, símbolos do
empreendedorismo brasileiro,
encantaram a plateia do
1º Fórum Nacional CACB Mil.
Certisign foi um dos estandes mais
visitados no Fórum CACB Mil.
Governo Dilma criou tantas
incertezas em relação às regras
do jogo que se tornou temerário
investir no país, diz Eduardo
Gianetti da Fonseca.
7 DISCURSO DE ABERTURA
18 MEIO AMBIENTE
É preciso melhorar a
produtividade para expandir
a economia.
Sérgio Bessermann Vianna alertou
para os efeitos do gás estufa.
5 PELO FÓRUM
16 ECONOMIA
8 VEJA OS PRINCIPAIS
26 COPA 2014
TRECHOS DO DISCURSO
DA PRESIDENTE DILMA
Para Dilma, universalização
do Simples deve ser gradual e
constante, para permitir que o
sistema arrecadatório brasileiro
metabolize esse processo.
10 EMPREENDEDORISMO
O diretor do Sebrae, Carlos
Alberto dos Santos, e Adilson
Anísio, diretor do BB, debateram
o ambiente de negócios das
pequenas e microempresas.
EXPEDIENTE
12 PAÍS
Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes
fróes, berlato associadas
escritório de comunicação
Edição: Milton Wells - [email protected]
Projeto gráfico: Vinícius Kraskin
Diagramação: Kraskin Comunicação
Fotos: Itamar Aguiar
Revisão: Flávio Dotti Cesa
Colaboradores: Cyntia Menezes e Marcelo Melo
Execução: Editora Matita Perê Ltda.
Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - [email protected]
Impressão: Arte Impressa Editora Gráfica Ltda. EPP
4
Empresa Brasil
16 ECONOMIA
MPEs devem receber, por
obrigação constitucional,
tratamento diverso ao dado
às grandes empresas, segundo
Guilherme Afif Domingos,
ministro da Secretaria da Micro
e Pequena Empresa (SMPE).
20 TRIBUTOS
Em debate, o Código do
Contribuinte brasileiro.
22 LEGISLAÇÃO
Lei Anticorrupção foi tema de
debate realizado no encontro de
Departamentos Jurídicos.
24 TECNOLOGIA
Brasil movimenta
aproximadamente R$ 30 bilhões
por ano em compras pela internet.
26 COPA 2014
Estima-se que R$ 142,39
bilhões sejam movimentados
durante o período.
30 NEGÓCIOS
Papo de Negócio, que aponta
oportunidades de negócios
na Copa 2014, fez parte da
programação do 1º Fórum
Nacional CACB Mil.
SUPLEMENTO ESPECIAL
Empresas de sete estados
vencem o Prêmio MPE Brasil
PELO FÓRUM
Certisign foi um dos
estandes mais visitados
Um estante da empresa
Certisign, parceira da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil
(CACB), foi montado durante o
1º Fórum Nacional CACB Mil.
O objetivo foi promover a troca de
experiências entre os participantes
e oportunidades de conversas
entre a Certisign e parceiros.
Com foco exclusivo em soluções que contemplam a certificação
digital, a Certisign é uma das três primeiras autoridades certificadoras
do mundo e a primeira da América Latina. A empresa, sediada em São
Paulo, possui mais de 500 pontos de atendimento distribuídos pelo
país e já alcançou mais de 2,3 milhões de emissões de certificados.
Sebrae lista oportunidades
de negócios durante a Copa
A 9ª edição do Papo de Negócio, programa do Sebrae que
aponta as oportunidades geradas pela Copa do Mundo FIFA
2014, foi uma das atividades
presentes no 1º Fórum Nacional
CACB Mil. Sob a mesma ótica, a
entidade elaborou um mapa de
oportunidades, um planejamento dos projetos necessários para
a maximização dos resultados
do evento para o país.
Foram identificadas duas espécies distintas de oportunidades
para micro e pequenas empresas:
oportunidades de realização de
negócios e de desenvolvimento
empresarial. Um painel foi formado por especialistas com atuação
direta nos setores estudados.
No total são 929 oportunidades
de negócios. Somente no comércio varejista foram identificadas 122 atividades possíveis.
No setor turístico, 98 oportunidades foram encontradas. Empresas de madeireira e móveis
totalizam 106 oportunidades.
Outros setores também foram
identificados, como construção civil, 128 oportunidades;
serviços, com 56; vestuário, com
106 atividades; agronegócio,
132 chances de negócio, entre
outras. O mapa geral pode ser
visualizado no site da entidade
pelo endereço: www.sebrae.
com.br. Um mapeamento de
setores específicos, como o do
Turismo, também foi elaborado.
Afif Domingos
critica e-Social
O ministro da Secretaria da
Micro e Pequena Empresa (SMPE),
Guilherme Afif Domingos, criticou
a criação do e-Social, para envio
online de obrigações acessórias
das empresas, a exemplo do
recolhimento do FGTS. “Não é
e-Social, é e-Fiscal. Pegaram toda
a burocracia existente e digitalizaram. O que a gente quer é,
primeiro, desburocratizar, para,
então, digitalizar. Mas agora são
50 formulários que serão preenchidos pela internet”, declarou.
A pasta do ministro vem
preparando sugestão para que a
implantação do e-Social para as
micro e pequenas empresas seja
adiada para janeiro de 2015.
“O e-Social é uma boa ideia para
unificar as obrigações, mas não é
só para servir ao fisco, e sim à sociedade e para facilitar a vida do
micro e pequeno empresários.”
Afif fez a crítica durante palestra
apresentada no 1º Fórum Nacional CACB Mil, em 2 de abril.
Abril de 2014
5
PELO FÓRUM
PELO FÓRUM / ABERTURA
Presidente da CACB é premiado
por entidade colombiana
José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), foi premiado pela Câmara de Pasto, entidade colombiana, durante o 1º Fórum Nacional CACB
Mil. O prêmio foi entregue por Silvia Stella Camino, presidente da Junta
DIretiva da Câmara de Comércio de Pasto, do estado de Niño, Colômbia.
A homenagem foi feita em agradecimento aos serviços prestados
pela CACB. A Câmara de Pasto é uma das beneficiadas com o projeto
de cooperação internacional para Disseminação da Metodologia dos
Núcleos Setoriais, projeto desenvolvido pela CACB em parceria com o
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Silvia Camino (esquerda)
entrega prêmio a Cairoli
(direita), com a presença
do ministro Guilherme
Afif Domingos (centro)
A importância do Plano Real
Em resposta a uma das perguntas do mediador Demétrio
Magnoli, no painel Empreendedorismo Vitorioso, a empresária Luiza
Helena Trajano, dona do Magazine
Luiza, reconheceu a importância do
Plano Real para a economia do país.
“Com o fim da inflação, o poder
aquisitivo da população aumentou
e o Brasil deixou de ser um dos
países mais desiguais do mundo
para criar uma imensa classe média
consumidora”, disse Luiza.
No mesmo painel, Hermes
Gazzola, ex-dono do grupo Puras,
disse que a sua trajetória como em-
6
Empresa Brasil
presário poderia ser completamente
diferente se não fosse o Plano
Real. “Hoje as novas gerações nem
imaginam o que era o Brasil antes
do real. Convivemos com índices
civilizados de inflação, o que é imprescindível para o bom ambiente
dos negócios”, sustentou.
Para Cairoli, é
produtividade
Em seu discurso de abertura
do Fórum CACB Mil, o
presidente da entidade,
José Paulo Dornelles Cairoli,
defendeu medidas no sentido
de melhorar o ambiente de
negócios das MPEs. A seguir,
leia os principais trechos:
Nossos negócios vêm sofrendo com
a desaceleração da atividade econômica, depois de ter experimentado um
significativo crescimento da economia,
que reagiu a partir de medidas acalentadas por nós e adotadas pelo governo.
Cresce, portanto, a importância das
parcerias empresariais para o desenvolvimento. Ser pequeno não é o problema.
O problema é estar sozinho. Diante deste
dilema, as associações comerciais, como
representação empresarial e pela sua
capilaridade, atuam como agentes de
desenvolvimento. E, neste aspecto, ampliam as possibilidades de complementar
a sinergia entre a CACB e o Sebrae.
Ambição
Nossa grande ambição, senhora
presidente, é conseguir fazer com
que as empresas, especialmente as
pequenas e microempresas, que são
a absoluta maioria de nossos filiados,
encontrem solo fértil para prosperar,
aproveitando os avanços já conquistados, os valores estabelecidos, o respeito
instalado com a perspectiva de gerar
riqueza e renda. Sofremos, no entanto,
preciso melhorar a
para expandir a economia
problemas resultantes da excessiva
burocracia, da falta de infraestrutura,
da queda de produtividade e de reformas que precisam ser tomadas para
sustentar nosso desenvolvimento.
Força invisível
Simbolizamos uma força invisível
cuja repercussão é significativa. Apenas no que se refere ao universo das
micro e pequenas empresas, somos
responsáveis por 25% do Produto
Interno Bruto, pela geração de 80%
de novas vagas de trabalho nos últimos dez anos e de 52% das carteiras
assinadas. Já somamos 8,5 milhões de
optantes no Simples e logo chegaremos a mais de 13 milhões.
Reflexão
Pensando no nosso país, que
incorporou mais de 35 milhões de
consumidores, nos damos conta do
quanto o Brasil é valioso e como é
grande seu potencial. Exatamente por
valorizar essa tese é que escolhemos,
para a primeira edição deste Fórum
CACB Mil, temas e enfoques relevantes e fundamentais para o futuro.
Queremos fazer uma reflexão através
de informações especializadas sobre
o empreendedorismo em todas as
suas matizes. Porque empreender é o
sonho de todos os nossos jovens.
Produtividade
Um dos pontos relevantes de
nossa preocupação é com a produtividade. A baixa expansão da economia
tem como uma das causas a diminuição dos ganhos de produtividade.
Significa que estamos fazendo pouco
com os recursos disponíveis.
Simplificação do Simples
É importante reconhecer os esforços e, nesta oportunidade, agradecer a
sua iniciativa, pela criação da Secretaria
da Micro e Pequena Empresa, e pela
verdadeira cruzada do ministro Afif Domingos pelo país, levando a proposta
de simplificação da abertura de empresas e a manutenção de pequenos
empreendimentos. A universalização
do Simples precisa chegar mais rápido
para incluir todas as atividades econômicas, assim como é urgente conquistar a efetiva redução do tempo de abrir
e fechar uma empresa.
Força da CACB
Para nós, é relevante realizar este
Fórum num momento em que nossas
entidades começam a ganhar novos
papeis de representatividade. Trata-se
de um valor sólido de união, que é o
princípio do associativismo e da integração de sul a norte do nosso setor.
Nossa participação é muito importante. Somos uma força enraizada em
cada comunidade, em cada estado,
através das associações empresariais
e das federações, e devemos avançar
inclusive construindo parcerias para fazer
chegar, por meio das nossas associações,
as informações de que os empreendedores precisam e em que se baseiam. Não
é demais repetir que representamos a
energia do desenvolvimento e, através
de parcerias, podemos também ser as
respostas necessárias para as mudanças
que começam a ser concretizadas.
A força da CACB é a força desse
imenso sistema e vamos fortalecer essa
rede agindo como rede empresarial
cada vez mais. Sendo assim, queremos
transformar este encontro num momento de reflexão sobre nosso futuro
e nele gerar propostas para um grande
ciclo de prosperidade, renda e emprego, para todos os brasileiros.
Abril de 2014
7
PELO FÓRUM / ABERTURA
Veja aqui os principais trechos do discurso da
Presidente fez pronunciamento
para plateia de quase
2 mil pessoas. Para ela, a
universalização do Simples
deve ser gradual e constante,
para permitir que o sistema
arrecadatório brasileiro
metabolize esse processo
A participação no Fórum da CACB Mil
Participar deste 1º Fórum Nacional da
Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil é para mim
uma grande honra. Afinal, não é em
qualquer momento nem em qualquer
país que é possível reunir cerca de mil
entidades comerciais e empresariais para
debater novas formas de estimular o empreendedorismo, facilitar a identificação
de oportunidades e transformar boas
ideias em ótimos negócios. Eu tenho
respeito pelas associações comerciais,
que são entidades de base da sociedade
brasileira. Elas representam a atividade
empresarial em cada um dos mais de
5 mil e 500 municípios do nosso país.
A realidade da micro
e pequena empresa
A realidade da microempresa e da
pequena empresa nos surpreende no
Brasil, porque ela tem essa força que
emana desse caráter associativista que
ela tem para sobreviver. E hoje, nós
temos 8,6 milhões de micro e pequenas empresas inscritas no Simples, no
Simples Nacional, que representa 90%
dos CNPJs. E desse total, é importante
lembrar que 3 milhões e 800 mil são
8
Empresa Brasil
microempreendedores inscritos no MEI,
que, portanto, recolhem seus tributos
em uma única guia e estão formalizados, protegidos pela Previdência.
Compromisso
Meu governo, portanto, está totalmente comprometido com o processo
de desburocratização. Nós sabemos
que a burocracia mata a inventividade,
a criatividade, a liberdade de iniciativa
e dificulta o empreendedorismo. Sob
a coordenação da Secretaria e do
ministro Afif, nós estamos comprome-
tidos com um conjunto de políticas.
O compromisso, eu quero aqui reiterar
para vocês, o compromisso é meu, do
ministro Afif e do meu governo, e é
um compromisso de que nós queremos levar à frente as transformações
que nós consideramos fundamentais.
A simplificação do Simples
A simplificação do Simples tem
basicamente duas partes, duas grandes
partes. A primeira é a universalização
do Simples, que nós queremos fazer de
forma gradual e constante, para permi-
presidente Dilma no Fórum da CACB Mil
vezes paguem mais do que grandes
empresas ou grandes atividades.
Precisamos também atacar de
frente a burocracia, começando pelo
fechamento e abertura de empresas.
O ministro Afif tem tido todo um esforço nessa direção. Inclusive, esse é um
dos temas importantes da Caravana da
Simplificação que ele leva por todo o
Brasil. Nós temos o compromisso, deste
ano, de ter o início desse processo. Eu
acredito que nós, até o final do ano, teremos concretamente frutos a mostrar
do processo de simplificação.
tir que o sistema arrecadatório brasileiro
metabolize esse processo. E isso queremos fazer em três etapas, por exemplo,
colocando claramente as etapas em
termos temporais: 2015, 2016 e 2017.
O que nós queremos? Introduzir no
Simples os setores que compõem o universo das micro e pequenas empresas.
Então, esse é o item um da simplificação do Simples. O item dois é a efetiva
implantação do sistema de substituição
tributária. Nós sabemos que há uma
distorção intolerável que faz com que
micro e pequenas empresas muitas
Crédito
O terceiro tema é essencial para
que se foque de forma diferenciada
na microempresa, que é a questão
do crédito voltado para os pequenos
empreendedores. Nós avançamos no
crédito orientado com a criação do
programa Crescer, mais voltado para
os MEI, mas também que pega os
pequenos. Desde 2011 nós tivemos
9,3 milhões de operações e mobilizamos R$ 12,6 bilhões em todo o Brasil.
Mesmo assim, mesmo diante desses
números nós não podemos nos dar
por satisfeitos. Devemos olhar e querer
mais. Devemos, por exemplo, nos debruçar sobre medidas que resultem na
ampliação do crédito para investimento. Crédito para investimento é crédito
de mais longo prazo.
Capacitação
Estamos juntos nessa cruzada por
mais e melhores políticas de estímulos
ao empreendedorismo e aos pequenos
negócios no nosso país. Por isso, nós
temos um quarto tema, que é a capacitação técnica e de gestão técnico e
gerencial. E o que nós estamos olhando
é a introdução de um programa do
aprendiz dentro do Pronatec. O Pronatec, como os senhores sabem, é um
programa que o governo federal faz,
em parceria com o Sistema S, com o
Senai, com o Senac, o Senat, do Transporte, e o Senar, da Agricultura.
Diálogo
Quero dizer para vocês: o meu
governo está aberto ao diálogo, esse
fórum é fundamental para o diálogo. Nós, nesse Ministério da Micro e
Pequena Empresa, construímos, além
dessa capacidade de focar e de fazer
política específica, um canal de comunicação. Acho que um dos aspectos
fundamentais da secretaria é ser esse
canal de comunicação, e estamos completamente convencidos de que quanto
mais a gente ouvir as demandas,
quanto mais a gente trabalhar e discutir
e estiver perto das reivindicações e do
mundo real, melhores serão a nossa
agenda e as nossas realizações.
A força das MPEs
Eu afirmo aqui a minha crença na
força do pequeno município, na força
da micro e da pequena empresa, na
força da pequena propriedade, na força
dessa classe empreendedora que sustenta o nosso movimento. Eu asseguro
a vocês, todo o meu governo é sensível
e atento ao clamor de vocês. Que este
fórum seja o primeiro de muitos e que
nós possamos sempre escutar, dialogar
e conviver. Muito obrigada.
Abril de 2014
9
EMPREENDEDORISMO
O diretor do Sebrae Carlos Alberto dos Santos, a
mediadora Maria Luisa Mendes, da revista Exame PME,
e Adilson Anísio, diretor do Banco do Brasil
Avanço de adesões ao
Simples Nacional depende de
melhorias na atual legislação
Participação das MPEs no
PIB nacional corresponde
a apenas 6,5%, mas
pode avançar muito
mais, segundo os
participantes do painel
sobre Planejamento
e Gestão do 1º Fórum
Nacional CACB Mil
10
Empresa Brasil
A
foto de um imenso lutador
japonês de sumô à frente
de uma criança, que aparece de costas, foi utilizada
como metáfora pelo diretor técnico do
Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, para
demonstrar o grau de dificuldades imaginado pelos candidatos a empreendedores no Brasil, na abertura do painel
Planejamento e Gestão do 1º Fórum
Nacional CACB Mil, realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães,
em Brasília, nos dias 2 e 3 de abril.
“Poderíamos falar durante muito
tempo sobre os obstáculos que pre-
cisam ser ultrapassados e do sentimento de estarmos lutando contra
algo muito maior do que a gente, o
que é a pura verdade”, disse o executivo. “Mas faremos de outra forma”,
continuou. “Vamos nos concentrar
nos caminhos, nas possibilidades e
nos processos, porque essa figura
não representa mais o que estamos
vivendo hoje no Brasil”, sustentou.
Uma nova realidade
Para o dirigente do Sebrae, o
primeiro ponto que reflete uma
nova realidade do empreendedo-
rismo no Brasil é a quantidade de
empresas enquadradas no regime
do Simples. Segundo estimativas do
Sebrae, em 2022 serão 13 milhões
de empresas optantes do Simples,
em comparação a 8,5 milhões até
fevereiro de 2014, o que, conforme
Santos, representará um “avanço
impressionante.” Mesmo assim,
na opinião do dirigente do Sebrae,
hoje apenas 6,5% dos brasileiros
estão à frente dos pequenos negócios, o que é muito pouco em
comparação com outros países, em
que essa fatia chega a 15% e, em
alguns casos, em até 18%.
Otimista, Santos garantiu que
dependendo de mudanças no ambiente de negócios será possível
ultrapassar a projeção de empresas
optantes do Simples. Uma das medidas é o aumento do limite de receita bruta anual para uma pequena
empresa ser enquadrada no regime
tributário, de R$ 3,6 milhões, o que
ele julga “muito pouco e implica a
adoção de um novo teto”.
A essa iniciativa, ele agregou o
fato de muitas empresas serem obrigadas a um novo CNPJ somente porque suas receitas ultrapassaram em
alguns reais o limite de receita do Simples e são obrigadas a mudar de regime. “São mais despesas e mais burocracia, o que poderia ser evitado”,
acrescentou. “Isso não é bom para as
empresas; não é bom para o país.”
Produtividade
Em relação ao empreendedorismo, Santos afirmou que o Brasil
não é diferente de outros países. Os
pequenos negócios, segundo ele, fazem parte da grande maioria das empresas em quase todos os países, ao
contrário do que muita gente pensa,
de ser apenas um fenômeno ligado
ao subdesenvolvimento e ao atraso.
“Na verdade, isso acontece em
todas as economias: é o setor de pequeno porte que gera a maioria dos
empregos,” sustentou. “No que o
caso brasileiro se diferencia de outros
países de alta renda é a pequena par-
ticipação do valor adicionado ao PIB,
ou seja, a pequena produtividade dos
negócios das MPEs no país”, disse.
Auxiliado por um power point,
com dados sobre a participação das
MPEs na economia de vários países,
o executivo do Sebrae citou os casos
da Itália, da Espanha e da Grécia, em
que o setor chega a ser responsável
por 50% do valor adicionado sobre
o PIB, enquanto no Brasil não ultrapassa 25%. “Temos muita gente trabalhando com baixa produtividade,
o que significa margens menores,
menos lucratividade e menos competitividade”, resumiu Santos. E completou: “Esse é o pano de fundo de
nosso desafio, não se trata tanto de
imaginar mais do mesmo, mas mais
em bases diferenciadas”, disse.
Em sua opinião, a grande agenda
do setor inclui a produtividade, a eficiência de gestão, a melhoria de processo dos produtos e da integração
com o mercado. “É isso que mudará o
quadro e que levará o país a um novo
patamar de renda”, concluiu.
BB tem 2,3 milhões de clientes no setor das MPEs
Autodenominado “o banco da
microempresa” – 96% dos clientes
pessoas jurídicas são micro, pequenas
e médias empresas –, o Banco do Brasil opera com um portfólio variado de
serviços e assessoria financeira. “Com
uma carteira de 2,3 milhões de clientes
nesse segmento, o BB cumpre um papel fundamental no desenvolvimento
do setor”, afirmou Adilson Anísio, diretor de micro e pequenas empresas do
BB, no painel Planejamento e Gestão.
Em 2013, o BB teve um salto
de 12,3% na carteira de crédito sobre 2012 ao atingir R$ 99,9 bilhões.
A linha de recursos contempla capital de giro, formação de estoques e
pagamento de compromissos, antecipação de recebíveis – para adiantar
os valores das vendas a prazo – e financiamento de investimentos, que
viabilizam a reforma ou a ampliação
de instalações e a aquisição de máquinas, equipamentos e veículos.
Outro avanço do BB foi a reabertura, em janeiro, da linha de financiamentos para pagamento de impostos
das companhias que faturam até R$
3,6 milhões/anuais. “Para quem arca
com seus pagamentos em dia, o BB
estabeleceu o bônus fidelidade, que
permite a devolução de 10% do valor
dos juros cobrados”, informou Anísio.
Abril de 2014
11
PAÍS
Ministro Afif Domingos:
“Quem segura emprego
no Brasil são as MPEs”
Pensar simples é obrigação
Ministro da Secretaria da
Micro e Pequena Empresa
defendeu tratamento
diferenciado às MPEs,
durante o 1º Fórum
Nacional CACB Mil
12
Empresa Brasil
E
m palestra realizada na primeira edição do Fórum Nacional
CACB Mil, Guilherme Afif Domingos, ministro da Secretaria
da Micro e Pequena Empresa (SMPE),
afirmou que as MPEs devem receber,
por obrigação constitucional, tratamento diverso ao dado às grandes empresas. Afif Domingos também defendeu
a desburocratização e a simplificação
do Simples como forma de estimular a
economia. “As micro e pequenas empresas (MPEs) são as responsáveis pela
geração imediata de emprego e renda
no país. Geram impacto positivo sobre
um grande número de beneficiários
e com visibilidade de implantação em
curto prazo”, declarou.
O ministro explicou ao público
de quase 2 mil pessoas que é necessário saber os direitos constitucionais
da classe empreendedora. “Está na
Constituição Federal, artigo 179º, que
o tratamento diferenciado dispensado
às micro e pequenas empresas é obrigatório. Nosso mantra é ‘pensar simples é obrigação’. A grande revolução
deste país virá dos pequenos, não dos
grandes”, esclareceu.
Atualmente, os micro e pequenos
empreendimentos equivalem a 97%
das empresas formalizadas. São mais
de 8 milhões de CNPJs em todo o país.
De acordo com Afif, isso significa que
a média de um emprego adicional por
MPE resultaria em mais de 8 milhões
de empregos gerados. “O impacto é
de 25% na taxa de emprego privado
no país. Se considerarmos o núcleo familiar, podemos falar de um impacto
positivo sobre 32 milhões de pessoas.
Quem segura o emprego no Brasil são
as MPEs”, contabilizou.
Plano de ação e metas
A proposta do ministro para gerar
renda e emprego é gerenciar tempo
e energia. “O micro e o pequeno empreendedor têm que estar muito mais
tempo voltados para sua capacidade
de produção, para o aumento das
vendas, e muito menos tempo voltados para burocracia e pagamento de
imposto. Essa é a equação”, disse.
O Brasil conta atualmente com
mais de 3,8 milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs) formalizados, número maior do que a
população de países vizinhos. “Um
Uruguai nasceu com a nossa atividade empreendedora. A meta é trazer
um milhão por ano para a formalização”, estabeleceu Afif.
O plano de ação da SMPE é baseado em três frentes de trabalho: a
simplificação do Simples, o aumento
da renda das MPEs e a realização do
Simples trabalhista. Para a simplificação do Simples, o ministro propõe
que sejam alteradas as regras para a
Substituição Tributária, pois esta elimina os efeitos positivos do Simples
Nacional e reduz o capital de giro das
MPEs. “A proposta, então, é impedir
que os substitutos apliquem a retenção quando o substituído for uma
MPE. Na hora em que se generalizou, eliminou-se o benefício do pequeno. A margem não é arbitrada,
ela é arbitrária. Hoje o pequeno paga
mais do que o grande”, protestou.
Afif também pretende expandir
o número de beneficiários do Simples Nacional. A intenção é incluir
todas as profissões regulamentadas,
inclusive a dos advogados. “Há uma
discriminação injusta com atividades
que são impedidas de exercer a opção do Simples. Hoje um jornalista
ou representante comercial têm que
pagar imposto como uma empresa
grande”, criticou.
O ministro também defendeu a
unificação de obrigações como parte
do projeto de simplificação do Simples. “Atualmente o recolhimento
[do Simples] é único, mas as informações ainda são prestadas em diversos
órgãos, em diversos formatos. O que
queremos é a obrigação estatal única”, explicou.
Entre outros pontos levantados,
Afif mencionou a necessidade de
se ampliarem os mercados, apoiar a
inovação de produtos e serviços e facilitar o acesso ao crédito para MPEs,
como iniciativas para o aumento de
renda. Além disso, levantou a inclusão da micro e da pequena empresa na Lei do Aprendiz, com o fim de
estimular, e não obrigar o pequeno
empresário. A ação é parte do movimento pelo Simples Trabalhista, que
flexibiliza direitos, como o parcelamento do pagamento das férias.
O 1º Fórum Nacional CACB Mil
teve o apoio da Secretaria Especial da
Micro e Pequena Empresa (SMPE), do
Governo do Distrito Federal (GDF), e
contou com o patrocínio do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Banco do Brasil, Souza Cruz, Certisign, Boa Vista
Serviços e Caixa Econômica Federal.
“O micro e o pequeno
empreendedor têm
que estar muito mais
tempo voltados para
sua capacidade
de produção,
para o aumento
das vendas, e
muito menos
tempo voltados
para burocracia
e pagamento de
imposto. Essa é a
equação”
Abril de 2014
13
HISTÓRIAS DE SUCESSO
Luiza Helena, o mediador
Demétrio Magnoli e Hermes Gazzola
Criadores do Magazine Luiza
e do Grupo Puras indicam os
caminhos do empreendedorismo
Em painel mediado por Demétrio Magnoli, os empresários Luiza Helena Trajano e
Hermes Gazzola destacaram a importância de um bom ambiente de trabalho
C
om exemplos de dedicação
e persistência nos negócios,
Luiza Helena Trajano e Hermes Gazzola, dois dos maiores símbolos do empreendedorismo
brasileiro, encantaram a plateia do 1º
Fórum Nacional CACB Mil, realizado
no Centro de Convenções Ulysses
Guimarães, em Brasília.
Chamada pelo mediador Demétrio Magnoli para o painel Empreendedorismo Vitorioso, Luiza Helena ocupou de imediato a frente do
14
Empresa Brasil
palco para contar detalhes da origem de seu sucesso, que remonta à
longínqua década de 70, no século
passado.
Balconista nos períodos escolares
desde os 12 anos, ela desenvolveu
tino comercial e aos 18 começou a
trabalhar de forma integral no Magazine Luiza, de sua tia Luiza Trajano, de
forma simultânea com os estudos de
direito e administração de empresas
na Faculdade de Franca. Em 1991,
a matriarca Luiza Trajano, perto de
completar 62 anos, endereçou a sua
sobrinha Luiza Helena um bilhete
curto em que a indicava como sua
sucessora no controle da empresa. A
partir de então, aquele magazine não
parou mais de crescer, impulsionado,
sobretudo, pela maneira descentralizada de administrar imposta por sua
nova controladora, fator que acabou
por contribuir para o bom ambiente
de trabalho da empresa.
“Comecei muito nova, mas não
existe uma idade certa, o momento
chega e você percebe”, afirmou a
empresária.
Atualmente, o Magazine Luiza
opera com 613 lojas em 430 cidades
e 21 mil funcionários. Com incremento na receita de 20% em 2012,
chegando a R$ 7,7 bilhões, o Magazine Luiza projetava um faturamento
de R$ 10 bilhões em 2013.
Para a empresária, uma boa parte de seu sucesso deve ser debitada
à política de crédito do governo federal que incentivou o consumo no
Brasil. Hoje – lembrou Luiza –, em
consequência dessa política, o varejo
é o maior empregador do país, tendo
crescido 106% nos últimos dez anos,
bem acima do PIB brasileiro, que
apresentou no mesmo período um
crescimento de 44%.
Citando números, ela mostrou
que o crescimento de consumidores
elevou a competitividade do varejo brasileiro, passando a responder
pela criação de 3,7 milhões de empregos formais nos últimos dez anos
e tornando-se o maior empregador
privado do país. “É por tudo isso que
devemos acreditar no Brasil”, sustentou a empresária.
Luiza Helena: “Comecei muito jovem,
mas não existe idade certa para
empreender; quando chega você sabe”
Gazzola começou servindo 30 refeições/ dia
A vida de Hermes Gazzola começou a mudar quando ele tinha apenas
21 anos – 35 anos atrás – e ouviu uma
conversa entre seu pai, Francisco Gazzola, dono de um pequeno restaurante
em Porto Alegre, e seu Adelino, dono
de uma pequena empresa de transportes rodoviários localizada no mesmo
bairro. “Seu Chico, o senhor não quer
abrir um restaurante lá dentro da nossa
empresa?”, perguntou Adelino. “Gostamos daqui, mas quando chove fica
difícil para todos os funcionários se deslocarem até o restaurante.”
Para a surpresa de Hermes, entretanto, a resposta de seu pai para o
empresário foi negativa. “Você não
está vendo que não dou conta nem
de cuidar disso aqui?”, disse seu Chico
acabando com a conversa.
O dia passou, mas a cena que Hermes presenciara custava a sair de seus
pensamentos. Decidiu, então, ir por
conta própria até o local de trabalho
de seu Adelino e lhe comunicar que ele
mesmo iria organizar a instalação de um
restaurante na sua empresa. Meio desconfiado, Adelino concordou.
O pai de Hermes não gostou da
ideia. O filho era jovem demais e inexperiente. Entretanto, sua mãe, Gema,
pensava diferente e resolveu dar seu
apoio desde a primeira hora. Tanto foi
assim que teve a ideia de lhe ceder a
melhor cozinheira do pequeno restaurante familiar, ao mesmo tempo que
tentava convencer o marido. E assim
foi. Com o apoio de seus pais, Hermes
fundou uma pequena empresa, a Puras, em 1980, para oferecer refeições
prontas para a Companhia Sulina.
Começou com 30 refeições por dia.
No início, acordava diariamente às 5
horas da manhã para comprar os ingredientes das refeições que seriam
preparadas para os seus clientes. Em
cinco anos, já preparava 5 mil pratos
de comida por dia. E não parou de
Hermes Gazzola: “O segredo está na
gestão e no bom ambiente de trabalho”
crescer, até que em 6 de setembro de
2011, por R$1,2 bilhão, dada a falta de
um plano de sucessão para a empresa,
Hermes vendeu 100% da Puras para
o grupo francês Sodexo. Na época, a
Puras contava com 22 mil funcionários,
tendo faturado em 2010 cerca de R$
1,26 bilhão. Atualmente, Hermes Gazzola é o 106º colocado na lista dos bilionários brasileiros da revista Forbes,
com uma fortuna de R$ 1,2 bilhão.
Abril de 2014
15
ECONOMIA
É preciso recuperar a
credibilidade e a consistência
do tripé macroeconômico
Para Eduardo Gianetti da
Fonseca, governo Dilma
criou tantas incertezas em
relação às regras do jogo
que se tornou temerário
investir no país
“É
preciso recuperar a
credibilidade e a consistência do tripé macroeconômico,
com
superávit primário, câmbio flutuante e
autonomia do Banco Central. O Brasil
vai precisar disso, porque houve um
descuido grave com a inflação e há um
colapso de confiança em relação à macroeconomia”, afirmou o economista
Eduardo Gianetti da Fonseca em palestra no 1º Fórum CACB Mil. Acrescentou que o Brasil convive com excessiva
carga tributária e péssima estrutura de
tributos e impostos que pune mais do
que incentiva as atividades como as de
exportação, inovação tecnológica e de
investimento produtivo.
De forma resumida, Gianetti demonstrou como a gestão econômica
do país está sendo mal conduzida
pelo governo. Segundo ele, o governo não soube lidar com a microeconomia. “Em vez de fazer medidas que
valem para todos, o governo passou a
escolher os vencedores. Passou a mudar as regras do jogo da microecono-
Simplificação do sistema tributário é a primeira medida de que o Brasil precisa
mia, de acordo com a pretensão dos
lobbys e de interesses empresariais
que melhor se fazem representados
nos gabinetes ministeriais. Um exemplo se dá em relação à desoneração.
Em vez de ter sido feita de maneira
geral e horizontal, passou-se ao caso a
caso, desonerou para uns, como para
a linha branca e para o setor do automóvel, o que gerou vários problemas
nas cidades brasileiras”, ressaltou.
Giannetti contestou as ações do
atual governo relembrando antigos
presidentes, e falou sobre a gestão
voltada para os negócios em governos
como os de Fernando Henrique Cardoso e Lula. De acordo com Giannetti,
diversas ações e práticas favoreciam o
empresariado brasileiro, como: privatizações; queda de monopólio; fim da
discriminação ao capital estrangeiro;
lei da responsabilidade fiscal; nova lei
de falências, alienação fiduciária, que
aumentou muito a segurança jurídica dos contratos de crédito; políticas
adequadas para o setor elétrico, para
o setor petrolífero, entre outras. “O
país estava melhorando seu ambiente
de negócios e vinha num momento
muito positivo nessa filosofia de horizontalidade. O que nós passamos a
assistir, no entanto, a partir do segundo mandato de Lula e principalmente
agora no governo da presidente Dilma, é a um governo que não cumpre
as metas de superávit primário mais
baixas que ele mesmo determina.”
Outro problema destacado por
Giannetti é a contabilidade criativa,
que segundo o economista é uma
SEGUE >
16
Empresa Brasil
abril/2014 – sebrae.com.br – 0800 570 0800
Qualidade
reconhecida
Foto: Rodrigo de Oliveira
Empresários festejam conquista
do Prêmio MPE Brasil, que
reconhece boas práticas de
gestão nos pequenos negócios
Foto: Rodrigo de Oliveira
Presidente do Sebrae,
Luiz Barretto, na entrega
do Prêmio MPE Brasil
Reconhecimento
Empresas de sete estados
vencem o Prêmio MPE Brasil
Negócios brasileiros foram selecionados entre
93 mil inscritos por ações de melhoria em gestão
AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS
E
mpreendimentos de Alagoas,
Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão entre os vencedores da etapa
nacional do Prêmio de Competitividade
para Micro e Pequenas Empresas - MPE
Brasil 2013. A cerimônia de premiação
foi realizada em março, em Brasília (DF).
Pelo foco na eficiência e na busca por
soluções inovadoras na produção do café, a Fazenda das Almas, de Cabo Verde
(MG), conquistou a categoria Agronegócio.Reconhecida pela capacidade de
mobilizar e engajar seus colaboradores,
2
EMPREENDER / SEBRAE
a Efetiva Informática, de Rio do Sul (SC),
foi vencedora em Comércio. O desenvolvimento de metodologia própria de ensino garantiu à System Idiomas, de Maceió
(AL), a vitória na categoria Educação.Já
a Biotecno, de Santa Rosa (RS), declarada ganhadora em Indústria, mostrou
diferencial pelo esforço em atender e
surpreender o cliente.
Investimentos em processos e sistemas de gestão da informação levaram a
Lab Vita, de Patos (PB), a alcançar o primeiro lugar na categoria Saúde; assim
como o modelo de governança pautado
pela capacitação e desenvolvimento
continuados renderam à Borkenhagen
Contabilidade, de Foz do Iguaçu (PR),
o troféu em Serviços. Direcionada por
indicadores financeiros e de produção,
a Vision System, de Chapecó (SC), foi
reconhecida em Tecnologia da Informação; enquanto o Don Ramon Spa
Relaxante, de Canela (RS), ganhou a
categoria Turismo.
A Ourocar, de Ourolândia (BA), foi
Destaque em Responsabilidade Social.
Eleita também Destaque em Inovação,
a empresa Biotecno, de Santa Rosa (RS),
conquistou espaço no mercado e garantiu patente reconhecida internacionalmente ao desenvolver câmaras para a
conservação de medicamentos. E
Qualidade
Prêmio MPE Brasil 2014
abre inscrições
Direcionada a micro e pequenas empresas,
iniciativa reconhece boas práticas de gestão
AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS
E
stão abertas, até 1º de agosto,
as inscrições ao Prêmio MPE
Brasil, ciclo 2014. Promovida
pelo Sebrae Nacional, Movimento
Brasil Competitivo (MBC) e Gerdau,
com apoio técnico da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), a iniciativa reconhece conceitos inovadores e
boas práticas de gestão em diversos
setores da economia. As inscrições são
gratuitas e podem ser feitas pela internet ou nos pontos de atendimento do
Sebrae espalhados pelo país.
As organizações concorrentes são
avaliadas pela qualidade da administração e capacidade inovadora, por
meio da utilização do questionário de
autoavaliação, tendo como base o Modelo de Excelência da Gestão (MEG),
da FNQ. Mais do que ter o amadurecimento do seu negócio quantificado,
a participação no prêmio incentiva a
adesão a análises mercadológicas e
a visualização de oportunidades em
diferentes nichos.
Além de receber um relatório
personalizado com pontos fortes
e a indicação de oportunidades de
melhoria na gestão, os empreendimentos inscritos participam de
seminários de excelência realizados
em seu estado e têm a oportunidade de aumentar a competitividade e
melhorar seus produtos e serviços,
contribuindo para o desenvolvimento
econômico da sua comunidade.
O volume de empresas interessadas em melhorar sua gestão em 2013
foi 10% superior ao registrado no ano
anterior, reforçando a continuidade na
busca pela excelência da gestão por
parte dos gestores de pequenos negócios. Ao todo, mais de 560 mil empre-
sas já foram impactadas diretamente
pelo prêmio. Conheça e se inspire com
a história das vencedoras nacionais
em www.premiompe.sebrae.com.br
Estão aptos a concorrer empreendimentos com receita bruta anual
de até R$ 3,6 milhões. O MPE Brasil é composto por oito categorias
(Indústria, Comércio, Agronegócio,
Turismo, Tecnologia da Informação,
Saúde, Educação e Serviços, além
dos destaques em Responsabilidade
Social e Inovação).
Para participar, é preciso preencher
o questionário de autoavaliação, uma
metodologia padronizada nacionalmente. Após concluir o processo, as
organizações com melhor desempenho recebem a visita de avaliadores
capacitados e são submetidas a uma
banca técnica. Se premiadas em seu
estado, passam a disputar com organizações de todo o Brasil em cada
categoria. As ganhadoras ganham o
direito de utilizar a marca MPE Brasil
e são reconhecidas como exemplo de
sistema de gestão alinhado aos princípios de excelências mundiais. E
ABRIL DE 2014
3
Financiamento
Operações de crédito
crescem mais nas cooperativas
do que nos bancos
Percentual de aumento foi ainda maior nas cooperativas
parceiras do Sebrae que atendem os pequenos empresários
Priscila Mendes
AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS
A
s cooperativas de crédito estão
se tornando uma opção atraente
para pequenos negócios terem
acesso a empréstimos e financiamentos.
O volume de recursos e o total dessas
operações negociados com micro e
pequenas empresas cresceram proporcionalmente mais nas cooperativas de
crédito do que no sistema bancário.
Entre 2012 e 2013, o aumento das
operações via cooperativa de crédito
foi de 23,8%, frente a 5,7% de alta nas
demais instituições financeiras. Entre
as 185 cooperativas participantes do
projeto Fomento a Boas Práticas entre
Cooperativas de Crédito, conduzido pelo Sebrae, o aumento foi ainda maior:
28,9%, segundo dados do Banco Central.
No ano passado, as cooperativas
de crédito responderam pelo aporte
de R$ 9,5 bilhões para os pequenos
negócios. Aquelas que contam com
apoio do Sebrae registraram R$ 6,5
bilhões em saldo de operações de
crédito do total negociado por elas
4
EMPREENDER / SEBRAE
com o segmento de pequeno porte.
O atendimento diferenciado e o custo
menor propiciado pelas cooperativas
de crédito são fortes atrativos para
micro e pequenas empresas.
“Com uma gestão voltada para a
excelência, micro e pequenas empresas vêm conseguindo tornar o serviço
financeiro um aliado estratégico na hora de expandir ou modernizar um determinado negócio”, diz Carlos Alberto
dos Santos, diretor-técnico do Sebrae.
O Sebrae desenvolve há três anos
o projeto Fomento a Boas Práticas entre Cooperativas de Crédito. A ideia é
fortalecer a relação das cooperativas
com micro e pequenas empresas ao
facilitar o acesso a crédito, o que deve
reflete em mais competitividade.
Isso tem sido feito por meio de
intercâmbios técnicos para troca de
conhecimento e verificação in loco de
produtos, serviços, formas de gestão
e governança. Feito esse diagnóstico,
são implementadas medidas de adequação às necessidades dos micro
e pequenas empreas. A iniciativa já
beneficia mais de 200 mil pequenos
negócios direta ou indiretamente.
Caso bem-sucedido
A adesão de Minas de Gerais é um
exemplo de sucesso do projeto, que foi
o motor para impulsionar 23 cooperativas no estado, a exemplo da SicoobSaromcredi, no município de São Roque
de Minas. Ela conta com agências em
mais de seis cidades do Oeste de Minas,
que atendem pessoas jurídicas desde
2004. O número de associados (pessoas jurídicas) da Saromcredi cresceu
mais de 70%, desde que passou a integrar o projeto do Sebrae.
“Naquela época, a cooperativa sequer
tinha produtos adequados às empresas.
Mas o Sebrae, em parceria com a associação comercial, trouxe palestrantes para tratarem de temas como adequação,
boas práticas de gestão, formalização
de negócios. Então, descobrimos o microcrédito. Foi um aprendizado tanto internamente, para a cooperativa, quanto
para as empresas”, conta João Carlos
Leite, presidente da Saromcredi. E
C o nq u i s ta
Bordado Filé vira Patrimônio
Imaterial de Alagoas
Registro foi solicitado por oito associações de
artesãs apoiadas e orientadas pelo Sebrae
Agência Sebrae de Notícias / AL
O
Bordado Filé foi registrado como patrimônio imaterial alagoano. A decisão unânime foi
concedida por meio de uma reunião no
Museu da Imagem e do Som (MISA),
do Conselho Estadual de Cultura de
Alagoas, em março deste ano.
O registro foi solicitado por oito
associações de artesãs apoiadas e
orientadas pelo Sebrae em Alagoas.
Elas estão localizadas no entorno do
complexo lagunar Mundaú-Manguaba,
abrangendo os municípios de Maceió
e Marechal Deodoro.
Vanessa Fagá Rocha, gerente de Turismo e Economia Criativa do Sebrae
em Alagoas, declarou que o momento
é muito especial. “Esse reconhecimento
do Conselho de Cultura do Estado representa um passo importantíssimo
para cada artesã que produz o Bordado
Filé. É o registro de um patrimônio que
vem sendo feito com dedicação, arte
e criatividade há gerações”, afirmou.
“Esse reconhecimento alavanca os
produtos desses artesãos, tirando-os
da obscuridade e do esquecimento”,
sebrae.com.br
facebook.com/sebrae
ressaltou Marta Melo, consultora do
Sebrae em Alagoas, ao declarar que a
instituição entende que o filé é um dos
maiores ícones da cultura alagoana.
A presidente do Instituto Bordado
Filé, Edlene Maria Xavier, reforça a
importância do reconhecimento. “Estamos muito felizes, esperávamos por
isso há muito tempo. Inclusive, temos
algumas parcerias que vão além do
nosso mercado estadual, como aquela
com a grife Cantão, que nos contratou novamente para fazer as peças
do showroom da marca para o verão
2015”, explicou a artesã.
Patrimônio Imaterial
Patrimônio Cultural Imaterial é uma
concepção que abrange as expressões
culturais e as tradições que um grupo
de indivíduos preserva em homenagem à sua ancestralidade, para as
gerações futuras. Como exemplos
podem-se citar os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças
populares, lendas, músicas, costumes
e outras tradições. E
twitter.com/sebrae
youtube.com/tvsebrae
Foto: Luiz Eduardo Vaz
O bordado filé é tradicional no artesanato
de Alagoas e está presente em peças de
vestuário e decoração
plus.google.com/sebrae
ABRIL DE 2014
5
D e s e n v o lv i m e n t o
Pequenos negócios impulsionam
economia das cidades
Ao adquirir dos pequenos negócios locais, a prefeitura evita a
transferência de recursos para outros municípios mais ricos
Agência Sebrae de Notícias
O
desenvolvimento local e territorial e a criação de um ambiente favorável para os pequenos
negócios nos municípios por meio da
implementação da Lei Geral da Micro
e Pequena Empresa foram abordados
no Encontro Nacional de Municípios,
realizado em março, em Brasília (DF). O
evento foi promovido pela Associação
Brasileira de Municípios (ABM) e contou
com o apoio do Sebrae.
Durante o evento, o presidente do
Sebrae, Luiz Barretto, destacou que os
pequenos negócios têm relação direta
com o desenvolvimento dos municípios
brasileiros. “Por meio deles, você tem a
geração de emprego e de renda, a fixação
do dinheiro localmente e a geração de impostos”, afirmou.
Barretto ressaltou o esforço que o
Sebrae tem empreendido para implementar a Lei Geral nas cidades brasileiras, com especial atenção às compras
governamentais. “Os mais de 5 mil municípios têm que entrar definitivamente
nessa agenda para que a gente possa
ampliar e desenvolver o mercado para
as pequenas empresas”, disse.
6
EMPREENDER
Atualmente, 720 administrações municipais fazem licitações específicas para
micro e pequenas empresas e outras 355
contratam até 30% de empreendimentos desse porte na construção civil para
realizarem suas obras. A receita desse
tipo de empresa com as administrações
municipais atinge R$ 17 bilhões.
Prêmio Prefeito Empreendedor
Em 2014, o Prêmio Prefeito Empreendedor
completa 14 anos. A premiação tem o objetivo de reconhecer e premiar os prefeitos
que promovem o desenvolvimento econômico e social de seus municípios por meio
do incentivo aos pequenos negócios locais.
O objetivo do Sebrae com a premiação é incluir o empreendedorismo definitivamente
na agenda da gestão municipal, a exemplo
da saúde, da educação, da segurança e da
infraestrutura.
Entre as novidades que a VIII edição
traz estão as categorias que irão premiar
os projetos que exploram as oportunidades geradas pelos eventos esportivos
para os pequenos negócios e os projetos
que estão em fase de desenvolvimento
pelos prefeitos que assumiram recentemente as suas funções. E
Foto Andre Telles
Estudos demonstram que cada real
gasto pelo governo municipal alavanca
R$ 0,70 a mais na economia
INFORME SEBRAE. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto.
Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e
Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Fone: (61) 3348- 7494
maquiagem grosseira da realidade do
quadro fiscal do país. Em um exemplo,
destacou: “Imagine você, o Tesouro
emite uma dívida, pega o dinheiro e
transfere para uma estatal. A estatal
pega esse dinheiro e paga dividendo
para o Tesouro, que vai lá e contabiliza como receita para cálculo do superávit primário. Ou seja, é maluquice. É
o equivalente a você ter dinheiro num
bolso da calça, passar para o outro, e
dizer que você ganhou”.
Ele mostrou também as ambivalências do atual governo, que estatiza
e interfere negativamente nas duas
maiores estatais: a Petrobras e a Eletrobrás, e enfatizou que o governo retira
do setor privado brasileira, 40% do PIB
através da carga tributária e devolve,
em investimentos, apenas 2,5%.
“Barbeiragem”
Sobre inflação, o economista disse
que “uma barbeiragem foi cometida.
No sistema de meta de inflação, se o
centro da meta não é pra valer as coisas não acontecem. Se as pessoas não
acreditam que o centro tem credibilidade e que vai ser cumprido, o teto vira o
centro. Esse governo no Banco Central
deu a entender que perto do teto estaria de bom tamanho. Perderam a ancoragem das expectativas. O teto virou o
novo centro. E aí, o controle de preços
começa a ir para o corpo a corpo, o
que é um grande retrocesso”.
Ele falou sobre a Argentina, que
começou a controlar o preço da inflação segurando o preço da gasolina,
forçou o preço de energia elétrica a
cair e segurou os preços do transporte
coletivo, o que só piorou a situação do
país. Giannetti citou o analista americano Martin Mayer a com frase: “A arte
do Banco Central é em grande medida jogo de cena”. Giannetti acredita
que o governo Dilma “não entendeu
o jogo de cena, e não soube fazer
com que as pessoas acreditassem que
o centro da meta da inflação fosse
pra valer. Comunicou que no teto da
meta estaria bom, e não está. Este ano
a inflação irá passar do teto, e a população começa a sentir isso no bolso”.
Para Giannetti, o Brasil não chegou
ao ponto da Argentina ou da Venezuela, mas não está longe dos emergentes. Fez uma radiografia das causas dos problemas do país e disse que
mesmo com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a taxa de
crescimento do país é a mais baixa da
história republicana desde Floriano Peixoto e Collor de Mello: média de 2%.
Sobre o câmbio, o economista
afirmou que atualmente já não há entendimento. “Quando o câmbio ficou
muito valorizado, o governo interviu
e criou o IOF e outros impostos, restringiu a entrada de capitais, e disse
que haveria comprometimento com o
câmbio em certo patamar. Aí quando
a inflação começou a incomodar, eles
vêm e dizem que o câmbio volta a ser
flutuante. Ninguém mais sabe como
funciona o sistema cambial no Brasil.”
O economista afirmou, ainda, que
“a simplificação do sistema tributário
é a primeiríssima medida que o Brasil precisa ter, mas para todos. Não é
mudando no caso a caso, negociando
a cada ano se vai ter aquilo ou isso,
desoneração ou não. Na cabeça do
empresário, se não houver confiança
e previsibilidade fica difícil emplacar
recursos em projetos de longo prazo.
Afinal, ele não sabe o que é que pode,
ou não, estar valendo daqui a pouco”.
“O Tesouro emite
uma dívida, pega o
dinheiro e transfere
para uma estatal.
A estatal pega esse
dinheiro e paga
dividendo para o
Tesouro, que vai
lá e contabiliza
como receita
para cálculo do
superávit primário.
É o equivalente a
você ter dinheiro
num bolso da
calça, passar para
o outro e dizer que
você ganhou”
Abril de 2014
17
MEIO AMBIENTE
O tempo do planeta é outro,
mas o nosso despertar começou
O economista Sérgio Bessermann Vianna plantou a
semente da reflexão sobre as escolhas decorrentes dos
impactos ambientais que o planeta vem sofrendo
18
Empresa Brasil
S
ó existe uma ciência: a ciência da História. Citando uma
frase de Marx e Engels, o
presidente da Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável
da Prefeitura do Rio, economista Sérgio Bessermann Vianna, plantou uma
semente nova na plateia de 2 mil empreendedores reunida no 1º Fórum
CACB Mil, em Brasília. As ideias de
Bessermann, um dos maiores especialistas em sustentabilidade no país,
ex-presidente do IBGE e ex-diretor
do BNDES, serviram de gancho para
uma reflexão sobre o futuro sustentável e, especialmente, sem muito custo e sofrimento em decorrência das
mudanças climáticas.
Definindo como certo e real o aumento de 2ºC no planeta (no máximo
em 30 anos), Bessermann lembrou que
a potencialidade de recuperação do
planeta é ilimitada porque o tempo da
natureza é diferente do nosso tempo.
São milhões de anos, onde o planeta
já sofreu 33 extinções fortes, 15 muito
fortes e 15 apocalipses. “A vida se recompõe sempre”, disse ele.
O impacto ambiental de agora
vai repercutir em nós na forma de
custo e sofrimento. “Precisamos
escolher se queremos aumento de
4ºC ou 2ºC (que já é inevitável) para
transformar nossa política econômica e nossos ativos.” O economista pautou sobre a necessidade de
pensar no futuro definindo o grande
ponto de reflexão nas nossas escolhas,
pois a partir delas saberemos o impacto na vida do planeta.
O século XXI, segundo o especialista, começou no dia 2 de fevereiro de
2007 – não porque nessa data foi divulgado o Painel Intergovernamental
para Mudança Climática (IPCC), mas
porque ele definiu com maior segurança as estimativas e um grau maior
de conhecimento sobre os impactos
do aquecimento global em territórios
cada vez menores, como cidades, bacias hidrográficas, biomas, etc.
Pela primeira vez na história da
civilização iniciou-se um processo político e cultural. Em todas as cidades
da terra, em todos os cantos do planeta, algo que não existira surgiu: a
opinião pública mundial e a semente
da sociedade civil prestaram atenção
ao relatório de uma rede global de
cientistas trabalhando para a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o aquecimento global.
Assim, a história deste século é
esta: criar um novo desenvolvimento
que seja consistente com os limites
dos bens e serviços que a natureza do
planeta renova e nos oferta. “Trata-se
de valorar nas contas nacionais e na
contabilidade de custos das empresas
esses serviços”, enfatizou.
A mudança
global do clima
estará no centro
da agenda deste
século e implicará
profundas
transformações
econômicas,
políticas, sociais e
no pensamento da
humanidade
É preciso reduzir as emissões de CO2
Despertada para o problema,
a humanidade, preocupada, vive o
dilema apresentado nos cenários do
Painel Intergovernamental para Mudança Climática (IPCC): é extremamente perigoso admitir um aumento da temperatura superior à faixa
entre 2,0 e 2,4ºC. Neste patamar,
enfatizou o professor Sérgio Bessermann Vianna, os riscos passam a
considerar consequências como entre 1 a 4 bilhões de pessoas sofrendo
de crescente falta de água, quedas
sucessivas de rendimentos agrícolas,
comprometimento irreversível da
maior parte da floresta amazônica,
desaparecimento das geleiras, duas
centenas ou mais de milhões de refugiados ambientais e muitas outras
igualmente impactantes.
Há também outras possibilidades, como uma aceleração da crise
da biodiversidade com a extinção de
15 a 40% de todas as espécies existentes, a liberação do imenso estoque de metano (gás 21 vezes mais
potente como causador do efeito
estufa do que o dióxido de carbono).
Para evitar um aquecimento superior a 2,4ºC, explicou Bessermann,
será preciso reduzir, até 2050, o fluxo
anual de emissões de gases do efeito
estufa em mais de 50% em relação
aos níveis registrados em 1990. “Essa
é a única forma de estabilizar as concentrações desses gases na atmosfera em menos de algo em torno de
500 pp, CO2 equivalentes, consistentes como um aquecimento até algo
em torno dessa temperatura”, disse.
O enfrentamento da mudança
climática é um processo de grande
complexidade e sua análise precisa
ser feita no contexto dos processos
decisórios da economia, política e
geopolítica mundiais.
Abril de 2014
19
TRIBUTOS
Reunião foi realizada
em programação paralela
em 2 de abril, durante o
1º Fórum Nacional CACB Mil
Departamentos jurídicos debatem
Código do Contribuinte brasileiro
Proposta que
tramita na Câmara
dos Deputados
regulamenta
fiscalização da
Fazenda
20
Empresa Brasil
T
razer maior proteção ao
contribuinte brasileiro é o
objetivo do Projeto de Lei nº
2.557/2001, de autoria do
deputado federal Laércio Oliveira,
que palestrou para os representantes dos Departamentos Jurídicos do
sistema CACB. Estiveram presentes
advogados das associações e Federações, representando os estados de
Santa Catarina, Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Distrito Federal, Rio Grande do
Norte, Sergipe e Paraná. A reunião
foi realizada em programação paralela em 2 de abril, durante o 1º Fórum
Nacional CACB Mil.
Proteger o contribuinte do exercício do poder abusivo e regulamentar
a fiscalização por parte do Ministério
da Fazenda são as bandeiras do Código do Contribuinte, que já foi adotado
regionalmente em pelo menos quatro
estados: Santa Catarina, São Paulo, Ceará e Minas Gerais. A intenção, agora,
é implementar a lei nacionalmente.
O deputado falou de sua experiência como empresário e parlamentar defensor de projetos de lei que
protejam o exercício empresarial
de impostos e excessos burocráticos, que prejudicam os pequenos
empreendedores. “A ideia não é
defender o mau contribuinte, mas
não posso admitir que o empresário, quando chega à Receita Federal, seja tratado com desdém ou
como bandido”, disse.
Além de regulamentar as obrigações, direitos e garantias do contribuinte brasileiro, a proposta deve
trazer mais transparência e qualidade nas relações entre a Fazenda e o
contribuinte. “O Código do Contribuinte é uma necessidade para a
classe empresarial, porque existem
muitas demandas que precisam ser
encaminhadas para os órgãos fiscalizadores do governo, porém, quase
sempre, o poder está apenas de um
lado”, afirma Laércio Oliveira.
Um dos pontos mais importantes da proposta do deputado é obrigar o fisco a responder a consultas
feitas pelos contribuintes sobre informações que julgar relevantes. O
texto garante, por exemplo, a igualdade de tratamento e o acesso a informações pessoais e econômicas,
que estejam registradas nos órgãos
da administração tributária federal,
estadual, distrital ou municipal. A
proposta defende ainda o direito
à obtenção de certidão sobre atos,
contratos, decisões ou pareceres de
interesse do contribuinte em poder
da Administração Pública, salvo se a
informação for protegida por sigilo.
Quanto à proteção dos direitos, o
autor do projeto ressaltou que o texto
não trata de legislação tributária, visto que só poderia ser feito por meio
de lei complementar, contudo dispõe
sobre a proteção dos direitos fundamentais do contribuinte. “Procurei
fugir de questões tributárias, então,
quando escrevi o projeto, tentei criar
um ambiente que permitisse positivar
direitos e garantias, sem mencionar o
tipo de contribuinte”, explicou.
A proposta de Laércio Oliveira
também cria o Conselho Federal de
Defesa do Contribuinte (Codecon),
que será composto, de forma paritária, por representantes dos poderes
públicos, de entidades empresariais e
de classe. Entre suas funções está a
de receber e analisar as reclamações
dos contribuintes.
Atualmente, o texto, que tramita
em caráter conclusivo na Câmara, encontra-se aguardando parecer do relator Guilherme Campos, na Comissão
de Finanças e Tributação (CFT), após
ter sido aprovado por unanimidade na
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. A próxima etapa
é conseguir aprovação da Comissão
Constituição e Justiça e de Cidadania.
Além de
regulamentar
as obrigações,
direitos e
garantias do
contribuinte
brasileiro, a
proposta deve
trazer mais
transparência e
qualidade nas
relações entre a
Fazenda e o
contribuinte
Código do Contribuinte no exterior
A legislação já foi adotada por diversos países, como os Estados Unidos,
por meio da Taxpayer Bill of Rights II,
de 30 de julho de 1996; e a Espanha,
pela Ley de Derechos y Garantias de
los Contribuyentes, de 26 de fevereiro de 1998. França, México, Canadá,
Venezuela, Austrália e Peru também já
adotaram a proteção ao contribuinte.
Abril de 2014
21
LEGISLAÇÃO
Nova Lei pune
empresa que
corromper o
poder público
Evento realizado no
encontro de departamentos
Jurídicos, durante a
programação paralela
do 1º Fórum Nacional
CACB Mil, debateu a nova
Lei Anticorrupção
E
m vigor desde 29 de janeiro,
a Lei Anticorrupção foi tema
de debate realizado no encontro de Departamentos
Jurídicos, durante a programação
paralela do 1º Fórum Nacional CACB
Mil, em 2 de abril. O advogado Murilo Gouvêa dos Reis, que ministrou a
palestra, alertou que a lei é perigosa
para entidades empresariais, advogados e todos aqueles que negociam
com o Estado. “Temos aqui um peri-
22
Empresa Brasil
go que já entrou na nossa casa e ninguém percebeu ainda”, alertou.
Sancionada em agosto de 2013, a
Lei 12.846, mais conhecida como Lei
Anticorrupção, estabelece responsabilizações às empresas em casos de lesão
à administração pública por fraudes ou
corrupção. As empresas condenadas
podem pagar multas de 0,1% a 20%
do faturamento bruto da companhia.
Se não for possível fixar a sanção com
base nesse critério, o valor poderá ir de
R$ 6 mil a R$ 60 milhões, sendo que
esta pena não exclui a obrigação de a
empresa reparar integralmente o prejuízo causado aos cofres públicos. A decisão condenatória deverá ser publicada
em veículos de comunicação de grande circulação, dando publicidade ao
fato às custas da própria condenada.
Além disso, o nome da empresa ainda
será inscrito no Cadastro Nacional de
Para o advogado
Murilo Gouvêa dos
Reis, lei é vaga ao
estabelecer os atos
lesivos que podem
levar à punição
da empresa
Empresas Punidas (CNEP), criado pela lei.
Gouvêa explica que a lei se aplica a toda personalidade jurídica que
transacione com o Poder Público.
“Não se trata de uma lei penal, e
sim administrativa. Ela se aplica a
pessoas jurídicas, ou seja, associações comerciais e confederações,
por exemplo, estão inclusas. Então,
se a confederação costuma pegar
dinheiro do Estado, mesmo que não
haja nada de errado nisso, ela está
sujeita a essa lei. Independentemente da existência de uma lei penal que
se aplique à pessoa física que cometeu o ato, agora existe uma legislação que se aplica à pessoa jurídica.”
Atos lesivos e sanções
Para o advogado palestrante, a
Lei Anticorrupção é vaga ao estabelecer os atos lesivos que podem levar
à punição da empresa. “Um dos
artigos diz que ‘impedir, perturbar
ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público’ configura ato lesivo.
Se o empresário entrar com pedido
de explicação no dia do certame licitatório, e isso vier a impedir ou
perturbar, estará incorrendo em
ato lesivo. Pode parecer divagação
ou viagem, mas na mão de um advogado hábil não vai ser nem divagação, nem viagem”, afirma.
Outro ponto levantado pelo
palestrante foi o risco dos agentes
fiscalizadores. De acordo com a lei,
são fiscais entidades do Estado,
como o Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Polícia Federal,
entre outros. “Mas também incluíram como fiscal aquele que não
venceu a licitação. Isso é difuso,
todo mundo pode fazer uma denúncia”, reclama.
Entre outras sanções, a empresa
pode ter o perdimento dos bens, direitos ou valores obtidos da infração;
suspensão ou interdição parcial de
suas atividades; e proibição de receber incentivos, subsídios ou empréstimos de órgãos, pelo prazo mínimo
de 1 e máximo de 5 anos. No entanto, o que mais preocupa Gouvêa é a
dissolução compulsória da pessoa jurídica. “Isso nunca aconteceu no Brasil. Com essa lei, o juiz, bem ou mal
preparado, vai poder dissolver compulsoriamente a pessoa jurídica.”
Acordo de leniência
O acordo de leniência é semelhante à delação premiada. A pessoa jurídica que adere ao acordo se
dispondo a colaborar na investiga-
ção do caso pode ter sua pena administrativa reduzida, contudo ela
deve ser a primeira a se manifestar
perante o órgão fiscalizador. “Se
o órgão ficar sabendo por outros
meios, o empresário já não pode
mais fazer acordo. Se eu tenho
uma empresa, e meu advogado
terceirizado suborna para ganhar
uma licitação, eu tenho que denunciar. Se eu não souber, podem
entender que eu sabia e não denunciei. Então, o empresário fica
obrigado a estar ciente e, se não
estiver ciente, tem que provar que
não teve envolvimento no ilícito. É
uma prova muito difícil de ser feita”, explica Gouvêa.
Entre os efeitos do acordo
de leniência, o advogado destaca a criação de um programa de
compliance. “É um atenuante de
sanções, que cria na empresa um
programa de acompanhamento e
vigia. Segundo a lei, ter esse programa já alivia a multa”, esclarece.
O compliance é um conjunto de
técnicas que transformam princípios de governança corporativa em
atitudes. Ele inclui um processo de
revisão de toda a informação fiscal, contábil e operacional da pessoa jurídica, além de avaliar riscos,
rentabilidade e vulnerabilidades,
para, então, desenvolver métodos
e soluções práticas e específicas
para cada tipo de organização.
Algo que pode estar presente em
todo tipo de empresa é o Canal de
Denúncias e o Código de Conduta, porém é importante que haja
o convencimento dos funcionários
em obedecer e agir nos limites das
soluções formuladas.
Origem da lei
A partir da década de 1970,
os Estados Unidos vivenciaram
uma série de escândalos de
corrupção, como o caso Watergate, que levou à renúncia do
presidente Richard Nixon, e o caso
da Lockheed Aircraft Corporation,
fabricante de aeronaves que chegou a gastar U$ 22 milhões em
propina com agentes do governo
que facilitavam a compra de aeronaves para a empresa.
Os escândalos geraram
investigações e chegou-se à
informação de que 450 empresas grandes praticavam com frequência o suborno. Como não
havia legislação, as empresas
não podiam ser sancionadas.
A lacuna legislativa gerou, então,
a criação da Foreign Corrupt
Practices Act, aprovada em 1977.
Consequências da corrupção
Em relatório apresentado pela
Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo (FIESP), em 2013, foi
constatado que as consequências
da corrupção são a redução da
eficiência do gasto público e o desestímulo ao investimento privado.
Ao reduzir a atratividade do investimento produtivo, a corrupção gera
consequências negativas sobre o
PIB per capita, a competitividade e o
potencial de crescimento da economia. Além disso, o custo médio da
corrupção no Brasil, em 2010, foi
estimado entre 1,38% a 2,3% do
PIB, valor estimado entre R$ 50,8
bilhões e R$ 84,5 bilhões.
Abril de 2014
23
TECNOLOGIA
Empresa sem presença digital
perde relevância para o mercado
Painel mostrou que as
novas tecnologias trazem
diversos benefícios
para o empresariado,
mas também podem
significar ameaças caso
não saibam usá-las
corretamente
24
Empresa Brasil
“O
empresário
deve
aprender a se comunicar com o cliente,
independentemente
do formato que ele queira usar.” Foi
o que afirmou Dourival Dourado, Presidente da Boa Vista Serviços, no painel Novas Tecnologias, apresentado
durante o segundo dia do 1º Fórum
Nacional CACB Mil.
O empresário instigou o público
ao dizer que hoje a empresa que não
possui presença digital perde relevância gradativamente para o mercado e
para os clientes. De acordo com ele,
as novas tecnologias trazem diversos
benefícios para o empresariado, mas
também podem significar ameaças
caso não saibam usá-las corretamente. “É preciso se adequar. Pode
ser uma loja física, uma venda indireta, um call center, delivery, através
de aplicativos para celular, correios,
mídia social, você tem que estar preparado para dar ao cliente essa experiência de compra, serviço e suporte
em todos os canais.”
O presidente da Boa Vista Serviços revelou, ainda, que atualmente
se movimentam no Brasil aproximadamente 30 bilhões de reais no que
diz respeito a compras pela internet.
“É um mercado que se expande e
cada vez mais seguro para realizar
transações financeiras. Hoje essa infraestrutura tecnológica é cada vez
mais ampla, porque não existem
fronteiras na internet, pode-se vender em qualquer região e de várias
formas. Se você não está presente
nesse ambiente, você está perdendo
oportunidade de fazer negócio.”
Outro foco se deu nas tecnologias
móveis. “Entendemos que no futuro
tudo se dará por aplicações nesses
dispositivos, inclusive aquilo que fazemos em estabelecimentos físicos.
Portanto é inexorável a utilização
dessas ferramentas que trazem um
mundo enorme de oportunidades”,
explica Dourival.
No entanto, também existem
preconceitos e desafios que devem
ser vencidos pelas tecnologias que
a internet proporcionou. Paulo Ijima
explicou que “há problemas como o
preenchimento de dados bancários,
que ainda traz insegurança ao cliente. Outro desafio é o da logística e
distância no que diz respeito à entrega e troca de produtos, e a relação
empresa e cliente via mídias sociais,
que pode fazer ou destruir a imagem
da empresa de maneira muito rápida”, ressalta.
Uma pesquisa de 2013 da Folha
de S.Paulo revelou que 58% dos
usuários do comércio eletrônico preocupam-se com a segurança. O pagamento e o recebimento de produtos são os itens nos quais os clientes
são mais cautelosos. Ijima explica
que “quando o cliente vai comprar
na internet ele quer a certeza de
que o produto vai chegar, e de que
seus dados bancários estão seguros.
Por que não informar ao cliente o
tempo de entrega do produto quando ele informar o CEP, por exemplo?
Ou um selo de segurança que explique que os dados estão seguros, que
foram criptografados”, afirma.
Dourival Dourado lembrou que
a relação empresa-cliente não se encerra após a compra e destacou que
“é justamente nesse momento que
se inicia o processo de fidelização, a
depender da experiência pós-venda”.
Paulo Ijima apresentou, ainda,
outras tecnologias que causam grande impacto no comércio eletrônico.
O HumanWeb, por exemplo, é uma
nova tendência bastante voltada
para a colaboração. “A gente não
só recebe informação, mas também
colabora, inserindo dados na rede.”
Ele exemplificou falando do aplicativo Waze, no qual os usuários inserem
informações sobre o trânsito, permitindo que as demais pessoas tenham
conhecimento sobre o tráfego em
diferentes lugares da cidade.
Outra tecnologia interessante é a
Cloud Computer, que faz com que
todas as empresas possam ter acesso a recursos de computação. “Não
é necessário mais fazer investimento,
financiamento para comprar computadores, o seu banco de dados. Pode-se utilizar o serviço da Boa Vista e ter
acesso a todo ambiente tecnológico
na nuvem, ou seja, num modelo de
tarifação em que se paga pelo uso”,
afirma Dourival.
Há também o Consumer Driven
Organization, outra tendência recente
que utiliza os dados do consumidor
de forma estratégica. “É uma organização voltada para os hábitos de consumo dos clientes”, explicou Ijima.
“Não existem
fronteiras na internet;
pode-se vender em
qualquer região e de
várias formas. Se você
não está presente
nesse ambiente,
você está perdendo
oportunidade
de fazer negócio”
Tecnologia e estratégia
devem estar alinhadas
Outras diversas formas de
tecnologia foram apresentadas no
painel. O Big Data, por exemplo,
é um aplicativo que faz um uso
inteligente de todas as informações coletadas por meio desses
canais de relacionamento com o
cliente. “Toda vez que você ativa
o GPS no seu celular, ou acessa
um vídeo no YouTube, você gera
dados e informações que podem
ser armazenados e tratados pela
nossa empresa. Então podemos
conhecer melhor o usuário desses
dispositivos e a partir daí estabelecer uma nova relação com o
cliente”, explicou Dourival.
Outras tecnologias de análise,
como o Self Apps, e o Collaborative Cloud, também foram
apresentadas no painel. Antes de
finalizar sua apresentação, Ijmia
ressaltou aos empresários que
“toda iniciativa de tecnologia
deve estar alinhada com as estratégias que você planejou para
seu empreendimento”.
Abril de 2014
25
COPA 2014
Caio Cibella:
“Precisamos
aproveitar ao
máximo os
benefícios da
Copa 2014 para
incentivar nossa
economia”
Competição deverá injetar R$ 112,7
bilhões na economia brasileira
A estimativa é da consultoria Ernst & Young, segundo dados divulgados durante a
programação do1º Fórum Nacional CACB Mil no painel Turismo X Copa do Mundo 2014
C
om o objetivo de incentivar
um melhor aproveitamento
de oportunidades no setor,
o 1º Fórum Nacional CACB
Mil realizou o painel Experiência em
Serviços – Turismo X Copa do Mundo
2014, com Caio Luiz Cibella de Carvalho, professor da FGV/EAESP, e Guilherme de Almeida Freire, diretor de
relações institucionais da Associação
Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
Para o setor, o aumento no fluxo
turístico seria responsável por receitas
adicionais de até R$ 6 bilhões para as
empresas brasileiras. Caio Luiz Cibella
26
Empresa Brasil
de Carvalho destacou que os preparativos para a Copa, como a qualificação de pessoas, já trazem um legado. “Quando se fala em legado de
megaevento, se pensa em melhorar a
infraestrutura básica, esportiva, incremento da base tributária, fluxo turístico, incremento do setor de comércio e serviços. Desse modo, o evento
não contamina somente a cidade
onde acontece, mas o país. Sem dúvida nós teremos tempo ainda para
seduzir o imaginário daqueles que
vêm nos visitar. E eles se forem bem
tratados voltarão. Portanto, existe um
impacto indireto muito grande.”
Guilherme de Almeida Freire, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira das Empresas Aéreas
(Abear), tratou da questão aeroportuária, mas destacou que “quando
se trata de economia, o comércio, o
shopping, a casa de espetáculo, todos ganham”.
No total, a Copa do Mundo 2014
deve gerar quase 930 oportunidades
de negócios para micro e pequenas
empresas nas 12 cidades-sede em
todas as regiões do Brasil. Conforme
estimativas da Ernst & Young, em par-
ceria com a Fundação Getulio Vargas
(FGV), o valor investido em obras de
infraestrutura e organização do país
será de R$ 22,46 bilhões. Adicionalmente, a competição deverá injetar
R$ 112,79 bilhões na economia brasileira, com a produção em cadeia de
efeitos diretos, indiretos e induzidos.
Estima-se que, no período de 2010 a
2014, estejam sendo movimentados
R$ 142,39 bilhões adicionais no país.
Caio Luiz Cibella destacou que
“os jogos e grandes eventos devem
estar a serviço da cidade, das pessoas
que vivem nela e da economia local,
e não o inverso. Precisamos aproveitar ao máximo para alavancar nossa
economia”. De acordo com ele, cada
estado sede arcou com uma divida
média de R$ 450 milhões do BNDES.
Lembrou que o Brasil é um país continental que depende de mobilidade
urbana e transporte aéreo. “Nós temos a questão da mobilidade urbana, a infraestrutura, e se algumas cidades vão ganhar mais e terão novos
momentos após a Copa e as Olimpíadas, a verdade é que nós temos que
correr muito ainda pra tirar da gaveta
e aprovar muitos dos projetos que
estão em andamento. Dependemos
de transporte aéreo para o deslocamento acontecer, para a economia
se movimentar, mas o fato é que as
obras dos aeroportos estão correndo
atrás do tempo perdido.”
De acordo com Guilherme de Almeida, 67,8 mil voos serão oferecidos
para o mundial, dos quais 16 mil de
voos extras. No total, serão 7,2 milhões de assentos de aeronaves para
as cidades que irão sediar a Copa do
Mundo, o que representa um aumento de oferta em assentos de 9,7%.
Guilherme de Almeida:
“Um total de 67,8 mil voos
serão oferecidos para o mundial,
dos quais 16 mil de voos extras”
Gasto médio do turista será de US$ 5 mil
No painel foi feita, ainda, análise de dados de países que já sediaram
a Copa do Mundo, como África do Sul, que não teve bons resultados.
Lá, o número de empregabilidade, que era estimado em 695 mil pessoas para o período da Copa, diminuiu para 627 mil. Já a Coreia teve
uma injeção de mais de US$ 1,350 bilhão no comércio por conta da
realização da Copa em 2002, juntamente com o Japão. Na Alemanha
foram gerados mais de US$ 2,5 bilhões de pernoites em hotéis. A receita dos hotéis aumentou em 3,4%. O PIB do país no segundo semestre
de 2006, quando houve o evento, aumentou mais de 2%, e mais de
185 mil empregos adicionais foram gerados em função da Copa.
Na Copa da África, de acordo com pesquisa da FGV, o gasto médio
do turista de permanência foi de aproximadamente R$ 11 mil, o que
representa cerca de US$ 5 mil. “Se isso se repetir aqui, e deveremos ter
um número ainda maior, nós vamos chegar a algo em torno de US$
1,8 bilhão, e obviamente que muitos desses gastos vão acontecer nos
estabelecimentos de micro e pequenos empresários”, esclarece Caio.
No Brasil, segundo Caio Cibella, a Copa 2014 deverá atrair pelo
menos 400 mil visitantes estrangeiros.
Abril de 2014
27
MAIS UMA UPA
Sala Vermelha
Sala de Coleta
O GDF acaba de entre
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a 24
horas por dia e atende especialidades como clínica méd
édiica, ped
e iatria, odontologia e exames. Com capacid
dad
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e
para atender 400 pessoas por dia
a, a UPA de Ceilândia
a tem também farmác
á ia, sala de raio-x, elet
e rocardiograma,
INAUGURADA: CEILÂNDIA.
É assim que este governo está mudando a saúde do DF.
Sala de Espera
Box de Emergência
sala de medicação e inallação, sala de urgê
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para adultos e crianças. O GDF já
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o a saúd
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e do DF.
F
Secretaria
de Saúde
Governo do Distrito Federal
NEGÓCIOS
Empreendedores
debatem sobre o
papel da Internet na
COPA DO MUNDO
Em sua 9ª edição, o Papo de Negócio, programa do Sebrae
que aponta oportunidades frente à Copa 2014, foi realizado
como parte da programação do 1º Fórum Nacional CACB Mil,
no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília
F
ocado no setor do turismo, o
encontro reuniu seis empreendedores, juntamente com
o mediador Renato Ferraz,
jornalista do Correio Braziliense. Para
André Nery, que atua na área de novos clientes da empresa Google, a
utilização da Internet é crucial para o
setor. “A partir da Internet você pode
ter um contato mais direto com o turista. Quando uma pessoa vem a Brasília, por exemplo, você já sabe que ela
precisará utilizar certos serviços, que
precisará se hospedar, se comunicar,
comer, entre outras coisas, e estar preparado, oferecer serviços de boa qualidade fideliza, gera receita, e humaniza
a relação entre empresa e cliente”.
Hugo Giallanza, fundador da Associação de Startups e Empreendedores Digitais (Asteps), discorreu sobre
o ‘Oi, Turista’, aplicativo criado para
suprir algumas demandas de estrangeiros que visitam o país. “O objetivo
dessa Startup é encontrar pessoas que
falam sua língua onde quer que você
esteja. É uma forma de backup para
30
Empresa Brasil
comunicação dos turistas nesses megaeventos.” Giallanza destacou também que é necessário investimento.
“Recentemente, em outra rodada de
negócios, instigamos empresários a
desenvolverem soluções digitais para
atender esse público e aumentar a
presença dele na web, até porque,
hoje, qualquer tipo de informação se
busca na Internet. O que vemos é que
existe uma pendência de várias empresas em investirem na Internet para
atrair esse público. Você vê empresas
insistindo sempre nos mesmos métodos, como panfletagem, por exemplo,
mas sabe que investimento em inovação pode trazer um retorno maior.”
Outra ferramenta citada foi o
Airbnb, aplicativo que gera a oportunidade de você alugar um espaço
que esteja ocioso. São mais de 250
mil espaços disponíveis em mais de 30
mil cidades e 192 países. “Agora, por
causa dessa inovação, você não precisa ficar hospedado necessariamente
em hotéis. Hoje você pode ir para a
Alemanha e ficar hospedado numa
Empreendedores debatem tendências ao setor
verdadeira casa alemã, por exemplo.
Há pessoas que prezam por isso, seja
devido a custo-benefício ou por vontade de conhecer o lugar da forma
mais original possível”, ressalta Hugo.
Para Eldon Clayton, sócio do Hostel
7, primeiro hostel de padrão internacional em Brasília, o que pode causar
grande impacto no que se refere ao
turismo local é a visão das pessoas sobre o que a cidade tem de potencial
turístico para oferecer. “Existe um estigma de que Brasília não tem nada a
oferecer além da própria esplanada dos
ministérios. Porém, existe uma gama
de serviços agregados que nos envolve
e vai além da arquitetura. Temos que
desconstruir essa imagem. Existem diversas cachoeiras, e atividades a serem
feitas em regiões próximas no DF”.
“O que vemos é
que existe uma
pendência de
várias empresas
em investirem na
Internet para atrair
o público que
virá para a Copa.
Você vê empresas
insistindo sempre
nos mesmos
métodos, como
panfletagem,
por exemplo,
mas sabe que
investimento em
inovação pode
trazer um retorno
maior”
turístico
As novas tendências no setor de turismo
Outro importante debate foi
sobre a emissão de passagens.
Yoshihiro Karashima, sócio proprietário da empresa Prestheza Turismo,
há mais de 15 anos no mercado,
lembrou que o turismo mudou
muito. “Antigamente usávamos
muito o chamado turismo emissivo
ou exportativo e o turismo receptivo. Hoje isso mudou muito devido
a fatores políticos, econômicos e de
criminalidade. A emissão de passagens, por exemplo, naquela época
a comissão para as agências aéreas era no mínimo de 12%. Então,
quem se dedicou ao turismo emis-
sivo naquela época fez dinheiro e
está aí até hoje. Já no caso do turismo receptivo, estamos aí por persistência mesmo. Passamos por momentos difíceis, como no governo
do Collor, em que houve a paridade
de nossa moeda com o dólar.”
No caso do turismo receptivo, Karashima destacou que o fator crucial
se dá sobre a tarifa cambial. “Hoje
nós já estamos negociando as tarifas
para o ano quem. Embora nosso fornecedor aqui ainda não tenha preços
para o ano que vem, somos nós que
temos que dar ao mercado externo
as tarifas que iremos cobrar deles a
partir do final deste ano até o final
do ano que vem. Então, haja o que
houver, nós temos que honrar esses
valores, tendo lucro ou não.”
Além disso, o empresário falou
sobre uma nova tendência no turismo, o viajante independente. “Essa
tendência de viajante independente
cresce 25% ao ano e se dá, justamente, devido ao fator online. A internet é um mercado interessante,
que só cresce e que se faz fundamental. Hoje qualquer pessoa que
viaja faz uma consulta na internet.
Com hotéis, contratações de quarto, enfim, tudo online.”
Abril de 2014
31
Lucas fazia o melhor
bolo da redondeza.
Só faltava uma pitada
de planejamento estratégico.
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