Artigo SBPJor – anais – teste

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Artigo SBPJor – anais – teste
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
11º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Brasília – Universidade de Brasília – Novembro de 2013
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O espaço valorativo da opinião formal e impressa. Uma análise
reflexiva sobre a experiência do jornal alemão Die Zeit
Geder Parzianello
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Resumo: Justamente num momento de fechamento de muitos jornais impressos em várias partes do mundo, mesmo na Alemanha onde recentemente o jornal Frankfurter Rundschau encerrou sua edição em papel e o Financial Times encerrou suas atividades com um irônico pedido
de desculpas aos leitores, o Die Zeit, o maior jornal alemão dá respostas contrárias à tendência
de migração definitiva de seu conteúdo para formatos digitais, aposta na coluna opinativa e nos
editoriais, no texto de crítica fundamentada. Seria este o caminho para outros jornais impressos
na Alemanha e fora dela? Estaria o leitor alemão, talvez, mais interessado na leitura de textos
opinativos que o leitor brasileiro? Que caminhos, afinal, seguiremos para a construção de leitores?
Palavras-chave: Jornalismo Impresso; Opinião; Alemanha.
1. O exemplo do jornal alemão Die Zeit
O jornal alemão Die Zeit é o maior jornal em circulação e o maior em número de páginas diárias da Alemanha. São mais de dois milhões de leitores, segundo dados oficiais,
fornecidos pela direção do jornal em janeiro de 2013 e mais de 90 páginas impressas
que chegam às mãos de cada leitor diariamente, em tamanho tabloide.
Para o jornal Die Zeit não parece haver crise que justifique temor diante do futuro do
jornal impresso. E pode haver uma boa razão para isso: o jornal encontrou sua identidade e tem buscado revisar permanentemente seu valor e utilidade para o leitor.
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Professor Adjunto IV da Universidade Federal do Pampa, com doutorado em Comunicação e pósdoutorado (CAPES) em Teorias de Mídia pela Unversität Paderborn, Alemanha.
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Comparativamente, suas edições diárias impressas são três vezes maiores que os dois
maiores jornais do Brasil, O Estado de São Paulo e a Folha de São Paulo, com média
de 90 páginas em tamanho standard, pelo menos nove grandes editorias e uma dezena
de suplementos internos, além de algumas características muito singulares: as publicidades aparecem, com frequência, cercadas e dispostas no espaço da coluna do jornal e
no meio dos textos, os cadernos de veiculação publicitária encartados chegam a ocupar
o mesmo volume do restante da edição e, além disso, e o mais revelador: o espaço opinativo é de destaque, ocupa a capa de muitas edições e tem papel central na política
editorial do veículo.
O chefe de redação do Die Zeit Giovanni di Lorenzo, por meio de uma campanha institucional no começo de 2013 que visava a promover a imagem do jornal junto a seus
leitores se afirmava como um profissional preocupado com o que pensa o leitor sobre o
jornal e que por isso mesmo coordenou uma pesquisa (Fragebogen) junto aos consumidores e assinantes. “Interesso-me pelo que pensam os que leem o Die Zeit mesmo aqueles que o leem não regularmente”, dizia ele, textualmente, na campanha veiculada pelo
jornal ao longo do primeiro semestre deste ano. Di Lorenzo admite que o jornal tem se
redescoberto nos últimos anos e que isso faz toda a diferença para explicar a posição
firme que o impresso ocupa como o maior jornal alemão. Parte desta redescoberta figura-se na revalorização que o jornal Die Zeit deu ao texto de profundidade, argumentativo, reflexivo e de informação complementar ao texto da notícia.
Mas mesmo com as transformações, diz ele, o jornal sempre manteve os princípios mais
importantes desde sua criação, que são “a credibilidade e a independência”. Segundo Di
Lorenzo, estes são os dois valores mais caros ao jornalismo impresso e que devem ser
perseguidos pelas empresas do setor a qualquer custo. No Brasil, ainda que os jornais
admitam a importância central desses valores, haja vista os recorrentes apontamentos da
Associação Nacional de Jornais (ANJ) nas duas últimas décadas2, o fato é que na prática
de gestão, segundo constatação minimamente empírica, as decisões editoriais e comer-
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O site da ANJ traz frequentes debates e pesquisas sobre o crescimento e tendências do jornalismo impresso, repercute os debates dos congressos nacionais e mundiais sobre jornalismo impresso e apresenta
indicadores sobre a leitura de jornais no Brasil e no Mundo. Veja: http://www.anj.org.br e
http://jornalanj.digitalpages.com.br/home.aspx
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ciais, todavia, costumam colocar interesses na ordem inversa da valorização de princípios como estes. Os jornais brasileiros, em geral, cedem a interesses de anunciantes,
mercantilizam a informação jornalística e comprometem sua credibilidade e independência de formas recorrentes. A afirmação pode parecer inconsequente ou generalizadora, mas o fato é que as empresas que administram no país jornais impressos não têm
dado sinais muito concretos de que conheçam de fato o que querem seus leitores e estão
praticando políticas mercadológicas de concessão de brindes e repaginação de seus produtos sem a devida atenção à qualidade de seus conteúdos. A evidência é de que os jornais brasileiros estão dando menor atenção aos textos, reduzindo a extensão e a profundidade deles, cuidando apenas de aspectos visuais e estéticos, sob a égide da informação
abreviada, numa sociedade da cultura da imagem e com leitores cada vez com menos
tempo e dedicação à leitura.
Desde nosso ponto de vista, os jornais brasileiros podem aprender muito com o exemplo
do maior jornal alemão. Para tanto, será preciso, no entanto, primeiro entender o que
essa independência da redação em relação ao comercial e a valorização do espaço criticioso nos impressos representam na cultura da produção jornalística editorial do maior
jornal alemão e como um jornal mantém sua credibilidade sem que isso afete os interesses comerciais e a necessária sobrevida do meio. Ainda que seja bem verdade que os
jornais impressos, como qualquer meio ou empresa, necessitam de recursos financeiros
para sobreviver, também é verdade que há jornais que estão conseguindo garantir isso
sem que para tanto tenham que deixar de lado os valores e princípios que os fizeram
chegar até onde estão. O Die Zeit parece ser um exemplo inspirador nesse sentido.
A primeira evidência da pesquisa de opinião realizada pelo maior jornal alemão é a de
que a redação do Die Zeit possui uma autonomia em relação ao setor comercial, e este é
um ponto muito importante, o qual deveria ocupar a agenda da análise de gestores de
mídia bem mais frequentemente do que em geral ocorre no Brasil. Essa autonomia reconhecida da redação do Die Zeit foi conquistada, segundo discurso institucionalizado
pela direção da empresa e veiculado nas edições impressas diárias, “por anos de um
trabalho de apuração” e confirmada na pesquisa na percepção dos leitores na Alemanha,
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que declararam perceber a independência do jornalismo praticado e uma “clara separação entre a inserção publicitária e o tratamento da informação noticiosa”.
A direção do jornal Die Zeit parece reconhecer através da opinião de seus leitores que se
essa credibilidade estiver ameaçada, a receita publicitária do jornal também cairá, o que
justifica a escolha por trabalhar uma redação sem interferências dos interesses de quem
anuncia no veículo. Na perspectiva de jornais como o Die Zeit, a ideia firme é de que
sempre que um leitor percebe a vinculação forçosa da notícia com os interesses comerciais, todo o resto do trabalho do jornal começa a sofrer a interferência da desconfiança
do leitor. E, em tese, este é o começo do fim.
O que o jornal Die Zeit também dá sinais de que acredita é que o seu potencial de inserção na comunidade fale mais alto aos anunciantes que o conteúdo informativo ou opinativo de suas edições diárias. Nesse sentido, é incentivada a liberdade de crítica e são
valorizadas as opiniões de confronto, pela compreensão de que o leitor busca o impresso
porque quer a informação com análise em profundidade. Para o leitor alemão, com efeito, a noção de tempo e a relação contratual de leitura diária são muito diferentes em
nossa percepção daquela que se faz sentir entre leitores brasileiros.
O valor dado ao comercial é ainda assim central e tão central quanto a informação em
profundidade e a crítica opinativa. Ocorre que o jornal as trata separadamente, ainda que
com mesmo peso de importância, haja vista a inserção de anunciantes em cada edição,
praticamente idêntica ao número de páginas de informação noticiosa. Há edições, quase
toda semana, nas quais os textos editoriais ou opinativos são diagramados na capa do
jornal, ocupando praticamente 50% do espaço da mesma.
O aspecto mais significativo que pudemos observar através do acesso a essa pesquisa de
opinião é que o jornal Die Zeit desfruta no senso comum entre leitores alemães de impressos dos conceitos mais distintivos de qualidade da informação jornalística e de credibilidade, haja vista a narrativa das matérias invariavelmente permitir segundo eles
mesmo conferem, diferentes interpretações dos fatos e versões, evitar concluir entendimentos e favorecer a que o leitor construa sentidos sobre a realidade descrita, confrontando pontos de vista. Nas palavras do próprio editor do Die Zeit, inclusive, o maior
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patrimônio de um jornal é justamente esta credibilidade que se leva anos para construir
e que pode ser ameaçada se o leitor se sentir enganado ou induzido. Os jornais alemães
seguem uma tendência muito crescente nos Estados Unidos, onde os jornais impressos
se autodeclaram abertamente em suas posições políticas e ideológicas, em meio às quais
não há lugar para falsos apegos de neutralidade e imparcialidade, conscientes que estão
do vínculo da linguagem com as motivações dos sujeitos e do papel efetivo dos jornais
quanto à transparência e à formação de opinião em suas comunidades.
De modo muito particular para a cultura do impresso na Alemanha, a terra do inventor
da prensa, a invocação da razão e da reflexão em profundidade sempre foi uma característica distintiva dos jornais de excelência. Os leitores alemães possuem elevada escolaridade, perfeitamente associável a uma mais alta capacidade reflexiva e ao consequente
domínio do código da escrita, o que permite sem dúvida maior facilidade de interpretação e contato facilitado com a leitura.
Segundo o editor, o que o jornal Die Zeit procurou nestes anos todos foi “manter viva a
consciência em torno dessas características de seus leitores e poder oferecer a eles um
produto em qualidade e profundidade na medida do que esperavam”. Pelo menos este é
o discurso corporativo que chega aos leitores, de diferentes formas. O fato é que os leitores confirmaram a absorção destes valores no vínculo que estabelecem com o jornal,
reafirmando desta forma o contrato de leitura com o impresso.
Justamente num momento de fechamento de muitos jornais impressos em várias partes
do mundo, mesmo na Alemanha onde recentemente o jornal Frankfurter Rundschau
encerrou sua edição em papel, e o Financial Times encerrou suas atividades com um
irônico pedido de desculpas aos leitores, com seus funcionários posando para uma foto
em que se curvavam em irônica postura de respeito e desculpas aos leitores, o maior
jornal alemão dá respostas contrárias à tendência de migração definitiva de seu conteúdo para formatos digitais; aposta na coluna opinativa e nos editoriais, no texto de crítica
fundamentada em economia, política, cultura e conhecimento (que inclui ciência, lazer,
história, mercado profissional e variedades).
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Estaria o leitor alemão mais interessado em opiniões que o leitor brasileiro? O jornal
impresso alemão teria encontrado, afinal, a materialidade do gosto estético dos seus
leitores que preferem ler textos opinativos em suas páginas impressas que em formatos
digitais? Que caminhos temos a seguir então, para a construção de leitores? Estas e outras questões se colocam de modo permanente abertas para quem faz, estuda, e consome
informação jornalística.
Enquanto as previsões mais otimistas sobre o fim do jornal no meio papel apontam para
uma realidade que só vai se confirmar em pelo menos quatro décadas, o que temos que
considerar é um mercado efetivo de trabalho e uma economia real que vem com os jornais impressos, que emprega seis em cada dez dos jornalistas profissionais em nosso
país segundo pesquisa recente da FENAJ (2013) e cuja fatia de arrecadação publicitária
só é menor que aquela que circula na tevê aberta, conforme pesquisa da Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil) 3.
2. O espaço valorativo da opinião formal e impressa
Uma assinatura trimestral do Die Zeit com entrega diária custa atualmente 32,50 Euros,
pouco menos de 100 reais, garantindo 40% de desconto ao leitor assinante em comparação ao consumidor em banca de jornais, já que o preço de cada exemplar é de 4,20 Euros. Há assinaturas digitais a preços bem menores, claro, mas ainda pouco rentáveis para
as empresas do setor, mesmo na Alemanha. Este valor da assinatura em edição papel
representa pouco mais de 10 Euros por mês, ou o equivalente a menos de 30 reais, com
os quais o consumidor do Die Zeit recebe informação de conteúdo privilegiado, cujo
enfoque central é a crítica em profundidade, a análise das notícias, a reflexão de diferentes pontos de vista sobre questões diversas que afetam o desenvolvimento do país. O
jornal Die Zeit não se detém na difusão da informação noticiosa resumida; sua preocu-
3
Disponível em: <http://agence.com.br/noticias/internet-ja-e-segunda-midia-em-receita-publicitaria-nobrasil-504> Acesso em: 6 de Jun. 2013.
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pação editorial é com a interpretação da notícia, assim como fazem grandes jornais europeus, a exemplo do The Guardian, do Le Monde e do El País.
Comparativamente ao poder aquisitivo dos brasileiros, os alemães pagam relativamente
o mesmo por uma edição de jornal. A decisão sobre consumir ou não o jornal impresso
nem sempre é, em nosso país e mesmo na Alemanha, uma decisão unicamente financeira. Existe uma questão ai relativa à concepção do tempo do leitor e à cultura da informação qualificada4. Com efeito, a faixa etária da população de leitores interfere decisivamente nessa cultura do consumidor com o impresso, de modo que os jornais estão
perdendo espaço vertiginoso entre as novas gerações, onde a brevidade do tempo e a
percepção de mundo pela leitura se dão de forma muito diversa das gerações precedentes e cuja ênfase está no que puder ser feito com menos [palavras] em menor tempo possível e no menor espaço, por um menor esforço [intelectual].
A equação descrita acima é preocupante e exige dos jornais que se articulem na busca
por novos leitores, mas não apenas isso. É também indicativo de que estamos abdicando
do espaço da crítica elaborada em nossa cultura midiática. É por esta perspectiva que
chamam à atenção as propostas realmente vanguardistas e arriscadas de jornais como o
Die Zeit, capazes de apostar na contramão desta tendência, antevendo que há um público consumidor que vem sendo desassistido por parte da mídia impressa, e que quer sim
textos mais longos, que está em busca de uma leitura de profundidade e de argumentos.
São consumidores cujo perfil encampa a necessidade reflexiva justamente porque suas
necessidades básicas parecem atendidas (as necessidades básicas geradas pela vida cotidiana) e querem mais do contato e leitura de seus jornais, buscam algo que em geral não
conseguem em redes de relacionamento, na audiência do rádio ou em grande parte dos
programas de televisão. Este público é menos numérico, mas tem poder de consumo.
Os jornais que souberam identificar, reconhecer e atender a este público, compreendendo que não apenas eles teriam que segmentar, mas que seus públicos também são um
segmento por sua vez da audiência de mídia; estes jornais estão conseguindo inverter a
tendência de queda no número de leitores. Não seria este, então, o caminho para os jor4
A este respeito ver nossa pesquisa, publicada com apoio do CNPq: PARZIANELLO, Geder. A retórica
no jornalismo impresso. Os desafios ao jornalismo contemporâneo. Rio: Publit, 2011.
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nais impressos? Tal como a cultura do livro que encontrou seus leitores não obstante o
mercado digital e segue vendendo em escala crescente os livros impressos em papel.
Como dito antes, a questão da faixa etária do público é sempre uma variável determinante e o leitor mais exigente é, em geral, o leitor de mais idade, cujas inferências e historicidades são também maiores: ele não se contenta com descrições situacionais e ou
análises descoladas de diferentes abordagens causais. Este aspecto parece bastante relevante, - relativamente à questão da faixa etária- e não só de quem consome, mas, também, de quem produz informação, já que enquanto no Brasil praticamente a metade dos
jornalistas que atuam no setor tem até 30 anos de idade (veja pesquisa UFSC/FENAJ
2013), na Alemanha, considerando-se que a população não é tão jovem como no Brasil,
estima-se que a média dos profissionais que atuam no setor esteja bem acima dessa faixa etária.
Parece bastante evidente que os leitores esperem dos textos que leem uma maturidade
igual ou superior às deles mesmos, e nesse sentido, redatores, articulistas e editores com
mais idade parecem levar vantagem, pois associam experiência de vida com experiência
profissional. Se o modelo de mundo de quem trabalha no jornalismo impresso não for
de sintonia com este “auditório universal” dos jornais, as iniciativas de conquistar estes
leitores também serão inválidas.
Mas o que os jornais brasileiros sabem sobre seus leitores já que tão poucas pesquisas
empresariais são dirigidas a seus públicos? Quem são de fato aqueles que os leem, mas,
sobretudo, aqueles que consomem os jornais impressos, os que pagam por suas edições
em banca e ou que pagam pela assinatura desses jornais? O que significaria para eles
efetivamente um bom jornal? O leitor percebe, assim, experiências de bom jornalismo
nos jornais impressos que consome? Faltam pesquisas de dentro das empresas para responder a estas questões. Algumas alternativas explicativas com base em coleta de dados
de pesquisa de campo, organizamos em 2011 e em 2012, através de um livro individual
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resultado de uma pesquisa de dois anos com apoio do CNPq e também um ano depois,
por meio de uma publicação conjunta com outros pesquisadores5.
Daquelas análises sobre dados empíricos reconhecemos pelo menos quatro grandes causas da crise que atinge o jornalismo impresso. A maior delas, no nosso ponto de vista é
que os jornais estão sendo redigidos imitando a narrativa de outras mídias e com isso
eles não conquistaram novos leitores e também estão perdendo os leitores convencionais, que buscavam neles justamente o diferencial que o meio poderia oferecer: uma
informação não apenas baseada em dados, mas, com reflexão efetiva e com sérias marcas de credibilidade próprias do meio. Um jornalismo onde o entretenimento não ocupe
o lugar da crítica formadora de opinião.
3. No rastro de concepções teóricas
Garcia (2004) entrevista a pesquisadora em Comunicação Social Christa Berger, no Rio
Grande do Sul, para quem “o Brasil não tem uma experiência jornalística de referência
no mundo como tem em outros setores”. O Brasil é bom em fazer televisão, diz a pesquisadora, “e cinema”. Mas em fazer jornalismo, não temos nenhuma experiência que
segundo Berger possa ser posta em relação ao mundo e dizer “Oh, isso é um bom jornal”. Na avaliação que fez sobre a realidade dos impressos no Brasil, a pesquisadora
dizia que estamos tentando fazer um jornalismo não analítico, em que apenas lidamos
com os dados. “É uma imprensa que não sabe fazer uma discussão política como poderia e deveria fazer”, sentencia.
Christa Berger comparava os jornais brasileiros com a experiência como leitora do jornal El País, mostrando que um jornal pode ser muito crítico com seus governos, ter a
informação factual, cotidiana, mas também a reflexiva. “De alguma forma, nós, a uni-
5
DORNELLES, Beatriz e GERBASE, Carlos. Papel e Película queimam depressa. Como o Cinema e o
Jornalismo Impresso tentam escapar da fogueira midiática do novo século. Porto Alegre: PUCRS, 2012.
Disponível em : <http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0143-8.pdf>
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versidade, os intelectuais gaúchos, temos de algum modo a responsabilidade por esse
jornalismo ter se mantido tão tímido”, declarou Berger. E emenda: “A gente podia dizer
antes, lembro bem disso, eu quero fazer jornalismo porque eu adoro escrever, ler. Hoje,
alguém que diga –eu adoro escrever- não faz jornalismo, ele vai para Letras”. Passou-se
uma década e praticamente muito pouca coisa mudou neste cenário e os jornais continuaram insistindo em jornalismo factual, em que pesem as tentativas de inclusão da reflexão em algumas redações ser mais fortemente sentida que na média da profissão.
É preciso considerar historicamente também este fato: o jornalismo enquanto atividade
remunerada desenvolveu-se durante o século XIX, na sequência de um processo complexo de industrialização da sociedade, da escolarização, da urbanização, de avanços
tecnológicos e da implantação de regimes políticos (TRAQUINA, 2000, p.24). Essa
remuneração da atividade ocupou boa parte do espaço boêmio da atividade jornalística,
criando uma categoria de proletariado dos jornais, cuja finalidade nem sempre foi aquela das gerações de jornalistas realmente afinados com a reflexão intelectual e movidos
por ideologias e utopias de mundo. Os jornais foram, assim, se parecendo cada vez mais
com quem trabalhava neles, viraram prestadores de serviço e num processo vertiginoso
de falência do modelo adotado, assim, viram cair seus níveis de credibilidade.
Com efeito, não se faz crítica sem credibilidade. Os jornais foram se parecendo com os
jornalistas servidores funcionais em sua relação meramente trabalhista e os leitores foram perdendo a identificação com eles, com o produto jornal e com o que ele oferecia.
O fato é que a credibilidade é proporcional à confiança que temos. E confiamos em
quem se parece conosco (TRAQUINA, 2004, p.145). A mesma tese foi construída ainda
nos anos 50 pelas pesquisas em psicologia comportamental desenvolvidas por Leon
Festinger (1957), quando este identificou que as pessoas em geral tendem a aderir a
pontos de vista e visões de mundo que se assemelhem as que elas já possuem, sendo os
sujeitos propensos a concordar sempre com o que intimamente se pareça com eles, com
o que eles estejam predispostos a concordar.
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As previsões mais catastróficas sobre o jornalismo impresso parecem prematuras e talvez erradas. Prematuras porque mesmo entre os mais céticos devemos ter pela frente
pelo menos uns 40 anos de vida útil ainda do meio impresso em papel, a julgar-se pela
previsão de Murdoch, o magnata australiano da mídia. E erradas talvez porque estas
mesmas previsões anteveem o fim do suporte do meio em quatro décadas e não o fim do
produto jornal, de sorte que assim como se deu na cultura das demais mídias que antecederam às já existentes, sempre haverá uma informação como jornalismo sendo entregue em mãos aos leitores, numa materialidade diferente da opção digital, como acontece
com o livro e a revista.
Ainda que tenhamos que ler jornais impressos em superfícies e materiais as quais nossa
ciência ainda investiga e elabora, em substituição futura ao papel, o fato é que a prática
diferenciada da leitura de jornais, como produto que nos chega às mãos e cujo transporte e manuseio são característicos, não deve desaparecer de nossa cultura. Os jornais e as
revistas continuarão existindo. Importa que reconheçamos experiências de êxito e façamos a reflexão necessária sobre quais modelos de jornalismo impresso representariam
uma atividade viável também no Brasil.
Para que os impressos, todavia, logrem o êxito dessa sintonia tão desejada com seus
leitores, será preciso fundamentalmente que o que sai publicado nos jornais não seja
unicamente como uma mercadoria (PEDRO SOUSA, 2001). O jornalismo impresso tem
como possibilidade de sobrevida a oferta do espaço da análise crítica, da reflexão, da
opinião. Mas ainda estamos insistindo numa opinião estigmatizada, recortada da notícia,
lotada nos espaços editoriais ou de coluna, entre editores e articulistas. Mas não, o que
precisa alimentar nosso jornalismo é a controvérsia, o enfrentamento, a prática do diálogo com fundamento e causas, a construção da notícia apoiada em evidências, mas também reforçada pela análise de diferentes pontos de vista e ocupando espaços nobres e
diversos dos jornais, compondo seu conteúdo integralmente, tal como pratica o jornal
alemão Die Zeit. Tal diversidade de conteúdo opinativo, em regra, o leitor brasileiro só
pode encontrar confrontando diferentes mídias, mas o jornal impresso poderia organizar
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estas sínteses e se ater a dar espaços para a diversidade opinativa numa mesma edição e
produto.
O jornalista e editor do jornal Le Monde Diplomatique no Brasil, Silvio Caccia Bava
defendeu que não estamos próximos ao fim do jornal impresso. Caccia Bava participou
do debate sobre ‘O Papel da imprensa na formação da identidade metropolitana’, no III
Fórum de Autoridades Locais de Periferia, em Canoas-RS, no começo de 2013. Para
ele, o momento de transformação do modelo de comunicação pode proporcionar o surgimento de um jornalismo necessário para a sociedade. A imprensa que noticia o fato
tende a diminuir porque já temos o fato acessível na internet e a imprensa mais analítica,
que traz referências para se pensar os fatos, tende a crescer, na avaliação daquele editor.
Para o pesquisador Fausto Neto (1999, p. 40):
“funcionando como uma espécie de analistas, os jornalistas [...] são acionados a publicizar, por exemplo, as distorções que são apresentadas no manejo
linguístico daqueles que a eles falam e prestam informações.” [...] terapeutas
mapeadores de sintomas, a serviço de uma interpretação cujo lugar analítico
nada mais produz que o próprio fortalecimento do seu ego, na medida em
que, como dissemos, sua tarefa clínica se constitui num certo tipo de autoreforço e um suposto gozo com o discurso do outro”. (FAUSTO NETO,
1999, p. 40)
Maques de Mello (2006, p. 55) reviu a dinâmica do jornalismo pela perspectiva ideológica e fez o seguinte questionamento: quando um cidadão demonstra preferência por um
jornal e o lê regularmente, essa opção decorre de uma opção ideológica? Para Marques
de Melo “discutir a questão da leitura de jornais e revistas no Brasil, tomando como
variável determinante a ideologia, significa repensar o papel desempenhado pela linha
editorial dos veículos de comunicação impressa na sua relação com o público”.
Os pesquisadores norte-americanos Hindman e Thomas (2013) descrevem a tensão entre mídias convencionais e novas mídias, chamando a atenção de que a definição de
jornalismo também vem se tornando cada vez mais difusa, sendo necessário ser repensada.
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Um jornalismo mais analítico passa pelo que Katherine Fink e Michael Schudson
(2013) chamam de “jornalismo contextual” e que consideram um complemento ideal
para o tratamento noticioso das notícias convencionais. Professores da Universidade de
Columbia, eles realizaram um estudo envolvendo edições de diferentes anos e décadas
dos jornais NY Times, Washington Post e Milwaukee Journal Sentinel e que resultou na
publicação The rise of contextual journalism, em fevereiro deste ano, e que aponta o
crescimento do complemento de profundidade da informação noticiosa e a tendência
deste estilo entre jornais norte-americanos.
Para além das inovações tecnológicas, a divisão das audiências é uma tendência que
precisa ser observada, pois, elas estão causando “o colapso do modelo tradicional de
negócios no jornalismo” (FRANKLIN, 2012, p.663). Para Bob Franklin, a questão perpassa o domínio da semântica, com os jornalistas tendo que lidar com novos sentidos e
novos vocábulos, a exemplo de maneiras sempre novas de dizer o que querem expressar
por meio da linguagem verbal nos impressos. O espaço declaradamente opinativo nos
jornais se torna, assim, espaço de experimentação com a linguagem e de busca de auditórios os mais diversos.
Juremir Machado (2013) diz que a pergunta tradicional continua: “os jornais impressos
vão acabar?” Vários jornais norte-americanos, ele lembra, que tinham transformado
suas edições em online voltaram a publicar em formato papel6. No programa Argumento
e Contra Argumento, Juremir Machado abre espaço para mediar Marcelo Träsel e Tibério Vargas Ramos, professores da PUCRS, sobre as perspectivas do meio impresso. Há
aspectos que são fragilidades do meio mais que consequências das tecnologias digitais,
por isso mesmo existem muitas variáveis a se considerar: a tipologia dos públicos, a
tirania do tempo no fechamento das edições, os custos de apuração da notícia, etc.
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Disponível em : < http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=4374> Acesso em 20
Jul.2013.
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Quando jornais como o Die Zeit apostam na coluna opinativa e nos editoriais, no texto
de crítica fundamentada em economia, política, cultura e conhecimento (que inclui ciência, lazer, história, mercado profissional e variedades), cumpre perguntarmo-nos se
este não seria o caminho para outros jornais impressos na Alemanha e fora dela e se não
estaria o leitor alemão, talvez, mais interessado na leitura de textos opinativos que o
leitor brasileiro, o que parece talvez favorecer a sobrevida da cultura do impresso nas
sociedades mais intimamente relacionadas com a leitura e a escrita.
Obviamente, há aspectos que servem à cultura do jornalismo impresso alemão e que não
teriam ressonância no Brasil, como a aposta no nível atual de exigência dos leitores ou a
noção cultural de tempo, lazer e trabalho que compartilham os alemães, diferentemente
dos brasileiros. Os alemães, em média, leem concentrados e dedicados à interpretação
minuciosa dos textos, tomam isso como tarefa indispensável e cotidiana. Os jornais perceberam características como essas e apostaram na generosa dimensão do espaço de
opinião nas páginas impressas. A opinião foi para a capa do jornal e não ficou apenas na
coluna, no artigo, mas acompanhou a narrativa da notícia.
O leitor brasileiro é outro, evidentemente. Mas o papel do jornalismo impresso se quiser
enfrentar os desafios do universo virtual e tecnológico será outro também que aquele
que tradicionalmente desempenharam os impressos. Como mudar os jornais se os leitores brasileiros não estariam, talvez, preparados para uma imprensa mais reflexiva, para
competências e desempenhos de leitura mais altos, que exigissem a reflexão demorada
por parte dos leitores? Estariam nossos profissionais de jornalismo preparados para o
desafio de uma prática profissional neste nível? Que caminhos, afinal, seguirá a imprensa para a construção de leitores com as características que temos no Brasil?
Se por um lado os jornais precisam oferecer o que querem seus leitores, não é menos
verdade que não podem oferecer a eles o que encontrariam de modo mais facilitado em
outras mídias. Senão qual seria a função do jornal impresso? Seja como for, parece evidente que teremos como historicamente se sabe desde o surgimento do livro, sempre um
universo elitista de leitores, de sujeitos efetivamente identificados com a escrita e com a
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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
11º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
Brasília – Universidade de Brasília – Novembro de 2013
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reflexão crítica. O livro e a leitura, tampouco o jornal, nunca foram massivos. Talvez os
jornais sejam uma mídia não massiva, mas, tenhamos pensado a sua inserção nas massas como que forçosamente, por um desejo de democratização dos meios. Democratizar
os meios não significa tornar o acesso comum a todos os sujeitos, senão que se possa
dotá-los de concretas condições de uso desses meios. Assim como hoje se sabe que a
internet por si só não garantiu a democratização da informação, também os jornais e as
revistas, tanto quanto os livros, não serão media de todo e qualquer cidadão pelo mero
fato de tê-los em mãos. Se existe alfabetização midiática no domínio das mídias digitais, que dizer da educação para as mídias que tanto fez falta a gerações sucessivas de
leitores, sabidamente distanciados em suas histórias de vida do código da escrita?
Importam mais as perguntas que as respostas. O maior erro dos gestores em Jornalismo
em nosso país foi ter deixado de fazê-las. Ou pior: foi presumir de forma presunçosa
que sabiam as respostas. Um espaço de interlocução como este, da SBPJor, é sempre
uma oportunidade de voltar a este tema, de apontar possíveis novas explicações e percursos, de arriscar caminhos, mas também, e principalmente, de ousar romper tendências. Quem pensa que este debate já se esgotou diante da firme inserção de novas mídias
está equivocado.
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