Jornal de Umbanda Sagrada

Transcrição

Jornal de Umbanda Sagrada
Jornal de Umbanda Sagrada
Ano V
nº 68
Distribuição Gratuita
São Paulo,
Dezembro de 2005
Yemanjá
ALEXANDRE CUMINO
“Mãe d’água Rainha das Ondas
Sereia do Mar;
Mãe d’água seu canto é bonito
quando tem luar;
Yê... Yemanjá!
Rainha das Ondas Senhora
Sereia do Mar;
Rainha das Ondas Sereia do Mar;
Como é lindo o canto de Yemanjá;
Faz até um pescador chorar;
Quem escuta a Mãe d´água cantar;
Vai com ela pro fundo do mar.
Vai com ela pro fundo do mar.
Yemanjá!” (A.D. - Domínio Público)
Yemanjá é um dos Orixás mais conhecidos dentro e fora da Umbanda. Ao
ver uma imagem de Yemanjá, qualquer
pessoa, umbandista ou não, sabe que se
trata da Rainha do Mar.
Sincretizada com Maria, mãe de Jesus,
através de Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora das Graças ou Nossa
Senhora da Conceição, Yemanjá é o único
Orixá que tem imagem genuinamente
umbandista.
Sua imagem foi criada a partir de uma
visão que a Dra. Dalas Paes Leme teve
no Rio de Janeiro olhando para o Mar,
acima das águas.
Ela descreveu na época, esta imagem
para um pintor amigo seu, e daí surgiu a
primeira imagem de Yemanjá, que se
tornou tradicional, e popularizou-se à partir
de 1945.
Baseada nesta imagem, é que foi
construída a estátua de Yemanjá na Praia
Grande - SP, e também a imagem que
será inaugurada nos próximos dias no
município de Mongaguá – SP.
Aqui, admiramos ao lado uma imagem
inédita da Mãe Yemanjá, idealizada por
nosso irmão Cláudio Gianfardoni.
Cláudio Gianfardoni -  direitos reservados - www.gianfardoni.arq.br
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São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
Jornal de Umbanda Sagrada
Muito mais que um jornal - A sua religião em fascículos...
EDITORIAL
Salve Irmãos Umbandistas,
leitores e simpatizantes,
Chegamos ao mês de Dezembro
quando fazemos festividades à
Yemanjá, Oxum e Yansã
Temos na capa deste mês uma
imagem inédita da Mãe Yemanjá feita
por nosso irmão Cláudio Gianfardoni
para o Jornal de Umbanda Sagrada.
Rubens Saraceni realizou no dia
03 de Dezembro a maior festa de
Yemanjá que já se viu sob uma única
tenda onde 4.000 pessoas, médiuns
de vários terreiros, trabalharam
juntos como se fossem todos uma
única casa, pois assim é a Umbanda,
não têm paredes, no lugar de
montar várias tendas uma ao lado
da outra, todos trabalharam juntos.
Pai Ronaldo Linares literalmente
constrói a estátua de Yemanjá em
Mongaguá, marcando oficialmente
nosso local de Culto a esta amada
mãe Orixá,
A TV Espiritualista está em teste
e promete uma programação
diversificada com grande espaço
para a Umbanda, vêm aí a TV
Umbanda
Sagrada
com
documentários e entrevistas, o
programa Falando de Umbanda na
Rádio Mundial mostra que veio para
ficar, o programa Magia da Vida já
está há anos no ar e junto ao Jornal
de Umbanda Sagrada nossa religião
vai ganhando mais espaço na mídia
Confiram tudo isso e muito mais
nesta edição.
Alexandre Cumino
As belas imagens que o
JUS vem reproduzindo em
suas capas, tem sido
generosamente cedidas
por nosso irmão Cláudio
Gianfardoni, que através
de seu trabalho retrata a
profundidade do Humano
e o que o transcende. Para
conhecer a trajetória e a
versatilidade dos trabalhos
desse excepcional artista
visite o site:
www.gianfardoni.arq.br
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Ribeiro, Wagner Borges
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É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir para o
engrandecimento da religião, divulgando material
teológico e unificando a comunidade Umbandista.
Os artigos assinados são de inteira
responsabilidade dos autores, não refletindo
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As matérias e artigos deste jornal podem e devem ser
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Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
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LIÇÕES DE VIDA
O Bendito Aguilhão
IRMÃO X / CHICO XAVIER
Atendendo a certas interrogações de Simão Pedro, no singelo
agrupamento apostólico de Cafarnaum, Jesus explicava, solicito:
- Destina-se a Boa Nova, sobretudo, à vitória da fraternidade. Nosso Pai espera que os povos do mundo se aproximem uns dos outros e
que a maldade seja esquecida para
sempre.
Não é justo se combatam as
criaturas reciprocamente, a pretexto de exercerem domínio indébito
sobre os patrimônios da vida, dos
quais somos todos simples usufrutuários.
Operemos, assim, contra a inveja que ateia o incêndio da cobiça,
contra a vaidade que improvisa a
loucura e contra o egoísmo que isola
as almas entre si...
Naturalmente, a grande transformação não surgirá de inesperado. Santifiquemos o verbo que
antecipa a realização. No pensamento bem conduzido e na prece
fervorosa, a esperança fiel alcançará o Reino Divino, e a nossa pa-
lavra, aliada ao amor que auxilia,
estabelecerá o império da infinita
Bondade sobre o mundo inteiro.
Há sombras e moléstias por toda
parte, como se a existência na Terra
fosse uma corrente de águas viciadas. É imperioso reconhecer, porém,
que, se regeneramos a fonte, aparece adequada solução ao grande
problema.
Restaurado o espírito, em suas
linhas de pureza, sublimam-se-lhe as
manifestações.
Em face da pausa natural que
se fizera, espontânea, na exposição
do mestre, Pedro interferiu, perguntando:
- Senhor, as tuas afirmativas são
sempre imagens da verdade. Compreendo que o ensino da Boa Nova
estenderá a felicidade
sobre toda Terra... No
entanto, não concorda
que as enfermidades são
terríveis flagelos para a
criatura? E se curássemos
todas as doenças? Se
proporcionássemos duradouros alívios a quantos
padecem aflições do
corpo? Não acreditas que,
assim, instalaríamos bases
mais seguras ao Reino de
Deus?
E Felipe ajuntou, algo
tímido:
- Grande realidade!...
Não é fácil concentrar
idéias no Alto, quando o
sofrimento físico nos incomoda.
É quase impossível meditar nos
problemas da alma, se a carne
permanece abatida de achaques...
Outros companheiros se exprimiram, apoiando o plano de proteção
AMIGO é um tesouro que deve ser muito bem cuidado
(Trecho do livro Pequeno Príncipe- cap. XXI- Antoine de Saint-Exupéry)
“E foi então que apareceu a
raposa:
-Bom dia, disse a raposa.
-Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que
se voltou mas não viu nada.
-Eu estou aqui, disse a voz,
debaixo da macieira...
-Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
-Sou uma raposa, disse a raposa.
-Vem brincar comigo, propôs o
príncipe, estou tão triste...
-Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me
cativaram ainda.
-Ah! Desculpa, disse o
principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou: -O que quer dizer “cativar”?
-Tu não és daqui, disse a raposa.
Que procuras?
-Procuro amigos, disse. Que
quer dizer cativar?
-É uma coisa muito esquecida,
disse a raposa. Significa “criar laços”...
-Criar laços?
-Exatamente, disse a raposa.
Tu não és para mim senão um
garoto inteiramente igual a cem mil
outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.
Serás pra mim o único no mundo.
E eu serei para ti a única
no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
-Minha vida é
monótona. E por isso
eu me aborreço um
pouco. Mas se tu me cativas,
minha vida será como que cheia
de sol. Conhecerei o barulho de
passos que será diferente dos
outros.
Os outros me fazem
entrar debaixo da terra. O teu
me chamará para fora como
música. E depois, olha! Vês, lá
longe, o campo de trigo?
Eu não como pão. O trigo para
mim é inútil. Os campos de trigo não
me lembram coisa alguma. E isso é
triste!
Mas tu tens cabelo cor de
ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes
cativado. O trigo que é dourado
fará lembrar-me de ti.
E eu amarei o barulho do vento
do trigo...
A raposa então calou-se e
considerou muito tempo o príncipe:
-Por favor, cativa-me! disse ela.
-Bem quisera, disse o príncipe,
integral aos sofredores.
Jesus deixou que a serenidade
reinasse de novo, e, louvando a
piedade, comunicou aos amigos que,
no dia imediato, a título de
experiência, todos os enfermos
seriam curados, antes da pregação.
Com efeito, no outro dia, desde
manhãzinha, o Médico Celeste,
acolitado pelos apóstolos, impôs
suas milagrosas mãos sobre os
doentes de todos os matizes.
No curso de algumas horas, foram liberados mais de cem prisioneiros da sarna, do cancro, do reumatismo, da paralisia, da cegueira,
da obsessão...
Os enfermos penetravam o
gabinete improvisado ao ar livre, com
manifesta expressão de abatimento,
e voltavam jubilosos.
Tão logo reapareciam, de olhar
fulgurante, restituídos à alegria, à
tranqüilidade e ao movimento, formulava Pedro o convite fraterno para o banquete de verdade e luz.
O mestre, em breve instantes,
falaria com respeito à beleza da
Eternidade e à gloria do Infinito;
demonstraria o amor e a sabedoria
do Pai e descortinaria horizontes
divinos da renovação, desvendando
segredos do Céu para que o povo
traçasse luminoso caminho de
elevação e aperfeiçoamento na
Terra.
Os alegres beneficiados, contudo, se afastavam, céleres, entre
frases apresentadas de agradecimento e desculpa. Declaravam-se
alguns ansiosamente esperados no
ambiente doméstico e outros se
afirmavam interessados em retomar
certas ocupações vulgares, com
urgência.
Com a cura do último feridento,
a vasta margem do lago contava
apenas com a presença do senhor e
dos doze aprendizes.
Desagradável silêncio baixou
sobre a reduzida assembléia.
O pescador de Cafarnaum
endereçou significativo olhar de
tristeza e desapontamento ao mestre, mas o Cristo falou, compassivo:
- Pedro, estuda a experiência e
guarda a lição. Aliviemos a dor, mas
não nos esquecemos de que o
sofrimento é criação do próprio
homem, ajudando-o a esclarecer-se
para a vida mais alta.
E sorrindo, expressivamente,
rematou:
- A carne enfermiça é remédio
salvador para o espírito envenenado. Sem o bendito aguilhão da enfermidade corporal é quase impossível
tanger o rebanho humano do local
da Terra para as culminâncias do
Paraíso.
Extraído do livro
Contos e Apólogos - Editora FEB
Calendário da Umbanda
20/01- OXOSSI – Orixá da caça, da busca e do conhecimento que habita nas matas.
Elemento vegetal, ponto de força nas Matas.
23/04- OGUM – Orixá guerreiro, aquele que “quebra” demandas e abre caminhos com
sua ordenação militar. Elemento Ar, ponto de força nos caminhos.
13/05- PRETOS VELHOS - (Dia da Libertação)
24/05- STA. SARA KALÍ – Padroeira dos Ciganos
30/05- OBÁ – Orixá feminino de força e concentração, ajuda a dar determinação e
conhecimento. Guerreira que também tem sua ligação com as matas e o elemento
terra, ponto de força em contato com a terra próximo as matas.
24/06- XANGÔ – Orixá da Justiça dos raios e equilíbrio. Rege o elemento fogo, ponto
de força pedreiras e montanhas.
26/07- NANÃ BUROQUÊ – Orixá da sabedoria da calma e evolução, é considerada a
mais velha como uma avó. Elemento água e terra, ponto de força nos lagos.
mas eu não tenho tempo.
Tenho amigos a descobrir e
mundos a conhecer.
-A gente só conhece bem as
coisas que cativou, disse a raposa.
Os homens não tem tempo
de conhecer coisa alguma.
Compram tudo prontinho nas lojas.
Mas como não existem lojas de
amigos, os homens não têm mais
amigos.
Se tu queres uma amiga,
cativa- Os homens esqueceram
a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
“Tu te tornas eternamente
responsável por aquilo que cativas.”
Antoine de Saint-Exupéry)
16/08- OBALUAYÊ – Orixá ancião da cura, sabedoria e evolução, senhor das
passagens. Elemento terra e água, ponto de força no cemitério e no mar.
24/08- OXUMARÉ – Orixá do arco íris, amor e renovação, simbolizado por uma
serpente. Elemento cristalino e mineral, ponto de força nas cachoeiras.
27/09- COSME E DAMIÃO – Dia em que se comemora a presença das crianças na
Umbanda. Elemento todos.
12/10- OXUM – Orixá do amor, do ouro e da prosperidade. Elemento mineral e aquático,
ponto de força nas cachoeiras.
02/11- OMULÚ – Orixá ancião da terra, dos términos e da morte, também trás aspectos
de cura como o “fim” da doença, ponto de força no cemitério e no mar.
15/11- DIA DA UMBANDA - Em 15/11/1908 Zélio Fernandino de Moraes incorpora
pela primeira vez o Caboclo das Sete Encruzilhadas, a primeira manifestação
pura de Umbanda.
04/12- IANSÃ – Orixá guerreira e da justiça, portadora de espada e direcionadora das
situações. Elemento ar, ponto de força nas pedreiras.
08/12- YEMANJÁ – Orixá Mãe de todos, aspectos maternais, geradores e criativos.
Elemento água, ponto de força no mar.
25/12- OXALÁ – É o Obatalá (que se veste de branco), o Orixalá (o maior dos Orixás).
Orixá da fé, da paz e da pureza. Aparece sempre acima dos outros Orixás, no
topo do altar, pois sem Fé, paz e caridade não há religião. Tem seu ponto de força
em campos abertos, mirantes e todos os lugares que possa se sentir sua paz.
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São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
Considerações sobre CONDUTA ESPERADA
a Senda Espiritual
IASSAN AYPORÊ PERY
(DISCERNIMENTO, AMOR
WAGNER BORGES
Resposta a uma carta de um
ouvinte do programa “Viagem Espiritual”*, com as seguintes indagações:
1. Na sua opinião, qual é o melhor caminho espiritual? (Pergunto isso por que já me decepcionei muito
com diversas pessoas nos lugares
que freqüentei).
2. Se os estudos espirituais são
para elevar a consciência, então, por
que há tantas pessoas nesse meio
sem espiritualidade alguma?
3. Sei que você não é mestre nem
gosta que o rotulem espiritualmente,
mas gosto muito de sua maneira de
levar o lado espiritual e o admiro
muito. Sei que você tem uma energia
daquelas. Dá para mandar um
pouquinho dela, para me ajudar na
minha busca? Dá para me abençoar
à distância?
Olá, amigo ouvinte.
Bom, vamos começar pelo fim da
sua carta.
Sinta-se abençoado, desde sempre, não por mim, mas porque tudo o
que existe já está abençoado, só
pelo fato de existir. Você, eu e todos
os seres somos a própria existência.
Como diria o meu amigo extrafísico
Rama, “somos o sonho de Deus”.
O Todo está em tudo (muito
embora, nem tudo perceba o Todo),
logo, tudo está abençoado. Ou seja,
não dependa de algum mestre,
padre, pastor, médium, projetor, ou
quem quer que o mundo julgue como
tal, para despertar sua consciência
ou abrir o seu coração ao influxo do
Amor Cósmico. Para isso, basta se
encantar com a própria vida e encher-se da luz do Todo em você mesmo.
Faça isso agora, dê uma boa
risada das coisas, inclusive de si mesmo, e aí, mesmo à distância, estaremos juntos, por sintonia, na mesma
risada e encantamento da vida, na
mesma luz do Todo, que está em nós
E
ALEGRIA
e em tudo!
Quanto à sua decepção com as
pessoas nos estudos espirituais, nada mais ilusório do que isso. Tal coisa
se dá devido às suas perspectivas e julgamentos
em cima da conduta
alheia. Quanto
mais você esperar de alguém,
maior será a
possibilidade de
sentir-se decepcionado no
final, já que estamos falando
de seres humanos nada perfeitos, incluindo nisso
eu e você. Se quiser se
decepcionar, basta projetar expectativas em cima de algo
ou de alguém.
Então, como não se decepcionar
mais na senda?
É simples. Preste mais atenção
no seu próprio crescimento e nas suas
limitações, procurando alguma maneira inteligente e criativa de se acertar, fluindo contente e conscientemente. Faça isso por você mesmo,
não pelos outros.
Em relação a qual caminho espiritual você deva seguir, nessa eu passo. Pelo simples motivo de que as
pessoas não são iguais em seus níveis
de lucidez e percepção. O que pode
agradar a um, poderá desagradar a
outro, dentro da relatividade das opiniões de cada um. Achar uma senda
espiritual sadia é questão de foro
íntimo, é busca e decisão pessoal.
Contudo, uma coisa é sempre aconselhável: procure algum caminho que
respeite o seu livre arbítrio e lhe
passe valores nobres e voltados para
o bem da humanidade. Dentro desse
caminho, pratique-o (sempre usando
a inteligência e o bom senso, aliados
aos sentimentos mais altos e à alegria
da jornada espiritual), e sinta em si
mesmo se é o seu lugar. E desconfie
de qualquer um que queira barrar a
sua liberdade de pensamento, ou
NA
JORNADA ESPIRITUAL)
que diga que a verdade só está ali,
ou que afirme ser o único caminho.
Meu amigo, usando o bom senso,
filtre tudo aquilo que ler, ouvir e ver
e só aceite aquilo que for
de acordo com os valores calcados na
razão e no discernimento. E faça
isso com amor e
alegria, pois de
nada adianta
estudar temas
espirituais, se
não for para rir
e ser feliz com a
lucidez que se
alcança e com o
contentamento íntimo que se apresenta,
naturalmente, sem forçar
a barra consciencialmente.
E também pondere tudo isso que
estou lhe escrevendo, usando as
mesmas medidas de filtro de discernimento sugeridas. Ninguém é dono
da verdade, e não há caminho perfeito aqui na Terra.
Fique bem!
Todos nós já estamos abençoados, só por existirmos. Por isso,
agradeça ao Todo, por tudo.
P.S.: Como diria Fernando
Pessoa, em espírito:
“Não sou mestre nem discípulo.
Nem isso ou aquilo. Sou só Pessoa.
E isso já basta!”
Paz e Luz para você.
* O programa “Viagem Espiritual” é
apresentado pelo Prof. Wagner Borges às
quintas feiras, das 19h às 20h, na Rádio
Mundial de São Paulo, 95.7 FM e pode ser
ouvido diretamente pelo site da Rádio
Mundial, no mesmo dia e horário. O site
da rádio é: www.radiomundial.com.br
As gravações dos programas dos
meses anteriores estão disponibilizadas
dentro da seção de Multimídia de nosso
site, na Rádio IPPB.
O endereço específico no site é:
http://www.ippb.org/
[email protected]/default.htm
contatos: [email protected]
Se somos pessoas religiosas, ou
seja, se temos uma religião, esperase de nós atitudes compatíveis com
esta condição. Em função disto já
que sou umbandista, falo de minha
religião e sobre o que é esperado de
seus praticantes.
Muitos falam apenas na conduta
esperada no médium antes e durante
as sessões ou giras, mas quase nada
se fala do depois da gira e normalmente o que é falado é sobre o
imediatamente após a gira ou no
máximo 24 horas após o término da
sessão.
Não podemos e nem devemos
ser umbandistas durante as 48 horas que giram em torno de uma
sessão, mas sim 24 horas por dia e 7
dias por semana. Mas isso é no
sentido da conduta no nosso dia-adia. O quanto nos preocupa a
caridade, o amor, a fraternidade e o
respeito pelo próximo, o quanto disto
tudo faz parte de nossos corações e
mentes, verdadeiramente.
Não adianta de absolutamente nada banhos,
defumadores, preceitos
preparatórios para as
sessões, se quando a mesma
termina, trocamos nossa
roupa e esquecemos todas
as palavras e orientações
recebidas durante a sessão,
saímos do centro achando
que nossa missão e papel
terminaram ali e conseqüentemente não aplicamos o nosso
aprendizado.
A Umbanda é extremamente
prática e nós temos obrigação de
executarmos essa praticidade. Como? Tendo uma conduta compatível
com a nossa religiosidade dentro e
fora do terreiro.
As defesas de um terreiro não
serão abaladas pela conduta inconseqüente de alguns médiuns, mas as
defesas do médium sim. Daí advém
problemas que alguns médiuns passam e ainda tem a coragem de afirmar que “tomou o banho” direitinho,
que firmou o Anjo da Guarda direitinho, etc, etc... Ou ainda, o que
considero pior: dizem que não merecem isso ou aquilo e que a “Banda”
deles tem a obrigação de resolver!!
Desculpas! Meras e tolas desculpas, que servem apenas para ajudar
a mascarar a verdade. E qual é a
verdade que estou me referindo? A
verdade que alguns médiuns e dirigentes acreditam que preceitos e
oferendas substituem conduta moral
correta, honestidade de propósitos,
caridade e humildade!
Não! Em absoluto não! Não há
banho, trabalho, preparo, despacho, oferenda, amaci, que substitua
um coração nobre, caridoso, honesto
e sincero! Para que os preceitos de
Umbanda surtam efeito é fundamental a coerência entre o que está
sendo feito e quem está fazendo ou
recebendo.
Urge que nos tornemos aparelhos melhores. Preocupe-se menos
com oferendas e mais com conduta
moral. Aprenda primeiro a “oferendar-se”, pois como disse o Caboclo
Pery na mensagem Oferendas Para
Orixás somos a melhor oferenda que
podemos dar aos nossos guias e
mentores, mas eu digo, que
precisamos ser dignos de sermos
oferendados.
Lembre-se: somos os únicos
responsáveis pelas companhias
invisíveis que atraímos e mantemos.
Cabe a cada um de nós respeitar a
Umbanda através de atos nobres,
corretos e coerentes com Ela dentro
e fora do terreiro, pois não agindo
assim, tornamo-nos os piores detratores de nossa própria religião, e para cada um de nós existe uma conduta esperada coerente com o fato
de sermos umbandistas, e a intolerância e a vaidade não fazem parte
dela.
Iassan Ayporê Pery
Dirigente do CECP - Centro
Espiritualista Caboclo Pery
Mensagem a ser publicada no
livro “Umbanda - Mitos e
Realidade” (no prelo)
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
SETE FUNÇÕES, SETE METÁFORAS E
SETE NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DA
ATIVIDADE MEDIÚNICA
ENVIADO POR LENI
W. SAVISCKI
Recebido mediunicamente por
BENJAMIN TEIXEIRA
pelo espírito EUGÊNIA.
Existem algumas analogias que podem facilitar o entendimento do complexíssimo fenômeno mediúnico, em seus
intrincados mecanismos de combinação,
intercessão e retro-alimentação de
ondas mentais, em suas diversas características, bem como fases de desenvolvimento. Embora todo médium apresente as funções correlacionadas a cada
uma destas etapas de amadurecimento
de sua sensibilidade, e mesmo deva agir,
conforme a circunstância em que se
encontre inserido, mais em função de
um destes modelos do que de outros, é
possível encontrarmos tendência e
aptidão maior a um ou outro traço de
funcionalidade psíquica, em cada caso
estudado e concorde o instante em que
se dê esta observação.
1) MARIONETE
Poderíamos também chamar aqui
de fase-fantoche. Médiuns altamente
obsediados, sob influência de agen- tes
malévolos do plano extra-físico de vida,
comportam-se como que manietados
por manipuladores do “outro lado da
vida”, em variados momentos de seu
cotidiano; quando não, em casos mais
graves, em tempo contínuo, em complicados e lamentáveis processos de simbiose psíquica, em que passam a funcionar como verdadeiros “condomínios
espirituais” (*), ou como “plantas
mentais” hospedeiras de “inteligênciastrepadeiras-parasitas” da outra
dimensão de vida.
2) ESPONJA
Poderíamos também chamar os médiuns, nesta sua feição angustiosa, de
fio-terra, onde ou em quem as pessoas
“descarregam” suas tensões. São pessoas que sugam a energia do ambiente,
seja boa ou má, assimilando seus padrões psicológicos, emocionais e mentais, muito embora de acordo com suas
idiossincrasias. Isso porque se alguém
não tem sintonia com o tipo de freqüência mental do ambiente, não irá ser induzido a reproduzir-lhe o modo de ser,
mas passará mal, física ou emocionalmente, apresentando, por exemplo,
cefaléia no primeiro caso, ou terríveis
crises de mau humor, no segundo. É
um traço que deve ser combatido, quando se tratar de situações desagradáveis.
O esforço por desenvolver as funções
seguintes, por meio da prece e da
invocação dos bons espíritos, constituirá uma excelente terapêutica, para os
momentos mais difíceis relacionados a
esta forma de se operar da mediunidade.
3) ÍMÃ
Além de assimilar, os médiuns também atraem, e atraem conforme o
padrão de onda mental que emitem ou
com que facilmente entrem em sintonia.
Por isso, trazem para perto de si “satélites
psíquicos”, nos dizeres clássicos do
estudo da mediunidade – companhias
espirituais que se compatibilizam com seu
modo de ser, sentir e agir, não só no
que se refere às suas boas propensões,
como às suas inclinações menos desejáveis ou fracamente nocivas. O médium,
deste modo, é responsável pela natureza
dos seus asseclas ou amigos espirituais,
bem como pelas faixas mentais com que
se alinhe psiquicamente, mesmo que à
distância.
4) TRANSFORMADOR
Poucos médiuns fazem isto conscientemente, mas faz parte da natureza
psíquica de quem se ajusta a uma certa
onda de sinal mental filtrar as forças
ambientes, cambiando-as à freqüência
escolhida. Assim, é responsabilidade das
mentes mediúnicas disciplinadas absorver vetores deletérios de pensamento e
sentimento e convertê-los em fatores
construtivos, transfundindo, desta
forma, o mal em bem, continuamente
ou tanto quanto possível.
5) ESPELHO
A face reflexiva do espelho pode
estar voltada para o pedregulho sobre
que está escorado, ou para cima, e
refletir a luz do sol, senão ao menos das
estrelas e da lua, caso seja noite. Para
onde o médium gire seus potenciais receptivos, captará panoramas e atmosferas mentais condizentes. É de sua responsabilidade, destarte, direcionar sua
capacidade de reproduzir “psicosferas”
para o que convém, não só a si mesmo,
como àqueles que sofrem sua influência
pessoal.
6) RADIOFONE
A mente humana se assemelha a um
aparelho radiofônico que emite e recebe
ondas mentais continuamente. Os médiuns têm este circuito de comunicação
externa mais eficiente, pelo que podem
e devem desenvolver a capacidade de
controlar a freqüência do dial psíquico
em que se manifestam, fazendo rigorosa
triagem das faixas mentais em que
dominantemente vive.
7) TRADUTOR
Inteligência livre, o médium é um
intérprete do que apreende como ondas mentais: quadros psíquicos, símbolos, raciocínios e fluxos complexos de
pensamento, imagens emocionais, impressões conceituais, sentimentos, sensações, memórias. Tudo isto precisa ser
traduzido por seus próprios recursos
íntimos, intelecto-morais, de modo que
somente o que compreende e como
compreende pode ser transmitido para
o mundo físico, que normalmente é o
destinatário de seu trabalho de intermediação inter-dimensional. A responsabilidade pelo que é dito ou feito, por
seu intermédio, portanto, é sempre sua.
8) PORTA-VOZ
Ainda que não imediatamente sob
influência de inteligências despojadas de
corpos físicos, um médium ostensivo
pode funcionar como uma espécie de
representante, de embaixador do grupo
de seres mais evoluídos de que seja um
porta-voz na Terra. Lamentavelmente,
o reverso se dá, e com freqüência deplorável – ou seja: mentes supersensíveis, alojadas em organismos de
carne, que se põem, voluntária ou
involuntariamente (quando dominados
por suas más paixões), como representantes constituídos de agentes tenebrosos do plano astral de vida. Em um como
em outro caso, o médium funciona, em
tais situações, como quem reproduz, de
modo relativamente livre e com tom
mental e interferências nitidamente
pessoais, conforme o que tenha assimilado e entendido do padrão de idéias,
valores e sentimentos do colégio de entidades com que se afina, ou mesmo age
sob branda influência de tais espíritos,
ressonância sutil esta que se pode chamar de inspiração, assim retratando, de
modo geral e aproximado, o que o seu
grupo de inteligências diretrizes desejaria
dizer ou fazer por seu intermédio.
Em qualquer nível do desenvolvimento das atividades, funções e aptidões mediúnicas, nesta escala crescente
de auto-domínio das faculdades e de
amadurecimento psicológico e espiritual
do médium, sempre subsiste a responsabilidade e a liberdade da individualidade sensível, seja para atender, seja
para resistir aos comandos ou induções
que lhe são insuflados ou sugeridos à
câmara psíquica.
Cabe a cada médium, pela prática
criteriosíssima e impreterível da oração
(não só diária, mas várias vezes ao dia),
bem como pelo estudo, pela auto-análise
e pelo esforço contínuo em se tornar
melhor pessoa, em todos os sentidos,
fazer-se, por conseqüência, melhor
intermediário inter-mundos, ajudando
mais que desajudando, favorecendo a
manifestação do plano superior, mais do
que a do plano inferior de vida.
Àqueles que forem dotados de
maior potencial de sensibilidade, o alerta do Cristo soa como uma ordem imperiosa: “Orai e vigiai para não cairdes em
tentações”, e, por outro lado, deve estar
fixada, como diretriz fundamental de
conduta e hábitos mentais, a lembrança
de que, para se terem melhores espíritos
como mestres no plano invisível,
necessário se faz se tornar a si mesmo
um melhor espírito, já que, em matéria
de mediunidade, reina, inexoravelmente,
o princípio de sintonia, que determina
se atraia o semelhante e que se repila o
dessemelhante.
(Texto recebido em 21 de
novembro de 2005.)
(*) Expressão criada por
Hermínio Miranda, grande estudioso
já desencarnado da mediunidade.
(Nota do Médium)
Página -5
Diário de Bordo
Vitória/ES, 06 de dezembro de 2005
bus de excursão com destino
final a Mongaguá.
Esta viagem marcou muito
sabe? Estou digitando e as
lágrimas correm pela face...
Sabe por quê???
Nunca havia vivenciado
pessoas tão alegres pela
Umbanda, por serem
Umbandistas e pela festa de
Yemanjá!!!
DUÉRGNES CORRÊA ASSUNÇÃO
Irmãos!!!
A minha viagem começou no dia
01 de dezembro quando peguei o
vôo Vitória-Guarulhos onde em meu
mental vibrava somente um objetivo: Conhecer a Umbanda Sagrada.
Ao chegar a Guarulhos imediatamente prossegui a viagem para
Bauru para me hospedar na casa
do nosso querido irmão RODRIGO
QUEIROZ.
Para se ter uma noção havia uma
galera no “fundão” do ônibus com
atabaque cantando durante toda a
viagem.
Gente! Que alegria! Era de emocionar. Foi toda a viagem com uma
alegria contagiante. Agradecia muito
a Deus por estar participando
daquele momento!
Gostaria de citar várias pessoas
mas infelizmente a memória não me
permiti (perdão para aqueles que não
vou citar). O Daniel com sua energia
contagiante; o Márcio com seu sorriso
constante; a D. Inês com um canto
divino; enfim todos foram marcantes.
Chegamos a Mongaguá!!!
No dia 02 dezembro conheci a
proposta da TVUS, discuti várias
idéias, propostas, sonhos, acertos
e erros para a mudança de uma
mentalidade e de práticas umbandistas capixabas.
Para minha surpresa, eu participaria efetivamente da reunião, como
médium!!! E eu que fui com o único
intento de observar. Quanta ignorância!
Ao anoitecer começou o meu
estágio (rssrs). Tive o privilégio de
participar de uma gira no Templo
escola trabalhadores da fé e da
Verdade, foi demais. Aproveitei o
máximo para esclarecer dúvidas.
Eram mais de 3000 pessoas, incrível! Como conseguiam organizar
tanta gente?
Mas a viagem não acabava por
aí, pois prosseguia! Às 04h30min
da manhã do dia 30 de dezembro,
eu e o meu irmão Rodrigo pegamos
à estrada e nos dirigimos para Jundiaí. Lá o objetivo era conhecer uma
pessoa que já conhecia pelo MSN
Messenger: Daniel Sossi.
Deus quanta oportunidade! Como
me emocionei com aquela gente toda
unida!
Também pegaríamos carona
com o Daniel numa excursão e mais
uma vez iríamos prosseguir para
Mongaguá.
Bem vamos por partes.
Como foi longa a viagem para
Jundiaí, lembrava como no Espírito
Santo tudo é pertinho...rsrsrs.
Mas somos guerreiros e a longa
viagem não deveria ser nenhum
obstáculo para alcançarmos nosso
objetivos. Durante a viagem vibrei
orações ao meu Pai Oxalá pedindo
amparo na minha fé. Chegamos a
Jundiaí depois de cinco horas de
viagem!
Em Jundiaí conheci o Daniel Sossi e sua energia incrível!!! Lá após
uma pausa para repor as energias
mais uma vez prosseguimos viagem
para o litoral...ufa!!!
Começava a sentir o corpo físico
pedir por descanso. Pegamos o ôni-
Quando começaram a cantar os
pontos cantados percebi o que significava congregar.
Todos manifestando seus orixás
individuais. Todos batendo palmas,
saudando os Orixás. Não havia e não
há palavras para exprimir aquele
momento. Tudo isso ocorrendo sob
dois ingredientes fundamentais: fé e
alegria!!!
Esse é o ensinamento que todos
não devem esquecer do mestre Rubens: Congregar diferentes pessoas
em prol do Divino.
Agradeço a Deus primeiramente
por esta oportunidade, ao mestre
Rubens Saraceni, ao irmão Rodrigo
Queiroz, ao Daniel Sossi e a todos
aqueles que não lembro o nome mas
suas fisionomias alegres estão marcadas na minha memória e peço ao
Criador que estas fisionomias fiquem
marcadas para eternidade no meu
espírito.
Agora sim posso repetir o grito
de guerra puxado pelo nosso irmão
Rodrigo Queiroz na excursão: “EU
TENHO ORGULHO DE SER UMBANDISTA!”
DUÉRGNES CORRÊA ASSUNÇÃO
Umbandista e com orgulho
contatos: [email protected]
Página -6
São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
A COMUNICAÇÃO
UMBANDISTA
JORGE SCRITORI
Uma das maiores dificuldades no
meio Umbandista sempre foi à comunicação, ou seja, a dificuldade de
se expressar no meio religioso, dificuldade esta que sempre promoveu
problemas de ordem doutrinaria e
diferenças enormes nos procedimentos litúrgicos.
Muitos ainda se
questionam em relação a essa comunicação perguntando se a
mesma se faz necessária.
Esta comunicação
que serve para promover o bom trabalho
e o sentido verdadeiro da Umbanda e
não esse mercantilismo distorcido que
alguns pregam em relação ao
trabalho da Umbanda.
Comunicação esta que vêm para
romper barreiras e diferenças entre
muitas Casas que realizam um trabalho maravilhoso, trocando informações, fundamentos e bases de trabalho.
A Umbanda por ser uma religião
totalmente nova em relação ao seu
tempo de atuação e pioneira nas
suas práticas, tem muito a mostrar,
muito gás para queimar, mas infelizmente alguns irmãos ainda se
prendem em conceitos de paralisia
temporal, acreditando que a Umbanda deveria ficar somente dentro
daquelas poucas horas de trabalho...
e eu digo NÃO!!!
A Umbanda tem que mostrar o
seu bom trabalho para quem precisa
e para quem quer conhecer, a Umbanda tem que mostrar a sua verdadeira face como Religião fundamentada na Louvação a Deus e as suas
manifestações Sagradas, Os Divinos
Orixás e como diz o ponto:
“Umbanda é força meu Pai,
Umbanda é Luz, Umbanda é força
meu Pai, que nos conduz, Umbanda
é força meu Pai, Umbanda é
Caridade, Umbanda é Luz é Amor
Fraternidade...”
E é exatamente esta força de
trabalho esse poder de assistência
ao próximo que tem que ser mostrado
de forma clara e consciente e não da
forma profana e mentirosa que
alguns meios de comunicação usam
para garantir o seu ibope ou pregar
a palavra da intolerância e da
perseguição.
Página -7
RUBENS SARACENI COLOCA
A UMBANDA NA MÍDIA
Sagrada pelo site www.tvus.com.br
que apresentará uma programação
100% Umbandista, que aborde e
esclareça sobre a religião de Umbanda, com vídeos didáticos, entrevistas e apresentações.
Marques Rebelo da Revista Espiritual de Umbanda está colocando no
ar o site www.tvumbanda.com
FALANDO DE UMBANDA
Temos também uma prograALEXANDRE CUMINO
UMA TV ESPIRITUALISTA
A Umbanda cresce e esse crescimento não será abafado por nenhuma linha de ataque ou fanatismo
religioso e é pensando neste crescimento que o irmão Rubens Saraceni está lançando a TV Espiritualista, promovendo um trabalho
inovador, que poderá ser assistida
no mundo todo através do site:
www.tvespiritualista.com.br
Está criada com estrutura de TV
convencional e para ter uma programação diária de programas gravados
e também de apresentações ao vivo,
já começaram as gravações de programas que abordarão além da Umbanda também outras religiões e expressões da espiritualidade.
A inovação da proposta é de realmente ter um canal alternativo que
abra para a espiritualidade as portas
que a TV convencional não abriu
ainda e criar um novo conceito, um
novo hábito, de assistir TV pela internet.
Rodrigo Queiroz que fundou o
Jornal de Umbanda Sagrada,
hoje um grande veículo da religião,
também colocará no ar a TV Umbanda
mação de Umbanda na Rádio Mundial
FM 95,7, onde, já a alguns anos Rubens Saraceni vem fazendo o Programa “A Magia da Vida” todas as
terças feiras às 13:00hs.
Agora também na mesma Rádio
Mundial FM 95,7, é veiculado o Programa “Falando de Umbanda” com
Jorge Scritori e Alexandre Cumino
todos os domingos ao meio-dia, com
conteúdo doutrinário e teológico,
apresentado com pontos de Umbanda, Orações, Oferendas e muitos
outros assuntos voltados à desmistificação desta religião tão rica que é
a nossa Umbanda.
Irmãos é preciso uma consciência
de espaço e projeção para o nosso
trabalho crescer em respeito as outras religiões é preciso se comunicar
e estaremos trabalhando com afinco
para que isso aconteça.
Não deixe você também de
prestigiar todas estas programações
por um motivo bem simples:
ORGULHO DE SER UMBANDISTA!!
Já faz tempo que não vemos mais
a Umbanda na grande mídia, TVs,
Rádios e Jornais de grande circulação.
A Umbanda entrou em uma lista
de assuntos que se evita falar publicamente, como se não fosse uma
religião de fato ou que não fizesse o
bem e quando se mostra algo nem
sempre é condizente com a Fé o Amor
e a Caridade onde se fundamenta
nossa religião.
Caímos em descrédito na sociedade, e isto é fato, por preconceito
ou não, muitos evitam a Umbanda, e
pior, é que o silêncio acerca da religião começa com os próprios Umbandistas.
No histórico da religião temos um
período de repressão oficial do Estado
para com nossa prática religiosa,
período anterior às leis de liberdade
religiosa da Constituição, por isso
trazemos uma tradição de esconder,
ocultar ou ainda de nos declararmos
católicos.
Este período já passou.
Temos a liberdade de nos
mostrarmos Umbandistas com todo o
Orgulho do mundo; de não nos escondermos mais, e ainda assim muitos
continuam entocados, falando baixo
e ocultando informações acerca da
religião.
Ouça o programa
Forte abraço,
Que Pai Ogum Abençoe a todos!!!
contatos:[email protected]
Lançamento Editora Madras
A história oficial do Brasil inicia-se a partir do seu “descobrimento”, em 1500.
Sabemos, contudo, que aqui viviam desde tempos imemoriais diversos povos de
diferentes raças, culturas e civilizações que, segundo o autor, irradiaram-se
para todas as partes do planeta.
Baseando-se em evidências científicas, geológicas, antropológicas,
arqueológicas e criptográficas, o livro mostra-nos que o planalto central brasileiro
é a região mais antiga do mundo e que os signos pré-históricos brasileiros são
restos de uma escrita antiqüíssima e universal, mãe de todos os sistemas
atualmente existentes.
Conheça, por meio desta obra, os grandes mistérios e enigmas de um Brasil
oculto, desconhecido e ignorado. Certamente, esta é uma obra que dará ao
leitor uma nova e surpreendente visão a respeito da pré-história brasileira e que
derrubará antigas concepções.
Estes, não perceberam que
vivemos na era da informação, e
que em nada ajuda nossa religião
se continuarmos nos escondendo e
dizendo que a Umbanda tem
segredos, que é oculta ou velada.
A Umbanda é uma religião e
como tal nada têm a esconder. Ao
contrário, ela deve se mostrar e para
isso precisa de que nós, médiuns
umbandistas, façamos nossa parte
para divulgá-la.
Foi pensando assim que Rubens
Saraceni criou hà alguns anos um
programa na Rádio Mundial FM 95,7
chamado “A Magia da Vida”, todas
as terças feiras às 13:00hs.
Rubens Saraceni já havia feito
um programa na Eco TV, que vai ao
ar pela TVA Cambrás no ABC e
agora vem criando um canal de televisão espiritualista com programação diária de entretenimento,
entrevistas, apresentações e
outros que caracterizam uma TV
Espiritualista.
Ainda em fase de testes,
devido aos detalhes técnicos que
não são poucos, e devido a
inovação, podemos adiantar que
muitos programas já estão gravados, esperamos na próxima edição
do Jornal apresentar quais são
estes programas que vão ao ar.
A TV espiritualista irá ao ar pelo
site www.tvespiritualista.com.br
A Magia da Vida
COM RUBENS SARACENI
Toda terça-feira das
13h00 às 13h30
Ouça o programa
Falando
de Umbanda
COM
ALEXANDRE CUMINO E JORGE SCRITORI
Todos os domingos das 12h00 às 12h30
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São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
A Tristeza dos Orixás
FERNANDO SEPE
Foi, não há muito tempo atrás, que
essa estória aconteceu. Contada aqui
de uma forma romanceada, mas que
traz em sua essência, uma verdadeira
mensagem para os umbandistas...
Ela começa em uma noite escura e
assustadora, daquelas de arrepiar os
pêlos do corpo. Realmente o Sol tinha
se escondido nesse dia, e a Lua, tímida,
teimava em não iluminar com seus
encantadores raios, brilhosos como fios
de prata, a morada dos Orixás.
Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das “guerras”, saiu do alto ponto onde
guarda todos os caminhos e dirigiu-se
ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos
agitaram-se. Todos adoravam Ogum,
ele era tão forte e corajoso.
Iemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de
mãe “coruja” quando revê um filho que
há tempos partiu de sua casa, mas
nunca de sua eterna morada dentro do
coração:
- Ah, Ogum, que saudade, já faz
tanto tempo! Você podia vir visitar mais
vezes sua mãe, não é mesmo? - ralhou
Iemanjá, com aquele tom típico de
contrariedade.
- Desculpe, sabe, ando meio ocupado - Respondeu um triste Ogum.
- Mas, o que aconteceu? Sinto que
estás triste.
- É, vim até aqui para “desabafar”
com você “mãezinha”. Estou cansado!
Estou cansado de muitas coisas que os
encarnados fazem em meu nome. Estou
cansado com o que eles fazem com a
“espada da Lei” que julgam carregar.
Estou cansado de tanta demanda. Estou
muito mais cansado das “supostas”
demandas, que apenas existem dentro
do íntimo de cada um deles... Estou
cansado...
Ogum retirou seu elmo, e por detrás de seu bonito capacete, um rosto
belo de traços fortes pôde ser visto. Ele
chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão
mal compreendido pelos filhos de Umbanda. Chorava por ninguém entender,
que se ele era daquele jeito, protetor e
austero, era porque em seu peito a
chama da compaixão brilhava. E, se
existe um Orixá leal, fiel e companheiro,
esse Orixá é Ogum. Ele daria a própria
Vida, por cada pessoa da humanidade,
não apenas pelos filhos de fé. Não!
Ogum amava a humanidade, amava a
Vida.
Mas infelizmente suas atribuições
não eram realmente entendidas. As
pessoas não viam em sua espada, a
força que corta as trevas do ego, e logo
a transformavam em um instrumento
de guerra. Não vinham nele a potência
e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de
trevas na alma de todos. Não viam em
sua lança, a direção que aponta para o
autoconhecimento, para iluminação
interna e eterna.
Não! Infelizmente ele era entendido
como o “Orixá da Guerra”, um homem
impiedoso que utiliza-se de sua espada
para resolver qualquer situação. E logo,
inspirados por isso, lá iam os filhos de fé
esquecer dos trabalhos de assistência a
espíritos sofredores, a almas perdidas
entre mundos, aos trabalhos de cura,
esqueciam do amor e da compaixão,
sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizarem
“quebras e cortes” de demandas, muitas
das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas
reflexos do próprio estado de espírito
de cada um. E mais, normalmente, tudo
isso torna-se uma guerra de vaidade,
um show “pirotécnico” de forças ocultas.
Muita “espada”, muito “tridente”, muitas
“armas”, pouco coração, pensamento
elevado e crescimento espiritual.
Isso magoava Ogum.
Como magoava...
- Ah, filhos de Umbanda, por que
vocês esquecem que Umbanda é pura
e simplesmente amor e caridade? A
minha espada sempre protege o justo,
o correto, aquele que trabalha pela luz,
fiando seu coração em Olorum. Por que
esquecem que a Espada da Lei só pode
ser manuseada pela mão direita do amor,
insistindo em empunhá-la com a mão
esquerda da soberba, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformandona em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição...
Então, Ogum começou a retirar sua
armadura, que representava a proteção
e firmeza no caminho espiritual que esse
Orixá traz para nossa vida. E totalmente
nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua
espada no solo. Não queria mais lutar,
não daquele jeito. Estava cansado...
Logo um estrondo foi ouvido e o
querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça
o mesmo aconteceu. Ele não agüentava
mais ser visto como uma divindade da
peste e da magia negativa. Não entendia,
como ele, o guardião da Vida podia ser
invocado para atentar contra Ela.
Magoava-se por sua alfanje da morte,
que é o princípio que a tudo destrói,
para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal
compreendida pelos homens.
Ele também deixou sua alfanje aos
pés de Iemanjá, e retirou seu manto
escuro como a noite. Logo via-se o mais
lindo dos Orixás, aquele que usa uma
cobertura para não cegar os seus filhos
com a imensa luz de amor e paz que
irradia de todo seu ser. A luz que cura,
a luz que pacifica, aquela que recolhe
todas as almas que perderam-se na
senda do Criador. Infelizmente os filhos
de fé esquecem disso...
Mas o mais incrível estava por
acontecer. Uma tempestade começou a
desabar aumentando ainda mais o
aspecto incrível e tenebroso daquela
estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo,
começarem também a despir suas
vestimentas sagradas, além de deixarem
ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas.
Faziam isso em respeito a Ogum e
Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso
por si próprios. Iansã queria que as
pessoas entendessem que seus ventos
sagrados são o sopro de Olorum, que
espalha as sementes de luz do seu amor.
Oxossi queria ser reverenciado como
aquele que, com flechas douradas de
conhecimento, rasga as trevas da
ignorância. Egunitá apagou seu fogo
encantador, afinal, ninguém lembrava
da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora
e destrói, os vícios dos outros, é claro.
Um a um, todos foram despindo-se
e pensando no quanto os filhos de
Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás.
Iemanjá, totalmente surpresa
e sem reação, não sabia o que
fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era
Exu. O controvertido Orixá das
encruzilhadas, o mensageiro, o
guardião, também chegava para
a reunião, acompanhado de
Pombagira, sua companheira
eterna de jornada.
Mas os dois estavam muito
diferentes de como normalmente
apresentam-se. Andavam curvados, como que segurando um
grande peso nas costas. Tinham
na face, a expressão do cansaço.
Mas, mesmo assim, gargalhavam
muito. Eles nunca perdiam o senso
de humor! E os dois também
repetiram aquilo que todos os
Orixás foram fazer na casa de
Iemanjá. Despiram-se de tudo.
Exu e Pombagira, sem dúvida,
eram os que mais razões tinham
de ali estarem. Inúmeros eram os
absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o
preconceito, que o próprio umbandista
ajudou a criar, dentro da sociedade,
associando-o a figura do Diabo:
- Hahaha, lamentável essa situação,
hahaha, lamentável! - Exu chorava, mas
Exu continuava a sorrir. Essa era a
natureza desse querido Orixá.
Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora
Rainha do Mar sabia o que fazer:
Espere! - pensou Iemanjá! - Oxalá,
Oxalá não está aqui! Ele com certeza
saberá como resolver essa situação.
E logo Iemanjá colocou-se em oração, pedindo a presença daquele que é
o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentouse na frente de todos. Trazia seu
opaxorô, o cajado que sustenta o
mundo. Cravou ele na Terra, ao lado
da espada de Ogum. Também despiuse de sua roupa sagrada, pra igualar-se
a todos, e sua voz ecoou pelos quatro
cantos do Orun:
- Olorum manda uma mensagem a
todos vocês meus irmãos queridos! Ele
diz para que não desanimem, pois, se
poucos realmente os compreendem,
aqueles que assim o fazem, não medem
esforços para disseminar essas verdades
divinas. Fechem os olhos e vejam, que
mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita
luz e amor também está sendo semeado,
regado e colhido, por mãos de sérios e
puros trabalhadores nesse às vezes
triste, mas abençoado planeta Terra.
Esses verdadeiros filhos de fé que lutam
por uma Umbanda séria, sem os
absurdos que por aí acontecem. Esses
que muito além de “apenas” prestarem
o socorro espiritual, plantam as
sementes do amor dentro do coração
de milhares de pessoas. Esses que
passam por cima das dificuldades
materiais, e das pressões espirituais,
realizando um trabalho magnífico,
atendendo milhares na matéria, mas
também, milhões no astral, construindo
verdadeiras “bases de luz” na crosta,
onde a espiritualidade e religiosidade
verdadeira irão manifestar-se. Esses que
realmente nos compreendem e buscamnos dentro do coração espiritual, pois é
lá que o verdadeiro Orun reside e existe.
Esses incríveis filhos de Umbanda, que
não colocam as responsabilidades da
vida deles em nossas costas, mas sim,
entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos
trabalhadores anônimos, soltos pelo
Brasil, que honram e enchem a
Umbanda de alegria, fazendo a filhinha
mais nova de Olorum brilhar e sorrir...
Quando Oxalá calou-se os Orixás
estavam mudados. Todos eles tinham
suas esperanças recuperadas, realmente
viram que se poucos os compreendiam,
grande era o trabalho que estava sendo
realizado, e talvez, daqui algum tempo,
muitos outros se juntariam a esse ideal.
E aquilo alegrou-os tanto, que todos
começaram a assumir suas verdadeiras
formas, que são de luzes fulgurantes e
indescritíveis. E lá, do plano celeste,
brilharam e derramaram-se em amor e
compaixão pela humanidade.
Em Aruanda, os caboclos, pretosvelhos e crianças, o mesmo fizeram.
Largaram tudo, também despiram-se e
manifestaram sua essência de luz, sua
humildade e sabedoria comungando a
benção dos Orixás.
Na Terra, baianos, marinheiros,
boiadeiros, ciganos e todos os povos
de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que
vinham lá do alto os saudavam e
abençoavam seus abnegados e difíceis
trabalhos. Uma alegria e bem-aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam
e abraçavam-se. O alto os abençoava...
Mas, uma ação dos Orixás nunca
fica limitada, pois é divina, alcançando
assim, a tudo e a todos. E lá no baixo
astral, aqueles guardiões e guardiãs da
lei nas trevas também foram alcançados
pelas luzes Deles, os Senhores do
Alto. Largaram as armas, as capas,
e lavaram suas sofridas almas com
aquele banho de luz. Lavaram
seus corações, magoados por
tanta tolice dita e cometida em
nome deles. Exus e Pombagiras,
naquele dia foram tocados pelo
amor dos Orixás, e com certeza,
aquilo daria força para mais
muitos milênios de lutas insaciáveis
pela Luz.
Miríades de espíritos foram retirados do baixo-astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser
encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na
matéria toda a humanidade foi
abençoada. Aos tolos que pensam
que Orixás pertencem a uma
única religião ou a um povo e
tradição, um alerta. Os Orixás
amam a humanidade inteira, e por
todos olham carinhosamente.
Aquela noite que tinha tudo
para ser uma das mais terríveis de
todos os tempos, tornou-se
benção na vida de todos. Do alto
ao embaixo, da esquerda até a
direita, as egrégoras de paz e luz deram
as mãos e comungaram daquele
presente celeste, vindo diretamente do
Orun, a morada celestial dos Orixás.
Vocês, filhos de Umbanda, pensem
bem! Não transformem a Umbanda em
um campo de guerra, onde os Orixás
são vistos como “armas” para vocês
acertarem suas contas terrenas. Muito
menos esqueçam do amor e compaixão,
chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é
puro sentimento, alegria e razão. Lembrem-se disso. E quanto a todos aqueles,
que lutam por uma Umbanda séria,
esclarecida e verdadeira, independente
da linha seguida, lembrem-se das palavras de Oxalá ditas linhas acima. Não
desanimem com aqueles que vos
criticam, não fraquejem por aqueles que
não tem olhos para ver o brilho da
verdadeira espiritualidade. Lembremse que vocês também inspiram e enchem
os Orixás de alegria e esperança. A
todos, que lutam pela Umbanda nessa
Terra de Orixás, esse texto é dedicado.
Exe ê o babá (Salve o Pai Oxalá).
Conatos: [email protected]
Visitem o blog:
http://blog.orunananda.zip.net
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
Machadinha de Xangô
POR LENI W. SAVISCKI
Naqueles campos do sul, o vento
minuano soprava com tanta intensidade naquela noite de inverno que,
ao bater nas janelas do rancho
humilde à beira da estrada, parecia
procurar uma fresta para se
agasalhar junto ao fogo do lampião.
Os poucos cobertores que tinham, cobriam os meninos enquanto a
mulher andava de um lado para outro,
tentando se aquecer e disfarçar as
dores, esperando o dia amanhecer
para só então chamar dona Belinha
que morava perto do ribeirão, à meia
hora dali. Sabia, pelas dores, que a
hora do parto se aproximava e mais
uma vez estava sozinha. Fora assim
com os outros dois filhos, pois seu
marido trabalhava na fronteira, longe
dali. Porém desta vez, era noite,
chovia e fazia muito frio.
As dores aumentavam e seu
desespero também, quando se
lembrou da santinha. No canto da
casa, havia colocado uma prateleira
com a imagem de N. Senhora Aparecida, que ganhara lá no terreiro
de Umbanda, daquela Preta Velha,
quando, no ano passado, foi até lá
com dona Belinha, buscar um benzimento para os meninos. Acendeu a
última vela que guardava para uma
emergência e fechando os olhos,
rezou com toda fé de seu coração,
pedindo que a criança nascesse
somente ao clarear do dia, com a
presença da parteira. Sentiu-se
estranha, como se seu corpo
estivesse muito leve e com uma
sonolência atípica. Para evitar que a
adormecesse ali sentada, deitou-se
e após uma contração bem forte viu
que havia chegado a hora.
A bolsa d’água rompeu e ela
agora mordia o travesseiro para
evitar acordar os meninos com seu
grito de dor. De repente o quarto
havia se iluminado e virando-se viu
dona Belinha, a parteira, com um
lampião aceso. Mesmo sem saber se
era ficção ou realidade, acalmou-se
e deixou tudo por conta dela.
Após mais duas contrações
fortes, nascia o menino que era
envolvido por um pano branco nas
mãos da parteira. O cansaço fez com
Uma pequena
crônica
que adormecesse, sentindo-se
confortável com a criança aconchegada ao seu lado.
Acordou pela manhã com as
batidas na porta do casebre:
-Abre a porta filha - era a voz de
Dona Belinha, atendida pelas
crianças. Entrando no quarto e
vendo a mulher com a criança ao lado,
espantou-se:
- Nossa Senhora! Como foi isso
mulher? Quem fez o parto?
Sem entender nada ela sorriu e
disse:
- Ora quem? A senhora!
Consciência
da Missão
MARCO BOEING
ENVIADO POR TATIANA
DA SILVA FRANSCISCO
Um médium iniciante, foi falar com o Dirigente do
terreiro, estava ansioso em saber algumas coisas:
- Pai preciso saber urgente quem são meus
Orixás, e com quais entidades vou trabalhar ?
- E por que esta pressa meu filho? – Respondeu
o dirigente.
- È que tenho amigos em outro terreiro e quando
souberam que eu estava freqüentando a Umbanda,
me fizeram estas perguntas e eu não soube
responder.
- Vou te ensinar a resposta, quando te perguntarem novamente responda:
“Sou filho do Orixá Humildade e do Orixá Caridade,
as entidades com as quais vou trabalhar são Fé,
Amor, Paciência, Perseverança.”
O médium ficou olhando sem entender as palavras
do dirigente que continuou:
- Na Umbanda não temos de nos preocupar que
são nossos Orixás, temos o dever de cultuar a todos
com a mesma fé e amor, de nossas entidades o que
menos vai importar é seu nome, devemos sim nos
preocupar em ajuda-las a transmitir a aqueles que
os procurarem as energias positivas e a paz que
procuram.
Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser EU, de
viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar
a idéia do reclame, e plebéia sociabilização de mim,
do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da
minha viagem de impressões pelos outros, na posse
plena do meu Gênio e na divina consciência da minha
Missão.
Hoje só me quero tal qual meu caráter nato quer
que eu seja; e meu Gênio, com ele nascido, me impõe
que eu não deixe de ser.
Atitude por atitude, melhor a mais nobre, a mais
alta e a mais calma. Pose por pose, a pose de ser o
que sou.
Nada de desafios à plebe, nada de girândolas
para o riso ou a raiva dos inferiores. A superioridade
não se mascara de palhaço; é de renúncia e de
silêncio que se veste.
O último rastro de influência dos outros no meu
caráter cessou com isto. Reconheci – ao sentir que
podia e ia dominar o desejo intenso e infantil de
“lançar o Interseccionismo” – a tranqüila posse de
mim.
Um raio hoje deslumbrou-se de lucidez. Nasci.
- Fernando Pessoa -
Página -9
- Eu??? Como será, se estou
chegando agora. Vim porque sonhei
contigo e pensei que estivesse
precisando...
- Dona Belinha, por favor... a
senhora fez o meu parto sim.
Esqueceu? Veio de madrugada com
um lampião, trouxe até um chá.
A essa altura a parteira estava
pensando que a mulher não estava
no seu juízo normal. Tratou de fazer
logo umas xaropadas e verificar se
ela não estava febril. Com a criança,
logo viu que estava tudo bem. O
umbigo havia sido cortado de maneira
correta, estava limpo, bem vestido e
alimentado.
Por sua vez a mulher ficou
pensando o mesmo da parteira.
“Deve estar caduca, devido à idade
avançada”.
E assim passou-se algum tempo,
quando juntas foram ao terreiro de
Umbanda para tomar um passe e
pedir a bênção da preta velha para a
criança.
- Sarava zi fia! Nega veia tá
muito da contente por ver que foi
tudo bem no parto.
- É, foi minha mãe.
- Apesar de tê-lo feito sozinha,
dizia agora Dona Belinha para a preta
velha.
- Eh, eh... sozinha coisa
nenhuma. Neguinha tava muito bem
assistida e embora as duas não
entenderam nada do acontecido,
posso garantir que eu sei o que
aconteceu.
As duas olharam-se desconfiadas.
- Todos os filhos estão sempre
assistidos conforme seu merecimento. Nenhuma mãe que vai parir,
estará desamparada pela assistência
divina e nós que pertencemos às
bandas da Aruanda e já trabalhamos
como parteira dos negros na senzala,
embora num corpo de “morto”, ainda
puxamos muita criança para fora do
ventre. Naquela noite, insistimos com
a dona parteira, intuindo para que
fosse até a casa da filha, mas devido
ao tempo feio, ela esperou o dia
clarear. A criança, pelos desígnios
maiores, precisava nascer naquele
momento, naquela hora adequada às
suas necessidades encarnatórias. Por
isso, quando dona Belinha adormeceu
e mesmo não lembrando, em
desdobramento foi realizar o parto.
Não foi sonho de nenhuma das duas.
Tem coisas que ainda estão além do
entendimento dos filhos encarnados,
mas que se fazem rotineiros no
mundo dos mortos.
Sem entender quase nada da
explicação, pela limitação cultural das
duas mulheres, preferiram acreditar
que uma estava confundindo a outra
com histórias mal contadas.
- Aqui está um filho de Xangô.
Forte, decidido e que nasceu durante
a tempestade quebrando com seu
machado aquilo que os filhos definem
como “normal”. Há de ser um raio de
luz naquela vivenda e trará a muitos
a justiça incondicional, pois tem uma
missão grandiosa na terra. Sua
palavra será um trovão e seu machado avançará cortando mironga por
este mundão afora....
Mais uma vez as duas mulheres
não conseguiam entender quase
nada. Só agora, já no mundo dos
mortos, dona Belinha sorria faceira
vendo aquela “criança” crescida e
estudada, vestindo sua toga preta,
ajuizar as causas em favor da justiça,
dando como última a sua palavra que
era um trovão inconfundível. Em
noites designadas, trocava a toga
preta pela roupa branca e de pés
descalços, dava passagem ao seu
caboclo Xangô Kaô, atendendo numa
Tenda de Umbanda.
História contada por Vovó Benta
contatos: [email protected]
Mahatma Gandhi
“A não-violência é
meu artigo de fé. E
também o ultimo artigo
do meu credo.
A não-violência
completa é a ausência
completa de maus
desejos com relação a
tudo que vive.
A não-violência na
forma ativa, é a boa
vontade para tudo o
que é vivo. É o amor
perfeito.
Já é bastante nobre
defender seu bem, sua
honra e sua religião na ponta da espada.
É mais nobre ainda defende-las sem fazer mal ao malfeitor. Mas é vil,
antinatural e desonroso abandonar seu posto e, para salvar a própria pele,
deixar seu bem, sua honra e sua religião à mercê do malfeitor.
Vejo que posso com sucesso, pregar a não-violência àqueles que sabem
morrer, Mas não àqueles que têm medo a morte.
Minha não-violência não permitiria dar uma refeição gratuita a um homem
saudável, que não trabalha para ganhá-la.
Se eu tivesse poder, suspenderia toda ´sadavrata´ (obras de caridade)
em que se dá alimentos em troca de nada.Tal hábito faz degenerar o povo
e, ter preguiça, ociosidade e hipocrisia é um crime. A verdade é dura como
diamante e frágil como a flor de pêssego.”
Mohandas K. Gandhi (Mahatma Gandhi) 1869-1948.
Página -10
São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
Doutrina e Cultura Umbandista
MÔNICA BEREZUTCHI
Irmãos e leitores, já estamos
chegando ao final do ano, e a maioria
dos terreiros entra em férias neste
período de Natal e Ano Novo, só
reabrindo com a Festa de Pai Oxóssi
em janeiro.
É sobre “férias” espirituais que
vamos comentar, pois muitos médiuns simplesmente deixam de lado
sua mediunidade, abrindo assim campos negativos que enfraquecem as
energias positivas chegando a atingir
seu próprio equilíbrio.
Vamos cuidar da nossa mediunidade, realizando nossas práticas
litúrgicas como banhos, defumações,
vela do anjo da guarda, firmar a
direita e esquerda toda semana,
como temos feito. NÃO DEIXE DE
LADO, POIS É PARA SEU PRÓPRIO
BENIFÍCIO.
Lave a sua roupa branca com
água e sal grosso, depois enxágüe
com água e alfazema para depois
guardá-la.
Lave também as suas guias da
direita com água e sal grosso, depois
com água mineral, pétalas de rosas
brancas, alfazema e guarde-as em
um saquinho de tecido branco. Passe
um pouco de “pinga” nas guias da
esquerda para depois guardá-las em
um saquinho de tecido preto.
Se você já tem uma tronqueira
na sua casa as guias do Exu e Pomba
gira podem ser colocadas lá dentro.
E se você tem um congá montado
poderá deixar suas guias da direita
(caboclo, preto-velho, baiano, boiadeiro, marinheiro, criança, cigano)
sobre ele, ou em volta das imagens,
inclusive as guias dos Pais e Mães
Orixás.
Sempre me perguntam:
- Eu vou viajar, o que devo fazer
com as minhas firmezas?
E eu sempre respondo assim:
- Onde você vai têm natureza
(mar, cachoeira, mata, pedreira,
estrada, etc.)? Então, você poderá
ir até o ponto de força ajoelhar-se e
pedir aos Divinos Orixás que lhe protejam e cubram com seu manto sagrado, e se possível acender as velas
em correspondência com o ponto de
força (natureza) onde você está.
Não esqueça de levar suas
proteções (guias, pedras e cristais,
tercinho e etc.). Sempre preservando
e respeitando os pontos de forças,
recolha qualquer tipo de oferenda,
deixando a natureza limpa assim
como você encontrou.
Todo final de ano
é celebrado o ritual de
Pai Oxalá, o qual vocês
poderão realizar no dia
24 de dezembro, na
mesa junto com a sua
ceia. Este ritual é uma
prática umbandista ao
Divino Trono da Fé.
O Trono da Fé irradia as suas essências
cristalinas que chegam
até nós através de
sentimentos, atuando
em nosso íntimo. O
ritual de Pai Oxalá,
realizado neste dia,
beneficia a nossa casa
e principalmente nós
mesmos. Refletindo
em nós a paz, tranqüilidade, prosperidade, harmonia,
congregação, humildade, caridade,
saúde e principalmente fortalecendo
nossa religiosidade, sendo este o
melhor caminho para nos ligarmos ao
nosso Divino Pai Olorum.
RITUAL DE PAI OXALÁ
1 taça de vinho tinto
1 taça de vinho branco
1 taça de água (mineral)
1 pão
1 prato branco
1 vela de 7 dias branca
PODE-SE CANTAR O
PONTO DE PAI OXALÁ:
Olhe pro céu,
e agradeça ao Senhor;
Agradeça ao Senhor;
Por ter saúde por ter paz e ter amor;
Por ter saúde por ter paz e ter amor;
Oxalá meu Pai (repete 4 vezes);
Nunca deixe nada neste mundo me
faltar;
Oxalá meu Pai (repete 4 vezes);
COMO ARRUMAR SUA MESA:
Prato branco no centro da mesa
acenda a vela, ao lado coloque as
taças de vinho, a taça de água e o
pão.
RITUAL:
Todos ficam em volta, elevam o
pensamento ao Trono da Fé, o nosso
Divino Pai Oxalá, evocando este
maravilhoso mistério, pedindo com fé
e reverência que o Pai Oxalá possa
realizar as bênçãos, para a sua casa
e na sua vida.
Após o ritual, deixe até o dia seguinte esta oferenda sobre a mesa,
no dia seguinte recolha a vela de 7
dias e coloque no seu conga, se não
tiver o conga sobre um lugar alto
acima de sua cabeça, as taças de
vinho e de água despeje em água
corrente e o pãozinho no seu pote
de arroz cru (simbolizando a fartura
na sua mesa).
Que o Divino Pai Oxalá te proteja
e derrame a sua paz em sua consciência. Desejo à todos um Feliz Natal
e um Ano Novo com muita saúde.
Um grande abraço!
Gostaria de informar a todos os irmãos,
que estaremos mudando de endereço
à partir de janeiro de 2006.
AV. VILA EMA, 3595 VILA EMA
contatos:[email protected]
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
Página -11
SOLENIDADE DE FORMATURA DA 1ª TURMA DE SACERDÓCIO NATURAL UMBANDISTA
POR CELSO AUGUSTO
ENVIADO POR RODRIGO QUEIROZ
No dia 24 de Novembro de 2005,
quinta-feira, às 20h00, aconteceu no
Templo Escola de Umbanda Sagrada –
Bauru, presidido pelo Sr. Rodrigo
Queiroz, a solenidade de formatura da
1ª Turma de Sacerdócio Natural
Umbandista Oficial, onde foram
formados no primeiro módulo de
sacerdócio cerca de 100 alunos, destes,
somente 15 foram outorgados pelo
astral para concluírem este segundo e
completo módulo.
Este evento foi um marco para a
cidade de Bauru e grande região,
reunindo as federações e sacerdotes
antigos na Umbanda, os quais abrilhantaram o evento abençoando a nova
geração de sacerdotes umbandistas.
Estiveram presentes Sr. Rubens
Amaro, presidente da Federação
Umbandista Reino de Oxalá; Sr.
Evandro de Ogum, Presidente da
Federação Espírita de Umbanda e
Candomblé do Estado de São Paulo e
Comendador da Umbanda pelos
Cavaleiros Palmarinos da Justiça e da
Paz; Sr. Cleófano Augusto Golze, VicePresidente da FEURO e Sacerdote do
Terreiro de Umbanda Caboclo Sol e
Lua; Sr. José Araújo, Sacerdote do
Terreiro de Umbanda Pai João de
Angola e Caboclo 7 Estrelas; Sr. Itamar
Araújo, segunda geração de sacerdote
do Terreiro de Umbanda Pai João de
Angola e Caboclo 7 Estrelas; Sra.
Silvanira Ferreira, Sacerdotisa e
Presidente da FECAB; e Sr. Márcio
Medina, presidente da AUEJUR,
representando Jundiaí-SP.
Estes, que formaram a mesa de
honra, servem como incentivo e
exemplos a serem seguidos pelos os
novos sacerdotes, para que realizem um
trabalho de crescimento ordenado e
ético da Umbanda, na prática da
caridade.
Graças ao trabalho de expansão do
conhecimento e iniciação de novos
multiplicadores, realizado por nosso
irmão Rodrigo Queiroz é que hoje a
Umbanda conta com novas sementes
iluminadas para servirem de arrebanhadores de novos fiéis, confira as
palavras emocionadas de Sr. Cleófano:
“Imagine que saindo daqui 15 novos
templos de umbanda calculando uma
média de 50 membros por templo,
teremos de imediato 750 pessoas sendo
beneficiadas pela luz dos Orixás”.
O Sr. Itamar Araújo ressaltou: “Há
30 anos que pratico Umbanda e nunca
em minha vida presenciei algo tão bonito
e cheio de energia... Rodrigo, você
realmente é um vencedor, provando a
todos que quem realmente acredita e
luta por um sonho, sempre alcança.
Parabéns irmão”.
Lição de vida sacerdotal transmitida
por Sr. Evandro de Ogum: “Ao saírem
daqui levem luz e amor ao próximo,
aprendam a colocar água no e fogo e
não fogo no fogo.”
Rodrigo Queiroz surpreendeu a
todos quando anunciou a fundação
da TVUS, TV Umbanda Sagrada, um
canal de TV virtual, dizendo que é um
projeto de continuidade da sua atuação
na comunicação umbandista, que
quando há 6 anos fundou o JUS, e mais
tarde o site do JUS, sabia que não
poderia parar por aí e a TV convoca a
Umbanda para uma união e divulgação
de sua doutrina e filosofia, transmitida
por Pai Benedito de Aruanda através
de Rubens Saraceni, deixando marcado
que no dia 01 de Janeiro de 2006, todos
poderiam conferir sua programação no
site www.tvus.com.br. E divulgou
alguns programas como Caminhos da
Luz, um talk show umbandista, Correndo Gira, programa externo de
cobertura de eventos umbandistas,
Centelhas de Amor, programa de
mensagens e reflexões acompanhando
o raciocínio da coluna Lições de Vida
do JUS. Rodrigo prometeu ainda muitas
novidades: “Quero anunciar a todos
que nesta data 24 de Novembro de 2005
ás 9h00, dou por fundada a TVUS, TV
Umbanda Sagrada...” “Acompanhando
o empreendimento de nosso irmão e
Mestre Rubens Saraceni que já fundou
no dia 15 de Novembro a TV Espiritualista, somaremos com ele neste novo
projeto local e claro, a Umbanda sempre
sendo a beneficiada...” “Para 2006
segundo os mentores, teremos muitas
novidades pois será o ano da explosão
dos trabalhos realizados...”
Meus agradecimentos a Rodrigo
Queiróz por nos proporcionar tantas
formas de termos orgulho em ser
Umbandistas. Falo isto em meu nome e
em nome de todos os formandos.
Agradecemos também ao Mestre
Lothertal Yê e aos Guardiões e Guardiãs
por ter nos aceito.
Parabéns irmãos e irmãs, que hoje
são pessoas diferentes, são Sacerdotes
e Sacerdotisas, um caminho de luz no
caminhos dos nossos semelhantes.
Salve senhores Templos Vivos de
Umbanda: Sacerdote Ariovaldo; Sacerdotisa Adalgiza; Sacerdote Benedito
Sérgio; Sacerdote Celso Augusto Corso; Sacerdote Davi Severino; Cambone
Sacerdote Ézio de Oliveira; Sacerdotisa
Irani Delafina; Sacerdotisa Jandira Fiori;
Sacerdotisa Luciana Orlandi; Sacerdote
Luiz Eduardo; Sacerdote Marcelo Delafina; Sacerdote Pedro Galli; Sacerdotisa
Rosângela Rodrigues; Sacerdotisa
Rosângela Maria; Cambone Sacerdotisa
Sônia Vieira.
Louvados sejam os Orixás e seus
Guardiões iluminando o caminho de
todos nós! Um abraço!
Página -12
São Paulo, Dezembro de 2005
O Mentor de Chico Xavier
ENVIADO POR NADIR FERNANDEZ
“O tempo, implacável dominador
de civilizações e homens, marcha,
apenas com sessenta minutos por hora,
mas nunca se detém. Guardemos a lição
e caminhemos para diante, com a
melhoria de nós mesmos. Devagar, mas
sempre”. (Emmanuel, em Fonte Viva).
O nome de Emmanuel está definitivamente associado ao de Chico Xavier
e, certamente, a algumas das mensagens
mais importantes, profundas e lindas do
Espiritismo. Durante anos, o espírito
Emmanuel manifestou-se por meio do
médium mineiro, recentemente falecido,
propiciando informações fundamentais
sobre a reencarnação, além de mensagens que ajudaram milhões de pessoas
a encontrar seu caminho na vida. Além
do que, foi o guia espiritual de Xavier,
sempre fornecendo instruções e mensagens reconfortantes, indicando com
segurança o rumo que sua vida deveria
seguir.
O próprio Chico Xavier disse que
os contatos com o Espírito começaram
em 1931. Na época Chico estava psicografando seu primeiro livro, Parnaso
de Além Túmulo. As menções a esse
primeiro contato são contraditórias: uns
dizem que o médium participava de uma
de suas reuniões habituais; outros, que
ele se encontrava nas proximidades de
um açude. De qualquer forma, foi um
contato visual muito forte, de modo que
Chico chegou a descrever perfeitamente
seu semblante.
“Via-lhe os traços fisionômicos de
homem idoso”, escreveu, “sentindo minha alma envolvida na suavidade de sua
presença. Mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se
fazia visível para mim, dentro de reflexos
luminosos que tinham a forma de uma
cruz. Às minhas perguntas naturais, respondeu o bondoso guia: descansa!
Quando te sentires mais forte, pretendo
colaborar igualmente na difusão da filosofia espiritualista. Tenho seguido sempre os teus passos e só hoje me vês, na
tua existência de agora, mas os nossos
espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida, e o sentimento
afetivo que me impele para teu coração
tem suas raízes na noite profunda dos
séculos”.
A questão central em torno desse
encontro que provocou tantas transformações no Espiritismo, é que Emmanuel
perguntou a Chico se ele estava, de
fato, disposto a trabalhar mediunicamente, com Jesus. A resposta, afirmativa,
fez com que Emmanuel lhe dissesse que,
a partir de então, deveria ter em mente
que o serviço que se aproximava lhe
exigiria uma disciplina fora do comum,
e uma dedicação total ao trabalho, ao
estudo e um esforço contínuo em direção ao bem. Certamente, a escolha não
foi por acaso, uma vez que Chico Xavier
é, provavelmente, um dos maiores
exemplos de dedicação e amor ao próximo na história da mediunidade mundial.
Inicialmente, o próprio Chico não
sabia quem era exatamente o espírito
com quem estava se comunicando, uma
vez que Emmanuel não se identificou,
dizendo apenas ter sido - em sua última
passagem como encarnado - um padre
católico, que desencarnou no Brasil, e
diz-se que esse era o padre Manoel da
Nóbrega. Quando a revelação finalmente foi-lhe fornecida, ficamos sabendo
que Emmanuel tinha vivido no tempo
de Jesus Cristo, quando era conhecido
como Publius Lentulus, e sua imagem
foi associada à do senador romano Lentulus.
SENADOR ROMANO
Em 1939, a Federação Espírita Brasileira publicou o livro Há Dois Mil Anos,
psicografado por Chico Xavier, e que
traz a autobiografia de Públio Lentulus
Cornelius. A história subseqüente das
encarnações de Emmanuel surgiu com
a publicação, em 1940, do livro 50 Anos
Depois, também pela FEB.
Na época em que era senador romano, Lentulus era casado com Lívia,
com quem teve uma filha chamada Flávia. O senador era totalmente dedicado
à sua atuação como senador, interessando-se apenas pela política. A esposa
seguia os costumes mais moderados da
sociedade. “Desde os primeiros tempos
do Império”, escreveu Emmanuel, “a
mulher romana havia-se entregado à
dissipação e ao luxo excessivo, em detrimento das obrigações santificadoras do
lar e da família”. Lívia, no entanto, estava
entre aquelas que se orgulhavam do
padrão das antigas virtudes familiares. Já
a filha deles, Flávia, sofria com a lepra,
uma doença bastante comum na época
e considerada sem cura.
Mas as coisas começaram a mudar
quando Lentulus foi mandado para Jerusalém, onde os ensinamentos de Jesus
já começavam a se tornar comentados
e conhecidos por todos. Quando foi
para a cidade de Cafarnaum, atendeu o
pedido de sua filha, cuja saúde piorava
cada vez mais, e foi ao encontro do
profeta de Nazaré que lá se encontrava.
O momento do encontro trouxe grande
emoção ao senador romano, que chorou e sentiu-se incapaz de falar. Jesus
lhe disse: “Depois de longos anos de
desvio do bom caminho, pelo sendal
dos erros clamorosos, encontras, hoje,
um ponto de referência para a regeneração de toda a tua vida”. E disse ainda
muito mais, até que Públio sentiu um
torpor tomar conta de seu corpo, despertando algum tempo depois. Ao retornar à sua casa, viu que sua filha tinha
sido curada. Lívia disse ao marido que,
em determinado momento, a pequena
Flávia sentiu o contato de mãos carinhosas em sua fronte e, em seguida, sentouse em seu leito, com uma nova energia
circulando em seu organismo. Ainda
assim, Lentulus se recusou a reconhecer
em Jesus o autor da cura milagrosa da
filha.
Ao final de sua vida, Lentulus se
retirou para sua residência em Pompéia,
e só então começou a entender plenamente os ensinamentos que Jesus lhe
transmitira naquele encontro em Cafarnaum. O ex-senador morreu no ano 79
- quando o Vesúvio entrou em erupção
e soterrou Pompéia - e desencarnou
com o coração concentrado em Jesus.
ENCARNAÇÕES
O título do livro 50 Anos Depois
refere-se ao período de tempo passado
entre a morte de Lentulus em Pompéia e
sua encarnação seguinte. O senador retornou ao mundo material como o escravo Nestório, justamente o tipo de
homem que ele tanto prejudicou antes
de perceber a verdade das palavras de
Jesus.
Nascido na Grécia, mas de origem
judia, Nestório tinha grande cultura e,
depois de ter sido escravizado, foi comprado por uma família rica de Roma, e
passou a trabalhar como professor. Ele
também era cristão e, segundo conta a
história psicografada, participou das pregações evangélicas do apóstolo João
Evangelista, em Éfeso. Foi preso por
participar das reuniões secretas de cristãos realizadas nas catacumbas das cidades, e foi condenado à morte violenta.
Reencarnou novamente por volta do ano
217, como Quinto Varro,
romano seguidor dos ensinamentos de Jesus, assim
como um defensor dos
ideais de liberdade. Revolta-se contra as condições
em que as classes menos
privilegiadas de Roma têm
de viver, mas percebe que
um novo mundo está para
surgir. Assume a identidade de Irmão Corvino ao
saber de uma conspiração
para matá-lo.
Quando finalmente é
preso, é condenado à decapitação, mas a pena é
suspensa, e acaba morrendo lentamente na prisão. Sua encarnação seguinte ocorreu onze anos
após, com o nome de
Quinto Celso, que também
sofreu o martírio no circo,
morrendo queimado aos
quatorze anos.
Uma das encarnações
muito comentadas de
Emmanuel foi como o Padre Manoel da Nóbrega,
figura importante na
história do Brasil. No
entanto, ele apenas
revelou ter sido, de fato, o padre Manoel
da Nóbrega, numa sessão realizada em
1949. Parte da mensagem psicografada
dizia:
“O trabalho de cristianização, irradiado sob novos aspectos do Brasil, não
é novidade para nós. Eu havia abandonado o corpo físico em dolorosos compromissos no século XV, na Península,
onde nos devotávamos ao ‘crê ou morre’, quando compreendi a grandeza do
País que nos acolhe agora. Tinha meu
espírito entediado de mandar e querer
sem o Cristo. As experiências do dinheiro e da autoridade me haviam deixado
a alma em prufunda exaustão. Quinze
séculos haviam decorrido sem que eu
pudesse imolar-me por amor ao Cordeiro Divino, como o fizera, um dia, em
Roma, a companheira do coração. Vi a
floresta perder-se de vista e o patrimônio
extenso entregue ao desperdício, exigindo o retorno à humanidade civilizada e,
entendendo as dificuldades do silvícola
relegado à própria sorte. Nos azares e
aventura da terra dadivosa que parecia
sem fim, aceitei a sotaina, de novo, e
por Padre Nóbrega conheci de perto as
Jornal de Umbanda Sagrada
angústias dos simples e as aflições dos
degredados. Intentava o sacrifício pessoal para esquecer o fatígio mundano e
o desencanto de mim mesmo, todavia,
quis o Senhor que, desde então, o serviço americano e, muito particularmente,
o serviço ao Brasil não me saísse do
coração. A tarefa evangeizadora continua. A permuta de nomes não importa.
Cremos no reino Divino e pugnamos
pela ordem cristã. Desde que conheçamos a governança e a tutela de Cristo,
o nome de quem ensina ou de quem faz
não altera o programa!”
Reencarnado na vila portuguesa de
Sanfins, em 18 de outubro de 1517, o
padre ficou conhecido como “o primeiro
apóstolo do Brasil”, para onde veio em
1549, na companhia de Tomé de Souza.
Ele desencarnou em 1570, e renasceu
cinqüenta anos depois, na Espanha, onde foi o padre Damiano, que lutou contra os mercadores de escravos.
LENTULUS E JESUS
É inevitável que aqueles que não
reconhecem a mediunidade de Chico
Xavier ou mesmo a noção da reencarnação levantassem dúvidas quanto à
veracidade dos relatos e mensagens
obtidas pelo médium mineiro. Entretanto, os seguidores do Espiritismo podem apresentar uma prova de que Publius Lentulus realmente existiu e conheceu Jesus, através de uma carta encontrada nos arquivos do Duque Cesari,
de Roma - documento que faz parte da
biblioteca da Ordem dos Lazaristas de
Roma. Trata-se de uma inscrição feita
em folha de cobre, encontrada no interior de um vaso de mármore. A carta foi
escrita por Publius Lentulus, senador romano, governador da Judéia, e predecessor de Pôncio Pilatos, endereçada
ao imperador romano Tibério César.
Nela Lentulus descreve Jesus, a pedido
do imperador que desejava saber de
quem se tratava essa pessoa.
A carta diz: “Sabendo que desejas
conhecer quanto vou narrar, existe nos
nossos tempos um homem, o qual vive
atualmente de grandes virtudes, cha-
mado Jesus, que pelo povo é inculcado
o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é o filho de Deus, Criador do Céu e da Terra e de todas as
coisas que nela se acham e que nela
tenham estado. Em verdade, ó César,
cada dia se ouvem coisas maravilhosas
desse Jesus: ressuscita os mortos, cura
os enfermos, em uma só palavra. É um
homem de justa estatura e é muito belo
no aspecto. Há tanta majestade em seu
rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura;
são distendidos até as orelhas, e das
orelhas até as espáduas, são da cor da
terra, porém mais reluzentes. Tem no
meio de sua fronte uma linha separando
os cabelos, na forma em uso pelos nazarenos. O seu rosto é cheio, o aspecto
é muito sereno. Nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada. O nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas
semelhante aos cabelos, não
muito longa, separada pelo
meio. Seu olhar é muito
afetuoso e grave; tem os
olhos expressivos e claros.
O que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém
ninguém pode olhar fixo o
seu semblante, porque
quando resplende, apavora,
e quando ameniza, faz chorar. Faz-se amar e é alegre
com gravidade. Diz-se que
nunca ninguém o viu rir,
mas, antes, chorar. Tem os
braços e as mãos muito
belos. Na palestra, contenta
muito, mas o faz raramente
e, quando dele se aproxima,
verifica-se que que é muito
modesto na presença e na
pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar,
muito semelhante à sua mãe,
a qual é de uma rara beleza,
não se tendo jamais visto por
estas partes uma mulher tão
bela. Porém, se a Majestade
Tua, ó Cesar, deseja vê-lo,
como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que
não faltarei de mandá-lo o
mais depressa possível. De
letras, faz-se admirar de toda a cidade
de Jerusalém; ele sabe todas as ciências
e nunca estudou nada. Ele caminha
descalço e sem coisa alguma na cabeça.
Muitos se riem, vendo-o assim porém
em sua presença, falando com ele,
tremem e admiram. Dizem que um tal
homem nunca fora ouvido por estas
partes. Em verdade, segundo me dizem
os hebreus, não se ouviram, jamais, tais
conselhos, de grande doutrina, como
ensina este Jesus. Muitos judeus o têm
como divino e muitos me querelam,
afirmando que é contra a lei de Tua
Majestade. Eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus. Diz-se
que este Jesus nunca fez mal a quem
quer que seja, mas, ao contrário, aqueles
que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes
benefícios e saúde, porém a tua obediência estou prontíssimo: aquilo que
Tua Majestade ordenar será cumprido.
Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo. Publius Lentulus, presidente
da Judéia’.
Gilberto Schoereder
(Revista - Espiritismo & Ciência - número 3)
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
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São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
União
POR MERCEDES SOARES
Templo de Doutrina Umbandista
Pai Oxalá e Pai Ogum
Benção da
Mãe das Mães
RODRIGO QUEIROZ
O que posso dizer sobre a 2ª Festa de Yemanjá em Mongaguá? Se não
há palavras pra retratar tamanha
honra e orgulho em estar presente
neste maravilhoso culto de exaltação
a Divina Mãe Geradora? Então digo
que me senti privilegiado, honrado e
orgulhoso de conseguir chegar lá.
Valeu o esforço!
Quem não pôde estar presente
não perca uma próxima oportunidade.
Quando assisti o dvd da primeira
festa já achei o máximo, mas estar
presente é fenomenal.
Nosso irmão Rubens Saraceni se
supera a cada momento, conseguir
agregar cerca de 3.000 pessoas num
único teto é de fato uma ousadia,
petulância para uns e admirável para
tantos. Devemos incentivá-lo, apoiálo e trabalhar no sentido de continuar
todo este esforço desmedido que ele
exerce em prol da Umbanda e todos
nós somos os beneficiados.
O discurso que Pai Ronaldo foi
um momento de grande emoção, onde
exaltou o trabalho de Rubens e
demonstrou a humildade que o mesmo
exerce em seu trabalho. A curimba
regida pelo querido maestro Severino
Sena, com a participação de Pai Élcio
de Oxalá e outros irmãos, não permitiu
que ninguém ficasse desincorporado,
foi lindo!
Rubens, irmão e mestre, minhas
reverências e admiração, continue
sempre sendo este inspirador de
todos nós em função do crescimento
irmanado da Umbanda Sagrada,
muito obrigado por ser como é, pelo
carinho que nos dedica e pela
preocupação pela Umbanda tão bem
demonstrada, que a Divina Mãe da
Criação sempre lhe acolha em seus
braços lhe cobrindo com seu Manto
Sagrado, te inspirando e te fortalecendo para cada vez mais nos beneficiar com tanta luz e energia.
Minha admiração por todos que
ajudaram este trabalho ocorrer na
perfeita harmonia e paz, com tantas
pessoas num mesmo espaço não
tivemos relato de problema algum
como um desmaio ou algo parecido.
Parabéns ao Daniel Sossi, irmão
dedicado do Colégio de Umbanda em
Jundiaí que organizou uma excursão
a qual possibilitou minha ida.
Um forte abraço a equipe da
editora Madras, pontificada pelo
irmão Wagner Veneziani que tanto
ajuda o trabalho de Rubens.
Finalizando, quero dizer que
ainda estou imantado pela energia
aquática da mamãe, e estendo a
todos que estão lendo esta mensagem, com um fraterno abraço e
um beijo no coração.
Tenha todos um natal repleto de
luz e energia divina, permitindo que
o coração vibre o perdão, a fé e o
amor, e neste novo ano que se inicia
peço a Olorum que encha a vida de
todos de luz e prosperidade, estes
são meus votos sinceros a você
irmão fiel e leitor.
LUZ e AMOR!
(contatos) :
Foi com imensa alegria que
vimos a união de diversos Templos
para louvar nossa Divina Mãe
Yemanjá. Em uma noite estrelada e
acolhedora, nossa amada e
paciente Mãe irradiou suas bênçãos
a todos seus filhos na festa da
família Umbanda. Esta reunião foi
comandada e amparada pelo Alto,
sem disputas, sem brigas, com
muito amor ao trabalho. E
consolidou mais um degrau rumo a
verdadeira Umbanda sem paredes
e sem fronteiras. Sem diferenças
apenas igualdades. A vibração de
amor e harmonia era tanta, que saiu
daquela tenda na praia e circulou a
Terra, gerando um pouco mais de
vontade de se unir em todos os filhos.
Foi tão perfeito quanto poderia ser.
A cada dia, com mais irmãos reunidos,
mais perfeito será. Afinal toda mãe
fica feliz com a reunião harmônica
dos seus. Todos nossos Pais e Mães
estão vibrando pela total união,
quem realmente esteve nesta festa
sentiu isto.
[email protected])
Depoimento sobre a
Festa de Yemanjá
GERO MAITA
Bem falar sobre a festa de Nossa Mãe Yemanjá é algo difícil de se
fazer tamanha a grandeza da
vibração que recebemos neste dia
tão pequenos que somos.
Poderia relacionar desde o
momento de nossa saída, o trânsito
livre, nenhuma ocorrência de acidentes o que nos mostra a proteção
de nossa mãe para nossa breve
visita a seu santuário natural.
No local, a organização da tenda
levantada pelo Colégio Pai Benedito
de Aruanda comandado pelo Sr.
Rubens é algo espantoso.
Boa vontade, espírito fraterno,
amor acima de tudo no coração é o
que mais encontramos neste local.
Aliás o amor que emana do Pai
Rubens nestes eventos é grandioso,
digno de um verdadeiro filho de Nossa
Mãe Yemanjá.
Na gira a energia é ótima e podemos sentir a força de nossa religião
e acima de tudo sua seriedade.
É um evento que no restante do
ano nos impulsiona a nos prepararmos
ainda mais para próxima festa.
Parabéns ao Colégio Pai Benedito
de Aruanda na figura do Pai Rubens
e a todos envolvidos direta ou
indiretamente neste evento.
Géro - Médium da Tenda de
Umbanda Ogum Beira Mar e Pai João
de Mina, coordenada pelo
Pai Nilson Correia
contatos: [email protected]
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
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IMPRESSÕES
Festa da Divina
Mãe Yemanjá
Queremos agradecer ao nosso
mestre e pai Rubens Saraceni e, ao
mesmo tempo, honrá-lo pela Festa
da Mãe Yemanjá na noite do dia 03
de Dezembro que foi algo divino e
maravilhoso para todos os presentes.
Estávamos lá em uma única vibração. Foi algo nunca visto por nós
umbandistas.
Em uma única tenda, uniram-se
milhares médiuns e centenas de
dirigentes espirituais em uma energia
congregadora, que só o nosso
amado pai Rubens Saraceni conse-
Sou dirigente da Tenda de Umbanda Caboclo
Pena Branca, e só tenho a dizer que a festa da
nossa Mãe Yemanjá foi a experiência mais
maravilhosa que já tive, e ultrapassou todas as
expectativas; ver tantos irmãos, pais e mães de
santo de vários outros segmentos, todos unidos e
irmanados numa mesma energia e numa mesma
fé.
E me sinto presenteada por Oxalá de poder
participar desta festa juntamente com o Rubens
Saraceni que é um homem iluminado por todos os
Orixás, por que só um ser iluminado poderia
conseguir reunir tantas pessoas juntas num só
local ,com o espírito de caridade e fraternidade
que havia lá.
Peço a Oxalá que ilumine vc querido irmão e o
nosso mestre Rubens cada vez mais e mais.
Abraços.
Que lindo, que maravilha foi a festa de Yemanjá !!!! Parabens a todos que participaram, para
mim foi uma noite mágica, quantos irmãos unidos na
força de nossa Mãe Yemanjá.
Meu coração ficou em festa, me emocionei
quando no final Pai Rubens disse que se ele fosse
embora no dia seguinte iria feliz porque a imagem
que levaria seria desta festa linda. Quanta gente unida trabalhando em prol do amor ao proximo !!!!!
Esta foi a segunda grande festa de Yemanjá para
a Umbanda, com todos em uma unica tenda, que
alegria, receber a graça, participando de um momento
tão especial.
No final meu marido olhou para mim e disse que
eu estava bonita, sorridente, meu rosto estava todo
sorriso disse que bastava olhar pra mim e qualquer
pessoa perceberia que eu estava feliz !!!! Salve todos
os Orixás, salve a Mãe de todos nós! Axé a todos .
Isa Vieira -
Rosane Peres Marega Alves
Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda
gue, através de sua simplicidade,
agregar tantos umbandistas ao seu
redor.
Agradecemos as equipes organizadoras, pois tudo estava perfeito.
Ao nosso Pai Rubens Saraceni,
agradecemos por nos permitir fazer
parte desta egrégora.
E que Olorum continue derramando suas bênçãos e que cubra de
LUZ sua esposa Alzira e seus filhos
Mauricio, Stela e Graziela ao quais
não temos palavras para agradecer
a confiança e a amizade de tanto
anos.
FEDERAÇÃO UMBANDISTA LUZ DOURADA
Pai Marcelo e Mãe Monica Berezutchi
Crianças Umbandistas
Cada atitude que tomamos tem
uma conseqüência futura. A atual
fase de expansão do conhecimento
da Umbanda promete uma seara fértil
para os próximos anos. Isto significa
um número cada vez maior de umbandistas que desde já vem aprendendo a importância de se orgulhar
de sua fé, sem ter medo de dogmas
antigos.
Trata-se de uma renovação contínua que vem acontecendo a olhos
vistos, ampliando suas fronteiras
através da difusão de seus fundamentos de forma simples e direta,
acessível a qualquer pessoa, de
qualquer faixa etária.
Um dos momentos mais singelos
do culto coletivo realizado na 2ª Festa
de Iemanjá foi a participação das
crianças do Grupo Mirim do Templo
da Luz Divina que adentraram a Tenda logo após o início da solenidade.
Entraram quatorze crianças.
Sete delas representavam as sete
Mães Orixás, e as outras sete, representavam sete Pais Ogum.
Em frente ao congá, cada uma
se identificava como o Orixá que
estava representando e oferecia ao
anfitrião Rubens Saraceni um
presente relacionado a sua linha de
atuação.
No final desta apresentação,
Rubens Saraceni foi abençoado pela
Mãe Iemanjá com um manto que traz
a vibração de todos Orixás.
Durante o desenrolar do evento, podia-se observar a presença
de crianças de várias idades que
incorporavam seus guias ou auxiliavam os médiuns incorporados que
se encontravam ao redor, numa demonstração de total entendimento
do ritual e da finalidade de irmanação daquele culto coletivo.
Estes nossos pequenos irmãos
estão sendo preparados para se tornar os sacerdotes de amanhã que
colherão e semearão Luz para o
engradecimento da nossa querida
Umbanda.
Parabéns aos dirigentes do
Grupo Mirim do Templo da Luz Divina
pela dedicação e preparação de
nossas crianças, ensinando-lhes o
princípio fundamental da “Luz Divina
para todos”.
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São Paulo, Dezembro de 2005
SONHO
FERNANDO SEPE
Um dia desses tive uma visão. Uma
visão com a Umbanda...
Ela, que encanta nossos corações,
e faz nossos olhos brilharem como estrelas, dizia-me o quanto gostaria de ver
seus filhos unidos. O quanto, se no
individual a Umbanda fazia um trabalho
caritativo enorme, no trabalho coletivo
tudo ainda estava para ser feito. Não
entendia o porquê de tanta disputa,
tanta intolerância e discórdia entre os
filhos de fé. Seus olhos cintilavam com
as lágrimas, estava triste. A Umbanda
tinha muito orgulho de seus filhos, disso
não tenham dúvida, mas achava que
muita coisa ainda estava para ser feita.
Ela via o quanto tudo poderia ser
diferente, bastaria que seus amados
filhos quisessem.
De repente, acordei!
Fora um sonho.
No dia 3 de dezembro fui a uma festa.
Uma grande festa de Umbanda.
Milhares de umbandistas dirigiramse à casa da encantadora Rainha do
Mar para prestar suas homenagens,
seus louvores, seus agradecimentos com
amor. Milhares de umbandistas foram ao
encontro da “água grande”, encher seus
espíritos da luz estrelada de Mamãe
Iemanjá. E lá, na beira da praia, todos
eram irmãos, filhos da Grande Mãe, que
com Oxalá, governa o mundo para
Olorum. E juntos, cantaram e vibraram
por Ela. Sem “bairrismos” (ou seria
“terreirismo”?), sem preconceito, sem
vaidades, todos juntos...
Sei que muitos criticam, mas tudo
isso porque não tiveram coragem de
descer do pedestal do ego, para sentir
no próprio coração da alma, o que aqui
é dito. Aqueles que criticam não participaram, enquanto aqueles que participaram, não tinham palavras para descrever o que sentiram.
Descrever a manifestação dos
Orixás, a presença dos guias e da espiritualidade superior. Descrever a
força dos guardiões
e guardiãs, irmãos
abnegados que trabalham no silêncio,
encobertos pelo
manto escuro da noite, sempre de forma
reta e justa, sempre
de forma silenciosa.
Descrever a Umbanda como ela realmente é, UMbanda,
ou seja, UMA só
Jornal de Umbanda Sagrada
DE
UMBANDA
BANDA onde todos podem cantar,
adorar e trabalhar pelos Orixás.
E a egrégora de Umbanda no
astral abriu-se toda para aqueles
corajosos filhos de Orixás, que
há tempos deixaram de lado os
dogmas e a individualidade, para
trilhar o caminho da liberdade e
do interesse comum.
Irmanados, caboclos, pretosvelhos e todos os povos de
Umbanda fizeram-se presentes,
sejam nas incorporações, ou a
partir do plano espiritual da vida.
Cantaram, dançaram, vibraram.
Eles também vieram homenagear
a Rainha do Mar. Também vieram
demonstrar que em Aruanda, ou
em qualquer outro lugar onde eles
possam viver, não existe o
separativismo, nem as barreiras
e paredes de pedras e solidão
que erigimos em torno do sagrado.
Não! Nesses planos existe apenas
a sintonia e o trabalho de mãos dadas.
Juntos em mente e coração, mergulhados nas ondas beatíficas do Criador,
eles trabalham incessantemente pelo
amor e caridade, as máximas da religião
de Oxalá.
Os Orixás também enviaram seus
representantes diretos, e a grande tenda vibrou com a presença dos Oguns,
Xangôs, Oxuns e Iansãs dos médiuns lá
presentes. Eles dançaram suas danças
sagradas, a dança que contém o ritmo
e a magia da Criação.
Tudo em homenagem a Iemanjá, em
homenagem também a seus filhos e
filhas que lá reuniam-se, em homenagem
a toda humanidade.
E lá do alto do altíssimo, Oxalá derramava-se em lágrimas. Essas lágrimas
caíam como chuvas multi-coloridas sobre
seus filhos e os abençoava. Essa chuva
caía sobre o planeta e o abençoava
também. “Onde dois ou mais estiverem
reunidos em meu nome, lá eu estarei” –
disse certa vez Jesus. “Aonde qualquer
um desses filhos forem, Eu e os Orixás
estaremos sempre com eles” – pensou
nosso amado pai Oxalá.
No ápice da festa, acompanhados
pelas muitas mães Iemanjás que manifestavam-se, fomos todos juntos para
a beira do mar. “
Quietinho”, dirigi-me para o encontro com as águas sagradas da Mãe. Vi
milhares e milhares de homens e mulheres que lá choravam de tanta emoção. Choravam pelas ondas de amor
emanadas por Iemanjá, que acolhia a
todos de braços abertos. Vi também,
milhares e milhares de espíritos, trabalhadores de Aruanda, que humildemente ajoelhavam e pediam a benção
da Rainha do Mar. O mesmo espetáculo
que acontecia na matéria, acontecia no
astral. Algo realmente lindo, e palavras
faltam-me para descrever com exatidão.
De repente, percebo um pretovelho, um grande amigo de jornada, um
verdadeiro Pai para mim.
Ele, junto de sua querida companheira, colocava flores no mar, reverenciando aquela que é a Senhora de seu
Amor, como ele gosta de dizer. Aproximei-me. Seus olhos brilhavam e ele fezme um gesto de saudação. Tocou minha
fronte e, novamente, como no sonho
tido dias atrás, a Umbanda mostrou-se
a mim.
Dessa vez sorria. Abraçada com
Iemanjá, sua mãezinha querida, ela
recebia as flores, as oferendas, mas
principalmente aquele sentimento de
amor e fé que emanava de seus filhos.
Recebia de coração aberto e pensava
que realmente as coisas poderiam ser
diferentes no futuro. Não! Elas não
poderiam, mas sim, seriam diferentes!
Já estavam sendo! Esses filhos de
Umbanda tinham despertado para a
verdade, e em seu peito, lá na câmara
secreta do coração, a pérola de mãe
Iemanjá brilhava. Esses filhos lutariam e
levariam a bandeira de Oxalá a todos os
lugares. A Umbanda sorria, sorria e
sorria. Estava feliz...
Voltei! Novamente teria sido um
sonho? Não dessa vez! Tudo isso foi bem
real. Mas só aqueles que lá estiveram e
que receberam a pérola do amor de
Iemanjá é que realmente sabem o que
aqui digo...
“Aonde qualquer um desses filhos
forem, Eu e os Orixás estaremos sempre
com eles”
Saravá Umbanda!
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
Pai Ronaldo fala
sobre a Festa de
Yemanjá
Como parte integrante dos 16
anos de Festividades à Iemanjá em
Mongaguá, tive o raro privilégio de
participar das solenidades realizadas
pelo Colégio de Umbanda Sagrada
Pai Benedito de Aruanda, brilhantemente conduzidas por Rubens
Saraceni, que reuniu sob sua imensa
tenda, milhares de filhos de fé na
maior cerimônia umbandista coletiva
que eu já tive oportunidade de
participar.
Foram muito emocionantes: o
ritual de abertura, a presença das
crianças e, também, ao meu já
baqueado coração, quando Saraceni pediu que eu me dirigisse aos
seus filhos de fé (meus netos em
Oxalá) e que rogasse ao Criador,
nosso Pai Oxalá, em uma bênção a
todos os presentes.
Senti naquele momento que Pai
Benedito de Aruanda estava ao meu
lado, ajudando a suportar tanta
emoção.
Parabéns Rubens Saraceni pelo
extraordinário sucesso alcançado.
Parabéns por haver elevado a
comunidade umbandista a um
patamar tão alto e respeitoso, e
obrigado... Muito obrigado, pelas
emoções que vocês me proporcionaram.
Que Oxalá mantenha sempre
acesa essa luz espiritual que ilumina
seus caminhos.
Seu pai em Oxalá,
Ronaldo Antonio Linares
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São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
YEMANJÁ:
Mistério da Geração
ALEXANDRE CUMINO
Trono Feminino da geração
Yemanjá, Tétis, Hera, Juno,
Nereidas, Sereias Gregas, Parvati,
Aditi, Danu, Moruadh, Mut, Aruru,
Namur, Belet Ili, Nanshe, Friga, Belat,
Coatlicue, Yngona, Mama Cocha,
Mariamma, Marah, Derketo, Mari
Ama, Ilmatar, Annawan e Bachue.
Yemanjá, Divindade de Um-
banda é o Trono Feminino da Geração, irradia geração o tempo todo
de forma passiva não forçando
ninguém a gerar ou criar, mas
sustentando a todos que buscam
“dar vida” e criar. Fator gerador ou
“criacionista”. Elemento água, presente no Mar. Sua cor é o azul-claro.
É a senhora da geração da criatividade. Podemos dizer que uma de
suas qualidades mais marcante é a
de mãe
Tétis, Divindade grega, forma
com Oceano um casal de Titãs filhos
de Urano e Geia, são as primeiras
Divindades Marinhas sendo a maioria
dos outros “deuses” e “deusas” do
mar seus descendentes. Logo Tétis
a titãneida é a primeira das Mães do
Mar, das águas primordiais.
Hera, Divindade grega, Juno
romana, esposa mais ciumenta de
Zeus cujo casamento era o mais
sagrado, que mostrava a importância
da união. Deusa do casamento e do
Parto
Nereidas, Divindades gregas,
as nereidas são as filhas de Nereu
com Dóris, a Oceânida. São cinqüenta nereidas, todas divindades marinhas. Freqüentemente aparecem
cavalgando no dorso de monstros
marinhos. Seus nomes são: Ploto,
“a nadadora”; Eucrante, “a que traz
a realização”; São, “asalvadora”;
Anfitrine, esposa de Posseidon e
uma das divindades marinhas mais
cultuadas; Eudora, “a dos bons
presentes”; Tétis, traz qualidades
muito parecidas com as de sua Avó
esposa de Oceano também chamada
Tétis; Galena, “tempo calmo”;
Glauce, “verde-mar”; Cimótoe,
“ligeira como a onda”; Espeio, “a que
mora em cavernas”; Toe, “a que se
move depressa”; Halia, “a que mora
no mar”; Passítea; Erato, “a que
desperta o desejo” (nome também
de uma das musas); Eunice, “a da
vitória feliz”; Mélita; Eulimene, “a
do bom porto”; Agave, “a
nobre”; Doto, “a doadora”;
Proto, “a primeira”; Ferusa,
“a que traz”; Dinamene;
Neséia, “a que mora nas
ilhas”; Actéia, “a que mora
nas costas”; Protomedéia,
“a primeira soberana”; Dóris;
Panopéia;
Galatéia;
Hipótoe, “ligeira como uma
égua”; Hipônoe, “selvagem
como uma égua”; Cimódoce,
“a que recolhe as ondas”;
Cimatóloge,
“a
que
apazigua as ondas”; Cimo, “a
deusa da onda”; Ione, “a
deusa da praia”; Halimede,
“a deusa marinha do bom
conselho”; Glaucônoma, “a
que mora no mar verde”;
Pontoperéia, “a que viaja
por mar”; Liágora; Evágora,
“a eloqüente”; Laomedéia,
“soberana
do
povo”;
Polínoe, “a que dá razão”;
Autônoe, “a que dá inspiração”;
Lisianassa, “a senhora redentora”;
Evarne; Psâmate, “a deusa da
areia”; Menipe, “a égua corajosa”;
Neso, “a deusa da ilha”; Eupompe,
“ a da boa escolta”; Temisto,
parecida com a grande Têmis;
Prônoe, “a provida” e Nemertes, “a
veraz”.
Sereias Gregas, Divindades
Gregas, aparecem freqüentemente
como filhas de Aquelóo, “Deus-rio”
filho de Oceano e Tétis. As sereias
gregas trazem o dom para a musica,
no canto e também no manejo da lira
e da flauta, o que traz semelhança
com as musas gregas. Entre as
sereias gregas estão Himeropa,
“aquela cuja voz desperta o desejo”;
Telxiepéia, “a encantadora”;
Agláope, “a da voz gloriosa”; Pisínoe, “a sedutora”; Partênope,
“a virginal”; Leucósia, “a deusa
branca” e Ligéia, “a da voz brilhante”.
Parvati, Divindade hindu é a
Mãe Divina em todos os aspectos,
consorte de Shiva e mãe de Ganesha.
Aditi, Divindade hindu, Mãe dos
deuses no Rig-veda (1500-1000
ac.), “sustentáculo das criaturas”,
“amplamente expandida”. Mãe do
deus sol Mitra e do deus da verdade
e ordem universal, Varuna; mãe
também de Indra o Rei dos deuses.
Danu, Divindade Celta “Água do
Céu”, a grande mãe, os descendentes de Dana e seu consorte Bile (ou
Beli) eram chamados de “Tuatha Dé
Dannan” (os filhos da Deusa Dana).
Do seu nome vem a origem do Rio
Danúbio, onde primeiro surgiram as
raízes da cultura Celta.
Moruadh, Sereia celta, corpo
de mulher e rabo de peixe, cabelos
verdes nariz vermelho e olhos de
porca. Os pescadores lhes ofereciam
conhaque para trazer boa sorte no
mar e para que ela não os prejudicasse também.
Mut, Divindade egípcia, a mãe”
em karnak.
Aruru, Divindade babilônica, um
dos nomes da Grande Deusa Mãe na
mitologia babilônica
Namur, Divindade-mãe sumeriana, mãe de Enki e Ereshkigal. Deusa dos Mares, que criou o céu e a
terra, e gerou várias divindades
quando a terra foi arrebatada ao
céu.
Belet Ili, Divindade sumeriana,
“Senhora de todos os deuses”, Grande Deusa Mãe. Consorte de Enki.
Divindade do útero e das formas. Ela
criou inicialmente sete homens e sete
mulheres, que com o tempo se
tornaram a civilização conhecida.
Nanshe, divindade Mãe
Sumeriana festejada copm
procissões de barcos onde
eram depositadas suas
oferendas a serem entregues
ao Mar.
Frigga,
Divindade
nórdica, Grande mãe da
maioria dos deuses, uma das
três esposas de Odim, Frigga
é o aspecto Mãe enquanto
Freija é o aspecto sensual,
donzela.
Belat, Divindade caldéia,
Nome da esposa de Bel, é a “Mãe
dos Grandes Deuses” e “Senhora da
Cidade de Nipur”.
Coatlicue, Divindade Asteca,
Mãe de todas as outras Divindades.
Usa uma saia de serpentes e é
também senhora da vida e da morte.
Também adorada como Mãe da Terra.
Yngona, Divindade dinamarquesa, é a grande mãe.
Mama Cocha, Divindade Inca
que teve seu culto largamente
difundido sendo cultuada não apenas
pelos incas, mas por muitas outras
tribos e culturas. É a Mãe do Mar e
Senhora dos Peixes.
Mariamma, Divindade hindiana, Senhora do Mar e de tudo o
mais que ele representa e traz de
benefícios a nós.
Marah, Divindade caldéia, Senhora das águas salgadas, Mãe que
vem do mar.
Derketo, Divindade assíria, aparece como sereia, senhora da lua e
da noite, protetora dos animais que
habitam o mar.
Mari Ama, Divindade do mar
escandinava.
Ilmatar, Divindade finlandesa
da água, grande mãe criadora que
está na origem de tudo.
Annawan, Divindade Indonésia
do Mar.
Bachue, Divindade Colombiana
dos índios Chibchas, seu nome quer
dizer “grandes seios”, junto com seu
filho criou a humanidade.
Comentários:
Trono Feminino da Geração,
Yemanjá, divindade muito adorada e
de fácil localização, pois se não
aparece relacionada ao mar aparece
como a Grande Mãe.
Na Umbanda quase não há
sincretismo de Yemanjá, sendo sua
imagem como Orixá de Umbanda
muito conhecida. Pode ser
sincretizada com Nossa Senhora dos
Navegantes, aquela que protege os
que vão ao mar.
Texto extraído do livro do autor
“ Deus, Deus e Divindades”
Editora Madras
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
Página -19
Numa atitude inédita, a
Federação
Umbandista
do Grande ABC
doa um
Monumento Público
que homenageia
também a comunidade
afro-brasileira.
Imagem de Yemanjá
chega a Mongaguá
gurado no próximo dia 10 de
dezembro de 2005 às 22 horas está
localizado em frente à Plataforma de
Pesca no Bairro de Agenor de
Campos em Mongaguá, local onde,
durante 16 anos, a FEDERAÇÃO
UMBANDISTA DO GRANDE “ABC”
realiza suas homenagens à Grande
Mãe da Vida, à Senhora das
Águas, para a Rainha do Mar.
Trata-se de um velho sonho de
Pai Ronaldo Linares e de seu filho em
Oxalá Jacob Koukdigian Neto e
constitui-se em uma doação da
imagem através da FEDERAÇÃO
UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” e
da FEDERAÇÃO DE UMBANDA E
CANDOMBLÉ DE MONGAGUÁ à
comunidade umbandista e afrobrasileira em geral, e à população de
Mongaguá que sempre soube
entender e respeitar a cultura afro-
RONALDO LINARES
Amanheceu diferente este dia 08
de dezembro de 2005 na querida
cidade de Mongaguá, Meca dos
Umbandistas desejosos de depositar
nas águas do mar suas oferendas à
Mamãe Iemanjá – um presente
aguardava a população local.
Depois de uma preparação
religiosa iniciada no último dia 3 de
dezembro pelo Colégio de Umbanda
Sagrada Pai Benedito de Aruanda,
na pessoa de seu fundador, Rubens
Saraceni, subiu finalmente ao seu
pedestal definitivo a NOVA IMAGEM DE IEMANJÁ, num imponente
monumento de 10 metros de altura
em homenagem à RAINHA DAS
ONDAS – SEREIA DO MAR.
O monumento que será inau-
SANTUÁRIO
NO
brasileira, raízes que são de nosso
povo.
Pai Ronaldo deseja agradecer
aqui ao Sr. Prefeito Municipal,
Professor Artur Parada Prócida,
pelo grande espírito de humanidade e justiça com que participou do projeto, bem como a
douta Câmara Municipal de
Mongaguá. São pessoas assim
que, agindo com insenção e
sem preconceitos propiciam a
tão desejada inclusão social de
todas as raças que constituem
o povo e a cultura brasileira.
Parabéns e obrigado a
essa cidade extraordinária
chamada Mongaguá.
Pai Ronaldo Linares
Presidente do SANTUÁRIO
NACIONAL DA UMBANDA
CRER
2006: ANO NOVO – VIDA NOVA
Comece o ano com o pé dir
eit
o!
direit
eito!
O SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA através da FEDERAÇÃO
UMBANDISTA DO GRANDE “ABC”, marcou presença no I Encontro Internacional
de Ecumenismo, Espiritualidade
e Fé – CRER 2005, que
aconteceu no último final de
semana de novembro.
O stand do SANTUÁRIO
NACIONAL DA UMBANDA foi
bastante visitado. Os visitantes
tiraram dúvidas e aproveitaram
para assistir ao filme institucional
que mostra nosso espaço com
tomadas aéreas surpreendendo
até mesmo as pessoas que já
conhecem o local. Pai Ronaldo
parabeniza os irmãos Márcio e Ronaldo, organizadores do evento, pelo
brilhantismo alcançado.
Boas vibrações Espirituais para você
na abertura do ANO NOVO ESPIRITUAL
como sempre acontece no SANTUÁRIO NACIONAL
DA UMBANDA na semana estendida de OXOSSE
(de 14 a 29 de janeiro de 2006).
Nota: A semana estendida tem o propósito de atendermos a um número
maior de pessoas que deverão comparecer ao SANTUÁRIO nesta data.
FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” INFORMA:
O SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA estará FECHADO nos dias: 24 e 25 de DEZEMBRO de 2005
e 01 de JANEIRO de 2006. No dia 31 DE DEZEMBRO estará aberto até as 12 HORAS (MEIO-DIA).
CANTO PARA YEMANJÁ
FERNANDO SEPE
Seu amor infla o coração espiritual e faz a jóia que lá reside brilhar
como um verdadeiro Sol. Seu canto
nos eleva de forma indescritível. Sua
beleza é sem igual, mas o que mais
encanta é seu brilho estrelado.
Da cor da Luz quando toca as
águas do mar, ou seria da cor das
estrelas que irradiam-se lá do espaço
infinito para a Terra? Não sei, apenas
sei que é indescritível.
A Senhora dos Encantos esteve
aqui há pouco. Aliás, ela sempre está,
mas a pouco abri meu coração e
consegui percebê - la. Minha amada
mãezinha Iemanjá...
Ela é a própria Mãe Divina, uma
mãe zelosa que tem na humanidade
sua grande filha. Não julga, não
castiga, apenas ama e ampara...
Silenciosamente faz-nos caminhar, e com sua luz estrelada clareia
as trevas de nosso coração. Não importa quão grande seja sua dor, seu
remorso, sua angústia, no colo da
Mãe, tudo isso é muito pequeno...
Ela é Vida. É a vida que está em
todos, homens e mulheres. É a vida
da natureza, é a vida dos elementos é a vida dos animais. Ofertamos
a Ela flores, velas e frutos, mas sua
verdadeira oferenda é uma mente
serena, um coração amoroso, trabalhador e digno.
Suas águas curam milhões de
espíritos dia e noite, basta abrir - se
para isso. Ela está no Mar, mas você
deve antes encontrá-la em seu coração, essa é a chave para sua vibração. Quando isso acontecer, ela não
estará apenas no Mar, mas sim, em
todos os lugares.
Visualize uma estrela de cinco
pontas bem no centro do peito. Ela
tem um brilho azul-claro, um brilho
de estrela. Pulse luz por você, pul-
se para a humanidade. Deixe as
águas de Iemanjá curá-lo.
Lave sua alma. Seja VIDA. Seja
Amor. VIVA, seja Luz! Hoje e
sempre... Odoyá minha Mãe!
Cabocla Estrela do Mar, Pai
Antônio e Joãozinho – Recebido
Espiritualmente por Fernando Sepe
29/10/05 03:30 A.M.
Iemanjá,
Sereia bela que encanta
com seu cantar;
Suas águas
são bálsamos de luz;
Seus olhos
duas estrelas do céu;
Que brilham
quando a Lua toca o Mar.
Mãe Divina
de perfume inebriante;
Traz uma coroa de estrelas;
E uma chuva de rosas;
Nas ondas
de seu amor cintilante.
Unge a humanidade
com a paz;
Trazendo a
benção dos mares;
Como apenas você faz.
Pois se vós é Viver;
Pela Vida e só por Ela;
Ei de Amar,
Amar e Amar, até Morrer...
Página -20
São Paulo, Dezembro de 2005
HOMENAGEM
POR WAGNER VENEZIANI COSTA
“A LIBERDADE DO OUTRO AMPLIA A
MINHA AO INFINITO!”
Bakunin (1814-1876)
Meus Irmãos, Amigos e Parceiros, recebam os
meus mais Sinceros Votos de Luz, Amor e Paz!!!
TUDO É, VERDADEIRAMENTE, DEUS.
TUDO É DA NATUREZA DE DEUS.
TUDO É NECESSÁRIO.
Somos, antes de tudo, buscadores da “Verdade” na grande Aventura da Vida.
A MADRAS Editora é formada por um grupo
de pessoas (funcionários, autores, amigos,
irmãos e colaboradores) que acredita que os
sonhos se realizam e que é pelo nosso trabalho
que o caminho surge para a realização de
nossas vontades.
Nosso objetivo é o de despertar no homem
sua própria Consciência Maior, o seu “EU”
Superior. Acreditamos que o livre-arbítrio e o
destino acontecem aqui e agora, regados pelo
despertar de nossas consciências que buscam
a liberdade de espírito.
Cientes de que a verdadeira liberdade
não está no livre-arbítrio de simplesmente
escolher entre o bem e o mal, mas sim escolher
entre o bem e um bem maior. E que isso seria
impossível ser escolhido senão com CONHECIMENTO, SABEDORIA E ESPIRITUALIDADE.
Somos Guerreiros dos Mistérios, Cavaleiros da Luz, do Amor e da Paz!!!
Diferentes, sim, por não aceitarmos
nenhum tipo de imposição ou crença. E
acreditamos que a “unanimidade é ignorante”. Cremos, também, que tudo no Universo
À
SENHORA
é bipolar, e isso nos inclui. Somos uma energia
que tanto pode atuar no lado negativo quanto
no positivo, ou seja, somos Luz e Sombra;
negativo e positivo; fêmeas e machos; o Yin e
Yang, duas forças opostas em harmonia.
Tudo o que enxergamos é definido pela
nossa visão por meio da Luz. Porém, necessitamos de um oposto à luminosidade, as Sombras. Se vivêssemos em um Universo onde só
houvesse Luz intensa ou profunda Escuridão,
não conseguiríamos definir as formas, os
contrastes e as nuanças. Podemos concluir,
então, que uma necessita da outra e que somente juntas dão origens aos tons e às formas.
E não é só isso, pois nem tudo o que enxergamos
é o que estamos olhando. Stephen Covey defende que os modelos mentais são as lentes
através das quais vemos o mundo, o que determina o nosso modo de pensar e de agir. Isso
quer dizer que enxergamos o mundo não exatamente como ele é, mas como nós estamos
condicionados a vê-lo.
Vocês se recordam de Matrix?
Lembrem-se também do que vemos quando olhamos para o Universo, o que vemos é o
passado muito distante.
Quando falo de visão, logo me vem à mente
uma outra visão, não a que nos faz “ver” com
os olhos, mas com a mente, o coração e o espírito, a INSPIRAÇÃO. Momento em que enxergamos o que queremos ou alguma resolução
qualquer, um projeto, uma ação específica, até
mesmo o ato de levantar em busca de algo.
Somos dependentes da inspiração, de algum
motivo que nos faça correr atrás do que
queremos naquele momento.
DAS
ÁGUAS
Dependemos sempre de algum fato ou
elemento físico que nos desperte a mente e ative
o mecanismo de busca para aquele objetivo.
O encontro perfeito do Eu com a possibilidade de atuação plena. É o processo da busca
da conexão em que possamos utilizar e desenvolver nossos dons, tornando-nos úteis. Uma
Fonte Divina que está dentro e fora de nós.
A inspiração é o momento em que o arquivo mental entra em ação e abre-se uma porta
para a conexão com uma grande idéia.
E ao buscar inspiração para este texto,
logo surgiram duas luzes: a primeira foi os símbolos do Sol e da Lua; e a segunda, o Alfa e o
Ômega. Achei estranho... mas logo viria a resposta... Estamos prestes a ingressar no ano
2006, que em sua redução numerológica tem o
resultado 8, número da matéria, do infinito,
símbolo do Alfa. No tarô, é a carta “A Justiça”,
um arcano que exprime toda a força do equilíbrio necessário perante as correntes antagonistas, mas também a disciplina do espírito e a
força de cortar. Nessa carta de tarô podemos
ver claramente o símbolo da balança, perfeitamente equilibrada, o equilíbrio Cósmico. Duas
vezes quatro, e mostra a plena e total encarnação do espírito, em uma matéria que se torna
criadora e autônoma, originando suas próprias
leis em harmonia com as leis cósmicas: “Como
é acima, assim é o embaixo”. Na Maçonaria,
estaria representando as duas colunas: Boaz
e Jaquin. Sua atribuição astrológica é Libra,
um signo de Ar, cardinal, governado por Vênus.
Governa os rins, que são os órgãos eliminadores que purificam o sangue das impurezas.
Seu verbo é: “Eu equilibro”, e sua sentença
Jornal de Umbanda Sagrada
integradora é: “Eu gero harmonia com beleza
e autenticidade”. A figura central dessa carta é
uma mulher jovem. Em vários tarôs o centro da
balança é uma espada. É a espada dos Magos,
que aparece no Ás de Espada, com seus três
sóis e duas luas no punho. É a arma de Elohim
Gebor, nome Divino de Gueburah. Pode fazer
a guerra ou forçar a paz. Como a mente que
afirma e nega, a espada é um símbolo da
polaridade. Podemos perceber que esse
Arcano é a expressão simbólica das forças
cósmicas que ajustam e equilibram o Universo,
desde o Cosmos como um Todo até cada uma
de nossas células e partículas subatômicas.
Para manter tal equilíbrio, essas forças vão
construindo aqui, destruindo lá, ajustando os
fenômenos particulares...
A LUA E O SOL
A Lua e o Sol são o par Divino. Segundo
Plutarco, a Lua é a morada dos homens bons
após a morte. Eles levam uma vida que não é
divina nem bem-aventurada, mas sem preocupações até a segunda morte. Pois o homem
deve morrer duas vezes: da segunda morte
resultará um Novo nascimento. A Lua é a dura
conquista do “Verdadeiro”, sujeitando-nos a
todas as armadilhas e a todos os desvios dos
sentidos, à ilusão em todas as suas formas.
O Sol, depois de todas as ilusões, revela
a nossa “Verdade” e aquela do Mundo, e nos
conduz para a iluminação material e a espiritual.
Ele simboliza a Luz do Conhecimento e a sede
da Energia, e, por meio delas, a Irradiação
Divina. No plano da Alquimia operativa, a Lua
e o Sol correspondem à fase de transmutação
do chumbo em ouro.
Diante disso tudo, podemos notar que
nestes aforismos básicos estão incluídos os três
elementos de toda a criação: Espírito, Matéria e
Energia. Todos os seres que existem no Cosmos
possuem esses três elementos eternos e
conjugados, os quais estão constantemente
interligados no ciclo da evolução. Em nosso
Universo (constituído de sete planos) não existe o que, normalmente, chamamos de “morte”;
o que ocorre, na verdade, é que todos os elementos estão constantemente em evolução;
nessa transformação, novas condições de vida
são criadas e tudo é reabsorvido no seio do
Cosmos Infinito. Esses aforismos citados, embora sintéticos, têm sido um manancial de
tratados dos Mestres da Fraternidade sobre
Filosofia, Ciência e Religião. A Vida manifestada
nos Universos é, em si, eterna, pois é inerente
à natureza de Deus.
Somos heróis em nossa jornada, arriscamos nossa sanidade para ousar viver em um
mundo melhor, em um Universo de Amor Incondicional. Assim construímos nosso trabalho, com
fibra por fibra de nossos corações, com a força
e a destreza da espada árdua da perseverança.
Este grupo somos nós, desbravadores de uma
realidade melhor da Verdadeira Vida. Acreditamos que não há mérito sem esforço, nem
vitória sem dor. Seja bem-vindo entre nós!
Quero, ainda, agradecer o grande apoio
que a Madras Editora tem recebido, na minha
pessoa, dos irmãos umbandistas e pelo imenso
carinho que tem sido transmitido ao nosso
trabalho, seja pela aquisição de nossas obras
literárias ou pelo respeito pelos nossos pontos
de vista. Presto a minha homenagem a toda
Umbanda Sagrada, transmito o meu Axé a todos
que, mais uma vez, uniram suas forças às forças
do Universo e da Natureza em mais uma edição da Festa de Iemanjá! Que a Senhora das
Águas Salgadas possa banhar a cada um dos
participantes desse encontro de Fé, União e
Amor. Salve Iemanjá! Salve a Rainha do Mar!
Wagner Veneziani Costa é
Presidente da Madras Editora
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
Página -21
CABOCLO ARARIBÓIA
ENVIADO POR PEDRO MIRANDA
Araribóia existiu. Chefe indígena da tribo Temiminó, um grupo Tupi, vivia numa das ilhas da
Baía de Guanabara. Ali os temiminós eram minoria. A tribo Tamoio, com 70 mil índios, dispersa
entre a Guanabara e a região
onde hoje se localiza a cidade de
Bertioga (SP), detinha folgada
superioridade numérica contra
os temiminós, que só contavam
com 8 mil cabeças.
Os tamoios, liderados pelo
chefe Cunhambebe, eram aliados
antigos dos franceses, que
viviam tentando invadir a Baía
de Guanabara. Em 1555, depois
de subjugar os temiminós e os
portugueses com a ajuda de
Cunhambebe, a França passou
a dominar a Capitania do Rio de
Janeiro.
O Reino de Portugal mandou
então para o Brasil o terceiro governador-geral da colônia, Mem
de Sá, com a missão de retornar
ao Rio. Selando uma aliança com
Araribóia, os portugueses conseguiram. O chefe indígena recebeu como gratidão a sesmaria de
Niterói, onde passou a morar,
converteu-se ao cristianismo e
tornou-se íntimo do governo.
Adotou, inclusive o nome do
português Martim Afonso de
O mistério caboclo
RUBENS SARACENI
Souza, donatário do Rio de Janeiro. Morreu em 1574, brigado
com Antonio Salema, sucessor de
Mem de Sá.
O nome indígena Araribóia
significa Cobra Feroz ou Cobra
das Tempestades. “Araib”, em
Tupi, significa “Tempo Mau, Tempestade, Tormenta” e “Bói” significa “Cobra”.
Herói de Várias Batalhas
Em 1560, a expedição de
Mem de Sá foi combater os franceses no Rio de Janeiro. Levava
Maracajaguaçu e Araribóia e
outros Índios Flecheiros do
Espírito Santo.
No dia 15 de março de 1560,
a expedição de Mem de Sá
promove um ataque à Ilha Henri
e consegue vencer, destruindo
o Forte Coligny. Derrotados os
franceses conseguiram escapar
em grande número, refugiandose no Continente.
O ataque a Ilha Henri está
relatado em carta do padre
Francês André Thevet na obra
“La Cosmographie Universelle”,
editada em Paris, França, em
1575. Lá constam referências
aos atos de bravura do Índio
Fundador da Serra, Maracajaguaçu e de seu filho Araribóia.
Mem de Sá volta a Salvador,
na Bahia, a 3 de abril de 1560 e
os franceses e Tamoios
reagruparam-se e estabeleceram poderosas
fortificações na Ilha da
Carioca e na Ilha de Paranapuã.
Quando Araribóia volta a
segunda vez para guerrear
contra os franceses e Tamoios,
em 1564, está com 40 anos de
idade, conforme Luís Carlos
Lessa no livro “Araribóia, o
Cobra das Tempestades”,
publicado pela Editora Francisco
Alves do Rio de Janeiro, página
8.
Em 1564, com Estácio de Sá,
combate na tomada da Fortaleza
de Uruçumirim, na hoje Praia da
Glória e depois destaca-se como
herói na Batalha de Paranapecu, trecho da Ilha do
Governador, que ia da
Ponta do Galeão até
as Flecheiras.
A Umbanda tem nos caboclos uma de suas linhas de
trabalhos espirituais. A linha de caboclos é formada por
milhões de espíritos, todos incorporados às hierarquias
espirituais regidas pelos Orixás intermediadores, o primeiro
grau da hierarquia dos Tronos Naturais.
Espíritos oriundos de todas as religiões, com as mais
diversas formações teológicas e mesmo culturais, têm se
integrado às linhas de caboclos para poderem realizar todo
um trabalho de caridade, doutrinação e espiritualização junto
aos seus afins encarnados.
Saibam que o Ritual de Umbanda Sagrada congrega em
seus colégios magnos, existentes no astral, espíritos oriundos
de todas as religiões, inclusive muitas que já cumpriram suas
missões no plano material, mas continuam ativas no lado
espiritual da vida, onde têm planos espirituais só seus e
destinados a acolherem seus afins que reencarnam.
Estas religiões já recolhidas ao seu lado espiritual, foram
regidas por divindades que ampararam milhões de espíritos
durante seus estágios humanos da evolução. Mas muitos
não ascenderam às esferas excelsas da luz, e continuaram
a reencarnar sob a regência das divindades das novas
religiões, que vem substituindo às mais velhas e cujas
mensagens se dirigiam a povos com culturas e expectativas
diferentes das dos povos atuais.
Estas divindades antiquíssimas são regidas pelos Sete
Tronos Planetários e, através da Umbanda, puderam colocar
suas imensas hierarquias espirituais em contato direto com o
plano material, onde, atuando incorporados nos médiuns,
vêm resgatando seus afins paralisados no ciclo reencarnacionista ou que haviam estacionado em regiões sombrias
existentes nos níveis vibratórios negativos.
Os espíritos luzeiros, atuando a partir do plano material,
têm despertado milhões de afins que estavam impossibilitados até de reencarnarem, pois estavam à margem da
vida.
Reportagem de
Eduardo Bueno para a
revista Época de
05/07/99
Fonte: http://
cethrio.vilabol.uol.com.br/
modelos/arqs_entidades/
arqs_entidades5.htm
Pedro Miranda preside a
União Espiritista de
Umbanda do Brasil
VOLTAR A SORRIR
CUSTA POUCO!
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Página -22
São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
A Lenda da Deusa do Sal
POVO DO MAR,
SALVE MARINHEIROS!
ENVIADO POR ROSANA A. P. DE OLIVEIRA
ORTIZ BELO DE SOUZA
Todas as pessoas tem uma idéia
muitas vezes distorcida desta linha
de trabalho. Os marinheiros são em
sua grande maioria espíritos que
militam a umbanda para dar sustento
no campo da diluição de cargas
trevosas, outros atuam como
elementos de sustentação de
trabalhos voltados a curas, atraindo
os poderes elementais dos quais
estes espíritos de alto grau
espiritual, trazem consigo.
Na realidade estes abnegados
servidores da lei são verdadeiros
“magos que atuam nos mistérios
aquáticos” e com uma forma de
atuação única dentro dos domínios
da Umbanda. Como magos, trazem
para nós, a possibilidade de nos
libertar-mos de nossos entraves,
com uma forma bem simpática lidam
com os consulentes de forma
extrovertida, deixando o assistido
muito avontade com trejeitos
peculiares desta linha maravilhosa da
Umbanda.
Muito diferente do que imaginamos, estes irmãos do astral não são
e não estão embriagados, como
muitos se mostram, na realidade sua
forma de balanço é uma maneira de
liberar suas ondas energéticas se
utilizando do próprio médium.
Como isso ocorre?
Em torno do médium existe um
campo de energia sustentado por
seus centros de força e, além da
energia gerada a partir da energia
corpórea, existe um campo espiritual
que se reflete em todo o ambiente.
Os guias quando encorporados em
seus médiuns, dançam, giram,
balançam, gesticulam, etc... desta
forma os guias liberam não só a
energia que se desprende do
médium, mas também libera de forma
salutar o poder de seu mistério
através de ondas magnéticas que
são liberadas dentro do campo
espiritual do médium e do templo. É
Conta uma lenda que em uma ilha
longínqua vivia uma solitária deusa
de sal. Ela era apaixonada pelo mar.
Passava dias, noites, horas na praia
observando o balanço de suas
ondas, sua beleza, seu mistério, sua
magnitude.
Um desejo enorme começou a
apossar-se do seu coração: Experimentar toda aquela beleza. Esse
desejo ia aumentando até que um
dia a deusa resolveu entrar no mar.
Logo que ela colocou os pés no
mar, eles sumiram, derreteramse. Encantada com o mar, ela seguiu
em frente e logo após suas pernas e
coxas não mais existiam.
A deusa, entretanto, seguiu adiante, sentindo partes do seu corpo derretendo-se, até ficar apenas
com o rosto do lado de fora.
Uma estrela que observava tudo
falou: “Linda deusa, você vai desaparecer por completo. Daqui a pouco você não mais existirá.”
A água do mar desfazia o rosto
da deusa, mas ela respondeu fa-
desta forma que os marinheiros fazem, em
formas onduladas, ou
através de seu balanço,
que mais parece de uma
pessoa embriagada, é que
este irmão na luz faz seu
trabalho redentor dentro
dos campos da Umbanda
Sagrada.
É importante que os
médiuns e principalmente
os assistidos, saibam de tal
fato, para que estes não
deturpem e não dêem um
mal sentido aos trabalhos
de Umbanda.
Os marinheiros são
sustentados pelo poder de
nossa Mãe Iemanjá e sua
cor de atuação é a mesma
desta mãe Divina, que é o
azul claro. Podemos, sempre que necessitarmos,
ativar o poder destes
servidores da lei em nossa
vida, acenda sua vela e
faça uma prece, pedindo
para eles abrirem seus
caminhos e protegê-los. É
maravilhoso.
IEMANJÁ
contatos:e-mail [email protected]
MENSAGEM DO
MARINHEIRO JERÔNIMO
(recebida mediunicamente
por Ortiz Belo de Souza).
Todos devem estar sempre com
os pensamentos voltados ao Pai
Celestial, para que assim a fé interior
esteja sempre renovada. Que todos
tenham a consciência de que as
mudanças só serão possíveis se partirem
primeiramente de vosso íntimo e
acreditar, lutar pelos vossos idéias. A
busca do sucesso depende de vosso
próprio esforço, dedicação e
merecimento. Portanto, não pare no
tempo, cruzando os braços a espera
de milagres. Levantem-se, tenham fé,
renovem suas esperanças, acreditem
no poder do Pai Maior e corram atrás
de seus objetivos.
Alimentem vosso espírito com
muito amor, esperança e fé para assim
projetar a verdadeira essência divina a
todos os vossos semelhantes. Vossa
mente tem um poder grandioso. Use-a
para exercitar o bem, com o objetivo
de unirmos nossas forças para estarmos
cada vez mais ligados a Deus, receba
de braços abertos à energia de todos
os Orixás, dos vossos marinheiros que
estão o tempo todo a vos ajudar
quando solicitados.
Sejam positivos em qualquer
situação. Se você quer o melhor para
sua vida, comece fazendo uma reflexão
de seus próprios atos, pois muitas
pessoas reclamam de determinados
acontecimentos em suas vidas, mas
esquecem de que tudo tem um porque.
Portanto, reflitam sobre vossos
pensamentos e atitudes para que não
sofram conseqüências negativas.
A vida é um espelho. Vigie-a
sempre. E lembre-se de que tudo pode
quando trazemos “Deus” em nossos
corações.
MELHOR PREÇO
Grande coleção de
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Traga esta
edição
e ganhe um
brinde
na compra de
uma espada
NA
“Vento” de Montserrat
zendo um esforço: “Continuarei existindo, porque agora eu sou o mar
também”.
Para conhecer e experimentar é
preciso permitir-se, ir em frente.
Quando isto acontece, a mudança
se dá, mudamos. A deusa mudou
transformando-se em mar, fazendo
parte dele, passou a ser o mar que
ela tanto admirava da praia. O mar
por sua vez, também se transformou, porque foi salgado pela deusa.
Ambos experimentaram a mudança:
a deusa e o mar.
MÚSICA BRASILEIRA
ENVIADO PARA A LISTA DO COLÉGIO DE UMBANDA
POR: [email protected]
CAETANO VELOSO - MILAGRES DO POVO
Quem é ateu e viu milagres como eu; Sabe
que os deuses sem Deus; Não cessam de
brotar, nem cansam de esperar; E o coração
que é soberano e que é senhor; Não cabe na
escravidão, não cabe no seu não; Não cabe
em si de tanto sim; É pura dança e sexo e glória,
e paira para além da história; Ojuobá ia lá e
via Ojuobahia; Xangô manda chamar Obatalá
guia; Mamãe Oxum chora lagrima alegria;
Pétalas de Iemanjá Iansã-Oiá ia...
IVAN LINS - LUA SOBERANA
Aiá Aiá Caria; Ilê Iê Ilá Aia; Veio de
madagascar ilê ilê ilá essa lua soberana;
Sobre as águas de Iemanjá ilê ilê ilá neste mar
de rosa branca; Essa lua veio a Salvador;
Arrastada por um pescador; Ilha das marés;
Mestre de afoxés Filho de Olodum Filho de
Olodum...
CLARA NUNES/ALCIONE - CONTO DE AREIA
Era um peito só; cheio de promessa, era
só; Era um peito só; cheio de promessa, era só;
Quem foi; mandou o seu amor; se fazer de
canoeiro. O vento que rola nas palmas; arrasta
o veleiro; E leva pro meio das águas; de
Iemanjá; E o mestre valente vagueia; Olhando
pra areia sem poder chegar, adeus amor!
Adeus. Meu amor não me espera Porque já
vou-me embora; Pro reino que esconde o
tesouro; de minha senhora. Desfia colares e
conchas; pra vida passar; E deixa de olhar
pros veleiros. Adeus meu amor, eu não vou
mais voltar; Foi Beira Mar; foi Beira Mar quem
chamou ... É água no mar...
RAIMUNDOS - WIPE OUT
“Corte na vala moleque doido rasgando
feito uma bala; O toco podre roda o leque e se
dormir lá dentro o sono some; É no barril que
a gente esquece do nome; Que o couro come
e o pau rela no chão que rala; Pra entrar você
não é tão forte quanto pensa; A reza é braba
Iemanjá foi quem mandou a bença; Para te
lavar chegou a sua vez de ir pro fundo; Pegue
ar e se prepare pra acordar em outro mundo”...
ELIS REGINA/VINÍCIUS DE MORAES/EDU
LOBO - ARRASTÃO
Eh! tem jangada no mar; Eh! eh! eh! Hoje
tem arrastão; Eh! Todo mundo pescar; Chega
de sombra, João Jovi; Olha o arrastão entrando
no mar sem fim; É meu irmão me traz Iemanjá
prá mim; Minha Santa Bárbara me abençoai;
Quero me casar com Janaína; Eh! Puxa bem
devagar; Eh! eh! eh! Já vem vindo o arrastão;
Eh! É a rainha do mar; Vem, vem na rede João;
prá mim; Valha-me meu Nosso Senhor do
Bonfim; Nunca jamais se viu tanto peixe assim...
CLARA NUNES - É DOCE MORRER NO MAR
É doce morrer no mar; Nas ondas verdes
do mar; Saveiro partiu de noite foi; Madrugada
não voltou; O marinheiro bonito sereia do mar
levou; É doce morrer no mar; Nas ondas verdes
do mar; Nas ondas verdes do mar; meu bem
Ele se foi afogar; Fez sua cama de novo no
colo de Iemanjá; É doce morrer no mar; Nas
ondas verdes do mar meu bem; É doce morrer
no mar; Nas ondas verdes do mar meu bem...
JOÃO GILBERTO/GILBERTO GIL
EU VIM DA BAHIA
Eu vim; Eu vim da Bahia cantar; Eu vim da
Bahia contar; Tanta coisa bonita que tem; Na
Bahia que é meu lugar; Tem meu chão, tem
meu céu; Tem meu mar; A Bahia que vive pra
dizer; Como é que faz pra viver; Onde a gente
não tem pra comer; Mas de fome não morre;
Porque na Bahia tem mãe Iemanjá; De outro
lado o Senhor do Bonfim; Que ajuda o baiano
a viver; Pra cantar, pra sambar pra valer; Pra
morrer de alegria; Na festa de rua, no samba
de roda; Nas noites de lua, no canto do mal;
Eu vim da Bahia; Mas eu volto pra lá; Eu vim da
Bahia; Mas algum dia eu volto pra lá...
Fonte: http://iemanja.cjb.net/
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
Lenda da Saida de Yansã
RUBENS SARACENI
Há uma lenda, (não contada antes)
que todos os orixás, quando receberam
a ordem de Olodumaré de deixarem sua
morada interior (centro gerador) e irem
habitar na sua morada exterior (mundo
manifestado), assim que saíram se depararam com inúmeras dificuldades pois,
se na morada de Olorum podiam movimentar-se livremente, no exterior dele
todos se sentiam pesados e seus movimentadores eram tão lentos que seus
axés não fluíam e eles não conseguiam
irradiá-los para onde queriam pois, se
os projetavam, eles formavam um caos
à volta deles.
Então começaram a retornar à morada interior de Olodumaré para reclamarem dessa dificuldade, entre tantas
outras que haviam encontrado para
exercerem suas funções divinas de
senhores portadores dos axés criadores
dele, o Divino Criador!
Mas, porque assim que saíram da
morada interior de Olodumaré, faltoulhes tanto o movimento quanto as direções, eles não só tinham dificuldade para
se moverem como não encontravam o
caminho certo para voltarem até a
morada dele.
– Ogum gerava caminhos e mais
caminhos para que pudessem voltar à
morada de Olodumaré, mas faltava-lhe
o axé direcionador de Yansã e seus
caminhos conduziam a todos os lugares
do mundo manifestado, mas nenhum
deles conduzia à morada de Olodumaré.
– Oxumaré tentava dar cores a esses
caminhos mas suas cores não fluíam e à
volta dele criou-se um caos multicolorido.
– Exú criou animais e mais animais,
mandando-os encontrar a morada de
Olodumaré, mas mesmo os de faro
apuradíssimo não conseguiam rastrear
o caminho trilhados por eles e se
perdiam no caos estabelecido no mundo
exterior.
– Omulú, vendo toda aquela
confusão e a dificuldade de retornarem
à morada interior de Olodumaré,
paralisou todo o mundo manifestado
com seu axé paralisador.
– Oxalá parou de modelar mundos
e seres para habitá-los pois todos ficavam amontoados à sua volta porque
não só não tinham movimentos como
ele não sabia como enviar cada mundo
e seus habitantes para seus devidos
lugares.
– Xangô criava seus raios (axé das
irradiações) mas, ao lançá-los, criava
outro caos pois por falta de movimento
e direcionamento, não só eles não iam
para os confins do mundo exterior
iluminando-o como não sabiam como
chegar à morada de Olodumaré.
– Oxossi atirava suas flechas mas
elas ficavam paradas no meio do caos.
Elas não encontravam seus alvos pois
lhes faltava o axé direcionador que as
conduziria até eles.
E assim todos os orixás manifestados (ou designados por Olodumaré
para administrarem sua morada exterior)
começaram a clamar-lhe que os ajudasse a encontrar o caminho certo que
os conduziriam de volta á sua morada
interior, de onde regeriam os muitos
aspectos da criação com seus axés.
Mas os seus clamores não fluíam e
se perdiam no caos à volta deles pois
não só não tinham movimento, não saindo de suas bocas e permanecendo em
suas mentes como, quando saíam, fluíam
vagarosamente mas sem rumo (sem
direção).
Olodumaré, não recebendo notícias
do paradeiro dos orixás e do que estavam fazendo na sua morada exterior
que, se antes era vazio agora estava
caótico, com axés e mais axés se
misturando ou se anulando, enviou seu pássaro mensageiro até
Orumilá para que este
lhe revelasse o que
estava se passando.
Mas até Orumilá
não conseguiu responder porque, também já se encontram
no mundo exterior,
para onde levou o axé
das revelações que
tudo revelaria a todos
e sua voz não saia de
sua boca. E quando
jogou os seus búzios
estes também nada
revelaram porque eles não tinham
movimento ou direção e suas jogadas
se perdiam.
Assim, quando o pássaro mensageiro soube o que estava acontecendo
e quis retornar até Olodumaré para
comunicar-lhe o que estava acontecendo, não conseguiu voltar porque
os movimentos de suas asas eram tão
lentos que não conseguia voar. E, além
dessa dificuldade uma outra surgiu para
ele, o pássaro mensageiro: não sabia
que direção tomar para voltar à morada
interior de Olodumaré.
Olodumaré, vendo que nem o seu
pássaro mensageiro voltava da sua
morada exterior (o mundo manifestado)
e vendo que até o caos estabelecido
nele já não se movia por causa do axé
paralisador de Omulú ter paralisado-o,
chamou até seu trono o orixá
responsável pelo axé refletor, axé que
reflete o mundo interior, a morada de
Olodumaré para o seu exterior (o
mundo manifestado) e reflete o mundo
exterior para o mundo interior (mundo
imanifesto).
E o orixá refletor responsável por
esse axé de Olorum ativou seu mistério
e Olorum começou a ver todo o seu
mundo ou morada exterior e todos os
orixás passaram a vê-lo também.
Mas Olorum não ouvia o clamor
dos orixás no seu exterior porque lhes
faltava o movimento e seus clamores
não saíam pelas suas bocas. E quando
saíam, dirigiam para todos os lugares
menos para Olorum pois lhes faltava o
direcionamento.
Então Olodumaré dotou seu orixá
refletor de nove axés e enviou-o em
auxilio dos orixás exteriorizados.
Os nove axés são estes:
1º Axé: movimentador (axé das
vibrações). 2º Axé: direcionador (axé
das direções). 3º Axé: separador (axé
que separa uns axés dos outros). 4º
Axé: controlador (axé que controla a
emissão de axés pelos outros orixás).
5º Axé: espelhador (axé que reflete
tudo o que é pensado). 6º Axé:
sonorizador (axé que torna audível
todos os pensamentos e sentimentos).
7º Axé: cadenciador (axé que
cadencia a tudo e a todos). espalhador
(axé que espalha por todo o mundo
manifestado os axés dos outros orixás).
8º Axé: espalhador (axé que espalha
por todo o mundo manifestado os axés
dos outros orixás). 9º Axé:
combinador (axé que combina os axés
dos outros orixás na proporção certa,
evitando o caos).
Olodumaré, após criar nove novos
axés em seu orixá
refletor, enviou-o à
sua morada exterior
em auxílio aos outros
orixás. A esse orixá no
qual engendrou nove
novos axés Olodumaré
deu-lhe o nome de Iyá
Mesan (a mãe dos
nove filhos).
E então, toda
esplendorosa, surgiu
no mundo exterior
Yansã (Iyá Mesan ou
Iyá Avesan), que
refletia toda a beleza da
morada interior de
Olorum para todos os
orixás manifestados.
Mas, se isto ela fazia por ser o orixá
refletor dos dois mundos (o interior e o
exterior) ela também refletia toda a
feiúra do mundo exterior, mergulhado
no caos.
Ela refletia a angústia e a aflição dos
outros orixás por não conseguirem se
movimentar e não poderem direcionar
seus axés em benefício da criação
exterior de Olorum.
A tudo ela refletia enquanto se
movimentavas por toda a criação na
sua dança frenética, durante a qual ela
espargia para tudo e todos os seus nove
axés. E os outros orixás, vendo Yansã
dançar sem parar e espargir seu axé
que dava-lhes movimento, direção,
separava os axés, etc. começaram a
dançar atrás dela, cada um ao seu
modo.
E assim, com cada um dançando a
sua dança já com seus passos cadenciado pelo axé cadenciador que ela
estava enviando-lhes, eles começaram
a espargir (emanar) seus axés de forma
controlada, dando forma ao caos.
E os mundos começaram a tomar
formas as mais diversas possíveis,
refletindo em cada uma delas a beleza e
harmonia da morada interior de Olorum,
que passaram a existir também na sua
morada exterior.
Dos olhos de Yansã, como se fossem
dois espelhos, saíam raios que iluminavam os olhos dos outros orixás que
também passaram a refletir por eles o
mundo interior (a morada interior de
Olodumaré).
E onde os orixás pousavam seus
olhos enquanto dançavam suas danças,
ele ali começava a ser refletido e os
seres ficavam encantados pela beleza e
harmonia da morada interior Dele e
começavam a desejar retornar para Ele
imediatamente pois, mesmo vendo a
beleza e harmonia do mundo
manifestado e tendo nele tudo o que
precisavam, ainda assim desejavam
retornar porque sabiam que esse mundo
exterior é só um reflexo do mundo
interior, onde Olorum reside.
E, aí, nesse tempo quando o tempo
Página -23
ainda não existia, surgiram os seres
encantados, os que através da dança
dos orixás começam a desejar retornar
à morada interior do Divino Criador
Olorum.
Yansã, vendo esse desejo refletido
nos olhos dos filhos de Olorum gerados
no seu exterior, chamou para si o dever
de reconduzi-los à morada interior e
passou a ser chamada de senhora dos
Eguns (dos espíritos) pelos outros
orixás.
E Yansã criou a dança dos Eguns e
deu a um dos seus nove filhos (seus
nove axés) o nome de Egungun (a alma
dos espíritos) em cujos olhos (espelhos)
são refletidos todos os pensamentos.
E na sua dança (o axexe) um outro
filho de Yansã portador do axé
separador, dança atrás de Egungun e
vai separando os Eguns verdadeiramente encantados pela beleza e harmonia da morada interior de Olorum
dos que, fascinados pela ilusão de
encontrarem no mundo interior o que
não viram no mundo exterior, só
querem fugir dele sem ainda estarem
refletindo nos seus olhos a beleza e a
harmonia existentes na morada de
Olorum.
A estes, Yansã reservou-lhes o vazio,
onde morada alguma existe, para que
eles reflitam em si mesmos a ausência da
beleza e da harmonia existentes na
morada de Olorum. Assim, vendo a si
mesmos, se horrorizem com sua feiúra
e desordem interior e começam a desejar
retornar ao mundo exterior (reencarnar) para que possam encontrar-se
nele e descobrirem-se refletores Dele
para os seus semelhantes, tornando-se
cada um, um caminho de volta ao
interior do nosso Divino Criador
Olorum.
E os outros orixás, vendo a
dificuldade dos eguns em retornarem à
morada interior de Olorum e,
lembrando-se de que Yansã, dançando
e dançando, devolveu-lhes os movimentos e o senso de direção que lhes
permitiu assumirem suas funções no
mundo manifestado, se compadeceram
do sofrimento e das dificuldades deles e
concederam-lhes o direito de, dançando
suas danças sagradas, começarem a
vislumbrar o mundo interior e descobrir
por si e em si mesmos a existência dele.
Também prometeram ensinar-lhes
como separarem-se do mundo exterior
sem sair dele e espelhando Olorum cada
vez mais em seus olhos, pensamentos,
ações, movimentos e palavras, chegarem até Ele por um caminho luminoso,
belo e harmônico.
E todos se comprometeram diante
de Yansã a ajudá-la nessa tarefa árdua
de reconduzir todos os eguns à morada
interior de Olorum.
– Ogum prometeu abrir quantos
caminhos se fizerem necessários para
eles. Inclusive, assumiu o compromisso
de abrir um caminho para cada um. E
com essa promessa de Ogum, cada
egum passou a ter um caminho próprio
para que chegue por conta própria à
morada interior de Olorum.
– Omulú prometeu acolher em seus
domínios todos os eguns, para facilitar
a árdua tarefa de Yansã pois ali, nos
domínios dele, ela separaria mais
facilmente os encantados dos desencantados. E assim os eguns passaram a
ter uma morada coletiva mas transitória,
que são os cemitérios.
– Obaluaiyê, que é o dono do axé
que abre passagens entre os mundos,
prometeu abrir uma passagem para
cada egum que queira retornar para o
mundo interior onde reside Olorum.
– Exú, com seu axé confundidor
prometeu ajudá-la na sua árdua tarefa
confundindo os eguns desencantados,
fazendo parecerem luminosas as
passagens escuras. E assim surgiram os
enganos.
– Pomba-gira prometeu a Yansã
que tentaria todos os eguns que, assim,
tentados pelas coisas ilusórias do
mundo exterior, se voltariam mais
rapidamente para o mundo interior
existentes neles mesmos e se desencantariam das tentações que os afastam
mais e mais da morada interior de
Olorum. E assim surgiram os desejos!
– Oxumaré prometeu a Yansã que,
com seu axé das cores daria uma cor
específica e luminosa a cada um dos
eguns já encantados e não daria cor
alguma aos desencantados, facilitandolhe a separação deles.
E assim surgiu as cores dos eguns
encantados e ausência de cores nos
Eguns desencantados.
– Oxossi, que é o orixá supridor de
alimentos para os que vivem na morada
interior de Olorum prometeu a Yansã
que supriria todas as necessidades
alimentares da alma dos encantados e
não deixaria faltar o mínimo
indispensável aos desencantados para
que eles sobrevivam até descobrirem
em si mesmos o caminho, a porta e a
cor luminosa que os conduzem ao
mundo interior, onde reside Olorum.
E assim surgiu o autoconhecimento
e a conscientização.
– Xangô prometeu a Yansã usar o
seu axé energizador para dar força a
todos os encantados pois assim mais
rapidamente retornariam ao mundo
interior. E também prometeu-lhe que
tiraria toda a energia dos que, totalmente voltados para o mundo exterior,
estarão se afastando mais e mais do
caminho luminoso que os reconduz à
morada interior onde reside Olorum.
– Oxalá, senhor do axé das formas,
prometeu a Yansã dar formas belíssimas
e luminosas aos encantados e a dar
formas horrorosas e sombrias aos
desencantados, facilitando a separação
deles em sua árdua tarefa de reconduzir
os encantados pela beleza e harmonia
existentes na morada interior onde
reside Olorum.
E assim surgiram as formas
encantadoras e luminosas e as feias e
horrorosas.
– Oxum, senhora do axé conceptivo, prometeu a Yansã que a
ajudaria em sua árdua tarefa tornando
produtivos e afortunados os encantados
e tornando estéreis e desafortunados
os desencantados.
E assim surgiram a riqueza e a
pobreza no mundo exterior.
E, de um em um, todos os orixás,
agradecidos a Yansã por ela ter-lhes
dado os axés indispensáveis para que
eles pudessem criar o mundo exterior a
partir do caos estabelecido, todos
prometeram ajudá-la na sua árdua
tarefa de reconduzir todos os eguns de
volta à morada interior, onde reside
Olorum, e que está localizada no íntimo
de todos nós, sejamos espíritos ou
orixás.
Texto retirado do
Livro do Autor, “Lendas da
Criação” - Editora Madras
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São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
MÃE ZILMÉIA DE MORAES: 91 anos de Umbanda
ALEXANDRE CUMINO
Na solenidade de lançamento do
projeto “Vozes da Umbanda”, Mãe Zilméia de Moraes, acompanhada por Marcelo Fritz, presidente do ICAPRA, e
seu genro Carlão, esteve presente a Capela Ecumênica da UERJ no dia 14 de
novembro 2005, para dar um depoimento sobre sua vida, e suas experiências enquanto umbandista, e como
filha do fundador da Umbanda, Zélio
Fernandino de Moraes.
Foram convidados para estar ao
seu lado neste depoimento, Pai Ronaldo
Linares, presidente da FUGABC e responsável pelo Santuário Nacional de
Umbanda; professor José Beniste e Mãe
Maria das Graças, da Casa Branca de
Oxalá em Minas Gerais.
Sempre bem humorada, sorridente
e muito disposta para seus 91 anos de
idade, Mãe Zilméia foi recebida em meio
a aplausos e muito carinho pelas centenas de pessoas que lotaram a Capela.
Seu depoimento foi dividido em cinco partes: Origens, Formação Religiosa,
Criação da Umbanda, Vida Social, Centros e Tendas. Mãe Zilméia deu início a
seu depoimento esmiuçando detalhes
importantes e curiosos de sua infância e
ALEXANDRE CUMINO
Como sempre, a Festa do Exu
Rei Tiriri foi linda demais, com
muita vibração positiva e um show
de organização. Pai Varela, dirigente da Federação Umbandista
Reino dos Orixás e Templo Espírita de Umbanda Mestre Tupinambá, está de parabéns por realizar
a tantos anos esta festa em homenagem a seu Guardião.
A festa se divide em três partes: uma interna no Templo, outra
na Encruzilhada, e o encerramento com uma grande churrascada
para que todos comam e bebam
a vontade em homenagem ao Exu
do convívio com seu pai.
Nascida no dia 28 de setembro de
1914, nas dependências da residência
da família Moraes, onde funcionava a
tenda Nossa Senhora da Piedade, é a
terceira dos quatro filhos de Zélio, (Zélia,
Zélio Filho, Zilmeia e Zarci de Moraes) e
a única que ainda está entre nós. Desde
bem pequena assistia às sessões, e desde
os dez anos começou a participar
dos trabalhos e acompanhar seu
pai. Pouco brincava na infância,
dedicava-se aos estudos, a
música e ajudava a cuidar dos
necessitados que seu pai trazia
para dentro de casa.
Lembrou-se das historias que
cercam a Fundação da Umbanda
e a manifestação do Caboclo das
Sete Encruzilhadas através da
Família Moraes. Confirmou a tão
conhecida história de que pai em
meio a “ataques” teria passado
por um médico e um padre, parente seu, e nos revelou o que
poucos sabem: “Vovó, (mãe de
Zélio) desesperada, levou papai
a uma rezadeira de nome Cândida, e ela
disse que o espírito que o acompanhava
tinha uma luz muito forte, e muita
caridade iria fazer, mas que doença ele
não tinha.”
Contou ainda alguns eventos curiosos, como o dia em que a tenda pegou fogo e ela foi correndo salvar a
imagem de São Benedito e pediu socorro
a um médium da casa, chamado Aristóteles, que trouxe o Corpo de Bombeiros. Sempre sorrindo, contou aos
Rei Tiriri, que recebe esta festa
anual como agradecimento voluntário daqueles que ele ajudou durante o ano.
A presença do Exu no salão
do Terreiro, na Encruzilhada e na
Festa é o ponto alto do evento.
Sua atenção é muito disputada
por todos que desejam lhe dar um
abraço, pedir sua proteção ou
mesmo agradecer algo que já
tenha recebido.
Pai Varela trabalha no Templo
como em um culto coletivo: Todos
rezam juntos e fazem seus pedidos. O Guardião se manifesta
passando uma mensagem aos
presentes e distribuindo guias e
presentes que um delegado de polícia,
que se chamava Paulo Pinto, vinha perseguindo e fechando os terreiros da
região. Até que certo dia, chegou às
portas da Tenda Nossa Senhora da Piedade. Mãe Zilméia, carinhosamente chamada de carneirinho pelos guias espirituais, foi informar o preto velho, Pai
Antônio, que estava em terra durante
dele, e, a partir daí, e nos conta que “o
doutor Paulo Pinto ficou amigo nosso,
freqüentando as sessões.”
Com muita simplicidade, lembrouse que Zélio certa vez foi chamado para
ver um rapaz recém desencarnado, e
que ele escolheu 7 médiuns para acompanhá-lo. Chegando lá, foi realizado um
trabalho espiritual, e o rapaz se levantou.
uma sessão de trabalhos, e ouviu dele
as seguintes palavras:
- Deixa ele entrar.
O delegado, um sujeito que ela
descreveu como “gordão e forte”, entrou, deu dois passos e caiu esticado
no chão. Diante disso, Pai Antônio disse:
- Carneirinho, deixa que ele logo
se levanta.
O coração de Mãe Zilméia batia na
garganta, com medo que ele tivesse
morrido. Pai Antônio mostrou a força
Lembrou-se do episódio em que
certa vez um médium quis expulsá-la da
Tenda Nossa Senhora da Piedade. Ela
disse ter perguntado a esta pessoa se
ele não se lembrava de que ela era filha
carnal de Zélio, o fundador da Tenda,
ao que ele respondeu: “Sei. Mas quero
a senhora fora daqui”.
Após boas risadas do público, que
questionou qual teria sido a sua atitude,
ela concluiu: “Eu me retirei, não brigo
com ninguém”.
outros elementos consagrados
em sua força.
O médium Rubens Saraceni
recebeu uma estátua de bronze
das mãos do Exu, pois há muitos
anos se conhecem, e Tiriri conhece
a luta deste irmão para mostrar
quem são os Guardiões da Umbanda.
Na Encruzilhada, todos se
reuniram em torno de uma grande
oferenda, que Exu Tiriri circundou
com pipocas, e na seqüência todos receberam velas bicolores.
Depois de uma oração feita
por Rubens Saraceni ao Orixá Exu
e ao Exu Rei Tiriri, todos acenderam suas velas formando uma
imagem que não é possível esquecer, tamanha a beleza e a fé depositada neste Guardião.
Esta parte dos trabalhos foi
encerrada com uma grande queima
de fogos que comemorou mais um
ano de trabalhos deste Exu tão
querido das pessoas.
O Grupo Aruanã se apresentou no churrasco que aconteceu
a seguir.
Foi mesmo uma festa e tanto,
que mostra o amor dos umbandistas por Exu, e quanto Exu é bom
e trabalha para o bem, nos instruindo a andar no caminho da Lei
e nos dando sua proteção.
Laroyê Senhor Exu Rei Tiriri!
Obviamente, os trabalhos na Tenda Nossa Senhora da Piedade não prosperaram durante este período, e Mãe
Zilméia para lá retornou e reassumiu seu
lugar de direito, e até hoje preside este
Templo.
O professor José Beniste ressaltou
que Leal de Souza, jornalista que escrevia no Diário de Notícias, era contrário
ao Espiritismo e a Umbanda, e após
conhecer Zélio de Moraes tornou-se dirigente da Tenda Nossa Senhora da Conceição e escreveu o primeiro livro de
Umbanda que foi publicado em 1933,
intitulado “O Espiritismo, a Magia e as
Sete Linhas de Umbanda”.
Ao ser perguntada sobre o que
tem lhe traz saudades, Mãe Zilméia
respondeu: “Tenho saudades das conversas com o Chefe, o Caboclo das Sete
Encruzilhadas. Naquele tempo, infelizmente, não haviam estes aparelhos
(câmeras de filmagem e gravador). Esta
vida que estamos levando nestes tempos, eu já sabia que nós íamos passar,
por que o Chefe já havia os havia
predito”.
Durante o encerramento do depoimento de Mãe Zilméia, Marcelo Fritz revelou aos presentes que ela conhece
de cor mais de 600 pontos cantados de
Umbanda, assim, pediu-lhe para que
cantasse no encerramento do evento.
Esta foi uma tarde muito agradável
onde pudemos ouvir um bate papo bem
descontraído com Mãe Zilméia de
Moraes e que ficará em nossas memórias
para sempre sua simplicidade e amor
pela Umbanda.
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
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Parabéns Umbanda 97 anos em grande estilo
POR MARCELO FRITZ
O ICAPRA -Instituto Cultural de
Apoio e Pesquisa às Tradições Afro,
realizou no último dia 15 de
novembro, Dia Nacional da Umbanda, o Parabéns Umbanda, evento
que em 2004 deu o pontapé inicial
rumo ao centenário dessa tradição.
Este ano além da grande noite
do dia 15, onde ocorre a entrega da
Medalha Zélio Fernandino de Morais
precursor da Umbanda, a notáveis
da cultura popular brasileira, o
ICAPRA lançou no dia 14, o projeto
“Vozes da Umbanda”, que visa
imortalizar ícones da Umbanda
através de depoimento, com uma
parceria com o MIS - Museu da
Imagem e do Som do Estado do Rio
de Janeiro.
Quem estreou a série de depoimentos foi Zilméia Morais Cunha,
única filha viva do médium Zélio
Fernandino de Morais. O depoimento
ocorreu na Capela Ecumênica da
Universidade do Estado do Rio de
Janeiro - UERJ , onde Mãe Zilméia foi
recebida com muitos fogos e louvores
de campeões de festivais de Umbanda do Rio de Janeiro.
Além de toda receptividade após
o depoimento, Mãe Zilméia foi surpreendida com aproximadamente 20
homenagens de instituições do Rio e
São Paulo, dentre elas: a Secretaria
de Cultura do Estado do Rio de Janeiro homenageou-a com uma placa;
Tenda Mirim; Ordem Iniciática do
Cruzeiro Divino; Superior Orgão de
Umbanda do Estado de São Paulo;
TEOM - Tenda Espírita Ogun Megê;
Templo de Oxossi; Casa de
Pena Verde; Jornal de Umbanda Sagrada; IRMAFRO Irmandade de Cultura Afro
Brasileira; Pai Jair de Ogun;
entre outros.
No dia 15 de novembro,
o Scala, uma das maiores
casas de espetáculos da
América Latina ficou pequena
para o número de adeptos,
simpatizantes e representantes do Poder Público e privado que lotaram a casa.
O evento teve início por
volta das 20h. A expectativa
era notória no público presente. A atriz global Mariah da Penha
abriu o evento com a mensagem “As
Sete Lágrimas de um Preto Velho” e,
em seguida, uma voz “em off” agradeceu aos apoios e chamou o diretor
do evento, Marcelo Fritz, que entrou
sob muitos aplausos e dirigiu aos
presentes uma mensagem que falava
de amor, esperança, fé, compromisso e responsabilidade com a Umbanda, e encerrou se desculpando
por alguns erros que o ICAPRA pudesse ter cometido
nos seus seis anos de
existência.
“Sabemos que em
seis anos erramos,
mas quero que todos
saibam, que todos os
erros foram cometidos
com o máximo empenho para acertarmos”,
disse. “Nosso maior
obstáculo, para mim, é
a nossa vaidade. Que
esta não seja maior
que a nossa fé e compromisso com o futuro
de nossas tradições”, concluiu.
Entrou em cena a cia. Afrocirco,
do grupo cultural Afro Reggae, que
deu um show. Na seqüência, Marcelo
Fritz entra e chama Mariah da Penha,
e juntos, chamam Mãe Zilméia que
entra para dar um brilho especial à
festa e abençoar aquele encontro.
Em seu discurso emocionado ela
afirma: “Nunca pensei que viveria
tantas emoções aos 91 anos.”
Ela presenteou a todos cantando
um ponto do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e em seguida chegou ao
palco a Tenda Espírita Mirim para
cantar o Hino da Umbanda que todos
de pé acompanharam.
A noite foi abrilhantada com a
Cia. de Ballet Afro Ilê Ofé, de Charles
Nelson; pelo Grupo Nosso Samba;
Dominguinhos do Estácio, que após
um grande show, chamou os cantores Dudu Nobre e Dicró para juntos
cantarem o Parabéns para Umbanda,
levando o público ao delírio.
Mãe Zilméia subiu novamente ao
palco e se confraternizou com o
público emocionado. Os três cantores
comentaram sua grande emoção em
estar ali participando daquela benção.
As curimbas foram comandas
pelos ganhadores do Prêmio Atabaque de Ouro, criado pelo ICAPRA
aos destaques dos festivais de
Umbanda 2004, José Carlos de
Oxossi (campeão de títulos); Marcelo
Varanda (revelação); e Barravento
(melhor curimbeiro).
Também sacudiu o público com
curimbas, o veterano, “au concur”
em festivais de Umbanda, Tião Casemiro .
Pai Jair de Ogun e Mãe Miriam de
Oyá também prestaram uma homenagem a Umbanda. O cantor Gerson,
o Tupã, do grupo de pagode Kilokura,
também marcou presença fazendo
uma homenagem especial a Mãe
Zilméia.
Outros momentos marcantes foram as entregas das medalhas Zélio
de Morais, que foram intercaladas.
Foram entregues ao Maestro Dalmo
da Trindade Reis, de 94 anos, que
fez a partitura do Hino da Umbanda;
Pai Ronaldo Linares, presidente da
Federação Umbandista do Grande ABC, criador e diretor do Santuário Sacional de Umbanda;
Templo de Oxossi, comandado
por Marcos de Oliveira; TEOM Templo Espírita Ogun Megê,
comandado por Jorge Correia;
Casa de Oxalá (MG)
comandada por Maria de
Omolú e Solano; Pai Jobi
de Ogun; Mãe Kanabogy;
Marques Rebelo, editor
responsável da Revista
Espiritual de Umbanda;
Deputada Federal Almerinda de Carvalho; e o
cantor Dudu Nobre, que
vestiu a camisa dando
apoio ao evento, e afirmou:
“Estou muito feliz com
esta homenagem. No caminho que me encontro,
se mexe muito com a vaidade,
mas graças a Deus não sobe a
minha cabeça. Sou feliz, lembrem
de mim nas orações, todas as
tradições precisam de respeito
independente do caminho de cada um”.
Outro momento chave, foi
quando todos subiram no palco.
Parceiros e apoios juntando um
grupo de aproximadamente 100
pessoas, que se confraternizaram com o Grupo Nosso Samba que
encerrou o evento, sob o protesto
do público: “Por que acabou? Acabou
por quê?”
O diretor do evento, Marcelo
Fritz, prometeu que ano que vem
terá muito mais.
“Esses movimentos são impor-
tantes para mostrarmos ao Poder Público e privado que estamos dispostos
a cooperar para a preservação e
desenvolvimento dessas tradições
que estão aí, no nosso cotidiano, en-
raizadas na identidade brasileira. Sabemos das dificuldades, mas se não
nos mexermos, o milagre não acontecerá”, concluiu.
Marcelo Fritz
Coordenador executivo do
ICAPRA - Criador e diretor geral
do Parabéns Umbanda
Página -26
São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada
Jornal de Umbanda Sagrada
São Paulo, Dezembro de 2005
A hora da virada
CASSIO RIBEIRO
Há cerca de vinte anos atrás, eu
li em algum lugar, uma frase sobre a
vida.
Não me recordo o autor, mas o
fato é que nunca a esqueci: “A vida
é um intervalo entre dois nadas”.
Certamente que o pensamento
do autor desta frase era de um cético.
Se acreditarmos no que ele diz,
então nossa existência aqui na terra,
também é vã. Seremos mesmo nada
após a morte? Éramos nada antes
de nosso nascimento?
Uma pessoa que responda afirmativamente a estes dois questionamentos, pode tornar-se um ser humano frio e calculista.
Afinal se nossa razão de existir
não tem sentido, para que respeitarmos regras de convívio social?
Todos então poderiam fazer o
que quisessem e tudo estaria certo...
Definitivamente, jamais concordei com isso.
Quando adentrei na Umbanda,
estava mais do que convicto na exis-
tência da vida eterna. Piamente acredito que todos nossos erros de hoje,
repercutirão no futuro e mesmo erros
do passado estão repercutindo hoje.
Nossa existência é uma escola.
Aprendemos com nossos erros e
acertos. Infelizmente existem muitas
pessoas incluindo algumas que se
dizem Umbandistas, que parecem
tendenciosas a desconsiderar as evidências da existência pós-morte.
Sei que isso parece um grande
contrasenso, e é! Afinal nossa religião trabalha com incorporação de
espíritos diversos.
Por princípio, então devemos admitir a continuidade da vida. Mas, alguns irmãos parecem ignorar o óbvio.
Usam da espiritualidade, fingem
incorporar ou mesmo incorporam
baixos espíritos que se fazem passar
por Guias de Luz e usando desse expediente, promovem a desagregação da família, o desrespeito as Leis
Maoires. Não é raro vermos ditos médiuns, propondo-se, mediante pagamento a realizar trabalhos para
amarrar pessoas, acabar com inimigos ou coisa parecida.
Alguns teóricos dirigentes abrem
suas casas, atraem incautos para
servirem de filhos de santo/escravos, explorando a boa fé dessas
pessoas, sugando-lhes tudo o que
podem. Consternados, vemos irmãos que se pegam a falar mal de mem-
bro do próprio terreiro, zombar deste
ou daquele Guia, recusa-se a tornar
passe com este ou aquele médium,
apenas por não simpatizarem com o
mesmo.
Onde chegaremos com tudo
isso? Impossível definir. Mas urge
agirmos. Todo dirigente sério, deve
começar a fazer uma análise imediata
de seu terreiro.
Detectando dentre seus filhos de
fé e assistência, as pessoas que pregam o desamor, a desagregação e
isolar imediatamente tais indivíduos.
Procurar mostrar a esses irmãos
o erro em que incorrem e tentar mo-
Página -27
dificar suas atitudes.
Se de tudo, for impossível demovê-los de seus atos, então a solução
será expulsá-los de nossa casa.
Afinal o velho ditado que diz que
“uma maçã podre, faz apodrecer
todo o cesto” é uma verdade incontestável. Cabe também as Federações Umbandistas, fazerem o mesmo
em seu quadro de filiados.
Expulsar os dirigentes espirituais
que montam terreiros como meio de
sobrevivência.Verdadeiras arapucas
espirituais, comandados por Kiumbas
travestidos de entidades.
O momento é chegado: vamos
promover uma verdadeira devassa
em nosso meio. Cortemos na carne.
Amparados pela espiritualidade, haveremos de sair fortalecidos. Optemos pela qualidade em detrimento da
Caminhar com Amor
RICARDO CHIORO
E SENHOR DA LUZ PRATEADA
É perdoar e sempre perdoar, para o ódio sempre afastar. Não ficar
remoendo sentimentos de mágoa,
opressão e injustiça.
Afinal amor também é sentimento e como diz a lei da física, dois
corpos não podem ocupar o mesmo
espaço. O amor é grande demais e
com estas emoções o amor não tem
espaço. Quanto à mágoa, a opressão e a injustiça, tudo na vida ocorre
por um propósito e em Deus de-
vemos confiar. Mas que estes dizeres
não sirvam de desculpa de alguém
para saracotear outro. Da dor, devemos nos livrar e não carregá-la conosco. Devemos nos limpar de emoções ruins e assim nos livramos de
estados de espírito ruins. Assim estaremos bem e podemos encontrar o
paraíso que existe dentro de nós.
E elevar o amor não somente ao
seres humanos, mas aos animais, aos
insetos, as plantas, aos átomos, as
moléculas, as estrelas, aos planetas,
a tudo mais que existe de bom e ao
criador de tudo isso.
quantidade. Se agirmos assim , estaremos de uma maneira definitiva,
contribuindo para a evolução de
nossa religião e conseqüentemente
de nossos adeptos. Os que ficarem
em nossas fileiras, certamente serão
pessoas comprometidas com a
evolução espiritual, tanto própria
quanto a de consulentes, que
acorrem ao pé de suas entidades.
Preguemos e pratiquemos o
amor, a solidariedade, a união, a prática da caridade, o respeito, a natureza e a vida.
Busquemos a integração com outras religiões, a convivência pacífica
e salutar. A construção de um mundo
igualitário e justo.
Mãos a obra Povo de Zambi !!!
contatos:
[email protected]
Certas coisas não se amam, como o ódio, a luxuria, a ignorância de
si mesmo, a ignorância sobre os demais, a soberba, o orgulho, a vontade de dominar os outros e etc.
Porém, por mais que uma pessoa
seja cruel, assassina, só pense em
fazer coisas ruins com as pessoas,
elas ainda tem algo de bom, que foi
o que Deus criou.
Claro que tudo isso não é fácil,
talvez seja impossível de inicio, mas
tudo posto em prática se desenvolve.
Precisamos ver o que estamos
fazendo que está dando certo e o
que não está, acreditar em nós
mesmos, na força máxima do amor
e ter paciência.
Página -28
São Paulo, Dezembro de 2005
Se você bate palma porque
todo mundo bate, bate
cabeça porque todos batem,
canta porque todos cantam,
faz oferendas porque todo
mundo faz, e quando
alguém lhe pergunta sobre
sua religião, envergonha-se,
pois não sabe o que dizer,
É HORA DE AGIR!
não
A teoria ui a
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das religiões em todas as épocas. As ervas e os Orixás.
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Segundas-feiras das 20h00 às 22h00
Ministrante: Alexandre Ximenes
Informamos a todos que nossas atividades de
2005 se encerrarão no dia 17 de Dezembro e
serão retomadas no dia 07 de Janeiro de 2006.
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Ministrantes: Monica Berezutchi e Cecília Martin
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Ministrantes: Monica Berezutchi e Cecília Martin
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Ministrante: Severino Sena
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Ministrantes: Marcelo Berezutchi e Cecília Martin
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Ministrante: Monica Berezutchi
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Você conhece a sua família espiritual?
Você sabe quem são os seus protetores e qual
o campo de atuação deles na sua vida? Você quer
fugir do aprisionamento e da limitação espiritual na
qual fizeram você acreditar que faz parte?
Então venha estudar e desenvolver o dom da
Mediunidade que se manifesta a partir de você!
Mediunidade não é fardo é um bem Divino.
Venha praticar pois o trabalho começa
em você e a religião se manifesta no todo!
Turma de segunda-feira das 20:30 as 22:30h
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TEOLOGIA DE UMBANDA
Você continua fazendo tudo que te mandam sem saber o
porquê das coisas? Todos os porquês são grandes mistérios
que não podem ser revelados? Você continua condicionado a
um trabalho sem respostas?
Pare!!! Venha estudar e descobrir o que você
está fazendo, as respostas dos porquês,
neste estudo teórico da Umbanda!
Turma de terça-feira das 20:30 as 22:30h
Assista uma aula gratuitamente.
P M IPROGRAMA MEDIÚNICO INTENSIVO
Teologia + Desenvolvimento + Sacerdócio
Conteúdo desenvolvido para atender aqueles que
querem atuar com mais intensidade na religião!
Duração: 24 meses - Assista uma aula
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Turmas de quinta-feira às 20h30
ou aos sábados das 10h30 às 12h30
AULA DE BENZIMENTO
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Sábado, 17 de Dezembro às 18h00
Todos os cursos são ministrados por JORGE SCRITORI
que é a Terceira Geração de Sacerdotes
na Fundação Cacique Cobra Coral
Av. Tiradentes, 1290
Ao lado do Metrô Armênia
(Esq. c/ Av. do Estado)
(11) 3313-6751
e-mail:
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ESPAÇO CRISTALINO
NOVAS TURMAS - CURSO DE LIVRE FORMAÇÃO:
LITOTERAPIA - TERAPIA COM CRISTAIS
Ministrado por: Angélica Lisanty - 11 meses de duração
Início 20/02 - Segundas Feiras das 9h00 às 12h00
Início 21/02 - Terças Feiras das 9h00 às 12h00
Aborda: Mais de 100 tipos de pedras, sua terapêutica e
uso em magia, cromoterapia, metafísica da saúde, chakras
e meridianos, Geologia e Cristalografia, entre outros
assuntos. ( Descontos para os irmãos “Magos do Fogo”)
CENTRO HOLÍSTICO A SUA ONDA DE
RAYO DOURADO ENERGIA POSITIVA
Página -29
Espaço Eternos Aprendizes
da Umbanda
ESTAÇÃO SAÚDE DO METRÔ
(11) 5072-2112
TEOLOGIA
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UMBANDA SAGRADA
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em todos os campos da vida.
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Tels: 3078-2531 / 3168-7151
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Ministrado Por Angélica Lisanty - Apostilado
INÍCIO 21/01 - SÁBADO - Das 14h00 às 19h00
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INÍCIO 22/01 -DOMINGO - Das 9h30 às 18h00
Apostila e Certificado - Ministrado por Maria Emilia
NUMEROLOGIA - CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO
INÍCIO 18/01- 8 encontros
Quartas Feiras - Das 14h30 às 16h30
Ministrado por Darlene Maldonado
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Ligue e informe-se: (11) 5182-2122
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PORTAIS DE LIBERTAÇÃO - Início 15 de Janeiro
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Este curso visa o aprimoramento e abertura de faculdades
especiais, tais como:
Percepção extra sensorial; Aprimoramento e aprendizagem
na manipulação de poderes mediúnicos; Iniciação aos
poderes dos Portais; Desdobramento consciente;
Tratamentos de saúde através da espiritualidade; Iniciação
para orientação espiritual; Aproximação de poderes
adormecidos; Vivência e manipulação de pedras e outros
WORK SHOP: A ASTROLOGIA E OS ORIXÁS
15 de Janeiro - Domingo - das 14h00 às 16h00
Ministrado por Patrícia Ungarelli
Básico para todos aqueles que tem interesse em conhecer
essa maravilhosa ciência milenar, compreender o que é um
mapa astral, os signos, as casas e suas representações, o
triângulo da vida, as energias planetárias, as casas
terrestres e seus aspectos.
É voltado ao seu autoconhecimento e seu autoentendimento, para aprendermos a usar melhor o grande
potencial que a vida nos deu.
CABALA HEBRAICA - (Magia Judaica)
Início 16 de Janeiro - Ministrado por Ras Adeabo
Segundas Feiras das 20h30 às 22h30
1. O Caminho do Conhecimento: Rabbi Schimon Bar
Yochai, Moisés, Salomão e os primeiros cabalistas. Zohar: a
Bíblia da Kabbalah e os Grimórios Mágicos. Magia Judaica
na Bíblia. 2. O homem e suas várias almas. Incorporação e
mediunidade segunda a Cabala. Uma visão cabalística das
doenças e suas causas. 3. Magia Judaica: Talismãs e
Amuletos na Bíblia. Espíritos e Demônios na Cabala. Os
Anjos, Gênios e outros Mensageiros de Deus. O Golem de
Praga. 4. Como praticar a Cabala. Círculos Mágicos, Velas e
instrumentos mágicos espada, adaga e bastão de poder.
CRISTAIS E OS ORIXÁS - Metafísica dos Orixás
Início 19 de Janeiro - Duração: 2 meses
Quintas Feiras das 20h30 às 22h30 Ministrado por Angélica Lisanty
A relação dos 14 Tronos,
Orixás com os cristais e pedras em geral.
FORMANDO TURMAS PARA DOMINGO
WORKSHOP: BENZIMENTO
MINISTRADO POR JORGE SCRITORI
O Benzimento se dá no conjunto de rezas, na formulação de
garrafadas, seja de proteção ou de dosagem, existem Benzimentos para proteção de casas, crianças, animais de estimação,
plantas, proteção do corpo e de espírito.
A teoria não substitui a prática, esclarece!
Através da teoria, você passa a conhecer
profundamente a sua religião.
Página -30
São Paulo, Dezembro de 2005
Espaço do Erveiro
ADRIANO CAMARGO
Salve turminha das ervas. Chegamos ao final do ano e vejo tanta
gente dizer: Puxa, como passou
rápido... Puxa, o ano voou... Já
chegou o Natal... etc, etc, etc.
E aí? O que você fez durante
esse ano? Pra qual direção você
focou sua energia?
Quero aproveitar esse momento
de reflexão para chamar a atenção
para um efeito interessante. Vejo
dentro dos vários terreiros que conheço, uma porção de gente gastar
uma energia danada pensando e
tentando entender como os chefes
(dirigentes, mães e pais de santo, etc)
pensam. O que se passa pela cabeça
deles para tomarem decisões que
nem sempre são compreendidas pela
maioria. E ao mesmo tempo, esses
dirigentes ficam tentando entender
os porquês do comportamento de
alguns médiuns e participantes.
Enfim, todos os dias o que cada
lado vê é o comportamento que
cada lado demonstra. Como numa
empresa, o comportamento do dirigente determina o comportamento
da equipe e seu resultado. É fácil
dizer que quando algo não dá certo,
a culpa é da equipe. Mas o dirigente
é sim o responsável pela equipe e
seu resultado. Como disse, numa
empresa se alguma pessoa da equipe
destoa, é simplesmente demitida, mas
como fazer isso numa casa de
caridade? Como dizer para um integrante, mesmo que tenha “pisado
na bola”, que ele está demitido?
Cabe aí a máxima da religião:
“Amor e Caridade” também é Sinceridade, Honestidade, Transparência.
Fale, converse, ouça e peça para
ser ouvido. Abra o coração, e mesmo que não seja compreendido
imediatamente, passe adiante seu
sentimento. Amor e Bom Senso
acima de tudo.
Vivemos num mundo onde é
pregado que ser desonesto é legitima
defesa. Até onde nosso comportamento concorda com isso? Qual a
reputação que você e sua casa querem? Seja consistente, deixe suas boas
ações e seu coração justo, seus
princípios e valores, te guiar TODOS
OS DIAS, e verá como naturalmente,
as pessoas à sua volta se voltarão a
você pelo que você é.
Dia desses, ouvi a reclamação de um irmão de
fé, dizendo que na casa
em que trabalha não é
permitido o uso de banhos diferentes dos que o chefe
recomenda. E ele usa apenas 3
ervas.
Eu respondi o seguinte: se
você está bem na casa; ela é o
ponto de sustentação da sua
religiosidade, e seu espírito está se
sentindo bem assim, CONTINUE! Não
é a doutrina acerca de um banho de
ervas que irá destruir você ou tornalo pior que outro. Mas se seu espírito
clama por algo mais, pela busca do
conhecimento, se você gostaria sim
de conhecer outros elementos que
fazem parte do ritual de Umbanda
Sagrada, banhos e defumações com
outras ervas, quebrar conceitos de
Ervas e Orixás, então deixe claro aos
dirigentes sua intenção. Diga que gostaria de conhecer mais e veja a
resposta. Analise com o coração e se
sentir que está sendo vitima do egoísmo e da falta de bom senso e boa
vontade, pese com cautela as conseqüências. O que vale mais: o comodismo ou a alegria de alimentar o
espírito com o conhecimento? Tome
suas decisões.
Vamos à nossa famosa receita de
banhos e defumações para o
final de ano. Minhas recomendações para esse ano é fazer
o trabalho em 3 etapas:
limpeza, equilíbrio e
abertura de caminhos
/ prosperidade.
Lembre-se que podemos
nos banhar e banhar nossas
casas também. Com o mesmo
preparo, passe no chão da casa
com um pano novo ou apropriado para isso, passe também
nos batentes das portas e
janelas.
Comece no dia 29 de Dezembro,
seu ritual de limpeza. Banhos e defumações para a casa e para as pessoas
que moram na casa. Para a casa, de
preferência feito às 6 horas da tarde,
e para as pessoas, antes de dormir.
Ervas para limpeza: Arruda,
Guiné, Pinhão Roxo, Casca de Alho,
Casca de Cebola, Losna e Menta.
No dia seguinte, 30 de Dezembro, faça o equilíbrio energético das
pessoas e do local, procedendo da
mesma forma, com as ervas a seguir.
Ervas para equilíbrio
Jornal de Umbanda Sagrada
energético: Alfazema, Pitanga,
Levante, Samambaia, Cipó Caboclo,
Alecrim e Assa-Peixe
E finalmente no terceiro dia, 31
de Dezembro, durante a tarde defume sua casa com um bom preparo
de sete flores: Macela, Calêndula,
Rosas Branca – Amarela – Vermelha,
Jasmim e Camomila. E faça um banho
com essas mesmas ervas antes da
virada do ano.
Decore sua mesa de reveillon
com ervas atratoras de boa sorte
e prosperidade: Pitanga, Romã,
Ameixa, Flores Amarelas, Anis Estrelado, Arroz Cru, Louro (esse não
pode faltar), Laranjeira, etc.
Esse preparo é bastante energético e traz alegria ao espírito. Pra
entrar o ano com os dois pés direitos!
Vale lembrar que todas essas
ervas podem ser encontradas no
“Ervas da Jurema Produtos Naturais”, e nos seus revendedores credenciados. E, maiores detalhes desse
e outros preparos e formas de rezas
e benzimentos, no livro de bolso:
“O Poder das Ervas” , Editora Panorama e de minha autoria.
É isso ai turminha boa. Muitíssimo obrigado pelo ano que passamos juntos, e aguardem novidade
para 2006. Um ótimo Natal e um Ano
Novo fantástico a todos! Saúde! O
resto a gente conquista!
Adriano Camargo/Erveiro da Jurema
[email protected]
www.ervasdajurema.com.br
(11) 4177-1178
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL MANTÉM DIREITO
DE RESPOSTA DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS
CONTRA TV RECORD E REDE MULHER.
A 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região indeferiu
por unanimidade, na tarde de hoje,
o recurso interposto pelas TVs
Record e Rede Mulher contra a
decisão da Justiça Federal de São
Paulo que havia concedido direito
de resposta coletivo ao Ministério
Público Federal e a organizações da
sociedade civil, em razão das
reiteradas ofensas às religiões afrobrasileiras em transmissões da Igreja
Universal do Reino de Deus, levadas
ao ar nas duas emissoras.
O direito de resposta foi pedido
em ação civil publica ajuizada pela
ex-Procuradora Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo,
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(14) 3223-2552
Av. Rodrigues Alves, 3-60, Centro, Bauru-SP
Eugênia Fávero, e pelas organizações CEERT (Centro de Estudos das
Relações de Trabalho e da Desigualdade) e INTECAB (Instituto
Nacional de Tradição e Cultura AfroBrasileira).
Segundo a liminar, concedida em
12 de maio de 2005 pela Juíza Federal
Marisa Cláudia Gonçalves Cucio, as
duas emissoras deverão exibir,
durante sete dias consecutivos, um
programa-resposta de uma hora, no
mesmo horário em que eram exibidos
os programas da Igreja Universal, e
também anunciar a transmissão do
programa dos Autores ao longo de
sua programação regular.
O programa-resposta já foi gravado e amanhã os Autores da ação
entregarão a gravação às duas emis-
soras, para imediato cumprimento
da liminar. De acordo com o
Procurador Regional dos Direitos
do Cidadão Sergio Gardenghi
Suiama, “a Justiça soube, mais uma
vez, reconhecer que não há espaço
na televisão brasileira para a intolerância e para o ódio entre as religiões”. “É inadmissível que uma seita
use uma concessão pública de TV
para demonizar religiões históricas
brasileiras, com o objetivo de
arrebanhar fiéis para sua igreja”,
completou Suiama.
Em 1996, um pastor da mesma
igreja foi condenado pelo crime de
vilipêndio, porque chutara, na mesma emissora, uma imagem de Nossa
Senhora Aparecida, no dia de sua
consagração.
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Imagens, etc ...
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Rua Gerson França, 2-28, Centro,
CEP 17010-260, Bauru - SP
O Benzimento
POR JORGE SCRITORI
O Benzimento é uma prática muito
antiga, benzer significa tornar Bento ou
Santo.
Presente em muitas culturas, o benzimento, ganhou força no período da colonização junto aos imigrantes que aqui chegaram.
Vale lembrar que os próprios Índios aqui
já estabelecidos praticavam seus rituais de
cura dentro de um conjunto de orações no
seu próprio dialeto.
No quadro dos colonos tínhamos duas
classes predominantes no Benzimento: as
parteiras e os benzedeiros.
As parteiras eram as mulheres especializadas em partos, um bom parto se fazia
rezando, enquanto os benzedeiros eram
homens que tinham um dom de rezar e benzer
seja com as próprias mãos ou seja com um
objeto de sua preferência.
O Benzimento atendia as necessidades
mais precárias da população onde o acesso
a um médico era muito restrito.
O Benzimento se da no conjunto de
rezas, na formulação de garrafadas, seja
de proteção ou de dosagem, existem Benzimentos para proteção de casas, crianças,
animais de estimação, plantas, proteção do
corpo e de espírito.
O bom Bento, ou seja, aquele que
realiza o Benzimento, se torna uma ferramenta prática de auxilio ao próximo e a ele
mesmo.
Para um bom Benzimento não existe hora
e nem lugar, não importa o dia e nem a Lua,
o que importa é a força que o Bento usa na
expressão e aplicação do verbo, pois benzer
é fazer um jogo de palavras com poder de
ação no etérico no físico.
O Benzimento se aprende dentro de
uma tradição na qual quem sabe e foi
preparado ensina quem precisa, independente de crença ou religião. Sendo assim o
Benzimento é livre a qualquer pessoa que
queira aprender.
Torne-se você também um Bento e
venha descobrir a herança que os seus
ancestrais lhe deixaram de presente dentro
de você.
contatos: [email protected]
Nota de Alexandre Cumino:
Gostaria de completar as palavras do
Jorge, lembrando que ele aprendeu a benzer
com seu avô, Sr. Ângelo Scritori, que além
de ser um benzedor trabalhou durante 70
anos com o Sr. José Pelintra (Zé Pelintra).
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Página -31
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Página -32
São Paulo, Dezembro de 2005
Jornal de Umbanda Sagrada

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