Jornal de Umbanda Sagrada
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Jornal de Umbanda Sagrada Ano V nº 68 Distribuição Gratuita São Paulo, Dezembro de 2005 Yemanjá ALEXANDRE CUMINO “Mãe d’água Rainha das Ondas Sereia do Mar; Mãe d’água seu canto é bonito quando tem luar; Yê... Yemanjá! Rainha das Ondas Senhora Sereia do Mar; Rainha das Ondas Sereia do Mar; Como é lindo o canto de Yemanjá; Faz até um pescador chorar; Quem escuta a Mãe d´água cantar; Vai com ela pro fundo do mar. Vai com ela pro fundo do mar. Yemanjá!” (A.D. - Domínio Público) Yemanjá é um dos Orixás mais conhecidos dentro e fora da Umbanda. Ao ver uma imagem de Yemanjá, qualquer pessoa, umbandista ou não, sabe que se trata da Rainha do Mar. Sincretizada com Maria, mãe de Jesus, através de Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora das Graças ou Nossa Senhora da Conceição, Yemanjá é o único Orixá que tem imagem genuinamente umbandista. Sua imagem foi criada a partir de uma visão que a Dra. Dalas Paes Leme teve no Rio de Janeiro olhando para o Mar, acima das águas. Ela descreveu na época, esta imagem para um pintor amigo seu, e daí surgiu a primeira imagem de Yemanjá, que se tornou tradicional, e popularizou-se à partir de 1945. Baseada nesta imagem, é que foi construída a estátua de Yemanjá na Praia Grande - SP, e também a imagem que será inaugurada nos próximos dias no município de Mongaguá – SP. Aqui, admiramos ao lado uma imagem inédita da Mãe Yemanjá, idealizada por nosso irmão Cláudio Gianfardoni. Cláudio Gianfardoni - direitos reservados - www.gianfardoni.arq.br Página -2 São Paulo, Dezembro de 2005 Jornal de Umbanda Sagrada Jornal de Umbanda Sagrada Muito mais que um jornal - A sua religião em fascículos... EDITORIAL Salve Irmãos Umbandistas, leitores e simpatizantes, Chegamos ao mês de Dezembro quando fazemos festividades à Yemanjá, Oxum e Yansã Temos na capa deste mês uma imagem inédita da Mãe Yemanjá feita por nosso irmão Cláudio Gianfardoni para o Jornal de Umbanda Sagrada. Rubens Saraceni realizou no dia 03 de Dezembro a maior festa de Yemanjá que já se viu sob uma única tenda onde 4.000 pessoas, médiuns de vários terreiros, trabalharam juntos como se fossem todos uma única casa, pois assim é a Umbanda, não têm paredes, no lugar de montar várias tendas uma ao lado da outra, todos trabalharam juntos. Pai Ronaldo Linares literalmente constrói a estátua de Yemanjá em Mongaguá, marcando oficialmente nosso local de Culto a esta amada mãe Orixá, A TV Espiritualista está em teste e promete uma programação diversificada com grande espaço para a Umbanda, vêm aí a TV Umbanda Sagrada com documentários e entrevistas, o programa Falando de Umbanda na Rádio Mundial mostra que veio para ficar, o programa Magia da Vida já está há anos no ar e junto ao Jornal de Umbanda Sagrada nossa religião vai ganhando mais espaço na mídia Confiram tudo isso e muito mais nesta edição. Alexandre Cumino As belas imagens que o JUS vem reproduzindo em suas capas, tem sido generosamente cedidas por nosso irmão Cláudio Gianfardoni, que através de seu trabalho retrata a profundidade do Humano e o que o transcende. Para conhecer a trajetória e a versatilidade dos trabalhos desse excepcional artista visite o site: www.gianfardoni.arq.br RECEBA O J.U.S. EM SUA CASA Através de uma única colaboração anual de R$ 50,00, você recebe em casa 12 edições, sem o risco de perder nenhum exemplar!!! Informe-se pelo telefone: (11) 5072-2112 Para receber os textos do J.U.S. por e-mail, cadastre-se no site: http://groups.google.com.br/group/alexandrecumino EXPEDIENTE: São Paulo - Capital: Diretor Responsável: Alexandre Cumino Tel.: (11) 5072-2112 E-mail: [email protected] Endereço: Av. Irerê, 292 - Apto 13 - Planalto Paulista São Paulo - SP CEP: 04064-000 Editoração e Arte: Laura Carreta dos Santos (11) 9296-6698 Diretor Fundador: Rodrigo Queiróz Bauru: Diretor: Rodrigo Queiróz Tel.: (14) 8114-8184 E-mail: [email protected] Endereço: Rua Albuquerque Lins, 6-24, Vl. Falcão Bauru - SP - CEP: 01750-010 Grande ABC: Diretores: Adriano Camargo e Andréia Contó Tel.: (11) 4177-1178 E-mail: [email protected] Endereço: Rua João Santiago, 61 Nova Petrópolis - São Bernardo do Campo - SP Jundiaí: Diretora: Ivete Furlan : 4586-7390 Santos / Guarujá: Diretor: Sebastião Vanderlei Perez : (13) 3289-5478 Amparo: Augusto César Marcondes Dias : (19) 3807-4039 Consultora Juridica: Dra. Mirian Soares de Lima : (11) 5575-8860 Jornalistas Responsáveis: Marcio Pugliesi - MTB: 33888 Wagner Veneziani Costa - MTB:35032 Alessandro Sani de Andrade - MTB: 37401 Colaboradores: Rubens Saraceni, Monica Berezutchi, Cássio Ribeiro, Wagner Borges Jornal de Umbanda Sagrada É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir para o engrandecimento da religião, divulgando material teológico e unificando a comunidade Umbandista. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião deste jornal. As matérias e artigos deste jornal podem e devem ser reproduzidas em qualquer veículo de comunicação. Favor citar o autor e a fonte (J.U.S.). Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Página -3 LIÇÕES DE VIDA O Bendito Aguilhão IRMÃO X / CHICO XAVIER Atendendo a certas interrogações de Simão Pedro, no singelo agrupamento apostólico de Cafarnaum, Jesus explicava, solicito: - Destina-se a Boa Nova, sobretudo, à vitória da fraternidade. Nosso Pai espera que os povos do mundo se aproximem uns dos outros e que a maldade seja esquecida para sempre. Não é justo se combatam as criaturas reciprocamente, a pretexto de exercerem domínio indébito sobre os patrimônios da vida, dos quais somos todos simples usufrutuários. Operemos, assim, contra a inveja que ateia o incêndio da cobiça, contra a vaidade que improvisa a loucura e contra o egoísmo que isola as almas entre si... Naturalmente, a grande transformação não surgirá de inesperado. Santifiquemos o verbo que antecipa a realização. No pensamento bem conduzido e na prece fervorosa, a esperança fiel alcançará o Reino Divino, e a nossa pa- lavra, aliada ao amor que auxilia, estabelecerá o império da infinita Bondade sobre o mundo inteiro. Há sombras e moléstias por toda parte, como se a existência na Terra fosse uma corrente de águas viciadas. É imperioso reconhecer, porém, que, se regeneramos a fonte, aparece adequada solução ao grande problema. Restaurado o espírito, em suas linhas de pureza, sublimam-se-lhe as manifestações. Em face da pausa natural que se fizera, espontânea, na exposição do mestre, Pedro interferiu, perguntando: - Senhor, as tuas afirmativas são sempre imagens da verdade. Compreendo que o ensino da Boa Nova estenderá a felicidade sobre toda Terra... No entanto, não concorda que as enfermidades são terríveis flagelos para a criatura? E se curássemos todas as doenças? Se proporcionássemos duradouros alívios a quantos padecem aflições do corpo? Não acreditas que, assim, instalaríamos bases mais seguras ao Reino de Deus? E Felipe ajuntou, algo tímido: - Grande realidade!... Não é fácil concentrar idéias no Alto, quando o sofrimento físico nos incomoda. É quase impossível meditar nos problemas da alma, se a carne permanece abatida de achaques... Outros companheiros se exprimiram, apoiando o plano de proteção AMIGO é um tesouro que deve ser muito bem cuidado (Trecho do livro Pequeno Príncipe- cap. XXI- Antoine de Saint-Exupéry) “E foi então que apareceu a raposa: -Bom dia, disse a raposa. -Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada. -Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira... -Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita. -Sou uma raposa, disse a raposa. -Vem brincar comigo, propôs o príncipe, estou tão triste... -Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda. -Ah! Desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou: -O que quer dizer “cativar”? -Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras? -Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar? -É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços”... -Criar laços? -Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... Mas a raposa voltou a sua idéia: -Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo... A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe: -Por favor, cativa-me! disse ela. -Bem quisera, disse o príncipe, integral aos sofredores. Jesus deixou que a serenidade reinasse de novo, e, louvando a piedade, comunicou aos amigos que, no dia imediato, a título de experiência, todos os enfermos seriam curados, antes da pregação. Com efeito, no outro dia, desde manhãzinha, o Médico Celeste, acolitado pelos apóstolos, impôs suas milagrosas mãos sobre os doentes de todos os matizes. No curso de algumas horas, foram liberados mais de cem prisioneiros da sarna, do cancro, do reumatismo, da paralisia, da cegueira, da obsessão... Os enfermos penetravam o gabinete improvisado ao ar livre, com manifesta expressão de abatimento, e voltavam jubilosos. Tão logo reapareciam, de olhar fulgurante, restituídos à alegria, à tranqüilidade e ao movimento, formulava Pedro o convite fraterno para o banquete de verdade e luz. O mestre, em breve instantes, falaria com respeito à beleza da Eternidade e à gloria do Infinito; demonstraria o amor e a sabedoria do Pai e descortinaria horizontes divinos da renovação, desvendando segredos do Céu para que o povo traçasse luminoso caminho de elevação e aperfeiçoamento na Terra. Os alegres beneficiados, contudo, se afastavam, céleres, entre frases apresentadas de agradecimento e desculpa. Declaravam-se alguns ansiosamente esperados no ambiente doméstico e outros se afirmavam interessados em retomar certas ocupações vulgares, com urgência. Com a cura do último feridento, a vasta margem do lago contava apenas com a presença do senhor e dos doze aprendizes. Desagradável silêncio baixou sobre a reduzida assembléia. O pescador de Cafarnaum endereçou significativo olhar de tristeza e desapontamento ao mestre, mas o Cristo falou, compassivo: - Pedro, estuda a experiência e guarda a lição. Aliviemos a dor, mas não nos esquecemos de que o sofrimento é criação do próprio homem, ajudando-o a esclarecer-se para a vida mais alta. E sorrindo, expressivamente, rematou: - A carne enfermiça é remédio salvador para o espírito envenenado. Sem o bendito aguilhão da enfermidade corporal é quase impossível tanger o rebanho humano do local da Terra para as culminâncias do Paraíso. Extraído do livro Contos e Apólogos - Editora FEB Calendário da Umbanda 20/01- OXOSSI – Orixá da caça, da busca e do conhecimento que habita nas matas. Elemento vegetal, ponto de força nas Matas. 23/04- OGUM – Orixá guerreiro, aquele que “quebra” demandas e abre caminhos com sua ordenação militar. Elemento Ar, ponto de força nos caminhos. 13/05- PRETOS VELHOS - (Dia da Libertação) 24/05- STA. SARA KALÍ – Padroeira dos Ciganos 30/05- OBÁ – Orixá feminino de força e concentração, ajuda a dar determinação e conhecimento. Guerreira que também tem sua ligação com as matas e o elemento terra, ponto de força em contato com a terra próximo as matas. 24/06- XANGÔ – Orixá da Justiça dos raios e equilíbrio. Rege o elemento fogo, ponto de força pedreiras e montanhas. 26/07- NANÃ BUROQUÊ – Orixá da sabedoria da calma e evolução, é considerada a mais velha como uma avó. Elemento água e terra, ponto de força nos lagos. mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer. -A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa- Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” Antoine de Saint-Exupéry) 16/08- OBALUAYÊ – Orixá ancião da cura, sabedoria e evolução, senhor das passagens. Elemento terra e água, ponto de força no cemitério e no mar. 24/08- OXUMARÉ – Orixá do arco íris, amor e renovação, simbolizado por uma serpente. Elemento cristalino e mineral, ponto de força nas cachoeiras. 27/09- COSME E DAMIÃO – Dia em que se comemora a presença das crianças na Umbanda. Elemento todos. 12/10- OXUM – Orixá do amor, do ouro e da prosperidade. Elemento mineral e aquático, ponto de força nas cachoeiras. 02/11- OMULÚ – Orixá ancião da terra, dos términos e da morte, também trás aspectos de cura como o “fim” da doença, ponto de força no cemitério e no mar. 15/11- DIA DA UMBANDA - Em 15/11/1908 Zélio Fernandino de Moraes incorpora pela primeira vez o Caboclo das Sete Encruzilhadas, a primeira manifestação pura de Umbanda. 04/12- IANSÃ – Orixá guerreira e da justiça, portadora de espada e direcionadora das situações. Elemento ar, ponto de força nas pedreiras. 08/12- YEMANJÁ – Orixá Mãe de todos, aspectos maternais, geradores e criativos. Elemento água, ponto de força no mar. 25/12- OXALÁ – É o Obatalá (que se veste de branco), o Orixalá (o maior dos Orixás). Orixá da fé, da paz e da pureza. Aparece sempre acima dos outros Orixás, no topo do altar, pois sem Fé, paz e caridade não há religião. Tem seu ponto de força em campos abertos, mirantes e todos os lugares que possa se sentir sua paz. Página -4 São Paulo, Dezembro de 2005 Jornal de Umbanda Sagrada Considerações sobre CONDUTA ESPERADA a Senda Espiritual IASSAN AYPORÊ PERY (DISCERNIMENTO, AMOR WAGNER BORGES Resposta a uma carta de um ouvinte do programa “Viagem Espiritual”*, com as seguintes indagações: 1. Na sua opinião, qual é o melhor caminho espiritual? (Pergunto isso por que já me decepcionei muito com diversas pessoas nos lugares que freqüentei). 2. Se os estudos espirituais são para elevar a consciência, então, por que há tantas pessoas nesse meio sem espiritualidade alguma? 3. Sei que você não é mestre nem gosta que o rotulem espiritualmente, mas gosto muito de sua maneira de levar o lado espiritual e o admiro muito. Sei que você tem uma energia daquelas. Dá para mandar um pouquinho dela, para me ajudar na minha busca? Dá para me abençoar à distância? Olá, amigo ouvinte. Bom, vamos começar pelo fim da sua carta. Sinta-se abençoado, desde sempre, não por mim, mas porque tudo o que existe já está abençoado, só pelo fato de existir. Você, eu e todos os seres somos a própria existência. Como diria o meu amigo extrafísico Rama, “somos o sonho de Deus”. O Todo está em tudo (muito embora, nem tudo perceba o Todo), logo, tudo está abençoado. Ou seja, não dependa de algum mestre, padre, pastor, médium, projetor, ou quem quer que o mundo julgue como tal, para despertar sua consciência ou abrir o seu coração ao influxo do Amor Cósmico. Para isso, basta se encantar com a própria vida e encher-se da luz do Todo em você mesmo. Faça isso agora, dê uma boa risada das coisas, inclusive de si mesmo, e aí, mesmo à distância, estaremos juntos, por sintonia, na mesma risada e encantamento da vida, na mesma luz do Todo, que está em nós E ALEGRIA e em tudo! Quanto à sua decepção com as pessoas nos estudos espirituais, nada mais ilusório do que isso. Tal coisa se dá devido às suas perspectivas e julgamentos em cima da conduta alheia. Quanto mais você esperar de alguém, maior será a possibilidade de sentir-se decepcionado no final, já que estamos falando de seres humanos nada perfeitos, incluindo nisso eu e você. Se quiser se decepcionar, basta projetar expectativas em cima de algo ou de alguém. Então, como não se decepcionar mais na senda? É simples. Preste mais atenção no seu próprio crescimento e nas suas limitações, procurando alguma maneira inteligente e criativa de se acertar, fluindo contente e conscientemente. Faça isso por você mesmo, não pelos outros. Em relação a qual caminho espiritual você deva seguir, nessa eu passo. Pelo simples motivo de que as pessoas não são iguais em seus níveis de lucidez e percepção. O que pode agradar a um, poderá desagradar a outro, dentro da relatividade das opiniões de cada um. Achar uma senda espiritual sadia é questão de foro íntimo, é busca e decisão pessoal. Contudo, uma coisa é sempre aconselhável: procure algum caminho que respeite o seu livre arbítrio e lhe passe valores nobres e voltados para o bem da humanidade. Dentro desse caminho, pratique-o (sempre usando a inteligência e o bom senso, aliados aos sentimentos mais altos e à alegria da jornada espiritual), e sinta em si mesmo se é o seu lugar. E desconfie de qualquer um que queira barrar a sua liberdade de pensamento, ou NA JORNADA ESPIRITUAL) que diga que a verdade só está ali, ou que afirme ser o único caminho. Meu amigo, usando o bom senso, filtre tudo aquilo que ler, ouvir e ver e só aceite aquilo que for de acordo com os valores calcados na razão e no discernimento. E faça isso com amor e alegria, pois de nada adianta estudar temas espirituais, se não for para rir e ser feliz com a lucidez que se alcança e com o contentamento íntimo que se apresenta, naturalmente, sem forçar a barra consciencialmente. E também pondere tudo isso que estou lhe escrevendo, usando as mesmas medidas de filtro de discernimento sugeridas. Ninguém é dono da verdade, e não há caminho perfeito aqui na Terra. Fique bem! Todos nós já estamos abençoados, só por existirmos. Por isso, agradeça ao Todo, por tudo. P.S.: Como diria Fernando Pessoa, em espírito: “Não sou mestre nem discípulo. Nem isso ou aquilo. Sou só Pessoa. E isso já basta!” Paz e Luz para você. * O programa “Viagem Espiritual” é apresentado pelo Prof. Wagner Borges às quintas feiras, das 19h às 20h, na Rádio Mundial de São Paulo, 95.7 FM e pode ser ouvido diretamente pelo site da Rádio Mundial, no mesmo dia e horário. O site da rádio é: www.radiomundial.com.br As gravações dos programas dos meses anteriores estão disponibilizadas dentro da seção de Multimídia de nosso site, na Rádio IPPB. O endereço específico no site é: http://www.ippb.org/ [email protected]/default.htm contatos: [email protected] Se somos pessoas religiosas, ou seja, se temos uma religião, esperase de nós atitudes compatíveis com esta condição. Em função disto já que sou umbandista, falo de minha religião e sobre o que é esperado de seus praticantes. Muitos falam apenas na conduta esperada no médium antes e durante as sessões ou giras, mas quase nada se fala do depois da gira e normalmente o que é falado é sobre o imediatamente após a gira ou no máximo 24 horas após o término da sessão. Não podemos e nem devemos ser umbandistas durante as 48 horas que giram em torno de uma sessão, mas sim 24 horas por dia e 7 dias por semana. Mas isso é no sentido da conduta no nosso dia-adia. O quanto nos preocupa a caridade, o amor, a fraternidade e o respeito pelo próximo, o quanto disto tudo faz parte de nossos corações e mentes, verdadeiramente. Não adianta de absolutamente nada banhos, defumadores, preceitos preparatórios para as sessões, se quando a mesma termina, trocamos nossa roupa e esquecemos todas as palavras e orientações recebidas durante a sessão, saímos do centro achando que nossa missão e papel terminaram ali e conseqüentemente não aplicamos o nosso aprendizado. A Umbanda é extremamente prática e nós temos obrigação de executarmos essa praticidade. Como? Tendo uma conduta compatível com a nossa religiosidade dentro e fora do terreiro. As defesas de um terreiro não serão abaladas pela conduta inconseqüente de alguns médiuns, mas as defesas do médium sim. Daí advém problemas que alguns médiuns passam e ainda tem a coragem de afirmar que “tomou o banho” direitinho, que firmou o Anjo da Guarda direitinho, etc, etc... Ou ainda, o que considero pior: dizem que não merecem isso ou aquilo e que a “Banda” deles tem a obrigação de resolver!! Desculpas! Meras e tolas desculpas, que servem apenas para ajudar a mascarar a verdade. E qual é a verdade que estou me referindo? A verdade que alguns médiuns e dirigentes acreditam que preceitos e oferendas substituem conduta moral correta, honestidade de propósitos, caridade e humildade! Não! Em absoluto não! Não há banho, trabalho, preparo, despacho, oferenda, amaci, que substitua um coração nobre, caridoso, honesto e sincero! Para que os preceitos de Umbanda surtam efeito é fundamental a coerência entre o que está sendo feito e quem está fazendo ou recebendo. Urge que nos tornemos aparelhos melhores. Preocupe-se menos com oferendas e mais com conduta moral. Aprenda primeiro a “oferendar-se”, pois como disse o Caboclo Pery na mensagem Oferendas Para Orixás somos a melhor oferenda que podemos dar aos nossos guias e mentores, mas eu digo, que precisamos ser dignos de sermos oferendados. Lembre-se: somos os únicos responsáveis pelas companhias invisíveis que atraímos e mantemos. Cabe a cada um de nós respeitar a Umbanda através de atos nobres, corretos e coerentes com Ela dentro e fora do terreiro, pois não agindo assim, tornamo-nos os piores detratores de nossa própria religião, e para cada um de nós existe uma conduta esperada coerente com o fato de sermos umbandistas, e a intolerância e a vaidade não fazem parte dela. Iassan Ayporê Pery Dirigente do CECP - Centro Espiritualista Caboclo Pery Mensagem a ser publicada no livro “Umbanda - Mitos e Realidade” (no prelo) Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 SETE FUNÇÕES, SETE METÁFORAS E SETE NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE MEDIÚNICA ENVIADO POR LENI W. SAVISCKI Recebido mediunicamente por BENJAMIN TEIXEIRA pelo espírito EUGÊNIA. Existem algumas analogias que podem facilitar o entendimento do complexíssimo fenômeno mediúnico, em seus intrincados mecanismos de combinação, intercessão e retro-alimentação de ondas mentais, em suas diversas características, bem como fases de desenvolvimento. Embora todo médium apresente as funções correlacionadas a cada uma destas etapas de amadurecimento de sua sensibilidade, e mesmo deva agir, conforme a circunstância em que se encontre inserido, mais em função de um destes modelos do que de outros, é possível encontrarmos tendência e aptidão maior a um ou outro traço de funcionalidade psíquica, em cada caso estudado e concorde o instante em que se dê esta observação. 1) MARIONETE Poderíamos também chamar aqui de fase-fantoche. Médiuns altamente obsediados, sob influência de agen- tes malévolos do plano extra-físico de vida, comportam-se como que manietados por manipuladores do “outro lado da vida”, em variados momentos de seu cotidiano; quando não, em casos mais graves, em tempo contínuo, em complicados e lamentáveis processos de simbiose psíquica, em que passam a funcionar como verdadeiros “condomínios espirituais” (*), ou como “plantas mentais” hospedeiras de “inteligênciastrepadeiras-parasitas” da outra dimensão de vida. 2) ESPONJA Poderíamos também chamar os médiuns, nesta sua feição angustiosa, de fio-terra, onde ou em quem as pessoas “descarregam” suas tensões. São pessoas que sugam a energia do ambiente, seja boa ou má, assimilando seus padrões psicológicos, emocionais e mentais, muito embora de acordo com suas idiossincrasias. Isso porque se alguém não tem sintonia com o tipo de freqüência mental do ambiente, não irá ser induzido a reproduzir-lhe o modo de ser, mas passará mal, física ou emocionalmente, apresentando, por exemplo, cefaléia no primeiro caso, ou terríveis crises de mau humor, no segundo. É um traço que deve ser combatido, quando se tratar de situações desagradáveis. O esforço por desenvolver as funções seguintes, por meio da prece e da invocação dos bons espíritos, constituirá uma excelente terapêutica, para os momentos mais difíceis relacionados a esta forma de se operar da mediunidade. 3) ÍMÃ Além de assimilar, os médiuns também atraem, e atraem conforme o padrão de onda mental que emitem ou com que facilmente entrem em sintonia. Por isso, trazem para perto de si “satélites psíquicos”, nos dizeres clássicos do estudo da mediunidade – companhias espirituais que se compatibilizam com seu modo de ser, sentir e agir, não só no que se refere às suas boas propensões, como às suas inclinações menos desejáveis ou fracamente nocivas. O médium, deste modo, é responsável pela natureza dos seus asseclas ou amigos espirituais, bem como pelas faixas mentais com que se alinhe psiquicamente, mesmo que à distância. 4) TRANSFORMADOR Poucos médiuns fazem isto conscientemente, mas faz parte da natureza psíquica de quem se ajusta a uma certa onda de sinal mental filtrar as forças ambientes, cambiando-as à freqüência escolhida. Assim, é responsabilidade das mentes mediúnicas disciplinadas absorver vetores deletérios de pensamento e sentimento e convertê-los em fatores construtivos, transfundindo, desta forma, o mal em bem, continuamente ou tanto quanto possível. 5) ESPELHO A face reflexiva do espelho pode estar voltada para o pedregulho sobre que está escorado, ou para cima, e refletir a luz do sol, senão ao menos das estrelas e da lua, caso seja noite. Para onde o médium gire seus potenciais receptivos, captará panoramas e atmosferas mentais condizentes. É de sua responsabilidade, destarte, direcionar sua capacidade de reproduzir “psicosferas” para o que convém, não só a si mesmo, como àqueles que sofrem sua influência pessoal. 6) RADIOFONE A mente humana se assemelha a um aparelho radiofônico que emite e recebe ondas mentais continuamente. Os médiuns têm este circuito de comunicação externa mais eficiente, pelo que podem e devem desenvolver a capacidade de controlar a freqüência do dial psíquico em que se manifestam, fazendo rigorosa triagem das faixas mentais em que dominantemente vive. 7) TRADUTOR Inteligência livre, o médium é um intérprete do que apreende como ondas mentais: quadros psíquicos, símbolos, raciocínios e fluxos complexos de pensamento, imagens emocionais, impressões conceituais, sentimentos, sensações, memórias. Tudo isto precisa ser traduzido por seus próprios recursos íntimos, intelecto-morais, de modo que somente o que compreende e como compreende pode ser transmitido para o mundo físico, que normalmente é o destinatário de seu trabalho de intermediação inter-dimensional. A responsabilidade pelo que é dito ou feito, por seu intermédio, portanto, é sempre sua. 8) PORTA-VOZ Ainda que não imediatamente sob influência de inteligências despojadas de corpos físicos, um médium ostensivo pode funcionar como uma espécie de representante, de embaixador do grupo de seres mais evoluídos de que seja um porta-voz na Terra. Lamentavelmente, o reverso se dá, e com freqüência deplorável – ou seja: mentes supersensíveis, alojadas em organismos de carne, que se põem, voluntária ou involuntariamente (quando dominados por suas más paixões), como representantes constituídos de agentes tenebrosos do plano astral de vida. Em um como em outro caso, o médium funciona, em tais situações, como quem reproduz, de modo relativamente livre e com tom mental e interferências nitidamente pessoais, conforme o que tenha assimilado e entendido do padrão de idéias, valores e sentimentos do colégio de entidades com que se afina, ou mesmo age sob branda influência de tais espíritos, ressonância sutil esta que se pode chamar de inspiração, assim retratando, de modo geral e aproximado, o que o seu grupo de inteligências diretrizes desejaria dizer ou fazer por seu intermédio. Em qualquer nível do desenvolvimento das atividades, funções e aptidões mediúnicas, nesta escala crescente de auto-domínio das faculdades e de amadurecimento psicológico e espiritual do médium, sempre subsiste a responsabilidade e a liberdade da individualidade sensível, seja para atender, seja para resistir aos comandos ou induções que lhe são insuflados ou sugeridos à câmara psíquica. Cabe a cada médium, pela prática criteriosíssima e impreterível da oração (não só diária, mas várias vezes ao dia), bem como pelo estudo, pela auto-análise e pelo esforço contínuo em se tornar melhor pessoa, em todos os sentidos, fazer-se, por conseqüência, melhor intermediário inter-mundos, ajudando mais que desajudando, favorecendo a manifestação do plano superior, mais do que a do plano inferior de vida. Àqueles que forem dotados de maior potencial de sensibilidade, o alerta do Cristo soa como uma ordem imperiosa: “Orai e vigiai para não cairdes em tentações”, e, por outro lado, deve estar fixada, como diretriz fundamental de conduta e hábitos mentais, a lembrança de que, para se terem melhores espíritos como mestres no plano invisível, necessário se faz se tornar a si mesmo um melhor espírito, já que, em matéria de mediunidade, reina, inexoravelmente, o princípio de sintonia, que determina se atraia o semelhante e que se repila o dessemelhante. (Texto recebido em 21 de novembro de 2005.) (*) Expressão criada por Hermínio Miranda, grande estudioso já desencarnado da mediunidade. (Nota do Médium) Página -5 Diário de Bordo Vitória/ES, 06 de dezembro de 2005 bus de excursão com destino final a Mongaguá. Esta viagem marcou muito sabe? Estou digitando e as lágrimas correm pela face... Sabe por quê??? Nunca havia vivenciado pessoas tão alegres pela Umbanda, por serem Umbandistas e pela festa de Yemanjá!!! DUÉRGNES CORRÊA ASSUNÇÃO Irmãos!!! A minha viagem começou no dia 01 de dezembro quando peguei o vôo Vitória-Guarulhos onde em meu mental vibrava somente um objetivo: Conhecer a Umbanda Sagrada. Ao chegar a Guarulhos imediatamente prossegui a viagem para Bauru para me hospedar na casa do nosso querido irmão RODRIGO QUEIROZ. Para se ter uma noção havia uma galera no “fundão” do ônibus com atabaque cantando durante toda a viagem. Gente! Que alegria! Era de emocionar. Foi toda a viagem com uma alegria contagiante. Agradecia muito a Deus por estar participando daquele momento! Gostaria de citar várias pessoas mas infelizmente a memória não me permiti (perdão para aqueles que não vou citar). O Daniel com sua energia contagiante; o Márcio com seu sorriso constante; a D. Inês com um canto divino; enfim todos foram marcantes. Chegamos a Mongaguá!!! No dia 02 dezembro conheci a proposta da TVUS, discuti várias idéias, propostas, sonhos, acertos e erros para a mudança de uma mentalidade e de práticas umbandistas capixabas. Para minha surpresa, eu participaria efetivamente da reunião, como médium!!! E eu que fui com o único intento de observar. Quanta ignorância! Ao anoitecer começou o meu estágio (rssrs). Tive o privilégio de participar de uma gira no Templo escola trabalhadores da fé e da Verdade, foi demais. Aproveitei o máximo para esclarecer dúvidas. Eram mais de 3000 pessoas, incrível! Como conseguiam organizar tanta gente? Mas a viagem não acabava por aí, pois prosseguia! Às 04h30min da manhã do dia 30 de dezembro, eu e o meu irmão Rodrigo pegamos à estrada e nos dirigimos para Jundiaí. Lá o objetivo era conhecer uma pessoa que já conhecia pelo MSN Messenger: Daniel Sossi. Deus quanta oportunidade! Como me emocionei com aquela gente toda unida! Também pegaríamos carona com o Daniel numa excursão e mais uma vez iríamos prosseguir para Mongaguá. Bem vamos por partes. Como foi longa a viagem para Jundiaí, lembrava como no Espírito Santo tudo é pertinho...rsrsrs. Mas somos guerreiros e a longa viagem não deveria ser nenhum obstáculo para alcançarmos nosso objetivos. Durante a viagem vibrei orações ao meu Pai Oxalá pedindo amparo na minha fé. Chegamos a Jundiaí depois de cinco horas de viagem! Em Jundiaí conheci o Daniel Sossi e sua energia incrível!!! Lá após uma pausa para repor as energias mais uma vez prosseguimos viagem para o litoral...ufa!!! Começava a sentir o corpo físico pedir por descanso. Pegamos o ôni- Quando começaram a cantar os pontos cantados percebi o que significava congregar. Todos manifestando seus orixás individuais. Todos batendo palmas, saudando os Orixás. Não havia e não há palavras para exprimir aquele momento. Tudo isso ocorrendo sob dois ingredientes fundamentais: fé e alegria!!! Esse é o ensinamento que todos não devem esquecer do mestre Rubens: Congregar diferentes pessoas em prol do Divino. Agradeço a Deus primeiramente por esta oportunidade, ao mestre Rubens Saraceni, ao irmão Rodrigo Queiroz, ao Daniel Sossi e a todos aqueles que não lembro o nome mas suas fisionomias alegres estão marcadas na minha memória e peço ao Criador que estas fisionomias fiquem marcadas para eternidade no meu espírito. Agora sim posso repetir o grito de guerra puxado pelo nosso irmão Rodrigo Queiroz na excursão: “EU TENHO ORGULHO DE SER UMBANDISTA!” DUÉRGNES CORRÊA ASSUNÇÃO Umbandista e com orgulho contatos: [email protected] Página -6 São Paulo, Dezembro de 2005 Jornal de Umbanda Sagrada Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 A COMUNICAÇÃO UMBANDISTA JORGE SCRITORI Uma das maiores dificuldades no meio Umbandista sempre foi à comunicação, ou seja, a dificuldade de se expressar no meio religioso, dificuldade esta que sempre promoveu problemas de ordem doutrinaria e diferenças enormes nos procedimentos litúrgicos. Muitos ainda se questionam em relação a essa comunicação perguntando se a mesma se faz necessária. Esta comunicação que serve para promover o bom trabalho e o sentido verdadeiro da Umbanda e não esse mercantilismo distorcido que alguns pregam em relação ao trabalho da Umbanda. Comunicação esta que vêm para romper barreiras e diferenças entre muitas Casas que realizam um trabalho maravilhoso, trocando informações, fundamentos e bases de trabalho. A Umbanda por ser uma religião totalmente nova em relação ao seu tempo de atuação e pioneira nas suas práticas, tem muito a mostrar, muito gás para queimar, mas infelizmente alguns irmãos ainda se prendem em conceitos de paralisia temporal, acreditando que a Umbanda deveria ficar somente dentro daquelas poucas horas de trabalho... e eu digo NÃO!!! A Umbanda tem que mostrar o seu bom trabalho para quem precisa e para quem quer conhecer, a Umbanda tem que mostrar a sua verdadeira face como Religião fundamentada na Louvação a Deus e as suas manifestações Sagradas, Os Divinos Orixás e como diz o ponto: “Umbanda é força meu Pai, Umbanda é Luz, Umbanda é força meu Pai, que nos conduz, Umbanda é força meu Pai, Umbanda é Caridade, Umbanda é Luz é Amor Fraternidade...” E é exatamente esta força de trabalho esse poder de assistência ao próximo que tem que ser mostrado de forma clara e consciente e não da forma profana e mentirosa que alguns meios de comunicação usam para garantir o seu ibope ou pregar a palavra da intolerância e da perseguição. Página -7 RUBENS SARACENI COLOCA A UMBANDA NA MÍDIA Sagrada pelo site www.tvus.com.br que apresentará uma programação 100% Umbandista, que aborde e esclareça sobre a religião de Umbanda, com vídeos didáticos, entrevistas e apresentações. Marques Rebelo da Revista Espiritual de Umbanda está colocando no ar o site www.tvumbanda.com FALANDO DE UMBANDA Temos também uma prograALEXANDRE CUMINO UMA TV ESPIRITUALISTA A Umbanda cresce e esse crescimento não será abafado por nenhuma linha de ataque ou fanatismo religioso e é pensando neste crescimento que o irmão Rubens Saraceni está lançando a TV Espiritualista, promovendo um trabalho inovador, que poderá ser assistida no mundo todo através do site: www.tvespiritualista.com.br Está criada com estrutura de TV convencional e para ter uma programação diária de programas gravados e também de apresentações ao vivo, já começaram as gravações de programas que abordarão além da Umbanda também outras religiões e expressões da espiritualidade. A inovação da proposta é de realmente ter um canal alternativo que abra para a espiritualidade as portas que a TV convencional não abriu ainda e criar um novo conceito, um novo hábito, de assistir TV pela internet. Rodrigo Queiroz que fundou o Jornal de Umbanda Sagrada, hoje um grande veículo da religião, também colocará no ar a TV Umbanda mação de Umbanda na Rádio Mundial FM 95,7, onde, já a alguns anos Rubens Saraceni vem fazendo o Programa “A Magia da Vida” todas as terças feiras às 13:00hs. Agora também na mesma Rádio Mundial FM 95,7, é veiculado o Programa “Falando de Umbanda” com Jorge Scritori e Alexandre Cumino todos os domingos ao meio-dia, com conteúdo doutrinário e teológico, apresentado com pontos de Umbanda, Orações, Oferendas e muitos outros assuntos voltados à desmistificação desta religião tão rica que é a nossa Umbanda. Irmãos é preciso uma consciência de espaço e projeção para o nosso trabalho crescer em respeito as outras religiões é preciso se comunicar e estaremos trabalhando com afinco para que isso aconteça. Não deixe você também de prestigiar todas estas programações por um motivo bem simples: ORGULHO DE SER UMBANDISTA!! Já faz tempo que não vemos mais a Umbanda na grande mídia, TVs, Rádios e Jornais de grande circulação. A Umbanda entrou em uma lista de assuntos que se evita falar publicamente, como se não fosse uma religião de fato ou que não fizesse o bem e quando se mostra algo nem sempre é condizente com a Fé o Amor e a Caridade onde se fundamenta nossa religião. Caímos em descrédito na sociedade, e isto é fato, por preconceito ou não, muitos evitam a Umbanda, e pior, é que o silêncio acerca da religião começa com os próprios Umbandistas. No histórico da religião temos um período de repressão oficial do Estado para com nossa prática religiosa, período anterior às leis de liberdade religiosa da Constituição, por isso trazemos uma tradição de esconder, ocultar ou ainda de nos declararmos católicos. Este período já passou. Temos a liberdade de nos mostrarmos Umbandistas com todo o Orgulho do mundo; de não nos escondermos mais, e ainda assim muitos continuam entocados, falando baixo e ocultando informações acerca da religião. Ouça o programa Forte abraço, Que Pai Ogum Abençoe a todos!!! contatos:[email protected] Lançamento Editora Madras A história oficial do Brasil inicia-se a partir do seu “descobrimento”, em 1500. Sabemos, contudo, que aqui viviam desde tempos imemoriais diversos povos de diferentes raças, culturas e civilizações que, segundo o autor, irradiaram-se para todas as partes do planeta. Baseando-se em evidências científicas, geológicas, antropológicas, arqueológicas e criptográficas, o livro mostra-nos que o planalto central brasileiro é a região mais antiga do mundo e que os signos pré-históricos brasileiros são restos de uma escrita antiqüíssima e universal, mãe de todos os sistemas atualmente existentes. Conheça, por meio desta obra, os grandes mistérios e enigmas de um Brasil oculto, desconhecido e ignorado. Certamente, esta é uma obra que dará ao leitor uma nova e surpreendente visão a respeito da pré-história brasileira e que derrubará antigas concepções. Estes, não perceberam que vivemos na era da informação, e que em nada ajuda nossa religião se continuarmos nos escondendo e dizendo que a Umbanda tem segredos, que é oculta ou velada. A Umbanda é uma religião e como tal nada têm a esconder. Ao contrário, ela deve se mostrar e para isso precisa de que nós, médiuns umbandistas, façamos nossa parte para divulgá-la. Foi pensando assim que Rubens Saraceni criou hà alguns anos um programa na Rádio Mundial FM 95,7 chamado “A Magia da Vida”, todas as terças feiras às 13:00hs. Rubens Saraceni já havia feito um programa na Eco TV, que vai ao ar pela TVA Cambrás no ABC e agora vem criando um canal de televisão espiritualista com programação diária de entretenimento, entrevistas, apresentações e outros que caracterizam uma TV Espiritualista. Ainda em fase de testes, devido aos detalhes técnicos que não são poucos, e devido a inovação, podemos adiantar que muitos programas já estão gravados, esperamos na próxima edição do Jornal apresentar quais são estes programas que vão ao ar. A TV espiritualista irá ao ar pelo site www.tvespiritualista.com.br A Magia da Vida COM RUBENS SARACENI Toda terça-feira das 13h00 às 13h30 Ouça o programa Falando de Umbanda COM ALEXANDRE CUMINO E JORGE SCRITORI Todos os domingos das 12h00 às 12h30 Página -8 São Paulo, Dezembro de 2005 Jornal de Umbanda Sagrada A Tristeza dos Orixás FERNANDO SEPE Foi, não há muito tempo atrás, que essa estória aconteceu. Contada aqui de uma forma romanceada, mas que traz em sua essência, uma verdadeira mensagem para os umbandistas... Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os pêlos do corpo. Realmente o Sol tinha se escondido nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás. Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das “guerras”, saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu-se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos agitaram-se. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso. Iemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe “coruja” quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração: - Ah, Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? - ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade. - Desculpe, sabe, ando meio ocupado - Respondeu um triste Ogum. - Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste. - É, vim até aqui para “desabafar” com você “mãezinha”. Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a “espada da Lei” que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das “supostas” demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles... Estou cansado... Ogum retirou seu elmo, e por detrás de seu bonito capacete, um rosto belo de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda. Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum. Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida. Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não vinham nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não viam em sua lança, a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna. Não! Infelizmente ele era entendido como o “Orixá da Guerra”, um homem impiedoso que utiliza-se de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer dos trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizarem “quebras e cortes” de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna-se uma guerra de vaidade, um show “pirotécnico” de forças ocultas. Muita “espada”, muito “tridente”, muitas “armas”, pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual. Isso magoava Ogum. Como magoava... - Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá-la com a mão esquerda da soberba, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformandona em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição... Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado... Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não agüentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava-se por sua alfanje da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens. Ele também deixou sua alfanje aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo via-se o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que irradia de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que perderam-se na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem disso... Mas o mais incrível estava por acontecer. Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas. Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxossi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém lembrava da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói, os vícios dos outros, é claro. Um a um, todos foram despindo-se e pensando no quanto os filhos de Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás. Iemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era Exu. O controvertido Orixá das encruzilhadas, o mensageiro, o guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pombagira, sua companheira eterna de jornada. Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentam-se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor! E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram-se de tudo. Exu e Pombagira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Inúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando-o a figura do Diabo: - Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável! - Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá. Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer: Espere! - pensou Iemanjá! - Oxalá, Oxalá não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação. E logo Iemanjá colocou-se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentouse na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiuse de sua roupa sagrada, pra igualar-se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun: - Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de “apenas” prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras “bases de luz” na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscamnos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de Umbanda, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir... Quando Oxalá calou-se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros se juntariam a esse ideal. E aquilo alegrou-os tanto, que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram-se em amor e compaixão pela humanidade. Em Aruanda, os caboclos, pretosvelhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também despiram-se e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás. Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem-aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam-se. O alto os abençoava... Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos. E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e Pombagiras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz. Miríades de espíritos foram retirados do baixo-astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta. Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente. Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou-se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás. Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como “armas” para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem-se disso. E quanto a todos aqueles, que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem-se das palavras de Oxalá ditas linhas acima. Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não tem olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade. Lembremse que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado. Exe ê o babá (Salve o Pai Oxalá). Conatos: [email protected] Visitem o blog: http://blog.orunananda.zip.net Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Machadinha de Xangô POR LENI W. SAVISCKI Naqueles campos do sul, o vento minuano soprava com tanta intensidade naquela noite de inverno que, ao bater nas janelas do rancho humilde à beira da estrada, parecia procurar uma fresta para se agasalhar junto ao fogo do lampião. Os poucos cobertores que tinham, cobriam os meninos enquanto a mulher andava de um lado para outro, tentando se aquecer e disfarçar as dores, esperando o dia amanhecer para só então chamar dona Belinha que morava perto do ribeirão, à meia hora dali. Sabia, pelas dores, que a hora do parto se aproximava e mais uma vez estava sozinha. Fora assim com os outros dois filhos, pois seu marido trabalhava na fronteira, longe dali. Porém desta vez, era noite, chovia e fazia muito frio. As dores aumentavam e seu desespero também, quando se lembrou da santinha. No canto da casa, havia colocado uma prateleira com a imagem de N. Senhora Aparecida, que ganhara lá no terreiro de Umbanda, daquela Preta Velha, quando, no ano passado, foi até lá com dona Belinha, buscar um benzimento para os meninos. Acendeu a última vela que guardava para uma emergência e fechando os olhos, rezou com toda fé de seu coração, pedindo que a criança nascesse somente ao clarear do dia, com a presença da parteira. Sentiu-se estranha, como se seu corpo estivesse muito leve e com uma sonolência atípica. Para evitar que a adormecesse ali sentada, deitou-se e após uma contração bem forte viu que havia chegado a hora. A bolsa d’água rompeu e ela agora mordia o travesseiro para evitar acordar os meninos com seu grito de dor. De repente o quarto havia se iluminado e virando-se viu dona Belinha, a parteira, com um lampião aceso. Mesmo sem saber se era ficção ou realidade, acalmou-se e deixou tudo por conta dela. Após mais duas contrações fortes, nascia o menino que era envolvido por um pano branco nas mãos da parteira. O cansaço fez com Uma pequena crônica que adormecesse, sentindo-se confortável com a criança aconchegada ao seu lado. Acordou pela manhã com as batidas na porta do casebre: -Abre a porta filha - era a voz de Dona Belinha, atendida pelas crianças. Entrando no quarto e vendo a mulher com a criança ao lado, espantou-se: - Nossa Senhora! Como foi isso mulher? Quem fez o parto? Sem entender nada ela sorriu e disse: - Ora quem? A senhora! Consciência da Missão MARCO BOEING ENVIADO POR TATIANA DA SILVA FRANSCISCO Um médium iniciante, foi falar com o Dirigente do terreiro, estava ansioso em saber algumas coisas: - Pai preciso saber urgente quem são meus Orixás, e com quais entidades vou trabalhar ? - E por que esta pressa meu filho? – Respondeu o dirigente. - È que tenho amigos em outro terreiro e quando souberam que eu estava freqüentando a Umbanda, me fizeram estas perguntas e eu não soube responder. - Vou te ensinar a resposta, quando te perguntarem novamente responda: “Sou filho do Orixá Humildade e do Orixá Caridade, as entidades com as quais vou trabalhar são Fé, Amor, Paciência, Perseverança.” O médium ficou olhando sem entender as palavras do dirigente que continuou: - Na Umbanda não temos de nos preocupar que são nossos Orixás, temos o dever de cultuar a todos com a mesma fé e amor, de nossas entidades o que menos vai importar é seu nome, devemos sim nos preocupar em ajuda-las a transmitir a aqueles que os procurarem as energias positivas e a paz que procuram. Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser EU, de viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar a idéia do reclame, e plebéia sociabilização de mim, do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da minha viagem de impressões pelos outros, na posse plena do meu Gênio e na divina consciência da minha Missão. Hoje só me quero tal qual meu caráter nato quer que eu seja; e meu Gênio, com ele nascido, me impõe que eu não deixe de ser. Atitude por atitude, melhor a mais nobre, a mais alta e a mais calma. Pose por pose, a pose de ser o que sou. Nada de desafios à plebe, nada de girândolas para o riso ou a raiva dos inferiores. A superioridade não se mascara de palhaço; é de renúncia e de silêncio que se veste. O último rastro de influência dos outros no meu caráter cessou com isto. Reconheci – ao sentir que podia e ia dominar o desejo intenso e infantil de “lançar o Interseccionismo” – a tranqüila posse de mim. Um raio hoje deslumbrou-se de lucidez. Nasci. - Fernando Pessoa - Página -9 - Eu??? Como será, se estou chegando agora. Vim porque sonhei contigo e pensei que estivesse precisando... - Dona Belinha, por favor... a senhora fez o meu parto sim. Esqueceu? Veio de madrugada com um lampião, trouxe até um chá. A essa altura a parteira estava pensando que a mulher não estava no seu juízo normal. Tratou de fazer logo umas xaropadas e verificar se ela não estava febril. Com a criança, logo viu que estava tudo bem. O umbigo havia sido cortado de maneira correta, estava limpo, bem vestido e alimentado. Por sua vez a mulher ficou pensando o mesmo da parteira. “Deve estar caduca, devido à idade avançada”. E assim passou-se algum tempo, quando juntas foram ao terreiro de Umbanda para tomar um passe e pedir a bênção da preta velha para a criança. - Sarava zi fia! Nega veia tá muito da contente por ver que foi tudo bem no parto. - É, foi minha mãe. - Apesar de tê-lo feito sozinha, dizia agora Dona Belinha para a preta velha. - Eh, eh... sozinha coisa nenhuma. Neguinha tava muito bem assistida e embora as duas não entenderam nada do acontecido, posso garantir que eu sei o que aconteceu. As duas olharam-se desconfiadas. - Todos os filhos estão sempre assistidos conforme seu merecimento. Nenhuma mãe que vai parir, estará desamparada pela assistência divina e nós que pertencemos às bandas da Aruanda e já trabalhamos como parteira dos negros na senzala, embora num corpo de “morto”, ainda puxamos muita criança para fora do ventre. Naquela noite, insistimos com a dona parteira, intuindo para que fosse até a casa da filha, mas devido ao tempo feio, ela esperou o dia clarear. A criança, pelos desígnios maiores, precisava nascer naquele momento, naquela hora adequada às suas necessidades encarnatórias. Por isso, quando dona Belinha adormeceu e mesmo não lembrando, em desdobramento foi realizar o parto. Não foi sonho de nenhuma das duas. Tem coisas que ainda estão além do entendimento dos filhos encarnados, mas que se fazem rotineiros no mundo dos mortos. Sem entender quase nada da explicação, pela limitação cultural das duas mulheres, preferiram acreditar que uma estava confundindo a outra com histórias mal contadas. - Aqui está um filho de Xangô. Forte, decidido e que nasceu durante a tempestade quebrando com seu machado aquilo que os filhos definem como “normal”. Há de ser um raio de luz naquela vivenda e trará a muitos a justiça incondicional, pois tem uma missão grandiosa na terra. Sua palavra será um trovão e seu machado avançará cortando mironga por este mundão afora.... Mais uma vez as duas mulheres não conseguiam entender quase nada. Só agora, já no mundo dos mortos, dona Belinha sorria faceira vendo aquela “criança” crescida e estudada, vestindo sua toga preta, ajuizar as causas em favor da justiça, dando como última a sua palavra que era um trovão inconfundível. Em noites designadas, trocava a toga preta pela roupa branca e de pés descalços, dava passagem ao seu caboclo Xangô Kaô, atendendo numa Tenda de Umbanda. História contada por Vovó Benta contatos: [email protected] Mahatma Gandhi “A não-violência é meu artigo de fé. E também o ultimo artigo do meu credo. A não-violência completa é a ausência completa de maus desejos com relação a tudo que vive. A não-violência na forma ativa, é a boa vontade para tudo o que é vivo. É o amor perfeito. Já é bastante nobre defender seu bem, sua honra e sua religião na ponta da espada. É mais nobre ainda defende-las sem fazer mal ao malfeitor. Mas é vil, antinatural e desonroso abandonar seu posto e, para salvar a própria pele, deixar seu bem, sua honra e sua religião à mercê do malfeitor. Vejo que posso com sucesso, pregar a não-violência àqueles que sabem morrer, Mas não àqueles que têm medo a morte. Minha não-violência não permitiria dar uma refeição gratuita a um homem saudável, que não trabalha para ganhá-la. Se eu tivesse poder, suspenderia toda ´sadavrata´ (obras de caridade) em que se dá alimentos em troca de nada.Tal hábito faz degenerar o povo e, ter preguiça, ociosidade e hipocrisia é um crime. A verdade é dura como diamante e frágil como a flor de pêssego.” Mohandas K. Gandhi (Mahatma Gandhi) 1869-1948. Página -10 São Paulo, Dezembro de 2005 Jornal de Umbanda Sagrada Doutrina e Cultura Umbandista MÔNICA BEREZUTCHI Irmãos e leitores, já estamos chegando ao final do ano, e a maioria dos terreiros entra em férias neste período de Natal e Ano Novo, só reabrindo com a Festa de Pai Oxóssi em janeiro. É sobre “férias” espirituais que vamos comentar, pois muitos médiuns simplesmente deixam de lado sua mediunidade, abrindo assim campos negativos que enfraquecem as energias positivas chegando a atingir seu próprio equilíbrio. Vamos cuidar da nossa mediunidade, realizando nossas práticas litúrgicas como banhos, defumações, vela do anjo da guarda, firmar a direita e esquerda toda semana, como temos feito. NÃO DEIXE DE LADO, POIS É PARA SEU PRÓPRIO BENIFÍCIO. Lave a sua roupa branca com água e sal grosso, depois enxágüe com água e alfazema para depois guardá-la. Lave também as suas guias da direita com água e sal grosso, depois com água mineral, pétalas de rosas brancas, alfazema e guarde-as em um saquinho de tecido branco. Passe um pouco de “pinga” nas guias da esquerda para depois guardá-las em um saquinho de tecido preto. Se você já tem uma tronqueira na sua casa as guias do Exu e Pomba gira podem ser colocadas lá dentro. E se você tem um congá montado poderá deixar suas guias da direita (caboclo, preto-velho, baiano, boiadeiro, marinheiro, criança, cigano) sobre ele, ou em volta das imagens, inclusive as guias dos Pais e Mães Orixás. Sempre me perguntam: - Eu vou viajar, o que devo fazer com as minhas firmezas? E eu sempre respondo assim: - Onde você vai têm natureza (mar, cachoeira, mata, pedreira, estrada, etc.)? Então, você poderá ir até o ponto de força ajoelhar-se e pedir aos Divinos Orixás que lhe protejam e cubram com seu manto sagrado, e se possível acender as velas em correspondência com o ponto de força (natureza) onde você está. Não esqueça de levar suas proteções (guias, pedras e cristais, tercinho e etc.). Sempre preservando e respeitando os pontos de forças, recolha qualquer tipo de oferenda, deixando a natureza limpa assim como você encontrou. Todo final de ano é celebrado o ritual de Pai Oxalá, o qual vocês poderão realizar no dia 24 de dezembro, na mesa junto com a sua ceia. Este ritual é uma prática umbandista ao Divino Trono da Fé. O Trono da Fé irradia as suas essências cristalinas que chegam até nós através de sentimentos, atuando em nosso íntimo. O ritual de Pai Oxalá, realizado neste dia, beneficia a nossa casa e principalmente nós mesmos. Refletindo em nós a paz, tranqüilidade, prosperidade, harmonia, congregação, humildade, caridade, saúde e principalmente fortalecendo nossa religiosidade, sendo este o melhor caminho para nos ligarmos ao nosso Divino Pai Olorum. RITUAL DE PAI OXALÁ 1 taça de vinho tinto 1 taça de vinho branco 1 taça de água (mineral) 1 pão 1 prato branco 1 vela de 7 dias branca PODE-SE CANTAR O PONTO DE PAI OXALÁ: Olhe pro céu, e agradeça ao Senhor; Agradeça ao Senhor; Por ter saúde por ter paz e ter amor; Por ter saúde por ter paz e ter amor; Oxalá meu Pai (repete 4 vezes); Nunca deixe nada neste mundo me faltar; Oxalá meu Pai (repete 4 vezes); COMO ARRUMAR SUA MESA: Prato branco no centro da mesa acenda a vela, ao lado coloque as taças de vinho, a taça de água e o pão. RITUAL: Todos ficam em volta, elevam o pensamento ao Trono da Fé, o nosso Divino Pai Oxalá, evocando este maravilhoso mistério, pedindo com fé e reverência que o Pai Oxalá possa realizar as bênçãos, para a sua casa e na sua vida. Após o ritual, deixe até o dia seguinte esta oferenda sobre a mesa, no dia seguinte recolha a vela de 7 dias e coloque no seu conga, se não tiver o conga sobre um lugar alto acima de sua cabeça, as taças de vinho e de água despeje em água corrente e o pãozinho no seu pote de arroz cru (simbolizando a fartura na sua mesa). Que o Divino Pai Oxalá te proteja e derrame a sua paz em sua consciência. Desejo à todos um Feliz Natal e um Ano Novo com muita saúde. Um grande abraço! Gostaria de informar a todos os irmãos, que estaremos mudando de endereço à partir de janeiro de 2006. AV. VILA EMA, 3595 VILA EMA contatos:[email protected] Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Página -11 SOLENIDADE DE FORMATURA DA 1ª TURMA DE SACERDÓCIO NATURAL UMBANDISTA POR CELSO AUGUSTO ENVIADO POR RODRIGO QUEIROZ No dia 24 de Novembro de 2005, quinta-feira, às 20h00, aconteceu no Templo Escola de Umbanda Sagrada – Bauru, presidido pelo Sr. Rodrigo Queiroz, a solenidade de formatura da 1ª Turma de Sacerdócio Natural Umbandista Oficial, onde foram formados no primeiro módulo de sacerdócio cerca de 100 alunos, destes, somente 15 foram outorgados pelo astral para concluírem este segundo e completo módulo. Este evento foi um marco para a cidade de Bauru e grande região, reunindo as federações e sacerdotes antigos na Umbanda, os quais abrilhantaram o evento abençoando a nova geração de sacerdotes umbandistas. Estiveram presentes Sr. Rubens Amaro, presidente da Federação Umbandista Reino de Oxalá; Sr. Evandro de Ogum, Presidente da Federação Espírita de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo e Comendador da Umbanda pelos Cavaleiros Palmarinos da Justiça e da Paz; Sr. Cleófano Augusto Golze, VicePresidente da FEURO e Sacerdote do Terreiro de Umbanda Caboclo Sol e Lua; Sr. José Araújo, Sacerdote do Terreiro de Umbanda Pai João de Angola e Caboclo 7 Estrelas; Sr. Itamar Araújo, segunda geração de sacerdote do Terreiro de Umbanda Pai João de Angola e Caboclo 7 Estrelas; Sra. Silvanira Ferreira, Sacerdotisa e Presidente da FECAB; e Sr. Márcio Medina, presidente da AUEJUR, representando Jundiaí-SP. Estes, que formaram a mesa de honra, servem como incentivo e exemplos a serem seguidos pelos os novos sacerdotes, para que realizem um trabalho de crescimento ordenado e ético da Umbanda, na prática da caridade. Graças ao trabalho de expansão do conhecimento e iniciação de novos multiplicadores, realizado por nosso irmão Rodrigo Queiroz é que hoje a Umbanda conta com novas sementes iluminadas para servirem de arrebanhadores de novos fiéis, confira as palavras emocionadas de Sr. Cleófano: “Imagine que saindo daqui 15 novos templos de umbanda calculando uma média de 50 membros por templo, teremos de imediato 750 pessoas sendo beneficiadas pela luz dos Orixás”. O Sr. Itamar Araújo ressaltou: “Há 30 anos que pratico Umbanda e nunca em minha vida presenciei algo tão bonito e cheio de energia... Rodrigo, você realmente é um vencedor, provando a todos que quem realmente acredita e luta por um sonho, sempre alcança. Parabéns irmão”. Lição de vida sacerdotal transmitida por Sr. Evandro de Ogum: “Ao saírem daqui levem luz e amor ao próximo, aprendam a colocar água no e fogo e não fogo no fogo.” Rodrigo Queiroz surpreendeu a todos quando anunciou a fundação da TVUS, TV Umbanda Sagrada, um canal de TV virtual, dizendo que é um projeto de continuidade da sua atuação na comunicação umbandista, que quando há 6 anos fundou o JUS, e mais tarde o site do JUS, sabia que não poderia parar por aí e a TV convoca a Umbanda para uma união e divulgação de sua doutrina e filosofia, transmitida por Pai Benedito de Aruanda através de Rubens Saraceni, deixando marcado que no dia 01 de Janeiro de 2006, todos poderiam conferir sua programação no site www.tvus.com.br. E divulgou alguns programas como Caminhos da Luz, um talk show umbandista, Correndo Gira, programa externo de cobertura de eventos umbandistas, Centelhas de Amor, programa de mensagens e reflexões acompanhando o raciocínio da coluna Lições de Vida do JUS. Rodrigo prometeu ainda muitas novidades: “Quero anunciar a todos que nesta data 24 de Novembro de 2005 ás 9h00, dou por fundada a TVUS, TV Umbanda Sagrada...” “Acompanhando o empreendimento de nosso irmão e Mestre Rubens Saraceni que já fundou no dia 15 de Novembro a TV Espiritualista, somaremos com ele neste novo projeto local e claro, a Umbanda sempre sendo a beneficiada...” “Para 2006 segundo os mentores, teremos muitas novidades pois será o ano da explosão dos trabalhos realizados...” Meus agradecimentos a Rodrigo Queiróz por nos proporcionar tantas formas de termos orgulho em ser Umbandistas. Falo isto em meu nome e em nome de todos os formandos. Agradecemos também ao Mestre Lothertal Yê e aos Guardiões e Guardiãs por ter nos aceito. Parabéns irmãos e irmãs, que hoje são pessoas diferentes, são Sacerdotes e Sacerdotisas, um caminho de luz no caminhos dos nossos semelhantes. Salve senhores Templos Vivos de Umbanda: Sacerdote Ariovaldo; Sacerdotisa Adalgiza; Sacerdote Benedito Sérgio; Sacerdote Celso Augusto Corso; Sacerdote Davi Severino; Cambone Sacerdote Ézio de Oliveira; Sacerdotisa Irani Delafina; Sacerdotisa Jandira Fiori; Sacerdotisa Luciana Orlandi; Sacerdote Luiz Eduardo; Sacerdote Marcelo Delafina; Sacerdote Pedro Galli; Sacerdotisa Rosângela Rodrigues; Sacerdotisa Rosângela Maria; Cambone Sacerdotisa Sônia Vieira. Louvados sejam os Orixás e seus Guardiões iluminando o caminho de todos nós! Um abraço! Página -12 São Paulo, Dezembro de 2005 O Mentor de Chico Xavier ENVIADO POR NADIR FERNANDEZ “O tempo, implacável dominador de civilizações e homens, marcha, apenas com sessenta minutos por hora, mas nunca se detém. Guardemos a lição e caminhemos para diante, com a melhoria de nós mesmos. Devagar, mas sempre”. (Emmanuel, em Fonte Viva). O nome de Emmanuel está definitivamente associado ao de Chico Xavier e, certamente, a algumas das mensagens mais importantes, profundas e lindas do Espiritismo. Durante anos, o espírito Emmanuel manifestou-se por meio do médium mineiro, recentemente falecido, propiciando informações fundamentais sobre a reencarnação, além de mensagens que ajudaram milhões de pessoas a encontrar seu caminho na vida. Além do que, foi o guia espiritual de Xavier, sempre fornecendo instruções e mensagens reconfortantes, indicando com segurança o rumo que sua vida deveria seguir. O próprio Chico Xavier disse que os contatos com o Espírito começaram em 1931. Na época Chico estava psicografando seu primeiro livro, Parnaso de Além Túmulo. As menções a esse primeiro contato são contraditórias: uns dizem que o médium participava de uma de suas reuniões habituais; outros, que ele se encontrava nas proximidades de um açude. De qualquer forma, foi um contato visual muito forte, de modo que Chico chegou a descrever perfeitamente seu semblante. “Via-lhe os traços fisionômicos de homem idoso”, escreveu, “sentindo minha alma envolvida na suavidade de sua presença. Mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se fazia visível para mim, dentro de reflexos luminosos que tinham a forma de uma cruz. Às minhas perguntas naturais, respondeu o bondoso guia: descansa! Quando te sentires mais forte, pretendo colaborar igualmente na difusão da filosofia espiritualista. Tenho seguido sempre os teus passos e só hoje me vês, na tua existência de agora, mas os nossos espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida, e o sentimento afetivo que me impele para teu coração tem suas raízes na noite profunda dos séculos”. A questão central em torno desse encontro que provocou tantas transformações no Espiritismo, é que Emmanuel perguntou a Chico se ele estava, de fato, disposto a trabalhar mediunicamente, com Jesus. A resposta, afirmativa, fez com que Emmanuel lhe dissesse que, a partir de então, deveria ter em mente que o serviço que se aproximava lhe exigiria uma disciplina fora do comum, e uma dedicação total ao trabalho, ao estudo e um esforço contínuo em direção ao bem. Certamente, a escolha não foi por acaso, uma vez que Chico Xavier é, provavelmente, um dos maiores exemplos de dedicação e amor ao próximo na história da mediunidade mundial. Inicialmente, o próprio Chico não sabia quem era exatamente o espírito com quem estava se comunicando, uma vez que Emmanuel não se identificou, dizendo apenas ter sido - em sua última passagem como encarnado - um padre católico, que desencarnou no Brasil, e diz-se que esse era o padre Manoel da Nóbrega. Quando a revelação finalmente foi-lhe fornecida, ficamos sabendo que Emmanuel tinha vivido no tempo de Jesus Cristo, quando era conhecido como Publius Lentulus, e sua imagem foi associada à do senador romano Lentulus. SENADOR ROMANO Em 1939, a Federação Espírita Brasileira publicou o livro Há Dois Mil Anos, psicografado por Chico Xavier, e que traz a autobiografia de Públio Lentulus Cornelius. A história subseqüente das encarnações de Emmanuel surgiu com a publicação, em 1940, do livro 50 Anos Depois, também pela FEB. Na época em que era senador romano, Lentulus era casado com Lívia, com quem teve uma filha chamada Flávia. O senador era totalmente dedicado à sua atuação como senador, interessando-se apenas pela política. A esposa seguia os costumes mais moderados da sociedade. “Desde os primeiros tempos do Império”, escreveu Emmanuel, “a mulher romana havia-se entregado à dissipação e ao luxo excessivo, em detrimento das obrigações santificadoras do lar e da família”. Lívia, no entanto, estava entre aquelas que se orgulhavam do padrão das antigas virtudes familiares. Já a filha deles, Flávia, sofria com a lepra, uma doença bastante comum na época e considerada sem cura. Mas as coisas começaram a mudar quando Lentulus foi mandado para Jerusalém, onde os ensinamentos de Jesus já começavam a se tornar comentados e conhecidos por todos. Quando foi para a cidade de Cafarnaum, atendeu o pedido de sua filha, cuja saúde piorava cada vez mais, e foi ao encontro do profeta de Nazaré que lá se encontrava. O momento do encontro trouxe grande emoção ao senador romano, que chorou e sentiu-se incapaz de falar. Jesus lhe disse: “Depois de longos anos de desvio do bom caminho, pelo sendal dos erros clamorosos, encontras, hoje, um ponto de referência para a regeneração de toda a tua vida”. E disse ainda muito mais, até que Públio sentiu um torpor tomar conta de seu corpo, despertando algum tempo depois. Ao retornar à sua casa, viu que sua filha tinha sido curada. Lívia disse ao marido que, em determinado momento, a pequena Flávia sentiu o contato de mãos carinhosas em sua fronte e, em seguida, sentouse em seu leito, com uma nova energia circulando em seu organismo. Ainda assim, Lentulus se recusou a reconhecer em Jesus o autor da cura milagrosa da filha. Ao final de sua vida, Lentulus se retirou para sua residência em Pompéia, e só então começou a entender plenamente os ensinamentos que Jesus lhe transmitira naquele encontro em Cafarnaum. O ex-senador morreu no ano 79 - quando o Vesúvio entrou em erupção e soterrou Pompéia - e desencarnou com o coração concentrado em Jesus. ENCARNAÇÕES O título do livro 50 Anos Depois refere-se ao período de tempo passado entre a morte de Lentulus em Pompéia e sua encarnação seguinte. O senador retornou ao mundo material como o escravo Nestório, justamente o tipo de homem que ele tanto prejudicou antes de perceber a verdade das palavras de Jesus. Nascido na Grécia, mas de origem judia, Nestório tinha grande cultura e, depois de ter sido escravizado, foi comprado por uma família rica de Roma, e passou a trabalhar como professor. Ele também era cristão e, segundo conta a história psicografada, participou das pregações evangélicas do apóstolo João Evangelista, em Éfeso. Foi preso por participar das reuniões secretas de cristãos realizadas nas catacumbas das cidades, e foi condenado à morte violenta. Reencarnou novamente por volta do ano 217, como Quinto Varro, romano seguidor dos ensinamentos de Jesus, assim como um defensor dos ideais de liberdade. Revolta-se contra as condições em que as classes menos privilegiadas de Roma têm de viver, mas percebe que um novo mundo está para surgir. Assume a identidade de Irmão Corvino ao saber de uma conspiração para matá-lo. Quando finalmente é preso, é condenado à decapitação, mas a pena é suspensa, e acaba morrendo lentamente na prisão. Sua encarnação seguinte ocorreu onze anos após, com o nome de Quinto Celso, que também sofreu o martírio no circo, morrendo queimado aos quatorze anos. Uma das encarnações muito comentadas de Emmanuel foi como o Padre Manoel da Nóbrega, figura importante na história do Brasil. No entanto, ele apenas revelou ter sido, de fato, o padre Manoel da Nóbrega, numa sessão realizada em 1949. Parte da mensagem psicografada dizia: “O trabalho de cristianização, irradiado sob novos aspectos do Brasil, não é novidade para nós. Eu havia abandonado o corpo físico em dolorosos compromissos no século XV, na Península, onde nos devotávamos ao ‘crê ou morre’, quando compreendi a grandeza do País que nos acolhe agora. Tinha meu espírito entediado de mandar e querer sem o Cristo. As experiências do dinheiro e da autoridade me haviam deixado a alma em prufunda exaustão. Quinze séculos haviam decorrido sem que eu pudesse imolar-me por amor ao Cordeiro Divino, como o fizera, um dia, em Roma, a companheira do coração. Vi a floresta perder-se de vista e o patrimônio extenso entregue ao desperdício, exigindo o retorno à humanidade civilizada e, entendendo as dificuldades do silvícola relegado à própria sorte. Nos azares e aventura da terra dadivosa que parecia sem fim, aceitei a sotaina, de novo, e por Padre Nóbrega conheci de perto as Jornal de Umbanda Sagrada angústias dos simples e as aflições dos degredados. Intentava o sacrifício pessoal para esquecer o fatígio mundano e o desencanto de mim mesmo, todavia, quis o Senhor que, desde então, o serviço americano e, muito particularmente, o serviço ao Brasil não me saísse do coração. A tarefa evangeizadora continua. A permuta de nomes não importa. Cremos no reino Divino e pugnamos pela ordem cristã. Desde que conheçamos a governança e a tutela de Cristo, o nome de quem ensina ou de quem faz não altera o programa!” Reencarnado na vila portuguesa de Sanfins, em 18 de outubro de 1517, o padre ficou conhecido como “o primeiro apóstolo do Brasil”, para onde veio em 1549, na companhia de Tomé de Souza. Ele desencarnou em 1570, e renasceu cinqüenta anos depois, na Espanha, onde foi o padre Damiano, que lutou contra os mercadores de escravos. LENTULUS E JESUS É inevitável que aqueles que não reconhecem a mediunidade de Chico Xavier ou mesmo a noção da reencarnação levantassem dúvidas quanto à veracidade dos relatos e mensagens obtidas pelo médium mineiro. Entretanto, os seguidores do Espiritismo podem apresentar uma prova de que Publius Lentulus realmente existiu e conheceu Jesus, através de uma carta encontrada nos arquivos do Duque Cesari, de Roma - documento que faz parte da biblioteca da Ordem dos Lazaristas de Roma. Trata-se de uma inscrição feita em folha de cobre, encontrada no interior de um vaso de mármore. A carta foi escrita por Publius Lentulus, senador romano, governador da Judéia, e predecessor de Pôncio Pilatos, endereçada ao imperador romano Tibério César. Nela Lentulus descreve Jesus, a pedido do imperador que desejava saber de quem se tratava essa pessoa. A carta diz: “Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existe nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, cha- mado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é o filho de Deus, Criador do Céu e da Terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado. Em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra. É um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto. Há tanta majestade em seu rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura; são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes. Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso pelos nazarenos. O seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno. Nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada. O nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, separada pelo meio. Seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros. O que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza, faz chorar. Faz-se amar e é alegre com gravidade. Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos. Na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo jamais visto por estas partes uma mulher tão bela. Porém, se a Majestade Tua, ó Cesar, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível. De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus. Muitos judeus o têm como divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de Tua Majestade. Eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus. Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém a tua obediência estou prontíssimo: aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido. Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo. Publius Lentulus, presidente da Judéia’. Gilberto Schoereder (Revista - Espiritismo & Ciência - número 3) Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Página -13 Página -14 São Paulo, Dezembro de 2005 Jornal de Umbanda Sagrada União POR MERCEDES SOARES Templo de Doutrina Umbandista Pai Oxalá e Pai Ogum Benção da Mãe das Mães RODRIGO QUEIROZ O que posso dizer sobre a 2ª Festa de Yemanjá em Mongaguá? Se não há palavras pra retratar tamanha honra e orgulho em estar presente neste maravilhoso culto de exaltação a Divina Mãe Geradora? Então digo que me senti privilegiado, honrado e orgulhoso de conseguir chegar lá. Valeu o esforço! Quem não pôde estar presente não perca uma próxima oportunidade. Quando assisti o dvd da primeira festa já achei o máximo, mas estar presente é fenomenal. Nosso irmão Rubens Saraceni se supera a cada momento, conseguir agregar cerca de 3.000 pessoas num único teto é de fato uma ousadia, petulância para uns e admirável para tantos. Devemos incentivá-lo, apoiálo e trabalhar no sentido de continuar todo este esforço desmedido que ele exerce em prol da Umbanda e todos nós somos os beneficiados. O discurso que Pai Ronaldo foi um momento de grande emoção, onde exaltou o trabalho de Rubens e demonstrou a humildade que o mesmo exerce em seu trabalho. A curimba regida pelo querido maestro Severino Sena, com a participação de Pai Élcio de Oxalá e outros irmãos, não permitiu que ninguém ficasse desincorporado, foi lindo! Rubens, irmão e mestre, minhas reverências e admiração, continue sempre sendo este inspirador de todos nós em função do crescimento irmanado da Umbanda Sagrada, muito obrigado por ser como é, pelo carinho que nos dedica e pela preocupação pela Umbanda tão bem demonstrada, que a Divina Mãe da Criação sempre lhe acolha em seus braços lhe cobrindo com seu Manto Sagrado, te inspirando e te fortalecendo para cada vez mais nos beneficiar com tanta luz e energia. Minha admiração por todos que ajudaram este trabalho ocorrer na perfeita harmonia e paz, com tantas pessoas num mesmo espaço não tivemos relato de problema algum como um desmaio ou algo parecido. Parabéns ao Daniel Sossi, irmão dedicado do Colégio de Umbanda em Jundiaí que organizou uma excursão a qual possibilitou minha ida. Um forte abraço a equipe da editora Madras, pontificada pelo irmão Wagner Veneziani que tanto ajuda o trabalho de Rubens. Finalizando, quero dizer que ainda estou imantado pela energia aquática da mamãe, e estendo a todos que estão lendo esta mensagem, com um fraterno abraço e um beijo no coração. Tenha todos um natal repleto de luz e energia divina, permitindo que o coração vibre o perdão, a fé e o amor, e neste novo ano que se inicia peço a Olorum que encha a vida de todos de luz e prosperidade, estes são meus votos sinceros a você irmão fiel e leitor. LUZ e AMOR! (contatos) : Foi com imensa alegria que vimos a união de diversos Templos para louvar nossa Divina Mãe Yemanjá. Em uma noite estrelada e acolhedora, nossa amada e paciente Mãe irradiou suas bênçãos a todos seus filhos na festa da família Umbanda. Esta reunião foi comandada e amparada pelo Alto, sem disputas, sem brigas, com muito amor ao trabalho. E consolidou mais um degrau rumo a verdadeira Umbanda sem paredes e sem fronteiras. Sem diferenças apenas igualdades. A vibração de amor e harmonia era tanta, que saiu daquela tenda na praia e circulou a Terra, gerando um pouco mais de vontade de se unir em todos os filhos. Foi tão perfeito quanto poderia ser. A cada dia, com mais irmãos reunidos, mais perfeito será. Afinal toda mãe fica feliz com a reunião harmônica dos seus. Todos nossos Pais e Mães estão vibrando pela total união, quem realmente esteve nesta festa sentiu isto. [email protected]) Depoimento sobre a Festa de Yemanjá GERO MAITA Bem falar sobre a festa de Nossa Mãe Yemanjá é algo difícil de se fazer tamanha a grandeza da vibração que recebemos neste dia tão pequenos que somos. Poderia relacionar desde o momento de nossa saída, o trânsito livre, nenhuma ocorrência de acidentes o que nos mostra a proteção de nossa mãe para nossa breve visita a seu santuário natural. No local, a organização da tenda levantada pelo Colégio Pai Benedito de Aruanda comandado pelo Sr. Rubens é algo espantoso. Boa vontade, espírito fraterno, amor acima de tudo no coração é o que mais encontramos neste local. Aliás o amor que emana do Pai Rubens nestes eventos é grandioso, digno de um verdadeiro filho de Nossa Mãe Yemanjá. Na gira a energia é ótima e podemos sentir a força de nossa religião e acima de tudo sua seriedade. É um evento que no restante do ano nos impulsiona a nos prepararmos ainda mais para próxima festa. Parabéns ao Colégio Pai Benedito de Aruanda na figura do Pai Rubens e a todos envolvidos direta ou indiretamente neste evento. Géro - Médium da Tenda de Umbanda Ogum Beira Mar e Pai João de Mina, coordenada pelo Pai Nilson Correia contatos: [email protected] Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Página -15 IMPRESSÕES Festa da Divina Mãe Yemanjá Queremos agradecer ao nosso mestre e pai Rubens Saraceni e, ao mesmo tempo, honrá-lo pela Festa da Mãe Yemanjá na noite do dia 03 de Dezembro que foi algo divino e maravilhoso para todos os presentes. Estávamos lá em uma única vibração. Foi algo nunca visto por nós umbandistas. Em uma única tenda, uniram-se milhares médiuns e centenas de dirigentes espirituais em uma energia congregadora, que só o nosso amado pai Rubens Saraceni conse- Sou dirigente da Tenda de Umbanda Caboclo Pena Branca, e só tenho a dizer que a festa da nossa Mãe Yemanjá foi a experiência mais maravilhosa que já tive, e ultrapassou todas as expectativas; ver tantos irmãos, pais e mães de santo de vários outros segmentos, todos unidos e irmanados numa mesma energia e numa mesma fé. E me sinto presenteada por Oxalá de poder participar desta festa juntamente com o Rubens Saraceni que é um homem iluminado por todos os Orixás, por que só um ser iluminado poderia conseguir reunir tantas pessoas juntas num só local ,com o espírito de caridade e fraternidade que havia lá. Peço a Oxalá que ilumine vc querido irmão e o nosso mestre Rubens cada vez mais e mais. Abraços. Que lindo, que maravilha foi a festa de Yemanjá !!!! Parabens a todos que participaram, para mim foi uma noite mágica, quantos irmãos unidos na força de nossa Mãe Yemanjá. Meu coração ficou em festa, me emocionei quando no final Pai Rubens disse que se ele fosse embora no dia seguinte iria feliz porque a imagem que levaria seria desta festa linda. Quanta gente unida trabalhando em prol do amor ao proximo !!!!! Esta foi a segunda grande festa de Yemanjá para a Umbanda, com todos em uma unica tenda, que alegria, receber a graça, participando de um momento tão especial. No final meu marido olhou para mim e disse que eu estava bonita, sorridente, meu rosto estava todo sorriso disse que bastava olhar pra mim e qualquer pessoa perceberia que eu estava feliz !!!! Salve todos os Orixás, salve a Mãe de todos nós! Axé a todos . Isa Vieira - Rosane Peres Marega Alves Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda gue, através de sua simplicidade, agregar tantos umbandistas ao seu redor. Agradecemos as equipes organizadoras, pois tudo estava perfeito. Ao nosso Pai Rubens Saraceni, agradecemos por nos permitir fazer parte desta egrégora. E que Olorum continue derramando suas bênçãos e que cubra de LUZ sua esposa Alzira e seus filhos Mauricio, Stela e Graziela ao quais não temos palavras para agradecer a confiança e a amizade de tanto anos. FEDERAÇÃO UMBANDISTA LUZ DOURADA Pai Marcelo e Mãe Monica Berezutchi Crianças Umbandistas Cada atitude que tomamos tem uma conseqüência futura. A atual fase de expansão do conhecimento da Umbanda promete uma seara fértil para os próximos anos. Isto significa um número cada vez maior de umbandistas que desde já vem aprendendo a importância de se orgulhar de sua fé, sem ter medo de dogmas antigos. Trata-se de uma renovação contínua que vem acontecendo a olhos vistos, ampliando suas fronteiras através da difusão de seus fundamentos de forma simples e direta, acessível a qualquer pessoa, de qualquer faixa etária. Um dos momentos mais singelos do culto coletivo realizado na 2ª Festa de Iemanjá foi a participação das crianças do Grupo Mirim do Templo da Luz Divina que adentraram a Tenda logo após o início da solenidade. Entraram quatorze crianças. Sete delas representavam as sete Mães Orixás, e as outras sete, representavam sete Pais Ogum. Em frente ao congá, cada uma se identificava como o Orixá que estava representando e oferecia ao anfitrião Rubens Saraceni um presente relacionado a sua linha de atuação. No final desta apresentação, Rubens Saraceni foi abençoado pela Mãe Iemanjá com um manto que traz a vibração de todos Orixás. Durante o desenrolar do evento, podia-se observar a presença de crianças de várias idades que incorporavam seus guias ou auxiliavam os médiuns incorporados que se encontravam ao redor, numa demonstração de total entendimento do ritual e da finalidade de irmanação daquele culto coletivo. Estes nossos pequenos irmãos estão sendo preparados para se tornar os sacerdotes de amanhã que colherão e semearão Luz para o engradecimento da nossa querida Umbanda. Parabéns aos dirigentes do Grupo Mirim do Templo da Luz Divina pela dedicação e preparação de nossas crianças, ensinando-lhes o princípio fundamental da “Luz Divina para todos”. Página -16 São Paulo, Dezembro de 2005 SONHO FERNANDO SEPE Um dia desses tive uma visão. Uma visão com a Umbanda... Ela, que encanta nossos corações, e faz nossos olhos brilharem como estrelas, dizia-me o quanto gostaria de ver seus filhos unidos. O quanto, se no individual a Umbanda fazia um trabalho caritativo enorme, no trabalho coletivo tudo ainda estava para ser feito. Não entendia o porquê de tanta disputa, tanta intolerância e discórdia entre os filhos de fé. Seus olhos cintilavam com as lágrimas, estava triste. A Umbanda tinha muito orgulho de seus filhos, disso não tenham dúvida, mas achava que muita coisa ainda estava para ser feita. Ela via o quanto tudo poderia ser diferente, bastaria que seus amados filhos quisessem. De repente, acordei! Fora um sonho. No dia 3 de dezembro fui a uma festa. Uma grande festa de Umbanda. Milhares de umbandistas dirigiramse à casa da encantadora Rainha do Mar para prestar suas homenagens, seus louvores, seus agradecimentos com amor. Milhares de umbandistas foram ao encontro da “água grande”, encher seus espíritos da luz estrelada de Mamãe Iemanjá. E lá, na beira da praia, todos eram irmãos, filhos da Grande Mãe, que com Oxalá, governa o mundo para Olorum. E juntos, cantaram e vibraram por Ela. Sem “bairrismos” (ou seria “terreirismo”?), sem preconceito, sem vaidades, todos juntos... Sei que muitos criticam, mas tudo isso porque não tiveram coragem de descer do pedestal do ego, para sentir no próprio coração da alma, o que aqui é dito. Aqueles que criticam não participaram, enquanto aqueles que participaram, não tinham palavras para descrever o que sentiram. Descrever a manifestação dos Orixás, a presença dos guias e da espiritualidade superior. Descrever a força dos guardiões e guardiãs, irmãos abnegados que trabalham no silêncio, encobertos pelo manto escuro da noite, sempre de forma reta e justa, sempre de forma silenciosa. Descrever a Umbanda como ela realmente é, UMbanda, ou seja, UMA só Jornal de Umbanda Sagrada DE UMBANDA BANDA onde todos podem cantar, adorar e trabalhar pelos Orixás. E a egrégora de Umbanda no astral abriu-se toda para aqueles corajosos filhos de Orixás, que há tempos deixaram de lado os dogmas e a individualidade, para trilhar o caminho da liberdade e do interesse comum. Irmanados, caboclos, pretosvelhos e todos os povos de Umbanda fizeram-se presentes, sejam nas incorporações, ou a partir do plano espiritual da vida. Cantaram, dançaram, vibraram. Eles também vieram homenagear a Rainha do Mar. Também vieram demonstrar que em Aruanda, ou em qualquer outro lugar onde eles possam viver, não existe o separativismo, nem as barreiras e paredes de pedras e solidão que erigimos em torno do sagrado. Não! Nesses planos existe apenas a sintonia e o trabalho de mãos dadas. Juntos em mente e coração, mergulhados nas ondas beatíficas do Criador, eles trabalham incessantemente pelo amor e caridade, as máximas da religião de Oxalá. Os Orixás também enviaram seus representantes diretos, e a grande tenda vibrou com a presença dos Oguns, Xangôs, Oxuns e Iansãs dos médiuns lá presentes. Eles dançaram suas danças sagradas, a dança que contém o ritmo e a magia da Criação. Tudo em homenagem a Iemanjá, em homenagem também a seus filhos e filhas que lá reuniam-se, em homenagem a toda humanidade. E lá do alto do altíssimo, Oxalá derramava-se em lágrimas. Essas lágrimas caíam como chuvas multi-coloridas sobre seus filhos e os abençoava. Essa chuva caía sobre o planeta e o abençoava também. “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, lá eu estarei” – disse certa vez Jesus. “Aonde qualquer um desses filhos forem, Eu e os Orixás estaremos sempre com eles” – pensou nosso amado pai Oxalá. No ápice da festa, acompanhados pelas muitas mães Iemanjás que manifestavam-se, fomos todos juntos para a beira do mar. “ Quietinho”, dirigi-me para o encontro com as águas sagradas da Mãe. Vi milhares e milhares de homens e mulheres que lá choravam de tanta emoção. Choravam pelas ondas de amor emanadas por Iemanjá, que acolhia a todos de braços abertos. Vi também, milhares e milhares de espíritos, trabalhadores de Aruanda, que humildemente ajoelhavam e pediam a benção da Rainha do Mar. O mesmo espetáculo que acontecia na matéria, acontecia no astral. Algo realmente lindo, e palavras faltam-me para descrever com exatidão. De repente, percebo um pretovelho, um grande amigo de jornada, um verdadeiro Pai para mim. Ele, junto de sua querida companheira, colocava flores no mar, reverenciando aquela que é a Senhora de seu Amor, como ele gosta de dizer. Aproximei-me. Seus olhos brilhavam e ele fezme um gesto de saudação. Tocou minha fronte e, novamente, como no sonho tido dias atrás, a Umbanda mostrou-se a mim. Dessa vez sorria. Abraçada com Iemanjá, sua mãezinha querida, ela recebia as flores, as oferendas, mas principalmente aquele sentimento de amor e fé que emanava de seus filhos. Recebia de coração aberto e pensava que realmente as coisas poderiam ser diferentes no futuro. Não! Elas não poderiam, mas sim, seriam diferentes! Já estavam sendo! Esses filhos de Umbanda tinham despertado para a verdade, e em seu peito, lá na câmara secreta do coração, a pérola de mãe Iemanjá brilhava. Esses filhos lutariam e levariam a bandeira de Oxalá a todos os lugares. A Umbanda sorria, sorria e sorria. Estava feliz... Voltei! Novamente teria sido um sonho? Não dessa vez! Tudo isso foi bem real. Mas só aqueles que lá estiveram e que receberam a pérola do amor de Iemanjá é que realmente sabem o que aqui digo... “Aonde qualquer um desses filhos forem, Eu e os Orixás estaremos sempre com eles” Saravá Umbanda! Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Pai Ronaldo fala sobre a Festa de Yemanjá Como parte integrante dos 16 anos de Festividades à Iemanjá em Mongaguá, tive o raro privilégio de participar das solenidades realizadas pelo Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, brilhantemente conduzidas por Rubens Saraceni, que reuniu sob sua imensa tenda, milhares de filhos de fé na maior cerimônia umbandista coletiva que eu já tive oportunidade de participar. Foram muito emocionantes: o ritual de abertura, a presença das crianças e, também, ao meu já baqueado coração, quando Saraceni pediu que eu me dirigisse aos seus filhos de fé (meus netos em Oxalá) e que rogasse ao Criador, nosso Pai Oxalá, em uma bênção a todos os presentes. Senti naquele momento que Pai Benedito de Aruanda estava ao meu lado, ajudando a suportar tanta emoção. Parabéns Rubens Saraceni pelo extraordinário sucesso alcançado. Parabéns por haver elevado a comunidade umbandista a um patamar tão alto e respeitoso, e obrigado... Muito obrigado, pelas emoções que vocês me proporcionaram. Que Oxalá mantenha sempre acesa essa luz espiritual que ilumina seus caminhos. Seu pai em Oxalá, Ronaldo Antonio Linares Página - 17 Página -18 São Paulo, Dezembro de 2005 Jornal de Umbanda Sagrada YEMANJÁ: Mistério da Geração ALEXANDRE CUMINO Trono Feminino da geração Yemanjá, Tétis, Hera, Juno, Nereidas, Sereias Gregas, Parvati, Aditi, Danu, Moruadh, Mut, Aruru, Namur, Belet Ili, Nanshe, Friga, Belat, Coatlicue, Yngona, Mama Cocha, Mariamma, Marah, Derketo, Mari Ama, Ilmatar, Annawan e Bachue. Yemanjá, Divindade de Um- banda é o Trono Feminino da Geração, irradia geração o tempo todo de forma passiva não forçando ninguém a gerar ou criar, mas sustentando a todos que buscam “dar vida” e criar. Fator gerador ou “criacionista”. Elemento água, presente no Mar. Sua cor é o azul-claro. É a senhora da geração da criatividade. Podemos dizer que uma de suas qualidades mais marcante é a de mãe Tétis, Divindade grega, forma com Oceano um casal de Titãs filhos de Urano e Geia, são as primeiras Divindades Marinhas sendo a maioria dos outros “deuses” e “deusas” do mar seus descendentes. Logo Tétis a titãneida é a primeira das Mães do Mar, das águas primordiais. Hera, Divindade grega, Juno romana, esposa mais ciumenta de Zeus cujo casamento era o mais sagrado, que mostrava a importância da união. Deusa do casamento e do Parto Nereidas, Divindades gregas, as nereidas são as filhas de Nereu com Dóris, a Oceânida. São cinqüenta nereidas, todas divindades marinhas. Freqüentemente aparecem cavalgando no dorso de monstros marinhos. Seus nomes são: Ploto, “a nadadora”; Eucrante, “a que traz a realização”; São, “asalvadora”; Anfitrine, esposa de Posseidon e uma das divindades marinhas mais cultuadas; Eudora, “a dos bons presentes”; Tétis, traz qualidades muito parecidas com as de sua Avó esposa de Oceano também chamada Tétis; Galena, “tempo calmo”; Glauce, “verde-mar”; Cimótoe, “ligeira como a onda”; Espeio, “a que mora em cavernas”; Toe, “a que se move depressa”; Halia, “a que mora no mar”; Passítea; Erato, “a que desperta o desejo” (nome também de uma das musas); Eunice, “a da vitória feliz”; Mélita; Eulimene, “a do bom porto”; Agave, “a nobre”; Doto, “a doadora”; Proto, “a primeira”; Ferusa, “a que traz”; Dinamene; Neséia, “a que mora nas ilhas”; Actéia, “a que mora nas costas”; Protomedéia, “a primeira soberana”; Dóris; Panopéia; Galatéia; Hipótoe, “ligeira como uma égua”; Hipônoe, “selvagem como uma égua”; Cimódoce, “a que recolhe as ondas”; Cimatóloge, “a que apazigua as ondas”; Cimo, “a deusa da onda”; Ione, “a deusa da praia”; Halimede, “a deusa marinha do bom conselho”; Glaucônoma, “a que mora no mar verde”; Pontoperéia, “a que viaja por mar”; Liágora; Evágora, “a eloqüente”; Laomedéia, “soberana do povo”; Polínoe, “a que dá razão”; Autônoe, “a que dá inspiração”; Lisianassa, “a senhora redentora”; Evarne; Psâmate, “a deusa da areia”; Menipe, “a égua corajosa”; Neso, “a deusa da ilha”; Eupompe, “ a da boa escolta”; Temisto, parecida com a grande Têmis; Prônoe, “a provida” e Nemertes, “a veraz”. Sereias Gregas, Divindades Gregas, aparecem freqüentemente como filhas de Aquelóo, “Deus-rio” filho de Oceano e Tétis. As sereias gregas trazem o dom para a musica, no canto e também no manejo da lira e da flauta, o que traz semelhança com as musas gregas. Entre as sereias gregas estão Himeropa, “aquela cuja voz desperta o desejo”; Telxiepéia, “a encantadora”; Agláope, “a da voz gloriosa”; Pisínoe, “a sedutora”; Partênope, “a virginal”; Leucósia, “a deusa branca” e Ligéia, “a da voz brilhante”. Parvati, Divindade hindu é a Mãe Divina em todos os aspectos, consorte de Shiva e mãe de Ganesha. Aditi, Divindade hindu, Mãe dos deuses no Rig-veda (1500-1000 ac.), “sustentáculo das criaturas”, “amplamente expandida”. Mãe do deus sol Mitra e do deus da verdade e ordem universal, Varuna; mãe também de Indra o Rei dos deuses. Danu, Divindade Celta “Água do Céu”, a grande mãe, os descendentes de Dana e seu consorte Bile (ou Beli) eram chamados de “Tuatha Dé Dannan” (os filhos da Deusa Dana). Do seu nome vem a origem do Rio Danúbio, onde primeiro surgiram as raízes da cultura Celta. Moruadh, Sereia celta, corpo de mulher e rabo de peixe, cabelos verdes nariz vermelho e olhos de porca. Os pescadores lhes ofereciam conhaque para trazer boa sorte no mar e para que ela não os prejudicasse também. Mut, Divindade egípcia, a mãe” em karnak. Aruru, Divindade babilônica, um dos nomes da Grande Deusa Mãe na mitologia babilônica Namur, Divindade-mãe sumeriana, mãe de Enki e Ereshkigal. Deusa dos Mares, que criou o céu e a terra, e gerou várias divindades quando a terra foi arrebatada ao céu. Belet Ili, Divindade sumeriana, “Senhora de todos os deuses”, Grande Deusa Mãe. Consorte de Enki. Divindade do útero e das formas. Ela criou inicialmente sete homens e sete mulheres, que com o tempo se tornaram a civilização conhecida. Nanshe, divindade Mãe Sumeriana festejada copm procissões de barcos onde eram depositadas suas oferendas a serem entregues ao Mar. Frigga, Divindade nórdica, Grande mãe da maioria dos deuses, uma das três esposas de Odim, Frigga é o aspecto Mãe enquanto Freija é o aspecto sensual, donzela. Belat, Divindade caldéia, Nome da esposa de Bel, é a “Mãe dos Grandes Deuses” e “Senhora da Cidade de Nipur”. Coatlicue, Divindade Asteca, Mãe de todas as outras Divindades. Usa uma saia de serpentes e é também senhora da vida e da morte. Também adorada como Mãe da Terra. Yngona, Divindade dinamarquesa, é a grande mãe. Mama Cocha, Divindade Inca que teve seu culto largamente difundido sendo cultuada não apenas pelos incas, mas por muitas outras tribos e culturas. É a Mãe do Mar e Senhora dos Peixes. Mariamma, Divindade hindiana, Senhora do Mar e de tudo o mais que ele representa e traz de benefícios a nós. Marah, Divindade caldéia, Senhora das águas salgadas, Mãe que vem do mar. Derketo, Divindade assíria, aparece como sereia, senhora da lua e da noite, protetora dos animais que habitam o mar. Mari Ama, Divindade do mar escandinava. Ilmatar, Divindade finlandesa da água, grande mãe criadora que está na origem de tudo. Annawan, Divindade Indonésia do Mar. Bachue, Divindade Colombiana dos índios Chibchas, seu nome quer dizer “grandes seios”, junto com seu filho criou a humanidade. Comentários: Trono Feminino da Geração, Yemanjá, divindade muito adorada e de fácil localização, pois se não aparece relacionada ao mar aparece como a Grande Mãe. Na Umbanda quase não há sincretismo de Yemanjá, sendo sua imagem como Orixá de Umbanda muito conhecida. Pode ser sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes, aquela que protege os que vão ao mar. Texto extraído do livro do autor “ Deus, Deus e Divindades” Editora Madras Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Página -19 Numa atitude inédita, a Federação Umbandista do Grande ABC doa um Monumento Público que homenageia também a comunidade afro-brasileira. Imagem de Yemanjá chega a Mongaguá gurado no próximo dia 10 de dezembro de 2005 às 22 horas está localizado em frente à Plataforma de Pesca no Bairro de Agenor de Campos em Mongaguá, local onde, durante 16 anos, a FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” realiza suas homenagens à Grande Mãe da Vida, à Senhora das Águas, para a Rainha do Mar. Trata-se de um velho sonho de Pai Ronaldo Linares e de seu filho em Oxalá Jacob Koukdigian Neto e constitui-se em uma doação da imagem através da FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” e da FEDERAÇÃO DE UMBANDA E CANDOMBLÉ DE MONGAGUÁ à comunidade umbandista e afrobrasileira em geral, e à população de Mongaguá que sempre soube entender e respeitar a cultura afro- RONALDO LINARES Amanheceu diferente este dia 08 de dezembro de 2005 na querida cidade de Mongaguá, Meca dos Umbandistas desejosos de depositar nas águas do mar suas oferendas à Mamãe Iemanjá – um presente aguardava a população local. Depois de uma preparação religiosa iniciada no último dia 3 de dezembro pelo Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, na pessoa de seu fundador, Rubens Saraceni, subiu finalmente ao seu pedestal definitivo a NOVA IMAGEM DE IEMANJÁ, num imponente monumento de 10 metros de altura em homenagem à RAINHA DAS ONDAS – SEREIA DO MAR. O monumento que será inau- SANTUÁRIO NO brasileira, raízes que são de nosso povo. Pai Ronaldo deseja agradecer aqui ao Sr. Prefeito Municipal, Professor Artur Parada Prócida, pelo grande espírito de humanidade e justiça com que participou do projeto, bem como a douta Câmara Municipal de Mongaguá. São pessoas assim que, agindo com insenção e sem preconceitos propiciam a tão desejada inclusão social de todas as raças que constituem o povo e a cultura brasileira. Parabéns e obrigado a essa cidade extraordinária chamada Mongaguá. Pai Ronaldo Linares Presidente do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA CRER 2006: ANO NOVO – VIDA NOVA Comece o ano com o pé dir eit o! direit eito! O SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA através da FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC”, marcou presença no I Encontro Internacional de Ecumenismo, Espiritualidade e Fé – CRER 2005, que aconteceu no último final de semana de novembro. O stand do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA foi bastante visitado. Os visitantes tiraram dúvidas e aproveitaram para assistir ao filme institucional que mostra nosso espaço com tomadas aéreas surpreendendo até mesmo as pessoas que já conhecem o local. Pai Ronaldo parabeniza os irmãos Márcio e Ronaldo, organizadores do evento, pelo brilhantismo alcançado. Boas vibrações Espirituais para você na abertura do ANO NOVO ESPIRITUAL como sempre acontece no SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA na semana estendida de OXOSSE (de 14 a 29 de janeiro de 2006). Nota: A semana estendida tem o propósito de atendermos a um número maior de pessoas que deverão comparecer ao SANTUÁRIO nesta data. FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” INFORMA: O SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA estará FECHADO nos dias: 24 e 25 de DEZEMBRO de 2005 e 01 de JANEIRO de 2006. No dia 31 DE DEZEMBRO estará aberto até as 12 HORAS (MEIO-DIA). CANTO PARA YEMANJÁ FERNANDO SEPE Seu amor infla o coração espiritual e faz a jóia que lá reside brilhar como um verdadeiro Sol. Seu canto nos eleva de forma indescritível. Sua beleza é sem igual, mas o que mais encanta é seu brilho estrelado. Da cor da Luz quando toca as águas do mar, ou seria da cor das estrelas que irradiam-se lá do espaço infinito para a Terra? Não sei, apenas sei que é indescritível. A Senhora dos Encantos esteve aqui há pouco. Aliás, ela sempre está, mas a pouco abri meu coração e consegui percebê - la. Minha amada mãezinha Iemanjá... Ela é a própria Mãe Divina, uma mãe zelosa que tem na humanidade sua grande filha. Não julga, não castiga, apenas ama e ampara... Silenciosamente faz-nos caminhar, e com sua luz estrelada clareia as trevas de nosso coração. Não importa quão grande seja sua dor, seu remorso, sua angústia, no colo da Mãe, tudo isso é muito pequeno... Ela é Vida. É a vida que está em todos, homens e mulheres. É a vida da natureza, é a vida dos elementos é a vida dos animais. Ofertamos a Ela flores, velas e frutos, mas sua verdadeira oferenda é uma mente serena, um coração amoroso, trabalhador e digno. Suas águas curam milhões de espíritos dia e noite, basta abrir - se para isso. Ela está no Mar, mas você deve antes encontrá-la em seu coração, essa é a chave para sua vibração. Quando isso acontecer, ela não estará apenas no Mar, mas sim, em todos os lugares. Visualize uma estrela de cinco pontas bem no centro do peito. Ela tem um brilho azul-claro, um brilho de estrela. Pulse luz por você, pul- se para a humanidade. Deixe as águas de Iemanjá curá-lo. Lave sua alma. Seja VIDA. Seja Amor. VIVA, seja Luz! Hoje e sempre... Odoyá minha Mãe! Cabocla Estrela do Mar, Pai Antônio e Joãozinho – Recebido Espiritualmente por Fernando Sepe 29/10/05 03:30 A.M. Iemanjá, Sereia bela que encanta com seu cantar; Suas águas são bálsamos de luz; Seus olhos duas estrelas do céu; Que brilham quando a Lua toca o Mar. Mãe Divina de perfume inebriante; Traz uma coroa de estrelas; E uma chuva de rosas; Nas ondas de seu amor cintilante. Unge a humanidade com a paz; Trazendo a benção dos mares; Como apenas você faz. Pois se vós é Viver; Pela Vida e só por Ela; Ei de Amar, Amar e Amar, até Morrer... Página -20 São Paulo, Dezembro de 2005 HOMENAGEM POR WAGNER VENEZIANI COSTA “A LIBERDADE DO OUTRO AMPLIA A MINHA AO INFINITO!” Bakunin (1814-1876) Meus Irmãos, Amigos e Parceiros, recebam os meus mais Sinceros Votos de Luz, Amor e Paz!!! TUDO É, VERDADEIRAMENTE, DEUS. TUDO É DA NATUREZA DE DEUS. TUDO É NECESSÁRIO. Somos, antes de tudo, buscadores da “Verdade” na grande Aventura da Vida. A MADRAS Editora é formada por um grupo de pessoas (funcionários, autores, amigos, irmãos e colaboradores) que acredita que os sonhos se realizam e que é pelo nosso trabalho que o caminho surge para a realização de nossas vontades. Nosso objetivo é o de despertar no homem sua própria Consciência Maior, o seu “EU” Superior. Acreditamos que o livre-arbítrio e o destino acontecem aqui e agora, regados pelo despertar de nossas consciências que buscam a liberdade de espírito. Cientes de que a verdadeira liberdade não está no livre-arbítrio de simplesmente escolher entre o bem e o mal, mas sim escolher entre o bem e um bem maior. E que isso seria impossível ser escolhido senão com CONHECIMENTO, SABEDORIA E ESPIRITUALIDADE. Somos Guerreiros dos Mistérios, Cavaleiros da Luz, do Amor e da Paz!!! Diferentes, sim, por não aceitarmos nenhum tipo de imposição ou crença. E acreditamos que a “unanimidade é ignorante”. Cremos, também, que tudo no Universo À SENHORA é bipolar, e isso nos inclui. Somos uma energia que tanto pode atuar no lado negativo quanto no positivo, ou seja, somos Luz e Sombra; negativo e positivo; fêmeas e machos; o Yin e Yang, duas forças opostas em harmonia. Tudo o que enxergamos é definido pela nossa visão por meio da Luz. Porém, necessitamos de um oposto à luminosidade, as Sombras. Se vivêssemos em um Universo onde só houvesse Luz intensa ou profunda Escuridão, não conseguiríamos definir as formas, os contrastes e as nuanças. Podemos concluir, então, que uma necessita da outra e que somente juntas dão origens aos tons e às formas. E não é só isso, pois nem tudo o que enxergamos é o que estamos olhando. Stephen Covey defende que os modelos mentais são as lentes através das quais vemos o mundo, o que determina o nosso modo de pensar e de agir. Isso quer dizer que enxergamos o mundo não exatamente como ele é, mas como nós estamos condicionados a vê-lo. Vocês se recordam de Matrix? Lembrem-se também do que vemos quando olhamos para o Universo, o que vemos é o passado muito distante. Quando falo de visão, logo me vem à mente uma outra visão, não a que nos faz “ver” com os olhos, mas com a mente, o coração e o espírito, a INSPIRAÇÃO. Momento em que enxergamos o que queremos ou alguma resolução qualquer, um projeto, uma ação específica, até mesmo o ato de levantar em busca de algo. Somos dependentes da inspiração, de algum motivo que nos faça correr atrás do que queremos naquele momento. DAS ÁGUAS Dependemos sempre de algum fato ou elemento físico que nos desperte a mente e ative o mecanismo de busca para aquele objetivo. O encontro perfeito do Eu com a possibilidade de atuação plena. É o processo da busca da conexão em que possamos utilizar e desenvolver nossos dons, tornando-nos úteis. Uma Fonte Divina que está dentro e fora de nós. A inspiração é o momento em que o arquivo mental entra em ação e abre-se uma porta para a conexão com uma grande idéia. E ao buscar inspiração para este texto, logo surgiram duas luzes: a primeira foi os símbolos do Sol e da Lua; e a segunda, o Alfa e o Ômega. Achei estranho... mas logo viria a resposta... Estamos prestes a ingressar no ano 2006, que em sua redução numerológica tem o resultado 8, número da matéria, do infinito, símbolo do Alfa. No tarô, é a carta “A Justiça”, um arcano que exprime toda a força do equilíbrio necessário perante as correntes antagonistas, mas também a disciplina do espírito e a força de cortar. Nessa carta de tarô podemos ver claramente o símbolo da balança, perfeitamente equilibrada, o equilíbrio Cósmico. Duas vezes quatro, e mostra a plena e total encarnação do espírito, em uma matéria que se torna criadora e autônoma, originando suas próprias leis em harmonia com as leis cósmicas: “Como é acima, assim é o embaixo”. Na Maçonaria, estaria representando as duas colunas: Boaz e Jaquin. Sua atribuição astrológica é Libra, um signo de Ar, cardinal, governado por Vênus. Governa os rins, que são os órgãos eliminadores que purificam o sangue das impurezas. Seu verbo é: “Eu equilibro”, e sua sentença Jornal de Umbanda Sagrada integradora é: “Eu gero harmonia com beleza e autenticidade”. A figura central dessa carta é uma mulher jovem. Em vários tarôs o centro da balança é uma espada. É a espada dos Magos, que aparece no Ás de Espada, com seus três sóis e duas luas no punho. É a arma de Elohim Gebor, nome Divino de Gueburah. Pode fazer a guerra ou forçar a paz. Como a mente que afirma e nega, a espada é um símbolo da polaridade. Podemos perceber que esse Arcano é a expressão simbólica das forças cósmicas que ajustam e equilibram o Universo, desde o Cosmos como um Todo até cada uma de nossas células e partículas subatômicas. Para manter tal equilíbrio, essas forças vão construindo aqui, destruindo lá, ajustando os fenômenos particulares... A LUA E O SOL A Lua e o Sol são o par Divino. Segundo Plutarco, a Lua é a morada dos homens bons após a morte. Eles levam uma vida que não é divina nem bem-aventurada, mas sem preocupações até a segunda morte. Pois o homem deve morrer duas vezes: da segunda morte resultará um Novo nascimento. A Lua é a dura conquista do “Verdadeiro”, sujeitando-nos a todas as armadilhas e a todos os desvios dos sentidos, à ilusão em todas as suas formas. O Sol, depois de todas as ilusões, revela a nossa “Verdade” e aquela do Mundo, e nos conduz para a iluminação material e a espiritual. Ele simboliza a Luz do Conhecimento e a sede da Energia, e, por meio delas, a Irradiação Divina. No plano da Alquimia operativa, a Lua e o Sol correspondem à fase de transmutação do chumbo em ouro. Diante disso tudo, podemos notar que nestes aforismos básicos estão incluídos os três elementos de toda a criação: Espírito, Matéria e Energia. Todos os seres que existem no Cosmos possuem esses três elementos eternos e conjugados, os quais estão constantemente interligados no ciclo da evolução. Em nosso Universo (constituído de sete planos) não existe o que, normalmente, chamamos de “morte”; o que ocorre, na verdade, é que todos os elementos estão constantemente em evolução; nessa transformação, novas condições de vida são criadas e tudo é reabsorvido no seio do Cosmos Infinito. Esses aforismos citados, embora sintéticos, têm sido um manancial de tratados dos Mestres da Fraternidade sobre Filosofia, Ciência e Religião. A Vida manifestada nos Universos é, em si, eterna, pois é inerente à natureza de Deus. Somos heróis em nossa jornada, arriscamos nossa sanidade para ousar viver em um mundo melhor, em um Universo de Amor Incondicional. Assim construímos nosso trabalho, com fibra por fibra de nossos corações, com a força e a destreza da espada árdua da perseverança. Este grupo somos nós, desbravadores de uma realidade melhor da Verdadeira Vida. Acreditamos que não há mérito sem esforço, nem vitória sem dor. Seja bem-vindo entre nós! Quero, ainda, agradecer o grande apoio que a Madras Editora tem recebido, na minha pessoa, dos irmãos umbandistas e pelo imenso carinho que tem sido transmitido ao nosso trabalho, seja pela aquisição de nossas obras literárias ou pelo respeito pelos nossos pontos de vista. Presto a minha homenagem a toda Umbanda Sagrada, transmito o meu Axé a todos que, mais uma vez, uniram suas forças às forças do Universo e da Natureza em mais uma edição da Festa de Iemanjá! Que a Senhora das Águas Salgadas possa banhar a cada um dos participantes desse encontro de Fé, União e Amor. Salve Iemanjá! Salve a Rainha do Mar! Wagner Veneziani Costa é Presidente da Madras Editora Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Página -21 CABOCLO ARARIBÓIA ENVIADO POR PEDRO MIRANDA Araribóia existiu. Chefe indígena da tribo Temiminó, um grupo Tupi, vivia numa das ilhas da Baía de Guanabara. Ali os temiminós eram minoria. A tribo Tamoio, com 70 mil índios, dispersa entre a Guanabara e a região onde hoje se localiza a cidade de Bertioga (SP), detinha folgada superioridade numérica contra os temiminós, que só contavam com 8 mil cabeças. Os tamoios, liderados pelo chefe Cunhambebe, eram aliados antigos dos franceses, que viviam tentando invadir a Baía de Guanabara. Em 1555, depois de subjugar os temiminós e os portugueses com a ajuda de Cunhambebe, a França passou a dominar a Capitania do Rio de Janeiro. O Reino de Portugal mandou então para o Brasil o terceiro governador-geral da colônia, Mem de Sá, com a missão de retornar ao Rio. Selando uma aliança com Araribóia, os portugueses conseguiram. O chefe indígena recebeu como gratidão a sesmaria de Niterói, onde passou a morar, converteu-se ao cristianismo e tornou-se íntimo do governo. Adotou, inclusive o nome do português Martim Afonso de O mistério caboclo RUBENS SARACENI Souza, donatário do Rio de Janeiro. Morreu em 1574, brigado com Antonio Salema, sucessor de Mem de Sá. O nome indígena Araribóia significa Cobra Feroz ou Cobra das Tempestades. “Araib”, em Tupi, significa “Tempo Mau, Tempestade, Tormenta” e “Bói” significa “Cobra”. Herói de Várias Batalhas Em 1560, a expedição de Mem de Sá foi combater os franceses no Rio de Janeiro. Levava Maracajaguaçu e Araribóia e outros Índios Flecheiros do Espírito Santo. No dia 15 de março de 1560, a expedição de Mem de Sá promove um ataque à Ilha Henri e consegue vencer, destruindo o Forte Coligny. Derrotados os franceses conseguiram escapar em grande número, refugiandose no Continente. O ataque a Ilha Henri está relatado em carta do padre Francês André Thevet na obra “La Cosmographie Universelle”, editada em Paris, França, em 1575. Lá constam referências aos atos de bravura do Índio Fundador da Serra, Maracajaguaçu e de seu filho Araribóia. Mem de Sá volta a Salvador, na Bahia, a 3 de abril de 1560 e os franceses e Tamoios reagruparam-se e estabeleceram poderosas fortificações na Ilha da Carioca e na Ilha de Paranapuã. Quando Araribóia volta a segunda vez para guerrear contra os franceses e Tamoios, em 1564, está com 40 anos de idade, conforme Luís Carlos Lessa no livro “Araribóia, o Cobra das Tempestades”, publicado pela Editora Francisco Alves do Rio de Janeiro, página 8. Em 1564, com Estácio de Sá, combate na tomada da Fortaleza de Uruçumirim, na hoje Praia da Glória e depois destaca-se como herói na Batalha de Paranapecu, trecho da Ilha do Governador, que ia da Ponta do Galeão até as Flecheiras. A Umbanda tem nos caboclos uma de suas linhas de trabalhos espirituais. A linha de caboclos é formada por milhões de espíritos, todos incorporados às hierarquias espirituais regidas pelos Orixás intermediadores, o primeiro grau da hierarquia dos Tronos Naturais. Espíritos oriundos de todas as religiões, com as mais diversas formações teológicas e mesmo culturais, têm se integrado às linhas de caboclos para poderem realizar todo um trabalho de caridade, doutrinação e espiritualização junto aos seus afins encarnados. Saibam que o Ritual de Umbanda Sagrada congrega em seus colégios magnos, existentes no astral, espíritos oriundos de todas as religiões, inclusive muitas que já cumpriram suas missões no plano material, mas continuam ativas no lado espiritual da vida, onde têm planos espirituais só seus e destinados a acolherem seus afins que reencarnam. Estas religiões já recolhidas ao seu lado espiritual, foram regidas por divindades que ampararam milhões de espíritos durante seus estágios humanos da evolução. Mas muitos não ascenderam às esferas excelsas da luz, e continuaram a reencarnar sob a regência das divindades das novas religiões, que vem substituindo às mais velhas e cujas mensagens se dirigiam a povos com culturas e expectativas diferentes das dos povos atuais. Estas divindades antiquíssimas são regidas pelos Sete Tronos Planetários e, através da Umbanda, puderam colocar suas imensas hierarquias espirituais em contato direto com o plano material, onde, atuando incorporados nos médiuns, vêm resgatando seus afins paralisados no ciclo reencarnacionista ou que haviam estacionado em regiões sombrias existentes nos níveis vibratórios negativos. Os espíritos luzeiros, atuando a partir do plano material, têm despertado milhões de afins que estavam impossibilitados até de reencarnarem, pois estavam à margem da vida. Reportagem de Eduardo Bueno para a revista Época de 05/07/99 Fonte: http:// cethrio.vilabol.uol.com.br/ modelos/arqs_entidades/ arqs_entidades5.htm Pedro Miranda preside a União Espiritista de Umbanda do Brasil VOLTAR A SORRIR CUSTA POUCO! NETAI NUCLEO DE ESTUDOS E TRATAMENTOS AVANÇADOS EM IMPLANTODONTIA Venha nos conhecer e redescubra o valor do seu sorriso. Somos uma clinica-escola e buscamos a reabilitação oral através de implantes a um custo mais acessível. SÃO BERNARDO E REGIÃO Informações com Adriana pelos telefones: (11) 4337-2402 3424-0334 OU NO TATUAPÉ Informações com Juliana pelo telefone: (11) 6942-9271 Próx. ao Metrô Carrão Página -22 São Paulo, Dezembro de 2005 Jornal de Umbanda Sagrada A Lenda da Deusa do Sal POVO DO MAR, SALVE MARINHEIROS! ENVIADO POR ROSANA A. P. DE OLIVEIRA ORTIZ BELO DE SOUZA Todas as pessoas tem uma idéia muitas vezes distorcida desta linha de trabalho. Os marinheiros são em sua grande maioria espíritos que militam a umbanda para dar sustento no campo da diluição de cargas trevosas, outros atuam como elementos de sustentação de trabalhos voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais estes espíritos de alto grau espiritual, trazem consigo. Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da Umbanda. Como magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertar-mos de nossos entraves, com uma forma bem simpática lidam com os consulentes de forma extrovertida, deixando o assistido muito avontade com trejeitos peculiares desta linha maravilhosa da Umbanda. Muito diferente do que imaginamos, estes irmãos do astral não são e não estão embriagados, como muitos se mostram, na realidade sua forma de balanço é uma maneira de liberar suas ondas energéticas se utilizando do próprio médium. Como isso ocorre? Em torno do médium existe um campo de energia sustentado por seus centros de força e, além da energia gerada a partir da energia corpórea, existe um campo espiritual que se reflete em todo o ambiente. Os guias quando encorporados em seus médiuns, dançam, giram, balançam, gesticulam, etc... desta forma os guias liberam não só a energia que se desprende do médium, mas também libera de forma salutar o poder de seu mistério através de ondas magnéticas que são liberadas dentro do campo espiritual do médium e do templo. É Conta uma lenda que em uma ilha longínqua vivia uma solitária deusa de sal. Ela era apaixonada pelo mar. Passava dias, noites, horas na praia observando o balanço de suas ondas, sua beleza, seu mistério, sua magnitude. Um desejo enorme começou a apossar-se do seu coração: Experimentar toda aquela beleza. Esse desejo ia aumentando até que um dia a deusa resolveu entrar no mar. Logo que ela colocou os pés no mar, eles sumiram, derreteramse. Encantada com o mar, ela seguiu em frente e logo após suas pernas e coxas não mais existiam. A deusa, entretanto, seguiu adiante, sentindo partes do seu corpo derretendo-se, até ficar apenas com o rosto do lado de fora. Uma estrela que observava tudo falou: “Linda deusa, você vai desaparecer por completo. Daqui a pouco você não mais existirá.” A água do mar desfazia o rosto da deusa, mas ela respondeu fa- desta forma que os marinheiros fazem, em formas onduladas, ou através de seu balanço, que mais parece de uma pessoa embriagada, é que este irmão na luz faz seu trabalho redentor dentro dos campos da Umbanda Sagrada. É importante que os médiuns e principalmente os assistidos, saibam de tal fato, para que estes não deturpem e não dêem um mal sentido aos trabalhos de Umbanda. Os marinheiros são sustentados pelo poder de nossa Mãe Iemanjá e sua cor de atuação é a mesma desta mãe Divina, que é o azul claro. Podemos, sempre que necessitarmos, ativar o poder destes servidores da lei em nossa vida, acenda sua vela e faça uma prece, pedindo para eles abrirem seus caminhos e protegê-los. É maravilhoso. IEMANJÁ contatos:e-mail [email protected] MENSAGEM DO MARINHEIRO JERÔNIMO (recebida mediunicamente por Ortiz Belo de Souza). Todos devem estar sempre com os pensamentos voltados ao Pai Celestial, para que assim a fé interior esteja sempre renovada. Que todos tenham a consciência de que as mudanças só serão possíveis se partirem primeiramente de vosso íntimo e acreditar, lutar pelos vossos idéias. A busca do sucesso depende de vosso próprio esforço, dedicação e merecimento. Portanto, não pare no tempo, cruzando os braços a espera de milagres. Levantem-se, tenham fé, renovem suas esperanças, acreditem no poder do Pai Maior e corram atrás de seus objetivos. Alimentem vosso espírito com muito amor, esperança e fé para assim projetar a verdadeira essência divina a todos os vossos semelhantes. Vossa mente tem um poder grandioso. Use-a para exercitar o bem, com o objetivo de unirmos nossas forças para estarmos cada vez mais ligados a Deus, receba de braços abertos à energia de todos os Orixás, dos vossos marinheiros que estão o tempo todo a vos ajudar quando solicitados. Sejam positivos em qualquer situação. Se você quer o melhor para sua vida, comece fazendo uma reflexão de seus próprios atos, pois muitas pessoas reclamam de determinados acontecimentos em suas vidas, mas esquecem de que tudo tem um porque. Portanto, reflitam sobre vossos pensamentos e atitudes para que não sofram conseqüências negativas. A vida é um espelho. Vigie-a sempre. E lembre-se de que tudo pode quando trazemos “Deus” em nossos corações. MELHOR PREÇO Grande coleção de ESPADAS Alameda Lorena, 2112 - S. Paulo/SP Tel: (11) 3086-3360 / 3086- 3354 / 3064-4731 www.viraj.com.br Traga esta edição e ganhe um brinde na compra de uma espada NA “Vento” de Montserrat zendo um esforço: “Continuarei existindo, porque agora eu sou o mar também”. Para conhecer e experimentar é preciso permitir-se, ir em frente. Quando isto acontece, a mudança se dá, mudamos. A deusa mudou transformando-se em mar, fazendo parte dele, passou a ser o mar que ela tanto admirava da praia. O mar por sua vez, também se transformou, porque foi salgado pela deusa. Ambos experimentaram a mudança: a deusa e o mar. MÚSICA BRASILEIRA ENVIADO PARA A LISTA DO COLÉGIO DE UMBANDA POR: [email protected] CAETANO VELOSO - MILAGRES DO POVO Quem é ateu e viu milagres como eu; Sabe que os deuses sem Deus; Não cessam de brotar, nem cansam de esperar; E o coração que é soberano e que é senhor; Não cabe na escravidão, não cabe no seu não; Não cabe em si de tanto sim; É pura dança e sexo e glória, e paira para além da história; Ojuobá ia lá e via Ojuobahia; Xangô manda chamar Obatalá guia; Mamãe Oxum chora lagrima alegria; Pétalas de Iemanjá Iansã-Oiá ia... IVAN LINS - LUA SOBERANA Aiá Aiá Caria; Ilê Iê Ilá Aia; Veio de madagascar ilê ilê ilá essa lua soberana; Sobre as águas de Iemanjá ilê ilê ilá neste mar de rosa branca; Essa lua veio a Salvador; Arrastada por um pescador; Ilha das marés; Mestre de afoxés Filho de Olodum Filho de Olodum... CLARA NUNES/ALCIONE - CONTO DE AREIA Era um peito só; cheio de promessa, era só; Era um peito só; cheio de promessa, era só; Quem foi; mandou o seu amor; se fazer de canoeiro. O vento que rola nas palmas; arrasta o veleiro; E leva pro meio das águas; de Iemanjá; E o mestre valente vagueia; Olhando pra areia sem poder chegar, adeus amor! Adeus. Meu amor não me espera Porque já vou-me embora; Pro reino que esconde o tesouro; de minha senhora. Desfia colares e conchas; pra vida passar; E deixa de olhar pros veleiros. Adeus meu amor, eu não vou mais voltar; Foi Beira Mar; foi Beira Mar quem chamou ... É água no mar... RAIMUNDOS - WIPE OUT “Corte na vala moleque doido rasgando feito uma bala; O toco podre roda o leque e se dormir lá dentro o sono some; É no barril que a gente esquece do nome; Que o couro come e o pau rela no chão que rala; Pra entrar você não é tão forte quanto pensa; A reza é braba Iemanjá foi quem mandou a bença; Para te lavar chegou a sua vez de ir pro fundo; Pegue ar e se prepare pra acordar em outro mundo”... ELIS REGINA/VINÍCIUS DE MORAES/EDU LOBO - ARRASTÃO Eh! tem jangada no mar; Eh! eh! eh! Hoje tem arrastão; Eh! Todo mundo pescar; Chega de sombra, João Jovi; Olha o arrastão entrando no mar sem fim; É meu irmão me traz Iemanjá prá mim; Minha Santa Bárbara me abençoai; Quero me casar com Janaína; Eh! Puxa bem devagar; Eh! eh! eh! Já vem vindo o arrastão; Eh! É a rainha do mar; Vem, vem na rede João; prá mim; Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim; Nunca jamais se viu tanto peixe assim... CLARA NUNES - É DOCE MORRER NO MAR É doce morrer no mar; Nas ondas verdes do mar; Saveiro partiu de noite foi; Madrugada não voltou; O marinheiro bonito sereia do mar levou; É doce morrer no mar; Nas ondas verdes do mar; Nas ondas verdes do mar; meu bem Ele se foi afogar; Fez sua cama de novo no colo de Iemanjá; É doce morrer no mar; Nas ondas verdes do mar meu bem; É doce morrer no mar; Nas ondas verdes do mar meu bem... JOÃO GILBERTO/GILBERTO GIL EU VIM DA BAHIA Eu vim; Eu vim da Bahia cantar; Eu vim da Bahia contar; Tanta coisa bonita que tem; Na Bahia que é meu lugar; Tem meu chão, tem meu céu; Tem meu mar; A Bahia que vive pra dizer; Como é que faz pra viver; Onde a gente não tem pra comer; Mas de fome não morre; Porque na Bahia tem mãe Iemanjá; De outro lado o Senhor do Bonfim; Que ajuda o baiano a viver; Pra cantar, pra sambar pra valer; Pra morrer de alegria; Na festa de rua, no samba de roda; Nas noites de lua, no canto do mal; Eu vim da Bahia; Mas eu volto pra lá; Eu vim da Bahia; Mas algum dia eu volto pra lá... Fonte: http://iemanja.cjb.net/ Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Lenda da Saida de Yansã RUBENS SARACENI Há uma lenda, (não contada antes) que todos os orixás, quando receberam a ordem de Olodumaré de deixarem sua morada interior (centro gerador) e irem habitar na sua morada exterior (mundo manifestado), assim que saíram se depararam com inúmeras dificuldades pois, se na morada de Olorum podiam movimentar-se livremente, no exterior dele todos se sentiam pesados e seus movimentadores eram tão lentos que seus axés não fluíam e eles não conseguiam irradiá-los para onde queriam pois, se os projetavam, eles formavam um caos à volta deles. Então começaram a retornar à morada interior de Olodumaré para reclamarem dessa dificuldade, entre tantas outras que haviam encontrado para exercerem suas funções divinas de senhores portadores dos axés criadores dele, o Divino Criador! Mas, porque assim que saíram da morada interior de Olodumaré, faltoulhes tanto o movimento quanto as direções, eles não só tinham dificuldade para se moverem como não encontravam o caminho certo para voltarem até a morada dele. – Ogum gerava caminhos e mais caminhos para que pudessem voltar à morada de Olodumaré, mas faltava-lhe o axé direcionador de Yansã e seus caminhos conduziam a todos os lugares do mundo manifestado, mas nenhum deles conduzia à morada de Olodumaré. – Oxumaré tentava dar cores a esses caminhos mas suas cores não fluíam e à volta dele criou-se um caos multicolorido. – Exú criou animais e mais animais, mandando-os encontrar a morada de Olodumaré, mas mesmo os de faro apuradíssimo não conseguiam rastrear o caminho trilhados por eles e se perdiam no caos estabelecido no mundo exterior. – Omulú, vendo toda aquela confusão e a dificuldade de retornarem à morada interior de Olodumaré, paralisou todo o mundo manifestado com seu axé paralisador. – Oxalá parou de modelar mundos e seres para habitá-los pois todos ficavam amontoados à sua volta porque não só não tinham movimentos como ele não sabia como enviar cada mundo e seus habitantes para seus devidos lugares. – Xangô criava seus raios (axé das irradiações) mas, ao lançá-los, criava outro caos pois por falta de movimento e direcionamento, não só eles não iam para os confins do mundo exterior iluminando-o como não sabiam como chegar à morada de Olodumaré. – Oxossi atirava suas flechas mas elas ficavam paradas no meio do caos. Elas não encontravam seus alvos pois lhes faltava o axé direcionador que as conduziria até eles. E assim todos os orixás manifestados (ou designados por Olodumaré para administrarem sua morada exterior) começaram a clamar-lhe que os ajudasse a encontrar o caminho certo que os conduziriam de volta á sua morada interior, de onde regeriam os muitos aspectos da criação com seus axés. Mas os seus clamores não fluíam e se perdiam no caos à volta deles pois não só não tinham movimento, não saindo de suas bocas e permanecendo em suas mentes como, quando saíam, fluíam vagarosamente mas sem rumo (sem direção). Olodumaré, não recebendo notícias do paradeiro dos orixás e do que estavam fazendo na sua morada exterior que, se antes era vazio agora estava caótico, com axés e mais axés se misturando ou se anulando, enviou seu pássaro mensageiro até Orumilá para que este lhe revelasse o que estava se passando. Mas até Orumilá não conseguiu responder porque, também já se encontram no mundo exterior, para onde levou o axé das revelações que tudo revelaria a todos e sua voz não saia de sua boca. E quando jogou os seus búzios estes também nada revelaram porque eles não tinham movimento ou direção e suas jogadas se perdiam. Assim, quando o pássaro mensageiro soube o que estava acontecendo e quis retornar até Olodumaré para comunicar-lhe o que estava acontecendo, não conseguiu voltar porque os movimentos de suas asas eram tão lentos que não conseguia voar. E, além dessa dificuldade uma outra surgiu para ele, o pássaro mensageiro: não sabia que direção tomar para voltar à morada interior de Olodumaré. Olodumaré, vendo que nem o seu pássaro mensageiro voltava da sua morada exterior (o mundo manifestado) e vendo que até o caos estabelecido nele já não se movia por causa do axé paralisador de Omulú ter paralisado-o, chamou até seu trono o orixá responsável pelo axé refletor, axé que reflete o mundo interior, a morada de Olodumaré para o seu exterior (o mundo manifestado) e reflete o mundo exterior para o mundo interior (mundo imanifesto). E o orixá refletor responsável por esse axé de Olorum ativou seu mistério e Olorum começou a ver todo o seu mundo ou morada exterior e todos os orixás passaram a vê-lo também. Mas Olorum não ouvia o clamor dos orixás no seu exterior porque lhes faltava o movimento e seus clamores não saíam pelas suas bocas. E quando saíam, dirigiam para todos os lugares menos para Olorum pois lhes faltava o direcionamento. Então Olodumaré dotou seu orixá refletor de nove axés e enviou-o em auxilio dos orixás exteriorizados. Os nove axés são estes: 1º Axé: movimentador (axé das vibrações). 2º Axé: direcionador (axé das direções). 3º Axé: separador (axé que separa uns axés dos outros). 4º Axé: controlador (axé que controla a emissão de axés pelos outros orixás). 5º Axé: espelhador (axé que reflete tudo o que é pensado). 6º Axé: sonorizador (axé que torna audível todos os pensamentos e sentimentos). 7º Axé: cadenciador (axé que cadencia a tudo e a todos). espalhador (axé que espalha por todo o mundo manifestado os axés dos outros orixás). 8º Axé: espalhador (axé que espalha por todo o mundo manifestado os axés dos outros orixás). 9º Axé: combinador (axé que combina os axés dos outros orixás na proporção certa, evitando o caos). Olodumaré, após criar nove novos axés em seu orixá refletor, enviou-o à sua morada exterior em auxílio aos outros orixás. A esse orixá no qual engendrou nove novos axés Olodumaré deu-lhe o nome de Iyá Mesan (a mãe dos nove filhos). E então, toda esplendorosa, surgiu no mundo exterior Yansã (Iyá Mesan ou Iyá Avesan), que refletia toda a beleza da morada interior de Olorum para todos os orixás manifestados. Mas, se isto ela fazia por ser o orixá refletor dos dois mundos (o interior e o exterior) ela também refletia toda a feiúra do mundo exterior, mergulhado no caos. Ela refletia a angústia e a aflição dos outros orixás por não conseguirem se movimentar e não poderem direcionar seus axés em benefício da criação exterior de Olorum. A tudo ela refletia enquanto se movimentavas por toda a criação na sua dança frenética, durante a qual ela espargia para tudo e todos os seus nove axés. E os outros orixás, vendo Yansã dançar sem parar e espargir seu axé que dava-lhes movimento, direção, separava os axés, etc. começaram a dançar atrás dela, cada um ao seu modo. E assim, com cada um dançando a sua dança já com seus passos cadenciado pelo axé cadenciador que ela estava enviando-lhes, eles começaram a espargir (emanar) seus axés de forma controlada, dando forma ao caos. E os mundos começaram a tomar formas as mais diversas possíveis, refletindo em cada uma delas a beleza e harmonia da morada interior de Olorum, que passaram a existir também na sua morada exterior. Dos olhos de Yansã, como se fossem dois espelhos, saíam raios que iluminavam os olhos dos outros orixás que também passaram a refletir por eles o mundo interior (a morada interior de Olodumaré). E onde os orixás pousavam seus olhos enquanto dançavam suas danças, ele ali começava a ser refletido e os seres ficavam encantados pela beleza e harmonia da morada interior Dele e começavam a desejar retornar para Ele imediatamente pois, mesmo vendo a beleza e harmonia do mundo manifestado e tendo nele tudo o que precisavam, ainda assim desejavam retornar porque sabiam que esse mundo exterior é só um reflexo do mundo interior, onde Olorum reside. E, aí, nesse tempo quando o tempo Página -23 ainda não existia, surgiram os seres encantados, os que através da dança dos orixás começam a desejar retornar à morada interior do Divino Criador Olorum. Yansã, vendo esse desejo refletido nos olhos dos filhos de Olorum gerados no seu exterior, chamou para si o dever de reconduzi-los à morada interior e passou a ser chamada de senhora dos Eguns (dos espíritos) pelos outros orixás. E Yansã criou a dança dos Eguns e deu a um dos seus nove filhos (seus nove axés) o nome de Egungun (a alma dos espíritos) em cujos olhos (espelhos) são refletidos todos os pensamentos. E na sua dança (o axexe) um outro filho de Yansã portador do axé separador, dança atrás de Egungun e vai separando os Eguns verdadeiramente encantados pela beleza e harmonia da morada interior de Olorum dos que, fascinados pela ilusão de encontrarem no mundo interior o que não viram no mundo exterior, só querem fugir dele sem ainda estarem refletindo nos seus olhos a beleza e a harmonia existentes na morada de Olorum. A estes, Yansã reservou-lhes o vazio, onde morada alguma existe, para que eles reflitam em si mesmos a ausência da beleza e da harmonia existentes na morada de Olorum. Assim, vendo a si mesmos, se horrorizem com sua feiúra e desordem interior e começam a desejar retornar ao mundo exterior (reencarnar) para que possam encontrar-se nele e descobrirem-se refletores Dele para os seus semelhantes, tornando-se cada um, um caminho de volta ao interior do nosso Divino Criador Olorum. E os outros orixás, vendo a dificuldade dos eguns em retornarem à morada interior de Olorum e, lembrando-se de que Yansã, dançando e dançando, devolveu-lhes os movimentos e o senso de direção que lhes permitiu assumirem suas funções no mundo manifestado, se compadeceram do sofrimento e das dificuldades deles e concederam-lhes o direito de, dançando suas danças sagradas, começarem a vislumbrar o mundo interior e descobrir por si e em si mesmos a existência dele. Também prometeram ensinar-lhes como separarem-se do mundo exterior sem sair dele e espelhando Olorum cada vez mais em seus olhos, pensamentos, ações, movimentos e palavras, chegarem até Ele por um caminho luminoso, belo e harmônico. E todos se comprometeram diante de Yansã a ajudá-la nessa tarefa árdua de reconduzir todos os eguns à morada interior de Olorum. – Ogum prometeu abrir quantos caminhos se fizerem necessários para eles. Inclusive, assumiu o compromisso de abrir um caminho para cada um. E com essa promessa de Ogum, cada egum passou a ter um caminho próprio para que chegue por conta própria à morada interior de Olorum. – Omulú prometeu acolher em seus domínios todos os eguns, para facilitar a árdua tarefa de Yansã pois ali, nos domínios dele, ela separaria mais facilmente os encantados dos desencantados. E assim os eguns passaram a ter uma morada coletiva mas transitória, que são os cemitérios. – Obaluaiyê, que é o dono do axé que abre passagens entre os mundos, prometeu abrir uma passagem para cada egum que queira retornar para o mundo interior onde reside Olorum. – Exú, com seu axé confundidor prometeu ajudá-la na sua árdua tarefa confundindo os eguns desencantados, fazendo parecerem luminosas as passagens escuras. E assim surgiram os enganos. – Pomba-gira prometeu a Yansã que tentaria todos os eguns que, assim, tentados pelas coisas ilusórias do mundo exterior, se voltariam mais rapidamente para o mundo interior existentes neles mesmos e se desencantariam das tentações que os afastam mais e mais da morada interior de Olorum. E assim surgiram os desejos! – Oxumaré prometeu a Yansã que, com seu axé das cores daria uma cor específica e luminosa a cada um dos eguns já encantados e não daria cor alguma aos desencantados, facilitandolhe a separação deles. E assim surgiu as cores dos eguns encantados e ausência de cores nos Eguns desencantados. – Oxossi, que é o orixá supridor de alimentos para os que vivem na morada interior de Olorum prometeu a Yansã que supriria todas as necessidades alimentares da alma dos encantados e não deixaria faltar o mínimo indispensável aos desencantados para que eles sobrevivam até descobrirem em si mesmos o caminho, a porta e a cor luminosa que os conduzem ao mundo interior, onde reside Olorum. E assim surgiu o autoconhecimento e a conscientização. – Xangô prometeu a Yansã usar o seu axé energizador para dar força a todos os encantados pois assim mais rapidamente retornariam ao mundo interior. E também prometeu-lhe que tiraria toda a energia dos que, totalmente voltados para o mundo exterior, estarão se afastando mais e mais do caminho luminoso que os reconduz à morada interior onde reside Olorum. – Oxalá, senhor do axé das formas, prometeu a Yansã dar formas belíssimas e luminosas aos encantados e a dar formas horrorosas e sombrias aos desencantados, facilitando a separação deles em sua árdua tarefa de reconduzir os encantados pela beleza e harmonia existentes na morada interior onde reside Olorum. E assim surgiram as formas encantadoras e luminosas e as feias e horrorosas. – Oxum, senhora do axé conceptivo, prometeu a Yansã que a ajudaria em sua árdua tarefa tornando produtivos e afortunados os encantados e tornando estéreis e desafortunados os desencantados. E assim surgiram a riqueza e a pobreza no mundo exterior. E, de um em um, todos os orixás, agradecidos a Yansã por ela ter-lhes dado os axés indispensáveis para que eles pudessem criar o mundo exterior a partir do caos estabelecido, todos prometeram ajudá-la na sua árdua tarefa de reconduzir todos os eguns de volta à morada interior, onde reside Olorum, e que está localizada no íntimo de todos nós, sejamos espíritos ou orixás. Texto retirado do Livro do Autor, “Lendas da Criação” - Editora Madras Página -24 São Paulo, Dezembro de 2005 Jornal de Umbanda Sagrada MÃE ZILMÉIA DE MORAES: 91 anos de Umbanda ALEXANDRE CUMINO Na solenidade de lançamento do projeto “Vozes da Umbanda”, Mãe Zilméia de Moraes, acompanhada por Marcelo Fritz, presidente do ICAPRA, e seu genro Carlão, esteve presente a Capela Ecumênica da UERJ no dia 14 de novembro 2005, para dar um depoimento sobre sua vida, e suas experiências enquanto umbandista, e como filha do fundador da Umbanda, Zélio Fernandino de Moraes. Foram convidados para estar ao seu lado neste depoimento, Pai Ronaldo Linares, presidente da FUGABC e responsável pelo Santuário Nacional de Umbanda; professor José Beniste e Mãe Maria das Graças, da Casa Branca de Oxalá em Minas Gerais. Sempre bem humorada, sorridente e muito disposta para seus 91 anos de idade, Mãe Zilméia foi recebida em meio a aplausos e muito carinho pelas centenas de pessoas que lotaram a Capela. Seu depoimento foi dividido em cinco partes: Origens, Formação Religiosa, Criação da Umbanda, Vida Social, Centros e Tendas. Mãe Zilméia deu início a seu depoimento esmiuçando detalhes importantes e curiosos de sua infância e ALEXANDRE CUMINO Como sempre, a Festa do Exu Rei Tiriri foi linda demais, com muita vibração positiva e um show de organização. Pai Varela, dirigente da Federação Umbandista Reino dos Orixás e Templo Espírita de Umbanda Mestre Tupinambá, está de parabéns por realizar a tantos anos esta festa em homenagem a seu Guardião. A festa se divide em três partes: uma interna no Templo, outra na Encruzilhada, e o encerramento com uma grande churrascada para que todos comam e bebam a vontade em homenagem ao Exu do convívio com seu pai. Nascida no dia 28 de setembro de 1914, nas dependências da residência da família Moraes, onde funcionava a tenda Nossa Senhora da Piedade, é a terceira dos quatro filhos de Zélio, (Zélia, Zélio Filho, Zilmeia e Zarci de Moraes) e a única que ainda está entre nós. Desde bem pequena assistia às sessões, e desde os dez anos começou a participar dos trabalhos e acompanhar seu pai. Pouco brincava na infância, dedicava-se aos estudos, a música e ajudava a cuidar dos necessitados que seu pai trazia para dentro de casa. Lembrou-se das historias que cercam a Fundação da Umbanda e a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas através da Família Moraes. Confirmou a tão conhecida história de que pai em meio a “ataques” teria passado por um médico e um padre, parente seu, e nos revelou o que poucos sabem: “Vovó, (mãe de Zélio) desesperada, levou papai a uma rezadeira de nome Cândida, e ela disse que o espírito que o acompanhava tinha uma luz muito forte, e muita caridade iria fazer, mas que doença ele não tinha.” Contou ainda alguns eventos curiosos, como o dia em que a tenda pegou fogo e ela foi correndo salvar a imagem de São Benedito e pediu socorro a um médium da casa, chamado Aristóteles, que trouxe o Corpo de Bombeiros. Sempre sorrindo, contou aos Rei Tiriri, que recebe esta festa anual como agradecimento voluntário daqueles que ele ajudou durante o ano. A presença do Exu no salão do Terreiro, na Encruzilhada e na Festa é o ponto alto do evento. Sua atenção é muito disputada por todos que desejam lhe dar um abraço, pedir sua proteção ou mesmo agradecer algo que já tenha recebido. Pai Varela trabalha no Templo como em um culto coletivo: Todos rezam juntos e fazem seus pedidos. O Guardião se manifesta passando uma mensagem aos presentes e distribuindo guias e presentes que um delegado de polícia, que se chamava Paulo Pinto, vinha perseguindo e fechando os terreiros da região. Até que certo dia, chegou às portas da Tenda Nossa Senhora da Piedade. Mãe Zilméia, carinhosamente chamada de carneirinho pelos guias espirituais, foi informar o preto velho, Pai Antônio, que estava em terra durante dele, e, a partir daí, e nos conta que “o doutor Paulo Pinto ficou amigo nosso, freqüentando as sessões.” Com muita simplicidade, lembrouse que Zélio certa vez foi chamado para ver um rapaz recém desencarnado, e que ele escolheu 7 médiuns para acompanhá-lo. Chegando lá, foi realizado um trabalho espiritual, e o rapaz se levantou. uma sessão de trabalhos, e ouviu dele as seguintes palavras: - Deixa ele entrar. O delegado, um sujeito que ela descreveu como “gordão e forte”, entrou, deu dois passos e caiu esticado no chão. Diante disso, Pai Antônio disse: - Carneirinho, deixa que ele logo se levanta. O coração de Mãe Zilméia batia na garganta, com medo que ele tivesse morrido. Pai Antônio mostrou a força Lembrou-se do episódio em que certa vez um médium quis expulsá-la da Tenda Nossa Senhora da Piedade. Ela disse ter perguntado a esta pessoa se ele não se lembrava de que ela era filha carnal de Zélio, o fundador da Tenda, ao que ele respondeu: “Sei. Mas quero a senhora fora daqui”. Após boas risadas do público, que questionou qual teria sido a sua atitude, ela concluiu: “Eu me retirei, não brigo com ninguém”. outros elementos consagrados em sua força. O médium Rubens Saraceni recebeu uma estátua de bronze das mãos do Exu, pois há muitos anos se conhecem, e Tiriri conhece a luta deste irmão para mostrar quem são os Guardiões da Umbanda. Na Encruzilhada, todos se reuniram em torno de uma grande oferenda, que Exu Tiriri circundou com pipocas, e na seqüência todos receberam velas bicolores. Depois de uma oração feita por Rubens Saraceni ao Orixá Exu e ao Exu Rei Tiriri, todos acenderam suas velas formando uma imagem que não é possível esquecer, tamanha a beleza e a fé depositada neste Guardião. Esta parte dos trabalhos foi encerrada com uma grande queima de fogos que comemorou mais um ano de trabalhos deste Exu tão querido das pessoas. O Grupo Aruanã se apresentou no churrasco que aconteceu a seguir. Foi mesmo uma festa e tanto, que mostra o amor dos umbandistas por Exu, e quanto Exu é bom e trabalha para o bem, nos instruindo a andar no caminho da Lei e nos dando sua proteção. Laroyê Senhor Exu Rei Tiriri! Obviamente, os trabalhos na Tenda Nossa Senhora da Piedade não prosperaram durante este período, e Mãe Zilméia para lá retornou e reassumiu seu lugar de direito, e até hoje preside este Templo. O professor José Beniste ressaltou que Leal de Souza, jornalista que escrevia no Diário de Notícias, era contrário ao Espiritismo e a Umbanda, e após conhecer Zélio de Moraes tornou-se dirigente da Tenda Nossa Senhora da Conceição e escreveu o primeiro livro de Umbanda que foi publicado em 1933, intitulado “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda”. Ao ser perguntada sobre o que tem lhe traz saudades, Mãe Zilméia respondeu: “Tenho saudades das conversas com o Chefe, o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Naquele tempo, infelizmente, não haviam estes aparelhos (câmeras de filmagem e gravador). Esta vida que estamos levando nestes tempos, eu já sabia que nós íamos passar, por que o Chefe já havia os havia predito”. Durante o encerramento do depoimento de Mãe Zilméia, Marcelo Fritz revelou aos presentes que ela conhece de cor mais de 600 pontos cantados de Umbanda, assim, pediu-lhe para que cantasse no encerramento do evento. Esta foi uma tarde muito agradável onde pudemos ouvir um bate papo bem descontraído com Mãe Zilméia de Moraes e que ficará em nossas memórias para sempre sua simplicidade e amor pela Umbanda. Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Página -25 Parabéns Umbanda 97 anos em grande estilo POR MARCELO FRITZ O ICAPRA -Instituto Cultural de Apoio e Pesquisa às Tradições Afro, realizou no último dia 15 de novembro, Dia Nacional da Umbanda, o Parabéns Umbanda, evento que em 2004 deu o pontapé inicial rumo ao centenário dessa tradição. Este ano além da grande noite do dia 15, onde ocorre a entrega da Medalha Zélio Fernandino de Morais precursor da Umbanda, a notáveis da cultura popular brasileira, o ICAPRA lançou no dia 14, o projeto “Vozes da Umbanda”, que visa imortalizar ícones da Umbanda através de depoimento, com uma parceria com o MIS - Museu da Imagem e do Som do Estado do Rio de Janeiro. Quem estreou a série de depoimentos foi Zilméia Morais Cunha, única filha viva do médium Zélio Fernandino de Morais. O depoimento ocorreu na Capela Ecumênica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ , onde Mãe Zilméia foi recebida com muitos fogos e louvores de campeões de festivais de Umbanda do Rio de Janeiro. Além de toda receptividade após o depoimento, Mãe Zilméia foi surpreendida com aproximadamente 20 homenagens de instituições do Rio e São Paulo, dentre elas: a Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro homenageou-a com uma placa; Tenda Mirim; Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino; Superior Orgão de Umbanda do Estado de São Paulo; TEOM - Tenda Espírita Ogun Megê; Templo de Oxossi; Casa de Pena Verde; Jornal de Umbanda Sagrada; IRMAFRO Irmandade de Cultura Afro Brasileira; Pai Jair de Ogun; entre outros. No dia 15 de novembro, o Scala, uma das maiores casas de espetáculos da América Latina ficou pequena para o número de adeptos, simpatizantes e representantes do Poder Público e privado que lotaram a casa. O evento teve início por volta das 20h. A expectativa era notória no público presente. A atriz global Mariah da Penha abriu o evento com a mensagem “As Sete Lágrimas de um Preto Velho” e, em seguida, uma voz “em off” agradeceu aos apoios e chamou o diretor do evento, Marcelo Fritz, que entrou sob muitos aplausos e dirigiu aos presentes uma mensagem que falava de amor, esperança, fé, compromisso e responsabilidade com a Umbanda, e encerrou se desculpando por alguns erros que o ICAPRA pudesse ter cometido nos seus seis anos de existência. “Sabemos que em seis anos erramos, mas quero que todos saibam, que todos os erros foram cometidos com o máximo empenho para acertarmos”, disse. “Nosso maior obstáculo, para mim, é a nossa vaidade. Que esta não seja maior que a nossa fé e compromisso com o futuro de nossas tradições”, concluiu. Entrou em cena a cia. Afrocirco, do grupo cultural Afro Reggae, que deu um show. Na seqüência, Marcelo Fritz entra e chama Mariah da Penha, e juntos, chamam Mãe Zilméia que entra para dar um brilho especial à festa e abençoar aquele encontro. Em seu discurso emocionado ela afirma: “Nunca pensei que viveria tantas emoções aos 91 anos.” Ela presenteou a todos cantando um ponto do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e em seguida chegou ao palco a Tenda Espírita Mirim para cantar o Hino da Umbanda que todos de pé acompanharam. A noite foi abrilhantada com a Cia. de Ballet Afro Ilê Ofé, de Charles Nelson; pelo Grupo Nosso Samba; Dominguinhos do Estácio, que após um grande show, chamou os cantores Dudu Nobre e Dicró para juntos cantarem o Parabéns para Umbanda, levando o público ao delírio. Mãe Zilméia subiu novamente ao palco e se confraternizou com o público emocionado. Os três cantores comentaram sua grande emoção em estar ali participando daquela benção. As curimbas foram comandas pelos ganhadores do Prêmio Atabaque de Ouro, criado pelo ICAPRA aos destaques dos festivais de Umbanda 2004, José Carlos de Oxossi (campeão de títulos); Marcelo Varanda (revelação); e Barravento (melhor curimbeiro). Também sacudiu o público com curimbas, o veterano, “au concur” em festivais de Umbanda, Tião Casemiro . Pai Jair de Ogun e Mãe Miriam de Oyá também prestaram uma homenagem a Umbanda. O cantor Gerson, o Tupã, do grupo de pagode Kilokura, também marcou presença fazendo uma homenagem especial a Mãe Zilméia. Outros momentos marcantes foram as entregas das medalhas Zélio de Morais, que foram intercaladas. Foram entregues ao Maestro Dalmo da Trindade Reis, de 94 anos, que fez a partitura do Hino da Umbanda; Pai Ronaldo Linares, presidente da Federação Umbandista do Grande ABC, criador e diretor do Santuário Sacional de Umbanda; Templo de Oxossi, comandado por Marcos de Oliveira; TEOM Templo Espírita Ogun Megê, comandado por Jorge Correia; Casa de Oxalá (MG) comandada por Maria de Omolú e Solano; Pai Jobi de Ogun; Mãe Kanabogy; Marques Rebelo, editor responsável da Revista Espiritual de Umbanda; Deputada Federal Almerinda de Carvalho; e o cantor Dudu Nobre, que vestiu a camisa dando apoio ao evento, e afirmou: “Estou muito feliz com esta homenagem. No caminho que me encontro, se mexe muito com a vaidade, mas graças a Deus não sobe a minha cabeça. Sou feliz, lembrem de mim nas orações, todas as tradições precisam de respeito independente do caminho de cada um”. Outro momento chave, foi quando todos subiram no palco. Parceiros e apoios juntando um grupo de aproximadamente 100 pessoas, que se confraternizaram com o Grupo Nosso Samba que encerrou o evento, sob o protesto do público: “Por que acabou? Acabou por quê?” O diretor do evento, Marcelo Fritz, prometeu que ano que vem terá muito mais. “Esses movimentos são impor- tantes para mostrarmos ao Poder Público e privado que estamos dispostos a cooperar para a preservação e desenvolvimento dessas tradições que estão aí, no nosso cotidiano, en- raizadas na identidade brasileira. Sabemos das dificuldades, mas se não nos mexermos, o milagre não acontecerá”, concluiu. Marcelo Fritz Coordenador executivo do ICAPRA - Criador e diretor geral do Parabéns Umbanda Página -26 São Paulo, Dezembro de 2005 Jornal de Umbanda Sagrada Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 A hora da virada CASSIO RIBEIRO Há cerca de vinte anos atrás, eu li em algum lugar, uma frase sobre a vida. Não me recordo o autor, mas o fato é que nunca a esqueci: “A vida é um intervalo entre dois nadas”. Certamente que o pensamento do autor desta frase era de um cético. Se acreditarmos no que ele diz, então nossa existência aqui na terra, também é vã. Seremos mesmo nada após a morte? Éramos nada antes de nosso nascimento? Uma pessoa que responda afirmativamente a estes dois questionamentos, pode tornar-se um ser humano frio e calculista. Afinal se nossa razão de existir não tem sentido, para que respeitarmos regras de convívio social? Todos então poderiam fazer o que quisessem e tudo estaria certo... Definitivamente, jamais concordei com isso. Quando adentrei na Umbanda, estava mais do que convicto na exis- tência da vida eterna. Piamente acredito que todos nossos erros de hoje, repercutirão no futuro e mesmo erros do passado estão repercutindo hoje. Nossa existência é uma escola. Aprendemos com nossos erros e acertos. Infelizmente existem muitas pessoas incluindo algumas que se dizem Umbandistas, que parecem tendenciosas a desconsiderar as evidências da existência pós-morte. Sei que isso parece um grande contrasenso, e é! Afinal nossa religião trabalha com incorporação de espíritos diversos. Por princípio, então devemos admitir a continuidade da vida. Mas, alguns irmãos parecem ignorar o óbvio. Usam da espiritualidade, fingem incorporar ou mesmo incorporam baixos espíritos que se fazem passar por Guias de Luz e usando desse expediente, promovem a desagregação da família, o desrespeito as Leis Maoires. Não é raro vermos ditos médiuns, propondo-se, mediante pagamento a realizar trabalhos para amarrar pessoas, acabar com inimigos ou coisa parecida. Alguns teóricos dirigentes abrem suas casas, atraem incautos para servirem de filhos de santo/escravos, explorando a boa fé dessas pessoas, sugando-lhes tudo o que podem. Consternados, vemos irmãos que se pegam a falar mal de mem- bro do próprio terreiro, zombar deste ou daquele Guia, recusa-se a tornar passe com este ou aquele médium, apenas por não simpatizarem com o mesmo. Onde chegaremos com tudo isso? Impossível definir. Mas urge agirmos. Todo dirigente sério, deve começar a fazer uma análise imediata de seu terreiro. Detectando dentre seus filhos de fé e assistência, as pessoas que pregam o desamor, a desagregação e isolar imediatamente tais indivíduos. Procurar mostrar a esses irmãos o erro em que incorrem e tentar mo- Página -27 dificar suas atitudes. Se de tudo, for impossível demovê-los de seus atos, então a solução será expulsá-los de nossa casa. Afinal o velho ditado que diz que “uma maçã podre, faz apodrecer todo o cesto” é uma verdade incontestável. Cabe também as Federações Umbandistas, fazerem o mesmo em seu quadro de filiados. Expulsar os dirigentes espirituais que montam terreiros como meio de sobrevivência.Verdadeiras arapucas espirituais, comandados por Kiumbas travestidos de entidades. O momento é chegado: vamos promover uma verdadeira devassa em nosso meio. Cortemos na carne. Amparados pela espiritualidade, haveremos de sair fortalecidos. Optemos pela qualidade em detrimento da Caminhar com Amor RICARDO CHIORO E SENHOR DA LUZ PRATEADA É perdoar e sempre perdoar, para o ódio sempre afastar. Não ficar remoendo sentimentos de mágoa, opressão e injustiça. Afinal amor também é sentimento e como diz a lei da física, dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. O amor é grande demais e com estas emoções o amor não tem espaço. Quanto à mágoa, a opressão e a injustiça, tudo na vida ocorre por um propósito e em Deus de- vemos confiar. Mas que estes dizeres não sirvam de desculpa de alguém para saracotear outro. Da dor, devemos nos livrar e não carregá-la conosco. Devemos nos limpar de emoções ruins e assim nos livramos de estados de espírito ruins. Assim estaremos bem e podemos encontrar o paraíso que existe dentro de nós. E elevar o amor não somente ao seres humanos, mas aos animais, aos insetos, as plantas, aos átomos, as moléculas, as estrelas, aos planetas, a tudo mais que existe de bom e ao criador de tudo isso. quantidade. Se agirmos assim , estaremos de uma maneira definitiva, contribuindo para a evolução de nossa religião e conseqüentemente de nossos adeptos. Os que ficarem em nossas fileiras, certamente serão pessoas comprometidas com a evolução espiritual, tanto própria quanto a de consulentes, que acorrem ao pé de suas entidades. Preguemos e pratiquemos o amor, a solidariedade, a união, a prática da caridade, o respeito, a natureza e a vida. Busquemos a integração com outras religiões, a convivência pacífica e salutar. A construção de um mundo igualitário e justo. Mãos a obra Povo de Zambi !!! contatos: [email protected] Certas coisas não se amam, como o ódio, a luxuria, a ignorância de si mesmo, a ignorância sobre os demais, a soberba, o orgulho, a vontade de dominar os outros e etc. Porém, por mais que uma pessoa seja cruel, assassina, só pense em fazer coisas ruins com as pessoas, elas ainda tem algo de bom, que foi o que Deus criou. Claro que tudo isso não é fácil, talvez seja impossível de inicio, mas tudo posto em prática se desenvolve. Precisamos ver o que estamos fazendo que está dando certo e o que não está, acreditar em nós mesmos, na força máxima do amor e ter paciência. Página -28 São Paulo, Dezembro de 2005 Se você bate palma porque todo mundo bate, bate cabeça porque todos batem, canta porque todos cantam, faz oferendas porque todo mundo faz, e quando alguém lhe pergunta sobre sua religião, envergonha-se, pois não sabe o que dizer, É HORA DE AGIR! não A teoria ui a it t s sub , prática E! C E R A L ESC Agenda TEMPLO DA LUZ DOURADA de Cursos TEMPLO DE DOUTRINA UMBANDISTA “PAI OXALÁ E PAI OGUM” CURSO DE FORMAÇÃO DE MÉDIUNS UMBANDISTAS: ERVEIRO DA JUREMA CURSO DE ERVAS: Vivência de manipulação ritualística Ministrado por Adriano Camargo MÓDULO I (BÁSICO): Curso Prático e Apostilado O tradicional encontro com o vegetal. Um fantástica viagem pelo história, botânica e uso das ervas dentro das religiões em todas as épocas. As ervas e os Orixás. Desmitificando o uso das ervas. MÓDULO II ÁGUAS E ERVAS A prática da magia natural, o uso dos elementos líquidos (águas, álcool, azeite, etc), preparo prático dos banhos e das águas de cabeça (amacis) Venha para esse fantástico encontro com as águas e seu uso com as ervas. (Somente para quem já fez o Módulo Básico). Cursos em São Paulo (capital), ABC e Interior Informações e Inscrições: (11) 4177-1178 - 9128-4172 [email protected] CEIE - CENTRO DE ESTUDOS INICIÁTICOS EVOLUÇÃO Inscrições abertas para os cursos: • DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO DA LINHA CIGANA COM ESTUDO DA TRADIÇÃO E RITUAIS • ORIENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO com Teologia • FORMAÇÃO DE COMANDANTE CHEFE DE TERREIRO • CURIMBA E ATABAQUE • ROMANI (Dialeto Cigano) • DANÇA CIGANA • DANÇA DO VENTRE • FLAMENCO • BARALHO CIGANO • NUMEROLOGIA CIGANA • QUIROMANCIA (Leitura de Mãos) • CONCHITA Roupas Ciganas: Saias, Xales e Camisas. Pça Joaquim Alves, 01 - Penha São Paulo - SP (próx. ao metrô Penha) 6191-6608 / 6225-1017 Visite nosso site: www.ceie.com.br E-Mail: [email protected] Jornal de Umbanda Sagrada Teórico: Orixás, o mito Exú e todas as entidades Prático: Desenvolvimento Mediúnico, manifestação de Caboclo, Preto Velho, Exu, Pomba Gira, etc. Com desenvolvimento e prática do transporte mediúnico e visita a um ponto de força. Segundas-feiras das 20h00 às 22h00 Sábados das 14h00 às 16h00 Ministrante: Mãe Mercedes CURSO DE AUTO-AJUDA: Duração: 2 meses Início: 30/01/2006 Segundas-feiras das 20h00 às 22h00 Ministrante: Alexandre Ximenes Informamos a todos que nossas atividades de 2005 se encerrarão no dia 17 de Dezembro e serão retomadas no dia 07 de Janeiro de 2006. DOUTRINA E CULTURA UMBANDISTA Ministrantes: Monica Berezutchi e Cecília Martin PORTAL DE LUZ DO PAI OBALUAIÊ Ministrantes: Monica Berezutchi e Cecília Martin NÚCLEO DE CURIMBA TAMBOR DE ORIXÁ Ministrante: Severino Sena ERVAS SAGRADA NA UMBANDA Ministrantes: Marcelo Berezutchi e Cecília Martin SACERDÓCIO DE UMBANDA SAGRADA Inscrições para JANEIRO 2006 Sábado à tarde - Duração 30 meses Ministrante: Monica Berezutchi DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO Ministrantes: Marcelo e Monica Berezutchi TURMAS ABERTAS TEOLOGIA DE UMBANDA SAGRADA Ministrante: Monica Berezutchi e Cecília Martin Estes cursos visam o seu crescimento espiritual e físico, transformando sua espiritualidade através de conhecimentos simples em Dons Divinos. Av. Vila Ema, 2468 - Vila Ema - SP 6102-4087 - após 14h30 c/ Myrela Visite nosso site: www.luzdourada.org.br E-Mail: [email protected] Encerraremos nossas atividades de 2005 no próximo dia 02 de Dezembro e a partir de 27 de Rua Tietê, 600 – Vl. Vivaldi Janeiro atenderemos no nosso novo endereço AV. VILA EMA, 3595 – VILA EMA - SP Rudge Ramos - S.B. do Campo (11) 4365-1108 A partir das 13h00 TAMBOR DE ORIXÁ CURSO DE ATABAQUE COLÉGIO DE UMBANDA JUNDIAÍ (CURIMBA) TOQUE E CANTO MAGIA DAS OFERENDAS – MANIPULAÇÃO ENERGÉTICA Venha se aprofundar neste tema e aprender como extrair o prâna dos elementos naturais e utilizá-los de forma terapêutica no curso ministrado por Rodrigo Queiroz no dia 29/01/06 no Espaço Lua Branca, fone: 3663-3368. Informações no telefone: (11) 9685-1005 / 7395-8152 Com Severino Sena, há 13 anos formando Ogãs e Instrutores. NOVAS TURMAS! HOMENS E MULHERES!!! Esta é a sua oportunidade de aprender canto e toque na Umbanda, para guias e Orixás!!! SEM TAXA DE MATRÍCULA E APOSTILA GRÁTIS Toques: Nagô, Ijexá, Angola, Congo e Barra Vento [email protected] QUARTAS-FEIRAS, DAS 19H20 ÀS 22H30 CEIE - CENTRO DE EST. INIC. 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Turma de terça-feira das 20:30 as 22:30h Assista uma aula gratuitamente. P M IPROGRAMA MEDIÚNICO INTENSIVO Teologia + Desenvolvimento + Sacerdócio Conteúdo desenvolvido para atender aqueles que querem atuar com mais intensidade na religião! Duração: 24 meses - Assista uma aula gratuitamente Turmas de quinta-feira às 20h30 ou aos sábados das 10h30 às 12h30 AULA DE BENZIMENTO ÚLTIMA TURMA DO ANO!!! Sábado, 17 de Dezembro às 18h00 Todos os cursos são ministrados por JORGE SCRITORI que é a Terceira Geração de Sacerdotes na Fundação Cacique Cobra Coral Av. 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TAROT EGÍPCIO - Ministrado por Fernando Carvalho Curso Tarde/Noite - Duração: 3 Meses BARALHO CIGANO - Ministrado por Fernando Carvalho Tarde e Noite - Duração 3 Meses REIKI I, II e III - Ministrado por Augusto Henriques Cursos Sexta à noite e aos Finais de Semana CURSO DE ERVAS - Ministrado por Adriano Camargo Vivência de Manipulação Ritualística - (Aula ùnica) Sábado ou Domingo das 9h00 às 18h30 NOVA TÉCNICA BARALHO CIGANO de 1 dia inteiro (aos domingos) -Ministrado por Augusto Henriques E ainda à sua disposição: • Cabalas e Mandalas • Reflexologia • Reiki • Massagem Energética • Geoterapia • Ofurô • Cromoterapia • Búzios • Cartomancia Rua França Pinto, 421 - Vila Mariana Entre o metrô Ana Rosa e Vila Mariana 5081-7878 / 5904-2124 PORTAL DO ARCANJO MIGUEL TEOLOGIA DE UMBANDA SAGRADA MINISTRADO POR: FERNANDO SEPE FORMANDO TURMAS - INÍCIO EM FEVEREIRO PARA SÁBADO DE MANHÃ E SEGUNDAS À NOITE Rua Clodomiro Amazonas, 520 Tels: 3078-2531 / 3168-7151 ELIXIR DE CRISTAIS Ministrado Por Angélica Lisanty - Apostilado INÍCIO 21/01 - SÁBADO - Das 14h00 às 19h00 FLORAIS DE SAINT GERMAIN INÍCIO 22/01 -DOMINGO - Das 9h30 às 18h00 Apostila e Certificado - Ministrado por Maria Emilia NUMEROLOGIA - CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO INÍCIO 18/01- 8 encontros Quartas Feiras - Das 14h30 às 16h30 Ministrado por Darlene Maldonado www.espaçocristalino.com.br / www.litoterapia.com.br Ligue e informe-se: (11) 5182-2122 SÁBADOS DAS 14H00 ÁS 16H00 VOCÊ NÃO TEM NADA A PERDER!!! Assista a uma aula gratuita e avalie se vale a pena estudar FORMANDO TURMA: Quintas-Feiras das 20h30 às 22h30 INTERESSADOS DEVERÃO RESERVAR VAGAS ATRAVÉS DO TELEFONE: (11) 5072-2112 PORTAIS DE LIBERTAÇÃO - Início 15 de Janeiro Ministrado por Ortiz Belo de Souza Domingos das 10h00 às 12h00 - Duração: 2 Meses Este curso visa o aprimoramento e abertura de faculdades especiais, tais como: Percepção extra sensorial; Aprimoramento e aprendizagem na manipulação de poderes mediúnicos; Iniciação aos poderes dos Portais; Desdobramento consciente; Tratamentos de saúde através da espiritualidade; Iniciação para orientação espiritual; Aproximação de poderes adormecidos; Vivência e manipulação de pedras e outros WORK SHOP: A ASTROLOGIA E OS ORIXÁS 15 de Janeiro - Domingo - das 14h00 às 16h00 Ministrado por Patrícia Ungarelli Básico para todos aqueles que tem interesse em conhecer essa maravilhosa ciência milenar, compreender o que é um mapa astral, os signos, as casas e suas representações, o triângulo da vida, as energias planetárias, as casas terrestres e seus aspectos. É voltado ao seu autoconhecimento e seu autoentendimento, para aprendermos a usar melhor o grande potencial que a vida nos deu. CABALA HEBRAICA - (Magia Judaica) Início 16 de Janeiro - Ministrado por Ras Adeabo Segundas Feiras das 20h30 às 22h30 1. O Caminho do Conhecimento: Rabbi Schimon Bar Yochai, Moisés, Salomão e os primeiros cabalistas. Zohar: a Bíblia da Kabbalah e os Grimórios Mágicos. Magia Judaica na Bíblia. 2. O homem e suas várias almas. Incorporação e mediunidade segunda a Cabala. Uma visão cabalística das doenças e suas causas. 3. Magia Judaica: Talismãs e Amuletos na Bíblia. Espíritos e Demônios na Cabala. Os Anjos, Gênios e outros Mensageiros de Deus. O Golem de Praga. 4. Como praticar a Cabala. Círculos Mágicos, Velas e instrumentos mágicos espada, adaga e bastão de poder. CRISTAIS E OS ORIXÁS - Metafísica dos Orixás Início 19 de Janeiro - Duração: 2 meses Quintas Feiras das 20h30 às 22h30 Ministrado por Angélica Lisanty A relação dos 14 Tronos, Orixás com os cristais e pedras em geral. FORMANDO TURMAS PARA DOMINGO WORKSHOP: BENZIMENTO MINISTRADO POR JORGE SCRITORI O Benzimento se dá no conjunto de rezas, na formulação de garrafadas, seja de proteção ou de dosagem, existem Benzimentos para proteção de casas, crianças, animais de estimação, plantas, proteção do corpo e de espírito. A teoria não substitui a prática, esclarece! Através da teoria, você passa a conhecer profundamente a sua religião. Página -30 São Paulo, Dezembro de 2005 Espaço do Erveiro ADRIANO CAMARGO Salve turminha das ervas. Chegamos ao final do ano e vejo tanta gente dizer: Puxa, como passou rápido... Puxa, o ano voou... Já chegou o Natal... etc, etc, etc. E aí? O que você fez durante esse ano? Pra qual direção você focou sua energia? Quero aproveitar esse momento de reflexão para chamar a atenção para um efeito interessante. Vejo dentro dos vários terreiros que conheço, uma porção de gente gastar uma energia danada pensando e tentando entender como os chefes (dirigentes, mães e pais de santo, etc) pensam. O que se passa pela cabeça deles para tomarem decisões que nem sempre são compreendidas pela maioria. E ao mesmo tempo, esses dirigentes ficam tentando entender os porquês do comportamento de alguns médiuns e participantes. Enfim, todos os dias o que cada lado vê é o comportamento que cada lado demonstra. Como numa empresa, o comportamento do dirigente determina o comportamento da equipe e seu resultado. É fácil dizer que quando algo não dá certo, a culpa é da equipe. Mas o dirigente é sim o responsável pela equipe e seu resultado. Como disse, numa empresa se alguma pessoa da equipe destoa, é simplesmente demitida, mas como fazer isso numa casa de caridade? Como dizer para um integrante, mesmo que tenha “pisado na bola”, que ele está demitido? Cabe aí a máxima da religião: “Amor e Caridade” também é Sinceridade, Honestidade, Transparência. Fale, converse, ouça e peça para ser ouvido. Abra o coração, e mesmo que não seja compreendido imediatamente, passe adiante seu sentimento. Amor e Bom Senso acima de tudo. Vivemos num mundo onde é pregado que ser desonesto é legitima defesa. Até onde nosso comportamento concorda com isso? Qual a reputação que você e sua casa querem? Seja consistente, deixe suas boas ações e seu coração justo, seus princípios e valores, te guiar TODOS OS DIAS, e verá como naturalmente, as pessoas à sua volta se voltarão a você pelo que você é. Dia desses, ouvi a reclamação de um irmão de fé, dizendo que na casa em que trabalha não é permitido o uso de banhos diferentes dos que o chefe recomenda. E ele usa apenas 3 ervas. Eu respondi o seguinte: se você está bem na casa; ela é o ponto de sustentação da sua religiosidade, e seu espírito está se sentindo bem assim, CONTINUE! Não é a doutrina acerca de um banho de ervas que irá destruir você ou tornalo pior que outro. Mas se seu espírito clama por algo mais, pela busca do conhecimento, se você gostaria sim de conhecer outros elementos que fazem parte do ritual de Umbanda Sagrada, banhos e defumações com outras ervas, quebrar conceitos de Ervas e Orixás, então deixe claro aos dirigentes sua intenção. Diga que gostaria de conhecer mais e veja a resposta. Analise com o coração e se sentir que está sendo vitima do egoísmo e da falta de bom senso e boa vontade, pese com cautela as conseqüências. O que vale mais: o comodismo ou a alegria de alimentar o espírito com o conhecimento? Tome suas decisões. Vamos à nossa famosa receita de banhos e defumações para o final de ano. Minhas recomendações para esse ano é fazer o trabalho em 3 etapas: limpeza, equilíbrio e abertura de caminhos / prosperidade. Lembre-se que podemos nos banhar e banhar nossas casas também. Com o mesmo preparo, passe no chão da casa com um pano novo ou apropriado para isso, passe também nos batentes das portas e janelas. Comece no dia 29 de Dezembro, seu ritual de limpeza. Banhos e defumações para a casa e para as pessoas que moram na casa. Para a casa, de preferência feito às 6 horas da tarde, e para as pessoas, antes de dormir. Ervas para limpeza: Arruda, Guiné, Pinhão Roxo, Casca de Alho, Casca de Cebola, Losna e Menta. No dia seguinte, 30 de Dezembro, faça o equilíbrio energético das pessoas e do local, procedendo da mesma forma, com as ervas a seguir. Ervas para equilíbrio Jornal de Umbanda Sagrada energético: Alfazema, Pitanga, Levante, Samambaia, Cipó Caboclo, Alecrim e Assa-Peixe E finalmente no terceiro dia, 31 de Dezembro, durante a tarde defume sua casa com um bom preparo de sete flores: Macela, Calêndula, Rosas Branca – Amarela – Vermelha, Jasmim e Camomila. E faça um banho com essas mesmas ervas antes da virada do ano. Decore sua mesa de reveillon com ervas atratoras de boa sorte e prosperidade: Pitanga, Romã, Ameixa, Flores Amarelas, Anis Estrelado, Arroz Cru, Louro (esse não pode faltar), Laranjeira, etc. Esse preparo é bastante energético e traz alegria ao espírito. Pra entrar o ano com os dois pés direitos! Vale lembrar que todas essas ervas podem ser encontradas no “Ervas da Jurema Produtos Naturais”, e nos seus revendedores credenciados. E, maiores detalhes desse e outros preparos e formas de rezas e benzimentos, no livro de bolso: “O Poder das Ervas” , Editora Panorama e de minha autoria. É isso ai turminha boa. Muitíssimo obrigado pelo ano que passamos juntos, e aguardem novidade para 2006. Um ótimo Natal e um Ano Novo fantástico a todos! Saúde! O resto a gente conquista! Adriano Camargo/Erveiro da Jurema [email protected] www.ervasdajurema.com.br (11) 4177-1178 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL MANTÉM DIREITO DE RESPOSTA DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS CONTRA TV RECORD E REDE MULHER. A 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região indeferiu por unanimidade, na tarde de hoje, o recurso interposto pelas TVs Record e Rede Mulher contra a decisão da Justiça Federal de São Paulo que havia concedido direito de resposta coletivo ao Ministério Público Federal e a organizações da sociedade civil, em razão das reiteradas ofensas às religiões afrobrasileiras em transmissões da Igreja Universal do Reino de Deus, levadas ao ar nas duas emissoras. O direito de resposta foi pedido em ação civil publica ajuizada pela ex-Procuradora Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, CASA SÃO BENEDIT O BENEDITO O MAIS COMPLETO ESTOQUE DE ARTIGOS RELIGIOSOS FOGOS o Ano Inteiro (14) 3223-2552 Av. Rodrigues Alves, 3-60, Centro, Bauru-SP Eugênia Fávero, e pelas organizações CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade) e INTECAB (Instituto Nacional de Tradição e Cultura AfroBrasileira). Segundo a liminar, concedida em 12 de maio de 2005 pela Juíza Federal Marisa Cláudia Gonçalves Cucio, as duas emissoras deverão exibir, durante sete dias consecutivos, um programa-resposta de uma hora, no mesmo horário em que eram exibidos os programas da Igreja Universal, e também anunciar a transmissão do programa dos Autores ao longo de sua programação regular. O programa-resposta já foi gravado e amanhã os Autores da ação entregarão a gravação às duas emis- soras, para imediato cumprimento da liminar. De acordo com o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão Sergio Gardenghi Suiama, “a Justiça soube, mais uma vez, reconhecer que não há espaço na televisão brasileira para a intolerância e para o ódio entre as religiões”. “É inadmissível que uma seita use uma concessão pública de TV para demonizar religiões históricas brasileiras, com o objetivo de arrebanhar fiéis para sua igreja”, completou Suiama. Em 1996, um pastor da mesma igreja foi condenado pelo crime de vilipêndio, porque chutara, na mesma emissora, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, no dia de sua consagração. CASA 7 LINHAS Artigos Religiosos, Velas, Defumadores, Imagens, etc ... Fone (14) 3232-3876 Rua Gerson França, 2-28, Centro, CEP 17010-260, Bauru - SP O Benzimento POR JORGE SCRITORI O Benzimento é uma prática muito antiga, benzer significa tornar Bento ou Santo. Presente em muitas culturas, o benzimento, ganhou força no período da colonização junto aos imigrantes que aqui chegaram. Vale lembrar que os próprios Índios aqui já estabelecidos praticavam seus rituais de cura dentro de um conjunto de orações no seu próprio dialeto. No quadro dos colonos tínhamos duas classes predominantes no Benzimento: as parteiras e os benzedeiros. As parteiras eram as mulheres especializadas em partos, um bom parto se fazia rezando, enquanto os benzedeiros eram homens que tinham um dom de rezar e benzer seja com as próprias mãos ou seja com um objeto de sua preferência. O Benzimento atendia as necessidades mais precárias da população onde o acesso a um médico era muito restrito. O Benzimento se da no conjunto de rezas, na formulação de garrafadas, seja de proteção ou de dosagem, existem Benzimentos para proteção de casas, crianças, animais de estimação, plantas, proteção do corpo e de espírito. O bom Bento, ou seja, aquele que realiza o Benzimento, se torna uma ferramenta prática de auxilio ao próximo e a ele mesmo. Para um bom Benzimento não existe hora e nem lugar, não importa o dia e nem a Lua, o que importa é a força que o Bento usa na expressão e aplicação do verbo, pois benzer é fazer um jogo de palavras com poder de ação no etérico no físico. O Benzimento se aprende dentro de uma tradição na qual quem sabe e foi preparado ensina quem precisa, independente de crença ou religião. Sendo assim o Benzimento é livre a qualquer pessoa que queira aprender. Torne-se você também um Bento e venha descobrir a herança que os seus ancestrais lhe deixaram de presente dentro de você. contatos: [email protected] Nota de Alexandre Cumino: Gostaria de completar as palavras do Jorge, lembrando que ele aprendeu a benzer com seu avô, Sr. Ângelo Scritori, que além de ser um benzedor trabalhou durante 70 anos com o Sr. José Pelintra (Zé Pelintra). Espaço Bem Estar Roupas de santo, roupas para festas e ocasiões especiais Tudo para saida de Orixás Rua Fortuna de Minas, 367 Jd. Aricanduva Próximo ao Carrefour Aricanduva Tel / Fax: (11) 6781-2812 / 9643-6201 Jornal de Umbanda Sagrada São Paulo, Dezembro de 2005 Página -31 Distribuidora Tradição e qualidade, com o mais variado estoque em artigos religiosos e esotéricos em geral!!! A Luar importa a linha Jablonex, contas, miçangas, firmas, terços, vidrilhos e etc... Lojist a tabel peça já s u a de Dê pre preço a ferênc s!!! ia aos pro Qu d alidad e indis utos LUAR . cutíve l! ATENÇÃO! NOVO LANÇAMENTO! Tarot Luar Nas melhores casas do ramo. A LUAR Distribuidora estará em férias coletivas entre os dias 23/12/2005 e 09/01/2006. Deseja a seus clientes e amigos um Natal repleto de Paz e um Ano Novo de Sucesso e Harmonia. Visite a Luar na internet: www.luar.com.br A Luar despacha para Brasil e Exterior. Rua Bom Pastor, 2190 - Ipiranga / S.A.C.: 0800 700 88 00 (LOCAL) (11) 6163-6464 Lojistas e Clientes, a LUAR também distribui o Jornal de Umbanda Sagrada. 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