Ano 12 Ed 132 Mai 2011
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Ano 12 Ed 132 Mai 2011
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -2 O texto que se segue foi escrito em Maio de 2011 por inspiração do Caboclo Pena Branca que se aproximou numa destas manhãs para me passar informações e esclarecimentos sobre postura, comportamento devocional e gestual ritualístico umbandista. Definindo o quanto muda a relação de cada um com o “mistério”, com o sagrado, de acordo com suas atitudes durante o ritual, dentro da comunidade do templo. Afirmou que muito do que se manifesta por meio do “seu” mistério, “Pena Branca”, por exemplo está além de sua vontade e quem nem sempre pode ou tem licença/liberdade de corrigir ou orientar um comportamento que deve ser espontâneo. Pois ritualisticamente cada movimento traz chaves de acesso e abertura dos mistérios, o que acontece e deve acontecer muito naturalmente. O Ritual serve, entre outros propósitos, para regular os atos e atitudes diante da deidade, de seus mistérios, do sagrado e divino, em que por muitas vezes por meio da repetição ritualística o mais novo segue o mais velho, e na imposição da “regra” gestual (curvarse, cumprimentar, pedir a bênção, bater cabeça e outros) mesmo não compreendendo bem o sentido e a função do que está fazendo. Um iniciante pensando cumprir apenas uma formalidade recebe a energia, bênçãos e os mistérios que o “Alto” lhe EXPEDIENTE: Diretor Responsável: Alexandre Cumino Tel.: (11) 3441-9637 E-Mail: [email protected] Endereço: Av. Irerê, 292 - Apto 13 Planalto Paulista São Paulo - SP Diagramação, Editoração e Arte: Laura Carreta Tel.: (11) 8820-7972 Diretor Fundador: Rodrigo Queiróz Tel.: (14) 3019-4155 E-mail: [email protected] É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir para o engrandecimento da religião, divulgando material teológico e unificando a comunidade Umbandista. Consultora Jurídica: Dra. Mirian Soares de Lima Tel.: (11) 2796-9059 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião deste jornal. Jornalistas Responsáveis: Marcio Pugliesi - MTB: 33888 Wagner Veneziani Costa - MTB:35032 Alessandro S. de Andrade - MTB: 37401 As matérias e artigos deste jornal podem e devem ser reproduzidas em qualquer veículo de comunicação. Favor citar o autor e a fonte (J.U.S.). transmite e oferece pela atitude ritual. AFIRMA O SR. PENA BRANCA: “A quem me cumprimenta eu lhe cumprimento, a quem me pede a benção eu lhe dou em nome de Tupã (Deus) e dos Orixás, mas quem bate cabeça para o “Mistério Pena Branca”, que é algo maior que está acima de mim mesmo como individualidade, recebe algo que vem direto do mistério (Pena Branca). Abre-se um portal e o filho que curvou-se batendo cabeça de forma sincera, por sua humildade, amor e devoção recebe algo que podemos chamar de energia, força ou poder, mas que o correto seria chamar de mistério, o mistério se abre a quem se curva ao mesmo e se revela aos simples e dedicados filhos empenhados na tarefa mediúnica realizada em sintonia com os mesmos.” Ainda lhe questionei (ao Caboclo): “Mas o que importa não é o que sentimos, as divindades não nos olham de dentro para fora”? A resposta foi que “Sim” e é por isso que quando estamos a sós, diante de uma divindade e seu mistério o que conta é apenas o sentimento, no entanto quando estamos em uma comunidade não basta sentir, deve-se demonstrar por atos e gestos. “Pense e procure se lembrar o que sente enquanto está incorporado, tente lembrar a sensação, o que acontece vibratóriamente quando um filho, médium, cumprimenta, pede a bênção ou bate cabeça para mim (Caboclo Pena Branca), ou para outras entidades. Ao se curvar diante de mim, um espírito humano, o médium se curvou diante no mistério Pena Branca, ao qual eu sirvo e assumi como um grau conquistado na espiritualidade, ao qual me torna apenas mais um dos milhares de representantes de algo único, o mistério Pena Branca, ao qual respondo apenas como ‘Caboclo Pena Branca’”. Logo, Cumprimentar, Pedir a Benção ou Bater Cabeça, não é a mesma coisa e trazem chaves de abertura e acesso aos mistérios de guias e Orixás Sagrados em nossa religião. A humildade gestual, a atitude devocional, a obediência ritualística dá acesso a mistérios que de outra forma não se abririam em uma comunidade religiosa. Este modelo ritual é uma maneira de conduzir os mais novos, a exemplo dos mais velhos, numa atitude repetitiva, a sentir o que não se compreende e com o tempo saber que tudo tem uma razão e sentido de ser dentro de um ritual. E que com o tempo, com o passar dos anos o filho de umbanda vai adquirindo “merecimento ritualístico”, por sua postura interna e externa, trazendo no brilho dos olhos algo tão forte e profundo quanto suas marcas nos joelhos. Mas há, também, e sempre há, aqueles que embora dobrem os joelhos como todos os outros e recebam tudo que todos recebem, seu negativismo e ceticismo íntimos os impede de sentir ou desfrutar destes mistérios. São rasos, não tem profundidade ritual, pois não tem profundidade na vida ou em suas relações. Continuam pedindo, pedindo e pedindo o que já lhes foi concedido a tempos mas que não alcançam por questões de foro íntimo e que acaba sendo intrepretado como “merecimento” ou a falta de “merecimento.” No entanto, bastaria uma mudança interna para receber o que tanto almejam de energia, luz e vibração; mas mudanças internas não está em seus planos, logo continuarão em nosso meio pedindo mudanças externas e lidando com o sagrado como se fossem muletas para sua caminhada cega e automata. É preciso tomar consciência de que estamos vivos e que a vida por si só já é sagrada e não importa em qual condição estamos ou chegamos por aqui, nesta encarnação. No dia em que se sentirem parte desta verdade, também se sentirão tocados pelos mistérios e suas divindades que alcançam e envolvem todos que são realmente gratos à vida e a Deus por tantas oportunidades de crescimento e amadurecimento e em especial nos caminhos espirituais. contatos: [email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Quando falamos de vibração divina estamos nos referindo a um fluxo de ondas emitido por Deus e pelas suas divindades. A palavra vibração, aqui, assume um sentido especial para podermos comentar uma das bases da Criação, que tanto a sustenta como energiza permanentemente tudo o que Deus emana (os seres, as criaturas e as espécies). A sete vibrações aqui enfocadas formam o que denominamos setenário vibratório e cada uma delas flui em uma faixa ampla, infinita mesmo, alcançando tudo e todos, criando um espectro vibracional magnífico dentro do qual fluem tantas ondas de modelos diferentes (comprimentos), e uma não toca em nenhuma outra ainda que todas estejam em tudo o que Deus criou, pois cada uma dessas ondas forma a sua tela vibratória e emite ou emana seu fator. Cada uma dessas ondas emite ou emana continuamente seu fator e cada fator realiza um trabalho ou sua função. Como os fatores são classificados por “famílias”, cujos membros (os fatores) têm funções complementares, então podemos dizer que essa infinidade de ondas vibratórias formam as sete vibrações divinas e podemos enfeixá-las em espectros frequenciais, diferenciando-os por faixas. E aí surgem as sete faixas vibratórias. Como cada faixa é formada por ondas e fatores que se complementam e, já em nível de Criação. São absorvidas, concentradas e condensadas em certos elementos, substâncias, espécies, etc., então temos uma chave para abrirmos ordenadamente esse mistério de Deus. - A 1ª VIBRAÇÃO ASSOCIADA A ELEMENTOS, PADRÕES ENERGÉTICOS, CHACRAS, CORES, ETC. a) Nos elementos, associamos os cristais a ela. Página -3 b) Nos padrões energéticos, é associada à energia cristalina. c) Nos chacras, é associada ao coronal. d) Nas cores, é associada ao translúcido. e) Nos sentidos, é associada à fé f) Nos sentimentos, é associada a religiosidade, à fraternidade, à esperança, à paciência, à perserverança, à resignação, à tolerância, à humildade. - A 2ª VIBRAÇÃO FAZ ESTA ASSOCIAÇÃO: a) Nos elementos, é associada aos minerais. b) Nos padrões energéticos, é associada à energia mineral. c) Nos chacras, é associada ao cardíaco. d) Nas cores, é associada ao dourado e ao rosa. e) Nos sentidos, é associada à concepção. f) Nos sentimentos, é associada ao amor, à união, à caridade, à bondade, à prosperidade, à concepção, etc. - A 3ª VIBRAÇÃO FAZ ESTA ASSOCIAÇÃO: a) Nos elementos, é associada aos vegetais. b) Nos padrões energéticos, é associada aos florais. c) Nos chacras, é associada ao frontal. d) Nas cores, é associada ao verde e ao magenta. e) Nos sentidos, é associada ao conhecimento. f) Nos sentimentos, é associada à especulação, à curiosidade, à busca, ao aprendizado, à criatividade, à inventividade, à versatilidade, etc. - A 4ª VIBRAÇÃO FAZ ESTA ASSOCIAÇÃO: a) Nos elementos, é associada ao fogo. b) Nos padrões energéticos, é associada à energia ígnea. c) Nos chacras, é associada ao umbilical. d) Nas cores, é associada ao vermelho e ao laranja. e) Nos sentidos, é associada à justiça. f) Nos sentimentos, é associada à imparcialidade, à reflexão, à moralidade, ao equilíbrio, etc. - A 5ª VIBRAÇÃO FAZ ESTA ASSOCIAÇÃO: a) Nos elementos, é associada ao ar. b) Nos padrões energéticos, é associada à energia eólica. c) Nos chacras, é associada ao laríngeo. d) Nas cores, é associada ao azul e ao amarelo. e) Nos sentidos, é associada à lei. f) Nos sentimentos, é associada à lealdade, à retidão, ao caráter, à tenacidade, à rigidez, ao rigor, à combatividade, ao senso de direção e de ordem. - A 6ª VIBRAÇÃO FAZ ESTA ASSOCIAÇÃO: a) Nos elementos, é bioelemental (terra-água) b) Nos padrões energéticos, é associada à energia telúrica-aquática. c) Nos chacras, é associada ao esplênico. d) Nas cores, é associada ao violeta e ao lilás. e) Nos sentidos, é associada à evolução. f) Nos sentimentos, é associada à flexibilidade, à transmutabilidade, à maturidade, ao racionalismo, à persistência, à sapiência, etc. - A 7ª VIBRAÇÃO FAZ ESTA ASSOCIAÇÃO: a) Nos elementos, é associada à água. b) Nos padrões energéticos, é associada à energia aquática. c) Nos chacras, é associada ao básico. d) Nas cores, é associada ao azul e ao roxo. e) Nos sentidos, é associada à geração. f) Nos sentimentos, é associada à maternidade, ao amparo, à estabilidade, à fartura, à maleabilidade, à criatividade, à preservação, à multiplicação, etc. Estas sete vibrações formam o setenário vibracional planetário e nelas fluem as vibrações mentais de todos os Orixás. Texto extraído do livro “Tratado Geral de Umbanda - Ed. Madras. Contatos: www.colegiodeumbanda.com.br JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -4 M eu filho, a verdade é que muitos estudantes das coisas do espírito não têm a fibra e a raça necessárias para aguentar o tranco da Luz dentro de seus corações. Falam muito de espiritualidade, mas, na hora das provas, arrepiam do caminho. Esquecem-se de que são espíritos reencarnados e sujeitos às provas da carne, como todo mundo. E, às vezes, são levados para fora do caminho da Luz por companhias negativas, que inseminam conceitos distorcidos em suas mentes fracas. E não pense que os espíritos malvados são a causa principal disso, não. Porque, na maioria das vezes, os maus conselhos são dados pelos próprios encarnados que estão do lado. E se a pessoa coaduna com o que ouve, então ela mesma é que se deixa levar... Os irmãozinhos das trevas só se aproveitam daquilo que acham dentro da própria pessoa. E se encontram campo fértil, plantam pensamentos de discórdia e sementes de destruição. Mas, se eles são assim e semeiam discórdia e sedição, por que é que as pessoas permitem sua presença perto delas? Talvez, porque elas mesmas já estejam na sintonia do mal que hospedam. E, também, porque, muitas vezes, esse mal já vem atrelado nas más companhias com as quais elas trocam energias e vivências. De um lado, as más companhias dos encarnados e seus conselhos deletérios; de outro, a péssima companhia dos espíritos trevosos. E, no meio, a pessoa desavisada e submetida a sérias distorções em seus pensamentos – e levada a desvios espirituais lamentáveis. É por isso que Nosso Senhor falava para “orar e vigiar”, para a pessoa não cair vítima das armadilhas e seduções das más companhias – dos homens e dos espíritos. Quem abandona o caminho espiritual e abraça as coisas do mundo, como se fossem as únicas importantes em sua vida, se submete a sérias consequências cármicas à frente... E isso é assim, não porque o mundo espiritual quer, mas, pela abertura deletéria que a pessoa permite. E os guias espirituais nada podem fazer quanto a isso, pois é livre-arbítrio dela mesma. E se a escolha é de direito de cada um, as repercussões de cada vibração abraçada também são. E Nosso Senhor também alertou sobre isso, quando disse que, “a cada um segundo suas obras!” Ah, meu filho, os guias espirituais também choram. Principalmente quando os seus pupilos dão atenção para os maus conselhos e guarida para a entrada do mal em suas vidas. Porque eles sabem que a pancada cármica é forte, e que a dor e várias decepções purgarão as escolhas equivocadas dos que arrepiarem para fora do caminho da Luz. Muitas vezes, os mesmos filhos que desertam do caminho espiritual, são os mesmos que imploraram aos seus guias, antes de reencarnar, pela possibilidade de trilharem a estrada da Fé e da espiritualidade. E é isso o que acontece: pedem novas chances e prometem mundos e fundos antes da descida à Terra; mas, quando vestem a roupa de carne, se esquecem dos bons propósitos e dão guarida para o mesmo mal que os atormentou em vidas anteriores. E, novamente, entram no ciclo de semeadura destrutiva... Até a hora da dura reparação cármica! A hora da colheita de sua covardia, manifestada na forma de decepções variadas e situações complicadas ao longo de sua vida. E, em lugar de dar guarida às suas inspirações benfeitoras, os seus pupilos preferem ouvir o mal; em lugar de captarem a Luz espiritual, preferem as trevas azucrinando suas ideias; e, no lugar da prece e da Fé, o mergulho só nas coisas do mundo. Muitas pessoas são acossadas terrivelmente pelos irmãozinhos trevosos, mas elas também não fazem por onde serem protegidas pela Luz. Os guias espirituais choram por elas. Mas elas chorarão muito mais... Não porque elas saíram de um lugar em que não estavam mais se sentindo bem; mas, porque abandonaram a espiritualidade. E isso não se encontra em lugar algum, pois é coisa de foro íntimo; é Consciência e Fé! Meu filho, não é fácil aguentar o tranco da Luz no próprio coração. Sozinho, é muito difícil. Então, que os filhos de boa vontade caminhem no mundo com equilíbrio e prudência, diante das tentações do mal. E que estejam, cada vez mais, conectados com os seus guias espirituais. Que não se esqueçam da prece e nem de serem honrados com as coisas da Fé. O caminho espiritual é dentro do coração. E quem trai sua Fé, trai a si mesmo. As coisas do mundo também são importantes, mas são transitórias. E as más companhias só levam à destruição... Assim como, quem não deve, não teme. E quem faz o seu guia espiritual chorar, também chorará, no tempo certo que o Carma determinar. E aqui fica esse alerta a todos os filhos que gostam das coisas do espírito. Que Oxalá abençoe seus caminhos... Na Fé! Na Luz! No Amor! - Pai Joaquim de Aruanda – (Recebido espiritualmente por Wagner Borges – SP, 13/04 2011.) Contatos: www.ippb.com.br A lguns leitores ao se deparar com a frase acima, da bela música de Pepeu Gomes podem indagar se trata de algum ponto cantado ou o que esta música tem de haver com a Umbanda. A princípio absolutamente nada, mas retrata a essência do que vem a seguir. Vivemos ainda em um país machista, de comportamento machista, e isso é um fato. Se a Constituição Federal de 1988 igualou em direitos e deveres os cidadãos, logo homens e mulheres se tornaram iguais perante a lei, isso foi apenas na teoria. Na prática sabemos que às mudanças vem sendo postergada, justamente pelo ranço machista da nossa sociedade e a luta pela independência das mulheres esta apenas começando. Venho tratar deste assunto, que insisto pode não parecer ter relevância na Umbanda, todavia a Umbanda em alguns ou muitos aspectos persiste nesta nefasta cultura machista, consciente ou inconscientemente. Num terreiro de Umbanda, Caboclos, Exus, Baianos, Boiadeiros Guias Masculinos incorporam em mulheres, trabalham maravilhosamente bem e nem por isso as mulheres se masculinizam, porém quando se trata de um Orixá ou Guia feminino incorporar num médium homem o caldo entorna. Quem de vocês nunca viu, ouviu ou se deparou com algum médium se recusando a incorporar um Orixá ou Guia feminino por puro machismo e ainda tecer aquele velho comentário: “se incorporar Orixá/Guia feminino posso perder minha masculinidade”. Tem outro fator que assume grande relevância negativa na recusa da incorporação de Guias femininos por homens, é que muitas vezes deparamos com uma avacalhação e exagero, ao ponto de médiuns destituídos de um mínimo de bom senso e conhecimento, se vestirem de mulher e adereços ao receber um Guia ou Orixá feminino. É de se lembrar, entretanto, que o Guia ou Orixá não vem para ridicularizar seu médium, e se isso acontece é culpa exclusiva do seu despreparo. Alguns podem argumentar que muitos terreiros são tocados por sacerdotisas, mulheres que estão à frente do terreiro, mas isso não impede em absoluto que tenha vindo a acontecer este problema. E no mais o fato de uma mulher ser chefe de terreiro significa tão somente que ela foi chamada por seus Guias e a espiritualidade para esta missão. As coisas ainda podem piorar, quando se trata de Pombagira, pois neste caso não só o machismo reinante vigora como também a ignorância acerca deste Guia. O que as pessoas não entendem – homens em sua maioria - que a recusa de incorporar um Orixá ou Guia feminino pode acarretar que aquele mistério e força nunca poderão estar presentes em sua plenitude em sua vida e muitas vezes, é desta vibração que esta precisando para ela. Enfim, homens, se libertem deste machismo e deixem que os Guias e Orixás femininos façam parte de sua vida. JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -5 C om a chegada do Renascimento, diversos monarcas, príncipes e poderosos encomendaram a construção de jardins fastuosos, anexos às suas casas. A paixão pela natureza, o conhecimento do mundo vegetal e o acúmulo de plantas exóticas vindas dos confins do mundo não foram, contudo, as únicas razões que levaram a tal tarefa jardineira. Tomemos como exemplo o jardim de Bomarzo, mandado construir por Vicino Orsini nas redondezas de Viterbo, um bosque iniciático onde a presença de figuras mitológicas recriava todo um significado simbólico que, ainda hoje, é objeto de interesse de muitos estudiosos. Ou o jardim que Felipe II mandou construir em Aranjuez, exemplo máximo de urbanismo paisagístico, que serviram, desde o início de sua construção,como depósito de matériasprimas necessárias para a elaboração de quinta-essências e elixires medicinais, fabricados com técnicas alquímicas graças ao trabalho de experientes jardineiros, destiladores e herboristas. Este duplo significado do mundo vegetal, praticamente perdido na atualidade, foi moeda de uso corrente entre os homens, de todas as épocas, que buscavam na natureza signos e sinais do mágico, do misterioso, do oculto. OS ENSINAMENTOS DO CENTAURO QUÍRON Plínio, o grande enciclopedista romano da Antiguidade, conta que o Centauro Quíron foi o primeiro herborista e boticário da humanidade. Esse ser mitológico, metade homem metade cavalo, ficou famoso por seu conhecimento das propriedades medicinais das plantas. Diz a lenda que Apolo lhe confiou a educação de seu próprio filho, Asclépio, o deus da medicina. Desta maneira a humanidade recebeu dos deuses o conhecimento das propriedades medicinais das plantas. O estudo das propriedades curativas das plantas se perde nas brumas do tempo. Um dos primeiros escritos sobre o tema é chamado Papiro Ebers, com mais de 3.500 anos de Antiguidade. Denominado assim pelo seu tradutor, o egiptólogo George Moritz Ebers, foi encontrado na cidade de Luxor. Trata-se do mais importante escrito sobre a medicina egípcia, no qual se pode identificar cerca de 150 plantas de utilidade terapêutica. Os primeiros estudos dedicados exclusivamente ao mundo vegetal devem-se a Teofrasto (372-288 a.C), discípulo de Aristóteles e autor de duas grandes obras. A primeira, intitulada de História Plantarum, reunia em nove volumes tudo sobre morfologia, descrição, classificação, geobotânica e farmacognosia das plantas conhecidas pelos gregos antigos. A segunda, de Causis Plantarum, constava de seis volumes e tratava de temas referentes a germinação, ao desenvolvimento, ao florescimento, a frutificação e até mesmo a proliferação. Imprescindível também foi a obra do enciclopedista romano Plínio (23-79), único autor do Império Romano que se destacou por sua importância na área da botânica. Ele escreveu uma enciclopédia chamada Naturalis história , denominam enteógenas, de en theos genos, o mesmo que engendrar o Deus ou gerar o Divino dentro de si. Por que este nome? composta de 37 volumes, a metade dos quais dedicada a botânica. Compilou todo o saber de seu tempo, no total, cerca de 2 mil escritos de autores gregos e romanos. Qualquer referência aos usos, costumes e lendas sobre plantas na Antiguidade passa, inexoravelmente, pela consulta do sábio Plínio. No ano de 78 o viajante Dioscódires, cirurgião dos exércitos de Nero, publicou De Materia Medica, que se tornaria a bíblia das plantas medicinais para todos os médicos, boticários e amantes da natureza nos 1500 anos seguintes. Em suas viagens Dioscódires percorreu boa parte da região mediterrânea, anotando e recolhendo informações sobre plantas medicinais. A chegada dos espanhóis à América significou um novo marco no particular mundo das plantas. Desde as primeiras viagens de Colombo, manifestou-se o intercâmbio cultural entre dois mundos, o Velho e o "Novo", que tinham muito a compartilhar. Foram publicadas inúmeras obras destinadas a descrever novas plantas alimentícias, alucinógenas e medicinais. Dessa forma, o espectro mágico do mundo vegetal aumentou consideravelmente. O momento seguinte, destacado na história das plantas, ocorreu no século XVIII, quando o médico suéco Carl V. Linné (1707-1778) sistematizou os reinos vegetal e animal, organizandoos em famílias, e deu a cada planta um nome específico, em latim, o que ajudou na sua identificação universal. O UNIVERSO ARBÓREO DOS CELTAS Se há uma cultura diretamente vinculada ao mundo vegetal, que faz do bosque seu templo e das árvores seus signos do zodíaco, esta é a do povo celta. Habitantes da Europa Central e Ocidental foram derrotados pelos exércitos romanos e confinados na Irlanda, Escócia e País de Gales. O mundo Celta era um mundo mágico que vivia sua magia como algo a mais da vida cotidiana. Desta forma, rios, arroios, pássaros e, em especial, as árvores eram motivos de oferendas. Os rituais mais importantes estavam relacionados às mudanças das estações, isto é, sols- tícios, equinócios, tempos de colheita e plantio. Seu calendário era especial: os dias eram contados a partir da noite e o ano era dividido em 13 meses lunares, divididos por sua vez em dois períodos, que coincidiam com o crescimento e o decrescimento da Lua. Esse ciclo Celta lunar também correspondia aos 13 signos do zodíaco Celta. Cada mês era associado a uma árvore, cujas as características definiam tanto a personalidade das pessoas nascidas nesse período quanto a energia que imperava neste mês. De acordo com a tradição Celta, a ligação entre seres humanos e árvores era divina, já que, para eles, foram as árvores que ajudaram Deus a criar o homem. E foi por essa tradição que os signos do Zodíaco Celta se transformaram em signos-arvores. SANTORIAL BOTANICO As crenças em plantas divinas e árvores sagradas, presentes na cultura popular da Antiguidade, tentaram ser erradicadas com o Cristianismo. Porém, estavam tão arraigadas na mente dos homens que a igreja não pôde eliminálas por completo e decidiu assimilar muitas delas. Por esse motivo são várias as ervas e árvores que foram colocadas sob a avocação de um santo, uma santa ou alguma virgem. Essa tradição parte das próprias origens do Cristianismo, quando as perseguições as quais eram submetidos os primeiros cristãos lhes obrigaram a criar toda uma rica simbologia com a qual manifestavam sua Fé. A simples leitura da Bíblia, especialmente os Salmos, o Canticos dos Cânticos e as parábolas evangélicas, demonstra-nos como a metáfora vegetal foi amplamente usada. SIMBOLISMO VEGETAL NAS CATEDRAIS A religião cristã utilizou, desde suas origens, o simbolismo associado ao mundo das plantas. A sociedade medieval tinha amplos conhecimentos em matéria vegetal, então era de se esperar que fosse deste reino que extraíssem os remédios medicinais para todos os tipos de doenças. Essa sabedoria popular foi utilizada pela igreja com um propósito duplo: fundamentar com base científica seu simbolismo e fazê-lo chegar com maior facilidade até o povo. Entre as plantas esculpidas em monumentos românicos, um dos mais simbólicos da arte medieval, destaca-se o Acanto (acanthus mollis). Símbolo de imortalidade na antiguidade clássica. O cris- tianismo se fixa nos pequenos espinhos desta planta para simbolizar assim o sofrimento do homem pelo pecado cometido e a sua consiencia do mesmo. A samambaia também foi incluída nos programas iconográficos românicos com o propósito de aproximar a virtude da humildade do povo cristão, assim como a intenção dupla de afastar o mal dos lugares sagrados e recordar ao Cristianismo a vulnerabilidade perante suas ações. A palmeira é simbolo de inumeras culturas pagãs e, como não podia ser de outra maneira, esse caráter simbólico foi adotado pelo cristianismo. Dessa forma, a palmeira transformou-se na árvore do Paraíso por excelência e assim aparece representada na vasta iconografia cristã medieval. OS HOMENS VERDES Com este nome alcunhado pela primeira vez em 1939 por Lady Raglan, tem-se conhecimento de algumas imagens típicas de igrejas medievais, caracterizadas por representar rostos humanos de cujas bocas, narizes e orelhas saem folhas. Trata-se de uma representação de origem antiquíssima, claramente pagã, mas que, como se pode ver em outros casos, foi adotada pelo Cristianismo, ressurgindo com força no simbolismo às catedrais medievais. Essas cabeças foliadas têm sua origem nas culturas celtas e pré-cristãs européias,embora também tenham sido encontrados exemplos característicos em diversas culturas orientais. Acredita-se que simbolizavam a fertilidade e a regeneração, o ciclo natural da vida, e, como tal, foram adotadas pela igreja cristã. PLANTAS MESTRAS Na segunda metade do século XX, foi adotada uma nova terminologia associada ao mundo mágico das plantas. Tratava-se das chamadas plantas mestras, aquelas que ajudavam na adivinhação dos Xamãs para o tratamento e diagnóstico das doenças. O colombiano nascido na região amazônica Luis Eduardo Luna, doutor pelo instituto de Religiões Comparadas da Universidade de Estocomo e autor de vários livros específicos sobre o assunto, foi quem primeiro utilizou esse nome. Ele pegou o termo dos indígenas da Amazônia peruana, que agiram como seus informantes nos estudos antropológicos realizados na região. As plantas mestras também se Enteógeno é um termo que surge como uma alternativa a palavras como alucinógeno, psicodélico, narcótico, para indicar que todas essas plantas que compartilham características semelhantes estavam vinculadas, nas sociedades tradicionais ao sagrado. As sociedades primitivas amazônicas, siberianas e européias, as tribos originárias de cada continente, utilizavam essas plantas como um meio para alcançar um conhecimento de si mesmas e do mundo que as rodeava.* Como vimos,o mundo vegetal alcançou toda a humanidade seja em qual aspecto for, ou atraves da ciencia da manipulação das ervas para medicamentos, conhecimentos de ervas comestíveis para a melhora das funções do corpo, conhecimento das ervas através da magia para praticamente todos os fins, uso do universo vegetal como simbolo de diversas religiões para exemplificar um sentimento ou comportamento. Enfim, a importância do mundo vegetal em nossas vidas desde um simples chá até os mais sofisticados medicamentos, o elemento vegetal esta presente. Uma alimentação saudavel é quase que exclusivamente feita através do "mundo vegetal". Verduras, legumes, frutas, cereais, sementes, raízes, flores, etc. Sem esses alimentos básicos à nossa mesa, com certeza não seríamos capazes de nos sustentar energeticamente e mais, não teríamos as vitaminas necessárias para a saúde do corpo e da mente. Mas o que tudo isso tem a ver com a Magia Divina das Sete Ervas Sagradas? Um Mago das Sete Ervas Sagradas, tem que ter a consciência de que o mundo vegetal é um mundo fundamental para a vida neste e em outros planos da Criação de Deus. Vamos ter uma ferramenta poderosíssima em mãos e poderemos ativar magisticamente qualquer elemento vegetal para que possamos fazer um trabalho mágico sem igual no reino vegetal para diversos fins. É necessária muita dedicação e estudo nesta pequena jornada de conhecimentos e iniciações onde, se você se dedicar e realmente se colocar como um Instrumento De Deus, da Lei Maior e da Justiça Divina, terá um alcance infinito de possibilidades de trabalho mágico. LEMBRE-SE: Magia é o ato de manipular e ativar poderes Divinos para nosso benefício e para o benefício de todos os que nos procuram. Bons estudos! *Textos do livro Historia das Ervas Magicas Medicinais. - Mar Rey Bueno - Ed. Madras. Contatos: [email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -6 É grande o número de pessoas que buscam as Casas Espíritas, os Templos de Umbanda e tantos outros que facilitam a comunicação com os espíritos desencarnados que se prepararam para tal e que se apresentam para o trabalho voluntário de orientadores ou “Guias Espirituais”. A maioria delas procura respostas para problemas do cotidiano; poucas pretendem esclarecimento interior e um caminho de iluminação. Conversar com um “Guia Espiritual” é ter nas mãos um roteiro de esclarecimento, um livro que instrui e prepara o iniciante para um caminho de ilumina- ção. Mas, se cada um de nós é um ser único, esse caminho também é individual e particular e, por isso mesmo, precisa ser desenvolvido pelo interessado. Muitas vezes somos levados a olhar para um livro pela capa: uma apresentação gráfica interessante, um título que nos desperta a curiosidade, as cores de fundo, o nome da editora ou do autor etc. Vencido este primeiro momento, passamos à leitura. E aí é que começa o aprendizado. Pois bem. Receber uma mensagem pela via mediúnica ou mesmo “consultar” uma Entidade é algo parecido. Num primeiro momento, temos a “capa do livro”, a nos chamar a atenção: o respeito pela Casa onde se desenvolve o atendi- mento; o respeito pelo nome da Entidade (Irmã Sheila, André Luiz, Joana de Angelis, Mestre Hilarion, Caboclo Cobra Coral, Preto Velho Pai Joaquim, Erê Mariazinha da Cachoeira, Baiano Zé do Coco, Cigano das Almas, Boiadeiro da Serra da Estrela, Marinheiro Martim Pescador, Pombagira Maria Padilha, Exu Sete Porteiras, apenas para dar alguns exemplos). Esse grau de respeitabilidade nos faz parar e prestar atenção à mensagem. E daí começa o nosso verdadeiro trabalho de aprendizado. Num segundo momento, precisamos refletir mais um pouco. Primeiro, aplicando o que de bom ouvimos ali, colocando em prática a orientação espiritual para a solução do problema imediato que pretendemos resolver. Depois, precisaremos estender aqueles conceitos para outros setores da nossa vida. Porque as orientações que vêm do Alto são princípios orientadores que podem e precisam ser observados e aplicados sempre. Os orientadores espirituais não se prestam a adivinhações e nem a resolver questiúnculas ou picuinhas de momento, fabricadas ou exageradamente dimensionadas pela vaidade infantil do consulente. O objetivo deles é bem maior: é ampliar-nos a consciência e entendimento para o fato de que todos nós somos seres espirituais, alguns ainda vestidos de carne; que uma encarnação é apenas parte de um grande Projeto Divino para o crescimento de cada um dos filhos de Deus, que somos nós; que, por isso mesmo, tudo o que se vive é impermanente, é essencialmente transitório, e que não podemos nos deter ou abater diante das dificuldades do momento. Ou seja, é preciso primeiro olhar “a capa do livro”, mas depois, e o mais importante, é preciso ler, refletir e aplicar os conhecimentos que a sua leitura nos pode proporcionar. Ficar diante das Entidades unicamente à procura de “respostas” é apenas olhar para “a capa do livro”, é deterse na apresentação mais exterior do Conhecimento. É essencial que se aprenda mais. Em primeiro lugar, se a pessoa está diante de um ser desencarnado, é porque a vida continua, é porque tudo o que ela está vivendo passará, nada daquilo é definitivo e nem definidor de resultados. Então, é preciso que ela desenvolva a confiança e, mais que isso, a certeza de que tudo vale a pena, pois existe um Propósito Divino amparando a tudo e a todos. Portanto, sejamos também sábios, dando-nos a oportunidade de iniciar a nossa caminhada particular, pessoal e insubstituível, pelas estradas do aprendizado e da experimentação do que aprendermos, para então atingirmos mais um degrau na escala evolutiva. Os Guias Espirituais nos alertam para o fato de que eles, os desencarnados que nos atendem, aprendem junto com o consulente, revendo as lições que agora nos apresentam com argumentos encadeados, porque já passaram pela experiência que agora vivenciamos. Usam do seu conhecimento e experiência em nosso benefício e em favor da própria evolução. Estão nos ensinando a crescer. É hora de crescer. Não somos mais crianças que se contentam em “olhar figuras”. Somos adultos que sabem ler e conseguem aprender. Daqui em diante, vamos nos dedicar a examinar “as capas e principalmente a ler os bons livros” que os Amigos Espirituais não se cansam de nos trazer e indicar. O prazer dessa caminhada é imenso. Muitos já estão nela e nos convidam a participar, engrossando a Corrente dos candidatos ao crescimento espiritual e à conquista da paz interior. Dentro de cada um de nós brilha a Lâmpada da Imortalidade. Precisamos acendê-la, num movimento consciente, para a nossa própria libertação e a iluminação de muitas outras consciências. JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -7 A linha de Pretos Velhos da Umbanda é regida por um mistério Ancião conhecido como Pai Obaluaiê, este Orixá é o sustentador da evolução e suas essências são transmutadoras, transformadoras, alteradoras, elaboradoras, modificadoras, flexibilizadoras, saneadoras, curadoras, transferidoras e convertedoras. Porém temos Pretos Velhos e Pretas Senhora. Velhas atuando também com outros OriSaudação: Saravá os Pretos Vexás isto significa que podem lhos! Adorei as almas! trabalhar com vários Orixás. Pedras: Turmalina negra, cristal, Sua sabedoria e humilônix branco ou preto, quartzo branco. dade são características marErvas: arruda, guiné, manjericão, cantes, e sua calma e ensiboldo, folha de fumo, namentos são profundos e de louro, manjerona, grande alcance em energia. sálvia, hortelã, alecrim, quebra Atuam na Umbanda, em seus pedra,quebra demanda, levante. banquinhos sentados atenBebidas: café, vinho tinto licodendo seus “filhos e filhas”, usam roso, cachaça, cachaça com mel. de uma linguagem simples porém sábia. Comidas: tutu de feijão, feijão São maravilhosos em seus consepreto, torresmo, pipocas, bolo de fubá lhos, e atuam com vários tipo de enere aipim frito. gias que é peculiar de seu mistério. Frutas: coco seco, melão, pêra, Utilizam vários elementos nas consuva Itália e pinha. ultas como o cachimbo, cigarro de palha Flores: Crisântemo branco, rosa que atuam como defumadores para a branca, margaridas,azaléia branca. limpeza da aura e restauração dos chaCor das Velas: As velas utilizadas cras. no mistério ancião são brancas, roxo, Dia da Semana: Segunda-feira. lilás, preto e branco, violeta ou também Linha de Trabalho: Evolução, a cor do mistério que atuam. transmutação e transformação. Cores das Guias: Nas cores da Cor: Suas cores são brancas e previbração do Orixá que atuam, rosários tas, que quer dizer transformação. de lágrimas de Nossa Senhora e outras Elementos de trabalho: palha sementes. Podem usar também miçande costa, cruz de madeira, pipocas, ergas ou pedras correspondentes ao vas, pemba, terço de lágrima de Nossa Orixá do Mistério que atuam. SARAVÁ O POVO CIGANO Dia 24 de Maio também temos a consagração dos Ciganos e Ciganas e que o Mistério sustentador é o Trono da Justiça que através da linha do Oriente, a Divina Mãe Egunitá que é a Mãe do Fogo Divino Mãe Kaly-yê; é a Mãe da purificação e energização e que atua nos campos da Justiça e também nos campos da Lei, sustentadora deste Mistério Divino. Os Guias Espirituais que se manifestam dentro da Religião de Umbanda os Ciganos e Ciganas atuam na direita, mas temos também Exus Ciganos e Pomba-Gira Ciganas que atuam na linha da Esquerda. Os Ciganos na linha da direita trabalham com todas as cores, fitas, tecidos, coloridos, mas temos Ciganos e Ciganas que também atuam com todos os Pais e Mães Orixás. Usam velas coloridas, as bebidas são vinho espumante, vinho tinto ou branco e pode ser feito também o chá Cigano. Este chá tem como elemento, a maçã, o cravo, a canela, e o alecrim, as frutas podem ser, uva, maçã, pêssego e frutas secas como, damasco, uva passa, figo seco e frutas cristalizadas. Utilizam moedas variadas, pedras tais como, a pirita, cristal, quartzo rosa, ametista, quartzo verde, ágata do fogo, fluorita, jaspe vermelho, as ervas mais utilizadas são, alecrim, guiné, levante, sálvia, manjericão, melissa e etc. Sementes como cravo, canela, anis-estrelado, camomila, erva-doce etc. As flores são de todas as qualidades e cores, rosa, gérbera, flor do campo, palma, margarida, jasmim, hortênsia e etc. PONTO DE MÃE EGUNITÁ Que luz é essa Que brilhou no meu congá É a chama divina De mamãe Egunitá Oh! Raio Flamejante Purifique meu pensar Oi! Kaliyê minha Mãe Divina Egunitá. Saravá os Ciganos. Ori-Oriente! Este ponto de Mãe Egunitá, faz parte do CD Louvação aos Orixás. Informações e vendas em nosso site: WWW.luzdourada.org.br Um grande Abraço Mãe Monica Berezutchi. contatos:[email protected] por NONDAS OKIAMA Contatos: [email protected] C om todo o respeito que tenho por todos os que escolheram o caminha da Umbanda para trilhar, venho compartilhar um pensamento/sentimento, e também desabafar, na esperança que ao menos alguns se identifiquem com as idéias que discorrerei. Sou um médium iniciante da Umbanda, tenho 24 anos, e fui iniciado na vida espiritual por minha avó que dirige um centro espírita Kardecista. Há quase três anos conheci a Umbanda por intermédio de um amigo e encontrei meu lugar. Costumo dizer que no Kardecismo encontrei minha Alma e na Umbanda meu coração. Hoje me sinto muito realizado com tudo o que a espiritualidade tem me proporcionado de aprendizado e crescimento dentro da Umbanda, e me sinto cada vez mais feliz em poder aprender mais e mais sobre esses mistérios que nos amparam e nos fazem crescer em todos os sentidos. Entretanto, algo me entristece e deixa meu coração inquieto. Tenho percebido que há uma idéia geral que domina muitos umbandistas, seja de onde for e como for sempre há o vício das “demandas”. Quando o irmão passa por qualquer dificuldade, seja financeira, profissional, familiar, por se desentender com alguém ou simplesmente por tropeçar na rua, ele corre para o terreiro e passa em consulta porque está com “demanda”, pois tem certeza de que alguém parou seus afazeres e foi numa encruzilhada a meia-noite pra acabar com a vida dele. A vizinha o odeia, certamente está fazendo “macumba” para fechar os caminhos dele, a (o) ex-mulher (marido) quer ele (a) na “lama”, o outro quer tomar o lugar dele porque ele é importante e por aí vai. Pensamentos e “demandas” afetam muitos e só tendem a piorar quando as supostas “demandas” tornam-se guerras astrais entre terreiros, Pais e Mães de Santo e médiuns, então tudo vira uma grande guerra! Temos que ser guerreiros! Temos que nos armarmos contra tudo e todos ou cairemos! Sempre alertas! Guardiões, Exus, espa- das, garfos e egos! Tudo numa grande Guerra! Nisso tudo tento encontrar onde ficou a Luz da Umbanda e dos Guias Espirituais que sempre falam de Fé, Amor, Caridade, Evolução, Respeito ao próximo e principalmente, sobre HUMILDADE. Onde fica tudo isso? Onde estamos colocando esses ensinamentos? Será que realmente estamos ouvindo com o coração os ensinamentos de nossos Guias e mentores espirituais? Será mesmo que tudo é “demanda”? Será mesmo que todos os problemas e dificuldades que enfrentamos em nossa caminhada, seja ela material ou espiritual, são “demandas”? Será mesmo que somos tão importantes e ameaçadores uns aos outros que nada acontece se não for por uma “demanda”? Ou será que é nosso o Pai Maior nos dando meios para perseverar, crescer e aprender com as dificuldades da vida, nos melhorar, exercitar e reforçar nossa fé em tudo que acreditamos e aprendemos? Porque é preferível culpar outros por nossas próprias debilidades e falhas ao invés de nos auto-avaliarmos e corrigirmos nossos defeitos e vícios de personalidade, assim como, nosso comodismo diante dos acontecimentos terrenos? Qual a verdadeira função do intercâmbio entre os planos? Para essa pergunta, com certeza, muitos têm explicações e diferentes pontos de vista e, eu não saberia como abordar tal complexidade. Mas o que sinto em meu íntimo é que essa dádiva que nosso amado Pai Olorum nos dá, a de permitir nossa comunicação com espíritos amigos e com os Orixás, certamente, não é para que nos sintamos especiais, poderosos e muito menos Senhores perante nada e nem ninguém, mas sim, para que sejamos responsáveis por nossa melhora própria e para ajudarmos ao próximo com desprendimento. Não quero aqui dizer que não acredito que as demandas e trabalhos de feitiçaria existam. Tenho plena consciência da ação desastrosa que isso traz a vida de muitos, no entanto, nossas dificuldades não se resumem a isso. Acredito menos ainda, que vivemos em uma guerra astral contra tudo e contra todos, ao menos, não é isso que a Umbanda deve ser, penso eu. A consciência se faz necessária, para que não sejamos vítimas de nós mesmos, de nossas próprias demandas mentais, para que não sejamos nossos próprios obsessores, e que com tudo isso, não deturpemos nossa amada e sagrada Umbanda. Para sermos respeitados, precisamos nos respeitar e a Umbanda é uma religião linda de amor e não de guerra. Desejo de coração que quando cada irmão de fé cantar o Hino de Umbanda reflita bastante, principalmente na parte em que diz: “A Umbanda é Paz e Amor, é um mundo cheio de Luz, é a Força que nos da Vida e à Grandeza nos conduz...”. Escuto muito sobre guerreiros e não discordo que devemos ser guerreiros nessa vida, e principalmente, na espiritualidade. Mas nesse momento, onde meu coração está pesado de tanto ouvir e sentir a disputa entre irmãos de Umbanda, eu não quero ser um guerreiro de Umbanda, quero ser um DISCÍPULO DE OXALÁ, praticando a Umbanda sem guerras astrais, demandas incansáveis entre tudo e todos e muito menos com disputa de poder e status. Quero poder sentir a Luz de Aruanda guiando meus passos por esses muitos caminhos que ainda preciso percorrer e não me cegar com essa Luz. Quero poder ser digno de incorporar um Orixá que venha trazer a espada da Paz, do Equilíbrio e do Amor, não da guerra. A Umbanda evoluiu e nós precisamos seguir essa evolução também, deixando de tratá-la como uma ferramenta para nos armar uns contra os outros. Precisamos sim, tratá-la como uma benção Divina que nos uni com Verdade e Respeito, conservando a individualidade de cada um, mas unificados em uma imensa corrente de Fé nos Orixás e em Olorum. Que nosso Pai Oxalá abençoe cada um de nós com seu manto sagrado e que nos dê o conhecimento que precisamos, para sermos menos errôneos no caminho da espiritualidade e que abençoe também, a nossa Umbanda Sagrada, para que seja cada vez mais iluminada por Olorum e pelos Orixás. Página -8 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 A.U.E.E.S.P. PROMOVE FESTA EM H Texto de SANDRA SANTOS e fotos de EDUARDO BACANI Dia 01 de maio, a AUEESP – Associação Umbandista e Espiritualista do Estado de São Paulo, prestou mais uma homenagem ao glorioso Orixá Ogum, nas dependências do Clube Parque da Mooca, em São Paulo. A imagem foi conduzida pela GCM – Guarda Civil Metropolitana, e acompanhada pela diretoria da União Regional Umbandista da Zona Oeste da Grande São Paulo, tendo à frente seu presidente, pai Cláudio Franco, nosso grande parceiro de sempre, seguido pelos doutores Jáder Macedo Jr e Juliana Ogawa da OAB-SP, vereador Quito Formiga, sua esposa e seu chefe de gabinete Nélson Alves, e pai Sílvio Mattos da APEU. A imagem foi entronizada sob o comando de uma vibrante curimba, composta por três grandes escolas de irmãos dos mais competentes: Tambor de Orixá de Severino Sena, Aldeia de Caboclos de Engels de Xangô, e APEU de Sandro Mattos. Pai Waldir Persona proferiu a oração de abertura desta celebração, invocando o poder das falanges espirituais para atuação na vida dos presentes e de seus familiares. Dentre as várias mensagens de congratulações recebidas, foram lidas mensagens dos irmãos Carmen Balhestero da PAX, deputado federal Vicentinho do PT e Pai Jamil Rachid. Nesta data a AUEESP auxiliou duas entidades sociais: Lar Dona Cotinha, um abrigo para 55 crianças e adolescentes, de 0 v C Y a S e A preguiça é algo real que nos distancia de nosso caminho pessoal. Muitos se tornaram distantes de si mesmos por preguiça mental, preferem se entregar a inércia, pois para melhorar é preciso analisar-se, e isso dá trabalho, dói e exige uma tomada de posição. Na adolescência, acreditamos piamente que seremos melhores que nossos pais, no entanto, com o tempo, vamos fazendo as mesmas concessões que eles fizeram na vida indo de encontro às suas insatisfações. Vivemos em uma inércia alimentada por uma “indução magnética” algo como um processo de “osmose” em que, sem nos darmos conta, vamos nos tornando iguais a nossos pais por comodismo, pois afinal, eles já abriram o caminho para nos tornarmos iguais a eles. Há bem pouco tempo, o filho de um sapateiro era sapateiro também, independente de ser aquilo que lhe agradasse, pois era o melhor que o seu pai pôde fazer, e como ele (o indivíduo) era apenas a continuidade dos seus pais, portanto, só lhe restava dar continuidade ao que eles haviam começado. Há tribos que consideram as crianças a 18 anos, abandonadas, ou cujos pais foram destituídos do poder familiar, situado à Rua Messias de Pina, 77 - Mooca - fone (11) 22921806 e a Casa Amor ao Próximo, com 125 crianças de 02 a 04 anos, provenientes de famílias de baixa renda e Casa Abrigo para mais 21 crianças e adolescentes também em risco pessoal e social, situada a Rua Dilermano Reis, 148 - INOCOOP - Guarulhos - fone (11) 2431-9696. verdadeiros mestres pois guardam lembranças frescas do mundo em que estavam antes. Reprimir ou corrigir uma criança é coisa séria que pode deixar marcas para toda a vida. Uma criança reprimida já está a caminho de se tornar um adulto frustrado, a não ser que consiga juntar força suficiente para vencer seus traumas. Neste caminho o primeiro passo é perdoar seus pais, seus agressores e principalmente, perdoar-se a si mesmo por caminhar com essa culpa com relação à vida e a si mesmo. Vencer a preguiça é vencer também o comodismo, paradigmas pessoais e condicionamentos que vem muitas vezes de nossos pais, parentes e amigos. Por mais que pensemos ser seres completamente independentes, tudo o que está a nosso redor nos influencia, somos frutos do meio ao mesmo tempo em que somos frutos genéticos de nossos pais e frutos divinos no Criador. O meio e a raiz familiar nos influencia de forma inebriante e em alguns casos até mesmo fatalista, mas não podemos esquecer de que também somos frutos divinos e trazemos em nossa alma uma ligação com o Mistério maior da Criação e devemos buscar nele a força e entusiasmos para criar mudanças, curas e transformações que nos permitam vencer estas limitações, comodismos e condicionamentos. Que Deus, Nossos Guias e Orixás sejam força e poder em nossas vidas para pararmos de dar desculpas a nós mesmos por tanta inércia em nossas vidas. N JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 M HOMENAGEM A OGUM colaboradores da AUEESP pela dedicação, e aos nossos Associados, a quem dedicamos essa grande homenagem. Gostaríamos de deixar registrado mais uma vez nosso agradecimento a GCM através do Comandante Joel Malta de Sá e da Inspetora Yara Batista Cipriano, ao pai Ronaldo Linares e ao querido amigo Nélson Dias, da Casa de Velas Santa Rita, pelo empenho na realização de mais esta cerimônia, a todos os diretores e N ão sei se todos os leitores conhecem este sabão, mas como eu conheço há alguns anos e faço uso dele, gostaria de deixar registrada sua história e seus benefícios. O sabão da Costa é de origem da Costa do golfo da Guiné, na África, sendo que lá seu nome é Osé Dudu. É usado em rituais tanto na África como no Brasil nos Cultos Afro-Brasileiros, nos banhos e também para lavar todo o material ritualístico como quartinhas, ferramentas, jóias... tirando assim toda e qualquer energia deixada por quem manuseou anteriormente esses objetos. O sabão tem por função a limpeza do corpo físico e da aura e especialmente de sua camada mais próxima ao corpo físico, retirando larvas astrais e miasmas. Além de ser usado para o descarrego, pois promove uma profunda limpeza corporal, atua também no combate a caspa, cravos, espinhas, manchas escuras, coceiras e fungos do couro cabeludo, além de controlar o mau cheiro produzido pelo suor. Utilizado antes de dormir, seu banho propicia uma limpeza profunda, descarregando os maus fluídos adquiridos durante o dia, obtendo assim um sono tranquilo. Seguindo a ritualística de alguns Axés, o banho é feito da seguinte forma: desde os ombros até os pés, sem tocar na cabeça, só se utiliza para lavar a cabeça com sabão da Costa juntamente com sabão de côco, quando desejamos aliviar a “mão” de alguém, que por ventura tenha colocado a mão na cabeça de uma pessoa. Quando terminar o banho, largar água com açúcar nos quatros cantos do box, para assim evitar larvas negativas para as outras pessoas. É um sabão sólido, de cor pardo-escura tendendo ao preto e o perfume amadeirado, feito com ervas medicinais. Sua composição original é secreta, mas muitos Axés, preparam seu próprio sabão da costa utilizando base de glicerina, água e juntas algumas das seguintes ervas: nó de pinho, óleo de côco, benjoim, juá, macassá, levante, tapete de Oxalá, manjericão, saião, capeba, alfazema, alecrim, peregun, pitanga, colônia, rosa branca e aroeira. Já alguns Terreiros de Umbanda utilizam na composição aroeira, arruda, guiné e espada de São Jorge. Relatos indicam que seu uso vem desde a época de 1620, quando já era importado para o Brasil, pois era o preferido dos escravos e libertos. Ele era oriundo de uma área entre Gana e Camarões, e principalmente da Nigéria, da República do Benim e do Togo. A palavra SABONETE é incorporada ao português somente na virada para o século 19 quando no Brasil tudo era francês e o sabonete dos franceses é aportuguesado. O Sabão da Costa mantém o nome sabão por uma questão de tradição. Axé á todos! Página -9 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -10 “N o cheiro, no aroma e na força da erva da Jurema começamos a nosso encontro com o elemento natural, elemento vegetal, dando continuidade a nossa primeira aula onde falamos bastante do conceito da erva, do padrão, da fundamentação e o uso da erva dentro da religião. Vamos explorar os elementos que podemos usar. Como podemos colher uma erva, de que forma colher essa erva, como nos preparar para o preparo propriamente dito porque muitas vezes a gente fala “vamos fazer um banho, uma defumação, mas como eu faço isso, como posso me servir da energia do vegetal?”, muita gente tem essa dúvida do o que é melhor, se comprar um saquinho de 7 ervas ou preparar as sete ervas com o que eu tem. Nem todo mundo tem a condição de ter um jardim, um canteiro onde você possa plantar as ervas, nem todo mundo tem essa condição e espaço, então recorrer aos banhos prontos, ao produto já beneficiado é muito legal, é bastante importante. Eu evito os banhos líquidos e as ervas embaladas quando não sei a procedência. Procure se servir de produtos de primeiríssima linha, de boa qualidade. É a velha história do barato que sai caro, caro é aquilo que não funciona, que não satisfaz. Existe alguma erva que não funciona, alguma erva que eu posso comprar A prática projetiva da vela é uma prática bastante simples e que tem muito a ver com nós Umbandistas, afinal utilizamos bastante esse elemento religioso e magístico e dificilmente um umbandista não tem uma vela em casa. Pegue uma vela branca, acenda-a em um prato e coloque sobre uma mesa em um local seguro. Aqui faço um parêntese sobre a segurança. Lembre-se de verificar objetos inflamáveis como cortinas, papéis, tecidos, etc. Feche possíveis fontes de correntes de ar que possam fazer tombar a vela e pode inclusive colocar um daqueles copos de vidro para aumentar a segurança. Por que depois, se você for descuidado e ocorrer algum acidente, não vá dizer que foi demanda! no comércio e essa erva não me atender? Existe sim, infelizmente. Se você comprar uma erva embolorada, uma erva com fungo e você tomar um banho com essa erva ela pode desencadear um processo alérgico, uma reação, aquela bactéria enfim, aquele elemento externo prejudicial e isso sai mais caro do que ter investido em uma erva de primeira linha, qualidade. Vale essa dica para todos aqueles que vão fazer os seus preparos de banhos e defumações. Eu quero falar um pouco sobre os elementos que usamos para o nosso preparo. Estou usando uma concha onde eu coloco uma erva seca, estou usando apenas Sálvia. É uma concha de abalone, a furação dela é natural, e estou abanando-a com uma pena de condor, um instrumento que eu mesmo fiz para abanar a minha defumação. Com ela eu posso defumar um ambiente e me defumar. Antes de preparar, começar a defumação eu também consagro: “Pai criador, Mãe natureza, força viva do vegetal, força viva da Jurema, peço que abençoe essa defumação e ela seja força ativa, poder vivo ativo, capaz de me curar, curar esse ambiente, envolver e curar espíritos sofredores, obsessores, acúmulos energéticos negativos, projeções negativas e remetê-los cada um para o seu local de origem e merecimento, trazendo har- Com a vela acesa em um local seguro, apague as luzes e sente-se confortavelmente a certa distância de onde possa visualizar essa vela sem ser incomodado. Relaxe, respirando profundamente. Relaxe todo o corpo enquanto olha fixamente para a chama da vela. Permita-se relaxar e silenciar a mente, focando sua atenção a vela. Sua intenção nesse exercício é “ficar somente você e a vela no ambiente”, esquecendo de todo o resto. Quando estiver relaxado e com sua atenção focada, comece a visualizar seu corpo astral (seu espírito) separando de seu corpo físico e flutuando a sua frente. Após isso feito, visualize seu corpo espiritual projetando-se em direção a vela para segurá-la nas mãos e, depois, monia, paz, tranqüilidade, prosperidade, saúde, sucesso, bem aventurança, em nome de pai criador e em nome de pais e mães Orixás. Que assim seja e assim será. Muito obrigado.” Sempre começo com uma evocação e termino com uma chave poderosíssima de magia que é “muito obrigado”, gratidão é tudo. A minha gratidão, meu muito obrigado a você nessa segunda aula, pela sua presença.” Este é apenas um fragmento livremente editado da Aula 02 do curso Ervas na Umbanda com o irmão Adriano Camargo, o Erveiro da Jurema, ministrado na plataforma UMBANDA EAD, gentimente digitado por nossa irmã Danaíra S. M. Estamos formando a 3ª turma para este curso, iniciará dia 26/05, venha fazer parte deste grupo! Acesse www.ica.org.br. Grande abraço e até lá! contatos:[email protected] volte ao corpo físico lentamente. Como é sempre dito, as técnicas de projeção servem para preparar seu corpo espiritual e seu corpo mental para o desdobramento astral. Serve como fonte de indução ao desdobramento e requerem muita prática e disciplina para se alcançar bons resultados. Pratique sempre com bastante concentração e dedicação e os resultados virão! Se quiser, pode aproveitar a vela quando acender, pedindo para que Pai Obaluayê e Pai Oxalá a consagre e ative, alcançando-lhe através dela com Suas Vibrações e trazendo a permissão e plenitude necessárias para a boa prática mediúnica. Que Pai Oxalá abençoe e proteja a todos. JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -11 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -12 “L á na Bahia, dizem que o cabra quando canta bem, dança bem, fala melhor ainda, requer ser o primeiro da fila nas coisas boas, julga ter os melhores protetores espirituais, fala com todos os Orixás e de Olorum é o escolhido. Das coisas de rezas, todas conhece, firmezas e assentamentos. Os ebós , participou dos mais eficientes. Da Jurema foi mestre e no catimbó, assessorou o Santo. O candomblé, o traduziu dos africanos e sabe mostrar nos búzios o que vai acontecer. Nas pradarias e campos abertos, enlaçou o bezerro para os boiadeiros. Cantou no mar as cantigas para as Sereias. Firmou a balança de Xangô e nas mesmas pedreiras e cachoeiras, projetou o amor que é de Oxum. É um exímio curador e de tanto saber, quer ensinar. Denomina-se o professor dos professores , quando não, o douto se interpõe na cátedra da vida, acima das conquistas, evitando em falsetes os que o questionam e sempre quer aprimorálos pois considera-se o melhor. Diz que quando quer, vai às Trevas e ampara-o os de lá o atendendo no que pedir. Noutras, repara os maus dos homens quando o recebe, segundo promete, o Senhor do Bonfim. Diz ter amplo trânsito e resolve todos os problemas. Então dizem que este cabra é o “Cara”! E ele todo cheio de si, fica perguntando: “Quem é o “Cara”? Dizem logo os interessados : “É tu”! E ele logo sentencia os bons agouros para seus fiéis interesseiros. Mas como ele não vê o ar porque não dá para dominá-lo e assim, ninguém pergunta, mas o ar o vê e registra tudo; então Ogum vai à Lei deixando ele limpar tudo, levando os interesseiros, magos negros, mercadores da falsa fé, egoístas e preguiçosos para com a Luz do Senhor do Bonfim e de Olorum pois sempre tem um Marinheiro às suas esquerdas, remando forte, cercando com suas redes os “peixes” que se emocionam nas mesmas sintonias. O sabe-tudo, que é o Cara, vai alimentando-se de ilusões. Parece que não conhece o sofrimento que lhe avisa dos erros e assim vai enganando a todos que nele crêem, sempre com os objetivos que são a coleção do que lhe convêm, sobretudo mais dinheiro, posses e poder. Mulheres também, porém, como ele diz, só as que o reconhecem Rei! Falso malandro de conversa fiada encontrou um dia forte capoeira versado e cruzado nas linhas da UMBANDA SAGRADA que humildemente firmava para seu Santo na mata e, incomodado, pediu-lhe o silêncio no favor, ouvindo então que ele é que deveria silenciarse pois, afinal, estava em frente do homem que era o “Cara”! Sabendo de sua história, o filho de fé não interveio e na continuidade de suas preces, pediu auxílio para o incômodo. Pois era o que faltava! Ninguém se atrevera a desafiar o seu anunciado e pretensioso poder. Assim, abriu-se um portal e Exu Tranca Ruas travestido na figura de simples caboclo, surgiu do seu lado anunciando vender cocos e disse: - Quer coco sinhô? Vendo coco, sinhô! - e ouviu: - Cabra, tu é louco? Olha quanto coqueiro carregado de frutos que tem aí, e tu vens vender coco aqui? Ouça o que lhe digo pois eu sei de tudo. -Eu sei, meu rei...você é o Cara! Viu neste momento o sorriso soberbo nos lábios do vanglorioso sendo reconhecido que manifestou: - Óxente, tô vendo que tu não é louco, mas diga lá, cabrinha, o que tu queres, já que me reconheceu? Eu te concedo um pedido. Qualquer coisa, diga lá. - Hum... não preciso de nada... - Como não, homem? Tá aí todo rasgado, todo magro e carregando coco que ninguém vai comprar pois tem de graça por aí... diga o que quer, eu concedo, eu sou o Cara. - Quero nada não sinhô. - Ora, peça: Quer dinheiro? Quer mulheres? Quer posses? ESCOLA DE BARALHO CIGANO Carmem Romani Sunacai Prof.Rose de Souza 2292-8296 / 7874-1060 http://carmemromani.com/ Templo UFFAD Formando turma para TEOLOGIA DE UMBANDA Rua Mohamed Ibrahim Saleh, 422 Nova São Miguel Paulista - SP Tel: (11) 2956-4881 - Então tá bem, já que o sinhô insiste, eu peço “ - Peça logo que tenho que mostrar pro cabra aí rezando quem sou eu! -Tá bom. Eu quero ser o CARA! - O quê? Impossível... só tem um Cara abaixo de Olorum e dos Orixás e acima das Trevas e este cara sou eu. - Mas o senhor prometeu... - Ah, mas esse pedido não pode. Tu escolhe outro. - Mas não pode por quê? - Porque eu sou o escolhido. - Mas, e quando tu morrer? - Ora, eu falo com o maioral das almas e volto. - Puxa vida! E como o sinhô consegue essa proeza do maioral? - Ora, eu vou alimentando-o. - E com quê? - Óxente, tá querendo saber demais. Com coco é que não é, há há há ! mas é com a vida de idiotas como tu, há há há... - Deve ser mesmo, sinhô porque o que a gente vê dentro do sinhô é como num coco, só que no coco tem polpa e água e tu, é oco e não tem nada ... - O quê? Como tu ousa falar assim comigo? Agora é que não vai levar nada de bom e ainda vai ganhar um feitiço daqueles. - O que vai fazer? - Vou transformar tu num coco... quer ver? - Quero não, mas duvido que consiga?! Então, o “Cara” projetou uma das suas magias mais negativas, mas nada aconteceu. Fez de novo e de novo e nada! Resmungou: - Quem és tu, homem que faz meu poder ser falho contra tu? - Não sou ninguém, apenas um humilde vendedor de cocos. - Humilde? O que é isso? Humildade para mim é pobreza de espírito. Eita! E eu perdendo meu tempo com tu. - Espera aí, sinhô, faz favor, só mais uma pergunta : o sinhô tem Fé? - Mas é lógico, nojento. O que quer perguntando tudo isso? - Em quem o sinhô acredita...para quem direciona sua Fé? - Quer saber, idiota, vou te dizer pra depois te destruir nem que seja com a minha peixeira. Eu tenho fé em mim porque os ridículos homens que nem você me dão tudo quando falo que tenho o poder de realizar o que querem , aí vou inventando estórias que me dão mais poder, e eu fico sendo o “Cara”. - E o sinhô está feliz sendo o “Cara”? - Lógico, eu tenho um poder imenso sobre as pessoas que me seguem e me procuram e um dia vou ficar muito forte e dominar todo o país, talvez o mundo porque os idiotas sempre querem facilidades para seus benefícios. São medrosos e fáceis de convencer pois é só sentirem medo que acreditam. - Puxa, realmente o sinhô tem Fé mas a usa erroneamente. - Ora, seu safado, já perdi tempo demais com tu. Venha cá, prometo que não vai doer e por ter-me oportunado, vou enfiar-lhe a faca bem rapidinho no seu coração, tá? Logo você vai estar no céu, há há há há... - Não, por favor, eu tenho Fé que só Olorum pode tirar a vida e se alguém o fizer, vai sofrer a maior praga da Lei Maior. - Ora...não tenho medo de praga. Eu sou o “Cara”. Praga nenhuma me pega. Mas já que disse, me responda antes de morrer: qual a maior praga? - É aquela que afunda para o pior inferno! - E qual é? - É a falta de humildade, a mentira que falseia a própria Fé e as dos outros. -Como é? -É isso, mas pensei que soubesse pois o senhor não falou que é o “Cara “? -Sou sim e pela bobagem que falou, vai morrer bem devagarzinho” TEMPLO DE DOUTRINA UMBANDISTA PAI OXALÁ E PAI OGUM AGENDA DE CURSOS SACERDÓCIO DE UMBANDA TERÇA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00 DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO QUINTA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00 MAGIA DOS RAIOS SÁBADO: Das 10h00 às 12h00 AINDA DÁ TEMPO! Inscreva-se agora para a MAGIA DO FOGO MAGIA DAS SETE CHAMAS SAGRADAS SÁBADO: Das 14h00 às 16h00 Rua Tietê, 600 - Vila Vivaldi Rudge Ramos - S.B. do Campo Tel. (11) 4365-1108 - à partir das 13h00 Então, o “Cara” sacou seu afiado facão e num golpe certeiro, cortou o pescoço do pobre caboclo porém, estarrecido, viu que ele nada sentiu e, ao contrário, sentiu o golpe em si, e em dor e prantos a molhar sua garganta, o sangue próprio que lhe vertia já desamparando sua vida. Ante o desencarne, sua visão projetou-se no espírito . Viu a figura do Sr. Exu Tranca Ruas. Ouviu sua sentença : - Trabalho bom que fez para as trevas, hein? Limpou muitos da sua terra para a Lei Maior, he he he... pois saiba que todas estas sombras aí do seu lado são os espíritos dos que você enganou e iludiu em nome da Fé, que semelhantes a você pois não se perturbaram com a necessidade de aprimorarem os conhecimentos, a razão e a emoção nas Verdades do Espírito. Porque a pior sentença, dentre as piores, é aquela que a soberba, a mistificação, a falta de humildade no saber, a inversão das verdades Divinas, as mentiras, a arrogância faz, no proceder, a ilusão e o pior mundo das verdades. Afunde agora, afinal, você é o “Cara”, mas eu sou Exú, he he he! Ao lado, o humilde guerreiro – o capoeira – encerrou suas preces, agradecendo pois naquele coco que firmara, abriu-se o portal que recolheu mais um MISTIFICADOR das coisas de Deus para as Trevas. O muito mais para baixo. O Embaixo em que todos os “Caras” tem que provar que realmente são os tais, os sabemtudo, aqueles que pisam no sentimento dos irmãos necessitados de esclarecimentos, de amor, de perdão. Aqueles que contrariam a caridade , o amor e a Fé, escravizando seus irmãos e a si pelos seus vícios que invertem conhecimentos e retardam a salvação para tantos. Mas isso aconteceu na Bahia. E nas outras praças, será que existem outros “caras”? Se Exu for visitar a sua, poderá indagar sem ofensas que o “Cara” é tu? Óxente ! Então que Nosso Senhor do Bonfim abençoe a Todos e a Todas as Praças na Graça Maior da Humildade Dele e dos Sagrados Orixás que vêm da Infinita Humildade de Olorum que nos concede TUDO e só pede o reconhecimento de que fazemos parte Dele por Amor, via humildade, respeito e gratidão. Saravá ao Povo da Bahia! É da Bahia, óxente! JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -13 CURSO DE ATABAQUE (CURIMBA) TOQUE E CANTO TAMBOR DE ORIXÁ COM SEVERINO SENA, HÁ 14 ANOS FORMANDO OGÃS E INSTRUTORES. NOVAS TURMAS! HOMENS E MULHERES!!! Esta é a sua oportunidade de aprender canto e toque na Umbanda, para guias e Orixás!!! SEM TAXA DE MATRÍCULA: Toques: Nagô, Ijexá, Angola, Congo e Barra Vento O Umbandês – conjunto de palavras que formam o vocabulário religioso da grande família umbandista – possui muitas curiosidades. Vamos abordar aqui algumas delas, que fazem parte do dia-adia dos filhos de fé. Conhecer a origem das palavras é mergulhar na história... ALGUIDAR – uma palavra de origem árabe - al-gidar - que significa escudilha grande. Objeto muito presente nas oferendas aos Orixás e demais entidades dos cultos afrodescendentes. Peça normalmente feita de barro e moldada em vários tamanhos, ela recebe elementos minerais, vegetais e animais. No idioma português e consequentemente na Umbanda, usamos muitas palavras de origem árabe: açafrão (azzafaran), alecrim (aliklil), alfanje – uma espada em forma curva (al-hanx), alfazema (al-khuzâma), algodão (alkutun), garrafa (karafâ), xarope (sharab)... Os negros malês, africanos muçulmanos, foram os responsáveis por algumas delas. Eles trouxeram para cá uma rica cultura artística, religiosa e mágica. BALANGANDÃ: um belo objeto talismânico, sempre confundido como mero artefato de decoração. Ele é confeccionado em prata e outros materiais encastoados desse metal. O balangandã pode ter peças em forma de frutas, figas, moedas, contas de louça, reunidos em uma peça também de prata chamada nave. A palavra possui origem onomatopaica e imita o chocalhar dos enfeites de quem o usava: ba-lan-gan-dan-ba-lan-gan-dan... Alguns historiadores indicam seu surgimento na Bahia. O balangandã tradicional é feito com miniaturas de objetos, sinais e símbolos: figa, espada, animais, búzios e frutas, reunidos em uma argola também metálica. Os símbolos da penca do Balangandã são complexos e altamente magísticos. Corrente: vitória sobre a escravidão, afastamento do mau olhado e cura de doenças Pai Ogum. Pão de Angola: longevidade. Pomba: paz. Romã: fecundidade. Ferradura: boa sorte. Cabaça: Santos Cosme e Damião - Ibeji. Sol: Pai Oxumaré. Lua, Arco e Flexa: Pai Oxóssi. Caranguejo: Pai Omolú. Espada: Mãe Iansã. Caju ou Machado duplo: Pai Xangô. Peixe: Mãe Yemanjá. Cajado: Pai Oxalá. Uvas ou Leque: Mãe Oxum. Os malês foram os responsáveis pela produção desses ornamentos. Eles conheciam muitas técnicas de fundição e trabalho com metais. CABOCLO: o mestiço de branco com índio, também chamado de caboco, cariboca ou curiboca - antiga designação do indígena brasileiro. Câmara Cascudo, no Dicionário do Folclore Brasileiro, defende a forma caboco, sem o l, que teria sido introduzido na palavra sem encontrar base nas diversas hipóteses etimológicas, como a que afirma derivar do tupi caa-boc, "o que vem da flo- resta" ou de kari’boca, "filho do homem branco". Na Umbanda uma grande família de espíritos responde por este nome: Caboclos de pena: o indígena habitante de nossas matas e do litoral. São as almas de caciques, pajés, guerreiros e caçadores. Os caboclos pajés estão divididos em dois grupos: os pajés velhos, que eram antigos curandeiros, e os pajés sacacas, que foram xamãs com poderes sobrenaturais assombrosos, verdadeiros milagreiros da floresta. Na Pajelança Cabocla o Pajé Sacaca é chamado de Abacaem (homem que cura). Missionários do Brasil Colônia dizem que o Sacaca conseguia permanecer no fundo do rio por horas, não precisava dormir, comer e podia andar dias e noites sem descansar! Os Caboclos de pena agrupam-se em Povos, Falanges, e Legiões dentro das Linhas, onde atuam nas vibrações dos Orixás: Oxalá (Caboclo Pena Branca, Caboclo Pedra Branca, Caboclo Estrela Branca), Xangô (Caboclo Pedra Ruiva, Caboclo Treme-Terra, Caboclo Sumaré), Ogum (Caboclo Sete Lanças, Caboclo Sete Escudos, Caboclo Humaitá), Oxossi (Caboclo Pena Verde, Caboclo Mata Virgem, Caboclo Sete Palmeiras), Yemanjá (Caboclo Sete Mares, Caboclo Estrela do Mar, Caboclo Estrela de Prata), Oxum (Caboclo Tietê, Caboclo da Cachoeira, Caboclo do Rio), Yansã (Caboclo do Vento, Caboclo Sete Ventos, Caboclo Pena Amarela), Obaluaiê (Caboclo Cambaí, Caboclo do Cruzeiro, Caboclo Lázaro), etc... Nesta grande família também encontramos as caboclas (Cabocla Jurema, Cabocla Indaiá, Cabocla Jupira), agrupadas como os caboclos acima e os caboclos mirins ou caboclinhos (Caboclo Tupanzinho, Cabocla Jureminha, Caboclo Folhinha Verde). Caboclos de couro ou Caboclos Boiadeiros: o indígena aculturado, mestiçado, trabalhador das velhas fazendas de gado: boiadeiros, laçadores, coureiros, etc. Populares no velho Candomblé de Caboclo, muitos passaram a trabalhar na Umbanda (Caboclo Navizala, Caboclo Laje Grande, Caboclo Laçador). Também encontramos como linhas de trabalho suplementares, os misteriosos Caboclos Quimbandeiros, espíritos de índios mestiços com africanos – sobretudo de origem bantu – que militam ao lado dos Exus (Caboclo Pantera Negra, Caboclo Corcel Negro, Caboclo Mata de Fogo). Ao lado deles existem ainda os Caboclos Africanos, entidades aguerridas e justiceiras (Simão Africano, Arranca-Caveira, Arranca-Pemba, Arranca-Estrela). Os espíritos destes caboclos, quando em vida, viveram nos antigos quilombos ou em comunidades escondidas no interior das matas. SEGUNDAS-FEIRAS, DAS 19H20 ÀS 22H30 CEIE - CENTRO DE EST. INIC. EVOLUÇÃO Pça Joaquim Alves, 1 - Penha - SP SEXTAS, AS 19H00 e SÁBADOS, AS 9H00 INSTITUTO SETE PORTEIRAS DO BRASIL Av. Tiradentes, 1290 - Metrô Armênia ADQUIRA O CD “A Umbanda canta para as Yabás Obá, Oyá e Egunitá” INFORMAÇÕES PELO TEL: 3984-0181/9622-7909 www.tambordeorixá.com.br [email protected] ERVEIRO No estado de Santa Catarina e no Paraná, um estranho culto abriga os Caboclos Violeiros, entidades que curam através da música e das danças sagradas, sob o patronato de São Gonçalo de Amarante. Muitos caboclos são oriundos do culto da Jurema Sagrada e são conhecidos como Caboclos Juremeiros. Nas sessões eles costumam usar cachimbo longo, maracá e beber jurema (Caboclo Pinarona, Caboclo Turuatã, Caboclo Manicoré). Outro grupo que pode se apresentar nesta família é o dos Caboclos Encantados. Eles se manifestam sob a forma dos habitantes das matas, mas não são almas humanas e sim forças naturais independentes e não limitadas pelo espaço e tempo (Rei Guajá, Rei Camundá, Dom João da Mata). Estes caboclos são mais cultuados na Encantaria, no Terecô, Babassuê e Toré, tradições menos conhecidas do que a Umbanda. Também se manifestam na Pajelança Cabocla dentro das linhas de cura, pena e maracá e canjerê. TUPINAMBÁ: em tupi antigo significa "o mais antigo" ou "o primeiro", e se refere tanto a uma grande nação de índios - da qual faziam parte, dentre outros, os tamoios, os temiminós, os tupiniquins, os potiguaras, os tabajaras, os caetés, os amoipiras, os tupinaês e os aricobés – como a um grupo também chamado de tupinambá. Normalmente na Umbanda designa um conhecido caboclo de mesmo nome, de provável origem tupinambá! Em muitos Pontos Cantados, Seu Tupinambá – um dos mais antigos caboclos da Umbanda - é chamado de pai da Cabocla Jurema. Os adeptos do culto do Umbandaime contam que o Caboclo Tupinanmbá foi o mentor desta corrente espiritual. A Nação tupinambá dominava quase todo o litoral brasileiro e usavam uma língua comum, que teve sua gramática organizada pelos jesuítas e passou a ser conhecida como o tupi antigo, constituindo-se na língua raiz da língua geral paulista e do nheengatu. Contatos: [email protected] DA JUREMA TEMPLO ESCOLA “VENTOS DE ARUANDA” Cursos Ministrados por Adriano Camargo • Curso de Ervas: Manipulação Ritualística 1, 2, 3, 4 e 5; • Ervas na Umbanda; • Magia Divina das 7 Chamas, das 7 Pedras e das 7 Ervas; • Teologia de Umbanda; • Sacerdócio de Umbanda. Novidade! VENDAS DE ERVAS PELA INTERNET ! www.erveiro.elo7.com.br Pagamentos facilitados. Informações e Inscrições: Av. Senador Vergueiro, 4362 - Sl. 2 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo (11) 4177-1178 - 9279-0528 www. ventosdearuanda.com.br ESCOLA RECANTO DOS SABERES CURSOS EM SANTOS : CURSO DE JUREMA SAGRADA: A MAGIA BRASILEIRA Único encontro: 14/05 - Teórico e Prático Sábado das 15h às 19h, Com Ed Pellizari (Ras Adeagbo). SÁBADO - 21/05 das 10h às 12h MAGIA DO FOGO Ministrado por FABIANA CARVALHO PORTAL EXU GUARDIÃO DO ANCESTRE Único encontro: 21/05 - Teórico e Prático Sáb. das 15h às 19h, Com Regina Ferreira 04/05 - BENZIMENTO Sábado das 15h as 19h Único Encontro: Com Regina Ferreira 11/06 - REIKI XAMÂNICO - TÉCNICA AMADEUS Sábado das 15h às 19h - Com Ed Pellizari (Ras Adeagbo). Informações e Inscrições: Rua Pe. Gastão de Morais, 212 - Estuário Canal 5 a dois quarteirões da Av. Afonso Pena - Santos - SP (13) 3025-24254 / (13) 8840-4888 [email protected] Página -14 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011 Página -15 ADRIANO CAMARGO S alve sagrado leitor, irmãozinhos e irmãzinhas em Mãe Natureza! Quero começar nosso bate papo desse mês falando dos cursos à distância, o chamado “EAD”. Sem entrar na polêmica da validade desse formato de treinamento, penso que é importante lembrar que os tempos mudam, as formas de conviver hoje já não são as mesmas de vinte anos atrás, a internet é uma realidade imutável. E ai eu digo: porquê não? Eu fiquei relutante durante um bom tempo em relação aos cursos de ervas na plataforma virtual, mas aceitei o desafio e agora estamos iniciando a terceira turma de Ervas na Umbanda pela internet. Se você ainda tem duvidas se dá pra aprender pela internet, entre no site www.umbandaead.com.br ou www.ica.org.br, lá você terá mais detalhes e poderá assistir a aula de apresentação, além de ver o depoimento de quem já fez. Vamos lá, vamos falar de ervas! O conhecimento sobre as ervas não pode ser restrito a uma religião, ou a um meio acadêmico. Está na natureza, como parte integrante da criação Divina e é o elemento que mais se aproxima da natureza material humana. Carrega a força dos quatro elementos primordiais, terra – água – fogo e ar. E devidamente ativado, transfere para o ambiente ou o organismo humano, a energia contida em si. Erva é poder, erva é força, é poder realizador, erva é cura. A água é concentradora da energia do elemento vegetal. A energia aquática carrega a força vegetal, fazendo com que ela seja absorvida mais facilmente pelo nosso organismo espíritual. Não esqueça que nosso corpo humano é formado por pelo menos 75% de água. Através de um banho de ervas, nosso fator aquático humano, em contato com o fator aquático carregado de energia vegetal, se funde, formando ATENÇÃO ATENÇÃO assim, energeticamente falando, um elemento mais leve e fácil de ser absorvido pelo nosso organismo espiritual. É o veículo que o espírito vegetal encontra para se unir a nós. Sempre me perguntam se devemos tomar banho de ervas na cabeça. Na verdade, esse assunto é o mais polêmico de todos, porque envolve conceitos religiosos tradicionais, e sobre eles, eu não opino. O que digo é, se você não está ligado a alguma doutrina que lhe impõe isso, não se preocupe. Existem ervas, como veremos mais adiante, que devemos realmente evitar colocar na cabeça, em nosso centro de forças, ou chacra coronário. Mas por outros motivos energéticos, que devem se estudados caso a caso. É comum ouvir que filhos de determinados Orixás não podem usar ervas de outro Orixá na cabeça, até com risco de morte. Os especialistas em Orixá que digam isso em suas publicações e sejam ouvidos por quem está ligado a essa energia. Mesmo em minhas práticas religiosas, tenho visto muitas pessoas usar todo tipo de erva na cabeça e continuar com seu juízo perfeito, sem risco nenhum. Muitos dos acúmulos energéticos negativos, que são o motivo da limpeza espiritual com ervas, localizam-se exatamente no chacra coronal, na coroa mediúnica, no alto da cabeça. Porque então não deveríamos colocar ervas lá, no foco da atuação? Preparar os banhos não requer muita prática. Requer muito amor e bom senso. O banho pode ser preparado quente ou frio, depende do tipo de erva a ser utilizada. ATENÇÃO ATENÇÃO ATENÇÃO Se for usar apenas ervas ou flores frescas, pode colocá-las, depois de lavadas em água corrente, em uma bacia ou panela com água fria e deixar por umas duas horas. Esse processo chama-se maceração. Você pode também, nesse processo, amassar as ervas com as mãos, dentro da bacia com água e depois deixa-las descansar por uma hora, coberta com um pano branco. É muito positivo também, nesse caso, acender uma vela branca ao lado do preparo, e na reza evocatória pedir que ilumine e envolva o preparo com as energias do fogo vivo. Essa prática é muito positiva, pois enquanto você amassa as ervas com as mãos, pode fazer a reza ativadora, e ali, pode ter certeza, o banho já começará agir no seu campo astral. Mentalize a aura vegetal envolvendo suas mãos, absorvendo a partir da palma delas, todo o negativismo, as formas pensamento, os miasmas astrais do seu espírito. Se as ervas forem secas, mesmo que sejam folhas, flores, raízes ou cascas, simplesmente coloque água para ferver em uma panela e quando atingir a fervura, coloque as ervas já separadas dentro da água, deixe ferver por um minuto e desligue. Tampe e deixe amornar. Você pode unir os dois processos, fazendo a fervura com as ervas secas e depois de amornar, fazer a maceração com esse preparo e as ervas frescas. Depois disso, deixe o preparo descansar e coe antes de usar. Podemos coar o banho porque já concentramos na água aquilo que precisamos da erva, seu organismo espiritual energético. ATENÇÃO ATENÇÃO A FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” informa a todos os usuários do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA que a partir de 15 de abril de 2.011, o valor da entrada passou a R$ 8,00 (oito reais) por pessoa. Lembramos a todos que o estacionamento é gratuito e crianças até 12 anos não pagam entrada. Pai Ronaldo Linares – irmão-presidente da FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC”, mantenedora do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA - www.casadepaibenedito.com.br CASA 7 LINHAS Artigos Religiosos, Velas, Defumadores, Imagens, etc ... (14) 3232-3876 Rua Gerson França, 2-28 Centro, Bauru - SP Os banhos são administrados após o banho normal. Coloque o preparo pronto em uma panela, bacia, balde, etc e complete com água quente do próprio chuveiro. Não é necessário tomar o banho frio, exceto em alguns casos muito específicos, a partir de solicitação e acompanhamento religioso. Ao terminar seu banho higiênico, levante a panela acima de sua cabeça e faça essa oração: “Senhor Deus, meu amado Pai Criador, Amada Mãe Terra, Amada Mãe Água, Sagradas Forças Vegetais, peço de coração que abençoem esse banho. Que ele seja verdadeira força viva em minha vida, em meu campo energético, proporcionando saúde espiritual e física, limpeza astral, e que todas as formas de vida atuando negativamente em minha vida sejam alcançadas por ele e assim tenham também em sua vida os efeitos positivos dessas ervas. Assim seja e assim será.” Ao terminar de jogar esse preparo sobre o corpo, respire profundamente umas três vezes e mentalize círculos coloridos à sua volta, descendo pelo seu corpo em espirais nas seguintes cores: verde, azul, violeta, branco e rosa. Deixe alguns instantes assim, com o banho em seu corpo, sem enxaguar e sem enxugar também. Deixe seu espírito vibrar junto com a erva. Sinta a energia viva envolvendo seu corpo físico e espiritual e penetrando nos corpos internos e nos órgãos, muitas vezes doentes e debilitados. Preferencialmente tome os banhos antes de dormir, exceto os energéticos e estimulantes, que devem, preferencialmente, ser tomados pela manhã. Em relação à quantidade, a proporção é sempre um bom punhado para cada meio litro de água. Não usamos medida exata, primeiramente por não se tratar de preparo fitoterapêutico, e também porque a melhor medida para seu uso é sua própria mão em concha. Os banhos não são apenas para nosso corpo, nosso organismo espiritual humano. Podem e devem ser usados também para nossas casas, locais de trabalho e casas de trabalho espiritual. Preparamos o banho para casa da mesma forma descrita e passamos no chão com um pano branco, de prefe- rência novo ou destinado apenas para esse fim. É interessante também passar esse preparo em paredes que possam receber líquido (cuidado para não manchar a pintura), e principalmente nos batentes das portas e janelas. O uso das essências prontas – à base de água ou álcool - no banho não têm contra indicação, porém não devem ser as únicas fontes de energia vegetal no banho, o único elemento. As essências têm grande valor aromaterápico, causando pelo seu odor agradável, verdadeira fusão dos elementos vivos das ervas. Vemos o uso prático das essências nos banhos de cheiro, principalmente para casa. O resíduo de ervas usado para o preparo dos banhos, deve ser devolvido à natureza. Ou à terra do jardim ou a um rio. Como parte e continuidade da magia, essa prática deve acompanhar a intenção de o elemento natural, água ou terra, receber e diluir todo e qualquer resíduo negativo em que a prática de magia esteja envolvida. Pode devolvê-la ao jardim de sua própria casa, ou um vaso, por exemplo, ou mesmo numa praça, ao pé de uma árvore. Se jogada num rio, tomar o cuidado para não jogar saco plástico ou outro material sintético, mas somente os resíduos vegetais; regra que também se aplica a resíduo de velas, porque nada mais são do que parafina, elemento petroquímico. Não precisamos poluir ainda mais a natureza. Para finalizar, vamos a algumas receitinhas de banhos: BANHO PARA DESCARREGO ENERGÉTICO: Arruda, Guiné, Picão Preto, Dandá da Costa, Eucalipto, Jurema Preta, Angico; BANHO PARA LIMPEZA ENERGÉTICA LEVE Folhas de Pitanga, Abacateiro, Arruda, Eucalipto, Aroeira, Barba de Velho, Folhas de Carambola; BANHO PARA EQUILÍBRIO ENERGÉTICO E FORTALECIMENTO ESPIRITUAL Calêndula, Sálvia, Alecrim, Alfazema, Camomila, Hortelã e Folhas de Pitanga. É isso, muitíssimo obrigado! Sucesso, saúde e muito poder natural a todos! Adriano Camargo – O Erveiro (11) 4177-1178 [email protected] www.erveiro.com.br Nossa capa: Durante o processo de diagramação deste jornal, vamos sendo influenciandos pelas energias que nos cercam e neste mês, tive a facilidade de produzir 6 diferentes capas para esta edição. Diante da indecisão em nossa redação sobre qual seria a capa mais apropriada convidamos (por 24 horas) aos leitores de nosso mailing na internet para opinar. O resultado entre os 454 votos apurados foi: CASA SÃO BENEDIT O BENEDITO 001 = 84 Votos / 002 = 142 Votos 003 = 30 Votos / 004 = 16 Votos 005 = 15 Votos / 006 = 167 Votos O MAIS COMPLETO ESTOQUE DE ARTIGOS RELIGIOSOS A vencedora, teve origem na foto de M. S. Delay no arquipélago da Papua Nova Guiné, um país que devido a múltiplas colonizações abriga uma população das mais variadas raças que falam entre si mais de 850 linguas, entre idiomas e dialetos. Sob nova direção (14) 3223-2552 Av. Rodrigues Alves, 3-60, Centro, Bauru Página -16 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - MAIO/2011