Apresentação do PowerPoint

Transcrição

Apresentação do PowerPoint
notICEas
Boletim Informativo do Instituto das Comunidades Educativas
Edição n.º 17
janeiro/fevereiro 2016
EDITORIAL
A tradição popular diz que uma criança, depois de nascer, aos seis meses assenta, aos
sete meses adenta, ao ano andou e aos dois falou.
Também o notICEas atingiu os 2 anos de idade – o primeiro número saiu a 15 de Fevereiro
de 2014 - mas, ao contrário da criança, desde o primeiro dia de vida que assentou,
adentou, andou e falou. Os números que publicou são todos fortes dando conta, de
forma viva e profunda, das várias dinâmicas que o ICE desenvolve.
Um tal sucesso tem, a meu ver, duas razões fundamentais.
Em primeiro lugar, o empenhamento e a entrega, dos seus dois editores - Luís Brandão e
Andréa Duarte - que, a todo o momento, se debruçam sobre o que o ICE vai fazendo,
estimulando a colaboração dos seus intervenientes.
Em segundo lugar a aposta que, desde a primeira hora, faz na ampla participação das
pessoas. Um dos factos de maior realce, que ressalta da sua leitura, é a diversidade dos
colaboradores que aparecem com os seus contributos a enriquecer-nos a todos com
uma reflexão desafiante.
No prelo temos um novo número dos CADERNOS ICE – EDUCAÇÃO, DESENVOLVIMENTO
E AÇÃO LOCAL COMUNITÁRIA, organizado por Fernando Ilídio Ferreira, Germán Vargas
Callejas e Orlando Freitas.
Em perspectiva vários projectos em curso, prevendo-se, só este ano, três grandes
encontros :
• O Encontro Nacional do Ambiente;
• O Seminário “A Mulher, a Criança e as Periferias nos Países de Língua Portuguesa”;
• O Encontro Nacional de Intervenção Precoce numa Abordagem Centrada na Educação
Pré-Escolar.
Estes Projectos e Encontros são a matéria prima dos próximos números do notICEas que,
não temos dúvidas, continuará a publicar-se com a frequência e regularidade que o vem
marcando.
Ruy d’Espiney
Em
destaque
Workshop
Orientação de Carreira e Estratégias de Procura de
Trabalho na Área de Educação em Situações de
Emergência e em Contextos de Desenvolvimento
Já trabalhaste ou gostarias de trabalhar na área da
Educação em países em desenvolvimento?
A Educação em situações de Emergência está também
na tua linha de interesse?
Então, não podes faltar ao Workshop “Careers
Orientation and Job Search Strategies for Education in
Emergencies and in Development Contexts”,
dinamizado pelo especialista Christopher Talbot
https://fr.linkedin.com/in/christopher-talbot-86545931
O Workshop terá lugar no dia 1 de abril, das 9h às 13h,
na Sala de Atos (1104) do Instituto de Educação, da
Universidade do Minho!
Participação Gratuita!
Língua de trabalho: inglês
Inscreve-te até ao dia 25 de março, através do e-mail:
[email protected] (limite máximo de
25 inscrições).
Esta é uma oportunidade a não perder! Contamos
contigo!
Workshop organizado pelo Centro de Recursos para a
Cooperação e Desenvolvimento do IE-UMinho e pelo
Instituto das Comunidades Educativas.
Sandra Fernandes – CRCD_IE_UMinho
Andréa Duarte – ICE_Braga
Fotografia cedida por Christopher Talbot - Aula para
refugiados da Serra Leoa, no Campo de refugiados
Boreah, na Guiné-Conakry em 2001.
ESTÃO TODOS CONVIDADOS PARA….
….a apresentação pública e divulgação das
experiências levadas a cabo pelos nossos
voluntários para a cooperação, no âmbito da
sua participação no Projeto de Voluntariado
para a Cooperação “Muito Mais Mundo” em
Cabo-Verde, na ilha de Santiago, município de
Santa Cruz, que terá lugar no próximo dia 7 de
Abril, na Sala de Atos do Instituto de
Educação (IE), da Universidade do Minho,
pelas 17h.
Este projeto iniciado em 2015, foi promovido
pelo Centro de Recursos para a Cooperação e
Desenvolvimento do IE, pelo Instituto das
Comunidades Educativas
e pela Câmara
Municipal de Santa Cruz e teve como
instituições parceiras, no município de Santa
Cruz, a Casa Manuela Irgher, a Escola de
Música Sema Lopi, as Tendas do El-Shaddai, o
Centro de Iniciativa Juvenil Katchás e a Rádio
Comunitária Voz de Santa Cruz.
A todas estas instituições que acolheram com
tanto carinho os voluntários, o nosso muito
obrigado 
Apareçam e tragam um amigo também!
Haverá
relatos,
mostra
fotográfica,
testemunhos de lá e de cá, música e uma roda de
boa conversa!
Sandra Fernandes – CRCD_IE_UMinho
Andréa Duarte – ICE_Braga
PROGRAMA PROVISÓRIO
8 de abril | sexta-feira
11h00 – 14h30
Abertura do
secretariado
Receção dos participantes e convidados
Credenciação e distribuição de documentação
Inscrição nas Oficinas e Grupos de Trabalho
Presidente da ASPEA (Joaquim Ramos Pinto)
14h30-15h00
Sessão de abertura
Presidente da Câmara Municipal de Viseu (Almeida Henriques)
Presidente da Escola Superior de Educação de Viseu (João Paulo Balula)
15h00 – 16h00
Conferência
TRANSFORMAR EM COMUNIDADE: PROCESSOS EDUCATIVO-AMBIENTAIS
PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DA RESPONSABILIDADE GLOBAL
Germán Vargas Callejas (Universidade de Santiago de Compostela)
Moderadora: Ivone Ferreira (ESEV)
16h00 – 16h15
Pausa para café
GT1 – Educação Ambiental, Património e Tradições
Dinamizador: José Manuel Carvalho (ICE- Instituto das
Comunidades Educativas)
Comunicações:
Educação, Ambiente e Desenvolvimento local: contributos
para uma nova ruralidade | José Manuel Carvalho (ICE)
Aprender a Respeitar a Biodiversidade: Um estudo com alunos
do 5º ano de escolaridade | António Almeida (ESELX-IPLisboa)
GT2 – Educação Ambiental e Juventude
Dinamizadora: Laura Gonzalez (ASPEA)
Comunicações:
XXII JORNADAS PEDAGÓGICAS DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
16h15 – 17h45
Grupos de Trabalho
Comunicações
Orais
GT3 – Educação Ambiental e Participação Socio-ambiental
Dinamizadores: David Ramos Silva (ASPEA)
Comunicações:
Educação para a Cidadania | Leonel Pires (ICE)
GT4 – Educação Ambiental nas organizações e instituições
Dinamizador: Mário Oliveira (ESECS – IPL / OIKOS Ambiente)
Comunicações:
A ASPEA – Associação Portuguesa Educação
Ambiental, em parceria com a Câmara Municipal de
Viseu e a Escola Superior de Educação de Viseu, vai
levar a cabo a realização das XXII Jornadas
Pedagógicas de Educação Ambiental nos dias 8, 9 e
10 de abril, na referida escola.
O ICE – Instituto das Comunidades Educativas,
através dos professores Leonel Pires e José Manuel
Carvalho, vai colaborar na execução do programa,
com a apresentação de comunicações de projectos
e na dinamização de um Grupo de Trabalho.
O CPDF – Centro de Professores para o
Desenvolvimento e Formação, será parceiro de
formação das Jornadas, as quais fazem parte de
uma formação de 25 horas do referido centro
Todas as informações em:
http://aspea2016.wix.com/jornadas
Contatos:
[email protected] | 969 111 920 | 967 448 788
Leonel Pires
GT5 – Educação Ambiental e Cooperação
Dinamizadora: Brígida Rocha Brito (OBSERVARE-UAL / ASPEA)
Comunicações:
GT6 – Educação Ambiental e Marketing Ecológico
Dinamizador: Paulo Silva (ESEV)
Comunicações:
17h45 – 19h30
Oficinas
1 – MUNDO SECRETO DAS PLANTAS
Dinamizador: Gabriel Silva (ASPEA)
2 – EDUCOMUNICAÇÃO: UMA PROPOSTA PARA REFORÇAR O
PAPEL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL (PARTE 1/2)
Dinamizador: Paulo Lima (ONG VIRAÇÃO)
3 – MY OBSERVATORY 4 RIVERS - APP APLICADA AO
PROJETO RIOS
Dinamizadores: Vítor Almeida (ASPEA)
4 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONTRIBUTOS DA FILOSOFIA
PARA CRIANÇAS
Dinamizadora: Carla de la Cerda Gomes (ASPEA)
5 – VAMOS CUIDAR DO PLANETA: PROPOSTAS PARA A
RESPONSABILIDADE E O COMPROMISSO
Dinamizadoras: Delphine Astier (MONDE PLURIEL) e
Cristina González (Ajuntament Sant Feliu de Llobregat)
20h30 – 22h30
Jantar Social oferecido pela Câmara Municipal de Viseu (Local
a definir)
Apoios
10 de abril | domingo
9 de abril | sábado
09h30 – 10h45
Painel
5 Minutos a
Comunicar
10
Comunicações
com projeção
de poster
digital
10h45 – 11h00
1 - Educação Ambiental com o Projeto Rios | Márcia Moreno
(ASPEA)
2 - My Observatory R2O | Sofia Costa Lopes (ASPEA)
3 - Carta de Corresponsabilização do Jovens “Vamos Cuidar do
Planeta” | Ana Sofia (ASPEA Jovem)
4 - Mundo Invisível da Água | Daniela Figueiredo (UA / ASPEA)
5 - O Clima é connosco | Fátima Almeida (ASPEA)
6 - Custódia Fluvial | Ramsés Pérez (ADEGA Galiza)
78910 –
Pausa para café
6 – ABORDAGENS DA FOTOGRAFIA DE NATUREZA EM EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Dinamizador: Bernardo Conde (TRILHOS DA TERRA)
Ecomercado
10h00 – 18h00
Mercado de produtos da terra | Artesãos ao vivo | Exposições |
Jogos Tradicionais | Animação Cultural
11h30
Inauguração do Espaço Sede do Núcleo ASPEA Viseu
(Instalações CMIA)
APOIOs:
7 – EDUCOMUNICAÇÃO: UMA PROPOSTA PARA REFORÇAR O
PAPEL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL (PARTE 2/2)
Dinamizador: Paulo Lima (ONG VIRAÇÃO)
11h00 – 12h30
Oficinas
8 – PROJETO RIOS – SAÍDA DE CAMPO
Dinamizadoras: Manuela Oliveira e Telma Fontes (ASPEA)
9 – CONHECE E VALORIZA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS - JOGOS
DE SIMULAÇÃO
Dinamizador: Maria Barba Nuñez (Grupo de Investigação SEPA /
USC)
10 – A CARTA DA TERRA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A
INCLUSÃO
Dinamizadora: Olga Santos (ESECS - IPL)
12h30 – 14h00
Almoço livre
14h00 – 15h15
Painel
AS FRONTEIRAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Maria João Correia (ASPEA)
Matia Saco (Associação DÍNAMO)
Evelyn Araripe (Agência Jovem de Notícias)
Moderadora: Eulália Alexandre (DGE)
CICLO DE TERTÚLIAS EM EDUCAÇÃO
ESTRATÉGIAS E RECURSOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Sara Carvalho (ASPEA)
15h15 – 16h30
Painel
Virgínia Rodrigues (ADEGA Galiza)
"A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE
LIBERDADE”
Cristina González Torrents (Ajuntament Sant Feliu de Llobregat
Barcelona)
Brígida Rocha Brito (OBSERVARE-UAL / ASPEA)
Jorge Sobrado (Câmara Municipal Viseu)
Moderador: Germán Vargas Callejas (USC)
16h30 – 16h45
16h45 – 17h45
Conferência
Pausa para café
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E JUVENTUDE PARTICIPANDO NA REDE
“VAMOS CUIDAR DO PLANETA”
Delphine Astier (MONDE PLURIEL)
28 de abril às 21H15 na Casa do Professor –
Braga
Convidados:
Escola Sementes de Liberdade e O Mundo
Somos Nós
Moderador: Francisco Teixeira (APA)
17h45 – 18h45
Conferência
Abril sabe a Liberdade!
COMUNICAR AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: RESPOSTAS AOS
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Pablo Ángel Meira Cartea (Grupo de Investigação SEPA - USC)
Moderadora: Ana Carvalho (Câmara Municipal de Viseu)
18h45 – 19h00
Propostas para a
Ação
19h00 – 19h30
Sessão de
Encerramento
Presidente da ASPEA | Joaquim Ramos Pinto
Comissão Instaladora Núcleo ASPEA Viseu (Jorge Loureiro e Carla
Ferreira)
Secretário de Estado do Ambiente (Carlos Martins)
Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (António Proença)
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Viseu (Joaquim Seixas)
Presidente Instituto Politécnico de Viseu (Fernando Sebastião)
A Casa do Professor, em parceria com o
Instituto das Comunidades Educativas trazem
até si projetos educativos que a celebram
todos os dias. O desenvolvimento integral do
aluno, o contacto com a natureza e os afetos
são alguns dos denominadores comuns.
Venha conhecê-los melhor!
ACONTECEU EM BRAGA…
GUIMARÃES CANDIDATA-SE A
«CIDADE AMIGA DAS CRIANÇAS»
DA UNICEF
Paula Oliveira, Vereadora da Câmara Municipal
de Guimarães para os assuntos de acção social,
afirmou, esta quarta-feira, que Guimarães
mostrou intenção, junto da UNICEF, em se
candidatar ao programa «Construir Cidades
Amigas das Crianças».
A Vereadora afirmou que as pessoas da UNICEF
se mostraram "agradadas" com o facto de
Guimarães estar interessado neste programa,
mas que ainda não há data para saber se a
candidatura será aceite ou não.
Paula Oliveira mostra-se confiante na aceitação
da candidatura e, a ser aceite, o Município, em
conjunto com os seus parceiros sociais terão de
elaborar um plano de intervenção para cinco
anos. Esta candidatura é uma "continuação do
Projecto Carta da Cidadania Infanto-juvenil"
que está a ser aplicado na cidade de Guimarães.
in: Sociedade, 1 de Março de 2016
O Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais,
Pólo UMinho, as Edições Colibri e a Livraria
100ª Página realizaram a apresentação do livro
“Sina Social Cigana. História, Comunidades,
Representações e Instituições”, de Manuel
Carlos Silva e colaboradores/as, no passado dia
10 de Março, pelas 18h30, na Livraria 100ª
Página.
O livro foi apresentado pela Doutora Rosa
Cabecinhas, Professora Associada do Instituto
de Ciências Sociais da Universidade do Minho e
pelo Doutor Carlos Jorge Sousa, Professor
aposentado, Investigador do Centro de
Estudos das Migrações e das Relações
Interculturais da Universidade Aberta e
Coordenador
do
Observatório
das
Comunidades Ciganas.
NOVA PARCERIA – BRAGA
Para celebrar a chegada de 2016 o ICE
formalizou um protocolo de parceria com o
Agrupamento de Escolas Dr. Francisco
Sanches, uma das escolas TEIP - Território de
Intervenção Prioritária de Braga na pessoa do
seu Diretor, o professor Jorge Amado. Um
dos trabalhos que está a ser realizado, é com
a professora Manuela Vale, a professora
bibliotecária da EB1/JI da Quinta da Veiga. O
trabalho está a ser desenvolvido no âmbito
da Literacia e da Promoção do Livro e da
Leitura junto dos 4 Jardins de Infância (JI) que
pertencem ao agrupamento. São eles o JI da
Quinta da Fonte, a EB1/JI da Quinta da Veiga,
a EB1/JI das Enguardas e a EB1/JI do Bairro da
Alegria, perfazendo um total de cerca de 180
crianças entre os 2 e os 6 anos. Uma vez por
semana desloco-me, juntamente com a
Manuela, a uma das salas, e levo uma cesta
cheia de livros. Na roda, apresento os livros
que vou ler às crianças e a hora encantada
começa… Depois de uma “barrigada” há
tempo e espaço para as crianças usufruírem
dos
livros,
fazerem
perguntas,
experimentarem
livros
com
buracos,
fantoches e texturas várias, lerem sozinhas, a
pares ou em pequenos grupos, mimarem
partes de histórias, fazerem diferentes vozes,
recontarem,
brincarem
e
usufruírem
plenamente do prazer de ler. Aqui ficam
alguns registos fotográficos das salas da
Quinta da Fonte e da Quinta da Veiga, bem
como o testemunho de uma das Educadoras.
Desde já agradeço o carinho com que a
Isabel, a Conceição, a Alzira, a Ana e as
crianças me receberam nas suas salas para
estas sessões de conto. 
JI Quinta da Fonte, sala 1 e 2
“Manuela,
A atividade correu muito bem. As crianças
aderiram com agrado e entusiasmo e
demonstraram muito interesse e atenção. As
histórias que a Andréa contou foram adequadas
ao grupo, conseguindo manter a atenção e a
curiosidade das crianças. Foi ainda importante, a
panóplia de livros que lhes proporcionou, tendo
sido explorados/manipulados com grande
curiosidade e entusiasmo.
Foi uma atividade enriquecedora, contribuindo
para despertar na criança o gosto pela leitura.
Estou recetiva a outras sessões sempre que
possível!
Um muito obrigada a ti e à Andréa.
Ana”
JI Quinta da Veiga, salas 1 e 2
Andréa Duarte, ICE_Braga
A CRIANÇA E A LITERATURA: O
PROJECTO “BARRIGADA DE
CONTOS”
Sou educadora de infância
há 18 anos e desde o início
que procuro despertar a
criança para a descoberta
do livro como um objecto
capaz de a transportar para
novos mundos repletos de
magia e de conhecimentos.
Esta nem sempre é uma
tarefa fácil, muito menos
nos dias de hoje em que o
livro contracena com os
apelativos
tablets
e
smartphones.
Se antigamente o livro era um recurso utilizado
pelas famílias para manter a criança “distraída”, em
casa ou enquanto esperava no consultório médico
ou no restaurante, agora entrega-se-lhe um
dispositivo tecnológico capaz de a manter
“entretida” várias horas consecutivas. Cada vez
encontramos mais crianças com dificuldades em
manusear um livro e incapazes de prender a sua
atenção ao desenrolar de uma história, tão curto é o
seu tempo de atenção e concentração a um tempo
lento, como o é o tempo requerido para o contar,
para o manusear de um livro, o inverso do tempo
frenético e demasiado estimulante dos novos
dispositivos móveis…
Os hábitos de leitura despertam e estimulam a
imaginação infantil, acarinham a alma, desenvolvem
a sensibilidade, estimulam conversas, permitem
reflexões
e
incrementam
o
alargar
de
conhecimentos que as crianças vão tendo do que as
rodeia e do mundo. Apesar de todos estes aspectos
positivos, agrada-me sobretudo que as crianças
obtenham prazer a ler e associem esta actividade a
momentos felizes.
Numa parceria, que nasceu em Julho de 2013, com o
Instituto das Comunidades Educativas (ICE), a
Andréa Duarte desloca-se à nossa instituição,
semanalmente, para ler uma “barrigada de contos”.
O meu novo grupo de crianças tem 3 anos e todas
elas anseiam pela sua visita. Sabem que com ela vem
a sua cesta de vime repleta de livros, de histórias, de
magias e de descobertas, que os irão levar a novos
mundos, cheios de personagens de encantar. A
Andréa apresenta os livros e desperta as crianças
para os mais pequenos detalhes, pois “seduz-lhes o
olhar e encanta-lhes a memória”. Qualquer conto
por pequeno que seja, transforma-se num jogo de
cheiros, descobertas, ritmos, texturas, cores, vozes
e sons.
A leitura é feita expressivamente e a voz e o
corpo são aqui elementos essenciais. Todas estas
mudanças encantam os pequenos: temos a voz
aguda e fina do coelhinho Pauli, a voz grave do
monstro Grufalão, a voz doce do Sapo,
apaixonado pela linda Patinha Branca, a voz dos
papás zangados, a da Bruxa Mimi e do seu gato
Rogério, os sons da chuva, e do vento a uivar, as
diferentes vozes dos animais e os gestos
associados a determinadas falas que se repetem
ao longo de uma narrativa… Assim as crianças
aprendem a identificar os distintos personagens:
os bons e os maus; os diferentes animais; os
diferentes espaços; etc. Tudo isto prende as
crianças ao desenrolar da história, havendo
suspense sobre o que irá acontecer na página
seguinte. As crianças verificam que existem
histórias com finais felizes, e outras nem tanto, e
outras ainda que nos pregam sustos. Com o
passar das semanas pedem cada vez mais
histórias e é engraçado que existem sempre as
preferidas que pedem para contar vezes sem fim,
de cada vez que a Andréa vem à sala, como é o
caso de “O Cuquedo”. Se o período de atenção
no início do ano não era superior a 5 minutos,
agora são capazes de estar interessados nas
histórias mais de trinta e pedem ainda no final
para as explorarem sozinhas: fazem uma roda, a
Andréa tira todos os livros da cesta e abre-os pelo
chão no interior da roda. Depois, todos têm
tempo para explorarem os livros livremente, quer
seja sozinhos, a pares ou em pequenos grupos. As
crianças recorrem cada vez mais à área da
biblioteca de sala e já pedem livros para levar para
casa.
Apesar do ter consciência de que as novas
tecnologias têm atributos que são muito
apelativos para as crianças e os jovens, ainda não
perdi a fé que o livro poderá manter o seu papel
preponderante no quotidiano destes meninos. É
necessário que os hábitos de leitura sejam
desenvolvidos antes da alfabetização e fazendo
do livro um objecto promotor de prazer, as
crianças vão continuar a recorrer aos livros como
fonte insubstituível de conhecimento, de afecto e
de fantasia.
Obrigada ICE, nomeadamente à Andréa Duarte,
por estar comigo nesta batalha que podemos
considerar já ganha, de promoção da literacia, do
gosto pelos livros e pela leitura.
Sofia Guimarães Cunhal
Coordenadora do Pré-Escolar do Patronato Nossa
Senhora da Luz - Braga
“A AVENTURA TERMINA MAS DEIXA
SEMENTES”
virmos a ter orçamento participativo em
Gouveia, o que nos parece um avanço
relativamente às dinâmicas despoletadas com
a Aventura.
A “Aventura no Mundo da Cidadania” chegou
ao fim, depois de um percurso muito intenso
e rico que deixa muitas sementes no concelho
de Gouveia. No sentido de analisar o percurso
realizado,
apresentar
os
resultados
alcançados e projetar o futuro realizou-se no
dia 13 de fevereiro, entre as 15h e as 18h, na
Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, a sétima
reunião do Fórum da Cidadania. Ainda da
parte da manhã houve uma reunião de
representantes dos grupos de encontro que
avaliaram o projeto e fizeram propostas de
futuro. À tarde, foram apresentados, através
de cartazes, os caminhos percorridos e os
resultados alcançados por cada grupo de
encontro, bem como os produtos e efeitos
mais gerais do projeto.
Assim, elencaram-se algumas recomendações
que serão em breve aqui divulgadas e
assumiram-se compromissos no sentido de
dar continuidade ao Fórum da Cidadania e à
dinâmica dos grupos de encontro que o
sustenta.
VII FÓRUM DA CIDADANIA
Apesar do mau tempo, tratou-se de um
momento de reflexão e avaliação bastante
participado e virado para o futuro.
Participaram cerca de 40 pessoas, mantendo
a média de anteriores reuniões e a marca de
uma participação diversificada com membros
de grupos de jovens, famílias e seniores.
Deste Fórum de encerramento da Aventura
da Cidadania em Gouveia há a destacar
afirmação da vontade e o compromisso, quer
institucional quer das participantes dos
grupos, de continuar a dinâmica participativa
da Aventura consubstanciados na criação de
uma Comissão para a preparação do próximo
Fórum. Destacar ainda o facto de a Câmara
ter assumido que haveria condições para
Houve ainda a apresentação da Plataforma
cidadaniagouveia.pt, uma ferramenta ao
serviço dos grupos e das autarquias que
apoiará a sustentabilidade e o alargamento
das dinâmicas participativas. A tarde terminou
com a adesão à iniciativa mundial “One Billion
Rising” que convidou as pessoas presentes a
afirmarem-se contra a violência de género
através da dança.
Posted on 29 Fevereiro, 2016 by gaf
in http://www.cidadaniagouveia.pt/vii-forum-da-cidadania-aaventura-termina-mas-deixa-sementes/
ENCONTRO NACIONAL DE DOCENTES
BREVES EM CURSO,
Trabalhar em Educação, uma preocupação
constante do ICE
CÁ POR SETÚBAL O QUE SE ANDA
PASSANDO?
Desde 1992, ano da sua fundação, que o ICE
vem trabalhando a Educação - Formal,
Informal e Não Formal, enquanto espaço de
reflexão e crescimento.
• O Agrupamento de Escolas do Bocage conta
com a dinamização do projeto “ Cidadania de
Crianças e Jovens”, envolvendo cerca de 300
alunos, do pré-escolar e do ensino básico.
Em conjunto com docentes e comunidades
locais, o ICE tem detetado necessidades e
apresentado propostas de caminhos a
percorrer. As problemáticas são, de um modo
geral, de âmbito nacional, mas em cada
localidade existem recursos próprios e tem
sido nesta lógica que o ICE, através do Centro
de Formação Comunidades Educativas do
CPDF, tem proporcionado formação a
docentes de Norte a Sul do país, articulando e
apoiando o local.
• Maio, Mês do Diálogo Intercultural: A
importância da interação e da cultura de
cada país enquanto valorização de cada
pessoa e das relações interculturais. Poesia
de diferentes países e poesia bocagiana
declamada em diferentes línguas.
Questões
como
Cidadania,
Intergeracionalidade, Interculturalidade e
Ambiente, entre outras, são temas que desde
sempre têm sido refletidos pelo ICE e
apresentados enquanto recurso promotor de
formação de cada pessoa e da comunidade
em geral.
No desenvolvimento das suas dinâmicas, para
o próximo ano letivo, o ICE propõe-se realizar
um Encontro Nacional de Docentes,
apoiando-se no local e nas parcerias
existentes e/ou nas que se possam vir a
formar.
Este Encontro Nacional de Docentes tem por
principal objetivo refletir a importância de
uma Educação Ambiental em Meio Escolar e,
como o próprio nome indica, pretende contar
com docentes vindos de todo o país,
principalmente das regiões onde o ICE,
atualmente, tem professores destacados e
com dinâmicas próprias.
No presente, e na expetativa que permaneça
para o futuro, o Encontro realizar-se-á em
Viseu, terá a duração de um dia e pretende-se
que tenha lugar já no início do próximo ano
letivo, prevendo-se que o mesmo seja
complementado, e ainda no ano letivo de
2016/17, com uma ação de formação
acreditada pelo CCPFC-Conselho Cientifico
Pedagógico de Formação Continua, para
docentes do Pré-Escolar e do Ensino Básico.
• Projeto “Dar as Mãos”: conta com o apoio e
a parceria do ICE no desenvolvimento de
atividades seniores em informática e
expressão dramática.
• Intergeracionalidade: Atividades promotoras
de afetos, a iniciar, com a Caritas de Setúbal.
• O Jardim de Infância da Quinta Nova conta
com o apoio do ICE na promoção de ações
conjuntas entre docentes, crianças e
familiares.
• “EnvelheSeres”: Projeto conjunto entre a
Câmara Municipal de Setúbal e as instituições
com população sénior. No presente ano de
2016 o ICE ficou corresponsável pela sua
dinamização.
• Feira de Projetos Educativos da Moita,
parceiro
privilegiado
na
organização/dinamização desde o seu inicio,
sendo que este ano já celebra o seu XIX
aniversario.
Mais novidades serão dadas no próximo
“notICEas”! 
Manuela Correia_ICE-Setúbal
PARCERIAS E SINERGIAS ENTRE ONGD E
OUTROS ACTORES DO
DESENVOLVIMENTO: MITOS E
REALIDADES
O Grupo de Trabalho de Ética da Plataforma
Portuguesa das ONGD, com o apoio dos Parceiros
do Mecanismo de Apoio à Elaboração de Projectos
de Cooperação, organizou no passado dia 23 de
Fevereiro de 2016, na Fundação Calouste
Gulbenkian, a IV Oficina de Conhecimento desta vez
com o tema “Parcerias e Sinergias entre O NGDe
outros Actores do Desenvolvimento: Mitos e
Realidades”.
A Nova Agenda do Desenvolvimento 2030 não
deixa margem para dúvidas: apenas o esforço dos
actores do Desenvolvimento, assente em parcerias
e novas dinâmicas, irá permitir a concretização de
um mundo mais justo, equitativo e sustentável. Mas
mais do que nunca, é fundamental analisarmos a
percepção que outros actores do Desenvolvimento
têm das ONGD: Como são vistas no processo de
Desenvolvimento? São actores de relevo? São
consideradas
para
parcerias
nacionais
e
internacionais?
A sessão de abertura contou com a intervenção da
Directora do Programa Gulbenkian Parcerias para o
Desenvolvimento, Maria Hermínia Cabral, que
realçou a importância das parcerias, destacando
que as Fundações são também um importante
actor do desenvolvimento e que a FCG tem uma
grande
história
de
parcerias
para
o
desenvolvimento, com parcerias com ONGD
(relação tem vindo a ser aprofundada com a
Plataforma Portuguesa das ONGD há vários anos),
bem como com organizações locais.
A Oficina contou com os contributos de Anabela
Vaz Ribeiro, Partner da Pedra Base, Isabel
Rodrigues, Técnica da Área da Cooperação da
Câmara Municipal de Loures, Júlio Santos,
Coordenador do Centro de Recursos para a
Cooperação e Desenvolvimento (CRCD) e Sérgio
Guimarães, Chefe de Divisão de Apoio à Sociedade
Civil do Camões, Instituto da Cooperação e da
Língua. A moderação ficou a cargo do Director
Executivo da Plataforma Portuguesa das ONGD,
Pedro Cruz.
Anabela Vaz Ribeiro referiu que o papel das ONGD
tem vindo a ganhar influência em Portugal e no
mundo, o que veio introduzir um novo actor com
quem as empresas se devem relacionar. Contudo
estas parcerias não são um hábito, sendo comum
que empresas trabalhem com empresas, ONGD
com ONGD e Municípios com Municípios, e isto
tem de mudar, é necessário um esforço de
adaptação. Reforçou ainda a importância e
urgência da ética, uma vez que as entidades
sentem necessidade de dar a conhecer a sua
estrutura, a forma como pensam, qual o modelo
interno de governação. “É preciso dar a conhecer
como funcionamos por dentro e não apenas os
nossos projectos”, referiu Anabela Vaz Ribeiro. O
desconhecimento das formas de funcionamento
das entidades, alguma falta de coerência entre
valores e práticas, a ausência de modelos de
prestação de contas e de informação sobre fontes
de financiamento, a não comunicação de valores e
princípios, etc., pode levar à falta de credibilidade
e de independência do sector das ONGD.
Isabel Rodrigues começou por referir que nem
sempre é fácil trabalhar em parceria, mesmo
internamente, realçando que o trabalho em rede
agrega um valor extra às actividades e garante
uma maior coerência para criar projectos
inovadores, potenciar capacidades organizativas
existentes e resultados.
PROJECTO ERASMUS+
TRODEU – TRAINING TO OPEN
DOORS TO EUROPE
Sérgio Guimarães realçou que as parcerias são um
elemento essencial para reforçar a coerência das
actividades do sector: são formas de partilhar
capacidades e recursos, objectivos e resultados e
são fundamentais por se regerem por interesses
comuns, para se partilharem experiências boas e
más praticas. Vêm reforçar a capacidade das
organizações na captação de fundos nacionais e
internacionais, permitindo-lhes ganharem escala.
Por outro lado, evidenciam o contributo das
ONGD para a prossecução de políticas públicas na
área da cooperação e são ainda importantes por
comprovarem a importância que a cooperação
para o desenvolvimento tem junto de diversos
actores: existem um conjunto de entidades para
junto das quais se quer levar apoio e parcerias
podem exponenciar aqueles que podem ser os
ramos da ajuda.
Por último, Júlio Santos focou-se nas parcerias
entre a Academia e as ONGD, dizendo que vê a
universidade como uma instituição de fronteira,
que deve construir e colaborar para que se
resolvam os problemas no Mundo, não devendo
estar isolada. Considera que é preciso trazer as
pessoas das ONGD para a sala de aula, para
partilharem trabalho com as universidades, é
preciso ensinar em conjunto o que são as ONGD e
o que fazem. Afirmou ainda que o afastamento
entre academia e ONGD é um mito. Já existem
parcerias, existe uma área de intersecção:
universidades criam conhecimento e teoria mas
também está na sua missão prestar um serviço à
comunidade. Do outro lado temos as ONGD
interessadas em intervenção e acção no terreno.
A colaboração é fundamental para que a
universidade se aproxime de forma humilde ao
sector das entidades sociais e de forma relevante
às questões do Mundo actual.
in Newsletter Plataforma Portuguesa das ONGD MAR 2016
http://www.plataformaongd.pt/noticias
Se realizó en Tenerife del 28 de octubre al 1 de
noviembre de 2015, la primera reunión do proyecto
TRODEU. Asistieron 2 personas por cada país socio:
Suecia, Portugal y Bélgica. Cada socio presentó su
institución. Se reelaboró el PLAN TE TRABAJO, "PT"
que se había propuesto inicialmente. Se realizó un
debate sobre él y se tomaron decisiones en torno a
una serie de aspectos con la finalidad de mejorar su
puesta en marcha. El coordinador español presentó
a los componentes de los diferentes equipos locales
y se visitaron instituciones colaboradoras en el
proyecto reuniéndose con sus responsables (CEP,
administración educativa, Oficina de Proyectos
Europeos, CEPA San Cristóbal y asociaciones). Se dio
a conocer TRODEU a los diferentes medios de
comunicación para publicitar información sobre el
proyecto. Se propició que el grupo se conociera
personalmente conviviendo y participando en actos
socioculturales durante esos días. Se realizó un
recorrido por el patrimonio natural y cultural de
Tenerife. Se elaborará una memoria parcial y se
pasará un documento para evaluar. La 2º reunión
tendrá lugar en Goteborg del 13 al 17 de abril de 2016.
Deberán asistir los coordinadores del proyecto de
cada país y los responsables de los equipos de
trabajo. La subvención dada para asistir a esta
reunión es: Portugal 2 personas, Bélgica 3 personas y
España 3 personas. Podrán asistir personas de los
centros colaboradores si se estima oportuno, pero
estas no tendrán subvención. En las sesiones de
trabajo presentarán los productos elaborados en
este periodo.
Cada socio presentará las tareas que se les han
encomendado según el "PT". Se realizará una
puesta en común y se revisará el "PT" para el
siguiente periodo. Se elaborará la memoria parcial y
se pasará un documento para evaluar. El socio
anfitrión presentará su centro y las instituciones
colaboradoras en el proyecto. Se reunirá el equipo
con los medios de comunicación para publicitar el
proyecto. Se propiciará el conocimiento de los
participantes através de actos socioculturales
programados al respecto: conocer el patrimonio
cultural y natural de Gotenborg.
E aquí ficam alguns registos fotográficos da 1.ª
Reunião de Projecto, nas Ilhas Canárias, em Santa
Cruz de Tenerife
Tarde de trabalho com mais uma professora canarinha e o
presidente da Sociedad Canaria Elio Antonio de Nebrija, a entidade
coordenadora geral do TRODEU.
Centro de Tenerife
Centro de Formação
de Professores, onde
reunimos
Recepção no Ministério da Educação
1.ª manhã de trabalho com o Coordenador Geral – Jesús e os
parceiros dos diferentes países - Fernando Ilídio, Roger,
Com os colegas e os alunos de um dos Centros de Educação de
Adultos, conhecendo o Património local
Roger e Fernando Ilídio com as colegas que nos irão receber na
2.ª Reunião de Projecto, na Escola Filandesa da Suécia, em Abril
– Irina e Oili, a Directora da Escola
Pelos Coordenadores TRODEU de Portugal e das
Canárias,
Andréa Duarte (ICE_Braga)
e Jesús Luis-Ravelo (Sociedad Canaria Elio Antonio
de Nebrija_Canárias)
Cadernos
ICE
CADERNO ICE N.º 10
EDUCAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E AÇÃO
LOCAL COMUNITÁRIA
Organizado por Fernando Ilídio Ferreira,
Germán Vargas Callejas e Orlando Freitas, o
presente caderno inclui textos seus e de Abílio
Amiguinho, Ana Paula Marques, Daniela Gomes,
Héctor Pose, Irene Santos, Joana Lúcio, João
Caramelo, Júlio Gonçalves dos Santos, Laura
Varela Crespo, Lídia Mota, Lucia Iglesias da
Cunha, Luís Rothes, Miguel Pardellas Santiago,
Paulo Delgado, Rosa Valls Carol e Sandra Girbés
Peco.
Esta obra é publicada no ano em que foram
fixados, numa cimeira da ONU, em Nova Iorque,
os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
para 2015-2030. A questão do desenvolvimento
– e do desenvolvimento local e comunitário, em
particular – é abordada em treze capítulos, da
autoria de investigadores de Portugal e
Espanha. Os vários trabalhos discutem
conceitos e perspetivas, apresentam estudos e
projetos, sinalizam problemas e temáticas e
enunciam desafios aos investigadores, às
políticas públicas, às instituições, aos
profissionais e aos cidadãos, de um modo geral,
tratando-se de uma questão que a todos e a
todas diz respeito.
ÍNDICE
• APRESENTAÇÃO
Fernando Ilídio Ferreira, Germán Vargas Callejas e
Orlando Freitas
PARTE I - PERSPETIVAS TEÓRICAS E METODOLÓGICAS
• PERSPETIVAS DO DESENVOLVIMENTO LOCAL E
COMUNITÁRIO: DESENVOLVIMENTO ALTERNATIVO E
ALTERNATIVAS AO DESENVOLVIMENTO
João Caramelo e Fernando Ilídio Ferreira
• EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA, SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL
E
DESENVOLVIMENTO
SOCIAL:
REFERENTES
TEÓRICOS,
PERSPETIVAS
DE
INTERVENÇÃO
Paulo Delgado, Luís Rothes e Lídia Mota
• VISIONES ACTUALES DE LA ACCIÓN COMUNITARIA
EN LAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE BIENESTAR: RETOS
PARA LOS SERVICIOS SOCIALES EN ESPAÑA
Laura Varela Crespo
• EDUCAÇÃO, COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO:
DESAFIAR AS FRONTEIRAS E APRENDER A ESCUTAR
O SUL
Júlio Gonçalves dos Santos
• CONTRIBUTOS PARA PENSAR A RELAÇÃO ENTRE
EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NO MUNDO
RURAL
Fernando Ilídio Ferreira e João Caramelo
• “SE NÃO SABE, PORQUE É QUE PERGUNTA?”
Irene Santos
PARTE II - ESTUDOS, PROJETOS E PROPOSTAS
• EL DESARROLLO SOSTENIBLE Y LOCAL EN LAS
COMUNIDADES INDÍGENAS DE LOS ANDES, UN
ENFOQUE EDUCATIVO Y SOCIAL
Germán Vargas Callejas
• COMUNIDADES UNIVERSITARIAS EN TRANSICIÓN. EL
CASO DEL PROGRAMA USC EN TRANSICIÓN
Lucia Iglesias da Cunha e Miguel Pardellas Santiago
• ASSOCIAÇÕES E INICIATIVAS DE DESENVOLVIMENTO
LOCAL: O PROJETO “À DESCOBERTA DO MUNDO
RURAL”
Joana Lúcio, Orlando Freitas e Fernando Ilídio Ferreira
• PATRIMONIO,
EDUCACIÓN
CULTURAL
Y
DESARROLLO
LOCAL.
UN
PROYECTO
SOCIOCULTURAL EN BUÑO, PUEBLO ALFARERO
Héctor Pose
• ESCOLA
E
INTERVENÇÃO
COMUNITÁRIA:
INTERGERACIONALIDADE,
EDUCAÇÃO
E
DESENVOLVIMENTO SOCIAL LOCAL
Abílio Amiguinho
COMUNIDADES
DE
APRENDIZAJE:
DE
LA
TRANSFORMACIÓN
EDUCATIVA
A
LA
TRANSFORMACIÓN SOCIAL
Sandra Girbes Peco y Rosa Valls Carol
• PROFISSIONAIS DE INTERVENÇÃO EM REDE: UM
ESTUDO SOBRE TRÊS EXPERIÊNCIAS DE REDES
SOCIAIS
Daniela Gomes e Ana Paula Marques
APRESENTAÇÃO
Fernando Ilídio Ferreira1 , Germán Vargas Callejas2
e Orlando Freitas 3
O ano em que esta obra é publicada, 2015,
coincide com o ano em que foram fixados numa
cimeira da ONU, em Nova Iorque (EUA), de 25 a 27
de setembro, os 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), em áreas de extrema
importância para a humanidade e o planeta. Na
sequência dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milénio, que haviam sido definidos para o período
de 2000-2015, os atuais ODS enformam a agenda
pós 2015 – “Transformando o nosso mundo: a
agenda
2030
para
o
desenvolvimento
sustentável”. De um modo sintético, os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável para 2015-2030
são os seguintes :
1. Erradicar a pobreza em todas as suas formas;
2. Erradicar a fome, atingir a segurança
alimentar e a melhoria alimentar e promover a
agricultura sustentável;
3. Assegurar vidas saudáveis e promover o
bem-estar para todos, em qualquer idade;
4. Assegurar educação de qualidade, inclusiva e
equitativa e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos;
5. Atingir a igualdade de género e o
empoderamento de todas as mulheres e
raparigas;
6. Assegurar a disponibilidade e a gestão
sustentável de água e saneamento para todos;
7. Assegurar o acesso à energia fiável,
sustentável, moderna e a preço acessível a
todos;
8. Promover o crescimento económico
sustentado, inclusivo e sustentável, o emprego
pleno e produtivo e o trabalho digno para
todos;
1
Departamento de Ciências Sociais da Educação e Centro de Investigação
em Estudos da Criança (CIEC), Instituto de Educação, Universidade do
Minho; ICE – Instituto das Comunidades Educativas.
2 Departamento de Teoría de la Educación, Historia de la Educación y
Pedagogía Social, Facultad de Ciencias de la Educación, Universidad de
Santiago de Compostela.
3 Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), Universidade do
Minho.
4
Ver
mais
informação
em
sites
como
https://sustainabledevelopment.un.org/post2015/transformingourworld,
http://www.instituto-camoes.pt/agenda-pos-2015/root/cooperacao/agendapos2015, consultados em 20/12/2015.
9. Construir infraestruturas resilientes,
promover a industrialização inclusiva e
sustentável e fomentar a inovação;
10. Reduzir as desigualdades dentro e entre
os países;
11. Tornar as cidades e os povoamentos
humanos inclusivos, seguros, resilientes e
sustentáveis;
12. Assegurar padrões sustentáveis de
consumo e produção;
13. Tomar medidas urgentes no sentido de
combater as alterações climáticas e seus
impactos;
14. Conservar de forma sustentável os
oceanos, mares e recursos marinhos;
15. Proteger, restaurar e promover a
utilização sustentável dos ecossistemas
terrestres, gerir as florestas de forma
sustentável, combater a desertificação,
travar e reverter a degradação das terras e
estancar a perda da biodiversidade;
16. Promover sociedades pacíficas e
inclusivas
para
o
desenvolvimento
sustentável, conceder o acesso à justiça
para todos e criar instituições eficazes,
responsáveis e inclusivas a todos os níveis;
17. Reforçar os meios de implementação e
revitalizar a parceira global para o
cumprimento destes objetivos.
Os treze capítulos que compõem a obra aqui
apresentada abordam várias questões e
temáticas que integram esta agenda. Os
trabalhos são da autoria de investigadores de
instituições de ensino superior de Espanha e
Portugal, que se debruçam sobre as questões
do desenvolvimento e da sua relação com a
educação. Optámos por manter os textos na
língua original dos autores, de modo a
garantirmos a maior fidedignidade e também
porque os textos serão lidos nos dois países e
a sua leitura não colocará obstáculos aos
públicos a que se dirigem. Na origem desta
publicação esteve o objetivo comum de
produzir e divulgar um conjunto plural de
estudos teóricos e práticos que pudesse
ajudar,
sobretudo
investigadores
e
profissionais, a conhecer e a orientar, de uma
forma reflexiva, crítica e fundamentada,
processos educativos, numa perspetiva
sociocomunitária.
O conceito de desenvolvimento, assim como os
conceitos correlacionados de desenvolvimento
comunitário,
desenvolvimento
local,
desenvolvimento endógeno, desenvolvimento
sustentável, entre outros, são submetidos ao
exame crítico, procurando dar conta do carácter
multidimensional do conceito e da necessidade de
se valorizar mais a dimensão humana do que as
vertentes economicistas e produtivistas. Como a
gestão e a promoção do bem-estar das
comunidades se insere em processos integrados
de desenvolvimento, importa não apenas
conhecer a sua vertente técnica e gestionária, mas
sobretudo compreender o significado político da
intervenção, seja no âmbito da educação,
institucional e não institucional, seja nos âmbitos
da cultura, do ambiente, da economia ou do bemestar social, em geral.
No que concerne à educação institucional, a obra
apresenta estudos, projetos e propostas de
trabalho relacionados com a escola e a
universidade, formulando e respondendo a
questões como: Que ações de carácter
comunitário se integram nas práticas educativas?
Que sentido e utilidade pedagógica tem a
intervenção educativa numa ótica comunitária no
âmbito escolar? Que iniciativas pedagógicas – de
práticas educativas – se fundamentam no
princípio comunitário? No âmbito social e
económico, os trabalhos mostram que a relação
entre educação e comunidade é concebida
também como ação política de empowerment
económico das sociedades locais, sendo as
práticas e os projetos educativos orientados para
esse objetivo. No âmbito cultural e artístico, a
obra discute questões como: Que iniciativas
culturais
promovem
o
desenvolvimento
comunitário? Que características singularizam a
intervenção educativa comunitária no contexto da
cultura local? Quais são as potencialidades da arte
e da cultura para a dinamização da comunidade?
Que políticas de carácter educativo se
implementam
para
o
fomento
do
desenvolvimento artístico e cultural dos territórios
e das populações locais? No âmbito do ambiente,
são formuladas e debatidas questões como: Que
iniciativas de carácter educativo se podem
promover no sentido da sustentabilidade
comunitária? Como se pode trabalhar a visão da
sustentabilidade social e ambiental com um
enfoque comunitário nos contextos locais? Que
“boas práticas” se podem conhecer e dar a
conhecer em relação à educação e à
construção de comunidades e sociedades mais
sustentáveis? Que contributo pode dar a visão
da sustentabilidade para a inovação das
práticas educativas? Estas questões e temáticas
são abordadas, nos diferentes capítulos, quer
em termos teóricos e metodológicos, quer em
termos práticos e propositivos.
O primeiro capítulo – Perspetivas do
desenvolvimento
local
e
comunitário:
desenvolvimento alternativo e alternativas ao
desenvolvimento, de João Caramelo e
Fernando Ilídio Ferreira – tem como principal
objetivo problematizar o conceito de
desenvolvimento, considerando as suas
dimensões social e económica, mas também
política, cultural e educativa que o atravessam.
Num primeiro momento, os autores
questionam o paradigma dominante desde o
fim da II Guerra Mundial, marcado por uma
visão que associa desenvolvimento e
crescimento económico e, enquanto crença
ocidental,
pela
consideração
do
desenvolvimento como uma progressão
civilizacional linear e uniforme, ou seja, como
uma sequência de estádios rumo a uma
condição semelhante à dos países ocidentais
industrializados.
Através
desse
questionamento, os autores pretendem
deslocar o foco da reflexão sobre a temática
para outras perspetivas que, pelo menos desde
meados da década de 1970, a literatura vem
designando como desenvolvimento local e
comunitário e, de um modo geral, como
“desenvolvimento alternativo”. Num segundo
momento, os autores debatem não apenas as
perspetivas do desenvolvimento alternativo,
como
também
as
“alternativas
ao
desenvolvimento”. Nesse sentido, defendem
que, enquanto o desenvolvimento estiver
instrumentalmente vinculado ao crescimento
económico e ao produtivismo, não é possível
conceber um desenvolvimento que não
conduza à exaustão das condições necessárias
à vida na Terra.
No segundo capítulo, intitulado “Educação
comunitária, sustentabilidade ambiental e
desenvolvimento social: referentes teóricos,
perspetivas de intervenção”, Paulo Delgado,
Luís Rothes e Lídia Mota partem do conceito de
desenvolvimento e das necessidades que se lhe
podem associar, face à perspetiva da
sustentabilidade social e ambiental.
De seguida, analisam os indicadores e as metas
de desenvolvimento assumidos no discurso
institucional dos organismos internacionais,
que exprimem e avaliam os parâmetros de
evolução ambiental, social e cultural,
proporcionando uma análise comparada e
denunciando disparidades no bem-estar e na
qualidade de vida. Defendem o conceito de
desenvolvimento
comunitário
enquanto
processo socioeducativo de capacitação de
pessoas, grupos e comunidades que,
assumidas como coletivo em ação organizada,
se implicam ativamente em processos de
desenvolvimento e de afirmação da cidadania.
Laura Varela Crespo, autora do terceiro
capítulo, intitulado “Visiones actuales de la
acción comunitaria en las políticas públicas de
bienestar: retos para los servicios sociales en
España”, defende a necessidade de “aprender
a viver juntos” como um objetivo fundamental
para o desenvolvimento dos nossos sistemas
democráticos,
especialmente
no
atual
contexto de crise económica e social.
Alertando para o cenário desolador revelado
por vários indicadores sociais, considera
urgente educar socialmente em valores que
contribuam para uma cidadania crítica,
responsável e comprometida e salienta, por
um lado, o papel dos serviços e recursos
sociocomunitários na dinamização dos
territórios e a abertura de novas
oportunidades de participação e, por outro, o
importante papel que desempenha o
voluntariado para ajudar as pessoas a
participar em iniciativas comunitárias. Dando
conta dos diversos significados que a ação
comunitária tem adotado nos serviços sociais
em Espanha, a autora defende que a abertura
desses serviços aos contextos de proximidade
em que se leva a cabo a intervenção
socioeducativa
exige
uma
importante
mudança de mentalidade que situe a Educação
Social e a ação comunitária no centro dos
discursos e das linhas de atuação da política
social.
Em “Contributos para pensar a relação entre
educação e desenvolvimento no mundo rural”,
título do quarto capítulo, Fernando Ilídio
Ferreira e João Caramelo defendem que os
próprios processos de desenvolvimento são
processos educativos e que esta perspetiva é
fundamental para a consideração das
especificidades do mundo rural.
Argumentam que esses processos se
caracterizam
pela
participação,
pela
cidadania, pelas sociabilidades e pelas
múltiplas aprendizagens associadas às
vivências e experiências das pessoas, em
termos individuais e coletivos. Nesse sentido,
questionam a segmentação etária que
caracteriza o modelo escolar e defendem
uma perspetiva intergeracional da educação.
Os autores sustentam que a relação
Educação-Desenvolvimento, em particular
nas zonas rurais, passa por um trabalho de
pesquisa e de intervenção que questione a
perspetiva das “carências” – tendencialmente
“diagnosticadas” em programas e projetos
ditos de desenvolvimento, sobretudo em
zonas rurais – e acentue mais uma perspetiva
que valorize a experiência cidadã das
pessoas, dos grupos e das comunidades que
as habitam.
No quinto capítulo, intitulado “Educação,
desenvolvimento e cooperação: desafiar as
fronteiras e aprender a escutar o Sul”, Júlio
Gonçalves dos Santos reflete sobre a
apropriação e a institucionalização de
conceitos, processos e práticas na área da
educação, cooperação e desenvolvimento,
com base essencialmente da sua experiência
pessoal. Procurando contribuir para um
enquadramento teórico nesta área, não
deixando de relevar algumas lições
aprendidas em práticas de cooperação para o
desenvolvimento e de como essas práticas
podem e devem ser objeto de reflexão e de
análise crítica no seio das instituições,
defende que é urgente realizar um trabalho
sistemático e coerente, em particular no seio
das instituições do ensino superior. O autor
advoga uma agenda para a investigação em
cooperação que seja sensível aos contextos e
dê um contributo para a cooperação de
qualidade, revisitando algumas das questões
iniciais e incluindo outras temáticas
emergentes relacionadas com a educação, a
cooperação e o desenvolvimento em
situações de conflito e “fragilidade”, por
exemplo, sem ignorar os desafios que se
esperam que vão dominar a agenda pós-2015
nesta área
O sexto e último capitulo, “Se não sabe,
porque é que pergunta?”, da autoria de Irene
Santos, tem como título a pergunta de uma
criança, retomada por João dos Santos para o
título de um livro seu de conversas com João
Sousa Monteiro, editado em 1995, pela editora
Almedina. O trabalho tem um carácter
essencialmente metodológico, dando conta de
um processo de pesquisa que teve como
objetivo estudar o lugar da formação na vida
da Associação Cultural Moinho da Juventude.
O conhecimento do bairro e da associação,
fruto do acompanhamento que fez na
instituição durante quinze anos, através da
pesquisa e da intervenção, mas também da
amizade, permitiu-lhe evidenciar as evoluções
e as possibilidades de este se constituir num
espaço privilegiado para observar e debater
sobre o modo como se vão tecendo tensões e
soluções, entre lógicas de formação e de ação.
Começando por fazer uma breve apresentação
do modo como se organiza o trabalho da
Associação, numa perspetiva da formação e da
relação com a experiência, em sentido amplo,
apresenta seguidamente o modo como foi
realizada a recolha de dados, a construção do
diálogo com os sujeitos e as suas produções.
A segunda parte da obra é composta por sete
capítulos, agrupando um conjunto de
trabalhos que relatam processos e resultados
de estudos empíricos, assim como projetos e
propostas de ação e intervenção comunitárias.
As temáticas e as questões abordadas vão
desde o desenvolvimento sustentável, com
enfoque educativo e social, à intervenção em
rede no âmbito do trabalho social, passando
pelo desenvolvimento local em contexto rural
e pela relação entre a escola e a comunidade
Os capítulos 7º e 8º, embora referenciados a
contextos muito distintos – comunidades
indígenas e comunidades universitárias em
transição – abordam, em comum, a questão
muito atual do desenvolvimento sustentável.
Assim, no sétimo, intitulado “El desarrollo
sostenible y local en las comunidades
indígenas de los Andes, un enfoque educativo
y social”, Germán Vargas apresenta um estudo
a partir da perspetiva das populações
indígenas – quéchua – dos Andes, na Bolívia,
tomando como base para a análise a
experiência da comunidade de Aramasí.
Os argumentos e os resultados que o autor
apresenta: i) destacam a comunidade local
como fundamento para a teorização e a
prática do desenvolvimento sustentável; ii)
propõem a compreensão de aspetos próprios
do desenvolvimento sustentável a partir da
visão e experiência dos indígenas e iii)
apresentam ideias e tendências sobre a
direção
que
deveria
tomar
um
desenvolvimento comunitário sustentável que
propicie uma “vida boa” entre os coletivos
indígenas. No oitavo capítulo, “Comunidades
Universitarias en Transición. El caso del
Programa USC en Transición”, Lucia Iglesias da
Cunha e Miguel Pardellas Santiago dão a
conhecer o programa “USC em Transição”,
que inclui um plano de desenvolvimento
sustentável, impulsionado pela Universidade
de Santiago de Compostela desde 2011,
adaptando a filosofia das comunidades em
transição ao contexto universitário. De um
modo geral, as iniciativas em transição têm-se
multiplicado em diversos contextos – cidades,
aldeias, bairros, universidades – que, através
de processos auto-organizados, desenvolvem
estratégias comunitárias para reduzir a
dependência energética através de hortas
urbanas, moedas sociais, trocas, bancos do
tempo, energias renováveis e outras ações. Os
autores concluem que o programa se
converteu
num
exemplo
quer
de
potencialidades, quer de dificuldades e
desafios para por em marcha este tipo de
iniciativas no contexto universitário.
Os dois capítulos seguintes mantêm a tónica
nas
questões
do
desenvolvimento
comunitário, com a particularidade de se
referenciarem ao meio rural e de
apresentarem iniciativas e projetos de
desenvolvimento
local,
em
contextos
associativos e com dimensões educativas e
culturais. O 9º capítulo, da autoria de Joana
Lúcio, Orlando Freitas e Fernando Ilídio
Ferreira, apresenta um trabalho intitulado
“Associações e iniciativas de desenvolvimento
local: o projeto ‘À Descoberta Do Mundo
Rural”’.
Analisando o processo e os resultados deste
projeto, os autores mostram que o seu
principal objetivo foi identificar iniciativas
formais e informais de desenvolvimento local
em meio rural e dar visibilidade a "boas
práticas", em áreas como a cultura, as artes, a
cidadania, a educação, a saúde, entre outros.
Para a identificação e a análise das “boas
práticas” foram definidos os seguintes critérios:
a participação/envolvimento das pessoas do
lugar; a valorização das memórias e histórias do
lugar, numa lógica de requalificação; o pensar
em conjunto as dificuldades e procurar novas
formas de melhorar o lugar onde vivem; a
valorização dos recursos disponíveis no
território (naturais, culturais, humanos,
materiais e imateriais); a democraticidade das
decisões. Das várias iniciativas analisadas, os
autores apresentam neste capítulo três,
relacionadas mais especificamente com
contextos associativos. No 10º capítulo –
Patrimonio, educación cultural y desarrollo
local. Un proyecto sociocultural en Buño,
pueblo alfarero – Héctor Pose, partindo
igualmente
de
uma
perspetiva
de
desenvolvimento comunitário, dá conta da
experiencia, da história e do estado atual de um
projeto sociocultural em Buño, Galicia. Neste
processo integrado de desenvolvimento local,
o autor salienta a importância da implicação de
múltiplos atores, desde os próprios cidadãos às
autoridades locais, comprometidos com a
conservação, potenciação e promoção dos
produtos culturais locais, neste caso a olaria.
Héctor Pose argumenta que a educação
cultural e patrimonial, nos municípios e a partir
dos municípios, é fundamental para a
revalorização dos bens e da produção cultural
local que, unida à intervenção sociocultural,
pode constituir uma ferramenta para fazer
emergir os valores comunitários e os processos
participativos, motivando o desenvolvimento
de consciências críticas e responsáveis.
Os 11º e 12º capítulos – “Escola e intervenção
comunitária: intergeracionalidade, educação e
desenvolvimento social local”, de Abílio
Amiguinho, e “Comunidades de Aprendizaje: de
la transformación educativa a la transformación
social”, de Sandra Girbés Peco e Rosa Valls
Carol – têm como principal eixo temático a
escola e a sua relação com a comunidade.
No 11º capítulo, Abílio Amiguinho relata um
percurso longo que dá conta de um património
conceptual, metodológico e experiencial
acumulado na participação em três projetos de
educação e desenvolvimento local em meio
rural: o projeto ECO – Escola-Comunidade, na
década de 1980; o projeto das Escolas Rurais,
na década seguinte, e o PROMETRUR, já no
presente século. Dando conta de novos
caminhos e possibilidades de ação social e
educativa que estes projetos enunciam, o
autor refere a pertinência daquele património
para a discussão e compreensão das
potencialidades da intervenção comunitária,
em que a escola pode participar, assim como
sobre o impacto para a formação dos adultos e
a formação das crianças, enquanto dimensões
de um mesmo processo. Entre outras, salienta
as
potencialidades
da
reposição
de
solidariedades
intergeracionais
e
da
reabilitação da criança que há no aluno. O 12º
capítulo, “Comunidades de Aprendizaje: de la
transformación educativa a la transformación
social”, de Sandra Girbés Peco e Rosa Valls
Carol, descreve a experiência que teve lugar
nos bairros de La Estrella y La Milagrosa da
periferia de Albacete, mostrando o modo
como a transformação de uma escola em
Comunidades de Aprendizagem se constitui
como um ponto de partida para ativar a
aprendizagem e a participação da comunidade
no desenvolvimento local, num contexto com
altos índices de degradação urbanística e
social. O trabalho coletivo, empreendido com
o objetivo de arrancar as pessoas dos bairros
de exclusão social, implicou o compromisso de
diferentes agentes, como o pessoal da
administração ou das entidades sociais, e a
aplicação, democrática, de uma metodologia
de intervenção socioeducativa fundamentada
na participação comunitária, na superação de
dinâmicas burocráticas e de atitudes centradas
em baixas expectativas e preconceitos em
relação aos coletivos em risco de exclusão
social.
O 13º e último capítulo “Profissionais de intervenção
em rede: um estudo sobre três experiências de Redes
Sociais”, de Daniela Gomes e Ana Paula Marques,
apresenta um estudo fundamentado no conceito de
rede, numa tipologia de redes interorganizacionais e
na análise de três experiências de Redes Sociais
concelhias. O Programa Rede Social constitui uma
medida de política pública, em Portugal, implementada
no campo da política social com enfoque no combate à
pobreza e à exclusão social e como uma tentativa de
territorialização das políticas sociais. As autoras
apresentam os resultados desse estudo, que teve
como objetivos conhecer o papel dos profissionais de
intervenção em rede no contexto das organizações,
em três Redes Sociais concelhias, e captar e explorar as
suas conceções sobre o Programa, quer na sua
globalidade, enquanto medida de política pública
centrada na promoção do desenvolvimento local e nos
contributos para a coesão territorial, quer na sua
especificidade, no que concerne ao envolvimento dos
profissionais nas dinâmicas de intervenção em rede e
nos processos de planeamento que lhe estão
subjacentes.
No seu conjunto, as temáticas e as abordagens que
esta obra dá a conhecer, em torno do
desenvolvimento local e comunitário, apontam
desafios às políticas e às práticas, às instituições e aos
profissionais, à investigação e à produção de
conhecimento neste domínio. Um desafio que se
coloca, desde logo, é de natureza conceptual. De
facto, não podemos ignorar a ambiguidade e a fluidez
que caracterizam o próprio conceito de comunidade.
Particularmente no âmbito das reformas educativas
contemporâneas, no contexto escolar, a noção de
comunidade tem sido utilizada sobretudo em termos
metafóricos e apologéticos e não tanto numa
perspetiva de investigação que permita conceber a
“comunidade” como uma realidade social e
culturalmente construída, ou seja, passível de ser
teorizada e estudada empiricamente (Sarmento &
Ferreira, 1995). Além disso, a noção de comunidade,
difundida em textos legislativos e na literatura
educacional, através de qualificativos vários, como
comunidade educativa, comunidade de aprendizagem,
comunidade profissional, comunidade de prática, etc.,
tem sido pouco submetida à interrogação crítica,
sendo-lhe frequentemente conferida uma bondade
natural, independentemente dos múltiplos sentidos,
contextos e práticas que lhe estejam associados
(Ferreira & Flores, 2012).
Este fenómeno é característico desta e de outras
noções que, ao dispensarem a problematização teórica
e a investigação empírica, tendem a transformar-se em
lugares-comuns e até em slogans com fins
mobilizadores, mas numa perspetiva instrumental.
Como sugere Reboul (1984), para não pensarmos por
slogans é necessário pensarmos os slogans. Em boa
medida, foi este exercício que nos propusemos fazer
quando concebemos esta obra coletiva. Como bem
lembra Bauman (2006), as palavras têm significados,
mas algumas produzem, também, uma “sensação”.
É o caso da palavra comunidade pois, como refere
este autor, ela produz uma boa sensação, seja qual
for o seu significado: é bom “ter uma comunidade”,
“estar em comunidade”. De um modo geral,
sentimos que a comunidade é sempre algo bom: um
lugar acolhedor, seguro e confortável. Bauman
esclarece, porém, que há diferenças entre a
“comunidade imaginada”, do sentimento cálido, e a
“comunidade realmente existente”. É este sentido
da “comunidade realmente existente” que nos
interessa indagar, constituindo também um desafio
para a realização de outros trabalhos futuros. A
agenda de desenvolvimento pós-2015, que
mencionámos anteriormente, vem reforçar a
pertinência da intervenção e da pesquisa neste
domínio, assumindo que a dimensão comunitária
constitui
um
dos
principais
pilares
do
desenvolvimento sustentável.
Referências bibliográficas
• BAUMAN, Z. (2006). Comunidad. En busca de
seguridad en un mundo hostil. Madrid: Siglo XXI.
• FERREIRA, F. I. & FLORES, M.A. (2012). Repensar o
sentido de comunidade de aprendizagem:
contributos para uma concepção democrática
emancipatória, in M. A. Flores & F. I. Ferreira
(Orgs.). Currículo e Comunidades de Aprendizagem:
desafios e perspetivas (201-248). Sto. Tirso: De
Facto Editores.
• REBOUL, O. (1984). Le langage de l’Éducation.
Paris: PUF.
• SARMENTO, M. J. & FERREIRA, F. I. (1995). A
construção social das comunidades educativas,
Revista Portuguesa de Educação, 8 (1), 99-116.
Sugestões
de Leitura
DIA INTERNACIONAL DO LIVRO
INFANTIL
No dia 2 de abril comemora-se em todo o
mundo o nascimento de Hans Christian
Andersen. A partir de 1967, este dia passou a ser
designado por Dia Internacional do Livro
Infantil, chamando-se a atenção para a
importância da leitura e para o papel
fundamental dos livros para a infância.
Para assinalar o Dia Internacional do Livro
Infantil 2016, a 2 de abril, a DGLAB convidou o
ilustrador Afonso Cruz, vencedor do Prémio
Nacional de Ilustração do ano passado, para ser
o autor da imagem do cartaz. Tal como tem
sido habitual, o cartaz impresso é distribuído
pelas Bibliotecas Municipais.
in: http://www.dglb.pt/
Guia do Brincar Inclusivo
Oo projeto Incluir Brincando é uma iniciativa da
Vila Sésamo e do Fundo das Nações Unidas para
a Infância – UNICEF que busca contribuir para a
garantia do direito de brincar a todas as
crianças, respeitando os ritmos e a
individualidade de cada uma.
Nosso sonho é um brincar inclusivo, que
promova a interação de todas as crianças,
valorize as diferenças, estimule a autonomia e
fortaleça a autoestima.
Neste guia do brincar inclusivo, você encontra
sugestões de brinquedos, brincadeiras e jogos
que permitem a participação de todas as
crianças. você vai ver: incluir é bem mais simples
do que parece e torna a brincadeira muito mais
divertida!
Projeto Incluir Brincando
Conteúdos/Índice
Realização: Sesame Workshop / UNICEF
INTRODUÇÃO
Coordenação: Ilaria Favero e Priscila Ramalho
BRINQUEDOS
Colaboração: Alexandre Amorim, Estela Caparelli e
Rui Aguiar
• Na cesta
Textos e consultoria pedagógica: Meire Cavalcante
• Caixa dos sentidos
Projeto gráfico: Emiliano Cavalcante
Ilustrações: Cecília Andrade
Impressão: Gráfica Santa Marta
2012
Sesame Workshop é uma organização educacional
sem fins lucrativos especializada na criação
de conteúdo multimídia para o desenvolvimento
da primeira infância. Produz o seriado de TV
Vila Sésamo, assistido em mais de 140 países.
Leia mais: www.sesameworkshop.org
O Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) contribui para a construção de um
mundo onde os direitos de cada criança e de cada
adolescente sejam cumpridos, respeitados e
protegidos. Presente em 191 países, é referência
mundial em conhecimento e ações relacionadas à
infância
e adolescência.
Leia mais: www.unicef.org.br
• Na trilha
• Cores e texturas
• Livro tátil
• Piscina de bolinhas
BRINCADEIRAS
• Fui ao zoológico
• Hockey macio
• Fantasias
• Pintando tudo
• Areia no pé
• Rola-bola
• Soprar e soprar
• Circuito divertido
JOGOS
• Jogo da memória
• Colmeia alfabética
• Boliche
• Jogo da velha
• Dominó
• Dado de histórias
• Quebra-cabeça maluco
MATERIAIS QUE FACILITAM A INCLUSÃO
DICAS PARA QUE TODOS BRINQUEM
“Dar espaço ao local, tempo à sua
afirmação, poder ao seu poder…”
O ICE - Instituto das Comunidades Educativas - é uma
associação de âmbito nacional, de utilidade pública sem
fins lucrativos, com o estatuto de ONGD e sede em
Setúbal.
Morada:
Rua do Moinho, nº 1 - R/C - D11, Bairro da
Bela Vista,
2910-614 Setúbal
Coordenadas GPS:
38.521673, -8.865575
Link para localização:
http://goo.gl/maps/1ewnR
Tel: 265 783 006
Correio eletrónico:
[email protected]
Website:
http://www.iceweb.org/
Constituído a 15 de Julho de 1992, é o resultado da
confluência de projetos de intervenção e do envolvimento
e articulação de autarquias, instituições académicas,
personalidades ligadas à cultura e educação e diferentes
ONG's.
Tem como finalidades a organização, gestão, animação e
apoio a projetos de intervenção, investigação e
desenvolvimento, no âmbito educativo, cultural, social e
económico.
Ao longo da sua existência tem desenvolvido projetos
apoiados por programas de financiamento europeus
(GRUNDVIG, SOCRATES, EQUAL, POEFDS) e nacionais
(LUTA CONTRA A POBREZA, SER CRIANÇA, SIQE) a maioria
dos quais como entidade interlocutora/promotora.
As investigações que conduz traduzem-se já num
significativo número de publicações com contributos no
domínio da formação, da educação, do desenvolvimento
local e da animação comunitária.
Anima várias redes de parceria onde se acham implicadas
autarquias,
coletividades,
associações,
escolas,
universidades e serviços públicos. Cerca de 80% do seu
volume de trabalho é assegurado em regime de
voluntariado.
Adota como princípios e traços de especificidade:
• Elege, como objeto privilegiado de intervenção, a
comunidade local, na perspectiva da sua afirmação e
desenvolvimento.
Aos Sócios e Amigos do ICE
APOIAR FINANCEIRAMENTE O
ICE SEM GASTAR UM CÊNTIMO!!!
Basta, para o efeito, quando da
declaração de rendimentos IRS,
preencher no Anexo H - Quadro 9
(Consignação de 0,5% do Imposto
Liquidado) - Campo 901 -indicando o
NIPC da nossa associação: 502827564
• Estrutura da sociedade civil, o ICE define como principal
objetivo e razão de ser o combate contra a exclusão
social, promove a cultura educativa e o
desenvolvimento integrado local em Portugal combate a que se associa a solidariedade de princípio
com as problemáticas do desenvolvimento e educação
dos países de língua oficial portuguesa, bem como o
intercâmbio e a articulação com projetos e instituições
de desenvolvimento local e educativo da Europa.
• Trabalha a dimensão educativa, enquanto vertente de
um desenvolvimento que só pode ser integrado e
sistémico. E entende como dimensão educativa os
níveis de educação formal, não formal e informal,
considerados na sua interdependência mas também na
sua autonomia relativa.
• Assume o reconhecimento e a recuperação da
diferença que a diversidade implica.

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