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TRAÇO CONTÍNUO O SEU VOLVO NA FAIXA CERTA ■ NO. 3 2008 O CLIENTE EM PRIMEIR0 LUGAR AS PREMISSAS DO SERVIÇO GENUÍNO VOLVO MARCO HISTÓRICO 100 ANOS DOS SMTUC CAMINHO PARA O SUCESSO GRUPO BARRAQUEIRO APOSTA NA QUALIDADE RESPOSTA PRONTA MACHADO & BRITES APOSTA NA RENTABILIZAÇÃO DA FROTA PARA ATINGIR OS OBJECTIVOS TRAÇO CONTíNUO conteúdo #3/2008 EDITORIAL A importância do serviço O 8 Roupas com prazo de validade reduzido A empresa de transportes Green Cargo tem como cliente a H&M. E numa altura em que as questões ambientais estão na ordem do dia, o gigante de moda recorre a companhias que ofereçam serviços em que essas sejam uma das principais premissas. 4 NA VANGUARDA DO TRANSPORTE Fundada em 1979, a Machado & Brites procura rentabilizar o negócio, reduzindo os quilómetros sem carga. Em simultâneo, assinale-se uma preocupação ambiental, com uma renovação cíclica da frota. 16 À DIMENSÃO EUROPEIA O Grupo Barraqueiro continua a apostar na qualidade da frota e dos seus serviços. E volta a apostar em Volvo, destacando a forma como a Auto Sueco aborda o mercado. 17 100 ANOS A MOVER COIMBRA Criados em 1908, os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) assinalam a passagem do centenário com os olhos postos no futuro. TAMBÉM NESTA EDIÇÃO: 7 SERVIÇO GENUÍNO VOLVO 15 EU & O MEU VOLVO 18 NOTÍCIAS VOLVO TRAÇO CONTÍNUO Auto Sueco, Unidade de Negócio Camiões e Autocarros, R. Conde da Covilhã, 1637, 4100-189 Porto Tel.: 226 150 300 Fax: 226 150 395 E-mail: [email protected] Projecto gráfico e editorial: Tidningskompaniet, Box 2268, SE-40314, Gotemburgo, Suécia Edição: Divisão Customer Publishing da Edimpresa, Rua Calvet de Magalhães, 242, Laveiras, 2770-022 Paço de Arcos Tel.: 214 698 776 E-mail: [email protected] Impressão: Euroscanner Tiragem: 4500 exemplares Periodicidade: Trimestral Distribuição: Gratuita N.º Depósito Legal: 258637/07 Inscrição no ERC n.º 125275 2 TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 cliente e o négocio. É, sobretudo, nestes dois aspectos que se centra a nova filosofia de trabalho desenvolvida pela Volvo Trucks Corporation; o Serviço Genuíno Volvo materializa o que é a actividade em termos de após-venda, reorganizando etapas e propondo uma abordagem que, com toda a certeza, será, a curto prazo, sentida pelos nossos clientes. Com o empenho de toda a equipa de após-venda conseguiremos criar um serviço homogéneo, de qualidade, em toda a rede de assistência. É, sobretudo, com essa qualidade que os nossos clientes contam quando apostam na marca Volvo. É opinião exprimida transversalmente pelas empresas que ouvimos para a Traço Contínuo (e este número não é excepção) de que o serviço prestado pela Auto Sueco é um dos valores que mais alto se levantam na hora de optar pelo reforço da frota. E numa edição em que ouvimos quer a UAV de Torres Vedras quer os nossos clientes – a M. Brites, o Grupo Barraqueiro, os SMTUC –, não quero deixar de reforçar, neste espaço, a notícia que avançamos na página 3. Na primeira semana de Novembro, decorrerá no Porto a apresentação nacional dos novos Volvo FH e FM. Mais uma oportunidade de estarmos juntos, partilhando experiências num evento inédito. Boa viagem! HENRIQUE NOGUEIRA DIRECTOR AUTO SUECO UNIDADE DE NEGÓCIO CAMIÕES E AUTOCARROS INÍCIO NOTÍCIAS DO MUNDO DOS TRANSPORTES Pretty in pink UM INVULGAR VOLVO FH16 660 Globetrotter tem chamado a atenção dos islandeses. “Quando o meu irmão me falou num camião rosa, disse-lhe que tinha de o comprar e deixar-me conduzi-lo”, diz a sua condutora habitual, Lilja Maria Ivarsdottir, de 24 anos, que já se habituou aos olhares: “Muitas pessoas param os carros e tiram fotos ou acenam-me. É muito divertido.” Lilja trabalha para a empresa de transportes do irmão há três anos, e embora pense abrir, com as irmãs, uma loja de artigos para casamento, não equaciona deixar de conduzir o Pink Lady. “Adoro conduzir. Mesmo que arranje outro emprego, não deixarei nunca de conduzir camiões”, remata. A Lilja agrada-lhe, especialmente, o habitáculo. “Parece um hotel de cinco estrelas, com frigorífico e TV com DVD. Mas, mais importante, tem um sistema que acciona os travões caso detecte que é necessário.” Pontes da Europa A maioria das auto-estradas transeuropeias incluem muitas pontes. Muitas delas podem até nem ser impressionantes, mas, nesta selecção, estão algumas das mais longas, altas e bonitas da Europa. Le Viaduc de Millau, em França. LE VIADUC DE MILLAU, FRANÇA VASCO DA GAMA, PORTUGAL É a ponte viária suspensa mais alta da Europa... e do mundo. Do seu tabuleiro ao solo medem-se 270 metros, mas, mais do que isso, um dos seus pilares é mais alto do que a Torre Eiffel. Construída em 1998, é, com os seus 13 km de comprimento, a mais longa ponte suspensa da Europa. O tabuleiro com seis faixas de rodagem atravessa o rio Tejo na zona oriental de Lisboa. EUROPABRÜCKE, ÁUSTRIA STOREBÆLTSFORBINDELSEN Demorou seis anos a ser construída e foi a mais alta da Europa até a ponte de Millau ser edificada. Tem 657 metros de comprimento e 190 de altura – que fizeram dela uma grandiosa e impressionante estrutura aquando da sua inauguração, em 1963. (GRANDE CINTURA DE LIGAÇÃO), DINAMARCA HÖGAKUSTENBRON, SUÉCIA Lilja Maria Ivarsdottir e o Pink Lady. Percorrer a E4 através da costa sueca de Norrland era uma árdua tarefa antes de a Högakustenbron ser aberta ao tráfego, em 1997. Durante algum tempo, a velha ponte sobre o rio Ångermanälven não tinha capacidade para suportar camiões pesados, forçados a fazerem um desvio de mais de 40 km. Hoje, a nova ponte suspensa encurta a distância em cerca de 9 km e o limite de velocidade pôde ser aumentado. Esta ligação consiste na Ponte Oeste, Ponte Este e no Túnel Este, e compreendendo ambas uma ligação ferroviária e a auto-estrada E20. Foram precisos 10 anos para concretizar esta estrutura, até hoje o maior projecto de construção dinamarquês. Foi inaugurada em 1998 pela rainha Margarida da Dinamarca. A Ponte Leste é a segunda mais longa ponte suspensa do Mundo, tendo o tabuleiro rodoviário sido construído a 70 metros de altura sobre o mar. Tal permite que navios internacionais de grande porte possam passar por debaixo dela, sem precisarem de uma ponte levadiça. Os pilares estruturais da ponte têm 254 metros de altura, o que faz deles as mais altas construções da Dinamarca. Apresentação Volvo FH e FM Novo sistema áudio da Volvo Trucks ANOTE NA SUA AGENDA. são cada vez mais um importante argumento para cativar os melhores profissionais da estrada. Nesse sentido, a Volvo Trucks desenvolveu um novo sistema áudio que não só oferece todas as funcionalidades práticas, mas também um excelente conforto de utilização, geralmente só existente em automóveis de topo. De acordo com Christer Pehrsson, Na primeira semana de Novembro, terá lugar, no Porto, a apresentação dos novos camiões Volvo FH e Volvo FM aos transportadores nacionais. Um evento inédito, a não perder, com um programa completo de informação de produto, teste de condução e inúmeras actividades a decorrer em paralelo. AS CONDIÇÕES DE TRABALHO responsável comercial de zona para Operações de Transporte de Longo Curso da Volvo Trucks, o objectivo foi propiciar o melhor ambiente de trabalho oferecido no segmento. “Isso inclui naturalmente um sofisticado sistema de áudio. Porém, este sistema de áudio oferece muito mais. A Volvo é o primeiro construtor de camiões a desenvolver um sistema completo que também permite integrar a tecnologia Bluetooth, o formato MP3, as ligações USB e o iPod.” O novo sistema áudio integra três versões: Medium, Advanced e Advanced Power. TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 3 TRANSPORTE DE MERCADORIAS NA VANGUARDA DO TRANSPORTE Qualidade de serviço, respeito pelo ambiente e uma dinâmica comercial moderna e flexível são os pilares de actuação da Transportes Machado & Brites. TEXTO TÚLIO GONÇALVES FOTOGRAFIA PAULO CASTANHEIRA/AGÊNCIA AFFP 4 TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 M anuel Brites já havia tido uma pequena empresa em Moçambique. Todavia, com a independência do país, a sua vida tomou outro rumo, acabando por se radicar em Portugal onde acabaria por fundar, em 1979, juntamente com o seu filho Armindo Brites, a empresa Transportes Machado & Brites, Lda. No início, a frota era reduzida. Apenas dois camiões, afectos a transportes nacionais de farinhas, milho e outras mercadorias. Mas não se limitaram ao transporte em Portugal. Determinados, cedo decidiram solicitar uma autorização para operar no estrangeiro. “Optámos logo pelo internacional”, refere Manuel Brites. Não foi um início de actividade fácil já que, apesar de toda a documentação estar entregue no organismo estatal competente desde Janeiro de 1980, os alvarás só seriam desbloqueados meses depois, em Junho. “Foi quando começámos a trabalhar, com muitas dificuldades e muitos custos.” Todavia, as contrariedades acabariam por ser ultrapassadas já que os clientes apareceram até mais rapidamente do que a obtenção das licenças: “No dia a seguir a termos os camiões legalizados já tínhamos clientes”, esclarece Manuel Brites. consolidado através da qualidade de serviço e pelo rigor empresarial, a Machado & Brites tem hoje “uma frota de 270 carros, cerca de 10 por cento dos quais são Volvo. Mas queremos aumentar para 25 por cento”, esclarece Armindo Brites. “Trabalhamos basicamente o transporte internacional. Temos vários tipos de equipamentos, desde os camiões de reboque a megatrailers, passando pelos camiões normais, pelos frigoríficos (de temperatura controlada) e porta-confecções. Há cerca de três anos, voltámo-nos um pouco para o mercado nacional, onde estamos mais na área de distribuição alimentar, com cerca de 90 carros, que vão desde os 3500 kg às 26 toneladas.” Entre os seus clientes nacionais encontram-se grandes grupos de distribuição alimentar. “É uma área em que apostámos nos últimos tempos e onde, provavelmente, vamos continuar a crescer. No âmbito do internacional, o objectivo não é crescer muito mais em termos do número de viaturas, mas sim ter uma frota cada vez mais renovada, ecológica, económica e eficiente.” A idade média da frota internacional da empresa ronda os três anos, e no nacional COM UM CRESCIMENTO é o Benelux e o terceiro a Itália. Temos depois mercados emergentes, como a Inglaterra, a Alemanha e outros. O passo seguinte é tentar entrar, e já fizemos testes, nos mercados dos mais recentes Estados-membros da UE. São mercados complicados, é preciso conhecê-los e nós, a determinada altura, pensámos que seria mais vantajoso adquirir lá uma empresa, já formada e com uma dimensão pequena, e desenvolvê-la. Assim, teríamos dois pólos europeus”. A GRANDE META DA EMPRESA é Armindo e Manuel Brites estão, desde 1979, aos comandos da Machado & Brites. é um pouco mais elevada, “mas o objectivo é reduzir essa longevidade”. Armindo Brites salientou, entretanto, que “provavelmente, fomos a primeira ou das primeiras empresas do sector a adoptar equipamentos mais ecológicos, na altura com motores Euro 4. Posso dizer que, nesta altura, no transporte internacional, cerca de 40 a 45 por cento dos camiões já são ecológicos e cumprem a referida norma. No nacional não tanto, mas o nosso objectivo é ter equipamentos que cumpram o Euro 4 e Euro 5”. A este respeito, Armindo Brites esclarece que o Governo vai subsidiar filtros de partículas para equipar os camiões, e a empresa leiriense já decidiu concorrer a esses financiamentos. Para além de se enquadrar nas preocupações ambientais da família Brites – não esqueçamos que Manuela Brites, responsável pela área financeira, também faz parte da equipa de gestão desde 1983 –, “a nossa postura ambiental tem vantagens em relação ao mercado além-fronteiras.” Armindo Brites acrescenta que, “infelizmente, em Portugal não tanto, pois essas vantagens não se notam. Mas noutros países europeus, quanto menos poluente for o veículo mais baixas são as taxas de entrada e de circulação dentro desses países. Portugal ainda não optou por esse regime de contrapartidas, mas, para nós, termos custos mais reduzidos é essencial”. Relativamente à penetração europeia: “Diria que 40 por cento do nosso mercado, ao nível internacional, é a Suíça. O segundo maior rentabilizar ao máximo a frota, “temos sistemas de GPS e de controlo de frota, e estamos agora a testar um novo sistema. Mas a nossa preocupação é diminuir os quilómetros não rentáveis. Há objectivos que, de alguma forma, temos conseguido atingir, prejudicando, por vezes, o motorista, que se vê obrigado a estar parado mais um dia ou dois no estrangeiro à espera da carga. Mas tentamos que o local de carga seja o mais próximo do local onde descarregou, de forma a evitar ao máximo os quilómetros em vazio.” Manuel Brites aproveita para frisar que se penalizam, por vezes, os motoristas, “também somos acusados de pagar mais 20 ou 30 por cento do que as outras empresas”. Acompanhando a evolução dos mercados, “há cerca de três anos, optámos também, no internacional, pelo transporte de temperatura controlada. Possuímos mais de 30 camiões frigoríficos, que utilizamos muito para o mercado suíço e para as indústrias farmacêutica e alimentar”, elucida Armindo Brites. “Estamos a apostar muito nos reboques frigoríficos e de duplo deck, por forma a rentabilizarmos melhor o equipamento e adequarmos a frota ao tipo de mercadorias e de transportes específicos. Continuamos com o transporte de carga geral, mas somos muito fortes no transporte de mercadorias perigosas. Os nossos carros estão todos equipados com equipamento ADR, e todos os motoristas têm autorizações para esse tipo de transporte. É uma mais-valia que temos, e são os nossos grandes trunfos: transporte de frio, de temperatura controlada, de equipamentos químicos embalados. Infelizmente, não há assim tantas empresas que o façam, e esse tipo de transporte também tem alguma dificuldade. Mais tempo parado, pessoas mais qualificadas, motoristas com formação diferenciada dos outros... E temos também de ter equipamentos mais caros e próprios para esse tipo de trabalho.” Quanto à formação da equipa de colaboradores: “Temos vários tipos de TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 5 TRANSPORTE DE MERCADORIAS A M. Brites foi uma das primeiras empresas nacionais a investir no Volvo FH13 Euro 5. formação, nomeadamente para os motoristas. Consideramos que é essencial ter profissionais bem formados, capazes de rentabilizarem e operarem correctamente os equipamentos. Recorremos, portanto, à formação das marcas tentando atingir o maior número possível de equipamentos. A Volvo já realizou, efectivamente, algumas sessões de formação. Sempre que um camião é entregue, o motorista é formado. Depois, temos outras áreas de formação, sempre no sentido de tentar obter consumos mais fiáveis, menores emissões poluentes, maior economia, melhor colocação da carga, tipos de condução adequados, nomeadamente a defensiva, que é mais bem estruturada”. No que diz respeito ao novo investimento nos equipamentos da marca, “fomos sempre apologistas de não vivermos só com uma marca e de termos, no mínimo, três. Recentemente apostámos forte na Volvo, tendo sido dos primeiros a adquirir unidades FH13, todas Euro 5 – apenas temos uma Euro 4 –, todas de 400 cv. Têm um senão que são os aditivos – Ad Blue – necessários para atingir as normas europeias, o que no início nos colocou algumas dificuldades. Mas da experiência que temos tido com essas viaturas, as coisas têm corrido realmente bem. Têm fiabilidade e um consumo muito bom… porque não continuar a apostar na Volvo?”. Os contratos de manutenção que a Volvo oferece são outra das vantagens associadas 6 TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 pelos responsáveis da empresa leiriense à marca sueca, embora Armindo Brites realce que estes deveriam até ser analisados caso a caso, cliente a cliente, pois “cada um tem a sua forma de estar e de actuar”. A relação com a Auto Sueco Coimbra é encarada pelos responsáveis da M. Brites como bastante positiva. “Temos uma longa e boa relação com a equipa de gestão da Auto Sueco Coimbra, quer no passado quer actualmente”, destaca Armindo Brites. certificada. “Acho que temos de ser certificados no sentido da nossa preocupação interna de prestar um bom trabalho, de ter e de cumprir normas. Não fazemos da certificação uma bandeira. Fizemos a renovação do certificado no final do mês de Junho, e no próximo ano, na actualização, pretendemos juntar ao actual certificado a área ambiental. Há anos que trabalhamos essa área e só falta passar para o papel aquilo que, na realidade, já hoje fazemos.” com a norma ISO9002, a Machado & Brites tem como objectivo obter este ano a certificação ambiental. Apesar disso, nenhum dos seus camiões ostenta o dístico de empresa EM 2007, A FACTURAÇÃO CERTIFICADA DESDE 1998 Factos, Transportes Machado & Brites A empresa foi fundada em 1979, tendo na altura apenas dois camiões. Os três sócios que gerem a empresa – Manuel Brites e os filhos Manuela e Armindo – fazem da qualidade de serviço, do preço justo ao cliente e do respeito pelo ambiente, três dos pilares da sua forma de estar no mercado. Em 2007, a empresa, que renova 15 por cento da sua frota todos os anos, facturou 20 milhões de euros, e decidiu apostar mais forte nos equipamentos Volvo. Refira-se que a empresa conta com uma equipa jovem e profissional, bem formada tecnologicamente, cuja idade média ronda os 34 anos na área administrativa e os 37 na área de motoristas. A título de curiosidade, refira-se que o primeiro motorista da casa ainda “faz a sua perninha”. da empresa atingiu os 20 milhões de euros, pelo que o futuro é encarado com confiança. Mesmo apesar de o primeiro semestre de 2008 ter sido pouco animador. “Esperamos conseguir recuperar no último semestre deste ano. Face ao ano passado a facturação não baixou muito, mas os custos de produção subiram astronomicamente, na ordem dos 25 por cento. Essencialmente devido aos custos relacionados com combustível. A diminuição do transporte tem que ver com a economia nacional. Há menos exportação e importação. E como há excesso de oferta de equipamento e a procura não é muita, os preços tendem a ter dificuldade em acompanhar a evolução dos custos que temos tido.” De momento, e face a este quadro económico, a família Brites já olha para o futuro, perspectivando 2009. SERVIÇO GENUÍNO VOLVO Aposta na qualidade A Volvo implementa um novo processo no serviço oficinal com objectivos bem delineados. Cliente e negócio estão no centro da nova filosofia de trabalho. O SGV vem propor uma nova abordagem. Em Portugal, está concluída a primeira fase do programa de formação. A Volvo Trucks Corporation concebeu e desenvolveu todo um processo com origem numa nova filosofia de trabalho – o Serviço Genuíno Volvo (SGV). O objectivo é estabelecer uma abordagem de negócio global e estruturante que, por sua vez, está enquadrada em três premissas fundamentais: ser o n.º 1 em imagem na Europa, o retalho é o core business, e por fim, dotar as equipas de uma forte orientação para o cliente. O processo SGV materializa o que é a actividade em termos de após-venda. As actividades chave são: o estabelecimento de 10 compromissos com o cliente, a criação de uma nova figura no cenário após-venda – o Consultor de Serviços do Cliente (CSC), e um consistente programa de formação: Acelerar o Após-Venda. O CSC ENCARNA um novo perfil do tradicional recepcionista. Multidisciplinar, com elevada capacidade técnico-comercial, de planeamento e organização, tem como objectivo conhecer os clientes e com eles desenvolver competências de comunicação. Estabelecida a figura do CSC, estaremos em condições de assumir os 10 compromissos com o cliente. que, neste inovador processo, o cliente sinta a diferença com a introdução desta nova filosofia de trabalho. Para isso, toda a equipa de após-venda, da gestão à área técnica, está envolvida. Quando todos falam a mesma linguagem, o serviço é homogéneo em toda a rede de assistência. Em Portugal, está concluída a primeira fase do programa de formação e, no início de 2009, as Unidades Após-Venda (UAV) É FUNDAMENTAL estarão certificadas neste domínio, procedendo-se então a auditorias sistemáticas. Processo Serviço Genuíno Volvo As três premissas do SGV Ser n.º 1 em imagem na Europa O retalho é o core business Dotar as equipas de uma forte orientação para o cliente Actividades chave em termos de após-venda O estabelecimento de 10 compromissos com o cliente A criação do Consultor de Serviços do Cliente (CSC) Consistente programa de formação denominado Acelerar o Após-Venda TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 7 A MODA NA ESTRADA ROUPAS COM PRAZO DE VALIDADE REDUZIDO O gigante global de moda H&M possui um controlo total sobre a sua logística. Este é um factor essencial numa indústria que se movimenta de uma forma mais rápida do que qualquer outra. TEXTO MALIN BERNHARDSSON FOTOGRAFIA NIKLAS BERNSTONE S horas da manhã. O sol começa a aquecer as ruas, os cafés ainda estão encerrados e algumas pessoas iniciam o seu percurso para o trabalho. Às seis e meia, Bengt-Olov Carlbom carrega o primeiro contentor do dia com roupas embaladas em caixas e penduradas em cabides no terminal da empresa de transportes Green Cargo. A Green Cargo é responsável pelo transporte das roupas de e para as lojas do gigante global de moda H&M no país natal da empresa, a Suécia. E há muito para transportar. As principais lojas da H&M recebem diversas entregas diárias. Bengt-Olov Carlbom faz normalmente um transporte matinal para duas lojas situadas no centro de Gotemburgo e uma outra situada nos arredores da cidade. Um pouco mais tarde, o seu Volvo FM9 encontra-se já estacionado numa rua da Baixa de Gotemburgo, reflectido nas montras de uma loja situada do outro lado da rua. Bengt-Olov movimenta-se velozmente entre o camião e a loja, empurrando pilhas de caixas com o seu carrinho-de-mão. Duas assistentes da loja, com luvas de algodão branco para não 8 ÃO AS PR I M E I RAS TRAÇO C O NTÍ N UO # 3 2008 sujarem as novas peças de roupa, recebem a encomenda e começam imediatamente a desembalar e a pendurar todas as peças em cabides. “As peças de roupa devem estar nos respectivos expositores dentro de um período de tempo específico”, afirma Bengt-Olov. “Por isso é também essencial cumprir o nosso horário.” A H&M sofreu uma enorme expansão nos últimos anos. Actualmente, a empresa possui 1.500 lojas em 28 países. O principal mercado é a Alemanha, seguido pela Grã-Bretanha e pela Suécia. A empresa possui o seu próprio armazém e lojas e mais de 100 estilistas, que trabalham na criação das diversas colecções, mas contrata os serviços de transporte e de confecção das roupas. DI Z-SE M U ITAS VE Z ES que um dos segredos por trás do enorme sucesso da H&M é o seu eficaz sistema de logística. Todos os anos milhões de peças de vestuário são manuseados num fluxo contínuo, que é controlado a partir da sede, em Estocolmo. A mistura de bens é personalizada para se adequar às solicitações dos clientes em cada mercado e o tamanho Os bens da H&M são transportados do país de produção para os terminais de distribuição da empresa. Aí são verificados antes de serem distribuídos directamente para as lojas ou os armazéns centrais das lojas. As prateleiras das lojas são abastecidas ao mesmo ritmo de venda dos bens. das lojas determina igualmente a forma de distribuição da gama de produtos. É, por isso, vital fornecer uma resposta rápida caso uma peça comece a vender particularmente bem – ou mal... “Hoje em dia, uma carcaça de pão possui um prazo de validade superior ao de uma peça de vestuário”, comenta Per Isacsson, da Green Cargo, Departamento de Logística de Moda. “O nosso principal desafio são as exigências de tempo. Quando chega a altura A MODA NA ESTRADA de substituir os bens, as peças que se vendem num dia devem ser repostas nas prateleiras da loja no dia seguinte. No caso de peças novas, conseguimos obter tempos mais alargados, mas quando se trata de peças para uma determinada campanha, é necessário transportar e entregar grandes volumes num espaço de tempo mínimo.” A Green Cargo trabalha com remessas de grupagem e com uma conjugação de comboios e de camiões com uma enorme flexibilidade. Tudo é transportado em carroçarias desmontáveis, que podem ser facilmente passadas do comboio para o camião e vice-versa. “Temos de optimizar os nossos esforços, para que sejam proporcionais ao fluxo de bens. Por exemplo, num único dia, na estação alta, chegamos a transportar 400% mais de volume de carga do que num único dia na estação baixa”, explica Per Isacsson. Depois de Bengt-Olov Carlbom entregar a encomenda diária de roupas, acessórios, cosméticos e outras peças na loja, a sua tarefa é lidar com as caixas de plástico e os cabides vazios. 30% do volume entregue acaba por regressar ao ponto de partida. são uma das principais preocupações da H&M e da firma de transportes Green Cargo. Há já alguns anos que a H&M tem avaliado as firmas de transporte com as quais trabalha de acordo AS QU ESTÕES AM B I E NTAIS TRAÇO C ONTÍN UO # 3 2008 >> 9 O trabalho de Bengt-Olov Carlbom não envolve grandes períodos de inactividade. Muito pelo contrário. Começou a utilizar um pedómetro apenas para verificar o grau de actividade diária e descobriu que dá 18.000 passos durante um dia de trabalho normal. Transporta peças de vestuário há 28 anos, nos últimos anos para a Green Cargo. “Hoje em dia, uma carcaça de pão possui um prazo de validade superior ao de uma peça de vestuário.” PE R ISACSSON, GREEN CARGO, LOGÍSTICA DE MODA >> com diversos factores ambientais. Desde 2005, por exemplo, passou a existir o requisito de que todos os veículos adquiridos estejam em conformidade com as normas Euro 3 ou US 98 e que pelo menos 50% dos motoristas tenham frequentado cursos de formação teórica e prática sobre condução económica. “Ao planearmos novos traçados, debatemos o significado das várias alternativas de percurso em termos de quilogramas de dióxido de carbono”, conta Per Isacsson. “Possuímos objectivos concretos, que devem ser alcançados, e os nossos camiões devem manter-se localizáveis, o que significa ter a capacidade de demonstrar posteriormente que efectuámos exactamente o percurso planeado.” Bengt-Olov Carlbom prepara-se para partir para a loja seguinte. Assina os documentos relativos ao transporte e conversa alguns minutos com as assistentes da loja. Uma das 10 T RA ÇO C O NTÍ N UO # 3 2008 razões por que tanto aprecia o seu trabalho é precisamente poder conhecer pessoas diferentes. Passaram 28 anos desde a criação da sua própria firma de transportes e sempre transportou peças de vestuário, nos últimos anos, para a Green Cargo. “Acabou por evoluir para uma espécie de nicho. Ao longo dos anos tive nove camiões, todos eles da Volvo”, afirma. “Correu sempre tudo às mil maravilhas. Fiz amizade com o pessoal das oficinas e tive sempre uma excelente assistência.” Nota-se que Bengt-Olov Carlbom gosta do seu camião. Está tratado de uma forma quase pedante. A pintura brilha e o interior da cabina reluz. Tudo se encontra nos respectivos lugares e os assentos de veludo azul estão limpos e são acolhedores. Mas o que Bengt-Olov mais aprecia no seu camião é a transmissão I-Shift. “É absolutamente maravilhosa – é magnífica! Significa que me posso concentrar na estrada e no tráfego em vez de pensar nas mudanças de velocidade.” Por vezes, pode ser complicado percorrer as ruas estreitas do centro da cidade. Nessas ocasiões, Bengt-Olov tem uma ajuda importante por o seu camião estar equipado com um eixo traseiro direccional. Além disso, está muito satisfeito com a solução encontrada por si próprio em conjunto com o construtor da carroçaria: “Um transportador de contentores deslizante, operado hidraulicamente. Simplifica imenso a utilização de contentores de diversos tamanhos.” Vinte e oito anos na mesma indústria – o trabalho ajudou a aumentar o seu interesse pelas roupas? “Sim, um pouco. Por vezes, a minha mulher pergunta-me se surgiu alguma coisa interessante e nessas ocasiões consigo, por exemplo, indicar-lhe que cores irão estar na moda na estação seguinte. Por isso posso realmente dizer que passei a ter mais interesse pelas roupas.” � Factos, Green Cargo A Green Cargo disponibiliza serviços de transporte por comboio e por camião. A empresa opera cerca de 30 terminais e centros de logística e possui cerca de 300 funcionários na Escandinávia e no resto da Europa. O Departamento de Logística de Moda da Green Cargo é responsável por quase um quarto de toda a distribuição de pronto-a-vestir na Suécia. SERVIÇO EM TORRES VEDRAS Casa de vencedores Um planeamento cuidado do trabalho, a proximidade com os clientes e um grande espírito de equipa fazem da UAV de Torres Vedras uma das mais bem sucedidas do País. O trabalho de equipa tem dado frutos na UAV da Auto Sueco em Torres Vedras, que tem crescido mais de 10 por cento ao ano desde a sua abertura, em 2004. TEXTO JOÃO PAULO BATALHA N ão é fácil crescer mais de 10 por cento num ano. Mais difícil ainda é crescer mais de 10 por cento todos os anos, desde 2004. Mas a verdade é que, desde que abriu, há quatro anos, a Unidade Após-Venda Camiões e Autocarros da Auto Sueco em Torres Vedras tem conseguido esse e outros resultados impressionantes. O segredo deste sucesso está na capacidade de a equipa criar uma relação de confiança com os clientes, planear o trabalho com rigor – e empenhar-se todos os dias em defender as cores da empresa para a qual trabalha. nota que já tem acontecido o responsável da oficina ser acordado com uma emergência às duas da manhã – e meter-se no carro para ir ajudar o cliente. É uma filosofia simples: “Devemos pôr-nos na pele do cliente para perceber qual seria a nossa reacção face a um problema que apareça”. NA UAV DE TORRES VEDRAS, o O planeamento é meio caminho andado para um trabalho bem feito. Um exemplo: a concessão faz questão de avisar os clientes sempre que chega a hora de um veículo fazer a manutenção periódica prescrita pela Volvo. PROXIMIDADE E CONFIANÇA são prioridades em Torres Vedras. “É uma das chaves do nosso sucesso”, conta o gestor da concessão, Augusto Ramos. “Os colaboradores desta unidade conseguem perceber as necessidades dos nossos clientes. Como tal, a nossa postura é sempre no sentido de satisfazer essas necessidades.” Factos, UAV Camiões e Autocarros – Auto Sueco Torres Vedras R. Alberto Hipólito, Lote 7 Torres Vedras Tel.: 261 355 110 E-mail: camioestorresvedras @autosueco.pt Unidade aberta de segunda a sábado, das 9h00 às 12h30 e das 13h30 às 18h00. “Conseguimos perceber o que os clientes precisam, em que alturas é que precisam e quando temos de fazer as intervenções”, explica Augusto Ramos. “E isso tem sido uma mais-valia para a unidade, porque tem permitido uma relação de transparência e muita proximidade com os clientes.” A confiança dos clientes permite ter o trabalho bem planeado – o que, por sua vez, deixa a equipa mais disponível para atender emergências inesperadas. E é isso mesmo que fazem. O gestor da concessão espaço até nem é grande, sobretudo para uma unidade com muitos clientes e que garante todo o tipo de serviços de assistência técnica. Mas não há nada como um bom trabalho de equipa para pôr as coisas a funcionar. “Aqui, as pessoas são todas envolvidas, tanto no problema como na solução”, conta o gestor da concessão. É por isso que esta unidade tem a maior rendibilidade de toda a rede. Cá em baixo, na oficina, vive-se uma azáfama discreta. “Não se fala alto aqui”, nota Augusto Ramos. “Fala-se normalmente com as pessoas, independentemente do que se esteja a dizer”. Afinal, quem sabe o que faz fá-lo sem gritarias. TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 11 CAMIÃO ECOLÓGICO O FUTURO É JÁ HOJE No próximo ano, a Volvo Trucks irá iniciar a produção de camiões híbridos. Com a tecnologia híbrida, os mesmos conseguem poupar até 30% de combustível. Desde Abril deste ano, duas empresas de recolha de resíduos têm vindo a testar um camião equipado com esta tecnologia. TEXTO JAKOB HAM MARSKJÖLD FOTOGRAFIA R ICKAR D KI LSTRÖM, N ICKE JOHANSSON E VOLVO TR UCKS 12 TRAÇO CONTÍNUO # 3 2008 A Ragn-Sells tem vindo a testar o seu camião híbrido de recolha de resíduos desde Abril. “Falei com alguns motoristas de camiões de recolha de resíduos e adoram o facto de o camião ser tão silencioso.” H E N R I K KLOO, GESTOR DE PROJECTOS PARA O VOLVO FE HÍBRIDO A S E M PR ESAS DE R ECOLHA de resíduos Renova, de Gotemburgo, e Ragn-Sells, de Estocolmo, estão a testar um camião híbrido equipado com um compactador de resíduos. Não foi por acaso que os camiões de resíduos foram seleccionados para realizar este teste de avaliação. A tecnologia híbrida permite poupar mais combustível em veículos cujas operações se caracterizem por paragens e arranques frequentes. A Renova é uma empresa municipal que trata da recolha de resíduos na cidade de Gotemburgo. Em conjunto com o construtor de carroçarias Norba, a Renova havia já concebido uma solução para a compactação de resíduos alimentada por um motor eléctrico e uma bateria que podia ser recarregada durante a noite. “Poder combinar esta solução com um híbrido da Volvo é realmente entusiasmante. É uma situação totalmente inovadora”, afirma Lars Thulin, director técnico da Renova. As soluções híbridas da Volvo baseiam-se na chamada “tecnologia híbrida paralela”, o que significa que a linha motriz consiste num motor diesel económico e num poderoso motor eléctrico. Ambos podem ser utilizados em simultâneo ou individualmente. O Volvo FE Híbrido vai começar a sua produção em série em 2009, e Henri Kloo, gestor de projectos para a nova solução híbrida da Volvo Trucks, explica que um dos principais desafios do projecto foi o sistema de controlo, ou seja, a electrónica que permite regular os diversos componentes do pacote híbrido, determinando, por exemplo, em que altura o motor diesel deve ligar ou desligar e se o motor eléctrico deve ser activado para fornecer potência adicional em declives íngremes. electrónico fraco, perde-se muito do ganho potencial e, de forma proporcional, muito pode ser ganho com um bom controlo.” Após uma série de ensaios e regulações, Henrik Kloo congratula-se pelo facto de a electrónica cumprir a sua função, mas reafirma, simultaneamente, a importância de um bom motorista. Há ocasiões em que o motorista deve entrar em acção e sobrepor-se ao sistema. Por exemplo, quando pretende utilizar o motor “COM U M CONTROLO eléctrico no interior de uma garagem ou de um armazém, o motorista pode verificar a condição das baterias, recarregá-las com o motor diesel e posteriormente utilizar apenas o motor eléctrico. A Volvo possui uma longa experiência no sector dos híbridos. O primeiro camião híbrido da empresa foi o ECT (Environmental Concept Truck – Conceito de camião ambiental), e coube a Hans Hallung, no início da década de 90, a missão de criar um camião que, por princípio, seria neutro em termos de emissões. O ECT foi um híbrido de série. A sua linha motriz consistia num motor eléctrico, com a utilização de uma turbina de gás para carregar as baterias. O ECT foi um camião conceptual puro, cujo principal objectivo foi testar e desenvolver a tecnologia para o futuro. “O camião foi totalmente concebido com tecnologia inovadora; não havia quase nada contemporâneo naquele veículo”, revela Hans Hallung. A ideia subjacente era a de que o ECT seria conduzido no tráfego urbano, pelo que foi equipado com baterias de grandes dimensões, que pesavam várias toneladas, tracção traseira e dianteira e piso baixo ao longo de todo o >> TRAÇO CONTÍNUO # 3 2008 13 CAMIÃO ECOLÓGICO >> veículo. No fim, não restava muita capacidade de arrumação da carga, mas o projecto serviu para obter lições essenciais e alguma da tecnologia integrada no ECT foi posteriormente utilizada na produção em série. Alguns membros da equipa encarregue do projecto ECT continuaram a trabalhar no projecto seguinte – um FL6 com potência híbrida, que foi designado, a nível interno, por Hildur. O Hildur foi concebido a partir de um chassis FL6, tendo sido igualmente utilizada uma solução híbrida de série, mas em vez da dispendiosa turbina a gás utilizou-se um motor diesel. Os dois híbridos FL6 foram utilizados em operações comerciais normais durante anos. Muito do conhecimento adquirido com este projecto foi transmitido e integrado na solução actualmente utilizada pela Volvo. Qual é a sensação de conduzir um camião híbrido? Henrik Kloo lembra-se da primeira vez que conduziu um e recorda a experiência bastante estranha de subitamente o motor diesel “desligar” durante a condução. O motor diesel desliga durante a travagem e o motor eléctrico funciona como um travão eficaz, aproveitando na totalidade a energia de desaceleração. “Falei com alguns motoristas de camiões de recolha de resíduos e adoram o facto de o camião ser tão silencioso, pois constitui uma grande diferença no seu ambiente de trabalho”, conclui Henrik Kloo. � Como funciona o Volvo FE Híbrido A SOLUÇÃO DA Volvo utiliza tecnologia híbrida paralela, o que significa que o motor diesel e o motor eléctrico podem trabalhar em simultâneo ou individualmente. O motor eléctrico desempenha três tarefas: propulsiona o veículo, funciona como gerador quando o veículo trava e actua como motor de arranque para accionar o motor diesel. Quando o camião começa a andar, é o motor eléctrico que fornece a potência necessária, e assim que alcança uma velocidade em estrada superior o motor diesel é automaticamente activado e passa a controlar a propulsão do camião. Quando pára, o motor diesel desliga-se ainda antes de 14 TRAÇO CONTÍNUO # 3 2008 o veículo parar completamente. O motor eléctrico actua como travão e a energia da travagem é utilizada para recarregar as baterias. Em declives íngremes, é possível accionar o motor eléctrico para auxiliar o motor diesel e fornecer potência adicional. Num camião convencional, a maior parte do equipamento periférico é alimentado pelo motor. No entanto, no híbrido é possível utilizar pequenos motores eléctricos para alimentar essas funções. Obtém-se, assim, uma maior liberdade no posicionamento dos diversos componentes e estes gastam energia apenas quando estão a ser utilizados. 5 3 4 6 2 1 7 1. Motor diesel D7 2. Embraiagem 3. Motor eléctrico I-SAM (Integrated Starter Alternator Motor – Motor alternador e de arranque integrado) 4. Transmissão I-Shift 5. Unidade de controlo da PMU (Powertrain Management Unit – Unidade de gestão do conjunto propulsor) 6. Baterias 7. Conversor de energia ESPECI FICAÇÕES TÉCN ICAS Motor diesel: Volvo D7 Potência de saída: 300–340 cv Motor eléctrico: Motor eléctrico síncrono com íman permanente hexafásico – 600 V Potência máx. de saída: 120 kW Binário máx.: 800 Nm Transmissão: I-Shift Baterias: Iões de lítio 600 V eu & o meu volvo Anjo do asfalto a percorrer as ruas e estradas do concelho de Paredes, na recolha de resíduos sólidos urbanos e ecopontos, António Correia tem muitas histórias para contar. Certa noite, numa distância compreendida entre dois contentores, reparou em algo na berma da estrada que lhe pareceu um cadáver... Terminado o serviço, deslocou-se novamente ao local e pediu a colaboração do colega que o acompanhava, para tentarem perceber o que se passava... O insólito: tratava-se de um homem em tal estado de embriaguez que apenas se limitava a respirar e estava prestes a entrar em coma. Não conseguiram segurá-lo em pé. Dirigiram-se então ao café em frente para pedir ajuda aos bombeiros, que prontamente se apresentaram no local. “A sua atenção salvou a vida deste homem. Se não fosse de coma, seria de hipotermia. À noite, a temperatura desce aos 2ºC...”, disseram-lhe. Um episódio da vida que António Correia guarda hoje como uma memória. HÁ QUATRO ANOS António Correia anos Naturalidade: Bitarães, Paredes Empresa: Município de Paredes Veículo: Volvo FM9 300 Euro 4 Nome: FOTOGRAFIA CARLOS CARDOSO Idade: 29 TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 15 QUILÓMETROS COM QUALIDADE À dimensão europeia O Grupo Barraqueiro – o maior grupo ibérico do sector dos transportes rodoviários de passageiros e de mercadorias – está a reforçar a sua frota com Volvo. TEXTO TÚLIO GONÇALVES O Grupo Barraqueiro opera nas áreas dos transportes de empresas, escolas, turismo, agências de viagens, transportes rodoviários nacionais de longo curso, regulares, através de redes expressos de que é accionista, e transportes rodoviários internacionais. “Somos ainda, dos maiores transportadores europeus de automóveis novos e temos também uma empresa de transporte de combustíveis e outra de distribuição porta-a-porta. Cobrimos quase todos os sectores”, destaca Martinho Santos Costa, administrador-delegado da Barraqueiro Transportes SA e administrador do Grupo Barraqueiro. Durante anos, a relação comercial com a Auto Sueco esteve quase estagnada, devido ao facto de a Volvo não construir chassis de autocarros de turismo com 16 TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 Martinho Santos Costa, administrador do Grupo Barraqueiro. o motor atrás. “Os carros de motor central eram algo problemáticos em matéria de colocação de bagagem. Além disso, a marca tinha uma política de preços pouco ajustada.” Entretanto, “há dois anos, quando se passou do Euro 3 para o Euro 4, resolvemos fazer uns testes com diversas marcas. É certo que a relação com a Volvo ainda é incipiente, mas já fizemos um investimento simpático. Em Agosto do ano passado, e sem qualquer compromisso, veio um carro para experiência, tendo-se seguido mais cinco iguais tendo em conta os primeiros resultados obtidos. Depois adquirimos mais sete, em tipologia suburbana, e há 15 dias encomendámos mais dois, para um projecto novo, de construção de um carro de 15 metros de superluxo, para percursos internacionais. Compramos chassis como o B12 para o longo curso, B9 para os percursos suburbanos de médio curso e autocarros B12, de três eixos, para fazer autocarros de 15 metros para turismo de longo curso, na Europa.” A nova opção pela Volvo é justificada “pelo rigor e clareza das propostas, pelos prazos de entrega, as condições de fornecimento, os preços competitivos, a boa relação preço/qualidade e os consumos que nos parecem interessantes. Se o material corresponder à qualidade do serviço de pré e após-venda, vamos ter certamente aqui uma marca em que vamos apostar”, acrescenta o administrador. A qualidade do serviço é outra das premissas fundamentais do Grupo Barraqueiro, pelo que “continuamos a investir fortemente. Acreditamos que, com boa qualidade de serviço, bons autocarros e motoristas, boa formação do pessoal, uma boa manutenção e uma relação próxima com os clientes, a nossa actividade tem o sucesso garantido”, conclui. Factos, Barraqueiro A empresa Joaquim Jerónimo, Lda. foi fundada em 1914, pelos irmãos Joaquim e Miguel, sendo desde logo comummente chamada de Empresa Barraqueiro. Este nome encontra a sua origem nos pais dos dois irmãos, que durante anos foram feirantes na Malveira. Comprada em 1967 pela família Pedrosa, o grupo é hoje um líder de mercado incontestável, tendo uma frota de mais de 2000 veículos. CENTENÁRIO DOS SMTUC As actuais instalações dos SMTUC na Guarda Inglesa, em Coimbra. 100 anos a mover Coimbra Em 1908, a edilidade de Coimbra decide municipalizar os transportes urbanos, dando início a uma história de empenho, dinamismo e perseverança. Ao assinalarem 100 anos de actividade, os SMTUC acreditam que ainda têm muito para dar. TEXTO TÚLIO GONÇALVES O serviço público de transportes colectivos de Coimbra foi criado a 15 de Maio de 1908. Cem anos volvidos, a efeméride foi assinalada, na “cidade dos estudantes”, com a inauguração de uma linha de tróleis em frente à Faculdade de Medicina. O número da nova carreira, o 60, faz referência ao aniversário da introdução dos tróleis no País, em 1947, e foi o ponto alto de um programa a que só faltou um trólei novo, que os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) não conseguiram ainda apresentar. Uma vicissitude que se prende com a impossibilidade de a fábrica conseguir responder à elevada procura europeia por este meio de transporte ecológico. Com o 60 foi assim ampliada a mancha de serviço da empresa que, com 144 viaturas – entre as quais 16 troleicarros – conta com cerca de 80 linhas. OS SMTUC ASSUMEM claramente, a sua preocupação com o ambiente, sendo a única empresa ibérica que ainda possui tróleis, carinhosamente baptizados como “pantufas” pelos estudantes devido ao baixo ruído de funcionamento. Para além destes, assinale-se os igualmente ecológicos “pantufinhas” da Linha Azul, pequenos autocarros eléctricos que ligam a zona baixa e alta (ou histórica) da urbe. Manuel Rebanda, presidente do Conselho de Administração dos SMTUC, salienta que “no âmbito da renovação e modernização da frota, as viaturas recentemente adquiridas, e as que se lhes seguirão, vêm dotadas de ar condicionado e de uma série de inovações de grande impacto na segurança e no conforto dos utentes. Veículos low-entry, com consumos bastante económicos, equipados com o Euro 4 e com rampa de acesso para cidadãos com mobilidade reduzida”. Nesta filosofia inserem-se alguns dos 47 veículos Volvo que a empresa possui, já que, recentemente, a marca forneceu algumas modernas unidades aos SMTUC. Uma relação de que Manuel Rebanda destaca “a boa capacidade de resposta”, sobretudo no que diz respeito ao fornecimento de equipamento ou material sobressalente. A EMPRESA CONTA no seu quadro com 464 funcionários que garantem a prestação de um serviço de referência aos conimbricenses. Aliás, Manuel Rebanda salienta o constante empenho da estrutura organizativa da empresa para manter os padrões de qualidade na prestação do serviço à população de Coimbra: “Realço o empenho do capital humano, que tem garantido diariamente a qualidade do serviço de transporte urbano de passageiros, essencial ao normal funcionamento da sociedade e consequente desenvolvimento da mesma.” Para além disso, há outras razões de orgulho como, por exemplo, o facto de o relatório de gestão da empresa, contrariando a realidade de anos anteriores, registar resultados positivos. Contudo, o administrador recorda que, ao contrário do que sucede com a Carris e os STCP, os SMTUC não recebem qualquer tipo de apoio financeiro por parte do Estado. “Uma injustiça, com evidentes repercussões no esforço, muito superior, que estes serviços e a Câmara Municipal têm de desenvolver para assegurar a qualidade da sua missão”, lamenta. O futuro crescimento dos SMTUC passará agora pela mudança das actuais instalações para a zona de Eiras. De momento decorrem os estudos, projectos e financiamentos com vista à concretização dessa intenção. É Coimbra em movimento. TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 17 NOTÍCIAS VOLVO INFORMAÇÃO ESSENCIAL DA AUTO SUECO – CAMIÕES E AUTOCARROS Auto Sueco equipa ANA do Aeroporto de Lisboa, que integra o Núcleo de Desobstrução de Pistas, viu finalmente concretizada uma antiga aspiração: a dotação de um camião de limpeza e desobstrução de pista. Uma unidade que permite maximizar a segurança das pistas, taxiways e plataformas, bem como agilizar as tarefas a realizar. A produção da super-estrutura modelo VX 800 da Beam foi da responsabilidade da Soma – Sociedade de Montagem de Automóveis, S.A., empresa do ramo indústria que integra o Grupo Auto Sueco. Composta por um chassis Volvo FM9 e uma super-estrutura VX 800 da marca Beam com 8 m3 de capacidade, a nova unidade permite funções como a remoção de borracha das pistas, a lavagem com detergente ou com jactos de água de alta pressão (100 bars e a uma temperatura de 80°C), a aspiração e a escovagem final. Outras funções de realce são a faculdade de poder aplicar químicos para uma melhor limpeza O SERVIÇO DE AERÓDROMO A Auto Sueco forneceu à ANA uma unidade de limpeza e desobstrução de pista Beam modelo VX 800, a única existente em Portugal. ou remoção de tintas das pistas, a dotação de uma barra magnética frontal para remoção de partículas metálicas no pavimento e a possibilidade de verificar diariamente os turnos da máquina. O processo que levou à compra desta unidade VX 800 da Beam não foi rápido nem fácil. Daí que esta desejada e onerosa máquina tenha sido carinhosamente baptizada de... “Preciosa”. Francine Côrte-Real, chefe do Serviço de Aeródromo, que abarca o Serviço de Operações Portuárias e o Núcleo de Aeródromo e Desobstrução de Pistas, apontou a principal razão da demora no processo. Sendo uma empresa de capitais públicos, a ANA – Aeroportos de Portugal teve de elaborar um completo e exaustivo caderno de encargos e lançar um concurso público nacional. Depois foi necessário analisar exaustivamente as mais-valias de cada proposta. A ANA optou pelo veículo Pé no pedal diz, orgulhoso, Gabriel Rodrigues, estudante de Engenharia Mecânica do Técnico, que tem acompanhado a digressão do FST02 pelo País. O protótipo, criado pelo Instituto Superior Técnico, esteve em destaque no Salão Internacional do Automóvel de Portugal, em Lisboa, e é a face mais visível para o grande público da participação do Instituto Superior Técnico na Fórmula Student, uma prova internacional que avalia a capacidade de os jovens aspirantes a engenheiros conceberem e construírem carros competitivos, com boas performances, respeitando um orçamento apertado. Não há corridas propriamente ditas, mas cada protótipo é avaliado em diversas provas, desde o design à gestão financeira. E o FST02 ficou bem colocado na competição da Classe 2, a de dificuldade intermédia – incluindo o primeiro lugar no Design. Para os estudantes, é a forma ideal de “pôr a mão na massa”, dando uso prático às suas competências de engenharia e ensinando-lhes a tarefa, muitas vezes espinhosa, de liderar um projecto – desde logo ao terem de gerir orçamentos apertados. “Não só nos dá competências ao nível da engenharia, como nos dá ISEP na Auto Sueco "NINGUÉM LHE FICA INDIFERENTE", 18 TRAÇO CONT ÍNUO # 3 200 8 da Volvo e o equipamento fornecido pela Soma, pois “tivemos de escolher o ‘aspirador’ mais sofisticado e que oferecesse toda uma série de funcionalidades”, nomeadamente a realização de limpezas de pista com água quente. “Não são muitas as máquinas existentes no mercado que têm essa funcionalidade”, afirma Francine Côrte-Real, acrescentando que as condições de assistência após-venda e de manutenção foram também decisivas. “No fundo, comprámos um pacote de produtos e serviços.” Armindo Pinto Parada, supervisor operacional do Serviço de Operações Aeroportuárias, desempenha actualmente funções no Núcleo de Desobstrução de Pistas e vai trabalhar diariamente com o VX 800: “Não tínhamos nada parecido para a limpeza e desobstrução das pistas, e isso é obrigatório a nível internacional. Esta é a máquina certa, na altura certa, para o aeroporto de Lisboa”, conclui o responsável. de Vila Nova de Gaia recebeu a visita de alunos do curso de Engenharia Mecânica do ISEP. O grupo teve a oportunidade de conhecer a actividade da Auto Sueco, com destaque para a área de camiões e autocarros. O programa compreendeu uma apresentação – estrutura organizacional das áreas de negócio e do produto camiões –, uma visita ao Centro de Formação e uma incursão ao recentemente inaugurado museu Auto Sueco. A UAV Um grupo de estudantes idealizou um protótipo para correr contra os melhores da Europa. uma visão mais completa de como as coisas se passam na realidade”, refere Gabriel Rodrigues. Para garantir o sucesso, a participação dos patrocinadores é vital. E numa altura em que já está na estrada o FST03, a Auto Sueco permanece como um dos principais parceiros. “Nós enquadramo-nos na política da Auto Sueco, que está a apoiar as iniciativas dos jovens engenheiros”, explica Gabriel Rodrigues. É um apoio motivador e, também por isso, mais do que bem-vindo. “Sem este patrocínio, o nosso projecto não existia”, conclui o líder da equipa.