Secretaria de Planejamento e Gestão

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Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Governador  Geraldo Alckmin
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional
Secretário  Julio Semeghini
Secretária-Adjunta  Cibele Franzese
Chefe de Gabinete  Joaldir Reynaldo Machado
CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DAS REGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO
− REGIÃO ADMINISTRATIVA DE SOROCABA −
Maio, 2012
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O trabalho Caracterização Socioeconômica das Regiões do Estado de São Paulo apresenta um estudo
detalhado das Regiões Administrativas-RAs e Metropolitanas-RMs paulistas no campo econômico,
demográfico, social e de rede urbana. Permite conhecer cada uma dessas regiões, auxiliando o Governo
estadual a adequar suas politicas às principais características regionais.
Na Caracterização, são apresentadas, inicialmente, as caracterizações político-administrativa, histórica e
de infraestrutura viária da região e, a seguir, uma síntese analítica do conteúdo do conjunto do trabalho.
No que diz respeito aos Aspectos Econômicos, foram identificados os principais produtos agropecuários
e industriais e os principais serviços da região, abordando o encadeamento existente entre os setores e
seu papel no desempenho econômico regional no período 1996 a 2008. Foram apresentados, ainda,
dados de infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica, emprego, valor adicionado e valor
adicionado fiscal, exportação e importação de produtos industriais, arranjos e aglomerados produtivos,
entre outros dados e informações considerados relevantes na caracterização da região.
As características sociais das Regiões Administrativas e Metropolitanas são avaliadas a partir do Índice
Paulista de Responsabilidade Social-IPRS, desenvolvido pela Fundação Seade, com o objetivo de
caracterizar os municípios paulistas no que se refere às dimensões de renda, longevidade e escolaridade.
Quanto ao tema da rede urbana, é possível verificar como se organiza a ocupação do território regional
em metrópoles, aglomerações urbanas e centros urbanos. Em demografia, encontram-se informações
como porte populacional dos municípios, taxa de crescimento da população, índice de envelhecimento e
razão de dependência da população potencialmente inativa, além de projeções, até 2020.
Este trabalho auxilia, portanto, os setores público e privado e a população em geral, em seus interesses e
campos de atuação distintos, no conhecimento das regiões do Estado de São Paulo.
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Apresentação .......................................................................................................................................05
Caracterização .....................................................................................................................................09
Aspectos Econômicos ..........................................................................................................................19
Agropecuária ..............................................................................................................................19
Indústria e Serviços ....................................................................................................................29
Desempenho Econômico, 1996 a 2008 .....................................................................................51
Aspectos Demográficos .......................................................................................................................57
Aspectos Sociais e IPRS.........................................................................................................................63
Rede Urbana .......................................................................................................................................65
Aglomeração Urbana-AU de Sorocaba......................................................................................65
Centro Urbano de Botucatu......................................................................................................70
Centro Urbano de Itapetininga .................................................................................................71
Destaques da Região ...........................................................................................................................73
Números da Região ............................................................................................................................75
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A Região Administrativa-RA de Sorocaba é formada por 79 municípios, distribuídos em cinco Regiões de
Governo-RGs (Avaré, Botucatu, Itapetininga, Itapeva e Sorocaba), que ocupam a maior área territorial
entre as regiões paulistas: 41.077 km2 ou 16,5% do território estadual.
RA de Sorocaba
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As principais bacias hidrográficas da região têm como Unidades de Gerenciamento de Recursos HídricosUGRHIs: a do Alto Paranapanema (33 municípios do sudoeste e centro da RA), envolvendo áreas de
conservação e economia assentada em agropecuária, silvicultura, indústria extrativa, turismo e
agroindústria; a do Sorocaba e Médio Tietê (31 municípios do nordeste da região), abrangendo a área
mais populosa, urbanizada e industrial e, portanto, com a menor cobertura vegetal da RA de Sorocaba; a
do Médio Paranapanema (oito municípios do noroeste da RA), cuja economia tem como base a
agropecuária, a silvicultura, o turismo e a agroindústria; e a UGRHI do Ribeira do Iguape e Litoral Sul
(sete municípios do sul da região), envolvendo área prioritária de conservação, com um dos maiores
índices de vegetação natural do Estado e economia com pouco impacto ambiental, baseada em serviços,
agropecuária, mineração e turismo.
Essas UGRHIs possuem como principal flora representativa a Mata Atlântica e abrangem várias unidades
de conservação de proteção integral, de uso sustentável e outras áreas especialmente protegidas,
sobretudo na parte sul, sudeste e sudoeste da RA, onde se localiza grande parte das florestas do Estado.
Na bacia do Rio Ribeira de Iguape/Litoral Sul, destaca-se o Parque Estadual Turístico do Alto TietêPETAR, localizado entre os municípios de Apiaí e Iporanga e reconhecido, pela UNESCO, como
patrimônio da humanidade. Nesta bacia e na do Alto Paranapanema, encontra-se o Parque Estadual-PE
Intervales, localizado entre os municípios de Ribeirão Grande, Guapiara, Sete Barras, Eldorado e
Iporanga. O PE Intervales, o PE Carlos Botelho, a Estação Ecológica do Xitué e o PETAR constituem a
maior área contínua de Mata Atlântica do Brasil.
É grande o número de represamentos de rios, que deram origem a usinas hidrelétricas-UHE ou centrais
geradoras hidrelétricas-CGH, na região, sendo as principais:
− no rio Tietê: em Salto, a UHE Porto Góes;
− no rio Sorocaba: em Boituva/Tatuí, a CGH Santa Adélia; e em Votorantim, a UHE
Itupararanga;
− no rio Juquiá-Guaçu: em Ibiúna, as UHEs Fumaça e a França; e em Tapiraí, as UHEs Barra e a
Porto Raso;
− no rio Paranapanema: em Cerqueira César/Piraju, as UHEs Jurumirim ou Armando A.
Laydner; e em Piraju, a UHEs Piraju e a Paranapanema; e
− no rio Ribeira do Iguape: em Tapiraí, a UHE Salto do Iporanga.
Contando com paisagens naturais, parques, represas, matas, serras, rios e grutas, a região possui várias
estâncias turísticas (Águas de Santa Bárbara, Avaré, Ibiúna, Itu, Paranapanema, Piraju, Salto e São Roque),
além de inúmeros atrativos turísticos em outras cidades, como, por exemplo, as cachoeiras, canyons,
grutas e a caverna do Pinhalzinho, em Itararé.
A RA possui posição privilegiada quanto à logística, sendo servida por importantes rodovias. No sentido
leste-oeste, a principal é a Rodovia Presidente Castello Branco (SP-280), que liga Sorocaba a São Paulo, a
leste, e a Ourinhos e norte do Paraná, a oeste. Ainda no mesmo sentido, outras grandes rodovias são: a
Raposo Tavares (SP-270), que faz a ligação de Sorocaba com São Paulo, a leste, e a Presidente Epitácio e
divisa com Mato Grosso do Sul (MS), a oeste; e a Marechal Rondon (SP-300), que liga Itu a Conchas,
Bauru, Araçatuba, Andradina e MS. Menores do que estas são as rodovias SP-250, que une Vargem
Grande Paulista, Piedade, Pilar do Sul, São Miguel Arcanjo, Capão Bonito, Apiaí e norte do Paraná, e a
SP-258, que liga Capão Bonito. Itapeva, Itararé e norte do Paraná.
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Infraestrutura Viária
Estado de São Paulo e RA de Sorocaba – 2011
Fonte: Secretaria de Logística e Transportes. Elaboração: SPDR/UAM.
No sentido norte-sul, as principais rodovias são: a Santos Dumont (SP-075), que une Sorocaba a
Campinas; a SP-127, que faz a ligação Capão Bonito, Itapetininga, Tatuí e Rodovia Castello Branco; a
SP-79, que liga Itu, Sorocaba, Piedade e BR-116; a SP-264, que une Sorocaba, Salto de Pirapora e Pilar do
Sul; a SP-249, que une Apiaí, Ribeirão Branco, Itapeva, Coronel Macedo, Taquarituba e divisa com
Paraná; e a SP-209, que liga Botucatu às SPs 280 e 300.
A maioria das principais rodovias da região – praticamente quase todas com pista dupla – encontra-se em
sua parte norte, nordeste ou noroeste. Dos municípios localizados mais a sul, sudeste e sudoeste,
somente Capão Bonito é servido por uma rodovia de pista dupla, a SP-127. Algumas das estradas que
servem estes últimos municípios passam dentro de parques estaduais, cuja preservação impede sua
pavimentação. Na parte sul, a Serra do Mar, com um relevo movimentado, que alcança altitudes
superiores a 1.000 metros e que possui áreas de alta declividade, também limita a construção de
rodovias.
A rede ferroviária, operada pela Ferroban, possibilita a conexão com a Capital e o Porto de Santos. O
Aeroporto Bertram Luiz Leupolz ou Aeroporto Estadual de Sorocaba é importante polo de manutenção
de aviões e registra uma das maiores movimentações em pousos e decolagens. No entanto, não opera
voos comerciais e é usado apenas por aviões executivos de pequeno porte ou para o transporte de
cargas. Além desse aeroporto, o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo-DAESP administra
mais três aeroportos, na região, o Aeroporto Regional Avaré/Arandu Comandante Luis Gonzaga Luth,
em Avaré, o Aeroporto Estadual Tancredo de Almeida Neves, em Botucatu, e o Aeroporto Estadual
Nelson Garófalo, em São Manuel.
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Conchas possui um porto fluvial, na Hidrovia Tietê-Paraná, que possibilita a saída de mercadorias para o
Centro-Oeste e o Sul do Brasil, constituindo alternativa de integração com o MERCOSUL, e Sorocaba
conta com uma Estação Aduaneira do Interior-Eadi, para agilizar a importação e exportação de produtos
da região, e com ampla rede de fibra óptica.
A urbanização da RA data do início da colonização portuguesa, com a exploração de magnetita no local
onde hoje se encontram Araçoiaba da Serra e Iperó e com atividades de comércio da mão de obra
escrava indígena, utilizada na cultura canavieira predominante na época, sobretudo do nordeste
brasileiro. Com o declínio desse comércio e a ascensão do ciclo da mineração, a expansão da ocupação
regional passou a ser determinada pelo crescimento da comercialização de produtos direcionados aos
tropeiros que se dirigiam para Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso1.
No século XVII, a região tornou-se local de ligação do sul com o povoamento do planalto e de passagem
de tropeiros e, no século XVIII, Sorocaba tornava-se importante entreposto do comércio de muares,
interligando as regiões criadoras do sul do país às regiões consumidoras de São Paulo e dos Estados do
norte2. Em Sorocaba, a feira de muares ou Feira de Sorocaba – evento periódico de comércio de animais
– desenvolveu a economia local, com a abertura de oficinas de arreios, lojas de ferragens, serviços
especializados etc., devido à grande afluência de compradores e vendedores de tropas. Ao longo de todo
o século, desenvolveram-se atividades agropecuárias – especialmente a cultura do algodão, a única
lavoura que encontrava condições naturais propícias, já que as produções de cana-de-açúcar3 e café4 não
eram favorecidas pela topografia ou pela composição do solo regional5.
Na década de 1860, ocorre a expansão da cultura do algodão, com exportações incentivadas pela
paralisação do mercado norte-americano, devido à Guerra da Secessão. Visando estimular a produção e
exportação do algodão e integrar a economia regional à da Capital, em 1875, foi inaugurada a Estrada de
Ferro Sorocabana, que iria contribuir para o declínio dos tropeiros no transporte de longa distância,
afetando o comércio de muares. Entretanto, já em meados da década, os Estados Unidos retomaram sua
produção e o cultivo algodoeiro regional entrou em crise. A saída encontrada pelos produtores de
algodão foi o desenvolvimento da indústria têxtil 6.
Somente em 1882 a industrialização do algodão e a exportação de produtos têxteis tiveram sucesso,
incentivando novos investimentos no setor e contribuindo para a modernização dos serviços e a
diversificação do setor comercial. Ao mesmo tempo, foram sendo abertas fábricas de pequeno ou médio
porte, destinadas à produção de bens de consumo, como calçados, chapéus, louças, colchões, alimentos,
bebidas etc7.
Nas duas primeiras décadas do século XX, Sorocaba e algumas cidades da região, como Itu, Salto, Tatuí
e Porto Feliz, sob a influência do setor têxtil, se tornavam importantes centros industriais. No final da
década de 1920, a indústria sorocabana abrigava a segunda maior concentração operária paulista e seu
1
SONODA, Érica Cátie. Evolução Econômica e Mudanças na Estrutura Produtiva da Região Administrativa de Sorocaba (1980-2005).
Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Instituto de Economia. Campinas, 2006.
2
ZIMMERMANN, Gustavo. A Região Administrativa de Sorocaba, São Paulo no Limiar do Século XXI, Cenários da Urbanização Paulista,
1992.
3
Somente alguns municípios da região, como Tatuí e Sorocaba, se inseriram mais ativamente no ciclo da cana-de-açúcar.
4
Botucatu, Avaré e Itapetininga são exemplos de municípios da região que, na década de 1870, participaram da atividade cafeeira.
5
BADDINI, Cássia Maria. Sorocaba no Império: Comércio de Animais e Desenvolvimento Urbano. FAPESP. São Paulo, 2002.
6
CARVALHO, Rogério Lopes Pinheiro de. Aspectos da modernidade em Sorocaba: experiências urbanas e representações 1890-1914.
Revista de História n.151. São Paulo, dezembro 2004.
7
BADDINI, Cássia Maria. op. cit.
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setor têxtil, com 19 grandes fábricas, empregava 82% da mão de obra operária regional, mostrando-se
dinâmicos o beneficiamento do algodão, os laticínios e os frigoríficos8.
Após a crise cafeeira, as plantações de café das sub-regiões de Sorocaba, Tatuí e Itapetininga cederam
lugar à cana-de-açúcar e ao algodão. Nas sub-regiões de Botucatu e Avaré, um pouco mais tarde,
ocorreu a substituição do café pela pecuária, expulsando a população rural. Esta foi absorvida, em grande
parte, pela indústria da sub-região de Sorocaba, que se diversificava com a extração e fabricação de
produtos de minerais e a produção de outros bens de consumo não-duráveis, especialmente do ramo de
alimentos e bebidas, favorecidos pelo adensamento populacional.
Com a inauguração da Rodovia Raposo Tavares, em 1954, e a implantação do Plano de Metas, a partir de
1956, a indústria regional se diversifica, passando a produzir bens intermediários, de capital e de
consumo duráveis. A produção de bens intermediários passa a ter forte peso no agregado regional,
devido ao aumento da extração mineral e da fabricação de produtos químicos, metalúrgicos e de
minerais não-metálicos9. O setor químico teve a sua participação regional quadruplicada, o setor
metalúrgico dobrada e a mineração de não-metálicos teve forte expansão, elevando o peso do valor da
produção de bens intermediários no agregado regional, de 29%, em 1956, para 45%, em 1970.10
No entanto, a região ainda não havia adquirido destaque no contexto das demais Regiões Administrativas
paulistas. Somente na década de 1970, com as políticas governamentais de descentralização do
desenvolvimento – que privilegiaram regiões e cidades médias já consolidadas e com boa oferta de
infraestrutura para as atividades econômicas –, Sorocaba e região passam a ser uma alternativa para a
localização de empresas, a indústria regional recupera sua importância e integração com a economia
paulista e a RA torna-se o maior parque da indústria madeireira do Estado, graças aos estímulos ao
reflorestamento11.
A partir daí, a agricultura da RA se dinamizou e se encadeou com a produção agroindustrial, ganhando
importância no abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo-RMSP e expandindo a produção
dos bens exportáveis, como soja, cana-de-açúcar e cítricos. Nesse período, aumentaram o cultivo do
feijão, sobretudo na região de Itararé, a especialização hortifrutigranjeira das zonas próximas à RMSP e a
proporção de pastagens cultivadas sobre as naturais, que contribuíram, juntamente com o
reflorestamento, para incrementar o processo regional de urbanização. Daí, a população urbana regional
– bastante concentrada ao redor de Sorocaba – ter crescido acima da média estadual.
A melhoria da infraestrutura de transportes – ocorrida no período com a construção da Rodovia Castello
Branco, a repavimentação das Rodovias Raposo Tavares e Marechal Rondon e a intensificação do
transporte de cargas sobre trilhos da FEPASA – contribuiu para atrair investimentos industriais à região,
expandindo, sobretudo, o setor produtor de bens intermediários, em particular os segmentos de
minerais não-metálicos e químico.
Já na década de 1980, a indústria sorocabana teria expansão superior à média estadual, tanto no setor de
bens intermediários como de capital (liderado pelo setor mecânico) e de consumo durável e não-durável,
com forte expansão da indústria de vestuário. A agricultura regional, por sua vez, passou a utilizar
tecnologias mais modernas, aumentando a produtividade, e a pecuária regional continuou substituindo
8
ZIMMERMANN, Gustavo. op. cit.
IDEM.
10
SEBRAE. Diagnóstico Municipal - Plano de Ação - Programa SEBRAE de Desenvolvimento Local, Novembro de 1999.
11
ZIMMERMANN, Gustavo. op. cit.
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pastagens naturais por cultivadas. A própria população rural, embora tenha decrescido em termos
absolutos, o fez a taxas inferiores às da média estadual12.
A partir dos anos de 1990, o processo de desconcentração industrial teve novo impulso, com as
empresas se instalando no interior do Estado em áreas próximas à Capital, na tentativa de diminuir
custos13. Esse movimento levou a região a recuperar sua importância no contexto estadual, usufruindo da
privilegiada localização de alguns municípios – próximos e interligados a importantes eixos viários, às
Regiões Metropolitanas e aos principais portos e aeroportos –, que passaram a abastecer os grandes
centros com seus produtos hortifrutigranjeiros e que se constituíram uma alternativa locacional de
indústrias, acarretando o desenvolvimento agropecuário, agroindustrial e da mineração, em municípios
mais distantes.
Conforme a seção AGROPECUÁRIA, a agropecuária regional tornou-se bastante diversificada, incluindo
o cultivo de produtos com importante participação na produção paulista, como frutas, olerícolas, grãos e
produtos animais. A carne bovina é o produto com maior participação no Valor da Produção
Agropecuária-VPA regional, mas destacam-se, também, os cultivos de laranja, café, uva, soja, trigo,
eucalipto, bovinocultura mista e avicultura de corte, muitos dos quais vêm investindo em produtos de
maior valor agregado, como o plantio de uvas finas, e aumentando a produtividade, como ocorreu com o
eucalipto, a laranja e a avicultura de corte. Em 2008, a RA participou com 15,2% dos empregos e 13,9%
dos estabelecimentos formais do setor primário do Estado, mostrando a importância de sua
agropecuária no contexto estadual.
As condições naturais e históricas da RA fizeram surgir atividades industriais que se tornariam
características regionais, entre elas:
− as atividades de extração mineral, presentes desde o início da colonização portuguesa, dariam
ensejo à metalurgia básica – com destaque para a fabricação de alumínio –, e à fabricação de
produtos de minerais metálicos e não-metálicos;
− as atividades urbanas, surgidas a partir do ciclo dos tropeiros, no século XVIII, gerariam várias
indústrias para o consumo da população dos centros urbanos, com destaque para os ramos de
alimentos e bebidas e de produtos diversos;
− o plantel de asininos e muares do século XVIII cedeu lugar à pecuária, da qual derivaram as
indústria de alimentos de laticínios e produtos da carne bovina;
− a cultura do algodão, no século XIX, faria surgir as indústrias têxtil e, mais tarde, a de confecções
de vestuário;
− as florestas naturais e, posteriormente, o reflorestamento seriam a base das indústrias de
celulose e papel, resinas, móveis e produtos de madeira, estes com grande projeção na produção
estadual;
− os recursos hídricos permitiriam a construção de represas e usinas hidrelétricas, disponibilizando
serviços de energia e água.
A seção INDÚSTRIA E SERVIÇOS mostra que a indústria da RA evoluiu da fabricação tradicional de bens
metalúrgicos, alimentos e bebidas, produtos têxteis, minerais, madeira e outros segmentos voltados ao
consumo urbano para o aprofundamento das cadeias produtivas desses produtos e a produção de bens
de maior valor agregado, tanto intermediários como duráveis e de capital.
12
IDEM.
ARAÚJO JUNIOR, Aloysio Marthins de. A Reorganização Espaço Industrial no Estado de São Paulo: Análise a Partir da Indústria de
Bens de Capital. Estudos Geográficos, Rio Claro, 1(1): 1-17, Junho – 2003.
13
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Com a abertura de rodovias, a política de descentralização industrial e as políticas locais de incentivos à
implantação de indústrias, o parque industrial regional foi ampliado, modernizado e diversificado com
indústrias dos ramos da metalurgia, da mecânica, de material elétrico e da química, atraindo novos
investimentos industriais da RMSP e do exterior, muitos voltados a segmentos tecnologicamente mais
complexos. Assim, sem perder algumas de suas principais características, como as indústrias
desenvolvidas a partir da produção florestal e da indústria extrativa, a região passou a produzir
componentes aeronáuticos, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e bens de
capital ou de consumo durável, que atraíram diversas cadeias de fornecedores, tornando a RA um dos
polos mais importantes de desenvolvimento industrial do Estado de São Paulo14.
Desse modo, nos últimos anos, a RA teve alteração de sua estrutura econômica, com o aumento da
participação da agropecuária e da indústria e a diminuição dos serviços no total do Produto Interno
Bruto-PIB.
Composição Setorial do PIB – RA de Sorocaba – 1999-2008
100,0%
80,0%
62,9%
58,7%
60,0%
32,9%
40,0%
20,0%
4,3%
36,1%
5,3%
0,0%
AGROPECUÁRIA
INDÚSTRIA
1999
SERVIÇOS
2008
Fonte: Fundação Seade; IBGE. Elaboração: SPDR/UAM.
A intensificação industrial atraiu, também, algumas empresas prestadoras de serviços complementares ao
processo produtivo ou de apoio à população, que contribuíram para a dinamização da economia regional,
tendo destaque os de: utilidade pública de eletricidade e gás e captação, tratamento e distribuição de
água; alojamento, em Sorocaba e nas oito estâncias da região; e pesquisa e desenvolvimento científico,
em Botucatu, pela presença de campus da UNESP voltado ao desenvolvimento de pesquisas na área
biomédica e de unidade da Embraer, e em Iperó, por abrigar o Centro Experimental Aramar, que
desenvolve pesquisas em sistemas nucleares e energéticos para propulsão naval.
Conforme pode ser visto na seção DESEMPENHO ECONÔMICO, 1996 A 2008, neste período, a RA
apresentou a maior taxa média geométrica de crescimento do PIB (5,0% a.a.) entre todas as regiões
paulistas e mais de 73% de seus municípios tiveram taxas médias anuais superiores à da média estadual.
Nesses anos, 44% dos municípios da região tiveram dinamismo, particularmente Araçariguama, Pereiras,
Cerquilho, Alumínio, Iperó, Areiópolis, Paranapanema, Itaí, Itapirapuã Paulista, Iaras e Capela do Alto,
que apresentaram taxas de crescimento anual do PIB superiores a 9,0% a.a. Com exceção de Itirapuã
Paulista, que fica no sul da RA, grande parte desses municípios está localizada ao longo da Rodovia
Castello Branco ou tem fácil acesso a esta. Os investimentos industriais têm sido o principal fator de
desenvolvimento da maioria deles, embora o setor primário tenha também dinamizado os municípios de
Pereiras, Capela do Alto, Iaras e Itapirapuã Paulista.
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SEBRAE/SP - DIAGNÓSTICO MUNICIPAL - Plano de Ação - Programa SEBRAE de Desenvolvimento Local - Novembro de 1999.
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Apontando para um movimento de desconcentração/extensão das atividades industriais da metrópole
paulistana, as atividades econômicas de maior valor agregado e de serviços mais complexos
concentraram-se na parte leste próxima à RMSP e no eixo da Rodovia Castello Branco, atraindo
população em busca de emprego e renda. Por isso, a RG de Sorocaba apresentou, nas últimas décadas,
taxas de crescimento populacional superiores às verificadas para o conjunto da RA, levando-a a
concentrar, em 2007, 51,8% da população regional15.
A seção ASPECTOS DEMOGRÁFICOS mostra que, no período 2000-2010, as taxas geométricas de
crescimento anual da população regional (1,3%) e do município de Sorocaba (1,7%) foram superiores à
da média estadual (1,1%), numa indicação de que a região oferece fortes atrativos demográficos. 35
municípios cresceram a taxas superiores às da região, especialmente Iaras (7,6%), Iperó (4,4%),
Araçariguama (4,4%), Taguaí (3,8%), Guareí (3,6%), Boituva (3,5%), Araçoiaba da Serra (3,1%),
Cerquilho (3,0%) e Alambari (3,0%), quase todos localizados na metade superior da RA e muitos na
parte leste mais próxima da RMSP. Por outro lado, os 12 municípios que tiveram taxas negativas, nesse
período, estão localizados na parte sul e a oeste da região, afastados dos polos de desenvolvimento,
como Riversul (-1,5%), Ribeirão Branco (-1,5%), Coronel Macedo (-1,1%) e Tejupá (-1,0%).
Nesse período, Sorocaba passou por uma expansão imobiliária que extrapolou seus limites territoriais,
chegando a municípios do seu entorno, como Araçoiaba da Serra, que, em decorrência, tiveram
aumento populacional acima da média regional. A dinâmica populacional do município-sede continua
acentuada, sendo aquele que mais recebe migrantes, na região, pois desempenha importante papel na
articulação da aglomeração urbana do seu entorno, pela dinâmica econômica, oferecendo oportunidades
de emprego e renda para a população, e pela centralidade que exerce no tocante às funções urbanas,
com oferta de equipamentos públicos, serviços e rede de consumo16.
Em 2010, o grau de urbanização regional (86,5%) ainda encontrava-se bem abaixo da média estadual
(95,9%), devido à grande presença de represas, florestas e atividades pecuárias e agrícolas. As taxas de
urbanização variam de 25,6%, em Quadra, a 100,0%, em Araçariguama, havendo maior concentração
das mais baixas na RG de Itapeva e das mais altas na RG de Sorocaba.
O tamanho e a heterogeneidade da região não permitiram que o crescimento agropecuário e industrial –
que fez do PIB regional o quinto maior do Estado, atrás apenas da RMSP, da Região metropolitana de
Campinas-RMC, da RA de Campinas exceto RMC e da RA de São José dos Campos, – repercutisse de
modo mais positivo sobre seus indicadores sociais. Conforme demonstra a seção ASPECTOS SOCIAIS,
elaborada com base no Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS, da Fundação Seade/Alesp, a RA
vem apresentando, sistematicamente, baixos patamares nas três dimensões sociais, tendo, em 2008,
ocupado a oitava posição em riqueza, a 13ª em longevidade e a 12ª em escolaridade, em comparação
com as demais Regiões Administrativas do Estado.
Se a maioria dos municípios mais industrializados e próximos aos eixos viários consegue ter bons
indicadores sociais, muitos dos que têm como base econômica o setor primário e encontram-se longe
destes, ainda apresentam situações sociais críticas: Sorocaba, Alumínio, Boituva, Botucatu, Itu, Porto
Feliz e Salto, localizados no nordeste da região, encontram-se no Grupo 1 do IPRS, que reúne localidades
com bons indicadores nas três dimensões; Itaí e Paranapanema, da RG de Avaré, e Votorantim,
15
DEDECCA, Claudio. MONTALI, Lilia. BAENINGER, Rosana (org.). Regiões Metropolitanas e Pólos Econômicos do Estado de São
Paulo: desigualdades e indicadores para as Políticas Sociais- Pólo Econômico de Sorocaba. FINEP/NEPP/NEPO/IE-UNICAMP,
Março/2009.
16
FREY, Henrique. CAIADO, Aurílio Sérgio Costa. Notas sobre as Modalidades de Deslocamento Espacial da População na Aglomeração
Urbana de Sorocaba-SP. XIV Encontro Nacional da Anpur. Rio de Janeiro, Maio de 2011.
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Mairinque, Araçariguama, São Roque e Ibiúna, da RG de Sorocaba, encontram-se no Grupo 2, que
apresenta bons níveis de riqueza, mas pelo menos um dos indicadores sociais insatisfatório; nove
municípios das cinco RGs encontram-se no Grupo 3 que, mesmo sem um indicador de riqueza elevado,
exibem níveis sociais satisfatórios; já 70% dos municípios encontram-se nos Grupos 4 e 5 (31 e 25
municípios, respectivamente), correspondendo a localidades com as piores situações de riqueza,
longevidade e escolaridade. Todas as RGs possuem municípios nos grupos 4 e 5, mas a de Itapeva é a
que concentra o maior número (16 municípios) e a de Sorocaba, o menor (quatro).
Conforme a seção REDE URBANA, a Aglomeração Urbana-AU de Sorocaba – formada pelos municípios
de Alumínio, Araçoiaba da Serra, Boituva, Iperó, Itu, Mairinque, Porto Feliz, Salto, Salto do Pirapora, São
Roque, Votorantim e a sede Sorocaba, – é a área com mais infraestrutura, serviços e equipamentos de
lazer da região. A proximidade com relação à RMSP, RMC e Piracicaba e a distância com relação a
muitos dos municípios da RA, no entanto, enfraqueceram a polarização de Sorocaba, limitando o
desenvolvimento de um setor de serviços mais complexo.
Embora mais distantes, os centros urbanos de Botucatu e de Itapetininga também se beneficiaram da
ligação com a Rodovia Castello Branco, crescendo a taxas superiores à da RA. Botucatu abrigou diversas
indústrias, a partir das décadas de 1960 e 1970, e desenvolveu o setor terciário, principalmente nas áreas
de saúde e educação. Itapetininga recebeu vários investimentos industriais de grande porte,
beneficiando-se de sua localização, sem deixar de se destacar na produção agropecuária e florestal.
Existe grande defasagem entre a participação demográfica da região no total estadual (6,8% da
população do Estado) e sua participação no PIB (4,8% do PIB do Estado), além da grande
heterogeneidade regional, apontando para a necessidade da RA avançar tanto nos indicadores sociais
como econômicos.
Com a retomada do desenvolvimento e a desconcentração da RMSP, grande parte dos municípios
localizados ao longo dos principais eixos rodoviários da RA passaram a crescer acima da média do
Estado, tornando-se local preferencial para a instalação de empresas, como vem ocorrendo, por
exemplo, com Araçariguama, Porto Feliz e Itapetininga, o que deve dar continuidade ao desenvolvimento
econômico e social dessa região.
Já com relação aos municípios mais distantes dos principais eixos viários – cuja economia se assenta no
setor primário, abrigando ou não áreas de preservação ambiental – as políticas de geração de renda
precisam ser específicas e adaptadas à região, de modo a enfrentar os gargalos tecnológicos, de
infraestrutura e ambientais e, assim, atingir um desenvolvimento sustentado. Isto é particularmente
importante para os municípios do Sudoeste – onde estão localizados oito municípios17 que fazem parte
do território do Vale do Ribeira, uma das regiões mais pobres do Estado –, que sistematicamente
apresentam os piores indicadores do IPRS e para os quais são requeridas ações mais intensivas nas áreas
da saúde e da educação.
Para esses municípios, as políticas devem dar prioridade: ao apoio às culturas agropecuárias de maior
valor adicionado e à maior integração com a indústria, facilitando sua inserção em novos mercados; à
melhoria da rede de ligação intrarregional e com as demais regiões paulistas; e ao turismo ou ecoturismo,
17
Os oito municípios do Vale do Ribeira são: Apiaí, Barra do Chapéu, Iporanga, Itaóca, Itapirapuã Paulista, Ribeira, Ribeirão Branco e
Tapiraí.
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usufruindo da natureza exuberante dos municípios localizados em área de influência de represas ou
ocupadas por florestas naturais18.
18
NOGUEIRA, Elizabeth Alves e. MELLO, Nilda Tereza Cardoso de. CASTRO, Jairo Lopes de. SANNAZZARO, Ana Maria. LEINZ,
Frederico Fontoura. Pesquisa e Desenvolvimento: prospectando demandas para a região sudoeste do Estado de São Paulo. Agricultura
em São Paulo, São Paulo, v. 52, n. 1, p. 63-75, jan./jun. 2005.
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AGROPECUÁRIA
A agropecuária da RA caracteriza-se por ser diversificada, com expressiva participação na produção
paulista de frutas, olerícolas, grãos e produtos animais. É, por exemplo, a maior produtora de feijão do
Estado, nas duas safras mais importantes do ano: a das águas, na primavera-verão; e da seca, no verãooutono19.
O Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária-LUPA20 apresenta, entre outros recortes
territoriais, informações agrupadas segundo os Escritórios de Desenvolvimento Rural-EDRs21.
Agrupamentos de EDRs22 possibilitam avaliação da produção agropecuária das Regiões Administrativas,
levando em conta sua diversidade. A área total23 ocupada com atividades agropecuárias, na RA de
Sorocaba, aumentou 7%, entre 1995/96 e 2007/08. Em termos de EDRs, destacam-se os incrementos
de Itapetininga e Itapeva, de 11% e 16%, respectivamente.
A carne bovina é o principal produto regional. Em 2010, o Valor da Produção Agropecuária regional foi
de R$ 6,5 bilhões, ou 14% do Estado, e a carne bovina contribuiu com 18% do VPA da região24. Como
produto de maior participação no VPA regional, a carne bovina, no entanto, tem participação
relativamente baixa no total, em comparação com outras regiões.
Ainda que representasse apenas 8,5% da área ocupada, na RA, em 2007/08, a cana-de-açúcar
aumentou 91%, entre 1995/96 e esse último ano safra. Todos os EDRs registraram incremento, mas,
nos de Botucatu e Avaré, no oeste da RA, a área é mais expressiva, tendo alcançado, respectivamente,
100 e 70 mil hectares, em 2007/08.
19
TSUNECHIRO, Alfredo. Avanço da soja e recuo do feijão no Sudoeste Paulista. Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Instituto de
Economia Agrícola. São Paulo, 25-2-2004. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=1239. Acesso em:
23 mai. 2011.
20
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Instituto de
Economia Agrícola. Levantamento censitário de unidades de produção agrícola do Estado de São Paulo - LUPA 2007/2008.
São Paulo: SAA/CATI/IEA, 2008. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/projetolupa>. Acesso em: 23 mai. 2011.
21
O Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA) apresenta dados relativos às explorações agropecuárias do Estado
de São Paulo. Segundo corte regional, estão disponíveis informações para: o total do Estado; conjuntos de municípios, agrupados
segundo os 40 Escritórios de Desenvolvimento Regional (EDR); e os 645 municípios de São Paulo.
22
Pode-se considerar que a RA de Sorocaba é composta pelos EDRs de Avaré, Botucatu, Itapetininga, Itapeva e Sorocaba. A esse
conjunto, foram, aqui, acrescidos os municípios de: Piraju, Sarutaiá, Taguaí e Tejupá, que pertencem à RA de Sorocaba, mas estão no
EDR de Ourinhos; Cerquilho, Jumirim e Tietê, que pertencem à RA de Sorocaba, mas estão no EDR de Piracicaba; e Iporanga, que
pertence à RA de Sorocaba, mas está no EDR de Registro. Adicionalmente, foi excluído o município de Cabreúva, que pertence à RA
Campinas, mas está no EDR de Sorocaba.
Compõem o EDR de Avaré: Águas de Santa Bárbara, Arandu, Avaré, Barão de Antonina, Cerqueira Cesar, Coronel Macedo, Iaras, Itaí,
Itaporanga, Manduri, Paranapanema e Taquarituba.
Compõem o EDR de Botucatu: Anhembi, Areiópolis, Bofete, Botucatu, Conchas, Itatinga, Laranjal Paulista, Pardinho, Pereiras, Pratânia
e São Manuel.
Compõem o EDR de Itapetininga: Alambari, Angatuba, Campina do Monte Alegre, Capão Bonito, Cesário Lange, Guareí, Itapetininga,
Porangaba, Quadra, Ribeirão Grande, São Miguel Arcanjo, Sarapuí, Tatuí e Torre de Pedra.
Compõem o EDR de Itapeva: Apiaí, Barra do Chapéu, Bom Sucesso de Itararé, Buri, Guapiara, Itaberá, Itaóca, Itapeva, Itapirapuã
Paulista, Itararé, Nova Campina, Ribeira, Ribeirão Branco, Riversul e Taquarivaí.
Compõem o EDR de Sorocaba: Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Cabreúva, Capela do Alto, Ibiúna, Iperó, Itu,
Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Roque, Sorocaba, Tapiraí e Votorantim.
23
Segundo o Lupa, a área total compreende: área com cultura perene; área com cultura temporária; área com pastagem; área com
reflorestamento; área de vegetação natural; área em descanso, também conhecida como de pousio; área de vegetação de brejo e
várzea; e área complementar compreende as demais terras da UPA, como aquelas ocupadas com benfeitorias (casa, curral, estábulo),
represa, lagoa, estrada, carreador, cerca, bem como áreas inaproveitáveis para atividades agropecuárias.
24
TSUNECHIRO, Alfredo et al. Valor da Produção Agropecuária e Florestal do Estado de São Paulo em 2010. São Paulo: Informações
Econômicas, volume 41, nº. 5, maio de 2011.
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O estudo Região de Influência das Cidades-Regic – 200725 permite, conhecer o destino da produção
agropecuária de municípios selecionados do Estado de São Paulo26. A cana da RA de Sorocaba destina-se
aos diversos municípios que possuem uma ou mais usinas e destilarias de álcool. Barra Bonita27,
município localizado na RA de Bauru, por exemplo, recebe cana de, pelo menos, seis municípios da RA,
que lhe são próximos: Anhembi, Areiópolis, Cerqueira César, Iaras, Pratânia e São Manuel. Da mesma
forma, Cerquilho é destino da produção de cana de municípios próximos como, Cesário Lange, Jumirim,
Laranjal Paulista e Quadra.
A laranja tem tido participação crescente na agricultura regional, pois a RA vem se apresentando como
alternativa para seu cultivo. O deslocamento da citricultura para a região foi a possibilidade encontrada
para reduzir a presença de doenças como morte súbita dos citros-MSC, greening etc. Pesquisas
desenvolvidas, nos últimos anos, vêm possibilitando, inclusive a adoção, na região, de variedades de
laranjas mais ácidas, com pouca ou nenhuma semente, que atendem a mercados cada vez mais
exigentes28.
A área ocupada com a laranja, na região, aumentou 146%, entre 1995/96 e 2007/08, de acordo com o
LUPA. Incrementos importantes ocorreram, na parte oeste da RA, como, também, foi o caso da canade-açúcar. Em termos de EDRs, os aumentos mais expressivos registraram-se no de Avaré, onde a área
ocupada multiplicou-se oito vezes, tendo passado de 3 mil para 24 mil hectares; e no de Botucatu, onde
a área passou de 7,1 mil hectares para 27,2 mil.
Os principais destinos da produção regional de laranja, de acordo com o Regic, foram os municípios onde
se encontram empresas processadoras: Limeira, na RA de Campinas; e Araraquara, na RA Central 29.
25
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia. Região de
Influência das Cidades - Regic, 2007. Rio de Janeiro: 2008.
26
De acordo com a metodologia do Regic, foi perguntado, no item “Agropecuária – Distribuição da Produção”, qual o destino da maior
parte da produção local. O seu Banco de Dados, contudo, não contem informações para a totalidade dos municípios do Estado de São
Paulo, sendo, portanto, aqui utilizado o conjunto de informações existentes. O Regic aponta, ainda, que se identificam, pelo menos,
cinco padrões distintos na distribuição da produção: o dos produtos de consumo imediato, para regiões vizinhas; o de produtos para
agroindústria, presentes em pontos específicos do Estado; o de produtos destinados a centros atacadistas; o de produtos para
abastecimento de cadeias varejistas; e o de produtos destinados à exportação, fluindo para cidades portuárias.
27
RELAÇÃO de Fornecedores de Etanol Cadastrados. Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP). Disponível em:
http://www.anp.gov.br. Acesso em: 18 jan. 2011.
28
CITRICULTURA da região Sudoeste será debatida em Capão Bonito/SP, 03/08/2011. Disponível em:
http://faeb.org.br/detalhe-faeb.html?tx_ttnews%5Btt_news%5D=1746&cHash=3acd5fa714e228046c05b35e887aead5. Acesso em:
18 jan. 2011.
29
CINTURÃO Citrícola. Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Disponível em
http://www.citrusbr.com/exportadores-citricos/setor/citrus-belt-cinturao-citricola-192418-1.asp . Acesso em: 19 jan. 2011.
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Distribuição geográfica da área cultivada de laranja 2007/2008
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
A área ocupada com café cresceu 11%, na RA, entre 1995/96 e 2007/08, e se concentra num grupo de
oito municípios, a oeste, que respondem por 77% do total regional. São eles: Piraju, Sarutaiá, Tejupá,
Taguaí, Fartura, Itaí, Manduri e Taquarituba.
A região é caracterizada por altitudes que variam de 400 a 930m, com relevo que varia de suave
ondulado a forte ondulado. Após a formação da Associação dos Produtores de Café Descascado de
Piraju e Região-PROCED, em 1999, os cafeicultores foram melhorando suas lavouras e adotando a
tecnologia do café cereja descascado. Dentre as vantagens desse sistema de produção estão a diminuição
do espaço de armazenamento, maior percentual de cafés finos, aumento da rentabilidade, entre outras30.
A cafeicultura regional está passando por mudanças, principalmente, quanto ao uso de mecanização da
colheita, em função do alto custo de mão de obra. Os pequenos e médios produtores também estão
optando pela diversificação de atividades, tais como plantio de eucalipto, olericultura e fruticultura31.
Segundo o Regic, o café produzido na região destina-se, basicamente, a outros municípios da RA,
especialmente Piraju. Alguns municípios destinam parte de sua produção ao município de Ourinhos, na
RA de Marília, e outros, diretamente para Santos.
30
PIRAJU sedia Encontro de Cafeicultores. Disponível em:
http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=35610&piraju-sedia-encontro-de-cafeicultores.html. Acesso em: 19
jan. 2011.
31
CAFEICULTURA. Campinas: Revista Casa da Agricultura, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), ano 13, nº. 3,
julho/agosto/setembro de 2010.
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Distribuição geográfica da área cultivada de café 2007/2008
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
Quanto à produção de uva, é tradicional, na RA. Destaca-se, também, a elaboração de vinho artesanal e
a exploração do enoturismo com a produção de vinho utilizando uvas comuns como Isabel, Bordô e
Niágara. A concentração espacial dos produtores de uva, na região, gerou as vantagens da proximidade
geográfica, principalmente a elevada especialização da mão de obra agrícola, a difusão de conhecimentos
tácitos e a construção de um sistema de representações sociais em torno da vitivinicultura que,
associadas às características naturais, permitiram a produção de uva de mesa com qualidade reconhecida
no mercado32.
Assim, desenvolveu-se, inclusive, o Roteiro dos Vinhos de São Roque, em que as vinícolas desenvolvem
atividades ligadas ao turismo, buscando resgatar imagens com parreirais, tonéis de vinhos e cantina, onde
se pode degustar e comprar o produto33.
32
VERDI, Adriana Renata et. al. Propostas de políticas públicas para o desenvolvimento da viticultura paulista. In 48º Congresso da
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober). Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010.
33
SATO, Geni Satiko et.al. Estratégias de mercado das vinícolas paulistas através de estudo de múltiplos casos. São Paulo: Informações
Econômicas, SP, v.40, n.4, abr. 2010.
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Distribuição geográfica da área cultivada de uva rústica 2007/2008
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
Alguns municípios da região têm investido, também, em produtos de maior valor agregado, com plantio
de uvas finas. São Miguel Arcanjo, no EDR de Itapetininga, e Pilar do Sul, Porto Feliz e Salto de Pirapora,
no de Sorocaba, são responsáveis por 56% da área produtora do Estado. Em São Miguel Arcanjo, por
exemplo, destacam-se os cultivares Rubi, Itália etc.34
34
VERDI, op. cit.
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Distribuição geográfica da área cultivada de uva fina 2007/2008
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
A área de soja e trigo, lavouras plantadas em sucessão, com o trigo sendo cultivado, no inverno, após a
colheita da soja, expandiu-se, na região, entre 1995/96 e 2007/08. A área plantada com soja e trigo
multiplicou-se quase quatro vezes, refletindo o processo de reestruturação produtiva, com o avanço da
soja sobre a cultura de feijão e as pastagens degradadas35.
Esse fenômeno tem sido mais intenso no EDR de Itapeva, onde é mais extensa a área com topografia
mais favorável à mecanização. Assim, nesse EDR, a área ocupada com feijão decresceu 46%, entre
1996/96 e 2007/08, e a de soja se multiplicou mais de seis vezes, tendo passado de 5,3 mil hectares, em
1995/96, para 40,2 mil, em 2007/08. Da mesma forma, o trigo que ocupava apenas 3,1 mil hectares, em
1995/96, passou para 19,6 mil, em 2007/08.
O sistema de preparo do solo, para o cultivo da soja, é predominantemente de plantio direto na palha.
Muitos agricultores utilizam esta técnica há vários anos, nas regiões de Itapeva, Avaré e Itapetininga.
Trata-se de avanço na sustentabilidade das lavouras, pois implica em mudanças no planejamento e
manejo das culturas em sistemas de sucessão, preservando a capacidade produtiva dos solos36.
Segundo o Regic, a soja produzida na região destina-se, basicamente, a outros municípios da RA,
especialmente Sorocaba. Alguns municípios destinam parte de sua produção ao município de São Paulo e
outros, diretamente para exportação, pelo porto de Paranaguá.
35
36
TSUNECHIRO, Alfredo. Avanço da soja e recuo do feijão no Sudoeste Paulista, op. cit.
IDEM.
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Distribuição geográfica da área cultivada de soja 2007/2008
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
A área de eucalipto aumentou 36%, na RA, entre 1995/96 e 2007/08, acima do incremento ocorrido no
total do Estado, de 27%. Em todos os EDRs, houve aumentos, mas as áreas mais expressivas
encontram-se nos de Botucatu, Itapetininga e Itapeva. O município de Capão Bonito, no EDR de
Itapetininga, era, em 2007/08, o que apresentava a maior área plantada do Estado, com 38,1 mil
hectares, e sua produção abastece uma unidade industrial de Jacareí37. Segundo o Regic, o eucalipto
produzido nos municípios de Anhembi, Bofete e Itatinga, por exemplo, destina-se, ao município de
Botucatu.
O eucalipto, principal fonte para produção de celulose, cresce mais rápido, no Brasil, e atinge
maturidade, para corte, em períodos mais curtos do que as espécies florestais do hemisfério norte,
levando sete anos para corte com otimização econômica. Parte dessa elevada produtividade se explica
pelas condições de solo e clima brasileiros. Adicionalmente, houve melhoramento genético e produção
de mudas clonadas, com seleção das mais produtivas e resistentes para produção de celulose38.
37
FIBRIA
amplia
plantio
e
abastece
cinco
unidades
de
produção.
Disponível
em:
http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?tit=fibria_amplia_plantio_e_abastece_cinco_unidades_de_producao&id=5947
1. Acesso em: 19 jan. 2011.
38
MONTEBELLO, Adriana Estela Sanjuan. Configuração, reestruturação e mercado de trabalho do setor de celulose e papel no Brasil.
Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2010.
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Distribuição geográfica da área cultivada de eucalipto 2007/2008
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
Quanto à exploração animal, é importante, na RA, a bovinocultura de corte e mista, o que se
expressa através do número de Unidades de Produção Agropecuária-UPAs que exploram a atividade, do
número total de cabeças de gado e da área ocupada com braquiária (capim), que inclusive, ao contrário
de outras regiões, se expandiu, entre 1995/96 e 2007/08. Os dados do LUPA apontam aumento de 5%
do rebanho de corte e 13%, no misto.
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Distribuição geográfica da bovinocultura de corte 2007/2008
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
Distribuição geográfica da bovinocultura mista 2007/2008
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
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Outra atividade de destaque, na RA, é a avicultura de corte, em que houve expansão, pois, segundo
dados do LUPA, passou-se de 72 milhões de cabeças/ano, em 1995/96 para 161 milhões, em 2007/08, e
a participação da região no total estadual alcançou 28%. Os destaques são o EDR de Botucatu, onde a
produção, praticamente, dobrou entre os dois levantamentos, e o de Itapetininga, onde o aumento foi de
141%. Esses dois EDRs foram responsáveis por 75% da produção de aves de corte da RA, em 2007/08.
Segundo o Regic, as aves produzidas em municípios da região destinam-se a municípios como São Paulo,
Sorocaba e Tietê.
O crescimento da produção de frangos é resultado de investimentos de empresas dos segmentos de
genética, nutrição, medicamentos e produtos veterinários etc. A cadeia agroindustrial realizou
importantes inovações tecnológicas em: produtos, através do melhoramento da aves, via cruzamento de
diferentes linhagens, alimentação e manejo; e processos, através da aquisição de equipamentos pra
aumento da produtividade e redução de custos, por meio de diminuição de perdas e maior eficiência
produtiva39.
Distribuição geográfica da avicultura de corte 2007/2008
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
39
KAWABATA, Celso Yoji. Inovações tecnológicas na agroindústria da carne: estudo de caso. Curitiba: Revista Acadêmica de Ciências
Agrárias e Ambientais, volume 6, número 4, outubro/dezembro de 2008.
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INDÚSTRIA E SERVIÇOS
INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS E DE SERVIÇOS
A tradição metalúrgica da região data do início da colonização portuguesa, quando foram encontradas
jazidas de magnetita no local onde hoje se encontram Araçoiaba da Serra e Iperó e, para processar o
minério, foram instaladas as primeiras forjas.
Mais tarde, em 1808, com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, D. João VI encarregou especialistas
em siderurgia de desenvolver o projeto de uma grande indústria de fundição, em Sorocaba. Assim, em
1810, nascia a Companhia Montanística das Minas Gerais de Sorocaba, depois rebatizada de Fábrica de
Ferro de São João do Ipanema, a primeira metalúrgica em escala industrial da América Latina, cujo local
de implantação contava com jazidas de magnetita, madeira para alimentar os fornos e água para o
suprimento de energia e que envolveu a construção das primeiras represa e roda d'água do país e de
rede de canais para obtenção de força hidráulica. Na metalúrgica, foram forjadas, por exemplo, as armas
e munições da Guerra do Paraguai e artigos como panelas de ferro, pregos, martelos, gradis, compassos,
escadas, luminárias etc., atendendo as mais diversas encomendas e tendo sido construída uma estrada de
ferro para o transporte do minério40.
Em meados do século XVIII, a região de Sorocaba era local de passagem de tropeiros, tendo
desenvolvido, nos municípios que se encontravam em sua rota, algumas atividades de apoio. No
município de Sorocaba, estas deram origem a uma feira onde eram comercializados animais, a Feira de
Muares ou Feira de Sorocaba, que abastecia os mercados das áreas mineradores e regiões próximas e,
no século XIX, atendia os mercados do Vale do Paraíba e da região Oeste. As feiras terminaram em
1897, visto que a implantação das ferrovias em território paulista, para escoar as safras de café, tiraria,
gradativamente, a primazia das tropas de muares no transporte de cargas, no Sudeste41.
Na década de 1860, ocorre a expansão da cultura do algodão, cujas exportações foram incentivadas pela
paralisação do mercado norte-americano, devido à Guerra da Secessão. Em 1875, foi inaugurada a
Estrada de Ferro Sorocabana, visando estimular a produção e exportação do algodão e integrar a
economia regional à da Capital. Entretanto, já em meados da década, os Estados Unidos retomam sua
produção e a produção algodoeira regional entra em crise e a saída encontrada foi o desenvolvimento da
indústria têxtil 42.
Importante produtora de algodão, Sorocaba tinha grande disponibilidade de: recursos hídricos; mão de
obra abundante, em decorrência da imigração, sobretudo italiana e alemã; transporte, através da Estrada
de Ferro; além de localização próxima às grandes praças comerciais, como São Paulo. No entanto, a
trajetória para o advento de uma grande manufatura têxtil na cidade foi tortuosa, ocorrendo várias
tentativas fracassadas, ao longo da década de 1870. Somente em 1882, foi fundada a primeira fábrica
têxtil, por iniciativa de um dos comerciantes de tecidos da região, desencadeando a instalação de novas
fábricas, na cidade. O adensamento populacional incentivou a instalação de várias indústrias de bens de
consumo, como fábricas de cerveja, vinho, licores, massas e café. Em 1905, foi dado início à construção
40
ANDRADE, Paulo Rogério Leite de. Pioneirismo marca atividade metalúrgica na região. Revista Ponto de Fusão. 2007. Em:
http://www.smetal.org.br/SMetal/WebSite/Sindicato/Historia/historia-da-metalurgia,20100412131524_U_769.aspx.
Entrada
em
25/11/2011.
41
PINTO JÚNIOR, Arnaldo. A Manchester Paulista: Imagens Históricas de Modernidade no Município de Sorocaba no Início do Século
XX. Em: http://www.ichs.ufop.br/perspectivas/anais/GT0403.htm. Entrada em 23/11/2011.
42
CARVALHO, Rogério Lopes Pinheiro de. Aspectos da modernidade em Sorocaba: experiências urbanas e representações 1890-1914.
Revista de História n.151. São Paulo, dezembro 2004.
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29
da usina hidroelétrica, junto à cachoeira do Salto de Itupararanga, que supriria a crescente demanda de
força motriz por parte das indústrias em expansão43.
Nas duas primeiras décadas do século XX, Sorocaba e cidades como Itu, Salto, Tatuí e Porto Feliz, já se
destacavam como centros industriais, sob forte influência do setor têxtil. No final da década de 1920, a
indústria sorocabana abrigava a segunda maior concentração operária paulista e seu setor têxtil, com 19
grandes fábricas, empregava 82% da mão de obra operária regional. Era, também, marcante o
dinamismo agroindustrial do beneficiamento do algodão, seguido de laticínios e frigoríficos.44
Após a crise cafeeira de 1930, as manchas de café45 das sub-regiões de Sorocaba, Tatuí e Itapetininga
cederam lugar à cana e ao algodão. Na mesma época, nas sub-regiões de Itapeva e Capão Bonito
desenvolveram-se a extração mineral e algumas culturas como o trigo e o reflorestamento. O segmento
dedicado ao gado de corte e leiteiro integrou-se ao processo de transformação industrial, em particular
com a produção de laticínios. A sub-região de Sorocaba passou, então, a absorver parcelas significativas
dos migrantes rurais, expulsos pelas atividades pecuárias e de reflorestamento, em sua indústria e no
setor extrativo mineral não-metálico, cuja exploração ocupava, em 1940, 50% do total de trabalhadores
desse ramo, no Estado46.
Entre 1940 e 1960, a indústria sorocabana cresceu acompanhando a expansão do setor industrial
brasileiro e estadual, mas com taxas menores que a média do Estado, perdendo, assim, participação no
emprego industrial e no valor da produção industrial. A região, que havia ficado à margem da expansão
do café, agravou seu isolamento relativo ao não expandir, no mesmo ritmo que o restante do interior, a
infraestrutura energética, rodoviária e urbana47.
Com a inauguração da Rodovia Raposo Tavares, em 1954, a indústria se diversificou, passando a produzir
bens intermediários, de capital e de consumo duráveis e aumentando a participação na exploração
mineral. A partir dos anos 1970, com a política de desconcentração industrial e de interiorização do
desenvolvimento e a melhoria da infraestrutura de transportes (construção da Rodovia Castello Branco,
repavimentação das rodovias Raposo Tavares e Marechal Rondon e intensificação do transporte de
cargas sobre trilhos da FEPASA), a estrutura econômica regional se expandiu e fortaleceu, recuperando
sua importância no contexto estadual: novos investimentos industriais foram atraídos à região, dada sua
proximidade com as Regiões Metropolitanas e os principais portos e aeroportos paulistas; e a
concentração populacional em Sorocaba e municípios do seu entorno intensificou as atividades urbanas.
A recente instalação de indústrias ao redor de Itapetininga é parte desse movimento.
Nos anos 1980, o parque industrial regional apresentou expansão dos setores de: bens intermediários,
sobressaindo os segmentos de minerais não-metálicos, químico e metalurgia; bens de capital e de
consumo durável, liderado pelo segmento metal-mecânico, seguido do de material elétrico; e bens nãoduráveis, com destaque para a indústria do vestuário. A região começou, então, a receber investimentos
oriundos do exterior e da Capital, estimulando a modernização tecnológica das indústrias existentes48.
43
IDEM.
FUNDAÇÃO SEADE. FOCO 2007: Região Administrativa de Sorocaba. Diagnóstico para Ações Regionais da Secretaria do Emprego e
Relações do Trabalho do Estado de São Paulo. São Paulo, 2007.
45
O café, na RA de Sorocaba, nunca chegou a ter o dinamismo de outras regiões paulistas, como as de Campinas e Ribeirão Preto,
devido à presença das Serras de Paranapiacaba e Botucatu e à terra de composição granítica, pouco propícia a seu plantio, em boa parte
de seu território.
46
COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO PARANAPANEMA. Em:
http://www.sigrh.sp.gov.br/sigrh/ARQS/RELATORIO/CRH/CBH-ALPA/629/131_alpa.htm. Entrada em 22/11/2011.
47
IDEM.
48
IDEM.
44
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30
Os investimentos dos últimos anos dão continuidade ao processo de consolidação da indústria regional. A
Pesquisa dos Investimentos do Estado de São Paulo-PIESP, da Fundação Seade, mostra a liderança da
indústria, nos investimentos anunciados no período de 2005 ao primeiro semestre de 2010, na RA, que
foi depositária de mais de 65% do total anunciado em 2005, mais de 70% em 2006, mais de 91% em
2007, 96% em 2008, mais de 50% em 2009 e mais de 92%, no primeiro semestre de 2010.
Nesse período, os anúncios de investimentos na indústria voltaram-se particularmente aos segmentos
de: metalurgia básica, em Alumínio; móveis e indústrias diversas, em Sorocaba; máquinas e
equipamentos, em Sorocaba e Itu; alimentos e bebidas (usinas de açúcar e álcool), em Taquarituba,
Cerqueira César e São Manuel; veículos automotores, reboque e carrocerias, em Sorocaba, Salto e
Botucatu; outros equipamentos de transporte, em Sorocaba; produtos de madeira, em Itapetininga e
Salto; minerais não-metálicos, em Salto de Pirapora, Tatuí e Votorantim; aeronáutica, em Botucatu; e
equipamentos médicos, ópticos, de automação e precisão, em Sorocaba. A posição estratégica de Salto –
vizinho da Região de Campinas e próximo ao aeroporto de Viracopos – e a boa oferta de infraestrutura
vêm fazendo do município um dos mais procurados para a localização de novos empreendimentos
industriais, sobretudo os de maior conteúdo tecnológico49.
No setor de serviços, a RA recebeu anúncios de investimentos, especialmente nos subsetores de:
atividades imobiliárias, em Votorantim, Sorocaba e Itu; eletricidade, gás e água quente, para ampliação da
rede de energia elétrica, na região, e para construção de subestação elétrica, em Cerquilho;
telecomunicações, para ampliação de infraestrutura de banda larga e implantação de televisão a cabo em
municípios da região; captação, tratamento e distribuição de água, para expansão de rede de saneamento
básico em Sorocaba, Porto Feliz e Votorantim; transporte terrestre, em Sorocaba; edição, impressão e
gravações, em Sorocaba; atividades recreativas, culturais e desportivas, em Porto Feliz; transporte aéreo,
em Sorocaba; e atividades auxiliares dos transportes e agências de viagens, em Sorocaba.
No comércio, os anúncios de investimentos voltaram-se aos segmentos de: varejo e reparação de
objetos, em Cerquilho e Itu; e comércio e reparação de veículos automotores e varejo de combustíveis,
em Sorocaba.
Assim, os investimentos recentes, na RA, aprofundaram a estrutura industrial regional, voltando-se a seus
segmentos metal-mecânico, mineral não-metálico, de alimentos e bebidas, aeronáutico, de
equipamentos médicos, óticos, de automação e precisão e da cadeia produtiva da madeira. Os
investimentos industriais concentraram-se, em sua maioria, na parte norte e nordeste da região. Por sua
vez, os investimentos no setor de serviços, no geral de apoio às atividades econômicas, também
voltaram-se predominantemente aos principais centros industriais.
EMPREGOS E ESTABELECIMENTOS DA RAIS 2008
De acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais-RAIS de 2008, os 79 municípios da RA
de Sorocaba possuem 54.484 estabelecimentos, que representam 6,5% do total de empresas do Estado,
e empregam 605.692 pessoas, ou 5,2% do total de empregos formais estadual.
A indústria de transformação tem forte peso na estrutura regional, já que a região é opção para a
localização de indústrias, pelo fácil acesso à RMSP e à RA de Campinas. No setor industrial, têm
49
DCI-DIÁRIOS DO COMÉRCIO INDÚSTRIA E SERVIÇOS. Salto se prepara para ser novo pólo tecnológico. 14 de novembro de 2011.
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participações relevantes as fabricações de: alimentos e bebidas; têxteis e confecções de vestuário e
acessórios; produtos de madeira, celulose e papel e móveis; produtos de borracha e de material plástico;
produtos de minerais não-metálicos; metalurgia, envolvendo grandes metalúrgicas, e produtos de metal;
equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; máquinas, aparelhos e materiais elétricos;
máquinas e equipamentos; veículos automotores, reboques e carrocerias; outros equipamentos de
transporte; e produtos diversos.
A agropecuária, a produção florestal e a indústria extrativa de minerais metálicos e não-metálicos são
outras atividades características da região, enquanto que os serviços, dada a proximidade com as
metrópoles paulista e campineira, são menos complexos e não têm grande peso, no contexto estadual.
Conforme tabela a seguir, baseada nos dados de emprego e de estabelecimentos da RAIS 2008, os
municípios situados ao norte e nordeste da região, ao redor da Rodovia Castello Branco, são, no geral, os
mais populosos, industrializados, urbanizados e economicamente diversificados, enquanto que os demais
municípios, situados ao sul/sudoeste da RA – incluindo 18 municípios da RG de Itapeva, sete da RG de
Itapetininga, 12 da RG de Avaré, um da RG de Botucatu (Torre de Pedra) e dois da RG de Sorocaba
(Pilar do Sul e Tapiraí) –, são menores e apresentam uma economia menos diversificada.
Segundo esses dados, os municípios próximos ao eixo da Rodovia Castello Branco possuem uma
estrutura econômica com predomínio da indústria de transformação, de grandes empresas industriais e
do setor terciário, enquanto os municípios do sul/sudoeste têm forte presença do setor primário e da
agricultura familiar e da Administração Pública e vários destes têm expressiva porção de seu território
coberta pela Mata Atlântica.
Participação dos Setores de Atividades Econômicas no Total dos Empregos Formais das Subregiões da RA de Sorocaba
39 MUNICÍPIOS DO EIXO DA
RODOVIA CASTELLO
BRANCO [1]
6,60%
40 MUNICÍPIOS DO
SUL/SUDOESTE DA RA
DE SOROCABA [2]
24,70%
Indústria Extrativa
0,20%
0,70%
Indústria Transformação
32,60%
15,60%
SETORES
Setor Primário
Construção Civil
3,80%
1,40%
Comércio
20,20%
19,80%
Serviço Utilidade Pública
0,60%
1,10%
Administração Pública
9,20%
20,20%
Serviços
26,80%
16,60%
TOTAL
100,00%
100,00%
[1] Os 39 municípios são: Águas de Santa Barbara, Alumínio, Anhembi, Araçariguama, Aracoiaba da Serra,
Areiópolis, Avaré, Bofete, Boituva, Botucatu, Capela do Alto, Cerqueira Cesar, Cerquilho, Cesário Lange,
Conchas, Iaras, Ibiúna, Iperó, Itapetininga, Itatinga, Itu, Jumirim, Laranjal Paulista, Mairinque,
Paranapanema, Pardinho, Pereiras, Piedade, Porangaba, Porto Feliz, Pratânia, Quadra, Salto, Salto de
Pirapora, São Manuel, São Miguel Arcanjo, São Roque, Sorocaba, Tatuí, Tietê, Votorantim.
[2] Os 40 municípios são: Alambari, Angatuba, Apiaí, Arandu, Barão de Antonina, Barra do Chapéu, Bom
Sucesso de Itararé, Buri, Campina do Monte Alegre, Capão Bonito, Coronel Macedo, Fartura, Guapiara,
Guareí, Iporanga, Itaberá, Itaí, Itaóca, Itapeva, Itapirapuã Paulista, Itaporanga, Itararé, Manduri, Nova
Campina, Pilar do Sul, Piraju, Ribeira, Ribeirão Branco, Ribeirão Grande, Riversul, Sarapuí, Sarutaiá,
Taguaí, Tapiraí, Taquarituba, Taquarivaí, Tejupá, Torre de Pedra.
Fonte: MTE/RAIS 2008, Elaboração SPDR/UAM.
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Participação dos Setores de Atividades Econômicas no Total dos Estabelecimentos
Formais das Sub-regiões da RA de Sorocaba
Setor Primário
12,00%
40 MUNICÍPIOS DO
SUL/SUDOESTE DA RA
DE SOROCABA
31,40%
Indústria Extrativa
0,20%
0,50%
Indústria Transformação
9,60%
5,40%
Construção Civil
3,70%
2,30%
Comércio
43,00%
39,00%
Serv. Utilidade Pública
0,30%
0,80%
Administração Pública
0,30%
0,70%
Serviços
30,90%
19,80%
Total Sub-Região
100,00%
100,00%
39 MUNICÍPIOS DO EIXO DA
RODOVIA CASTELLO BRANCO
SETORES
Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração SPDR/UAM.
Participação das Sub-regiões da RA de Sorocaba no Total dos Empregos Formais dos Setores
de Atividades Econômicas
SETORES
39 MUNICÍPIOS EIXO RODOVIA 40 MUNICÍPIOS TOTAL RA DE
CASTELLO BRANCO
SUL/SUDOESTE SOROCABA
Setor Primário
59,60%
40,40%
100,00%
Indústria Extrativa
59,60%
40,40%
100,00%
Indústria Transformação
92,00%
8,00%
100,00%
Construção Civil
93,70%
6,30%
100,00%
Comércio
84,90%
15,10%
100,00%
Serv. Utilidade Pública
75,00%
25,00%
100,00%
Administração Pública
71,50%
28,50%
100,00%
Serviços
Total Sub-Região /
RA de Sorocaba
89,90%
10,20%
100,00%
84,60%
15,40%
100,00%
Fonte: MTE/RAIS 2008, Elaboração SPDR/UAM.
Sorocaba é a sede e polo da região e seu município mais populoso e complexo economicamente,
respondendo, no total da RA de Sorocaba, por 27,3% do PIB, 20,8% do total de estabelecimentos e
26,2% do total de empregos. O município possui uma agricultura articulada com a indústria, uma
infraestrutura privilegiada, que lhe dá acesso fácil à metrópole paulista e à região de Campinas, e um
aeroporto que é polo de manutenção de aviões. Ao longo dos anos, sua indústria evoluiu da produção de
bens não-duráveis, para a de bens intermediários e, finalmente, para a de bens duráveis e de capital,
desenvolvendo um setor de serviços para o atendimento de empresas e famílias.
A indústria de transformação do município de Sorocaba responde por 30% do total regional e por 2,2%
do total da indústria de transformação do Estado, sendo suas principais divisões: alimentos e bebidas;
têxteis e confecções de vestuário e acessórios; produtos químicos; produtos de borracha e de material
plástico; produtos de minerais não-metálicos; metalurgia e produtos de metal; equipamentos de
informática, produtos eletrônicos e ópticos; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; máquinas e
equipamentos; veículos automotores, reboques e carrocerias; e produtos diversos.
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Segundo a RAIS, em 2008, a construção civil teve importante crescimento, tanto a construção de
edifícios como as obras de infraestrutura e os serviços especializados para construção, apontando para o
crescimento da cidade. Os serviços que mais se destacaram, nesse ano, no município-sede foram:
manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas; comércio atacadista e varejista;
transporte terrestre; alimentação; serviços financeiros; seleção, agenciamento e locação de mão de obra;
atividades de vigilância, segurança e investigação; serviços de edifícios e atividades paisagísticas, serviços
de escritório e de apoio às empresas; educação; atenção à saúde humana e atividades de organizações
associativas.
Sorocaba possui nove universidades, sendo sete privadas: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUC-SP, Universidade de Sorocaba-UNISO, Escola
Superior de Administração, Marketing e Comunicação-ESAMC de Sorocaba, Anhanguera, Veris Ibmec,
Academia de Letras de Sorocaba, Universidade Paulista-UNIP, e duas públicas: UNESP Sorocaba e
Universidade Federal de São Carlos-UFSCar. A cidade é servida por ampla infraestrutura de saúde, que
inclui vários hospitais, entre eles o Hospital Regional de Sorocaba, o maior hospital público da região, e o
Hospital Oftalmológico de Sorocaba, o primeiro em transplantes e captações de córneas no Brasil.
Sorocaba é também considerada um centro de excelência em clínicas do tipo SPA.
Na estrutura econômica da RA, o Comércio e os Serviços são responsáveis pela maioria das empresas
formais, enquanto os Serviços e a Indústria de Transformação respondem pela maior parte dos
empregos formais.
Participação dos Setores de Atividades Econômicas no total de Empregos Formais da RA de
Sorocaba − RAIS 2008
Fonte: MTE / RAIS, 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
A região de Sorocaba participa com 5,2% do total dos empregos formais do Estado, destacando-se a
indústria extrativa, responsável por 11,2% do total estadual, já que a RA é uma das principais regiões
paulistas com grande concentração de jazidas minerais e aglomerados produtivos de base mineral,
especialmente em Itapeva, Capão Bonito, Piedade, Sorocaba, Tatuí e Botucatu. O município de Itapeva é
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considerado núcleo de desenvolvimento regional e setorial nas atividades extrativas de minerais nãometálicos e é conhecido como a “Capital dos Minérios”.
Participação das Atividades da RA de Sorocaba no Total dos Empregos Formais do Estado
RAIS 2008
Fonte: MTE / RAIS, 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
O setor primário tem peso regional relevante, particularmente a produção florestal, que, de acordo
com os dados da RAIS de 2008, responde por 48,6% dos empregos e 34,9% dos estabelecimentos da
atividade florestal do Estado. O município de Itapeva responde, sozinho, por 12,8% dos empregos da
produção florestal estadual, seguido de Itapetininga (4,2%), São Miguel Arcanjo (4,0%), Manduri (3,6%),
Angatuba (2,2%) e Capão Bonito (1,9%).
A região possui grande extensão de áreas com florestas da Mata Atlântica, parques naturais e patrimônio
natural tombado pelo Condephaat, além de áreas cultivadas com o plantio de eucalipto para a indústria
de celulose e papel. A base florestal foi responsável pelo desenvolvimento de toda a cadeia produtiva da
madeira, incluindo a fabricação de papel e celulose e produtos de madeira e móveis.
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Produção Florestal – Distribuição de Empregos
RA de Sorocaba
Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração SPDR/UAM.
Produtos de Madeira – Distribuição de Empregos
RA de Sorocaba
Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração SPDR/UAM.
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Na indústria extrativa, são relevantes tanto a extração de minerais metálicos quanto de não-metálicos,
destacando-se a extração de calcário (para a fabricação de cimento e cal), areia, argila, rocha carbonática,
brita ornamental, filito, minerais industriais e água mineral.
Principais Atividades da RA de Sorocaba, segundo a RAIS 2008
PARTICIP.
NO TOTAL
ESTADUAL
PRINCIPAIS MUNICÍPIOS
12,1%
12,1%
Araçariguama, Boituva, Laranjal Paulista, Paranapanema
Nova Campina, Araçariguama, Itapeva, Bofete
Produtos Alimentícios
Bebidas
Produtos Têxteis
Confecção de Vestuário e Acessórios
Produtos de Madeira
5,3%
20,1%
7,6%
9,6%
30,3%
Celulose e Papel
Produtos Químicos
Produtos de Borracha e Material Plástico
Produtos de Minerais Não-Metálicos
Metalurgia
Produtos de Metal
Equipam. de Informática, Prod. Eletrôn. e Ópticos
Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos
Máquinas e Equipamentos
Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias
Outros Equipam. de Transp., exc. veícs. autom.
Móveis
Produtos Diversos
5,4%
5,2%
7,3%
10,2%
11,7%
6,6%
13,0%
7,9%
6,7%
7,8%
7,3%
5,5%
8,5%
São Manuel, Tatuí, Sorocaba, Tietê
Itu, Itaí, Boituva, Sorocaba
Sorocaba, Cerquilho, São Manuel
Sorocaba, Taguaí, Cerquilho, Avaré
Salto, Botucatu, Tietê
Salto, Sorocaba, Porto Feliz, Itapetininga, Nova
Campina
Sorocaba, Itapetininga, Salto
Sorocaba, São Roque
Itu, Tatuí, Sorocaba
Alumínio, Sorocaba
Sorocaba, Itu, Boituva
Sorocaba
Itu, Sorocaba
Sorocaba, Itu
Sorocaba, Botucatu, Tatuí
Botucatu, Salto
Sorocaba, Iperó
Sorocaba, Laranjal Paulista
5,6%
5,6%
Ibiúna, Piraju, Itapeva
Votorantim, Itapetininga
5,6%
5,6%
Sorocaba, Itu, Botucatu
Sorocaba, Itu, Itapetininga, Botucatu, Salto
Alojamento
Alimentação
5,6%
5,4%
Sorocaba, Itu, São Roque, Avaré,
Sorocaba, Tietê
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Científico
6,3%
Botucatu
ATIVIDADE
Indústria Extrativa
Minerais Metálicos
Minerais Não-Metálicos
Indústria de Transformação
Serviços de Utilidade Pública
Eletricidade e Gás
Captação, Tratamento e Distribuição de Água
Comércio
Com. e Repar. de Veíc. Automot. e Motocicletas
Comércio Varejista
Serviços
Fonte: MTE / RAIS, 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
A indústria de produtos alimentícios regional engloba usinas de açúcar e álcool localizadas em vários de
seus municípios, como Boituva, Cerqueira César, Cerquilho, Itapetininga, São Manoel, Tatuí e Tietê. A
indústria de bebidas, além do engarrafamento e a gaseificação de água mineral (Avaré, Piedade,
Sorocaba, Tatuí e Itapetininga) e da produção de vinho (Sorocaba e São Roque), abrange fábricas de
cervejas (Itu, Boituva, Botucatu e São Manuel).
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Nos serviços, a presença de rios e várias hidrelétricas, especialmente nas UGRHIs do Tietê/Sorocaba, do
Ribeira de Iguape/Litoral Sul e no Alto Paranapanema, dá destaque aos de utilidade pública de
eletricidade e gás e captação, tratamento e distribuição de água, na região; os de alojamento destacam-se
no município-polo, nas estâncias turísticas de Avaré, Ibiúna, Itu, Paranapanema, Piraju e São Roque e na
estância hidromineral de Águas de Santa Bárbara; e os de pesquisa e desenvolvimento científico, em
Botucatu, dada a presença de campus da UNESP e de unidade da Embraer, e em Iperó, por abrigar o
Centro Experimental Aramar, do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo. Iperó deverá
aprofundar essa característica tecnológica, com o início do primeiro curso de graduação em Engenharia
Nuclear, que está sendo criado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo-Poli USP, ao lado
do Centro Aramar, onde também será construído, pelo Instituto de Pesquisas Energéticas NuclearesIPEN, o Reator Multipropósito Brasileiro, voltado à produção de radioisótopos empregados na área
médica50.
VALOR ADICIONADO E VALOR ADICIONADO FISCAL
Com um Produto Interno Bruto de R$ 48.051,21 milhões, em 2008, representando 4,8% do total
estadual, a economia regional ocupa a quinta posição no Estado, atrás da RMSP, da RMC, da RA de
Campinas – exceto a RMC – e da RA de São José dos Campos.
Em 2008, o PIB per capita regional, de R$ 17.307,93, ainda encontrava-se abaixo da média paulista
(R$ 24.457,00), apresentando grande disparidade entre seus municípios, cujos PIBs per capita variam de
R$ 4.992,28, em Iporanga, a R$ 112.681,86, em Araçariguama. Na região, 11 municípios possuem um
PIB per capita acima da média regional e apenas três destes encontram-se acima da média estadual
(Alumínio, Araçariguama e Cerquilho).
Entre as Regiões de Governo, a de Avaré, com 17 municípios, apresentou o menor PIB
(R$ 3.072,24 milhões) e a de Itapeva, com 18 municípios, o menor PIB per capita (R$ 10.457,22),
enquanto a de Sorocaba, com 18 municípios, teve tanto o maior PIB (R$ 28.966,59 milhões) como o
maior PIB per capita (R$ 20.460,65).
Evolução da Participação das RGs no PIB Regional2000, 2005, 2007 e 2008
Fonte: Fundação Seade. Elaboração: SPDR/UAM.
50
O ESTADO DE S. PAULO. USP terá Engenharia Nuclear em Iperó. 12 de setembro de 2011.
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Nos últimos anos, a RG de Botucatu perdeu participação no PIB regional, a de Avaré vem mantendo a
mesma posição no conjunto das RGs, as de Itapeva e de Sorocaba tiveram pequeno aumento e a RG de
Itapetininga vem apresentando o maior crescimento na participação do PIB regional, permanecendo a
concentração da riqueza na RG de Sorocaba (60,3% do PIB regional).
Quanto ao Valor Adicionado Fiscal-VAF, a RA é responsável por 5,3% do VAF do Estado, tendo como
principais contribuições para o total estadual do respectivo setor: madeira (49,2%); metalurgia básica –
não-ferrosos (32,0%); agropecuária (15,9%); indústrias diversas (12,4%); indústria extrativa (11,2%);
produtos minerais não-metálicos (10,5%); bebidas (10,3%); e máquinas, aparelhos e materiais elétricos
(10,3%).
Na RA, o setor industrial contribui com 56,6% do total do VAF regional, o Comércio com 21,1%, os
Serviços com 17,6%, a Agropecuária com 3,0% e a Indústria Extrativa com 0,5%. Na Indústria de
transformação, os principais destaques são os produtos alimentícios, que respondem por 8,4% do total
do VAF regional, seguido das montadoras e autopeças (7,4%), produtos químicos (4,6%), metalurgia
básica - não-ferrosos (3,6%), máquinas e equipamentos (3,6%), metalurgia básica - ferrosos (3,0%),
produtos de metal (2,9%), madeira (2,7%) e plástico (2,7%).
Principais Atividades da RA de Sorocaba, segundo Valor Adicionado Fiscal-VAF 2008
PARTICIP.
NO TOTAL
ESTADUAL
PRINCIPAIS MUNICÍPIOS
11,2%
Guapiara, Araçariguama, Salto Pirap.,Porto Feliz, Sorocaba, Tatuí, Bom Suc.Itararé
Indústria de Transformação
6,0%
Sorocaba, Itu, Salto, Alumínio, Araçariguama, Itapetininga, Botucatu, Tatuí
Minerais Não-Metálicos
10,5%
Salto do Pirapora, Votorantim, Apiaí, Sorocaba, Itu, tatuí, Salto, Itapeva
Metalurgia Básica - Ferrosos
7,0%
Araçariguama, Sorocaba, Itu, Salto, São Roque, Avaré, Votorantim
Metalurgia Básica - Não-Ferrosos
32,0%
Alumínio, Itu, Araçariguama, Sorocaba, Votorantim
Produtos de Metais
6,8%
Sorocaba, Itu, Boituva, Iperó, Salto, Botucatu, Porto Feliz, Araçariguama
Sorocaba, Itu, Salto, Votorantim, Araçariguama, Iperó
ATIVIDADE
Indústria Extrativa
Máquinas e Equipamentos
5,7%
Eletrodomésticos
6,6%
Itu, Sorocaba
Máq. p/ Escritórios e Equipam. Informática
6,3%
Sorocaba, Salto
Sorocaba, Itu, Boituva, Salto, Tatuí, São Roque
Máq., Aparelhos e Materiais Elétricos
10,3%
Equip. Médicos, Óticos, Autom. e Precisão
9,7%
Sorocaba, Piedade, Itu, Boituva, Botucatu
Material Transp.-Montadoras e Autopeças
5,0%
Sorocaba, Botucatu, Salto, Itu, Porto Feliz, Araçariguama, Boituva
Madeira
49,2%
Botucatu, Salto, Itapetininga, Itararé, Tietê, Cerqueira César, Guareí
Móveis
6,0%
Sorocaba, Itu, Salto, Boituva, Iperó, Itapetininga, São Roque
Papel e Celulose
6,2%
Salto, Itu, Sorocaba, Porto Feliz, Itapetininga, Salto do Pirapora, Avaré, Itararé
Artigos de Borracha
5,1%
São Roque, Sorocaba, Itu, Salto, Porto Feliz
Produtos Químicos
6,1%
Sorocaba, Itapetininga, Salto, Araçariguama, Mairinque, Laranjal Paulista
Produtos de Plástico
9,1%
Votorantim, Sorocaba, Cerquilho, Salto, Araçariguama, São Roque
Têxtil
9,5%
Tatuí, Sorocaba, Votorantim, Cerquilho, Mairinque, Itapetininga, S. Manuel, Salto
Vestuário e Acessórios
6,9%
Cerquilho, Tietê, Votorantim, Sorocaba, Botucatu, Porto Feliz, Avaré
Produtos Alimentícios
6,9%
Sorocaba, Mairinque, S.Manuel, Itu, Ibiúna, Cerquilho, Itapetininga, Tatuí, Botucatu
Bebidas
10,3%
Itu, Sorocaba, São Roque, Cerquilho
Reciclagem
7,5%
Sorocaba, Boituva
Diversas
12,4%
Sorocaba, Salto, Itu, Porto Feliz, São Roque
Comércio
4,3%
Sorocaba, Itu, Salto, Botucatu, Tatuí, Itapetininga, Votorantim, Itapeva
Serviços
4,3%
Sorocaba, Itu, Itapetininga, Salto, Botucatu, Tatuí, Votorantim
Fonte: Fundação Seade, Valor Adicionado Fiscal-VAF 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
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39
De acordo com os dados do VAF, o município-polo de Sorocaba concentra grande parte do terciário
regional (36,5% do comércio e 28,2% dos serviços) e mostra grande diversidade econômica,
encabeçando ou estando presente na lista dos principais municípios de cada atividade relevante da
região, exceto na fabricação de produtos de madeira.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança comercial
da RA, nos últimos anos, tem sido superavitária. Em 2009, o superávit foi de US$ 195 milhões FOB,
tendo a região exportado mercadorias e serviços que totalizaram US$ 2,5 bilhões e importado produtos
e serviços no valor total de US$ 2,3 bilhões. As duas tabelas subsequentes referem-se, respectivamente,
aos 40 primeiros produtos das listas dos principais produtos exportados e importados pelos municípios
da RA.
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40
Principais Produtos Exportados − RA de Sorocaba, 2009
PRODUTOS
MUNICÍPIO
MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS
PTES.OUTS.MOTORES/GERADORES/GRUPOS ELETROG.ETC.
ACUMULADORES ELÉTR.CHUMBO,P/ARRANQUE MOTOR PISTÃO
OUTROS CONDUTORES ELÉTRICOS
GERADORES DE CORRENTE ALTERNADA
OUTROS GRUPOS ELETROG.DE ENERGIA EÓLICA
OUTROS VENTILADORES
METALURGIA BÁSICA
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
SALTO
LIGAS DE ALUMÍNIO EM FORMA BRUTA
ALUMÍNIO NÃO LIGADO EM FORMA BRUTA
FIOS DE ALUMÍNIO
OUTS.FOLHAS/TIRAS,DE ALUMÍNIO S/ SUPORTE
OUTRAS CHAPAS E TIRAS, DE LIGAS ALUMÍNIO
FIOS DE COBRE P/BOBINAR,ISOLADOS P/USO ELETR.
OUTRAS OBRAS DE FERRO OU AÇO
PRODUTOS METAL-MECÂNICOS
EMBREAGENS E PTES.P/TRATORES/VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
CARROÇARIAS P/ VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
PTES.MÁQS.E APARS. P/ SELECIONAR, ETC.SUBST.MINERAIS
OUTROS ROLAMENTOS DE ESFERAS
CAIXAS DE MARCHAS P/VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
OUTS.PTES.E ACESS.P/TRATORES E VEÍCS. AUTOMÓVEIS
OUTS.EIXOS E PTES.,P/VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
DISTRIBUIDORES AUTOMÁT.PAPEL-MOEDA
COMPACTADORES,ROLOS/CILINDROS
COMPRESSORES,AUTOPROPUL.
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
OUTROS SUCOS DE LARANJAS,NÃO FERMENTADOS
PEDACOS E MIUDEZAS,COMEST. DE GALOS/GALINHAS
CARNES DESOSSADAS DE BOVINO,CONGELADAS
BAGACOS E OUTS.RESÍDUOS SÓLIDOS, DA EXTR.DO ÓLEO DE SOJA
AÇÚCAR DE CANA, EM BRUTO
TRIPAS DE BOVINOS
OUTROS GRÃOS DE SOJA,MESMO TRITURADOS
EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA, PRODUTOS ELETRÔNICOS E
ÓPTICOS
TERMINAIS PORTÁTEIS DE TELEFONIA CELULAR
IMPRESSORA JATO DE TINTA LÍQUIDA
CABOS DE FIBRAS ÓPTICAS REV.EXT.DE MAT.DIELÉTR.
OUTS.ANTENAS EXC.P/TELEFONES CELULARES
IMPRESS.LASER.LED,LCS,MONOCROMATICA
PRODUTOS QUÍMICOS
SAIS DO ÁCIDO GLUTÂMICO
PASTA QUÍM. MADEIRA DE N/CONIF.A SODA/SULFATO
HIDRÓXIDOS DE FERRO
PRODUTOS DE MATERIAL PLÁSTICO
TRIPAS ARTIFICIAIS DE OUTS.PLÁSTICOS CELULÓSICOS
PRODUTOS DE MADEIRA
OUTRAS MADEIRAS PERF. ETC., NÃO CONÍFERAS
CELULOSE E PAPEL
ALUMÍNIO
ALUMÍNIO
ALUMÍNIO
ALUMÍNIO
ALUMÍNIO
CERQUILHO
SOROCABA
SOROCABA
BOTUCATU
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
ITAPETININGA
ITAPETININGA
IBIÚNA
ANHEMBI
ITAPETININGA
TATUÍ
ANHEMBI
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
SOROCABA
LARANJAL PTA.
NOVA CAMPINA
PORTO FELIZ
ITU
TIETÊ
SALTO
PAPEL P/IMPR.PAPEL-MODA
US$ FOB
499.472.107
373.350.978
48.342.117
32.414.730
19.013.275
15.868.473
10.482.534
405.803.832
121.888.954
99.926.983
56.961.787
40.320.763
32.574.342
28.837.730
25.293.273
254.900.974
43.364.489
43.304.685
42.750.761
40.889.292
22.304.394
17.498.575
16.827.125
16.747.069
11.214.584
202.485.192
50.622.205
39.846.550
32.644.100
24.993.517
23.224.158
17.071.169
14.083.493
176.328.854
92.156.109
46.319.913
15.905.230
11.484.939
10.462.663
134.611.045
90.521.536
29.284.213
14.805.296
24.276.338
24.276.338
18.159.960
18.159.960
17.247.084
17.247.084
Fonte: MDIC. Elaboração: SPDR/UAM.
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41
As exportações da região mostram a força da indústria de produtos: elétricos; de metalurgia básica;
metal-mecânicos; alimentícios; equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; químicos;
de material plástico; e das indústrias da cadeia produtiva da madeira. As principais importações regionais,
por sua vez, concentram-se em: equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; produtos
químicos; produtos metal-mecânicos; produtos alimentícios; produtos de minerais não-metálicos; coque;
aparelhos elétricos; e produtos de borracha.
Principais Produtos Importados − RA Sorocaba, 2009
PRODUTOS
MUNICÍPIO
US% FOB
EQUIPS. DE INFORMÁTICA, PRODS. ELETRÔNICOS E ÓPTICOS
OUTROS CIRCUITOS INTEGRADOS
SOROCABA
UNID.PROC.DIGIT.MUITO GDE.CAP.ETC.FOB>US$100000
SOROCABA
OUTS.PARTS.P/APARS.D/TELEFONIA/TELEGRAFIA
SOROCABA
CIRCUITOS IMPR.C/COMP.ELÉTR./ELETR.MONTADOS
SOROCABA
DISPOSITIVOS DE CRISTAIS LIQUIDOS (LCD)
SOROCABA
IMPRESSORA JATO DE TINTA LÍQUIDA
SOROCABA
OUTS. UNIDADES DE DISCOS MAGNÉTICOS
SOROCABA
OUTS.PTES.E ACESS.P/MÁQUINAS AUTOMÁT.PROC.DADOS
SOROCABA
MICROPROCESSADORES MONT.P/SUPERF.(SMD)
SOROCABA
CIRCUITO IMPRESSO
SOROCABA
PRODUTOS QUÍMICOS E DE MATERIAL PLÁSTICO
RESINAS EPÓXIDAS S/ E C/ CARGA,EM LÍQ.E PASTAS
SOROCABA
OUTROS CARTUCHOS DE TINTA
SOROCABA
OUTROS ÁCIDOS FOSFÓRICOS
MAIRINQUE
OUTS.HERBICIDAS APRESENTADOS DE OUTRO MODO
SALTO DO PIRAPORA
PREPARAÇÕES CONTENDO AMINAS GRAXAS DE C8 A C22
SOROCABA
OUTROS TIOÉSTERES,TIOÉSTERES,SEUS DERIVADOS E SAIS
SALTO DO PIRAPORA
OUTS.ÉSTERES DOS ÁCIDOS INORGAN.SAIS,DERIVS.HALOGEN.
MAIRINQUE
ACEFATO
SALTO DO PIRAPORA
OUTROS ADESIVOS A BASE DE PLÁSTICOS
SOROCABA
OUTRAS IMIDAS,SEUS DERIVADOS E SAIS
SOROCABA
OUTS.CHAPAS.DE POLÍMER.DE CLORETO VINILA,ALVEOLARES
SOROCABA
PRODUTOS DE METAL-MECÂNICOS
FORNOS INDUSTRIAIS,N/ELÉTR.P/FUSÃO DE VIDRO
TATUÍ
OUTS.FREIOS E PARTES,P/TRATORES/VEÍCS.AUTS.
ITU
OUTS.MECAN.IMPRESS,MMO.S/CILINDRO FOTOSSEN.INCORP.
SOROCABA
OUTS. PTES.E ACESS.P/TRATORES E VEÍCS. AUTOMÓVEIS
SOROCABA
OUTS.ESCAVADORAS COM CAPACID.CARGA>=19M3
SOROCABA
CAIXAS DE MARCHAS P/VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
SOROCABA
OUTS.PTES./ACESS.IMPRESS./TRAÇAD./GRÁFICOS
SOROCABA
EMBREAGENS E SUAS PTES.P/TRATORES/VEÍCS.AUTOMÓVEIS
SOROCABA
PTES.DE MOTORES/GERADORES DE POT<=75KVA
SALTO
PLAQUETAS/PASTILHAS,INTERCAMB.DE
CERAMAIS,P/FERRAMS.
SOROCABA
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
AZEITE DE OLIVA,VIRGEM
MAIRINQUE
OUTROS AZEITES DE OLIVA
MAIRINQUE
OUTROS ÓLEOS DE DENDÊ
MAIRINQUE
PRODUTOS DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS
ESTEIRAS "MATS" DE FIBRAS DE VIDRO,NÃO TECIDOS
SOROCABA
COQUE, PRODUTOS DERIVADOS DE PETRÓLEO
COQUE DE PETRÓLEO NÃO CALCINADO
SALTO DO PIRAPORA
MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS
OUTROS CONVERSORES ELÉTRICOS ESTÁTICOS
SOROCABA
PRODUTOS DE BORRACHA
LATEX DE BORRACHA NATURAL,MESMO PRÉ-VULCANIZADO
SÃO ROQUE
Nota: um dos 40 principais produtos importados (por Tatuí) foi considerado agrícola, a saber:
- trigo (exc. trigo duro ou p/ semeadura), e trigo c/ centeio, no valor de US$ 15.717.310,
e, por isso, foi substituído pelo produto industrial seguinte na lista.
250.398.875
87.250.001
37.614.281
36.550.404
14.970.901
14.776.444
13.636.796
12.129.980
11.674.215
11.021.541
10.774.312
246.666.090
60.226.365
28.924.015
28.244.990
20.520.985
19.845.045
17.851.426
14.930.621
14.843.290
14.155.173
13.631.920
13.492.260
165.546.933
26.483.860
22.071.373
17.857.773
17.807.673
16.382.599
15.028.552
14.218.375
12.350.126
12.325.041
11.021.561
75.017.822
34.060.005
25.352.375
15.605.442
30.484.131
30.484.131
18.703.285
18.703.285
10.941.967
10.941.967
10.675.222
10.675.222
Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: SPDR/UAM.
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ARRANJOS E AGLOMERADOS PRODUTIVOS E PARQUES TECNOLÓGICOS
• ARRANJO PRODUTIVO LOCAL-APL DE CONFECÇÕES INFANTIS DE CERQUILHO E TIETÊ
Em 2008, os municípios limítrofes de Cerquilho e Tietê contavam com 331 confecções de artigos
do vestuário, que geravam 11.500 empregos diretos e indiretos e representavam 45% das
indústrias de Cerquilho e 26% das de Tietê. Tendo como foco majoritário o segmento de
confecção infanto-juvenil, esses municípios resolveram se unir para formar um arranjo produtivo
local de confecções infantis. A indústria de vestuário infantil confecciona roupas de recém-nascidos
até pré-adolescentes e faz parte da divisão de atividades de confecção de artigos do vestuário e
acessórios.
Para se constituir, o APL teve o apoio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico,
Ciência e Tecnologia-SDECT, o SEBRAE-SP, a Federação das Indústrias do Estado de São PauloFIESP, a Associação Comercial de Cerquilho-ACIC, a Associação Comercial e Empresarial de
Tietê-ACET e as Prefeituras locais e seu objetivo foi o de canalizar esforços para melhorar a
gestão empresarial e os processos de desenvolvimento de produtos, além de facilitar a
participação das empresas em feiras51, missões empresariais e rodadas de negócio.
Existe alto nível de informalidade, no setor de confecções, já que as costuras são terceirizadas e
realizadas por famílias, em suas residências52. Assim, de um total superior a 300 estabelecimentos
do setor de confecções, em 2007, os dois municípios contavam com apenas 169 empresas
formais, sendo 103 estabelecimentos em Cerquilho, empregando 779 funcionários, e 66 em Tietê,
empregando 843 trabalhadores (RAIS 2007)53.
Segundo o Sebrae-SP, a criação do APL teve resultados financeiros satisfatórios, como a redução
de custos de produção e o aumento da produtividade das empresas, além da criação, por parte
dos empresários, da Associação das Confecções Infantis de Cerquilho, Tietê e Região-ACICET,
instituição que busca a articulação do arranjo produtivo local, mantendo ações específicas com o
Sebrae-SP e outras entidades.
Uma das principais ações para fortalecer o APL foi a criação do Centro Tecnológico para formação
e qualificação de mão de obra especializada, numa parceria entre a Prefeitura de Cerquilho e a
SDECT, visando superar um dos principais empecilhos ao aumento da competitividade das
empresas.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior-MDIC/SECEX, embora as exportações de Cerquilho tenham
aumentado expressivamente, nos últimos anos, os seus produtos mais importantes da pauta de
exportação são cobre, plásticos, condutores elétricos e não produtos de confecções, que
respondem apenas por 6,2% do total de suas exportações. O mesmo ocorre com Tatuí, cujas
exportações cresceram mais de 900%, de 1998 a 2007, mas os principais produtos exportados
não se relacionam à confecção infantil, mas, sobretudo a atividades de marcenaria54.
51
O APL participou de algumas feiras do segmento têxtil e de confecção, como a Fenit, a Fashion Business (RJ), a FIT Fashion e a Feira
Internacional da Moda Infantil e Juvenil (Fimi), em Valência/Espanha.
52
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Portal do Governo do Estado de São Paulo.
Cerquilho vai ganhar centro tecnológico. Notícias, 22 de agosto de 2008.
53
FIESP/DECOMTEC - Área de Competitividade. Análise Setorial de Mercado: Confecção de Artigos do Vestuário. Agosto de 2009.
54
FIESP/DECOMTEC. op. cit.
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43
Os produtos nacionais de confecções de vestuário e acessórios, onde se incluem as confecções
infantis, enfrentam, no mercado internacional, a concorrência de países players que se mostram
mais dinâmicos do que o Brasil, como a China, principal exportador mundial do setor, a Espanha e
o Vietnã. Nos últimos anos, o Brasil teve forte queda nas vendas para seus principais compradores
de produtos de confecções (Estados Unidos e Argentina), embora tenha conseguido abrir novos
mercados e exportar para países como Japão, Alemanha, Espanha, Holanda, Chile e México, que,
em sua maioria, compram produtos de maior qualidade e valor agregado. Ainda que tenha havido
queda nas exportações para Argentina, Uruguai e Venezuela, de 2001 a 2007, na média, as vendas
brasileiras para o conjunto da América Latina cresceram mais de 200%, dada a facilidade para
exportar para os países da região.
Por outro lado, as importações brasileiras de artigos do vestuário e acessórios têm aumentado,
nos últimos anos, sendo China, Hong Kong, Índia, Itália, Espanha, Indonésia, Emirados Árabes
Unidos, Omã, Bangladesh e Malásia os principais países vendedores desses produtos ao Brasil. Em
2007, somente as importações provenientes de China e Emirados Árabes Unidos responderam
por 83,2% do total das compras brasileiras de artigos de confecção, sendo que entre 2001 e 2007,
as importações desses produtos da China cresceram 485% e dos Emirados Árabes Unidos,
4.119%55.
Assim, para o APL e o setor de confecção brasileiro, é importante a atenção ao mercado latinoamericano, a manutenção dos mercados existentes e a abertura de novos mercados, sobretudo
através de investimentos crescentes em pesquisa e inovação de produtos e processos, que
contribuam para a diminuição dos custos de produção e o aumento da qualidade dos produtos e,
consequentemente, de seu valor agregado.
• APLs DE CERÂMICA VERMELHA DE ITU E TATUÍ
O setor cerâmico brasileiro se desenvolveu, no início do século XX, acompanhando o
desenvolvimento industrial, urbano e da construção civil que, por razões sanitárias e de escassez,
substituiu a madeira por tijolos e telhas nas edificações. Com a intensificação do consumo de peças
cerâmicas, as olarias, que operavam de forma familiar, se aproximaram dos centros urbanos e
melhoraram suas técnicas produtivas.
A atividade de fabricação cerâmica envolve a fabricação de produtos cerâmicos não-refratários
para uso estrutural na construção civil; a fabricação de produtos cerâmicos refratários; e a
fabricação de produtos cerâmicos não-refratários para usos diversos. A denominação cerâmica
vermelha (ou cerâmica estrutural para a construção civil) deriva da utilização de argila de coloração
avermelhada como matéria-prima. A cadeia produtiva de cerâmica vermelha tem como elos a
montante a mineração e os fornecedores de insumos e serviços e, a jusante, as casas de materiais
de construção e a construção civil, cuja agenda determina grande parte de seu desempenho56.
Devido à dotação mineral dos terrenos geológicos paulistas, sobretudo na Região Metropolitana
de São Paulo, no cinturão Sorocaba-Itu-Campinas, no Vale do Paraíba e adjacências (Itapeva, Apiaí
e Capão Bonito), à proximidade dos mercados, à base infraestrutural privilegiada e à cultura
55
IDEM.
ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE CERÂMICA VERMELHA DE ITU E REGIÃO – SP. Plano de Desenvolvimento Preliminar. ITU/SP
2007.
56
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44
empresarial57, com a industrialização e a urbanização dos grandes centros e o crescimento da
construção civil, o Estado de São Paulo tornou-se, entre 1950 e 1965, o maior parque industrial do
setor cerâmico do Brasil. A abundância de matéria-prima mineral e argila de várzea e o
crescimento industrial e urbano, em determinadas regiões do Estado, fizeram surgir polos
cerâmicos, como os de Itu e Tatuí.
O Estado de São Paulo possui 1.550 estabelecimentos industriais cerâmicos, ou 23% do total de
estabelecimentos da indústria cerâmica brasileira, que ocupam 40.457 trabalhadores, ou 26% do
pessoal ocupado nessa indústria, no Brasil. Do total paulista de estabelecimentos cerâmicos,
72,5% são fabricantes de produtos cerâmicos não-refratários para uso estrutural na construção
civil, sendo grande parte de empresas produtoras de cerâmica vermelha. O segmento de
cerâmica vermelha responde por mais de 71% do total de trabalhadores ocupados nas empresas
cerâmicas do Estado.
O setor de cerâmica vermelha, no Brasil, é composto, principalmente, por micro e pequenas
empresas familiares que, em sua maioria, fabricam produtos de baixo custo e baixo valor agregado
e utilizam tecnologias tradicionais. Somente algumas empresas de médio e grande portes,
produtoras de cerâmica de revestimento, vidrados e esmaltados, utilizam tecnologias mais atuais
nos processos produtivos, como sistemas semiautomáticos de carga e descarga e fornos túneis.
Nas décadas de 1970 e 1980, houve relativa modernização do setor, com algumas unidades
adotando fornos, túneis e secadores semicontínuos e automação dos processos produtivos. Na
década de 1990, com a globalização, ocorreu a fase de incorporação de conceitos de qualidade e
produtividade ao processo industrial. O Brasil e o Estado de São Paulo tornaram-se um dos mais
importantes polos cerâmicos do mundo, mesmo mesclando características artesanais, industriais e
de qualidade/produtividade58.
As empresas de cerâmicas vermelhas atuam em um raio de aproximadamente 250 km para o
transporte de produtos, sendo que, para telhas, o alcance é maior, de cerca de 500 km, chegando
a 700 km, no caso de telhas especiais. Usualmente, as empresas do setor possuem reservas e
jazidas de matéria-prima próprias, embora algumas terceirizem o suprimento destes materiais. As
empresas fornecedoras de matéria-prima para as cerâmicas são, no geral, de pequeno porte e
encontram-se nas proximidades dos polos de consumo, já que a argila tem baixo valor agregado e
o seu transporte, um custo elevado. Daí, o mercado interno consumir cerca de 90% do total
produzido59.
Os principais problemas que afetam o segmento de cerâmica vermelha são:
− baixa qualidade dos produtos;
− grande manuseio de matérias-primas (cerca de 83 milhões de toneladas ao ano);
− impacto ambiental e escassez de matéria-prima causados pela exploração das argilas de
forma não eficiente;
− pouca eficiência energética, devido ao uso de lenha proveniente de florestas naturais ou
mangues e de fornos com baixa otimização do uso de energia;
57
CABRAL JUNIOR, Marsis. Caracterização dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) de Base Mineral no Estado de São Paulo: Subsídios à
Mineração Paulista. Universidades Estadual de Campinas – Unicamp. Campinas, 2008.
58
ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE CERÂMICA VERMELHA DE ITU E REGIÃO – SP. op. cit.
59
FIESP-DECOMTEC - Área de Competitividade. Análise Setorial de Mercado: Setor Cerâmico. Outubro de 2009.
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45
− baixa qualificação de mão de obra, com pouco treinamento para empregados e deficiência
na gestão administrativa;
− baixa produtividade média, de 12 mil peças/operário/mês (padrão europeu de 200.000
peças/operário/mês);
− defasagem tecnológica em maquinário, nível de automação etc. e em todas as fases do
processo produtivo;
− alto custo da produção e pouca adequação às normas técnicas; e
− produtos com pouca padronização, gerando desperdícios da ordem de 30% na construção
civil e, consequentemente, aumento de custos60.
A produção de cerâmica dos polos de Itu e Tatuí concentra-se, majoritariamente, na fabricação de
blocos estruturais de diversos tamanhos e quantidades de furos: dos 38 estabelecimentos
industriais formais do setor de Itu, 37 são fabricantes de cerâmica vermelha ou estrutural com
predominância na produção de blocos estruturais; e dos 32 estabelecimentos formais do setor de
Tatuí, 30 são fabricantes de cerâmica vermelha ou estrutural voltados à produção de blocos
estruturais e de vedação (blocos, telhas, lajes, manilhas etc.).
Em Itu, 92% dessas empresas são de micro e pequeno porte-MPEs e 8% de médio porte.
Empregam um total de 1.493 trabalhadores formais, sendo 77% nas MPEs e 23% nas médias
empresas. Estima-se que as indústrias do polo gerem mais de 3 mil empregos diretos e indiretos,
envolvendo trabalhadores dos municípios vizinhos participantes do APL.
A estrutura produtiva do APL está concentrada nos elos de mineração e manufatura cerâmica. O
número de empresas é significativo, contando com cerca de 100 unidades cerâmicas e mais de 30
minerações de argila. Outras atividades são os fornecedores de equipamentos, serviços e insumos
diversos. A produção cerâmica mensal situa-se em torno de 60 milhões de peças, concentrada em
blocos e telhas (cerca de 70%), sendo o restante em materiais como tijolos maciços, lajes, tubos e
pisos, estimando-se a produção e o consumo anual de 2,5 a 3,0 milhões de t de argila61.
Desde 2005, com o apoio da FIESP e do SEBRAE-SP (Escritório Regional de Sorocaba), algumas
dessas empresas têm participado de projeto de APL que busca solucionar problemas de gestão e
competitividade. O grupo piloto de empresas que iniciou esse projeto envolve nove municípios:
Cabreúva, Campinas, Elias Fausto, Itapira, Itu, Jundiaí, Louveira, Monte Mor e Salto, com sede em
Itu. A vantagem comparativa do arranjo produtivo local é a grande dimensão dos depósitos,
formados por pacotes argilosos contínuos e homogêneos, que podem atingir espessuras de
algumas dezenas de metros e que ocorrem fora de áreas de preservação ambiental62.
As empresas do polo cerâmico de Itu são representadas pela Associação das Cerâmicas Vermelha
de Itu e Região-ACERVIR e algumas empresas pelo Sindicato da Indústria da Cerâmica para
Construção do Estado de São Paulo-SINDICERCON-SP. A governança desse APL – além da
ACERVIR e do SINDICERCON-SP – envolve FIESP/CIESP, SEBRAE-SP, SENAI-SP, SESI-SP,
Laboratório de Ensaios Cerâmicos-LEC de Itu, Instituto de Pesquisas Tecnológicas-IPT, Prefeitura
Municipal de Itu e Governo do Estado.
Em Tatuí, do total de 32 estabelecimentos formais da indústria ceramista, 31 são de micro e
pequeno porte e apenas uma é de médio porte. Ocupam 1.258 trabalhadores formais, sendo
60
IDEM.
CABRAL JUNIOR, Marsis. op. cit.
62
IDEM.
61
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91,9% nas MPEs e 8,1% na média empresa. Em Tatuí, o setor cerâmico é importante na geração
de renda e empregos, estimados em 2 mil empregos diretos e 6 mil indiretos. Existem dezenas de
indústrias cerâmicas fabricantes de blocos, telhas e outros produtos de cerâmica vermelha63.
As empresas do polo cerâmico de Tatuí são representadas pela Associação das Cerâmicas de Tatuí
e Região-ACERTAR e algumas empresas pelo Sindicato da Indústria da Cerâmica para Construção
do Estado de São Paulo-SINDICERCON-SP. Desde 2005, com o apoio da FIESP e do SEBRAE de
Sorocaba, empresas têm participado do projeto de APL, buscando solucionar problemas de gestão
e competitividade. A área do APL compreende quatro municípios além do polo de Tatuí: Cesário
Lange, Itapetininga, Laranjal Paulista e Salto do Pirapora.
A governança do APL de cerâmica vermelha de Tatuí e região é composta pelas instituições e
entidades participativas do processo de desenvolvimento do APL: empresas, ACERTAR,
SINDICERCON-SP, FIESP/CIESP, SEBRAE-SP, SENAI-SP, SESI-SP, Laboratório de Ensaios
Cerâmicos-LEC de Itu, Instituto de Pesquisas Tecnológicas-IPT, Prefeitura Municipal de Tatuí e
Governo do Estado.
Os principais produtos exportados pelo município de Itu são de outras indústrias, como celulose,
máquinas e equipamentos e produtos de couro, e não de produtos cerâmicos. Suas empresas
ceramistas e as dos demais municípios do arranjo produtivo local estão mais voltadas ao mercado
paulista e brasileiro e muito pouco às vendas externas, uma vez que seu produto de especialização
– blocos estruturais e de vedação – não agrega valor suficiente para tornar as exportações
vantajosas economicamente. O mesmo ocorre com a indústria ceramista de Tatuí, onde as
empresas desse segmento produtivo têm foco claro no mercado paulista e brasileiro.
A pauta de exportação de cerâmicos do Brasil é bastante concentrada em pisos esmaltados e
vidrados (cerâmica branca). Os principais produtos de cerâmica vermelha ou estrutural (tijolos
para construção, telhas, tubos, calhas ou algerozes) representaram, em 2006, menos que 1,3% do
total das exportações brasileiras de cerâmicos. O produto Telha, sozinho, foi responsável por
80% do total exportado pela cerâmica vermelha brasileira. Desse modo, há espaço para aumentar
as exportações dos produtos cerâmicos, sobretudo os de cerâmica vermelha.
Para a manutenção dos mercados existentes – inclusive o nacional que enfrenta a concorrência de
produtos substitutos, como os blocos e telhas de concreto, o gesso e os tubos de PVC – e a busca
de novos mercados, será necessário às empresas cerâmicas investimentos crescentes em inovação
de produtos e processos, o que contribuiria para a diminuição dos custos de produção e o
aumento do valor agregado e da qualidade dos produtos, possibilitando a abertura de novos nichos
no mercado exterior, diferenciação no posicionamento dos produtos brasileiros e incremento no
retorno das vendas.
Ainda, é fundamental agregar à gestão das empresas brasileiras de cerâmicos elementos
estratégicos para a inserção competitiva no mercado nacional e internacional, identificando os
principais concorrentes e a forma como atuam no mercado-alvo, contextualizando a cadeia
produtiva e investindo em pesquisa de mercado, para avaliar as estratégias mais viáveis para o
aproveitamento das oportunidades64.
63
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DAS INDÚSTRIAS CERÂMICAS DE TATUÍ E REGIÃO – São
Paulo. Tatuí/SP. Julho de 2007.
64
FIESP-DECOMTEC - Área de Competitividade. op. cit.
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• APL DE BRINQUEDOS DE LARANJAL PAULISTA
A partir da constatação da importância da indústria de brinquedos de Laranjal Paulista para o
desenvolvimento da região, entidades como o SEBRAE/SP, a Associação Comercial e Industrial de
Laranjal Paulista, Sindicatos locais, o poder público e empresários do setor concentraram esforços
para constituir um arranjo produtivo de Brinquedos. Em abril de 2000, teve início a fase de
planejamento do APL, com o aprofundamento do conhecimento do setor de brinquedos de
plástico – a especialidade regional –, identificando seus desafios e oportunidades e as empresas
interessadas na associação. Em junho de 2000, foi realizado o Primeiro Encontro dos Fabricantes
de Brinquedos de Plástico de Laranjal Paulista e região, com a participação de 19 empresas, sendo
lançado o Programa de Mobilização Tecnológica que, através de inovações nos processos
produtivos, resultou em aumento de 50% na capacidade produtiva das empresas participantes.
Ainda, teve início o Programa Ideal, voltado à sensibilização dos empresários.
Com o apoio do Escritório Regional de Botucatu do SEBRAE-SP, foi oficializada a Associação dos
Fabricantes de Brinquedos de Plásticos de Laranjal Paulista e região-AFABRINQ, cujo objetivo é
promover a união de forças dos fabricantes para ganhar escala na compra e na venda de produtos,
capacitar tecnicamente mão de obra formal e informal, melhorar a qualidade dos brinquedos,
aumentar o poder de barganha junto a grandes fornecedores de produtos e serviços e formar um
consórcio de exportação. A AFABRINQ tem 21 empresas associadas das cidades de Americana,
Avaré, Boituva, Itu, São Manoel, Tietê e da sede Laranjal Paulista65.
O APL participa de consultorias tecnológicas, compra coletiva de espaços em feiras, como a Feira
Brasileira de Brinquedos-ABRIN, realizada em São Paulo, e a Bambino, em Minas Gerais, além de
missões internacionais66. As exportações de brinquedos revestem-se da maior importância, para
diminuir os efeitos da sazonalidade do mercado de brinquedos, já que cerca de 72% das vendas
nacionais ocorrem no segundo semestre do ano, em função do Dia da Criança e do Natal67.
O segmento de fabricação de brinquedos de Laranjal Paulista tem grande expressão nacional e
internacional. Na pauta de exportações do município, os brinquedos e os bonecos encontram-se
no topo da lista dos principais produtos. Em Laranjal Paulista, a fabricação de brinquedos –
particularmente de bonecas – é responsável por grande parte da movimentação da cidade. A
terceirização da produção emprega famílias inteiras na montagem ou na confecção de roupas de
bonecas. As indústrias do setor produzem cerca de 20 milhões de bonecas por ano e são
responsáveis pelo emprego direto e indireto de quase oito mil pessoas. Laranjal Paulista é o
terceiro principal polo de brinquedos do mundo, atrás apenas da China e de São Paulo68.
Segundo dados da RAIS de 2010, a região conta com 45 empresas formais fabricantes de
brinquedos e jogos recreativos, sendo 31 com menos de 50 empregados, nove entre 50 e 99
empregados e apenas cinco com mais de 100 empregados. Esses estabelecimentos são
65
RUIZ, Eduardo Ribeiro. Gestão da Comunicação no Arranjo Produtivo Local de Brinquedos: Laranjal Paulista – UNESP, Campus de
Bauru. 2007.
66
IDEM.
67
Segundo a Revista do MERCOSUL, Ano 11, Nº 79, de 2002, os fabricantes de brinquedos de Laranjal Paulista querem ampliar o
mercado internacional, já que as datas comemorativas do Dia da Criança são diferentes em cada país, como, por exemplo, na Espanha,
esse dia é comemorado em julho. Para vender para o mercado espanhol, as empresas teriam de ter a produção finalizada até maio,
aumentando o número de pessoas empregadas durante o ano.
68
BRASIL ALMANAQUE DE CULTURA POPULAR. Uma cidade compete com a China na fabricação de brinquedos. Em:
http://www.almanaquebrasil.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6905:uma-cidade-compete-com-a-china-nafabricacao-de-brinquedos&catid=12959:cultura&Itemid=142. Entrada em 1º de dezembro de 2011.
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responsáveis pela geração de 2.082 empregos formais. A maioria encontra-se em Laranjal Paulista
(28 estabelecimentos e 1.683 empregos formais). A fabricação de brinquedos envolve, ainda,
empregos informais do setor e empregos das empresas que confeccionam os vestuários e os
acessórios de bonecos e brinquedos.
Em função das iniciativas da AFABRINQ e da inclusão das classes C e D no mercado consumidor
brasileiro, o segmento de fabricação de brinquedos brasileiro – que vinha sofrendo a concorrência
dos produtos eletrônicos e, no mercado internacional, da China – conseguiu se reerguer, nos
últimos anos.
• OUTROS ARRANJOS OU AGLOMERADO PRODUTIVOS DA REGIÃO
A região conta com grande número de arranjos ou aglomerados produtivos industriais notadamente em alguns de seus setores mais tradicionais – que, embora identificados, ainda não
receberam apoio institucional, como os de: bebidas de Itu, Boituva e Itaí; tecidos e artefatos
têxteis de Sorocaba; ferramentas manuais de Sorocaba; produtos cerâmicos de Sorocaba e
Itapeva; artefatos de cimento de Sorocaba; móveis de Iperó; tecnologia da informação de
Sorocaba; e vinho de Sorocaba e São Roque.
• PARQUES TECNOLÓGICOS
Sorocaba e Botucatu foram integrados ao Sistema Paulista de Parques Tecnológicos-SPTec da
Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.
Em setembro de 2009, Botucatu recebeu o credenciamento provisório do parque, em cerimônia
no campus Lageado da UNESP, permitindo o início de sua estruturação e o recebimento de
empresas interessadas em investir no município. Dentro do plano, está previsto um condomínio
industrial para empresas de base tecnológica, além de auditório, praça de alimentação,
laboratórios, estacionamentos, biblioteca, incubadora de empresas e centros de ensino, pesquisa e
difusão.
O empreendimento tem como objetivo principal promover o desenvolvimento socioeconômico
sustentável da região, por meio do fomento à inovação tecnológica em bioprocessos para
produção de medicamentos, insumos médico-hospitalares, compostos para fins industriais,
fitoterápicos e sistemas de produção agropecuários sustentáveis, entre outros, beneficiando-se da
presença de cinco unidades da UNESP: Faculdade de Medicina de Botucatu, Hospital das Clínicas
de Botucatu, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Faculdade de Ciências Agronômicas
e Instituto de Biociências.
O Parque Tecnológico será implantado na Rodovia Gastão Dal Farra, em duas áreas que somam
286 mil m², situadas a três quilômetros da Rodovia João Hipólyto Martins (SP-209), que liga a
rodovia Castello Branco a Botucatu. Os locais estão estrategicamente posicionados nas
proximidades da Faculdade de Tecnologia-FATEC, do aeroporto municipal, da Empresa Brasileira
de Aeronáutica-Embraer, do Centro de Treinamento da Prefeitura e da Estância Demétria69.
69
AGÊNCIA FAPESP – Notícias. Botucatu no SPTec. 08 de setembro de 2009.
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O Parque Tecnológico de Sorocaba-PTS deverá iniciar suas atividades em maio de 2012,
abrigando um centro destinado a universidades, escolas técnicas, institutos e empresas que
investem em pesquisas de novas tecnologias. Localizado no final da Avenida Itavuvu, altura do km
92 da Rodovia Castello Branco, o parque estará próximo do complexo industrial da Toyota que, a
partir de 2012, deverá produzir cerca de 70 mil automóveis ao ano. O Governo do Estado investe
na criação de acesso entre a Castello Branco ao Parque Tecnológico e à Toyota70.
Já foram firmados acordos com o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife-Cesar, ligado
ao Porto Digital de Recife-PE, e o Instituto de Pesos e Medidas-Ipem, além do protocolo de
intenções com a Fundação Ricardo Franco, pertencente ao Instituto Militar de Engenharia.
Participarão do parque as universidades UFSCar, UNESP, FATEC, UNISO, PUC e FACENS, todas
com campus em Sorocaba.
O Núcleo Central abrigará, além da gestão do parque tecnológico, a incubadora de empresas de
base tecnológica e setores estruturais, por exemplo, para registro de patentes, suporte jurídico e
de negócios e atendimento dos Institutos de Pesos e Medidas, de Pesquisas Tecnológicas e o
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial-Inmetro. Na unidade de Sorocaba,
em seus laboratórios de tecnologia automotiva, funcionará atividade inédita na América Latina de
certificação de segurança veicular71.
Como parte dos recursos de compensação ambiental pagos pela Toyota, para a instalação de seu
complexo industrial, será criada, também, a primeira unidade de conservação ambiental de
Sorocaba, o Parque Natural Municipal Corredores de Biodiversidade de Sorocaba ou Parque da
Biodiversidade. Este conta com 603 mil² e a missão de proteger a fauna e a vegetação local com
predominância de Mata Atlântica. Este parque foi pensado estrategicamente para recuperar áreas
degradadas e forçar a preservação futura da região, podendo receber recursos de compensação
ambiental de qualquer empresa do Estado. O Parque da Biodiversidade praticamente circunda
toda parte de trás do Parque Tecnológico e segue até o rio Sorocaba, na sua parte mais baixa,
formando um cinturão entre a cidade e todo o complexo em desenvolvimento72.
CARACTERÍSTICAS DA INDÚSTRIA E DOS SERVIÇOS DA RA
Grande parte dos principais ramos industriais e de serviços da RA decorreu de atividades tradicionais,
desenvolvidas ao longo de sua história e devido às condições propícias de seu território. Tal foi o caso
das atividades urbanas dos municípios da região, surgidas a partir do ciclo dos tropeiros, no século XVIII.
Na indústria, as elevadas reservas de minerais, presentes em suas bacias hidrográficas, permitiram à
região desenvolver, desde seus primórdios, atividades de extração de minerais e de fabricação de
produtos da metalurgia, com destaque para o alumínio, que ainda hoje caracterizam a RA. A mesma base
geológica propiciaria o surgimento da indústria de minerais metálicos e não-metálicos, fabricantes de
materiais para a construção civil, produtos cerâmicos, água mineral engarrafada e/ou gaseificada, entre
outros.
70
DIÁRIO DE SOROCABA. Obra do acesso ao Parque Tecnológico avança em mais um trecho de asfalto. 08 de julho de 2011.
CRUZEIRO DO SUL - SOROCABA. Investimento de R$ 50 milhões – Parque Tecnológico deve ser inaugurado em maio de 2012. 17
de outubro de 2011.
72
CRUZEIRO DO SUL - SOROCABA. Biodiversidade: Até final do ano Sorocaba ganha o seu maior parque. 16 de agosto de 2011.
71
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Da mesma forma, a cultura do algodão e o desenvolvimento da indústria têxtil, ainda no século XIX,
deram ensejo a uma de suas principais atividades, que é a de confecções de artigos do vestuário e
acessórios; a expansão da pecuária, a partir do ciclo do tropeirismo, levaria ao desenvolvimento da
indústria de alimentos processados da carne e do leite; a base florestal da região faria desenvolver toda a
cadeia produtiva da madeira (celulose e papel, produtos de madeira e móveis); e a grande disponibilidade
de recursos hídricos propiciaria a construção de usinas hidrelétricas, destacando, na região, as atividades
de eletricidade e de captação, tratamento e distribuição de água.
Mas foi após a abertura de grandes rodovias (Rodovia Raposo Tavares, Rodovia Castello Branco e
Rodovia Marechal Rondon) – que aproximaram a região das metrópoles paulistas, do Porto de Santos e
dos principais aeroportos, possibilitando o escoamento da produção local – que a RA atraiu novos e
grandes investimentos e modernizou tecnologicamente sua indústria. A partir daí, o parque industrial de
Sorocaba expandiu a produção de bens intermediários (minerais não-metálicos, químicos e de
metalurgia) e finais (sobretudo vestuário e plásticos) e se diversificou, produzindo bens de capital e de
consumo durável, liderados pelos segmentos metal-mecânico (com destaque para montadoras e
autopeças) e de material elétrico, e atraindo várias cadeias de fornecedores.
Os investimentos recentes voltados às indústrias de perfil tecnológico (aeronáutica e de equipamentos
médicos, ópticos, de automação e precisão), indústrias automobilísticas modernas e infraestrutura de
energia e telecomunicações apontam para o desenvolvimento de uma indústria regional com bases
tecnológicas mais avançadas.
Se, de um lado, a proximidade das metrópoles paulistas possibilitou a diversificação do perfil industrial da
RA e este levou ao desenvolvimento do setor de serviços e ao aprofundamento do grau de polarização
do município de Sorocaba, por outro lado, limitou o desenvolvimento de um setor terciário mais
sofisticado, encontrado com facilidade em São Paulo – que concentra os serviços de comando das
empresas e sedia os mais importantes complexos comerciais e financeiros do país – e, em segundo
plano, em Campinas. No setor terciário regional, destacam-se alguns importantes centros de ensino e/ou
de pesquisa científica e tecnológica, como Botucatu, na área biomédica, e Iperó, na área de sistemas
nucleares e energéticos para propulsão naval.
Apesar de a RA de Sorocaba apresentar expressivos indicadores econômicos, as atividades industriais e
de serviços não se distribuem uniformemente em seu território, já que os grandes investimentos
industriais tendem a se concentrar sobretudo no eixo da Rodovia Castello Branco, sem participação
direta dos municípios localizados na parte sul, sudoeste e sudeste da região, cuja economia se assenta
predominantemente no setor primário.
DESEMPENHO ECONÔMICO, 1996 A 2008
Nesta seção, o desempenho econômico regional é avaliado a partir do comportamento do PIB municipal
ao longo do período de 1996 a 2008. Utiliza-se, para tanto, a taxa média geométrica de crescimento do
PIB ao ano (em %) e a metodologia proposta por Azzoni (2008)73, a qual possibilita a identificação de
73
AZZONI, C.R. Identificação Empírica de Áreas Dinâmicas, Áreas Estagnadas e Áreas em Retrocesso: Possível Alternativa
Metodológica. Ciclo de Seminários - Políticas Públicas em Debate. São Paulo: Fundap, 27 de junho de 2008.
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municípios dinâmicos, estagnados e daqueles que acompanharam o ritmo de crescimento do conjunto do
Estado74.
Estas duas formas de avaliação do comportamento do PIB permitem alcançar uma análise mais completa,
já que a metodologia utilizada evita que municípios menores e mais pobres, com um pequeno
incremento no PIB, apresentem crescimento externamente elevado, problema geralmente encontrado
em estudos que utilizam apenas a taxa geométrica de crescimento anual.
A avaliação desta taxa, no entanto, não deve ser abandonada, uma vez que ela consegue captar o
crescimento dos municípios maiores e mais ricos que, em geral, na metodologia de Azzoni, sempre estão
entre aqueles com maior PIB, de modo que não é possível migrar para um grupo mais rico, o que
caracteriza o dinamismo na metodologia proposta.
O estudo do PIB mostra que a RA figura entre as regiões economicamente mais dinâmicas do Estado,
uma vez que, no período de 1996 a 2008, mais de 44% de seus municípios apresentaram dinamismo,
contra apenas 23,7% estagnados. Dentre todas as Regiões Administrativas do Estado, é aquela com a
taxa média geométrica de crescimento do PIB mais elevada: 5,0% ano, entre 1996 e 2008. Vale
ressaltar, adicionalmente, que mais de 73% dos municípios da RA tiveram taxas superiores à taxa média
de crescimento anual do PIB do conjunto do Estado, que foi de 3,58% ao ano.
Do total de 34 municípios da RA, que apresentaram dinamismo no período em avaliação, destacam-se
Araçariguama, Pereiras, Cerquilho, Alumínio, Iperó, Areiópolis, Paranapanema, Itaí, Itapirapuã Paulista,
Iaras e Capela do Alto, com taxas de crescimento anual do PIB superiores a 9,0% ao ano.
A indústria foi o grande responsável por impulsionar o dinamismo dos municípios de Alumínio,
Araçariguama, Cerquilho e Iperó. Em Araçariguama, a presença expressiva do setor industrial, com
exemplos importantes de empresas do ramo de cimento (presença de unidade da Votorantim Cimentos
Brasil S/A, que vem ampliando sua área de lavra75) e de aço (instalação de uma unidade da Gerdau
Açominas iniciada em 2005) foi fundamental para explicar o crescimento econômico municipal.
Características econômicas semelhantes estão presentes no município de Alumínio, cuja história
relaciona-se diretamente à história da Companhia de Alumínio Brasileira-CBA. A importância da CBA
para a economia local é observada em seu papel determinante na criação de empregos diretos e
indiretos e na formação dos salários elevados identificados no município76, que influenciam diretamente a
renda da população local77.
A empresa, que também deu origem ao nome do município, vem crescendo anualmente e ampliando sua
participação no mercado nacional, além de apresentar volume crescente de exportações, contribuindo
74
Todos os valores referentes ao PIB, apresentados nesta seção, estão expressos segundo preços de 2000, ajustados pelo Deflator
Implícito do PIB Nacional, conforme disponibilizado no site www.ipeadata.gov.br.
Importante ressaltar que a série histórica do PIB, utilizada neste estudo, tem algumas ressalvas por iniciar-se em 1996. A atual série
oficial do PIB dos municípios brasileiros, calculada pelo IBGE em parceria com as instituições estaduais de estatística (em São Paulo, com
a Fundação Seade), inicia-se em 1999. Como sua metodologia sofre frequentes mudanças, cada vez que isso ocorre, os dados pretéritos
do PIB são recalculados, de modo a permitir sua comparabilidade temporal.
75
PARECER TÉCNICO. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Nº 97.433/10/TA. Data: 05/11/2010
76
Em 2006, Alumínio era o município com maiores salários do Estado de São Paulo (SILVA, 2006).
77
SILVA, Darllan Collins da Cunha. Estudo sobre a vulnerabilidade sócio-ambiental no município de Alumínio, São Paulo, a partir da
poluição do ar. Ouro Preto: Universidade Federal de Ouro Preto, Programa de Pós-Graduação de Engenharia Ambiental, julho de 2010.
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continuamente com a geração de novos postos de trabalho, com o fomento às demais atividades
econômicas locais e, portanto, com o crescimento do PIB municipal78.
No município de Iperó, o setor industrial também foi o principal responsável pelo crescimento
econômico. Localizam-se, no município, diversas empresas fabricantes de bens de consumo duráveis e
bens de capital, envolvendo aparelhos elétricos e eletrônicos; artefatos plásticos; produtos de
instrumentação; equipamentos médicos; metalurgia básica; produtos para construção civil, entre outros,
com atuação importante no mercado nacional e internacional. Desta forma, a expansão industrial
incentivou o surgimento de diversas outras atividades e fomentou o emprego, a renda e a demanda
agregada local, refletindo-se diretamente na expansão econômica do município.
Em Cerquilho, foi o dinamismo do setor de confecção infantil, do qual é um dos grandes representantes
do País, que motivou a ampliação do PIB municipal. Para tanto, foi importante a criação do Arranjo
Produtivo Local de Confecções Infantis nos municípios de Cerquilho e Tietê79, há quase dez anos, que
organizou as empresas do setor, ampliando sua competitividade e levando à criação de novos postos de
trabalho, o que movimentou a renda e a economia local.
Nas duas cidades citadas, existem 331 confecções, que geram 11.500 empregos diretos e indiretos,
representando 45% da indústria de Cerquilho e 26% de Tietê80. A criação do APL resultou da parceria
entre SEBRAE-SP, Fiesp, Associações Comerciais de Cerquilho e Tietê-ACICET, Associação Comercial
Industrial de Cerquilho-ACIC, prefeituras locais e a SDECT, demonstrando a função importante
desempenhada pela esfera estadual no desenvolvimento econômico municipal.
As perspectivas são de manutenção do quadro de crescimento econômico em Cerquilho, uma vez que o
APL de Confecções Infantis obteve, em 2010, investimentos da Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia para instalação de um Centro de Formação de mão
de obra81. O aprimoramento da qualificação dos trabalhadores deverá ampliar a produtividade e a
competitividade das empresas, impulsionando o crescimento e o fortalecimento do arranjo produtivo
local no mercado estadual e nacional.
Em Itaí, a presença de grandes usinas produtoras de álcool e seu impacto sobre as demais atividades
econômicas locais e sobre a geração de novos empregos determinou o crescimento elevado do PIB
municipal. Existem no município duas grandes usinas de produção de álcool, que geram grande número
de emprego e movimentam a economia. Boa parte da área é cultivada com cana-de-açúcar para
fornecimento às usinas82.
Em Pereiras e em Capela do Alto, o maior dinamismo econômico esteve ligado ao setor primário. A
presença da cadeia produtiva de avicultura de corte, relevante para a economia de ambos os municípios,
apresentou expansão importante, na década de 1990, com a instalação de diversos galpões avícolas83.
78
ALUMÍNIO (Município). Prefeitura Municipal de Alumínio. Conheça a história da Cidade. O início de tudo. Em:
http://www.aluminio.sp.gov.br/a_cidade.htm
79
Tietê também está no grupo dos municípios dinâmicos e apresentou taxa de crescimento do PIB de 6% ao ano, enquanto a taxa de
Cerquilho foi de 16,2% ao ano.
80
Cerquilho vai ganhar Centro Tecnológico, 22 AGO 2008.
81
São Paulo (Estado). Diário Oficial, Volume 120, Número 26. São Paulo, 9 de fevereiro de 2010.
82
ITAÍ (Município). Plano municipal de desenvolvimento rural sustentável 2010 - 2013. Prefeitura Municipal de Itaí, Conselho Municipal
de Desenvolvimento Rural, Casa da Agricultura de Itaí, Escritório de Desenvolvimento Rural Avaré. s/d. 50 p.
83
CAPELA DO ALTO (Município). PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL 2010- 2013. Prefeitura
Municipal de Capela do Alto, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. Casa da Agricultura de Capela do Alto. Capela do Alto, 30
de setembro de 2009.; PEREIRAS (Município). Plano municipal de desenvolvimento rural sustentável 2010 - 2013. Prefeitura Municipal
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Desde então, Capela do Alto possui grande número de instalações avícolas, responsável pela produção
de aves de corte, destinadas às Integradoras para comercialização84. Pereiras, por sua vez, possui
abatedouro para 60 mil frangos/dia, além de incubatório produzindo cerca de 50 mil pintos/dia85.
Embora a avicultura de corte não apresente tendência de crescimento quanto à construção de novas
granjas86, tal atividade foi fundamental para explicar as elevadas taxas de crescimento anual do PIB em de
Capela do Alto e em Pereiras, no período em avaliação. Ademais, a proximidade com a capital, pela
rodovia Castello Branco, favorece a comercialização das aves produzidas, consolidando a cadeia
produtiva na estrutura econômica municipal.
O setor primário também foi de grande relevância para o desempenho econômico positivo do município
de Iaras. O cultivo de eucalipto, que se destina às grandes indústrias do setor de papel e celulose do País
e à indústria madeireira, explica o crescimento econômico municipal no período estudado. Iaras possui
uma das maiores áreas de cultivo de eucalipto do Estado, a qual representa proporção relevante de sua
área agricultável, de forma que a expansão dessa produção, mesmo após o final dos incentivos públicos
ao reflorestamento em 198587, influenciou diretamente a expansão do PIB do município.
Taxa média geométrica de crescimento do PIB ao ano (em %)
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 1996 a 2008
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. Elaboração: SPDR/UAM.
de Pereiras, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Pereiras, Casa da Agricultura de Pereiras, Escritório de Desenvolvimento
Rural Botucatu. Pereiras, 22 de julho de 2010.
84
CAPELA DO ALTO (Município). op. cit.
85
PEREIRAS (Município). op. cit.
86
IDEM.
87
SONODA, Érica Cátie. op. cit.
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54
De modo geral, as principais observações sobre o desempenho econômico positivo dos municípios
da RA de Sorocaba referem-se à expansão de segmentos industriais de grande escala e intensivos
em capital, como elemento determinante do crescimento da maior parte dos municípios
considerados dinâmicos, ao mesmo tempo que a boa performance do setor primário foi
fundamental para explicar a expansão econômica de Pereiras, Capela do Alto e Iaras. Nos dois
casos, os municípios se beneficiaram da boa localização e da proximidade com eixos rodoviários
importantes
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55
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56
A população da RA, em 2010, era de 2,8 milhões de habitantes, representando 6,8% do total estadual,
de acordo com dados do Censo Demográfico 2010.
Nota-se que nas últimas décadas, a RA vem seguindo a tendência estadual de decréscimo em suas taxas
anuais de crescimento populacional. Além disso, entre 1980 e 2010, a evolução da participação da
população regional em relação à população estadual foi crescente e suas taxas de crescimento são
superiores às do Estado, em todo o período.
Evolução da População Total
Estado de São Paulo e RA de Sorocaba – 1980 a 2010
População Total
Anos
RA de
S orocaba
19 80
19 91
20 00
20 10
1 510
2 016
2 468
2 804
478
555
882
026
Estado de
São Paulo
25 0 42 074
31 5 88 925
37 0 35 456
41 2 62 199
Distribuição
Relativa
RA/ESP (%)
6 ,03
6 ,38
6 ,67
6 ,80
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980 a 2010.
Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População
Estado de São Paulo, RA de Sorocaba – 1980 a 2010
% ao ano
4,00
3,00
2,66
2,27
2,13
1,78
2,00
1,09
1,28
1,00
0,00
1980/1991
1991/2000
Estado de São Paulo
2000/2010
RA de Sorocaba
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980 a 2010.
A taxa de crescimento da RA na última década foi 1,28%. Grande parte dos municípios da região
apresentou taxas de crescimento entre 0% e 1% neste mesmo período (2000/2010) (26 municípios). As
taxas mais elevadas (acima de 3% ao ano) foram observadas em sete municípios. Destacam-se os
municípios de Iaras e Iperó com taxas de 7,64% e 4,41% ao ano respectivamente. O município de
Sorocaba registrou crescimento superior à média estadual (1,74% ao ano); e 12 municípios tiveram
decréscimo da população no período.
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Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População (% ao ano)
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 2000 a 2010
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
Em 2010, a RA apresentou grau de urbanização de 86,5%, abaixo da média estadual de 95,9%.
Registraram taxas de acima de 90% em 15 municípios. Observa-se que a região possuía, em 2010, maior
concentração de municípios na faixa entre mais de 20 mil e 50 mil habitantes (24,1%). Dentre os mais
populosos, além do município de Sorocaba, com mais de 500 mil habitantes, a RA contava com seis
municípios com população superior a 100 mil habitantes (Botucatu, Itapetininga, Itu, Salto, Tatuí e
Votorantim).
Proporção de Municípios segundo Faixas de Tamanho da População
Estado de São Paulo e RA de Sorocaba - 2010
Em %
Estado de São Paulo
60,0
RA de Sorocaba
40,0
24,3
20,0
16,5
22,8
18,9
18,9
21,5
24,1
18,6
7,6
10,2
6,3
7,6
1,4 1,3
0,0
Até 5 mil
Mais de 5 Mais de 10 Mais de 20 Mais de 50 Mais de
mil a 10 mil mil a 20 mil mil a 50 mil mil a 100 mil 100 mil a
500 mil
Mais de
500 mil
Faixas de Tamanho da População
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.
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Municípios segundo Faixas de Tamanho da População
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 2010
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
A razão de dependência da população potencialmente inativa (43,8%), em relação a 100 pessoas em
idade disponível para as atividades econômicas, era, em 2010, superior à média estadual (41,5%). Este
dado indica o contingente populacional potencialmente inativo a ser sustentado pela parcela da
população potencialmente produtiva.
Razão de Dependência e Índice de Envelhecimento
Estado de São Paulo e RA de Sorocaba - 2010
Em %
100,0
Estado de São Paulo
80,0
RA de Sorocaba
60,0
41,5
43,8
36,5
34,1
40,0
20,0
0,0
Razão de Dependência
Índice de Envelhecimento
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.
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59
Razão de Dependência
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 2010
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
A quantidade de idosos para cada 100 crianças expressa pelo índice de envelhecimento, em 2010, era de
34,1%, inferior à média estadual (36,5%). Destaca-se que o grupo etário com mais de 14 anos até 64
anos representava 70,7% do total da população, semelhante ao apresentado pelo Estado (70%).
Índice de Envelhecimento
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 2010
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
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60
Considerando os dados das projeções demográficas divulgadas pela Fundação Seade, observa-se que no
período de 1980 até 2020, tanto para a RA como para o Estado, a proporção da população com até 14
anos tende a diminuir e a de 65 anos e mais, a aumentar. A proporção das pessoas em idade
economicamente ativa (15 a 64 anos) elevou-se entre 1980 e 2010, com tendência a estabilidade até
2020.
Proporção da população total por grandes grupos etários
Estado de São Paulo e RA de Sorocaba– 1980 a 2020
Em %
1980
100,0
80,0
2010
2020
69,7 70,0
69,7 70,7
62,3
59,6
60,0
40,0
20,0
33,7
36,0
22,8
23,2 19,8
19,6
4,0 7,4
10,4
4,5 7,2
9,5
0,0
0 a 14 anos
15 a 64
anos
65 anos e
mais
0 a 14 anos
Estado de São Paulo
15 a 64
anos
65 anos e
mais
Sorocaba
Fonte: IBGE. Fundação Seade.
O mesmo pode ser observado nas pirâmides etárias da população, que mostram que a RA apresentou
acentuado envelhecimento da população entre 1980 e 2010, com possível prosseguimento desta
tendência, até 2020. Verifica-se também a redução do contingente de crianças e adolescentes, com até
14 anos de idade, em razão da queda das taxas de fecundidade e natalidade.
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61
Pirâmides Etárias
Estado de São Paulo e RA de Sorocaba – 1980 a 2020
Estado de São Paulo
Idade
75 e M ais
Homens
Mulheres
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
10 a 14
5a9
0a4
10
8
6
4
1980
2
0
2010
2
4
2020
6
8
10
Em %
RA de Sorocaba
75 e M ais
Homens
Mulheres
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
10 a 14
5a9
0a4
10
8
6
4
1980
2
0
2010
2
4
2020
6
8
10
Fonte:IBGE. Fundação Seade. Elaboração: SPDR/UAM.
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62
Os aspectos sociais da RA são analisados a partir dos resultados do Índice Paulista de Responsabilidade
Social, desenvolvido pela Fundação Seade88. Este índice é composto por diversos indicadores, que
medem as condições dos municípios em termos de renda, escolaridade e longevidade e apresenta uma
tipologia, constituída de cinco grupos, que resumem a situação de cada município, segundo as três
dimensões citadas.
Sorocaba é uma região onde predominam municípios classificados nos grupos 4 e 5 do IPRS (71,8% do
total), mas também se encontram municípios pertencentes aos grupos 1 e 2, sobretudo, no entorno do
município-sede. Logo, é uma região caracterizada pela desigualdade, dada a predominância de municípios
nos piores grupos do Índice, em simultâneo, à maior proporção de municípios pertencentes aos grupos 1
e 2 (17%) e a menor participação de municípios em situação intermediária, ou seja, aqueles classificados
no grupo 3 do IPRS (11,5%).
A superação destas desigualdades pela qual o Estado trabalha, apoia-se na articulação setorial das
diversas políticas da esfera estadual e na implementação de ações estaduais que auxiliem a reduzir as
discrepâncias intermunicipais, no que se refere à eficácia das políticas desenvolvidas e à adequada atuação
institucional do setor público através de seus programas e ações.
De modo geral, a região apresenta melhores condições de riqueza do que sociais, ocupando o oitavo
lugar nesta dimensão. Todavia, encontra-se na 13ª e na 14ª colocação em longevidade e escolaridade,
respectivamente. Este quadro indica que, a despeito das oportunidades de desenvolvimento para a
região, seus indicadores sociais permanecem inferiores àqueles que traduzem a riqueza municipal. Os
resultados apresentados na seção DESEMPENHO ECONÔMICO do presente estudo mostram
expansão econômica importante na região, expressa nas elevadas taxas de crescimento do PIB e na
grande proporção de municípios dinâmicos. Todavia, dos 34 municípios da RA de Sorocaba que
apresentaram dinamismo, apenas dois são do Grupo 1, três são do Grupo 2, quatro são do Grupo 3,
quatorze são do Grupo 4 e onze são do Grupo 5. Deste modo, o crescimento econômico não se
traduziu em melhorias sociais relevantes, configurando-se num padrão de crescimento não inclusivo.
As dificuldades na assistência à saúde materno-infantil podem ser observadas através dos dados da
Fundação Seade89 sobre o percentual de mães que contaram com sete ou mais consultas no pré-natal: na
RA, aproximadamente 40% dos municípios tiveram resultados inferiores à média do conjunto do estado.
A atuação do setor público, neste sentido, deve se concentrar em aprimorar e ampliar a infraestrutura e
a qualidade dos serviços e das políticas públicas assistenciais e preventivas de saúde na região.
88
O ÍNDICE PAULISTA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL - IPRS tem como finalidade caracterizar os municípios paulistas no que se
refere ao desenvolvimento humano, através de indicadores sensíveis a variações de curto prazo e capazes de incorporar informações
relevantes referentes às diversas dimensões de renda, longevidade e escolaridade. Cada uma destas dimensões é expressa por meio de
um indicador sintético que pode assumir valores entre 0 e 100. Os indicadores sintéticos são constituídos da combinação linear de um
conjunto de variáveis, com ponderações específicas. A estrutura de ponderação foi obtida de acordo com um modelo de análise fatorial,
em que se estuda o grau de interdependência entre diversas variáveis. Para maiores informações sobre a metodologia de cálculo dos
indicadores, variáveis selecionadas, ponderações atribuídas a cada variável, entre outras informações, consultar
http://www.seade.gov.br/projetos/iprs/
89
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Fundação Seade. Painel SP, 2011.
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63
Dentre as variáveis que compõem a dimensão de educação, apresentaram-se em condição de
desvantagem, com relação à média estadual, o percentual de jovens de 15 a 17 anos que concluíram o
ensino fundamental e a proporção de jovens de 18 e 19 anos com ensino médio completo. Não há
vulnerabilidade importante quanto ao analfabetismo dos jovens e à frequência das crianças à pré-escola,
uma vez que estas estão próximas da média do conjunto do Estado. Estes resultados indicam que o
desafio, na área educacional, na RA, diz respeito à conclusão dos estudos pela população jovem.
As elevadas taxas de abandono90 no ensino fundamental e médio, encontradas em diversos municípios da
região, são sinais claros da menor conclusão dessas etapas de estudo pelos jovens na RA91.
Paralelamente, o contexto desfavorável da educação é demonstrado pelas elevadas taxas de distorção
idade-série92, que se apresentam acima da média Estado, em 57% dos municípios, quando se trata do
ensino fundamental, e em 41,8 deles, no médio93.
Deste modo, a atuação do Estado busca a melhoria do atendimento aos estudantes, como forma de
ampliar suas expectativas com relação aos estudos e incentivar sua permanência e conclusão do ensino
fundamental e médio.
Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS
RA de Sorocaba e Estado de São Paulo – 2008
Fonte: Fundação Seade/Alesp, 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
90
Proporção de alunos de um determinado nível/segmento de ensino que deixaram de frequentar a escola no decorrer do ano letivo,
em relação ao total de alunos matriculados nesse mesmo nível/segmento.
91
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação Seade, Painel SP, 2011.
92
As taxas de distorção idade-série indicam o percentual de alunos com pelo menos dois anos a mais que a idade adequada para cursar
uma série de um determinado nível de ensino, em relação ao total de alunos dessa série e nível.
93
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Fundação Seade, op. cit.
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64
A região de Sorocaba apresentou processo de ocupação diferente de outros centros do interior paulista.
Seu povoamento e o de seu entorno iniciou-se no final do século XVI, pela busca de minério de ferro e
outros metais, na região onde hoje se encontram os municípios de Araçoiaba da Serra e Iperó. A
expansão da ocupação ocorreu, posteriormente, em meados do século XVII, com o movimento
Bandeirante que levou ao adensamento do território através da fundação de vilas94.
A partir do século XVIII até fins do século XIX, com o desenvolvimento do tropeirismo, a cidade de
Sorocaba passou a desempenhar importante papel, transformando-se em eixo geoeconômico entre as
Regiões Norte e Sul do Brasil95.
A economia dos tropeiros, a industrialização e, posteriormente, a interiorização do desenvolvimento
definiram seu padrão de urbanização, aprofundando as relações entre municípios polos e suas áreas de
influência. O crescimento da região foi reforçado com posteriores investimentos em melhoria do sistema
transportes e, em termos de Rede Urbana96, a RA de Sorocaba conta com: a Aglomeração Urbana97 de
Sorocaba; e os Centros Urbanos98 de Botucatu e Itapetininga.
• Aglomeração Urbana-AU de Sorocaba
A Aglomeração Urbana de Sorocaba, praticamente contígua às Regiões Metropolitanas de São
Paulo e de Campinas, é formada pelos municípios de Sorocaba, Alumínio, Araçoiaba da Serra,
Boituva, Iperó, Itu, Mairinque, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Roque e Votorantim99.
O município de Sorocaba polariza este recorte territorial, em termos populacionais, econômicos e
históricos, até porque, a partir dele, foram criados os municípios de Araçoiaba da Serra, em 1936,
Salto de Pirapora, em 1953, e Votorantim, em 1964.
Mairinque desmembrou-se de São Roque, em 1959, e, em 1991, Alumínio emancipou-se de
Mairinque. De Porto Feliz, foram desmembrados Boituva, em 1937, e Iperó, em 1964. O
município de Salto, por sua vez, foi criado a partir de Itu, em 191.
94
FREY, Henrique. Dinâmica migratória e ocupação do espaço urbano na Aglomeração Urbana de Sorocaba-SP. In XXVIII Congresso
Internacional da ALAS. Recife, 6 a 11 de setembro de 2011.
95
NEGRI NETO, Afonso et al. Produção agrícola e agroindústria nas Divisões Regionais Agrícolas de Sorocaba e Bauru, Estado de São
Paulo. Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Instituto de Economia Agrícola. Agricultura em São Paulo, nº 42, volume 1, São
Paulo: 1995.
96
SÃO PAULO (Estado) Secretaria de Economia e Planejamento, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano – Emplasa e
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade. Estudo da Morfologia e da Hierarquia Funcional da Rede Urbana Paulista e da
Regionalização do Estado de São Paulo. Sumário Executivo. São Paulo, novembro 2010.
97
AGLOMERAÇÃO urbana é unidade que compõe mancha contínua de ocupação, constituída de mais de uma unidade municipal,
envolvendo fluxos intermunicipais, complementaridade funcional e integração socioeconômica, decorrente de especialização,
complementação e/ ou suplementação funcional.
98
CENTRO urbano polariza, sozinho, os municípios de seu entorno, desempenhando o papel de centro regional.
99
SÃO PAULO (Estado) Secretaria de Economia e Planejamento, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano – Emplasa e
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade. Estudo da Morfologia e da Hierarquia Funcional da Rede Urbana Paulista e da
Regionalização do Estado de São Paulo. Sumário Executivo, op. cit.
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Mancha Urbana da RA de Sorocaba
Fonte: Google Maps. Elaboração SPDR/UAM.
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66
A Aglomeração Urbana encontra-se na Bacia Hidrográfica Sorocaba – Médio Tietê. O Rio
Sorocaba é o afluente mais importante da margem esquerda do Médio Tietê. Uma barragem, no
município de Votorantim, forma o reservatório de Itupararanga, importante manancial da região,
banhando os municípios de Ibiúna, Mairinque, Alumínio, Piedade e Votorantim. Após o
barramento, o Rio atravessa as cidades de Votorantim e Sorocaba100.
A partir da segunda metade do século XIX, houve uma série de eventos que implicariam em
mudanças na dinâmica do município de Sorocaba e seu entorno. Além das atividades comerciais e
dos serviços, a introdução do cultivo de algodão, a inauguração da Estrada de Ferro SorocabanaEFS e a posterior instalação das indústrias têxteis determinariam as transformações na estrutura da
cidade101.
Em 1865, foram instaladas as primeiras casas de beneficiamento de algodão em Porto Feliz,
Sorocaba e Itu, e, logo após, em Itapetininga, Tatuí e Botucatu. A partir de então, a economia
regional criou nova dinâmica, que envolvia beneficiamento, enfardamento, transporte e
intermediação das negociações para a exportação do produto102.
O desenvolvimento industrial da cidade trouxe significativas modificações em sua conformação
urbana. O adensamento populacional incentivou a instalação de várias fábricas de bens de
consumo, como as de cerveja, vinho, licores, massas e café. Além disso, com a industrialização,
novos bairros foram formados, nos arrabaldes da cidade, como a vila operária Santa Rosália e a vila
de Votorantim, criadas em torno das respectivas fábricas103.
A expansão da infraestrutura urbana de Sorocaba, no início do século XX, ocorreu a partir do
adensamento das áreas próximas ao centro da cidade e da criação de novos bairros às margens do
rio Sorocaba, em direção a Votorantim, à época distrito do município-sede104.
Houve, ainda, outros dois vetores de crescimento urbano: o primeiro, denominado Além Linha,
do centro em direção ao norte, que concentrava grande parte das vilas operárias formadas pelas
fábricas têxteis e pelas oficinas que faziam o atendimento à Estrada de Ferro Sorocabana; e o
segundo, chamado de Além Ponte, que seguia para leste, fazendo a ligação de Sorocaba com a
capital 105.
Se a mancha urbana de Sorocaba desenvolveu-se, de início, ao longo da linha férrea, no sentido
leste-oeste, posteriormente, essa mancha apresentou crescimento para o norte e oeste e a porção
centro-sul representa a área com mais infraestrutura, serviços e equipamentos de lazer106.
100
SÃO PAULO. (Estado). Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos. Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê. Relatório Zero. Caracterização Geral da Unidade de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (UGRHI) 10. 15/05/00. Disponível em:
http://www.sigrh.sp.gov.br/sigrh/ARQS/RELATORIO/CRH/CBH-SMT/258/relsmtseg.pdf . Acesso em: 23 mai. 2011.
101
FREY, op. cit.
102
SONODA, Érica Cátie. Evolução Econômica e Mudanças na Estrutura Produtiva da Região Administrativa de Sorocaba (1980-2005).
Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia, 2007.
103
CARVALHO, Rogério Lopes Pinheiro de. Aspectos da modernidade em Sorocaba: experiências urbanas e representações 1890-1914.
Revista de História, São Paulo, n. 151, dez. 2004. Disponível em
http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-83092004000200008&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 17
out. 2011.
104
FREY, op. cit.
105
IDEM.
106
BUGANZA, Cintia Peres. Estudo da situação pré-metropolitana de Sorocaba: características e perspectivas. São Paulo: Universidade
de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, 2010.
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67
Na área da AU, três elementos físicos atuam como organizadores da mancha urbana: o Rio
Sorocaba, que corta a cidade no sentido norte-sul, e passa pelos municípios de Boituva, Iperó e
Votorantim; a Rodovia Raposo Tavares, que corta o município de Sorocaba em seu extremo sul,
no sentido leste-oeste e passa pelos municípios de São Roque, Mairinque, Alumínio, Votorantim e
Araçoiaba da Serra; e a linha férrea, que corta o centro da cidade, também no sentido leste-oeste,
além dos municípios de Mairinque, Alumínio, Itu, Iperó e Votorantim107.
A Rodovia Raposo Tavares corta a área de conurbação entre Sorocaba e Votorantim e é o
principal eixo de desenvolvimento urbano no sentido Sorocaba – Araçoiaba da Serra, pela
localização de loteamentos fechados e condomínios horizontais. Em São Roque, a Rodovia se
transforma, praticamente, em avenida, evidenciando sua influência na urbanização da região108.
Se Sorocaba é o município-polo da AU, sua polarização sobre os demais municípios é considerada
reduzida. Dentre os principais fatores inibidores estão: a proximidade com relação à RMSP, RMC
e mesmo o município de Piracicaba que, por exemplo, polariza os de Tietê e Porto Feliz; o fato
das sub-regiões de Avaré e Botucatu desenvolverem poucas relações comerciais e nem mesmo
utilizarem os serviços da cidade-polo. A grande distância que, ao mesmo tempo, favoreceu o
comércio local fez com que a população preferisse recorrer à cidade-sede da RA de Bauru, na
necessidade de serviços mais complexos109.
A RMSP exerce atração sobre os municípios de São Roque, Mairinque e Alumínio. Itu estabelece
forte ligação com o município de Salto e ambos possuem uma tendência de intensificação de suas
dinâmicas funcionais, ligadas à Indaiatuba, integrando-se à área sob influência da RMC110.
Em termos de conurbação, esse processo, entre Sorocaba e Votorantim, é intenso, e se faz por
uma avenida expressa que liga o centro comercial de ambas, numa distância de aproximadamente
cinco quilômetros. As cidades de Mairinque e São Roque também apresentam ponto de
conurbação, enquanto Itu e Salto possuem uma forte tendência de expansão entre seus limites111.
A Aglomeração Urbana de Sorocaba apresentou expressivos crescimentos populacionais, nas
últimas décadas. A tendência se manteve, entre 2000 e 2010, quando sua taxa anual de
crescimento populacional foi de 1,66%, superior à da RA de Sorocaba, de 1,29%. No mesmo
período, essa taxa foi de 0,97%, na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP); 1,20%, na Região
Metropolitana da Baixada Santista (RMBS); e 1,09%, na média do Estado de São Paulo112.
A AU abrigava 1,3 milhão de habitantes, em 2010, ou 46% do total da RA, e sua taxa anual de
crescimento populacional, entre 2000 e 2010, foi diferenciada entre o município de Sorocaba e os
demais municípios. Ao contrário do ocorrido em outras aglomerações urbanas do Estado, no
município-polo, a taxa foi de 1,75%, superior às de Alumínio, Itu, Mairinque, Porto Feliz, Salto,
Salto de Pirapora, São Roque e Votorantim. Sorocaba está entre os municípios com taxas mais
elevadas, em todo o período analisado.
107
IDEM.
IDEM.
109
SONODA, op. cit.
110
IDEM.
111
IDEM.
112
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Fundação Seade. Informações recentes revelam
redução da migração no Estado de São Paulo e em suas metrópoles. São Paulo: SP Demográfico, ano 11, nº. 3, abril de 2011.
108
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68
Em Araçoiaba da Serra, Boituva e Iperó, a oeste do município de Sorocaba, a taxa foi,
respectivamente, de 3,26%, 3,74% e 4,42%. No caso de Araçoiaba da Serra, o crescimento
populacional pode estar associado ao processo de expansão imobiliária recente de Sorocaba, que
extrapolou os limites municipais, a partir da duplicação da Rodovia Raposo Tavares, quando foi,
significativamente, ampliada a oferta de condomínios horizontais e de chácaras em Araçoiaba,
principalmente ao longo daquela rodovia113.
O desenvolvimento da aglomeração de Sorocaba teve sua dinâmica recente influenciada pela
montagem e modernização de denso sistema viário regional, principal fator determinante da
atratividade regional no processo de interiorização do parque produtivo, além da proximidade que
se encontra das duas Regiões Metropolitanas do Estado: a de São Paulo e a de Campinas114.
As rodovias que cortam parte do espaço compreendido pela AU de Sorocaba acabaram criando
dois eixos preferenciais para a localização das atividades industriais, assim provocando um
processo de expansão das manchas urbanas em alguns municípios. O primeiro eixo liga Sorocaba à
RMSP envolvendo os municípios de Alumínio, Araçariguama, Mairinque e São Roque, pelas
Rodovias Castello Branco e Raposo Tavares e pela ferrovia. O segundo eixo liga Sorocaba a Salto e
Itu, pela Rodovia Santos Dumont115.
Dentre suas particularidades, cabe destacar a proximidade e a facilidade com que as pessoas se
deslocam até a RMSP. Tais facilidades acabaram inibindo a existência de maior complexidade das
funções urbanas, principalmente na prestação de serviços, pelo fato de a população de alguns
municípios de seu entorno, e inclusive da própria cidade de Sorocaba, recorrer aos serviços
encontrados na capital116.
Municípios da AU de Sorocaba mais próximos da RMSP, como Sorocaba, Itu, Salto, Votorantim e
Mairinque, atraíram novas firmas através da construção de distritos industriais, concessões de
terrenos às margens desses investimentos e ofertas de isenções tributárias117. Nesses municípios, a
produção industrial se expandiu e implantou-se boa infraestrutura urbana. Em outros, como, por
exemplo, Porto Feliz, Iperó, Salto de Pirapora e São Roque, há, também, expressiva presença de
indústrias, mas não se encontram as mesmas condições de desenvolvimento urbano dos
municípios mencionados anteriormente118.
A intervenção pública permitiu que mudanças ocorressem na estrutura produtiva. Houve
implantação de indústrias metalúrgica, mecânica, de material elétrico e química, o que viabilizou
ampliação da produção, tanto de bens intermediários, como de capital e de consumo duráveis119.
113
FREY, Henrique; CAIADO, Aurílio Sérgio Costa. Notas sobre as modalidades de deslocamento espacial da população na Aglomeração
Urbana de Sorocaba-SP. In Anais do XIV ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR. Rio de Janeiro, Maio de 2011.
114
SONODA, op. cit.
115
IDEM.
116
IDEM.
117
IDEM.
118
BAENINGER, Rosana (Org.). Pólo Regional de Sorocaba. In Pólos Regionais – São José dos Campos, Sorocaba e Ribeirão Preto.
Campinas: Núcleo de Estudos de População/Núcleo de Estudos de Políticas Públicas/Instituto de Economia – Unicamp, 2010.
119
SONODA, op. cit.
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• Centro Urbano de Botucatu
O tropeirismo também esteve na origem do povoamento de Botucatu, que recebeu, ainda, o
reflexo do declínio da mineração. O município, no entanto, começou a se desenvolver,
efetivamente, na década de 1870, através dos primeiros ganhos obtidos com a produção
cafeeira120. Em 1889, a Estrada de Ferro Sorocabana atingiu Botucatu e ficou sendo conhecida
como "Boca do Sertão", desenvolvendo agroindústrias e servindo de entreposto até 1930.
A crise de 1929 teve impactos negativos, em Botucatu, mas o estágio de desenvolvimento de sua
economia urbana já havia possibilitado a presença de pequeno setor industrial e de significativo
setor de serviços. A indústria, então, se expandiu com fábricas de móveis, máquinas agrícolas,
equipamentos mecânicos e curtumes121.
Até a década de 1930, o comércio do município estava estruturado em casas de gêneros
alimentícios, armazéns e lojas de secos e molhados, concentrados em duas regiões da cidade, uma
no centro e outra norte da cidade, no Bairro da Estação (atual Vila dos Lavradores). Antes, esses
tinham a finalidade de abastecer as necessidades básicas da população e fornecer mercadorias para
as fazendas de café122.
Desde essa época, a cidade já possuía influência regional e, atualmente, é considerada Centro
Urbano que polariza suas cidades limítrofes. Contudo, a cidade sofre influência da Aglomeração
Urbana de Bauru123.
O município de Botucatu está inserido em três Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos:
a UGRHI-05, dos rios Piracicaba/Capivari/Jundiaí, localizada no extremo norte do município, junto
à Represa Barra Bonita, onde se encontra a foz do Rio Piracicaba; a UGRHI-l0, dos rios
Tietê/Sorocaba, que abrange, praticamente, metade do município; e a UGRHI-17, do Médio
Paranapanema, cujo afluente, o Rio Pardo, envolve a porção sul do município124.
Botucatu se encontra em área geomorfológica denominada “Cuesta de Botucatu”, desnivelamento
brusco entre o alto da Serra de Botucatu e a baixada do Rio Tietê, que contorna a cidade ao norte
e ao leste, estando a cidade na parte mais alta125. Esta formação é protegida, desde 1984, pela
existência de Área de Proteção Ambiental. A vizinhança deste desnível e a posição elevada da
cidade lhe proporcionam um microclima específico, marcado por brisa constante e ventos
intensos, no inverno126.
120
IDEM.
PIZA, João Fernando Blasi de Toledo. A formação de povoados na região de Botucatu. São Paulo: Universidade de São Paulo,
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, 2007.
122
Castilho, Raquel Camalionte. GÊNESE E EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO DE BOTUCATU/SP. In Anais do II Ciclo de Idéias e Debates
do GEDRI, Universidade Estadual Paulista (UNESP). Ourinhos, 15 a 19 de outubro de 2007. Disponível em:
http://www.ourinhos.unesp.br/gedri/2ciclo/anais_2ciclo.pdf. Acesso em: 23 nov. 2011.
123
IDEM.
124
INFORMAÇÕES sobre Botucatu – Hidrografia. Em: http://linksdebotucatu.blogspot.com/2010/01/hidrografia.html. Acesso em: 9
ago. 2011.
125
MENA, Fábio Eduardo de Souza. Clima e turismo no município de Botucatu – SP. Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Geociências e Ciências Exatas. Rio Claro: 2004.
126
PIZA, João Fernando Blasi de Toledo. O Tratamento dado às APPs e APAs no Plano Diretor Participativo de Botucatu. Em:
http://www.arquitetura.ufc.br/professor/Clarissa%20Sampaio/2011-1%20PU-1/etapa%2002/artigos%20seminario%20APP/GT1113-101-20070731161218.pdf. Acesso em: 9 ago. 2011.
121
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A Cuesta se caracteriza por paredão abrupto com face voltada à leste, seguido de declínio que se
estende a oeste, até a margem do Rio Paraná, e se constitui um importante divisor de águas, com
várias nascentes, que correm tanto para a Bacia do Rio Tietê, quanto para a do Rio Paranapanema.
O município abrigava 108 mil habitantes, em 2010, ou 3,9% do total da RA. Sua taxa anual de
crescimento populacional, entre 2000 e 2010, foi inferior à dos períodos 1980/1991 e 1991/2000.
Ainda assim, registrou, entre 2000 e 2010, taxa de 1,63%, superior à da RA de Sorocaba, de
1,29%, e à média do Estado de São Paulo, de 1,09%.
Os anos 1960 e 1970 se caracterizaram como de retomada do desenvolvimento de Botucatu, com
a chegada de diversas indústrias ao município, que conta, ainda, com importante setor de
comércio e serviços, principalmente, na área de saúde e educação, com a presença da UNESP,
cujo curso de medicina foi aberto em 1976. Essas atividades possuem grande influência regional e
justificam parte do poder centralizador deste espaço urbano frente a outros espaços127.
Botucatu é, ainda, referência na disseminação da agricultura orgânica, com a fundação da Estância
Demétria, que trabalha com os princípios da agricultura biodinâmica, e a criação do Instituto
Biodinâmico-IBD, em 1984, uma das maiores certificadoras do país, cujo selo tem aceitação
internacional128.
Botucatu se favorece, adicionalmente, de estar em importante eixo viário, contando com as
rodovias Castello Branco e Marechal Rondon, a ferrovia e o aeroporto regional129. A facilidade de
acesso ao município tem estimulado a formação de condomínios de lazer, seja no campo, seja às
margens de lagos, ou pela transformação de pequenas propriedades rurais em chácaras de lazer130.
Botucatu conta, também, com potencial turístico de seu patrimônio natural, representado pelos
ecossistemas que compõe a “Cuesta de Botucatu”.
• Centro Urbano de Itapetininga
O município de Itapetininga teve grande desenvolvimento no século XIX, como ponto chave no
percurso dos tropeiros, pois, antes de Sorocaba, onde havia a grande feira de compra e venda, os
animais lá invernavam, ou seja, ficavam pastando para recuperar peso perdido na marcha desde o
sul do país131.
Itapetininga situa-se na Bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema (UGRHI 14). O Rio Itapetininga,
que abastece a cidade, nasce da confluência do rio Turvo com o rio Pinhal, no município de
Sarapuí, e deságua no rio Paranapanema, no município de Campina do Monte Alegre132.
Itapetininga, situada às margens da Rodovia Raposo Tavares, tem se beneficiado de sua localização,
um importante entroncamento na derivação da Rodovia SP 127 que faz a ligação com o sudoeste
127
CASTILHO, Raquel Camalionte. Botucatu - Equipamentos de consumo coletivo de saúde e educação, 27-3-2010. Disponível em:
http://eventos.filo.uba.ar/index.php/geocritica/2010/paper/view/60. Acesso em: 9 ago. 2011.
128
PEROSA, José Matheus Yalenti et. al. O Estímulo local e o consumo de produtos orgânicos em Botucatu, SP. Revista de Estudos
Sociais - ano 11, n. 22, v. 2, 2009. Disponível em: http://200.129.241.94/index.php/res/article/viewFile/215/182. Acesso em: 9 ago.
2011.
129
SONODA, op. cit.
130
PIZA, João Fernando Blasi de Toledo. A formação de povoados na região de Botucatu. Op. cit.
131
ZOCCHI, Paulo. Paranapanema: da nascente à foz. São Paulo: Audichromo, 2002.
132
ITAPETININGA. Disponível em: http://www.spvias.com.br/turismo/default.asp Acesso em: 9 ago. 2011.
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do estado de São Paulo e o norte do Paraná, através das rodovias SP 258 (que liga Capão Bonito à
Apiaí e Ribeira) e SP 250 (que liga Capão Bonito a Itapeva e Itararé)133.
O município abrigava 125 mil habitantes, em 2010, ou 4,5% do total da RA. Sua taxa anual de
crescimento populacional, entre 2000 e 2010, foi inferior à dos períodos 1980/1991 e 1991/2000.
Itapetininga, no entanto, registrou, entre 2000 e 2010, taxa de crescimento populacional de
1,41%, que, como a do Centro Urbano de Botucatu, foi superior à da região, de 1,29%, e à média
do Estado de São Paulo, de 1,09%.
Itapetininga destaca-se pela produção agropecuária e florestal, cujo suporte científico e
tecnológico é viabilizado pelo Centro Tecnológico Florestal, com sede no município, que
desenvolve pesquisas nas áreas de solo e nutrição, manejo florestal, mecanização florestal,
biotecnologia e melhoramento genético134.
133
134
SONODA, op. cit.
SUZANO Papel e Celulose. Resumo Público do Plano de Manejo Florestal. São Paulo: s/d.
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Planejamento Regional
Marcelo Sacenco Asquino
Ivani Vicentini
Maria Angélica Campello Pasin Portella Pereira
Carmen Célia Granziera Miyake
Leila Tendrih
Manuela Santos Nunes do Carmo
Pablo March Frota de Miranda Lima
Sandra Matsuzaki Costa
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