arevistadocrédito

Transcrição

arevistadocrédito
financeiro
financeiro
arevistadocrédito
edição
82
set
LUIZ MOAN,
PRESIDENTE
DA ANFAVEA,
ABORDA EM
ENTREVISTA
EXCLUSIVA A
IMPORTÂNCIA
DO INOVAR-AUTO,
A NECESSIDADE
DE MAIOR
COMPETITIVIDADE
DA INDÚSTRIA E
DO AUMENTO DAS
EXPORTAÇÕES
setembro 2013 edição 82
Mercado veloz
ESPECIALISTAS DEBATEM O FUTURO DA ATIVIDADE BANCÁRIA
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conteúdofinanceiro
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48
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Páginas Azuis
52
42
Com cardápio franco-italiano, restaurante
Anfavea, fala sobre a importância do programa
Kaá atrai 12 mil executivos por mês
Inovar-Auto e da necessidade de aumentar a
competitividade do setor automotivo no Brasil
14
48
Evento Futuro
da atividade bancária
Educação Financeira
Cultura
Museu leva projeto Estação da Língua
para outras cidades do Estado
Acrefi e Serasa Experian abordam as premissas
22
Happy Hour
Na entrevista do mês, Luiz Moan, presidente da
52
Vida Pessoal
Gestor de fundos de investimentos sai da rotina
e mergulha nos esportes radicais
Itaú Unibanco ensina como administrar o orçamento
26
36
Especial Cadastro Positivo
artigos
Em vigor desde 1º de agosto, banco de dados
deve privilegiar bom pagador
20 Julia Spinassé Socioambiental
34 Erik Mazzei Tecnologia
Negócios & Lazer
40 Marcel Domingos Solimeo Crédito
46 Décio Farah Correspondentes
Com toque brasileiro, Hotel Grand Hyatt se prepara
para atender o público da Copa
56 Alberto Borges Matias Análise e Perspectivas
66 Nicola Tingas Palavra Final
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expediente
financeiro
ISSN 1809-8843
Publicação da Acrefi – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento
Rua Líbero Badaró, 425 – 28o andar – São Paulo – SP
Tel: (11) 3107–7177 Fax: (11) 3106–6082 – www.acrefi.org.br
Presidente
Érico Sodré Quirino Ferreira
Vice-Presidentes
Aquiles Diniz Carlos Alberto Samogin, Cláudio Messias Ferro,
Décio Carbonari de Almeida, Élcio Azevedo, Elias de Souza, Felicitas Renner e Luis Félix Cardamone
Secretário
Sérgio Cipovicci
Tesoureiro
Alexandre Teixeira
Diretores Regionais
José Agnelo Seger, Leonardo Dadauto, Luiz Carlos do Nascimento, Paulo Dalla Nora,
Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Pedro da Costa Carvalho e Sebastião Cunha
Diretores-Executivos
João dos Santos Caritá Júnior e Rubens Bution
Montadoras
Edson Froes, Edson Ueda, Eduardo Varella, Felipe César Rodrigues Ferreira,
Gunnar Murilo, Joelcyr Carmello e Nelson Aguiar
Diretores Conselheiros
José Carlos Alves e Victor Loyola
Conselho Consultivo
Alkindar de Toledo Ramos, Manoel de Oliveira Franco e Ricardo Malcon (membros natos);
Décio Carbonari de Almeida, Flávio Antonio Meneghetti, Ilídio Gonçalves dos Santos,
Miguel José Ribeiro de Oliveira, Ricardo Loureiro e Rogério Pinto Coelho Amato (membros)
Conselho Fiscal
Domingos Spina e Sérgio Darcy (efetivos)
Geraldo Lima Wandalsen e Marcus André de Oliveira (suplentes)
Diretor Superintendente
Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho)
Controller
Carlos Alberto Marcondes Machado
Economista-Chefe
Nicola Tingas
Auditoria
Deloitte Touche Tohmatsu
Assessoria Contábil
AG Silveira Contabilidade
Assessoria de imprensa
Tamer Comunicação Empresarial
Rua Novo Horizonte, 311 – Pacaembu – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3125–2244 – CEP 01244-020 – www.gpadrao.com.br
Publisher
Roberto Meir
REDAÇÃO
Editora
Gisele Donato
Editora assistente
Juliana Jadon
Repórteres
Érica Martin, Isabella Villalba e Melissa Lulio
Fotografia
Douglas Luccena
Arte
Projeto Artma Design Gráfico
designers Érika Bernal e Flávio Pavan
Revisor João Hélio de Moraes
Publicidade
Diretora Comercial – Fabiana Zuanon – [email protected]
Gerente de Negócios – Adriana Próspero – [email protected]
Impressão IBEP Gráfica Ltda.
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editorial
H
á seis anos, a euforia com que foi anunciada a descoberta de uma reserva de
petróleo no litoral sudeste (o chamado pré-sal) fez com que muitos acreditassem que o sonho de “Brasil
Grande” finalmente estivesse se tornando realidade. As reservas seriam gigantescas (de 5 a 8 bilhões de
barris só no campo de Tupi), e o Brasil não só passaria a ser autossuficiente em petróleo, mas também se
tornaria exportador do produto. Houve até quem cogitasse a entrada do País na Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep), que reúne os maiores produtores mundiais do setor. Alguns garantiam
que a Petrobras passaria a figurar lado a lado no ranking dos tradicionais gigantes mundiais desse mercado, como Exxon e Shell.
As comemorações pela descoberta faziam crer que viveríamos um período de abundância econômica
graças ao petróleo, tornando o País um importante fornecedor de energia para o mundo. Parecia mesmo
que dávamos um passo histórico em direção ao desenvolvimento sustentável do Brasil. Mas assistimos a
mais um triste episódio em que o excesso de burocracia e a falta de visão colocam no chão o que poderia
ser um ponto de alavancagem para a economia.
Foto: Flávio Roberto Guarnieri
Morrendo na praia, outra vez
Como infelizmente acontece no Brasil, a demora em tomar decisões importantes, o viés ideológico e
a falta de discernimento fazem com que, pela enésima vez, desperdicemos uma oportunidade de ouro.
Como outros países preferem ser mais práticos e diretos, a postergação de decisões em relação ao pré-sal
nos faz perder “o bonde da história”. Como se vê nos Estados Unidos, o gás de xisto ganha força como
combustível do futuro, colocando dúvidas sobre se o mundo precisará “correr atrás” de petróleo para
suprir as necessidades energéticas.
A racionalidade foi colocada de lado. Discutiu-se o que fazer com os recursos que seriam originados
a partir do petróleo do pré-sal antes que se materializassem. A disputa por esse “dinheiro virtual” levou a
uma competição em relação aos royalties que viriam da extração do petróleo naquela área.
Houve a suspensão dos leilões de áreas que poderiam interessar às companhias de petróleo – um claro
desestímulo ao investimento e um retardamento em um processo que teria de ser tocado com rapidez.
Além disso, as leis que abrangem o setor foram reformuladas. Com a burocracia morosa, o processo se
estendeu por anos até ser aprovado pelo Congresso.
A Petrobras passou de “grande heroína” a uma das “vítimas” desse processo. A empresa assumiu
enorme dívida para a aquisição de equipamentos destinados à exploração e, por força da nova legislação,
vai operar exclusivamente os blocos de exploração com direito à participação de, no mínimo, 30% em
cada bloco (mesmo que não tenha recursos para cumprir essa meta). A estatal vai gerenciar praticamente
todas as plataformas do pré-sal. Isso representa fortes perdas para a empresa e demora no projeto.
O fato é que o projeto do pré-sal não só está atrasado, como corre sério risco de perder seu peso específico. Como o mundo não parou enquanto o Brasil discute quem vai ficar com
os “ovos de ouro”, o gás de xisto é uma realidade que se desenha como principal
fator de mudança da matriz energética global. O pré-sal ameaça tornar-se obsoleto. E o Brasil perde, por conta de uma visão distorcida e injustificável, mais
uma grande chance para crescer de verdade.
Érico Sodré Quirino Ferreira
Presidente da Acrefi
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nossasassociadas
ACFI – Aymoré Crédito, Financiamento e Investimento S.A.
BMW Financeira S.A. CFI
Agiplan Financeira S.A. CFI
BV Financeira S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco A.J. Renner S.A.
Caixa Econômica Federal
Banco Bonsucesso S.A.
Caruana S.A. – Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Bradesco Financiamentos S.A.
Cetelem Brasil S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco do Brasil S.A.
Credi Capixaba S.A . – Soc. Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Cacique S.A.
Credifibra S.A. CFI
Banco Carrefour S.A.
Dacasa Financeira S.A. – Socied. de Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Cifra S.A.
Finamax S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Citibank S.A.
Financeira Alfa S.A. – Crédito, Financiamento e Investimentos
Banco Citicard S.A.
Financeira BRB
Banco Daycoval S.A.
Herval Financeira S.A. CFI
Banco De Lage Landen Financial Services Brasil S.A.
HSBC Bank Brasil S.A. Banco Múltiplo
Banco Ficsa S.A.
Kredilig S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Fidis S.A.
Lecca – Crédito, Financiamento e Investimento S.A.
Banco Gerador S.A.
Mercantil do Brasil Financeira S.A. – Crédito, Financiamento e Investimentos
Banco GMAC S.A.
Midway S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Honda S.A.
Múltipla CFI S.A.
Banco Intermedium S.A.
Negresco S.A. – Crédito, Financiamento e Investimentos
Banco Itaú S.A.
Omni S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Itaucard S.A.
Parati Crédito, Financiamento e Investimento S.A.
Banco Panamericano S.A.
Pernambucanas Financiadora S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco PSA Finance Brasil S.A.
Portocred S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Rodobens S.A.
Portoseg S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Safra S.A.
Santana S.A – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Santander Brasil S.A.
Sax S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Semear S.A.
Socinal S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Toyota do Brasil S.A.
Sorocred – Crédito, Financiamento e Investimento S.A.
Banco Volkswagen S.A.
Sul Financeira S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banco Yamaha Motor do Brasil S.A.
Todescredi S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento
Banif Banco Internacional do Funchal (Brasil) S.A.
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entrevistadomês
Caminho aberto
para o mercado
de veículos
Em entrevista exclusiva, Luiz Moan, presidente da
Anfavea, fala sobre competitividade, exportação e
a importância do programa Inovar-Auto
Por Gisele Donato
Entidade que reúne um conjunto de empresas responsável por mais de 20% do PIB industrial
e por enorme volume de arrecadação de
impostos, além da geração de empregos e desenvolvimento de tecnologia, a Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) tem como presidente Luiz Moan, que ocupa
o cargo desde abril desse ano. Para o executivo, o
grande desafio de sua gestão é aumentar a competitividade no mercado de veículos do Brasil e
o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica
e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos
Automotores (Inovar-Auto), desenvolvido em
conjunto com o governo federal, tem sido fundamental para a ampliação da indústria local, já que
incentiva a produção nacional e atrai investimentos no setor. Foram anunciados R$ 72 bilhões até
2017 para o desenvolvimento de novos produtos
e instalação de fábricas no País.
Economista e diretor de assuntos institucionais
da General Motors, Luiz Moan Yabiku Junior
ocupará o cargo de presidente da Anfavea até
abril de 2016. Ele atua no setor automotivo há
mais de 30 anos, com passagens pela Volkswagen
do Brasil e a própria Anfavea, da qual foi diretor
executivo. Na gestão 2010-2013, foi o primeiro
vice-presidente da Anfavea/Sinfavea. Confira a
seguir entrevista exclusiva com o presidente da
associação.
Revista Financeiro – Quais são os maiores
desafios de ser presidente da Anfavea?
Luiz Moan – Ser presidente de uma associação que reúne 28 empresas representa um grande
desafio. Afinal, temos produtores de automóveis,
caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. Somos
responsáveis por mais de 20% do PIB industrial e
por um enorme volume de arrecadação de impostos, além de geradores de empregos e desenvolvedores de tecnologia. Somos uma entidade na qual
coexistem concorrentes nos diferentes setores e
cujas reuniões semanais são a melhor maneira de
encontrar consenso sobre uma variedade enorme
de assuntos. Ideias conflitantes tornam-se, pelo
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Fotos: João Luiz Oliveira (Tecnifoto)
Luiz Moan,
presidente da
Anfavea – “O crédito
é fundamental
para estimular a
economia, dando
a possibilidade
de o consumidor
financiar a compra
de um veículo novo”
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entrevistadomês
Financeiro – Analise o mercado de veículos
atualmente no Brasil. Quais os maiores entraves
desse setor?
Luiz Moan – O mercado de autoveículos no
País caminha para um bom resultado. Com base
nisso, revisamos as projeções de exportações do
setor para o fim do ano e esperamos um crescimento de 20% nas exportações. Também aumentamos as nossas expectativas para o mercado de
máquinas agrícolas. Neste mês, será divulgada a
revisão dos números para o mercado interno e a
produção de veículos.
As maiores dificuldades para o setor, atualmente,
são as altas cargas tributárias nos produtos locais
com relação a outros países, o que prejudica a
competitividade da indústria. Para se ter uma
ideia, a participação dos tributos sobre automóveis de 1.0 a 2.0 flex no País é de 26,8%, enquanto que nos Estados Unidos é de 5,7% e, na Itália,
17,3%. Precisamos buscar mecanismos para reduzir essa carga e aumentar nossa produtividade
para nos tornarmos mais competitivos.
Financeiro – Qual a importância do Inovar-Auto para o desenvolvimento da indústria automobilística no Brasil?
Luiz Moan – O programa Inovar-Auto tem
sido fundamental para o desenvolvimento da indústria local, uma vez que incentiva a produção
nacional e atrai investimentos para o setor. Prova
disso são os R$ 72 bilhões anunciados até 2017
para o desenvolvimento de novos produtos e instalação de fábricas no País. Além disso, o programa contribui para a criação de novos postos de
trabalho em toda a cadeia produtiva e ainda se
reflete na redução do preço dos veículos. O que
é importante para o consumidor é que ele tem
acesso a carros cada vez mais eficientes, seguros e
com alto índice de tecnologia embarcada.
Financeiro – Já podemos mensurar quais os
impactos desse regime no mercado? Quantas
empresas já abriram fábrica no Brasil com esse
incentivo?
‘‘
exercício da argumentação, mais próximas umas
da outras. Até que, democraticamente, surge a solução negociada – aceita por todos, mesmo que
com algumas ressalvas.
O grande desafio desta gestão é aumentar a competitividade do Brasil e, para isso, desenvolvemos
em conjunto com o governo federal o programa
Inovar-Auto. Ele incentiva a produção local e tem
atraído investimentos em inovação e engenharia,
além de criar mais empregos. Também estamos
estruturando um programa de exportação, o
Exportar-Auto. Quando alcançarmos a meta de
1 milhão de veículos exportados, em 2017, estaremos com um grau de competitividade mais
elevado.
‘‘
‘‘
‘‘
A meta é exportar 1 milhão de veículos
em 2017, o que representará 20% da
produção daquele ano
Acreditamos que a integração dos vários modais é
fundamental para criar um sistema de transporte
inteligente e com melhor grau de eficiência
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Luiz Moan – Com certeza já sentimos os
impactos do novo regime automotivo. Primeiramente pela redução das taxas de IPI, que tem
sido importante para o consumidor, e também
pelo anúncio de investimentos no setor até 2017.
Muitas empresas já anunciaram novas fábricas no
Brasil, como Nissan, JAC Motors, BMW, Chery,
Mitsubishi Motors, Honda, Caoa e, no grupo de
caminhões pesados, DAF Caminhões, Metro-Shacman e Foton.
Financeiro – Para alavancar a cadeia produtiva, uma de suas metas é criar o Inovar-Peças.
Quais são as expectativas com esse projeto?
Luiz Moan – Temos grandes expectativas, afinal, não há indústria produtora de automóveis
sem uma base sólida de fornecedores. Estamos
em contato com o Sindipeças para criar um programa eficiente e promover a indústria local, contribuindo para o aumento da competitividade.
Financeiro – Em outros países, a presença de
veículos híbridos e elétricos é significativa. Como
está o mercado brasileiro nesse sentido?
Luiz Moan – Apresentamos no mês passado
para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior uma proposta de consenso
da indústria automobilística para introdução de
novas tecnologias de propulsão para automóveis
e comerciais leves. Na Europa e nos Estados Unidos, a presença de veículos elétricos e híbridos é
sensível. Já temos a tecnologia nos produtos, mas
precisamos de iniciativas que contribuam para a
penetração dos veículos no mercado interno.
Financeiro – Uma de suas prioridades é alavancar as exportações. Como espera alcançar
esse objetivo?
Luiz Moan – Para alavancar as exportações, estamos estruturando o Exportar-Auto, programa
que tornará o Brasil, novamente, uma plataforma
de exportação de veículos. Nossa meta é exportar
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entrevistadomês
Financeiro – Qual a probabilidade de as
operações de leasing voltarem a ser representativas na venda de automóveis?
Luiz Moan – Há uma possibilidade de voltarem as operações com leasing. Inclusive estamos em contato com o governo para analisar o
retorno delas. Essa prática foi marginalizada nos
últimos anos por questões legislativas, uma vez
que o concedente se tornava responsável por encargos, como as multas.
Financeiro – Quanto à produtividade e
competitividade das empresas do setor, quais as
metas da Anfavea para que os mercados interno
e externo sejam aquecidos nos próximos anos?
Luiz Moan – Projetamos um crescimento das
exportações em 20% até o fim do ano. O desempenho das exportações é fruto do aquecimento
dos mercados importadores e não reflete melhoria de nossa competitividade. Ainda para o próximo mês, vamos rever os resultados para o mercado interno e para produção de autoveículos.
Para o segmento de máquinas agrícolas, as projeções
foram revisadas para cima. As expectativas para vendas
‘‘
internas saltaram de 4% a 5% para 18,4% e as de produção de 3% para 13,5%. As razões para os novos números envolvem o ótimo desempenho da safra agrícola e
as condições de financiamento do Finame PSI.
Financeiro – Alvo de muitas críticas, o automóvel vem sendo apontado como vilão do
trânsito caótico dos grandes centros urbanos.
Como o senhor pretende defender o uso do veículo particular em tempos em que o transporte
coletivo é incentivado ao máximo?
Luiz Moan – A Anfavea promove e participa
de discussões para melhorias do transporte público. Representamos a indústria automobilística – automóveis, comerciais leves, caminhões,
ônibus e máquinas agrícolas – e acreditamos que
a integração dos vários modais é fundamental
para criar um sistema de transporte inteligente e
com melhor grau de eficiência.
Criar mecanismos para melhorar o transporte
público não exclui os automóveis do desejo de
compra das famílias. Pelo contrário. Se analisarmos os países desenvolvidos, vamos perceber
que, mesmo com um transporte eficiente, a relação habitante/veículo é extremamente favorável. Ou seja, mobilidade inteligente não significa
queda nas vendas de automóveis. f
Para este ano, as vendas internas do
segmento de máquinas agrícolas deverão
saltar de 4% a 5% para 18,4%, e a produção
deve aumentar de 3% para 13,5%
‘‘
1 milhão de veículos em 2017, o que representará 20% da produção daquele ano.
‘‘
‘‘
A projeção é que o crescimento das
exportações no setor até o fim deste
ano seja de 20%
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eventofuturodaatividadebancária
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Evolução
do mercado
Economia global, o papel das agências bancárias
e a análise de perfis de clientes são abordados em
evento da Acrefi em parceria com a Serasa Experian
Por Juliana Jadon
Fotos: Shutterstock / Douglas Luccena
Ao jogar dois dados para o alto,
nos segundos em que estão no ar,
pouco se sabe sobre a posição em
que irão ficar e o resultado. Existe,
nesse instante, a expectativa do jogador e a probabilidade de acertar
o número estimado. Da mesma
maneira, o futuro do mercado, de
um país ou de uma economia é
uma incógnita. Diversos fatores
inesperados podem surgir durante
o percurso e pôr em xeque determinada previsão. Por isso, economistas, consultorias e grandes
empresas de análise procuram trabalhar com dados cada vez mais confiáveis para diminuir o risco – seja o da inadimplência, o de uma crise, o
de administrar o negócio erroneamente – e tentam prever o tempo que
ainda está por vir.
O futuro da atividade bancária foi tema de evento da Acrefi em parceria
com a Serasa Experian. “Se o futuro do mercado financeiro vai ser mais
róseo do que o atual ou não, ninguém sabe. Mas uma coisa é muito clara: o banco ou uma atividade semelhante desempenham um importante
papel há séculos; portanto, irá existir por mais um bom tempo”, diz o presidente da Acrefi, Érico Sodré Quirino Ferreira.
“Não devemos perder de vista a principal missão do sistema financeiro
com o crédito, que é a de gerar economia, capturar os excedentes e colocar à disposição do desenvolvimento do País”, reforça Ricardo Loureiro,
presidente da Serasa Experian.
Érico Sodré
Quirino Ferreira,
presidente da
Acrefi
“Se o futuro
do mercado
financeiro vai ser
mais róseo do
que o atual ou
não, ninguém
sabe. Mas uma
coisa é muito
clara: o banco ou
uma atividade
semelhante
desempenham
um importante
papel há séculos;
portanto, irá
existir por mais
um bom tempo”
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eventofuturodaatividadebancária
Mundo em perspectiva
Diferentemente das possibilidades dos dados e de
contar com a sorte, números baixos de crescimento
econômico são esperados mundo afora para este ano.
“O chamado New Normal (Novo Normal) faz com
que os mercados cresçam, porém menos”, conclui David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of
America Merrill Lynch, em sua análise sobre o cenário econômico global.
O PIB potencial do Brasil, por exemplo, que era estimado em 3% ou 4% para 2013, teve a expectativa reduzida para 2,5%. Segundo ele, a China também está
em desaceleração e a Europa permanece em situação
complicada, com previsão de crescimento de 0,5%.
Apenas os Estados Unidos começam a reagir, prevendo crescer entre 2,5% e 3%.
Segundo o especialista, dois fatores que ajudaram o Brasil a ter um boom de crescimento
em anos anteriores atualmente estão mais fracos.
Primeiramente a China, que ajudava o setor de
Ricardo Loureiro, da
Serasa Experian
“Não devemos perder de
vista a principal missão
do sistema financeiro
com o crédito, que é
a de gerar economia,
capturar os excedentes e
colocar à disposição do
desenvolvimento do País”
David Beker,
do Bank of
America
Merrill Lynch
“O chamado
New Normal
faz com que
os mercados
cresçam,
porém menos”
commodities a ter força e que não vai crescer tanto
quanto nos últimos anos.
Em segundo lugar, o crédito ofertado no País será
menos amplo e mais restrito. Para o executivo, uma
taxa sustentável de crescimento do crédito seria abaixo de 10% neste ano.
A mudança da classificação de risco do Brasil para
negativa por parte da Standard & Poor’s (S&P) deu
um susto no governo. A boa notícia é que as outras
agências, como Fitch e Moody’s, não diminuíram o
rating do País. “A mudança do grau de investimento
do Brasil por outras agências de classificação deve
ocorrer, mas não no curto prazo”, aponta ele.
Algo preocupante na visão de Beker é que o governo
tenta atingir muitos objetivos ao mesmo tempo. Sem
foco, as ações não são consistentes para gerar amplos
resultados na economia. Mesmo assim, a inflação surpreende para melhor. O índice desacelerou 0,03% em
julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que faz com que se mantenha dentro
do centro da meta do Banco Central, de 6,5%. Todavia,
a inflação de serviços no Brasil roda entre 8% e 9%.
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Quanto à taxa Selic, a estimativa de Beker é que se mantenha em
um dígito. Já o dólar, que ganha valor perante outras moedas, deve ter
equilíbrio no câmbio em torno de R$ 2,40.
O varejo, segundo o economista, perdeu força e deve ter um crescimento de no máximo 4%. Entre os principais pontos que constroem esse
cenário estão o custo da mão de obra no Brasil, que só não subiu mais
do que na Argentina, e a queda da atividade industrial neste ano. Mesmo
assim, o mercado de trabalho está estável, com um nível de desemprego
na faixa de 5,5%.
Gestão fortalecida
Conhecer o mercado, a carteira de clientes e os possíveis cenários econômicos que a instituição financeira poderá enfrentar faz
parte de uma estratégia para ajustar processos, produtos e serviços
e se precaver de possíveis contratempos. Durante a palestra “Gestão de portfólios de crédito em cenários de incerteza”, Luciano
Scalise, diretor de consultoria global da Serasa Experian, mostrou
como ferramentas e metodologias podem ajudar as empresas a
prever períodos de turbulência.
Modelos de análise
A escolha de um modelo depende de
uma série de fatores. Na prática, cenários
híbridos são comuns, utilizando movimentos
históricos de mercado como inputs, porém
não necessariamente vinculados a uma crise
específica. Confira os dois modelos:
Cenários históricos
• Baseado em eventos significativos do passado
• Tende a estar completamente articulado e
envolve menos juízos de valor
• Pode não estar de acordo com o perfil de risco
atual da instituição
• Pode não refletir adequadamente as melhorias
na concessão de crédito
• Baseado em dados reais
Cenários hipotéticos
• Baseado em eventos de mercado significativos
que ainda não ocorreram
• Potencialmente mais relevante para o perfil de
risco atual da instituição
• Intensivo em mão de obra e requer muito
juízo de valor
• Pode precisar de apoio da gerência
• A informação histórica pode ser utilizada para
identificar correlações
Fonte: Serasa Experian
O executivo explica que cada segmento de clientes dentro de uma instituição é afetado de forma
distinta, de acordo com o cenário econômico. É fundamental, então, entender quem são os clientes e em
que classificação estão inseridos. A partir dessa análise é possível ajustar a estratégia de uma companhia,
de acordo com o panorama.
Outra metodologia apresentada por Scalise trata
de quais seriam os drivers e os parâmetros de risco
em determinado portfólio de clientes. Ela também
prevê os eventos que podem gerar uma variação na
carteira. O aumento do desemprego, por exemplo,
pode ocasionar alta no nível de endividamento para
uma fatia de clientes. “Os modelos de gestão devem
ajudar a quantificar a incerteza e as estimativas de
riscos dentro de um banco”, aponta.
Luciano
Scalise,
da Serasa
Experian
“Os modelos
de gestão
devem ajudar
a quantificar a
incerteza e as
estimativas de
riscos dentro
de um banco”
Na palma da mão
Foi-se o tempo em que era preciso ir até uma
agência bancária para pagar contas ou fazer alguma
outra movimentação financeira. Atualmente, os clientes dos bancos podem acessar a conta-corrente de
qualquer lugar em que estiverem por meio de seus
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eventofuturodaatividadebancária
Luca
Cavalcanti,
do Bradesco
Mais de 90%
das transações
financeiras
dos clientes
da instituição
passam por
canais digitais
dispositivos móveis. São mais de
6,4 bilhões de celulares no mundo com a possibilidade desse feito. Não somente as gerações Y ou
Z navegam e fazem uso do internet banking, mas todos os perfis
de clientes, de diferentes nichos
de mercado.
No Brasil, um dos pioneiros
no uso da tecnologia para conveniência bancária é o Bradesco. Os
clientes do banco podem pagar
uma conta por meio de dispositivos móveis, por exemplo, em 17
segundos. E ainda, a cada piscar
de olhos, 7 mil pessoas utilizam
um aplicativo de mobilidade no
Bradesco. Os números demonstram o crescimento da aceitação
dos clientes para o uso desses canais. Em 2010, o banco processava 1
milhão de transações por mês nos canais virtuais. Em junho deste ano,
foram quase 80 milhões.
A área de canais digitais do Bradesco Dia e Noite, dirigida por Luca
Cavalcanti, é responsável por processar mais de 90% das transações da
instituição. A premissa é que a inovação crie valor para clientes, acionistas e a própria organização. Isso, na prática, significa ganhos para todos,
pois gera eficiência, custos menores e maior capacidade de fazer negócios. “No Bradesco temos a cultura de criar produtos e serviços nesses
canais focados em agências. Para isso, o banco tem uma série de aplicabilidades. São 20 aplicativos na loja da Apple que nos dão 5 milhões de
downloads”, conta Cavalcanti.
55% dos clientes bancários
não sabem que sua
instituição tem um aplicativo
para mobilidade
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O Bradesco
Fone Fácil, canal
telefônico do
banco, recebe
mais de 1 milhão
de ligações por dia
O cliente do Bradesco opta cada vez mais pela
conveniência. O universo da mobilidade, seja por
meio do celular, do terminal de autoatendimento
(ATM) ou de outros canais, permite ao banco aperfeiçoar cada vez mais o relacionamento. O atendimento
telefônico, existente há quase 16 anos, foi ultrapassado
pela mobilidade nos últimos três meses. Além disso,
32% dos meios de pagamentos utilizados no comércio
eletrônico no Brasil passam pelos canais da instituição.
Na área de crédito, o banco realizou nos últimos
seis meses 600 mil ofertas e 250 mil ativações somente
pela Unidade de Resposta Audível (URA), sem contato humano. “Temos 320 tipos de serviços para ativação de produtos e de crédito”, ressalta o diretor.
Para Cavalcanti, a palavra de ordem da atualidade é informação. É ter a capacidade de saber por
meio de quais canais o cliente vai se relacionar com
o banco, integrando a comunicação da oferta por
meio dos canais de forma estruturada. “Acreditamos
que tecnologia não substitui pessoas. Todavia, a cada
hora que passa o cliente escolhe esse tipo de relacionamento, que preza pela conveniência”, diz ele.
Mobilidade no Bradesco não é só para a elite
ou para pessoas com acesso à internet por celular.
A instituição também permite que os clientes paguem contas por meio de SMS, sem precisar de
senha. Basta aprovar o pagamento.
Para Cavalcanti, nesse cenário de evolução tecnológica, um dos principais desafios é fazer com
que os clientes não acostumados a utilizar o internet
banking façam uso do canal com segurança. Esses
meios são amplamente seguros, mas a barreira cultural ainda é grande – e o Bradesco, como pode ser
observado pelos números, consegue rompê-la em
ritmo acelerado. f
Segurança
Um simples terminal de autoatendimento do
Bradesco conta com 320 tipos de serviços
disponíveis. Para manter a segurança desse canal,
o banco colocou nesses aparelhos um dispositivo
de biometria que faz a leitura das veias das mãos
e dispensa a senha para acessar a conta. A meta é
que, até o final de 2013, 20 milhões de correntistas
utilizem essa autenticação.
A cada piscar de olhos,
7 mil pessoas utilizam um
aplicativo de mobilidade
no Bradesco
Clientes podem pagar
uma conta em qualquer
lugar e a qualquer hora
em 17 segundos
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artigosocioambiental
Por Julia Spinassé
A. Marques
Entendendo que o sistema financeiro desempenha um papel importante como canalizador de recursos e indutor de boas práticas socioambientais na economia, o Banco Central do Brasil divulgou, em junho
de 2012, durante a Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o edital de consulta pública nº 41, com minutas de atos normativos, dispondo sobre a responsabilidade socioambiental das instituições financeiras por ele reguladas.
Essas resoluções – que carregam consigo o objetivo de promover o aprimoramento de aspectos
concorrenciais e a integração de políticas públicas na
direção do desenvolvimento sustentável – ainda não
foram publicadas; no entanto, têm sido amplamente discutidas porque reforçam um novo modelo de
exigência do regulador em relação à observância de
aspectos socioambientais pelas instituições financeiras.
O estabelecimento de normas que versam sobre
a matéria pelo regulador do Sistema Financeiro Nacional teve início em 2008, com a Resolução 3.545,
que passou a exigir que as instituições financeiras
observassem o cumprimento de normas ambientais
em financiamentos agropecuários direcionados a
propriedades localizadas no bioma Amazônia.
Entretanto, a partir de 2011, com a publicação
da Circular 3.547 – a qual demanda que a exposição
ao risco socioambiental seja contemplada no processo de avaliação da necessidade de capital (Icaap), as
obrigações deixaram de ter caráter procedimental e
passaram a demandar a incorporação desses aspectos
na estratégia de gestão de riscos dessas instituições.
Esse enfoque é reforçado pela proposta de resolução sobre política de responsabilidade socioambiental apresentada no Edital 41 – que define e institui
diretrizes mínimas para que as instituições financeiras
gerenciem o seu risco socioambiental – e vai ao encontro de uma teoria que vem ganhando força no
mercado de que aspectos socioambientais expõem
essas instituições a riscos financeiros, tendo reflexos inclusive sobre os riscos tradicionais (Pilar 1). Sob a perspectiva da concessão de crédito, por exemplo, recursos
financeiros são entregues a tomadores eventualmente
expostos a circunstâncias de natureza socioambiental
que podem ter impactos sobre sua habilidade de honrar seus compromissos junto ao credor, impactando o
risco de crédito ao qual este está suscetível.
A publicação de normativos que estabelecem
diretrizes de gerenciamento do risco socioambiental
por instituições financeiras convergem com os objetivos do Banco Central de garantir a solidez e a eficiência do sistema financeiro, ao mesmo tempo em
que contribuem com o processo de reflexão sobre a
sustentabilidade do modelo de negócio adotado por
essas instituições.
No entanto, para que seja convergente com os
esforços de eficiência preconizados pelo setor, é importante que essa iniciativa seja compatibilizada com
as demais esferas governamentais para que promova
convergência, e não transferências de responsabilidade
às instituições financeiras. Isso porque cabe a estas ter
diligência na condução dos seus negócios e ao Estado
a implementar os dispositivos de gestão ambiental previstos na legislação brasileira, bem como disponibilizar
informações à sociedade. f
Julia Spinassé A. Marques é
analista e coordenadora da área de
gestão e monitoramento socioambiental
de projetos do Bradesco
Foto: Divulgação/Shutterstock/Artigo enviado em agosto de 2013
Indutor de boas práticas
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educaçãofinanceira
Bolso
consciente
Por Melissa Lulio
Itaú Unibanco opta pela interatividade
para ensinar ao cliente que dinheiro bem
administrado traz felicidade
O bolso é a parte mais sensível do ser humano. Hoje, há informações suficientes para provar que gastos desenfreados não
combinam com qualidade de vida e desenvolvimento
social. O conceito de sustentabilidade, tão presente na
atualidade, inclui-se na área econômica e expõe a necessidade da organização financeira e do planejamento de
longo prazo. A partir dos bancos, é evidente a necessidade de programas que levem educação financeira para
os clientes. O Itaú Unibanco sabe disso, e já começou a
trabalhar para cuidar dos clientes – e das delicadas decisões econômicas de suas vidas.
Depois da fusão feita entre Itaú e Unibanco, em 2008, foram executados diversos esforços para melhorar a comunicação entre a instituição e o cliente. O Itaú passou a investir mais
em transparência, quantidade e qualidade de informação.
O banco criou uma comunicação mais simples, clara e transparente. Fez alterações em extratos bancários,
por exemplo, para facilitar a compreensão de termos
técnicos que, em muitos casos, confundiam o leitor.
Antes disso, não obstante, foi criado o programa
de educação financeira. Segundo Denise Hills, superintendente de sustentabilidade do Itaú Unibanco, a
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proposta de um trabalho voltado para o uso consciente do dinheiro surgiu “com a consolidação das mudanças no cenário econômico do País, que deixava para
trás um período de hiperinflação e instabilidade”, em
2004. “As necessidades das pessoas mudaram diante
do novo cenário econômico, e foi necessário aprender
a conviver com maiores opções de produtos e serviços financeiros que antes não faziam parte da realidade do brasileiro”, comenta.
O material de educação financeira do Itaú Unibanco foi elaborado sob a perspectiva de que o banco
precisa colaborar com o desenvolvimento de cada
cliente e da sociedade. De maneira acessível e didática,
foi produzido um conteúdo que propõe transformação. Comunica, calcula e educa, com diversas informações que atendem um público cuja idade e classe
social podem variar.
Fotos: Shutterstock/Divulgação
Comunicação inovadora e interativa
As ações do programa de educação financeira do
Itaú Unibanco dividem-se em duas frentes. Uma delas
é o chamado foco externo, disponibilizado no portal
Uso Consciente do Dinheiro. Temas como consumo
e poupança dão informações que são simples, mas, se
não explicadas, podem confundir o cliente que ainda
não está acostumado com determinadas questões da
vida bancária. O programa faz uma introdução à vida
financeira a partir de conceitos básicos que ensinam a
lidar com o dinheiro – seja ele muito ou pouco. Há espaço, no portal, para grupos com propósitos diversos.
Desde o cliente que precisa sair do vermelho, economizar, poupar e organizar o orçamento até aquele que
tem mais recursos do que necessita para cobrir seus
gastos e quer investir.
São disponibilizados vídeos, áudios, artigos e cartilhas com dicas. Os simuladores disponíveis no site
permitem que o cliente faça planos com mais segurança e tome decisões de maneira mais consciente,
com maior conhecimento das consequências. “Além
disso, também realizamos palestras, eventos, chats,
ações voltadas para as áreas de negócio, iniciativas
com a Fundação Itaú Social e com o Instituto Unibanco, e também projetos internacionais”, afirma Denise
Hills. Outro destaque é o glossário disponibilizado no
portal. Por meio dele, é possível compreender termos
técnicos que geram dúvidas; afinal não fazem parte do
cotidiano do cliente.
A outra frente do programa é o foco interno.
Voltado para colaboradores, disponibiliza cursos
de e-learning, chats, palestras, cases e jogos, por
exemplo. Além disso, trabalha na formação de multiplicadores do tema.
A comunicação de um banco, não apenas em
educação financeira, precisa ser simples, interativa e
próxima. Foi o que o Itaú percebeu durante a elaboração do programa. “Fizemos uma série de pesquisas
qualitativas e quantitativas para entender o que estava
disponível no mercado e para compreender a melhor
forma de entregar esse material”, afirma a superinten-
Denise Hills, do
Itaú Unibanco
“O papel de um
banco não é
apenas oferecer
produtos
e serviços,
mas também
fornecer
conhecimento
para que as
pessoas façam
melhores
escolhas”
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educaçãofinanceira
O portal Uso Consciente do
Dinheiro registra entre 3 e 4
milhões de acessos anuais
dente de sustentabilidade do banco. Optou-se, então,
por reformular o portal de uso consciente do dinheiro.
O site, em seu primeiro mês on-line, recebeu mais de
1 milhão de visitas.
Para todos os públicos
O programa de educação financeira do Itaú Unibanco é direcionado para diversos públicos. Como
ressalta Denise Hills, é necessário que os pais ensinem
aos filhos, desde a primeira infância, a importância
da administração consciente do dinheiro. A superintendente afirma, também, que os conceitos presentes
no material elaborado pelo banco serão aplicados por
diferentes clientes em diversas situações e variados níveis de profundidade, de acordo com a necessidade.
“Quando falamos de educação financeira, estamos falando de escolhas no curto, médio e longo prazo. Ou
seja, é fundamental que todos tenham consciência, na
sua tomada de decisões, dos impactos para sua vida
financeira”, afirma. O recebimento de informações
permite ao cliente compreender o funcionamento do
banco e de suas ferramentas. Assim, pode optar pelo
serviço que quer receber, consciente das consequências de suas decisões.
Como falar sobre dinheiro com as crianças? Essa
é a questão abordada em um novo guia do Itaú Unibanco, que acompanha o livro infantil lançado em
2012 chamado “A Árvore dos Sonhos”. Neste ano, o
banco trabalhará ações voltadas para a família e a maneira como utiliza o dinheiro.
A opinião do público sobre o programa parece
positiva. Houve um grande número de pessoas que
aderiram aos meios de comunicação do banco. Entre 2011 e 2012, os sites das campanhas sobre crédito consciente receberam aproximadamente 13
milhões de acessos. O site interno do Itaú recebeu
23 mil acessos. Na área de foco interno, 40 mil colaboradores foram capacitados em treinamentos –
entre eles, 185 gerentes de Postos de Atendimento
Bancário (PABs), que receberam capacitação intensiva para se tornarem multiplicadores.
Mais de 1 milhão de guias com dicas como as
disponibilizadas no portal Uso Consciente foram
distribuídos. Por meio deles, também didáticos e
informativos, o cliente pode aprender como sair do
vermelho, ou compreender qual a melhor forma de
consumir ou poupar. Denise Hills afirma que, como
consequência, o banco teve bons resultados nos
índices de previdência e poupança. Esta saltou de
42,2% para 66% entre 2010 e 2012, aquela aumentou de 44,4% para 61%.
O trabalho em educação financeira colabora com
o desenvolvimento da sociedade. A superintendente de
sustentabilidade da instituição acredita nisso e defende
a importância de entender as necessidades das pessoas
para oferecer conhecimento e soluções financeiras
adequadas. Assim, o banco contribui para que indivíduos e empresas tenham uma relação saudável com
o dinheiro. “O papel de um banco não é apenas o de
oferecer produtos e serviços, mas também fornecer conhecimento para que as pessoas possam fazer melhores
escolhas financeiras”, afirma Denise. f
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especialcadastropositivo
especialcadastropositivo
Nas mãos do c
Quando o assunto é Cadastro Positivo, mesmo depois de mais de dez anos de discussão, muitos ainda têm dúvida
se realmente essa nova ferramenta
vai facilitar a tomada de crédito
de quem paga suas contas em dia.
A partir de 1º de agosto deste ano, o cadastro entrou em vigor, embora a lei que
criou as regras para o banco de dados
tenha sido sancionada em junho de 2011. Os bancos, a
partir de agora, passam a alimentar o sistema de informações que vai permitir às instituições financeiras acesso aos
dados do consumidor para análise de crédito.
De acordo com Tharcisio Souza Ramos, diretor do
MBA executivo da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), o Cadastro Positivo é uma etapa importante
para tornar o sistema financeiro mais seguro e equilibrado. “Com o cadastro, o banco tem o histórico dos clientes
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Inclusivo, o
Cadastro
Positivo vai
facilitar o
acesso ao
crédito e
dar ao bom
pagador a
possibilidade
de ter juros
mais baixos
Por Gisele Donato
Fotos: Shutterstock/Arquivo
o consumidor
que nunca deixaram uma instituição financeira na mão;
e, em contrapartida, esses clientes deverão ter juro baixo
em suas operações de crédito. Quanto mais longo o histórico de bons pagamentos, maior a chance de a pessoa
ter crédito mais barato”, enfatiza.
E os efeitos positivos dessa ferramenta atingem a
todos os envolvidos na concessão de crédito. “É o tipo
de solução ganha-ganha: boa para o governo, para o
consumidor e para os birôs de crédito. Por isso, os pro-
tagonistas devem realmente se unir para tornar isso
uma realidade”, afirma Laércio de Oliveira, diretor de
cadastro positivo da Serasa Experian.
Mas nesse jogo a principal peça é o consumidor,
que é quem vai autorizar sua entrada no cadastro e a
partir daí especificar as fontes de informação que devem ser consultadas. “O segundo ponto é que existe
a autoconsulta, que permite a ele fazer esse gerenciamento e também fazer a desistência, além de excluir
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especialcadastropositivo
Laércio de Oliveira, da Serasa Experian
“Em um cenário de Cadastro Positivo, o maior
ativo do consumidor é a sua história de crédito.
Quanto melhor for a sua história, menor o
risco. Quanto menor o risco, o score será mais
favorável e as taxas de juros menores”
fontes de dados ou empresas que não são pesquisadas”, diz Dorival Dourado, presidente e CEO da Boa
Vista Serviços.
Segundo Oliveira, as expectativas são as melhores
possíveis, já que o cadastro é um indutor das boas práticas
de pagamento. Com relação ao consumidor, esse instrumento tem um papel educativo e ao mesmo tempo evita
o superendividamento. Para os birôs de crédito, ele traz
a oportunidade de levar ao mercado as boas práticas de
gestão, fazendo uso dessas informações e transformando
dados a serviço do negócio do cliente. E o concedente
poderá emprestar mais com taxas ajustadas ao nível individual de cada consumidor.
Último país do G20 a adotar a ferramenta de crédito,
o Brasil, sem dúvida, terá de passar por um aprendizado
coletivo, uma mudança de cultura. “O País vem de uma
indústria de informação negativa, de cadastro negativo, de
mais de 40 anos. Então, as empresas vão ter que se ajustar
a esse novo contexto. E o consumidor é um polo extremamente importante nessa conversa, porque parte dele a
iniciativa de aderir ao cadastro”, enfatiza Dourado.
A estimativa da Serasa é que isso ocorra em até 24 meses, até que essa base possa ter relevância. Já para Dourado,
esse período pode ser um pouco maior. Segundo ele, o
cadastro deve atingir um estágio de maturidade em três
ou quatro anos, porque são claros os benefícios para quem
concede e para quem recebe crédito. Quem concede vai
poder emprestar com mais segurança e agir de forma a não
socializar o risco, porque hoje todos pagam por ele. “As empresas vão segmentar melhor as faixas de risco e fazer ofertas
diferenciadas para o bom pagador. Ao longo do tempo, elas
vão querer capturar cada vez mais o bom pagador – até com
programas de fidelização”, ressalta o presidente da Boa Vista.
Falta de conhecimento
gera desconfiança
Como toda nova ferramenta que entra em vigor, a
falta de conhecimento pode gerar desconfiança em sua
eficácia. É o que acontece com o Cadastro Positivo. Desde a entrada em vigor, no início de agosto, a dúvida ainda
assombra alguns consumidores, que até usam as redes
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sociais para externar sua insegurança. Por
O Brasil tem hoje 45 milhões
outro lado, representantes dos principais
de pessoas que entraram no
birôs de crédito do País creditam a desmercado de consumo sem
confiança à falta de conhecimento.
estarem preparadas do ponto
De acordo com Oliveira, a divulgação deve ser intensificada e a mobide vista de educação financeira
lização deve ser de toda a sociedade.
“Acredito que essa desconfiança inicial
existe porque o consumidor não sabe
o benefício que terá. É preciso que ele
construa sua historia de crédito para
que possa ter acesso a taxas mais baratas. À medida que cia, que é o grande mal da história do crédito. Para Douisso evolui e o mercado for praticando, o consumidor rado, a falta de confiança do brasileiro nesse início de imse conscientizará dos benefícios da ferramenta. Só plantação é uma questão muito ligada à desinformação.
assim os bancos poderão fazer mais negócios, menos “Nós já fizemos duas pesquisas nacionais com relação a
arriscados, mais sustentáveis e que permitam um cres- isso, e realmente o nível de entendimento da população
cimento de crédito sem sobressaltos”, explica.
que mais vai se beneficiar disso ainda é muito baixo. De
Onde foi implantado no mundo, o Cadastro Posi- 2011 para 2012, o índice de autorização de inclusão no
tivo trouxe resultados muito relevantes, elevando a taxa Cadastro Positivo passou de 20% para 24%.” Ainda sede aprovação, dando maior condição para que quem gundo a pesquisa da Boa Vista, quando o consumidor
concede e quem toma crédito possa tomar uma decisão recebe a informação de como pode utilizar o Cadastro
mais equilibrada, como também reduziu a inadimplên- Positivo e quais são seus benefícios a longo prazo, esse
Dorival Dourado,
da Boa Vista
Serviços
“De acordo com
o Banco Mundial,
quando se traz
a informação de
fora do segmento
financeiro,
de empresas
de serviços
continuados como
energia elétrica,
água, gás e
telecomunicações,
melhora o perfil de
informação sobre
esse consumidor”
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especialcadastropositivo
nível de aprovação passa para 80%,
principalmente na população de baixa renda e não bancarizada.
Educação financeira
é fundamental
“Não existe Cadastro Positivo
sem educação financeira. Ou seja,
o consumidor vai precisar cada vez
mais entender e fazer a gestão da sua
vida creditícia”, afirma Dourado. Um
dos problemas decorrentes da falta
de educação é o comprometimento
da renda. Portanto, de acordo com
Dourado, tudo passa por um processo educativo. É uma mudança de
paradigma grande, um processo de
adaptação de cultura. “Criamos, em
2010, o conceito do ‘consumidor
positivo’, que justamente tenta trazer
essa percepção que o consumidor
tem que ter com sua vida creditícia e
como ele pode vir a ser um consumidor positivo. Mas deve ser um trabalho coletivo das empresas, dos birôs
de crédito, da própria mídia, levar essa
informação e trabalhar bastante a cabeça do consumidor para esse novo
momento”, afirma.
Regime opt in
O fato de o Cadastro Positivo no
Brasil funcionar a partir do regime de
opt in, ou seja, o consumidor só participa do cadastro mediante sua própria autorização, pode ser um dos fatores que atrasem mais a construção
dessa base de dados, de acordo com
Oliveira. “O regime praticado no exterior é o do opt out. A informação é
enviada para o birô, todo mundo que
tem relacionamento com o consu-
“O consumidor é um polo
extremamente importante nessa
questão. Não vamos conseguir criar
um ciclo de crédito sustentável que
atenda às demandas da economia
brasileira se o consumidor não
tiver cada vez mais um papel
efetivamente ativo”
Dorival Dourado, da Boa Vista Serviços
midor manda para o birô, e aqueles consumidores que não desejarem pedem
para retirar. Assim a base é formada em uma velocidade maior. Mas no Brasil
temos que unir forças para fazer o projeto acontecer como ele foi concebido.”
Expectativas em relação a outros países
Por conta dessa prévia autorização para aderir ao Cadastro Positivo, acredita-se que a construção da base de dados no Brasil será mais lenta que em outros
países – com isso, certamente, os benefícios de redução de spread bancário e
inadimplência tendem a ser mais lentos. Mas as perspectivas são positivas, sem
trocadilho. “Estudos feitos pelo Banco Mundial mostram que, em vários países
em que houve a implantação do cadastro, ocorreu redução de 45% dos spreads
bancários. Parte desse spread advém da perda de crédito. À medida que se reduz
a perda de crédito, há um impacto na inadimplência. Agora, vai demandar um
tempo para a formação dessa base, por conta da necessidade de prévia autorização”, comenta Oliveira.
O Brasil tem hoje 45 milhões de pessoas que entraram no mercado de consumo sem estarem preparadas do ponto de vista de educação financeira, e a relação crédito/PIB sobe de forma acelerada. De acordo com Dourado, o mercado
americano, que é o mais avançado em relação à informação positiva, já nasceu positivo, mas o inglês, o mexicano e o argentino enfrentaram processos de adaptação,
em maior ou menor complexidade. A diferença é que nesses mercados, quando
a informação positiva foi implantada, os níveis de complexidade do mercado, de
envolvimento do consumidor e da relação de crédito com PIB e com consumo
não estavam em níveis tão avançados como no Brasil de hoje, por isso a adaptação
brasileira deve ser mais lenta. “Continuo achando que o lado em que deveríamos
investir mais é realmente na educação financeira e no nível de conscientização do
consumidor, porque ele, pela legislação brasileira, tem o botão na mão. É ele que
inicia o processo”, conclui o CEO da Boa Vista Serviços. f
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Financeirização por Região
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
2011
66
68
73
69
72
2012
67
59
64
60
70
Conhecimento
Algumas pessoas receiam a inclusão
do nome no Cadastro Positivo porque
não sabem o suficiente sobre seu
funcionamento. Confira o percentual de
pessoas que concordam (totalmente ou em
parte) que a falta de informações sobre o
tema é um dos entraves para a aceitação do
nome nesse banco de dados:
Pretendem autorizar a inclusão do
nome no Cadastro Positivo...
... 81% dos bancarizados
... 72% dos não bancarizados
85% bancarizados
86% com restrição
Fonte: Boa Vista Serviços – 2012
Produtos Bancários por Região
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Conta-corrente
77
70
83
81
87
Cartão de débito
84
59
77
74
72
Cartão de crédito
70
63
73
75
69
Talão de cheques
28
30
41
38
41
37
34
34
32
40
Financiamento/
Empréstimo
Consequências
O Cadastro
Positivo
deve trazer
vantagens
tanto para
os bancos
quanto para
o próprio
consumidor.
Veja
como vai
funcionar na
prática:
Posteriormente,
ele autoriza a
inclusão do nome
e do histórico de
pagamentos nesse
banco de dados
Consumidor pesquisa
e vê vantagem no
Cadastro Positivo
Como consequência, bom pagador
tem menores taxas nas operações de
crédito e financiamentos
Bancos utilizam informações do Cadastro
Positivo, que possibilita conhecer o perfil de
pagamento dos consumidores e melhora a
oferta de crédito. A expectativa é que gere
também queda do spread, menor risco nas
operações de crédito e maior inclusão bancária
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artigotecnologia
Atendimento eficaz
Por Erik Mazzei
Pesquisa encomendada recentemente pela G4
Solutions com consumidores concluiu que o telefone
é a plataforma de comunicação mais utilizada pelos
brasileiros. Entre as pessoas que utilizaram esse meio
de comunicação, 42% afirmam que a frequência de
contato com as empresas cresceu quando comparada
com três anos atrás. Dados do setor também corroboram essa estatística: o mercado brasileiro de call center,
considerando operações terceirizadas e internalizadas,
deve crescer 14% neste ano.
Essa situação também se faz presente no mercado
financeiro, um dos setores que mais utilizam centrais
telefônicas como meio de atendimento aos clientes.
Nessa área, muito se faz para ganhar tempo e produtividade no processo. Um bom exemplo é a utilização
da tecnologia de pré-atendimento, conhecida como
Unidade de Resposta Audível (URA). A solução economiza tempo em operações como consulta de saldo
e extrato, entre outras. No entanto, a “pedra no sapato”
aparece quando o cliente precisa utilizar a opção 9, ou
seja, “falar com um de nossos operadores”.
Para potencializar o atendimento humano, o investimento em melhores práticas no ambiente de trabalho
é essencial. Metas realistas de desempenho, bem como
estratégias de motivação e remuneração, são vitais para
estimular ainda mais o engajamento dos operadores.
Estratégias para o consumidor final também
contribuem para alavancar as estatísticas positivas de
lucratividade, sobretudo porque são instrumentos de
fidelização eficientes. Afinal, quem não gostaria de receber um contato de seu banco para apresentar uma
vantagem ou benefício na cesta de serviços?
No entanto, todos os planos de ação e estratégia
de gestão de pessoas podem ir por água abaixo caso os
processos das operações do contact center não estejam
estruturados com tecnologia de atendimento capaz de
trazer agilidade para o operador. Atualmente, alguns
bancos ainda utilizam sistemas ultrapassados (mainframe) que, embora robustos e confiáveis, são pouco
amigáveis em sua operação.
Só para se ter uma ideia, muitos deles utilizam
apenas o teclado como forma de navegação, além de
inúmeras telas de atendimento – tudo isso enquanto o
cliente espera uma infinidade de tempo do outro lado
da linha.
A otimização sistêmica nas centrais de atendimento é uma providência que pode alavancar muito
o mercado financeiro. Isso significa, na prática, utilizar
tecnologias específicas de automação, aliadas a um
know-how especializado, para reduzir o tempo de
atendimento, promover a resolução de problemas na
primeira chamada e minimizar erros operacionais,
gerando assim mais rentabilidade nos contact centers.
Atender bem expressa o respeito que uma empresa tem com o cliente, mas um atendimento realmente
eficiente contribui para fidelizar a carteira, aumentar
a satisfação do consumidor e fortalecer a imagem da
marca perante a sociedade. E a solução? Está mais próxima do que se pensa. f
Erik Mazzei
é diretor comercial e de
marketing da G4 Solutions
Foto Shutterstock / Divulgação / Artigo enviado em agosto de 2013
gera lucro ao mercado financeiro
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negócios&lazer
A bandeira
Hyatt, que
está há 11
anos no Brasil,
foca em
peculiaridades
brasileiras para
recepcionar
o público
durante os
Jogos Mundiais
Por Erica Martin
À brasileirinha
De dentro dos quartos nos andares mais altos do hotel Grand Hyatt em São Paulo, a paisagem vista pelas janelas resume bem a rotina da cidade. A famosa Ponte Estaiada, os prédios espelhados e a linha férrea
completam a visão dos hóspedes do empreendimento localizado na região da Berrini. As peculiaridades locais
são mantidas pela bandeira Hyatt, que está presente em 45 países, com 380 unidades.
Na suíte presidencial, que já acolheu de Madonna ao ex-presidente Lula, há potes com doce de leite e saquinhos de amendoim para mimar os visitantes. É com o ritmo à brasileirinha que o hotel se prepara para atender
quem vai prestigiar a Copa do Mundo de 2014 e, claro, se hospedar em seus quartos. Enquadrado na categoria
cinco estrelas, o Grand Hyatt foi selecionado pela Fifa como acomodação oficial para o período dos jogos (veja
mais informações em http://hotels.fifa.com/?language=pt).
O investimento em fibra ótica para evitar a queda na transmissão dos jogos pela televisão a cabo; a repaginação do restaurante principal encabeçada por um designer brasileiro; a ampliação da antena wi-fi para agilizar o
acesso à internet e a participação de funcionários no programa “Bem receber na Copa”, organizado pelo Ministério do Turismo, são alguns dos preparativos para junho de 2014.
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Fotos: Douglas Luccena
Toque verde-amarelo
A bandeira Hyatt, com presença
em 45 países e sede em Chicago, nos
Estados Unidos, está há apenas 11
anos no Brasil. A única filial verde-amarela fica em São Paulo, onde 60%
dos hóspedes são estrangeiros – a
proporção deverá se manter durante
os Jogos Mundiais. “Aqui não existe
medo de receber gente de fora. Temos
o hábito de trabalhar com clientes
internacionais”, comenta Thierry
Guillot, diretor-geral do Grand Hyatt
São Paulo. Mesmo com a freguesia
estrangeira predominante, a cultura
brasileira é preservada: a arte pendurada nas paredes de alguns quartos é de
autoria de artistas nacionais.
Conforto com
aconchego
Em todo o empreendimento há
470 apartamentos que contemplam
diferentes estruturas e cujo custo das
diárias varia entre R$ 525 e R$ 15.300.
Os hóspedes das acomodações mais
sofisticadas (suíte presidencial, club
room e grand room) podem usufruir
o Grand Club, projetado para facilitar
a vida dos clientes. Não é preciso, por
exemplo, ir à recepção para fazer o
check-in ou o check out – é tudo feito
ali. No local também são servidos
o café da manhã e, no fim da tarde,
coquetéis. Quem escolhe a suíte
presidencial, localizada no último
andar, tem 107 metros quadrados
de conforto e diversão. No quarto,
há duas camas king size e, para
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negócios&lazer
Sem aumento?
Durante a Copa,
o custo da estada
no Grand Hyatt
não deverá subir.
“O hotel assinou
com a Fifa um
contrato para
manter em 2014
os preços de
2012, apenas
com a inflação
corrigida. É uma
maneira justa
para garantir que
os custos não
subam muito”,
esclarece Thierry
Guillot, diretorgeral do Grand
Hyatt São Paulo
deixar tudo mais prático, as cortinas
são automáticas. Na sala, a mesa de
jantar comporta até oito pessoas e,
no banheiro, o ambiente moderno
e charmoso predomina: o chuveiro
ao centro é rodeado por um vidro
arredondado e transparente. Também
há uma variedade de sabonetes para
usar durante o banho. É claro, para
dormir uma noite nessa acomodação
(e desfrutar a boa vida), é preciso
desembolsar R$ 15.300.
Gastronomia e sossego
O Grand Caffè, localizado
próximo à entrada principal do
hotel – onde são servidos o café da
manhã, almoço e jantar no modelo
self-service –, receberá novo layout até
fevereiro de 2014. A decoração ficará
sob responsabilidade do designer brasileiro Arthur Casas – que deverá focar
em detalhes e móveis trabalhados em
madeira. “É uma rede internacional,
mas as ações são locais. Será uma
decoração inspirada no Brasil, como
o barroco”, esclarece o executivo. Mas
o Caffè não é o único espaço para
quem quer curtir a gastronomia. A
culinária do Grand Hyatt contempla
sabores de diversos países. Hóspedes
e clientes externos podem aproveitar
as especialidades da cozinha japonesa,
italiana e francesa em três restaurantes
diferentes mas que ficam no mesmo
complexo, onde há uma adega com
mais de mil garrafas.
Equipe aquecida
A equipe do Grand Hyatt São
Paulo é formada por 600 profissionais
e não há previsão para contratar mais
gente. Em 2012, 60 funcionários que
trabalham em diversas áreas do hotel,
como recepção, concierge, cozinha,
lavanderia, housekeeping, reservas e
banquetes, participaram do programa
“Bem receber na Copa”, organizado
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R$ 25 bilhões
É quanto
os turistas
brasileiros
devem
gastar entre
hospedagem,
alimentação,
transporte
e compras
durante a
Copa do
Mundo
Fonte: Embratur
pelo Ministério do Turismo. “O curso
veio para agregar e preparar nossa
equipe para receber o evento”, explica
Guillot. Além disso, no ano passado
cada funcionário passou por 200 horas
de treinamento com foco no atendimento ao cliente. A unidade brasileira
também se prepara para a chegada de
clientes asiáticos durante os eventos
esportivos. Três recepcionistas brasileiras – duas de descendência chinesa
e a outra coreana – foram contratadas.
O objetivo não é apenas estreitar a
comunicação com esse público, como
também adaptar cardápios e quartos
de acordo com os hábitos e a cultura
do cliente.
Tecnologia para facilitar
Há 12 meses, a rede wi-fi (internet
por rede) foi renovada e ampliada em
todo o hotel: cada uma das acomodações tem sua própria antena. O cliente
poderá acessar a internet de até oito
aparelhos (smartphones e tablets, por
exemplo) simultaneamente. Além
disso, os elevadores vão ganhar novos
cabos de fibra ótica para evitar a queda
na transmissão dos jogos pela televisão
e manter o acesso estável à web – o
investimento é de R$ 600 mil. “A tecnologia vai permitir ao cliente sair do
quarto e ir ao restaurante sem queda
na conexão”, esclarece o executivo. Outra novidade para os Jogos Mundiais
é a personalização do atendimento. O
hotel identificará as necessidades de
cada turista que fizer a reserva, assim
poderá montar um cronograma de
atividades e lazer relacionado ao perfil
do cliente. Também haverá mimos
especiais para simbolizar a participação na Copa verde-amarela. Hoje, o
hotel presenteia clientes fiéis com kits
especiais, como a camiseta da seleção
brasileira e a biografia de Pelé. Há uma
cachaça da terrinha. As lembrancinhas
para 2014 ainda não estão definidas. f
INFORMAÇÕES ÚTEIS
Localização
Avenida das Nações Unidas, 13.301
Preços
R$ 525 a R$ 15.300
Contato
(11) 2838-1234
Para se localizar
7 km é a distância até o
Aeroporto Internacional de Congonhas
37 km é a distância até o
Aeroporto Internacional de Guarulhos
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artigocrédito
O forte crescimento das vendas do varejo
nos últimos anos pode ser explicado, basicamente, pela combinação da expansão e facilidade do
crédito, prazos mais longos e juros mais baixos, de
um lado, e o aumento do emprego e da renda, de
outro, o que propiciou o ingresso de mais de 30
milhões de novos consumidores no mercado, praticamente sem endividamento. A queda do preço
da alimentação, graças às boas safras, e de muitos
Por Marcel
Domingos Solimeo produtos industrializados – seja em função do
câmbio, como no caso de confecções e dos eletrônicos, estes ainda ajudados pela evolução tecnológica – também contribuiu para esse cenário,
ao qual se deve acrescentar a redução de impostos
para linha branca, móveis e automóveis.
A partir da segunda metade de 2012, no entanto, o aumento da inadimplência levou as instituições financeiras privadas a ter maior cautela
na concessão de crédito, desacelerando o ritmo
de crescimento dos financiamentos não garantidos, concentrando-se no consignado e no imobiliário. Do lado do emprego e da renda, o baixo
crescimento da economia, especialmente do setor
industrial, reduziu o ritmo de aumento do emprego e da renda, desacelerando o ingresso de novos
contingentes de trabalhadores ao mercado, enquanto a inflação de alimentos corroeu os aumentos de salários, que estavam aumentando mais
lentamente. Embora a inadimplência apresente
sinais de reversão, o nível de endividamento dos
consumidores ainda é elevado.
Com a mudança do cenário externo, o câmbio passou a pressionar os preços dos produtos
importados, e o governo vem desativando sua
política de incentivo fiscal ao consumo. A combinação desses fatores tem provocado desaceleração
da taxa de crescimento das vendas nos últimos
meses e, embora sazonalmente o desempenho
do comércio deva melhorar, o ritmo de expansão
deve se manter decrescente. Em 2014, apesar de
ser um ano eleitoral, parece não haver muito espaço nas contas públicas para que o governo possa
dar novos estímulos ao consumo, pelo que se
pode esperar um desempenho medíocre da economia e também do varejo, embora com crescimento superior ao do PIB. f
Marcel Domingos Solimeo
economista e superintendente do
instituto de economia gastão vidigal,
da associação comercial
de são paulo (acsp)
Foto Shutterstock / Divulgação / Artigo enviado em agosto de 2013
Desaceleração à vista (e a prazo)
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happyhour
Refúgio
saboroso
Ambiente luxuoso e
cardápio de inspiração
franco-italiana, renovado
recentemente pelo chef
João Vergueiro Leme,
atraem cerca de 12 mil
executivos por mês ao
premiado restaurante Kaá
Por Isabella Villalba
Ao passar pela discreta entrada do restaurante
Kaá, na Vila Olímpia, a suntuosidade impressiona: são 700 metros quadrados de área e 8 metros de pé-direito, exibindo em uma das paredes
um jardim suspenso com cerca de 7
mil plantas da flora da Mata Atlântica.
Não à toa, o nome do espaço significa “mato, folha” em tupi-guarani. Um
espelho d’água deslumbrante reflete
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Eventos
especiais
Fotos: Douglas Luccena
O Kaá reserva espaço no
piso superior para eventos,
como reuniões de negócios,
festas de aniversário e de
fim de ano de empresas,
que podem incluir pratos
do menu do restaurante e
outras opções, de acordo
com a ocasião, para até
36 pessoas. Também é
possível fechar o restaurante
para casamentos e
comemorações de grande
porte, mediante negociação.
o paisagismo e a luz natural vinda do teto retrátil, aberto nos dias quentes. Um bar central completa o projeto
arquitetônico caprichado, assinado pelo Studio Arthur
Casas. Ali, além de tomar drinques, também é possível
aproveitar a refeição. Inaugurado em 2008, o espaço tem
capacidade para até 400 pessoas e recebe cerca de 12 mil
clientes a cada mês, para almoço e jantar, principalmente executivos e estrangeiros, que aproveitam o ambiente
convidativo e descontraído para reuniões de negócios.
O cardápio do restaurante, bastante disputado em
horário de almoço, reinventou-se recentemente pelas
mãos do chef João Vergueiro Leme, que assumiu o
posto do francês Pascal Valero, em outubro de 2012, a
convite de um dos proprietários do estabelecimento, o
chef Paulo Barroso de Barros.
Indicação do chef
O chef João Vergueiro Leme indica uma
opção acrescentada ao menu recentemente:
o cappellacci, massa recheada com galinhad’angola confitada, regada ao caldo de vitelo e
acompanhada por creme de mussarela de búfala.
“A galinha-d’angola é um ingrediente pouco
usado e muito saboroso. Esse prato brinca com
a questão do alimento quente e frio, inverno e
verão.” Enquanto se saboreia o prato principal,
uma opção de vinho é o Prado Rey Rose 2011,
combinação das uvas tempranillo e merlot. Em
seguida, a musse de chocolate meio amargo sobre
biscuit de cacau quebra o doce com uma acidez
muito leve da ganache de framboesa e frutas
vermelhas. Para finalizar, vinho do porto Tawny ou
LBV é a companhia ideal para a sobremesa.
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happyhour
Grupo de
restaurantes
Criado pelo restaurateur
Paulo Kress e pelo chef
Paulo Barroso de Barros,
o Kaá faz parte do Grupo
Egeu. Além do restaurante,
a dupla gere a premiada
hamburgueria General
Prime Burguer, a também
reconhecida confeitaria
JellyBread e os italianos
Italy e Girarrosto. Todos com
unidades em São Paulo.
João Leme,
chef do Kaá
“Trouxe ao restaurante um
frescor inerente à cozinha
brasileira, com toques
agridoces, alimentos crus e
peixes de paladar mais leve”
Ação social
O restaurante faz parte do projeto “Satisfeito”, um programa global
de combate à fome e ao desperdício de alimentos por meio de uma
ação conjunta entre o cliente, os restaurantes e as organizações
que alimentam crianças pelo mundo. No cardápio, há dois tipos
de porção de alguns pratos: a original ou a indicada pelo selo
“Satisfeito”. Ao pedir o prato nessa versão, o dinheiro economizado
com a porção reduzida é doado integralmente para instituições que
alimentam crianças.
“Estava havia cinco anos em Santa Catarina e tinha
vontade de voltar a São Paulo”, conta Leme, conhecido
pelo extinto restaurante Rôti, em Pinheiros. Com o novo
integrante da equipe, a cozinha do Kaá manteve a linha
variada, com forte influência da culinária franco-italiana.
O chef recém-chegado acrescentou pratos contemporâneos ao menu: “Trouxe ao restaurante um frescor inerente
à cozinha brasileira, com toques agridoces, alimentos crus
e peixes de paladar mais leve. Nossa cozinha é moderna
e confortável. Agrada a todos. Temos uma preocupação
muito grande em atender bem”, explica.
Dentre as opções de pratos, há massas de fabricação
própria – como lasagnetta, ravióli, pancciotti, tortelli, tagliatelle e gnocchi –, risotos, aves, peixes, carnes e sobremesas próprias. A carta de vinhos soma cerca de 200 rótulos, nacionais e importados, provenientes de 14 países,
incluindo também espumantes e champanhes.
A luxuosa casa já foi reconhecida com prêmios no
Brasil e no mundo, como o Restaurant Design Award, pelo
Instituto Americano de Arquitetos; Melhor Ambiente, pela
revista “Época São Paulo”; e Melhor Projeto na categoria de
restaurantes da revista “Arquitetura e Construção”, em 2009.
No ano seguinte, a revista londrina “Wallpaper” apontou o
Kaá como o Melhor Novo Restaurante em 2010. f
SERVIÇO
ALMOÇO E JANTAR DE SEGUNDA-FEIRA A SÁBADO;
DOMINGO, SOMENTE ALMOÇO.
O VALOR DOS PRATOS, ATÉ O FECHAMENTO DESTA
MATÉRIA, VARIAVA ENTRE R$ 31 E R$ 89.
Restaurante Kaá
Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 279
Vila Olímpia – São Paulo (SP)
Contato: (11) 3045–0043
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artigocorrespondentes
Mercado automotivo:
o que vem por aí
Por Décio Farah
Para falar do mercado automotivo no Brasil,
temos que ver os dois lados da mesma moeda.
De um lado, estão os pessimistas de plantão. De
outro, a confiança da indústria. Pode parecer
um paradoxo, mas falar em perspectivas atualmente exige cautela. Até porque o pessimismo vem de uma economia instável com alta
do dólar, juros crescentes e inflação acima do
esperado, o que nos exige uma dose de imparcialidade nas análises. E o otimismo das montadoras, conforme a Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos (Anfavea), se baseia na
expectativa de investimentos de R$ 71 bilhões
nos próximos quatro anos, o que deverá elevar
a capacidade de produção para 5,7 milhões de
unidades por ano, com um mercado interno
possível de 4,6 milhões de veículos.
Então, não podemos desprezar nenhum
dos lados, já que o setor representa 5,7% do PIB
nacional e ainda conta com mais de 7 mil concessionárias no País, as quais empregam 390
mil pessoas e faturaram em 2012 na ordem de
R$ 237 bilhões, conforme dados da Federação
Nacional de Veículos Automotores (Fenabrave).
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Foto: Divulgação/Artigo enviado em agosto de 2013
Os dados atuais comprovam a importância do setor,
onde a produção de veículos cresceu 5,2%, atingindo
3,68 milhões de unidades; os licenciamentos avançaram 5,2%, em 3,86 milhões de veículos, na comparação dos últimos 12 meses, até julho, com os 12 meses anteriores. O crescimento do setor foi superior ao
crescimento do crédito, que subiu 2,7% em 12 meses
até junho.
O nosso mercado conta atualmente com mais
de 50 marcas diferentes, e é esperado um total de 40
modelos novos só em 2013. Isso significa uma concorrência sem precedentes em nossa história. Quem
vai vencer? Qual marca será a melhor? Essa resposta
sempre será dada pelo consumidor.
De antemão, podemos afirmar que a qualidade
do atendimento é a palavra-chave. Qualidade não é
apenas tratar bem o cliente, conhecer o produto, mas
também oferecer condições de financiamento compatíveis com a renda. Os financiamentos têm um papel
fundamental no mercado, considerando que leasing,
consórcio e CDC já representam cerca de 70% do total das vendas. E não podemos esquecer que o perfil
do consumidor está mudando, com a entrada no cenário econômico de uma nova classe média, que depende do financiamento para conquistar novos bens,
inclusive o carro.
O Banco Central do Brasil, no relatório de inclusão financeira, aborda a importância do papel de as
empresas levarem acesso bancário às classes menos favorecidas da população e a localidades em que, muitas
vezes, os bancos não veem viabilidade econômica para
instalar uma agência.
Desta forma, essa atividade foi normatizada por
meio da Resolução 3.954 do Banco Central, o que
obriga as revendas de veículos do Brasil que oferecem
financiamento a terem, a partir de 24 de fevereiro do
ano que vem, pelo menos um profissional certificado.
Esse profissional ficará responsável por enviar a proposta de crédito, sanar dúvidas dos clientes e realizar a
formalização do contrato de financiamento. As revendas não certificadas não poderão mais oferecer financiamento de automóveis aos seus clientes.
Diante dessa obrigatoriedade, a Associação Brasileira de Concessionárias Chevrolet (Abrac) fechou
parceria com a Associação Nacional das Instituições
de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi)
para a realização da prova de certificação de correspondentes no País. A escolha da entidade se deve a
sua credibilidade – fará toda a diferença para os correspondentes bancários da Rede Chevrolet serem
certificados sob a chancela da Acrefi.
Conforme a própria entidade, o exame CertiCrefi
propõe examinar rigorosamente os conhecimentos
adquiridos pela força de vendas, podendo atestar o
grau de aproveitamento das pessoas em cursos de
capacitação oferecidos pelo mercado. Isso dará ao
consumidor maior transparência em transações financeiras. Além disso, ele estará efetuando a compra
com um profissional capacitado e certificado por uma
entidade com 55 anos de atuação no mercado. f
Décio Farah
é superintendente
executivo da Abrac
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cultura
lazercultura
Próxima estação:
Língua Portuguesa
O museu totalmente dedicado ao idioma acaba de se projetar
para fora da cidade de São Paulo com a Estação da Língua,
que promete levar o melhor do encantamento e da interatividade
expostos na Estação da Luz para Santos, Registro, Sorocaba e
Campinas em 2013 e mais destinos em 2014
Por Isabella Villalba
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São Paulo é a capital do português no Brasil – dos 243 milhões de falantes pelo mundo, 20 milhões se concentram na cidade. Não à
toa, desde 2006, a histórica Estação da Luz abriga uma das atrações paulistanas mais interativas e encantadoras, inteiramente dedicada ao idioma: o Museu da Língua Portuguesa. Elemento fundamental e base da cultura brasileira, a linguagem
transmite muito mais do que se pode imaginar a respeito da origem e da história do País. Oficial em mais nove países –
Portugal, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Timor Leste, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Macau
–, a língua é destrinchada pelo Museu de modo a incitar o visitante a interagir com o conteúdo de exposições dedicadas à
literatura e à música. Lá, é possível ouvir os diversos sotaques e conhecer a riqueza de detalhes em expressões do repertório
linguístico ao longo de uma linha do tempo que mostra as raízes e alterações a que o idioma sobreviveu, desde antes de
chegar ao País, em 1500. Depois de mais de 3 milhões de visitas – “Terra à vista!”, a ideia de contar essa história acaba de
desembarcar em novas paradas.
Exposição itinerante
O projeto Estação da Língua
já é uma ideia antiga dos idealizadores do Museu. Estreou em
Santos no mês de agosto e vai
passar por mais três localidades
do Estado de São Paulo em 2013:
Registro, Sorocaba e Campinas.
São Bernardo do Campo, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto
ficaram agendadas para 2014.
Ao lado do linguista brasileiro
Ataliba Teixeira de Castilho, o
diretor do Museu, Antonio Carlos
Sartini, fez a curadoria da mostra,
que ocupa cerca de 300 metros
quadrados. “O objetivo da Estação
é levar o conteúdo do Museu da
Língua Portuguesa a outras cidades. Um dos nossos grandes desafios foi
transportar toda a linguagem e os recursos interativos de áudio e vídeo,
muito explorados no Museu, para fora”, comenta.
“Quem não vê bem uma palavra não pode ver bem uma alma”, escreveu o poeta lusitano Fernando Pessoa. “Penetra surdamente no reino das
palavras”, pousou sobre o papel o poeta brasileiro Carlos Drummond
de Andrade. “Como é que chama o nome disso”, compôs o músico, também brasileiro, Arnaldo Antunes. São essas frases projetadas em painéis
de LED vermelho, interpretadas pelos atores Paulo Betti, Julia Lemmertz
e Deborah Evelyn, que recebem o visitante ao adentrar a exposição. Dois
contêineres – também responsáveis por transportar todos os aparatos
tecnológicos e as peças expostas em si – são parte do corredor de imersão no universo do idioma
Entre os atrativos da mostra, dividida em seis alas, há uma seção
com um extenso painel gráfico que reconstrói as origens da língua e
um vídeo que apresenta as conquistas e a expansão ultramarina de
Portugal até o descobrimento do Brasil. A seção inclui um terminal
multimídia que permite ao visitante escutar os vários sotaques pelo
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cultura
lazercultura
Próximas
paradas da
Estação da Língua
Sorocaba
Espaço São Bento
ENDEREÇO: Largo de São Bento,
144, Centro
PERÍODO: de 15 de outubro a
10 de novembro
Campinas
MACC – Museu de Arte
Contemporânea de Campinas
ENDEREÇO: Rua Benjamin Constant,
1.633
PERÍODO: de 19 de novembro
a 15 de dezembro
DIAS E HORÁRIOS: de segundas a sextas
das 9 às 18 horas; aos sábados das
11 às 20 horas
Entrada: grátis
no mundo. Há ainda uma linha
do tempo com a evolução do
idioma no País até a atualidade.
O visitante pode interagir com
telas touch screen que apresentam a relação do português com
outros idiomas, como as línguas
indígenas e africanas, e também
com as influências dos imigrantes
europeus. Além das semelhanças
com o Museu, foi preparado exclusivamente para a Estação um Mapa
dos Falares Paulista, com vídeos de
diversos sotaques e destaque para
os diferentes empregos de palavras
nas cinco regiões do Estado, com
base em estudos feitos pela Universidade Federal do Paraná.
A parada final ressalta em
projeções a presença diversificada
da língua portuguesa no dia a dia
do brasileiro, até mesmo em sonhos, com a apresentação de dois
vídeos, “Culinária” e “Danças”. A
estrutura pode ser desmontada
e novamente aberta ao público
em outra cidade em até sete dias.
A ideia é que o projeto siga para
outros Estados no futuro.
Visitas monitoradas
Em sete anos de funcionamento, cerca de 3 milhões de
pessoas já passaram pelo Museu
da Língua Portuguesa. “Temos
uma preocupação de atender e
interessar a todos os públicos, mas
é inegável que temos um apelo
muito grande entre os jovens
e estudantes, famílias e terceira
idade”, comenta o diretor. Tanto
o Museu da Língua Portuguesa
quanto o espaço itinerante Estação da Língua realizam passeios
agendados com guias capacitados
para explicar histórias e curiosidades sobre o idioma trazido pelos
portugueses ao Brasil e influenciado principalmente pelas culturas
indígena e africana.
As visitas guiadas são gratuitas,
duram cerca de 50 minutos e têm
feito tanto sucesso na Estação que
novos horários foram abertos para
atender à demanda. Cerca de 10
mil pessoas já passaram pela primeira cidade, Santos, que abrigou a
mostra até o fim de agosto – e que
se estenderá aos próximos destinos.
Fotos: Shutterstock/Divulgação
Registro
Complexo Educacional
e Cultural K.K.K.K.
ENDEREÇO: Rua Miguel Aby-Azar,
153, Centro
PERÍODO: de 10 de setembro
a 5 de outubro
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Mais informações sobre agendamento e
atividades paralelas nas páginas oficiais:
http://www.museulinguaportuguesa.org.br/
http://www.facebook.com/estacaodalingua
https://www.facebook.com/museudalinguaportuguesa
Cazuza no Museu
As novidades não param por aí. Enquanto uma
parte do Museu passeia pelo Estado de São Paulo,
o endereço da Estação da Luz está a todo vapor.
Depois de ter dedicado mostras a grandes figuras
da literatura nos últimos anos, como os escritores
Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Guimarães
Rosa, Jorge Amado e mais recentemente o cronista,
poeta e jornalista Rubem Braga, o Museu da Língua
Portuguesa prepara para outubro uma exposição
totalmente dedicada ao cantor, compositor e poeta
brasileiro Cazuza.
Traçando paralelos entre a literatura e a obra irreverente do artista famoso pela música e personalidade
questionadora nos anos 1980, a exposição terá um forte
diálogo com o público jovem, como comenta o diretor
Antonio Carlos Sartini: “Queremos trazer para eles
um sentimento mais forte de crítica e autocrítica. Uma
maneira de olhar o mundo com um olhar desconfiado,
muito importante nos dias de hoje, quando vivemos um
processo avassalador de globalização, em que as informações nos chegam como verdades absolutas”.
Além das exposições temporárias, um destaque
Inspiração
Antonio Carlos Sartini: “Um dos papéis do Museu,
além de transmitir conhecimento, é exercitar o senso
crítico dos frequentadores. É mais importante sair
do Museu com mais dúvidas e menos respostas,
instigado a pesquisar”
do Museu é a Praça da Língua, espécie de “planetário”
que, em vez de estrelas, é composto por projeções de
poesias, frases marcantes da literatura e áudio. Uma
verdadeira antologia da literatura criada em língua
portuguesa, com curadoria de José Miguel Wisnik e
Arthur Nestrovski. f
SERVIÇO
Museu da Língua Portuguesa
PRAÇA DA LUZ, S/Nº, CENTRO
SÃO PAULO – SP
TELEFONE: (11) 3322-0080
E-MAIL: [email protected]
DIAS E HORÁRIOS: TERÇAS DAS 10 ÀS 22 HORAS; DE QUARTA A
DOMINGO DAS 10 ÀS 18 HORAS
ENTRADA: GRÁTIS AOS SÁBADOS; NOS DEMAIS DIAS, DE R$ 3 A R$ 6
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vidapessoal
Descanso
radical
Por Juliana Jadon
A rotina de Diogo Rehder, gestor do fundo de investimentos Jaime Pinheiro Participações, é corrida. São aproximadamente R$ 650 milhões sob gestão, que devem ser cuidados com cautela. Para isso, ao chegar ao escritório em que trabalha há sete anos, ele lê as notícias referentes ao mercado financeiro e observa com atenção as
performances das bolsas de valores internacionais. Pouco tempo depois, já está em uma reunião para decidir as
estratégias do dia e discutir as posições do fundo multimercado, onde opera taxa de câmbio, dólar e ações.
Quem o vê no trabalho, de terno e ligado no mercado de capitais, não imagina que no fim de semana a vida
do executivo muda radicalmente. Há sete anos ele também faz corrida de aventura, prática que contempla um
misto de esportes como trekking (caminhada no meio da mata), mountain bike (ciclismo em irregularidades e
obstáculos) e natação na natureza.
Fotos: Divulgação/Ale Socci
Para relaxar, Diogo Rehder, gestor do fundo de
investimentos Jaime Pinheiro Participações,
pratica corridas de aventura na natureza
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Rehder integra uma
equipe de quatro
pessoas chamada
Enigma Selva Aventura.
A prova mais recente
de que participou foi
realizada na Costa do
Dendê (BA) e é uma
das etapas do mundial
de corrida de aventura
Os cenários das corridas são
os mais diversificados possíveis,
passando por montanhas, mata
fechada e rios, entre outros
acidentes geográficos. Canoagem,
rafting (descida em corredeiras
utilizando botes infláveis e equipamentos de segurança) e rapel
(escalada) também fazem parte
de algumas competições.
Trilha da aventura
Foi em 2006 que Rehder teve
o primeiro contato com a natureza e a variedade de esportes que a
corrida de aventura proporciona. Um grupo de amigos que já praticava
a modalidade o convidou para participar de um evento em Águas de
Lindoia (SP) e, desde então, nunca mais abandonou esse desafio. “O
esporte é uma forma de se distrair e recarregar a energia para os dias de
trabalho”, descreve.
As corridas de aventura geram no executivo uma sensação de
tranquilidade diante da rotina. São diversos circuitos dessa junção de
esportes radicais rodeados por verde, o que faz com que ele possa participar semanalmente.
O que mais o atrai nessa prática é conhecer lugares diferentes e aos
quais provavelmente não iria, mesmo com a ajuda de guias turísticos.
O Jalapão (TO), por exemplo, foi um dos locais mais bonitos e quase
não habitados em que esteve presente, graças a esse exercício. Por lá, a
prova de 500 quilômetros exigiu um grande esforço do atleta, que fez
rafting, passou por dunas e por mata fechada até alcançar o destino.
setembro 2013 FINANCEIRO 53
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vidapessoal
Corridas de aventura
Desconhecido
O que mais atrai o
executivo na prática da
corrida de aventuras
é conhecer lugares
diferentes e aos quais
provavelmente não iria,
mesmo com a ajuda de
guias turísticos
São competições que envolvem várias
modalidades de esportes na natureza. É
grande a quantidade de equipamentos
utilizados pelos atletas, e a maioria é
requerida pela coordenação da prova. Não
há um formato obrigatório para a prática,
mas o mais utilizado é com equipes de dois
a quatro atletas, que precisam percorrer um
caminho indicado em mapas providos pela
organização dos eventos.
Tempo corrido
Os treinos também ocupam parte do seu tempo. Realiza exercícios
diários às 5h30 e após o trabalho na cidade onde mora, São Paulo (SP).
Treina corrida, bicicleta e remo na raia olímpica da Universidade de São
Paulo (USP). Nos fins de semana, ainda viaja para treinar diretamente
na terra, montanha, mar e rio.
Rehder tem uma equipe de quatro pessoas chamada Enigma Selva
Aventura. A última prova que fez antes da publicação desta matéria foi
de 600 quilômetros, realizada na Costa do Dendê (BA), em uma das
etapas do mundial de corrida de aventura.
Ele gosta de lidar com o risco. Cada passo e cada decisão, tanto no
trabalho quanto na vida pessoal, têm uma dose, mesmo que moderada, de
adrenalina. Qual o próximo destino dele? Certamente será radical. f
Diogo Rehder, gestor de
fundo de investimentos
“O esporte é uma forma
de se distrair e recarregar
a energia para os dias de
trabalho”
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1.indd 4
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análiseeperspectivas
Cheque especial, crédito pessoal e créditos para
aquisição de veículos. Essas são algumas das modalidades para pessoa física com taxas prefixadas mais utilizadas pelos brasileiros. Com uma análise dos dados
disponibilizados pelo Banco Central do Brasil (BCB),
percebe-se qual o comportamento das taxas de juros
que são exigidas pelas instituições financeiras.
Considerando-se o último período de um ano
com dados disponíveis (junho de 2012 a junho de
2013), existe uma tendência
Por prof. dr. Alberto Borges Matias,
de estabilidade nas taxas de
com colaboração de
juros aplicadas às operações
Carlos Vinícius Romeiro Fonseca
de cheque especial e crédito
pessoal (Gráficos 1 e 2), sendo que a diferença entre o
ponto inicial, junho de 2012, e o final, junho de 2013,
não ultrapassa uma variação de 0,3% ao mês (a.m.), seja
para mais ou para menos. Observa-se também que as
taxas cobradas pelas instituições públicas são menos
onerosas ao tomador de crédito, assim significando
menores gastos dentro do período indicado.
A única modalidade de crédito que apresenta uma
variação pouco superior é a dos créditos tomados para
aquisição de veículos (Gráfico 3), que mostra uma leve
alta nos juros cobrados pelas instituições públicas, de
0,53%, e uma baixa nas taxas das instituições privadas,
chegando a 0,69% de queda nas estrangeiras. Apesar
da variação, as instituições públicas tiveram elevação
das taxas, em sentido contrário às quedas mostradas
pelas instituições privadas. Os tributos praticados pelos
bancos públicos seguem mais vantajosos em relação
aos demais.
Nos demonstrativos emitidos pelo BCB, é observada a evolução das taxas de juros mensais nos últimos
cinco anos, o que mostra que os juros atuais são, em
parte, inferiores aos praticados em junho de 2009.
Na modalidade de cheque especial, observa-se
que a maior queda aconteceu nas taxas praticadas
pelas instituições públicas, e a redução ocorreu entre
os anos de 2011 e 2012, estando nos demais períodos
com uma tendência de estabilidade. A única alta observada é a das taxas praticadas pelas instituições privadas
internacionais, que no período de cinco anos mostram
uma elevação de 0,8% em taxas de juros; enquanto isso,
as instituições privadas nacionais tenderam a acompanhar os bancos públicos, com redução no período
entre 2011 e 2012.
Já ao analisar a evolução das taxas de juros de
crédito pessoal durante os últimos cinco anos, vemos
que em 2009 as taxas de juros das instituições públicas
eram mais vantajosas do que as cobradas pelos bancos
privados. Entre 2011 e 2012, foi observada uma queda
nos juros praticados por todas as instituições, porém, tal
resultado foi mais acentuado nas instituições privadas,
especialmente nas nacionais, fazendo com que as taxas
de juros ficassem bem próximas. Assim, nos dados de
junho deste ano, a diferença vista entre as taxas de juros
cobradas ao mês não passa de 0,53% e coloca as instituições privadas em situação de maior competitividade
no mercado de crédito.
Para aquisição de veículos, apesar de as taxas de junho de 2013 se apresentarem com números inferiores
às de 2009, observa-se maior movimentação para cima
e para baixo, com exceção dos bancos públicos, que
tiveram altas tanto entre 2009 e 2010 como de 2010
para 2011. Destaca-se então o nível de queda observado entre os anos de 2011 e 2012, que foi o maior para
todas as instituições e foi essencial para que as taxas de
2013 ficassem abaixo das de cinco anos atrás. Outro
ponto é a aproximação das taxas praticadas pelos bancos privados das que são cobradas nos bancos públi-
Foto: Divulgação/Artigo enviado em agosto de 2013
Cenário
de juros à pessoa física
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TAXA DE JUROS
A.M - CHEQUE
ESPECIAL
9,88%
9,77%
8,21%
7,92%
4,75%
4,57%
Fonte: Inepad & BCB
TAXA
DE JUROS
A.M -
CRÉDITO PESSOAL
2,55%
2,25%
2,02%
2,47%
2,14%
1,94%
Fonte: Inepad & BCB
ATRASO ACIMA DE 90 DIAS – CRÉDITO PESSOAL
19,02%
18,33%
18,54%
18,14%
16,78%
16,25%
Fonte: Inepad & BCB
cos, o que, assim como na modalidade
de crédito pessoal, dá maior poder de
concorrência no mercado de crédito
aos bancos privados.
Constata-se então que as taxas
tenderam a se manter estáveis, não
apresentando variação maior que 1%
a.m. Porém, em cinco anos, houve
baixa nos juros – especialmente entre
2011 e 2012, quando os juros tiveram
maiores quedas – e as taxas das instituições privadas se aproximaram das
públicas, até então mais vantajosas.
Esse cenário deu ao cliente de crédito
maior comodidade para escolher entre as instituições, com valores de juros cobrados próximos. A influência
de fatores como o serviço prestado, o
valor de crédito concedido, dentre outros, fica mais evidente, diminuindo a
influência das taxas de juros na escolha
do consumidor. f
ELABORAÇÃO:
Alberto Borges Matias
– Diretor-presidente do
Inepad. Professor titular
do Departamento de
Administração da Faculdade
de Economia, Administração
e Contabilidade da
Universidade de São Paulo
no campus de Ribeirão Preto.
Livre-docente em finanças,
atuando nos programas de
graduação, pós-graduação e
MBAs da universidade
APOIO:
Carlos Vinícius Romeiro
Fonseca – Pesquisador
do Centro de Pesquisas do
Inepad – Núcleo Cepefin.
Graduando em administração
pela Faculdade de
Economia, Administração
e Contabilidade da
Universidade de São Paulo no
campus de Ribeirão Preto
setembro 2013 FINANCEIRO 57
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bancodedadosinepad
Taxas médias: geral
Data
Var. p.p.
Captações
jun/12
Aplicações
20,1
-1,0
7,3
-0,1
12,8
jul/12
19,9
-0,2
6,9
-0,4
13,0
0,2
ago/12
19,6
-0,3
6,9
0,0
12,7
-0,3
set/12
19,4
-0,2
6,8
-0,1
12,6
-0,1
out/12
19,0
-0,4
6,6
-0,2
12,4
-0,2
nov/12
18,9
-0,1
6,6
0,0
12,3
-0,1
dez/12
18,0
-0,9
6,5
-0,1
11,5
-0,8
jan/13
18,6
0,6
6,4
-0,1
12,2
0,7
fev/13
18,7
0,1
6,6
0,2
12,1
-0,1
mar/13
18,5
-0,2
6,8
0,2
11,7
-0,4
abr/13
18,5
0,0
6,8
0,0
11,7
0,0
mai/13
18,1
-0,4
6,8
0,0
11,3
-0,4
jun/13
18,5
0,4
7,6
0,8
Spread
10,9
-0,4
Var. p.p.
-0,9
-1,9
0,3
-1,6
Variação jun/jun
Var. p.p.
Fonte: BC/Inepad
Taxas médias: pessoa física
Data
Aplicações
jun/12
26,3
jul/12
26,2
ago/12
25,7
set/12
out/12
Var. p.p.
Captações
Var. p.p.
Spread
Var. p.p.
-1,1
-1,3
7,6
-0,2
18,7
-0,1
7,3
-0,3
18,9
0,2
-0,5
7,2
-0,1
18,5
-0,4
25,7
0,0
7,2
0,0
18,5
0,0
25,5
-0,2
6,8
-0,4
18,7
0,2
nov/12
25,1
-0,4
6,8
0,0
18,3
-0,4
dez/12
24,3
-0,8
6,6
-0,2
17,7
-0,6
jan/13
24,7
0,4
6,7
0,1
18,0
0,3
fev/13
24,9
0,2
7,0
0,3
17,9
-0,1
mar/13
24,4
-0,5
7,1
0,1
17,3
-0,6
abr/13
24,3
-0,1
7,0
-0,1
17,3
0,0
mai/13
24,0
-0,3
7,1
0,1
16,9
-0,4
jun/13
24,3
0,0
8,0
0,9
16,3
-0,6
-2,4
0,4
-2,0
Variação jun-jun
Fonte: BC/Inepad
Taxas médias: pessoa jurídica
Data
Aplicações
Var. p.p.
Captações
Var. p.p.
Spread
Var. p.p.
-0,8
jun/12
15,4
-0,8
7,1
0,0
8,3
jul/12
15,1
-0,3
6,7
-0,4
8,4
0,1
ago/12
14,9
-0,2
6,6
-0,1
8,3
-0,1
set/12
14,5
-0,4
6,6
0,0
7,9
-0,4
out/12
14,0
-0,5
6,5
-0,1
7,5
-0,4
nov/12
14,2
0,2
6,4
-0,1
7,8
0,3
dez/12
13,3
-0,9
6,3
-0,1
7,0
-0,8
jan/13
14,0
0,7
6,2
-0,1
7,8
0,8
fev/13
14,0
0,0
6,3
0,1
7,7
-0,1
mar/13
14,0
0,0
6,5
0,2
7,5
-0,2
abr/13
14,0
0,0
6,6
0,1
7,4
-0,1
mai/13
13,5
-0,5
6,7
0,1
6,8
-0,6
jun/13
14,0
0,5
7,3
0,6
6,7
Variação jun-jun
-1,4
0,2
-0,1
-1,6
Fonte: BC/Inepad
58 FINANCEIRO setembro 2013
Finan82 INEPAD tabelas.indd 58
8/30/13 1:24 PM
CrŽ dito Consignado
Spread Financeiro 26,0
Consignado (R$ milh› es)
n/
13
ju
ab
m
ai
ja
de
no
t/1
2
se
l/1
Captações ou
ag
n/
12
ju
fe
v/
13
m
ar
/13
ab
r/1
3 m
ai
/13
ju
n/
13
ja
n/
13
de
z/
12
ou
t/1
2 no
v/
12
o/
12
se
t/1
2 ju
l/1
2 ag
ju
n/
12
Aplicações /1
3
23,0
r/1
3
23,5
160.000
5,0 0,0 fe
v/
13
m
ar
/1
3
24,0
170.000
z/
12
180.000
n/
13
24,5
10,0 v/
12
190.000
t/1
2
25,0
15,0 2
25,5
200.000
o/
12
210.000
20,0 ju
Taxas Médias % 25,0 % a.a. INEPAD & BC
220.000
INEPAD & BC Consignado - taxa de juros % a.a.
Fonte: BC/Inepad
SALDO
RECURSOS
Mês/Ano
DA CARTEIRA DE CRÉDITO: PESSOA FÍSICA
LIVRES (R$ MILHÕES)
Cheque Variação
especial em %
Cartão de Variação
em %
crédito
Crédito pessoal Variação
não consignado
em %
vinculado à dívida
CRÉDITO PESSOAL
Crédito
Variação Crédito
Var.
pessoal não em %
pessoal
em %
consignado
consig. total
Total
Variação
em %
jun/12
20.272
-3,3
114.023
-0,3
18.514
4,2
86.541
1,1
177.161
1,8
263.702
1,6
jul/12
20.470
1,0
115.640
1,4
19.170
3,5
86.620
0,1
179.884
1,5
266.503
1,1
ago/12
20.235
-1,1
115.847
0,2
20.009
4,4
87.498
1,0
183.040
1,8
270.538
1,5
set/12
19.877
-1,8
114.827
-0,9
20.221
1,1
89.121
1,9
182.506
-0,3
271.628
0,4
out/12
20.516
3,2
117.185
2,1
20.670
2,2
90.131
1,1
185.434
1,6
275.565
1,4
nov/12
19.969
-2,7
119.442
1,9
20.972
1,5
91.064
1,0
187.712
1,2
278.776
1,2
dez/12
18.288
-8,4
126.614
6,0
21.480
2,4
90.225
-0,9
188.879
0,6
279.104
0,1
jan/13
20.046
9,6
126.273
-0,3
21.551
0,3
91.079
0,9
192.166
1,7
283.245
1,5
fev/13
20.800
3,8
122.107
-3,3
21.562
0,1
91.627
0,6
195.434
1,7
287.061
1,3
mar/13
20.244
-2,7
122.141
0,0
21.609
0,2
92.916
1,4
198.825
1,7
291.741
1,6
abr/13
21.220
4,8
123.598
1,2
21.662
0,2
93.944
1,1
202.469
1,8
296.412
1,6
mai/13
21.118
-0,5
126.433
2,3
21.773
0,5
94.945
1,1
206.309
1,9
301.254
1,6
jun/13
20.478
-3,0
125.372
0,8
21.764
0,0
95.663
0,8
209.304
1,5
304.967
1,2
Fonte: BC/Inepad
SALDO
DA CARTEIRA DE CRÉDITO: PESSOA FÍSICA
CONTINUAÇÃO –
RECURSOS LIVRES (R$ MILHÕES)
AQUISIÇÃO
Mês/Ano
Veículos
Variação
em %
Outros
Variação
em %
Total
Variação
em %
Arrecadamento Variação
mercantil em %
Desconto
Variação
de
cheques em %
Outros
créditos Variação
em %
livres
jun/12
186.884
1,3
9.440
0,7
196.324
1,2
25.632
-5,2
1.660
5,3
22.879
4,0
jul/12
187.913
0,6
9.510
0,7
197.423
0,6
24.177
-5,7
1.611
-3,0
24.095
5,3
ago/12
190.876
1,6
9.654
1,5
200.530
1,6
22.816
-5,6
1.657
2,9
24.405
1,3
set/12
190.167
-0,4
9.794
1,5
199.961
-0,3
21.598
-5,3
1.674
1,0
23.648
-3,1
out/12
190.419
0,1
9.982
1,9
200.401
0,2
20.276
-6,1
1.655
-1,1
23.391
-1,1
nov/12
190.778
0,2
10.162
1,8
200.940
0,3
19.073
-5,9
1.684
1,8
23.723
1,4
dez/12
193.215
1,3
10.450
2,8
203.665
1,4
17.913
-6,1
1.673
-0,7
23.870
0,6
jan/13
193.474
0,1
10.494
0,4
203.968
0,1
16.762
-6,4
1.637
-2,2
24.053
0,8
fev/13
192.763
-0,4
10.422
-0,7
203.185
-0,4
15.738
-6,1
1.650
0,8
24.635
2,4
mar/13
192.795
0,0
10.430
0,1
203.225
0,0
14.746
-6,3
1.633
-1,0
25.032
1,6
abr/13
192.490
-0,2
10.498
0,7
202.988
-0,1
13.732
-6,9
1.608
-1,5
25.941
3,6
mai/13
192.060
-0,2
10.657
1,5
202.717
-0,1
12.809
-6,7
1.579
-1,8
25.923
-0,1
jun/13
191.979
0,0
10.804
1,4
202.783
0,0
12.040
-6,0
1.609
1,9
26.250
1,3
Fonte: BC/Inepad
setembro 2013 FINANCEIRO 59
Finan82 INEPAD tabelas.indd 59
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bancodedadosinepad
SALDO
DA CARTEIRA DE CRÉDITO: PESSOA FÍSICA
RECURSOS DIRECIONADOS - (R$
MILHÕES)
Mês/Ano
Crédito
rural total
jun/12
78.213
1,6
220.305
2,8
25.980
0,0
2.947
3,6
3.631
6,2
jul/12
76.169
-2,6
226.124
2,6
26.163
0,7
2.970
0,8
3.677
1,3
ago/12
79.240
4,0
233.154
3,1
27.284
4,3
3.061
3,1
3.696
0,5
set/12
81.538
2,9
236.413
1,4
27.247
-0,1
3.089
0,9
3.852
4,2
out/12
83.806
2,8
242.760
2,7
27.606
1,3
3.350
8,4
3.949
2,5
nov/12
86.393
3,1
248.714
2,5
28.472
3,1
3.570
6,6
3.975
0,7
dez/12
90.655
4,9
255.367
2,7
29.172
2,5
3.798
6,4
4.174
5,0
jan/13
90.480
-0,2
261.344
2,3
30.221
3,6
3.823
0,7
3.937
-5,7
fev/13
90.964
0,5
266.577
2,0
31.156
3,1
3.824
0,0
4.039
2,6
mar/13
92.705
1,9
273.917
2,8
32.146
3,2
3.879
1,4
4.454
10,3
abr/13
94.192
1,6
281.343
2,7
32.991
2,6
3.936
1,5
4.573
2,7
mai/13
97.014
3,0
289.652
3,0
32.839
-0,5
4.027
2,3
4.573
1,8
jun/13
101.736
4,9
298.396
3,0
33.119
0,9
4.170
3,6
4.755
4,0
Variação
em %
Financ.
imobiliário tot.
Variação
em %
Financ.
Variação
recursos BNDES
em %
Microcrédito
total
Variação
em %
Outros créditos
direcionados
Variação
em %
Fonte: BC/Inepad
SALDO
DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO
–
CRÉDITO CONSIGNADO (R$
MILHÕES)
TAXA DE JUROS % a.a.
CONSIGNADO
Não
Mês/Ano
consignado
Servidores
públicos
Trabalhadores
do setor privado
Beneficiários
do INSS
Total
Total
Consignado
Pessoal
Diferença
jun/12
86.541
108.504
14.838
53.819
177.161
263.702
25,7
38,2
12,5
jul/12
86.620
110.179
15.047
54.658
179.884
266.504
25,4
38,6
13,2
ago/12
87.498
112.316
15.278
55.446
183.040
270.538
24,9
38,0
13,1
set/12
89.121
111.614
15.896
54.996
182.506
271.627
25,2
37,7
12,5
out/12
90.131
113.644
16.101
55.689
185.434
275.565
24,8
37,8
13,0
nov/12
91.064
115.157
16.253
56.302
187.712
278.776
24,6
37,1
12,5
dez/12
90.225
116.039
16.244
56.595
188.878
279.103
24,5
36,9
12,4
jan/13
91.079
117.713
16.391
58.062
192.166
283.245
24,5
37,3
12,8
fev/13
91.627
119.680
16.535
59.219
195.434
287.061
24,7
37,9
13,2
mar/13
92.916
121.669
16.806
60.351
198.826
291.742
24,6
37,2
12,6
abr/13
93.944
124.092
16.966
61.410
202.468
296.412
24,3
36,8
12,5
mai/13
94 945
126 427
17 199
62 683
206 309
301 254
24,2
36,7
12,5
jun/13
95 663
128 576
17 373
63 354
209 303
304 966
24,2
38,1
13,9
Fonte: BC/Inepad
PREVISÕES
ECONÔMICAS
Ano de 2013
PIB Total % a.a.
PIB Agropecuário % a.a.
PIB Indústria % a.a.
PIB Serviço % a.a.
Produção Industrial % a.a.
2,20
7,73
1,31
2,39
2,02
1 semana antes 31/07
2,23
7,60
1,43
2,44
2,03
1 mês antes 09/07/2013
2,32
7,60
1,42
2,42
2,21
Taxa de Câmbio R$/US$
Saldo Comercial US$ bilhões
Previsão 09/08/2013
(2013/2013)
Ano de 2013
Selic Taxa anual
Previsão 09/08/2013
IGP–DI % a.a.
IPCA % a.a.
9,33
4,95
5,82
2,21
247,88
1 semana antes 31/07
9,36
4,85
5,76
2,25
247,71
1 mês antes 09/07/2013
9,37
4,59
5,75
2,27
245,15
(2013/2013)
Fonte: BC-Focus/Inepad
60 FINANCEIRO setembro 2013
Finan82 INEPAD tabelas.indd 60
8/30/13 1:24 PM
SALDO
(R$
MILHÕES)
E PORCENTUAL (%)
–
RECURSOS LIVRES PF
DA CARTEIRA DE CRÉDITO COM
TOTAL E COM ATRASO ENTRE
CRÉDITO PESSOAL
15
E
90
AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS
DIAS
AQUISIÇÃO DE OUTROS BENS
Mês/Ano
Saldo total
Com atraso de
15 a 90 dias
% sobre saldo
da carteira
Saldo total
Com atraso de
15 a 90 dias
% sobre saldo
da carteira
Saldo total
Com atraso de
15 a 90 dias
% sobre saldo
da carteira
jun/12
250.527
10.447
4,17%
182.757
17.161
9,39%
9.299
778
8,37%
jul/12
254.431
10.941
4,30%
183.480
17.229
9,39%
9.289
756
8,14%
ago/12
259.656
10.646
4,10%
184.576
16.187
8,77%
9.374
719
7,67%
set/12
263.702
11.128
4,22%
186.884
16.745
8,96%
9.440
718
7,61%
out/12
266.503
11.300
4,24%
187.913
16.668
8,87%
9.510
709
7,46%
nov/12
270.538
11.038
4,08%
190.876
16.434
8,61%
9.654
728
7,54%
dez/12
271.628
10.811
3,98%
190.167
16.012
8,42%
9.794
672
6,86%
jan/13
275.565
12.097
4,39%
190.419
15.843
8,32%
9.982
732
7,33%
fev/13
278.776
12.155
4,36%
190.778
16.064
8,42%
10.162
802
7,89%
mar/13
279.104
12.141
4,35%
193.215
17.351
8,98%
10.450
874
8,36%
abr/13
283.245
12.774
4,51%
193.474
16.736
8,65%
10.494
855
8,15%
mai/13
287.061
11.655
4,06%
192.763
16.539
8,58%
10.422
810
7,77%
jun/13
291.741
11.465
3,93%
192.795
15.925
8,26%
10.430
787
7,55%
Fonte: BC/Inepad
CRÉDITO PESSOAL
Saldo
Taxa de
juros
Data
jun/07
59.085,00
51,06
dez/08
82.853,00 60,44
jun/10
121.546,00 41,97
dez/11
159349
42,4
jul/07
61.639,00
50,61
jan/09
83.203,00 56,51
jul/10
123.631,00 42,21
jan/12
161858
44,8
ago/07
63.483,00
49,89
fev/09
81.393,00 54,49
ago/10
126.750,00 41,96
fev/12
164769
45,2
set/07
64.990,00
49,43
mar/09
83.665,00 50,84
set/10
128.691,00 41,63
mar/12
167349
43,9
out/07
66.842,00
48,88
abr/09
87.384,00 48,78
out/10
131.057,00 43,55
abr/12
170256
41,4
nov/07
67.089,00
46,75
mai/09
89.592,00 46,62
nov/10
133.419,00 41,99
mai/12
174031
39,3
dez/07
68.259,00
45,80
jun/09
91.998,00 45,64
dez/10
136.312,00 44,11
jun/12
177161
38,2
jan/08
69.758,00
53,08
jul/09
94.475,00 44,78
jan/11
139.246,00 48,32
jul/12
179884
38,6
fev/08
71.083,00
52,59
ago/09
97.297,00 44,29
fev/11
141.840,00 47,96
ago/12
183040
38
mar/08
72.900,00
50,48
set/09
99.518,00 44,71
mar/11
142150 43,01
set/12
182506
37,7
abr/08
74.510,00
50,60
out/09
101.735,00 45,74
abr/11
143935 44,34
out/12
185434
37,8
mai/08
75.967,00
48,39
nov/09
103.450,00 43,64
mai/11
145738 44,56
nov/12
187712
37,1
jun/08
76.744,00
51,39
dez/09
107.283,00 44,35
jun/11
147892 44,52
dez/12
188879
36,9
jul/08
77.987,00
53,59
jan/10
109.248,00 44,83
jul/11
150587 45,01
jan/13
192166
37,3
ago/08
79.161,00
54,49
fev/10
111.396,00 43,81
ago/11
154027 44,52
fev/13
195434
37,9
set/08
80.137,00
56,31
mar/10
115.128,00 42,69
set/11
155626 44,64
mar/13
198825
37,2
out/08
81.916,00
57,42
abr/10
117.580,00 42,87
out/11
157277 45,34
abr/13
202469
36,8
nov/08
81.761,00
59,88
mai/10
119.875,00 43,04
nov/11
159117 43,64
mai/13
206.309
36,7
jun/13
209.304
38,1
Data
Saldo
Taxa de
juros
Data
Saldo
Taxa de
juros
Data
Saldo
Taxa de
juros
setembro 2013 FINANCEIRO 61
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bancodedadosinepad
TAXA
DE DESEMPREGO
Data
Brasil
Var. % – Brasil
SP
Var. %
5,4%
jul/12
Taxa de Desemprego -0,005
5,7%
-0,008
Inepad & 10% 9% 8% 7% 6% 5% 4% 3% 2% 1% 0% IBGE 5,8%
0,001
ago/12
5,3%
-0,001
set/12
5,4%
0,001
6,5%
0,007
0,010 out/12
5,3%
-0,001
5,90%
-0,006
0,008 nov/12
4,9%
-0,004
5,50%
-0,004
0,006 dez/12
4,6%
-0,003
5,20%
-0,003
Taxa de Desemprego IInepad nepad &
& 0,004 IBGE IBGE
Brasil 10% 10% São Paulo 0,002 9% 9% Var. p.p. 0,012
6,40%
0,008
5,4%
jan/13
8% 8% 0,000 7% 7% -­‐0,002 0,001
6,50%
0,002
5,6%
fev/13
6% 6% -­‐0,004 5% 5% -0,002
6,30%
0,001
5,7%
mar/13
4% 4% -­‐0,006 0,004
6,70%
0,001
5,8%set/12 out/12 abr/13
mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 3% 3% 2% 2% -0,004
6,30%
0,000
5,8%
mai/13
1% 1% 0% 0% 0,003
6,60%
0,002
6,00%
jun/13
jul/12 ago/12 set/12 out/12 dez/12 dez/12 jan/13 fev/13 abr/13 mai/13 jun/13 jun/13 jul/13 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 nov/12 out/12 nov/12 jan/13 mar/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jul/13
5,60%
-0,40%
5,80%
0,010 0,010 0,008 0,008 0,006 0,006 0,004 0,004 0,002 0,002 0,000 0,000 Brasil Brasil São PPaulo aulo São Var. pp.p. .p. Var. -­‐0,002 -­‐0,002 -­‐0,004 -­‐0,004 -­‐0,006 -­‐0,006 -0,005
Fonte: IBGE/Inepad
RENDIMENTO MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)
3,8
-0,03
out/12
2,1
0,05
4,0
0,05
nov/12
2,0
-0,05
3,8
-0,05
dez/12
2,0
0,00
3,6
-0,05
jan/13
1,9
-0,05
3,5
-0,03
fev/13
1,9
0,00
3,3
-0,06
mar/13
2,0
0,05
3,7
0,12
abr/13
2,0
0,00
3,7
0,00
mai/13
2,0
0,00
3,6
-0,03
jun/13
1,9
-0,10
3,5
-0,10
jul/13
1,7
-0,11
3,20
0,09
Rendimento ecebido -­‐-­‐ BBrasil rasil ee S SP P -­‐ -­‐ Rendimento M
Médio édio RReal eal H
Habitualmente abitualmente Recebido (mil RR$) $) IInepad nepad && I BGE IBGE (mil 4,5 4,5 4,0 4,0 3,5 3,5 3,0 3,0 2,5 2,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5 0,5 0,0 0,0 SP SP Brasil Brasil m jun
ai -­‐1
-­‐1 3 3 j
ju ul-­‐
n-­‐ 13
13 0,00
m ab
ar r-­‐
-­‐1 13
3 abmai
r-­‐1 -­‐13
3 2,0
fema
v-­‐ r-­‐1
13 3 0,08
set/12
ja fe
n-­‐ v-­‐
1313
3,9
seo
tu-­‐1t
2-­‐1 2
oun
o
t-­‐1v-­‐
21 2
nod
ve-­‐ z-­‐
1212
de ja
z-­‐ n-­‐
1213
0,05
2,0
os-­‐e
1t2-­‐1
2 -0,03
ago/12
ag
Var. %
3,6
2 SP
-0,05
jua
lg-­‐o1
2-­‐1 2
Var. % - Brasil
1,9
ju
nj-­‐
u1l2
-­‐1 Brasil
jul/12
Data
Fonte: IBGE/Inepad
62 FINANCEIRO setembro 2013
Finan82 INEPAD tabelas.indd 62
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ATIVIDADE
ECONÔMICA
Taxa da Utilização da
Capacidade Instalada
Var. p.p.
Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral
Var. %
jun/12
81,8
-0,10
jul/12
82,1
0,30
jun/12
124,32
-0,36%
jul/12
124,36
ago/12
82,0
0,03%
-0,10
ago/12
125,4
set/12
0,84%
82,2
0,20
set/12
126,0
0,48%
out/12
82,5
0,30
out/12
126,74
0,59%
nov/12
82,7
0,20
nov/12
126,23
-0,40%
dez/12
82,9
0,20
dez/12
126,04
-0,15%
jan/13
81,7
-1,20
jan/13
126,63
0,47%
fev/13
81,1
-0,60
fev/13
126,74
0,09%
mar/13
82,6
1,50
mar/13
127,17
0,34%
abr/13
83,3
0,70
abr/13
127,25
0,06%
mai/13
82,2
-1,1
mai/13
127,71
0,46
jun/13
82,2
0
jun/13
128,5
0,79
Data
Data
0,4
Variação - jun-jun
4,18
Variação - jun-jun
Fonte: CNI/Inepad
Fonte: IBGE/Inepad
Capacidade
Capacidade
(%)
(%)
Atividade
Atividade Economica: Produ• ‹ o x Capacidade
Produ•
Produ• ‹ ‹ oo
(ê (êndice)
ndice)
INEPAD & CNI & IBGE
85,0
85,0
133
133
84,0
84,0
83,0
83,0
129
129
82,0
82,0
125
125
81,0
81,0
121
121
80,0
80,0
79,0
79,0
117
117
78,0
78,0
113
113
77,0
77,0
109
109
76,0
76,0
105
105
Taxa da
TaxaUtiliza•
da Utiliza• ‹ ‹ o
o
da CapacidadeInstalada
Instalada
da Capacidade
ajub
nr/1
3
mm
aar
i/1
3
faeb
vr/
13
mja
anr
/1
3
dfe
zv/
123
njoa
vn/
123
doe
uzt
/1
2
nso
evt
/1
2
aog
uot
/1
2
sjue
lt/1
2
aj g
uno
/1
2
mju
ail
/1
2
ajubn
r/ 1
2
75,0
75,0
ê ndice
Produ•
o F’ sica
ê ndicede
de Produ•
‹ o F’‹ sica
diaM—
M— vel
MŽ MŽdia
velTrimestral
Trimestral
setembro 2013 FINANCEIRO 63
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bancodedadosinepad
PRODUÇÃO – AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS. MISTOS.
VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES E PESADOS (EM UNIDADES)
Produção
Média Trim.
Var. Mensal
8,8%
Var. Mensal (%)
jul/12
297.800
284.067
24.200
ago/12
329.300
300.233
31.500
10,6%
set/12
282.540
303.213
-46.760
-14,2%
out/12
318.701
310.180
36.161
12,8%
-5,3%
-14,0%
nov/12
301.679
300.973
-17.022
dez/12
259.364
293.248
-42.315
jan/13
279.332
280.125
19.968
7,7%
fev/13
229.274
255.990
-50.058
-17,9%
mar/13
340.865
283.157
111.591
48,7%
abr/13
347.122
305.754
6.257
1,8%
mai/13
348.070
345.352
948
0,3%
jun/13
320.823
338.672
-27.247
-7,8
jul/13
312.300
327.064
-8.523
-2,7%
Produção Automóveis utomóveis LLeves eves ee P Pesados esados Produção -­‐-­‐ A
Inepad && A
Anfavea
nfavea Inepad 400.000 400.000 350.000 350.000 300.000 300.000 250.000 250.000 200.000 200.000 150.000 150.000 100.000 100.000 50.000 50.000 0 0 Unidades Unidades Data
jul/12 ago/12 set/12 out/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 nov/12 out/12 dez/12 nov/12 jan/13 dez/12 fev/13 jan/13 mar/13 fev/13 abr/13 mar/13 mai/13 abr/13 jun/13 mai/13 jul/13 jun/13 -11,55%
Variação jun/jun
Fonte: Anfavea/Inepad
EXPORTAÇÃO
UNIDADES)
-17,50%
jul/12
29.700
30.800
-6.300
ago/12
42.900
36.200
13.200
44,44%
set/12
27.194
33.265
-15.706
-36,61%
Exportação de Autoveículos Montados Fonte: Inepad & Anfavea 60.000 60.000 out/12
41.797
37.297
14.603
53,70%
nov/12
36.536
35.176
-5.261
-12,59%
50.000 50.000 40.000 40.000 4.658
37.987
-4.962
-12,05%
fev/13
31.743
36.390
-4.489
-12,39%
mar/13
43.529
37.168
11.786
37,13%
26,55%
abr/13
55.084
43.452
11.555
mai/13
48.623
49.079
-6.461
-11,73%
jun/13
51.233
51.647
2.610
5,37%
jul/13
52.456
50.771
1.223
Variação jun/jun
30.000 30.000 20.000 20.000 10.000 10.000 Exportações 0 0 2 j
39.842
36.232
ju
l/1
41.194
jan/13
ju
n/
12
dez/12
12,75%
Exportação de Autoveículos Montados Fonte: Inepad & Anfavea Unidades Média Trimestral 2 Var. Mensal (%)
ul
/1
Var. Mensal
se ago/
t/1 12
2 ou set
t/1 /12
2 no o u
v/ t/1
12 2 de n o
z/ v/1
12 2 ja de
n/ z/1
13 2 fe ja
v/ n/
13 13
m ar fe
/13 v/1
3 ab m
r/1 ar
3 /13 m
ai ab
/13 r/
13 ju
n/ ma
13 i/1
3 ju
l/1 jun
3 /13
Média Trim.
12
Exportações
o/
Data
ag
DE
AUTOVEÍCULOS MONTADOS (EM
Exportações Média Trimestral 2,39%
19,89%
Fonte: Anfavea/Inepad
64 FINANCEIRO setembro 2013
Finan82 INEPAD tabelas.indd 64
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LICENCIAMENTO
DE AUTOMÓVEIS NACIONAIS E IMPORTADOS (EM
UNIDADES)
Total
1000cc
% no total
+1000cc a 2000cc
% no total
+2000cc
% no total
jul/12
281.420
117.366
42,7%
162.179
57,6%
1.875
0,7%
ago/12
326.914
133.660
35,9%
191.167
58,5%
2.087
0,6%
set/12
214.351
90.205
62,4%
122.402
57,1%
1.744
0,8%
out/12
250.598
105.244
36,0%
143.910
57,4%
1.444
0,6%
nov/12
233.279
97.802
45,1%
134.278
57,6%
1.199
0,5%
dez/12
267.302
111.103
36,6%
155.168
58,0%
1.031
0,4%
jan/13
231.343
97.475
48,0%
132.707
57,4%
1.161
0,5%
fev/13
172.080
68.814
56,6%
102.250
59,4%
1.016
0,6%
mar/13
209.797
85.683
32,8%
122.993
58,6%
1.121
0,5%
abr/13
246.379
98.563
34,8%
146.066
59,3%
1.750
0,7%
mai/13
232.974
93.970
42,3%
137.426
59,0%
1.578
0,7%
jun/13
233.277
96.715
40,3%
135.298
58,0%
1.264
0,5%
jul/13
250.685
99.838
38,6%
149.235
59,53%
1.612
0,64%
Data
Fonte: Anfavea/Inepad
Licenciamento por Categoria Automóveis Licenciamento por ICnepad ategoria Automóveis Fonte: & Anfavea Fonte: Inepad & Anfavea 250.000 250.000 1000cc +1000cc a 2000cc +2000cc 200.000 200.000 150.000 150.000 100.000 100.000 50.000 50.000 12
agju
ol//1
122 asg eot /1
/12
2 osuet
t//112
2 noout/
v/12
1 n 2 deov/1
z/ 2 de 12 ja z/12
n/ ja 13 n
fe /13
v/ fe 13 m v/13
a m r/13
ar ab /13 abr/13
r m /13 mai/1
ai 3 /1
ju 3 jun/1
n/ 3 13
ju l/1
3 0 jjuu
nl/
1000cc TAXA
+1000cc a 2000cc +2000cc MÉDIA DE JUROS DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO COM RECURSOS LIVRES
CRÉDITO PESSOAL
AQUISIÇÃO DE BENS – VEÍCULOS
-
PESSOA FÍSICA
AQUISIÇÃO DE BENS – OUTROS
TAXA DE JUROS
TAXA DE JUROS
TAXA DE JUROS
%
a.a.
Variação
p.p.
4,53 -0,08
72,03
-1,55
4,36 -0,17
71,63
-3,27
4,46
0,10
70,08
1,97
9.794
4,50
0,04
66,81
0,78
-0,58
9.982
4,47 -0,03
68,78
-0,54
20,47
-0,04
10.162
4,57
0,10
69,56
1,92
19,75
-0,72
10.450
4,74
0,17
69,02
3,42
0,05
20,53
0,78
10.494
4,55 -0,19
70,94
-3,79
1,56
0,00
20,46
-0,07
10.422
4,48 -0,07
74,36
-1,27
1,51
-0,05
19,73
-0,73
10.430
4,44 -0,04
70,57
-0,67
192.500
1,58
0,07
19,92
0,19
10.503
4,43 -0,01
69,30
-0,38
-0,10
192.060
1,51
-0,07
19,73
-0,19
10.657
4,32 -0,11
68,63
-2,05
1,40
191.979
1,49
-0,02
19,47
-0,26
10.804
4,33
0,01
68,25
0,20
Mês/
ano
Saldo total
R$ milhões
%
a.m.
Variação
p.p.
%
a.a.
Variação
p.p.
Saldo total
R$ milhões
%
a.m.
Variação
p.p.
%
a.a.
Variação
p.p.
Saldo total
R$ milhões
jun/12
177.161
2,73
-0,07
38,20
-1,10
186.884
1,55
-0,16
20,23
-2,34
9.440
jul/12
179.884
2,76
0,02
38,60
0,40
187.913
1,58
0,03
20,70
0,47
9.510
ago/12
183.040
2,72
-0,04
38,00
-0,60
190.876
1,55
-0,03
20,31
-0,39
9.654
set/12
182.506
2,70
-0,02
37,70
-0,30
190.167
1,61
0,05
21,09
0,78
out/12
185.434
2,71
0,01
37,80
0,10
190.419
1,57
-0,04
20,51
nov/12
187.712
2,66
-0,04
37,10
-0,70
190.778
1,56
0,00
dez/12
188.879
2,65
-0,01
36,90
-0,20
193.215
1,51
-0,05
jan/13
192.166
2,68
0,02
37,30
0,40
193.474
1,57
fev/13
195.434
2,71
0,04
37,90
0,60
192.763
mar/13
198.825
2,66
-0,05
37,10
-0,80
192.795
abr/13
202.469
2,65
0,06
36,80
-0,30
mai/13
206.309
2,64
-0,01
36,70
jun/13
209.304
2,73
0,09
38,10
%
a.m.
Variação
p.p.
Fonte: BC/Inepad
setembro 2013 FINANCEIRO 65
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artigopalavrafinal
Crédito de veículos
em fase de transição
Crédito Veículos – Concessão e Inadimplência (R$ milh› es)
(%)
Valor das concess› es
7,2
Taxa de inadimpl• ncia (>90 dias)
9.000
7,0
6,8
8.000
6,6
6,4
7.000
6,2
abr/13
mai/13
mar/13
jan/13
fev/13
dez/12
nov/12
set/12
out/12
jul/12
jun/12
abr/12
mai/12
ago/12
de volume de financiamentos é consequência da exigência de entrada de 20% a 30% na maioria dos contratos firmados desde 2012, diminuindo o valor a ser
financiado. Antes desse aperto dos critérios de “risco
de crédito”, o ambiente era de oferta ampla e facilitada ,
com financiamentos de até 60 meses sem entrada. Essa
carteira foi em parte constituída por consumidores que
posteriormente tiveram dificuldade de atender a seus
compromissos financeiros, em função das oscilações
em sua renda líquida ocasionadas pela alta da inflação,
forte carga tributária e excesso de endividamento.
No curto prazo, temos um mercado em transição
devido à fase de baixa do ciclo econômico, menor propensão a consumir, e incerteza e cautela entre os agentes econômicos advindas do ambiente de correção de
preços-chave da economia: câmbio, juros e inflação.
Mais à frente, com a melhora do ambiente econômico, teremos um mercado mais estabelecido, tanto da
parte de oferta quanto de consumo. Isso será possível
em função da evolução qualitativa da concessão de
crédito e melhora da prática financeira do consumidor,
que desenvolve habilidades no manejo e controle de
suas finanças pessoais. f
Nicola Tingas
é economista-chefe da Acrefi
Foto: Divulgação/Artigo enviado em agosto de 2013
Fonte: Banco Central
mar/12
jan/12
6,0
fev/12
6.000
dez/11
Por Nicola Tingas
Nos meses recentes, a concessão de crédito de
veículos ocorre em menor volume, conforme mostra o gráfico ao lado. Por sua vez, a carteira de veículos (saldo) tem mantido patamar estável. Esses dois
indicadores são informes de que há menor volume
de negócios nessa modalidade de crédito. Por outro
lado, a inadimplência tem queda constante desde o
segundo semestre de 2012, embora ainda esteja em
patamar elevado diante das expectativas do mercado
de redução expressiva nesse período.
A redução do ritmo de financiamentos para
compra de veículos resulta de alguns aspectos. Primeiro, devido a questões ligadas ao ciclo econômico.
Houve redução no ritmo de ampliação de renda e emprego, endividamento crescente das famílias e dispersão de aumento de preços, todos fatores de restrição
orçamentária e de consumo. Nesse ambiente, as famílias com maior restrição de fluxo de caixa passaram
a cortar gastos, renegociar dívidas e buscar crédito de
maior prazo e menor custo para aliviar a situação financeira. Exemplo disso é a intensa expansão do crédito
consignado, utilizado como fonte para saneamento
financeiro do orçamento familiar.
Em segundo lugar, devido às condições de mercado. Houve grande demanda em anos anteriores de
inserção de novos consumidores no mercado, fato que
já foi concluído. Atualmente há uma demanda menor
e mais cautelosa. Além disso, a oferta de crédito tem
se ajustado operando com maior prudência nas concessões, principalmente por causa do alto patamar de
inadimplência desde o segundo trimestre de 2012.
Mais recentemente, isso também ocorre em função da
deterioração do quadro macroeconômico e aumento
das incertezas e riscos de descontinuidade no fluxo de
renda dos consumidores no futuro próximo.
Contudo, há que ser feito um ajuste para melhorar essa percepção. Acontece que parte dessa queda
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