Querido voce
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Querido voce
QUERIDO VOCÊ A troca de cartas e bilhetes entre Miguel e uma admiradora secreta da sua própria sala de aula – os dois estudantes do Ensino Médio – acaba não só por revelar muito da identidade de cada um ao outro, como também por criar um forte vínculo amoroso. “Adivinhe-me. Descubra-me. Conheça-me”. Esses são os desafios lançados pela admiradora secreta ao iniciar o jogo de esconde/revela proposto desde a primeira carta deixada na mochila de Miguel. Aceito o desafio, Miguel vai descobrir que o processo de conhecimento do outro passa antes pelo processo de conhecer a si mesmo. POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS 1 Conhecer uma narrativa epistolar no lugar de um narrador que conta a história, temos uma narrativa estruturada por cartas e bilhetes trocados entre os personagens. Por ser criativo e envolvente, esse estilo narrativo torna-se significativo para o jovem leitor e próximo à linguagem cotidiana. 2 Estimular a reflexão sobre os efeitos de sentido que determinadas escolhas de linguagem podem provocar no leitor. (cf. Sugestão didática 3 no Roteiro do professor, encarte que acompanha o livro para análise do professor. 3 Exercitar a escrita de bilhetes e cartas como forma de manter a comunicação, criando e reforçando vínculos. 4 Refletir sobre as causas das dificuldades enfrentadas pelo jovem na adolescência, principalmente quando aparece o desejo de iniciar um relacionamento amoroso. 5 ABORDAGENS INTERDISCIPLINARES LÍNGUA PORTUGUESA • a intenção, a circunstância e o contexto sócio-histórico na determinação das escolhas de linguagem no discurso: “Se a senhorita ‘Adivinhe-me Descubra-me Conheça-me’ quer uma resposta, deve me dizer como. Ass: O muito, muito gracinha.” (p. 8: texto escrito na ilustração). • tipologia textual: diário como relato de memória (p. 18/19), poema (p. 24, 34). • o uso de gírias na linguagem dos jovens: “Minha mãe acha que a tola também quer ter a sua parte, quando, segundo ela, ajo como uma tola. Tipo agora.“ (p. 14) • intertextualidade: Sob o jardim, de Graham Greene. • marcas da oralidade na escrita (ritmo ininterrupto): “Ainda estou avaliando as meninas da classe, mas parece que elas só servem pra copiar as lições de casa quando não fizeram, tipo hoje, ou melhor, ontem, que senti alguma coisa que não sei e li todos os meus diários da 5a a 8a série, mamãe sempre diz joga fora, quando você vai se livrar daquilo, mas não posso – é todo meu passado...” (p. 18/19). (Cf. Cultura, p. 78 da seção Quero mais). JUVENIL QUERIDO VOCÊ • o caráter confessional da escrita: “(...) sabe, escrever um bilhete é um pouco como falar em frente ao espelho, você diz as coisas mais para ouvir a si próprio do que para ter uma resposta, mas depois, após ter ouvido a si mesmo, as idéias estão um pouco mais claras, ou pelo menos parece...” (p. 68). LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA (INGLÊS) • a influência do inglês no discurso na língua portuguesa, no Brasil: “(...) começaram a ficar juntos exatamente no primeiro ano do colégio (as we are now), são casados com dois filhos e ainda não brigam.” (p. 71); cf. Língua, p. 79 da seção Quero Mais. ARTE • a ilustração como linguagem não-verbal em interação com a linguagem verbal para produzir efeitos de ampliação de significado no e pelo diálogo intercódigos. 6 TEMAS DE CIDADANIA SAÚDE E EDUCAÇÃO SEXUAL • os sentimentos/sensações/emoções na crise de identidade do adolescente: “vertigem”, “melancolia”, “angústia”... (p. 30), “sensação de vazio” (p. 37). • as mudanças do corpo e as inseguranças na adolescência: “(...) e você acorda com aquelas espinhas enormes, vermelhas e doloridas, mas que ficam ali embaixo da pele à espreita, e na maioria das vezes num lugar muito visível como o queixo...”; “Mas, se você gostar de uma garota, tente não dizer que ela é bonita apesar de usar aparelho.” (p. 44). • a questão do gênero e o preconceito contra os de sexo oposto: “Mas acho que não existe mesmo nenhum menino (pelo menos é a impressão que tive deles até agora) tão sofisticado a ponto de pensar num estilo como o seu – seu estilo é realmente de uma menina, mesmo que eu não saiba dizer por quê.” • a relação sexual como afirmação da masculinidade: “(...) não sou como o Nicolau que, segundo ele, transou com umas quarentas mulheres de todas as idades, culturas e raças, incluindo uma professora de ginástica da escola; eu me limitei a uns amassos com uma amiguinha, do tipo ‘vejamos, quem sabe como se faz...’” (p. 51 e 52). JUVENIL