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SP2014.NET
UM GUIA COMPACTO DE ARQUITETURA
DA SÃO PAULO METROPOLITANA
Escrito por Philippe Jorisch
Fotografias por Maíra Acayaba
Havelka Verlag
Instruções
- Faça o download do PDF em www.sp2014.net
- Imprima em Preto e Branco, formato paisagem
- Dobre de acordo com sua preferência
- Leia no Avião
- Leve-o em seu bolso durante a estada
Início Rápido
- Dez passos por São Paulo > Página 23
- Mapa Geral > Página 4
- Crítica de Livros > Página 22
- Edifícios de Niemeyer > Páginas 6, 10, 21
- Praias próximas > Página 20
SP2014.NET
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BEM-VINDO A SP!
“É exatamente por causa
desse caos as pessoas
desenvolveram uma
competência
indestrutível.
Aqui vivem esses
virtuosos da
desordem...”
Dietmar Kamper, sociólogo
Alemão sobre São Paulo
Metrópole
São Paulo é a nona maior
megalópole do mundo e a maior
metrópole do hemisfério sul.
Tornou-se um ponto cada vez
mais interessante no mapa de arquitetos e planejadores urbanos.
A arquitetura moderna brasileira
é famosa no mundo todo e em
São Paulo é representada pela
Escola Paulista, de Paulo Mendes
da Rocha, que tem mais de 80
anos e ainda trabalha internacionalmente. São Paulo é o centro
econômico e financeiro do Brasil
e grande parte de seu crescimento urbano ocorreu com pouco
planejamento. Essa constituição
caótica da cidade está enfrentando um desafio atualmente devido
a maior atenção global ao Brasil,
considerado uma nação emergente.
São Paulo é sinônimo de densidade e uma consequente brutalidade de problemas. Poderia ser
uma cidade feia, porém seus bairros com diferente sabores, transformam-na em uma estimulante
selva de pedra.) As pessoas que
se autodenominam Paulistanos
ocupam suas esquinas aconchegantes, realizam projetos esplêndidos e aproveitam um estilo de
vida intenso. É uma cidade cheia
de inspiração e após certo tempo
é possível compreender e apreciar a sua incrível complexidade.
Conversando com os moradores,
nota-se o orgulho que sentem de
serem paulistanos e a esperança
de que a cidade se torne cada vez
melhor.
Guia
2014 é um bom ano para explorar São Paulo. Compilado
por um forasteiro para forasteiros, esse guia pretende oferecer
uma primeira ajuda para “se
virar” na cidade, com conhecimento adquirido após diversas visitas. É um conjunto de
paisagens e estórias O SP2014.
NET pode ser considerado um
arquivo aberto por ser incompleto, estar disponível de graça
na internet, e por ser necessário
que cada visitante construa sua
própria hierarquia na cidade. Ele
é efêmero em sua concepção, é
um livro fonte compacto, e pode
ser impresso em qualquer lugar.
Cultura
São Paulo é uma região metropolitana com uma população
maior do que a Holanda, Chile,
Cazaquistão, ou o estado da
Flórida. São Paulo é um lugar
de diferenças. Com uma população predominantemente imigrante, advindas de quase todas
as partes do Brasil e do mundo,
essa metrópole é um acúmulo
ímpar de inteligências. Há uma
atitude de confrontar a complexidade com humor. A irregulariSP2014.NET
dade da cidade é abraçada com
uma cultura de improvisação
constante e invenção imediata.
Os brasileiros empregam suas
qualidades inerentes em uma
metrópole onde – comparado
com o resto do país – o tempo e
o espaço são extremamente comprimidos.
Imagens
Se a única essência que pode ser
destilada de São Paulo é o caos,
é compreensível que ela seja uma
cidade que não tenha uma imagem facilmente decodificável.
Em uma era onde a computação
e as mídias digitais são onipresentes, as impressões são até certo
ponto substituídas por fotos de
celular que são distribuídas para
a mídia social em tempo real.
As imagens que acompanham,
feitas pela fotógrafa paulistana
Maíra Acayaba utilizam a linguagem instantânea (snapshots)
para documentar o cotidiano
da cidade. No lugar de clichês
simplificadores, essas imagens
traduzem com exatidão, no nível
dos olhos, os espaços da cidade.
Mapa
As convenções de um mapa de
rua como retrato objetivo dos
fatos geográficos não correspondem a uma experiência pessoal
de uma cidade. Para o mapa
geral na página quatro, apenas
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as ruas do bairro descrito são
totalmente mostradas, deixando
espaços em branco nas rotas de
conexão entre elas. De tal modo,
o mapa funciona como um
índice para uma cidade sem hierarquia clara: os diferentes bairros
são apresentados em sequência à
medida que estão mostrados no
mapa: de cima para baixo, norte
para sul. A escala de 1:100’000
é comum para mapas regionais
e permitem medidas e comparações precisas, apesar da
subjetividade nas diferenças de
detalhes.
Créditos
Esse livro é resultado de uma
bolsa recebida pelo Erich-Degen
Stiftung do Departamento de
Arquitetura do ETH Zurich (DARCH), que possibilitou uma
visita estendida ao Brasil de julho
a agosto de 2012. Meus agradecimentos vão para o Prof. Sascha
Menz, reitor da D-ARCH de
2011 a 2013, e sua equipe. Meu
muito obrigado a Nils Havelka
que incentivou transformar esse
projeto em um trabalho bem
mais extenso. Maíra Acayaba
contribuiu imensamente para a
qualidade conceitual do trabalho
visual. E também, um grande
agradecimento aos Paulistanos,
que sempre que retorno me recebem com entusiasmo e hospitalidade.
ISENÇÃO DE
RESPONSABILIDADE
Apesar dos esforços do autor,
esse guia não é completo e pode
não ser preciso em todos os sentidos. O autor não é responsável
pelas ações tomadas baseadas
em suas recomendações. Observe que algumas áreas da
cidade podem ser perigosas e
informação oficial exata deve ser
obtida antes de visitar tais áreas.
Philippe Jorisch, Maio 2013
CONVERSAS
a cidade.
outro período da minha vida.
São Paulo sempre teve dinheiro
– diferente do resto do Brasil –
e a situação econômica positiva
atual é inédita. O acesso à educação e a internet torna as pessoas mais conscientes e permite
a mobilização e organização.
Mas a metrópole quase que para
devido ao trânsito. E esse trânsito é causado parcialmente pelos
preços exorbitantes de aluguéis e
pelos prédios vazios no centro da
cidade. Esse é o desafio atual.
Lula, conte-nos sobre o
seu trabalho.
Como São Paulo estará
daqui a dez anos?
Marcelo, qual o seu
trabalho?
Sou um dos quatro sócios do
SuperLimao Studio, um pequeno
escritório brasileiro que trabalha
com arquitetura e design. Os
sócios possuem uma formação
diferente em design, arquitetura,
engenharia e turismo e isso é importante para os tipos de projetos
que fazemos. Ficamos conhecidos por nossa abordagem não
convencional de materiais comuns e reciclados, e nosso cuidado com os detalhes. Instalamos
uma grande oficina no escritório
para fazer experiências com nossas amostras um para um.
Talvez, se as coisas continuarem
a melhorar, São Paulo se tornará
um lugar ainda mais fantástico.
O que me deixa otimista é que
muitas pessoas como nós estão
trabalhando duro para melhorar
muitas coisas pequenas, apesar
de haver forças poderosas que
não ligam para o bem estar dos
moradores da cidade. Em teoria,
há dinheiro suficiente para solucionar a maior parte dos problemas, mas é difícil enfrentar a
mentalidade dos tomadores de
decisão. Ainda assim, podemos
fazer a nossa parte: minha mulher e eu tínhamos um carro cada
um, agora dividimos um e utilizamos o transporte público com
mais frequência. Há dez anos,
isso não seria aceito. É um processo lento.
No meu trabalho, na Secretaria
Municipal de Habitação de São
Paulo (SEHAB), sou um dos arquitetos responsáveis pela área
de Heliopólis, que é o maior
bairro informal da cidade, uma
favela com mais de 65.000 moradores. Há alguns anos o SEHAB
mudou seu modelo que era apenas reproduzir unidades habitacionais padronizadas ao redor
da cidade, e adotou um modelo
mais complexo para melhorar
as favelas, tentando criar uma
cidade de verdade nessas áreas
informais.
LULA GOUVEIA
Dica: Visite as incontáveis pracinhas cobertas por verde por toda
Como está São Paulo
em 2014?
Apesar de São Paulo ser bagunçada, é melhor viver na cidade
hoje em dia do que em qualquer
MARCELO REBELO
Dica: Andar pelo centro durante
o dia, o centro da cidade é
denso como nenhum outro.
Qual o maior desafio de
tentar fazer a favela virar
parte da cidade formal?
positivas. As favelas são assentamentos que foram crescendo
em áreas desocupadas e de difícil
topografia com falta de infraestrutura básica, porém elas possuem lojas, restaurantes, casas
noturnas e um mercado imobiliário informal. São um dos únicos lugares em São Paulo com
uma vida intensa na rua, onde
só se pode chegar na maior parte
das casas a pé – é bem próximo
ao modelo de cidade que se
almeja nos dias de hoje. Essas
qualidades morfológicas devem
ser mantidas o máximo possível,
apesar das questões de propriedade da terra, infraestrutura e
questões de segurança.
O que isso significa para
o futuro de São Paulo?
Acho que várias respostas sobre
como fazer um bairro bem sucedido estão nas favelas. Mas o
maior desafio será relacionado
a mobilidade. Daqui a dez anos
teremos quatro novas linhas de
metro em locais atualmente mal
conectados com a cidade. Esperamos que o deslocamento seja
mais fácil e as pessoas passem a
escolher o transporte público em
vez de ficarem horas presas em
congestionamentos.
vida nas ruas, algo raro de se
ver em São Paulo.
Luís, no que você está
trabalhando?
Sou um dos nove sócios do 23S,
um escritório de arquitetura fundado em 2006, após um projeto
de estudo que teve muito sucesso. Estudei e trabalhei na Holanda por um ano e obtive meu
diploma na FAU-USP, nesse
período a economia brasileira
deslanchou e agora temos muito
trabalho, tanto no setor público,
quanto privado. Nossa empresa
não tem uma hierarquia forte,
no momento estamos projetando
moradias populares, uma escola,
um metrô, e uma estação de ônibus.
Como está São Paulo
hoje?
A cidade de São Paulo, desde a
década de 50 foi projetada por
engenheiros pensando em uma
infraestrutura
principalmente
É formalizar e legalizar a área
sem perder suas características
SP2014.NET
LUíS POMPEO
Dica: A rua Augusta a noite tem
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para carros. Os engenheiros apenas pensam nos aspectos técnicos, enquanto os arquitetos consideram o resultado público de
uma infraestrutura e os possíveis
espaços urbanos resultantes da
mesma. O Brasil já perdeu muitas oportunidades de construir
uma grande cidade quando a
infraestrutura foi projetada. Essa
mentalidade precisa mudar. A
Copa do Mundo é uma grande
oportunidade de deixar um legado para a cidade, mas isso pode
ser perdido. Estamos em um momento crítico.
Como será São Paulo
daqui a dez anos?
A minha geração viajou muito e
viu como uma cidade pode ser.
Meus contemporâneos nasceram
e cresceram em São Paulo, diferente de seus pais que vieram para
cá por questões econômicas. Os
jovens querem tornar a cidade
um lugar mais habitável, por isso
têm aberto bares, casas noturnas, promovido encontros artísticos, etc. Recentemente tivemos
uma Festa Junina no Minhocão,
uma ponte suspensa que corta
o centro. Foi um grande sucesso!
Espero no futuro ver com mais
frequência esse uso criativo do
espaço público.
Gravado Agosto 2012 em SP.
23°29' S
para Campinas
& o interior
para Belo
Horizonte
& o interior
MAPA & INDICE
23°30' S
Terminal
Ônibus
Tietê
BEM-VINDO A SP
CONVERSAS
para Guarulhos
Aeroporto
Internacional
& Rio
2
3
23°31'30" S
BARRA FUNDA
5
23°32'16" S
LUZ
6
23°32'32" S
REPUBLICA
7
23°32'54" S
CENTRO-SÉ
8
23°33'08" S
HIGIENOPOLIS
9
23°33'14" S
VILA MADALENA
10
23°33'18" S
AUGUSTA
11
23°33'30" S
LIBERDADE
12
23°33'42" S
AV. PAULISTA
13
23°33'50" S
UNIVERSITARIA
14
23°33'54" S
PINHEIROS
15
23°34'14" S
JARDINS
16
23°35'18" S
IBIRAPUERA
17
23°36'40" S
MORUMBI
18
23°36'54" S
PARAISOPOLIS
19
23°31' S
23°32' S
23°33' S
23°34' S
23°35'S
23°36' S
para Rio
& o litoral
23°37' S
23°38' S
para Curitiba
& o litoral
Congonhas
Aeroporto
National
para Santos
& o litoral
Mapa subjetiva – incompleta!
Metrô
CPTM (trem)
1:100'000
23°39' S
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0
1 km
PASSEIOS LITORAL
20
PASSEIOS INTERIOR
21
RECOURSOS
5 km
22-23
10 km
23°31’33”S
BARRA FUNDA
23°31’30”S / 46°40’59”W
SESC POMPÉIA
Esse centro esportivo e cultural
em uma antiga fábrica de tambores é um dos projetos mais
famosos da arquiteta Lina Bo
Bardi. Inaugurado em 1976,
funciona desde então como um
espaço muito bem mantido de
recreação para a população local. Há uma rica programação
cultural com exposições, shows
e teatro. O restaurante e o café
servem refeições, lanches e
drinques saborosos. Verifique
a programação online e faça
um passe de visitante no guichê
de entrada para ter acesso aos
ginásios.
Vista da Barra Funda da torre do ginásio do SESC Pompéia
Originalmente uma área que alagava do rio Tietê, a
Barra Funda se tornou um bairro industrial no final do
século 19, com acesso a trens de carga e água. Apesar
de ser hoje um bairro de classe média com instituições
culturais, é possível ver as marcas de sua história como
bairro de operários localizado entre fábricas e
bairros da elite, como Higienópolis.
Como chegar: A linha vermelha do Metrô e a linha 6 da CPTM terminam na estação Barra Funda, que é também parte um grande
terminal de ônibus. Pegue um táxi de lá.
Quando: Durante os dias da semana.
De lá: A linha 6 da CPTM vai até a LUZ. A VILA MADALENA
e HIGIENOPOLIS são próximos, indo de táxi.
23°31’36”S / 46°39’47”W
MEMORIAL DE
NIEMEYER
O Memorial da América Latina
é um centro para promover a
integração cultural, política e
econômica da América Latina.
Essa instituição estadual foi inaugurada em 1989 com o comprometimento do famoso antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro. O
complexo do prédio foi projetado por Oscar Niemeyer em sua
última fase e pode não agradar a
todos. Se não houver exposições
ou mostras de filmes, sente-se na
biblioteca e leia um jornal, ou
acesse a internet de graça.
Av. Auro Soared de Moura
Rua Clélia, 93. Ter-Sab 9-22,
Andrade, 664, perto da estação
Dom 9-20. http://www.sescsp.
Barra Funda. Ter-Dom, 9-18.
org.br/pompeia/
23°31’39”S / 46°40’42”W
ESTÁDIO DO PALMEIRAS
A Arena Palestra Itália é o estádio de futebol mais antigo de
São Paulo e é sede da Sociedade
Esportiva Palmeiras, um clube de
futebol intimamente ligado a comunidade italiana, assim como o
próprio bairro da Barra Funda.
Após a conclusão das reformas
de expansão (prevista para 2013)
seria uma boa ideia assistir um
jogo ali – como por exemplo,
um clássico contra um dos rivais
locais, Corinthians, São Paulo FC
ou Santos.
Rua Turiaçu, 1840.
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23°32’16”S
LUZ
Sexo, Crack,
Ocupações
Em 2004 um plano de melhorias chamado Nova Luz foi lançado na cidade de São Paulo,
tentando atrair empresas do
setor de tecnologia para a região.
Grandes quantias foram investidas em calçadas, ruas e infraestrutura. Um grande projeto em
construção atualmente é o novo
Centro Paulo Souza, feito pelos
arquitetos Taddei e Spadoni que
sediará escolas técnicas e outros
cursos públicos. De frente para a
Sala São Paulo, um novo grande
Complexo Cultural, projetado
por Herzog & de Meuron deve
começar a ser construído em
2013 – a estação de ônibus e os
outros prédios que existiam no
local já foram demolidos.
A área ao redor da Luz nem
sempre foi segura. O bairro
da Santa Efigênia, a oeste da
estação, recebeu o nome de
Boca do Lixo na década de 70
por suas várias boates e prostíbulos. Nos anos 90, drogas,
violência e o crime organizado
tomaram conta da área entre
a Luz e o elevado conhecido
como Minhocão e rapidamente
tornou-se conhecido como
Cracolândia. Apesar de ser bem
patrulhada pela polícia e ser
menos perigosa hoje, um novo
problema teve início no final da
década de 90: os prédios vazios
são ocupados, geralmente por
migrantes e suas famílias que
não tem condições de pagar
por apartamentos próximos
ao centro. Os sem-teto são
bem organizados, apesar da
pobreza, ficam longe da criminalidade e algumas vezes conseguem obter ajuda do governo para serem realocados. Um
dos locais mais emblemáticos
é o edifício Prestes Maia 911,
que se tornou mundialmente
famoso devido a série de retratos feito pelo fotógrafo brasileiro Julio Bittencourt. Seu
livro pode ser encontrado na
Livraria Cultura (vide pág. 13).
23°32’03”S / 46°38’03”W
PINACOTECA
Vizinha a Estação da Luz, principal estação ferroviária, a
Pinacoteca do Estado do São Paulo
é um dos principais museus de
arte do Brasil. Concluída em
1905, pelo grande arquiteto Ramos de Azevedo (vide págs. 7,
8, 13), é também o mais antigo
museu de arte de São Paulo. Na
década de 90, Paulo Mendes da
Rocha reformou-a completamente, descascando a alvenaria
existente e deixando os tijolos
aparentes. Foi feito também uma
reorganização da circulação interna, abrindo-se pátios de três
andares. Paulo Mendes da Rocha
também mudou a entrada, que
costumava ser na movimentada
Avenida Tiradentes, para a Praça
da Luz, melhorando a relação da
Pinacoteca com a cidade. A instituição é hoje um dos locais mais
dinâmicos do país e sedia diversas exposições internacionais. O
café no estilo europeu no térreo
em frente ao parque pode ser
visitado sem comprar o ingresso
e possui sanitários limpos.
23°32’03”S / 46°38’24”W
SALA SÃO PAULO
A Estação Júlio Prestes ou Estação
São Paulo foi inaugurada em
1872 e recebia trens de carga
para a exportação de café. Após
perder sua importância como
terminal na década de 30, um
jardim francês foi colocado no
hall de cargas, mas na década de
70 o prédio foi abandonado. Nos
anos 90, sob a iniciativa de John
Neschling, maestro da Orquestra
Sinfônica de São Paulo, o grande
espaço foi transformado em uma
sala ímpar para concertos com
um teto acústico flexível. Hoje,
parte do prédio serve a linha 8 de
trens da CPTM (também chamada e Linha Diamante). Assim, é
possível ver as pessoas apressadas
pela plataforma do outro lado
do vidro, enquanto se toma uma
taça de champanhe no lobby a
espera de um concerto.
23°32’16”S / 46°38’11”W
CENTRO PAULO SOUZA
Grafites pop-art em despojadas torres de concreto bem ao lado da
estação da Luz e da Pinacoteca do Estado.
Historicamente situada entre o Centro, o bairro de elite
Campos Elíseos e o distrito operário do Brás, onde fica
o mercado central, a estação ferroviária da Luz foi
finalizada em 1900 e é desde então um importante terminal para viajantes – com infraestrutura de exportação
de café para o porto de Santos. Esse bairro é uma área
que enfrenta problemas sociais importantes desde a
década de 70 e muito já foi investido para transformar
o local em um centro cultural para a cidade.
Como chegar: Dá para caminhar do Centro. Estação de metrô: Luz.
Quando: Apenas nos dias da semana. Para assistir aos concertos na
Sala São Paulo à noite é melhor ir de carro, ou de táxi.
De lá: A linha 6 da CPTM vai da Luz até a BARRA FUNDA, ou então
é possível caminhar até a REPUBLICA.
O endereço do Centro Paulo
Leituras complementares: Vide
cial reservar ingressos antecip-
Souza ainda não foi publicado,
Entropia e Valorização na p. 8;
Praça da Luz, 2. Ter-Dom 10.00-
adamente. www.salasaopaulo.
mas é mais ou menos na Rua do
Livro: City of Walls (p. 22).
17.30
art.br
Triunfo, 45.
Praça Julio Prestes. 16. É essen-
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23°32’43”S / 46°38’35”W
EDIFICIO ITALIA
Esse é o ponto mais alto para
uma vista de São Paulo (o prédio Mirante do Vale é mais alto,
mas sua base fica mais ou menos
40 metros mais baixo). Tome o
rápido elevador até o bar e restaurante Terraço Itália no 41o
andar, melhor visitá-lo após as 5
da tarde (grátis).
Avenida Ipiranga, 244, impossível não ver da Republica.
23°32’48”S / 46°38’39”W
COPAN & CO
O Edifício Copan de Oscar
Niemeyer – um edifício de 30
andares, formando um S, com
uma gigantesca fachada brisesoleil. É sem dúvida o prédio
mais famoso de São Paulo e muito popular. O térreo possui lojas,
padaria, um bom café, e um
restaurante por quilo. Os apartamentos apresentam tamanhos
diferentes, que vão de kitchenettes de 30 metros quadrados
a lofts luxuosos de 300 metros
quadrados. Faça amizade com
os moradores, pois não há visitas abertas ao público. Aproveite
também para admirar outros
prédios projetados por Niemeyer
nas redondezas: Edifício Eiffel e
Edifício Montreal.
O Copan fica ao lado do Edifício
Itália. O Edifício Eiffel fica no
canto oeste da Praça Republica,
no sentido do IAB. O Edifício
Montreal está localizado no final
da Avenida Ipiranga, na esquina
com a Av. Casper Libero.
23°32’38”S / 46°38’28”W
23°32’38”S / 46°38’20”W
23°32’47”S / 46°38’32”W
GALERIES PAULISTANAS
Durante a construção de grandes
prédios de apartamentos nas
décadas de 50 e 60, diversas
estruturas paulistanas para lojas e escritórios foram também
construídas. Galerias são shoppings a céu aberto ou ruas internas públicas no andar térreo
de grandes edifícios. No Edifício
Califórnia de Niemeyer, grandes
pilares em forma de V marcam a
entrada. A Galeria do Rock apresenta um impressionante espaço
interno de seis andares e lojas
para encontrar jaquetas de couro
e piercings. O Espaço Metrópole é
parte do Conjunto Metropolitano,
um prédio de escritórios de estilo
internacional feito por Gasperini
e Cândia, com um grande pátio
aberto para compras e pequenas
empresas. Tem um café descolado no térreo em frente à Praça
Dom José Gaspar, com mato que
precisa ser cortado, próximo ao
Edifício Itália & Copan.
Galeria Califórnia: Rua Br. Itapetininga, 255. Galeria do Rock:
Rua 24 de Maio, 62. Espaço
Metrópole: Av. São Luís, 137.
23°32’46”S / 46°38’52”W
MINHOCÃO
O Elevado Presidente Costa e Silva
é um elevado urbano construído
no final dos anos 60 como parte
da via de ligação leste oeste. Por
ele passam caminhões e carros
a pouco mais de dois metros de
23°32’32”S
REPUBLICA
distância das janelas dos apartamentos. Os paulistanos chamam
essa estrutura impopular de Minhocão. Mas durante a noite e aos
domingos o tráfego é proibido
e os pedestres e ciclistas o utilizam como um parque urbano
de três quilômetros para praticar
esportes e lazer: é a versão brasileira improvisada do bem arrumado High Line em Nova Iorque.
Tráfego de veículos Seg-Sáb
6h30-21.h30. Informação Relacionada: Ler AUGUSTA.
23°32’40”S / 46°38’44”W
LIVRERIA IAB
Uma calçada típica da cidade de São Paulo pode ser conferida na
frente do Edifício Renata Sampaio Ferreira por Oswaldo Bratke.
A economia do café em 1850 estimulou o desenvolvimento da cidade ao norte da “Cidade Triangular”
original (vide CENTRO-SE). A Praça Republica era
originalmente utilizada para rodeios e touradas e no
final de 1880, em uma época onde o Viaduto do Chá
facilitava o acesso para atravessar o vale do Anhangabaú, foi transformada em um parque público com
muito verde, ao estilo europeu. Hoje, tão importante
quanto o Centro-Sé, esse bairro possui inúmeros prédios
modernistas, com diferentes tipologias paulistas. Compre chinelos Havaianas e almoce em um quilo por aqui.
Como chegar: De Metrô pela linha vermelha ou amarela, estação
República. Diversos ônibus passam por aqui.
Quando: Apenas dias da semana, exceto o Minhocão. Não é
considerada segura a noite.
De lá: Ande da Praça Roosevelt até a AUGUSTA ou norte para a LUZ.
O bairro de HIGIENOPOLIS começa a Oeste do Minhocão.
SP2014.NET
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Em uma esquina próxima ao
Minhocão encontra-se o Prédio
do Instituto de Arquitetos Brasileiros (IAB), com uma boa seleção de publicações no térreo.
Em um dos andares superiores
fica o ateliê particular de Paulo
Mendes da Rocha.
Rua Bento Freitas, 314. www.
livrariabks.com.br.
23°32’42”S / 46°38’18”W
TEATRO MUNICIPAL
O magnífico prédio tem mais
de cem anos de idade e é sede
de instituições culturais como
a orquestra sinfônica e o grupo
de balé. A obra foi feita pelo
arquiteto Ramos de Azevedo,
que também projetou o Mercado central (ver pág. 8) e a maior
parte dos edifícios importantes
entre a virada do século e a década de 30, ajudando a definir
São Paulo como uma metrópole
internacional.
Praça Ramos de Azevedo, bem
visível do Viaduto do Chá.
23°32’39”S / 46°38’13”W
PRAÇA DAS ARTES
Acessível pelo Parque Anhangabaú
e do outro lado do antigo correio, um novo complexo cultural
gigantesco chamado de Praça
das Artes foi inaugurado recentemente. Essa estrutura escultural
de concreto de quase 30.000
m2 tem escolas de dança, conservatório e aulas de música, tem
também arquivos e espaços para
exposições. É o maior projeto da
Brasil Arquitetura, um empresa local com um grande portfolio.
Av. São Joao e Anhangabaú.
23°32’39”S / 46°38’24”W
SESC CENTRO
Em breve será possível tomar sol
na cobertura de um prédio público projetado por Paulo Mendes
da Rocha e MMBB no SESC 24
de Maio. SESC (Serviço Social do
Comércio) é uma instituição sem
fins lucrativos que funciona em
todo o Brasil com o propósito de
promover a cultura, os esportes,
e uma vida saudável entre trabalhadores e suas famílias. Em
toda a cidade de São Paulo há
um pouco mais de trinta centros,
e o SESC Pompeia, projetado por
Lina Bo Bardi é o que mais se
destaca (vide pág. 5). Esse novo
prédio, próximo a Galeria do
Rock, tem por objetivo revitalizar
o centro e está previsto para ser
inaugurado em 2013.
Rua 24 de Maio.
23°32’54”S
CENTRO-SÉ
23°32’43”S / 46°38’06”W
EDIFICIO MARTINELLI
Como uma alternativa à famosa
Torre do Banespa, visite o topo do
edifício Martinelli. Finalizado em
1934, a estrutura beaux-arts era
na época o prédio mais alto da
América do Sul. Muitos duvidavam que a estrutura ficaria em
pé. Martinelli então encomendou ao arquiteto Fillinger o projeto de uma réplica de uma vila
italiana, a Casa do Comendador na
cobertura, para onde ele se mudou com a família para provar
que o prédio era estável.
Rua São Bento, 405. Visitas a
cada meia hora (grátis) Seg-Sex
9.30-11.30 e 14.30-16.30. [email protected].
23°30’10”S / 46°38’02”W
PRAÇA DA SÉ
Essa é a praça central da cidade
com um Marcador do Marco
Zero de 1934. Bem reformada
e reorganizada devido ao Metrô
nos anos 70, é hoje uma praça
cercada por palmeiras. Entre na
nova Catedral Metropolitana (da
década de 70 apesar de parecer
histórica) no topo da praça.
Metrô: Linha azul: Sé.
23°32’51”S / 46°38’11”W
PRAÇA DO PATRIARCA
A segunda praça mais importante do distrito da Sé conecta as
ruas mais importantes do centro
ao Viaduto do Chá, fazendo uma
ponte que atravessa o parque
do Anhangabaú para o CentroRepublica. Entre os importantes
edifícios em frente a praça estão
o Othon Palace Hotel e a prefeitura no prédio Matarazzo. E é isso
mesmo, o grande pórtico de aço
é do Paulo Mendes da Rocha.
23°32’55”S / 46°38’04”W
Vá andando da Sé.
Entropia e Valorização
Enquanto o número de habitantes da Área metropolitana
dobrou, nos últimos vinte
anos, o centro se tornou
menos populoso, muitos prédios estão vazios e o crime
aumentou. Há uma tendência
de quebra dessa espiral negativa, principalmente quando
uma geração nova e sem carro
descobre o Centro como um
local atraente para se viver e
quando novos bares são abertos no local. Alguns dizem
que será “O” local em alguns
anos, como indicam os vários
bares que estão pipocando na
região. Os preços de apartamentos na área estão aumentando, mas não o suficiente
para motivar os investidores
a reformar as propriedades
decadentes. Talvez a lei que
entrou em vigor recentemente
que impõe tributos altos a propriedades vazias surtirá efeito
em breve, mas por enquanto
à noite o centro está basicamente morto.
Cruzamento da Rua José Bon-
23°32’30”S / 46°38’22”W
MERCADO MUNICIPAL
Concluído em 1932 pelo arquiteto Ramos de Azevedo, os
corredores grandes e animados
do Mercado central são o melhor
lugar para uma parada para o
almoço. Escolha um dos restaurantes no andar superior. Localizado na parte baixa do centro.
EDIFICIO TRIANGULO
O elegante edifício comercial e
de apartamentos foi projetado
por Niemeyer e inaugurado em
1955. Possui também um mural
de mosaico na entrada feito pelo
famoso artista brasileiro Emiliano Di Cavalcanti. A fachada
original possuía brises semelhantes ao Copan.
ifácio e Quintino Bocaiuva, fácil
de ver no caminha da Sé para a
Patriarca.
23°32’34”S / 46°38’07”W
PONTE SÃO BENTO
Rua Alvares Penteado, 112. Mais
Concluída há mais de um século,
a ponte de ferro em estilo art
nouveau Viaduto Santa Ifigênia
(ou apenas São Bento) é um marco impressionante que conecta
duas partes do centro ao redor
do Anhangabaú. As paisagens nas
duas direções são deslumbrantes,
especialmente quando se sabe
sobre os sedimentos históricos
das intervenções civilizatórias: o
parque é uma camada em cima
de uma via, que é, por sua vez,
uma camada em cima de um
antigo rio. Procure um edifício
fino e elegante da década de 60
chamado Mirante do Vale, a estrutura mais alta de São Paulo.
ou menos entre o Martinelli, Sé
Ponte de pedestres, Mercado de
e Patriarca. Ter-Dom 9-21. 11-
pulgas aos sábados. Utilize para
3133-3651. [email protected].
chegar até a Luz.
Desça as ladeiras Bricola e Porto
Geral bem ao lado da torre do
Banespa para chegar lá.
23°32’50”S / 46°38’05”W
CCBB
O Centro Cultural Banco do Brasil
organiza excelentes exposições
de arte, shows, e mostra de filmes. Se nada estiver acontecendo,
coma um pão de queijo e beba um
cafezinho em uma das padarias
brasileiras do outro lado da esquina.
Camadas de verde em concreto: O parque do Anhangabaú fica no
topo de uma via e o edifício Matarazzo tem um jardim na cobertura.
Esse é o marco Zero de São Paulo. No topo da cidade
triangular entre os vales dos rios Anhangabaú e Tamanduateí as primeiras estruturas construídas na cidade
foram feitas pelos jesuítas em 1554. Atualmente – totalmente coberto por concreto – o Centro é o lugar para
apreciar a impressionante topografia e entender a multicomplexidade de São Paulo, com uma mistura movimentada de executivos, ambulantes e compradores.
Como chegar: De Metrô pela linha azul, desça na Praça da Sé.
Quando: Apenas dias da semana. Não é considerado seguro à noite.
De lá: Atravesse o parque do Anhangabaú em direção a REPUBLICA
ou ande até a LIBERDADE.
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Leitura complementar: Arch+
Nr.190 p.28 ff.
23°33’08”S
HIGIENÓPOLIS
23°32’44”S / 46°39’12”W
23°32’40”S / 46°39’16”W
EDIFICIO PRUDÊNCIA
PARQUE BUENOS AIRES
Atraso Intencional
A antiga residência na cidade da
família Penteado, importante dinastia do café, foi projetada por
Karl Ekman no início do século
XX. Do outro lado da rua do
Mackenzie, a concorrente Universidade de Arquitetura e Urbanismo
(FAU-USP) utilizou a propriedade até se mudar para o edifício
de Vilanova Artigas, em 1969.
Hoje, essa vila cuidadosamente
restaurada é a sede do curso de
pós-graduação e possui uma biblioteca de pesquisa.
Esse edifício de dez andares, projetado pelo arquiteto Rino Levi
foi concluído em 1950, apenas
dois anos antes do edifício Louveira e é uma forte declaração
em favor da verticalização. As
plantas flexíveis de cada unidade
planejam proporcionar conforto
e individualização. Fique amigo
de um morador para poder entrar.
Esse parque público com muito
verde ocupa todo um quarteirão
com edifícios residenciais marcantes ao seu redor. É um bom
lugar para parar, respirar fundo
e observar os moradores de Higienópolis correndo, andando
com o cachorro, ou procurando
um lugar para estacionar o carro.
Rua Maranhão, 88.
com condôminos.
Apesar de a Linha Amarela do
Metrô ter sido concluída em
2012, com um atraso de quatro anos, nem todas as estações
estão funcionando. Rumores
maliciosos dizem que essas
estações não foram concluídas
para evitar que as classes mais
baixas que moram nas proximidades utilizassem as linhas
antes da copa do mundo – um
pouco como as Pontes baixas
de Robert Moses no Central
Park em Nova Iorque que
impediam que os ônibus entrassem. Um fato interessante
é que os trens totalmente automatizados da linha Amarela
são coreanos, enquanto que
a maior parte dos trens do
metrô de Nova Iorque é produzida no Brasil. Houve muita
crítica sobre as operações da
Linha serem privadas, já que
os custos de construção foram
financiados com verbas públicas. Apesar de conectar mais
pontos no mapa da cidade,
a Linha Amarela também
mostra a natureza delicada da
política local.
VILA PENTEADO
23°32’43”S / 46°39’32”W
Avenida Angélica, 1500. SegDom, 6-19.
Av. Higienópolis, 265, esquina
com a Rua Martin Francisco. Edifício particular, entrada somente
Seg-Sex 8-17.
Edifício Louveira, um edifício residencial elegante do arquiteto
Villanova Artigas.
O nome reflete a intenção desse bairro chique fundado
em 1895. Planejado para uma elite aristocrática por
capitalistas alemães de acordo com os ideais dos
urbanistas franceses do século 19, Higienópolis é o
lar de edifícios de apartamentos modernos magníficos
construídos a partir da década de 40. Escolas famosas
como o Colégio Mackenzie começaram nesse bairro
limpo e civilizado.
Como chegar: Ande do Centro, Consolação ou estação de Metrô
Santa Cecília. A estação Higienópolis da linha amarela
deve ser inaugurada em 2014.
Quando: durante os dias da semana.
De lá: Tudo fica bem perto, mas a AUGUSTA fica bem do outro lado
da Rua da Consolação, e a livraria Free Books (vide pág. 22)
fica bem no meio.
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23°33’14”S
VILA MADALENA
23°33’09”S / 46°41’28”W
AS RUAS
A Vila Madalena é um bairro
para se explorar e andar livremente. A maioria de suas ruas
segue a mesma estrutura que
Pinheiros, o bairro vizinho. A
topografia é impressionante e dá
um gostinho de São Francisco. O
tráfego motorizado é geralmente
lento e cuidadoso, realçando o
clima de cidade interior que se
estende a todo o bairro.
O núcleo de lojas, restaurantes,
bares e galerias fica localizado entre as ruas Aspicuelta,
Fradique Coutinho e Fidalga.
23°33’01”S / 46°41’23”W
23°33’20”S / 46°41’23”W
23°33’26”S / 46°41’13”W
Esse antigo armazém se tornou
um dos bares mais populares da
área hoje. Há também um buffet
self-service entre estantes de livros. O almoço de domingo é bem
concorrido e é possível encontrar
arquitetos, designers, artistas e
músicos por lá. O terraço aberto,
que possui apenas uma cobertura, fica em uma esquina, próximo a um pequeno parque. Outros lugares populares são: Bar do
Sacha, São Cristovão, ou Rothko
para encontrar hambúrgueres
e cervejas artesanais. Como em
qualquer lugar descolado, a lista
é longa e muda constantemente.
Isay Weinfeld é um arquiteto de
sucesso em São Paulo, que projetou diversas casas e edifícios
comerciais, tais como a Livraria
da Vila e a Loja das Havaianas nos
Jardins (vide pág. 16) ou Galeria
Raquel Arnaud na Vila Madalena.
Esse edifício em forma de “L”,
no coração da Vila Madalena segue essa geometria e se divide em
um bloco com escritórios, com
pé direito duplo e outra parte
com fachada estreita de concreto
pré-fabricado. Apesar de ter sido
um sucesso arquitetônico, o projeto foi criticado no nível urbano
devido à ruptura com o tecido
existente. Mas a forma segue
o dinheiro e há exemplos bem
menos interessantes sendo construídos, o que mudará a morfologia desse bairro cada vez mais
descaracterizado.
A tendência da “nova consciência ecológica” também chegou à
São Paulo. A Farm é uma marca
de roupas ecológicas do Rio.
Esse premiado edifício “verde”,
projetado pelo escritório francobrasileiro Triptyque é a casa
paulistana da Farm. Apesar dos
elogios: as instalações técnicas
externas do jardim vertical perderam o glamour pretendido e
de alguma forma todo o projeto
é muito 2007. Mas de forma geral, o projeto acolhedor se encaixa
muito bem com a área. Bem de
frente de onde começa uma rua
sem saída chamada Beco do Batman. É uma pequena rua curva,
um tipo de museu a céu aberto, com paredes cobertas por
grafites sofisticadíssimos.
MERCEARIA SÃO PEDRO
Rua Rodésia, 34, na esquina
com a Praça Valadão. Seg.-Sáb.
10-1, Dom. 11-18.
23°33’13”S / 46°42’08”W
PRAÇA POR DO SOL
Como o nome sugere, esse é o
lugar para ver o sol se pôr detrás
do horizonte das torres periféricas e vias no ar nebuloso de São
Paulo. O parque está situado em
um morro, um pouco a oeste,
considerado como parte do Alto
de Pinheiros. O local atrai uma
mistura de tribos, artistas de rua,
músicos e vendedores de comida.
Jardim Everest na Rua Des. Ferreira França.
W305
A ruas da Vila Madalena têm uma vibe de cidade do interior.
Esse é o bairro boêmio por excelência, com uma vida
noturna agitada. Originalmente a área era um bairro
de operários. No início do século XX os moradores dos
morros da Vila Madalena moravam em casebres cercados por hortas de verduras e pastos. Na década de 70,
alunos da Universidade de São Paulo, começaram a
migrar para esse bairro, por sua proximidade, em busca de casas a preços mais acessíveis, junto com artistas,
músicos e hippies. Ruas chamadas Harmonia, Simpatia,
ou Girassol testemunham a atmosfera artística e alegre
que ainda permanece no bairro.
Como chegar: Linha Verde do Metrô ou de taxi à noite.
Quando: Qualquer dia e hora, as noites de segundas e terças são
mais tranquilas. Essa área nobre da cidade é considerada segura.
De lá: Se você estiver longe da estação de metrô que vai até a AV.
PAULISTA, tome um taxi para os JARDINS, que fica na direção
sudeste, relativamente próximo, UNIVERSITARIA direção sudoeste,
PINHEIROS sul ou BARRA FUNDA norte.
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Galeria Raquel Arnaud: Rua
Fidalga, 125. Seg-Sex 10-19,
Sáb 12-16. W305 é um edifício
particular, entrada apenas com
condômino. Rua Wizard, 305.
HARMONIA 57
Rua Harmonia, 57. Seg-Sáb 9-21,
Dom 12-18.
23°33’18”S
AUGUSTA
23°33’15”S / 46°39’22”W
23°33’25”S / 46°39’34”W
Com grande variedade de lugares
na Rua Augusta e redondezas, é as
vezes um desafio escolher o lugar
certo para se divertir. Alguns dos
clubs conhecidos são: Club Outs
ou Caos. Alguns são para o público GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais). Chegar em
um club antes da meia noite não
é considerado descolado. Prefira
passar antes num bar como o
Bar Volt ou Z Carniceria ou em
uma lanchonete, que são bares
locais autênticos com parede de
azulejos, e luzes fluorescentes
bem fortes. As lanchonetes
vendem coquetéis grandes,
deliciosos e a preços razoáveis –
é possível pedir para colocar em
copo descartável para viagem.
Em um passeio durante o dia,
várias lojas – de antiquários a lavanderias – podem ser encontradas nesse bairro. A maioria não
tem interesse arquitetônico, mas
algumas podem ser consideradas
interessantes. A Galeria Le Village
apresenta uma tipologia semelhante às galerias encontradas no
Centro (vide pág. 7).
A maioria dos lugares está na
Na altura do número 2000
Rua Augusta entre os números
da Consolação, 1 minuto da
400 e 800.
estação de metrô Paulista sentido
VIDA NOTURNA
Minhocão e
Praça Roosevelt
A Praça Roosevelt é uma praça
GALERIA LE VILLAGE
Rua Augusta, 1492.
23°33’11”S / 46°39’32”W
LOJAS DE LUSTRES
Criatividade do Paulistano: As lojas de lustres na Rua Consolação
combinam duas coisas práticas:
Parar e Comprar. Escolha um
lustre novo para sua casa do
assento de seu carro!
Vida noturna na Rua Augusta em frente
de um Boteco bem popular.
Rua Augusta e Rua da Consolação são ruas que vão do
Centro até a Avenida Paulista. Historicamente diversos
serviços se acumularam ao longo desses corredores
de tráfego, e desde a década de 60, a Rua Augusta é
conhecida como o distrito do prazer.
Hoje essa rua e seus arredores se voltou a ser
um dos points da noite paulistana.
Como chegar: Andando do Centro, Avenida Paulista ou Higienópolis.
Quando: Durante o dia para compras e à noite para sair.
De lá: Tudo é bem próximo. HIGIENÓPOLIS fica do outro lado da
Consolação.
Centro. A livraria Free Books fica
bem próxima.
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localizada no centro, que cobre a via leste-oeste entre a Augusta e a Consolação. Nos anos
60 a região teve sua época de
ouro, com vários bares, restaurantes, teatros e nightclubs
frequentados principalmente
por intelectuais e artistas. Com
a conclusão do Minhocão, no
início dos anos 70, (vide pág.7)
a praça verde foi substituída
por uma estrutura de concreto
de três andares com lojas, estacionamento, e uma cobertura
pública, o Pentágono. Mas a
estrutura, construída a toque
de caixa, apresentou problemas rapidamente e teve de
ser reformada parcialmente,
algumas lojas da frente nunca
foram ocupadas e os donos
de lojas foram embora. No
coração de diversos moradores, o Minhocão e a Praça
Roosevelt são intervenções urbanas insensíveis ainda associadas com o regime militar e
a repressão. Durante a fase de
decadência do centro nos anos
90, moradores de rua e viciados em drogas tomaram o Pentágono e skatistas descobriram
a superfície de concreto lisa e
coberta. Em 2010 um grande
projeto de transformação teve
início, que estava planejado
para ser concluído em 2012.
Os prédios vizinhos estão valorizando devido à melhoria
esperada. Mas há dúvida entre
os mais velhos se o local algum
dia voltará a glamoroso como
era no passado.
Leitura complementara: Livro:
Stones Against Diamonds
(compilação de textos do publicado) de Lina Bo Bardi, que
descreve um pouco da luta da
arquitetura, do urbanismo e
da cultura brasileira durante a
vida da autora.
23°33’30”S
LIBERDADE
Escola Carioca
e Escola Paulista
23°34’17”S / 46°38’24”W
23°33’18”S / 46°38’07”W
SUSHI POR KILO
BANESPA DE OTHAKE
O projeto arquitetônico moderno mais impressionante da
Liberdade na verdade fica fora
do movimentado espaço japonês,
entre a Rua Vergueiro e a Av. 23
de Maio. Seguindo a topografia
do local, o Centro Cultural São
Paulo (CCSP) só revela sua função pública quando se entra no
grande espaço interno. O CCSP
foi inaugurado em 1982 e representou a abertura cultural após
o regime militar. Um palco,
exposições, salas de aula, uma
biblioteca e um ótimo restaurante self-service estão dispostos
em um espaço livre e aberto,
conectado por rampas.
Os
numerosos
imigrantes
japoneses também introduziram
sua culinária nesse bairro. Além
de barraquinhas de rua com suas
opções, há também diversos restaurantes japoneses excelentes
no bairro. Para visitantes com orçamento mais restrito, a padaria
self-service Itiriki é a pedida. Em
vez de experimentar pratos orientais à la carte, aproveite o buffet que tem sushis deliciosos e é
uma excelente opção para um
almoço rápido e gostoso entre os
paulistanos.
De todos os arquitetos paulistanos, Ruy Othake é considerado o maior seguidor da Escola Carioca e das ideias de Oscar
Niemeyer. Ruy Othake é um arquiteto com raízes japonesas que
também projetou a embaixada
brasileira em Tóquio. O prédio
do Banespa é um de seus primeiros trabalhos e é uma mistura interessante entre a Escola Paulista
e a Escola Carioca. É um edifício
com vigas ondulantes, de concreto puro, exibindo brise soleils de
dois andares impressionantes. A
qualidade escultural é o aspecto
que domina seus projetos subsequentes. Infelizmente, o prédio foi pintando recentemente
e modificado pelo atual proprietário, o banco Santander.
CCSP
Rua Vergueiro, 1000. Estação
Vergueiro do Metrô. SegSex10-17.
Praça da Liberdade / Rua Galvão Bueno, 159. Seg-Sex 8-19.
23°33’15”S / 46°38’07”W
Os lustres imitando lanternas avisam ao visitante
que ele chegou no bairro japonês.
Esse bairro popular faz parte de todos os guias de
turismo e tem de fato a maior comunidade japonesa
fora do Japão. Arquitetonicamente não é dos mais
interessantes, a não ser talvez pelos Templos Busshinji
e Quannin. Se você gosta dessa mistura maluca entre o
Japão e a América do Sul, os destaques são a feirinha
na Rua Galvão Bueno, e os shoppings de descontos que
vendem brinquedinhos asiáticos de plástico, roupas e
outras quinquilharias.
Interseção da Rua Galvão Bueno
com a Av. da Liberdade.
O Brasil possui modelos diferentes de arquitetura moderna.
A escola mais antiga e mais
famosa é a Escola Carioca,
tendo Oscar Niemeyer como
seu principal representante.
Arquitetos no Rio de Janeiro
a partir da década de 40 desenvolveram suas ideias com
influências europeias, também devido à visita de Le
Corbusier em 1936. Eles buscavam uma expressão formal
adequada da modernidade
para as condições tropicais
do Brasil – Arquitetura para
uma nação jovem e ambiciosa.
Formas livres, quase esculturais, grandes aberturas e
brise-soleils são alguns dos elementos surgidos nessa época.
A Escola Paulista, por outro
lado, tendo Vilanova Artigas
como seu pai, buscava uma
expressão espacial, estrutural
e construtiva para o modernismo como projeto social.
Leituras Complementa-
Como chegar: Metrô, desça na estação Liberdade na linha azul
res: Livros: Brazils Modern
Quando: Qualquer dia, durante o dia.
Architecture; Der Raum des
De lá: CENTRO-SÉ é bem próximo, dá para caminhar.
Öffentlichen - Escola Paulista
und Brutalismus in Brasilien.
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23°33’32”S / 46°39’36”W
CONJUNTO NACIONAL
O Conjunto Nacional foi inaugurado em 1956 e é um dos primeiros
prédios modernos multifuncionais de São Paulo. O conglomerado gigantesco foi projetado
pelo arquiteto brasileiro David
Liebeskind, que tinha apenas 26
anos na época. Um grande shopping center horizontal preenche
a lâmina horizontal, tomando
todo o andar térreo. Na lâmina
vertical, encontram-se apartamentos que vão de 40 a 800 metros quadrados. Suba a rampa
espiral até a cobertura no topo
do shopping e descubra a cidade dentro da cidade. No shopping, a Livraria Cultura é o lugar
para buscar livros de Arte e
Arquitetura Brasileira.
Avenida Paulista, 2073. Seg-Sáb
9.00-22.00, Dom 12.00-22.00.
23°33’41”S / 46°39’21”W
MASP
O prédio do Museu de Arte de São
Paulo (MASP) é uma estrutura
vermelha icônica com uma extensão de 74 metros. O exemplo de arquitetura brutalista de
Lina Bo Bardi foi inaugurado
em 1968 e está situado em frente
ao parque do Trianon com vista
para o vale do Tamanduateí (hoje
a Av. Nove de Julho). O acervo
de arte internacional é bem diverso e o Acervo de Fotografias da
Pirelli é um documento impressionante do Brasil contemporâneo. Infelizmente os espaços de
exposições não são utilizados da
maneira que Lina pretendia no
projeto. Confira o delicioso restaurante self-service no subsolo
com suas cadeiras de girafas bem
originais (pág. 16).
23°33’42”S
AV. PAULISTA
Avenida Paulista 1578. Ter-Dom
10-18. Restaurante aberto Seg.
23°33’42”S / 46°39’25”W
PARQUE TRIANON
Inaugurado em 1892, um ano
após a inauguração da Avenida
Paulista, o Parque Siqueira Campos, mais conhecido como Parque
Triaon foi originalmente projetado pelo paisagista francês Paul
Villon. Localizado em frente ao
MASP, o parque originalmente
ocupava os dois lados da avenida, com um belvedere magnífico
projetado por Azevedo, onde está
hoje o projeto de Lina Bo Bardi.
Somente é possível compreender
o projeto do MASP em relação
ao parque, quando se entende
o intuito de proteger a vista do
parque para o vale em direção
ao Centro. O parque público foi
reprojetado por Roberto Burle
Marx nos anos 60 e dizem que
entre sua vegetação densa pode
ser encontrada a única reserva
remanescente de mata atlântica
da região.
Seg-Dom 6-18.
FIESP
A sede da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (FIESP)
está localizada nesse edifício de
1979, projetado pelo arquiteto
brasileiro Rino Levi (ver pág. 9).
completamente diferente é uma
boa sugestão: Concluída em
1935, a Casa das Rosas foi projetada por Ramos de Azevedo
para sua filha e seu genro. É
uma das últimas propriedades da
época e um patrimônio nacional,
além de atualmente ser um centro de arte e poesia. O jardim é
um oásis no meio da cidade, perfeito para uma pequena pausa.
Avenida Paulista, 1313. Seg-
Avenida Paulista, 37. Visitas
Dom, ca. 11-19.
guiadas Ter.-Sex. 11.00 e 15.00,
Sáb-Dom. às 11.30 e 16.00.
23°33’18”S / 46°39’53”W
GALERIA VERMELHO
É uma selva de concreto com 800’000 transeuntes diários.
Quando o comércio de café atingiu seu ápice no final
do século XIX, muitos milionários se mudaram para
as mansões enfileiradas em uma colina, próxima ao
centro da cidade. O plano de construção de 1891 do
engenheiro Joaquim Eugênio assegurou algumas das
qualidades distintas da – mesmo após a imensa verticalização que ocorreu nas décadas e 50 e 60. Nessa
grande avenida com torres grandes de escritórios e
instituições, é possível encontrar maravilhosas lojas,
cultura rica e ótimos lugares para comer.
Como chegar: A linha verde do Metrô passa por toda a Avenida
23°33’48”S / 46°39’14”W
Tem um formato de pirâmide
cortada que é intensificado
por uma fachada de metal homogênea. A reforma de 1998
do térreo por Paulo Mendes da
Rocha reorganizou o acesso aos
escritórios e melhorou as condições de espaço e iluminação
para a galeria, a biblioteca e o
espaço de exposições existentes.
Vale a pena visitar.
Paulista entre a Consolação e a Paraíso, onde também
para a linha amarela e azul.
Essa pequena e excelente galeria no extreme oeste da Avenida
Paulista abriga a arte contemporânea. Ao lado, artistas jovens,
que vivem de bolsas de estudos,
moram e trabalham. O projeto
de duas fases (2003 e 2007) do arquiteto Paulo Mendes da Rocha
e da Piratininga Arquitetos
utilizou as casas geminadas existentes, conectando-as em uma
praça aberta, com diversos espaços internos e externos. O restaurante da galeria, chamado Sal
serve ótimos pratos e vale a visita
para almoço ou um café. Também dê uma olhada no recém
inaugurado
Bar/Restaurante
Riviera na esquina da Consolação
com a Paulista.
Rua Minas Gerais, 372. Ter-Sex
10-19, Sáb 11-17.
Quando: Qualquer dia. É mais calma durante os finais de semana e
os museus fecham às Segundas. Essa área bem movimentada
23°34’15”S / 46°38’43”W
da cidade é considerada segura.
CASA DAS ROSAS
De lá: Norte para AUGUSTA ou Sul para os JARDINS. Leste para a
Se quiser escapar do ritmo frenético, essa mansão de um período
LIBERDADE ou Oeste, linha verde para a VILA MADALENA.
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23°34’13”S / 46°38’44”W
SESC
O antigo edifício está sendo
transformado atualmente em
um SESC vertical por o escritório Königsberger Vanucci e
está previsto para ser concluído
em 2013.
Avenida Paulista, 119, próximo à
estação Paraíso do Metrô.
Torres de TV
e outdoors
Em 2007 o prefeito Gilberto
Kassab aprovou a Lei Cidade
Limpa, proibindo todas as
formas de mídia externa e poluição visual como outdoors.
Hoje em dia os muros de concreto da cidade estão completamente livres de anúncios. Apenas as inúmeras estruturas de
aço de outdoors permanecem
em coberturas de edifícios.
Junto com as torres de TV desenham um filigrana no horizonte de São Paulo.
23°33’36”S / 46°43’48”W
FAU
A Faculdade de Arquitetura da
Universidade de São Paulo (FAUUSP) é talvez o mais importante
manifesto da cultura de edifícios
paulistanos do século 20. Projetada por Villanova Artigas e
terminado em 1969, é um prédio onde a visão ética, estética,
técnica e política do arquiteto se
materializa. A estrutura estática
e complexa é uma simbiose da
arquitetura e da engenharia,
duas disciplinas estudadas por
Artigas. Não há barreira entre
o exterior e interior. Os espaços
de fluxo livre são organizados ao
redor de um hall central, interconectado por rampas. Esse layout fortalece a troca social, mas
também é responsável por vários
atrasos como implica o termo
não oficial “andar nas rampas”.
Os alunos hoje além dos estúdios
de design frequentam seminários ao ar livre, aulas de dança e
música. As festas às sextas a noite
são lendárias. Infelizmente, os
materiais dos prédios estão em
estado deplorável: redes de segurança azuis cobrem teto em
forma de caixote que está repleto
de estalactites e necessita passar
por uma reforma urgente.
23°33’50”S / 46°43’50”W
A ÁREA DO CAMPUS
O grande parque que rodeia
cada um dos prédios da universidade é o único espaço verde
de grande escala e de acesso
público além do Ibirapuera. É
amplamente utilizado pelos alunos também para a prática de
esportes e música. Dê uma volta,
faça corrida ou vá de bike para
prolongar o passeio da ciclovia
do Rio Pinheiros (vide pág. 15).
23°33’50”S
UNIVERSITÁRIA
Praça do Relógio (próximo ao
MAC) e Rua do Matão são
lugares agradáveis para caminhar. Áreas esportivas podem ser
encontradas no caminho para a
Marginal Pinheiros.
23°33’35”S / 46°43’19”W
MAC_USP
Gratuita mas nem tanto
O Múseu de Arte Contemporânea
foi inaugurado em 1963 graças a
doação de todo o acervo particular de Fancisco Matarazzo Sobrinho, um industrial de sucesso
que também fundou o Museu
de Arte Moderna e a Bienal Internacional de São Paulo. O museu
abriga uma grande coleção de
arte ocidental do século XX na
América Latina e tem mais de
8000 obras. O acervo do museu é
exibido em treis locais. O prédio
no campus é menos interessante
do que os prédios no parque do
Ibirapuera, então visite-o para
ver as obras e não a arquitetura.
Diferente de outras escolas de
arquitetura de prestígio como
Mackenzie ou Escola da Cidade
que são particulares, a Universidade de São Paulo é uma universidade pública e os cursos
são gratuitos para quem passa
em exames bem concorridos.
Mas há uma pegadinha: Escola privada e cursinho preparatório são quase essenciais
para conseguir passar nos
vestibulares, nos quais cerca
de um em cada quatorze candidatos é aceito. Em um país
onde a segregação econômica
começa na educação, o bem
intencionado ensino superior
gratuito para todos acaba subsidiando famílias que já teriam
condições de enviar seus filhos
a escolas de elite.
Rua Praça do Relogio, 160,
23°33’42”S / 46°42’33”W
entre a Praça da Reitoria e a
RESIDENCIA DA ROCHA
Praça do Relógio. Seg. fechado,
Rua do Lago, 876. Desça do
Essa é a residência de Paulo
Mendes da Rocha, construída
para sua família em 1966. As estruturas de concreto cuidadosamente detalhadas ficam apenas
sobre quatro pilares e os pisos
internos e divisões dos cômodos
são feitas de madeira topical.
É um exemplo perfeito da arquitetura paulistana. Esse colírio
para os olhos está em meio a
uma vegetação exuberante, ao
lado de um parque e protegido
da rua por um espinhaço verde.
ônibus na Avenida Gualberto.
Por favor, respeite a entrada na
até a Avenida Vital Brasil, saia na Cidade Universitária na Linha 7
O prédio não tem portas, mas é
área privativa. Rua Engenheiro
do Trem na Marginal Pinheiros. Há ônibus do Centro pela Avenida
vigiado 24 horas por dia, todos
João de Ulhoa Cintra, 14. Próx-
Consolação e Rebouças até a USP.
os dias. Visite a livraria da FAU,
ima à Casa do Bandeirante na
Quando: Melhor nos dias da semana durante o semestre
ao lado do café.
Praça Monteiro Lobato. Do outro
De lá: PINHEIROS fica do outro lado do rio, uma corrida pequena de
lado do Rio, linha 7 da CPTM.
Ter.&Quin. 10-20, outros dias
O campus da Cidade Universitária é o maior
parque contínuo de toda a metrópole.
Estabelecida em 1934, a Universidade de São Paulo
(USP) é uma instituição pública que abriga os cursos de
humanas e técnicas, localizados anteriormente em diferentes prédios exatas no centro (vide Higienópolis). Na
década de 60 as diversas faculdades foram gradualmente transferidas para o novo campus da universidade
e ainda estão por ali. A Cidade Universitária é um
campus enorme e um local bem movimentado durante
as aulas.
Como chegar: De Metrô pela Linha Amarela até o Butantã, ande
ônibus. Um táxi para o IBIRAPUERA custa por volta de R$30,00.
SP2014.NET P. 14 / 24
10-18.
Leituras Complementares
vide pág. 22.
23°34’00”S / 46°41’15”W
VELHA
LOJA FORMA
23°34’20”S / 46°42’02”W
CICLOVIA
DE PINHEIROS
Terminada em 1987, essa loja
de móveis não chama muita atenção, mas olhando com mais
calma, é possível ver o esforço
extra que o arquiteto Paulo
Mendes da Rocha colocou nessa
estrutura de aço liso. Hoje, outro
fabricante e não a “Forma” utiliza o prédio, exibindo uma seleção sem graça de cadeiras para
escritório. Porém vale a pena ver
o prédio só por sua escada retrátil
que funciona como entrada
principal.
Situada entre os trilhos da linha
9 da CPTM e o rio, que é também o maior canal da cidade, a
Ciclovia do Rio Pinheiros é a maior
da cidade, com um pouco mais
de 21 quilômetros de extensão.
Se você suportar o cheiro, é um
passeio aventureiro (em conjunto
com a Cidade Universitaria, por
exemplo) ao longo de uma área
com infraestrutura de um bairro
em desenvolvimento.
Avenida Cidade Jardim, 924.
seguintes estações: Jurubatuba,
23°33’54”S
PINHEIROS
Pegue a ciclovia em pontos de
acesso específicos próximos as
Vila Olímpia, Santo Amaro,
23°34’12”S / 46°41’05”W
MUSEU DA CASA
BRASILEIRA
Essa moradia neoclássica amarela construída em 1945 era a
antiga sede da influente família
Prado. Hoje abriga o Museu da
Casa Brasileira, que apresenta
mostras interessantes de design
e uma coleção permanente impressionante de mobiliário, com
peças que vão desde o século
XVII. O restaurante Quinta do
Museu serve deliciosas refeições
leves e está localizado na sala de
jantar e pátio da velha mansão,
com um extenso jardim. Se você
gosta de fumar, ou tomar uma
limonada, este ambiente calmo é
o lugar perfeito para isso.
Cidade Universitária.
23°34’14”S / 46°42’19”W
23°34’52”S / 46°40’00”W
Há uma grande controvérsia sobre este edifício, que abriga uma
pequena, porém interessante galeria de arte. A galeria original,
projetada por Paulo Mendes da
Rocha em 2004, localizada a
menos de dois quarteirões, foi
recentemente destruída para
dar lugar a um shopping center.
O novo e quase idêntico prédio,
foi construído em um contexto
diferente (como uma parcela adjunta), seguindo os planos originais de concepção, como um
anexo de um complexo maior.
O debate arquitetônico inclui
questões de herança e idade,
original e cópia, assim como conservação versus lucro.
Este hotel, do arquiteto Ruy
Ohtake, tem a forma de uma
cunha gigantesca e fica perto do
parque do Ibirapuera. Termine
o dia com um drinque no Skye
Bar, localizado na cobertura e, se
dinheiro não for um problema,
fique para jantar.
GALERIA LEME
Localização antiga: Rua Agostinho Cantu, 88. Novo Complexo:
Vista da avenida Nações Unidas do distrito do Brooklin Novo:
O rio Pinheiros e o Complexo Parque Cidade Jardim.
Pinheiros é considerado por muitos o bairro mais antigo
de São Paulo devido a sua proximidade estratégica do
Rio Grande, agora conhecido como Rio Pinheiros. O rio
que corta a Avenida Brigadeiro Faria Lima é hoje um
distrito de negócios importante, comparável a Avenida
Paulista. O desenvolvimento urbano neoliberal após o
período militar produziu um tecido urbano desconexo,
mas não tão genérico como era de se esperar.
Av. Valdemar Ferreira, 130.
Seg-Sex 10-19, Sáb 10-17.
23°33’38”S / 46°41’40”W
INSTITUTO
TOMIE OTHAKE
Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705.
A mãe do arquiteto Ruy Othake
é uma famosa pintora abstrata.
Nomeado em sua homenagem,
o Instituto Tomie Ohtake é um
complexo de edifícios que abriga
exposições, espaços para congressos e lojas. O arranha-céu de
vidro é um marco colorido bem
visível que sedia mostras de arte
e dependendo da programação,
vale a pena uma visita.
Ter-Dom, 10-18. http://www.
Rua dos Coropés, 88. Ter-Dom
mcb.org.br
11-20. www.institototomieohtake.
Como chegar: A Linha Amarela do Metrô e Linha 7 da CPTM servem
bem a área. Ônibus por toda a Faria Lima.
Quando: Dias da semana durante o dia.
De lá: CIDADE UNIVERSITARIA ou MORUMBI e PARAISÓPOLIS.
org.br.
SP2014.NET P. 15 / 24
HOTEL UNIQUE
Av.
Brigadeiro
Luiz
Antonio,
4700.
23°33’51”S / 46°42’04”W
PRAÇA VICTOR CIVITA
Este centro ecológico em uma
antiga fábrica de processamento
de resíduos com elevada taxa de
contaminação de solo é um projeto de parceria público-privada
concluída em 2010. Um deck de
madeira projetado por Adriana
Levinsky e Janna Julia Dietzsch
conecta diferentes áreas do
parque, com uma trilha descoberta, um palco, e um viveiro
de plantas. Dentro do antigo
edifício da indústria, há uma exposição informativa sobre os
problemas de São Paulo, com o
crescimento e fluxos.
Rua Sumidouro, 580. Seg-Dom
6.30-19.00.
23°33’33”S / 46°40’22”W
OSCAR FREIRE
A área ao redor da Rua Oscar
Freire se tornou um dos locais
mais famosos para compras com
boutiques que ditam moda, galerias, salões de beleza, restaurantes, lojas conceito, e outros
estabelecimentos. Alguns locais
têm uma arquitetura bem bonita, a mais marcante é a Livraria
da Vila de Isay Weinfeld, em
uma rua paralela a Oscar Freire.
As estantes laterais escuras recobrindo as paredes, escadas e
balaustradas são forradas de livros de arte e literatura, também
disponíveis em língua inglesa.
Um lugar perfeito para passar
um tempo em um dia chuvoso
e para tomar um café no andar
superior.
Livraria da Vila: Alameda Lorena, 1731. Seg-Sáb 10-22, Dom
11-20.
23°34’24”S / 46°40’36”W
MUBE
O Museu Brasileiro da Escultura
(MUBE) é uma instituição cultural privada que exibe principalmente escultura e arte 3D.
O prédio do museu foi iniciado
no final dos anos 80 com grande
apoio dos vizinhos que temiam
a construção de um shopping
center no local. Paulo Mendes
da Rocha foi o escolhido para
o projeto e construiu uma de
suas obras mais importantes até
hoje. Os espaços internos de exposições são quase todos subterrâneos, permitindo a exibição de
obras também na parte externa,
em meio a um dos últimos jardins projetados por Roberto
Burle Marx.
23°34’14”S
JARDINS
Avenida Europa, 218. Ter-Dom
10-19.
23°34’21”S / 46°40’54”W
LOJAS DE MÓVEIS
Por toda a Alameda Gabriel,
seguindo sentido Pinheiros, é
possível encontrar diversas lojas
de móveis finos. Duas são particularmente interessantes em termos arquitetônicos. A Micasa é
um acúmulo de pequenos predinhos diferentes, alguns antigos
que foram reformados e outros
projetados por jovens arquitetos como Tryptique ou Marcio
Kogan. Mais ao sul, não muito
longe do MUBE, encontra-se
a loja novinha da FirmaCasa,
com um sistema de fachada
verde onde as plantas ficam penduradas em vasos de alumínio
poligonais. Dentro desse novo
prédio, projetado pelo Estúdio
SuperLimão, são exibidos móveis
de arte e avant-garde com peças
dos irmãos Campana.
Micasa: Rua Estados Unidos,
2109. Firmacasa: Al. Gabriel
Monteiro da Silva, 1487.
23°34’02”S / 46°40’08”W
jogar bola e depois tomar um
drinque. É considerado um dos
clubes mais nobre e respeitado
da cidade, com suas instalações
ocupando um quarteirão inteiro.
O prédio principal da década de
30 foi projetado pelo pioneiro da
arquitetura moderna brasileira,
Gregori Warchavchik. O ginásio concluído em 1958 é o primogênito de Paulo Mendes da
Rocha, mas está quase irreconhecível hoje devido a grandes
modificações.
no Hotel Renaissance bem atrás
do Conjunto Nacional, próximo
a Avenida Paulista. De certa
forma ele se parece com a torre
da Johnson Wax, projetada por
Wright. Ruy Othake construiu
a mesma fachada de vidro listrado de rosa e preto no Centro
Thomie Othake (vide pág. 15).
O hotel tem localização central,
dizem que os quartos e o serviço
são muito bons, então, por que
não se hospedar nessa maravilha
pós-moderna?
Clube particular, entrada apenas
com sócios ou convite.
23°33’42”S / 46°39’55”W
EDIFICIO GUAIMBÊ
FirmaCasa, uma das várias lojas que surgiram no Jardim Europa.
Os Jardins eram no início apenas jardins como o
próprio nome sugere. Porém hoje é um local denso de
moradias e trabalho. Essa região da cidade engloba o
Jardim Paulista, a parte mais vertical, próxima a Avenida Paulista, e os bairros residenciais de milionários
chamados Jardim Europa e Jardim América, que fica
próximo a Pinheiros e ao Parque Ibirapuera. A conveniente localização central e certo clima de cidade
do interior em algumas regiões tornam essa parte da
cidade muito rica e diversa.
Como chegar: Desça da Avenida Paulista, ou utilize a linha amarela
Terminado em 1962, essa estrutura de cinquenta anos é o
primeiro edifício de apartamentos de Paulo Mendes da Rocha.
Diferente de outros condomínios, é bem esguio e a entrada não
possui portões com barras de
aço. Paulo Mendes projetou a
cobertura da entrada tão habilmente que criou uma barreira
de sombra natural. As brises de
concreto na fachada principal
ajudam a diferenciar ainda mais
esse edifício elegante.
Edifício particular, entrada
apenas com moradores. Rua
Haddock Lobo, 1447.
CLUBE ATLÉTICO
O Club Athlético Paulistano é um
para a Oscar Freire (que será inaugurada em 2014). Diversos ônibus
clube de esportes mais conhecido apenas como o Paulistano.
É o local onde os mais abastados
se encontram para uma partida
de tênis, jogar basquete, nadar,
Quando: Qualquer dia é bom, mas os museus as segundas e muitas
HOTEL RENAISSANCE
lojas aos domingos estão fechados.
Ruy Othake é um arquiteto
paulistano famoso, bem conhecido por suas escolhas de cores
e formas. É difícil não reparar
por toda a Rua Augusta.
De lá: Caminhe na direção sudeste até o IBIRAPUERA, sudoeste até
PINHEIROS ou norte, voltando para a AVENIDA PAULISTA.
SP2014.NET P. 16 / 24
23°33’28”S / 46°39’43”W
Designs de
Poltronas em SP
Algumas das poltronas mais
interessantes do mundo foram
projetadas em São Paulo. A famosa poltrona Paulistano, com
seu balanço, foi projetada por
Paulo Mendes da Rocha em
1957. Um pouco menos conhecida, Girafa, de Lina Bo Bardi parece mais um banco de
madeira do que uma poltrona.
Fernando e Humberto Campana fazem parte de uma geração mais jovem e fazem obras
que orbitam entre a arte e o
design. Os irmãos Campana
fazem móveis a partir de materiais comuns, e se tornaram
mundialmente famosos pela
bricolagem
extremamente
precisa. A poltrona Favela, por
exemplo, é feita de tiras de madeira e a poltrona Vermelha é
feita de cordas vermelhas, enroladas de maneira imprecisa.
23°35’18”S
23°35’14”S / 46°39’28”W
MARQUISE
PAVILHÕES
O teto gigante com mais de 600
metros de extensão é algo que
não existe em nenhum outro
parque do mundo. A grande
marquise projetada por Oscar
Niemeyer conecta diferentes
prédios no local e oferece uma
sombra para os dias de sol e um
abrigo para os dias de chuva.
A superfície de concreto lisa do
chão é perfeita e muito popular
para a prática de skate e patins.
Há um restaurante e um quiosque no meio e o Museu de
Arte Moderna (MAM) fica na
ponta leste da marquise.
Niemeyer também projetou prédios em cada ponta da marquise.
Os “pavilhões” não tão pequenos
levam o nome de seus doadores e
têm funções diferentes.
- Pavilhão Ciccillo Matarazzo é
a maior estrutura e apresenta
eventos e exposições itinerantes
em seus andares superiores, a
principal é a Bienal. Do estacionamento na entrada oeste é possível entrar nas dependências do
Museu de Arte Contemporânea da
Universidade de São Paulo (MACUSP).
IBIRAPUERA
PARQUE
23°35’16”S / 46°39’16”W
- O Pavilhão Lucas Nogueira
Garcez, também conhecido como
Palácio das Exposições ou Oca,
por seu formato arredondado,
tem um interior fantástico e exposições itinerantes.
23°35’13”S / 46°39’19”W
- Em frente à Oca, o Auditório
Ibirapuera, concluído em 2005
recebe todo o tipo de shows e
concertos.
Ande pelas vias e aprecie a diversidade de plantas, ande de bicicleta ao redor do lago, ou sentese em um banco para assistir os
skatistas praticando manobras
e descidas radicais. Também
é possível fazer um brunch no
enorme gramado, próximo às
crianças jogando bola.
Tome um drinque depois no Hotel Unique, que fica bem próximo
(vide pág. 15).
23°35’08”S / 46°39’24”W
O Ibirapuera é gratuito e abre
de Seg-Dom 5.00-24.00, MAM
Ter.-Dom 10.00-17.30.
Skatistas durante a noite sob a grande marquise.
Desde os anos 20, já havia a ideia de criar um parque
paulistano público semelhante aos da Europa e Estados Unidos, mas foi o governador Pedro Garcez que
contratou Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx para
projetar um espaço recreativo com instituições públicas
e culturais para ser concluído em 1954, celebrando
o 400o aniversário da cidade. O Ibirapuera possui
grandes áreas para esportes, lazer, e um centro de
convenções onde acontece a Bienal de Artes.
- Na ponta oeste estão os pavilhões de dois andares Manoel da
Nobrega e Armado de Arruda Pereira. Os dois estavam sendo reformados quando o guia foi escrito
e o Museu Afro Brasil deve ocupar
um deles.
23°35’05”S / 46°39’35”W
durante os finais de semana fica bem cheio.
- Atrás desses dois pavilhões
encontram-se construções que
não foram projetadas por Niemeyer: O Planetário e o Pavilhão
Japonês, próximo ao lago.
Do outro lado da avenida 23 de
maio você pode acessar o novo
MAC em um gigantesco prédio
de Niemeyer. Apenas cruze a
ponte de pedestres que fica perto
do estacionamento.
De lá: O JARDINS fica próximo, dá para caminhar, ou então tome um
Avenida Pedro Álvares Cabral,
Quando: Qualquer dia da semana,
táxi até PINHEIROS, ou outra área com parque como a
CIDADE UNIVERSITARIA.
1301.
A maioria dos prédios estão
abertos de Ter-Dom 10.00-17.30.
SP2014.NET P. 17 / 24
Bienal de Arte
de São Paulo
A Bienal de Arte de São Paulo
foi fundada em 1951 e é a segunda mais antiga depois da
Bienal de Veneza, que serviu
de inspiração. Ocorre a cada
dois anos no maior prédio do
parque do Ibirapuera, no Pavilhão
Ciccilio Matarazzo. O Industrial ítalo-brasileiro Francesco
Matarazzo Sobrinho inaugurou o evento com o intuito de
tornar a arte contemporânea
conhecida no Brasil e de fazer
de São Paulo um centro de artes internacional. A 31o edição
em 2014 terá a curadoria de
Scotsman Charles Esche, diretor do Museu Van Abbe, em
Eindhoven, Holanda.
23°36’40”S
MORUMBI
23°36’47”S / 46°42’42”W
CASA DE VIDRO
A foto de Lina Bo Bardi olhando
São Paulo de longe, encostada
na janela de vidro da sala, é uma
das imagens mais icônicas da
arquitetura paulistana. Os arredores dessa joia da arquitetura
moderna mudaram: antes ficava
sozinha no topo de uma colina,
agora está cercada por outras
residências. Árvores no local
cresceram e formaram uma floresta. A administração do Instituto Bo Bardi não se esforçou
muito para abrir a casa para
visitação de modo constante,
mas foi dito que isso está prestes
a mudar. O local fica próximo a
Paraisópolis – talvez faça sentido
combinar os dois.
Rua General Almério de Moura,
200. visitas@institutobobardi.
com.br e +55 11 3744 9902.
23°34’53”S / 46°41’57”W
23°36’45”S / 46°41’57”W
JÓQUEI CLUBE
O Hipódromo Cidade Jardim, o
BROOKLYN NOVO
clube social e de corridas de cavalo de São Paulo é de 1875. Dentro do complexo há um centro
esportivo, um spa, bares, áreas
sociais, e um palco onde é possível conviver com os moradores
mais ricos e com visitantes. Mas
mesmo uma pessoa comum pode
apostar em seu cavalo favorito.
Av. Lineu de Paula Machado,
1263.
Talvez a residência mais famosa de São Paulo:
A casa de vidro de Lina Bo Bardi.
Enquanto o centro da cidade no início do séc. XX reproduzia o ideal de espaço público de cidades europeias e
americanas, o Morumbi era apenas um pasto. A partir
da década de 60, junto com a degradação do centro,
novos distritos de elite e subúrbios como o Morumbi
começaram a florescer. O bairro está localizado do outro lado do rio Pinheiros e tem uma topografia sinuosa
interessante. Mas é um distrito residencial homogêneo
onde a segregação econômica é reforçada por muros,
sendo assim bem pouco urbano.
Como chegar: A Linha Amarela deve chegar ao Morumbi em 2014.
Quando: Dias da semana, durante o dia.
De lá: Combina uma visita para PARAISOPOLIS,
alternativa: PINHEIROS.
SP2014.NET P. 18 / 24
Esse novo distrito de negócios
reflete a força atual da economia
brasileira. Aqui se estabeleceram
empresas internacionais, consultorias, e emissoras de TV. A Ponte
Octávio Frias de Oliveira, uma
obra de engenharia complexa
que conecta o Brooklyn Novo ao
Morumbi marca o território. A
ponte impulsionou os preços de
imóveis e o desenvolvimento neoliberal da cidade. As ocupações
informais existentes foram realocadas. Há total falta de transporte público eficiente, zonas
para pedestres e ciclovias. Os
executivos mais bem sucedidos
se deslocam de seus condomínios
de luxo fora dos limites da cidade
em helicópteros particulares.
Rodizios e Helipontos
Para suavizar os engarrafamentos constantes causados
pelos mais de sete milhões
de veículos circulando diariamente, foi introduzido o
Rodízio há mais de dez anos.
Dependendo do número final
da placa, os carros não podem
rodar em determinadas horas e em determinadas áreas
da cidade, conhecida como o
centro expandido. Mas o tiro
saiu pela culatra, pois diversas
famílias paulistanas compraram um terceiro carro com
outro final de placa, o carro
do rodízio, que é geralmente
um carro usado e com baixa
eficiência de combustível.
Para os homens de negócios
mais ricos da América do Sul,
tempo é dinheiro. São Paulo
tem a maior rede de helicópteros privados do mundo
– maior do que a de Nova
Iorque. Todo arranha céu
importante hoje em dia tem
seu próprio heliponto. Mas, o
conforto de uns é a desgraça
de outros e foram aprovadas
leis para reduzir a intensidade
dos voos. Os pilotos de helicópteros infelizes argumentam
que os moradores já perderam
o direito a tranquilidade há
muito tempo e que deveriam
se acostumar à modernidade.
Aprimorando a Cidade
Em relação a planejamento
urbano, uma grande mudança de mentalidade ocorreu
na última década. As favelas
eram vistas antes como um
problema que precisava ser
removido, mas as fortes estruturas sociais dessas ocupações
e a criatividade de seus moradores são na verdade parte da
solução. Quase dois bilhões
de reais por ano são investidos pela Secretaria Municipal
de Habitação (SEHAB) para
melhorar as condições de vida
e realocar moradores que estão em áreas de risco. Com
um plano ambicioso de longo
prazo, a cidade quer conseguir
conectar com sucesso e integrar todas as áreas informais
ao tecido da cidade.
Uma melhoria bem sucedida
em uma favela foi concluída
na Cantinho do Céu. Essa ocupação no sudoeste da metrópole ocupava uma reserva
natural em um lago que servia
de reservatório de água doce.
Junto com a implementação
de uma rede de esgoto, o escritório paulista de arquitetura
de Marcos Boldarini construiu
atraentes parques públicos que
redefiniram de forma positiva
a relação dos moradores com
a água.
Leitura Complementar:
Building Brazil! (Construíndo
o Brasil)
23°36’54”S
PARAISÓPOLIS
23°37’16”S / 46°43’40”W
23°36’54”S / 46°43’32”W
AS RUAS
Paraisópolis foi construída de
maneira informal em partes
retangulares de terras que não
se desenvolveram pela descentralização e grande inclinação.
As ruas, com uma topografia
semelhante à Vila Madalena,
são cheias de milhares de casas
pequenas e barracos. Diferente
de outras favelas, a Paraisópolis
tem acesso fácil e tem até mesmo
tráfego motorizado. Devido ao
grande número de habitantes,
geralmente advindos dos estados
do nordeste, é possível encontrar
uma intensa vida de rua, a maior
de São Paulo – uma vila tropical
dentro da cidade. Música alta
toca o dia todo e há toda sorte de
Os morros de uma cidade dentro da cidade no processo de formalização. vendedores, duas grandes redes
de supermercado, três bancos e
Poucos planejadores urbanos não viram a fotografia icônica inúmeros salões de beleza.
de Tuca Viera de um prédio luxuoso com piscinas em cada
andar com vista para uma favela. De todas as favelas
paulistanas a Paraisópolis é sem dúvida a mais famosa.
Devido a sua proximidade com os bairros de elite Morumbi
e Brooklyn Novo a prefeitura investiu grandes quantias em
Paraisópolis com programas de melhoria da favela. Hoje ela
é um distrito legal da cidade com um mercado
formalizado e lar de 100.000 moradores.
Como chegar: Para essa aventura tome um táxi na parte nordeste de
Paraisópolis, na Rua Dr. Flávio Américo Maurano. Suba as principais ruas
e pergunte como chegar a União dos Moradores (Centro Comunitário),
localizada no centro. Ali, pague uma taxa para ser acompanhado por um
morador. A Linha Ouro do Metrô irá parar próximo,
mas não há previsão de conclusão em breve.
Quando: De dia. A área é segura se ficar com um morador.
De lá: Sente-se em um banco do parque do IBIRAPUERA para digerir suas
impressões. Ou vá até a Casa de Vidro de Lina Bo Bardi no MORUMBI.
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CENTRO COMUNITÁRIO
GROTÃO
Apesar de oferecer uma vista espetacular, a topografia extrema
de Paraisópolis é também seu
maior problema. Deslizamentos frequentemente destroem
casas construídas em áreas de
risco. Um projeto interessante
combinando infraestrutura e
topografia está em vias de ser desenvolvido. O Urban Think Tank,
escritório conhecido internacionalmente pela implementação
de um teleférico na favela San
Agustin em Caracas na Venezuela,
projetou um centro comunitário
localizado na parte mais baixa
do vale do Grotão. Unidades empilhadas desempenham a função
de escola de música, e instalações
de esportes são conectadas diretamente com os diferentes níveis
do entorno, deixando espaço
para proteger o terreno inclinado
e tornando-o um parque público.
PASSEIOS: LITORAL
23°54’S / 43°10’W
23°00’S / 46°15’W
22°26’S / 45°04’W
22°13’S / 44°42’W
Marlene Dietrich disse uma vez
que o Rio é uma beleza, mas que
apenas São Paulo é uma cidade.
Talvez isso não seja mais verdade
hoje, o Rio é expansivo, mas não
é uma metrópole da mesma dimensão que São Paulo e é de
certo modo influenciado pelo turismo. Há uma grande rivalidade
entre o centro econômico e a antiga capital do país. O Rio é sem
dúvida imperdível, também por
suas diversas joias arquitetônicas, que poderiam facilmente
preencher outro guia. A praia
de Copacabana no domingo é o
espaço público urbano brasileiro
por excelência.
Atenção surfistas: “Pegar um
tube em Ubatuba” não é apenas um modo de dizer, as ondas realmente quebram bem
nessa cidade e Itamambuca é o
local mais popular para isso. A
grande quantidade de praias faz
de Ubatuba um pequeno paraíso para nadar também e vale a
pena fazer um passeio de barco
para explorar melhor o lugar.
Para quem gosta de snorkeling
ou tomar banho de sol, a cidade
de Ilhabela, mais isolada é também uma boa opção para o final
de semana.
Guias turísticos do Brasil elogiam muito essa cidade colonial
a uma hora de Ubatuba – e estão
certos. Apesar de estar cheio de
visitantes internacionais, a herança arquitetônica é bem mantida e as inúmeras praias nas
ilhas próximas são estonteantes.
É difícil fazer dela uma viagem
de final de semana, pois está a
cinco ou seis horas de ônibus.
Pare aqui quando estiver indo
para o Rio, se tiver alguns dias
extras, visite Ilha Grande, que é
um pouco mais selvagem.
Os ônibus para Ubatuba são
Reunidas e saem da estação
operados pela Litorânea e saem
Tietê.
Santos Dumont pela vista. Ou
Essa península está localizada a
somente uma hora de São Paulo
e é um dos destinos mais populares para pegar uma praia no
final de semana. Muitos paulistanos tem sua casa ou apartamento de praia no Guarujá.
Ilhabela também é um dos destinos procurados mas é um pouco
mais difícil chegar até lá, porém,
quem se aventurar irá encontrar uma linda ilha localizada a
aproximadamente três horas de
São Paulo com ótimas e charmosas pousadas e restaurantes.
Para aqueles que procuram mais
natureza e reclusão está Ilha
Grande, uma ilha localizada no
estado do Rio de Janeiro mas apenas a cinco horas de São Paulo.
então pegue um ônibus (uma
Os ônibus para o Guarujá saem
viagem de sete horas bem
da estação rodoviária terminal
confortável, há também ônibus
Jabaquara.
RIO
Pegue um voo até o aeroporto
noturno) da Rodoviária Tietê.
GUARUJÁ
UBATUBA
Serra do mar: Mata atlântica intocada ao longo da rodovia.
A metrópole pode ser bem estressante e os paulistanos
adoram deixar a cidade aos finais de semana e feriados ou férias. Durante os dias de verão entre novembro e março, quando o ar carregado da cidade entorpece o corpo inteiro, é possível entender perfeitamente
porque é essencial fugir de vez em quando. Com a
grande quantidade de praias excelentes próximas,
cercadas pela Mata Atlântica, quem pode culpar os
paulistanos por amarem o litoral?
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da estação Tietê.
PARATY
Os ônibus para Paraty são da
PASSEIOS: INTERIOR
15°47’S / 47°51’W
20°07’S / 44°13’W
22°17’S / 48°33’W
JAÚ
CAMPOS DO JORDAO
A nova capital de um país relativamente jovem, não perdeu
nenhum de seus atrativos desde
sua inauguração, há mais de
cinquenta anos. O plano piloto
de Lucio Costa foi uma síntese
de planejamento urbano moderno na época, mas hoje a região
metropolitana abriga cinco vezes
a população projetada. Esta cidade deve ser explorada de carro
e é aconselhado encontrar um
local para ficar nas Superquadras,
em uma das duas asas do plano
piloto, que tem a forma de um
avião.
Cerca de uma hora de Belo
Horizonte, nas belas colinas de
Brumadinho, o ex-magnata da
mineração Bernardo Paz, transformou uma fazenda em um
jardim botânico projetado por
Roberto Burle Marx na década
de 80, para expor sua crescente
coleção de obras de arte em meio
à vegetação. Desde a sua inauguração ao público em 2006,
o Centro de Arte Contemporâneo
Inhotim cresceu para abrigar cerca de trinta pavilhões de arte com
mais de 500 obras de renomados
artistas brasileiros e internacionais. O parque atrai por volta de
250.000 visitantes por ano e Paz
planeja expandir o Inhotim ainda
mais, com hotéis de luxo, teatros
e apartamentos. Visite antes que
a atmosfera tranquila e quieta
daquele local único tenha sido
estragada e aproveite para ver os
primeiros trabalhos de Niemeyer
ao redor do lago da Pampulha em
Belo Horizonte no caminho.
A pequena cidade de Jaú é
conhecida por sua agricultura,
calçados femininos e por seus
arquitetos. Lá está localizado
um impressionante edifício do
grande mestre Vilanova Artigas.
A estação de ônibus de Jaú está
localizada no centro, mediando
topograficamente a parte alta e
baixa da cidade. As famosas colunas de concreto do prédio, que
se abrem como uma flor para
formar uma conexão perfeita
com o telhado, são uma obraprima da engenharia. A jornada
de cinco horas de ida e volta até
esse local remoto é viável em um
dia, mas vale a visita se já tiver
em seus planos uma viagem mais
longa para o interior.
Mais conhecida como uma replica dos Alpes Suíços, Campos do
Jordão é uma pequena cidade a
apenas duas horas a leste de São
Paulo, com um importante acervo de Paulo Mendes da Rocha.
A Capela São Pedro está anexa ao
Palácio Boa Vista, residência oficial de inverno do governador
do Estado. A capela está erguida
sobre concreto bruto e apoia-se
em uma única larga coluna de
onde sai uma escada. A estrutura
escolhida possibilita uma vista
panorâmica perfeita, refletida sobre uma superfície aquosa no interior desse santuário incomum.
Os ônibus para Jaú são da
para Campos do Jordao são
empresa Reunidas e saem duas
operados pela Pássaro Marrom
vezes ao dia do terminal Tietê.
e saem do terminal Tietê.
BRASÍLIA
Voos para Brasília saem praticamente de hora em hora de
Guarulhos e Congonhas, ônibus
do Tietê.
INHOTIM
Pegue um avião ou ônibus para
Belo Horizonte. No Terminal de
Arte, arquitetura e uma linda paisagem se encontram no Inhotim.
Toda metrópole tem seu interior. A riqueza de São
Paulo dependia das vastas plantações de café e
grandes minas. Grãos e gado continuam a contribuir
para a riqueza da economia brasileira nos dias de hoje.
Algumas famílias paulistanas possuem uma fazenda,
versão brasileira do “ranch”, que utilizam para escapar
aos finais de semana. Com uma área menos disputada
do que o litoral, o interior cobre uma vasta região do
país e vale a pena explorá-lo. Comece uma viagem
mais longa pelo país por um dos locais a seguir.
ônibus de B.H. tem ônibus direto
para o parque saindo todos
os dias.
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22°44’S / 45°36’W
Palácio do Governo, Avenida
Doutor Adhemar de Barros,
3100, Alto da boa Vista. Ônibus
RECURSOS: LIVROS
Além das óbvias monografias de mestres brasileiros
famosos como Niemeyer,
Artigas, Reidy, Bo Bardi, e
da Rocha, dos livros sobre
mestres menos conhecidos
como Marcos Acayaba
ou João Walter Toscano,
e das produções sobre a
atual geração que beira os
quarenta anos chamado
Coletivo, aqui vão algumas
sugestões para encher
sua estante.
ARCH+ NR. 190:
STADTARCHITEKTUR
SÃO PAULO
Aachen ArchPlus Verlag, 2008,
Alemão, 120 páginas.
Este volume da excelente revista
alemã ArchPlus contém um panorama histórico, ensaios e relatórios sobre projetos de arquitetura
em andamento na cidade de São
Paulo e sua concepção social.
STONES AGAINST
DIAMONDS
Lina Bo Bardi, AA Press, Londres,
ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA
Elisabetta Andreoli & Adrian
Forty, Phaidon, 2007, Inglês
(tradução em português de Vanessa Faleck), 240 páginas.
Uma boa opção para começar.
Este bonito e pesado livro da
Phaidon traça um panorama geral da Arquitetura Brasileira.
BRAZIL: MODERN ARCHITECTURES IN
HISTORY
Richard J. Williams, Reaktion Books, 2009, Inglês, 288
páginas.
Williams faz um bom trabalho
ao contar a abrangente história
da Arquitetura Brasileira, fazendo ligações com discussões
atuais. A edição em brochura
cabe na bagagem de mão.
Inglês, 132 páginas.
Este pequeno livreto da série
“Architecture Words” editado
por Brett Steele, contém uma seleção de textos de Lina Bo Bardi.
Bo Bardi chegou ao Brasil como
uma estrangeira, assimilou e finalmente moldou a Arquitetura
Brasileira com suas ideias e edifícios.
CITY OF WALLS: CRIME,
SEGREGATION AND
CITIZENSHIP IN
SÃO PAULO
Teresa Pires do Rio Caldeira, University of California Press, 2001,
Inglês, 473 páginas.
O sofisticado livro da socióloga
Teresa Caldeira é muito conhecido e aponta para as interdependências precárias de desenvolvimento urbano, segurança
e política. Leitura difícil, porém
esclarecedora.
DER RAUM DES ÖFFENTLICHEN: DIE ESCOLA
PAULISTA UND DER BRUTALISMUS IN BRASILIEN
Margret Becker, Reimer, 2012,
Alemão, 279 páginas.
Becker tem pesquisado e visitado
a Arquitetura Brasileira há dez
anos. Seu livro bem preparado
discute a relação entre as ideias
sociais e os edifícios da Escola
Paulista desde os primórdios até
hoje.
BRAZIL
CONTEMPORARY
Marc Angélil, Rainer Hehl &
Something Fantastic, Ruby Press,
2012, Inglês, 464 páginas.
Hehl pesquisou a história do
desenvolvimento urbano nas
favelas brasileiras e conduziu um
estudo de design na ETH, em
Zurique, com foco na pobreza
urbana. Além de ser repleto de
informações e soluções criativas,
o livro também é um presente
gráfico.
QUANDO O BRASIL ERA
MODERNO- GUIA DE
ARQUITETURA 1928 –
1960
Lauro Cavalcanti, Princeton
Architectural Press, 2003, Portu-
Paul Meurs, Frits Gierstberg,
guês, 468 páginas.
Jaap Guldemond, NAi Publish-
Este abrangente livro faz um
tour fascinante por mais de 125
edifícios e é um dos estudos mais
completos sobre o legado da arquitetura moderna brasileira, incluindo arquitetos menos conhecidos que vale a pena descobrir.
ers, 2009, Inglês e holandês,
318 páginas.
Este catálogo da exposição de
2009, ocorrida em Rotterdam
examina as tendências atuais da
produção musical, artística e arquitetônica no Brasil. O volume
ilustrado com beleza aponta a
riqueza da diversidade cultural
em todo o Brasil, e São Paulo
está fortemente representada.
BUILDING BRAZIL! THE
PROACTIVE URBAN RENEWAL OF INFORMAL
SETTLEMENTS
RESIDÊNCIAS EM
SÃO PAULO 1947-1975
casa é representada por plantas
e seções bem claras 1:200, bem
como fotografias em branco e
preto, antigas, com o mobiliário
original, telefones e televisores
“modernos”. Muitos desses edifícios não existem mais, o que
torna o livro uma inestimável
documentação da época.
Livreria Cultura
Avenida Paulista, 2073. Dentro do Conjunto Nacional.
Vide pág. 13
SÃO PAULO METROPOLE
Livreria da Vila
RRegina Maria Prosperi Meyer,
Alameda Lorena, 1731.
Próximo a Oscar Freire
no Jardins, vide pág. 16.
esUSP, 2007, Português, 296
páginas.
Meyer é professora de História
e Arquitetura na Faculdade de
Arquitetura da USP e este livro
expõe seu conhecimento sobre
o desenvolvimento da cidade do
século XVIII aos dias de hoje.
Com centenas de gráficos e mapas excelentes, este é o volume
indicado para entender profundamente o metabolismo desta
metrópole caótica.
DESENHANDO SÃO
PAULO – MAPAS E
LITERATURA 1877-1954
Maria Lúcia Perrone Passos &
Marlene Milan Acayaba, RG
Teresa Emídio, Editoria Senac
facsimile, republicado em 2012,
São Paulo, 2009, Português, 184
Português, 452+40 páginas.
páginas.
Por mais de duas décadas, este
livro enciclopédico ficou fora de
catálogo – por boas razões. É a
mais completa e precisa documentação dos edifícios residenciais da Escola Paulista. Cada
TEste é o volume ideal para encontrar um panorama de quase
todos os planos da cidade já feitos e desenhados. Com fantásticos mapas coloridos, detalhados
e grandes de épocas diferentes!
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Arquitetura &
Relacionados
Livrarias em SP
Livreria da FAU
Rua do Lago, 876, Cidade
Universitária. Dentro da
Faculdade de Arquitetura,
vide pág.14.
Livreria IAB
Rua Bento Freitas, 306. Piso
térreo do Instituto Brasileiro
de Arquitetura, próximo à
República, vide pág. 7.
Livreria Free Book
Rua da Consolação, 1924.
Próximo às lojas de lustres,
vide pág. 11.
RECURSOS: INFORMAÇÕES
INFORMAÇÕES
DE VIAGEM
LITERATURA DE VIAGEM
Por ser um centro econômico,
a cidade é boa em qualquer
período do ano e tende a ser razoavelmente calma durante as
férias. A primavera e o outono
são agradáveis e o verão é muito
quente e úmido. O inverno pode
ser frio e a maior parte das casas
não tem aquecimento.
São Paulo não é a cidade mais
perigosa da América do Sul,
mas infelizmente está muito
longe de ser considerada segura.
Evite caminhar sozinho durante
a noite, especialmente em áreas
isoladas. Converse com a maior
quantidade de nativos possível,
eles são simpáticos e gentis e dão
indicações contraditórias – mas o
que esperar em uma cidade tão
grande quanto um país?
O mapa editado pela international travel maps é um bom
começo. Além disso, arrume um
plano de dados com roaming e
um iPad, se possível.
Não é difícil de locomover-se. De verdade. Mas
antes de sair, siga esta
lista:
Wallpaper São Paulo
Sendo um importante centro econômico, São Paulo está
conectado com a maioria dos
aeroportos do mundo. Não será
um problema encontrar um voo.
Como em qualquer lugar é geralmente mais barato reservar
com antecedência. Ferramentas
de busca de voos mostram diferentes sites com preços variáveis.
Em alguns períodos do ano os
voos para o Rio são mais baratos.
WEBSITES ÚTEIS
www.unlike.net/sao-paulo
www.buscaonibus.com.br
www.decolar.com.br
www.preifeitura.sp.gov.br
www.mapadasartes.com.br
www.arcoweb.com.br
www.vitruvius.com.br
www.archdaily.com.br
guia.folha.com.br
vejasp.abril.com.br
www.teatroficina.com.br
Mapa de São Paulo
Os pequenos e coloridos livretos
da Wallpaper & Phaidon existem
para muitas cidades. O guia de
São Paulo tem uma capa rosa
acinzentada e contém as dicas
mais úteis sobre o que fazer na
cidade.
Brazil Lonely Planet
Lonely Planet é raramente uma
escolha ruim quando se trata de
guias. Mas outras publicações,
mais específicas sobre São Paulo,
vão servir também.
Mapa Cultural
Pegue ou faça download do
Mapa das Artes em www.mapadasartes.com.br para uma lista
relativamente completa das galerias, museus e outros locais. É encontrado na maioria dos museus
e é muito útil.
DEZ PASSOS PARA
CURTIR SÃO PAULO
1. Chegada
2. Documentos
Você precisará de um passaporte. Americanos precisam de
visto. Europeus podem ficar até
três meses, sem visto.
3. Acomodação
Guias e websites vão recomendar diferentes hotéis e pousadas,
mas o couchsurfing e o Air-BnB
também estão disponíveis em
toda a cidade. São Paulo ficará
ainda mais divertida se você tiver
alguém que possa apresentá-la e
lhe dar dicas.
4. Leitura
Reserve alguns dias para pesquisar guias, livros, websites,
blogs ou mesmo aplicativos
para iPad. Familiarizar-se com
a estrutura da cidade estudando
um mapa com antecedência,
realmente ajuda a entender este
labirinto, para assim apreciar a
metrópole com mais rapidez.
5. Cultura & Passeios
Assim que reservar seu voo, pesquise online os eventos culturais e
shows na cidade e nos arredores.
Alguns lugares, como a Sala São
Paulo, são extremamente populares, então os ingressos devem
ser adquiridos com antecedência, com a ajuda de um morador
da cidade. Se você pretende passear pelo resto do país, compre
as passagens com antecedência,
a variação de preço é alta e muitas vezes um voo é mais barato
que o ônibus. Compre através de
uma agência de viagens ou com
a ajuda de um morador, porque
os sites não aceitam cartão de
crédito, sem um número de
CPF (Cadastro de Pessoa Física –
Documento Brasileiro).
6. Dinheiro
Apesar de a América do Sul ser
conhecida como um destino
barato, o Brasil e especialmente
São Paulo, não é. É o preço do
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sucesso econômico, então, não
fique surpreso por pagar quase o
mesmo que em casa por alguns
produtos. Atualmente na cidade
quase qualquer barraco de comida aceita cartões de crédito.
Porém você ainda precisará de
dinheiro, especialmente notas
baixas porque, por alguma razão
misteriosa, ninguém tem troco.
Carregue duas carteiras: Uma
com notas altas e cartões e outra
com dinheiro trocado.
7. Telefone e Dados
Antes de viajar, verifique com sua
companhia celular quais são as
taxas de roaming, especialmente
para dados. Para uma estadia
maior que três dias, vale a pena
comprar um número de telefone
local. Existem várias prestadoras
de celular com serviço pré-pago.
Compre o cartão SIM (chip) nas
casas lotéricas e recarregue em
quiosques ou farmácias.
8. Língua
A geração mais jovem vai arranhar o inglês, mas a maioria
dos brasileiros não fala e nem
entende a língua. O português
não é uma língua tão difícil, mas
a pronúncia é complicada. Faça
três ou quarto meses de prática
com uma hora diária antes de ir
para o Brasil – se você quiser ser
capaz de ter uma conversa com
um vocabulário básico de 10002000 palavras.
9. Para chegar à cidade
O aeroporto de Guarulhos está
localizado fora de São Paulo.
Para até duas pessoas, pegue o
Airport Bus Service por R$35,
que vai para diferentes partes da
cidade e parte a cada hora, mais
ou menos. Para três ou mais pessoas, divida um táxi oficial do
aeroporto, os únicos autorizados
ali. Preste atenção que existem
dois aeroportos: Congonhas é
próximo ao centro e somente atende voos domésticos.
10. Para se locomover
na cidade
Existem várias maneiras de se
locomover: Metrô, ônibus e as
linhas de trem da CPTM. Um
cartão chamado “Bilhete Único”
funciona em todos eles. Deve
ser recarregado com antecedência e R$20 dá para começar.
O metrô é sem dúvida a opção
mais rápida e limpa e a viagem
custa R$3. O ônibus é o mesmo
preço, mas menos constante e
difícil de entrar e sair. Táxis são
sempre uma opção segura, mas
certifique-se de que sejam licenciados. Caminhar durante o dia
é sempre uma boa pedida para
o curioso explorador. Aproveite!
IMPRESSÃO
PHILIPPE JORISCH
MAIRA ACAYABA
NILS HAVELKA
Arquiteto, Zurich,
Fotógrafa, São Paulo,
Arquiteto & Editor, Zurique,
Suíça.
Brasil.
Suíça.
[email protected]
[email protected]
[email protected]
Nascido em 1985, estudou Arquitetura e Urbanismo na Universidade Técnica de Delft e
Zurique (Technical Universities
of Delft and Zurich) e se formou
na ETH em 2012. Trabalhou
na EM2N e na Boesch Architects em Zurique e participou
de workshops de design urbano
em São Paulo. Durante seus estudos, trabalhou como professor
assistente na cadeira de Design
arquitetônico no primeiro ano
com o Prof. Dr. Marc Angélil e
foi editor da revista trans. Depois
de viagens ao Brasil, com uma
bolsa da Erich Degen-Stiftung
começou sua própria prática,
em 2012. É fluente em inglês,
alemão, francês, holandês e
português.
Nascida em 1980, vive e trabalha em São Paulo. O foco de
sua produção fotográfica é a arquitetura, as cidades e as paisagens e o seu trabalho pode ser
visto em várias publicações nacionais e internacionais e através
do site www.mairaacayaba.
com. Seu perfil foi publicado
em PROJETO Design 400 que
destaca o trabalho de fotógrafos
da arquitetura brasileiros e em
importantes sites de arquitetura
como ArchDaily e Plataforma
Arquitectura. Suas fotografias
foram expostas em Bienais de Arquitetura no Brasil e no exterior
e como parte do Coletivo Rolê,
que fotografa São Paulo à noite,
participou de exposições em São
Paulo, Rotterdam e Berlin.
Nascido em Zurich, em 1982
com uma mãe sueca e um pai
tcheco, Nils é arquiteto e leciona
atualmente na ETH Zurique.
Seu trabalho foi exposto no Museum für Gestaltung em Zurique,
no Holcim Forum Shanghai, no
ZKM Karlsruhe, no Van Alen
Institute em Nova York e na Bienal de Arquitetura de Veneza.
Escreve ocasionalmente para
a Song of the Week e é proprietário da agência Elektrokontor junto com Fabian Bircher.
Recentemente fundou a editora
Havelka Verlag que documenta
projetos críticos de observação e
construção. Nils é um dos fundadores do coletivo de artistas e do
espaço de projetos “Die Weinhalde” em Zurique.
www.jorisch.com
www.mairaacayaba.com
www.havelkaverlag.com
www.dieweinhalde.ch
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COPYRIGHT © 2013
© Publicação: Havelka Verlag,
Susenbergstrasse 54, 8044
Zurique, Suíça.
© Texto: Philippe Jorisch,
Zurique.
© Imagens: Maíra Acayaba,
São Paulo.
© Tradução Inglês-Português:
EXACTA Tradução e
Interpretação, Eliana Hermann,
http://www.exactatrad.com.br
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Versão: 10. Out. 2013 / PT-WEB.