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SP2014.NET UM GUIA COMPACTO DE ARQUITETURA DA SÃO PAULO METROPOLITANA Escrito por Philippe Jorisch Fotografias por Maíra Acayaba Havelka Verlag Instruções - Faça o download do PDF em www.sp2014.net - Imprima em Preto e Branco, formato paisagem - Dobre de acordo com sua preferência - Leia no Avião - Leve-o em seu bolso durante a estada Início Rápido - Dez passos por São Paulo > Página 23 - Mapa Geral > Página 4 - Crítica de Livros > Página 22 - Edifícios de Niemeyer > Páginas 6, 10, 21 - Praias próximas > Página 20 SP2014.NET P. 1 / 24 BEM-VINDO A SP! “É exatamente por causa desse caos as pessoas desenvolveram uma competência indestrutível. Aqui vivem esses virtuosos da desordem...” Dietmar Kamper, sociólogo Alemão sobre São Paulo Metrópole São Paulo é a nona maior megalópole do mundo e a maior metrópole do hemisfério sul. Tornou-se um ponto cada vez mais interessante no mapa de arquitetos e planejadores urbanos. A arquitetura moderna brasileira é famosa no mundo todo e em São Paulo é representada pela Escola Paulista, de Paulo Mendes da Rocha, que tem mais de 80 anos e ainda trabalha internacionalmente. São Paulo é o centro econômico e financeiro do Brasil e grande parte de seu crescimento urbano ocorreu com pouco planejamento. Essa constituição caótica da cidade está enfrentando um desafio atualmente devido a maior atenção global ao Brasil, considerado uma nação emergente. São Paulo é sinônimo de densidade e uma consequente brutalidade de problemas. Poderia ser uma cidade feia, porém seus bairros com diferente sabores, transformam-na em uma estimulante selva de pedra.) As pessoas que se autodenominam Paulistanos ocupam suas esquinas aconchegantes, realizam projetos esplêndidos e aproveitam um estilo de vida intenso. É uma cidade cheia de inspiração e após certo tempo é possível compreender e apreciar a sua incrível complexidade. Conversando com os moradores, nota-se o orgulho que sentem de serem paulistanos e a esperança de que a cidade se torne cada vez melhor. Guia 2014 é um bom ano para explorar São Paulo. Compilado por um forasteiro para forasteiros, esse guia pretende oferecer uma primeira ajuda para “se virar” na cidade, com conhecimento adquirido após diversas visitas. É um conjunto de paisagens e estórias O SP2014. NET pode ser considerado um arquivo aberto por ser incompleto, estar disponível de graça na internet, e por ser necessário que cada visitante construa sua própria hierarquia na cidade. Ele é efêmero em sua concepção, é um livro fonte compacto, e pode ser impresso em qualquer lugar. Cultura São Paulo é uma região metropolitana com uma população maior do que a Holanda, Chile, Cazaquistão, ou o estado da Flórida. São Paulo é um lugar de diferenças. Com uma população predominantemente imigrante, advindas de quase todas as partes do Brasil e do mundo, essa metrópole é um acúmulo ímpar de inteligências. Há uma atitude de confrontar a complexidade com humor. A irregulariSP2014.NET dade da cidade é abraçada com uma cultura de improvisação constante e invenção imediata. Os brasileiros empregam suas qualidades inerentes em uma metrópole onde – comparado com o resto do país – o tempo e o espaço são extremamente comprimidos. Imagens Se a única essência que pode ser destilada de São Paulo é o caos, é compreensível que ela seja uma cidade que não tenha uma imagem facilmente decodificável. Em uma era onde a computação e as mídias digitais são onipresentes, as impressões são até certo ponto substituídas por fotos de celular que são distribuídas para a mídia social em tempo real. As imagens que acompanham, feitas pela fotógrafa paulistana Maíra Acayaba utilizam a linguagem instantânea (snapshots) para documentar o cotidiano da cidade. No lugar de clichês simplificadores, essas imagens traduzem com exatidão, no nível dos olhos, os espaços da cidade. Mapa As convenções de um mapa de rua como retrato objetivo dos fatos geográficos não correspondem a uma experiência pessoal de uma cidade. Para o mapa geral na página quatro, apenas P. 2 / 24 as ruas do bairro descrito são totalmente mostradas, deixando espaços em branco nas rotas de conexão entre elas. De tal modo, o mapa funciona como um índice para uma cidade sem hierarquia clara: os diferentes bairros são apresentados em sequência à medida que estão mostrados no mapa: de cima para baixo, norte para sul. A escala de 1:100’000 é comum para mapas regionais e permitem medidas e comparações precisas, apesar da subjetividade nas diferenças de detalhes. Créditos Esse livro é resultado de uma bolsa recebida pelo Erich-Degen Stiftung do Departamento de Arquitetura do ETH Zurich (DARCH), que possibilitou uma visita estendida ao Brasil de julho a agosto de 2012. Meus agradecimentos vão para o Prof. Sascha Menz, reitor da D-ARCH de 2011 a 2013, e sua equipe. Meu muito obrigado a Nils Havelka que incentivou transformar esse projeto em um trabalho bem mais extenso. Maíra Acayaba contribuiu imensamente para a qualidade conceitual do trabalho visual. E também, um grande agradecimento aos Paulistanos, que sempre que retorno me recebem com entusiasmo e hospitalidade. ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE Apesar dos esforços do autor, esse guia não é completo e pode não ser preciso em todos os sentidos. O autor não é responsável pelas ações tomadas baseadas em suas recomendações. Observe que algumas áreas da cidade podem ser perigosas e informação oficial exata deve ser obtida antes de visitar tais áreas. Philippe Jorisch, Maio 2013 CONVERSAS a cidade. outro período da minha vida. São Paulo sempre teve dinheiro – diferente do resto do Brasil – e a situação econômica positiva atual é inédita. O acesso à educação e a internet torna as pessoas mais conscientes e permite a mobilização e organização. Mas a metrópole quase que para devido ao trânsito. E esse trânsito é causado parcialmente pelos preços exorbitantes de aluguéis e pelos prédios vazios no centro da cidade. Esse é o desafio atual. Lula, conte-nos sobre o seu trabalho. Como São Paulo estará daqui a dez anos? Marcelo, qual o seu trabalho? Sou um dos quatro sócios do SuperLimao Studio, um pequeno escritório brasileiro que trabalha com arquitetura e design. Os sócios possuem uma formação diferente em design, arquitetura, engenharia e turismo e isso é importante para os tipos de projetos que fazemos. Ficamos conhecidos por nossa abordagem não convencional de materiais comuns e reciclados, e nosso cuidado com os detalhes. Instalamos uma grande oficina no escritório para fazer experiências com nossas amostras um para um. Talvez, se as coisas continuarem a melhorar, São Paulo se tornará um lugar ainda mais fantástico. O que me deixa otimista é que muitas pessoas como nós estão trabalhando duro para melhorar muitas coisas pequenas, apesar de haver forças poderosas que não ligam para o bem estar dos moradores da cidade. Em teoria, há dinheiro suficiente para solucionar a maior parte dos problemas, mas é difícil enfrentar a mentalidade dos tomadores de decisão. Ainda assim, podemos fazer a nossa parte: minha mulher e eu tínhamos um carro cada um, agora dividimos um e utilizamos o transporte público com mais frequência. Há dez anos, isso não seria aceito. É um processo lento. No meu trabalho, na Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo (SEHAB), sou um dos arquitetos responsáveis pela área de Heliopólis, que é o maior bairro informal da cidade, uma favela com mais de 65.000 moradores. Há alguns anos o SEHAB mudou seu modelo que era apenas reproduzir unidades habitacionais padronizadas ao redor da cidade, e adotou um modelo mais complexo para melhorar as favelas, tentando criar uma cidade de verdade nessas áreas informais. LULA GOUVEIA Dica: Visite as incontáveis pracinhas cobertas por verde por toda Como está São Paulo em 2014? Apesar de São Paulo ser bagunçada, é melhor viver na cidade hoje em dia do que em qualquer MARCELO REBELO Dica: Andar pelo centro durante o dia, o centro da cidade é denso como nenhum outro. Qual o maior desafio de tentar fazer a favela virar parte da cidade formal? positivas. As favelas são assentamentos que foram crescendo em áreas desocupadas e de difícil topografia com falta de infraestrutura básica, porém elas possuem lojas, restaurantes, casas noturnas e um mercado imobiliário informal. São um dos únicos lugares em São Paulo com uma vida intensa na rua, onde só se pode chegar na maior parte das casas a pé – é bem próximo ao modelo de cidade que se almeja nos dias de hoje. Essas qualidades morfológicas devem ser mantidas o máximo possível, apesar das questões de propriedade da terra, infraestrutura e questões de segurança. O que isso significa para o futuro de São Paulo? Acho que várias respostas sobre como fazer um bairro bem sucedido estão nas favelas. Mas o maior desafio será relacionado a mobilidade. Daqui a dez anos teremos quatro novas linhas de metro em locais atualmente mal conectados com a cidade. Esperamos que o deslocamento seja mais fácil e as pessoas passem a escolher o transporte público em vez de ficarem horas presas em congestionamentos. vida nas ruas, algo raro de se ver em São Paulo. Luís, no que você está trabalhando? Sou um dos nove sócios do 23S, um escritório de arquitetura fundado em 2006, após um projeto de estudo que teve muito sucesso. Estudei e trabalhei na Holanda por um ano e obtive meu diploma na FAU-USP, nesse período a economia brasileira deslanchou e agora temos muito trabalho, tanto no setor público, quanto privado. Nossa empresa não tem uma hierarquia forte, no momento estamos projetando moradias populares, uma escola, um metrô, e uma estação de ônibus. Como está São Paulo hoje? A cidade de São Paulo, desde a década de 50 foi projetada por engenheiros pensando em uma infraestrutura principalmente É formalizar e legalizar a área sem perder suas características SP2014.NET LUíS POMPEO Dica: A rua Augusta a noite tem P. 3 / 24 para carros. Os engenheiros apenas pensam nos aspectos técnicos, enquanto os arquitetos consideram o resultado público de uma infraestrutura e os possíveis espaços urbanos resultantes da mesma. O Brasil já perdeu muitas oportunidades de construir uma grande cidade quando a infraestrutura foi projetada. Essa mentalidade precisa mudar. A Copa do Mundo é uma grande oportunidade de deixar um legado para a cidade, mas isso pode ser perdido. Estamos em um momento crítico. Como será São Paulo daqui a dez anos? A minha geração viajou muito e viu como uma cidade pode ser. Meus contemporâneos nasceram e cresceram em São Paulo, diferente de seus pais que vieram para cá por questões econômicas. Os jovens querem tornar a cidade um lugar mais habitável, por isso têm aberto bares, casas noturnas, promovido encontros artísticos, etc. Recentemente tivemos uma Festa Junina no Minhocão, uma ponte suspensa que corta o centro. Foi um grande sucesso! Espero no futuro ver com mais frequência esse uso criativo do espaço público. Gravado Agosto 2012 em SP. 23°29' S para Campinas & o interior para Belo Horizonte & o interior MAPA & INDICE 23°30' S Terminal Ônibus Tietê BEM-VINDO A SP CONVERSAS para Guarulhos Aeroporto Internacional & Rio 2 3 23°31'30" S BARRA FUNDA 5 23°32'16" S LUZ 6 23°32'32" S REPUBLICA 7 23°32'54" S CENTRO-SÉ 8 23°33'08" S HIGIENOPOLIS 9 23°33'14" S VILA MADALENA 10 23°33'18" S AUGUSTA 11 23°33'30" S LIBERDADE 12 23°33'42" S AV. PAULISTA 13 23°33'50" S UNIVERSITARIA 14 23°33'54" S PINHEIROS 15 23°34'14" S JARDINS 16 23°35'18" S IBIRAPUERA 17 23°36'40" S MORUMBI 18 23°36'54" S PARAISOPOLIS 19 23°31' S 23°32' S 23°33' S 23°34' S 23°35'S 23°36' S para Rio & o litoral 23°37' S 23°38' S para Curitiba & o litoral Congonhas Aeroporto National para Santos & o litoral Mapa subjetiva – incompleta! Metrô CPTM (trem) 1:100'000 23°39' S SP2014.NET P. 4 / 24 0 1 km PASSEIOS LITORAL 20 PASSEIOS INTERIOR 21 RECOURSOS 5 km 22-23 10 km 23°31’33”S BARRA FUNDA 23°31’30”S / 46°40’59”W SESC POMPÉIA Esse centro esportivo e cultural em uma antiga fábrica de tambores é um dos projetos mais famosos da arquiteta Lina Bo Bardi. Inaugurado em 1976, funciona desde então como um espaço muito bem mantido de recreação para a população local. Há uma rica programação cultural com exposições, shows e teatro. O restaurante e o café servem refeições, lanches e drinques saborosos. Verifique a programação online e faça um passe de visitante no guichê de entrada para ter acesso aos ginásios. Vista da Barra Funda da torre do ginásio do SESC Pompéia Originalmente uma área que alagava do rio Tietê, a Barra Funda se tornou um bairro industrial no final do século 19, com acesso a trens de carga e água. Apesar de ser hoje um bairro de classe média com instituições culturais, é possível ver as marcas de sua história como bairro de operários localizado entre fábricas e bairros da elite, como Higienópolis. Como chegar: A linha vermelha do Metrô e a linha 6 da CPTM terminam na estação Barra Funda, que é também parte um grande terminal de ônibus. Pegue um táxi de lá. Quando: Durante os dias da semana. De lá: A linha 6 da CPTM vai até a LUZ. A VILA MADALENA e HIGIENOPOLIS são próximos, indo de táxi. 23°31’36”S / 46°39’47”W MEMORIAL DE NIEMEYER O Memorial da América Latina é um centro para promover a integração cultural, política e econômica da América Latina. Essa instituição estadual foi inaugurada em 1989 com o comprometimento do famoso antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro. O complexo do prédio foi projetado por Oscar Niemeyer em sua última fase e pode não agradar a todos. Se não houver exposições ou mostras de filmes, sente-se na biblioteca e leia um jornal, ou acesse a internet de graça. Av. Auro Soared de Moura Rua Clélia, 93. Ter-Sab 9-22, Andrade, 664, perto da estação Dom 9-20. http://www.sescsp. Barra Funda. Ter-Dom, 9-18. org.br/pompeia/ 23°31’39”S / 46°40’42”W ESTÁDIO DO PALMEIRAS A Arena Palestra Itália é o estádio de futebol mais antigo de São Paulo e é sede da Sociedade Esportiva Palmeiras, um clube de futebol intimamente ligado a comunidade italiana, assim como o próprio bairro da Barra Funda. Após a conclusão das reformas de expansão (prevista para 2013) seria uma boa ideia assistir um jogo ali – como por exemplo, um clássico contra um dos rivais locais, Corinthians, São Paulo FC ou Santos. Rua Turiaçu, 1840. SP2014.NET P. 5 / 24 23°32’16”S LUZ Sexo, Crack, Ocupações Em 2004 um plano de melhorias chamado Nova Luz foi lançado na cidade de São Paulo, tentando atrair empresas do setor de tecnologia para a região. Grandes quantias foram investidas em calçadas, ruas e infraestrutura. Um grande projeto em construção atualmente é o novo Centro Paulo Souza, feito pelos arquitetos Taddei e Spadoni que sediará escolas técnicas e outros cursos públicos. De frente para a Sala São Paulo, um novo grande Complexo Cultural, projetado por Herzog & de Meuron deve começar a ser construído em 2013 – a estação de ônibus e os outros prédios que existiam no local já foram demolidos. A área ao redor da Luz nem sempre foi segura. O bairro da Santa Efigênia, a oeste da estação, recebeu o nome de Boca do Lixo na década de 70 por suas várias boates e prostíbulos. Nos anos 90, drogas, violência e o crime organizado tomaram conta da área entre a Luz e o elevado conhecido como Minhocão e rapidamente tornou-se conhecido como Cracolândia. Apesar de ser bem patrulhada pela polícia e ser menos perigosa hoje, um novo problema teve início no final da década de 90: os prédios vazios são ocupados, geralmente por migrantes e suas famílias que não tem condições de pagar por apartamentos próximos ao centro. Os sem-teto são bem organizados, apesar da pobreza, ficam longe da criminalidade e algumas vezes conseguem obter ajuda do governo para serem realocados. Um dos locais mais emblemáticos é o edifício Prestes Maia 911, que se tornou mundialmente famoso devido a série de retratos feito pelo fotógrafo brasileiro Julio Bittencourt. Seu livro pode ser encontrado na Livraria Cultura (vide pág. 13). 23°32’03”S / 46°38’03”W PINACOTECA Vizinha a Estação da Luz, principal estação ferroviária, a Pinacoteca do Estado do São Paulo é um dos principais museus de arte do Brasil. Concluída em 1905, pelo grande arquiteto Ramos de Azevedo (vide págs. 7, 8, 13), é também o mais antigo museu de arte de São Paulo. Na década de 90, Paulo Mendes da Rocha reformou-a completamente, descascando a alvenaria existente e deixando os tijolos aparentes. Foi feito também uma reorganização da circulação interna, abrindo-se pátios de três andares. Paulo Mendes da Rocha também mudou a entrada, que costumava ser na movimentada Avenida Tiradentes, para a Praça da Luz, melhorando a relação da Pinacoteca com a cidade. A instituição é hoje um dos locais mais dinâmicos do país e sedia diversas exposições internacionais. O café no estilo europeu no térreo em frente ao parque pode ser visitado sem comprar o ingresso e possui sanitários limpos. 23°32’03”S / 46°38’24”W SALA SÃO PAULO A Estação Júlio Prestes ou Estação São Paulo foi inaugurada em 1872 e recebia trens de carga para a exportação de café. Após perder sua importância como terminal na década de 30, um jardim francês foi colocado no hall de cargas, mas na década de 70 o prédio foi abandonado. Nos anos 90, sob a iniciativa de John Neschling, maestro da Orquestra Sinfônica de São Paulo, o grande espaço foi transformado em uma sala ímpar para concertos com um teto acústico flexível. Hoje, parte do prédio serve a linha 8 de trens da CPTM (também chamada e Linha Diamante). Assim, é possível ver as pessoas apressadas pela plataforma do outro lado do vidro, enquanto se toma uma taça de champanhe no lobby a espera de um concerto. 23°32’16”S / 46°38’11”W CENTRO PAULO SOUZA Grafites pop-art em despojadas torres de concreto bem ao lado da estação da Luz e da Pinacoteca do Estado. Historicamente situada entre o Centro, o bairro de elite Campos Elíseos e o distrito operário do Brás, onde fica o mercado central, a estação ferroviária da Luz foi finalizada em 1900 e é desde então um importante terminal para viajantes – com infraestrutura de exportação de café para o porto de Santos. Esse bairro é uma área que enfrenta problemas sociais importantes desde a década de 70 e muito já foi investido para transformar o local em um centro cultural para a cidade. Como chegar: Dá para caminhar do Centro. Estação de metrô: Luz. Quando: Apenas nos dias da semana. Para assistir aos concertos na Sala São Paulo à noite é melhor ir de carro, ou de táxi. De lá: A linha 6 da CPTM vai da Luz até a BARRA FUNDA, ou então é possível caminhar até a REPUBLICA. O endereço do Centro Paulo Leituras complementares: Vide cial reservar ingressos antecip- Souza ainda não foi publicado, Entropia e Valorização na p. 8; Praça da Luz, 2. Ter-Dom 10.00- adamente. www.salasaopaulo. mas é mais ou menos na Rua do Livro: City of Walls (p. 22). 17.30 art.br Triunfo, 45. Praça Julio Prestes. 16. É essen- SP2014.NET P. 6 / 24 23°32’43”S / 46°38’35”W EDIFICIO ITALIA Esse é o ponto mais alto para uma vista de São Paulo (o prédio Mirante do Vale é mais alto, mas sua base fica mais ou menos 40 metros mais baixo). Tome o rápido elevador até o bar e restaurante Terraço Itália no 41o andar, melhor visitá-lo após as 5 da tarde (grátis). Avenida Ipiranga, 244, impossível não ver da Republica. 23°32’48”S / 46°38’39”W COPAN & CO O Edifício Copan de Oscar Niemeyer – um edifício de 30 andares, formando um S, com uma gigantesca fachada brisesoleil. É sem dúvida o prédio mais famoso de São Paulo e muito popular. O térreo possui lojas, padaria, um bom café, e um restaurante por quilo. Os apartamentos apresentam tamanhos diferentes, que vão de kitchenettes de 30 metros quadrados a lofts luxuosos de 300 metros quadrados. Faça amizade com os moradores, pois não há visitas abertas ao público. Aproveite também para admirar outros prédios projetados por Niemeyer nas redondezas: Edifício Eiffel e Edifício Montreal. O Copan fica ao lado do Edifício Itália. O Edifício Eiffel fica no canto oeste da Praça Republica, no sentido do IAB. O Edifício Montreal está localizado no final da Avenida Ipiranga, na esquina com a Av. Casper Libero. 23°32’38”S / 46°38’28”W 23°32’38”S / 46°38’20”W 23°32’47”S / 46°38’32”W GALERIES PAULISTANAS Durante a construção de grandes prédios de apartamentos nas décadas de 50 e 60, diversas estruturas paulistanas para lojas e escritórios foram também construídas. Galerias são shoppings a céu aberto ou ruas internas públicas no andar térreo de grandes edifícios. No Edifício Califórnia de Niemeyer, grandes pilares em forma de V marcam a entrada. A Galeria do Rock apresenta um impressionante espaço interno de seis andares e lojas para encontrar jaquetas de couro e piercings. O Espaço Metrópole é parte do Conjunto Metropolitano, um prédio de escritórios de estilo internacional feito por Gasperini e Cândia, com um grande pátio aberto para compras e pequenas empresas. Tem um café descolado no térreo em frente à Praça Dom José Gaspar, com mato que precisa ser cortado, próximo ao Edifício Itália & Copan. Galeria Califórnia: Rua Br. Itapetininga, 255. Galeria do Rock: Rua 24 de Maio, 62. Espaço Metrópole: Av. São Luís, 137. 23°32’46”S / 46°38’52”W MINHOCÃO O Elevado Presidente Costa e Silva é um elevado urbano construído no final dos anos 60 como parte da via de ligação leste oeste. Por ele passam caminhões e carros a pouco mais de dois metros de 23°32’32”S REPUBLICA distância das janelas dos apartamentos. Os paulistanos chamam essa estrutura impopular de Minhocão. Mas durante a noite e aos domingos o tráfego é proibido e os pedestres e ciclistas o utilizam como um parque urbano de três quilômetros para praticar esportes e lazer: é a versão brasileira improvisada do bem arrumado High Line em Nova Iorque. Tráfego de veículos Seg-Sáb 6h30-21.h30. Informação Relacionada: Ler AUGUSTA. 23°32’40”S / 46°38’44”W LIVRERIA IAB Uma calçada típica da cidade de São Paulo pode ser conferida na frente do Edifício Renata Sampaio Ferreira por Oswaldo Bratke. A economia do café em 1850 estimulou o desenvolvimento da cidade ao norte da “Cidade Triangular” original (vide CENTRO-SE). A Praça Republica era originalmente utilizada para rodeios e touradas e no final de 1880, em uma época onde o Viaduto do Chá facilitava o acesso para atravessar o vale do Anhangabaú, foi transformada em um parque público com muito verde, ao estilo europeu. Hoje, tão importante quanto o Centro-Sé, esse bairro possui inúmeros prédios modernistas, com diferentes tipologias paulistas. Compre chinelos Havaianas e almoce em um quilo por aqui. Como chegar: De Metrô pela linha vermelha ou amarela, estação República. Diversos ônibus passam por aqui. Quando: Apenas dias da semana, exceto o Minhocão. Não é considerada segura a noite. De lá: Ande da Praça Roosevelt até a AUGUSTA ou norte para a LUZ. O bairro de HIGIENOPOLIS começa a Oeste do Minhocão. SP2014.NET P. 7 / 24 Em uma esquina próxima ao Minhocão encontra-se o Prédio do Instituto de Arquitetos Brasileiros (IAB), com uma boa seleção de publicações no térreo. Em um dos andares superiores fica o ateliê particular de Paulo Mendes da Rocha. Rua Bento Freitas, 314. www. livrariabks.com.br. 23°32’42”S / 46°38’18”W TEATRO MUNICIPAL O magnífico prédio tem mais de cem anos de idade e é sede de instituições culturais como a orquestra sinfônica e o grupo de balé. A obra foi feita pelo arquiteto Ramos de Azevedo, que também projetou o Mercado central (ver pág. 8) e a maior parte dos edifícios importantes entre a virada do século e a década de 30, ajudando a definir São Paulo como uma metrópole internacional. Praça Ramos de Azevedo, bem visível do Viaduto do Chá. 23°32’39”S / 46°38’13”W PRAÇA DAS ARTES Acessível pelo Parque Anhangabaú e do outro lado do antigo correio, um novo complexo cultural gigantesco chamado de Praça das Artes foi inaugurado recentemente. Essa estrutura escultural de concreto de quase 30.000 m2 tem escolas de dança, conservatório e aulas de música, tem também arquivos e espaços para exposições. É o maior projeto da Brasil Arquitetura, um empresa local com um grande portfolio. Av. São Joao e Anhangabaú. 23°32’39”S / 46°38’24”W SESC CENTRO Em breve será possível tomar sol na cobertura de um prédio público projetado por Paulo Mendes da Rocha e MMBB no SESC 24 de Maio. SESC (Serviço Social do Comércio) é uma instituição sem fins lucrativos que funciona em todo o Brasil com o propósito de promover a cultura, os esportes, e uma vida saudável entre trabalhadores e suas famílias. Em toda a cidade de São Paulo há um pouco mais de trinta centros, e o SESC Pompeia, projetado por Lina Bo Bardi é o que mais se destaca (vide pág. 5). Esse novo prédio, próximo a Galeria do Rock, tem por objetivo revitalizar o centro e está previsto para ser inaugurado em 2013. Rua 24 de Maio. 23°32’54”S CENTRO-SÉ 23°32’43”S / 46°38’06”W EDIFICIO MARTINELLI Como uma alternativa à famosa Torre do Banespa, visite o topo do edifício Martinelli. Finalizado em 1934, a estrutura beaux-arts era na época o prédio mais alto da América do Sul. Muitos duvidavam que a estrutura ficaria em pé. Martinelli então encomendou ao arquiteto Fillinger o projeto de uma réplica de uma vila italiana, a Casa do Comendador na cobertura, para onde ele se mudou com a família para provar que o prédio era estável. Rua São Bento, 405. Visitas a cada meia hora (grátis) Seg-Sex 9.30-11.30 e 14.30-16.30. [email protected]. 23°30’10”S / 46°38’02”W PRAÇA DA SÉ Essa é a praça central da cidade com um Marcador do Marco Zero de 1934. Bem reformada e reorganizada devido ao Metrô nos anos 70, é hoje uma praça cercada por palmeiras. Entre na nova Catedral Metropolitana (da década de 70 apesar de parecer histórica) no topo da praça. Metrô: Linha azul: Sé. 23°32’51”S / 46°38’11”W PRAÇA DO PATRIARCA A segunda praça mais importante do distrito da Sé conecta as ruas mais importantes do centro ao Viaduto do Chá, fazendo uma ponte que atravessa o parque do Anhangabaú para o CentroRepublica. Entre os importantes edifícios em frente a praça estão o Othon Palace Hotel e a prefeitura no prédio Matarazzo. E é isso mesmo, o grande pórtico de aço é do Paulo Mendes da Rocha. 23°32’55”S / 46°38’04”W Vá andando da Sé. Entropia e Valorização Enquanto o número de habitantes da Área metropolitana dobrou, nos últimos vinte anos, o centro se tornou menos populoso, muitos prédios estão vazios e o crime aumentou. Há uma tendência de quebra dessa espiral negativa, principalmente quando uma geração nova e sem carro descobre o Centro como um local atraente para se viver e quando novos bares são abertos no local. Alguns dizem que será “O” local em alguns anos, como indicam os vários bares que estão pipocando na região. Os preços de apartamentos na área estão aumentando, mas não o suficiente para motivar os investidores a reformar as propriedades decadentes. Talvez a lei que entrou em vigor recentemente que impõe tributos altos a propriedades vazias surtirá efeito em breve, mas por enquanto à noite o centro está basicamente morto. Cruzamento da Rua José Bon- 23°32’30”S / 46°38’22”W MERCADO MUNICIPAL Concluído em 1932 pelo arquiteto Ramos de Azevedo, os corredores grandes e animados do Mercado central são o melhor lugar para uma parada para o almoço. Escolha um dos restaurantes no andar superior. Localizado na parte baixa do centro. EDIFICIO TRIANGULO O elegante edifício comercial e de apartamentos foi projetado por Niemeyer e inaugurado em 1955. Possui também um mural de mosaico na entrada feito pelo famoso artista brasileiro Emiliano Di Cavalcanti. A fachada original possuía brises semelhantes ao Copan. ifácio e Quintino Bocaiuva, fácil de ver no caminha da Sé para a Patriarca. 23°32’34”S / 46°38’07”W PONTE SÃO BENTO Rua Alvares Penteado, 112. Mais Concluída há mais de um século, a ponte de ferro em estilo art nouveau Viaduto Santa Ifigênia (ou apenas São Bento) é um marco impressionante que conecta duas partes do centro ao redor do Anhangabaú. As paisagens nas duas direções são deslumbrantes, especialmente quando se sabe sobre os sedimentos históricos das intervenções civilizatórias: o parque é uma camada em cima de uma via, que é, por sua vez, uma camada em cima de um antigo rio. Procure um edifício fino e elegante da década de 60 chamado Mirante do Vale, a estrutura mais alta de São Paulo. ou menos entre o Martinelli, Sé Ponte de pedestres, Mercado de e Patriarca. Ter-Dom 9-21. 11- pulgas aos sábados. Utilize para 3133-3651. [email protected]. chegar até a Luz. Desça as ladeiras Bricola e Porto Geral bem ao lado da torre do Banespa para chegar lá. 23°32’50”S / 46°38’05”W CCBB O Centro Cultural Banco do Brasil organiza excelentes exposições de arte, shows, e mostra de filmes. Se nada estiver acontecendo, coma um pão de queijo e beba um cafezinho em uma das padarias brasileiras do outro lado da esquina. Camadas de verde em concreto: O parque do Anhangabaú fica no topo de uma via e o edifício Matarazzo tem um jardim na cobertura. Esse é o marco Zero de São Paulo. No topo da cidade triangular entre os vales dos rios Anhangabaú e Tamanduateí as primeiras estruturas construídas na cidade foram feitas pelos jesuítas em 1554. Atualmente – totalmente coberto por concreto – o Centro é o lugar para apreciar a impressionante topografia e entender a multicomplexidade de São Paulo, com uma mistura movimentada de executivos, ambulantes e compradores. Como chegar: De Metrô pela linha azul, desça na Praça da Sé. Quando: Apenas dias da semana. Não é considerado seguro à noite. De lá: Atravesse o parque do Anhangabaú em direção a REPUBLICA ou ande até a LIBERDADE. SP2014.NET P. 8 / 24 Leitura complementar: Arch+ Nr.190 p.28 ff. 23°33’08”S HIGIENÓPOLIS 23°32’44”S / 46°39’12”W 23°32’40”S / 46°39’16”W EDIFICIO PRUDÊNCIA PARQUE BUENOS AIRES Atraso Intencional A antiga residência na cidade da família Penteado, importante dinastia do café, foi projetada por Karl Ekman no início do século XX. Do outro lado da rua do Mackenzie, a concorrente Universidade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP) utilizou a propriedade até se mudar para o edifício de Vilanova Artigas, em 1969. Hoje, essa vila cuidadosamente restaurada é a sede do curso de pós-graduação e possui uma biblioteca de pesquisa. Esse edifício de dez andares, projetado pelo arquiteto Rino Levi foi concluído em 1950, apenas dois anos antes do edifício Louveira e é uma forte declaração em favor da verticalização. As plantas flexíveis de cada unidade planejam proporcionar conforto e individualização. Fique amigo de um morador para poder entrar. Esse parque público com muito verde ocupa todo um quarteirão com edifícios residenciais marcantes ao seu redor. É um bom lugar para parar, respirar fundo e observar os moradores de Higienópolis correndo, andando com o cachorro, ou procurando um lugar para estacionar o carro. Rua Maranhão, 88. com condôminos. Apesar de a Linha Amarela do Metrô ter sido concluída em 2012, com um atraso de quatro anos, nem todas as estações estão funcionando. Rumores maliciosos dizem que essas estações não foram concluídas para evitar que as classes mais baixas que moram nas proximidades utilizassem as linhas antes da copa do mundo – um pouco como as Pontes baixas de Robert Moses no Central Park em Nova Iorque que impediam que os ônibus entrassem. Um fato interessante é que os trens totalmente automatizados da linha Amarela são coreanos, enquanto que a maior parte dos trens do metrô de Nova Iorque é produzida no Brasil. Houve muita crítica sobre as operações da Linha serem privadas, já que os custos de construção foram financiados com verbas públicas. Apesar de conectar mais pontos no mapa da cidade, a Linha Amarela também mostra a natureza delicada da política local. VILA PENTEADO 23°32’43”S / 46°39’32”W Avenida Angélica, 1500. SegDom, 6-19. Av. Higienópolis, 265, esquina com a Rua Martin Francisco. Edifício particular, entrada somente Seg-Sex 8-17. Edifício Louveira, um edifício residencial elegante do arquiteto Villanova Artigas. O nome reflete a intenção desse bairro chique fundado em 1895. Planejado para uma elite aristocrática por capitalistas alemães de acordo com os ideais dos urbanistas franceses do século 19, Higienópolis é o lar de edifícios de apartamentos modernos magníficos construídos a partir da década de 40. Escolas famosas como o Colégio Mackenzie começaram nesse bairro limpo e civilizado. Como chegar: Ande do Centro, Consolação ou estação de Metrô Santa Cecília. A estação Higienópolis da linha amarela deve ser inaugurada em 2014. Quando: durante os dias da semana. De lá: Tudo fica bem perto, mas a AUGUSTA fica bem do outro lado da Rua da Consolação, e a livraria Free Books (vide pág. 22) fica bem no meio. SP2014.NET P. 9 / 24 23°33’14”S VILA MADALENA 23°33’09”S / 46°41’28”W AS RUAS A Vila Madalena é um bairro para se explorar e andar livremente. A maioria de suas ruas segue a mesma estrutura que Pinheiros, o bairro vizinho. A topografia é impressionante e dá um gostinho de São Francisco. O tráfego motorizado é geralmente lento e cuidadoso, realçando o clima de cidade interior que se estende a todo o bairro. O núcleo de lojas, restaurantes, bares e galerias fica localizado entre as ruas Aspicuelta, Fradique Coutinho e Fidalga. 23°33’01”S / 46°41’23”W 23°33’20”S / 46°41’23”W 23°33’26”S / 46°41’13”W Esse antigo armazém se tornou um dos bares mais populares da área hoje. Há também um buffet self-service entre estantes de livros. O almoço de domingo é bem concorrido e é possível encontrar arquitetos, designers, artistas e músicos por lá. O terraço aberto, que possui apenas uma cobertura, fica em uma esquina, próximo a um pequeno parque. Outros lugares populares são: Bar do Sacha, São Cristovão, ou Rothko para encontrar hambúrgueres e cervejas artesanais. Como em qualquer lugar descolado, a lista é longa e muda constantemente. Isay Weinfeld é um arquiteto de sucesso em São Paulo, que projetou diversas casas e edifícios comerciais, tais como a Livraria da Vila e a Loja das Havaianas nos Jardins (vide pág. 16) ou Galeria Raquel Arnaud na Vila Madalena. Esse edifício em forma de “L”, no coração da Vila Madalena segue essa geometria e se divide em um bloco com escritórios, com pé direito duplo e outra parte com fachada estreita de concreto pré-fabricado. Apesar de ter sido um sucesso arquitetônico, o projeto foi criticado no nível urbano devido à ruptura com o tecido existente. Mas a forma segue o dinheiro e há exemplos bem menos interessantes sendo construídos, o que mudará a morfologia desse bairro cada vez mais descaracterizado. A tendência da “nova consciência ecológica” também chegou à São Paulo. A Farm é uma marca de roupas ecológicas do Rio. Esse premiado edifício “verde”, projetado pelo escritório francobrasileiro Triptyque é a casa paulistana da Farm. Apesar dos elogios: as instalações técnicas externas do jardim vertical perderam o glamour pretendido e de alguma forma todo o projeto é muito 2007. Mas de forma geral, o projeto acolhedor se encaixa muito bem com a área. Bem de frente de onde começa uma rua sem saída chamada Beco do Batman. É uma pequena rua curva, um tipo de museu a céu aberto, com paredes cobertas por grafites sofisticadíssimos. MERCEARIA SÃO PEDRO Rua Rodésia, 34, na esquina com a Praça Valadão. Seg.-Sáb. 10-1, Dom. 11-18. 23°33’13”S / 46°42’08”W PRAÇA POR DO SOL Como o nome sugere, esse é o lugar para ver o sol se pôr detrás do horizonte das torres periféricas e vias no ar nebuloso de São Paulo. O parque está situado em um morro, um pouco a oeste, considerado como parte do Alto de Pinheiros. O local atrai uma mistura de tribos, artistas de rua, músicos e vendedores de comida. Jardim Everest na Rua Des. Ferreira França. W305 A ruas da Vila Madalena têm uma vibe de cidade do interior. Esse é o bairro boêmio por excelência, com uma vida noturna agitada. Originalmente a área era um bairro de operários. No início do século XX os moradores dos morros da Vila Madalena moravam em casebres cercados por hortas de verduras e pastos. Na década de 70, alunos da Universidade de São Paulo, começaram a migrar para esse bairro, por sua proximidade, em busca de casas a preços mais acessíveis, junto com artistas, músicos e hippies. Ruas chamadas Harmonia, Simpatia, ou Girassol testemunham a atmosfera artística e alegre que ainda permanece no bairro. Como chegar: Linha Verde do Metrô ou de taxi à noite. Quando: Qualquer dia e hora, as noites de segundas e terças são mais tranquilas. Essa área nobre da cidade é considerada segura. De lá: Se você estiver longe da estação de metrô que vai até a AV. PAULISTA, tome um taxi para os JARDINS, que fica na direção sudeste, relativamente próximo, UNIVERSITARIA direção sudoeste, PINHEIROS sul ou BARRA FUNDA norte. SP2014.NET P. 10 / 24 Galeria Raquel Arnaud: Rua Fidalga, 125. Seg-Sex 10-19, Sáb 12-16. W305 é um edifício particular, entrada apenas com condômino. Rua Wizard, 305. HARMONIA 57 Rua Harmonia, 57. Seg-Sáb 9-21, Dom 12-18. 23°33’18”S AUGUSTA 23°33’15”S / 46°39’22”W 23°33’25”S / 46°39’34”W Com grande variedade de lugares na Rua Augusta e redondezas, é as vezes um desafio escolher o lugar certo para se divertir. Alguns dos clubs conhecidos são: Club Outs ou Caos. Alguns são para o público GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais). Chegar em um club antes da meia noite não é considerado descolado. Prefira passar antes num bar como o Bar Volt ou Z Carniceria ou em uma lanchonete, que são bares locais autênticos com parede de azulejos, e luzes fluorescentes bem fortes. As lanchonetes vendem coquetéis grandes, deliciosos e a preços razoáveis – é possível pedir para colocar em copo descartável para viagem. Em um passeio durante o dia, várias lojas – de antiquários a lavanderias – podem ser encontradas nesse bairro. A maioria não tem interesse arquitetônico, mas algumas podem ser consideradas interessantes. A Galeria Le Village apresenta uma tipologia semelhante às galerias encontradas no Centro (vide pág. 7). A maioria dos lugares está na Na altura do número 2000 Rua Augusta entre os números da Consolação, 1 minuto da 400 e 800. estação de metrô Paulista sentido VIDA NOTURNA Minhocão e Praça Roosevelt A Praça Roosevelt é uma praça GALERIA LE VILLAGE Rua Augusta, 1492. 23°33’11”S / 46°39’32”W LOJAS DE LUSTRES Criatividade do Paulistano: As lojas de lustres na Rua Consolação combinam duas coisas práticas: Parar e Comprar. Escolha um lustre novo para sua casa do assento de seu carro! Vida noturna na Rua Augusta em frente de um Boteco bem popular. Rua Augusta e Rua da Consolação são ruas que vão do Centro até a Avenida Paulista. Historicamente diversos serviços se acumularam ao longo desses corredores de tráfego, e desde a década de 60, a Rua Augusta é conhecida como o distrito do prazer. Hoje essa rua e seus arredores se voltou a ser um dos points da noite paulistana. Como chegar: Andando do Centro, Avenida Paulista ou Higienópolis. Quando: Durante o dia para compras e à noite para sair. De lá: Tudo é bem próximo. HIGIENÓPOLIS fica do outro lado da Consolação. Centro. A livraria Free Books fica bem próxima. SP2014.NET P. 11 / 24 localizada no centro, que cobre a via leste-oeste entre a Augusta e a Consolação. Nos anos 60 a região teve sua época de ouro, com vários bares, restaurantes, teatros e nightclubs frequentados principalmente por intelectuais e artistas. Com a conclusão do Minhocão, no início dos anos 70, (vide pág.7) a praça verde foi substituída por uma estrutura de concreto de três andares com lojas, estacionamento, e uma cobertura pública, o Pentágono. Mas a estrutura, construída a toque de caixa, apresentou problemas rapidamente e teve de ser reformada parcialmente, algumas lojas da frente nunca foram ocupadas e os donos de lojas foram embora. No coração de diversos moradores, o Minhocão e a Praça Roosevelt são intervenções urbanas insensíveis ainda associadas com o regime militar e a repressão. Durante a fase de decadência do centro nos anos 90, moradores de rua e viciados em drogas tomaram o Pentágono e skatistas descobriram a superfície de concreto lisa e coberta. Em 2010 um grande projeto de transformação teve início, que estava planejado para ser concluído em 2012. Os prédios vizinhos estão valorizando devido à melhoria esperada. Mas há dúvida entre os mais velhos se o local algum dia voltará a glamoroso como era no passado. Leitura complementara: Livro: Stones Against Diamonds (compilação de textos do publicado) de Lina Bo Bardi, que descreve um pouco da luta da arquitetura, do urbanismo e da cultura brasileira durante a vida da autora. 23°33’30”S LIBERDADE Escola Carioca e Escola Paulista 23°34’17”S / 46°38’24”W 23°33’18”S / 46°38’07”W SUSHI POR KILO BANESPA DE OTHAKE O projeto arquitetônico moderno mais impressionante da Liberdade na verdade fica fora do movimentado espaço japonês, entre a Rua Vergueiro e a Av. 23 de Maio. Seguindo a topografia do local, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) só revela sua função pública quando se entra no grande espaço interno. O CCSP foi inaugurado em 1982 e representou a abertura cultural após o regime militar. Um palco, exposições, salas de aula, uma biblioteca e um ótimo restaurante self-service estão dispostos em um espaço livre e aberto, conectado por rampas. Os numerosos imigrantes japoneses também introduziram sua culinária nesse bairro. Além de barraquinhas de rua com suas opções, há também diversos restaurantes japoneses excelentes no bairro. Para visitantes com orçamento mais restrito, a padaria self-service Itiriki é a pedida. Em vez de experimentar pratos orientais à la carte, aproveite o buffet que tem sushis deliciosos e é uma excelente opção para um almoço rápido e gostoso entre os paulistanos. De todos os arquitetos paulistanos, Ruy Othake é considerado o maior seguidor da Escola Carioca e das ideias de Oscar Niemeyer. Ruy Othake é um arquiteto com raízes japonesas que também projetou a embaixada brasileira em Tóquio. O prédio do Banespa é um de seus primeiros trabalhos e é uma mistura interessante entre a Escola Paulista e a Escola Carioca. É um edifício com vigas ondulantes, de concreto puro, exibindo brise soleils de dois andares impressionantes. A qualidade escultural é o aspecto que domina seus projetos subsequentes. Infelizmente, o prédio foi pintando recentemente e modificado pelo atual proprietário, o banco Santander. CCSP Rua Vergueiro, 1000. Estação Vergueiro do Metrô. SegSex10-17. Praça da Liberdade / Rua Galvão Bueno, 159. Seg-Sex 8-19. 23°33’15”S / 46°38’07”W Os lustres imitando lanternas avisam ao visitante que ele chegou no bairro japonês. Esse bairro popular faz parte de todos os guias de turismo e tem de fato a maior comunidade japonesa fora do Japão. Arquitetonicamente não é dos mais interessantes, a não ser talvez pelos Templos Busshinji e Quannin. Se você gosta dessa mistura maluca entre o Japão e a América do Sul, os destaques são a feirinha na Rua Galvão Bueno, e os shoppings de descontos que vendem brinquedinhos asiáticos de plástico, roupas e outras quinquilharias. Interseção da Rua Galvão Bueno com a Av. da Liberdade. O Brasil possui modelos diferentes de arquitetura moderna. A escola mais antiga e mais famosa é a Escola Carioca, tendo Oscar Niemeyer como seu principal representante. Arquitetos no Rio de Janeiro a partir da década de 40 desenvolveram suas ideias com influências europeias, também devido à visita de Le Corbusier em 1936. Eles buscavam uma expressão formal adequada da modernidade para as condições tropicais do Brasil – Arquitetura para uma nação jovem e ambiciosa. Formas livres, quase esculturais, grandes aberturas e brise-soleils são alguns dos elementos surgidos nessa época. A Escola Paulista, por outro lado, tendo Vilanova Artigas como seu pai, buscava uma expressão espacial, estrutural e construtiva para o modernismo como projeto social. Leituras Complementa- Como chegar: Metrô, desça na estação Liberdade na linha azul res: Livros: Brazils Modern Quando: Qualquer dia, durante o dia. Architecture; Der Raum des De lá: CENTRO-SÉ é bem próximo, dá para caminhar. Öffentlichen - Escola Paulista und Brutalismus in Brasilien. SP2014.NET P. 12 / 24 23°33’32”S / 46°39’36”W CONJUNTO NACIONAL O Conjunto Nacional foi inaugurado em 1956 e é um dos primeiros prédios modernos multifuncionais de São Paulo. O conglomerado gigantesco foi projetado pelo arquiteto brasileiro David Liebeskind, que tinha apenas 26 anos na época. Um grande shopping center horizontal preenche a lâmina horizontal, tomando todo o andar térreo. Na lâmina vertical, encontram-se apartamentos que vão de 40 a 800 metros quadrados. Suba a rampa espiral até a cobertura no topo do shopping e descubra a cidade dentro da cidade. No shopping, a Livraria Cultura é o lugar para buscar livros de Arte e Arquitetura Brasileira. Avenida Paulista, 2073. Seg-Sáb 9.00-22.00, Dom 12.00-22.00. 23°33’41”S / 46°39’21”W MASP O prédio do Museu de Arte de São Paulo (MASP) é uma estrutura vermelha icônica com uma extensão de 74 metros. O exemplo de arquitetura brutalista de Lina Bo Bardi foi inaugurado em 1968 e está situado em frente ao parque do Trianon com vista para o vale do Tamanduateí (hoje a Av. Nove de Julho). O acervo de arte internacional é bem diverso e o Acervo de Fotografias da Pirelli é um documento impressionante do Brasil contemporâneo. Infelizmente os espaços de exposições não são utilizados da maneira que Lina pretendia no projeto. Confira o delicioso restaurante self-service no subsolo com suas cadeiras de girafas bem originais (pág. 16). 23°33’42”S AV. PAULISTA Avenida Paulista 1578. Ter-Dom 10-18. Restaurante aberto Seg. 23°33’42”S / 46°39’25”W PARQUE TRIANON Inaugurado em 1892, um ano após a inauguração da Avenida Paulista, o Parque Siqueira Campos, mais conhecido como Parque Triaon foi originalmente projetado pelo paisagista francês Paul Villon. Localizado em frente ao MASP, o parque originalmente ocupava os dois lados da avenida, com um belvedere magnífico projetado por Azevedo, onde está hoje o projeto de Lina Bo Bardi. Somente é possível compreender o projeto do MASP em relação ao parque, quando se entende o intuito de proteger a vista do parque para o vale em direção ao Centro. O parque público foi reprojetado por Roberto Burle Marx nos anos 60 e dizem que entre sua vegetação densa pode ser encontrada a única reserva remanescente de mata atlântica da região. Seg-Dom 6-18. FIESP A sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) está localizada nesse edifício de 1979, projetado pelo arquiteto brasileiro Rino Levi (ver pág. 9). completamente diferente é uma boa sugestão: Concluída em 1935, a Casa das Rosas foi projetada por Ramos de Azevedo para sua filha e seu genro. É uma das últimas propriedades da época e um patrimônio nacional, além de atualmente ser um centro de arte e poesia. O jardim é um oásis no meio da cidade, perfeito para uma pequena pausa. Avenida Paulista, 1313. Seg- Avenida Paulista, 37. Visitas Dom, ca. 11-19. guiadas Ter.-Sex. 11.00 e 15.00, Sáb-Dom. às 11.30 e 16.00. 23°33’18”S / 46°39’53”W GALERIA VERMELHO É uma selva de concreto com 800’000 transeuntes diários. Quando o comércio de café atingiu seu ápice no final do século XIX, muitos milionários se mudaram para as mansões enfileiradas em uma colina, próxima ao centro da cidade. O plano de construção de 1891 do engenheiro Joaquim Eugênio assegurou algumas das qualidades distintas da – mesmo após a imensa verticalização que ocorreu nas décadas e 50 e 60. Nessa grande avenida com torres grandes de escritórios e instituições, é possível encontrar maravilhosas lojas, cultura rica e ótimos lugares para comer. Como chegar: A linha verde do Metrô passa por toda a Avenida 23°33’48”S / 46°39’14”W Tem um formato de pirâmide cortada que é intensificado por uma fachada de metal homogênea. A reforma de 1998 do térreo por Paulo Mendes da Rocha reorganizou o acesso aos escritórios e melhorou as condições de espaço e iluminação para a galeria, a biblioteca e o espaço de exposições existentes. Vale a pena visitar. Paulista entre a Consolação e a Paraíso, onde também para a linha amarela e azul. Essa pequena e excelente galeria no extreme oeste da Avenida Paulista abriga a arte contemporânea. Ao lado, artistas jovens, que vivem de bolsas de estudos, moram e trabalham. O projeto de duas fases (2003 e 2007) do arquiteto Paulo Mendes da Rocha e da Piratininga Arquitetos utilizou as casas geminadas existentes, conectando-as em uma praça aberta, com diversos espaços internos e externos. O restaurante da galeria, chamado Sal serve ótimos pratos e vale a visita para almoço ou um café. Também dê uma olhada no recém inaugurado Bar/Restaurante Riviera na esquina da Consolação com a Paulista. Rua Minas Gerais, 372. Ter-Sex 10-19, Sáb 11-17. Quando: Qualquer dia. É mais calma durante os finais de semana e os museus fecham às Segundas. Essa área bem movimentada 23°34’15”S / 46°38’43”W da cidade é considerada segura. CASA DAS ROSAS De lá: Norte para AUGUSTA ou Sul para os JARDINS. Leste para a Se quiser escapar do ritmo frenético, essa mansão de um período LIBERDADE ou Oeste, linha verde para a VILA MADALENA. SP2014.NET P. 13 / 24 23°34’13”S / 46°38’44”W SESC O antigo edifício está sendo transformado atualmente em um SESC vertical por o escritório Königsberger Vanucci e está previsto para ser concluído em 2013. Avenida Paulista, 119, próximo à estação Paraíso do Metrô. Torres de TV e outdoors Em 2007 o prefeito Gilberto Kassab aprovou a Lei Cidade Limpa, proibindo todas as formas de mídia externa e poluição visual como outdoors. Hoje em dia os muros de concreto da cidade estão completamente livres de anúncios. Apenas as inúmeras estruturas de aço de outdoors permanecem em coberturas de edifícios. Junto com as torres de TV desenham um filigrana no horizonte de São Paulo. 23°33’36”S / 46°43’48”W FAU A Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (FAUUSP) é talvez o mais importante manifesto da cultura de edifícios paulistanos do século 20. Projetada por Villanova Artigas e terminado em 1969, é um prédio onde a visão ética, estética, técnica e política do arquiteto se materializa. A estrutura estática e complexa é uma simbiose da arquitetura e da engenharia, duas disciplinas estudadas por Artigas. Não há barreira entre o exterior e interior. Os espaços de fluxo livre são organizados ao redor de um hall central, interconectado por rampas. Esse layout fortalece a troca social, mas também é responsável por vários atrasos como implica o termo não oficial “andar nas rampas”. Os alunos hoje além dos estúdios de design frequentam seminários ao ar livre, aulas de dança e música. As festas às sextas a noite são lendárias. Infelizmente, os materiais dos prédios estão em estado deplorável: redes de segurança azuis cobrem teto em forma de caixote que está repleto de estalactites e necessita passar por uma reforma urgente. 23°33’50”S / 46°43’50”W A ÁREA DO CAMPUS O grande parque que rodeia cada um dos prédios da universidade é o único espaço verde de grande escala e de acesso público além do Ibirapuera. É amplamente utilizado pelos alunos também para a prática de esportes e música. Dê uma volta, faça corrida ou vá de bike para prolongar o passeio da ciclovia do Rio Pinheiros (vide pág. 15). 23°33’50”S UNIVERSITÁRIA Praça do Relógio (próximo ao MAC) e Rua do Matão são lugares agradáveis para caminhar. Áreas esportivas podem ser encontradas no caminho para a Marginal Pinheiros. 23°33’35”S / 46°43’19”W MAC_USP Gratuita mas nem tanto O Múseu de Arte Contemporânea foi inaugurado em 1963 graças a doação de todo o acervo particular de Fancisco Matarazzo Sobrinho, um industrial de sucesso que também fundou o Museu de Arte Moderna e a Bienal Internacional de São Paulo. O museu abriga uma grande coleção de arte ocidental do século XX na América Latina e tem mais de 8000 obras. O acervo do museu é exibido em treis locais. O prédio no campus é menos interessante do que os prédios no parque do Ibirapuera, então visite-o para ver as obras e não a arquitetura. Diferente de outras escolas de arquitetura de prestígio como Mackenzie ou Escola da Cidade que são particulares, a Universidade de São Paulo é uma universidade pública e os cursos são gratuitos para quem passa em exames bem concorridos. Mas há uma pegadinha: Escola privada e cursinho preparatório são quase essenciais para conseguir passar nos vestibulares, nos quais cerca de um em cada quatorze candidatos é aceito. Em um país onde a segregação econômica começa na educação, o bem intencionado ensino superior gratuito para todos acaba subsidiando famílias que já teriam condições de enviar seus filhos a escolas de elite. Rua Praça do Relogio, 160, 23°33’42”S / 46°42’33”W entre a Praça da Reitoria e a RESIDENCIA DA ROCHA Praça do Relógio. Seg. fechado, Rua do Lago, 876. Desça do Essa é a residência de Paulo Mendes da Rocha, construída para sua família em 1966. As estruturas de concreto cuidadosamente detalhadas ficam apenas sobre quatro pilares e os pisos internos e divisões dos cômodos são feitas de madeira topical. É um exemplo perfeito da arquitetura paulistana. Esse colírio para os olhos está em meio a uma vegetação exuberante, ao lado de um parque e protegido da rua por um espinhaço verde. ônibus na Avenida Gualberto. Por favor, respeite a entrada na até a Avenida Vital Brasil, saia na Cidade Universitária na Linha 7 O prédio não tem portas, mas é área privativa. Rua Engenheiro do Trem na Marginal Pinheiros. Há ônibus do Centro pela Avenida vigiado 24 horas por dia, todos João de Ulhoa Cintra, 14. Próx- Consolação e Rebouças até a USP. os dias. Visite a livraria da FAU, ima à Casa do Bandeirante na Quando: Melhor nos dias da semana durante o semestre ao lado do café. Praça Monteiro Lobato. Do outro De lá: PINHEIROS fica do outro lado do rio, uma corrida pequena de lado do Rio, linha 7 da CPTM. Ter.&Quin. 10-20, outros dias O campus da Cidade Universitária é o maior parque contínuo de toda a metrópole. Estabelecida em 1934, a Universidade de São Paulo (USP) é uma instituição pública que abriga os cursos de humanas e técnicas, localizados anteriormente em diferentes prédios exatas no centro (vide Higienópolis). Na década de 60 as diversas faculdades foram gradualmente transferidas para o novo campus da universidade e ainda estão por ali. A Cidade Universitária é um campus enorme e um local bem movimentado durante as aulas. Como chegar: De Metrô pela Linha Amarela até o Butantã, ande ônibus. Um táxi para o IBIRAPUERA custa por volta de R$30,00. SP2014.NET P. 14 / 24 10-18. Leituras Complementares vide pág. 22. 23°34’00”S / 46°41’15”W VELHA LOJA FORMA 23°34’20”S / 46°42’02”W CICLOVIA DE PINHEIROS Terminada em 1987, essa loja de móveis não chama muita atenção, mas olhando com mais calma, é possível ver o esforço extra que o arquiteto Paulo Mendes da Rocha colocou nessa estrutura de aço liso. Hoje, outro fabricante e não a “Forma” utiliza o prédio, exibindo uma seleção sem graça de cadeiras para escritório. Porém vale a pena ver o prédio só por sua escada retrátil que funciona como entrada principal. Situada entre os trilhos da linha 9 da CPTM e o rio, que é também o maior canal da cidade, a Ciclovia do Rio Pinheiros é a maior da cidade, com um pouco mais de 21 quilômetros de extensão. Se você suportar o cheiro, é um passeio aventureiro (em conjunto com a Cidade Universitaria, por exemplo) ao longo de uma área com infraestrutura de um bairro em desenvolvimento. Avenida Cidade Jardim, 924. seguintes estações: Jurubatuba, 23°33’54”S PINHEIROS Pegue a ciclovia em pontos de acesso específicos próximos as Vila Olímpia, Santo Amaro, 23°34’12”S / 46°41’05”W MUSEU DA CASA BRASILEIRA Essa moradia neoclássica amarela construída em 1945 era a antiga sede da influente família Prado. Hoje abriga o Museu da Casa Brasileira, que apresenta mostras interessantes de design e uma coleção permanente impressionante de mobiliário, com peças que vão desde o século XVII. O restaurante Quinta do Museu serve deliciosas refeições leves e está localizado na sala de jantar e pátio da velha mansão, com um extenso jardim. Se você gosta de fumar, ou tomar uma limonada, este ambiente calmo é o lugar perfeito para isso. Cidade Universitária. 23°34’14”S / 46°42’19”W 23°34’52”S / 46°40’00”W Há uma grande controvérsia sobre este edifício, que abriga uma pequena, porém interessante galeria de arte. A galeria original, projetada por Paulo Mendes da Rocha em 2004, localizada a menos de dois quarteirões, foi recentemente destruída para dar lugar a um shopping center. O novo e quase idêntico prédio, foi construído em um contexto diferente (como uma parcela adjunta), seguindo os planos originais de concepção, como um anexo de um complexo maior. O debate arquitetônico inclui questões de herança e idade, original e cópia, assim como conservação versus lucro. Este hotel, do arquiteto Ruy Ohtake, tem a forma de uma cunha gigantesca e fica perto do parque do Ibirapuera. Termine o dia com um drinque no Skye Bar, localizado na cobertura e, se dinheiro não for um problema, fique para jantar. GALERIA LEME Localização antiga: Rua Agostinho Cantu, 88. Novo Complexo: Vista da avenida Nações Unidas do distrito do Brooklin Novo: O rio Pinheiros e o Complexo Parque Cidade Jardim. Pinheiros é considerado por muitos o bairro mais antigo de São Paulo devido a sua proximidade estratégica do Rio Grande, agora conhecido como Rio Pinheiros. O rio que corta a Avenida Brigadeiro Faria Lima é hoje um distrito de negócios importante, comparável a Avenida Paulista. O desenvolvimento urbano neoliberal após o período militar produziu um tecido urbano desconexo, mas não tão genérico como era de se esperar. Av. Valdemar Ferreira, 130. Seg-Sex 10-19, Sáb 10-17. 23°33’38”S / 46°41’40”W INSTITUTO TOMIE OTHAKE Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705. A mãe do arquiteto Ruy Othake é uma famosa pintora abstrata. Nomeado em sua homenagem, o Instituto Tomie Ohtake é um complexo de edifícios que abriga exposições, espaços para congressos e lojas. O arranha-céu de vidro é um marco colorido bem visível que sedia mostras de arte e dependendo da programação, vale a pena uma visita. Ter-Dom, 10-18. http://www. Rua dos Coropés, 88. Ter-Dom mcb.org.br 11-20. www.institototomieohtake. Como chegar: A Linha Amarela do Metrô e Linha 7 da CPTM servem bem a área. Ônibus por toda a Faria Lima. Quando: Dias da semana durante o dia. De lá: CIDADE UNIVERSITARIA ou MORUMBI e PARAISÓPOLIS. org.br. SP2014.NET P. 15 / 24 HOTEL UNIQUE Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 4700. 23°33’51”S / 46°42’04”W PRAÇA VICTOR CIVITA Este centro ecológico em uma antiga fábrica de processamento de resíduos com elevada taxa de contaminação de solo é um projeto de parceria público-privada concluída em 2010. Um deck de madeira projetado por Adriana Levinsky e Janna Julia Dietzsch conecta diferentes áreas do parque, com uma trilha descoberta, um palco, e um viveiro de plantas. Dentro do antigo edifício da indústria, há uma exposição informativa sobre os problemas de São Paulo, com o crescimento e fluxos. Rua Sumidouro, 580. Seg-Dom 6.30-19.00. 23°33’33”S / 46°40’22”W OSCAR FREIRE A área ao redor da Rua Oscar Freire se tornou um dos locais mais famosos para compras com boutiques que ditam moda, galerias, salões de beleza, restaurantes, lojas conceito, e outros estabelecimentos. Alguns locais têm uma arquitetura bem bonita, a mais marcante é a Livraria da Vila de Isay Weinfeld, em uma rua paralela a Oscar Freire. As estantes laterais escuras recobrindo as paredes, escadas e balaustradas são forradas de livros de arte e literatura, também disponíveis em língua inglesa. Um lugar perfeito para passar um tempo em um dia chuvoso e para tomar um café no andar superior. Livraria da Vila: Alameda Lorena, 1731. Seg-Sáb 10-22, Dom 11-20. 23°34’24”S / 46°40’36”W MUBE O Museu Brasileiro da Escultura (MUBE) é uma instituição cultural privada que exibe principalmente escultura e arte 3D. O prédio do museu foi iniciado no final dos anos 80 com grande apoio dos vizinhos que temiam a construção de um shopping center no local. Paulo Mendes da Rocha foi o escolhido para o projeto e construiu uma de suas obras mais importantes até hoje. Os espaços internos de exposições são quase todos subterrâneos, permitindo a exibição de obras também na parte externa, em meio a um dos últimos jardins projetados por Roberto Burle Marx. 23°34’14”S JARDINS Avenida Europa, 218. Ter-Dom 10-19. 23°34’21”S / 46°40’54”W LOJAS DE MÓVEIS Por toda a Alameda Gabriel, seguindo sentido Pinheiros, é possível encontrar diversas lojas de móveis finos. Duas são particularmente interessantes em termos arquitetônicos. A Micasa é um acúmulo de pequenos predinhos diferentes, alguns antigos que foram reformados e outros projetados por jovens arquitetos como Tryptique ou Marcio Kogan. Mais ao sul, não muito longe do MUBE, encontra-se a loja novinha da FirmaCasa, com um sistema de fachada verde onde as plantas ficam penduradas em vasos de alumínio poligonais. Dentro desse novo prédio, projetado pelo Estúdio SuperLimão, são exibidos móveis de arte e avant-garde com peças dos irmãos Campana. Micasa: Rua Estados Unidos, 2109. Firmacasa: Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1487. 23°34’02”S / 46°40’08”W jogar bola e depois tomar um drinque. É considerado um dos clubes mais nobre e respeitado da cidade, com suas instalações ocupando um quarteirão inteiro. O prédio principal da década de 30 foi projetado pelo pioneiro da arquitetura moderna brasileira, Gregori Warchavchik. O ginásio concluído em 1958 é o primogênito de Paulo Mendes da Rocha, mas está quase irreconhecível hoje devido a grandes modificações. no Hotel Renaissance bem atrás do Conjunto Nacional, próximo a Avenida Paulista. De certa forma ele se parece com a torre da Johnson Wax, projetada por Wright. Ruy Othake construiu a mesma fachada de vidro listrado de rosa e preto no Centro Thomie Othake (vide pág. 15). O hotel tem localização central, dizem que os quartos e o serviço são muito bons, então, por que não se hospedar nessa maravilha pós-moderna? Clube particular, entrada apenas com sócios ou convite. 23°33’42”S / 46°39’55”W EDIFICIO GUAIMBÊ FirmaCasa, uma das várias lojas que surgiram no Jardim Europa. Os Jardins eram no início apenas jardins como o próprio nome sugere. Porém hoje é um local denso de moradias e trabalho. Essa região da cidade engloba o Jardim Paulista, a parte mais vertical, próxima a Avenida Paulista, e os bairros residenciais de milionários chamados Jardim Europa e Jardim América, que fica próximo a Pinheiros e ao Parque Ibirapuera. A conveniente localização central e certo clima de cidade do interior em algumas regiões tornam essa parte da cidade muito rica e diversa. Como chegar: Desça da Avenida Paulista, ou utilize a linha amarela Terminado em 1962, essa estrutura de cinquenta anos é o primeiro edifício de apartamentos de Paulo Mendes da Rocha. Diferente de outros condomínios, é bem esguio e a entrada não possui portões com barras de aço. Paulo Mendes projetou a cobertura da entrada tão habilmente que criou uma barreira de sombra natural. As brises de concreto na fachada principal ajudam a diferenciar ainda mais esse edifício elegante. Edifício particular, entrada apenas com moradores. Rua Haddock Lobo, 1447. CLUBE ATLÉTICO O Club Athlético Paulistano é um para a Oscar Freire (que será inaugurada em 2014). Diversos ônibus clube de esportes mais conhecido apenas como o Paulistano. É o local onde os mais abastados se encontram para uma partida de tênis, jogar basquete, nadar, Quando: Qualquer dia é bom, mas os museus as segundas e muitas HOTEL RENAISSANCE lojas aos domingos estão fechados. Ruy Othake é um arquiteto paulistano famoso, bem conhecido por suas escolhas de cores e formas. É difícil não reparar por toda a Rua Augusta. De lá: Caminhe na direção sudeste até o IBIRAPUERA, sudoeste até PINHEIROS ou norte, voltando para a AVENIDA PAULISTA. SP2014.NET P. 16 / 24 23°33’28”S / 46°39’43”W Designs de Poltronas em SP Algumas das poltronas mais interessantes do mundo foram projetadas em São Paulo. A famosa poltrona Paulistano, com seu balanço, foi projetada por Paulo Mendes da Rocha em 1957. Um pouco menos conhecida, Girafa, de Lina Bo Bardi parece mais um banco de madeira do que uma poltrona. Fernando e Humberto Campana fazem parte de uma geração mais jovem e fazem obras que orbitam entre a arte e o design. Os irmãos Campana fazem móveis a partir de materiais comuns, e se tornaram mundialmente famosos pela bricolagem extremamente precisa. A poltrona Favela, por exemplo, é feita de tiras de madeira e a poltrona Vermelha é feita de cordas vermelhas, enroladas de maneira imprecisa. 23°35’18”S 23°35’14”S / 46°39’28”W MARQUISE PAVILHÕES O teto gigante com mais de 600 metros de extensão é algo que não existe em nenhum outro parque do mundo. A grande marquise projetada por Oscar Niemeyer conecta diferentes prédios no local e oferece uma sombra para os dias de sol e um abrigo para os dias de chuva. A superfície de concreto lisa do chão é perfeita e muito popular para a prática de skate e patins. Há um restaurante e um quiosque no meio e o Museu de Arte Moderna (MAM) fica na ponta leste da marquise. Niemeyer também projetou prédios em cada ponta da marquise. Os “pavilhões” não tão pequenos levam o nome de seus doadores e têm funções diferentes. - Pavilhão Ciccillo Matarazzo é a maior estrutura e apresenta eventos e exposições itinerantes em seus andares superiores, a principal é a Bienal. Do estacionamento na entrada oeste é possível entrar nas dependências do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MACUSP). IBIRAPUERA PARQUE 23°35’16”S / 46°39’16”W - O Pavilhão Lucas Nogueira Garcez, também conhecido como Palácio das Exposições ou Oca, por seu formato arredondado, tem um interior fantástico e exposições itinerantes. 23°35’13”S / 46°39’19”W - Em frente à Oca, o Auditório Ibirapuera, concluído em 2005 recebe todo o tipo de shows e concertos. Ande pelas vias e aprecie a diversidade de plantas, ande de bicicleta ao redor do lago, ou sentese em um banco para assistir os skatistas praticando manobras e descidas radicais. Também é possível fazer um brunch no enorme gramado, próximo às crianças jogando bola. Tome um drinque depois no Hotel Unique, que fica bem próximo (vide pág. 15). 23°35’08”S / 46°39’24”W O Ibirapuera é gratuito e abre de Seg-Dom 5.00-24.00, MAM Ter.-Dom 10.00-17.30. Skatistas durante a noite sob a grande marquise. Desde os anos 20, já havia a ideia de criar um parque paulistano público semelhante aos da Europa e Estados Unidos, mas foi o governador Pedro Garcez que contratou Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx para projetar um espaço recreativo com instituições públicas e culturais para ser concluído em 1954, celebrando o 400o aniversário da cidade. O Ibirapuera possui grandes áreas para esportes, lazer, e um centro de convenções onde acontece a Bienal de Artes. - Na ponta oeste estão os pavilhões de dois andares Manoel da Nobrega e Armado de Arruda Pereira. Os dois estavam sendo reformados quando o guia foi escrito e o Museu Afro Brasil deve ocupar um deles. 23°35’05”S / 46°39’35”W durante os finais de semana fica bem cheio. - Atrás desses dois pavilhões encontram-se construções que não foram projetadas por Niemeyer: O Planetário e o Pavilhão Japonês, próximo ao lago. Do outro lado da avenida 23 de maio você pode acessar o novo MAC em um gigantesco prédio de Niemeyer. Apenas cruze a ponte de pedestres que fica perto do estacionamento. De lá: O JARDINS fica próximo, dá para caminhar, ou então tome um Avenida Pedro Álvares Cabral, Quando: Qualquer dia da semana, táxi até PINHEIROS, ou outra área com parque como a CIDADE UNIVERSITARIA. 1301. A maioria dos prédios estão abertos de Ter-Dom 10.00-17.30. SP2014.NET P. 17 / 24 Bienal de Arte de São Paulo A Bienal de Arte de São Paulo foi fundada em 1951 e é a segunda mais antiga depois da Bienal de Veneza, que serviu de inspiração. Ocorre a cada dois anos no maior prédio do parque do Ibirapuera, no Pavilhão Ciccilio Matarazzo. O Industrial ítalo-brasileiro Francesco Matarazzo Sobrinho inaugurou o evento com o intuito de tornar a arte contemporânea conhecida no Brasil e de fazer de São Paulo um centro de artes internacional. A 31o edição em 2014 terá a curadoria de Scotsman Charles Esche, diretor do Museu Van Abbe, em Eindhoven, Holanda. 23°36’40”S MORUMBI 23°36’47”S / 46°42’42”W CASA DE VIDRO A foto de Lina Bo Bardi olhando São Paulo de longe, encostada na janela de vidro da sala, é uma das imagens mais icônicas da arquitetura paulistana. Os arredores dessa joia da arquitetura moderna mudaram: antes ficava sozinha no topo de uma colina, agora está cercada por outras residências. Árvores no local cresceram e formaram uma floresta. A administração do Instituto Bo Bardi não se esforçou muito para abrir a casa para visitação de modo constante, mas foi dito que isso está prestes a mudar. O local fica próximo a Paraisópolis – talvez faça sentido combinar os dois. Rua General Almério de Moura, 200. visitas@institutobobardi. com.br e +55 11 3744 9902. 23°34’53”S / 46°41’57”W 23°36’45”S / 46°41’57”W JÓQUEI CLUBE O Hipódromo Cidade Jardim, o BROOKLYN NOVO clube social e de corridas de cavalo de São Paulo é de 1875. Dentro do complexo há um centro esportivo, um spa, bares, áreas sociais, e um palco onde é possível conviver com os moradores mais ricos e com visitantes. Mas mesmo uma pessoa comum pode apostar em seu cavalo favorito. Av. Lineu de Paula Machado, 1263. Talvez a residência mais famosa de São Paulo: A casa de vidro de Lina Bo Bardi. Enquanto o centro da cidade no início do séc. XX reproduzia o ideal de espaço público de cidades europeias e americanas, o Morumbi era apenas um pasto. A partir da década de 60, junto com a degradação do centro, novos distritos de elite e subúrbios como o Morumbi começaram a florescer. O bairro está localizado do outro lado do rio Pinheiros e tem uma topografia sinuosa interessante. Mas é um distrito residencial homogêneo onde a segregação econômica é reforçada por muros, sendo assim bem pouco urbano. Como chegar: A Linha Amarela deve chegar ao Morumbi em 2014. Quando: Dias da semana, durante o dia. De lá: Combina uma visita para PARAISOPOLIS, alternativa: PINHEIROS. SP2014.NET P. 18 / 24 Esse novo distrito de negócios reflete a força atual da economia brasileira. Aqui se estabeleceram empresas internacionais, consultorias, e emissoras de TV. A Ponte Octávio Frias de Oliveira, uma obra de engenharia complexa que conecta o Brooklyn Novo ao Morumbi marca o território. A ponte impulsionou os preços de imóveis e o desenvolvimento neoliberal da cidade. As ocupações informais existentes foram realocadas. Há total falta de transporte público eficiente, zonas para pedestres e ciclovias. Os executivos mais bem sucedidos se deslocam de seus condomínios de luxo fora dos limites da cidade em helicópteros particulares. Rodizios e Helipontos Para suavizar os engarrafamentos constantes causados pelos mais de sete milhões de veículos circulando diariamente, foi introduzido o Rodízio há mais de dez anos. Dependendo do número final da placa, os carros não podem rodar em determinadas horas e em determinadas áreas da cidade, conhecida como o centro expandido. Mas o tiro saiu pela culatra, pois diversas famílias paulistanas compraram um terceiro carro com outro final de placa, o carro do rodízio, que é geralmente um carro usado e com baixa eficiência de combustível. Para os homens de negócios mais ricos da América do Sul, tempo é dinheiro. São Paulo tem a maior rede de helicópteros privados do mundo – maior do que a de Nova Iorque. Todo arranha céu importante hoje em dia tem seu próprio heliponto. Mas, o conforto de uns é a desgraça de outros e foram aprovadas leis para reduzir a intensidade dos voos. Os pilotos de helicópteros infelizes argumentam que os moradores já perderam o direito a tranquilidade há muito tempo e que deveriam se acostumar à modernidade. Aprimorando a Cidade Em relação a planejamento urbano, uma grande mudança de mentalidade ocorreu na última década. As favelas eram vistas antes como um problema que precisava ser removido, mas as fortes estruturas sociais dessas ocupações e a criatividade de seus moradores são na verdade parte da solução. Quase dois bilhões de reais por ano são investidos pela Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB) para melhorar as condições de vida e realocar moradores que estão em áreas de risco. Com um plano ambicioso de longo prazo, a cidade quer conseguir conectar com sucesso e integrar todas as áreas informais ao tecido da cidade. Uma melhoria bem sucedida em uma favela foi concluída na Cantinho do Céu. Essa ocupação no sudoeste da metrópole ocupava uma reserva natural em um lago que servia de reservatório de água doce. Junto com a implementação de uma rede de esgoto, o escritório paulista de arquitetura de Marcos Boldarini construiu atraentes parques públicos que redefiniram de forma positiva a relação dos moradores com a água. Leitura Complementar: Building Brazil! (Construíndo o Brasil) 23°36’54”S PARAISÓPOLIS 23°37’16”S / 46°43’40”W 23°36’54”S / 46°43’32”W AS RUAS Paraisópolis foi construída de maneira informal em partes retangulares de terras que não se desenvolveram pela descentralização e grande inclinação. As ruas, com uma topografia semelhante à Vila Madalena, são cheias de milhares de casas pequenas e barracos. Diferente de outras favelas, a Paraisópolis tem acesso fácil e tem até mesmo tráfego motorizado. Devido ao grande número de habitantes, geralmente advindos dos estados do nordeste, é possível encontrar uma intensa vida de rua, a maior de São Paulo – uma vila tropical dentro da cidade. Música alta toca o dia todo e há toda sorte de Os morros de uma cidade dentro da cidade no processo de formalização. vendedores, duas grandes redes de supermercado, três bancos e Poucos planejadores urbanos não viram a fotografia icônica inúmeros salões de beleza. de Tuca Viera de um prédio luxuoso com piscinas em cada andar com vista para uma favela. De todas as favelas paulistanas a Paraisópolis é sem dúvida a mais famosa. Devido a sua proximidade com os bairros de elite Morumbi e Brooklyn Novo a prefeitura investiu grandes quantias em Paraisópolis com programas de melhoria da favela. Hoje ela é um distrito legal da cidade com um mercado formalizado e lar de 100.000 moradores. Como chegar: Para essa aventura tome um táxi na parte nordeste de Paraisópolis, na Rua Dr. Flávio Américo Maurano. Suba as principais ruas e pergunte como chegar a União dos Moradores (Centro Comunitário), localizada no centro. Ali, pague uma taxa para ser acompanhado por um morador. A Linha Ouro do Metrô irá parar próximo, mas não há previsão de conclusão em breve. Quando: De dia. A área é segura se ficar com um morador. De lá: Sente-se em um banco do parque do IBIRAPUERA para digerir suas impressões. Ou vá até a Casa de Vidro de Lina Bo Bardi no MORUMBI. SP2014.NET P. 19 / 24 CENTRO COMUNITÁRIO GROTÃO Apesar de oferecer uma vista espetacular, a topografia extrema de Paraisópolis é também seu maior problema. Deslizamentos frequentemente destroem casas construídas em áreas de risco. Um projeto interessante combinando infraestrutura e topografia está em vias de ser desenvolvido. O Urban Think Tank, escritório conhecido internacionalmente pela implementação de um teleférico na favela San Agustin em Caracas na Venezuela, projetou um centro comunitário localizado na parte mais baixa do vale do Grotão. Unidades empilhadas desempenham a função de escola de música, e instalações de esportes são conectadas diretamente com os diferentes níveis do entorno, deixando espaço para proteger o terreno inclinado e tornando-o um parque público. PASSEIOS: LITORAL 23°54’S / 43°10’W 23°00’S / 46°15’W 22°26’S / 45°04’W 22°13’S / 44°42’W Marlene Dietrich disse uma vez que o Rio é uma beleza, mas que apenas São Paulo é uma cidade. Talvez isso não seja mais verdade hoje, o Rio é expansivo, mas não é uma metrópole da mesma dimensão que São Paulo e é de certo modo influenciado pelo turismo. Há uma grande rivalidade entre o centro econômico e a antiga capital do país. O Rio é sem dúvida imperdível, também por suas diversas joias arquitetônicas, que poderiam facilmente preencher outro guia. A praia de Copacabana no domingo é o espaço público urbano brasileiro por excelência. Atenção surfistas: “Pegar um tube em Ubatuba” não é apenas um modo de dizer, as ondas realmente quebram bem nessa cidade e Itamambuca é o local mais popular para isso. A grande quantidade de praias faz de Ubatuba um pequeno paraíso para nadar também e vale a pena fazer um passeio de barco para explorar melhor o lugar. Para quem gosta de snorkeling ou tomar banho de sol, a cidade de Ilhabela, mais isolada é também uma boa opção para o final de semana. Guias turísticos do Brasil elogiam muito essa cidade colonial a uma hora de Ubatuba – e estão certos. Apesar de estar cheio de visitantes internacionais, a herança arquitetônica é bem mantida e as inúmeras praias nas ilhas próximas são estonteantes. É difícil fazer dela uma viagem de final de semana, pois está a cinco ou seis horas de ônibus. Pare aqui quando estiver indo para o Rio, se tiver alguns dias extras, visite Ilha Grande, que é um pouco mais selvagem. Os ônibus para Ubatuba são Reunidas e saem da estação operados pela Litorânea e saem Tietê. Santos Dumont pela vista. Ou Essa península está localizada a somente uma hora de São Paulo e é um dos destinos mais populares para pegar uma praia no final de semana. Muitos paulistanos tem sua casa ou apartamento de praia no Guarujá. Ilhabela também é um dos destinos procurados mas é um pouco mais difícil chegar até lá, porém, quem se aventurar irá encontrar uma linda ilha localizada a aproximadamente três horas de São Paulo com ótimas e charmosas pousadas e restaurantes. Para aqueles que procuram mais natureza e reclusão está Ilha Grande, uma ilha localizada no estado do Rio de Janeiro mas apenas a cinco horas de São Paulo. então pegue um ônibus (uma Os ônibus para o Guarujá saem viagem de sete horas bem da estação rodoviária terminal confortável, há também ônibus Jabaquara. RIO Pegue um voo até o aeroporto noturno) da Rodoviária Tietê. GUARUJÁ UBATUBA Serra do mar: Mata atlântica intocada ao longo da rodovia. A metrópole pode ser bem estressante e os paulistanos adoram deixar a cidade aos finais de semana e feriados ou férias. Durante os dias de verão entre novembro e março, quando o ar carregado da cidade entorpece o corpo inteiro, é possível entender perfeitamente porque é essencial fugir de vez em quando. Com a grande quantidade de praias excelentes próximas, cercadas pela Mata Atlântica, quem pode culpar os paulistanos por amarem o litoral? SP2014.NET P. 20 / 24 da estação Tietê. PARATY Os ônibus para Paraty são da PASSEIOS: INTERIOR 15°47’S / 47°51’W 20°07’S / 44°13’W 22°17’S / 48°33’W JAÚ CAMPOS DO JORDAO A nova capital de um país relativamente jovem, não perdeu nenhum de seus atrativos desde sua inauguração, há mais de cinquenta anos. O plano piloto de Lucio Costa foi uma síntese de planejamento urbano moderno na época, mas hoje a região metropolitana abriga cinco vezes a população projetada. Esta cidade deve ser explorada de carro e é aconselhado encontrar um local para ficar nas Superquadras, em uma das duas asas do plano piloto, que tem a forma de um avião. Cerca de uma hora de Belo Horizonte, nas belas colinas de Brumadinho, o ex-magnata da mineração Bernardo Paz, transformou uma fazenda em um jardim botânico projetado por Roberto Burle Marx na década de 80, para expor sua crescente coleção de obras de arte em meio à vegetação. Desde a sua inauguração ao público em 2006, o Centro de Arte Contemporâneo Inhotim cresceu para abrigar cerca de trinta pavilhões de arte com mais de 500 obras de renomados artistas brasileiros e internacionais. O parque atrai por volta de 250.000 visitantes por ano e Paz planeja expandir o Inhotim ainda mais, com hotéis de luxo, teatros e apartamentos. Visite antes que a atmosfera tranquila e quieta daquele local único tenha sido estragada e aproveite para ver os primeiros trabalhos de Niemeyer ao redor do lago da Pampulha em Belo Horizonte no caminho. A pequena cidade de Jaú é conhecida por sua agricultura, calçados femininos e por seus arquitetos. Lá está localizado um impressionante edifício do grande mestre Vilanova Artigas. A estação de ônibus de Jaú está localizada no centro, mediando topograficamente a parte alta e baixa da cidade. As famosas colunas de concreto do prédio, que se abrem como uma flor para formar uma conexão perfeita com o telhado, são uma obraprima da engenharia. A jornada de cinco horas de ida e volta até esse local remoto é viável em um dia, mas vale a visita se já tiver em seus planos uma viagem mais longa para o interior. Mais conhecida como uma replica dos Alpes Suíços, Campos do Jordão é uma pequena cidade a apenas duas horas a leste de São Paulo, com um importante acervo de Paulo Mendes da Rocha. A Capela São Pedro está anexa ao Palácio Boa Vista, residência oficial de inverno do governador do Estado. A capela está erguida sobre concreto bruto e apoia-se em uma única larga coluna de onde sai uma escada. A estrutura escolhida possibilita uma vista panorâmica perfeita, refletida sobre uma superfície aquosa no interior desse santuário incomum. Os ônibus para Jaú são da para Campos do Jordao são empresa Reunidas e saem duas operados pela Pássaro Marrom vezes ao dia do terminal Tietê. e saem do terminal Tietê. BRASÍLIA Voos para Brasília saem praticamente de hora em hora de Guarulhos e Congonhas, ônibus do Tietê. INHOTIM Pegue um avião ou ônibus para Belo Horizonte. No Terminal de Arte, arquitetura e uma linda paisagem se encontram no Inhotim. Toda metrópole tem seu interior. A riqueza de São Paulo dependia das vastas plantações de café e grandes minas. Grãos e gado continuam a contribuir para a riqueza da economia brasileira nos dias de hoje. Algumas famílias paulistanas possuem uma fazenda, versão brasileira do “ranch”, que utilizam para escapar aos finais de semana. Com uma área menos disputada do que o litoral, o interior cobre uma vasta região do país e vale a pena explorá-lo. Comece uma viagem mais longa pelo país por um dos locais a seguir. ônibus de B.H. tem ônibus direto para o parque saindo todos os dias. SP2014.NET P. 21 / 24 22°44’S / 45°36’W Palácio do Governo, Avenida Doutor Adhemar de Barros, 3100, Alto da boa Vista. Ônibus RECURSOS: LIVROS Além das óbvias monografias de mestres brasileiros famosos como Niemeyer, Artigas, Reidy, Bo Bardi, e da Rocha, dos livros sobre mestres menos conhecidos como Marcos Acayaba ou João Walter Toscano, e das produções sobre a atual geração que beira os quarenta anos chamado Coletivo, aqui vão algumas sugestões para encher sua estante. ARCH+ NR. 190: STADTARCHITEKTUR SÃO PAULO Aachen ArchPlus Verlag, 2008, Alemão, 120 páginas. Este volume da excelente revista alemã ArchPlus contém um panorama histórico, ensaios e relatórios sobre projetos de arquitetura em andamento na cidade de São Paulo e sua concepção social. STONES AGAINST DIAMONDS Lina Bo Bardi, AA Press, Londres, ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA Elisabetta Andreoli & Adrian Forty, Phaidon, 2007, Inglês (tradução em português de Vanessa Faleck), 240 páginas. Uma boa opção para começar. Este bonito e pesado livro da Phaidon traça um panorama geral da Arquitetura Brasileira. BRAZIL: MODERN ARCHITECTURES IN HISTORY Richard J. Williams, Reaktion Books, 2009, Inglês, 288 páginas. Williams faz um bom trabalho ao contar a abrangente história da Arquitetura Brasileira, fazendo ligações com discussões atuais. A edição em brochura cabe na bagagem de mão. Inglês, 132 páginas. Este pequeno livreto da série “Architecture Words” editado por Brett Steele, contém uma seleção de textos de Lina Bo Bardi. Bo Bardi chegou ao Brasil como uma estrangeira, assimilou e finalmente moldou a Arquitetura Brasileira com suas ideias e edifícios. CITY OF WALLS: CRIME, SEGREGATION AND CITIZENSHIP IN SÃO PAULO Teresa Pires do Rio Caldeira, University of California Press, 2001, Inglês, 473 páginas. O sofisticado livro da socióloga Teresa Caldeira é muito conhecido e aponta para as interdependências precárias de desenvolvimento urbano, segurança e política. Leitura difícil, porém esclarecedora. DER RAUM DES ÖFFENTLICHEN: DIE ESCOLA PAULISTA UND DER BRUTALISMUS IN BRASILIEN Margret Becker, Reimer, 2012, Alemão, 279 páginas. Becker tem pesquisado e visitado a Arquitetura Brasileira há dez anos. Seu livro bem preparado discute a relação entre as ideias sociais e os edifícios da Escola Paulista desde os primórdios até hoje. BRAZIL CONTEMPORARY Marc Angélil, Rainer Hehl & Something Fantastic, Ruby Press, 2012, Inglês, 464 páginas. Hehl pesquisou a história do desenvolvimento urbano nas favelas brasileiras e conduziu um estudo de design na ETH, em Zurique, com foco na pobreza urbana. Além de ser repleto de informações e soluções criativas, o livro também é um presente gráfico. QUANDO O BRASIL ERA MODERNO- GUIA DE ARQUITETURA 1928 – 1960 Lauro Cavalcanti, Princeton Architectural Press, 2003, Portu- Paul Meurs, Frits Gierstberg, guês, 468 páginas. Jaap Guldemond, NAi Publish- Este abrangente livro faz um tour fascinante por mais de 125 edifícios e é um dos estudos mais completos sobre o legado da arquitetura moderna brasileira, incluindo arquitetos menos conhecidos que vale a pena descobrir. ers, 2009, Inglês e holandês, 318 páginas. Este catálogo da exposição de 2009, ocorrida em Rotterdam examina as tendências atuais da produção musical, artística e arquitetônica no Brasil. O volume ilustrado com beleza aponta a riqueza da diversidade cultural em todo o Brasil, e São Paulo está fortemente representada. BUILDING BRAZIL! THE PROACTIVE URBAN RENEWAL OF INFORMAL SETTLEMENTS RESIDÊNCIAS EM SÃO PAULO 1947-1975 casa é representada por plantas e seções bem claras 1:200, bem como fotografias em branco e preto, antigas, com o mobiliário original, telefones e televisores “modernos”. Muitos desses edifícios não existem mais, o que torna o livro uma inestimável documentação da época. Livreria Cultura Avenida Paulista, 2073. Dentro do Conjunto Nacional. Vide pág. 13 SÃO PAULO METROPOLE Livreria da Vila RRegina Maria Prosperi Meyer, Alameda Lorena, 1731. Próximo a Oscar Freire no Jardins, vide pág. 16. esUSP, 2007, Português, 296 páginas. Meyer é professora de História e Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da USP e este livro expõe seu conhecimento sobre o desenvolvimento da cidade do século XVIII aos dias de hoje. Com centenas de gráficos e mapas excelentes, este é o volume indicado para entender profundamente o metabolismo desta metrópole caótica. DESENHANDO SÃO PAULO – MAPAS E LITERATURA 1877-1954 Maria Lúcia Perrone Passos & Marlene Milan Acayaba, RG Teresa Emídio, Editoria Senac facsimile, republicado em 2012, São Paulo, 2009, Português, 184 Português, 452+40 páginas. páginas. Por mais de duas décadas, este livro enciclopédico ficou fora de catálogo – por boas razões. É a mais completa e precisa documentação dos edifícios residenciais da Escola Paulista. Cada TEste é o volume ideal para encontrar um panorama de quase todos os planos da cidade já feitos e desenhados. Com fantásticos mapas coloridos, detalhados e grandes de épocas diferentes! SP2014.NET P. 22 / 24 Arquitetura & Relacionados Livrarias em SP Livreria da FAU Rua do Lago, 876, Cidade Universitária. Dentro da Faculdade de Arquitetura, vide pág.14. Livreria IAB Rua Bento Freitas, 306. Piso térreo do Instituto Brasileiro de Arquitetura, próximo à República, vide pág. 7. Livreria Free Book Rua da Consolação, 1924. Próximo às lojas de lustres, vide pág. 11. RECURSOS: INFORMAÇÕES INFORMAÇÕES DE VIAGEM LITERATURA DE VIAGEM Por ser um centro econômico, a cidade é boa em qualquer período do ano e tende a ser razoavelmente calma durante as férias. A primavera e o outono são agradáveis e o verão é muito quente e úmido. O inverno pode ser frio e a maior parte das casas não tem aquecimento. São Paulo não é a cidade mais perigosa da América do Sul, mas infelizmente está muito longe de ser considerada segura. Evite caminhar sozinho durante a noite, especialmente em áreas isoladas. Converse com a maior quantidade de nativos possível, eles são simpáticos e gentis e dão indicações contraditórias – mas o que esperar em uma cidade tão grande quanto um país? O mapa editado pela international travel maps é um bom começo. Além disso, arrume um plano de dados com roaming e um iPad, se possível. Não é difícil de locomover-se. De verdade. Mas antes de sair, siga esta lista: Wallpaper São Paulo Sendo um importante centro econômico, São Paulo está conectado com a maioria dos aeroportos do mundo. Não será um problema encontrar um voo. Como em qualquer lugar é geralmente mais barato reservar com antecedência. Ferramentas de busca de voos mostram diferentes sites com preços variáveis. Em alguns períodos do ano os voos para o Rio são mais baratos. WEBSITES ÚTEIS www.unlike.net/sao-paulo www.buscaonibus.com.br www.decolar.com.br www.preifeitura.sp.gov.br www.mapadasartes.com.br www.arcoweb.com.br www.vitruvius.com.br www.archdaily.com.br guia.folha.com.br vejasp.abril.com.br www.teatroficina.com.br Mapa de São Paulo Os pequenos e coloridos livretos da Wallpaper & Phaidon existem para muitas cidades. O guia de São Paulo tem uma capa rosa acinzentada e contém as dicas mais úteis sobre o que fazer na cidade. Brazil Lonely Planet Lonely Planet é raramente uma escolha ruim quando se trata de guias. Mas outras publicações, mais específicas sobre São Paulo, vão servir também. Mapa Cultural Pegue ou faça download do Mapa das Artes em www.mapadasartes.com.br para uma lista relativamente completa das galerias, museus e outros locais. É encontrado na maioria dos museus e é muito útil. DEZ PASSOS PARA CURTIR SÃO PAULO 1. Chegada 2. Documentos Você precisará de um passaporte. Americanos precisam de visto. Europeus podem ficar até três meses, sem visto. 3. Acomodação Guias e websites vão recomendar diferentes hotéis e pousadas, mas o couchsurfing e o Air-BnB também estão disponíveis em toda a cidade. São Paulo ficará ainda mais divertida se você tiver alguém que possa apresentá-la e lhe dar dicas. 4. Leitura Reserve alguns dias para pesquisar guias, livros, websites, blogs ou mesmo aplicativos para iPad. Familiarizar-se com a estrutura da cidade estudando um mapa com antecedência, realmente ajuda a entender este labirinto, para assim apreciar a metrópole com mais rapidez. 5. Cultura & Passeios Assim que reservar seu voo, pesquise online os eventos culturais e shows na cidade e nos arredores. Alguns lugares, como a Sala São Paulo, são extremamente populares, então os ingressos devem ser adquiridos com antecedência, com a ajuda de um morador da cidade. Se você pretende passear pelo resto do país, compre as passagens com antecedência, a variação de preço é alta e muitas vezes um voo é mais barato que o ônibus. Compre através de uma agência de viagens ou com a ajuda de um morador, porque os sites não aceitam cartão de crédito, sem um número de CPF (Cadastro de Pessoa Física – Documento Brasileiro). 6. Dinheiro Apesar de a América do Sul ser conhecida como um destino barato, o Brasil e especialmente São Paulo, não é. É o preço do SP2014.NET P. 23 / 24 sucesso econômico, então, não fique surpreso por pagar quase o mesmo que em casa por alguns produtos. Atualmente na cidade quase qualquer barraco de comida aceita cartões de crédito. Porém você ainda precisará de dinheiro, especialmente notas baixas porque, por alguma razão misteriosa, ninguém tem troco. Carregue duas carteiras: Uma com notas altas e cartões e outra com dinheiro trocado. 7. Telefone e Dados Antes de viajar, verifique com sua companhia celular quais são as taxas de roaming, especialmente para dados. Para uma estadia maior que três dias, vale a pena comprar um número de telefone local. Existem várias prestadoras de celular com serviço pré-pago. Compre o cartão SIM (chip) nas casas lotéricas e recarregue em quiosques ou farmácias. 8. Língua A geração mais jovem vai arranhar o inglês, mas a maioria dos brasileiros não fala e nem entende a língua. O português não é uma língua tão difícil, mas a pronúncia é complicada. Faça três ou quarto meses de prática com uma hora diária antes de ir para o Brasil – se você quiser ser capaz de ter uma conversa com um vocabulário básico de 10002000 palavras. 9. Para chegar à cidade O aeroporto de Guarulhos está localizado fora de São Paulo. Para até duas pessoas, pegue o Airport Bus Service por R$35, que vai para diferentes partes da cidade e parte a cada hora, mais ou menos. Para três ou mais pessoas, divida um táxi oficial do aeroporto, os únicos autorizados ali. Preste atenção que existem dois aeroportos: Congonhas é próximo ao centro e somente atende voos domésticos. 10. Para se locomover na cidade Existem várias maneiras de se locomover: Metrô, ônibus e as linhas de trem da CPTM. Um cartão chamado “Bilhete Único” funciona em todos eles. Deve ser recarregado com antecedência e R$20 dá para começar. O metrô é sem dúvida a opção mais rápida e limpa e a viagem custa R$3. O ônibus é o mesmo preço, mas menos constante e difícil de entrar e sair. Táxis são sempre uma opção segura, mas certifique-se de que sejam licenciados. Caminhar durante o dia é sempre uma boa pedida para o curioso explorador. Aproveite! IMPRESSÃO PHILIPPE JORISCH MAIRA ACAYABA NILS HAVELKA Arquiteto, Zurich, Fotógrafa, São Paulo, Arquiteto & Editor, Zurique, Suíça. Brasil. Suíça. [email protected] [email protected] [email protected] Nascido em 1985, estudou Arquitetura e Urbanismo na Universidade Técnica de Delft e Zurique (Technical Universities of Delft and Zurich) e se formou na ETH em 2012. Trabalhou na EM2N e na Boesch Architects em Zurique e participou de workshops de design urbano em São Paulo. Durante seus estudos, trabalhou como professor assistente na cadeira de Design arquitetônico no primeiro ano com o Prof. Dr. Marc Angélil e foi editor da revista trans. Depois de viagens ao Brasil, com uma bolsa da Erich Degen-Stiftung começou sua própria prática, em 2012. É fluente em inglês, alemão, francês, holandês e português. Nascida em 1980, vive e trabalha em São Paulo. O foco de sua produção fotográfica é a arquitetura, as cidades e as paisagens e o seu trabalho pode ser visto em várias publicações nacionais e internacionais e através do site www.mairaacayaba. com. Seu perfil foi publicado em PROJETO Design 400 que destaca o trabalho de fotógrafos da arquitetura brasileiros e em importantes sites de arquitetura como ArchDaily e Plataforma Arquitectura. Suas fotografias foram expostas em Bienais de Arquitetura no Brasil e no exterior e como parte do Coletivo Rolê, que fotografa São Paulo à noite, participou de exposições em São Paulo, Rotterdam e Berlin. Nascido em Zurich, em 1982 com uma mãe sueca e um pai tcheco, Nils é arquiteto e leciona atualmente na ETH Zurique. Seu trabalho foi exposto no Museum für Gestaltung em Zurique, no Holcim Forum Shanghai, no ZKM Karlsruhe, no Van Alen Institute em Nova York e na Bienal de Arquitetura de Veneza. Escreve ocasionalmente para a Song of the Week e é proprietário da agência Elektrokontor junto com Fabian Bircher. Recentemente fundou a editora Havelka Verlag que documenta projetos críticos de observação e construção. Nils é um dos fundadores do coletivo de artistas e do espaço de projetos “Die Weinhalde” em Zurique. www.jorisch.com www.mairaacayaba.com www.havelkaverlag.com www.dieweinhalde.ch SP2014.NET P. 24 / 24 COPYRIGHT © 2013 © Publicação: Havelka Verlag, Susenbergstrasse 54, 8044 Zurique, Suíça. © Texto: Philippe Jorisch, Zurique. © Imagens: Maíra Acayaba, São Paulo. © Tradução Inglês-Português: EXACTA Tradução e Interpretação, Eliana Hermann, http://www.exactatrad.com.br Nenhuma parte dessa publicação pode ser usada sem citações. Se vôce gosta de esse guia visite o site Facebook: www.facebook.com/sp2014net Versão: 10. Out. 2013 / PT-WEB.