cirurgiões

Transcrição

cirurgiões
Histórias e curiosidades sobre os desafios da cirurgia, expressadas com arte
Barbeiros e
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Amputação medieval
cirurgiões
tinham que trabalhar com extrema rapidez, procedendo
a uma amputação em alguns segundos. A despeito
disso, usavam tampão nas orelhas e os pacientes eram
amarrados ou contidos por auxiliares.
Em meados
do séc. XIX
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a inalação de vapores
de clorofórmio e de
éter não apenas
colocava as pessoas
para “dormir”,
tornando-as insensíveis
à dor, mas seu uso
significava que os
pacientes se “tornaram
inconscientes à
tortura”.
Edição #0001, Ano 1, 2012
Dor é definida pela International Association
for the Study of Pain como uma “experiência
sensitiva e emocional desagradável, associada ou
relacionada à lesão real ou potencial dos tecidos.
Cada indivíduo aprende a utilizar este termo
através das suas experiências anteriores”. Sendo
uma experiência subjetiva, sua expressão verbal
é feita pelo paciente com muita dificuldade.
A História mostra que, apesar de todos os avanços
técnicos e científicos, a dor continua sendo uma
das grandes preocupações da Humanidade,
desde os primórdios. Cada cultura, conforme os
seus ditames, deixou seu testemunho e registros
de várias formas sobre a dor e o seu impacto
causado, sendo a arte uma de suas expressões
maiores e mais frequentes.
Analisando a Dor – A Arte e a Cirurgia é uma
publicação que conta com apoio de Lisador®
(dipirona sódica, cloridrato de adifenina
e cloridrato prometazina) que vai retratar o
universo convergente entre dor e manifestações
artísticas de época, destacando a evolução da arte
da cirurgia e da analgesia através dos séculos.
Ótima leitura!
Hospital Sant Louise (EUA). Junta médica discute
procedimentos pós-operatórios – Séc. XIX.
Edson J. Amâncio Doutor em Neurocirurgia - UNIFESP, ex-Prof. titular Centro Univers. Fundação Lusíadas e autor de livros de ficcção. CRM-SP: 21.001
Colaboradores: João Augusto Figueiró Médico clínico e psicoterapeuta do Centro Multidisciplinar de Dor do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP)/ CRM-SP: 43.583
Massako Okada Neuropsiquiatra do Centro Multidisciplinar da Dor do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP) - CRM-SP: 23.078
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Uma viagem pelo tempo
na Arte da Medicina
é o ramo da medicina
conhecida. A remoção de
pequeno fragmento ósseo,
geralmente arredondado, é
conhecida desde os tempos
neolíticos e era feita por
razões religiosas, mas
também médicas (alívio
da pressão intracraniana).
As trepanações eram
mutilações sangrentas e
dolorosas.
Procedimentos cirúrgicos – Período medieval
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A trepanação
é a primeira operação
Lição de anatomia. séc XVII (Quadro de Reembrandt)
Cirurgia
que se propõe curar pelas mãos - do grego
kheirourgia (kheiros, mão e ergon, obra). Cirurgia
é, portanto, ciência e arte.
O século XX apresentou muitos avanços na cirurgia, na anestesiologia e na analgesia.
Entre estes, se destaca a dipirona sódica (1920), utilizada como analgésico e antitérmico.
No Brasil, ela é associada com outras substâncias, como o anticolinérgico adifenina e a
prometazina, um antiemético, antivertiginoso e antialérgico. Com o nome comercial de
LISADOR®, esta associação favorece a potencialização dos efeitos terapêuticos
destas substâncias. LISADOR® representa, no campo dos analgésicos, o equivalente
a um típico “coquetel neurolítico”. É muito bem tolerado, não apresentando, em geral,
reações indesejáveis.
A única operação totalmente desastrosa é mais provável que
tenha sido feita pelo Dr. Robert Liston (Inglaterra - século XIX). Durante
uma operação, acidentalmente cortou os dedos de um assistente.
O resultado foi que o paciente e este assistente morreram de infecção,
e um observador da cirurgia morreu de choque. Foi a única operação da
história da cirurgia com uma taxa de mortalidade de 300%!
Dores póscirúrgicas1
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Em 1540, os barbeiros e
os cirurgiões de Londres se unem na
Companhia dos Barbeiros Cirurgiões,
que se transformaria no Royal College
of Surgeons em 1800.
Dores
abdominais1
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Entre os primeiros
Atendimento médico durante batalha naval - século XIX
cirurgiões modernos estão
os médicos militares das
Guerras Napoleônicas, que
primeiramente trabalharam
com amputação. Cirurgiões
navais eram frequentemente
cirurgiões-barbeiros, que
combinavam a cirurgia com
seu trabalho principal de
barbeiro.
A cirurgia teve
seus primeiros desenvolvimentos
científicos no século XVI, com Ambroise Paré (1510 a 1590),
“o pai da cirurgia moderna”. Foi cirurgião dos reis Henrique
I, Francisco II, Carlos IX e Henrique III da França. Quando o
rei Carlos IX ficou doente, disse a Paré: “Espero que vás
tratar melhor o rei do que os pobres do hospital.” Paré
respondeu:“Não, isto é impossível.” “E por que?”, perguntoulhe o rei. Paré respondeu:“Porque eu os trato como a reis.”
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Havia uma busca
urgente por analgésicos
que tornassem as
experiências cirúrgicas mais
suportáveis. Para aliviar a
dor, eram combinadas várias
substâncias, a maior parte
delas extraída de plantas
“medicinais”. Às vezes,
a mistura ficava muito forte
e o paciente morria por
overdose.
São Cosme e São Damião, fazendo amputações período medieval
Dores
espásticas1
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Dores
em geral1
Dor & Analgesia
na História
No antigo Egito e entre alguns povos
da América pré-colombiana, a dor
era vista como resultado da entrada
de espíritos dos mortos no corpo
através de uma orelha ou narina.
Entre os incas, os portadores de
doenças dolorosas eram vítimas de
espíritos malignos, e para que estes
“demônios” saíssem de seus corpos
havia a necessidade das cirurgias
de trepanação para sua expulsão.
O ser humano sempre procurou
meios de aliviar a dor cirúrgica. Os
alquimistas árabes empregavam
técnicas como a esponja soporífera,
que era embebida em haxixe,
ópio e ervas aromáticas. Quando
usada em uma operação, deveria
ser umedecida e mantida sobre
a face induzindo a um estado de
inconsciência.
Talvez o primeiro analgésico - palavra
derivada do grego a(n) (“sem”) e
algos (“dor”) - eficaz na história da
humanidade tenha sido a morfina,
isolada a partir do ópio, extraído
das sementes das papoulas roxas e
conhecida desde a antiguidade.
Em Londres, uma sala de
cirurgia, antes da moderna anestesia
ou assepsia existirem, era aberta ao
público. Isto era encontrado em uma
sala da Igreja de St. Thomas, em
Southwark. É reconhecida ainda hoje
como a mais antiga sala de cirurgia.
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Projeto analisando a dor e a arte
Mostre o talento
que vai além da arte médica
Para lidar com a dor e o sofrimento precisa ser artista.
Esta é a rotina do profissional da saúde.
Este é o principal motivo da iniciativa cultural Lisador®, que se
destina a conhecer as manifestações artísticas da classe médica.
Os participantes devem traduzir o tema “O papel do médico
no alivio da dor”. A produção artística poderá ser expressa
livremente em forma de pintura, poesia, ilustração, crônica,
escultura, música, arte digital ou qualquer outro tipo
de manifestação artística.
Todos os trabalhos serão avaliados pelos consultores da
publicação Analisando a Dor – A Arte e a Cirurgia para serem
divulgados nas próximas edições, caso os autores aprovem.
O prazo para o recebimento se encerra em dezembro de 2012.
Por não se tratar de um concurso, não haverá premiações,
exceto a publicação dos trabalhos.
Para participar envie seu material para o e-mail analisandoador@
yahoo.com.br com nome, especialidade médica, CRM, endereço
e telefone ou entregue ao Representante Mantecorp/Farmasa.
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Referência Bibliográfica: 1. Bula do produto.
INDICAÇÕES: manifestações dolorosas em geral; como antitérmico; nas dores espásticas em geral como cólicas do trato gastrointestinal, cólicas renais e hepáticas; cefaléia; nevralgias, mialgias, artralgias, dores pós-operatórias. CONTRA-INDICAÇÕES: hipersensibilidade
a qualquer um dos componentes da formulação. Lesões renais ou hepáticas graves, discrasias sanguineas. Púrpura trombocitopênica. Crianças com menos de 2 anos de idade. PRECAUÇÕES: nos tratamentos prolongados, deve ser administrado com cuidado, avaliando-se
periodicamente a crase sanguinea. Nos casos de amigdalite e outras afecções da orofaringe o paciente deve ser cuidadosamente controlado, pois a dipirona, embora raramente, pode causar granulocitopenia ou agranulocitose com angina agranulocítica, que é um quadro grave,
requerendo imediata suspensão do tratamento e medidas adequadas. Não se recomenda o uso do medicamento em crianças abaixo de 2 anos de idade devido ao potencial efeito depressor respiratório do cloridrato de prometazina. Para crianças acima de 2 anos de idade
deve ser usada a menor dose eficaz. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: durante o uso deste produto não deve se ingeridas bebidas alcoólicas, pois pode haver potencialização de efeitos. Não pode ser administrado simultaneamente com outros depressores do SNC, pois
pode haver potencialização dos efeitos. O uso concomitante com a ciclosporina pode ocasionar redução dos níveis desta. REAÇÕES ADVERSAS: pacientes sensíveis podem ter reações de hipersensibilidade, em geral devido à dipirona. A forma mais grave, embora bastante
rara, é a agranulocitose ou granulocitopenia. Assim, se surgirem lesões das mucosas, principalmente da cavidade oral, o médico deve ser imediatamente notificado e o medicamento suspenso. Pacientes com antecedentes de sensibilidade a outras drogas podem ter risco
maior de reação alérgica à dipirona. Outras reações adversas que podem ocorrer são sonolência, cansaço e efeito sedativo, devido à prometazina. Ela pode ser responsável por outras reações adversas devido aos anti-histamínicos em geral. A adifenina pode causar reações
do tipo antimuscarínico que incluem boca seca e redução das secreções de modo geral, bem como efeitos oculares que incluem fotofobia e dificuldade de acomodação visual. POSOLOGIA: Injetável: Dose média: ½ a 1 ampola por via intramuscular, a intervalos mínimos de 6
horas. Doses maiores ou mais próximas devem ser cuidadosamente controladas pelo médico. MS – 1.7817.0060 – Venda sob prescrição médica (injetável). SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.
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