Plano MacroEstrutural - PPP
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Plano MacroEstrutural - PPP
Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Rodoanel Lagos Existentes Rios/Córregos Existent. Rodovia Existente Rodovias Propostas Limite Municipal Área Disponível para Desenvolvimento Estação de Transferência Proposta Instalação de Tratamento e Descarte Proposta Local de Aterro Sanitário Proposto Nota: A localização dos locais de aterro de lixo, estações de transferência e TSDFs propostos é apenas indicativa. Figura 9.25: Estações de transferência e TSDFs propostos 384 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura 9.5.6. Recomendações O descarte ecológico de resíduos sólidos vai além do mero descarte seguro ou recuperação de resíduos que são gerados. Na verdade, busca-se abordar a causa do problema ao tentar mudar padrões insustentáveis de produção e consumo. Isto implica na aplicação de uma abordagem integrada, que representa uma oportunidade única para reconciliar o desenvolvimento com a proteção ambiental. Uma Abordagem Integrada: Para ser efetivo, o descarte de resíduo municipal exige uma abordagem integrada que envolve componentes como redução de fonte, reciclagem, reuso, incineração, etc. A melhor prática não conta com uma única técnica de processo e opção de descarte, pois há méritos e deméritos associados com todas as técnicas prevalecentes. A estratégia final precisa combinar várias técnicas, dependendo dos componentes do fluxo residual. Um ambiente saudável exige uma abordagem integrada que envolve o uso complementar de uma variedade de práticas para controlar o fluxo residual sólido seguramente e efetivamente, com o menor impacto adverso na saúde humana e no meio ambiente. Tal abordagem consiste de alguns ou todos os seguintes componentes: Redução de Fonte Aterro Sanitário Incineração Reciclagem e Reuso Práticas de descarte têm que combinar componentes de fluxo de resíduos particulares e selecionar os que são mais adequados para reduzir a quantidade e extrair de forma segura a energia ou material útil antes do descarte final. Para alcançar isso, as estratégias têm que focar no seguinte: Aumentar o planejamento e a informação da gestão dos resíduos (técnico e educacional) disponíveis aos Estados, comunidades locais, manipuladores de resíduo, cidadãos e a 385 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 indústria, e aumentar a coleta de dados para pesquisa e desenvolvimento. Aumentar o planejamento efetivo dos manipuladores de resíduo, comunidades locais e Estados. Aumentar a reciclagem por governos e por pessoas físicas e jurídicas. Aumentar as atividades de redução de fonte pelas indústrias de manufatura, governo e cidadãos. Alcançar esses aspectos ajuda a superar certas limitações, tais como taxas de geração de resíduo aumentadas e preocupações quanto à saúde humana e qualidade ambiental. 9.6. Provisão de energia 9.6.1. Introdução A provisão de rede de eletricidade na área de estudo, inclusive sua operação e manutenção, será feita pela Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), a maior operadora de rede de distribuição de energia elétrica na América Latina e a quarta maior no mundo. Além de transmissão e geração, a CEMIG opera a rede de distribuição para 95% de todo o Estado de Minas Gerais. Orientações Estratégicas para Fornecimento de Energia Fornecer energia confiável e de qualidade para toda a área de estudo. Assegurar o fornecimento de energia adequado para o consumo dos vários usos do solo na área de estudo. 9.6.2. Provisão de Energia Existente As voltagens de distribuição em Minas Gerais variam de 13,8 kV a 161 kV. Para este projeto, de acordo com a CEMIG, as voltagens de fornecimento prováveis serão 13,8 kV e 138 kV, a serem providas em locais múltiplos dentro da área de estudo. O consumo de energia atual do AITN é de aproximadamente 2,5 MVA, recebido a 13,8 kV por dois cabos alimentadores de Pedro Leopoldo e Nova Granja. A capacidade disponível atual é de aproximadamente 5,5 MVA a 13,8 kV. Depois do re-desenvolvimento, a necessidade de energia do aeroporto será aumentada várias vezes, e provavelmente 386 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura irá além da capacidade disponível de 13,8 kV. A provisão de energia para o aeroporto re-desenvolvido pode ter que ser elevada a 138 kV. 9.6.3. Demanda de Energia projetada (i) Demanda Unitária de Energia Com base nos tipos identificados de indústrias, os dados de demanda unitária de energia usados em indústrias semelhantes em Cingapura, China, Índia e Oriente Médio foram adotados para executar a projeção de demanda do projeto. Tabela 9.25: Benchmarking a demanda unitária de energia Uso do Terreno Proposto Demanda Unitária de Energia Proposta para a Área de Estudo Cingapura China Índia Oriente Médio 1,8 - 2,2 0,38 - 2,2 1,8 - 2,2 2,2 1,5 - 2 3,5 - 5 3-5 3,5 - 5 5-7 3 Comercial (MVA/Ha) 1,5 1 - 1,5 1,5 1-2 1 Institucional (MVA/Ha) 1,2 0,8 - 1,2 1,2 0,8 - 1,2 0,8 Utilidade (MVA/Ha) 1,1 0,8 - 1,1 1,1 1 0,8 0,8 0,5 - 0,8 0,8 0,6 0,5 Industrial (MVA/Ha) Residencial 2 (kVA/du de 100m ) Armazenamento Logística (MVA/Ha) e Para Logística de Distribuição e Comércio Atacadista, 50 VA por m 2 GFA foi usado como a demanda unitária. Em um edifício típico, o ar condicionado consome a maioria da eletricidade, a 50-60 VA por m 2 GFA. Como armazenamento normalmente não é totalmente servido por ar condicionado, a capacidade restante é suficiente para ser compartilhada entre a carga de iluminação, pouca energia elétrica e serviços do prédio como elevadores e bombas. 387 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Para Tecnologia da Informação, o seguinte método foi usado para calcular a necessidade de demanda de energia: 2 5% centro de dados * 2.000 VA por m GFA = 100 VA por 2 m GFA 95% escritório * 100 VA por m GFA = 95 VA por m GFA Total = 200 VA por m GFA (aproximado) 2 2 2 Os dados de consumo de eletricidade para as seguintes indústrias (ou indústrias relacionadas) podem ser encontrados em resultados de pesquisa feitos no EUA: Aeroespacial e Defesa Componentes eletrônicos Ciências Biológicas Os dados de design de demandas de energia para os setores Aeroespacial e Defesa, Componentes Eletrônicos e de Ciências Biológicas são comparados mais adiante com os dados de consumo atuais de indústrias semelhantes ou relacionadas nos EUA. O último é extraído de uma pesquisa conduzida pela Administração de Informação de Energia do Governo Norte-americano, e foi anexado no Apêndice 4.1. Com base nestes dados, os dados de densidade de demanda de energia equivalentes foram calculados (Apêndice 4.2). Os usos de solo restantes que se espera que consumam quantias significantes de eletricidade são Comercial, Institucional e Serviços Públicos. Os dados de design para estes setores são os seguintes: Comercial: 100 VA por m GFA Institucional: 80VA por m GFA 2 2 A base da distribuição de carga para estes edifícios é semelhante ao que foi explicado mais cedo sobre armazenamento. Porém, como se espera que edifícios comerciais e institucionais tenham uma porcentagem mais alta de espaço de ar condicionado, um dado de VA 2 mais alto por m GFA foi alocado a eles. 2 Aos lotes de serviços públicos foram alocados 80 VA por m GFA, 2 considerando que à área reservada foi alocado 50 VA por m GFA. 388 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura (ii) Projeção de Demanda de Energia Total A demanda de energia projetada para as várias fases de desenvolvimento é mostrada na Tabela 9.26. Tabela 9.26: Demanda de energia projetada Demanda de energia (MVA) Uso do Terreno proposto *: Ano 2030 Ano 2030 (inclusive área reservada) 87 563 1.246 127 161 235 92 630 Ano 2015 Ano 2020 Ano 2025 Residencial * Comercial Industrial Aeroespacial e Defesa Logística de Distribuição e Comércio Atacadista Componentes eletrônicos Ciências Biológicas Tecnologia da Informação Institucional Recreação e Espaço Aberto Transporte Serviços Públicos Reserva 21 135 47 41 234 357 64 360 691 38 6 8 148 - 72 7 13 236 - 146 10 23 413 - 194 16 33 590 - 194 16 33 590 1.619 Total (MVA) 401 961 1.708 2.728 4.346 Total (MW) 341 817 1.452 2.319 3.694 4 19 66 87 563 1.245 127 6 9 4 24 55 45 18 220 91 131 50 354 161 235 92 631 Demanda de energia residencial está baseada na carga diária das zonas residenciais. As seguintes hipóteses foram consideradas para a projeção de demanda de energia: A área de estudo será um desenvolvimento urbanizado até 2030, semelhante ao que Cingapura é atualmente. Os dados de projeção de demanda de energia seguem os de Cingapura. A taxa de ocupação bruta média de 0,56 será alcançada até 2030. Os cálculos de projeção de demanda de energia envolveram os seguintes parâmetros: Distribuição proposta de uso do solo Clusters industriais e áreas-foco propostos 389 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Taxa de ocupação bruta Densidade de demanda de energia Fator de coincidência As primeiras três hipóteses já foram desenvolvidas previamente. Já para o fator de coincidência, foi presumido e adotado 0,5 na computação da demanda por energia. Este fator de coincidência está definido como a demanda máxima de um circuito, computada com base na seguinte fórmula: n CF = MD / ∑ MDk k=1 onde CF = Fator de coincidência MD = Demanda máxima do circuito n= Número de circuitos de partida MDk= Demanda máxima do kº circuito de partida (iii) Comparação com a Demanda de Energia Existente em Belo Horizonte 2 Com uma área total de cerca de 330 km e uma população de cerca de 2,5 milhões, a densidade de carga máxima de eletricidade existente é 2 de aproximadamente 23 MVA por km para Belo Horizonte, ou 230 kVA por hectare. Para a área de estudo, a quantia de área adequada para o desenvolvimento final (excluindo a área reservada) é de 2 aproximadamente 324 km . A densidade de carga máxima de eletricidade projetada é calculada para ser de 84 kVA por hectare, que ainda está abaixo da densidade de carga máxima existente em Belo Horizonte. 9.6.4. Provisão de Energia proposta Os locais indicativos das subestações de 138 kV, de acordo com as distribuições de carga, são mostrados na Figura 9.26. 390 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Rodoanel Lagos Existentes Rios/Córregos Existent. Rodovia Existente Rodovias Propostas Limites Municipais Área Disponível para Desenvolvimento Sub-estação de 138kv Proposta Nota: As localizações das subestações de 138Kv são apenas indicativas. Figura 9.26: Fornecimento de Energia Proposto 391 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 9.6.5 Recomendações O número de demanda de eletricidade em 2030 está baseado na suposição de que a área de estudo estará completamente desenvolvida naquele momento, e que as condições de mercado serão conforme os usos do solo e processos industriais propostos. Seguindo o desenvolvimento organizado na área de estudo, a demanda de eletricidade aumentará progressivamente até que alcançará o último número. Nos anos iniciais do desenvolvimento, a demanda de eletricidade será baixa e o crescimento variará de acordo com as condições de mercado atuais. São recomendadas expansões modulares e monitoramento da taxa de eletricidade utilizada. Como descrito nas seções anteriores, a provisão da rede da CEMIG a 138 kV será para a maioria do local de desenvolvimento. Baseado na capacidade nominal dos cabos alimentadores de 138 kV (que variam de 96 MVA a 180 MVA), é calculado que um total de vinte e cinco subestações de 138 kV serão necessárias (excluindo os da área reservada). Os locais indicativos das subestações de 138 kV, de acordo com as distribuições de carga, são mostrados na Figura 9.26. As rotas das linhas áreas não são mostradas, pois estão sujeitas a regulações de projeto pela CEMIG. A rede de distribuição de eletricidade dentro do local de desenvolvimento não está isolada. Na verdade, faz parte da rede de distribuição de eletricidade geral da CEMIG, que também cobre as regiões circunvizinhas. O desenvolvimento da rede de distribuição de eletricidade para a área de estudo tem que levar em conta as necessidades das regiões circunvizinhas. As novas subestações propostas para a área de estudo devem ser faseadas de acordo com a utilização da capacidade disponível da rede existente. 9.7. Provisão de gás 9.7.1. Introdução O planejamento de provisão de gás é para assegurar gás natural suficiente para o desenvolvimento proposto da área de estudo nos anos de 2015, 2020, 2025 e 2030. Em consulta à SEDE e a outras 392 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura autoridades locais, foram coletados dados para entender os regulamentos locais, sistema de provisão de gás existente e situação da demanda. Também se notou que há uma rede de tubulações de gás que corre de norte a sul no local de desenvolvimento. Esta rede pode ser utilizada para prover gás à área de estudo tendo derivações das tubulações existentes para os locais necessários. É previsto que a demanda de gás natural dentro da área de estudo será alta devido à urbanização e ao aumento das atividades industriais. A provisão efetiva de gás natural será um desafio principal a ser enfrentado pelas autoridades. Orientações Estratégicas para Fornecimento de Gás Prover todas as possibilidades para que o fornecimento de gás existente atenda a demanda na área de estudo Prover um fornecimento de gás contínuo, econômico e seguro para a área de estudo 9.7.2. Provisão de Gás Existente A GASMIG é o provedor de serviços existente de gás natural para as indústrias existentes e outras instalações no Estado de Minas Gerais. Como declarado anteriormente, há uma rede de tubulações de gás natural existente. Porém, não há provisão para a conexão das tubulações de fornecimento gás natural para desenvolvimentos futuros. Consequentemente, as necessidades serão providas conforme e quando os desenvolvimentos forem executados. A provisão atual de gás natural para Belo Horizonte pela GASMIG é de cerca de 5,35 milhões de m³ por dia. A fonte de gás natural atualmente provida pela GASMIG para Belo Horizonte é da Refinaria Duque de Caxias no Rio de Janeiro. A rede de provisão de gás existente é de dois tipos de material diferentes: 1. Tubulações feitas de aço carbono, que são operadas a uma pressão máxima de 19 kg por cm². 2. Tubulações feitas de polietileno de alta densidade, que são operadas a uma pressão máxima de 6 kg por cm². 393 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Os órgãos reguladores que governam o sistema de provisão de gás natural são a SEDE, enquanto que a GASMIG provê o gás e mantém a rede de tubulações. A rede de tubulações de provisão de gás natural existente é indicada na Figura 9.27. No Brasil, foram introduzidos vários regulamentos e normas para o sistema de provisão de gás natural veicular. Um das normas é a NBR 12712:2001 da ABNT 12712 [Associação Brasileira de Normas Técnicas - Design de sistemas de canos de transmissão e distribuição para gás natural veicular - Procedimento]. 394 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Rodoanel Lagos Existentes Rios/Córregos Existent. Rodovia Existente Rodovias Propostas Limites Municipais Área Disponível para Desenvolvimento Rede de Tubulação de Gás Existente Figura 9.27: Rede de tubulações de fornecimento de gás existente 395 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 9.7.3. Demanda de Gás Projetada (i) Demanda Unitária de Gás O benchmarking da demanda de gás em várias regiões foi realizado para derivar a demanda unitária de gás dos vários usos do solo propostos. A Tabela 9.27 mostra o benchmarking da demanda unitária de gás adotada no planejamento de provisão de gás em várias regiões, inclusive na China, Índia, Oriente Médio e nos EUA. Tabela 9.27: Benchmarking da demanda de gás natural unitária Índia Oriente Médio EUA * * * Demanda Unitária de Gás proposta para a Área de Estudo 8 11 7 9 1.000 850 1.150 717 1.000 Aeroespacial e Defesa (m³/d/ha) 12.000 10.000 - 12.101 11.000 Distribuição e Logística (m³/d/ha) 800 800 800 186 800 7.500 - - 7.788 7.500 1.200 1.000 - 737 1.100 800 800 - 254 800 800 800 - 294 800 - 500 - 290 500 - 300 300 186 300 Uso do Terreno proposto Residencial (m³/d/residência) * Comercial (m³/d/ha) * * Eletrônico (m³/d/ha) Ciências Biológicas (m³/d/ha) Tecnologia da Informação (m³/d/ha) Institucional (m³/d/ha) Recreação /Espaço Aberto (m³/d/ha) Transporte (m³/d/ha) *: * *: * * *: China 9 Metro cúbico por dia por unidade habitacional. Metro cúbico por dia por hectare. As taxas de demanda indicadas são consumos atuais Uma comparação adicional de consumo de gás nos EUA foi realizada e as taxas unitárias de demanda de gás foram resumidas a seguir: Aeroespacial e Defesa: 3 Fundições de Forjamento-Cunhagem de Alumínio= 5.182,54 m /dia/ha Fundições de alumínio 3 (exceto Forjamento-Cunhagem) = 3.611,49 m /dia /ha 3 Produtos de Metal Fabricados = 947,29 m /dia/ha 3 Maquinaria = 506,83 m /dia/ha 3 Dispositivos e componentes elétricos = 851,35 m /dia/ha 3 Produtos plásticos e de borracha = 1.002,27 m /dia/ha 3 3 Consumo total em m /dia/ha = 12.101,77 m /dia/ha 396 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Componentes eletrônicos: Produtos plásticos e de borracha Produtos Minerais Não-Metálicos Computador e produtos eletrônicos Semicondutores e dispositivos relacionados Equipamentos dispositivos e componentes elétricos 3 Consumo total em m /dia /ha 3 = 1.002,27 m /dia/ha 3 = 3.732,38 m /dia /ha 3 = 562.93 m /dia /ha 3 = 1.639,47 m /dia /ha 3 = 851,35 m /dia /ha 3 = 7.788,40 m /dia /ha Por favor veja os seguintes apêndices para detalhes: Apêndice 5.1 Apêndice 5.2 Apêndice 5.3 Ciências Biológicas: 3 2 3 Serviços de saúde = 92,5 ft /ft /ano = 737 m /dia/ha Tecnologia da Informação 3 2 3 Escritório = 31,8 ft /ft /ano = 254 m /dia/ha Logística de Distribuição e Comércio Atacadista: 3 2 3 Armazém e armazenamento = 23,4 ft /ft /ano = 186 m /dia/ha. Institucional: 3 2 3 Educação = 36,9 ft /ft /ano = 294 m /dia/ha Recreativo: 3 2 3 Local de reunião pública = 36,4 ft /ft /ano = 290 m /dia/ha. Comercial: 3 2 3 Consumo médio de edifícios comerciais=90 ft /ft /ano= 717 m /dia/ha Transporte: 3 2 3 Transporte e Logística = 23.4 90 ft /ft /ano = 186 m /dia/ha. Para os sete usos listados acima, por favor, veja o Apêndice 5.4 para mais informações. Residencial: Por favor veja o Apêndice 5.5 para mais detalhes. Nota: 1. Os dados acima foram adquiridos da Administração de Informação de Energia (estatísticas de energia oficiais do Governo dos EUA) no seu website http://www.eia.doe.gov /. 2. Os dados acima foram baseados no consumo atual, com um fator de 1,5 que é usado para calcular a demanda de planejamento. 397 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 3. A demanda baseada na distribuição de uso do terreno foi considerada para calcular a demanda de gás. (ii) Demanda Total de Gás A demanda de gás estimada com base nos vários usos do terreno a serem desenvolvidos durante os anos de 2015, 2020, 2025 e 2030 é listada na Tabela 9.28. Tabela 9.28: Demanda de gás natural projetada Demanda de Gás natural Uso do Terreno (m³/dia) * Proposto Ano 2030 Ano Ano Ano Ano 2015 2020 2025 2030 (inclusive área reservada) Residencial Comercial Industrial Aeroespacial e Defesa Distribuição e Logística Eletrônico Ciências Biológicas Tecnologia da Informação Institucional Recreação e Espaço Aberto Transporte Reserva* * 804.881 481.000 338.070 1.778.769 836.000 1.960.980 2.848.878 1.287.000 5.177.231 4.042.536 2.009.000 9.524.664 4.042.536 2.009.000 9.524.664 Total (m³/dia) 101.200 495.000 1.718.200 3.323.100 3.323.100 35.280 159.750 7.040 316.720 799.500 35.200 519.504 2.336.700 97.251 920.080 4.200.000 180.884 920.080 4.200.000 180.884 34.800 135.120 314.560 257.600 505.576 521.720 900.600 693.840 900.600 693.840 554.000 494.016 ----- 726.500 790.422 ----- 1.024.500 1.383.243 ----- 1.560.000 1.976.058 ------ 1.560.000 1.976.058 219.560 2.807.087 6.350.271 12.242.572 19.806.099 20.025.659 *: Metro cúbico por dia. * *: Baseado na demanda média de gás, ex. 500m³/ha/dia Em 2030, a demanda total de gás projetada é de 19,81 milhões de m³ por dia (excluindo a demanda de gás para a área reservada). Se a demanda para a área reservada for incluída, a demanda de gás projetada total será de 20,03 milhões de m³ por dia. As projeções de demanda variariam em grande parte com mudanças na distribuição de uso do solo proposta, população projetada, espectro de indústrias e os processos industriais. 398 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura 9.7.4. Provisão de Gás proposta Como previamente declarado, o sistema da rede de provisão de gás proposto para a área de estudo se aproveitará da rede de provisão de gás existente da GASMIG. O diâmetro do tubo apropriado será deduzido no momento da execução do projeto, dependendo da demanda das respectivas áreas de desenvolvimento. O design, construção e material da tubulação de gás serão de acordo com a mais recente edição da NBR 12712, e será construída em consulta com a SEDE e GASMIG. A tubulação será enterrada e colocada ao longo da rodovia como indicado nos desenhos de corte transversal de rodovia. Nenhuma estação impulsionadora de gás é necessária nesta fase. A necessidade de estações impulsionadora de gás será estudada durante a fase de desenvolvimento. A rede de tubulação de provisão de gás proposta é indicada na Figura 9.28. 9.7.5. Recomendações O número de demanda de gás projetado para 2030 está baseado na suposição de que a área de estudo estará completamente desenvolvida naquele momento, e que as condições de mercado são de acordo com os usos do terreno e processos industriais propostos. Seguindo o desenvolvimento organizado da área de estudo, a demanda de gás aumentará progressivamente até alcançar o número final. Nos anos iniciais de desenvolvimento, a demanda de gás será baixa e o crescimento variará de acordo com as condições de mercado atuais. Consequentemente, são recomendadas expansões modulares e monitoramento das taxas de consumo de gás atuais. 399 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Rodoanel Lagos Existentes Rios/Córregos Existent. Rodovia Existente Rodovia Proposta Limite Municipal Área Disponível para Desenvolvimento Rede de Tubulação Existente da Gasmig Linha-Tronco de Gás Proposta Figura 9.28: Rede de Tubulação de Provisão de Gás Proposta 400 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura 9.8. Telecomunicações 9.8.1. Introdução Embora o Brasil lidere os países BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China) em termos dos 35,2% da população que tem acesso a internet, há um grande divisor digital nas áreas rurais, com muitas municipalidades que têm conectividade muito ruim ou nenhum serviço de Internet. O governo reconhece a importância de uma infraestrutura de tecnologia da informação e comunicação (ICT) moderna e efetiva para o desenvolvimento econômico e social em uma sociedade da informação e do conhecimento. Dessa forma, ele iniciou vários projetos no passado para melhorar a infraestrutura de ICT. A mais recente iniciativa foi o projeto BRASIL (Banda Larga para a América Rural por Links Integrados via Satélite) para o desenvolvimento sustentável das áreas rurais. Em 2008, o governo anunciou planos ambiciosos de gastar US$23 bilhões em programas de ciência e tecnologia como parte de seu Plano de Aceleração do Crescimento. De acordo com o Relatório de Análise Global, é esperado que o gasto total em ICT alcance US$20 bilhões até 2010. 9.8.2. Nova iniciativa Para estimular ainda mais o crescimento econômico e emprego, a SEDE está embarcando no desenvolvimento da área de estudo para atrair novas indústrias para se mudarem para a região. A disponibilidade de infraestrutura de ICT boa e altamente segura, com outras melhorias de infraestrutura como energia e transporte, ajudará a atrair muitas novas indústrias para montar instalações na área de estudo e se engajarem em novas pesquisas e produção de biomedicamentos e fármacos, bem como atrair empresas de ICT, instituições de ensino, etc. Haverá demandas da população por melhores sistemas de transporte, melhores instalações de serviço de saúde, instalações educacionais mais igualitárias para diminuir a divisão digital, e melhores serviços eletrônicos do governo para acesso mais fácil e mais rápido à 401 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 informação para melhorar a vida das pessoas. Melhores instalações de ICT permitirão ao Governo de Minas Gerais servir melhor essas demandas. As escolas do futuro precisarão de uma ICT melhor para permitir que estudantes aprendam a qualquer hora e em qualquer lugar. As instalações de ICT permitirão melhores esforços de interatividade e colaboração com grupos múltiplos, especialmente para atividades de pesquisa que requerem esforços colaborativos de vários países e fusohorários. Serviços de dados, música, radiodifusão e vídeos requerem uma enorme largura de banda e assim pressionarão os operadores a atualizar suas redes mais cedo ao invés de mais tarde. De acordo com a demografia da RMBH, 54% da população estão na faixa etária de 10 a 39, o grupo com maior conhecimento tecnológico e que consome a maioria dos serviços de banda larga. A demanda por serviços de banda larga é universal, independentemente de economias desenvolvidas ou em desenvolvimento. A disponibilidade abrangente de banda larga é assim crucial para o desenvolvimento da área de estudo. Orientações Estratégicas para Telecomunicações Transformar a área de estudo em uma região vibrante com infraestrutura e serviços de telecomunicação altamente confiáveis Estimular o crescimento econômico ao introduzir novas tecnologias de telecomunicação na área de estudo Conforme a Internet e a mobilidade se estendam mais para aprender, trabalhar e se divertir, o acesso à banda larga em qualquer lugar e a qualquer hora aumentará as demandas por redes e serviços. Como necessidades mudam com o passar do tempo e tecnologias evoluem em um ritmo cada vez mais rápido, a nova infraestrutura de ICT a ser provida deve estar à prova para o futuro e escalonável para o desenvolvimento econômico em fases. Consideração também deve ser dada à introdução de tecnologias que são ecológicas e que minimizarão o dano ao meio-ambiente. 402 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura 9.8.3. Revisão da Indústria de Telecomunicações no Brasil O Brasil é bem servido por muitos sistemas de satélite, cabos submarinos e muitos mil quilômetros de cabos de fibra óptica para as redes centrais. Atualmente, o Brasil é o país líder na América Latina em termos de infraestrutura de telecomunicações e investimento de operadoras de telecomunicações internacionais. Porém, por causa de sua grande área geográfica e terreno difícil, muitas áreas permanecem não-servidas ou servidas de forma insuficiente. Isto acontece particularmente nas regiões norte e oeste mais remotas. O Brasil vivenciou um tremendo crescimento na penetração da telefonia, particularmente dos serviços móveis, desde a liberalização da indústria de telecomunicações em 1998. A política de liberalização foi um enorme sucesso, pois acrescentou um bilhão de dólares ao cofre do governo, e também aumentou dramaticamente a densidade telefônica do Brasil, como pode ser visto na Tabela 9.29 abaixo. Até 1995, 80% das linhas eram assinadas pela população de classe rica e média. Com a liberalização, pessoas de diferentes estratos da sociedade agora têm acesso a serviços de telecomunicação. Tabela 9.29: Comparação do uso de telecomunicações 1995 Serviços 2008 (Pré-reforma) Linhas fixas 13,3 milhões 41,1 milhões Móveis 1,4 milhões 150,64 milhões Tele-densidade 9,4 98,72 403 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 9.8.4. Benchmarking de Serviços de Telecomunicações A Tabela 9.30 compara os serviços de telecomunicação providos em vários países. Tabela 9.30: Comparação de serviços de telecomunicações Serviços Linhas telefônicas (Fixas) Principais Linhas Telefônicas Móveis Rússia Brasil 1508,30 44.200,00 41.141,40 3,2 33,50 31,02 21,18 6.375,50 346.890,00 9.357,70 47,44 141,99 29,24 207,83 132,25 77,56 83.366,00 1.003,10 5.280,00 528,90 4.000,00 10.098,00 6,24 22,34 0,45 11,75 2,81 5,20 Total 365.637,00 (000) Por 100 27,52 Habitantes Total 634.000,00 (000) Por 100 Habitantes Total (000) Conexões de Banda Larga Por 100 Habitantes (a) China Cingapura Índia 1.857,10 37.900,00 41,36 Emirados Árabes Unidos 187.500,00 150.641,40 Linhas fixas no Brasil O número total de linhas fixas era de 41,1 milhões em dezembro de 2008, uma tele-densidade de 21,18 linhas para cada 100 habitantes. Porém, deve ser realçado que um quarto das linhas totais (9,7 milhões) estava concentrado nas três principais cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Depois de alcançar um pico de cerca de 41 milhões de linhas, o mercado começou a declinar conforme mais clientes mudaram para o serviço de telefones celulares. Agora, a situação de serviços de telecomunicações de linhas fixas em Minas Gerais é a seguinte: Havia 3,9 milhões de linhas fixas em MG, servindo uma população de 19,5 milhões em 2008. Para a RMBH, havia 407 mil linhas servindo uma população de 1,97 milhão. (b) Serviços de Telefones Celulares no Brasil No fim de 2008, o número de assinaturas telefônicas móveis era de 150,64 milhões. Isto deu ao Brasil uma taxa de penetração de 77,56%, a mais alta na América do Sul e entre os países do BRIC. A taxa de penetração, embora alta se comparada aos outros países do BRIC, é 404 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura relativamente baixa quando comparada a muitas outras economias desenvolvidas. A situação dos serviços de telefones celulares em Minas Gerais é a seguinte: O Estado é servido por todas as principais operadoras. Com a conclusão do Programa Minas Comunica no dia 6 de junho de 2009, todas as 832 municipalidades em Minas Gerais agora têm serviços de telefone móveis. A penetração de linhas móveis no Estado saltou de 57,5% para 72,8% com a conclusão do programa. Fonte de estatísticas: ANATEL (c) Serviços de Banda Larga no Brasil A penetração da banda larga no Brasil no fim de 2008 era comparativamente baixa quando comparada em uma base global, devido ao número relativamente pequeno de linhas fixas e o número pequeno de redes móveis 3G em operação. Isto foi agravado pelo preço relativamente alto para o serviço e questões regulatórias aguardando resolução. A Internet e conexões de banda larga eram as seguintes: Número de subscrições de internet: 67 milhões Número de subscrições de banda larga: 10 milhões Das subscrições totais de internet, mais de 96% eram das áreas urbanas e suburbanas. No momento, a maioria das necessidades de serviços de banda larga no Brasil são atendidas por tecnologia ADSL por meio de cabos de cobre. Em relação à FTTH (Fibra para o Lar), isto ainda está em fase inicial de desenvolvimento, com introdução dispersa em certas cidades. Edifícios industriais e comerciais são providos por FTTC/FTTB ao longo da extensão do Rodoanel. A Oi está oferecendo FTTH em cinco Estados com velocidade de 8 Mbps a 100 Mbps para download. A Telefônica lançou este serviço em São Paulo e está expandido para outras regiões. Global Village Telecom, um dos competidores originalmente “espelho”, lançou há pouco tempo o serviço de FTTH e está planejando expandir o serviço para 405 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 outras 56 cidades, inclusive Belo Horizonte, com oferecimento de velocidades de até 100 Mbps para download. O serviço de banda larga móvel ainda é relativamente pequeno, formando apenas 4% da participação de mercado total. Porém, é esperado que o serviço de banda larga móvel cresça muito rapidamente como o serviço telefônico móvel, quando mais redes 3G/3,5G e 4G forem expandidas e quando as tarifas de assinatura/tráfego diminuírem. Pontos de Intercâmbio de Internet (IXPs): Há 14 IXPs no momento no Brasil, com uma largura de banda total de 26,5G. Um dos IXPs fica situado em Minas Gerais, e tem uma largura de banda total de 902 K. O Governo do Brasil fez do acesso à internet uma prioridade, com uma meta de cobertura de banda larga universal até 2010. Para este fim, a ANATEL aprovou um plano para substituir 8.461 intercâmbios com transferência de dados de banda larga para todas as municipalidades até 2010. 9.8.5. Redes de Governo Eletrônico A rede de governo eletrônico existente em Minas Gerais é composta de uma mistura de fibras e cabos de cobre. A capacidade de largura da banda varia de links de DSL de 500 Kbps para as escolas até links ESCON de 17 Mbps para as aplicações mais intensivas de dados de registros hospitalares e médicos. Centros de dados estão conectados por links de fibras que fornecem 200 Mbps. As redes centrais são configuradas como um anel de fibra. Aplicações eletrônicas de cidadão como registro de veículo, votação e aquisição são fornecidos pela rede de governo eletrônico, como mostrado na Figura 9.29. 406 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Figura 9.29: Rede de governo eletrônico (Fonte: ANATEL) No Brasil, cada Estado é livre para decidir sua própria política de ICT e o tipo de sistemas de informação e governo eletrônico que deseja implantar, embora exista cooperação entre os Estados e o Governo Federal. O Estado trabalha com os setores privados para montar os centros de dados e desenvolver as aplicações. A conectividade é então provida pelas operadoras de telecomunicações. Para melhorar ainda mais sua capacidade de governo eletrônico, o governo do Estado, através da SEDE e ANATEL, lançaram uma licitação para construir uma rede de governo de banda larga que interconectará seus departamentos de educação, saúde, finanças e de segurança. Também computadores subsidiados de baixo custo estarão disponíveis para todas as crianças na escola. O desenvolvimento desta rede é outro passo dado pelo governo para melhorar a qualidade de sua administração, proporcionando à população um melhor acesso eletrônico para seus serviços e reduzindo custos no processo. 407 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 9.8.6. Demanda de Telecomunicações Projetada Baseado no uso de solo proposto e na população projetada, as exigências de telecomunicações projetadas foram calculadas, como mostrado na Tabela 9.31. Tabela 9.31: Demanda de telecomunicações projetada Demanda de Telecomunicações Uso do Terreno Proposto Residencial Comercial Industrial Institucional Recreação e Espaço Aberto Transporte Serviço Público Reserva TOTAL Ano 2015 Ano 2020 Ano 2025 Ano 2030 76.000 9.800 1.000 3.000 137.743 21.658 11.672 7.339 222.500 42.000 26.000 12.000 360.704 103.703 49.700 23.001 Ano 2030 (inclusive área reservada) 360.704 103.703 49.700 23.001 1.500 2.517 5.000 10.190 10.190 2.500 1.500 - 5.216 3.373 - 9.000 6.000 - 13.050 10.680 - 13.050 10.680 27.862 95.300 189.518 322.500 571.028 598.890 A previsão acima foi feita usando as seguintes pressuposições: a. Pelo menos uma linha de banda larga fixa por residência até 2030. O serviço de voz de linha fixa como nós conhecemos hoje pode muito bem desaparecer nos próximos 10 a 20 anos. O tráfego de voz será apenas uma das muitas aplicações através da rede de banda larga. b. Número de pessoas por residência é de 3,55. c. A demanda empresarial é de 40% da demanda total de serviço de telecomunicações. d. Banda larga móvel crescerá rapidamente e atenderá a maioria das necessidades de banda larga. Porém, por causa da limitação de largura da banda de redes móveis, a banda larga fixa continuará a atender demandas que requerem grande largura de banda. e. A penetração de telefones móveis excederá 100%. Não estão incluídas necessidades de telecomunicações móveis na previsão pois é esperado que os provedores de serviços construam a infraestrutura necessária para os serviços. 408 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Aplicações novas como vídeo e serviços de jogos são muito intensivas em banda larga. Haverá muitos atuadores que oferecem serviços nesta área, inclusive operadores, provedores de conteúdo e os próprios usuários finais. A infraestrutura existente baseada em cobre não será capaz de transmitir esta grande largura de banda no futuro. 9.8.7. Provisão de Telecomunicações Proposta Com base na previsão de demanda e na distribuição proposta da população e das indústrias na área de estudo, a área de influência de telecomunicação proposta e a provisão são mostradas respectivamente nas Figuras 9.30 e 9.31. Rede de entroncamento Foram propostos oito Escritórios Centrais para servir a área de estudo. Os locais dos Escritórios Centrais propostos são apenas indicativos. Um exercício mais detalhado teria que ser realizado no momento apropriado para determinar se os Escritórios Centrais existentes podem ser usados novamente ou se novos deveriam ser construídos. Para assegurar uma rede robusta, é recomendada uma configuração de anel, como mostrado na Figura 9.32. Dependendo da extensão da resiliência necessária, o último trecho para as dependências do cliente pode ser uma configuração de anel ou de estrela. O desenvolvimento do sistema de provisão das telecomunicações propostas será implantado lado a lado com o desenvolvimento de fases como demarcado no Plano Estrutural (Figura 9.33). 409 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Rodoanel Lagos Existentes Rios/Córregos Existent. Rodovia Existente Rodovias Propostas Limite Municipal Área de Influência de Telecomunicação Proposta Escritório Central de Telecomunic. Proposto Nota: As localizações dos escritórios centrais de telecomunicação são apenas indicativos. Figura 9.30: Áreas de influência de telecomunicação propostas 410 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Rodoanel Lagos Existentes Rios/Córregos Existent. Rodovia Existente Rodovias Propostas Limite Municipal Área Disponível para Desenvolvimento Linha-Tronco de Telecomunic. Proposta Escritório Central de Telecomunic. Proposto Nota: As localizações dos escritórios centrais de telecomunicação são apenas indicativos. Figura 9.31: Provisão de telecomunicações proposta 411 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Proposed infrastructure Main fibre ring cable High count fibre core cable Node Secondary fibre ring network 48 fibre core cable Multi Node Infrastructure Fibre Network Architecture Carrier Hotel Node Node Legand Building Equipment Room Actual backup configuration can be 2, 3 or 4 exchanges. Figura 9.32: Configuração de anel conceitual 412 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Rodoanel Lagos Existentes Rios/Córregos Exist. Rodovia Existente Rodovias Propostas Limite Municipal Área Disponível para Desenvolvimento Linha-Tronco de Telecom Proposta - 2015 Linha-Tronco de Telecom Proposta -2020 Linha-Tronco de Telecom Proposta -2025 Linha-Tronco de Telecom Proposta -2030 Escritório Central de Telecom Proposto - 2015 Escritório Central de Telecom Proposto - 2020 Escritório Central de Telecom Proposto - 2025 Escritório Central de Telecom Proposto - 2030 Note: As localizações dos escritórios centrais de telecomunicação são apenas indicativos. Figura 9.33: Desenvolvimento Faseado Proposto para Provisão de Telecom 413 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Pontos de Interconexão de Internet (IXPs) Como declarado anteriormente, o Estado de Minas Gerais só tem um IXP que fica situado em Belo Horizonte atualmente. O papel primário de um IXP é reduzir o custo dos fluxos de tráfico de internet entre os ISPs ao direcionar localmente o tráfego da região, em vez de usar ligações internacionais caras. Isto também melhorará os serviços de internet pois a latência é bastante reduzida. O Brasil, como o resto da América Latina, no passado adotou uma política de interconexão multilateral. Isto desencorajou muitas das grandes operadoras e provedores de conteúdo de se conectarem aos seus IXPs. O Comitê Dirigente Brasileiro de Internet defende agora uma abordagem mais flexível ao permitir que as interconexões bilateral e multilateral coexistam. Com o desenvolvimento da área de estudo, a criação de um segundo IXP dentro do Estado deveria ser considerada. Isto complementará o IXP existente em Belo Horizonte e, além disso, ambos IXPs pode atuar como auxiliar um do outro. O novo IXP poderia ser co-localizado em um dos oito Escritórios Centrais propostos, preferivelmente no Escritório Central principal que serve a área do AITN. 9.8.8. Fatores Considerados na Proposta de Infraestrutura de Telecomunicações Os seguintes fatores foram levados em consideração na proposta: a. A infraestrutura proposta tem que formar parte da infraestrutura da Rede da Próxima Geração (NGN) e tem que satisfazer as necessidades de grande largura de banda. b. Tem que ser protegida contra a obsolescência. c. A infraestrutura básica tem que ser compartilhável. d. Deve ser fácil de manter. e. Deve ser esteticamente agradável e tem que minimizar o efeito na ecologia. f. Deve ter uma boa relação custo-benefício. g. Deve tentar aperfeiçoar recursos reutilizando a infraestrutura existente onde possível. 414 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Os aspectos da infraestrutura da NGN mais caros e difíceis de implantar são a rede de acesso, isto é, os custos de engenharia civil e tempo para instalar a tubulação nos estabelecimentos dos clientes. Em relação à tecnologia a ser implantada, a fibra óptica oferece a melhor solução, pois pode transmitir uma alta largura de banda e pode ser protegida contra a obsolescência. A maioria dos países está planejando redes de acesso FTTH/FTTB em vez de satisfazer os requisitos futuros de banda larga via ADSL, rede de TV a cabo ou outros híbridos de fibra. Como a área de estudo é razoavelmente independente e não está sobrecarregada com extensas redes de cobre, isto representa uma boa oportunidade para a região de ser equipada com uma moderna rede de fibra óptica protegida contra obsolescência. Outra vantagem de uma rede de fibra óptica é que ela tem uma capacidade muito grande de poder ser compartilhada pelos operadores. Então tem sentido econômico não duplicar esforços em estender a mesma infraestrutura básica como tubulações e as redes de acesso aos estabelecimentos dos clientes. A proposta supracitada deveria ser complementada por tecnologia de banda larga sem fio na região em geral por razões de mobilidade e de produtividade. Embora a banda larga sem fio obteve um enorme progresso ao longo dos anos, ainda há uma série de problemas que têm que ser solucionados antes que a banda larga sem fio possa ser usada para aplicações de largura de banda muito alta. A banda larga móvel será incontestavelmente um grande desafio para a banda larga fixa, pois é um grande possibilitador de produtividade e é mais fácil de disponibilizar. Porém, ainda falta algum tempo, isso se algum dia acontecer, para que redes móveis tenham o tipo de confiabilidade e enorme capacidade de transmissão de largura da banda que a fibra óptica é capaz. No entanto, a banda larga sem fio vai crescer muito mais rapidamente que a banda larga fixa. 9.8.9. Tecnologias para a Rede da Próxima Geração (NGN) (i) Principais tecnologias para a NGN As principais tecnologias para a NGN incluem as seguintes: a. Sistemas de comutação NGN; b. Rede de acesso de fibra óptica; 415 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 c. Redes Principais (Backbone); d. Banda larga móvel. Como foi mencionado nos parágrafos anteriores, Minas Gerais já empregou as tecnologias mais recentes. Porém, com a exceção das redes principais (backbones) de fibra óptica, as outras três tecnologias não foram extensivamente disponibilizadas até hoje. Posteriormente, a principal área que requer mais atenção é o desenvolvimento da Rede da Próxima Geração de Banda Larga, ex. Sistemas de Comutação e Redes de Acesso da Próxima Geração . a. Sistemas de Comutação NGN A NGN é baseada em IP e tem interfaces com as redes de Internet e TDM, conforme mostrado na Figura 9.34. Esta topologia dá mais Next Generation Network flexibilidade para a incorporação de novos serviços. Figura 9.34: Concepção da NGN 416 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura b. Rede de Acesso A participação no mercado de banda larga das diferentes tecnologias para o Brasil em 2008 é mostrada na Figura 9.35. *: FWA, FTTC,PLC, híbridas e outras Figura 9.35: Participação de Mercado de Tecnologias [Fonte: Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2009] Como pode ser visto, o serviço de banda larga existente é amplamente servido em redes de cabo baseadas em cobre. A nova rede de acesso de linhas fixas estará em grande parte baseada em fibras ópticas. FTTC/FTTB/FTTH: Algumas partes da RMBH já foram ligadas com FTTC/FTTB/FTTH, e há um programa para estender mais FTTXs para atender a demanda. Este programa teria que ser expandido e acelerado com o desenvolvimento da área de estudo. Para satisfazer as diferentes capacidades e graus de exigências de serviços, a nova infraestrutura deveria ser capaz de oferecer opções de velocidade diferentes, e classes de serviço que variam de tempo real, próximo ao tempo real e missão crítica para serviços com base no “melhor esforço” (best effort). A extensão de FTTH/FTTB levaria algum 417 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 tempo para ser implantada. Enquanto isso, o ADSL e outras tecnologias existentes teriam que continuar como os principais meios para satisfazer as necessidades de banda larga. Comunicação sobre Linhas de Energia (PLC): PLC, também conhecido como BPL (banda larga sobre linha de energia) ou DPL (linha de energia digital), tem sido usada por muitos anos, mas não decolou comercialmente de qualquer forma significativa para desenvolvimento de áreas em geral por uma variedade de razões. O custo relativamente alto, falta de iniciativas de P&D dos principais fornecedores e preocupações quanto à segurança e confiabilidade estão entre tais razões. Há algumas empresas no Brasil que fabricam este dispositivo e há agora um impulso renovado pelo governo brasileiro para agressivamente desenvolver ainda mais a tecnologia para utilização em larga escala. A PLC é no momento usada principalmente no lugar de cabeamento dentro de residências e pode ser boa relação custobenefício para uma casa de tamanho regular. Para edifícios muito grandes, comutadores teriam que ser instalados para impulsionar a força do sinal. c. Redes Principais (Backbones) Redes Principais de Fibra ópticas: Redes Principais de fibras ópticas já foram extensivamente empregadas no Brasil e especificamente, em Minas Gerais. Com o desenvolvimento de DWDM, a capacidade de tráfego/transmissão da fibra pode ser estendida até 960Gbps e além. Novas redes de fibra ópticas teriam que ser implantadas lado a lado com o desenvolvimento da área de estudo. Redes Principais de Micro-onda: A tecnologia de micro-onda continuará sendo uma importante intermediária para as redes principais (backbones), especialmente para as rotas onde seria caro implantar fibras ópticas. Também pode ser empregada efetivamente até certo ponto em áreas urbanas construídas e no centro da cidade por exigências de segurança, para disponibilização urgente, ou para superar as restrições colocadas na abertura de vias em áreas construídas. 418 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Óptica em Espaço Livre: Isto ainda não é extensamente usado por questões de preço, desempenho e confiabilidade. Estes sistemas operam nas faixas de alta frequência que tendem a sofrer perdas maiores de transmissão. d. Rede de Banda Larga Móvel As redes 3,5G e Wimax estão cada vez mais sendo posicionadas por operadoras móveis em muitos países para competir no espaço de serviço de banda larga. Para o Brasil e Minas Gerais, 3,5G ainda está em sua fase inicial de desenvolvimento. W-CDMA: A principal tecnologia neste momento é a W-CDMA. Não se espera que tecnologias competidoras como CDMA-EVDO e TD-SCDMA tenham uma grande participação de mercado. Todas as três tecnologias evoluirão à LTE (Evolução de Longo Prazo) que está sendo posicionada como uma tecnologia 4G. É esperado que a LTE ganhe força de 2010 em diante. Mundialmente, há 290 redes 3G W-CDMA em 120 países. Mais de 274 delas usam HSPA, também conhecida como 3,5G, que atualmente pode suportar uma velocidade de até 7,2 Mbps. O padrão de HSPA+ atualizado pode suportar velocidades de até 21 Mbps e isto será atualizado mais adiante para 42 Mbps. Wimax: Dentro de Minas Gerais, as licenças para Wimax, uma tecnologia competidora/complementar à 3,5G, já foi emitida à DirectNet (Neovia), Grupo Sinos Editorial, WKVE, Telefônica, TELEMAR/Oi, Brasil Telecom e TELMEX/EMBRATEL. Desde então, o Ministério de Comunicações deixou de emitir novas licenças temporariamente até terminar de revisar como poderia extrair um valor melhor por licenças futuras. Assim, o lançamento está no momento limitado. 419 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 (ii) Tecnologias de Curto Alcance Para Empreendimentos e Residências Foram implantadas muitas redes de curto alcance em Minas Gerais em diferentes extensões por operadores, empresas e usuários finais. Mais redes como essas serão implantadas conforme a área de estudo for desenvolvida. Tecnologias de curto alcance são empregadas para complementar as redes de área ampla por razões de conveniência e custo. Estas incluem: (iii) Rede de Área Local (LAN) Wi-Fi Mi-Fi Femtocell Picocell Óptica em Espaço Livre (FSO) PLC Fibra óptica Novas Redes de Governo Eletrônico A infraestrutura da rede de governo eletrônico existente tem ligações com capacidade de 500 Kbps a 2 Mbps. Há alguns casos que requerem ligações de OC45. A rede de governo eletrônico teria que ser atualizada para satisfazer as necessidades de novas aplicações, muitas das quais terão conteúdos de vídeos. Nem todas as escolas foram equipadas com conexão à Internet. Muitas agências de governo têm que ainda ser interconectadas umas às outras. Porém, isto está sendo retificado. O Governo Estadual, em cooperação com as operadoras de telecomunicações, está no processo de proporcionar para todas as escolas pelo menos uma conexão de 500 Kbps para cada, de forma a permitir que os estudantes acessem a Internet. Considerando a extensão que a internet está sendo usada cada vez mais para entregar conteúdos em vídeos em vez de texto comum e imagens, é nossa visão que o circuito de capacidade de largura da banda de 500 Kbps é muito lenta e deveria ser elevada para uma com capacidade mais alta. Países como Japão, Coréia, Hong Kong, Taiwan, China e Cingapura equiparam, ou estão no processo de equipar, todas as escolas com fibras ópticas com capacidade de 100 Mbps e além. 420 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura 9.8.10. Benchmarking de Programas de FTTH / FTTB (i) Benchmarking Muitos países lançaram o FTTH. No fim de 2008, a região Ásia/Pacífico tomou a dianteira com a Coréia do Sul, Hong Kong, Japão e Taiwan com as quatro melhores posições, conforme mostrado na Figura 9.36. Havia mais conexões FTTH que DSL na Coréia e no Japão. É esperado que o número total de conexões de FTTH/FTTB alcance 129 milhões até 2013. FTTH Penetration (Source: FTTH Council Asia Pacific) Figura 9.36: Receptividade do FTTH (i) Melhores Práticas de Lançamento de FTTH/FTTB Países adotaram estratégias diferentes em relação à disponibilização de infraestrutura de banda larga da próxima geração para o mercado de massa, tais como: 421 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 (a) Permitindo que as forças do livre mercado determinem o resultado ao permitir que operadoras e municipalidades construam a infraestrutura de planta externa básica como tubulações e fibras ópticas para a NGN. Tais instalações seriam arrendadas a partes interessadas, ou trocadas por infraestrutura básica semelhante construída em outra seção por outras operadoras, de forma que provedores de serviços possam oferecer serviços a todos os clientes. (b) Separação estrutural da rede de acesso de cobre. (c) Co-investimento na nova infraestrutura, (d) União de recursos e posse conjunta e compartilhada da infraestrutura, de forma que a competição estaria nos serviços e não na infraestrutura. (e) Permitir a instalação de multifibras dentro de uma residência ou edifício. Isto significa que cada operadora controlaria uma fibra dedicada em um determinado local e clientes poderiam mudar os provedores de infraestrutura de rede. Um único operador seria escolhido pelo comitê de administração do edifício para instalar a rede de fibra e todos os competidores que desejam incluir suas fibras dedicadas teriam que compartilhar o custo de construir a rede. Para as redes móveis, isto também está sendo seriamente considerado para redes móveis futuras como a LTE. A respeito disso, algumas companhias na Suécia já concordaram em não só compartilhar a rede passiva como também os elementos ativos e os espectros de frequência. Tudo isto aponta para a tendência de competição que é focada em serviços, não infraestrutura. (ii) A Experiência de Cingapura Cingapura embarcou em uma introdução pública agressiva de FTTH para todas as casas até 2012. Para alcançar isso, decidiu-se por uma separação estrutural completa dos ativos centrais e reestruturou-se a indústria nas quatro camadas seguintes: (a) Separando a propriedade da infraestrutura básica (como tubulações e escritórios centrais) do operador dominante. As instalações são arrendadas de forma não discriminatória para qualquer interessado que deseja oferecer seu serviço. 422 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura (b) A um operador foi outorgado um contrato para implantar as fibras ópticas escuras (rede passiva). O custo foi subsidiado pelo governo. Esta Companhia de Rede de infraestrutura Passiva é responsável por projetar, construir e operar os componentes inativos da infraestrutura da NGN em âmbito nacional, como por exemplo os Escritórios Centrais, tubulações e fibras ópticas escuras para todos os locais, inclusive endereços de não faturamento como pontos de ônibus, postes de luz e parques. (c) A um Operador de infraestrutura Ativo foi outorgado o contrato para iluminar as fibras de forma a oferecer a largura da banda aos Provedores de Serviços de Varejo (o custo de colocar os elementos ativos também foi subsidiado pelo governo). Este operador é responsável por possuir, construir e administrar os componentes ativos da infraestrutura de NGN. (d) Os Provedores de Serviços de Varejo (RSPs) forma a quarta camada. Os RSPs proverão as aplicações e serviços aos usuários finais. A reestruturação pretende estimular a indústria ao encorajar que mais RSPs desenvolvessem serviços inovadores para os usuários finais. O RSPs estão portanto seguros de que eles têm a largura da banda desejada a um preço ’justo‘ para eles desenvolverem suas aplicações. Com a separação, a infraestrutura difícil de ser replicada (como tubulações e rede de acesso a casas e edifícios) é disponibilizada para todos de forma não discriminatória. A competição é focada consequentemente na camada de serviço de varejo, não em infraestrutura (Figura 9.37). A Austrália e Nova Zelândia estão planejando para adotar uma separação estrutural semelhante como Cingapura. 423 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 The Singapore Experience Wiring Up your home to the world 1.From Central office, fibre-optic cable are hooked to MDF room 2. Each MDF room wires upabout 10 blocks of flats 3. The cable is runs up a riser 4. It is laid along each corrider ‘s ceiling to reach your apartment. Figura 9.37: O FTTH de Cingapura [Fonte: IDA] 424 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura 9.8.11. O Caminho a Seguir É evidente que há abordagens diferentes quanto ao emprego em larga escala de FTTH. Porém, por causa dos custos e riscos envolvidos, a intervenção e participação do governo são cruciais para tal desenvolvimento ter sucesso. Isto poderia variar de subsídio direto pelo governo até aprovação de legislação para tornar obrigatório que operadores dominantes compartilharem a infraestrutura de forma não discriminatória e justa. Em 2007, o Ministério Brasileiro de Comunicações chegou a anunciar a intenção de reestruturar a indústria por causa da convergência e o ritmo rápido de mudanças na indústria. Porém, o governo ainda tem que tornar sua decisão conhecida. Apesar disso, nós acreditamos que o Ministério e a ANATEL focarão no tempo certo as questões quanto ao desenvolvimento de massa da NGN e FTTH, incluindo: (a) Disponibilizar um documento de visão sobre NGN e FTTH e como as diferentes iniciativas pelos operadores poderiam ser mais bem coordenadas e exploradas. (b) Possível repartição de infraestrutura e riscos entre os operadores, e o papel da ANATEL em dar orientação nas negociações comerciais. (c) Mecanismo de preço de acesso à banda larga por atacado. (d) Extensão de flexibilidade para os Operadores e Provedores de serviços de varejo para diferenciar preços. (e) Sancionar as legislações e diretrizes necessárias para assegurar a competição e proteção dos interesses do consumidor. Ações decisivas nas questões supracitadas são cruciais para a introdução pública próspera da rede de acesso FTTH/FTTB. 9.8.12. Ecologia e Outras Considerações Cada vez mais os governos estão reconhecendo o impacto da mudança do clima e, assim, a necessidade de reduzir emissões de gás do efeito estufa. Para contribuir com um ambiente mais ecologicamente amigável, há várias iniciativas que poderiam ser consideradas para ICT. Estas serão elaboradas a seguir. 425 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Redução de Poluição Visual: Isto pode ocorrer instalando novas redes de acesso subterrâneas e localizando as Instalações Principais de Distribuição (MDFs) dentro de edifícios. O custo de colocar os tubos subterrâneos poderia ser reduzido se o trabalho de construção for realizado junto a obras de vias ou colocando outras infraestruturas subterrâneas como energia, gás, água e sistema de esgoto. Compartilhando recursos de infraestrutura: (a) Onde possível, compartilhar fortemente para replicar a infraestrutura como tubulações e redes de acesso nas dependências dos clientes. (b) Reutilizar Escritórios Centrais existentes que pertencem aos operadores de telecomunicações para alojamento do equipamento da NGN e a terminação das fibras, onde for possível. (c) Incentivar os clientes existentes para ter as fibras até suas casas na hora da introdução pública, pois isto minimizará o custo da introdução pública. (d) Ordenar no código de edificações que todos as novas MDUs (Unidades Habitacionais Múltiplas) e SDUs (Unidades Habitacionais Únicas) deveriam ser préligadas com FTTH/FTTB, ou pelo menos com a tubulação pronta para este propósito. Além disso, o código de edificações também deveria designar que todos os novos MDUs e edifícios comerciais forneçam uma sala de MDF e elevações apropriadas nos edifícios para a terminação de instalações de FTTH/FTTB para servir aos clientes nos edifícios e nas áreas circunvizinhas. (e) Reacomodar abrigos telecomunicações ao de ar livre distribuição em salas e de equipamentos no interior de edifícios, onde for possível. (f) Compartilhar locais de estação de base de rádio onde for possível. (g) Encorajar a co-localização de equipamento de competidores em Escritórios Centrais e Estações préselecionados. 426 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Introduzindo Centros de Dados Eficientes em Energia: Deveriam ser dadas considerações à construção de centros de dados que são mais eficientes em energia e requerem menos espaço. Onde o ar de fora mais fresco pudesse ser usado para esfriar o equipamento, ou outro sistema de refrigeração de água de ciclo fechado poderia ser empregado, deveria ser considerado de forma a reduzir a demanda de energia. Para reduzir a perda de energia, os centros de dados deveriam ser localizados próximos a fontes de energia, quando viável. Aplicações de ICT: (a) Melhor uso de aplicações de ICT (como serviços de e-mail, mensagem e voz, texto e imagem) deveria ser encorajado para ajudar a reduzir o número de cópias impressas. O melhor uso de instalações de videoconferência deveria ajudar ainda mais a reduzir viagens. Isto ajudará na redução de emissão de gás do efeito estufa. (b) Acesso remoto de armazenamento de dados (cloud computing ou computação em nuvem) e virtualização: há uma tendência para usar a Computação em Nuvem e a Virtualização para reduzir custo e economizar energia. Porém, companhias precisarão fazer um estudo cuidadoso para assegurar que necessidades empresariais especiais possam ser atendidas com tal troca. Melhor administração do Sistema de Transporte: Deveriam ser introduzidas soluções de ICT mais inovadoras para monitoramento e administração de sistemas de transporte para assegurar fluxos de tráfico menos intensos e desvio de tráfico para reduzir emissão de gás desnecessária. Como emissões de gás dos transportes e usinas de energia contribuem significativamente para a poluição atmosférica, qualquer melhoria nesta área teria um impacto significante no meio ambiente. Melhor uso de Aplicações Eletrônicas do Governo: O Governo Estadual pode melhorar ainda mais seu conjunto existente de aplicações e serviços eletrônicos, de forma que mais pessoas usem os procedimentos na internet ao invés de se deslocarem até as agências de governo para os serviços. Semelhantemente, bancos e outras empresas podem encorajar ou até mesmo incentivar seus clientes para fazer mais procedimentos pela internet. 427 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Uso de Materiais Recicláveis e ecologicamente amigáveis: Alguns fornecedores começaram a usar materiais mais ecologicamente amigáveis e recicláveis, e usando menos materiais de embalagem. Algumas companhias estão desenvolvendo adesivo de radiação de calor flexível ecologicamente amigável para dissipar o calor gerado por equipamentos elétricos. Isto substituirá a placa de metal para dissipação de calor, e reduzirá assim a necessidade de ventiladores e a energia para funcionarem. Uso de Fontes de Energia Alternativa: A nova geração de estações de base que usam energia solar ou energia eólica estão começando a aparecer e serão mais ecologicamente amigáveis. Também deveria ser dada consideração a estações rádiobase que não requerem condicionadores de ar. O carregador unificado proposto para todos os telefones celulares até 2012 também contribuirá para uma maior eficiência de energia. Melhor Gestão de Consumo de Energia Existente: Um das ações imediatas mais efetivas que podem ser tomadas para reduzir o consumo de energia é a melhor gestão de recursos existentes. Estas incluem: Utilizar aspectos de gestão de energia para colocar os computadores em modo de interrupção temporária depois do período do expediente Tirar da tomada o computador depois do período de expediente, se isto não afetar funções de atualização e produtividade. Reduzir cópias impressas desnecessárias. Melhorar o armazenamento, conduzindo assim a uma utilização mais eficiente. Trocar para servidores mais eficientes em energia. Substituir computadores velhos e ineficientes. Substituir sistemas de ar condicionado velhos e ineficientes por outros mais eficientes em energia. Melhor design dos sistemas de ar condicionado de forma que a refrigeração do equipamento seja mais dirigida e efetiva. Tratamento Adequado de Resíduo Eletrônico: O Resíduo Eletrônico é um dos maiores desafios para o ambiente. Por causa do grande volume de dispositivos eletrônicos e eletrodomésticos 428 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura que estão sendo descartados, o descarte adequado do resíduo eletrônico é importante para não poluir o ar e as vias fluviais. 9.8.13. Recomendações Em resumo, as principais recomendações seguintes são desenvolvidas para consideração: (a) Para todas as casas e negócios serão proporcionados as instalações a seguir: Uma linha de banda larga fixa (um par de cabos de fibra óptica) por casa e todos os novos serviços de TI e telecom a serem servidos por cabo de fibra óptica. Todas as casas podem solicitar conexões de banda larga fixas de 1 Gbps e além. Todos os edifícios empresariais devem ter fibras ópticas terminadas nos edifícios com largura de banda de 100 Mbps ou mais para todos os usuários empresariais. Todas as escolas devem ser equipadas com fibras ópticas com 100 Mbps ou mais. Deve ser disponibilizada banda larga móvel de 10 Mbps para qualquer um que a desejar. PLC a ser provido onde for econômico viável. (b) Todas as instalações de telecom serão subterrâneas quando possível. (c) A instalação principal de distribuição (MDF) deve ser alocada dentro de edifícios. (d) Reutilizar os Escritórios Centrais existentes para abrigar o equipamento da NGN e a terminação das fibras ópticas, quando possível. (e) Os clientes existentes devem ser incentivados para ter as fibras em suas casas no momento da introdução pública. (f) Uso do código de edificações para ordenar que todas as novas MDUs (Unidades Habitacionais Múltiplas) e SDUs (Unidades Habitacionais Únicas) sejam préligadas com FTTH/FTTB, e todos as novas MDUs e edifícios comerciais forneçam uma sala de MDF adequada e elevações nos edifícios para terminação de instalações de FTTH/FTTB. 429 a Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 (g) Continuar a equipamento encorajar de a co-localização competidores em de Escritórios Centrais e Estações selecionados. (h) Persuadir as autoridades pertinentes a disponibilizar mais frequências para serviços de banda larga móveis, inclusive o re-arrendamento de frequências distribuídas à geração existente de equipamento. (i) Estabelecer outro Ponto de Intercâmbio de Internet. (j) Seguir ações tomadas para reduzir a emissão de gás do efeito estufa e o consumo de energia. 9.8.14. Fazendo as Coisas Acontecerem (a) Legislação/Diretrizes A SEDE poderia encabeçar isto trabalhando com a ANATEL e as operadoras de telecomunicações e outros terceiros para assegurar que a infraestrutura básica a ser implantada seja compartilhada por todos os grupos com duplicação mínima de esforços. Nós recomendamos que a infraestrutura básica, principal (como tubulações e fibras ópticas escuras) seja construída por uma única entidade ou um consórcio para minimizar problemas de coordenação. A melhor autoridade para regular isto seria a ANATEL. (b) Parceria Público-Privada (PPP) Como muitos dos principais empreendimentos como educação, serviços de saúde, FTTH também é um grande empreendimento e requer a participação de PPP. E como muitos dos outros projetos empreendidos pela SEDE, as consultas públicas também deveriam formar parte dos processos pois isto melhorará a aceitação de todos os interessados. (c) Implantação em Fases A construção da tubulação deveria no geral seguir as fases de desenvolvimento das diferentes regiões dentro da área de estudo. Nos casos onde a construção das vias arteriais principais tem que preceder outros desenvolvimentos, tubulações de telecomunicações deveriam ser colocadas com a construção da via para minimizar custo. 430 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura 9.8.15. Conclusão A infraestrutura é essencial para o desenvolvimento sustentável da área de estudo. O planejamento de infraestrutura objetiva alcançar altos níveis de vida e de condições de trabalho. Os serviços de infraestrutura que agem como suporte principal para os desenvolvimentos propostos são: Drenagem de água pluvial Abastecimento de água Sistema de esgoto Descarte de resíduo sólido Provisão de energia Provisão de gás Telecomunicações. Estes serviços de infraestrutura foram planejados de acordo com normas internacionais, modificadas conforme necessário para corresponder às condições locais no Brasil. A Tabela 9.32 resume as necessidades projetadas dos vários serviços de infraestrutura propostos para a área de estudo. Tabela 9.32: Necessidades de Infraestrutura Projetadas Necessidade de infraestrutura Demanda de água (MLD) Fluxo de esgoto (MLD) Geração de Resíduo Sólido (t / dia) Demanda de energia (MVA) Demanda de gás (m3 / dia) Demanda de Telecom (linhas) Ano 2015 Ano 2020 Ano 2025 Ano 2030 Ano 2030 (inclusive área reservada) 191 388 678 1.008 1.362 148 306 530 768 1.039 360 823 1.336 1.917 2.490 401 961 1.708 2.728 4.346 2.807.087 6.350.271 12.242.572 19.806.099 20.025.659 95.300 189.518 322.500 571.028 598.890 431 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 A infraestrutura principal proposta e os componentes do serviço público são indicados na Figura 9.38. O planejamento dos vários serviços de infraestrutura está baseado em pressuposições críticas de uso do terreno, população, tipo e processo de indústria. A revisão consistente é altamente recomendada. Podem ser inevitáveis ajustes nas fases posteriores, se necessários. O plano de infraestrutura faz parte do plano estrutural geral, e não se sustenta sozinho. Deve ser coordenado com o desenvolvimento de outros componentes dentro da área de estudo. Os serviços de infraestrutura propostos devem ser integrados com os sistemas gerais dos provedores de serviços relevantes. Também é muito importante receber avaliação e apoio das agências relevantes e do público. Além disso, o planejamento de infraestrutura tem que levar em conta os sistemas existentes para economizar custo e tempo. Os serviços de infraestrutura propostos pretendem apenas satisfazer os desenvolvimentos propostos dentro da área de estudo. Porém, desenvolvimentos existentes ou novo desenvolvimento nas áreas circunvizinhas também podem fazer uso dos serviços de infraestrutura propostos, se economicamente e tecnicamente possível. Neste caso, as capacidades destes serviços de infraestrutura têm que ser reavaliados. 432 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 09: Plano de Infraestrutura Drenagem de Água Pluvial Tanque de Detenção Proposto Provisão de Água ETA Atualizada/Proposta Sistema de Esgoto ETE Proposta Descarte de Resíduos Sólid. Estação de Transf. Proposta Instalação de Armazen. de Tratam. e Descarte Proposta Local de Aterro Prop. Nota: A localização das utilidade de infraestrutura propostas são apenas indicativas Provisão de Energia Sub-estação de 138kv Proposta Telecomunicações Escritório Central de Telecomunic. Proposto Figura 9.38: Infraestrutura Geral Proposta 433 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Planejar é essencial. Porém, a implantação lado a lado com o desenvolvimento em fases é igualmente importante. Um plano adequado de implantação é crucial para o sucesso da provisão de infraestrutura. 434 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação 10. IMPLANTAÇÃO Planos são maravilhosos de se preparar e ter, mas se eles não são - ou não podem ser - implantados, eles permanecem inúteis e não servem a nenhum propósito. Consequentemente, esta seção menciona ambos os aspectos institucionais e operacionais de desenvolvimento de área. Belo Horizonte já pode ter alguns ou todos os instrumentos adequados. Se este for o caso, considere esta seção do relatório como um compartilhamento de experiência em como o desenvolvimento de área é operacionalizado em cidades diferentes ao redor do mundo. A efetividade de qualquer esforço de planejamento regional é principalmente dependente da estrutura institucional e investimentos públicos que ajudarão a guiar o desenvolvimento. A RMBH se tornou um núcleo de crescimento econômico, emprego e consumo durante os últimos anos. Para progredir no futuro, o crescimento da área de estudo precisa ser planejado corretamente dentro do contexto mais amplo de instituições, infraestrutura, investimento e informação. Urbanização e crescimento econômico são fatores-chave que conduzem ao crescimento das cidades. Se não forem administrados corretamente, podem conduzir a externalidades negativas, incluindo a expansão urbana, congestionamento excessivo, custos de infraestrutura per capita mais altos, investimento de capital deficiente, distribuição desigual da riqueza, aumento da linha de divisão da pobreza, etc. No contexto do crescimento de uma cidade, a intervenção é requerida não só na fase de planejamento urbano, mas também em níveis de política e projeto. O governo precisa integrar investimentos com os planos de desenvolvimento. Esforço também é exigido para monitorar e administrar os processos de desenvolvimento e investimento para facilitar o crescimento urbano geral na região. O papel do governo não é só de ‘provedor’, mas também de ‘facilitador’. O processo de implantação precisará ser levado a cabo em colaboração com o setor privado para alcançar o crescimento econômico equilibrado e sustentável no longo prazo. 10.1. Governança e Gestão Urbana Governança urbana se refere ao processo de tomada de decisão e sua implantação. O processo envolve a interação entre vários órgãos de governo, sociedade civil e outros envolvidos - em estruturas 435 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 institucionais formais e informais – para aprovar políticas e implantar o plano de desenvolvimento de longo prazo para o desenvolvimento econômico e social na região (Figura 10.1). Figura 10.1: O modelo de governança urbana Há necessidade de se adotar técnicas inovadoras nas esferas econômicas, sociais e políticas para alcançar uma gestão e administração efetivas, mobilização de recursos, entrega imediata de serviço, sustentabilidade econômica e ambiental e participação do cidadão. As normas interdependentes e mutuamente responsivas para uma boa governança urbana incluem o seguinte: Sustentabilidade na dimensão do desenvolvimento urbano. Responsabilidade dos tomadores de decisões, o setor privado e outras partes interessadas. Transparência e acessibilidade à informação e procedimentos. Equidade no acesso a oportunidades e às necessidades básicas da vida urbana. Eficiência e efetividade na entrega de serviços públicos e promoção do desenvolvimento econômico local. 436 Compromisso cívico Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Com o crescimento da população urbana, cidades se tornaram ‘motores de crescimento’. Uma abordagem sistemática na administração do crescimento, com um sistema induzido pela demanda e oferta de moradia, área urbana e provisão de infraestrutura, seriam necessários. A abordagem de administração tem que focar na descentralização do papel dos governos estaduais e locais, dando ênfase ao papel do mercado para estimular o desenvolvimento econômico. O papel do governo é de um facilitador e regulador, através da preparação de planos de desenvolvimento que se integram com os objetivos de investimento mais amplos. Para alcançar os vários objetivos de gestão urbana, é necessário criar uma autoridade adequada e autorizada para implantar as propostas de desenvolvimento regional. O propósito desta autoridade seria apoiar os departamentos de governo existentes. Também estará envolvida ativamente com a administração de agências públicas e privadas, e a provisão de assistência financeira. No caso da RMBH, este papel está sendo empreendido pela SEDE que age como uma ponte entre os órgãos de governo e agências privadas para empreender o desenvolvimento regional. 10.2. Planejamento e administração financeira (mobilização de finanças e recursos) O planejamento financeiro recorre à administração de fundos, mobilização de recursos, acesso a crédito e financiamento privado para o desenvolvimento de infraestrutura urbana. Previamente, era papel do setor público obter área e cuidar das providências financeiras. Com o passar do tempo, a maioria dos serviços ficou tecnologicamente complexa, requerendo grandes investimentos de capital e manutenção regular. Como tal, não é mais possível (em termos financeiros e de outros recursos) a governos locais empreender tais projetos sozinhos. Na verdade, há necessidade de uma abordagem integrada para o programa de investimento para assegurar o desenvolvimento coordenado. Algumas abordagens que foram adotadas serão discutidas a seguir. a) Parceria público-privada (PPP) PPP é uma ferramenta efetiva para promover o investimento de capital e desenvolvimento urbano, aumentar o retorno do custo e assegurar a entrega eficiente de serviços. Autoridades locais agem 437 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 como facilitadores, aproveitando os recursos do setor privado para os seguintes propósitos: Desenvolvimento da terra Reabilitação de moradias e favelas Educação Serviços de saúde Conservação Melhoria ambiental Implantação e melhoria de infraestrutura (por exemplo, abastecimento de água, serviço de saúde pública, coleta de resíduos sólidos) Os potenciais benefícios da PPP incluem: Efetividade de custo Produtividade elevada Entrega acelerada Retorno dos custos de uso Serviços sociais e econômicos aprimorados Os vários modelos de PPP e como eles podem ser aplicados estão listados na Tabela 10.1. Tabela 10.1: Modelo de PPP e suas aplicações Modelo ConstruirOperar Transferir (BOT) ProjetarConstruirFinanciarOperar (DBFO) ConstruirArrendarTransferir (BLT) 438 Conceito Setor privado financia – com a imparcialidade do setor público - constrói e opera novas instalações de infraestrutura. Aplicação Tratamento de água residual, geração de energia, telecomunicação, construção de ampla infraestrutura como portos, ferrovias, rodovias, etc. O projeto é devolvido ao governo ao término do período de operação. A entidade de setor privado levanta fundos para construir, operar e manter a instalação para satisfazer para a exigência do setor público. Moradias baratas, reabilitação de favelas, provisão de infraestrutura social (por exemplo, estabelecimentos de ensino, hospitais e outros edifícios comunitários). Ao setor privado é pago uma taxa de administração para operar a instalação. O papel do setor privado é desenvolver novas instalações ou atualização das existentes, bem como desenvolver áreas de acordo com as diretrizes do plano diretor. Moradia para a seção menos favorecida economicamente da comunidade, atrativos sociais, desenvolvimentos industriais e atrações turísticas. Esta é uma variante do modelo BOT. O esquema também pode ser usado para reabilitar infraestruturas antigas. Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Modelo Conceito O setor público age como o co-desenvolvedor com o setor privado, que se responsabiliza pelo design e construção. Contratação Aplicação Principalmente para projetos de capital com poucas exigências operacionais, ou para qual o setor público deseja reter responsabilidade operacional. O setor público tem total propriedade do ativo. Exemplos incluem ferrovias, equipamento de defesa, etc. Normalmente aplicado a projetos onde há escopo para a introdução de cobranças do usuário. Concessão Para a re-densificação de área governamental bloqueada e subutilizada. Exemplos incluem pedágios, pontes e provisão de água não doméstica. b) Fortalecimento de recursos governamentais É importante fortalecer o papel do governo na prestação de serviços e alocação de recursos, ambos em níveis regionais e locais. Para todos os projetos de desenvolvimento urbano, o governo tem que cumprir o papel importante de facilitador e administrador (em termos de regulamentos e tributação). Na prestação de serviços, financiamento de nível estadual pode ser racionalizado em termos de mecanismos de transferência fiscais municipais e outros subsídios. Isto também pode ser alcançado por modos inovadores de retorno de custo e políticas de preço. No total, os recursos do governo local podem ser fortalecidos pelos seguintes métodos: Controle de aluguel adequado e reformas de imposto predial Sistema de intitulação de terrenos melhorada Políticas inovadoras para aumentar a provisão de área servida Instrumentos melhorados para aquisição de terras O crescimento industrial é uma parte crucial do processo de urbanização: Pela amplificação de ambos os mercados internacional e doméstico, o desenvolvimento econômico e a estabilidade monetária podem ser alcançados. Para impulsionar exportações e encorajar o desenvolvimento de parques industriais especializados, o governo pode oferecer subsídios de exportação, acesso a importações isentas de impostos, isenções tributárias, repatriamento total de lucros e repatriamento de capital 439 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 de investimentos (inclusive ganhos de capital, abatimentos e garantias de crédito). c) Finanças institucionais Apoio ao financiamento para desenvolvimento da infraestrutura urbana na RMBH pode ser provido pelas seguintes instituições: 1. Iniciativas de governo estadual e/ou federal, como planos anuais. 2. Várias agências bilaterais ou multilaterais, inclusive o Banco Mundial, Banco de Desenvolvimento Asiático, Fundo Monetário Internacional, Banco de Desenvolvimento Interamericano e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, etc. 3. Outras organizações não governamentais. Os fundos podem ser canalizados para projetos de desenvolvimento local por empréstimos mais generosos, etc., assegurando assim o financiamento a longo prazo e a implantação ininterrupta. Além da provisão de fundos, as várias instituições declaradas acima podem prover também ajuda nas seguintes capacidades: Avaliação de risco financeiro. Serviços de aconselhamento para pequenos e médios empreendimentos (inclusive micro financiamento). Revisão de políticas de investimento e reformas de curto prazo. Provisão de garantia para emprestadores, de forma a injetar liquidez e encorajar o investimento. Financiamento suplementar para superar a escassez de fundos que podem ameaçar o progresso de implantação. 10.3. Administrações de cobranças do usuário. Administração de lucros de propriedades. Estrutura Institucional e Reguladora Além de medidas fiscais prudentes e governança urbana efetiva, há a necessidade de uma estrutura legal e reguladora efetiva e robusta. Isto inclui atos, leis e regulamentos que afetam iniciativas do setor público e o funcionando do mercado de propriedade privada. Uma revisão da estrutura existente pode ser realizada, seguida pela implantação de medidas apropriadas para fazê-la mais pró-negócios. É recomendado 440 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação que tal revisão seja realizada em intervalos regulares e periódicos para levar em conta as condições variáveis do mercado. Ao mesmo tempo, é importante autorizar órgãos de governo locais e fortalecer seu papel como provedores primários de serviços urbanos. Isto pode tomar a forma de descentralização de poder do nível federal e estadual para o local. As iniciativas-chave que podem ser realizadas através de órgãos de governo locais incluem: Programas de regeneração e planos de ação de curto e médio prazo. Ativos e administração de estoque para melhor utilização. Abordagem participativa para o desenvolvimento. Desregulação e simplificação de procedimentos e outras complexidades legais para facilitar o desenvolvimento. Promoção de uma abordagem de janela única para obter aprovação. Adoção de métodos alternativos de agrupamento de terras, como transferência de direitos de desenvolvimento, aquisição de área compulsória para propósitos públicos e preços diferenciados. 10.3.1. Agrupamento de terras Nesta seção, dois esquemas de planejamento inovadores com a finalidade de agrupamento de terras serão desenvolvidos: 1. Reajustamento de terras 2. Re-desenvolvimento contíguo Esquema 1: Reajustamento de Terras Esta técnica substitui a aquisição de terra compulsória, o método tradicionalmente usado para agrupar terras para desenvolvimento urbano. Comparado ao último, este processo é financeiramente mais rápido e menos caro. 441 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 O conceito de reajustamento de terras inclui dois elementos: Planejamento físico Mecanismo financeiro Uma abordagem transparente é adotada para a preparação e implantação de planos de desenvolvimento. O conceito é semelhante à técnica de agrupamento de terras, na qual os lotes de terra de diferentes donos são agrupados juntos. Depois de um planejamento físico adequado e dedução de área necessária para infraestrutura pública (por exemplo espaço aberto, instalações sociais e moradias de baixa renda), a área restante é redistribuída aos donos na forma de terrenos reconstituídos. Isto é uma situação de ganha-ganha para a autoridade local e para os proprietários de terras: Da perspectiva de planejamento e desenvolvimento urbano, os terrenos reconstituídos tem melhor acessibilidade e configuração para facilitar o design e a construção arquitetônica. Para os proprietários de terras - embora os terrenos reconstituídos foram reduzidos em tamanho se comparado ao original - receberão uma compensação financeira para a quantia de terra que foi cedida para propósitos públicos. Além disso, é provável que o valor de suas terras aumentem depois do reajustamento devido à provisão de estabelecimentos públicos. Para reduzir ainda mais o impacto sobre os proprietários de terras, os terrenos reconstituídos deveriam ser localizados tão próximo quanto possível dos terrenos originais. De acordo com o procedimento, o esquema de reajustamento de terra proposto é publicado para objeção pública e comentários, antes dele ser finalizado e adotado para implantação. O esquema é conceituado como um empreendimento conjunto entre a autoridade local e os proprietários de terra, permitindo total participação do público em geral e das comunidades afetadas em cada fase. 442 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Esquema 2: Re-desenvolvimento Contíguo Desenvolvedores privados são obrigados a agrupar terras de um tamanho mínimo estipulado para facilitar o re-desenvolvimento contíguo. Por exemplo, em alguns Estados indianos, a área de terreno mínima para o desenvolvimento de uma vila foi estipulada em 50 hectares, enquanto que para o desenvolvimentos de lotes e propriedades residenciais privadas são cinco hectares. Sob este esquema, a autoridade local é responsável pela provisão da rede de entroncamento principal e infraestrutura de serviços públicos. Custos de implantação podem ser recuperados dos desenvolvedores privados pela imposição de custos de desenvolvimento. A autoridade local também tem que assegurar que os desenvolvedores privados cumpram com as exigências para prover os serviços necessários aos usuários e residentes. Por outro lado, o setor privado é responsável por todas as infraestruturas físicas e sociais no local, inclusive instalações médicas, educacionais e coletivas. Para a seção mais fraca economicamente (EWS) da comunidade, moradias de baixo custo são providas por subsídio cruzado de lotes destinados à moradia de grupos de maior renda. Este esquema em particular objetiva transferir completamente as responsabilidades associadas com grandes desenvolvimentos ao setor privado. Uma comparação do papel dos setores público versus setores privados em ambos os esquemas é mostrada na Tabela 10.2. 443 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Tabela 10.2: Comparação dos esquemas de reajustamento de terra e de re-desenvolvimento contíguos Esquema 1: Reajustamento de Terra • Aquisição de terra • Notificação de terra adquirida como parte dos limites urbanos • Provisão de infraestrutura de cidadenível • Leilão de terra para estabelecimentos sociais • Obtenha renda por custos de melhoria • Desenvolvimento de terra como por diretrizes de plano piloto • Disposição de terra desenvolvida • Desenvolvimento de estabelecimentos sociais de bairro-nível Setor público Setor privado 10.3.2. Esquema 2: Re-desenvolvimento Contíguo • Execução de regulamentos para assegurar complacência (por exemplo, prestação de serviços) • Provisão de infraestrutura de cidade-nível • Estabelecimento de preços para habitações EWS para assegurar distribuição justa • Oferta de incentivos adicionais para atrair investimentos • Aquisição de terra e assembleia por negociações privadas • Desenvolvimento de terra como por diretrizes de plano piloto • Fixação estratégia de preço e mecanismo para distribuição de terra desenvolvida • Provisão e desenvolvimento de infraestrutura física e social dentro do local • Desenvolvimento de estabelecimentos sociais de bairro-nível • Desenvolvimento de habitação EWS e distribuição dos preços fixados pela autoridade local Desenvolvimento industrial O papel do governo no desenvolvimento industrial na RMBH pode ter as seguintes formas: Medidas fiscais proativas Implantação de políticas macroeconômicas Reformas institucionais No médio prazo, pode haver escopo significativo para mobilização de recurso doméstico por meio do regime fiscal para aumentar o impulso de mercado. Especificamente, medidas fiscais podem focar no seguinte: Apoio de indústrias nascentes Concentração na criação de empregos Assegurar liquidez no sistema financeiro Encorajar investimentos em infraestrutura Expansão do mercado interno Reforma das restrições de crédito para pequenos e médios empreendimentos Reorganização do conjunto institucional Diversificação econômica Políticas econômicas devem favorecer projetos de ampla escala que são conduzidos ou apoiados pelo governo. Exemplos incluem 444 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação instalação das principais infraestruturas, geração de emprego, desenvolvimento rural, construção de moradias para baixa renda e conservação de energia. A capacitação tem um papel importante em atender as necessidades de desenvolvimento organizacional e técnica dos órgãos municipais. Com a capacidade adequada, a autoridade local poderá realizar um planejamento abrangente, administrando o desenvolvimento geral, bem como aumentar a consciência sobre PPP e a necessidade de sustentabilidade em governança urbana. 10.4. Gestão e Monitoramento Dada a complexidade da estrutura institucional e financeira, é necessário ter uma gestão e coordenação adequada em níveis de projeto urbano. Melhorias na gestão urbana têm não só que ser focadas no desenvolvimento econômico como também social. Além disso, um comitê de monitoramento pode ser formado para a implantação de um projeto no local. O sistema de monitoramento de gestão urbana tem que ser visto por todos os níveis das seguintes perspectivas: Formulação de política de terras Implantação de política de terras Impacto resultante no desenvolvimento urbano Na execução de medidas de controle, é necessário identificar os procedimentos e práticas institucionais adequadas. Estes deveriam ser avaliados com base na conveniência, eficiência e efetividade no alcance dos objetivos do progresso social e econômico. O sistema de monitoramento de gestão urbana tem que abordar problemas urbanos como preços crescentes de terra, expansão descontrolada e a proliferação de favelas e assentamos de invasores. A estrutura básica para um sistema de gestão efetiva é mostrada na Figura 10.2. 445 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Formação de Política e Estratégia Feedback Estrutura de Coordenação Progresso de Planejamento Estrutura Organizacional Estrutura Reguladora Arranjo Inicial Feedback e Controle Estrutura de Desenvolvimento Urbano Figura 10.2: Estrutura Básica de um sistema de monitoramento efetivo de gestão urbana Impostos e fundos de desenvolvimento urbano têm que ser colocados em uso efetivo. Uma porcentagem fixa dos fundos pode ser alocada às áreas de gestão de informação, treinamento, pesquisa e desenvolvimento. Estes podem ser suplementados por meio de assistência de agências bilaterais e multilaterais, na forma de administração de fluxo de caixa, treinamento em orçamento e geração de renda, bem como assistência técnica na criação de sistemas de administração e avaliação. Tecnologia da informação também pode ser estimulada para o registro e administração de dados e informação de terras. 10.5. Controle de desenvolvimento Um plano estrutural é um plano de nível macro que prepara uma visão e uma macro estrutura estratégica para guiar o desenvolvimento de uma região. Para o propósito de implantação, são necessários planos diretores mais detalhados, com a aplicação de regulamentos de controle de desenvolvimento (DCR) para assegurar um desenvolvimento ordenado e organizado. A seção seguinte ilustra o 446 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação processo de ligação entre a estrutura e os planos diretores, como também o DCR que guia desenvolvimentos no território. 10.5.1. Tradução do Plano Estrutural para o Plano Diretor Seguindo a conclusão do Plano Estrutural, as várias municipalidades e agências agora têm que decidir a melhor maneira de traduzir as propostas que ele contém nas áreas locais para implantação. Isto pode ser feito pela preparação de planos diretores de menor escala que estabeleçam claramente as intenções de planejamento diretamente para distritos individuais, bairros e até mesmo lotes de terra. Enquanto o Plano Estrutural for um plano de referência geral, planos diretores devem ser planos estatutários que são autorizados por legislação estadual. Isto facilitará sua implantação e execução pelas agências supervisoras. No Brasil, o controle de uso do solo e a proteção do meio-ambiente está sob jurisdição federal, estadual e local. Planos diretores locais que são obrigatórios para todas as municipalidades que pertencem a áreas metropolitanas desde 2001 têm que obedecer regulamentos federais e estaduais; da mesma forma, leis de zoneamento e regulamentos de subdivisão. Regulamentos estaduais e locais podem ser mais severos, mas nunca menos restritivos que as regras e regulamentos federais. Qualquer uso existente que foi aprovado antes da adoção do Plano Estrutural ainda será respeitado. Porém, todos os usos existentes sem autorização serão tratados como não adequados e sujeitos à avaliação pela - e aprovação da - autoridade competente. Em 2008, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (SEDRU) desenvolveu o Mapa de Correspondência de Zoneamento Metropolitano (Apêndice 2). Seu propósito é estabelecer a relação entre os diferentes regulamentos de uso de terrenos locais que foram adotados por cada municipalidade, de acordo com o Plano Diretor respectivo e as Leis de Zoneamento. Este mapa é uma ferramenta significativa para a análise integrada de políticas locais relativas a uso da terra e proteção do meio-ambiente. As zonas adotadas foram integradas nas categorias de zoneamento comuns conforme listadas na Tabela 10.3. 447 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 10.5.2. Uso do Plano Estrutural em conjunto com os Planos de Uso do Terreno Existentes Como o Plano Estrutural é a ferramenta para alcançar a visão estratégica do Estado para desenvolver a área de estudo, ele deveria ter precedência sobre todos os planos existentes em consideração. Porém, a abordagem geral empregada deveria ser holística e integrada. Enquanto as zonas de uso do solo estipuladas no Plano Estrutural devem ser seguidas, considerações ainda têm ser dadas às zonas de uso do terreno existentes como disposto no Mapa de Correspondência de Zoneamento Metropolitano da SEDRU e/ou de qualquer outro plano ambiental aplicável. Desde que o Plano Estrutural foi formulado com cuidado, com usos propostos situados apenas em terras demarcada como áreas ‘adequadas para desenvolvimento’ (como explicado no Capítulo 5, Seção 5.5), as áreas de potencial conflito já teriam sido reduzidas a uma extensão razoável. Mais adiante, um sistema de ligação das zonas de uso do solo encontrado dentro da estrutura e dos planos diretores tem que ser formulados. Um exemplo disso é mostrado na Tabela 10.4. A Tabela 10.5 mostra exemplos de outros usos do terreno detalhados que não foram especificamente abordados na escala geral do Plano Estrutural. Tabela 10.3: Zonas de Uso do Solo do Mapa de Correspondência de Zoneamento Metropolitano da SEDRU Zona Descrição Zona de Proteção Ambiental (ZPA) Áreas de proteção ambiental de acordo com a legislação federal, estadual e municipal existente onde são proibidos todos os tipos de subdivisão e projetos de desenvolvimento urbano, exceto instalações de apoio para manutenção e conservação das áreas protegidas, com uma área máxima construída menor do que 0,05% do respectivo terreno. Esta zona inclui todas as áreas arborizadas, nascentes de água superficial e áreas de recarga (raio de 50 metros ao redor da nascente de água superficial), Áreas de Proteção Ambiental (APAs), zona de amortecimento/separação para proteção contra inundação, e outros tipos de Áreas de Proteção Permanentes (APPs). Zona de Desenvolvimento Ambiental (ZPUR) Áreas onde subdivisão urbana e desenvolvimento são permitidos sob critérios muito restritos, inclusive 2 uso residencial de baixa densidade (tamanho médio do lote de cerca de 5.000 m e densidade até 10 habitantes por hectare) e alta nível de permeabilidade (mais de 50% da superfície total do terreno), devido ao interesse público na preservação ambiental, histórica, cultural, arqueológica ou paisagística. Zona de Desenvolvimento de Baixa Densidade (ZAB) Áreas de baixa densidade que já estão desenvolvidas ou disponíveis (áreas de expansão urbanas), onde a proporção de área superficial são iguais ou menores que 1,0 (área superficial construída máxima é igual à superfície do lote em metros quadrados) e subdivisões residenciais são limitadas a habitações familiares 2 únicas separadas (tamanho médio do lote de cerca de 1.000 m e densidade até 50 habitantes por hectare). 448 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Zona de Desenvolvimento de Média Densidade (ZAM) Zona de Desenvolvimento de Alta Densidade (ZAA) Zona de Interesse Social Áreas de média densidade que já estão desenvolvidas ou disponíveis (áreas de expansão urbana), para uso residencial e desenvolvimento comercial e de serviço local a regional, onde a proporção de área superficial permitida é maior que 1,0 e menor que 3,0 (habitações familiares únicas e 2 multifamiliares, tamanho médio de lote de cerca de 360 m e densidades entre 100 e 150 habitantes por hectare). Áreas de alta densidade que já estão desenvolvidas ou disponíveis (áreas de expansão urbana), para desenvolvimentos residenciais, comerciais e serviços, onde a proporção de área superficial permitida é maior que 3,0, e onde edifícios mais altos e habitações multifamiliares são mais comuns (densidades entre 150 e 300 habitantes por hectare). Instalações informais onde há interesse público na regularização de terras e posse, bem como projetos de moradias sociais e implantação de infraestrutura urbana. Devido aos padrões de urbanização informais ou de baixo custo, estas áreas estão sujeitadas a exigências menos restritas 2 para subdivisão e desenvolvimento urbano (tamanhos médios de lote de 50 m nas instalações 2 existentes e 125 m nas subdivisões planejadas, densidades de até 500 habitantes por hectare) Zona de Grande Desenvolvimento Não Residencial (ZNR-G) Áreas ocupadas por grandes estruturas não residenciais, como instituições públicas, instalações públicas, bem como também amplos usos industriais e outros não residenciais. Zona de Desenvolvimento Não Residencial de Pequeno a Médio Porte Áreas ocupadas por estruturas não residenciais de pequeno e médio porte, como instituições públicas, instalações públicas, bem como também amplos usos industriais e outros não residenciais de pequeno e médio porte. Zona rural Zona Rural Especial Zona Especial (ZES) Terra de cultivo e outras áreas reservadas para agricultura e outros usos rurais dentro do território municipal. Estes são excluídos das zonas urbanas e zonas de expansão urbana (perímetro urbano), onde subdivisões para desenvolvimento urbano não são permitidas (área de terreno mínima de 2 20.000 m ). Todas as outras áreas que não pertencem às zonas urbanas e zonas de expansão urbana (fora do perímetro urbano), que são dedicados a atividades urbanas relacionadas com turismo, lazer e desenvolvimento econômico, desde que eles sejam submetidos a licenciamento ambiental. Todos os outros distritos de zoneamento estabelecidos por leis locais que não se enquadram em quaisquer das categorias supracitadas. 449 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Tabela 10.4: Ligando as zonas de uso do terreno dos planos estrutural e diretores Nº Zona do Plano Estrutural 1 RESIDENCIAL Possível Zona do Plano Diretor Residencial 2 COMERCIAL Comercial Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso principalmente para desenvolvimento comercial. Uso misto Estas são áreas aonde o uso comercial é permitido. Pode haver uma quantidade imposta, ex. 40% da área total 450 Exemplos de desenvolvimentos Usos Estas áreas são usadas ou destinadas ao uso principalmente de desenvolvimentos residenciais. Desenvolvimento residenciais incluem: 1. Flat 2. Moradia Pública 3. Apartamentos 4. Conjuntos Habitacionais 5. Casas semi-geminadas 6. Casas separadas 7. Condomínios 8. Moradias de Aposentadoria 9. Apart-hotel 10. Albergue (ex. Para mulheres trabalhadoras, estudantes e jovens) 1. Escritório 2. Convenção / Exposição /Centro de exibição 3. Escola comercial 4. Banco 5. Mercado/restaurante 6. Cinema 7. Entretenimento 8. Hotel 9. Clube de recreação Uma combinação de uso comercial e outro(s) compatível(is) Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Nº Zona do Plano Estrutural Possível Zona do Plano Diretor 3 INDÚSTRIA Indústria Tecnologia e P&D ou Negócios Estes são usos industriais e empresariais de alta agregação de valor e de natureza limpa ou não poluente. 1. 2. 3. 4. 5. 6. Indústria e Armazém Estes estão processos de fabricação e outros industriais de natureza geralmente limpa e leve. Inclui instalações de armazenamento. Indústria Geral e Pesada Estes são processos de fabricação e outros industriais de natureza pesada e poluidora. Eles podem estar sujeito amortecimento de saúde e segurança. 1. Desenvolvimento de software de computador 2. Serviços de distribuição e logística 3. Montagem e reparo de hardware, equipamento eletrônico 4. Impressão, publicação e indústrias associadas 5. Embalagem de comestíveis secos 6. Armazenamento com exceção de estocagem de substâncias químicas 1. Aeroespacial e Defesa 2. Biotecnologia 3. Processamento de alimentos 4. Fabricação de aparelhos e materiais elétricos 5. Reparo e serviço de veículos 6. Fabricação de móveis e ornamentos 7. Instalação de gás 8. Tingimento e processamento de fibras e tecidos 9. Trituradores de pedra Forno de olaria e calcinação Usos Exemplos de desenvolvimentos Parque tecnológico Parque empresarial Parque de ciências Laboratórios Ciências Biológicas Hubs de mídia 451 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Zona do Plano Estrutural Possível Zona do Plano Diretor 4 ÁREA A SER PRESERVADA Área de Preservação da Natureza Estas são áreas onde nenhum desenvolvimento urbano será permitido. 5 ÁREA A SER CONSERVADA Área de Conservação da Natureza Estão são áreas onde o desenvolvimento urbano deveria acontecer sob condições específicas para atender aos requisitos ambientais. Nº Esta categoria inclui todas as áreas de média vulnerabilidade ambiental, áreas de declive (de 30% a 47%), áreas pertencentes a APAs (Áreas de Proteção Ambiental) e APEs (Áreas de Proteção Permanente) e áreas rurais de acordo com os Planos Diretores locais Rural e Agricultura Exemplos de desenvolvimentos Usos Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso principalmente para propósitos de agricultura e inclui viveiro de plantas. 1. Áreas de Vulnerabilidade Ambiental Alta e Muito Alta 2. Unidades de conservação de alta restrição 3. Áreas de declive íngreme (mais de 47%) 4. Áreas que pertencem ao Bioma da Floresta Atlântica 5. Todas as zonas de proteção do meio ambiente de acordo com leis de zoneamento locais 1. Agropecuária de baixo impacto 2. Agricultura de conservação de solo 3. Silvicultura gerenciada 4. Turismo Ecológico 5. Pescaria de sustento 6. Silvicultura de espécies nativas 7. Pesquisa Científica 8. Parque urbano 9. Residências de pequeno porte e indústrias não poluentes que são complementares às atividades permitidas nesta zona. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 452 Parque agrotecnológico Fazenda de aquicultura (por exemplo peixe de aquário) Berçário de plantas Fazenda de Hidropônicos Pesquisa de agricultura / estação experimental Centro atacadista de viveiro Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Nº Zona do Plano Estrutural Possível Zona do Plano Diretor 6 AEROPORTO Aeroporto Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso do aeroporto ou para propósitos de aeródromo 1. Aeroporto 2. Instalações relacionadas ao Aeroporto 7 Rodovia Rodovia Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso de rodovias, tanto existentes como propostas 1. Autoestrada 2. Rodovia Arterial Principal 3. Rodovia Arterial Secundária 4. Via coletora 5. Rodovia de Acesso Primário 8 RESERVA Área reservada Estas são áreas onde o uso do solo específico ainda precisam ser determinado. Usos Exemplos de desenvolvimentos O uso interino que seja compatível com os usos na localidade podem ser permitidos, sujeito à avaliação pela autoridade relevante 9 ÁREAS URBANAS Áreas Residenciais Existentes Estas são áreas atuais de moradias a serem mantidas intactas. Áreas Construídas Existentes Estas são áreas atuais construídas (outros usos que não residenciais) a serem mantidas intactas. 453 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Tabela 10.5: Exemplos de usos do terreno detalhados não abordados especificamente no Plano Estrutural Nº Possível Zona do Plano Diretor 1 INSTITUCIONAL Usos Serviços de Saúde e Médicos Estes são serviços relacionados a propósitos de saúde e médico 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Instituição Educacional Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso principalmente de propósitos educacionais, incluindo ensino superior. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Pré-escola Ensino Fundamental Ensino Médio Faculdade Instituto de Educação Técnica Politécnica Universidade Escola / Instituto Religioso Escola Estrangeira Escola de Educação Especial (ex. Escola para Deficientes) Local de culto Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso principalmente de edifícios religiosos Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso de instalações cívicas, comunitárias e outras de propósito similar 1. 2. 3. 4. Igreja Templo Mesquita Sinagoga Instituição Cívica e Comunitária 454 Exemplos de desenvolvimentos Hospital Policlínica Clínica/ Consultório Odontológico Casa de Repouso Maternidade Centro de Bem-estar Familiar Posto de Saúde Clínica Veterinária Instituições Cívicas 1. Cortes 2. Escritórios Governamentais 3. Missão/Chancelaria Estrangeira 4. Delegacia de Polícia 5. Corpo de bombeiros 6. Prisão 7. Centro Reformatório 8. Centro de Gestão de Desastres Instituições Comunitárias 9. Dependências de Associações 10. Centro/ Clube Comunitário 11. Refeitório Comunitário 12. Casa de Bem-Estar 13. Creche 14. Casa de Repouso 15. Lar para Deficientes 16. Alojamento de trabalhadores 17. Centro de Instalações Instituições Culturais 18. Complexo de Televisão/ Estúdio de Filmagem 19. Centro de Artes Dramáticas/Musicais 20. Biblioteca 21. Museu 22. Centro de Artes/ Centro de Ciências 23. Sala de concertos 24. Complexo sociocultural Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Nº 2 Possível Zona do Plano Diretor ESPAÇO ABERTO Usos Exemplos de desenvolvimentos Espaço aberto Estas áreas são usadas ou destinadas para uso como espaço aberto, e nenhuma atividade comercial é permitida. 1. 2. 3. 4. 5. 6. Parque Estas são áreas usadas ou destinadas para uso principalmente para parques ou jardins para a recreação do público em geral. Inclui ligações para pedestres. Uma pequena porção comercial é permitida para o desenvolvimento de instalações relacionadas ao turismo, comida & bebida e outros negócios de apoio. 1. Parque nacional 2. Parque regional 3. Parque comunitário / Parque de Bairro 4. Conectores de parque 5. Jardins zoológicos, jardins botânicos, etc. Esportes e Recreação Estas são áreas usadas ou destinadas para uso principalmente para propósitos de esportes e recreacionais. Todos os usos estarão sujeitos à taxa de ocupação, sendo que campos de golfe tem um controle especial devido à sua extensa área de natureza. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Reserva de floresta Área arborizada Área de pântano Espaço aberto natural Calçadões públicos Centros Comerciais para Pedestres ao ar livre Complexo Esportivo/Estádio Coberto Complexo de Natação Campo de Golfe Minigolfe Clube de Recreação Acampamento Centro de Esportes Aquáticos Campo de Aventura Parque Temático 455 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Nº Possível Zona de Plano piloto 3 INTERCÂMBIOS Instalações de Transporte 4 PORTO Porto Seco 5 FERROVIA 6 PLANTAS DE FONTE DE UTILIDADE Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso principalmente para empresas de utilidade pública e infraestrutura de telecomunicação, inclusive tratamento de água, tratamento e descarte de esgoto e outras instalações públicas como subestações elétricas. 7 CORREDORES DE UTILIDADE Estes são corredores usados ou destinados ao uso de linhas de serviços de utilidades. 8 CORPOS D’ÁGUA Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso para propósitos de drenagem e áreas alagadas como reservatórios, lagoas, rios e outros canais d’água. 456 Usos Exemplos de desenvolvimentos Estas são áreas usadas ou destinadas para uso principalmente de estacionamento de veículos e instalações de transporte, inclusive garagens. Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso de usado para propósitos de despacho de carga ou transbordo. Estas são áreas para ferrovias. 1. Estacionamento de carros 2. Estacionamento de caminhões 3. Estacionamento de Trailers 4. Garagem de ônibus / Terminal / Intercâmbios 5. Terminal de Transporte 6. Área de Manobra de Trens / Terminal 7. Circuito de Direção / Centro de Teste 8. Posto de Gasolina / Quiosque Porto Seco Ferrovias 1. Rede elétrica e subestações 2. Central de energia a Gás 3. Atividades de Tratamento de Água Natural e Local 4. Planta de Tratamento de Esgoto 5. Estação de Bombeamento de Esgoto 6. Usina de incineração 7. Local de aterro de lixo 8. Estações de transferência 9. Instalação de Armazenamento para Tratamento e Descarte 10. Estação de Telecomunicações 1. Entroncamento Principal de Água 2. Corredor de Energia 3. Gasoduto 4. Entroncamento Principal de Telecomunicações 1. Rio 2. Escoadouro e Canal principal 3. Reservatório 4. Lagoa Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Nº Possível Zona do Plano Diretor 9 RESERVAS DE DRENAGEM 10 ÁREA DE SEPULTAMENTO USOS ESPECIAIS 11 Usos Exemplos de desenvolvimentos Estas são áreas salvaguardadas para rios / canais d’água durante a estação chuvosa. Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso para propósitos de enterro ou cremação. Estas são áreas usadas ou destinadas ao uso para propósitos especiais. 10.5.3. 1. 2. Cemitério Crematório 1. 2. Exército Instalações estratégicas Parâmetros de Regulamentos de Controle de Desenvolvimento (DCR) Apesar dos planos diretores detalharem as zonas de uso do terreno para estipular os tipos de desenvolvimentos que são permitidos, é necessário ter um conjunto suplementar de DCR para guiar o desenvolvimento físico dos lotes de terra individualmente de maneira ordenada e organizada. Isto é para assegurar a consistência entre tipos semelhantes de desenvolvimentos localizados dentro da mesma zona de uso do solo. É previsto que este conjunto de DCR será observado com atenção e revisado periodicamente conforme o amadurecimento do processo de planejamento e controle de desenvolvimento, bem como aspirações públicas variáveis em cada período de planejamento. Este DCR será encapsulado dentro dos planos diretores, de forma que eles sejam apoiados semelhantemente por legislações estatutárias. Um conjunto de DCR é geralmente macro-organizado de acordo com os tipos de desenvolvimentos de uso do solo (ex. residencial, industrial, comercial, institucional, etc). Os seguintes itens são os parâmetros fundamentais: Definição de desenvolvimentos de uso do solo Intensidade de desenvolvimento Altura de construção Altura de pé-direito Forma de construção Área do local Cobertura do local Quantum de uso Amortecimentos físicos e verdes 457 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Afastamento de construção Exigências de estacionamento de veículos Definição de desenvolvimentos de uso do terreno Isto descreve a intenção da zona de do terreno e os tipos de desenvolvimentos que podem ser acomodados dentro da zona. Intensidade de desenvolvimento Isto está normalmente medido em um dos dois seguintes modos: 1. Densidade populacional, ex. pessoas por acre ou hectare 2. Área superficial total/taxa de ocupação (FAR) ou coeficiente de aproveitamento (GPR) Como normalmente são negociados desenvolvimentos com base em sua área, a FAR é uma referência mais comumente usada nos DCRs. A densidade populacional permanece como um indicador usado em planejamento para refletir a concentração da população. Controles FAR são úteis para assegurar que desenvolvimentos não extrapolem o contexto de seus ambientes, e também para facilitar a concentração urbana quando aplicável. No geral, eles também ajudam na computação rápida da demanda e provisão de áreas superficiais em um plano diretor. Altura de construção Isto pode ser expresso em condições absolutas (ex. pés/metros), ou em termos do número total de pavimentos. Alguns desenvolvimentos podem ser obrigados a obedecer os controles técnicos de altura impostos pelas autoridades pertinentes, como restrições de aproximação da aviação civil e militar, rotas de telecomunicações e micro-ondas, instalações militares, etc. Às vezes, controles de altura de construção são impostos devido à sensibilidades de segurança, por exemplo perto de embaixadas e consulados, ou para proteger o conforto visual de uma área especial, como jardins nacionais ou monumentos históricos. Na maioria dos casos, a altura permitida a edifícios é determinada pela FAR do local, a menos que o local seja afetado por planos de controle de altura, planos de controle de cobertura, controle de blocos de rua ou qualquer outro plano de controle especial aprovado. Quando 458 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação houver controles múltiplos que afetam um local, será aplicado o controle mais estrito. Para locais onde nenhuma altura de edifício foi prescrita no plano diretor, o desenvolvimento será avaliado em seu próprio mérito, levando em conta a altura existente de seus desenvolvimentos circunvizinhos e outras considerações de planejamento. Um exemplo da aplicação de controles de altura é mostrado na Figura 10.3. Figura 10.3: Alturas mais baixas de edifício são impostas em blocos residenciais em frente ao rio para permitir o acesso visual desobstruído do rio por mais residentes. Altura de pé-direito Como a altura de um edifício geralmente é regulada em termos de número de pavimentos, o controle da altura de pé-direito absoluta/máxima tem que ser cumprido. Isto assegura no geral que as alturas de edifícios do mesmo número de pavimentos sejam parecidas. Alturas de pé-direito variam entre os tipos de uso do terreno para acomodar a(s) função(ões) específica(s). Para o uso residencial, uma altura de 3,5m a 4m geralmente deveria ser suficiente. Porém, edifícios industriais e de armazenagem precisam de maiores alturas de pé-direito (de 6 m a 10 m e mais) para acomodar a operação de veículos pesados industriais e maquinaria especializada. Edifícios comerciais como shopping centers também podem adotar uma altura de pé-direito mais generosa para dar às visitas um senso maior de presença e chegada (Figura 10.4). 459 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Figura 10.4: Definição de altura de pavimento (Esquerda); Maior altura de pavimento dentro de um centro comercial para criar um senso de chegada (Direita) Forma de construção Para certas áreas específicas, as formas de edifício permitidas podem ser estipuladas para assegurar uma paisagem ordenada e/ou distinta. Por exemplo, somente propriedades fundiárias são permitidas em certas zonas residenciais designadas (ex., nenhum flat ou condomínio) para um senso de exclusividade elevada. Para áreas de conservação urbanas, somente formas de edifícios históricos são permitidas para preservar a paisagem e o ambiente autêntico (Figura 10.5). Dentro de parques industriais, áreas diferentes podem ser designadas para edifícios de fábrica separados versus formas unidas ou niveladas (Figura 10.6). Figura 10.5: Tanjong Pagar é uma área de assentamento primário em Cingapura que foi designada como área de conservação urbana. Apenas lojas são permitidas aqui. 460 Figura 10.6: Uma propriedade industrial com mix de edifícios de fábricas separados e unidos Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Área do local Este controle pode ser imposto em desenvolvimentos para assegurar que um padrão mínimo seja satisfeito. Por exemplo, edifícios institucionais, sociais e comunitários podem ter que satisfazer uma exigência de área local mínima para assegurar que há espaço suficiente provido para as várias instalações e atividades. Controles de área de local também podem ser usados para salvaguardar os interesses dos donos. Por exemplo, moradias em condomínios tipicamente requerem uma área maior de terreno pois eles fornecem moradias de médio a alta densidade. Ter um controle de área local mínima assegura que os residentes terão instalações comunitárias e recreativas suficientes. Cobertura do local Esta é a medida da base de um edifício expressa por uma porcentagem da área líquida local. É uma indicação da porcentagem de um local que pode ser construído. Este é um limite máximo para salvaguardar o senso de liberdade, especialmente em um ambiente altamente urbanizado. Porção de uso Isto recorre à proporção de espaço que será alocado para um uso particular, expressa por uma porcentagem ou relação com a área superficial total de todo o desenvolvimento. Seu propósito é assegurar que exista um uso predominante em um desenvolvimento que adere à intenção de planejamento da zona de uso do solo, e ao mesmo tempo permitindo uma proporção pequena a ser alocada para outros usos complementares. Para ilustrar, pode ser estipulado que pelo menos 60% do espaço superficial total de um edifício industrial deve ser usados para produção e fabricação industrial. Aos 40% remanescentes (máximo) podem ser permitidos usos auxiliares, como escritórios e salas de exibição. Em um parque empresarial, a uma certa porcentagem do espaço superficial total (digamos 15%) pode ser permitido usos comerciais como estabelecimentos de comida e bebida, restaurantes, lojas de varejo, salões de cabeleireiro e academia, etc. Eles satisfazem as necessidades dos usuários e criam um ambiente de trabalho propício. 461 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Amortecimentos físicos e verdes Um amortecimento é uma área que separa duas estruturas físicas. Amortecimentos físicos podem ser necessários em rodovias, vias fluviais e instalações de infraestrutura para segurança e considerações técnicas, ou para propósito de operações de manutenção. Amortecimentos verdes (inclusive árvores e/ou outra vegetação) podem ser impostos ao longo de limites comuns entre lotes individuais para realçar o ambiente circunvizinho. Recuo de construções Recuo de construções se refere à distância imposta entre a linha de construção de um desenvolvimento da rodovia ou seu limite de terreno. Uma escala graduada pode ser usada dependendo da altura do pavimento do desenvolvimento, ex. um maior recuo para um edifício mais alto. Inversamente, desenvolvimento de meia-parede (ex. sem intervalos entre edifícios) pode ser permitido em áreas centrais e principais, como as zonas comerciais centrais. Exigências de estacionamento de veículos DCRs também podem se desdobrar como ferramentas úteis para implantar políticas-chave de desenvolvimento urbano começadas por outras agências. Um caso em questão é o controle no número mínimo de vagas de estacionamento de veículos a ser provido dentro de um desenvolvimento, assim como o tamanho dos lotes individuais. Exigências de estacionamento de veículos são especialmente importantes em ambientes altamente urbanizados, onde congestionamento de tráfego devido ao estacionamento na rua deveriam ser evitados. A autoridade responsável por transporte rodoviário e terrestre podem prescrever os padrões de vagas de estacionamento de veículos para vários tipos e intensidades de desenvolvimentos (como centros comerciais, condomínios residenciais, instalações comunitárias, etc.) de forma que os veículos não obstruam espaços públicos. Regulamentos para vários tipos de uso do terreno Reunidos, os parâmetros de DCR combinados são mais bem vistos de acordo com os vários tipos de uso do terreno. Exemplos de DCRs para os quatro tipos gerais de uso do terreno - residencial, industrial, comercial e institucional - é ilustrado respectivamente nas Tabelas 10.6-10.9. 462 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Tabela 10.6: Exemplos de DCRs para desenvolvimentos residenciais Exemplos de desenvolvimento DCRs Uso do terreno Intensidade de desenvolvimento (máx. FAR) Desenvolvimento de Condomínio e Flats Intensidade muito alta: 2,8 - 4,0 Alta elevação: 2,8 Intensidade alta: 2,1 até 2,8 Baixa elevação: 1,4 Alta elevação: 9 pavimentos Nenhum controle Baixa elevação: 4 pavimentos 6,0 m 1º pavimento pode ser elevado a 1,2 m para carga/descarga Nenhum controle 0,4 ha Nenhum controle 40% (inclusive estacionamento coberto de veículos) Até 20% permitidos para instal. auxiliares 40% (inclusive estacionamento coberto de veículos) Até 20% permitidos para instalações auxiliares 1º pavimento: 4,5 m Pavimentos superiores: 3,6 m Forma de Construção Cobertura do local (Máximo) Controle de Quantum Amortecimento de Rodovias Recuos Sujeito a controles especiais e detalhados. A FAR é resultante do cumprimento aos recuos de construções e amortecimentos requeridos. Intensidade média: 1,4 até 2,1 Altura da Construção Área do local (mínimo) Moradias Térreas Conhecido como Zona Residencial, Comercial-Residencial ou Zona Mista, Baixa intensidade: Até 1,4 5 a 36 pavimentos Altura de gabarito (máx.) Desenvolvimento de NãoCondomínios Sujeito a controles especiais e detalhados. Nenhum controle Sujeito a controles detalhados: Pode ser separado, semiseparado, conjunto ou agrupamento de moradias 2 Separadas: 400 m 2 Semi-separadas: 200 m 2 Conjuntos: 110 - 150 m 40% 100% residencial Veja Tabela 10.10 Recuos de limites comuns: 1º - 4º Pavimentos: 3m Cada pavimento subsequente deve ter um recuo adicional de 0,3m Recuos de limites comuns: 1º - 4º Pavimentos: 3,0 m Cada pavimento subsequente deve ter um recuo adicional de 0,3m Frente: 7,5 m, Lados e Fundos: 2 -3 m Exigências de Estacionamento de Veículos: Sujeito aos padrões da autoridade de transporte 463 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Tabela 10.7: Exemplos de DCRs para desenvolvimentos industriais, armazéns e parques empresariais Exemplos de desenvolvimento Parque de TI DCRs Uso do terreno Uso permitido e Controle de Quantidade Intensidade de desenvolvimento (máx. FAR) Altura Construção de Também conhecido como Parques de Ciência ou Negócios. Também conhecido como zona de Negócios, onde é permitido fabricação. 60% (min.) para uso predominante + 40% (máx.) para usos auxiliares 60% (min.) para uso predominante + 40% (máx.) para usos auxiliares Intensidade alta: 2,0 Intensidade média: 1,0 Baixa intensidade: 0,6 8, 5 & 3 pavimentos para alta, média e baixa intensidades, respectivamente. 6,0 m Alta elevação: 2,8 Baixa elevação: 1,4 Frente: 4,5 m ou amortecimento, o que for maior Espaço aberto Logística Conhecido como Indústria - Geral e Pesada, Indústria - Tecnologia e P&D, Negócios ou Indústria e Armazenagem Altura de gabarito (máx.) Recuos Automóvel, Vestuário, Engenharia Leve, Farmacêuticos e Biotecnologia, Pesquisa & Desenvolvimento Lados e Fundo: 4,5 m 10% (mín.) de área para local verde público + 2 m de ampla faixas de plantio verde dentro dos terrenos Também conhecido como zona de Negócios onde serviços de armazenamento e distribuição são permitidos. 60% (min.) para uso predominante + 40% (máx.) para usos auxiliares 2,0 Alta elevação: 9 pavimentos Baixa elevação: 4 pavimentos 5 pavimentos 6,0 m 1º pavimento pode ser elevado a 1,2 m para carga/descarga Frente: 4,5 m ou amortecimento, o que for maior 6,0 m 1º pavimento pode ser elevado a 1,2 m para carga/descarga Frente: 4,5 m ou amortecimento, o que for maior Lados e Fundo: 4,5 m Nenhum controle Lados e Fundo: 4,5 m Nenhum controle Forma de construção, área do local e cobertura do local: Nenhum controle Exigências de Estacionamento de Veículos: Sujeito aos padrões da autoridade de transporte 464 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Tabela 10.8: Exemplos de DCRs para desenvolvimentos comerciais Exemplos de desenvolvimento Comercial Comercial-Residencial DCRs Uso do terreno Conhecido como Comercial, Comercial-Residencial Área central: 4,2 ou mais Intensidade de desenvolvimento (Máx. FAR) Altura de Construção Altura de gabarito (máx.) Forma de Construção Residencial com Comercial no 1º Pavimento Alta elevação: 2,8 Baixa elevação: 1,4 Sujeito a controles especiais e detalhados. Alta elevação: 9 pavimentos Baixa elevação: 4 pavimentos Sujeito a controles especiais e detalhados. Comercial: 5,0 m Residencial: 3,6 m Alta elevação: Torre Baixa elevação: Loja Térrea Nenhum controle Centro regional: 2,0 Centro da cidade: 1,0 - 1,5 5 a 36 pavimentos Área do local 0,4 ha (mín.) Comercial: 5,0 m Residencial: 3,6 m Alta elevação: Torre Baixa elevação: Loja Térrea Nenhum controle Cobertura do local 50% (máx.) Nenhum controle Nenhum controle Até 20% permitidos para instalações auxiliares Comercial: 60% (min.) Residencial: 40% (máx.) Comercial: apenas 1º pavimento Residencial: restante da área Controle de quantidade Amortecimento de vias Recuos 5,0 m Nenhum controle Veja Tabela 10.10 Frente: Amortecimento ou limite da linha de reserva da rodovia Lados e Fundo: Amortecimento ou 3,0 m, o que for maior Exigências de Estacionamento de Veículos: Sujeito aos padrões da autoridade de transporte 465 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 Tabela 10.9: Exemplos de DCRs para desenvolvimentos institucionais Exemplos de desenvolvimento Instituições Cívicas & Comunitárias Locais de Culto DCRs Uso do terreno Intensidade de desenvolvimento (Máx. FAR) Altura de Construção Conhecido como Locais de Culto, Instituições Cívicas e Comunitárias, Instituições de ensino, Hospital e Serviços de Saúde Até 1,4 1,0 – 1,4 Até 1,0 Até 6 pavimentos Até 6 pavimentos Até 5 pavimentos Altura de gabarito (máx.) Forma de construção 5,0 m Nenhum controle Tipicamente desenvolvimentos independentes Área do local Nenhum controle Cobertura do local 50% ou sujeito à avaliação caso-a-caso Total da área de oração: 50% da área superficial total (min.) Controle de quantidade Amortecimento de Rodovias Recuos Laterais e de Fundo Instituições de ensino Uso comercial permitido: 20% da área superficial total (máx.) Usos não-religiosos (por exemplo bibliotecas, salas de reunião, jardins de infância): 10% da área superficial total (máx.) Veja Tabela 10.10 Frente: 7,5 m (mí9n.) ou amortecimentos de vias, o que for maior Lados e Fundo: 4,5 m (mín.) Exigências de Estacionamento de Veículos: Sujeito aos padrões da autoridade de transporte 466 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 10: Implantação Tabela 10.10: Exemplos de exigências de amortecimento de rodovias para diferentes tipos de desenvolvimentos Categorias e Vias Tipos de Desenvolvimentos Residencial (Condomínio, Apartamentos e Apartamentos exceto condomínio) Via expressa Via Arterial Principal Via Arterial Secundária Até 5 pavimentos: 24 m Até 5 pavimentos: 12 m Até 5 pavimentos: 7,5 m Via Coletora Via de Acesso Primário 7,5 m 7,5 m 6 pavimentos e mais: 30 m 6 pavimentos e mais: 15 m 6 pavimentos e mais: 10 m Residencial (Moradia Térrea) 24 m 12 m 7,5 m 7,5 m 7,5 m Industrial 15 m 7,5 m 5m 5m 2,3 m Até 5 pavimentos: 15 m Até 5 pavimentos: 7,5 m Até 5 pavimentos: 5m 7,5 m 2,3 m 7,5 m 2,3 m Comercial 6 pavimentos e mais: 30 m 6 pavimentos e mais: 15 m 6 pavimentos e mais: 10 m Até 5 pavimentos: 15 m Até 5 pavimentos: 7,5 m Até 5 pavimentos: 5m 6 pavimentos e mais: 30 m 6 pavimentos e mais: 15 m 6 pavimentos e mais: 10 m Institucional 467 Relatório do Plano Estrurural – Brasil – 2010 10.6. Conclusão O programa de implantação de qualquer plano físico inclui uma pauta econômica e social complexa que não só inclui o design de estrutura institucional e de finanças públicas, como também um processo árduo de desenvolvimento e negociação. A introdução de planos de ação de curto e médio prazo complementará o impulso na direção dos objetivos de longo prazo, bem como conduzirão à utilização ótima de recursos. Pela implantação de políticas e medidas adequadas, haverá um impacto na estrutura social, econômica e de conhecimento. O aumento resultante da base de renda pode então servir para facilitar e promover o desenvolvimento urbano sustentável. Além de políticas e estruturas, agências implementadoras estão preocupadas sobre como os planos podem ser traduzidos para solidificar desenvolvimentos no local e como tais desenvolvimentos serão guiados. Espera-se que as seções anteriores tenham fornecido uma ideia de como isso pode ser alcançado. Os DCRs ilustrados são apenas princípios orientadores e exemplos. Estes devem ser personalizados e modificados pelas agências de implantação para ajustar os contextos culturais e sociais locais. 468 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 11: Conclusão 11. CONCLUSÃO 11.1. Introdução Belo Horizonte, como muitas das cidades recentemente desenvolvidas no mundo, encara vários desafios externos e internos. Desafios externos se referem à competição forte com outras cidades globais por investimento estrangeiro direto e mão de obra, enfrentando flutuações econômicas globais e a necessidade por adaptação e reinvenção constante devido a mudanças tecnológicas. Desafios internos se referem a assuntos como a provisão de oportunidades de emprego e educação, melhora da quantidade e qualidade do capital humano, provisão de moradias adequadas e acessíveis, desenvolvimento de infraestrutura, etc. Os vários desafios socioeconômicos e ambientais definitivamente não são novos, mas para Belo Horizonte avançar, tem que enfrentar todo e cada assunto e lidar com eles holisticamente, usando um plano de projeto claro para traçar o curso com exatidão. O futuro da comunidade e seu desenvolvimento certamente não podem ser deixados ao acaso! 11.2. O Plano Estrutural Como plano de projeto para o desenvolvimento, o Plano Estrutural foi elaborado com base em vários princípios essenciais de planejamento. Para começar, é um plano que mira o futuro distante (até 2030), quando a população residencial projetada será de 1,4 milhões de habitantes. O Plano Estrutural é um plano de desenvolvimento estratégico que enfoca principalmente o uso do solo físico e a gestão de recursos do solo, com a incorporação de planos secundários, como os planos de transporte e de infraestrutura. Não há como enfatizar o bastante que o Plano Estrutural tem que envolver a participação de todos os interessados, privado e público. Embora o plano forneça o plano de projeto necessário, sua operacionalização depende somente e completamente de todos os interessados que vivem dentro da área de estudo, que melhor entendem e estão mais familiarizados com as situações e circunstâncias locais específicas. 469 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Nada no plano está cimentado, de forma que ajustes e refinamentos podem ser feitos facilmente no caminho para adaptar e acomodar as condições variáveis. Especificamente, flexibilidade é fornecida pela distribuição de locais reservados e planejamento de contingência. Como elaborado nos capítulos anteriores do relatório, o Plano Estrutural incorporou um mapeamento abrangente da demanda e oferta de terra para acomodar as necessidades da população. Verdadeiramente é um plano de longo prazo que objetiva guiar o desenvolvimento nos próximos 30 anos, fornecendo direção e um certo nível de transparência e certeza para os futuros acontecimentos. Proporcionará aos interessados um senso de segurança, de forma que eles possam tomar decisões empresariais a longo prazo e possam desenvolver programas de desenvolvimento. Em poucas palavras, o Plano Estrutural foi preparado usando os seguintes princípios essenciais para alcançar a visão vislumbrada para a área de estudo: Promoção do dinamismo econômico Melhoria da qualidade de vida Provisão de um sistema de transporte de padrão global 11.2.1. Promoção do Dinamismo Econômico A economia tem que ser dinâmica e sustentável para não ficar para trás em relação à situação global sempre variável. Para abarcar esse dinamismo, o Plano Estrutural tem que satisfazer as futuras necessidades econômicas, e ainda conter a flexibilidade para mudar as direções de desenvolvimento se houver necessidade. Os meios para alcançar esse dinamismo são através da salvaguarda de área suficiente em locais críticos para o desenvolvimento de indústrias 470 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 11: Conclusão cruciais, assim como a indicação de diferentes hierarquias de centros comerciais que têm espaço para expansão futura. A área alocada para desenvolvimentos industriais e comerciais é distribuída em locais estratégicos ao longo da área de estudo. O objetivo primário é redistribuir populações residentes e de trabalhadores geograficamente, ditando assim direções de desenvolvimento. O objetivo secundário é alcançar uma proporção alta de residência-trabalho, como por exemplo ter centros de emprego localizados perto das residências. Isto é para reduzir os deslocamentos e diminuir o congestionamento do tráfego nas vias. Embora os clusters industriais e comerciais estejam geograficamente distribuídos, estes permanecem interconectados por uma rede de transporte abrangente. Clusters residenciais de alta densidade e núcleos comerciais importantes são planejados de tal modo que eles são integrados com os importantes núcleos de transporte para maximizar o uso desta infraestrutura. 11.2.2. Melhora na Qualidade de vida Muito frequentemente, a qualidade de vida não só é associada com a provisão de moradia acessível, mas também ambientes residenciais de alta qualidade. Unidades habitacionais e as respectivas vizinhanças são lugares onde as pessoas de uma comunidade gastam uma quantia significativa de tempo. Consequentemente, os ambientes residenciais têm que ser planejados holisticamente e de forma abrangente. Exceto isso, moradia acessível, gama de formas e tipos de habitações e a provisão de estabelecimentos coletivos são todos partes inseparáveis de um ambiente residencial completo. Espectro de tipos de moradia Tipos diferentes de moradia têm que ser providos para atender as aspirações de diferentes segmentos da população. O Plano Estrutural indicou potenciais agrupamentos residenciais em locais estratégicos a serem desenvolvidos em propriedades residenciais de diferentes densidades. Isto resultará em uma ampla disposição de tipos de moradia e gama de preços. Autoridades locais terão que levar a cabo esta proposta introduzindo políticas objetivando equidade, bem como a distribuição justa no desenvolvimento e eventual venda das unidades habitacionais construídas. 471 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 Clusters residenciais de densidades mais altas serão localizados nos principais centros de emprego e comercial e núcleos de transporte. Conveniências adequadas terão que ser providas para satisfazer as necessidades da estrutura hierárquica da comunidade. Instalações coletivas Para criar um ambiente de vida holístico, tem que haver estruturas de apoio comunitário adequadas, como centros comunitário, clínicas, escolas, etc. Estas instalações são consideradas necessárias para o bem-estar geral da comunidade. Foram feitas provisões no Plano Estrutural para os vários tipos de serviços comunitários. Os padrões de provisão e critérios de localização dos diferentes tipos de estabelecimentos coletivos foram cuidadosamente estudados e comparados com as melhores práticas no mundo. Resumindo, o Plano Estrutural objetiva planejar um ambiente residencial total e abrangente, suprindo o bem-estar e prazer do maior número de pessoas que vivam na comunidade. 472 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 11: Conclusão Ambientes de Esporte e Recreação, Lazer, Cultura e Meioambiente Os ambientes esportivos e recreativos, cultural e meio ambiente são elementos importantes que constituem uma boa qualidade de vida. O Brasil é famoso como um todo em termos da vegetação exuberante e suas instalações esportivas e recreativas; consequentemente, é extremamente importante para Belo Horizonte manter esta reputação. Conforme a sociedade progride, uma cidade não só precisa prover vegetação e instalações recreativas suficientes, como também têm que ser da melhor qualidade possível. Com base nesta consideração, espaços abertos naturais e instalações esportivas e recreativas artificiais foram estrategicamente posicionadas no Plano Estrutural para alcançar máxima acessibilidade e uso, diversidade e visibilidade. 123.850 ha de área identificados como área a ser conservada e preservada será integrada com parques artificiais. Parques regionais como Parque Serra Verde e Parque Estadual do Sumidouro fazem parte da hierarquia geral de parques, variando de parques nacionais, regionais e municipais, até o nível de parques de bairro. As diferentes categorias de parques serão amarradas juntas, ou por corredores verdes ou área de separação de rodovias, formando a rede verde. Estes, com as instalações recreativas e esportivas planejadas, não só contribuirão com uma melhor qualidade de vida para a população na zona de influência, bem como um estilo de vida mais saudável. O total de área verde é de aproximadamente 5.170 ha. Isto não inclui áreas destinadas a esportes e recreação. A provisão de vegetação foi calculada em 3,0 ha para cada 1.000 pessoas. Deste modo, o Plano Estrutural busca equilibrar a urbanização com a conservação consciente do meio-ambiente, para a recreação das próximas gerações. 473 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 11.2.3. Provisão de um Sistema de Transporte de Padrão Global Belo Horizonte, como muitas cidades em desenvolvimento, enfrenta o problema de equilibrar as taxas de rápido crescimento da propriedade de carros privados e manter um ambiente limpo e verde. Uma solução é encorajar que as pessoas troquem os carros privados pelo transporte público. Para promover o maior uso de transporte público, foram deliberadamente salvaguardados usos do solo de alta densidade ao longo dos principais corredores de transporte no Plano Estrutural. Além disso, tais usos do solo também foram integrados com os principais núcleos de transporte. Deste modo, há um maior potencial e oportunidade de mais pessoas fazerem uso do sistema de transporte público. Até mesmo nos centros da cidade com muitas construções, são demarcadas zonas livres de veículos, onde as pessoas e pedestres têm prioridade em relação aos veículos. Onde tais zonas não são possíveis ou práticas, corredores (como áreas verdes de amortecimento ao longo das principais rodovias) podem ser duplicados como caminhos para a conveniência e o uso dos pedestres. Estas áreas de amortecimento são conectadas frequentemente a parques e jardins públicos. O destaque principal da rede e estratégia de transporte é o Rodoanel, que age como a espinha principal que atravessa a área de estudo de oeste a leste. Isto, juntamente a Linha Verde, forma a estrutura principal na qual os outros núcleos de transporte e corredores estão conectados. Antes de 2030, o comprimento total de novas rodovias chegará a 420,5 km. 474 Corredor Multimodal de Belo Horizonte Capítulo 11: Conclusão 11.3. Palavras finais É importante que uma cidade permaneça relevante diante das condições globais e regionais sempre variáveis. Cidades têm que manter o ritmo com todas as mudanças para simplesmente sobreviver. Elas têm que prover a todos os interessados que vivem dentro de seus limites com a garantia, confiança e conforto necessários. O conforto vem na forma de provisão de oportunidades de emprego e um ambiente de alta qualidade para moradia e recreação. Levando em conta estes desejos e necessidades, o Plano Estrutural provê um plano para guiar o desenvolvimento e, ao mesmo tempo, oferece transparência para investimentos, assegurando assim que a visão a longo prazo para a área de estudo possa ser alcançada. Há também uma flexibilidade inerente ao plano, permitindo que mudanças sejam feitas ao longo do caminho para acomodar as condições locais, regionais e globais variáveis. Todas as agências governamentais relacionadas com desenvolvimento e o setor privado terão que estar em sintonia para assegurar que a visão para a área de estudo como explicada no Plano Estrutural será implantada. O ato de salvaguardar área para um propósito nacional mais amplo definitivamente não é uma tarefa fácil. O futuro não é fácil de compreender e considerar, especialmente do ponto de vista econômico e dos custos oportunos. Sempre haverá a luta entre utilizar recursos disponíveis agora, ao invés de poupar estes para o uso das futuras gerações. Não obstante, difícil como possa parecer, o resultado desta luta simplesmente não pode ser deixado ao acaso. Isso será um enorme risco, não só em termos de potenciais danos para a economia da cidade no final das contas, mas também seu ambiente natural e as 475 Relatório do Plano Estrutural – Brasil – 2010 pessoas. É com esta finalidade em mente que o Plano Estrutural foi preparado, na esperança que será provida a ferramenta necessária para guiar tomadores de decisões a priorizar e tomar decisões informadas para o futuro da cidade e sua população. 476 Corredor Multimodal de Belo Horizonte 1. ANÁLISE COMPARATIVA O uso de cidades semelhantes dentro do mesmo espectro de desenvolvimento para realizar um estudo comparativo rende numerosos benefícios. Como eles estão mais próximos uns dos outros e do local de estudo em termos de fase de desenvolvimento, eles seriam mais relevantes e mais rápidos de se tirar lições de aprendizado imediatamente. 2 cidades na Índia, uma cidade na Coréia do Sul e Cingapura foram escolhidas para fazer um estudo comparativo. Além de ter uma fase semelhante de desenvolvimento, eles têm também uma constituição demográfica semelhante em referência à área de estudo. 1.1. Nova Délhi, Índia Introdução Nova Délhi é a capital da Índia. É a segunda maior metrópole na Índia depois de Mumbai. Délhi, com uma população de 11,5 milhões de habitantes, e uma população metropolitana de quase 22 milhões de habitantes, é o ponto focal de sua atividade socioeconômica, bem como o centro da política e do comércio na Índia. Ela cresceu como uma cidade cosmopolita devido à imigração de pessoas de todo o país, atraídas até Délhi devido às oportunidades disponíveis. A urbanização 477 Relatório do Plano Estrutural - Brasil - 2010 rápida de Délhi e de suas áreas circunvizinhas resultaram em rendas médias mais altas do que a maioria das principais cidades na Índia. Estrutura industrial O setor industrial tem um papel vital no desenvolvimento econômico do Território da Capital Nacional de Délhi (NCTD). Suas atividades industriais foram desenvolvidas no período de três décadas e foram amplamente limitadas às indústrias de manufatura e às baseadas em conhecimento. Geralmente, o setor de manufatura foi classificado como o setor organizado que inclui indústrias de grande, médio e pequeno porte (SSI) e também outros setores não organizados. O SSI se desenvolveu tanto em termos de número como também do crescimento de diferentes indústrias. O setor de manufatura de Délhi cresceu em grande parte em termos de indústrias de bens de consumo devido ao seu próprio mercado consumidor grande. O crescimento também pode ser atribuído ao local estratégico de Délhi que assegura a disponibilidade abundante e pronta de mão-de-obra qualificada e de investimento estrangeiro. O setor industrial produz uma gama extensiva de produtos como maquinários elétricos, tecidos, metais e produtos de metal, alimentos, e também atende muitos setores dentro da economia, como por exemplo, construção, energia, telecomunicações, saúde, serviços comunitários e bens imóveis. A indústria de varejo em Délhi também é um das indústrias com crescimento mais rápido na Índia. Comércio e negócios formam outro componente importante da base econômica na região. Comércio de distribuição bem como atacadista, conhecido como uma das atividades básicas na cidade, tem colaborado para a geração de emprego em larga escala em ambos os setores formal e informal. Abordagens industriais Houve algumas reformas importantes nas abordagens industriais que sustentam o pensamento atual. As principais abordagens são: Promover indústrias de alta tecnologia, um ambiente livre de poluição e indústrias voltadas para exportação e substitutas 478 de importação. Consequentemente a Corredor Multimodal de Belo Horizonte necessidade de provisão de incentivos adequados, desincentivos e outras medidas serão fornecidas para troca e realocação de unidades industriais que não estão em conformidade com as intenções de uso do solo. Não serão permitidas indústrias listadas na categoria proibida em Délhi. As unidades industriais existentes na categoria proibida precisarão se mudar para áreas de conformidade ou se realocar fora de Délhi em um período de três anos. As unidades industriais só poderiam ser permitidas depois do registro pelo Governo de NCTD e da liberação das Autoridades de Controle da Poluição. Criar Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) para Indústrias de TI e fabricação de joias de ouro/prata/platina. Estas ZEEs devem ser equipadas com instalações, como provisão de energia ininterrupta, rede de telecomunicações eficientes, instalações de transporte e armazenamento, planta de tratamento de efluentes comuns e abastecimento de água potável. Estas zonas econômicas especiais seriam especificamente delineadas como enclaves isentos de impostos aduaneiros e devem ser consideradas como território estrangeiro para a finalidade de operações, impostos e tarifas comerciais. Bens que entram em uma área de ZEE a partir de uma área de tarifa doméstica (ATD) serão tratados como exportações, já bens que saem da área de ZEE para a ATD serão tratados como importações. Modernizar e atualizar a tecnologia de indústrias existentes para torná-las mais competitivas e livres de poluição. Além disso, focar na promoção de indústrias que estão baseadas em criatividade, conhecimento, conteúdo, inovação e criação. Da mesma forma, atividades associadas às indústrias, como atividades relacionadas a marketing, consultorias, treinamento vocacional e programas de empreendedorismo serão promovidos. Promover a Indústria de Tecnologia da Informação para fazer de Délhi um dos principais centros de TI no mundo. O crescimento e desenvolvimento da indústria de TI seriam facilitados ao prover suporte da infraestrutura necessária como a criação de parques tecnológicos de 479 Relatório do Plano Estrutural - Brasil - 2010 software, institutos de tecnologia da informação, infraestrutura de rede e outros incentivos fiscais e não fiscais. Na última década, a Délhi urbana experimentou uma troca funcional significante em sua estrutura econômica, favorecendo atividades de fabricação e processamento. O foco principal da política está na restrição de atividades industriais de Délhi e na realocação e proibição de atividades industriais poluentes de se estabelecerem em Délhi. Isto gerou desafios e oportunidades para a economia. Assim, a abordagem industrial reconheceu a importância de regiões industrial planejadas, assegurando oportunidades de localização dos conjuntos industriais existentes, participação público-privada para estabelecer indústrias, atualização da infraestrutura e estabelecimento de ZEEs para regularizar o crescimento industrial. 480 Corredor Multimodal de Belo Horizonte 1.2. Bangalore, Índia Introdução Bangalore é conhecida como o Vale do Silício da Índia e se tornou uma das cidades da Ásia de crescimento mais rápido, com uma taxa de crescimento de 3,5%. É considerada agora como uma cidade de alta tecnologia com centros de escritório ou de desenvolvimento de um bom número de megaempresas de software que possuem subsidiárias ou joint ventures em Bangalore, inclusive a IBM, Hewlett-Packard, Texas Instruments, Oracle, Novell, Fujitsu e Digital Equipment. A razão principal para tal desenvolvimento de alta tecnologia foi a liberação de incentivos fiscais pelo governo local. Bangalore também é a sede de um grande número de companhias indianas de programas de computadores (softwares) e atualmente produz mais de 45% de todos os softwares que a Índia exporta. Em pouco tempo, Bangalore experimentou um rápido crescimento e reconhecimento internacional no campo de desenvolvimento de software, colocando a cidade em uma posição promissora no mercado internacional de software. 2 Atualmente com uma área de apenas 500km , a cidade oferece a oportunidade de tempo de viagem e distância mais curta e com oportunidades semelhantes a Délhi ou Mumbai. 481 Relatório do Plano Estrutural - Brasil - 2010 Bangalore testemunhou um alto crescimento demográfico desde 1941, quando tinha 400 mil habitantes, para mais de 1,5 milhão na última década (1991-2001), até alcançar o total de 5,68 milhões de habitantes segundo o censo de 2001. Tem sido tradicionalmente um centro comercial importante para produtos têxteis e agrícolas para uma região mais ampla. A localização da cidade evoluiu como uma congruência de zonas étnicas e também zonas econômicas agrocomerciais que lhe dão uma importância estratégica e econômica. Como um centro comercial para o sul da Índia, Bangalore atraiu diferentes grupos culturais que se especializaram em partes específicas do processo econômico. A cidade também atrai pessoas do mundo inteiro com suas excelentes escolas e universidades, como o Instituto Indiano de Ciência, Instituto Nacional de Saúde Mental e Neurofísica, a Organização de Investigação Espacial Indiana, o Instituto Indiano de Administração (IIM) e o Instituto Indiano de Aerofísica. Bangalore está até mesmo ganhando o status de "Capital da Floricultura”, devido ao atual aumento das exportações de flores da cidade. Bangalore tem uma economia bem diversificada em comércio, manufatura e um setor de serviço rapidamente crescente. Enquanto que TI e TIeS estão emergindo como significantes empregadores, o comércio tradicional, o mercado atacadista nas áreas centrais da cidade, a manufatura e a fabricação em pequena escala em suas áreas centrais e periféricas ainda permanecem como principais núcleos econômicos e de emprego. Estrutura industrial O crescimento econômico foi ativado depois da independência e durante um período de quarenta anos por meio de altos investimentos públicos em pesquisa civil, militar e espacial. Desde os anos sessenta, várias empresas públicas grandes (BEL, HAL, HMT, ITI, e BHEL) também foram criadas. O desenvolvimento de indústrias têxteis privadas e companhias de artigos de vestuário (atividades tradicionais), a indústria de eletricidade, ferramentas de máquinas (engenharia), subcontratação de automóveis, alimentos e substâncias químicas foram aprimorados durante a última década, por meio de tecnologia avançada, eletrônica, indústria de telecomunicações e tecnologia da informação. A indústria farmacêutica, bem como as indústrias 482 Corredor Multimodal de Belo Horizonte automobilística e de componentes também são importantes contribuintes para a economia em termos comerciais. O emprego da maior parte da população da cidade (aproximadamente 70%), inclusive os grupos de renda mais baixa, e uma estimativa de 60% do produto econômico são do setor informal. Estes constituem comércios e manufaturas com poucos recursos. Muitas destas atividades acontecem dentro de desenvolvimentos residenciais e bairros onde os bens imóveis são muito mais baratos. Abordagens industriais As abordagens industriais eram ambiciosas e orientadas para o crescimento. Elas incluíam: Constituição de um comitê de alto nível para liberação diligente de megaprojetos. Criação de uma única agência de nível estadual para liberar projetos. Revisão do pacote de incentivos e concessões para novos investimentos industriais no Estado desde 1990 pelo governo. Estes incentivos cobrem todas as categorias de indústrias novas, pequenas, médias e grandes. Um exemplo de concessões especiais é a isenção de 100% de imposto de vendas durante um período de três a seis anos a partir do início da produção comercial. Bangalore testemunhou um crescimento excepcional das empresas de produtos e serviços de TI como uma grande base de emprego. Os recentes investimentos e incentivos fiscais também atraíram um grande número de empresas de Negócios, Processamento e Terceirização (BPO). A excelente infraestrutura de telecomunicações, abundância de recursos humanos, baixo custo de operações, boa infraestrutura e legislação incentivadora são alguns dos fatores cruciais para o crescimento do setor de BPO. O departamento de TI, em colaboração com a Confederação das Indústrias Indianas (CII), está estimando a criação de um milhão de novos empregos até 2010 no Estado de Karnataka. Resumidamente, o Estado pode prover oportunidades de trabalho para os que procuram por emprego, mas ao mesmo tempo pode formular políticas / 483