Passeio de escuna na Maranduba pg 03 Eleição do Conselho

Transcrição

Passeio de escuna na Maranduba pg 03 Eleição do Conselho
Maranduba, 1º de Abril de 2010
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano I - Edição 04
Turismo:
Passeio de escuna na Maranduba
pg 03
Política:
Eleição do Conselho Tutelar acontece sem incidentes pg 05
Turismo Rural:
Alunos de Turismo visitam propriedade rural
Dica de Turismo:
pg 06
Ruínas da Lagoinha: encantos e mistérios pg 08
Cachoeira Véu de Noiva é atração em meia a mata pg 09
Gente da Nossa História:
Pedro Bernardino, um homem de bem pg 10
Lenda:
A Mina de Ouro pg 11
Profissão:
Interruptor paralelo e intermediário pg 12
Cultura:
Rumo à Aparecida do Norte (Parte I) pg 13
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Jornal MARANDUBA News
Editorial
Cartas à Redação
Por ironia do destino, nos orgulhamos por ter produzido o
primeiro site do Litoral Norte Paulista na Internet. Isso foi
em 1996, época da jurássica internet discada com modem de
9600bps.
Fomos assinantes do primeiro provedor de internet do Vale do
Paraíba, a NetVale, a qual acessavamos no inacreditável modem 9600bps via interurbano para São José dos Campos.
A primeira conta de telefone depois da internet eu nunca mais
esqueci: 106 horas conectado. O valor? Quase dava para comprar uma linha telefonica. Naquele tempo a gente comprava e
vendia linha telefonica, lembra?
A velocidade de acesso foi aumentando. 14400bps, 28800bps,
56000bps, 112000bps... até que chegou a banda larga.
Ah... O primeiro acesso ao Speedy a gente também nunca
esquece! Conectado 24 horas por dia, 128kbps... 256kbps...
512kbps... 1 Mega!!! 2 Megas!!! Uau!!!
Dowload rápidos, vídeo, musica, fotos, multimídia, upload eficiente, aumento do tráfego na rede, mais trabalho, mais conectividade, YouTube, Orkut, Skype, um mundo novo, que a
apenas 15 anos seria inimaginável.
Hoje, em pleno século 21 (já a uma década), voltamos para a
Maranduba, e como nosso trabalho necessita de conexão banda larga com a internet, solicitamos uma linha com o Speedy
para a Telefonica.
- Não há disponibilidade - alega a atendente do irritante 10315.
- Tem previsão? - suplico.
- Infelizmente não. O Sr. terá que aguardar.
Peço transferência de uma outra linha com Speedy já instalado na Maranduba, e até o momento, nada. Transfiro outra linha
que tenho com Speedy para o novo endereço, e nada.
Fica aqui uma questão. Porque a Telefonica investe tanto em
propaganda na TV e em revistas oferecendo o Speedy, se quem
realmente precisa do serviço não pode ser atendido. Não seria
melhor investir em infraestrutura para atender a demanda. Não
sou o único que necessita do serviço. Se a gente realmente
pudesse escolher a companhia telefonica que instalaria o cabo
em nossa porta acredito que seria diferente.
Enquanto isso, como o pioneiro da internet no Litoral, faço
meus acessos via Banda Larga 3G da OI e da Claro, que por
sinal está funcionando muito bem.
Emilio Campi
Editor
Editado por:
Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.
Av. Paraná, 1085 - Indaiá - Caraguatatuba - SP
Fones: (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563 - Nextel ID: 55*96*28016
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Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: quinzenal
Responsabilidade Editorial:
Emilio Campi
Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues,
Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
e não refletem a opinião da direção deste informativo
Parabéns I
Nós da Kauan Turismo, de São
José do Rio Preto-SP, vimos
através deste e-mail parabeniza-los pelo vosso jornal, tão
simples e tão gostoso de ler.
Estivemos em Maranduba com
uma excursão em fevereiro de
2010 e li vosso jornal. Estivemos ai de 19 a 21/03 e pegamos novamente vosso jornal e
achamos as matérias de uma
simplicidade maravihosa, mas
de uma seriedade fora do comum.
Continuem denunciando como
fizeram com Rio Lagoinha, porque voces são a arma da população.
Queremos ressaltar que sempre que hospedamos nossos
passageiros em Maranduba,
ficamos nos chalés Agua do
Mar, e o povo do Bairro é de
uma atenção incrivel, principalmente a Neuza do mini mercado ao lado dos Chalés.
Parabens à todos: editores,
responsaveis, diretores, continuem nesta linhagem que o
susseso já esta garantido.
Grande abraço.
Roberto Pirani
Promotor de Viagens
São José do Rio Preto-SP
www.kauanturismo.com.br
Parabéns II
Gostei muito de receber via
email o Jornal Maranduba.
Abraço.
Ana Zita
Ubatuba, SP
Parabéns III
Um único reparo: precisa ter
política local independente. As
coisas só mudam pela política.
É minha opinião.
Um forte abraço.
Mauricio Moromizato
Ubatuba, SP
1º Abril 2010
Parabéns IV
Adorei... parabéns pelo lindo
trabalho... Continuem firmes e
fortes... Maranduba merece..
Abraços a todos..
M. Angelica F. Caldas
via e-mail
Chico Romão
Tá linda a história sobre Chico
romão, mas teve um erro grave. Quanto a disposição dos
filhos, a Bernadete está como
filha morta e ela está viva, graças a Deus.
E quando fala sobre o ultimo
dia no hospital, que o papai
sentou-se na varanda e estava
vendo a neblina... que o tempo
estava mudando e em seguida
veio a falecer, está é uma visão que ele estava tendo dentro do hospital. Na verdade ele
não estava na varanda. Isso foi
uma graça de Deus, pois ele
sempre pediu que não gostaria
de falecer em hospital e assim
ele se sentiu na varanda.
Bel Dergam
Sertão da Quina
Estacionamento
Cópia de carta enviada a Sr.
Ezio / Sr. Luis Felipe Azevedo
Prezados Senhores,
Conforme contato telefônico
com o Sr. Ezio na data de hoje
venho por meio desta repetir
minha reclamação em relação
a perturbação sonora já efetuada pessoalmente na Ouvidoria em Jan/2010.
Os Fatos:
A Prefeitura veio na Praia de
Maranduba em outubro/ 2002
(Prefeito Paulo Ramos) e
construiu uma praça e estacionamento Zona Azul.
Durante o dia a Prefeitura explora este estacionamento cobrando dos veículos automotivos. A noite este espaço fica
completamente abandonado e
vem sendo utilizado por veículos que possuem equipamentos profissionais de som em
altíssimo volume até o amanhecer.
Como foi a Prefeitura que construiu e que arrecada com este
estacionamento solicito mais
uma vez suas breves medidas
no sentido de fechar o mesmo
no período noturno (seja com
correntes, vigias e/ou outros)
ou entrega-lo para os moradores da região administra-lo.
Visto que este estacionamento não traz benefício nenhum
para a região e a noite se
transforma (em fins de semana e temporada) em local de
reunião de desocupados, bebados, drogados, point de motoqueiros e de veículos acima
descritos,
Local do estacionamento: Praia
de Maranduba, anexo aos
quiosques Eskizitinho e Joel
na altura do 30 ao 150 Av. Tenente Manoel Barbosa da Silva
- Em frente Posto BR
Aproveito para inquerir a Prefeitura sobre uma prestação de
contas dos recursos arrecadados e gerados por este estacionamento.
Aguardo retorno,
Belinda Goldberg
via e-mail
Amante da Maranduba
Muito Legal a iniciativa, desta
maneira posso ficar informado
sobre a praia que mais adoro
do Litoral Norte.
Inclusive estou descendo e ficarei ate o dia 01/04.
O site já está adicionado em
meus favoritos.
Tiago Almeida
Campinas, SP
Mande sua mensagem para
[email protected]
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Jornal MARANDUBA News
Turismo: Passeio de escuna na baía da Maranduba
EMILIO CAMPI
Além da belezas naturais que
a região Sul oferece, uma das
atrações mais agradáveis são
os passeios de escuna que partem da praia da Maranduba.
A Lupamar Turismo oferece passeios todos os finais de
semana e feriados em escuna
com capacidade para 120 passageiros, com saídas as 11 e
13 horas.
O roteiro compõe saida da
praia da Maranduba (em frente
ao Corpo de Bombeiros), parada na praia do Bonete, onde o
turista pode apreciar a beleza
da praia, praticar mergulho, ou
fazer a trilha que leva a praia
Grande do Bonete, um dos últimos redutos caiçara que preserva a tradição local.
Após essa parada, a escuna navega para o ilhote da
Maranduba, com sua linda
vista para a orla dessa praia,
retornando em seguida para o
ponto de partida.
A escuna possui serviço de
bar, som ambiente e musica
ao vivo (nos feriados prolongados), aluguel de equipamento
de mergulho e é conduzida por
marinheiro treinado com mais
de 15 anos de experiência.
O preço do passeio é de
R$ 15,00 para maiores de 10
anos, R$ 10,00 para crianças
de 5 a 10 anos e cortesia para
os menores de 5 anos.
Segundo o proprietário, Marcio Lopes de Almeida, mais conhecido como “Marcio Romão”
(por ser neto do saudoso pescador Chico Romão, citado em
materia na edião anterior), a
Lupamar Turismo é uma empresa familiar, atuando a cerca de
quatro anos no setor náutico.
Como empresa familiar, o
nome Lupamar foi composto
pelas primeiras silabas de LUana (filha), PAtricia (esposa) e
Maria Clara (filha).
Fotos: Divulgação
Escuna parte da Maranduba com destino a Praia do Bonete (abaixo). O passeio oferece cenários encantadores e natureza exuberante
A Lupamar Turismo
também oferece
serviço de
fretamento para
pescarias, passeios
e confraternizações,
oferecendo como
sugestão roteiros
que abrangem a
Ilha Vitória,
Ilha de Búzios
e Ilhabela.
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Jornal MARANDUBA News
Vamos falar sobre turismo III
FERNANDO PEDREIRA
Como dissemos iremos expor aqui todos os projetos que
desenvolvemos do PDTR PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO RECEPTIVO.
Lembrando que o Circuito
Litoral Norte está retomando as ações agora em Março
e realmente é uma boa para
qualquer empresário, não sei
se ainda dá para se inscrever,
mas basta contatar com a Associação Comercial de Ubatuba
ACIU para saber.
O Circuito nada mais é que
o PDTR, porém de forma regional, englobando as quatro
Cidades do Litoral Norte e está
recebendo apoio financeiro de
Quatro Milhões de Reais, sendo Um Milhão somente para
Ubatuba, esta verba destina-se a dar Capacitação e apoio
aos empresários através de
Consultorias Especializadas de
Técnicos do Sebrae.
O segundo projeto que desenvolvemos foi o de SENSIBILIZAÇÃO DAS ESCOLAS.
Apesar das informações que
a Secretaria da Educação jamais abriria as portas para
nossos projetos, fomos procu-
rá-los e lá foi tudo muito diferente, a receptividade foi excelente e chegamos até a fazer
duas Oficinas com Diretores
(as) e Coordenadores (as) da
Rede Municipal de Ensino de
Ubatuba. Numa das reuniões
havia 41 pessoas. Começamos
a desenvolver duas Cartilhas
que seriam introduzidas nas
salas de aula, porém como
tudo nada virou. Veja o Objetivo Geral:
Sensibilizar e conscientizar a
comunidade escolar da importância do turismo sustentável
(ambiental, social e econômica)
para o município de Ubatuba,
objetivando o envolvimento
e integração dos mesmos no
desenvolvimento ordenado do
segmento (reforço na construção de cidadania) assim como
a formação de multiplicadores
dos conceitos referentes ao turismo responsável.
Desenvolver projeto pedagógico junto a alunos e professores da rede pública.
Todo o projeto, bem como
algumas atas e esboço das
cartilhas iremos disponibilizar
no site. ( não deixem de ver,
somente assim Você poderá
Regional Sul realiza mutirão
A Administração Regional
Sul vem fazendo uma série de
serviços visando a melhoria
dos bairros da região Sul de
Ubatuba.
Na última quinzena foi realizado serviço de limpeza, tapa-buracos e capina no bairro da
Lagoinha, inclusive a limpeza
das ruínas para evento a ser
realizado durante a Semana
Santa.
Outros bairros que estão recebendo os serviços é a SAMOLA e Vila Santana, que recebeu
parte do asfalto antigo retirado
da margem da rodovia SP-55.
Segundo o adminstrado da
Regional Sul, Moralino Valim
Coelho, esse asfalto foi retirado com a autorização do Eng.
Luiz Fernando, do DER, e tem
sido de grande valia para restaurar as vias da região.
Segundo Moralino, os serviços
terão continuidade nos demais
bairro, porém para agilizar os
trabalhos ele está aguardando
a liberação de mais veículos da
Adminstração Municipal para
manter a região sul em perfeito estado de conservação.
avaliar o que perdemos e o
que poderíamos ser já no dia
de hoje).
Mas antes de nos despedirmos vamos contar mais umas
historinhas estarrecedoras.
Ainda no Conselho Municipal
de Turismo, deparamos com a
notícia que iria ser votada na
Câmara a extinção da zona azul,
como tínhamos como objetivo
e obrigação conforme estatuto
concretizar o Fundo Municipal
de Turismo, sugerimos que enviássemos para a Câmara um
adiamento da votação para que
discutíssemos no Conselho a
viabilidade desse numerário ser
destinado ao fundo, recebemos
como resposta um não do tamanho da Maranduba. Foi uma
pressão e tanto.
Nossas primeiras propostas
para serem discutidas no Conselho foram:
a) Normatização dos Meios
de Hospedagem
b) Normatização dos Meios
de Transportes Coletivos de
Turismo
c) Normatização e Quantificação dos Ambulantes.
Como podem perceber até
ontem...
Cartilha da oficina de sensibilização do PDTR em Ubatuba
Cadela “Tetê” amamenta gatinhos no Boêmio
Foto: Emilio Campi
Cadela Tetê adota e amamenta filhotes de gatos abandonados. A mãe
natureza aflora o instinto materno para preservação dos animais.
Uma cena inusitada chama a atenção de quem visita
o quiosque Boêmio Bar, na
Maranduba. Uma cadela amamenta vários gatinhos e trata-os como filhotes.
Segundo Salete Piza, “a Tetê
vem fazendo isso há tempos,
pois basta aparecer filhotes de
gatos abandonbados que ela
‘adota’ e passa a alimentá-los
sistematicamente”.
Como podemos perceber, a
mãe natureza faz aflorar o verdadeiro instinto materno quando mais se precisa dele.
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Jornal MARANDUBA News
Eleição do Conselho Tutelar acontece sem maiores incidentes
No último domingo, 28, foi
realizado as eleições para a
escolha dos cinco membros do
Conselho Tutelar triênio para o
2010/2013.
Apesar de reclamações sobre
o transporte de eleitores para
o conselho, a eleição transcorreu Foram eleitos Iramaia
Antunes de Oliveira Santos
(374 votos), Edineia Renata
de Souza (323 votos), Rute Ribeiro de Campos (308 votos),
Ronaldo Rodrigues S. de Souza
(290 votos) e Solange Teixeira
da Silva Ribeiro (247 votos).
Nesta eleição participaram cerca de 3.129 eleitores.
Este ano o numero de eleitores que foram as urnas surpreendeu os candidatos e a
Comissão Especial das eleições
para escolha dos membros do
Conselho Tutelar, já que trata-se de uma eleição que não
é obrigatória.Os novos conselheiros tomaram posse na
terça, 30, na Secretaria Municipal de Educação. O numero
expressivo de votantes se deu
pela descentralização dos locais de votação.
A importância do Conselho Tutelar
O Estatuto da Criança e do
Adolescente prevê que em
cada Município haverá, no
mínimo, um Conselho Tutelar
composto de cinco membros,
escolhidos pela comunidade, para um mandato de três
anos. Os candidatos devem ter
reconhecida idoneidade moral,
residir no Município e ter idade
superior a vinte e um anos.
O Conselho é um órgão permanente e autônomo, não
jurisdicional, integrante do
conjunto de instituições brasileiras, sujeito e subordinado ao
ordenamento jurídico do país
e que, em suas decisões, tem
autonomia para desempenhar
as atribuições que lhe são confiadas pelo Estatuto Federal
que o instituiu.
A função principal do Conselho Tutelar consiste na fiscalização do cumprimento
dos direitos previstos no ECA.
Seus membros são os principais responsáveis para fazer
valer esses direitos e dar os
encaminhamentos necessários
para a solução dos problemas
referentes à infância e à adolescência. Também deve ser
consultado na elaboração da
proposta orçamentária, já que
o Executivo e o Legislativo não
podem argumentar que des-
frutam do poder discricionário, pois quando exercitam os
princípios da conveniência e
oportunidade, devem adotar o
princípio da prioridade absoluta, como dispõe a Constituição
e o Estatuto.
Ao Conselho Tutelar são encaminhados os problemas de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão que tenham como
vítimas as crianças e os adolescentes. Quando recebe uma
denúncia, passa a acompanhar
o caso para definir a melhor
forma de resolver o problema.
Podemos citar exemplos de
quando o Conselho deve ser
procurado: quando os pais de
uma criança ou adolescente
não encontram vagas para os
seus filhos na escola; quando
uma criança ou adolescente
não estiver recebendo o tratamento de saúde que estiver
necessitando, etc. Nesses casos, o Conselho requisita os
serviços públicos para atender
as necessidades. A requisição
não pode ser entendida como
mera solicitação.
Estamos diante de uma determinação, para que o serviço público execute o atendimento. Na
falta de providência, o Conselho
deve encaminhar o caso ao Ministério Público, que adotará as providencias jurídicas necessárias.
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Jornal MARANDUBA News
Alunos de Turismo visitam propriedade rural na Região Sul
EZEQUIEL DOS SANTOS
Alunos do curso de Turismo
da Escola Tancredo Neves,
Centro, visitaram na tarde do
último dia 28 o Sitio Recanto
da Paz no bairro do Araribá. A
visita, que é parte da programação pedagógica ministrado
pelo professor Edson Chagas,
tem como finalidade a preparação dos alunos em articular
e conhecer as várias vertentes
do turismo, com isto engrandece o conhecimento prático
dos futuros profissionais da
área.
Na propriedade foram abordados temas como a didática
da implantação do Turismo
Rural na região desde o descobrimento do Brasil, o histórico
da localidade e a importância
da parceria dos trabalhos com
as agências de tecnologias e
de extensão rural. A manutenção do meio ambiente aliada
ao respeito às culturas e tradições também foram temas
importantes.
Como parte das atividades
de turismo rural, foram convidados alguns moradores a
apresentar seus trabalhos, foi
montada uma mesa especifica
dos produtos da região, desde
artesanato a sorvete de gengibre, passando pelos deliciosos
doces as flores tropicais, sem
esquecer o rico artesanato local a dança country realizada
por meninos e meninas da localidade.
Tudo isto se remete aos áureos tempos das grandes produções, porém a atividade atualmente é otimizada por novas
metodologias e procedimentos,
grande parte em fase de transição agroecológica, que provem
maior valor agregado aos produtos e ao turismo propriamente dito como também melhorar
a qualidade do meio ambiente.
Fotos: Emilio Campi
Professores e alunos do curso de Turismo do Tancredo degustam o resultado da atividade da agricultura familiar dentro do turismo rural
Vale lembrar de que a proposta de turismo para o litoral
paulista é viável e de quase
exclusividade, já que é possível desenvolver atividades que
possam render financeiramente o ano todo, além da buscar
a valorização do etnoconhecimento e dos processos que
formaram a região.
A região ainda é rica na diversidade pluriétnica e mantém,
mesmo que de forma tímida,
a identidade da formação deste território brasileiro, são quilombos, indígenas e moradores tradicionais que começam
a entender e a mensurar seus
valores. A visita, considerada
positiva, tende a estreitar os
laços entre os “operadores”
do real turismo, aquele que
pauta pela sócio-sustentabilidade, o que é bom para todos, principalmente a aqueles
que foram considerados criminosos e que na realidade
transmitiram apenas o seu
rico conhecimento e com isto,
seja qual for à atividade de turismo, devemos toda a nossa
gratidão pela insistência em
manter o seu conhecimento.
Para moradores, turistas e
usuários dos roteiros turísticos a região precisa é que
cada vez mais profissionais
se capacitem para a demanda presente e futura, e que,
a comunidade em geral deseja muita sorte e sucesso aos
novos profissionais, que pelo
visto buscam maior equilíbrio
e responsabilidade na transmissão das atividades de turismo, do etnoconhecimento e
da tradição oral.
Gengibre: planta ideal para o
cultivo no Litoral Norte Paulista
e é a base de vários produtos do
agronegócio do Sítio Recanto da
Paz, no Araribá
Quilombo Caçandoca apresentou
artesanato tradicional que foi
muito apreciado pelos visitantes
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Moradores do Araribá e Vila Santana
transitam no escuro em pleno século XXI
EZEQUIEL DOS SANTOS
Moradores do bairro do
Araribá e Vila Santana encontram-se indignados com a situação em que se encontra o
trecho da estrada municipal do
Araribá que liga os dois bairros.
É que há vários anos moradores buscaram na prefeitura
municipal uma resposta sobre
a implantação de luminárias
públicas para o local.
Não é difícil encontrar trabalhadores e estudantes que
utilizam o trecho à noite descontentes com a situação, muitos deles descrevem situações
constrangedoras e de risco que
passaram por transitarem no
escuro.
Moradores informam que até
agressões já ocorreram por
tratar-se de um local abandonado. O trecho em questão
não tem mais de cem metros
e que, segundo moradores três
ou quatro luminárias seriam o
suficiente para amenizar a situação.
O problema não é novo e
não são só neste local, vários
outros bairros reclamam a
mesma situação. Para a moradora Juraci Maria da Vila Santana, “o pior ainda é nos dias
de chuva, que tendo uma luz
não é tão difícil passar pelo
lugar”. Vários foram às solicitações a prefeitura para que
implante as luminárias públicas
na localidade.
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Jornal MARANDUBA News
Foto: Emilio Campi
Comunidades reivindicam iluminação publica em local de grande
movimentação de trabalhadores, estudantes e moradores
Em contato com a concessionária de energia elétrica, ela
informa de que a responsabilidade é da prefeitura e que
a concessionária apenas implanta extensão de rede onde
não tem, desde que os locais
estejam legalizados, a ligação
de padrões, a manutenção da
rede, implantação de programas estaduais e federais como
o Luz Para Todos.
A concessionária informa
ainda que vários outros serviços foram terceirizados, mas
só são executados através da
concessionária. Com a escuridão em que se encontram o
local, moradores temem que
aconteçam assaltos, estupros
e até assassinatos, com este
problema muitos tem de fazer
uma grande volta buscando
trechos mais seguros.
A iluminação pública no Brasil
já é considerada parte dos processos que visam melhorar as
condições da segurança pública, basta fazer um comparativo
entre um local bem iluminado e
outro com deficiência de iluminação para perceber os problemas e os constrangimentos de
que passam seus moradores.
Enquanto a questão não é
resolvida, os contribuintes se
viram como podem e vivem
na eminência de sofrer algum
dano, seja material, físico ou
psicológico. Neste meio tempo, infelizmente, o que todos
podem fazer é aguardar.
Curva ou Cruzamento?
Perigo na Avenida do Engenho
Foto: Emilio Campi
A curva que liga a Av. do
Engenho com a Estrada Fujio
Iwai, também recebe acesso
da Rua Cabo Luiz Gomes de
Quevedo e tem preocupado
moradores devido ao grande
perigo que oferece.
Segundo o morador Jean
Giraud, vários acidentes ocorrem nesta confluência de vias.
“O ideal seria a colocação de
lombadas ou uma sinalização
eficiente para evitar futuros
acidentes”, declara o morador.
Devido a falta de sinalização,
fica confuso saber de quem é a
preferencial já que as três vias
formam um cruzamento, onde
duas delas são asfaltadas, e
uma de terra.
SINALIZAÇÃO
Consultado, o administrador
da Regional Sul, Moralino Valim Coelho se prontificou a solicitar junto ao Departamento
Municipal de Trânsito que faça
a sinalização correta no local
para evitar acidentes.
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Ruínas da Lagoinha: encantos e mistérios num só lugar
EZEQUIEL DOS SANTOS
Muito além da beleza, muito
além da história e muito além
do mistério, assim foi à fazenda
da Lagoinha que mantém ainda
de pé um conjunto de patrimônio histórico, arquitetônico e
natural mais próximo às pessoas e preservado da região.
Pela rodovia se vê ainda os
pilares (construídas com conchas moídas e óleo de baleia)
do que sobrou da primeira fábrica de vidros da América Latina, a frente uma praia onde
até os bois da fazenda passeavam tranquilamente, do lado
oposto ainda imponente, as ruínas da Casa Sede da Fazenda
e em seu contexto poços, trilhas, fauna, flora e cachoeiras
de tirar o fôlego.
Se as ruínas contassem às
histórias que já viveram daria
centenas de livros, então vamos ao que conhecemos. As
ruínas pertenciam à família do
Capitão Romualdo e que eram
produtoras de café e cana de
açúcar. Para engarrafar a cachaça foi então construída a
fabrica de vidros, que na realidade era para produzir garrafas. Existem ainda trechos e
objetos deixados pelos antigos
moradores como vestígios de
rocas por toda a sua extensão
. As janelas e suas venezianas
eram as primeiras da região a
abrirem para fora, o vidro teria
de ser mostrado aos outros,
era chique vidro nas janelas.
Ao lado um sistema de abastecimento de água que atendiam as necessidades da Sede.
Para quem chega à localidade
não imagina de que sua várzea
foi muito produtiva. De onde
será que vinham as pedras que
construíram as grandes paredes, é que nosso visitante não
foi ä trilha que leva a cachoeira
do véu de noiva, aquela que dá
Fotos: Emilio Campi
As janelas e venezianas eram as primeiras da região a abrirem para fora, pois era chique mostrar o vidro
para ver da rodovia na subida da
Lagoinha para a Praia Dura. Ao
fundo da sede, existem muitos
lugares que foram transformados por conta das necessidades
as época, alguns pontos são dotados de muitos mistérios, como
por exemplo, a caverna que
tem acesso por baixo da trilha,
percebe-se que ela já teve muito espaço e hoje só passa uma
pessoa por vez, mas por questão de segurança é bom apenas
apreciar e tentar entender.
O trecho até a cachoeira da
fazenda é considerado fácil
moderado e não leva uma hora
para percorrer todo o local, a
cada 20 metros tem um poço
cada qual com sua particularidade, um convite irrecusável
para um relaxante e energizante banho. A trilha começa
na rua que leva as ruínas, começa por baixo de um portal
de madeira, passa pela estru-
tura de filtragem e limpeza de
água da Sabesp e não é difícil
de encontrar cobras no local.
Suas águas transparentes
parecem vidros (claro que não
os feitos na fazenda), nas laterais do rio existem muitos
vestígios de construções antigas, pedaços de paredes, tijolos assentados no meio do rio,
árvores frutíferas centenárias,
vestígios de roças, troncos de
árvores retorcidas por conta
das águas e do solo rochoso,
tudo isto e muito mais nos
remetem a entender como viviam os antigos habitantes.
Sabemos que pelo menos as
belezas naturais eram muito
bem desfrutadas, mesmo que
por regras estranhas para nós,
as madames tomavam banho
sempre acima dos homens, estes só depois que as águas do
banho das mulheres passassem por eles. Toda esta magia
é mostrada também através
da biodiversidade do local,
a quantidade árvores como
Coração de Nego (Araçarana
Vermelha), Guacá, Bacupari,
Bocabixaba, Guacá de Remo,
Maracujá de trepadeira, Coco
Pati, Jabucatiba mostra também a quantidade de animais
que freqüentam o lugar, que
por vezes nos surpreendem
com sua rápida visita.
As bromélias e orquídeas
também dão um espetáculo à
parte. A chegada à cachoeira
principal e como se estivéssemos próximo a um quadro
gigante, olhando ela num todo
é fácil descobrir porque a chamam de véu de noiva.
bromélias e orquídeas são um espetáculo à parte
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Cachoeira Véu de Noiva é atração em meio a Mata Atlântica
A sua frente é percebida a
mudança de temperatura, parece que você esta na frente
de um ar condicionado, difícil é
descobrir o melhor ângulo para
uma foto, temos que fazer um
esforço para levantar o pescoço, são cerca de 50 metros de
águas caindo suavemente pela
rocha, da a vontade de abrir os
braços e abraçar a pedra, dando a entender de que tomamos
um ducha gigante, massageando nosso corpo. Tudo é tão
belo que parece um capricho
colocada por mãos divinas.
O local merece bastante
tempo para um bom descanso, lugar ótimo para esquecer
das preocupações cotidianas,
ao redor as particularidades da
floresta encantam. Subindo um
pequeno paredão, logo acima
da cachoeira ainda existe outra pequena queda e um poço
fundo para mais um relaxante
mergulho.
Durante o trajeto não foi difícil encontrar plásticos, meias,
garrafas e papéis as suas margens. Irritado com a irresponsabilidade dos visitantes ao
local, o Técnico em Turismo
Rural Fábio de Souza, 35, desabafa: Se existe a necessidade de levar mantimentos,
Foto: Ezequiel dos Santos
Fábio de Souza, técnico em Turismo Rura, aponta para a grandiosidade da cachoeira véu de noiva, na Lagoinha
equipamentos e alimentação
ao lugar, existe uma maior necessidade de levá-lo de volta,
A natureza ainda permanece intocada: que continue assim!
a floresta não necessita disto
para viver, cada um deve fazer
a sua parte, comenta.
Fábio nasceu nas proximidades e freqüenta o local desde
pequeno e nos informa ainda
da existência de vários fornos
de carvão nas montanhas que
rodeiam a sede da fazenda e
de até animais raros como a
lebre. Conhecedor da fauna e
flora da localidade, ele aponta
as varias árvores e flores, algumas que nascem apenas ali,
que completam este maravilhosa visita a cachoeira Véu de
noiva na Lagoinha. A trilha ainda leva a outra região, como
os bairros do Sertão do Ingá e
do Corcovado.
Vale lembrar de que as pedras
são perigosas e merecem muita
atenção, quando chove, aquelas passageiras, todas as pedras
ficam muito lisas, aumentando
a possibilidade de um acidente,
e por falar em pedra, o local
ainda possui um tipo raro de
pedra, a pedra ferro. Não raro a
visão de pegadas de pequenos
animais como paca nas areias
cristalinas e limpas das margens do rio. Todas as quedas,
pequenas ou grandes, deixam
as águas branquinhas, assim
como o açúcar refinado, que na
época da fazenda era colocado
em um saquinho e escondido
entre as roupas como se fossem
perfumes caros que não podiam
gastar, davam dulçor à roupa,
isto também era chique.
A cada minuto vemos algo
diferente, porem a água continua limpa, cristalina e fria, na
parte de cima vemos pequenos
viventes coladas as pedras que
só existem em locais de extrema conservação e pureza e
para que continuem assim devemos cuidar e educar.
É fundamental saber que muitas medidas têm de serem seguidas, principalmente no quesito segurança e proteção do
patrimônio a ser visitado, que
assim como nos, muitos visitantes também querem ter este
privilegio, para isto devemos
cuidar e respeitar cada espaço.
Página 10
Gente da nossa história:
EZEQUIEL DOS SANTOS
“Bom dia comadre! Vai pra
Caraguá? E Então trás pra mim filé
minhão (filé mignon), sapatos novos,
um quarto de fazenda de Casemira
Aurora (pano mais caro da época),
sorvete e bastante dinheiro.” Era
dessa forma, brincalhona que Pedro
Bernardino de Amorim costumava
brincar com quem passava em frente a sua casa a esperar a condução
para ir a cidade vizinha. O primeiro
choro de Pedro Bernardino de Amorim aconteceu na maranduba em 05
de julho de 1909, nasceu numa típica
casa caiçara, cercada de mata e de
culturas de ano inteiro. Pedro não era
muito ligado ao mar como o amigo
Chico Romão, mas tinha um estreito
laço com a roça, com a agricultura,
do que sempre sobreviveu.
Na época, mesmo não havendo
grau de parentesco, todos tinham um
grande respeito pelos mais velhos e
com ele não foi diferente, carinhosamente o chamavam de Tio Pedro
Amorim. Não diferente também eram
os apelidos dos homens da casa,
muitos tinham apelidos de bichos conhecidos da mata atlântica e o dele
era “Zampiu”, uma ave da região.
Era um homem determinado, sem
preguiça, que realmente gostava do
que fazia, sua visão empreendedora
passava dos limites capitalistas, pois
para ele antes do dinheiro vinha o ser
humano, sua família. Pedro sempre
foi muito alegre, porém por conta
da ganância alheia esta alegria foi
sumindo até que lhe pregaram uma
peça, que foi fatal. Em tempos de
trabalho duro, Pedro Bernardino era
homem de bem, sempre tinha uma
solução pacífica pra tudo.
Filho de Bernardino de Amorim
e de Benedita Isaias da Conceição,
agricultores humildes, como todos
da época, também nasceram e viveram nesta região da caça, da pesca e
principalmente da agricultura. Diziam
os amigos que ele era alegre como
Emidio Luiz de Deus, trabalhador
como João Rosa, destemido como
Chico Romão, seresteiro como Manoel Hilário e sarrista como Virgilio
Lopes. Casou-se com Lurdes Cesário
do Prado Amorim e com ela tiveram
onze filhos: os falecidos Benedito e
João e os demais Benedito (de novo),
Pedro, Izabel, José, Sebastião, Ber-
1º Abril 2010
Jornal MARANDUBA News
Pedro Bernardino, um homem de bem
nardo, Antonio, Maria e José. Lurdes
também era de família de agricultores. Como todos na época, começou
cedo a lida na terra, pois era dela que
tiravam o sustento e mantinham sua
cultura, em suas terras se plantavam
de tudo.
Sua casa era de pau-a-pique em
cima do morro onde hoje é o inicio
da estrada do Araribá, a casa mais
próxima era a do compadre Joaquim
Vieira, mais conhecido como Joaquim
“Cantoneiro”, que era funcionário do
DER. Na casa de Joaquim todos iam
lavar os pés para pegar o ônibus para
a cidade. Atrás do caminho havia um
caminho ainda do período dos primeiros colonizadores, na sua entrada
uma porteira, onde dá acesso ao Costão, passando pelo Sitio Recanto da
Paz, subindo pela antiga propriedade
do João Apolinário (uma das vistas
mais bonitas da região), dali avistam
todo o Sertão das Piabas, Araribá,
Maranduba e o Morro do Botujuru
(boca do monte, bocaina, garganta
da serra).
Atrás da casa de Apolinário havia
uma bica de águas cristalinas, que
corriam direto da cachoeira, era um
platô natural e em seguida passava
a propriedade de Antonio Gonçalves
(Sítio Lama Mole), beirando o Bananal do Sr. Arnaldo até a propriedade
do Dito Gil, passando o rio, chegavam
às propriedades de Celestino Amaro
de Oliveira, Manoel Cesário do Prado,
Salvador e Sebastião Jesuíno e do
Benedito Peixoto onde tem seu término no Rio Araribá. Por conta dos
enormes bananais, Pedro tinha muitas responsabilidades, era ele que
organizava a compra e a venda das
produções, seus compadres e amigos
carregavam toneladas de bananas
nas costas até a porteira que tinha
na entrada do caminho, nesta época
só um homem possui cafezal, era o
compadre Mane Cezario.
Na ocasião o caminho era o único
elo entre as propriedades e a estrada.
A única coisa que faziam estas pessoas pararem de trabalhar era a chegada da Folia de Reis, principalmente a
Pedro Bernardino de Amorim que era
devoto de Nossa Senhora Aparecida.
Era ele que todos os anos quando
podia, alugava um caminhão pau-de-arara para levar à família e amigos à
cidade de Aparecida. Nesta época de
Pedro Bernardino em Aparecida
ouro da banana, era capataz de uma
fazenda de bananas que ia de partes
do Araribá até a Maranduba, porém
em sua propriedade nunca deixava
de cultivar alguma coisa. Hoje ao lado
da estrada Fujio Iwai existe o que sobrou de um imponente alambique, lá
também era de responsabilidade de
Pedro Bernardino.
Sonhador, era esguio, sorridente
e trabalhador, seu coração era maior
que ele, relembra os mais antigos,
pois muita gente hoje tem família
graças aos empregos que ele dava
nos bananais, ele sempre conseguia
algum emprego para quem precisava. Na região também colhia de quase tudo, eram toneladas de mercadorias que passavam por suas mãos,
era Pedro que pagava os camaradas
e ninguém reclamava, todos recebiam direitinho. No caso de doença
ou de precisão ia ele fazer um vale ou
até mesmo emprestar algum dinheiro para que o camarada não ficasse
a margem da situação. Pedro com
toda esta responsabilidade sentiu a
necessidade de melhor o escoamento
da produção, com isto estudou uma
forma de construir uma estrada para
facilitar o serviço. O local próximo
onde ele morava era um taboal imenso, onde as mulheres as utilizavam
para fazer esteiras, no local havia
muita água. Pedro saiu da sua casa
no morro que lá existia para que a
terra fosse retirada a fim de dar inicio
a estrada, com o aterro o acesso foi
tomando forma, muita gente veio ver
a grande obra no taboal, muito conhecido não foi difícil conseguir uma
máquina para adiantar o serviço, pois
havia o grande interesse dos compradores de mercadorias da época.
Saindo dali tratou de erguer outra
casa, ao mesmo tempo em que erguia a casa ele balizava o local aonde
seria a estrada, seu primo Antonio
Cruz de Amorim contava que eram
utilizados sacos de açúcar e outros
panos para o balizamento. Antonio
colaborou neste trabalho. O trecho
foi realizado em etapas e aproximadamente em meados dos anos sessenta ela por fim estava terminada.
A supervalorização das terras dos antigos moradores, a especulação imobiliária e o cartel da “grilagem” oficial
e não oficial, a simplicidade e o desconhecimento da leitura fizeram com
que muitos conflitos de terras acontecessem na região, da Caçandoca até
a Tabatinga, com Pedro Bernardino
não foi diferente. Os conflitos, as
tentativas de subtração de seus bens
fizeram com que as compras diminuíssem.
Pedro se manteve forte em suas
terras, enfrentou vários processos
judiciais e foi ganhando todos, para
sustentar os filhos teve de abandonar
os bananais e tirar estacas na mata
para vender, muitas vezes só saia
com o café da manhã, trabalhava o
dia inteiro, voltava para casa com
fome e não desanimava. Jose Amorim, seu penúltimo filho conta que se
lembra como se fosse hoje: “Papai
já andava triste demais, e num certo
sábado e eu percebi meu pai inquieto
e preocupado, pois na segunda próxima ele teria de depor novamente
sobre as terras que tinha herdado de
seus antepassados. Papai dizia que o
dinheiro agora não valia nada, não
dava para nada, tanta coisa para pagar e o dinheiro não vale mais nada,
o importante e ter a terra, ela sim
tem muito valor”, termina o filho.
Contam que Pedro cansado, depois
de uma manhã inteira tirando estacas na mata para vender aos japoneses, pegou uma sacola e foi fazer
compras na Maranduba, no armazém
do Ângelo Zacarias, por volta das
quatro horas da tarde, na vinda para
o Araribá o acompanhava o amigo
Benjamim da Caçandoca, do outro
lado da Rodovia Rio – Santos (ainda
de terra) o Joaquim Vieira (treinador
do time de futebol da Maranduba), ali
nas proximidades da casa do Avelino, foi quando uns cem metros atrás
de Pedro, vinha em alta velocidade
um carro vermelho, um Dodge Dart,
avançou e atropelou apenas Pedro, o
Benjamim ficou em estado de choque
pois estava colado ao Pedro. Pedro
foi airado longe e no desespero ninguém consegui anotar a placa do carro. Seu Avelino contava que o camarada que atropelou, parou um pouco
a frente de Pedro, colocou a cabeça
para o lado de fora e soltou uma gargalhada. Pedro tinha ainda nas mãos
as balas que levaria a filha mais nova
Izabel. Um senhor desconhecido que
passava pela estrada rapidamente
o socorreu, levando Pedro a Santa
Casa de Caraguatatuba. Á noite a
notícia, Pedro não suportou a tantos
ferimentos e havia partido, era 1972.
Sem Pedro a família perdeu as terras,
os costumes, as tradições, a cultura,
a terra para a família tinha outro valor, não o financeiro. Pedro ainda havia trabalhado em uma olaria tocado
a burro que fornecia tijolos e telhas
a capital. Teve um alambique em
parceria com o Mesquita, era homem
brincalhão, homem que não media
esforços para ajudar, cansou de buscar remédios em Caraguatatuba para
os outros pagos com seu dinheiro.
Pedro ainda havia tentado montar
um armazém em sua casa, existiam
mantimentos inéditos para a época,
como as sacolas de náilon, lingüiça defumada, melancia e lanternas.
Pedro também havia achado pedaços de vasos, ferramentas de pedra
e muito carvão enterrado onde hoje
se encontram as casas dos Gil. Pedro
Bernardino se foi, deixa saudades
até hoje quando de fala de Tio Pedro
Amorim, principalmente em saber da
forma que ele foi, pois era um homem
de bem e que tinha muita coisa para
ensinar e muitos sorrisos ainda para
oferecer. Seu nome figura na estrada Municipal do Araribá, infelizmente
não tem uma placa em respeito a sua
vida e o que ele representou para a
toda uma geração foi testemunha da
1º Abril 2010
Lenda: A Mina de Ouro
Em vista dos misteriosos fatos contidos em minha narrativa anterior, ninguém mais se
atrevia aproximar-se do “Pico
Encantado”. Muitos anos depois do desaparecimento de
frei Bartolomeu, o capitão Manoel Fernandes Corrêa instalou uma belíssima fazenda na
Praia Dura.
Um dia, Alice, filha única do
capitão Corrêa, saiu à caça
nas proximidades. Vendo-se
só, longe da vista severa do
pai, admirando o cenário belíssimo que se deparava aos
seus olhos virgens de tanta
maravilha, embrenhou-se incautamente pela mata. Súbito, um medo vago e inexplicável percorreu aquele corpo
misto de anjo e de mulher.
Quis voltar mas compreendeu
que estava perdida. Correu,
gritou, sentiu faltarem-lhe as
forças, e espinhos aduncos
rasgaram-lhe as carnes alabastrinas. Um último esforço
e caiu desfalecida.
Ao cair da noite, quando o
sino melancólico da fazenda
chamava do eito os escravos
para a ceia, era indescritível
o desespero do capitão Corrêa pelo desaparecimento da
filha. Mandou reunir a turba
negra e, pela primeira vez suplicante e dócil, o impiedoso
senhor proclamou que daria
liberdade imediata ao servo que lhe trouxesse, com a
maior rapidez possível, sua
querida Alice.
Nenhum crédito deram os
escravos àquelas palavras
brotadas de um coração empedernido, momentaneamente compungido com o desaparecimento da filha, mas a
adoração que dedicavam a
Alice - angelical e bondosa
criatura - fez daqueles homens exaustos umas feras
bravias.
Página 11
Jornal MARANDUBA News
Sem tomar alimento algum
cada qual partiu para um
lado, sem esperança de recompensa, mas querendo ser
o primeiro a beijar a mão da
“Nina Alice”. Pedro, um escravo robusto, forte, parou repentinamente na corrida em
que ia. Sua idéia embrutecida
vagueou procurando recordar-se da companheira amada e de uma filhinha de dois
anos de idade, que o impiedoso capitão vendera, por castigo! Quis esconder-se e voltar
no dia seguinte “sem notícias
de nina Alice”, mas... - Alice!
- esse nome repelia a idéia de
vingança que fervia em seu
cérebro inculto, porém, compreensivo. Odiava o pai mas
adorava a filha. A adoração
venceu. Enxugou as lágrimas
que lhe corriam pelas faces
retintas e reencetou a busca
interrompida há pouco.
Cansado, parou. Sentou-se um pouco para reanimar-se, mas foi logo atraído por
um farfalhar de folhas secas
acompanhado de um gemido
surdo e prolongado, partido
de pouca distância. Aproximando-se
cautelosamente
percebeu estendido no chão
um vulto alvo de mulher, mal
distinguido na escuridão da
noite.
- Nina Alice! - esclamou o
preto com sua voz fanhosa e
forte.
- Oh, salva-me! Tira-me daqui... Quem é? Meu pai? Luz...
Quero luz...
Horas depois, nos robustos
e retintos braços de Pedro,
Alice subia os degraus da
“Casa Grande”.
Horrores da escravidão! No
dia seguinte, Pedro, exausto
pelo esforço despendido durante a noite, gemia sob açoites, no tronco, porque não
podia trabalhar.
Extraído do livro “Ubatuba - Lendas & Outras Estórias”
de Washington de Oliveira (“seo” Filhinho)
Alice, sabendo o que se passava com o seu salvador, exigiu do pai o que na véspera
prometera espontaneamente.
Liberto, Pedro beijou as mãos
de “Nina Santa” e partiu sem
destino, para os lados do Corcovado, e lá instalou sua choça, ao lado de uma cascatinha
murmurante, próxima, bem
próxima da escarpa misteriosa.
Corria de boca em boca a
aventura de “Pai Pedro”. O
preto vinha sempre a Ubatuba
com pequenos canudos de
bambu cheios de grânulos auríferos, que trocava por fumo,
cachaça e alguns gêneros
com os quais assegurava sua
subsistência.
Essa notícia foi bater também na fazenda do capitão
Corrêa, que duvidava do que
lhe diziam, mas, um dia, ele
mesmo viu na vila as negociações que eram propaladas.
Cheio de inveja e cobiça, pensou logo em se apoderar do
tesouro do preto. Certa noite,
em companhia de um grupo
armado, foi à choça de Pedro,
capturando seu ex-escravo e
levando-o para a sua fazenda. Ali chegando, sem mais
delonga, Pedro era premido a
contar como descobrira aquele fabuloso tesouro.
- Sinhô, Pedro num pode
cuntá, pruque...
Uma violenta chicotada estalou nas faces já rugosas do
mártir, cortando-lhe a frase.
Depois, novas torturas, imprecações, terríveis ameaças,
até que Pedro resolveu iniciar a narrativa, na linguagem
carregada e fanhosa, toda
peculiar aos pretos africanos.
Disse que foi morar no sítio
solitário onde o encontraram,
bendizendo sempre o nome
de Alice, até que um dia, na
vila, veio a saber da morte da
moça, sua libertadora. De vol-
ta à choça, um profundo pesar oprimia-o todo.
Pedro parou para disfarçar
um soluço e enxugar uma
lágrima, ao que o capitão esbravejou:
- Continua, bandido!
E Pedro continuava, trêmulo, acovardado.
À noite não conseguira
dormir, parecendo-lhe ouvir
ao longe a voz cristalina da
moça numa canção de amor.
De repente a porta do casebre tremeu e escancarou-se,
penetrando por ela um vulto
diáfano de mulher. Era Alice!
Ele a reconheceu.
Como que agarrado por
mãos invisíveis, não se pôde
mover no lugar em que se
achava, mas ouviu perfeitamente a visão dizer:
- Pedro, tu foste um dia o
meu salvador. Dei-te a liberdade, mas sei que sofres,
neste exílio onde te arrojou a
impiedade de meu pai. Não te
assustes e ouve-me. Não muito longe daqui, oculto nas entranhas da terra, existe uma
mina de ouro. Ela será tua sob
a única condição de nunca revelares a outrem esse lugar
cobiçado. Se isso tentares, a
vingança do gênio protetor da
mina cairá sobre tua cabeça,
ouviste? Cuidado, pois, e segue meus passos.
- Negro maldito! - gritou o
capitão - não retardes a revelação. Onde está o tesouro?
- Sinhô... tá lá pra banda
do...
E o surdo ruído do baque
de um corpo ecoou na sala
da “Casa Grande”. Pedro caira morto, fulminado, antes de
revelar o sítio misterioso de
tão cobiçado tesouro, que até
hoje jaz nas proximidades do
Corcovado.
Pedro bem dizia:
- Negro num pode cuntá...
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Jornal MARANDUBA News
GARDENIS: Máquina de cortar grama eletrônica
Carinha de máquina tipo hobby... mas com coração de equipamento industrial
DENIS RONALDO
Assim é essa máquina implementada aqui na Maranduba,
com um custo aproximado de
1000 reais, possui um motor
trifásico, com muito mais robustez do que o utilizado nas
convencionais, que é acionado
por equipamento eletrônico
programável chamado “Inversor de frequência” muito
utilizado nas indústrias automatizadas. Com total controle
de velocidade, torque, acelerações, frenagem e com a
possibilidade de programação
pelo proprietário, de forma
que o jardineiro fique protegido contra a agressividade de
um motor sem controle. Também a programação permite a
limitação do impactos contra
pedras e raízes, que normalmente danificam a faca e o
motor. Outra característica da
programação, que ela possui,
é de proteger o motor contra
sobre carga causados por possíveis travamento do eixo por
arames, folhas, etc. Apesar
do motor ser trifásico, não há
Foto: Emilio Campi
necessidade de que a alimentação seja trifásica também,
basta uma tomada de 220 Vca
bifásica.
O custo pode parecer elevado para uma máquina de cortar
grama, entretanto, a economia
que ela proporcionará, com a
diminuição de manutenção de
motor, faca, paradas para manutenção e também com a segurança que ela proporcionará
ao jardineiro, com certeza terá
o retorno do investimento em
pouco tempo.
Conforme comentam os jardineiros, as máquinas convencionais não possuem nenhum
tipo de controle sobre o motor,
fazendo com que a máquina
seja muito agressiva, assim
causando danos a mesma e ao
usuário.
Com essa “Máquina Eletrônica”, os síndicos e zeladores poderão limitar as quebras, que
em muito oneram as taxas de
condomínios.
Informa o inventor, que ela
também está preparada, para
entrar em conformidade com
alguma NR do Ministério do
Trabalho, assim que for implementada para a área de jardinagem.
Resumo das Características:
Utiliza motor trifásico com
proteção contra umidade e poeira, sem escovas.
Possui controle de velocidade.
Economiza energia elétrica.
Proteção contra travamento
evitando danos à faca, motor e
instalação elétrica.
Não da “trancos” no acionamento evitando soltura da faca.
Protege o usuário através de
sua limitação de velocidade e
força.
Possui inversão de rotação.
Não necessita de alimentação trifásica (é alimentada por
tensão bifásica 220 Vca)
Parada instantânea em caso
de acidentes.
O inventor aceita encomendas e está à disposição para
demonstrações e tirar dúvidas
à respeito do funcionamento. Tratar com Ronaldo (12)
9134.7749.
Interruptor Paralelo e Intermediário
DENIS RONALDO
Nos dias de hoje, com a falta de tempo e correria, o conforto
nas instalações elétricas dos condomínios, hotés, e residências, se
tornou algo fundamental para as pessoas. Assim resolvemos esclarecer de vez, os tipos de acionamento de luzes, normalmente
utilizados. Basicamente existem 4 tipos:
3. Intermediário
1. Simples
No tipo Intermediário o acendimento e apagamento pode ocorrer
à partir de 3 lugares diferrentes. Para cada aumento de ponto de
interruptor, deve ser acrescentado um interruptor do tipo intermediário no meio do circuito.
4. Eletrônico (Utiliza um Módulo de Controle)
Como o próprio nome já diz, é aquele em que existe um interruptor ou chave elétrica que abre ou fecha um circuito elétrico que
pode conter uma ou mais lâmpadas.
2. Paralelo
Neste tipo, uma mesma lâmpada pode ser acendida e apagada
por dois interruptores, de dois lugares diferentes.
Permite operações especiais, tais como: Acendimento ou apagamento simultâneo;por exemplo quando você for sair de casa
aciona um só comando e todas as luzes se apagam juntas. Pode
conter temporizadores programáveis para a simulação de existe
pessoas na casa, etc. Utiliza botões simples tipo campainha para
acender e apagar a luz.
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Jornal MARANDUBA News
Rumo à Aparecida do Norte (Parte I)
Em 1936, promessa moveu moradores do Sertão da Quina a caminhar até Aparecida
EZEQUIEL DOS SANTOS
Pra quem vem ao bairro do
Sertão da Quina a se aventurar
aos banhos de suas cachoeiras,
quase que obrigatoriamente
tem de passar pela Rua Benedito Antonio Elói, onde seu
trecho foi roça de mandioca,
cana, frutas, plantas medicinais, bananal, onde se via muito “tendal de café” (local para
secar café feito de madeiras
rústicas como o tronco do palmito e de umbaúba).
O homenageado da rua era
devoto de São Benedito, na
sua casa de tapera eram realizados todos os anos as festividades em homenagem ao
Santo, não faltavam era doces
de mamão, quentão, concertada (bebida a base de canela,
cravo, melado e um pouco de
cachaça), fogueira, era uma
festa entre compadres e comadres que serviam para estreitar
os laços familiares. Ele também
era chamado de “Tibitilói”, isto
é, Tio Benedito Elói. Casado
com Ana Soares tiveram quatro filhos: Maria Elói, Filomena
Elói, Conceição Elói e Elói dos
Santos, só que o casal também
carinhosamente adotou mais
um casal: Benedita Juliana de
Jesus (a nossa Titia) e o moço
Francisco que veio da Serra
Acima acompanhado pelo Oliveira.
Movidos pela fé, o casal havia
pedido a intercessão de Senho-
ra das Graças para que o casal
tivesse um filho homem e que
se realizado fariam uma caminhada até a cidade de Aparecida do Norte para batizá-lo.
Como o casal tinha três mulheres, à vinda do quarto filho
- um homem ajudaria muito o
pai nos afazeres da roça.
A comadre Benedita Januária, que duas décadas atrás
pode ouvir a Santa, disse que
a Nossa Senhora das Graças
atenderia o casal, de fato Ana
Soares ficou grávida de um
menino, após o nascimento
mais que depressa deram inicio as preparações. Na época ser padrinho ou madrinha
era coisa muita séria, já que a
eles seria passada uma grande
responsabilidade, na falta dos
pais, assumiam os padrinhos.
Por outro lado, na região os padres vinham apenas uma vez
por ano, na época em que eles
se vestiam apenas de preto.
Após muita conversa foram
escolhidos o compadre José
Pedro e a comadre Joana Maria
de Jesus (irmã de Ana Soares).
Precisaram de mais de três meses para preparar a saída, ainda
tinham que entregar a farinha,
feita em seu próprio viamento,
na venda do Benedito Ozório
na Maranduba, outras sacas,
amarradas com cordas de imbira passados por uma agulha
de arame foram levadas nas
costas até a Vila de Santo An-
tonio – Caraguatatuba.
Por conta da tecnologia da
escassez, as mulheres tinham
de preparar suas roupas para
o grande acontecimento, com
fazendas de chitas faziam
vestidos novos, com sacos de
panos as roupas para as crianças, preparavam a combinação
(vestido íntimo de alça), levavam ainda o saiote de três marias ou anáguas em estilo reto.
Depois de tudo combinado
começaram a subir a serra,
era 06 de maio de 1936, neste
dia foram: o Zé Pedro, Geralda
Justina, José Benedito Amorim, Januário Amorim, Benedita Januária, Pedro Rosa (que já
foi mais de 15 vezes a pé para
Aparecida), Pedro Oliveira, Generosa Amorim, Mané Pedro,
Maria das Graças, Benedito
Elói, Ana Soares, Elói dos Santos, Joana Soares, Francisco
(adotivo), Maria Balbina, Elais
Correa, Ana Correa, Manoel
Francisco Brak e Sebastiana
Tereza.
Para matar a fome levaram
os seguintes mantimentos:
peixe seco, açúcar cristal,
feijão, pó de café, sal, carne
seca, biju, farinha pra sopa dágua, bolo de forno de farinha
enrolado na folha de banana,
colher, carne na gordura, farofa de torresmo, torresmo,
frango assado na brasa, toucinho para assar no caminho, laranjas e bananas eram
Foto: Arquivo Família Benedito Elói
Ana Soares, a filha Conceição e Benedito Antonio Elói no quintal de sua
casa no Sertão da Quina em 1952
apanhados no caminho como
complemento alimentar. Grande parte dos mantimentos era
guardada em latas de banha e
os sacos, que iam às costas,
amarradas com imbira (casca
de árvore), outros com timopeva ou imbé (cipó, um era
duro e o outro maleável), para
segurar as calças dos homens
eram utilizados ainda fibra de
bananeiras torcidas a mão
como cinto.
Para a segurança eram levadas espingardas do tipo “espera que já vou” ou também conhecida como “quarentinha”,
cartucheiras de carregar pela
boca calibre quarenta, ou alguma Henrique Laporte calibre
36, facões não podiam faltar.
Continua na próxima edição
Página 14
Classificados
IMÓVEIS
Sertão da Quina - Casa térrea, 2 dormitórios, sala, cozinha, banheiro social, área
com churrasqueira e banheiro. Área do terreno 400 m².
Área construída 125 m². Valor R$ 70.000.00 Tratar (12)
3849.8393
------------------------------------Sertão da Quina - Casa térrea
c/ 3 dormitórios, sendo uma suíte, sala, cozinha e lavanderia.
Escritura definitiva. 150 metros
da praia. Valor R$ 115.000,00
Tratar (12) 3849.8393
------------------------------------Tabatinga - Casa térrea, 3 dorms (uma suíte), terreno grande
c/ gramado, piscina, churrasqueira coberta. R$.170.000,00
Tratar (12) 3849.8393
------------------------------------Condomínio Sapê - Casa térrea,
2 suítes, 2 dorms, 2 banheiros, sala, cozinha, lavanderia,
varanda e churrasqueira, 50
metros da Praia do Sapé. R$
200.000,00 - (12) 3849.8393
------------------------------------Maranduba - Casa térrea, 3
dorms, 1 suíte, banheiro, sala,
churrasqueira, cozinha e garagem coberta. Localizada á 50
metros da praia, de frente para
rodovia. Valor R$ 300.000,00 Tratar (12) 3849.8393
------------------------------------Estufa II - Terreno 275m2 doc
OK, atrás Toninho Terraplenagem (antigo Flat Club). Valor
R$ 70.000,00. Aceito propos-
1º Abril 2010
Jornal MARANDUBA News
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Arte no Quilombo da Cassandoca
Na noite do ultimo dia 20 até
a madrugada do dia 21 aconteceu a Arte no Quilombo, que
regado a muita dança e cultura
reuniu diversas apresentações
culturais, os mais visitados
foram o desfile de crianças
quilombolas de 4 a 15 anos,
teatro mudo e hip hop, como
ninguém é de ferro foram servidos café da manhã e almoço
aos participantes e visitantes.
Houve ainda palestras sobre
as doenças sexualmente transmissíveis e Aids. O evento será
transmitido pela TV Brasil.
No final das festividades todos se deliciaram nas
águas cristalinas da Praia da
Caçandoca, não faltou foi
música e muita alegria, os
organizadores e participantes
do evento agradecem a todos.
CURIOSIDADE
A palavra quilombo tem
origem africana, da língua
“banto”(kilombo) e significa
acampamento, fortaleza de di-
Foto: Ezequiel dos Santos
Confraternização na praia da Caçandoca após o evento
fícil acesso, onde negros que
resistiam a escravidão conviviam com brancos pobres e
indígenas.o banto teve origens
em países africanos como Angola, Congo, Gabão, Zaire e
Moçambique. Apalavra “Cacandoca”, apesar de relacionado à
casa devido ao sufixo”oca”(casa
em tupi-guarani), significa “ga-
bão do mato” numa referencia
ao país do centro-oeste africano Gabão. O que define um
quilombo é o movimento de
transição de condição de escravo para a de camponês livre.
Suas duas principais características não foram o isolamento e
a fuga e sim a resistência e a
autonomia. (Bruna Vieira)
Mortes suspeitas poderão ser investigadas pelo Cremesp
ATENÇÃO: Os anúncios classificados representa um serviço do Jornal Maranduba News à
comunidade da região sul de Ubatuba e norte
de Caraguatatuba. O jornal não tem qualquer
interesse ou participação dos negócios aqui
propostos. Para facilitar o acesso aos usuários
deste serviço, o jornal aceira anúncios através
de telefone ou e-mail não exigindo qualquer
procedência dos mesmos. Portanto, o Jornal
Maranduba News não se responsabiliza pelos
anúncios aqui veiculados.
As mortes de Maurício Mungioli e Caio Sigaud, registradas
na Santa Casa de Ubatuba, em
fevereiro último, poderão ser objeto de investigação do Conselho
Regional de Medicina do Estado
de São Paulo (Cremesp). A informação foi dada pela assessoria de
imprensa do Conselho. A abertura
de uma sindicância, passo inicial
da investigação, depende apenas
de um pedido oficial da família.
Maurício, que era professor e
residia na região central da cidade, foi tratado como se tivesse virose e acabou falecendo três dias
depois vítima de aneurisma cerebral. Segundo a família, Maurício
retornou várias vezes ao hospital,
sempre com muita dor e precisava ficar na fila de triagem. Quando piorou, a família tentou levar
um neurologista que não pertence ao quadro clínico da Santa
Casa e foi impedida.
No caso de Caio Sigaud, um
jovem de 24 anos, morador da
Maranduba, falecido dia 8 de fevereiro, familiares contam que ele
procurou atendimento no Pronto
Atendimento do bairro às 12 horas, com dor nas pernas. O diagnóstico foi problema de coluna,
ele recebeu uma injeção e voltou
para casa. Às 18 horas, ele voltou
já sem conseguir andar ou mover
braços e pernas, falecendo três
horas depois, vítima de uma pa-
rada cardiorespiratória. A irmã de
Caio, Daniela, diz que a família irá
denunciar ao Conselho o médico
do PA da Maranduba, um plantonista que atende apenas nos
finais de semana.
Para iniciar uma sindicância no
Cremesp basta que algum familiar faça a denúncia por escrito ao
Conselho, identificando-se corretamente. Não é necessário advogado. A denúncia deve ser encaminhada a uma das regionais do
Conselho, no caso, Santos; ou à
sede da entidade, em São Paulo;
pessoalmente, ou pelo correio.
Mais informações podem ser obtidas no site www.cremesp.org.br
Fonte: Imprensa Livre
1º Abril 2010
Página 15
Jornal MARANDUBA News
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Abacate, abacaxi, morango, figo, mamão papaya, açaí, banana,
cacau: são fontes de vitaminas, antioxidantes e dão energia.
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Os precoces banhistas já
descobriram o caminho para a
felicidade nas límpidas águas
da praia da Maranduba
Foto: Kil
- Ervas e temperos
Açafrão, baunilha, canela, cravo, mostarda, noz moscada, ginseng, pimentas de vários tipos: com seus aromas intensos e sabor picante, estimulam a circulação sanguínea e a libido.
- Frutos do mar
Ostras, atum, camarão, salmão, mariscos e frutos do mar em
geral: são os estimulantes mais poderosos. Ricos em zinco, iodo,
selênio e fósforo, regulam a produção dos hormônios sexuais
e, como contêm pouca gordura, aumentam a disposição para o
sexo.
- Óleos vegetais
Azeite, canola, girassol, milho, linhaça: fontes de ômega 6, dão
energia para a mobilidade dos espermatozoides.
-Mel e bebidas
Mel: rico em vitaminas, estimula a produção de hormônios sexuais.Guaraná: dá mais energia. Vinho: é rico em polifenóis, poderoso antioxidante. Uma taça de vinho relaxa e ajuda a estimular
os sentidos.
Receita
Camarão do amor ao molho picante
- Ingredientes:
1/4 xícara (chá) de manteiga
1 xíc (chá) de salsão picado
1/2 xícara (chá) de pimentão verde picado grosso
2 col (sopa) de cebola picada
1/4 xícara de farinha de trigo
Sal e molho de pimenta
Páprica picante (a gosto)
Pimentas dedo de moça e do reino (a gosto)
2 col (chá) de molho inglês
4 xíc (chá) de camarão cozido
2/3 xícara (chá) de leite
1/4 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
- Modo de preparo
Derreta a manteiga e refogue o salsão, o pimentão e a cebola por
5 min. Junte a farinha de trigo, o sal e o molho de pimenta, as pimentas, a páprica e o molho inglês. Mexa bem. Jogue o leite aos
poucos. Cozinhe até engrossar. Tire do fogo. Adicione o camarão
e misture. Despeje numa forma de alumínio e salpique com queijo. Leve ao forno por 40 min., ou até dourar.
Hora do Rush
É difícil enfrentar a hora do
rush na orla da Lagoinha e
Maranduba
Foto: Emilio Campi
Quero-quero
O pássaro saúda o amanhecer
na praia da Maranduba desejando um bom dia à todos
Foto: Adelina Campi

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