mensageiro - Santuário do Menino Jesus de Praga

Transcrição

mensageiro - Santuário do Menino Jesus de Praga
ENSAGEIRO
M
do Menino Jesus de Praga
QUANTO MAIS ME HONRARDES MAIS VOS FAVORECEREI G Nº. 146 G MAIO – JUNHO 2007
E a fé nos alumia
Domingos
das
Bênção
2007
24 Junho
22 Julho
26 Agosto
23 Setembro
Programa
10.00 a 11.30: – Confissões
11.30 – Missa com Bênçãos
– Mães antes do parto
– Mães depois do parto
– Crianças
– Objectos religiosos
– Veículos (no recinto)
15.00 – Oração e Procissão
pelos claustros do convento
com o andor do Menino Jesus
de Praga levado pelas crianças.
MENSAGEIRO
DO MENINO JESUS DE PRAGA
Boletim bimestral
Propriedade: Edições Carmelo
Director: P. Agostinho dos Reis Leal
Redacção e Administração: Edições Carmelo
Santuário do Menino Jesus – Apt. 141
4634 – 909 MARCO DE CANAVESES
PORTUGAL
Telefones:
- Mensageiro: 255 531 364 – Fax 255 531 359
- Santuário: 255 538 150 – Fax
E-mail: [email protected]
Sítio: www.santuariomeninojesus.org
Assinatura: Portugal 6 e – Europa 17 e
Outros Países 24 Dólares
Impressão: SerSilito – Ex. 12.000
Reg. na SGMJ nº 116 229 – Dep. Leg. nº 68784/93
Culto no
Santuário
Missas
Domingos –
–
–
De semana–
7.30
9.00
11.30
8.00
Confissões
De terça-feira a sábado:
8.30 – 11.00
15.30 – 18.30
Fora deste horário deve-se pedir na portaria e se houver disponibilidade será prestado o
serviço.
Liturgia das Horas
Diariamente:
Laudes
– 7.30
H. Intermédia– 12.45
Vésperas
– 19.00
SUMÁRIO
Deixai-me cair na tentação........ 3
Clube do Menino Jesus......... 4
Em busca do silêncio............ 6
Estar em paz......................... 8
Agenda.................................. 9
Prisioneiro dos homens......... 10
Objectos sagrados................ 12
Diz que é uma espécie ......... 14
Ser cristão é.......................... 16
Aproximemo-nos de Maria.... 18
Ilha da Madeira...................... 20
Universitários em peregrinação .22
A foto escolhida..................... 25
Sugestões de leitura.............. 26
A oração escolhida................ 27
Flash...................................... 28
Registos especiais................ 29
Graças e Promessas............. 30
Menino Jesus «O Patrãozinho».31
Os caminhos do Santuário
Agostinho Leal, ocd
Editorial
Deixai-me cair na tentação
Não se preocupe o leitor que eu ainda
não me esqueci do Pai-Nosso quando reza:
«e não nos deixeis cair em tentação». Eu
julgo que esta tentação a que me refiro é
boa, necessária e útil. Só falta cair nela.
Refiro-me à tentação de falar de Deus com
o silêncio. Não tenho qualquer problema
em confessar que, apesar de ser padre
com muito gosto, sinto muita dificuldade em
falar de Deus. Apesar de não faltarem livros
sobre Deus e os seus mistérios, confesso
que me sinto cada vez mais mudo e com a
língua cada vez mais presa para falar d’Ele.
Mas também confesso que me sinto cada
vez mais inquieto e perplexo por reconhecer que não me posso calar e por não saber ainda exprimir com perfeição a força do
amor de Deus que o silêncio contém. Para
as coisas de Deus, sobretudo para os ditames de amor que se geram na alma, já
S. João da Cruz advertia: «Seria ignorância
minha pensar que os ditames de amor em
inteligência mística, como são os destas
Canções, se poderiam explicar claramente
por palavras» (Pról. do Cântico Espiritual,
nº 1). E, «se a linguagem que Deus melhor
ouve é a do calado amor», então também
a melhor linguagem para falar de Deus é
a do amor silencioso. Daí a minha prece:
«deixai-me cair na tentação» de um amor
silencioso para falar de Ti, meu Deus!
Realmente, neste nosso mundo, que
espirra barulho e algaraviada por todos os
lados, não deixa de causar espanto que um
filme – O Grande Silêncio – estreado entre
nós a 8 de Fevereiro, que descreve durante
três horas, sem diálogo nem narrativa, a vida
quotidiana dos monges cartuxos do mosteiro
francês da Grande Cartuxa, perto de Grenoble, tenha esgotado salas de cinema dias
a fio e se tenha transformado num “succès
d’estime” internacional, com prémios internacionais e o reconhecimento público. Sem
música, à excepção dos cânticos do mosteiro, sem entrevistas, nem comentários ou
artifícios. É um filme sobre a presença do
absoluto e a vida de homens que dedicam
a sua existência a Deus. O que dirão os
monges em silêncio? O que dirá o silêncio
dos monges? O que nos diz o silêncio?
Eu creio nessa verdade escondida, que
é real e autêntica mesmo longe dos olhos
«paparazi». Tudo o que existe de mais belo não
se imprime em papel ou se diz como notícia.
Nestas coisas do íntimo e profundo, do silencioso e substancial, da fé e do amor, de Deus,
só a informação não basta. É preciso experiência. Quer dizer, não basta apenas o que os
outros descobriram e comunicaram; é preciso enamorar-se e silenciosamente pôr-se
a caminho na aventura da surpresa e do
espanto de Quem se revela como o sempre
Novo. Deus é «uma eterna novidade». A
experiência e a comunicação dos outros
são um mapa que nos orienta. Nos seus
Ditos de Luz e Amor diz o místico S. João
da Cruz: «Uma palavra falou o Pai, que foi
o seu Filho, e di-la sempre em eterno silêncio, e em silêncio a há-de ouvir a alma»
(nº 99). Neste sentido, tem razão a minha
petição: «deixai-me cair na tentação» de
ser um silêncio preenchido pela presença
amorosa do Filho de Deus. «Deixai-me cair
na tentação» de uma oração feita cada vez
mais com menos palavras, para que o meu
coração se deixe envolver por esse outro
Grande Silêncio sobrenatural, cujo efeito é
o murmúrio de uma presença amorosa de
Deus que só os simples e os humildes podem experimentar.
3
Clube do Menino Jesus de Praga
Bruno Leandro
da Silva Jesus
Sara Virgínia Vaz
Carvalho
Nasceu a 10/12/2005
Nasceu a 02/03/1999
Portalegre
Carregal do Sal
Catarina Isabel Sousa
Ribeiro
Alexandre Mascret
Vila Boa do Bispo
(Marco de Canaveses)
João Alexandre da Cruz
Espirito Santo
Nasceu a 10/02/2000
Esmoriz
4
Nasceu a 09/12/2001
Crest - França
Davide Mascret
Nasceu a 23/09/2005
Crest - França
Maria Inês Rodrigues
Nunes
Diogo José Soares
Ferreira
Nasceu a 18/06/2005
Nasceu a 06/02/2002
Carregal do Sal
Entre-os-Rios
6 de Maio de 2007
O Clube do Menino em festa
1. Nós, sócios e amigos do Clube do Menino Jesus, realizamos hoje o nosso quarto
encontro.
2. A nossa claque é pequenina, mas encontra-se espalhada por muitas terras e famílias.
3. A nossa alma exulta de alegria por estarmos aqui no Santuário do Menino.
4. Nesta Eucaristia vamos oferecer ao Jesus Amigo os nossos corações para que no
nosso Clube nunca falte a oração, a amizade e a solidariedade.
5.Neste dia dedicado de modo especial à
mãe, queremos pedir a Jesus nesta Eucaristia que abençoe as nossas queridas
mães com as graças que elas mais precisarem.
6.Vamos também rezar a Nossa Senhora
e a São José pela menina inglesa raptada
no Algarve. Que os seus pais a encontrem
5
Jovens do Menino Jesus
Delfim Machado
Em busca do silêncio
Vejo pelas margens do rio Douro e Tâmega bonitas casas. Casas antigas que
foram restauradas. As pedras foram aproveitadas, mas para a piscina e o campo de
ténis foram usados materiais novos, sim
porque outrora não havia destas coisas!
Serviam antigamente para apoio, ou mesmo habitação, daqueles que cultivavam as
terras circundantes.
Grande parte dos proprietários destas
casas são Professores, Engenheiros, Advogados, …gente da cidade.
Chamam-lhe: casa de fim-de-semana; a
quinta; a casa da aldeia, enfim, a casa para
descansar!
Passam a semana no stress do dia-adia; nas longas filas de trânsito, na poluição, no corre-corre… e no final da semana
refugiam-se, sempre que possível, neste
cantinho.
Dizem que aqui o ar é outro, é puro; que
é bom observar a tranquilidade das águas
do rio e acordar com o cantar dos passarinhos!
Aqui há silêncio.
6
Hoje em dia já não damos valor ao silêncio, pelo contrário fugimos dele.
O mundo de hoje esgota-se em ruídos
intermináveis e desnecessários, cujas consequências são graves na saúde física das
pessoas e, sobretudo, no seu equilíbrio
afectivo e emocional.
Ligamos a televisão quando estamos sozinhos em casa, mesmo que não olhemos
para ela; levamos música quando vamos
de viagem e há até quem vá descansar do
trabalho para uma discoteca.
É saudável o desejo de companhia, o
gosto por estamos ocupados. Precisamos
do trabalho, do ruído, da agitação para nos
sentirmos vivos! Porém, faz também parte
da nossa natureza o recolhimento.
Devemos construir-nos desde dentro, e
não com base naquilo que ouvimos no café,
na novela, nos anúncios publicitários, de
forma a não andarmos ao sabor do vento e
com fundamentos que não são os nossos.
O silêncio permite-nos ter uma vida por
dentro, qualquer coisa que flutua por cima
da pressa, da confusão das sensações,
Jovens do Menino Jesus
das notícias de jornal. Qualquer coisa que
- para dizer de outra forma - permanece em
sossego, como o fundo do mar, muito longe do reboliço superficial das ondas e do
vento.
É dentro de nós que nos podemos conhecer e conhecer verdadeiramente o que
são as coisas, as pessoas e os acontecimentos. Dentro de nós é que havemos de
encontrar as sementes do ideal, do sonho
nobre, da força para resistir e avançar.
Certo dia um homem foi visitar um eremita para compreender o porquê daquele
homem viver o seu dia-a-dia em profundo
recolhimento.
Quando lá chegou, logo lhe falou
do motivo da sua visita:
- Por que é que o senhor vive tão isolado do mundo, longe de tudo e de todos?
O eremita, sem dizer palavra, levou-o junto a um poço e lançou um balde ao fundo
para retirar água. As águas ficaram agitadas devido a este movimento que ele fez.
Algum tempo depois serenaram e lá de
cima o homem já via a sua imagem reflectida nas águas.
Este compreendeu que, devido à vida
agitada que as pessoas levam, não conseguem ver-se a elas próprias; que é necessário acalmarem, serenarem.
O silêncio, deve pois, ser procurado no
nosso coração. O grande e grave problema
é que ao encontrarmos esse silêncio confrontamo-nos connosco próprios e com a
nossa realidade e isso amedronta-nos. Mas
quem tem a coragem de se encontrar consigo rejuvenesce e ganha novo folgo para
a vida porque é nesse mesmo cantinho do
nosso coração que Deus está à nossa espera para com Ele nos encontrarmos. É no
silêncio, que nos encontramos com Deus e
connosco.
A agitação dos nossos pensamentos
pode ser comparada com a tempestade
que sacudiu a barca dos discípulos, no
Mar da Galileia, enquanto Jesus dormia.
Também nos acontece estarmos perdidos,
angustiados, incapazes de nos apaziguarmos. Mas Cristo também é capaz de vir em
nosso auxílio. Da mesma forma que falou
imperiosamente ao vento e ao mar e «fezse grande calma», Ele pode igualmente
acalmar o nosso coração quando está agitado pelo medo e pelas inquietações (Mc
4, 35-41).
Menino Jesus de Praga, sê jovem na
nossa juventude.
[email protected]
Jovens do Menino Jesus de Praga
7
A sabedoria dos anos
Equipas de Nossa Senhora
Estar em Paz!
Alguns julgam que já não têm utilidade
ao envelhecer, pensam que a sua vida já
não serve para nada. A inactividade forçada desespera-os, a depressão instala-se.
Devemos assumir a nossa idade em
cada período da nossa vida. A idade avançada tem as suas riquezas, a experiência
de toda uma vida é insubstituível. Há
sempre alguém que precisa de nós, um filho, um
neto (“Avó, reze por mim,
para que o meu exame corra bem “), um vizinho, um
conhecido...
Devemos evitar qualquer
atitude de encerramento sobre nós próprios, sobretudo,
não nos podemos esquecer
que, para Deus, somos importantes; Deus não vê as nossas
rugas nem os erros no nosso
comportamento. Cada pessoa
conta para Ele, o seu amor nunca nos falta. “Tu tens valor aos
Meus olhos.”
Estarmos em paz conosco
mesmos é também esquecer todos os rancores da existência,
não remoer sem cessar os fracassos, os gestos desajeitados, os
erros. Tentemos pensar no que recebemos de belo, de bom, não para
alimentar saudades mas para nos
alegrarmos da felicidade que nos foi
dada.
Estar em paz connosco mesmos
é, finalmente, entregarmo-nos nas
mãos de Deus na oração que é, por
excelência, o lugar de pacificação, de
8
serenidade. E agradecer-Lhe por nos ter
dado a Fé que nos permite viver na Esperança da Ressurreição, na Esperança do
reencontro com os entes queridos que nos
deixaram.
Como é que podemos estar
reconcilia-
dos connosco mesmos se não perdoamos
aos outros? Tentemos, em primeiro lugar,
ser indulgentes com aqueles que nos rodeiam: o cônjuge, que também envelhece,
cujo feitio se torna mais difícil ou que já não
consegue assegurar o seu papel no casal;
os filhos, por vezes exigentes ou pouco
presentes; os jovens, muitas vezes desconcertantes, ignorando valores que para nós
são importantes. Todos eles precisam de
sentir o nosso afecto e que nos interessamos pelos seus problemas.
Cultivemos a paciência e sejamos
fonte de harmonia, de serenidade, de
ternura. Não nos fixemos no passado.
Quantas pessoas de idade estragam
a vida por causa de velhas quezílias
familiares, de interesses, de antigas
ofensas! Se estivermos atascados
nestes problemas, voltemo-nos para
o Senhor: “Ajuda-me na minha fraqueza.”
Por vezes, magoaram-nos de tal
forma que é difícil perdoar: ainda
existem reflexos de vingança... O
nosso desejo de perdoar embate muitas vezes num sofrimento
sempre presente. Ficamos então
muito vulneráveis... Não nos culpabilizemos; aquele que foi duramente magoado tem o direito
de gritar o seu sofrimento para
Deus. Não nos deixemos fechar
no nosso desespero, abramos o
nosso coração a Deus, só Ele
pode apaziguá-lo e purificá-lo.
Cristo perdoou aos seus
carrascos, Ele ajuda-nos a
curar as nossas feridas. Perdoar, não é esquecer, é cooperar com a obra de Jesus
que é obra de vida, de salvação. Perdoar é amar como
Deus nos ama.
A
genda
Peregrinação Nacional
ao S antuário do M enino
Jesus de Praga
3 de Junho de 2007
G G G
Retiro para Religiosos e Leigos
( em silêncio)
«Chamados à plenitude do amor»
8 a 14 de Julho de 2007
(Avessadas)
G G G
IX Jornadas de Oração
«União com D eus»
6 a 11 de Agosto de 2007
(Avessadas)
G G G
XIX Encontro Amigos de Orar
«Amigos à procura do Escondido»
16 a 19 de Agosto de 2007
(Avessadas)
G G G
XXIV Semana
de E spiritualidade
«Presenças e ausências de Deus»
27 de Agosto a 1 de Setembro de 2007
(Avessadas)
Conhecer São João da Cruz
António José, ocds
Prisioneiro dos homens
e prisioneiro de Deus
A simplicidade e autenticidade da vida
dos primeiros Carmelitas Descalços, depressa atraiu não só vocações entre os jovens, mas edificou e causou a admiração
e carinho por parte do povo. A sua vida
eremítica, vivida na solidão e custodiada
por um rigoroso silêncio, as penitências e a
oração impuseram-se sem ser necessário
a força das palavras. Quem os visse passar, pela sua modéstia, não tinha dúvidas
em reconhecê-los como homens de Deus.
E de entre todos, destacava-se não só por
ter sido o primeiro e o pai da Reforma mas
pela sua virtude e fidelidade à vocação, S.
João da Cruz.
Homem de Deus, contemplativo e santo, Frei João conciliava a sua vida eremítica
e de oração com a direcção espiritual e a
assistência das almas.
Em 1572, estando Santa Teresa em Ávila, no Convento da Encarnação como priora (o convento onde ela tinha entrado como
religiosa e donde tinha saído para fundar
o Carmelo Descalço), com a difícil tarefa
de renovar o espírito e a vida religiosa das
monjas, mesmo com a oposição de muitas,
S. João da Cruz é chamado também para
lá. Só ele, com a sua experiência e virtude,
podia ajudar a Madre Teresa em tarefa tão
árdua e difícil. Frei João pôs mãos à obra,
começou o seu trabalho e com sucesso.
Ávila tomou consciência da sua presença e
encantou-se com o exemplo e o apostolado
de Frei João.
Mas, se por um lado se espalhou a sua
fama também começaram a surgir ciúmes
e invejas, incompreensões e conspirações
10
contra Frei João da Cruz e os
Descalços.
No dia 2 de Dezembro de
1577, durante a noite, Frei João
e o seu companheiro de então
foram sequestrados da sua casinha junto do Convento da Encarnação pelos irmãos Calçados. Humilhados, flagelados e
encarcerados, neles pretendiase atingir a Reforma iniciada por
Santa Teresa.
O companheiro de Frei João
foi levado para um convento
perto de Ávila mas conseguiu
fugir algum tempo depois. Frei
João, pelo contrário, foi levado
em total sigilo para a prisão do
Convento de Toledo a fim de ser
julgado por causa de conflitos
de jurisdição entre a Ordem e a
Reforma.
Perante as humilhações e
maus-tratos, Frei João manteve-se inalterado na sua paz e
tranquilidade. Diante das afrontas e incompreensões, ele respondia com uma paciência extraordinária.
A passionalidade dos seus acusadores
e carcereiros não os deixavam ver com
clareza a situação ignóbil que se gerara
à volta de Frei João. Procuraram aliciá-lo
com a fama, o poder e o prestígio. Queriam
que ele voltasse para a sua província e que
acabasse com a ideia da Reforma. De tudo
isto, Frei João ria e chorava interiormente.
Conhecer São João da Cruz
Sofria, não só por si, mas por aquela ignorância obstinada dos seus irmãos. Não
havia nada a fazer, ele não podia negar a
sua vocação e a obra de Deus que aceitara
realizar com a Madre Teresa.
tudo conseguiu permanecer numa grande
união com Deus.
Frei João da Cruz era um prisioneiro.
Mas desta experiência ele vai fazer uma
outra muito rica e extraordinária: Deus fê-lo
seu prisioneiro por amor. Esta “divina prisão”, de que fala Santa Teresa, tornou Frei
João cativo do amor de Deus e simultaneamente deixou-o totalmente livre. Foi tão
forte a experiência que fez de Deus e tão
grande o amor que sentia brotar em si, que
Frei João ultrapassou todas as barreiras
e atingiu a verdadeira liberdade, que ninguém, nem nenhum cárcere lhe podia tirar.
Assistido por Deus, numa forte e íntima
relação com Ele, S. João da Cruz, apesar
de preso, libertou-se e atingiu os mais altos
voos da contemplação.
Numa situação física debilitante e numa
experiência de profundo sofrimento, João
da Cruz experimentou o amor de Deus,
puro, purificante e purificador. Nada mais
interessava… tudo passaria… só o amor
permaneceria! Ele não era capaz de exprimir o que vivia e experimentava. A linguagem tornou-se parca para revelar o que lhe
ia na alma e no coração. Por isso recorreu
à poesia. O frade estava preso, mas soltouse o místico e o poeta.
Foi na prisão de Toledo que nasceu o
“Romance” e duas das suas mais belas poesias: “A Fonte” e o “Cântico Espiritual”.
Acusado de rebelião, teimosia e de provocar a divisão na Ordem foi colocado no
cárcere.
Privado de tudo, Frei João viveu tempos
duros e difíceis. Permaneceu firme, abandonado em Deus, sofrendo e aceitando
tudo silenciosamente: humilhações, acusações injustas, vergastadas… e no meio de
Depois de nove meses de cativeiro e
prisão, em Agosto de 1578, Frei João conseguiu fugir.
De toda esta experiência ele saiu muito mais maduro e um homem novo. Liberto
de tudo, centrado no essencial, totalmente
pacificado, Deus reinava no seu coração. A
partir daí a sua vida foi sendo um crescendo espiritual até tocar os mais altos cumes
da união com Deus e divinização da alma
possíveis nesta vida.
11
Gestos e símbolos da Eucaristia
Alpoim Portugal, ocd
Objectos sagrados para a celebração
Apresentamos hoje, brevemente, os principais objectos sagrados necessários para a
celebração da Missa.
1 – O pão e o vinho
É de recordar aqui estes dois elementos absolutamente necessários para a celebração da Missa. «O pão para celebrar a
Eucaristia deve ser só de trigo, de acordo
com a tradição universal da Igreja, confeccionado recentemente e, segundo a antigo
tradição da Igreja latina, pão ázimo», diznos a Introdução Geral ao Missal Romano
(= IGMR) nº 282, quer dizer, pão que não
leva fermento, recordando o pão sem fermentar que os hebreus comeram ao sair
do Egipto na primeira Páscoa da história. O
pão é símbolo de todos os presentes dados
por Deus aos homens. Assim como o pão
deve ser cortado, fraccionado, dividido por
todos, Jesus quis tornar-se para os homens
o pão vivo, na eucaristia.
E «o vinho para celebrar a Eucaristia
deve ser de uvas, ‘fruto da videira’, natural
e puro, quer dizer, sem qualquer mistura de
substâncias estranhas» (IGMR, nº 284). O
vinho é sinal de alegria, de um povo amigo
de Deus. O vinho que está sobre o altar
transformar-se-á, na consagração, no Sangue
real e vivo de Jesus. Recorda-nos o sacrifício da cruz, no qual Jesus derramou o seu
Sangue. As uvas, para transformar-se em
vinho, devem ser esmagadas. Jesus, pelos
sofrimentos, foi como que esmagado, triturado
por causa dos nossos pecados. Ele é o vinho puro e santo que alegra a nossa vida.
2 - O cálice e a patena
Falamos agora dos vasos sagrados, dos
quais destacamos o cálice e a patena.
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O cálice serve para oferecer, consagrar
e comungar o vinho. O vinho é consagrado, transformando-se no Sangue de Nosso
Senhor, que é oferecido por nós. Por isso o
cálice recebe o Sangue de Jesus. O cálice
sobre o altar significa que Jesus vai renovar
por nosso amor os sofrimentos padecidos
na cruz. Na Missa, o vinho transforma-se
no Sangue de Jesus. Recebendo o Sangue
de Jesus, todos nós comungamos Jesus, a
sua mensagem, o seu amor e o seu Evangelho. Continuamos a sua obra. Entramos
em profunda amizade e aliança com Deus
e com o próximo. Beber o Sangue significa
seguir a sua vida. Ser outro Cristo.
Na patena, que tem a forma de uma pequena bandeja, coloca-se o pão que irá converter-se no Corpo de Jesus, que igualmente se oferece
ao Pai
em sacrifício pelos
nossos pecados. Por isso, estes vasos sagrados são sempre elaborados em material
nobre, sólido e incorruptível, geralmente
metais nobres (a IGMR nnº 289-296, dá
orientações concretas sobre os materiais
que devem ser usados). Há ainda outro
vaso sagrado, a caixa-cibório que, como o
seu próprio nome indica, é uma copa que
contém as hóstias pequenas com as quais
os fiéis comungam. Também a píxide, outro
Gestos e símbolos da Eucaristia
vaso sagrado, serve para guardar as hóstias consagradas que sobraram da celebração ficando no Sacrário: distribuir-se-ão,
estas hóstias, numa próxima celebração e
também pela sua comunhão se fazem participar os cristãos doentes e todos os impossibilitados de participar na celebração
da comunidade.
3 – Outros objectos
Há ainda outros objectos que são importantes para a celebração da Eucaristia.
Podemos apontar as toalhas, o corporal,
o sanguinho e a pala, todos eles de pano
branco, e finalmente,
os candelabros e as
velas. As toalhas,
certamente, cobrem
o altar. O corporal é
uma peça quadrada
de pano branco, que
se estende sobre a
toalha. Sobre o corporal
descansarão,
no cálice e na patena,
o Corpo e o Sangue
de Jesus; daí o nome de
corporal. O sanguinho é um
pano de linho fino que serve para enxugar o cálice
no fim da Missa. A pala é
um pequeno quadrado de
pano rígido, com o qual
se pode cobrir o Cálice
durante a celebração,
para impedir que caia qualquer impureza no Sangue de Cristo. Sobre as velas que ardem nos castiçais será
suficiente dizermos que são o símbolo de
Cristo, Luz do mundo. A vela acesa mostra
a nossa fé em Jesus. Também vemos no
altar, ou junto dele, um crucifixo, que recorda constantemente que se está a oferecer
o Sacrifício do Calvário. A cruz não é mais
sinal de escândalo, loucura, mas de amor,
sacrifício, abnegação e renúncia de si mesmo. A cruz está ali para significar que a missa é a renovação do sacrifício de Jesus no
Calvário, agora realizado sob as espécies
do pão e do vinho. A cruz é sinal de alegria,
de vitória e de glória para todos.
Podemos ainda dizer uma palavra sobre
os principais livros litúrgicos que se usam
na celebração. Todas as orações fixas que
se recitam ou se cantam na Missa estão
contidas num livro chamado Missal romano. Nele se encontram também as instruções detalhadas das cerimónias que a
Igreja prescreve para a mesma celebração.
As leituras, por sua vez, estão reunidas em
vários volumes independentes, chamados
Leccionário. Os Evangelhos dominicais
também se encontram reunidos num único
volume a que se chama Evangeliário.
Bento XVI na Exortação Apostólica
Sacramento da caridade, fala da arte da
celebração para nos dizer que da mesma
dependerá a melhor e maior compreensão
do sentido autêntico dos ritos e dos textos
litúrgicos, levando a todos, «a uma activa e
frutuosa celebração da Eucaristia» (nº 39).
Ao falar da arte ao serviço da celebração,
refere-se concretamente aos «elementos
próprios do presbitério», à «arte sacra em
geral» e, finalmente a «tudo quanto tenha a
ver com a Eucaristia» pelo qual deve haver
«gosto pela beleza; dever-se-á ter respeito
e cuidado também pelos paramentos, as
alfaias, os vasos sagrados» de modo que
«alimentem o enlevo pelo mistério de Deus,
manifestem a unidade da fé e reforcem a
devoção» (nº 41).
Estas palavras são um estímulo para
que cuidemos, apreciemos e respeitemos
todos os elementos da liturgia pelos quais
se manifasta a profundidade do mistério
que celebramos; doutra forma pareceria
que aquilo que fazemos não passa de um
mero rito sem sentido e sem valor.
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Notas de rodapé
João Costa, ocd
Diz que é uma espécie de sondagem
Sondagem
Seis anos depois uma revista francesa
repetiu uma espécie de sondagem sobre
a oração. Eis alguns dados verificados: 1)
Não se modificou a percentagem dos que
afirmam rezar ou meditar: 50%. 2) Destes,
57% são mulheres; e dentre elas, 68% têm
65 anos ou mais. 3) Na faixa etária dos
18-24 anos, 65% declara jamais rezar ou
meditar. 4) Dos que rezam, 89% fazem-no
sozinhos; e 10% todos os dias; dos que rezam todos os dias, 11% fazem-no em grupo
ou em família. 5) 59% dirige a sua oração a
Deus; 29% a Nossa Senhora; Cristo fica-se
por umas migalhas.
Registo duas ou três notas que marcam
a oração dos católicos franceses. Um em
cada dois afirma rezar, o que ainda assim é
uma percentagem alta. A oração é portanto um
valor seguro, sobretudo se se tiver em conta que se não subiu, também não baixou.
Estando sujeita a tantas vicissitudes, admirei-me que a percentagem fosse tão alta.
A oração de que se fala é sobretudo um
acto privado e individual (89% afirma rezar
sozinho!), no recato da casa. A oração comunitária é frequentemente mais incómoda
e provocadora; os ritmos de vida são intensos: parece que se quer viver duas ou três
vidas numa.
Os jovens não rezam, ou melhor, quase
não rezam: 65% não reza! E das duas uma:
ou não rezam mesmo ou encontraram outras formas de rezar, ditas menos oficiais
ou reconhecidas. A contemplação do belo,
a generosidade e a amizade, a prática do
bem e o gosto pelo diálogo, a ânsia duma
sociedade mais justa e a opção pela defesa da natureza poderiam ser reconhecidas
14
como formas de oração e a sê-lo, estou certo, diminuiriam os que afirmam não rezar.
Mas o mais surpreendente é que no ano
de 2001, metade dos inquiridos dizia rezar
em actos públicos (casamentos, baptizados
e enterros) mas agora só um pouco mais
de um quarto o faz, o que quer dizer que o
grande lugar do culto é mesmo o coração
de cada um.
Pergunto-me, portanto, como nos reconheceremos no futuro? Em que lugares nos
encontraremos? Que gestos comuns nos
identificarão? Como nos configuraremos se
não existirmos como povo?
Mudança
Porque sou carmelita, há um motivo
bíblico que, de quando em vez, me prende especialmente a atenção: é o rapto de
Elias. Segundo a narrativa bíblica, no fim
da sua cansativa vida o Profeta foi elevado
ao Céu por um inesperado carro de fogo.
São sempre engenhosas e grandiosas as
telas que representam esta cena que muito gosto de contemplar. Conheço, porém,
uma igreja que tem o mesmo profeta com
uma espada de fogo na mão direita e na
outra uma casa, que é como quem diz: o
Profeta é pai do Carmo. E é. O seu gosto
ousado pela solidão inspira a nossa vida e
move a barca da nossa existência.
Há tempos, folheando mais uma vez
uma revista dominical dei de caras com
uma imagem do Santo Profeta numa igreja inglesa. Não foi nem a espada de fogo,
nem o carro de fogo, nem os cavalos de
fogo, nem a casa na mão do Profeta o que
me surpreendeu. Não, nada disso. O que
me surpreendeu foi um atleta em voo de rappel rasante à cara da imagem! Sim, isso
Notas de rodapé
mesmo! Os templos de Inglaterra são agora
ginásios, cafés, barbearias e até pocilgas.
Pensar que ali, em França ou em Portugal,
tantos se santificaram pela oração e pela
penitência naqueles espaços sagrados, e
hoje eles apenas servem para o lazer!
Nem sei que diga! Nem sei como as
imagens não choram ou fecham os olhos!
Filhos
Brad Pitt e Angelina Jolie são um dos
casais mais badalados de Hollywood. Acho
muito curiosa esta família cuja vida pervive,
para além dela, nos jornais e na imprensa
em geral.
Curiosa família a destes famosos. Os
filhos chamam-se: Maddox (do Camboja,
6 anos), Zahara (da Etiópia, 2 anos), Shilon (dos EUA, 9 meses), Pax Thien Jolie
(Vietname, 3 anos e meio), Hsiao Kai-wan
(Tailândia, 4 anos). Neste elenco da prole
há logo qualquer coisa que não bate certo. Para já os nomes não dizem com nada,
parecem tirados dos créditos finais de um
qualquer filme. Depois a sequência das idades é mais que confusa. A seguir, só a do
meio é que é filha de ambos, os outros são
todos adoptados; por fim, tantos filhos, tantas nações e tantas raças!
Eu espero que a adopção daqueles
meninos e meninas, não seja apenas um
golpe publicitário e mais um gesto egoísta
daquelas rutilantes estrelas de cinema.
Não me preocupa o bem-estar das
crianças. Preocupa-me que, talvez porque
os pais adoptivos sejam famosos, se torne
mais fácil adoptar crianças. E, mais do que
criar uma família vinculada pela força que o
sangue sempre tem, geraram uma Sociedade das Nações dentro de portas.Talvez
nada lhes falte. Mas será lícito desenraizálas, transplantá-las, como se uma família
pudesse ser um jardim botânico? Não somos também o que foram os nossos antes
de nós? Não somos também as tradições
e preconceitos, língua e sonhos, fronteiras,
desejos e anseios que nos chegam do antanho pelo combóio da história familiar? Estará isso ali garantido?
Angelina acaba de informar a imprensa
que abandona o cinema para se dedicar à
família. Ainda bem. Mas ainda assim é muito pouco.
Máxima
O sábio cristão, Orígenes, fala assim sobre a vivência da Páscoa: «Quem compreende que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado
e que nós devemos celebrar a festa comendo a carne da Palavra, esse está sempre a
celebrar a Páscoa, que significa «sacrifício
para a passagem», pois está permanentemente a passar das coisas da vida para
Deus, e a caminhar depressa para a cidade
de Deus.»
Mínima
Ide avisar os meus irmãos... (Mt 28:20).
15
Beber na torrente da Bíblia
Vasco Nuno, ocd
Ser Cristão é ...
«Encontrando-se junto do lago de Genesaré, e comprimindo-se à volta dele a
multidão para escutar a palavra de Deus,
Jesus viu dois barcos que se encontravam
junto do lago. Os pescadores tinham descido deles e lavavam as redes. Entrou num
dos barcos, que era de Simão, pediu-lhe
que se afastasse um pouco da terra e, sentando-se, dali se pôs a ensinar a multidão.
Quando acabou de falar, disse a Simão:
“Faz-te ao largo; e vós, lançai as redes para
a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, trabalhámos durante toda a noite e nada apanhámos; mas, porque Tu o dizes, lançarei
as redes”. Assim fizeram e apanharam uma
grande quantidade de peixe. As redes estavam a romper-se, e eles fizeram sinal aos
companheiros que estavam no outro barco,
para que os viessem ajudar. Vieram e encheram os dois barcos, a ponto de se irem
afundando. Ao ver isto, Simão caiu aos pés
de Jesus, dizendo: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador”. Ele
e todos os que com ele estavam encheramse de espanto por causa da pesca que tinham feito; o mesmo acontecera a Tiago e
a João, filhos de Zebedeu e companheiros
de Simão. Jesus disse a Simão: “Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de
homens”. E, depois de terem reconduzido
os barcos para terra, deixaram tudo e seguiram Jesus» (Lc 5,1-11).
Contexto
Estamos na Galileia, no início da actividade de Jesus. Este já fez saber o seu
plano na sinagoga de Nazaré como anúncio da Boa Nova aos pobres e proclamação
da libertação para os prisioneiros… Neste
momento, começam a ver-se os primeiros
16
frutos do ministério de Jesus: ao seu redor
começa a constituir-se o grupo dos que se
deixaram interpelar por esse plano de salvação e O seguiram.
Ensinamento
Esta perícopa é uma belíssima catequese sobre aquilo que é ser cristão. Ser cristão é, antes de mais, estar com Jesus «no
mesmo barco». O barco representa a comunidade cristã que é o lugar onde ressoa
a voz do Mestre. É dela, e não de outros
lugares, que se devem abeirar os que desejam receber luz, consolação, esperança
e vida. É desse barco, que a Palavra de Jesus se dirige ao mundo, propondo a todos
uma nova realidade. Ser cristão é escutar
a proposta de Jesus e realizar o que Ele
diz. Às vezes, as Suas propostas podem
não se entender muito bem (e quantas vezes não se entendem, face aos esquemas
e valores do mundo); mas é preciso fiar-se
incondicionalmente, entregar-se nas Suas
mãos e executar à risca as suas directrizes. Ser cristão é reconhecer Jesus como
o «Senhor»: é o que faz Pedro, ao perceber
como a proposta de Jesus gera vida e fecundidade para todos. A comunidade cristã primitiva também vem a dar este título a
Jesus ressuscitado, reconhecendo n’Ele o
«Senhor» que preside ao mundo e à história. Ser cristão é aceitar a tarefa que Jesus
propõe: ser pescador de homens. Para entendermos bem o que vem a ser ela, temos
de recordar o que significava o «mar» no
judaísmo: era o lugar dos mortos, onde moravam os espíritos e as forças demoníacas
que procuravam tirar a vida e a felicidade
ao homem. Dizer que os seus discípulos
vão ser «pescadores de homens» significa
que a missão do cristão é continuar a acção libertadora de Jesus em favor do homem, procurando resgatá-lo de tudo aquilo
que lhe impede de viver e ser feliz. Trata-se
de salvar o homem de morrer afogado no
mar da violência, do orgulho, do egoísmo,
do sofrimento, do medo – as forças demoníacas que lhe roubam a felicidade. E, finalmente, ser cristão é deixar tudo e seguir
Jesus. O desprendimento, a generosidade,
o dom total e o seguimento a identificarem
os que pertencem a Jesus.
Acolher o ensinamento
- Qual é a tua relação com a comunidade cristã? Ela é o «barco» onde Jesus está
e onde tu deves estar. É nela e a partir dela
que Ele te fala.
- És sensível à voz e aos desafios de
Jesus? É Ele o «Senhor» que preside à tua
história e à tua vida?
- Tendo recebido a missão de ser «pescador de homens», sentes que vens a realizá-la
cada dia? Que tens feito para combater o
que impede os homens de viver com dignidade e de ser felizes?
- A tua entrega é total? Largas tudo na
«praia» para seguir Jesus, porque o Seu
projecto se tornou a prioridade da tua vida?
Rezar com o ensinamento
Senhor, ajuda-me a ser um bom cristão.
Reconheço que, por vezes, a minha entrega é parcial e calculada. Reconheço que,
por vezes, a minha luta não passa por continuar o teu projecto libertador. Reconheço que, por vezes, me deixo manipular e
dominar por outros «senhores». Reconheço que, por vezes, não dou minimamente
importância às tuas indicações, quando
deveriam ser sinais obrigatórios a seguir…
Reconheço que, por vezes, até prescindo
do barco e, outras vezes, no barco, estou
de ouvidos fechados à tua voz, desatento
à tua presença. Senhor, ajuda-me a ser um
bom cristão.
17
Jovens leigos carmelitas
Verónica Parente
Aproximemo-nos de Maria
Jovens leigos carmelitas
em peregrinação a pé a Fátima
Jovens, leigos, carmelitas, enérgicos,
confiantes e com uma enorme vontade de
chegar, reuniram-se em Aveiro, no dia 27
de Abril, à noite, para dar início à nossa primeira peregrinação a pé a Fátima.
O grupo começa a compor-se, surgem
os primeiros sorrisos, as primeiras inquietações: Chegaremos a Fátima? E a resposta
é: chegamos! Durante quatro dias de jornada foi-nos permitido lutar e amar! Éramos
13, os que iniciámos a caminhada no Carmo de Aveiro. No final, a família tinha crescido (eramos 15 ou 16)… e aos pés de Maria, em Fátima, depositamos a nossa forma
de ser jovem, na singeleza duma rosa que
sempre nos acompanhara.
Em cada novo dia a casa onde despertávamos era diferente, tal como o nosso
estado de ânimo. Os olhos lentamente se
abriam, o corpo reclamava e pedia para
que continuássemos a dormir, mas estávamos conscientes que Maria nos esperava…
O despertar às 5 da manhã era algo único!
Recomeçar o caminho debaixo de sol, chuva, frio, calor, ventos, brisa que corre fria
não podia ser impedimento. E não foi! Com
os olhos ainda meio fechados iniciávamos
todas as manhã o caminho. Enquanto as
horas passavam, íamos abrindo as pestanas e despertando o que somos, lado a
lado com o outro, ou sozinhos, cantando ou
silenciando. No final do dia, os olhos que
iniciaram o dia, fechados e sonolentos, tinham muito para desvendar e confidenciar.
Porém, tínhamos de dormir...
Todos tínhamos
a mesma meta:
chegar a Fátima.
Não tínhamos certezas do caminho,
sabíamos apenas
que era longo e
doloroso;
mas,
pouco a pouco,
fomos chegando à
meta, graças aos
sorrisos, partilha
de vida, e quando
algo nos faltava
ou desmotivava os
atentos anjos do
caminho aguardavam-nos.
Em cada oração, palavra e olhar que nos brindavam,
Ele estava presente, e com Ele foi possível fazer caminho de interioridade sempre
inesperado e nunca programado.
Em quatro dias descobrimos muitas coisas, e uma das mais importantes foi que
encontro é vida, que a vida é um caminho
a acolher e percorrer, com todas as intempéries. E ao terminar não temos muitas
vezes palavras para expressar tudo o que
se leva deste peregrinar. Tentamos esquecer rotinas e deixarmo-nos surpreender no
peregrinar. Foi difícil parar a contemplar as
mais pequenas coisas que o caminho nos
tinha para oferecer, em cada dia, e o que
se pode dizer é que no final nos sentimos
nós mesmos!
Hoje, cansados da batalha que conquistamos, mas vencidos pelas dificuldades
passadas, só nos resta continuar e programar uma nova aventura. Com a alegria que
depositamos no olhar de Maria, nossa mãe
e mãe da humanidade, deixamo-nos levar
pela emoção. Foi hora de regressarmos a
casa. Agora é hora de começar a caminhar
pelas nossas cidades, pela nossa realidade, com as nossas famílias, companheiros
de jornada e caminho. É hora de semear
a brisa de amor que colhemos do caminho
feito e que nos levou a nos aproximarmos
de Maria. Para isso temos todo o Mês de
Maio, e desde o início.
Obrigado a todos. A todos aqueles que
rezaram por nós enquanto caminhávamos,
a todos os que encontrávamos e nos iam
dando alento no caminho com palavras e
gestos, a todos e a cada um nesta forma
muito particular de peregrinar connosco.
Hoje somos peregrinos. Só temos a certeza de ter de continuar a peregrinar. Continuaremos a seguir juntos os caminhos que
nos são apontados. Não esqueçamos que
agora vem uma das melhores partes do peregrinar: seguir peregrinando, seguir procurando. Seguir amando. Afinal, somos filhos
da mesma vinha!
P.S. A crónica e fotos desta peregrinação
poderão ser consultadas no Blog dos Jovens Leigos Carmelitas, em:
http://www.carmojovem.blogspot.com
19
Crónica de uma visita
Carlos Pinto
Ilha da Madeira
O Mensageiro do Menino Jesus de Praga tem na Ilha da Madeira 272 assinantes.
Além disso, a catequese da Igreja do Carmo, no Funchal, com cerca de 800 crianças
e 55 catequistas, tem o Menino Jesus de
Praga por Padroeiro. Foram essencialmente estas causas que levaram a Direcção do
Clube do Menino Jesus a programar lá um
encontro para os dias 28 e 29 de Abril. Contactado o P. Dias, Superior da Comunidade
dos Padres Carmelitas do Funchal, tudo se
foi pondo em andamento.
No dia 28, às 10h, fez-se uma procissão com o Menino Jesus de Praga, desde a
20
sacristia para a Igreja. Estavam presentes
algumas catequistas e crianças da catequese. A Nina (catequista) enfeitou o andor
com a perícia madeirense e as crianças
levaram-no em ombros. Por entre cânticos
subimos ao altar para realizar as bênçãos
das grávidas, mães com bebés, crianças e
doentes. O Padre Agostinho Leal saudou
todos os presentes e explicou a razão da
presença de alguns elementos da Direcção
do Clube. Para além do encontro pessoal,
que torna mais real o Clube dos Amigos do
Menino Jesus, a Direcção quis incentivar a
criação de um Núcleo do Clube que dinamize a amizade e a oração. Não se pode
ser verdadeiramente amigo de Jesus se
não formos amigos uns dos outros. A fonte
desta amizade está na oração. Não esqueçamos que Santa Teresa de Jesus entendia a oração como sendo «uma história de
amizade, estando muitas vezes a sós, com
Quem sabemos que nos ama». Também a
Presidente do Clube, a Célia, usou da palavra para dar a conhecer, em traços largos,
a história do Clube e vincar a dimensão de
solidariedade que também o identifica. Diríamos que a dinâmica do Clube assenta
na oração, na amizade e na solidariedade.
A celebração terminou com a Consagração
ao Menino Jesus de Praga rezada por todos os presentes a uma só voz.
No dia 29, às 17,45h, projectou-se na
Igreja o DVD: o Santuário do Menino Jesus de Praga, um espaço de oração. Este
documentário foi visto por uma grande assembleia muito interessada em conhecer
a história da devoção ao Menino Jesus de
Praga, bem como os conteúdos da Coroinha do Menino Jesus, a Peregrinação Nacional, o Domingo das bênçãos, a Peregri-
nação dos Universitários, a Festa do Clube
dos Amigos do Menino Jesus, etc. No fim
da projecção seguiu-se a Eucaristia dominical. Novamente o Padre Leal e a Célia falaram dos objectivos do Clube como meio
de despertar nas crianças e adolescentes a
consciência de que são amados por Deus
e que, como amigos, devem dinamizar à
sua volta o crescimento na amizade e na
solidariedade para com as crianças mais
necessitadas. No final da Eucaristia várias
pessoas vieram falar com os elementos
da Direcção do Clube para os incentivar e
animar no prosseguimento deste singelo
trabalho apostólico orientado para os
mais pequenos.
Na viagem de regresso, e em
jeito de balanço,
todos os elementos da Direcção
do Clube foram
unânimes em reconhecer que, de um
jeito simples e despretensioso, se deixou
na Ilha da Madeira uma
sementinha que, com o
favor da graça de Deus,
irá germinar no canteiro do
Carmo para que Jesus possa ser melhor
conhecido e amado.
Não posso terminar estas linhas sem
manifestar a nossa gratidão ao Sr. Padre
Dias e ao Sr. Padre Cecílio pela hospitalidade e atenções que nos dispensaram.
Agradecemos também aos colaboradores
e amigos do Carmo toda a simpatia e testemunho de dedicação que muito
nos edificaram. Divino Menino Jesus, abençoai-os.
21
Crónica de uma peregrinação
Elsa Pinto, universitária
Universitários em peregrinação
A Peregrinação dos Universitários ao
Santuário do Menino Jesus já vai na sétima
edição. Com a doçura de sempre o Menino
Jesus recebe todas as capas negras que
se ajoelham a Seus pés para receber a
bênção. Não é um acto de submissão mas
de reconhecimento que o verdadeiro saber,
aquele que completa a nossa vida e nos faz
felizes, só Dele o podemos obter.
No passado dia 22 de Abril o Santuário abriu as suas portas para receber os
de sempre e os de agora, os de perto e os
de longe, os caloiros, o fitados, os cartolados… e todos juntos demos cor, ânimo e
um ambiente diferente à VII Peregrinação
dos Universitários do Menino Jesus e Domingo de Bênçãos.
Mesmo quem nunca se viu antes sabe
que ali está entre os seus pares, não só
pelo traje, mas sobretudo porque respon-
22
deram todos ao mesmo chamamento. Independentemente do curso que estão a
tirar ou da Universidade que frequentam,
há algo superior que nos une a todos como
amigos e participando da amizade do Menino Jesus. Saber tirar partido desta amizade
é coisa que não se aprende em nenhuma
sala de aula. Por isso, ouvimos os desejos
do Pe. Leal, que na homilia da celebração
nos garantia que com a força da fé se vai
mais longe.
Este ano ficamos na igreja do Santuário,
aconchegadinhos aos pés do Menino. O
espaço não era muito mas com boa vontade tudo se alcança e a celebração decorreu
dentro da confusão normal de um Domingo
de Bênçãos! Enquanto assim for, bem hajam todos aqueles que nos recebem e que
criam condições para nos acomodarmos.
Bem hajam todos os sorrisos e palavras de
alento que recebemos. Bem hajam todos os
que vêm e aqueles que hão-de vir. O Menino Jesus vai com todos nós, no coração e
nas capas. E apesar de todo o trabalho de
casa que Lhe deixamos, para ler e atender
todos os nossos pedidos, Ele estará sempre ali para nos acolher.
PORTO
Universidade do Porto
- Faculdade de Economia
- Faculdade de Ciências
- Faculdade de Medicina
- Faculdade de Engenharia
- Faculdade de Direito
Escola Sup. de Enfermagem S. João
Escola Sup. de Enfermagem Santa Maria
Escola Superior de Tecnologias da Saúde
Universidade Católica Portuguesa
Universidade Fernando Pessoa
Universidade Lusíada
Instituto Politécnico do Porto
- Instituto Superior de Engenharia
- Inst. Sup. de Contab. e Administração
Instituto Piaget
- Escola Superior de Saúde
- Escola Superior de Educação
Instituto Superior de Serviço Social
COIMBRA
Universidade de Coimbra
- Faculdade de Letras
- Faculdade de Medicina
- Faculdade de Direito
- Faculdade de Ciências e Tecnologia
Instituto Superior de Engenharia
BRAGA
Universidade do Minho
-Instituto de Ciências Sociais
AVEIRO
Universidade de Aveiro
- Inst. Sup. de Contab. e Administração
BRAGANÇA
Instituto Politécnico de Bragança
- Escola Superior de Educação
GUARDA
- Escola Superior de Saúde
COVILHÃ
Universidade da Beira Interior
- Faculdade de Artes e Letras
FELGUEIRAS
- Escola Superior de Tecnologia e Gestão
PAREDES
-Escola Sup. de Saúde do Vale do Sousa
SANTARÉM
- Escola Superior de Enfermagem
LISBOA
Universidade Técnica
- Instituto Superior Técnico
23
Recados ao Menino Jesus
Divino Menino Jesus de Praga, cá estou uma vez
mais para Te agradecer tudo quanto fizeste e tens
feito por mim. Agora venho pedir que me ajudes a
concentrar-me nos meus estudos a fim de tirar
boas notas nos exames. A tua amiga, Sara Barbosa.
Olá, Menino Jesus! Cá estou trajada, como Te prometi no ano passado.
Abençoa-me com a Tua sabedoria para ter sucesso nos estudos, mas ajuda também todos os meus
colegas estudantes. Um beijinho desta tua sempre
amiga, Susana Rodrigues.
Menino Jesus de Praga, obrigada por este dia
maravilhoso. Peço-te ajuda para acabar o meu curso e
conseguir arranjar emprego. Liliana Silva
Divino Menino Jesus de Praga, agora que esta
etapa dos estudos está quase a terminar, faço-te um
pedido: faz com que eu coloque sempre os saberes
que adquiri ao serviço de Deus e do próximo. M. Marques – IST
Menino Jesus de Praga, agradeço-te a minha entrada na Faculdade, e espero por um ano cheio de saúde,
muita força e muito estudo. Pedro Rodrigues – FCUP
Desde caloira que venho cá sempre neste dia.
24
Obrigada por me teres acompanhado sempre. Acompanha-me no pouco que falta para que tudo corra
bem.Beijinhos. Vânia Matos.
Menino Jesus de Praga, abençoai-me nos
meus estudos e depois na minha vida profissional. Obrigada. Célia Monteiro.
Menino Jesus, durante todo o meu curso foste o meu apoio... Obrigada por tudo.
Este último ano tem sido complicado, mas
vou terminá-lo. Cecília Pinto.
Menino Jesus, agradeço-te pela sabedoria, luz e amor com que me tens
acompanhado. Peço-te que ilumines
em graça todos os estudantes. Eduarda Teixeira
Menino Jesus, porque Te amo,
porque estás sempre no meu coração, quero pedir-te que me auxilies
nos meus estudos, que o que faço
frutifique e que a saúde me acompanhe. Elisabete Couto – FDUP
Meu Menino Jesus, peço-te
protecção para este último ano. Que
tudo me corra bem. Obrigada por tudo o que fizeste
por mim. Carina Sousa - FEP.
Menino Jesus, foi com muito agrado e fé que estive cá no Santuário. Peço para me iluminares nos
caminhos mais difíceis. Adorei ter estado aqui. Glória
Matos – UFP
Menino Jesus, ao longo de todo o meu curso invoquei a vossa ajuda e nunca me abandonaste. É
com muita alegria que estou aqui para te agradecer.
Peço-te ainda que me dês muita força para o meu
futuro. Obrigada por tudo. Leti Marinho - UFP
Estamos a chegar ao fim do nosso curso e acreditamos que Ele esteve sempre ao nosso lado, e
nos deu a mão nos momentos mais difíceis. Assim,
esta peregrinação foi a forma que encontramos para
senti-l’O mais perto de nós e agradecer-lhe a Sua
protecção. Foi uma honra poder levar o andor do Menino Jesus e percorrer os claustros do Convento.
Dulce Ribeiro, Joana Ferreira, Marisa Marques,
Vânia Moreira - FEP.
A foto escolhida
Abbé Pierre
Fundador do Movimento de Emaús. “Apóstolo dos pobres”
e “Gigante da misericórdia”, morreu a 22 de Janeiro de
2007, com 94 anos.
Sugestões de Leitura
Nossa Senhora do
Carmo, sobre Ti temos
a alma, a poesia e a
oração do povo. Sobre
Ti temos o país repleto
de capelas e igrejas com
o teu nome. Sobre Ti,
temos lindas imagens
onde a arte adquiriu a
linguagem da formosura e da beleza mais elevada.
De Ti nos falam os
frades e as freiras carmelitas. De Ti nos falam
as confrarias do Carmo e
o Carmelo Secular. De Ti
nos falam todos quantos levam devotamente
o teu Escapulário. De Ti
26
nos falam as festas e majestosas procissões.
De Ti nos falam estes
livros que as Edições Carmelo Te dedicam.
Um dos sinais da tradição da Igreja, há mais de
750 anos, é o Escapulário
da Virgem do Carmo. É um
sinal aprovado pela Igreja
e aceite pela Ordem do
Carmo como manifestação
externa do amor a Maria,
de confiança filial nela e
compromisso de imitar a
sua vida. O Escapulário exige um compromisso cristão
autêntico, isto é, viver de
acordo com os ensinamentos do Evangelho.
A oração escolhida
Oração dos Estudantes
ao Menino Jesus
Ó DIVINO MENINO JESUS DE PRAGA,
sabedoria eterna e encarnada,
que generosamente dispensais as vossas graças
aos jovens estudantes que a Vós recorrem:
volvei benigno vosso olhar sobre mim que invoco a
vossa protecção para os meus estudos!
VÓS SOIS O HOMEM-DEUS!
Vós sois o Senhor da ciência!
Vós sois a Fonte da inteligência e da memória!
Ajudai a minha fraqueza;
iluminai a minha mente;
reforçai a minha memória,
a fim de que possa pôr em prática o que aprendi.
Na dúvida e incerteza sede a minha luz,
o meu amparo e conforto.
Ao vosso divino coração imploro a graça
de cumprir os meus deveres de estudante
e de tirar os melhores frutos dos meus estudos.
Ó DIVINO MENINO JESUS DE PRAGA,
protegei-me todos os dias,
cobri-me com o vosso manto
e guiai-me na senda dos meus
estudos e no caminho da salvação eterna.
Amen.
Flash
Somos jovens da Póvoa de Varzim.
Quando queremos encontramos tempo
para reflectir e rezar. Foi o que fizemos,
nos dias 21 e 22 de Abril no Santuário
do Menino Jesus de Praga.
Nós somos crianças de muitos lados.
Descobrimos o Domingo das bênçãos
junto do Menino Jesus. E, com os nossos familiares, procuramos não faltar
neste dia festivo.
Nós somos de Nelas e arredores. Todos os anos vimos em peregrinação à
casa do Divino Reizinho. Nela encontramos a força de alma, a paz e o amor
que tonifica a vida.
E nós somos de Concavada, perto de
Abrantes. Somos membros do Clube
do Menino Jesus e viemos à nossa
festa. Gostamos muito de tudo. Vamos
continuar a crescer para Ele.
28
Registos especiais
GRATIDÃO
No alvorecer
de uma madrugada
palpitante de luz,
eu ressuscitar-te-ei.
Ninguém sabe o dia,
só eu o conheço.
Perdido aos olhos dos teus,
mas presente para mim,
vivendo no meu amor,
feito de eternidade,
de uma noite de sombra
e de sofrimento,
vens ao meu encontro.
Não tenhas medo,
sou o teu Senhor.
Amo-te e espero-te.
Far-te-ei novo e belo,
inteiro e diferente,
tu próprio e, no entanto,
transfigurado,
pois eu venci a morte
e ressuscitar-te-ei.
No dia 20 de Março, após o dia do pai e
nas vésperas da Primavera da vida nova, o
Deus da Vida, depois de um tempo de Cruz
e Calvário, chamou a Si o meu pai para o
fazer participar
na Ressurreição.
Com a dor da
separação mas
com a paz e a
serenidade
da
fé estou invadido
pelo sentimento dominante da
gratidão.
Por isso, lhe
quero dizer: obrigado, meu pai, por todos os gestos de bondade que nos deixou gravados a estilete
de ferro no coração; obrigado pelos irmãos
e sobrinhos com que me deixou rodeado;
obrigado porque nos ofereceu uma oportunidade para que a família alargada e uma
onda gigante de amigos viesse até junto
de nós e nos confortasse com a presença,
com o abraço, com o beijo, com a oração.
Obrigado porque nos ensinou a ir mais
fundo no desejo de desvendar os mistérios
da vida pelo caminho da Cruz. Recordo
neste momento as palavras de Santa Teresinha do Menino Jesus que imprimimos
na pagela da recordação da sua passagem
para o mundo da Luz e da Vida sem fim:
«Não morro, entro na vida. Ó que alegria
ver a Deus!»
Obrigado confrades e colegas, obrigado
irmãs carmelitas, obrigado amigos da presença, dos emails, dos sms, dos telefonemas... Os vossos gestos de amor falam-me
do Deus da Ternura que encarnou e se faz
próximo e mais visível quando mais Dele
necessitamos.
Pe. Joaquim Teixeira, ocd
29
Graças e Promessas
ÁGUEDA, Associados à Zeladora Mª Nápoles - 22 €;
Mª Ercília - 14 €; ABRANTES, José Lopes - 9 €; AMORA, Adelaide Coelho 10 €; AMADORA, Mª Baptista 9 €; Mª Sérvoro - 19 €; ANGRA DO HEROISMO, Mª
Fernandes - 14 €; ASSUMAR, Rosinda Coelho - 14 €;
AVEIRO, Odete Furtado - 9 €; AZAMBUJA, Ana Vieira
- 250 €; BRAGA, Mª Junqueira - 14 €; Elsa Maciel - 14
€; Fernanda Pinto - 14 €; Mª de Sá - 14 €; Idalina Costa
- 9 €; CACÉM, Mª Soledade - 9 €; CANTANHEDE
E ALFEOLOS, Peregrinos da Organizadora Mª Fátima
Carvalho - 157 €; Mª Costa - 17 €; CAPELAS, Helena
Capelas - 18 €; CARAMULO, Madalena Simões - 7 €;
CARNAXIDE, Ana Santos - 10 €; CARREIRAS, Carolina Hândel - 10 €; CASTELO BRANCO, Conceição
Bargão - 14 €; Mª Pires - 18 €; CARVOEIRA, Mª Santos
- 9 €; CHAVES, Mª Faria - 14 €; COIMBRA, Cremilde
Piçarra - 14 €; Alice de Jesus - 20 €; Paulo Monteiro - 44
€; DELÃES, Mª Araújo - 10 €; ÉVORA, Isabel Potes
- 24 €; FÁTIMA, Mª Maurício - 9 €; FAJÕES, Isaura
Leite - 19 €; FONTÃO, Gracinda Amorim - 9 €; FORTE
DA CASA, Carlos Margaça - 19 €; FOZ DO SOUSA,
Manuel Luís - 150 €; FUNCHAL, Carlota França - 9 €;
Inês França - 9 €; Inocência Vieira - 4 €; Isabel Góis - 4
€; Mª Abreu - 64 €; Mª Góis - 49 €; Mª Gouveia - 4 €;
Mª Cândida Abreu - 4 €; Mª Cafofo - 4 €; Mª Caetano - 4
€; Mª Paz Góis - 4 €; Mª Faria - 4 €; Mª Helena França
- 44 €; Mª Pestana - 4 €; Emília Gomes - 14 €; Marcolino Félix - 19 €; Mª Abreu - 61 €; Teresa Castro - 14 €;
GERAZ DO LIMA, Mª Lenho - 84 €; GUIMARÃES,
António Fertuzinho - 9 €; LISBOA, Manuela Mariano
- 10 €; Margarida Simões - 19 €; Mª Dionísio - 14 €;
LOIVOS, Margarida Feliz - 4 €; MARCO DE CANAVESES, Mª dos Remédios - 14 €; Rui da Silva - 14 €;
José Lavarinhas - 5 €; MACEDO DE CAVALEIROS,
Rute Teixeira - 10 €; MAIA, Isabel Pinheiro - 9 €; MIRANDELA, Carlos Fraga - 10 €; MIRE DE TIBÃES,
Rosalina Capa - 12 €; NELAS, Anónima - 15 €; Amigos
do Menino Jesus - 15,25 €; OVIL, Edite Augusta - 9 €;
PALMELA, Associados da Zeladora Mª Isabel Lobo - 87
€; Deolinda Costa - 9 €; PORTO, Conceição e Celeste 15 €; Isabel Lopes - 14 €; Emília Carvalho - 19 €; Luzia
Soares - 14 €; PEDREIRA FLG, Associados à Zeladora
Mª Alda Ferreira - 98 €; PERRE, Rosa Nicolau - 19 €;
PIEDADE, Mª Boim - 10 €; QUINTA DO CONDE, Belmira Pereira - 10 €; ROMARIZ, Liliana Conceição - 9
€; SABUGAL, Anónima - 50 €; S. JOÃO DA MADEIRA, Amílcar Ramadas - 19 €; STª CRUZ DO BISPO,
Mª Azevedo - 5 €; SATÃO, Mª Figueiredo - 14 €; Sª DA
HORA, Associados da Zeladora Mª Rocha - 259 €; Mª
Duarte - 9 €; Manuel Saraiva - 75 €; S. DOMINGOS
DE RANA, Mª Soeiro - 9 €; STª EULÁLIA, Arnaldo
Gonçalves - 19 €; SESIMBRA, Mª Sousa - 19 €; SUIÇA,
Eduardo Marques - 30 €; TAVIRA, Noémia Valente - 9
€; TORRES VEDRAS, Mª Daniel - 4 €; Mª Maciel - 19
€; VALOURA, Esperança Regadas - 25 €; V. DE SANTARÉM, Victória Soares - 9 €; VIANA DO CASTELO,
Judith Almeida 14 €; Mª Silva - 45 €; Mª Carneiro - 10
€; Domingos Rego - 9 €; VIDAGO, Mª Lobo - 20 €;
Anónima - 20 €; VILA FRANCA DE XIRA, Mª Silva
- 15 €; V. FRANCA DO CAMPO, Mª Cravinho - 29 €.
30
NOVOS ASSINANTES
AVESSADAS, Joaquim Silva Pinto; AMARANTE, Mª
Adelaide Coelho; BAGUIM DO MONTE, Idalina da
Silva Moura; BRAGA, José Barbosa; Mª Ferreira Alves; CABEÇA SANTA, Serafim António Pereira; CANADÁ, Mª do Carmo Arruda; CANELAS, Mª Susana
Sousa; CASCAIS, Mª Gabriela; CASTELO DE PAIVA,
Lúcia Cristina Rodrigues; CASTELO BRANCO, Rui
Salgueiro; CARREGAL DO SAL, Sara Vergínia Carvalho; Mª Inês Nunes; Ana Lúcia Mendes; Mª Lurdes Ferreira; Márcia Sobral; CARREGOSA, Fátima Mª Pinho;
COIMBRA, Irmãs S. José de Cluny; Mª Guilhermina Sério; Mª Cortesão; CORUCHE, Capitolina Pedroso; Célia
Janeiro; João Sousa; CORROIOS, Artur Manuel Barros;
CRATO, Adelaide Carretas; Mª da Conceição Silva;
Alexandra Fátima Apolinário; Joaquim Mariano Cabaço; Fernanda Massano; Antónia Mª dos Santos; CUCUJÃES, Vera Isabel Oliveira; CUSTÓIAS, Margarida
Sousa da Silva; Ilídia Capelas Cigre Rocha; ELVAS, António Moreno; ESMORIZ, João Alexandre Espirito Santo; FÂNZERES, Natalina Fernanda Peixoto; FELGUEIRAS, Mª Celina Teixeira da Silva; Mª Adelaide Silva;
FIÃES, Mª de Fátima Vieira; FIGUEIRÓ, Mª Arminda
Carvalho; FREGIM, João Pedro Silva; FUNCHAL, Elisabete Santos; Ilia Mª Gouveia; Mª Rosário Vasconcelos;
José Freitas Spinola; Mª Odete Oliveira; Trindade Ornelas; Fernanda Encarnação Gomes: Mª Gouveia Gomes;
Inocência R. R. Vieira; GONDALÃES, Belinda Celeste
Marques Costa; IDÃES, Mª Fernanda Soares; Joaquim
Martins Castro; LARANJEIRO, CArlos Manuel Ferreira; LEÇA DA PALMEIRA, Nelson Moreira; MARCO
DE CANAVESES, Catarina Isabel Ribeiro; Cristina de
Assunção Pinheiro; Mª Rosa Cunha; Fernando Ferres
Cardoso; MATOSINHOS, Mª José Costa; Ana Sofia de
Pinho; MOLARES, Carolina Elisabete da Mota; MOSTEIRÓ, Paula Mª Oliveira; MOURIZ, Maria Gabina
Oliveira Sousa Alves; NELAS, Emília Pampelóna Amaral; OEIRAS, Mª Cândida Oliveira; Mª Nova Ribeiro;
OLIVEIRA DE AZEMEIS, Carla Alexandra Alves; PAÇOS DE FERREIRA, Mª Alexandra Silva; PAREDES,
António Pereira de Sousa; Lara Beatriz Ferreira; PAREDES DE COURA, Rosa de Jesus Barreiro; PEDROSO,
Mercia Ferreira Sousa; PENAFIEL, Diogo Ferreira; Mª
da Conceição Couto; Fernanda Luisa Santos; SANDE,
Mª Emília da Rocha Pereira; Mª de Jesus; Joaquim Pereira Correia; Amanda Primavera Abreu Couto; Mª Luisa Alves Vieira; Agostinho Pereira Monteiro; STª COMBA DÃO, Elisabete Silva Gomes; Sª DA HORA, Mª
Filomena de Matos; S. JOÃO DA MADEIRA, Andreia
Moreira Coelho; S. LOURENÇO DO DOURO, Idalina
Madureira Fernandes; Mª Teresa Pereira; Licínio Madureira Pereira; S. MAMEDE DE RECEZINHOS, Mª José
Braga; S. MATEUS DA CALHETA, José Adelino Costa; S. PAIO DE FAVÕES, Mª de Fátima Pereira Ferraz;
SOUTO, Rui Murteira; V. CONDE, Celina Mª Areal; V.
N. FAMALICÃO, Mª da Conceição Sousa; Camila Cândida Ferreira; José Alberto Alves; V. N. MILFONTES,
Mª Manuela Ruas; V. N. DE GAIA, Mª Graça Rodrigues; VILA REAL, Carolina Gonçalves.
Carmelitas Descalças, Carmelo de S. José, Medina del Campo
Imagens do Menino Jesus
Menino Jesus “O Patrãozinho”
Na nossa Comunidade de Carmelitas Descalças, do Carmelo de S. José,
em Medina del Campo, – a segunda
fundação realizada por Santa Teresa de Jesus – , reza a tradição que
esta imagem do Menino Jesus,
alcunhado de «O Patrãozinho»,
foi oferecida a uma
das primitivas irmãs; julgamos que
terá sido por ocasião da tomada de
hábito, pois, como
é costume, é esta
imagem do Menino que preside
às tomadas de
hábito das Irmãs,
bem como às profissões simples e
solenes. Daí, talvez,
o nome de «O Patrãozinho».
Nesses dias adorna-se a imagem com
um lindo vestido, conforme ao tempo
litúrgico que se estiver a viver. Digno
de relevo é o vestido em que se penduram no cinto todas as ferramentas
da Paixão do Senhor; são miniaturas
de prata com grande expressividade e
realismo.
No Domingo de Ramos este mesmo
Menino é vestido com uma espécie de
túnica vermelha e um ramo de olivei-
ra na mão e colocado no altar do coro
para estar junto da Comunidade. Ao
meio-dia é levado em procissão para
o refeitório, acompanhado de cânticos; é posto na mesa principal
e é-lhe servida a mesma refeição das Irmãs, embora numa
tigela especial, muito antiga
e bonita. Esta comida é
depois levada a um
pobre. Este ritual
pretende lembrar
Santa Teresa de
Jesus, pois ela gostava de convidar
Jesus para comer, uma vez
que não O
tinha sido
em Jerusalém. Depois
da refeição e acção
de graças é levado novamente para o
coro.
No Domingo de Páscoa, depois de
cuidadosamente adornado, é levado
para o recreio, permanecendo ali o
dia inteiro.
Tudo isto é feito com grande devoção pela Comunidade.
O Menino Jesus «Patrãozinho» encontra-se sempre no nicho com vitrina,
situado no coro baixo.
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Menino Jesus “O PATRÃOZINHO”.

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