A substituta da Score suplanta os pergaminhos da
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A substituta da Score suplanta os pergaminhos da
KTM Taser Prestige XX-2 SUPER TESTE PRONTA PARA A TAÇA DO MUNDO A substituta da Score suplanta os pergaminhos da marca austríaca e, com um quadro totalmente novo, consegue impressionar pela jovialidade e comportamento digno de uma bike apta para a Taça do Mundo. Texto: Carlos Pinto | Fotos: Pedro Lopes | Rider: Carlos Pinto 26 www.bikemagazine.pt Antes de leres o resto devemos avisarte: esquece a Score. Não a tomes como meio de comparação para esta Taser. Não é que achássemos a Score um modelo de má qualidade, mas após testarmos esta Taser, tudo o resto parece distanciar-se a anos luz da performance desta devoradora de trilhos a alta velocidade. Com um quadro monocoque em carbono esteticamente parecido à Lycan, a Taser Prestige XX-2 está recheada de pormenores que realmente fazem a diferença em andamento. Esta suspensão total visa dominar os trilhos de XC a seu bel prazer e não olha a meios! Não tem características pomposas como a colocação interna de cabos ou a tubagem em curva o que, esteticamente, é atractivo e “clean”, mas funcionalmente esta bicicleta está sem dúvida a ombrear com as melhores que já testámos no campo da alta competição. Andamento divertido A sua geometria racing, com os seus 70º na direcção, engana quem a vê ao longe. Na verdade, os espaçadores que vêm de origem e o guiador largo e inclinado para trás Ritchey WCS evitam o excessivo cansaço corporal das bicicletas típicas de competição (dores no pescoço e trapézios). Em vez disso, ficas ligeiramente rebaixado mas com liberdade suficiente para o teu corpo não sofrer em demasia com a posição de “ataque”. Fizemos alguns treinos em andamento de competição para analisar a sensação e, de facto, notase um menor desgaste. Os 74º do tubo de espigão são o ideal, já que toda a geometria está pensada para pedalar a fundo mas com conforto. O diminuto link traseiro permite ao Fox RP23 Boostvalve XV percorrer o curso disponível sem grandes desvios, suavemente. A KTM sabe que numa bike em que o curso é diminuto, não é necessário um link sobredimensionado, assim poupa-se peso e evita-se usar curso que, na realidade, não é necessário numa competição. O Pro Damping 2 (ver tech info) é um sistema de amortecimento flutuante, em que o quadro não perde o seu objectivo: manter-se junto ao solo, sem perder resposta. Tal como num quadro rígido, mas com mais conforto. E há outro ponto a destacar na parte traseira, as escoras assimétricas. No terreno, a Taser é divertida de conduzir e muito precisa. O conjunto é homogéneo e compacto, a começar na direcção conificada (que passa de 1-1/8 a 1.5), passando pela suspensão Rock Shox Sid XX com 100 mm de curso (com Pop Loc) e acabando nas rodas com aperto Maxle Lite Rock Shox de 15 mm. As rodas - cujo peso é de apenas 1282g - são as DT Swiss XRC 330 Carbon, primando pela leveza (e pelo elevado preço!), fazendo com que as subidas inclinadas sejam encaradas como um passeio no parque. Estas 330 praticamente não flectem quando se pedala em pé ou a sprintar. Aliás, o funcionamento do conjunto (dianteiro/traseiro) neste campo é exemplar. Apesar de não haver um manípulo comum para controlo da suspensão e amortecedor (como existe no caso da Scott), se ajustares uniformemente o valor da pressão da SID e do amortecedor Fox RP23, ficas com uma plataforma eficiente que é rígida quando necessário (a rolar em bom piso e em subidas), dinâmica a alta velocidade e razoavelmente eficiente em descida. Recomendamos neste campo apenas um ponto: coloca um pouco menos de pressão na suspensão e no amortecedor do que o recomendado e terás horas e horas de prazer. A boa prestação do conjunto quadro/suspensão/amortecedor tem mais um ponto extra a seu favor: a transmissão está entregue ao Grupo XX da Sram. Com uma pedaleira dupla com cremalheiras 42-28 e uma cassete 11-36, tens relações suficientes para não ficares apeado mesmo nas subidas mais técnicas. E, acredita, fizemos as subidas mais técnicas e inclinadas que conhecemos! Andámos com chuva, lama, e terreno molhado, raízes húmidas e mesmo em riachos e o conjunto manteve-se eficiente, mesmo com a acumulação de areia e lama. Não é muito aconselhável dizer isto, mas mesmo fazendo cruzamentos (prato 28 e carreto 11), a transmissão não dá sinal de perda de eficiência. O conjunto Sram é leve e preciso, mas não tão silencioso nem suave como o XTR. Já os travões Avid XX com discos 185 e 160 mm deixaram-nos mais do que convencidos de que este cantinho do céu que é a Taser pode ser parada a qualquer momento e sem esforço. Mudando de “trajectória”, o selim Selle Italia SLR Kit Carbonio foi bastante discreto durante todo o teste. E o que é que isto quer dizer? Que nem notámos que ele existia, o que é sempre bom sinal. Quando falamos pouco de um selim, isto quer dizer que não sentimos desconforto, logo, tem nota positiva. A esta hora já deves estar a pensar: “Mas estes tipos não encontram nada menos abonatório?” Bem, de facto está difícil cumprirmos este papel. Na faixa de preços em que esta Prestige XX-2 se www.bikemagazine.pt 27 SUPER TESTE | KTM Taser Prestige XX-2 A NOSSA OPINIÃO Para XCO e maratonas é das bicicletas mais rápidas com que já nos deparámos MELHORAMENTOS Se o terreno não for compacto e seco, uns pneus mais polivalentes são bem essenciais Leveza Conjunto homogéneo Pormenores de construção Polivalência dos pneus insere (acima dos 7.000 euros), os modelos estão tão evoluídos e testados que é muito difícil encontramos defeitos. Mas temos uma sugestão a fazer se decidires comprar esta verdadeira máquina de cross country. De origem traz uns pneus Schwalbe Furious Fred 2.0 Evo, com uma carcaça levíssima (o que corresponde dignamente ao conjunto da bicicleta), mas não são polivalentes o suficiente para poderes pedalar em qualquer canto de Portugal. A própria Schwalbe tem outros modelos que poderiam facilmente ocupar o lugar dos Furious, como os Nobby Nic ou os Racing Ralph e ainda os Rocket Ron. São um incremente de peso mas também de estabilidade, polivalência e resistência ao furo. Mas há uma boa notícia neste campo: ao comprares esta bicicleta, podes solicitar ao lojista, se assim o entenderes, a alteração dos pneus por qualquer um destes modelos referidos. TECH INFO AMORTECIMENTO PDS 2 Já lá vão quase seis anos desde o lançamento do sistema PDS, no qual o sistema de amortecimento flutuante está alojado em dois links, um principal superior e outro inferior alojado nas escoras inferiores. A Taser estreia agora a nova geração do PDS, no qual houve uma evolução de modo a corresponder mais às exigências de uma bicicleta orientada para o cross country. Com o link inferior alojado nas escoras traseiras assimétricas, o funcionamento do amortecedor é mais homogéneo e menos sujeito a stress. Na prática isto faz com que haja menos “coice” na escora inferior e junto ao eixo pedaleiro (quando há grandes pancadas derivadas de um ressalto) e elimina-se a necessidade de reforços dos links. Daí (como podes ver na imagem), o link superior ser tão pequeno… e também leve. Mas há outro pormenor: havendo menos stress no quadro e uma maior eficiência do sistema de amortecimento, os parafusos não precisam de ser em aço, sendo então de alumínio. No sistema Pro Pedal do amortecedor Fox - aquele que é utilizado na maior parte das vezes - nota-se uma performance anti-bombeio quando se pedala, e isso traduz-se em maior aplicação da potência e menor perda de eficácia. 28 www.bikemagazine.pt Conclusão É extremamente difícil despedirmo-nos desta Taser sem ficarmos com saudades dos bons momentos que passámos. Logo que trocámos de pneus (como testámos esta bicicleta em pleno Inverno, tal foi necessário), o à-vontade veio ao de cima e pudemos fazer todas as secções técnicas que uma máquina destas “obriga”. Não é o tipo de bicicleta para pedalar em estradões, para usufruíres de tudo o que ela tem para te dar aventura-te nos singletracks e não duvides das tuas capacidades enquanto trepador. A bicicleta ajuda-te no que pode (leveza, rigidez e aderência ao chão), o resto, bem, isso só depende de ti… O guiador semi-elevado com os seus generosos 640mm (um dos favoritos de Tom Frischknecht), transmite grande segurança nas zonas de raízes e deixa-te respirar com grande à-vontade nas subidas longas e inclinadas. Mas em singletracks com grande arvoredo tens de saber discernir bem as zonas de passagem. Não te sugerimos o corte do guiador, primeiro interioriza bem o comprimento do mesmo, depois habitua-te à pilotagem em secções apertadas. Verás que tens mais a ganhar com este guiador do que pensas. Aliás, neste campo dos periféricos, a Ritchey com a versão de topo WCS Carbon domina por completo e não faríamos qualquer alteração. O peso do conjunto (9.50 kg com os pneus de origem e sem pedais) deixa a tua cabeça livre para te motivares quando é necessário (numa subida; quando vais colocar a bike no suporte depois de uma volta longa; ou quando vais para casa e tens de subir os três malogrados lances de escada), e só tens de te focar num aspecto: calibrar a suspensão e amortecedor. Esta será praticamente das poucas manutenções que terás de fazer pois todas as zonas que envolvam rolamentos ou o-rings estão seladas e têm na sua génese uma concepção livre de sujidade. Mas há mais: o tubo diagonal e a escora (do lado do desviador, como manda a lei!) possuem uma protecção que protege o carbono do impacto de pedras. A marca diz ainda que colocou um elastómero micro-injectado nesta zona sensível. No fundo, o que é que obtemos? Uma das bicicletas de suspensão total mais leves do mundo e certamente das mais rápidas e ágeis. O que é que nos deixa apreensivos? O preço! 7.238 euros não é uma soma que se dispensa de ânimo leve. Mas que nos trilhos corresponde às expectativas, lá isso não haja dúvidas. 5 4,5) Suspensão T (5) Mudanças (5) Travões (5) Rodas (5) Conforto (5) Comportamento (5) Relação Qualidade/Preço (4,5) Quadro ( ) Suspensão F ( Os aros DT em carbono conferem leveza a este conjunto, tal como os pneus de origem. Os pneus servem para baixar o valor na balança mas na prática servem para muito poucas ocasiões. Na traseira, a KTM adoptou um apoio Postmount directo para 160 mm. O Selle Italia primou pela ergonomia e pela leveza. G l o b al [5] Os travões Avid XX, criados para acompanhar a gama XX da Sram, são leves, eficientes, precisos e fáceis de ajustar. Dos melhores travões actualmente no mercado www.bikemagazine.pt 29 SUPER TESTE | KTM Taser Prestige XX-2 TECH INFO GAMA OUTRAS OPÇÕES TASER PARA BOLSAS MAIS COMEDIDAS Como nem todos nós temos quase 7.300 euros para desembolsar, sugerimos uma consulta ao catálogo da KTM onde há alternativas mais em conta, mantendo o design desta Taser. Como este modelo também existe numa versão em alumínio com várias montagens diferentes, temos excelentes notícias para ti: por apenas 1.964 euros já podes ter uma máquina com esta geometria – a Taser RC 4.0 -, mas equipada com uma Recon na dianteira e grupo Deore XT. Por 2.584 euros, a RC 3.0 traz uma Fox 32 F100 com o mesmo grupo e a RC 2.0 (a que está na imagem) com uma SID fica por 3.102 euros. A topo de gama em alumínio (RC1.0) custa 4.136 euros e traz a Fox 32 com grupo completo XTR. Nas versões de quadro em carbono, os preços começam nos 3619 euros da Elite, com uma Fox 32 e grupo Deore XT. Acima desta está situada a Master (4.653 euros), depois a Prime XO (5480 euros) e a Prestige, com Shimano XTR e que custa 6.824 euros. TIPO DE UTILIZAÇÃO CROSS COU NTRY peso suspensão amortecedor travões transmissão preço MARATON A ENDURO ALL MOU NT AI N FREERIDE DOWNHILL KTM TASER PRESTIGE XX-2 MERIDA 96 CARB. TEAM D SPECIALIZED EPIC S-WORKS CARBON TREK TOP FUEL 9.9 SSL 9,50 kg (19’’ s/ pedais) Rock Shox Sid 100 XX Fox Float RP23 BV Avid XX Sram XX 7.238 € n.d. DT Swiss XRC 100 RL DT Swiss M 210 LO Avid XX Sram XX 7.999 € n.d. Specialized Future Shock E100 Fox/SBC Mini-Brain Avid XX Sram XX 7.299 € n.d. Fox F-Series Remote RL Fox Float RP-2 Shimano XTR Shimano XTR 7.599 € * dados do construtor 30 www.bikemagazine.pt FICHA TÉCNICA Quadro Suspensão F Amortecedor Trás Direcção Manípulos mudanças Manetes travão Mudanças F/T Pedais Eixo pedaleiro Alavancas pedais Cremalheiras Carretos Corrente Avanço Carbono monocoque Rock Shox Sid 100 XX Fox Float RP23 Boostvalve XV Ritchey WCS Drop In integrada, 1-1/8 – 1.5 Sram XX Avid XX Avid XX Shimano XTR Sram GXP Sram XX Sram XX 42-28 Sram PG1099-10 11-36 Sram XX Ritchey WCS Carbon 4 axis 6º Guiador Selim Espigão selim Cubos F/T Aros F/T Pneus F/T Tamanhos Peso aproximado Ritchey WCS Carbon UD Riser Selle Italia SLR Kit Carbonio Flow Ritchey WCS Carbon DT Swiss 240 DT Swiss XRC 330 Carbon Schwalbe Furious Fred 2.0 Evo 17´´ (43); 19´´ (48); 21´´ (53) 9,50 kg (19´´) sem pedais Preço aproximado 7.238 euros Importador Castanheira & Castanheira (258 971 216) www.ktm-bikes.at 70º 590 mm 490 mm 450 mm 340 mm 1000 mm 1200 mm www.bikemagazine.pt 31
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