Instituição Beneficente “A Luz Divina” (1956
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Instituição Beneficente “A Luz Divina” (1956
Instituição Beneficente “A Luz Divina” (1956-2013) MARCO ANTONIO MAIURI MIRANDA 23/11/2013 O Espiritismo Consolador e a Nova Era Em novembro de 2013, tivemos o prazer de receber o médium e palestrante, Marco Maiuri, que nos brindou com a exposição do tema “O Espiritismo Consolador e a Nova Era”. A Doutrina Espírita, em sua tríade de Filosofia, Ciência e Religião, estuda a origem da natureza, o destino dos espíritos e as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual. Em sua filosofia do comportamento faz o ser crescer através da modificação dos próprios conhecimentos e conceitos. O aspecto religioso tem sua base no Evangelho, que se traduz na religião do amor, dada por Jesus, base fundamental da Doutrina Espírita. Hoje, a Humanidade caminha a passos largos no aspecto intelectual e já consegue grandes avanços no campo da ciência. Consegue vasculhar o macrocosmo, o microcosmo e observar o organismo humano como nunca antes foi observado, mas ainda tem grandes dificuldades de ir até o seu semelhante. Percebemos, então, que falta ainda o desenvolvimento moral do indivíduo. Falta ainda a referência fundamental para o ser humano, para ele buscar a tão sonhada felicidade, que é o amor em seu coração. É o amor pela vida, pelo próximo e pela sua própria vida. É algo que cresce à medida que o homem vai aperfeiçoando a sua visão e vai amadurecendo. Ainda hoje, observamos muito materialismo e grande violência, muitos dissabores sociais, enormes resgates coletivos e guerras. O materialismo encarcera o pensamento humano, engessando a consciência e tornando-a obtusa, fazendo com que o homem se torne imediatista e irresponsável nas suas atitudes em relação ao próximo. São aquelas atitudes de tirar vantagem sobre o outro e isto é muito triste no momento que vivemos. São atitudes próprias da época da transição planetária, onde estão sendo definidos os parâmetros de cada um de nós. Neste momento, que é espiritualmente histórico para a Humanidade, estamos sendo colocados frente a frente com a nossa realidade espiritual. Então, é uma época que não podemos mais perder tempo. É uma época para colocarmos os ensinamentos de Jesus como algo extremamente real em nossa existência. No livro “Estante da Vida”, o Espírito de Humberto de Campos (Irmão X) conta que Dr. Bezerra de Menezes realizava uma reunião espiritual quando, na plateia, um homem materialista e que também era seu amigo, se levantou e disse que gostaria de propor um debate, lembrando a inexpugnabilidade do Materialismo frente ao Espiritismo, pois o Materialismo já havia constatado uma extensa lista de médiuns embusteiros ou de pessoas que estavam abandonando as fileiras Espíritas por reconhecerem que não poderiam provar nada materialmente. É claro que não se pode provar materialmente. A Doutrina Espirita é muito mais do que a visão da matéria. Não é? Foi quando Bezerra se concentrou e, inspirado pelos Espíritos Superiores, disse: “Aceitaremos o debate desde que vocês tragam um só desventurado no mundo que o materialismo pode consolar. Traga-me um malfeitor que o materialismo recuperou a sua dignidade. Traga-me um infeliz que o materialismo teve a capacidade de recuperar o riso, a alegria de viver. Traga-me, então, um doente da alma, que o materialismo pode libertar das fronteiras da loucura ou uma mulher infortunada que o materialismo recuperou o equilíbrio e a paz no coração. E os nossos irmãos que a morte roubou os seus entes mais caros, deixando-os com o coração enregelado pela dor. Será que o materialismo conseguiu recuperar o calor da esperança em seus corações? Traga-me ainda os infelizes que o materialismo pode consolar. Traga-me aqueles perseguidos injustamente. Será que o materialismo ensinou-lhes a tolerância? Ensinou-lhes a perdoar? E aqueles irmãos desventurados que, ao nascer, trazem os corpos paralíticos, deformados, doentes. Será que o materialismo ensinou-lhes a Justiça Divina para que eles possam compreender as lágrimas que a vida lhes reservou? Será que eles têm força por eles próprios? Será que o materialismo lhes deu esta força? E os filhos ingratos? E os pais insensíveis? Será que o materialismo ensinou que eles se aceitem? E possam perdoar uns aos outros? E aqueles que foram acusados e caluniados injustamente? Será que aprenderam a tolerância e a exercitar o perdão? Então, caro irmão, disse Dr. Bezerra, traga-me somente um desventurado do mundo que o materialismo recuperou a dignidade moral, que o libertou do próprio sofrimento, que nós, os Espíritas, aceitaremos o resto”. O materialista, então, sentou-se e não sabia mais o que falar. A sua proposta foi por água abaixo porque o materialismo não pode fornecer a consolação moral que o Espiritismo oferece. Ele não pode explicar, por exemplo, porque que os aflitos são bem aventurados. Somente entendendo a lei de causa e efeito, a lei da reencarnação, é que podemos entender porque os aflitos são bem aventurados. E serão bem aventurados se souberem suportar com dignidade, com paciência, com calma, com tolerância, os embates da própria existência. E se ele conseguir superar, se sentirá consolado e entenderá que as vicissitudes do caminho são realmente escolas do aprendizado que o espírita tanto necessita, que, aliás, todos necessitamos. A visão materialista não é uma visão de esperança. Tudo se esvai. O materialismo não explica, não dá respostas. Somos espíritos, vivenciando a experiência de encarnados e, por ser uma experiência muito breve, não podemos mais perder tempo com determinados rancores, melindres, apegos. Temos que olhar a nossa vida como um campo a ser plantado, mantendo a boa semente para colhermos bom fruto. Depende somente de nós esta semeadura. Somos hoje o resultado de ontem. Estamos resgatando em lágrimas o que fizemos no passado. O autoconhecimento é uma construção diária. Estamos em busca da humanização, porque ainda temos atitudes muito próximas do comportamento dos animais. Nossa felicidade ainda é superficial, sem a profundidade que dá a felicidade ao espírito, porém, um dia conseguiremos atingi-la, porque Jesus prometeu: “Vocês podem fazer o que eu faço, e muito mais”. E amanhã? Recuperaremos o que fizemos hoje? Temos a oportunidade de colocar o Evangelho em nossa existência. Temos a oportunidade maravilhosa de evangelizarmos nosso coração. Vamos entender que o desencarne é uma coisa natural, é muito simples. O importante é a maneira como vivermos. A pessoa que vive em paz, que tem o coração tranquilo, que tem a sensação do dever cumprido, no momento do desencarne, realmente, o mais importante é a bagagem espiritual que leva desta vida para a vida maior. Recordo-me de uma frase do filósofo Sócrates quando estava aprisionado e sua esposa chegou desesperada na prisão: “Sócrates, você está preso!”. “Não, eu não estou preso. Presos estão aqueles que me acusaram porque não sabem raciocinar sozinhos e seguem um regime”. E a esposa insistiu: “Mas eles vão te matar”. Ele calmamente responde: “Mas todos vão morrer, não vai acontecer nada de mais comigo. Eu vou morrer”. “Mas você vai morrer injustamente”. Sócrates retruca: “Mas você queria que fosse justamente?” Sócrates foi obrigado a tomar veneno, a cicuta. Ele teve uma visão correta da morte. Sócrates foi um dos precursores da Doutrina Espírita. Muitas coisas que falava se encontram na doutrina. Ele tinha um mentor espiritual, chamado “Diamond”. As pessoas foram modificando a palavra para “demônio”. “Diamond”, em grego, significa “espirito familiar, espirito tutelar”, mentor, na linguagem de hoje. Queremos dizer o seguinte: a verdade que a Doutrina Espirita prega, não pertence à Doutrina Espirita, pertence à vida. A Doutrina Espirita prega de uma maneira extremamente didática, pois os espíritos que propiciaram a codificação espirita, trouxeram-na de uma maneira bastante compreensível para a época que estamos vivendo. Há mais de 150 anos começou o período de transição planetária que estamos passando, ou seja, de “provas e expiações para regeneração”. Estamos na antessala da “regeneração”. Esta antessala é extremamente importante, porque vemos que todas as modificações que estão acontecendo, ocorreram de 150 anos para cá. A modificação dos meios de transporte, dos métodos terapêuticos, faz parte também deste período de transformação da Humanidade. Os resgates coletivos, as dores, as provas pelas quais as pessoas passam também fazem parte disso, para que o homem tenha que se apegar à fé. A fé é muito importante, mas é necessária a fé com obras, como diz a Doutrina Espirita. As obras dentro de nós significam combater os sentimentos equivocados que atrapalham a nossa caminhada. As boas obras procuram retirar hábitos infelizes, modificar nossa maneira de tratar o nosso semelhante. Procurar olhar a existência humana com os olhos da fé. Para ser feliz não é necessário muito. Com muito pouco uma pessoa pode ser feliz. Na casa espirita, por exemplo, percebemos muita gente assim. “Eu tenho tudo que o dinheiro pode comprar”. “Eu tenho tudo que a matéria pode proporcionar. Tenho também os meus filhos, a minha esposa, meu lar, mas eu sinto um vazio interior, eu não sei o que é”. Existem pessoas que têm tudo e não são felizes. Este vazio interior é o nosso espírito que clama por servir. Nosso espírito veio à Terra para servir e não para ser servido. Sabemos que dentro das leis de causa e efeito, conforme damos de nós, fazemos a caridade, dispensamos um pouco do nosso tempo em favor de nossos semelhantes, ficamos mais fortalecidos e, consequentemente, mais felizes. Temos que entender que um “mundo de provas e expiação”, que é o mundo onde estamos vivendo, não é um mundo perfeito, não é um mundo onde teremos 100% de felicidade. Como podemos ter felicidade com tantas pessoas sofrendo? Um país com 8 milhões de crianças abandonadas! Como pode haver felicidade plena? Ainda não é neste mundo que teremos a felicidade completa, mas podemos nos fortalecer com a mudança de nossas atitudes e olharmos nossa vida como uma construção diária. Nossa personalidade está em formação. Não temos ainda personalidade espiritual completamente formada. Estamos em busca da humanização, porque ainda temos atitudes muito próximas as dos animais. Estamos ainda nos localizando espiritualmente e não somos ainda donos do nosso livre arbítrio. Nosso livre arbítrio é uma liberdade um pouco vigiada, pela Espiritualidade. Não é tudo que queremos que obtemos. Às vezes, o que queremos não é bom para nós ou não é bom para as pessoas que estão à nossa volta. Nosso livre arbítrio ainda é compatível com a nossa evolução. Nossa felicidade ainda é superficial. Não é uma felicidade profunda, de coisa realizada, felicidade do espírito. Mas, conseguiremos, porque Jesus disse: “Vocês podem fazer o que eu faço, e muito mais”. Não somos nada e ao mesmo tempo somos tudo! Temos Deus dentro de nós! Podemos realizar muitas coisas, mas ainda não nos demos conta. Estamos resvalando ainda em sentimentos muito pequenos, tais como, o orgulho, a vaidade, o egoísmo; quando nos libertarmos e fizermos um voo dentro de nós, conseguiremos realmente alçar voos maiores em nosso espírito e entenderemos que o mundo material serve simplesmente para passarmos este curto período que estamos por aqui. Daqui não levamos nada. Vemos pessoas com ambição, com ganância, e não conseguimos entender isso. Dizem que o “Rico não leva nada”, e o “pobre não deixa nada”. Levamos as nossas aquisições morais e espirituais que representam aquilo que conseguimos vencer dentro de nós. Mas como medimos tudo isso? Como conseguimos avaliar este progresso espiritual da nossa parte? Fazemos uma avaliação da nossa vida quando acontecem modificações. Por exemplo, a perda do pai, da mãe, de um parente mais próximo. Como é que você consegue lidar com isso? Quando você tem plena convicção da imortalidade e plena convicção que vai reencontrá-los. É claro que quando alguém se separa pelo desencarne, a dor pertence a cada um de modo diferente. Se você amava a pessoa que partiu, naturalmente fica um vazio muito grande. Mas esse momento não pode tomar conta da nossa existência. No livro “Melancolia e Luto”, de Freud (Sigmund Freud, 1856-1939), fala a respeito dessa situação. Alerta que nos três primeiros meses de luto, é normal ficarmos um pouco ou bastante melancólico. Se a melancolia continuar, então é um estado patológico. A Doutrina Espírita é consoladora, porque teve a propriedade de desmontar a morte, explicando que ninguém morre, nem se despede definitivamente de ninguém, pois a vida continua, em outro plano. No plano espiritual, os espíritos anseiam muito por reencarnar. Eles têm certeza de que aqui na Terra é que irão apressar a sua evolução. Por quê? Porque quando desencarnamos, vamos para faixas evolutivas compatíveis com nosso estado espiritual. Quando reencarnamos, misturamos as faixas evolutivas, muitas vezes dentro do seio familiar. Então, o seio familiar tem espíritos de variados graus evolutivos. Precisamos aprender a conviver com as diferenças, que geram sentimentos nobres em nós, tais como a tolerância, o perdão, a reconciliação, que são os construtores de um planeta mais feliz. A reencarnação é um processo evolutivo e preenche os vazios deixados por nós em outra existência. Ela nos recupera psíquica e fisicamente. Então, quando olharmos para aquela pessoa um pouco complicadinha, perto de nós, temos que imaginar: “Não estou perto dela por acaso. Estou perto dela porque necessito estar, ou ela necessita estar também”. A Espiritualidade sempre manda para o seio familiar, o espírito que é o esteio espiritual da família. Pode ser até uma criança. A vida não é difícil, nós é que complicamos. Complicamos tudo. Basta seguirmos o que foi orientado pelo Mestre Jesus que teremos uma vida feliz. “Respeite o seu próximo, que ele te respeitará”. Se ele não respeitar. Faça a sua parte: respeite. Perdoe para se libertar. Às vezes, dizemos assim: “Não sou feliz por causa dessa ou daquela pessoa”. Perdoe e siga em frente e você será feliz. Aquele que não perdoa, fica com aquele ranço dentro de si, aquele rancor que faz mal para todos. No livro “No Mundo Maior”, pelo Espírito André Luiz, na psicografia de Chico Xavier, vamos encontrar o Espírito Calderaro explicando para André Luiz, os níveis mentais: “Existe o nível básico (subconsciente), dos automatismos cerebrais; existe o nível intermediário, onde funciona o consciente; existe o nível superior, que é o superconsciente, que o homem ainda não conseguiu atingir em sua performance”. “...no primeiro, situamos a “residência de nossos impulsos automáticos”, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo, localizamos o “domínio das conquistas atuais”, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a “casa das noções superiores”, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta superior a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro”. (Livro “No Mundo Maior” – A Casa Mental – pág. 47) Quando somos altruístas, quando amamos, conseguimos atingir o superconsciente. Sabemos, por exemplo, que o amor faz com que nosso sistema imunológico fique muito mais aperfeiçoado e muito melhor. Quando estamos depressivos, pessimistas, adoecemos e nossa aparência fica pior. Quando estamos bem, com a nossa fé atuante, estamos felizes, parecemos muito melhores. Então, sem dúvida nenhuma, tudo o que a Doutrina Espírita nos ensina, a Ciência já está descobrindo e as pessoas estão entendendo. Léon Denis nos disse: “O Espiritismo não é a religião do futuro, mas é o futuro das religiões”. O Espiritismo prega, desde há muito tempo, cinco pontos fundamentais: Deus é a inteligência suprema do Universo; a pluralidade dos mundos habitados; a reencarnação; a imortalidade e a comunicabilidade dos espíritos. Tudo isso será pesquisado e entendido pela Humanidade, principalmente, a lei de causa e efeito, que demonstra a justiça de Deus. Tivemos exemplos da comprovação da justiça de Deus, em muitos casos relatados na casa espírita, que demonstram que se maltratarmos nosso irmão, amanhã ele reencarna mais próximo de nós. . Bezerra de Menezes diz: “Se eles pudessem entender a lei de causa e efeito, a justiça de Deus, para entender o quinhão de lágrimas que eles carregam”. Às vezes, vemos pessoas com grandes deformidades, que trazem do seu passado uma situação difícil; às vezes, por terem praticado o suicídio; às vezes, um mau uso da encarnação anterior. Eles encarnam naquela situação por castigo? Não. Não é por castigo. Deus não castiga ninguém. Deus nos ama. Deus é amor. Ele faz para nos reabilitar. É diferente. O que sabemos, é que a presente encarnação, é a nossa melhor encarnação. Pagamos os nossos débitos na medida das nossas possibilidades espirituais. Pagamos aqui o que aguentamos pagar. É como se fosse um empréstimo de pai para filho. “Você pode me pagar à medida das suas possibilidades, sem juros”. É a misericórdia de Deus. Falamos com o coração a vocês: Quando tiverem alguma vicissitude e aflição na vida, não se desesperem. Levantem-se das suas fraquezas, respirem fundo e sigam à frente. Nada está errado. Tudo está certo. Quando confiamos em Deus e confiamos na justiça do mundo espiritual, Ele sabe do que precisamos para nossa recuperação espiritual, para nossa evolução. Se recebermos determinadas coisas em certa medida, é porque podemos suportar. Se não pudéssemos suportar, não receberíamos, porque seria contra a própria lei da evolução. Tem muito da misericórdia de Deus nos nossos resgates. Recebemos um pouco mais do que merecemos, para nos impulsionar à frente. Acontece que as pessoas têm um véu de pessimismo ou de derrotismo na sua frente e não conseguem enxergar os instrumentos maravilhosos que Deus dá para nossa recuperação espiritual. A nossa capacidade de andar, falar, de sorrir, de poder se expressar, quando tem tantos que não conseguem levar nem a colher à boca! Temos nossa família, nossos amigos que estão entorno de nós, a capacidade de trabalhar, quando têm pessoas que não conseguem emprego. Uma vez, recebemos uma mensagem de uma amiga querida do mundo espiritual, chamada Rúbia, que nos disse: “Não te queixes das coisas da tua vida ou você preferia não ter o que possuis?”. E é verdade. Será que preferiríamos não ter as coisas que eu temos agora? Porque são os instrumentos da Espiritualidade para que possamos seguir adiante. Para que possamos vencer as barreiras da nossa própria existência, barreiras estas criadas por nós mesmos. Sem dúvida, o autor do nosso destino somos nós mesmos. E fomos autor do nosso presente, em páginas que escrevemos lá atrás e agora estamos lendo. Então, temos que entender que a nossa atual existência é um presente de Deus. O aspecto consolador do Espiritismo para a época de agora, para a época do futuro, será sempre a mesma referência: Jesus. A referência é Jesus. Sem nenhuma religiosidade extremista, não estamos falando do Mestre somente no aspecto religioso, mas falando daquele irmão mais velho, que chega até nós e diz: “Vejam, eu consegui e eu vos amo. E porque vos amo, quero que consigam também. Façam exatamente como eu fiz e também conseguirão”. É mais ou menos isso que Jesus falou para nós. Na pergunta 625, em O Livro dos Espíritos, vamos encontrar: “Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, para lhe servir de guia e modelo?” “Vede Jesus. Ele é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a Humanidade na Terra”. Lembramo-nos de que, uma vez, Chico Xavier estava atendendo uma fila grande de pessoas e chegou um jovem que lhe perguntou: “Chico, o que é mais importante na Doutrina Espírita: o aspecto científico, o aspecto filosófico ou o aspecto da consolação?”. Chico olhou para a fila e perguntou ao jovem: “O que você acha?” E o jovem respondeu: “A consolação”. Sem dúvida. Como podemos explicar filosofia e ciência para uma pessoa com estomago vazio? Não conseguimos. Recuperemos a pessoa, tratemo-la bem, devolvamos a ela o equilíbrio, que aos poucos ela vai entendendo a grandeza do aspecto tríplice da Doutrina Espirita. Se fosse somente filosofia, seria mais uma filosofia. Se fosse somente religião, seria mais uma religião. Se fosse somente ciência, seria mais uma teoria cientifica. Mas os três aspectos reunidos formam um corpo de doutrina, maravilhoso, porque é o Consolador prometido por Jesus. Há 2013 anos, depois do Mestre, estamos aqui falando do Cristianismo muito vivo, reunidos em torno dos seus ensinamentos. Isso é uma felicidade imensa. Quantas coisas se passaram ao longo da História, tentando deturpar a Sua palavra! E a Doutrina Espirita reviveu o Cristianismo redivivo para os tempos de agora. Doutrina que explica, que dá respostas, que traz a fé raciocinada. Marco Maiuri encerrou sua palestra, com a poesia de Maria Dolores, psicografada por Chico Xavier, que mostra como devemos tratar o nosso próximo, para que nossa vida seja feliz. Agradeço, alma fraterna e boa, o amor que no teu gesto se condensa, deixando ao longe a festa, o ruído e o repouso para dar-me a tua presença. Sofres sem reclamar, enquanto exponho minhas idéias diminutas e anoto como é grande o teu carinho, no sereno sorriso em que me escutas. Não sei dizer-te a gratidão que guardo pelas doces palavras que me dizes, amenizando as lutas que carrego, em meus impulsos infelizes. Auxilias-me a ver sem barulho ou reproche, dos trilhos para o bem, o mais certo e o mais curto. Sem cobrar pagamentos ou louvores pelo valor do tempo que te furto. Louvado seja Deus, Alma querida e bela, pelo conforto de teu braço irmão. Por tudo que tens sido em meu caminho, por tudo que me dás ao coração. Que assim seja!” Marco Antonio Maiuri Miranda Palestra na íntegra, baseada na gravação feita em 23 de novembro de 2013, na Instituição Beneficente “A Luz Divina”. Resumo publicado no Informativo nº 345 – edição Março-Abril-2014.