Telessaúde Informa Intersetorialidade

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Telessaúde Informa Intersetorialidade
Telessaúde Informa
Boletim Informativo mensal do Núcleo de Telessaúde SC
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Abril de 2012
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Intersetorialidade: o desafio de
quebrar as barreiras da saúde
Entrevista com Graziela
Tavares sobre a posição de SC
no ranking do SUS
Experiência Existosa: como
Florianópolis organizou e
melhorou a saúde pública
Como o trabalho em equipe da
comunidade pode refletir na
qualidade de vida
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Julho
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PSE luta com problemas da saúde nacional
Criado em 2008, o Programa
Saúde na Escola é uma iniciativa
de dois Ministérios que trabalharam em parceria: o da Saúde e o
da Educação. O objetivo é evitar
que os jovens brasileiros se tornem adultos com doenças que
poderiam ser evitadas com as
providências certas. Para isso, o
programa foi elaborado em quatro
etapas: a primeira delas consiste
em exames e avaliações da saúde
como um todo − nutritiva, bucal,
visual e auditiva.
A segunda basea-se em prevenção, com discussões sobre drogas
ilícitas e lícitas, hipertensão precoce, violência e outros assuntos. O
terceiro e quarto bloco estão voltados para a capacitação constante
dos profissionais e monitoramento
da saúde por meio de pesquisas.
Até agora, segundo dados do
Ministério da Saúde, 2.495 municípios adotaram o programa, somando mais de 50 mil instituições
públicas. O investimento aprovado
pelo governo para este ano é de
R$ 118,9 milhões. A iniciativa
deve envolver um total de 11 milhões de estudantes. Segundo o
portal oficial do Departamento de Atenção Básica (http://
dab.saude.gov.br/), O
Ministro da Saúde,
Alexandre
Padilha, afirmou
que o principal
foco do programa são
escolas de
bairros mais
pobres das grandes cidades.
O PSE e os
municípios
As atividades de
educação e saúde do
PSE ocorrerão nos Territórios definidos segundo a área de abrangência da Estratégia Saúde da Família, tornando possível o exercício
de criação de núcleos e ligações
entre os equipamentos públicos
da saúde e educação (escolas,
centros de saúde, áreas de
lazer como praças
e ginásios esportivos, etc).
Nos municípios cobertos pela
Saúde da Família,
portanto, o PSE é facilmente coberto, mas
na prática, a integração
vai mais longe: o objetivo é que todas as redes de educação unam-se ao SUS. E então, quando um
município aderir ao programa, caberá ao Ministério da Saúde definir
os critérios e recursos financeiros
que deverão ser destinados a ele.
Recentemente, a última grande
ação do programa foi uma série de
ações que lutava contra a obesidade infantil. Os motivos? Dados da
pesquisa realizada entre os anos
de 2008 e 2009, pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que uma em
cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos está com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e
pelo Ministério da Saúde. Esta é a
ideia central do programa: identificar problemas de saúde passíveis
de prevenção e ensinar aos estudantes como evitá-las.
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SC é Estado com melhor avaliação do SUS
Em pesquisa realizada pelo
Ministério da Saúde, Santa
Catarina lidera o ranking de
qualidade do SUS, mas isso
não significa que o Estado
tenha ainda o que melhorar
Graziela Tavares é consultora
técnica do Ministério da Saúde.
Trabalha na Coordenação de
Gestão da Atenção Básica e
fala ao Telessaúde Informa
sobre os critérios da avaliação
Telessaúde Informa: Na última
avaliação do SUS no Brasil, Santa
Catarina ficou com a melhor pontuação (6,29). Quais são os critérios para a Atenção Primária nessa
avaliação?
Graziela: O modelo de avaliação do
desempenho do SUS é composto por
dimensões que caracterizam os municípios através de indicadores dos
determinantes sociais, condições de
saúde da população, estrutura do
sistema de saúde e porte populacional. Mas só para o cálculo do IDSUS
foram adotados alguns parâmetros
aceitos nacional e internacionalmente, como o número de equipes
de Saúde da Família, de Atenção
Básica, de Equipes de Saúde Bucal da Saúde da Família, de Atenção Básica formadas por cirurgiões
dentistas para cada 3 mil pessoas
residentes no município, no ano; a
cobertura com a vacina tetravalente
em menores de 1 ano; a proporção
Graziela: É importante evidenciar
que o ID-SUS e sua metodologia é
baseado na coleta de dados de indicadores que já existem, com potências ou problemas que identificamos
no preenchimento dos sistemas, no
trabalho com indicadores. Então é
uma avaliação parcial, de certa forma, se pensarmos num escopo de
avaliação in loco e entrevistas de satisfação de usuários. SC já trabalha
com indicadores e avaliação e monitoramento. É bem provável que tamde nascidos vivos de mães com no bém tenha seus indicadores mais
mínimo sete consultas de pré-natal; qualificados nessa relação, mas tem
a incidência de sífilis congênita em que só o ID-SUS não dá o diagnósmenores de um ano em determi- tico suficiente para essa avaliação.
nado município e período. Foram
avaliadas também a média da ação TI: O Telessaúde SC é um dos mais
coletiva de escovação dental super- antigos do país e surgiu justamenvisionada; a proporção de exodon- te com o propósito de fazer educatia em relação aos procedimentos; ção permanente. Você acha que
o índice de cura de Tuberculose e uma ferramenta como essa pode
Hanseníase de 85 e 90%, respec- ajudar na melhoria da Saúde Públitivamente, o índice partos normais ca e na maneira como ela atende
acima de 70% dos total de partos o público?
realizados e índice de mortalidade Graziela: Sem dúvida, o Telessaúde
é uma ferramenta potente enquanto
abaixo de 10% nas internações por
possibilidade de qualificar as equiinfarto agudo do miocárdio.
pes e gestões na lógica do apoio
institucional e também fomentar as
TI: A nota de Santa Catarina repre- discussões sobre como potencialisenta uma grande vantagem em zar a microrregulação para dentro
relação a outros estados, como o de cada equipe e na rede. Os muniPará que ficou em última coloca- cípios e equipes devem se organizar
ção com 4.17. Porém, mesmo aqui, para utilizar mais essa ferramenta,
há municípios com baixo índice aproveitando o Telessaúde para esna avaliação como, Indaial (4.72) timular e qualificar seus processos
e Brusque (4.86), o que nos leva a de trabalho utilizando as opções de
entender que ainda há muito a me- teleconsultoria, segunda opinião forlhorar. O que pode ser aprimorado mativa e como espaço para educação permanente.
no SUS de Santa Catarina?
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COMPARTILHANDO: Revista Brasileira de Saúde da Família. Ano 12, número 30
Modernidade e organização na Saúde
Como o município de Florianópolis informatizou as Unidades Básicas, instalou prontuários
eletrônicos e facilitou a vida dos pacientes, com atendimentos melhores e mais ágeis
Fotos: Tiago Souza - Revista Brasileira de Saúde da Família
O sistema permite a interação entre unidades de saúde, policlínicas de especialidades e Unidades de Pronto-Atendimento
N
ão restam dúvidas de que a informatização
dos processos de trabalho é imprescindível
nos dias atuais. Ela agiliza o acesso às informações, maximiza os espaços, facilita a comunicação
e a interação entre as pessoas, e organiza e gerencia os fluxos de trabalhos. No caso da saúde, especialmente da atenção básica, a tecnologia não é tida
como imprescindível – ainda! Mas isso não é regra
geral. Em alguns municípios, essa realidade já é diferente. É o caso de Florianópolis.
Bites na Terra da Magia
Mesmo sendo a capital de Santa Catarina e possuindo algumas das mais belas praias do Brasil, Florianópolis ainda é tem ares de interior. Contudo, na
atenção básica local, este não é o aspecto que prevalece: Santa Catarina está entre os quatro Estados líderes na informatização e criação de softwares do País.
Nos últimos sete anos, a saúde disponibilizada aos
florianopolitanos pela Secretaria Municipal de Saúde
sofreu mudanças substanciais. Se antes o município
se responsabilizava apenas pela atenção básica, o
que já não era pouco, a partir de 2004, Florianópolis
passou a trabalhar com todos os níveis de complexidade, oferecendo atendimento integral e resolutivo à
população.
Em 2007, a capital catarinense assinou, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e o Ministério
da Saúde (MS), o Pacto pela Saúde e, por meio da
Resolução nº 48/2007, o Conselho Municipal de Saúde aprovou o Plano Municipal de Saúde para o período de 2007-2010, que, entre os objetivos, destaca a
efetivação da atenção básica como espaço prioritário
de organização do Sistema Único de Saúde (SUS) e
o estabelecimento de uma política de informação em
saúde.
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Essa política de informação revolucionou o trabalho nas unidades
de saúde do município. Agora, toda
a rede possui um sistema georreferenciado de informações – um
prontuário eletrônico. Com interface amigável e de fácil utilização,
o sistema é atualizado conforme
as necessidades. E as demandas
são contínuas, como conta Thaise
Alana Goronzi, enfermeira e coordenadora do Centro de Saúde da
Prainha: “Eles estão o tempo todo
melhorando, atualizando. Tudo que
temos dificuldade de importar, nós
sugerimos e eles vão fazendo”.
Odontograma: mais integração e vantagens para quem trabalha com a saúde bucal
E essa fala é constante. Todos
base de dados é o prontuário eleafirmam que, desde que o pron- saúde gerenciam as ligações”, intrônico do usuário, que possibilita
tuário começou a ser implanta- forma.
Nesse prontuário, além de to- gerar indicadores de saúde, alido no município, há, pelo menos,
mentar todos os sistemas exigidos
seis anos, muitas funções já foram das as informações de saúde do
pelos gestores estadual e federal
aprimoradas, como a inclusão de indivíduo e o histórico de exames
e qualquer necessidade do gestor
indicadores de pré-natal e a mar- e procedimentos, há o acesso imemunicipal.
cação de consultas via web. “Abri- diato a consultas especializadas
Para entender um pouco dessa
mos uma conta de e-mail para a e de urgência, uma vez que o sisferramenta, para cada especialidanossa área, divulgamos em nossa tema permite a interação entre as
de, por exemplo, é definida a duracomunidade, e aqueles que têm unidades de saúde, as policlínicas
ção da consulta, que, automaticaacesso a esse recurso agendam as de especialidades e as Unidades
mente, gera a estrutura da agenda
consultas e tiram dúvidas por meio de Pronto-Atendimento (UPA). Isso
elimina o uso de papel com a quantidade de consultas
da internet. O serviço
para referências e con- disponíveis para o profissional. Adijá existe há um ano
“É bom lembrar
trarreferências,
além cionalmente, cada especialidade
e meio. Foi uma das
que Santa
da duplicidade de en- tem acesso a determinadas secoisas mais ricas que
Catarina está
caminhamentos e exa- ções do prontuário.
fizemos. Até mesmo
entre os quatro
mes. Ou seja, todos os
Estados líderes
uma pesquisa sobre
profissionais de saúde
na informatização
Aprimoramento para SF
os resultados desse
e criação de
da
rede
municipal
têm
“Para quem fez residência em
serviço para a comusoftwares do País”
acesso
irrestrito
aos
daAPS, ele poderia melhorar. A gente
nidade”, relata Paulo
dos
coletados
nas
UBS
trabalha muito com a família denPoli Neto, médico de
e
vice-versa.
tro da Estratégia Saúde da Família
Família e ComunidaO
sistema
não
apenas
integrou
(ESF), mas o prontuário é individude da SMS de Florianópolis. Para
informações
nos
três
níveis
de
al e não permite que se faça o rasos que preferem o bom e velho tegerenciamento
municipal
(local,
treamento familiar”, afirma Thaise
lefone, há a possibilidade de marregional
e
central),
como
também
Goronzi. Flavia Henrique, médica
car consultas por um número de
informatizou
toda
a
documentação
e coordenadora do Distrito Sanitácelular. “Os usuários ligam para
utilizada
pelas
UBS
(agenda,
pronrio Centro, concorda: “atualmente,
saber se há vaga para consulta no
tuário,
formulários
e
relatórios).
A
a maior dificuldade é que o prondia, e os agentes comunitários de
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dentistas, nós preci- essas informações na evolução do
sávamos rediscutir paciente, mas isso é muito demotodo o nosso pron- rado. Agora, conseguimos incluir a
tuário. A anamnese, questão da periodontia de forma
que é a condição prática. Inserindo um link bem próclínica geral de saú- ximo ao odontograma – o periograde do paciente, pre- ma”. Para Paulo Poli, a ferramenta
cisa ser preenchida é muito útil, inclusive para os pacorretamente. Nós cientes. “Ela pode ajudar muito no
passamos, durante trabalho de toda a equipe. Melhor
o ano de 2011, por ainda para o paciente, pois todos
Ambiente de trabalho com tecnologia: maior organização
um período de redis- os seus atendimentos na rede fituário é individual. Gostaríamos
cussão e reorganiza- cam registrados e diminui o risco
que houvesse links para os outros ção do nosso prontuário odontoló- de deixarmos passar alguma informembros da família, mas não há”. gico. No odontograma – utilizado mação importante”.
A médica ressalta, ainda, a ques- quando recebemos um paciente
Entretanto, mesmo com as insatão dos relatórios gerenciais, que novo e estabelecemos um raio tisfações atuais, o prontuário elesão pré-formatados e não permi- X da saúde bucal dele –, não era trônico eliminou a perda de dados
tem conversão do documento para possível inserir determinadas in- (antes constantes com os prontuáExcel ou Word, o que dificulta a formações, como as cáries iniciais, rios de papel) e ilegibilidade da graanálise do conteúdo. Além disso, as manchas brancas. Isso mudou. fia nos receituários; e garantiu que
a captura dos dados, segundo ela, Na anamnese, agora, consegui- toda a rede de saúde do município
confunde a interpretação. “Depen- mos ampliar as infortenha acesso aos camidendo do tipo de relatório, parece mações e fazê-la de
nhos percorridos pelos
“Se antes o
que o mesmo dado se apresenta forma bem completa.
pacientes (UBS, policlínimunicípio se
de formas diferentes”.
Agora, também há
cas, UPAs).
responsabilizava
Paulo reclama da duplicação de um espaço para desEm 2011, Paulo conta
apenas pela
dados pela falta de compatibilida- crição de quaisquer
que a grande novidade
atenção básica,
de entre o sistema e algumas fer- outras informações
a partir de 2004,
esteve nos relatórios geFlorianópolis
ramentas do MS. “Permitir a inter- que julgarmos relerenciais. “Estamos
passou a
face entre o nosso prontuário e o vantes”, afirma Rafaconseguindo retirar
trabalhar com
SISREG, o sistema de regulação do el Sebold, cirurgiãoinformações sobre qualtodos os níveis de
MS, evitaria o retrabalho de digitar -dentista do Centro
quer paciente, qualquer
complexidade”
e digitalizar duas vezes a mesma de Saúde Prainha. As
procedimento, Qualquer
informação, e diminuiria o vaivém mudanças estão em
atividade profissional,
das pessoas e dos papéis”, consi- fase de desenvolvimento. A expec- de qualquer centro de saúde da
dera.
tativa é de que sejam implantadas Rede. Os resultados ainda não foOutra reclamação das equipes é no primeiro semestre deste ano, e ram transformados em mérito, poa falta de comunicação e interati- inicialmente testadas em uma ou rém há mais transparência”.
vidade entre os profissionais (com duas unidades.
Além disso, há a questão da himensagens instantâneas), que,
Ele destaca também o campo giene, tão discutida e com a qual
conforme acredita Flavia Henrique, para informações para tratamen- os profissionais precisam se preopoderia diminuir o número de en- to de gengiva (periodontia), que cupar. “Os prontuários iam de um
caminhamentos.
antes não havia. “Não tínhamos lado para o outro. Na época do
Com relação à saúde bucal, a onde marcar sobre sondagem pe- H1N1, havia colegas com medo de
expectativa é grande. “No caso dos riodontal. Podíamos escrever todas manuseá-los”, lembra Rafael.
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Intersetorialidade: um desafio de
gestão da Saúde em vários setores
A vivência prática, o desafio e os resultados alcançados pelo município de Presidente Castello
Branco, no meio-oeste de Santa Catarina, e pela Unidade Básica de Saúde do bairro Saco
Grande, em Florianópolis
C
om um projeto
pioneiro no Estado, a cidade Presidente Castello
Branco levou a
Saúde Pública para um novo
patamar, em que com um
modelo de gestão inovador,
conseguiu ligar a saúde ao
funcionamento do município
como um todo. “Nós giramos
em torno de uma ideia central, que é como uma engrenagem: produz pouco sozinha, mas, quando em grupo,
torna possível grandes coi- Saúde e sociedade no clube das mães: diminuindo a produção de lixo reciclando materiais
sas”, explica Claudio Sartori,
• Planejamento, que agenda todas as reuniões das
o prefeito e idealizador do
equipes e suas pautas;
projeto.
Para melhorar a qualidade de vida do município, • Organograma, que define cargos e funções;
há dois anos e meio, uma equipe interdisciplinar foi • Checklist, que verifica o que foi feito no ano anterior e estuda como melhorar;
formada para organizar e planejar ações de saúde
• Bancos de projetos;
para todo o ano. Como? Todas as ações
• Mapa Intersetorial, no qual a cidade é
e projetos, segundo Sartori, devem ser
dividida em dados de números de saúde,
“A ideia é ser como
desenvolvidas e interligadas umas com
uma engrenagem.
seus filhos, problemas de saúde, reméas outras, atuando junto, identificando
Sozinha, produz
dios e dificuldades, e outros.
os problemas mais frequentes na comupouco. Mas em
O fato de a cidade ser pequena, 1725
nidade e assegurando a sua resolução
grupo, torna
habitantes, apenas, acabou tornando-a
grandes coisas
para melhorar a qualidade de vida.“Nós
ideal para um projeto em fase de testes:
possíveis”
utilizamos um método de planejamento,
todos os moradores foram atingidos. Entraçando metas. No início, criamos 18
tretanto, o prefeito afirma que o tamanho
ferramentas que ajudam até hoje a ver a
da cidade não é a única chave para o
cidade como um todo”, afirma Sartori. Basicamente,
as palavras centrais do processo são organização, sucesso: “talvez em uma cidade grande, as coisas
planejamento, direção e execução. E as ferramentas funcionassem ainda melhor, sabe? É uma questão
desenvolvidas são exemplos disso. Entre elas, des- de estudar e adaptar a intersetorialidade à realidade local”, enfatiza. E completa: “a melhor parte de
tacam-se:
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um projeto como este é o melhor
aproveitamento de recursos. Mas
no início é difícil, muita gente não
entende como funciona. Com o
tempo, as pessoas vão percebendo que a intersetorialidadade facilita o trabalho e aumenta o rendimento.”
Escola Sustentável
Como era de se esperar, o munícipio percebeu também a importância da escola para o modelo de
gestão. Nos seis estabelecimentos que a cidade tem, diversos projetos foram desenvolvidos com os
alunos, que vão desde a reciclagem de lixom para manutenção de
brinquedos e produtos de limpeza
com aromaterapia, até a produção
de um horto de plantas medicinais
Um exemplo de trabalho intersetorial: Escola e agricultura formam uma equipe
, lavouras familiares e hortas caseiras.
Alguns desses projetos já existiam há mais tempo, mas uma diferença considerável
foi notadapelos proO Caso de Florianópolis
fissionais nos últimos
dois anos, quando os
Seis equipes de Saúde da Família
setores
começaram
são responsáveis pelo Centro de Saúde
a trabalhar em parcelocalizado no bairro Saco Grande, em
ria. Para a Orientadora
Florianópolis. Considerada uma região de
Escolar e Coordenadiferentes realidades sócio-econômicas,
dora do Programa de
grande parte do trabalho intersetorial
Educação Ambiental,
desenvolvido pelas equipes depende
Lucimara Frigo Made contato com as instituições locais:
chado, isso acontece
igrejas, escolas, creches, associações de
porque a educação
moradores.
tem uma credibilidade
“A própria comunidade local foi se argrande na comunidaticulando pra isso. Desde o início, quande: “O nosso professor
do se instalou a Estratégia de Saúde
não fica só na escola,
da Família, ações de intersetorialidade
sabe? Ele é aquele que
começaram a se desenvolver. Depois
ajuda na igreja, que
disso, à medida que nossa noção sobre o
sabe onde os alunos
assunto foram amadurencendo, nossas
moram, que dão conações também se ampliaram”, explica
selhos”, comenta.
Igor Tavares Chaves, um dos médicos da
Na Unidade de SaúUBS.
de, Luciana da Silva,
enfermeira, conta que
por conta do aprendi-
zado de manuseio e reciclagem do
lixo, as diarreias e viroses sofreram
uma leve diminuição. “Esse é um
dos projetos que toma tempo pra
ser dar resultado, mas o começo
da mudança já é notável. Acredito
que em dois anos, estaremos ainda melhor”, explica. Além deste,
um programa que vem marcando
presença em toda a população é o
Farmácia Viva, em que os alunos
aprendem um pouco sobre ervas
medicinais e seus benefícios. “Nós
ensinamos às crianças sobre chás,
aos pais sobre como plantá-los e
aos profissionais de saúde sobre
como o chá pode, algumas vezes,
substituir os remédios e melhorar
aqualidade de vida de muita gente”, conta.
Atualmente, a cidade está envolvida nas atividades do Programa
de Melhoria de Qualidade do Acesso e Atenção Básica e vem recebendo teleconsultorias pelo TelessaúdeSC, para inserir as plantas
medicinais como recurso terapêutico na saúde, e atividades voltadas para a promoção e valorização
do uso popular na comunidade.
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Filmes
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Vencedor de cinco Emmys, o filme conta a história real de
Temple Grandin, uma autista que, com uma percepção
de vida totalmente diferenciada, dedicou-se aos animais
e revolucionou os métodos de manejo do gado com
técnicas que surpreenderam experientes criadores e
ajudaram a indústria da pecuária americana. O longa
tornou-se referência por ilustrar o modo com que Temple
via o mundo ao seu redor e as imagens em sua mente.
Evento
Mostra Nacional de
Redes de Atenção à
Saúde
Nos dias 24 e 25 de abril, a
Mostra deve reunir e divulgar
as experiências brasileiras com
organização de redes regionais
de atenção à saúde. A ideia é
apresentar práticas bem sucedidas e soluções para problemas comuns nos Sistemas Regionais de Saúde.
O evento acontece durante o Seminário Internacional
Atenção Primária em Saúde – Acesso Universal e Proteção Social, que ocorrerá em Brasília/DF, como parte
das comemorações dos 30 anos do CONASS.
Acesse: http://migre.me/8j4yM
Tomates Verdes Fritos (1991) Evelyn Couch é
uma esposa deprimida que não tem muita atenção de
seu marido. Ela visita sua tia no hospital toda semana
e, em uma visita rotineira, conhece Ninny Threadgoode,
uma senhora de 83 anos que adora contar histórias.
Com seis prêmios na ficha, o longametragem tem duas
tramas intercaladas, uma da década de 30 e outra da
de 90. Ambas, porém dão uma lição de feminismo,
amizade e nostalgia.
Livro
Temple Grandin, uma autista PhD (2008)
“Atenção Primária, Equilibrio entre Necessidades,
Serviços e Tecnologia” por Bárbara Starfield
Gratuito e disponível online, o livro já é considerado
hoje um clássico da Saúde Pública e da Família, apesar
de sua relativa juventude. A autora consegue dar uma
panorama sanitário global e suas tendências, questionando principalmente o que é a Atenção Primária, o que
ela deveria ser e qual a sua contribuição para a melhora
da saúde.
Disponível no link: http://migre.me/8j3dg
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Destaques de Participação
No mês de abril o Telessaúde voltará a publicar o município que teve destaque de participação, a
cada mês, nos serviços prestados pelo núcleo. Lembramos que para fazer parte destes destaques
as equipes deverão ter uma participação considerada boa em ambos serviços, webs e segunda
opinião formativa. Caso você não saiba como acessar um dos nossos serviços, entre em contato
com nossa equipe de monitores pelo telefone (48) 3212-3505 ou pelo email telessaude@saude.
sc.gov.br.
Destaques na participação de Abril de 2012
Parabenizamos a equipe de Vargem Bonita pela dedicação e empenho na participação e na
busca do fortalecimento da Atenção Básica.
São atitudes como estas que nos fazem crescer cada vez mais unidos e confiantes, porque as
maiores conquistas são alcançadas com os maiores esforços. Parabéns!
Municípios que fazem parte da consultoria do PMAC
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Água Doce
Alto Bela Vista
Alvoredo
Araranguá
Arroio Trinta
Caibi Equipe
Camboriú
Concórdia
Fraiburgo
Içara
Imbituba
Ipira
Ipumirim
Iraceminha
Irani
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Itajaí
Lindóia do Sul
Maravilha Bela Vista
Monte Carlo São José
Peritiba
Piratuba
Planalto Alegre
Pomerode
Presidente Castello
Branco
Rio das Antas
Salto Veloso
São João Batista
São Pedro de Alcântara
• Vargem Bonita
• Xavantina
• Xaxim
Expediente: Jornalista Responsável: Marina Veshagem Texto, edição e diagramação: Camila Garcia
Ilustração: Victor Américo Orientação: Izauria Zardo e Igor Tavares da Silva Chaves Revisão: Marina Veshagem
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Programação das
webconferências de abril
Participe da escolha dos temas das próximas webs.
Envie sugestões para [email protected].
Sua participação é importante!
04/04
Gestão da Agenda: Organizando
atendimento aos “marcadores”, 15h
o
Palestrante: Igor Tavarez da Silva Chaves
Resumo: Pretendemos detalhar possibilidades
de organização da agenda para atendimento aos
Marcadores de Saúde e quais as evidências científicas
que sustentam tais atendimentos. Vamos aprofundar a
discussão do acesso prezando pela longitudinalidade
do cuidado e o atendimento integral do ser humano.
18/04
Sala de Situação: uma proposta de
planejamento para a ESF, 15h
Palestrante: Igor Tavarez da Silva Chaves
Resumo: Nesta web tentaremos demonstrar como a
Sala de Situação pode ser usada na prática das equipes,
como uma proposta de levantamento e análise de dados
para processos de planejamento de ESF’s. Mostra-se
um bom identificador de situações preocupantes e
problemas de saúde da população, além de evidenciar
alguns bons resultados já alcançados através das
intervenções realizadas.
11/04
Linhaça: Uso popular e as melhores
evidências científicas, 15h
Palestrante: Gisele Damian
Resumo: Nesta webconferência serão discutidos
os aspectos botânicos, agronômicos, químicos,
farmacológicos, nutricionais e terapêuticos da linhaça,
além do seu uso popular e a melhor evidência científica
disponível, adequada e pertinente ao contexto da
Atenção Primária em Saúde.
25/04
Apoio Matricial, 15h
Palestrante: Thaís Titon de Souza
Resumo: Através desta web, busca-se alinhar os
entendimentos sobre o tema entre Equipes de
Referência e Equipes de Apoio. Para isso, serão
apresentados e discutidos o histórico da proposta,
conceitos e dimensões relacionadas, possibilidades
de organização do apoio e experiências na Atenção
Básica, assim como potencialidades e desafios deste
novo arranjo organizacional na saúde.
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