Português - Delta Colégio

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Português - Delta Colégio
Português
Atividades Adicionais
Módulo 3
1.(MACK) Sobre Lima Barreto, é incorreto afirmar que:
a)apresenta, em sua obra, aspectos característicos
dos subúrbios do Rio de Janeiro.
b)sua linguagem afasta-se dos modelos “bem-comportados” da literatura do final do século XIX.
c)seus personagens são, muitas vezes, representantes das camadas menos favorecidas da sociedade.
d)critica a sociedade burguesa de uma forma ríspida, agressiva, sem qualquer manifestação de humor, sátira ou ironia.
e)é estudado como pré-modernista, pois se posiciona de forma crítica diante de um Brasil considerado velho em suas instituições.
2.(USF) Pode-se entender o Naturalismo como uma
particularização do Realismo, que:
a)se volta para a natureza a fim de analisar-lhe os
processos cíclicos de renovação.
b)pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas.
c)defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de
compromissos com a realidade social.
d)analisa as perversões sexuais, condenando-as em
nome da moral religiosa.
e)estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns
fatores sociológicos e biológicos e a conduta das
personagens.
3.(FCC) Em Os Sertões, de Euclides da Cunha, a natureza:
a)condiciona o comportamento do homem, de
acordo com as concepções do determinismo científico de fins do século XIX.
b)é o objeto de uma descrição romântica impregnada
dos sentimentos humanos do autor.
c)funciona como contraponto à narração, ressaltando
o contraste entre o meio inerte e o homem agressivo.
d)é tema da primeira parte da obra, A Terra, mas não
funciona como elemento determinante da ação.
e)é cenário desolador, dentro do qual vivem e lutam
os homens, que podem transformá-la, sem que sejam por ela transformados.
4.(PAS-UFLA) Sobre a obra “O Mulato”, de Aluísio
Azevedo, constituem aspectos relevantes os citados
nas seguintes alternativas, exceto:
a)crítica social.
b)triunfo do mal.
c)aspecto sexual.
d)tolerância racial.
5.(PAS-UEPA) Em Camilo Pessanha, simbolista, assim
como nos ultrarromânticos, depara-se com um pessimismo que se faz expressão de um eu lírico atormentado pela própria existência. Para esse eu lírico, a própria existência é sua inimiga, a barbárie individualista
do eu contra o próprio eu, ou ainda contra quem ama.
Baseado nessa afirmação, assinale a estrofe camiliana
que mais se aproxima da barbárie individualista da luta
do eu contra si mesmo ou contra quem lhe é próximo.
a)“Ó minha pobre mãe ! ... Não te ergas mais da cova.
Olha a noite, olha o vento. Em ruína a casa nova...
Dos meus ossos o lume a extinguir-se breve.”
b)“Chorai arcadas
Do violoncelo
Convulsionadas
Pontes aladas
De pesadelo...”
c)“Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze – quanta flor! – do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?”
d)“Ao longo da viola morosa
Vai adormecendo a parlenda
Sem que, amadornado, eu atenda
A lenga-lenga fastidiosa.”
e)“Fez-no bem, muito bem, esta demora:
Enrijou a coragem fatigada ...
Eis os nossos bordões da caminhada,
Vai se rompendo o sol: vamos embora.”
(PAS-UEPA) Leia o texto a seguir para responder à questão 6.
Respirando os ares da modernidade literária, a estética simbolista revela-se uma reação artística à referencialidade que violentamente restringe a palavra poética
ao mundo das coisas e conceitos. No intuito de libertar
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1
a linguagem poética, o Simbolismo explora diversos recursos sensoriais a fim de sugerir mistérios. Simbolista,
Alphonsus de Guimaraens escreve muitos textos que
apelam para o símbolo visual, a imagem, carregado de
insinuações de misticismo e morte.
6.Marque a alternativa cujos versos se relacionam ao
comentário acima.
a)Queimando a carne como brasas,
Venham as tentações daninhas,
Que eu lhes porei, bem sob as asas,
A alma cheia de ladainhas.
c) Encontrei-te. Era o mês... Que importa o mês? agosto,
Setembro, outubro, maio, abril, janeiro ou março,
Brilhasse o luar, que importa? ou fosse o sol já posto,
No teu olhar todo o meu sonho andava esparso.
d)Lua eterna que não tiveste fases,
Cintilas branca, imaculada brilhas,
E poeiras de astros nas sandálias trazes...
e)Venham as aves agoireiras,
De risada que esfria os ossos...
Minh’alma, cheia de caveiras,
Está branca de padre-nossos.
7.(PAS-UEPA) Leia os excertos abaixo e construa uma
correlação de sentido entre os mesmos.
Carpe diem
Que faço deste dia, que me adora?
Pegá-lo pela cauda, antes da hora
Vermelha de furtar-se ao meu festim?
Ou colocá-lo em música, em palavra,
Ou gravá-lo na pedra, que o sol lavra?
Força é guardá-lo em mim, que um dia assim
Tremenda noite deixa se ela ao leito
Da noite precedente o leva, feito
Escravo dessa fêmea a quem fugira
Por mim, por minha voz e minha lira.
“Cantem outros a clara cor virente
Do bosque em flor e a luz do dia eterno...
Envoltos nos clarões fulvos do oriente,
Cantem a primavera: eu canto o inverno.
Cantam esta mansão, onde entre prantos
Cada um espera o sepulcral punhado
De úmido pó que há de abafar-lhe os cantos...
Cada um de nós é a bússola sem norte.
Sempre o presente pior do que o passado.
Cantem outros a vida: eu canto a morte.”
Alphonsus de Guimaraens
b)Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
(Mas já de sombras vejo que se cobre
Tão surdo ao sonho de ficar – tão nobre.
Já nele a luz da lua – a morte – mora,
De traição foi feito: vai-se embora.)
[...]
Cantam a vida, e nenhum deles sente
Que decantando vai o próprio inferno.
Como se depreende da leitura dos versos de Mário
Faustino e Alphonsus de Guimaraens, a relação do
Homem com a vida e com a morte tem produzido, ao
longo da história, diversas atitudes culturais. Analise
os comentários abaixo, fundamentados nessa diversidade cultural, e assinale a alternativa correta.
a)Nos versos de Alphonsus, há imagens sensuais, à
beira do erotismo, cuja origem está no paganismo
greco-latino e, nos de Mário Faustino, imagens
cristãs de religiosidade medieval.
b)Enquanto Alphonsus usa pares opositivos como
primavera/inverno e vida/morte para metaforizar
seu desencanto pela existência material, Mário
opõe claridade e escuridão para exprimir suas
ideias poéticas.
c) A noção de transitoriedade das coisas está presente
nos versos de Mário Faustino, que tematizam o
Carpe Diem, mas não nos versos de Alphonsus,
que tematizam a morte.
d)A conclusão a que Mário Faustino chega, ao final
de seu poema, contradiz de forma total a percepção de Alphonsus de Guimaraens sobre o tema.
e)As imagens da natureza usadas pelos dois poetas
para falar sobre a vida e a morte resgatam a visão
cultural do século XVIII, época do Arcadismo, por
associar o cenário às noções de equilíbrio e perfeição.
(PAS-UEPA) Leia texto a seguir para responder à
questão 8.
“Como aludido, Ricardo Reis é um poeta doutrinário.
Ele considera a existência humana um jogo em que, por
definição, sairemos derrotados – o xeque-mate nos é
aplicado pelas mãos hábeis e insondáveis do Destino.”
Mário Faustino
OLIVEIRA, Paulo. In Revista Discutindo Literatura.
Ano 1. Ed. 2a.
8.Segundo a citação acima, Ricardo Reis – heterônimo
pagão de Fernando Pessoa – põe a existência humana
nas mãos das forças irrevogáveis do Destino. Há mo201
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mentos em que seus versos inflamam-se de tamanha
consciência da brevidade da vida, que beiram um
pessimismo esnobe por considerar-se único sabedor
de que tudo passa. Deste modo investe-se de certo
didatismo e convida o leitor a atentar para a consciência de que nada somos, de que nada sabemos. Com
base na citação e na afirmação anterior, interprete os
versos em que o poeta, afastando-se dessa linha, propõe uma meta apenas para si próprio.
a)Ninguém, na vasta selva virgem
Do mundo inumerável, finalmente
Vê o Deus que conhece.
b)Seja qual for o certo,
Mesmo para com esses
Que cremos sejam deuses, não sejamos
Inteiros numa fé talvez sem causa.
c)Deixemos, Lidia, a ciência que não põe
Mais flores do que a Flora pelos mesmos campos
Nem dá de Apolo ao carro
Outro curso que Apolo.
d)Quero ignorado, e calmo
Por ignorado, e próprio
Por calmo encher meus dias.
De não querer mais deles.
e)Não te destines que não és futura.
Quem sabe se, entre a taça que esvazias,
E ela de novo enchida, não te há sorte
Interpõe o abismo?
9.(PAS-UFV) Leia atentamente o poema:
Um beijo
Foste o beijo melhor da minha vida,
Ou talvez o pior...Glória e tormento,
Contigo à luz subi do firmamento,
Contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida
Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
E do teu gosto amargo me alimento,
E rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
Batismo e extrema-unção, naquele instante
Por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto,
Beijo divino! E anseio, delirante,
Na perpétua saudade de um minuto...
BILAC, Olavo. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002. p. 208.
É correto afirmar que, no poema acima, uma das características da poética de Olavo Bilac é:
a)a angústia de conviver com a certeza da morte.
b)a forte presença de um experimentalismo poético.
c)a melancolia decorrente da impossibilidade do
amor.
d)a liberdade e flexibilidade quanto ao aspecto formal do poema.
e)o conflito entre o amor carnal e as sensações abstratas.
10. (PAS-UFLA) Considerando a narrativa de “O Mulato”,
de Aluísio Azevedo, estão corretas as alternativas
seguintes, exceto:
a)é anticlerical, projetada na figura do padre e depois cônego Diogo, devasso, hipócrita e assassino.
b)opõe-se ao preconceito racial, que é o assunto de
toda a trama.
c) critica a sociedade através da sátira impiedosa dos
tipos de São Luís.
d)triunfa o bem, já que, no desfecho, os criminosos
são punidos.
11. (PAS-UFV) Leia o poema abaixo, de Olavo Bilac:
Língua portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma.
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
BILAC, Olavo. Poesia. Rio de Janeiro: Agir, 1980. p. 86.
A expressão metafórica usada para se referir à língua portuguesa é:
a)exílio amargo.
b)amor sem brilho.
c)última flor do Lácio.
d)gênio sem ventura.
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12. (PAS-UPE) Considerando o texto, assinale a alternativa correta.
a)O soneto, nas suas quatro estrofes, traduz um
sentimento subjetivo e uma métrica despreocupada com a forma comum aos textos de Olavo
Bilac e de outros autores parnasianos, como
Alberto de Oliveira.
b)“Última flor do Lácio” é uma expressão que demonstra o quanto a poesia de Bilac, claramente de natureza parnasiana, cuidadosamente metrificada,
apresenta a mesma atenção no trato com o vocabulário erudito.
c) O eu lírico, em todas as estrofes, por meio de versos pouco metrificados e linguagem desatenta à
sintaxe lusitana, faz uma ode à língua portuguesa,
enfocando o amor à pátria.
d)No poema de Olavo Bilac, a língua portuguesa é
homenageada. Da mesma maneira, em quase todos os seus poemas, Cruz e Sousa também tece
homenagens à língua portuguesa e à maneira
europeia de ver a vida.
e)O eu lírico, em vários versos do poema, adjetiva o
idioma português com palavras que deixam
transparecer a despreocupação da estética parnasiana em relação à métrica poética.
13. (PAS-UNIUBE)
O Conto da ilha desconhecida
“(...) Não valia a pena ter se preocupado tanto. O sol
havia acabado de sumir-se no oceano quando o homem que tinha um barco surgiu no extremo do cais.
Trazia um embrulho na mão, porém vinha sozinho e
cabisbaixo. A mulher da limpeza foi esperá-lo à prancha, mas antes que ela abrisse a boca para se inteirar
de como lhe tinha corrido o resto do dia, ele disse, Está
descansada, trago aqui comida para os dois, E os marinheiros, perguntou ela, Não veio nenhum, como podes ver, Mas deixaste os apalavrados, ao menos, tornou ela a perguntar, Disseram-me que já não há ilhas
desconhecidas, e que, mesmo que as houvesse, não
iriam eles tirar-se do sossego dos seus lares e da boa
vida dos barcos de carreira para se meterem em aventuras oceânicas, à procura de um impossível, como se
ainda estivéssemos no tempo do mar tenebroso, E tu,
que lhes respondeste, Que o mar é sempre tenebroso,
E não lhes falaste da ilha desconhecida, Como poderia falar-lhes eu duma ilha desconhecida, se não a conheço, Mas tem certeza que ela existe, Tanta como a
de ser tenebroso o mar, Neste momento, visto daqui,
com aquela água cor de jade e o céu como um incêndio, de tenebroso não lhe encontro nada, É uma ilusão
tua, também as ilhas às vezes parecem que flutuam
sobre as águas, e não é verdade, Que pensas fazer, se
te falta a tripulação, Ainda não sei, Podíamos ficar a
viver aqui, eu oferecia-me para lavar os barcos que
vêm à doca, e tu, E eu, Tens com certeza um mestre,
um ofício, uma profissão, como agora se diz, Tenho,
tive, terei se for preciso, mas quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver, Não o sabes, Se não sais de ti, não chegas a saber
quem és, O filósofo do rei, quando não tinha que fazer, ia sentar-se ao pé de mim, a ver-me passajar as
peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosofar,
dizia que todo o homem é uma ilha, eu, como aquilo
não era comigo, visto que sou mulher, não lhe dava
importância, tu que achas, Que é necessário sair da
ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós, Se não saímos de nós próprios, queres tu
dizer, Não é a mesma coisa. (...)”
José Saramago
No trecho anterior, encontram-se as seguintes características, exceto:
a)o autor vale-se exclusivamente da vírgula e do ponto, abolindo os sinais convencionais de pontuação.
b)frequentemente, a fala do narrador se mistura à
fala das personagens, isolada apenas pela vírgula.
c)há uma atmosfera onírica, criada pelo Surrealismo ou pelo realismo fantástico.
d)a visão do homem que tinha um barco está associada diretamente à razão.
14. (PAS-UNIUBE) Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, é o poeta da simplicidade natural da
vida, e, para ele, o mundo se reduz àquilo que pode
ser captado pelos sentidos. Assinale os versos que
melhor ilustram o contato do autor com a natureza:
a)Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso
sem estorvo,
Nem ideia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos.
Porque o digo como as minhas palavras o dizem.
(A Espantosa Realidade das Cousas)
b)A guerra, como todo humano, quer alterar.
Mas a guerra, mais do que tudo, quer alterar e
alterar muito.
E alterar depressa.
(A Guerra)
c)Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de onde dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos.
Com as cousas humanas postas desta maneira.
(Falas de Civilização)
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d)Seja o que for que esteja no centro do Mundo,
Deu-me o mundo exterior por exemplo de Realidade,
E quando digo “isto é real”, mesmo de um sentimento,
Vejo-o sem querer em um espaço qualquer exterior,
Vejo-o com uma visão qualquer fora e alheio a mim.
16. (MACK) Texto para a questão 16.
“Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias três cousas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se
tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver
5 por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho
e há mister olhos. Que cousa é a conversão de uma
alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se
a si mesmo?
Para esta vista são necessários olhos, é necessária
10 luz e é necessário espelho. O pregador concorre
com o espelho, que é a doutrina; Deus concorre
com a luz, que é a graça; o homem concorre com
os olhos, que é o conhecimento.”
(Seja o que For)
e)O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda.
(Guardador de Rebanhos)
15. (PAS-UEPA) Leia com atenção os versos a seguir do
heterônimo Álvaro de Campos.
Nos três primeiros períodos (linha 1 à linha 6), encontra-se:
“Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.
a)a seguinte sequência de relações: finalidade, condição, condição e conclusão.
b)uma passagem do particular para o geral em
“três cousas” e seu aposto.
c)uma particularização da ideia de homem.
d)a indeterminação do sujeito sintático em “não se
pode ver”.
e)uma expressão repetida, “é mister”, que significa
“é indispensável”.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me
enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) –
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
(PAS-UFPB) Para responder às questões 17 e 18, leia
o texto abaixo.
Marabá
Álvaro de Campos
Agora, assinale a alternativa que corresponde ao
que esses versos expressam.
a)Revelam a percepção do mundo e a tendência
do ser humano em transformar em símbolos o
que vê, sendo incapaz, por isso, de compreender
o seu verdadeiro significado.
b)Apresentam uma leitura do destino de Portugal,
partindo do fenômeno das navegações até a
construção do mito do encoberto – o misterioso
desaparecimento de D. Sebastião.
c)Desenvolvem tema emprestado dos clássicos
greco-latinos, como é o da brevidade da vida que
remete à busca imediata do prazer.
d)Demonstram o desencanto existencial, particularizado na expressão de um eu lírico que se considera
vítima da modernidade – para ele, o conhecimento
é uma forma de barbárie contra o indivíduo.
e)Definem um erotismo poderoso que nega o platonismo amoroso e busca, na curta existência, os
prazeres materiais da vida.
1
Eu vivo sozinha; ninguém me procura!
Acaso feitura
Não sou de Tupá!
Se algum dentre os homens de mim não se esconde:
5
– “Tu és”, me responde,
“Tu és Marabá!”
Meus olhos são garços, são cor das safiras,
Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;
Imitam as nuvens de um céu anilado,
10 As cores imitam das vagas do mar!
Se algum dos guerreiros não foge a meus passos:
“Teus olhos são garços”,
Responde anojado; “mas és Marabá:
Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes,
15
Uns olhos fulgentes,
Bem pretos, retintos, não cor d’anajá!”
É alvo meu rosto da alvura dos lírios,
Da cor das areias batidas do mar;
As aves mais brancas, as conchas mais puras
20 Não têm mais alvura, não têm mais brilhar.
201
5
Se ainda me escuta meus agros delírios:
“És alva de lírios”,
Sorrindo responde, “mas és Marabá:
Quero antes um rosto de jambo corado;
25.
Um rosto crestado
Do sol do deserto, não flor de cajá.”
Meu colo de leve se encurva engraçado,
Como hástea pendente do cacto em flor;
Mimosa, indolente, resvalo no prado,
30 Como um soluçado suspiro de amor!
“Eu amo a estatura flexível, ligeira,
Qual duma palmeira”,
Então me respondem: “tu és Marabá:
Quero antes o colo da ema orgulhosa,
35
Que pisa vaidosa,
Que as flóreas campinas governa, onde está.”
Meus loiros cabelos em ondas se anelam,
O oiro mais puro não tem seu fulgor;
As brisas nos bosques de os ver se enamoram,
40 De os ver tão formosos como um beija-flor!
Mas eles respondem: “Teus longos cabelos,
São loiros, são belos,
Mas são anelados; tu és Marabá:
Quero antes cabelos, bem lisos, corridos,
45
Cabelos compridos,
Não cor d’oiro fino, nem cor d’anajá.”
E as doces palavras que eu tinha cá dentro
A quem nas direi?
O ramo d’acácia na fronte de um homem
50
Jamais cingirei:
Jamais um guerreiro da minha arasoia
Me desprenderá:
Eu vivo sozinha, chorando mesquinha,
Que sou Marabá!
DIAS, Gonçalves. Poesia lírica e indianista.
São Paulo: Ática, 2003, p. 89-91.
Glossário
agros: melancólicos.
anajá: tipo de palmeira do Maranhão.
Marabá: em Tupi, mestiço de europeu com índio.
mesquinha: infeliz.
Tupá: Tupã. Deus, o Todo Poderoso.
17. Quanto ao uso dos conectivos Se e mas na segunda
e na terceira estrofes do poema, pode-se afirmar:
I.O conectivo Se, nas duas ocorrências, introduz orações que expressam fatos de natureza hipotética.
II.O conectivo mas, nas duas ocorrências, introduz
argumento contrário ao apelo da jovem da tribo.
III.O conectivo mas, na terceira estrofe, introduz a
fala de um jovem da tribo que revela aceitar a
condição mestiça de Marabá.
Está(ão) correta(s) apenas:
a)I
b)II
c)III
d)I e II
e)II e III
18. Em “Imitam as nuvens de um céu anilado,” (verso 9),
a expressão “de um céu anilado” apresenta o mesmo
comportamento sintático da expressão destacada
no verso:
a)“Meu colo de leve se encurva engraçado,” (verso 27)
b)“ ‘És alva de lírios,’ ” (verso 22)
c)“ ‘Quero antes um rosto de jambo corado;’ ” (verso 24)
d)“As brisas nos bosques de os ver se enamoram,”
(verso 39)
e)“Se algum dentre os homens de mim não se esconde:” (verso 4)
19. (PAS-USP) Na frase “Na literatura, como na natureza,
nada se ganha e nada se perde, tudo se transforma”, o
termo como expressa a ideia de:
a)causa.
b)finalidade.
c)tempo.
d)comparação.
e)condição.
anojado: aborrecido.
(PAS-UFPB)
arasoia: saiote usado por índios no ritual do matrimônio.
A vereança de Itaguaí, entre outros pecados de que
é arguida pelos cronistas, tinha o de não fazer caso
dos dementes. Assim é que cada louco furioso era
trancado em uma alcova, na própria casa, e, não
curado, mas descurado, até que a morte o vinha defraudar do benefício da vida; os mansos andavam à
solta pela rua. Simão Bacamarte entendeu desde
beija-flor: coaraciaba em Tupi: “cabelos dos raios do sol”.
crestado: moreno.
feitura: criatura.
garços: verde-azulados.
jambo: fruto cortado do jambeiro.
201
6
logo reformar tão ruim costume; pediu licença à câmara para agasalhar e tratar no edifício que ia construir todos os loucos de Itaguaí e das demais vilas e
cidades, mediante um estipêndio, que a câmara lhe
daria quando a família do enfermo o não pudesse fazer.
A proposta excitou a curiosidade de toda a vila, e encontrou grande resistência, tão certo é que dificilmente
se desarraigam hábitos absurdos, ou ainda maus. A
ideia de meter os loucos na mesma casa, vivendo em
comum, pareceu em si mesma um sintoma de demência, e não faltou quem o insinuasse à própria mulher
do médico.
ASSIS, Machado de. O alienista. In: Os melhores contos de
Machado de Assis/Seleção Domício Proença Filho.
14 ed. São Paulo: Global, 2002, p. 93-95.
20. Considerando as relações sintático-semânticas estabelecidas pelos termos destacados no texto, é
correto afirmar:
a)a expressão “Assim é que” introduz uma oração
que estabelece uma relação de condição.
b)a expressão “até que” denota uma ideia de inclusão.
c)a expressão “desde logo” indica uma noção de
temporalidade.
d)o conectivo “para” introduz uma oração de função adverbial expressando ideia de direção.
e)o termo “mediante” introduz uma estrutura oracional, indicando noção de causalidade.
21. (PAS-UNIUBE) No período “Ele então chegava mais
cedo do trabalho, para ver a moça adormecer o filho.”,
os termos sublinhados estabelecem, respectivamente,
relações de:
a)conclusão e causa.
b)modo e consequência.
c)tempo e finalidade.
d)conclusão e temporalidade.
22. (PAS-UFPB) Leia o fragmento:
“Estava hospedado há dois dias em casa do Campo;
esse tempo levara ele a entregar cartas e encomendas. À noite, fatigado e entorpecido pelo calor, mal tinha ânimo para dar uma vista de olhos pelas ruas da
cidade.”
d)a expressão “fatigado e entorpecido pelo calor”
exprime uma circunstância de causa em relação
à oração “mal tinha ânimo”.
e)a expressão “para dar uma vista de olhos” complementa o sentido do verbo ter, indicando direção.
23. (PAS-UFV) “Portanto, sua missão deve ser evocar,
inspirar, infiltrar sentimentos.”
Nessa sentença, o termo “portanto” pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por:
a)depois.
b)contudo.
c)porque.
d)logo.
24. (PAS-UNIUBE) A relação de sentido estabelecida entre
as orações encontra­-se corretamente indicada em:
a)Eles ainda são miniaturas de gente, mas já representam um bom filão no mercado da tecnologia.
(concessão)
b)A web anda tão importante que balança o reinado
da televisão na vida das crianças. (intensidade)
c)[...] o número de crianças de 6 a 11 anos com celular cresceu 68% nos últimos cinco anos, segundo
pesquisa divulgada no mês de janeiro.[...] ( classificação)
d)Dados apontam que meninos e meninas usam o
celular de maneira diferente: elas preferem usar
para fazer ligações e enviar mensagens de texto [...].
(finalidade)
e)[...] elas preferem usar para fazer ligações e enviar
mensagens de texto, ao passo que eles tendem
mais a acessar a internet, baixar jogos, músicas e
vídeos. (sequenciação)
25. (FUVEST)
“Maria das Dores entra e vai abrir o comutador.
Detenho-a: não quero luz.”
Os dois-pontos (:) usados anteriormente estabelecem uma relação de subordinação entre as orações.
Qual tipo de subordinação?
a)Temporal.
b)Final.
c)Causal.
d)Concessiva.
e)Conclusiva.
Considerando as relações sintático-semânticas dos
termos nesse fragmento, é correto afirmar:
26. (IBMEC) Assinale a alternativa correta considerando o
período abaixo.
Saímos apressados daquela reunião.
a)a expressão “há dois dias” funciona como complemento do verbo estar.
b)a expressão “esse tempo” funciona como sujeito
do verbo levar.
c)o termo “ele” funciona como objeto direto, complementando o sentido do verbo levar.
a)Tem-se predicação verbal, já que o núcleo do
predicado é “saímos” – verbo intransitivo.
b)Tem-se predicação nominal, já que o núcleo do
predicado é “apressados” – predicativo do sujeito.
c)Tem-se predicação verbal, já que o núcleo é “saímos” e “apressados” é um complemento nominal.
201
7
d)Tem-se predicação verbo-nominal, já que “saímos”
e “apressados” constituem núcleos do predicado.
e)Tem-se predicação verbo-nominal, já que apresenta dois núcleos: “saímos” e “reunião”.
27. (FUVEST) Considerando-se a relação lógica existente entre os dois segmentos dos provérbios citados
a seguir, a lacuna não poderá ser corretamente
preenchida pela conjunção mas apenas em:
a)Morre o homem, .......... fica a fama.
b)Reino com novo rei, .......... povo com nova lei.
c) Por fora bela viola, .......... por dentro pão bolorento.
d)Amigos, amigos! .......... negócios à parte.
e)A palavra é de prata, .......... o silêncio é de ouro.
28. (FIC) Nos três itens a seguir são apresentadas algumas orações independentes. Você deverá reuni-las
num único período, utilizando as conjunções adequadas e fazendo demais ajustes de pontuação e
de tempos verbais. Siga as orientações entre parênteses. A ordem das orações no período pode ser a
mesma da sequência em cada item.
a)O combate ao trabalho infantil entrou na lista
dos programas sociais (principal)
b)os programas sociais estão vendo as verbas minguar (adjetiva ao último termo de a)
c)(o combate ao trabalho infantil) foi uma das bandeiras de campanha do atual governo (oposição/concessão à sequência anterior)
29. (IBMEC) Assinale a alternativa incorreta com relação
a este fragmento da letra da música “Verdade chinesa” – texto de Carlos Colla e Gilson.
“Senta, se acomoda, à vontade, tá em casa
Toma um copo, dá um tempo, que a tristeza vai passar
Deixa, pra amanhã tem muito tempo
O que vale é o sentimento
E o amor que a gente tem no coração”.
(http://emilio-santiago.letras.terra.com.br/letras/45703)
a)Os dois primeiros versos são compostos exclusivamente por orações coordenadas assindéticas.
b)A palavra “que” aparece três vezes no texto. No
segundo verso é uma conjunção coordenativa; já
no quinto verso é um pronome relativo.
c)A primeira oração do segundo verso consiste
numa metonímia.
d)Aparecendo duas vezes no texto, a palavra “tempo”
tem a função de objeto direto.
e)Os verbos sentar, tomar, dar e deixar aparecem
flexionados na segunda pessoa do singular, no
modo imperativo afirmativo e configuram, deste
modo, o uso da função apelativa da linguagem.
(PAS-UFPB)
O laço de fita
Não sabes, criança? ’Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu’enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh’alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
Meu Deus! As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.
[...]
ALVES, Castro. Espumas Flutuantes.
São Paulo: FTD, 1997, p. 29-30.
30. Quanto à organização sintático-semântica do verso
“Na valsa que anseia, que estua e palpita.” (6a estrofe), é correto afirmar:
a)a oração que estua explica o sentido do termo
valsa, estando, por isso, antecedida por vírgula.
b)o conectivo e coordena estruturas subordinadas
de valores sintáticos diferentes.
c)o verso compõe-se de orações que restringem o
sentido do termo valsa.
d)o uso da vírgula separando as duas primeiras orações adjetivas é facultativo.
e)a ausência da vírgula entre as orações que estua e
palpita constitui um desvio gramatical.
201
8
(PAS-UFSM) Para responder às questões de números 31 a 33, leia o texto a seguir.
“BRINCADEIRAS” que machucam a alma
1
5
10
15
20
25
30
35
40
45
A criançada entra na sala eufórica. Você se acomoda
na mesa enquanto espera que os alunos se sentem, retirem o material da mochila e se acalmem para a aula
começar. Nesse meio tempo, um deles grita bem alto:
“Ô, cabeção, passa o livro!” O outro responde: “Peraí,
espinha”. Em outro canto da sala, um garoto dá um tapinha, “de leve”, na nuca do colega. A menina toda
produzida logo pela manhã ouve o cumprimento:
“Fala, metida!” Ao lado dela, bem quietinha, outra garota escuta lá do fundo da sala: “Abre a boca, zumbi!” E
a classe cai na risada.
O nome dado a essas brincadeiras de mau gosto,
disfarçadas por um duvidoso senso de humor, é bullying.
O termo ainda não tem uma denominação em português, mas é usado quando crianças e adolescentes recebem apelidos que os ridicularizam e sofrem humilhações, ameaças, intimidação, roubo e agressão moral e
física por parte dos colegas. Entre as consequências,
estão o isolamento e a queda do rendimento escolar.
Em alguns casos extremos, o bullying pode afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte
por soluções trágicas, como o suicídio.
Há inúmeros exemplos de estudantes que, vítimas
de bullying, têm atitudes extremadas. Em janeiro de
2003, Edmar Aparecido Freitas, de 18 anos, entrou no
colégio onde tinha estudado e feriu oito pessoas com
disparos de revólver calibre 38. Em seguida, matou-se.
Atitude semelhante tiveram dois adolescentes norte-americanos na escola Columbine, no Colorado (EUA),
em abril de 1999. Após matar 13 pessoas e deixar dezenas
de feridos, eles também cometeram suicídio quando se
viram cercados pela polícia. Esses casos são um alerta
para os educadores. “Os meninos não quiseram atingir
esse ou aquele estudante. O objetivo deles era matar a
escola em que viveram momentos de profunda infelicidade e onde todos foram omissos ao seu sofrimento“,
analisa o pediatra Aramis Lopes Neto, coordenador do
Programa de Redução do Comportamento Agressivo
entre Estudantes, desenvolvido pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia). Pesquisa realizada em 11 escolas
cariocas pela Abrapia, no Rio de Janeiro, revelou que
60,2% dos casos acontecem em sala de aula.
Como o bullying ainda é tratado como um fenômeno
natural, pouquíssimas escolas conhecem e combatem o
problema. Porém, sejam meninos, meninas, crianças ou
adolescentes, é preciso evitar o sofrimento dos estudantes. A pesquisa da Abrapia revela que 41,6% das
vítimas nunca procuraram ajuda ou falaram sobre o problema, nem mesmo com os colegas. “Às vezes, o aluno,
quando resolve conversar, não recebe a atenção necessária, pois a escola não acha o problema grave e
deixa passar”, alerta Aramis.
No caso daqueles que recorrem à família, a ajuda
55 também não é eficaz. Se os pais reclamam, a direção e
os professores tomam medidas pontuais, sem desenvolver um trabalho generalizado, permitindo que o
problema se repita.“A escola não deve ser apenas um
local de ensino formal mas também de formação cidadã,
60 de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. Agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre estudantes e na
sociedade”, conclui o pediatra.
50
Revista Nova Escola, dezembro 2004, p. 58. (adaptado)
31. Ao esclarecer a motivação dos suicidas, Aramis Lopes
Neto destaca a imagem negativa de escola que os estudantes tinham (. 33-36). No texto, essa imagem é
construída através de duas caracterizações ligadas
pela conjunção “e“ que estão na forma de orações:
a)coordenadas explicativas.
b)subordinadas apositivas.
c)subordinadas adverbiais.
d)subordinadas adjetivas.
e) coordenadas conclusivas.
32. Considere as seguintes possibilidades de colocação
da oração subordinada adverbial:
I.no início do período, antecedendo a oração principal.
II.intercalada, em meio à oração principal.
III.após a oração principal.
Analise o período a seguir.
“Às vezes, o aluno, quando resolve conversar, não recebe a atenção necessária, pois a escola não acha o
problema grave e deixa passar” (. 50-53)
Nesse período, as orações adverbiais ocupam a(s)
posição(ões) descrita(s) em:
a)I apenas.
b)II apenas.
c)III apenas.
d)I e II.
e)II e III.
33. Considere o seguinte trecho:
“No caso daqueles que recorrem à família, a ajuda
também não é eficaz. Se os pais reclamam, a direção e
os professores tomam medidas pontuais, sem desenvolver um trabalho generalizado, permitindo que o
problema se repita.“ (. 54-58)
201
9
Nesse fragmento,
I.não há verbo que peça simultaneamente objeto
direto e objeto indireto.
II.a crase está diretamente relacionada com uma
ocorrência de regência nominal.
III.é articulada uma relação de condicionalidade entre escola e pais, de modo a levar a instituição de
ensino a agir, mesmo que insatisfatoriamente.
Está(ão) correta(s):
a)apenas I.
b)apenas II.
c)apenas I e III.
d)apenas II e III.
e)I, II e III.
34. (FAAP) Na sequência “... três ou quatro léguas acima
de sua foz, onde é livre ainda...”:
a)classifique a oração: “onde é livre ainda”.
b)classifique morfologicamente a palavra “onde”.
35. (PAS-UFAM) Assinale a opção em que a oração subordinada não delimita a significação do substantivo
a que se refere:
a)As buscas a que eu procedi foram inúteis.
b)Político que se envolve em corrupção não merece
crédito.
c)O líquido que não tem cor é a água.
d)Da varanda da casa, olhou o pomar, que estava
cheio de frutos.
e)Costumamos exaltar as qualidades de quem
amamos.
(PAS-UnB)
Barba ruiva
Aqui está a lagoa de Paranaguá, limpa como um
espelho e bonita como noiva enfeitada.
Espraia-se em quinze quilômetros por cinco de largura, mas não era, tempo antigo, assim grande, poderosa como um braço de mar. Cresceu por encanto,
cobrindo mato e caminho, por causa do pecado dos
homens.
Nas Salinas, vivia uma viúva com três filhas. O rio
Fundo caía numa lagoa pequena no meio da várzea.
Um dia, não se sabe como, a mais moça das filhas
da viúva adoeceu e ninguém atinava com a moléstia.
Ficou triste e pensativa.
Estava esperando menino e o namorado morrera
sem ter ocasião de levar a moça ao altar.
Chegando o tempo, descansou a moça nos matos
e, querendo esconder a vergonha, deitou o filhinho
num tacho de cobre e sacudiu-o dentro da lagoa.
O tacho desceu e subiu logo, trazido por uma
Mãe-d’Água, tremendo de raiva na sua beleza feiticeira.
Amaldiçoou a moça, que chorava, e mergulhou.
As águas foram crescendo, subindo e correndo,
numa enchente sem fim, dia e noite, alagando, encharcando, atolando, aumentando sem cessar, cumprindo uma ordem misteriosa.
Ficou a lagoa encantada, cheia de luzes e de vozes.
Ninguém podia morar na beira porque, a noite inteira,
subia do fundo d’água um choro de criança.
Ano vai e ano vem, o choro parou e, vez por outra,
aparecia um homem moço, airoso, muito claro, menino
de manhã, com barbas ruivas ao meio-dia e barbado
de branco ao anoitecer.
Muita gente o viu e tem visto. Foge dos homens e
procura as mulheres que vão bater roupa. Agarra-as
só para abraçar e beijar. Depois, corre e pula, na lagoa,
desaparecendo.
Luís da Câmara Cascudo. In: Lendas brasileiras. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2000, p. 39-41. (com adaptações)
36. Assinale a opção em que a reescrita de trecho do
texto mantém a relação de sentido estabelecida
originalmente entre orações do parágrafo indicado
nos parênteses.
a)Embora se espraie em quinze quilômetros por
cinco de largura, a lagoa, antigamente, era como
um braço de mar. (2o parágrafo)
b)Cresceu a lagoa por encanto, visto que cobria
mato e caminho, devido ao pecado dos homens.
(2o parágrafo)
c)O tacho desceu e subiu logo que foi trazido por
uma Mãe d’Água, que tremia de raiva e, chorando,
na sua beleza feiticeira, amaldiçoou a moça e a
fez mergulhar. (7o parágrafo)
d)Como subia do fundo da água, durante a noite
inteira, um choro de criança, ninguém podia morar na beira da lagoa, que ficara encantada, cheia
de luzes e de vozes. (9o parágrafo)
37. (PAS-UFAM) Assinale a opção em que ocorre silepse
de pessoa:
a)Vossa Excelência pode ficar descansado: não voltarei a importuná-lo.
b)Sede franco comigo.
c)Mês passado estive em São Paulo, que estava
muito fria.
d)Entramos os três, em fila, cabisbaixos, na sala da
diretora.
e)Coisa curiosa é gente velha! Como comem!
38. (PAS-UFAM) Os períodos a seguir (extraídos da revista Veja, de 10/09/2008, p. 113) estão misturados.
Assinale a ordem em que eles devem ficar para que
se tenha, como resultado, um parágrafo bem organizado e coerente.
201
10
(1)Cerca de 16 milhões de hectares de áreas de pasto
estão abandonados na Amazônia.
(2)Para deter esse avanço é vital ocupar áreas já
desmatadas.
(3)O avanço da fronteira do boi e da soja derruba
oito de cada dez árvores das florestas de clima
da Amazônia.
(4)Subsidiar a recuperação de áreas degradadas é a
abordagem econômica mais racional.
(5)Recuperar custa o dobro do que simplesmente
desmatar.
(6)Com sua recuperação e uso, a produção de grãos
pode crescer 30% na região sem exigir a derrubada de uma única árvore.
a)(3) (2) (1) (6) (5) (4)
b)(1) (6) (2) (5) (3) (4)
c) (1) (3) (6) (4) (2) (5)
d)(3) (1) (4) (6) (2) (5)
e)(1) (3) (4) (5) (2) (6)
39. (PAS-UFAM) Assinale a opção em que ocorre silepse
de gênero:
a)“Hão de chorar por ela os cinamomos” (Alphonsus
de Guimaraens).
b)“Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove”
(Olavo Bilac).
c)“Esbraseia o Ocidente na agonia o sol” (Raimundo
Correia).
d)“Está cheio de gente aqui. Tire esse povaréu da minha casa. Que é que eles querem?” (Dalton Trevisan).
e)“Dizem que os cariocas somos pouco dados aos
jardins públicos” (Machado de Assis).
40. (PAS-UFAM) Assinale a opção que corresponde à frase
cuja redação é clara, correta, concisa e coerente.
a)O casamento bem-sucedido entre a eletrônica e a
informática trouxe um monstro que aonde chega e
onde passa, interrompe carreiras, destrói sonhos,
envenena mentes e consome vidas, e este verdadeiro monstro foi o desemprego institucional, o qual
prometia que as máquinas que ele geraria substituiria o homem e lhe daria mais tempo para o lazer.
b)O casamento bem-sucedido da eletrônica com a
informática, trouxe um verdadeiro monstro, que
onde chega e onde passa, interrompe carreiras,
destrói sonhos, envenena mentes e consome vidas, sendo o mesmo o desemprego institucional,
que, ao contrário, prometia gerar as máquinas,
que substituiriam o ser humano no trabalho para
dar, a este, mais tempo e lazer.
c) Ao invés de inaugurar, como parecia, a tão almejada era em que as máquinas assumiriam as funções
do ser humano e lhe dariam mais tempo para o
lazer, o casamento bem-sucedido da eletrônica
com a informática trouxe o desemprego institucional, um verdadeiro monstro que, aonde chega
e por onde passa, interrompe carreiras, destrói sonhos, envenena mentes e consome vidas.
d)Em vez de assumir as funções do ser humano para
dar a este mais tempo para o lazer, as máquinas,
fruto bem-sucedido do casamento da eletrônica
com a informática, trouxe um verdadeiro monstro
– o desemprego institucional, que onde chega e
por onde passa interrompe carreiras, destrói sonhos, envenena mentes e consome vidas.
e)Um verdadeiro monstro que aonde chega e por
onde passa interrompe carreiras, destrói sonhos,
envenena mentes e consome vidas, foi que o casamento bem-sucedido entre a eletrônica com a
informática gerou, ao produzir o desemprego
institucional, ao contrário do que prometia que
as máquinas, fazendo o trabalho do ser humano,
daria a este mais tempo para o lazer.
41. (PAS-UFAM) Assinale a opção correspondente à
sequência em que os períodos abaixo devem ser
ordenados para formarem um parágrafo coeso e
coerente, como o original, tirado do livro Para filosofar, de diversos autores:
1.Ela adapta-se à condição do meio.
2. Os seres vivos têm potencialidades que se desenvolvem segundo suas necessidades de sobrevivência.
3. As aves em geral não precisam de tato e olfato no
ambiente aéreo; possuem, em compensação, uma
visão muito aguda.
4.Em todos esses exemplos, percebe-se uma adaptação de organismos vivos às imposições do meio.
5.Assim, a planta colocada no canto da sala, em lugar de crescer em linha reta, para cima, cresce em
ângulo inclinado, à procura da luz vinda da janela.
6.Por motivo semelhante, as minhocas não têm
olhos, mas são dotadas de tato e olfato muito apurados, necessários ao ambiente onde vivem.
a)3 – 5 – 2 – 4 – 6 – 1
d)6 – 4 – 3 – 5 – 1 – 2
b)3 – 1 – 2 – 5 – 6 – 4
e)2 – 5 – 1 – 6 – 3 – 4
c) 4 – 2 – 3 – 5 – 1 – 6
42. (PAS-UFAM) Assinale a opção que corresponde à frase cuja redação é clara, correta, concisa e coerente.
a)As grandes descobertas científicas de Galileu, Kepler, Descartes, Newton e muitos outros, durante o
século XVII provocaram uma profunda revisão na
concepção ocidental do cosmo, já que de um Universo medieval, finito e limitado, passamos a outro
muito maior, cuja a força principal era a gravidade.
201
11
b)A contratação dos artistas plásticos parintinenses
envolvidos com a criação e idealização das alegorias, das indumentárias individuais e de grupos, apresenta diferentes características, pois o
contrato, estabelece um pagamento total por
tarefa executada pelos mesmos, correspondente
à criação de duas ou mais alegorias.
c)Dentre as várias lendas que houveram durante a
História da Amazônia, uma das mais persistentes
e que mais incendiou a imaginação dos conquistadores foi a do El Dorado, país fabuloso situado
em algum lugar do noroeste amazônico, de cujo
se dizia ser rico e cheio de tesouros.
d)Em 1720 os portugueses começaram a ouvir falar
do tuchaua Ajuricaba, a maior personalidade indígena do vale do rio Negro, sendo que, no começo,
os mesmos não o hostilizaram, pois não esperavam
que sua luta se propagasse de forma tão organizada, graças as táticas de guerrilha empregadas.
e)A Internet, que nunca foi estável, passa agora por
um processo de metamorfose mais acelerado, pois
a rede já não se resume a um gigantesco arquivo ou
máquina planetária de comunicação, abrigando
um crescente número de programas que podem
ser acessados remotamente pelos usuários.
(PAS-UNIUBE) Texto para a questão 43.
1
5
10
15
20
A era das pandemias e a desigualdade
O MUNDO está diante das primeiras “pestes globalizadas”, cuja velocidade de contágio, sem precedentes, é
inversamente proporcional à lentidão da política e do
direito.
A aceleração do trânsito de pessoas e de mercadorias reduz os intervalos entre os fenômenos patológicos
de grande extensão em número de casos graves e de países atingidos, ditos pandemias. Assim, tratar a pandemia gripal em curso como um espetáculo pontual é um
grande equívoco.
As pandemias vieram para ficar e suscitam ao menos
dois debates estruturais: as disfunções dos sistemas de
saúde pública dos países em desenvolvimento e a inoperância da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na ausência de quebra de patentes de medicamentos
e de vacinas, perecerá um grande número de doentes
que, se tratados, poderiam ser salvos. O mundo desenvolvido terá então, deliberadamente, deixado morrer
milhões de pobres. Sob fortes pressões políticas, a OMS
tem divulgado com entusiasmo doações de tratamentos e descontos aos países menos avançados na compra do
oseltamivir, o famoso Tamiflu, fabricado pela Roche, até
então o único tratamento eficaz contra o vírus A (H1N1).
Mas essa pretensa generosidade é absolutamente insignificante diante da possível contaminação de um
terço da humanidade. (...) É preciso que os Estados desenvolvam as condições para produzi-lo.
O mesmo ocorre em relação à insuficiência de kits
para diagnóstico: com a progressão da pandemia, é
30 provável que não sejamos capazes sequer de contar os
mortos, ou seja, aqueles que comprovadamente foram
vítimas desse vírus. A prevenção da doença traz um problema adicional, que é a pressa: os mais nefastos efeitos
da vacina contra o A (H1N1) ocorrerão nos primeiros paí35 ses a generalizá­la, que serão, infelizmente, os latino-americanos, até agora os mais atingidos pela doença.
Assim, a deplorável desigualdade econômica mundial
distribui também desigualmente o peso das urgências sanitárias. Os pobres portam o fardo mais pesado, eis que a
40 pandemia gripal vem juntar-se a outras doenças endêmicas, como paludismo, tuberculose e dengue, cuja subsistência deve-se às adversas condições de trabalho e de
vida, sobretudo em grandes aglomerações urbanas, não
raro em condições de habitação promíscuas, numa rotina
45 que favorece largamente a contaminação. Caso o fenômeno se agrave, novas restrições, além do controle do
Tamiflu, podem ser necessárias, a exemplo da limitação
de reuniões públicas e aglomerações, que já foi adotada
em países próximos, como a Argentina.
50
A pandemia pode trazer, ainda, a estigmatização
de grupos de risco ou de estrangeiros, favorecendo a
cultura da insegurança, pois o medo é tão contagioso
quanto a doença.
Por tudo isso, urge revisar o papel da OMS no siste55 ma internacional e retomar o debate sobre a criação
de um verdadeiro sistema de vigilância epidemiológica
no Brasil, apto a regular a eventual necessidade de restrições a direitos humanos e a organizar a gestão das
pandemias com a maior transparência possível.
60
Caso contrário, seguirá atual o que escreveu Albert
Camus, em 1947, no grande romance “A Peste”: “Houve
no mundo tantas pestes quanto guerras. E, contudo, as
pestes, como as guerras, encontram sempre as pessoas
igualmente desprevenidas”.
25
43. A partir do funcionamento dos elementos linguísticos
constitutivos do texto, só não se pode afirmar que:
a)no quinto parágrafo, o uso do sinal indicativo de
crase em “à insuficiência” revela a ocorrência da
preposição a exigida pela regência de “em relação”.
b)o elemento “então” desempenha diferentes funções, em suas duas ocorrências, no quarto parágrafo (linhas18 e 23).
c)o pronome “cuja” (linha 2) remete, por coesão, a
“velocidade” (linha 2), considerando-se o desenvolvimento das ideias do texto.
201
12
d)na linha 1 do sexto parágrafo, a conjunção “assim”,
por ser de colocação flexível na oração, poderia
ser deslocada para depois de “distribui”, sem alterar a relação de sentidos entre os termos a que
se refere.
e)no trecho “... perecerá um grande número de doentes
que, se tratados, poderiam ser salvos.” (linhas 16 e 17),
as vírgulas foram empregadas para isolar uma
oração adverbial.
c)os que a visitam, chamados de forasteiros, ficam
deslumbrados com a exuberância de sua natureza.
d)os latifúndios – grandes extensões de terra nas
mãos de uma só pessoa – não podem ser desconsiderados por quem estuda a região amazônica.
e)a natureza amazônica, por sua beleza e grandiosidade, faz eclodir expressões líricas em quem a
avista.
(PAS-UFSM) Para responder às questões de números 45 e 46, leia a crônica de Nílson Souza, publicada na edição de 24/05/07 do Jornal Zero Hora.
44. (PAS-UFSM) Leia o texto abaixo, tirado do livro
Amazônia, a terra e o homem, de Araújo Lima:
A opinião crítica – precipitada, tumultuosa, claudicante pela deficiência de análise e observação – tem oscilado sempre, ao definir a região amazônica, entre os
arroubos de exaltação otimista e os libelos de um pessimismo fulminador. Daí, duas definições antinômicas exprimirem, em fórmulas sintéticas, o radicalismo desses
juízos extremados: Inferno verde ou Paraíso verde.
Nem inferno, nem paraíso.
A enormidade imensurável, os latifúndios inviolados, as impérvias terras sem dono, toda essa vastidão
territorial ilimitada, que dominam selvas espessas e intérminas, projeta-se num babilonismo sugestivo, até à
mente dos que de longe observam, envolvendo-a na
dúvida, no mistério, no terror.
Desse erro de visão atordoada sobressaem as lendas, as fábulas, as superstições, toda essa trama de
percepções errôneas e deformadas, que a ignorância
e o pavor inspirado por tais paragens fantásticas entretecem no cérebro dos observadores longínquos e
desavisados.
Ficam os forasteiros perplexos ante o esplendor da
natureza opulenta e grandiosa, que se esboça nas linhas imprecisas, mal definidas, fugidias da paisagem
em seu conjunto panorâmico. E, ao assalto dessas
sensações, irrompe a explosão lírica, inspirada pela
fascinação do colorido, gerando um superlativismo
contagioso, enfático, retórico, que contamina quase
todos os descritores desses cenários.
Em sã verdade, a região é mal vista, pouco conhecida, erroneamente interpretada. Persiste indecifrável, mas desastrosamente deturpada na significação
de sua essência, de seus atributos, de seus recursos.
Letras viradas
1
5
10
15
20
25
30
O texto acima, considerado em seu conjunto, possui
como ideia predominante a seguinte informação:
a)a região amazônica não tem sido compreendida
em sua verdadeira essência pelos que a estudam.
b)a região amazônica é um verdadeiro celeiro de
lendas e mitos, sendo por isso chamada de Paraíso
ou Inferno.
35
Quando questionei a senhora da faxina semanal por
ter colocado vários dos meus livros de cabeça para baixo
na estante, ela me deu uma explicação ao mesmo tempo
ingênua e sincera para sua desajeitada operação:
− Dessas coisas de bê e cê eu não entendo nada! Mas
eles estão bem limpinhos.
Estavam mesmo. E, evidentemente, não me custou
nada recolocá-los na ordem correta. Gosto de tê-los perfilados como soldados à espera de uma convocação.
Não disponho do tempo que gostaria de ter para colocar
a leitura em ordem também, mas de vez em quando
paro por alguns minutos diante da exposição de títulos e
passo em revista os meus autores preferidos − para ter
certeza de que ainda estão lá. Escritores e poetas são
espíritos inquietos, costumam desaparecer nas horas
furtivas da noite, especialmente quando alguém leva
um livro emprestado e esquece de devolvê-lo.
O que não desaparece da vida dos brasileiros é a
chaga (ou praga?) do analfabetismo.
Agora surge, nos bastidores do governo federal, essa
ideia estapafúrdia de premiar com dinheiro a criança
pobre que passar de ano na escola. O que assusta não é
apenas a possibilidade de pressão sobre os professores
por parte de pais necessitados ou gananciosos. Acredito
até que, se a proposta vingar, os professores saberão se
defender para manter a sua autonomia. Mas há um risco
muito grande de que as crianças se transformem em vítimas deste pretendido mercantilismo educacional. Elas,
sim, podem ser alvo de pressão e até de coerção física
por parte de tutores autoritários.
Ora, é translúcido que a educação não deve ficar
atrelada à remuneração. Crianças e adolescentes têm
que ser conquistados pelos benefícios culturais e sociais
do aprendizado, não podem ser subornados para estudar. Na sociedade consumista em que vivemos, tornou-se
rotineiro dizer aos jovens que eles precisam estudar para
ter um bom emprego e para ganhar dinheiro no futuro.
Mas há outras razões tão fortes quanto essas. Quem
201
13
estuda adquire conhecimento e autonomia para tomar
suas próprias decisões. Quem estuda passa a entender
melhor o mundo. Quem estuda melhora a autoestima,
torna-se um indivíduo mais íntegro e mais responsável.
Quem estuda conquista liberdade para fazer escolhas.
Não há dinheiro que pague isso.
45
Quem não estuda − seja por falta de oportunidade, de
conscientização ou de vontade − nem se dá conta de que
García Márquez, Isabel Allende e Mario Quintana talvez
prefiram ficar empoeirados e de cabeça para baixo.
40
45. Julgue se verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma.
( )Nas duas ocorrências, linhas 8 e 11, a palavra ordem contribui para o sentido expressando a ideia
de disposição organizada de objetos, no caso, os
livros.
( ) Na linha 11, a expressão de vez em quando, indicadora de tempo, introduz uma oração subordinada adverbial.
( )O emprego do travessão, linha 13, destaca um
segmento linguístico composto por duas orações
coordenadas.
A sequência correta é:
a)V – V – V.
b)F – V – F.
c)F – V – V.
d)V – F – V.
e)F – F – F.
46. Na organização do período em que se identifica o
aspecto econômico como a motivação mais frequente para o estudo (. 35-37), recorreu-se à coordenação para encadear duas orações subordinadas
nas quais se expressa linguisticamente a ideia de:
a)explicação.
b)conclusão.
c)condição.
d)finalidade.
e)consequência.
47. (MACK) Leia o seguinte trecho:
“Não verás separar ao hábil negro
do pesado esmeril a grossa areia...”
Os dois versos constroem-se explorando uma figura
de estilo chamada:
a)hipérbole.
b)prosopopeia.
c)hipérbato.
d)pleonasmo.
e)polissíndeto.
48. (FGV-RJ) Considere a seguinte estrofe:
“Há uma canção que já não fala,
que se recolhe dolorida.
Onde, o lábio para cantá-la?
Onde, o tempo de ser ouvida?”
Nos versos 3 e 4 do texto, há exemplo de uma figura
de linguagem, especificamente de uma figura de
construção, conhecida como:
a)elipse.
b)anacoluto.
c)pleonasmo.
d)hipérbato.
e)silepse.
49. Leia o trecho a seguir:
“(...)
De repente voltou-se pra negra velha que vinha trôpega atrás, enorme trouxa de roupas na cabeça.”
O fragmento anterior apresenta:
a)aliteração expressiva, que intensifica o modo de
andar da personagem.
b)antítese na caracterização da “negra velha”.
c) eufemismo na caracterização de “trouxa de roupas”.
d)uso de expressão irreverente na caracterização
da avó.
e)tempo e modo verbais que expressam ações contínuas no passado.
(UFC) Texto para a questão 50.
Meio-dia (2)
O sol tomba,
vertical,
dos edifícios.
Ardem os muros perfilados.
Os objetos vomitam cores,
embriagados.
O vermelho dos sinais ri,
em chamas,
para os carros.
Na calçada,
a luz lambe
as coxas da garota,
penetra no blue-jeans
dos manequins,
irriga de calor
a angústia dos homens.
(Tudo se queima,
tudo se consome,
tudo arde infinito.)
201
14
Ó súbita revelação:
o sol me aponta
o carvão íntimo
das coisas,
negro
coração
batendo na claridade.
Adriano Espínola, Beira-Sol. Rio de Janeiro:
Topbooks, 1999. págs. 72 e 73
50. Sobre os recursos estilísticos usados em “Meio-dia (2)”,
marque V ou F, conforme a afirmativa seja verdadeira ou falsa.
I.( ) Existe antropomorfização de coisas.
II.( ) Verifica-se a presença de hipérboles.
III.( ) Constata-se cruzamento de sensações.
A sequência correta se encontra na alternativa:
a)F – V – V
b)V – V – F
c)F – F – V
d)V – F – F
e)V – V – V
(PAS-UnB) Texto para a questão 51.
Texto I
1
Foi a partir de meados do decênio de 1950 que o espaço moderno divisado por Tarsila [nos anos 1920] pôde
encontrar horizonte cultural propício; generalizava-se e
fortificava-se num substrato social graças ao amplo
5 programa de modernização do país. A elaboração teórica de Ferreira Gullar junto ao grupo neoconcreto e também as reflexões estéticas de Hélio Oiticica (1937-1980)
testemunhavam o quanto as artes visuais eram capazes
de incitar um pensamento de compreensão do Brasil.
S. Salzstein. Uma dinâmica da arte brasileira: modernidade,
instituições, instância pública. In: R. Basbaum (Org.).
Arte contemporânea brasileira. Rio de Janeiro:
Rios Ambiciosos, 2001, p. 383.
Texto II
Hélio Oiticica queria que sua arte se confundisse
com a vida. Já não lhe interessava pontuar a existência
com objetos altamente diferenciados – obras de arte –,
a solicitar do observador uma atitude contemplativa e
5 distanciada (...). A todo momento, somos lembrados de
que as formas precisam adquirir uma realidade particular, e incessantemente vemos o Brasil aflorar nessas
construções capengas que remetem às favelas, às nossas
habitações rudimentares. Para Hélio Oiticica, a Man10 gueira era uma espécie de suma da sociedade brasileira,
oscilando entre uma utopia salvadora e uma precariedade violenta e dolorosa.
1
Rodrigo Naves. Hélio Oiticica: entre violência e afeto.
In: O vento e o moinho: ensaios sobre a arte moderna e
contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras,
2007, p. 86-87.
Hélio Oiticica. Nildo da Mangueira com
Parangolé P4 capa 1, 1964.
51. A imagem mostrada serve, na construção que articula as ideias dos textos I e II, de argumento para o
seguinte trecho:
a)“... fortificava-se num substrato social graças ao
amplo programa de modernização do país.”
(texto I, . 4-5).
b)“... as artes visuais eram capazes de incitar um pensamento de compreensão do Brasil.” (texto I, . 8-9).
c)“... interessava pontuar a existência com objetos
altamente diferenciados...” (texto II, . 2-3).
d)“... vemos o Brasil aflorar nessas construções capengas...” (texto II, . 7-8).
52. (PAS-UFPB) Leia com atenção o texto abaixo extraído
de um ensaio publicado na revista Veja.
Razões para amar o congresso
Roberto Pompeu de Toledo
– O nobre senador está mentindo.
– Vossa Excelência me desculpe, mas eu o considero
culpado.
Como é que alguém pode ser a um tempo “nobre”
e “mentiroso”? Como pode merecer as pompas do tratamento de “excelência” seguidas do opróbrio de uma
sentença de culpa? Nestes tempos em que, como poucas vezes, talvez nunca, o público tem acompanhado
as sessões do Senado, alguns se chocam com uma etiqueta parlamentar que combina rapapés de salão
com desaforos de botequim. Então o Senado é isso?
Para tais pessoas, se é isso, não passaria de templo da
hipocrisia. O lugar onde a torpeza se traveste de cavalheirismo, e o xingamento se disfarça em galanteio.
Sim, na linguagem do Senado a “nobreza” pode vir
junto com a “mentira”, a “excelência” com a “culpa”,
mas vamos lá – isto não é defeito, mas virtude. Comecemos do começo. Que é um Parlamento? É, em última análise, a alternativa civilizacional à guerra civil.
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15
Ou, para usar um conceito da psicanálise, a sublimação da guerra civil. Mais esmiuçadamente, é o artifício
inventado pelas sociedades, ao atingir certo grau de
aprimoramento, para resolver seus conflitos sem recorrer à violência.
Se o Parlamento foi feito para parlamentar, a disputa tem de ser com a arma da palavra. E, ao se confrontar com palavras, se se trata de pessoas iguais,
todas merecem tratamento de distinção, diferentemente do que ocorre na sociedade em geral, onde alguns são tratados por “senhor” ou “senhora” e merecem as honrarias do “por favor” e do “obrigado”
enquanto para outros basta um “ô Zé, vai no banco
pagar isto”, ou “ô Maria, traz um café”. O Parlamento
é o lugar onde pessoas diferentes se tratam compulsoriamente como iguais e onde pessoas que não se respeitam batem-se compulsoriamente com respeito.
Adaptado de Veja, 9 de maio, 2001.
Opróbrio = desonra, injúria
Este texto apresenta os seguintes recursos de ordenação lógica das ideias:
(1)apresentação de uma situação concreta para
ilustrar o tema em debate
(2)questionamento do tema
(3)afirmação de um ponto de vista
(4)explicação de uma ideia por definição
De acordo com esses recursos, numere os trechos a
seguir, estabelecendo as devidas relações:
( ) Sim, na linguagem do Senado a “nobreza” pode vir
junto com a “mentira”, a “excelência” com a “culpa”,
mas vamos lá – isto não é defeito, mas virtude.
( ) Para tais pessoas, se é isso, não passaria de templo da hipocrisia. O lugar onde a torpeza se traveste
de cavalheirismo, e o xingamento se disfarça em galanteio.
( ) – O nobre senador está mentindo. – Vossa Excelência
me desculpe, mas eu o considero culpado.
( ) Como é que alguém pode ser a um tempo “nobre”
e “mentiroso”? Como pode merecer as pompas do
tratamento de “excelência” seguidas do opróbrio
de uma sentença de culpa?
A sequência correta é:
a)3, 2, 4, 1
b)2, 1, 3, 4
c)4, 1, 2, 3
d)1, 4, 2, 3
e)3, 4, 1, 2
53. (PAS-UFVMJ) Destas passagens dos contos de Marcelino Freire, do livro Contos negreiros, assinale a que
não corresponde às ideias contidas entre parênteses.
a)“Coisa mais sem vida é um nome assim, sem gente.”
(expressa a inferioridade que a personagem sente
em relação aos que sabem escrever).
b)“E o rim não é meu? Logo eu que ia ganhar dez
mil, ia ganhar.” (expressa desejo em ser livre e dono
de si mesmo).
c)“Cachorro a gente enterra em qualquer canto.”
(expressa compreensão da precariedade das condições materiais para a realização dos sonhos).
d)“Violência é a gente naquele sol e o cara dentro do ar
condicionado.” (expressa assombro pela desigualdade
de condições econômicas entre brancos e negros).
(PAS-UFAM) Leia com atenção o texto abaixo, extraído da obra Por uma política do ensino da língua,
de José Augusto Carvalho, para responder às questões de números 54 e 55:
“Linguisticamente, não há uma língua ou um dialeto que se possa rotular de superior a outra língua ou
a outro dialeto. Cada língua é apenas diferente de outra, e cada língua é adequada ao grupo social que a
fala, na medida em que ela lhe basta, na medida em
que tudo aquilo que é necessário dizer, nesse grupo
social, pode ser dito sem problemas nessa língua.”
54. Assinale o item de que consta afirmação verdadeira
em relação ao correto entendimento do texto:
a)todos os grupos sociais são linguisticamente autossuficientes, embora alguns falem língua superior à dos outros.
b)as línguas são superiores aos seus dialetos, embora diferentes deles, mas não há língua ou dialeto que não possibilite aos seus usuários a expressão de todas as suas ideias.
c)como toda língua basta ao grupo social que a
fala, as línguas diferem umas das outras.
d)não é possível afirmar, do ponto de vista linguístico, que há línguas inferiores, pois todas satisfazem igualmente às necessidades de expressão de
seus falantes.
e)linguisticamente não há línguas inferiores, a despeito de que todas bastam a que seus usuários
exprimam tudo aquilo que necessitam dizer.
55. A assertiva de que, linguisticamente, não há língua
superior a outra está baseada em que:
a)as línguas apenas diferem entre si.
b)cada língua supre cabalmente a necessidade de
expressão de seus usuários.
201
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c) não há línguas inferiores, pois todas possuem igualmente dialetos.
d)não se pode rotular de inferior uma língua que é
apenas diferente de outra.
e)não há grupos sociais superiores e inferiores.
(PAS-UEG) Leia o texto para responder às questões
56 e 57.
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea
para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me
assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito
mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório
no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher
da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano,
fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida.
Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer um flagrante de esquina, quer
nas palavras de uma criança ou num incidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do
essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e
tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na
lembrança: “Assim eu quereria o meu último poema”.
Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um
último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que
merecem uma crônica.
SABINO, Fernando. “A última crônica”. In: Elenco de cronistas
modernos. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007, p. 258.
56. O fragmento acima apresenta a concepção predominante de crônica como um gênero textual que:
a)busca os fatos pequenos e cotidianos como ponto
de partida de sua atividade literária.
b)tem como objetivo principal discutir teoricamente
o processo da escrita.
c)recupera os episódios da infância em um breve
relato.
d)remete à memória individual e aos anseios do
escritor.
57. O verso “Assim eu quereria o meu último poema” é
uma citação do poema de Manuel Bandeira intitulado
“O meu último poema”. Essa relação estabelecida
entre dois textos denomina-se:
a)paralelismo.
b)paráfrase.
c)intertextualidade.
d)comparação.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por Tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem galorpa:
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos.
São Paulo: Círculo do Livro, s.d.
58. Verifica-se, pela leitura do soneto, que a crítica do
autor à sociedade de seu tempo é construída por
meio da:
a)caracterização de condutas que, além de serem
moralmente condenáveis, eram dissimuladas pelos que as possuíam.
b)diferenciação que se costumava realizar entre as
pessoas de origem humilde e as que faziam parte
da aristocracia.
c)comparação entre os hábitos e valores das classes sociais mais baixas e os das classes sociais
mais aristocráticas.
d)alusão a comportamentos que, embora fossem
considerados corretos, não eram assimilados por
todos os indivíduos.
59. Em relação à estrutura do poema, constata-se uma:
a)aliteração no último verso da primeira estrofe.
b)metáfora no primeiro verso da primeira estrofe.
c)assonância no segundo verso da última estrofe.
d)anáfora nos três versos finais da segunda estrofe.
60. (PAS-UEG) Leia o fragmento abaixo.
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo Tupi.
DIAS, Gonçalves. I-Juca Pirama. Disponível em:
<http://educaterra.terra.comm.br/literatura/romantismo/
romantismo_17.htm>. Acesso em: 16. ago. 2011.
(PAS-UEG) Leia o soneto abaixo para responder às
questões 58 e 59.
Do ponto de vista estético-literário e histórico, esse
fragmento poético apresenta:
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.
a)aliterações, constituindo uma parte do relato
poético de um descendente da tribo Tupi.
b)anáforas, veiculando a imagem de um indígena
que, desde o nascimento, é propenso à violência.
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c)rimas emparelhadas e tematiza as guerras interraciais em que os índios Tupi se envolviam.
d)rimas interpoladas e espelha a condição humilhante a que o europeu submeteu os povos indígenas.
61. (PAS-UEG) Leia o seguinte texto:
Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado
porque padeceis em um modo muito semelhante o que
o mesmo Senhor padeceu na cruz em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa
em um engenho é de três. Também ali não faltaram as
canas, porque duas vezes entraram na Paixão: uma vez
servindo de cetro de escárnio, e outra vez para a esponja
que lhe deram o fel. [...] Cristo despido, vós despidos;
Cristo sem comer, e vós famintos. Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo.
VIEIRA, Padre Antônio. Sermões. In: CALDEIRA, Jorge (Org.).
Brasil: a história contada por quem viu.
São Paulo: Mameluco, 2008. p. 144.
O trecho citado é uma parte dos famosos Sermões
do padre jesuíta Antônio Vieira, que retratam a sociedade brasileira colonial do século XVII. Nesse
sentido, a figura de linguagem predominante e o
sujeito do texto são, respectivamente,
a)a analogia e o escravo africano.
b)a ironia e os escravos indígenas.
c)a sinédoque e os donos de engenho.
d)o eufemismo e os trabalhadores livres.
(PAS-UEG) Leia o poema abaixo para responder à
questão 62.
O incêndio de Roma
Raiva o incêndio. A ruir, soltas, desconjuntadas,
As muralhas de pedra, o espaço adormecido
De eco em eco acordando ao medonho estampido,
Como a um sopro fatal, rolam estateladas.
E os templos, os museus, o Capitólio erguido
Em mármore frígio, o Foro, as erectas arcadas
Dos aquedutos, tudo as garras inflamadas
Do incêndio cingem, tudo esbroa-se partido.
Longe, reverberando o clarão purpurino,
Arde em chamas o Tibre e acende-se o horizonte...
– Impassível, porém, no alto do Palatino,
Nero, com o manto negro ondeando ao ombro, assoma
Entre os libertos, e ébrio engrinaldada a fronte,
Lira em punho, celebra a destruição de Roma.
BILAC, Olavo. O incêndio de Roma. Melhores poemas.
São Paulo: Global, 2003, p. 31.
62. Verifica-se, no poema:
a)relações de distanciamento entre o título e o conteúdo.
b)sinestesias nos versos das duas primeiras estrofes.
c)aliterações nos versos das duas últimas estrofes.
d)metáforas nas três últimas estrofes.
(PAS-UEG) Leia o poema abaixo para responder às
questões 63 e 64.
Vila Rica
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;
Sangram, em laivos de ouro, as minas, que a ambição
Na torturada entranha abriu da terra nobre;
E cada cicatriz brilha como um brasão.
O ângelus plange ao longe em doloroso dobre.
O último ouro do sol morre na cerração.
E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,
O crepúsculo cai como uma extrema-unção.
Agora, para além do cerro, o céu parece
Feito de um ouro ancião que o tempo enegreceu...
A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.
Como uma procissão espectral que se move...
Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu...
Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove.
BILAC, Olavo. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2003, p. 105.
63. Em termos estruturais, o poema acima:
a)comporta uma anáfora em sua estrofe final.
b)constitui um soneto composto em versos livres.
c)possui rimas interpoladas (ABBA) em todos os
versos.
d)apresenta aliterações no terceiro verso da primeira estrofe.
64. No poema, o sujeito poético:
a)refere-se à enorme quantidade de prata extraída
das minas de Vila Rica.
b)faz uma aproximação entre a cor dourada do sol
poente e o brilho do ouro.
c)discorre sobre o início da exploração mineradora
em Ouro Preto.
d)evita o uso de metáforas e valoriza o emprego
denotativo das palavras.
(PAS-UEG) Leia o poema para responder à questão 65.
Consoada
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
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Talvez sorria, ou diga:
– Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios),
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta, com cada coisa em seu lugar.
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1993. p. 223.
65. Em relação à vida e à futura morte do eu lírico, os termos “dia” e “noite”, no sexto verso, constituem uma:
a)aliteração.
b)anáfora.
c) comparação.
d) metáfora.
Lampião invadiu a cidade de Triunfo, na Paraíba, só
para tirar de lá um homem chamado Marcolino Diniz,
que tinha matado o juiz da cidade durante uma discussão. A invasão da delegacia foi um serviço encomendado pelo sogro do assassino, José Pereira Lima,
maior chefe político do interior da Paraíba naquela
época. Já com pobres, mulheres e vilas indefesas, o
cangaceiro não era tão camarada. Há relatos de que
marcou, com ferro quente, o rosto de mulheres surpreendidas com vestidos curtos e decotes cavados. Contrário à construção de estradas no sertão, em pelo
menos cinco ocasiões atirou em operários quando
eles trabalhavam em alguma obra.
in: NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da
história do Brasil. São Paulo: Leya, 2011.
(PAS-UEPA) Leia o texto a seguir para responder à
questão 66.
O serviço militar, no Brasil, torna-se obrigatório
pela homologação da Lei No. 4.375, de 17 de agosto
de 1964, para brasileiros nascidos entre 1o de janeiro e
31 de dezembro, no ano em que completarem dezenove anos de idade e consiste no exercício de atividades específicas desempenhadas nas Forças Armadas,
durante um ano.
Caderno pedagógico, v. 7, no 1, 2010.
66. Leia as afirmativas e assinale a alternativa correta.
I.O termo “para”, em “para os brasileiros nascidos...”,
tem sentido de objetividade.
II.A prestação de serviço militar é legalizada pelo
Estado por um período de 12 meses.
III.As mulheres são desobrigadas do serviço militar,
já que é de exclusividade masculina.
IV.O brasileiro que é admitido no serviço militar não
tem a vida profissional garantida.
De acordo com as afirmativas acima, a alternativa
correta é:
a)I e II.
b)I e III.
c)I e IV.
d)II e III.
e)II e IV.
(PAS-UEPA) Leia o texto a seguir para responder às
questões 67 e 68.
Lampião dava a vida para estar entre os coronéis”, contou, num depoimento ao historiador Frederico Pernambucano de Melo, o cangaceiro Miguel Feitosa, que conheceu Virgulino na década de 1920.
“Vivia de coronel em coronel”, ele completa. Em 1923,
67. Sobre o texto, é correto afirmar que:
a)Lampião não praticava as atrocidades das quais
era acusado pelos políticos de Brasília e do interior nordestino, especialmente na Paraíba e em
Pernambuco, durante a década de 1920.
b)o bando de Lampião via no seu comandante um
poderoso dominador das áreas do sertão nordestino onde ainda prevalecia o latifúndio.
c)um dos possíveis instrumentos de dominação de
classe, praticados com suas formas de violência
real, principalmente assassinatos, se tornou banal
com o cangaço de Lampião.
d)Lampião não gostava de ser reconhecido pelos
relatos da sociedade do interior brasileiro como
defensor dos oprimidos.
e)Virgulino Ferreira, o Lampião, foi uma espécie de
bandido, que usou diversas modalidades de violência social como forma de acabar com os adeptos da
desordem no cangaço durante a década de 1920.
68. A leitura do texto nos mostra:
a)que, como fora da lei, o cangaceiro invadia cidades e propriedades, objetivando apenas dar sustento aos pobres, tirando dinheiro dos ricos.
b)o herói que protestava contra a situação do homem do campo em sua lida diária contra melhores condições de vida e de seus familiares.
c)os efeitos das lutas em que prevaleciam formas de
violência, envolvendo as comunidades das capitais
nordestinas e seus currais políticos durante décadas.
d)que no cangaço prevalecia a justiça e a honestidade entre as sociedades envolvidas naquele
momento histórico.
e)que Lampião, embora tido e venerado como justiceiro, estava mais para ser defensor dos ricos
que dos pobres.
201
19
1
5
10
15
20
(PAS-UnB) Texto para a questão 69.
Eram 102 pessoas, 74 homens e 28 mulheres. No dia
6 de setembro de 1620, eles embarcaram no navio
Mayflower, no porto de Plymouth, na Inglaterra, com
destino a um continente desconhecido, a América. Eram
os Pilgrim Fathers, pais peregrinos. Peregrino: vem do
latim, pela junção de per, que quer dizer “através” e ager,
que quer dizer “campo”. Peregrinos são aqueles que perambulam por campos que não são seus. Se tivessem
campos, não perambulariam. Morariam nas suas terras,
cultivariam os seus campos. Fizeram a viagem em busca
de terras que fossem suas porque eram sem-terra. Desembarcaram no dia 21 de dezembro de 1620 no lugar
onde hoje é a Nova Inglaterra. E fizeram o seu assentamento. Os habitantes do lugar, os índios, poderiam tê-los
destruído. Não o fizeram. Foram generosos. Eles não
acreditavam que a terra pudesse ser posse de alguém.
Mas os Pilgrim Fathers queriam ser donos da terra. E foram expandindo suas fronteiras. E, à medida em que
expandiam as suas, as terras dos índios encolhiam. Chegaram a fazer até uso de guerra biológica: mandaram
de presente para uma tribo cobertores que tinham sido
usados por pessoas atacadas de varíola. A tribo inteira
morreu. Os sem-terra ganharam terras.
mestiços. A lógica da homogeneização nos oprime. Por
isso, gingamos o corpo, damos um passe e seguimos
adiante, como num drible de futebol ou numa roda de
capoeira, que, sem deixar de ser luta, tem alma de dança
20 e de alegria.
Rubem Alves. Quarto de badulaque. São Paulo:
Parábola, 2003. p. 144-5. (com adaptações)
Watson, o novo supercomputador da IBM, assombrou o mundo
ao se comportar como um humano. Mas as máquinas ainda
têm um obstáculo pela frente antes de dominar o mundo: a
nossa burrice
69. Mantendo-se a coesão, a coerência e o sentido original do texto, o trecho “Não o fizeram. Foram
generosos.” (. 15) poderia ser transformado no seguinte período simples:
a)Por solidariedade não destruíram.
b)Embora generosos, não o destruíram.
c)Generosos, não destruíram os peregrinos.
d)A bondade dos índios impediu a sua destruição.
(PAS-UnB) Texto para a questão 70.
Não apenas etnicamente mestiços. Somos culturalmente mestiços. Dançando o Aruanã sob a Lua; rezando
numa capela de Nossa Senhora de Chestokova; curvados sobre a almofada de renda de bilros; trocando obje5 tos e valores no Moitará; depositando ex-votos aos pés
dos nossos santos; sambando na avenida; contemplando
a pedra barroca tocada pela eternidade do Aleijadinho;
dobrando a gaita numa noite de frio, no sul; tocados
pela décima corda da viola sertaneja; possuídos pelo frevo
10 e o maracatu nas ladeiras de Olinda e Recife; atados à
corda do Círio de Nazaré; o coração de tambores percutindo nas ruas do Pelourinho ou o sapateado do cateretê; girando a cor e a vertigem do Boi de Parintins e de São
Luís; digerindo antropofagicamente o hip-hop no caldo
15 da embolada ou do jongo. Somos irremediavelmente
1
Sérgio Mamberti. Seminário nacional de políticas públicas para
culturas populares. Ministério da Cultura, Brasília, 2005, p. 23.
70. Assinale a opção em que a reestruturação do trecho “Não apenas (...) sob a Lua;” (.1-2) mantém
coesão textual e a coerência com as ideias do texto.
a)Não somos etnicamente, mas culturalmente mestiços: dançando o Aruanã sob a Lua;
b)Somos não apenas etnicamente mestiços, mas
também culturalmente mestiços – dançando o
Aruanã sob a Lua;
c)Somos apenas étnica ou culturalmente mestiços,
dançando o Aruanã sob a Lua;
d)Não somos nem étnica nem culturalmente mestiços; dançando o Aruanã sob a Lua.
(PAS-UPE) Texto para as questões 71 a 73.
Como será a inteligência artificial depois
do computador Watson
por Pedro Burgos e Alexandre Versignassi
“Watson derrota a humanidade.” Essa foi uma das
manchetes para a vitória de Watson, um computador que
ganhou dos melhores competidores que a raça humana
tinha disponível no Jeopardy!, um jogo de perguntas e
respostas da TV americana. Pudera: Jeopardy! é um jogo
complexo. Para humanos, inclusive. São perguntas furtivas, tipo: “Isso é só um nariz sangrando! Você não tem
essa doença genética que já foi endêmica entre a realeza
europeia. Qual é a doença?”. Watson acertou: hemofilia.
Acertou essa e outras dezenas de perguntas capciosas – e,
como seus concorrentes humanos, não estava ligado à
internet. Tudo o que ele tinha à disposição era uma memória de 15 mil gigabytes com alguns milhões de textos
arquivados e uma capacidade de processamento equivalente à de 2 800 micros caseiros. Um computadorzão bem
programado, só isso.
(2) Para responder perguntas nessa linha, um computador
precisa entender a linguagem falada e ter um raciocínio capaz de fazer associações inesperadas. Até fevereiro, isso era
exclusividade de humanos. Mas e agora, que perdemos
para esse ser gelado? Dá para dizer que a inteligência artificial está se equiparando à nossa inteligência?
(1)
201
20
O debate está pegando fogo. De um lado, há os que vibram com Watson e similares e acreditam que os computadores vão superar logo a inteligência humana. A outra corrente diz que, por mais complexo e surpreendente que seja
o feito de um computador, ele nunca será comparável ao
de uma pessoa. Seriam duas inteligências distintas.
(4) O termo “computador” denunciaria isso, por sinal. Até a
metade do século 20, "computador" era uma profissão.
Eram pessoas responsáveis por fazer cálculos longos –
como pegar um monte de dados astronômicos e calcular
quando um cometa passaria de novo pela Terra. Pessoas
inteligentes, claro. Mas e hoje? Bom, hoje inteligente é quem
bola o programa para que o computador resolva as contas.
(5) Toda vez que conseguimos delegar uma função para
máquinas, a tarefa perde a nobreza. Isso aconteceu até na
derrota do campeão Kasparov para Deep Blue em 1997.
Enquanto os defensores da inteligência artificial comemoravam, os da humanidade saíram-se nessa linha:
“Bom, xadrez é só um jogo de análise estatística bruta.
Não requer inteligência de verdade”. Com a vitória no
Jeopardy! pode acontecer a mesma coisa: “Computadores
vão bem? Ah, o jogo não é nada de mais”.
(6) Mas e se habilidades que consideramos pessoais e intransferíveis da nossa espécie puderem ser executadas por
máquinas sofisticadas? Como ficamos? Se quisermos reduzir as habilidades do Homo sapiens a instruções de programação, o talento para a poesia, por exemplo, pode ser descrito como um programa capaz de achar uma boa
combinação de palavras. E daria para definir um líder político como um sujeito com um bom software para analisar
riscos e oportunidades.
(7) Não é fantasia. O próprio Watson pode servir para tarefas bem mais humanas que responder perguntas. Programado adequadamente, ele pode fazer diagnósticos com
mais precisão que um médico – da mesma forma que uma
calculadora de bolso é mais rápida que qualquer gênio da
matemática. O supercomputador tem como ouvir relatos
orais de pacientes e cruzar os sintomas com o banco de dados de toda a literatura médica em segundos. Mas isso torna
os humanos dispensáveis? Não. Por mais que uma máquina
consiga feitos mirabolantes, ela vai ser sempre uma ferramenta que depende de humanos. Um “computador médico”
precisa de médicos para ser programado. Os cérebros humanos por trás são tão importantes que o próprio Watson errou
questões por bobeira de programação. Um dos deslizes: perguntaram qual categoria da elite do automobilismo tem o
nome de uma tecla de computador. “F-1” era a resposta.
Qualquer batedeira tem capacidade de processamento para
cruzar uma lista de nomes de teclas com uma de categorias
de corridas. Mas a coisa mais próxima que Watson tinha
para dizer era “Nascar”. Falha dele? Não, dos programadores
– a Fórmula 1 é solenemente ignorada nos EUA.
(3)
O erro nessas horas é imaginar que as máquinas são
uma espécie à parte. Computadores são só alicates e martelos mais complexos. E quando você marreta o dedo não
é culpa da natureza do martelo, mas sua, que não soube
"programar" a martelada. A vida é melhor com martelos.
Com supercomputadores também. A vitória de um é uma
vitória da humanidade. E sempre será, mesmo no dia em
que uma máquina puder escrever um texto como este
bem melhor do que a gente.
(8)
Disponível em: http://super.abril.com.br/tecnologia/como-serainteligencia-artificial-depois-computador-watson-625679.shtml.
Acessado em 25 de maio de 2011. (com adaptações)
71. A afirmativa que traduz a ideia global do texto está
contida na alternativa:
a)a vitória do computador Watson é um forte indício de que os computadores são mais inteligentes que os seres humanos.
b)as máquinas nunca superarão os seres humanos,
uma vez que a inteligência artificial é uma extensão de nossa inteligência.
c) as máquinas serão tão inteligentes quanto os homens quando conseguirem escrever poesia e lidar com questões políticas.
d)o fato de o computador Watson ter errado algumas questões durante o jogo prova que ele é menos inteligente que o ser humano.
e)embora tenham conseguido superar as limitações dos seres humanos, as máquinas nunca dominarão o mundo.
72. Sobre o modo como se organiza o texto, analise as
afirmativas a seguir:
I.além de sintetizar os conteúdos fundamentais do
texto, o subtítulo diferencia-se por meio de recurso gráfico específico.
II.centrado na informação e na exposição, o texto
não apresenta elementos que possam ser tomados como argumentativos.
III.há presença de elementos que se contrapõe para
mostrar pontos de vista divergentes quanto ao
assunto.
IV.o recurso a analogias e comparações surge em
passagens como “Computadores são só alicates e
martelos mais complexos”.
V.a informação que origina o texto aparece no trecho “A vida é melhor com martelos. Com supercomputadores também”.
Está correto o que se afirma em:
a)I, II e III.
b)I, II e IV.
c)I, III e IV.
d)II, III e V.
e)III, IV e V.
201
21
73. No texto, há o confronto de duas ideias:
a)a inteligência artificial vai superar a inteligência
humana;
b)nenhum computador vai conseguir superar a inteligência humana.
Assinale a alternativa cujo argumento está a favor
da segunda ideia.
a)O novo supercomputador da IBM assombrou o
mundo ao se comportar como um humano.
b)Watson acertou dezenas de perguntas complexas
e nem estava ligado à internet.
c)Watson tinha uma memória de 15 mil gigabytes
e uma capacidade equivalente à de 2 800 micros
caseiros.
d)Em 1997, o famoso campeão de xadrez Kasparov
foi vencido pelo computador Deep Blue.
e)O talento para a poesia é muito mais do que um
programa capaz de achar uma boa combinação
de palavras.
74. (PAS-UFAM) Assinale a alternativa correspondente
à sequência em que os períodos abaixo devem ser
ordenados para formarem um parágrafo coeso e
coerente, como o original, que pertence a Carlos
Eduardo Novaes.
1. O homem atual vive imprensado entre os dietéticos e os supermercados.
2.A febre de emagrecimento deveria beneficiar o
desenvolvimento de pequenas quitandas e não
desses monstruosos templos de consumo.
3.Numa sociedade em que ninguém quer engordar, o crescimento dos supermercados é um tanto
contraditório.
4.Quando muito, conseguiremos uma dupla formada pelo Gordo e pelo Menos Gordo.
5. Acontece que o esforço para manter-se magro nasceu exatamente na esteira dos supermercados.
6.Mais um pouco e será impossível reviver a dupla
O Gordo e O Magro.
a)3 – 2 – 5 – 1 – 6 – 4
b 1 – 3 – 2 – 5 – 6 – 4
c)1 – 2 – 3 – 5 – 4 – 6
d)6 – 4 – 3 – 5 – 1 – 2
e)3 – 5 – 2 – 4 – 6 – 1
75. (PAS-UFAM) Assinale a opção que melhor traduz a
ideia central do texto abaixo.
Um chinês louro, de olhos azuis
Há alguns anos, conheci em Nova Iorque um jovem
que não falava uma palavra em inglês e estava evidentemente perplexo com os costumes americanos.
Pelo “sangue”, era tão americano como qualquer outro,
pois seus pais eram de Indiana e tinham ido para a
China como missionários.
Órfão desde a infância, fora criado por uma família chinesa, numa aldeia perdida. Todos os que o conheceram o acharam mais chinês do que americano.
O fato de ter olhos azuis e cabelos claros impressionava
menos que o andar chinês, os movimentos chineses
dos braços e das mãos, a expressão facial chinesa e os
modos chineses de pensamento.
A herança biológica era americana, mas a formação cultural fora chinesa. Ele voltou para a China.
Do livro Iniciação à Sociologia, de Pérsio Santos de Oliveira.
a)A herança biológica pode influir, mas não prepondera sobre aquela constituída dos hábitos e
costumes do meio onde, desde a infância, o indivíduo vive.
b)Traços culturais adquiridos na infância marcam o
indivíduo e o acompanham aonde quer que ele vá.
c)Não é o lugar onde se nasce, mas o lugar onde se
vive que molda o perfil cultural do indivíduo.
d)A herança biológica exerce um domínio menor
sobre o indivíduo.
e)A cultura é mais forte que o sangue no comportamento do indivíduo.
201
22
Respostas das Atividades Adicionais
Português
1.d
15.d
43.c
2.e
16.a
44.a
3.a
17.d
45.e
4.d
18.c
46.d
5.a
19.d
47.c
6.e
20.b
48.b
7.b
21.c
49.a
8.d
22.d
50.e
9.c
23.d
51.b
10. d
24.d
52.e
11.c
25.c
53.a
12.b
26.d
54.d
13.d
27.b
55.b
14.e
56.a
28.“O combate ao trabalho infantil entrou na lista dos programas sociais que estão vendo as verbas minguar, embora
este combate tenha sido uma das bandeiras de campanha do atual governo” ou “Embora o combate ao trabalho infantil tenha sido uma das bandeiras de campanha
do atual governo, ele entrou na lista dos programas sociais que estão vendo as verbas minguar”.
57.c
29.a
62.c
30.c
63.d
31.d
64.b
32.e
65.d
33.c
34.a) Oração subordinada adjetiva explicativa.
b)Pronome relativo.
35.d
58.a
59.d
60.a
61.a
66.d
67.c
68.e
36.d
69.c
37.d
70.b
38.a
71.b
39.b
72.c
40.c
73.e
41.e
74.a
42.e
75.e
201
23

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