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issn 0004-2730 10o CONGRESSO PAULISTA DE DIABETES E METABOLISMO maio 2012 17 A 19 DE MAIO DE 2012 RIBEIRÃO PRETO, SP 56 suplemento 3 Assistente editorial e financeira: Roselaine Monteiro Rua Botucatu, 572 – conjunto 83 – 04023-062 – São Paulo, SP Telefax: (11) 5575-0311 / 5082-4788 [email protected] Submissão on-line / Divulgação eletrônica www.abem-sbem.org.br • www.scielo.br/abem Rua Anseriz, 27, Campo Belo 04618-050 – São Paulo, SP. Fone: 11 3093-3300 www.segmentofarma.com.br • [email protected] Diretor-geral: Idelcio D. Patricio Diretor executivo: Jorge Rangel Gerente financeira: Andréa Rangel Gerente comercial: Rodrigo Mourão Editorachefe: Daniela Barros MTb 39.311 Comunicações médicas: Cristiana Bravo Relações institucionais: Valeria Freitas Gerentes de negócios: Claudia Serrano, Marcela Crespi, Philipp Santos e Valeria Freitas Coordenadora comercial: Andrea Figueiro Gerente editorial: Cristiane Mezzari Coordenadora editorial: Sandra Regina Santana Designer: Flávio Santana Revisoras: Glair Picolo Coimbra e Sandra Gasques Produtor gráfico: Fabio Rangel Cód. da publicação: 13472.5.12 Todos os anúncios devem respeitar rigorosamente o disposto na RDC nº96/08 Rua Alvorada, 631 – Vila Olímpia – 04550-003 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3849-0099/3044-1339 [email protected] • growup-eventos.com.br Assessoria Comercial: Reginaldo Ramos Tiragem desta edição: 2.800 exemplares Preço da Assinatura: R$ 450,00/ano – Fascículo Avulso: R$ 55,00 Indexada por Biological Abstracts, Index Medicus, Latindex, Lilacs, MedLine, SciELO, Scopus, ISI-Web of Science ARQUIVOS BRASILEIROS DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. – São Paulo, SP: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, v. 5, 1955Nove edições/ano Continuação de: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia (v. 1-4), 1951-1955 Título em inglês: Brazilian Archives of Endocrinology and Metabolism ISSN 0004-2730 (versões impressas) ISSN 1677-9487 (versões on-line) 1. Endocrinologia – Periódicos 2. Metabolismo-Periódicos I. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia II. Associação Médica Brasileira. CDU 612.43 Endocrinologia CDU 612.015.3 Metabolismo Apoio: Órgão oficial de divulgação científica da SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Departamento da Associação Médica Brasileira), SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes, ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica e SOBEMOM – Sociedade Brasileira de Estudos do Metabolismo Ósseo e Mineral 2011-2012 EDITOR-CHEFE Comissão Editorial Nacional Luiz Armando de Marco (MG) Sérgio Atala Dib (SP) Ana Luiza Silva Maia (RS) Luiz Augusto Casulari R. da Motta (DF) André Fernandes Reis (SP) Luis Eduardo Calliari (SP) Antônio Carlos Pires (SP) Madson Queiroz Almeida (SP) Antônio Marcondes Lerário (SP) Magnus R. Dias da Silva (SP) Antônio Roberto Chacra (SP) Manoel Ricardo Alves Martins (CE) Ayrton Custódio Moreira (SP) Márcio Faleiros Vendramini (SP) Berenice B. Mendonça (SP) Márcio Mancini (SP) Carlos Alberto Longui (SP) Margaret Cristina S. Boguszewski (PR) Carmen C. Pazos de Moura (RJ) Mario Vaisman (RJ) Célia Regina Nogueira (SP) Marise Lazaretti-Castro (SP) César Luiz Boguszewski (PR) Milton César Foss (SP) EDITORES ASSOCIADOS Claudio E. Kater (SP) Mônica Andrade Lima Gabbay (SP) Presidentes dos departamentos da SBEM Denise Pires de Carvalho (RJ) Mônica Roberto Gadelha (RJ) COEDITORES Alexander A. L. Jorge (SP) Bruno Geloneze Neto (SP) Cynthia Brandão (SP) Evandro S. Portes (SP) Renan M. Montenegro Jr. (CE) Editor associado internacional Antonio C. Bianco (EUA) Adrenal e Hipertensão Milena F. Caldato (PA) Diabetes Melito FUNDADOR Waldemar Berardinelli (RJ) EDITORES e CHEFES DE REDAÇÃO* 1951-1955 Waldemar Berardinelli (RJ) Thales Martins (RJ) 1957-1972 Clementino Fraga Filho (RJ) 1964-1966* Luiz Carlos Lobo (RJ) 1966-1968* Pedro Collett-Solberg (RJ) 1969-1972* João Gabriel H. Cordeiro (RJ) 1978-1982 Armando de Aguiar Pupo (SP) 1983-1990 Antônio Roberto Chacra (SP) 1991-1994 Rui M. de Barros Maciel (SP) 1995-2006 Claudio Elias Kater (SP) 2007-2010 Edna T. Kimura (SP) Eder Carlos R. Quintão (SP) Edna Nakandakare (SP) Edna T. Kimura (SP) Saulo Cavalcanti da Silva (MG) Eduardo Rochete Ropelle (SP) Dislipidemia e Aterosclerose Elaine Maria Frade Costa (SP) Maria Teresa Zanella (SP) Eliana Aparecida Silva (SP) Endocrinologia Básica Eliana Pereira de Araújo (SP) Maria Teresa Nunes (SP) Francisco Bandeira (PE) EndoCRINOLOGIA Feminina e Andrologia Geraldo Medeiros-Neto (SP) Alexandre Hohl (SC) Endocrinologia Pediátrica Gil Guerra-Júnior (SP) Gisah M. do Amaral (PR) Nina Rosa de Castro Musolino (SP) Regina Célia S. Moisés (SP) Ricardo M. R. Meirelles (RJ) Rodrigo Oliveira Moreira (RJ) Rui M. de Barros Maciel (SP) Sandra R. G. Ferreira (SP) Simão A. Lottemberg (SP) Sonir Roberto Antonini (SP) Suemi Marui (SP) Tânia A. S. Bachega (SP) Ubiratan Fabres Machado (SP) Hans Graf (PR) Comissão Editorial Internacional Helena Maria Ximenes (SP) Carol Fuzeti Elias (EUA) João Lindolfo C. Borges (DF) Henrique de Lacerda Suplicy (PR) Charis Eng (EUA) Neuroendocrinologia Ileana G. S. Rubio (SP) Décio Eizirik (Bélgica) Janice Sepuvelda Reis (MG) Efisio Puxeddu (Itália) Angela Maria Spinola-Castro (SP) Metabolismo Ósseo e Mineral Manuel dos Santos Faria (MA) Obesidade Rosana Bento Radominski (PR) João Roberto de Sá (SP) Tireoide Jorge Luiz Gross (RS) Laura Sterian Ward (SP) José Augusto Sgarbi (SP) Representantes das Sociedades Colaboradoras José Gilberto H. Vieira (SP) SBD Josivan Gomes de Lima (RN) Saulo Cavalcanti da Silva (MG) ABESO Leila Araujo (BA) SOBEMOM João Lindolfo C. Borges (DF) Fernando Cassorla (Chile) Franco Mantero (Itália) Fredric E. Wondisford (EUA) Gilberto Jorge da Paz Filho (Austrália) Gilberto Velho (França) James A. Fagin (EUA) Laércio Joel Franco (SP) John P. Bilezikian (EUA) Léa Maria Zanini Maciel (SP) Norisato Mitsutake (Japão) Leandro Arthur Diehl (PR) Patrice Rodien (França) Luciano Giacáglia (SP) Peter Kopp (EUA) SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Diretoria Nacional da SBEM 2011-2012 Presidente: Airton Golbert Vice-Presidente: Marise Lazaretti-Castro Secretário Executivo: Josivan Gomes de Lima Secretário Executivo Adjunto: Henrique de Lacerda Suplicy Tesoureira Geral: Rosane Kupfer Tesoureiro Geral Adjunto: Luiz Henrique Maciel Griz Rua Humaitá, 85, cj. 501 22261-000 – Rio de Janeiro, RJ Fone/Fax: (21) 2579-0312/2266-0170 Secretária executiva: Julia Maria C. L. Gonçalves www.sbem.org.br [email protected] Departamentos Científicos - 2011/2012 Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Adrenal e Hipertensão Diabetes Mellitus Representante Presidente Milena Caldato Tv. Nove de Janeiro, 456, Umarizal 66000-000 – Belém, PA Fone: (91) 3246-3939 [email protected] Saulo Cavalcanti da Silva Vice-Presidente Luiz Alberto Andreotti Turatti Secretário Antônio Carlos Pires TesoureiroIvan dos Santos Ferraz Diretores Adriana Costa e Forti Rodrigo Nunes Lamounier Balduino Tschiedel Suplentes Sérgio Atala Dib Hermelinda Pedrosa Rua Tomé de Souza, 830, 10o andar, cj. 1005, Savassi 30140-131 – Belo Horizonte, MG Fone: (31) 3261-2927 www.diabetes.org.br [email protected] Dislipidemia e Aterosclerose Endocrinologia Básica Presidente Maria Teresa Zanella Presidente Maria Tereza Nunes Vice-Presidente Fernando Flexa Ribeiro Filho Vice-Presidente Magnus R. Dias da Silva Secretária Gláucia Carneiro SecretáriaTânia Maria Ortiga Carvalho Tesoureira Lydia Mariosa Diretores Celso Rodrigues Franci Diretores Sandra Roberta Vivolo Doris Rosenthal Fernando Giuffrida Adelina Reis Rodrigo Moreira Suplentes Catarina Segreti Porto Ubiratan Fabres Machado Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Rua Leandro Dupret, 365, Vila Clementino 04025-011 – São Paulo, SP Fone: (11) 5904-0400/Fax: (11) 5904-0401 [email protected] Alameda dos Anapurus, ap. 21 04087-022 – São Paulo, SP Fones: (11) 3091-7431/30917645 www.fisio.icb.usp.br [email protected] Departamentos Científicos - 2011/2012 Endocrinologia Feminina e Andrologia Endocrinologia Pediátrica Presidente Alexandre Hohl Vice-Presidente Paulo César Alves da Silva Vice-Presidente Ricardo M. R. Meirelles Diretores Aline Mota da Rocha Presidente Angela Maria Spinola-Castro Diretores Amanda Valéria Luna de Athayde Carlos Alberto Longui Carmen Regina Leal de Assumpção Julienne Ângela Ramires de Carvalho Dolores Perovano Pardini Maria Alice Neves Bordallo Poli Mara Spritzer Marília Martins Guimarães Ruth Clapauch Suplentes Claudia Braga Abadesso Cardoso Maria Tereza Matias Baptista Rodovia SC 401, Km 4, nº 3854 88032-005 – Florianópolis, SC Fone: (48) 3231-0336 www.feminina.org.br • www.andrologia.org.br [email protected] Rua Pedro de Toledo, 980, cj. 52, Vila Clementino 04039-002 – São Paulo, SP Fone: (11) 5579-9409/8259-8277 [email protected]/[email protected] Metabolismo Ósseo e Mineral Neuroendocrinologia Presidente João Lindolfo C. Borges Presidente Vice-Presidente Victória Zeghbi Cochenski Borba Vice-Presidente Antônio Ribeiro de Oliveira Junior Diretores Cynthia Maria Alvares Brandão Diretores César L. Boguszewski Luiz Claudio G. de Castro Lucio Vilar Luiz Henrique de Gregório Luiz Antônio de Araújo Luiz Henrique Maciel Griz Mônica Gadelha Av. Angélica, 1757, cj. 103, Higienópolis 01227-200 – São Paulo. SP Fones: (11) 3822-1965/3826-4677 [email protected] www.sobemom.org.br Obesidade Manuel dos Santos Faria Luciana Ansanelli Naves Suplentes Marcello Delano Bronstein Leonardo Vieira Neto Av. Colares Moreira, 555 65075-441 – São Luis, MA Fone: (98) 3217-4410 [email protected] Tireoide Presidente Rosana Radominski PresidenteLaura Sterian Ward Vice-Presidente Leila Araujo Vice-Presidente Carmen Cabanelas Pazos de Moura Primeiro Secretário Alexandre Koglin Benchimol Secretária Gisah Amaral de Carvalho Segunda Secretária Mônica Beyruti Diretores Cleber Pinto Camacho Tesoureira Cláudia Cozer Vânia Maria Corrêa da Costa Representantes da SBEM Josivan Gomes de Lima Rosalinda Camargo Marcio Mancini José Augusto Sgarbi Suplentes Ana Luiza Silva Maia Célia Regina Nogueira Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade Rua Mato Grosso, 306, cj. 1711 01239-040 – São Paulo, SP Fone: (11) 3079-2298/Fax: (11) 3079-1732 www.abeso.org.br [email protected] Rua Botucatu, 572, cj. 81, Vila Clementino 04023-061 – São Paulo, SP Fone/Fax: (11) 5575-0311 www.tireoide.org.br [email protected] Comissões Permanentes - 2011/2012 Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Acompanhamento do Planejamento Estratégico Internacional Presidente César Boguszewski Presidente Airton Golbert [email protected] Membros Ricardo M. R. Meirelles, Ruy Lyra, Marisa Coral, Valéria Guimarães [email protected] Membros Valéria Guimarães, Thomaz Cruz, Amélio F. Godoy Matos, Marcelo Bronstein Campanhas em Endocrinologia Presidente Adriana Costa e Forti [email protected] Membros Luiz Antônio Araújo, Vívian Ellinger Científica NORMAS, QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO Presidente Ronaldo Neves [email protected] Vice-Presidente Eduardo Dias Membros Diana Viegas, Mauro A. Czepielewski, Nilza Torres Presidente Marise Lazaretti-Castro [email protected] Membros Presidentes Regionais, Presidentes dos Departamentos Científicos Indicados pelas Diretorias Ruy Lyra, Doris Rosenthal, Pedro Wesley, Marcello Bertolucci [email protected] Comunicação Social PESQUISAS Presidente Ricardo M. R. Meirelles [email protected] Editor ABEM Sérgio Atala Dib Membros Marisa Helena César Coral, Rosalvo Reis, Severino Farias Educação Médica Continuada Presidente Dalisbor Marcelo W. Silva [email protected] Membros Laura Sterian Ward, Luiz Susin, Ruth Clapauch Estatutos, Regimentos e Normas Presidente Airton Golber [email protected] Membros Gustavo Caldas, Ronaldo Neves, Alexandre Hohl, Representante da Diretoria Nacional Eduardo Pimentel Ética e Defesa Profissional Paritária – CAAEP Presidente Angela Maria Spinola-Castro MembrosOsmar Monte, Maria Alice Neves Bordallo, Gil Guerra Júnior, Luiz Claudio Castro, Durval Damiani Presidente Freddy Eliaschewitz [email protected] Membros Antônio Roberto Chacra, Luiz Augusto Russo Projeto Diretrizes Coordenador Luiz Claudio Castro [email protected] Adrenal e Hipertensão Milena Caldato Dislipidemia e Aterosclerose Maria Tereza Zanella Diabetes Mellitus Saulo Cavalcanti da Silva Endocrinologia Básica Maria Tereza Nunes Endocrinologia Feminina e Andrologia Alexandre Hohl Endocrinologia Pediátrica Angela Maria Spinola-Castro Metabolismo Ósseo e Mineral João Lindolfo C. Borges Neuroendocrinologia Manuel dos Santos Faria Obesidade Rosana Radominski Tireoide Laura Sterian Ward Título de Especialista em Endocrinologia e Metabologia Corregedor João Modesto [email protected] Vice-CorregedorItairan de Silva Terres 1º vogalTeiichi Oikawa 2º vogal Ney Cavalcanti 3º vogal Victor Gervásio e Silva 4º vogal Neuton Dornellas 5º vogal Maite Chimeno [email protected] História da Endocrinologia Valorização de Novas Lideranças Presidente Luiz César Povoa [email protected] Membros Adriana Costa e Forti, Thomaz Cruz Presidente Presidente: Francisco Bandeira Vice-Presidente: Osmar Monte Membros: Adelaide Rodrigues, César Boguszewski, Lucio Vilar, Marisa Helena César Coral, Marilia Guimarães André Gustavo P. de Sousa [email protected] Vice-Presidente Fernando Ghershman Sociedades e Associações Brasileiras na Área de Endocrinologia e Metabologia SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes Diretoria Nacional da SBD (2012/2013) Presidente Vice-Presidentes 1o Secretário 2a Secretária 1o Tesoureiro 2o Tesoureiro Conselho Fiscal Balduino Tschiedel Hermelinda Cordeiro Pedrosa Lenita Zajdenverg Levimar Rocha Araújo Luiz Alberto Andreotti Turatti Reine Marie Chaves Fonseca Domingos Augusto Malerbi Cristina Figueiredo Sampaio Façanha Antonio Carlos Lerário João Eduardo Nunes Salles Geísa Maria Campos de Macedo Luiz Antonio de Araujo Marcos Cauduro Troian Silmara Oliveira Leite Rua Afonso Brás, 579, cj. 72/74 04511-011– São Paulo, SP Fone/Fax: (11) 3842-4931 [email protected] www.diabetes.org.br Secretária Executiva: Kariane Krinas Davison Gerente Administrativa: Anna Maria Ferreira ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica Diretoria Nacional da ABESO (2010-2012) Presidente Vice-Presidente 1o Secretário Geral 2a Secretária Geral Tesoureira Rosana Radominski Leila Araujo Alexandre Koglin Benchimol Mônica Beyruti Cláudia Cozer Rua Mato Grosso, 306, cj. 1711 01239-040 – São Paulo, SP Fone: (11) 3079-2298/Fax: (11) 3079-1732 Secretária: Luciana Bastos [email protected] www.abeso.org.br SOBEMOM – Sociedade Brasileira de Estudos do Metabolismo Ósseo e Mineral Diretoria Nacional da SOBEMOM (2011-2013) Presidente Vice-Presidente Secretária Geral 2o Secretário Tesoureiro Geral 2a Tesoureira Conselho Fiscal João Lindolfo C. Borges Victória Zeghbi Cochenski Borba Cynthia Maria Alvares Brandão Nilson Roberto de Melo Luiz Claudio Gonçalves de Castro Ana Patricia de Paula Marise Lazaretti-Castro, Dalisbor Macerlo Weber Silva, Francisco Alfredo Bandeira e Farias Av. Angélica, 1757, cj. 103, Higienópolis 01227-200 – São Paulo. SP Fones: (11) 3822-1965/3826-4677 [email protected] www.sobemom.org.br Organização Apoio Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica Agradecimentos AstraZeneca Boehringer Ingelheim Medtronic Comercial Ltda. Novartis Novo Nordisk Promed Sanofi-Aventis Servier Tv Med Secretaria Eventus Planejamento e Organização www.eventus.com.br (11) 3361-3056 COMISSÃO EXECUTIVA/ORGANIZADORA Milton Cesar Foss (FMRP-USP) Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP) Patricia Moreira Gomes (FMRP-USP) Luiz Carlos C. Navegantes (FMRP-USP) João Eduardo Nunes Salles (FM-Santa Casa SP) COMISSÃO CIENTÍFICA André Fernandes Reis (EPM-Unifesp) Angelo R. Carpinelli (ICB-USP) Antônio Carlos Boschero (IB-Unicamp) Antônio Carlos Lerario (InCor-FMUSP) Antonio Carlos Pires (FAMERP) Carla Roberta de Oliveira Carvalho (ICB-USP) Daniel Giannella Neto (FM-USP) Isis do Carmo Kettelhut (FMRP-USP) João Eduardo Nunes Salles (FM-Santa Casa SP) João Roberto de Sá (EPM-Unifesp) José Barreto Campello Carvalheira (FCM-Unicamp) Laércio Joel Franco (FMRP-USP) Lício A. Velloso (FCM-Unicamp) Luiz Carlos C. Navegantes (FMRP-USP) Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP) Maria Lucia C. Correa Giannella (FM-USP) Mario José Abdalla Saad (FCM-Unicamp) Milton Cesar Foss (FMRP-USP) Regina Célia Mello Santiago Moisés (EPM-Unifesp) Sandra Roberta G. Ferreira Vivolo (FSP-USP) Sergio Atala Dib (EPM-Unifesp) Silvana A. Bordin (ICB-USP) Ubiratan Fabres Machado (ICB-USP) Prezados Colegas, Gostaríamos de dar-lhes as boas-vindas ao 10º Congresso Paulista de Diabetes e Metabolismo, desejando a todos os participantes uma ótima estadia em Ribeirão Preto e excelente aproveitamento de todas as nossas atividades. A Comissão Executiva e Científica empenhou-se em organizar uma programação de alto nível médico-científico, procurando dar maior ênfase na discussão de estudos e projetos que vêm sendo desenvolvidos nos vários grupos de pesquisa do Estado de São Paulo, como também no aprofundamento do debate de temas clínicos de diabetes e metabolismo, de grande interesse na prática profissional. A sua participação ativa é muito importante para tornar essa troca de ideias, dados e experiência mais proveitosa para todos. Como se observa no programa a seguir, teremos uma ampla abordagem em mecanismos celulares da sinalização da insulina e suas alterações, a inflamação no diabetes e obesidade, o estresse oxidativo e do retículo endoplasmático, a disfunção da célula beta, avanços clínicos e terapêuticos para o diabetes e suas complicações agudas e de longo prazo. Sejam bem-vindos! Milton Cesar Foss Comissão Executiva/Científica programação científica programação científica programação científica 17 de maio – quinta-feira Curso – Atualização Clínica em Diabetes Coordenação-Geral: Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP) e João Eduardo N. Salles (FCM – Santa Casa/SP) 08:20-10:00 h Módulo I (Auditório Topázio) Coordenadores: Ana Teresa Santomauro (FMABC) e Luiz Eduardo Calliari (FCM – Santa Casa) 08:20-08:40 h Novos recursos no diagnóstico do diabetes mellitus Patricia Moreira Gomes (FMRP-USP) 08:40-09:00 h Manejo terapêutico da síndrome metabólica Vivian Suen (FMRP-USP) 09:00-09:20 h Controle glicêmico, memória metabólica e complicações crônicas do diabetes Marcia Nery (HC-FMUSP) 09:20-09:40 h MANEJO TERAPÊUTICO DO DIABETES GESTACIONAL Carlos A. Gegrato (Bauru-SP) 09:40-10:00 h Discussão 10:00-10:30 h Intervalo 10:30-12:10 h Módulo II (Auditório Topázio) Coordenadores: Rafael Liberatore (FMRP-USP) e Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP) 10:30-10:50 h Avaliação crítica das novas drogas secretagogas no tratamento do diabetes mellitus Renan M. Montenegro Junior (UFC) 10:50-11:10 h Como tratar a resistência insulínica no paciente diabético Antonio Carlos Pires (FAMERP) 11:10-11:30 h Tratando a variabilidade glicêmica: novas insulinas e avanços tecnológicos Walter Minicucci (Unicamp) 11:30-11:50 h Tratamento intensivo e risco de hipoglicemia Carla Bergamin (Unifesp) 11:50-12:10 h Discussão 13:30-14:00 h Sessão de Abertura (Auditório Rubi) 14:00-14:50 h Conferência I (Auditório Rubi) Coordenador: Milton C. Foss (FMRP-USP) ER stress, beta cell dysfunction and apoptosis Décio L. Eizirik (Bruxelas – Bélgica) Palestras I e Ii 14:50-15:20 h Palestra I (Auditório Topázio) Coordenadores: Isis do Carmo Kettelhut (FMRP-USP) e Walter Minicucci (Unicamp) O hipotálamo no centro de uma conspiração que envolve aumento da adiposidade, produção hepática de glicose e distúrbio da secreção de insulina Lício A. Velloso (Unicamp) 14:50-15:20 h Palestra II (Auditório Rubi) Coordenadores: Patricia Moreira Gomes (FMRP-USP) e Milton C. Foss (FMRP-USP) Atividade antitumoral da metformina: novas perspectivas para uma velha droga José Barreto C. Carvalheira (Unicamp) 15:20-15:30 h Intervalo programação científica Painéis de Pesquisa I e II 15:30-16:30 h Painel de Pesquisa I (Auditório Topázio) Coordenadores: Sandra R. G. F. Vívolo (FSP-USP) e Daniel Giannella Neto (FM-USP) 15:30-15:45 h PP.01 – ANÁLISE DO PERFIL METABÓLICO E GENÉTICO NA POPULAÇÃO INDÍGENA XAVANTE Kuhn PC1, Vieira Filho JPB1, Dal Fabbro AL2, Franco L1, Franco LJ2, Moises RS1 1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Disciplina de Endocrinologia. 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) 15:45-16:00 h PP.02 – APTIDÃO FÍSICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM PACIENTES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR TIPO DUNNIGAN Monteiro LZ1, Coeli FB, Foss-Freitas MC1, Castro M1, Montenegro Júnior RM2, Foss MC1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). 2 Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) 1 16:00-16:15 h PP.03 – ANTIOXIDANT, ANTI-INFLAMMATORY AND PROLIFERATIVE EFFECTS OF PHENOLIC EXTRACTS FROM BRAZILIAN FRUITS: BIOLOGICAL ACTIVITY IN PANCREATIC BETA CELL AND MACROPHAGE Lellis-Santos C1, Gonçalves AESS2, Santos LRB, Garofolo IC3, Domiciano M, Gorjão R4, Festuccia WT, Genovese MI2, Lajolo FM2, Bordin S1, Curi R1 1 University of São Paulo (USP), Institute of Biomedical Sciences. 2 USP, Faculty of Pharmaceutical Sciences. 3 Federal University of São Paulo (Unifesp), Campus Diadema. 4 Cruzeiro do Sul University – Institute of Physical Activity Sciences and Sports 16:15-16:30 h PP.04 – ADVANCED GLYCATED ALBUMIN PRIMES MACROPHAGES FOR AN INFLAMMATORY RESPONSE INDUCED BY S100B OR LPS AND DISRUPT CHOLESTEROL EFFLUX AND HDL ANTI-INFLAMMATORY ACTIVITY Okuda LS1, Castilho G1, Rocco DDFM1, Nakandakare ER1, Catanozi S1, Passarelli M1 University of São Paulo Medical School – Lipids Laboratory (LIM10) 1 15:30-16:30 h Painel de Pesquisa II (Auditório Rubi) Coordenadores: Carla R. O. Carvalho (ICB-USP) e Lício A. Velloso (Unicamp) 15:30-15:45 h PP.05 – UMA ABORDAGEM DIETÉTICA MAIS PROMISSORA PARA REDUZIR O RISCO CARDIOMETABÓLICO: LIÇÕES DE UM PROGRAMA DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE Barros CR1, Curti MLR1, Pires MM1, Folchetti LD1, Cezaretto A1, Siqueira-Catania A1, Ferreira SRG1 Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) – Nutrição 1 15:45-16:00 h PP.06 – MODULAÇÃO ANÔMALA DA AUTOFAGIA NO TECIDO ADIPOSO DE PACIENTES OBESOS Araújo E1 1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/ Unicamp) – Enfermagem 16:00-16:15 h PP.07 – VITAMIN D3 ASSOCIATED TO INSULIN THERAPY WAS RELATED TO PROTECTIVE IMMUNOLOGIC PROFILE AND SLOW DECLINE OF RESIDUAL β-CELL FUNCTION IN NEW-ONSET TYPE 1 DIABETES Gabbay M1, Sato MN2, Duarte AJS2, Dib AS2 1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Centro de Diabetes. 2 Universidade de São Paulo (USP) – LIM56-Laboratory de Imunologia 16:15-16:30 h PP.08 – A ATIVIDADE DA GLICEROQUINASE INTERFERE NA MEDIDA DA ATIVIDADE LIPOLÍTICA DO TECIDO ADIPOSO BRANCO Rossi-Valentim R1, Frasson D2, Garófalo MA1, Navegantes LCC1, Kettelhut IC2 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Departamentos de Fisiologia. 2 FMRP-USP – Departamento de Bioquímica e Imunologia 16:30-17:00 hIntervalo (café) Simpósios I e II 17:00-18:40 h Simpósio I (Auditório Topázio) Coordenadores: Maria Lúcia C. Giannella (FMUSP) e João Eduardo N. Salles (FCM – Santa Casa/SP) 17:00-17:20 h ENVOLVIMENTO DOS SENSORES DE NUTRIENTES mTOR e PPARγ NO CONTROLE DA HOMEOSTASE DA GLICOSE William T. Festucia (ICB-USP) 17:20-7:40 hIMPLICAÇÕES DA FISIOPATOLOGIA DO DIABETES DO IDOSO NO TRATAMENTO João Eduardo N. Salles (FCM – Santa Casa/SP) 17:40-18:00 h CONTROLE HIPOTALÂMICO NA INGESTÃO ALIMENTAR: NOVAS PROTEÍNAS NO CIRCUITO Patrícia Oliveira Prada (Unicamp) 18:00-18:20 hDIETA HIPERLIPÍDICA E CONTROLE CENTRAL DA INGESTÃO ALIMENTAR Eliane B. Ribeiro (Unifesp) 18:20-18:40 h Discussão programação científica 17:00-18:40 h Simpósio II (Auditório Rubi) Coordenadores: Maria Elizabeth Rossi Silva (FMUSP) e João Roberto Sá (Unifesp) 17:00-17:20 h NOVOS MECANISMOS MOLECULARES DE AÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE O TECIDO HEPÁTICO PARA O CONTROLE GLICÊMICO José Rodrigo Pauli (Unicamp) 17:20-17:40 h SAOS E RESISTÊNCIA À INSULINA Maria Teresa Zanella (Unifesp) 17:40-18:00 h INVESTIGAÇÃO DA DOENÇA CORONARIANA NO DM2 ASSINTOMÁTICO Roberto Betti (FMUSP) 18:00-18:20 h PAPEL DA 11-BETA H - D1 NA OBESIDADE E RESISTÊNCIA À INSULINA: CUSHING INTRACELULAR? Rosana Tieko Mori (ICB-USP) 18:20-18:40 h Discussão programação científica 18/maio – sexta-feira 08:10-08:40 h Palestras III e IV Palestras III e IV Palestra III (Auditório Topázio) Coordenadores: Maria Teresa P. Torquato (MED-Fed. São Carlos) e André Reis (Unifesp) COMO O SISTEMA NERVOSO CONTROLA O METABOLISMO PROTEICO DURANTE O JEJUM Luiz Carlos Navegantes (FMRP-USP) 08:10-8:40 h Palestra IV (Auditório Rubi) Coordenadores: Regina S. Moisés (Unifesp) e Ubiratan F. Machado (ICB-USP) 08:10-08:40 h ESTRESSE DO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO NA RESISTÊNCIA À INSULINA Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP) 08:40-08:50 h Intervalo Painéis de Pesquisa III e IV 08:50-09:50 h Painel de Pesquisa III (Auditório Topázio) Coordenadores: Isis do Carmo Kettelhut (FMRP-USP) e Antonio Carlos Lerário (HC-FMUSP) 08:50-09:05 h – PP.09 – TENDÊNCIAS DA PRESENÇA DE DIABETES NOS PARTOS HOSPITALARES DE MULHERES RESIDENTES EM RIBEIRÃO PRETO-SP, NO PERÍODO DE 1998-2007 Teixeira CRS1, Franco LF2, Monteiro RA2, Souza FG2 Universidade de São Paulo (USP) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) 1 09:05-09:20 h PP.10 – A SINVASTATINA REDUZ A SECREÇÃO DE INSULINA ESTIMULADA POR GLICOSE EM CÉLULAS INS-1E POR DIMINUIR A PRENILAÇÃO DE PROTEÍNAS E O CONTEÚDO INTRACELULAR DE COLESTEROL Zúñiga JP1, Rebelato E1, Abdulkader F1 Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica – Instituto de Ciências Biomédicas 1 09:20-09:35 h PP.11 – RESPOSTA AO USO DE GLP-1 MIMÉTICO EM CARREADORES DE POLIMORFISMOS NO TCF7L2 Ferreira MC1,2, Fukui RT2, Arruda-Marques MC2, Correia MR2, Silva MER2, Rocha DM2, Santos RF2 1 Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECO) – Disciplina de Endocrinologia. 2 Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de Carboidratos e Radioimunoensaio (LIM 18) 09:35-09:50 h PP.12 – OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA INDUZ INFLAMAÇÃO E PROMOVE CÂNCER PROSTÁTICO Rocha GZ1, Dias MM1, Ropelle ER1, Caralheira JBC1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Clínica Médica 1 08:50-09:50 h Painel de pesquisa IV (Auditório Rubi) Coordenadores: Silvana A. Bordin (ICB-USP) e Sergio A. Dib (Unifesp) 08:00-09:05 h PP.13 – ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS INTERVENÇÕES PARA PREVENÇÃO DO DIABETES: RISCOS E BENEFÍCIOS EXTRAMETABÓLICOS Cezaretto A1, Barros CR2, Siqueira-Catania A2, Ferreira SRG2 1 Universidade de São Paulo (USP). 2 Faculdade de Saúde Pública, USP – Departamento de Nutrição 09:05-09:20 h PP.14 – O FATOR CILIAR NEUROTRÓFICO (CNTF) PROTEGE CAMUNDONGOS CONTRA O DIABETES TIPO 1 POR MEIO DA EXPRESSÃO DE SOCS3: O PAPEL DA RAZÃO STAT1/STAT3 NA MORTE DE CÉLULAS BETA Rezende LF1, Santos GJ1, Carneiro EM1, Boschero AC1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Biologia Estrutural e Funcional 09:20-09:35 h PP.15 – DHEA INDUZ AUMENTO DA SECREÇÃO DE INSULINA EM ILHOTAS DE RATOS ENVELHECIDOS POR MEIO DO AUMENTO DA OXIDAÇÃO DE SUBSTRATOS E REDUÇÃO DA TAXA APOPTÓTICA Almeida FN1, Veras KM1, Camporez JP1, Ribeiro L1, Carvalho CRO1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica 09:35-09:50 h PP.16 – PERFIL DE EXPRESSÃO E REDES GÊNICAS DE CÉLULAS TCD4+, TCD8+ E CD14+ EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 RECÉM-DIAGNOSTICADOS É INFLUENCIADO POR ALELOS MHC CLASSE II DE SUSCETIBILIDADE OU PROTEÇÃO Rassi DM1, Feijó AE2, Brum DG3, Foss-Freitas MC1, Foss MC1, Sakamoto-Hojo4, Passos GAS5, Donadi EA6 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 FMRP – Genética. 3 FMRP-USP – Neurociências e Ciências do Comportamento. 4 Faculdade de Genética – Faculdade de Genética. 5 USP – Genética. 6 FMRP-USP 1 programação científica 09:50-10:20 h Intervalo (café) Simpósios III e IV 10:20-12:00 h Simpósio III (Auditório Topázio) Coordenadores: Margaret de Castro (FMRP-USP) e Renan M. Montenegro Jr. (UFC) 10:20-10:40 h MECANISMOS INFLAMATÓRIOS NA RESISTÊNCIA À INSULINA: PAPEL DO NF-κB NA REGULAÇÃO DO GENE Slc2a4 Daniela T. Furuya (ICB-USP) 10:40-11:00 h CONTROLE GLICÊMICO NAS DIFERENTES FASES DA DOENÇA RENAL CRÔNICA DIABÉTICA João Roberto Sá (Unifesp) 11:00-11:20 h EXPRESSÃO DA ENZIMA CATALASE E FUNÇÃO MITOCONDRIAL EM CÉLULAS MUSCULARES RESISTENTES À INSULINA Leonardo Reis Silveira (EEFERP e FMRP-USP) 11:20-11:40 h EXERCÍCIO FÍSICO, ENVELHECIMENTO E RESISTÊNCIA À INSULINA: UMA VELHA TERAPIA SOB NOVA PERSPECTIVA Eduardo Rochete Ropelle (Unicamp) 11:40-12:00 h Discussão 10:20-12:00 h Simpósio IV (Auditório Rubi) Coordenadores: Maria Teresa Zanella (Unifesp) e Antonio Carlos Pires (FAMERP) 10:20-10:40 h REGULAÇÃO DIFERENCIAL DA ATIVAÇÃO DE NF-kB PELAS CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS IL-1b e TNF-α EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS Fernanda Ortis (Unicamp) 10:40-11:00 h ASPECTOS ATUAIS DO TRANSPORTE REVERSO DE COLESTEROL E RISCO CARDIOVASCULAR NO DIABETES Marisa Passarelli (HC-FMUSP) 11:00-11:20 hVISITANDO OS FATORES DE RISCO DA DOENÇA CARDIOVASCULAR NO DIABETES MELLITUS TIPO 2 André Reis (Unifesp) 11:20-11:40 h PAPEL DOS HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS NA HOMEOSTASE ENERGÉTICA DO ORGANISMO Lucila L. K. Elias (FMRP-USP) 11:40-12:00 h Discussão 12:00-13:00 hIntervalo (almoço) Encontros com o Professor 13:00-13:50 h Encontros com Professor I (Auditório Topázio) Coordenadores: Marcia Nery (HC-FMUSP) e Carlos A. Negrato (Bauru) 13:00-13:25 h ANÁLISE CRÍTICA DOS ALGORITMOS DE TRATAMENTO DE DIABETES Prof. Bernardo L. Wajchenberg (InCor-FMUSP) 13:25-13:50 h HIPOGLICEMIA E SEU IMPACTO NO RISCO CARDIOVASCULAR Prof. Marcos Tambascia (Unicamp) 13:00-13:50 h Encontros com Professor II (Auditório Rubi) Coordenadores: Glória M. G. F. Pacolla (FM-Barão Mauá) e Domingos Malerbi (SP) 13:00-13:25 h CONTROLE METABÓLICO DO DIABETES NO BRASIL Prof. Antonio R. Chacra (Unifesp) 13:25-13:50 h OPÇÕES TERAPÊUTICAS PARA O DIABETES MELLITUS TIPO 2 Prof. Antonio Carlos Pires (FAMERP) programação científica Palestras V e VI 14:00-15:00 h Palestras V (Auditório Topázio) Coordenadores: Patricia O. Prada (Unicamp) e Luiz Carlos Navegantes (FMRP-USP) 14:00-14:30 h LIÇÕES DO DIABETES NEONATAL COMO MODELO DE DIABETES MONOGÊNICO Regina S. Moisés (Unifesp) 14:30-15:00 h PRODUÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO DURANTE O PROCESSO DE SECREÇÃO DE INSULINA Angelo R. Carpinelli (ICB-USP) 14:00-15:00 h Palestras VI (Auditório Rubi) Coordenadores: Maria Tereza Nunes (ICB-USP) e Luiz Carlos Fernandes Reis (SP) 14:00-14:30 hÉ POSSÍVEL IMPLANTAR PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE DIABETES NA POPULAÇÃO BRASILEIRA Sandra R. G. F. Vívolo (FSP-USP) 14:30-15:00 hGLUT2 NA FISIOPATOLOGIA HEPÁTICA E RENAL DO DIABETES MELLITUS Ubiratan Fabres Machado (ICB-USP) 15:00-15:10 h Intervalo Painéis de Pesquisa V e VI 15:10-16:10 h Painel de pesquisa V (Auditório Topázio) Coordenadores: Fernanda Ortis (Unicamp) e Eliane B. Ribeiro (Unifesp) 15:10-15:25 h PP.17 EFEITO DA METFORMINA SOBRE O DESENVOLVIMENTO TUMORAL NA OBESIDADE (IN VIVO) E EM CÉLULAS DO CÂNCER DE MAMA MCF-7 (IN VITRO) Fonseca EAI1, Oliveira MA1, Dos Santos RA1, Akamine EH1, Carvalho MHC1, Barbosa AM2, Dekker RFH2, Khaper N3, Fortes ZB1 Departamento de Farmacologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo (USP). 2 Biorefining Research Institute, Lakehead University, Thunder Bay, ON, Canada. 3Northern Ontario School of Medicine, Lakehead University, Thunder Bay, ON, Canada 1 15:25-15:40 h PP.18 – MATERNAL HDL CHOLESTEROL IS RELATED TO OFFSPRING HDL CHOLESTEROL THAT IS A MARKER TO PRECOCIOUS INCREASE IN CAROTID INTIMA-MEDIA THICKNESS IN TYPE 1 DIABETES Stela Pinto C1 Universidade de São Paulo (USP) 1 15:40-15:55 h PP.19 – A ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO C75, UM INIBIDOR DA ÁCIDO GRAXO SINTASE, PROMOVE ATIVAÇÃO DA TERMOGÊNESE FACULTATIVA DO TECIDO ADIPOSO MARROM Cassolla P1, Garófalo MAR1, Kettelhut IC2, Navegantes LCC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Fisiologia. 2 FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia 15:55-16:10 h PP.20 – PHYSICAL EXERCISE IMPROVES INFILTRATION AND POLARIZATION OF MACROPHAGE IN WHITE ADIPOSE TISSUE OF DIET-INDUCED OBESITY RATS Oliveira AG1, Araújo TG1, Rocha GZ1, Guadagnini D1, Bagarolli RA1, Carvalho BM1, Carvalheira JB1, Saad MJ1 1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp) 15:10-16:10 h Painel de pesquisa VI (Auditório Rubi) Coordenadores: Marisa Passarelli (HC-FMUSP) e Francisco José A. Paula (FMRP-USP) 15:10-15:25 h PP.21 – MODULAÇÃO DA FLORA INTESTINAL PROMOVE AUMENTO DA SENSIBILIDADE À INSULINA EM CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERLIPÍDICA Carvalho BM1, Guadagnini D1, Tsukumo DM1, Saad MJ1 1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica 15:25-15:40 h PP.22 – CARBOHYDRATE- AND LIPID- ENRICHED MEALS ACUTELY DISRUPT GLYCEMIC HOMEOSTASIS BY INDUCING TRANSIENT INSULIN RESISTANCE IN RATS Campello RS1, Alves-Wagner ABT1, Abdulkader F1, Mori RCT1, Machado UF1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica 15:40-15:55 h PP.23 – NAMPT/VISFATIN AND ITS ROLE IN DIABETES CARDIOVASCULAR DISEASE Saddi-Rosa P, Oliveira CSV1, Crispim F1, Giufrida FMA1, Velho G2, Reis AF1 1 Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM). 2 INSERM, Research Unit 695 – Paris, France 15:55-16:10 h PP.24 – GLUTHATIONE-ETHYL-ESTER SUPPLEMENTATION DURING PANCREATIC ISLET ISOLATION IMPROVES VIABILITY AND TRANSPLANT OUTCOMES IN A MURINE MARGINAL ISLET MASS MODEL Raposo ASA1, Pawlick R2, Rodrigues E1, Costa F1, Galvao FHF3, Correa-Giannella ML1, Shapiro AMJ2 Universidade de São Paulo (USP) – Laboratório de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM-25). 2 University of Alberta, Edmonton, CA – Alberta Diabetes Institute, 3 Universidade de São Paulo – Unidade de Transplante e Cirurgia de Fígado (LIM37) 1 programação científica 16:10-16:40 h Intervalo (café) Simpósios V e VI 16:40-18:20 h Simpósio V (Auditório Topázio) Coordenadores: Ana Emilia Pace (EERP-USP) e Marcio Alberto Torsoni (Unicamp) 16:40-17:00 hDIABETES HEPATOGÊNICO Daniel Giannella-Neto (HC-FMUSP) 17:00-17:20 h RITMOS CIRCADIANOS E A REGULAÇÃO DO METABOLISMO ENERGÉTICO Silvana A. Bordin (ICB-USP) 17:20-17:40 hO AMBIENTE MATERNO-FETAL E A PROGRAMAÇÃO OBESOGÊNICA Marcio Alberto Torsoni (Unicamp) 17:40-18:00 hDIETA E EXERCÍCIO NAS DOENÇAS METABÓLICAS – EFEITOS HORMONAIS E MOLECULARES Maysa Vieira de Sousa (HC-FMUSP) 18:00-18:20 h Discussão 16:40-18:20 h Simpósio VI (Auditório Rubi) Coordenador: Marcos Tambascia (Unicamp) 16:40-17:00 h SITUAÇÃO DA PESQUISA EM PÉ DIABÉTICO NO BRASIL Candida Parisi (HC-FMUSP) 17:00-17:20 h CIRURGIA METABÓLICA COMO UM MODELO FISIOPATOLÓGICO E DE TRATAMENTO DO DM2 José Carlos Pareja (Unicamp) 17:20-17:40 h METAS DO TRATAMENTO E CUIDADOS ESPECÍFICOS DO PACIENTE DIABÉTICO IDOSO Antonio Carlos Lerário (HC-FMUSP) 17:40-18:00 h PARTICULARIDADES DA DOENÇA CORONARIANA NO DIABETES MELLITUS Domingos A. Malerbi (São Paulo) 18:00-18:20 h Discussão 18:30-21:00 h SESSÃO DE PÔSTERES E COQUETEL PT.01 – PT.152 programação científica 19/maio – Sábado 08:00-9:00 h Conferência II (Auditório Rubi) Coordenador: André Reis (Unifesp) 08:00-8:50 h Rastreamento clínico dos diabetes monogênicos Gilberto Velho (Paris – França) 08:50-09:00 h Evolução da diabetology and metabolic syndrome Daniel Giannella Neto (Editor) 09:00-09:10 h Intervalo Palestras VII e VIII 09:10-09:40 h Palestra VII (Auditório Topázio) Coordenadores: Maria Cristina Foss-Freitas (FMRP-USP) e José A. Sisson de Castro (FM-Barão Mauá) As múltiplas faces da resistência à insulina Mario J. Abdalla Saad (Unicamp) 09:10-09:40 h Palestra VIII (Auditório Rubi) Coordenadores: Regina S. Moisés (Unifesp) e Luiz Carlos Navegantes (FMRP-USP) A influência da obesidade na história natural do DM tipo 1 Sérgio A. Dib (Unifesp) 09:40 – 09:50 h Intervalo Painéis de Pesquisa VII e VIII 09:50-10:35 h Painel de pesquisa VII (Auditório Topázio) Coordenadores: Maria Lucia C. Giannella (HC-FMUSP) e José Barreto C. Carvalheira (Unicamp) 09:50-10:05 h PP.25 – DIABETES LATENTE AUTOIMUNE E DIABETES MELLITUS TIPO 2 DE DIAGNÓSTICO RECENTE NO ADULTO: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS Lana JM1 1 Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) – Endocrinologia 10:05-10:20 h PP.26 – SITAGLIPTIN MORE EFFECTIVELY IMPROVED LEFT VENTRICULAR DIASTOLIC FUNCTION COMPARED WITH BEDTIME NPH INSULIN AS THIRD-LINE AGENT IN T2DM PATIENTS Nogueira KC1, Fukui RT2, Correia MRS2, Rocha DM3, Santos RF4, Furtado M5, Andrade JL5, Silva MER1 1 Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) e LIM 18 – Endocrinologia e Metabologia. 2 FMUSP – Laboratório de Investigação Médica (LIM18). 3 FMUSP – Clínica Médica – Endocrinologia. 4 FMUSP – Endocrinologia e Metabologia. 5 HC-FMUSP – Serviço de Ecocardiografia do InRad 10:20-10:35 h PP.27 – A IMPORTÂNCIA DO METABOLISMO DA GLICOSE NO CONTROLE DAS ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO EM ILHOTAS PANCREÁTICAS Rebelato E1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica 09:50-10:35 h Painel de pesquisa VIII (Auditório Rubi) Coordenadores: Carla R. O. Carvalho (ICB-USP) e Lício A. Velloso (Unicamp) 09:50-10:05 h PP.28 – PREVALÊNCIA DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) AVALIADA PELA ANGIOTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA MULTISLICE EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2 ASSINTOMÁTICOS Tavares CAF1, Lerario AC1, Rochitte CE1, Wajchenberg BL1 1 Universidade de São Paulo (USP) 10:05-10:20 h PP.29 – PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS, OBESIDADE E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM LUANDA (ANGOLA), ÁFRICA Evaristo Neto ADA1, Foss-Freitas MC1, Foss MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica 10:20-10:35 h PP.30 – COMPARAÇÃO DA VARIABILIDADE GLICÊMICA EM PACIENTES DM1 COM ESQUEMA BASAL-BÓLUS UTILIZANDO INSULINAS HUMANAS OU ANÁLOGAS Merçon FG1, Sepulcre DFN, Vieira EPG2, Kishi KS, Susuki MN, Gusmão RD2, Nakae TK, Scalissi NM1, Salles JEN1 1 Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) – Disciplina de Endocrinologia. 2 FCMSCSP – Disciplina de Endocrinologia programação científica 10:35-11:00 h Intervalo (café) Simpósios VII e VIII 11:00-12:40 hSimpósio VII (Auditório Topázio) Coordenadores: Candida Parisi (HC-FMUSP) e Mario J. A. Saad (Unicamp) 11:00-11:20 h A HbA1c no diagnóstico de diabetes mellitus Laércio J. Franco (FMRP-USP) 11:20-11:40 h Hormônio tireoidiano: um importante coadjuvante no controle da homeostase glicêmica Maria Tereza Nunes (ICB-USP) 11:40-12:00 h Atualização do diagnóstico do diabetes gestacional Carlos A. Negrato (Bauru-SP) 12:00-12:20 h Imunoterapia/célula-tronco no diabetes mellitus do tipo 1 (FMRP-USP) Julio Cesar Voltarelli (FMRP-USP) 12:20-12:40 h Discussão 11:00-12:20 h Simpósio VIII (Auditório Rubi) Coordenadores: Silvana A. Bordin (ICB-USP) e Sérgio A. Dib (Unifesp) 11:00-11:20 h Doença óssea metabólica e diabetes Francisco José A. de Paula (FMRP-USP) 11:20-11:40 h Papel da via da akt e pka na resposta antiatrófica dos beta-2 agonistas em músculos desnervados Dawit Albieiro Pinheiro Gonçalves (FMRP-USP) 11:40-12:00 h Fisiopatologia das complicações crônicas do diabetes: da hiperglicemia à epigenética Maria Lucia C. Giannella (HC-FMUSP) 12:00-12:20 h Neuropatia autonômica cardiovascular: diagnóstico precoce e implicações no prognóstico Luiz Clemente de Souza Pereira Rolim (Unifesp) 12:20-12:40 h Discussão Curso de Orientação Prática a Pacientes Coordenadoras: Patricia Moreira Gomes (FMRP-USP) e Ana Emilia Pace (EERP-USP) 14:00-15:30 h Palestras I (Auditório Topázio) 14:00-14:20 h Importância do bom controle do diabetes. Orientação médica geral Patrícia Moreira Gomes (FMRP-USP) 14:20-14:40 h Diabetes/Hipertensão – Orientação Nutricional Anderson Marliere Navarro (FMRP-USP) 14:40-15:00 h A importância da atividade física/Exercício Luciana Zaranza Monteiro (FMRP-USP) 15:00-15:30 hIntervalo 15:30-17:00 h Palestras II (Auditório Topázio) – A Importância da medicação correta: 15:30-15:50 h Diabetes – Cuidados com os pés Ana Emília Pace (EERP-USP) 15:50-16:10 h Automonitorização da glicemia Maria Lúcia Zanetti (EERP-USP) 16:10-16:30 h Aplicação de insulina Carla Regina de S. Teixeira (EERP-USP) 16:30-16:50 h Sistema de dispensação de medicamentos e insumos para o tratamento do diabetes Graziela Coelho Amato Spadão (Ribeirão Preto) Resumo de palestras Resumo de palestras programação científica resumo de palestras ER STRESS, BETA CELL DYSFUNCTION AND APOPTOSIS Décio L. Eizirik (Bruxelas – Bélgica) A reduction in beta cell mass, due to increased beta cell apoptosis, is central to the triggering and progression of diabetes. Beta cell dysfunction and death is a rapidly advancing research field, where major findings have taken place in the last few years. We and other groups have published a series of studies characterizing the role of endoplasmic reticulum (ER) stress for beta cell death in animal models of diabetes and in histological material obtained from individuals with type 1 and 2 diabetes. The mechanism(s) by which ER stress conveys “death signals” to the mitochondria in beta cells are rather unique, and different pro-inflammatory cytokines and other stress signals activate diverse pro-apoptotic Bcl-2 proteins in the beta cells, indicating context-dependent usage of these proteins. References Eizirik DL, Cardozo AK, Cnop M. The role for endoplasmic reticulum stress in diabetes. Endocrine Rev. 2008;29:42-61. Gurzov EN, Ortis F, Cunha DA, Gosset G, Li M, Cardozo AK, et al. Signalling by IL-1 β + IFN-γ and ER stress converge on DP5/Hrk activation: a novel mechanism for pancreatic β-cell apoptosis. Cell Death and Differentiation. 2009;16:1539-50. Eizirik DL, Cnop M. ER stress in pancreatic β-cells: the thin red line between adaptation and failure. Sci Signal. 2010;3:pe7. Gurzov EN, Germano CM, Ortis F, Cunha DA, Vanderwinden JM, Marchetti P, et al. p53 up-regulated modulator of apoptosis (PUMA) activation contributes to pancreatic beta cell apoptosis induced by pro-inflammatory cytokines and endoplasmic reticulum stress. J Biol Chem. 2010;285:19910-20. Gurzov EN, Eizirik DL. Bcl-2 proteins: mitochondrial pathways of β-cell death and dysfunction in diabetes. Trends Cell Biol. 2011;21:424-31. Gurzov EN, Barthson J, Mahrfour I, Ortis F, Naamane N, Igoillo-Esteve M, et al. Pancreatic beta cells activate a JunB-ATF3-dependent survival pathway during inflammation. Oncogene. Epub ahead of print Aug 15, 2011, PMID: 21841823. Barthson J, Germano CM, Moore F, Maida A, Drucker DJ, Marchetti P, et al. Tumor necrosis factor-alpha and interferon-gamma induce pancreatic beta cell apoptosis through STAT1-mediated Bim activation. J Biol Chem. 2011;286:39632-43. RASTREAMENTO CLÍNICO DOS DIABETES MONOGÊNICOS Gilberto Velho (Paris – França) The identification of several MODY genes (HNF4A, GCK, HNF1A, HNF1B) and other genes responsible for monogenic forms of diabetes made possible to characterize specific subtypes of familial diabetes. Making a diagnosis of a monogenic diabetes is important for appropriate patient care, as well as being of scientific interest. Patients with different types of monogenic diabetes and patients with type 2 diabetes have different clinical courses, regarding the progression of hyperglycemia, treatment requirements, complication risk and pregnancy outcome. Molecular genetic testing for frequent forms of monogenic diabetes (MODY2/ glucokinase, MODY3/HNF1A, MODY5/HNF1B, MIDD) are now available as a routine diagnostic service in many countries. Most centers use sequencing, which is very accurate but still expensive, and time consuming. Patients should be carefully selected for testing as this can greatly increase the positive detection rate. In this presentation we will discuss the clinical criteria to guide the molecular diagnosis of the most frequent monogenic forms of diabetes. resumo de palestras NOVOS RECURSOS NO DIAGNÓSTICO DO DIABETES MELLITUS Patricia Moreira Gomes (FMRP-USP) A hemoglobina glicada (HbA1c) vem sendo utilizada desde 1958 na avaliação dos pacientes com diabetes. Em 1993, os estudos DCCT e UKPDS mostraram que pacientes com controle intensivo do diabetes e que mantinham HbA1c < 7% tinham menos complicações microvasculares. O processo de glicação de proteínas acontece devido a uma ligação não enzimática e permanente com açúcares redutores. A HbA1c é a única fração que deve ser usada como índice de glicemia média e como medida de risco de complicação crônica. A albumina glicada é um melhor marcador que a HbA1c, pois não é alterada pela sobrevida das hemácias. Sua principal indicação é para os pacientes em hemodiálise, porém ainda sem valores de referência estabelecidos. Recebe interferência nos casos de proteinúria maciça, doença intestinal perdedora de proteína e em pacientes em diálise peritoneal. A frutosamina é outro método de avaliação do controle glicêmico, originada da interação da glicose com a lisina presente na albumina e outras proteínas. Seu principal uso é para situações nas quais o teste da HbA1c apresente algum problema. Também sem estudos mostrando sua relação com complicações crônicas. Os valores de HbA1c refletem a glicemia média estimada nos últimos meses antes da sua avaliação, e 50% do seu valor corresponde ao mês anterior à coleta, 25% ao segundo mês anterior e os demais 25% ao terceiro e quarto meses anteriores. Ela deve ser estimada pelo menos duas vezes ao ano para todos os pacientes e três a quatro vezes para aqueles em que a terapêutica foi modificada. O método utilizado para avaliação da HbA1c é aquele padronizado no DCCT por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE/HPLC). O National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP) realizou a padronização dos testes de HbA1c em relação ao DCCT. A glicemia de jejum é o método preferido para o diagnóstico de diabetes, por ser mais conveniente para os pacientes, ter menor custo, necessitar de menor tempo para análise e ter a melhor reprodutibilidade. A HbA1c pode ser utilizada para o diagnóstico de diabetes? Medidas laboratoriais que demonstrem a exposição crônica à hiperglicemia são um melhor marcador para avaliar a presença e a gravidade da doença. Estudos observacionais demonstraram que HbA1c esteve fortemente correlacionada com a retinopatia, ao contrário da glicemia de jejum. Ela é praticamente estável após coleta, apresenta menor variação intrapessoal (< 2% HbA1c x 12%-15% glicemia de jejum), pode ser avaliada a qualquer hora do dia e é estável à temperatura ambiente. A glicemia de jejum tem grande labilidade após a sua coleta, apresenta 12% de erro diagnóstico e muitos erros pré-analíticos. Valores de HbA1c > 6,5% fazem diagnóstico de diabetes mellitus. As principais limitações para se utilizarem valores de HbA1c como diagnóstico de diabetes são: • Custo: em regiões mais carentes devem-se manter medidas de glicemia, pois são mais baratas; • Padronização dos métodos; • Não deve ser utilizada em mulheres grávidas para diagnóstico; • Hemoglobinopatias; • Condições que alterem o turnover dos glóbulos vermelhos: anemia hemolítica, malária, hemorragias, transfusões; • HbA1c parece se elevar com a idade; • Diabetes tipo 1. Para o diagnóstico de diabetes ainda não existe um teste de laboratório relacionado à hiperglicemia que possa ser considerado “padrão-ouro”, além de estar bem relacionado com as complicações micro e macrovasculares. Exames que avaliam a exposição crônica à glicose são mais informativos da presença do diabetes. A HbA1c permite uma medida confiável da glicemia crônica e está correlacionada com o risco a longo prazo das complicações. Os ensaios de HbA1c têm maiores vantagens e menos interferências de variáveis pré e pós-analíticas. Valores de HbA1c ≥ 6,5% (repetido) fazem diagnóstico de diabetes. Ainda é necessário utilizar os outros critérios diagnósticos na presença de gestação, hemoglobinopatias ou alteração do número das hemácias. resumo de palestras TRATAMENTO INTENSIVO E RISCO DE HIPOGLICEMIAS Carla Bergamin (Unifesp) Tratar a hiperglicemia no paciente diabético com insulina exógena demanda um equilíbrio delicado. Enquanto o tratamento inadequado permite a hiperglicemia crônica, principal responsável pelas complicações microvasculares, o excesso de insulina associada à perda de resposta do glucagon causa hipoglicemia, colocando em risco a vida desses pacientes, além de contribuir para a baixa aderência à terapia. Os estudos clínicos demonstram que a terapia insulínica intensiva busca uma reposição mais fisiológica da insulina basal (para minimizar a variabilidade glicêmica) e a adequada aplicação das insulinas rápidas (de acordo com a ingestão alimentar), esta associada respectivamente a uma melhor glicemia de jejum e glicemia pós-prandial, colaborando para diminuir o risco das complicações vasculares. No entanto, a educação nesse modelo de terapia flexível é imprescindível, já que, como bem ilustra o DCCT nos indivíduos com DM1 e o ACCORD nos indivíduos DM2, a terapia insulínica intensiva está associada a um maior risco de hipoglicemia severa. Desse modo, além de estar atentos a comorbidades que contribuem para aumentar o risco de hipoglicemia, tais como as endocrinopatias ou distúrbios que afetam o clearance da insulina ou a produção de glicose, devemos ensinar aos pacientes a relação entre a insulina e as refeições, o exercício físico, a ingestão de álcool no contexto da rotina do seu dia a dia. Nos últimos anos, foram lançados sistemas de infusão contínua de insulina, que permitem observar a tendência das glicemias ao longo do dia, além de alarmes para hipoglicemia, sendo possível o desligamento automático da infusão de insulina ao atingir determinado nadir glicêmico, predeterminado. A prevenção de hipoglicemia grave, especialmente a noturna e na faixa etária pediátrica, permanece um dos desafios mais importante do tratamento do DM1. A prevenção da hipoglicemia permitirá que mais indivíduos se beneficiem das vantagens da terapia insulínica intensiva. A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA/EXERCÍCIO Luciana Zaranza Monteiro Diabetes mellitus (DM) é a doença crônica que mais mata no mundo. Por ser inicialmente assintomática, é uma inimiga que ataca em silêncio. Da parcela que está ameaçada pelo diabetes, metade não sabe; quando diagnosticada, cerca de 90% das células que produzem insulina (células beta) já estão destruídas, processo esse que pode levar de 4 a 7 anos – por isso, é necessário fazer o exame de glicemia anualmente para verificar se o indivíduo tem diabetes ou possui predisposição para ele. Portanto, a introdução de um programa de atividades físicas no cotidiano do paciente diabético trará melhoras significativas no quadro da doença, pois para os portadores de DM a prática de exercícios é parte fundamental do tratamento, assim como o uso de medicamentos e a dieta alimentar. DIABETES – IMPORTÂNCIA DA MEDICAÇÃO CORRETA: AUTOMONITORIZAÇÃO DA GLICEMIA Maria Lúcia Zanetti No Curso de Orientação Prática ao Paciente no 10º Congresso Paulista de Diabetes e Metabolismo, no dia 19/5/2012, das 14 às 17 horas, propomos o desenvolvimento de uma oficina de trabalho para abordar, com a utilização de estratégias motivadoras, a importância da automonitorização da glicemia capilar, bem como objetivos, indicações, habilidades necessárias para a sua execução, insumos, frequência, construção do perfil glicêmico, metas terapêuticas e interpretação de resultados. resumo de palestras APLICAÇÃO DE INSULINA NO DOMICÍLIO: NOVAS RECOMENDAÇÕES DE INJEÇÕES NO TECIDO SUBCUTÂNEO1 Carla Regina de Souza Teixeira (EERP-USP) Estudos clássicos mostraram que, tanto para o diabetes mellitus tipo 1 (DM1) (DCCT, 1993) quanto para o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) (UKPDS, 1998), o controle metabólico em tratamento intensivo com insulina é capaz de reduzir significativamente o desenvolvimento das complicações microangiopáticas. Atualmente, acreditamos que as recomendações relacionadas à administração de insulina devem constituir componente inevitável no tratamento do DM2 (Nathan et al., 2009). O objetivo da terapêutica com insulina é aproximar ao máximo o paciente da condição anterior ao surgimento do diabetes, ou seja, o perfil fisiológico da secreção pancreática da insulina normal. Dessa forma, múltiplas doses de insulina diárias no tecido subcutâneo são necessárias para otimizar o controle glicêmico, o qual tem sido demonstrado como condição essencial na prevenção das complicações crônicas da doença (DCCT, 1993). Mancini e Medeiros (2003) e Malerbi et al. (2006) relatam que, no Brasil e no mundo, muitos médicos postergam o início da insulinoterapia por falta de conhecimento e dificuldades relacionadas à capacitação e orientação da pessoa com diabetes mellitus. No entanto, para que o controle glicêmico seja efetivo com o tratamento insulinoterápico, é necessário o aprendizado de vários aspectos sobre a administração da insulina exógena, pois sua ação está diretamente relacionada a fatores que envolvem desde sua aquisição até a aplicação (SBD, 2007a), tais como: tipo de insulina, dose, concentração, técnica de mistura de insulinas, local de aplicação e técnica de aplicação (Dittko, 1995). Um dos temas que tem sido muito estudado na literatura é a farmacocinética e a farmacodinâmica das insulinas, principalmente com a introdução dos mais novos análogos de insulina e agentes de GLP-1 (glucagon-like peptide-1). No entanto, sabe-se que a técnica correta de administração do medicamento no subcutâneo é crucial para o controle do diabetes. Na literatura, destaca-se o consenso Third Injection Technique Workshop in Athens (TITAN), produto de uma oficina que foi realizada em Atenas em setembro de 2009, com 127 especialistas de vários países. Após uma revisão abrangente de todas as publicações desde 2000, os especialistas elaboraram novas recomendações sobre as injeções de insulina para os pacientes com diabetes. Cabe lembrar que a primeira oficina em 1997 trouxe como resultado recomendações inovadoras sobre as melhores práticas, tais como a realização da prega cutânea antes de injetar a insulina. Já a segunda oficina foi realizada em Barcelona no ano de 2000, com um formato expandido, incluindo os profissionais enfermeiros e educadores em diabetes. Nessa oficina se disparou o estímulo inicial para a utilização de agulhas com calibre menor para a aplicação dos medicamentos no tecido subcutâneo, prática realizada até os dias de hoje (Frid et al., 2010). Por outro lado, ainda existem várias controvérsias que são discutidas pelos especialistas na prática clínica, tais como a realização da prega cutânea, o rodízio nos locais de aplicação de insulina, a reutilização das seringas e agulhas, o tempo de espera para a retirada da agulha após a aplicação da insulina, o ato de injetar ar dentro do frasco de insulina para facilitar a aspiração dela, até o descarte apropriado das seringas e agulhas. Um dos sérios problemas da insulinoterapia está relacionado à orientação e ao controle do medicamento que é realizado diariamente no domicílio, e em geral por familiares, à inconstância do horário dos medicamentos, à falta de seguimento da prescrição médica e a erros na administração da dose insulínica. Muitas vezes, as pessoas que têm DM possuem a ideia errônea de que o uso da insulina significa a falta de opção de tratamento e atribuem as complicações crônicas da doença aos efeitos colaterais da insulinoterapia, como também possuem medo do uso rotineiro de injeções subcutâneas e têm pouco conhecimento de como aplicar e realizar o armazenamento da insulina (Peres, et al., 2008). No Brasil, os estudos que investigaram as variáveis relacionadas ao uso da insulina demonstraram erros no processo de aplicação de insulina. Dentre eles, a reutilização de seringas descartáveis, o ângulo de aplicação, ausência de rodízio entre as aplicações diárias de insulina, a delimitação da região de aplicação, a temperatura de armazenamento da insulina, entre outros (Bonfin, 1979; Borges et al., 1978; Camata, 2003; Cândido et al., 2002; Castro; Grossi, 2007; Machado; Caron-Ruffino; Pupo, 1986; Mendes, 1975; Souza; Zanetti, 2001a; Stacciarini et al., 2008). Também, outros estudos mostraram que as reações locais cutâneas decorrentes de técnica inadequada de administração de insulina são comuns em pacientes com diabetes mellitus (Camata, 2003; Cândido et al., 2002; Castro; Grossi, 2007; Souza; Zanetti, 2001b), sendo o hematoma a alteração mais frequente no local de aplicação (Camata, 2003; Stacciarini et al., 2008). Conforme as novas recomendações de injetáveis para pacientes com diabetes, é fundamental que a pessoa aprenda a inspecionar seus locais de aplicação de insulina e a reconhecer lipodistrofia. E, quando presentes as áreas de lipodistrofia, os pacientes devem ser orientados a evitar injeções nessas regiões e a não reutilizar seringas e agulhas. Devem realizar o rodízio de local em cada aplicação de medicamentos, podendo utilizar maiores regiões nos locais de aplicação (Frid et al., 2010). Atenta às questões relacionadas ao papel da enfermagem, em particular quanto à orientação do processo de aplicação de insulina pelo enfermeiro, também realizamos o estudo Processo de administração de insulina subcutânea em pacientes diabéticos hospitalizados, com o objetivo de identificar o conhecimento dos profissionais de enfermagem nesse processo. Esse estudo descreveu o 1 Texto extraído da tese de livre-docência “Atenção à saúde em diabetes mellitus: trajetória na pesquisa, assistência e ensino de enfermagem”, defesa em 25 de novembro de 2011, de autoria da Profa. Dra. Carla Regina de Souza Teixeira. resumo de palestras processo de administração de insulina subcutânea, em pacientes com diabetes mellitus hospitalizados, em uma instituição hospitalar do interior do estado de São Paulo, realizado com 41 profissionais de enfermagem (Bonifacio et al., 2008). Esse estudo demonstrou que aspectos básicos, mas fundamentais, tais como o registro da data na abertura do frasco de insulina, desinfecção do frasco de insulina, introdução do ar no frasco de insulina para aspiração da dose, ajuste da dose correta, troca da agulha após aspiração com seringas não conjugadas, higienização das mãos, seleção do local de aplicação, angulação inadequada para introdução da agulha na pele e registro do local de aplicação ainda constituem erros que comprometem a segurança do paciente (Bonifacio et al., 2008). Independentemente da fase em que acontecem os erros, prescrição, preparo, aplicação ou monitoramento durante o tratamento do paciente, o fato é que são considerados eventos evitáveis, e a enfermagem tem papel importante na sua prevenção, pois é responsável pela distribuição dos horários, preparo e administração dos medicamentos. Concomitantemente às investigações de questões relacionadas às variáveis que interferem no processo de administração de insulina, outras questões foram surgindo, e a reutilização de seringas descartáveis de insulina realizada no domicílio se concretizou como objeto da investigação intitulado “A prática de utilização de seringas descartáveis na administração de insulina no domicílio”, que identificou o comportamento das pessoas com diabetes em relação à utilização e/ou reutilização de seringas descartáveis. Dos 112 participantes da pesquisa que utilizavam a seringa descartável, seis (5,4%) descartavam a seringa e agulha após o uso e 106 (94,6%) reutilizavam a seringa e agulha descartável após o primeiro uso (Souza; Zanetti, 2001b). Outros estudos semelhantes foram realizados em diferentes populações como o de Castro e Grossi (2007) com pessoas com DM tipo 1 e Stacciarini (2007) com pacientes atendidos pela Estratégia de Saúde da Família. Esses estudos também mostraram uma prática habitual dos pacientes quanto à reutilização de agulhas descartáveis na aplicação da insulina. Castro et al. (2006) em uma pesquisa bibliográfica sobre a reutilização de seringas descartáveis, complicações nos locais de aplicação de insulina e alterações microbiológicas nas seringas reutilizadas, encontrou que o maior número de publicações identificadas foi nos Estados Unidos (46,3%), Inglaterra (19,5%) e Brasil (17%). A prática da reutilização de materiais descartáveis no domicílio pelos usuários com diabetes mellitus é polêmica e controversa no Brasil e no mundo, como demonstram alguns estudos sobre o reuso de seringas e agulhas na aplicação de insulina (ADA, 2001; Alexander; Tattersall, 1988; Fisher, 1991; Fleming, 1999; Poteet et al., 1987). É importante ponderar que a Associação Americana de Diabetes e a Sociedade Brasileira de Diabetes aceitam a recomendação da reutilização de agulhas na aplicação da insulina pela falta de riscos evidentes e pela presença de aditivos bacteriostáticos na insulina como o fenol e metacresol, que inibem o crescimento bacteriano. Porém, é necessário que o profissional de saúde avalie os usuários que optam pela reutilização da agulha de acordo com as seguintes indicações: boa higiene corporal, acuidade visual preservada, destreza manual e ausência de tremores, capacidade de receber orientações específicas sobre os possíveis benefícios e riscos e procedimentos para a reutilização (ADA, 2004). Na literatura não existe consenso sobre a recomendação de reutilização de seringas e agulhas pelos pacientes com diabetes para a administração de insulina. Destaca-se a importância de profissionais de saúde enfatizarem a orientação de não compartilhamento das seringas de insulina para evitar a transmissão do vírus de hepatite, a necessidade da lavagem das mãos e o uso do algodão com álcool a fim de evitar infecção nos locais de aplicação. Outra questão que necessita ser investigada em relação a essa prática refere-se ao fornecimento de seringas pelos serviços de saúde. No estudo intitulado “Reutilização de seringas descartáveis: frequência e custos para a administração de insulina no domicílio”, reconhece-se que, ao implementar um protocolo de fornecimento de seringas descartáveis para a administração de insulina, é sempre necessário e crucial desenvolver um programa de educação continuada com os profissionais de saúde e pacientes com diabetes (Souza; Zanetti, 2001b). Esse estudo despertou nossa atenção para o ensino da reutilização das seringas descartáveis no domicílio às pessoas com diabetes mellitus e para a capacitação dos profissionais de saúde quanto a essa prática. Também constituiu os antecedentes para o desenvolvimento de estudos sobre os direitos dos usuários com DM e a necessidade de estabelecimento de protocolos de distribuição de seringas descartáveis para utilização no domicílio. A necessidade de elaboração de um protocolo de fornecimento de seringas pelos serviços de saúde surge como recomendação do estudo citado anteriormente, que evidenciou que o comportamento relacionado à reutilização ou não de seringas estava vinculado à distribuição de seringas. Nesse estudo, os pacientes com diabetes referiram que adquiriam gratuitamente as seringas na Unidade Básica de Saúde, em quantidade suficiente para o consumo mensal, mas as reutilizavam para garantir um estoque no domicílio perante a descontinuidade de fornecimento dos insumos pelas instituições de saúde (Souza; Zanetti, 2001b). Os achados desse estudo e o convite realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, em 1998, para integrar um grupo de trabalho para aprofundar os estudos sobre essa temática, foram os precursores da elaboração do “Protocolo de distribuição das seringas de insulina e agulhas descartáveis no domicílio”, bem como as recomendações quanto a sua reutilização. Esse Protocolo estabelece o fornecimento de oito seringas/mês para os pacientes com DM que realizam uma aplicação de insulina diária e o dobro para os que aplicam o medicamento duas vezes ao dia. Outro ponto estabelecido no Protocolo refere-se à compra de seringa e agulha conjugada, alicerçada em dados obtidos sobre o comportamento dos pacientes com DM no que tange à lavagem das seringas com água para a eliminação de insulina retida no espaço morto. Como a Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto também fornece a insulina, esse Protocolo poderá a longo prazo levar à redução dos custos do medicamento, pois a cada aplicação de insulina eram desprezadas cinco unidades pela pessoa com DM (Ribeirão Preto, 2011). resumo de palestras Portanto, se há segurança em reutilizar as seringas de insulina no domicílio, essa recomendação deveria ser normatizada pelo Ministério da Saúde, órgão que se responsabiliza pela distribuição dos insumos para o tratamento e controle do diabetes mellitus. Dessa maneira, essa recomendação permitiria que os profissionais de saúde orientassem os pacientes com diabetes quanto aos riscos e benefícios dessa prática. Nessa direção, em 29 de setembro de 2007, entrou em vigor a Lei Federal nº 11.347/2006, que dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos e insumos necessários à aplicação de insulina e à monitorização da glicemia capilar aos usuários com DM inscritos em programas de educação em diabetes (Brasil, 2006). Essa lei tem como objetivo detalhar e regulamentar a distribuição gratuita dos benefícios advindos da Lei Federal nº 11.347/2006, a Portaria nº 2.583/2007, que define o elenco de medicamentos e insumos que devem ser disponibilizados aos usuários com diabetes mellitus, no âmbito do SUS (Brasil, 2007). Por outro lado, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREn-SP), em seu parecer no dia 21 de janeiro de 2010, não recomenda essa prática, pois, embora existam estudos recentes na temática, os resultados não podem ser generalizados pela amostra restrita, sugerindo maiores evidências científicas que alicercem essa prática. E recomenda que as instituições de saúde procedam a uma criteriosa avaliação das características técnicas, de composição e qualidade dos materiais para a segurança do paciente e do profissional no procedimento (Coren, 2010). Entretanto, para que sejam implementados os direitos do usuário com DM previstos na legislação, é necessário que estes sejam divulgados, de modo a torná-los conhecidos da população e dos próprios profissionais de saúde. A necessidade de prover informação adequada aos usuários dos serviços de saúde nos remete ao papel social da enfermagem. A informação faz parte do cuidado ético do enfermeiro ao usuário, sendo uma atitude justa a orientação segura e correta para que ele possa buscar os recursos que a sociedade coloca à sua disposição para o tratamento da doença (Selli, 2003). Nessa vertente a capacitação por meio da educação permanente da equipe de enfermagem no processo de administração de insulina, ainda, constitui um desafio. Segundo Castro e Grossi (2007) tornam-se fundamentais o desenvolvimento e o aprofundamento de pesquisas acerca de subsídios para o profissional que lida com pacientes com diabetes, possibilitando o direcionamento das ações educativas. Nessa perspectiva, Souza e Zanetti (2001b) já afirmavam a necessidade de aprofundamento de estudos com vistas ao aprimoramento dos programas de educação em diabetes. Os tópicos essenciais incluem o esquema de injeções, a escolha e os cuidados com o instrumental utilizado, o autoexame dos locais de aplicação de insulina, a técnica adequada de injeção no tecido subcutâneo, o reconhecimento das complicações de injeções, o uso do tamanho ideal de agulha e o descarte apropriado dos materiais perfurocortantes (Frid et al., 2010). Considerando as novas recomendações de injeções no tecido subcutâneo para os pacientes com diabetes, algumas nos remetem à urgente capacitação dos profissionais da saúde e enfermeiros nessa temática. Uma delas é que os medicamentos para o tratamento em diabetes administrados por via subcutânea não são restritos apenas à insulina, temos os análogos à insulina e o GLP-1. Outra mudança é que os adultos, inclusive os obesos, podem usar com segurança as agulhas de 4, 5 ou 6 mm, denominadas de agulhas ultracurtas, sem, no entanto, realizar a prega na pele para aplicação. Já os adultos que usam a agulha maior que 8 mm devem realizar a prega na pele ou fazer a aplicação a um ângulo de 45º em relação à pele para evitar a administração no tecido intramuscular (Frid; Lindén, 1986; Schwartz et al., 2004; Hirsch et al., 2010). Dessa forma, há necessidade de os serviços reverem suas práticas, no sentido de capacitar adequadamente seus profissionais de saúde para realizar uma avaliação periódica dessa prática. Torna-se necessário incrementar cursos de capacitação em educação em diabetes para os profissionais de saúde e a avaliação de protocolos institucionais, com o objetivo de atender à complexidade do cuidado aos usuários. Referências 1. Alexander WD, Tattersall R. Plastic insulin syringes: reuse or waste £8m a year. Br Med J. 1988;296(6626):877-8. 2. American Diabetes Association (ADA). Insulin administration. Diabetes Care. 2004;27(Suppl 1):106-9. 3. American Diabetes Association (ADA). Clinical practice recommendations. Diabetes Care. 2011;34(Suppl 1):S1. 4. Becker TAC. O acompanhamento por telefone como estratégia de intervenção de enfermagem no processo de aplicação de insulina no domicílio [dissertação]. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2010. 5. Bonifacio NA, Michelin AF, Costa LRLG, Zanetti ML, Cassiani SHB, Teixeira CRS. Processo de administração de insulina subcutânea em pacientes diabéticos hospitalizados. Ciênc. 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Portanto, a sua crescente prevalência, a heterogeneidade fisiopatológica, a história natural progressiva de falência de células beta e as complicações micro e macrovasculares de longo prazo demandam a busca de novas opções terapêuticas para o diabetes mellitus tipo 2. Nessa apresentação, pretende-se discutir além de opções consagradas e conhecidas de todos, tais como as sulfonilureias, as glinidas, os inibidores de alfaglicosidases, a metformina, as glitazonas e a insulinoterapia por meio de seus análogos tanto de longa duração para o controle da glicemia basal como os de efeito rápido para a redução de hiperglicemia pós-prandial. Como novas estratégias para o tratamento do diabetes tipo 2, se dará ênfase e serão apresentadas de forma individual e comparativa as novas alternativas de tratamento, tais como os inibidores de DPP-4, entre eles a sitaglipitina, a vildaglipitina, a saxaglipitina, a linagliptina e também a alogliptina, que ainda não está disponível no mercado brasileiro. Também, os agonistas de receptores de GLP-1, os inibidores de receptores de SGLT-2, que inibem a reabsorção tubular de glicose, os inibidores de 11-beta-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 1, que reduzem o cortisol intracelular, principalmente, nos hepatócitos e nos adipócitos, e os antagonistas de receptores de glucagon. Em resumo, nessa apresentação, pretende-se expor as opções terapêuticas utilizadas e consagradas na prática diária e também discutir as novas e as potenciais alternativas de tratamento de diabetes mellitus tipo 2. PRODUÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO DURANTE O PROCESSO DE SECREÇÃO DE INSULINA Angelo R. Carpinelli (ICB-USP) Quando nos referimos ao processo de secreção de insulina, é clássica a colocação da glicose como o principal regulador da funcionalidade das células betapancreáticas. É consenso que as moléculas de glicose são transportadas através da membrana plasmática pelo transportador de glicose do tipo 2 (GLUT2) a favor de um gradiente, sendo rapidamente fosforilada pela hexo e glicocinases, sendo esta última a mais importante em termos fisiológicos, dado o seu elevado Km. As reações que se seguem levam à formação de ATP por meio, principalmente, da fosforilação oxidativa, aumentando a relação ATP/ADP, que leva à diminuição da probabilidade de abertura dos canais para potássio sensíveis ao ATP (KATP), localizados na membrana plasmática, com consequente despolarização desta. Essa variação na polaridade da membrana aumenta a probabilidade de abertura dos canais para cálcio sensíveis à voltagem (CCVS), aumentando a entrada desse cátion que é considerado o principal ativador dos mecanismos envolvidos na exocitose dos grânulos de insulina. Vale a pena ressaltar que inúmeros outros fatores, tidos como amplificadores nesse processo, são fundamentais para o bom funcionamento da maquinaria secretória. Como exemplo, podemos citar os produtos da ativação da adenilatociclase, fosfolipase C, fosfolipase A2 além de inúmeros outros, que paulatinamente vêm sendo identificados com o avanço da tecnologia investigativa. Por muitos anos, manteve-se a ideia de que, durante o processo secretório de insulina, a principal fonte de espécies reativas de oxigênio (ROS) seria originada a partir da formação de superóxido oriundo da cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria. Nosso grupo demonstrou que as células beta das ilhotas pancreáticas expressam uma isoforma da enzima NAD(P)H oxidase (Oliveira et al., 2003), a qual é responsável por mais de 50% da produção de superóxido durante o processo de secreção de insulina estimulado pela glicose (Morgan et al., 2007 e 2009). Os ácidos palmítico e oleico e algumas citocinas também aumentam, agudamente, a atividade da NAD(P)H oxidase e consequentemente a produção de ROS por ilhotas isoladas (Morgan et al., 2009). Nossos trabalhos mais recentes deixaram claro que, em ilhotas isoladas, a diminuição da atividade da NAD(P)H oxidase (e, portanto, diminuição do estado oxidativo da célula) compromete seriamente o metabolismo da glicose e as oscilações do cálcio intracelular, bem como a secreção de insulina induzida pela glicose (Morgan et al., 2009). Por outro lado, as alterações semelhantes são observadas quando elas são expostas a baixas concentrações de H2O2 no meio de incubação (e, portanto, aumento do estado oxidado das células) (Rebelato et al., 2011). Cabe ainda lembrar que recentemente mostramos (Santos et al., 2011) que o ácido oleico agudamente inibe a metabolização da glicose pelas células beta devido ao aumento da produção de ROS oriundos da ativação da NAD(P)H oxidase por ativação da proteinocinase C. Dessa forma, tudo indica que a produção de espécies reativas de oxigênio durante o processo de secreção de insulina desempenhe papel importante na regulação fisiológica das células beta e a NAD(P)H oxidase contribua de forma expressiva para essa produção. Por outro lado, a ativação crônica da NAD(P)H oxidase pode induzir estresse oxidativo nas células beta, levando à apoptose e morte celular, importantes na fisiopatologia do diabetes mellitus. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq, CAPES resumo de palestras O HIPOTÁLAMO NO CENTRO DE UMA CONSPIRAÇÃO QUE ENVOLVE AUMENTO DA ADIPOSIDADE, PRODUÇÃO HEPÁTICA DE GLICOSE E DISTÚRBIO DA SECREÇÃO DE INSULINA Lício A. Velloso (Unicamp) Em modelos animais e em humanos, distúrbios funcionais do hipotálamo podem resultar na perda do controle coordenado da ingestão alimentar e do gasto energético, levando à obesidade. Apesar de se constituir no principal fator de risco para o diabetes mellitus do tipo 2, nem todos os animais ou humanos obesos progridem para a perda da homeostase da glicose. Dois fatores que desempenham papel relevante na progressão para o quadro de diabetes são os distúrbios no controle da produção hepática de glicose e da secreção de insulina. Estudos recentes têm revelado que o mesmo mecanismo que promove o dano funcional do hipotálamo na obesidade pode contribuir para o desenvolvimento da resistência à ação da insulina no fígado e, portanto, da produção hepática de glicose, assim como pode levar também a um distúrbio da secreção da insulina. Nesta palestra serão apresentados os mecanismos que conectam a disfunção do hipotálamo na obesidade aos defeitos funcionais do fígado e da ilhota pancreática presentes no diabetes. Será apresentada uma hipótese unificadora para os mecanismos que levam ao desenvolvimento do diabetes mellitus do tipo 2 em obesos. ATIVIDADE ANTITUMORAL DA METFORMINA: NOVAS PERSPECTIVAS PARA UMA VELHA DROGA José Barreto C. Carvalheira (Unicamp) A terapia-alvo é uma nova arma para o tratamento do câncer. Atualmente, a metformina, o principal medicamento utilizado no tratamento do diabetes tipo 2, é prescrita para aproximadamente 40 milhões de pessoas com diabetes. Nesta aula, apresentaremos os resultados da combinação da metformina ao quimioterápico paclitaxel, droga utilizada principalmente em pacientes com câncer de mama e pulmão. O tratamento combinado das duas drogas potencializa a ativação da AMPK e leva a uma redução drástica da sinalização molecular por meio da mTOR, o que diminui a proliferação celular de linhagens de câncer de mama e pulmão. Nos estudos realizados in vitro e em cobaias, houve inibição do crescimento do tumor. Essa associação demonstrou como diferentes drogas podem amplificar os sinais que inibem o crescimento tumoral, representando um avanço na terapia-alvo. Atualmente, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, estamos recrutando pacientes para o tratamento com essa nova combinação de medicamentos. COMO O SISTEMA NERVOSO CONTROLA O METABOLISMO DE PROTEÍNAS DURANTE O JEJUM Luiz Carlos Navegantes (FMRP-USP) O fato de o ser humano ser capaz de sobreviver por longos períodos sem a ingestão de alimentos ilustra claramente a precisa e coordenada regulação do metabolismo intermediário, orquestrada pela participação sincronizada dos hormônios, metabólitos e o sistema nervoso central. Nessa situação, é absolutamente necessária a preservação do tecido muscular, que realiza funções vitais associadas ao processo de contração como, por exemplo, a respiração e o ritmo dos batimentos cardíacos. No entanto, muito pouco se sabe acerca dos mecanismos de preservação da massa muscular esquelética e cardíaca em situações de demanda energética como o jejum e doenças que levam à atrofia como o diabetes. Dentre os fatores que regulam o metabolismo de proteínas musculares em situações basais, sabe-se que o sistema nervoso central, via ativação do sistema nervoso simpático (SNS), exerce um papel fisiológico importante. Estudos prévios de nosso laboratório demonstraram que as catecolaminas, por meio da estimulação de adrenoceptores beta-2 e beta-3 e da cascata de sinalização do AMPc/PKA, exercem efeitos anabólicos na massa muscular, estimulando a síntese de proteínas e inibindo as atividades da proteólise dependente de cálcio e ubiquitina-proteassoma. Mais recentemente, estamos investigando os mecanismos moleculares e as vias de sinalização pelas quais as catecolaminas, e mais precisamente a adrenalina, inibe a proteólise excessiva em uma situação de privação alimentar. Para tanto, o modelo experimental utilizado foi o da adrenodemedulação, uma técnica cirúrgica de remoção da medula da adrenal que resulta na rápida depleção das concentrações plasmáticas de adrenalina. Os dados mostram que a falta da adrenalina circulante amplifica os efeitos catabólicos induzidos pelo jejum na ativação dos sistemas proteolíticos e na expressão dos genes relacionados à atrofia e autofagia em músculos glicolíticos de ratos, sendo esse efeito provavelmente devido à inativação da via de sinalização da Akt/Foxo. Portanto, o sistema nervoso, via secreção da adrenalina plasmática, exerce um importante papel protetor da perda de proteínas musculares durante o jejum. A melhor compreensão desses processos regulatórios pode trazer novas perspectivas para o combate à atrofia muscular. resumo de palestras LIÇÕES DO DIABETES NEONATAL COMO MODELO DE DIABETES MONOGÊNICO Regina S. Moisés (Unifesp) Diabetes neonatal é uma forma relativamente rara de diabetes diagnosticado nos primeiros meses de vida. Apresenta incidência estimada de 1:200.000 a 1:500.00 nascidos vivos. Pode ser permanente, requerendo tratamento por toda a vida, ou transitório com um período de remissão. Na última década, nossos conhecimentos das causas moleculares dessa forma de diabetes aumentaram de maneira importante. Hoje, sabe-se que o diabetes neonatal não é uma doença autoimune, mas sim uma forma monogênica de diabetes resultante de mutações em diferentes genes que codificam proteínas envolvidas na função da célula beta. A maioria dos casos é resultante de mutações ativadoras nos genes que codificam as subunidades Kir6.2 e SUR1 do canal de potássio ATP-dependente (KCNJ11 e ABCC8). Aproximadamente, 30% dos pacientes com mutações no gene KCNJ11, além do diabetes, também apresentam alterações neurológicas. A identificação de mutações em genes que codificam as subunidades do canal de potássio ATP-dependente teve grande impacto em sua terapia. As sulfonilureias ligam-se a subunidade SUR1 provocando o fechamento do canal e secreção de insulina. Aproximadamente, 90% dos pacientes com mutações nos genes KCNJ11/ABCC8 podem ser transferidos de insulina para sulfonilureia e conseguir melhora em seu controle metabólico. Em 2007, identificaram-se mutações no gene da insulina também como uma causa de diabetes neonatal. Mutações nesse gene são uma causa comum de diabetes neonatal, mas também são associadas com diversos fenótipos tais como DM tipo 1B e MODY. O entendimento das causas genéticas dessa doença apresenta implicações terapêuticas e fornece subsídios para o melhor entendimento da fisiologia da célula beta. É POSSÍVEL IMPLANTAR PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE DIABETES NA POPULAÇÃO BRASILEIRA? Sandra R. G. F. Vívolo (FSP-USP) Hábitos de vida caracterizados por adequada ingestão alimentar, em termos quantitativos e qualitativos, e atividade física regular são eficazes para prevenção e controle do diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Apesar de dispendiosos ensaios clínicos terem comprovado tais benefícios em diferentes países (DPP, DPS, IDPP), a efetividade de intervenções não farmacológicas em sistemas públicos de saúde, especialmente em países em desenvolvimento, foi raramente demonstrada. Mudanças sustentadas de comportamentos de risco estão entre os maiores desafios dos órgãos internacionais de saúde. Há iniciativas europeias para implementação de programas de prevenção de DM (DE-Plan e IMAGE) para população geral. Interdisciplinaridade parece essencial para o enfrentamento de doenças como o DM2, cujo principal fator de risco é a obesidade. O presente estudo avaliou os efeitos de intervenções não farmacológicas (tradicional e intensiva) em extrato de adultos de alto risco cardiometabólico, acompanhados em um Centro de Saúde da rede pública de saúde de São Paulo. Estes foram examinados no basal, aos 9 e 18 meses de seguimento por equipe interdisciplinar (médica, nutricionista, educador físico e psicóloga) quanto ao perfil de risco cardiovascular (clássico e marcadores inflamatórios), sendo comparados a um grupo submetido exclusivamente a consultas médicas a cada três meses (intervenção tradicional). Em adição às consultas médicas, a intervenção interdisciplinar incluiu sessões psicoeducativas em grupo. Metas e adesão foram preestabelecidas. De 438 rastreados com questionário de risco e, posteriormente, teste oral de tolerância à glicose, 224 eram elegíveis e 177 aceitaram participar do estudo. Houve mudanças no consumo alimentar (recordatórios alimentares de 24h) em ambos os grupos, mas apenas na intervenção intensiva observou-se maior consumo de fibras alimentares; no mesmo grupo um maior percentual de indivíduos atingiu a meta de 150 min/semana de atividade física (IPAQ). Sintomas de compulsão alimentar atenuaram mais na intervenção intensiva que na tradicional. À medida que aumentaram os tercis de atividade física, observou-se melhora de parâmetros lipídicos. Foram observadas melhora no IMC em ambos os grupos, mas o delta da circunferência da cintura foi maior na intervenção intensiva. O aumento da adiponectina foi maior na intervenção intensiva. Os valores de glicose plasmática e de TNF-α mostraram-se independentemente associados à deterioração da categoria glicêmica, ajustados para o IMC. Os incrementos na concentração de TNF-α aumentaram o risco de piorar o status glicêmico. Proteína C reativa e interleucina 6 não se mostraram preditivas. Maior número de domínios da qualidade de vida (SF36) melhorou na intervenção intensiva comparada à tradicional. Outros estudos já mostraram papel preditivo de certos marcadores inflamatórios para incidência de DM. Interessantemente, a intervenção tradicional, conduzida em centro de saúde da rede básica, também resultou em melhora de certas variáveis clínicas, sugerindo que a consulta com endocrinologista já pode trazer benefícios metabólicos. Melhores efeitos clínicos e psicológicos são obtidos com a abordagem multiprofissional e interdisciplinar. Tal intervenção se mostrou viável para a rede pública de São Paulo, mas desconhece-se se os benefícios perdurarão em longo prazo. resumo de palestras GLUT2 NA FISIOPATOLOGIA HEPÁTICA E RENAL DO DIABETES MELLITUS Ubiratan Fabres Machado (ICB-USP) A homeostasia glicêmica requer uma estreita regulação quantitativa e temporal do fluxo de glicose em diferentes órgãos. A glicose sanguínea é provida tanto pela absorção de glicose da dieta como pela produção hepática e renal de glicose. A participação do fígado envolve o movimento da glicose para dentro (influxo, pós-prandial) ou para fora (efluxo, pós-absortivo) do hepatócito. A contínua reabsorção de glicose no túbulo proximal renal e a gliconeogênese na célula tubular durante o jejum também participam da manutenção da homeostase glicêmica. Todos esses fluxos de glicose dependem de transportador específico, que nesses territórios é a proteína GLUT2 (glucose transporter 2), codificada pelo gene SLC2A2 (solute carrier 2A2). Adicionalmente, no rim há importante participação do transportador de glicose acoplada ao sódio 2 (SGLT2), codificado pelo gene SLC5A2. Nossos estudos demonstram que o aumento da reabsorção tubular de glicose que ocorre no diabetes mellitus (DM) envolve aumento na quantidade de RNAm e proteína GLUT2 e SGLT2, fenômeno que participa da etiopatogenia da nefropatia diabética. Também demonstramos um aumento na expressão do GLUT2 hepático no estado diabético. Ainda, a literatura mostra que mutações no gene SLC2A2, prejudicando a capacidade funcional do GLUT2, são responsáveis pela síndrome de Fanconi-Bickel, uma condição caracterizada por hipertrofia hepática e renal, com acúmulo de glicogênio. É conhecido que mutações gênicas em fatores transcricionais da família dos HNFs (hepatocyte nuclear factors) estão relacionadas com alterações de expressão do SLC2A2, determinando, entre outras alterações, defeitos na secreção de insulina pela célula beta (MODYs). Nossos estudos mostraram, em rim de animais diabéticos, que os fatores transcricionais HNF-1a, HNF-3b e HNF-4α têm aumento de expressão e da atividade de ligação na região promotora do gene SLC2A2, efeitos esses revertidos pelo tratamento com insulina. Semelhantemente, no fígado de animais diabéticos, o aumento da expressão do GLUT2 foi acompanhado por aumento da expressão de HNF-1α, HNF-3 β e HNF-4α, assim como aumento da atividade de ligação desses fatores transcricionais no promotor do SLC2A2, o que também reverteu com tratamento com insulina. Esses resultados evidenciam os HNF-1α, 3 β e 4α como reguladores da expressão do GLUT2 também em fígado de animais diabéticos. Semelhantemente ao observado no rim, a insulina reverteu essas alterações aos quatro e seis dias de tratamento. Em resumo, os resultados indicam que em rim e fígado, o diabetes mellitus induz aumento na expressão gênica do GLUT2, o que envolve aumento da atividade transcricional dos HNF-1a, HNF-3b e HNF-4α. O tratamento com insulina reduz a atividade desses fatores transcricionais, tanto em fígado como em rim, fazendo com que a expressão do GLUT2 retorne a níveis de animais não diabéticos. ENVOLVIMENTO DOS SENSORES DE NUTRIENTES mTOR e PPARγ NO CONTROLE DA HOMEOSTASE DA GLICOSE William T. Festucia (ICB-USP) A ingestão excessiva de nutrientes está diretamente relacionada com o desenvolvimento da hiperglicemia, hiperinsulinemia e hipertrigliceridemia, associadas a obesidade visceral e ao diabetes do tipo 2. Diversas evidências experimentais indicam que os sensores de nutrientes mTOR (mammalian target of rapamycin) e PPAR (peroxisome proliferator activated receptor) γ participam ativamente na determinação desses fenótipos. A obesidade e o diabetes do tipo 2, por exemplo, estão associados com a superativação da mTOR e sua proteína alvo p70 S6 quinase (S6K), que catalisa a fosforilação em resíduos de serina e a inibição do substrato de receptor da insulina (IRS-1), induzindo, assim, resistência periférica à insulina. Além da S6K, ativação da mTOR está associada com um aumento na atividade transcricional de PPARγ, um sensor de lipídios que controla a adipogênese e o metabolismo de lipídios em adipócitos, cuja ativação farmacológica está associada a uma melhora na sensibilidade a insulina. Com o objetivo de entender as inter-relações entre mTOR e PPARγ no controle da homeostase da glicose, diversos estudos foram realizados avaliando uma possível ação benéfica da inibição farmacológica da mTOR com rapamicina em conjunto ou não com um agonista de PPARγ no tratamento da resistência à insulina e diabetes do tipo 2. Os resultados obtidos neste estudo e suas implicações na farmacologia do tratamento da obesidade e diabetes tipo 2 serão apresentados e discutidos. resumo de palestras A influência da obesidade na história natural do DM tipo 1 Sérgio A. Dib (Unifesp) As mudanças dos costumes e a evolução tecnológica têm sido acompanhadas de aumento do sedentarismo e da prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças, adolescentes e adultos jovens. Paralelamente, tem ocorrido também aumento na incidência de casos de diabetes melito do tipo 1 (DM1), principalmente nas faixas etárias mais jovens. Nas últimas décadas, os estudos demonstrando que o tratamento intensivo no DM1 é capaz de prevenir ou retardar as complicações micro e macrovasculares da doença têm levado ao aumento na frequência desse tipo de tratamento nesses pacientes. Em alguns dos pacientes, esse tratamento se acompanha de ganho de peso. Essa alteração pode se iniciar na puberdade e persistir na vida adulta, amplificando os outros fatores de risco cardiovasculares inerentes à doença. Nesse sentido, o objetivo desta palestra é apresentar, analisar e discutir as repercussões da obesidade nas diferentes fases da história natural do DM1, desde a sua etiopatogenia, fase pré-clínica, diagnóstico, evolução da função residual de insulina e complicações crônicas da doença. Na fase pré-diabética, a hipótese aceleradora proposta por T. Wilkin há alguns anos será apresentada e discutida. As repercussões da obesidade e da resistência à ação da insulina na evolução da autoimunidade contra as células beta e na velocidade da apoptose dessas células serão analisadas. Dentro desse contexto, a leptina, que é responsável, entre outras ações, por regular a ingesta alimentar, também controla a resposta imune celular e está envolvida na patogênese das doenças autoimunes. Por outro lado, a adiponectina, que está inversamente relacionada à resistência a insulina, pode diminuir o processo inflamatório sistêmico e das ilhotas. Estudos de metanálise demonstram a obesidade como um dos fatores de risco para o desenvolvimento do DM1. A presença de obesidade à primeira manifestação clínica do DM1 exige o diagnóstico diferencial com o diabetes mellitus do tipo 2 no jovem, em que o peptídeo-C de jejum, os valores de IGFBP-1 e da relação adiponectina/leptina, além dos autoanticorpos anti-ilhotas, são importantes. Um novo subtipo de DM1 denominado de diabetes duplo é sugerido quando o indivíduo apresenta marcadores de autoimunidade contra as células beta associada a alterações comuns no diabetes do tipo 2 (obesidade, hipertensão arterial e dislipidemia). Na nossa experiência, o seguimento da função residual de células beta de um paciente com DM duplo tem demonstrado que esta apresenta um decaimento mais lento do que a dos DM1 clássicos. Os mecanismos relacionados ao ganho de peso após o diagnóstico do DM1 são alterações metabólicas, relação com períodos de hipoglicemia, deficiência da ação da insulina no sistema nervoso central, substituição antifisiológica da insulina e, por último, predisposição genética. Drogas que potencialmente poderiam ser associadas ao tratamento com insulina no DM1 para reduzir a influência da obesidade no surgimento de outros fatores de risco cardiovasculares têm sido discutidas. A prevalência de um conjunto de fatores de risco cardiovasculares (síndrome metabólica) pode estar presente em cerca de 13% a 15% dos DM1 já nos primeiros dois anos de diagnóstico clinico. Por último, em indivíduos com DM1 de longa duração (> 30 anos), a obesidade e o sobrepeso estão relacionados com a evolução mais rápida do índice de cálcio coronariano em seis anos de seguimento. Em resumo, a obesidade pode tanto contribuir para o início como modificar o fenótipo do DM1 ao seu diagnóstico. Como também esta pode surgir como consequência do tratamento intensivo com insulina em indivíduos predispostos e colaborar para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. EXERCÍCIO FÍSICO, ENVELHECIMENTO E RESISTÊNCIA À INSULINA: UMA VELHA TERAPIA SOB NOVA PERSPECTIVA Eduardo Rochete Ropelle (Unicamp) O envelhecimento está associado ao declínio de diversas funções fisiológicas humanas. O aumento da idade geralmente é acompanhado da diminuição da tolerância à glicose, resistência à insulina e aumento da incidência de diabetes do tipo 2. A resistência à insulina é um processo multifatorial, entretanto substanciais evidências demonstram que a inflamação subclínica é um fator determinante no desencadeamento de diferentes mecanismos intracelulares de resistência à insulina durante o envelhecimento. Por outro lado, o exercício físico é conhecido como uma importante estratégia para a prevenção e o tratamento do diabetes do tipo 2. Nos últimos anos, diversos estudos passaram a elucidar os efeitos benéficos do exercício físico em estado de resistência à insulina. Nesta apresentação, serão demonstrados os mais novos achados relacionados aos efeitos intracelulares do exercício físico em situações de resistência à insulina induzida pelo envelhecimento. resumo de palestras HIGH-FAT DIET AND THE CENTRAL CONTROL OF FOOD INTAKE Eliane Beraldi Ribeiro (Unifesp) Both the amount and the type of dietary fat may be relevant factors in promoting obesity and its co-morbidities by interacting with different homeosthatic and hedonic components of the central control of energy balance. We have studied in rodents the effects of the long-term intake of different high-fat diets, enriched with saturated, trans, or polyunsaturated fats, in brain sites important to this control. Using microdialysis and proteomic analysis among other techniques, we have evaluated the consequences of different fat diets on the serotonergic system, the nitric oxide system, glucose levels, insulin signaling, etc. Referências 1. Estadella D, Oyama LM, Bueno AA, et al. A palatable hyperlipidic diet causes obesity and affects brain glucose metabolism in rats. Lipids Health Dis. 2011;10:68. 2. De Oliveira C, Iwanaga-Carvalho C, Mota JF, et al. Effects of adrenal hormones on the expression of adiponectin and adiponectin receptors in adipose tissue, muscle and liver. Steroids. 2011;1:1. 3. Eguchi R, Scarmagnani FR, Cunha CA, et al. Fish oil consumption prevents glucose intolerance and hypercorticosteronemy in footshock-stressed rats. Lipids Health Dis. 2011;10:71. 4. De Oliveira C, de Mattos AB, Biz C, et al. High-fat diet and glucocorticoid treatment cause hyperglycemia associated with adiponectin receptor alterations. Lipids Health Dis. 2011;10:11. 5. Pimentel GD, Dornellas AP, Rosa JC, et al. High-fat diets rich in soy or fish oil distinctly alter hypothalamic insulin signaling in rats. J Nutr Biochem. 2011;22:1-7. 6. De Oliveira JL, Oyama LM, Hachul AC, et al. Hydrogenated fat intake during pregnancy and lactation caused increase in in TRAF-6 and reduced AdipoR1 in white adipose tissue, but not in muscle of 21 days old offspring rats. Lipids Health Dis. 2011;10:22. 7. Pimentel GD, Lira FS, Rosa JC, et al. Intake of trans fatty acids during gestation and lactation leads to hypothalamic inflammation via TLR4/NF? Bp65 signaling in adult offspring. J Nutr Biochem. 2011:1. 8. Lira FS, Rosa JC, Cunha CA, et al. Supplementing alpha-tocopherol (vitamin E) and vitamin D3 in high fat diet decrease IL-6 production in murine epididymal adipose tissue and 3T3-L1 adipocytes following LPS stimulation. Lipids Health Dis. 2011;10:37. 9. Bueno AA, Habitante CA, Oyama LM, et al. White adipose tissue re-growth after partial lipectomy in high fat diet induced obese Wistar rats. J Physiol Sci. 2011;61:55-63. 10. Habitante CA, Oyama LM, Bueno AA, et al. Exercise training in rats impairs the replenishment of white adipose tissue after partial lipectomy. Eur J Appl Physiol. 2010;109:371-7. 11. Carvalho CR, Bueno AA, Mattos AM, et al. Fructose alters adiponectin, haptoglobin and angiotensinogen gene expression in 3T3-L1 adipocytes. Nutrition Res. 2010;30:644-649. 12. Motoyama CS, Pinto MJ, Lira FS, et al. Gum Guar fiber associated with fructose reduces serum triacylglycerol but did not improve the glucose tolerance in rats. Diabetol Metab Syndr. 2010;2:61. 13. Bueno AA, Oyama LM, de Macedo Motoyama CS, et al. Long chain saturated fatty acids increase haptoglobin gene expression in C57BL/6J mice adipose tissue and 3T3-L1 cells. Eur J Nutr. 2010;49:235-41. 14. Watanabe RL, Andrade IS, Telles MM, et al. Long-term consumption of fish oil-enriched diet impairs serotonin hypophagia in rats. Cell Mol Neurobiol. 2010;30:1025-33. 15. Naufel MF, Bordon M, De Aquino TM, et al. Plasma levels of acylated and total ghrelin in pediatric patients with chronic kidney disease. Pediatric Nephrology. 2010;25:2477-82. Capítulos de livros In Fisiologia Endócrina.1ª ed. Manole, 2011. Telles et al. A unidade hipotálamo-hipófise. p. 1-32. Ribeiro EB. Glândula tireoide. p. 51-75. Ribeiro EB. Paratireoides e a homeostase do cálcio e fosfato. p. 77-104. Albuquerque et al. Regulação central da ingestão alimentar. p. 289-309. Watanabe et al. Dietary fish oil, the central control of food intake and obesity prevention In: Fish oil: production, consumption and health benefits. 1. ed. Hauppauge: Nova Science Publishers, Inc.; 2011. v.1, p. 1-12. Livro organizado 1. Ribeiro EB. Fisiologia endócrina. São Paulo: Manole, 2011. v. 1, p. 320. resumo de palestras NOVOS MECANISMOS MOLECULARES DE AÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE O TECIDO HEPÁTICO PARA O CONTROLE GLICÊMICO José Rodrigo Pauli (Unicamp) Os efeitos do exercício físico não acontecem apenas no músculo esquelético, tecido diretamente envolvido com o esforço físico, mas também no tecido hepático. A prova disso é que o fígado trabalha intensamente durante e após o exercício físico para a manutenção da homeostase glicêmica. Após o exercício, para o retorno da homeostase e para adaptação ao estresse sofrido, o organismo se dispõe de diversos mecanismos: a captação de glicose continua aumentada tanto nas células musculares como hepáticas; há aumento da fosforilação e inativação da enzima glicogênio sintase quinase beta (GSK3 β). A menor disponibilidade da GSK3 β promove menor fosforilação da enzima glicogênio sintase (GS) e, assim, o aumento da sua atividade, o que resulta em maior síntese de glicogênio no fígado, isso permite que os estoques de glicogênio sejam restaurados e até mesmo aumentados em relação ao conteúdo existente pré-exercício; e, por fim, ocorre uma diminuição da gliconeogênese, principalmente após se alimentar, devido ao aumento da fosforilação e extrusão nuclear do fator transcricional Foxo1 (Forkhead box-containing gene, O subfamily), redução da atividade da PGC-1α (coativador-1α do receptor ativado por proliferador do peroxissoma) e de HNF-4α (fator nuclear de hepatócito 4α), como também das enzimas gliconeogênicas fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK) e glicose-6-fosfatase (G6Pase). Essas etapas moleculares acontecem tanto em humanos saudáveis e diabéticos como em modelos animais de obesidade e diabetes em resposta ao exercício físico. Tais adaptações sobre as reservas glicídicas são consideradas fundamentais para o desempenho físico. Ademais, em organismos com resistência à insulina, a inibição da gliconeogênese e o estímulo à glicogênese após o exercício físico se tornam relevantes no controle da glicemia. Mais recentemente, foi identificado que há o aumento da expressão da proteína TRB3 (tribbles-related protein 3), induzida pela obesidade ou pelo estado de resistência à insulina, e essa condição promove um decréscimo da fosforilação da Akt e da Foxo1, o que permite a permanência de Foxo1 no núcleo celular, iniciando o programa de gliconeogênese hepática. Como consequência, observa-se aumento das enzimas gliconeogênicas como a PEPCK e G6Pase e maior produção hepática de glicose. Por outro lado, o treinamento físico marcadamente reduz a expressão da TRB3, aumentando a sensibilidade hepática à insulina e reduzindo o quadro hiperglicêmico via maior ativação da Akt e fosforilação da Foxo1 e menor interação Foxo1/PGC-1α e Foxo1/HNF-4α. Destaca-se que esses efeitos do treinamento físico são observados independentemente da redução da massa corporal total e adiposa, demonstrando que os organismos obesos resistentes à insulina podem se beneficiar da prática regular de exercícios físicos, reduzindo o risco em desenvolver diabetes. Esses novos achados permite melhor compreender os efeitos moleculares do exercício físico no fígado e seu efeito favorável no controle da glicemia e, portanto, no diabetes. SAOS E RESISTÊNCIA À INSULINA Maria Teresa Zanella (Unifesp) A apneia obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada por episódios recorrentes de cessação total (apneia) ou redução substancial (hipopneia) do fluxo de ar, levando à fragmentação do sono e à hipoxemia. A polissonografia é o teste padrão-ouro para o diagnóstico, determinando o índice de apneia/hipopneia (IAH), que é o número total de episódios de apneia e hipopneia por hora no sono. Existem evidências de que pacientes portadores de AOS apresentam maior risco cardiovascular. Nossos estudos têm demonstrado que a AOS está independentemente associada à resistência à insulina, o que poderia ser o fator de ligação entre AOS e risco cardiovascular. Pacientes com AOS apresentam níveis significativamente maiores de glicemia de jejum e maior resistência à insulina, comparados com indivíduos sem AOS, independentemente do grau de obesidade. Isso se verifica também em pacientes não obesos. Pudemos demonstrar correlações significativas entre valores do IAH com índices de adiposidade, intolerância à glicose e resistência à insulina. Essas associações podem ser explicadas pelo fato de a AOS contribuir para a obesidade visceral por atuar como um fator de estresse, provocando liberação de hormônios, como cortisol e catecolaminas. Quando em excesso, esses hormônios promovem centralização de gordura, alterações da glicemia e do perfil de lípides do plasma, além de elevação da pressão arterial, condições que sabidamente aumentam o risco cardiovascular. A sequência de eventos da AOS – parada na respiração, hipóxia noturna, despertares curtos e contínuos, fragmentação do sono – pode ativar tanto o sistema simpático e adrenomedular quanto o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (EHHA). Nossos dados têm demonstrado que em pacientes obesos com AOS, ocorre uma ativação noturna do EHHA, que é revertida pelo tratamento com CPAP. Na maioria dos protocolos planejados para estudar os efeitos metabólicos da AOS, apenas homens têm sido incluídos. Nossos estudos já mostraram que existem diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito a prevalência, gravidade, características polissonográficas e alterações metabólicas associadas à AOS. Mais recentemente, pudemos averiguar que pacientes com a síndrome dos ovários policísticos (SOP) apresentam maior prevalência de AOS, o que se associa a maiores graus de resistência à insulina. Além disso, pudemos demonstrar que pacientes com SOP e AOS apresentam também alta prevalência de esteatose hepática não alcoólica (NASH). Nossos próximos passos serão os de investigar os fatores que predispõem à AOS em pacientes com SOP e o impacto do tratamento da AOS sobre a gravidade da NASH. resumo de palestras INVESTIGAÇÃO DA DOENÇA CORONARIANA NO DM2 ASSINTOMÁTICO Roberto Betti (FMUSP) A maior causa de mortalidade no diabetes do tipo 2 (DM2) é a doença arterial coronária (DAC). A detecção precoce da aterosclerose, principalmente a subclínica, é de suma importância, pois temos condutas que podem alterar o curso da doença. A presença da síndrome metabólica (SM) piora os efeitos da glicemia sobre os vasos sanguíneos. Outros fatores agravantes são a duração do diabetes, o mau controle e a presença de nefropatia e retinopatia. Na avaliação dos pacientes, levamos em consideração os escores clínicos como o de Framinghan, UKPDS e a medida da microalbuminúria. Quanto aos métodos de imagem para a avaliação da DAC, não existe ainda um consenso, porém, para a detecção da aterosclerose subclínica, usamos o escore de cálcio e, para a detecção de isquemia, a cintilografia miocárdica. PAPEL DA 11-BETA HSD1 NA OBESIDADE E RESISTÊNCIA À INSULINA: CUSHING INTRACELULAR? Rosana Tieko Mori (ICB-USP) Os glicocorticoides, hormônios produzidos pelo córtex da glândula adrenal, sob controle do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, têm papel importante no metabolismo energético. O excesso desses hormônios é caracterísco da síndrome de Cushing, em que é comum a presença de hipertensão, obesidade central e intolerância à glicose. A enzima 11 β-HSD1 ativa glicocorticoides a partir de sua forma inativa, sendo fator determinante da ação local desse hormônio. Existem duas isoformas da 11 β-HSD, 11 β-HSD1 e 11 β-HSD2, que fazem ativação e inativação dos glicocorticoides, respectivamente. A 11 β-HSD1 é a isoforma expressa no tecido adiposo e, em pacientes obesos, já foi descrito aumento da expressão de seu mRNA, tanto em tecido adiposo visceral quanto subcutâneo. Além disso, camundongos que superexpressam 11 β-HSD1 sob controle de promotor específico de adipócito (aP2) desenvolvem obesidade central. Na resistência periférica à insulina, que é característica comum a doenças graves como a hipertensão, dislipidemias, doença cardiovascular aterosclerótica, obesidade e diabetes mellitus tipo 2, há redução da capacidade de captação de glicose pelos tecidos adiposos e músculos esqueléticos. Nesses tecidos, expressa-se grande quantidade do transportador de glicose GLUT4, essencial para a homeostasia glicêmica, principalmente no período pós-prandial. Os glicocorticoides diminuem a captação periférica de glicose e, particularmente no tecido adiposo, sua ação é complexa, pois, se por um lado é essencial para que hormônios lipolíticos como a adrenalina e o hormônio do crescimento estimulem a hidrólise dos triglicerídios, por outro lado também é capaz de induzir a diferenciação dos pré-adipócitos a adipócitos, além de favorecer a lipogênese, aumentando a atividade da glicose-6-fosfato-desidrogenase, resultando no efeito clássico do excesso de glicocorticorticoides, que é o aumento de deposição de gordura, principalmente em tronco e abdômen. Nesse contexto, o GLUT4, sendo fator determinante da captação de glicose nesse tecido, pode ser uma proteína-chave regulada pelos glicocorticoides, participando inclusive na resistência à insulina presente no hipercortisolismo. In vivo, demonstra-se que a expressão de GLUT4 no tecido adiposo varia paralelamente com a insulina, diminuindo em estados de deficiência insulínica. Porém, muitos estudos in vitro falharam em demonstrar os efeitos estimulatórios da insulina sobre a expressão do GLUT4, o que pode estar relacionado à insuficiência de glicocorticoides in vitro, uma vez que, em adipócitos de ratos, demonstrou-se que a dexametasona associada à insulina intensifica a expressão tanto do mRNA quanto da proteína GLUT4. Estudos em nosso laboratório utilizando ratos obesos MSG (glutamato monossódico), que são resistentes à insulina e hipercorticosteronêmicos, sugerem que os glicocorticoides participem de forma importante na regulação da expressão gênica do GLUT4, pois as alterações na expressão desse gene, de fato, se acompanharam de alterações na expressão da 11 β-HSD1. Interessantemente, há relatos de que pacientes portadores da síndrome de Cushing não apresentam níveis alterados de 11 β-HSD1 na gordura visceral, o que pode funcionar como um mecanismo local parcialmente protetor contra os elevados níveis de cortisol circulante, embora haja, nessa doença, acúmulo de gordura abdominal. Portanto, os efeitos intracelulares dos glicocorticoides dependem não apenas dos níveis circulantes, mas também de um metabolismo intracelular pré-receptor, realizado pelas enzimas 11 β-HSD, que determinam a disponibilidade local da forma ativa do hormônio, determinando, assim, sua ação biológica local. Na obesidade, e resitência à insulina, a maior expressão de 11 β-HSD1 no tecido adiposo pode gerar um estado de hipercortisolismo intracelular, alterando a expressão de genes como a do GLUT4, de modo a favorecer a deposição de gordura, contribuindo para o estabelecimento e manutenção do excesso de deposição de gordura. resumo de palestras MECANISMOS INFLAMATÓRIOS NA RESISTÊNCIA À INSULINA: PAPEL DO NF-kappaB NA REGULAÇÃO DO GENE Slc2a4 Daniela T. Furuya (ICB-USP) A obesidade é uma doença crônica multifacetada e de genética complexa, que, associada às suas comorbidades, se acompanha de elevada morbidade e mortalidade. A obesidade é um estado inflamatório crônico, no qual a atividade secretória pró-inflamatória do adipócito se encontra elevada. Como consequência disso, ocorre aumento da ativação da via IKK, que pode conduzir não apenas à ativação de NF-kappaB, mas também à fosforilação de IRS-1 em serina, resultando em inibição da sinalização da insulina por esse mecanismo. Adicionalmente, alguns estudos fortemente sugerem que o fator transcricional NF-kappaB seja um repressor do gene Slc2a4, que codifica a proteína transportadora de glicose GLUT4. No entanto, não se conhece a localização dos sítios de ligação de NF-kappa (sítios kappaB) à região promotora do gene Slc2a4. Dessa maneira, um estudo foi conduzido com o objetivo de demonstrar os sítios kappa B na região 5’-flanqueadora desse gene. Foram encontradas duas sequências altamente homólogas ao sítio kappaB consenso localizadas nas regiões -134/-113 bp e -83/-62 bp, que foram respectivamente denominadas de Slc2a4NF-κB (-134) e Slc2a4-NF-κB (-83). O ensaio de mobilidade eletroforética demonstrou em tecido adiposo adipócitos 3T3-L1 e células musculares L6 que NF-kappaB p50 e p65 se ligam a ambos os oligonucleotídeos Slc2a4-NF-κB (-134) e Slc2a4-NF-κB (-83). Esses dados foram confirmados por ensaio de imunoprecipitação de cromatina, que verificou em DNA extraído de adipóctos 3T3-L1 a ligação de NF-kappaB especificamente ao promotor de Slc2a4. Por fim, estudos de transfecção usando plasmídeos recombinantes contendo diferentes segmentos da região 5’-flanqueadora do gene Slc2a4 revelaram que a ligação de NF-kappaB ao sítio kappaB localizado entre - 128/-119 bp resulta em um efeito inibitório sobre a transcrição de Slc2a4. O mesmo não pode ser observado na região kappaB situada entre -78/-69 bp, porque a exclusão dessa região resultou em ausência de transcrição, o que sugere que esta região esteja envolvida na iniciação da transcrição do gene Slc2a4; porém, não se pode descartar a hipótese de que NF-kappaB se ligue à essa região e que potencialmente tenha ação inibitória sobre a transcrição gênica de Slc2a4. Em conclusão, a ligação de NF-kappaB ocorre especificamente na região entre -128/-119 bp da sequência 5’-flanqueadora do gene Slc2a4, onde exerce uma modulação inibitória sobre a expressão do gene Slc2a4. Esse dado confirma que a expressão de GLUT4 é negativamente modulada por NF- kappaB, o que estabelece uma importante ligação entre resistência à insulina e inflamação. FAPESP 07/050554-1 e 08/09194-9. CATALASE OVEREXPRESSION AND MITOCHONDRIAL FUNCTION IN INSULIN RESISTANT MUSCLE CELLS Leonardo R. Silveira, Marina R. Barbosa, Igor H. Sampaio, Luciane C. Alberici, Isis C. Kettelhut, Everardo M. Carneiro, Rui Curi (ICB-USP) We examined whether the reduction of mitochondrial capacity and insulin response imposed by the high availability of fatty acids are associated with an increase of intracellular hydrogen peroxide (H2O2). We investigated whether the oxidative stress induced by excess fatty acids can be reversed with improved antioxidant capacity through overexpression of catalase. The catalase gene was successfully transfected in skeletal muscle cells through pcDNA3 plamid as indicated by catalase mRNA and content (p < 0.05). The H2O2 production was increased after palmitic acid treatment. This effect markedly reduced the citrate sintase activity as well as the mRNA levels of PGC1α (p < 0.05). This effect was accompanied by a significantly reduction of p-AKt which further was demonstrated to down regulate p-CREB and PPAR-β. In addition, oxygen consumption and uptake glucose were markedly reduced in the presence of palmitic acid (p < 0.05). However, the catalase transfection was observed to prevent reduction of p-AKt level which further was demonstrated to up regulate p-CREB and PPAR-β (p < 0.05). Our results showed that fatty acid reduced the p-AKt level. This effect was associated with a low p-CREB level and consequently PGC1-α transcription. The reduced mitochondrial oxygen consumption favored ROS production and insulin resistance. The catalase- induced effect on p-AKt increased the oxygen consumption and glucose and fatty acid metabolism suggesting that mitochondrial biogenesis might be regulated by phosphorylated level of AKt. resumo de palestras REGULAÇÃO DIFERENCIAL DA ATIVAÇÃO DE NF-kB PELAS CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS IL-1b E TNF-a EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS Fernanda Ortis (Unicamp) Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune caracterizada pela destruição seletiva das células betapancreáticas produtoras de insulina. Um melhor entendimento dos mecanismos moleculares que regulam a apoptose das células beta pode abrir novas possibilidades para o tratamento preventivo ou precoce dessa doença devastadora. Citocinas pró-inflamatórias, como interleucina (IL)-1b e fator de necrose tumoral (TNF)-a, contribuem para a morte de células betapancreáticas no DM1. O bloqueio da atividade do fator de transcrição NF-kB previne a apoptose induzida por citocinas em células beta. Esse é um achado surpreendente, pois NF-kB tem preferencialmente um efeito antiapoptótico em outros tipos celulares. Devido ao importante papel de NF-kB em diferentes respostas celulares a diferentes estímulos, é de vital importância um melhor entendimento das características específicas que produzem seu caráter pró-apoptótico em células beta. Desse modo, um bloqueio específico poderia ser utilizado em terapias para a prevenção da destruição das células beta após ataque imune, sem intervenção na homeostase celular. Mostramos previamente que a ativação de NF-kB induzida por citocinas pró-inflamatórias em células beta difere de outros tipos celulares pela intensidade e duração e que sua indução por IL-1b tem um papel pró-apoptótico mais importante que por TNF-a. Mostramos, ainda, que as diferenças entre IL-1b e TNF-a parecem estar relacionadas a uma intensidade maior na ativação (induzida por IL-1b) de quinases que modulam NF-kB, o que leva a uma expressão diferencial de genes putativamente envolvidos em disfunção e morte da célula beta. Nossos novos dados mostram que o complexo quinásico IKK, importante para ativação de NF-kB, é modulado diferencialmente por IL-1b e TNF-a, tanto quantitativamente como qualitativamente, com uma utilização diferencial dos membros desse complexo por IL-1b. Especificamente em células beta, IL-1b induz degradação de IKKb, via proteassoma, levando a uma utilização preferencial de complexos IKK que contenham a subunidade IKKa. Essa degradação é dependente da presença da subunidade IKKg e da ativação da via de sinalização de TRAF6. A ativação de JNK via TAK1 está também envolvida na degradação de IKKb induzida por IL-1b, sugerindo novo papel dessa quinase, a qual tem um conhecido papel na apoptose de células beta induzida por citocinas pró-inflamatórias. Diferentes citocinas pró-inflamatórias podem contribuir para a insulite e apoptose de células beta durante o desenvolvimento do DM1, sendo NF-kB um fator de transcrição chave nessa regulação. Nossos resultados mostram que IL-1b e TNF-a utilizam “estratégias” diferentes para ativar NF-kB em células betapancreáticas, incluindo a utilização diferencial de membros do complexo IKK. Essa nova informação abre possibilidades interessantes para uma modulação contexto-dependente desse fator de transcrição visando à proteção da célula beta contra um ataque autoimune. ASPECTOS ATUAIS DO TRANSPORTE REVERSO DE COLESTEROL E RISCO CARDIOVASCULAR NO DIABETES Marisa Passarelli (HC-FMUSP) No diabetes melittus, alterações no metabolismo de lípides, caracteristicamente, elevação de triglicérides, aumento de LDLs pequenas e densas e redução do HDL-colesterol contribuem para a elevada incidência de aterosclerose. As HDLs são inversamente correlacionadas com a doença macrovascular por mediarem o transporte reverso de colesterol. Por esse sistema, as HDLs removem colesterol dos tecidos periféricos, incluindo a íntima arterial, e o transportam ao fígado, o que garante sua eliminação na bile e excreção fecal. Na vigência de hiperglicemia, prevalece a formação de produtos de glicação avançada (AGE), que alteram irreversivelmente a estrutura de proteínas plasmáticas e teciduais. A albumina é a principal proteína modificada por glicação e, em macrófagos, aumenta a geração de espécies reativas de oxigênio, pela mitocôndria e sistema NADPH oxidase, e o estresse do retículo endoplasmático. Essas condições associam-se à redução no conteúdo do receptor de HDL, ABCA-1, o que diminui o efluxo de colesterol e favorece o acúmulo intracelular de lípides. Inibidores de glicação avançada, antioxidantes ou chaperona química que alivia o estresse do retículo são capazes de restaurar o conteúdo de ABCA-1 e o efluxo de colesterol celular. Além do colesterol, os AGEs favorecem o acúmulo de 7-cetocolesterol, óxido de colesterol que induz a resposta inflamatória e dispara vias morte por apoptose em macrófagos. De fato, os AGEs aumentam a resposta inflamatória induzida por calgranulinas e lipopolissacarídeos e a elevação de citocinas reduz o efluxo de colesterol celular para as HDLs. Independentemente de alteração na concentração de HDL, os AGEs reduzem o transporte reverso de colesterol de macrófagos, o que agrava o risco de aterosclerose no diabetes mellitus. resumo de palestras VISITANDO OS FATORES DE RISCO DA DOENÇA CARDIOVASCULAR NO DIABETES MELLITUS TIPO 2 André Fernandes Reis (EPM-Unifesp) A formação da aterosclerose envolve um grande número de mecanismos fisiopatológicos. Sabemos da participação tanto de fatores genéticos quanto ambientais que são continuamente identificados como marcadores de risco para desenvolver a doença e atuam em conjunto no advento da formação e estabilidade da placa de ateroma. Ainda, estudos recentes sugerem que a aterosclerose seria uma doença inflamatória complexa na qual ocorreria a interação de fatores imunes e metabólicos, além dos genéticos e ambientais já citados. O endotélio é responsável por grande parte dessas alterações, atuando por meio do desequilíbrio na produção de mediadores reguladores do tônus vascular (relaxamento dependente do endotélio), agregação plaquetária, coagulação e fibrinólise. O diabetes mellitus pode estar implicado em boa parte desses fenômenos de forma direta e indireta. Doença cardiovascular e diabetes A doença arterial coronária (DAC) é duas a quatro vezes mais comum nos pacientes com diabetes tipo 2. Além disso, numerosos aspectos próprios da aterosclerose nesses pacientes fazem com que a DAC tenha comportamento clínico, resposta ao tratamento e prognóstico piores do que em pacientes não diabéticos. Embora apenas 6% a 8% da população adulta dos Estados Unidos seja diabética, 20% a 30% das síndromes coronárias agudas, com ou sem supradesnivelamento do segmento ST, ocorrem em diabéticos, que, por sua vez, respondem por cerca de 50% de todos os óbitos cardiovasculares. Além disso, a despeito de terem infarto do miocárdio de extensão similar, os pacientes diabéticos têm mortalidade duas a três vezes maior do que os não diabéticos. Ainda, a DAC representa cerca de 75% das causas de morte nos portadores de diabetes tipo 2. Recentemente, surgiu o conceito de que o diabetes seria um estado de equivalência de doença coronariana, o que estimula uma abordagem agressiva e empenho em medidas preventivas objetivando a redução de eventos coronarianos nesses indivíduos. Conhecemos os fatores de risco ditos clássicos para doença cardiovascular (DCV), que, apesar de serem mais frequentes nos diabéticos, são os mesmos nos pacientes sem a hiperglicemia. Dentre eles, destacam-se a hipertensão arterial e a dislipidemia. Além da participação desses fatores de risco clássicos, outros fatores ditos não clássicos também são propostos como implicados no risco do desenvolvimento e progressão da DCV. Citam-se os distúrbios metabólicos como a formação de AGE, hiperinsulinemia, disfunção endotelial, hipercoagulabilidade plaquetária, outras anormalidades de coagulação e inflamação crônica de baixo grau. Mais recentementem estuda-se a alteração numérica e funcional das células endoteliais progenitoras, além do aumento do estresse oxidativo observado na hiperglicemia. Ainda, acredita-se que na presença do diabetes tipo 2 algumas adipocitocinas podem ter papel importante na associação com aterosclerose. Por exemplo, estudos epidemiológicos sugerem que a presença de níveis séricos diminuídos de adiponectina encontrada nos pacientes com diabetes e obesidade visceral seria uma das alterações metabólicas sugeridas como potencialmente implicada na associação da obesidade, hiperglicemia e doença coronariana. A identificação e a análise e a importância desses fatores de risco tanto clássicos quanto não clássicos se reveste de elevada importância pelo impacto socioeconômico dessas patologias na população e nos sistemas de saúde. As estimativas epidemiológicas apontam para um crescimento vertiginoso do número de indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (incluindo em nosso meio) e com a potencial elevação da DCV associada. Assim, a análise de fatores de risco bioquímicos e clínicos que possa estratificar os indivíduos com diabetes tipo 2 e risco mais elevado de desenvolvimento de DCV pode propiciar medidas preventivas primárias precoces e mais eficazes e permitir a redução da morbimortalidade associada. Nesta palestra será discutido o papel dos fatores de risco clássicos e não clássicos para DCV e diabetes tipo 2, assim como as evidências de outros fatores clínicos e laboratoriais que podem estar implicados nesse fenômeno. Referências 1. Fadini GP, Sartore S, Agostini C, Avogaro A. Significance of endothelial progenitor cells in subjects with diabetes. Diabetes Care. 2007;30:130513. 2. Hansen MB, Jensen ML, Carstensen B. Causes of death among diabetic patients in Denmark. 201 ;55:294-302. 3. Natali A, Ferrannini E. Endothelial dysfunction in type 2 diabetes. Diabetologia. 201 ; 20. [Epub ahead of print] 4. Oliveira CS, Giuffrida FM, Crispim F, Saddi-Rosa P, Reis AF. ADIPOQ and adiponectin: the common ground of hyperglycemia and coronary artery disease? Arq Bras Endocrinol Metabol. 2011;55:446-54. 5. Pistrosch F, Natali A, Henefeld M. Is hyperglycemia a cardiovascular risk factor? Diabetes Care. 2011;34(Suppl 2):S128-31 6. Schaan BD, Reis AF. Cardiovascular disease and diabetes. Arq Bras Endocrinol Metabol. 2007;51:151-2. 7. Sharma MD, Farmer JA, Garber A. Type 2 diabetes and cardiovascular risk factor. Curr Med Res Opin. 2011;27(Suppl 3):1-5. 8. Siqueira AFA, Almeida-Pititto B, Ferreira SRG. Doença cardiovascular no diabetes mellitus: análise dos fatores de risco clássicos e não clássicos. Arq Bras Endocrinol e Metab. 2007;51:257-65. resumo de palestras PARTICIPAÇÃO DE NEUROPEPTÍDEOS HIPOTALÂMICOS NA HOMEOSTASE ENERGÉTICA Lucila Leico Kagohara Elias (FMRP-USP) O SNC está envolvido na regulação da homeostase energética, controlando o comportamento alimentar e o gasto energético. Esse processo é complexo e envolve a participação de várias regiões do cérebro, como o hipotálamo, que integra sinais do status energético e da ingestão calórica, desencadeando respostas neuroendócrinas e autonômicas que modulam o apetite e o gasto energético. O SNC recebe informações indicadoras do estoque energético do organismo a partir da sinalização mediada por fatores periféricos, como a leptina, por meio de sua ligação a receptores específicos localizados no núcleo arqueado do hipotálamo. Neurônios desse núcleo expressam POMC/CART e NPY/AgRP e se projetam para outras regiões do SNC envolvidas no controle da homeostase energética, como o núcleo paraventricular e a área hipotalâmica lateral. Ainda neurônios hipotalâmicos ocitocinérgicos apresentam projeções para o tronco cerebral e parecem participar no controle da ingestão alimentar. Utilizando modelo de endotoxemia, observamos que a hipofagia está associada à maior expressão hipotalâmica de CART e CRF. Por outro lado, no processo de tolerância à endotoxina, a tolerância ao efeito hipofágico está associada à menor expressão hipotalâmica de CRF e CART e também à resistência hipotalâmica à sinalização da leptina. Diferentes mecanismos moleculares estão envolvidos na redução dessa sinalização, cuja investigação poderá contribuir para o melhor entendimento da resistência à leptina observada na obesidade. CIRCADIAN RHYTHMS AND THE REGULATION OF ENERGY METABOLISM Silvana A. Bordin (ICB-USP) The widespread increase of obesity prevalence coincides with an expansion of the light exposition interval. The disruption of circadian feed behavior and energy metabolism rhythmicity facilitates inflammatory processes and precedes the development of an obese phenotype (Sutton et al. Endocrinology. 2010). Epidemiologic data confirm the common knowledge that night feeding behavior facilitates body weight gain. In rodents, the reduction of melatonin, which is the hormone that transmits to the internal milieu and changes in the light/dark cycle, increases visceral adiposity even with reduced food intake (Wideman & Murphy, Nutr Neurosci. 2009). Moreover, chronic shift work was recently described to increase T2DM risk (Pan et al. PLoS Med. 2011), and to display an inverse correlation with melatonin production due to night light exposure (Dumont et al. Chronobiol Int. 2012). We have consistently investigated the role of melatonin on energy metabolism. Recently we have demonstrated that pinealectomized rats (PINX) show night-time hepatic insulin resistance characterized by reduced insulin-stimulated AKT phosphorylation and increased PEPCK expression. The regulatory mechanism suggests the participation of unfolded protein response, because PINX induces night-time increase in ATF6 expression and prompts a circadian fashion of BiP, ATF4, and CHOP expression with Zenith values at the dark period. Decreased insulin-induced AKT phosphorylation occurs due to upregulation of TRB3, a pseudo-kinase inhibitor of AKT (Nogueira et al. Endocrinology. 2011). More recently, we have demonstrated that the absence of melatonin during gestation and lactation imprints glucose intolerance in the offspring, mainly due to hepatic insulin resistance and decreased insulin secretion. Based on large-scale expression approach, we found that the epigenetic alterations elicited by the absence of maternal melatonin are likely to be related to differential microRNA expression. O AMBIENTE MATERNO-FETAL E A PROGRAMAÇÃO OBESOGÊNICA Marcio Alberto Torsoni (Unicamp) A prevalência de obesidade e diabetes na população tem aumentado de maneira expressiva nas diferentes faixas etárias. Da mesma maneira, a prevalência de obesidade em mulheres na fase gestacional também tem acompanhado a tendência mundial dessas patologias. É conhecido que o ambiente intrauterino contribui de maneira decisiva para o desenvolvimento de alterações moleculares que poderão levar ao desenvolvimento de patologias metabólicas na prole na fase adulta. Essas alterações metabólicas são decorrentes da redução da sinalização hormonal em diferentes órgãos, entre eles o hipotálamo e o fígado. Distúrbios metabólicos, tais como estresse de retículo endoplasmático e resistência à insulina, são observados logo após o desmame. Na fase adulta, os sinais de saciedade e sinalização hormonal no hipotálamo, assim como a síntese de carboidratos e lipídeos no fígado, estão prejudicados, conduzindo ao fenótipo obeso. Na origem desses distúrbios, a literatura tem apontado para vários fenômenos bioquímicos, mas as alterações na atividade de metilases e acetilases e na expressão diferencial de microRNA que participam do controle da transcrição de genes relacionadas ao metabolismo têm recebido grande atenção. resumo de palestras DIETA E EXERCÍCIO NAS DOENÇAS METABÓLICAS – EFEITOS HORMONAIS E MECANISMOS MOLECULARES Maysa Vieira de Sousa (HC-FMUSP) O exercício representa um estresse físico que desafia a homeostase. Em resposta a esse estresse, o sistema nervoso autônomo e o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal participam intensamente na manutenção da homeostase. Isso inclui a elevação dos glicocorticoides, das catecolaminas, das citocinas pró-inflamatórias, do DNA livre plasmático, que têm aumento exponencial com a carga de treinamento, podendo resultar em maior inflamação e inibição da função gonadal, quando associada ao desequilíbrio de energia e macronutrientes. É notório que a adequação alimentar e a prática de exercícios contínuos de natureza aeróbia, agudos ou crônicos, podem ter efeitos benéficos na ação da insulina. No entanto, ainda pouco se sabe sobre os efeitos hormonais e mecanismos moleculares dos exercícios intermitentes de alta intensidade na resistência à insulina. Sabe-se que nos atletas o condicionamento físico está associado à diminuição da resposta do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, melhorando os estoques energéticos e a recuperação no pós-treino por causa da menor inflamação. O impacto dos exercícios intermitentes na resistência à insulina será abordado, apresentando novos entendimentos em fisiologia do exercício sobre os mecanismos hormonais e moleculares na restauração da sensibilidade à insulina, comparando indivíduos fisicamente ativos e portatores de doenças metabólicas. SITUAÇÃO DA PESQUISA EM PÉ DIABÉTICO NO BRASIL Candida Parisi (HC-FMUSP) O pé diabético é, no quadro das complicações crônicas do diabetes, das mais devastadoras, mutilante e responsável pela maior parte das internações de portadores de diabetes não somente no Brasil, como em todo o mundo. Sua presença implica redução da expectativa de vida, em particular após a amputação do membro afetado. Ao mesmo tempo, apresenta significativo impacto na qualidade de vida, redução da capacidade laborativa e impacto socioeconômico. Esse impacto não é apenas pertinente ao indivíduo, mas também ao erário público, que, em geral, suporta o ônus da maior parte das internações e intercorrências associadas. A pesquisa em pé diabético no Brasil, apesar de incipiente, vem crescendo paulatinamente. Recentemente, publicações de dados nacionais relativos ao tema mostram que, apesar de discutirmos úlceras, amputações, internações e desfechos, encontramos resultados distintos daqueles publicados em outros países, indicando particularidades clínicas e socioeconômicas que precisam ser conhecidas e sistematizadas. Ressaltamos que há muito por ser feito, estudado e desenvolvido. Lembramos as dificuldades relacionadas às dimensões continentais do nosso país e às diferenças regionais socioeconômicas, que, em termos de construção de produção nacional robusta, não podem ser desprezadas, entretanto não são impeditivos para os vários projetos que estão em andamento. MECANISMOS DE REVERSÃO DO DIABETES COM CIRURGIA BARIÁTRICA José Carlos Pareja (Unicamp) Bruno Geloneze 1. Impacto metabólico da cirurgia bariátrica no DM2 A prevenção melhora e mesmo a reversão do DM é observada nas diversas modalidades cirúrgicas bariátricas. Uma das primeiras grandes séries de cirurgias em pacientes diabéticos é o estudo de Greenville (EUA), no qual 165 indivíduos diabéticos foram operados pelo bypass gástrico e 83% permaneceram em remissão do DM em 14 anos de follow-up. Outro importante estudo é o Swedish Obesity Study (SOS), que compara um grupo de pacientes operados com outro de não operados(3). Os dados do SOS indicam prevalência de DM, após dois anos de seguimento, de 8% no grupo controle e 1% no grupo operado, e após dez anos, 24% no grupo controle e apenas 7% no operado. Vários outros estudos demonstram remissão entre 70% e 90% dos casos, sendo evidentes as taxas menores nos pacientes usuá rios de insulina, nos quais a capacidade funcional da célula beta pode estar muito comprometida. Por outro lado, a totalidade dos pacientes que utilizam hipoglicemiantes orais reverte o DM com a cirurgia. O problema desses estudos observacionais é que nenhum deles foi planejado para verificar especificamente o efeito em indivíduos diabéticos(4). Numa revisão de literatura sistemática, Buchwald et al. mostraram uma gradação dos efeitos da cirurgia bariátrica na resolução do DM2 de 98,9% para as derivações biliopancreáticas e duodenal switch, de 83,7% para o bypass gastrojejunal, de 71,6% para a gastroplastia e de 47,9% para a banda gástrica. Não existem dados sobre o impacto da cirurgia nas complicações crônicas micro e macrovasculares do DM. Da mesma forma, é ainda incerto se haverá aumento da longevidade nos pacientes operados. Novamente, o estudo SOS deverá fornecer as respostas definitivas para essas questões. resumo de palestras A cirurgia bariátrica apresenta resultados favoráveis nos fatores de risco cardiovasculares. Há nítida melhora do perfil lipídico, da hipertensão arterial, da apneia de sono, além de redução da hipertrofia ventricular esquerda e espessamento da camada íntima média das carótidas após a cirurgia. 2. Mecanismos de ação das técnicas cirúrgicas sobre a fisiopatologia do diabetes 2.1 Cirurgias restritivas As cirurgias puramente restritivas são representadas pela antiga gastroplastia vertical de Mason, uma técnica praticamente abandonada no Brasil devido ao reganho de peso e por sua inferioridade de resultados ponderais e metabólicos quando comparadas ao bypass gástrico. A versão atual da técnica puramente restritiva é a banda gástrica. O mecanismo de ação dessa técnica sobre o diabetes resume-se à redução da resistência à insulina decorrente da perda de peso em si. Embora existam trabalhos publicados mostrando resultados positivos sobre a remissão do diabetes, isso não corresponde à prática encontrada no Brasil. Além disso, existe uma tendência natural a não divulgação/publicação dos resultados insatisfatórios sobre a perda de peso e inferiores na melhora das comorbidades. O estudo SOS demonstra perdas ponderais de 25% do peso corporal após dez anos do bypass gástrico contra 13% na banda gástrica. A redução da insulinemia é de 54% e 25%, respectivamente, mais uma vez indicando a inferioridade das técnicas puramente restritivas. 2.2 Cirurgias disabsortivas Os procedimentos disabsortivos são eficazes na redução do peso e na melhora da sensibilidade à insulina. O primeiro procedimento bariátrico utilizado foi a derivação jejunoileal, iniciada em 1954 e caracterizada por perdas maciças de peso, mas associada a altas taxas de complicações como desnutrição, litíase renal e insuficiência hepática. Essa técnica foi abandonada. A versão atual e eficaz do método disabsortivo é representada pela cirurgia de derivação biliodigestiva, conhecida no Brasil como cirurgia de Scopinaro, cuja perda de peso média é de 80% sobre o peso excessivo inicial, com reversão do diabetes em pelo menos 85% dos casos. O sucesso dessa cirurgia em pacientes diabéticos é reflexo da disabsorção de lípides (provável redução da lipotoxicidade) e da intensa melhora da sensibilidade à insulina. A comparação entre o bypass gástrico (cirurgia de Capella) e a cirurgia de Scopinaro sobre a resistência à insulina foi feita em conjunto pelo grupo de cirurgia bariátrica da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e por um grupo italiano. Nesse trabalho foi demonstrado que a cirurgia de Scopinaro leva à melhora da sensibilidade à insulina de forma mais intensa que a cirurgia de Capella. Isso, no entanto, não confere superioridade à cirurgia disabsortiva, pois as complicações crônicas, em especial a desnutrição, são mais intensas nessa cirurgia. Além disso, as taxas de remissão do diabetes parecem ser maiores na cirurgia de Capella. 2.3 Cirurgias hormonoincretínicas A cirurgia de gastroplastia vertical com derivação jejunoileal é vista como uma evolução da gastroplastia vertical de Mason. Os resultados superiores foram inicialmente atribuídos à característica restritiva da cirurgia associada a uma disabsorção imposta pela derivação jejunoileal. Além disso, vários trabalhos de observação mostraram melhora do controle glicêmico poucos dias após a cirurgia, não podendo ser atribuído ao emagrecimento, tampouco à melhora da resistência à insulina. Na verdade, a intensa redução da ingestão alimentar, acompanhada da paradoxal redução do apetite, é atribuída à diminuição da produção do hormônio grelina (um orexígeno endógeno) pela exclusão do fundo gástrico do trânsito alimentar(7). A redução da grelina no seguimento de pacientes diabéticos foi demonstrada pela primeira vez no Brasil pelo nosso grupo. Essa redução deve ser importante na prevenção do reganho de peso no longo prazo. A reversão do diabetes deve-se a um aumento da sensibilidade à insulina associado à melhora da função da célula beta, incluindo a recuperação da primeira fase de secreção de insulina(9). Essa recuperação deve-se ao aumento do hormônio gastrointestinal com ação incretínica, o glucagon like peptide 1 (GLP-1), secundário à derivação jejunoileal. Assim, a cirurgia de Capella pode ser considerada um procedimento com resultados positivos decorrentes da modulação de hormônios e incretinas e é a cirurgia padrão-ouro para o paciente obeso mórbido diabético. Ao contrário do GLP-1, foi demonstrada queda do nível do GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) após cirurgia bariátrica em três estudos e aumento dele em um estudo, logo ainda é incerta a participação desse hormônio na melhora da resistência insulínica após cirurgia bariátrica. Tentando esclarecer os mecanismos pelos quais ocorre a reversão do DM2 após a cirurgia, foi realizado estudo no qual foram avaliados: peptídeo C, sensibilidade insulínica por meio do clamp euglicêmico hiperinsulinêmico e teste de tolerância oral à glicose (OGTT) com dosagem de incretinas e adipocitocinas em obesos mórbidos diabéticos, na primeira e quarta semanas após a derivação biliopancreática tipo Scopinaro. O DM2 teve resolução após uma semana da cirurgia com normalização da sensibilidade insulínica. Houve diminuição da secreção total e em jejum de insulina, com grande aumento da sensibilidade da célula beta, redução do GIP, aumento do GLP-1, redução dos níveis de leptina em jejum e após OGTT. As alterações observadas ocorreram entre uma e quatro semanas antes da perda de peso significativa(11). Estudo realizado com ratos diabéticos Goto-Kakizaki submetidos à exclusão duodenal, cirurgia que preserva o estômago e exclui o intestino proximal, mostrou melhora do controle glicêmico nesses animais, sugerindo que o bypass do intestino proximal pode ser uma opção de tratamento do DM2. Nesses animais, a resolução do DM2 foi independente dos mecanismos relacionados à obesidade, já que os ratos não eram obesos e inclusive ganharam peso após a cirurgia(12). Para testar essa hipótese, foi realizado estudo no LIMED/Unicamp, no qual foram submetidos à exclusão duodenal 12 indivíduos não obesos com DM2 há menos de 15 anos, sem evidência de autoimunidade (antiGAD negativo), com significante produção endógena de insulina (peptídeo C acima de 1 ng/ml), e em uso de insulina. Baixa morbidade perioperatória foi observada resumo de palestras como vômitos, constipação e náuseas. A reavaliação após 24 semanas da cirurgia demonstrou significativas quedas da glicemia de jejum (14% vs. 7% no grupo controle), da hemoglobina glicada (de 8.78 para 7.84 no grupo de pacientes operados, p < 0.01 e de 8.93 para 8.71 no grupo controle; p < 0.05 entre os grupos) e necessidade diária de insulina. Dez pacientes deixaram de usar insulina, porém mantiveram uso de hipoglicemiantes orais. Nenhuma diferença em termos de IMC, percentual e distribuição de gordura, pressão arterial e perfil lipídico foi observada entre os grupos. Esses achados sugerem um potencial papel do intestino proximal na patogênese do DM2 e apresentam uma possibilidade de uma nova alternativa terapêutica no seu manejo. 3. Conclusões e recomendações A obesidade deve ser considerada uma doença neuroquímica, crônica e recidivante. Assim, o seu tratamento deve incluir abordagens de longo prazo. A aceitação do tratamento cirúrgico do paciente diabético depende da percepção de médicos e pacientes, da influência da obesidade na fisiopatologia da doença e da possibilidade de intervenção duradoura sobre a obesidade. A cirurgia bariátrica, que promove prevenção e reversão de longo prazo da doença, pode alterar essa percepção. A redução de 5% a 10% do peso corporal tem sido apontada como eficaz em melhorar o controle do diabetes ou promover uma reversão da doença nas suas fases iniciais. No entanto esses dados referem-se aos pacientes com sobrepeso ou obesidade grau I. Nos casos de obesidade grau III e na superobesidade (IMC > 50 kg/m2), essa redução, embora útil, é muito modesta para atingir os objetivos de tratamento do diabetes. Além disso, se considerarmos o diabetes uma doença relacionada a uma disfunção do eixo enteroinsular, a redução de peso deixa de ser o foco único, sendo acrescida da modulação da produção prandial de insulina. Essa modulação pode ser alcançada ao menos pela técnica de Capella. Da parte dos pacientes existem o medo e a ansiedade gerados pela ideia de cirurgias chamadas de radicais. Da parte dos diabetologistas, não há dúvidas de que o diabetes é uma doença crônica que deve ser radicalmente tratada a fim de evitar suas complicações crônicas. Vários estudos indicam melhora geral da qualidade de vida mesmo diante de restrições dietéticas impostas pela cirurgia. A reversão ou melhora do diabetes e as alterações metabólicas associadas são acrescidas da melhora da aparência física e das oportunidades sociais e econômicas. Em resumo, a potencial reversão do diabetes nesses pacientes faz com a que a cirurgia bariátrica deva ser considerada uma opção terapêutica em todos os pacientes obesos mórbidos diabéticos. Referências 1. Bushwald H, Avidor Y, Braunwad E, et al. Bariatric surgery: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2004;292:1724-37. 2. Pories WJ, MacDonald KG, Morgan EJ, et al. Surgical treatment of obesity and its effect on diabetes: 10-y follow-up. Am J Clin Nutr. 1992;55:5825S. 3. Sjöstrom L, Lindroos AK, Peltonen M, et al. Lifestyle, diabetes and cardiovascular risk factors 10 years after bariatric surgery. N Engl J Med. 2004;351:2283-93. 4. Eisenberg D, Bell RL. The impact of bariatric surgery on severely obese patients with diabetes. Diabetes Spectrum. 2003;16:240-5. 5. Muscelli E, Mingrone G, Camastra S, et al. Differential effect of weight loss on insulin resistance in surgically treated obese patients. Am J Med. 2005;118:51-7. 6. Geloneze B, Repetto EM, Pareja JC, et al.The insulin tolerance test in morbidly obese patients undergoing bariatric surgery. Obes Res. 2001;9:7639. 7. Cummings DE, Overduin J, Foster-Schubert KE. Gastric bypass for obesity: mechanisms of weight loss and diabetes resolution. J Clin Endocrinol Metab. 2004;89:2608-15. 8. Geloneze B, Repetto EM, Pilla VF, et al. Ghrelin: a gut-brain hormone. Effect of gastric by-pass. Obes Surg. 2003;13:17-22. 9. Polyzogopolou EV, Kalfarentzos F, Vagenakis AG, et al. Restoration of euglycemia and normal acute insulin response to glucose in obese subjects with type 2 diabetes following bariatric surgery. Diabetes. 2003;52:1098-103. 10. Alwyn S. Gastrointestinal surgery and gut hormones. Curr Opin Endocrinol Diabetes. 2005;12:89-98. 11. Guidone C, Manco M, Valera-Mora E, et al. Mechanisms of recovery from type 2 diabetes after malabsorptive bariatric surgery. Diabetes. 2006;55:2025-32. 12. Rubino F, Marescaux J. effect of duodenal-jejunal exclusion in a non-obese animal model of type 2 diabetes: a new perspective for an old disease. Ann Surg. 2004;239:1-11. 13. Geloneze B, Geloneze SR, Fiori C, et al. Surgery for nonobese type 2 diabetic patients: an interventional study with duodenal-jejunal exclusion. Obes Surg. 2009;19(8):1077-83. resumo de palestras METAS DO TRATAMENTO E CUIDADOS ESPECÍFICOS DO PACIENTE DIABÉTICO IDOSO Antônio Carlos Lerario (InCor-FMUSP) Nas últimas décadas, tem ocorrido, em praticamente todo o mundo, um expressivo aumento da expectativa de vida e envelhecimento da população. Uma das consequências resultantes do observado envelhecimento populacional tem sido o concomitante aumento da prevalência de doenças crônicas, notadamente do diabetes tipo 2 (DM2), que constitui um importante fator de morbidade, mortalidade e de custos da assistência de saúde. Além de estarem mais sujeitos a desenvolver doenças crônicas, os indivíduos idosos apresentam uma condição particular de agravamento das condições de saúde, que é o desenvolvimento das síndromes geriátricas (SG). São consideradas como componentes da SG: o maior risco à fraturas associadas a uma maior tendência a quedas e a osteoporose, a incontinência e urgência urinárias, a depressão, à piora cognitiva, a incapacidade funcional para a realização de exercícios físicos e mesmo para as atividades físicas diárias, que conjuntamente causam ao indivíduo idoso um estado de fragilidade que o tornam muito mais suscetível a perder a sua capacidade física e ao desenvolvimento de outras enfermidades doenças. O diabetes e as síndromes geriátricas Em complementação aos cuidados preconizados para os demais pacientes diabéticos, algumas particularidades deverão ser consideradas do tratamento do paciente idoso com diabetes, geralmente relacionadas à presença de algumas síndromes geriátricas: – Alguns estudos transversais têm sistematicamente demonstrado que, quando comparado ao idoso não diabético, o paciente com DM idoso apresenta maior risco de desenvolver capacidade funcional nas atividades diárias, convívio social, desempenhar atividades profissionais e mesmo manter-se sem o auxílio de outra pessoa. – Vários estudos epidemiológicos têm indicado que indivíduos diabéticos apresentam prevalência 10% a 30% maior de desenvolver um quadro depressivo, quando comparados aos não diabéticos e a presença de comorbidades. – Pacientes idosos com DM apresentam maior urgência urinária e incontinência, que são geralmente associadas a neuropatia moderada e severa e ao risco de infecções urinárias. – Perda de peso que se relaciona à inapetência e ao aumento do catabolismo proteico, que podem estar relacionados a insuficiência renal, maior risco de infecções, deficiência de vitamina D e efeito de medicamentos. – Por terem uma maior incidência de complicações macro e microvasculares, os pacientes com DM2 estão mais sujeitos a quadros demenciais vasculares e degenerativas. Controle glicêmico e SG A hiperglicemia acentuada pode contribuir para o desenvolvimento ou o agravamento de síndromes geriátricas por causa das alterações fisiopatológicas a ela ligadas. Entretanto, a manutenção de controle glicêmico rigoroso persistente em níveis próximos aos fisiológicos (A1c+ 6,5-7,0), obtido pelo tratamento intensivo, recomendado para a população diabética em geral, tem sido questionada, assim como em relação a idosos diabéticos, mas faltam dados para que se estabeleça o que seria um bom controle glicêmico em idosos. Com base em dados de estudos clínicos randomizados e de elevada casuística que indicam que, em pacientes diabéticos tratados com controle glicêmico rigoroso, ocorre um aumento que a maior prevalência de hipoglicemias se associa a um maior risco de quedas e de mortalidade por todas as causas, o Grupo de Trabalho Europeu de Diabetes para Pessoas Idosas (European Diabetes Working Party for Older People) preconiza em suas recomendações os seguintes alvos de tratamento para o tratamento de indivíduos diabéticos idosos: HA1c ≤ 7,0 pacientes idosos com bom estado funcional e níveis de HbA1c ≤ 8,0 % em pacientes com fragilidade ou doença avançada. Como intervir na SG A estratégia na prevenção e redução do agravamento da SG se baseia em: Cuidados gerais: Exercício muscular aeróbio e treinamento físico podem retardar ou diminuir a incapacidade física. A alimentação adequada para o estilo de vida do paciente pode evitar a desnutrição, a obesidade e a grande variabilidade glicêmica, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar. Tratamento farmacológico do diabetes: O tratamento medicamentoso do controle glicêmico se assemelha ao preconizado para a população diabética não idosa, levando em consideração os seus efeitos adversos e facilidade posológica e as condições clínicas individuais de cada paciente. Conclusão O acompanhamento médico do indivíduo diabético idoso apresenta algumas particularidades específicas em relação aos demais pacientes diabéticos, em consequência ao agravamento de suas condições clínicas associadas ao envelhecimento. Portanto, a maior efetividade da abordagem terapêutica do diabético idoso deverá incluir estratégias validadas para o tratamento de pacientes idosos. resumo de palestras Referências 1. Araki A, Ito H. Diabetes mellitus and geriatric syndromes. Geriatr Gerontol Int. 2009;9:105-14. 2. Abbatecola AM, Paolisso G, Corsonello A, Bustacchini S, Lattanzio F. Antidiabetic oral treatment in older people: does frailty matter? Drugs Aging. 2009;26(Suppl 1):53-62. 3. Bourdel-Marchasson I, Helmer C, Fagot-Campagna A, Dehail P, Joseph PA. Disability and elderly people with diabetes. Diabetes Metab. 2007;33(Suppl 1):S66-74. 4. Rauseo A, Pacilli A, Palena A, De Cosmo SA. Management of type 2 diabetes in geriatric patients. J Nephrol. 2010;23(Suppl 15):S72-9. 5. Volpato S, Maraldi C, Fellin R. Type 2 diabetes and risk for functional decline and disability in older persons. Curr Diabetes Rev. 2010;3:134-43. 6. Bernie HD, Garwood CL. Diabetes medications related to an increased risks of falls and fall related morbility in the elderly. Ann Pharmacother. 2010;44(4):712-7. 7. Cigolle CT, Blaum CS, Halter JB. Diabetes and cardiovascular disease prevention in older adults. Clin Geriatr Med. 2009;25(4)607-41. 8. Gregg EW, Beckles CL, Williamson F, et al. Diabetes and physical disability in older US adults. Diabetes Care. 2000;23:1272-7. 9. Currie CJ, Peters JR, Tynan A, Evans M, Heine RJ, Bracco OL, et al. Survival as a function of HbA(1c) in people with type 2 diabetes: a retrospective cohort study. Lancet. 2010;375:481-9. 10. Calles-Escandón J, Lovato LC, Simons-Morton DG, Kendall DM, Pop-Busui R, Cohen RM, et al. Effect of intensive compared with standard glycemia treatment strategies on mortality by baseline subgroup characteristics: the Action to Control Cardiovascular Risk in Diabetes (ACCORD) trial. Diabetes Care. 2010;33:721-7. PARTICULARIDADES DA DOENÇA CORONÁRIA NO DIABETES MELLITUS TIPO 2 Domingos A. Malerbi (São Paulo) Exposição das diferenças patológicas, fisiopatológicas, clínicas e terapêuticas da coronariopatia em pacientes diabéticos e não diabéticos. A presença da microangiopatia na placa aterosclerótica, da neuropatia autonômica, dos produtos avançados da glicação não enzimática na placa aterosclerótica e outras características modificam a epidemiologia, a apresentação clínica e o prognóstico da doença coronariana em pacientes diabéticos. Do ponto de vista terapêutico, também há diferenças, com ênfase na prevenção secundária agressiva nas fases iniciais do diabetes e preferência por determinadas intervenções sobre outras nas fases avançadas. A HbA1c no diagnóstico de diabetes mellitus Laércio J. Franco (FMRP-USP) A hemoglobina glicada (HbA1c) é largamente usada como um indicador da média glicêmica em diabéticos, como medida do risco de desenvolvimento de complicações diabéticas e como um indicador da qualidade dos serviços. Em 2010, a Associação Americana de Diabetes (ADA) e, em 2011, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendaram que os níveis de HbA1c, quando dosados por métodos certificados pelo National Glycohemoglobin Standardization Program, podem ser usados para o diagnóstico de diabetes. O valor de HbA1c ≥ 6,5% foi recomendado como ponto de corte para o diagnóstico de diabetes. Segundo a OMS, um valor inferior a 6,5% não exclui o diagnóstico de diabetes e a interpretação de valores de HbA1c inferiores a 6,5% ainda necessita mais evidências. O diagnóstico de diabetes em pessoas assintomáticas não deve se basear em apenas uma única dosagem alterada de HbA1c; necessita de uma dosagem adicional alterada de HbA1c ou de glicemia. A ADA recomenda que valores entre 5,7% e 6,4% sejam utilizados para o diagnóstico de pré-diabetes. Embora o uso da HbA1c para o diagnóstico de diabetes tenha diversas vantagens em relação aos critérios tradicionais baseados na glicemia, existe um número importante de desvantagens. Hemoglobinopatias, síndromes talassêmicas, fatores que afetam a sobrevivência e a idade das hemácias, uremia, hiperbilirrubinemia e deficiência de ferro podem influenciar as dosagens de HbA1c. Recentemente, diferenças raciais e étnicas na relação entre HbA1c e glicemia têm sidos descritas. Embora as razões para essas diferenças ainda permaneçam desconhecidas, alguns fatores têm sido explorados, como diferenças na sobrevida das hemácias, balanço glicêmico intra e extracelular e determinantes genéticos não glicêmicos da HbA1c. Até que as razões para essas diferenças sejam conhecidas, basear-se apenas na dosagem da HbA1c para o diagnóstico de diabetes cria um potencial para erro sistemático ou erro na classificação da condição glicêmica. resumo de palestras ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DO DIABETES GESTACIONAL Carlos A. Negrato (Bauru-SP) 1. Manejo terapêutico do diabetes gestacional Deve-se esclarecer às pacientes com DMG sobre os riscos de sua patologia e que um bom controle glicêmico durante toda a gravidez reduzirá as chances de ocorrência de macrossomia fetal, tocotraumatismos (para as mães e para os recém-nascidos), parto induzido ou cesariana, hipoglicemia neonatal e mortalidade perinatal. Também se deve instruí-las sobre a frequência e as técnicas corretas da automonitorização de sua glicemia capilar. Evidências sugerem que a intervenção em gestantes com DMG pode diminuir a ocorrência de eventos adversos da gravidez, inclusive em pacientes portadoras de disglicemias menos severas que as diagnósticas de DMG. O tratamento inicial do DMG consiste em orientação alimentar que permita ganho de peso adequado e normalização da glicemia. A prática de atividade física deve fazer parte do tratamento do DMG, respeitando-se as possíveis contraindicações obstétricas. Após duas semanas de dieta, se os níveis glicêmicos permanecerem elevados (jejum ≥ 95 mg/dl e uma hora pós-prandial ≥ 140 mg/dl), recomenda-se iniciar o tratamento farmacológico. O controle glicêmico deve ser feito por meio da automonitorização domiciliar. Esta deve ser realizada antes e uma hora após as principais refeições, em especial nas gestantes que usam insulina. As doses iniciais de insulina variam de 0,6 a 1,0 U/kg dependendo do período da gestação. A combinação de preparações de insulina de ação intermediária ou prolongada com as de ação rápida ou ultrarrápida são eficientes para se alcançarem os alvos glicêmicos e melhorar os resultados perinatais. Atualmente, tem havido alguns estudos mostrando bons resultados no tratamento do DMG com o uso de antidiabéticos orais (metformina e/ou glibenclamida), assim como o uso de análogos de insulina de ação lenta e/ou ultrarrápida. O uso da insulina e dos antidiabéticos orais é frequentemente interrompido após o parto. É necessário avaliar os níveis de glicemia materna após o parto para saber se a paciente permaneceu com diabetes e, nesse caso, identificar o tipo de diabetes para programar o tratamento adequado. 2. Atualização do diagnóstico do diabetes gestacional O DMG é definido como a intolerância à glicose, de qualquer grau, diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez, que pode ou não persistir após o parto. A importância do diagnóstico do diabetes durante a gravidez foi sugerida por relatos de maior frequência de abortamentos, macrossomia e mortalidade perinatal em filhos de mulheres que desenvolveram DMG, em comparação às do grupo-controle. Na maior parte das vezes, representa o aparecimento do DM2 durante a gravidez e apresenta fatores de risco tais como: idade avançada (geralmente ≥ 25 anos), sobrepeso, obesidade (IMC ≥ 25) antes da gravidez ou no primeiro trimestre, ou ainda, ganho excessivo de peso na gravidez atual, história familiar de diabetes em parentes de primeiro grau, crescimento fetal excessivo (macrossomia ou fetos GIG), polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual, antecedentes obstétricos de abortos de repetição, de malformações fetais, de morte fetal ou neonatal, de macrossomia ou de DMG e síndrome de ovários policísticos. Sempre existiu grande controvérsia sobre a indicação do rastreamento do DMG na literatura. A maior parte das recomendações advinha de consensos de especialistas. Recentemente, a International Association of Diabetes in Pregnancy Study Groups (IADPSG) sugeriu que os critérios diagnósticos para diabetes gestacional deveriam ser baseados nos achados do estudo HAPO, um estudo observacional que tinha como meta encontrar o exato ponto de corte que liga a hiperglicemia materna com eventos perinatais adversos. Foram sugeridos então novos pontos de corte para o jejum, uma e duas horas, que são ≥ 92 mg/dl, ≥ 180 mg/dl e ≥ 153 mg/dl, respectivamente. Somente um valor anormal já leva ao diagnóstico de DMG. Aquelas pacientes que apresentarem glicemia em jejum ≥ 126 mg/dl e/ou HbA1c ≥ 6,5% e/ou glicemia feita ao acaso ≥ 200 mg/dl, na primeira consulta pré-natal, seriam diagnosticadas como tendo diabetes clínico pré-gestacional. Tal critério tem sido adotado por diversas sociedades médicas mundiais, porém tem sido bastante criticado, pois levaria a um aumento drástico no número de pacientes que teriam o diagnóstico de diabetes gestacional (17,8%), o que causaria sobrecarga muito grande para os serviços que prestam atendimento a tais pacientes. É importante que os testes sejam realizados após três dias de dieta sem restrições (150 g de carboidratos), com 75 g de glicose, que a paciente não fume e que permaneça sentada ou deitada durante eles. O ponto de corte de 100 mg/dl considerado para glicemia de jejum de adultos normais não está validado para aplicação na gravidez. Não se deve fazer o diagnóstico com exame de glicemia feito ao acaso, com teste de sobrecarga com 50 gramas de glicose e glicosúria. resumo de palestras DOENÇA ÓSSEA METABÓLICA E DIABETES Francisco José A. de Paula (FMRP-USP) O diabetes mellitus tipo 2 (DM 2) é uma doença crônico-degenerativa, com aumento considerável na prevalência mundial nos últimos anos, sendo um grande fator de risco de morte e de numerosas complicações não fatais1. Estudos epidemiológicos demonstram um aumento consistente da incidência e prevalência de diabetes no idoso. A prevalência de DM 2 na população dos Estados Unidos da América com mais de 75 anos é de 20%, na população brasileira é de 7,4%, entretanto na faixa etária entre 60 e 69 anos é de 17,4%, cerca de seis vezes mais do que a prevalência na população entre 30 e 39 anos2. No processo de envelhecimento normal, contribuem para um prejuízo no metabolismo da glicose: menor secreção de insulina mediada pela glicose, déficit na supressão da produção hepática de glicose e menor captação da glicose pelo músculo esquelético e tecido adiposo, mediado pela insulina3. Indivíduos idosos têm maior intolerância à glicose e resistência insulínica que indivíduos jovens, e muitos deles desenvolvem DM 2. Existe, contudo, uma controvérsia se seria por causa de uma disfunção da célula beta por consequência “biológica da idade” da deposição de substância beta-amiloide, porém certamente no paciente idoso ocorre menor secreção de incretinas e maior atividade do glucagon, prejudicando a secreção de insulina2. Outros fatores como aumento da adiposidade e alteração na sua distribuição, diminuição de massa magra e composição muscular anormal e inatividade física contribuiriam para diminuir a sensibilidade à insulina. No músculo estão presentes receptores de glicose, denominados GLUTs, que carreiam a glicose do sangue para dentro da célula e mantêm a glicemia normal. Porém, para que isso ocorra e esse receptor seja expresso para fora da célula, há necessidade da ação da insulina. A sarcopenia presente do idoso, isto é, a diminuição de massa muscular diminui o número de GLUTs. O aumento da glicose também é responsável por levar a resistência da ação dos receptores de insulina e consequentemente diminuir a expressão dos GLUTs. Estudos comprovam que a atividade física aumenta a massa muscular, diminui a resistência insulínica e melhora a captação muscular de glicose. O DM 2 em idosos também está associado à maior ingestão de carboidratos e uso de drogas diabetogênicas3,4. Tratamento No paciente idoso portador de diabetes, o controle passa a ser menos rigoroso que no adulto. As metas estipuladas são mais flexíveis, e a Academia europeia aceita níveis de hemoglobina glicada entre 7,5% e 8,5% para idosos fragilizados ou idosos com mais de 80 anos e a americana, níveis entre 7% e 8%. Alguns pontos são importantes, como: identificar o tempo de diabetes (anos de doença ou recém-diagnosticado) e quem é esse idoso (fragilizado, com incapacidade funcional, com perda cognitiva); orientar cuidador e familiar sobre reconhecimento de sintomas, tratamento e monitorização por meio de programas de educação; participação de uma equipe interdisciplinar como enfermeira, nutricionista, psicóloga entre outros; necessidade de acompanhamento regular e adesão ao tratamento e, como em todo tratamento de doença crônica, a necessidade de mudanças de estilo de vida. A escolha do tratamento do diabetes no idoso deve ser baseada em evitar ao máximo a hipoglicemia. Devemos seguir, em princípio, o algoritmo de tratamento da Sociedade Brasileira de Diabetes, em que a primeira opção terapêutica é a associação da mudança de estilo de vida e a prescrição da metformina5. Apesar da produção hepática de glicose no idoso não estar aumentada, ainda é uma opção barata, efetiva e com baixo risco de hipoglicemia. Devemos atentar para o fato de a metformina favorecer a perda de peso, e no idoso o emagrecimento pode ser fator de risco de fragilidade. Neste ponto, devemos ressaltar a importância dos inibidores da DPP 4 no tratamento do diabetes do idoso, pois apresentam incidência bem menor de hipoglicemia quando comparados com as sulfonilureias ou glinidas. Dentre os medicamentos dessa classe, a Vildagliptina foi a primeira a ser estudada nessa população de forma intensiva nos últimos anos. Quando comparados a metformina, apresentam eficácia semelhante, podendo ser uma opção em monoterapia6 no paciente idoso que apresenta efeitos colaterais, como gastrointestinais ou perda de peso. Nos estudos que comparam Vildagliptina a outros antidiabéticos orais, o efeito de redução na A1c também é melhor no subgrupo com faixa etária > 65 anos. Em um estudo comparando Vildagliptina em adição a metformina ou placebo em adição a metformina, a resposta na faixa etária idosa foi significamente melhor7. Já a comparação entre Vildagliptina e Glimepirida em associação com a metformina, mostrou redução da A1c semelhante entre os grupos, e nos pacientes idosos do grupo de Vildagliptina houve melhor resposta de redução na A1c. A incidência de hipoglicemia foi extremamente mais frequente quando comparado ao grupo que uso Vildagliptina, como também o ganho de peso8. Porém, nos idosos com perda de peso, fragilidade e descontrole metabólico importante, o uso de insulina deve ser considerado. A maneira mais eficaz de estabelecer um regime de insulinização seria em um primeiro momento controlar a glicemia de jejum por meio do uso de insulina NPH 0,2 UI/kg, titulando a dose de insulina NPH até atingir glicemia de jejum em torno de 110 mg/dl. Caso a glicemia pré-jantar esteja elevada, acima de 140 mg/dl, inicia-se com dose fracionada de NPH 0,3 UI/kg, 50% pela manhã e 50% ao deitar, mantendo a dose dos antidiabéticos orais. Caso não se obtenha controle adequado no pós-prandial, o uso de insulina regular deverá ser considerado, iniciando com 10% da dose total da NPH em cada refeição. A Vildagliptina também foi estudada em pacientes usuários de insulina. Os pacientes eram randomizados entre Vildagliptina e placebo, mantendo-se a resumo de palestras dose da insulina. Como resultado, os pacientes do grupo Vildagliptina apresentaram maior redução da A1c e menor incidência de hipoglicemia, mesmo sem diferença na dose de insulina entre os grupos9. Neste estudo novamente se observou maior redução da A1c no grupo de idosos. Essa melhor resposta de Vildagliptina entre os idosos pode ser explicada pela maior secreção de glucagon nessa população, como demonstrado em estudo puplicado por Basu e cols.4. Portanto, a Vildagliptina foi a primeiro fármaco dessa classe a ser estudado na população idosa, com resultados melhores quando comparados à faixa etária mais jovem. Apresenta segurança no paciente portador de insuficiência cardíaca e renal, além da osteoporose. Porém, a maior qualidade foi alcançar o objetivo primário no tratamento do diabetes do idoso, que é a prevenção da hipoglicemia. Referências 1. Lindstrom J, Tuomilehto J. The diabetes risk score: a practical tool to predict type 2 diabetes risk. Diabetes Care. 2003;26:725-31. 2. Malerbi DA, Franco LJ. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the urban Brazilian population aged 30-69 yr. The Brazilian Cooperative Group on the Study of Diabetes Prevalence. Diabetes Care. 1992;15(11):1509-16. 3. Scheen AJ. Diabetes mellitus en the elderly: insulin resistance and or impaired insulin secretion? Diabetes Metab. 2005;31(2):5527-34. 4. Basu R, Breda E, Oberg AL, Powell CC. Mechanisms of the age-associated deterioration in glucose tolerance: contribution of alterations in insulin secretion, action, and clearance. Diabetes. 2003;52(7):1738-48. 5. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes – 2009. Disponível em: www.diabetes.org.br. Acesso em: 21/5/2010. 6. Schweizer A, Dejager S, Bosi E. Comparison of vildagliptin and metformin monotherapy in elderly patients with type 2 diabetes: a 24-week, doubleblind, randomized trial. Diabetes Obes Metab. 2009;11:804-12. 7. Goodman M, Thurston H, Penman J. Efficacy and tolerability of vildagliptin in patients with type 2 diabetes inadequately controlled with metformin monotherapy. Horm Metab Res. 2009;41:368-73. 8. Ferrannini E, Fonseca V, Zinman B, et al. Fifty-two-week efficacy and safety of vildagliptin vs. glimepiride in patients with type 2 diabetes mellitus inadequately controlled on metformin monotherapy. Diabetes Obes Metab. 2009;11:157-66. 9. Fonseca V, Schweizer A, Albrecht D, et al. Addition of vildagliptin to insulin improves glycaemic control in type 2 diabetes. Diabetologia. 2007;50:1148-55. PAPEL DAS VIAS DE SINALIZAÇÃO DA AKT E PKA NA RESPOSTA ANTI-ATRÓFICA DE AGONISTA BETA-2 EM MÚSCULOS OXIDATIVOS DESNERVADOS Gonçalves DAP, Silveira WA, Lira EC, Graça FA, Paula-Gomes S, Zanon NM, Medeiros A, Brum PC, Kettelhut IC, Navegantes LCC (FMRP-USP) Embora o efeito protetor do agonista adrenérgico b2 clenbuterol (CB) em músculo esquelético submetido à desnervação motora (DEN) seja bem conhecido, o mecanismo molecular envolvido nesse efeito não está completamente definido. Observou-se neste trabalho que o tratamento in vivo com CB (3 mg.kg-1, s.c.) por três dias induz efeitos antiproteolíticos em músculos sóleos de ratos normais e desnervados por meio de mecanismos distintos. Em sóleo normal, o CB estimula a síntese proteica, inibe a proteólise dependente de Ca2+ e aumenta os níveis de calpastatina. Por outro lado, a administração de CB aos ratos desnervados ameniza a perda de massa muscular, estimula a síntese proteica, atenua a hiperativação da proteólise lisossomal e proteassomal e suprime a transcrição da protease lisossomal catepsina L e da atrogin-1/MAFbx e MuRF1, duas ubiquitina (Ub)-ligases envolvidas na atrofia muscular. Esses efeitos não foram associados com alterações no conteúdo de IGF-1 ou nos níveis de fosforilação da Akt. Em músculos isolados, CB (10-6 M) in vitro reduziu significativamente a proteólise total e a estimulação do RNAm das Ub-ligases induzidas pela DEN; respostas similares foram observadas em músculos desnervados expostos ao 6-BNZ-cAMP (500 mM), um ativador da PKA. A incubação in vitro de triciribina (10 mM), um inibidor seletivo da Akt, não bloqueou os efeitos inibitórios do CB na proteólise e nos níveis de RNAm das Ub-ligases. Esses dados indicam que o tratamento com CB a curto prazo ameniza a atrofia do sóleo induzida pela DEN por meio da estimulação da síntese proteica, supressão da expressão da catepsina L e das Ub-ligases e consequente inibição da atividade proteolítica lisossomal e proteassomal. Ressalta-se, ainda, que esses efeitos são independentes da Akt e possivelmente mediados pela via de sinalização do AMPc/PKA. Apoio financeiro: CNPq, FAPESP (08/06694-6, 09/07584-2). resumo de palestras FISIOPATOLOGIA DAS COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO DIABETES: DA HIPERGLICEMIA À EPIGENÉTICA Maria Lúcia C. Giannella (FMUSP) Existe uma predisposição genética para o desenvolvimento da nefropatia diabética (ND), e vários genes relacionados aos mecanismos fisiopatológicos até o momento conhecidos já foram estudados (receptores de produtos finais de glicação avançada, aldose redutase, enzima conversora da angiotensina etc.). O papel do estresse oxidativo na patogênese das complicações crônicas do DM está estabelecido, e genes que codificam proteínas de sistemas oxidantes e antioxidantes são candidatos a conferir suscetibilidade para a ND. A glutationa (GSH) é um dos antioxidantes mais importantes e sua síntese depende da enzima g-glutamilcisteína sintetase, cuja subunidade catalítica é codificada pelo gene GCLC. A GSH é usada pelas glutationas peroxidases, enzimas que catalisam a inativação do oxigênio reativo e espécies de nitrogênio. Na direção oposta, o sistema NADPH oxidase gera espécies reativas de oxigênio e maior expressão das proteínas NOX-1, NOX-2 (codificada pelo gene CYBB), NOX-4 e p22phox (codificada pelo gene CYBA) já foi demonstrada na ND. Em trabalho multicêntrico realizado com portadores de DM1 de São Paulo e do Rio Grande do Sul, identificamos polimorfismos de um único nucleotídeo (SNPs) nos genes GCLC, GPX4, CYBA e CYBB como moduladores da suscetibilidade à nefropatia diabética franca (macroalbuminúria ou proteinúria) ou à taxa de filtração glomerular (TFG) < 60 ml/min/1,73 m2. Além da genética, fenômenos epigenéticos também têm sido implicados no desenvolvimento das complicações crônicas do diabetes, como as modificações na cauda de histona da cromatina e do padrão de metilação de genes induzidos pela hiperglicemia crônica, que são a base fisiopatológica da assim chamada “memória metabólica”. Cardiovascular Autonomic Neuropathy (CAN): early detection and prognosis Luiz Clemente de Souza Pereira Rolim (Unifesp) Cardiovascular autonomic neuropathy (CAN) is one of the most clinically significant complications of diabetes mellitus (DM), but one of the least frequently diagnosed. It is important to point out that CAN is currently known as an early complication of type 2 DM, and seems to be more prevalent in DM2 than DM1 patients, appearing earlier and causing higher mortality rates. By the other side, most of DM1 patients with CAN remain asymptomatic for years and, when the symptoms appear, CAN is usually in advanced and irreversible stages. The progression of CAN, both insidious and silent, is associated with considerable morbidity and mortality, as well as with serious impairment of the quality of life of diabetic individuals. In its initial stages (early and intermediate), CAN may be diagnosed and treated. However, in advanced cases (severe stage), the only treatment that remains is a symptomatic one. Objective detection of CAN in its early stages (incipient and intermediate forms) via cardiovascular tests (Ewing’s tests) and computerized systems (spectral analysis of heart rate variability) is both feasible and recommended by the American Diabetes Association and the American Academy of Neurology. In this lecture, we will discuss the natural history of autonomic neuropathy and its impact on cardiovascular disease in DM, as well as the tests for the early diagnosis and staging of CAN in the clinical practice. resumo de palestras Análise crítica dos algoritmos de tratamento do diabetes do tipo 2 Bernardo Léo Wajchenberg (InCor-FMUSP) A ADA e a EASD publicaram em 2009 uma declaração de consenso para o controle médico da hiperglicemia em pacientes com diabetes do tipo 2 (T2DM). Os AA sugeriram tratamento inicial com metformina e mudança do estilo de vida, seguidos da adição de insulina basal ou uma sulfonilureia (SU) se o alvo glicêmico não fosse atingido (degrau 1). Todas as outras terapêuticas hipoglicemiantes eram relegadas a um status secundário (degrau 2) e somente recomendadas para uma situação clínica determinada. De acordo com a opinião da maioria dos diabetólogos, esse algoritmo não oferece aos médicos e pacientes a seleção apropriada de opções para individualizar e otimizar o tratamento com a intenção de manter o controle glicêmico e reduzir as complicações diabéticas e o risco cardiovascular. A metformina e as SU, sem dúvida alguma, melhoram o controle glicêmico a curto ou médio prazo, mas as SU em particular (não considerando a gliclazida) estão associadas com falência progressiva do tratamento. Por outro lado, as tiazolidinedionas e os tratamentos baseados em incretinas têm um efeito mais favorável na função das células beta, mas estudos suficientemente de longo prazo ainda não estão disponíveis. A conduta de adicionar (ou mesmo iniciar) terapêutica insulínica ainda não é muito clara e não deve ser restrita somente considerando apenas a terapêutica insulínica basal. Pode-se dizer que o algoritmo do tratamento de 2009 não é de fato baseado em evidência. Nessa mesma ocasião, a Associação Americana de Endocrinologistas e o Colégio Americano de Endocrinologia (AACE/ACE) apresentaram um algoritmo para o tratamento de glicemia em pacientes com diabetes do tipo 2 e compararam com o algoritmo da ADA/EASD, indicando que no primeiro degrau do algoritmo ADA/EASD estavam envolvidos quatro regimes (com três medicamentos), enquanto no segundo degrau foram incluídos mais três regimes (com mais dois medicamentos novos). Em contraste, no algoritmo AACE/ACE, foram incluídas nove classes de medicamentos, em mais de 20 combinações de mono-, dupla- e tripla-terapia, e combinações adicionais com insulina. O algoritmo AACE/ACE deu ênfase a terapias baseadas em incretinas (inibidores do DPP-4 e agonistas do GLP-1) e o uso de SU foi considerado de baixa prioridade (pelo risco de hipoglicemia e ganho de peso). Do mesmo modo, as tiazolinedionas também foram consideradas de baixa prioridade em virtude dos seus efeitos adversos. A escolha da terapêutica no algoritmo AACE/ACE foi estratificada pela HbA1c. Do mesmo modo que no algoritmo da ADA/EASD, embora desejável em princípio, nem sempre foi baseado em evidência. Apesar de o algoritmo da AACE/ACE ser excelente, é complexo, sendo provavelmente pouco utilizado para rápida referência pelo médico responsável. Essa é talvez uma das razões por que as diretrizes (guidelines) são raramente utilizadas na consulta pelo diabetólogo. Algoritmos devem ser baseados em diretrizes e sintetizadas pelo consenso e experts com experiência clínica extensa e apropriada. As novas diretrizes ADA/EASD serão apresentadas na próxima reunião da ADA, em junho deste ano, com ênfase nas seguintes indicações terapêuticas: Ao diagnóstico: metformina + estilo de vida. T2DM ao diagnóstico acentuadamente sintomático ou também com glicemias ou HbA1c bastante elevados: terapêutica insulínica +/- agentes adicionais. Caso a monoterapia não insulínica em doses máximas não alcance ou mantenha o alvo da HbA1c em 3 a 6 meses, deve-se adicionar um segundo agente oral, ou agonista do GLP-1 ou insulina. Existem outros algoritmos como da International Diabetes Federation. Em 2011, foi proposta a atualização do algoritmo SBD para tratamento do T2DM: 1ª. etapa: conduta inicial conforme a condição clínica atual: a) Manifestações leves (glicemia < 200 mg/dl e sintomas leves): Mudança do estilo de vida e, se após 4 a 6 semanas A1c > 7%, associar drogas que agem na glicemia pós-prandial (acarbose, glinidas ou gliptinas); b) Manifestações moderadas (glicemias entre 200 e 300 mg/dl): Mudanças do estilo de vida + metformina (500 mg a 2.000 mg/dia) + outros antidiabéticos orais (2ª. etapa); c) Manifestações severas ou glicemias acima de 300 mg/dl: Iniciar insulinoterapia e reavaliar condição clínica para eventual introdução de terapia oral; d) Hospitalização se a glicemia > 300 mg/dl, na presença de cetoacidose diabética ou doença grave intercorrente ou comorbidade. resumo de palestras Insulinoterapia 2ª. etapa: adicionar ou modificar segundo agente conforme o nível de A1c. a) A1c: 7%-8,5%: SU, inibidores de DPP-4, pioglitazona, glinidas, acarbose, análogos do GLP-1; b) A1c: 8,5%-10%: SU, inibidores do DPP-4, pioglitazona, insulina basal, análogos do GLP-1; c) A1c: > 10%: insulinoterapia com ou sem: metformina, SU, inbidores do DPP-4. 3ª. etapa: adicionar um terceiro agente oral ou intensificar o tratamento insulínico (após 2 meses de tratamento sem atingir as metas): a) Adicionar um terceiro agente oral com diferente mecanismo de ação. Se necessário, iniciar a insulinização; b) Intensificar a insulinização para atingir as metas. Na nossa experiência, embora não haja consenso entre os especialistas, fazemos uma abordagem farmacológica mais intensiva, dupla, ao diagnóstico do diabetes. A metformina continua sendo um componente essencial da terapia dupla, juntamente com um segundo fármaco, mais frequentemente um inibidor do DDP-4, em que os dois fármacos costumam estar associados. TrabalhoS Científicos Trabalhos Científicos TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO A AVALIAÇÃO CIENTÍFICA DOS RESUMOS FOI REALIZADA PELA COMISSÃO CIENTÍFICA DESTE EVENTO. TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA PP.01 ANÁLISE DO PERFIL METABÓLICO E GENÉTICO NA POPULAÇÃO INDÍGENA XAVANTE......................................................................S97 Kuhn PC, Vieira Filho JPB, Dal Fabbro AL, Franco L, Franco LJ, Moises RS PP.02 APTIDÃO FÍSICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM PACIENTES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR TIPO DUNNIGAN................S97 Monteiro LZ, Coeli FB, Foss-Freitas MC, Castro M, Montenegro Júnior RM, Foss MC PP.03 ANTIOXIDANT, ANTI-INFLAMMATORY AND PROLIFERATIVE EFFECTS OF PHENOLIC EXTRACTS FROM BRAZILIAN FRUITS: BIOLOGICAL ACTIVITY IN PANCREATIC BETA CELL AND MACROPHAGE..................................................................................................................S97 Lellis-Santos C, Gonçalves AESS, Santos LRB, Garofolo IC, Domiciano M, Gorjão R, Festuccia WT, Genovese MI, Lajolo FM, Bordin S, Curi R PP.04 ADVANCED GLYCATED ALBUMIN PRIMES MACROPHAGES FOR AN INFLAMMATORY RESPONSE INDUCED BY S100B OR LPS AND DISRUPT CHOLESTEROL EFFLUX AND HDL ANTI-INFLAMMATORY ACTIVITY...........................................................................................S98 Okuda LS, Castilho G, Rocco DDFM, Nakandakare ER, Catanozi S, Passarelli M PP.05 UMA ABORDAGEM DIETÉTICA MAIS PROMISSORA PARA REDUZIR O RISCO CARDIOMETABÓLICO: LIÇÕES DE UM PROGRAMA DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE......................................................................................................................................................................S98 Barros CR, Curti MLR, Pires MM, Folchetti LD, Cezaretto A, Siqueira-Catania A, Ferreira SRG PP.06 MODULAÇÃO ANÔMALA DA AUTOFAGIA NO TECIDO ADIPOSO DE PACIENTES OBESOS..................................................................S99 Araújo E PP.07 VITAMIN D3 ASSOCIATED TO INSULIN THERAPY WAS RELATED TO PROTECTIVE IMMUNOLOGIC PROFILE AND SLOW DECLINE OF RESIDUAL β-CELL FUNCTION IN NEW-ONSET TYPE 1 DIABETES..............................................................................................................S99 Gabbay M, Sato MN, Duarte AJS, Dib AS PP.08 A ATIVIDADE DA GLICEROQUINASE INTERFERE NA MEDIDA DA ATIVIDADE LIPOLÍTICA DO TECIDO ADIPOSO BRANCO...................S99 Rossi-Valentim R, Frasson D, Garófalo MA, Navegantes LCC, Kettelhut IC PP.09 TENDÊNCIAS DA PRESENÇA DE DIABETES NOS PARTOS HOSPITALARES DE MULHERES RESIDENTES EM RIBEIRÃO PRETO-SP, NO PERÍODO DE 1998-2007........................................................................................................................................................................S99 Teixeira CRS, Franco LF, Monteiro RA, Souza FG PP.10 A SINVASTATINA REDUZ A SECREÇÃO DE INSULINA ESTIMULADA POR GLICOSE EM CÉLULAS INS-1E POR DIMINUIR A PRENILAÇÃO DE PROTEÍNAS E O CONTEÚDO INTRACELULAR DE COLESTEROL................................................................................S100 Zúñiga JP, Rebelato E, Abdulkader F PP.11 RESPOSTA AO USO DE GLP-1 MIMÉTICO EM CARREADORES DE POLIMORFISMOS NO TCF7L2.......................................................S100 Ferreira MC, Fukui RT, Arruda-Marques MC, Correia MR, Silva MER, Rocha DM, Santos RF PP.12 OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA INDUZ INFLAMAÇÃO E PROMOVE CÂNCER PROSTÁTICO...........................................................S100 Rocha GZ, Dias MM, Ropelle ER, Caralheira JBC PP.13 ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS INTERVENÇÕES PARA PREVENÇÃO DO DIABETES: RISCOS E BENEFÍCIOS EXTRAMETABÓLICOS..........................................................................................................................................................................S101 Cezaretto A, Barros CR, Siqueira-Catania A, Ferreira SRG PP.14 O FATOR CILIAR NEUROTRÓFICO (CNTF) PROTEGE CAMUNDONGOS CONTRA O DIABETES TIPO 1 POR MEIO DA EXPRESSÃO DE SOCS3: O PAPEL DA RAZÃO STAT1/STAT3 NA MORTE DE CÉLULAS BETA...........................................................................................S101 Rezende LF, Santos GJ, Carneiro EM, Boschero AC PP.15 DHEA INDUZ AUMENTO DA SECREÇÃO DE INSULINA EM ILHOTAS DE RATOS ENVELHECIDOS POR MEIO DO AUMENTO DA OXIDAÇÃO DE SUBSTRATOS E REDUÇÃO DA TAXA APOPTÓTICA.......................................................................................................S101 Almeida FN, Veras KM, Camporez JP, Ribeiro L, Carvalho CRO PP.16 PERFIL DE EXPRESSÃO E REDES GÊNICA DE CÉLULAS TCD4, TCD8 E CD14 EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 RECÉM-DIAGNOSTICADOS É INFLUENCIADO POR ALELOS MHC CLASSE II DE SUSCETIBILIDADE OU PROTEÇÃO...........................S102 Rassi DM, Feijó AE, Brum DG, Foss-Freitas MC, Foss MC, Sakamoto-Hojo, Passos GAS, Donadi EA PP.17 EFEITO DA METFORMINA SOBRE O DESENVOLVIMENTO TUMORAL NA OBESIDADE (IN VIVO) E EM CÉLULAS DO CÂNCER DE MAMA MCF-7 (IN VITRO)................................................................................................................................................................................S102 Fonseca EAI, Oliveira MA, Dos Santos RA, Akamine EH, Carvalho MHC, Barbosa AM, Dekker RFH, Khaper N, Fortes ZB PP.18 MATERNAL HDL CHOLESTEROL IS RELATED TO OFFSPRING HDL CHOLESTEROL THAT IS A MARKER TO PRECOCIOUS INCREASE IN CAROTID INTIMA-MEDIA THICKNESS IN TYPE 1 DIABETES...................................................................................................................S102 Stela Pinto C PP.19 A ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO C75, UM INIBIDOR DA ÁCIDO GRAXO SINTASE, PROMOVE ATIVAÇÃO DA TERMOGÊNESE FACULTATIVA DO TECIDO ADIPOSO MARROM...................................................................................................................................S103 Cassolla P, Garófalo MAR, Kettelhut IC, Navegantes LCC PP.20 PHYSICAL EXERCISE IMPROVES INFILTRATION AND POLARIZATION OF MACROPHAGE IN WHITE ADIPOSE TISSUE OF DIET-INDUCED OBESITY RATS......................................................................................................................................................................................S103 Oliveira AG, Araújo TG, Rocha GZ, Guadagnini D, Bagarolli RA, Carvalho BM, Carvalheira JB, Saad MJ TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO PP.21 MODULAÇÃO DA FLORA INTESTINAL PROMOVE AUMENTO DA SENSIBILIDADE À INSULINA EM CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERLIPÍDICA............................................................................................................................................................................S103 Carvalho BM, Guadagnini D, Tsukumo DM, Saad MJ PP.22 CARBOHYDRATE- AND LIPID- ENRICHED MEALS ACUTELY DISRUPT GLYCEMIC HOMEOSTASIS BY INDUCING TRANSIENT INSULIN RESISTANCE IN RATS............................................................................................................................................................................S104 Campello RS, Alves-Wagner ABT, Abdulkader F, Mori RCT, Machado UF PP.23 NAMPT/VISFATIN AND ITS ROLE IN DIABETES CARDIOVASCULAR DISEASE........................................................................................S104 Saddi-Rosa P, Oliveira CSV, Crispim F, Giufrida FMA, Velho G, Reis AF PP.24 GLUTHATIONE-ETHYL-ESTER SUPPLEMENTATION DURING PANCREATIC ISLET ISOLATION IMPROVES VIABILITY AND TRANSPLANT OUTCOMES IN A MURINE MARGINAL ISLET MASS MODEL................................................................................................................S104 Raposo ASA, Pawlick R, Rodrigues E, Costa F, Galvao FHF, Correa-Giannella ML, Shapiro AMJ PP.25 DIABETES LATENTE AUTOIMUNE E DIABETES MELLITUS TIPO 2 DE DIAGNÓSTICO RECENTE NO ADULTO: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS........................................................................................................................................................................................S104 Lana JM PP.26 SITAGLIPTIN MORE EFFECTIVELY IMPROVED LEFT VENTRICULAR DIASTOLIC FUNCTION COMPARED WITH BEDTIME NPH INSULIN AS THIRD-LINE AGENT IN T2DM PATIENTS..................................................................................................................................................S105 Nogueira KC, Fukui RT, Correia MRS, Rocha DM, Santos RF, Furtado M, Andrade JL, Silva MER PP.27 A IMPORTÂNCIA DO METABOLISMO DA GLICOSE NO CONTROLE DAS ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO EM ILHOTAS PANCREÁTICAS...................................................................................................................................................................................S105 Rebelato E PP.28 PREVALÊNCIA DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) AVALIADA PELA ANGIOTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA MULTISLICE EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2 ASSINTOMÁTICOS....................................................................................................S105 Tavares CAF, Lerario AC, Rochitte CE, Wajchenberg BL PP.29 PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS, OBESIDADE E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM LUANDA (ANGOLA)-ÁFRICA...............................S106 Evaristo Neto ADA, Foss-Freitas MC, Foss MC PP.30 COMPARAÇÃO DA VARIABILIDADE GLICÊMICA EM PACIENTES DM1 COM ESQUEMA BASAL-BÓLUS UTILIZANDO INSULINAS HUMANAS OU ANÁLOGAS.................................................................................................................................................................S106 Merçon FG, Sepulcre DFN, Vieira EPG, Kishi KS, Susuki MN, Gusmão RD, Nakae TK, Scalissi NM, Salles JEN RESUMOS DE PÔSTERES PT.001 ALTA PREVALÊNCIA DE HIPERGLICEMIA NÃO DIAGNOSTICADA EM PACIENTES SUBMETIDOS À CINEANGIOCORONARIOGRAFIA......................................................................................................................................................S107 Piveta VM, Oliveira CSV, Bittencourt CS, Meira DM, Souza R, Saddi-Rosa P, Alves CMR, Reis AF PT.002 MODELO ANIMAL APNEICO E SUA POSSÍVEL RELAÇÃO COM A RESISTÊNCIA À INSULINA..............................................................S107 Quadros CDM, Haidar AA, Nejm MN, Rocha MS, Carpinelli AR, Cravo SLD, Schoorlemmer GHM, Hirata AE PT.003 EFEITO DO TRATAMENTO COM GLUTAMATO MONOSSÓDICO NA VIA DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA E INSULINA NO HIPOTÁLAMO......................................................................................................................................................................................S107 Yamanaka KK, Suzuki C, Quadros CDM, Haidar AA, Nejm MN, Rocha MS, Carpinelli AR, Hirata AE PT.004 ANÁLISE DA EXPRESSÃO PROTEICA DE FATORES PRÓ-INFLAMATÓRIOS EM HIPOTÁLAMO DE MODELO DE OBESIDADE EXPERIMENTAL INDUZIDO POR GLUTAMATO MONOSSÓDICO...................................................................................................................................S108 Suzuki C, Yamanaka KK, Quadro, CDM, Haidar AA, Nejm MN, Rocha MS, Carpinelli AR, Hirata AE PT.005 ENVELHECIMENTO E L-ARGININA CRONICAMENTE MODULAM A EXPRESSÃO DA BMP-9 EM TECIDO HEPÁTICO DE RATOS...........S108 Bispo MO, Menezes JGK, Sena CMS, Luiz RGS, Pantaleão LC 2, Schelles C, Castro-Barbosa T, Cogliati B, Dagli MLZ, Lellis-Santos C, Nunes MT, Bordin S, Caperuto LC PT.006 EFEITO DO CAROTENOIDE FUCOXANTINA ASSOCIADO À VITAMINA C NA FUNÇÃO DE NEUTRÓFILOS HUMANOS IN VITRO ........S109 Morandi AC, Molina N, Guerra BA, Bolin AP, Otton R PT.007 EFEITO MODULADOR DA ASTAXANTINA EM NEUTRÓFILOS HUMANOS TRATADOS COM UMA MISTURA DE ÁCIDOS GRAXOS.......S109 Albuquerque KFFS, Oliveira FA, Campoio TR, Otton R PT.008 IMPACTO DO CAROTENOIDE FUCOXANTINA ASSOCIADO À VITAMINA C NA FUNÇÃO DE LINFÓCITOS HUMANOS IN VITRO.......S109 Molina N, Otton R, Morandi AC, Bolin AP PT.009 PRE-EMBRYO, EMBRYO AND FETAL VIABILITY IN STREPTOZOTOCIN-INDUCED MILD DIABETIC RATS...................................................S110 Damasceno DC, Sinzato YK, Dallaqua B, Saito FH, Bueno A, Iessi LI, Corvino SB, Netto AO1, Gallego FQ, Serrano RG, Volpato GT, Calderon IMP, Rudge MVC PT.010 URETHRAL STRIATED MUSCLE ATROPHY AND FIBROSIS INDUCED BY DIABETES IN ADULT FEMALE RATS............................................S110 Piculo F, Marini G, Santos SAA, Barbosa AMP, Matheus SMM, Felisbino SL, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC PT.011 HEAT SHOCK PROTEIN PRODUCTION AND ALTERED FETAL DEVELOPMENT IN DIABETIC PREGNANT RATS........................................S111 Sinzato YK, Saito FH, Dallaqua B, Rudge MV, Witkin SS, Linhares IM, Damasceno DC TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO PT.012 NF-KAPPAB AND SREBP-1 PARTICIPATES IN THE MODULATION OF Slc2a4 GENE BY CANNABINOID CB1 RECEPTOR IN 3T3-L1 ADIPOCYTES.......................................................................................................................................................................................S111 Furuya DT, Poletto AC, Freitas HS, Machado UF PT.013 O RECEPTOR CANABINOIDE CB1 AUMENTA O CONTEÚDO DE mRNA E PROTEÍNA GLUT4 EM CÉLULAS MUSCULARES L6.............S111 Hinz LR, Machado UF, Furuya DT PT.014 ASSOCIAÇÃO DE INSULINA COM AGONISTAS DE PPAR-GAMA E/OU ALFA MODULA A EXPRESSÃO DOS TRANSPORTADORES DE GLICOSE E DAS ENZIMAS GLICONEOGÊNICAS EM CÓRTEX RENAL DE RATOS DIABÉTICOS INSULINOPÊNICOS.............................S111 Okamoto MM, David Silva A, Marques MFS, Sabino-Silva R, Freitas Ribeiro H, Machado UF PT.015 VASCULOGÊNESE EM CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS E NA HIPERGLICEMIA .......................................................................................S112 Vieira GT, Oliveira TT, Maldonado IRSC, Humberto JL PT.016 ASPECTOS DA ANGIOGÊNESE NAS COMPLICAÇÕES DO DIABETES.................................................................................................S112 Vieira GT, Oliveira TT, Maldonado IRSC, Humberto JL PT.017 O PAPEL DA ARTERIOGÊNESE NO DIABETES.......................................................................................................................................S113 Vieira GT, Maldonado IRSC, Oliveira TT, Humberto JL PT.018 MODULAÇÃO ANÔMALA DA AUTOFAGIA NO TECIDO ADIPOSO DE PACIENTES OBESOS................................................................S113 Araujo EP PT.019 AVALIAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS PELA ENFERMAGEM EM UM AMBULATÓRIO DE DIABETES...............................................S113 Olbrich SRLR, Mori NLR, Alves MVMFF, Luppi CHB, Trevizani Nitsche MJ PT.020 INFLUÊNCIA DA PROTEÍNA F1 DO LÁTEX DA SERINGUEIRA HEVEA BRASILIENSIS NA SINALIZAÇÃO DA INSULINA EM RATOS DIABÉTICOS.............................................................................................................................................................................S114 Andrade TAM, Caetano GF, Landim CAP, Coutinho-Netto J, Frade MAC PT.021 ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS E DO ESTRESSE OXIDATIVO NA PELE DE RATOS COMPROMETIDOS PELO DIABETES MELLITUS ......S114 Andrade TAM, Malachias VAT, Caetano GF, Landim CAP, Jordão-Jr. AA, Frade MAC PT.022 PROTEÍNA DO LÁTEX DA SERINGUEIRA HEVEA BRASILIENSIS ACELERA A CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS CUTÂNEAS EM RATOS COMPROMETIDOS PELO DIABETES.....................................................................................................................................................S114 Andrade TAM, Caetano GF, Masson DS, Landim CAP, Coutinho-Netto J, Foss MC, Frade MAC PT.023 A IGUALDADE NA DISTRIBUIÇÃO DO SNP rs7895833 NO GENE SIRT1 PODE ESTAR RELACIONADA COM O ALTO IMC EM UMA AMOSTRA BRASILEIRA.........................................................................................................................................................................S115 Meneguette MVO, Oliveira CA, Lima MHM, Pina KN, Amaral MEC PT.024 PARTICIPAÇÃO DOS GLICOCORTICOIDES NA REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO DO GLUT4 EM TECIDOS ADIPOSOS DE RATOS OBESOS: POSSÍVEL REGULAÇÃO TECIDO-ESPECÍFICA PELA 11b-HSD1.............................................................................................................S115 Mori RCT, Campello RS, Machado UF PT.025 NECK AND SCAPULAR CIRCUMFERENCE AND THEIR RELATIONSHIP WITH CARDIOVASCULAR RISK IN NON-OBESE BRAZILIAN ADULT POPULATION........................................................................................................................................................................................S115 Sales APAM, Gurgel MHC, Ponte CMM, Fernandes VO, Mendes PP, Montenegro APDR, Quidute ARP, Negrato CA, Rodrigues Sobrinho CRM, Montenegro Jr RM PT.026 INTERLEUKIN-23 (IL-23A) GENE VARIANT (rs2066880 G>A) IS ASSOCIATED WITH PREDISPOSITION TO TYPE 1A DIABETES MELLITUS IN A BRAZILIAN COHORT......................................................................................................................S116 Nogueira KC, Costa VS, Santos AS, Mattana TCC, Fukui RT, Silva MER PT.027 THE RS763361 VARIANT OF CD226 GENE INCREASES SUSCEPTIBILITY TO TYPE 1 DIABETES IN A POPULATION OF SÃO PAULO, BRAZIL .............................................................................................................................................................................S116 Mattana TC, Santos AS, Matioli SR, Costa VS, Fukui RT, Nogueira KC, Siva MER PT.028 ADVANCED GLYCATION IN MACROPHAGES DECREASES THE CONTENT OF THE HDL RECEPTOR – ABCA-1 AND ABCG-1 - AND INDUCES INTRACELLULAR ACCUMULATION OF 7-KETOCHOLESTEROL..............................................................................................S116 Iborra RT, Machado-Lima A, Castilho G, Nunes VS, Nakandakare ER, Abdallah DP, Passarelli M PT.029 AÇÕES DOS ÁCIDOS GRAXOS ω-3 E PALMITATO NA PRODUÇÃO DE SUPERÓXIDO EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS..................S117 Graciano MFR, Carpinelli AR PT.030S17b ESTRADIOL REGULA A EXPRESSÃO DO GENE Slc2a4 EM ADIPÓCITOS 3T3-L1 VIA ESR1 E ESR2: POSSÍVEL ENVOLVIMENTO DO NF-kB..................................................................................................................................................................S117 Campello RS, Poletto AC, Furuya DT, Alves-Wagner ABT, Mori RCT, Machado UF PT.031 Slc2a4 GENE EXPRESSION IS NOT REDUCED IN DIABETIC RATS WITH HIGH SYMPATHETIC ACTIVITY...............................................S117 Alves-Wagner AB, Sabino-Silva R, Campello RS, Mori RC, Machado UF PT.032 EXPERIÊNCIA DA ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO AOS PACIENTES AMBULATORIAIS COM DIABETES..........................................S118 Trevizani Nitsche MJ, Olbrich SRLR, Mori NLR, Alves MVMFF, Luppi CHB PT.033 IS BODY WEIGHT A RISK FACTOR FOR MORTALITY IN PATIENTS RECEIVING PERITONEAL DIALISIS?....................................................S118 Souza Lima T, Adler AI PT.034 CONTROLE DIFERENCIADO DA ATIVIDADE SIMPÁTICA EM MÚSCULOS OXIDATIVOS E GLICOLÍTICOS DE RATOS DURANTE O JEJUM PROLONGADO....................................................................................................................................................................................S118 Graça FA, Lustrino D, Garófalo MA, Kettelhut IC, Navegantes LCC TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO PT.035PPAR-a ANTAGONIST ABOLISHS THE LIPOLYSIS INDUCED BY PALMITOLEIC ACID (N-7) ON 3T3-L1 ADIPOCYTES...............................S119 Lopes AB, Festuccia W, Farias TSM, Torres Leal FL, Chimin P, Curi R, Lima FB, Alonso-Vale MIC PT.036 A SUPLEMENTAÇÃO COM L-ALANINA AUMENTA A SECREÇÃO DE INSULINA E O FLUXO DE Ca EM ILHOTAS DE CAMUNDONGOS..........................................................................................................................................................................S119 Araujo TR, Costa NB, Miranda HM, Santos-Silva JC, Vettorazzi JF, Boschero AC, Boschero AC, Carneiro EM, Ribeiro RA PT.037 O HIPOTIREOIDISMO REDUZ A EXPRESSÃO GÊNICA E A SECREÇÃO DE INSULINA EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE RATOS.............S119 Francemilson Goulart-Silva, Caroline Serrano-Nascimento, Eduardo Rebelato, Laila R. B. Santos, Angelo R. Carpineli, Maria Tereza Nunes PT.038 EVALUATION AND PREVALENCE OF CARDIOVASCULAR RISK FACTORS IN JAPANESE-BRAZILIAN OF MOMBUCA, GUATAPARÁ, SP..S120 Gomes PM, Foss-Freitas MC, Foss MC PT.039 PERFIL PERIODONTAL DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE EXCESSO DE PESO E COMPONENTES DA SÍNDROME METABÓLICA.........S120 Santos YMM, Gaspar CDR, Rufino LC, Lima D, Guimarães AC, Silva MLLS, Ladeia AMT, Gnoato N, Tunes UR, Tunes RS PT.040 IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO DIABETES MELLITUS – ESTUDO PILOTO.......................S120 Cardoso TC, Tunes RS, Tunes UR, Barbosa MDS PT.041 APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE MULHERES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR TIPO DUNNIGAN.......................S121 Monteiro LZ, Foss-Freitas MC, Crescêncio JC, Gallo Jr. L, Montenegro Jr. RM, Foss MC PT.042 DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA VISCERAL E SUBCUTÂNEA EM MULHERES COM LIPODISTROFIA TIPO DUNNIGAN..............................S121 Monteiro LZ, Foss-Freitas MC, Elias J Jr., Montenegro Jr. RM, Foss MC PT.043 CORRELAÇÃO ENTRE PERFIL METABÓLICO E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM MULHERES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR.............................................................................................................................................................................................S122 Monteiro LZ, Foss-Freitas MC, Pereira FA, Montenegro Jr RM, Foss MC PT.044 NÍVEIS DE VITAMINA D E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM UM GRUPO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 .................................................................................................................................................................................S122 Savoldelli RD, Passone CGB, Oliveira LS, Manna TD, Menezes-Filho HC, Damiani D PT.045 PARTICIPATION OF LIVER HNF-1α, -3β AND -4α AT SLC2A2 GENE UP-REGULATION IN DIABETES MELLITUS AND DOW-REGULATION IN INSULIN TREATMENT.............................................................................................................................................................................S122 David-Silva A, Freitas HS, Furuya DT, Poletto AC, Okamoto MM, Poças-Silva T, Sabino-Silva R, Machado UF PT.046 ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS OLEICO E LINOLEICO REDUZEM A EXPRESSÃO DO GLUT4 VIA NF-kB E SREBP-1 EM CÉLULAS MUSCULARES L6..................................................................................................................................................................................S123 Poletto AC, Furuya DT, David-Silva A, Silva PE, Lellis-Santos C, Anhê GF, Bordin S, Machado UF PT.047 REDUÇÃO NO CONTEÚDO DE COLESTEROL MELHORA A MOVIMENTAÇÃO DE CÁLCIO E A SECREÇÃO DE INSULINA ESTIMULADA POR GLICOSE EM ILHOTAS DE CAMUNDONGOS KNOCKOUT PARA O RECEPTOR DE LDL (LDLR-/-)................................................S123 Souza JC, Vanzela EC, Ribeiro RA, Oliveira CAM, Carneiro EM, Oliveira HCF, Boschero AC PT.048 SISTEMA UBIQUITINA-PROTEASSOMA E O CONTROLE HIPOTALÂMICO DO BALANÇO ENERGÉTICO: IMPLICAÇÕES NA FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE........................................................................................................................................................S123 Ignacio-Souza LM, Bombassaro B, Razolli DS, Portovedo M, Pascoal LB, Coope A, Moura RF, Milanski M, Velloso LA PT.049 T3 REDUZ A GLICEMIA E MELHORA A SENSIBILIDADE À INSULINA EM RATOS DIABÉTICOS................................................................S124 Teixeira SS, Panveloski-Costa AC, Goulart-Silva F, Poyares LL, Nunes MT PT.050 ATIVAÇÃO DAS VIAS PROTEOLÍTICAS LISOSSOMAL E UBIQUITNA-PROTEASSOMA EM CORAÇÃO DE RATOS DIABÉTICOS E CARDIOMIÓCITOS EM JEJUM............................................................................................................................................................S124 Paula-Gomes S, Zanon NM, Gonçalves DAP, Filippin EA, Navegantes LCC, Kettelhut IC PT.051 AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE RECEPTORES DE INCRETINAS E DO ÍNDICE DE APOPTOSE EM ILHOTAS DE RATO EXPOSTAS A OLIGÔMEROS DE AMILINA HUMANA E À LIPOTOXOCIDADE.............................................................................................................S124 Oliveira ER, Costal FSL, Raposo ASA, Giannella-Neto D, Corrêa-Giannella MLC PT.052 BENFOTIAMINA E MITO Q PROTEGEM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE RATO EM CULTURA DOS EFEITOS PRÓ-APOPTÓTICOS DOS PRODUTOS FINAIS DE GLICAÇÃO AVANÇADA (AGES)......................................................................................................................S125 Costal FSL, Oliveira ER, Raposo ASA, Machado-Lima A, Peixoto EBMI, Lopes Faria JB, Giannella-Neto D, Passarelli M, CorrêaGiannella MLC PT.053 ENVOLVIMENTO DOS COMPLEXOS 1 E 2 DA mTOR NO PERFIL DE EXPRESSÃO GÊNICA DE CORREGULADORES DE RECEPTORES NUCLEARES ASSOCIADOS COM A ATIVAÇÃO DE PPARγ EM 3T3-L1..................................................................................................S125 Magdalon J, Paschoal VA, Oliveira TB, Curi R, Festuccia W PT.054 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DO PACIENTE DIABÉTICO ATENDIDO NO HC-FMRP-USP......................................................S126 Holanda-Miranda WR, Britto CTF, Batista SL, Gomes PM, Foss MC, Foss-Freitas MC PT.055 ADVANCED GLYCATED ALBUMIN FROM POORLY CONTROLLED DIABETES MELLITUS PATIENTS INDUCES ENDOPLASMIC RETICULUM DYSFUNCTION AND IMPAIRS CHOLESTEROL EFFLUX FROM MACROPHAGES....................................................................................S126 Castilho G, Sartori CH, Okuda LS, Machado-Lima A, Nakandakare ER, Passarelli M PT.056 A VIA PERK/EIF2-ALPHA PODE NÃO ESTAR RELACIONADA COM A RESISTÊNCIA À INSULINA PALMITATO-INDUZIDA EM CÉLULAS MUSCULARES L6..................................................................................................................................................................................S126 Silva PE, Poletto AC, Anhê GF, David-Silva A, Okamoto MM, Machado UF TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO PT.057 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL: COMPARAÇÃO ENTRE DOIS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS..........................................................S127 Matiello R, Lombardi E, Marchisotti FG, Denardin O, Franco LF PT.058 METABOLISMO DE GLICOSE EM RATOS TREINADOS OU SEDENTÁRIOS DE DIFERENTES IDADES.......................................................S127 PT.059 EFEITOS POSITIVOS DO CAROTENOIDE ASTAXANTINA ASSOCIADO À VITAMINA C EM NEUTRÓFILOS HUMANOS TRATADOS COM ALTA CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE, METILGLIOXAL E GLICOLALDEÍDO..................................................................................................S127 Guerra BA, Bolin AP, Morandi AC, Otton R PT.060 TREINAMENTO INTERMITENTE MELHORA A SENSIBILIDADE À INSULINA E REDUZ A EXPRESSÃO DE TNF-α EM MÚSCULO ESQUELÉTICO DE RATOS OBESOS..............................................................................................................................................................................S128 Moreira RJ, Seraphim PM PT.061 INFLUENCE OF HYPERGLYCEMIA AT DIFFERENT INTENSITIES ON THE DEVELOPMENTAL COMPETENCE OF EARLY EMBRYOS: IN VIVO STUDY..................................................................................................................................................................................................S128 Bueno A, Sinzato YK, Sudano MJ, Landim-Alvarenga FC, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC PT.062 HEAT SHOCK PROTEIN (HSP): REPERCUSSIONS IN DIABETIC PREGNANT RATS..................................................................................S129 Dallaqua B, Saito FH, Linhares IM, Witkin SS, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC PT.063 NÍVEIS PLASMÁTICOS DE IL-1b E IL-6 EM GESTAÇÕES COMPLICADAS POR DIABETES OU HIPERGLICEMIA GESTACIONAL LEVE.....S129 Moreli JB, Damasceno DC, Morceli G, Corrêa-Silva S, De Rosa L, Rudge MVC, Calderon IMP PT.064 AVALIAÇÃO DE DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA EM INDIVÍDUOS DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS SUBMETIDOS À ANGIOPLASTIA CORONARIANA.........................................................................................................................................................S129 Lima RAO, Pacagnelli F, Pacheco FC, Toretto FMBV, Lopes GAP, Fernani DCGL, Cavalcante MA PT.065 GENOTOXICITY EVALUATION IN PREGNANT WOMEN WITH DIABETES AND MILD GESTATIONAL HYPERGLYCEMIA...........................S130 Gelaleti RB, Damasceno DC, Lima PHO, Santos DP, Serrano RG, Calderon IMP, Rudge MVC PT.066 GENDER-SPECIFIC ASSOCIATIONS OF TWO GENETIC VARIANTS IN THE REGULATORY REGIONS OF THE GENES ENCODING GLUTHATIONE PEROXIDASE 4 (GPX4) AND NADPH OXIDASE-2 (CYBB) WITH RENAL DISEASE IN PATIENTS WITH TYPE 1 DIABETES MELLITUS .............................................................................................................................................................................................S130 Monteiro MB, Vieira SM, Queiroz MS, Nery M, Admoni SN, Vendramini MF, Azevedo MJ, Canani LH, Parisi MC, Pavin EJ, Moura-Neto A, Giannella-Neto D, Corrêa-Giannella ML PT.067 SOMATOSTATIN, GLUCAGON AND INSULIN IN DIABETIC PREGNANT RATS AND THEIR OFFSPRING...................................................S131 Iessi IL, Sinzato YK, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC PT.068 SERUM ALBUMIN FROM CHRONIC KIDNEY DISEASE RATS REDUCES MACROPHAGE REVERSE CHOLESTEROL TRANSPORT.............S131 Machado JT, Pinto RS, Castilho G, Machado-Lima A, Okuda LS, Iborra RT, Rocha JC, Fusco FB, Carrerio AB, Shimizu MHM, Nakandakare ER, Catanozi S, Passarelli M PT.069 EVALUATION OF GENOTOXITY BY COMET ASSAY ON FROZEN TOTAL BLOOD IN RATS.......................................................................S131 Netto AO, Corvino SB, Serrano RG, Gelaleti RB, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC PT.070 INFLUENCE OF EXERCISE IN ADULT LIFE OF RATS BORN WITH INTRAUTERINE GROWTH RESTRICTION...............................................S132 Corvino BC, Campos KE, Volpato GT, Netto AO, Calderon IMP, Marilza MVC, Damasceno DC PT.071 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM MELATONINA E DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO SOBRE O PERFIL METABÓLICO DE RATOS DIABÉTICOS.........................................................................................................................................................................................S132 Melo RM, Garcia RAP, Cipolla-Neto J PT.072 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM MELATONINA E DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO SOBRE O CONTEÚDO DE GLICOGÊNIO MUSCULAR E HEPÁTICO DE RATOS DIABÉTICOS.................................................................................................................................S132 Melo RM, Junior JSS, Cipolla-Neto J PT.073 ARHGAP21 PROMOTES APOPTOSIS IN NEONATAL MICE PANCREATIC ISLETS...................................................................................S133 Ferreira SM, Santos GJ, Rezende LF, Barbosa-Sampaio HC, Saad STO, Boschero AC PT.074 MEMÓRIA METABÓLICA EM CÉLULAS MIN6: O PAPEL DA CamKII.....................................................................................................S133 Santos GJ, Rezende LF, Ferreira SM, Boschero AC PT.075 NORADRENALINA E PKA EXERCEM EFEITOS INIBITÓRIOS SOBRE A ATIVIDADE DO SISTEMA UB-PROTEASSOMA EM MÚSCULOS ESQUELÉTICOS DE RATOS...................................................................................................................................................................S134 Silveira WA, Gonçalves DAP, Graça FA, Zanon NM, Kettelhut IC, Navegantes LCC PT.076 REGULAÇÃO DIFERENCIAL DA EXPRESSÃO DA PROTEÍNA A20 EM TECIDO ADIPOSO MARROM E BRANCO DE MODELOS ANIMAIS DE OBESIDADE – POTENCIAL PARTICIPAÇÃO NA MODULAÇÃO DA ATIVIDADE DA PGC1α...................................................................S134 Bombassaro B, Ignacio-Souza LM, Nuñez CEC, Razolli DS, Coope A, Pedro RM, Velloso LA PT.077 ANÁLISE TEMPORAL DA EXPRESSÃO DO GENE DE REGENERAÇÃO (REG1) EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE CAMUNDONGOS NOD (NON-OBESE DIABETIC)......................................................................................................................................................................S134 Pedrosa D, Figueiredo D, Stivanin-Silva LG, Mariano LMR, Zollner RL PT.078 EXPRESSÃO GÊNICA DE REG1 EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE CAMUNDONGOS NOD (NON-OBESE DIABETIC) TRATADOS COM GANGLIOSÍDEOS................................................................................................................................................................................S135 Pedrosa D, Figueiredo D, Stivanin-Silva LG, Mariano LMR, Vilella CA, Zollner RL TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO PT.079 TRATAMENTO COM DEXAMETASONA INDUZ PROLIFERAÇÃO DE CÉLULAS β PANCREÁTICAS EM RATOS E CAMUNDONGOS........S135 Protzek AOP, Costa-Junior JM, Santos GJ, Gonçalves BF, Purificação TA, Santos-Silva JC, Rezende LF, Carneiro EM, Boschero AC, Rafacho A PT.080 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM TAURINA SOBRE A SECREÇÃO DE INSULINA E EXPRESSÃO GÊNICA EM ILHOTAS DE CAMUNDONGOS DESNUTRIDOS SUBMETIDOS À DIETA HIPERLIPÍDICA.............................................................................................S135 Vettorazzi JF, Santos-Silva JC, Camargo, RL, Da Silva PMR, Ribeiro RA, Boschero AC, Carneiro EM PT.081 ASTAXANTINA E VITAMINA C ATUAM POSITIVAMENTE NO SISTEMA REDOX DE LINFÓCITOS HUMANOS.........................................S136 Bolin AP, Guerra BA, Nascimento SJS, Morandi AC, Molina N, Otton R PT.082 EFEITO DO TRATAMENTO COM L-ARGININA SOBRE A EXPRESSÃO DE FATORES PRÓ-INFLAMATÓRIOS EM PROLE DE MÃES DIABÉTICAS...............................................................................................................................................................................S136 Diniz MM, Carvalho DS, Quadros CDM, Haidar AA, Carpinelli AR, Gil FZ, Hirata AE PT.083 FREQUÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CRÔNICAS EM PACIENTES DIABÉTICOS ATENDIDOS NO HC-FMRP-USP....................................S137 Batista SL, Britto CTF, Gomes PM, Foss MC, Foss-Freitas MC PT.084 O CONSUMO MATERNO DE DIETA HIPERLIPÍDICA DURANTE A GESTAÇÃO E LACTAÇÃO ALTERAM A EXPRESSÃO HEPÁTICA DE MICRORNAS E GENES RELACIONADOS AO METABOLISMO LIPÍDICO...............................................................................................S137 Benatti RO, Melo AM, Ashino NG, Santos GA, Souza LM, Velloso LA, Torsoni MA, Torsoni AS PT.085 ATIVAÇÃO HIPOTALÂMICA E HEPÁTICA DE PROTEÍNAS DA UNFOLDED PROTEIN RESPONSE (UPR) EM PROLE DE MÃES ALIMENTADAS COM DIETA HIPERLIPÍDICA DURANTE A GESTAÇÃO E LACTAÇÃO.....................................................................................................S137 Melo AM, Benatti RO, Ashino NG, Santos GA, Cursino J, Velloso LA, Torsoni AS, Torsoni MA PT.086 EVOLUÇÃO DA GESTAÇÃO, PARTO E CARACTERÍSTICAS FETAIS DE GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS ACOMPANHADAS NO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (HC-FMRPUSP).....................................................................................................................................................................................................S138 Treml D, Gomes PM, Zordan A, Bessa DS, Moreira LA, Chaves MP, Foss MC, Foss-Freitas MC PT.087 COMPOSIÇÃO CORPORAL DE PACIENTES SOROPOSITIVOS PARA HIV EM TERAPIA ANTIRRETROVIRAL AVALIADA POR MEIO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS, BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA E ABSORCIOMETRIA DE DUPLO FÓTON................................................S138 Beraldo RA, Vassimon HS, Navarro AM, Foss-Freitas MC PT.088 AVALIAÇÃO DO VALOR ENERGÉTICO TOTAL E MACRONUTRIENTES DE NADADORES E CORREDORES DE ALTO RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP.........................................................................................................................................................S138 Meliscki GA, Monteiro LZ, Buffi VB, Foss MC, Foss-Freitas MC PT.089 ANÁLISE DO PERFIL BIOQUÍMICO DE NADADORES DE ALTO RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO PRÉ E PÓS-COMPETIÇÃO...........................................................................................................................................................................S139 Meliscki GA, Monteiro LZ, Vidal TR, Puggina EF, Foss MC, Foss-Freitas MC PT.090 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP..........................S139 Meliscki GA, Monteiro LZ, Puggina EF, Pereira FA, Foss MC, Paula FJA, Foss-Freitas MC PT.091 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E EVOLUÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL DE GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS ACOMPANHADAS NO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (HC-FMRPUSP).....................................................................................................................................................................................................S140 Zordan A, Gomes PM, Treml D, Bessa DS, Moreira LA, Chaves MP, Foss MC, Foss-Freitas MC PT.092 RELAÇÃO ENTRE HIPOTIREOIDISMO E COLESTEROL TOTAL EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS PELO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS..........................................................S140 Borges ALF, Rezende KN, Francescantonio ICM, Francescantonio ICCM, Miranda TMT PT.093 RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E GLICEMIA CASUAL EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS PELO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS.....................................S140 Rezende KN, Francescantonio ICM, Borges ALF, Francescantonio ICCM, Miranda TMT PT.094 RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E HDL EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS PELO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS...................................................................S141 Francescantonio ICM, Rezende KN, Borges ALF, Francescantonio ICCM, Miranda TMT PT.095 INFLUÊNCIA DA PINEALECTOMIA NA FUNCIONALIDADE DAS ILHOTAS PANCREÁTICAS...................................................................S141 Simões D, Graciano MFR, Cipolla-Neto J, Carpinelli AR PT.096 EDUCAÇÃO EM DIABETES...................................................................................................................................................................S142 Miranda SC, Soares Oliveira D PT.097 OITO SEMANAS DE CORRIDA EM ESTEIRA ROLANTE AUMENTAM A EXPRESSÃO E A ATIVIDADE DE PROTEÍNAS ENVOLVIDAS NA CAPTAÇÃO DE GLICOSE E BIOGÊNESE MITOCONDRIAL INDEPENDENTEMENTE DA INTENSIDADE NA MUSCULATURA GASTROCNÊMIO DE RATOS OBESOS INDUZIDOS POR DIETA.........................................................................................................................................S142 Batista RO, Brandão BB, Souza LM, Trombetta BNO, Santos CL, Bordin S, Seraphim PM PT.098 MELATONINA REVERTE RESISTÊNCIA À INSULINA EM CÉLULAS MUSCULARES MIOTUBOS DE L6.......................................................S142 Barbosa AP, Ferreira D, Kinote ABMP, Velloso L, Anhê GF PT.099 MELATONIN-INDUCED STIMULATION OF HYPOTHALAMIC INSULIN SIGNALING SUPPRESSES HEPATIC GLUCONEOGENESIS ...........S143 De Almeida Faria J, Kinote APBM, Ignácio-Souza LM, Araujo TMF, Pascoal LADB, Velloso LA, Anhê GF TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO PT.100 INGESTÃO DE CAFEÍNA MODIFICA A DISPONIBILIDADE DA GLICOSE SANGUÍNEA DURANTE EXERCÍCIO PROLONGADO DE BAIXA INTENSIDADE EM DIABÉTICOS TIPO 2.................................................................................................................................................S143 Silva LA, Pavlak JLL, Malfatti CRM PT.101 O INTESTINO DELGADO E SUAS RELAÇÕES COM A OBESIDADE EM MODELO ANIMAL...................................................................S144 Lemos LC, Silva LA, Pavlak JLL, Pochapski JA, Raczenski A, Hocayen PAS, Malfatti PT.102 FRUCTOSE-INDUCED AMPK ACTIVATION IN THE HYPOTHALAMUS CONTRIBUTES TO INCREASED GLUCONEOGENESIS AND HEPATIC PEPCK EXPRESSION.............................................................................................................................................................................S144 Kinote APBM, De Almeida Faria J, De Araujo TM, Ignacio de Souza LM, Roman EA, Sollon C, Solon C, Velloso LA, Bordin S, Anhê GF PT.103 PALMITATE-INDUCED TRANSITORY ACTIVATION OF mTORC2/AKT PATHWAY LEADS TO ER STRESS AND CELL DEATH INDEPENDENTLY OF MTORC1..............................................................................................................................................................................................S144 De Araujo TM, Faria JA, Kinote AP, Barbosa AP, Velloso LA, Anhâ GF PT.104 COMPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ATLETAS DE ELITE UTILIZANDO A EQUAÇÃO DE JACKSON E POLLOCK DE TRÊS E SETE DOBRAS CUTÂNEAS....................................................................................................................................................................S145 Buffi VB, Meliscki GA, Monteiro LZ, Foss MC, Foss-Freitas MC PT.105 ESTIMATIVA DE GORDURA CORPORAL DE ATLETAS DE ELITE POR MEIO DA MEDIÇÃO DE DOBRAS CUTÂNEAS E CIRCUNFERÊNCIAS CORPORAIS........................................................................................................................................................................................S145 Buffi VB, Meliscki GA, Monteiro LZ, Foss MC, Foss-Freitas MC PT.106 PERFIL ALIMENTAR E ANTROPOMÉTRICO DE PRATICANTES REGULARES DE ATIVIDADE FÍSICA..........................................................S145 Buffi VB, Meliscki GA, Monteiro LZ, Foss MC, Foss-Freiras MC PT.107 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 EM MODELO ANIMAL DE DIABETES MELLITUS................................S146 Vidal TR, Griffo TN, Polli GP, Alves TMMP, Costa MC, Foss MC, Foss-Freitas MC PT.108 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS METABÓLICOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 EM RATOS OBESOS...................S146 Griffo TN, Gonçalves NB, Costa MC, Vidal TR, Foss MC, Foss-Freitas MC PT.109 EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE SOBRE A SECREÇÃO DE INSULINA E O CONTEÚDO DE SUPERÓXIDO EM RATOS......................................................................................................................................................................S146 Lucena CF, Simões D, Graciano MFR, Carpinelli AR PT.110 GENOTOXICITY EVALUATION IN NEWBORNS OF WOMEN WITH DIABETES AND MILD GESTATIONAL HYPERGLYCEMIA – PRELIMINARY RESULTS...............................................................................................................................................................................................S147 Santos DP, Gelaleti RB, Damasceno DC, Calderon IMP, Rudge MVC PT.111 EFEITO DO EXTRATO AQUOSO DA FOLHA DE PASSIFLORA ALATA CURTIS SOBRE A INCIDÊNCIA DO DIABETES EM CAMUNDONGOS NOD....................................................................................................................................................................................................S147 Colomeu T, Cazarin CBB, Schumacher N, Figueiredo D, Vilella CA, Meletti LMM, Zollner RL PT.112 ADMINISTRAÇÃO DE LPS MODULA A AMPK HIPOTALÂMICA E A HOMEOSTASE DA GLICOSE EM CAMUNDONGOS.......................S147 Santos G, Vitorino DC, Moura FM, Melo AM., Velloso LA, Torsoni AS, Torsoni MA PT.113 O PAPEL DA ACETIL-COA CARBOXILASE HIPOTALÂMICA NA RESPOSTA CONTRARREGULATÓRIA HEPÁTICA DE RATOS...................S148 Pereira VD, Santos GA, Moura RF, Roman EA, Vitorino DC, Ignacio-Souza LM, Velloso LA, Torsoni AS, Torsoni MA PT.114 O CLEMBUTEROL REVERTE A ATROFIA MUSCULAR INDUZIDA PELA SINVASTATINA EM RATOS...........................................................S148 Carvalho JER, Zanon NM, Gomes SP, Kettelhut IC, Navegantes LCC PT.115 MELATONINA AUMENTA A EXPRESSÃO DE IRS1 E MELHORA A RESPOSTA À INSULINA DO TECIDO ADIPOSO PERIEPIDIDIMAL DE RATOS DIABÉTICOS INDUZIDO POR ESTREPTOZOTOCINA..............................................................................................................................S149 Oliveira AC, Campana AB, Farias TSM, Proença ARG, Sertié RAL, Torres-Leal FL, Souza AH, Andreotti S, Lima FB PT.116 SUPLEMENTAÇÃO COM LEUCINA AUMENTA A MASSA ADIPOSA QUE É ACOMPANHADA PELA AUSÊNCIA DE MUDANÇAS NA HOMEOSTASE GLICÊMICA SISTÊMICA E NA CAPTAÇÃO DE GLICOSE EM ADIPÓCITOS ISOLADOS DE RATOS OBESOS..................S149 Torres-Leal FL, Oliveira AC, Farias TSM, Chimin P, Lopes AB, Souza AH, Caminhotto RO, Lima FB PT.117 IMPACTO DAS CATEQUINAS DO CHÁ VERDE SOBRE AS CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO.....................................................S149 Marinovic MP, Almeida E, Otton R PT.118 IMPACTO DE UMA MISTURA DE CATEQUINAS DO CHÁ VERDE NA FUNÇÃO DE NEUTRÓFILOS HUMANOS IN VITRO ......................S150 Silvério R, Maia O, Marinovic MP, Morandi AC, Otton R PT.119 INTER-RELATIONSHIPS AMONG INSULIN RESISTANCE, NONALCOHOLIC FATTY LIVER DISEASE AND OBSTRUCTIVE SLEEP APNEA IN PATIENTS WITH POLYCYSTIC OVARY SYNDROME................................................................................................................................S150 Tock L, Carneiro G, Torgeiro SM, Hachul H, Tufik S, Pereira A, Zanella MT PT.120 PSICOTERAPIA BREVE EM PACIENTES DIABÉTICOS DO TIPO 1 COM MÁ ADESÃO AO TRATAMENTO................................................S151 Zanini MH, Fávero SA PT.121 FATORES RELACIONADOS COM MÁ ACEITAÇÃO DO TRATAMENTO EM PACIENTES DIABÉTICOS DO TIPO 1...................................S151 Zanini MH PT.122 ABSENCE OF MATERNAL MELATONIN DURING GESTATION AND LACTATION CAUSES HEPATIC INSULIN RESISTANCE IN THE OFFSPRING...............................................................................................................................................................................S151 Ferreira DS, Amaral FG, Mesquita CC, Lima AB, Lellis-Santos C, Turati A, Santos LRB, Gomes PRL, Sollon C, De Almeida Faria J, CipollaNeto J, Bordin S, Anhê GF TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO PT.123 CRITÉRIOS DA ADA OU IADPSG PARA O DIAGNÓSTICO DO DMG?.................................................................................................S152 Vernini JM, Saito FH, Moreli JB, Carmo GO, Morceli G, Dias A, Damasceno DC, Rudge MVC, Calderon IMPC PT.125 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO EM HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE RIBEIRÃO PRETO/SP............................................................................................................................................................................................S152 Torquato MTCG, Santos AS, Zanetti ML, Teixeira CRS, Pace AE, Godoy S, Souza SMX, Vassimon CS PT.126 O ACOMPANHAMENTO POR TELEFONE COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE INSULINA NO DOMICÍLIO....................................................................................................................................................................S152 Teixeira CRS, Becker TAC, Zanetti ML PT.127 APOPTOSE INDUZIDA POR PALMITATO EM CÉLULAS HepG2 DEPENDE DA PRODUÇÃO DE TNF-α .....................................................S153 Sollon CS, Barbosa AP, Solon C, Velloso LA, Anhê GF PT.128 “AVALIAÇÃO DE UMA INTERVENÇÃO EM GRUPO EDUCATIVO PARA PACIENTES DIABÉTICOS”.........................................................S153 Borges AM, Gorayeb R, Foss-Freitas MC PT.129 O EXTRATO FENÓLICO DO FRUTO ARAÇÁ (PSIDIUM CATTLEIANUM SABINE) PROTEGE CONTRA MORTE INDUZIDA POR ESTRESSE OXIDATIVO EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS: ESTUDO IN VITRO DO MECANISMO DE AÇÃO.........................................................S153 Garofolo IC, De Souza Schmidt Gonçalves AE, Santos LRB, Genovese MI, Bordin S, Curi R, Lellis-Santos C PT.130 DESEMPENHO REPRODUTIVO MATERNO DE RATAS ORIUNDAS DE AMBIENTE INTRAUTERINO HIPERGLICÊMICO.............................S154 Gallego FQ, Corvino SB, Netto AO, Sinzato YK, Volpato GT, Campos KE, Calderon IMP, Rudge MVC, Damasceno DC PT.131 CIRCADIAN VARIATIONS OF HYPOTHALAMIC UPR REVEALS A ROLE FOR ATF6 BRANCH IN THE CONTROL OF FEEDING BEHAVIOR............................................................................................................................................................................S154 Mesquita CC, Ferreira DS, Lima APB, Sollon C, Kitone APBM, Ignacio-Souza L, Razolli DS, Morari J, Velloso LA, Anhê GF PT.132 ATIVAÇÃO DE PPARγ REDUZ A EXPRESSÃO GÊNICA ADRENÉRGICA ESTIMULADA PELO FRIO AGUDO.............................................S154 Oliveira TB, Magdalon J, Paschoal VA, Curi R, Festuccia W PT.133 PARTICIPAÇÃO DA ENZIMA NAD(P)H OXIDASE E DO RECEPTOR GPR-40 NO PROCESSO DE SECREÇÃO DE INSULINA NA LINHAGEM CELULAR BRIN-BD11............................................................................................................................................................................S155 GN Marsiglio Librias, Boas EAV, Simões D PT.134 EFEITO DA REVERSÃO DA DIETA CAFETERIA PARA RAÇÃO BALANCEADA E DA SUPLEMENTAÇÃO COM SUCO DE NONI NO TECIDO ADIPOSO E NA HOMEOSTASE GLICÊMICA EM RATOS WISTAR..........................................................................................................S155 GN Marsiglio Librias, Carabelli B, Munhoz AC, Rocha CLMSC, Costa CEM PT.135 MODULAÇÃO DA AUTOFAGIA EM NEURÔNIOS HIPOTALÂMICOS DE ANIMAIS COM OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA..................S156 PT.136 ENVOLVIMENTO DOS COMPLEXOS 1 E 2 DA mTOR NAS ALTERAÇÕES DE EXPRESSÃO GÊNICA INDUZIDAS POR LPS EM MACRÓFAGOS PERITONEAIS E CÉLULAS RAW 264.7 IN VITRO .........................................................................................................S156 Paschoal VA, Oliveira TB, Magdalon J, Curi R, Festuccia WT PT.137 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM DOENÇAS CRÔNICAS: VISÃO E VIVÊNCIAS........................................................S156 Funabashi CA, Cação RF, Câmara MLV PT.138 ADESÃO DOS PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS AOS GRUPOS DE EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO............................................S157 Cação RF, Funabashi CA, Câmara MLV PT.139 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM LONGO PRAZO EM PACIENTES PORTADORAS DE SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS.........S157 Rodrigues AMS, Silva CRA, Andrade MAA, Franklin AMT, Martins LB, Cândido AL, Santos LC, Ferreira AVM PT.140 EFETIVIDADE DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM CURTO PRAZO DE PACIENTES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS......................................................................................................................................................................................S158 Rodrigues AMS, Andrade MA, Franklin AMT, Silva CRA, Calixto CFS, Martins LB, Paula TMD, Candido AL, Santos LC, Ferreira AVM PT.141 EFEITO DA REALIMENTAÇÃO AD LIBITUM APÓS JEJUM DE 48H SOBRE A LIPOGÊNESE NO TECIDO ADIPOSO BRANCO DE RATOS WISTAR................................................................................................................................................................................................S158 Castro NC, Andreotti S, Campaña AM, Proença ARG, Lima FB PT.142 AÇÃO CATABÓLICA DA HIPÓXIA INTERMITENTE AGUDA NO METABOLISMO PROTEICO EM RATOS.................................................S158 Przygodda F, Manfredi L, Gonçalves DAP, Zanon NM, Garófalo MA, Bonagamba LGH, Machado BH, Kettelhut IC, Navegantes LCC PT.143 INFLUÊNCIA DO USO DA METFORMINA NA PERDA DE PESO ASSOCIADA A DIETA HIPOCALÓRICA EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS...............................................................................................................S159 Franklin AMT, Martins LB, Andrade MA, Silva CRA, Costa ABP, Rodrigues AMS, Cândido AL, Santos LC, Ferreira AVM PT.144 CARACTERIZAÇÃO DE MODELO DE RESISTÊNCIA À INSULINA INDUZIDO POR RESTRIÇÃO DE NINHADA.........................................S159 Carvalho DS, Caren CDM, Haidar AA, Diniz MM, Carpinelli AR, Hirata AE PT.145 EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS DOS ÁCIDOS PALMÍTICO E OLEICO NO CONTEÚDO DE SUPERÓXIDO DA LINHAGEM BRIN-BD11...........................................................................................................................................................................................S160 Vilas Boas EA, Marsiglio-Librais GN, Graciano MF, Carpinelli AR PT.146 PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR 1 DO TNF-α NA SENSIBILIDADE À INSULINA E TOLERÂNCIA À GLICOSE EM CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIETA RICA EM CARBOIDRATO.........................................................................................................................S160 Garcia ZM, Lima RL, Arifa RD, Laís Bhering, Oliveira MC, Ferreira AVM, Teixeira MM, Souza DG, Vieira LQ TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO PT.147 REDUÇÃO DA EXPRESSÃO DE PPARγ ASSOCIADA À INFLAMAÇÃO DO TECIDO ADIPOSO EM CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIETA NORMOCALÓRICA/RICA EM CARBOIDRATOS.........................................................................................................................S160 Oliveira MC, Menezes-Garcia Z, Soriani FM, Souza DG, Teixeira MM, Ferreira AVM PT.148EFEITO IN VITRO DO PEPTÍDEO RELACIONADO AO GENE DA CALCITONINA NO METABOLISMO DE PROTEÍNAS EM MÚSCULOS ESQUELÉTICOS DE RATOS NORMAIS E DESNERVADOS......................................................................................................................S161 Machado J, Mandredi LH, Zanon NM, Kettlhut IC, Navegantes LCC PT.149 MODULAÇÃO DO METABOLISMO MUSCULAR EM CAMUNDONGOS EXERCITADOS E SUPLEMENTADOS COM LEUCINA..............S161 Costa JM, De Oliveira CAM, Silveira LR, Ptrotzek AO, Ferreira SM, Vanzela E, De Paula FMM, Carneiro EM PT.150 MODULAÇÃO DA EXPRESSÃO DE NGN3 E PDX1 POR ADMINISTRAÇÃO EXÓGENA DE GANGLIOSÍDEOS EM CAMUNDONGOS NOD E BALB/c....................................................................................................................................................................................S161 Stivanin-Silva LG, Pedrosa D, Figueiredo D, Mariano LMR, Vilella CA, Zollner RL PT.151 DIMINUIÇÃO DA INCIDÊNCIA DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 E AUMENTO DA EXPRESSÃO DE GLP1 EM CAMUNDONGOS NOD E BALB/c TRATADOS COM ADMINISTRAÇÃO EXÓGENA DE GANGLIOSÍDEOS .......................................................................S162 Stivanin-Silva LG, Pedrosa D, Figueiredo D, Mariano LMR, Vilella CA, Zollner RL PT.152 SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE PREVINE A RESISTÊNCIA À INSULINA EM CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À DIETA HIPERLIPÍDICA......................................................................................................................................................................................S162 Martins AR, Masi LN, Amaral CL, Crisma AR, Curi R, Hirabara SM Índice remissivo............................................................................................................................................................................................S163 RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA PP.01 ANÁLISE DO PERFIL METABÓLICO E GENÉTICO NA POPULAÇÃO INDÍGENA XAVANTE Kuhn PC1, Vieira Filho JPB1, Dal Fabbro AL2, Franco L1, Franco LJ2, Moises RS1 1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Disciplina de Endocrinologia. 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) Introdução: Nos últimos anos, os índios Xavantes vêm passando por um intenso processo de transição cultural. Acompanhado dessas mudanças, um aumento na prevalência de obesidade e diabetes tem sido observado nessa população. Alguns grupos étnicos, em particular a população indígena das Américas, apresentam maior suscetibilidade para o desenvolvimento de diabetes. Na última década, houve grande avanço sobre o entendimento do componente genético do diabetes por meio de estudos de associação do genoma completo (Genome-Wide Association Studies – GWAS). As populações isoladas, por apresentarem menor diversidade genética e um número de fatores de vulnerabilidade genética e ambientais são interessantes para esse tipo de estudo pela possibilidade de identificação de novos genes de suscetibilidade. Objetivo: Caracterizar o perfil metabólico na população adulta Xavante e realizar GWAS na população indígena Xavante para identificação de variantes genéticas associadas com intolerância à glicose. Métodos: Foram avaliados 935 índios Xavante sem miscigenação (481 do sexo feminino, Mi: 42 anos) que vivem em duas reservas na região leste do estado de Mato Grosso. Realizamos avaliação clínica incluindo dados antropométricos. Foram obtidas amostras de sangue para dosagem de glicemia (jejum e 2 h após sobrecarga com 75 g de glicose). Para a análise do GWAS, foram selecionados 300 indivíduos (146 indivíduos do sexo feminino), sendo 175 indivíduos portadores de intolerância à glicose (diabetes mellitus ou tolerância à glicose diminuída) e 150 portadores de tolerância à glicose normal (controles). Resultados: a prevalência de diabetes mellitus foi de 24,5%, sendo 33,2% no sexo feminino e 15,1% no sexo masculino (p < 0,001). A prevalência de tolerância à glicose diminuída foi de 34,2% na população geral, sendo 37,9% na faixa etária inferior a 20 anos e 35,1% na faixa etária de 20 a 39 anos. A frequência de obesidade na população xavante foi de 48,8% (51,1% no sexo feminino e 46,3% no sexo masculino) e sobrepeso de 34,3%. A análise da estrutura genética dessa população confirmou que se trata de uma população isolada, com baixo nível de diversidade genética. Os 10 primeiros SNPs mais relacionados à intolerância à glicose nessa população foram: rs712624, rs712623, rs9322301, rs6923669, rs9397032, rs3849793, rs13311400, rs2428427, rs11654661 e rs894976. Conclusão: Na população estudada verificamos alta frequência de intolerância à glicose e obesidade, sendo o sexo feminino o mais afetado. Os SNPs relacionados à intolerância à glicose são diferentes dos descritos em outras populações, principalmente nos caucasianos. As diferenças observadas podem ser devidas a bakgrounds genéticos diferentes. PP.02 APTIDÃO FÍSICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM PACIENTES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR TIPO DUNNIGAN Monteiro LZ1, Coeli FB, Foss-Freitas MC1, Castro M1, Montenegro Júnior RM2, Foss MC1 1 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) Introdução: A lipodistrofia parcial familiar tipo Dunnigan (LPFD) é caracterizada pela diminuição progressiva do tecido adiposo nas extremidades e tronco e acúmulo de gordura na cabeça, pescoço e tecido adiposo visceral. Está associada com o diabetes, dislipidemia e doenças cardiovasculares, compondo a síndrome metabólica (SM) (Garg A. Am J Med. 2000;108:143). Estilo de vida sedentário está entre os fatores de risco para as doenças. A aptidão física é conhecida por ser um poderoso preditor de morbidade e mortalidade de doenças crônicas (Lynn M. Med Sci Sports Exerc. 2006;38: 1114). Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a aptidão física e a composição corporal em pacientes com LPFD e comparar com mulheres sadias (grupo controle). Métodos: Participaram 14 pacientes com diagnóstico clínico e molecular de LPFD, acompanhadas na Clínica de Diabetes/Metabolismo do HC-FMRP-USP. O grupo controle foi constituído de 14 mulheres voluntárias, saudáveis, pareadas quanto à idade, peso, altura e IMC em relação às pacientes com LPFD, em que foram verificadas as variáveis antropométricas, composição corporal [massa magra (MM), massa gorda (MG), porcentagem de gordura por meio de DXA (Hologic 4500 W) e aptidão física (AF)]. Na AF, flexibilidade (flexiteste), resistência muscular abdominal (teste de 1 min), força de preensão manual (dinamômetro manual) e capacidade cardiorrespiratória pelo teste cardiopulmonar máximo, em cicloergômetro, segundo um protocolo em rampa, onde foram obtidos os valores de potência, VO2 e frequência cardíaca (FC) no limiar de anaerobiose ventilatório (LAV) e no pico do esforço. Os dados foram expressos em média ± DP e usamos o teste de Wilcoxon para comparar as variáveis entre os grupos. Foi utilizado o STATA versão 9.0 e adotado o nível de significância de 5%. Resultados: Mulheres com LPFD (35,8 ± 13 anos, peso = 58,6 ± 5,9 kg, altura = 1,60 ± 0,07 m e IMC = 23 ± 2,1 kg/m2) vs. GC (idade = 35,9 ± 13 anos, peso = 63,9 ± 6,7 kg, altura = 1,60 ± 0,06 m, IMC = 23,2 ± 2,4 kg/m2). Como esperado, a % de gordura total (LPFD = 19,1 ± 4,2% vs. GC = 34,8 ± 5%, p < 0,01), MM total (LPFD = 41,4 kg vs. GC = 34,1 kg, p < 0,01) e MG (LPFD = 41,4 kg vs. GC = 34,1 kg, p < 0,01) foi significativamente diferente entre os grupos. As mulheres com LPFD apresentaram aumento na flexibilidade da articulação do cotovelo (p = 0,03), diminuição na articulação do tornozelo (p = 0,04) e diminuição na resistência muscular abdominal (p < 0,01) quando comparado ao grupo controle. Não observamos diferença significativa nos valores de preensão manual. Na avaliação cardiorrespiratória, as mulheres com LD tiveram diminuição da frequência cardíaca (p = 0,03) e da potência (p = 0,04) no pico de esforço. Discussão: Uma diminuição dos componentes da aptidão física pode contribuir para as lombalgias, enfermidade que causa limitações nas atividades do cotidiano e decréscimo na qualidade de vida (Glaner MF. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2003;5:75). Portanto, acredita-se que a manutenção de níveis adequados de aptidão física pode contribuir sobremaneira para o aumento da longevidade. Suporte financeiro: FAPESP, CAPES, FAEPA-HC-FMRP-USP. PP.03 ANTIOXIDANT, ANTI-INFLAMMATORY AND PROLIFERATIVE EFFECTS OF PHENOLIC EXTRACTS FROM BRAZILIAN FRUITS: BIOLOGICAL ACTIVITY IN PANCREATIC BETA CELL AND MACROPHAGE Lellis-Santos C1, Gonçalves AESS2, Santos LRB, Garofolo IC3, Domiciano M, Gorjão R4, Festuccia WT, Genovese MI2, Lajolo FM2, Bordin S1, Curi R1 University of São Paulo (USP) – Institute of Biomedical Sciences. 2 USP – Faculty of Pharmaceutical Sciences. 3 Federal University of São Paulo (Unifesp) – Campus Diadema. 4 Cruzeiro do Sul University – Institute of Physical Activity Sciences and Sports 1 Pancreatic beta cells failure and apoptosis are key events in the development and progression of diabetes mellitus (DM). During the mentioned process, macrophages infiltration contributes to damage pancreatic beta cell homeostasis. Many bioactive compounds from natural sources have been described to delay or prevent DM through inhibition of oxidative stress, inflammatory processes, and improvement of insulin secretion and sensitivity. Bioactive compounds of some fruits possess a myriad of biological activities, including antifungal, antibacterial, antioxidant and anti-inflammatory properties. However, there is no data addressing the effects of phenolic extracts from Brazilian fruits Cagaita (Eugenia dysenterica DC) and Cambuci (Campomanesia phaea Berg) over pancreatic beta cell and macrophage function and intracellular signaling activation. Pancreatic beta cell INS1e or macrophages J774.1 were acutely (1h) or chronically (24h) treated with different concentrations (100, 500 or 1000 μg/ml) of phenolic extracts from Cagaita (Cag) or Cambuci (Cbi). Membrane integrity and DNA fragmentation were analyzed by flow cytometry to evaluate toxicity of extracts. Only 1000 μg/ ml of both extracts decreased cell viability in INS1 cells (P < 0.05), and 500 μg/ml of both extracts were toxic for J774 cells. Seven and S97 RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA three different phenolic compounds were characterized using High Efficiency – HPLC in Cag and Cbi extracts, respectively. ERK1/2 phosphorylation was significantly increased after treatment with 100 and 500 μg/ml of both extracts, but 1h incubation was higher than 24h. Incubation of INS cells with H2O2 (40 μM) for 1h increased DNA fragmentation and decreased membrane integrity, the presence of 100 μg/ml of Cag extract partially inhibited this effect (P < 0.05). Both phenolic extracts promoted cell cycle progression and beta cell proliferation, measured by flow cytometry and [3H]-thymidine incorporation, respectively. The effect of 100 was higher than 500 μg/ ml after 24h for both extracts. Cag extract increased by approximately 1.65-fold thymidine incorporation, while Cbi increased by 1.35-fold (P < 0,01). Treatment of INS cells with 100 μg/ml of Cag extract for 24h increased gene expression of proliferating cell markers (mcm7 and CDK4), and pre-incubation with ERK1/2 inhibitor UO126 for 1h abrogated the effect of Cag extract (P < 0.05). Among the seven phenolic compounds of Cag extract, only equimolar dose of quercetin increased significantly the phosphorylation of ERK1/2 and Akt at levels of Cag extract. In order to evaluate the anti-inflammatory effects of Cag and Cbi extracts, macrophages were stimulated with 1 μg/ml of lipopolysaccharide (LPS) in the presence or absence of 100 μg/ml of both extracts for 24h. Both extracts significantly reduced nitric oxide production, iNOS expression and NFκB signaling in LPS-stimulated macrophages. These in vitro results showed antioxidant and anti-inflammatory activities of Cagaita and Cambuci extracts. The extract of Cag was able to induced pancreatic beta cell proliferation through ERK1/2 activation. And the extracts should be considered as new nutraceuticals to prevent or manage DM. Financial support: FAPESP and CNPq. PP.04 ADVANCED GLYCATED ALBUMIN PRIMES MACROPHAGES FOR AN INFLAMMATORY RESPONSE INDUCED BY S100B OR LPS AND DISRUPT CHOLESTEROL EFFLUX AND HDL ANTI-INFLAMMATORY ACTIVITY Okuda LS1, Castilho G1, Rocco DDFM1, Nakandakare ER1, Catanozi S1, Passarelli M1 1 University of São Paulo Medical School – Lipids Laboratory (LIM10) Introduction: Advanced glycation end products (AGE) are prevalent in diabetes mellitus and are associated with reduction in cholesterol efflux, although the role played by inflammation induced by AGE is not clear. In this study, we evaluated if HDL is able to prevent the release of inflammatory markers by macrophages treated with advanced glycated albumin (AGE-albumin) and S100B or lypopolissacharides (LPS) and the effect of culture medium, isolated from macrophages treated with AGE-albumin, on cholesterol efflux. Methods: Mouse peritoneal macrophages were incubated with control (C) or AGE-albumin (2 mg/ml) in the presence or absence of HDL (100 µg/ml), followed by incubations with S100B (20 µg/ml) or LPS (1 µg/mL). This medium was then collected to measure the cytokine release by ELISA. Also, culture medium obtained from cells treated with C- or AGE-albumin, following S100B or LPS stimulation was utilized to treat naive macrophages in order to evaluate cholesterol efflux mediated by apoA-I (30 µg/ml; 8 h), HDL2 (50 µg/ ml; 5h) and HDL3 (50 µg/ml; 5h). Statistical analysis was performed using Student t test. Results: In comparison with C-albumin, AGEalbumin, promoted a greater secretion of IL-6, TNF-a and MCP-1 after stimulation with S100B (2.9, 1.9, 1.6 fold higher, respectively) and TNF-a was 1.3 fold higher after LPS stimulation. The S100B -induced IL-6, TNF-a, MCP-1 and VCAM-1 secretion was reduced by HDL in macrophages treated with C-albumin, in comparison to the same incubations in the absence of HDL (72%, 57%, 50% and 41%, respectively). Similarly, in incubations with C-alb and LPS, HDL promoted reduction of 58%, 54%, 42%, 74% and 45% in IL6, TNF-a, MCP-1, IL-1b and VCAM-1 secretion, respectively. In treatments with AGE-albumin, HDL was unable to reduce cytokines secretion and even worsened the secretion of IL-6 (54%) and MCP1(20%) in macrophages treated with AGE-albumin and S100B and S98 of IL-6 (16%) and VCAM-1 (45%) in treatment with AGE-albumin and LPS. Cytokine-enriched medium, drawn from incubations with AGE-albumin and S100B or LPS impaired the cholesterol efflux mediated by apoA-I (23% and 37%, respectively), HDL2 (43% and 47%, respectively) and HDL3 (20% and 8,5%, respectively). Conclusion: AGE-albumin primes macrophages for an inflammatory response impairing the macrophage reverse cholesterol transport and the antiinflammatory properties of HDL, which may aggravate the development of atherosclerosis in DM. Funding: FAPESP (Brazil). PP.05 UMA ABORDAGEM DIETÉTICA MAIS PROMISSORA PARA REDUZIR O RISCO CARDIOMETABÓLICO: LIÇÕES DE UM PROGRAMA DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE Barros CR1, Curti MLR1, Pires MM1, Folchetti LD1, Cezaretto A1, SiqueiraCatania A1, Ferreira SRG1 1 Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) – Nutrição Introdução: Em razão do aumento da obesidade e doenças relacionadas em países desenvolvidos e em desenvolvimento, a implementação de intervenções no estilo de vida na rede pública de saúde é necessária. Nesse contexto, é conhecida a importância da orientação para mudança de hábitos alimentares. Entretanto, o papel de nutrientes específicos para a redução do risco cardiometabólico (RCM) é ainda incerto. Objetivo: Examinar quais fatores dietéticos associaram-se à diminuição do RCM após 18 meses de intervenção não farmacológica para prevenção de diabetes mellitus tipo 2. Métodos: Foram incluídos 129 indivíduos (65,9% mulheres, 56,2 ± 11,6 anos, 30,3 ± 5,4 kg/ m²) com pré-diabetes ou síndrome metabólica sem diabetes. O programa de intervenção incluiu como metas: perda ≥ 5% do peso inicial, consumo diário ≥ 20 g de fibras e ≤ 10% das calorias totais em ácidos graxos saturados, além de ≥ 150 minutos semanais de atividade física. Dados dietéticos (três recordatórios alimentares), de atividade física (IPAQ) e clínico-laboratoriais foram coletados no momento basal e ao final do seguimento. Modelos de regressão (linear e logística) foram utilizados a fim de identificar possíveis associações entre mudanças no consumo alimentar e diminuição no RCM. As análises foram ajustadas por idade, sexo, mudanças na atividade física e no peso ou circunferência da cintura. As variáveis dietéticas que apresentaram p < 0,20 nas análises univariadas foram selecionadas para as análises múltiplas. Resultados: No modelo final de regressão logística, a redução do consumo de ácidos graxos saturados – mas não da gordura total – apresentou associação com a melhora da categoria glicêmica após os 18 meses de seguimento (OR = 3,729; p = 0,006). Os indivíduos que diminuíram o consumo desse ácido graxo tiveram quase quatro vezes mais chance de melhorar a categoria glicêmica, independentemente da mudança na ingestão de outros nutrientes, circunferência da cintura e atividade física. As análises de regressão linear múltipla mostraram que o aumento do consumo de fibras solúveis e de ácidos graxos monoinsaturados contribuíram para a redução da glicemia aos 18 meses. Mudanças na ingestão de fibras solúveis associaram-se inversamente a mudanças na glicemia de jejum (β = -1,73; p = 0,024), enquanto alterações no consumo de gorduras monoinsaturadas apresentaram associação também inversa com mudanças, tanto na glicemia de jejum (β = -1,50; p = 0,008) quanto pós-sobrecarga (β = -3,44; p = 0,005). Tais associações permaneceram mesmo após correção das análises pelo efeito do peso, sexo, idade, atividade física e outros fatores dietéticos. Os benefícios do aumento da ingestão de fibras e ácidos graxos monoinsaturados e da redução de ácidos graxos saturados podem ser mediados pela atenuação da inflamação subclínica e da resistência à insulina. Discussão: Os achados reforçam as recomendações de estímulo da ingestão de fibras (especialmente solúveis) e redução das gorduras saturadas e sugerem que as gorduras monoinsaturadas sejam uma importante estratégia para a proteção do metabolismo glicêmico em indivíduos de RCM. Propõe-se que intervenções no estilo de vida desenvolvidas na rede pública de saúde tenham como foco da abordagem dietética a orientação quanto ao consumo adequado desses nutrientes. RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA PP.06 MODULAÇÃO ANÔMALA DA AUTOFAGIA NO TECIDO ADIPOSO DE PACIENTES OBESOS PP.08 A ATIVIDADE DA GLICEROQUINASE INTERFERE NA MEDIDA DA ATIVIDADE LIPOLÍTICA DO TECIDO ADIPOSO BRANCO Araújo E1 Rossi-Valentim R1, Frasson D2, Garófalo MA1, Navegantes LCC1, Kettelhut IC2 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Enfermagem 1 Autofagia é um mecanismo celular que tem por função disponibilizar nutrientes obtidos a partir da degradação de organelas e diversos tipos de moléculas para prover energia para a célula. A restrição de nutrientes para as células em cultura e a redução do aporte calórico em organismos vivos ativa a autofagia. Estudos recentes revelaram que existe uma grande interação entre inflamação e autofagia. O objetivo do nosso estudo foi avaliar o impacto da perda de peso promovida pela cirurgia bariátrica sobre a ativação de autofagia no tecido adiposo. Na primeira parte do estudo, marcadores de autofagia e de estresse de retículo endoplasmático foram estudados em tecido adiposo de indivíduos magros e obesos antes e após a cirurgia. Na segunda etapa, utilizamos camundongos magros e obesos submetidos ou não a uma restrição calórica correspondente a 30% do consumo ad libitum. Humanos e camundongos magros apresentam baixa ativação dos marcadores de estresse de retículo endoplasmático acompanhado de ativação de autofagia após restrição calórica. Por outro lado, humanos e camundongos obesos apresentam ativação de marcadores de estresse de retículo endoplasmático e autofagia antes da restrição calórica, porém após a restrição há reversão do estresse de retículo, mas não há modificação dos marcadores de autofagia. Esses resultados sugerem que a obesidade constitui-se num estado de sensibilidade alterada à presença de nutrientes, o que repercute na ativação anômala da autofagia. PP.07 VITAMIN D3 ASSOCIATED TO INSULIN THERAPY WAS RELATED TO PROTECTIVE IMMUNOLOGIC PROFILE AND SLOW DECLINE OF RESIDUAL β-CELL FUNCTION IN NEW-ONSET TYPE 1 DIABETES Gabbay M1, Sato MN2, Duarte AJS2, Dib AS2 1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Centro de Diabetes. 2 Universidade de São Paulo (USP) – Laboratory de Imunologia (LIM56) Background: Several studies associate vitamin D3 deficiency with type 1 diabetes. In addition, it has been shown that vitamin D3 inhibits pro-inflammatory processes. Preservation of residual β-cell function has become a new therapeutic goal in type 1 diabetes. Objective: To evaluate the effect of vitamin D3 on peripheral cytokines levels, regulatory T cells and residual β-cell function decline when given as adjunctive therapy to insulin in new-onset type 1 diabetes. Design: Randomized double-blind placebo-controlled trial. Setting: São Paulo, Brazil from March 2006 through October 2010. Participants: Thirty-eight serum fasting C-peptide positive (> 0.6 ng/ml) new-onset type 1 diabetes patients were randomly assigned to daily oral 2000IU of vitamin D3 or placebo for 18 months associated to insulin therapy. Main Outcome Measure: Between-group differences in peripheral sera levels of pro- and anti-inflammatory cytokines, chemokines and regulatory T cells (Tregs), BMI, HbA1c, insulin daily dose and C-peptide. Results: CCL2 (monocyte chemoattractant protein-1(MCP-1) levels were significantly higher (184.6 ± 101.1 pg/ml vs. 121.4 ± 55.8 pg/ml; p = .04) at 12 months of follow-up as well as the increase of Tregs percentage (4.55 ± 1.5% vs. 3.34 ± 1.8%; p = .04) in the vitamin D3 compared to the placebo group. The cumulative incidence of progression to undetectable (≤ 0,1 ng/ml) fasting serum C-peptide during the 18 months of follow-up reached 18.7% in the vitamin D3 and 62.5% in placebo group (P = .012) while stimulated serum C-peptide reached this level in 6.2% of the vitamin D3 and 37.5% of placebo group (P = .047). BMI, HbA1c and insulin requirements were similar between the two groups. Safety parameters showed normal values in all patients. Conclusion: We showed that vitamin D3 (2000IU/day) adjacent to insulin therapy was safe and it was related to protective immunologic profile and slow decline of residual β-cell function in new-onset T1D. Vitamin D3 may be an interesting adjuvant in type 1 diabetes prevention trials. 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Departamentos de Fisiologia. 2 FMRP-USP – Departamento de Bioquímica e Imunologia Introdução: O fornecimento de glicerol-3-fosfato (G3P) é determinante para a manutenção de estoques adequados de triacilglicerol (TAG) no tecido adiposo branco (TAB). São conhecidas três vias de geração de G3P: a via glicolítica, a gliceroneogênese e a via de fosforilação direta do glicerol pela enzima gliceroquinase (GK). Como este último processo é usualmente considerado desprezível no TAB, a velocidade de liberação de glicerol para o meio de incubação, in vitro, é utilizada como índice da atividade lipolítica do TAB. Entretanto, estudos de nosso laboratório têm demonstrado que a GK é modulada em diversas situações no TAB, sendo o sistema nervoso simpático (SNS) um de seus principais reguladores. Portanto, nosso objetivo no presente trabalho foi averiguar se a infusão de noradrenalina altera a atividade da GK e se a modulação do nível de atividade dessa enzima é capaz de interferir no metabolismo lipídico do TAB. Metodologia: Ratos Wistar machos (220-230 g) foram submetidos à infusão de noradrenalina (40 µg . h-1) por 72 horas utilizando minibombas de infusão osmótica (Alzet-1007D) com velocidade de infusão de 0,5 µl . h-1 (grupo Nor). Os animais do grupo controle foram submetidos à infusão de salina (grupo Controle). A atividade da GK foi determinada nos TABs epididimal (EPI) e retroperitoneal (Retro). Foram avaliadas também, in vitro, as velocidades de incorporação de 14 C-glicerol em glicerol de triacilglicerol e a liberação de glicerol e ácidos graxos (AGs) para o meio de incubação por fragmentos de EPI. Resultados: A infusão de noradrenalina aumentou em 7,5 vezes os níveis plasmáticos dessa catecolamina, bem como elevou em 15% a concentração de AMP cíclico no EPI. A atividade da GK foi 83% maior no EPI e 55% no Retro dos animais NOR quando comparados aos Controles. A atividade aumentada da GK provocou uma maior contribuição do glicerol para a formação de TAG verificada pelo aumento da incorporação de glicerol em glicerol-TAG (20%) nos ratos NOR. Quando fragmentos de EPI de ambos os grupos foram incubados em meio Krebs-Henseleit contendo noradrenalina (10-6 M), os tecidos provenientes do grupo Nor apresentaram velocidades de liberação de glicerol e de AGs cerca de 35% e 20% menores do que nos animais Controles, respectivamente. Isso sugere que a intensificação da formação do G3P, pela maior atividade da GK, e sua utilização para a síntese de glicerol-TAG, aumenta a reesterificação do glicerol aos AGs prevenindo que esses produtos da lipólise sejam liberados pelos adipócitos. Conclusão: A atividade da GK é estimulada pelo SNS e a modificação da atividade dessa enzima afeta o metabolismo lipídico no TAB, modulando a liberação dos produtos da lipólise (glicerol e AGL) independentemente da atividade lipolítica do tecido. Portanto, a liberação de glicerol para o meio de incubação é um índice ideal da atividade lipolítica do TAB, quando a atividade da GK é igual nas diferentes situações experimentais estudadas. Apoio financeiro: CAPES; CNPq; FAPESP. PP.09 TENDÊNCIAS DA PRESENÇA DE DIABETES NOS PARTOS HOSPITALARES DE MULHERES RESIDENTES EM RIBEIRÃO PRETOSP, NO PERÍODO DE 1998-2007 Teixeira CRS1, Franco LF2, Monteiro RA2, Souza FG2 Universidade de São Paulo (USP) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. 2 USP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto 1 Introdução: Atualmente, observa-se um aumento na prevalência do diabetes em quase todos os países, bem como uma tendência crescente do diabetes mellitus pré-gestacional, o diabetes gestacional, ou ambos. Objetivo: Esse estudo teve como objetivo analisar a tendência da presença de diabetes nos partos hospitalares de mulheres residentes em Ribeirão Preto, no período 1998 a 2007, caracterizando a faixa etária, o tipo de parto, a duração da internação e o tipo de financiamento. S99 RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA Material e métodos: Os dados de partos hospitalares de 1998 a 2007 foram obtidos por meio do Centro de Processamento de Dados Hospitalares (CPDH) do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Foram selecionadas as internações referentes à categoria diabetes mellitus na gravidez (O24), de acordo com a 10ª Classificação Internacional de Doenças. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, sob protocolo nº 57/2011. Resultados: Os resultados permitiram identificar aumento de 3,4 vezes da presença de diabetes nas gestações ao longo do período. Em relação à faixa etária, observou-se aumento da presença de diabetes em todas as idades, proporcionalmente mais acentuada nas mais jovens. Em relação ao tipo de resolução do parto e o financiamento da assistência, na assistência SUS, 70% dos partos nas mulheres sem diabetes ocorreu pela via vaginal, proporção que se manteve estável em todos os biênios. Nas mulheres com diabetes, identifica-se uma discreta alteração a partir do biênio 2000-2001, quando começa a aumentar a proporção dos partos via vaginal, chegando a 50% no SUS. No financiamento não SUS, observa-se nítido predomínio da resolução cirúrgica, que no período foi de 86,9% nos partos de gestantes sem diabetes e de 93,2% nas com diabetes. A média de permanência das internações por parto cirúrgico foi de 2,8 dias na assistência pelo SUS e de 1,9 dia na não SUS; nos partos vaginais, as médias de permanência foram de 1,9 e 1,2 dia, respectivamente. Conclusão: Considerando-se os riscos de morbidade perinatal e materna associados ao diabetes, ressalta-se a importância crescente que o diabetes apresenta na gravidez e a necessidade não só de sua identificação e tratamento, mas também de intervenções pré-gestacionais para tentar reverter essa tendência de aumento de sua presença. PP.10 A SINVASTATINA REDUZ A SECREÇÃO DE INSULINA ESTIMULADA POR GLICOSE EM CÉLULAS INS-1E POR DIMINUIR A PRENILAÇÃO DE PROTEÍNAS E O CONTEÚDO INTRACELULAR DE COLESTEROL Zúñiga JP1, Rebelato E1, Abdulkader F1 1 Universidade de São Paulo (USP), Departamento de Fisiologia e Biofísica, Instituto de Ciências Biomédicas Introdução: Estatinas são fármacos largamente empregados no controle de dislipidemias e comumente fazem parte do arsenal terapêutico de pacientes DM2. As estatinas inibem o primeiro passo da via de biossíntese de colesterol, o que também afeta a síntese de intermediários prenilo, importantes mediadores de modificações pós-traducionais de proteínas. Sabe-se que regiões da membrana plasmática ricas em colesterol, lipid rafts, contêm parte da maquinaria de secreção de insulina em células betapancreáticas, bem como que proteínas alvo de prenilação participam desse processo secretório. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi investigar se a estatina sinvastatina afeta a função secretória de uma linhagem de células secretoras de insulina (INS-1E) e o papel do colesterol e da prenilação nesses efeitos. Resultados: Concentrações crescentes de sinvastatina (0.01 e 1 µM) inibiram de forma concentração-dependente a secreção de insulina estimulada por glicose 16.7 mM tanto em incubação por 2h quanto por 24h. Somente a inibição em 24h foi acompanhada por redução no conteúdo celular de colesterol em 30%. Tratamento com ácido zaragózico (0.5 e 20 µM), um inibidor da biossíntese de colesterol a jusante dos intermediários prenilo, somente inibiu a secreção de glicose em tratamento de 24h, o que foi acompanhado por redução no conteúdo de colesterol. Tratamento de 2h com inibidor de prenilação (GGTI) reproduziram o efeito da sinvastatina nesse tempo. A preincubação por 24h com o intermediário prenilo GGPP impediu o efeito agudo da sinvastatina sobre a secreção de insulina em 2h. Conclusão: A sinvastatina inibe a secreção de insulina estimulada pela glicose em células INS-1E por diferentes mecanismos dependendo do tempo de incubação. Agudamente (2h) a sinvastatina interfere com a prenilação de proteínas. Em incubação de 24h, a sinvastatina parece agir por um mecanismo dependente do conteúdo de colesterol dessas células. S100 PP.11 RESPOSTA AO USO DE GLP-1 MIMÉTICO EM CARREADORES DE POLIMORFISMOS NO TCF7L2 Ferreira MC1,2, Fukui RT2, Arruda-Marques MC2, Correia MR2, Silva MER2, Rocha DM2, Santos RF2 1 Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECO) – Disciplina de Endocrinologia. 2 Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de Carboidratos e Radioimunoensaio – LIM 18 Introdução: O TCF7L2 (Transcription Factor 7-Like 2) é um fator de transcrição da via Wnt de sinalização, e desempenha um papel importante na proliferação das células beta e na secreção de insulina. Muitos estudos têm demonstrado associação entre polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) no gene TCF7L2 e diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Foi relatado também associação com redução da resposta ao GLP-1. Além disso, os principais genes envolvidos no processamento da pró-insulina (PC1, PC2) contêm sítios de ligação da família TCF em seus promotores, sugerindo que a presença do alelo de risco T no rs7903146 do TCF7L2 pode predispor ao DM2 pelo prejuízo no processamento da pró-insulina. Portanto, o presente estudo tem objetivo de avaliar o efeito do Exenatide (GLP-1 mimético) na resposta das células α e β durante um teste de refeição mista, realizado em portadores dos genótipos CC e TT. Métodos: Foram genotipados 149 indivíduos (58 anos +/- 5, IMC 29 +/-3 kg/m2) com DM2 para o rs 7903146. Esses pacientes realizaram um teste de refeição mista, antes e após o tratamento com Exenatida, sendo utilizados 5 mg duas vezes ao dia, nos dias 1 a 30, e 10 mg duas vezes ao dia, nos dias 31 a 60. Durante o teste, amostras de sangue foram obtidas nos tempos 0,15, 30, 45, 60, 90, 120,180 e 240 minutos, para a glicose, insulina, pró-insulina, peptídeo-c e glucagon. Os resultados apresentados correspondem ao estudo de sete pacientes. Foram comparadas as curvas antes e após o tratamento nos pacientes TT usando ANOVA com dois fatores e medidas repetidas. Resultados: Na população estudada o subtipo selvagem (CC) esteve presente em 43%, e os genótipos de risco (CT e TT) em 47,1% e 9,9% dos pacientes, respectivamente. A comparação entre o teste da refeição mista, antes e após o tratamento mostrou que a glicose (p = 0,005) e a pró-insulina (p < 0,001) apresentaram redução nos pacientes tratados TT, com média de redução do nível da glicose 28,24 mg/dl e pró-insulina 36,18 pmol/l. Não houve diferenças entre insulina (p = 0,057) glucagon (p = 0,206) e peptídeo-c (p = 0,097). Discussão: Observamos neste estudo que os carreadores TT apresentaram queda da glicose e dos níveis de pró-insulina após dois meses de tratamento com exenatida, sem alterações na insulina, peptídeo-C e nos níveis de glucagon. Esses dados preliminares sugerem que os indivíduos com DM2 portadores do genótipo TT no rs7903146 do TCF7L2 apresentam um melhor processamento da pró-insulina durante o tratamento com exenatida. Apoio financeiro: FAPESP. PP.12 OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA INDUZ INFLAMAÇÃO E PROMOVE CÂNCER PROSTÁTICO Rocha GZ1, Dias MM1, Ropelle ER1, Caralheira JBC1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Clínica Médica A obesidade é associada à maior predisposição a alguns tipos de câncer, agressividade de outros, resistência à insulina e hiperinsulinemia, bem como um estado de resposta inflamatória anormal. Estudos recentes têm mostrado que a obesidade é um importante fator prognóstico adverso para o câncer de próstata. No entanto, os mecanismos moleculares envolvidos no aumento da agressividade do câncer de próstata em indivíduos obesos ainda são desconhecidos. A fim de investigar os efeitos da inflamação e hiperinsulinemia induzidas por dieta hiperlipídica (DH) no crescimento do tumor de próstata, camundongos SCID alimentados com dieta-padrão ou DH durante oito semanas foram injetados subcutaneamente com células tumorais humanas com a presença da proteína PTEN (DU145) ou com a ausência da proteína PTEN (PC-3). Neste trabalho, mostramos que camundongos obesos apresentaram maior crescimento do tumor de ambos xenoenxertos, DU145 e PC-3, em comparação com o grupo submetido a dieta controle. Xenoenxertos de camundongos alimentados com DH apresentaram au- RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA mento na atividade do complexo IKK e de c-Jun NH2 terminal, e essa atividade foi reduzida por meio do bloqueio de TNF-α. Curiosamente, o bloqueio farmacológico de TNF-α em camundongos submetidos a DH foi eficaz em reduzir o crescimento do tumor induzido pela obesidade para os mesmos níveis encontrados nos camundongos submetidos a dieta controle para ambos os xenoenxertos de DU145 e PC-3. Além disso, mostramos que DU145, quando crescidas como xenoenxertos em camundongos, são sensíveis à redução da hiperinsulinemia encontrada na obesidade quando tratados com octreotídeo, enquanto as células PC-3, que apresenta ativação constitutiva de PI3K, são resistentes à diminuição da quantidade de insulina. Assim, o presente estudo evidencia que a resposta de baixo grau inflamatória observada na obesidade, de maneira independente da sensibilidade à insulina, impulsiona o crescimento de xenoenxertos de câncer de próstata. PP.13 ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS INTERVENÇÕES PARA PREVENÇÃO DO DIABETES: RISCOS E BENEFÍCIOS EXTRAMETABÓLICOS Cezaretto A1, Barros CR2, Siqueira-Catania A2, Ferreira SRG2 Universidade de São Paulo (USP). 2 Faculdade de Saúde Pública, USP – Departamento de Nutrição 1 Doenças que compõem a SM são alvo de preocupação em saúde pública por causa das prevalências crescentes nas populações, em grande parte decorrentes da epidemia de obesidade, principal fator de risco para o DM2 que se associa a debilitantes complicações crônicas e compromete a qualidade de vida e a sobrevida. Muito tem sido investido na prevenção do DM2, com eficácia demonstrada em estudos de intervenção no estilo de vida, mas permanecem as dificuldades relacionadas à adesão do indivíduo aos programas preventivos. Tais dificuldades podem decorrer, em parte, da coexistência de distúrbios psicológicos como a depressão e transtornos alimentares, gerando comportamentos não saudáveis e dificultando instituir as medidas de prevenção. O trabalho psicoeducativo com grupos de pacientes, conduzido por profissionais capacitados, têm se mostrado estratégia terapêutica promissora para lidar com indivíduos de risco ou portadores de afecções crônicas. Objetivos: Avaliar efeito de intervenção multiprofissional interdisciplinar (II) em dados psicológicos e de qualidade de vida, comparado à intervenção tradicional (IT) e analisar associação de mudanças no perfil metabólico, psicológico e de qualidade de vida. Métodos: 183 indivíduos de alto risco para DM2 foram examinados no basal, aos 9 e 18 meses de seguimento quanto a parâmetros clínicos e psicológicos. Receberam orientação para alimentação saudável, atividade física e manejo do estresse e metas foram preestabelecidas. Na IT, foram orientados por médico endocrinologista em consultas trimestrais. Em adição a consultas individuais, a II incluiu sessões psicoeducativas com periodicidade variável. Depressão foi diagnosticada pelo Inventário Beck de Depressão (escore ≥ 12) e compulsão alimentar pela escala de compulsão alimentar periódica (escore ≥ 18). QV foi avaliada pelo SF-36. Em análise estatística foram utilizados teste t de Student, qui-quadrado e correlação de Pearson para associações entre depressão, compulsão, perfil metabólico e da QV e ANOVA foi usada para avaliar os três momentos das intervenções. Resultados: 67% eram mulheres e a média de idade foi de 55,0 ± 12,3 anos. No momento basal, indivíduos deprimidos (46,8%) apresentaram maior IMC (32,4 ± 6,0 vs. 29,9 ± 5,1 kg/m²; p = 0,004) e circunferência abdominal (104,1 ± 12,6 vs. 99,7 ± 11,8 cm; p = 0,02) e menor QV (38,7 ± 11,8 vs. 49,9 ± 11,7, p < 0,001) que não deprimidos. Sintomas de depressão diminuíram com ambas as intervenções aos 9 e 18 meses (p = 0,001). Indivíduos da II diminuíram compulsão alimentar e qualidade de vida, comparados a IT, aos 9 meses. Essa diferença entre grupos não foi observada aos 18 meses, contudo a diminuição no escore de compulsão e de depressão aos 18 meses no II se correlacionou com melhora da QV. Conclusão: II obteve melhores resultados de qualidade de vida e compulsão alimentar que a IT aos 9 meses de intervenção. Aos 18 meses tal melhora foi mantida, porém sem diferença entre tipos de intervenção. Esse resultado pode ser atribuído ao trabalho interdisciplinar com atenção especial aos distúrbios psicoló- gicos para o alcance das metas. Porém, o seguimento trimestral com endocrinologista também se mostrou suficiente para induzir melhora do quadro metabólico. Apoio: FAPESP PP.14 O FATOR CILIAR NEUROTRÓFICO (CNTF) PROTEGE CAMUNDONGOS CONTRA O DIABETES TIPO 1 POR MEIO DA EXPRESSÃO DE SOCS3: O PAPEL DA RAZÃO STAT1/STAT3 NA MORTE DE CÉLULAS BETA Rezende LF1, Santos GJ1, Carneiro EM1, Boschero AC1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Biologia Estrutural e Funcional Backgrounds and aims: Ciliary Neurotrophic Factor (CNTF) protects pancreatic islets against cytokine-induced apoptosis and increases SOCS3 expression. Type 1 Diabetes (DM1) is characterized by a cytokine-dependent loss of pancreatic islet beta-cell mass with subsequent hyperglycaemia. Finally, beta-cell apoptosis seems to be induced by STAT1 and inhibited by STAT3 activation. We evaluated if CNTF protects mice against STZ-induced type 1 diabetes, if this protection is dependent of SOCS3 expression and what the role of STAT1/STAT3 activation in CNTF effects on beta-cell apoptosis. Material and methods: For MLDS, 4-6 weeks-old mice for 5 days Citrate buffer (C), 40 mg/Kg of STZ (S), 0.1 mg/Kg of CNTF (N) or both (NS). We developed SOCS3 Knockdown mice (SOCS3Kd) by Antisense technique. We assessed mice fed glycaemia in days 0, 1, 7, 14, 21, and 28 after first injection. DM1 considered as blood glycaemia > 250 mg/dl for 2 days. We evaluated mice overall glycaemia and DM1 incidence. Pancreatic islets were isolated by collagenase method, wild-type and siRNA SOCS3kd MIN6 cells were cultured with only Citrate Buffer (C), 10 ug/ml of IL1beta (I), 1 nM of CNTF (N) or both (NI). Protein expression and phosphorylation by Western-Blot. (n = 4-6) Data = Mean ±SEM. P < 0.05. Results: CNTF reduced DM1 incidence by 90% in Wild-type mice but only by 10% in SOCS3kd mice. In Wildtype mice, CNTF increased STAT3 (210 ± 8%) and reduced STAT1 (57 ± 11%) phosphorylation, while in SOCS3kd mice CNTF further increased STAT3 (321 ± 5%) but was unable to reduce STAT1 (119 ± 12%). STZ reduced STAT3 (39±8%) and increased STAT1 (199 ± 9%) phosphorylation, while in SOCS3kd mice STZ was unable to reduce STAT3 (101 ± 15%) but further increased STAT1 (286 ± 12%). This was also observed in MIN6 cells. CNTF prevented STZ-induced pancreatic islets apoptosis and IL1beta-induced MIN6 cells apoptosis in wild type mice and cells, but not in SOCS3kd mice and cells. Conclusion: CNTF protects mice against DM1 through increased survival of pancreatic islets, and this protection is dependent of SOCS3 increased expression. Finally, SOCS3 expression and beta-cell death are both dependent of the balance between STAT1/STAT3 activation. PP.15 DHEA INDUZ AUMENTO DA SECREÇÃO DE INSULINA EM ILHOTAS DE RATOS ENVELHECIDOS POR MEIO DO AUMENTO DA OXIDAÇÃO DE SUBSTRATOS E REDUÇÃO DA TAXA APOPTÓTICA Almeida FN1, Veras KM1, Camporez JP1, Ribeiro L1, Carvalho CRO1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica Há muito está estabelecido em humanos e em modelos experimentais que com o envelhecimento ocorre prejuízo na capacidade secretora de insulina. Essa modificação está associada com o aumento na adiposidade, resistência à insulina e diabetes tipo 2 (DM2). Em contrapartida, existem evidências associando o tratamento com um esteroide adrenal, a dehidroepiandrosterona (DHEA), levando a melhorias na sensibilidade à insulina, secreção de insulina estimulada por glicose e, em alguns modelos animais, redução do peso e adiposidade. No presente trabalho, objetivamos identificar os efeitos celulares pelo qual o DHEA melhora a função da célula betapancreática. Para tanto, ratos Wistar com 12-14 meses de idade receberam uma única injeção subcutânea de DHEA (10 mg.kg-1) ou veículo em igual volume. Após uma semana, ilhotas pancreáticas desses animais foram isoladas para realiS101 RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA zação dos seguintes testes: secreção de insulina estimulada por diferentes secretagogos (glicose 5,6 e 16,7 mM, arginina 20 mM, leucina 10 mM, alfacetoisocaproato 10 mM, carbacol 100 µM e forskolin 10 µM), respiração mitocondrial, oxidação de glicose, atividade da citrato sintase, fragmentação de DNA e expressão gênica do PCNA mRNA. Apesar da ausência de efeitos sobre peso corporal, adiposidade e homeostase da glicose, o grupo tratado com DHEA apresentou melhoria significativa na secreção de insulina estimulada por glicose, arginina, leucina, carbacol e forskolin. Em adição, observamos aumento na oxidação da glicose, respiração mitocondrial, atividade da citrato sintase, expressão do PCNA mRNA, seguido de reduzida apoptose. Dessa forma, podemos concluir que o DHEA é capaz de melhorar a funcionalidade metabólica e reduzir o índice de apoptose da ilhota pancreática. Esses resultados também reforçam o papel da reduzida função metabólica nas ilhotas pancreáticas ocorrido com o envelhecimento como um agente causador do aumento da prevalência de DM2. PP.16 PERFIL DE EXPRESSÃO E REDES GÊNICA DE CÉLULAS TCD4+, TCD8+ E CD14+ EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 RECÉM-DIAGNOSTICADOS É INFLUENCIADO POR ALELOS MHC CLASSE II DE SUSCETIBILIDADE OU PROTEÇÃO Rassi DM1, Feijó AE2, Brum DG3, Foss-Freitas MC1, Foss MC1, SakamotoHojo4, Passos GAS5, Donadi EA6 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 FMRP-USP – Genética. 3 FMRP-USP – Neurociências e Ciências do Comportamento. 4 USP – Faculdade de Genética. 5 USP – Genética. 6 FMRP-USP 1 O diabetes mellitus do tipo 1 (DM-1) é uma doença autoimune órgão-específica causada pela destruição seletiva das células betapancreáticas, produtoras de insulina, por infiltração progressiva de células inflamatórias, especialmente por linfócitos T citotóxicos autorreativos. Considerando que os pacientes recentemente diagnosticados representem a fase final de destruição das células beta do pâncreas e considerando que as moléculas HLA estejam altamente envolvidas na suscetibilidade ao DM-1 e que os mecanismos patogênicos relacionados com a participação dessas moléculas ou a interação moléculas MHC/peptídeos ainda não são bem compreendidos, propomos o estudo da expressão gênica diferencial em linfócitos T (CD4+ e CD8+) e monócitos (CD14+) em um grupo de 20 pacientes com DM-1 e 20 controles. Os dados foram analisados utilizando o pacote Mev (Multi Experiment Viewer), seguido pela construção de redes gênicas, utilizando o programa GeneNetwork. As redes transcricionais reconstruídas nos permitiu identificar as interações que ocorrem entre os genes os seguintes genes: FAS (superfamília do receptor TNF), INSR (receptor de insulina), GABRA (ácido gama-aminobutírico GABA-receptor-A), IL1RAP (proteína acessória do receptor de interleucina-1), CD93 (receptor de C1q), ubitiquitin (UBC, UBE2Z, UBR4, UBAP), BCAP29 (proteína associada ao receptor da célula B) e citocina IK (regulador da molécula HLA classe II). Os resultados apontaram vários genes cuja expressão foram moduladas diferentemente entre as subpopulações celulares, alguns já associados à doença e outros nunca relacionados com diabetes, merecendo estudos mais aprofundados. Além disso, metanálise do perfil de expressão gênica exibiu dendogramas agrupados de acordo com alelos de suscetibilidade ou proteção independente do tipo celular, demonstrando que alelos MHC de classe II interferem sobre o perfil de expressão de células imune do sangue periférico de pacientes com DM-1, como previamente exibido por nosso grupo (NYAS 1079: 305-309, 2006). PP.17 EFEITO DA METFORMINA SOBRE O DESENVOLVIMENTO TUMORAL NA OBESIDADE (IN VIVO) E EM CÉLULAS DO CÂNCER DE MAMA MCF-7 (IN VITRO) Fonseca EAI1, Oliveira MA1, Dos Santos RA1, Akamine EH1, Carvalho MHC1, Barbosa AM2, Dekker RFH2, Khaper N3, Fortes ZB1 1 Departamento de Farmacologia, Instituto de Ciências Biomédicas, da Universidade de São Paulo (USP). 2 Biorefining Research Institute, Lakehead University, Thunder Bay, ON, Canada. 3 Northern Ontario School of Medicine, Lakehead University, Thunder Bay, ON, Canada. S102 Introdução: Embora já esteja bem estabelecido que a obesidade aumente o risco de desenvolver vários tipos de câncer, como o de cólon, reto, mama, pâncreas, próstata e endométrio, o mecanismo pelo qual isso ocorre ainda não está completamente elucidado. Ainda, estudos epidemiológicos têm mostrado que a metformina pode ser uma estratégia importante no controle do desenvolvimento tumoral em condições de obesidade e resistência à insulina. Metformina atuando de forma dependente ou independente da melhora da sensibilidade à insulina poderia diminuir a proliferação celular e diminuir ou impedir o desenvolvimento do tumor. Assim, o objetivo desse estudo foi investigar os mecanismos envolvidos no maior desenvolvimento de câncer em ratos obesos-MSG e analisar os efeitos da metformina sobre o desenvolvimento tumoral na obesidade (in vivo) e em células do câncer de mama MCF-7 (in vitro). Métodos: Para indução da obesidade, ratos Wistar neonatos receberam glutamato monossódico (MSG, 4 g/kg) nos dias 2, 3, 4, 5 e 6 após o nascimento. Ratos controles receberam o veículo do MSG. Após 16 semanas, 1 x 107 células provenientes do tumor de Walker-256 foram injetadas no flanco direito desses animais e foi iniciado o tratamento com metformina (300 mg/ kg, por gavagem). Os ratos foram então divididos em quatro grupos: Controle tumor (CT), Controle tumor tratado com metformina (CTM), Obeso tumor (OT) e Obeso tumor tratado com metformina (OTM). Na 18ª semana, foram calculados o índice de Lee [peso corporal1/3 (g)/comprimento nasoanal (cm) x 100], o peso relativo das gorduras periepididimal e retroperitoneal e o peso relativo da massa magra dos ratos dos quatro grupos. O desenvolvimento tumoral foi avaliado pelo peso relativo do tumor. A taxa de sobrevida foi avaliada pelo método de Kaplan e Meyer e a análise da expressão de RNAm por RT-PCR em tempo real. Nos estudos in vitro, células MCF-7 foram tratadas com meformina por 24, 48 e 72 horas. A atividade antiproliferativa foi analisada pela técnica do MTT. O estresse oxidativo foi medido pela técnica do CM-H2DCFDA. A apoptose e o ciclo celular foram analisados pela citometria de fluxo. A expressão do RNAm foi determinada por RT-PCR e a expressão proteica por Western Blot. Resultados: Observamos que o desenvolvimento tumoral foi significativamente maior nos ratos OT quando comparados aos ratos CT e que a metformina reduziu esse parâmetro. Além disso, a metformina aumentou a expressão de RNAm das proteínas supressoras tumorais pRb, p53 e p27 no tecido tumoral. Metformina também mostrou um importante efeito antiproliferativo sobre as células MCF-7 de forma dose- e tempo-dependente. Esse efeito foi associado com o bloqueio do ciclo celular, estresse oxidativo e um aumento na apoptose e necrose celular. Ainda um aumento na atividade da AMPK e da FoxO3a foi observado. Conclusão: Pode-se concluir que a obesidade tem papel importante no desenvolvimento tumoral, aumentando significativamente o tamanho do tumor, e que a metformina é eficaz em reduzir esse desenvolvimento tanto in vivo como in vitro. Conclui-se também que o efeito da metformina reduzindo o desenvolvimento tumoral e a proliferação das células dos câncer de mama (MCF-7) é mediado pela pRb, p27, AMPK e FoxO3a. Apoio financeiro: CNPq/FAPESP (Brasil), NSERC-RCD e NOSM (Canada). PP.18 MATERNAL HDL CHOLESTEROL IS RELATED TO OFFSPRING HDL CHOLESTEROL THAT IS A MARKER TO PRECOCIOUS INCREASE IN CAROTID INTIMA-MEDIA THICKNESS IN TYPE 1 DIABETES Stela Pinto C1 1 Universidade de São Paulo (USP) The mortality rate of T1DM is decreasing but, in relation to healthy peers individuals still elevated mainly because cardiovascular complications. Carotid intima-media thickness (cIMT) is a noninvasive measure of subclinical atherosclerosis. The cardiovascular risk factors (CVRF) in T1DM looks like to be different from the general and T2DM population. The aim of this cross-sectional study was to verify the cIMT in young T1DM and peers controls as well as the personal and familial factors to it occurrence. Eight-three T1DM (age 19.5 ± 4 yrs and disease’s duration of 9.8 ± 4.8 yrs) and 36 control subjects matched RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA for age, BMI and waist circumference (WC) were studied. Highresolution US scanner (GE –Voluson 730) was made use of. T1DM parents (77 mothers and 54 fathers) were also evaluated. Statistical analysis – Minitab 16 (p < 0.05). In the all group, by the multivariate analysis, T1DM (p < 0.001) and weight (p = 0.003) were associated with cIMT (R2 = 0.21) after adjustment for sex (Model 1). Excluding the weight, only the presence of T1DM (p < 0.001) and WC (p = 0.015) remained associated with cIMT (R2 = 0.18) (Model 2). cIMT was higher in T1DM (0.46 ± 0.09 vs. 0.39 ± 0.04 mm; p < 0.001) and in this group it was negatively associated to HDL-C (p = 0.033) and positively with disease’s duration (p = 0.025). Particularly HDL-C in this T1DM group (A1c = 7.5 ± 0.7%) was positively associated with WC (p = 0.028) and maternal HDL-C (p = 0.026) and negatively with female sex (p = 0.007). Familial antecedents of T2DM, hypertension and other dyslipidemia were not related to cIMT in T1DM. We conclude that T1DM is associated with precocious increase of cIMT and this is related with disease’s duration and two traditional CVRF like WC and HDL-C. An original and new find of this study was that, in T1DM patients, HDL-C (marker of cIMT) was positively associated with maternal HDL-C. This may reflect the importance of epigenetic risk factors to atherosclerosis development in T1DM. PP.19 A ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO C75, UM INIBIDOR DA ÁCIDO GRAXO SINTASE, PROMOVE ATIVAÇÃO DA TERMOGÊNESE FACULTATIVA DO TECIDO ADIPOSO MARROM Cassolla P1, Garófalo MAR1, Kettelhut IC2, Navegantes LCC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Fisiologia, 2 FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia Introdução: A administração central ou sistêmica de C75, um inibidor sintético da enzima ácido graxo sintase, induz anorexia e perda de peso em roedores, porém os mecanismos desses efeitos permanecem desconhecidos. Dessa maneira, nossa hipótese é que o tecido adiposo marrom (TAM), um importante local para a termogênese, poderia estar envolvido nos efeitos mediados pelo C75. Métodos: Ratos Wistar (~230 g) foram submetidos a estereotaxia e implante de sensores de temperatura no abdômen (i.p.) ou sob o TAM, com subsequente (ou não) desnervação simpática do TAM. Os animais foram divididos em três grupos: controle, C75 e desnervado C75. Após sete dias, C75 (150 µg/7,5 ml) ou veículo (RPMI) foram administrados no ventrículo lateral direito (i.c.v.) de animais submetidos à privação alimentar de 24 h. Os dados são expressos como média ± epm, 5 ≤ n ≤ 10 (ANOVA Two-Way ou One-Way, p < 0,05). Resultados: A administração i.c.v. de C75 induziu um rápido aumento na temperatura corporal interna, maior taxa de variação de calor de 30 min até 6 h da injeção e elevada dissipação de calor (medida da temperatura da cauda) por 4 h. A desnervação simpática do TAM atenuou os efeitos termorregulatórios do C75. Além disso, o C75 promoveu aumento na termogênese no TAM, a qual foi evidenciada pelo aumento acentuado na temperatura do tecido (até 8 h após a injeção), maior conteúdo de noradrenalina, aumento na atividade da citocromo c oxidase e maior expressão do RNAm da UCP1. Todos esses efeitos foram prevenidos pela desnervação do TAM. A atividade locomotora manteve-se inalterada nos três grupos estudados. Conclusão: Nossos dados sugerem um papel importante do TAM no aumento da temperatura corporal induzida pelo C75 e propõem um novo mecanismo para explicar a perda de peso e a hipofagia induzidas por esse composto. Apoio financeiro: FAPESP (08/06694-6). PP.20 PHYSICAL EXERCISE IMPROVES INFILTRATION AND POLARIZATION OF MACROPHAGE IN WHITE ADIPOSE TISSUE OF DIET-INDUCED OBESITY RATS Oliveira AG1, Araújo TG1, Rocha GZ1, Guadagnini D1, Bagarolli RA1, Carvalho BM1, Carvalheira JB1, Saad MJ1 1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) Macrophages infiltrated in white adipose tissue (WAT) have been identified as an important source of inflammatory cytokine produc- tion and a key component in the progression to insulin resistance in a state of obesity. In obese animals, macrophages assume a proinflammatory classical activation profile also known as M1, in contrast to lean conditions with an alternative activation state (M2) and production of immunosuppressive factors, such as IL-10. Although physical exercise might decreases proinflammatory status in WAT, it remains uncertain whether exercise affects the adipocytes or the infiltrated macrophages. Thus the present study aimed to analyze the effects of chronic and acute swimming exercise on the inflammatory status and insulin signaling of the tissue fractions, stromal-vascular fraction (SVF) and adipocytes. The effect of exercise was investigated on circulating IL-6, IL-10 and TNF-α levels by an enzyme-linked immunosorbent assay, insulin signaling proteins and cytokine production by Western Blot analysis and RT-PCR, and also macrophage infiltration and polarization in WAT fractions of diet-induced obesity (DIO). The results showed that acute exercise reduced the proinflammatory status mainly in SVF evidenced by reduced expression of MCP-1, TNF-α and IL-1b, without changing WAT macrophage infiltration. In this line, chronic exercise displayed the same results and also completely reversed the macrophage infiltration into the WAT. In parallel it also increases the IL-10 protein content. The exercise promotes reduction only in circulating TNF-α levels. We also observed higher insulininduced phosphorylation of IR, IRS-1 and Akt in both fractions in exercised animals. Our results show that physical exercise, in DIO rats, induces not only an important suppression in proinflammatory cytokines, but also increases anti-inflammatory cytokines secretion. Taken together these alterations indicate that the exercise can induces the phenotypic switching from M1 to M2 macrophages and that this condition contributes to exercise-induced improved insulin signaling in WAT of DIO rats. These data provide considerable progress in our understanding of the molecular events that link physical exercise to an improvement in inflammation and insulin resistance in WAT. PP.21 MODULAÇÃO DA FLORA INTESTINAL PROMOVE AUMENTO DA SENSIBILIDADE À INSULINA EM CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERLIPÍDICA Carvalho BM1, Guadagnini D1, Tsukumo DM1, Saad MJ1 1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica Introdução: A obesidade é uma condição inflamatória crônica que culmina em resistência à insulina e a promoção de suas comorbidades associadas. A flora intestinal tem sido reconhecida como um importante fator na obesidade, aumentando a extração de energia dos alimentos ingeridos na dieta, bem como aumentando os níveis circulantes de lipopolissacarídeos (LPS), que contribui para o estado inflamatório e pode reduzir a sensibilidade à insulina em tecidos com importante ação metabólica, mas essa relação ainda não está completamente estabelecida. Dessa forma, investigamos as consequências da modulação da flora intestinal na sensibilidade à insulina após tratamento com antibióticos. Métodos: Camundongos Swiss machos com 6 semanas de idade foram submetidos à dieta rica em gordura e tratamento com antibióticos (ampicilina, neomicina e metronidazol – 1g/l) por oito semanas. A avaliação do perfil de flora intestinal foi realizada por sequenciamento de DNA bacteriano das fezes dos animais e contagem de colônias, seguido por avaliação de sensibilidade à insulina e LPS circulante, bem como determinação dos níveis circulantes de citocinas e acetato. As proteínas extraídas do fígado, músculo e tecido adiposo foram avaliadas por Western Blotting além da análise de infiltração de macrófagos no fígado e tecido adiposo por meio de técnicas de histologia e marcação da proteína F4/80 por imunoistoquímica. Resultados: O perfil da flora intestinal e do conteúdo bacteriano das fezes dos camundongos foi profundamente modificado pelo tratamento com antibiótico, o qual induziu grande redução nos níveis circulantes de LPS e citocinas pró-inflamatórias, consequentemente reduzindo a ativação de TLR4 e inflamação em fígado, músculo e tecido adiposo, a qual induziu melhora na ação da insulina e aumento da sensibilidade a este hormônio e dos níveis de acetato, o qual ativou a AMPK e a oxiS103 RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA dação lipídica. Adicionalmente, a infiltração de macrófagos no fígado e tecido adiposo foi praticamente abolida pelo tratamento com antibióticos. Discussão: Assim, nossos resultados sugerem que a modulação da flora intestinal pode melhorar a resistência à insulina pela redução nos níveis circulantes de LPS, ativação da AMPK induzida por acetato e redução da infiltração de macrófagos em fígado e tecido adiposo de camundongos alimentados com dieta hiperlipídica. Apoio financeiro. FAPESP e INCT/CNPq. PP.22 CARBOHYDRATE- AND LIPID- ENRICHED MEALS ACUTELY DISRUPT GLYCEMIC HOMEOSTASIS BY INDUCING TRANSIENT INSULIN RESISTANCE IN RATS Campello RS1, Alves-Wagner ABT1, Abdulkader F1, Mori RCT1, Machado UF1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica Introduction: Chronic intake of high carbohydrate or high lipid diets is a well-known insulin resistance inducer. This study investigates the immediate effect (1-6 hours) of a carbohydrate- or lipid-enriched meal on insulin sensitivity. Methods: Fasted rats were refed with standard, carbohydrate-enriched (C), or lipid-enriched (L) meal. Plasma insulin, glucose and non-esterified fatty acids (NEFA) were measured at 1, 2, 4 and 6 hours of refeeding. Results: Glucose/insulin index showed that either carbohydrates or lipids decreased insulin sensitivity at 2 hours of refeeding. At this time-point, insulin tolerance test (ITT) and glucose tolerance test (GTT) detected insulin resistance in C rats, while GTT confirmed it in L rats. Reduced glycogen and phosphorylated-AKT and -GSK3 content revealed hepatic insulin resistance in C rats. Reduced glucose uptake in skeletal muscle subjected to the fatty acid concentration that mimics the high NEFA level of L rats suggests insulin resistance in these animals is mainly in muscle. Discussion: In conclusion, carbohydrate- or lipid-enriched meals acutely disrupt glycemic homeostasis, inducing a transient insulin resistance, which seems to involve liver and skeletal muscle; respectively. Thus, the insulin resistance observed when those types of diets are chronically consumed may be an evolution of repeated episodes of this transient insulin resistance. PP.23 NAMPT/VISFATIN AND ITS ROLE IN DIABETES CARDIOVASCULAR DISEASE Saddi-Rosa P, Oliveira CSV1, Crispim F1, Giufrida FMA1, Velho G2, Reis AF1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Escola Paulista de Medicina. 2 INSERM, Research Unit 695 – Paris, France 1 Background and aims: Allelic variations in the NAMPT gene encoding the enzyme nicotinamide phosphoribosyltransferase (Nampt or Visfatin) were reported to be associated with several metabolic syndrome-related phenotypes (hyperglycaemia, obesity, dyslipidemia) as well as with coronary artery disease (CAD). A variant in the promoter of the NAMPT gene (rs9770242) was associated with the ratio of visceral/subcutaneous Nampt mRNA expression, and with circulating levels of glucose and insulin. In the present study we investigated associations of the rs9770242 SNP and Nampt/Visfatin levels with hyperglycaemia/type 2 diabetes (T2DM), and with CAD in a cohort of Brazilian individuals. Materials and methods: 582 individuals who underwent a coronary angiography were stratified according to hyperglycaemia (H) and CAD status: H-CAD- (n = 59), H-CAD+ (n = 136), H+CAD- (n = 127) and H+CAD+ (n = 260). Hyperglycaemia was defined as HbA1c >6% or a history of T2DM. CAD was defined as stenosis >50% in at least one major vessel or branch. Nampt/Visfatin plasma levels were measured by ELISA. Comparisons of clinical and biological parameters between groups were made by analyses of covariance. Genotype associations with CAD or with hyperglycaemia/ T2DM were assessed by logistic regression analyses. Adjustments for clinical and biological parameters were carried out by including these parameters as covariables in the regressive models. Data were logS104 transformed for the analyses when adequate. Results: We observed an association of the major T-allele of rs9770242 with CAD in a codominant model (OR 2.13, 95% CI 1.08-4.21, p = 0.03, adjusted for sex, age, BMI, blood pressure and glycaemic status). No association with hyperglycemia/T2DM was observed. No genotype-related differen ces in Nampt/Visfatin levels were observed. Nampt/Visfatin levels were not significantly different in CAD+ and CAD- individuals (6.0 ± 0.2 vs. 5.7 ± 0.3 ng/ml, mean ± SEM, p = 0.12, adjusted for sex, age, BMI and glycaemic status), nor in H+ and H- individuals (5.6 ± 0.2 vs. 6.0 ± 0.3 ng/ml, p = 0.11, adjusted for sex, age, BMI and CAD status). Nampt/Visfatin levels were inversely correlated with glucose (R2 = 0.03, p = 0.02) and insulin levels (R2 = 0.03, p = 0.04), HOMA-IR (R2 = 0.06, p = 0.01) and the BMI (R2 = 0.02, p = 0.04; all correlations adjusted for sex and age). Conclusion: The common rs9770242 SNP in the promoter of the NAMPT gene was associated with CAD in a cohort of Brazilian subjects who underwent coronary angiography. This association was independent from the glycaemic status of the individuals, Nampt/visfatin circulating levels and from other known cardiovascular risk factors. PP.24 GLUTHATIONE-ETHYL-ESTER SUPPLEMENTATION DURING PANCREATIC ISLET ISOLATION IMPROVES VIABILITY AND TRANSPLANT OUTCOMES IN A MURINE MARGINAL ISLET MASS MODEL Raposo ASA1, Pawlick R2, Rodrigues E1, Costa F1, Galvao FHF3, CorreaGiannella ML1, Shapiro AMJ2 1 Universidade de São Paulo (USP) – Laboratório de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM-25). 2 University of Alberta, Edmonton, CA – Alberta Diabetes Institute. 3 USP – Unidade de Transplante e Cirurgia de Fígado (LIM37) Background: The success of pancreatic islet transplantation still faces many challenges, mainly related to cell damage during islet isolation and early post-transplant. The increased generation of reactive oxygen species (ROS) during islet isolation and the consumption of antioxidant defenses appear to be an important pathway related to islet damage. Methods: In the present study we evaluated whether supplementation of glutathione-ethyl-ester (GEE) during islet isolation could improve islet viability and transplant outcomes in a murine marginal islet mass model. Results: Supplementation of GEE decreased the content of ROS in isolated islets, leading to a decrease in apoptosis and maintenance of islet viability. A higher percentage of mice transplanted with a marginal mass of GEE treated islets became euglycemic after transplant. Conclusion: GEE supplementation was able to decrease the apoptosis rate and intracellular content of ROS in isolated islets and might be considered a potential intervention to improve islet viability during the isolation process and maintenance in culture before islet transplantation. PP.25 DIABETES LATENTE AUTOIMUNE E DIABETES MELLITUS TIPO 2 DE DIAGNÓSTICO RECENTE NO ADULTO: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS Lana JM1 1 Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) – Endocrinologia O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM) é uma patologia com herança multifatorial em que a resistência e a deficiência de insulina coexistem. Os pacientes que apresentam autoimunidade pancreática sem necessidade de terapia com insulina nos primeiros seis meses pós-diagnóstico são classificados como portadores de LADA. Estudos epidemiológicos evidenciam que o LADA corresponde a 10% dos pacientes classificados como DM2, porém poucos estudos avaliaram a presença de complicações crônicas ao diagnóstico nesse subgrupo. Isoma e cols. avaliaram a presença de complicações crônicas em pacientes com LADA com tempo de evolução da doença em média de 10 anos. Naquela amostra, não houve diferença em relação à presença de complicações quando comparados aos pacientes com DM2 clássico. Chull-Hee-Kim recentemente avaliou pacientes koreanos e evidenciou prevalência se- RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA melhante de complicações crônicas entre os pacientes com DM2 e LADA com longa evolução da doença. Objetivo: Avaliar a prevalência de pacientes com LADA em uma população adulta com diagnóstico recente de DM e quais fatores diferenciam esses subgrupos. Metodologia: Foram estudados 201 pacientes com idade > 35 anos e diagnóstico recente de diabetes (média: 25 meses ± 18). Desses, 32 apresentaram anticorpos positivos-GAD, IA2 ou ambos, sendo classificados como portadores de LADA e 169 sem anticorpos foram classificados como pacientes com diabetes tipo 2 clássico. Resultados: Os pacientes com LADA eram mais jovens (p = 0, 035) e apresentaram menores níveis de peptídeo C (p = 0,05), triglicerídeo (p = 0,04) e IMC (p < 0, 001) em relação aos pacientes com DM2, porém os grupos não se diferenciaram em relação ao tempo de diagnóstico (p = 0, 086), controle glicêmico (A1c média: 8,3 ± 2,1), HDL (HDL médio: 39,4 ± 11 mg-dl) e LDL (LDL médio: 119 ± 40 mg-dl). A prevalência de síndrome metabólica (78,6% vs. 40,6%) e HAS (63,5 vs. 21,4%) foram menores entre os pacientes com LADA, porém a prevalência de macroangiopatia (14,8% vs. 14,2%), nefropatia (29% vs. 17, 8%), retinopatia (4,7% vs. 6,25%) e neuropatia (14,8% vs. 7%) não foram diferentes entre os grupos. Conclusão: Nessa população os pacientes com LADA apresentaram menor IMC, peptídeo C e triglicerídeos em relação aos pacientes com DM tipo 2 clássico, porém as complicações crônicas presentes ao diagnóstico foram semelhantes entre os grupos e não permitiram diferenciar essa população. PP.26 SITAGLIPTIN MORE EFFECTIVELY IMPROVED LEFT VENTRICULAR DIASTOLIC FUNCTION COMPARED WITH BEDTIME NPH INSULIN AS THIRD-LINE AGENT IN T2DM PATIENTS Nogueira KC1, Fukui RT2, Correia MRS2, Rocha DM3, Santos RF4, Furtado M5, Andrade JL5, Silva MER1 1 Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) – LIM18 – Endocrinologia e Metabologia. 2 FMUSP – Laboratório de Investigação Médica (LIM18). 3 FMUSP – Clínica Médica – Endocrinologia. 4 FMUSP – Endocrinologia e Metabologia. 5HC-FMUSP – Serviço de Ecocardiografia do InRad Introduction: The main goal of diabetes treatment is to obtain normal glucose levels to prevent the diabetic complications. Left ventricular diastolic dysfunction (LVDD), the pre-clinical signal of diabetic cardiomyopathy, is often observed in T2DM patients and tissue Doppler echocardiography (TDE) is a sensitive method for its early detection. Patients and methods: This 24-wk study compared the effects of the dipeptidil-peptidase-4 inhibitor sitagliptin with bedtime NPH insulin (NPH) on blood pressure (BP) and left ventricular (LV) diastolic function in T2DM patients inadequately controlled with metformin and glibenclamide. Thirty-five patients with similar age, diabetes duration, BP, HbA1c and fasting glucose (FG) levels were randomized to receive sitagliptin (SITA group, n = 18) or bedtime NPH insulin (NPH group, n = 17) as additional treatment. Ambulatory BP monitoring and TDE were performed in 35 and 29 patients, respectively. Results: HbA1c and FG fell similarly in the SITA group (HbA1c: 8.0 ± 0.6 to 7.3 ± 0.8%, p = 0.001/ FG:136.5 ± 30.0 to 125.6 ± 33.4 mg/dl, p = 0.037) and the NPH group (HbA1c: 8.1 ± 0.6 to 7.3 ± 0.7%, p = 0.001/ FG:159.2 ± 38.0 to 111.6 ± 30.4 mg/dl, p < 0.001). Systolic and diastolic BP did not change. Systolic function was normal in all patients, however 53% of SITA group and 64% of NPH group patients had LVDD. Sitagliptin promoted a greater improvement in LV diastolic function (40%) when compared with NPH (7.1%) (p = 0.038, Χ2 test). Discussion: Our study is the first to compare sitagliptin with bedtime NPH as a thirdline agent on metabolic control, BP and cardiovascular function of T2DM patients. Sitagliptin and bedtime NPH were equally effective on glucose control. However, improvement in LV diastolic function was higher in the SITA group than in the NPH group, probably due to the increase in GLP-1 levels, which have been associated to beneficial cardiac effects. Therefore, sitagliptin seems to be a promising drug for the prevention of diabetic cardiomyopathy. References: 1. Cosson S, et al. Diabetes Metab. 2003;29:455. 2. Boyer JK, et al. Am Cardiol. 2004;93(7):870. 3. Fadini GP, et al. Vascular Pharmacology. 2011;55:10. 4. Read PA, et al. Circ Cardiovasc Imaging. 2010;3:195. 6. Lorenzo O, et al. Circulation. 2010;122:A10852. Supported by FAPESP. Acknowledgement: Greci da Silva Paula. PP.27 A IMPORTÂNCIA DO METABOLISMO DA GLICOSE NO CONTROLE DAS ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO EM ILHOTAS PANCREÁTICAS Rebelato E1 1 Instituto de Ciências Biomédicas – Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica O aumento da glicólise nas células betapancreáticas é uma resposta aguda e importante para o processo de secreção de insulina estimulada pela glicose (GSIS). Entretanto, em nosso estudo observamos que ajustes no estado redox intracelular também se fazem necessários durante esse processo, pois mesmo níveis intracelulares de peróxido de hidrogênio atuam como inibidores do metabolismo da glicose em ilhotas pancreáticas. Durante a exposição aguda à glicose, o aumento na atividade da via metabólica das pentoses-fosfato (PPP), suporte antioxidante pela formação de NADPH, está associado ao controle dos níveis das espécies reativas de oxigênio (EROS), o que favoreceria o metabolismo da glicose e o processo de secreção de insulina. Dessa forma, o aumento na atividade de vias de metabólicas acessórias, como a PPP, contribui para glicólise e GSIS. Por outro lado, nos parece que a atividade da enzima NAD(P)H oxidase também pode contribuir para o metabolismo da glicose, visto que a inibição dessa enzima resulta no prejuízo da secreção de insulina atrelado à deficiência no metabolismo da glicose, porém, como recentemente observamos, sem afetar a maquinaria de exocitose em células beta, avaliado pela técnica de patch-clamp. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq e CAPES. PP.28 PREVALÊNCIA DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) AVALIADA PELA ANGIOTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA MULTISLICE EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2 ASSINTOMÁTICOS Tavares CAF1, Lerario AC1, Rochitte CE1, Wajchenberg BL1 1 Universidade de São Paulo (USP) Introdução: Diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crônica e sua prevalência aumenta continuamente em todo o mundo, atingindo proporções epidêmicas. A doença cardiovascular, especialmente DAC, constitui-se na principal causa de mortalidade desse grupo, sendo responsável por 75% dos óbitos. Além disso, nos diabéticos, DAC é caracterizada por ser detectada em estágios avançados, permanecer assintomática por longo período, desenvolver-se de forma mais precoce, acelerada e difusa do que na população geral. Objetivo: Avaliar a prevalência de DAC em pacientes diabéticos tipo 2 assintomáticos por meio da angiotomografia coronariana e as características das placas ateroscleróticas quanto ao grau de obstrução vascular, extensão, morfologia, índice de Motoyama e escore de cálcio, correlacionando esses resultados com grau de controle glicêmico desses pacientes por meio da hemoglobina glicada. Métodos: Este estudo incluiu 54 pacientes diabéticos tipo 2 assintomáticos para DAC entre 40 e 65 anos de idade, submetidos a anamnese e exame físico detalhados, exames laboratoriais (glicemia de jejum, A1C, perfil lipídico e função renal), teste ergométrico e angiotomografia coronária. Resultados: Dos 54 pacientes do estudo, n = 26 (48,2%) apresentaram DAC à angiotomografia coronária. Desse grupo com DAC, 10 (38,4%) pacientes tiveram obstrução coronariana significativa e 6 (23%) pacientes (23%) tiveram obstrução severa. Não houve diferença significativa entre os grupos com A1C < 7 e A1C >= 7. Foram analisados 934 segmentos coronarianos, 114 (12,2%) apresentavam placas coronarianas, das quais 16 (14%) eram não calcificadas, 45 (39,4%) placas mistas e 53 (46,5%) placas calcificadas, sem diferença estatística entre os grupos A1C. A distribuição do número de vasos acometidos no pacientes com DAC foi: 1 vaso (6 casos – 23%), 2 vasos (10 casos – 38,5%), 3 vasos (10 casos – 38,5%). Escore de cálcio (SC) = 0 foi observado em 32 S105 RESUMOS DE PAINÉIS DE PESQUISA (59,2%) pacientes; SC entre 0,1-10 = 3 (5,5%) pacientes; SC entre 10,1-100 = 8 (14,8%); SC entre 100,1-400 = 7 (12,9%) e SC > 400 = 4 (7,4%). Índice de Motoyama com duas características positivas em 9 (16,7%) pacientes, com uma característica positiva em 12 (22,2%) pacientes e sem nenhuma característica em 4 (7,4%) pacientes. Tabagismo, microalbuminúria + e antecedente precoce familiar para DAC foram os fatores de risco com significância estatística entre o grupo de pacientes com obstrução ≥ 50%. Conclusão: Grande parte dos pacientes diabéticos assintomáticos possui DAC, com maior gravidade naqueles sem controle glicêmico. A angiotomografia, especialmente com 320 colunas de detectores, desponta como um ótimo método de sreening para DAC, não somente para diagnóstico da lesão mas também pela análise morfológica da placa, que nos fornece elementos de prognóstico para eventos agudos. Esses achados indicam a necessidade de intervenção terapêutica agressiva e precoce dos fatores de risco para redução da morbimortalidade de DAC nos diabéticos. PP.29 PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS, OBESIDADE E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM LUANDA (ANGOLA)-ÁFRICA Evaristo Neto ADA1, Foss-Freitas MC1, Foss MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica Com o objetivo de estudar a prevalência de diabetes mellitus, obesidade e hipertensão arterial numa amostra da população adulta da cidade de Luanda – Angola, foi realizado um estudo transversal usando o método de amostragem por conglomerados. O trabalho de campo foi desenvolvido entre março de 2009 e abril de 2011. Foram selecionados aleatoriamente 709 indivíduos de uma área representativa da cidade de Luanda, sendo 409 (58%) do sexo feminino. O índice de resposta do grupo inicialmente selecionado foi de 71%. O inquérito foi realizado em duas etapas. Na primeira etapa foi aplicado o questionário I que se destinava à coleta de informações clínicas, medição de características antropométricas e determinação da glicemia após jejum de, pelo menos, oito horas. Foi utilizado o método de determinação da glicemia capilar com glicosímetro portátil. O resultado era considerado positivo se a glicemia capilar fosse ≥ 100 mg/dl (ponto de corte) e negativo se a glicemia capilar fosse < 100 mg/dl. Os indivíduos com diagnóstico prévio de diabetes e aqueles com glicemia capilar ≥ 200 mg/dl eram classificados como diabéticos e prescindiam da segunda etapa. Todos os indivíduos com resultado positivo (glicemia capilar ≥ 100 mg/dl, mas < 200 mg/dl) eram convocados para a segunda etapa do inquérito (questionário II), que incluía a determinação da glicemia capilar 2 h após ingestão de uma solução de 75 g de glicose anidra em 300 ml de água. Se a glicemia capilar pós-sobrecarga de glicose fosse < 140 mg/dl, o indivíduo era considerado normal (tolerância à glicose normal), se ≥ 140 mg/dl e < 200 mg/dl era classificado como indivíduo com tolerância diminuída à glicose e se ≥ 200 mg/dl como indivíduo diabético. Cada sexto indivíduo com teste negativo também era convocado para a segunda etapa. A prevalência de diabetes na amostra estudada foi de 7,1%, e 12,9% apresentaram tolerância diminuída à glicose. De um total de 50 diabéticos, em 32 deles (64%) o método de diagnóstico foi por meio da glicemia em jejum e nos restantes 18 (36%) por meio do teste de tolerância oral à glicose. Vinte e três desses diabéticos (46%) eram previamente conhecidos. A frequência de diabetes aumentou com a idade, e entre as mulheres houve um predomínio significativo da frequência na faixa 60 a 69 anos. Em ambos os sexos, a frequência das alterações da homeostase glicêmica aumentou com a idade. A prevalência de obesidade, sobrepeso e obesidade abdominal foi de 9,3%, 18,8% e 47,1%, respectivamente. Sobrepeso e obesidade estão presentes na maioria do grupo de diabéticos (62%) e dos indivíduos com tolerância diminuída à glicose (62%), assim como a obesidade abdominal também está presente na maioria dos diabéticos (78%) e dos indivíduos com tolerância diminuída à glicose (85%). A prevalência de hipertensão arterial foi de 21,2%. A frequência re- S106 lativa de HAS foi maior nos diabéticos (48%) do que nos indivíduos com tolerância diminuída à glicose (25%) e do que nos indivíduos sem alterações da homeostase glicêmica (18%). PP.30 COMPARAÇÃO DA VARIABILIDADE GLICÊMICA EM PACIENTES DM1 COM ESQUEMA BASAL-BÓLUS UTILIZANDO INSULINAS HUMANAS OU ANÁLOGAS Merçon FG1, Sepulcre DFN, Vieira EPG2, Kishi KS, Susuki MN, Gusmão RD2, Nakae TK, Scalissi NM1, Salles JEN1 1 Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) – Disciplina de Endocrinologia. 2 FCMSCSP – Disciplina de Endocrinologia Introdução: O controle adequado da glicemia está relacionado à diminuição de complicações crônicas no paciente com DM1, evidenciado pela hemoglobina A1c (HbA1c) inferior a 7%, menor quantidade de hipoglicemias e menor variabilidade glicêmica. Objetivo: Comparar os pacientes com DM1 em uso de insulina humana e análogos de insulina quanto as glicemias médias, HbA1c, risco de hipoglicemia (por meio do LBGI – Low Blood Glucose Index) e hiperglicemia (por meio do HBGI – Hight Blood Glucose Index) e variabilidade glicêmica (por meio do desvio-padrão – SD. Cálculo do MAGE em andamento). Pacientes e métodos: Foram avaliados 24 pacientes com DM1 entre 2010 e 2011, orientados a realizar seis medidas de glicemia capilar diárias por um período de três semanas. Os valores de glicemia média, SD, LBGI e HBGI foram calculados pelo gerenciador de dados Accu-Chek 360º® da Roche. Dados pessoais e de HbA1C foram coletados em prontuário médico. Utilizamos o teste de Mann-Whitney para comparar os dados. Resultados: Os pacientes foram divididos em dois grupos: insulina NPH basal (n = 9; idade média: 29,78 anos) x Análogo de insulina basal (n = 15 – Detemir: 2 e Glargina: 13; idade média: 33,27 anos). A HbA1c média do grupo NPH foi de 8,81% x 7,65% do grupo Análogo (p = 0,084). A glicemia média do grupo NPH foi de 188,3 mg/dl x 161,5 mg/dl do grupo Análogo (p = 0,173). A média do SD do grupo NPH foi de 111,1 x 84,9 do grupo Análogo (p = 0,031). O LBGI foi de 3,9 no grupo NPH x 2,6 no grupo Análogo (p = 0,362). O HBGI foi de 15,2 no grupo NPH x 9,3 no grupo Análogo (p = 0,019). Discussão: O grupo NPH atingiu uma média de HbA1c e glicemia média maior que o grupo Análogo, porém sem significância estatística, o que pode significar que a obtenção desses parâmetros independe do esquema de insulina escolhido. Por outro lado os valores do SD apontam favoravelmente para o grupo Análogo ao indicar menor variabilidade glicêmica. Os dados mais atuais mostram que a variabilidade glicêmica pode implicar um risco significante de complicações. A comparação do HBGI mostrou maior risco de hiperglicemia no grupo em uso de NPH. O LBGI foi menor no grupo Análogo, porém não se conseguiu mostrar superioridade de nenhum dos tratamentos quanto ao risco de hipoglicemias. Conclusão: A análise dos dados sugere que os pacientes com DM1 tratados com análogos de insulina basal podem apresentar menor variabilidade glicêmica e, portanto, menor risco de complicações crônicas micro e macrovasculares quando comparados àqueles em uso de insulina NPH basal. Referências: 1) The Diabetes Control and Complications Trial Research Group: The effect of intensive treatment of diabetes on the development and progression of long term complications in insulin-dependent diabetes mellitus. N Engl J Med. 1993;329:977-86. 2) Hirsch IB. Glycemic variability: it’s not just about A1C anymore! Diabetes Technol Ther. 2005;7(5):780-3. 3) Risso A, Mercuri F, Quagliaro L, Damante G, Ceriello A. Intermittent high glucose enhances apoptosis in human umbilical vein endothelial cells in culture. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2001;281:E924-30. 4) Kovatchev BP, Cox DJ, Frederick LAG, Hyman DY, Schlundt D, Clarke W. Assesment of risk for severe hypoglicemia among adults with IDDM. Diabetes Care. 1998;21(11):1870-5. RESUMOS DE PÔSTERES PT.001 ALTA PREVALÊNCIA DE HIPERGLICEMIA NÃO DIAGNOSTICADA EM PACIENTES SUBMETIDOS À CINEANGIOCORONARIOGRAFIA Piveta VM1, Oliveira CSV1, Bittencourt CS1, Meira DM1, Souza R2, SaddiRosa P1, Alves CMR2, Reis AF1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Centro de diabetes. 2 Unifesp – Cardiologia 1 Introdução: A presença de hiperglicemia impacta negativamente na prevalência e prognóstico da doença da artéria coronária (DAC). Porém, parte considerável dos pacientes, mesmo de alto risco coronariano, permanece subdiagnosticada em relação à hiperglicemia. Objetivo: Investigar a prevalência de hiperglicemia em indivíduos submetidos à cineangiografia. Métodos: Total de 603 indivíduos consecutivamente submetidos à cinecoronariografia, classificados em relação à presença de hiperglicemia: diabetes mellitus(DM)/pré-diabetes pelo antecedente conhecido da doença ou por um dos dois critérios: 1) HbA1c (HPLC)- ≥ 5,7 e < 6,5% -pré-diabetes; ≥ 6,5%-DM; 2) glicemia de jejum –normal até 99 mg/dl, pré-diabetes de 100 até 125 mg/dl e DM ≥ 126 mg/dl (American Diabetes Association). Correlacionamos o estado glicêmico (normoglicêmico, hiperglicemia atual, pregressa) e presença de DAC (qualquer lesão visível ≥ 50% na cinecoronariografia). Excluímos da análise pacientes com insuficiência renal, doenças inflamatórias, neoplasia conhecida ou disfunção tireoidiana. Resultados: No grupo a idade média foi de 60 + 10 anos, sexo masculino 57%. No grupo havia alta prevalência de fatores de risco cardiovascular como dislipidemia em 93%, hipertensão arterial em 91%, sobrepeso ou obesidade em 70%, com critérios de síndrome metabólica (IDF) em 72% dos indivíduos. Em relação à hiperglicemia: DM prévio foi observado em 40% (n = 243) e hiperglicemia recém-diagnosticada por A1c > 5,7% em 253 indivíduos (~42% do total e em ~70% daqueles que desconheciam o status glicêmico). Desses sem diagnóstico conhecido, com emprego da dosagem de HbA1c encontramos pré-diabetes em 55% (n = 198) e DM em 15% (n = 55). Em relação ao diagnóstico de DM (naqueles sem diagnóstico prévio) segundo a glicemia de jejum, 6% (n = 20) dos pacientes apresentavam níveis ≥ 126 mg/dl (sugerindo DM), 42% (n = 150) apresentavam glicemias 100-125 mg/dl (pré-diabetes) e 53% (n = 189) apresentavam glicemia de jejum normal. DAC foi detectada em 383 (64%) do total de indivíduos. Dos pacientes com DM prévio, 67% com DAC diagnosticada, dos pacientes com DM de diagnóstico recente ou pré-diabetes (por HbA1c), respectivamente 65% e 60% tinham DAC, e 59% dos normoglicêmicos com DAC. Conclusões: Na população com alto risco cardiovascular encaminhada para cineangiocoronariografia, encontramos elevada prevalência de hiperglicemia (~80%) conhecida ou não. Nessa população notamos alta prevalência de hiperglicemia não diagnosticada variando de 47% a 70% (pré-diabetes e DM); desses, DM foi identificado em 6% a 15 %, dependendo do critério diagnóstico empregado (glicemia de jejum ou HbA1C respectivamente). Esse dado levanta a importância de implementar um rastreamento sistemático para hiperglicemia nessa população. PT.002 MODELO ANIMAL APNEICO E SUA POSSÍVEL RELAÇÃO COM A RESISTÊNCIA À INSULINA Quadros CDM1, Haidar AA1, Nejm MN2, Rocha MS3, Carpinelli AR3, Cravo SLD1, Schoorlemmer GHM1, Hirata AE1 1 Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) – Departamento de Fisiologia. 2 Unifesp-EPM – Departamento de Neurologia. 3 Instituto de Ciências Biomédicas – Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica Introdução: A apneia do sono é uma cessação periódica da respiração durante o sono e é causada pelo relaxamento da musculatura da faringe, levando ao colapso das vias aéreas. A apneia do sono obstrutiva (ASO) está associada com obesidade, hipertensão e diabetes, os quais são sinais de síndrome metabólica. Independente da obesidade, os distúrbios respiratórios do sono (DRS) estão associados a deficiências na sensibilidade à insulina, tolerância à glicose e função das células betapancreáticas. Apesar de muitos estudos epidemiológicos mos- trarem uma associação entre ASO e resistência à insulina, nenhuma via foi estabelecida. Métodos: Foram utilizados ratos machos Wistar pesando 300-500 g, os quais tiveram um cateter-balão de poliuretano implantado na traqueia e a veia femoral foi canulada. Ambos os cateteres foram exteriorizados no dorso dos animais. Esses implantes permitiram a indução de apneia intermitente e a remoção de amostras de sangue em ratos conscientes. Os animais foram divididos em dois grupos experimentais: controle (CTL) e apneico (AP). Os animais AP foram submetidos a 8 h de apneia intermitente de 14 s a cada 2 min e, durante o mesmo período, os ratos CTL (também com implante traqueal) estiveram sob as mesmas condições ambientais, porém sem receber apneias. Trinta minutos após o período das apneias, os grupos CTL e AP foram submetidos a testes de tolerância à glicose e insulina (GTT e ITT, respectivamente) e foram coletadas amostras de fígado, músculo e hipotálamo para avaliação fosforilação de moléculas da via de sinalização da insulina por Western Blotting. O pâncreas foi retirado para estudo da secreção estática de insulina e o sangue coletado para dosagem de insulina. Resultados: Na avaliação da glicemia e insulina, obtivemos aumentos significativos (p < 0.05) no grupo AP (CTL: 116.1 ± 1.56 e AP: 134.6 ± 6.71* N = 8/8) e (CTL: 0.643 ± 0.067 AP: 1.192 ± 0.105 * N = 7/7), respectivamente. No GTT e ITT não notamos diferença estatística na avaliação temporal da glicemia e na constante de decaimento da glicose (kITT), respectivamente, entre os grupos CTL e AP, entretanto a insulinemia dos animais AP foi significativamente maior. Na secreção de insulina foi observado aumento significativo (~50%) somente na concentração 16,7 mM de glicose. Avaliando as etapas iniciais da via de sinalização da insulina (IR, IRS1, IRS2, PI3 e AKT), em todos os tecidos, não foi observada diferença estatística entre os grupos, porém notamos uma tendência à maior sensibilidade à insulina no grupo AP. Discussão: A apneia obstrutiva, em um período de 8 h de exposição, parece induzir uma resistência à insulina temporária, refletida pela insulinemia aumentada nesse grupo. Possivelmente, esse aumento na insulinemia seja decorrente do aumento da glicemia no grupo AP. De fato, a secreção de insulina estimulada por alta concentração de glicose foi maior no grupo AP quando comparado ao grupo CTL. Apesar dessas alterações, não observamos alterações na ativação da via de sinalização de insulina. Apoio financeiro: CAPES e FAPESP. PT.003 EFEITO DO TRATAMENTO COM GLUTAMATO MONOSSÓDICO NA VIA DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA E INSULINA NO HIPOTÁLAMO Yamanaka KK1, Suzuki C1, Quadros CDM1, Haidar AA1, Nejm MN2, Rocha MS3, Carpinelli AR3, Hirata AE1 1 Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) – Departamento de Fisiologia. 2 Unifesp-EPM – Departamento de Neurologia. 3 Instituto de Ciências Biomédicas – Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica Introdução: A obesidade, que é considerada um grande problema de saúde pública e que atinge hoje proporções epidêmicas, favorece o aparecimento de diversas doenças crônicas potencialmente letais. Existem diversos fatores envolvidos no mecanismo dessa doença, podendo ser desde alterações genéticas, modificações de vias de regulação da ingesta alimentar até fatores externos, como a globalização do mercado de alimentos. O presente estudo visa analisar os mecanismos hipotalâmicos envolvidos na obesidade de um modelo de animal que são tratados no período neonatal com glutamato monossódico (MSG). Métodos: O modelo de obesidade induzido pelo tratamento com glutamato monossódico (MSG) foi obtido por meio da injeção subcutânea de MSG (4 mg/g) no período neonatal. O grupo controle (CTL) recebeu igual volume de solução fisiológica. Aos 3 meses de idade dos animais, o modelo experimental foi caracterizado por meio de medidas de consumo alimentar, peso corpóreo, glicemia, peso do tecido adiposo epipidimal (g/100 g) e teste de tolerância à insulina/ ITT (%/min). Os animais foram sacrificados e o hipotálamo retirado para avaliação da expressão proteica por Western blotting. Resultados: O tratamento neonatal com MSG foi eficaz para reproduzir o S107 RESUMOS DE PÔSTERES modelo de obesidade experimental em que os animais são normofágicos, apresentam peso corpóreo semelhante aos CTLs, normoglicêmicos, apresentam maior coxim adiposo (CTL: 1,45 ± 0,11 x MSG: 2,04 ± 0,18; p < 0,02), bem como resistência insulínica (Kitt: CTL: 5,24 ± 0,44 X MSG: 2,88 ± 0,31 p < 0,05). Os animais MSG apresentaram redução da expressão proteica do NPY em comparação com os CTL. Por outro lado, a fosforilação do receptor da leptina e o conteúdo de PI3-quinase apresentaram-se aumentados significativamente no grupo MSG, porém a fosforilação do IRS1 em serina e o conteúdo de IKKbeta foram significativamente menores nesses animais. Discussão: O modelo de obesidade induzido pelo tratamento com glutamato monossódico apresenta diversas alterações metabólicas, entre elas o aumento no mecanismo indutor de lipogênese e a resistência periférica à ação da insulina. Entretanto, mecanismos que determinam a resistência hipotalâmica tanto à ação da leptina quanto à ação da insulina ainda não haviam sido investigados. Considerando os resultados obtidos, observamos que os animais MSG não apresentam resistência hipotalâmica a esses hormônios, apesar de apresentarem adiposidade acentuada e resistência periférica à ação da insulina. Possivelmente, a obesidade desse modelo não é decorrente de alterações centrais. Apoio financeiro: CAPES e FAPESP. PT.004 ANÁLISE DA EXPRESSÃO PROTEICA DE FATORES PRÓINFLAMATÓRIOS EM HIPOTÁLAMO DE MODELO DE OBESIDADE EXPERIMENTAL INDUZIDO POR GLUTAMATO MONOSSÓDICO Suzuki C1, Yamanaka KK1, Quadro, CDM, Haidar AA1, Nejm MN1, Rocha MS, Carpinelli AR2, Hirata AE1 1 Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) – Departamento de Fisiologia. 2 Instituto de Ciências Biomédicas – Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica Introdução: A obesidade é caracterizada pelo desequilíbrio do controle homeostático da ingestão alimentar, seja pelo excesso do consumo de calorias e/ou pela inatividade física, que compromete o individuo no âmbito psicológico e social. Sua alta relação com o aumento da morbimortalidade, devido à associação com doenças que compõe a síndrome metabólica e doenças cardiovasculares, faz com que ela seja classificada como um grave problema de saúde pública. Além disso, a obesidade promove aumento das concentrações circulantes de diversas citocinas pró-inflamatórias. Essas ainda induzem a produção de EROS via ativação da NAD(P)H oxidase e esta é capaz de ativar a transcrição de diferentes genes pró-inflamatórios. Estudos têm demonstrado que o estresse oxidativo é um elo importante entre obesidade, resistência à insulina e alterações endoteliais, sendo responsável pela ativação da via inflamatória. Métodos: O modelo de obesidade induzido pelo tratamento com glutamato monossódico (MSG) foi obtido por meio da injeção subcutânea de MSG (4 mg/g) no período neonatal. O grupo controle (CTL) recebeu igual volume de solução fisiológica. Aos 3 meses de idade dos animais, o modelo experimental foi caracterizado por meio de medidas de consumo alimentar, peso corpóreo, glicemia, peso do tecido adiposo epipidimal (g/100 g) e teste de tolerância à insulina/ITT (%/min). Os animais foram sacrificados e o hipotálamo retirado para avaliação da expressão proteica por Western blotting. Resultados: O tratamento neonatal com MSG foi eficaz para reproduzir o modelo de obesidade experimental em que os animais são normofágicos, apresentam peso corpóreo semelhante aos CTL, normoglicêmicos, apresentam maior coxim adiposo (CTL: 1,45 ± 0,11 x MSG: 2,04 ± 0,18; p < 0,02), bem como resistência insulínica (Kitt: CTL: 5,24 ± 0,44 x MSG: 2,88 ± 0,31 p < 0,05). Não houve diferenças significativas quanto à fosforilação da JNK e p38 MAPK ou da expressão proteica da subunidade gp91phox da enzima NAD(P)H oxidase. Discussão: Baseando-se nos resultados encontrados, podemos, até o momento, dizer que a obesidade induzida pelo MSG não apresenta perfil inflamatório no hipotálamo, ao contrário de outros modelos de obesidade experimental. É possível que nossa amostragem ainda seja insuficiente, mas outros experimentos serão conduzidos a fim de elucidar tal hipótese. Neste modelo, observamos a resistência insulínica e a obesidade que não é decorrente de hiperfagia, caracterísS108 tica dos demais modelos de obesidade. É possível especular que os mecanismos hipotalâmicos de controle da homeostase dos animais MSG ainda estejam preservados nessa fase de desenvolvimento da obesidade e não estejam interferindo diretamente na resistência periférica encontrada nesses animais. Outras abordagens experimentais são necessárias para o melhor entendimento do mecanismo pelo qual esse modelo desenvolve aumento da adiposidade e resistência insulínica. Apoio financeiro: CAPES e FAPESP. PT.005 ENVELHECIMENTO E L-ARGININA CRONICAMENTE MODULAM A EXPRESSÃO DA BMP-9 EM TECIDO HEPÁTICO DE RATOS Bispo MO1, Menezes JGK1, Sena CMS1, Luiz RGS1, Pantaleão LC1, Schelles C1, Castro-Barbosa T2, Cogliati B3, Dagli MLZ3, Lellis-Santos C2, Nunes MT2, Bordin S2, Caperuto LC1 1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Campus Diadema – Departamento de Ciências Biológicas. 2 Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica. 3 USP –Departamento de Patologia Introdução: As proteínas BMPs são uma subclasse da superfamília dos fatores de crescimento e transformação (TGF-beta), com papel central na diferenciação e crescimento celular. A proteína BMP-9 foi identificada como potencial alvo terapêutico para o Diabetes mellitus tipo 2 (DM2), já que o tratamento in vivo com BMP-9 reduziu a glicemia tanto de ratos normais quanto de ratos diabéticos. A proteína BMP-9 é um fator produzido pelo fígado de mamíferos como um pré-peptídeo (47kDa), com ação autócrina e endócrina após o processamento (13kDa). Nossos estudos de regulação da expressão da BMP-9 mostram que esse hormônio é regulado em alguns modelos de resistência à insulina. Arginina é um aminoácido condicionalmente essencial dos mais versáteis. Os efeitos da ingestão de L-arginina são controversos com relação ao metabolismo glicêmico. Em ratos, a suplementação crônica com 35 mg/dia de L-arginina leva ao desenvolvimento de resistência à insulina, hiperinsulinemia e aumentados níveis de hormônio do crescimento (GH). UM modelo que cursa com resistência à insulina e baixos níveis de GH é o envelhecimento. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a expressão da BMP-9 em dois modelos de resistência à insulina com diferentes níveis de GH: ratos envelhecidos e ratos suplementados com L-arginina. Métodos: O metabolismo glicêmico foi avaliado pelo ITT em ratos Wistar machos envelhecidos (50 sem) e ratos Wistar machos (8 sem) suplementados cronicamente com diferentes doses de L-arginina: 35, 70 e 140 mg por dia por 30 dias. Foi avaliada a expressão gênica e proteica da BMP-9 no fígado mediante RT-PCR e Western Blotting. Resultados: Os animais suplementados não apresentaram variação no crescimento após o tratamento, demonstrando que não houve desenvolvimento de obesidade durante a suplementação. Os animais apresentaram resistência à insulina na dose de 35 mg (CTL = 4,04 ± 0,24; A35 = 2,47 ± 0,31; A70 = 3,45 ± 0,45; A140 = 3,11 ± 0,35; p > 0,05), assim como o envelhecimento (CTL = 3,30 ± 0,11; 50 sem = 2,07 ± 0,05; p > 0,05). O modelo de suplementação com L-arginina não apresentou diferença na expressão gênica da BMP-9 em nenhuma das doses, enquanto o modelo de envelhecimento apresentou diminuição (CTL = 1,74 ± 0,03; 50 sem = 1,12 ± 0,01; p > 0,05). A expressão da proteína precursora ou não processada da BMP-9 encontra-se inalterada em todas as doses de suplementação, enquanto o envelhecimento apresenta aumento significativo na expressão dessa proteína (CTL = 3085 ± 557; 50 sem = 11064 ± 1624; p > 0,05). A proteína processada ou madura, de 13 kDa e que é a forma ativa, apresenta aumento na suplementação com 35 mg (CTL = 8207 ± 621; A35 = 11166 ± 723; p > 0,05), assim como o envelhecimento (CTL = 1126 ± 105; 50 sem = 2371 ± 68; p > 0,05). Discussão: A expressão gênica e proteica da BMP-9 apresenta diferentes regulações em dois modelos de resistência à insulina que cursam com diferentes níveis de GH. Essa modulação da expressão dessa proteína pode participar na resistência à insulina observada nos modelos. A atuação do GH de maneira importante nesses processos é uma hipótese que será avaliada. Apoio financeiro: FAPESP e CNPq. RESUMOS DE PÔSTERES PT.006 EFEITO DO CAROTENOIDE FUCOXANTINA ASSOCIADO À VITAMINA C NA FUNÇÃO DE NEUTRÓFILOS HUMANOS IN VITRO Morandi AC1, Molina N1, Guerra BA1, Bolin AP1, Otton R1 1 Universidade Cruzeiro do Sul – Laboratório de Fisiologia Celular Introdução/Objetivo: Os neutrófilos são células do sistema imune inato que respondem rapidamente a estímulos inflamatórios. Essas células possuem como função principal a defesa do organismo contra patógenos ou antígenos por meio da fagocitose e de processos que envolvem a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs). Quando a inflamação se torna persistente, como no diabetes, na arteriosclerose, na obesidade e nas doenças cardiovasculares, a ativação dos neutrófilos e a produção de EROs se fazem constantes, o que pode acarretar danos em biomoléculas, afetando a integridade celular e tecidual. Assim, como uma alternativa de minimizar o efeito prejudicial de EROs a suplementação com antioxidantes exógenos pode oferecer um suporte satisfatório ao sistema antioxidante endógeno. A fucoxantina (FUCO) é um carotenoide presente em algas marrons que tem demonstrado exercer funções biológicas, em particular, ações antioxidante e anti-inflamatória. A vitamina C atua como cofator em processos metabólicos e também exerce papel antioxidante. Nosso estudo caracterizou in vitro as ações moduladoras da FUCO isoladamente e associada à vitamina C sobre a função de neutrófilos humanos. Métodos: Neutrófilos foram coletados do sangue periférico de indivíduos saudáveis e isolados utilizando-se um gradiente de densidade (Histopaque 1.077), contados (câmara de Neubauer) e direcionados para tratamento agudo ou para cultura de 18h. Os ensaios realizados foram: viabilidade celular (exclusão de tripan blue); fagocitose; produção de EROs por lucigenina/DHE (O2-.); DCFH-DA (ERO-H2O2); mieloperoxidase (MPO); ácido hipocloroso (HOCl); atividade da G6PDH e liberação de citocinas pró-inflamatórias por ELISA (TNF-α; IL-6). As células foram estimuladas com PMA (20 ng/well) ou desafiadas com partículas de zimosan opsonizadas (5 x 106/well). As concentrações utilizadas foram 2 µM de FUCO e 100 µM de vitamina C. Resultados: As concentrações de 2 µM de FUCO e 100 µM de vitamina C não alteraram significativamente a viabilidade dos neutrófilos. O escore de fagocitose aumentou nos grupos Fc (34%); Vit.C (47%) e Fc + Vit.C (39%) em relação ao controle. Observamos que a produção de EROs foi diminuída significativamente na presença da FUCO em relação ao controle estimulado nos ensaios de DHE, lucigenina, DCFH-DA, MPO e HOCl, respectivamente em 20%, 57%, 34%, 46% e 29%. Essa redução se revelou, na maior parte dos ensaios, mais intensa na associação desse carotenoide com vit. C, quando comparada ao grupo controle estimulado em 65%, 54%, 59%, 77% e 26%, respectivamente. Houve um aumento significativo na atividade da G6PDH no grupo Fc (24%) e Fc + Vit.C (24%) em relação ao controle e uma redução na liberação de TNF-α para os níveis basais na presença de ambos antioxidantes. A IL-6 reduziu 37% no grupo Fc e 47% no grupo Vit.C. Discussão: Apesar da presença da Fuco e de sua associação com a vit.C reduzirem a produção de EROs, a capacidade fagocítica não foi prejudicada. A ação antioxidante da FUCO foi acompanhada pelo aumento da atividade da G6PDH, o que indica uma possível relação desse carotenoide com o aumento da produção do cofator NADPH, que atua em processos de óxido-redução. Além disso, a Fuco e a vit.C revelam possuir atividade anti-inflamatória pela redução de TNF-α e IL-6. Esses resultados demonstram um papel imunomodulatório da FUCO associada a vitamina C. Suporte financeiro: FAPESP 2011/00880-5; 2009/14382-7. PT.007 EFEITO MODULADOR DA ASTAXANTINA EM NEUTRÓFILOS HUMANOS TRATADOS COM UMA MISTURA DE ÁCIDOS GRAXOS Albuquerque KFFS1, Oliveira FA1, Campoio TR1, Otton R1 1 Universidade Cruzeiro do Sul – Laboratório de Fisiologia Celular Introdução/Objetivo: O diabetes mellitus tipo II é caracterizado pela resistência à insulina, que leva a um aumento na glicemia e na concentração sérica de ácidos graxos livres. Os ácidos graxos (AG) têm sido descritos como moduladores da resposta imune, prejudicando as funções celulares e, consequentemente, a resposta inflamatória e imune. Neutrófilos são células do sistema imune inato, formando a primeira linha de defesa do organismo contra patógenos. O déficit nas funções dessas células pode contribuir para a piora do estado diabético, tendo em vista o aumento no número de infecções associadas. A astaxantina (ASTA) é um carotenoide que mostra potentes propriedades farmacológicas, entre elas anti-inflamatória e antioxidante. O estudo tem por objetivo avaliar in vitro as funções de neutrófilos humanos tratados com uma mistura de AG e o possível efeito modulador da ASTA com o tratamento com AG. Métodos: Neutrófilos foram obtidos do sangue periférico de indivíduos saudáveis. Após isolamento utilizando um gradiente de densidade (Histopaque 1.077), os neutrófilos foram ressuspendidos em médio RPMI 1640. As células (1 x 106/ml) foram tratadas agudamente com AG (0,3 mM) na presença ou ausência de 2 μM de ASTA solubilizada em DMSO. Os grupos foram: controle (sem tratamento), AG, ASTA+AG, ASTA. Os seguintes ensaios foram realizados: capacidade fagocítica de neutrófilos desafiados com partículas opsonizadas de zimosan, atividade da enzima mieloperoxidase (MPO), atividade da enzima G6PDH, produção de ácido hipocloroso (HOCl), produção de ânion superóxido (O2- – sonda fluorescente DHE), peróxido de hidrogênio (H2O2 – sonda fluorescente DCFH-DA), óxido nítrico (NO – reagente de Griess), mobilização de Ca2+ intracelular ( sonda fluorescente Fura 2-AM) e liberação de IL-1β após 18h de cultura (método de ELISA). Resultados: A mistura de AG causou um aumento significativo na produção de O2-, óxido nítrico, na mobilização de Ca2+ intracelular e na atividade da G6PDH. Promoveu uma redução significativa na produção de peróxido de hidrogênio, diminuindo a atividade da MPO, a produção de HOCl, a liberação de IL-1β e a capacidade fagocítica de neutrófilos quando comparado ao grupo controle. A adição de ASTA (2 µM) reduziu significativamente a produção de ânion superóxido, aumentou a produção de HOCl, restaurou a capacidade fagocitária de células tratadas com AG, efeito esse independente da liberação de cálcio. Não houve diferença significativa nos ensaios da atividade da MPO, NO e Ca2+ intracelular entre os grupos AG e AG+ASTA. Discussão: Com base nesses resultados, pode-se concluir que a mistura de AG induz um enorme estresse oxidativo em neutrófilos, o que ocasionou uma alteração nas funções dessas células evidenciado pela diminuição da capacidade fagocítica, microbicida (redução de HClO e atividade da MPO) e pela liberação de IL-1β. Contudo a adição da ASTA foi capaz de restaurar parcialmente as alterações observadas. Apoio financeiro: FAPESP (2009/14382-7), CNPq, Universidade Cruzeiro do Sul. PT.008 IMPACTO DO CAROTENOIDE FUCOXANTINA ASSOCIADO À VITAMINA C NA FUNÇÃO DE LINFÓCITOS HUMANOS IN VITRO Molina N1, Otton R1, Morandi AC1, Bolin AP1 1 Universidade Cruzeiro do Sul – Laboratório de Fisiologia Celular Introdução: Indivíduos obesos apresentam risco significativo de desenvolver diabetes, contudo a perda de peso pode diminuir a resistência insulínica e melhorar a resposta das células betapancreáticas à glicose. Alterações metabólicas características da obesidade podem acarretar a ativação de células de defesa de modo contínuo e desordenado, favorecendo uma maior produção de espécies reativas de oxigênio (ERO). De fato, estudos demonstram que os níveis de ERO estão aumentados na obesidade e síndrome metabólica, e a redução desses compostos foi observada com a perda de peso. A fucoxantina (FUCO) é um carotenoide derivado de algas que tem sido amplamente estudado pela sua potente ação antioxidante, anticancerígena e antiobesidade. Portanto, esse trabalho tem como objetivo compreender a ação específica da FUCO associada ou não à Vit.C na produção de ERO em linfócitos de indivíduos saudáveis. Métodos: Os linfócitos foram obtidos do sangue periférico de indivíduos saudáveis. Após isolamento, as células foram cultivadas (5 x 105) em meio de cultura S109 RESUMOS DE PÔSTERES RPMI 1640 na presença ou ausência de 2 μM de FUCO e 100 μM de vitamina C por 24h. Os seguintes grupos foram formados: controle (sem tratamento), FUCO, FUCO+Vit.C e Vit.C. Os seguintes ensaios foram realizados: avaliação dos danos oxidativos em proteínas (carbonilas e grupos tióis proteicos), análise das respostas enzimáticas (glutationas peroxidade e redutase, SOD Mn e SOD total, catalase), produção de óxido nítrico (reagente de Greiss), peróxido de hidrogênio (reagente fenol vermelho e sonda DCFH-DA) e ânion superóxido (ensaio dihidroetidina), avaliação da capacidade proliferativa e da atividade da enzima G6PDH. Resultados: Na avaliação da capacidade proliferativa de linfócitos, apenas o grupo FUCO+Vit.C diminuiu a proliferação em relação ao controle. No ensaio da sonda DHE, os grupos Vit.C e FUCO+ Vit.C, ambos com PMA, diminuíram a produção desse radical em relação aos grupos controle estimulado e FUCO, respectivamente. Na avaliação da produção de H2O2, o grupo FUCO+Vit.C estimulado diminuiu a produção de H2O2 em relação ao grupo controle estimulado, enquanto o grupo FUCO aumentou a produção. A produção de NO foi aumentada nos grupos FUCO e Vit.C estimulados, enquanto o grupo FUCO+Vit.C diminuiu comparado ao grupo FUCO. Nos danos oxidativos (tióis e carbonilas), nenhum dos grupos apresentou diferença significativa. A atividade das enzimas glutationa peroxidase e redutase foi diminuída nos grupos FUCO e FUCO+Vit.C. A atividade da G6PDH aumentou nos grupos Vit.C e FUCO+Vit.C em relação ao controle e FUCO. A atividade da enzima SOD Mn foi aumentada no grupo FUCO+Vit.C em relação aos outros grupos, enquanto a atividade da enzima SOD total foi aumentada nos grupos FUCO e Vit.C em relação ao controle. A associação de FUCO+Vit.C diminuiu significativamente a atividade da SOD total em relação ao grupo FUCO. Discussão: De maneira geral, nossos resultados mostram que a associação de FUCO com Vit. C apresenta melhor efeito antioxidante sobre os linfócitos do que a FUCO ou a vitamina C isoladamente. Em alguns experimentos, a FUCO parece apresentar efeito pró-oxidante em vez de antioxidante. Isso demonstra que, mesmo sendo um carotenoide, a dose é importante para determinar uma ação antioxidante do composto. Suporte financeiro: FAPESP 09/14382-7; Bolsa IC CNPq:113440/2011-1. PT.009 PRE-EMBRYO, EMBRYO AND FETAL VIABILITY IN STREPTOZOTOCIN-INDUCED MILD DIABETIC RATS Damasceno DC1, Sinzato YK1, Dallaqua B1, Saito FH1, Bueno A1, Iessi LI1, Corvino SB1, Netto AO1, Gallego FQ1, Serrano RG1, Volpato GT1, Calderon IMP1, Rudge MVC1 1 Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Programa de Pós-graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia Background: Maternal diabetes during pregnancy is known to increase the risk of reproductive anomalies, miscarriage, congenital malformation, as well as fetal mortality and morbidity (Eriksson et al. Congenital malformations in offspring of diabetic mothersanimal and human studies. Rev Endocr Metab Disord. 2003;4:79). We aimed at evaluating the effects of maternal diabetic environment on reproductive outcome, especially on pre-embryo, embryo and fetal viability. Methods: Mild diabetes (MD – glycemia 120-300 mg/dl)) was induced at birth, in female newborns (NB) by 100 mg/kg streptozotocin) subcutaneous injection (Sinzato et al. Braz J Med Biol Res. 2011;44:206). At adulthood, the rats were distributed into four experimental groups (12 rats each) according to time of sacrifice: ND = non-diabetic killed at day 4 of pregnancy (ND4); ND = non-diabetic killed at day 21 (ND21); D = diabetic killed at day 4 (D4); D = diabetic killed at day 21 (D21). Glycemia was measured at early and late pregnancy in all groups. In both ND4 and D4, the uterus was removed and blastocysts were collected after sacrifice for embryo count in phase-contrast microscopy (Damasceno et al. Rev Bras Toxicol. 1999;12:47). In ND21 and D21, uterus weight was measured and live fetuses, implantation sites, resorption and corpora lutea were counted to investigate embryo and fetal competence. Results/Discussion: Mean glycemia in diabetic rats S110 was significantly higher than in nondiabetic rats (p < 0.05). On day 5 of pregnancy, the number of morulas and embryos classified as non-viable was higher, whereas blastocyst percentage (17.1%) was lower in D4 rats as compared with ND4 (59.0%) rats, indicating development delay. Moreover, as the number of embryos classified as non-viable increased, embryonic viability dropped. Mean total cell count in D4 was lower than in ND4 morulas. Studies have shown that there is an inverse association between in vitro glucose levels and the number of expanded/hatching blastocysts, suggesting that hyperglycemia impairs early embryogenesis in the preimplantation period resulting in embryonic loss (Moley et al. Semin Reprod Med. 1999;17:137; Fraser et al. Hum Reprod. 2007;22:3059). In D21 rats, there was significant reproductive outcome impairment, accompanied by a decrease (p < 0.05) in the numbers of implantations, live fetuses, as well as in fetal viability rate, while resorption rate was higher than in ND21. Conclusion: In contrast to in vitro models, in vivo experimentation allowed us to investigate the influence of maternal hyperglycemia on early embryo development levels integrally. Our results showed that preimplantation embryo development delay and increase in the number of non-viable preimplantation embryos are associated with diabetes, and that this early damage affected embryo and fetal viability. Therefore, raising awareness concerning the importance of glycemic control since early pregnancy is of essence. Financial support: FAPESP/BRAZIL (Grant number: 2009/14147-8). PT.010 URETHRAL STRIATED MUSCLE ATROPHY AND FIBROSIS INDUCED BY DIABETES IN ADULT FEMALE RATS Piculo F1, Marini G1, Santos SAA2, Barbosa AMP1, Matheus SMM3, Felisbino SL2, Calderon IMP1, Rudge MVC1, Damasceno DC1 1 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Laboratório Pesquisa Experimental de Ginecologia e Obstetrícia – Programa de Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia. 2 Instituto de Biociências de Botucatu da UNESP – Departamento de Morfologia. 3 Instituto de Biociências de Botucatu, da UNESP – Departamento de Anatomia Introduction: Diabetes mellitus is associated with high levels of urinary incontinence and pelvic floor muscle dysfunction in women (Holroyd-Leduc et al. JAMA. 2004;291:986). Therefore the aim of this study was to assess morphological alterations of urethral striated muscle in diabetic rats, with emphasis on the urethral striated muscle atrophy and collagen fibers deposition. Methods: Ten female 3-months-old Wistar rats were distributed in two experimental groups (n = 5 animals/group): virgin (control) and diabetic virgin. Diabetes was intravenously induced by streptozotocin (40 mg/kg) to produce a permanent severe hyperglycemic state (more than 400 mg/dl) for 28 days. The rats were killed and the urethra and vagina were removed as a unit. Urethras were processed for histology and 4-µm paraplast sections were stained by: picrosirius (for total collagen fibers) and by Gomori’s reticulin (was used to stain type III collagen fibers black (silver impregnated) and type I fibers yellow). Picrosiriusstained sections were used to assess collagen fiber area (%). Results: Urethral striated muscle fiber diameter was reduced in diabetic rats compared to controls. The average total collagen fiber area around the urethral striated muscle was 19.2% in the virgin group and 29.5% in the diabetic virgin group. Gomori’s reticulin analysis showed increased type I collagen fiber (yellow staining) area in diabetic rats. Discussion: Our results were in agreement with several studies that indicate that hyperglycemia impairs the structure at the urethral striated muscle and increases the deposition of collagen fibers around this muscle (Falconer et al. Acta Obstet Gynecol Scand. 1998;77:95; Mitrano et al. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2010;21:241; Takano et al. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2010;21:705). These changes may be associated with the high prevalence of urinary incontinence and pelvic floor muscle dysfunction in women with diabetes. Financial support: FAPESP (Grant Number 2010/10740-3) and CNPq (Projeto Universal). RESUMOS DE PÔSTERES PT.011 HEAT SHOCK PROTEIN PRODUCTION AND ALTERED FETAL DEVELOPMENT IN DIABETIC PREGNANT RATS Sinzato YK, Saito FH1, Dallaqua B1, Rudge MV1, Witkin SS2, Linhares IM3, Damasceno DC1 1 Faculdade de Medicina de Botucatu Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. 2 Division of Immunology and Infectious Diseases – Weill Cornell Medical College – Department of Obstetrics and Gynecology. 3 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) – Departamento de Ginecologia Introduction: Heat shock proteins (hsp) play a crucial role in embryofetal development and they are involved in the every stage of the reproductive process (Luft and Dix. Cell Stress Chaperones. 1999;4:162; Neuer et al. Hum Reprod Update. 2000;6:149; Zhong et al. Cell Stress Chaperones. 2011;15:335). In vitro studies showed that introduction of antibodies anti-hsp60 and anti-hsp70 significantly inhibited further embryo development (Neuer et al. Hum Reprod. 1998;14:987; Matwee et al. Mol Hum Reprod. 2001;7:829). Besides, there is increasing evidence that hsp70 and hsp60 expression is intimately involved with hyperglycemia and diabetes mellitus (Calabrese et al. Cell Stress Chaperones. 2007;12:299; Chung et al. Proc Natl Acad Sci USA. 2008;105:1739). In the present study, we evaluated an association between the concentrations of heat shock proteins (hsp60 and hsp70) and their respective antibodies, alterations in maternal reproductive performance and fetal malformations in pregnant rats with hyperglycemia. Methods: Mild diabetes (MD) or severe diabetes (SD) was induced in Sprague-Dawley rats using beta-cytotoxic agent (streptozotocin) prior to mating. The non-diabetic rats (ND = control) given vehicle (citrate buffer). Glycemia levels were measured during pregnancy. On day 21 of pregnancy (at term), maternal blood collected for determination of heat shock proteins and their antibodies; and fetuses were weighed and analyzed for congenital malformations. Results and discussion: The blood glucose mean (mg/ dl) during pregnancy was higher in the mild diabetic rats (107.79 ± 23.95) and severe diabetic rats (469.92 ± 68.03) compared to the control rats (89.33 ± 11.57, p < 0.05). Hsp and anti-hsp levels were positively correlated with glycemic mean, suggesting that hsp60 and hsp70 and their respective antibodies could be used as markers of hyperglycemia intensity. Considering the fetal development, there was a positive correlation between hsp60 and hsp70 levels and total number of malformations (R = 0.5908, P = 0.0024; R = 0.4877, P = 0.0134, respectively) and number of malformations per fetus (R = 0.6103, P = 0.0015; R = 0.4875, P = 0.0134, respectively). However, anti-hsp60 concentration was positively correlated with the number of malformations per fetus (R = 0.3887, P = 0.0451) and anti-hsp70 level correlated with the total number of malformations (R = 0.3999, P = 0.0387). Moreover, both hsp and anti-hsp showed negative correlations with fetal weight. In conclusion, the results showed that hsp60 and hsp70 levels and their antibodies are associated with impaired fetal development and growth in pregnancies associated with diabetes. Acknowledgements: We are grateful to Dr. Maria Terezinha Serrão Peraçoli for assistance and helpful discussions. The financial support of CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) is gratefully acknowledged. PT.012 NF-KAPPAB AND SREBP-1 PARTICIPATES IN THE MODULATION OF Slc2a4 GENE BY CANNABINOID CB1 RECEPTOR IN 3T3-L1 ADIPOCYTES Furuya DT , Poletto AC , Freitas HS , Machado UF 1 1 1 1 1 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica Introduction: Evidences have suggested that the endocannabinoid system is overactive in obesity, resulting in enhanced endocannabinoid levels in both circulation and visceral adipose tissue. The cannabinoid CB1 receptor is expressed in the adipose tissue besides the brain. The blockade of cannabinoid receptor type 1 (CB1) has been proposed for the treatment of obesity. Besides loss of weight, the CB1 antagonism improves insulin sensitivity, in which the glucose transporter GLUT4 plays a key role. The objective of the present study was to investigate the CB1 receptor modulation on glucose transporter GLUT4 expression, which is encoded by the Slc2a4 gene, and the related transcriptional mechanisms. Methods: 3T3-L1 adipocytes were incubated in the presence of a selective antagonist of CB1 receptor, AM251 [1-(2,4-Dichlorophenyl)-5-(4-iodophenyl)-4-methyl-N1-piperidinyl-1H-pyrazole-3-carboxamide]. After 4 or 24 hours, cells were harvest to evaluate GLUT4 mRNA (Real Time PCR) or protein (Western blotting), and NF-kappaB and SREBP-1 activation specifically on the promoter of Slc2a4 gene (EMSA). Results: It was found that both acute and chronic treatment with AM251greatly increased GLUT4 mRNA and protein content. Moreover, the activity of NFkB was significantly decreased by acute and chronic treatment with AM251. On the other hand, the activity of SREPB-1was significantly increased by chronic treatment with AM251. Discussion: The blockade of CB1 receptor results in upregulation of GLUT4 expression in adipocytes. Considering that NF-kB represses the Slc2a4 gene, it is reasonable that the blockade of the CB1 receptor should enhance the Slc2a4 gene expression for decreasing the binding activity of NF-kB. Inversely, the blockade of CB1 receptor increases the binding activity of SREBP-1, a positive regulator of Slc2a4 gene expression, and consequently upregulating the expression of Slc2a4 gene. In conclusion, both NF-kB and SREBP-1 participates in the modulation of Slc2a4 gene by CB1 receptor in adipocytes (08/09194-4 and 07/50554-1). PT.013 O RECEPTOR CANABINOIDE CB1 AUMENTA O CONTEÚDO DE mRNA E PROTEÍNA GLUT4 EM CÉLULAS MUSCULARES L6 Hinz LR1, Machado UF1, Furuya DT1 1 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica Introdução: Na obesidade, o sistema endocanabinoide encontra-se hiperativado, resultando em aumento dos níveis de endocanabinoides circulantes. O receptor canabinoide CB1 parece estar envolvido na captação de glicose, no entanto nada se sabe a respeito da possível regulação em células musculares desse receptor sobre a expressão do transportador de glicose GLUT4, que é codificado pelo gene Slc2a4. O objetivo do presente trabalho foi investigar a modulação da expressão do gene Slc2a4 pelo receptor CB1 em células musculares. Métodos: Células musculares da linhagem L6 foram incubadas na presença do agonista seletivo do receptor CB1 (ACEA, araquidonil-2-cloroetilamina) e/ou antagonista seletivo para o receptor CB1, AM251 [1-(2,4-diclorofenil)-5-(4-iodofenil)-4-metil-N-1-piperidinil-1H-pirazol-3-carboxamida]. Após quatro horas de tratamento, amostras de células foram coletadas para a avaliação de mRNA do gene Slc2a4 (Real Time PCR) e proteína (Western blotting) GLUT4. Resultados: O tratamento com o agonista ACEA, sem ou com a presença do antagonista AM251, não alterou o conteúdo do mRNA de Slc2a4 e nem da proteína GLUT4. No entanto, o tratamento com somente AM251 aumentou expressivamente o conteúdo do mRNA de Slc2a4 e da proteína GLUT4. Discussão: O bloqueio do receptor canabinoide CB1 aumenta expressivamente a expressão do gene Slc2a4 em células musculares L6. Experimentos adicionais são necessários para desvendar os mecanismos transcricionais envolvidos nessa modulação. FAPESP (11/05715-2, 08/09194-4, 07/50554-1). PT.014 ASSOCIAÇÃO DE INSULINA COM AGONISTAS DE PPAR-GAMA E/OU ALFA MODULA A EXPRESSÃO DOS TRANSPORTADORES DE GLICOSE E DAS ENZIMAS GLICONEOGÊNICAS EM CÓRTEX RENAL DE RATOS DIABÉTICOS INSULINOPÊNICOS Okamoto MM1, David Silva A1, Marques MFS1, Sabino-Silva R2, Freitas Ribeiro H1, Machado UF1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). 2 Universidade Federal de Alagoas (UFAL) 1 Introdução: Estudos têm demonstrado que agonistas de PPAR-alfa e gama desempenham papel relevante no tratamento da nefropatia diabética. Investigamos o efeito da pioglitazona (agonista PPAR-gama) e S111 RESUMOS DE PÔSTERES do fenofibrato (agonista PPAR-alfa), em associação com insulina, sobre a expressão de transportadores de glicose e das enzimas gliconeogênicas em córtex renal de ratos diabéticos insulinopênicos. Métodos: Ratos machos Wistar receberam injeção endovenosa de aloxana aos 3 meses de idade e após três semanas, ratos diabéticos foram tratados com salina (DS), insulin (DI- 4U/dia), insulina + pioglitazone (DIP – 20 mg/kg pc), insulina + fenofibrato (DIF – 100 mg/kg pc) ou insulin + pioglitazone + fenofibrate (DIPF) durante cinco semanas. Pioglitazona e fenofibrato foram dissolvidos na água de beber. Grupo de animais não diabéticos (ND) foi estudado como grupo controle. Avaliamos nos diferentes grupos após tratamento: a) glicosúria, proteinúria, glicemia e colesterolemia; b) expressão das proteínas transportadoras de glicose SGLT2 e GLUT2; c) distribuição subcelular da proteína Foxo-1 em citoplasma e núcleo; d) expressão gênica das enzimas gliconeogênicas fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK) e glicose-6-fostatase (G6Pase). Resultados: Comparando-se com ND, DS apresentou: a) hiperglicemia (~350%, P < 0,001), glicosúria, proteinúria e hipercolesterolemia (~150%; P < 0,001); b) aumento (P < 0,05) das proteínas GLUT2 (~26%) e SGLT2 (~55%); c) aumento (~39%, P < 0,01) do conteúdo da proteína Foxo-1 no núcleo; d) aumento (~84%, P < 0,001) do conteúdo mRNA da PEPCK. Comparando-se com DS: a) DI, DIP, DIF e DIFP reduziram glicemia (DI ~69%, DIP~82%, DIF~53%, DIPF~29%, P < 0.05), glicosúria (~80%, P < 0.01), proteinúria (~53%, P < 0.01) e colesterolemia (DI~31%; DIP, DIF e DIPF ~57%; P < 0,01); b) DI e DIP reduziram expressão das proteínas GLUT2 (~21%, P < 0.05) e SGLT2 (DI~52%, DIP~63%, P < 0.01); DIF and DIPF aumentaram GLUT2 (~20%, P < 0,05), mas somente DIF reduziu SGLT2 (~41%, P < 0.01); c) DI e DIP reduziram conteúdo de Foxo-1 em núcleo (DI ~39%, DIP ~29%, P < 0,05); d) DI, DIP e DIF reduziram o conteúdo de mRNA da G6Pase (~38%, P < 0,05); DI e DIP reduziram o conteúdo (~49%, P < 0,01) do mRNA da PEPCK; DIPF aumentou o conteúdo de mRNA da PEPCK (~45%) e G6Pase (~27%, P < 0,01). Discussão: Os resultados demonstraram que em ratos diabéticos a associação de pioglitazona com insulina promoveu: a) melhora sensibilidade insulínica; b) redução mais acentuada de glicemia paralelamente com diminuídas expressões das proteínas SGLT2 e GLUT2; c) menor conteúdo da proteína Foxo-1 em núcleo, contribuindo para diminuída expressão dos genes da PEPCK e G6Pase, contribuindo para redução da gliconeogênese renal. Por outro lado, a associação de fenofibrato com insulina com ou sem pioglitazona não proporcionou: a) melhora da sensibilidade insulínica; b) redução das expressões de GLUT2 e SGLT2; c) redução do conteúdo de Foxo-1 em núcleo, o que pode ter contribuído para manutenção no conteúdo do mRNA da PEPCK em DIF, assim como aumento da expressão gênica da PEPCK e G6Pase em DIPF. As modulações exercidas pela insulina em associação com agonistas de PPAR sobre as expressões GLUT2 e SGLT2 corroboram a variação glicêmica. FAPESP 07/50554. PT.015 VASCULOGÊNESE EM CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS E NA HIPERGLICEMIA Vieira GT1, Oliveira TT1, Maldonado IRSC2, Humberto JL3 Universidade Federal de Viçosa (UFV) – Departamento de Bioquímica. 2 UFV – Departamento de Biologia Geral. 3 Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) – Departamento de Química 1 Vasculogênese é um processo controlado por diversos genes, essencial na vida embrionária, sendo responsável pela formação dos primeiros vasos a partir de precursores não vasculares. Esse processo geralmente é sucedido pela angiogênese, mecanismo que forma as vênulas, arteríolas e capilares. A vasculogênese, na vida embrionária, começa pela migração de células mesodérmicas, que são estimuladas pelo fator de crescimento de fibroblastos (FCF) a expressarem o VEGFR2, um dos receptores para o fator de crescimento endotelial vascular. A fibronectina, laminina e outras moléculas da matriz extracelular (ME) contribuem na adesão das células mesodérmicas, o que causa a formação de agregados celulares denominados ilhotas sanguíneas. Dentro dessas estruturas, ocorre a diferenciação das células hematopoiéticas S112 que formarão as primeiras células sanguíneas e os angioblastos, precursores das células endoteliais (CE)1. O VEGF é um fator determinante na proliferação e diferenciação das CE, enquanto angiopoietina-1(Ang-1) e seu receptor Tie2 promovem a interação entre as CE, ME e células de suporte (CS) que correspondem a tipos celulares associados à parede dos vasos, entre eles os pericitos e fibroblastos. Essa interação celular é importante para dimensionar e estabilizar o plexo vascular primário. Após o estabelecimento desse plexo, a efrina-B2 sinaliza a formação de vasos arteriais, enquanto a efrina B-4 controla a formação de vasos venosos. Defeitos genéticos que comprometam a interação entre Ang-1 e seu receptor Tie2 prejudicam a formação e estabilidade do plexo vascular, podendo levar à morte do embrião6. Vasculopatia embrionária é uma das alterações observadas no diabetes gestacional e que pode levar à morte do embrião. Embriões isolados de camundongas não diabéticas e submetidos à condição hiperglicêmica durante 48h apresentaram interrupção da vasculogênese e formação de uma rede vascular desorganizada. Resultado similar foi observado no saco vitelino de embriões de camundongos com nove dias de desenvolvimento embrionário, obtidos de mães com diabetes induzido pela estreptozotocina7, havendo indícios de que a hiperglicemia determina níveis reduzidos de VEGF e de seu receptor no concepto8. Embora a vasculogênese seja um processo regulado geneticamente, fatores ambientais como a hiperglicemia podem afetar a formação normal dos vasos sanguíneos durante a vida embrionária. Referências: 1. Risau W. Annu Rev Cell Dev Biol. 1995;11:73. 2. Semenza GL. Exp Physiol. 2007;92:988. 3. Hänze J. Thromb Haemost. 2007;97:774. 4. Persson AB. Frontiers in Mol. Neuroscience. 2011;4:1. 5. Yancopoulos GD. Nature. 2000;407: 242. 6. Miquerol L. Development. 2000;127: 3941. 7. Pinter E. Am J Pathol. 1999;154:1367. 8. Pinter E. Am J Pathol. 2001;158:1199. PT.016 ASPECTOS DA ANGIOGÊNESE NAS COMPLICAÇÕES DO DIABETES Vieira GT1, Oliveira TT1, Maldonado IRSC2, Humberto JL3 Universidade Federal de Viçosa (UFV) – Departamento de Bioquímica. 2 UFV – Departamento de Biologia Geral. 3 Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) – Departamento de Química 1 A angiogênese compreende a formação de novos vasos por meio do crescimento vascular por brotamento ou divisão de estruturas vasculares preexistentes. Em situações fisiológicas, a angiogênese é essencial para o desenvolvimento de órgãos, enquanto em determinadas patologias, entre elas, câncer e diabetes, a angiogênese pode contribuir para o agravamento dessas enfermidades1. A angiogênese tem início com a degradação proteolítica da matriz extracelular (ME), acompanhada pela migração quimiotática e proliferação das células endoteliais (CE), além da formação do lúmen e maturação funcional do endotélio2. Nos tecidos em que ocorrem redução na concentração de oxigênio, são produzidos e liberados fatores induzidos por hipóxia (HIF-1) que regulam angiopoietinas 1 e 2 (Ang1 e Ang2) e também induzem a expressão de fator de crescimento endotelial vascular (VEGF)3. Este, por sua vez, promove a vasodilatação e o aumento da permeabilidade endotelial. Na fase de iniciação da angiogênese, Ang1 e Ang2 promovem a saída da quiescência das CE. Ang1 desestabiliza a ME, induzindo a sua degradação e estimulando eventos quimiotáticos. Enquanto isso, as metaloproteinases da matriz (MMP) degradam proteínas da parede do vaso4. VEGF e o fator de crescimento de fibroblasto (FGF) dão início ao brotamento e à proliferação das células epiteliais que formarão o endotélio. Na fase de resolução o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), Ang e o fator de transformação de crescimento beta (TGFβ1), recrutam e estabilizam tipos celulares que irão compor a parede do novo vaso3. Várias complicações do diabetes são caracterizadas por vasculopatia associada à angiogênese. Na retinopatia e nefropatia, ocorre angiogênese e sua inibição resulta em má cicatrização, comprometimento do desenvolvimento coronário lateral e rejeições de transplantes. O excesso de angiogênese pode ser devido, em parte, pela natureza lipolítica do estado diabético. O 1-butiril-glicerol, um subproduto da degradação do triacilglicerol, em curto prazo promove RESUMOS DE PÔSTERES vasodilatação, mas em longo prazo dessensibiliza seu receptor, promovendo resistência à vasodilatação, e com isso ocorre redução de O2 devido à perfusão inadequada, estimulando a angiogênese. Na retina diabética ocorre destruição dos pericitos com hipóxia, gerando um quadro de neovascularização anormal com formação de opacidade e catarata5. Controlar o crescimento vascular é ainda um grande desafio. A inibição terapêutica do VEGF poderia bloquear o crescimento de tumores e reduzir as complicações da retinopatia e nefropatia, mas ao mesmo tempo aumentaria o risco de doenças cardíacas. Em outra situação, a liberação de mais VEGF para estimular a formação de novos vasos em um coração isquêmico poderia ser um risco se esse paciente também sofresse de câncer, pois VEGF contribuiria para a formação de mais vasos no tumor. Estudos com anticorpo monoclonal antiVEGF denominado como Bevacizumab® é capaz de inibir sua ação angiogênica. Entretanto, mais estudos são necessários para estabelecer as terapias mais adequadas para tratamento das complicações vasculares observadas no paciente diabético. Referências: 1. Risau W. Nature. 1997;386:671. 2. Chung AS. Nat Rev Cancer. 2010;10:505. 3. Persson AB. Frontiers in Mol Neuroscience. 2011;4:1. 4. Fischer C. Handb Exp Pharmacol. 2006;176:157. 5. Martin A. Med Res. Rev. 2003;23:117. PT.017 O PAPEL DA ARTERIOGÊNESE NO DIABETES Vieira GT1, Maldonado IRSC1, Oliveira TT1, Humberto JL2 1 Universidade Federal de Viçosa (UFV) – Departamento de Bioquímica. 2 Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) – Departamento de Química A arteriogênese consiste no desenvolvimento de circulação colateral, tendo como elementos precursores as anastomoses vasculares preexistentes, que se desenvolveriam mediante estímulos de força de cisalhamento, citocinas, moléculas de adesão, entre outras1. Em geral, diabéticos apresentam hipercolesterolemia, hipertensão e obesidade. Diabéticos hiperlipidêmicos têm o excesso de colesterol depositado principalmente nas artérias coronarianas, promovendo ao longo dos anos o desenvolvimento da estenose. Com a oclusão de uma artéria, o gradiente de pressão se desenvolve ao longo das arteríolas de interconexão entre as áreas pré e pós-oclusiva. O fluxo através desses vasos colaterais aumenta e deforma as células endoteliais (CE), aumentando a tensão de cisalhamento sobre o endotélio, formando um fenótipo endotelial ativo. Esse fenótipo é caracterizado pela hipertrofia das CE, correlacionado com o aumento do metabolismo celular, mudanças na expressão de proteínas, e a ativação de canais de cátions, que afetam o controle osmótico e o volume das CE. Numa situação crônica, ocorre a proliferação de CE e tipos celulares associados à parede dos vasos, levando ao crescimento colateral2. Com o cisalhamento ativado, CE atraem células monucleadas pela expressão de MCP-1 e ICAM-1, que invadem a parede dos vasos e facilitam a remodelação proteolítica. Essa etapa pode ser considerada como uma inflamação local na parede do vaso. Em feridas de camundongos diabéticos db/db tratados com anticorpos neutralizantes para MCP-1, ocorre diminuição do número de neutrófilos e macrófagos, sugerindo o seu envolvimento direto na infiltração dessas células3. Complicações clínicas do diabetes podem ser atribuídas a alterações na função e estrutura vascular. Nesses pacientes, a doença macrovascular oclusiva envolve primariamente as artérias entre o joelho e o pé, levando a amputações dos membros inferiores. Quando mal controlado, o diabetes apresenta picos de hipoglicemia. Durante uma hipoglicemia grave, normalmente ocorre a liberação de catecolaminas que promovem a vasoconstrição, a agregação plaquetária e, consequentemente, em coronariopatas, fenômenos isquêmicos. A isquemia pode ocorrer seja por agravamento do grau de oclusão arterial, seja por aumento da sua demanda, que pode ser desencadeado por ferimento traumático. Dois focos terapêuticos têm emergido: o aumento de migração de monócitos e subsequente remodelação vascular por meio da aplicação de fatores de crescimento, e a elevação sustentada da tensão de cisalhamento de fluido como o estímulo mecânico para a indução do crescimento colateral4. As substâncias que apresentaram ação pró-arteriogênica em estudos pré-clínicos foram: MCP-1, os fatores estimuladores de colônia de granulócitos e monócitos (GM-CSF e G-CSF), TGFβ1, FGFs e em certos níveis o VEGF. GM-CSF pro- move arteriogênese no cérebro, na vasculatura miocardial e periférica. G-CSF apresentou resultados promissores para coração e cérebro. TGFβ1 aumenta o crescimento das colaterais em modelos animais com doença arterial periférica e coronária estenose, mesmo quando aplicado localmente. Referências: 1. Cameliet P. Nat Med. 2000;6:389. 2. Van Royen N. J Am Coll Cardiol. 2010;55:17. 3. Cristopherson K. Stem Cells. 2001;19: 388. 4. Persson AB. Frontiers in Mol Neuroscience. 2011;4:1. 5. Grundmann S. Am Coll Cardiol. 2007;50:351. PT.018 MODULAÇÃO ANÔMALA DA AUTOFAGIA NO TECIDO ADIPOSO DE PACIENTES OBESOS Araujo EP Autofagia é um mecanismo celular que tem por função disponibilizar nutrientes obtidos a partir da degradação de organelas e diversos tipos de moléculas para prover energia para a célula. A restrição de nutrientes para as células em cultura e a redução do aporte calórico em organismos vivos ativam a autofagia. Estudos recentes revelaram que existe grande interação entre inflamação e autofagia. O objetivo do nosso estudo foi avaliar o impacto da perda de peso promovida pela cirurgia bariátrica sobre a ativação de autofagia no tecido adiposo. Na primeira parte do estudo, marcadores de autofagia e de estresse de retículo endoplasmático foram estudados em tecido adiposo de indivíduos magros e obesos antes e após a cirurgia. Na segunda etapa, utilizamos camundongos magros e obesos submetidos ou não a uma restrição calórica correspondente a 30% do consumo ad libitum. Humanos e camundongos magros apresentam baixa ativação dos marcadores de estresse de retículo endoplasmático acompanhado de ativação de autofagia após restrição calórica. Por outro lado, humanos e camundongos obesos apresentam ativação de marcadores de estresse de reticulo endoplasmático e autofagia antes da restrição calórica, porém após a restrição há reversão do estresse de retículo, mas não há modificação dos marcadores de autofagia. Esses resultados sugerem que a obesidade constitui-se num estado de sensibilidade alterada à presença de nutrientes, o que repercute na ativação anômala da autofagia. PT.019 AVALIAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS PELA ENFERMAGEM EM UM AMBULATÓRIO DE DIABETES Olbrich SRLR1, Mori NLR1, Alves MVMFF1, Luppi CHB1, Trevizani Nitsche MJ1 1 Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Enfermagem Introdução: Diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada pelo aumento da taxa de glicose no sangue. Existem dois tipos diferentes de diabetes, o diabetes tipo I e o tipo II. O tipo I aparece quando o sistema imune do doente ataca as células beta do pâncreas. O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes, ou lentamente progressiva, em adultos. No tipo II ocorre o fenômeno de resistência à insulina e desenvolve-se frequentemente em etapas adultas da vida e é muito frequente a associação com a obesidade. Quando não tratada adequadamente, a diabetes mellitus pode vir a trazer graves complicações como problemas de cicatrização, infarto, derrame cerebral, problemas de visão, entre outros. Mesmo com os avanços tecnológicos em relação ao diagnóstico e ao tratamento, boa parte dos doentes não adere ao tratamento prescrito ou o faz de forma incorreta. Objetivo: Proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes diabéticos e seus familiares realizando orientações quanto ao tratamento, acompanhamento e avaliação da doença. Metodologia: Realizar reuniões todas as terceiras quartas-feiras do mês durante os meses de fevereiro a dezembro de 2011, no Ambulatório de Diabetes do HC da FMB-UNESP, onde serão abordados assuntos em relação ao autocuidado e ao controle de glicemia. Esclarecer as dúvidas relativas à doença e distribuir cartilhas de assuntos relacionados ao diabetes. Resultados parciais: Foram avaliados até o momento 115 pacientes, com idade entre 19 e 77 anos. Em média há 7,1 anos em tratamento e diabéticos há 8,4 anos. Com relação aos fatores de risco, 78,9% apresentam alguma S113 RESUMOS DE PÔSTERES doença associada; a principal é a hipertensão arterial, 20% disfunções tireoidianas, 20,8% doenças cardiovasculares, 20% dislipidemia, 12% depressão, 12% identificaram-se como fumantes e 24% como ex-fumantes. O índice de massa corpórea, determinante do bom controle da doença, teve nos pacientes a média de 23,5 kg/m2. Conclusão: Foi detectado, por meio do projeto, um maior controle da comorbidade e uma diminuição dos níveis glicêmicos dos pacientes. As atividades em grupo apresentam momentos importantes de troca de apoio e experiências. A educação para o autocuidado não é fácil, pois depende não só dos profissionais, mas também do interesse e vontade do paciente. PT.020 INFLUÊNCIA DA PROTEÍNA F1 DO LÁTEX DA SERINGUEIRA HEVEA BRASILIENSIS NA SINALIZAÇÃO DA INSULINA EM RATOS DIABÉTICOS Andrade TAM1, Caetano GF2, Landim CAP3, Coutinho-Netto J4, Frade MAC5 Universidade de São Paulo (USP). 2 USP – Biotecnologia, Instituto de Ciências Biomédicas IV. 3 USP – Enfermagem Geral e Especializada. 4 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP – Bioquímica e Imunologia. 5 FMRP-USP – Clínica Médica (Divisão de Dermatologia) 1 Introdução: A ligação da insulina em seu receptor inicia uma cascata complexa de sinalização com fosforilação e desfosforilação proteica (de IRS e SHC), culminando nos seus respectivos efeitos metabólicos (pela ativação da PI-3 quinase e AKT) e mitogênicos (pela ativação da via da ERK). No estado diabético, a expressão reduzida dessas proteínas é principalmente relacionada à deficiência ou resistência à insulina (Saltiel A. Nature. 2001;414:799). Diante da eficácia clínica comprovada da proteína F1 do látex na cicatrização de úlceras cutâneas comprometidas pelo diabetes (Frade M. Med Cutan Iber Am. 2004;32:157), avaliou-se a influência da proteína F1 na sinalização da insulina em ratos diabéticos. Métodos: Foram utilizados 80 ratos Wistar, dos quais 40 foram induzidos ao diabetes melittus (DM) (por streptozotocina 45 mg/kg) e 40 não diabéticos (N). Foram realizadas duas úlceras dorsais usando punch histológico de 1,5 cm de diâmetro. As úlceras foram tratadas diariamente com gel de carboximetil-celulose (CMC) a 4% (grupos DM sham e N sham) e CMC 4% + proteína F1 a 0,01% (grupos DM F1 e N F1). No 2º, 7º, 14º e 21º dias após a lesão, 10 animais/tempo/grupo foram sacrificados. Biópsias da úlcera/cicatriz foram coletadas, submetidas ao processamento imunoistoquímico com marcação das proteínas da sinalização da insulina: IRS, AKT, SHC e ERK. Em seguida, foi utilizado o software ImageJ para quantificação da percentagem de área marcada pelas respectivas proteínas. Resultados: No grupo DM F1 houve superior expressão de IRS, AKT e ERK em relação ao DM sham (p = 0,0001) em todos os tempos de seguimento, além de se apresentar semelhante ao grupo N sham. Além disso, no grupo DM F1 houve superior expressão de SHC em relação ao DM sham (p = 0,0001) e semelhante ao N sham somente no 2º dia de seguimento. Conclusão: A proteína F1 do látex em associação com o DM pareceu aumentar a expressão das proteínas da sinalização da insulina, ativando os efeitos metabólicos e mitogênicos outrora reduzidos, além de assemelhar-se ao estado não diabético (grupo N sham). Financiamentos: CAPES, CNPq, FAEPA, FAPESP. Agradecimentos: Aos técnicos de imunoistoquímica Kléber Loureiro, Gilberto André e Edna Moraes da FORP-USP. PT.021 ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS E DO ESTRESSE OXIDATIVO NA PELE DE RATOS COMPROMETIDOS PELO DIABETES MELLITUS Andrade TAM1, Malachias VAT2, Caetano GF3, Landim CAP4, Jordão-Jr. AA5, Frade MAC6 Universidade de São Paulo (USP). 2 Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Ciências Patológicas (Centro de Ciências Biomédicas). 3 USP – Biotecnologia, Instituto de Ciências Biomédicas IV. 4 USP – Enfermagem Geral e Especializada. 5 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP – Clínica Médica (Divisão de Nutrição e Metabolismo). 6 FMRP-USP – Clínica Médica (Divisão de Dermatologia) 1 Introdução: Inúmeros são os estudos envolvendo diabetes mellitus e úlceras cutâneas. Porém, poucos evidenciam a influência do diabetes S114 quanto aos aspectos histopatológicos, estresse oxidativo e mecanismos antioxidantes na pele de ratos comprometidos pelo diabetes. Avaliaram-se esses aspectos comparando-os à pele dos ratos não diabéticos. Métodos: Foram utilizados 10 ratos Wistar, dos quais 5 foram induzidos ao diabetes (DM) (por streptozotocina 45 mg/kg) e 5 não diabéticos (N-DM) (LO H, Life Sci, 78, 1957, 2006). Após a confirmação do estado diabético, todos os animais foram eutanasiados e biopsiados no dorso com punch (diâmetro: 1,5 cm). Pela histologia das biópsias (em HE), foram quantificadas células inflamatórias, vasos sanguíneos, fibroblastos e colágeno (em percentagem de área corada pelo tricrômio de Gomori). Além disso, foram dosados os marcadores do estresse oxidativo (MDA – malondialdeído, NO – óxido nítrico, FOX-H2O2, lipoperóxidos de membranas) e atividade antioxidante (GSH – glutationa). Resultados: O estado diabético foi confirmado pela hiperglicemia no grupo DM em relação ao N-DM (p = 0,0001). A patologia do diabetes aumentou a quantidade de células inflamatórias na pele (p = 0,0001), a produção de NO (p = 0,0473) e lipoperóxidos de membranas, apesar de diminuir a produção de MDA (p = 0,0001), FOX (p = 0,0001) e GSH (p = 0,0035). A quantidade de vasos também foi menor em relação ao grupo N-DM (p = 0,0001). A quantidade de fibroblastos e colágeno foi semelhante entre ambos os grupos (p > 0,05). Discussão: É sabido que a patologia do DM modula consideravelmente as fases da cicatrização (Falanga V. Lancet. 2005;366:1736), além de aumentar o estresse oxidativo principalmente por causa da hiperglicemia (Brem H. J Clin Invest. 2007;117:1219). Na pele dos ratos comprometidos pelo DM, houve maior recrutamento de células inflamatórias, o que proporcionou maior dano oxidativo com aumento de lipoperóxidos de membranas e NO, além dos baixos níveis de GSH. Esse estímulo atuou na fase de proliferação tecidual, influenciando negativamente a angiogênese e não alterando significativamente a fibroplasia. Financiamentos: CAPES, CNPq, FAEPA, FAPESP. Agradecimentos: Ao Prof. Dr. Rubens Cecchini e à Profa. Dra. Alessandra Cecchini (Universidade Estadual de Londrina) pela colaboração nas dosagens e ensinamentos a respeito de estresse oxidativo. PT.022 PROTEÍNA DO LÁTEX DA SERINGUEIRA HEVEA BRASILIENSIS ACELERA A CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS CUTÂNEAS EM RATOS COMPROMETIDOS PELO DIABETES Andrade TAM1, Caetano GF2, Masson DS3, Landim CAP4, CoutinhoNetto J5, Foss MC6, Frade MAC3 Universidade de São Paulo (USP). 2 USP – Biotecnologia, Instituto de Ciências Biomédicas IV. 3 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP – Clínica Médica (Divisão de Dermatologia). 4 USP – Enfermagem Geral e Especializada. 5 FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia. 6 FMRP-USP – Clínica Médica (Divisão de Endocrinologia e Metabologia) 1 Introdução: Inúmeros trabalhos têm demonstrado clinicamente o efeito cicatrizante do látex da seringueira Hevea brasiliensis (Frade M. An Bras Dermatol. 2012;86:1103; Andrade T, Braz J. Med Biol Res. 2011;44:1036,) relacionado à sua fração proteica F1 (Mendonça R. Phytother Res. 2010;24:764), principalmente em indivíduos com diabetes (Frade M. Med Cutan Iber Am. 2004;32:157). No entanto, o real mecanismo de ação da proteína F1 ainda é desconhecido. Avaliou-se o mecanismo de ação da F1 na cicatrização de úlceras em ratos diabéticos. Métodos: Foram utilizados 80 ratos Wistar, dos quais 40 foram induzidos ao diabetes melittus (DM) (por streptozotocina 45 mg/kg) e 40 não diabéticos (N). Foram realizadas duas úlceras dorsais usando punch histológico de 1,5 cm de diâmetro. As úlceras foram tratadas diariamente com gel de carboximetil-celulose (CMC) a 4% (grupos DM sham e N sham) e CMC 4% + proteína F1 a 0,01% (grupos DM F1 e N F1). No 2º, 7º, 14º e 21º dias após a lesão, 10 animais/ tempo/grupo foram sacrificados. Foi avaliada a reepitelização pelo cálculo do índice de cicatrização. Biópsias da úlcera/cicatriz foram coletadas, submetidas ao processamento histológico e, em seguida, à análise histomorfométrica utilizando o software ImageJ: quantificação de células inflamatórias, vasos sanguíneos, fibroblastos (pela coloração HE) e percentagem da área de colágeno (pelo tricrômio de Gomori). Resultados e discussão: O grupo DM F1 apresentou maior reepi- RESUMOS DE PÔSTERES telização que o grupo DM sham (p = 0,0026) com todas as úlceras reepitelizadas já no 14º dia, diferente do N F1. Semelhantemente, o DM F1 apresentou maior colagênese que DM sham (p = 0,0001), diferente do N F1; a fibroplasia foi maior no DM F1 (p = 0,0001) no 14º e 21º dia, fatores esses que também podem relacionar-se à maior reepitelização das úlceras no DM F1. O estado metabólico do diabetes induziu maior quimiotaxia de células inflamatórias nas úlceras que aumentou com a injúria principalmente quando associado ao F1, mantendo-se superior até o 7º dia (p = 0,0026). No grupo DM F1, a formação de vasos foi mais pronunciada no 7º e 14°º dia. Enfim, o processo inflamatório desencadeado pelo estresse metabólico do diabetes pareceu se somar e interagir ao estímulo induzido por F1, acelerando a cicatrização das úlceras cutâneas em relação aos não diabéticos. Financiamentos: CAPES, CNPq, FAEPA, FAPESP. Agradecimentos: Às técnicas em histologia Marilena, Rosângela e Auristela pelo processamento histológico (HE e tricrômio de Gomori). PT.023 A IGUALDADE NA DISTRIBUIÇÃO DO SNP rs7895833 NO GENE SIRT1 PODE ESTAR RELACIONADA COM O ALTO IMC EM UMA AMOSTRA BRASILEIRA. Meneguette MVO1, Oliveira CA1, Lima MHM2, Pina KN3, Amaral MEC 1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas da Fundação Hermínio Ometto – UNIARARAS. 2 Departamento de Enfermagem, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de Campinas (Unicamp). 3 Graduação em Biomedicina, Bolsista do Programa de Iniciação Científica (PIC) da Fundação Hermínio Ometto – UNIARARAS Introdução: A obesidade induz elevado IMC (índice de massa corpórea), hipertensão e diabetes caracterizando a síndrome metabólica (SMet). O polimorfismo de base única (SNP) no gene SIRT1 está associado a um menor IMC, prevenindo a obesidade e efeitos metabólicos e endócrinos indesejáveis. Esta pesquisa visa à análise do IMC, dos níveis séricos de insulina, T4L, GH e do SNP rs7895833 associado ao gene SIRT1 em uma amostra da população brasileira. Métodos: Coletaram-se 243 indivíduos aleatoriamente, entre 30 e 70 anos. Foram realizadas as dosagens bioquímicas (glicose, colesterol, HDL-c, LDL, VLDL e triglicérides), hormonais (insulina, T4L e GH) e medidas antropométricas (medida de cintura, quadril, IMC e pressão arterial). A análise do SNP rs7895833 foi feita por ARMS-PCR (allele refractory mutation system). Resultados: Dos 243 adultos avaliados, 100 indivíduos foram identificados como não SMet (41,15%) e 143 como SMet (58,85%) de acordo com o NCEP ATP III (Third report of the National Cholesterol Education Program Expert Panel on Detection, Evolution and Treatment of High Blood Cholesterol). Na população estudada, 111 indivíduos (45,67%) apresentaram o IMC de sobrepeso (25 a 29,9 kg/m2). O grupo SMet apresentou valores elevados de glicose (113 ± 3,3 mg/dl), colesterol (232 ± 4,2 mg/dl), triglicérides (192 ± 10,9 mg/dl), VLDL (38,45 ± 2,18 mg/dl), LDL (150 ± 3,8 mg/dl), medida de cintura (mulheres 94,42 ± 1,07 e homens 102,3 ± 1,65 cm2) e quadril (109,7 ± 0,9 cm2) e pressão arterial (sistólica 137,1,9 e diastólica 91,68 ± 1,19 mmHg) quando comparado ao não SMet (glicose 83 ± 0,9; colesterol 184,8 ± 3,5; triglicérides 113 ± 2,9; VLDL 22,6 ± 0,58; LDL 112,9 ± 3,5; cintura mulheres 85,50 ± 1,32 e homens 89,85 ± 1,65; quadril 97,68 ± 1,6; pressão sistólica 107,4 ± 1,03 e diastólica 84,3 ± 1,8; p < 0,0001). Já os valores de HDL-c foram maiores nos indivíduos não SMet versus SMet (50,27 ± 0,99 versus 45,36 ± 1,05 mg/dl). Os níveis de T4L, GH e insulina foram menores, mas na faixa da normalidade, no grupo SMet (1,14 ± 0,068 ng/dl; 4,28 ± 0,32 ng/ml; 2,1 ± 0,19 U/ml) em relação ao não SMet (2,8 ± 0,06 ng/dl; 6,7 ± 0,91 ng/ml; 9,4 ± 0,9 U/ml; p < 0,006, respectivamente). Não houve diferença estatística do SNP rs7895833 entre os grupos. Discussão: As condições metabólicas dos indivíduos portadores da SMet sugerem alterações bioquímicas, antropométricas, hormonais características de sobrepeso e obesidade. Nossos dados sugerem que a igualdade na distribuição alélica e genotípica do SNP rs7895833 no gene SIRT1 pode estar relacionada com o alto IMC em ambos os grupos investigados. Apoio financeiro: PIC/FHO-UNIARARAS. PT.024 PARTICIPAÇÃO DOS GLICOCORTICOIDES NA REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO DO GLUT4 EM TECIDOS ADIPOSOS DE RATOS OBESOS: POSSÍVEL REGULAÇÃO TECIDOESPECÍFICA PELA 11b-HSD1 Mori RCT1, Campello RS1, Machado UF1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) Introdução: A sensibilidade à insulina está diretamente relacionada à expressão do GLUT4, cuja inibição pelos glicocorticoides poderia determinar a resistência à insulina associada ao hipercortisolismo. Uma vez que a ação local dos glicocorticoides depende da 11β-HSD (11β-hidroxi-esteroide-desidrogenase), a expressão dessa enzima também pode se alterar na resistência à insulina. Já foi demonstrado que a carbenoxolona (Cbx), bloqueador inespecífico da 11β-HSD, aumenta a sensibilidade hepática à insulina, mas seus efeitos sobre a sensibilidade periférica são desconhecidos. Objetivo: Avaliar o efeito da Cbx sobre a sensibilidade à insulina e expressão de GLUT4 e 11β-HSD1 em tecidos adiposos de ratos obesos. Métodos: Ratos Wistar foram tratados com glutamato monossódico (MSG) na fase neonatal para indução da obesidade (O), caracterizada por hipercorticosteronemia, hiperinsulinemia, resistência à insulina e alterações na expressão de GLUT4. Esses animais foram tratados com Cbx (50 mg/kg/dia, 4 semanas) e submetidos a teste de tolerância à insulina, análise do mRNA de GLUT4 e 11β-HSD1 no tecido adiposo visceral (TAV) e tecido adiposo subcutâneo (TASC). Foram também avaliadas a expressão e a atividade de ligação do SREBP1c, um fator transcricional estimulador da expressão do GLUT4. Resultados: A Cbx normalizou a constante de decaimento da glicose no teste de tolerância à insulina (O: 3,42%/min, p < 0.01 vs. Controle: 5,06%/min e OCbx: 4,68%/ min). O mRNA do GLUT4 aumentou 22% enquanto da 11β-HSD1 diminuiu no TASC dos ratos obesos (p < 0,05 vs. Controle). Nesse tecido, a Cbx aumentou ainda mais o GLUT4 (24% > O) e restaurou a 11β-HSD1 ao nível do grupo Controle. No TAV, ao contrário do TASC, os obesos tiveram diminuição do mRNA do GLUT4 (20%) e aumento da 11β-HSD1 (40%), e a Cbx não afetou a expressão desses mRNAs (OCbx vs. O, p > 0.05). A atividade de ligação do SREBP-1c aumentou no TASC do grupo Ocbx, enquanto sua expressão diminuiu no TAV dos obesos. Conclusão: Observamos que GLUT4 e 11β-HSD1 variaram de forma inversa nos dois tipos de tecidos adiposos estudados, sugerindo que o efeito inibitório dos glicocorticoides sobre a expressão do GLUT4 pode ser determinado pela maior ou menor expressão da 11β-HSD1. Esse efeito parece envolver regulação em nível transcricional, pois o SREBP-1c, que estimula a transcrição do gene do GLUT4, mostrou-se diminuído no TAV dos obesos, que expressou menos GLUT4. Por outro lado, a maior capacidade do SREBP-1c de se ligar ao DNA pode explicar o aumento de transcrição do GLUT4 no TASC. Apoio financeiro: FAFESP-07/59722-4. PT.025 NECK AND SCAPULAR CIRCUMFERENCE AND THEIR RELATIONSHIP WITH CARDIOVASCULAR RISK IN NON-OBESE BRAZILIAN ADULT POPULATION Sales APAM1, Gurgel MHC2, Ponte CMM2, Fernandes VO1, Mendes PP1, Montenegro APDR1, Quidute ARP3, Negrato CA, Rodrigues Sobrinho CRM1, Montenegro Jr RM4 Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). 2 Faculdade de Medicina da UFCE; LabPasteur/DASA. 3 Associação de Diabéticos de Bauru; Sociedade Brasileira de Diabetes. 5 Universidade de São Paulo (USP) 1 Recent studies have suggested that upper body obesity would be related with major cardiovascular risk (CVR). This study aimed to evaluate neck circumference (NC) as an upper body obesity index, and its relationship to CVR factors, considering that it would be a simple and time-saving measure to identify overweight/obese. We evaluated 279 non obese Brazilian adults [86 men (♂), 193 women (♀)], who had no known major medical conditions and were not receiving any medication living in Northeast of Brazil. Main anthropometric parameters evaluated were: BMI (kg/m²): ♂-25.0 ± 2.8, ♀-24.9 ± 2.9; NC (cm): ♂-37,8 ± 2, ♀-33 ± 1,8; waist circumference (WC) (cm): ♂-89,5 ± 8, ♀-85,6 ± 8; scapular circumference (SC): ♂-95,1 ± 9,1, ♀-87,5 ± 5,2; S115 RESUMOS DE PÔSTERES systolic blood pressure (SBP) (mmHg): ♂-125,6 ± 14,8, ♀-118 ± 13,3; diastolic blood pressure (DBP) (mmHg): ♂-81,8 ± 8,3, ♀-78,7 ± 8,3; HDL-Chol (mg/dl): ♂-43,5 ± 11,7, ♀-53 ± 12,6; triglycerides (mg/ dl): ♂-130 ± 76,8, ♀-107 ± 52,2; fasting glucose (mg/dl): ♂-92,7 ± 10,7, ♀ - 91,4 ± 13,4; fasting insulin (uU/ml): ♂-7,2 ± 4,02, ♀-9,0 ± 7,5; total cholesterol (mg/dl): ♂-175,4 ± 37,4, ♀-182,7 ± 34,0; LDLChol (mg/dl): ♂-104,6 ± 30,7, ♀-107,8 ± 30,2; HOMA-IR: ♂-1,7 ± 1,01, ♀-2,05 ± 1,7. Pearson’s correlation coefficients indicated significant association (p < 0,05) between NC and: WC (r = 0,48), AC (r = 0,43), SC (r = 0,68), BMI (r = 0,35), SBP (r = 0,34), DBP (r = 0,27), tryglicerides (r = 0,24), HDL-Chol (r = -0,35); and between SC and: WC (r = 0,65), AC (r = 0,56), BMI (r = 0,59), SBP (r = 0,37), DBP (r = 0,28), tryglicerides (r = 0,23), HOMA-IR (r = 0,13), HDL-Chol (r = -0,31). These data suggest that NC and SC could have a great role in the evaluation of adipose distribution in non-obese people, once they are simple way with good correlation with CVR factors, BMI and WC. Therefore, higher NC and SC are likely to predict overweight/obese and to increase the risk of cardiovascular disease. PT.026 INTERLEUKIN-23 (IL-23A) GENE VARIANT (rs2066880 G>A) IS ASSOCIATED WITH PREDISPOSITION TO TYPE 1A DIABETES MELLITUS IN A BRAZILIAN COHORT Nogueira KC1, Costa VS2, Santos AS2, Mattana TCC2, Fukui RT2, Silva MER2 Universidade de São Paulo (USP). 2 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de Investigação Médica (LIM 18). 1 Type 1A diabetes (T1D) is an autoimmune disease resulting from environmental and genetic factors. The humoral and cellular attacks to beta-cells include the activation of Th1, Th2 and Th 17 cells, and the liberation of several cytokines. Increased IL-17 expression, a highly inflammatory cytokine, has been detected in target tissues of immunemediated diseases, including diabetes. The differentiation of Th 17 cells from naïve T cells is partially mediated by IL-23 that activates Th 17 cells to promote inflammatory responses. Variants of IL-23A gene and of its receptor have been related to autoimmune diseases such as systemic sclerosis, Graves’ disease and autoimmune diabetes in animals. Pancreatic islets of mice with autoimmune diabetes exhibited high concentrations of IL-23. There is no study analyzing its involvement in T1AD in humans. This study was conducted to search for mutations or new polymorphisms in the entire coding regions and the boundary intron sequences of IL-23A gene in T1D patients and compare with controls. Genomic DNA was extract from 374 Brazilian patients with T1AD (22.3 ± 12.4 years; 229F/145M), treated with 2 or more insulin injections per day and 361 health controls (27.5 ± 12.8years; 162F/199 M). Direct sequencing of PCR-amplified products of IL-23A gene and proximal promoter region was performed initially in a small cohort and revealed a new variant c.-403 (C>T) in the 5’ proximal region of IL-23A gene, present in only one T1D patient, and a known variant in exon 3 (rs11171806-G>A) which genotype and allele frequencies were similar between patients and controls (AA+AG genotypes: 6.4% x 3.8%; p = 0.16). We also analyzed the rs2066880 (G>A) allelic variant in 3’ UTR region of IL-23A gene, related to psoriasis. The A allele was more prevalent in patients with T1D than controls (86,2% x 80.7%; p = 0,0053; OR 1.49, CI = 1.131.97) as well as the AA genotype (76.2% x 64.6%; p = 0.005; OR = 1.758; CI = 1.276-2.422). We showed for the first time that the A allele of rs2066880 variant of IL-23A gene is associated with increased predisposition to T1D in a Brazilian cohort. Supported by FAPESP. PT.027 THE RS763361 VARIANT OF CD226 GENE INCREASES SUSCEPTIBILITY TO TYPE 1 DIABETES IN A POPULATION OF SÃO PAULO, BRAZIL Mattana TC1, Santos AS1, Matioli SR1, Costa VS1, Fukui RT1, Nogueira KC1, Siva MER1 1 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Endocrinologia Introduction: Recently genome-wide association studies provided statistical support for a new locus in CD226 gene (variant rs763361) as a candidate for type 1 diabetes (T1D) susceptibility. The leukocyte adheS116 sion molecule CD226 is implicated in coestimulation and activation of the immune cells, and intracellular signals transduction. Patients and methods: In order to assess the association of CD226 gene and T1D in patients of the city of São Paulo, Brazil, 491 T1D patients (mean age 23.2 ± 12.8 years, 60.5% female, and 80.5% of European ancestry) diagnosed according to the ADA criteria, and 513 controls (mean age 28.9 ± 12.1 years, 39.8% female, and 63.8% of European ancestry) were enrolled. CD226 gene coding regions and boundaries were amplified by polymerase chain reactions and submitted to sequencing analyses in 106 T1D and 102 controls. Results and discussion: Twelve variants already described in data base were identified. No new polymorphic variants were found. The analysis of estimated haplotypes, including those 8 variants with frequency above 5% (rs75418532A/G, rs1788101A/C, rs62090790C/T, rs72481820G/A, rs72481819G/A, rs763362T/C, rs763361A/G, and rs727088T/C) identified 3 haplotypes (AACAGTAC, ACCGGCAC and AACGGTAC,) and also the group of rare haplotypes, that were associated with susceptibility to T1D (P < 0.0001) only in whites. In addition, two CD226 gene variants were genotyped in a total of 480 T1D and in 480 controls – the rs727088 at the 3’ UTR region, involved with CD226 regulation, and the rs763361. The CC genotype (P = 0.0366- OR = 1.357; 95% CI = 1.021-1.803) of rs727088 and the AA genotype of rs763361 (P = 0.0045, OR = 1.503; 95% CI = 1.135-1.991) variants were associated with risk for T1D, but only the last one persisted significant after correction of Bonferroni. Furthermore, recent T1D patients (disease duration ≤ 2 years) with the AA genotype of the rs763361 variant had lower C-peptide levels when compared to those with the AG+GG genotypes (0.41 ± 0.30 ng/dl vs. 0.70 ± 0.53 ng/dl P = 0.0218). The current study suggests that the rs763361 variant of CD226 gene (AA genotype) is associated with susceptibility to T1D and a greater aggressiveness of the disease in a Brazilian cohort. FAPESP. PT.028 ADVANCED GLYCATION IN MACROPHAGES DECREASES THE CONTENT OF THE HDL RECEPTOR – ABCA-1 AND ABCG-1 - AND INDUCES INTRACELLULAR ACCUMULATION OF 7-KETOCHOLESTEROL Iborra RT1, Machado-Lima A1, Castilho G1, Nunes VS1, Nakandakare ER1, Abdallah DP2, Passarelli M1 1 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de Lípides (LIM-10) – Endocrinologia. 2 Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP – Análises Clínicas Background: The aim of this study is determine the changes that incubation of glycolaldehyde (advanced glycation inducer) causes in macrophages enriched with oxidized LDL (amount of oxysterols and the expression of ABCA-1 and ABCG-1) treated with HDL alone or HDL in presence of T0901317. Methods: J774 macs were incubated with oxidized LDL (50 µg/ml of DMEM) for 48h and then treated with 0.25 mM glycolaldehyde (GAD-macrophages) or DMEM alone (C-macrophages) for the last 5h, in the absence or presence of the LXR-agonist, T0901317 (1 µM). Cells were carefully washed and incubated with 50 µg/ml of HDL (5 h) in the absence or presence of T0901317. Oxysterols and total cholesterol were determined by gas chromatography/mass spectrometry in cell lipid extracts by utilizing 5a-cholestane as internal standard. ABCA-1 and ABCG-1 protein content was analyzed by western blot. Statistical analysis was done by the Student t test or One-way ANOVA. Results: In C-macrophages, incubation with HDL or HDL+T0901317 reduced the intracellular content of total sterols (total cholesterol+oxysterols), cholesterol and 7-ketocholesterol, which was not observed in GAD-macrophages. GAD-macrophages presented a 45% reduction in ABCA-1 protein level as compared to C-macrophages, even after the addition of HDL or HDL+T0901317. The content of ABCG-1 was 36.6% reduced in GAD-macrophages in the presence of HDL as compared to C cells. Conclusion: In macrophages overloaded with oxidized LDL, glycolaldehyde treatment reduces the HDL-mediated cholesterol and 7-ketocholesterol efflux which is ascribed to the reduction in ABCA-1 and ABCG-1 protein level. This may contribute to atherosclerosis in diabetes mellitus. Funding: FAPESP, Brazil. RESUMOS DE PÔSTERES PT.029 AÇÕES DOS ÁCIDOS GRAXOS ω-3 E PALMITATO NA PRODUÇÃO DE SUPERÓXIDO EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS Graciano MFR1, Carpinelli AR1 1 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica Introdução: Os ácidos graxos (AG) ω-3 são derivados do ácido α-linolênico, ácido graxo essencial precursor dos ácidos graxos eicosapentaenoico (EPA) e docosaexaenoico (DHA). Estudos em animais demonstram que o óleo de peixe e os ácidos graxos ω-3 α-linolênico, EPA e DHA, individualmente, previnem a resistência à insulina. Os efeitos da suplementação dos ácidos graxos poli-insaturados na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e espécies reativas de nitrogênio (ERNs) não são bem estabelecidos, havendo relatos de aumento do estresse oxidativo ou sua não alteração. Foi observado que a suplementação com ácidos graxos poli-insaturados em ratos previne a indução de diabetes por aloxana, destacando a possível ação antioxidante desses ácidos graxos. Os efeitos dos ácidos graxos EPA e DHA nos mecanismos de secreção e ação de insulina precisam ainda ser elucidados e profundamente avaliados, já que suas ações no melhoramento do processo de resistência insulínica poderiam também englobar a função das células betapancreáticas. Métodos: A linhagem de insulinoma de ratos INS-1E foi pré-incubada durante 30 minutos em Krebs-Henseleit contendo 0,2% de albumina e 11,1 mM de glicose e incubadas durante 1 hora na presença de 2,8 e 16,7 mM de glicose com ou sem adição de concentrações crescentes de EPA, DHA e palmitato para avaliação da produção de superóxido e secreção estática de insulina. Avaliamos também, em incubações de 48h, a produção de superóxido sob o estímulo de concentrações crescentes de AG e a incubação concomitante entre palmitato, EPA e DHA em meio RPMI com 1% de SFB e 1% de albumina livre de AG. Avaliamos o conteúdo de ânions superóxido pelo método da oxidação do diidroetídeo por meio de citometria de fluxo e a secreção de insulina por radioimunoensaio. Resultados: Após 1h de incubação em 16,7 mM de glicose, o EPA reduziu o conteúdo de superóxido em concentrações de 50 a 200 µM, enquanto o DHA reduziu em concentrações de 75 a 200 µM. A secreção estática de insulina após tal estímulo não foi alterada pelo EPA e DHA nas concentrações de 50 a 300 µM em comparação a 16,7 mM de glicose. Após estímulo de 48 h em 11,1 mM de glicose, o palmitato (50 a 400 µM) reduziu o conteúdo de superóxido, enquanto o EPA (25 a 100 µM) não alterou e o DHA reduziu apenas em 100 µM. A redução do conteúdo de superóxido pelo palmitato a 100 µM após 48h foi revertida pela incubação com 50 µM EPA, porém não com 50 µM DHA. Discussão: Observamos que os AG ω-3 EPA e DHA agudamente reduzem o conteúdo de superóxido das células betapancreáticas e conseguem manter a produção basal de superóxido em incubações crônicas. Já o palmitato, ao contrário do que se observa agudamente, reduz o conteúdo de superóxido cronicamente, provavelmente por indução de ERNs e de outras EROs, o que foi revertido pela incubação com EPA. São conhecidos os efeitos do palmitato na indução de vias produtoras de EROs e de ERNs em ilhotas pancreáticas, bem como a ativação da NADPH oxidase, das isoformas induzível e constitutiva da NO sintase, além da modulação de vias antioxidantes, mecanismos essenciais para a manutenção do balanço redox celular e que deverão ser futuramente avaliados para os AG ω-3. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq, CAPES. PT.03017b ESTRADIOL REGULA A EXPRESSÃO DO GENE Slc2a4 EM ADIPÓCITOS 3T3-L1 VIA ESR1 E ESR2: POSSÍVEL ENVOLVIMENTO DO NF-kB Campello RS1, Poletto AC1, Furuya DT1, Alves-Wagner ABT1, Mori RCT1, Machado UF1 1 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica Introdução: A resistência à insulina (RI) manifesta-se como uma reduzida capacidade dos tecidos sensíveis à insulina, no que diz respeito à captação de glicose, responderem a níveis normais do hormônio. Tais tecidos (muscular e adiposo) expressam a proteína transportadora de glicose GLUT4, e redução na expressão gênica e/ou na densidade de GLUT4 translocável para a membrana plasmática está relacionada à diminuição da sensibilidade à insulina. Atualmente, sabe-se que o estradiol (E2) está envolvido na regulação de genes bem como no controle da homeostasia, e seu mecanismo clássico de ação envolve a sua ligação aos seus receptores (ESR1 e ESR2). Após a ligação ao hormônio, esses receptores modulam a expressão de genes, ligando-se diretamente a regiões específicas do DNA, denominadas elementos de resposta ao estrógeno ou interagindo com fatores transcricionais, os quais se ligam diretamente ao DNA, aumentando ou diminuindo a transcrição gênica. Entre esses fatores, está o NF-kB (nuclear factor kappa B), sugerido como um regulador negativo do gene Slc2a4. Já foi demonstrado que variações na concentração de E2 podem estar relacionadas a RI e diminuição de GLUT4, entretanto o papel de cada um dos receptores nesse mecanismo ainda não está completamente elucidado. Portanto, o objetivo foi avaliar a participação de ESR1 e ESR2 na expressão do gene Slc2a4 e da proteína GLUT4. Métodos: Células adiposas da linhagem 3T3-L1 foram tratadas por 24 horas com veículo ou antagonista seletivo de ESR1 (MPP, 10 nM) ou ESR2 (PHTPP, 100 nM), na ausência e presença de 17β-estradiol (0,1 nM e 10 nM). Após esse período, avaliou-se a atividade de ligação de NF-kB por EMSA e o conteúdo do mRNA e da proteína GLUT4 por Real time PCR e Western blotting, respectivamente. Resultados: Nas células tratadas com MPP (com ou sem estradiol), não houve nenhuma alteração na atividade de ligação de NF-kB, quando comparado ao tratamento com veículo. Nessas células também não houve alteração significativa do conteúdo de proteína ou mRNA do GLUT4. Por outro lado, quando as células foram tratadas apenas com PHTPP, observou-se redução significativa na atividade de ligação do NF-kB, quando comparado ao tratamento com veículo. Tal redução se tornou ainda mais evidente quando o estradiol foi adicionado ao tratamento. Ao avaliar o conteúdo de GLUT4, os resultados refletem as alterações observadas na atividade de ligação de NF-kB, pois tanto o conteúdo de mRNA quanto de proteína aumentaram significativamente após tratamento com PHTPP, sendo esse aumento mais proeminente na presença de ambas as concentrações de 17β-estradiol. Discussão: Tais resultados demonstram o importante envolvimento de ambos os receptores de estradiol na regulação da expressão do gene Slc2a4 e da proteína GLUT4 em adipócitos 3T3-L1, no qual a isoforma ESR1 parece atuar como estimuladora, enquanto a ESR2, como repressora. Além disso, a modulação da expressão do Slc2a4 pelos receptores de E2 parece envolver a interação com o fator transcricional NF-kB. Apoio financeiro: FAPESP (2009/02217-1). PT.031 Slc2a4 GENE EXPRESSION IS NOT REDUCED IN DIABETIC RATS WITH HIGH SYMPATHETIC ACTIVITY Alves-Wagner AB1, Sabino-Silva R2, Campello RS1, Mori RC1, Machado UF1 1 Universidade de São Paulo (USP). 2 Universidade de Federal de Alagoas (UFAL) Slc2a4 gene, which encodes the GLUT4 protein, is expressed in insulin-sensitive tissues, such as muscle cells and adipocytes. Altered GLUT4 expression is directly correlated with alterations in glycemic homeostasis. We have demonstrated that the b-adrenergic system regulates GLUT4 expression during fasting; nevertheless its role in diabetes is not clearly understood. Considering that diabetic subjects can develop autonomic neuropathy, we hypothesize that changes in b-adrenergic activity could modulate diabetes-induced regulation ofSlc2a4 expression. This study investigated the participation of sympathetic nervous system in the regulation of Slc2a4 expression in skeletal muscle of diabetic-Wistar rats and diabetic-spontaneously hypertensive rats (SHR), the latter presenting high sympathetic activity in the skeletal muscle. Firstly, animals (Wistar, Wistar-Kyoto and SHR), were rendered diabetic by alloxan injection, and one month later the Slc2a4 mRNA and GLUT4 protein were analyzed in soleus (oxidative) and extensor digitorum longus (EDL, glycolytic) skeletal muscle, comparing with respective non-diabetic animals. Diabetes significantly reduced Slc2a4 mRNA and GLUT4 protein in Wistar, as expected. That was not observed in diabetics Wistar-Kyoto and SHR. Thus Wistar rats S117 RESUMOS DE PÔSTERES were chosen as a control for the next experiment. Diabetic-SHR and diabetic-Wistar rats were treated with saline, insulin, propranolol and insulin+propranolol for 1 week, after being kept diabetic for 1 month. As expected, insulin treatment reduced glycemia, urinary volume and glucose, and increased body weight in both SHR and Wistar (P < 0.01 to P < 0.001). Propranolol, in a dose enough to reduce arterial blood pressure in hypertensive rats, did not alter the metabolic parameters. Insulin increased Slc2a4 mRNA expression in soleus muscle of both groups (P < 0.01); whereas propranolol reduced it only in Wistar rats (P < 0.05). Conversely, in EDL muscle, insulin decreased (P < 0.01) whereas propranolol increased (P < 0.05) the mRNA expression. The association of insulin+propranolol showed that in soleus the effect of insulin was preponderant, whereas in EDL propranolol attenuates the effect of insulin. Importantly, despite the changes induced by treatments, Slc2a4 expression in both muscles was always higher in SHR than in the respective Wistar group (P < 0.01). Finally, the GLUT4 protein expression was regulated similarly to the mRNA modulation, despite some specific discrepancies, which indicate post-transcription regulation. In conclusion, high sympathetic activity of SHR attenuated the diabetes-induced decrease of Slc2a4 expression in soleus and EDL. Additionally, propranolol treatment reinforced the b-adrenergic stimulating effect upon Slc2a4 in soleus, but not in EDL. Considering that GLUT4 content is important for glycemic homeostasis, the present data suggest that autonomic neuropathy can worsen glycemic homeostasis, by inducing further decrease in GLUT4 expression. Financial support: FAPESP (2007/54805-9). PT.032 EXPERIÊNCIA DA ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO AOS PACIENTES AMBULATORIAIS COM DIABETES Trevizani Nitsche MJ1, Olbrich SRLR1, Mori NLR1, Alves MVMFF1, Luppi CHB1 1 Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Enfermagem Introdução: Proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes diabéticos e seus familiares, realizando consulta de enfermagem com orientações quanto ao tratamento, acompanhamento e avaliação da doença. Métodos: Foram atendidos desde 1992 todos os pacientes diabéticos e seus familiares acompanhados no Ambulatório de Diabetes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, todas as quartas feiras, de fevereiro a dezembro, por meio de consulta de enfermagem. A consulta de enfermagem visa direcionar a população, identificando os grupos de risco e promovendo orientação individual e familiar. O enfoque principal é o conhecimento sobre diabetes no processo de autocuidado, verificando: conhecimento sobre a doença, da condição crônica e incapacitante e principalmente os cuidados com a alimentação, com o uso das medicações, cuidados com os pés, necessidade de atividade física, entre outros. Resultados e discussão: Aproximadamente 350 pacientes diabéticos e seus respectivos familiares são acompanhados em atendimento multiprofissional, em que são abordados temas referentes à patologia, aspectos para melhoria da qualidade de vida, complicações da doença e do tratamento, bem como o autocuidado. Já foram elaborados cartilhas, banners, realizadas visitas domiciliares, constatando melhora considerável no controle do diabetes. Já foram publicados vários trabalhos científicos, articulando ensino, pesquisa e extensão, além de proporcionar uma oportunidade aos alunos bolsistas e voluntários, diferentes daquela que ocorre na graduação. No primeiro momento foram avaliados 102 pacientes, com idade entre 19 e 77 anos, 64% mulheres, 36% procedentes de Botucatu e 64% de 15 outras cidades. Em média diabéticos há 11,4 anos e em tratamento no serviço há 7,1 anos. 64% eram aposentados e 4%, desempregados. Em relação à renda familiar, 32% deles têm renda de cinco ou mais salários mínimos Apresentavam alguma doença associada 84% dos pesquisados; 48% desses tinham alguma complicação do diabetes. Quanto aos fatores de risco, 12% identificaram-se como fumantes e 24% como ex-fumantes, 84% apresentavam alguma doença associada, sendo: 76,2% hipertensão arterial, 20% dislipidemia, 20% disfunções tireoidianas, 24% doenças cardiovasculares e 12% depressão. Conclusão: Alguns indivíduos apresentavam S118 mais de um agravo e, por essa razão, o somatório dos indivíduos que apresentavam alguma doença associada ultrapassou 100%. A média do IMC dos pacientes foi de 28,5 kg/m2, valor esse fora do padrão de normalidade, determinante do bom controle da doença. Em relação ao tratamento, 60% estavam em uso exclusivo de insulina, 8% em uso concomitante de insulina e hipoglicemiante oral e 8,32% em uso exclusivo de hipoglicemiantes orais; 56% fazem atividade física, sendo a caminhada a principal. PT.033 IS BODY WEIGHT A RISK FACTOR FOR MORTALITY IN PATIENTS RECEIVING PERITONEAL DIALISIS? Souza Lima T1, Adler AI1 1 Cambridge University – Wolfson Diabetes & Endocrine Clinic Introduction: Obesity is a significant risk factor for cardiovascular and renal diseases in the general population. Yet, a considerable number of studies has shown that increased body mass index (BMI) is negatively correlated with mortality in patients with established chronic renal disease receiving haemodialysis. This apparent paradox is not established in patients receiving peritoneal dialysis. The objective of this work is to critically review the literature available on the association between BMI and mortality in patients receiving peritoneal dialysis. Methods: A systematic literature search was conducted using two databases: Medline and Embase. The main search terms used were BMI, risk factor, mortality and peritoneal dialysis. This search resulted in a total of 335 articles, of which six studies met the inclusion criteria. Two prospective cohorts, three retrospective cohorts, and a case cohort study were reviewed with a total of 29,699 participants. Results: Based on the findings of six studies included in this review, only one small prospective cohort reported that patients with higher BMI had a longer survival time compared to those with normal BMI, one reported the opposite and four described no effect of BMI on mortality. Discussion: In the reviewed literature, there is some evidence that BMI has a neutral effect on mortality in patients receiving PD. For this reason, there is some observational evidence to discourage weight loss in the ESRD population receiving PD. More studies are needed to clarify these findings. PT.034 CONTROLE DIFERENCIADO DA ATIVIDADE SIMPÁTICA EM MÚSCULOS OXIDATIVOS E GLICOLÍTICOS DE RATOS DURANTE O JEJUM PROLONGADO Graça FA1, Lustrino D1, Garófalo MA1, Kettelhut IC2, Navegantes LCC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Fisiologia. 2 FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia Introdução: O sistema nervoso simpático (SNS) é constituído pela inervação noradrenérgica tecidual, cujo neurotransmissor principal é a noradrenalina, e pela porção medular da glândula adrenal, que sintetiza e libera a adrenalina diretamente na circulação. Em estudos anteriores, demonstramos que a remoção cirúrgica da medula da adrenal (adrenodemedulação; ADMX), após 10 dias, promove aumento adicional na degradação de proteínas no músculo glicolítico EDL de ratos jejuados por 48h, sugerindo o papel antiproteolítico da adrenalina. O fato de ele não ter sido observado em um músculo tipicamente oxidativo como o Soleus nos levou a formular a hipótese acerca da existência de um controle diferenciado da atividade simpática em músculos glicolíticos e oxidativos em situações de demanda energética. Materiais e métodos: Para testar essa hipótese, foram utilizados ratos jovens (~80g) divididos em cinco grupos experimentais: 1 – Alimentado, 2 – ADMX Alimentado, 3 – Jejum 48h, 4 – ADMX Jejum 48h e 5 – Jejum 14h. Cada grupo foi subdivido em três subgrupos: 0h – grupo que não recebeu injeções e logo após foi sacrificado; 6h – grupo que recebeu uma única injeção de α-metil-tirosina e foi sacrificado após 6 h; e o grupo 12h – que recebeu duas injeções, a primeira às 21h, a segunda às 2h, sendo então sacrificado após 12 h da primeira injeção. Após o sacrifício, os músculos EDL e soleus foram retirados para avaliar o turnover de noradrenalina (NOR), por meio da inibição da biossíntese RESUMOS DE PÔSTERES de noradrenalina, pela α-metil-tirosina, e a concentração de NOR foi quantificada por HPLC. Resultados: A ADMX aboliu a concentração plasmática de adrenalina e reduziu em 60% a de noradrenalina tanto em ratos alimentados como jejuados. O turnover de NOR, calculado pelo produto da taxa do turnover fracional e o conteúdo endógeno de NOR, foi reduzido em ambos os músculos estudados após 48h de jejum. Essa redução foi 2x maior em músculos EDL do que em soleus. Em ratos alimentos, a ADMX aumentou a atividade noradrenérgica no músculo EDL e soleus. O jejum de 14h, assim como a ADMX em ratos jejuados por 48h, não alterou o turnover de NOR em ambos os músculos. Discussão e conclusão: Os presentes dados mostram que a atividade simpática do músculo esquelético é reduzida em uma situação de jejum prolongado, principalmente em músculos glicolíticos como o EDL. Esse efeito pode ser o responsável pelo aumento exacerbado do catabolismo proteico observado nesse músculo após a deprivação alimentar. O aumento fracional do turnover de NOR muscular observado após a ADMX em ratos alimentados é um mecanismo compensatório em resposta à depleção da adrenalina circulante. Suporte financeiro: FAPESP (Proc. 08/06694-6 e 2010/11015-0). PT.035PPAR-a ANTAGONIST ABOLISHS THE LIPOLYSIS INDUCED BY PALMITOLEIC ACID (N-7) ON 3T3-L1 ADIPOCYTES Lopes AB1, Festuccia W1, Farias TSM1, Torres Leal FL, Chimin P1, Curi R1, Lima FB1, Alonso-Vale MIC2 Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica. 2 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Departamento de Ciências Biológicas 1 Introduction: Palmitoleic acid (16:1,n-7), a fatty acid produced in adipose tissue by de novo lipogenesis, was described as a “hormone”, improving insulin sensibility on liver and muscle. However, effects on adipose tissue were not investigated. Objectives: To evaluate the influence of palmitic and palmitoleic acids in the hidrolysis of triacylglycerides in adipocytes. Methods: 3T3-L1 preadipocytes were cultured in DMEM until confluence. Differentiation was induced two days post-confluence by adipogenic cocktail for 48h. Six days after differentiation, the cells were treated (or not) with n-7 200 µM or Pa 200 µM, for 24h. The rate of lipolysis were estimated. The mRNA content of the lipolytic proteins (ATGL, HSL, MGL, CGI-58 and perilipin) were estimated by real time PCR. PPAR-α (GW6741) and PPAR-γ (GW9662) antagonists were associated to the treatment in order to access the involvement of PPARs in the lipolytic response. Results: An increased lipolysis by adipocytes in the presence of n-7 (245.3 ± 24.1) compared to control (176.8 ± 15.37) and Pa group (172.2 ± 12. nmol/mg), p < 0,05, was observed. The same occurred after stimulation with isoproterenol (Control: 567.8 ± 39.07; Pa: 599.8 ± 21.68; n-7:776.5 ± 42.541 nmol/mg), p < 0,05. When PPAR-α antagonist was associated, this effect was abolished. The mRNA ATGL enzyme expression (1.63 ± 0.29) increased after treatment with n-7 compared to control and Pa (0.99 ± 0.09 and 0.1 ± 0.05, respectively), p < 0.05. However, there was no difference between the groups in relation to HSL, MGL, CGI-58 and perilipin mRNA expression. Conclusion: The palmitoleic (n-7) fatty acid increased the lipolytic activity of 3T3L1 adipocytes accompanied by increased of mRNA ATGL expression. This effect seems to be mediated by PPAR-α pathway. Funding: This research was supported by grants from FAPESP. PT.036 A SUPLEMENTAÇÃO COM L-ALANINA AUMENTA A SECREÇÃO DE INSULINA E O FLUXO DE Ca2+ EM ILHOTAS DE CAMUNDONGOS Araujo TR1, Costa NB1, Miranda HM1, Santos-Silva JC2, Vettorazzi JF2, Boschero AC2, Boschero AC2, Carneiro EM2, Ribeiro RA1 1 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental, Macaé, RJ, Brasil. 2 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia e Biofísica Introdução: O aminoácido (aa) L-arginina (Arg) tem demonstrado potencial terapêutico para obesidade e diabetes do tipo 2. Normalmente, os estudos utilizam como base de comparação dos efeitos da Arg um controle suplementar com outro aa que forneça o mesmo pool de nitrogênio e, dessa forma, exclua que qualquer efeito da Arg possa ocorrer pelo fornecimento de substrato energético adicional. O controle isonitrogenado utilizado com frequência é a L-alanina (Ala). Contudo, Arg e Ala em experimentos de cultura de células beta demonstraram regular a secreção de insulina tanto por meio do seu transporte eletrogênico quanto pelo seu metabolismo, que resulta na formação de glutamato, que por sua vez gera ATP ou age diretamente sobre a exocitose. Portanto, nosso objetivo foi avaliar a tolerância à glicose, secreção de insulina e oscilações citoplasmáticas de íons Ca2+ em ilhotas pancreáticas de camundongos suplementados com Arg ou Ala. Métodos: Camundongos machos C57Bl/6J aos 30 de vida foram distribuídos nos seguintes grupos: controle (CTL); suplementados com 2,55% de Ala (CAla); ou com 1,51% de Arg (CArg), adicionados à água de beber. Aos 90 dias, os camundongos foram pesados e submetidos ao teste de tolerância à glicose. Após, mortos por decaptação, o sangue foi coletado e os órgãos e gorduras pesados. As ilhotas pancreáticas foram isoladas para a avaliação da secreção de insulina e oscilações de Ca2+. Resultados foram analisados por ANOVA de uma via seguida de Newman-Keuls, P < 0,05. Resultados e discussão: Camundongos suplementados com Arg ou Ala não apresentaram alteração na tolerância à glicose (22170 ± 1670 vs. 23101 ± 1369 mg/dl.min-1, respectivamente) quando comparados aos CTL (21309 ± 1198 mg/dl.min-1). O peso corporal, peso de órgãos e de gorduras, bem como os valores plasmáticos de glicose, insulina e triglicerídeos foram similares entre os grupos. Contudo, camundongos CAla apresentaram menor colesterolemia no jejum (102 ± 3 mg/dl) comparados aos CTL (139 ± 13 mg/dl). Ilhotas isoladas de camundongos CAla secretaram mais insulina (1,14 ± 0,11 ng/ilhota.h) em resposta a 11,1 mM de glicose comparado às ilhotas CTL (0,82 ± 0,06 ng/ilhota.h). Porém, ilhotas CArg não apresentaram alteração na secreção nessa condição (1,05 ± 0,09 ng/ilhota.h). Em resposta a 22,2 mM de glicose, a secreção foi similar entre ilhotas CAla (2,67 ± 0,34 ng/ilhota.h), CArg (3,10 ± 0,35 ng/ilhota.h) e CTL (2,41 ± 0,22 ng/ilhota.h). O total de Ca2+ mobilizado em resposta a 11,1 mM de glicose foi maior nas ilhotas CAla (5,19 ± 0,55 F340/F380.min-1) comparado às ilhotas CArg (3,48 ± 0,55 F340/F380.min-1) e CTL (3,29 ± 0,27 F340/F380.min-1). Contudo, a amplitude e a frequência das oscilações citoplasmáticas de Ca2+ não diferiram entre os grupos (CAla 1,43 ± 0,04 e 37 ± 6; CArg 1,3 ± 0,03 e 27 ± 3; CTL 1,3 ± 0,04 e 32 ± 3; respectivamente). Portanto, a suplementação com Ala melhora a resposta secretória da célula beta via aumento do influxo de Ca2+. Sugerimos que a utilização desse aa como controle isonitrogenado possa mascarar as patologias e disfunções metabólicas dos modelos experimentais em estudo, portanto a comparação dos efeitos da Arg sobre o metabolismo e prevenção da obesidade devem ter como base comparativa também animais controles sem nenhuma suplementação. Apoio financeiro: CNPq, FAPESP, FAPERJ. PT.037 O HIPOTIREOIDISMO REDUZ A EXPRESSÃO GÊNICA E A SECREÇÃO DE INSULINA EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE RATOS Francemilson Goulart-Silva1, Caroline Serrano-Nascimento1, Eduardo Rebelato1, Laila R. B. Santos1, Angelo R. Carpineli1, Maria Tereza Nunes1 1 Universidade de São Paulo (USP) Introdução: Sabe-se que os hormônios tireoidianos (HTs) são essenciais para a manutenção da homeostase glicêmica e que a alteração da função tireoidiana está associada à intolerância à glicose. Contudo, poucos estudos exploram o papel dos HTs sobre a célula beta e, no que concerne a isso, os dados presentes na literatura ainda são conflitantes, o que torna esse assunto um importante alvo para investigação. Dessa forma, foi do nosso interesse avaliar a expressão de insulina e sua secreção, induzida por glicose, nas ilhotas pancreáticas de ratos após 40 dias de tireoidectomia (Tx). Métodos: Ilhotas pancreáticas de ratos controle e Tx foram isoladas por digestão enzimática e, em seguida, foram avaliados os seguintes parâmetros: expressão gênica da pró-insulina e estabilidade do seu transcrito por PCR em tempo real e RACE-PAT, S119 RESUMOS DE PÔSTERES respectivamente; expressão da insulina por Western blotting; secreção estática de insulina induzida por glicose e o citoesqueleto de actina por fracionamento e immunoblotting. Resultados: A Tx reduziu tanto o conteúdo do mRNA da pró-insulina quanto o conteúdo de insulina. Em relação ao comprimento da cauda poli(A) desses transcritos, avaliados por RACE-PAT, nenhuma alteração foi observada entre os grupos experimentais, o que nos permite dissociar a redução da expressão da insulina com a estabilidade dos seus transcritos. Tanto a capacidade das ilhotas em secretar insulina quanto o conteúdo desta no interior das células beta estão reduzidos no grupo Tx; entretanto, após normalização do conteúdo secretado de insulina pelo presente na célula beta, nenhuma diferença na secreção foi observada, o que indica que a capacidade de secreção está reduzida no Tx, porque há menos insulina na célula. O conteúdo de actina monomérica (actina G) e filamentosa (actina F) está reduzido nas ilhotas dos animais Tx; contudo, apesar dessa redução, a razão entre actina G e actina F não indica desarranjo do citoesqueleto das ilhotas dos ratos Tx em relação ao grupo controle. Conclusão: Nossos dados nos permitem supor que o hipotireoidismo afeta a expressão da insulina, levando a uma redução do seu conteúdo na célula beta. A secreção de insulina também está diminuída nas ilhotas dos ratos Tx; contudo, essa alteração não parece estar associada à desorganização do citoesqueleto, mas à menor expressão de insulina observada após a tireoidectomia. Suporte financeiro: FAPESP – 2008/56446-9. PT.038 EVALUATION AND PREVALENCE OF CARDIOVASCULAR RISK FACTORS IN JAPANESE-BRAZILIAN OF MOMBUCA, GUATAPARÁ, SP Gomes PM1, Foss-Freitas MC1, Foss MC1 1 Universidade de São Paulo (USP) – Ribeirão Preto – Clínica Médica The objectives of this study were to evaluate in a Japanese-Brazilian community (Mombuca/Guatapará – Brazil), the prevalence of risk factors for CVD and metabolic syndrome (MS). This is a transversal study with male and female Japanese-Brazilians aged greater than or equal to 20 years. This study consisted of interviews with standard socio-cultural/health questionnaire, and clinical and laboratory examination. From 131 participants (67% of the population), mean age of 56.7 ± 15.9 years, 58% were women. In relation to risk factors for CVD, 76.3% had dyslipidemia, 24.4% pre-diabetes (PDM), 10.7% diabetes mellitus (DM), 46.6% hypertension, 52.7% abdominal obesity (AO), and 35.8% SM by IDF/2009 criteria. In the comparison between male and female, the men presented significant higher levels of abdominal circumference (AC), obesity and in systolic and diastolic blood pressure, while the women showed higher blood levels of LDL and triglycerides and low levels of HDL cholesterol. The ankle-brachial index (ABI) did not show correlation with changes in the electrocardiogram (ECG). We observed significant correlations between HOMA-IR index and MS (IDF/2009) (p = 0,02 and < 0,001), respectively) and also with obesity (p = 0,01) in the whole population. In the female group, HOMA-IR correlated with MS frequency (p = 0,004 and < 0,001, respectively), while in the male group we observed correlation between HOMA-IR and overweight status (p = 0,01). There was statistically correlation between HOMA-Beta index and DM. In conclusion, ECG was not a good tool for identify subjects under risk; ABI calculated from dorsalis pedis arteries was better than tibial arteries and there was association between HOMA-IR and SM. PT.039 PERFIL PERIODONTAL DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE EXCESSO DE PESO E COMPONENTES DA SÍNDROME METABÓLICA Santos YMM1, Gaspar CDR2, Rufino LC3, Lima D3, Guimarães AC4, Silva MLLS4, Ladeia AMT4, Gnoato N3, Tunes UR3, Tunes RS3 Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Curso de Odontologia. 2 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Bahiana) – Curso de Odontologia. 3 Bahiana – Curso de Odontologia. 4 Bahiana – Curso de Medicina 1 Introdução: A síndrome metabólica (SM) é um conjunto de alterações sistêmicas (circunferência abdominal aumentada, dislipidemia, S120 glicemia de jejum alterada e hipertensão) que são fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2. Estudos têm demonstrado uma possível associação entre a SM e as doenças periodontais (DP). A condição inflamatória sistêmica subclínica, característica da SM, pode desequilibrar as interações entre as citocinas no periodonto, aumentando a suscetibilidade ou mesmo agravando as DPs. Da mesma forma, estas, relacionadas à alta produção de citocinas pró-inflamatórias, poderiam estar implicadas no aparecimento ou agravamento de diversas condições metabólicas. O objetivo deste trabalho foi avaliar, em pacientes portadores de excesso de peso, a associação entre os componentes da SM e suas condições periodontais. Métodos: Foram avaliados 64 pacientes, entre 30 e 70 anos de idade, do Ambulatório de Obesidade da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Após avaliação física e laboratorial de componentes da SM, estes tiveram sua condição periodontal triada pelo exame periodontal simplificado (PSR), em que o enquadramento do perfil periodontal dos indivíduos foi feito por meio dos códigos: 0, 1, 2, 3 e 4. Os pacientes com códigos 3 e 4 foram submetidos a um exame periodontal completo, de modo que os sítios periodontais sondados foram categorizados nos seguintes grupos: PS1: PS ≤ 3,5 mm; PS2: PS > 3,5 mm e < 5,5 mm; PS3: PS ≥ 5,5 mm. Quando acompanhados de sangramento à sondagem (SS), constituíram, respectivamente, os grupos SS1, SS2 e SS3. A análise estatística, para as variáveis nominais, foi realizada por meio dos testes Qui-Quadrado ou Exato de Fisher. Para a análise das variáveis contínuas foram utilizados os testes Exato de Mann-Whitney e o de Kruskall-Wallis, seguidos pelo teste a posteriori de Mann-Whitney com correção de Bonferroni, assumindo um nível de significância de 5%. Resultados: Dos cinco componentes da síndrome metabólica analisados, a alteração da pressão arterial foi o único componente que mostrou ter associação estatisticamente significativa (p = 0,001) com os indivíduos que apresentaram pior condição periodontal (PSR = 4). Indivíduos com alteração de glicemia tiveram menor porcentagem de sítios na categoria de SS1 (p = 0,01) e maior na de SS2 (p = 0,03) que indivíduos sem qualquer tipo de alteração glicêmica. Conclusão: Dentre os componentes da SM, a alteração dos níveis pressóricos e as alterações glicêmicas mostraram-se associadas a uma pior condição periodontal, sugerindo serem as alterações glicêmicas o principal fator associado a parâmetros clínicos de inflamação periodontal. Agradecimento ao Projeto PEPE sob coordenação de Armênio Guimarães e apoio financeiro FAPESB. PT.040 IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO DENTISTA NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO DIABETES MELLITUS – ESTUDO PILOTO Cardoso TC1, Tunes RS1, Tunes UR1, Barbosa MDS1 1 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Bahiana) – Curso de Odontologia Introdução: Diante da relação bidirecional entre o diabetes mellitus (DM) e condições crônicas, sobretudo as doenças periodontais (DP), a cavidade oral pode apresentar os primeiros sinais ou sintomas que sugeririam o DM não diagnosticado ou mal controlado, apontando para a participação do cirurgião dentista em equipe multidisciplinar. Sabendo-se dessa inter-relação entre DM e cavidade oral, nota-se a importância do cirurgião dentista no diagnóstico precoce do DM, não só por meio do exame oral, mas também pela avaliação do relato e presença de sinais e sintomas na anamnese e exame físico geral e oral, além da utilização de critérios para rastreamento do diabetes em pacientes assintomáticos, definidos pela Associação Americana de Diabetes (ADA). Para avaliar a glicemia em consultório, o cirurgião dentista pode utilizar o glicosímetro portátil e indicar, quando preciso, exames laboratoriais necessários à confirmação do diagnóstico. Assim, esta pesquisa teve por objetivo realizar um estudo piloto para avaliar se a glicemia casual, realizada no momento da consulta odontológica, pode ser usada como fator preditivo para o diagnóstico do diabetes. Métodos: Foi realizado um rastreamento de pacientes diabéticos e pré-diabéticos entre indivíduos assintomáticos, segundo os critérios estabelecidos pela Associação Americana de Diabetes (ADA), a partir de uma consulta casual na Unidade de Triagem e Urgência do cur- RESUMOS DE PÔSTERES so de Odontologia da EBMSP, por meio de entrevistas, utilizando-se formulários, além do exame físico geral, no qual foram mensurados a pressão arterial, peso, altura (para cálculo do IMC). Os pacientes selecionados foram submetidos ao teste de glicemia casual (medida com o glicosímetro portátil, independente do horário da última refeição) e encaminhados para realizarem exame de glicemia em jejum para a confirmação ou não do diagnóstico de diabetes, além daqueles para avaliação do colesterol total, frações e triglicérides. Para avaliar a relação linear entre a taxa de glicemia de jejum e a casual, foi utilizada a correlação de Spearman. Para a análise estatística das demais variáveis contínuas, foram utilizados os testes Exato de Wilcoxon e de Kruskal-Wallis, seguidos pelo teste a posteriori de Mann-Whitney com correção de Bonferroni. Resultados: Foram entrevistados 85 pacientes assintomáticos com indicação de rastreamento para diabetes, que se submeteram ao exame de glicemia casual com o auxílio do glicosímetro. Desses, 25 realizaram a glicemia em jejum, e dois pacientes apresentaram glicemia casual > 200 mg/dl, acompanhada de valores de glicemia em jejum compatíveis com diabetes, enquanto seis deles obtiveram o diagnóstico de glicemia de jejum alterada. Houve diferenças estatisticamente significativas entre as glicemias casuais dos pacientes diabéticos comparadas com as dos não diabéticos e pré-diabéticos (p = 0,038). Demonstrou-se ainda uma correlação positiva e significativa entre a glicemia casual e de jejum nos pacientes investigados (r = 0,472; p = 0,017). Conclusão: Este estudo piloto sugere que a análise da glicemia casual feita em consulta odontológica pode ser uma importante ferramenta no rastreamento bem como no diagnóstico precoce de pacientes diabéticos assintomáticos. PT.041 APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE MULHERES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR TIPO DUNNIGAN Monteiro LZ1, Foss-Freitas MC1, Crescêncio JC2, Gallo Jr. L3, Montenegro Jr. RM4, Foss MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 FMRP-USP – Fisiologia do Exercício – Cardiologia. 3 Hospital das Clínicas da FMRP-USP – Clínica Médica. 4 Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Ceará (UFC) – Endocrinologia e Metabologia Introdução: A lipodistrofia tipo Dunnigan (LD) é caracterizada pela diminuição progressiva do tecido adiposo nas extremidades e tronco e acúmulo de gordura na cabeça, pescoço e tecido adiposo visceral. Está associada com diabetes, dislipidemia e doenças cardiovasculares, compondo a síndrome metabólica (SM) (Garg A. Am J Med. 2000;108:143). Estilo de vida sedentário está entre os fatores de risco para as doenças. A aptidão física é conhecida por ser um poderoso preditor de morbidade e mortalidade de doenças crônicas (Lynn M. Med Sci Sports Exerc. 2006;38:1114). Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a aptidão física relacionada à saúde de mulheres com LD e comparar com grupo de mulheres sadias sem LD (grupo controle). Métodos: Participaram 14 pacientes com diagnóstico clínico e molecular de LD, acompanhadas na Clínica de Diabetes/Metabolismo do HC-FMRP-USP. O grupo controle foi constituído de 14 mulheres voluntárias, saudáveis, pareadas quanto à idade, peso, altura e IMC em relação às pacientes com LD, em que foram verificadas as variáveis antropométricas e a aptidão física (AF). Na AF avaliamos composição corporal (DXA), flexibilidade (flexiteste), resistência muscular abdominal (teste de 1 min), força de preensão manual (dinamômetro manual) e capacidade cardiorrespiratória pelo teste cardiopulmonar máximo, em cicloergômetro, segundo um protocolo em rampa, em que foram obtidos os valores de potência, VO2 e frequência cardíaca (FC) no limiar de anaerobiose ventilatório (LAV) e no pico do esforço. Os dados foram expressos em média ± DP e usamos o teste de Wilcoxon para comparar as variáveis entre os grupos. Foi utilizado o STATA, versão 9.0, e adotado o nível de significância de 5%. Resultados: As mulheres com LD apresentaram idade = 35,8 ± 13 anos, peso = 58,6 ± 5,9 kg, altura = 1,60 ± 0,07 m e IMC = 23 ± 2,1 kg/m2) vs. GC (idade = 35,9 ± 13 anos, peso = 63,9 ± 6,7 kg, altura = 1,60 ± 0,06 m, IMC = 23,2 ± 2,4 kg/m2. Como esperado, a % gordura total (LD = 19,1 ± 4,2% vs. GC = 34,8 ± 5% p < 0,01) e a massa magra total (LD = 41,4 kg vs. GC = 34,1 kg p < 0,01) foram significativamente diferentes entre os grupos. As mulheres com LD apresentaram aumento na flexibilidade da articulação do cotovelo (p = 0,03), diminuição na articulação do tornozelo (p = 0,04) e diminuição na resistência muscular abdominal (p < 0,01) quando comparado ao grupo controle. Não observamos diferença significativa nos valores de preensão manual. Na avaliação cardiorrespiratória, as mulheres com LD tiveram diminuição da frequência cardíaca (p = 0,03) e da potência (p = 0,04) no pico de esforço. Discussão: Uma diminuição dos componentes da aptidão física podem contribuir para as lombalgias, enfermidade que causa limitações nas atividades do cotidiano e um decréscimo na qualidade de vida (Glaner MF. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2003;5:75). Portanto, acredita-se que a manutenção de níveis adequados de aptidão física relacionada à saúde pode contribuir sobremaneira para o aumento da longevidade. Suporte financeiro: FAPESP, CAPES, FAEPA-HC-FMRP-USP. PT.042 DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA VISCERAL E SUBCUTÂNEA EM MULHERES COM LIPODISTROFIA TIPO DUNNIGAN Monteiro LZ1, Foss-Freitas MC1, Elias J Jr.1, Montenegro Jr. RM2, Foss MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 Hospital Universitário da Universidade Federal do Ceará (UFC) – Endocrinologia e Metabologia Introdução: As lipodistrofias fazem parte de um grupo clinicamente heterogêneo de doenças hereditárias ou adquiridas caracterizadas pela perda seletiva ou total de tecido adiposo. Alguns pacientes afetados são predispostos tanto à resistência à insulina como ao desenvolvimento de doenças correlatas, como obesidade visceral, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus tipo 2 (DM2), dislipidemia, doença arterial coronariana (DAC), esteato-hepatite e síndrome dos ovários policísticos (SOP) (Garg A. N Engl J Med. 2004;350:1220). Em lipodistrofias familiares, a ressonância magnética nuclear (RMN) tem sido comumente utilizada para avaliação de deposição de gordura visceral intermuscular (Grundy SM. Arterioscler Thromb Vasc Biol. 2004;24:13). Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a distribuição da gordura visceral e subcutânea em mulheres com lipodistrofia tipo Dunnigan (LD) e compará-las com mulheres sem LD (grupo controle). Métodos: Participaram 13 pacientes com diagnóstico clínico e molecular de LD, acompanhadas na Clínica de Diabetes/Metabolismo do HC-FMRP-USP. O grupo controle foi constituído de 11 mulheres voluntárias, saudáveis, pareadas quanto a idade, peso, altura e IMC em relação às pacientes com LD, sendo verificadas as variáveis antropométricas, % de gordura pelo DXA e a distribuição da gordura visceral (GV) e subcutânea (GS) pela técnica de RMN. Os dados foram expressos em média ±DP e usamos o teste t-Student para comparar entre os grupos. Foi utilizado o STATA, versão 9.0, e adotado o nível de significância de 5%. Resultados: As mulheres com LD apresentaram (idade = 36,4 ± 14 anos, peso = 58,2 ± 5,9 kg, altura = 1,59 ± 0,07 m e IMC = 22,9 ± 2,2 kg/m2 e circunferência abdominal = 77,08 ± 5,1 cm) vs. GC idade = 33,8 ± 13 anos, peso = 63,9 ± 4,7 kg, altura = 1,59 ± 0,07 m, IMC = 22,9 ± 2,0 kg/m2 circunferência abdominal = 73,5 ± 4,6 cm. Como esperado, as mulheres com LD apresentaram uma diminuição da % de gordura (MMSS = 29,4 ± 10,7%, MMII = 26,9 ± 5,5%, tronco = 23,6 ± 5,1%, % total = 19,1 ± 4,2 p = <0,01 vs. GC: MMSS = 71,4 ± 16,6%, MMII = 77,5 ± 8,9%, tronco = 31,2 ± 6,3%, % Total = 34,8 ± 5,1) e aumento na GV (8103,4 ± 3866,3 mm2 vs. GC = 5629,1 ± 4000,7 mm2 p = 0,23) e GS (4139,7 ± 2978,2 mm2 vs. GC = 21726,2 ± 4712,7 mm2 p = < 0,01). Das 13 pacientes com LD, 9 (64,2%) apresentaram esteatose hepática. Discussão: Nossos estudos estão em concordância com os de Ludtke et al. (2005), em que os autores avaliaram 18 mulheres com LD, pela técnica de RMN, e confirmaram a presença de esteatose hepática e síndrome metabólica. De acordo com esses autores, a esteatose hepática é uma característica comum na LD causada pela mutação no gene LMNA. Suporte financeiro: CAPES e FAEPA-HC-FMRP-USP. S121 RESUMOS DE PÔSTERES PT.043 CORRELAÇÃO ENTRE PERFIL METABÓLICO E COMPOSIÇÃO CORPORAL EM MULHERES COM LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR Monteiro LZ1, Foss-Freitas MC1, Pereira FA1, Montenegro Jr RM2, Foss MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 Hospital Universitário da Universidade Federal do Ceará (UFC) – Endocrinologia e Metabologia Introdução: A lipodistrofia parcial familiar tipo Dunnigan (LPFD) é uma doença rara caracterizada por hipertrigliceridemia e resistência à insulina. Pacientes afetados geralmente apresentam perda regionais de gordura corporal e hipertrofia muscular (Garg A. Bioch Biophys Acta. 2009;1791:507). Assim, o objetivo foi verificar a correlação entre o perfil metabólico e composição corporal em mulheres com e sem LPFD. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e transversal conduzido em 14 mulheres diagnosticadas com LPFD, seguidas na Clínica de Diabetes/Metabolismo do HC-FMRP-USP. O grupo controle foi constituído de 14 mulheres voluntárias, saudáveis, pareadas quanto a idade, peso, altura e IMC em relação às pacientes com LD, sendo verificadas as variáveis antropométricas e composição corporal (DXA). O sangue foi coletado após jejum de 12 h para análise de glicemia, hemoglobina glicada (HbA1c), insulina, colesterol total (CT), triglicérides (TG), HDL-colesterol e ácido úrico. Na análise estatística, utilizamos o STATA, versão 9.0, o teste de Wilcoxon, para comparação entre os grupos e para verificar a correlação entre as variáveis, utilizamos o coeficiente de correlação de Spearman (rs). O nível de significância foi p < 0,05. Resultados: As mulheres com LPFD apresentaram idade = 35,8 ± 13 anos, peso = 58,6 ± 5,9 kg, altura = 1,60 ± 0,07 m e IMC = 23 ± 2,1 kg/m2) vs. GC (idade = 35,9 ± 13 anos, peso = 63,9 ± 6,7 kg, altura = 1,60 ± 0,06 m, IMC = 23,2 ± 2,4 kg/m2. Como esperado, a % gordura total (LPFD = 19,1 ± 4,2% vs. GC = 34,8 ± 5% p < 0,01) e massa magra total (LPFD = 41,4 kg vs. GC = 34,1 kg p < 0,01) foram significativamente diferentes entre os grupos. Verificamos correlações no grupo das mulheres com LPFD entre: gordura total (%) e ácido úrico (rs = 0,77; p = 0,00), gordura troncular (%) e ácido úrico (rs = 0,74; p = 0,00), gordura troncular (g) e ácido úrico (rs = 0,59; p = 0,03), massa magra troncular (g) e ácido úrico (rs = -0,59; p = 0,03), gordura troncular (g) e colesterol total (rs = 0,54; p = 0,05), gordura de membros superiores (%) e ácido úrico (rs = 0,52; p = 0,05), gordura de membros inferiores (%) e ácido úrico (rs = 0,53; p = 0,05), massa magra total (g) e ácido úrico (rs = -0,57; p = 0,03), massa gorda total (g) e ácido úrico (rs = 0,53; p = 0,05). As análises de correlação da glicose de jejum, HbA1c, insulina, HDL-colesterol e triglicérides com as variáveis da composição corporal não apresentaram resultado significativo. Discussão: Nossos resultados concordam com os de Hartmut (2001), que avaliaram uma família com LPFD e observaram que a maioria apresentava níveis séricos elevados do perfil metabólico, principalmente glicemia, insulina e triglicérides. A identificação precoce das pacientes com LPFD possibilita intervenção mais efetiva no tratamento deles. A dislipidemia é uma característica proeminente e precoce na LPFD. Suporte financeiro: CAPES, FAEPA-HC-FMRP-USP. PT.044 NÍVEIS DE VITAMINA D E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM UM GRUPO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 Savoldelli RD1, Passone CGB1, Oliveira LS1, Manna TD1, Menezes-Filho HC1, Damiani D1 1 Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Unidade de Endocrinologia Pediátrica Introdução: Portadores de diabetes mellitus tipo 1 (DM1) podem apresentar alterações de densidade mineral óssea (DMO) e maior risco e fraturas na vida adulta. Níveis insuficientes de vitamina D (VitD) e osteopenia têm sido descritos em crianças e adolescentes diabéticos (Hamed et al. Pediatric Diabetes. 2011;12(6):536). Os objetivos deste estudo foram determinar a prevalência da insuficiência em VitD e avaliar a DMO em um grupo de crianças e adolescentes portadores de S122 DM1 e as características clínicas associadas a elas. Métodos: Foram avaliados 89 crianças e adolescentes (60 do sexo feminino), entre 5 e 17 anos de idade com diagnóstico de DM1. A população foi classificada como insuficiente e suficiente em vitD conforme os níveis de 25OHVitD < 30 e > 30 ng/ml, respectivamente. O z-score de DMO de coluna lombar foi classificado como inadequado e adequado (<-2,0 e >-2,0, respectivamente) de acordo com o resultado da absorciometria de raios-x de dupla energia (DEXA), realizado em aparelho Hologic. Idade, tempo de doença, PTH sérico, calciúria e HbA1c foram comparados por teste t não paramétrico e gênero pelo teste de Fisher ou qui-quadrado. Foi considerado p significativo quando < 0,05. Resultados: Insuficiência em VitD foi encontrada em 77% dos pacientes. O grupo insuficiente em vitD caracterizou-se por idade mais elevada (11,0 ± 3,5 vs. 8,8 ± 2,8anos; p < 0,05) e maior tempo de doença (6,2 ± 3,6 vs. 3,2 ± 2,5 anos; p < 0,01). O z-score de DMO lombar foi inadequado (<-2,0) em 27% dos pacientes, no entanto não houve correlação com o status de VitD. Não houve diferença significativa na comparação das outras variáveis entre os grupos. Discussão: Nessa população procedente de país tropical encontramos 77% de insuficiência em VitD, associada principalmente com idade mais avançada e maior tempo de doença, porém não houve relação com o z-score de DMO lombar. PT.045 PARTICIPATION OF LIVER HNF-1α, -3β AND -4α AT SLC2A2 GENE UP-REGULATION IN DIABETES MELLITUS AND DOW-REGULATION IN INSULIN TREATMENT David-Silva A1, Freitas HS1, Furuya DT1, Poletto AC1, Okamoto MM1, Poças-Silva T1, Sabino-Silva R2, Machado UF1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) Fisiologia e Biofísica. 2 Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade de Federal de Alagoas (UFAL) Introduction: In diabetes mellitus, increased expression of SLC2A2 (GLUT2 gene) may be associated with NASH (Nonalcoholic Steatohepatitis), determined by changes in transcriptional activity of HNF1α, HNF-3β and HNF-4α. Thus, it is expected that the regulation of the expression of SLC2A2 in diabetes mellitus, may help to establish preventive or therapeutic mechanisms of NASH, involving control hepatic glucose flux in this disease. The aim of present study was to investigate the role of HNFs (1α, 3β, 4α) at SLC2A2 in liver of diabetic and insulin treated diabetic rats. Methods: We studied 3 month old Wistar rats, randomly allocated into non diabetic (C), diabetic (D), diabetic treated with saline (DS) and insulin (I-1, 4 and 6 days of treatment). The experimental protocols were submitted to the Ethics Committee for Experimentation with Laboratory Animals of the ICB-USP (protocol 41/2009). Diabetes was induced by single endovenous dose of alloxan (38 mg/kg). The mRNA of SLC2A2, HNF1α, HNF-3β and HNF-4α was analyzed by RT-PCR. The HNF-1α, HNF-3β and HNF-4α binding activity of nuclear protein into GLUT2 promoter was analyzed by Eletrophoretic Mobility Assay. Results: In comparison to C, D rats showed: hyperglycemia, polyuria, glycosuria without ketonuria, less gain of weight; increase of: I) SLC2A2 (P < 0,0001), HNF1α (P < 0,05), HNF3β (P < 0,01) and HNF4α (P < 0,05) mRNA expression, II) bindig activity of HNF1α (P < 0,05), HNF3β (P < 0,01) and HNF4α (P < 0,05) into SLC2A2. In comparison to DS, DI rats showed: reduction of glycemia, increased of body weight; decrease of: I) mRNA expression: GLUT2 after 4 and 6d (P < 0,001), HNF1α after 6d (P < 0,05), HNF3β after 4 and 6d (P < 0,001) and HNF4α after 6d (P < 0,05), II) binding activity into SLC2A2: HNF1α after 4 and 6d (P < 0,01), HNF3β after 1, 4 (P < 0,05) and 6d (P < 0,01) and HNF4α after 6d (P < 0,05). Conclusion: The SLC2A2 overexpression is related to expression and activity of HNFs (1α, 3β, 4α). Furthermore, insulin therapy-induced regulation of SLC2A2 expression also involves HNFs. Considering the importance of the GLUT2, we hope that the knowledge of the SLC2A2 transcriptional regulation may contribute to control gene expression in diabetes mellitus involving preventive mechanisms of NASH. Support: FAPESP 2009/0371-7. RESUMOS DE PÔSTERES PT.046 ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS OLEICO E LINOLEICO REDUZEM A EXPRESSÃO DO GLUT4 VIA NF-kB E SREBP-1 EM CÉLULAS MUSCULARES L6 Poletto AC1, Furuya DT1, David-Silva A1, Silva PE1, Lellis-Santos C1, Anhê GF2, Bordin S1, Machado UF1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Farmacologia Introdução: O aumento nos níveis circulantes de ácidos graxos insaturados (AGIs) e o acúmulo ectópico de gordura estão relacionados com redução na sensibilidade à ação da insulina em músculo esquelético e tecido adiposo. Ambos os tecidos supracitados expressam a isoforma transportadora de glicose GLUT4 e, por causa desse aspecto, são considerados importantes sítios de captação de glicose em resposta ao estímulo insulínico. A diminuição na expressão e/ou na densidade desse transportador na superfície celular podem estar relacionados com o quadro de resistência à insulina, comum na obesidade e no diabetes melito. Ácidos graxos e/ou seus metabólitos bioativos podem controlar a expressão e a atividade dos fatores transcricionais, PPARγ (do inglês, peroxisome proliferator-activated receptor γ), LXRα (do inglês, liver X receptor a), SREBP-1 (do inglês, sterol regulatory element binding protein 1), NF-κB (do inglês, nuclear factor kappa B) e HIF-1α (do inglês, hypoxia inducible factor – 1α), já descritos como reguladores do gene Slc2a4, que codifica a proteína GLUT4. De acordo com esses aspectos, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dos AGs insaturados oleico (OFA) (C18:1, n9) e linoleico (C18:2, n6) (LFA), muito consumidos na dieta ocidental, na regulação da expressão do gene Slc2a4 e a participação dos fatores transcricionais acima citados no controle desse mecanismo. Métodos: Células musculares diferenciadas pertencentes à linhagem L6 foram mantidas em meio DMEM/BSA1% e expostas a diferentes concentrações dos ácidos graxos OFA (12.5-400 µM) e LFA (50-400 µM), por 16h. Após esse período, foram coletadas amostras para avaliar a expressão proteica do GLUT4 por Western blotting. Apenas três concentrações para OFA (25, 50 e 200 µM) e LFA (50, 200 e 300 µM) foram selecionadas para análise do mRNA do GLUT4, NF-κB, SREBP-1c, PPARγ, HIF-1α e LXRα por Real Time PCR e atividade de ligação de fatores transcricionais ao gene Slc2a4 por EMSA (NF-κB, HIF-1α) e ChIP Assay (SREBP-1c, PPARγ e LXRα). Resultados: Uma redução significativa no conteúdo proteico GLUT4 foi observada na presença de OFA (50, 100, 200, 300 e 400 µM) e LFA (300 e 400 µM). Em todas as concentrações analisadas dos ácidos graxos OFA (25, 50 e 200 µM) e LFA (50 200 e 300 µM), foi verificada redução significativa na expressão do mRNA de GLUT4 e SREBP-1c. Adicionalmente, ambos os tratamentos resultaram em um aumento na expressão do mRNA de NF-κB (OFA – 200 µM; LFA – 200 e 300 µM), LXRα (OFA – 50 e 200 µM; LFA – 300 µM), HIF-1α (OFA – 200 µM; LFA – 200 e 300 µM) e PPARγ (LFA – 300 µM). Em relação à atividade de ligação ao gene Slc2a4, foi verificado aumento na ligação de NF-κB (OFA – 50 e 200 µM; LFA – 200 e 300 µM) e diminuição de SREBP-1 (OFA – 25 e 200 µM; LFA – 50, 200 e 300 µM) e PPARγ (LFA – 50, 200 e 300 µM). Nenhuma alteração quanto à ligação de HIF-1α e LXRα ao gene Slc2a4 foi observada. Conclusão: Ambos os ácidos graxos, oleico e linoleico reduzem cronicamente a expressão do GLUT4. Esse efeito advém de um aumento e diminuição na ligação dos fatores transcricionais NF-κB e SREBP-1 respectivamente, aos seus sítios de ligação específicos localizados na região promotora do gene Slc2a4. Apoio financeiro: FAPESP 07/56091-3. PT.047 REDUÇÃO NO CONTEÚDO DE COLESTEROL MELHORA A MOVIMENTAÇÃO DE CÁLCIO E A SECREÇÃO DE INSULINA ESTIMULADA POR GLICOSE EM ILHOTAS DE CAMUNDONGOS KNOCKOUT PARA O RECEPTOR DE LDL (LDLR-/-) Souza JC1, Vanzela EC1, Ribeiro RA2, Oliveira CAM3, Carneiro EM1, Oliveira HCF1, Boschero AC1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Biologia Estrutural e Funcional. 2 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé. 3 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Departamento de Biociências Introdução: Mudanças nas concentrações celulares de colesterol podem contribuir para a disfunção das células beta. Ilhotas de camun- dongos LDLR-/- apresentam maior conteúdo de colesterol e menor secreção de insulina em relação a camundongos wild-type (WT). Nesse estudo investigamos a associação entre conteúdo de colesterol, movimentação de cálcio intracelular e secreção de insulina em ilhotas de camundongos LDLR-/-. Métodos: Ilhotas recém-isoladas foram utilizadas para os ensaios de: secreção de insulina (radioimunoensaio); conteúdo de colesterol (ensaio fluorimétrico, Amplex Red®); movimentação de cálcio citosólico (Fura 2-AM) e conteúdo das proteínas SNARE (VAMP-2, Sintaxin 1A, SNAP-25) (Western blot). A depleção do conteúdo de colesterol foi realizada pela incubação das ilhotas com diferentes concentrações de metil-beta-ciclodextrina (MbCD) (0-10 mmol/l) por 1 hora. Resultados: Ilhotas de camundongos LDLR/apresentaram redução na área sob a curva (AUC) das oscilações de cálcio citoplasmático e menor liberação de insulina em ambas primeira e segunda fases de secreção em comparação às ilhotas de camundongos WT. O conteúdo das proteínas VAMP-2 e SNAP-25 mostrou-se reduzido em relação às ilhotas de camundongos WT. Após incubação com 1 mmol/l de MbCD, o conteúdo de colesterol nas ilhotas dos camundongos LDLR-/- se assemelhou ao das ilhotas controle WT (sem tratamento com MbCD). A AUC das oscilações de cálcio e a secreção de insulina, estimuladas por glicose, foram progressivamente maiores com o aumento nas concentrações de MbCD em ilhotas de camundongos LDLR-/-. A AUC das oscilações de cálcio e a secreção de insulina, estimuladas por glicose, em ilhotas tratadas com 1 mmol/l de MbCD foram semelhantes às observados em ilhotas controle WT sem tratamento com MbCD. Conclusão: Os resultados mostraram que o excesso de colesterol nas ilhotas dos camundongos LDLR-/- prejudica a movimentação de cálcio e consequentemente a secreção de insulina. A redução do conteúdo de colesterol nessas ilhotas reverteu essas alterações, apesar das concentrações reduzidas das proteínas VAMP-2 e SNAP-25. Suporte financeiro: FAPESP, CNPq e CAPES. PT.048 SISTEMA UBIQUITINA-PROTEASSOMA E O CONTROLE HIPOTALÂMICO DO BALANÇO ENERGÉTICO: IMPLICAÇÕES NA FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE Ignacio-Souza LM1, Bombassaro B1, Razolli DS1, Portovedo M1, Pascoal LB1, Coope A1, Moura RF1, Milanski M1, Velloso LA1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Dentre os fatores ambientais que contribuem para o desenvolvimento de obesidade, os ácidos graxos saturados presentes na dieta levam ao desenvolvimento de inflamação e resistência hipotalâmica à ação dos hormônios leptina e insulina. Estudos recentes têm revelado que, diante de situações que oferecem risco de dano celular, ativam-se, com frequência, sistemas de homeostase proteica, como o sistema ubiquitina-proteassoma (UPS). Nesse sistema, a marcação de proteínas pela ubiquitinação deve estar sincronizada com a degradação dos agregados pelo proteassoma, a fim de manter a proteostase celular. Assim, nosso objetivo foi investigar as modulações no sistema UPS em animais submetidos à dieta hiperlipídica (HFD). Camundongos Swiss, C57Bl/6, C3HePass ou mutantes para TLR4 e TNFa foram submetidos a diferentes tempos de dieta hiperlipídica e/ou a injeções intracerebroventriculares (icv) com moduladores da via UPS. A análise em varredura por Real Time-PCR de 84 genes envolvidos na via UPS revelou que, dos 7,1% dos genes modulados positivamente em animais alimentados com dieta hiperlipídica, a maioria representa aqueles que codificam proteínas do tipo E3ligase, que promovem a ubiquitinação de substratos celulares. Quando avaliamos o conteúdo proteico de alguns componentes da via em animais que são parcialmente protegidos da obesidade induzida por dieta (mutantes de função de TLR4 e TNFa), verificamos um aumento da expressão do proteassoma em animais TNFa independentemente da exposição à HFD (Two-way ANOVA, p < 0,05), bem como aumento de proteassoma e da deubiquitinase A20 em animais TLR4 (Two-way ANOVA, p < 0,05). Camundongos Swiss submetidos a oito semanas de HFD exibem diminuição do conteúdo proteico de ubiquitina (p < 0,05) e aumento de proteassoma e A20 (p < 0,05). Em contrapartida, com 16 semanas de HFD, o perfil é oposto, com aumento também de outro marcador de agregado proteico, a proteína adapS123 RESUMOS DE PÔSTERES tadora p62 (p < 0,05). Esses resultados foram confirmados por meio das imagens de imunofluorescência em cortes hipotalâmicos marcados com anticorpos contra ubiquitina, p62 e contracoloração com DAPI. Ainda, as imagens revelaram marcações específicas no núcleo arqueado do hipotálamo, que recebe as informações provenientes da periferia sinalizando para o controle do balanço energético. Corroborando isso, a administração icv de um inibidor irreversível do proteassoma (lactacistina) diminui de maneira dose-dependente o conteúdo de ubiquitina e p62 (p < 0,05), sugerindo uma ativação da via autofágica no clearance de agregados proteicos, que, quando inibida por exposição à dieta hiperlipídica durante oito semanas, reverte esse perfil de expressão, bem como a ingestão alimentar e o peso corporal. Assim, nossos resultados sugerem um importante papel do sistema UPS durante o desenvolvimento da obesidade, indicando que, pelo menos em parte, a falha desse sistema gera o acúmulo de agregados proteicos que podem contribuir para a lesão hipotalâmica observada. Apoio: FAPESP. PT.049 T3 REDUZ A GLICEMIA E MELHORA A SENSIBILIDADE À INSULINA EM RATOS DIABÉTICOS Teixeira SS1, Panveloski-Costa AC1, Goulart-Silva F1, Poyares LL1, Nunes MT1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica 1 Introdução: O HT aumenta a expressão e atividade de enzimas das vias glicolítica e oxidativa, acelerando o processo de metabolização da glicose e reduzindo seu conteúdo intracelular, gerando um gradiente que favorece sua entrada nas células. Além disso, o HT aumenta a expressão do GLUT4, principal transportador de glicose do tecido muscular esquelético e adiposo. Essas ações demonstram o importante papel fisiológico do HT na regulação da homeostase glicêmica. Contudo, no hipertireoidismo observa-se um aumento da glicogenólise e gliconeogênese, com consequente desenvolvimento de um quadro de intolerância à glicose. Todavia, o aumento da taxa metabólica observada no hipertireoidismo leva à perda de peso, condição conhecida por melhorar a sensibilidade à insulina. O conjunto desses dados demonstra que algumas ações do HT, se estimuladas, poderiam trazer contribuição importante para a manutenção da homeostase glicêmica, ao contrário de outras ações que a comprometem. Considerando o exposto acima, o presente trabalho teve o objetivo de avaliar, em ratos diabéticos, o efeito do tratamento crônico com T3 sobre a homeostase glicêmica. Para tal, avaliamos os seguintes parâmetros: teste de tolerância à insulina (ITT), níveis plasmáticos de glicose, conteúdo de GLUT-4 presente na membrana plasmática, assim como a expressão renal da isoforma 2 do transportador de glicose acoplado ao Na+ (SGLT-2). Métodos: Ratos machos da cepa Wistar foram separados nos seguintes grupos experimentais: controle, diabético e diabético tratado com T3 (1,5 µg/100 g de PC) por quatro semanas. O diabetes foi induzido por uma única administração intraperitoneal de 150 mg/kg de monohidrato de aloxana após 16 horas de jejum. Foram considerados diabéticos e aptos para o tratamento com T3 somente os animais que apresentaram glicemia superior a 250 mg/dl. Os animais foram sacrificados e os seguintes tecidos removidos: rins para avaliar a expressão de SGLT-2 e soleus e EDL para avaliar o conteúdo de GLUT-4 presente na membrana plasmática. Resultados: Os ratos diabéticos tratados com T3 apresentaram redução da glicemia e melhora da sensibilidade à insulina em relação ao grupo não tratado. O T3 aumentou o conteúdo de GLUT-4 presente na membrana plasmática do músculo esquelético dos ratos diabéticos e também reduziu o conteúdo de SGLT-2 no córtex renal. Discussão: Nossos dados sugerem que o T3 aumentou a captação de glicose pelo músculo esquelético via maior conteúdo de GLUT-4 presente na membrana plasmática dessas células, bem como reduziu a reabsorção de glicose pelos rins, já que a expressão do SGLT2 apresentou-se reduzida pelo tratamento hormonal, mecanismos que, em conjunto, levam à melhoria da glicemia dos animais diabéticos. Embora o uso do T3 como agente terapêutico seja inviável, é válido comentar que a elucidação dos mecanismos moleculares pelos quais ele age, melhorando a glicemia e a sensibilidade à insulina, nos permite pensar na elaboração de fármacos capazes de agir por meio dessa via para melhorar o quadro de diabetes. FAPESP 2010/18151-7. S124 PT.050 ATIVAÇÃO DAS VIAS PROTEOLÍTICAS LISOSSOMAL E UBIQUITNA-PROTEASSOMA EM CORAÇÃO DE RATOS DIABÉTICOS E CARDIOMIÓCITOS EM JEJUM Paula-Gomes S1, Zanon NM2, Gonçalves DAP2, Filippin EA1, Navegantes LCC2, Kettelhut IC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Bioquímica e Imunologia. 2 FMRP-USP – Fisiologia Introdução: Estudos prévios de nosso laboratório demonstraram que a deficiência de insulina promoveu perda da massa muscular esquelética em ratos diabéticos por causa do aumento da atividade dos processos proteolíticos dependente de Ca2+ e de ubiquitina-proteassoma (UPS), após um e Três dias à administração de estreptozotocina (STZ). A importância da insulina no controle do metabolismo proteico em tecido cardíaco tem sido pouco estudada. Este trabalho teve como objetivo investigar o controle da massa muscular cardíaca pela insulina, avaliando o seu papel na atividade dos sistemas proteolíticos lisossomal e UPS em ratos diabéticos e em cultura de cardiomiócitos, bem como a participação das proteínas AKT/Foxo envolvidas na via intracelular de sinalização da insulina. Métodos: Estudos in vivo: ratos machos Wistar (70-80 g) divididos em três grupos: animais controle, diabéticos (três dias após administração de STZ 135bmg/kg, i.v.) e diabéticos tratados com insulina (4U de insulina por três dias, s.c.). Foram analisados o conteúdo das proteínas autofágicas (Gabarapl e LC3 II), bem como o estado de fosforilação das proteínas AKT/Foxo por Western blotting e quantificada a expressão do RNAm dos genes atróficos Gabarapl, LC3, MuRF1, atrogina-1 e catepsina L por RT-qPCR. Estudos in vitro: culturas primárias de cardiomiócitos de ratos neonatos divididos em três grupos: controle, jejum (2 horas) e jejum (2 horas) + insulina (1 hora). Foram quantificadas a expressão do RNAm dos genes atróficos Gabarapl, LC3, MuRF1, atrogina-1 e catepsina L por RT-qPCR e a fosforilação das proteínas AKT/Foxo por Western blotting. Resultados: Os animais diabéticos apresentaram aumento no conteúdo proteico da LC3II (43%) e aumento na expressão do RNAm dos genes autofágicos LC3 (2x), catepsina L (2x) e Gabarap (7x) e das enzimas E3 ligases MuRF1 (5x) e atrogina-1 (7x), envolvidas na atividade UPS. O tratamento com insulina foi capaz de bloquear todas as alterações observadas no coração de ratos diabéticos. Foram observadas diminuição no conteúdo proteico da Akt (22%) e nas fosforilações em seus resíduos de serina473 e treonina308 (43% e 41%, respectivamente) e na fosforilação de Foxo3a (28%). A administração de insulina reestabeleceu o conteúdo proteico e fosforilações da Akt e Foxo3a no coração desses animais. Em cardiomiócitos submetidos ao jejum por 2 horas foram observados: aumento da expressão do RNAm da Gabarap, LC3, catepsina L, MuRF1 e atrogina-1 e diminuição da fosforilação da Akt em seu resíduo de serina473. A incubação dos cardiomiócitos em jejum com insulina reduziu o RNAm dos genes autofágicos e das E3-ligases e aumentou a fosforilação da Akt. Discussão: Os resultados mostram que a ausência de insulina promoveu a ativação das vias proteolíticas lisossomal e UPS no coração e em cultura de cardiomiócitos de ratos. Esses achados sugerem que a insulina regula a atividade desses sistemas proteolíticos no tecido cardíaco com a participação de Akt/Foxo, proteínas-chave de sua via de sinalização. Apoio financeiro: CNPq, CAPES e FAPESP. PT.051 AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE RECEPTORES DE INCRETINAS E DO ÍNDICE DE APOPTOSE EM ILHOTAS DE RATO EXPOSTAS A OLIGÔMEROS DE AMILINA HUMANA E À LIPOTOXOCIDADE Oliveira ER1, Costal FSL1, Raposo ASA1, Giannella-Neto D2, CorrêaGiannella MLC1 1 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM 25). 2 FMUSP – Laboratório de Gastroenterologia Clínica e Experimental (LIM 7) Introdução: Durante a progressão do diabetes mellitus tipo 2 (DM2), observa-se uma perda da massa de células β por apoptose provocada por diversos fatores, entre eles o depósito amiloide, cujo principal constituinte é a amilina. Ainda há dúvidas acerca dos mecanismos en- RESUMOS DE PÔSTERES volvidos na citotoxicidade provocada pela amilina sobre as células β e sua interação com outros fatores presentes no DM, como a lipotoxicidade. O objetivo deste estudo é avaliar a expressão de receptores de incretinas e o índice de apoptose em ilhotas pancreáticas expostas a oligômeros de amilina humana e sua modulação pela lipotoxicidade. Métodos: Ilhotas isoladas de ratos Wistar foram mantidas em cultura e tratadas com oligômeros de amilina (10 mM) na presença ou não de palmitato (0,5 mM). Após o tratamento, as ilhotas foram submetidas à avaliação: (1) da expressão do mRNA de Gipr e Glp1r por RT-qPCR após 4, 8, 24 e 48 h de tratamento, (2) da expressão das proteínas GIPR e GLP1R por Western blot após 12 h de tratamento e (3) do índice de apoptose pela quantificação da atividade de caspase-3 após 48 h de exposição. Resultados: O tratamento das ilhotas com oligômeros de amilina não modulou a expressão do mRNA de Gipr e Glp1r, após 4 h, mas reduziu a expressão do mRNA desses genes após 8 e 24 h e aumentou após 48 h. A adição de palmitato não modificou o padrão de expressão do mRNA de Gipr e Glp1r em nenhum dos tempos estudados. A avaliação da expressão do GIPR e GLP1R por Western blot não revelou modulação dessas proteínas pelos oligômeros de amilina após o tratamento por 12 h. A amilina aumentou o índice de apoptose das ilhotas após 48 h de exposição e o palmitato não potencializou o efeito pró-apoptótico da amilina. Discussão: A modulação negativa do mRNA do Gipr e Glp1r observada em 8 e 24 h poderia ser um mecanismo adicional pelo qual o depósito amiloide exerce seus efeitos deletérios sobre as células β, contribuindo para a diminuição do efeito incretina observado em portadores de DM2, no entanto, essa hipótese somente será confirmada pela diminuição da expressão dessas proteínas, o que não foi observado no período de tempo avaliado. A modulação na expressão do mRNA dos receptores de incretinas pela amilina e seu efeito pró-apoptótico sobre as ilhotas não parecem ser influenciados pela lipotoxicidade. FAPESP 2009/03775-8. PT.052 BENFOTIAMINA E MITO Q PROTEGEM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE RATO EM CULTURA DOS EFEITOS PRÓAPOPTÓTICOS DOS PRODUTOS FINAIS DE GLICAÇÃO AVANÇADA (AGES) Costal FSL1, Oliveira ER1, Raposo ASA1, Machado-Lima A2, Peixoto EBMI3, Lopes Faria JB3, Giannella-Neto D4, Passarelli M2, CorrêaGiannella MLC1 1 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM-25). 2 FMUSP – Laboratório de Lípides (LIM10). 3 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Laboratório de Fisiopatologia Renal da Divisão de Nefrologia. 4 FMUSP – Laboratório de Gastroenterologia Clínica e Experimental (LIM-7) Introdução: A perda da função das células beta acelera a deterioração do controle metabólico em pessoas com diabetes tipo 2. Além da lipoe da glicotoxicidade, os AGEs parecem contribuir para esse processo, promovendo a apoptose das ilhotas pancreáticas. Em outros tecidos, os AGEs interagem com seu receptor específico (RAGE), produzindo espécies reativas de oxigênio (ROS) e ativando o NF-kB. Métodos: Para investigar o efeito temporal dos AGEs sobre a apoptose de ilhotas, bem como o potencial de compostos antioxidantes para diminuir danos causados pelos AGEs, ilhotas pancreáticas de ratos foram tratadas durante 24, 48, 72, 96 h com AGEs gerados a partir de coincubação de albumina de soro bovino (BSA) com D-gliceraldeído (GAD, 5 mg/ml) ou tampão fostato (controle). A apoptose foi avaliada pela quantificação do DNA fragmentado (ELISA), atividade de caspase 3 e detecção da permeabilidade da membrana mitocondrial (MitoProbe JC-1). O estresse oxidativo foi avaliado pela detecção de espécies de oxigênio (Image-iT LIVE Green) e a atividade da NADPH oxidase foi mensurada pelo método de quimioluminescência da lucigenina. A expressão dos genes Bax, Bcl2 e Nfkb1 foi avaliada por reação em cadeia da polimerase quantitativa após transcrição reversa (RT-qPCR). Em um dos tempos em que foi detectado o aumento da apoptose, o efeito de dois compostos antioxidantes foi avaliado: benfotiamina (350 µM), uma vitamina B1 lipossolúvel, e Mito Q (1 µM), um derivado da ubiquinona com alvo seletivo para a mitocôndria. Resultados: Em 24 e 48 h, os AGES promoveram aumento do índice de apoptose em relação ao controle, concomitantemente com o aumento na expressão do gene Bcl2 (gene antiapoptótico) e uma redução na expressão do gene Nfkb1. Em contraste, após 72 e 96 h, os AGEs promoveram aumento do índice de apoptose em comparação com a condição de controle, concomitantemente com uma diminuição na expressão do gene Bcl2 e um aumento na expressão do gene Nfkb1. Em 24 h, os AGEs promoveram uma diminuição do conteúdo de ROS nas ilhotas, enquanto nos tempos de 48 e 72 h os AGEs promoveram um efeito oposto. A benfotiamina e o Mito Q foram capazes de diminuir o índice de apoptose e o estresse oxidativo de ilhotas expostas aos AGEs por 72 h. Discussão: Os AGEs exerceram um duplo efeito em cultura de ilhotas pancreáticas, sendo de proteção contra a apoptose após exposição curta, mas pró-apoptótica após exposição prolongada. O Mito Q e e a benfotiamina merecem ser adicionalmente estudados como drogas com o potencial de oferecer proteção às ilhotas pancreáticas em condições de hiperglicemia crônica. FAPESP 07/53870-1. PT.053 ENVOLVIMENTO DOS COMPLEXOS 1 E 2 DA mTOR NO PERFIL DE EXPRESSÃO GÊNICA DE CORREGULADORES DE RECEPTORES NUCLEARES ASSOCIADOS COM A ATIVAÇÃO DE PPARγ EM 3T3-L1 Magdalon J1, Paschoal VA1, Oliveira TB1, Curi R1, Festuccia W1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) Introdução: Apesar de a ativação da mTOR ser essencial para a adipogênese e a manutenção dos adipócitos, a interação dessa via com os diversos receptores nucleares e seus correguladores ainda não foi investigada. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo principal investigar o envolvimento dos complexos 1 e 2 da mTOR (mTORC1 e mTORC2) no controle da atividade transcricional de PPARγ. Métodos: 3T3-L1 diferenciados em adipócitos (oito dias após diferenciação) foram tratados com rosiglitazona (RSG – agonista de PPARγ) associada ou não com rapamicina (RAPA – inibidor de mTORC1) ou torina (inibidor de mTORC1 e mTORC2) por 72 horas e avaliados para o conteúdo de RNAm de diferentes correguladores de PPARγ e enzimas lipogênicas (qPCR) e o conteúdo proteico de Akt e S6 totais e fosforiladas (Western Blot). Resultados: O tratamento com RSG associada com RAPA reduziu o conteúdo de S6 fosforilada, que indica a inibição de mTORC1. O tratamento com RSG associada com torina reduziu o conteúdo de S6 e Akt (Ser473) fosforiladas, indicando a inibição de mTORC1 e 2. O conteúdo total de Akt não foi alterado por nenhum dos tratamentos, porém o tratamento com RSG associada com RAPA aumentou o conteúdo total de S6 em comparação aos outros grupos. Em relação à expressão gênica, o tratamento com RSG aumentou os níveis de RNAm de PEPCK e GyK, efeito esse exacerbado pela inibição de mTORC1 com RAPA e mTORC1 e 2 com torina. O conteúdo de RNAm de LPL não foi alterado por nenhum dos tratamentos. O tratamento com RSG associada ou não com RAPA ou torina reduziu os níveis de RNAm de E4BP4, um fator regulatório envolvido na oscilação circadiana da expressão de PPARγ. Quanto aos coativadores de receptores nucleares, foi verificado que o tratamento com RSG associada ou não com RAPA ou torina reduziu, de forma geral, os níveis de RNAm de SRC1, SRC2, SRC3, SRC5 e GCN5. Já entre os correpressores, o tratamento com as mesmas drogas reduziu os níveis de RNAm de HDAC1, HDAC3, HDAC4, Rb1 e SUV39H1. Entre eles, o tratamento com RAPA reverteu parcialmente os efeitos da RSG na expressão de SRC5 e Rb1, enquanto o tratamento com torina reverteu parcialmente as alterações de HDAC3, SRC3, SRC5 e totalmente de HDAC1 e GCN5 induzidas por RSG. O conteúdo de RNAm dos coativadores p300, CBP e PCAF e do correpressor SMRT não foi alterado por nenhum dos tratamentos. Diferente dos outros genes, o nível de RNAm de NCoR1 não foi alterado pelo tratamento com RSG, porém foi reduzido pelo tratamento concomitante com RAPA ou torina. Discussão: Os dados obtidos sugerem que a ativação farmacológica de PPARγ é associada com uma importante modulação da expressão gênica de diversas histonas deacetilases, que podem estar envolvidas no aumento da atividade transcricional desse receptor, mimetizando o que ocorre durante a diferenciação de préS125 RESUMOS DE PÔSTERES -adipócitos em adipócitos maduros (adipogênese). Nossos dados também sugerem uma importante participação dos complexos 1 e 2 da mTOR modulando os efeitos transcricionais da ativação de PPARγ. Agência financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP – projeto 2011/03972-8). PT.054 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DO PACIENTE DIABÉTICO ATENDIDO NO HC-FMRP-USP Holanda-Miranda WR1, Britto CTF1, Batista SL1, Gomes PM1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1 1 Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP) – Divisão de Endocrinologia e Metabologia do Departamento de Clínica Médica Introdução: A prevalência de diabetes mellitus (DM) vem aumentando devido ao crescimento e envelhecimento populacional, maior urbanização, crescente prevalência da obesidade, sedentarismo e maior sobrevida do paciente diabético. Descreveremos o perfil dos pacientes atendidos no Ambulatório de Diabetes do HC-FMRP-USP (AEND) no período de janeiro de 2008 a junho de 2011. Métodos: No período de janeiro de 2008 a junho de 2011, foram realizadas 10.355 consultas (435 casos novos), com média de 246,5 consultas/mês, sendo cada paciente avaliado cerca de três a quatro vezes ao ano. Foram coletados dados durante os atendimentos em uma amostragem de 172 pacientes. Resultados: A média de idade foi de 52,8 ± 17,3 anos. Quanto ao gênero, 58,1% eram do sexo feminino. Apresentavam, em média, 14,9 ± 10,0 anos de diagnóstico. Do total de pacientes, 27,9% apresentavam DM tipo 1, 64,0%, DM tipo 2, 7,0%, outros tipos de DM e 1,1%, de tipo indeterminado. Quanto ao índice de massa corporal (IMC), 26,1% tinham sobrepeso (desses, 59,5% eram mulheres), 31,7% eram obesos (desses 55,6% eram mulheres) e 2,1% tinham baixo peso (desses 66,7% eram mulheres). A média da circunferência abdominal (CA) feminina foi de 98,8 cm, com 72% apresentando CA > 80 cm e a média masculina foi de 97,2 cm, com 45,8% apresentando CA > 94 cm. Apenas 36% dos pacientes referiam atividade física regular. Quanto às comorbidades, 61,9% apresentavam hipertensão arterial sistêmica (HAS) (desses 56,2% eram mulheres) e 50,3% apresentavam dislipidemia (desses 65,9% eram mulheres). Foi constatada, em 71,5% dos pacientes, presença de história de DM, HAS ou dislipidemia em parentes de primeiro grau. Discussão: A amostra avaliada é representativa do total de pacientes atendidos no AEND, predominando DM tipo 2. Verifica-se uma discreta preponderância de pacientes do sexo feminino. Nota-se uma prevalência de adultos de meia-idade, além de associação de DM com outros componentes de síndrome metabólica, tais como obesidade abdominal e sedentarismo. Percebe-se, ainda, uma forte associação com história familiar de DM, HAS e dislipidemia. Conclusão: É importante que cada serviço conheça o perfil do paciente atendido para melhor abordagem do DM, suas complicações e doenças associadas. Além disso, é imprescindível implantar e aprimorar programas de promoção à saúde, especificamente direcionados aos fatores de risco para o DM. PT.055 ADVANCED GLYCATED ALBUMIN FROM POORLY CONTROLLED DIABETES MELLITUS PATIENTS INDUCES ENDOPLASMIC RETICULUM DYSFUNCTION AND IMPAIRS CHOLESTEROL EFFLUX FROM MACROPHAGES Castilho G, Sartori CH, Okuda LS, Machado-Lima A, Nakandakare ER, Passarelli M Introduction: Advanced glycated albumin (AGE-albumin) produced in vitro induces oxidative and endoplasmic reticulum (ER) stress in macrophages that are related to the reduction in the cell ABCA-1 content and cholesterol efflux. We evaluated the effect of AGE-albumin drawn from poorly controlled diabetes mellitus (DM) patients’ serum on ER chaperones expression and on the cholesterol efflux from macrophages. Methods: Serum albumin from control (C; n = 12) and DM (n = 24) individuals was isolated by FPLC and S126 purified by alcoholic extraction. In mouse peritoneal macrophages treated for 18 h with C or DM-albumin (1 mg/ml) it was determined: the expression of Grp78, Grp94, protein disulfide isomerase (PDI), calreticulin and ubiquitin by immunoblot, and 14C-cholesterol efflux mediated by apo A-I (8h). Carboxymethyllysine (CML) in albumin (ng/mg of albumin) was determined by ELISA. Comparisons between groups were done by the Student´s t test. Results: As compared to C (0.388 ± 0.14, n = 10), DM-albumin (0.654 ± 0.32, n = 20) presented a higher amount of CML (p < 0.01). Increased expression of PDI (89%, p = 0.02; n = 4), calreticulin (240%, p = 0.01; n = 6), ubiquitin (p = 0.02, n = 6) and Grp94 (60% p = 0.08, n = 4) was found in macrophages treated with DM-albumin in comparison to C-albumin. Grp78 expression was not modified by DM-albumin. DM-albumin (n = 9) reduced 61% the apo A-I-mediated cholesterol efflux as compared to C-albumin (n = 5; p = 0.0007). Discussion: AGE-albumin from poorly controlled DM patients induces ER dysfunction in macrophages which is related to the impairment of the reverse cholesterol transport efficiency that may contribute to atherogenesis in DM. Funding: FAPESP, Brazil (2010/50108-4; 09/53192-9). PT.056 A VIA PERK/EIF2-ALPHA PODE NÃO ESTAR RELACIONADA COM A RESISTÊNCIA À INSULINA PALMITATOINDUZIDA EM CÉLULAS MUSCULARES L6 Silva PE1, Poletto AC1, Anhê GF1, David-Silva A1, Okamoto MM1, Machado UF1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica Introdução: O excesso de ácidos graxos não esterificados tem sido relatado como uma condição que predispõe ao desencadeamento da resistência à insulina (RI) e do diabetes mellitus do tipo 2 (DMT2). Investigações recentes sugerem que o estresse de retículo endoplasmático (RE) desempenha papel importante na patogênese de doenças metabólicas devido a sua intersecção com vias inflamatórias. A resposta mais imediata ao estresse de RE é a diminuição traducional sinalizada pela proteína RNA-activated protein kinase-like ER kinase (PERK), que fosforila o fator de iniciação eukaryotic translation initiation factor (eIF2-alpha). Nesse contexto, este trabalho quantificou a fosforilação de PERK/eIF2-alpha e analisou o conteúdo proteico do transportador de glicose GLUT4 em células musculares L6 tratadas com palmitato. Métodos: Células L6 diferenciadas foram tratadas com 0,75 mM de palmitato na presença de 1% de albumina bovina sérica (BSA) durante diferentes tempos. A quantificação das proteínas foi feita por Western Blotting-ECL e para a análise dos dados foi utilizado o teste ANOVA com resultados apresentados como média ± EPM. Resultados: Os resultados mostraram uma significante redução de GLUT4 desde a segunda hora de tratamento com ácido graxo (controle: 99,99 ± 4,3; 2 horas: 66,37 ± 7,2*; 4 horas: 65,03 ± 8,0*, 6 horas: 67,16 ± 8,8*; 12 horas: 58,88 ± 5,5*, resultados expressos em unidades arbitrárias, n = 4 a 8, *P < 0.05). A proteína PERK apresentou aumento de fosforilação somente no período de duas horas de tratamento com palmitato (Controle: 100,00 ± 0,00; 2H: 172,14 ± 35.67*; 4H: 124,02 ± 18,03; 6H: 106,07 ± 16,92; 12H: 106,69 ± 27,59; resultados expressos em unidades arbitrárias, n = 9 a 10, *P < 0.05). Já o fator de iniciação eIF2-alpha apresentou redução importante de fosforilação (Controle: 100,00 ± 0,00; 2H: 58,22 ± 7,02*; 4H: 45,63 ± 9,43*; 6H: 60,20 ± 8,37*; 12H: 66,78 ± 15,45, resultados expressos em unidades arbitrárias, n = 7, *P < 0.05). Discussão: Pelos resultados obtidos, foi verificada uma importante redução no conteúdo proteico de GLUT4, surgindo o pressuposto de que o estresse de retículo induzido pelo palmitato possa ser a causa dessa redução. Contudo, houve significativa redução de p-eIF2α e a proteína p-PERK apresentou aumento transitório (período de 2 horas) no tratamento com o ácido graxo, sugerindo, a princípio, que essa via não tenha sido ativada. Entretanto, há relatos na literatura de que a resposta da PERK é complexa e que as consequências à jusante de sua ativação possam diferir substancialmente, dependendo do RESUMOS DE PÔSTERES nível e duração de sua ativação, assim como da expressão de outros fatores regulatórios que atuam sinergisticamente na adaptação metabólica. Por fim, outras vias do estresse de retículo precisam ser analisadas para elucidar os resultados obtidos. Suporte financeiro: FAPESP 2010/09984-5. PT.057 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL: COMPARAÇÃO ENTRE DOIS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Matiello R1, Lombardi E1, Marchisotti FG1, Denardin O1, Franco LF1 1 DASA Introdução: Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como intolerância à glicose diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez e pode ou não persistir após o parto. O teste de rastreamento para diabetes deve ser realizado na primeira consulta de pré-natal em todas as gestantes, utilizando o critério-padrão para diagnóstico. Em gestantes cuja presença do diabetes é desconhecida, o teste de rastreamento para o DMG deve ser realizado entre a 24ª e 28ª semana de gestação, utilizando-se o teste oral de tolerância à glicose (TOTG) com 75 gramas. Em 2010, a Associação Internacional de Diabetes e Grupos de Estudos Gestantes (IADPSG) adotou novos critérios para diagnosticar o DMG. O diagnóstico é confirmado quando um ou mais dos valores de glicemia plasmática no TOTG atingir: jejum ≥ 92 mg/dl; 1 hora ≥ 180 mg/dl; ou 2 horas ≥ 153 mg/dl. No Brasil, alguns serviços ainda utilizam o critério antigo proposto pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) para diagnóstico de DMG (glicemia de jejum ≥ 110 mg/dl ou 2 horas após sobrecarga com 75 gramas ≥ 140 mg/dl). Objetivo: Comparar os critérios diagnósticos de DMG em mulheres atendidas em Laboratório de Análises Clínicas do Brasil, conforme os critérios estabelecidos pela IADPSG e o antigo critério da SBD. Métodos: Foram avaliadas 1.154 mulheres gestantes com idade média de 27 anos (variação: 14-44 anos) atendidas em um laboratório de análises clínicas, prestador de serviços para um segmento do setor público no Brasil, durante o ano de 2011. As pacientes foram submetidas ao teste de sobrecarga oral com 75 gramas de glicose (TTOG) nos tempos zero (jejum), uma hora (1-h) e duas horas (2-h) pós-sobrecarga com 75 g de glicose, conforme pedido médico, para diagnosticar DMG. A sobrecarga de 75 g de glicose utilizada é comercial (Glutol LaborClin ® – sabor limão, pronta para uso). A glicose plasmática foi dosada pelo método Hexoquinase – Dimension® (Dade Behring – Siemens). Para avaliar o grau de concordância entre os critérios diagnósticos, foi utilizado o método de Kappa como análise estatística. Resultados: Utilizando os critérios da IADPSG, foram identificadas 94 (8,1%) pacientes com DMG por meio da glicemia de jejum, 67 (5,8%) com o resultado 1-h após sobrecarga e 113 (9,8%) quando avaliados os resultados de glicemia após 2-h de sobrecarga. No total, foram diagnosticadas 189 (16,4%) gestantes com DMG com um ou mais resultados de glicemia alterada. Utilizando os antigos critérios da SBD, foram identificadas 8 (0,7%) gestantes com DMG por meio da glicemia de jejum e 207 (17,9%) com o resultado de glicemia 2-h após sobrecarga; no total, foram identificadas 207 (17,9%) gestantes com DMG. A concordância interobservador para a comparação entre os dois critérios diagnósticos de DMG foi baixa (kappa = 0,02). Discussão: Foi observada uma baixa concordância entre o novo critério de DMG da IADPSG e o antigo da SBD. Em 2011, a SBD adotou os critérios diagnósticos de DMG propostos pela IADPSG, entretanto a baixa concordância encontrada aponta para a necessidade de continuidade na avaliação desses critérios diagnósticos. O diagnóstico correto do DMG é importante, pois por meio de uma intervenção precoce é possível prevenir ou diminuir a ocorrência de efeitos adversos da hiperglicemia na gravidez. Referências: International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups Recommendations on the Diagnosis and Classification of Hyperglycemia in Pregnancy. Diabetes Care. 2010;33(3):676-82. Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento e acompanhamento do diabetes mellitus: diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. São Paulo: SBD; 2007. PT.058 METABOLISMO DE GLICOSE EM RATOS TREINADOS OU SEDENTÁRIOS DE DIFERENTES IDADES Ghezzi AC, Cambri LT, Botezelli JD, Mello MAR Introdução: Pesquisas demonstram associação entre hiperinsulinemia, intolerância à glicose, dislipidemia, hipertensão arterial e obesidade, quadro que é denominado de síndrome metabólica. Estudos longitudinais em humanos apresentam limitações quanto ao caráter invasivo de certas análises. Modelos animais são capazes de mimetizar as respostas fisiológicas humanas, podendo auxiliar na investigação da síndrome metabólica. Uma situação importante que conduz à manifestação de sinais da síndrome metabólica é o envelhecimento. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o metabolismo da glicose em ratos da linhagem Wistar de diferentes idades, submetidos ou não ao treinamento físico. Metodologia: Os ratos foram alimentados com ração balanceada (Purina). Os animais foram avaliados aos 2 meses (idade jovem – Grupo 1), 4 meses (idade adulto jovem – Grupo 2), 6 meses (idade adulta – Grupo 3) e 12 meses (maturidade – Grupo 4) de idade. Adicionalmente, foram avaliados ratos submetidos ao treinamento físico iniciado na idade adulta jovem (4 meses de idade – Grupo 5), mantido até o final do estudo (12 meses de idade) e ratos submetidos ao treinamento físico iniciado na idade adulta jovem (4 meses de idade – Grupo 6), com duração de quatro meses (interrompido aos 8 meses de idade) e avaliados aos 12 meses. O treinamento consistiu de 1 hora de natação com um peso atado ao tórax, cinco vezes na semana na intensidade de 80% da máxima fase estável de lactato. Foi realizado o teste de tolerância à glicose (GTT), assim como a glicose sérica em estado alimentado foi dosada e a captação de glicose em fatias musculares longitudinais pesando em torno de 25-35 mg foram incubadas em meio de Krebs-Ringer bicarbonato, enriquecido com glicose (5,5 mM), contendo [3H] 2-deoxiglicose (0,5 μCi/ml) [2-DG] e insulina (100 mU/ml), dentro de frascos de vidro por cerca de 1 hora e meia e gaseamento contínuo com carbogênio O2/CO2 (95%/5%). Foi avaliada a captação de glicose, utilizando-se a 2-DG como marcador e medindo-se a radioatividade do [3H] com auxílio de contador de partículas beta. Para comparação entre os grupos, utilizou-se ANOVA Two-Way seguida de Post-Hoc de Newman-Keuls, quando necessário (p < 0,05). Resultados: Glicose: Grupo I: 98 ± 14a; Grupo II: 109 ± 8a; Grupo III: 119 ± 29a; Grupo IV: 152 ± 29b; Grupo V: 140 ± 24b; Grupo VI: 150 ± 18b. Área sob a curva de glicose: Grupo I: 9768 ± 3326a,c; Grupo II: 10670 ± 2094a,b,c; Grupo III: 11205 ± 1004a,c; Grupo IV: 12314 ± 1122b,c; Grupo V: 8428 ± 853a; Grupo VI: 9433 ± 1200a,c. Captação de glicose pelo músculo sóleo: Grupo I: 1.40 ± 0.34; Grupo II: 2.10 ± 0.24; Grupo III: 2.50 ± 0.40; Grupo IV: 1.96 ± 0.54; Grupo V: 2.43 ± 0.24; Grupo VI: 2.39 ± 0.50. Letras diferentes indicam diferença estatisticamente significativa (ANOVA two-way e post-hoc de Newman-Keuls, P < 0.05). Conclusão: O envelhecimento causou alterações na concentração de glicose sérica e na área sob a curva de glicose, porém a captação de glicose pelo sóleo isolado não foi alterada. O treinamento físico se mostrou eficiente no parâmetro área sob a curva de glicose, pois os animais do grupo V não apresentaram intolerância à glicose como os animais do grupo IV. Portanto, o envelhecimento traz sinais da síndrome metabólica, e o exercício físico com intensidade controlada pode ser benéfico em alguns parâmetros da síndrome. PT.059 EFEITOS POSITIVOS DO CAROTENOIDE ASTAXANTINA ASSOCIADO À VITAMINA C EM NEUTRÓFILOS HUMANOS TRATADOS COM ALTA CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE, METILGLIOXAL E GLICOLALDEÍDO Guerra BA1, Bolin AP1, Morandi AC1, Otton R1 1 Universidade Cruzeiro do Sul – Laboratório de Fisiologia Celular Introdução: O metilglioxal e o glicolaldeído são metabólitos altamente reativos, oriundos da oxidação da glicose que estão presentes em altas concentrações em diabéticos. Esses metabólitos na presença de grupamentos amino podem gerar os produtos finais de glicação avançada (AGEs), que estão envolvidos no surgimento das compliS127 RESUMOS DE PÔSTERES cações diabéticas como a nefropatia, retinopatia, cardiopatia, entre outras. Além disso, esses metabólitos podem dar origem às espécies reativas de oxigênio/nitrogênio, favorecendo o estresse oxidativo. A associação dos antioxidantes astaxantina e vitamina C mimetizam o sistema de reciclagem da vitamina E, atuando de forma cooperativa nas células. Neste trabalho, propomos que o metilglioxal e o glicolaldeído podem induzir alterações funcionais e oxidativas nos neutrófilos humanos e que o uso de antioxidantes pode reverter essas alterações. Metodologia: Os neutrófilos humanos foram obtidos por meio de punção venosa de voluntários de ambos os sexos de faixa etária (22 ± 5) após apresentarem conformidade em um checklist. Essas células foram cultivadas (1 x 106/ml) em meio RPMI 1640 e tratadas com metilglioxal (30 µM), glicose (20 mM) e glicolaldeído (1 mM), acrescidos ou não de astaxantina (2 µM) e vitamina C (100 µM) por até 24h. Avaliamos a viabilidade celular, a produção de espécies reativas de oxigênio/nitrogênio – superóxido (sonda dihidroetidina e lucigenina), óxido nítrico (reagente de Griess), H2O2 (sonda DCFH-DA e fenol vermelho), produção de ácido hipocloroso, atividade das enzimas antioxidantes (superóxido dismutase, catalase, glutationa peroxidase e redutase), da mieloperoxidase, G6PDH (redução de NADP+), capacidade fagocítica (zimosan opsonizado), mobilização de cálcio intracelular (sonda FURA-2AM) e a liberação de IL-1β, IL-6 e TNF-α (ELISA). Resultados e discussões: Não houve perda da viabilidade celular com os tratamentos. O tratamento com glicose e metilglioxal reduziu a capacidade fagocítica, a atividade da G6PDH, da superóxido dismutase e da glutationa redutase e aumentou a atividade da mieloperoxidase, ácido hipocloroso, a atividade da catalase e a produção da IL-6. O tratamento com glicolaldeído promoveu redução acentuada na capacidade fagocítica, na mobilização de cálcio, na atividade das enzimas antioxidantes, na atividade da G6PDH e mieloperoxidase, na produção de ácido hipocloroso e liberação de citocinas pró-inflamatórias IL-1β, IL-6 e TNF-α. Com a adição dos antioxidantes, houve uma restauração parcial desses efeitos. Tomados em conjunto nossos resultados sugerem que a associação dos antioxidantes melhorou o estado redox e a função de neutrófilos humanos por meio de um efeito antioxidante, imunomodulador e anti-inflamatório. Suporte financeiro: FAPESP (2009/17381-1 e 2009/14382-7). PT.060 TREINAMENTO INTERMITENTE MELHORA A SENSIBILIDADE À INSULINA E REDUZ A EXPRESSÃO DE TNF-α EM MÚSCULO ESQUELÉTICO DE RATOS OBESOS Moreira RJ1, Seraphim PM1 1 Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Departamento de Fisioterapia Introdução: O quadro de inflamação subclínica característico da obesidade é proporcionado pelo aumento da produção e liberação de citocinas pró-inflamatórias, principalmente pelo tecido adiposo branco. Esse quadro tem mostrado participação importante no desenvolvimento da resistência à insulina. No entanto, além do tecido adiposo, tem-se sugerido a função endócrina para músculo esquelético por causa de sua capacidade de produzir e liberar citocinas anti-inflamatórias durante a contração muscular. Nesse contexto, a prática de atividade física é considerada muito importante para a reversão da resistência à insulina gerada pela obesidade. Objetivo: Avaliar a sensibilidade a insulina e quantificar a expressão de RNAm de TNF-α no músculo sóleo de ratos obesos submetidos a um programa de atividade física intermitente. Métodos: Foram utilizados ratos machos Wistar distribuídos em quatro grupos: Controle Sedentário (CS); Controle Exercício Intermitente (CE); Obeso Sedentário (OS); Obeso Exercício Intermitente (OE). Os animais dos grupos OS OE foram alimentados com uma dieta hiperlipídica (dieta de cafeteria) a partir do segundo mês de vida. O treinamento intermitente foi iniciado a partir do quarto mês de idade, sendo realizado 3x/semana, durante oito semanas; seguindo o modelo de força do tipo jump squat. Para a avaliação do grau de resistência à insulina dos animais, foi realizado um teste de tolerância à insulina in vivo (ITT) com aplicação de insulina humana regular (0,5 U/kg PC) e determinação da glicemia pelo glicosímetro S128 (Biocheck, Brasil) nos tempos 0, 4, 8,12 e 16 min. Para a avaliação da expressão dos genes do TNF-α no músculo sóleo, foi utilizada a técnica de RT-PCR. A avaliação estatística dos resultados foi feita por meio da comparação das médias, utilizando o teste ANOVA, paramétrico, com pós-teste quando necessário (Tukey ou Student-Newman-Keuls). As diferenças entre os grupos foram consideradas significantes quando o valor de P foi menor que 0,05. Resultados: A dieta hiperlipídica foi eficaz no aumento do peso corpóreo e no peso do tecido adiposo (CS 10,6 ± 0,9110-3; CE 8,79 ± 0,6710-3; OS 20,83 ± 0,1710-3; OE 15,21 ± 0,7510-3). O ITT evidenciou uma redução na sensibilidade à insulina dos animais que receberam a dieta, entretanto revertido com o protocolo de treinamento, quando observado no cálculo da constante de decaimento da glicemia (kITT): CS 5,76 ± 0,36; CE 6,63 ± 0,45; OS 3,60 ± 0,62*##; OE7,07 ± 0,47&& (P < 0,05 vs. CS; ##P < 0,01 vs. CE, P < 0,001 vs. CE, &P < 0,05 vs. OS, &&P < 0,001 vs. OS). Os grupos obesos apresentaram valores maiores na expressão de citocina inflamatória TNF-α, porém revertidos com o treinamento: CS 0,63 ± 0,02** UA, CE 0,68 ± 0,03** UA, OS 0,88 ± 0,03 UA, OE 0,59 ± 0,03** UA, n = 6 (** P < 0,001 vs. OS). Discussão: Mediante os resultados obtidos, pode-se afirmar que a dieta hiperlipídica causa redução da sensibilidade à insulina, mediante aumento da expressão do gene TNF-α em músculo esquelético, porém revertido com o treinamento intermitente. Assim, conclui-se que: 1) a dieta hiperlipídica causa redução na sensibilidade à insulina e eleva os níveis de marcadores inflamatórios; 2) o treinamento intermitente é capaz de melhorar a sensibilidade à insulina mediante redução de marcadores inflamatórios. Apoio financeiro: FAPESP 2010/17078-4. PT.061 INFLUENCE OF HYPERGLYCEMIA AT DIFFERENT INTENSITIES ON THE DEVELOPMENTAL COMPETENCE OF EARLY EMBRYOS: IN VIVO STUDY Bueno A1, Sinzato YK2, Sudano MJ3, Landim-Alvarenga FC3, Calderon IMP1, Rudge MVC2, Damasceno DC4 1 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Ginecologia e Obstetrícia. 2 UNESP – Ginecologia e Obstetrícia. 3 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Reprodução Animal e Radiologia Veterinária. 4 Faculdade de Medicina de Botucatu da UNESP – Programa de Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia Introduction: Experimental studies investigating the effects of maternal hyperglycemia at term pregnancy have shown increased rates of embryonic losses and malformations (Damasceno et al. Diabetol Metab Syndr. 2011;18:3). In vitro studies have shown that maternal hyperglycemia insult impairs the early embryogenesis suggesting that adverse outcomes are due a possible maternal hyperglycemia insult in the zygote during preimplantation period (Wyman et al. Endocrinol. 2008;149:466). The purpose of this investigation was to evaluate the influence of hyperglycemia in vivo at different intensities on the developmental competence of early embryos. Methods: Diabetes was induced by streptozotocin at birth day (100 mg/kg – mild diabetes group – MD) (Sinzato et al. Braz J Med Biol Res. 2011;44:206) or in adulthood (50 mg/kg – severe diabetes group – SD) (Yalcin et al. Pharm Biotechnol. 2007;21:366). On the day 5 of pregnancy the maternal blood samples were collected for tumor necrosis factoralpha (TNF-α) measurement and the preimplantation embryos were recovered for morphological analysis and apoptosis detection using terminal dUTP nick end labeling (TUNEL) assays. Results and discussion: In this paper, we show that streptozotocin given at birth day of life or in adulthood of rats caused hyperglycemic state. Regardless of hyperglycemic intensities (MD and SD), the embryos of these dams presented development delay and decreased development competence. In morulas from MD group we observed increase in TUNEL-positive nuclei index (34.6%) compared with that of control group (19.6%). Morulas from SD group showed TUNEL-positive nuclei index approximately fourfold higher in relation to that of control group. This index was also statistically increased in the SD group (77.6%) compared with that of MD group (34.6%). The TNF-α level was increased in the SD group (4.7 pg/ml) compared with that of control group (1.06 pg/ml). No change in TNF-α level was observed RESUMOS DE PÔSTERES between MD and control groups. TNF-α, a cytokine whose synthesis is up-regulated in the diabetic uterus (Pampfer. J Reprod Fertil Suppl. 2000;55:129), did not alter the incidence of TUNEL-positive nuclei. The glycemic intensity is related with the increased in the apoptosis indexes in morulas. On the other hand, dams with hyperglycemia, regardless of the glycemic intensity and of the TNF-α level presented preimplantation embryos with development delay and increase of non-viable preimplantation embryos, suggesting that the presence of the hyperglycemia leads to a decreased competence development of preimplantation embryos. This study was supported by grants from FAPESP/Brazil (Fellowship Process Number 2009/13416-5) at Aline Bueno. PT.062 HEAT SHOCK PROTEIN (HSP): REPERCUSSIONS IN DIABETIC PREGNANT RATS Dallaqua B1, Saito FH1, Linhares IM2, Witkin SS3, Calderon IMP1, Rudge MVC1, Damasceno DC1 1 Botucatu Medical School, Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Department of Gynecology and Obstetrics. 2 Universidade de São Paulo (USP) – Department of Gynecology. 3 Weill Cornell Medical College – Division of Immunology and Infectious Diseases Introduction: The association diabetes and pregnancy cause maternal and fetal complications (Metzer et al. Diabetes Care. 2002;25:1185), causing reproductive abnormalities and neonatal morbidity and mortality (Eriksson. Semin Fetal Neonatal Med. 2009;14:85). Heat shock proteins (hsp) are proteins upregulated during stress responses and present a crucial role in embryofetal development. This study aimed to evaluate an association between concentrations of hsp60 and 70 and their respective antibodies and alterations in maternal reproductive performance in different models of diabetes. Methods: Newborn female Sprague-Dawley rats received subcutaneously a beta (β)-cytotoxic agent (Streptozotocin, STZ - Sigma, 100 mg/kg) at first day of life to induce mild diabetes (MD) (Sinzato et al. Braz J Med Biol Res. 2011;44:206). For induction of the severe diabetes (SD), adult rats received intravenously STZ (40 mg/kg) at day 90 of age (Damasceno et al. Diabetol Metab Syndr. 2011;3:20). Nondiabetic (ND) rats received the vehicle. At adult, the blood glucose levels were measured at days 0, 7, 14 and 20 of pregnancy. On days 0 and 21 of pregnancy, rats were weighed. At end of pregnancy, all rats were anesthetized and exsanguinated for analyses of hsp60 and 70 and their antibodies. The laparotomy was performed to remove the uterine horns for litter weight and estimate of the ratio of fetal viability (total number of live fetuses/implantation total number). The ovaries were also removed and the corpora lutea numbers were counted. Results: At 0, 7 and 20 days of pregnancy, glycemias of MD (> 120 mg/dl) and SD (> 300 mg/dl) rats were higher compared to those of ND (< 120 mg/dl) rats. The diabetic rats had reduced maternal weight gain (40%-60%), litter weight, embryonic implantation sites, live fetus number and fetal viability compared to those of ND rats. SD rats presented increased concentrations of hsp60 and 70 and their respective antibodies compared to those of ND and MD groups. There was a positive correlation among hsp60 and 70 and their respective antibodies and the glycemia during pregnancy. Discussion: There are studies involving different types of hsp and fetal development, but the association among diabetic state and hsp levels and maternal organism is poor. The maternal weight gain and litter weight were reduced as blood glucose levels increased. If hsp70 and 27 play a role in protecting embryonic cells from the cytotoxic effects of heat and developmental toxicants (Hale et al. Eur J Biochem. 1996;236:1). Then, hsp70 levels are, possibly, increased as form for protection against hyperglycemia state in severe diabetic rats. The higher serum hsp70 level of in SD group corroborate with Fukushima et al. (2005;31:72), who also observed higher levels of this hsp in pregnant women at a higher risk for preterm delivery. There was association among hsp levels, hsp antibodies and maternal damages induced by hyperglycemia, and hsp serve as biomarker of the impaired reproductive outcome. Financial support: CAPES/Brazil. PT.063 NÍVEIS PLASMÁTICOS DE IL-1b E IL-6 EM GESTAÇÕES COMPLICADAS POR DIABETES OU HIPERGLICEMIA GESTACIONAL LEVE Moreli JB1, Damasceno DC1, Morceli G1, Corrêa-Silva S2, De Rosa L2, Rudge MVC1, Calderon IMP1 1 Faculdade de Medicina de Botucatu – Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Programa de Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia. 2 Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP e Universidade de São Paulo (USP) – Programa de Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia e Instituto de Ciências Biomédicas Introdução: As citocinas inflamatórias IL-1β e IL-6 estão associadas com a resistência à insulina e o desenvolvimento do diabete (Mirza S. Cytokine. 2012;57:136). Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis de IL-1β e IL-6 no plasma de gestantes portadoras de diabetes melito gestacional (DMG) ou tipo 2 (DM2) e hiperglicemia gestacional leve (HGL). Métodos: Estudo de corte transversal incluiu 183 gestantes submetidas ao teste de tolerância à glicose de 100 g (TTG-100g) e perfil glicêmico (PG) entre a 24 e 28 semanas de gestação. De acordo com os resultados dos dois testes, as gestantes foram classificadas nos grupos: não diabético [ND; TTG-100g e PG normais; n = 65], HGL [TTG-100g normal e PG alterado; n = 44], DMG [TTG-100g e PG alterados na gestação; n = 56] e DM2 [TTG-100g alterado prévio à gestação; n = 18] (Rudge MV. Braz J Med Biol Res. 1990;23:1079). O controle glicêmico materno foi avaliado pelos níveis de HbA1c (cromatografia – HPLC) e a média das glicemias (MG) realizadas no PG. A avaliação antropométrica foi realizada pelo IMC do primeiro (IMC1) e terceiro (IMC2) trimestres da gestação. Antes do trabalho de parto foram coletadas amostras de sangue materno. Essas amostras foram randomizadas (10 gestantes de cada grupo de estudo) para análise das concentrações de IL-1β e IL-6 (ELISA-MILLIPLEX®MAP). Para análise estatística, foram utilizados o modelo linear generalizado (GLM) e LSMeans Test (p < 0,05). Resultados e discussão: O controle glicêmico foi menos rigoroso nas gestantes dos grupos HGL, DMG e DM2. Esses grupos apresentaram maior percentual de HbA1c e níveis de MG (respectivamente, HGL = 5,69 ± 0,77%; 96,72 ± 7,30 mg/dl; DMG = 6,10 ± 0,70%; 107,20 ± 13,26 mg/dl e DM2 = 6,49 ± 0,77%; 113,72 ± 19,61 mg/dl; p < 0,0001), confirmando a presença de hiperglicemia. O IMC1 foi maior no grupo DMG (34,75 ± 7,49 kg/m2; p = 0,0122). Entretanto, as gestantes dos grupos HGL, DMG e DM2 iniciaram a gestação com IMC1 > 30 kg/m2 e, ao final da gestação, todas as mulheres avaliadas apresentavam IMC2 > 30 kg/m2. Nesse contexto, os níveis de IL-1β foram maiores no grupo DM2 (4,67 ± 11,72 pg/ml) quando comparados aos dos demais grupos (ND = 0,30 ± 0,16; HGL = 2,50 ± 5,67; DMG = 3,42 ± 7,79 pg/ml); enquanto os níveis de IL-6 foram mais elevados no grupo DMG (3,60 ± 4,66 pg/ml) e DM2 (2,96 ± 3,93 pg/ml) quando comparados aos dos demais grupos (ND = 0,99 ± 0,97; HGL = 0,69 ± 0,65 pg/ml). Esses achados preliminares corroboram os encontrados na literatura (Mirza S. Cytokine. 2012;57:136) e confirmam que a produção de citocinas inflamatórias é proporcional à gravidade do quadro clínico e correspondente intensidade da hiperglicemia materna (Moreli JB. J Clin Immunol. 2011;31). Agradecimentos: CAPES e FAPESP (Processo: 2007/00771-6). PT.064 AVALIAÇÃO DE DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA EM INDIVÍDUOS DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS SUBMETIDOS À ANGIOPLASTIA CORONARIANA Lima RAO1,1, Pacagnelli F1, Pacheco FC2, Toretto FMBV2, Lopes GAP1, Fernani DCGL1, Cavalcante MA2 1 Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) – Fisioterapia. 2 UNOESTE – Medicina Introdução: O diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica muito prevalente e fator de risco para o desenvolvimento de doenças ateroscleróticas. A aterosclerose ocasiona lesões no endotélio vascular com acúmulo de lípides, carboidratos complexos, o que gera diminuição do diâmetro arterial. Essa doença sistêmica pode gerar, entre outras manifestações, as coronariopatias e as doenças arteriais obstrutivas periféricas (DAOP). Os pacientes coronariopatas submetidos à S129 RESUMOS DE PÔSTERES angioplastia apresentam per se risco de desenvolvimento de DAOP, e esta é ainda mais acentuada na presença de DM. Por causa da coexistência de processos ateroscleróticos em diversos territórios vasculares, tem sido utilizado o índice tornozelo-braço (ITB) como ferramenta diagnóstica simples, não invasivo e custo-efetivo para detecção precoce da DAOP. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de DAOP em pacientes diabéticos e não diabéticos submetidos à angioplastia coronariana. Métodos: Estudo de caráter descritivo, previamente aprovado pelo Comitê de Ética Institucional (protocolo nº 194). Foram convocados 50 pacientes diabéticos e 50 não diabéticos submetidos à angioplastia coronariana no Hospital Regional de Presidente Prudente, no período de 2008 a 2009, escolhidos aleatoriamente para a avaliação do ITB. O ITB foi avaliado por um detector de velocidade Doppler e esfigmomanômetro. As pressões de ambas as pernas foram medidas e o ITB foi calculado separadamente para cada perna. A verificação da pressão braquial, a técnica e os valores de normalidade do ITB (acima de 0,90) seguiram as recomendações das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2010. Os dados foram expressos em média ± desvio-padrão e foi aplicado o teste t de Student, sendo considerado significante o valor de p < 0,05. Resultados: Dos pacientes selecionados, compareceram à avaliação 13 pacientes diabéticos (65,95 ± 6,99 anos, 8 do gênero feminino) – todos apresentaram hipertensão arterial sistêmica (HAS) e 8, dislipidemia. Foram avaliados 28 pacientes não diabéticos (59,35 ± 8,0 anos, 8 do gênero feminino), sendo 24 com HAS e 18 com dislipidemia. O valor médio do ITB para os pacientes diabéticos foi de 0,94 ± 0,19 e para os pacientes não diabéticos foi de 1,03 ± 0,13 (p = 0,017). Discussão: Hasimu et al. (2006) demonstraram em seus estudos a influência do DM e fenômenos ateroscleróticos, nos leitos arteriais coronarianos e periféricos. No nosso estudo, pacientes diabéticos submetidos à angioplastia coronariana não apresentaram DAOP. Esse resultado pode ser explicado pelo número reduzido da amostra que foi submetida à avaliação do ITB, entretanto o DM é um importante fator de risco para essas alterações e necessita de avaliação periódica. O ITB como marcador de DAOP assintomática fornece informações sobre aterosclerose subclínica, além de constituir um importante preditor de eventos cardiovasculares, e deve ser realizado como rotina de avaliação clínica visando ao diagnóstico precoce para que medidas profiláticas interdisciplinares sejam instituídas (Abul-Khoudoud, 2006). Referências: 1. Abul-Khoudoud O. J Endovasc Ther. 2006;13(Suppl 2):II-10-8. 2. Hasimu B, et al. Hypertens Res. 2006;29(1):23-8. PT.065 GENOTOXICITY EVALUATION IN PREGNANT WOMEN WITH DIABETES AND MILD GESTATIONAL HYPERGLYCEMIA Gelaleti RB1, Damasceno DC1, Lima PHO1, Santos DP1, Serrano RG1, Calderon IMP1, Rudge MVC1 1 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Ginecologia e Obstetrícia Introduction: Pregnant women with mild gestational hyperglycemia present high risk for hypertension, obesity and hyperglycemia, and seem to reproduce the model of metabolic syndrome (MS) in pregnancy with hyperinsulinemia and insulin resistance that persists six weeks postpartum (Negrato et al. Diabetes Metab Res Rev. 2008;24(4):324). Although not diagnosed with diabetes, mild gestational hyperglycemic women might show high levels of oxidative DNA damage. The aim of this study was to evaluate genotoxicity (basal and oxidative DNA damage levels) in lymphocyte samples from pregnant women with diabetes and with mild gestational hyperglycemia. Research design and methods: This study included 113 pregnant women who were distributed into four groups based on oral glucose tolerance test (OGTT) results and glycemic profiles (GP), as follows: IA – Normal OGTT and GP (Non-diabetic group); IB – Normal OGTT and abnormal GP (mild gestational hyperglycemic group); IIA – Abnormal OGTT and normal GP (gestational diabetes group); IIB – Abnormal OGTT and GP (gestational or overt diabetes group). Maternal blood samples (5 -10 mL) were collected and processed for the determination of basal and oxidative DNA damage S130 using Fpg and Endo III by comet assay (Gontijo e Tice. Mutagênese Ambiental. 2003;173). Results and discussion: In groups IIA and IIB analyzed together, there was a larger number of Fpg-sensitive sites (tail moment: 181.1 ± 2.5 and tail intensity: 70.1 ± 0.6; p < 0.05). Showing a higher level of oxidative DNA damage associated with hyperglycemia (Blasiak et al. Mutat Res. 2004;554:297). While in group IB there was a greater numbers of Endo III-sensitive sites (tail moment: 144.5 ± 3.2 and tail intensity: 65.7 ± 0.8; p < 0.05) resulting in a higher level of oxidative DNA damage, which might be derived from the higher rate of obesity (BMI ≥ 30 kg/m2), morbid obesity (Luperini BCO. Polmorfismos gênicos e danos no DNA em indivíduos com Obesidade Morbida; 2010) and insulin resistance (Negrato et al. Diabetes Metab Res Rev. 2008;24(4):324) found in this group. In conclusion, diabetic pregnant women (group IIA+IIB) showed a higher level of oxidative DNA damage related to hyperglycemia, whereas mild hyperglycemic pregnant women (IB) presented an oxidative DNA damage associated with oxidative stress due to obesity and/or insulin resistance in these patients. This underscores the importance of adequate glycemic control and lifestyle (healthy diet and regular physical exercises) during pregnancy in order to attenuate the repercussions of diabetes and mild gestational hyperglycemia on the maternal organism, embryofetal development and perinatal outcomes. Financial support: FAPESP (Grant number 2008/06642-6). PT.066 GENDER-SPECIFIC ASSOCIATIONS OF TWO GENETIC VARIANTS IN THE REGULATORY REGIONS OF THE GENES ENCODING GLUTHATIONE PEROXIDASE 4 (GPX4) AND NADPH OXIDASE-2 (CYBB) WITH RENAL DISEASE IN PATIENTS WITH TYPE 1 DIABETES MELLITUS Monteiro MB1, Vieira SM1, Queiroz MS2, Nery M2, Admoni SN2, Vendramini MF3, Azevedo MJ4, Canani LH4, Parisi MC5, Pavin EJ5, Moura-Neto A5, Giannella-Neto D6, Corrêa-Giannella ML1 1 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) – Laboratório de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM-25). 2 Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP – Divisão de Endocrinologia. 3 Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) – Divisão de Endocrinologia. 4 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Divisão de Endocrinologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. 5 Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Divisão de Endocrinologia, Departamento de Clínica Médica. 6 FMUSP – Laboratório de Gastroenterologia Clínica e Experimental (LIM 7) Aims: Because oxidative stress participates in the target tissue lesions caused by chronic hyperglycemia, the aim of the present study was to test whether single nucleotide polymorphisms (SNPs) in genes involved in the metabolism of the important endogenous antioxidant glutathione (GPX4 +718 C/T [rs713041], a functional SNP located in the 3’untranslated region) and in the NOX-2 dependent superoxide generation (CYBB -2810 A/G [rs6610650]) confer susceptibility to renal disease in patients with type 1 diabetes. Methods: A total of 433 patients was sorted into two groups according to (1) the presence (n = 110) or absence (n = 221) of overt diabetic nephropathy (DN) and (2) the glomerular filtration rate (GFR) estimated by Modification of Diet in Renal Disease (MDRD) equation: ≥ 60 ml (n = 242) or < 60 ml min−1 1.73 m−2 (n = 191) and were genotyped. Results: The presence of at least one T allele of the GPX4 rs713041SNP was an independent protective factor against overt DN (OR = 0.37; CI 95% 0.15-0.85; p = 0.021) in male patients. In the female patients, the presence of at least one G allele of the CYBB rs6610650 SNP was identified as an independent protective factor against a GFR < 60 ml/ min (OR = 0.35, CI 95% 0.13-0.93, p = 0.035). Conclusion: These data suggest the possible involvement of the SNPs GPX4 rs713041 and CYBB rs6610650 in the predisposition to renal damage in the studied population of patients with type 1 diabetes, namely proteinuria in males and decreased GFR in females, respectively, broadening the spectrum of candidate genes for DN related to cellular redox status. We thank to Fundação de Auxílio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) and Fundo de Incentivo à Pesquisa e Eventos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (FIPE-HCPA) for the financial support. RESUMOS DE PÔSTERES PT.067 SOMATOSTATIN, GLUCAGON AND INSULIN IN DIABETIC PREGNANT RATS AND THEIR OFFSPRING Iessi IL1, Sinzato YK1, Calderon IMP1, Rudge MVC1, Damasceno DC1 Botucatu Medical School, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Program of Graduate in Gynecology, Obstetrics and Mastology, Laboratory of Experimental Research in Gynecology and Obstetrics, São Paulo State, Brazil 1 Background: We hypothesized that not only insulin is relevant for embryofetal development and diabetes-derived alterations as well the glucoregulatory hormones glucagon and somatostatin. To investigate this possibility in rat pregnancy and in their offspring, we have compared glycemia, insulin, glucagon and somatostatin in late pregnancy and postnatal period to associate with maternal reproductive outcomes of diabetic rats. Methods: Wistar rats were randomly assigned into: Non diabetic (C); Mild diabetes (MD); and Severe diabetes (SD). Diabetes was induced in rats by streptozotocin at day 0 of birth (MD) (Sinzato et al. Braz J Med Biol Res. 2011;44:206) or at adulthood (SD). (Damasceno et al., Phytomedicine. 2004;11:196). The adult female rats were mated and two experiments to evaluate pancreatic hormone were conducted: death of dams and their respective fetuses at day 21 of pregnancy and at day 10 postpartum (newborn assessment). Results/Discussion: In this study the SD and MD rats presented impaired reproductive performance confirmed by decreased embryofetal viability (MD = 89% and SD = 90%) compared to group C (97%). The number of live fetuses was smaller, and the rates of embryo loss before (22%) and after (35%) implantation were higher in the SD group. Women with poorly controlled diabetes have a much higher incidence of reproductive problems, and neonatal morbidity and mortality (Freinkel et al. Diabetes Care. 1980;3:399. Eriksson et al. Diabetes Res. 1984;1:57). High abortion rates are associated with the toxic effect of high glucose levels on fetal viability (de Souza MS et al. Reprod Biomed Online. 2009;18:562). The rats SD presented increased placental weight, which might be a compensatory mechanism to ensure maternal-fetal exchange. However, this did not contribute to improve fetal development. As a matter of fact, the fetuses from the group SD showed intrauterine growth restriction, evidenced by the percentage of fetuses classified as small for pregnancy age (SPA) (77%). The group MD, presented no alteration in fetal and placental weight and in placental index, but the number of fetuses classified as SPA was increased (17%). The present study showed the diabetes decreased embryofetal competence, caused alterations in the glucoregulatory hormones (glucagon and somatostatin). Besides rats SD and their offspring showed no relation between different alterations in the pancreatic hormone levels in response to hyperglycemia. The offspring of rats MD presented similar metabolic response to those of their dams against maternal hyperglycemic insult. Ten days after birth, plasma somatostatin levels remained reduced in the offspring of MD (1.57 ± 0.16) and SD (1.47 ± 0.04) rats compared to group C (2.22 ± 0.21), showing that somatostatin seemed be the hormone more susceptible to changes. In conclusion, glucagon is a counterregulator hormone of the insulin action and somatostatin is indirectly involved in glycemia regulation by allowing fine adjustments in the control of insulin and glucagon secretion. Therefore, further studies focusing on glucagon and somatostatin are necessary as these hormones may be used as predictors of adverse effects at adulthood. Financial support: CAPES/Brazil. PT.068 SERUM ALBUMIN FROM CHRONIC KIDNEY DISEASE RATS REDUCES MACROPHAGE REVERSE CHOLESTEROL TRANSPORT Machado JT1, Pinto RS, Castilho G, Machado-Lima A, Okuda LS, Iborra RT, Rocha JC, Fusco FB, Carrerio AB, Shimizu MHM2, Nakandakare ER, Catanozi S, Passarelli M 1 Universidade de São Paulo (USP). 2 LIM-12 Objectives: In chronic kidney disease (CKD) disturbance of the reverse cholesterol transport favors the development of atherosclerosis. We analyzed the influence of CKD serum and albumin on macrophage cholesterol efflux and on the expression of ABCG-1. Methods: Urea, creatinine, total cholesterol and triglycerides and urinary protein (UPE) excretion were determined before and 60 days after 5/6 nephrectomy in male Wistar rats (n = 37) and in sham-operated animals (C; n = 22). Serum albumin was isolated by FPLC. 14Ccholesterol and acetylated LDL-overloaded J774 macrophages were treated with C or CKD albumin (1 mg/ml; 18h). C, CKD albumin, HDL2 or apo A-I were added to determine cell cholesterol efflux. Cholesterol efflux mediated by 2% dialyzed (d) and non-dialyzed (nd) C and CKD serum was also determined. ABCG-1 protein level was assessed by immunoblot. Comparisons between groups were done by Student’s t test. Results: Urea, creatinine total cholesterol, triglycerides and UPE increased after 60 days in CKD rats. Independently of dialysis CKD serum removed more cell cholesterol than C serum (CKDnd 9%; CDKd 7% vs. Cnd 4.6%; Cd 5%) as well as CKD-albumin by itself as compared to C-albumin (7% vs. 4%, respectively, p < 0.0242). Nonetheless, apo A-I and HDL2-mediated cholesterol efflux was 83% and 12% reduced in CKD-albumin-treated macrophages in comparison to C-albumin-treated cells (p < 0.04). A 59% reduction in ABCG-1 expression was found in CKD-albumin-treated cells (p = 0.031). Conclusion: Despite of an enhanced cholesterol removal induced by CKD serum and albumin, CKD-albumin impairs the specific cholesterol efflux mediated by apo A-I and HDL2, aggravating atherosclerosis in CKD. Funding: FAPESP, Brazil. PT.069 EVALUATION OF GENOTOXITY BY COMET ASSAY ON FROZEN TOTAL BLOOD IN RATS Netto AO1, Corvino SB1, Serrano RG1, Gelaleti RB1, Calderon IMP1, Rudge MVC1, Damasceno DC1 1 Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Botucatu – Ginecologia e Obstetrícia Introduction: The hyperglycemia causes exacerbation of oxidative stress (Amaral et al. Cur Diab Rev. 2008;4:46) and affects lipids, proteins and DNA. Studies show an increase in DNA damage levels in diabetic humans lymphocytes (Lopes et al. Acta Med Port. 2008;21:293). The comet assay is a sensitive method for DNA damage detection (Singh et al. Exp Cell Res. 1988,175:184), it is widely utilized in isolated lymphocytes (Betti et al. Mutat Res. 1994;307:323). However, it involves extensive experiments and the samples should be immediately processed after the collection. For to optimize the time and to use the samples later moments, Hininger et al. (Mutat Res. 2004;558:75) used frozen human total blood samples after some months and analyzed the effects of freezing in DNA damage. Following this study, we aimed at using similar Hininger’s protocol and to attempt others thawing methods to verify if these techniques are also viable to study genotoxity in laboratory animals. Methods: After the collection, blood samples of rats were stored according to Hininger’s protocol. We tested six different experiments: Experiment 1: control test following Lima et al. protocol (Mutat Res. 2008;653:44), without frozen lymphocytes. Experiment 2: according Hininger’s protocol. Experiment 3: similar to test 2 but RNA later Ice (ICE) was added. Experiment 4: similar freezing to Hininger and ICE + refrigerator (4°C) was used in the thawing. Experiment 5: similar freezing to Hininger, the samples returned to freezer (-20°C) for 24 hours and were thawed in refrigerator. Experiment 6: similar to test 5 and the samples were thawed with ICE + refrigerator. The slides were prepared with samples and low melting point (LMP) agarose, covered with coverslip and put in the refrigerator for solidification of agarose. The coverslips were removed and the slides were immerged in lyses solution overnight. Subsequent to the electrophoresis, the slides were neutralized and captured and analyzed by on image analysis system. Differences between the groups were analyzed by Gamma distribution (p < 0.05). Results: The means of DNA damage levels (tail intensity) were presented as: test 1 (37.59 ± 6.77), 2 (37.08 ± 6.51), 3 (54.97 ± 2.42), 4 (38.04 ± 7.87), 5 (41.92 ± 10.26) e 6 (42.80 ± 5.47). There was no significant difference between the tests, except the test 3, which presented higher DNA damage levels compared to the others. Discussion: The test 3 presented high genotoxity due to linking of the Hininger’s protocol and ICE. The test 2 showed that Hininger‘s protocol utilized in humans did not differ in relation the total blood of rats, contributing for the laboratories tests. ConcluS131 RESUMOS DE PÔSTERES sion: It was confirmed that total frozen blood can be used for the genotoxity evaluation to help the comet assay aiming at reduction of the time of the test and the possibility to storage the samples for future analysis without damages. Financial support: CAPES/Brazil. PT.070 INFLUENCE OF EXERCISE IN ADULT LIFE OF RATS BORN WITH INTRAUTERINE GROWTH RESTRICTION Corvino BC1, Campos KE2, Volpato GT2, Netto AO1, Calderon IMP1, Marilza MVC1, Damasceno DC1 Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Botucatu – Ginecologia e Obstetrícia. 2 Instituto de Biologia e Ciência da Saúde – Barra do Garça, Mato Grosso – Ciência da Saúde 1 Introduction: It is recommended that women lead an “active lifestyle” during pregnancy and participate in a moderate-intensity exercise program. The aim was to assess whether exercise can prevent the development of abnormalities in early adult rats exposed to a hyperglycemic intrauterine environment. Thus, reproductive parameters, as well as endocrine (female sex hormones) and biochemical (carbohydrate and lipid profiles) factors were evaluated in order to determine potential transgenerational effects. Methods: Rats with intrauterine growth restriction (IUGR) were obtained using the severe diabetes induction model. Pregnant rats were randomly distributed, according to weight, into four groups: non-exercising adequate for pregnancy age rats (NE APA); exercising (swimming program) APA (E APA), non-exercising small for pregnancy age rats (NE SPA); and, exercising SPA rats (E SPA) (Volpato et al. Rev Bras Med Esp. 2006;12:229). Results/Discussion: The SPA rats began the experiment with lower body weights and presented weight gain at term pregnancy similar to APA rats. SPA and APA rats showed no hypoglycemia or hyperglycemia during pregnancy, corroborating with clinical study that showed gestational diabetic women submitted to walking (Davenport et al. Appl Physiol Nutr Metab. 2008;33:511). The group E APA (72.38 ± 7.27) compared to NE APA (80.63 ± 22.00) on day 14 of pregnancy and the group SPA E (69.20 ± 0.41 – on day 14) compared to E SPA (73.80 ± 8.46 on day zero of pregnancy) presented reduced triglyceride levels. Volpato et al. (2006) also verified similar exercise applied to severe diabetic rats was beneficial. The triglyceride maternal storage was used since day 14 of pregnancy (catabolic period), which are hydrolyzed by lipase lipoprotein and transported to the muscular and adipose tissues as energy resource (Alvarez et al. J Lipid Res. 1996;37:299). In group E SPA, the lower triglyceride levels on day 14 of pregnancy compared to day zero might be associated to lipid mobilization for milk biochemical synthesis (Birk et al. Br J Nutr. 2005;94:885). The blood lactate level was used as an indirect marker of the oxygen maximum consumption. The reduced lactate levels in the group E SPA after 14 days of swimming may be justified by a high anaerobic threshold because the rats submitted to moderate intensity exercise were more adapted for this situation leading to no increase in this parameter. At late pregnancy and during lactation, the rats SPA presented no changes on the body weight, glycemia, triglyceride, HDL-c, sex hormone, hepatic glycogen concentrations compared to APA. SPA rats benefited from a delayed catch up. Furthermore, physical exercise had no adverse effect on rats with IUGR and improved triglyceride level during pregnancy. The fact that IUGR animals showed no metabolic and hormonal abnormalities during early adulthood does not rule out the possibility of developing diseases in late adulthood because they were exposed to an adverse intrauterine environment. Financial support: CAPES/Brazil. PT.071 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM MELATONINA E DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO SOBRE O PERFIL METABÓLICO DE RATOS DIABÉTICOS Melo RM1, Garcia RAP1, Cipolla-Neto J2 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica 1 Em todo o mundo, o diabetes mellitus é considerado um grande problema de saúde pública e está associado a diversas desordens como S132 elevados níveis glicêmicos, dano e insuficiência de vários tecidos. A glândula pineal, por meio da síntese e secreção de melatonina, desempenha uma importante função fisiológica e regulatória no metabolismo de carboidratos, influenciando a secreção e a ação da insulina, e o animal pinealectomizado apresenta um quadro de resistência insulínica e diminuição na síntese de GLUT4. O exercício físico aeróbio também exerce um papel fundamental no controle da glicemia, estimulando tanto a expressão de Glut4 quanto a captação de glicose por meio da contração muscular, independentemente da ação da insulina. A insulina e o exercício físico são considerados os estimuladores fisiologicamente mais relevantes do transporte de glicose no músculo esquelético. Objetivos: Investigar os efeitos da suplementação com melatonina e do treinamento físico aeróbio sobre o perfil metabólico de ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina. Metodologia: Para o presente projeto foram utilizados ratos albinos machos da linhagem Wistar, com aproximadamente 3 meses de idade, pesando de 200-250 g, subdivididos nos seguintes grupos: controles sedentários – CS; controles treinados – CT; diabéticos sedentários – DS; diabéticos treinados – DT; diabéticos suplementados sedentários – DMS; diabéticos suplementados treinados – DMT. O protocolo de treinamento físico dos animais teve a duração de cinco semanas (50%-60% do consumo máximo de oxigênio). Ao final do protocolo, os ratos, em jejum prévio de 12 horas, foram sacrificados às 12:00 h (ZT16) por decapitação, seguida de coleta de sangue (aproximadamente 3 ml) em tubos heparinizados para posterior análise bioquímica da glicose e do hormônio insulina. Após a coleta de sangue, os tecidos foram extraídos para estudos e testes biológicos. Foram retiradas amostras do músculo sóleo, para posterior análise proteica (Glut4 e IRS-1) por Western blot. Resultados: Ao final do protocolo, observamos uma redução nos níveis de secreção de insulina no grupo treinado em relação ao seu grupo controle sedentário. Observamos também que tanto a suplementação com melatonina quanto o treinamento físico foram eficazes em reduzir nesses grupos os níveis glicêmicos em relação ao seu controle diabético sedentário. Nossa primeira análise com relação ao conteúdo da proteína IRS-1 mostrou apenas um aumento no grupo controle treinado em relação ao seu controle sedentário. Observamos o efeito negativo do diabetes, reduzindo o conteúdo total de Glut4, porém essa redução foi corrigida pela suplementação com melatonina. Discussão: Em síntese, podemos sugerir até o presente momento que a combinação dessas terapias não farmacológicas, representadas pela suplementação com melatonina e pelo treinamento físico aeróbio, no tratamento de ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina, tem apresentado um efeito positivo do ponto de vista metabólico, e contribuído de maneira surpreendente e eficaz para melhora do perfil metabólico desses animais. Agradecimento: FAPESP 04/06767-2 e 09/52920-0 e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico – CNPq. PT.072 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM MELATONINA E DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO SOBRE O CONTEÚDO DE GLICOGÊNIO MUSCULAR E HEPÁTICO DE RATOS DIABÉTICOS Melo RM1, Junior JSS2, Cipolla-Neto J3 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 Faculdades Integradas Stella Maris – Educação Física. 3 Institute of Biomedical Sciences, USP – Department of Physiology and Biophysics 1 A humanidade vive atualmente duas grandes transformações, ambas com profundas implicações para o setor da saúde. A primeira é caracterizada pelo aumento no percentual da população de idosos, e a segunda diz respeito ao crescente predomínio das doenças crônicas degenerativas não transmissíveis (hipertensão, obesidade, doença da artéria coronária e diabetes mellitus). O diabetes mellitus é considerado em todo o mundo como um grande problema de saúde pública. Pesquisas indicam que o número de 150 milhões de diabéticos no ano de 2000 dobrará nos próximos 25 anos. O exercício físico aeróbio também exerce papel fundamental no controle da glicemia, RESUMOS DE PÔSTERES estimulando a captação de glicose por meio da contração muscular, independentemente da ação da insulina. A glândula pineal, por meio da síntese e secreção de melatonina, desempenha uma importante função fisiológica e regulatória no metabolismo de carboidratos, influenciando a secreção e a ação da insulina. Os animais diabéticos apresentam redução da síntese de melatonina, e essa é fundamental para a adaptação bioquímica dos tecidos sensíveis à insulina ao treinamento físico aeróbio. Objetivo: O presente estudo teve por objetivo investigar os efeitos da suplementação com melatonina e do treinamento físico aeróbio sobre o conteúdo de glicogênio muscular e hepático em ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina. Metodologia: Neste experimento, foram utilizados ratos albinos machos da linhagem Wistar, que foram subdivididos em grupos controles e diabéticos, na condição sedentários, treinados e suplementados com melatonina, totalizando seis grupos distintos (controles sedentários – CS; controles treinados – CT; diabéticos sedentários – DS; diabéticos treinados – DT; diabéticos com melatonina sedentários – DMS; diabéticos com melatonina treinados – DMT). O protocolo de treinamento físico dos animais teve a duração de cinco semanas (50%-60% do consumo máximo de oxigênio). As dosagens de glicogênio muscular e hepático foram determinadas a partir do método de Leveille e Chakrabarty (1967). Resultados: Observamos ao final do protocolo que todos os grupos submetidos ao treinamento físico tiveram um ganho na sua capacidade física. Esses resultados foram corroborados pelo aumento da atividade da citrato sintase verificada em todos os grupos exercitados. Observamos também o efeito nocivo do diabetes, reduzindo o conteúdo de glicogênio muscular e hepático, que foram corrigidos de maneira eficaz tanto pela suplementação com melatonina quanto pelo treinamento físico em relação ao seu grupo controle diabético sedentário. Discussão: Em síntese, podemos sugerir até o presente momento que a combinação dessas terapias não farmacológicas, representadas pela suplementação com melatonina e pelo treinamento físico aeróbio, no tratamento de ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina, tem apresentado um efeito positivo do ponto de vista metabólico e contribuído de maneira surpreendente e eficaz para melhora na qualidade de vida desses animais. Agradecimento: FAPESP 04/06767-2 e 09/52920-0 e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). PT.073 ARHGAP21 PROMOTES APOPTOSIS IN NEONATAL MICE PANCREATIC ISLETS Ferreira SM1, Santos GJ1, Rezende LF1, Barbosa-Sampaio HC1, Saad STO2, Boschero AC1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Department of Structural e Functional Biology/Institute of Biology. 2 Unicamp – Department of Internal Medicine/School of Medical Science Background: ARHGAP21 is a Rho-Gap that controls expression and function of proteins related to several cellular processes, including survival such as PKCζ and FAK. Given that ARHGAP21 is expressed in beta-cells and associates with the above mentioned proteins, we assessed if ARHGAP21 controls apoptosis in pancreatic islets. Methods: Pancreatic islets were isolated from Control or ARHGAP21-Knockdown (ARHGAP21kd) neonatal mice. Caspase-3, pSTAT3, BCL2 and BAX protein levels and DNA fragmentation were evaluated by Western-Blot and SYBR-Green methods, respectively. Results: ARHGAP21kd islets showed decreased Caspase-3 cleavage (-60%) and DNA fragmentation (-50%), compared with Control islets. In addition, ARHGAP21kd islets increased STAT3 phosphorylation and BCL2 expression, as well as reduced BAX expression, which resulted in an increased BCL2/BAX ratio. Discussion: Reduction in Caspase-3 cleavage and DNA fragmentation in islets from ARHGAP21kd indicates a reduced apoptosis rate in these islets. Thus, we conclude that ARHGAP21 promotes pancreatic islets apoptosis, from both extrinsic (STAT3, anti-apoptotic) and Intrinsic (BCL2/BAX ratio) pathways, possibly contributing to the loss of beta-cells mass during the onset and development of both type 1 and type 2 diabetes. Financial support: FAPESP, CNPq and INOD. PT.074 MEMÓRIA METABÓLICA EM CÉLULAS MIN6: O PAPEL DA CamKII Santos GJ1, Rezende LF1, Ferreira SM1, Boschero AC1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Biologia Estrutural e Funcional Introdução/Objetivos: A cálcio-calmodulina kinase II (CaMKII) é uma enzima ativada pelo complexo Ca2+-calmodulina e tem papel fundamental na propagação do sinal gerado pelo cálcio, importante segundo mensageiro em diversos processos celulares. Dentre as muitas ações realizadas pela CaMKII, destaca-se a formação do potencial de longa duração em neurônios após estímulo intenso e/ou duradouro, processo esse necessário para a formação da memória. Além disso, a atividade da CaMKII é relacionada com processos secretórios, seja de neurotransmissores ou hormônios. A secreção de insulina é constantemente modulada pelos nutrientes circulantes, em especial a glicose. Durante a secreção de insulina estimulada por glicose (GSIS) ocorre a metabolização desse nutriente, que, no fim do processo, eleva os níveis de Ca2+ intracelular, promovendo a extrusão dos grânulos insulinares. Sabe-se que durante a GSIS ocorre aumento na atividade da CaMKIIe e que essa ativação é um dos processos essenciais para a secreção de insulina. Sendo assim, nosso objetivo foi verificar se as células MIN6 são capazes de responder à glicose e se essa resposta é dependente de CaMKII. Além disso, investigamos se células secretoras de insulina possuem a capacidade de armazenar informações (memória) após um período de intensa exposição à glicose e se esse armazenamento é CaMKII-dependente. Métodos: Células MIN6 foram incubadas com 3 mM de glicose durante 24 horas ou receberam pulsos de 30 mM de glicose com duração de 1 hora e frequência de 7 horas. Depois de retirado o estímulo (3 ou pulsos de 30 mM de glicose), as células permaneceram em cultura por 24h. Após isso, realizamos secreção estática de insulina com glicose basal (2.8 mM) ou estimulatória (16.7) durante 1h e, ao final dessa 1h, monitoramos a fosforilação da CaMKII e sua coimunoprecipitação com a calmodulina. Realizamos esses experimentos em células expostas ou não ao KN93, um inibidor farmacológico específico da CaMKII. Resultados: Nossos resultados mostraram que as células MIN6 utilizadas nesse trabalho secretam insulina em resposta à glicose, de maneira dose-dependente (2.8, 5.6, 8.4, 11.2 e 16.7 mM). Além disso, essa secreção se correlaciona de maneira positiva com a fosforilação da CaMKII e com a associação dessa enzima com a calmodulina. Durante a secreção estática, as células expostas a pulsos de 30 mM apresentaram maior fosforilação basal (2.8 mM) e estimulada (16.7 mM) de CaMKII. Além disso, esse tratamento induz uma fosforilação precoce da CaMKII, que se manteve por mais tempo, mesmo após o estímulo de 16.7 mM de glicose ser removido. Esses efeitos foram bloqueados pelo KN93, um inibidor farmacológico específico para a CaMKII. Discussão/Conclusão: Sabe-se que, em células nervosas, estímulos intensos e/ou contínuos em locais específicos são necessários para a formação da memória e que esse processo é dependente de CaMKII. Nosso trabalho mostra que células MIN6 têm a capacidade de guardar informações ao longo do tempo e que esse processo, assim como em neurônios, é dependente de CaMKII. As células que foram estimuladas com pulsos de glicose tiveram a capacidade de, depois de 24h, ser mais responsiva à glicose, respondendo precocemente e por mais tempo em relação às células que não receberam o pulso. Mostramos ainda que as células MIN6 respondem à glicose de maneira dose-dependente e que existe correlação entre essa secreção e a fosforilação da CamKII e entre a associação dessa enzima e a calmodulina. Com isso, podemos sugerir que processos como esse de aquisição, armazenamento e evocação de informação mostrado em células beta podem ser importantes no desenvolvimento do diabetes mellitus do tipo 2, em que as ilhotas ficam expostas a grandes concentrações de glicose graças a resistência à insulina. Apoio financeiro: FAPESP E CNPq. S133 RESUMOS DE PÔSTERES PT.075 NORADRENALINA E PKA EXERCEM EFEITOS INIBITÓRIOS SOBRE A ATIVIDADE DO SISTEMA UBPROTEASSOMA EM MÚSCULOS ESQUELÉTICOS DE RATOS Silveira WA1, Gonçalves DAP1, Graça FA1, Zanon NM1, Kettelhut IC1,2, Navegantes LCC1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP) – Fisiologia. 2 FMRP-USP – Bioquímica/Imunologia 1 Introdução: Em estudos anteriores, demonstrou-se que as catecolaminas, por meio da ativação de receptores beta-2 adrenérgicos e do segundo mensageiro AMPc, exercem ações antiproteolíticas e pró-sintéticas em músculos esqueléticos de roedores. Entretanto, os efeitos da noradrenalina (NOR) e seus efetores (PKA e EPAC) sobre o sistema proteolítico dependente de ubiquitina (Ub)-proteassoma ainda não estão bem estabelecidos. Objetivo: Investigar os efeitos da NOR e da ativação específica de PKA e EPAC na degradação de proteínas em músculos esqueléticos de ratos. Material e métodos: Músculos soleus e extensor digitorum longus (EDL) de ratos Wistar normais (~75 g) foram incubados em meio apropriado com o objetivo de avaliar os efeitos diretos da NOR e dos ativadores específicos de PKA (N6Bz-cAMP – 300 µM) e EPAC (8-pCPT-2’-O-Me-cAMP – 300 µM) na atividade proteolítica e níveis de expressão de genes relacionados à atrofia muscular. A proteólise total e a atividade do sistema Ub-proteassoma foram estimadas por meio da liberação de tirosina no meio de incubação. A expressão gênica da Atrogin-1 e MuRF1 foi determinada por RT-qPCR. Todos os protocolos foram aprovados pelo comitê de ética em experimentação animal da FMRP-USP (083/2010). Resultados: Em músculos soleus e EDL, a adição de 10-4 M de NOR ao meio de incubação resultou em redução na degradação total de proteínas (~12%-19%), na atividade do sistema Ub-proteassoma (~21%) e na expressão gênica da Atrogin-1 (~60%-64%) e MuRF1 (43%). Dados semelhantes na degradação de proteínas foram observados em músculos soleus (PKA ~20% – EPAC ~9%) e EDL (PKA e EPAC ~12%) incubados na presença dos ativadores de PKA e EPAC. Além disso, o ativador específico de PKA reduziu (~45%) a atividade do sistema Ub-proteassoma em músculos EDL de ratos normais. Conclusão: Os dados acima apresentados sugerem que a NOR possui efeitos inibitórios no sistema proteolítico dependente de Ub-proteassoma em músculos EDL de ratos normais, sendo esses efeitos provavelmente mediados pela ativação da PKA. Apoio financeiro: CAPES, CNPq e FAPESP (08/06694-6; 10/11083-6). PT.076 REGULAÇÃO DIFERENCIAL DA EXPRESSÃO DA PROTEÍNA A20 EM TECIDO ADIPOSO MARROM E BRANCO DE MODELOS ANIMAIS DE OBESIDADE – POTENCIAL PARTICIPAÇÃO NA MODULAÇÃO DA ATIVIDADE DA PGC1α Bombassaro B1, Ignacio-Souza LM1, Nuñez CEC1, Razolli DS1, Coope A1, Pedro RM1, Velloso LA1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Obesidade é o principal fator de risco para doenças metabólicas e cardiovasculares tais como diabetes, aterosclerose e hipertensão. A ativação de um processo inflamatório subclínico no tecido adiposo hipertrofiado de indivíduos obesos destaca-se como um dos mecanismos responsáveis pela indução da resistência à insulina, que se constitui no fenômeno comum a todas as doenças que compõem a síndrome metabólica. Vias inflamatórias são reguladas por vários mecanismos, e a degradação de proteínas de tais vias pode levar tanto à acentuação como à inibição do processo inflamatório. Um dos mais importantes mecanismos envolvidos com a degradação de proteínas inflamatórias é a ubiquitinação, que pode direcionar proteínas-alvo ao proteossoma. O objetivo do presente estudo foi avaliar a participação de uma proteí na com atividade deubiquitinase e ubiquitina ligase que está envolvida na interrupção do sinal inflamatório por impedir a ativação de NFκB, a A20, no controle do processo inflamatório em tecido adiposo de animais submetidos à dieta rica em gordura. Foram utilizados o tecido adiposo branco epididimal e o tecido adiposo marrom de camundongos Swiss machos submetidos a 4, 8 ou 16 semanas de dieta hiperliS134 pídica. Esses tecidos foram avaliados quanto ao conteúdo proteico e expressão gênica da proteína A20 e sua associação com a PGC1α por imunoprecipitação e imunofluorescência. Os resultados de expressão gênica por RT-PCR mostram um aumento do mRNA da A20 em tecido adiposo marrom com 8 e 16 semanas de dieta. Já no tecido adiposo branco epididimal, observa-se um aumento de expressão com 4 semanas, sem mudanças com 8 semanas e uma diminuição com 16 semanas. Com relação ao conteúdo proteico, não foram observadas diferenças significativas em nenhum dos tecidos, com exceção do tecido adiposo marrom com 8 semanas, no qual ocorre uma diminuição dessa proteína. O aumento da expressão gênica da A20 no mesmo tecido e tempo pode ocorrer em resposta à diminuição do conteúdo proteico total da A20 que observamos. Além disso, avaliando o PGC1α, importante coativador de fatores de transcrição envolvidos com o metabolismo energético, observamos um associação desta com a A20, concomitante a uma diminuição da ubiquitinação do PGC1α. A redução dessa proteína no tecido adiposo representa uma diminuição do metabolismo oxidativo e prejuízo da sensibilidade à insulina, quadro característico da obesidade. Uma hipótese é a participação da A20 sobre o controle da ubiquitinação, por sua ação de E3 ligase, ou da deubiquitinação do PGC1α levando-o à degradação ou a demais modificações durante o desenvolvimento da obesidade. Nossos resultados indicam que, no tecido adiposo, a A20 parece ter funções outras que não somente o controle da inflamação via degradação do NFκB. Pelo menos em parte, deve estar relacionada ao turnover de proteínas importantes no controle do metabolismo energético, como a PGC1α. Agência financiadora: FAPESP. PT.077 ANÁLISE TEMPORAL DA EXPRESSÃO DO GENE DE REGENERAÇÃO (REG1) EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE CAMUNDONGOS NOD (NON-OBESE DIABETIC) Pedrosa D1, Figueiredo D1, Stivanin-Silva LG1, Mariano LMR1, Zollner RL1 1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica Introdução: A regeneração de células β pancreáticas produtoras de insulina é um fator importante para a prevenção do diabetes mellitus (Akiyama. PNAS. 2001;98:48). O gene REG (regenerating gene) é altamente expresso em ilhotas em processo de regeneração e não expresso em ilhotas normais, rins, fígado ou cérebro, sugerindo possíveis papéis na replicação, crescimento e maturação de células β (Terazono, et al. J Biol Chem. 1988;263:2111). Em camundongos, o gene REG1 codifica proteínas expressas no tecido exócrino pancreático e ilhotas em regeneração (Okamoto, et al. J Hepatobiliary Pancreat Surg. 1999;6:254). No presente estudo, foi realizada análise temporal da expressão gênica de REG1 em ilhotas isoladas de camundongos NOD não diabéticos. Métodos: Eram mantidas em condições SPF 25 fêmeas da linhagem NOD, divididas em cinco grupos para análise temporal com glicemia monitorada a partir da 10ª semana de vida. Animais com dois valores glicêmicos semanais consecutivos ≥ 180 mg/dl eram considerados diabéticos. O sacrifício era realizado ao término de 4, 8, 16 e 24 semanas de vida de cada grupo, ou no diagnóstico do diabetes. Para expressão gênica do REG1, era realizada a técnica de PCR Tempo Real por análise de dCt. Resultados: Houve diferença significativa (p < 0.05) na expressão gênica de REG1 entre os períodos analisados, e no período de 8 e 16 semanas de vida houve maior expressão em relação aos períodos de 4 e 24 semanas de vida. Discussão: No camundongo NOD o início do diabetes ocorre tipicamente entre 12ª e a 24ª semana de vida, e aproximadamente na 4ª semana de vida já é possível visualizar a presença de células imunes infiltradas nas ilhotas (Makino et al. Jikken Dobutsu. 1980;29:1). No processo inflamatório, diversos fatores estão envolvidos como nicotinamida, glicocorticoides, IL-6, IL-8, e citocinas que regulam a expressão do gene REG (Akiyama et al. PNAS. 2001;98:48). Dessa maneira, o estudo da expressão proteica de REG1 e da análise morfológica das ilhotas facilitará o entendimento da modulação da expressão gênica e proteica do REG1 na linhagem NOD. Agradecimentos: À Fapesp e CAPES, pelo apoio financeiro. RESUMOS DE PÔSTERES PT.078 EXPRESSÃO GÊNICA DE REG1 EM ILHOTAS PANCREÁTICAS DE CAMUNDONGOS NOD (NON-OBESE DIABETIC) TRATADOS COM GANGLIOSÍDEOS Pedrosa D1, Figueiredo D1, Stivanin-Silva LG1, Mariano LMR1, Vilella CA1, Zollner RL1 1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica Introdução: Estudos relacionam a diminuição da incidência do diabetes mellitus tipo 1 (DM1) nos camundongos NOD à administração exógena de gangliosídeos (Wilbertz, et al. Diabetologia. 1988;31:855; Vieira, et al. Cytokine. 2008;42:92). Há regeneração de células neurais pela atuação do gangliosídeo GM1 (Neto, et al. Oral Maxillofac Surg. 2007;65:870). O gene de regeneração (REG1) é expresso especificamente em ilhotas pancreáticas em regeneração, auxiliando na diminuição da inflamação em ratos com pancreatite induzida (Terazono, et al. J Biol Chem. 1988;263:2111; Viterbo, et al. JOP. 2009;10:15). Assim, é lícito sugerir que a modulação de sua expressão esteja associada à regeneração de células β pancreáticas pela administração exógena de gangliosídeos. Métodos: Eram mantidas em condições SPF, durante o protocolo que se estendeu da 4ª a 28ª semana de vida, 105 fêmeas da linhagem NOD, 35 animais/grupo: controle (salina), GM1 e GG (GM1 21%, GD1a 40%, GD1b 16% e GT1b 19%). 10 animais de cada um dos grupos NOD GM1 e GG tiveram glicemia monitorada até a 32ª semana, com tratamento cessado nesse período. Injeções diárias eram administradas via intraperitoneal nas concentrações: 100 μl/dia de solução salina (0,9%), GM1 100 mg/kg/dia e GGs 150 mg/kg/ dia. Animais com dois valores glicêmicos semanais e consecutivos ≥ 180 mg/dl eram considerados diabéticos. O sacrifício era realizado ao término do protocolo de 28 semanas ou no diagnóstico do DM1. A análise do infiltrado nas ilhotas era avaliada por microscopia óptica. Os níveis séricos de insulina eram determinados pela técnica de ELISA. Para expressão gênica de insulina e REG1, era realizada a técnica de PCR Tempo Real (análise por RQ). Resultados: Diabetes: 70% do grupo controle, 38% do grupo GM1 e 0% do grupo GGs; animais sacrificados na 32ª semana: 10% do grupo GM1 e 0% do grupo GG. Houve diminuição de insulite, maior expressão gênica de insulina (p < 0.05) e aumento da produção de insulina sérica nos animais tratados com GM1 em relação ao grupo controle. Notou-se diferença significativa (p < 0.05) na expressão gênica de REG no grupo controle em relação a GM1. Discussão: Estudos sugerem relação entre o aumento da expressão do gene REG e o aumento do processo inflamatório nas ilhotas (Planas, et al. 2006;49:2379). A diminuição da insulite verificada em NOD tratados com gangliosídeos está relacionada à diminuição da expressão gênica de REG1, sugerindo ação anti-inflamatória dos gangliosídeos exógenos. Financiamento: FAPESP e CNPq. PT.079 TRATAMENTO COM DEXAMETASONA INDUZ PROLIFERAÇÃO DE CÉLULAS β PANCREÁTICAS EM RATOS E CAMUNDONGOS Protzek AOP1, Costa-Junior JM1, Santos GJ1, Gonçalves BF2, Purificação TA1, Santos-Silva JC1, Rezende LF1, Carneiro EM1, Boschero AC1, Rafacho A3 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Biologia Funcional e Estrutural, IB. 2 UNESP – Departamento de Biologia, IBILCE, São José do Rio Preto. 3 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Departamento de Ciências Fisiológicas, CCB Introdução: Os glicocorticoides (GC) são amplamente utilizados na prática clínica por seu vasto efeito anti-inflamatório e/ou imunossupressor e, dependendo da dose e dp tempo de tratamento, podem provocar redução da sensibilidade periférica à insulina (RI), que geralmente está acompanhada por hiperinsulinemia. O aumento da secreção de insulina em resposta à glicose já é bem conhecido, mas se alterações estruturais acompanham a hipersecreção de insulina ainda estão por ser esclarecidas. Ainda há controvérsias entre o padrão de compensações pancreáticas desencadeadas entre ratos e camundongos submetidos ao tratamento com GC. Dessa forma, nosso objetivo foi avaliar se, a exemplo do que é observado em ratos, a hiperinsulinemia entre os camundongos tratados com glicocorticoide está relacionada com hiperplasia das células β. Métodos: Ratos Wistar e camundongos Swiss adultos machos receberam injeção i.p. diária de dexametasona (DEX) (1 mg/kg p.c.) por cinco dias consecutivos, enquanto animais controle (CTL) receberam solução isotônica de NaCl. Insulinemia e glicemia de jejum foram determinadas por RIA e glicosímetro digital. Protocolos de secreção de insulina estimulada por diferentes concentrações de glicose (SIEG) foram realizados ex vivo em ilhotas isoladas. Proliferação de células β (Ki-67) e morte celular foram realizados por meio dos métodos de imunoperoxidase e clivagem de caspase-3 e fragmentação de DNA, respectivamente. Resultados: Ambos, ratos e camundongos DEX, apresentaram aumento de 9 e 0,9 vezes da insulina sérica vs. respectivos grupos CTL (p < 0,05). Os valores de glicose sanguínea nos grupos DEX não foram superiores aos valores dos animais DEX tanto para ratos quanto para camundongos. A SIEG em ilhotas de ratos DEX foi maior em todas as condições avaliadas vs. grupo CTL (p < 0,05). A secreção de insulina pelas ilhotas dos camundongos DEX foram maiores apenas em resposta a 5,6 e 11,1 mM de glicose, comparado ao grupo CTL (p < 0,05). A proliferação de células β foi 4 e 2 vezes maior em ilhotas de ratos e camundongos, respectivamente, em relação aos seus respectivos grupos CTL (p < 0,001). O conteúdo total da caspase-3 foi similar entre as ilhotas provenientes de ratos ou camundongos DEX, comparado aos seus respectivos grupos CTL. No mesmo sentido, foram observados valores de fragmentação de DNA similares entre ilhotas de ratos ou camundongos DEX vs. seus respectivos CTL. Discussão e conclusão: As compensações pancreáticas em resposta ao tratamento in vivo com dexametasona não haviam sido exploradas em camundongos até o momento. O aumento da responsividade à glicose e da proliferação de células β foi observado em ambas as espécies de roedores e permitem que os níveis circulantes de insulina correspondam à demanda requerida em resposta a RI, mantendo os níveis glicêmicos dentro de valores fisiológicos. Essas respostas compensatórias foram de magnitude inferior nos camundongos em relação aos ratos e podem significar que, diante de condições de tratamento idênticas aos ratos, os camundongos adultos apresentam menor vulnerabilidade aos glicocorticoides. PT.080 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO COM TAURINA SOBRE A SECREÇÃO DE INSULINA E EXPRESSÃO GÊNICA EM ILHOTAS DE CAMUNDONGOS DESNUTRIDOS SUBMETIDOS À DIETA HIPERLIPÍDICA Vettorazzi JF1, Santos-Silva JC1, Camargo, RL1, Da Silva PMR1, Ribeiro RA2, Boschero AC1, Carneiro EM1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 2 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 1 Introdução: Tanto a restrição proteica quanto a dieta hiperlipídica (HFD) alteram o fluxo iônico nas células β, modificando o padrão secretório da insulina. A taurina (TAU), além de regular o fluxo iônico em diferentes tecidos, tem papel na melhora da função da célula β. Neste estudo avaliamos a secreção de insulina, oscilações citoplasmáticas de Ca2+ e a expressão de genes envolvidos no acoplamento estímulo/secreção da insulina em ilhotas de camundongos desnutridos submetidos à dieta HFD, suplementados com TAU. Métodos: Camundongos machos C57Bl/6J receberam dieta controle (14% de proteína-C) ou dieta hipoproteica (6% de proteína-R) por seis semanas. Em sequência, metade desses grupos foi alimentada por oito semanas com HFD sem (grupos CH e RH) ou com suplementação de 5% de TAU na água de beber (CHT e RHT). Aos 105 dias, os camundongos foram pesados, mortos por decaptação e gorduras foram retiradas e pesadas. Ilhotas foram isoladas para secreção de insulina e oscilações de Ca2+ na presença de 30 mM de K+, 10 mM de Arginina (Arg) ou 100 μM de tolbutamida (Tolb). A expressão gênica da pró-insulina, da subunidade SUR1 do canal KATP, das subunidades α1.2 e β2 do canal de Ca2+, da Ca2+ ATPase do retículo endoplasmático (SERCA)-3 e sinaptotagmina (SYP)-VII foi realizada por real-time PCR. Os resultados foram analisados por ANOVA de uma via seguida de Newman-Keuls, P < 0,05. Resultados e discussão: Camundongos R apresenS135 RESUMOS DE PÔSTERES taram redução de peso corporal (PC) (20 ± 1 g) comparado aos C (27 ± 1 g). A ingestão de HFD aumentou o PC nos grupos CH (35 ± 2 g) e RH (31 ± 2 g) e os depósitos de gordura retroperitoneal (GR) (0,44 ± 0,03 e 0,45 ± 0,07 g, respectivamente) e perigonadal (GP) (CH1, 55 ± 0,07 g, RH01, 45 ± 0,02 g) comparado ao C. A suplementação com TAU preveniu a obesidade com 63% de redução do PC e 60% na GR. Ilhotas de camundongos R secretaram menos insulina na presença de K+, Arg e Tolb (0,45 ± 0,06; 0,16 ± 0,03; 0,18 ± 0,04ng/ ilhota.h) comparadas às ilhotas C (1,1 ± 0,1; 0,39 ± 0,04; 0,42 ± 0,07 ng/ilhota.h, respectivamente). O influxo de Ca2+ em resposta à K+ e Tolb foi similar entre ilhotas R e C, porém a frequência das oscilações de Ca2+ com Tolb foi menor nas ilhotas R (5±0,3) em relação ao C (10±1,5). A secreção e o influxo de Ca2+ nessas condições não diferiram entre as ilhotas CH e C. Ilhotas RH secretaram mais insulina em resposta à Arg (0,3 ± 0,03). A TAU normalizou a resposta secretória no grupo RHT perante o K+ e Arg (0,97 ± 0,1; 0,32 ± 0,05ng/ ilhota.h) a valores do C. Ilhotas R apresentaram 45% menor conteúdo de mRNA para a SERCA-3 comparado às C. A HFD não alterou a expressão dos genes no grupo CH e RH. Por outro lado, ilhotas CHT apresentaram maior conteúdo de mRNA da pró-insulina [(4,1 vezes (x)], da SUR1 (3,1x), da subunidade β2 (2,8x) e α1.2 (2,6x), SERCA-3 (2,9x) e SYP-VII (2,8x) comparado às C, sem diferença entre o grupo RHT e C. A TAU preveniu a obesidade tanto em camundongos desnutridos quanto controles. A suplementação normalizou a resposta secretória das células β aos agentes despolarizantes no grupo RHT, sem alterar a expressão gênica. Porém, no grupo CHT, a TAU elevou a expressão de vários genes, o que pode contribuir para prevenção da falência das células β induzidas pela ingestão de HFD a longo prazo. Apoio financeiro: FAPESP e CNPq. PT.081 ASTAXANTINA E VITAMINA C ATUAM POSITIVAMENTE NO SISTEMA REDOX DE LINFÓCITOS HUMANOS Bolin AP1, Guerra BA1, Nascimento SJS1, Morandi AC1, Molina N1, Otton R1 1 Universidade Cruzeiro do Sul – Laboratório de Fisiologia Celular Introdução/Objetivo: A geração excessiva de espécies reativas de oxigênio (ERO) e nitrogênio (ERN) durante o metabolismo é capaz de gerar diversos danos celulares. Intermediários dicarbonílicos reativos como o metilglioxal (MGO) são potentes precursores da formação de produtos finais de glicação avançada (AGEs) e levam à produção exacerbada de ERO/ERN, além de estarem associados à fisiopatologia do diabetes. A terapia nutricional com antioxidantes é capaz de reduzir o risco de diabetes e/ou suas complicações modulando funções biológicas relacionadas ao estresse oxidativo. Este trabalho tem por objetivo avaliar o efeito do tratamento concomitante dos antioxidantes astaxantina (ASTA) e vitamina C (Vit.C) diante do possível estresse celular causado por glicose e MGO em linfócitos do sangue periférico humano. Metodologia: Linfócitos foram obtidos do sangue periférico total de indivíduos saudáveis por punção venosa e foram isolados com a ajuda do gradiente de densidade Histopaque 1077. Após esse processo, as células foram lavadas com PBS, centrifugadas e ressuspendidas em meio de cultura RPMI 1640 (1 x 106/ ml) por até 24h. As células foram tratadas in vitro com glicose (20 mM) associada ao MGO (30 µM) adicionadas ou não de ASTA (2 µM) e vitamina C (100 µM). As avaliações realizadas até o momento foram: viabilidade celular e fragmentação de DNA por citometria de fluxo; produção de ERO/ERN pela avaliação da produção de ânion superóxido, óxido nítrico e peróxido de hidrogênio, razão de glutationa reduzida e oxidade (GSH/GSS); atividade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PDH); avaliação da atividade das enzimas antioxidantes e danos em biomoléculas. Resultados: Os diferentes tratamentos não causaram citotoxicidade em linfócitos, visto que não houve alterações na viabilidade e na fragmentação dessas células. A produção de ânion superóxido e peróxido de hidrogênio foi significativamente menor nos grupos contendo ASTA+Vit.C em relação ao grupo controle e glicose+MGO. Diferentemente, a produção de óxido nítrico apresentou-se elevada nos grupos contendo os antioS136 xidantes e diminuída na presença de glicose+MGO. Em relação às enzimas antioxidantes, o tratamento com os antioxidantes foi capaz de diminuir a atividade da enzima catalase e aumentar a atividade da glutationa peroxidase e redutase. A atividade da enzima G6PDH foi aumentada no grupo tratado com ASTA+Vit. C, assim como a razão GSH/GSSG. Apesar de não significativa, a adição de astaxantina e vitamina C demonstrou uma tendência em aumentar os níveis de tióis livres. A adição de glicose+metilglioxal não foi capaz de incrementar a quantidade de grupos carbonilas oxidados. Discussão/Conclusão: A associação entre astaxantina e vitamina C se torna benéfica e com potente ação antioxidante ao reduzir a produção de espécies reativas de oxigênio. A adição desses antioxidantes fez com que o estado redox intracelular se mantivesse em perfeito estado por alterar a atividade das enzimas antioxidantes GPx e GR, assim como pela razão GSH/GSSG e atividade da G6PDH. Esses achados comprovam, até o momento, o importante papel antioxidante da associação entre ASTA+Vit.C. Com isso, novas terapias com antioxidantes podem auxiliar o sistema imune de pacientes com patologias que tenham como plano de fundo a produção exacerbada de ERO. Suporte financeiro: FAPESP (2009/14382-7; 2010/03304-2). PT.082 EFEITO DO TRATAMENTO COM L-ARGININA SOBRE A EXPRESSÃO DE FATORES PRÓ-INFLAMATÓRIOS EM PROLE DE MÃES DIABÉTICAS Diniz MM1, Carvalho DS1, Quadros CDM1, Haidar AA1, Carpinelli AR2, Gil FZ1, Hirata AE1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Departamento de Fisiologia. 2 Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Fisiologia 1 Introdução: Evidências mostram que constituintes da dieta podem modular eventos que regem a expressão de genes, portanto alteram aspectos específicos da função celular. Além disso, estudos vêm tentando elucidar os efeitos da ingestão aguda e crônica da L-Arginina (Arg) sobre o metabolismo glicídico. Considerando que proles de mães diabéticas são resistentes à insulina e possivelmente apresentam maior ativação de vias de sinalização sensível ao stress, entre elas as ativadas pela MAPK, o objetivo do nosso trabalho foi avaliar o efeito do tratamento com Arg em prole de mães diabéticas sobre a ativação da ERK 1/2, JNK, p38, IKKβ. Métodos: Para a indução do diabetes melittus, utilizamos streptozotocina em dose única (60 mg/kg), via intraperitoneal, diluída em solução de tampão de citrato (0,1 M). Após a indução do diabetes melittus, a glicemia foi determinada e foram consideradas diabéticas as ratas cujos valores de glicemia foram iguais ou superiores a 250 mg/dl. As fêmeas diabéticas foram colocadas para cruzamento e as respectivas proles foram desmamadas ao 21º dia, quando se iniciou o tratamento pelo período de um mês de acordo com os grupos experimentais: CS: filhos de mães controles que receberam sacarose 2%; DS: filhos de mães diabéticas que receberam sacarose 2%; CA: filhos de mães controles que receberam L-arginina 2%; DA: filhos de mães diabéticas que receberam L-arginina 2%. Resultados: Pela análise da insulinemia (ng/ml) por radioimunoensaio, não obtivemos diferenças significativas: CS 1,07 ± 0,09 x DS 0,903 ± 0,11 x CA 0,91 ± 0,09 x DA 0,9 6 ± 0,16, p < 0,05, n = 4. Por meio da análise da fosforilação (UA) da ERK ½, não houve diferença significativa nos tecidos avaliados: fígado CS 0,75 ± 0,18 x DS 0,71 ± 0,13 CA 0,64 ± 0,07 x DA 0,76 ± 0,16; músculo esquelético CS 0,75 ± 0,18 x DS 0,71 ± 0,13 x CA 0,64 ± 0,07 x DA 0,76 ± 0,16; coração CS 0,64 ± 0,17 x DS 0,54 ± 0,16 x CA 0,59 ± 0,16 x DA 0,89 ± 0,27; tecido adiposo CS 0,27 ± 0,062 x DS 0,16 ± 0,11 x CA 0,26 ± 0,07 x DA 0,25 ± 0,21, p < 0,05, n = 4. Discussão: Resultados prévios de nosso laboratório demonstraram que proles de mães diabéticas apresentam resistência à insulina e o tratamento com Arg reverte esse estado [Kitt (%/min) CS 5,52 ± 0,6 x DS 1,82 ± 0,16 x CA 5,72 ± 0,44 x DA 6,06 ± 0,45] sem promover alterações na insulinemia. Nos tecidos avaliados, a ativação da ERK 1/2 não apresentou alterações, indicando que ela não tem uma função importante nesse modelo. Entretanto, estão sendo investigadas a ativação de outras quinases ativadas por estresse, tais como JNK, p38, IKKβ. Apoio financeiro: CAPES, FAPESP. RESUMOS DE PÔSTERES PT.083 FREQUÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CRÔNICAS EM PACIENTES DIABÉTICOS ATENDIDOS NO HC-FMRP-USP Batista SL1, Britto CTF1, Gomes PM1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1 1 Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Departamento de Clínica Médica Introdução: O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica, e as complicações decorrentes do diagnóstico tardio e do mau controle glicêmico surgem e progridem com o passar do tempo, contribuindo para a maior morbidade e mortalidade do paciente diabético. Dessa forma, descreveremos as frequências de complicações crônicas encontradas em pacientes atendidos no Ambulatório de Diabetes do HC-FMRP-USP (AEND), no período de janeiro de 2008 a junho de 2011. Materiais e métodos: No período de janeiro de 2008 a junho de 2011, foram realizadas 10.355 consultas (435 casos novos), com média de 246,5 consultas/mês, sendo cada paciente avaliado cerca de três a quatro vezes ao ano. Foram coletados dados em uma amostragem de 172 pacientes. Resultados: A média de idade foi de 52,8 ± 17,3 anos. Quanto ao gênero, 58,1% eram do sexo feminino. Apresentavam, em média, 14,9 ± 10,0 anos de diagnóstico. Do total de pacientes, 27,9% apresentavam DM tipo 1 (dos quais 59% do sexo feminino), 64,0%, DM tipo 2 (dos quais 57% do sexo feminino), 7,0%, outros tipos de DM (dos quais 50% do sexo feminino) e 1,1%, de tipo indeterminado (todos do sexo feminino). Retinopatia diabética estava presente em 72,1% dos pacientes (dos quais 56% do sexo masculino, 28% com DM tipo 1 e 72% com DM tipo 2). Com relação ao acometimento renal, 20,4% apresentavam nefropatia instalada (dos quais 50% do sexo masculino, 21% com DM tipo 1 e 79% com DM tipo 2) e 6,4%, nefropatia incipiente (dos quais 54% do sexo masculino, 36% com DM tipo 1 e 54% com DM tipo 2), caracterizados por proteinúria de 24h > 300 mg/dl e microalbuminúria positiva, respectivamente. Foi relatado disautonomia em 37,8% dos pacientes (dos quais 59% do sexo feminino, 20% com DM tipo 1 e 72% com DM tipo 2) e neuropatia periférica em 25% (dos quais 56% do sexo feminino, 15% com DM tipo 1 e 78% com DM tipo 2). Complicações macrovasculares tais como doença vascular cerebral, doença arterial coronariana e doença arterial obstrutiva crônica periférica acometeram 20,9% dos pacientes (dos quais 52% do sexo masculino, 5% com DM tipo 1 e 93% com DM tipo 2). Discussão e conclusão: A amostra avaliada é representativa do total de pacientes atendidos no AEND, predominando DM tipo 2. O tempo mediano de diagnóstico foi de 13 anos. Verifica-se uma discreta preponderância de pacientes diabéticos do sexo feminino, entretanto as complicações foram algo mais prevalentes em pacientes do sexo masculino, com exceção da disautonomia e neuropatia periférica. Dentre as complicações crônicas relatadas, evidenciou-se alta prevalência de retinopatia diabética e modesta prevalência de nefropatia, disautonomia, neuropatia periférica e complicações macrovasculares. As complicações micro e macrovasculares do DM ocorrem tardiamente, quando as manobras terapêuticas são menos eficazes em preservar a qualidade de vida e longevidade. Dessa forma, é de suma importância o controle precoce e rígido do DM para evitar tais complicações. PT.084 O CONSUMO MATERNO DE DIETA HIPERLIPÍDICA DURANTE A GESTAÇÃO E LACTAÇÃO ALTERAM A EXPRESSÃO HEPÁTICA DE MICRORNAS E GENES RELACIONADOS AO METABOLISMO LIPÍDICO Benatti RO1, Melo AM1, Ashino NG2, Santos GA3, Souza LM3, Velloso LA3, Torsoni MA1, Torsoni AS1 1 Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA-Unicamp). 2 Instituto de Biologia da Unicamp. 3 FCM-Unicamp Introdução: A obesidade e o diabetes mellitus tipo II apresentam uma resposta metabólica característica, que leva a alterações na síntese de lipídeos e na homeostase da glicose. Filhos de mães que consomem dieta hiperlipídica na gestação e lactação acumulam lipídeos no fígado e ativam vias inflamatórias que culminam no desenvolvimento de resistência à insulina em vários tecidos. Estudos recentes usando o modelo de obesidade induzida por dieta mostram um aumento na expressão de microRNAs relacionados aos efeitos metabólicos observados. Os microRNAs são pequenas moléculas de RNA não codificante que participam da regulação da expressão gênica. É de grande interesse entender se as condições de desenvolvimento do feto no útero de mães obesas poderiam contribuir para a ativação de microRNAs que promoveriam os danos metabólicos observados na prole adulta, entre eles a ativação de proteínas envolvidas com a síntese de ácidos graxos e colesterol. Metodologia: Para o presente estudo, foram utilizados camundongos Swiss machos (28 dias), filhos de mães que consumiram dieta controle (PC) e dieta hiperlipídica (PH) durante a gestação e lactação. Após o desmame, as proles PC e PH foram alimentadas com dieta controle. Fragmentos de fígado foram utilizados para avaliar a expressão por PCR em tempo real (RT-PCR) de microRNAs envolvidos com metabolismo lipídico (miR-122 e 335) e de proteínas lipogênicas (ACC, FASN, SCD-1, HMGCR) e lipolíticas (AMPK) por RT-PCR e/ou Western Blotting (WB). Resultados: Os resultados obtidos até o momento mostram que camundongos PH apresentam aumento nos níveis de triglicérides hepáticos (35%) e intolerância à glicose. Além disso, os resultados de WB e RT-PCR mostram um aumento concomitante na expressão de HMGCR (1,5 vez para WB – 587 vezes para RT-PCR), SCD-1 (1,3 vez para WB – 708 vezes para RT-PCR), FASN (1,4 vez para WB – 86 vezes para RT-PCR) e diminuição de p-AMPK e p-ACC (40% e 38%, respectivamente para WB) no fígado de animais do grupo PH em relação ao grupo PC. Esses dados corroboram o aumento observado no grupo PH na expressão de miR122 (cerca de 46 vezes em relação à PC) e miR-335 (superior a 700 vezes em relação à PC). Discussão: Experimentos realizados por Esau et al. (2006) apontaram significante redução no desenvolvimento de esteatose hepática e no nível de colesterol sérico em roedores obesos tratados com antisense para miR-122. Esses dados evidenciam a importância desse microRNA, altamente expresso no fígado, no controle da lipogênese. Os resultados obtidos no presente estudo mostram que o consumo de dieta hiperlipídica durante a gestação e lactação culmina no aumento da expressão de miR-122 e 335 na prole, concomitante com a maior expressão de genes lipogênicos. Esse resultado pode estar associado ao desenvolvimento do fenótipo alterado, decorrente de herança epigenética, em filhos de mães obesas, independentemente da dieta escolhida por eles na idade adulta. Apoio: FAPESP, CAPES e CNPq. PT.085 ATIVAÇÃO HIPOTALÂMICA E HEPÁTICA DE PROTEÍNAS DA UNFOLDED PROTEIN RESPONSE (UPR) EM PROLE DE MÃES ALIMENTADAS COM DIETA HIPERLIPÍDICA DURANTE A GESTAÇÃO E LACTAÇÃO Melo AM1, Benatti RO1, Ashino NG2, Santos GA3, Cursino J1, Velloso LA3, Torsoni AS1, Torsoni MA1 1 Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA-Unicamp). 2 Instituto de Biologia da UNICAMP. 3 FCM-Unicamp Introdução: A obesidade está relacionada ao aumento de citocinas pró-inflamatórias e ativação de serinas quinases, como JNK e IKK, que reduzem a sinalização celular da insulina. Indivíduos obesos também apresentam proteínas do mecanismo chamado de “unfolded protein response” (UPR) ativadas e são indicadores de stress de retículo endoplasmático, o qual resultará na ativação de JNK e IKK. A obesidade materna e o consumo de dieta rica em gordura (HF) durante a gestação e a lactação têm sido relacionados a danos metabólicos na prole. No entanto, a contribuição da UPR nos distúrbios metabólicos de proles de mães alimentadas com dieta HF não é conhecida até o momento. Métodos: Camundongos fêmeas (Swiss) foram alimentadas com dieta controle (C) ou hiperlipídica (HF) durante a gestação e a lactação. Após o desmame, a prole de mãe que recebeu dieta C (PC) e a prole de mãe que recebeu dieta HF (PH) foram mantidas com dieta controle até o dia experimental. As análises foram realizadas entre os dias d28 e d35 após o nascimento. Inicialmente, foram avaliados peso corpóreo, massa do adiposo epididimal, citocinas séricas e teste de tolerância à glicose (GTTip). A fosforilação e a expressão das proteínas PERK, JNK, EIF2α, IRE1α, ACC e AKT no fígado S137 RESUMOS DE PÔSTERES e hipotálamo foram avaliadas por Western blot. Resultados: Os animais do grupo PH apresentaram aumento no peso corpóreo (25%) e massa tecido adiposo epididimal (40%) comparado ao grupo PC. Tanto TNF-α como IL1β no soro estavam aumentados no grupo PH comparado ao PC. A glicemia de jejum não foi diferente entre os grupos (PC vs. PH), e o grupo PH apresentou maior área sob a curva (AUC) durante o GTT comparado ao PC (AUC: 28750 vs. 11500, respectivamente). Em ambos os tecidos, os níveis de p.JNK, p.PERK, p.EIF2α e IRE1α estavam aumentados no PH comparado ao PC. No hipotálamo, o nível de p.ACC foi aumentado, enquanto a fosforilação da AKT induzida por insulina foi reduzida no PH comparado ao PC. Discussão: A ativação de proteínas relacionadas ao UPR em ambos os tecidos no grupo PH sugere que a célula se encontra em situação de estresse metabólico. Essa resposta celular pode estar relacionada com a redução da ativação da AKT por insulina e o aumento da fosforilação da ACC no hipotálamo, levando a danos no sinal de saciedade. Apoio: FAPESP e FAEPEX. PT.086 EVOLUÇÃO DA GESTAÇÃO, PARTO E CARACTERÍSTICAS FETAIS DE GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS ACOMPANHADAS NO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (HC-FMRP-USP) Treml D1, Gomes PM1, Zordan A1, Bessa DS1, Moreira LA1, Chaves MP1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Divisão de Endocrinologia do Departamento de Clínica Médica Introdução: O diabetes mellitus gestacional (DMG) traz riscos para a mãe e o recém-nascido (RN). O objetivo deste trabalho foi avaliar a evolução da gestação, parto e características fetais de pacientes grávidas com diagnóstico de diabetes mellitus (DM) em seguimento no ambulatório de gestação de alto risco do HC-FMRP-USP, durante o período de novembro de 2010 a agosto de 2011. Métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, mediante análise de prontuários médicos, os parâmetros previamente estabelecidos de uma amostra de 79 pacientes com diagnóstico de DM de um total de 366 pacientes em acompanhamento nesse ambulatório. Resultados: Foram avaliadas cerca de 22% da amostra de pacientes. Quanto às complicações gestacionais, 18,4% das pacientes apresentaram complicações infecciosas, 3,9%, trabalho de parto pré-termo, 6,4%, oligodrâmnio, 5,1%, corioamniorrexe prematura, 2,6%, pré-eclâmpsia. Na amostra avaliada, uma paciente apresentou polidrâmnio e não houve relatos de cetose, eclampsia ou hiperemese. Quanto à evolução do trabalho de parto, a média de idade gestacional do dia do parto foi de 39,6 semanas de gestação e, desses, 46,5% foram partos cesarianos e 53,5%, partos vaginais. Dentre essas pacientes, 39,4% estavam em uso de insulina com dose total média do dia anterior ao parto de 55,3 UI. Apresentaram hipoglicemia no dia do parto 9,8% das pacientes e, dessas, 57% estavam em insulinoterapia. A glicosimetria capilar média pré-parto foi de 101,5 mg% e pós-parto de 112,1 mg%. Em relação ao feto, em 94,1% dos casos a apresentação era cefálica e em 5,9% pélvica. A média do índice de Apgar foi de 8,6 e 9,7 no primeiro e quinto minutos, respectivamente. Quanto ao sexo, 52,5% dos fetos eram femininos e 47,5% masculinos. A média de peso ao nascer foi de 3189 g, sendo 8,9% dos RN PIG, 65,7% AIG e 25,7% GIG. Um óbito fetal foi relatado em prontuário. Dez pacientes com DMG retornaram no pós-parto para reavaliação e foram reclassificadas e, dessas, 70% apresentavam pré-diabetes e 30% eram euglicêmicas. Discussão: Estudos epidemiológicos multicêntricos de larga escala como o Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcomes (HAPO) demonstraram que os riscos de efeitos adversos maternos, fetais e desfechos neonatais desfavoráveis aumentaram por causa da glicemia materna entre 24-28 semanas. De acordo com a ADA, mulheres com história de DMG apresentam aumento considerável do risco de desenvolver diabetes e pré-diabetes e, portanto, devem ser seguidas com rastreio subsequente para o seu desenvolvimento. Na nossa casuística 34,6% das gestantes apresentaram complicações pré-natais e grande parte das pacientes reavaliadas S138 apresentou pré-diabetes. Contudo, somente 17,8% das pacientes com DMG retornaram ao ambulatório para acompanhamento. A literatura refere que a via de parto é uma decisão obstétrica, podendo se aguardar a evolução espontânea para o parto até o termo desde que a gestante esteja compensada, dados condizentes com os nossos, em que a maioria das pacientes apresentou parto a termo e vaginal. Outro parâmetro concordante com a literatura é que um quarto dos RN das pacientes avaliadas era GIG. PT.087 COMPOSIÇÃO CORPORAL DE PACIENTES SOROPOSITIVOS PARA HIV EM TERAPIA ANTIRRETROVIRAL AVALIADA POR MEIO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS, BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA E ABSORCIOMETRIA DE DUPLO FÓTON Beraldo RA, Vassimon HS, Navarro AM, Foss-Freitas MC Introdução: Atualmente, pacientes soropositivos para HIV em uso de terapia antirretroviral de alta potência (TARV) apresentam alterações de composição corporal e metabólicas denominadas de síndrome da lipodistrofia. O ponto central da síndrome são alterações da composição corporal que envolvem principalmente a perda de gordura em membros e face (lipoatrofia) e/ou ganho de gordura na região abdominal e dorso cervical (lipo-hipertrofia). Até o momento, nesse grupo, a determinação de gordura por segmento corporal pode ser obtida por métodos de imagem, mas não por medidas antropométricas, que seriam mais viáveis na prática clínica. Torna-se importante acompanhar a quantidade de gordura por segmento utilizando métodos práticos e de baixo custo a fim de otimizar o tratamento desse grupo. Objetivos: Comparar valores obtidos por medidas antropométricas e por bioimpedância elétrica (total e segmentar) de estimativa de composição corporal com valores obtidos pelo padrão-ouro (DXA) em pacientes soropositivos para HIV em TARV. Metodologia: Foram aferidas circunferências e pregas cutâneas e realizados exames de BIA total e segmentar e DXA em pacientes soropositivos para HIV. Foram aplicados testes de correlação e concordância entre os diferentes métodos. Resultados: O total de pacientes avaliados foi de 26 (20M e 6F) e a idade média foi de 48 ± 9 anos; 35% do grupo total apresentavam sobrepeso e 65%, eutrofia; 42% dos pacientes apresentavam circunferência abdominal aumentada e 65,4% RCQ aumentada; 23% eram diabéticos, 96% dislipidêmicos e 38% hipertensos. Variáveis antropométricas como a prega cutânea do tríceps, circunferência da cintura e circunferência da coxa apresentaram correlação positiva com a composição por segmento corporal obtida pelo DXA (p < 0,01). O teste de concordância foi aplicado entre os métodos DXA e BIA. Esta se mostrou baixa para as porcentagens de gordura do braço, perna e troca (coeficiente St. Laurent: 0,32, 0,40 e 0,41) e maior para gordura corporal total (0,63). Discussão e conclusão: Os achados do estudo estão em concordância com os da literatura, pois os pacientes estudados apresentam parâmetros metabólicos alterados condizentes com a síndrome da lipodistrofia. O método BIA se mostrou adequado para estimar composição corporal total nesse grupo. Porém, torna-se crucial a elaboração de equações preditivas específicas utilizando tanto variáveis antropométricas quanto de BIA segmentar para a avaliação da composição por segmento corporal de indivíduos soropositivos para HIV que possuem alterações quanto ao tecido adiposo. PT.088 AVALIAÇÃO DO VALOR ENERGÉTICO TOTAL E MACRONUTRIENTES DE NADADORES E CORREDORES DE ALTO RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP Meliscki GA1, Monteiro LZ1, Buffi VB1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica Introdução: Atletas são indivíduos praticantes de atividades físicas diárias que determinam um elevado gasto calórico, necessitando, dessa forma, maior ingestão de alimentos, podendo as alterações fisiológicas RESUMOS DE PÔSTERES e os desgastes nutricionais gerados pelo esforço físico conduzir o atleta ao limiar da saúde e da doença se não houver compensação adequada desses eventos (Nieman DC. J Appl Physiol. 2001;91:109). Entretanto, as necessidades energéticas de um esportista sofrem alterações de acordo com a modalidade esportiva executada, individualidade biológica, nível de aptidão física, entre outros fatores que interferem nas recomendações nutricionais e impedem uma exatidão na prescrição (Lukaski HC. Nutr J. 2004;20:632). Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o valor energético total (VET) e de macronutrientes de nadadores e corredores de alto rendimento da cidade de Ribeirão Preto/SP. Métodos: Participaram 12 nadadores e 8 corredores, sendo verificadas as variáveis antropométricas. Para avaliação do valor energético total e macronutrientes, foi utilizado o registro alimentar de três dias não consecutivos. Os resultados foram expressos em média e desvio-padrão. Resultados: Os nadadores apresentaram idade = 20 ± 1,8 anos, peso = 76,9 ± 5,2 kg, altura = 1,79 ± 0,05 m, IMC = 24 ± 1,96 kg/m2, e os corredores apresentaram idade = 23 ± 4,3 anos, peso = 76,3 ± 9,01 kg, altura = 1,85 ± 0,04 m, IMC = 22,3 ± 2,13 kg/m2). Em relação ao VET e consumo de macronutrientes, os nadadores apresentaram energia = 3970,61 ± 955,78 kcal, carboidrato = 591,11 ± 178,91 g, proteína = 162,02 ± 35,87 g, lipídeo = 111,03 ± 37,56 g, e os corredores apresentaram energia = 3050,16 ± 1031,98 kcal, carboidrato = 440,98 ± 119,98 g, proteína = 142,23 ± 56,29 g, lipídeo = 85,57±45,35 g. Observamos que os nadadores e os corredores apresentaram VET e ingestão de lipídeos e carboidratos insuficiente de acordo com a American Dietetic Association. Apenas os corredores apresentaram valores de proteína insuficiente. Discussão: Nosso estudo está de acordo com outras pesquisas, como a de Sartori et al. (2002), em estudo com atletas de futsal do sexo masculino dos estados do Rio Grande do Sul e Paraná, que também verificaram consumo calórico abaixo das recomendações diárias, assim como Prado et al. (2006) verificaram em atletas de elite do futebol brasileiro. Os atletas têm considerável aumento da demanda calórica e proteica por causa do exercício físico. Para que essa necessidade energética diária seja alcançada, deve haver equilíbrio entre o consumo alimentar e o gasto energético. Uma dieta equilibrada é aquela na qual o fornecimento de nutrientes é suficiente para a manutenção, crescimento e reparo dos tecidos, sem qualquer excesso de energia (Vilardi TCC. Rev Nutri. 2001;14:61). Suporte financeiro: CAPES e FAEPA/-HC-FMRP-USP. PT.089 ANÁLISE DO PERFIL BIOQUÍMICO DE NADADORES DE ALTO RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO PRÉ E PÓSCOMPETIÇÃO Meliscki GA1, Monteiro LZ1, Vidal TR1, Puggina EF2, Foss MC1, Foss-Freitas MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP Introdução: Com a evolução do esporte de alto rendimento, é crescente o interesse em associar índices fisiológicos e técnicos que possam ser utilizados para verificar os efeitos do treinamento, predição da performance e prescrição adequada da intensidade do treinamento (Rietjens. Int J Sports Med. 2005;26:16). Além disso, a mensuração destas variáveis possibilita também a prescrição mais individualizada do treinamento, já que alguns desses índices são de fácil mensuração, sendo assim possível utilizá-los em um grande número de atletas. A avaliação do perfil bioquímico pré e pós-competição pode ser um instrumento importante para análise de estudos ligados ao metabolismo do esforço, já que possibilita a identificação precoce de alterações que possam prejudicar os resultados, a performance física e a saúde dos atletas submetidos a estresse (Brancaccio. Clin Sports Med. 2008;7:1). Métodos: Este estudo foi realizado com 23 atletas do sexo masculino, sendo 15 atletas da natação e 8 do atletismo, sendo verificadas as variáveis antropométricas (peso, altura e IMC). O sangue foi coletado nos períodos pré-competição (P1) e pós-competição (P2), sendo realizadas análises bioquímicas: creatinaquinase (CPK), ferro (Fe), transaminase glutâmico oxalacética (TGO) e transaminase glutâmico pirúvica (TGP). Para a análise estatística, foram utilizados o software SAS versão 9.0 e análise de variância (ANOVA). O nível de significância adotado foi p < 0,05. Resultados: Os nadadores apresentaram idade = 20 ± 2,66 anos, peso = 75,1 ± 4,72 kg, altura = 1,80 ± 0,05 m, IMC = 23,2 ± 1,52 kg/ m2, circunferência abdominal = 80,2 ± 3,9 cm, e os corredores apresentaram idade = 23 ± 4,34 anos, peso = 76,3 ± 9,01 kg, altura = 1,85 ± 0,04 m, IMC = 22,3 ± 2,13 kg/m2, circunferência abdominal = 78,6 ± 3,5 cm. Em relação às análises realizadas nos períodos P1 e P2 nos nadadores, observamos diferenças significativas nos exames de CPK (268,71-447,36), Fe (127,57-85,79) e TGO (26,14-31,79); já os corredores apresentaram diferenças significativas em todos os exames realizados: CPK (436,86-1538,8), Fe (130,63-103,3), TGO (32,75-50,2) e TGP (25,5-26,5). Discussão: Assim como Wu (World J Gastroenterol. 2004;10), também observamos grandes alterações após uma competição em atletas de alto rendimento, porém os atletas avaliados em nosso estudo realizaram provas de menor duração. Os resultados encontrados no P1 mostram que a prática de atividade física promove diversas adaptações benéficas ao organismo, porém, quando a prática dessa atividade atinge os limites fisiológicos como no P2, alterações relacionados a dano muscular e metabólico são encontradas, levando a um prejuízo no condicionamento físico desses atletas. Sendo assim, estratégias de recuperação devem ser adotadas pela comissão técnica, a fim de diminuir os efeitos prejudiciais desses estímulos máximos. Apoio financeiro: CAPES, FAEPA HC-FMRP-USP. PT.090 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO/SP Meliscki GA1, Monteiro LZ1, Puggina EF2, Pereira FA1, Foss MC1, Paula FJA1, Foss-Freitas MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica. 2 Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP Introdução: A participação em modalidades esportivas tem sido associada com proporções corporais e composição corporal específica aos seus praticantes. Existe, assim, interesse em identificar as características físicas associadas com o sucesso em diversas modalidades (Prestes. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2006;8(4):25). Nesse sentido, estimativas da composição corporal (CC) são amplamente utilizadas para alcance do peso desejado, melhora da performance e para avaliar os efeitos do treinamento (Silva. Eur J Clin Nutr. 2006;60:955). Então, este trabalho teve como objetivo avaliar a distribuição e a composição corporal das equipes de natação, atletismo da cidade de Ribeirão Preto/SP, e compará-los com os indivíduos saudáveis fisicamente ativos (grupo controle). Métodos: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo e transversal, realizado com 23 atletas do sexo masculino, sendo: 15 atletas da natação e 8 do atletismo e 15 homens controles praticantes de atividade física regular (GC). Foram verificadas as variáveis antropométricas (peso, altura, IMC e circunferência abdominal). A distribuição da composição corporal foi avaliada pelo DXA (Hologic 4500W, USA). Para a análise estatística, foram utilizados o software SAS versão 9.0 e a análise de variância (ANOVA). Resultados: Os nadadores apresentaram idade = 20 ± 2,66 anos, peso = 75,1 ± 4,72 kg, altura = 1,80 ± 0,05 m, IMC = 23,2 ± 1,52 kg/m2, circunferência abdominal = 80,2 ± 3,9 cm, e os corredores apresentaram idade = 23 ± 4,34 anos, peso = 76,3 ± 9,01 kg, altura = 1,85 ± 0,04 m, IMC = 22,3 ± 2,13 kg/m2, circunferência abdominal = 78,6 ± 3,5 cm, e o GC apresentou idade = 20 ± 3,56 anos, peso = 74,1 ± 9,68 kg, altura = 1,78 ± 0,06 m, IMC = 23,4 ± 2,61 kg/m2, circunferência abdominal = 82,7 ± 6,06 cm. Em relação à distribuição corporal, os dois esportes avaliados apresentaram diminuição da % e (g) de massa gorda do braço e perna esquerdo, tronco e subtotal (p < 0,05) comparado ao GC. Os nadadores tiveram aumento da massa magra em todos os segmentos avaliados (p < 0,05) quando comparados com o grupo controle; já os corredores apresentaram aumento da massa magra na perna esquerda e subtotal (p < 0,05). Discussão: Estudos evidenciaram que atletas apresentam aumento da massa magra e diminuição da gordura corporal (Andreoli. Med Sci Sports Med. 2001;33(4):507). S139 RESUMOS DE PÔSTERES Este estudo pôde verificar que os nadadores apresentaram aumento da massa magra em todos os segmentos avaliados, ao contrário dos corredores. Isso pode ocorrer pelo fato de a natação utilizar todos os segmentos do corpo durante o gesto esportivo, e um aumento somente em determinados segmentos pode acabar comprometendo a performance desses atletas durante os treinos e competições, ou seja, a característica corporal dos atletas, principalmente a massa magra, está associado ao gesto esportivo. Os nadadores apresentam um aumento da massa magra em todo o corpo, enquanto corredores apresentam aumento principalmente nos membros inferiores, levando-os, assim, a características corporais específicas, diferenciando-os de indivíduos saudáveis fisicamente ativos. Apoio financeiro: CAPES, FAEPA HC-FMRP-USP. PT.091 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E EVOLUÇÃO CLÍNICOLABORATORIAL DE GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS ACOMPANHADAS NO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (HC-FMRP-USP) Zordan A1, Gomes PM1, Treml D1, Bessa DS1, Moreira LA1, Chaves MP1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1 1 Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP) – Divisão de Endocrinologia do Departamento de Clínica Médica Introdução: Aproximadamente, 7% das gestações são complicadas por diabetes mellitus gestacional (DMG). O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil demográfico e a evolução clínica e metabólica durante o pré-natal de pacientes grávidas com diagnóstico de diabetes mellitus (DM), em seguimento no ambulatório de gestação de alto risco do HC-FMRP-USP. Métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, por meio de análise de prontuários médicos, os parâmetros previamente estabelecidos de uma amostra de 79 pacientes com diagnóstico de DM de um total de 366 pacientes em acompanhamento neste ambulatório, durante o período de novembro de 2010 a agosto de 2011. Resultados: Foram avaliados cerca de 22% da amostra de pacientes. A média de idade das pacientes foi de 31,7 + 6 anos. Cerca de 8% apresentavam diagnóstico prévio de DM tipo 1, outros 22% tinham DM tipo 2 e 70% apresentavam o diagnóstico de DMG, feito em média com 24,8 semanas de idade gestacional (IG). A média do índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional era de 29,9 + 6,6 kg/m². As principais comorbidades encontradas foram hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e obesidade (16,7%, 21,8% e 38,5%, respectivamente). A média de gestações prévias era de 3,2 por mulher e cerca de ¼ das pacientes possuía antecedentes obstétricos de aborto e/ou óbito neonatal ou fetal; cerca de 20% haviam tido DMG em gestação prévia e/ou fetos macrossômicos. Quanto ao tratamento instituído, cerca de 90% receberam dietoterapia, sob orientação de nutricionista, sendo essa a única intervenção utilizada em 50% das gestantes da amostra. O tratamento com metformina foi instituído em cerca de 19% das pacientes. Insulina NPH foi prescrita para 45% das pacientes (dose média inicial de 30 UI/dia) e insulina regular para cerca de 30% das pacientes (dose média inicial de 5,2 UI/dia). Não foram prescritos sulfonilureias, acarbose ou análogos de insulina, por conveniência. A avaliação metabólica mostrou HbA1C média de 6,8% num total de 50 medidas. A média da creatinina sérica foi de 0,57 + 0,15 mg/dl, e a média da proteinúria de 24 horas foi de 166,9 + 124,5 mg. Os valores médios de colesterol total, HDL-c e triglicérides foram de 209,3 + 48 mg/dl, 50,3 + 14 mg/dl e 212,5 + 90,3 mg/dl, respectivamente, e 2/14 apresentavam retinopatia diabética, ambas com diagnóstico prévio à gestação. Discussão: A maioria das gestantes apresentava sobrepeso ou obesidade previamente à gestação. A terapia dietética durante a gestação foi a intervenção mais indicada e suficiente para controle glicêmico adequado na metade das pacientes da amostra estudada. No entanto, aproximadamente 1/5 das pacientes usou metformina e quase metade das pacientes necessitou de doses de insulina para manutenção dos alvos glicêmicos. Apesar de a função renal manter-se na faixa da normalidade, as gestantes apresentaram, em média, microalbuminúria, mostranS140 do o acometimento renal ocasionado pela hiperglicemia na gestação. Além disso, as pacientes apresentaram níveis médios elevados de triglicérides, demonstrando os efeitos da resistência à insulina durante a gravidez. Não houve casos de retinopatia associada ao DMG. PT.092 RELAÇÃO ENTRE HIPOTIREOIDISMO E COLESTEROL TOTAL EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS PELO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS Borges ALF1, Rezende KN1, Francescantonio ICM1, Francescantonio ICCM1, Miranda TMT1 1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO) – Medicina Introdução: A deficiência de hormônios tireoidianos está relacionada a inúmeras alterações orgânicas, entre elas as metabólicas e as hemodinâmicas, como a dislipidemia e a hipertensão. Estas podem colaborar para a ocorrência de aterosclerose. A hipercolesterolemia é simultânea ao hipotireoidismo clínico, de moderado a severo. Os níveis séricos aumentados de colesterol total (CT) no hipotireoidismo clínico são resultado, principalmente, de um aumento na lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) do colesterol, refletindo predominantemente uma diminuição no clearance do LDL-c. Alterações nos níveis da lipoproteína de alta densidade (HDL-c) do colesterol são menos aparentes e não comprovados. Há pequeno aumento dos triglicérides, associado à redução da atividade da enzima lípase lipoproteica, presente nos capilares sanguíneos e responsável pela hidrólise dos quilomícrons e da VLDL. No hipotireoidismo subclínico, os dados ainda são controversos, mas as concentrações de CT e LDL-c comumente estão normais. Métodos: Após aprovação no comitê de ética, foi realizado um estudo transversal com 2.170 pacientes, 71,3% mulheres e 28,7% homens, com idades entre 18 e 93 anos. As variáveis mensuradas foram: sexo, idade, dosagem de hormônio estimulante da tireoide (TSH) (valor de referência: 0,27 a 4,2 µUI/m) e colesterol total (valor de referência: considerado alto ≥ 240 mg/dl). Os dados foram tabulados em planilha do programa Microsoft® Excel 2007 e analisados por testes de porcentagem. Resultados: Para as mulheres, observou-se que, dentre aquelas com medidas de TSH > 4,2 µUI/m, 16% tiveram níveis de colesterol total ≥ 240 mg/dl, enquanto das pacientes com TSH ≤ 4,2 µUI/m, 10,8% tiveram níveis de colesterol total ≥ 240 mg/dl. Para os homens com TSH acima de 4,2 µUI/m e abaixo ou igual a 4,2 µUI/m, verificou-se colesterol total ≥ 240 mg/dl em 11,5% no primeiro grupo e 7,7% no segundo grupo. O intervalo de faixa etária de mulheres com TSH aumentada e colesterol total ≥ 240 mg/dl foi entre 19 e 72 anos, já para o sexo masculino foi de 42 a 69 anos. Discussão: Quando analisada a proporção de homens e mulheres com TSH acima de 4,2 µUI/m e abaixo ou igual a 4,2 µUI/m com relação a colesterol total ≥ 240 mg/dl, observou-se, em ambos os gêneros, mais pacientes com colesterol total aumentado nos grupos de TSH aumentado, sendo esse resultado mais acentuado no grupo feminino. Sendo o risco de doença cardiovascular relacionado ao índice de níveis lipídicos do sangue, conclui-se a importância da detecção precoce de hipotireoidismo na população brasileira, a fim de evitar alterações no nível de colesterol, prevenindo complicações cardiovasculares. PT.093 RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E GLICEMIA CASUAL EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS PELO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS Rezende KN1, Francescantonio ICM1, Borges ALF1, Francescantonio ICCM1, Miranda TMT1 1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO) – Medicina Introdução: A presença de gordura visceral, avaliada pela medida da circunferência abdominal (CA), está fortemente associada com as alterações metabólicas, incluindo dislipidemias, diabetes mellitus (DM) tipo 2 e síndrome metabólica, que resultam no aumento do risco car- RESUMOS DE PÔSTERES diovascular. Atualmente, observam-se elevados índices de prevalência de DM em todo o território nacional (9% a 10,3%), inclusive o índice no estado de Goiás (7%) (DATASUS, 2008). Considerando que a obesidade abdominal é um fator predisponente para o diabetes mellitus tipo 2, o presente estudo se propõe a investigar a associação entre a medida da CA e a ocorrência de hiperglicemia em indivíduos residentes no município de Goiânia/GO, atendidos em eventos de extensão da PUC-Goiás em 2011, considerando os diferentes gêneros e faixas etárias. Métodos: Após aprovação no comitê de ética, foi realizado um estudo transversal com 917 pacientes, 67,8% mulheres e 32,2% homens, com idades entre 17 e 85 anos. As variáveis mensuradas foram: sexo, idade, CA e glicemia casual. Os dados foram tabulados em planilha do programa Microsoft® Excel 2007 e analisados por testes de porcentagem, com base nas recomendações da Associação Brasileira para o Estudo do Sobrepeso e Obesidade (ABESO). Resultados: Para as mulheres, observou-se que, dentre aquelas com medidas de CA normais (≤ 88 cm), 2% tiveram níveis de glicemia casual ≥ 200 mg/dl, enquanto nas pacientes com CA aumentadas (> 88 cm) esses valores são 2,7%. Para os homens com CA normal (≤ 102 cm) e com CA alterada (> 102 cm), verificou-se glicemia casual ≥ 200 mg/dl em 3,2% no primeiro grupo e em 8,8% no segundo grupo. O intervalo de faixa etária de mulheres com CA aumentada e glicemia casual ≥ 200 mg/dl foi entre 40 e 75 anos, já para o sexo masculino, CA > 102 cm e glicemia casual ≥ 200 mg/dl, foi de 44 a 70 anos. Discussão: Quando analisada a proporção de homens e mulheres com circunferência abdominal normal e aumentada com relação a glicemia casual ≥ 200 mg/dl, observaram-se, em ambos os gêneros, mais pacientes com hiperglicemia casual nos grupos de circunferência abdominal aumentada, sendo esse resultado mais acentuado no grupo masculino. Analisando a faixa etária dos pacientes com circunferência abdominal e hiperglicemia aumentadas, percebeu-se que esta se limitava entre 40 e 75 anos, compreendendo os adultos de meia-idade e os idosos. Considerando a tendência crescente de obesidade abdominal na população brasileira e a sua associação com a hiperglicemia, reforçada no estudo, intervenções na população visando reduzir a gordura central são de extrema importância para a prevenção e o controle de doenças endócrino-metabólicas e cardiovasculares, principalmente com o avançar da idade. PT.094 RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E HDL EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS PELO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS Francescantonio ICM1, Rezende KN1, Borges ALF1, Francescantonio ICCM1, Miranda TMT1 1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO) – Medicina Introdução: As partículas de HDL-c são formadas no fígado, no intestino e na circulação e transportam o colesterol até o fígado, onde este é captado pelos receptores SR-B1, o que caracteriza o transporte reverso do colesterol. Tal propriedade, assim como a remoção de lipídeos oxidados da LDL-c, a inibição da fixação de moléculas de adesão e monócitos ao endotélio e a estimulação da liberação de óxido nítrico, é importante para diminuir o risco de aterosclerose. O aumento da circunferência abdominal (CA) está relacionado com maior risco de doença aterosclerótica e com uma concentração menor de HDL-c por decilitro (dl). As duas variáveis então apresentadas geralmente têm relação inversamente proporcional entre si. Métodos: Após aprovação no comitê de ética, foi realizado um estudo transversal com 515 pacientes, 66,4% mulheres e 33,6% homens, com idades entre 18 e 89 anos. As variáveis mensuradas foram: sexo, idade, CA e HDL-c. Os dados foram tabulados em planilha do programa Microsoft® Excel 2007 e analisados por testes de porcentagem com base nos valores de referência recomendados para CA preconizados pela Associação Brasileira para o Estudo do Sobrepeso e Obesidade (ABESO). Resultados: Para as mulheres, observou-se que, dentre aquelas com medidas de CA normais (≤ 88 cm), 16,9% tiveram níveis de HDL-c ≤ 40 mg/dl, enquanto nas pacientes com CA aumentadas (> 88 cm) esses valores são de 23,3%. Para os homens com CA normal (≤ 102 cm) e com CA alterada (> 102 cm), verificou-se HDL-c ≤ 40 mg/dl em 34% no primeiro grupo e em 46,3% no segundo grupo. O intervalo de faixa etária de mulheres com CA > 88 cm e HDL-c ≤ 40 mg/dl foi entre 18 e 78 anos, já para o sexo masculino, CA > 102 cm e HDL ≤ 40 mg/dl, foi de 25 a 73 anos. Discussão: Quando analisada a proporção de homens e mulheres com CA normal e aumentada com relação ao HDL-c ≤ 40 mg/dl, observamos, em ambos os gêneros, mais pacientes com HDL-c ≤ 40 mg/dl nos grupos de CA aumentada, sendo esse resultado mais acentuado no grupo masculino. Considerando a tendência crescente de obesidade abdominal na população brasileira e sua associação com a diminuição do nível de HDL-c, reforçada no estudo, intervenções na população visando reduzir a gordura central são de extrema importância para a prevenção e o controle de doenças cardiovasculares. PT.095 INFLUÊNCIA DA PINEALECTOMIA NA FUNCIONALIDADE DAS ILHOTAS PANCREÁTICAS Simões D1, Graciano MFR2, Cipolla-Neto J2, Carpinelli AR2 Universidade de São Paulo (USP). 2 Instituto de Ciências Biomédicas da USP – Fisiologia e Biofísica 1 Introdução: As ilhotas pancreáticas são constituídas principalmente por células β (70%-80%), secretoras de insulina, responsáveis pela manutenção da homeostase glicêmica. A funcionalidade das células β pancreáticas pode ser modulada pela a ativação da enzima NAD(P) H oxidase, que é responsável pela produção do ânion superóxido. As ilhotas pancreáticas perdem a capacidade de responder à glicose quando estimuladas pela melatonina, hormônio que é secretado pela glândula pineal. Entretanto, a pinealectomia, induz uma dessincronização do ritmo circadiano da secreção de insulina e do metabolismo da glicose, mostrando um importante papel modulando a funcionalidade das ilhotas pancreáticas. Neste estudo, tivemos como objetivo avaliar a relação melatonina/NAD(P)H oxidase no processo da secreção de insulina. Métodos: Foram utilizados ratos Wistar (± 200 g), divididos em dois grupos: controle (CT) e pinealectomizados (PNX). Os animais foram sacrificados por decapitação no ZT6 – Zeitgeber Time, após um período de 45 dias pós-pinealectomia. Foram avaliados a secreção de insulina, conteúdo de superóxido (02.-) e oxidação da glicose na presença de 5,6 e 16,7 mM de glicose, imunoprecipitação da NAD(P)H oxidase (IP-p47PHOX, IB-gp91PHOX) na presença de 5,6 mM de glicose e expressão gênica das subunidades da NAD(P)H oxidase. A expressão das proteínas foi verificada por Western Blotting, a expressão gênica, por PCR em tempo real, a dosagem de insulina, por radioimunoensaio e a oxidação da glicose, pela produção de 14CO2. O conteúdo 02.- foi determinada por microscopia confocal utilizando o método de fluorescência com di-hidroetídeo. Resultados: PINX em relação ao controle: observamos aumento de 48% da secreção de insulina estimulada pela glicose na concentração de 16,7 mM; o metabolismo da glicose reduziu em 32,2% em 5,6 mM e aumentou de 49,8% em 16,7 mM de glicose, o conteúdo de 02.- aumentou 56% em 5,6 mM de glicose; observamos aumento de 14,2% da expressão proteica da subunidade gp91PHOX no imunoprecipitado em 5,6 mM do açúcar; verificamos aumento de 26,1% na expressão gênica na subunidade gp91PHOX e aumento de 21% na expressão da enzima glicoquinase (GcK). Discussão: Considerando que o ritmo de secreção do hormônio da pineal é parcialmente responsável pela ritmicidade da secreção de insulina e do metabolismo da glicose nas células β pancreáticas, dispusemo-nos a verificar se esse controle exercido, fundamentalmente pela melatonina, tem ou não participação da NAD(P)H oxidase. A ausência da melatonina e de suas propriedades antioxidantes aumenta a atividade da NAD(P)H oxidase, com consequente aumento do conteúdo de 02.- em 5,6 mM de glicose. O 02.- produzido reduz o metabolismo da glicose em 5,6 mM, entretanto a expressão aumentada GcK, que é fundamental para o fluxo glicolítico, induz aumento do metabolismo da glicose em 16,7 mM do açúcar. A secreção de insulina está aumentada por causa da atividade metabólica das ilhotas em 16,7 mM. Assim, a ausência da melatonina influencia na funcionalidade das ilhotas pancreáticas por causa da elevação da atividade da NAD(P)H oxidase. Financiamento: CAPES, CNPq, FAPESP. S141 RESUMOS DE PÔSTERES PT.096 EDUCAÇÃO EM DIABETES Miranda SC1, Soares Oliveira D1 1 Faculdade Municipal Professor Franco Montoro Introdução: O diabetes mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial e um grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, o número de portadores da doença em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350 milhões de pessoas em 2025. Um indicador macroeconômico a ser considerado é que o diabetes cresce mais rapidamente em países pobres e em desenvolvimento, e isso impacta de forma muito negativa por causa da morbimortalidade precoce que atinge pessoas ainda em plena vida produtiva, onera a previdência social e contribui para a continuidade do ciclo vicioso da pobreza e da exclusão social (Montenegro, 2003). O diabetes pode ser ocasionado por carência de insulina, pela resistência a esse hormônio ou pelas duas razões. No processo normal, a refeição, usada pelo corpo como energia, é transformada em glicose, que é uma fonte de combustível para o corpo e entra na circulação sanguínea. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas para controlar a glicose sanguínea, ou seja, transporta a glicose da corrente sanguínea até as células dos músculos, de gordura e do fígado, onde esse açúcar é usado como combustível (Collet-Solberg, 2001). O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros (Kumar, 2008). O sucesso de tratamento e controle do diabetes caminha em conjunto com uma educação para o diabetes. Dessa forma, torna-se fundamental fazer uma breve reflexão sobre o comportamento alimentar e a assimilação de informações pertinentes à patologia do diabetes. A educação é uma forma de socialização, ou seja, uma ferramenta para incluir o indivíduo na sociedade (Brandão, 2007). Métodos: A metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho foi uma revisão bibliográfica, em obras de cunho acadêmico nacional e internacional. A pesquisa bibliográfica é considerada o primeiro passo de toda a pesquisa científica (Lakatos, 1996). Para o desenvolvimento do presente trabalho, utilizamos o método acima citado compreendendo que ele contribuiria para evidenciar a interface entre educação e diabetes. Resultados: É uma doença que pode ser controlada com dieta e medicamentos específicos, porém, quando não tratada, pode causar perda de visão, ulcerações na pele e problemas cardíacos e renais. Os sintomas apresentados geralmente são vontade frequente de urinar, sede exagerada, cansaço constante, infecções urinárias ou de pele, visão turva, coceira, perda de peso e eventuais feridas que demoram a cicatrizar. Para evitar e reduzir as consequências dessa patologia, informação a educação se fazem necessárias. Discussão: De acordo com a importância da patologia diabetes, a educação e a informação se fazem necessárias para evitar perdas da função biológica e consequências econômicas. Educação em saúde possibilita capacitação e ações transformadoras que favorecem mudança de pensamentos e ações, aplicando-se bem às doenças crônicas, dentre as quais se destaca o diabetes. Referências: 1. Brandão CR. O que é Educação? São Paulo: Brasilense; 2007. 2. Collet-Solberg PF. Cetoacidose diabética em crianças: revisão da fisiopatologia e tratamento com o uso do “método de duas soluções salinas”. J Pediatr. 2001;77:9-16. 3. Kumar V, Abbas AK, Fausto N, Mitchell RN. Robbins – Patologia Básica. Rio de Janeiro: Elsevier; 2008. v. 8. 4. Lakatos EM, Marconi MA. Fundamentos da metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas; 1996. 5. Montenegro Jr, et al. Prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the urban population aged 30-69 years, in Ribeirão Preto (São Paulo), Brazil. São Paulo Med J. 2003. Disponível em: <http://saude.ig.org. br. Acesso em: 5 dez. 2011. S142 PT.097 OITO SEMANAS DE CORRIDA EM ESTEIRA ROLANTE AUMENTAM A EXPRESSÃO E A ATIVIDADE DE PROTEÍNAS ENVOLVIDAS NA CAPTAÇÃO DE GLICOSE E BIOGÊNESE MITOCONDRIAL INDEPENDENTEMENTE DA INTENSIDADE NA MUSCULATURA GASTROCNÊMIO DE RATOS OBESOS INDUZIDOS POR DIETA Batista RO1, Brandão BB1, Souza LM2, Trombetta BNO2, Santos CL3, Bordin S3, Seraphim PM1 1 Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (FCT-UNESP) – Fisioterapia. 2 FCT-UNESP – Educação Física. 3 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica Introdução: A prática regular de atividade física pode atuar como medida não farmacológica na prevenção e/ou tratamento das alterações metabólicas causadas pela obesidade. Objetivo: Avaliar os efeitos de dois protocolos de treino, contínuo ou intervalado, sobre a expressão gênica e a atividade de proteínas envolvidas na captação de glicose e biogênese mitocondrial em ratos com obesidade induzida. Metodologia: Ratos machos Wistar foram divididos em seis grupos: Controle Sedentário (CS), Controle Exercício Contínuo (CEC), Controle Exercício Intervalado (CEI), Obeso Sedentário (OS), Obeso Exercício Contínuo (OEC) e Obeso Exercício Intervalado (OEI). Os animais controles foram alimentados com ração-padrão e água fornecida ad libitum. Os grupos obesos foram alimentados com ração-padrão, água e dieta hiperlipídica. Os grupos CEC e OEC treinaram 30 minutos por dia, 3x/semana, durante oito semanas. Os grupos CEI e OEI executaram 11 estímulos com 2 minutos de duração e intervalo passivo de 1 minuto. Após oito semanas de treino, foi realizado o teste de tolerância à insulina. A eutanásia foi realizada após uma hora da ultima sessão de treinamento. Resultados: Os animais obesos apresentaram redução na sensibilidade à insulina após oito semanas de dieta (CS = 2,156 ± 0,1187 e *OS = 1.742 ± 0.1551; *P < 0,05 vs. CS). Após oito semanas de treinamento, essa alteração metabólica foi revertida em todos os grupos exercitados (CS = 1,673 ± 0,150; CEC = 2,188 ± 0,198; CEI = 1,846 ± 0,158; *OS = 1,309 ± 0,137; ψOEC = 2,868 ± 0,314; ψOEI = 2,225 ± 0,226; *P < 0,05 vs. CS; ψP < 0,05 vs. OS; n = 6). A expressão de AMPKα2 (CS = 0,925 ± 0,0742; *CEC = 1,572 ± 0,192; *CEI = 1,595 ± 0,211; OS = 0,904 ± 0,044; ΩOEC = 1,586 ± 0,099; ΦOEI = 1,437 ± 0,152; *P < 0,05 vs. CS; ΩP < 0,01 vs. OS; ΦP < 0,05 vs. OS; n = 6) e PCG1α (CS = 1,033 ± 0,079; *CEC = 1,677 ± 0,157; *CEI = 2,327 ± 0,285; OS = 0,963 ± 0,103; ΩOEC = 1,964 ± 0,142; ΦOEI = 2,426 ± 0,109; *P < 0,05 vs. CS; ΩP < 0,05 vs. OS; ΦP < 0,01 vs. OS; n = 6) estava aumentada em todos os grupos exercitados. O conteúdo proteico de AMPKα2 estava aumentado no grupo CEC e CEI (CS = 0,610 ± 0,064; *CEC = 0,900 ± 0,121; *CEI = 0,918 ± 0,122; OS = 0,697 ± 0,058; OEC = 0,671 ± 0,050; OEI = 0,745 ± 0,026; *P < 0,05 vs. CS n = 6). Os animais do grupo OS apresentaram redução de pAMPKAα2, contudo os animais do grupo OEC e OEI apresentaram aumento na fosforilação da AMPKAα2 (CS = 0,777 ± 0,115; CEC = 0,727 ± 0,111; CEI = 0,659 ± 0,121; φOS = 0,629 ± 0,125; *OEC = 1,076 ± 0,205; *OEI = 0,841 ± 0,197; *P < 0,01 vs. OS; φP < 0,05 vs. CS; n = 6 ). Discussão: A literatura atual aponta o treinamento intervalado como sendo igual ou até mais eficiente para melhorar a capacidade oxidativa e o perfil glicêmico quando comparado ao exercício contínuo. Em nosso estudo, tanto o treinamento contínuo quanto o intervalado reverteram o quadro de resistência à insulina e regularam positivamente a expressão gênica de proteínas envolvidas no metabolismo glicídico e na biogênese mitocondrial independentemente da intensidade de treinamento. Apoio financeiro: CAPES. PT.098 MELATONINA REVERTE RESISTÊNCIA À INSULINA EM CÉLULAS MUSCULARES MIOTUBOS DE L6 Barbosa AP1, Ferreira D1, Kinote ABMP1, Velloso L2, Anhê GF1 Universidade Estadual de Campinas (FCA-Unicamp) – Farmacologia. 2 Unicamp – Clínica Médica 1 Introdução: A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal e está relacionada à regulação circadiana de diversos parâme- RESUMOS DE PÔSTERES tros fisiológicos em vertebrados. Estudos mostraram que esse hormônio tem ações que vão além do ritmo claro/escuro, como a diminuição da massa corporal e dos níveis plasmáticos de glicose e leptina1, o aumento da sensibilidade à insulina e a melhora da tolerância à glicose e a resistência à insulina em roedores e em humanos2,3,4,5. Sabe-se que a melatonina ativa a via de sinalização da insulina em tecidos muscular e adiposo, levando a um aumento da captação de glicose6,7. De maneira concordante com isso, foi demonstrado que ratos que recebem dieta hiperlipídica apresentam melhora na homeostasia glicêmica quando tratados com melatonina8. Entretanto, não se sabe se a melatonina consegue, de fato, reverter ações diabetogênicas dos ácidos graxos saturados na musculatura esquelética, ou se esse efeito é decorrente apenas da diminuição da adiposidade induzida por esse hormônio. Assim, este trabalho tem como objetivo investigar o efeito da melatonina sobre a reversão da resistência à insulina em células musculares miotubos de L6 tratadas com palmitato, um ácido graxo saturado que prejudica a ação da insulina por meio da ativação de serina/treonina cinases. Para tanto, foi utilizada como parâmetro a fosforilação da AKT/PKB (proteína quinase B), uma proteína envolvida na translocação de GLUT4 e captação de glicose. Métodos: Culturas de células musculares miotubos de L6 foram tratadas com diferentes tempos e doses de palmitato para gerar a resistência à insulina. Em seguida, foi feita curva de tempo- e dose-resposta para padronização do tratamento com melatonina. As alterações na fosforilação da AKT/PKB foram observadas por meio da técnica de Western Blot e as imagens obtidas foram quantificadas por meio de densitometria óptica. Resultados: Resultados preliminares apontam para a recuperação da ação da insulina, mediante o aumento na fosforilação da AKT/PKB (palm 500 μM vs. melatonina 500 nM + palm 500 μM: recuperação de 36,1% ± 6,9%) e a diminuição da resistência à insulina nas células musculares miotubos de L6 quando tratadas com palmitato (ctl vs. palm 500 μM: diminuição de 41,4% ± 2,7%; ctl vs. melatonina 500 nM + palm 500 μM: recuperação de 91,7% ± 3,7%). Discussão: Diante desses resultados, pode-se afirmar que a melatonina reverte a resistência à insulina em células miotubos de L6 quando tratadas com palmitato, agindo sinergicamente com a insulina pela via da AKT/PKB. Referências: 1) Wolden-Hanson T. Endocrinology. 2000;141:487. 2) Anhê GF. J Neurochemistry. 2004;90:559. 3) Alonso-Vale MIC. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2005;30:E805. 4) Frese T. Life Science. 2009;85:526. 5) Radziuk J, Pye S. Diabetologia. 2006;49:1619. 6) Ha E. J Pineal Res. 2006;41:67. 7) Shieh JM. J Pineal Res. 2009;47:339. 8) Sartori C. Endocrinology. 2009;150:5311. Agradecimentos: À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). PT.099 MELATONIN-INDUCED STIMULATION OF HYPOTHALAMIC INSULIN SIGNALING SUPPRESSES HEPATIC GLUCONEOGENESIS De Almeida Faria J1, Kinote APBM1, Ignácio-Souza LM2, Araujo TMF1, Pascoal LADB2, Velloso LA3, Anhê GF1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Farmacologia. 2 Unicamp – Fisiopatologia Médica. 3 Unicamp – Clínica Médica 1 Introduction: Melatonin, produced by the pineal gland in a circadian fashion peaking at the nighttime, is associated with the control of several parameters of energetic metabolism such as gluconeogenesis, lypolisis and glucose uptake by adipose cells. In this sense, melatonin was demonstrated to activate intracellular insulin signal transmission within hypothalamic areas but the precise relevance for this molecular mechanism has not been settled so far. Among several steps, melatonin was demonstrated to activate the PI3K/AKT pathway. The present study aimed to demonstrate an importance for melatonin-induced hypothalamic AKT activation for the regulation of hepatic gluconeogenesis. Methods and results: Adult male Wistar rats (200-250 g) were used in all experiments in accordance with the guidelines of the Brazilian College for Animal Experimentation (COBEA). The rats were subjected a surgical procedures for cannula implantation into the lateral ventricle, as described by Paxinos and Watson (1986). Seven days after surgery rats were fasted for 12h and received an intracerebroventricular (icv) injection of melatonin and anaesthetized. Two hours after injection, the animals were intraperitoneally challenged with pyruvate (Pyruvate Tolerance Test – PTT) in order to assess whole-body gluconeogenesis. An independent set of rats were sacrificed and hypothalamus and liver were removed for protein extraction and immunoblotting detection of phosphorylated AKT (hypothalamus) and PEPCK, G6Pase and phosphorylated STAT3 (Liver). Icv injection of melatonin efficiently increased AKT phosphorylation in rats hypothalamus. In parallel, this effect of melatonin was accompanied by reduction of hepatic PEPCK and G6Pase. Concordantly, the phosphorylation of STAT3, a repressor of these enzymes, was stimulated by melatonin. These molecular alterations were paralleled by the ability of icv melatonin in reduced gluconeogenesis. In addition, both pharmacological inhibition of hypothalamic PI3K/AKT and subdiaphragmatic vagotomy supressed the effect of icv melatonin on gluconeogenesis. Conclusion: The present data suggest a metabolic relevance for melatonin-induced PI3k/AKT pathway activation within the hypothalamus. This mechanism may lead to suppression of hepatic PEPCK and G6Pase expression and, by extension, abrogate gluconeogenesis. Our data also evidences that this information is transmitted from the hypothalamus to the liver through the parasympathetic autonomic nervous system. These findings might underlie hyperglycemia found in pinealectomized rats. Sources of research support: FAPESP, CAPES. PT.100 INGESTÃO DE CAFEÍNA MODIFICA A DISPONIBILIDADE DA GLICOSE SANGUÍNEA DURANTE EXERCÍCIO PROLONGADO DE BAIXA INTENSIDADE EM DIABÉTICOS TIPO 2 Silva LA1, Pavlak JLL1, Malfatti CRM2 1 Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF). 2 Unicentro – Departamento de Educação Física (Deduf) Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crônica que afeta a população de forma crescente, tornando-se um sério problema de saúde pública1. O exercício aumenta a absorção muscular de glicose durante e no período pós-esforço, portanto é visto como uma parte útil do tratamento para manter o controle da glicemia no diabético2. Estudos mostram que o consumo de cafeína na dieta a longo prazo, aumenta a concentração de Ca2+ nas células β pancreáticas, estando envolvido na secreção de insulina, em ratos diabéticos3,4. Desse modo, a associação da ação do exercício sobre a captação de glicose pelo músculo e controle da glicemia pela liberação de insulina e aumento dos estoques hepáticos de glicogênio pela cafeína tem um papel importante no controle da DMT2. O objetivo do presente estudo consiste em verificar os efeitos da suplementação com cafeína associada ao exercício físico sobre as respostas glicêmicas em diabéticos tipo 2. Métodos: Foram sujeitos do estudo 6 indivíduos voluntários com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2, com idades de 51 ± 11, estatura de 1,52 ± 0,08, peso corporal de 73 ± 14. De forma aguda, o sujeito da pesquisa recebeu 1,5 mg de cafeína (CAF) ou placebo (PLA). Os indivíduos permaneceram em jejum de 12 horas, com ingestão de líquidos à vontade. Após a ingestão do suplemento, houve 30 minutos de repouso até o início do exercício. A glicose sanguínea foi medida por punção capilar por um glicosímetro portátil (ACCU-CHEK® Advantage System®), nas situações de jejum, pré-exercício, 10, 20, 30, 40 minutos do protocolo de exercício a 40% da FCmáx e 10 minutos após o exercício. Durante a realização do teste, foram verificadas frequência cardíaca e pressão arterial sistólica e diastólica. Resultados e discussão: A cafeína promoveu significativa redução de ~75 mg/dl (~65%) na glicemia sanguínea, durante 40 minutos do protocolo de exercício. Entretanto, não ocorreu diferença após 10 min do término do protocolo de exercício. No músculo, a cafeína pode aumentar a expressão de GLUT4 por causa do aumento das concentrações de Ca2+ intracelular e também ocorre maior expressão S143 RESUMOS DE PÔSTERES da enzima AMPK5,6. No presente estudo, a administração de 1,5 mg/ kg de cafeína durante 40 minutos de exercício contribui para manter os níveis da glicose plasmática em ~140 mg/dl. Tem sido proposto que durante o exercício pacientes diabéticos devem manter níveis glicêmicos aproximadamente a 100 mg/dl para evitar hipoglicemia2,7. Em conclusão, os resultados mostram que a ingestão aguda de cafeína com exercício de média intensidade pode aumentar a entrada de glicose periférica e seu consumo no músculo esquelético. Referências: 1) OMS. Diabetes. Nota descritiva 312; 2011. ADA. Diabetes Care. 2006;29:1433-38. 2) Park et al. Metab Clin Exp. 2007;56(5):599607. 3) Graham et al. Sports Med. 2001;31(11):785-807. 4) Park et al. Am J Physiol Cell Physiol. 2009;296:C106-15. 5) Chu et al. Food Chem. 2011;124:914-20. 6) ACMS. Med Sci Sport Exerc. 2010;42(12):2282-303. PT.101 O INTESTINO DELGADO E SUAS RELAÇÕES COM A OBESIDADE EM MODELO ANIMAL Lemos LC1, Silva LA2, Pavlak JLL2, Pochapski JA1, Raczenski A1, Hocayen PAS3, Malfatti1 1 Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) – Departamento de Educação Física. 2 UNICENTRO – Mestrado em Ciências Farmacêuticas. 3 UNICENTRO – Mestrado em Biologia Evolutiva Introdução: A obesidade é um dos principais fatores de risco para a síndrome metabólica, a qual engloba um grupo de patologias como a resistência à insulina, hipertensão e diabetes mellitus tipo 2 (Coll et al., 2009; Vergara-Rodriguez et al., 2009). O tamanho do intestino pode influenciar a etiologia da obesidade e da resistência à insulina, pois um intestino menor tem melhor absorção de nutrientes e melhor processo metabólico, devido à quantidade de receptores nucleares que são os responsáveis pela regulação na absorção (Wit et al., 2008; Kondo et al., 2006). O intestino tem capacidade de modular a secreção de insulina pelo pâncreas por algumas substâncias secretadas. Esse estudo tem como objetivo avaliar a relação entre parâmetros morfológicos e metabólicos de ratos obesos e não obesos, utilizando o exercício para verificar a resposta glicêmica entre os animais. Métodos: Foram mantidas 10 ratas Wistar fêmeas no Laboratório de Bioquímica do Exercício (LABE/I), da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Recém-nascidos, formaram-se dois grupos, cinco animais receberam 4,0 mg/g de glutamato monossódico (MSG) durante cinco dias consecutivos, para indução da obesidade, e o grupo controle com cinco animais recebeu solução salina. Após quatro meses, passaram sete dias em gaiola metabólica para mensuração de volume urinário e de fezes. Após esse período, os animais realizaram um teste de natação em um tanque com água aquecida. O teste teve duração de 60 minutos. Ao final do exercício, os animais foram sacrificados com guilhotina e analisados os parâmetros bioquímicos e de estruturas morfológicas internas. Resultados e discussão: Entre a análise dos dados morfológicos dos grupos obesos (MSG) e não obesos (Controle), houve diferença significativa entre o comprimento do intestino delgado. O grupo MSG apresentou diminuição de 14% (13 cm) do intestino em comparação com o grupo controle. A média de peso corporal do grupo obeso foi menor (~16%; 37 g), mas essa diferença não foi significativa. A adiposidade visceral apresentou-se mais elevada no grupo MSG (42%; 8 g), mas não sendo significativa. Segundo Hermanussen e Tresguerres (2003), a influência do MSG sobre a produção de GH resulta na redução do tamanho do animal e de seus órgãos. A glicemia sanguínea no repouso e no exercício não teve diferença significativa entre o grupo controle e MSG. Em conclusão, os resultados mostram que o modelo de obesidade por glutamato monossódico (MSG) interferiu no tamanho dos animais. A única diferença estatisticamente significativa foi entre o comprimento do intestino de ratos normais e ratos obesos. Referências: 1) Coll T, et al. Current Molecular Pharmacol. 2009;2(1):46-55. 2) Hermanussen M, Tresguerres JAF. J Perinat Med. 2003;31:489-95. 3) Kondo H, et al. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2006;291(5):E1092-9. 4) Vergara-Rodriguez P, et al. Pharmacol Ther. 2009;124(3):269-78. 5) Wit NJW, et al. BMC Medical Genomics. 2008;1:14. S144 PT.102 FRUCTOSE-INDUCED AMPK ACTIVATION IN THE HYPOTHALAMUS CONTRIBUTES TO INCREASED GLUCONEOGENESIS AND HEPATIC PEPCK EXPRESSION Kinote APBM, De Almeida Faria J1, De Araujo TM1, Ignacio de Souza LM2, Roman EA2, Sollon C1, Solon C2, Velloso LA3, Bordin S4, Anhê GF1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Farmacologia. 2 Unicamp – Fisiopatologia Médica. 3 Unicamp – Clínica Médica. 4 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica 1 Fructose enriched diets are known to cause glucose intolerance. In addition, fructose-induced insulin resistance has been described to occur in the liver through mechanisms yet unsettled. Recently, it was demonstrated that intracerebroventricular (ICV) fructose injections activates AMPK and stimulates food intake. Former studies have demonstrated that hypothalamic AMPK activation increases hepatic gluconeogenesis through activation of an inter-organ communication. The aim of the present investigation was to assess whether hypothalamic AMPK activation by fructose controls hepatic gluconeogenesis. Treatments were performed through a cannula implanted in lateral ventricle. Hypothalamus and liver were processed for Western Blot analysis of pAMPK, pACC, PEPCK and G6P-ase. Pyruvate Tolerance Test was performed to estimate gluconeogenesis. We have found the intraperitoneal 5-day treatment with fructose (IP-Fructose) increased gluconeogenesis and upregulated PEPCK expression in the liver. In parallel, IP-Fructose stimulated hypothalamic but not hepatic AMPK and ACC phosphorylation. ICV treatment for 5 days with fructose mimicked the hypothalamic, hepatic and metabolic changes induced by intraperitoneal treatment. Importantly, we have found that ICV AICAR (activator of AMPK) treatment efficiently increased wholebody gluconeogenesis and PEPCK expression in the liver with parallel activation of hypothalamic AMPK. In order to further strength the relationship between fructose-induced hypothalamic AMPK activation and upregulation of gluconeogenesis we next adopted the following protocol: Rats received IP-Fructose with or without ICV injections of Compound C (an inhibitor of AMPK). We found that Compound C suppressed IP-Fructose induced AMPK and ACC phosphorilation in the hypothalamus. Moreover, our data demonstrated that increase of gluconeogenesis and hepatic PEPCK expression was suppressed by hypothalamic AMPK inhibition. The data presented herein demonstrate that hypothalamic activation of AMPK after short-term exposure to fructose is involved in hepatic upregulation of PEPCK and increase of gluconeogenesis. PT.103 PALMITATE-INDUCED TRANSITORY ACTIVATION OF mTORC2/AKT PATHWAY LEADS TO ER STRESS AND CELL DEATH INDEPENDENTLY OF MTORC1 De Araujo TM1, Faria JA1, Kinote AP1, Barbosa AP1, Velloso LA2, Anhâ GF1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Farmacologia. 2 Unicamp – Departamento de Clínica Médica Background and aims: AKT is a serine/threonine protein kinase that is essential for regulating cell growth, proliferation, survival and the interaction with environmental stimuli. Classically, AKT is fully activated by phosphoinositide-dependent kinase 1 (PDK1) and mammalian Target of Rapamycin (mTOR) complex 2, leading to inhibition of apoptosis. Alternatively, transitory AKT activation was demonstrated to cause cell death through yet not described mechanisms. Excess of free-fatty acids (FFA) are known to contribute to steatosis and cell death in hepatocytes due to activation of ER stress-related pathways. ER stress triggers the Unfolded Protein Response (UPR) that is comprised by three independent branches; the PKR-like ER kinase (PERK), the activating transcription factor (ATF)-6 and serine/threonine-protein kinase/endoribonuclease Ire1. The aim of this study is to demonstrate if shortterm AKT activation by palmitate is linked to ER stress and apoptosis in HepG2 cells. Materials and methods: HepG2 cells were treated with palmitate (0,5 mM) pre-conjugated with albumin, rapamycin (500 nM) and/or wortmannin (1 nM). Cells were also transfected with siRNA targeted to Raptor or a siRNA targeted to Rictor. A scram- RESUMOS DE PÔSTERES bled siRNA was used as control. mTORC2/AKT pathway and UPR were assessed by Western blotting. Cell death was assessed by DNA fragmentation. Results: Palmitate-induced apoptosis was maximal after 12h of treatment. CHOP, a marker of ER-stress-dependent apoptosis was also modulated by palmitate and peaked 12h after beginning of treatment but was already enhanced as early as 6h after exposition to palmitate. Processed ATF6 was upregulated 3h after palmitate exposition and these levels were sustained for 12h after treatment with FFA. Palmitate also activated PERK and increased ATF4 expression (respectively after 6 and 12h of treatment). By inhibiting mTORC1/2 with rapamycin we observed a suppression of palmitate-induced UPR activation and apoptosis. In contrast, Raptor knockdown had no effects over palmitate-induced apoptosis. Rictor knockdown, instead, reduced palmitate-induced apoptosis. Similarly, pre-treatment of HepG2 cells with wortmannin reduced palmitate-induced apoptosis. Conclusion: Our results demonstrated that palmitate induces a short-term and transitory AKT activation that leads to long term activation of UPR and apoptosis. This response is likely to be triggered by mTORC2 activation rather than mTORC1. Financing: FAPESP and CNPq. PT.104 COMPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ATLETAS DE ELITE UTILIZANDO A EQUAÇÃO DE JACKSON E POLLOCK DE TRÊS E SETE DOBRAS CUTÂNEAS Buffi VB1, Meliscki GA1, Monteiro LZ1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica Introdução: O método de dobras cutâneas tem sido muito utilizado para estimar a porcentagem de gordura corporal (%G) por causa de sua fácil utilização e custo relativamente baixo, apesar de ser um método sujeito a grandes erros (Monteiro AB, Filho JF. Rev Bras Cineantropom Desempenho Humano. 2002;4:80). Este estudo objetivou comparar a %G de atletas, obtida por meio de equações de Jackson e Pollock (Jackson AS, Pollock ML, Ward A. Br J Nutr. 1978;40:497), de 3 (3DC) e de 7 dobras cutâneas (7DC). Métodos: A amostra foi composta por duas equipes esportivas de Ribeirão Preto/SP, sendo 12 nadadores e 5 corredores, do sexo masculino, com idade entre 19 e 30 anos. As variáveis coletadas foram idade e espessura das dobras cutâneas tricipital, subescapular, peitoral, axilar média, suprailíaca, abdominal e da coxa, sendo as 7 DC aferidas três vezes cada, utilizando-se o valor médio. Os resultados foram lançados nas equações de Jackson e Pollock, e em seguida foi calculada a %G por meio da equação de Siri (Brozek J, Henschel A. NAS. 1961:223). Os dados foram analisados estatisticamente por meio do “teste t”, e os valores de p < 0,05 foram considerados significativos. Resultados: A gordura corporal média encontrada pela equação de 3DC entre os nadadores foi de 11,20 ± 3,36% e pela equação de 7DC foi de 14,46 ± 4,4%. Para os corredores, foi de 7,5 ± 3,55% e 10,92 ± 3,86%, respectivamente. Portanto, quando comparadas as duas equações, pôde-se observar que a fórmula de 7DC mostrou maiores valores de %G e que houve diferença significativa tanto nos nadadores (p = 0,002) quanto nos corredores (p = 0,016). Discussão: A diferença de resultados entre as equações foi grande e estatisticamente significativa, mostrando que a quantidade e o local de mensuração de DC possuem relevância nos atletas estudados. Por meio do acompanhamento regular das modificações ocorridas na %G, o indivíduo pode evitar a instalação de doenças e melhorar sua qualidade de vida. Suporte financeiro: CAPES e FAEPA/HC-FMRP-USP. PT.105 ESTIMATIVA DE GORDURA CORPORAL DE ATLETAS DE ELITE POR MEIO DA MEDIÇÃO DE DOBRAS CUTÂNEAS E CIRCUNFERÊNCIAS CORPORAIS Buffi VB1, Meliscki GA, Monteiro LZ, Foss MC, Foss-Freitas MC 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica Introdução: A avaliação da composição corporal para o atleta é de grande importância e, como exemplo, valores acima ou abaixo da mé- dia de gordura corporal representam uma diminuição do rendimento (Parizková J. Guanabara Dois; 1982). Este estudo objetiva estimar a porcentagem de gordura corporal (%G) de atletas, por meio da antropometria, utilizando diferentes equações propostas pela literatura. Métodos: A amostra foi composta por duas equipes esportivas de Ribeirão Preto/SP, sendo 12 nadadores e 5 corredores, do sexo masculino, com idade entre 19 e 30 anos. As variáveis coletadas foram peso, idade, espessura das dobras cutâneas (DC) tricipital, subescapular, peitoral, axilar média, suprailíaca, abdominal e da coxa, sendo as 7DC aferidas três vezes cada, utilizando-se o valor médio. Também foram coletadas as circunferências: abdominal, do braço e antebraço. Os valores de DC foram lançados nas equações de: 3 e 7 DC de Jackson e Pollock (Jackson AS, Pollock ML, Ward A. Br J Nutr. 1978;40:497) e de Faulkner (MClinExPhys. 1968;415), enquanto os valores de circunferências foram lançados na equação de Marins e Giannichi (Guia prático; 1996) e de Katch e McArdle (Human Biol. 1973;45:445). Em seguida, foi calculada a %G por meio da equação de Siri (Brozek J, Henschel A. NAS. 1961:223). Resultados: A %G média encontrada pela equação de 3DC, 7DC e Faulkner entre os nadadores foi, respectivamente, de 11,20 ± 3,36%, 14,46 ± 4,4% e 8 ± 0,67%. Para os corredores, foi de 7,5 ± 3,55%, 10,92 ± 3,86% e 7,45 ± 0,59. A equação de Marins e Giannichi e a de Katch e McArdle apresentaram, respectivamente, 28,16 ± 1,39% e 21,07 ± 3,00% para os nadadores e 27,66 ± 1,06% e 18,77 ± 3,94% para os corredores. Discussão: Os resultados apresentaram diferença entre si, e as equações de 3DC e de Faulkner foram as que apresentaram resultados mais parecidos. As equações que não utilizaram DC, mas sim circunferências corporais, parecem superestimar a %G. Suporte financeiro: CAPES e FAEPA/ HC-FMRP-USP. PT.106 PERFIL ALIMENTAR E ANTROPOMÉTRICO DE PRATICANTES REGULARES DE ATIVIDADE FÍSICA Buffi VB1, Meliscki GA, Monteiro LZ, Foss MC, Foss-Freiras MC 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica Introdução: Uma nutrição adequada é essencial para um melhor desempenho físico, associado à melhora do rendimento e diminuição da fadiga, e ainda evita a perda de massa magra. O elevado aumento do esforço físico consequente do exercício diário e a inadequação dietética expõem os esportistas a diversos problemas orgânicos (Pimenta MG, Lopes AC. Rev Nutri. 2007;11:76). Este estudo objetivou avaliar praticantes regulares de atividade física, no que diz respeito à sua composição corporal e adequação da sua dieta às suas necessidades de energia e macronutrientes. Métodos: O estudo foi realizado com praticantes regulares de atividade física, do sexo masculino, de 18 a 30 anos de idade. Foram realizadas medições de peso e altura, para cálculo do índice de massa corpórea (IMC), e de dobras cutâneas (tricipital, suprailíaca e abdominal), para cálculo da gordura corporal, com o auxílio da equação de Guedes (Guedes DP. Dissertação de Mestrado; 1985) e de Siri (Brozek J, Henschel A. NAS. 1961:223). O consumo alimentar foi determinado a partir do Registro Alimentar de três dias, e a adequação do consumo de macronutrientes foi baseada nas DRIs (Fisberg RM, Marchioni DML, Slater B. ILSI. 2001). Os dados foram expressos em média, desvio-padrão e porcentagem. Resultados: O grupo estudado apresentou IMC médio de 24,27 kg/m2, classificado como eutrofia, e média do percentual de gordura de 13,13 ± 4,01%, considerada “boa” para tal gênero e faixa etária. Com relação à alimentação, os indivíduos apresentaram consumo médio diário de 2703,56 ± 607,63 kcal, o que representa 85% do valor energético (3186,30 kcal) e, portanto, encontra-se adequado. O consumo proteico encontrado (1,74 ± 0,62 g/kg/dia) é excessivo quando comparado à recomendação (0,8 g/kg/dia), e nenhum indivíduo apresentou consumo adequado. A recomendação diária de carboidrato, que está em torno de 45% a 65% do VCT ou 130 g/dia, foi seguida por oito indivíduos, e o consumo médio da amostra foi de 55% do VCT ou 135 g. O consumo médio de lipídeo da amostra representou 28% do VCT, e seis indivíduos apresentam consumo dentro da faixa recoS145 RESUMOS DE PÔSTERES mendada (20% a 35%). A ingestão diária de fibras recomendada para homens adultos saudáveis de 19 a 50 anos de idade é de 38 g. No presente estudo, foi encontrado consumo médio diário de 22 ± 6,93 g e, além disso, nenhum indivíduo apresentou consumo ideal. Discussão: Geralmente, praticantes de atividade física preocupam-se em aumentar o consumo proteico, por meio do maior consumo de suplementos alimentares ou carnes, e acabam se esquecendo da necessidade de consumo de frutas e hortaliças, caracterizando uma alimentação pobre em fibras, como a encontrada neste estudo. O consumo de carboidratos e lipídeos apresentou-se adequado neste estudo e está de acordo com outro estudo realizado com frequentadores de uma academia de Santa Catarina (Pulcenio DG. Trabalho de conclusão de curso; 2009). Portanto, observa-se a necessidade de intervenção nutricional para adequar o consumo proteico e de fibras de praticantes de atividade física, a fim de melhorar o desempenho esportivo e oferecer os benefícios de uma alimentação adequada. Suporte financeiro: CAPES e FAEPA/ HC-FMRP-USP. PT.107 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 EM MODELO ANIMAL DE DIABETES MELLITUS Vidal TR1, Griffo TN1, Polli GP1, Alves TMMP1, Costa MC1, Foss MC1, FossFreitas MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica Introdução: O diabetes mellitus, assim como outras patologias crônicas não transmissíveis, está associado a um processo inflamatório crônico e subagudo. Os ácidos graxos poli-insaturado ômega-3 (ω3) têm sido utilizado no controle do processo inflamatório, por meio da regulação de fatores de transcrição como PPARs, que reduzem a resposta inflamatória. Objetivos: Avaliar os efeitos metabólicos da suplementação de ω3 em modelos animais de diabetes mellitus pela dosagem sérica de glicemia, lipidograma e mensuração do peso, bem como os possíveis efeitos anti-inflamatórios por meio da dosagem sérica de citocinas como TNF-α, IL-6, INF-γ e MCP-1 e a expressão proteica de IRS-1, IRS-2, IRβ, AKT, TNF-α, IL-6 e MCP-1 em tecido adiposo branco e fígado. Métodos: 40 animais foram separados em quatro grupos: controle, controle + ω3, diabetes e diabetes + ω3. O estado diabético foi induzido utilizando 45 mg/kg de streptozotocina. Os grupos controle + ω3 e diabetes + ω3 receberam a suplementação de 3 g de ω3 diariamente durante o período de dois meses, enquanto os grupos controle e diabetes receberam a dieta-padrão. O nível de significância adotado foi de p < 0,05. Resultados: O grupo diabetes + ω3 apresentou menor peso hepático em relação ao grupo diabetes (diabetes: 10,24 ± 1,29; diabetes + ω3: 7,78 ± 0,65*). Por outro lado, apresentou maior peso do tecido adiposo retroperitoneal e epididimal (retroperitoneal – diabetes: 0,41 ± 0,21; diabetes + ω3: 0,77 ± 0,41*/ epididimal – diabetes: 1,09 ± 0,34; diabetes + ω3: 1,53 ± 0,51*). Além disso, entre os grupos diabetes + ω3 e diabetes, foi possível verificar uma diminuição nos valores glicêmicos (diabetes – inicial: 471,70; final: 517,40*/diabetes + ω3 – inicial: 482,60; final: 431,40*), triglicérides (diabetes – inicial: 75,80; final: 216,80*/diabetes + ω3 – inicial: 71,90; final: 89,44**) e colesterol (diabetes – inicial: 74,70; final: 91,00*/diabetes + ω3 – inicial: 79,20; final: 91,00**); *p < 0,05; ** p > 0,05. Conclusão: A suplementação de ω3 foi capaz de diminuir os níveis séricos de glicemia, triglicérides e colesterol total em animais diabéticos. Apoio financeiro: CNPq e FAEPA. PT.108 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS METABÓLICOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 EM RATOS OBESOS Griffo TN1, Gonçalves NB1, Costa MC1, Vidal TR1, Foss MC1, Foss-Freitas MC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Clínica Médica Introdução: Estudos recentes têm mostrado que a obesidade resulta em um estado de inflamação crônica caracterizada por inflamação do tecido adiposo, com grande infiltração de macrófagos produtores de S146 citocinas pró-inflamatórias. Nutrientes com ação farmacológica têm sido estudados como medida terapêutica no controle do processo inflamatório. Dentre eles, destacam-se os ácidos graxos poli-insaturados ω3. Estudos de intervenção clínica têm mostrado os efeitos anti-inflamatórios do ω3 em patologias inflamatórias crônicas. Objetivo: Avaliar os efeitos da suplementação de ω3 em modelos animais de resistência insulínica pela dosagem sérica de glicemia, lipidograma e mensuração do peso. Métodos: 40 animais foram separados em quatro grupos: controle, controle + ω3, obesos e obesos + ω3. Por um período de dois meses, os grupos de obesos receberam uma dieta hiperlipídica com 11,66% de gordura saturada e 13,58% de gordura insaturada, a fim de gerar um quadro de obesidade, enquanto os grupos controle receberam dieta-padrão de biotério. Após esse período, os grupos controle + ω3 e obesos + ω3 receberam em suas dietas a suplementação de 3 g de ω3 diariamente durante dois meses. Durante o experimento, foram avaliados peso e glicemia, mensalmente. Ao fim do experimento, os animais foram pesados e sacrificados. Foram coletados o sangue total e os tecidos: fígado, pâncreas, músculo gastrocnêmio, tecido adiposo epididimal e retroperitoneal. Resultados: As médias do peso corporal dos grupos controle e controle + ω3 não apresentaram diferenças significativas tanto no início como no final do experimento (inicial – controle: 185,1 ± 12,47 e controle + ω3: 191,3 ± 28,70**; final – controle: 338,4 ± 15,18 e controle + ω3: 356,8 ± 24,88**). O mesmo resultado foi constato em relação aos grupos obeso e obeso + ω3 (inicial – obeso: 179,7 ± 15,64 e obeso + ω3: 169,2 ± 11,06**; final – obeso: 656 ± 49,41 e obeso + ω3: 656 ± 67,83**). Os valores médios dos pesos dos tecidos coletados (fígado, pâncreas, tecido adiposo retroperitoneal, tecido adiposo epididimal e músculo gastrocnêmio) não apresentaram diferença significativa entre os grupos controle e controle + ω3 e entre os grupos obeso e obeso + ω3. Por outro lado, os grupos obeso e obeso + ω3 apresentaram maiores médias de peso dos tecidos em relação aos grupos controle e controle + ω3. A suplementação com ω3 não alterou a concentração sérica de glicemia em animais obesos ou controles. No entanto, os animais obesos apresentaram níveis séricos de glicemia significativamente maiores que os controles ao final do estudo (controle: 100,33 ± 9,96 e controle + ω3: 92, 80 ± 6,39; obeso: 111,13 ± 10,83 e obeso + ω3: 108,00 ± 7,87). Ao término do experimento, os grupos obeso e obeso + ω3 apresentaram diferença significativa nas dosagens de triglicérides (obeso: 146,5 ± 32,76 e obeso + ω3: 91,25 ± 19,91*) e colesterol (obeso: 76 ± 12,93 e obeso + ω3: 59,62 ± 6,54*). As dosagens de HDL e LDL não apresentaram diferença significativa (*p < 0,05; **p > 0,05). Conclusão: A suplementação de ω3 diminui os valores de triglicérides e colesterol em animais obesos. O acréscimo de ω3 na dieta não alterou o peso corporal dos animais, no entanto a dieta hiperlipídica demonstrou ser eficiente para o modelo de animais obesos. Agradecimentos: FAEPA. PT.109 EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE SOBRE A SECREÇÃO DE INSULINA E O CONTEÚDO DE SUPERÓXIDO EM RATOS Lucena CF1, Simões D1, Graciano MFR1, Carpinelli AR1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica Introdução: A secreção de insulina é também regulada por ácidos graxos (AG) que atuam modulando a atividade de diversas enzimas. Os AG poli-insaturados ω-3 interferem em diversos processos fisiológicos, e sua ingestão tem efeitos sobre a composição e a função da membrana plasmática. O metabolismo dos nutrientes é a maior fonte de espécies reativas de oxigênio (EROs), e a produção excessiva pode alterar a integridade e a função de macromoléculas, contribuindo para a patogênese de diversas doenças. As ilhotas pancreáticas apresentam atividade reduzida das enzimas antioxidantes, o que as torna mais sensíveis à lesão por EROs. A exposição crônica a EROs está associada à disfunção e à apoptose da célula β, porém, em pequenas concentrações, essas moléculas atuam como sinalizadores da secreção de insulina. Uma fonte de EROs na ilhota é o sistema NAD(P)H oxidase, um complexo enzimático que, quando ativado, gera grandes quantidades de superóxido RESUMOS DE PÔSTERES (O2·), sendo sua atividade e expressão moduladas pela glicose e por alguns AG. O palmitato e o oleato aumentam o conteúdo de O2· em ilhotas pancreáticas, assim como a suplementação com óleo de peixe induz a produção de O2· em macrófagos de ratos. O objetivo deste trabalho foi verificar alterações da secreção de insulina e da atividade da NAD(P)H oxidase em ilhotas pancreáticas de ratos suplementados com óleo de peixe. Métodos: Foram utilizados ratos Wistar machos, suplementados com óleo de peixe (1 g/kg de peso corpóreo) durante 60 dias. Resultados: Foram analisados: o ganho de peso, a distribuição do tecido adiposo, a glicemia e a insulinemia basais, a tolerância à glicose e a tolerância à insulina, a secreção de insulina e o metabolismo da glicose. Não foram detectadas alterações nesses parâmetros entre os grupos. O conteúdo de O2· apresentou-se reduzido no grupo suplementado com óleo de peixe. Discussão: A não alteração dos parâmetros avaliados é condizente com os estudos em porcos e cães saudáveis suplementados com óleo de peixe. O palmitato e o oleato aumentam o conteúdo de O2· em ilhotas de ratos. Em macrófagos, ocorre aumento de O2· em ratos suplementados com óleo de peixe. Em nosso estudo, a alta concentração de glicose reduziu o conteúdo de O2· nas ilhotas controle, sugerindo que a glicose por si só possa interferir na produção de EROs. O grupo suplementado apresentou redução do conteúdo de O2· na presença de 5.6 e 16.7 mM de glicose quando comparado ao controle. O mecanismo envolvido nessa redução não está elucidado, porém pressupõe melhor regulação do estado redox da ilhota durante a secreção de insulina. Conclusão: Estudos têm mostrado que a suplementação com óleo de peixe melhora a resistência periférica e a secreção de insulina, associados à obesidade/diabetes. Em animais saudáveis, a suplementação não alterou esses parâmetros. Foram observadas reduções no conteúdo de O2· no grupo suplementado, porém o mecanismo responsável precisa ser esclarecido. Apoio financeiro: CAPES, FAPESP e CNPq. Agradecimentos: Herbarium. PT.110 GENOTOXICITY EVALUATION IN NEWBORNS OF WOMEN WITH DIABETES AND MILD GESTATIONAL HYPERGLYCEMIA – PRELIMINARY RESULTS Santos DP1, Gelaleti RB1, Damasceno DC1, Calderon IMP1, Rudge MVC1 1 Botucatu Medical School – Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Post-Graduate Program in Gynecology Obstetrics and Mastology, Laboratory of Experimental Research in Gynecology and Obstetrics, São Paulo State, Brazil Introduction: Newborns of women with mild gestational hyperglycemia present 53.8% of macrosomia and the attributable risk of perinatal death of 4,2%, similar values to the overt and gestational diabetes (Rudge et al. Endocr Pract. 2008;14:678) (Rudge et al. Rev Bras Ginecol Obst. 2005;27:691).The hyperglycemia generates reactive oxygen species (ROS) exacerbating the oxidative stress state, this fact can damage the biological macromolecules including proteins, lipids and nucleic acids (Wright et al. Int J Clin Pract. 2006;60:308). The aim of this study was to evaluate the genotoxicity (basal and oxidative DNA damage levels) in lymphocyte samples from newborns of women with diabetes and mild gestational hyperglycemia. Methods: The newborn blood samples (5-10 ml) were collected from the umbilical cord of patients previously separated into four groups. The groups were based on oral glucose tolerance test (OGTT) and glycemic profiles (GP), as follows: IA – Normal OGTT and GP (Non-diabetic group); IB – Normal OGTT and abnormal GP (mild gestational hyperglycemic group); IIA – Abnormal OGTT and normal GP (gestational diabetes group); IIB – Abnormal OGTT and GP (gestational or overt diabetes group). In order to evaluate the genotoxicity, lymphocytes were isolated by centrifugation using Ficoll, according to the protocol described by Collins et al. (Collins et al. Free Rad Biol Med. 1998;25:373) and immediately processed for determination of basal and oxidative DNA damage using Fpg and Endo III by comet assay (Gontijo AMMC. Mutagênese ambiental; 2003, 174). Results and discussion: Newborns from patients of the groups IIA and IIB were analyzed together (group IB: N = 05 and group IIA+IIB: N=23). Newborns of women IIA+IIB showed a larger number of Fpg-sensitive sites for the variable tail moment (192.54 ± 23.26; p = 0.03) compared to newborns of women from group IB (81.13 ± 24.92). The mothers of group IIA+IIB present higher glycemic mean (111.59 ± 17.60; p < 0.05) compared to group IB (97.92 ± 7.52). Newborns of group IIA+IIB present a higher level of oxidative DNA damage, showing this damage is associated with the maternal blood glucose levels. This fact confirms the importance of adequate glycemic control during pregnancy in order to attenuate the repercussions of diabetes and mild gestational hyperglycemia on the newborns organism. Financial support: FAPESP (Grant number 2008/06642-6). PT.111 EFEITO DO EXTRATO AQUOSO DA FOLHA DE PASSIFLORA ALATA CURTIS SOBRE A INCIDÊNCIA DO DIABETES EM CAMUNDONGOS NOD Colomeu T1, Cazarin CBB2, Schumacher N3, Figueiredo D1, Vilella CA1, Meletti LMM4, Zollner RL3 1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp). 2 Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp. 3 Unicamp. 4 IAC Introdução: O Passiflora spp., conhecido popularmente como maracujá, possui aproximadamente 450 espécies (1). O Passiflora spp. é usado há muitos anos no nordeste do Brasil como forma de sedativo e algumas aplicações sobre o controle glicêmico (2). O modelo experimental NOD é um dos modelos animais utilizado para pesquisas com diabetes mellitus (DM) tipo 1, pois ele apresenta a doença espontaneamente, semelhante ao encontrado em humanos (3). Vários são os mecanismos propostos para a ruptura da tolerância imunológica no DM, desde a predisposição genética até a dieta, que parecem favorecer no desencadeamento dos mecanismos autoimune (4). Métodos: 40 NOD fêmeas com idade de 4 a 28 semanas foram divididos em dois grupos. 20 animais do grupo controle receberam ração industrial + água autoclavada e 20 animais do grupo extrato aquoso receberam ração industrial + chá das folhas de P. alata, sendo preparado com 1,5 g/100 ml autoclavado por 20 minutos a 121°C. Os níveis de glicose no sangue e o peso dos animais foram monitorados semanalmente para verificação da incidência do DM. Os animais que apresentavam a glicemia acima de 180 mg/dl eram sacrificados, retirando-se o sangue para dosagem de insulina por meio da técnica ELISA e fígado e rins para análise da glutationa reduzida – GSH. Resultados e discussão: Os animais do grupo controle apresentaram maior incidência no desenvolvimento do diabetes quanto comparados ao do grupo extrato aquoso. Cerca de 45% (9/20) dos animais tratados com o P. alata desenvolveram a doença e 60% (12/20) dos animais do grupo controle. Na dosagem de insulina, verificamos que não ocorreu uma diferença estatística significativa (p > 0,05) entre os animais. A glutationa é uma enzima que possui ação antioxidante que combate os radicais livres e consequentemente os processos inflamatórios presentes no organismo (5). A glutationa reduzida – GSH presente no rins mostrou-se significantemente maior (p > 0,05). Já no fígado apresentou uma diferença estatística entre os animais tratados com P.alata e o grupo controle. Referências: 1) Zeraik ML. Res Bras Farmocognosia. 2010;20: 459. 2) Medeiros JS. RBAC. 2009;41:99. 3) Makino S. Jikken Dobutsu. 1980;29:1. 4) Kikutani H. Adv Immunol. 1992;51:285. 5) Rover LJ. Quím Nova. 2001;24:112. Entidades financiadoras e agradecimentos: FAPESP; CAPES. PT.112 ADMINISTRAÇÃO DE LPS MODULA A AMPK HIPOTALÂMICA E A HOMEOSTASE DA GLICOSE EM CAMUNDONGOS. Santos G1, Vitorino DC2, Moura FM1, Melo AM.3, Velloso LA4, Torsoni AS3, Torsoni MA1 1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica. 2 Instituto de Biologia da Unicamp – Departamento de Fisiologia. 3 Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp – Central de Saúde e Bioquímica. 4 FCM- Unicamp – Departamento Interno de Medicina Nos últimos anos, tem crescido a atenção para os processos inflamatórios e estudos visam compreender a relação entre a obesidade, o S147 RESUMOS DE PÔSTERES diabetes e a interação com a homeostase energética. O quadro clínico inflamatório denominado septicemia ou sepse é caracterizado pela presença de patógenos no sangue como a endotoxina, lipopolissacarídeo (LPS). A ligação do LPS ao seu receptor celular o TLR4 deflagra em uma sinalização inflamatória que cursa com a hipoglicemia e outras manifestações clássicas do quadro inflamatório que afetam diretamente a homeostase energética. A AMPK hipotalâmica é uma proteína-chave no controle da glicemia, e a sua função pode ser avaliada pela resposta contrarregulatória em condições de jejum e hipoglicemia. Danos na capacidade da AMPK de ser modulada pela depleção de energia podem resultar em menor capacidade do organismo em responder a hipoglicemia desenvolvida como na evolução do quadro de septicemia. Objetivo: Nosso estudo tem o intuito de avaliar a participação da AMPK hipotalâmica e a produção de glicose hepática durante a endotoxemia promovida pelo LPS. Metodologia: Foram utilizados camundongos (Swiss) machos com 6 semanas, tratados com LPS (1 mg/kg) intraperitonealmente e, após os tempos preestabelecidos, os animais foram sacrificados e um fragmento do fígado e do hipotálamo foi extraído. A análise da expressão e fosforilação das proteínas foi realizada por meio de Western blot do extrato total dos tecidos obtidos (fígado e hipotálamo). Resultados: A administração de LPS (1 mg/Kg) promoveu a desfosforilação da AMPK hipotalâmica (60%) e menor fosforilação da ACC (70%), sua proteína alvo se comparado ao grupo controle; desfosforilação da AMPK hepática (30%); aumento da fosforilação da STAT3 hipotalâmica (60%) e hepática (150%), se comparado ao grupo controle; redução da ingestão alimentar (70%), redução da glicemia basal e possível aumento na captação de glicose observada pelo teste de tolerância à glicose (GTT) nos animais que receberam LPS; aumento dos níveis séricos de insulina (230%), a ativação farmacológica da AMPK hipotalâmica reduziu o efeito hipoglicemiante do LPS, levando a acreditar em um controle hipotalâmico por meio da AMPK sobre a secreção de insulina. Conclusão: Até o momento, nossos resultados sugerem que a desfosforilação da AMPK hipotalâmica, observada após o tratamento com LPS, interfere diretamente na homeostase energética, em que pode estar ocorrendo um desarranjo na sinalização simpática em direção a importantes órgãos como pâncreas, ocasionando o aumento dos níveis de insulina, e fígado, ocasionando a inibição da produção de glicose. Apoio: CNPQ e FAPESP. Palavras-chave: AMPK, TLR4, fígado, endotoxemia, hipoglicemia. PT.113 O PAPEL DA ACETIL-COA CARBOXILASE HIPOTALÂMICA NA RESPOSTA CONTRARREGULATÓRIA HEPÁTICA DE RATOS Pereira VD1, Santos GA1, Moura RF1, Roman EA2, Vitorino DC2, IgnacioSouza LM3, Velloso LA4, Torsoni AS5, Torsoni MA5 1 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) – Clínica Médica. 2 Instituto de Biologia da Unicamp – Departamento de Fisiologia. 3 Unicamp – Departamento de Fisiopatologia. 4 FCM-Unicamp – Departamento Interno de Medicina. 5 Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp – Central de Saúde e Bioquímica Introdução: A acetil-coa carboxilase (ACC) participa da síntese de ácidos graxos e desempenha importante função no controle hipotalâmico da ingestão alimentar e do balanço energético. Entretanto, a função da ACC hipotalâmica na resposta contrarregulatória hepática ainda não está bem descrita. Objetivo central: Avaliar a modulação da expressão e atividade de enzimas hepáticas em animais com bloqueio da expressão da enzima acetil-CoA carboxilase (ACC) hipotalâmica. Materiais e métodos: Para este estudo, foram utilizados ratos Wistar machos. Após a cirurgia estereotáxica e vagotomia, os animais foram tratados intracebroventricular com oligonucleotídeo antisense (OAS) para ACC. A eficiência do bloqueio da expressão da ACC no hipotálamo foi avaliado por Western blot, assim como a quantidade das proteínas PEPCK, p-STAT3, p-GSK3 e no fígado, e a expressão gênica no hipotálamo e no fígado foi avaliada por PCR em tempo real. Durante o tratamento com OAS, foram quantificados a ingestão alimentar e o peso do tecido adiposo epididimal. O nível de glicogênio hepático foi avaliado por meio de espectrofotometria e a produção de glicose por meio do teste de tolerância ao piruvato. Resultados: Nossos estudos mostraram que o OAS foi eficiente na redução da quantidade de ACC no hipotálamo, e a ingestão alimentar foi S148 significativamente maior nesse grupo se comparado ao grupo controle. A expressão hipotalâmica do neuropeptídeo CRH aumentou 2x em relação ao controle. A massa de tecido adiposo epididimal foi 50% menor, e o nível de ácidos graxos livres foi 35% maior no grupo OAS se comparado ao grupo controle. A quantidade da proteína e a expressão da PEPCK e G6Pase foram maiores no grupo OAS, enquanto a fosforilação da GSK3 estava diminuída. A produção de glicose hepática estava aumentada e os níveis de glicogênio hepático estavam diminuídos no grupo OAS em relação ao grupo controle (21,1 vs. 35 mg/g de tecido, respectivamente). Conclusão: Os dados obtidos até o momento indicam que a modulação da proteína ACC no hipotálamo participa da resposta contrarregulatória hepática por meio do aumento da expressão da PEPCK e da produção de glicose, além de estimular o catabolismo do glicogênio e triglicérides no tecido adiposo branco. Assim acreditamos que a inibição da ACC a partir da ativação da proteína AMPK é fundamental para a resposta contrarregulatória hepática em condição de jejum. Apoio: FAPESP e CNPq. Palavras-chave: ACC hipotálamo, resposta contrarregulatória, fígado. PT.114 O CLEMBUTEROL REVERTE A ATROFIA MUSCULAR INDUZIDA PELA SINVASTATINA EM RATOS Carvalho JER1, Zanon NM2, Gomes SP3, Kettelhut IC2, Navegantes LCC2 1 Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). 2 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP – Departamento de Fisiologia. 3 FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia Introdução: A sinvastatina é amplamente utilizada no tratamento de pacientes com altos índices de colesterol sanguíneo, por inibir a síntese de hidroximetilglutaril-CoA, que participa da via de síntese do colesterol. Essa inibição parece causar um efeito tóxico ainda incompreensível no músculo, levando à interrupção do tratamento pelos pacientes. A hipótese do presente trabalho é que o clembuterol, um agonista de receptores β2 que possui efeitos antiatróficos bem conhecidos, possa ser útil na reversão do efeito miotóxico induzido pela sinvastatina em ratos. Métodos/Procedimentos: Foram utilizados quatro grupos (n = 6) de ratos machos Wistar (~170 g): Controle, Sinvastatina (80 mg/kg/dia; gavagem), Clembuterol (3 mg/kg/dia; sc) e Sinvastatina-Clembuterol, tratados por 12 dias. O grupo controle recebeu o veículo de ambas as drogas (metilcelulose 0,5% e polissorbato 80 0,1% para sinvastatina e salina para o clembuterol). Os animais foram sacrificados por decapitação no 13º dia e os músculos das patas posteriores (soleus, EDL, tibial e gastrocnêmico) e o coração foram extraídos, pesados e imediatamente congelados em nitrogênio líquido. Foi analisada a expressão de genes relacionados à atrofia (MuRF1 e atrogina-1) e autofagia (LC3, Gabarapl e Catepsina-L) por meio da técnica de RT-PCR em tempo real no músculo tibial e no coração. Para análise estatística, foi utilizado ANOVA two way para a massa corporal e teste t para o restante (p < 0,05). Resultados: A sinvastatina induziu menor velocidade de crescimento, perda de massa corporal (~11%) e perda de massa dos músculos soleus (~9,2%), EDL (~4%), tibial (~3,3%) e coração (~9,4%). Esses efeitos não foram associados a alterações da ingestão alimentar ou hídrica. No músculo tibial, houve tendência ao aumento da expressão dos genes responsáveis pela via atrófica dependente de ubiquitina-proteassoma (MuRF1 e atrogina-1) no grupo tratado com sinvastatina. O tratamento com clembuterol reverteu a perda de massa corporal e a atrofia muscular induzida pela sinvastatina em todos os músculos analisados, enquanto no grupo controle induziu hipertrofia muscular nos músculos EDL e tibial. O efeito antiatrófico do clembuterol no grupo tratado com sinvastatina não foi associado a alterações da expressão dos atrogenes e dos genes autofágicos. Discussão: O uso de agonistas β2 adrenérgicos pode ser uma boa estratégia terapêutica na reversão da atrofia muscular esquelética e cardíaca induzida pela sinvastatina em ratos. Os mecanismos envolvidos com essa reversão precisam ser mais bem investigados, mas podem estar relacionados à estimulação da síntese proteica e/ou redução da degradação do sistema proteolítico dependente de ubiquitina-proteassoma. Apoio financeiro: FAPESP (08/06694-6 e 11/08714-7). RESUMOS DE PÔSTERES PT.115 MELATONINA AUMENTA A EXPRESSÃO DE IRS1 E MELHORA A RESPOSTA À INSULINA DO TECIDO ADIPOSO PERIEPIDIDIMAL DE RATOS DIABÉTICOS INDUZIDO POR ESTREPTOZOTOCINA Oliveira AC1,2, Campana AB1, Farias TSM1, Proença ARG1, Sertié RAL, Torres-Leal FL1, Souza AH1, Andreotti S1, Lima FB1 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 Instituto Superior de Ciências Biomédicas (ISCB) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) 1 Introdução: O modelo de diabetes induzido no período neonatal por estreptozotocina (STZ) promove redução da resposta à insulina de adipócitos isolados. O objetivo deste trabalho foi investigar se a suplementação com melatonina in vivo melhora a resposta à insulina de adipócitos isolados e descrever um possível mecanismo de ação. Métodos e resultados: Ratos machos receberam STZ (120 mg/kg, i.p.) ou veículo (citrato de sódio 10 mM, i.p.) no 5º dia de vida. Após o desmame, os animais foram divididos em três grupos: C – não diabéticos que receberam apenas veículo; D – animais diabéticos sem nenhum tratamento; e M – animais diabéticos que receberam suplementação com melatonina (1 mk/kg, dissolvida em etanol 0,1% na água de beber) durante o ciclo escuro. Os animais foram sacrificados na 12ª semana, o tecido adiposo periepididimal (PE) foi retirado e os adipócitos isolados para realização dos ensaios de captação de [3H]-2DG, oxidação e incorporação de D-[U-14C]-glicose em triacilgliceróis, na ausência (Bs) e na presença de insulina (Mx); além desses ensaios, também foi avaliada a expressão de IRS1. Os adipócitos PE do grupo controle aumentaram significativamente a captação de [3H]-2DG quando estimulado pela insulina (Bs: 255,8 + 50,4 vs. Mx: 725,0 + 181,90 pmol/cm2; p < 0,05, n = 6), porém não houve aumento significativo no grupo D (Bs: 279,6 + 65,0 vs. Mx: 474,4 + 92,7 pmol/cm2, n = 6) e a suplementação com melatonina recuperou a resposta à insulina do grupo M (Bs: 483,6 + 97,9 vs. Mx: 777,9 + 185,0 pmol/cm2; p < 0,05, n = 6). Resposta semelhante foi observada na incorporação de D-[U-14C]-glicose em lipídios [grupo C (Bs: 31,9 + 3,5 vs. Mx: 46,2 + 7,2 nmol.10-6cels.h-1, p < 0,05), grupo D (Bs: 22,6 + 2,6 vs. Mx: 25,2 + 2,3 nmol.10-6cels.h-1, p > 0,05) e grupo M (Bs: 28,6 + 4,0 vs. Max: 35,7 + 5,0 nmol.10-6cels.h-1, p < 0,05), n = 6] e na capacidade de oxidação de D-[U-14C]-glicose em 14CO2 [grupo C (Bs: 27,5 + 2,6 vs. Mx: 37,9 + 4,5 nmol.10-6cels.h-1, p < 0,05), grupo D (Bs: 17,3 + 2,1 vs. Mx: 18,8 + 1,7 nmol.10-6cels.h-1, p > 0,05) e grupo M (Bs: 25,3 + 3,7 vs. Max: 33,7 + 4.3 nmol.10-6cels.h-1, p < 0,05), n = 6]. Em relação à capacidade basal e máxima de captação de [3H]-2DG, não houve diferenças estatísticas entres os grupos, porém o grupo D apresentou redução significativa na capacidade máxima de incorporação em lipídios e oxidação da D-[U-14C]-glicose e a suplementação com melatonina no grupo M recuperou essa capacidade. Os animais diabéticos apresentaram significativa redução (p < 0,05, n = 3) na expressão de IRS1 no coxim PE e o tratamento com melatonina recuperou totalmente a expressão dessa proteína. Conclusão: A suplementação com melatonina recuperou a sensibilidade à insulina em adipócitos do coxim PE de ratos diabéticos, pelo menos em parte devido a recuperação dos níveis de IRS1 nesse coxim. Apoio financeiro: CNPq, FAPESP. PT.116 SUPLEMENTAÇÃO COM LEUCINA AUMENTA A MASSA ADIPOSA QUE É ACOMPANHADA PELA AUSÊNCIA DE MUDANÇAS NA HOMEOSTASE GLICÊMICA SISTÊMICA E NA CAPTAÇÃO DE GLICOSE EM ADIPÓCITOS ISOLADOS DE RATOS OBESOS Torres-Leal FL1, Oliveira AC1,2, Farias TSM1, Chimin P1, Lopes AB1, Souza AH1, Caminhotto RO1, Lima FB1 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 Instituto Superior de Ciências Biomédicas (ISCB) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) 1 Introdução: A manutenção glicêmica dentro de níveis fisiológicos tem sido um dos principais objetivos e é um desafio especialmente em diabetes mellitus e síndrome metabólica. Nesse sentido, estudos recentes sugerem a suplementação com leucina com potencial terapêutico em recuperar a homeostase glicêmica. Assim, a presente pesquisa buscou avaliar o efeito da suplementação com leucina sobre a glicemia e a capacidade de adipócitos subcutâneos e periepididimais em captar [3H]-2-desoxi-D-glicose em ratos obesos por dieta hiperlipídica. Métodos: Ratos machos Wistar foram alimentados com dietas high-fat [para indução da obesidade (HF, n = 10)] e controle (CON, n = 10) por 10 semanas. Após esse período, foram distribuídos em quatro grupos (diferentes tratamentos) por mais seis semanas: i) CON (n = 5); ii) CON + Leucina (CON + LEU, n = 5); iii) HF (n = 5) e iv) HF + LEU (n = 5). Nessa segunda etapa (quinta semana de tratamento), foi realizado o teste de tolerância à insulina. Após a sexta semana, os animais foram eutanasiados e as gorduras subcutânea (SC) e periepididimal (PE) foram retiradas e pesadas e os adipócitos foram isolados para determinação da capacidade dessas células em captar [3H]-2-desoxi-D-glicose. Resultados: Na soma dos pesos dos três coxins adiposos, pode-se notar que a suplementação com Leu acentuou o grau de adiposidade de ratos HF, caracterizando significativa interação entre dieta e suplementação (P = 0,0040). Além disso, observamos que a taxa de decaimento da glicemia pós-insulina (KITT) foi menos acentuada em ratos HF vs. CON (P = 0,0002), indicando baixa responsividade à ação da insulina na dieta HF. De forma contrária, não constatamos diferença significativa com a suplementação com Leu (P = 0,4084) e na sua interação com a dieta (P = 0,1020), para o KITT. Além disso, adipócitos isolados (PE e SC) de animais alimentados com HF apresentaram reduzida capacidade em transportar a [3H]-2DG (P = 0,0224, para adipócitos PE, e P = 0,0136, para SC). A suplementação com Leu não interferiu significativamente nessa resposta celular, independentemente do tratamento dietético utilizado. Conclusão: Leucina, quando suplementada na condição de obesidade (aumenta significativamente a massa adiposa), interagiu com a dieta HF elevando o grau de adiposidade quando comparado aos animais controles. Essa maior adiposidade nos animais obesos e suplementados não apresentou efeitos sobre a homeostase glicêmica sistêmica e a captação de glicose de adipócitos isolados. Apoio: FAPESP. Torres-Leal FL, et al. Nutr Metab. 2011;8:62. 2) Layman DK, et al. J Nutr. 2006;136:319S. PT.117 IMPACTO DAS CATEQUINAS DO CHÁ VERDE SOBRE AS CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO Marinovic MP1, Almeida E1, Otton R1 1 Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL) – Lab. de Fisiologia Celular Introdução: O sistema imune tem a função de proteger o organismo contra agentes infecciosos que estão presentes no meio ambiente, respondendo a milhões de antígenos por meio de duas linhas de defesa: inata e adquirida. Isso só ocorre porque existem componentes imunológicos capazes de realizar tal função, conhecidos como leucócitos, células que se originam na medula óssea e são encontradas circulando na corrente sanguínea. Na síndrome metabólica, tanto o diabetes quanto a obesidade apresentam um estado subclínico inflamatório decorrente de uma ativação basal das células do sistema imune. Recentemente, muitos estudos têm avaliado os efeitos do chá verde em diversas patologias. Entre os constituintes do chá verde estão os compostos polifenólicos, que perfazem de 30% a 40% do extrato seco, em que há predomínio dos flavonoides. As quatro principais catequinas do chá verde são epicatequina (EC), epicatequina galato (ECG), epigalocatequina (EGC) e epigalocatequina galato (EGCG). O mecanismo de ação das catequinas do chá verde indica um grande potencial antioxidante. O objetivo deste projeto é caracterizar os efeitos de uma mistura de catequinas contendo as quatro principais catequinas do chá verde, sobre alguns parâmetros funcionais dos leucócitos (neutrófilos e linfócitos) humanos in vitro. Materiais e métodos: Os neutrófilos e linfócitos foram obtidos do sangue periférico de indivíduos saudáveis. As células foram isoladas do sangue total e utilizadas a fresco ou após cultura de 18h e 24h. As células foram cultivadas com a mistura de catequinas contendo: 30 µM de EGCG, 3 µM de EGC, 2 µM de ECG e 1,4 µM de EC. As seguintes avaliações foram realizadas: teste de citotoxicidade de cada catequina e da mistura, produção de ânion superóxido pelas sondas dehidroetidina (DHE) e lucigenina em neutrófilos e linfócitos; produção de peróxido de hidrogênio pela sonda DCFH-DA e fenol S149 RESUMOS DE PÔSTERES vermelho e produção de óxido nítrico pelo método de Griess. Resultados: A mistura de catequinas utilizada neste projeto não ocasionou citotoxicidade conforme verificado pelo método de Tripan Blue após 18 e 24 h em ambas as células. A mistura de catequinas não ocasionou diferenças significativas na produção de ânion superóxido (DHE) nos neutrófilos, já nos linfócitos houve uma redução significativa de 75% entre o grupo mistura e controle estimulado com PMA. A avaliação de ânion superóxido por lucigenina mostrou que as catequinas diminuíram a produção de superóxido tanto em relação ao controle estimulado com PMA como estimulado com zimosan. A produção de peróxido de hidrogênio extracelular (fenol vermelho) não apresentou diferenças significativas em neutrófilos. No entanto, a produção de peróxido de hidrogênio intracelular (DCFH-DA) apresentou-se diminuída (40%) no grupo tratado com catequinas em relação ao grupo controle estimulado. O ensaio de óxido nítrico mostrou que o grupo com a mistura estimulado com PMA diminuiu 25% em relação ao grupo controle estimulado nos neutrófilos. Os linfócitos não apresentaram diferença significativa entre os grupos. Conclusão: Resultados preliminares demonstram a capacidade antioxidante de uma mistura de catequinas evidenciada pela diminuição da produção de ânion superóxido, peróxido de hidrogênio e óxido nítrico em neutrófilos humanos. Os linfócitos também apresentaram atividade antioxidante por diminuir a produção de ânion superóxido. Apoio financeiro: Bolsa PIBIC-CNPq: (1225343/2011-6); PIBIC UNICSUL; FAPESP 2011/19216-8. PT.118 IMPACTO DE UMA MISTURA DE CATEQUINAS DO CHÁ VERDE NA FUNÇÃO DE NEUTRÓFILOS HUMANOS IN VITRO Silvério R1, Maia O1, Marinovic MP1, Morandi AC1, Otton R1 1 Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL) – Lab. de Fisiologia Celular Introdução: O chá verde, obtido a partir das folhas da planta Camellia sinensis, é uma das bebidas naturais mais consumidas no mundo. Esse chá possui uma variedade de substâncias ativas, dentre as quais destacamos as catequinas. As principais catequinas encontradas no chá verde incluem a epigalocatequina 3 galato (EGCG), epigalocatequina (EGC), epicatequina galato (ECG) e epicatequina (EC), que estão presentes em diferentes proporções. Entre todos os efeitos benéficos atribuídos ao contínuo consumo de chá verde, estão a redução de doenças cardiovasculares e a melhoria das atividades antibacteriana, antivirótica, antioxidante e anti-inflamatória. Os neutrófilos são células do sistema imune inato que participam ativamente no processo inflamatório. As principais funções dessas células na defesa do organismo envolvem o processo de fagocitose, produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e liberação de citocinas. Essas ações são de extrema importância na proteção do organismo, mas a ativação contínua dos neutrófilos pode acarretar danos em biomoléculas, colaborando, assim, para o comprometimento do processo inflamatório. Como uma maneira de modular a produção de EROs, tem se abordado a utilização de antioxidantes obtidos por meio da dieta. Este estudo avaliou in vitro as ações moduladoras de uma mistura contendo as quatro principais catequinas sobre a função dos neutrófilos humanos. Métodos: Os neutrófilos foram coletados a partir do sangue periférico de indivíduos saudáveis. As células foram isoladas utilizando-se um gradiente de densidade (Histopaque 1.077 – Sigma), contadas (câmara de Neubauer) e direcionadas (1 x 106/ml) para tratamento agudo ou para cultura de 18h em meio RPMI 1640. Os ensaios realizados foram: viabilidade celular (exclusão de tripan blue); capacidade fagocítica de neutrófilos desafiados com partículas opsonizadas de zimosan; atividade da enzima mieloperoxidase (MPO) e liberação de ácido hipocloroso (HOCl) em células estimuladas com PMA (20 ng/well). Para a liberação das citocinas pró-inflamatórias TNF-α, IL-6 e IL-1β (ELISA), as células foram estimuladas com lipopolissacarídeo (LPS 10 µl/ml) por 18h. A concentração de cada catequina presente na mistura foi: 30 µM de EGCG, 3 µM de ECG, 2 µM ECG, 1.4 µM EC. Resultados: A mistura de catequinas não alterou significativamente a viabilidade dos neutrófilos cultivados por 18h. O índice de fagocitose S150 não foi alterado pela mistura de catequinas, entretanto a capacidade fagocítica dos neutrófilos desafiados com partículas opsonizadas de zimosan aumentou significativamente em 52% no grupo de células tratado com a mistura quando comparado ao grupo controle. A atividade da MPO e a liberação de HOCl reduziu significativamente cerca de 51 e 63 vezes, respectivamente, em relação ao grupo controle estimulado com PMA. A produção das interleucinas pró-inflamatórias também foi reduzida significativamente, em média 30%, nas células tratadas com a mistura de catequinas. Conclusão: A partir desses resultados constatamos que a mistura de catequinas apresenta ação imunomodulatória importante sobre a função de neutrófilos humanos, sendo esa principalmente anti-inflamatória e antioxidante. Apoio financeiro: FAPESP (2011/19216-8), CNPq e Universidade Cruzeiro do Sul. PT.119 INTER-RELATIONSHIPS AMONG INSULIN RESISTANCE, NONALCOHOLIC FATTY LIVER DISEASE AND OBSTRUCTIVE SLEEP APNEA IN PATIENTS WITH POLYCYSTIC OVARY SYNDROME Tock L1, Carneiro G1, Torgeiro SM2, Hachul H2, Tufik S2, Pereira A1, Zanella MT1 Federal University of São Paulo (Unifesp) – Department of Endocrinology. 2 Unifesp – Department of Psychobiology 1 Introduction: Recently, numerous studies have shown higher prevalence of obstructive sleep apnea (OSA) and nonalcoholic fatty liver disease (NAFLD) in patients with polycystic ovary syndrome (PCOS). Considering that hyperandrogenemia and insulin resistance (IR) may play a significant role in the pathogenesis of OSA and NAFLD, the objective of this study was to assess whether in PCOS subjects OSA predisposes to the development of NAFLD and to evaluate a possible role of hyperandrogenemia in the development OSA in PCOS subjects. Methods: Thirty-eight women with PCOS were evaluated with ultrasound for the presence of NAFLD and measurement of abdominal fat compartments; polysomnography test, standard oral glucose tolerance test, androgen profile, serum lipids and liver enzymes dosages. Results: The prevalence of OSA and NAFLD in PCOS subjects was 31.6% and 44.7% respectively. The prevalence of NAFLD was higher in OSA patients compared with non-OSA patients (83.3% vs. 26.9%, p < 0.001) and the mean apnea-hypopnea index (AHI) was higher in NAFLD compared with non-NAFLD patients (p < 0.001). Those with OSA had higher anthropometric and androgen levels and a worse metabolic profile. On multivariate logistic regression, hyperandrogenemia was independently associated with OSA (OR = 8.18, p = 0.023). When the main risk factors for the development of NAFLD (obesity, IR and OSA) were analyzed, only OSA showed to be an independent predictor of NAFLD (OR = 7.63, p = 0.044). Discussion: This study demonstrates that women with PCOS have high prevalence of OSA and NAFLD and the presence of these diseases is associated with a worse metabolic profile and IR in this group of patients. Androgens appear to contribute to the aggravation of OSA (1) and in our study hyperandrogenemia was independently associated with OSA in PCOS subjects, independent of the degree of adiposity. OSA contributes to an unfavorable metabolic profile associated with IR (2) and studies suggest that OSA may contribute to the development of NAFLD (3,4). Parte superior do formulário. In our study, most patients with OSA were also affected by NAFLD. There is clear association between NAFLD and IR (5,6) and studies have demonstrated high prevalence of NAFLD as its association with IR in PCOS subjects (7-8). Our results are in agreement with these findings and beyond that “Parte superior do formulário”. OSA showed to be an independent predictor of NAFLD in this group. In conclusion our data suggests that hyperandrogenemia predisposes OSA in PCOS subjects. In turn, the occurrence of OSA predisposes NAFLD independent of obesity and IR. These data lead us to indicate polysomnography in PCOS subjects affected by NAFLD. Sources of funding: AFIP (Associação Fundo de Incentivo a Psicofarmacologia). Reference: 1) Behan M. Respir Phisiol Neurobiol. 2008;164(1-2):213-21 . 2) Punjabi NM. Am J Epidemiol. 2004;160:521-30. 3) Mishra P. Liver Int. 2008;28(8):1080- RESUMOS DE PÔSTERES 6. 4) Aron-Wisnewsky J. J Hepatol. 2011;56(1):225-33. 5) Farrell CG. Hepatology. 2006;43:99-111. 6) Dâmaso AR. Dig Liver Dis. 2008;40(2):132-9. 7) Cerda C. J Hepatology. 2007;47:412-7. 8) Vassilatou E. Hum Reproduction. 2010;25:212-20. PT.120 PSICOTERAPIA BREVE EM PACIENTES DIABÉTICOS DO TIPO 1 COM MÁ ADESÃO AO TRATAMENTO Zanini MH1, Fávero SA1 1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Centro de Diabetes – Departamento de Psiquiatria Introdução: Pacientes com DM1 que apresentam má adesão ao tratamento e mantêm mau controle glicêmico contínuo e persistente apresentam maior risco de desenvolver complicações da doença. É imprescindível que a equipe de tratamento desenvolva estratégias de ação que melhorem a adesão ao tratamento. A psicoterapia breve é uma prática de tratamento que busca abordar a problemática psíquica específica, em um limite de tempo, por meio da identificação de um foco a ser trabalhado, que pode estar relacionado com sintomas, características de personalidade, dificuldades de adaptação, entre outros, respeitando a singularidade de cada paciente. Métodos: Foram realizados dois atendimentos em psicoterapia breve como coadjuvantes no tratamento de pacientes DM1 com mau controle glicêmico contínuo e persistente do Centro de Diabetes da Unifesp. Resultados: Caso 1: H., sexo feminino, 9 anos, início do diabetes há três anos, em tratamento no Centro de Diabetes há três meses. Tempo de tratamento: três meses. Focos: ansiedade, fragilidade emocional e não aceitação do DM1. Ela se achava diferente dos outros colegas da escola, saía correndo e não aplicava insulinas. Por meio do acolhimento das expressões de angústia com desenhos e intervenções, o fortalecimento de ego foi um ponto desenvolvido. H. evoluiu com maior segurança, passou a realizar as tarefas relacionadas com o diabetes com maior naturalidade e está mais comunicativa com seus colegas na escola. Caso 2: C., sexo masculino, 14 anos, início do diabetes há cinco anos, em tratamento no Centro de Diabetes há cinco anos. Tempo de tratamento: seis meses. Focos: depressão, luto, desmotivação com o tratamento. Paciente apresentava-se desmotivado com o tratamento sem, a princípio, relacionar esse sentimento com o fato de seu pai ter falecido por diabetes por ocasião do surgimento de seu próprio diabetes. Foi realizada discriminação de fatores relacionados, ou seja, compreensão de que o desfecho clínico de seu pai tinha sido diferente do que poderia ser o dele, uma vez que seu pai não cuidava do diabetes e ele poderia cuidar. Elaboração do luto. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas depressivos, da motivação e da adesão ao tratamento. Discussão: Relatamos dois casos de pacientes DM1 atendidos em psicoterapia breve que obtiveram sucesso terapêutico com melhora da adesão ao tratamento e dos sintomas psicológicos associados aos cuidados com o diabetes. A psicoterapia breve pareceu ser útil como coadjuvante do tratamento de pacientes DM1 na melhora da adesão ao tratamento. O modelo proposto pode ser colocado à prova, com relação à sua aplicabilidade e eficácia, por meio de estudos clínicos controlados e randomizados. Por causa da complexidade dos fatores envolvidos na adesão ao tratamento de pacientes com DM1, para que se possam abordar os vários aspectos envolvidos, o trabalho em equipe interdisciplinar é de fundamental importância. PT.121 FATORES RELACIONADOS COM MÁ ACEITAÇÃO DO TRATAMENTO EM PACIENTES DIABÉTICOS DO TIPO 1 Zanini MH1 1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Centro de Diabetes – Departamento de Psiquiatria Introdução: Dificuldades com a aceitação do tratamento podem estar relacionadas com má adesão em pacientes DM1 com mau controle glicêmico contínuo e persistente. A metodologia qualitativa de pesquisa permite a exploração de fatores desconhecidos a priori e pode contemplar uma vasta gama de elementos em ação. Por meio da aná- lise dos discursos, da comparação sistemática de temas emergentes e da interpretação, a metodologia se fundamenta nos dados para o desenvolvimento da teoria explicativa. Métodos: O estudo foi realizado no ambulatório de DM1 do Centro de Diabetes da Unifesp, com metodologia qualitativa, com o objetivo de ampliar o entendimento dos mecanismos intrínsecos à má adesão ao tratamento. A pesquisadora realizou observação participante com anotações de campo. Resultados: Os temas emergentes foram: “Eu me sinto cansada... Eu sei que eu preciso fazer, mas não sinto vontade”; “Eu tenho tanta coisa pra fazer que não sobra tempo pra eu me cuidar”; “Eu tenho um verdadeiro bloqueio. Eu quero, mas eu não consigo!”; “Eu não faço porque eu não quero”; “Eu não tinha largado o tratamento, eu só não estava fazendo os controles”; “Eu faço o mínimo e faço tudo como se eu não tivesse problema nenhum”; “Desde que o diabetes apareceu, a minha vida virou um inferno”; “Eu não queria ter esta doença e não tem ninguém que vai fazer eu me cuidar”; “Não me conformo de ter que fazer tudo isto e ver que ninguém mais faz”; “Eu sempre me achei diferente dos outros e eu não queria fazer os controles na frente de todo mundo”; “Agora eu não vou poder fazer um monte de coisa que eu quero”; “Eu corria atrás da glicemia perfeita e quando eu via que não dava certo, eu largava tudo e não fazia mais nada”; “Eu era muito impaciente e não conseguia esperar o resultado com aquela dose de insulina”; “Eu aplico insulina para queimar a glicose” (sem compreensão da função da insulina para aproveitamento da glicose). Discussão: O conhecimento pelo paciente da importância dos cuidados com o diabetes por vezes não é suficiente para garantir sua realização. Por ser o DM1 uma patologia de longo prazo, a exaustão com as tarefas ocorre com alguma frequência e pode surgir a qualquer momento. O indivíduo com DM1 pode não se dar conta de que está sendo negligente com o seu tratamento. Como a hiperglicemia moderada em geral não ocasiona sintomas em curto prazo, o indivíduo com DM1 pode ficar verdadeiramente distante dessa realidade e aplicar insulina minimamente e deixar de aplicar as várias doses necessárias para um bom controle das hiperglicemias. O simples controle de “taxas glicêmicas” pode parecer algo distante e de pouca aplicabilidade prática, a “boa utilização da glicose” permite uma maior apropriação do tratamento pelos pacientes e uma atribuição de significado positivo à prática de aplicação de insulina. Se o paciente estiver compreendendo o processo todo e estiver acompanhando o raciocínio clínico, poderá se sentir motivado e ficar cooperante com o tratamento, caso não consiga compreender ou não for devidamente esclarecido, pode ter dificuldades em obter bons resultados e perder a motivação. A conscientização da necessidade do tratamento exige que sejam ultrapassadas barreiras relacionadas com desconforto social, preconceito e constrangimento. PT.122 ABSENCE OF MATERNAL MELATONIN DURING GESTATION AND LACTATION CAUSES HEPATIC INSULIN RESISTANCE IN THE OFFSPRING Ferreira DS1, Amaral FG2, Mesquita CC1, Lima AB1, Lellis-Santos C2, Turati A2, Santos LRB2, Gomes PRL2, Sollon C1, De Almeida Faria J1, CipollaNeto J2, Bordin S2, Anhê GF1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Farmacologia. 2 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia 1 Background: Phase shifts are known to decrease night time melatonin secretion and to elicit glucose intolerance in the offspring when applied to gestating rats. In the adult rat, melatonin plays an important role in the circadian control of metabolism by timing insulin action and suppressing nocturnal gluconeogenesis. The present study addresses, therefore, the importance of maternal melatonin for the programing of the metabolic status of the offspring. Methodology/ Principal findings: We found that rats born from and breast-fed by pinealectomized mothers (PINXoff) were glucose intolerant displaying hepatic insulin resistance and increased gluconeogenesis. No parallel changes in insulin signal transmission were detected in skeletal muscle. Pancreatic islets isolated from PINXoff presented impaired glucose-stimulated insulin secretion. Importantly, these alterations were detected exclusively at the end of the light phase of the light/ S151 RESUMOS DE PÔSTERES dark cycle, indicating that PINXoff rats exhibit time-dependent glucose intolerance. This metabolic status was detected in parallel to reduced corticosterone levels at the end of the light-phase and increased melatonin levels at the end of dark-phase. This altered pattern of daily energy metabolism was absent in the offspring of pinealectomized mothers that received melatonin replacement during pregnancy and lactation. Conclusion/Significance: The present results support the novel concept that maternal melatonin is responsible for the programing of the daily pattern of energy metabolism in the offspring. Funding: FAPESP and CNPq. PT.123 CRITÉRIOS DA ADA OU IADPSG PARA O DIAGNÓSTICO DO DMG? Vernini JM1, Saito FH1, Moreli JB1, Carmo GO1, Morceli G1, Dias A1, Damasceno DC1, Rudge MVC1, Calderon IMPC1 1 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP) Introdução: De acordo com o IADPSG (International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups. Diabetes Care. 2010;33:676), os novos critérios recomendados deverão identificar um maior número de gestantes com hiperglicemia, que deve ser tratada. Objetivo: Identificar o percentual de gestantes com valores normais (grupo TTG-NL) e alterados (grupo TTG-ALT) com respostas ao TTG75g por critérios IADPSG. Diabetes Care. 2010;33:676). Método: Um total de 650 gestantes com TTG75g normal pelos critérios da ADA (American Diabetes Association. Diabetes Care. 2009;32:62), que define como limites de normalidade glicemia de 95, 180, 155 e 140 mg/ dl, respectivamente para o jejum, 1, 2 e 3 horas após ingestão de 75 g de glicose. Dois valores iguais ou superiores confirmarão o TTG75g alterado. Essas pacientes foram reclassificadas, considerando os critérios do IADPSG (jejum = 92; 1h = 180 e 2h = 153 mg/dl/1 ou mais amostras alteradas). Avaliou-se o percentual (%) de gestantes com pelo menos uma amostra alterada no TTG75g e o percentual do peso médio dos recém-nascidos (RN) com peso ≥ 4.000 g (macrossomia). Para análise estatística, foram utilizados os testes do qui-quadrado e Mann-Whitney (p < 0,05). Resultados: Do total de 650 gestantes, 479 (73,7%) mantiveram o resultado normal (TTG-NL) e 171 (26,3%) apresentaram pelo menos uma amostra alterada (TTG-ALT), sendo reclassificadas como portadoras diabetes mellitus gestacional (DMG). Os RN do grupo TTG-NL tinham peso médio de 3222,75 gramas e o peso médio do grupo TTG-ALT foi de 3275,88 gramas. Essa diferença não foi significativa (p = 0,293), mas o percentual de macrossomia foi diferente entre os grupos: 38 (7,9%) vs. 19 (11,11%), respectivamente, nos grupos TTG-NL e TTG-ALT (p = 0,024). Conclusão: O critério do IADPSG identificou mais 25% de mulheres com diabete gestacional e maior proporção de recém-nascidos macrossômicos, reforçando a validade do diagnóstico e tratamento precoce da hiperglicemia materna. PT.125 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO EM HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE RIBEIRÃO PRETO/SP Torquato MTCG1, Santos AS1, Zanetti ML2, Teixeira CRS2, Pace AE2, Godoy S2, Souza SMX1, Vassimon CS1 Programa de Aprimoramento em Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus – Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto. 2 Universidade de São Paulo (USP) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto 1 Introdução: O diabetes mellitus (DM) e a hipertensão arterial (HA) são comorbidades e representam sério problema de saúde, acometendo, respectivamente, 12,1% e 40,5% da população adulta de Ribeirão Preto. Para o atendimento multiprofissional adequado, é necessário ampliar as estratégias de informação e atualização do conhecimento. Objetivos: Elaborar um protocolo de atendimento multiprofissional em HA e DM da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto/SP (SMSRP), seguindo as diretrizes atuais e as especificidades do município. Metodologia: Um grupo interinstitucional, formado por profissionais de Programa de Aprimoramento Multiprofissional em HA e S152 DM da SMSRP e da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, elaborou o protocolo de acordo as diretrizes atuais e a experiência clínica das duas instituições, agregando dados dos instrumentos e recursos já utilizados pela SMSRP, contemplando os dados do HIPERDIA e os indicadores de desempenho de programas de atendimento da Sociedade Brasileira de Diabetes. Contamos com a colaboração e sugestões de experts da Faculdade Medicina de Ribeirão Preto/USP, Centro Universitário Barão de Mauá e Universidade de Ribeirão Preto. Resultados: O protocolo contém 23 capítulos: Introdução, epidemiologia e objetivos, Conceito, etiologia e classificação, Fatores de risco, Critérios diagnósticos, Fluxo de atendimento, Recursos humanos, Atribuições e competências da equipe, Rotina de atendimento médico e de enfermagem, Pé diabético: Avaliação e cuidado, Rotina de exames laboratoriais, Medicamentos padronizados, Fluxograma de tratamento, Metas de tratamento, Complicações agudas e crônicas, Protocolo de distribuição e reutilização na insulinoterapia domiciliar, Monitorização da glicemia e da pressão arterial, Programa de Aprimoramento Multiprofissional em HA e DM, Conteúdo do programa educativo em hipertensão e diabetes, Prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (Núcleo Passaporte para a Saúde), Definição de indicadores de desempenho de programas de atendimento a diabéticos/ hipertensos, Parcerias, Anexos e a Bibliografia consultada e recomendada. Esse material foi disponibilizado no Portal da Secretaria da Saúde – www.saude.ribeiraopreto.sp.gov.br – e impresso em 400 cópias, distribuídas para as unidades de saúde e universidades parceiras. Conclusão: Disponibilizando o Protocolo na rede de saúde esperamos otimizar o trabalho multiprofissional e o uso dos recursos disponíveis para o atendimento ao hipertenso e diabético em nosso município. PT.126 O ACOMPANHAMENTO POR TELEFONE COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE INSULINA NO DOMICÍLIO Teixeira CRS1, Becker TAC1, Zanetti ML1 1 Universidade de São Paulo (USP) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Trata-se de um estudo observacional, longitudinal, comparativo do tipo antes e depois, com abordagem quantitativa, que teve como objetivo analisar a competência da pessoa com diabetes mellitus para realizar o processo de aplicação de insulina, antes e após o acompanhamento por telefone. O estudo foi realizado em um centro de saúde escola do interior paulista. Participaram do estudo 26 pessoas com diabetes mellitus cadastradas no programa de automonitorização da glicemia capilar no domicílio. A coleta de dados ocorreu em três fases, de janeiro a fevereiro de 2010, no período de 30 dias para cada pessoa, por meio de entrevista semiestruturada, norteadas pelo instrumento de coleta de dados e o manual de intervenção. Na primeira fase era realizado o primeiro contato telefônico para a obtenção do consentimento do sujeito em participar do estudo, e em seguida a aplicação do instrumento de coleta de dados para a avaliação da competência inicial. Na segunda fase era realizada a abordagem educativa em duas ligações telefônicas e na terceira fase foi realizada a avaliação da competência final. Na análise dos dados, utilizou-se o software Statistical Analysis System SAS® 9.0, utilizando a PROC GLM, em que foi proposta a metodologia de análise da variância, com distribuição normal com média 0 e variância constante e o teste de McNemar. O nível de significância estatístico adotado foi de 5% (p < 0,05). Das 26 (100%) pessoas entrevistadas, 80,7% eram do sexo feminino, 69,2% eram casadas, 23% tinham até o primeiro grau incompleto, 34,6% eram do lar e 65,3% encontravam-se na faixa etária entre 50 e 59 anos. Em relação às variáveis clínicas: 12 (46,15%) pessoas apresentaram tempo de diagnóstico entre 11 a 20 anos e 11 (42,30%), tempo de uso de insulina ≤ 5 anos. Com relação às variáveis antropométricas, para o peso, altura e IMC, a média ± dp foi de 78,81 ± 16,17, 159,69 ± 7,92 e 30,62 ± 7,88. Em relação à análise da competência da pessoa com DM, 38 (100%) questões eram referentes ao processo de aplicação de insulina. Dessas, o acompanhamento por telefone demonstrou-se eficiente em 30 (78,9%) questões, pois em 19 (50%) questões a intervenção foi estatisticamente significante (p < 0,05), em 11 (28,9%) não houve RESUMOS DE PÔSTERES erros nas respostas das pessoas com diabetes mellitus na competência final e 7 (18,4%) não eram passíveis de intervenção. Conclui-se que o acompanhamento por telefone foi efetivo como estratégia de intervenção de enfermagem no processo de aplicação de insulina no domicílio. Nessa direção, apontamos para a necessidade do uso mais abrangente dessa estratégia na atenção a pessoas com diabetes mellitus, bem como estudos futuros utilizando-se dessa ferramenta no acompanhamento de diversas condições crônicas. PT.127 APOPTOSE INDUZIDA POR PALMITATO EM CÉLULAS HepG2 DEPENDE DA PRODUÇÃO DE TNF-α Sollon CS1, Barbosa AP1, Solon C2, Velloso LA2, Anhê GF1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Farmacologia. 2 Unicamp – Fisiopatologia Médica 1 A obesidade vem aumentado dramaticamente nos últimos anos e está intimamente ligada à resistência periférica à insulina (RI). Indivíduos obesos apresentam altos níveis de ácidos graxos saturados livres e adipocinas, que podem desempenhar um papel nessa alteração fiosiopatológica. Tanto ácidos graxos saturados como citocinas pró-inflamatórias induzem apoptose em vários tipos celulares tais como células cardíacas, células betapancreáticas, hepatócitos, entre outras, gerando complicações metabólicas que diminuem a expectativa de vida de indivíduos com RI. O mecanismo pelo qual palmitato induz a apoptose, apesar de parcialmente esclarecido, tem mostrado ser dependente do tipo de célula. Em linhagem celular de carcinoma hepatocelular humano (HepG2), o tratamento com palmitato não só medeia lipotoxicidade por meio do aumento de espécies reativas de oxigênio (ROS), tais como o peróxido de hidrogênio (H2O2) e radicais hidroxila (OH *). Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar qual a repercussão do aumento da produção de TNF-α sobre a sobrevida de células HepG2 tratadas com palmitato. Após 6 horas de tratamento com palmitato ocorre um aumento transitório da expressão do mRNA que codifica o TNF-α. A partir de 12 horas e 24 horas de tratamento encontramos o aumento da atividade de proteínas intracelulares ativadas pelo TNF-α tais como a IkappaK e a Ikappa-beta. Em paralelo, ensaios de fragmentação de DNA mostraram que a apoptose aumentou 20% e 23% após 24 e 48 de tratamento com palmitato. Quando combinado a um anticorpo neutralizante antiTNF-α (infliximab), o palmitato foi incapaz de estimular a apoptose. O infliximab também foi eficaz em inibir o aumento da produção de ROS estimulada por palmitato. Nosso estudo também demonstrou que o inibidor de síntese proteica ciclohexamida (CHX) bloqueia a apoptose e o aumento de ROS estimulados por palmitato. De maneira concordante, tanto a CHX quanto o infliximab bloqueiam a ativação da IkappaK e Ikappa-beta estimulada pelo palmitato. Em conjunto, nossos dados demonstram que a apoptose, bem como o aumento da produção de ROS, estimulada pelo palmitato em hepatócitos é secundária à produção e à ação do TNF-α. Agradecimentos: FAPESP e CNPq pelo apoio financeiro. PT.128 “AVALIAÇÃO DE UMA INTERVENÇÃO EM GRUPO EDUCATIVO PARA PACIENTES DIABÉTICOS” Borges AM1, Gorayeb R1, Foss-Freitas MC2 Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP) – Neurociências e Ciências do Comportamento. 2 HC-FMRP-USP Departamento de Clínica Médica 1 O diabetes mellitus (DM) exige do paciente comportamentos de autocuidado e mudanças em sua rotina, sendo a orientação parte essencial do tratamento. O objetivo deste trabalho foi oferecer atendimento psicoeducativo em grupo para pacientes diabéticos, favorecendo uma melhor compreensão da doença, maior adesão, possibilidade de o paciente fazer escolhas mais saudáveis, com isso diminuindo as chances de complicações da doença mal tratada. Foram incluídos 12 pacientes (grupo intervenção = 7, grupo controle = 5) com DM, de ambos os sexos, seguidos no ambulatório de Endocrinologia de um hospital público terciário, pareados quanto a idade, tipo de diabetes e complicações da doença. O grupo controle (GC) recebeu apenas o tratamento médico ambulatorial rotineiro, enquanto o grupo intervenção (GI) participou de uma ação psicoeducativa de nove semanas. No GI foram utilizados como ferramenta de facilitação os mapas de conversação, elaborados pela Healthy Interactions INC., que abordam temas relacionados ao diabetes. Além disso, os pacientes foram monitorados pelo programa telemedicina MedLevensohn de gestão de diabetes e receberam um kit para medir glicemia. Em cada encontro um tema foi discutido pelo grupo, com a ajuda dos facilitadores (psicóloga, aprimorando de psicologia e residente médico). Foi solicitada dosagem de HbA1c no início e ao final do período de avaliação em ambos os grupos, e os pacientes foram orientados a medir diariamente em suas casas as taxas de glicemia de jejum e pós-prandial. As medidas registradas no glicosímetro foram transmitidas por meio do procedimento de telemedicina a um prontuário eletrônico. A cada encontro foi entregue uma folha com o registro das glicemias da última semana, com o objetivo de visualizar e entender seu controle glicêmico e encorajar mudanças de hábito que favoreçam um melhor controle. Resultados: Do total da amostra, 57,1% eram mulheres; 57,1% eram casados; 71,4% tinham cursado no máximo até a 4a série; 71,4% encontravam-se na faixa etária de 40 a 60 anos; 71,4% tinham renda familiar de até três salários mínimos. Com relação à doença, 71,4% foram diagnosticados há mais de 10 anos, sendo 42,8% com diabetes tipo 2, 28,6% do tipo lada e 28,6% do tipo 1 e 71,4% apresentavam diagnóstico da doença na família. Observou-se a concomitância de outras patologias como dislipidemia (85,7%); obesidade ou sobrepeso (85,75); nefropatias (71,4%); hipertensão (57,1%); neuropatia (57,1%); depressão (42,9%) e transtorno de ansiedade (14,2%). Com relação aos exames laboratoriais, o GI teve uma diminuição de 4,5 pontos percentuais na HbA1c (de 9,76±2 para X = 9,11 ± 1,45), enquanto no GC houve um aumento de 4,1 pontos percentuais na HbA1c (de 7,98 ± 1,78 para 8,80 ± 1,69). No decorrer das sessões os pacientes do GI adotaram uma postura mais ativa no tratamento. Notou-se um mudança no discurso desses pacientes com relação ao controle alimentar, que antes era visto apenas como privação, para necessidade de uma reeducação alimentar. Concluiu-se que a educação em grupo mostrou ser um recurso eficiente no tratamento, e a troca de experiências entre os pacientes favoreceu tanto o aprendizado quanto o processo de aceitação da doença e adaptação às mudanças necessárias. Entidade financiadora: MedLevensohn. PT.129 O EXTRATO FENÓLICO DO FRUTO ARAÇÁ (PSIDIUM CATTLEIANUM SABINE) PROTEGE CONTRA MORTE INDUZIDA POR ESTRESSE OXIDATIVO EM CÉLULAS BETAPANCREÁTICAS: ESTUDO IN VITRO DO MECANISMO DE AÇÃO Garofolo IC1, De Souza Schmidt Gonçalves AE2, Santos LRB1, Genovese MI2, Bordin S1, Curi R1, Lellis-Santos C1 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica. 2 USP – Alimentos e Nutrição Experimental 1 Introdução: O desenvolvimento e complicações do diabetes envolvem aumento do estresse oxidativo e atividade inflamatória nos tecidos, sobretudo em células betapancreáticas. Estudos têm demonstrado papel protetor dos compostos fenólicos, presentes na dieta, por meio de mecanismos que modulam a sinalização inflamatória e atividade antioxidante. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do extrato fenólico do fruto nativo brasileiro Araçá (Psidium cattleianum Sabine) na toxicidade, ativação de vias de sinalização e estresse oxidativo em células betapancreáticas. Métodos: Os compostos fenólicos de Araçá foram purificados em coluna de poliamida, liofilizados e ressuspendidos em água. Esse extrato foi utilizado para o tratamento de células betapancreáticas INS1e nas doses de 100, 500 ou 1.000 µg/ ml por 1 ou 24h. Em seguida, determinamos a toxicidade do extrato por citometria de fluxo, na presença ou ausência de H2O2 (40 µM), reconhecido indutor de estresse oxidativo. Além disso, investigamos vias de sinalização ativadas pelo extrato. Resultados: Os compostos fenólicos determinados por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) do extrato de araçá foram catequina, rutina e ácido elágico. Apenas a dose de 1.000 µg/ml promoveu aumento significativo da fragmentação de DNA e diminuição da integridade de membrana. S153 RESUMOS DE PÔSTERES O tratamento na dose de 100 µg/ml por 1h aumentou significativamente a fosforilação de ERK1/2 e Akt em aproximadamente 72% e 119%, respectivamente. O tratamento promoveu diminuição significativa de 28% e 25% da expressão da proteína fosfatase de MAPK 1 (MKP1) nas doses de 100 e 500 µg/ml por 1h, respectivamente. Além disso, o extrato diminuiu significativamente em 59% a fosforilação da AMPK após 1h de tratamento na dose de 100 µg/ml. A incubação das células com H2O2 por 1 hora promoveu aumento de 89,5% na fragmentação do DNA, a presença do extrato de araçá (100 µg/ml) promoveu uma redução de 32,9% sobre esse dano. O tratamento prévio por 24h com a mesma dose do extrato bloqueou completamente o efeito do H2O2. Conclusão: O extrato de araçá modula a via ERK1/2, Akt e AMPK em células betapancreáticas. Os resultados demonstram um possível efeito protetor do extrato de araçá contra o estresse oxidativo. Nossos estudos in vitro apontam o araçá como um potencial alimento funcional ou extrato nutracêutico para o tratamento e/ou prevenção de diabetes. Apoio financeiro: FAPESP, CNPq/PIBIC. PT.130 DESEMPENHO REPRODUTIVO MATERNO DE RATAS ORIUNDAS DE AMBIENTE INTRAUTERINO HIPERGLICÊMICO Gallego FQ1, Corvino SB1, Netto AO1, Sinzato YK1, Volpato GT2, Campos KE2, Calderon IMP1, Rudge MVC1, Damasceno DC1 1 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Laboratório de Pesquisa Experimental em Ginecologia e Obstetrícia. 2 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Introdução: As condições de saúde apresentadas no transcorrer da vida adulta de um indivíduo resultam da combinação de predisposições genéticas e influências do meio ambiente. Para compreender os mecanismos fisiopatológicos decorrentes do ambiente intrauterino desfavorável, modelos experimentais são desenvolvidos. Nosso grupo de pesquisa demonstrou que ratas com diabetes induzido por droga betacitotóxica (streptozotocin) durante a idade adulta mostraram glicemia superior a 300 mg/dl (diabetes grave) e seus recém-nascidos (RN) apresentaram restrição de crescimento intrauterino (RCIU) e nasceram com peso pequeno para a idade de prenhez (De Souza et al. Reprod Biomed Online. 2009;18:562; Volpato et al. J Ethnopharmacol. 2008;116:131). Nossa hipótese é que, pelo fato de esses animais se desenvolverem em meio intrauterino hiperglicêmico, eles poderiam apresentar alterações quanto ao desempenho reprodutivo na vida adulta. Objetivo: Avaliar o desempenho reprodutivo materno de ratas que se desenvolveram durante a vida intrauterina em meio hiperglicêmico. Materiais e métodos: O diabetes foi induzido em ratas adultas e o grupo não diabético recebeu veículo. Todas as ratas foram acasaladas e tiveram parto vaginal, seus recém-nascidos foram pesados e, de acordo com os pesos corpóreos, foram classificados em pequenos (PIP), adequados (AIP) e grandes (GIP) para idade de prenhez. O critério de inclusão foram ratas AIP advindas de mães não diabéticas e de ratas PIP oriundas de mães diabéticas. Na fase adulta, essas ratas também foram acasaladas e os índices de desempenho reprodutivo foram avaliados. Foi considerado valor de significância de p < 0,05. Resultados e discussão: As ratas não diabéticas apresentaram maior porcentagem de recém-nascidos (RN) AIP e menores taxas de RN PIP e GIP. No grupo diabetes grave, foi observada alta porcentagem de RN PIP em relação aos que nasceram AIP e GIP. Esses dados corroboram a Teoria de Pedersen (Pedersen. Acta Endocrinol. 1954;16:342), em que a hiperglicemia materna leva à hiperglicemia fetal, que causa hiperplasia das células betapancreáticas fetais levando à hiperinsulinemia. Por causa da constante hiperglicemia materna, as células beta entram em exaustão, acarretando hipoinsulinemia fetal, contribuindo para o quadro de RCIU, pois a insulina atua de forma semelhante ao hormônio de crescimento. Das 31 ratas AIP acasaladas, 85,7% tiveram prenhez a termo com filhotes vivos e 14,3% apresentaram perdas embrionárias sem a presença de filhotes vivos. No grupo PIP, 55,6% das ratas tiveram filhotes e 44,4% delas apresentaram perdas embrionárias. Conclusão: As ratas PIP apresentaram menor número de prenhez a termo e maior número de perdas embrionárias, S154 mostrando que ambiente intrauterino desfavorável, causado pela hiperglicemia, contribuiu para alterar o desempenho reprodutivo na fase adulta inicial da vida dessas ratas. Isso demonstra que o meio intrauterino onde o feto se desenvolve atua na programação do indivíduo ao longo de sua vida, a qual é modificada em relação à fisiologia e metabolismo. Apoio financeiro: CAPES/Brasil. PT.131 CIRCADIAN VARIATIONS OF HYPOTHALAMIC UPR REVEALS A ROLE FOR ATF6 BRANCH IN THE CONTROL OF FEEDING BEHAVIOR Mesquita CC1, Ferreira DS1, Lima APB1, Sollon C1, Kitone APBM1, Ignacio-Souza L2, Razolli DS2, Morari J2, Velloso LA2, Anhê GF1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Farmacologia. 2 Unicamp – Fisiopatologia Médica 1 Background: Unfolded protein response is an adaptive cellular response that adjust protein translation rate to specific external stress. This response has been demonstrated to mediate programmed cell death and insulin resistance in pathophysiological conditions such as diabetes. More recently, it has been demonstrated that the pharmacological activation of UPR in the hypothalamus is able to stimulate food intake through mechanism not completely determined. Methodology/Principal findings: The present study aimed to verify the circadian alterations in the UPR braches and their putative connections with the feeding behavior. Our data demonstrated that hypothalamus removed from ad libitum fed rats had increased PERK phosphorylation and GCN2 expression during the day-time when compared to night-time. We also detected a night-time increase in eiF2alpha phosphorylation peaking at the transition from the light to dark phase. ATF4 expression did not show a circadian pattern of variation. CHOP and ATF6 expression exhibited an increase in night time peaking at the transition from the light to dark phase. Six meal regimen abrogated the circadian variations in PERK, eiF2alpha and GCN2 but had no effect over circadian variability of ATF6 and CHOP. Immunoprecipitation assay revealed increased binding of ATF6 to CRTC2 in the hypothalamus of rats sacrificed during the night. In parallel, CRTC2 association to the transcription factor CREB1, was reduced during the night. Pharmacological inhibition of ATF6, in turns, reduced night-time food intake. Conclusion/Significance: Altogether, our data demonstrated that a circadian variation of ATF6 expression with increased levels during the night is not an immediate consequence of the feeding state, as it seems to be the case for PERK and GCN2. Night time ATF6 increases binding to CRTC2, a coactivator of CREB1, probably resulting in decreased activity of this transcription factor and increased food intake. Funding: FAPESP and CNPq. PT.132 ATIVAÇÃO DE PPARγ REDUZ A EXPRESSÃO GÊNICA ADRENÉRGICA ESTIMULADA PELO FRIO AGUDO Oliveira TB1, Magdalon J1, Paschoal VA1, Curi R1, Festuccia W1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Fisiologia e Biofísica Introdução: Dados do nosso laboratório demonstraram que a ativação farmacológica de PPARγ com rosiglitasona (RSG) está associada com o recrutamento (aumento de massa e expressão de proteínas termogênicas como a UCP1) do tecido adiposo marrom de ratos, sendo esse recrutamento independente do fluxo simpático para esse tecido. Neste estudo investigamos se a exposição aguda ao frio, que sabidamente aumenta o fluxo simpático para o tecido adiposo marrom (TAM), teria efeito sinérgico com a RSG no recrutamento e modulação da expressão gênica de proteínas termogênicas desse tecido. Métodos: Ratos Sprague-Dawley tratados ou não com RSG (15 mg.kg-1. dia-1) durante uma semana foram expostos ao frio 5°C por 24 h, e o tecido adiposo marrom foi coletado para análise da massa, conteúdo de noradrenalina (NE) (turnover de NE) e extração de RNA para medida RESUMOS DE PÔSTERES da expressão gênica por QPCR. O plasma desses animais foi avaliado para os níveis de TSH, T3 e T4 totais e livres. Resultados: Como esperado, o frio aumentou a atividade do sistema nervoso simpático, evidenciado pelo aumento do turnover de NE tanto nos controles quanto nos ratos tratados com RSG. Essa elevação do fluxo simpático foi associada com o aumento da expressão de genes (UCP1, PGC1α e D2) no tecido adiposo marrom e nos níveis circulantes de T3 e T4 totais e livres de ratos controles, mas não nos ratos tratados com RSG. Da mesma forma, o tratamento com RSG reduziu significativamente a expressão dos receptores de hormônios tireoidianos subunidades alfa e beta. Discussão: Os dados obtidos sugerem que a ativação farmacológica de PPARγ, apesar de induzir o recrutamento do TAM, induz um defeito na ativação da expressão dos genes regulados pelo simpático, assim como diminui os níveis de hormônios tireoidianos. Conclui-se, portanto, que a redução do status tireoidiano pode estar associada a um defeito na transcrição adrenérgica. Suporte financeiro: FAPESP – 2011/14172-2. PT.133 PARTICIPAÇÃO DA ENZIMA NAD(P)H OXIDASE E DO RECEPTOR GPR-40 NO PROCESSO DE SECREÇÃO DE INSULINA NA LINHAGEM CELULAR BRIN-BD11 GN Marsiglio Librias1, Boas EAV1, Simões D1 1 Universidade de São Paulo (USP) Introdução: As linhagens celulares secretoras de insulina, como a BRIN-BD11, são utilizadas no estudo do mecanismo de secreção de insulina por possuírem características de síntese e secreção de insulina semelhantes às das células B das ilhotas pancreáticas, além de serem responsivas a glicose, aminoácidos e ácidos graxos. Recentemente, demonstramos que essas células expressam a enzima NAD(P)H oxidase e o GPR-40. A enzima NAD(P)H produz espécies reativas de oxigênio (EROs) e é modulada pela glicose, palmitato e interleucina 1β. O GPR-40 pode estar relacionado à produção de EROs modulada por ácidos graxos e agonistas seletivos para esse receptor, como o GW9508. Considerando que as EROs podem agir como sinalizadores intracelulares e interferir na expressão gênica, na fosforilação de proteínas e na concentração de cálcio intracelular, estudamos a participação da NAD(P)H oxidase e sua possível regulação pelo GPR-40 no processo de secreção de insulina da linhagem celular BRIN-BD11. Metodologia: As células foram mantidas em meio de cultura RPMI 1640 com 10% de soro fetal bovino, 0,1% de antibiótico (100 U/ml de penicilina e 0,1 mg/ml de estreptomicina), 11,1 mM de glicose em pH7,4, a 37°C e em atmosfera de 5% CO2. Para realização dos experimentos, as células foram incubadas em concentrações crescentes de glicose (2,8, 5,6, 8,3, 11,1, 16,7 e 20,0 mM) na presença ou ausência de GW9508 (20 µM) para dosagem de insulina por radioimunoensaio e análise do conteúdo de EROs. A expressão proteica da subunidade p22phox da enzima NADPH oxidase foi inibida utilizando-se da técnica de RNA de interferência (40 nM). Assim, foi analisado o conteúdo de EROS nas células tratadas com RNAi para a p22phox na presença ou ausência de GW9508. Resultados: A secreção de insulina aumenta na presença de GW9508 em altas concentrações de glicose (11,1, 16,7 e 20,0 mM). Na ausência de GW9508, as células apresentam diminuição do conteúdo de EROS em resposta ao aumento da concentração de glicose no meio; e na presença do fármaco, o conteúdo de EROS é mantido alto nas concentrações crescentes de glicose. No entanto, esse aumento desaparece quando a NAD(P)H é inibida, ou seja, o conteúdo de EROs diminui em alta concentração de glicose e não é revertido pela estimulação com GW9508. Discussão: O GW9508 é potente secretagogo de insulina dependente da presença de glicose, assim como outros fármacos agonistas e ligantes endógenos para o GPR-40. O conteúdo de EROs diminui em concentrações crescentes de glicose em consequência da ativação dos mecanismos de defesa antioxidante nessas condições. Exemplo disso é a superóxido dismutase, que está diretamente relacionada à concentração de glicose no meio. Na presença de GW9508, o conteúdo de EROs é mantido mais alto nas concentrações crescente de glicose, possivelmente por aumentar a atividade da NAD(P)H oxidase, uma vez que o conteúdo de EROs, que normalmente diminui na presença de altas concentrações de glicose, não é mais revertido pela estimulação com GW9508 em células com a NADP(H) oxidase inibida. Agradecimentos: A linhagem celular BRIN-BD11 utilizada foi cedida pelo professor Peter Flatt da Universidade de Ulster (Coleraine, UK). Agradecimentos a Marlene Santos da Rocha pelo excelente suporte técnico. Financiamento: FAPESP, CNPq, CAPES. PT.134 EFEITO DA REVERSÃO DA DIETA CAFETERIA PARA RAÇÃO BALANCEADA E DA SUPLEMENTAÇÃO COM SUCO DE NONI NO TECIDO ADIPOSO E NA HOMEOSTASE GLICÊMICA EM RATOS WISTAR GN Marsiglio Librias1, Carabelli B2, Munhoz AC1, Rocha CLMSC2, Costa CEM2 1 Universidade de São Paulo (USP). 2 Universidade Estadual de Maringá (UEM) Introdução: As estimativas sugerem que cerca de 300 milhões sejam obesas. Alterações genéticas para a obesidade não justificariam o aumento rápido nesses índices, de modo que a obesidade estaria mais associada aos fatores genéticos em interação a fatores ambientais, como falta de exercícios físicos e consequência da dieta. Acredita-se que a má alimentação seja um dos fatores ambientais relacionados à incidência e severidade de doenças crônicas. Dietas balanceadas correspondem à dieta que abastece o organismo de forma a satisfazer as exigências nutricionais do organismo. Nessas dietas podem ser introduzidos alimentos com propriedades favoráveis à regulação das funções corporais que auxiliam na proteção contra doenças. Compostos naturais têm sido estudados como a Morinda citrifolia Linn, principalmente o seu fruto, o noni, que além do valor nutricional elevado, possui capacidade de regular a função celular. Metodologia: Ratos Wistar foram alimentados com dieta-padrão balanceada (DPB) Nuvital® ou com dieta cafeteria (DC), do desmame até 206 dias de idade. Um terceiro grupo de animais recebeu DC até os 156 dias e, em seguida, dieta-padrão balanceada até os 206 dias de idade (grupo reversão). Esses três grupos foram, ainda, subdivididos, aos 156 dias de idade, em animais controle e animais que receberam suplementação com suco de noni da Tahitian Noni® Juice por sonda esofágica (0,50 mk/kg). Foram avaliados: ingestão alimentar, absorção intestinal, o coeficiente de eficácia alimentar (CEA), ganho de peso corporal, glicemia prandial, teste de tolerância à glicose, teste de tolerância à insulina e curva glicêmica. Aos 206 dias, os animais, em jejum, foram submetidos à coleta de sangue, retirada e pesagem dos tecidos adiposos, para pesagem, isolamento e mensuração dos adipócitos. Foram realizadas as dosagens plasmáticas da glicose, AST, colesterol HDL e leucócitos. Resultados: A DC não alterou a ingestão alimentar, mas possibilitou uma ingestão maior de lipídios, maior absorção intestinal de alimentos e maior CEA, causando aumento no peso corporal e na adiposidade. Os animais reversão apresentaram peso corporal semelhante aos animais com DPB. A DC causou hipertrofia e hiperplasia do tecido adiposo (a reversão da dieta causou hipotrofia desse tecido), diminuiu a tolerância à glicose e a sensibilidade à insulina e elevou a glicemia de jejum e pós-prandial, parâmetros normalizados nos animais reversão. A DC também reduziu o número de leucócitos, HDL e AST. A reversão restabeleceu os valores de AST e melhorou os valores de HDL, mas não interferiu nos valores de leucócitos. Dos grupos experimentais que receberam o suco de noni, os animais alimentados com DPB apresentaram maior adiposidade. O suco de noni não causou outros efeitos. Discussão: A DC causou alterações no peso, na adiposidade e na homeostase glicêmica dos animais, enquanto a reversão da dieta de cafeteria para ração balanceada por um período de 50 dias foi eficiente em reduzir o peso corporal e a adiposidade, em restabelecer a homeostase glicêmica e melhorar os valores plasmáticos de HDL, sem alteração dos números de leucócitos totais. A suplementação com suco de noni não causou alterações fisiológicas significativas, exceto por causar aumento do tecido adiposo em ratos com dieta-padrão balanceada, provavelmente por hiperplasia do tecido adiposo. S155 RESUMOS DE PÔSTERES PT.135 MODULAÇÃO DA AUTOFAGIA EM NEURÔNIOS HIPOTALÂMICOS DE ANIMAIS COM OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA Portovedo M1, Ignácio-Souza LM2, Razoli DS2, Coope A2, Velloso LA2, Milanski M1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Faculdade de Ciências Aplicadas. 2 Unicamp – Faculdade de Ciências Médicas 1 Introdução: A autofagia é um processo de degradação de proteínas e organelas importante para a homeostase celular. Falhas no processo autofágico no sistema nervoso central têm sido relacionadas com o acúmulo de agregados proteicos e desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. Estudos com manipulação genética da autofagia demonstram que esse processo é essencial para a manutenção da homeostase energética. O objetivo deste trabalho foi estudar a modulação da autofagia em hipotálamo de animais com obesidade induzida por dieta hiperlipídica. Métodos: Camundongos Swiss machos receberam dieta hiperlipídica (59% de lipídeos em relação ao valor energético total) por 16 semanas. Para o estudo da colocalização do marcador de autofagia (LC3) e neurotransmissores hipotalâmicos envolvidos na homeostase energética (NPY, AgRP, POMC, CART, α-MCH e CRH), foi utilizada a técnica de imunofluorescência. Resultados: Foi observado maior colocalização de LC3 com os neurotransmissores POMC, CART, NPY, AgRP e MCH e menor colocalização de LC3 com CRH no hipotálamo de animais tratados com dieta hiperlipídica quando comparados aos animas que receberam dieta normolipídica. Discussão: A expressão de LC3-II (forma lipidada da LC3 presente na membrana do aufagossomo) é o principal marcador de autofagia. O acúmulo aparente de LC3 em animais tratados com dieta hiperlipídica pode refletir um aumento de autofagossomos e/ou uma falha na degradação do conteúdo do autolisossomo e consequente diminuição do turnover dessa estrutura. Estudos recentes têm mostrado que a perda da autofagia em neurônios POMC resulta no aumento da adiposidade e intolerância à glicose em camundongos. Além disso, roedores tratados com dieta hiperlipídica apresentam maior número de autofagossomos em neurônios do tipo POMC. A falha da autofagia em degradar proteínas malformadas e organelas disfuncionais em modelos animais de obesidade induzida por dieta pode ser um importante mecanismo relacionado com a ativação crônica de estresse de retículo endoplasmático e consequente apoptose de neurônios hipotalâmicos. Concluímos, então, que o estudo desses mecanismos representa importante avanço no entendimento da fisiopatologia da obesidade. Este trabalho foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e FAPESP. PT.136 ENVOLVIMENTO DOS COMPLEXOS 1 E 2 DA mTOR NAS ALTERAÇÕES DE EXPRESSÃO GÊNICA INDUZIDAS POR LPS EM MACRÓFAGOS PERITONEAIS E CÉLULAS RAW 264.7 IN VITRO Paschoal VA1, Oliveira TB1, Magdalon J1, Curi R1, Festuccia WT1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica 1 Introdução: Estudos anteriores encontraram um aumento na atividade do complexo 1 da mTOR (mTORC1) em alguns tipos celulares após tratamento com lipopolissacarídeos (LPS) e citocinas como TNF-a e IL1b, efeito esse mediado pela fosforilação de TSC catalisada por IKKb. Dessa forma, o presente estudo objetivou avaliar a contribuição do complexos 1 e 2 da mTOR nas alterações de transcrição gênica induzidas pelo tratamento de macrófagos peritoneais e células RAW 264.7 (linhagem imortalizada de macrófagos). Materiais e métodos: Macrófagos peritoneais de camundongos C57BL6 e células RAW 264.7 tratados com LPS (5 μg/ml) em associação ou não com rapamicina (100 nM inibidor de mTORC1) e torina (250 nM inibidor de mTORC1 e 2) durante 4 horas foram avaliados para os níveis de mRNA de diversas proteínas por QPCR. Resultados: Em macrófagos peritoneais, o tratamento com LPS aumentou significativamente os níveis de mRNA de COX2, IL1β, MCP1 e TNF-α e S156 reduziu os de lipina. Os aumentos de MCP-1 e TNF-α induzidos por LPS foram parcialmente ou completamente atenuados pela inibição de mTORC1 com rapamicina, enquanto o de IL1β foi atenuado pela inibição de mTORC1 e 2 por torina. Similarmente, o tratamento tanto com rapamicina quanto com torina bloqueou a redução dos níveis de lipina induzidos por LPS. Em células RAW 264.7, o tratamento com LPS aumentou significativamente os níveis de mRNA de COX2, IP10, IL1β, MCP1 e TNF-α. Em contraste aos macrófagos peritoneais, entretanto, o tratamento com torina atenuou o aumento em IL-1β induzido por LPS apenas. Discussão. Nossos dados sugerem que os complexos 1 e 2 da mTOR parecem participar ativamente na modulação da expressão gênica associada ao tratamento com LPS em macrófagos peritoneais. Células RAW 264.7 respondem de maneira diferente quando comparadas aos macrófagos peritoneais quanto ao tratamento com rapamicina e torina. Suporte financeiro. FAPESP (Projeto 2011/ 10783-7). PT.137 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM DOENÇAS CRÔNICAS: VISÃO E VIVÊNCIAS Funabashi CA1, Cação RF1, Câmara MLV1 1 Prefeitura Municipal da Estância Turística de Paraguaçu Paulista – Departamento de Saúde Introdução: O município de Paraguaçu Paulista, localizado na região Sudeste do país, com aproximadamente 42 mil habitantes, economicamente caracterizado como região canavieira e suas particularidades, preocupado com a qualidade de vida da população e dos usuários do SUS, considerando o grande número de diabéticos, hipertensos e sedentários que frequentam as Unidades de Saúde da Rede Pública, vem desenvolvendo atividades de educação e prevenção em saúde desde 2005, participando intensamente das comemorações do Dia Mundial do Diabetes, sendo por meio dessas atividades que conseguimos sensibilizar gestor, profissionais de saúde e pacientes da importância deste trabalho para a qualidade de vida de nossos usuários, minimizando as consequências das doenças crônicas, a prevenção das complicações agudas e crônicas e ainda a redução da mortalidade. Metodologia: Todos os anos é programada uma série de eventos durante o mês de novembro, quando se comemora o Dia Mundial do Diabetes, envolvendo pacientes, profissionais de saúde e sociedade civil. Entre as atividades contempladas pelos grupos de educação, estão a monitoração da pressão arterial e glicêmica, redução do peso corporal, com a introdução de plano alimentar, ressaltar a importância dos fármacos, orientando quanto à dose, horários, formas de administração e efeitos colaterais, promovendo adesão do paciente ao tratamento e incentivando a realização de atividade física regular, orientando a participar dos grupos de atividades desenvolvidos pelas equipes das unidades de saúde e educador físico. Também são realizadas apresentações com vídeos e distribuição de material explicando mais sobre as doenças crônicas e fomentando a troca de experiências. Resultados: Com a padronização de condutas e manejo nos grupos de educação dos portadores de doenças crônicas, foram possíveis uma melhora na adesão ao tratamento preconizado, reduções importantes das complicações e consequente melhora da qualidade de vida dos pacientes, fazendo com que os profissionais envolvidos com esse trabalho percebessem que a educação em saúde exige conhecimento, dedicação e persistência, sendo essa uma responsabilidade de todos os profissionais envolvidos. Discussão e considerações finais: Tivemos a oportunidade de realizar um evento em que cada equipe envolvida com os grupos de educação em saúde pôde apresentar uma avaliação dos resultados obtidos após a introdução das capacitações permanentes. Pudemos observar que em todas as equipes houve aumento no número de pacientes participantes, melhora na adesão ao tratamento, maior compreensão das doenças crônicas pelas pessoas acometidas; muitos apresentaram perda de peso, controle da pressão arterial e glicêmica, melhora nas dislipidemias, melhora nos quadros depressivos, já que a frequência nos grupos favoreceu as relações sociais e diminuição das medicações; os insulinodependentes apresentaram melhor conhecimento sobre uso, dose, automonitorização, rodízio no local de aplicações e descarte do RESUMOS DE PÔSTERES material. Assim, o controle intensivo das doenças crônicas por uma equipe multiprofissional, com instrumentalização para realizar um bom seguimento e apoio continuado aos pacientes, tem conseguido efetivamente reduzir as complicações agudas e crônicas, pois, por meio de atividades educativas em grupo, as pessoas podem adquirir conhecimentos e habilidades para cuidar de si mesmas. Portanto, mesmo com resistência, desafios e muitas dificuldades, as capacitações e o envolvimento dos profissionais de saúde trouxeram grandes conquistas para o município e seus pacientes. Referência: 1) Sociedade Brasileira de Diabetes. Consenso brasileiro de conceitos e condutas para diabetes mellitus recomendações da Sociedade Brasileira de Diabetes para a prática de clínica. São Paulo; 1997. 2) Costa AA, Almeida Neto JS. Manual de Diabetes. Alimentação, medicamentos e exercícios. 3. ed. São Paulo: Sarvier; 1998. 3) Ministério da Saúde. Coordenação de Doenças Crônico-Degenerativas. Orientações básicas para o diabético. 2. ed. Brasília; 1993. Entidade financiadora: Prefeitura Municipal da Estância Turística de Paraguaçu Paulista. Agradecimentos: Agradecemos, pelo empenho, os profissionais envolvidos no planejamento e execução deste projeto; o Exmo. Sr. Prefeito Municipal, pelo apoio incondicional da administração, e de nosso secretário de Saúde, que não mede esforços para que projetos como este sejam viabilizados. PT.138 ADESÃO DOS PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS AOS GRUPOS DE EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO Cação RF1, Funabashi CA1, Câmara MLV1 1 Prefeitura Municipal da Estância Turística de Paraguaçu Paulista – Departamento de Saúde Introdução e justificativa: A Prefeitura Municipal da Estância Turística de Paraguaçu Paulista, por meio do Departamento Municipal de Saúde, localizado na região Sudeste do país, com aproximadamente 42 mil habitantes, economicamente caracterizado como região canavieira e suas particularidades, realiza um trabalho específico com os portadores de doenças crônicas por meio de grupos educativos com os pacientes, em que se contemplam muitos assuntos e atividades relativas às doenças e agravos à saúde. Em menos de 40 anos, o Brasil passou de um perfil de mortalidade típico de uma população jovem para um desenho caracterizado por enfermidades complexas e mais onerosas, próprias das faixas etárias mais avançadas, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, diabetes, HAS, AVC, doenças coronarianas, câncer, cárie dentária e outras. Reconhecendo os benefícios que a educação e a integração entre os pacientes podem trazer, observamos que esses grupos apresentam uma grande adesão dos pacientes. Metodologia: A nossa experiência com grupos de educação para pessoas portadoras de doenças crônicas, em grupos itinerantes de usuários das Unidades de Saúde do Município, tem demonstrado, particularmente, que os participantes beneficiam-se da interação com outras pessoas que enfrentam os mesmos problemas, encontrando não só apoio emocional, mas também ideias e sugestões para seu novo estilo de vida. Assim, trabalhar em grupo tem possibilitado o desenvolvimento de destrezas, aliviando as pressões e temores da pessoa, economizado tempo e esforço do educador. Temos realizado grupos itinerantes em todas as unidades de saúde do município, com uma equipe multiprofissional formada por uma farmacêutica, uma psicóloga e uma nutricionista e toda a equipe de apoio do Departamento de Saúde e do Programa Saúde da Família, em que cada profissional trabalha e realiza ações em grupos, dentro de sua área de atuação. Nesses grupos são contemplados assuntos e atividades relativas à melhor qualidade de vida do paciente como dieta balanceada, controle domiciliar por meio de utilização de materiais e aparelhos, bem como o uso adequado de sapatos, apoio familiar, uso de aparelhos e incentivo e orientação sobre atividade física visando à redução dos sintomas, à prevenção de complicações agudas, à redução de mortalidade e à melhora da qualidade de vida. Também realizamos grupos comemorativos com esses pacientes, por exemplo, comemoração do Dia Mundial do Diabetes, quando apresentamos um filme dobre o diabetes mellitus no cinema municipal e logo após servimos um café da tarde diet para esses pacientes, além de outras ações mais. Discussão e resultados: O conjunto de ações realizadas nos grupos itinerantes com pacientes portadores de doenças crônicas tem levado eles a um melhor controle metabólico. Para isso, foi necessário que houvesse fortalecimento e ampliação dos grupos de educação e integração em doenças crônicas não transmissíveis, motivando o paciente e sua família a participarem efetivamente dele, por meio do qual podem elaborar seus problemas. Quanto aos assuntos abordados e às atividades realizadas nos grupos, é de extrema importância considerar as dificuldades no que se diz respeito ao tipo de doença, idade do paciente, grau de controle metabólico, complicações crônicas, além de grau de instrução, estrutura familiar e outros dados sociodemográficos, de modo a assegurarem que a pessoa possa adquirir conhecimentos e habilidades para cuidar de si mesma. Tais preocupações são importantes, pois observa-se que a baixa escolaridade pode dificultar a aprendizagem e que o apoio familiar representa um fator importante no cuidado da pessoa portadora de doenças crônicas, pois, quando acompanhado e apoiado, o paciente apresenta maior adesão ao tratamento e melhora no controle metabólico. Referências: 1) Cazarini RP, Zanetti ML, Ribeiro KP, et al. Adesão a um grupo educativo de pessoas portadoras de diabetes mellitus: porcentagem e causas. Medicina, Ribeirão Preto. 2002;35:142-50. Entidade financiadora: Prefeitura Municipal da Estância Turística de Paraguaçu Paulista. Agradecimentos: Agradecemos, pelo empenho, os profissionais envolvidos no planejamento e execução deste projeto, o Exmo. Sr. Prefeito Municipal, pelo apoio incondicional da administração, o nosso Secretário de Saúde, que não mede esforços para que projetos como este sejam viabilizados. PT.139 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM LONGO PRAZO EM PACIENTES PORTADORAS DE SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS Rodrigues AMS1, Silva CRA1, Andrade MAA1, Franklin AMT1, Martins LB1, Cândido AL2, Santos LC3, Ferreira AVM3 1 3 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 2 UFMG – Faculdade de Medicina. UFMG – Escola de Enfermagem Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP), presente em 5% a 10% das mulheres em idade fértil1, é uma desordem endócrina heterogênea associada à ocorrência de resistência à insulina (RI), diabetes mellitus tipo 2 (DM2), obesidade central e outros fatores de risco para a o desenvolvimento de doença cardiovascular (DCV)2 e síndrome metabólica3. O tratamento inclui intervenção nutricional e prática de atividade física regular2 a fim de minimizar a prevalência de doenças e agravos não transmissíveis (DANT). Objetivo: Avaliar a efetividade da intervenção nutricional, em longo prazo, sobre o estado nutricional e consumo alimentar de portadoras de SOP. Métodos: Estudo de intervenção nutricional não controlado realizado com portadoras de SOP durante seis meses. Foram coletados dados referentes ao perfil de saúde, antropometria e consumo alimentar. As pacientes receberam plano alimentar hipocalórico (déficit 500 a 700 kcal/dia) e orientações nutricionais individualizadas. Resultados: Participaram do estudo 15 mulheres, com 33,87 ± 5,40 anos, 40% portadoras de DANT associada à SOP com predomínio de DM2 (16,0%). Dessas, 95,7% apresentavam excesso de MCT e 89,9%, risco de DCV segundo relação cintura/estatura (RCE). A MCT reduziu 6,44 ± 4,59 kg (p = 0,01), a circunferência da cintura (CC) e a RCE diminuíram 4,09 ± 4,15 cm (p = 0,003) e 3,57 ± 4,34 (p = 0,021), respectivamente, após intervenção nutricional. Quanto ao consumo alimentar, verificou-se melhora significativa do índice de qualidade da dieta revisado (71,82 ± 9,61 vs. 55,15 ± 8,88), do consumo do componente gordura sólida, álcool e açúcar de adição e dos grupos de frutas totais e frutas inteiras (p < 0,05). Discussão: Os resultados da intervenção nutricional na redução da MCT, CC e RCE são favoráveis, pois o declínio de 5% a 10% da MCT na SOP associa-se à melhora das funções reprodutivas e metabólicas com possível efeito adicional da diminuição da gordura abdominal na redução da RI, hiperinsulinemia e anovulação4. Além disso, efeito protetor à saúde pode ocorrer pela melhora da qualidade da dieta consumida5 como menor risco para o desenvolvimento de DM6 e menor mortalidade por DCV7. Conclusão: A intervenção nuS157 RESUMOS DE PÔSTERES tricional, pautada em restrição calórica e orientações nutricionais individualizadas, foi efetiva em promover incremento da qualidade da dieta e melhoria dos parâmetros antropométricos em longo prazo. Referências: 1) Norman RJ, et al. Polycystic ovary syndrome. Lancet. 2007;370(9588):685. 2) Azevedo GD, et al. Modificações do estilo de vida síndrome dos ovários nd policísticos: papel do exercício físico e importância da abordagem multidisciplinar. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008;30(5):261. 3) Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arq Bras Cardiol. 2005;84(1):3. 4) Badawy A, et al. Treatment options for polycystic ovary syndrome. Int J Womens Health. 2011;8(3):25. 5) Santos ALT, et al. Análise crítica das recomendações da Associação Americana de Diabetes para doença cardiovascular no diabetes melito. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5):657. 6) Fung TT, et al. A prospective study of overall diet quality and risk of type 2 diabetes in women. Diabetes Care. 2007;30(7):1753. 7) Akbaraly TN, et al. Alternative Healthy Eating Index and mortality over 18 y of follow-up: results from the Whitehall II cohort. Am J Clin Nutr. 2011;94(1):247. et al. Polycystic ovary syndrome. Lancet. 2007;370(9588):685. 2) Azevedo GD, et al. Modificações do estilo de vida síndrome dos ovários nd policísticos: papel do exercício físico e importância da abordagem multidisciplinar. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008;30(5):261. 3) Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arq Bras Cardiol. 2005;84(1):3. 4) Badawy A, et al. Treatment options for polycystic ovary syndrome. Int J Womens Health. 2011;8(3):25. 5) Santos ALT, et al. Análise crítica das recomendações da Associação Americana de Diabetes para doença cardiovascular no diabetes melito. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5):657. 6) Fung TT, et al. A prospective study of overall diet quality and risk of type 2 diabetes in women. Diabetes Care. 2007;30(7):1753. 7) Akbaraly TN, et al. Alternative Healthy Eating Index and mortality over 18 y of follow-up: results from the Whitehall II cohort. Am J Clin Nutr. 2011;94(1):247. PT.140 EFETIVIDADE DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM CURTO PRAZO DE PACIENTES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS Castro NC1, Andreotti S2, Campaña AM1, Proença ARG1, Lima FB1 Rodrigues AMS1, Andrade MA2, Franklin AMT2, Silva CRA2, Calixto CFS3, Martins LB2, Paula TMD3, Candido AL4, Santos LC5, Ferreira AVM5 1 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Mestranda pela Escola de Enfermagem. 2 UFMG – Graduanda em Nutrição. 3 Nutricionista. 4 UFMG – Docente do Curso de Medicina. 5 UFMG – Docente do Curso de Nutrição Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a desordem endocrinológica mais frequente em mulheres na idade reprodutiva. O excesso de massa corporal total (MCT) está presente em cerca de 40% a 60% das pacientes e pelo menos 50% delas apresentam obesidade central que pode agravar as alterações metabólicas intrínsecas da SOP. Dentre as modificações metabólicas, destacam-se a presença de resistência à insulina (RI) e o elevado risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular. A redução de 5% a 10% da MCT auxilia na melhora dos sintomas, por reduzir a RI e restaurar a função ovariana e metabólica de mulheres com SOP com sobrepeso ou obesidade. Objetivo: Avaliar a efetividade da intervenção nutricional sobre o estado nutricional e consumo alimentar de portadoras de SOP em curto prazo. Métodos: Estudo de intervenção nutricional não controlado em pacientes portadoras de SOP com duração de 30 dias. As pacientes receberam plano alimentar individualizado com restrição calórica de 500 a 700 kcal/dia e orientações nutricionais. Coletaram-se dados referentes ao perfil de saúde, antropometria e consumo alimentar. Resultados: Participaram do estudo 50 mulheres com idade média de 31,40 ± 5,5 anos, sendo 80,0% casadas e 86,0% sem filhos. A obesidade e o risco de DCV, por meio da RCE, estavam presentes em 72,0% e 90% da amostra, respectivamente. Redução significante da MCT (1,59 ± 2,21 kg), da circunferência de cintura (CC) (1,40 ± 2,71 cm) e RCE (1,24 ± 2,79) foram observadas após 30 dias de intervenção nutricional. O consumo energético total, de lipídios, de ácidos graxos saturados e de sódio reduziu (p < 0,05), enquanto a ingestão de proteínas aumentou (p < 0,05). Discussão: Intervenções para promoção de modos saudáveis de vida são recomendadas como primeira linha de tratamento para mulheres com SOP e excesso de peso. A presente proposta nutricional promoveu declínio da MCT, porém inferior ao descrito na literatura como eficaz para melhora dos sintomas da síndrome. No entanto, a redução da gordura abdominal, por meio da CC e RCE, e a melhora do consumo alimentar observadas podem conferir um efeito protetor da intervenção nutricional à saúde das pacientes, reduzindo o risco de complicações metabólicas. Conclusão: A intervenção nutricional, pautada em restrição calórica e orientações nutricionais individualizadas, propiciou redução antropométrica e melhora do consumo alimentar, que estão associadas à prevenção de doenças e agravos não transmissíveis. Palavras-chave: Síndrome dos ovários policísticos, intervenção nutricional, antropometria, obesidade consumo alimentar. Referências: 1) Norman RJ, S158 PT.141 EFEITO DA REALIMENTAÇÃO AD LIBITUM APÓS JEJUM DE 48H SOBRE A LIPOGÊNESE NO TECIDO ADIPOSO BRANCO DE RATOS WISTAR 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica. 2 USP – Departamento de Fisiologia e Biofísica Introdução: O tecido adiposo (TA) exerce papel fundamental no equilíbrio energético. Durante o jejum, o TA privilegia a lipólise à lipogênese e, em paralelo, ocorrem regulações endócrinas que podem estimular o apetite e a realimentação. Neste caso, a realimentação após o jejum parece ser de maior volume se comparado ao que é observado em animais que não foram submetidos à restrição alimentar. No entanto, ainda não se sabe se a capacidade lipogênica do adipócito aumenta na medida da ingestão alimentar. Materiais e métodos: Ratos machos Wistar com 12 semanas foram divididos em três grupos: 1) jejum 48h (fasting) (Fa); 2) jejum 48h seguido de realimentação ad libitum (re-feeding) (rF); e 3) animais alimentados normalmente (normal feeding) (nF). Após o sacrifício, foram coletadas amostras de sangue (insulinemia) e de TA subcutâneo (SC). Em seguida, os adipócitos foram isolados e submetidos a ensaios ex vivo (testes biológicos de incorporação de D-[U-14C]-glicose em lipídios). Resultados: Comparado com a ingestão de alimentos em 24h de ratos normalmente alimentados (nF) (± 25 g), os animais rF consumiram 8 g de alimentos nas primeiras 2 horas após a realimentação, o que representou aumento de 300% na ingestão alimentar por hora (n = 8). A insulina plasmática dos animais (Fa) apresentou-se menor em relação aos animais (nF) [Fa = 0,12 ± 0.09 ng/ml; nF = 137.84 ± 0.24 ng/ml; rF = 1,60 ± 0.60 ng/ml (N = 8, P < 0.05)] e Fa vs. rF (P > 0.05). A incorporação de D-[U-14C]-glicose em lipídios espontânea (não estimulada) não apresentou diferenças entre os grupos (nF = 128.4 ± 17.46 µmol.10-6. cél; Fa 77.4 ± 10.24 µmol.10-6. cél; rF 111.8 ± 14.47 µmol.10-6. cél; [N = 8, p> 0.05]), mas após estimulo máximo por insulina, nF registrou maior capacidade lipogênica que Fa e rF [nF = 490.7 ± EPM 93.01 µmol.10-6.cél; Fa = 257.8 ± 35.64 µmol.10-6.cél; rF = 220.1 ± 40.0 µmol.10-6.cél (N = 8, p < 0.05)]. Conclusão: A capacidade lipogênica do TA de animais realimentados pós-jejum de 48h não é maior, ao contrário, é mais reduzida que a de animais normalmente alimentados não submetidos à restrição alimentar prévia de 48 h, embora esses animais tenham apresentado maior ingestão alimentar. Referências: 1) Korbonits M. Eur J Endocrinol. 2007;157:157. 2) Zandian M. Physiol Behav. 2011;103:530. Apoio: CAPES/CNPq. PT.142 AÇÃO CATABÓLICA DA HIPÓXIA INTERMITENTE AGUDA NO METABOLISMO PROTEICO EM RATOS Przygodda F1, Manfredi L1, Gonçalves DAP1, Zanon NM1, Garófalo MA1, Bonagamba LGH1, Machado BH1, Kettelhut IC2, Navegantes LCC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Departamento de Fisiologia. 2 FMRP-USP – Departamento de Bioquímica e Imunologia Introdução: O processo adaptativo à hipóxia implica modificações nas funções endócrinas e metabólicas. Embora seja bem estabelecido RESUMOS DE PÔSTERES que o metabolismo de carboidratos é profundamente alterado pela hipóxia, muito pouco se sabe acerca dos efeitos in vivo do estresse hipóxico no metabolismo de proteínas na musculatura esquelética, assim como os mecanismos intracelulares envolvidos na perda de massa muscular nessas condições. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos agudos da hipóxia intermitente no metabolismo proteico em músculos esqueléticos de ratos. Métodos: Ratos machos Wistar (~80g) foram expostos à hipóxia intermitente aguda (HIA) por 8 horas (6% O2 durante 40 segundos em intervalos de 9 minutos). Ao final do ciclo, músculos soleus e EDL foram utilizados para a determinação in vitro da velocidade de síntese e degradação proteica e atividades das vias proteolíticas. Foram mensuradas também a expressão de genes relacionados à atrofia (atrogina-1 e MuRF-1) e autofagia (LC3 e GABARAP) por RT-qPCR e o conteúdo proteico dos conjugados de ubiquitina (Ub) e das calpaínas (m-calpaína e µ-calpaína) por Western Blotting. Foram também mensurados a glicemia, o glicogênio (hepático e muscular) e o conteúdo de noradrenalina em diferentes tecidos. A sensibilidade à insulina foi avaliada pelo teste de tolerância à insulina (ITT) e teste de tolerância à glicose (GTT). Resultados: Os resultados mostram que a HIA é uma situação catabólica que resulta no aumento da glicemia (mg/dl) (Controle: 76 ± 1,9; HIA: 110 ± 3,7) e na redução do conteúdo do glicogênio hepático (97%), acompanhada por um aumento do conteúdo de noradrenalina no fígado, sem alterações nos testes de sensibilidade à insulina. No metabolismo proteico, os animais hipóxicos apresentaram aumento da proteólise total acompanhada por hiperativação dos sistemas proteolíticos dependente de Ub-proteassoma e dependente de cálcio em músculos soleus (17% e 58%, respectivamente) e EDL (40% e 48%), sem alterações na síntese proteica. Essa resposta foi associada ao maior conteúdo de proteínas miofibrilares conjugadas à Ub e ativação das calpaínas, corroborando os achados de que as atividades desses sistemas proteolíticos são estimuladas pela HIA. Adicionalmente, observou-se maior transcrição do RNAm da atrogina-1, MuRF1, LC3 e GABARAP nos dois tipos de músculos dos animais expostos à hipóxia. Conclusão: Esses dados mostram que a HIA age como um gatilho catabólico no processo de degradação de proteínas dependente de Ub-proteassoma e cálcio. A ativação desses sistemas está associada à hiperexpressão de genes relacionados à atrofia e autofagia. A ativação da proteólise pode ser importante para a maior mobilização de aminoácidos do músculo para o fígado, no sentido de favorecer a neoglicogênese e com isso promover a manutenção da hiperglicemia. Suporte financeiro: CAPES e FAPESP (08/06694-6). PT.143 INFLUÊNCIA DO USO DA METFORMINA NA PERDA DE PESO ASSOCIADA A DIETA HIPOCALÓRICA EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS Franklin AMT1, Martins LB1, Andrade MA1, Silva CRA1, Costa ABP2, Rodrigues AMS2, Cândido AL3, Santos LC4, Ferreira AVM5 1 Escola Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (EE-UFMG) – Graduanda em Nutrição. 2 EE-UFMG – Mestranda do Programa de Pós-Graduação. 3 Faculdade de Medicina da UFMG – Docente do Departamento de Clínica Médica. 4 EE-UFMG – Docente do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública. 5 EE-UFMG – Docente do Departamento de Enfermagem Básica Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma endocrinopatia que afeta de 5% a 10% das mulheres em idade reprodutiva. Cerca de 50% das portadoras de SOP são obesas, e a obesidade visceral amplifica o grau de resistência insulínica (RI) encontrada. A redução de 5% a 10% da massa corporal total (MCT) inicial pode melhorar as funções reprodutivas e metabólicas. Adicionalmente, o uso da metformina para a melhora da RI na síndrome com efeito sobre a MCT tem sido investigado, porém os dados são inconclusivos. Objetivo: Avaliar a influência da utilização da metformina associada à dieta hipocalórica na redução da MCT em portadoras de SOP. Métodos: Estudo de intervenção nutricional não controlado realizado com mulheres portadoras de SOP com duração de seis meses. As pacientes receberam plano alimentar individualizado com restrição calórica de 500 a 700 kcal/dia e orientações nutricionais. Coletaram-se dados antropométri- cos, alimentares, informações referentes à realização de atividade física e utilização da metformina. Resultados: Participaram do estudo 15 mulheres, com 33,87 ± 5,40 anos, MCT média de 84,16 ± 13,33 kg e 73,3% classificadas como obesas. O uso de metformina foi relatado por 40% da amostra, na dose de 1.500 mg/d. Intervenção nutricional reduziu 6,44 ± 4,59 kg da MCT, 4,09 ± 4,15 cm da circunferência de cintura (CC) e 3,57 ± 4,34 da relação cintura/estatura (RCE). Análise de subgrupos evidenciou declínio significante (p < 0,05) da MCT no grupo em tratamento com metformina -10,25 ± 2,39 kg vs. -3,90 ± 3,89 kg no grupo tratado sem o fármaco. Não foi observada diferença entre os demais parâmetros antropométricos avaliados. O consumo alimentar (energia e macronutrientes) foi similar entre os grupos. Discussão: A intervenção nutricional foi efetiva em reduzir a MCT conforme estudos na SOP. O efeito da metformina associado à restrição calórica para redução da MCT é controverso. Os dados encontrados neste estudo corroboram o descrito por Pasquali et al. (JCEM. 2000;85:2767), Gambineri et al. (Clin Endocrinol. 2004;60:241) e Diamanti-Kandaris et al. (Eur J Endocrinol. 2010;162:193), que observaram efeito adicional do fármaco na redução da MCT por meio da associação de metformina à modificação do estilo de vida – restrição calórica e exercício físico. No entanto, segundo Gambieri et al. (JCEM. 2006;91:3970), Tang et al. (Hum Reprod. 2006:21:80) e Ladson et al. (Fertil Steril. 2011;95:1059), a administração do fármaco produz declínio da MCT, porém sem diferença com o grupo sem metformina. Dessa forma, a intervenção nutricional, pautada em restrição calórica e orientações nutricionais individualizadas, foi efetiva em promover melhoria dos parâmetros antropométricos e alimentares, em curto e longo prazo, sendo a redução da MCT potencializada com o uso de metformina. Financiadora: PROEX. PT.144 CARACTERIZAÇÃO DE MODELO DE RESISTÊNCIA À INSULINA INDUZIDO POR RESTRIÇÃO DE NINHADA Carvalho DS1, Caren CDM1, Haidar AA1, Diniz MM1, Carpinelli AR1, Hirata AE1 1 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Fisiologia Introdução: Diversos estudos demonstram que o ambiente desfavorável, durante o período perinatal promove mudanças metabólicas na fase adulta, tais como obesidade, hiperglicemia, hiperinsulinemia, resistência à insulina, hiperleptinemia e hipertensão, bem como alterações hipotalâmicas relacionadas ao controle alimentar. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo caracterizar um modelo de resistência à insulina induzida por restrição de ninhada. Métodos: Ao 3º dia de vida, ninhadas foram formadas com três filhotes (REST) ou 10 animais (CLT) (n = 6). Ao desmame, ratos machos Wistar permaneceram em gaiolas com três indivíduos, formando dois grupos, controle (CLT) e restrito (REST). Avaliaram-se peso, glicemia, gordura epididimal, insulina plasmática e teste de tolerância à insulina (Kitt). Resultados: Aos 30 dias e aos 90, o peso corporal (g) dos animais restritos foi significativamente maior; 30 dias (CLT): 84 ± 1,6 X (REST): 105 ± 6,3 p < 0,01 n(6) e 90 dias (CLT): 335 ± 13 X (REST): 388 ± 11 p < 0,01 n(6). O peso do tecido adiposo epididimal (%) aos 3 meses não é significativo, mas tem 36% de aumento no (REST). A glicemia (mg/ dl) não é significante nem em 30 dias e nem aos 90. O Kitt (%/min) não é significativo aos 90 dias, mas é 32% menor no (REST). A insulinemia (ng/ml) foi maior e significativa no grupo (REST): C: 0,81 ± 0,06 R: 1,04 ± 0,13. Já aos 180 dias o Kitt foi significativo p < 0,01 (CLT): 5,14 ± 0,46 X (REST): 2,9 ± 0,66. Discussão: Um achado interessante do estudo foi o aumento significativo no peso corpóreo dos animais (REST), o que pode ser explicado pela maior oferta de leite durante a lactação, justamente num período crítico em que não há um mecanismo de controle da ingestão alimentar completamente formado. O grupo (REST) apresentou maior insulinemia, o que pode estar relacionado ao início da resistência à insulina e aos 180 dias já apresentaram resistência à insulina refletida pelo teste de tolerância à insulina. S159 RESUMOS DE PÔSTERES PT.145 EFEITOS AGUDOS E CRÔNICOS DOS ÁCIDOS PALMÍTICO E OLEICO NO CONTEÚDO DE SUPERÓXIDO DA LINHAGEM BRIN-BD11 Vilas Boas EA1, Marsiglio-Librais GN1, Graciano MF1, Carpinelli AR1 1 Universidade de São Paulo (USP) – Fisiologia e Biofísica Introdução: Os mecanismos envolvidos na modulação da secreção de insulina e da produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) por ácidos graxos (AGs) ainda não são completamente elucidados. Assim, os AGs agudamente estimulam a secreção de insulina e cronicamente podem provocar dessensibilização e até morte celular. Por outro lado, a produção de EROs por AGs tem sido relacionada ao estresse oxidativo, o qual leva à disfunção da célula beta e ao desenvolvimento de diabetes tipo 2. O receptor de membrana GPR40 é altamente expresso em células betapancreáticas e apresenta grande afinidade por AGs de cadeia longa, saturados ou insaturados. A expressão desse receptor ainda não havia sido mostrada na linhagem BRIN-BD11, a qual possui características de síntese e secreção de insulina muito similares às de uma célula betapancreática normal, além de sobreviver por mais tempo em cultura. Além disso, dados preliminares de nosso laboratório sugerem uma importante correlação entre o GPR40 e a produção de superóxido pela enzima NAD(P)H oxidase, encontrada nas células beta das ilhotas pancreáticas. Métodos: Investigamos a expressão gênica e proteica do receptor GPR40 pela linhagem BRIN-BD11 por PCR em tempo real e Western Blotting, respectivamente. As células foram tratadas com 100, 150 ou 200 mM de ácido palmítico (AP) ou oleico (AO) por 1, 24, 48 ou 72 horas. Foi avaliado o conteúdo total de superóxido após incubação com o ácido graxo em 5,6 ou 16,7 mM de glicose, pelo método da hidroetidina por citometria de fluxo. Resultados: Os experimentos realizados demonstraram que as células BRIN-BD11 expressam o GPR40. A citometria de fluxo mostrou que 150 e 200 mM de AO aumentaram o superóxido total produzido pelas células BRIN-BD11 após exposição de 60 minutos na presença de 5,6 ou 16,7 mM de glicose. Dados preliminares sugerem que esse aumento é revertido após 48 horas de incubação. Em relação ao AP (150 e 200 mM), também foi verificado aumento no superóxido total após exposição de 60 minutos, efeito esse revertido após 24 horas de incubação. Porém, após 48 horas de incubação com 100 mM de AP, foi observado novamente um aumento de superóxido na presença de 5,6 mM de glicose. Esse aumento ocorre também em 16,7 mM somente após 72 horas de incubação. Houve morte celular após 48 horas de exposição a 150 e 200 μM de AP, mas não nas mesmas concentrações de AO. Discussão: As células BRIN-BD11 apresentam diferentes respostas à exposição crônica aos ácidos palmítico e oleico. O aumento no conteúdo de superóxido após 60 minutos de exposição ao AP é revertido após 24 horas provavelmente por um aumento da atividade do sistema de defesa antioxidante da célula e volta a aumentar após 48 horas, quando ocorreria a falência desse sistema. Como na presença de 16,7 mM de glicose as defesas antioxidantes estão mais ativadas do que em 5,6 mM, o aumento de superóxido é maior em baixa glicose e só se torna mais evidente em alta glicose quando a célula é exposta por 72 horas ao AG. A evidência da expressão do GPR40 pelas células BRIN-BD11 abre caminho para o estudo da participação desse receptor na instalação do estresse oxidativo induzido pela exposição crônica a ácidos graxos. Agradecimentos: Ao professor Peter Flatt da Universidade de Ulster (Coleraine, UK), por doar a linhagem BRIN-BD11, e a Marlene Santos da Rocha, pelo excelente suporte técnico. Financiamento: FAPESP, CNPq, CAPES. PT.146 PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR 1 DO TNF-α NA SENSIBILIDADE À INSULINA E TOLERÂNCIA À GLICOSE EM CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIETA RICA EM CARBOIDRATO Garcia ZM1, Lima RL1, Arifa RD1, Laís Bhering2, Oliveira MC2, Ferreira AVM2, Teixeira MM1, Souza DG1, Vieira LQ1 1 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biomédicas.2 UFMG – Departamento de Enfermagem Básica Introdução: O aumento de adiposidade muitas vezes é acompanhado por um estado de inflamação de baixa intensidade que pode estar enS160 volvido em disfunções metabólicas associadas. Dentre as citocinas pró-inflamatórias produzidas pelo tecido adiposo, cita-se o fator de necrose tumoral-α (TNF-α). O aumento da secreção de TNF-α pelo tecido adiposo tem sido também relacionado à diminuição na sensibilidade periférica à insulina e consequente comprometimento no metabolismo da glicose (Volp A. et al. Arq Bras Endocrinol Metab. 2008;52:537). Os objetivos do presente estudo visaram verificar se a deficiência do receptor de TNF-α altera o ganho de peso corporal e o grau de adiposidade, assim como a sensibilidade periférica à insulina e metabolismo da glicose em animais alimentados com dieta isocalórica rica em carboidrato (HC). Métodos: Camundongos com deleção genética do receptor 1 de TNF-α (TNF-αR1-/-) e camundongos selvagens (WT) foram divididos em grupos de acordo com a dieta que recebiam, dieta controle (C) ou isocalórica rica em carboidrato (HC), totalizando quatro grupos (WT-C, WT-HC, TNF-αR1-/--C, TNF-αR1-/--HC). Os animais foram alimentados por oito semanas e durante esse período foi acompanhado o ganho de peso corporal. Ao final do tratamento avaliou-se a glicemia de jejum dos animais e realizou-se teste de sensibilidade à insulina (TSI) (75 Ul/kg de peso corporal) e teste de tolerância oral à glicose (TTOG) (2 g de D-glicose/kg de peso corporal). A glicemia foi mensurada aos 0, 15, 30, 60 e 90 minutos para ambos os testes. Três dias após os testes, os animais foram sacrificados, o peso dos tecidos adiposos epididimal, retroperitoneal e mesentérico mensurados e o índice de adiposidade determinado. Resultados e discussão: Observou-se que os animais selvagens ou com TNF-αR1-/- alimentados com dieta HC apresentaram maior índice de adiposidade. Não houve diferença significativa entre os grupos quanto aos valores da glicemia de jejum mensurados. Camundongos WT-HC apresentaram menor sensibilidade à insulina quando comparados ao WT-C e TNF-αR1-/--HC. Animais selvagens alimentados com dieta HC apresentaram menor tolerância à glicose. Entretanto, animais TNF-αR1-/- alimentados com a mesma dieta não apresentaram intolerância à glicose. Os resultados demonstram que, apesar de a ausência de TNF-α não influenciar no ganho de adiposidade dos animais, o mesmo pode estar relacionado no desenvolvimento da resistência à insulina induzida por dieta rica em carboidrato. Suporte financeiro: FAPEMIG, CAPES, CNPq. PT.147 REDUÇÃO DA EXPRESSÃO DE PPARγ ASSOCIADA À INFLAMAÇÃO DO TECIDO ADIPOSO EM CAMUNDONGOS ALIMENTADOS COM DIETA NORMOCALÓRICA/RICA EM CARBOIDRATOS Oliveira MC1, Menezes-Garcia Z2, Soriani FM3, Souza DG2, Teixeira MM3, Ferreira AVM1 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Enfermagem Básica. 2 UFMG – Microbiologia. 3 UFMG – Bioquímica e Imunologia 1 Introdução: PPARγ é um receptor nuclear envolvido no metabolismo lipídico associado à deposição de gordura e adipogênese. Altas concentrações de citocinas pró-inflamatórias no tecido adiposo são capazes de inibir a lipogênese e estimular a lipólise, causando alterações metabólicas, em parte devido à degradação do PPARγ (Guilherme A. et al. Nat Rev Mol Cell Biol. 2008;9:367). Este trabalho objetivou verificar alterações metabólicas e inflamatórias associadas ao aumento da adiposidade, assim como a expressão temporal do PPARγ e enzimas metabólicas-chave no tecido adiposo de camundongos alimentados com dieta normocalórica/rica em carboidratos (HC) por diferentes períodos. Métodos: Camundongos BALB/c foram alimentados com dieta controle ou HC por 1 e 3 dias, 2, 8 e 12 semanas. Realizou-se morfometria do tecido adiposo para avaliar a hipertrofia e hiperplasia dos adipócitos. Avaliou-se a expressão gênica no tecido adiposo da acetil-CoA carboxilase (ACC), lipase lipoproteica (LPL) e PPARγ por PCR em tempo real e concentrações de TNF-α e IL-6 por ELISA. Nos tempos 8 e 12 semanas foram realizados os testes de sensibilidade à insulina (TSI) e tolerância oral à glicose (TTOG). Resultados: Animais controles ou HC apresentaram similar ganho de peso corporal, assim como ingestão alimentar nos tempos avaliados. Contudo, animais com dieta HC apresentaram aumento rápido (depois de 1 dia) na massa do tecido adiposo e hipertrofia dos adipócitos. Após RESUMOS DE PÔSTERES 3 dias, 2, 8 e 12 semanas com dieta HC, os adipócitos se apresentaram hipertrofiados na mesma extensão, prevalecendo adipócitos de maior extensão em relação aos animais controle. Animais alimentados com dieta HC durante 1 dia apresentaram aumento nas expressões de ACC, LPL e PPARγ em relação aos animais controles, Entretanto, a expressão dos genes avaliados retornaram a níveis basais nos demais tempos. O tecido adiposo de animais alimentados com dieta HC apresentou maiores concentrações de TNF-α e IL-6 1 dia de dieta HC e manteve-se elevada até 12 semanas. Entretanto, o consumo crônico da dieta HC promoveu níveis maiores de citocinas pró-inflamatórias no tecido adiposo. No TSI e TTOG os animais alimentados com dieta HC apresentaram-se menos sensíveis à insulina e tolerantes à glicose quando comparados ao controles. Discussão: O aumento agudo do tecido adiposo pela dieta HC poderia ser atribuído à indução rápida da expressão de PPARγ e enzimas associadas ao aumento da expansão dos sítios de gordura, como o ACC e LPL. Contudo, animais alimentados cronicamente com dieta HC não apresentaram aumento adicional da adiposidade, devido pelo menos em parte, aos altos níveis de citocinas pró-inflamatórias no tecido adiposo, que podem inibir a expressão de PPARγ, mas ainda sim causando alterações metabólicas. Suporte financeiro: FAPEMIG, CAPES, CNPq. PT.148EFEITO IN VITRO DO PEPTÍDEO RELACIONADO AO GENE DA CALCITONINA NO METABOLISMO DE PROTEÍNAS EM MÚSCULOS ESQUELÉTICOS DE RATOS NORMAIS E DESNERVADOS Machado J1, Mandredi LH1, Zanon NM1, Kettlhut IC2, Navegantes LCC1 1 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) – Fisiologia. 2 FMRP-USP – Bioquímica e Imunologia Introdução: O peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) é um neuropeptídeo gerado por um processamento alternativo do gene da calcitonina no sistema nervoso central e periférico. No entanto, até o presente momento, não se sabe qual o papel do CGRP no metabolismo de proteínas em músculos esqueléticos. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo investigar o efeito in vitro do CGRP na síntese e degradação de proteínas em músculos esqueléticos de ratos normais e desnervados. Métodos: Músculos soleus e extensor digitorum longus (EDL) de ratos jovens (75-85 g) normais ou desnervados (secção bilateral do nervo isquiático por sete dias) foram isolados e incubados na presença de diferentes concentrações de CGRP (10-6M-10-12M). A degradação e a síntese total de proteínas foram estimadas por meio da liberação de tirosina para o meio de incubação e da incorporação de C14-tirosina marcada em proteínas, respectivamente. Resultados e discussão: A desnervação reduziu a massa de músculos soleus e EDL em 45% e 28%, respectivamente. Esse efeito foi associado ao aumento da degradação total de proteínas em ambos os músculos. Em soleus de animais normais, o CGRP (10-6 e 10-8M), significativamente, reduziu a proteólise total em 28% e 25%, respectivamente. Em EDL de animais normais, observou-se que o CGRP (10-6, 10-8 e 10-10M) reduziu a proteólise total em 23%, 18% e 13%, respectivamente. Em soleus de animais desnervados, o CGRP (10-6 e 10-8M) reduziu a proteólise total em 12% e 14%, respectivamente. Em EDL de animais desnervados, a redução na proteólise induzida pelo CGRP (10-6, 10-8 e 10-10M) foi de 20%, 23% e 17%, respectivamente. Observou-se que o CGRP, na concentração 10-6M, não alterou a síntese proteica em músculos soleus e EDL de animais normais e desnervados. Contudo, verificou-se que a desnervação em músculos soleus e EDL aumentou a síntese total de proteínas em 31% e 47%, respectivamente, quando comparados aos animais normais. Conclusão: O presente estudo mostra pela primeira vez que o CGRP exerce efeitos antiproteolíticos diretos em músculos soleus e EDL de animais normais e desnervados, sendo os músculos glicolíticos (EDL) mais responsivos a esse efeito, em ambas as situações estudadas. Auxílio financeiro: FAPESP: 11/11003-5; CNPq: 140235/2011-6. PT.149 MODULAÇÃO DO METABOLISMO MUSCULAR EM CAMUNDONGOS EXERCITADOS E SUPLEMENTADOS COM LEUCINA Costa JM1, De Oliveira CAM2, Silveira LR3, Ptrotzek AO1, Ferreira SM1, Vanzela E1, De Paula FMM1, Carneiro EM1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Biologia Estrutural e Funcional. Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Santos. 3 Universidade de São Paulo (USP) – Ribeirão Preto 1 2 Introdução: Sabe-se que o exercício físico é capaz de induzir alterações na homeostase glicêmica e turnover proteico, entretanto pouco se conhece dos efeitos da interação do exercício e a suplementação com leucina sobre esses parâmetros. Objetivos: Investigar os efeitos do treinamento físico aeróbio de longa duração, associado ou não com a suplementação de leucina, sobre o metabolismo proteico e glicídico em músculo soleus de camundongos Swiss. Métodos: Parte dos camundongos (T) realizou protocolo de 12 semanas de exercício de natação, com 1h de duração, 5 dias/semana, sem sobrecarga, e a outra parte permaneceu sedentária (C). Metade dos animais dos grupos C e T foram suplementados com leucina (1,5%) na água para beber (grupos CL e TL, respectivamente) ao longo do experimento. Os dados foram analisados pela ANOVA Two-Way e o teste post hoc de Newman-Keus foi empregado nos casos de interação das variáveis. Foi adotado um valor de p < 0,05 como estatisticamente significativo. Resultados: A área abaixo da curva glicêmica durante o teste de tolerância à glicose foi maior nos grupos suplementados com leucina (CL e TL). Já a sensibilidade à insulina, estimada pelo kITT, foi maior por efeito do exercício. A fosforilação da AS160, foi maior no grupo, provavelmente via AMPK, cuja fosforilação foi maior no grupo T, mas diminuída por efeito da suplementação com leucina. A fosforilação da Akt não foi afetada pelo exercício, mas foi menor no grupo CL em relação aos demais. Apesar do maior peso do músculo soleus por efeito do exercício, a síntese proteica não diferiu entre os grupos, mesmo com a maior fosforilação da mTOR na condição basal no grupo CL, e a redução por efeito do exercício após estimulação com insulina. A degradação proteica no referido músculo, contudo, foi reduzida por efeito do exercício. A expressão gênica de isoformas específicas de E2 e E3 ligases, integrantes da via proteolítica ubiquitina-proteossoma, também foi menor por efeito do exercício. O treinamento induziu aumento no tempo até a exaustão em teste de esforço, consumo máximo de oxigênio e atividade da enzima citrato sintase. Alguns desses indicadores também sofreram interferência da suplementação. Discussão: A suplementação com leucina pode prejudicar a homeostase glicêmica e reduzir os efeitos positivos do exercício sobre a sinalização insulínica. O exercício aumentou o peso do músculo soleus ao diminuir a degradação proteica por inibição da via proteolítica ubiquitina-proteassoma, enquanto a síntese proteica não foi afetada por nenhum dos tratamentos. Diante do exposto, fica claro que a suplementação com leucina é uma prática terapêutica que deve ser cuidadosamente manipulada e que o emprego desse tipo de intervenção em indivíduos sedentários de peso normal pode ser danoso à homeostase glicêmica e que, embora a suplementação com leucina possa gerar benefícios no que diz respeito à performance física, alguns dos efeitos deletérios sobre a homeostase glicêmica, que acometeram os animais suplementados, também se manifestaram nos animais do grupo treinado que foram suplementados com o aminoácido (grupo TL). PT.150 MODULAÇÃO DA EXPRESSÃO DE NGN3 E PDX1 POR ADMINISTRAÇÃO EXÓGENA DE GANGLIOSÍDEOS EM CAMUNDONGOS NOD E BALB/c Stivanin-Silva LG1, Pedrosa D1, Figueiredo D1, Mariano LMR1, Vilella CA1, Zollner RL1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Clínica Médica Introdução: A administração exógena de gangliosídeos está relacionada à diminuição da incidência do diabetes mellitus tipo 1 (DM1) na linhagem experimental NOD (Wilbertz S. Diabetologia. 1988;31:855; Vieira KP. Cytokine. 2008;42:92). O gangliosídeo GM1 atua na regeneração de células neurais (Neto S. 2007;65:870). NOD tratados com S161 RESUMOS DE PÔSTERES GM1 aumentam a expressão de NGF em ilhotas pancreáticas atuando na preservação das células de Schwann (similar no sistema nervoso) e regeneração da ilhota (Winer S. Nat Med. 2003;9:198; Vieira et al. Cytokine. 2008;42:92). Assim, é atrativa a hipótese da modulação de fatores de regeneração pancreáticos (Pdx-1 e Ngn3) por gangliosídeos, contribuindo, dessa maneira, na regeneração/transdiferenciação de células β. Métodos: 105 fêmeas de cada linhagem (BALB/c e NOD), 35 animais/grupo: controle (salina), GM1 e GGs (GM 121%, GD1a 40%, GD1b 16% e GT1b 19%), todos mantidos em condições SPF durante o protocolo da 4ª a 28ª semana de vida. O monitoramento glicêmico de 10 animais de cada um dos grupos NOD GM1 e GGs foi estendido até a 32ª semana, com tratamento cessado nesse período. Injeções diárias eram administradas via intraperitoneal nas concentrações: 100 μl/ dia de solução salina (0,9%) estéril, GM1 100 mg/kg/dia e GGs 150 mg/kg/dia. Camundongos diabéticos tinham dois valores glicêmicos semanais e consecutivos iguais ou superiores a 180 mg/dl. O sacrifício dos animais era realizado no diagnóstico do DM1, na 28ª e 32ª semana. A insulite era avaliada por meio de microscopia óptica. A análise de insulina sérica era realizada pela técnica de ELISA. A expressão proteica de Pdx-1 e Ngn3, pela técnica de imunofluorescência indireta e expressão gênica de Pdx-1 e Ngn3, por meio de PCR tempo real (análise por RQ). Resultados: Diabéticos – 70% dos animais controle, 38% do grupo GM1 e 0% do grupo GGs; para os grupos 32ª semana: 10% do grupo GM1 e 0% do grupo GGs. Houve aumento da produção de insulina sérica e diminuição da insulite nos grupos NOD tratados. Em NOD e BALB, a expressão proteica de Pdx1 em ilhotas, ductos e espaço acinar foi superior (p < 0.05) nos grupos GM1 e GGs quando comparada ao grupo salina. A expressão proteica de Ngn3 em ilhotas foi maior (p < 0.05) no grupo NOD GG em comparação ao grupo salina. Por outro lado, a expressão proteica de Ngn3 em tecido acinar e ductos nos grupos GM1 e GGs estava aumentada (p < 0.05) em comparação aos grupos controles de BALB e NOD. Em ilhotas, a expressão gênica de Pdx-1 foi maior (p < 0.05) nos grupos BALB GG e NOD GM1 quando comparados aos respectivos grupos salina; a expressão de Ngn3 foi maior (p < 0.05) nos grupos BALB GM1 e NOD GM1 em comparação aos grupos salina. Discussão: Há formação de células β a partir de células progenitoras de ductos com posterior migração para o tecido acinar (Paris et al. Exp Diabesity Res. 2004;5:111). Pdx-1 e Ngn3 estão envolvidos na neogênese de células β a partir de células dos ductos; Pdx-1 é expresso em células-tronco e hepatócitos em transdiferenciação para células β (Nogushi et al. Diabetes. 2003;52:1732; Vijay et al. Diabetes. 2008;57:757; Xu et al. Diabetes. 1999;48:2270). Os dados sugerem que os fatores de regeneração sejam predominantes extrailhotas. Financiamento: FAPESP e CNPq. PT.151 DIMINUIÇÃO DA INCIDÊNCIA DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 E AUMENTO DA EXPRESSÃO DE GLP1 EM CAMUNDONGOS NOD E BALB/c TRATADOS COM ADMINISTRAÇÃO EXÓGENA DE GANGLIOSÍDEOS Stivanin-Silva LG, Pedrosa D1, Figueiredo D1, Mariano LMR1, Vilella CA1, Zollner RL1 1 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Clínica Médica Introdução: O tratamento do diabetes mellitus tipo 1 (DM1) pela administração exógena de gangliosídeos, nos camundongos NOD, está relacionado com a diminuição da incidência nessa doença, atuando também na preservação dos níveis glicêmicos nesta linhagem experimental (Wilbertz et al. Diabetologia. 1988;31:855; Vieira et al. Cytokine. 2008;42:92). Estudos mostram que o gangliosídeo GM1 atua na regeneração de neurônios (Neto et al. Oralmaxillofac Surg. 2007:65:870). Vieira et al. mostram aumento da expressão de NGF em células de Schwann presentes nas ilhotas pancreáticas, nos camundongos NOD tratados com GM1, sugerindo proteção contra os processos inflamatórios que levam à destruição das ilhotas de Langerhans (Vieira et al. Cytokine. 2008;42:92). Assim, é lícito sugerir que o tratamento com gangliosídeos exógenos atue, também, na modulação da expressão de fatores de regeneração de células β tais como o glucagon like-peptide 1 (GLP1). Métodos: 105 fêmeas de cada linhagem (35 animais/grupo) eram mantidas em condições SPF durante o protocolo que se estenS162 deu da 4ª a 28ª semana de vida, sendo: controle (salina), GM1 e GGs (GM1 21%, GD1a 40%, GD1b 16% e GT1b 19%). O monitoramento glicêmico de 10 animais de cada um dos grupos NOD GM1 e GGs foi estendido da 28ª a 32ª semana, com tratamento cessado nesse período. Injeções diárias eram administradas via intraperitoneal nas concentrações: 100 μl/dia de solução salina (0,9%), GM1 100 mg/kg/dia e GGs 150 mg/kg/dia. Eram considerados diabéticos os camundongos com dois valores glicêmicos semanais e consecutivos ≥ 180 mg/dl. Era realizado o sacrifício dos animais no diagnóstico do DM1 ou ao término do protocolo de 28 semanas. Para avaliação do infiltrado, era realizada a técnica de coloração com hematoxilina-eosina. Para análise dos níveis séricos de insulina, era realizada a técnica de ELISA. A expressão proteica de GLP1 era realizada por imunofluorescência indireta, e a expressão gênica de GLP1 e insulina, em ilhotas pancreáticas, eram avaliadas por PCR tempo real (análise por RQ). Resultados: Os grupos tratados com gangliosídeos apresentaram diminuição de insulite e aumento de insulina sérica. 70% dos animais controle, 38% do grupo GM1 e 0% do grupo GGs adquiriram DM1. Dentre os animais com tratamento cessado, 10% do grupo GM1 e 0% do grupo GGs foram diagnosticados com DM1. Houve aumento (p < 0.05) da expressão gênica de GLP1 no grupo BALB GM1 em comparação ao grupo BALB salina. Notou-se aumento (p < 0.05) da expressão proteica de GLP1 em tecido acinar pancreático nos grupos GM1 e GG de BALB e NOD. Houve aumento (p < 0.05) da expressão gênica de insulina no grupo NOD GM1 quando comparado ao grupo NOD salina. Discussão: A administração de GLP1, nos NOD, está relacionada à diminuição da insulite e da incidência do DM1, atuando na indução à replicação, neogênese e transdiferenciação de células β nessa linhagem (Zhang et al. Diabetologia. 2007;50:1900). O aumento de células marcadas com GLP1 no tecido acinar e dutos dos animais tratados com gangliosídeos, em comparação aos grupos salina de ambas as linhagens, sugere que essas células tenham origem extrailhotas pancreáticas. Financiamento: FAPESP e CNPQ. PT.152 SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE PREVINE A RESISTÊNCIA À INSULINA EM CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À DIETA HIPERLIPÍDICA Martins AR1, Masi LN1, Amaral CL1, Crisma AR1, Curi R1, Hirabara SM2,1 1 Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) – Departamento de Fisiologia e Biofísica. 2 Instituto de Ciências da Atividade Física e Esporte da Universidade Cruzeiro do Sul (ICAFE-UNICSUL) A influência de dieta rica em ácidos graxos (AG) no desenvolvimento da resistência à insulina tem sido tema de diversos estudos. Embora os mecanismos envolvidos ainda não sejam completamente conhecidos, de modo geral, esses estudos têm atribuído os AG saturados e alguns monoinsaturados como principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento da resistência à insulina, enquanto os AG poli-insaturados, principalmente os AG ω-3, têm sido associados com aumento da sensibilidade a esse hormônio. Neste trabalho, foi avaliado se a resistência à insulina induzida pela dieta hiperlipídica é prevenida pela suplementação com óleo de peixe, fonte rica em ácidos graxos ω-3. Foram analisados ganho de peso, ingestão alimentar e energética, eficiência alimentar e energética, parâmetros bioquímicos, além de testes de tolerância à glicose e à insulina e o metabolismo de glicose no músculo esquelético. Os animais suplementados com óleo de peixe mostraram tendência a ganhar menos peso, com diminuição do consumo alimentar e energético, de gorduras e proteínas, mas sem diferenças em relação à eficiência alimentar e energética. Esses animais também apresentaram níveis mais baixos de glicemia de jejum e colesterol total, com aumento de valores de HDL. Os resultados encontrados a partir dos testes de tolerância mostraram menor resistência à insulina nos animais suplementados. A avaliação do metabolismo de glicose no músculo esquelético estimulado com insulina mostrou resistência a esse hormônio nos animais que receberam dieta hiperlipídica e maior sensibilidade ao hormônio nos animais suplementados com óleo de peixe. Dessa forma, pode-se concluir que a resistência à insulina induzida pela dieta hiperlipídica foi prevenida pela suplementação com AG poli-insaturados ω-3, sendo esse efeito relacionado com redução no consumo alimentar, glicemia, colesterolemia e aumento nos valores de HDL-colesterol. Índice remissivo de autores Abdallah DP Abdulkader F Adler AI Admoni SN Akamine EH Albuquerque KFFS Almeida E Almeida FN Alonso-Vale MIC Alves CMR Alves MVMFF Alves TMMP Alves-Wagner AB Alves-Wagner ABT Amaral CL Amaral MEC Amaral FG Andrade JL Andrade MA Andrade TAM Andreotti S Anhê GF Araújo E Araujo EP Araújo TG Araujo TMF Araujo TR Arifa RD Arruda-Marques MC Ashino NG Azevedo MJ Bagarolli RA Barbosa AM Barbosa AMP Barbosa AP Barbosa MDS Barbosa-Sampaio HC Barros CR Batista SL Batista RO Becker TAC Benatti RO Beraldo RA Bessa DS Bhering L Bispo MO PT.028 PP.10, PP.22 PT.033 PT.066 PP.17 PT.007 PT.117 PP.15 PT.035 PT.001 PT.019, PT.032 PT.107 PT.031 PP.22, PT.030 PT.152 PT.023 PT.122 PP.26 PT.139, PT.140, PT.143 PT.020, PT.021, PT.022 PT.115, PT.141 PT.103, PT.046, PT.056, PT.098, PT.099, PT.102, PT.122, PT.127, PT.131 PP.06 PT.018 PP.20 PT.099 PT.036 PT.146 PP.11 PT.084, PT.085 PT.066 PP.20 PP.17 PT.010 PT.098, PT.103, PT.127 PT.040 PT.073 PP.05, PP.13 PT.054, PT.083 PT.097 PT.126 PT.084, PT.085 PT.087 PT.086, PT.091 PT.146 PT.005 S163 Índice remissivo de autores Bittencourt CS Bolin AP Bombassaro B Bonagamba LGH Bordin S Borges ALF Borges AM Boschero AC Botezelli JD Brandão BB Britto CTF Brum DG Bueno A Buffi VB Cação RF Caetano GF Calderon IMP Calderon IMPC Calixto CFS Câmara MLV Camargo RL Cambri LT Caminhotto RO Campana AB Campaña AM Campello RS Campoio TR Camporez JP Campos KE Canani LH Candido AL Caperuto LC Cardoso TC Caren CDM Carmo GO Carneiro EM Carneiro G Carpinelli AR Carrerio AB Carvalheira JB Carvalho BM Carvalho CRO Carvalho DS Carvalho JER Carvalho MHC Cassolla P Castilho G Castro M Castro NC Castro-Barbosa T Catanozi S Cavalcante MA S164 PT.001 PT.006, PT.008, PT.059, PT.081 PT.076 PT.142 PP.03, PT.005, PT.046, PT.097, PT.102, PT.122, PT.129 PT.092, PT.093, PT.094 PT.128 PP.14, PT.036, PT.036, PT.047, PT.073, PT.079, PT.074, PT.080 PT.058 PT.097 PT.054, PT.083 PP.16 PT.009, PT.061 PT.088, PT.104, PT.105, PT.106 PT.137, PT.138 PT.020, PT.021, PT.022 PT.009, PT.010, PT.061, PT.062, PT.063, PT.065, PT.067, PT.069, PT.070, PT.110, PT.130 PT.123 PT.140 PT.137, PT.138 PT.080 PT.058 PT.116 PT.115 PT.141 PP.22, PT.024, PT.031, PT.030 PT.007 PP.15 PT.070, PT.130 PT.066 PT.140, PT.139, PT.143 PT.005 PT.040 PT.144 PT.123 PP.14, PT.036, PT.047, PT.079, PT.149, PT.080 PT.119 PT.002, PT.003, PT.004, PT.029, PT.037, PT.082, PT.095, PT.109, PT.144, PT.145 PT.068 PP.20, PP.12 PP.20, PP.21 PP.15 PT.082, PT.144 PT.114 PP.17 PP.19 PP.04, PT.028, PT.055, PT.068 PP.02 PT.141 PT.005 PP.04, PT.068 PT.064 Índice remissivo de autores Cazarin CBB Cezaretto A Chaves MP Chimin P Cipolla-Neto J Cogliati B Colomeu T Coope A Corrêa-Giannella MLC Corrêa-Silva S Correia MR Correia MRS Corvino BC Corvino SB Costa ABP Costa F Costa JM Costa MC Costa NB Costa VS Costa-Junior JM Costal FSL Coutinho-Netto J Cravo SLD Crescêncio C Crisma AR Crispim F Curi R Cursino J Curti MLR Da Silva PMR Dagli MLZ Dal Fabbro AL Dallaqua B Damasceno DC Damiani D David-Silva A. De Almeida Faria J De Araujo TM De Oliveira CAM De Paula FMM De Rosa L De Souza Schmidt Gonçalves AE Dekker RFH Denardin O Dias A Dias MM Dib AS Diniz MM Domiciano M PT.111 PP.05, PP.13 PT.086, PT.091 PT.035, PT.116 PT.071, PT.072, PT.095, PT.122 PT.005 PT.111 PT.135 PP.24, PT.051, PT.052, PT.066 PT.063 PP.11 PP.26 PT.070 PT.009, PT.069, PT.130 PT.143 PP.24 PT.149 PT.107, PT.108 PT.036 PT.026, PT.027 PT.079 PT.051, PT.052 PT.020, PT.022 PT.002 PT.041 PT.152 PP.23 PP.03, PP.03, PP.03, PT.035, PT.053, PT.129, PT.132, PT.136, PT.152 PT.085 PP.05 PT.080 PT.005 PP.01 PT.009, PT.011, PT.062 PT.009, PT.010, PT.011, PT.061, PT.062, PT.063, PT.065, PT.067, PT.069, PT.070, PT.110, PT.123, PT.130 PT.044 PT.045, PT.046, PT.014, PT.056 PT.102 PT.099, PT.122 PT.102, PT.103 PT.149 PT.149 PT.063 PT.129 PP.17 PT.057 PT.123 PP.12 PP.07 PT.144, PT.082 PP.03 S165 Índice remissivo de autores Donadi EA Dos Santos RA Duarte AJS Eduardo Rebelato Elias J Jr Evaristo Neto ADA Faria JA Farias TSM Fávero AS Feijó AE Felisbino SL Fernani DCGL Ferreira AVM Ferreira D Ferreira DS Ferreira MC Ferreira SM Ferreira SRG Festuccia W Festuccia WT Figueiredo D Filippin EA Folchetti LD Fonseca EAI Fortes ZB Foss MC Foss-Freitas MC Frade MAC Francescantonio ICCM Franco L Franco LF Franco LJ Franklin AMT Frasson D Freitas HS Freitas Ribeiro H Fukui RT Funabashi CCA Furtado M Furuya DT Fusco FB Gabbay M Gallego FQ Gallo Jr. L Galvao FHF Garcia RAP Garcia ZM Garofolo IC Garófalo MA Garófalo MAR S166 PP.16 PP.17 PP.07 PT.037 PT.042 PP.29 PT.103 PT.035, PT.115, PT.116 PT.120 PP.16 PT.010 PT.064 PT.139, PT.140, PT.143, PT.146, PT.147 PT.098 PT.122, PT.131 PP.11 PT.073, PT.149, PT.074 PP.05, PP.13 PT.035, PT.053, PT.132 PT.136 PP.03 PT.111 PT.150, PT.151 PT.077, PT.078 PT.050 PP.05 PP.17 PP.17 PP.02, PP.16, PP.29, PT.022, PT.038, PT.041, PT.042, PT.043, PT.054, PT.083, PT.086, PT.088, PT.089, PT.090, PT.104, PT.105, PT.106, PT.107, PT.108 PT.091 PT.106, PP.29, PT.128, PP.02, PP.16, PT.038, PT.041, PT.042, PT.043, PT.054, PT.083, PT.086, PT.087, PT.088, PT.089, PT.090, PT.104, PT.105, PT.107, PT.108, PT.091 PT.020, PT.021, PT.022 PT.092, PT.093, PT.094, PT.092, PT.093, PT.094 PP.01 PT.057, PP.09 PP.01 PT.139, PT.140, PT.143 PP.08 PT.012, PT.045 PT.014 PP.11, PP.26, PT.026, PT.027 PT.137, PT.138 PP.26 PT.012, PT.013, PT.045, PT.046, PT.030 PT.068 PP.07 PT.009, PT.130 PT.041 PP.24 PT.071 PT.146 PP.03, PT.129 PP.08, PT.034, PT.142 PP.19 Índice remissivo de autores Gaspar CDR Gelaleti RB Genovese MI Ghezzi AC Giannella-Neto D Gil FZ Giufrida FMA Gnoato N Godoy S Gomes PM Gomes PRL Gomes SP Gonçalves AESS Gonçalves BF Gonçalves DAP Gonçalves NB Gorayeb R Gorjão R Goulart-Silva F Graça FA Graciano MF Graciano MFR Griffo TN Guadagnini D Guerra BA Guimarães AC Gusmão RD Hachul H Haidar AA Hinz LR Hirabara SM Hirata AE Hocayen PAS Holanda-Miranda WR Humberto JL Iborra RT Iessi LI Ignacio de Souza LM Ignacio-Souza L Ignácio-Souza LM Jordão Jr. AA Junior JSS Kettelhut IC Khaper N Kinote ABMP Kinote AP Kishi KS Kitone APBM Kuhn PC Ladeia AMT Lajolo FM Lana JM PT.039 PT.065, PT.069, PT.110 PP.03, PT.129 PT.058 PT.051, PT.066, PT.052 PT.082 PP.23 PT.039 PT.125 PT.038, PT.054, PT.083, PT.086, PT.091 PT.122 PT.114 PP.03 PT.079 PT.050, PT.075, PT.142 PT.108 PT.128 PP.03 PT.037, PT.049 PT.034, PT.075 PT.145 PT.109, PT.029, PT.095 PT.107, PT.108 PP.20, PP.21 PT.006, PT.059, PT.081 PT.039 PP.30 PT.119 PT.144, PT.082, PT.002, PT.003, PT.004 PT.013 PT.152 PT.002, PT.003, PT.004, PT.144, PT.082 PT.101 PT.054 PT.015, PT.016, PT.017 PT.028, PT.068 PT.009, PT.067 PT.102 PT.131 PT.135, PT.048, PT.113, PT.099 PT.021 PT.072 PP.08, PP.19, PT.034, PT.114, PT.142, PT.075, PT.050, PT.148 PP.17 PT.098, PT.099, PT.102 PT.103 PP.30 PT.131 PP.01 PT.039 PP.03 PP.25 S167 Índice remissivo de autores Landim CAP Landim-Alvarenga F da C Lellis-Santos C Lemos LC Lerario AC Lima AB Lima APB Lima D Lima FB Lima MH de M Lima PHO Lima RAO Lima RL Linhares IM Lombardi E Lopes AB Lopes GAP Lopes Faria JB Lucena CF Luiz RGS Luppi CHB Lustrino D Machado BH Machado J Machado JT Machado UF Machado-Lima A Magdalon J Maia O Malachias VAT Maldonado IRSC Malfatti CRM Manfredi L Mandredi LH Manna TD Marchisotti FG Mariano LMR Marilza MVC Marini G Marinovic MP Marques MFS Marsiglio Librias GN Martins AR Martins LB Masi LN Masson DS Matheus SMM Matiello R Matioli SR Mattana TC Meira DM Meleti LMM S168 PT.020, PT.021, PT.022 PT.061 PP.03, PT.005, PT.046, PT.122, PT.129 PT.101 PP.28 PT.122 PT.131 PT.039 PT.035, PT.115, PT.116, PT.141 PT.023 PT.065 PT.064 PT.146 PT.011, PT.062 PT.057 PT.035, PT.116 PT.064 PT.052 PT.109 PT.005 PT.019, PT.032 PT.034 PT.142 PT.148 PT.068 PP.22, PT.012, PT.013, PT.014, PT.024, PT.031, PT.056, PT.045, PT.046, PT.030 PT.028, PT.068, PT.052, PT.055 PT.053, PT.132, PT.136 PT.118 PT.021 PT.015, PT.016, PT.017 PT.100, PT.101 PT.142 PT.148 PT.044 PT.057 PT.077, PT.078, PT.150, PT.151 PT.070 PT.010 PT.117, PT.118 PT.014 PT.133, PT.134, PT.145 PT.152 PT.139, PT.140, PT.143 PT.152 PT.022 PT.010 PT.057 PT.027 PT.027, PT.026 PT.001 PT.111 Índice remissivo de autores Meliscki GA Melo AM Melo RM Mello MAR Meneguette MVO Menezes JGK Menezes-Filho HC Menezes-Garcia Z Merçon FG Mesquita CC Milanski M Miranda HM Miranda SC Miranda TMT Moises RS Molina N Monteiro LZ Monteiro MB Monteiro RA Montenegro Jr RM Morandi AC Morari J Morceli G Moreira LA Moreira RJ Moreli JB Mori NLR Mori RC Mori RCT Moura FM Moura RF Moura-Neto A Nakae TK Nakandakare ER Nascimento SJS Navarro AM Navegantes LCC Nejm MN Nery M Netto AO Nogueira KC Nunes MT Nunes VS Okuda LS Olamoto MM Olbrich SRLR Oliveira AC Oliveira AG Oliveira CA Oliveira CAM Oliveira CSV Oliveira ER PT.088, PT.089, PT.090, PT.104, PT.105, PT.106 PT.084, PT.085, PT.112 PT.071, PT.072 PT.058 PT.023 PT.005 PT.044 PT.147 PP.30 PT.122, PT.131 PT.135 PT.036 PT.096 PT.092, PT.093, PT.094 PP.01 PT.006, PT.008, PT.081 PP.02, PT.041, PT.042, PT.043, PT.088, PT.089, PT.090, PT.104, PT.105, PT.106 PT.066 PP.09 PT.025, PT.041, PT.042, PT.043, PP.02 PT.006, PT.008, PT.059, PT.081, PT.118 PT.131 PT.063, PT.123 PT.086, PT.091 PT.060 PT.063, PT.123 PT.019, PT.032 PT.031 PP.22, PT.024, PT.030 PT.112 PT.113 PT.066 PP.30 PP.04, PT.028, PT.068, PT.055 PT.081 PT.087 PP.08, PP.19, PT.034, PT.114, PT.142, PT.148, PT.075, PT.050 PT.002, PT.003, PT.004 PT.066 PT.009, PT.069, PT.070, PT.130 PP.26, PT.026, PT.027 PT.005, PT.037, PT.049 PT.028 PP.04, PT.055, PT.068 PT.014, PT.056, PT.045 PT.019, PT.032 PT.115, PT.116 PP.20 PT.023 PT.047 PP.23, PT.001 PT.052, PT.051 S169 Índice remissivo de autores Oliveira FA Oliveira HCF Oliveira LS Oliveira MA Oliveira MC Oliveira TB Oliveira TT Otton R Pacagnelli F Pace AE Pacheco FC Pantaleão LC Panveloski-Costa AC Parisi MC Paschoal VA Pascoal LADB Passarelli M Passone CGB Passos GAS Paula FJA Paula TMD Paula-Gomes S Pavin EJ Pavlak JLL Pawlick R Pedrosa D Peixoto EBMI Pereira A Pereira FA Pereira VD Piculo F Pina KN Pinto RS Pires MM Piveta VM Poças-Silva T Pochapski JA Poletto AC Polli GP Portovedo M Poyares LL Proença ARG Protzek AOP Przygodda F Ptrotzek AO Puggina EF Purificação TA Quadros CDM Queiroz MS Raczenski A Rafacho A Raposo ASA S170 PT.007 PT.047 PT.044 PP.17 PT.146, PT.147 PT.132, PT.053, PT.136 PT.015, PT.016, PT.017 PT.006, PT.007, PT.008, PT.059, PT.081, PT.117, PT.118 PT.064 PT.125 PT.064 PT.005 PT.049 PT.066 PT.136, PT.053, PT.132 PT.099 PP.04, PT.028, PT.068, PT.052, PT.055 PT.044 PP.16 PT.090 PT.140 PT.050 PT.066 PT.100, PT.101 PP.24 PT.150, PT.151, PT.077, PT.078 PT.052 PT.119 PT.043, PT.090 PT.113 PT.010 PT.023 PT.068 PP.05 PT.001 PT.045 PT.101 PT.012, PT.045, PT.046, PT.056, PT.030 PT.107 PT.135 PT.049 PT.141, PT.115 PT.079 PT.142 PT.149 PT.089, PT.090 PT.079 PT.002, PT.003, PT.004, PT.082 PT.066 PT.101 PT.079 PP.24, PT.051, PT.052 Índice remissivo de autores Rassi DM Razoli DS Rebelato E Reis AF Rezende KN Rezende LF Ribeiro L Ribeiro RA Rocco DDFM Rocha DM Rocha GZ Rocha JC Rocha MS Rochitte CE Rodrigues AMS Rodrigues E Roman EA Ropelle ER Rossi-Valentim R Rudge MV Rudge MVC Rufino LC Saad MJ Saad STO Sabino-Silva R Saddi-Rosa P Saito FH Sakamoto-Hojo Salles JEN Santos AS Santos CL Santos DP Santos G Santos GA Santos GJ Santos LC Santos LRB Santos LRB Santos RF Santos SAA Santos YMM Santos-Silva JC Sartori CH Sato MN Savoldelli RD Scalissi NM Schelles C Schoorlemmer GHM Schumacher N Sena CMS Sepulcre DFN Seraphim PM PP.16 PT.131, PT.135 PP.10, PP.27 PP.23, PT.001 PT.092, PT.093, PT.094 PT.074, PP.14, PT.073, PT.079 PP.15 PT.036, PT.047, PT.080 PP.04 PP.11, PP.26 PP.12, PP.20 PT.068 PT.002, PT.003, PT.004 PP.28 PT.139, PT.140, PT.143 PP.24 PT.102, PT.113 PP.12 PP.08 PT.011 PT.009, PT.010, PT.061, PT.062, PT.063, PT.065, PT.067, PT.069, PT.110, PT.123, PT.130 PT.039 PP.20, PP.21 PT.073 PT.014, PT.031, PT.045 PP.23, PT.001 PT.009, PT.011, PT.062, PT.123 PP.16 PP.30 PT.026, PT.027, PT.125 PT.097 PT.065, PT.110 PT.112 PT.084, PT.085, PT.113 PP.14, PT.073, PT.074, PT.079 PT.139, PT.140, PT.143 PP.03, PT.129, PT.037 PT.122 PP.11, PP.26 PT.010 PT.039 PT.036, PT.079, PT.080 PT.055 PP.07 PT.044 PP.30 PT.005 PT.002 PT.111 PT.005 PP.30 PT.060, PT.097 S171 Índice remissivo de autores Serrano RG Serrano-Nascimento C Sertié RAL Shapiro AMJ Shimizu MHM Silva CRA Silva LA Silva MER Silva MLLS Silva PE Silveira LR Silveira WA Silvério R SImões D Sinzato YK Siqueira-Catania A Siva MER Soares Oliveira D Sollon C Sollon CS Soriani FM Souza AH Souza DG Souza FG Souza JC Souza LM Souza R Souza Lima T Stela Pinto C Stivanin-Silva LG Sudano MJ Susuki MN Suzuki C Tavares CAF Teixeira CRS Teixeira MM Teixeira SS Tock L Toretto FMBV Torgeiro SM Torquato MTCG Torres Leal FL Torsoni AS Torsoni MA Treml D Trevizani Nitsche MJ Trombetta BNO Tsukumo DM Tufik S Tunes RS Tunes UR Turati A S172 PT.009, PT.065, PT.069 PT.037 PT.115 PP.24 PT.068 PT.139, PT.140, PT.143 PT.100, PT.101 PP.11, PP.26, PT.026 PT.039 PT.046, PT.056 PT.149 PT.075 PT.118 PT.095, PT.109 PT.009, PT.011, PT.061, PT.067, PT.130 PP.05, PP.13 PT.027 PT.096 PT.102, PT.127, PT.102, PT.122, PT.131 PT.127 PT.147 PT.115, PT.116 PT.146, PT.147 PP.09 PT.047 PT.084, PT.097 PT.001 PT.033 PP.18 PT.077, PT.078, PT.150, PT.151 PT.061 PP.30 PT.003, PT.004 PP.28 PP.09, PT.125, PT.126 PT.146, PT.147 PT.049 PT.119 PT.064 PT.119 PT.125 PT.035, PT.115, PT.116 PT.084, PT.085, PT.112, PT.113 PT.084, PT.085, PT.112, PT.113 PT.086, PT.091 PT.019, PT.032 PT.097 PP.21 PT.119 PT.039, PT.040 PT.039, PT.040 PT.122 Índice remissivo de autores Vanzela E Vanzela EC Vassimon CS Vassimon HS Velho G Velloso LA Vendramini MF Veras KM Vernini JM Vettorazzi JF Vidal TR Vieira EPG Vieira GT Vieira LQ Vieira SM Vieira Filho JPB Vilas Boas EA Vilella CA Vitorino DC Volpato GT Wajchenberg BL Witkin SS Yamanaka, KK Zanella MT Zanetti ML Zanini MH Zanon NM Zollner, RL Zordan A PT.149 PT.047 PT.125 PT.087 PP.23 PT.084, PT.085, PT.098, PT.099, PT.102, PT.103, PT.112, PT.113, PT.127, PT.131, PT.135 PT.066 PP.15 PT.123 PT.036, PT.080 PT.089, PT.107, PT.108 PP.30 PT.015, PT.016, PT.017 PT.146 PT.066 PP.01 PT.145 PT.111, PT.150, PT.151, PT.078 PT.112, PT.113 PT.009, PT.070, PT.130 PP.28 PT.011, PT.062 PT.003, PT.004 PT.119 PT.125, PT.126 PT.120, PT.121 PT.050, PT.075, PT.114, PT.142, PT.148 PT.077, PT.078, PT.111, PT.150, PT.151 PT.086, PT.091 S173