PÓS CRISE: E AGORA?

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PÓS CRISE: E AGORA?
LAURE CASTELNAU
ARTUR GIMENES
“PÓS CRISE: E AGORA?”
Trabalho apresentado no 4º Congresso
Brasileiro de Pesquisa – Mercado, Opinião e
Mídia em 2010.
SÃO PAULO
MARÇO DE 2010
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 3
1. IMPACTO ECONÔMICO .................................................................................................................... 5
1.1. No mundo e no Brasil....................................................................................................................... 5
1.2 Impacto nas Instituições: Governos, Bancos, Mercado de Ações e Imobiliário e Indústria ............. 7
1.3. Tendências Econômicas pós crise..................................................................................................10
2. IMPACTO NO CONSUMO................................................................................................................ 15
2.1. No mundo e no Brasil..................................................................................................................... 15
2.2. Tendências de Consumo pós crise.................................................................................................18
3. IMPACTO PSICOLÓGICO ............................................................................................................... 22
3.1. No mundo e no Brasil..................................................................................................................... 22
3.2. Tendências pós crise ......................................................................................................................25
Conclusão ............................................................................................................................................ 26
Bibliografia............................................................................................................................................. 28
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Trabalho apresentado no 4º Congresso Brasileiro de Pesquisa 2010
São Paulo – 2010 – www.abep.org
INTRODUÇÃO
O objetivo desse trabalho é retratar as principais diferenças na percepção da
população de diferentes partes do mundo acerca da crise financeira mundial e
compreender em que e por que o Brasil se diferencia.
Trata-se de avaliar o impacto da crise financeira mundial sobre a população de
diversos países e, particularmente no Brasil, com destaque para mudanças no grau
de preocupação dos indivíduos, no nível de confiança no futuro dos países e no
comportamento de consumo.
A opinião pública se posiciona e atua frente aos acontecimentos, construindo uma
nova configuração do contexto sócio-econômico pós-crise.
Na esfera política, a nova configuração traz a participação ativa e cada vez maior
dos governos na gerência da crise:
como a opinião pública avalia os governos?
há uma expectativa de remodelação de papéis, mesmo em economias liberais
como os EUA?
de que forma a realidade econômica (evolução do PIB, taxa de desemprego,
distribuição de renda, etc.) impacta na confiança/expectativa do cidadão ?
Na esfera de negócios, em que medida a crise trouxe um ‘repensar’ sobre as
estruturas internas das empresas e relações externas com consumidores:
assistiremos a uma mudança no padrão de remuneração dos executivos?
assistiremos a uma mudança nas formas de relacionamento com consumidores?
que estratégias as marcas vão adotar para não sair do repertório do consumidor?
Na esfera de consumo, há um novo consumidor pós-crise:
Algo mudou? o que mudou?
As mudanças são definitivas ou são adaptações temporárias?
Na esfera emocional, como reagem as populações de diferentes países?
Que povos encaram a crise com mais tranqüilidade?
Quem são os mais preocupados? Quem são os mais precavidos?
Qual impacto do aspecto emocional na confiança geral?
Os efeitos da crise impactam diretamente o indivíduo, seu comportamento, seu
pensar, seu sentir resultando em transformações nas diferentes esferas da vida:
governos, empresas, consumidores.
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Caberá as empresas de pesquisa estudar essas transformações, medir seu impacto
ao longo do tempo e contribuir para que seus clientes tenham conhecimento e
compreensão adequados da sociedade e mercados onde atuam.
Metodologias e Técnicas utilizadas:
1) Pesquisa de dados primários realizada através de mais de 20 mil entrevistas
representativas da população de mais de 20 países.
Países
N° Entrevistas
Datas
1ª onda
2ª onda
3ª onda
4ª onda
17
25
22
24
14.555
20.325
21.088
23.659
Nov-Dez 08
Mar 09
Jun-Jul 09
Out-Nov 09
Em cada país foram realizadas entre 200 e 2.000 entrevistas representativas das respectivas
populações.
As entrevistas foram realizadas por internet, telefone ou pessoalmente, de acordo com o contexto
de cada país.
Os tamanhos das amostras garantem análises muito precisas, com margens de erro que variam
entre 2,5 e 4,9 pontos percentuais, considerando um nível de confiança de 95%.
2) Pesquisa de dados secundários realizada através do levantamento,
organização e análise de dados secundários de diversas fontes: documentos
governamentais, organizações setoriais, informações públicas de players de
mercado, clipagem de jornais, revistas, fontes e literatura especializada (acadêmica
e empresarial).
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1. O IMPACTO ECONÔMICO
Primeiramente cabe indicar que a correlação entre os indicadores econômicos e o
nível de otimismo das populações é muito alta. Por exemplo, a correlação entre a
evolução do PIB mundial e o otimismo é de 0,97.
1.1. No mundo e no Brasil
Ao longo de 2009, constatamos redução gradativa do pessimismo global em relação
à situação econômica dos países:
1a Onda - Dez 08
2a Onda - Mar 09
3a Onda - Jul 09
12
49
33
16
35
19
4a Onda - Out 09
Melhorará
6
43
45
31
45
22
8
Inalterada
5
27
Piorará
7
Não sabe
O nível de otimismo com a situação econômica de cada país divide o mundo da
numa geografia singular:
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Considerando o saldo entre otimistas e pessimistas na primeira onda do estudo e na
última, vemos que a Europa ainda está muito pessimista, assim como México e
Argentina; América do Norte muda o sentimento de pessimismo para otimismo,
inclusive EUA; e, BRIC mantém o seu otimismo assim como Emirados Árabes e
Arábia Saudita.
As principais reações à crise foram:
Cortes nas taxas de juros, Planos de estímulo econômico e Incentivos fiscais
Ajuda a setores em risco, Empréstimos de organismos internacionais: BID,
FMI, Empréstimos de outros países (Islândia)
Bancos centrais aumentam garantias sobre depósitos
Nacionalização de dívidas de bancos
Criação de órgãos para supervisionar as atividades financeiras
Mas, muito rapidamente, as reações se modificam:
BANCOS REABREM CASSINO GLOBAL - Menos de 1 ano após a
turbulência global, os bancos voltam a fazer operações de risco - O ESTADO
DE SP – 16/08/2009 – Caderno Economia – Gustavo Chacra
HÁ DENTRE OS INVESTIDORES E CONSUMIDORES UM SENTIMENTO
DE QUE O CENÁRIO ESTÁ MELHOR. A melhoria na taxa de emprego e a
maior disponibilidade de crédito contribuíram para esta melhoria. Coluna Política
& Economia NA REAL n° 65 , portal Migalhas - José Marcio Mendonça e Francisco Petros.
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E no Brasil?
Mesmo em declínio, o otimismo brasileiro ainda é 40% superior à média global.
A queda de julho 2009 afetou tanto os indicadores de otimismo quanto os de
confiança; não há, no entanto, aumento de pessimistas e sim daqueles que
prevêem uma situação econômica inalterada.
Vale comentar que o movimento nos índices brasileiros demonstra uma reação
atrasada ou defasada em relação à média mundial – “demorou para cair a ficha!”
O otimismo brasileiro é um pouco maior no Nordeste, entre homens e entre
jovens de 16 a 24 anos.
Os indicadores econômicos impulsionam o otimismo brasileiro:
Digite aqui o texto da subseção.
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1.2. Impacto nas Instituições: Governos, Bancos, Mercado de
Ações e Imobiliário e Indústria
Os índices de confiança estão, de modo geral, em movimento de recuperação; é um
resultado positivo, sinalizador de tranqüilidade, com repercussões importantes no
mercado financeiro. Vale o destaque para o índice de confiança nos bancos superior
à habilidade dos governos em lidar com a crise.
2. NOME DO CAPÍTULO
Digite aqui o texto de introdução.
2.1. Nome da Seção
Digite aqui o texto da seção.
2.1.1. Nome da subseção
Em pesquisa realizada pela BBC com 22.158 pessoas em 20 países podemos ver o
grau de satisfação da população com as ações do governo de seu respectivo país
em relação à crise
Program on International Policy Attitudes (PIPA), Universidade de Maryland, Março/09
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E no Brasil?
No Brasil há tendência de queda nos 3 indicadores de confiança, embora as médias
brasileiras ainda estejam entre as mais altas do mundo.
Diferente da média global, no Brasil há mais confiança no governo do que nos
bancos.
CONCLUSÃO
Digite aqui o texto de conclusão.
Curiosamente a confiança no mercado imobiliário nos Estados Unidos é o maior
entre todos os países pesquisados. Os preços estão em queda e parece ser um bom
momento para o investimento imobiliário. O Brasil também está entre os mais
otimistas com relação ao mercado imobiliário.
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Os empresários brasileiros são os mais confiantes em melhora no ambiente de
negócios nos próximos 12 meses – pesquisa KPMG.
“Esses números demonstram o quanto o Brasil tomou a dianteira da reconstrução
pós-crise”
1.3. Tendências Econômicas pós crise
Segundo a pesquisa BBC realizada em março, 70% pensam que “grandes
mudanças” são necessárias a respeito da maneira como a economia global é
guiada. Na maior parte dos países, em média 68% também vêem a necessidade de
grandes mudanças na economia de seu próprio país.
Pesquisa BBC realizada com 29.000 pessoas em 24 países março/09 - http://www.bbc.co.uk
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A 1ª grande tendência econômica que temos pela frente será o
CRESCIMENTO DOS PAISES EMERGENTES:
O crescimento dos países emergentes está muito presente na mídia e nas previsões
das grandes instituições financeiras:
“Developing countries have come out of the recession stronger than anyone had
expected. This will have profound consequences for the rest of the world”
THE ECONOMIST – DECEMBER 30, 2009
“Since 2007, the biggest emerging markets – Brazil, Russia, India and China – have
accounted for 45% of global growth”
GOLDMAN SACHS
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E no Brasil?
No Exterior, o Brasil é visto como dono de uma posição privilegiada.
As commodities produzidas pelo país deverão continuar em ascensão por um
período longo, como conseqüência da incorporação da massa de consumidores
asiáticos. A descoberta do pré-sal é mais um elemento a contribuir com as boas
perspectivas. VEJA – 16/09/2009 – Giuliano Guandalini
A 2ª grande tendência econômica que temos pela frente será o
AUMENTO DA PARTICIPAÇÃO DO ESTADO
Há uma tendência mundial de questionamento do papel dos governos no sentido de
que estes sejam mais participativos na gestão da economia.
“A lição mais importante da crise é buscar um equilíbrio entre mercado e governo.
Os mercados estão muito instáveis e ineficientes. A sociedade está começando a
repensar o equilíbrio entre mercado e governo e criar nova base para a economia
política daqui para frente” - Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia de 2001
"Parece que a queda do Muro de Berlim em 1989 pode não ter sido a vitória
esmagadora para o capitalismo de livre mercado que parecia - especialmente depois
dos acontecimentos dos últimos 12 meses.” Presidente da GlobeScan, Doug Miller
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Pesquisa realizada pela BBC em março e em novembro de 2009 aponta que o
desejo das populações de que seus Governos aumentem suas participações, seus
gastos e as regulamentações:
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E no Brasil?
"No Brasil, o estado tem o papel de estimular o crescimento, mas isso não significa a
volta do estatismo, isso não tem nada a ver com o que deve acontecer no início da
industrialização. (...) Hoje, o Brasil é um país industrializado, então, o Estado tem de
ter uma função de indutor de alguns setores. Não é o velho estatismo, mas é uma
maior participação do Estado do que os liberais pregam.”
Guido Mantega, Ministro da Fazenda, set/09
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2. O IMPACTO NO CONSUMO
2.1. No mundo e no Brasil
Os consumidores fizeram cortes de despesas significativos, mostrando preocupação
e precaução.
É interessante notar que Mexicanos mostram-se muito cautelosos e fazem cortes
mais drásticos que Argentinos (50% x 45%), embora Argentinos sejam, por via de
regra, os mais pessimistas. O mesmo vale para a Europa, sempre mais pessimista,
mas com nível de cortes inferior aos EUA, por exemplo (34% x 46%)
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Mas é bom dizer que os EUA têm o que cortar...
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E no Brasil?
N° de domicílios brasileiros que passaram a ter algum tipo de Telefone já totaliza
82,1%, expansão puxada pelo celular: do total, 37,6% têm somente celular.
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2.2. Tendências de Consumo pós crise
“O paradoxo da escolha: os consumidores voltarão a consumir nos patamares précrise e sofrerão o efeito paralisante de ter muitas opções. As marcas devem reduzir
e simplificar o leque de escolhas”
Rúben de Almeida Domingues, Chief Strategy Officer da Revista Briefing
A 1ª tendência diz respeito à RESPONSABILIDADE SOCIAL /
SUSTENTABILIDADE
Numa época em que muitas empresas foram alvo de escândalos públicos,
redescobre-se cada vez mais os benefícios das ações de responsabilidade social –
“ajudam a reconstruir a confiança do consumidor”.
“A sustentabilidade passará a fazer parte da tomada de decisão do consumo,
levando as empresas a realmente fazerem exercícios nesta direção”
Rúben de Almeida Domingues, Chief Strategy Officer da Revista Briefing
Neste sentido, as marcas devem “conversar” com os consumidores e demonstrar
que os princípios sociais e morais estão claramente integrados no significado da
marca.
Vale destacar que ‘Meio ambiente’ não pode ser a única variável do conceito de
sustentabilidade mas deve ser considerada no planejamento estratégico das
empresas: Preservação do meio ambiente = Desenvolvimento econômico
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A 2ª tendência diz respeito à MOBILIDADE & INFORMAÇÃO
INSTANTÂNEA
A crise acelerou o processo tecnológico: durante a crise, muitos consumidores
descobriram o benefício da pesquisa de preços e partilha de informações nas redes
sociais na internet. Esta tendência deve manter-se e os varejos on-line devem
crescer.
Celular é o grande protagonista da estória da convergência e, no futuro próximo, os
‘Tablets’ reunirão as funções dos computadores e dos celulares e transformarão a
maneira como as pessoas vão se informar, trabalhar e se divertir.
A 3ª tendência diz respeito à EVOLUÇÃO DAS MULHERES
Tendência a gastarem mais em coisas ligadas ao bem-estar das pessoas, como
saúde e educação e, também, em coisas ligadas à indulgência, luxos acessíveis,
como chocolates e confeitaria
Tendência a poupar mais, mostrando um comportamento financeiro menos
arriscado.
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Vivem mais
Estudam mais
Aumenta a participação feminina no mercado de trabalho ◊ ocupam cargos de
chefia ◊ tornam-se pequenas empresárias em maior quantidade do que os
homens rendimento em ascensão
Embora mais pessimistas com a crise financeira mundial do que os homens,
são mais ativas, menos conservadoras, menos preconceituosas, mais
informadas e mais independentes ◊ serão menos submissas
Prazer, sensualidade, afetividade e estética tornarão ainda mais relevantes
A 4ª tendência diz respeito à ANTECIPAÇÀO DE VALORES E
COMPORTAMENTOS DOS JOVENS
Tudo acontece mais cedo: independência, informação, celular, acesso a internet,
decisão de compra, sexo, álcool, drogas, maquiagem...
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A 5ª tendência diz respeito ao ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
Diante da transformação da pirâmide etária, serão necessárias novas políticas
públicas e um maior leque de serviços e produtos orientados para o “cuidado das
pessoas”. Assim, as marcas devem procurar demonstrar maior preocupação com o
bem-estar do indivíduo
A 6ª tendência diz respeito ao MAIOR ACESSO AO CRÉDITO E
CONTROLE DOS BANCOS
As grandes instituições financeiras deverão compreender os
padrões comportamentais de seus clientes para evitar o
super-endividamento. Ou seja, promover a utilização do crédito consciente.
“Cada cliente representa uma coleção de dívidas”
Robert Stine, professor de estatística da Wharton
O risco é que as instituições financeiras poderão serão capazes de controlar a renda
e o comportamento de consumo.
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3. IMPACTO PSICOLÓGICO
Em 1985, o National Institute of Health (NIH) estabeleceu uma elevada correlação
entre o desemprego e a incidência de depressão, ansiedade e somatização. A perda
do emprego não é, portanto, apenas uma perda monetária.
“Tendo recentemente perdido 40 por cento da minha própria poupançaaposentadoria, não é difícil de simpatizar com os outros no mesmo barco, incluindo
os seus sentimentos de impotência, raiva, culpa e vergonha”.
Frase extraída do psicólogo Michael Bader, na publicação AlterNet
“Por que fui selecionado para ser mandado embora? Minhas habilidades não são
suficientes? É assim que começa a erosão da auto-estima, que é uma parte muito
importante do nosso bem-estar psicológico”.
Arthur H. Goldsmith, Jackson T. Stephens Professor of Economics at Washington and Lee University
3.1. No mundo e no Brasil
O impacto psicológico foi medido através de 3 indicadores, todos relacionados aos
efeitos da crise financeira: nível de stress, ansiedade e perda de sono.
Os mais estressados: México, EUA, Coréia, China, Argentina
Os mais ansiosos: Bulgária, Argentina, Japão, México e EUA, França
Os que mais perderam o sono: EUA, México, UK e Argentina, China e
Bulgária
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A pesquisa BBC com 29.000 pessoas em 24 países indica que entre todos os países
pesquisados, 31% disseram que a recessão na economia global afetou a si mesmos
ou à suas famílias “de maneira significativa” e 62% “de maneira moderada”.
20% disseram terem sido atingidos pessoalmente pela escassez de
crédito de hipotecas e outros empréstimos de maneira significativa e
44% disseram terem sido atingidos de maneira moderada.
México (55%) e Nigéria (39%) apresentam as maiores proporções de
pessoas dizendo que foram bastante afetadas pela escassez de
crédito
Populações nos países ‘pobres’ estão sendo mais duramente atingidas pela
desaceleração econômica do que as nações mais ricas:
74% no Quênia, 64% no Egito, 55% nas Filipinas e 50% na Turquia
disseram que a crise os afetou de maneira significativa
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E no Brasil?
No Brasil os mais estressados e ansiosos são: Nordestinos, classes mais altas, os
mais velhos e as mulheres.
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3.2. Tendência pós crise: Mudança no estilo de liderança nas
empresas
O executivo que ditou as regras até agora, que acha que sabe tudo e comanda a
empresa "de cima para baixo“, está com seu tempo contado. Estes serão
substituídos pelo "líder engajado", que vai trabalhar mais à escuta dos empregados.
É o que prevêem o belga-suíço Didier Marlier, psicólogo inglês e um dos principais
autores do livro "Engaging leadership" recém-publicado na Inglaterra; Chris Parker,
ex-professor do IMD, uma das melhores escolas de administração da Europa.
Segundo a Arthur H. Goldsmith, pessoas altamente qualificadas são as mais
vulneráveis à devastação psicológica do desemprego.
Em setembro de 2009, a confiança mundial nos executivos dos grandes bancos era
de apenas 31% de acordo com pesquisa BBC - Quem não se lembra dos bônus
recebidos pelos executivos dos bancos americanos?
“Um conjunto de nove bancos que receberam socorro do governo pagou US$ 32,6
bilhões em bônus, apesar de registrarem prejuízo de US$ 81 bilhões em suas
atividades. Cerca de cinco mil operadores e executivos dessas instituições
receberam mais de US$ 1 milhão de remuneração adicional ao salário”.
“(...) No Citigroup, que saiu da crise tendo o governo como maior acionista individual
- a fatia no capital chega a US$ 60 bilhões -, os pagamentos extras chegaram a US$
5,3 bilhões. No Goldman Sachs, 953 felizardos receberam bônus milionários. No
Morgan Stanley foram 428 premiados pelo desempenho”.
IstoÉ Dinheiro, edição de 30 de Julho de 2009
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CONCLUSÃO
Será que o Brasil do futuro chegou?
Passamos pela crise mundial com tranqüilidade e todos os indicadores apontam
para um futuro promissor.
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OTIMISMO, SIM! EUFORIA, NÃO!
O economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia 2008, afirmou
que o Brasil deve ficar atento a euforia que se criou em torno da economia do país,
porque o mercado está, neste momento, fora da realidade.
“O fato de a economia brasileira estar bem, não significa que o Brasil se tornará uma
super potência já no próximo ano... “
Rádio CBN – 03 de dezembro de 2009
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BIBLIOGRAFIA
1) Barômetro da Crise Financeira – Pesquisa realizada pela WIN – Worldwide Independent
Network of Market Research
2) Artigos diversos em diferentes fontes: jornais, revistas e sites: O Estado de São Paulo, A
Folha de São Paulo, Veja, The Economist, Isto É Dinheiro, Portal Migalhas, BBC, FMI, CBN
3) Indicadores do IBGE e Pesquisas realizadas por veículos de comunicação (BBC),
Consultorias (KPMG) e empresas de pesquisa (Euromonitor, LatinPanel)
4) A América Latina na crise mundial - Paul Singer - maio 2009
5) A crise financeira: duração e impacto no Brasil e na AL - Maria da Conceição Tavares - jun
2009
6) Crise abre espaço para repensar Estado e Desenvolvimento - Ladislau Dowbor - Mar 2009
7) Crise Financeira: Riscos e Oportunidades - Ladislau Dowbor - maio 2009
8) Economia mundial em crise – Onde estamos agora? – Mick Brooks - 2008
9) The Return of Depression Economics and the Crisis of 2008 - December 2008
10) Vamos definir crise corretamente – artigo de Stephen Kanitz – fevereiro 2009
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