Palestras em comemoração aos 57 anos de

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Palestras em comemoração aos 57 anos de
Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Palestras em comemoração aos 57 anos de fundação
ANETE GUIMARÃES
A mecânica da reencarnação e sua aplicação na vida prática
Na tarde do dia 28 de setembro de 2013, tivemos o prazer de receber a
Dra. Anete Guimarães, psicóloga, parapsicóloga e palestrante espírita, do Rio de
Janeiro, RJ, que nos brindou com sua brilhante exposição sobre o tema “A
Mecânica da Reencarnação e sua Aplicação na Vida Prática”.
Iniciou, dizendo: Quando se fala de reencarnação, normalmente se usa
para justificar o passado: o porquê das paixões, o porquê dos problemas, o
porquê da pobreza, o porquê das diferenças sociais.
Perguntou: Mas o conhecimento do Espiritismo, afeta o nosso dia a dia?
Muda alguma coisa no nosso comportamento diário?
Como se dá a reencarnação exatamente?
Esperamos esclarecer alguns itens a respeito deste assunto. Começamos
fazendo referência a uma aula de psiquiatria que assistimos, e o professor
discorria a respeito de como preencher uma guia de internação. Descrevia e
dizia que preencher corretamente uma guia de internação é essencial, porque a
vida do paciente vai depender desse conhecimento.
O profissional recupera a ficha e vai ter uma ideia do que este paciente já
viveu. O professor explicava a importância, as partes técnicas, nomenclatura,
mas havia uma lacuna em que deveríamos preencher com o grau de transtorno
mental. Na minha época, na Faculdade, era denominada “doença mental” e
agora a nomenclatura mudou para “transtorno mental”. Então, era muito
importante definir o grau de transtorno mental, porque normalmente era a
primeira coisa que o profissional iria verificar.
Por quê? Porque na Psiquiatria é necessário identificar o grau dos
transtornos mentais por ser, esse grau, uma divisão de natureza administrativa
que interessa àqueles que vivenciam a clínica psiquiátrica.
Existem quatro (4) níveis de transtorno mental.
Quando você lê no prontuário, Grau 1, significa um transtorno de alta
gravidade, em que o paciente passou, está passando ou passará por internações
psiquiátricas porque a medicação não consegue manter os sintomas dentro de
uma estabilidade. São as esquizofrenias, as esquizofrenias paranóides que
costumam produzir surtos, mesmo sob o efeito de medicação. Daí a necessidade
da internação hospitalar.
Os transtornos de Grau 2 são aqueles considerados de média a alta
gravidade e necessitam de medicação para estabilização do comportamento. Na
ausência ou falha da medicação ou quando algum tipo de transtorno fisiológico
incapacita a medicação, o paciente passará por uma internação psiquiátrica, e
sob medicação, ele se mantém estável. Os transtornos de Grau 2 se caracterizam
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pela esquizofrenia clássica, alguns tipos de psicose, surtos psicóticos, que com a
medicação, estabilizam os sintomas. Se deixar de tomar a medicação, o surto
pode vir a ocorrer. Algum problema estomacal pode desencadear um surto.
Então, são chamados de transtornos de Grau 2, de alta a média gravidade.
Os transtornos considerados de Grau 3 são de média a baixa gravidade.
Eles necessitam de medicação para estabilização dos sintomas, mas não têm
nenhuma indicação de internação hospitalar, porque nestes casos, a medicação
consegue estabilizar os sintomas. Os transtornos bipolares, os transtornos
depressivos, alguns níveis de psicose, a medicação estabiliza os sintomas. Não
há indicação alguma de internação hospitalar.
Os transtornos de Grau 4 são os considerados de baixa gravidade. Não
existe indicação para este tipo de transtorno. A medicação é sintomática. Por
exemplo: medicação para dormir, algum ansiolítico. Não há necessidade de
medicação constante para a estabilização dos sintomas e a indicação terapêutica
é a psicoterapia. Neste caso, eles não têm transtornos relacionados aos processos
fisiológicos; são transtornos comportamentais. Então, como reconhecer um,
como reconhecer outro?
Retornando à aula de psiquiatria, o professor em um determinado
momento, perguntou: “Esta divisão é meramente administrativa? Está de acordo
com o remédio que ele vai tomar ou não, ou existe uma fundamentação
científica nesta divisão?” E respondeu: “Não. Esta é uma divisão que interessa
particularmente à administração hospitalar, mas existe um fundo científico, sim,
nesta divisão, que é a divisão da origem do transtorno”. Mas, posteriormente,
verificamos que havia uma relação também com a terapêutica. Como assim?
Os transtornos de Grau 1, têm origem na infância, entre zero e seis meses
de idade. São considerados de alta gravidade. Esta fase do desenvolvimento é
muito séria porque, neste momento, se dá a formação do “eu” e a base da
personalidade. E podemos reconhecer este acontecimento.
Aqueles que têm bebês ou estão próximos a bebês vão notar o momento
em que o “eu” começa a se manifestar. Que momento é este? É aquele momento
em que o bebê começa a brincar com a mãozinha. Ele está sozinho e começa a
mexer a mão e rir. A mão e o pé. E faz o movimento. Naquele momento, ele
descobriu que ele é quem mexe a mão. Ele percebeu que os movimentos são
voluntários. Antes disso, você é “um” com o meio. Ele não tem noção de
identidade própria. Quando ele começa a usar o “móbile” e mexer, ele ri
sozinho. Ele percebeu que tem este controle.
Se houver qualquer problema no desenvolvimento nesta fase, dará origem
aos transtornos de alta gravidade. Os processos esquizoides, mais graves,
acontecem com a fragmentação do “eu”. A sua identidade deixou de existir e
você está preso num caos existencial.
A segunda grande fase do desenvolvimento, vai dos seis meses aos 3 e 4
anos de idade, quando acontece o reconhecimento do outro. Para você
identificar os outros, precisa da memória. Por quê? Porque até um determinado
momento, o bebê era de quem tivesse com ele no colo, ou que fosse o dono do
leite. Ele ia com todo mundo. Depois desta fase, você vai identificar o momento
em que o outro vai fazer parte da existência.
É o momento em que o bebê começa a estranhar. De repente, ele se
assusta, começa a reagir mal. E quando vai ficando maiorzinho vira “bicho”.
Você diz: “Vai, cumprimenta”. E ele se esconde. Mas o que foi que aconteceu?
A memória começa a se estabilizar e o bebê começa a reconhecer os
outros. Têm aqueles que ele conheçe sempre, aqueles que aparecem de vez em
quando e os estranhos.
Mas para ele saber quem são os estranhos e quem são aqueles que ele
conhece, precisa lembrar. Então, se a área correspondente faz este
desenvolvimento, o bebê ainda não tem a memória necessária para fazer isso.
Quando você tem uma falha no desenvolvimento nesta parte, você dá origem
aos transtornos de média a alta gravidade, de Grau 2, que, eventualmente
necessitarão de internação hospitalar. São os transtornos esquizoides, não tão
profundos quanto na primeira fase, mas importantes. Sem o reconhecimento dos
outros, você não pode estabelecer laços relacionais. Então, seu processo social
fica comprometido.
A terceira grande fase de desenvolvimento é aquela que vai de 4 a 7 anos
de idade. É uma fase importantíssima também. Você já estabeleceu o “eu”, já
estabeleceu o desenvolvimento do reconhecimento do outro e vai para a terceira
fase de desenvolvimento. Neste momento, a estrutura neurológica já está
estabilizada. E agora você vai desenvolver outro aspecto da celebração, que é de
natureza química. Irá estabelecer os seus relacionamentos afetivos
motivacionais.
Descobriu-se, recentemente, que o cérebro processa a informação de duas
maneiras: a primeira, que é o reconhecimento da informação, é elétrica, se dá
através dos neurônios cerebrais, mas as emoções são de natureza química.
Exemplo: você está vendo um carro vermelho, se é o último modelo ou
não, são informações concretas, que se processam no cérebro através de
impulsos elétricos. Mas e aí? Gostou do carro vermelho? Você gostar ou não do
carro, ter o desejo de possui-lo ou não, já são os processos de natureza química.
São as emoções. E eles se estabelecem a partir dos 4 anos, até mais ou menos, os
7 anos de idade, é quando você estabiliza a sua química cerebral. Qualquer
alteração nesta fase de desenvolvimento dá origem aos chamados desequilíbrios
de natureza química, que precisam de medicação para estabilização dos
sintomas, mas não têm nenhuma indicação de internação hospitalar, porque não
afetam o reconhecimento que tem do “outro”, e sim os processos químicos.
Então, os transtornos bipolares, transtornos depressivos, alguns transtornos de
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natureza psicótica são relacionados a desestabilizações químicas e os fármacos
conseguem, na medida do possível, estabilizar estes sintomas.
Aos sete anos de idade o seu cérebro está totalmente formado. Tanto
neurológica como quimicamente. Então, qualquer transtorno, a partir deste
momento, não será um transtorno de profundidade. Será um transtorno de
superfície. Não será um problema na estrutura do cérebro ou na ação química do
cérebro. Será um problema comportamental.
Você estabeleceu a sua estrutura neuronal, estabeleceu a sua estrutura
química. Sua personalidade já tem a área física para se desenvolver. Qualquer
problema será um problema de utilização. Você teve uma relação traumática
com a família, com a informação, uma relação traumática afetiva. Isto pode
afetar o seu comportamento. E a indicação terapêutica é a psicoterapia, para
superar estas falhas comportamentais. Não há indicação de medicação para
controle dos sintomas, não há indicação de internação para estabilizar um
comprometimento neurológico. Neste caso é a psicoterapia. Se houver uma
medicação será medicação sintomática. Como para febre, para dor. Então um
transtorno de ansiedade, um transtorno qualquer de sono, você pode dar uma
medicação para amenizar os sintomas, mas não é para tratamento.
Estas são as grandes fases e a origem dos transtornos mentais.
Mas o que nos chamou a atenção são as “coincidências” com estes
períodos de desenvolvimento e as colocações de André Luiz.
A Codificação diz que a encarnação existe na fecundação. Mas, André
Luiz faz uma colocação diferente. Em determinado momento, em seu livro
Missionários da Luz, pag. 219, faz uma colocação diferente: “A reencarnação se
inicia no processo de fecundação. Mas a reencarnação física só se completa aos
7 anos de idade”. Isso é uma coisa nova. Por que aos 7 anos? É uma idade
cabalística? Para fundamentar esta tese de André Luiz, o que é que acontece aos
7 anos? E tem alguma fundamentação, sim. Segundo André Luiz, os sete anos de
idade marca o final físico da reencarnação.
O que acontece biologicamente aos sete anos de idade? Todos os seus
sistemas orgânicos de excreção, respiração, circulação estão formados, inclusive
o cérebro. E a partir daí, a cada sete anos, você troca quase todas as células do
seu corpo, com exceção das células neuronais. Você tem um corpo novo.
Então, se a reencarnação é a ligação do espirito, molécula a molécula,
você só vai ter todas as suas moléculas aos sete anos. Enquanto você não tiver
todas as ligações, a reencarnação não vai estar fisicamente completa. Como aos
sete anos você já tem todo o corpo que necessita para trabalhar, fisicamente a
reencarnação se completou. Então, existe uma fundamentação de natureza
biológica.
Mas tem outra coisa que André Luiz descreve, muito interessante e
pitoresca: Em determinado momento, André Luiz saiu do “Nosso Lar” e foi
visitar a colônia espiritual. Ao chegar, ficou chocado com uma coisa que viu que
chamou a sua atenção: crianças no mundo espiritual? Ele viu crianças indo para
escola. De onde vinham aquelas crianças no mundo espiritual?
Se todo espírito é velho e já teve várias encarnações, somos todos adultos.
De onde surgiram aquelas crianças?
Isto depende do momento da desencarnação. Como André Luiz disse e
sabemos, a reencarnação física se completa aos sete anos de idade. Se a
desencarnação acontece antes dos quatro anos de idade, você retorna ao mundo
espiritual como um adulto. Porém, se a desencarnação acontece após os quatro
anos de idade, você retorna ao mundo espiritual como criança. Faz o seu
desenvolvimento no mundo espiritual, que varia de acordo com o grau
evolutivo, até atingir a idade adulta, quando reassume as suas experiências
pregressas.
O que acontece aos quatro anos de idade? Você está exatamente no meio
do processo reencarnatório. Então, o espirito está reencarnando, e aos sete anos
de idade se completa.
Este número é aleatório ou existe um fundamento no que André Luiz
informou. Será que a ideia de André Luiz faz algum sentido? A coincidência de
datas é muito interessante. Existe uma grande fundamentação.
A Dra. Anete Guimarães contou uma história:
Nos E.U.A. é muito comum que pessoas se tornem mecenas das artes ou
das ciências, patrocinadores, patronos. Havia uma família em particular, que
desde a sua origem, costumava patrocinar uma determinada Universidade
americana, na área das ciências médicas. Avós, tataravós, haviam patrocinado
alas hospitalares, edifícios da Universidade. Um casal, naquele momento,
também fazia isso, segundo a tradição familiar.
Era um jovem casal jovem, tinha um filho de cinco anos e a esposa estava
grávida do segundo filho. Ao analisar o ultrassom, descobriram ser uma menina.
Estavam na expectativa, porque iriam completar o casal de filhos, quando a
esposa começou a apresentar problemas. O parto adiantou-se e nasceu uma
criança muito prematura. Na época, o que se entendia por prematuridade era que
o sistema imunológico da criança ainda não estaria totalmente desenvolvido.
Qual seria a terapêutica adequada para proteção desta criança? Isolar o bebê na
incubadora, dentro da UTI Neonatal, no berçário, para evitar a contaminação por
bactérias exteriores.
Os pais poderiam ver a criança algumas horas do dia, através de um vidro,
para não contaminar o ambiente e não expor o bebê prematuro a infecções
hospitalares e qualquer tipo de hostilidade, e com isso, dar tempo para ele
amadurecer, adquirir defesas e então poder ir para casa. Era assim que se fazia.
Tem lógica? Tem. Com a imunidade baixa, se o bebê pegasse uma doença,
iria morrer.
Assim se fazia. Era o procedimento natural. E assim se fez com o bebê,
que veio de uma família tradicional, com todos os recursos financeiros. E o bebê
não se desenvolveu. Com isso, o médico chegou até o pai e disse: “Sinto muito.
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Ela não vai passar do dia de hoje. Vocês se preparem. Não estamos conseguindo
estabilizar os batimentos cardíacos, a pressão arterial esta errática, eu sinto dizer
que ela não irá sobreviver”.
A mãe estava em casa, com o filho mais velho. O marido foi para casa e
contou para a mulher. Os dois começaram a chorar, se abraçaram. Nisso, o filho
de cinco anos perguntou: “O que está acontecendo?”. Os pais resolveram contar
que a irmãzinha não estava bem, que ela não iria resistir. “A minha irmã vai
morrer? Mas eu nem conheço a minha irmã? Eu quero conhecer a minha irmã,
me despedir dela”. Os pais acharam que era uma colocação válida, vinham de
uma educação mais moderna e acharam uma boa coisa ele se despedir da irmã.
Concordaram e entraram em contato com o médico.
“Nós queremos nos despedir. Se ela vai morrer, não importa”. Como eles
eram os principais patrocinadores do hospital e a menina iria morrer, qual a
diferença faria? Naquela época, criança não entrava em hospital, muito menos
em UTI Neonatal. Quando eles chegaram à UTI, o menino se aproximou da
incubadora, colocou as mãos e disse: “Oi, Raio de Sol” e começou a cantar a
canção que ele cantava para o bebê quando ele estava na barriga da mãe. No
momento em que ele começou a cantar, os batimentos do bebê subiram, a
pressão se estabilizou. O médico veio e constatou que os batimentos e pressão
subiram e ficaram estáveis. O médico disse: “Voltem ao meio dia”.
Eles saíram e ao meio dia retornaram. Quando a criança entrou: “Oi, Raio
de Sol, voltei”, os batimentos subiram. E ele cantava e a pressão se estabilizou,
eles deram a medicação, a estabilização se manteve. “Voltem à noite”, disse o
médico. Não é preciso dizer que a família passou a frequentar diretamente a
UTI, e a criança sobreviveu e tornou-se uma moça. E nós sabemos a história
porque Divaldo Pereira Franco a conheceu e relatou a história.
Este casal passou a empregar o volume dos seus recursos e investir,
especificamente, em pesquisas e procedimentos com prematuros em UTIs
Neonatal. Este volume de investimentos deu alguns resultados interessantes.
Alguns, com certeza, vocês já ouviram falar. É o projeto de “bebês cangurus”. É
um projeto com crianças prematuras. Por quê? Porque eles verificaram um
fenômeno muito interessante. É verdade que o prematuro tem imunidade muito
baixa. E que a indicação terapêutica seria o isolamento na UTI Neonatal, porém,
quando se isola o bebê, o nível de cortisol sanguíneo sobe muito. O cortisol é o
hormônio resultante do stress.
Eles criaram um projeto de manter o bebê em contato com a mãe. E os
resultados foram excepcionais. Quando o bebê tem contato com sua mãe, o
cortisol baixa. E o cortisol age diretamente no sistema imunológico. Então, o
custo benefício do isolamento do bebê não é o que se esperava.
Os bebês que têm contato com o corpo da mãe, o cortisol baixa, eles
ouvem os batimentos da mãe, tem uma reação melhor e têm melhores condições
imunológicas do que o bebê isolado. É um fato. Tecnicamente, o bebê exposto à
atenção estaria mais suscetível, mas não é o que acontece.
Têm enfermeiras muito dedicadas, mas não serve qualquer mulher. Eles
reagem positivamente à mãe. E melhor, quando as pesquisas evoluíram, o bebê
aceita alguns pais. E até a voz. De tal maneira se verificou a reação positiva dos
bebês, que se exige a presença da mãe na UTI Neonatal, para ter relacionamento
com o bebê, porque o desenvolvimento deles será melhor. Isso é um fato
estatístico observado e uma resposta biológica que os bebês fornecem.
Porém, tenho que afirmar para vocês que a Biologia não concorda com
esta explicação. Por quê?
Quem diz que o bebê necessita do contato materno é a medicina, através
dos resultados estatísticos deste contato. O rendimento do teste imunológico
pode atingir 67%, que é um ganho significativo. Então, não há a menor dúvida
que os bebês que têm contato com a mãe têm um resultado imunológico
superior.
A Biologia diz que isso é impossível, porque a área da memória não está
desenvolvida. O recém-nascido não pode reconhecer a sua mãe e o seu pai. Não
faz diferença se é mulher ou homem. Se a área do cérebro, responsável por esta
informação, não existe ainda, bebê prematuro não vai reconhecer a sua mãe e o
seu pai.
Biologicamente, não pode reconhecer. Porém, o fato é que reconhece.
Quem ganha essa briga? Medicina x Biologia? Ambas têm razão e quem ganha
somos nós.
Então, talvez a tese de André Luiz faça sentido. Quem é que se lembra é o
espirito. Está aí uma possibilidade de termos uma razão a mais.
Vocês já ouviram falar no teste de Q.I.? Ele se tornou popular nos anos 60.
Nos anos 70, todo mundo fazia teste de Q.I. Mal a criança começava a falar,
fazia-se teste de Q.I. Por quê? Porque na década de 60 apareceram muitos
gênios. Einstein, Max Plan, os gênios. Falava-se que Einstein ia mal nos
estudos, porque era um gênio incompreendido.
A partir daí, todo mundo queria saber se o filho era gênio e mal
compreendido. A criança começava a falar e se fazia o teste de Q.I. Começaram
a detectar os gênios.
Como se faz o teste de Q.I.?
Nos testes de Q.I. você tem um resultado cognitivo e uma expectativa por
idade. Se o resultado é acima do esperado, significa que o QI é mais alto. Então,
é o resultado por idade. Se o resultado dá acima daquela idade, significa que
você é um superdotado. Fizeram os testes e apareceram muitos superdotados.
Começaram a se multiplicar escolas para superdotados. E começou a surgir
outro problema sério: os falsos positivos. Fazia-se o teste na criança e era
considerado superdotado. Era uma criança normal e as expectativas com relação
aos resultados fora do comum começaram a surgir. A criança não correspondia
às expectativas e desenvolvia transtornos da personalidade, e ao invés de ser
uma criança normal, se chamava de “fracasso”.
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Resultados normais não estavam dentro das expectativas. Isso criou uma
série de crianças com traumas emocionais, porque não apresentavam resultados
que se esperava de um gênio.
Por conta disso e o número de vários falsos positivos, verificaram que
quando se fazia testes em crianças com idade abaixo de quatro anos, o nível de
falsos positivos atingia situações alarmantes: 32% dos testes eram falsos
positivos. Mas, se você fizesse depois desta idade, caia o número de falsos de
positivos.
Por isso, que hoje em dia só se aplica testes de Q.I. em crianças a partir
dos sete anos de idade. Coincidência? Por que será? Porque a partir dos sete
anos de idade, você quase não tem casos de falsos positivos. Quando se fazia
antes dos quatro anos, os falsos positivos apareciam de forma alarmante.
Como é que pode parecer gênio e não ser? É porque apresentavam uma
cognição acima da média, um vocabulário, uma locução verbal, uma série de
características de uma pessoa mais velha. E porque aos quatro anos de idade a
criança era uma pessoa normal?
Era inteligente e depois “emburreceu” aos quatro anos? Os neurologistas
deram a seguinte explicação: este falso positivo acontece por conta da síndrome
da atividade neuronal. Nesta idade, os neurônios se multiplicam muito e há uma
exacerbação dos processos neuronais e por isso, surge o falso positivo.
Já ouviram falar em tocar as composições de Mozart para os bebês
ouvirem, a partir dos seis meses de idade? Por que Mozart? Não serve MPB?
Por que Mozart? Porque ele estimula, tem uma série de características físicas,
não sei o quê, e aí os neurônios se multiplicam.
Por que dos seis meses aos quatro anos de idade? Porque nesta fase, há
maior multiplicação de neurônios. Portanto, quanto maior o número de
estímulos complexos que você expor a criança, maior a multiplicação dos
neurônios. A criança fica mais esperta. É o que se acreditava na época.
A partir dos quatro anos de idade, os neurônios não se multiplicam, o
cérebro está formado, estabilizado. Por conta disso, agora o cérebro da criança
irá fazer as conexões.
Os pedagogos tinham outra explicação: até os quatro anos, a criança
convive muito com adultos, então, ela mimetiza e imita os adultos. Com dois
anos e meio anos de idade vive copiando o adulto. Esta explicação dos
pedagogos foi pior, porque estão dizendo que a criança até dois anos e meio é
um papagaio.
Em um teste cognitivo é analisada a capacidade de ter ou não a
organização verbal. Eles têm. É alta. É alta agora e depois “emburrece”? Ficou
uma explicação meio furada. O que acontece?
André Luiz falou que alguma coisa acontece ao desencarnar antes dos
quatro anos, e o espírito retorna como adulto.
No momento da fecundação, o espermatozoide encontra um óvulo (ôvo) e
se tornam uma única célula. A pessoa nem sabe que está gravida, mas já há um
espírito ligado a esta célula. A reencarnação começa neste momento.
Quantas células este espirito tem no períspirito? Trilhões. Este espirito
está muito mais desencarnado do que encarnado.
Em uma progressão geométrica, duas semanas depois, esta célula já é um
embrião, no útero. Ele tem umas 70 células. E quantas têm o períspirito?
Trilhões. Ele está mais desencarnado do que encarnado. Se você vê este espírito
fora do corpo, você vai ver o quê? Tem aparência? Não. E como identificar um
espírito e uma gosma? Estou vendo um espírito adulto. Ele está muito mais para
cá do que para lá. Quando ele sai do corpo, qual a forma que ele tem? De adulto.
Afinal, o que dá a forma? As lembranças.
Os espíritos reencarnados têm cérebro? Não. Se ele não tem um novo
cérebro, ele usa o velho. As lembranças são do velho. Então ele vai parecer
como um adulto.
Nasce um bebê. Quanto tempo ele passa acordado? Das 24 horas do dia,
ele passa acordado mais ou menos umas quatro. Ele mama e dorme. Se ele passa
a maior parte do tempo dormindo, quando ele dorme e sai do corpo, ele sai
como? Como recém-nascido? Este recém-nascido enxerga? Não. Porque
enxergar, está no cérebro. Para enxergar, ele precisa da área cerebral
correspondente. Então, ele capta luz e a pupila reage. É assim com o ouvido e as
demais funções. Então, se ele sai do corpo, qual cérebro ele usa? O de adulto. Se
é o antigo, as memórias são de quem?
Isso é coisa de André Luiz. Faz sentido? Faz.
Há outra fundamentação científica interessante. Já ouviram falar em
memória intrauterina? O Conselho Federal de Psicologia aceita a terapia com a
memória intrauterina. Por quê? Pelas inúmeras experiências em que você põe o
paciente em transe e ele fala de lembranças e sentimentos que ele tinha no útero.
Tanto que, quando você vai fazer psicoterapia, ele pergunta:
Como foi a gestação? Como foi o parto? A gestação e o parto afetam a sua
personalidade? Afetam.
Então, a terapia no tratamento de memorias intrauterinas é aceita no
Conselho de Medicina Federal porque as estatísticas demonstram que todos têm
lembranças.
Já dissemos que a Biologia não concorda. Ela nos diz: “como você vai
ouvir o que seu pai e mãe disseram se você não tem ouvido”. E o pior, “se
ouvisse, onde você iria guardar se a parte da memória responsável ainda não
existe?”
Para a Biologia, memoria intrauterina é pura imaginação, porque você não
tem ouvido para ouvir, nem lugar para guardar. Então não pode lembrar. A
memória será feita a partir dos seis meses de idade.
O problema é que, quando você coloca a pessoa em transe, ela lembra. E
fala dos detalhes, das emoções. Como poderia lembrar? Estava no útero
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materno! Mas o fato é que a Psicologia admite isso, enquanto que a Biologia diz
que é impossível de acontecer. Talvez tenha a ver com a colocação de André
Luiz.
O que acontece a partir dos quatro anos de idade? Os neurônios estão se
multiplicando. Se eles estão se multiplicando, o espírito reencarnante ainda não
está totalmente ligado ao corpo pelo cérebro. Ele sai do corpo e o cérebro é o
anterior que guarda lembranças da vida anterior. Quando o cérebro está todo
formado, a partir dos quatro anos, ele está ligado ao corpo pelo cérebro. Quando
sai do corpo, seu cérebro é um cérebro de criança, com entendimento de criança.
Todas estas coisas dependerão do nível do espírito, que vai perdendo a lucidez.
Como a exigência do cérebro é total, e o cérebro agora é novo, se houver
desencarne, a partir daí, o espírito vai como criança, e irá fazer o
desenvolvimento, mais rápido ou mais devagar. E quando atingir a idade de
adulto assumirá os valores do passado.
A Dra. Anete Guimarães apresentou outra informação de origem
científica, e falou sobre a Dra. Wambach.
A Dra. Helen Wambach, uma psicoterapeuta canadense radicada nos
Estados Unidos, escreveu no livro Recordando Vidas Passadas, a história de
seu jovem paciente, denominado “B”, que entrou em contato com ela aos três
anos e meio de idade.
Helen Wambach é uma psicóloga, pesquisadora de regressão terapêutica e
um dos grandes expoentes na área. Wambach ficou conhecida após a publicação
de dados relacionados à pesquisa com indivíduos em regressão de memória.
Suas pesquisas revelam informações valiosas de regressões em grupo. Wambach
reuniu cerca de 1.100 relatórios de pessoas regredidas às vidas passadas. Esses
relatórios consistiam num questionário sobre várias indicações históricas da
regressão, como circunstâncias de vida, paisagem, clima, moradia, raça, sexo,
dentre outros.
A família de B era de origem italiana, de trabalhadores braçais que
migraram para os EUA. Ele foi o primeiro bebê da família a nascer em solo
americano. Toda a família o estava esperando. Ele nasceu e era um bebê lindo,
simpático, alegre, sorridente e reagia à família.
Mas quando B começou a se relacionar a primeira coisa que a família
percebeu é que B amava os bombeiros. O quarto de B era todo decorado com o
tema de bombeiros. Quando B começou a falar, virou uma paixão, porque ele
era tão inteligente. Quando ele conhecia uma pessoa nova, ele se apresentava e
perguntava: “A sua casa tem proteção contra incêndios?”.
Ele falava da importância das medidas de segurança. Quando falavam de
passear na floresta, B retrucava: “Você sabe do perigo dos incêndios florestais?”.
E discorria amplamente sobre como evitar os incêndios florestais.
Ele era muito inteligente. Com certeza, era um superdotado. Então a
família entendeu que B deveria ter todas as chances de estudo. A família reuniu
os seus recursos financeiros para que B fizesse um teste de Q.I. para
superdotados. Ele fez o teste e foi um sucesso. A sua capacidade cognitiva era
fora do comum, vocabulário, a fala, o entendimento e a articulação. Uma criança
de 2,5 anos!
Então ele foi aceito na escola especial. Ele se adaptou bem e foi um
sucesso. Passou-se um tempo, e a mãe foi chamada à escola. B estava com
problema e não participava das atividades. Ele se negava a participar e a dormir.
Ele estava muito triste. Estavam preocupados porque alguma coisa havia
acontecido, porque quando a criança se nega a comer, é porque algum problema
físico aconteceu.
Perguntaram a B se ele havia sido maltratado. Ele disse que era B, o filho,
mas também era o Capitão Mark, do Corpo de Bombeiros de Nova York, e que
estava com muitas saudades da mulher e dos filhos. Então a mãe riu, porque
desde pequenino, todas as histórias que B contava tinha o bombeiro Mark, como
um bombeiro imaginário.
A família explicou na escola que era uma fantasia dele. A escola informou
que esta “fantasia” estava prejudicando o desenvolvimento de B. A família pediu
para todos pararem de falar de bombeiro na frente do B. Reformaram o quarto
do menino, de bombeiro para cowboy.
B tinha problemas para comer e para dormir. Tinha muitas saudades da
mulher e filhos. Estava com um quadro depressivo. Procuraram a Dra. Helen
Wambach, que analisou e disse que B estava com um quadro depressivo. Mas
antes de testar a medicação, ela buscou dar um choque de realidade, para tirar B
do quadro depressivo. Então a Dra. Helen Wambach perguntou sobre o
bombeiro Mark.
B falou que o bombeiro Mark era Capitão. Ele deu o endereço do
bombeiro Mark: Nova Yorque, no Queens. Deu o nome da esposa e dos filhos.
Deu detalhes do bombeiro Mark e o número do seguro social.
A Dra. Helen resolveu investigar. Ficou muito zangada. Esta criança não
estava psicótica. Um adulto estava abusando da criança, alimentando as suas
fantasias e a psicose da criança.
O problema é que quando ela foi investigar, descobriu que o bombeiro
Mark realmente existiu. Morreu dez anos antes do nascimento de B. Mark tinha
aquele número de seguro social. Então alguém estava alimentando a psicose da
criança.
Ela chamou a família, e falou que era um abuso que a criança estava
sofrendo, que alguém estava fazendo isso, que ele era muito inteligente, e que
alguém usou esta fraqueza. Mas quem? Algum dos familiares de B, alguém da
escola? Não encontraram ninguém. “Não importa, vamos dar um choque de
realidade nele”, disse a doutora, “vocês permitem?”.
E a Dra. Helen Wambach entrou em contato com a viúva do bombeiro
Mark. Ela explicou sobre o paciente B e perguntou se ela concordaria em
participar para explicar a B que aquilo era uma fantasia. E a viúva concordou em
participar da experiência.
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No dia marcado, todos sabiam o que iria acontecer. Menos B. Ele entrou
no consultório e reconheceu imediatamente a mulher. Identificou-se como o
bombeiro Mark, perguntou dos filhos, dos amigos, dos parentes, e foi
conversando sobre coisas íntimas dos dois. E o ponto alto foi quando descreveu
o sinal que ela tinha na coxa direita, que somente o seu ginecologista e seu
marido Mark poderiam descrever.
Ao termino da entrevista, a viúva voltou-se para a Dra. Helen e disse que
B era o marido dela. Será que ele estava possuído? Era o espírito do bombeiro
morto? Ela não tinha convicções religiosas. E agora? O que fazer?
O menino saiu do processo depressivo. E a Dra. Wambach foi pesquisar.
Encontrou um caso parecido em Boston. A psicose infantil, cuja causa é a
síndrome da hiperatividade neuronal.
O conselho foi de não tocar no assunto, que isso passaria. Aos quatro
anos, isso passa, desaparece. Não é depressão e não tem que usar nenhuma
medicação. Passou-se um tempo, quando B estava atingindo os quatro anos de
idade não fazia mais referência ao bombeiro Mark. Aos cinco anos de idade, ele
não tinha nenhuma lembrança do bombeiro Mark. E também não era uma
criança superdotada. Era uma criança perfeitamente normal.
A Dra. Helen Wambach entrou em contato com a reencarnação. E aquilo
envolveu a sua psique de tal maneira que ela largou a clínica infantil para
estudar a reencarnação. Fez uma pesquisa que metodologicamente comprova a
reencarnação.
O que foi que aconteceu com B? Antes dos quatro anos de idade, quando
você sai do corpo é um adulto. E dependendo da intensidade, você pode trazer,
inclusive, lembranças do passado que desaparecem em torno dos quatro anos de
idade. Por quê? Porque a fase fisiológica da reencarnação avançou e perde a
lembrança do passado. Depois dos quatro anos de idade, quando você sai do
corpo é uma criança e perde as lembranças da vida anterior e passa a ser uma
criança perfeitamente normal.
Os testes de Q.I. válidos só passam a ser feitos após os sete anos de idade,
quando se tem uma aceleração coincidente com a idade. Ou seja, é uma fantasia
de André Luiz? Ou existe fundamentação cientifica suficiente para afirmar que
não é apenas um conhecimento teórico. Este conhecimento da mecânica da
reencarnação afeta a sistemática?
Levando em consideração as colocações feitas, o que isto afeta na nossa
vida?
Vamos pensar em um divorcio litigioso, com brigas etc. É um momento
em que os pais descobrem que as crianças, nesta fase, repetem o que ouviram
dos pais, em frente ao juiz. Se você disser em frente a uma criança de cinco
anos: “Eu te odeio, você é um peso para mim”. O que ela vai entender: “Hoje,
mamãe está nervosa”. Ela vai entender o significado disso? A criança vai
entender as nuances envolvidas?
É uma criança com entendimento relativo aos cinco anos. Mas nenhuma
pessoa tem a preocupação de dizer em frente de um bebê de três meses. Por quê?
Porque bebê não ouve, não lembra. Se você diz: “Você é um peso para mim, eu
te odeio”. O problema é que quem escuta é um adulto. E o que um adulto faz
com algo semelhante?
Vamos imaginar que você está aparentemente cego, surdo e tetraplégico,
em um hospital. E entende as coisas. A pessoa que cuida de você diz: “Você é
um peso morto, porque não morre logo e libera este leito”. Qual a sensação que
você sente? Você está ciente que não está morto e ninguém escuta você!
A literatura tem vários casos, em que a pessoa acorda do coma e recobra
as lembranças. Para a medicina ele parecia alienado. Qual é a sensação?
Impotência e angústia. Outro exemplo é a pessoa que está passando por uma
cirurgia e está consciente, diante desta situação, a sensação é de estar
aprisionada, é de claustrofobia.
Aos três meses de idade, a sensação do bebê é a do tetraplégico. Ele se
sente preso. E alguém lhe diz que não deveria ter nascido. E o pior: este alguém
é sua mãe, seu pai, sua avó. Este bebê tem a capacidade de entender de um
adulto, a lembrança de um adulto e a capacidade de reagir de um adulto. No
momento, ele está em uma fase de construção do seu cérebro. Está em uma fase
de desenvolvimento. Se neste momento, ele passa por um ódio, por uma mágoa,
gera um transtorno.
Transtorno de Grau 1 é o que acontece dos 0 aos 6 meses de idade. Se
nesta fase do desenvolvimento for exposto a sentimentos traumatizantes de
angústia, mágoa, medo etc. poderá plasmar um transtorno que mais adiante irá
dar origem a um transtorno de alta gravidade.
Então a culpa é da mãe? Freud diz que a culpa é da mãe. Mas como vocês
são espíritas, cada um tem a mãe que merece.
Se Deus fosse somente justo, sofreríamos tudo o que merecemos. Mas,
Ele é justo e misericordioso.
Quem já teve a experiência de falar com o bebê na barriga e ele se
acalma? Você faça e cria um ambiente receptivo. Então, ao invés de ter um
transtorno de Grau 1, ele passa a ter de Grau 2 ou 3.
Entender a mecânica da reencarnação afeta a nossa vida prática?
Quando se adota um bebê, ele não se lembra. Se trabalharmos esta
criança, se conhecemos os problemas da reencarnação, quantos problemas
podem ser resolvidos.
Temos uma historia contada por Divaldo Pereira Franco. Ele estava em
um seminário e uma jovem se aproximou e lhe disse:
“Agora entendi. Minha filha é uma inimiga do passado. Ela chorava e
reagia. Ela agora está com três anos e nunca me chamou de mãe. Ela me chama
de aquela mulher. Eu amo a minha filha e quero mudar esta situação.”
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Divaldo lhe disse: “Consultamos os mentores espirituais e eles
informaram que ela não é sua inimiga. O problema não é do passado, é do
presente”.
Em outro evento em que Divaldo estava presente, a jovem levou a família
para conhecê-lo. A família não conseguia entender o porquê da atitude da
criança. Divaldo lhes disse que a inimizade surgiu na sala de parto. É um
problema a ser desfeito. Estavam presentes na sala de parto, a mulher e o
marido. O parto foi muito rápido, muito tranquilo. A mãe nem sofreu muito, o
médico era amigo da família. O médico tirou o bebê e eles não se lembravam de
nada. O médico pegou o bebê no colo e disse: “É uma menina”. E a mãe disse:
“Que pena...”. O espírito do bebê estava bem ao seu lado e disse: “Se você não
me quer, não vou te querer nunca mais”.
Divaldo lhe disse: Não é algo que você entenda, não é algo consciente, é
uma reação visceral. Ela não vinha discutir com você, porque ela acordada é
uma criança de três anos, que reage visceralmente a você. Você tem que
conversar com seu espírito que é adulto, e que se sente rejeitada por ser mulher.
Quando ela dormir, fale com ela explique os seus motivos, peça perdão.
E assim a jovem mãe fez. Explicou o que aconteceu. Disse que a amava,
que a tratava com carinho, que a queria muito. E durante seis meses, durante a
noite, ela falou com a filha, enquanto dormia. Explicava-lhe que aquele
momento não tinha significado. Seis meses depois, a criança já estava com três
anos e meio. Ela levantou-se chegou à cozinha e disse: “Mãe, sonhei com você.
E você dizia que me amava. É verdade?”.
E a mãe abraçou a filha, pela primeira vez em três anos e meio. Ou seja, a
mecânica da reencarnação afeta a nossa vida prática, mais do que imaginamos.
Como a máxima “Conhecereis a verdade e ela vos libertará” faz parte da
nossa educação religiosa, temos a obrigação moral de dividir com todos.
Anete Guimarães
Adaptado da transcrição da gravação
da palestra proferida em 28 de setembro de 2013,
na Instituição Beneficente “A Luz Divina”.