avaliação metrológica de um sistema de calibração de
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avaliação metrológica de um sistema de calibração de
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Divisão de Informação e Documentação Campos, Ailson Nogueira Avaliação Metrológica de um Sistema de Calibração de Acelerômetros por Choque Mecânico / Ailson Nogueira Campos. São José dos Campos, 2010. 104f. Tese de mestrado – Curso de Engenharia Aeronáutica e Mecânica. Área de Sistemas Aeroespaciais e Mecatrônica – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, 2010. Orientador: Dr. Ricardo Sutério. 1. Calibração. 2. Acelerômetro. 3. Choque mecânico. I. Instituto Tecnológico de Aeronáutica. II.Título REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CAMPOS, A. N. Avaliação Metrológica de um Sistema de Calibração de Acelerômetros por Choque Mecânico. 2010. 104f. Tese de mestrado em Sistemas Aeroespaciais e Mecatrônica – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos. CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: Ailson Nogueira Campos TÍTULO DO TRABALHO: Avaliação Metrológica de um Sistema de Calibração de Acelerômetros por Choque Mecânico TIPO DO TRABALHO/ANO: Tese / 2010 É concedida ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica permissão para reproduzir cópias desta tese e para emprestar ou vender cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta tese pode ser reproduzida sem a sua autorização (do autor). Ailson Nogueira Campos Rua Cruzeiro, 375 – Bosque dos Eucaliptos 12233-460 – São José dos Campos - SP AVALIAÇÃO METROLÓGICA DE UM SISTEMA DE CALIBRAÇÃO DE ACELERÔMETROS POR CHOQUE MECÂNICO Ailson Nogueira Campos Composição da Banca Examinadora: Prof. Dra. Prof. Ph.D. Prof. Dr. Dr. Emília Villani Luís Gonzaga Trabasso Ricardo Sutério Gustavo Palmeira Ripper Presidente - ITA ITA Orientador - ITA / INPE INMETRO ITA Dedico este trabalho as pessoas mais importantes da minha vida! Meus avós, meus pais, minha irmã e minha esposa Elisabete sempre presente e me apoiando em todos os momentos. AGRADECIMENTOS À DEUS, por me dar paciência, tranquilidade, perseverança para cumprir esta etapa e as que virão nesta minha vida. Em especial ao meu orientador Prof. Ricardo Suterio pela oportunidade e toda a confiança em mim depositada na realização deste trabalho transmitindo com sua simpatia, sua experiência, e seus valiosos conhecimentos na condução deste trabalho permitindo a elaboração desta tese e realização do meu sonho. À colega de trabalho Ângela Akemi Tatekawa, que me ajudou na realização de algumas importantes medições no laboratório do INPE. À Divisão de Integração e Ensaios do Instituto de Aeronáutica e Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA-IAE-AIE), na pessoa da Tecnologista Elisabeth de Melo Silva, chefe da AIE, pelo incentivo e interesse na conclusão deste curso de mestrado. À todas as pessoas aqui não citadas que de maneira direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho. RESUMO Este trabalho apresenta a operacionalização e a análise metrológica de um sistema de calibração de acelerômetros por choque mecânico. O referido sistema é composto por um conjunto de aplicação de choque por queda livre, um analisador de sinais dinâmicos, um par de condicionadores e um acelerômetro piezoelétrico padrão de referência. A operacionalização consistiu em elaborar um procedimento de medição e desenvolver um software de aquisição e análise de resultados, já a avaliação metrológica, buscou comparar a exatidão do sistema através de especificações técnicas dos equipamentos utilizados, as recomendações previstas em norma e de avaliações experimentais, objetivando identificar e avaliar as principais componentes de incertezas que influenciam nos resultados de calibração. A técnica estudada complementa a técnica atualmente muito empregada na calibração de acelerômetros, atingindo valores de amplitude até 200 vezes maior e com incertezas na ordem de 3 a 5 % do valor da sensibilidade de choque medida. Palavras-chave: choque mecânico, calibração, acelerômetros ABSTRACT This master’s thesis presents a metrological analysis and implementation of accelerometer calibration system by mechanical shock. This system consists of a drop-ball shock calibration, a dynamic signal analyzer, a pair of piezoelectric accelerometer conditioners and a reference standard accelerometer. A measurement procedure and a software acquisition were developed and analysis of results had done since the metrological evaluation, we compared the accuracy of the preevaluated by the technical specifications of the equipment used and specifications provided in standard, with data obtained through experimental evaluations, to identify and assess the main uncertainty components that influence on calibration results. The technique studied complements the technique now widely used in the calibration of accelerometers, reaching up to 200 times greater acceleration amplitude levels and with uncertainties in the order of 3 to 5% of the shock sensitivity measured. Keywords: mechanical shock, calibration, accelerometer LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Diferentes tipos de choque mecânico: queda livre, explosão e colisão .............. 1 Figura 2 Quantidade de trabalhos publicados por área de conhecimento no ano de 2010 na revista The Journal of Sound and Vibration .......................................................................... 3 Figura 3 Exemplos da construção interna dos acelerômetros ........................................... 9 Figura 4 Modelo dinâmico de um sistema de um grau de liberdade .............................. 10 Figura 5 Modelo de acelerômetro double-ended ............................................................ 12 Figura 6 Vetores de sensibilidade do acelerômetro ........................................................ 13 Figura 7 Resposta em frequência do acelerômetro – limites de utilização ..................... 14 Figura 8 Limites de frequência superior e inferior necessários para medições de pulso 15 Figura 9 Resposta em amplitude e em fase do acelerômetro .......................................... 16 Figura 10 Efeito causado pela sensibilidade da base do acelerômetro ............................. 17 Figura 11 Forma de onda distorcida – fenômeno Ringing ................................................ 18 Figura 12 Apresentação do efeito do fenômeno Zero Shift .............................................. 19 Figura 13 Filtro mecânico ................................................................................................. 20 Figura 14 Curvas de resposta do acelerômetro utilizando o filtro mecânico .................... 20 Figura 15 Resposta em frequência do acelerômetro - fixação .......................................... 21 Figura 16 Peças utilizadas para fixação do acelerômetro ................................................. 22 Figura 17 Efeito de diferentes tipos de cola sobre a resposta do acelerômetro ................ 23 Figura 18 Diagrama básico do sistema de calibração com interferômetro a laser ............ 26 Figura 19 Resposta do acelerômetro ................................................................................. 27 Figura 20 Sistema de calibração utilizando método da reciprocidade. ............................. 28 Figura 21 Resposta do acelerômetro ................................................................................. 30 Figura 22 Procedimento de calibração .............................................................................. 30 Figura 23 Sistema STASI ................................................................................................. 31 Figura 24 Diagrama em blocos do sistema de calibração secundário............................... 32 Figura 25 Montagem back-to-back ................................................................................... 33 Figura 26 Componentes do sistema de calibração de choque por pêndulo ...................... 35 Figura 27 Sistema de calibração de choque por pêndulo .................................................. 35 Figura 28 Sistema de calibração de choque mecânico pneumático .................................. 36 Figura 29 Sistema de calibração com barra Hopkinson.................................................... 37 Figura 30 Calibrador de choque por queda livre de esfera ............................................... 38 Figura 31 Sistema de calibração de acelerômetros analisado ........................................... 42 Figura 32 Diagrama dos componentes do sistema de calibração...................................... 45 Figura 33 Fluxograma do software de controle do sistema .............................................. 47 Figura 34 Foto do dispositivo guia para a esfera pequena ................................................ 50 Figura 35 Medições de aceleração (a) caso 1 e (b) caso 2 ................................................ 51 Figura 36 Detalhe do alvo utilizado para realizar o desalinhamento do calibrador .......... 53 Figura 37 Alinhamento do calibrador de choque .............................................................. 53 Figura 38 Verificação da correlação e variância dos resíduos .......................................... 56 Figura 39 Modelo de regressão do experimento ............................................................... 57 Figura 40 Métodos de fixação dos cabos dos acelerômetros ............................................ 61 Figura 41 Gráfico de probabilidade normal ...................................................................... 62 Figura 42 Gráfico das sensibilidades médias .................................................................... 64 Figura 43 Diagrama de causa e efeito do sistema de calibração ....................................... 70 Figura 44 Valores das incertezas no resultado de medição - configurações 1, 2 e 3 ........ 74 Figura 45 Valores das incertezas no resultado de medição - configurações 4, 5 e 6 ........ 74 Figura 46 Valores das incertezas no resultado de medição - configurações 7, 8 e 9 ........ 75 Figura 47 Valores das incertezas no resultado de medição .............................................. 76 Figura 48 Diagrama de causa e efeito do sistema de calibração – Brüel&Kjaer ............ 102 Figura 49 Um dos primeiros sistemas de calibração de acelerômetros .......................... 103 Figura 50 Curva de aceleração no domínio do tempo do calibrador .............................. 104 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Tipos de adesivos utilizados para fixação do acelerômetro ............................. 24 Tabela 2 - As principais normas para calibração de transdutores de vibração .................. 40 Tabela 3 - As principais normas para calibração de transdutores de vibração .................. 40 Tabela 4 - Componentes do calibrador de choque mecânico ............................................ 43 Tabela 5 - Valores de aceleração e duração dos pulsos ..................................................... 44 Tabela 6 - Configuração dos equipamentos do sistema ..................................................... 48 Tabela 7 - Incerteza padrão – introdução da esfera ........................................................... 52 Tabela 8 - Resultados do experimento de cálculo da sensibilidade................................... 60 Tabela 9 - Intervalo de confiança de 95% para cada montagem de fixação dos cabos ..... 63 Tabela 10 - Verificação de outlier no experimento ............................................................. 63 Tabela 11 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera P – Base 14886 ........................... 71 Tabela 12 - Resultados das medições – máquina de choque ............................................... 77 Tabela 13 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera M – Base 14886.......................... 86 Tabela 14 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera G – Base 14886 .......................... 88 Tabela 15 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera P – Base 14887 ........................... 90 Tabela 16 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera M – Base 14887.......................... 92 Tabela 17 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera G – Base 14887 .......................... 94 Tabela 18 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera P – Base 14888 ........................... 96 Tabela 19 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera M – Base 14888.......................... 98 Tabela 20 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera G – Base 14888 ........................ 100 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT NBR Norma Brasileira aprovada pela ABNT ASTM American Society for Testing and Materials BIPM Bureau International des Poids et Mesures CGPM Conférence Générale des Poids et Mesures CIPM Comité International des Poids et Mesures DIN Deutsches Institut Fur Normung FFT Transformada Rápida de Fourier / Fast Fourier Transform GPIB Barramento de interface de uso geral / General Purpose Interface Bus HP-IB Barramento de interface Hewlett-Packard / Hewlett-Packard Interface Bus ICP Circuito Piezoelétrico Integrado / Integrated Circuit Piezoelectric IEPE Eletrônica Piezoelétrica Integrada / Integrated Electronics Piezo Electric INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ISO Organização Internacional de Normalização / International Organization For Standardization JCGM Joint Committee for Guides in Metrology LIT Laboratório de Integração e Testes MTE Laboratório de Metrologia Elétrica e Tempo e Frequência MTF Laboratório de Medidas Físicas NIST National Institute of Standards and Technology SI Sistema Internacional de Unidades USB Barramento serial universal / Universal Serial Bus VIM Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia LISTA DE SÍMBOLOS a Aceleração F Força m Massa c Amortecimento k Rigidez x Deslocamento F(t) Força aplicada no instante t x& Primeira derivada do deslocamento &x& Segunda derivada do deslocamento Sqa Sensibilidade de carga do acelerômetro Sva Sensibilidade em tensão q Carga elétrica ST Sensibilidade transversal absoluta SX Decomposição da sensibilidade no eixo X SY Decomposição da sensibilidade no eixo Y SZ Decomposição da sensibilidade no eixo Z SR Sensibilidade relativa T Período R Resistência ω Frequência angular r Raio Y Admitância elétrica complexa Ed Razão de tensão complexa er Queda de tensão sobre resistência padrão e a1 Tensão do circuito, aberto na saída do acelerômetro Sa Sensibilidade complexa do acelerômetro Uv Razão de tensão complexa β Transição complexa α Interceptação complexa f Frequência φa Argumento (diferença de fase) da sensibilidade complexa Y0 Admitância elétrica medida sem a massa no vibrador eletrodinâmico Yt Admitância elétrica medida com acelerômetro sobre o vibrador f (t ) Função S UNK Sensibilidade do acelerômetro desconhecido S REF Sensibilidade do acelerômetro padrão e UNK Tensão de saída do acelerômetro desconhecido e REF Tensão de saída do acelerômetro padrão tn Número de níveis de tratamento σ Desvio-padrão Φ Diferença entre médias que devem ser detectadas n Número de réplicas no experimento SSTRATAMENTO Somatória quadrática dos tratamentos MSTRATAMENTO Média dos quadrados dos tratamentos MSE Média dos quadrados dos erros SSE Somatória quadrática dos erros N Número de amostras a Número de tratamentos ŷ Variável y estimada RE Repetitividade uRE Incerteza da repetitividade uc Incerteza combinada νef Graus de liberdade efetivos U95% Incerteza expandida gn Unidade de aceleração 1gn = 9,80665 m/s2 SUMÁRIO 1 CALIBRAÇÃO AO CHOQUE MECÂNICO .................................................................... 1 1.1 A calibração de acelerômetros no contexto mundial .................................................... 2 1.2 O problema ................................................................................................................... 4 1.3 Motivação do trabalho .................................................................................................. 5 1.4 Objetivos do trabalho ................................................................................................... 6 1.5 Organização do trabalho ............................................................................................... 7 1.6 Consideração do trabalho ............................................................................................. 8 2 CARACTERÍSTICAS DO ACELERÔMETRO PIEZOELÉTRICO ................................. 9 2.1 Definição do acelerômetro............................................................................................ 9 2.2 Modelo dinâmico clássico do acelerômetro ............................................................... 10 2.3 Tipos de acelerômetros ............................................................................................... 11 2.4 Características importantes do acelerômetro .............................................................. 12 2.4.1 Sensibilidade e sensibilidade transversal.......................................................... 12 2.4.2 A linearidade e os limites de operação ............................................................. 14 2.4.3 A diferença de fase ........................................................................................... 16 2.4.4 Causas de distorção na sensibilidade ................................................................ 17 2.5 Filtro mecânico ........................................................................................................... 19 2.6 A fixação do acelerômetro.......................................................................................... 21 3 MÉTODOS E SISTEMAS DE CALIBRAÇÃO............................................................... 25 3.1 Método de calibração primário ................................................................................... 25 3.1.1 Sistema de calibração utilizando interferometria a laser .................................. 25 3.1.2 Sistema de calibração centrífugo ...................................................................... 26 3.1.3 Método de reciprocidade .................................................................................. 28 3.1.4 Método de calibração usando a força gravitacional da Terra ........................... 30 3.2 Método de calibração secundário ............................................................................... 31 3.2.1 Sistema utilizando vibradores........................................................................... 32 3.2.2 Sistema com pêndulo ........................................................................................ 34 3.2.3 Sistema com pistão pneumático ....................................................................... 36 3.2.4 Sistema de calibração com Barra Hopkinson ................................................... 37 3.2.5 Sistema de calibração de choque por queda livre de esfera ............................. 38 3.2.6 Observações sobre a calibração ao choque....................................................... 39 3.3 4 Resumo ....................................................................................................................... 39 APRESENTAÇÃO DO SISTEMA ANALISADO .......................................................... 42 4.1 O sistema de calibração .............................................................................................. 42 4.2 O software de controle do sistema.............................................................................. 46 5 CARACTERIZAÇÃO DE COMPONENTES DE INCERTEZA .................................... 49 5.1 A influência do operador no resultado de medição .................................................... 49 5.1.1 Considerações iniciais ...................................................................................... 49 5.1.2 Resultados......................................................................................................... 51 5.2 A influência do alinhamento da máquina de choque .................................................. 52 5.2.1 Preparação do experimento .............................................................................. 52 5.2.2 A execução do experimento ............................................................................. 53 5.2.3 A análise do experimento ................................................................................. 54 5.2.4 A validação da análise do experimento ............................................................ 55 5.2.5 Modelo de regressão ......................................................................................... 56 5.2.6 Comentários ...................................................................................................... 57 5.3 A influência do método de cálculo da sensibilidade .................................................. 58 5.3.1 Método de seleção do valor máximo ................................................................ 58 5.3.2 Método de aproximação polinomial ................................................................. 59 5.3.3 Projeto de experimento ..................................................................................... 60 5.3.4 Observações sobre o experimento .................................................................... 61 5.4 A influência do método de fixação dos cabos ............................................................ 61 5.4.1 A análise de variância do experimento ............................................................. 62 5.4.2 Verificação da análise do experimento............................................................. 63 5.4.3 Comentários sobre o experimento .................................................................... 64 6 ANÁLISE METROLÓGICA DO SISTEMA ................................................................... 65 6.1 Definição do modelo do sistema ................................................................................ 65 6.2 Cálculo da incerteza de medição ................................................................................ 68 6.3 Resultados da análise metrológica.............................................................................. 69 7 CONCLUSÃO................................................................................................................... 78 7.1 Vantagens do sistema de calibração por choque mecânico ........................................ 79 7.2 Desvantagens do sistema de calibração por choque mecânico................................... 79 7.3 Trabalhos futuros ........................................................................................................ 80 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 81 APÊNDICE A – Planilhas de cálculo de incertezas ............................................................ 85 APÊNDICE B – Os primeiros sistemas de calibração ...................................................... 103 1 1 CALIBRAÇÃO AO CHOQUE MECÂNICO O choque mecânico pode ser definido como um tipo de excitação não periódica aplicado a um sistema. Este tipo de excitação é conhecido pelo tempo curto de duração e a grande severidade nos sistemas mecânicos. Os efeitos causados pelo choque em sistemas são tão importantes que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos tem patrocinado esta área desde 1947, através de organização de simpósios e participação de comissão dento da Organização de Normalização e Padronização (ISO), que trata somente deste assunto. O choque mecânico pode ser aplicado através de vários tipos de força que podem ser citados, explosões, compressão ou descompressão explosiva, impactos entre corpos, quedas e rápidas mudanças de velocidade de um corpo. A figura 1 ilustra algumas aplicações e exemplos de choque mecânico. (B) (A) (C) Fotos: PCB Piezotronics Figura 1 Diferentes tipos de choque mecânico: queda livre, explosão e colisão 2 A figura 1(A) apresenta um ensaio de queda, neste exemplo o componente é lançado de uma determinada altura e no momento do impacto no solo ou base é submetido a um choque mecânico. O ensaio pode ser realizado a diferentes alturas com o objetivo de verificar o material empregado e a construção do item em teste, a eficiência da embalagem entre outras aplicações. Os resultados de eventos explosivos são ondas de tensão mecânica de alta magnitude e alta frequência que se propagam através da estrutura com potencial efeito destrutivo (HARRIS, 2002). O pirochoque ou choque pirotécnico é o nome dado a resposta da estrutura a este efeito. A figura 1(B) apresenta um evento pirotécnico, o lançamento de um míssil. A figura 1(C) apresenta um ensaio de impacto, a colisão de um trem na carroceria de um caminhão. Este ensaio muitas vezes é mostrado por empresas automobilísticas em propagandas demonstrando ao público a segurança do veículo, a qualidade e eficiência do cinto de segurança entre outros. 1.1 A calibração de acelerômetros no contexto mundial Pesquisas realizadas nas principais revistas relacionadas a vibrações mecânicas, por exemplo, o volume trezentos e vinte e nove, composto por vinte e cinco publicações da revista The Journal of Sound and Vibration, constata-se que durante o ano de 2010, nenhum trabalho sobre calibração de acelerômetros, foi apresentado. Os artigos publicados estão organizados em diferentes áreas entre elas: a) Controle ativo e adaptativo em vibração e acústica abordando análises, projetos, materiais e estruturas inteligentes; b) Controle passivo de vibração e acústica abordando processos amortecidos, otimização de projetos e materiais com amortecimento ótimo; c) Técnicas de medições e hardware, abordando transdutores para som e vibração, técnicas de identificação de sistemas e fontes e métodos estatísticos; d) Fontes de ruído e vibrações na engenharia, abordando combustão, escoamento de alta velocidade, instabilidades aeroacústica e aeroelasticidade e fluído de máquinas; e) Vibracão estrutural e propagação de onda, abordando estruturas carregadas com fluído, materiais piezoelétricos, modelamento numérico e experimentos físicos; 3 f) Acústica e vibroacústica, abordando propagação do som no oceano, acoplamento acústico em estruturas, fluídos em dutos e materiais porosos; g) Aproximação em alta frequência para propagação de ondas e descrição probabilística de sistemas complexos; h) Aspectos não lineares de som e vibração, aplicações de sistemas dinâmicos, métodos de perturbação não lineares causada por impactos dinâmicos, fadiga e carregamento de transientes; i) Métodos analíticos e modelamento linear para vibração e acústica; j) Processamento de sinais para aplicações em vibrações e acústica, redução de dados e filtragem; k) Resposta do ser humano a vibração e acústica apresentando estudos em laboratórios, protetores, bioacústica e a interação entre homem e estrutura. A figura 2 apresenta a quantidade de trabalhos publicados, agrupados conforme a área de conhecimento descrita anteriormente, no ano de 2010, na revista The Journal of Sound and Vibration. 4 67 8 11 Aproximações em alta frequência 11 Técnicas de medição 16 Processamento de sinais 16 Resposta humana a vibrações 20 Problemas em acústica e vibrações Acústica e vibroacústica Controle passivo de vibração e acústica 49 26 Fontes de ruído em vibração Controle ativo e adaptativo Métodos analíticos e modelagem 47 44 Aspectos não lineares Vibração estrutural Figura 2 Quantidade de trabalhos publicados por área de conhecimento no ano de 2010 na revista The Journal of Sound and Vibration Conforme apresentado no gráfico, há grande número de trabalhos publicados abordando assuntos relacionados a vibração em estruturas seguido de estudos de sistemas dinâmicos e modelamento de sistemas aplicados a vibrações e acústica. 4 Outra importante revista pesquisada foi a Measurement, Journal of the International Measurement Confederation. Esta revista apresentou uma grande quantidade de artigos sobre calibração de acelerômetros. Após a pesquisa é possível afirmar que a maioria os trabalhos publicados nestas revistas apresenta o estudo de sistemas e novas técnicas de calibração de acelerômetros baseados nos métodos de calibração primária. As técnicas secundárias, técnica abordada nesta dissertação, são poucas abordadas e informações a respeito, não são recentemente encontradas. Outra grande importância apresentada nos artigos internacionais são os novos modelos de acelerômetros e os materiais empregados na construção destes transdutores. Outros assuntos abordados nas publicações são novas técnicas de processamento de sinais e aplicações em medições de vibrações. 1.2 O problema Este trabalho surgiu a partir da necessidade de verificar a sensibilidade e o comportamento do acelerômetro em elevados níveis de aceleração. A partir deste primeiro problema, surgem outras questões que serão respondidas ao longo do desenvolvimento do trabalho entre elas, como submeter o acelerômetro a elevados níveis de aceleração e quais os equipamentos adequados para este fim. O valor da sensibilidade e a resposta em frequência são as principais informações do acelerômetro obtidas através do processo de calibração, ou seja, utilizando os resultados da calibração é possível conhecer os valores necessários para correção das medições e assim obter uma melhor estimativa do mensurando através dos valores indicados pelo sistema de medição. O termo calibração está definido no Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia, disponibilizado no sítio do INMETRO como: a operação que estabelece, numa primeira etapa e sob condições especificadas, uma relação entre os valores e as incertezas de medição fornecidos por padrões e as indicações correspondentes com as incertezas associadas; numa segunda etapa, utiliza esta informação para estabelecer uma relação visando à obtenção de um resultado de medição a partir de uma indicação (INMETRO, 2008, p. 30). 5 Realizar a medição de aceleração e obter uma estimativa dos níveis de choque mecânico é necessário principalmente na área aeronáutica e espacial. A partir destes valores é possível definir regiões para instalação de componentes ou subsistemas que podem comprometer o funcionamento do foguete ou aeronave se submetidos a elevados níveis de aceleração. Em veículos lançadores ou veículos de sondagem, elevados níveis de choque são causados por elementos pirotécnicos durante a separação de estágios. Os níveis de choque são medidos durante testes em solo ou obtidos durante o vôo de veículos lançados em operações anteriores. Normalmente os acelerômetros utilizados nos ensaios são submetidos a níveis de aceleração bem mais baixos no processo de calibração se comparado aos valores de aceleração encontrados nos ensaios de choque mecânico provocando o questionamento sobre o valor de sensibilidade obtido na calibração e a credibilidade dos resultados da medição. 1.3 Motivação do trabalho A motivação do trabalho pode ser classificada em dois tipos: a motivação técnica e a motivação institucional. A primeira motivação está relacionada a importância e necessidade da realização da calibração para a correta medição do mensurando, ou seja, a necessidade em se ter acelerômetros adequadamente calibrados utilizados nos ensaios estruturais de foguetes e satélites. A motivação institucional está relacionada a oportunidade de trabalhar em um sistema de calibração de acelerômetros que pode atender grande parte da demanda do setor aeroespacial brasileiro, representados pelo DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) e pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Este trabalho também representa o primeiro passo para buscar a extensão da acreditação da Área de Metrologia do LIT (Laboratório de Integração e Testes), responsável pelo sistema de calibração em estudo, e a possibilidade de tornar futuramente uma opção para grupos que necessitam calibrar transdutores de vibração em elevados níveis de aceleração, um serviço não encontrado facilmente no contexto nacional. 6 1.4 Objetivos do trabalho O objetivo principal deste trabalho é desenvolver um procedimento de calibração de acelerômetro submetido ao choque mecânico, apresentar o valor de sua sensibilidade em elevados níveis de aceleração e caracterizar a incerteza da calibração associada. A sensibilidade do acelerômetro e respectiva incerteza é o resultado da calibração que será avaliada neste trabalho, considerando diferentes fatores que podem influenciar a confiabilidade desse resultado. Os principais fatores que influenciam a confiabilidade do resultado da calibração são conhecidos e serão estudados, nos quais: definição do mensurando, habilidade do operador, as condições ambientais, o procedimento de medição e o sistema de medição. A análise metrológica consiste em identificar dentro destes fatores, as principais componentes de incertezas de calibração. Algumas das componentes de incertezas são normalmente fornecidas pelo fabricante ou apresentadas em normas. Nesta dissertação, quatro componentes de incerteza foram estudadas através da análise experimental. Para alcançar o objetivo principal, foram identificados alguns objetivos específicos, que foram fundamentais para o início e o desenvolvimento do trabalho, a seguir: a) Identificar os recursos do Laboratório para a realização de calibração de acelerômetros por choque mecânico. Neste passo, verificar quais equipamentos podem ser utilizados para a realização da calibração; b) Analisar os procedimentos e metodologias aplicadas a este tipo de calibração; c) Identificar as especificações técnicas dos equipamentos que serão utilizados na montagem do sistema de calibração de acelerômetros; d) Agregar os equipamentos de aquisição de dados, condicionamento de sinais e o calibrador de choque mecânico através de um software de fácil uso ao operador; e) Desenvolver um software em ambiente LabVIEW® 1 para configuração e controle do equipamentos do sistema de calibração; ______________ 1 LabVIEW® é uma linguagem de programação gráfica que utiliza desenhos e ícones ao invés de linhas de texto para realizar a programação. Nessa linguagem o fluxo de dados determina a execução do programa. LabVIEW é uma marca registrada da National Instruments. A National Instruments não é afiliada com o autor e não autoriza, patrocina, endossa ou aprova esta publicação. 7 f) Implementar as rotinas de cálculo de sensibilidade da norma ISO 16063:22 2 no software do sistema de calibração; g) Identificar e relacionar as componentes de incertezas do sistema de calibração; h) Realizar os experimentos e análises para quantificar as componentes de incerteza desconhecidas ou não apresentadas em normas ou manuais; i) Desenvolver a planilha de cálculo de incerteza do sistema de calibração; j) Comparar as componentes do sistema e definir quais apresentam o maior grau de influência no resultado da calibração. 1.5 Organização do trabalho Este trabalho está organizado da seguinte forma, o capítulo 1 apresenta o problema, a motivação e os objetivos desse trabalho. As informações básicas e importantes sobre acelerômetro, desde a construção até os tipos de montagem e seus efeitos, estão reunidas e resumidas no capítulo 2. No capítulo 3 são apresentados os diferentes métodos de calibração, entre eles a calibração primária e a calibração secundária. O sistema de calibração em estudo nessa dissertação realiza a calibração secundária de transdutores de vibração baseado no método de queda livre de esfera. Esse sistema está apresentado em detalhes no capítulo 4. O capítulo 5 apresenta os projetos de experimentos necessários para definir os procedimentos e diminuir a contribuição do operador na incerteza do resultado. A análise de variância foi a ferramenta escolhida para análise dos projetos. Os principais experimentos estão relacionados ao operador, método de cálculo de sensibilidade e a fixação da máquina de choque. O desenvolvimento das equações e o modelo matemático necessário para o cálculo da sensibilidade do acelerômetro desconhecido e elaboração da planilha de cálculo de incerteza estão apresentados no capítulo 6. ______________ 2 A norma ISO 16063:22 especifica a instrumentação e os procedimentos a serem utilizados para calibração de transdutores usando um transdutor de referência. Os métodos apresentados nesta norma permitem calcular a sensibilidade do transdutor ao choque mecânico. 8 Os comentários finais e discussões estão apresentados no capítulo 7. 1.6 Consideração do trabalho Deve-se ressaltar que neste trabalho o termo gn, embora não seja definido pelo sistema internacional de unidades (SI) como grandeza derivada da aceleração, é utilizado de modo a compatibilizar com a nomenclatura adotada pelos fabricantes de medidores de vibração e especialistas na área. Mesmo assim, os resultados são acompanhados com a nomenclatura correta adotada pelo SI, ou seja, em metros por segundo ao quadrado (m/s²), onde: 1gn = 9,80665 m/s² (valor convencional da aceleração da gravidade). 9 2 CARACTERÍSTICAS DO ACELERÔMETRO PIEZOELÉTRICO Este capítulo apresenta o acelerômetro e suas características importantes e fundamentais para correta utilização e aplicação. 2.1 Definição do acelerômetro O acelerômetro é um transdutor que converte um fenômeno físico, como por exemplo vibração ou choque mecânico, em um sinal elétrico proporcional ao estímulo mecânico. A figura 3 apresenta a construção do acelerômetro ilustrando os principais componentes internos (massa sísmica e o material piezoelétrico) responsáveis pela conversão das grandezas: força em aceleração em seguida, aceleração em carga elétrica ou tensão elétrica em alguns modelos (SERRIDGE; LICHT, 1987). massa sísmica material piezoelétrico massa sísmica material piezoelétrico (a) Figura 3 (b) (c) Exemplos da construção interna dos acelerômetros Os modelos mais simples deste transdutor consistem em uma parte móvel de massa m fixada ao elemento sensor. Quando o elemento sensor de material piezoelétrico sofre uma tensão ou compressão provocada pelo movimento da massa sísmica durante a vibração ou excitação mecânica, gera uma carga elétrica proporcional a esta força aplicada. Estes 10 acelerômetros são conhecidos como piezoelétricos ou acelerômetros de carga (charge accelerometers). Em alguns modelos de acelerômetros, chamados ICP 3, DeltaTron IsoTron 5 4 , ou IEPE, a carga elétrica é condicionada e amplificada internamente obtendo na saída um sinal em tensão elétrica. O sinal de saída do acelerômetro relacionado à aceleração aplicada é facilmente comprovado pela segunda lei de Newton apresentada na equação (1), onde a carga elétrica gerada pelo material piezoelétrico é proporcional a força aplicada pela massa devido a força externa ao sensor. [m ⋅ kg ⋅ s -2 ] = [kg][m/s 2 ] F = m.a (1) Em que a força é expressa em newton [N]. A unidade de força newton foi adotada através da resolução 7 ratificada em 1948 pelo 9o CGPM. 2.2 Modelo dinâmico clássico do acelerômetro O modelo dinâmico clássico de um acelerômetro é representado por um sistema de um grau de liberdade caracterizado através da equação diferencial de segunda ordem com coeficientes constantes onde m representa a massa, c representa o amortecimento e k representa a rigidez. A figura 4 representa o sistema de um grau de liberdade com excitação forçada (WALTER, 2001). F(t) m k Figura 4 c x Modelo dinâmico de um sistema de um grau de liberdade ______________ 3 ICP é uma marca registrada da empresa PCB que identifica os sensores fabricados por ela que incorporam internamente o circuito de condicionamento de sinais. Este circuito eletrônico converte a alta impedância do sinal de carga gerado pelo elemento sensor piezoelétrico em um sinal de tensão que pode ser transmitido através de dois fios ou cabo coaxial a qualquer dispositivo de leitura de tensão. 4 DeltaTron é uma marca registrada da Büel&Kjaer. 5 Isotron é uma marca registrada da Endevco. 11 A equação do movimento para este sistema é dada pela equação (2). m&x& + cx& + kx = F(t ) (2) em que &x& representa a aceleração, x& é a velocidade e x representa o deslocamento. A constante m representa a massa sísmica do acelerômetro, c representa o valor de amortecimento e k representa a rigidez do sistema. O lado direito da equação (2) representa a força aplicada ao sistema, portanto, uma equação não-homogênea. A solução total deste tipo de equação é dada pela soma de uma solução homogênea e uma solução particular. A solução homogênea representa a vibração livre do sistema que desaparece com o tempo conforme a característica do amortecimento (sistema sub-amortecido, super amortecido ou amortecido criticamente) e condições iniciais. Logo, a solução geral, em alguns casos, é reduzida à solução particular que representa a vibração de regime. 2.3 Tipos de acelerômetros Os acelerômetros podem ser divididos em diversos grupos conforme a aplicação, existem acelerômetros para o uso geral, acelerômetros para choque mecânico, uso industrial, uso aeronáutico e uso espacial. Todos estes modelos podem ser chamados de single-ended, ou seja, acelerômetros que possuem apenas uma superfície de montagem. Um grupo menor é chamado de double-ended, estes são acelerômetros que possuem duas superfícies de montagem e são conhecidos como back-to-back. A figura 3 apresenta três modelos de acelerômetros single-ended e a figura 5 apresenta um acelerômetro double-ended normalmente utilizado como padrão em calibrações por comparação. Outro tipo de acelerômetro encontrado no mercado é chamado de acelerômetro piezoresistivo. Estes acelerômetros possuem elementos semicondutores que variam o valor da resistência quando submetidos a uma deformação e são montados em uma configuração de meia ou ponte completa de Wheatstone. Os acelerômetros piezoresistivos possuem valores de sensibilidade baixos e uma faixa de resposta em frequência até 0 Hz, podem ser utilizados para medição de transiente de longa e curta duração, ensaios modais e aplicações que exigem grande faixa de frequência de medição (ENDEVCO, 200-). 12 Superfície de montagem (sensor a calibrar) Sinal de saída massa Elemento sensor Superfície de montagem (vibrador) Figura 5 Modelo de acelerômetro double-ended Os acelerômetros capacitivos utilizam o princípio físico de um capacitor. O elemento sensor consiste em dois condutores separados por um diafragma que funciona como dielétrico do capacitor. Quando o transdutor é submetido a pressão ou vibração, o diafragma sofre alteração, modificando a capacitância conforme a grandeza aplicada. Estes capacitores operam em um circuito em ponte permitindo a medição de aceleração estática como os acelerômetros piezoresistivos. Este tipo de acelerômetro possui alta sensibilidade é utilizado para medições de baixo nível e baixa frequência de vibração e em vibradores hidráulicos (ENDEVCO, 200-). 2.4 Características importantes do acelerômetro 2.4.1 Sensibilidade e sensibilidade transversal A razão entre a saída (carga ou tensão elétrica) e a entrada (aceleração ou força) mecânica é chamada sensibilidade do instrumento de medição de vibração. A saída é expressa em termos de carga elétrica ou tensão elétrica por unidade aceleração. S qa = q a pC 2 m/s ( ) ou S va = V a mV 2 m /s ( ) (3) Em que Sqa é a sensibilidade utilizada para os acelerômetros do tipo carga e Sva é a sensibilidade utilizada para os acelerômetros que apresentam a saída em tensão. 13 Um acelerômetro uniaxial é utilizado para medir a aceleração em uma única direção, normalmente perpendicular a superfície de montagem. Idealmente não haveria uma resposta às acelerações ocorridas nas outras direções sejam elas no plano paralelo à superfície de montagem ou acelerações angulares sobre qualquer uma das direções ortogonais. As componentes de aceleração em outras direções podem ser detectadas pelo acelerômetro devido ao desalinhamento ocasionado pela montagem, a imperfeições do material piezoelétrico e partes mecânicas do acelerômetro que contribuem para medição de aceleração ocorrida em outras direções. Esta característica é chamada de sensibilidade transversal apresentada em especificações técnicas fornecidas pelo fabricante. A figura 6 representa a decomposição do vetor da sensibilidade S em três partes ortogonais Sx, Sy e Sz. A componente Sz é o valor normalmente apresentado em manuais como a sensibilidade do acelerômetro. A sensibilidade transversal absoluta ST é a composição das componentes SX e SY do vetor S. A máxima sensibilidade transversal absoluta ST e direção θ são dadas por: 2 2 ST = S X + S Y 2 θ = tan -1 (S Y /S X ) (4) (5) ST é definido em unidade da sensibilidade do transdutor, por exemplo, mV/(m·s-2). A sensibilidade transversal é geralmente apresentada como um valor relativo calculada pela equação (6). S R = 100.ST /S Z Esta razão também é conhecida como crosstalk. SY S SX θ Figura 6 SY ST Vetores de sensibilidade do acelerômetro (6) 14 2.4.2 A linearidade e os limites de operação A linearidade é um requisito desejável a qualquer sistema de medição. A saída do acelerômetro normalmente a tensão ou carga de saída do acelerômetro, deve estar idealmente relacionada linearmente à entrada, neste caso a aceleração (vibração mecânica), em toda a faixa de frequência. O acelerômetro piezoelétrico é um dispositivo que possui uma grande faixa linear devido à linearidade dos elementos piezoelétricos. Mas, os acelerômetros possuem limites em baixas e altas frequências. O acelerômetro responde à vibração em frequência menor que a sua frequência natural. Este limite em alta frequência, é determinado também pelo amortecimento do transdutor. O limite em baixa frequência é determinado pela constante de tempo interna, causado pela resistência interna e a capacitância do material piezoelétrico. Os amplificadores de carga externos, quando utilizados, limitam a faixa de operação em baixa frequência. A figura 7 apresenta uma curva de resposta em frequência de um acelerômetro, Sensibilidade Relativa 0 10 20 dB 30 apresentando a linearidade e os limites de operação do transdutor. Faixa de operação do acelerômetro Limite 10% ≈ 0,3 fm Limite 3 dB ≈ 0,5 fm -10 Eixo principal – Carga ou tensão 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 Valores proporcionais a frequência de montagem fm Fonte: Brüel & Kjaer Figura 7 Resposta em frequência do acelerômetro – limites de utilização O eixo das abscissas apresenta os valores de frequência normalizados em relação a frequência de ressonância do acelerômetro devido a montagem utilizada, indicado no gráfico como fm. O eixo das ordenadas apresenta os valores da sensibilidade relativa a sensibilidade 15 do acelerômetro obtida a 159 Hz expressos em dB6. Na frequência de ressonância é possível notar o aumento da sensibilidade de aproximadamente 30 dB. A perda gradativa de energia de um capacitor carregado eletricamente é chamada de Leakage. No sistema de medição, este efeito pode surgir na saída em tensão dos préamplificadores devido a configuração inadequada do limite de frequência inferior, ou seja, ao final do pulso de choque, a tensão de saída nos amplificadores cai a uma taxa de 1-e-T/RC, onde T é a duração do pulso, R está relacionado a resistência de entrada do pré-amplificador e C está relacionado a capacitância do cabo, a entrada do pré-amplificador e acelerômetro. Este efeito causa erro no valor da amplitude da aceleração medida através do conjunto acelerômetro e pré-amplificador. Portanto, a realização de medições de choque mecânico e transientes requer maior atenção quanto à configuração do sistema para não haver distorção dos sinais. O acelerômetro é a menor fonte de erro para medições deste tipo de sinais, já os pré-amplificadores, filtros e integradores podem causar maiores problemas. 500 Hz 2 Hz Fonte: Brüel & Kjaer Figura 8 Limites de frequência superior e inferior necessários para medições de pulso ______________ 6 O decibel é utilizado para expressar a razão entre quantidades em escala logarítimica. Esta unidade é aceita pelo CIPM para uso no Sistema Internacional, porém, não é considerado como unidade do SI. 16 O erro de medição da amplitude pico pode ser mantido em torno de 5% assegurando que o limite de frequência inferior, -3 dB do pré-amplificador é menor que 0,008/T, onde T é o período de um transiente de onda quadrada. Para medições de transientes de meio seno, o limite de frequência inferior deve ser menor que 0,05/T (SERRIDGE, 1987). A figura 8 apresenta os limites inferiores e superiores em frequência do sistema de medição para medir sinais transientes com o objetivo de manter o erro em amplitude menor que 5 % e 10 %. Como exemplo, para obter um erro em amplitude menor que 10 % durante a medição de um pulso meio seno de 10 ms de duração, a frequência de corte do filtro passa baixa deve ser 2 Hz e a frequência de corte do filtro passa alta deve ser 500 Hz. 2.4.3 A diferença de fase Os materiais piezoelétricos apresentam uma ligação entre a força mecânica e elétrica. O deslocamento de fase de um acelerômetro, chamado de Phase shift na literatura especializada, corresponde ao atraso entre a saída elétrica e a entrada mecânica. A relação entre a resposta de fase e a amplitude é apresentada na figura 9. Quando a frequência da vibração coincide com a frequência natural do transdutor, chama-se esta frequência de ressonância. Neste ponto há diferença de fase de 180° no sinal do 10 0 0,05 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 1 1,5 2 3 4 5 -30 -20 -10 (Sensibilidade) [dB] 20 -30º -60º -90º Resposta em amplitude -150º -120º -180º [graus] Resposta em Fase Absoluta Resposta em fase Resposta em Amplitude Relativa 30 0º acelerômetro. Valores Proporcionais a Frequência Natural fn Fonte: Brüel & Kjaer Figura 9 Resposta em amplitude e em fase do acelerômetro 17 A curva em cinza apresenta a resposta em fase do acelerômetro, o eixo da ordenada apresentada a esquerda apresenta sua unidade em graus. A curva em preto apresenta os valores de sensibilidade relativa a sensibilidade obtida a 159 Hz. A unidade desta curva está apresentada no eixo das ordenadas a direita. 2.4.4 Causas de distorção na sensibilidade Base Strain Sensitivity, Ringing e Zero Shift, são os principais causadores de distorção na sensibilidade de um acelerômetro. Quando a base de um acelerômetro é submetida a um torque, torção ou flexão, causada por um movimento mecânico ou deflexão térmica, um sinal é gerado na saída do transdutor. O efeito Base Strain Sensitivity, pode ser chamado de sensibilidade a deformação da base. A aceleração de entrada provoca o movimento e a atuação da massa sobre o cristal piezoelétrico enquanto que neste fenômeno, a base atua ou deforma o cristal. Estas duas forças no cristal não podem ser separadas, logo, a redução da deformação da base é vital para uma boa medição de aceleração. A figura 10 ilustra o efeito da deformação da base na resposta do acelerômetro. A saída do acelerômetro, carga ou tensão elétrica, é modificada após a base sofrer deformação. Figura 10 Efeito causado pela sensibilidade da base do acelerômetro Portanto, os acelerômetros que utilizam o princípio de medição baseado na compressão do cristal piezoelétrico, apresentados na figura 3(a), apresentam maior sensibilidade à deformação da base comparado aos modelos baseados no esforço cortante, 18 apresentados na figura 3(b). Outro fenômeno que provoca a distorção do sinal de choque medido é chamado Ringing podendo ser traduzido como “ressoar” e ocorre quando o acelerômetro é utilizado fora da faixa de frequência de operação. Nesta situação, as componentes de vibração de alta frequência que excitam o acelerômetro também atuam sobre a frequência de ressonância do transdutor. Este fenômeno causa erros na medida de aceleração de pico. Para 5% de erro de medição, a frequência de ressonância relacionada a montagem não deve ser menor que 10/T onde T é largura de pulso de choque em segundos (SERRIDGE, 1987). A curva representada com traço pontilhado na figura 11 apresenta um pulso de choque meio seno teórico, o traço normal representa a resposta do acelerômetro apresentando o Saída do Acelerômetro fenômeno Ringing. T Figura 11 Tempo Forma de onda distorcida – fenômeno Ringing Para reduzir o efeito Ringing é necessário aumentar a faixa dinâmica do sistema de medição. O sinal de alta frequência causado pelo fenômeno pode ser filtrado a partir de um filtro passa-baixa. Recomenda-se para o filtro, uma taxa de atenuação de 12 dB/oitava e frequência superior limitada a -3dB correspondente a metade da frequência de ressonância de montagem fm. Este procedimento possibilita a medição de pulso meio-seno de duração T = 1/fm a ser medido com erro menor de 10%. O último fenômeno apresentado é chamado Zero Shift ou desvio do zero. Este fenômeno causa o deslocamento da linha de referência de um acelerômetro após ser submetido ou exposto a um choque muito intenso. As figuras 12(A) e 12(B) apresentam o efeito do fenômeno nos sinais de choque mecânico no domínio do tempo. 19 O componente DC e a perda do zero de referência dificultam a determinação do valor de pico da amplitude do sinal e induz erros nos cálculos do espectro de resposta ao choque. O deslocamento da linha de referência do acelerômetro pode ocorrer aleatoriamente Saída do acelerômetro para o sentido positivo ou negativo, aumento ou diminuição de aceleração. Zero-shift t Saída do acelerômetro (A) Zero-shift t (B) Figura 12 Apresentação do efeito do fenômeno Zero Shift O deslocamento do zero pode ser causado pelos seguintes fatores: elementos sensores foram submetidos a deformação elevada, movimento de partes internas do sensor, ruído nos cabos dos acelerômetros, deformação da base de montagem do transdutor, resposta em baixa frequência inadequada e saturação de condicionador de sinal. 2.5 Filtro mecânico O filtro mecânico é um dispositivo utilizado para isolar o transdutor da vibração em altas frequências que possa ser submetido, mas também é utilizado nas seguintes situações: 20 a) Medição de vibrações onde a instrumentação não é equipada com filtro passa- b) Medição de vibrações em baixa amplitude e baixa frequência que sofrem baixa; influência de componentes em alta frequência; c) Proteção do acelerômetro a elevados níveis de choque mecânico; d) Redução da sensibilidade a vibrações transversais. Foto: Brüel & Kjaer Figura 13 Filtro mecânico A figura 13 ilustra um filtro mecânico que possui na parte superior uma interface para fixação do acelerômetro e a figura 14 apresenta as curvas de resposta do acelerômetro sem o +30 filtro e a segunda configuração utilizando o filtro mecânico. Resposta do acelerômetro Eixo principal de medição com filtro mecânico Resposta (dB) -20 -10 0 +10 +20 Resposta do acelerômetro Eixo principal de medição Resposta do acelerômetro Eixo transversal com filtro mecânico -50 -40 -30 Resposta do acelerômetro Eixo transversal 50 100 200 500 1000 2000 Frequência (Hz) 5000 10000 20000 50000 Fonte: Brüel & Kjaer Figura 14 Curvas de resposta do acelerômetro utilizando o filtro mecânico 21 A figura 14 apresenta na cor cinza a resposta do acelerômetro no eixo principal de medição na parte superior do gráfico e a resposta no eixo transversal em amplitude menor. Após a montagem do acelerômetro sobre o filtro mecânico, foi realizada a medição e detectada as seguintes curvas de resposta representadas na cor preta. Nas duas situações podese notar a atenuação na resposta do acelerômetro. 2.6 A fixação do acelerômetro A faixa de medição de um acelerômetro é determinada na maioria das vezes pelo tipo de fixação do acelerômetro. O acelerômetro pode ser montado sobre uma superfície lisa através de um parafuso sem cabeça chamada nos catálogos como stud. Este tipo de montagem garante acoplamento melhor entre as superfícies e apresenta a maior frequência ressonância mecânica do elemento sensor, logo amplia a faixa de medição do acelerômetro. A figura 15 apresenta a resposta em frequência de um acelerômetro fixado com inserto e fixado com dispositivo magnético. A adição de massa ao acelerômetro como, por exemplo, um adaptador ou uma base magnética, podem diminuir a frequência de ressonância do elemento sensor e afetar a faixa de 50 medição. Desvio (%) 20 30 40 Fixação do acelerômetro com dispositivo magnético -10 0 10 Fixação do acelerômetro com parafuso 100 1000 Frequência (Hz) 10000 Fonte: PCB Piezotronics Figura 15 Resposta em frequência do acelerômetro - fixação 22 Os adaptadores magnéticos são muito utilizados para monitoramento da vibração na indústria onde a medição é realizada periodicamente em vários pontos de maneira rápida. Algumas instalações requerem que o acelerômetro seja montado em um bloco adaptador para medições em três eixo ortogonais ou para isolação do terra elétrico do transdutor. O bloco funciona como uma parte da estrutura sob medição e atua como um sistema massa mola adicional. Para aumentar a transmissibilidade, o bloco adaptador deve ser pequeno, leve e mais rígido possível. A figura 16 apresenta alguns dispositivos utilizados para fixar o acelerômetro. Insertos Bases para colagem Figura 16 Bases magnéticas Insertos isolados Blocos triaxiais Peças utilizadas para fixação do acelerômetro Alguns fabricantes desses adaptadores recomendam que qualquer método de fixação do acelerômetro seja o mesmo utilizado na calibração quanto no ensaio ou medição (MATHEWS, 200-). Acelerômetros em miniatura são montados sobre a estrutura somente através de um adesivo. A rigidez do adesivo após a cura é crítico para medição e não apresenta a mesma rigidez da montagem através do parafuso. Os acelerômetros fixados com adesivos podem ser danificados no momento em que o sensor precisa ser removido. A figura 17 apresenta os efeitos de diferentes adesivos na resposta em frequência e amplitude de um acelerômetro de 10 gramas submetido a uma aceleração de 10 gn (98,06 m/s2) de amplitude. 8 10 23 Cianoacrilato 6 Cera a base de petróleo % Desvio Fita dupla-face -4 -2 0 2 4 Cola quente 20 100 1000 Frequência (Hz) 5000 Fonte: PCB Piezotronics Figura 17 Efeito de diferentes tipos de cola sobre a resposta do acelerômetro A cola Cianoacrilato, em inglês “Cyanoacrylate”, é conhecida como cola instantânea, por exemplo, Loctite® Super bonderTM 7 e possui melhor acoplamento que os outros adesivos em toda faixa de frequência. A cola quente não possui a mesma resposta, mas pode ser removida facilmente. A cera a base de petróleo, em inglês “Petro-Wax”, é fornecida somente por um dos maiores fabricantes de acelerômetros e possui características semelhantes a cera de abelha. Este tipo de adesivo é normalmente utilizado para medidas rápidas como a verificação do funcionamento de um sistema de vibração. A tabela 1 apresenta alguns tipos de adesivos utilizados para montagem de acelerômetros. ______________ 7 Loctite é uma marca registrada da Henkel Corporation. 24 Tabela 1 - Tipos de adesivos utilizados para fixação do acelerômetro Superfície de montagem Adesivos Lisas e Planas Temperatura Ásperas Temporariamente / Facilidade Remoção Cera a base de petróleo (Petro Wax) ● ● Ambiente Cera de Abelha ● ● Ambiente Fita dupla face ● ● Ambiente Semi-Permanente / Permanente Loctite 430 Super Bonder ● -54 a 78 ºC Eastman 910 ● -54 a 82 ºC Pacer RX-50 Gel ● -81 a 82 ºC Loctite 498 Super Bonder ● -40 a 106 ºC Loctite 422 Gap Filling ● -54 a 79 ºC ● Ambiente ● -54 a 177 ºC Cola quente ● Permanente Loctite 325 Speed Bonder ● Fonte: PCB Piezotronics 25 3 MÉTODOS E SISTEMAS DE CALIBRAÇÃO Na calibração dinâmica, o valor de entrada varia rapidamente, logo, a relação entre a entrada (vibração mecânica, aceleração, velocidade ou deslocamento), e saída do transdutor (tensão ou carga elétrica) normalmente é analisada através do uso de equações diferenciais. Este capítulo apresenta os diferentes métodos realização da calibração de transdutores de vibração. 3.1 Método de calibração primário No método de calibração primário, o fator de calibração do transdutor é obtido através de medições de grandezas na forma das unidades base do Sistema Internacional de medidas, também chamado de Método Absoluto. 3.1.1 Sistema de calibração utilizando interferometria a laser O método de calibração por interferometria a laser é apresentado na norma ISO 16063-11:1999, Methods for the calibration of vibration and shock transducers – Part 11: Primary vibration calibration by laser interferometry. O diagrama do método absoluto de calibrar o acelerômetro utilizando a interferometria a laser é apresentada na figura 18. Todos os sistemas que utilizam este método são compostos por três etapas: modulação, interferência e demodulação. As diferenças dos sistemas estão no tipo de interferômetro utilizado, como por exemplo: Michelson e Mach-Zehnder (HARRIS, 2002). O método funciona da seguinte maneira, o feixe de laser é direcionado à superfície de cima do acelerômetro a ser calibrado e parte deste feixe é refletido de volta. O espelho plano semi-reflexivo do interferômetro chamado de beamsplitter, localizado entre o caminho, direciona parte do feixe refletido a um fotodiodo. Parte do feixe vindo do espelho fixo do 26 interferômetro também incide no fotodiodo gerando assim franjas. A saída do fotodiodo é amplificada e enviada a um contador que tem a função de medir o número de franjas por período proporcional ao deslocamento de pico-a-pico do acelerômetro (HARRIS, 2002). A vibração senoidal é obtida através do gerador seno e sua saída é utilizada como sinal de clock para o contador de razão de frequência. A amplitude da vibração é ajustada até a razão estar correta. Acelerômetro a calibrar Laser Interferômetro Processamento de sinais Vibrador Massa Detector de Luz Instrumento de indicação Figura 18 Diagrama básico do sistema de calibração com interferômetro a laser Existem outros sistemas que utilizam princípios ópticos para medição de vibrações: o Interferômetro de desaparecimento de franjas, Interferômetro detector de nulo, Interferômetro Homodino e Interferômetro Heterodino (HARRIS, 2002). 3.1.2 Sistema de calibração centrífugo A centrífuga consiste em uma mesa ou braço balanceado que pode girar em torno de um eixo vertical em uma velocidade angular uniforme. Através deste dispositivo um transdutor de aceleração pode ser submetido a uma aceleração constante e precisa quanto tempo for necessário. Podem ser encontradas centrífugas com capacidade de submeter 27 transdutores com massa de muitos quilogramas e uma aceleração de até 6 × 105 m/s2 e centrífugas disponíveis comercialmente com capacidade de aceleração bem menores (ISO, 1998). Durante a preparação da calibração, o acelerômetro deve ser montado na mesa ou braço da centrífuga com o eixo da sensibilidade cuidadosamente alinhado ao raio da circunferência de rotação. A aceleração atuante no transdutor é dada por: a = ω 2 .r (7) Onde ω é a frequência angular em radianos por segundo e r é a distância do eixo de rotação ao centro de gravidade do elemento sensor do transdutor. Os cabos conduzem o sinal do transdutor até a mesa do centrifugador através de anéis e escovas especificadas para gerar mínimo ruído. Foto: Actidyn Dynamics Figura 19 Resposta do acelerômetro A figura 19 apresenta um sistema centrífugo de precisão com faixa de aceleração de 0,01 a 2000 m/s2. Os acelerômetros calibrados nesse sistema devem ser retilíneos possuindo resposta em frequência zero. 28 3.1.3 Método de reciprocidade Maiores detalhes sobre este método de calibração podem ser encontrados na norma ISO 16063-12:2002, Methods for the calibration of vibration and shock transducers – Part 12: Primary vibration calibration by the reciprocity method. Na maioria dos métodos de calibração, os transdutores eletrodinâmicos são muito utilizados como transdutores de referência ou utilizados em comparações devido a semelhança entre eles. A figura 20 apresenta um diagrama do sistema deste método de calibração. 11 1 2 ea1 6 8 er 10 3 9 4 7 5 Retirado da norma ISO 16063-12:2002 página 8 Legenda: 1 Gerador de frequência 7 Analisador de distorção 2 Amplificador de potência 8 Vibrador com transdutor recíproco 3 Contador de frequência 9 Transdutor 4 Instrumentação - razão de tensão 10 Resistor padrão 5 Osciloscópio 11 Massa 6 Condicionador de sinal Figura 20 - - Sistema de calibração utilizando método da reciprocidade. 29 O método da reciprocidade é baseado no uso da bobina de um vibrador eletrodinâmico como um transdutor recíproco próximo ao transdutor a ser calibrado. Uma bobina eletrodinâmica operando como uma fonte de vibração, a admitância elétrica é obtida pela divisão da razão de tensão complexa Ed pela resistência padrão R, onde Ed é a queda de tensão er sobre a resistência padrão dividido pela tensão do circuito aberto na saída do acelerômetro ea1. Y= E d e r 1 = R e a1 R (8) Várias medições são realizadas com e sem as massas adicionadas no elemento móvel. A admitância elétrica complexa sem qualquer massa adicionada e a admitância elétrica complexa com a massa são denotadas como Yo e Yn repectivamente. Caso o acelerômetro possua um transdutor de referência padrão montado no elemento móvel do vibrador para calibração de outros transdutores por comparação, a sensibilidade varia conforme a impedância mecânica do elemento móvel e é determinado através das equações: Sa = U vα 1 j2π f 1 − β(Yt − Y0 ) ϕ a = arg U vα j2π f 1 1 − β(Yt − Y0 ) V 2 (m/s ) (9) [graus ] (10) Em que: │Sa│ é o módulo (magnitude) da sensibilidade complexa; φa é o argumento (diferença de fase) da sensibilidade complexa do acelerômetro; α é a interceptação complexa, em quilograma ohms, da função f (mn , Yn , Y0 ) na frequência f ; β é transição complexa, em ohms, da função f (mn , Yn , Y0 ) na frequência f ; 30 3.1.4 Método de calibração usando a força gravitacional da Terra O campo gravitacional da terra é um meio para aplicar uma pequena aceleração constante em transdutores de aceleração. Este tipo de calibração é usado em acelerômetros com faixa de frequência de operação em 0 Hz ou seja, medições em níveis DC. Conforme apresentado na figura 20, uma mudança de 2 gn (19,61 m/s2) em amplitude de aceleração pode ser obtida pela inversão do eixo da sensibilidade do acelerômetro. A figura 22 apresenta o procedimento de calibração, inicialmente alinhado a uma direção da força gravitacional em seguida alinhado a direção oposta (HARRIS, 2002). Tensão ∆V Tempo -1g Condição Inicial Transição +1g Condição Final Fonte:Livro Harri’s Shock and Handbook Figura 21 Resposta do acelerômetro m/s2 m/s2 Condição Inicial (A) Condição Final (B) Fonte:Livro Harri’s Shock and Handbook Figura 22 Procedimento de calibração 31 A figura 23 apresenta o sistema STASI, um sistema de calibração absoluta baseado na aceleração gravitacional local. Este sistema foi apresentado no congresso XIX IMEKO em 2009 e segundo autores é o único capaz de calibrar acelerômetros nas três décadas de frequências, de 0,01 Hz a 10 Hz com aceleração de 10 m/s2 (TERRUSI, 2009). Figura 23 Sistema STASI Em ambos os métodos, centrífugo e gravitacional, a magnitude da aceleração é estática, logo, medida apenas por transdutores que respondem a entradas estáticas. O método de calibração primário por choque não foi apresentado neste capítulo, mas maiores informações podem ser encontradas na norma ISO 5347-10:1993, “Methods for the calibration of vibration and shock pick-ups Part 10: Primary calibration by high impact shocks”. 3.2 Método de calibração secundário Esse método é também chamado de calibração por comparação, ou seja, a calibração é realizada através de uma comparação direta a um acelerômetro padrão calibrado através de um método primário. 32 3.2.1 Sistema utilizando vibradores A norma ISO 16063-21:2003, Methods for the calibration of vibration and shock transducers – Part 21: Vibration calibration by comparison to a reference transducer apresenta os procedimentos de calibração na faixa de frequência de 0,4 a 10000 Hz. Dois estudos de caso utilizando o método são apresentados, um deles apresenta os requisitos e análise da calibração utilizando transdutor de referência (padrão) calibrado por método primário e um segundo exemplo apresenta os requisitos da calibração onde o transdutor padrão não foi calibrado pelo método primário, mas possui rastreabilidade de medição. O método por comparação é um meio rápido de medir a sensibilidade do acelerômetro a ser calibrado e adotado em muitos laboratórios de choque e vibração. Porém, a calibração por comparação é limitada pelo ruído do sistema, distorção e potência máxima do sistema de excitação. A figura 24 apresenta um diagrama em blocos do sistema de calibração secundário utilizando um vibrador eletrodinâmico. 4 3 2 1 5 6 7 Legenda: 4 Condicionador de sinais (UNK) 1 Vibrador eletrodinâmico 5 Condicionador de sinais (REF) 2 Acelerômetro de Referência (REF) 6 Sistema de controle, monitoração e aquisição 3 Acelerômetro à calibrar (UNK) 7 Amplificador de potência Figura 24 Diagrama em blocos do sistema de calibração secundário 33 Os valores típicos máximos para vibradores eletrodinâmicos estão normalmente em: 10 Hz a 10 kHz para frequência; 200 a 1000 m/s2 para aceleração r.m.s.8, 0,5 a 1 m/s para velocidade r.m.s. e 5 mm para deslocamento pico (ISO 16023-21, 2003). Os limites inferiores são atribuídos pelo ruído presente nos canais de medidas e pela largura de banda utilizada. Os valores típicos para medição são: 50 a 100 m/s2 de aceleração r.m.s. ou 0,1 m/s de velocidade r.m.s. Quando as medidas são realizadas em baixa frequência, o fator limitante é o deslocamento. Montagem e procedimento de calibração Esse sistema é montado da seguinte forma, dois acelerômetros são montados juntos, método chamado back-to-back, sobre um vibrador eletrodinâmico. Esta montagem visa garantir o mesmo movimento para os dois sensores (acelerômetro a calibrar e o acelerômetro de referência também chamado de padrão). Acelerômetro à calibrar Acelerômetro padrão Base vibrador/excitador Figura 25 Montagem back-to-back ______________ 8 r.m.s. significa root mean square ou valor quadrático médio, também chamado de valor eficaz. Esta é uma medida estatística da magnitude de uma grandeza variável. 34 A figura 25 apresenta dois tipos de montagem back-to-back. A configuração apresentada a direita normalmente é utilizada em vibradores. O procedimento de calibração é baseado nos seguintes passos: após o ajuste da amplitude e frequência da vibração desejada, compara-se a tensão de saída dos dois transdutores. O resultado desta comparação é apresentada no gráfico de sensibilidade e a respectiva frequência. Repetindo este procedimento para várias frequências, pode-se obter a curva de sensibilidade do acelerômetro a calibrar. A equação (11) é utilizada para calculo da sensibilidade do acelerômetro a calibrar. S UNK = e UNK S REF e REF (11) em que SUNK é a sensibilidade do acelerômetro a calibrar, eUNK e eREF representam a tensão medida na saída do acelerômetro a calibrar e do acelerômetro padrão respectivamente e finalmente SREF é a sensibilidade do acelerômetro padrão. 3.2.2 Sistema com pêndulo Esse sistema é conhecido também como Calibrador por Pêndulo ou Calibrador de Choque por Pêndulo. O método de calibração permite verificar a sensibilidade ao choque mecânico e a linearidade em amplitude do acelerômetro a calibrar. O calibrador por pêndulo é composto por dois pêndulos, um pêndulo composto por uma massa chamada de martelo e outro pêndulo onde os acelerômetros de referência e a calibrar são fixados. A calibração é realizada da seguinte forma: o martelo pêndulo é deslocado até uma posição desejada e em seguida, solta, provocando um impacto no segundo pêndulo. O deslocamento do martelo pode ser determinado através de uma escala angular do próprio sistema. Uma interface de borracha entre os dois pêndulos transmite o impacto através de um formato de um pulso conhecido para os acelerômetros. Novamente, o cálculo da sensibilidade do acelerômetro a calibrar é calculada a partir da equação (11) considerando os valores máximos dos sinais impulsivos. O sistema é apresentado na figura 26 e figura 27. 35 4 5 3 1 2 Retirado da norma ISO 16063:22,pagina 5 Legenda: 3 Pêndulo base 1 Pêndulo martelo 4 Acelerômetro de referência (REF) 2 Borracha 5 Acelerômetro a calibrar (UNK) Figura 26 Componentes do sistema de calibração de choque por pêndulo Foto: SPEKTRA Figura 27 Sistema de calibração de choque por pêndulo 36 3.2.3 Sistema com pistão pneumático Outro sistema baseado na calibração secundária é o calibrador de choque mecânico pneumático. O sistema é capaz de aplicar pulsos de choque meio-seno na base de rigidez e nos acelerômetros de referência e a calibrar, com amplitude máxima de até 100 × 103 m/s2 ou seja 10000 gn e duração de 100 × 10-6 até 3 × 10-3 segundos. O choque mecânico é gerado através do impacto de um projétil na base de rigidez. O projétil é disparado até o local de impacto através de pistão. As válvulas e um conjunto de reguladores de pressão permitem realizar a calibração de modo preciso e repetitivo. A figura 28 apresenta o diagrama de um sistema de calibração de acelerômetros que utiliza pistão pneumático. 1 3 2 5 Ar comprimido 4 7 6 Legenda: 4 Projétil 1 Acelerômetro a calibrar (UNK) 5 Controle de disparo 2 Acelerômetro de referência (REF) 6 Válvula de pressão 3 Base de rigidez 7 Regulador / Reservatório de pressão Figura 28 Sistema de calibração de choque mecânico pneumático 37 As características do pulso de choque são definidas através da velocidade do projétil, a massa do conjunto (base de rigidez e acelerômetros) e a deformação do material entre o projétil e o local de impacto. 3.2.4 Sistema de calibração com Barra Hopkinson Os calibradores de choque que utilizam a barra Hopkinson apresentam uma faixa de operação em altas acelerações, valores de pico de aproximadamente 1 × 103 m/s2 até 2000 × 103 m/s2. A figura 29 apresenta um diagrama simples dos principais componentes do sistema de calibração. Em destaque o acelerômetro a calibrar, fixado na extremidade da barra, posição x = L, um par de extensômetros (strain-gages) fixados no meio da barra, posição x = L/2 e na outra extremidade, posição x = 0 da barra, o local de impacto de um projétil lançado com velocidade controlada. 1 2 3 4 5 6 0 L/2 Legenda: 1 Linha de ar comprimido 4 Barra Hopkinson 2 Atuador de ar comprimido 5 Extensômetro (Strain gage) 3 Válvula de liberação (projétil) 6 Acelerômetro a calibrar Figura 29 Sistema de calibração com barra Hopkinson L 38 O impacto do projétil na barra gera uma onda de compressão provocando alta aceleração no acelerômetro. A comparação de velocidade ou aceleração é realizada entre o acelerômetro a calibrar e o par de extensômetros, em algumas configurações o extensômetro é substituído pelo vibrômetro a laser. 3.2.5 Sistema de calibração de choque por queda livre de esfera A figura 30 apresenta o calibrador de choque mecânico em detalhe os dois acelerômetros, referência e desconhecido, fixados na base de rigidez em uma configuração de montagem um sobre o outro (back-to-back). Figura 30 Calibrador de choque por queda livre de esfera Detalhe da montagem dos acelerômetros 39 A calibração é realizada da seguinte forma: uma esfera de aço inox é introduzida no topo do sistema de calibração. O impacto da esfera em uma base de rigidez fixada na parte interna do sistema provoca um pulso de choque mecânico. Dois acelerômetros montados na base de rigidez medem a aceleração. O valor de sensibilidade do acelerômetro desconhecido é determinado pela relação entre os valores de aceleração de pico medidos na saída dos dois acelerômetros e multiplicado pelo valor de sensibilidade de um deles, o acelerômetro de referência. A equação (11) apresenta o método de cálculo da sensibilidade. Esse sistema de calibração é utilizado para determinar a sensibilidade de um acelerômetro através do choque mecânico em diferentes níveis de aceleração logo; os valores da amplitude e a duração do pulso de choque podem ser controlados variando o diâmetro, a massa da esfera e também o material de interface presente na superfície da base de rigidez. 3.2.6 Observações sobre a calibração ao choque A norma ISO 16063-22 especifica a instrumentação, os procedimentos a serem executados para calibração secundária ao choque e estabelece os métodos necessários para a obtenção da sensibilidade ao choque do transdutor. A sensibilidade ao choque é a relação entre os valores de pico da saída do transdutor e a aceleração aplicada, diferente da sensibilidade obtida através de vibração senoidal calculada a partir de valores r.m.s. apresentada no item 3.2.1. 3.3 Resumo A Organização Internacional para Padronização (ISO) desenvolve normas para calibração abordando vários aspectos envolvidos nos processos de calibração de transdutores. Existem muitos sistemas de calibração de transdutores de vibração e choque que apresentam métodos diferentes e resultados em vários níveis de incerteza, mas todos baseados nas normas ISO. As tabelas 2 e 3 apresentam um resumo das principais normas de calibração de transdutores de vibração. 40 Tabela 2 - As principais normas para calibração de transdutores de vibração Identificação Descrição Calibração pela gravidade da Terra. Método Faixa Item - 0 Hz Incerteza: ± 0,01 m/s2 3.1.4 - 0 Hz, nível DC 10 a 1000 m/s2 3.1.2 - 0,7 a 10 Hz 10 a 100 m/s2 - 5347:5 Calibration by Earth’s gravitation Calibração primária por centrífuga. 5347:7 Primary calibration by centrifuge Calibração primária por centrífuga dupla. 5347:8 Primary calibration by dual centrifuge Tabela 3 - As principais normas para calibração de transdutores de vibração Identificação 16063:11 16063:12 16063:13 16063:15 Descrição Calibração primária por interferometria a laser. Método Faixa Contagem de franjas 1 a 800 Hz Ponto mínimo 800 a 10000 Hz - 1 a 10000 Hz - 40 a 5000Hz 10 a 100 m/s2 3.1.3 Primary vibration calibration by laser Aproximação de seno interferometry Calibração primária pelo método da reciprocidade. Primary vibration calibration by the reciprocity method. Calibração primária por choque usando a interferometria a laser. Item - - Primary shock calibration using laser interferometry Calibração primária de Método 1A* vibração angular por Método 1B* interferometria a laser Método 2A* Primary angular vibration calibration by laser Método 2B* interferometry Método 3A* Método 3B* - 3.1.1 - 1 a 800 Hz 1 a 800 Hz 800 a 1600 Hz 800 a 1600 Hz - 1 a 1600 Hz 1 a 1600 Hz continua 41 Continuação Tabela 3 - As principais normas para calibração de transdutores de vibração Identificação Descrição Calibração por comparação a um transdutor de referência. 16063:21 Método Vibration calibration by comparison to a reference transducer. Calibração de choque por Pêndulo comparação a um transdutor de referência. Pistão pneumático 16063:22 Shock calibration by comparison to a reference transducer Barra de Hopkinson Queda de esfera Barra cortada de Hopkinson Teste da sensibilidade a vibração transversal. 16063:31 Testing of transverse vibration sensitivity Faixa 20 a 5000 Hz 10 a 1000 m/s2 3 a 8 ms 100 a 1500 m/s2 100 µs a 3 ms 200 a 100.000 m/s2 0,05 ms 1000 a 2000.000 m/s2 0,1 a 10 ms 100 a 100.000 m/s2 0,3 ms 100.000 m/s2 1 a 5000 Hz 1 a 1000 m/s2 Item 3.2.1 3.2.2 3.2.3 3.2.4 3.2.5 - - Os métodos, indicados na tabela (3) com asteriscos, utilizados na calibração primária por interferometria a laser não foram apresentados nessa dissertação, mas podem ser encontrados na norma ISO 16063:15. 42 4 APRESENTAÇÃO DO SISTEMA ANALISADO 4.1 O sistema de calibração O sistema de calibração em estudo nessa dissertação permite a realização da calibração secundária de transdutores de vibração baseado no método de queda livre de esfera (CAMPOS, A. N.; SUTÉRIO, R.;2008). Esse sistema é ilustrado na figura abaixo e apresentado nesse capítulo em maiores detalhes. Figura 31 Sistema de calibração de acelerômetros analisado O calibrador de choque ou máquina de choque é a ferramenta que permite que a esfera seja solta sempre a uma altura definida e direcionada ao centro sobre a base. O impacto da esfera sobre a base de rigidez ocorrido no interior deste calibrador, surge o choque mecânico. O modelo deste calibrador é 2965C fabricado pela empresa Endevco. A tabela 4 apresenta os 43 componentes desta máquina de choque utilizados no procedimento de calibração do acelerômetro. Tabela 4 - Componentes do calibrador de choque mecânico Código 15600 15600-3 14886 14887 14888 14889-1 14889-2 15038 80Z - Descrição Esfera grande ø 2” (ø 50,8 mm) Esfera média ø 1 5/8” (ø 41,3 mm) Esfera pequena ø 1 1/8” (ø 28,6 mm) Guia esfera média ø 1 5/8” (ø 41,3 mm) Guia esfera pequena ø 1 1/8” (ø 28,6 mm) Base de rigidez 20, 50 e 100 gn Base de rigidez 500 gn Base de rigidez 1.000 gn Base de rigidez 5.000 gn Base de rigidez 10.000 gn Base de rigidez RES. FREQ. Pêndulo de nivelamento Base graduada para nivelamento Material Massa em gramas Aço Inox 95,0 Aço Inox 286,8 Aço Inox 534,5 Alumínio 228,4 Alumínio 136,8 Aço 1859,6 Aço 550,5 Aço 176,9 Alumínio 27,8 Alumínio 27,6 Aço 141,3 Latão / Alumínio 329,6 Aço 162,7 A amplitude e duração do pulso de choque durante o impacto da esfera na base de rigidez são determinados através da combinação entre eles. Mas, a utilização da esfera menor e uma base de rigidez de massa menor reduz o risco de danificar os acelerômetros durante a queda na base do calibrador de choque. Outra vantagem é o aumento da frequência de montagem do conjunto (base e acelerômetros) uma vez que a ressonância desse componente pode modular o sinal do pulso de choque. A tabela 5 apresenta os valores dos níveis de aceleração e duração dos pulsos obtidos a partir da combinação entre as bases de rigidez e esferas. 44 Tabela 5 - Valores de aceleração e duração dos pulsos Sensibilidade Acc. REF Condicion. (pC/gn) (mV/pC) Ganho Condicion. (V/V) Tensão (V) Aceleração (gn) Largura de pulso (s) 1 100 7,41 33,98 0,0012 2,181 1 50 8,53 78,27 0,0015 grande 2,181 1 20 5,40 123,94 0,0016 14887 pequena 2,181 1 5 1,73 159,15 0,00075 14887 media 2,181 1 5 4,00 366,83 0,00081 14887 grande 2,181 1 5 5,88 539,81 0,00081 Base Esfera Acc. REF. (pC/gn) Condicion. (pC/gn) Ganho Condicion. (V/gn) Tensão (V) Aceleração (gn) Largura de pulso (s) 14888 pequena 2,181 2 0,01 5,56 494,85 0,00051 14888 média 2,181 3 0,01 6,90 949,57 0,00051 14888 grande 2,181 4 0,01 6,73 1241,94 0,00049 Base Esfera 14886 pequena 2,181 14886 média 14886 Sensibilidade Os valores em tensão, aceleração e a duração dos pulsos apresentados na tabela acima foram obtidos experimentalmente através da média entre cinco medições. Elevados níveis de aceleração são obtidos na máquina de choque quando se utiliza a base de rigidez modelo 14888, consequentemente elevados níveis de tensão são encontrados na saída dos condicionadores de sinais, próximos ao fundo de escala destes equipamentos. Para resolver esta limitação é necessária a troca dos condicionadores de sinais para o modelo que permite ajustar a sensibilidade ou ganho de forma que a saída não seja saturada. Os condicionadores utilizados são fabricados pela Endevco modelo 4430A e para utilização desse condicionador com acelerômetros é necessário o uso de um opcional modelo 35918-2 chamado pelo fabricante de Plug-in charge amp. module. O módulo opcional funciona como conversor de carga elétrica em tensão e a sensibilidade é de 0,1 mV/pC. Os condicionadores 4430A são instalados em um rack modelo 4960A que suporta até 10 condicionadores. O rack 4960A possui uma interface de barramento IEEE-488 (GPIB) permitindo a configuração dos condicionadores remotamente. O segundo grupo de condicionadores utilizados para níveis de aceleração elevados são fabricados pela Brüel&Kjaer modelo 2626. Estes condicionadores permitem o ajuste da sensibilidade e o ganho de tensão através de botões localizados no painel frontal devendo ser ajustados pelo operador. 45 A figura 32 indica os componentes do sistema de calibração. 4 5 Interface mV/(m/s2) mV/(m/s2) USB/GPIB 6 1 pC/(m/s2) 2 7 pC/(m/s2) 3 Calibrador de choque Legenda 1 Base de rigidez 2 Acelerômetro padrão ou referência 3 Acelerômetro a calibrar ou desconhecido 4 Esfera de aço inox 5 Analisador dinâmico de sinais HP 3562A 6 Amplificador de carga – referência 7 Amplificador de carga – desconhecido Figura 32 Diagrama dos componentes do sistema de calibração 46 O acelerômetro de referência ou padrão utilizado em conjunto com o condicionador é fabricado pela Endevco modelo 2270. Esse transdutor possui uma resposta em frequência muito linear e estável sendo utilizado também como dispositivo de fixação para outro acelerômetro. Para a aquisição dos sinais de choque foi utilizado o analisador dinâmico de sinais marca HP modelo 3562A. O HP 3562A é um analisador de espectro em tempo real com 2 canais de entrada de sinais, capaz de realizar medições nos domínios do tempo e frequência. Esse equipamento possui uma frequência de amostragem de 256000 Hz. Os sinais amostrados e digitalizados podem ser exportados via interface GPIB. O conversor analógico/digital trabalha em 2 etapas. Na primeira etapa, o circuito sample/hold armazena o sinal em um ponto no tempo e na segunda etapa, o sinal é convertido em uma palavra de 14 bits. O analisador realiza uma amostra a cada 3,91 µs e determina a maior frequência mensurável. Como as gravações no domínio do tempo possuem 2048 pontos ou amostras, uma gravação em 100 kHz tem o tempo total de 8 ms. No estágio de medição o analisador filtra os dados na faixa de frequência selecionada pelo usuário, pois o ADC sempre adquire os dados na taxa de amostragem de 256 kHz e utiliza um filtro digital para ajustar os dados para cada banda de frequência, justificando a utilização de apenas 1 filtro anti-aliasing para proteger os dados em todas as frequências possíveis (HEWLETT-PACKARD, 1985). O último componente do sistema de calibração é o notebook que através de um software desenvolvido no ambiente LabVIEW®, configura e controla o analisador e os condicionadores. A comunicação entre o notebook e os equipamentos é realizada através de uma interface USB/GPIB da National Instruments. 4.2 O software de controle do sistema A figura 33 apresenta o fluxograma do software desenvolvido para operação do sistema de calibração de acelerômetros. O fluxograma apresenta a sequência necessária para a realização da calibração e os momentos em que o usuário é requisitado. Os nomes das teclas foram citados conforme apresentado no software de calibração. 47 Início 1 Pressionar a tecla Envia comandos Aquisição dos dados de calibração Configuração do analisador dinâmico Pressionar a tecla Retira dados Pressionar a tecla Configura DISPLAY Dados retirados? não sim Configuração e apresentação dos canais de medição Pressionar a tecla Prepara/Arma Configuração do trigger para aquisição Apresentação da janela de seleção do local para armazenar dados Digitar o nome dos arquivos de dados Dados armazenados? não Legenda sim Processo Usuário introduz a esfera na máquina de choque Calcular a sensibilidade do acelerômetro Processo alternativo Entrada manual 1 FIM Figura 33 Operação manual Fluxograma do software de controle do sistema 48 A preparação e configuração do analisador para a aquisição do sinal de choque é realizada via software eliminando a necessidade da participação do operador nesta operação. Os principais parâmetros de aquisição estão apresentados na tabela 6. Tabela 6 - Configuração dos equipamentos do sistema Item de configuração Valor atribuído Analisador dinâmico Modo de aquisição Resolução linear Seleção dos canais CH1 e CH2 ativos Tipo de janela de processamento Força Duração da janela – Acc. REF 4 ms Duração da janela – Acc. UNK 4 ms Largura de frequência - Span 100 kHz Média dos dados desligado Canal utilizado como trigger Canal 1 (Acc. REF) Trigger habilitado para borda de subida + Nível de Trigger 3 mV Fundo de escala do canal 1 12 V Fundo de escala do canal 2 12 V Acoplamento do canal 1 AC Acoplamento do canal 2 AC Atraso do trigger do canal 1 -4 ms Atraso do trigger do canal 2 -4 ms Gerador de sinal desligado Condicionadores Filtro Passa Baixa – Acc. REF. 20 kHz Filtro Passa Baixa – Acc. UNK. 20 kHz Ganho REF Valores utilizados conforme base e esfera selecionada Ganho UNK Acoplamento canal Acc. REF AC Acoplamento canal Acc. UNK AC Display Sinal filtrado a Modo de apresentação taxa de 100 kS/s Apresentação canal 1 Domínio do tempo Apresentação canal 2 Domínio do tempo Apresentação dos dois canais no mesmo gráfico 49 5 CARACTERIZAÇÃO DE COMPONENTES DE INCERTEZA Esse capítulo apresenta os projetos de experimentos realizados para conhecer o efeito de quatro componentes de incerteza no resultado da medição do sistema de calibração. A análise destas componentes de incerteza permite definir procedimentos importantes a serem adotados durante a calibração do acelerômetro e quantificar as contribuições destas componentes. As componentes analisadas foram organizadas nos itens apresentados abaixo: • 5.1 – Influência do operador no resultado de medição; • 5.2 – Influência do alinhamento da máquina de choque; • 5.3 – Influência do método de cálculo da sensibilidade; • 5.4 – Influência do método de fixação dos cabos. Outros fatores de influência no resultado de medição foram obtidos a partir de informações dos fabricantes de acelerômetros, normas e certificados de calibração dos equipamentos. 5.1 A influência do operador no resultado de medição Alguns modelos de máquina de choque utilizam um dispositivo que posiciona e libera a esfera de aço inox baseado no princípio de funcionamento de uma bomba de sucção. No modelo de máquina de choque utilizado nesse estudo a esfera de aço inox é introduzida pelo operador no topo da máquina. Os resultados adquiridos nesse experimento apresentam diferenças significativas entre dois operadores e recomenda o procedimento correto. 5.1.1 Considerações iniciais Antes de realizar a calibração, é necessário selecionar a esfera e o respectivo dispositivo que a direciona ao ponto de impacto. A base de rigidez modelo 14887 e esfera 50 média foram selecionadas para o experimento. O dispositivo deve ser posicionado e encaixado no topo da máquina de choque. Conforme ilustrado na figura 34 o dispositivo possui um chanfro no qual pode ser usado para direcionar a esfera até o orifício, mas conforme resultados do experimento, este procedimento não é adequado. Figura 34 Foto do dispositivo guia para a esfera pequena Para análise desse experimento foi utilizada a Análise de Variância – ANOVA com um fator simples, uma ferramenta de comparação entre médias. Foram realizadas cinco medições para cada condição. Na primeira condição a esfera foi colocada diretamente no orifício do dispositivo e no segundo caso, a esfera foi colocada no dispositivo e empurrada até o orifício. As medições foram realizadas de maneira aleatória. Os pontos utilizados no experimento correspondem aos valores em tensão de pico dos acelerômetros de referência e desconhecido adquiridos durante o impacto da esfera na base de rigidez. O número de amostras do experimento é definido pela curva característica de operação. A curva característica apresenta a probabilidade de erro tipo II para vários tamanhos de amostras e a medição da diferença entre as médias que são importantes ser detectadas (MONTGOMERY, 2001). A equação (12) define o método de cálculo da diferença entre as médias que devem ser dectadas. 51 tn n∑τ i2 Φ2 = (12) i =1 t nσ 2 O termo tn representa o número de níveis do tratamento, τ e o termo n representa o número de repetições para cada tratamento. A curva para obter o número de amostras necessárias pode ser consultada no apêndice V na referência (MONTGOMERY, 2001). Conforme o gráfico de operação foram necessárias 10 medições para cada condição. 5.1.2 Resultados A figura 35 apresenta a resposta em aceleração do acelerômetro de referência. Na figura 35(a) a esfera foi introduzida na máquina de choque através do orifício. Este experimento será chamado de caso 1. No caso 2, a esfera foi guiada pelo chanfro do Aceleração (gn) Aceleração (gn) dispositivo até o orifício. (a) Figura 35 (b) Medições de aceleração (a) caso 1 e (b) caso 2 Os níveis de aceleração máxima encontrados nas medições dos casos 1 e 2 estão apresentados na tabela 7 assim como o desvio-padrão da amostra e a repetitividade. A repetitividade representa metade do valor da faixa simétrica onde o erro aleatório é esperado, logo, é calculada pelo produto da incerteza-padrão pelo coeficiente t de Student, 52 neste caso 3,32 para 95,45% de probabilidade e 3 graus de liberdade (ALBERTAZZI; SOUZA, 2008). Tabela 7 - Incerteza padrão – introdução da esfera Medição 1 2 3 4 Média σ Re Valor de aceleração (gn) Caso 1 Caso 2 370,52 307,64 370,16 367,68 370,52 357,38 371,23 363,77 370,61 349,12 0,44 27,97 0,74 46,26 Através dos resultados de incerteza e repetitividade apresentados na tabela 7 pode-se concluir que o método utilizado no caso 1 é mais indicado para a execução da calibração dos acelerômetros. As curvas ilustradas no caso (b) indicam que o analisador dinâmico obteve as curvas de aceleração deslocadas em relação ao tempo, podendo ser justificar a ocorrência de algum repique causado pela esfera disparando acidentalmente o início de aquisição dos dados. 5.2 A influência do alinhamento da máquina de choque Outro fator analisado nesse trabalho é o alinhamento da máquina choque em relação ao eixo perpendicular ao plano de fixação. A motivação do estudo desta componente de incerteza foi causada pelo processo de instalação da máquina e o desvio apresentado pelo sistema após a realização de várias medições consecutivas (CAMPOS, A. N.; SUTÉRIO, R.; 2009). 5.2.1 Preparação do experimento Para a realização do experimento foi desenhada em um software de desenho técnico 53 um alvo contendo os círculos espaçados a cada 1 mm alinhados ao centro. O alvo foi impresso em uma impressora laser e fixado no dispositivo de alinhamento no calibrador de choque. A figura 36 ilustra o alvo fixado no calibrador de choque. A base de rigidez 14887 e a esfera média foram selecionadas para a realização deste experimento. A ANOVA de fator simples foi utilizada na análise dos resultados considerando como tratamento ou fator, o alinhamento. Figura 36 5.2.2 Detalhe do alvo utilizado para realizar o desalinhamento do calibrador A execução do experimento A figura 37 ilustra a situação a ser estudada neste experimento. No primeiro momento o calibrador está alinhado ao centro e um segundo momento ocorre o deslocamento do eixo em relação ao centro do calibrador de choque Figura 37 Alinhamento do calibrador de choque 54 O deslocamento foi verificado de forma que o centro do dispositivo guia da esfera apresentava uma distância de 0 a 4 mm, espaçadas a cada 1 mm, do centro da base de rigidez. Essas distâncias são consideradas como níveis do fator ou tratamento. Foram realizadas 5 medições para cada tipo de deslocamento totalizando 25 medições, realizadas de forma aleatória. Através dos valores de tensão medidos, a sensibilidade do acelerômetro a calibrar foi calculada através da equação (11) para cada condição de alinhamento. 5.2.3 A análise do experimento Alguns requisitos são necessários para iniciar a análise de variância, um deles é a verificação da normalidade dos dados. A verificação dos dados e a análise de variância podem ser realizadas através de softwares da área estatística. O teste de Lilliefors é uma das rotinas do sotware R9 utilizada para a verificação da normalidade dos valores da variável sensibilidade. O p-value é um dos resultados da verificação e indica ao usuário o menor nível de significância que a hipótese nula será rejeitada. Esta hipótese considera que todos os valores médios dos tratamentos são iguais. Em outras palavras, para qualquer nível de significância acima do valor de p, a hipótese H0 será rejeitada (MONTGOMERY, 2001). A equação (13) é utilizada para testar a hipótese nula ou verificar se não há diferença entre as médias dos tratamentos. A razão apresentada na equação (13) respeita uma distribuição F com a-1 e N-a graus de liberdade. SS TRATAMENTO MS TRATAMENTO (a − 1) F0 = = SS E MS E (N − a) (13) F0 > Fα ,a -1,N-a (14) ______________ 9 R é um software livre para análise e gráficos estatísticos. Este software pode ser adquirido no sítio <http://cran.r-project.org/mirrors.html> 55 em que: SSTRATAMENTO representa a somatória dos quadrados dos tratamentos, SSE representa a somatória dos erros quadráticos, MSTRATAMENTO representa a média dos quadrados dos tratamentos, MSE representa a média dos quadrados do erro, a é o número de níveis do tratamento, N é o número total de amostras e α é o nível de significância. Calculando a razão de F0 e comparando com o valor de Fα,a-1,N-a é possível verificar a diferença de sensibilidade entre os desalinhamentos. A hipótese H0 deverá ser rejeitada quando a equação (14) for verdadeira. Neste experimento, o valor encontrado para razão F (F0 = 3,74) é maior que o valor do ponto na distribuição F0,05;4;20 (2,86). Portanto pode-se concluir que a hipótese das médias dos tratamentos serem iguais é descartada. O alinhamento da máquina de choque afeta o valor da sensibilidade do acelerômetro. 5.2.4 A validação da análise do experimento A verificação do modelo adotado pode ser realizada através de vários testes dos resíduos. Estas verificações também indicam se a análise de variância é válida. O primeiro passo a ser realizado é verificar se os resíduos possuem uma distribuição normal. A normalidade dos dados de sensibilidade foi verificada através do teste de Lilliefors p-value = 0,038 (COHEN,Y.; COHEN,J., 2008). Após a verificação da normalidade é necessário checar a presença de outliers nos dados. Os outliers podem induzir erros no resultado da análise de variância. O maior resíduo do modelo apresentou um valor normalizado de 1,72 e o menor resíduo apresentou um valor normalizado de -2,00, valores na faixa de ±2, não indicando presença de outliers no experimento. O segundo passo é verificar a correlação entre os resíduos, o teste de Durbin Watson (DALGAARD, 2008) foi utilizado para verificar a independência entre os resíduos p-value = 0,43. Como o valor de p-value foi maior que 0,05 pode-se concluir que não há correlação entre eles. A figura 37 apresenta os resíduos plotados no tempo indicando a ordem em que as medições foram realizadas. Este gráfico possibilita detectar a correlação entre os resíduos. O último passo é verificar se a variância dos resíduos é constante no experimento. Para esta verificação foi utilizado o teste de Bartlett (DALGAARD, 2008) p-value = 0,76. Novamente o valor encontrado é maior que 0,05 indicando que a variância é constante. 56 Gráfico dos Resíduos vs Valores ajustados -0.02 0.00 Resíduos 0.00 -0.04 -0.04 -0.02 Resíduos 0.02 0.02 0.04 0.04 Gráfico dos Resíduos vs Experimento 5 10 15 20 25 17.39 17.40 17.42 17.43 17.44 Valores ajustados Experimento Figura 38 17.41 Verificação da correlação e variância dos resíduos Os valores dos resíduos, não devem apresentar uma tendência característica a qualquer função matemática, os valores devem estar de forma aleatória conforme os gráficos da figura 38. Todos os testes realizados indicam que os dados e os resíduos do modelo apresentam as características necessárias para realizar a análise de variância, ou seja, todos os requisitos da análise de variância foram obedecidos. 5.2.5 Modelo de regressão O modelo de regressão é a representação do comportamento da variável sensibilidade através de uma equação. Este modelo apresenta a equação de interpolação da variável de resposta do experimento, ou seja, permite determinar o valor da sensibilidade entre os níveis do tratamento. A figura 39 apresenta, em vermelho, os valores ajustados da equação. yˆ = 17 , 400 + 0,008 . x (15) Porém, a equação acima permite calcular a variação de sensibilidade em função da distância do centro do calibrador ao centro do dispositivo guia. A análise de variância indica que a hipótese dos tratamentos serem iguais deve ser 57 descartada, ou seja, os valores médios de sensibilidade para cada valor de alinhamento são diferentes. A comparação em pares dos valores médios dos tratamentos indica qual tratamento possui a média diferente. A figura 39 apresenta o aumento da sensibilidade conforme aumento 17.42 17.44 X X X 17.40 X X 17.38 Sensibilidade (pC/g) Sensibilidade (pC/gn) 17.46 do deslocamento do centro do dispositivo guia ao centro do calibrador. X - média da sensibilidade 0 1 2 3 4 Deslocamento (mm) Figura 39 5.2.6 Modelo de regressão do experimento Comentários A partir dos gráficos adquiridos no domínio no tempo, nota-se que o deslocamento não influencia o valor da sensibilidade do acelerômetro. Porém, a ANOVA provou através dos testes estatísticos que há diferença da sensibilidade em um determinado deslocamento. Os dados do experimento comprovam que o aumento do alinhamento da máquina de choque há aumento no valor de sensibilidade do acelerômetro a calibrar, neste experimento o deslocamento de 3 mm (tratamento três) do calibrador de choque causa o maior aumento no valor de sensibilidade calculado. Outra observação importante foi o efeito do outlier sobre a análise do experimento. Os gráficos dos resíduos do experimento indicavam a necessidade de transformação de variável, 58 mas estas hipóteses foram descartadas através do teste da variância constante. Comparando-se os tratamentos, a maior diferença de sensibilidade foi encontrada entre o deslocamento 0 e 3 mm, aproximadamente 0,05 pC/gn e a menor diferença de sensibilidade entre o deslocamento 1 e 2 mm é de aproximadamente 0,005 pC/gn. Baseado no modelo de regressão apresentado anteriormente, pode-se dizer que o efeito do alinhamento é 0,008 mm.(pC/gn)-1 .O efeito do alinhamento da máquina de choque também pode ser expressa em termos absolutos, neste caso é 0,045% da sensibilidade. Estes valores são válidos para a configuração da máquina de choque apresentada e para os acelerômetros modelo 2270 (REF) e 2221D (UNK) ambos da Endevco, outras configurações são propostas para trabalhos futuros. 5.3 A influência do método de cálculo da sensibilidade A norma ISO 16063:22 apresenta três métodos para o cálculo da sensibilidade do acelerômetro desconhecido. Nesse capítulo foram analisados dois métodos: o método de seleção do valor máximo de pico e o método de aproximação por polinômio, métodos utilizados no domínio do tempo. 5.3.1 Método de seleção do valor máximo O método de seleção do valor máximo é aplicado quando o sinal do acelerômetro de referência e o sinal do acelerômetro desconhecido apresentam uma curva com tensão pico bem definido com baixa distorção e ruído. Um filtro digital passa-baixa pode ser utilizado para diminuir o efeito do ruído de alta-frequência e/ou efeito da ressonância da máquina de choque ou excitação da ressonância do acelerômetro de referência ou desconhecido causado pelo espectro de choque, fenômeno chamado de ringing. A sensibilidade do acelerômetro ao choque é calculada a partir da equação (16). S UNK = e UNK, pico e REF, pico S REF (16) 59 As constantes eUNK,pico e eREF,pico representam a tensão de pico de saída dos acelerômetros a calibrar e referência respectivamente. O termo SREF representa a sensibilidade do acelerômetro de referência e SUNK representa a sensibilidade do acelerômetro desconhecido. 5.3.2 Método de aproximação polinomial O método de aproximação polinomial é recomendável quando as amostras dos sinais de saída dos acelerômetros apresentam distorção devido ao ruído ou oscilação devido a ressonância do calibrador de choque. A sensibilidade ao choque é calculada através dos passos abaixo. Primeiramente é definido um intervalo próximo aos valores de pico das amostras. A série de dados ds(ti) são todos os valores que ultrapassam o valor definido na equação (17). d s (t i ) = α.e s, pico (17) As amostras de tensão do acelerômetro de referência são representadas por es,pico e a constante α dever ser 0,9 primeiramente ou 0,95. O segundo passo é aproximar a série de dados ds(ti) por um polinômio de segunda ordem: e s (t) = b s,2 t 2 + b s,1 t + b s,0 (18) Os coeficientes bS,2, bS,1 e bS,0 devem ser calculados através do método dos mínimos quadrados (ISO, 2005). O valor de pico é calculado utilizando as constantes encontradas a partir da equação (18). e s, pico = b S,0 − b S,1 2 4b S,2 (19) Os mesmos passos realizados para o acelerômetro de referência devem ser repetidos 60 para o acelerômetro desconhecido. Após encontrar os valores de tensão pico es,pico para os dois acelerômetros, o valor da sensibilidade do acelerômetro desconhecido poderá ser encontrado através da equação (16). 5.3.3 Projeto de experimento Para a realização deste experimento foram realizadas dez medições utilizando a esfera média e a base de rigidez modelo 14887. A sensibilidade foi calculada utilizando os valores máximos de tensão de cada acelerômetro e calculada através do algoritmo de aproximação ao polinômio. Tabela 8 - Resultados do experimento de cálculo da sensibilidade Descrição Amostras Média σ uRE RE Valor de sensilibilidade (pC/gn) Método Método Algorítimo Valor máximo Polinômio 17,41 17,45 17,42 17,44 17,41 17,53 17,40 17,52 17,44 17,53 17,45 17,52 17,48 17,22 17,49 17,22 17,44 17,27 17,46 17,26 17,42 17,42 0,102 0,101 0,0323 0,0320 0,075 0,074 A tabela 8 apresenta os valores de sensibilidade calculados a partir do método do valor máximo e em seguida pelo método da aproximação por polinômio. Nesta tabela são apresentadas as amostras e a média obtidas para cada caso, o desvio padrão, a incerteza da repetitividade e a repetitividade. 61 5.3.4 Observações sobre o experimento Através dos valores encontrados de incerteza apresentado na tabela 8, os dois métodos não apresentam diferenças no resultado do valor de sensibilidade. O segundo método pode ser utilizado quando os sinais dos acelerômetros apresentam ruídos, mas é importante lembrar o acréscimo da incerteza da aproximação no resultado da incerteza final da calibração. 5.4 A influência do método de fixação dos cabos Em vibrações mecânicas, a fixação do cabo pode causar grande influência nas medidas. O experimento apresentado nesse tópico, apresenta três maneiras diferentes de fixação dos cabos dos acelerômetros no calibrador de choque. A figura 40 apresenta as três formas de fixar os cabos dos acelerômetros, na primeira possibilidade o cabo é fixado na base de rigidez, na segunda possibilidade, os cabos estavam totalmente soltos e no último caso, os cabos foram fixados na parte externa da máquina de choque. Para este estudo, foi realizado uma análise de variância de apenas um fator com três níveis e cinco repetições cada totalizando quinze medições. As medições do experimento foram realizadas de maneira totalmente aleatória para prevenir o efeito de uma variável desconhecida no experimento. (a) Figura 40 (b) (c) Métodos de fixação dos cabos dos acelerômetros 62 5.4.1 A análise de variância do experimento A análise de variância do experimento foi realizada com o auxílio do software gratuito R conforme os procedimentos apresentados no item 5.2.3. e item 5.2.4. A normalidade dos dados pode ser verificada graficamente. O gráfico de probabilidade normal é obtido da seguinte forma: primeiramente todas as amostradas do experimento são classificadas do menor para o maior valor, em seguida numeradas de um até o número de amostras, ( j até jn ). Após a identificação das amostras a frequência acumulativa pode ser calculada a partir da equação (20). (j − 0,5) n ou 100. (j − 0,5) n [%] (20) 80 60 40 20 0 Percentual da Probabilidade Normal (%) 100 Gráfico de Probabilidade Normal 17.40 17.42 17.44 17.46 17.48 Sensibilidade Figura 41 Gráfico de probabilidade normal O gráfico é obtido plotando a sensibilidade no eixo das abscissas e os valores da probabilidade normal no eixo das ordenadas. Os pontos devem estar aproximadamente em torno de uma reta a 45º. A análise de variância é iniciada a partir dos cálculos de SSTRATAMENTO, SSE, MSE, MSTRATAMENTO. Após a análise de variância pode-se calcular o valor de F0 conforme a equação (13) e 63 compará-lo a porcentagem do ponto na cauda superior da distribuição F 2;12., equação (14). Os valores encontrados neste experimento foram: F0 = 0,04 e F0,05;2;12= 3,88 indicando que a maneira como o cabo do acelerômetro é fixado não altera o valor médio da sensibilidade, ou seja, as médias de cada tratamento são iguais. Como comprovação, o intervalo de confiança das médias de sensibilidade para cada caso é apresentado na tabela 9. Tabela 9 - Intervalo de confiança de 95% para cada montagem de fixação dos cabos 5.4.2 17,40 ≤ µ1 ≤ 17,47 17,39 ≤ µ2 ≤ 17,46 17,39 ≤ µ3 ≤ 17,46 Verificação da análise do experimento A verificação da análise do experimento foi realizada conforme os procedimentos apresentados no item 5.2.4. O gráfico de probabilidade normal foi utilizado para a verificação da normalidade dos resíduos do experimento. Após a verificação da normalidade dos resíduos foi necessário verificar a presença de outliers no experimento. Neste experimento não há presença de outliers. A tabela 10 apresenta os maiores valores do resíduo do experimento. Tabela 10 - Verificação de outlier no experimento Valor do resíduo Resíduo normalizado -0,04 (mínimo) / 0,06 (máximo) -1,16 / 1,71 Os dois valores normalizados estão dentro do limite de ± 2 Novamente, é necessário verificar a variância e a existência de correlação entre os resíduos. A verificação da variância pode ser realizada através da função de Bartlett presente no software R. 64 O resultado encontrado na rotina Bartlett, foi “P-value” = 0,867, um valor maior que o nível de significância (0,05) indicando que a variância é constante. Outro teste importante é a verificação de correlação entre os resíduos, para este teste foi utilizado a função Durbin-Watson presente no pacote “lmtest” do software R. O resultado foi “P-value” = 0,994 indicando a não existência de correlação entre os resíduos. 5.4.3 Comentários sobre o experimento Através do gráfico apresentado na figura 42, pode-se notar que as médias apresentam valores próximos, mas o método de fixação 1 apresentou menor dispersão dos valores de sensibilidade se comparados aos outros dois métodos. É aconselhável utilizar o método de 17.46 17.44 X X 17.42 X 17.40 Sensibilidade (pC/g ) Sensibilidade (pC/g)n 17.48 fixação apresentado na figura 40 (a) para qualquer medição na máquina choque. X - média 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 Método (Fixação do cabo) Figura 42 Gráfico das sensibilidades médias 65 6 ANÁLISE METROLÓGICA DO SISTEMA 6.1 Definição do modelo do sistema A medição direta do mensurando H é inviável em muitos sistemas de medição e calibração. Este problema pode ser solucionado através da representação de H por uma função composta por outros tipos de variáveis. A equação (21) apresenta uma estimativa do mensurando H indicado por h, e as estimativas das componentes de incerteza do sistema ou processo de medição indicadas por xi. estimativa → H = f (X1 , X 2 , X 3 ,...X n ) h = f (x1 , x 2 , x 3 ,...x n ) (21) A função de calibração do acelerômetro pode ser definida através das equações abaixo. Durante a calibração, o acelerômetro de referência e o acelerômetro a calibrar são submetidos a um mesmo nível de aceleração, indicado como “a” nas equações. O índice UNK se refere ao acelerômetro desconhecido e REF se refere ao acelerômetro de referência. a REF =a UNK m m s 2 = s 2 (22) As sensibilidades dos acelerômetros S são expressas pela razão entre a carga elétrica gerada na saída q e aceleração na qual o sensor é submetido, ou seja: S REF = pC 2 (m/s ) q a S UNK = q a pC 2 (m/s ) (23) As sensibilidades dos condicionadores “Sc” são expressas pela razão entre a saída e a entrada, ou seja, razão entre a tensão de saída “e” e carga elétrica gerada pelo acelerômetro (RIPPER, 2002). A equação (24) apresenta a relação: Sc REF = e q V pC Sc UNK = e q V pC (24) Durante a execução deste trabalho, foram utilizados dois tipos de condicionadores de 66 sinais: o primeiro tipo possui um valor de sensibilidade fixo definido pelo fabricante e um segundo tipo de condicionador que apresenta a saída em valores de tensão normalizados à valores disponibilizados ao operador, porém, é necessário ajustar, nestes condicionadores, o valor de sensibilidade do transdutor conectado. No primeiro tipo de condicionadores, a sensibilidade do conjunto “Sconj” ou cadeia de medição do sistema de calibração é dada pela multiplicação da sensibilidade do acelerômetro e a sensibilidade do condicionador. Sconj REF = S REF .Sc REF = pC V V . = 2 2 ( m/s ) pC ( m/s ) q e REF e REF . = a q a V 2 (m/s ) SconjUNK = S UNK .Sc UNK (25) (26) Substituindo o termo a na equação (22) é possível definir a relação para calcular a sensibilidade do acelerômetro desconhecido. e UNK e REF = Sconj REF Sconj UNK ⇒ Sconj UNK = e UNK .Sconj REF e REF (27) Finalmente, a equação (28) apresenta a sensibilidade do acelerômetro desconhecido. A equação é válida quando o ganho dos dois condicionadores dos acelerômetros de referência e desconhecido são iguais. S UNK .Sc UNK = e UNK .Sc REF .S REF e REF ⇒ S UNK = e UNK Sc REF S REF e REF Sc UNK (28) A equação (29) apresenta os parâmetros GcREF e GcUNK , caso seja necessário o uso de diferentes valores de ganho na configuração dos condicionadores de sinais utilizados na calibração. S UNK e UNK Sc REF Gc UNK = S REF e REF Sc UNK Gc REF ⇒ S UNK = e UNK .Sc REF .Gc REF S REF e REF .Sc UNK .Gc UNK (29) 67 Os modelos de condicionadores que permitem o ajuste de sensibilidade do circuito de condicionamento, a sensibilidade da cadeia de medição “SconjB” pode ser apresentada como: pC (m/s2 ) V V = . pC (m/s2 ) (m/s2 ) (m/s2 ) q S e e SconjB = REF .SGREF = a . REF = REF REF Scc q a a REF a SconjB UNK = S UNK e SG UNK = UNK Scc UNK a (30) (31) O termo “Scc” está relacionado a sensibilidade do transdutor selecionada no amplificador de carga e a sensibilidade e o ganho do amplificador no momento da calibração é representada através do termo “SG” . A equação (30) é utilizada para o cálculo de sensibilidade da cadeia de medição para o acelerômetro de referência e a equação (31) é utilizada para o acelerômetro desconhecido. Substituindo a sensibilidade da cadeia de medição “SconjB” na equação (22) é possível definir a equação para calcular a sensibilidade do acelerômetro desconhecido. e UNK e REF = SconjB REF SconjB UNK ⇒ SconjB UNK = e UNK .SconjB REF e REF (32) A equação (34) apresenta as variáveis necessárias para cálculo da sensibilidade do acelerômetro desconhecido válido para os condicionadores de sinais que permitem o ajuste da sensibilidade. S UNK .SG UNK = Scc UNK S UNK = e UNK .SG REF . S REF Scc REF (33) e REF e UNK .SG REF .Scc UNK S REF e REF .SG UNK .Scc REF (34) A função representada abaixo mostra as variáveis de entrada necessárias para obter uma estimativa da sensibilidade do acelerômetro desconhecido SUNK. S UNK = f (e UNK , e REF , Sc REF , Sc UNK , Gc REF , Gc UNK , S REF ) (35) 68 6.2 Cálculo da incerteza de medição A definição do modelo de cálculo da incerteza é o primeiro passo definido na publicação ISO “Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement (GUN)” sendo este o método unificado de cálculo e expressão das incertezas de medição aceito no mundo todo. O segundo passo é identificar e determinar a incerteza padrão das estimativas xi. A incerteza combinada, indicada por uc(y), pode ser calculada a partir da equação (36). As derivadas parciais são denominadas coeficientes de sensibilidade associadas as grandezas de entrada Xi. Essa equação é baseada na aproximação de primeira ordem da série de Taylor da equação (21) e representa o desvio padrão estimado do resultado (JCGM, 2008). ∂f u c (y) = ∑ i =1 ∂x i N 2 N −1 2 u (x i ) + 2∑ i =1 N ∂f ∂f u (x i , x j ) j=i +1 i ∂x j ∑ ∂x (36) A equação (37) apresenta o cálculo dos graus de liberdade resultante da incerteza padrão combinada. u 4p u c4 u 14 u 42 = + + ... + ν ef ν1 ν 2 νp (37) As parcelas ν1, ν2, νp representam os números de graus de liberdade de cada uma das fontes de incerteza, os termos u1, u2, up representam as incertezas padrão de cada fonte de incerteza e finalmente νef. representa o número de graus de liberdade efetivo associado à incerteza padrão combinada. A incerteza padrão combinada uc, corresponde a apenas um desvio padrão. Para trabalhar com níveis de confiança de 95% deve multiplicar uc por um coeficiente numérico, o coeficiente de Student, este coeficiente é denominado de fator de abrangência representado pelo símbolo k95%. A incerteza expandida corresponde à faixa de valores que enquadra a incerteza com nível de confiança de aproximadamente 95% é representada por U95% e estimada pela equação (38). 69 U 95% = k 95% . u c (38) 6.3 Resultados da análise metrológica A figura 43 apresenta o diagrama de causa e efeito do sistema de calibração que utiliza os condicionadores de sinal Endevco modelo 4430. A segunda configuração que utiliza os condicionadores da marca Brüel & Kjaer está representada no apêndice A. Os fatores apresentados no diagrama são: operador, tensão do acelerômetro de referência e desconhecido (eREF e eUNK), sensibilidade dos condicionadores de referência e desconhecido (ScREF e ScUNK), ganho dos condicionadores (GcREF e GcUNK), sensibilidade o acelerômetro de referência (SREF) e procedimento de medição. As cores diferentes no diagrama de causa e efeito indicam como as componentes de incertezas foram obtidas. As incertezas indicadas na cor verde foram obtidas experimentalmente, e explicadas no capítulo cinco a partir de projetos de experimentos. As incertezas indicadas na cor azul foram obtidas através de calibrações realizadas nos laboratórios do INPE. Finalmente, as componentes de incerteza indicadas na cor preta foram obtidas a partir de informações do fabricante do transdutor. Com exceção das componentes sobre o alinhamento do calibrador de choque e o método de introdução da esfera no calibrador, todas as componentes de incerteza citadas no diagrama estão previstas na norma ISO 16063 parte 21. Algumas componentes de incertezas não foram consideradas no diagrama de causa e efeito e nas planilhas de cálculo de incerteza devido ao pequeno valor da contribuição se comparada aos outros fatores, são elas: sensibilidade magnética, sensibilidade acústica e sensibilidade ao transiente de temperatura dos acelerômetros, radiação, humidade, ringing e zero-shift. 70 uREF Desvio sensibilidade Operador Efeito eletromagnético Base strain ScREF Acelerômetro Sensibilidade Transversal Linearidade em amplitude Sensibilidade ganho Linearidade em amplitude Linearidade Distorção harmônica Introdução esfera GcREF Estabilidade do zero Precisão em amplitude SREF Distorção harmônica Deslocamento fase Ruído Resposta em temperatura Calibração Estabilidade no tempo Precisão Ruído Efeito da massa Ruído Analisador dinâmico Analisador dinâmico Módulo Endevco 35918 Ruído Fixação cabos Procedimento de medição Distorção harmônica Precisão em amplitude Linearidade em amplitude Calibração Sensibilidade ganho Estabilidade do zero ScUNK Efeito eletromagnético Figura 43 Alinhamento máquina Linearidade Base strain Desvio sensibilidade Precisão Ruído Distorção harmônica Acelerômetro UNK Amplificador de carga Ruído Deslocamento fase Algoritmo cálculo sensibilidade Acelerômetro REF Amplificador de carga Módulo Endevco 35918 GcUNK uUNK Diagrama de causa e efeito do sistema de calibração Sistema de calibração SUNK 71 Tabela 11 - Descrição componente Valor Cálculo de incerteza das medições – Esfera P – Base 14886 Grandeza Tipo Distrib. de incerteza Probab. Graus de Incerteza liberdade ui (x) Divisor Ci 1,73 2,78 4 0,034424 2 4 Unidade ui (x)/vef. pC/gn 0,00029626 Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal REF Repetividade das medições 0,115 V A Retangular Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000015 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,0000000000013 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000006 pC/gn 0 1,73 4,44 4 0,058105 pC/gn 0,00084403 Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal UNK Repetividade das medições 0,094 V A Retangular Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000037 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,0000000000033 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000017 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal REF Distorção harmônica 0,036 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00340 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000000206 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,036 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00340 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal UNK Distorção harmônica 0,0284 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00530 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00000053 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,0284 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00530 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal REF Precisão (Ganho) 0,1 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,04041 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000010 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000040 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000013 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000019 pC/gn 0 72 Continuação Tabela 11 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera P – Base 14886 Descrição componente Valor Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) Unidade ui (x)/vef. 4 Amplificador de carga - Canal UNK Precisão (Ganho) 0,01 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,01010 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00003 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000033 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000047 pC/gn 0 Acelerômetro de Referência - Canal REF Certificado de calibração 0,0307 pC/gn B Normal 2 7,986 ∞ 0,0150 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,002 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0001 pC/gn 0 Efeito da temperatura 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Efeito da massa sobre o acelerômetro 0,0044 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0004 pC/gn 0 Sensibilidade temporal 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Incerteza combinada uc 0,443 Incerteza combinada ^4 uc^4 0,038638 Graus de liberdade efetivos vef 33,884161 T-Student t-student 2,07 Incerteza Expandida U 0,92 pC/gn Resultado da calibração 17,12 ± 0,92 pC/gn 17,12 ± 5,36 % 73 A planilha de cálculo de incerteza referente a uma configuração da máquina de choque (base de rigidez modelo 14886 e esfera pequena) está apresentada na tabela 11. Cada planilha de cálculo apresenta um resultado da sensibilidade do acelerômetro desconhecido nas diferentes configurações e combinações entre esfera e base de rigidez totalizando nove planilhas. Os restantes das planilhas estão apresentados no apêndice A. A planilha para cálculo da incerteza foi organizada da seguinte forma: os principais componentes do sistema estão descritos em negrito seguidos pelos fatores de influência no resultado da medição. Os coeficientes de sensibilidade associada a cada estimativa xi estão apresentados na coluna ci. Estes coeficientes são calculados a partir da derivada parcial do modelo da função do sistema de medição com a respectiva entrada estimada. A equação 36 apresenta o método de cálculo do ci (JCGM, 2008). ci = ∂f ∂f = ∂X i ∂X i (39) Xi = x i Por meio das planilhas é possível identificar as maiores contribuições dos componentes do sistema no resultado da calibração. O gráfico abaixo (figura 44) apresenta os valores das incertezas de cada componente do sistema utilizando a base de rigidez modelo 14886 e os três modelos de esfera. Os números sobre as barras indicam as componentes de incerteza respeitando a ordem apresentada na planilha de incerteza. As barras em azul representam a primeira configuração (esfera pequena) e pode-se notar que a repetitividade dos valores em tensão dos acelerômetros causam maior influência no resultado de medição seguido pela precisão do ganho do condicionador do acelerômetro de referência e o valor de calibração do acelerômetro de referência. A configuração 2 (esfera média) representada pela cor vermelha, apresenta valores de repetitividade menores se comparados a configuração anterior e maior influência das incertezas do acelerômetro de referência no resultado de medição. As barras em verde indicam as incertezas dos componentes na última configuração (base 14886 e esfera grande). Nesta configuração foram encontrados os menores valores de incerteza. As maiores contribuições de incerteza estão relacionadas ao acelerômetro padrão e a repetitividade dos valores em tensão do acelerômetro desconhecido. 74 Valores de incerteza dos componentes do sistema 1,00000 5 1 15 9 0,10000 11 12 25 20 14 27 29 28 26 22 ui(x) LOG 0,01000 6 2 21 8 4 17 0,00100 16 13 10 23 24 18 19 0,00010 Esfera-P_base-14886 0,00001 Esfera-M_base-14886 7 3 Esfera-G_base-14886 0,00000 Componentes de incerteza Figura 44 Valores das incertezas no resultado de medição - configurações 1, 2 e 3 Valores de incerteza dos componentes do sistema 1,00000 5 0,10000 12 1 9 25 14 27 29 11 28 15 ui(x) LOG 0,01000 6 2 20 21 8 4 17 0,00100 26 22 10 13 16 18 19 23 24 0,00010 Esfera-P_base-14887 0,00001 Esfera-M_base-14887 3 0,00000 Figura 45 7 Esfera-G_base-14887 Componentes de incerteza Valores das incertezas no resultado de medição - configurações 4, 5 e 6 75 A figura 45 apresenta os valores das incertezas de cada componente do sistema nas configurações 4, 5 e 6, (base de rigidez modelo 14887 em conjunto com os três modelos de esfera). As maiores contribuições de incerteza foram encontradas quando se utilizou a esfera maior. Os maiores fatores estão relacionadas a repetitividade do acelerômetro desconhecido e os módulos de conversão de carga. O melhor desempenho em relação a contribuição de incertezas está relacionada a configuração 4 (base de rigidez modelo 14887 e esfera pequena). Valores de incerteza dos componentes do sistema 1,00000 5 1 14 0,10000 9 10 12 15 17 19 13 18 16 0,01000 2 4 6 8 ui(x) LOG 11 0,00100 0,00010 0,00001 3 Esfera-P_base-14888 7 0,00000 Esfera-M_base-14888 Esfera-G_base-14888 0,00000 Figura 46 Componentes de incerteza Valores das incertezas no resultado de medição - configurações 7, 8 e 9 O gráfico apresentado na figura 46 apresenta os valores de incerteza da última configuração. Nessas três últimas configurações foi utilizado a base de rigidez modelo 14887, os três modelos das esferas e os condicionadores da marca Brüel & Kajer devido ao elevado nível de aceleração obtido durante o impacto das esferas. Nas configurações 7, 8 e 9, os maiores valores de incerteza estão relacionados a repetitividade dos valores em tensão dos acelerômetros, ou seja, para diminuir a incerteza de medição é necessário primeiramente aumentar o número de amostras antes e alterar alguma configuração ou componente do sistema de medição. A figura 47 apresenta os valores de sensibilidade encontrados e a incerteza de medição para cada configuração da máquina de choque. 76 Valores de Sensibilidade - Calibração em amplitude 19,00 Sensibilidade (pC/gn) 18,50 18,00 17,50 17,00 16,50 16,00 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 Aceleração (gn) Figura 47 Valores das incertezas no resultado de medição Analisando o gráfico acima, pode-se notar o aumento da sensibilidade do acelerômetro desconhecido conforme aumento do nível de aceleração, este comportamento torna-se mais acentuado a partir de 200 gn (≈1960 m/s2). Até este nível de aceleração, a sensibilidade se manteve constante com o valor aproximado de 17,15 pC/gn, próximo ao valor obtido de 17,35 pC/gn conforme apresentado no certificado de calibração LIT09-LIT09-CC-0113 emitido pelo INPE-LIT. Devido a limitação dos acelerômetros o maior valor de aceleração foi 1258 gn (≈ 12336 m/s2). O aumento da sensibilidade de acelerômetros conforme aumento da aceleração foi discutida no artigo (BRUNS, Th., 2006). A menor incerteza de medição do medição, para o modelo de acelerômetro utilizado, foi encontrada na seguinte configuração: base de rigidez modelo 14886 em conjunto com a esfera grande e a base de rigidez modelo 14887 em conjunto com a esfera pequena. A tabela 12 apresenta os valores de sensibilidade encontrados no sistema de calibração de acelerômetros por choque mecânico. Com o objetivo de validar os resultados da calibração obtidos a partir do sistema em estudo foi realizado uma comparação dos resultados obtidos do sistema de calibração 77 utilizando vibrador eletrodinâmico do INPE. O acelerômetro a calibrar foi fabricado pela empresa ENDEVCO modelo 2221D. Conforme dados fornecidos pelo fabricante, a sensibilidade típica deve ser 17,00 pC/gn e a sensibilidade mínima de 13,5 pC/gn. Tabela 12 Base de rigidez Esfera 14888 14888 14887 14888 14887 14887 14886 14886 14886 G M G P M P G M P Resultados das medições – máquina de choque Valores de aceleração (gn) 1258,42 959,27 534,36 487,40 360,15 157,87 122,99 77,16 33,31 Nota: (1 gn = 9,80665 m/s2) Sensibilidade encontrada (pC/gn) 18,14 17,88 17,59 17,51 17,48 17,14 17,10 17,17 17,12 Incerteza da medição (pC/gn) 0,72 1,03 0,89 1,13 0,57 0,48 0,51 0,67 0,92 Incerteza da medição (%) 3,96 5,75 5,06 6,44 3,24 2,81 3,01 3,92 5,36 78 7 CONCLUSÃO Este trabalho apresentou o valor da sensibilidade de um acelerômetro quando submetido a elevados níveis de aceleração. Inicialmente foi necessário identificar os recursos necessários e disponíveis no Laboratório para a realização da calibração em elevados níveis de calibração. O laboratório disponibilizava de uma máquina de calibração de choque, mas utilizava uma metodologia simples para a obtenção dos resultados. Após a seleção dos equipamentos do sistema foi necessário obter os respectivos manuais de operação. Um software foi elaborado para a modernização do sistema agregando outros componentes como condicionadores e o analisador dinâmico de sinais, tornando a máquina de calibração de choque, em um sistema completo de calibração. O software pode ser considerado de fácil uso ao operador por apresenta poucos botões para operação; um botão é utilizado para configuração do sistema, um segundo botão para início de aquisição e um terceiro botão para retirada dos dados do analisador. A análise metrológica do sistema, tema dessa dissertação foi realizada com o objetivo de conhecer profundamente o sistema de calibração. Como resultado desta análise, foi possível apresentar a sensibilidade do acelerômetro e sua respectiva incerteza de medição. A análise permitiu apresentar um mapeamento das incertezas dos componentes do sistema e determinar qual fator apresenta a maior contribuição no resultado de medição. As rotinas de cálculo da sensibilidade do acelerômetro desconhecido foram baseadas nos métodos apresentados na norma ISO 16063:22, que estabelece os requisitos necessários para a calibração secundária de acelerômetros ao choque apresentada nesta dissertação. Um grande número de componentes de incerteza foi obtido através de informações dos fabricantes dos equipamentos, normas e experimentalmente através dos projetos de experimento com auxílio da análise de variância. Após a realização dos experimentos e identificação das componentes de incerteza, a planilha de cálculo de incerteza de medição foi elaborada com o auxílio do software Excel®. Em todos os pontos de calibração foi observado que o número de amostras é o fator que apresenta maior influência no resultado de medição seguido pelos valores do resultado da calibração do acelerômetro padrão. Outra observação importante foi o aumento da sensibilidade do acelerômetro 79 conforme o aumento do valor da aceleração. O acelerômetro, utilizado nos experimentos, quando submetido a aceleração de aproximadamente 12.350 m/s2 apresentou uma sensibilidade média de 18,14 pC/gn, uma diferença de 4,5% do valor de sensibilidade encontrado ao nível de 20 m/s2. Portanto a utilização do sistema de calibração de acelerômetros ao choque mecânico é fundamental para obter o valor da sensibilidade do acelerômetro para medição de elevados níveis de aceleração. 7.1 Vantagens do sistema de calibração por choque mecânico O sistema de calibração de acelerômetros apresenta várias vantagens, mas algumas limitações. Como vantagem, o acelerômetro pode ser submetido a elevados níveis de aceleração não atingido por vibradores eletrodinâmicos, tornado possível verificar a resposta do acelerômetro em amplitude próximo ao fundo de escala. O sinal de choque permite verificar se a resposta do acelerômetro retorna rapidamente para o zero após a excitação, permitindo detectar eventual problema no sistema massa-mola do acelerômetro. O sistema de calibração de acelerômetros é simples com poucos componentes, facilitando a operação e o cálculo de incerteza da medição. Em relação aos resultados de medição, a máquina de choque em estudo apresentou valores de incerteza elevados, mas compatíveis a outros sistemas de calibração de acelerômetros baseados em choque mecânico e conforme fabricante da máquina de choque. 7.2 Desvantagens do sistema de calibração por choque mecânico Uma limitação do sistema de choque é a resposta em frequência. A medição é realizada no domínio do tempo exigindo alta taxa de aquisição devido ao fenômeno físico. Para obtenção da resposta em frequência é necessário o uso de algoritmo FFT, sendo necessária a aquisição em outra taxa adequada. Nesse sistema de calibração do acelerômetro em amplitude por choque mecânico, a 80 frequência é calculada através da duração do pulso sendo necessário modificar a configuração de base de rigidez e esfera para conseguir outros pontos de frequência, mas há alteração da amplitude. Outro problema do sistema de calibração de choque é a atenção necessária durante a operação. Devido aos valores elevados de aceleração, pode-se facilmente danificar um acelerômetro. É importante observar que em todas as configurações da máquina de choque foi detectada a necessidade de aumentar o número de medições realizadas. 7.3 Trabalhos futuros Como trabalhos futuros são necessários: realizar e adicionar ao software da máquina de choque o cálculo de sensibilidade no domínio da frequência e verificar o comportamento da máquina de choque para outros modelos de acelerômetros. Neste trabalho não foi realizada uma análise sobre o efeito da largura do pulso no valor da sensibilidade obtido. Realizar uma comparação interlaboratorial junto ao INMETRO para verificar os valores de sensibilidade encontrados para os níveis de aceleração aplicados. Desenvolver novos dispositivos para o calibrador de choque com o objetivo de obter um número maior de pontos e também para fixação transdutores com geometrias diferentes. 81 REFERÊNCIAS ALBERTAZZI, A. G. Jr.; SOUSA, A. R. Fundamentos de Metrologia Científica e Industrial. Brasil: Manole, 2008. 407 p. ISBN 978-85-204-2116-1. 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A planilha de cálculo de incerteza referente a uma configuração da máquina de choque (base de rigidez modelo 14886 e esfera pequena) está apresentada na tabela 11 (item 6.3). A discussão sobre a diferença dos condicionadores utilizados no sistema está apresentada no capítulo 6. 86 Tabela 13 Descrição componente Valor Cálculo de incerteza das medições – Esfera M – Base 14886 Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal REF Repetividade das medições 0,070 V A Retangular 1,73 2,78 4 0,012827 pC/gn 4,11348E-05 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000015 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,0000000000013 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000006 pC/gn 0 Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal UNK Repetividade das medições 0,060 V A Retangular 1,73 4,44 4 0,023655 pC/gn 0,00013989 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000037 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,0000000000033 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000017 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal REF Distorção harmônica 0,042 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00456 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000000206 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,042 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00456 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal UNK Distorção harmônica 0,0330 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00715 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00000053 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,0330 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00715 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal REF Precisão (Ganho) 0,05 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,01010 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000010 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000040 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000013 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000019 pC/gn 0 87 Continuação Tabela 13 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera M – Base 14886 Descrição componente Valor Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Amplificador de carga - Canal UNK Precisão (Ganho) 0,005 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00253 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00003 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000033 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000047 pC/gn 0 Acelerômetro de Referência - Canal REF Certificado de calibração 0,0307 pC/gn B Normal 2 7,986 ∞ 0,0150 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,002 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0001 pC/gn 0 Efeito da temperatura 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Efeito da massa sobre o acelerômetro 0,0044 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0004 pC/gn 0 Sensibilidade temporal 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Incerteza combinada uc 0,330 Incerteza combinada ^4 uc^4 0,011806 Graus de liberdade efetivos vef 65,217548 T-Student t-student 2,04 Incerteza Expandida U 0,67 pC/gn Resultado da calibração 17,17 ± 0,67 pC/gn 17,17 ± 3,92 % 88 Tabela 14 Descrição componente Valor Cálculo de incerteza das medições – Esfera G – Base 14886 Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal REF Repetividade das medições 0,052 V A Retangular 1,73 2,78 4 0,007041 pC/gn 1,23952E-05 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000015 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,0000000000013 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000006 pC/gn 0 Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal UNK Repetividade das medições 0,039 V A Retangular 1,73 4,44 4 0,010231 pC/gn 2,61695E-05 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000037 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,0000000000033 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000017 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal REF Distorção harmônica 0,027 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00185 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000000206 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,027 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00185 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal UNK Distorção harmônica 0,0209 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00288 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00000053 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,0209 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00288 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal REF Precisão (Ganho) 0,02 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,00162 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000010 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000040 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000013 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000019 pC/gn 0 89 Continuação Tabela 14 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera G – Base 14886 Valor Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) Unidade ui (x)/vef. Precisão (Ganho) 0,002 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00040 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00003 pC/gn 0 Descrição componente 4 Amplificador de carga - Canal UNK Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000033 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000047 pC/gn 0 pC/gn B Normal 2 7,986 ∞ 0,0150 pC/gn 0 Acelerômetro de Referência - Canal REF Certificado de calibração 0,0307 Linearidade em amplitude 0,002 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0001 pC/gn 0 Efeito da temperatura 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Efeito da massa sobre o acelerômetro 0,0044 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0004 pC/gn 0 Sensibilidade temporal 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 uc 0,255 Incerteza combinada Incerteza combinada ^4 Graus de liberdade efetivos T-Student Incerteza Expandida Resultado da calibração uc^4 0,004212 vef 109,214665 t-student 2,02 U 0,51 pC/gn 17,10 ± 0,51 pC/gn 17,10 ± 3,01 % 90 Tabela 15 Descrição componente Valor Cálculo de incerteza das medições – Esfera P – Base 14887 Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal REF Repetividade das medições 0,008 V A Retangular 1,73 2,78 4 0,000167 pC/gn 6,94082E-09 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000015 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,0000000000013 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000006 pC/gn 0 Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal UNK Repetividade das medições 0,049 V A Retangular 1,73 4,44 4 0,015994 pC/gn 6,39535E-05 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000037 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,0000000000033 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000017 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal REF Distorção harmônica 0,009 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00019 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000000206 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,009 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00019 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal UNK Distorção harmônica 0,0135 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00119 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00000053 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,0135 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00119 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal REF Precisão (Ganho) 0,005 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000010 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000040 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000013 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000019 pC/gn 0 91 Continuação Tabela 15 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera P – Base 14887 Descrição componente Valor Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) Unidade 4 ui (x)/vefe. Amplificador de carga - Canal UNK Precisão (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00003 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000033 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000047 pC/gn 0 Acelerômetro de Referência - Canal REF Certificado de calibração 0,0307 pC/gn B Normal 2 7,986 ∞ 0,0150 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,002 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0001 pC/gn 0 Efeito da temperatura 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Efeito da massa sobre o acelerômetro 0,0044 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0004 pC/gn 0 Sensibilidade temporal 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Incerteza combinada Incerteza combinada ^4 Graus de liberdade efetivos T-Student Incerteza Expandida Resultado da calibração uc 0,235 uc^4 0,003054 vef 47,752960 t-student 2,05 U 0,48 pC/gn 17,14 ± 0,48 pC/gn 17,14 ± 2,81 % 92 Tabela 16 Descrição componente Valor Cálculo de incerteza das medições – Esfera M – Base 14887 Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal REF Repetividade das medições 0,026 V A Retangular 1,73 2,78 4 0,001752 pC/gn 7,67097E-07 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000015 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,0000000000013 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000006 pC/gn 0 Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal UNK Repetividade das medições 0,059 V A Retangular 1,73 4,44 4 0,022667 pC/gn 0,00012844 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000037 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,0000000000033 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000017 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal REF Distorção harmônica 0,020 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00099 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000000206 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,020 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00099 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal UNK Distorção harmônica 0,0313 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00645 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00000053 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,0313 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00645 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal REF Precisão (Ganho) 0,005 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000010 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000040 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000013 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000019 pC/gn 0 93 Continuação Tabela 16 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera M – Base 14887 Descrição componente Valor Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Amplificador de carga - Canal UNK Precisão (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00003 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000033 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000047 pC/gn 0 Acelerômetro de Referência - Canal REF Certificado de calibração 0,0307 pC/gn B Normal 2 7,986 ∞ 0,0150 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,002 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0001 pC/gn 0 Efeito da temperatura 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Efeito da massa sobre o acelerômetro 0,0044 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0004 pC/gn 0 Sensibilidade temporal 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Incerteza combinada Uc 0,275 Incerteza combinada ^4 uc^4 0,005722 Graus de liberdade efetivos Vef 44,286873 t-student 2,06 U 0,57 pC/gn 17,48 ± 0,57 pC/gn 17,48 ± 3,24 % T-Student Incerteza Expandida Resultado da calibração 94 Tabela 17 Descrição componente Valor Cálculo de incerteza das medições – Esfera G – Base 14887 Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal REF Repetividade das medições 0,050 V A Retangular 1,73 2,78 4 0,006441 pC/gn 1,03708E-05 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000015 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,0000000000013 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000006 pC/gn 0 Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal UNK Repetividade das medições 0,115 V A Retangular 1,73 4,44 4 0,087503 pC/gn 0,00191418 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000037 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,0000000000033 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,000017 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal REF Distorção harmônica 0,029 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00219 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,000000206 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,029 V B Retangular 1,73 2,78 ∞ 0,00219 pC/gn 0 Módulo Endevco 35918 - Canal UNK Distorção harmônica 0,0468 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,01438 pC/gn 0 Ruído residual 0,00028 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,00000053 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,0468 V B Retangular 1,73 4,44 ∞ 0,01438 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal REF Precisão (Ganho) 0,005 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000010 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 3,482 ∞ 0,0000040 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000013 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 2,780 ∞ 0,0000019 pC/gn 0 95 Continuação Tabela 17 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera G – Base 14887 Descrição componente Valor Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Amplificador de carga - Canal UNK Precisão (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Linearidade (Ganho) 0,0005 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00003 pC/gn 0 Sensibilidade a alimentação (Ganho) 0,001 V/V B Retangular 1,73 17,409 ∞ 0,00010 pC/gn 0 Estabilidade do zero (Output) 0,00071 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000033 pC/gn 0 Ruído (Output) 0,00085 V B Retangular 1,73 4,440 ∞ 0,0000047 pC/gn 0 Acelerômetro de Referência - Canal REF Certificado de calibração 0,0307 pC/gn B Normal 2 7,986 ∞ 0,0150 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,002 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0001 pC/gn 0 Efeito da temperatura 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Efeito da massa sobre o acelerômetro 0,0044 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0004 pC/gn 0 Sensibilidade temporal 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,986 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Incerteza combinada Incerteza combinada ^4 Graus de liberdade efetivos T-Student Incerteza Expandida Resultado da calibração uc 0,404 uc^4 0,026706 vef 13,876305 t-student 2,20 U 0,89 pC/gn 17,59 ± 0,89 pC/gn 17,59 ± 5,06 % 96 Tabela 18 Descrição componente Valor Cálculo de incerteza das medições – Esfera P – Base 14888 Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal REF Repetividade das medições 0,179 V A Retangular 1,73 3,294 4 0,115685 pC/gn 0,00334575 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 3,294 ∞ 0,000020 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 3,294 ∞ 0,0000000000018 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 3,294 ∞ 0,000009 pC/gn 0 Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal UNK Repetividade das medições 0,245 V A Retangular 1,73 2,061 4 0,085288 pC/gn 0,00181849 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,061 ∞ 0,000008 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,061 ∞ 0,0000000000007 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,061 ∞ 0,000004 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal REF - B&K 1242324 Incerteza da sensibilidade 0,0084 Incerteza do ganho 0,000064 Resposta em frequência 0,0006 pC B Normal 2 8,754 ∞ 0,001352 pC/gn 0 mV/gn B Normal 2 1750,884 ∞ 0,003139 pC/gn 0 V B Normal 2 3,294 ∞ 0,000001 pC/gn 0 pC B Normal 2 1,751 ∞ 0,001352 pC/gn 0 mV/gn B Normal 2 1750,884 ∞ 0,003139 pC/gn 0 V B Normal 2 2,061 ∞ 0,009786 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal UNK - B&K 1813305 Incerteza da sensibilidade 0,042 Incerteza do ganho 0,000064 Resposta em frequência 0,096 Acelerômetro de Referência - Canal REF Certificado de calibração 0,0307 pC/gn B Normal 2 7,991 ∞ 0,0150 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,002 pC/gn B Retangular 1,73 7,991 ∞ 0,0001 pC/gn 0 Efeito da temperatura 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,991 ∞ 0,0102 pC/gn 0 Efeito da massa sobre o acelerômetro 0,0044 pC/gn B Retangular 1,73 7,991 ∞ 0,0004 pC/gn 0 Sensibilidade temporal 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 7,991 ∞ 0,0102 pC/gn 0 97 Continuação Tabela 18 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera P – Base 14888 Incerteza combinada uc 0,506 Incerteza combinada ^4 uc^4 0,065409 Graus de liberdade efetivos vef. 12,665823 t-student 2,23 U 1,13 pC/gn 17,51 ± 1,13 pC/gn 17,51 ± 6,44 % T-Student Incerteza Expandida Resultado da calibração 98 Tabela 19 Descrição componente Valor Cálculo de incerteza das medições – Esfera M – Base 14888 Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal REF Repetividade das medições 0,197 V A Retangular 1,73 2,565 4 0,085107 pC/gn 0,00181081 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,565 ∞ 0,000012 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,565 ∞ 0,0000000000011 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,565 ∞ 0,000006 pC/gn 0 Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal UNK Repetividade das medições 0,229 V A Retangular 1,73 2,094 4 0,076610 pC/gn 0,00146725 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,094 ∞ 0,000008 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,094 ∞ 0,0000000000007 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,094 ∞ 0,000004 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal REF - B&K 1242324 Incerteza da sensibilidade 0,0126 Incerteza do ganho 0,000064 Resposta em frequência 0,0008 pC B Normal 2 5,962 ∞ 0,001411 pC/gn 0 mV/gn B Normal 2 1788,469 ∞ 0,003275 pC/gn 0 V B Normal 2 2,565 ∞ 0,000001 pC/gn 0 pC B Normal 2 0,894 ∞ 0,001411 pC/gn 0 mV/gn B Normal 2 1788,469 ∞ 0,003275 pC/gn 0 V B Normal 2 2,094 ∞ 0,010211 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal UNK - B&K 1813305 Incerteza da sensibilidade 0,084 Incerteza do ganho 0,000064 Resposta em frequência 0,096 Acelerômetro de Referência - Canal REF Certificado de calibração 0,0307 pC/gn B Normal 2 8,163 ∞ 0,0157 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,002 pC/gn B Retangular 1,73 8,163 ∞ 0,0001 pC/gn 0 Efeito da temperatura 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 8,163 ∞ 0,0107 pC/gn 0 Efeito da massa sobre o acelerômetro 0,0044 pC/gn B Retangular 1,73 8,163 ∞ 0,0004 pC/gn 0 Sensibilidade temporal 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 8,163 ∞ 0,0107 pC/gn 0 99 Continuação Tabela 19 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera M – Base 14888 Incerteza combinada Incerteza combinada ^4 Graus de liberdade efetivos T-Student Incerteza Expandida Resultado da calibração uc 0,468 uc^4 0,047900 vef 14,612297 t-student 2,20 U 1,03 pC/gn 17,88 ± 1,03 pC/gn 17,88 ± 5,75 % 100 Tabela 20 Descrição componente Valor Cálculo de incerteza das medições – Esfera G – Base 14888 Grandeza Tipo incerteza Distrib. de Probab. Divisor Ci Graus de liberdade Incerteza 2 ui (x) 4 Unidade ui (x)/vef. Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal REF Repetividade das medições 0,112 V A Retangular 1,73 2,643 4 0,029485 pC/gn 0,00021734 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,643 ∞ 0,000013 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,643 ∞ 0,0000000000012 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,643 ∞ 0,000006 pC/gn 0 Medição de tensão de entrada no analisador dinâmico HP 3562A - Canal UNK Repetividade das medições 0,125 V A Retangular 1,73 2,395 4 0,029786 pC/gn 0,00022180 Precisão 0,002380161 V B Retangular 1,73 2,395 ∞ 0,000011 pC/gn 0 Ruído 7,0908E-07 V B Retangular 1,73 2,395 ∞ 0,0000000000010 pC/gn 0 Distorção harmônica 0,001586774 V B Retangular 1,73 2,395 ∞ 0,000005 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal REF - B&K 1242324 Incerteza da sensibilidade 0,0168 Incerteza do ganho 0,000064 Resposta em frequência 0,0008 pC B Normal 2 4,534 ∞ 0,001450 pC/gn 0 mV/gn B Normal 2 1813,587 ∞ 0,003368 pC/gn 0 V B Normal 2 2,643 ∞ 0,000001 pC/gn 0 pC B Normal 2 0,605 ∞ 0,001450 pC/gn 0 mV/gn B Normal 2 1813,587 ∞ 0,003368 pC/gn 0 V B Normal 2 2,395 ∞ 0,010500 pC/gn 0 Amplificador de carga - Canal UNK - B&K 1813305 Incerteza da sensibilidade 0,126 Incerteza do ganho 0,000064 Resposta em frequência 0,086 Acelerômetro de Referência - Canal REF Certificado de calibração 0,0307 pC/gn B Normal 2 8,277 ∞ 0,0161 pC/gn 0 Linearidade em amplitude 0,002 pC/gn B Retangular 1,73 8,277 ∞ 0,0001 pC/gn 0 Efeito da temperatura 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 8,277 ∞ 0,0110 pC/gn 0 Efeito da massa sobre o acelerômetro 0,0044 pC/gn B Retangular 1,73 8,277 ∞ 0,0004 pC/gn 0 Sensibilidade temporal 0,022 pC/gn B Retangular 1,73 8,277 ∞ 0,0110 pC/gn 0 101 Continuação Tabela 20 - Cálculo de incerteza das medições – Esfera G – Base 14888 Incerteza combinada Incerteza combinada ^4 Graus de liberdade efetivos T-Student Incerteza Expandida Resultado da calibração uc 0,344 uc^4 0,013933 vef 31,726025 t-student 2,09 U 0,72 pC/gn 18,14 ± 0,72 pC/gn 18,14 ± 3,96 % 102 uREF Desvio sensibilidade Operador Efeito eletromagnético Base strain Acelerômetro Estabilidade do zero Sensibilidade Transversal Linearidade em amplitude Sensibilidade ganho Precisão em amplitude Linearidade Distorção harmônica Introdução esfera SREF SccREF / SGREF Resposta em temperatura Calibração Deslocamento fase Ruído Estabilidade no tempo Precisão Efeito da massa Ruído Analisador dinâmico Analisador dinâmico Ruído Fixação cabos Deslocamento fase Algoritmo cálculo sensibilidade Distorção harmônica Precisão em amplitude Precisão Alinhamento máquina Calibração Linearidade SccUNK / SGUNK Efeito eletromagnético Figura 48 Ruído Estabilidade do zero Base strain Desvio sensibilidade Amplificador de carga Sensibilidade ganho Acelerômetro UNK Procedimento de medição Acelerômetro REF Amplificador de carga Sistema de calibração uUNK Diagrama de causa e efeito do sistema de calibração – Brüel&Kjaer SUNK 103 APÊNDICE B – Os primeiros sistemas de calibração Em 1948 foi apresentado um artigo escrito por Samuel Levy, Albert E. McPherson e Edward V. Hobbs no “Journal of Research of the National Bureau of Standards”, agora conhecido como NIST, três calibradores de acelerômetros. O primeiro sistema de calibração utilizava uma mesa vibratória que realizava movimentos senoidais com aceleração de 80 gn (784,53 m/s2) e frequência de 20 a 110 ciclos por segundo. O segundo sistema produzia um pulso de aceleração conhecido com valor de pico entre 1 a 20 gn (9,81 a 196,13 m/s2). Figura 49 Um dos primeiros sistemas de calibração de acelerômetros “Retirado do artigo Calibration of Accelerometers - Journal of Research of the National Bureau of Standards, Volume 41 November 1948” 104 Um sistema simples massa-mola é utilizado para este sistema, mas apresenta a desvantagem de produzir uma ressonância na resposta do instrumento devido a repentina aceleração aplicada. Figura 50 Curva de aceleração no domínio do tempo do calibrador “Retirado do artigo Calibration of Accelerometers - Journal of Research of the National Bureau of Standards, Volume 41 November 1948” A figura 50 apresenta a curva de aceleração produzida pela vibração do calibrador nos dois principais modos de flexão nas frequências de 12 e 30 ciclos por segundo. Está presente uma pequena componente de aceleração em torno de 250 c/s relacionada ao modo fundamental das molas e das barras engastadas com as massas M1, M2 e M3. O pulso de aceleração é retirado apenas dos dois modos de vibração de baixa frequência. O valor de aceleração é calculado através de uma relação entre o deslocamento inicial e entre o movimento das massas M1 e M2 e M3. Portanto o valor de aceleração aplicado ao acelerômetro é conhecido podendo ser ajustado em seis níveis de 1 a 20 gn. Recentemente, a sensibilidade do acelerômetro é calculada através da comparação direta das tensões de saída do acelerômetro desconhecido a outro acelerômetro chamado de referência. Este procedimento rápido e muito utilizado de calibração é chamado de método de calibração secundária. FOLHA DE REGISTRO DO DOCUMENTO 1. 5. 2. CLASSIFICAÇÃO/TIPO DM DATA 23 de maio de 2011 3. REGISTRO N° 4. N° DE PÁGINAS DCTA/ITA/DM-116/2010 104 TÍTULO E SUBTÍTULO: Avaliação metrológica de um sistema de calibração de acelerômetros por choque mecânico. 6. AUTOR(ES): Ailson Nogueira Campos 7. INSTITUIÇÃO(ÕES)/ÓRGÃO(S) INTERNO(S)/DIVISÃO(ÕES): Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA 8. PALAVRAS-CHAVE SUGERIDAS PELO AUTOR: Calibração, acelerômetro, choque mecânico. 9.PALAVRAS-CHAVE RESULTANTES DE INDEXAÇÃO: Calibração; Acelerômetros; Choque mecânico; Avaliação de desempenho; Incerteza de medição; Instrumentos de medição; Mecânica (Física); Metrologia; Física 10. APRESENTAÇÃO: X Nacional Internacional ITA, São José dos Campos. Curso de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Aeronáutica e Mecânica. Área de Sistemas Aeroespaciais e Mecatrônica. Orientador: Ricardo Sutério. Defesa em 28/12/2010. Publicada em 2010. 11. RESUMO: Este trabalho apresenta a operacionalização e a análise metrológica de um sistema de calibração de acelerômetros por choque mecânico. O referido sistema é composto por um conjunto de aplicação de choque por queda livre, um analisador de sinais dinâmicos, um par de condicionadores e um acelerômetro piezoelétrico padrão de referência. A operacionalização consistiu em elaborar um procedimento de medição e desenvolver um software de aquisição e análise de resultados, já a avaliação metrológica, buscou comparar a exatidão do sistema através de especificações técnicas dos equipamentos utilizados, as recomendações previstas em norma e de avaliações experimentais, objetivando identificar e avaliar as principais componentes de incertezas que influenciam nos resultados de calibração. A técnica estudada complementa a técnica atualmente muito empregada na calibração de acelerômetros, atingindo valores de amplitude até 200 vezes maior e com incertezas na ordem de 3 a 5 % do valor da sensibilidade de choque medida. 12. GRAU DE SIGILO: (X ) OSTENSIVO ( ) RESERVADO ( ) CONFIDENCIAL ( ) SECRETO