Síntese. - História da Cultura e das Artes / História da

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Síntese. - História da Cultura e das Artes / História da
IDADE
MÉDIA
(400 – 1400)
Surge o Cristianismo, dois momentos de culto público
importantes: Ofício Divino e Eucaristia
Aparecimento do Canto Gregoriano
(monodia num contexto religioso)
Na Gália (atual França): surge fusão do Canto Romano Antigo
com o Canto Galicano
Por volta do século VIII
Estilos de execução: antifonal, responsorial e direto
Desenvolvimento da Notação Musical
Notação neumática (neumas que indicam os contornos
melódicos e não a duração das notas)
Por volta do século IX
Notação diastemática (neumas em torno de linhas)
Por volta do século XI
Guido d´Arezzo
Sistematiza o tetragrama (neumas em torno de quatro linhas),
inventa o nome das notas (solmização) e cria um sistema de
hexacordes, autor de Micrologus e Prologo in antiphonarium,
escritos durante o século XI.
Música modal - Modos Eclesiásticos
Oito modos eclesiásticos (Protus, Deuterus, Tritus e Tretardus):
quatro modos autênticos (Ré, Mi, Fá e Sol) e quatro modos
plagais (uma quarta abaixo - Lá, Si, Dó, Ré)
Três elementos importantes: a Finalis, a nota final; o Tenor
(tuba, repercussio), a nota melódica principal, uma espécie de
dominante; e o Ambitus (âmbito), extensão, normalmente de
uma oitava, mas eventualmente acrescida de uma nota inferior e
de duas notas superiores.
Monodia de um contexto religioso para um contexto
profano
Contexto profano – movimento trovadoresco (capacidade
musicar poesias): trovadores (Norte de França, na langue d´oc)
e troveiros (Sul de França, langue d´´oil)
Temática: amor cortês
Aparecimento da Polifonia num contexto religioso
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Organum primitivo (século IX)
Organum Livre (século XI)
Organum melismático (século XII)
Escola de Notre-Dame
Paris (França), centro importante do século XII ao XIV
Ars Antiqua (polifonia do século XIII) e Ars Nova
(polifonia do século XIV)
Ars Antiqua
Géneros: organum, conductus e motete
Compositores mais importantes: Leónin (c.1159-1201) e
Perótin (c.1170-c.1236)
Ars Nova
Géneros: missa, motete e as formas profana (rondeau, ballade
e o virelai)
Compositores mais importante: Guillaume de Machaut (autor a
primeira missa polifónica – a Missa de Notre-Dame) e Phillipe
de Vitry (autor do tratado Ars Nova Musicae)
Inovações rítmicas: isorritmia (Talea e Color) e hoquetus
Ars Nova Italiana
Géneros: madrigal, Caccia e a Ballata
Principais compositores: Jacopo da Bolonha, Giovanni da
Cascia, Piero di Firenze e, mais tarde, Francesco Landini
Trovadores (finais do
século XI), troveiros (finais
do século XII)
Novo sistema de notação musical:
notação mensural
Notação mensural (valores mensurais das notas)
 Músicos da Escola de Notre-Dame: seis modos rítmicos
 Ars Antiqua: Johannes de Garlandia (c.1190-1272),
com a sua obra De mensurabile musica (c.1240), e
Fanco de Colónia (c.1215-c.1270), com a sua obra Ars
cantus mensurabilis (c.1280) – criam os primeiros
valores mensurais (máxima, longa, breve e semibreve)
 Ars Nova: Philippe de Vitry, no seu tratado Ars Nova
musicae, acrescenta a mínima e a semínima; surgem
também os primeiros sinais de mensuração
Século XIII e XIV
Renascimento





Principais compositores
(1400 -1600)
1400 – Mudanças
de pensamento
(humanismo,
descobrimentos
geográficos, etc.)
1600 – Novo
pensamento, na
música começa a
surgir um novo
estilo, baseado na
recuperação da
tragédia grega
(monodia)
 Motete (composição sacra de forma livre, em latim, sobre textos
da Bíblia ou da Liturgia
 Missa (missa cíclica, missa de paródia)
 Géneros nacionais: madrigal em Itália, a chanson em França, o
lied na Alemanha e o vilancico em Portugal.
Géneros
Aspetos importantes
John Dunstable (c.1390-1453)
Guillaume Dufay (c.1400-c.1474)
Johannes Ockeghem (c.1425-1497)
Josquin des Près (1440-1521)
Giovanni da Palestrina (c.1525-1594)
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Em Veneza, a Igreja de S. Marcos
era o principal centro musical. A
música destinava-se a ocasiões
solenes e festivas. Aqui ocorre a
utilização de coros divididos, com
função dialógica (coro spezzato).
Surgimento da imprensa musical: a primeira coletânea de peças polifónicas (Harmonice Musices
Odhecaton – “Cem canções de música polifónica”) impressa com carateres móveis, em Veneza, em 1501,
por Otaviano de Petrucci.
Frases musicais adequadas à respiração, com especial interesse pela utilização de melodias simples, mas
também de formas e proporções simples.
Maior atenção dada à expressão, tentando ajustar-se as vozes umas às outras.
Procura de uma plenitude da harmonia.
A polifonia torna-se cada vez mais elaborada, explorando-se até à exaustão o estilo imitativo.
Aos sons estáticos de quinta e oitava é acrescentada a suavidade das terceiras e sextas.
Afirmação progressiva do acorde perfeito (tríade) e das cadências harmónicas clássicas (perfeita, plagal,
interrompida).
Música modal, mas com uma progressiva tendência para a tonalidade; é no Renascimento que se efetua a
transição do sistema modal para o tonal.
A música instrumental desenvolve-se amplamente neste período e os instrumentos musicais desenvolvem-se
por famílias, surgindo também os primeiros tratados.
Surge a notação mensural branca.
Principal teórico: Gioseffo Zarlino.
Acontecimentos
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Reforma Protestante (Martinho Lutero) – corais luteranos
Contra-Reforma – Giovanni da Palestrina (Missa Papa Marcelli, 1562/1563)
BARROCO
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(1600-1750)
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Princípios importantes
1600 – Primeiras
experiências com
a ópera.
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1750 – Morte de
Bach
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Aparecimento da ópera
Opera Séria e Opera Buffa
Primazia de Itália.
Valorização dos afetos, dos sentimentos e paixões humanas, mas de uma forma estilizada e genérica
(diferente do romantismo).
Introdução da harmonia maior-menor - Rameau, Traité de l´harmonie (1722, Paris), onde considerou
o acorde o elemento fundamental da música; postulou a construção de acorde de 7ª, 9ª e 11ª; reconheceu
a identidade de um acorde em todas as suas inversões; definiu os acordes de tónica, dominante e
subdominante como pilares da tonalidade, etc.
Valorização da monodia acompanhada: recuperar a monodia da Antiguidade.
Advento do baixo-contínuo: sustentação harmónica, improvisada ao cravo ou no órgão, muitas vezes
unido a um instrumento de arco (normalmente, a viola da gamba), que tocava apenas a linha
fundamental do baixo; era caracterizado pela presença de números que indicavam as harmonias
pretendidas (baixo cifrado).
Cláudio Monteverdi (1567-1643) – em 1590 é contratado pelo duque Vincenzo Gongaza (Mântua),
depois, em 1613, torna-se mestre da Basílica de S. Marcos, em Veneza, cidade em que permanece até à
morte – compõe 9 livros de madrigais e as óperas L´Orfeo (1607), Arianna (1608), Il Ritorno di Ulisse
in Patria (1640) e L´incoronazzione di Poppea (1642). No Quinto Libro dei Madrigali (1605)
Monteverdi faz uma diferenciação estilística entre “primeira prática”, associada à arte polifónica vocal
e ao contraponto (a música domina o texto), e “segunda prática”, relacionada com a arte moderna que
estava emergir, mais livre, um novo estilo (o texto domina a música).
Principais antecedentes da ópera: intermedi (interlúdios de carácter bucólico,
alegórico ou mitológico representados entre os atos de uma peça teatral, com cenários,
diálogo, pantomima e música (coros, solistas, conjuntos instrumentais); as comédias de
madrigalescas ou ciclos de madrigais (sucessão de madrigais, normalmente com uma
intriga cómica simples, não se destinavam a uma representação em cena, estando
destinados ao entretenimento).
Itália
 Tragédia grega como modelo - Girolamo Mei (1519-1594), erudito florentino,
editou uma série de tragédias gregas e fez uma minuciosa investigação sobre a
música grega. Entre 1562 e 1573 estudou, no original grego, quase todas as obras
da antiguidade sobre música que haviam subsistido e apresentou o resultado dessas
pesquisa num tratado em quatro livros, De modis musicis antiquorum, escrito
Finais do século XVI,
em Florença
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entre 1568 e 1573. Girola Mei defendia que as tragédias gregas eram totalmente
cantadas (incluindo as falas dos cantores), quer a solo com acompanhamento, quer
pelo coro. Era uma música que tinha o poder de afetar os sentimentos do ouvinte.
Camerata Florentina: conjunto de intelectuais (poetas, escritores, músicos, etc,),
que se reuniam em Florença, no palácio de Giovanni de Bardi, onde falavam e
literatura, ciência e onde se executava a nova música. (recuperar a tragédia grega;
a monodia acompanhada). Girolamo Mei era um assíduo correspondente de
Giovanni de Bardi e de Vincenzo Galilei (1533-1591), pelo que a sua informação
foi decisiva para o interesse da Camerata pela redescoberta do drama musical da
Grécia Antiga.
Vincenzo Galilei publica o Dialogo della musica antica e della moderna (1581,
Florença), dedicado a Bardi, onde critica o contraponto vocal, defendendo que o
modo correto de musicar um texto é utilizar uma melodia a solo.
Recuperar a tragédia grega – primeiras tentativas (drama per musica):
 Dafne (1597, Florença) com texto de Ottavio Rinuccini (1562-1621) e
música de Jacopo Peri (1561-1633).
 Euridice (1600, Florença), por ocasião do casamento de Maria de Médicis
com o rei frances Henrique IV, com texto de Rinuccini e música de Peri e
Giulio Caccini (1545-1618).
 Roma – Emilio deCavalieri (c.1550-1602) levou à cena, em 1600, em
Roma, a peça musical sacra La Rappresentatione di anima et di corpo,
um longo espetáculo dramático inteiramente musical.
Surge o stile recitativo (grande influência de Peri): criar uma canção falada
semelhante à Antiguidade, com uma linha vocal monódica, com acompanhamento
de acordes, feito a partir de uma linha de baixo-cifrado, efetuada num instrumento
harmónico (cravo ou alaúde).
Orfeo de Monteverdi (1607, Mântua, na casa dos Gonzaga) – com recitativos,
árias a solo, duetos, danças, números orquestrais; apresenta uma abertura
instrumental, prólogo e vários atos; orquestra grande e variada, com os
instrumentos sempre especificados na partitura; ritornelo antes do início de cada
ato (unidade).
Três grandes centros de ópera: Veneza (Francesco Cavalli e Antonio Cesti), Roma
(A. Stradella) e Nápoles.
Compositores importantes da ópera napolitana (finais do século XVII):
 Emergiram dois tipos de recitativo (o texto tem uma grande importância,
enquanto a música tem uma função de sustentação harmónica): o
recitativo simples (mais tarde, designado por seco), acompanhado por um
único instrumento (durante muito tempo, o cravo), e o recitativo
acompanhado, apoiado pela orquestra.
 Alessandro Scarlatti (1660-1725) – Abertura Italiana (rápido, lento,
rápido), Aria da Cappo (A B A´) – em consequência da repetição, a ária
da capo é uma forma antidramática, pois não permite a continuidade da
ação (o contrário do recitativo).
 Nos intervalos da ópera série ocorriam os intemezzi, episódios cómicos,
com temas retirados da Commedia del´Arte. G. B. Pergolesi (1710-1736)
– compôs o intermezzo La Serva Padrona, em 1733, para a ópera Il
Prigionier Superbo, considerada a primeira ópera buffa.
França
 Jean Baptiste Lully (1632-1687) – géneros: o ballet de cour, a comédie-ballet
(em colaboração com Moliére) e a tragédie lyrique (em colaboração com
Quinault) e a ópera-ballet (finais do séculp XVII).
 Tragédie lyrique: estilo de ópera nacional francesa; exemplos: Cadmus et
Hermione, Alceste (1674), Thésée (1675), Persée (1682) e Armide (686).
 Lully estabeleceu a abertura francesa (lento, rápido, lento) – a abertura era
uma peça instrumental de introdução à ópera e a outras obras de grandes
dimensões, mas também podia ser uma peça independente, por vezes, o
andamento inicial de uma suite, sonata ou concerto.
 Jean Philippe Rameau (1683-1764) – continuador da tragédie lyrique – afastase de Lully e aproxima-se do estilo italiano de ópera, o que origina uma guerra
musical entre lullistas e ramistas.
 Outra guerra musical: a chamada Querelle des Boufons (1752), desencadeada
pela apresentação de La Serva Padrona, de Pergolesi – dois grupos: um a favor
de Rameau e de um estilo de ópera francesa (nacionalistas, tradicionalistas e
contra o estilo burlesco e cómico da ópera buffa, muito associada à burguesia),
outro opondo-se a Rameau (como Rousseau, apoiante do estilo italiano), ao
considerar o estilo francês demasiado pesado e monótono, apoiando a ópera
buffa italiana e representando a vanguarda.
Inglaterra
 Henry Purcell (1659-1695), ópera Dido and Aeneas (1691)
 G. F. Haendel (1685-1759) – ópera italiana em Inglaterra
Alemanha
 H. Schutz, ópera Dafne (1627)
Música vocal
Oratória – surge a partir de 1640; composição para solistas, coro e orquestra, existe um libreto e um narrador;
existe a oratória latina (em latim, sobre textos da Bíblia, mais propriamente do Antigo Testamento, embora
transformados), sobretudo com o compositor Giacomo Carissimi (1605-1674), e a oratória em vernáculo (em
língua vernácula, com textos de inspiração bíblica, mas não necessariamente bíblicos), onde se destaca
Alessandro Stradella (1644-1682), mas o expoente máximo é G. F. Haendel, que compõe oratórias italianas, mas
são de destacar as suas oratórias inglesas, sobretudo O Messias, estreada em Dublin, em 1742.
Paixão – o tema é sempre a história bíblica da Paixão de Cristo; o narrador é o Evangelhista, segundo o texto do
Evangelho que se escolheu; compositores - Heinrich Schutz, Telemann, J. S. Bach (Paixão segundo S. Mateus e
Paixão segundo S. João).
Cantata – peça vocal com acompanhamento instrumental, de tipo narrativo, mas sem ação dramática; sucessão
de recitativos, árias, coros e ritornelos instrumentais, podendo ter mais do que um solista; o seu tema é tanto
religioso como profano. Compositores – Carisimi, Scarlatti, Schutz e J. S. Bach (Bach compôs 5 ciclos anuais de
cantatas, cada um com 59 cantatas).
Música instrumental
Principais formas solistas:
1. Fuga: peça polifónica vocal ou instrumental, em que se alternam exposições (quando todas as vozes
expõem uma vez o tema na sua forma integral; secções de estrito contraponto) e episódios ou pontes
(partes mais livres de contraponto); é comum a fuga aparecer na secção central da abertura francesa, nos
andamentos rápidos da sonata de igreja e também no concerto grosso; de destacar O Cravo bem
Temperado de J. S. Bach.
2. Sonata: a sonata da camera (ordem de andamentos rápido, lento, rápido, lento) e a sonata da chiesa
(ordem de andamentos lento, rápido, lento, rápido), em que os andamentos tem geralmente uma estrutura
bipartida, ambas repetidas. Quanto à instrumentação, ambas as sonatas eram sonatas em trio, com duas
vozes superiores (normalmente os violinos) e uma voz de contínuo executado por um baixo e pelo cravo.
3. Suite: sucessão de quatro danças - allemande, courante, sarabande e guige, codificada por Froberger,
normalmente de forma bipartida).
Formas orquestrais:
1. Suite orquestral: conjunto de danças para orquestra, como as 4 suites orquestrais de J. S. Bach ou a
Música Aquática de Haendel.
2. Concerto: o concerto grosso (12 Concerti Grossi, 1714, de Arcangello Corelli, e os 6 Concertos
Brandeburgueses de Bach, 1721), com alternância entre o tutti (ou ripieno) e o concertino (ou soli, ou
seja, um grupo de solistas); e o concerto de solista (final do século XVII), sobretudo com Antonio
Vivaldi (1678-1741), que sistematiza o esquema do concerto em três andamentos (rápido, lento,
rápido), mas também com J. S. Bach (16 concertos para cravo ou órgão, 2 concertos para violino e
orquestra, etc.) e G. F. Handel (concertos para órgão) – três andamentos, em que os dois andamentos
extremos possuíam uma forma de ritornelo (tutti com o tema ou parte dele alterna com partes do solista,
modulantes).
Compositores barrocos
Claudio Monteverdi (1557-1643)
Heinrich Scutz (1585-1672)
Jean Baptiste Lully (1632-1687)
Arcangelo Corelli (1653-1713)
Henry Purcell (1659-1695)
Alessandro Scarlatti (1660-1713)
António Vivaldi (1678-1741)
George Philip Telemann (1681-1767)
Jean-Philippe Rameau (1683-1764)
Domenico Scarlatti (1685-1757)
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
George Friedrich Handel (1685-1759)
CLASSICISMO
Principais características
(1750-1830)
1750 – Morte de
J. S. Bach
Ópera no Classicismo
1830 – Nova
onda de
revoluções
liberais por toda a
Europa (França,
Bélgica, Holanda,
Portugal, etc.)
 Estabelecimento dos princípios da harmonia, abandonando-se o contraponto e a polifonia
contrapontística.
 Emergir do Piano: maiores possibilidades rítmicas e dinâmicas do que o cravo.
 Padronização da Orquestra – Orquestra de Manheim, onde sobressai J. Stamitz (1717-1757).
 Surgimento da chamada Primeira Escola de Viena (Viena a capital do império austro-húngaro e um
privilegiado centro sócio-cultural) – estilo vienense como modelo: Joseph Haydn (1732-1809),
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) e Ludwig van Beethoven (1770-1827).
 Época da música de câmara: trios e quartetos com piano; trios, quartetos e quintetos de cordas.
 A ópera séria como género barroco extingue-se no Classicismo – predominou de c.1720-1780
 Reforma da ópera de C. W. Gluck (1714-1787): reforma a ópera séria italiana, com as óperas Orfeo ed
Euridice (1762) e Alceste (1767), mas também a tragédie lyrique francesa, com Ephigénie en Aulide
(1774), Alceste (1776), Armide (1777), entre outras.
Ópera buffa – afasta-se dos temas heroicos e mitológicos da ópera séria; a opera buffa apresenta episódios e
personagens familiares, tem um carácter burguês; os temas são retirados da vida quotidiana (cómicos,
sentimentais e comovedores); desaparece o interesse pelos castratti, abandona-se o excesso de ornamentação
vocal, procurando-se um maior compreensão do texto e um equilíbrio entre música e drama.
 Em França surge nesta época a ópera comique, em Inglaterra a ballad opera e na Alemanha o singspiel
 Beethoven compôs uma ópera, Fidélio (1805), mas é W. A. Mozart o maior expoente deste género –
compôs óperas sérias (como Il Pastore, 1775, Indomeneo, re di Creta, 1781, e La Clemenza di Tito,
1791), óperas buffas (em colaboração com o libretista Lorenzo da Ponte – As Bodas de Fígaro (1786),
D. Giovanni (1787) e Cosi fan Tutte (1790); e singspiel, como o Rapto de Seralho (1782) e A Flauta
Mágica (1791).
 Alternância entre recitativos, árias, canções e números de conjunto.
 A importância do finale: os finais alongam-se, onde aparecem todas as personagens a cantar em
conjunto.
Forma-sonata
 Comum nos primeiros andamentos de todas as formas instrumentais clássicas (sinfonia, concerto, sonata
e quarteto), até mesmo na abertura da ópera.
 Aparecimento da forma-sonata: estrutura formal tripartida, constituída por três partes:
Exposição: apresentação dos temas, o primeiro grupo temático na tonalidade principal e o segundo grupo
temático (pode existir uma ponte modulante entre ambos), secundário, contrastante e num novo plano tonal (pode
ocorrer a introdução de novo material motívico)
Desenvolvimento: exploração e transformação dos temas apresentados, com grande diversidade harmónica
Reexposição: nova apresentação dos dois temas, ambos na tónica (no fim, pode existir uma coda, a conclusão)
Sonata clássica
Sinfonia clássica
 Composição instrumental com 3 ou 4 andamentos:
1. Primeiro andamento: rápido e dramático, em forma-sonata, por vezes com uma introdução
lenta
2. Segundo andamento: lento e lírico, estruturado como forma lied ou como tema em variações;
pode encontrar-se na tonalidade menor ou maior homónima, na dominante, no relativo, etc.
3. Terceiro andamento: na tonalidade principal; é um minuete (sempre tripartido), a partir de
Beethoven um scherzo; este andamento pode não existir
4. Quarto andamento: finale, andamento rápido, normalmente na tonalidade principal; em forma
Rondó ou em forma-sonata
 Haydn compôs 31 sonatas, Mozart 43 sonatas para violino e piano e 19 para piano solo, e Beethoven
compôs 32 sonatas para piano.
 No período barroco, o termo “sinfonia” designava geralmente a abertura italiana em três andamentos
(rápido, lento, rápido).
 Género cultivado por G. B. Sammartini, J. C. Bach, C. P. E. Bach, J. Stamitiz, Haydn, Mozar e
Beethoven
 Quatro andamentos: o primeiro andamento rápido (em forma-sonata), o segundo lento (normalmente
tema com variações), o terceiro um minuete e trio, e o quatro andamento rápido (rondó, forma-sonata ou
rondó-sonata).
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ROMANTISMO
Características gerais
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(1830-1914)
1830 - Nova onda de
revoluções liberais
por toda a Europa
(França, Bélgica,
Holanda, Portugal,
etc.)
1914 - Início da I
Guerra Mundial, mas
ocorre também a
passagem de
Schoenberg para o
atonalismo
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O Lied
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
Afastando-se das ideias clássicas de ordem, equilíbrio e perfeição, o romantismo procura a busca do inatingível,
o afastamento do mundo concreto e evidencia os sentimentos e as emoções.
Ocorre uma passagem para um público burguês, numeroso, diversificado e pouco preparado.
O artista virtuoso, que procura inspiração em si próprio.
O nacionalismo e o historicismo.
Música programática: grande ligação entre a música e a palavra; os compositores embora incluindo um
“programa” nas suas obras, associando a música instrumental a assuntos poéticos, descritivos ou mesmo
narrativos, ultrapassa esse programa.
Auge do piano.
Nacionalismo:
Rússia: Mikhail Glinka (1804-1857), Grupo dos Cinco – Mily Balakirev (1836-1910), Alexander Borodin
(1833-1887), César Cui (1835-1918), Modest Musorgsky (1839-1881) e Nicolai Rimsky-Korsakov (18441908)
República Checa: Bedrich Smetana (1824-1884) e Antonín Dvorak (1841-1904)
Finlândia: Jean Sibelius (1865-1957)
Género musical característico do século XIX.
Canção estrófica simples, que se cantava em casa, normalmente com acompanhamento de piano ou guitarra.
A música exprime totalmente o conteúdo do poema escolhido.
O piano desempenha um papel tão importante como a voz, ilustrando e intensificando o senti do poema, tal
como a voz.
Formas musicais do Lied: lied estrófico simples (a mesma música para todas as estrofes); lied estrófico variado
(a melodia e o acompanhamento mudam em determinadas estrofes); lied desenvolvido (melodia e
acompanhamento sempre novos).
Principais compositores de Lieder:
1. Franz Schubert (1797-1828) – compôs mais de 600 lieder, destacando-se o lied Gretchen am Spinnrade
(Gretchen e a roda-de-fiar, 1814), com poema de Goethe; dois ciclos de Lieder, sobre poemas de W.
Muller: Die schöne Müllerin (A Bela Moleira, 1823) e Winterreise (A Viagem de Inverno, 1827). A obra
Schwanengesang (O Canto do Cisne, 1828) foi posteriormente publicada como um ciclo, sobre 7 poemas
2.
3.
Música instrumental
1.
2.
3.
4.
Ópera do século XIX
de Rellstab e 6 poemas de Heine.
Robert Schumann (1810-1856) – os seus melhores lieder são canções de amor; em 1840 (ano em que
casou com Clara Wieck) produziu mais de 100 Lieder, entre os quais os dois ciclos Dichterliebe (O Amor
do Poeta) e Frauenliebe und Leben (Amor e Vida de uma Mulher).
Johannes Brahms (1833-1897) – escreveu lieder ao longo de toda a sua vida.
Música para piano:
 O piano adquire enorme popularidade.
 Compositores: Franz Scubert, Robert Schumann, Johannes Brahms, Felix Mendelssohn (1809-1847), Fréderic
Chopin (1810-1849), Franz Liszt (1811-1896).
Música de câmara: Franz Scubert, Robert Schumann, Felix Mendelssohn, Johannes Brahms, César Franck
(1822-1890).
Música orquestral: sinfonias - Franz Schubert, Robert Schumann, Felix Mendelssohn, Hector Berlioz (18031869), César Franck, Antonín Dvorak (1841-1904).
Poema Sinfónico: música programática – principal compositor: Franz Liszt (treze poemas sinfónicos).
Itália
 Ópera italiana: adquire um novo esplendor no século XIX.
 Giacchino Rossini (1792-1868) – sobretudo a ópera O Barbeiro de Sevilha (Roma, 1816).
 Geração seguinte: Gaetano Donizetti (1797-1848), Vincenzo Bellini (1801-1835), mas sobretudo Giuseppe
Verdi (1813-1901), destacando-se Rigoletto (1851, Veneza), Il trovatore (1853, Roma), La Traviatta (1853,
Veneza) e Aida (1870).
 Verismo italiano (realismo, naturalismo, afastado da – Giacomo Puccini (1858-1924) – destacando-se La
Bohéme (1896, Turin), Tosca (1900), Madame Butterfly (1904, Milão).
França
 Géneros operáticos: grand opéra, opéra comique (Georges Bizrt - Carmen, 1875, Paris), drame lyrique,
operette (Jacques Offenbach).
Alemanha
 Karl Maria von Weber (1786-1826)
 O drama musical de Richard Wagner (1813-1883): a ópera como drama musical e como uma obra de arte
total (todas as artes conjugadas de forma inovadora); Wagner utiliza o leitmotiv (“motivo condutor” - um
tema musical associado a uma determinada pessoa, objeto ou ideia) para dar continuidade. Óperas: Rienzi
(1842), Der fliegende Hollander (1843), Tannhauser (1845), Lohengrin (1850), Tristão e Isolda (1857-1859),
Die Meistersinger von Nurnberg (1862-1867), Parsifal (1882), mas sobretudo o ciclo de 4 obras dramáticas
Der Ring des Nibelungen (O Anel do Nibelungo), completo em 1874 e composto por Das Rheingold (O Ouro
do Reno), Die Walkure (A Valquíria), Siegfried e Die Gotterdammerung (O Crepúsculo dos Deuses).
Viragem do século
 Hugo Wolf (1860-1903); Gustav Mahler (1860-1911), autor de 9 sinfonias e de 5 ciclos de canções, entre os
quais A Canção da Terra (1809); Richard Strauss (1864-1945), que escreveu poemas sinfónicos (Morte e
Transfiguração, Assim falou Zaratrusta, etc.), sinfonias programáticas (Sinfonia domestica, Sinfonia dos
Alpes, etc.), óperas, como Salomé e Elektra.
 Impressionismo (pintura, quadro Impression, soleil levant de Monet – pintura ao ar livre, jogos de luz e de
sombras, retirar as “impressões” de um ambiente ou de uma atmosfera): Claude Debussy (1862-1918) –
Prélude à l´aprés midi d´un Faune (1892-1894), ópera Pelléas et Mélisande (1892-1902), o bailado Jeux
(1911), etc. Maurice Ravel (1875-1937), com Jeux d´eaux (1901) e o bailado Daphins et Chloé (1909-1912).
 Movimento anti-impressionismo: Jean Cocteau no campo literário e no campo musical Erik Satie (18661925), com destaque para as 3 Gymnopédies (1888) para piano.
SÉCULO XX
Diversidade de
tendências musicais
 Século da NOVA MÚSICA – século da pluralidade de estilos.
1. Impressionismo e Expressionismo
2. Música minimalista (pós-modernismo)
3. Atonalismo (rutura com as convenções do sistema tonal) e Dodecafonismo (organização dos doze sons
cromáticos numa determinada posição) – Segunda Escola de Viena: Arnold Schoenberg (1874-1951),
Alban Berg (1885-1935) e Anton Webern (1883-1945)
4. Bitonalidade – Bela Bartók (1881-1945)
5. Igor Stravinsky (1882-1971) – Pássaro de Fogo (1910), Petrusca (1911), A Sagração da Primavera
(1913), As Bodas (1916-1917), o bailado Pulcinella (1920), a ópera A Carreira de um libertino (1951),
entre outras obras.
6. Grupo dos Seis: Germaine Tailleferre, Georges Auric, Louis Durey, Arthur Honegger, Darius Milhaud e
Francis Poulenc.
7. Música de Vanguarda:
 Música concreta – Pierre Schaeffer
 Música aleatória - John Cage
 Olivier Messiaen (1908-1992)
 Música eletrónica
 Advento da música ligeira