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Paróquia do
Sagrado Coração
de Jesus
Petrópolis/RJ
137 anos de
história em
nossas mãos!
www.franciscanos.org.br/noticias
PETRÓPOLIS-RJ
BOLETIM DA PARÓQUIA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
OUTUBRO | novembro | 2012
ANO IX • Nº 167
Francisco de Assis...
do mundo...
da nossa vida
Há oito séculos, o carisma franciscano
continua a nos encantar e a abrasar
os corações sedentos por Deus
ESPECIAL SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Conhecer não te compromete...acertar te realiza
“Como é glorioso, santo e sublime ter nos céus um Pai!” (1 Fi 11)
FESTA DE
SAO FRANCISCO
DE ASSIS
no Sagrado
Triduo de 01 a 03 de outubro
Sempre na missa das 18h
> DIA 4 (Dia Santo): Missas às 7h (com
benção do bolo após a missa), 15h (na OFS),
18h (solenidade celebrada por Monsenhor
Paulo Daher) e 19h30
De hora em hora, das 8h às 17h: Benção
dos animais.
Tarde de prêmios
Domingo, 14 de outubro, às 14h, no Sagrado
Cartelas a R$ 10,00
• Mais de 2500 pessoas estiveram presentes a Super
Tarde de Prêmios que aconteceu no Sagrado, no ultimo
dia 2 de setembro. Sob o forte calor de mais uma
bela tarde de sol, fieis e paroquianos se divertiram na
tentativa de ganhar um automovel, um dos prêmios
distribuídos.
Prêmios: Tv, Bicicleta, Moto 0 Km, Máquinha de Lavar Roupas,
Moto Infantil, Microondas e R$ 500,00 em espécie.
Rodada extra – cartela a R$ 3,00
Favor trazer canetas para marcação
Todas as sextas-feiras, no Sagrado,
FORMAÇÃO PERMANENTE. Venha aprofundar a
fé a partir do estudo do CATECISMO DA IGREJA
CATÓLICA. O Diácono Frei André Henriques, ofm, é
quem ministra os encontros. Participe!
Sua presença é muito importante.
Boletim de circulação interna
Paróquia do Sagrado Coração de Jesus – Diocese de Petrópolis
Rua Montecaseros, 95, Centro ✆ (24) 2242.6915
[email protected]
Responsável: Frei Adriano Freixo Pinto, ofm
Jornalista responsável e Coordenador da Pastoral Comunicação: Michaell Grillo
Editoração e Produção gráfica: arteg ✆ (24) 2237.9759 [email protected]
Impressão: Carfel Editora Gráfica ✆ (24) 2237.2523
Tiragem: 2.500 exemplares • Distribuição Gratuita
Sugestões poderão ser enviadas para o endereço acima.
2•
• Frei Adriano, nosso pároco, recebe homenagem do
32º Batalhão da Cidade de Petrópolis.
“Amemos, portanto, a Deus a adoremo-lo com o coração puro” (2 Fi 19)
Francisco e a mudança de vida:
amar como Deus ama
Frei clauzemir maxmovitz
• Conversão certamente é processo.
Não momento. Geralmente achamos
também que é preciso um longo caminho
de conversão para possibilitar um encontro com Deus. Grande engano. Nenhuma
transformação na nossa vida (e conversão
significa exatamente isso, voltar-nos na
direção de Deus) é possível se não fruto
de um encontro com Deus. Não é o longo caminho de penitência que nos leva
a Deus. É justamente o encontro com
Deus que ilumina nossa vida e nos faz
reconhecer que só Ele tem valor – tudo o
mais é relativo – para que possamos abrir
mão do secundário (penitência).
Francisco de Assis (assim como cada
um de nós) se encontrou com Deus
desde sua concepção, e cada momento
de sua vida – porque Deus jamais se
afasta. Quando, na juventude parecia
sempre inquieto, insatisfeito, sempre
querendo algo mais, mais festa, mais
diversão... Já havia sido encantado por
Aquele que é o tudo em nossa vida,
apenas ainda não tinha se dado conta.
Em sua busca constante, em algum
momento Deus lhe falou diretamente;
ou em algum momento Francisco parou
e escutou o que Deus lhe falava constantemente – como a cada um de nós. O
encontro com o leproso não foi mágico,
foi magnífico. Francisco não decidiu ali
mudar de vida, mas ali percebeu sua
decisão e simples necessidade de Deus.
O encontro com o leproso foi um grande
marco. E nós precisamos de marcos em
nossas vidas. Momentos que dão força,
que atestam – significam – nossa decisão
maior, nossa opção primeira pelo Cristo,
pela vida, pela felicidade verdadeira.
O leproso representava tudo quanto
a classe a que Francisco pertencia, dos
novos ricos, lutava contra: exclusão
social, solidão, tristeza, repugnância,
fome, miséria humana. O beijo é a livre
acolhida não por razões humanas ou sociais, mas porque perante a grande graça
do amor e companhia de Deus, tudo se
transforma. Sua vida não estava mais
alinhada à daquela nova classe. Todo o
seu ser já se direcionava (já se convertera) para Deus, o único caminho.
Diante da grande felicidade de um
Deus que se importa com cada um de
nós, porque nos ama... nada mais tem
valor fora disso, e nisso tudo adquire
um novo valor. Conversão não é fazer
coisas, mas também não é ficar parado.
Conversão é amar como Deus ama, e
tudo o que Ele ama, inclusive a nós
mesmos.
Francisco e a fraternidade:
todos somos irmãos
Frei leonardo pinto dos santos
• “E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me mostrou o que deveria
fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou
que eu deveria viver segundo a forma
do Santo Evangelho” (Test. 14). Com
essas palavras, São Francisco afirma e
indica um aspecto fundamental e imprescindível para se viver a Boa Notícia
apregoada pelo Senhor: a fraternidade.
Inicialmente, quando ouviu o chamado de Deus, pensou o Santo que era
um projeto que deveria realizar sozinho,
sem a ajuda de qualquer pessoa, principalmente pelas palavras que o Cristo,
do alto da Cruz, em São Damião, lhe
dirigira: “Francisco, vai e restaura a
minha casa. Vês que ela está em ruínas”
(LM 2,1). Iniciou, aí, uma verdadeira
“reforma” da igreja de pedra, da pequena
capelinha de São Damião. Mas o que
o Senhor lhe pedira era muito mais do
que simplesmente restaurar o templo de
pedra, mas sim uma verdadeira restauração do seu Corpo Místico, da sua Igreja
espalhada pelo mundo inteiro.
E isso começou a tornar-se claro e mais
evidente a partir do momento em que
começaram a aparecer os primeiros companheiros, que, entusiasmados e ansiosos
em viver a alegria que o jovem Francisco
inspirava, juntavam-se a ele. Porém, o
mesmo Francisco queria simplesmente
viver o Evangelho, sobretudo a maneira
evangélica de viver: “não levar nem ouro
nem prata, nem dinheiro no cinto, nem
sacola para o caminho, nem duas túnicas,
nem sapatos, nem bastão.” (LM 3,1).
E como fazer com esses que queriam
viver da mesma forma que ele? Qual o
direcionamento tomar? Novamente,
Francisco, em oração, pede ao Senhor:
“Senhor que queres que eu faça, Senhor
que queres de mim?” E assim o Senhor
fez: indicou-lhes que o Evangelho, a
Boa Notícia do Reino de Deus deve ser
vivido no meio de homens e mulheres
do mundo, não afastado deles; e isso
tudo, a partir da fraternidade. Por isso,
da afirmação que ele faz: “depois que
o Senhor me deu irmãos...”.
Francisco descobriu que todos os
seres criados possuem o mesmo Criador e Pai, e, consequentemente, todos
são irmãos. E sendo Deus um Pai que
ama, cuida e protege, seus filhos e filhas
devem expressar em seus atos e relacionamentos o mesmo amor e o mesmo
cuidado que emana d’Ele.
Há 800 anos atrás, Francisco encantou jovens, próximos ou não a ele,
a seguirem o mesmo ideal; jovens que
deixaram tudo que possuíam para viver
a mesma “loucura” da Cruz; para serem
portadores do dom do Evangelho. Mas
oito séculos depois, sua vida e carisma
continuam atuais e ainda são uma proposta bastante provocadora para um
mundo que necessita redescobrir o que
ele percebeu e se encantou: “todos nós
somos irmãos” (cf. Mt 23,8 e Rnb 22,33).
•3
“Ó santissimo Pai Nosso: criador, redentor, consolador e salvador nosso” (PN 1)
Cânticos das criaturas: o abraço
entre Francisco e o cosmos
Frei robson scudella
• “Foi assim que o Senhor concedeu a mim,
Frei Francisco, começar a fazer penitência”.
Iniciando com estas palavras, ao fim de sua
vida entre os homens, Francisco de Assis deixa
seu testamento às gerações seguintes. Desse
início do testamento, pode-se partir à busca de
uma aproximação do Cântico das Criaturas,
expressão do “abraço cósmico materno” dado
por Francisco ao mundo criado por Deus.
Francisco, ao reconhecer que o acontecido
em sua vida não era por mérito próprio ou
resposta aos seus desejos, mas sim, concedido
pelo Senhor, confirma seu sim à pobreza de
tudo, realizando, desta forma, a possibilidade
de, como ser humano, aproximar-se mais
Daquele que o chamava, não deitando o olhar
sobre aquilo que poderia prendê-lo ao imediato.
Somente aquele que deixou tudo, poderia perceber o real valor daquilo que estava
próximo dele. Somente aquele que deixou
tudo, poderia ver o que estava no itinerário
que o aproximava de Deus.
Francisco, ao descobrir o Criador, não
apenas como o Sumo Bem, mas como Pai,
possibilita ao seu coração humano cantar as
criaturas visto que percebe nelas a presença
do próprio Deus, e, unindo-se a elas, louvar
como convém louvar Àquele que deve e merece ser louvado. Francisco louva o Pai “por”
suas criaturas. Louva por elas serem o que
são e por lhe ser concedido a possibilidade
de nelas poder louvar o Pai.
Reconhecendo o verdadeiro valor de
cada uma das criaturas, Francisco as livra
da escravização e vitimização de seu prazer
humano. O Cântico das criaturas expressa
a compreensão de que se deve louvar a comunhão profunda que há entre a criação e o
Criador. “Abraçava todas as criaturas no afeto
de sua devoção ímpar e falava com elas sobre o
Senhor, convidando-as a louvá-Lo”.
Encontra-se, no Cântico, a expressão
daquilo que Francisco buscou viver, depois
que o Senhor concedeu a ele iniciar uma
vida de penitência, que o permitiu ser um
eterno cantor da vida, que supera todos os
Os escritos de São Francisco
Frei marcel freire da silva, ofm
• Até alguns anos atrás os chamados “Escritos de São Francisco”
não eram tão amplamente e criticamente conhecidos. Devido
a inúmeros fatores históricos e culturais dos séculos que nos
precedem. Mas atualmente, os textos da autoria de Francisco,
sobre Francisco e atribuídos a ele se encontram disponíveis ao
leitor interessado.
Visto que Francisco foi uma grande personalidade já desde
seu tempo, muito foi escrito sobre ele. Grandes biografias são
conhecidas, como as de Tomás de Celano e São Boaventura,
as Legendas do Anônimo Perusino e a dos Três Companheiros.
Sem contar os outros textos e fragmentos que são atribuídos a
São Francisco ou que relatam fatos da vida de Francisco e que,
por vezes, não são históricos.
O importante a ter diante dos olhos ao ler os textos dos “Escritos
de São Francisco” é que não é uma simples literatura despojada de
seu conteúdo e que pode ser lida e esquecida. Neles está descrita,
por vezes clara ou mesmo obscura, uma experiência de vida. São
Francisco é uma figura emblemática, a qual o Evangelho foi caminho e meta. Os escritos de São Francisco são, a bem da verdade,
compilações, descrições biográficas, louvores, ditos, advertências,
florilégios, colóquios acerca de Francisco.
O leitor atento percebe que a cada página transparece uma
leveza ardente e uma serena e jocosa liberdade que provém, não
obstante, daquilo que é base ao franciscanismo, o Evangelho.
4•
limites e todas as barreiras, a ponto de incluir
a morte corporal como louvor à vida, visto
que esta leva o homem à criação redimida
e reconciliada.
O próprio Cântico inspira a maneira de
como o louvor ao Pai deve ser realizado.
Tem-se no Cântico o convite à vivência da
alegria, na qual os homens se reconhecem
na sua verdadeira posição no cosmo, como
um jogral de Deus: “o que são na verdade os
servos de Deus, senão jograis que procuram
comover o coração dos homens, até os levar às
alegrias do espírito?”.
A criação de Deus é reconhecida por
Francisco como amiga, irmã, mãe. Justamente por isto ele é escolhido e proclamado
patrono dos cultores da ecologia, pelo Santo
Padre João Paulo II, a 29 de novembro de
1979, que reconhece que Francisco “venerou
a natureza como um dom maravilhoso dado
por Deus aos homens”.
Que a exemplo de Francisco o homem de
hoje louve o Pai como convém, acrescentando
ao Cântico o louvor que cada um pode oferecer.
“E os irmãos mostrem entre os pobres o prazer que têm entre si” (1 Fr 30)
Francisco e a Virgem Maria:
o amor do santo à advogada da
Ordem dos Frades Menores
Frei monízio s. de campos
• A espiritualidade franciscana perpassa com grande veneração e paixão pela
vida de Jesus e de sua mãe, Maria. São
Francisco de Assis mostra-se um homem
extremamente apaixonado pela cruz,
onde faz a experiência com um Deus
próximo e mais humano, realmente “Ele
se fez carne e veio habitar entre nós (Jo 1,
14)”. Nesse processo amoroso notamos
um Deus que quis ter uma mãe (e que
quis nos dar uma mãe também!), quis
alimentar-se do leite materno. Francisco
logo que percebeu isso, buscou cultivar
um profundo amor pela Mãe de Deus.
Os escritos franciscanos atestam a grande
devoção de Francisco por Nossa Senhora.
O amor de Francisco por Cristo não
podia deixar de alcançar a Virgem Maria.
Seu amor por ela era indizível porque
brotava no seu coração sempre que
considerava que ela havia transformado
em nosso irmão o próprio Rei e Senhor
da glória; Ela se reveste em plenitude do
Espírito Santo e irradiação do amor de
Deus. Depois de Cristo, era em Maria
que o homenzinho de Assis depositava
toda sua confiança. Nela a união com a
divindade a transforma, eleva-a, mas não
absorve sua personalidade e nem tira sua
normalidade. Modelo vocacional, Maria
é a grande colaboradora do anúncio do
bem: começou com Isabel, passou por
Caná da Galiléia, acompanhou Jesus,
esteve aos pés da cruz e fez companhia
aos Apóstolos preparando a descida do
Espírito Santo. O amor de Francisco
à Mãe de Deus era tão forte, meigo e
sensível que ele conseguiu fazer a experiência de Maria em sua vida e deixar
a toda família franciscana o legado da
devoção mariana. Diversos frutos surgiram dessa devoção franciscana à Santa
Mãe de Deus. São belíssimas orações
dirigidas à Virgem Maria, criadas pelo
próprio Francisco ou pelos franciscanos, também a coroa franciscana das
sete alegrias de Nossa Senhora (terço
franciscano) e profundos estudos que
nos revelam a grande participação de
Maria na história da salvação, como a
verdade de sua imaculada conceição. Ela
é também venerada como advogada da
Ordem dos Frades Menores.
Lendo sobre a vida de Francisco
podemos observar sua estreita relação
com Nossa Senhora. Logo que ouviu a
voz do Senhor que disse “Vai e restaura
a minha Igreja”, ele se pôs com grande
dedicação e com as próprias mãos a
reformar a igrejinha de Nossa Senhora
da Porciúncula que ficava perto de Assis
e estava abandonada: “Vendo-a (capela)
São Francisco em tão ruinoso estado, e
movido por seu indizível e filial afeto da
soberana rainha do universo, se deteve
ali com o propósito de fazer quanto fosse
possível para sua restauração... Fixou
neste lugar a sua morada, movido a isto
pela reverência aos santos, e muito mais
pelo entranhado amor da Mãe Bendita
de Cristo” (Livro: O Pensamento Franciscano, Vozes). “O homem santo amou
este lugar mais do que todos os outros do
mundo, pois aí começou humildemente,
aí cresceu virtuosamente, e aí terminou
felizmente, recomendando aos frades,
quando morreu, como o lugar mais
querido pela Virgem” (Legenda Maior,
2, 8). Era nos braços da mãezinha em
Porciúncula que o “Poverello” de Assis
recobrava suas forças, era para aquele
colo sagrado que ele voltava depois das
pregações. E foi também para aquele lugar que ele, no fim de sua vida terrestre,
pediu que o levassem. E sob o conforto
da Virgem dos Anjos realizou seu encontro com a irmã morte e expressou
seu projeto de vida: “Eu, frei Francisco,
pequenino, quero seguir a vida e a pobreza
do Altíssimo Senhor nosso Jesus Cristo e
de sua santíssima Mãe e nela perseverar
até o fim. (Mt 10, 2)”. (Regra de Santa
Clara 6, 7). Que são Francisco nos inspire a cultivar uma sadia devoção à sua
Mãe, e que ela nos acolha como filhas
e filhos queridos. Rogai por nós, Santa
Mãe de Deus, para que sejamos dignos
das promessas de Cristo!
Oração de São Francisco
a Santa Virgem Maria
Santa Virgem Maria, não há
mulher nascida no mundo
semelhante a vós, filha e serva do
Altíssimo Rei e Pai celestial. Mãe
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
esposa do Espírito Santo rogai
por nós com São Miguel Arcanjo
e todas as virtudes do céu, e
todos os Santos junto à vosso
Santíssimo e dileto Filho, nosso
Senhor e Mestre.
•5
“Altissimo, glorioso Deus, iluminai as trevas do meu coração...” (OC)
O perfeito amor A Senhora Pobreza:
de São Francisco um jeito franciscano
ao crucificado
de amar
Frei joão mannes
• Celebrou-se no dia 17 de setembro
a festa da impressão das chagas de São
Francisco de Assis. Os estigmas que
Francisco recebeu em 1224, no Monte
Alverne, após uma visão do Cristo
crucificado em forma de Serafim alado,
são sinais visíveis de sua semelhança à
humanidade de Cristo, nos seus três modos: na vida, na paixão e na ressurreição.
Francisco encontrou-se pela primeira vez com o Crucificado na pequena
Igreja de São Damião. Num certo dia,
conduzido pelo Espírito, entrou nessa
Igreja e prostrou-se diante da imagem
do Cristo crucificado que, movendo
de forma inaudita os seus lábios, disse:
“Francisco, vai e restaura minha casa
que, como vês, está toda destruída”
(2Cel 10,5). E, conta-nos Celano, que
Francisco sentiu desde então uma inefável mudança em si mesmo, pois são
impressos mais profundamente no seu
coração, embora ainda não na carne, os
estigmas da venerável paixão.
No entanto, foi ao ouvir o Evangelho acerca da missão dos apóstolos (Mt
10, 7-13), que Francisco compreendeu o
real significado da voz do Crucificado, e
imediatamente exclamou: “É isto que eu
quero, é isto que eu procuro, é isto que eu
desejo fazer do íntimo do coração” (1Cel
8,22). Assim, sob o toque ou o apelo de
uma afeição, começou devotadamente
a colocar em prática o que ouvira, isto
é, distribuiu aos pobres todos os seus
bens materiais, bem como renegou-se
a si mesmo para que, exterior e interiormente livre, pudesse ir pelo mundo e
anunciar aos homens a paz, a penitência
e, enfim, o amor não amado de Deus.
O amor que é Deus realizou-se na
sua profundeza, largura e altitude na
pessoa de Jesus Cristo. A encarnação,
o estábulo, o lava-pés e a Eucaristia são
expressões concretas do modo de amar
como só o Deus de Jesus Cristo pode e
sabe amar. Porém, foi especialmente ao
entregar incondicional e gratuitamente
a sua vida na Cruz, que o Filho de Deus
revelou à humanidade que Deus é essencialmente caridade perfeita.
Francisco, por inspiração divina,
abraçou pobre e humildemente a
cruz de Jesus e deixou-se impregnar,
arrebatar e transformar totalmente
pelo espírito de abnegação divina. Isso
quer dizer que a imitação de Cristo, por
parte de Francisco, não é mera repetição
mecânica dos gestos exteriores de Jesus,
mas é manifestação de sua profunda
sintonia com a experiência originária de
Jesus Cristo: o Reino de Deus. Somente
quem possui o Espírito do Senhor pode
6•
observar “com simplicidade e pureza” a
Regra e o Testamento de São Francisco
e realizar em si mesmo as santas operações do Senhor.
Na Terceira consideração dos sacrossantos estigmas considera-se que,
aproximando-se a festa da Santa Cruz
no mês de setembro, o pai Francisco,
na hora do alvorecer, se pôs em oração,
diante da saída de sua cela, e entre
lágrimas orava desta forma: “Ó Senhor
meu Jesus Cristo, duas graças te peço que
me faças antes que eu morra: a primeira
é que em vida eu sinta na alma e no
corpo, quanto for possível, aquelas dores
que tu, doce Jesus, suportaste na hora
da tua acerbíssima paixão; a segunda é
que eu sinta no meu coração, quanto for
possível, aquele excessivo amor do qual
tu, Filho de Deus, estavas inflamado para
voluntariamente suportar uma tal paixão
por nós pecadores”(I Fioretti)). E, relata
Boaventura que, enquanto Francisco rezava, “viu um Serafim que tinha seis asas
(cf. Is 6,2) tão inflamadas quão esplêndidas a descer da sublimidade dos céus. E
[...] apareceu entre as asas a imagem de
um homem crucificado que tinha as mãos
em forma de cruz e os pés estendidos e
pregados na cruz. [...] Imediatamente
começaram a aparecer nas mãos e nos
pés dele os sinais dos cravos” (LM 13,3).
Assim, Francisco transformara-se todo
na semelhança de Cristo crucificado
(cf LM 13,5). Pois, de fato, trazia Jesus
no coração, na boca, nos ouvidos, nos
olhos, nas mãos, nos sentimentos e em
todos os demais membros (cf. I Cel
9,115), e conseqüentemente podia exclamar com o apóstolo Paulo: “Eu vivo,
mas já não sou eu, é Cristo que vive em
mim” (Gl 2,20).
O Pobre de Assis, no seguimento
de Jesus Cristo, perdeu a sua própria
vida, mas recuperou-a inteiramente
em Deus, de acordo com a palavra
do Evangelho: “Quem perder a sua
vida por causa de mim vai encontrá-la” (Mt 12,25). Todavia, Francisco
não somente reencontrou a si mesmo
em Deus, como filho de Deus, mas a
todos os seres do universo. O Cântico
das Criaturas, que compôs pouco antes de sua morte corporal, é expressão
jubilosa dessa intensa experiência eco-espiritual: “Louvado sejas meu Senhor,
com todas as tuas criaturas”.
O pai Francisco tornou-se assim um
mestre na sequella Iesu. De imediato
despertou o fascínio de muitas pessoas
e atraiu muitos discípulos e discípulas,
entre as quais, Santa Clara. Clara e suas
Irmãs, a exemplo de Francisco, também
querem chegar ao cimo da montanha da
perfeição do amor.
Frei fernando dos reis
• [...] E como por causa de minha
fraqueza e de meus sofrimentos já
não lhes posso falar muito, quero
elucidar brevemente em três frases
a todos os meus irmãos atuais e
futuros, qual a minha vontade: que,
em sinal de minha memória, de
minha benção e de meu testamento, sempre se amem; que guardem
sempre amor e fidelidade a nossa
senhora Santa Pobreza; que sempre
se mantenham submissos e prontos
a servir aos prelados e clérigos da
santa Mãe Igreja. São Francisco
(Testamento de Sena).
Do opúsculo citado a cima,
quero frisar a relação que Francisco teve com a Pobreza. Celebramos neste mês de outubro o
poverello, o pobrezinho de Assis.
Talvez, então, seja oportuno para
nós, recordarmos um pouco da
experiência de Francisco com a
pobreza e assim, mergulharmos
nessa riquíssima espiritualidade.
Quando falamos de pobreza,
quase sempre nos vem à mente
a falta de algo necessário para a
nossa subsistência. De modo que
pobreza é quase sempre sinal de
ausência ou de escassez. Francisco, no entanto, se relaciona com
a pobreza não como quem sente
falta de algo. Para ele, pobreza
não é ausência e nem escassez,
ao contrário, é presença e um
horizonte repleto de sentido.
Depois de sua conversão, como
quem descobre um grande tesouro, Francisco se esforça para imitar
a humildade e a pobreza de Jesus
Cristo que nasceu em uma manjedoura e durante a sua vida não
teve onde reclinar a cabeça, como
afirma o Evangelho. Desta maneira, Francisco também queria viver
com os seus companheiros sem
nada de próprio e obtendo somente o necessário para se alimentar e
se cobrir. Viver com o necessário e
sem reservas para depois já era para
ele uma grande alegria, pois o co-
locava na mesma dinâmica vivida
por Cristo e os Apóstolos. É nesta
conformidade com a vida de Cristo que Francisco faz a experiência
com o Divino. A pobreza o ajuda
a estar unido a Deus de modo que
nada o impedia de viver livremente
esta experiência.
A imitação do Cristo, Filho
do Deus vivo, fez com que Francisco considerasse os homens
como eles são de fato. Por isso, ele
estava sempre realizado na presença dos mendigos, dos leprosos
e dos enfermos da sua cidade.
Não era para ele um peso estar
com os homens simples, e o fato
de se fazer pobre, não o colocava
em posição de superior entre os
mais pobres e nem de resignação,
mas uma forma de reconhecer e,
de certa forma, devolver a dignidade do outro do qual não se faz
nem dono, nem pai, nem patrão.
Desta maneira, Francisco se fez
irmão de toda humana – criatura relacionando-se de forma
fraterna e igualitária com quem
encontrava pelo caminho.
Como se não bastasse uma
entrega tão perfeita em favor do
outro, a pobreza vivida por Francisco fez dele um homem em
estado de perfeição. A exigência
evangélica de dar aos pobres tudo
o que tem, renunciar a si mesmo
e assumir a cruz em vista do
seguimento de Cristo encontra
tão plena e dedicada resposta na
pessoa do “pobrezinho de Assis”,
que fica difícil não reconhecer a
excelência de sua vida, como também os dons e as graças divinas.
Não por menos a senhora dama
Pobreza é exaltada por Francisco
como uma virtude preciosíssima
e digna de ser amada, pois a partir
dela Francisco encontrou o tesouro
evangélico ao qual se compara
o Reino de Deus. Não obstante,
podemos ainda afirmar que a
senhora Pobreza é modo perfeito
de Francisco se relacionar consigo
mesmo, com o outro e com Deus.
A OFS nas
Olimpíadas
de Cristo
“... dai-me uma fé reta, uma esperança certa e uma caridade perfeita” (OC)
Por formação – ofs
• Ser um franciscano (a) secular requer uma
busca profunda do nosso eu; uma resposta sincera e perseverante a este chamado; é viver a “forma
de vida” que Francisco de Assis nos deixou.
Será que neste Século XXI, conseguimos
colocar em prática nossa vida cristã? Ou o mundo
nos chama a dar às costas as coisas do Reino?
Francisco de Assis atraía a todos com seu
carisma e aqueles que o ouviam se encantavam
e até deixavam a família para segui-lo. Ele atendendo aos casados que queriam sair de casa para
acompanhá-lo, fundou a Ordem dos Penitentes,
mais tarde Ordem Terceira Franciscana e hoje,
Ordem Franciscana Secular (O.F.S.).
Como percebemos no Século XII em
diante, jovens, casados, e até mesmo clérigos
se colocaram a serviço dos pobres. Mudaram
o seu modo de vida e abraçaram a mística
do segmento de Jesus. Nós devemos deixar o
mundo e fazer iguais aqueles e aquelas que
nos precederam.
Podemos citar em especial a nossa Ordem
Franciscana Secular do Sagrado Coração de
Jesus que no período da gripe espanhola, por
volta de 1918, os irmãos e irmãs se colocaram
para ajudar aqueles necessitados e até o espaço
da OFS foi usado para que os mortos fossem
colocados lado a lado; e muitos irmãos Franciscanos Seculares também perderam suas
vidas devido ao contágio.
Hoje temos que nos retirar para uma profunda intimidade com Deus, nos questionando “o que queres que eu faça Senhor?” Esta
pergunta tem que ser diária, para no silêncio
ouvirmos Deus, como Francisco de Assis,
ouvia. Hoje temos que ver qual o sentido da
pobreza, como Francisco sentia-se humilde
como os pobres e compromissado com eles.
Imitarmos Francisco no grande amor
a Santíssima Trindade e a Nossa Senhora.
Temos que ver o pobre Jesus crucificado nos
irmãos e irmãs de cada dia. Assim devemos
ser Irmão (ã) da Ordem Franciscana Secular:
termos um coração pobre, humilde, simples
e com disposição para cuidar dos pobres, dos
aflitos, dos que jazem nas trevas e na sombra
da morte, fazendo nascer para eles o “Sol
Nascente”, Cristo (Lc 1,78).
Como está minha vida de oração? Onde
posso melhorar? Por que compro tanto e
divido tão pouco? Por que minha confissão
anual é sempre adiada? Por que comungo de
forma tão rotineira? Como conheço tão pouco
a minha própria religião!
Ser Franciscano (a) Secular é conquistar várias medalhas de ouro nas Olimpíadas de Cristo.
Em quais modalidades você é campeão? E
quantas vezes? Corra bem, mas não fora do estádio.
Trânsito de São Francisco:
tendo amado os seus,
amou-os até o fim
Frei andré henriques
• Diz um antigo provérbio que o ser
humano “morre como vive”. O trânsito de
nosso venerável pai, isto é, a passagem de
São Francisco deste mundo para a casa do
Pai, é, como já o fora antes a sua vida, um
resplandecente compêndio de virtudes,
inquietante e eloquente sermão contra
nossos vícios e mísero amor. Declinavam
as forças de seu corpo, mas seu espírito
parecia arder mais e mais no desejo de
servir a Deus e aos irmãos. Não se vangloriava pelo caminho já traçado, mas olhava
fixamente para o Amado, pois o amor não
conhece limites e não se encontra em
seu vocabulário a palavra “basta”. Não é,
portanto, de se estranhar que já no fim de
sua carreira, pudesse ainda exclamar: “Comecemos, irmãos, a servir ao Senhor Deus,
porque até agora apenas pouco ou em nada
progredimos” (1Cel 103,6).
Em meio a tantas enfermidades e dores,
cravado na cruz de Cristo, já quase completamente cego, seu olhar parecia contemplar
antecipadamente a glória que se aproximava,
e, em arroubos poéticos, foi então que compôs o tão famoso “Cântico do Irmão Sol”:
confraternizou-se com todas as criaturas,
oferecendo ao Criador o louvor pelo dom da
vida que, com grande gratidão, Lhe restituia;
e até as dores e a morte soube chamá-las de
“irmãs”, certo de que “tudo concorre para o
bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28).
Pede aos irmãos para ser levado novamente à Porciúncula e, nesta “pequena
porção de terra”, nu sobre a terra nua,
deseja entregar o seu espírito como Cristo
nu na cruz, e é revestido pelo guardião com
uma túnica emprestada, assim como o
Senhor da Vida foi sepultado num túmulo
emprestado. Também como o Mestre, não
esquece de abençoar os filhos que gerara
pelo seu exemplo, com eles parte o pão e
ouve ainda uma vez o Evangelho que diz
“tendo amado os seus, amou-os até o fim”
(cf. Jo 13,1).
Com seus lábios trêmulos, entoa, como
pode, o Salmo 141(142), e faz suas as
palavras do salmista, sabendo, na fé, que
adentrava agora na “terra dos vivos” e que
a “herança” que lhe esperava era o próprio
Deus que tanto amava (cf. Sl 141,6); permanecer sequer mais um segundo longe da
suavíssima contemplação de Sua face era
como ser condenado à mais dura “prisão”
(cf. Sl 141,8).
“Muitos justos virão rodear-me pelo
bem que fizeste por mim!”: com estas insondáveis palavras conclui misticamente o
salmista. À notícia da morte do santo, Porciúncula ficou “minúscula” para tamanha
afluência de povo, vindo inicialmente de
Assis; mas, ao longo destes oito séculos, de
todos os cantos do mundo, de todos os povos e culturas, de todas as raças e línguas,
de todas as classes e condições sociais, até
mesmo de todas as religiões e filosofias.
Outra multidão, igualmente incalculável,
fora o cortejo de anjos e santos que viera
saudar o “pobrezinho” e conduzi-lo com
glória às moradas eternas.
•7
“Todos os irmãos, esforcem-se por seguir a humildade e a pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Fr 73)
CATEQUESE
EDNA S. CASTRO
Caríssimos(as) Catequistas,
Paz e Bem!
• Começo este mês com uma mensagem
para todas catequistas e leitores amigos.
Uma partilha de carinho da Pastoral da
Catequese do Sagrado Coração de Jesus:
A Palavra de Deus nos ensina que: “antes
do sol nascer é preciso buscar o Senhor,
é preciso agradecer a Deus tudo que nos
acontece, porque nós somos criados para
isto, para louvar, adorar e para glorificar o
Senhor”. A providência Divina é o que rege
a nossa vida > Deus provê, Deus proverá,
Sua misericórdia não faltará !!
O dia que começamos com Deus, com
oração, é diferente, tem outra força, outra
sabedoria. A dinâmica de vida é chegarmos
ao final do dia com alegria. Temos que
ter no coração que o que traz a felicidade
para o ser humano não são as coisas, mas
a relação dele com Deus e com os outros.
Santo Agostinho dizia “não nos movemos
pelos pés, mas pelos nossos sentimentos”!
• Conforme anunciado no Laços e Passos
do mês anterior, no dia 19 de agosto, tivemos o Retiro dos Catequistas, na Paróquia
São Judas Tadeu – Mosela. Com o tema
“Comunhão e Missão na força da Palavra”
pudemos experimentar a graça de Deus em
todo momento. O Retiro dos Catequistas
tem como objetivo “unificar o serviço a
Deus” e esta comunhão é algo necessário
na nossa caminhada. Padre Luis Mello nos
agraciou com uma palestra durante o Retiro
e foi muito claro em sua colocação quanto
a nossa missão de evangelizar: “A missão
não é longa, o nosso gosto por Deus é que
pode estar curto” e“Sem o esforço da luta,
não tem como ver a alegria do encontro”.
• Conforme Tiago 3, 13-18: Querer
crescer na fé é abrir o coração e deixar-se
8•
–lembretes–
1) Congresso Diocesano Catequese:
Catequistas se programem para participar de nosso Congresso Diocesano
que acontecerá em 21 de outubro em
Petrópolis, no Instituto São José, na
rua Ipiranga a partir de 8h.
Neste Congresso estarão participando todos os 4 decanatos da
Diocese de Petrópolis e sendo em
Petrópolis nós do Decanato de São
Pedro de Alcântara estaremos com a
missão de recepcioná-los.
Favor entrar em contato com sua
coordenadora para agendar sua participação e se inteirar de nossas tarefas.
2) Curso para Catequistas Iniciantes:
Qualquer informação podem entrar
em contato direto com Irmã Redenção das Irmãs de Belém. Telefone
(24) 2242-4898.
3) Missa da Catequese: todo 4º
domingo do mês, missa das 18h,
no Sagrado. Pais, catequisandos,
crismandos, catequistas e familiares.
Esperamos por vocês na participação
de nossa Santa Missa.
inundar por Deus e deixar que Ele trabalhe em nós. O desejo do Pai do céu é que
em nós reflita a face de Jesus Cristo ”.
Deixar que Cristo cresça em nós, é viver a
sabedoria que está no Evangelho. Não são
simples mandamentos, mas um caminho
de vida, é o verdadeiro mapa do tesouro.
Neste dia do Retiro também tivemos a
linda homenagem preparada para todas
Catequistas. Obrigada Irmã Redenção e
Marta pelo carinho para com todas nós.
• Quero deixar também registrado um
agradecimento especial à nossa amiga Beth
Rigoni, pelo carinho como preparou as lembranças para todas catequistas. Como sempre, ela estende as mãos e nos faz cumprir
a tarefa que a nós da catequese do Sagrado
foi determinada nas funções do encontro.
• Também em 11 de agosto, realizou-se
em nossa Paróquia a Missa de celebração
do Crisma dos adultos que participaram
durante o mês de Julho do Catecumenato,
entendido como Iniciação à Vida Cristã.
Momento que experimentaram o encontro
com Jesus Cristo. Inclusive alguns dos participantes fizeram também a sua primeira
Eucaristia. A celebração do Sacramento do
Crisma foi presididida pelo Mons. Paulo
Daher, Frei Adriano – pároco do Sagrado,
Pe. Jardel – Quitandinha e pelo Frei André.
• Crismados: não deixem que a chama
do amor a Jesus tão proclamada durante
este tempo se apague. Lembrem-se sempre: “O verdadeiro cristão é convicto na sua
fé e busca ser atuante na transformação da
sociedade” e não esqueçam > A catequese
deve ser permanente. Continuem na caminhada, participem sempre em sua Igreja,
procurem se engajar em uma Pastoral onde
voce possa vivenciar mais de perto sua Igreja, pois assim vocês estarão em constante
união à sua Igreja. Que vocês possam fazer
da Palavra de Deus o alimento de sua vida!
• Participaram conosco da celebração
do Crisma o grupo da Igreja de Santa
Clara (Terra Santa), preparados pela nossa
queridíssima Irmã Eugênia e também os
crismandos da Igreja de N. Sra. Aparecida,
no Quitandinha, preparados por Remi e
Adriana. Gostaria de dizer que foi muito
importante ter todos vocês conosco neste
momento tão especial.
• Jovens Crismandos: Dentro da nossa
proposta na caminhada com os jovens crismandos, mensalmente estamos celebrando
de uma forma simples o tempo litúrgico
ou um Sacramento. Neste mês de agosto
tivemos uma celebração do sacramento da
Eucaristia. Fotos podem ser vistas no mural
do andar das salas de catequese.
“Ave, mãe do Senhor, e vós, santas virtudes todas” (SM 5-6)
GIRO PELAS PARÓQUIAS
ASSEMBLÉIA DIOCESANA
As Comunidades participam!
Rádio Imperial AM 1550
Quintas-feiras das 20h30 às 22h. & 2237-6161
Acesse www.radioimperialam.com e envie sua mensagem
17 E 18 DE NOVEMBRO
EM TERESÓPOLIS
Não fique fora dessa!
Informações na Secretaria Paroquial.
O nascimento do
Apostolado da Oração
maria stella sampaio, presidente do Apostolado da Ora;áo
• O Apostolado da Oração surgiu na
França no século XIX em Vals, perto de
Le Puy, ao sul do país numa casa de estudantes da Companhia de Jesus. Nessa
ocasião estudantes jesuítas de filosofia e
teologia demonstravam grande interesse
em fazer apostolado direto nas paróquias
e comunidades, junto ao povo.
Nesse contexto, o diretor espiritual
dos seminaristas da Companhia de
Jesus, Pe. Francisco Xavier Gautrelet,
SJ, lançou a luminosa ideia, a esses estudantes animados de zelo pelas almas,
de oferecerem seus estudos, seus trabalhos, orações, sacrifícios, suas lágrimas
em espírito apostólico, unidos a Cristo,
ao papa, em espírito missionário, sob as
bênçãos de Maria Santíssíma.
As idéias propostas caíram em terreno fértil, no coração aberto e generoso
dos jovens estudantes, dando origem
ao Apostolado da Oração. As recomendações foram divulgadas, depois, por alguns sacerdotes nas regiões vizinhas, em
breve se tornaram conhecidas em toda
a França e não tardaram a ser levadas a
outros países, conquistando o mundo.
Com a finalidade de difundir essas
ideias, O Pe. Gautrelet sugeriu uma pequena organização denominada “Apostolado
da Oração”. Tendo sido aprovada pelo
Bispo de Le Puy, o Papa Pio IX concedeu-lhe, em 1849 as primeiras indulgências.
Dessa forma nascia o Apostolado
da Oração, humilde e silencioso. Mas
o grande organizador e promotor do
AO, na França, foi o notável sacerdote
jesuíta Pe. Henrique Ramière. Em
numerosos artigos, escritos e conferências, explicou, de maneira clara e
acessível, a doutrina do apostolado, a
essência da espiritualidade do Coração
de Jesus, conferindo uma forma definitiva à obra apostólica que ganhava
corpo, consistência, firmando-se pouco
a pouco na França e em diversos países.
Em 1861, publicou um livro de
enorme sucesso popular: O Apostolado
da Oração, Santa Liga de Corações
Cristãos unidos ao Coração de Jesus.
Consistia numa reedição ampliada de
um opúsculo anteriormente publicado
pelo Pe. Francisco Xavier Gautrelet.
No mesmo ano teve início a publicação de uma revista mensal intitulada
Mensageiro do Coração de Jesus, que
de forma rápida difundiu-se em todas
as nações e em diversas línguas: na Itália
em 1864: na Áustria, no ano seguinte; nos
Estados Unidos e na Espanha, em 1866;
na Colômbia e Hungria, 1867; na Inglaterra em 1868; na Holanda e na Bélgica,
em 1869; no Brasil em 1896.
Por ocasião do falecimento do Pe.
Henrique Ramière, em 1883, o Apostolado da Oração já contava no mundo
inteiro, com mais de 35.000 centros
apostólicos, ultrapassando o número
de 13 milhões de associados.
•9
“Eu, Frei Francisco pequenino, quero seguir a vida e a pobreza de nosso Altissimo Senhor Jesus Cristo... (UV 1)
F
F ii qq uu ee I nn ff oo rr mm aa dd oo
OUTUBRO
01 a 03/10 – Sagrado – 18h – Triduo em honra
a São Francisco de Assis
03/10 – Sagrado – 19h30 – Conselho Comunitário de Pastoral da Matriz
04/10 – Dia de São Francisco de Assis. Missas
às 7h (benção do bolo após a missa); 15 h (na
OFS), 18h (missa solene com Monsenhor
Paulo Daher) e 19h30. De hora em hora (das
8h as 15h) benção dos animais
05/10 – Sagrado – 19h – Formação Permanente
06/10 – Sagrado – OFS – Missa às 16h15
07/10 – Nossa Senhora do Rosário
07/10 – 1º turno das eleições municipais
08/10 – Dia do Nascituro
09 a 11/10 – Sagrado – 18h – Triduo de Nossa
Senhora Aparecida
11/10 – Sagrado – 19h30 – Encontro preparatório Batismo
11/10 – Sagrado – 19h – Formação Permanente
12/10 – Nossa Senhora Aparecida. Missas às 7h
(benção do bolo após a missa), 8h30, 10h,
18h, 19h30. Motoromaria às 9h30 (com
benção aos motociclistas)
12/10 – Osvaldo Cruz – 9h30 – Procissão e
missa campal
13/10 – Osvaldo Cruz – 16h – Prosseguimento
da festa em honra a Nossa Senhora Aparecida
13/10 – OFS – 15h – Reunião do Conselho da
Fraternidade
14/10 – Sagrado – 11h15 – Batismo
14/10 – Sagrado – 14h – Bingo do Sagrado
14/10 – XVIII Adorai
14/10 – OFS – 14h30 – Formação do 1º ano
de formandos
16/10 – Sagrado – 19h30 – Conselho Comunitário de Pastoral da Matriz
17/10 – Santo Inacio de Antioquia
19/10 – Sagrado – 19h – Formação Permanente
19/10 – Osvaldo Cruz – 19h – Conselho Comunitário de Pastoral
20/10 – Encontro Diocesano da Pastoral da
Saúde
21/10 – OFS – 14h – Reunião mensal da
fraternidade
25/10 – Santo Antonio de Sant’Anna Galvão.
Missas às 7h, 15h, 18h e 19h30. Distribuição
das pílulas de fé em todas as missas e benção
do bolo após a missa das 7h
25/10 – Três anos da inauguração da Capela
da Penitência dedicada a Santo Antonio de
Sant’Anna Galvão
10 •
25/10 – Sagrado – 19h30 – Encontro preparatório Batismo
27/11 – Todos os santos e santas da Familia
Franciscana
26/10 – Sagrado – 19h – Formação Permanente
30/11 – Sagrado – 19h – Formação Permanente
28/10 – São Judas Tadeu
28/10 – Sagrado – 11h15 – Batismo
28/10 – 2º turno das eleições municipais
– Todas as segundas-feiras das 19h30 às 21h30
• Grupo de Oração Jesus Vive – RCC
29/10 – Sagrado – RCC – Missa de louvor
– Todas as terças-feiras, das 16 às 17h • SAGRADO – reunião da Legião de Maria
NOVEMBRO
– Toda terça-feira e quinta-feira, das 14 às 18h
• SAGRADO – Aconselhamento, Sala Frei
Waldemar
01/11 – Todos os Santos
01/11 – Sagrado – 19h – Formação Permanente
02/11 – Finados – Missas ás 7h, 8h30, 10h
(cemitério), 15h, 18h e 19h30
03/11 – Sagrado – OFS – Missa ás 16h15
07/11 – Aniversário Natalício de Frei Adriano
Freixo Pinto, ofm – Pároco do Sagrado
08/11 – Sagrado – 19h30 – Encontro preparatório Batismo
09/11 – Sagrado – 19h – Formação Permanente
10/11 – OFS – 15h – Reunião do Conselho da
Fraternidade
11/11 – Osvaldo Cruz – 8h30 – 1ª Eucaristia
11/11 – Sagrado – 11h15 – Batismo
11/11 – OFS – 14h30 – Formação do 1º ano
de formandos
15/11 – Sagrado – 14h– Tarde de Prêmios da
Comunidade do Ingelheim
16/11 – Sagrado – 19h – Formação Permanente
16/11 – Osvaldo Cruz – 19h – Conselho Comunitário de Pastoral
17 e 18/11 – Teresópolis – Assembléia Diocesana (Pastoral de Conjunto)
17/11 – OFS – Santa Isabel da Hungria
18/11 – OFS – 14h – Reunião mensal da
fraternidade
20/11 – Dia Nacional da Consciência Negra
20/11 – Sagrado – 19h30 – Conselho Comunitário de Pastoral (passível de alteração da
data)
22/11 – Sagrado – 19h30 – Encontro preparatório Batismo
23/11 – Sagrado – 19h – Formação Permanente
25/11 – Sagrado – 11h15 – Batismo
25/11 – OFS – 14h30 – Formação dos Neo-professos
– Toda segunda, quarta, quinta e sexta-feira,
das 15h às 17h • SAGRADO – atendimento
às famílias necessitadas
– Toda segunda quinta-feira do mês às 14h •
Reunião da Pastoral da Criança com as coordenadoras das comunidades
– Toda terceira quinta-feira do mês às 19h30,
na Casa da Cidadania – Reunião
– Toda quarta-feira, às 16h • Missa na Capela
do Hospital Santa Teresa
– Toda última quarta-feira, às 15h • Capela
do hospital Santa Teresa – Missa dos aniversariantes
– Toda quarta-feira às 19h30 • Reunião do
Grupo Amor Exigente
– Toda quarta e quinta-feira das 14h às 17h
“Cursinho que deu Certo” – artesanato
– Toda quinta-feira das 10h às 16h30 • Pastoral
da Criança, no Sagrado
– Toda quinta-feira às 17h • Ofício Divino das
Comunidades
– Toda última quinta-feira do mês, às 7h, 8h,
15h, 18h • SAGRADO – Missa de Santo
Antônio de Santana Galvão com distribuição
das pílulas
– Toda 1ª sexta-feira de cada mês • missa do
Apostolado da Oração, às 15h na Matriz. Após
a missa, Adoração ao Santíssimo
– Toda sexta-feira após a missa das 18h • SAGRADO – reza do Terço
– Todas as terças-feiras, quintas-feiras e sábados
às 18h • Missa no Convento Madre Regina.
– Todo 2° domingo às 7h, 8h30, 10h, 18h e às
19h30 • SAGRADO – Missa dos Dizimistas
– Todo dia 13 de cada mês, às 20h, Procissão
até o Trono de Fátima e Missa. Quando o dia
13 for domingo ou feriado, será às 17h
25/11 – Solenidade de Cristo Rei
– Todo 4º domingo, missa da Congregação
Mariana, no Sagrado às 7h com reunião as 9h,
no Teatro Mariano
25/11 – Todos os fieis defuntos da Familia
Franciscana
– Todo 2º domingo, às 16h30 • SAGRADO –
Reunião mensal do grupo de jovens
25/11 – Sagrado – 14h30 – Assembleia Paroquial
...e de sua Mãe Santissima e perseverar nela até ao fim” (UV 1)
– NOVEMBRO –
parabéns
03/11....Nilza de Oliveira Guedes
04/11....Nair de Souza Almeida
04/11....Vera Maria Naegeli Gondim
06/11....Tânia de Fátima Paiva A. de Freitas
07/11....Neuza Maria Xavier Lima
09/11....Maria Efigênia de Aguiar
12/11....Abelardo Filgueiras de Mattos
14/11....Elizabeth Nascimento Rigoni
14/11....Vanilton Miranda
16/11....Magali da Costa Alves Adão
16/11....Nilza Lauterbach
22/11....Neide da Silva
23/11....Lenita Ferreira
25/11....Ana Paula Beserra de Lima Maia
25/11....Roney Theobald Serra
28/11....Ocelo Ramos Castro
28/11....Patrícia Gheren dos Santos Garcia
29/11....Simone de Oliveira Quintella
30/11....Dulci Carniel
30/11....Itamar Cândido Pereira
Aniversariantes Dizimistas
– OUTUBRO –
• Frei Adriano, parabéns pelo seu
natalicio (7 de novembro). É bom
termos o senhor ao nosso lado em
mais um momento importante de
sua vida. Felicidades. Receba nossos
sinceros e fraternos abraços. Pastoral
da Comunicação – Sagrado
VOLUNTÁRIOS Aniversariantes
– JUNHO –
05/10....Herotides F. Werner Cler Andres
05/10....Maria Angélica de Andrade Silva
06/10....Dilceia Lima Mayworm
07/10....Guilherme Adão Pires
07/10....Hilda Maria Chrispim Thomaz
08/10....Lea Maria de Araújo Sant’Anna
09/10....Olivia Rodrigues da Silva Pereira
10/10....Ana Maria Kneipp Sindorf
11/10....Theresinha de Jesus Castro da Silva
12/10....Conceição Francisca Lemos
12/10....Jane Maria Correa
12/10....Maria Bernardeth Coelho Maciel
13/10....Simone Leite Ferreira da Rocha
13/10....Sueli de Fátima C. Pereira Medeiros
14/10....Carmem Lucia A. de Souza Lima
14/10....Paula Ramos Fávero Schmid
17/10....Lúcia Helena A. da Silva Seabra
17/10....Sandra Helena Guerra de Azevedo
25/10....Áurea dos Santos da Silveira
25/10....José Juvêncio Alves
26/10....José Silvino Priori Marques
26/10....Maria Nazareth Pereira
26/10....Valéria Boynard Thomaz A. de Paiva
28/10....Marco André Giardini Tesch
29/10....Helen Maurie de Souza Soares
29/10....Norma Wendling
08/10....Ludovina Gomes Tavares
08/10....Léa Maria de Araújo Sant’ana
09/10....Maria de Conceição G. D. Valente
10/10....Ivelone Souza Nogueira
15/10....Geny Gomes Pereira Stumpf
18/10....João e Maria
20/10....Nancy Boa Morte Castilho
21/10....Claudio Luis de Oliveira Moura
23/10....Maria Ignez Correa Freitas
23/10....Vera Lucia Plum
25/10....José Juvencio Alves
26/10....Olinda Carneiro Rosa
30/10....Domingos Linhares
– NOVEMBRO –
01/11....Marcos Antonio de Souza
02/11....Nirete da Penha Rosa Cabral
04/11....Maria Emilia da Costa
04/11....Nair de Souza Almeida
08/11....Maria Eliza Pércia Pinto
08/11....Maria Luiza Alves Machado
09/11....Paula de Aguiar Kneipp Martire
13/11....Valdina de Fatima B. de Souza
14/11....Regina de Fátima Marçal
17/11....Teresinha Ferreira dos Santos
18/11....Rosilda Gloria de Lima
20/11....Nilza Catharina Balter Lopes
21/11....Ademir Moreira Barros
22/11....Nely de Lima e Silva Deo
22/11....Luciane Maria de Aguiar Costa
23/11....Alcebiades da Costa Torres
23/11....Francisco B. Ferraz
23/11....Rosinéia Ramos Barão de Souza
26/11....Paulo Roberto Souza de Castro
26/11....Jorge Mário C. Fonseca
28/11....Dulcineia Guilhermina B. Branco
29/11....Rosa de Jesus da Silva Lima Martins
30/11....Dulci Carniel
Franciscanos
jovens celebram
encontro no ITF
Frei rodrigo da silva santos
• Aconteceu no dia 23 de setembro, o 2º
Encontro Estadual de Jovens das Paróquias
Franciscanas (RJ), desta vez no Instituto Teológico Franciscano. Um dia de muita alegria e
confraternização desta família reunida sob o
ideal de nosso querido Pai São Francisco.
Estiveram presentes jovens de cinco paróquias franciscanas: Sagrado Coração de Jesus
(Petrópolis), Santa Clara (Duque de Caxias),
São Francisco de Assis (Duque de Caxias),
Nossa Senhora da Conceição (Paty do Alferes) e Nossa Senhora da Boa Viagem (Rio de
Janeiro), com a presença de cerca de 80 jovens
animados, engajados nas pastorais de suas
comunidades, que já convivem e conhecem os
frades e quiseram, neste dia, conhecer melhor
o carisma que vivemos e anunciamos.
O tema escolhido para o encontro, acompanhando o 8° centenário do Carisma Clariano, foi a atualidade deste carisma para os
jovens de hoje. A Irmã Ana Maria, irmã catequista franciscana de Duque de Caxias, se dispôs a falar de elementos importantes da vida
de Clara e como eles podem ser vividos em
nossos dias: como a fraternidade/irmandade, a
minoridade, a contemplação e o voltar-se para
Deus, a necessidade de se encarnar em nossa
vida aquilo que nós acreditamos e temos fé.
Frei Diego, animador vocacional, também
falou sobre os preparativos para a Jornada
Mundial da Juventude e como os franciscanos
estarão presentes nos diversos eventos. Explicou que o Convento Santo Antônio e a Igreja
de São Francisco da Penitência serão a sede do
anúncio franciscano, com exposições, celebrações, e acolhida dos jovens que nos visitarão.
Foi um dia, de fato, para se guardar no
coração e na memória de todos os que se fizeram presentes. Os jovens se mostraram com
imensa boa vontade e alegria por estarem ali,
participando, e foram eles que deram o tom
do encontro. Agradecemos muitíssimo aos
paroquianos do Sagrado Coração de Jesus
(Petrópolis) que trabalharam incansavelmente
na cozinha, cuidando da alimentação de todos.
Nosso especial agradecimento ao Instituto
Teológico Franciscano que generosamente
ofereceu seu espaço para que este encontro
acontecesse, demonstrando sua acolhida fraterna, e por todo apoio dado para o bom êxito
deste encontro. Que esta experiência se repita
pelos próximos anos e que São Francisco interceda e nos mostre a melhor forma de seguir
e viver nosso seguimento do Cristo humilde e
pobre! São Francisco, rogai por nós!
• 11
O Franciscanismo nos dias de hoje
“Deus é um Deus do presente. Assim como ele te encontra, assim ele te
acolhe, não como tu foste antes, mas como és agora” (Mestre Eckhart)
“O homem vale o que é diante de Deus; nem mais, nem menos” (S. Francisco de Assis)
Frei Adriano freixo pinto, pároco desta Igreja
1. A palavra “franciscanismo” refere-se às manifestações no interior da Igreja Católica, e mesmo
fora dela, ligadas ao movimento, ao modo-de-ser
do seguimento de Cristo, vivido na e transmitido
à história por São Francisco de Assis. A partir
daí, “franciscano” é o modo-de-ser daquele que
encontra na vida de São Francisco de Assis sua
referência de sentido. E São Francisco, por sua
vez, encontra no Cristo pobre e crucificado este
sentido, o tudo de sua vida. Dito de maneira mais
apropriada: “franciscanismo”, “franciscano”, deveriam indicar sempre a busca, o movimento na
direção Daquele que Francisco de Assis, o irmão
menor de Assis, buscou com todas as suas forças
– o Cristo Encarnado do presépio e da cruz.
2. Olhando a partir de São Francisco de Assis, a
caminhada franciscana sempre estará garantida,
conservada, preservada através da história. Francisco percorreu seu caminho, sua história, seu
seguimento fiel do Senhor que o chamou num
encontro vivo, pessoal e intransferível. O Senhor o
chamou em diversas situações muito concretas, no
“hoje” da vida de Francisco, no “hoje” da Assis daquela época: chamou-o nas indecisões do começo;
chamou-o na doença; chamou-o no encontro amargo com o leproso-excluído; chamou-o na igrejinha
em ruínas de São Damião; chamou-o na pessoa
de cada irmão; chamou-o nos conflitos; chamou-o
para segui-Lo na Igreja e no mundo; chamou-o na
criação; chamou-o no Alverne; chamou-o na consumação de seus dias. Em cada chamado do Senhor,
Francisco fez a sua parte, sua obra, apresentou sua
resposta. Conservado no passado e, por isso mesmo,
já à nossa frente no futuro, Francisco e sua história
de seguimento do Senhor, vive para sempre.
3. Olhando a partir de nós outros, frades e todos
os simpatizantes com o franciscanismo, contudo,
nada está garantido. Tudo é caminho a ser percorrido, conquistado e reconquistado no hoje de nossos
tempos, de nossas vidas, de nossos dias. Não existe
um ser franciscano já garantido de antemão! Existe,
e só existe, hoje e sempre, trabalho diário, empenho
vigilante, compromisso pessoal e único de resposta
ao chamado que o Senhor dirige, em cada situação,
a cada um de nós. Se nada está garantido, seguro,
protegido na aventura da vida, a possibilidade de
não respondermos ao chamado do Senhor é uma
constante. Lembro-me de Goethe: “Maior do que a
realidade, a possibilidade”. Fato! O que fazer? Nada;
e tudo. O nada e o tudo de uma plena atenção, ser
todo ouvido ao chamado do Senhor que, mesmo
no fracasso, na infidelidade, na queda, continua a
chamar, Ele que é sempre fiel a nós. Não será este o
grande ensinamento do silêncio da Cruz, da morte?
No abandono, a presença; na morte, a vida!
4. Por causa disso, penso, a ênfase quando se
fala em “franciscano”, “franciscanismo”, “ser
frade” hoje, deve ser colocada justamente neste
hoje. Viver no hoje, algo suposto e óbvio, por isso
12 •
mesmo é o mais difícil. Por ser difícil, tentadoras
e atraentes são as ofertas para se fugir do hoje:
ora refugiando-nos nas garantias saudosistas do
passado, ora projetando-nos num futuro incerto;
ora vivendo do que outros já fizeram, ora adiando
para um indefinido amanhã nossa responsabilidade pessoal por uma sincera busca e conversão;
ora parados olhando para o Francisco de Assis do
passado, ora esperando que amanhã ele faça por
nós. Esta aqui chamada “fuga do hoje”, manifesta-se também na atitude que espera sempre de fora,
das instituições, do outro, aquilo que eu mesmo
deveria esforçar-me por realizar. Em toda crítica
que não se auto-critica, em toda cobrança que não
retorna a si mesma como tarefa pessoal, esconde-se o descompromisso, a indiferença, a fuga da
tarefa inalienável de sermos co-responsáveis, co-criadores na criação do mundo, ainda e sempre
em construção. Nesta divisão mortal (“Um reino
dividido em si mesmo não pode subsistir!”), permanece, todavia, o decisivo: o momento presente,
este dia, nesta situação, meu compromisso, meu
empenho, a responsabilidade intransferível, a resposta pessoal, no aqui e agora, na aventura diária,
que redime e integra o passado, e prepara o futuro.
5. Muitas são as características que marcam o hoje
de nossas vidas, este tempo de modernidade sob
o império da técnica. Destaco aqui apenas duas:
a) a complexidade crescente das situações; b) o
recolhimento do divino e a evidência do indivíduo.
5a. Complexidade crescente das situações: basta
um pouco de atenção para percebermos que, cada
vez mais, numa escalada crescente, a vida vai se
tornando complexa, exigente, difícil mesmo. Cada
acontecimento abre diante de nós uma “teia de
relações”, onde cada “ponto” está ligado ao “todo”.
A aranha tece paciente sua teia fazendo inúmeras
conexões entre os fios. Qualquer pequeno inseto
que toque qualquer parte da teia, por mínima que
seja, repercute em vibrações para a teia por inteiro.
Nada escapa! Assim vejo a realidade em nossos
tempos: tudo está ligado, numa “teia” de conexões. Cada fato, cada acontecimento, cada pessoa,
descortina diante de nós inúmeras paisagens. Nada
mais parece ser tão simples como antes (se é que
podemos assim nos referir ao passado!); ao menos,
dito de outra maneira, nada mais parece poder ser
simplificado com cômoda facilidade. Perguntamos
então: como fica a simplicidade franciscana em
meio a esta realidade assim tão complexa? O
simples permanece! Sem divisão, sem fugas para
outros caminhos mais fáceis e alienados, o simples
abraça toda esta realidade assim exigente como
seu próprio, sua possibilidade de realização e crescimento. E assim, leva a sério, numa exigência de
competência e qualificação pessoal, cada situação
vivida. Se a realidade é assim complexa, sem facilidades, ela está a exigir de nós preparação, formação,
crescimento, profundidade. Corresponder assim
ao apelo da vida é, hoje, o melhor testemunho de
simplicidade que podemos oferecer.
5b. O recolhimento do divino e a evidência do indivíduo: quando perceberemos que a possibilidade
de haver claridade é dada pela escuridão? Quando
despertaremos para a realidade de que só há palavra porque há o silêncio? Em que momento despertaremos do sono, profundo sono, que impede o
despertar para ver que toda ausência é uma forma
de presença? Diz o livro da Sabedoria: “Quando
tudo se guardava no meio do silêncio, uma palavra
de mistério desceu do alto, do trono real, sobre
mim” (Sb 18,14). Falamos hoje de uma sociedade
secularizada, marcada pela crise de valores, onde
“tudo que é sólido desmancha no ar”. E a tendência, muito comum entre nós ditos “religiosos”, é de
sempre fazermos uma leitura negativa, pessimista
mesmo, desta realidade. Assumimos posturas de
“defesa da fé”, dos “valores”, sem saber afinal e
no final o que estamos defendendo. E com isso,
deixamos escapar a grande possibilidade que esta
realidade assim descrita nos apresenta: onde tudo
se tornou secular, irrompe a transcendência em
sua verdadeira compreensão cristã, a encarnação.
Onde os valores silenciaram, é dada ao ser humano
a tarefa de criar valor. Onde o sentido desapareceu,
aí mesmo é possível novo sentido. No abandono
de Deus, a máxima proximidade de um Deus-conosco. “Onde há perigo, lá cresce o Salvador”
(Hölderlin”). O problema não foi a pretensão humana de se colocar no lugar de Deus, o império da
autonomia do indivíduo. Problemático foi e segue
sendo o não se levar até as últimas consequências
tal pretensão, na sua justa empostação: de que
como “deuses”, carregamos o fogo divino, a tarefa,
a responsabilidade de sermos os colaboradores
na criação eterna de Deus, aqueles que devem,
hoje, tirar “faísca do asfalto”. Justamente por não
levarmos a sério tal tarefa, é que toda empostação
da relação entre Deus e Homem, entre Teologia
e Antropologia, gira sempre num dualismo, num
rompimento doentio e desencarnado.
A visão franciscana, a herança deixada por
São Francisco de Assis, é o esforço histórico de
aproximação e superação de tal rompimento.

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