PE. FERNANDINHO VITALE

Transcrição

PE. FERNANDINHO VITALE
PE. FERNANDINHO VITALE
"Eu sou do partido do TP... (Tapa Buraccos)". Quem não escutou essa frase da boca do Pe.
Fernandinho? Era sua maneira de intender e viver a vida missionária: humildade e disponibilidade.
Sempre pronto para consolar, ajudar, curar as feridas do coração.
Padre Fernando (carinhosamente chamado de Fernandinho) nasceu em Caivano, perto de Nápoles,
na Itália, no dia 23 de novembro de 1914, filho de Ferdinando Vitale e Maria Paone Vitale.
Escolheu ser missionário. Emitiu seus primeiros votos na Congregação Passionista, em Paliano, no
dia 11 de novembro de 1933 e foi ordenado sacerdote em Nápoles no dia 3 de junho de 1939.
Foi diretor do seminário e professor de matemática na Itália.
Aos 39 anos de idade, deixou a Itália e partiu, de navio para o Brasil. Aos 7 de novembro de 1953,
desembarcou no Rio de Janeiro.
Ficou um tempinho em Jardim América, Cariacica - ES. Em fevereiro de 1954, foi para São
Silvano, Colatina - ES e depois para Barra São Francisco - ES.
Com seu incansável espírito missionário próprio de São Paulo da Cruz, associado ao modo alegre,
jovial e enérgico próprio dos napolitanos, foi o desbravador do norte do estado do Espírito Santo até
a divisa de Minas Gerais (Barra de São Francisco, Ecoporanga, Mantenópolis, etc.).
Neste tempo tudo isso era feito no lombo da Peppinella, sua mula de estimação.
Por onde passava realizava com os povos carentes uma contínua promoção da vida humana, além
da evangelização. Em Barra de São Francisco promoveu diversos cursos (crochê, tricô, carpintaria,
marcenaria e eletricista); foi inspirador da Escola Família Agrícola e fundou o Seminário
Passionista (1970). Construiu a Igreja Matriz da cidade, juntamente com os padres Alfredo e Daniel.
Em 1962, volta para São Silvano, Colatina - ES. Aqui também, sua marca é o ânimo missionário, a
preocupação com as questões sociais, a profunda vida de oração. Sempre disponível à serviço da
Igreja e da Congregação, através de uma vida simples e modesta.
Esse olhar a realidade com os olhos compassivos de Jesus, leva o Pe. Fernandinho a 'inventar' algo
para acolher as crianças pobres.
Em 1963, recebeu as Irmãs Passionistas em São Silvano para atender as crianças carentes. E em
1984, funda a Creche Santo Antônio, em São Silvano. A partir desta data a Creche acolhe centenas
de crianças carentes do bairro.
Em 1983, celebrando os 30 anos de chegada dos Passionistas em Colatina, no dia 29 de outubro, em
São Silvano, Pe. Fernandinho celebra os 50 anos de profissão religiosa. Nessa ocasião ele recebe o
título de "Cidadão Colatinense".
Em 1995, Pe. Fernandinho é transferido para o seminário passionista de Ilhas das Flores, Vila Velha
- ES, acompanhando as comunidades da paróquia de Paul.
Continua seu trabalho em Jardim América e Belo Horizonte.
Em 1999, ele chega em Barbacena, aonde esta funcionando o Projeto Devida, acolhendo as crianças
carentes.
Mantendo o mesmo espírito missionário, profético, continua seu trabalho junto as comunidades
pobres e crianças carentes do "Projeto Devida".
E mesmo de idade avançada, seu espírito nunca perde a criatividade para praticar a caridade
evangélica e ajudar os pobres. Todos os dias podíamos ver ele ir nas padarias, recolher o pão do dia
anterior, carregá-lo nas costas, levá-lo até a casa e distribuí-lo aos pobres que estavam já esperando.
É a caridade que faz milagres!
Em 23 de novembro de 2003, inaugurando o 3º bloco do Projeto Devida, é descoberta uma placa
colocada no centro missionário: "Centro missionário passionista Pe. Fernando Vitale".
Pois, Pe. Fernandinho foi um ardoroso missionário, e por onde passava, deixava marcas profundas.
Talvez sua maior marca tenha sido a alegria de viver: sempre sorrindo, cantando, brincando...
Sempre foi muito trabalhador e, mesmo com a idade avançada, não tinha restrições para celebrar,
visitar doentes, ajudar os pobres.
Pe. Fernandinho faleceu às 21h15 do dia 3 de novembro de 2013. Enquanto os irmãos passionistas
do Vicariato Nossa Senhora da Vitória, a cidade de Barbacena, os amigos estavam já preparando a
celebração dos 99 anos de vida (dia 23).
Ele deixa tanta saudade e inúmeros exemplos de vida missionária. Pe. Fernandinho não era um
teórico da missão e da caridade. Ele era um praticador... e sempre com tanta humildade e pouco
falar...
E quando alguém destacava seu espírito missionário, ele respondia, quase alterado: "o que estou
fazendo de particular? Estou fazendo semplicemente o que Jesus pede aos seus discípulos, e nada
mais..."
Obrigado, querido e saudoso Fernandinho.
Descanse em paz agora, vocês que nunca tinha tempo para descançar nesta terra.
Janaúba, 4 de novembro de 2013
Pe. Giovanni Cipriani