resumo_aula_des_fruto (841273) - BV581 e BV720
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BV581 - Fisiologia Vegetal Básica - Desenvolvimento Aula 12a: Desenvolvimento do Fruto Prof. Marcelo C. Dornelas O desenvolvimento do fruto é uma continuação do desenvolvimento dos carpelos O termo ¨fruto¨ é utilizado para designar a estrutura formada pelo desenvolvimento subsequente dos carpelos após a fecundação. Desta forma, nem todas as ¨frutas¨ são ¨frutos¨... Algumas, como o abacaxi, são um conjunto de frutos concrescidos, originando uma infrutescência. Já o fruto do morango, não é a estrutura vermelha e carnosa que consumimos, que nada mais é que o pedúnculo da inflorescência que se intumesce, mas sim as pequenas estruturas secas na superfície da mesma (frutos secos indeiscentes, denominados aquênios)... Já o fruto de Arabidopsis, uma sílica (ou síliqua) é um fruto verdadeiro, que quando maduro, seca e abre-se para a dispersão das sementes. Por suas características, a sílica de Arabidopsis é um modelo para o desenvolvimento dos frutos secos, mas o fruto do tomateiro é o modelo para o estudo do desenvolvimento dos frutos carnosos. Principais fases do desenvolvimento do fruto Uma vez que o desenvolvimento do fruto é uma continuidade do desenvolvimento dos carpelos, todas as modificações ocorridas durante a formação dos carpelos afetarão a formação dos frutos. Desta forma, mutações que afetam o gene AGAMOUS, um fator de transcrição que altera o desenvolvimento dos carpelos (veja aula sobre florescimento e modelo ABC) afetam também o desenvolvimento dos frutos. Assim, mutantes agamous não formam frutos. Outro grupo de genes, os codificadores da família YABBY de fatores de transcrição, regulam o estabelecimento das regiões abaxial e adaxial dos frutos. Uma vez que os genes YABBY determinam a formação da região abaxial dos frutos, mutações afetando este gene, fazem com que os frutos de Arabidopsis tornem-se adaxializados (dando a impressão de que os frutos ¨viraram do avesso¨). O desenvolvimento dos frutos, tanto dos carnosos quanto dos secos, pode ser dividido em três fases distintas, que variam quanto aos processos fisiológicos que dominam em cada fase. Fase I: Formação das estruturas do fruto A primeira fase do desenvolvimento dos frutos caracteriza-se por uma predominância dos processos de divisão e diferenciação celulares, com uma pequena participação dos processos de alongamento celular. O hormônio auxina possui, portanto, um papel essencial durante esta fase. Durante a fase I se formarão as estruturas que garantirão a abertura dos frutos de Arabidopsis na fase final do amadurecimento: Entre a valva e o replum, forma-se a zona de abscisão, que é um conjunto de células que sofrerão, no final do amadurecimento, morte celular programada e permitirão que as valvas se soltem, provocando a deiscência do fruto para a liberação das sementes. FASE III FASE II FASE I Uma intrincada rede de interações entre os produtos de diferentes genes (muitos deles codificadores de fatores de transcrição) regula o estabelecimento da identidade e a formação das diferentes partes do fruto de Arabidopsis, incluindo o replum, a valva e a zona de abscisão. Por exemplo, mutações no gene SHATTERPROOF, que codifica um fator de transcrição da família MADS (a mesma família à qual pertence AGAMOUS) impede a formação da zona de abscisão e, portanto, os frutos dos mutantes shatterproof são indeiscentes. Nota-se, portanto, que a Fase I é altamente controlada geneticamente. Fase II: Crescimento Durante a Fase II, o fruto cresce rapidamente, principalmente por causa do processo de alongamento celular, uma vez que quase todas as divisões celulares ocorreram durante a Fase I, quanto as estruturas do fruto são formadas. Há um grande acúmulo de água e de solutos nos frutos carnosos e os processos metabólicos de síntese de produtos de reserva se iniciam. Ao contrário, nos frutos secos, o final da Fase II é marcada pelo início dos processos de secagem ou seja, perda de água. Fase III: Amadurecimento Igualmente ao observado para as outras fases, os processos de amadurecimento da Fase III são controlados geneticamente, mas esta é a fase mais sensível às alterações do ambiente. Os processos moleculares do amadurecimento são muito estudados em tomate e a luz e o etileno são fatores exógenos que mais influenciam esta fase neste modelo. O amadurecimento de frutos carnosos como o do tomateiro é caracterizado pelo amolecimento dos frutos. Este amolecimento é produto do afrouxamento das paredes, com a hidrólise parcial de seus componentes. Nesta fase ocorrem ainda a modificação do sabor, aroma e cor dos frutos devido ao acúmulo de açúcares solúveis e outras substâncias, a perda de clorofila e a biosíntese de carotenóides e outros pigmentos. Nos frutos secos, alguns dos processos descritos acima não ocorrem, mas há uma rápida perda de água pelo fruto e um processo especial de senescência faz com que o fruto termine o seu desenvolvimento e, dependendo da espécie, há a deiscência com a dispersão das sementes. Principais modificações que ocorrem durante o desenvolvimento do fruto do tomate etileno/respiração amolecimento síntese de carotenóides divisão celular expansão celular Giovannoni,J. J. Plant Cell 2004;16:S170-S180 Copyright ©2004 American Society of Plant Biologists
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