SESI e SENAI oferecem educação articulada para jovens SESI e
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SESI e SENAI oferecem educação articulada para jovens SESI e
Informativo do Serviço Social da Indústria - Departamento Nacional - Ano VIII - Agosto 2005 - Nº 77 FOTO: SESI/BAHIA Formação integral SESI e SENAI oferecem educação articulada para jovens 7 EDITORIAL FOTO: YUUGI MAKIUCHI Educação Integrada A globalização da economia mudou a cara do mundo. As fronteiras foram derrubadas pela nova ordem, a tecnologia produzida pelas nações industrializadas passou a ser disponível aos países em desenvolvimento. Universalizou-se a crença na capacidade de utilização desses novos conhecimentos como se a mão-de-obra desses países tivesse condições imediatas de absorvê-los. Constatamos, então, a grande diferença entre a escolaridade do trabalhador brasileiro e a dos nossos vizinhos sul-americanos, para fazer uma comparação mais simples, uma vez que se passou a cogitar, com muita ênfase, num bloco econômico continental, o Mercosul. O trabalhador argentino, uruguaio ou chileno tem o dobro da escolaridade do brasileiro e de boa escola. Como absorvermos essa tecnologia que nos invadia com uma mão-de-obra tão despreparada? Ampliamos, então, o nosso programa Educação de Jovens e Adultos, lançando, em 1998, um projeto ambicioso que tem apresentado nesses últimos anos, uma matrícula média de 900 mil alunos, no Ensino Fundamental, reduzindo no campo industrial os números negativos que já mencionamos. Com o êxito desse projeto, emergiu uma nova necessidade, capacitar o trabalhador no aprendizado profissional, prepará-lo para o mundo do conhecimento, da tecnologia. Assim, criamos um programa de educação integrada com o SENAI, ministrando este a formação profissional e o SESI cuidando da educação básica, simultaneamente, uma aliança poderosa para possibilitar aos jovens do Brasil melhor oportunidade de ingresso no mundo do trabalho, como, também, para proporcionar àqueles que lá já se encontram, melhores condições de crescimento profissional. Com esse enfrentamento, que vai se expandindo, aceleradamente, em todo o Brasil, vamos reduzindo os efeitos negativos da globalização da economia, lançando no mercado de trabalho uma nova geração de jovens capacitados adequadamente, para os embates de um mundo cada vez mais competitivo. Rui Lima do Nascimento Diretor-superintendente do SESI Nacional Informativo do SESI - Serviço Social da Indústria - Ano 8, Nº 77, agosto 2005 Publicação mensal editada pela Unidade de Comunicação Social do Sistema CNI (UNICOM) Serviço Social da Indústria (SESI) Diretor Nacional: Armando Monteiro Neto Diretor-superintendente: Rui Lima do Nascimento Coordenador da UNICOM: Edgar Lisboa Editor: Nelson Torreão Editor-executivo: Edson Chaves Filho Projeto e produção gráfica: [email protected] Filiado à Aberje SBN Quadra 1, Bloco C - 14º andar Edifício Roberto Simonsen CEP 70040-903 - Brasília (DF) Telefones: (61) 3317-9074/9039 Fax: (61) 3317-9261 www.sesi.org.br SESI, a marca da responsabilidade social 2 VALORES Questão de princípio Com o objetivo de aprimorar o relacionamento com clientes e colaboradores, a Marisol, uma das maiores indústrias de artigos de vestuário do Brasil, localizada em Jaraguá do Sul, interior de Santa Catarina, adotou um código de ética elaborado a partir dos valores e da cultura da empresa. “O código foi criado para reforçar a prática dos nossos valores, indicando as posturas mais adequadas no relacionamento com os públicos com os quais interagimos”, justifica o gerente de Recursos Humanos da Marisol, Marcos Roberto Zick. A iniciativa segue uma tendência internacional, e vem cada vez mais sendo adotada por empresas brasileiras que, a exemplo da Marisol, têm recorrido ao serviço da Consultoria em Responsabilidade Corporativa do SESI catarinense. DESAFIOS “A tendência começou em São Paulo, nas filiais de companhias norte-americanas que ‘tropicalizaram’ esse hábito muito comum nos Estados Unidos”, explica a consultora em Responsabilidade Corporativa do Departamento Regional, Camila Yamahaki. “O código de ética formaliza e sistematiza a postura definida pela empresa quanto aos seus valores, permitindo que o cliente conheça melhor o fabricante de seus produtos e o empregado saiba como proceder de acordo com os valores da companhia”, esclarece. Entre os itens mais freqüentes nos códigos de ética empresarial, a consultora destaca o recebimento de presentes, as relações entre chefias e subordinados e o uso de equipamentos da corporação. “As empresas se preocupam muito em definir parâmetros para o recebimento de presentes e têm demonstrado grande preocupação com o uso indevido de seus equipamentos pelos colaboradores, como a utilização do e-mail para passar mensagens não relacionadas à atividade profissional”, afirma. O trabalho de elaboração do código de ética na Marisol envolveu representantes de vários setores da empresa. “O maior desafio foi retratar nos textos os valores da corporação com a clareza e a objetividade necessárias, buscando o olhar dos diversos grupos que irão consultar o código”, diz Zick. “O apoio do SESI foi muito importante nesse sentido”, acrescenta. Além da transparência e do foco nos resultados, o código de ética da Marisol destaca, entre seus princípios, a satisfação do cliente, a cooperação com os fornecedores e com o desenvolvimento das comunidades onde mantém unidades de produção, além do respeito ao meio ambiente. Para facilitar o relacionamento com seus públicos, a empresa adotou um endereço eletrônico para receber dúvidas e sugestões relativas aos temas previstos no código de ética, que já está disponível na internet www.marisol.com.br FOTOS: SESI/SANTA CATARINA Consultoria do SESI ajuda Marisol a elaborar código de ética corporativo No alto, Camila: código formaliza a postura. Acima, Zick: o maior desafio foi refletir todos os grupos do público-alvo 3 REGIONAL Saúde e renda no prato FOTOS: FÁBIO PINA Programa Cozinha Brasil faz sucesso no Pará e é um dos mais procurados pelas empresas Unidade móvel do programa: vagas agora só em 2006 Três meses após seu lançamento oficial no Pará, o programa Cozinha Brasil é um dos mais solicitados ao SESI pelas empresas do Estado. Distribuídas em 84 turmas, 2,7 mil pessoas passaram pelo curso de educação alimentar. A agenda do programa está lotada até o fim deste ano e as empresas interessadas Arlene: o curso é uma forma de qualificação profissional 4 só poderão levar a unidade móvel às suas fábricas para ministrar o curso em 2006. “Nossa unidade móvel tem destino programado até 16 de dezembro”, informa Suely Linhares, gerente de Relações com o Mercado. As empresas, segundo Suely, encontraram no Cozinha Brasil uma boa oportunidade de estimular a reeducação alimentar dos funcionários e contribuir para melhorar a qualidade de vida de seus familiares e moradores das comunidades vizinhas às fábricas. Mais do que isso, algumas empresas viram no programa uma alternativa para elevar a renda do trabalhador e oferecerlhe capacitação profissional. “Algumas esposas de funcionários e moradoras das comunidades são empregadas domésticas e o aprendizado no curso é uma forma de qualificação profissional”, diz Arlene Sousa Dualibe, assistente social da Fábrica de Papel da Amazônia (Facepa), com 610 trabalhadores no Pará. “Esse diferencial elas podem usar na hora de procurar um emprego ou de elevar a remuneração”, acrescenta. PIONEIRISMO A Facepa foi uma das primeiras a levar a unidade móvel do Cozinha Brasil para a fábrica. A idéia da empresa era realizar uma etapa de cursos com três turmas de 30 alunos. “Mas a demanda foi tão grande que tivemos de fazer em duas etapas de três turmas com 30 alunos cada”, afirma Arlene. O programa, de acordo com a assistente social, vai ao encontro do interesse da empresa de promover a saúde do trabalhador. “Além de ensinar a comer melhor por menor custo, o Cozinha Brasil permite maior conhecimento da composição dos Oneida: empregado bem alimentado é mais saudável e economiza com remédios alimentos, ensina a importância da higiene e a manipulação da comida”, diz. Um dos resultados práticos para a empresa é a redução do absenteísmo (ausência habitual ao emprego), segundo Arlene. “Trabalhadores mais saudáveis faltam menos ao trabalho e isso já foi observado na fábrica”, conclui. Empregados, como Oneida Costa da Silva, auxiliar de enfermagem há 10 anos na Facepa, aplicam no dia-a-dia o que aprenderam no Cozinha Brasil. “Já fiz suco de macaxeira, que é muito rico em vitaminas, e passei a utilizar mais soja na alimentação de meu bebê”, conta. Para Oneida, o conteúdo do curso é interessante para o trabalhador. “É importante que as empresas levem esses cursos para a fábrica porque o empregado que se alimenta direito é mais saudável e gasta menos com remédios e médicos”, comenta. ESTRATÉGIA A procura pelo programa é resultado também da estratégia de negócios do novo superintendente do SESI Pará, José Olímpio Bastos. Para conhecer os centros de atividades (CATs) no Estado e apresentar os programas do SESI às empresas paraenses, Bastos tem percorrido as regiões industriais do Pará. “Vários objetivos estão reunidos nesse trabalho, mas podemos destacar dois: conhecer a situação de cada CAT e sentir nos empresários a receptividade aos nossos programas. Quero verificar se o SESI está cumprindo com o papel de melhorar a qualidade de vida do trabalhador para poder implementar novas ações”, afirma o superintendente. A direção da MGM Madeira decidiu levar a unidade móvel do Cozinha Brasil para os 400 empregados da fábrica após assistir a uma apresentação sobre os programas do SESI. “Percebemos Acima, Bastos e Remor: a importância do contato direto do superintendente para divulgar serviços do SESI. Ao lado, Maria do Carmo, secretáriaexecutiva: o programa atraiu funcionários de todas as camadas sociais que era uma oportunidade de oferecer um benefício a mais para os empregados e seus familiares”, diz o gerente de exportação, Marcelo Remor. O resultado superou as expectativas. A empresa organizou três turmas de 30 alunos cada. “Tivemos uma demanda muito maior do que o número de vagas oferecidas”, constata. O programa, segundo ele, trouxe benefícios também para a população da comunidade vizinha à fábrica. “A empresa fica a cerca de 30 quilômetros de Belém e há uma população carente para a qual o aproveitamento total dos alimentos é muito importante”, observa. No entanto, em todos os locais por onde passou, a unidade móvel do Cozinha Brasil e o curso de educação alimentar atraíram pessoas de todas as faixas sociais. “Achei excelentes as dicas de aproveitamento de ali- mentos, em especial por causa dos benefícios que isso pode trazer para a nossa saúde”, diz Maria do Carmo Gomes, secretária-executiva da MGM. Pesquisa realizada entre 261 participantes do curso nos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba confirma a aprovação do programa. Do total de entrevistados, 95% informaram usar no dia-a-dia os aprendizados do curso, como adquirir legumes com folhas, talos e ramas e utilizar as cascas das frutas e dos legumes. Um percentual de 96,5% informou que preparava em casa as receitas apresentadas e 88,5% revelou que reduziu as despesas com alimentação após participar do curso. 5 ENTREVISTA Em nova fase “As empresas começam a enxergar o SESI de outra forma. Já começamos a fechar negócios, parcerias e aumentar a participação em nossos programas” José Olímpio Bastos, superintendente do SESI Pará FOTO: FÁBIO PINA Jornal SESI Nacional - O senhor assumiu o cargo há poucos meses. Como via e como vê hoje a atuação do SESI Pará? José Olímpio Bastos - Eu via o trabalho do SESI como um cidadão. Mas agora que estou há 90 dias aqui, consigo ver, com clareza, que a instituição investe na responsabilidade social, melhorando a qualidade de vida dos industriários para que possam melhorar sua produtividade. SN - Quais conceitos devem marcar sua administração? Bastos - Com a busca constante da consciência do que se está fazendo, do ascensorista à superintendência. Depois, com a idéia de utilizar todas as ferramentas na sistematização de processos, visando resultados de acordo com as metas propostas. SN - Quais são os planos e prioridades estabelecidos para o Regional? Bastos – Pretendemos melhorar a comunicação para atender à prioridade de entender o mercado como um todo. Todas as gerências estão buscando isso nos municípios onde atuamos. Queremos qualificar tanto o fluxo de informação como a maneira de informar. E, como conseqüência, dinamizar o trabalho do SESI Pará. SN - O senhor adotou a estratégia de visitar empresas e, em algumas ocasiões, reunir um grupo delas para apresentar os programas do SESI. Por que a opção por essa estratégia? Bastos - Se não sabemos com quem vamos atuar, fica difícil fazer o trabalho. Como pretendemos aprofundar o relacionamento com o mercado, precisamos conhecer os empresários, quem trabalha nas empresas. No Pará, essa aproximação é ainda mais importante devido ao tamanho do Estado, às distâncias e à diversidade. SN - Qual está sendo o resultado desse trabalho? Bastos - As empresas começam a enxergar o SESI de outra forma. Nas visitas, já começamos a fechar negócios, 6 parcerias e aumentar a participação em nossos programas. SN - Quais áreas no Estado o senhor considera que mais necessitam da ajuda das ações do SESI? Bastos - Em relação a prioridades, eu citaria a saúde e a educação, que enfrentam problemas sérios no Pará e o SESI tem como atender às demandas. SN - O programa Cozinha Brasil está sendo muito procurado no Pará. A que pode ser atribuído isso? Bastos - À seriedade dos profissionais que desenvolvem o programa no Pará e à certeza dos bons resultados. A divulgação tem contribuído, não só pela mídia, mas também pelas pessoas que comentam a qualidade do programa. No Pará, um Estado tão grande, onde se têm casos de fome, má alimentação, um programa que vai onde o problema está se torna realmente interessante. SN - No Pará, o programa tem sido considerado uma forma alternativa de qualificação profissional, que pode contribuir para gerar ou melhorar a renda familiar. Esse objetivo estava previsto? Bastos - Realmente temos verificado casos, não previstos, de pessoas que enxergam no aprendizado proposto pelo Cozinha Brasil uma alternativa de produzir, de se tornar um pequeno empreendedor com a utilização das técnicas ensinadas no curso. Apesar de não prevermos, isso nos alegra e nos incentiva a continuar o trabalho. SN - Além do Cozinha Brasil, quais são os programas que mais têm despertado o interesse das indústrias do Pará? Bastos - Destacamos o Educação do Trabalhador e os programas de lazer, porque o empresariado local tem se conscientizado da importância de investir na qualidade de vida do trabalhador também fora das companhias, como parte da responsabilidade social empresarial. Mas também temos uma procura grande pelo Saúde e Segurança no Trabalho. PARCERIA Ação articulada Juntos, SESI e SENAI oferecem programas de educação básica e profissional para jovens alunos, como em Pernambuco, onde quase 5 mil jovens de 14 a 16 anos disputaram no ano passado as 542 vagas disponíveis no Estado. “Tivemos de fazer um minivestibular para preencher as vagas oferecidas em sete unidades de ensino porque o número de inscritos era muito elevado”, relata Isabel Cristina Xavier de Albuquerque, analista em Educação. A grande demanda pelos cursos está na marca SESI/SENAI, garantia de qualidade do ensino, diz ela. “São duas instituições com muita credibilidade em suas áreas de trabalho”, explica. Além do aprendizado completo em sala de aula, a partir do segundo ano os alunos iniciam estágios em empresas par- ceiras. “Essa é uma oportunidade maravilhosa à qual nunca teria acesso se não fosse esse programa”, diz a estudante pernambucana Shislayne Aline Rodrigues da Silva, de 16 anos. O pai, ambulante, e a mãe, agente de saúde, não têm condições financeiras para pagar um curso profissionalizante ou uma faculdade. Aluna do segundo ano do curso de vestuário, Shislayne já é estagiária em uma indústria de confecção. “Meu contrato com a empresa vai até o fim do próximo ano”, comemora. Os alunos pernambucanos podem optar por cursos de vestuário, eletromecânica, telecomunicações, eletrotécnica, têxtil, alimentos e refrigeração. FOTO: SESI/MINAS GERAIS Um projeto de cidadania que leva a marca SESI/SENAI permite a alunos de diversas regiões do País concluir, simultaneamente, o ensino médio e o curso técnico. Para oferecer essa educação completa, que pode melhorar as perspectivas dos estudantes no mercado de trabalho, as duas instituições uniram forças no programa Formação Integral do Trabalhador: Educação Básica do SESI Articulada com a Educação Profissional do SENAI, em expansão em todo o território nacional. A experiência do SESI em educação básica e do SENAI em ensino profissionalizante industrial tem atraído milhares de Estudantes de Minas Gerais garantem entrada imediata no mercado de trabalho após os cursos 7 FOTOS: MILENA LIMA PARCERIA Acima, Shislayne: estágio é a grande oportunidade. À esquerda, Isabel: com grande número de candidatos, o vestibular foi obrigatório “Em cada região, os cursos são planejados de acordo com a clientela e as necessidades diferenciadas”, explica Goretti Pinho, gerente de Educação de Jovens e Adultos do Departamento Nacional. A proposta de articulação do ensino médio com a educação profissional já existe no sistema SESI desde 1999, por meio de workshops e reuniões, como o Encontro Técnico Nacional realizado em novembro do ano passado, em Brasília. “Um dos objetivos dessa parceria é elevar a escolaridade básica da força de trabalho para permitir a ascensão social, o exercício da cidadania e a inserção produtiva”, afirma Goretti. 8 Para Regina Torres, diretora de Operações do SENAI, essa linha de atuação das duas entidades apresenta um grande diferencial porque reúne competências em educação básica e na educação profissionalizante, oferecendo uma oportunidade inigualável. “O aluno recebe dois diplomas, conclui a escolarização e adquire competências específicas para o mercado de trabalho”, diz. A expectativa, ela diz, é de crescimento da demanda tanto por parte das empresas como dos trabalhadores, pelo programa ser inovador no sistema brasileiro de educação, e pode ser a grande solução para melhorar a qualidade do ensino médio. A diretora lembrou que os professores das duas instituições se submeteram a um importante processo de capacitação específica para a atuação de forma articulada. “Não houve simplesmente uma soma de competências, mas a construção conjunta de um trabalho.” O SENAI, informa, oferece mais de 30 cursos profissionalizantes diferentes em todo o País e esse número pode ser ampliado de acordo com as necessidades das empresas. Neste ano, o programa atenderá 3,1 mil alunos da Bahia, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de Pernambuco e do Maranhão. A tendência, prevê a gerente, é a adesão ao programa de outros Estados. “Mais 15 departamentos regionais já apresentaram interesse na proposta”, informa. A expectativa é que até o próximo ano o programa esteja abrangendo pelo menos 20 departamentos regionais. PIONEIRISMO O Rio de Janeiro foi um dos primeiros a adotar a idéia. A educação básica e profissional articulada foi introduzida no programa SESI Educação de Jovens e Adultos fluminense em 2001. Neste ano, como projeto piloto, foi adotado no ensino médio regular em uma das escolas da instituição. “A expectativa é estender às demais unidades”, prevê a gerente de Educação Básica, Hosana Cavalcante Meireles. Nas três escolas, o SESI-RJ mantém no programa 358 alunos. Cursos de hardware e cabeamento de redes, eletrônica, mecânica e segurança no trabalho são ministrados em três unidades de ensino no Rio de Janeiro: Benfica, Paciência e Caxias. “Benfica e Paciência são bairros localizados em regiões que concentram populações de baixa renda e os cursos, além de seus objetivos, pelas relações que em 2000, já funcionava como proposta piloto. Um estudo desenvolvido pela gerente do programa de articulação do Regional baiano, Cristina Andrade, mostra a satisfação de alunos e da indústria com os resultados da iniciativa. Pesquisa realizada no final do ano passado, como parte de uma tese de mestrado em Administração Estratégica, na Universidade de Salvador, pela própria Cristina, avaliou o grau de satisfação de 20 empresas nas quais alunos egressos do programa foram inseridos: “95% dos entrevistados estavam satisfeitos com o desempenho dos jovens empregados”, revela a gerente. Entre os alunos, identificou-se satisfação geral, principalmente porque o programa proporcionou complementação de renda para as famílias e facilitou, em alguns casos, o ingresso no ensino superior. FOTO: MIGUEL ÂNGELO GRANDES EMPRESAS Cursos de mecatrônica, refrigeração e condicionamento de ar, movelaria, vestuário, alimentos, fabricação com ênfase em mecânica e plástico e proFOTO: SESI/BAHIA FOTO: MIGUEL ÂNGELO que eu faça faculdade de Comunicação, como planejo, o que aprendi aqui vai me ajudar muito”, afirma. Nas unidades de Benfica e Paciência, onde a maioria dos alunos tem entre 16 e 18 anos, são ministrados cursos de hardware, eletrônica e cabeamento de redes. Aluno do curso de mecânica da unidade de Paciência, Rodrigo Carvalho já sabe onde fará seu estágio. “Pedi estágio Regina: essa iniciativa pode em uma fábrica de caser a grande solução para talisadores onde trabamelhorar o ensino médio lha um amigo”, conta. Na unidade de enestabeleceram entre a insti- sino de Caxias, a opção é segutuição e o público, ajudaram a rança do trabalho. “Idealizamos melhorar a imagem da comuni- esse curso para alunos mais vedade”, afirma Hosana. lhos e experientes, que pretenBoa parte dos alunos, ex- dem utilizá-lo para mudar de área plica, é proveniente de outras ou obter ascensão profissional nas regiões do Estado. “Com a cir- empresas nas quais atuam”, expliculação de pessoas de outras ca Hosana. Por isso, os alunos de áreas, essas unidades, em es- Caxias são, na maioria, pessoas pecial Benfica, melhoraram sua com mais de 30 anos. imagem e ganharam maior visiAntes mesmo do Rio, a bilidade”, acrescenta. Bahia também saiu na frente Aluno em Benfica do tercei- na adesão ao programa que, ro período de hardware, Rodrigo Balbi, 18 anos, diz que uma das vantagens do curso é poder concluir o segundo grau mais rapidamente e ainda obter diploma profissionalizante. O aluno já faz estágio em uma empresa de informática. “Mesmo À direita, Goretti: elevar escolaridade para permitir ascensão social. Ao lado, Cristina: para tese de mestrado pesquisou satisfação das empresas 9 FOTO: SESI/BAHIA PARCERIA Moura: depois de escolher mecatrônica por curiosidade, conquistou emprego em multinacional cessos industriais são oferecidos a 1,1 mil jovens baianos. “No início, não tinha muito idéia do que era mecatrônica, escolhi por curiosidade, mas com o trabalho meu conhecimento ampliou bastante”, diz Marcos Souza Moura, de 20 anos, aluno da turma piloto do programa. Depois da conclusão do curso, Moura passou por empresas de grande porte, como Coca-Cola, e atualmente trabalha na Saga Nordeste, especializada em automação industrial. Tiago dos Santos, formado no curso de processos industriais, é um exemplo do que revela a pesquisa. “Não vim de família rica, não teria como pagar a faculdade”, afirma o jovem, que pretende financiar os estudos superiores com o salário do estágio. Sua renda e a do padrasto aposentado ajudam a sustentar a família, formada ainda pela mãe e mais três irmãos. “O curso me deu uma boa perspectiva de vida”, acrescenta. Corporações multinacionais também oferecem estágios aos alunos do programa. Maria Fernanda de Oliveira (foto da capa), aluna do curso de me10 catrônica, estagia na unidade baiana da Bosch, onde atua na supervisão da casa de máquinas. Esta, segundo a aluna, é uma oportunidade de conhecer todo o processo de produção em uma grande fábrica. Entre os alunos que passaram pelo estágio na Bosch, seis foram efetivados. “Esse programa é sensacional”, diz Hilário da Silva, superintendente de Manutenção e Instalação da empresa, responsável pelas contratações. “Os alunos chegam muito capacitados na parte técnica e fica fácil depois moldá-los de acordo com a cultura da empresa. Cursos como esses têm de ser incentivados”, acrescenta. Plínio Thiers, consultor em formação de profissionais de nível técnico da Millenium, fabricante de pigmentos com 500 empregados, compartilha da mesma opinião. “O Brasil precisa de investimentos como esse em educação do segundo grau”, afirma. Sempre que precisa de mãode-obra técnica qualificada, o consultor recorre aos egressos do programa SESI/SENAI. “Conheço a seriedade do curso, que é ministrado com profundidade e temos certeza de que as pessoas saem capacitadas”, afirma. FAIXA ETÁRIA A tendência é de ampliação do programa no Estado, prevê Cristina, gerente do programa na Bahia. “Cursos profissionalizantes como esse ganharam estímulo com a Lei Complementar 154 e com a Medida Provisória 251, promulgada em junho deste ano, que trazem incentivos do Governo Federal aos cursos profissionalizantes”, observa. Uma das novidades positivas, cita a gerente, é a ampliação da idade do aprendiz de 14 a 18 anos, prevista anteriormente, para 14 a 24 anos, determinada pela Medida Provisória. “Os jovens terão um prazo maior para concluir o curso profissionalizante”, observa. Em Minas Gerais, a parceria entre o SESI e o SENAI foi também implantada em 2001. Em 17 unidades de ensino, os alunos mineiros podem optar pelos cursos de telecomunicações, biotecnologia, mecânica, designer gráfico, eletrônica, mecânica automobilística, microinformática e informática industrial. FOTO: SESI/MARANHÃO Segundo a consultora Andréa Lagrota Magnavacca, pesquisas anuais realizadas entre egressos dos cursos revelam que boa parte deles obtém a inserção no mercado de trabalho logo após seu término. “Outros foram aprovados em vestibulares de diversas faculdades, sem a necessidade de freqüentar cursinhos preparatórios”, afirma. No Maranhão, o programa, ainda em fase piloto, oferece a uma turma de 40 alunos cursos na área de tecnologia industrial com especialização em eletroeletrônica e manutenção de mecânica industrial. “O curso possibilitará ao aluno uma trajetória formativa contínua e racional, que propiciará habilitação profissional de nível médio, atualizada e compatível com as exigências do mercado de trabalho”, diz Vanda Marli dos Santos, gerente de Educação do SESI/SENAI. Para a aluna do curso de eletroeletrônica Isabela Costa dos Santos, de 16 anos, o programa é um impulso para a faculdade de engenharia elétrica. “Achei o programa muito interessante porque já comecei a me familiarizar com o que vou aprender na faculdade”, comenta. Para atender às necessidades do programa, o Maranhão treinou e capacitou 30 técnicos e docentes. “A capacitação incluiu as especificidades de um novo modelo de educação, que tem como característica a formação por competências”, explica a gerente. Neste ano, o programa Formação Integral do Trabalhador: Educação Básica do SESI Articulada com a Educação Profissional do SENAI passa por um processo de disseminação, segundo Goretti. Assessorar sua introdução nos departamentos regionais interessados, incluir o tema empreende- Vanda: curso formará alunos com alta qualificação dorismo no currículo dos cursos, capacitar equipes de professores e gestores, mais a realização do 2o Encontro Técnico Nacional, nos dias 26, 27 e 28 de setembro, em Salvador, são algumas das ações previstas para 2005. Balanço positivo para a Educação Nos últimos seis anos, quase 5,5 milhões de pessoas se beneficiaram com o programa SESI Educação do Trabalhador. Desde 2003, o SESI é o principal parceiro do Ministério da Educação (MEC) no programa Por um Brasil Alfabetizado, aderindo à meta oficial se comprometeu a ensinar 2 milhões de brasileiros a ler e a escrever até 2006. No primeiro ano do programa SESI Por um Brasil Alfabetizado, 300 mil alunos se formaram e, em 2005, esse número subirá para 600 mil. Em agosto, dois eventos foram destaques em Pernambuco. No dia 1º, a segunda festa de formatura dos alunos do Regional, que contou com a participação de Armando Monteiro Neto, presidente da CNI, e, durante a primeira semana do mês, foi realizado o III Encontro Nacional do Programa SESI Por um Brasil Alfabetizado, reunindo profissionais de todos os DRs, para avaliar resultados, discutir ações e definir metas para a iniciativa. Presentes, além de grande número de autoridades, na foto, da esquerda para a direita: Timothy Ireland, diretor do MEC; Eliane Martins, coordenadora nacional do programa; Jucineide Andrade, do DR-PE; Mariana Raposo, diretora de Operações do DN; e Ernane Aguiar, superintendente do Regional pernambucano. Um dos desafios identificados no encontro foi a necessidade de ampliar o atendimento do programa às pessoas portadoras de necessidades especiais. “Já alfabetizamos pes- soas com necessidades especiais, mas nossa meta é aumentar o número de beneficiados, dedicando maior atenção a eles”, destaca Eliane Martins, coordenadora nacional do programa. FOTO: MILENA VASCONCELOS 11 PREVENÇÃO Dentista na escola FOTOS: SESI/MINAS GERAIS Programa oferece serviço de saúde bucal às crianças em Minas Gerais Acima, atendimento em consultório instalado na escola. À esquerda, aula de escovação Lançado neste ano pelo Departamento Regional mineiro, o SESI Odontovida Escolar já beneficia 7,1 mil alunos de 13 escolas da rede de ensino do SESI no Estado. Já no primeiro semestre, os resultados da iniciativa foram tão positivos que os responsáveis pelo programa planejam atender no próximo ano 12 mil alunos de todas as escolas da rede. A expectativa é que, até 2010, 90% das crianças da instituição já dispensem tratamento dentário, afirma a cirurgiã-den12 tista Mônica Beatriz da Silva, coordenadora do programa. Essa previsão tem como base o trabalho que vem sendo feito no Regional e o levantamento epidemiológico realizado em fevereiro e março, com aproximadamente 6,5 mil alunos do SESI. EXPECTATIVA A pesquisa, realizada com o objetivo de colher informações sobre as condições de saúde bucal de cada criança e definir os devidos tratamentos, mostrou que 83% delas estavam livres de cáries e 17% dos alunos examinados apresentavam necessidade de tratamento. “Consideramos um ótimo resultado e acredita- mos estar no caminho certo para alcançar a meta estabelecida até 2010”, diz Mônica. O SESI Odontovida Escolar presta aos alunos atendimentos básicos tanto nos consultórios do programa, que funcionam nas escolas, como em unidades móveis que vão para colégios que não dispõem de consultórios. Os tratamentos especializados, como endodontia, odontopediatria, periodontia, prótese e ortodontia, quando necessários, são encaminhados aos profissionais da rede credenciada do SESI, próximos das escolas. “O principal objetivo do programa e a nossa maior expectativa é colaborar para a formação de uma geração mais saudável, livre de cárie e muito mais educada em relação à saúde como um todo”, afirma a coordenadora. O programa prevê ainda uma série de ações de caráter educativo nas escolas, durante todo o ano, como oficina de escovação orientada; distribuição de kits de higiene bucal; técnica de demonstração da placa bacteriana; teatro de fantoches; concurso de redação; orientação aos pais e exposição de painéis com desenhos feitos pelas crianças, entre outras iniciativas. “Essas atividades são fundamentais para complementar o programa”, observa o gerente de Saúde do Regional, Fernando Coelho Neto. Além de melhorar a saúde bucal, o SESI Odontovida Escolar, segundo Mônica, tem contribuído para o desenvolvimento das crianças, elevando o rendimento escolar e, ainda, para a diminuição dos índices de evasão e de repetência. ESPETÁCULO FOTOS: JOSÉ PAULO LACERDA Arte universal Temporada do festival itinerante de teatro de bonecos começa em Brasília A segunda edição do festival itinerante SESI Bonecos do Brasil e do Mundo estreou no dia 2 de agosto, no Teatro Plínio Marcos, em Brasília. O projeto é uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã (Inbrac), com o patrocínio do SESI. A dupla peruana Hugo & Ines abriu o evento com o espetáculo Cuentos Pequeños. No Distrito Federal, o festival apresentou sua fase internacional e, até o dia 7, teve participação de oito companhias brasileiras e cinco estrangeiras. Representaram o Brasil a Cia. de Bonecos, de Santa Catarina; Contadores de Estórias, do Rio de Janeiro; Mestre Chico de Daniel, do Rio Grande do Norte; Trucks, de São Paulo; Mestre Zé de Vina, Cordel do Fogo Encantado e Bonecos Gigantes, de Pernambuco; e Ma- mulengo Presepada, de Brasília. Os grupos estrangeiros vieram da China, Yang Fai; da Espanha, Jordi Bertran; da Argentina, El Chonchón; do Peru, a dupla Hugo & Ines; e da Hungria, a companhia Mikropódium. EM CINCO ESTADOS Na fase nacional, denominada SESI Bonecos do Brasil, o festival itinerante percorrerá os Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Espírito Santo, encerrando a temporada em 18 de setembro. Na primeira edição do projeto, no ano passado, as apresentações foram apenas nos Estados do Nordeste. Em todas as loca- Alegria das crianças Na tarde de 3 de agosto, András Lénárt, do Mikropódium, fez uma apresentação extra especialmente para as crianças internadas na ala de queimados do Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília. O artista teve como parceira uma boneca bailarina de apenas 16 centímetros, que fazia dançar nas mãos das crianças. Foi um trabalho delicado e funcionou como um tipo muito especial de analgésico, comentou Helena Barbosa de Miranda, mãe de um dos pequenos pacientes do hospital. A médica Maria Clara Martins do Vale, chefe da Unidade de Pediatria, ressaltou a importância da iniciativa, já que, como disse, a alegria ativa o sistema imunológico, colaborando para o tratamento e recuperação das crianças. lidades, os espetáculos são realizados em praças públicas com infra-estrutura necessária também para abrigar os eventos paralelos, como feira de produtos, exposição de bonecos, oficinas de criação e até um espaço do Projeto Lambe-lambe, para que o público possa fazer fotos com os bonecos para recordação. 13 CIRCUITO Integração O time feminino da empresa JCAF, de Roraima, conquistou o primeiro lugar na categoria do Campeonato Mundial de Vôlei de Praia, promovido pela Confederação Esportiva Internacional do Trabalho (CSIT), em Lisboa, Portugal. A equipe da JCAF (foto) é integrada pelas atletas Elizangela Silva, Ozenildes Silva, Patrícia Carvalho e Adriana Melo. O técnico é José Carlos Dias. A equipe masculina da Sadia, de Toledo, no Paraná, formada por Marcos Bonfim, Hector Oliveira, Alberto Neto, Artur Boscarioli Silva e o técnico Marcos Assunção, conquistou a terceira posição do mesmo campeonato, na categoria masculina. No Campeonato de Voleibol, promovido pela CSIT em Albena, na Bulgária, a equipe masculina, da Companhia Vale do Rio Doce, do Maranhão, conquistou a 8ª colocação. No Campeonato de Xadrez, da mesma CSIT e promovido também em Portugal, José Jorge Carvalho, dos Correios, do Rio de Janeiro, conquistou o 3º lugar. O Departamento Regional de Santa Catarina reuniu durante dois dias, em Blumenau, cerca de 500 dos seus funcionários (foto) para a final da primeira edição dos Jogos de Integração do SESI (JISESI), realizada em 25 de junho. A proposta do JISESI é promover FOTO: SESI/RORAIMA FOTO: SESI/SANTA CATARINA Vencedores a integração do corpo funcional no Estado por meio do esporte e reforçar valores importantes para a instituição, adotando internamente o mesmo princípio que oferece às empresas clientes: o esporte como ferramenta para motivar a equipe. FOTO: SESI/ALAGOAS Cinema no local de trabalho Novo cliente O SESI assinou contrato com a Brasil Telecom para prestar serviços do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) em 12 Estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Roraima, Acre, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais – e no Distrito Federal. O PCMSO realiza levantamentos e diagnósticos precoces de riscos à saúde dos trabalhadores e faz prevenção contra ameaças ambientais. No total, serão atendidos 6,2 mil empregados da Brasil Telecom, informa Sylvia Yano, da Unidade de Saúde e Segurança do Trabalho do DN. 14 A Norvinco, em Alagoas (foto), foi a primeira empresa a receber o projeto SESI Cinema na Empresa, cujo objetivo é levar entretenimento às fábricas, vi- sando contribuir para a ampliação do universo cultural dos trabalhadores. A estréia do projeto foi com o filme O Último Samurai, estrelado por Tom Cruise. Promovendo a inclusão social FOTO: SESI/RIO GRANDE DO SUL FOTO: LUMIAR-AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA Cinema na praça Começou em 5 de agosto, no interior de Pernambuco (foto), a quarta edição do projeto Cine SESI Cultural no Estado. O projeto promove até três sessões de cinema, a cada noite, nos finais de semana, em praças públicas de 14 municípios, selecionados entre os que têm entre 15 mil e 100 mil habitantes. Estão programados para apresentação os filmes Lisbela e o Prisioneiro, Narradores de Javé e Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, além de curtas-metragens. Na Paraíba, o projeto Cine SESI Cultural tem parceria da empresa Aliança Comunicação e também será levado para 14 municípios do Alto Sertão, no interior do Estado, entre os meses de agosto e novembro. FOTO: SESI/MINAS GERAIS Educação musical O Coral Sesinho (foto) é a nova atração em Uberlândia: formado por 40 alunos de 7 a 11 anos de idade, selecionados entre 200 estudantes das escolas do SESI de Mansour e Gravatás, o grupo surpreende pelo empenho nos ensaios e pela emoção que já consegue transmitir nas apresentações, diz o regente Ângelo Marques Nascimento. Para Cárita Ferreira, gerente da unidade de Mansour e idealizadora do coral, “as crianças estão descobrindo na música uma nova forma de ver e interpretar a vida”. No Rio Grande do Sul, o Grupo Bettanin é o novo parceiro do projeto Novos Horizontes, que tem como objetivo promover a inclusão social por meio de ações para formação pessoal e profissional de adolescentes (foto), em cursos com duração de 11 meses. Pela parceria, a empresa oferece vale-transporte e lanche aos alunos do município de Esteio, abrindo possibilidade de emprego ao final do curso em uma de suas unidades industriais promovendo a sociabilização desses jovens e o ingresso no mercado de trabalho. O projeto, desenvolvido em conjunto pelos departamentos regionais do SESI e do SENAI, já está implantado em 29 municípios gaúchos. Ao SESI cabem as ações de reforço escolar, empreendedorismo, noções básicas de higiene e saúde, prevenção ao uso de drogas, orientação sobre doenças sexualmente transmissíveis, prevenção de acidentes no trânsito e no trabalho, noções de primeiros socorros, educação física, atividades artísticas e culturais. O SENAI oferece aulas de matemática básica, desenho, informática, noções de qualidade técnica ambiental, de matérias-primas, tecnologia de injeção, tecnologia de moldes, periféricos de injeção, manutenção, atividades operacionais, complementação da educação profissional, higiene, segurança e saúde no trabalho. Nilton Luiz Vieira, gerente de Recursos Humanos do Grupo Bettanin, explica que o apoio ao projeto é também uma maneira de qualificar mão-de-obra operacional para o mercado de trabalho. 15 ESPAÇO INTEGRADO IEL SENAI Todas as agências do Citibank na América Latina usam software criado pela empresa brasileira Eversystem. A filial brasileira do banco levou a solução para a matriz, que, depois de submetê-lo aos mais severos testes, decidiu adotá-lo. A demanda internacional por software abre oportunidades para o Brasil participar de um setor que movimenta US$ 1 trilhão e cresce 30% ao ano. Mesmo com competência e mercado favorável, o País não tem empresas com o porte necessário, nem capacidade de formação de mão-de-obra qualificada em quantidade suficiente para que o setor possa se desenvolver. Há também problemas de ordem fiscal, sendo urgente a criação de condições favoráveis para a expansão desse segmento e a implantação de uma estratégia de marketing de âmbito internacional. Unir esforços é essencial para consolidar o setor, fragmentado em cerca de 20 mil empresas, a maioria com menos de 10 funcionários. O IEL vem usando sua experiência para fortalecer os arranjos produtivos locais (APLs) e impulsionar o setor, com destaque para dois projetos: o Farol Digital, na Paraíba, e o Condomínio Digital, na Bahia. O projeto paraibano foi lançado em maio e deve expandir o APL de tecnologia da informação (TI) no Estado, com suporte a novos empreendedores. Com orçamento de R$ 3,27 milhões, o projeto reúne 12 parceiros, que implantarão 15 ações para capacitar gestores, melhorar produtos, ampliar o acesso aos mercados e aumentar em 10% o volume de vendas. Na Bahia, o IEL participa junto com outras instituições do projeto Condomínio Digital, que fará de um edifício com 20 mil metros quadrados um centro de apoio a empresas de software. O condomínio deverá estar pronto no final de 2006 e abrigará 80 empresas, incubadora, minicentro de convenções, minishopping, projetos de inclusão digital, além de instituições de ensino e pesquisa. 16 Programas de responsabilidade social e capacitação técnica são executados, já há alguns anos, em parceria pelo SENAI e pela Petrobras para capacitar e qualificar mão-de-obra, com o objetivo de contribuir para geração de emprego e renda em nove Estados brasileiros: Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro (foto), Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Agora, a estatal e o SENAI começam a trabalhar juntos também na qualificação de pessoal para as áreas de saúde, meio ambiente e segurança da Petrobras. Em 2002, o SENAI começou a desenvolver o Programa de Qualificação Básica para operadores das unidades de Negócio de Abastecimento da estatal nesses nove Estados, e, desde então, já capacitou 3 mil pessoas. O conteúdo do curso foi estruturado com base em demanda específica da Petrobras quanto aos conhecimentos de seu pessoal, respeitando e valorizando a diversidade dos alunos. Temas como meio ambiente, gestão de qualidade e operação de riscos fazem parte do currículo, estruturado em módulos. Dos 3 mil alunos, significativa parcela se beneficiou de mais de um módulo do programa. Na Bahia, no Rio e no Paraná, o SENAI também formou 2,3 mil pessoas, capacitando mão-de-obra local para trabalhar nas paradas técnicas para manutenção, nas refinarias da Petrobras. Nesses períodos, são gerados até 3,5 mil empregos diretos em áreas que necessitam de pessoas especializadas, como na caldeiraria e na soldagem. Em maio deste ano, o SENAI firmou nova parceria para qualificar pessoal da Petrobras nas áreas de saúde, meio ambiente e segurança (SMS), desenvolvendo o curso Qualificação em SMS. No curso são seguidas soluções educacionais criadas pela Universidade Corporativa da Petrobras, englobando temas de interesse do setor, como valorização da vida, legislação, além de aspectos técnicos. O objetivo é promover uma mudança comportamental dos trabalhadores, para obediência e aplicação correta de regras de segurança. Numa primeira etapa, estão sendo formadas turmas de multiplicadores e a expectativa é que o curso seja incluído na grade curricular do SENAI e se torne pré-requisito para ingresso no quadro funcional da Petrobras. FOTO: SENAI NACIONAL FOTO: LIQUIDLIBRARY Sofisticação tecnológica Recursos humanos