análise do poema/ toada do boi caprichoso
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análise do poema/ toada do boi caprichoso
Revista Decifrar (ISSN 2318-2229) Manaus/AM Vol. 02, nº 01 (Jul/Dez-2013) Uma Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Língua Portuguesa da UFAM ANÁLISE DO POEMA / TOADA DO BOI CAPRICHOSO Francisca de Lourdes Louro* RESUMO: No presente artigo, analisa-se o poema/toada do Boi-Bumbá Caprichoso, apontando os fatos da relação da História e da Cultura de um povo. “Pesadelo dos Navegantes” pode ser estudado sobre os fatores de natureza histórica, social e literária como artifício de informar à sociedade como se deu o processo de colonização nesta sociedade. Palavras-chave: Toada; História; Cultura; Identidade. Do grande abismo que vira Das feras das águas Que seria pesadelo de um conto Navegador Iê, Iê, Iê Terra à vista Atracar Ilha Tupinambarana Terra dos Tupinambás Pesadelo dos Navegantes De: Ronaldo Barbosa. Alçar as velas Desaportar as caravelas Esquadras do Velho Mundo Do oceano ao rio-mar Alçar as velas Desaportar as caravelas Cruzadas do Novo Mundo Fé, império a dilatar O vento te leva Há ventania As noites te envolve em agonia Aportas nos braços do Orteiro De joelhos, bravos Guerreiros, Celebrai a grande missão Com salva de tiros de morteiro. O poema-toada de Ronaldo Barbosa, “Pesadelo dos navegantes”, que foi apresentada no Festival folclórico de Parintins (1996) serviu de modelo sugestivo de como pode ver o surgimento os vestígios da origem da Terra Tupinambarana e os aspectos que a festa do boi assume na construção da identidade e tradição desta sociedade. Não se podendo tratar de todas as questões no quadro de um pequeno estudo, preferimos deter-nos apenas nos fatos da relação da História e da Cultura de um povo. A festa, na cidade de Parintins, assume diversas direções para localizar o homem no conjunto dos seus costumes, adota táticas diversas e todas agem em torno de uma única estratégia intelectual ampla; a de inter-relacionar a cultura e a tradição do povo do Amazonas, que reafirma, na comemoração da festa, a força da identidade que Hall (2006, p.38) diz ser realmente algo formado, ao longo do tempo, através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência no momento do nascimento, permanecendo sempre incompleta, está sempre em processo de formação. 61 Revista Decifrar (ISSN 2318-2229) Manaus/AM Vol. 02, nº 01 (Jul/Dez-2013) Uma Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Língua Portuguesa da UFAM 2 LIRISMO, MEMÓRIA E CULTURA POPULAR O poema-toada pode ser analisado sobre os fatores de natureza histórica, social e literária como artifício de informar à sociedade como se deu o processo de colonização nesta sociedade. A isso, Halbwachs, (2009, p.102) chama de memória coletiva” porque, sozinho, o homem não desperta em sua consciência o sentimento de identidade pessoal. É importante lembrar que música não é literatura, todavia a canção / poema / toada apresenta um mote, cujo tema aborda o tema da viagem dos navegadores no tempo passado, valorizando o tempo presente ao incitar o povo à alegria e o desejo de pertencer à comunidade e reviver esse tempo. O documento que serve de base para o nosso estudo, trata da divinização da memória e da elaboração de uma vasta mitologia da reminiscência na Grécia arcaica passando pelo ciclo das navegações que os Portugueses empreenderam nas descobertas do Mundo, entre estas, a do Brasil. Por maiores que sejam as coincidências de posição de Ronaldo Barbosa, compositor do poema /toada com os assuntos anteriores, como os que apontam para o ciclo das navegações, o poema contextualiza as aventuras da nação Tupinambá, que foi descoberta por imigrantes viajantes que buscavam alargamento do espaço e da fé e, principalmente, a possibilidade de tornar a língua portuguesa a mais falada no mundo. No texto percebe-se a recapitulação de um fato histórico que a cenografia fundamenta e é mostrado na arena pelos brincantes da festa. O público assistente (nação azul e branca) não comunga apenas uma história, inscreve-se, também, no cenário que proporcionando essa história atribuí-lhe um lugar imaginário. Mais que um palco/arena, o local se torna um local de culto em que se reúnem os fieis, como acontecia na antiguidade da antiga Grécia nos palcos onde contavam nas tragédias a glória do homem grego. Como lá, aqui também, em vez de se encenar a vida interior familiar, o palco se volta para o exterior, para o homem do tempo, para o público. Nessa perspectiva, compreende-se a eficácia da obra, pois tem capacidade de suscitar a adesão no plano das experiências. As ideias se apresentam através de uma maneira de dizer que remete a uma maneira de ser, “ao imaginário de um vivido”, é o “ethos indissociável de uma arte de viver” que Maingueneau, (2001) chama de habitus. Essa noção primitiva do ethos remete à ideia de um espaço constituído e ordenado pelo homem segundo sua razão. O ethos indica, nessa primeira expressão, um 62 Revista Decifrar (ISSN 2318-2229) Manaus/AM Vol. 02, nº 01 (Jul/Dez-2013) Uma Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Língua Portuguesa da UFAM espaço construído e permanentemente reconstruído pelo homem, no qual serão inscritos os costumes, hábitos, valores, normas e ações. Ethos e Cultura são ações humanas, enquanto portadora de significação, é a medida (métron) das coisas, no sentido de que toda ação seja como agir (práxis), seja como fazer (poiésis) constitui um universo simbólico que é, a um só tempo, obra (ergon) dos homens e referência para sua própria ação, ou seja, seu ethos. Ora, a essa obra coletiva, a essa ação criadora de objetos, signos e formas pelas quais um determinado grupo humano se reconhece como coletividade dá-se o nome de “cultura”. Nesse sentido o ethos é co-extensivo à cultura. Ética e etnia são termos carregados de significação que podem provocar discussões instigantes no contexto da realidade brasileira, bem como na realidade de outras nações no mundo atual. Assim, esse texto tem como pretensão desafiar o leitor a refletir sobre o fenômeno da etnia tão atual e, geralmente, tão mal compreendida, especialmente em nossa sociedade. O ponto de vista aqui defendido é o de que a etnia dos Tupinambaranas deve ser vista como uma diferença que realça a dignidade e a cidadania na pessoa amazônica, brasileira e não como um elemento que avalia o ser humano por meio de uma escala de valores preconceituosa e superficial, com base em dicotomias como bem X mal, superior X inferior, feio X bonito e tantas outras formas. Os Tupinambaranas são um povo que valoriza e faz crescer a cultura do povo de Parintins. A tradição crítico-poético das correspondências, bem como a idealização de uma e de duas artes como projeto estético do polo dessa relação (música como poesia / história como poesia / e música como tradição) se possa provar que o plano mítico esteja voltado para arte literária. Assim como está à própria literatura, quando se percebe no desejo de criação, o processo de construção a ser percorrido também pelo desejo de reconstruir uma ambivalência que servirá de álibi para a crítica social, facultando e ilustrando na música, “uma intriga”, fato comum nos textos literários na concepção aristotélica. O texto oportuniza variedade de intenções ofertadas nos versos. Pode-se ler com os olhos voltados para a semântica, (que estuda o sentido das palavras de uma língua), numa perspectiva semiótica, (já que o texto tem uma morfologia intencional), ou antropológica, (ciência que estuda, principalmente, os costumes, crenças, hábitos e aspectos físicos dos diferentes povos), ou análise do discurso (o discurso é uma prática, uma ação do sujeito sobre o mundo e sua aparição deve ser contextualizada como um 63 Revista Decifrar (ISSN 2318-2229) Manaus/AM Vol. 02, nº 01 (Jul/Dez-2013) Uma Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Língua Portuguesa da UFAM acontecimento, pois funda uma interpretação e constrói uma vontade de verdade) e até mesmo, busca referências na História para entender a construção das sociedades. As artes repousam, umas mais outras menos, sobre convenções que pressupõem um raciocínio desenvolvido. A palavra é um símbolo convencional; as flexões verbais, as cambiantes sintáticas são um desenvolvimento pausado e lento dessa convenção. As reproduções das perspectivas textuais vão além das possibilidades, uma vez que as palavras do texto adquirem movimento, sentido, cor, textura, cheiro que se traduzem em prazer de perceber todos esses movimentos evocados pelas palavras que nos fazem entender que a arte maior é a arte da palavra. Os questionamentos sobre tradições legadas e tradições perdidas cujo rompimento da tradição marca profundamente o pensamento e a história ocidental, por ter trazido para o universo amazônico uma parte da cultura ocidental à qual se enraizou e fez com que a de Parintins se fragmentasse. E, para relacionar esse rompimento da tradição surge a imposição e a aceitação que se constituem na perda da historicidade da sociedade. É a negação da história-tradição. Ao buscarmos Santo Agostinho, vemos na cisão história e tradição os tempos; passado e presente, numa remontagem do tempo e da história. Halbwachs, (2009, p.132) pondera que “a memória coletiva retrocede nesse passado histórico e longínquo certamente para fixar as imagens e a sucessão de fatos que agora é capaz de conservar”. O ontem revive no texto o hoje presente e vivido. 3 CANTO ÉPICO NAS VOZES DOS VIAJANTES Dissemos que há vários sinais da História no aproveitamento musical, como o próprio ritmo que a música impõe fator que dá-nos uma sonoridade de noturno, temor, aviso, conversão. A arte de contar o conto, as crenças que envolvem o mítico, o medo noturno, etc. Assim, pode-se dizer que o mundo está ficando cada vez mais povoado de linguagens, signos, sinais, símbolos, é o que analisaremos nas palavras dos versos da toada de Barbosa. A relação mediadora do signo entre o objeto e o interpretante é sempre a ação de um signo, neste o signo é a viagem, assunto bastante referido em grandes autores desde Homero (Ilíada e Odisséia) a Camões, n’Os Lusíadas. O tema da viagem é a inferência mais explícita na letra da música de Ronaldo Barbosa “Pesadelo dos Navegantes”. Entender por que a narrativa desempenhou tal papel naquele momento histórico é decisivo para elucidar a episteme (o lugar onde o 64 Revista Decifrar (ISSN 2318-2229) Manaus/AM Vol. 02, nº 01 (Jul/Dez-2013) Uma Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Língua Portuguesa da UFAM homem está instalado) então vigente. A episteme moderna elaborou o perfil do homem que “faz a sua história”. No paradigma épico-narrativo de natureza hiperconceitual a ratio épica que funda o Ocidente, desde pelo menos a Odisséia e os estudos aristotélicos (afinal a Poética define o texto homérico como a fonte de todas as outras histórias), encontra finalmente seu método teórico-analítico no estruturalismo. Homero dá início ao ciclo das grandes viagens e, Barbosa, o re-épico tema da narração é a do descobrimento da Ilha Tupinambarana. Nesta poema-toada som de instrumentos, de vozes, canto, entoação ou, em sentido figurado, rumor, notícia vaga, boato é contextualizada com o percurso da viagem de Cabral do “Oceano”, ou de Carvajal o descobrimento do grande “rio-mar” das Amazonas, e faz com que tudo gire em torno da Ilha Tupinambarana, numa clara referência ao descobrimento da Amazônia por Francisco Orellana. Talvez possam ser também vestígios do descobrimento do festival folclórico de Parintins, pelas empresas patrocinadoras que visam grandes lucros com o evento da festa. Afinal toda história relata somente interesses econômicos diante da coisa explorada. O texto tem início com a ordem “alçar as velas/desaportar as caravelas/esquadras do Velho Mundo/do Oceano ao rio-mar” numa clara referência da partida das esquadras dos desbravadores em aventura. O termo “esquadras e velho mundo” dá-nos a ideia de que eram os europeus, portugueses em especial, quando chegaram ao Brasil, embora tivessem vindo muitos franceses espanhóis e holandeses com a mesma ideia de conquistar o novo mundo, no caso a América do Sul. Em uma leitura mais atenta podemos perceber que os versos “cruzadas do novo mundo/ Fé, império a dilatar”, fazem uma alusão á História que nos mostra a invasão dos europeus em terras indígenas, momento em que tribos inteiras tiveram de se submeter à cultura do branco para não serem dizimadas e terminaram por ser dominadas através da sedução da fé, do céu. Nesta triplicidade enunciativa no verso “de joelhos, bravos guerreiros” sugere separar a questão em outros sentidos: “bravos guerreiros” podem ser os navegadores quando chegaram a salvos a terra descoberta, e, ou, “bravos guerreiros” uma representação articular do que a obra representa sobre o evento enunciativo que esse ato de representação constitui a festa. Maingueneau, (2008, p.156) aponta para a festa, a música como um jogo de imagens especulares. O que acontece é um mergulho na ansiedade que as convenções comuns da vida cotidiana mantêm sob controle e que são 65 Revista Decifrar (ISSN 2318-2229) Manaus/AM Vol. 02, nº 01 (Jul/Dez-2013) Uma Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Língua Portuguesa da UFAM demonstráveis nesses três dias de festa. O refazer histórico da nação azul e branca, reconstrução do passado que glorifica um povo. As navegações desse período eram permeadas de crendices populares como na expressão “pesadelos de um conto navegador”. A água, como o espelho, dá reflexo de si e do outro, e “simboliza a soma universal das virtualidades, reservatório de todas as potencialidades de existência”, (ELIADE, 1991, p.151) como as crenças de que antigamente, no mar, habitavam seres monstruosos que engoliam homens e caravelas. Esse mesmo verso também enfatiza ao que chamamos de tradição oral. A memória é resgatada por meio das invenções da tradição oral gerando os mitos de fundação da sociedade amazônica que é cultuada, na arte Parintinense, pela ancestralidade. A história acrescenta continuamente novos significados, sem que esses últimos destruam a estrutura do simbolismo que ela representa. Na Amazônia, é hábito do caboclo pescador ser contador de histórias de visões dos seres que habitam as águas: Cobra grande que se transforma em navio; Iara, mulher metade peixe que seduz o homem na canoa e o Boto namorador que seduz as moças em noites de festas. O medo dos navegantes, principalmente às noites tempestuosas como está no verso; “o vento te leva, há ventania”. O simbolismo do vento está ligado a força elementar que pertence aos Titãs. Por outro lado é o sopro do espírito de origem celeste por ser o sopro de Deus que deu anima ao homem, apesar de dar vida, também castiga. Mas, a ventania também pode ser a positividade de que conduz o homem a seu destino. Por todo o texto procuramos a festa, considerando que a música é para o festival, e em referência a essa encontramos os seguintes versos: Terra à vista / Atracar/ Ilha das Tupinambaranas/ Terra dos Tupinambás (e) Celebrai a grande missão/ com salva de tiros de morteiro. Nos versos anteriormente citados se percebe a chegada dos brincantes da nação azul e branca no festival folclórico para contar a viagem que dura três dias de festa. Pode-se também tecer um paralelo com o descobrimento do Brasil e os “invasores” que aportaram no Orteiro como patrocinadores da festa. O uso da expressão “invasores” (primeiramente o colonizador e no presente os patrocinadores) deve-se ao fato de que o festival deixou de ser um evento do povo e para o povo, passou a ser um produto comercial de exportação após a entrada “estrangeira” na organização da festa. Há uma variedade intencional no jogo das ideias textuais, isso é o caráter dialógico da língua e que por ora não vamos discutir. 66 Revista Decifrar (ISSN 2318-2229) Manaus/AM Vol. 02, nº 01 (Jul/Dez-2013) Uma Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Língua Portuguesa da UFAM De joelhos, bravos / Guerreiros,/ Celebrai a grande missão / Com salva de tiros de morteiro. Versos que convidam a Nação da Raça Azul e Branca a participarem das comemorações. Entende-se, também, que o povo se tenha ajoelhado aos patrocinadores quando permitiram na mudança da data tradicional do evento, “de joelho bravos, guerreiros” ajoelharam-se diante dos interesses econômicos. Isso fez com que a cultura perdesse o ponto primordial: a tradição dos dias 28, 29, 30 de junho. Hoje, a festa acontece no último final de semana do mês de junho. Portanto, a cultura, mais uma vez dominada morre com a supressão brutal da tradição. Morre a tradição, nasce a submissão. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A leitura aqui proposta é municiada pela captação de detalhes interpretativos que a letra da música / poema / toada suscita. E esse exercício varia de acordo com o grau de leitura e de conhecimento de mundo que o leitor possui. O teor conflituoso da música-toada oferece-nos um quadro permeado pela ação das instituições mediadoras – como os estrangeiros, as missões religiosas, todos os que vieram exprimem a essência do contato do índio com o branco. Percebe-se, no campo discursivo, o discurso de discursos anteriores no mesmo campo: O relato da viagem. Observou-se e pesquisou-se sobre a palavra “Orteiro”. O dicionário Houaiss acusa “Outeiro” que quer dizer “pequeno monte, colina”. No mesmo dicionário define esta troca de fonema como Barbarismo, pela forma inexistente na norma culta, ou um neologismo intencional do autor. Pode-se dizer que o texto de Homero, de Camões, de Caminha foram desconstruídos dentro deste determinado contexto que traz a ambivalência de uma reflexão e que desmobiliza campos constituídos de sentidos, quando, por essa mesma via, possibilita outro desempenho aos sujeitos falantes, escreventes multiplamente atuantes. Reconstruir o texto sob a perspectiva dos outros textos. REFERÊNCIAS ARENDT, Hanna, Condição Humana. Trad. Celso Lafer. 11 ed. São Paulo: Forense, Editora Universitária, 2010. 67 Revista Decifrar (ISSN 2318-2229) Manaus/AM Vol. 02, nº 01 (Jul/Dez-2013) Uma Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literaturas de Língua Portuguesa da UFAM ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco in Aristóteles. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979. ELIADE, Mircea. Imagens e Símbolos. Ensaio sobre o simbolismo mágico-religioso. Trad. 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São Paulo: Parábola Editorial, 2010. Notas *Doutora em Poética e Hermenêutica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Portugal). Mestre em Poética e Hermenêutica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Portugal (2010). Professora de Língua Portuguesa da Escola Superior Batista do Amazonas (ESBAM)[email protected] Recebido: 25/08/2013 Aprovado: 03/10/2013 68