Catarina Fernandes

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Catarina Fernandes
09
publ&MAG
e-mag da responsabilidade da publiSITIO®
art & lifestyle
publicação bimestral gratuita
ano02
número 9 . Novembro/Dezembro . 2008
09
ano/year 02
número/number 09
publ&MAG
art & lifestyle
. Novembro/Dezembro . 008
. November/December . 008
CAPA . COVER
“sweet child o mine”
FOTOGRAFIA
Rita Aparício
Fotógrafa / Photographer
MODELO
Sara Afonso
URL
www.olhares.com/umbria
“A publ&MAG é um projecto baseado na paixão pela arte e pelo design,
materializada numa revista electrónica bimestral” diz, Daniel Fernandes na
frase de apresentação do primeiro vídeo criado com o projecto publ&MAG.
Essa paixão, ou namoro materializa-se neste número nove com a oportunidade
de passar à prática uma ideia que me acompanha desde o início deste projecto,
A convite, Ricardo Santo Meireles desenvolve, em exclusivo para a publ&MAG,
trabalho de fotografia com tema livre. “Ilusão, Alucinação, Delírio” foi o título
apresentado pelo próprio onde, através da objectiva, revela um estado de
ansiedade e inquietude perante o que nos rodeia. Um delírio, um reflexo
distorcido… ou a realidade?
Num trabalho complementar Daniel Fernandes e Telmo Pereira, aceitam o
desafio de construir um mini-filme e banda sonora a partir do trabalho de
Ricardo Meireles.
É desta “parceria” de três artistas que surge o vídeo “Ilusão, Alucinação, Delírio”.
O primeiro projecto produzido em exclusivo para a publ&MAG. Um devaneio
“artístico” em tom de videoclip hipnótico, de um estado de quase paranóia,
encenada pelo fotógrafo.
“Ilusão, Alucinação, Delírio”, pode ser visto no YOUTUBE, conforme link.
Sem mais delongas, uma última novidade. Agora é possível ver ou rever a
publ&MAG em flash (para os aficionados desta aplicação), com o motor da
ISSUU, parece tal qual folhear as páginas de uma revista em papel.
Bom Natal e feliz 2009.
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e-mail: [email protected]
A primeira vez…
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editorial
por: Carlos Costa
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06 Alejandro Clavo
16 A2G Arquitectura
28 Ricardo santos Meireles
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38 Daniel fernandes
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40 catarina fernandes
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54 ANGELA RIBEIRO
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Alejandro Clavo
(Palma de Mallorca-Espanha)
http://www.alejandroclavo.com
[email protected]
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Alejandro Clavo. Voyeur
Alejandro Clavo. Arbol Con Hojas
Alejandro Clavo
Les presento parte de mi obra. En este caso piezas para
las que he utilizado la fotografía. Algunos son objetos
cotidianos que podemos encontrar en casa, y que
combinados con otros objetos dan resultados insólitos.
Despiertan ideas que son en algunos casos una forma
de poesia visual, en otros una visión irónica, y por que
no también reconozco, hay sarcasmo.
El Capuccino, cuyo cerebro se confunde con la
espuma de un café, el café que uno toma para
exprimir ideas. Las moscas que revolotean alrededor
de... bueno todos sabemos alrededor de que
revolotean las moscas. El tenedor perenne, cuya
naturaleza que el hombre pretende domesticar
dándole las más diversas formas siempre es más
fuerte y acaba saliendo por algún lado, como esas
puertas que una vez encajadas en sus bisagras
sueltan savia y nos recuerdan que algún dia fueron
árboles. Recuerdo esas puertas en la casa de mi
infancia hechas en madera de pino de norte y como
décadas después de ser cortadas seguían llorando
savia. O el árbol con hojas, una metáfora en la
misma dirección que la anterior que nos recuerda
la deforestación que el homber ejerce de forma
salvaje e incontrolada. Voyeur, cuyo significado se
entiende al abrir la caja, pero que si nos damos
cuenta se pone en funcionamiento cuando se cierra
haciendo coinidir el ojo en la cerradura y disfrutando
en la intimidad de la caja cerrada de su visión
secreta.
Alejandro Clavo. moscas
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Alejandro Clavo. Capuccino
Alejandro Clavo. Tenedor Vivo
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Alejandro Clavo. Tipycal Spanish
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Esta es la visión personal de las piezas que presento
y espero sirvan de reflexión en algún caso y para
despertar una sonrisa en otros. Con eso me doy
por satisfecho.
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En Música enlatada me pregunto si todavía existen
músicos, aquellos que cantan e interpretan sus
propias composiciones, y si se sigue estudiando
solfeo, la adquisición del conocimiento de la música
y el contacto con los instrumentos de viento, metal,
cuerda. O por el contrario ya todo es una suerte de
sintetizadores, cables, playback, falso directo, en
definitiva: música enlatada. Implante postal es una
imagen menos pretenciosa, solo plástica, y hace
referencia al poder de la palabra que puede ser
oral, y puede ser escrita. Typical Spanish hace
referencia a la veneración que se tiene en España
a los productos cárnicos derivados del cerdo que
se ensalzan a la categoría de joyas, pero que en
ocasiones se llega al exceso como ese collar de
chorizos. Y por último desnudos sobre la hierba,
simple juego visual entre unas figuras desnudas en
miniatura que descansan sobre la hierba. Sobre la
hierba de una esponja de lavar loza.
Alejandro Clavo. Musica Enlatada
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Alejandro Clavo. Desnudo Sobre Hierba
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A2G Arquitectura
(Matosinhos-Portugal)
http://www.adoisg.com
[email protected]
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publ&MAG
A2G
arquitectura
edifício matosinhos
O Edifício de Matosinhos
A paisagem urbana que se tem desenvolvido na última década, na área,
agora chamada de Matosinhos Sul, tem sido uma sequência de inócuos
e estéreis edifícios de habitação e comércio, que à excepção de uma
ligeira mudança nos matérias de revestimento de fachada, não se
distinguem.
A área é apetecível, o valor urbanístico-comercial tem subido e a pressão
dos especuladores imobiliários aumenta. O resultado pode observar-se
por todo o lado, num país desregrado, sem referências, com pouca vertente
para o urbanismo e o seu lado pedagógico. A construção deverá, tão só
e apenas, albergar. O público agradece e não será a mão cheia de
arquitectos que conseguirá fazer a (ocasional) obra de autor, meritória de
aplauso em revistas especializadas, que irá conseguir contrariar a tendência.
Numa envolvente valorizada, o promotor encomenda um convencional
edifício de habitação. O atelier deseja e assume o contrato com o promotor
propondo uma aproximação radicalmente diferente ao pedido. Nesta
direcção, o chamado Urbanismo Comercial sofre um revês e começamse a considerar valores estéticos e funcionais distintos e mais elevados.
Afinal, havia a segurança de atingir um público alvo com necessidades
distintas. Esse pequeno nicho de mercado encontra-se em expansão. Em
contraposição à banalidade da oferta da área, oferece-se um conjunto de
tipologias estudadas para uma vivência mais contemporânea.
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Toda a área em questão foi, durante décadas a zona industrial de enlatados
de Matosinhos. Não descurando todo o desenvolvimento económico que
o Porto de Leixões tem proporcionado a esta cidade quase satélite do
Porto, esta foi sempre a área de motor económico do concelho. Nas suas
velhas fábricas de enlatados, reside uma significativa parte da memória
colectiva de Matosinhos.
Assim a Forma nasce, de uma sólida e representativa unidade fabril, surge
o limite do edifício. O entendimento da volumetria permitida pelo Plano
de Pormenor de Álvaro Siza Vieira, vai limitar o crescimento vertical do
mesmo. O material utilizado, o betão, cofrado, vai-nos transportar
directamente para a memória da solidez das antigas fábricas ali existentes.
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Há anos que as peças de Eduardo Chillida me impressionam pela sua simplicidade. Demonstra cenários abstraindo sólidos. De
um bloco opaco e indivisível recorta peças que deixam transparecer espaços quase arquitectónicos. Uma subtileza de gesto
parecida vai inspirar, neste edifício, a definição das tipologias por subtracção material.
Recortando peças, começam por recuar os planos de vidro das caixilharias e, assim, a subdivisão das tipologias dos diferentes
apartamentos, dá lugar a uma percepção unitária, individual, dos próprios compartimentos. Quartos, salas, cozinhas, aparecem,
revelam-se.
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Da forma de expressão inicial, que envolvia o estudo do espaço cheio, surge o destacamento das lajes. Os pontos de apoio das
paredes estruturais quebram-se e estas soltam-se, marcando a horizontalidade do edifício.
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Ao crescer, o edifício vai precisando de factores indicadores humanos. Os pisos marcam-se em lajes aparentes. As caixilharias
devolvem a luz ao interior do bloco.
Do exterior são aparentes as tipologias de apartamentos que se querem visíveis e óbvios. Pela necessidade de privacidade em
cada apartamento, nas zonas privadas dividem-se verticalmente as mesmas tipologias e adquire-se um ritmo de fachada muito
próprio.
A relação do edifício com a via pública adquire então um formato mais palpável. É necessário definir o toque com o público
transeunte. A dificuldade expressada pelo promotor na venda de fracções comerciais convencionais, faz eco numa nova
abordagem. Cada uma das células ao nível do R/c, que logo são acessíveis a potenciais utilizadores, foram pensadas para
que se tornem num objecto de sedução. O que se vê é menos importante do que o que se esconde.
Ao criar as caixas suspensas de betão. Vai ser retomado o gesto de abstracção de cheios-vazios das fachadas dos pisos
superiores. Surgem quase naturalmente as entradas do edifício, criando e condicionando os acessos verticais interiores. O ritmo
ao nível de R/c é achado com o impar e pela dimensão destas mesmas aberturas resultantes.
As zonas comuns, de acesso e distribuição por piso, vão referenciar, elas mesmas, as opções a nível construtivo e de fachada.
Mais uma vez o jogo rítmico surge nas entradas, acompanhado de forma quase aleatória e como contraposição a disposição
de luzes. O convencional pavimento cerâmico é substituído por um pavimento auto-nivelante, eco de eras industriais passadas
e memória bem viva de uma fachada limpa de betão.
A nível habitacional e porque o mercado o exige, foram criadas três tipologias distintas sendo os últimos dois pisos a excepção,
criando apartamentos duplex. Estas mesmas excepções acabam por transmitir e integrar também a vontade do comprador final
dos apartamentos. Os seus desejos foram adaptando dentro de um limite, as tipologias existentes. Se quisermos, podemos
chamar-lhes apartamentos de autor.
Várias condicionantes sociais intervêm neste projecto. A vontade de uma adaptação do espaço de serviços: Cozinha, copa, Sala de
Jantar a uma vivência mais contemporânea, adequada a uma franca igualdade sexual. O contacto dos residentes dentro do próprio
apartamento é facilitado pela proximidade entre estas zonas de serviço e as zonas de estar. O que permite este contacto é a transposição
das lavandarias para uma zona mais discreta e mais próxima dos quartos, o que, em última análise facilita o tratamento de roupas. Nas
fachadas a Sul a cozinha avança do interior para a face do edifício porque a organização interna do edifício assim o exige.
A partir de uma tipologia de estudo foi adaptada uma utilização muito particular dos espaços internos dos apartamentos. Os planos
correm e isolam ou não várias áreas distintas em cada fracção. Por motivos comerciais algumas das fracção não apresentam esta
versatilidade. Nas fracções que foram alvo de um estudo paralelo, individualizado, às vezes com o cliente, conseguiu-se atingir o objectivo
da anulação de planos e adaptação geral do conceito de open space.
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De uma vontade básica e essencialmente comercial desenvolveu-se um projecto pioneiro no Urbanismo Comercial. Afinal as vontades
estéticas podem subjugar as comercias. Apesar de todos os constrangimentos necessários, diria Bernard Tschumi, para o correcto
desenvolvimento da arquitectura, aqui, no formato de especulação imobiliária, podemos esperar por projectos assim, que nos devolvam
o prazer da vivência urbana.
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Ao criar as tipologias duplex de excepção, surge o problema do recuo do último piso. De acordo com o referido Plano de Pormenor, o
cume do edifício deveria obedecer a um ângulo de 25 graus a partir do topo da última laje. Assim sendo, foi criada uma estratégia de
quebra do corte vertical, onde se aproveita ao máximo a dita regra. Os apartamentos crescem assim em cerca de dois metros no total.
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Entre trabalhos que marcam a génese e a identidade do atelier, surgem dois,
recentes, que vão de certa maneira resumir o trabalho deste grupo. O Edifício
de Matosinhos e a Casa de Perafita.
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O atelier A2G arquitectura nasceu da necessidade de colmatar desejos dos
seus participantes. Gonçalo Dias e Ângela Frias estudaram e fizeram
percursos académicos distintos. No final encontram-se em vontades e
desenhos, assumindo um colectivo com a participação pontual de Ricardo
Granja.
Ricardo Santos Meireles
(Cascais-Portugal)
http://www.ricardomeireles.com
[email protected]
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ILUSÃO ALUCINAÇÃO DELÍRIO
Eu olho mas não vejo…mas e se visse, será que a minha
percepção da realidade se manteria igual!? Tudo tende a ser
real ou uma ilusão de uma existência provocada pela distorção
da percepção. Pura alucinação?
Pensamos…sentimos…estamos em contacto com a ideia
real de um objecto, ambiente, estrutura que nos envolve, de
algo que simplesmente não existe sendo apenas o desfecho
de estímulos externos. Mas essa apreensão também é real
para mim que alucino sobre algo num dado momento, no
espaço e no tempo. Criatura do delírio mental a criar uma
partida, e surge algo inexplicável ao olho humano.
O que vejo, não é o que observo, o que é real está para além
do que existe nesta temporalidade, um reflexo distorcido do
nosso tempo fugaz.
Ricardo Santos Meireles
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Ilusão
Ilusão
Ilusão
Alucinação
Alucinação
Alucinação
Delirio
Delirio
Delirio
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ficha técnica
proposta de projecto:
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fotografia:
Ricardo Santos Meireles
som/video:
Daniel Fernandes
Telmo Pereira
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CHECK OUT THE VIDEO:
Daniel Fernandes
(Braga-Portugal)
http://www.myspace.com/icarusdecidevoar
[email protected]
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O interrogatório começara há uns cinco minutos. O sorriso nervoso do gato Cheshire
iluminava o obscuro enigma que por semanas me atormentara. Tudo fazia sentido... O
relógio quebrado, os frascos vazios rotulados como "bebe-me" e principalmente os
resíduos de pimenta encontrados no local do crime.
"É absolutamente normal que vocês não o tenham visto" bufou o gato entredentes "mas
eu estava lá quando ocorreu, eu estava lá, escondido à chuva, quando mataram o Coelho
Branco!", após uma prolongada pausa, inspirou profundamente e continuou "Porque o
mataram. querem saber? Pura e simplesmente porque sabia demais e não manteve a
boca fechada... Nunca se calava... Eu avisei-o que podia ocorrer... com a DUQUESA
não se brinca!!!"
A duquesa, claro... A revelação atingiu-me como um murro no estômago. Era óbvio que
a miúda nada tivera a ver com a morte do Coelho, apenas estava no sitio errado, no
momento errado. Eu sabia que ele andava metido em negócios escuros, por isso não
estranhei quando uns dias antes me interpelara na urgência de ter uma conversa.
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"Encontra-te comigo atrás do Grande Cogumelo, Chapeleiro". Estaria a prepararse talvez para uma confissão. O certo é que quando lá cheguei já as tropas
haviam invadido o cenário e transportavam Alice prisioneira sob a acusação
de homicídio. Eu estranhara a rapidez com que os soldados de Copas haviam
chegado ao local do crime mas não calculava que a trama pudesse ter raízes
tão profundas.
Chegou a hora de corrigir a situação. Não falo apenas da morte do Coelho
Branco ou da execução em que Alice perdeu a cabeça, mas daqueles que,
todos os dias, encaram a miséria e o desespero causados por esta vil
personagem... É a vez dela descobrir a profundidade da toca de coelho em
que se enfiou... A Duquesa tem de pagar!!!
Vincent & Mr. Green -Vincent & Mr. Green
http://www.vincentandmrgreen.com/
Ilustração por Telmo Pereira a convite de Daniel Fernandes
Catarina Fernandes
(Viseu-Portugal)
www.teiadogato.blogspot.com
[email protected]
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Catarina Fernandes
A ilustração e a fotografia, foram, mais afincadamente,
áreas de desenvolvimento que sempre privilegiou,
como manifestações artísticas.
Para além da carreira docente, desenvolve o seu
trabalho artístico ao nível das artes plásticas e da
ilustração.
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Em 2002 conclui a Licenciatura em Artes Plásticas na
E.S.T.G.A.D. (Escola Superior de Tecnologia, Gestão,
Arte e Design), em Caldas da Rainha. Teve
oportunidade de desenvolver as suas aptidões,
nomeadamente no uso e aperfeiçoamento das
tecnologias multimédia, como auxilio e desenvolvimento
dos seus projectos artísticos.
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Desde sempre, a vertente artística e criativa foi uma
predominante no percurso pessoal e curricular.
Ilustrações para o livro:
"O Afinador de Palavras"
AUTOR: Rui Grácio
ILUSTRAÇÃO: Catarina Fernandes
PédePágina Editores
2008
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Ilustrações para o livro:
"Na minha casa somos sete"
AUTOR: Cristina Taquelim
ILUSTRAÇÃO: Catarina Fernandes
PédePágina Editores
2008
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Ilustrações para os livros:
"Olá, eu sou um livro"
AUTOR: Rui Grácio
ILUSTRAÇÃO: Catarina Fernandes
PédePágina Editores 2ª Edição
2008
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Eduardo Sardinha
(Viana do Castelo-Portugal)
http://www.ao-norte.com/
[email protected]
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Filmes aos Quadradinhos
O Filme da Minha Vida é uma colecção de livros de banda desenhada
inspirados em filmes da escolha dos autores.
Epifanias do Inimigo Invisível é o segundo livro da colecção. O primeiro
foi O Percutor Harmónico, de André Lemos e a partir de Aconteceu no
Oeste, de Sérgio Leone. O próximo número, ainda sem título, será da
autoria de João Fazenda e inspirado no filme Vertigo, de Alfred Hitchcock.
Ao todo, está prevista a edição de dez livros.
Procurando estabelecer uma óbvia relação entre as Sétima e Nona
Artes, abrangendo ambos os públicos, a iniciativa está particularmente
voltada para o envolvimento de estudantes do ensino secundário e
superior. Para além de outras actividades no plano lectivo, estes são
convidados a participar no lançamento de cada livro; onde se projecta
o filme inspirador, se inaugura uma exposição das pranchas originais
do livro e se realiza uma conversa com o autor.
A colecção conta a cada número com um texto de João Paulo Cotrim
sobre a obra e o respectivo autor, é dirigida pelo artista plástico Tiago
Manuel e tem design de Luís Mendonça. É uma edição da Ao Norte
– Audiovisuais.
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Enquadrar a Espera
Um pouco de anacronismo: Ao ver pela primeira vez, hoje, O Deserto dos Tártaros assalta
a sensação de este ser o filme mais BD desde Sin City.
Errado. Claro que o filme de Valério Zurlini, a partir do livro homónimo de Dino Buzzati e com
Vittorio Gassman, Max Von Sydow, Philip Moiret, Fernando Rey ou Jacques Perrin é de 1976.
Enquanto que o de Robert Rodriguez e Frank Miller, com uma perninha de Quentin Tarantino,
e Bruce Willis, Mickey Rourke, Jessica Alba, Benicio del Toro ou Clive Owen no elenco, é
de 2005. Mas mesmo tendo sido que o primeiro tenha saído dos comics americanos para o
cinema e o segundo de um romance para o mesmo destino, parece-me que este último
desceria facilmente da tela para as páginas de um álbum, com os personagens esculpidos
e distantes de Hugo Pratt nos espaços de esperança lisa de Bilal. Logo, no meu calendário,
O Deserto dos Tártaros é um dos primeiros grandes filmes BD da história do cinema. O que
seria razão mais do que justificada para a escolha de Daniel Lima para o seu livro da colecção
O Filme da Minha Vida.
Nova reviravolta: Epifanias do Inimigo Invisível não apresenta profundidades de campo em
cuidados enquadramentos, nem define os personagens num contorno displicentemente
certeiro. É um conjunto de quadros, espécie de cromos/espécie de ex-votos, que narram a
história da película quase em agoiro, enquanto captam simbolismos que os fotogramas
escondem e Daniel Lima escolheu revelar.
Esta pausa e ancestralidade fazem todo o sentido porque O Deserto dos Tártaros é,
essencialmente, um filme sobre tempo. Sobre um jovem tenente oitocentista deslocado para
a fortaleza Bastiani, “a mais aristocrática fortaleza da coroa”, onde acabará por gastar a vida
num “formalismo militar. Obra-prima da insânia”, “na espera indecifrável, perfeitamente inútil,”
de que o inimigo ataque finalmente. Quando do deserto, mais do que solitários cavalos
brancos, surjam tropas, o entretanto capitão Drogo não participará no combate por que
esperou toda a vida.
Se bem que Buzzati tenha dito que ideia para o livro lhe surgiu do tempo infindo passado
na escrita, sob o temor de poder consumir a vida assim, inutilmente; o filme poderá lembrar
Beckett e À Espera de Godot. No texto introdutório de Epifanias…, João Paulo Cotrim actualiza
leituras interrogando se os nossos dias estarão a ser “gastos na expectativa da tragédia
tendo Tom Waits com bardo?”
Em todos estes casos, e como sempre, a espera é invisível. E a sua resposta será sempre
epifânica. Terá sido isso que Daniel Lima pressentiu num ginete branco visto pelos olhos do
tenente Drogo?
Epifanias do Inimigo Invisível, de Daniel Lima. Banda desenhada inspirada no filme O Deserto
dos Tártaros, de Valério Zurlini; com texto ensaístico de João Paulo Cotrim. Colecção O Filme
da Minha Vida; edição Ao Norte.
As pranchas originais que deram origem ao livro estão expostas no espaço Ao Norte, Praça
D. Maria II, 113, r/c, em Viana do Castelo.
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Ângela Ribeiro
(Almada-Portugal)
http://www.angela-ribeiro.blogspot.com/
[email protected]
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Ângela Ribeiro
MARIONETISTA
E tudo começou no corpo e pelo corpo...Passo a explicar: durante muitos anos,
aprendi e desenvolvi uma linguagem que julgava ser a minha, a da dança
contemporânea. Mas o corpo pregou-me uma partida e havia que mover outra
coisa. Tornou-se então muito óbvio que o caminho a seguir era o das marionetas...
Apesar de algumas experiências anteriores, é em 2002 que me dedico a fundo
ao teatro de marionetas, iniciando a minha formação na Escócia. Durante
alguns anos, andei em viagens para aprender mais sobre esta arte, até que,
em 2005, regressei a Portugal e aí comecei a desenvolver o meu trabalho.
Tenho colaborado e estabelecido parcerias com artistas das mais variadas
áreas, nunca constituindo formalmente uma companhia ou grupo.
Para além de adaptar textos de outros autores, optei também pela criação de
narrativas originais (visuais ou verbais), assim como a utilização de diferentes
técnicas de manipulação, com o predomínio das marionetas de mesa.
Os espectáculos, apesar de dirigidos para o público infanto-juvenil, têm também
o objectivo de cativar os adultos, tendo sido apresentados um pouco por todo
o país. Para além da criação de espectáculos, descobri um gosto muito grande
pela formação e pelo trabalho na comunidade, dirigindo ateliês para os mais
variados grupos.
Acredito que o teatro de marionetas é uma arte com um grande potencial
comunicativo e criativo, capaz de chegar a todos os públicos. Basta acreditar
que as cousas respiram...
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marioneta: Mulher/Gata
fotografia: Christophe Loiseau
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marioneta: O fazedor de vidas
fotografia: Ricardo Vieira
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marioneta: Morte (O fazedor de vidas)
fotografia: Ricardo Vieira
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marioneta: Sem-Olhos (A viagem)
fotografia: Daniel Morgado
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DIMENSÕES E FORMATO
JPG / 148mm x 210mm / 150 dpi / RGB
TEMA Á ESCOLHA
Propriedade:
publiSITIO®
Coordenador do projecto:
Carlos Coutinho Costa
Design:
publiSITIO®
Priodicidade:
Bi-mestral
Colaboram nesta edição:
Rita Aparício,
Alejandro Clavo,
A2G Arquitectura,
Ricardo Santos Meireles,
Daniel Fernandes,
Telmo Pereira,
Catarina Fernandes,
Eduardo Sardinha,
Ângela Ribeiro.
Contacte-nos:
[email protected]
Agradecimento a todos os colaboradores
que tornaram esta edição possível:
Rita Aparício,
Alejandro Clavo,
A2G Arquitectura,
Ricardo Santos Meireles,
Daniel Fernandes,
Telmo Pereira,
Catarina Fernandes,
Eduardo Sardinha,
Ângela Ribeiro.
Sofia Rocha,
Sérgio Nobre,
Carlos Silva,
Daniela Gonçalves.
INFO/ Reserva-se o direito de selecção das informações, conteúdo gráfico
ou outros, que fazem parte da revista, não tendo a publ&MAG que justificar
qualquer opção tomada.
CONTEÚDOS/ Os textos apresentados não são da resposabilidade da
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PUBLICIDADE/ Todo o conteúdo publicitário é da responsabilidade do
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