Se o G - Fundamentos

Transcrição

Se o G - Fundamentos
Seção G
ESCATOLOGIA
G1: As Últimas Coisas
G1.1- Os Últimos Dias ......................................................................... 1071
G2: Adoção
G2.1- Adoção e Filiação ....................................................................... 1079
G
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:
AS ÚLTIMAS COISAS
SEÇÃO G1 / 1071
SEÇÃO G1
AS ÚLTIMAS COISAS
Ralph Mahoney
Capítulo 1
Os Últimos Dias
Introdução
OBSERVAÇÃO: Para mais ensinamentos
sobre os Últimos Dias e a Vinda do Senhor,
veja o Capitulo 6, A Festa das Trombetas,
na Seção C10.
Há vários pontos de vista conflitantes
dentre os cristãos com relação à maneira de
se interpretar as afirmações bíblicas sobre
o final da Era da Igreja e os eventos subseqüentes.
O estudo disto é chamado de “Escatologia” e provém da palavra grega “eschatos”,
que é traduzida por “último(s) dia(s)”, ou
“tempo final” em nossas Bíblias.
Cinco vezes no Evangelho de João Jesus usa esta palavra com relação à ressurreição dos justos mortos:
“... Eu levantarei no último dia” (Jó
6:39,40,44,54; 11:24). Neste contexto,
“eschatos” seria uma referência à época
da Sua Segunda Vinda à terra, “...na última trombeta... os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e seremos transformados” (1 Co 15:52). “Pois o Próprio Senhor descerá do Céu... e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1
Ts 4:16).
Um texto bem útil é Atos 2:16,17 na
Bíblia Amplificada: “Isto é o início daquilo que foi falado pelo profeta Joel... E acontecera nos últimos dias, diz Deus, que derramarei do Meu Espírito sobre toda carne...”
Pedro disse que as profecias de Joel com
relação ao “eschatos” estavam começando
a se cumprir quando o Espírito foi derramado no Cenáculo cinqüenta dias após a crucificação de Jesus.
No contexto mais amplo, então, os “últimos dias” começaram no Pentecostes, no
ano 33 D.C. A maioria das pessoas acreditam que os “últimos dias” terminam quando Jesus voltar novamente à terra.
A. NOVE EVENTOS ASSOCIADOS
COM OS ÚLTIMOS DIAS
Os seguintes versículos englobam a maioria (nove) dos eventos associados com os
últimos dias.
A proeminência do som “da trombeta”
deveria ser observada. O último festival celebrado por Israel, a cada, ano no final da
sua estação de colheita (O Festival dos
Tabernáculos) começava com o tocar das
trombetas (Lv 23:24; Nm 29:1).
Este festival era um quadro-vivo profético que retratava os últimos dias da Era da
Igreja. Eis algumas das coisas que acontecerão:
1. A Volta de Cristo
“Porque o Próprio Senhor descerá do
Céu com um grito, com a voz do arcanjo, e
com a trombeta de Deus: e os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Ts 4:15,
16).
“Eis que vos mostro um mistério: Nem
todos morreremos, mas todos seremos
transformados,
“Num momento, num piscar de olhos,
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na última trombeta: pois a trombeta tocará e ...
2. Os Mortos Ressuscitarão
“... os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e...
3. Os Vivos Serão Transformados
“... seremos transformados” (1 Co 15:
51,52).
“E o sétimo anjo tocou a sua trombeta e
houve grandes vozes no Céu, dizendo...
4. Cristo Reina
“Os reinos deste mundo tornaram-se os
reinos de nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele
reinará para todo o sempre” (Ap 11:15).
5. Nações Iradas
“E iraram-se as Nações, e...
6. A Ira de Deus
“... veio a Tua ira, e...
7. Os Mortos Julgados
“... o tempo dos mortos, para que sejam
julgados, e...
8. Galardões Dados
“... a fim de dares o galardão aos Tens
servos, os profetas, e os santos, e os que
temem o Teu nome , pequenos e grandes, e...
9. Os Pecadores Destruídos
“... para destruíres os que destroem a
terra” (Ap 11:18).
Estas nove coisas são os eventos principais que acompanham a consumação da Era
da Igreja e a vinda da Era Milenarista ou do
Reino.
B. UM BREVE EXAME DA
ESCATOLOGIA
1. Não Fique Demasiadamente
Absorto
Há várias Bíblias inglesas que dedicam
G1.1 – Os Últimos Dias
uma grande parte das suas anotações a interpretações escatológicas (Scofield e Dakes,
citando apenas duas delas).
Ao estudarmos o Novo Testamento, percebemos a curiosidade dos discípulos de Jesus com relação aos tempos finais. “E, estando Ele assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a Ele os Seus discípulos,
em particular, dizendo: Dize-nos quando
serão essas coisas, e que sinal haverá da
Tua vinda e do fim do mundo” (Mt 24:3).
A parte mais importante da resposta de
Jesus a esta indagação encontra-se em
Mateus 24:14: “E este Evangelho do Reino
será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações; e aí então virá o
fim.”
A palavra grega traduzida por “Nações”
e ethnos – que significa os grupos étnicos
nao-judaicos (os gentios). Os tradutores
ingleses usaram todas as seguintes palavras
para traduzirem ethnos: gentios, pagãos,
nação, nações, povos. Nas nações ocidentais, os missiologistas agora citam ethnos
como sendo “grupos étnicos”.
Poucos comentaristas enfatizam que o
final da era depende de o Evangelho ser pregado a todos os grupos étnicos.
Jesus era consistente em tentar desviar
o interesse dos Seus discípulos do “doce
porvir” para o “carente presente”. Em Atos
1 lemos sobre a tentativa de Jesus de preparar os apóstolos para a tarefa à frente
deles (a evangelização do mundo).
Ele lhes deu instruções sobre o recebimento do poder do Espírito. Qual foi a resposta deles? Exatamente como a maioria dos
líderes de igreja, eles tiveram uma pergunta
escatológica e estavam pouco interessados
nas responsabilidades do presente.
Observe em Atos 1:6-8: “Quando, portanto, se reuniram, perguntaram-Lhe, dizendo: Senhor, restaurarás neste tempo o
reino a Israel?
“E Ele lhes disse: Não vos pertence saber os tempos ou as estações, que o Pai estabeleceu em Seu Próprio poder.
AS ÚLTIMAS COISAS
“Mas recebereis poder depois que o Espírito Santo vier sobre vós: E sereis testemunhas para Mim, tanto em Jerusalém,
como em toda a Judéia, e Samaria, e até os
confins da terra.”
A Sua resposta foi uma repreensão branda pela curiosidade carnal deles com relação
ao futuro e a apatia deles com relação ao
atual programa de Deus para a Era da Igreja.
“...Não vos pertence saber os tempos ou as
estações...”
Um assunto sério estava diante deles.
Eles deveriam ser “... testemunhas [no grego = “mártires”] a Ele até os confins da
terra.” É óbvio que Jesus tinha muito mais
interesse na salvação atual dos perdidos do
que no estímulo da curiosidade carnal com
relação ao futuro (escatologia).
Jesus não quer que o líder de igreja desenvolva uma ênfase e interesse indevidos
ao tentar delinear os detalhes dos últimos
dias. É bem melhor que você esteja “... tratando dos negócios do Seu Pai” (Lc 2:49),
esforçando-se para “... pregar o Evangelho onde Cristo ainda não foi anunciado”
(Rm 15:20).
2. As Opiniões Escatológicas
se Diferem
a. “Daquela História”. Há várias opiniões conflitantes. A opinião imediatista
ou “daquela história” refere-se às profecias do Livro do Apocalipse, por exemplo,
como que totalmente relacionadas com a
própria época de João, o Revelador.
Os que mantêm esta posição acreditam
que o que João viu e registrou no Apocalipse já foi cumprido, e, portanto, não é algo
para a nossa preocupação contemporânea.
Os estudiosos “liberais” (a maioria dos quais
não crê nos milagres registrados na Bíblia)
amplamente apóiam esta opinião.
b. “Toda a História”. A opinião histórica ou “de toda a história” considera
as visões do Livro do Apocalipse como sendo uma pré-estréia da história da época de
João até o final da Era da Igreja. A maioria
SEÇÃO G1 / 1073
dos reformadores protestantes apoiavam
esta opinião.
Dentre estes, alguns acreditavam que
cada uma das sete igrejas de Apocalipse 2 e
3 representava uma previsão progressiva
de sete períodos que se desenrolariam desde a época de João até o final da Era da
Igreja.
Por exemplo, o que lemos sobre a primeira das sete igrejas (Éfeso) revelaria como
a Igreja seria nos últimos anos da vida de
João, no fim do primeiro século.
O que foi escrito sobre a última das sete
igrejas (Laodicéia) revelaria como seria a
Igreja na última parte da Era da Igreja, pouco antes de Jesus voltar à terra. As outras
representariam os períodos entre Éfeso (a
primeira) e Laodicéia (a última).
O seguinte é um exemplo da explanação
de um escritor sobre esta opinião:
“As sete cartas foram escritas a assembléias de crentes históricas e verdadeiras
que existiam no final do primeiro século na
província da Ásia – oeste da Turquia de
hoje.
“As cartas foram entregues às sete igrejas. Eram cidades verdadeiras e igrejas verdadeiras.
“Havia, obviamente, naquela época, muitas outras igrejas cristãs em cidades como
Roma, Corinto, Colossos e assim por diante.
“Estas sete, na providência de Deus, nos
fornece um microcosmo (modelo em miniatura) de todas as igrejas de todas as épocas,
e, portanto, são representativas. Semelhantemente, os problemas que estas sete igrejas enfrentaram são hoje enfrentados pelas
igrejas em níveis diversificados. Através
dessas cartas podemos aprender quais são
as qualidades que desagradam a Deus e o
que Cristo advoga para remediar essas situações.
“Alguns também viram nessas igrejas
uma qualidade profética, isto é, que neste
livro de profecias elas prefiguram as sete
características dominantes de toda a Igreja
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na terra através das várias eras até que o
Senhor volte. Estas eras sugeridas, retrocedendo-se do presente, são as seguintes:
• Éfeso – Igreja Apostólica
• (30-100 D.C.)
• Smirna – Igreja Perseguida
• (100-313 D.C.)
• Pérgamo – Igreja Estatal
• (313-590 D.C.)
• Tiatira – Igreja Papal
• (590-1517 D.C.)
• Sardo – Igreja da Reforma
• (1517-1730 D.C.)
• Filadélfia – Igreja Evangelística
• (1730 D.C. até o Arrebatamento)
• Laodicéia – Igreja Apostata
• (1900 D.C. até a Segunda Vinda)
“Cristo escreveu às sete igrejas locais
porque cada uma dessas congregações era
um corpo com governo próprio. Uma igreja
local pode ser afiliada a uma comunidade, a
uma denominação, ou a uma sociedade
corporativa mais ampla, mas Deus considera a liderança responsável pelos ensinamentos da sua congregação.”
O segredo do estudo de cada carta é reconhecermos o problema principal de cada
igreja, da maneira identificada pelo Senhor,
e aí então considerarmos como todos os detalhes da carta – a aparência de Cristo, Suas
admoestações e promessas de galardões –
se relacionam com esse problema.
c. “Acima da História”. A opinião poética ou “acima da historia” vê o profeta
descrevendo de uma maneira dramática o
triunfo certo de Deus sobre todos os poderes malignos.
Ela tem pouco ou nada a ver com o futuro, ou com a história. Ela representa um
“drama” do triunfo final do bem sobre o
mal.
3. As Visões Milenaristas Diferem
A palavra “milênio” significa “um período de mil anos”. Este período de 1000
anos é, citado seis vezes em Apocalipse
20.
G1.1 – Os Últimos Dias
São as opiniões milenaristas que geralmente causam a maioria dos conflitos
quando falamos das últimas coisas ou últimas dias. Elas se centralizam na interpretação do reinado de 1000 anos de Cristo, o
Milênio (Ap 20).
Será que Cristo voltará antes do Milênio
(Opinião Premilenarista)? Após o Milênio
(Opinião Posmilenarista)? Ou será que o
Milênio é basicamente figurativo – não literal (Opinião Amilenarista)?
Os intérpretes conservadores estão divididos em quatro categorias:
• Posmilenarista;
• Amilenarista;
• Premilenarista Dispensacional; e
• Premilenarista Histórico.
Todos estes quatro grupos são literalistas
se podemos definir a palavra “literal”como
sendo a “interpretação das palavras em suas
designações normais e apropriadas”. Há até
mesmo uma divisão dentre os intérpretes
conservadores entre os literalistas rígidos e
os moderados.
a. Pós-Milenarismo. Uma opinião
popular na primeira parte do Século Vinte é
chamada de Pós-Milenarismo. Este grupo
está convencido do crescimento da Igreja
Cristã pelo poder do Espírito até que ela
traga a condição milenarista sobre a terra.
b. Amilenarismo. Uma outra opinião
adotada por muitos devotos estudiosos
da Bíblia é chamada de Amilenarismo.
Este grupo acredita que as profecias feitas a Israel são cumpridas na Igreja. Se
estas profecias são cumpridas desta maneira, então nenhum milênio na terra é necessário.
c. Premilenarismo. Há diferentes opiniões premilenaristas.
1) O Premilenarismo Dispensacional especifica uma interpretação literal
exata, especialmente com o que tem a ver
com Israel, a Igreja e o futuro.
De acordo com esta opinião, Israel e a
Igreja são dois povos separados, que não
devem ser misturados nem confundidos, já
AS ÚLTIMAS COISAS
que Deus tem dois programas: um para Israel e um para a Igreja.
O programa teocrático de Deus com Israel foi interrompido quando Israel rejeitou
a Cristo. Portanto, Deus voltou-Se para a
Igreja para realizar o Seu propósito redentor. Isto será cumprido (completado) no
Milênio.
Aí então Deus retomará o Seu programa
teocrático com Israel, sendo que a própria
nação de Israel governará sobre as nações
da terra com uma Monarquia Davídica restaurada na Palestina.
Haverá um trono literal, uma restauração
literal do Templo, uma restauração literal da
ordem sacerdotal da época do Antigo Testamento, e um reinício literal do sistema de
sacrifícios. Todas as promessas do Antigo
Testamento serão literalmente cumpridas.
Esta opinião divide as Escrituras de acordo com as classes de pessoas (Israel ou a
Igreja). Ela insiste que nenhuma passagem
bíblica isolada pode ter uma aplicação básica a duas dispensações ao mesmo tempo.
O Arrebatamento Pré-Tribulacional é
proveniente do conceito deles sobre a Igreja
– ela não pode encontrar-se na terra quando os propósitos terrenos de Deus começarem novamente a restaurar o literal reinado terreno de Cristo de acordo com a
opinião deles sobre as Alianças Abraâmica
e Davídica.
2) A opinião que adota o Arrebatamento Pré-Tribulacional é dispensacional, arraigada no principio de interpretação
que separa a Igreja do plano redentor total
de Deus. A Igreja precisa ser “arrebatada”
(removida) do mundo antes da “Grande Tribulação” porque ela não faz parte do Reino.
O Reino encontrar-se-á em seu estágio
inicial de restauração através do remanescente de Israel que sobreviver à tribulação.
A Igreja é removida da terra no Arrebatamento. O período de tribulação de sete
anos que se segue é dividido em dois períodos, com cada um deles durando três anos
e meio.
SEÇÃO G1 / 1075
Durante o primeiro período, Israel entra
numa aliança com o Anticristo, que a quebra no final.
O segundo período começa quando Satanás capacita o Anticristo, e “o tempo da
aflição de Jacó” é derramado sobre o mundo.
Durante estes sete anos de tribulação, o
Evangelho do Reino (que os proponentes
desta teoria distinguem do Evangelho da
Graça) é pregado. Um remanescente eleito
de Israel, totalizando 144.000, sobrevive à
tribulação para tornar-se o Reino, para o
qual Cristo volta após os sete anos.
O reinado milenarista é inegavelmente
judaico: a consumação do plano de Deus
para Israel; o cumprimento literal das profecias do Antigo Testamento; Cristo estará
num trono físico; e todas as nações serão
subservientes a Israel.
Alguns dizem que a Igreja voltará para a
terra no início destes mil anos e viverá sobre a terra durante este período. Outros, no
entanto, dizem que a Igreja permanecerá na
Cidade Santa, a qual estará pairando (como
um satélite) sobre a terra. O Templo deve
ser reconstruído, e os sacrifícios devem ser
reinstituídos. A relação deste sistema sacrificial com a morte de Cristo é “comemorativa”, e não “antecipatória”.
A “abençoada esperança” para os dispensacionalistas, aparentemente, é que
Cristo arrebatará a “Igreja parentética” a
fim de poder reinar através de Israel, e não
da Igreja.
(A Igreja é citada como sendo “parentética” porque, de acordo com esta opinião, a
Igreja é um fenômeno temporário, existindo
somente entre o Dia de Pentecostes e o Milênio).
De acordo com esta opinião, a Igreja organizada sobre a terra é apóstata. Os dispensacionalistas logo fizeram distinção entre a “verdadeira Igreja” e a “cristandade – a
igreja organizada”. A “verdadeira Igreja” era
composta somente das pessoas nascidas de
novo e salvas. Somente alguns dentre mui-
1076 / SEÇÃO G1
tos cristãos professos estão incluídos. Assim sendo, a “verdadeira Igreja” poderia ser
descrita somente em termos do relacionamento do crente com Cristo, e não em termos da estrutura organizada.
3) O Premilenarismo Histórico é
uma opinião entre o Amilenarismo e o
Dispensacionalismo.
Esta opinião tenta combinar os aspectos futuros e presentes do Livro do Apocalipse. A besta de Apocalipse 13 é refletida
primeiramente no imperador romano, mas
é finalmente apresentada como um Anticristo pessoal no fim dos tempos.
Apocalipse 19 descreve, em termos simbólicos apocalípticos, a Segunda Vinda de
Cristo para destruir o mal satânico personalizado em Roma e no Anticristo.
Isto é retratado como uma batalha sangrenta, mas a única arma é a palavra procedente da boca do Messias vencedor (Ap
19:15). O Milênio é um intervalo de tempo
na realização do domínio redentor de Deus
(o Reino de Deus).
4. Conceitos Fundamentais
Para se Estudar
Alguns conceitos fundamentais a serem
considerados no estudo das últimas coisas
são os seguintes: A Segunda Vinda de Cristo, O Milênio, O Arrebatamento, A Tribulação, O Julgamento do Grande Trono Branco.
Esta não é uma ilustração completa de
todas as opiniões diversificadas. Tampouco
temos o propósito de decidirmos pelo estudante da Bíblia. Seria melhor se isto fosse
feito através do estudo, da oração, e do Espírito Santo.
Pelo fato de existir esta enorme variedade de sínteses (combinações de pontos de
vista), quase todo estudioso da Bíblia adota
alguma opinião escatológica distinta.
No entanto, uma coisa a história provou: muito raramente esteve correto alguém
que tivesse feito predições com relação aos
eventos do “final dos tempos” ou o que a
G1.1 – Os Últimos Dias
Bíblia quer dizer ao descrever os “últimos
dias”.
5. Três Coisas Certas
As três coisas das quais podemos estar
certos são as seguintes:
a. A Fidelidade Traz o Galardão. Se
nos ocuparmos com o que Ele nos disse
para fazermos durante a Era da Igreja, receberemos o elogio final: “... Muito bem, bom
e fiel servo. Foste fiel no pouco, sobre o
muito te colocarei. Entra no gozo do teu
Senhor” (Mt 25:23).
b. Os que o Esperam Verão. Se (continuarmos “esperando” por Ele, nós O veremos. “... Aos que O aguardam, Ele aparecerá pela segunda vez, não para lidar
com o pecado desta vez, mas para levar a
uma plena salvação aos que O aguardam
avidamente” (Hb 9:28). NÃO espere pelo
Anticristo, e sim por Jesus!
c. O Tempo de Deus e Não o Nosso.
Deus vai realizar a obra toda de acordo com
a Sua Própria vontade e propósito, e em
Seu Próprio tempo. Ele não vai consultar
os nossos “quadros proféticos” quando estiver pronto para fazer o que a Bíblia fala
em Apocalipse sobre os últimos dias.
6. A Consumação
A consumação começará quando o anjo
anunciar: “Não haver a mais demora!” (Ap
10:6).
“E tocou o sétimo anjo a sua trombeta e
houve no Céu uma grande voz que dizia:
Os reinos deste mundo passaram a ser os
reinos do nosso Senhor e do Seu Cristo; e
Ele reinará para todo o sempre.
“E iraram-se as nações, e veio a Tua
ira, e o tempo dos mortos para que sejam
julgados, e o tempo de dares o galardão
aos Teus servos, os profetas, e aos santos,
e aos que temem o Teu nome, pequenos e
grandes, e o tempo de destruíres os que
destroem a terra’’ (Ap 11:15,18).
“Regozijemo-nos e alegremo-nos... Porque vindas são as bodas do Cordeiro, e a
AS ÚLTIMAS COISAS
Sua Esposa já se aprontou... Bem-aventurados os que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro...” (Ap 19:7,9).
C. OPINIÃO PREMILENARISTA
DISPENSACIONAL REFUTADA
A opinião “Premilenarista Dispensacional” – que substitui a Igreja por Israel e restaura um templo judaico, o sacerdócio levítico,
e o sacrifício de animais – é especialmente
problemática.
1. Jesus Mudou o Sacerdócio
Deus fez um juramento de que Jesus mudaria o sacerdócio de Levi para Melquisedeque – PARA SEMPRE.
“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz mudança da lei” (Hb
7:12).
“Porque o Senhor jurou [com relação a
Cristo]: Tu és um sacerdote para sempre
segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb
7:17; Sl 110:4).
“Mas este Homem [Jesus], porque permanece eternamente, tendo um sacerdócio
imutável” (Hb 7:24).
“Portanto, Ele pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus,
já que Ele vive para sempre para fazer intercessão por eles” (Hb 7:25).
2. O Sacrifício de Jesus Foi
Para Todas as Épocas
Não foi algo para ser substituído por
sacrifícios de animais “comemorativos”.
“Pois Ele nunca necessita do sangue diário dos sacrifícios de animais, como aqueles
sumo-sacerdotes [do Antigo Testamento],
para primeiramente cobrirem os seus próprios pecados, e, em seguida, os pecados
do povo; pois Ele terminou todos os sacrifícios, de uma vez por todas, quando Se
ofereceu a Si Próprio” (Hb 7:27).
3. A Nova Aliança Substituiu
a Antiga
A Nova Aliança substituiu a Antiga Alian-
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ça com promessas melhores, um sacerdócio
melhor e um sacrifício melhor.
“Porque Deus fala de ‘uma nova aliança’, Ele envelheceu a primeira. Pois a antiga está desatualizada agora e foi colocada de lado para sempre” (Hb 8:13).
“... Ele remove a primeira para poder
estabelecer a segunda” (Hb 10:9).
Estes versículos parecem refutar claramente algumas das idéias adotadas por alguns “Premilenaristas Dispensacionais’’.
Parece muito improvável que jamais venhamos a ver um dia um templo judaico
novamente, com sacrifícios de animais. Jesus predisse o fim do Templo e a sua destruição (Lc 21:6). Qual seria o propósito de
um Templo restaurado? “... O Altíssimo não
habita em templos feitos com mãos...” (At
7:48; 17:24).
4. Os Reis e Sacerdotes
Reinam com Cristo
“Se sofrermos, também haveremos de
reinar com Ele...” (2 Tm 2:12).
“... Com o Teu sangue compraste homens para Deus de toda tribo, e língua, e
povo, e nação. Tu os fizeste reis e sacerdotes para servirem ao nosso Deus, e reinarão sobre a terra” (Ap 5:9,10).
Os que reinam com Cristo são chamados de reis e sacerdotes. Estes reis e sacerdotes são os que estão dispostos a sofrerem por Cristo, provenientes de todas
as tribos, línguas e nações (no grego =
ethnos, que significa um grupo étnico
gentio).
Os doze apóstolos do Cordeiro possuem
um relacionamento especial com as doze tribos de Israel. “... Quando o Filho do Homem Se assentar no Trono da Sua glória,
também vos assentareis sobre doze tronos,
julgando as doze tribos de Israel” (Mt
19:28).
Contudo, no que se refere às nações gentias, o privilégio de se reinar e do sacerdócio
é compartilhado pelos indivíduos de todas
as Nações que se qualificarem.
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“Ao que vencer Lhe concederei que se
assente Comigo em Meu Trono, assim como
Eu venci e Me assentei com o Meu Pai no
Seu Trono” (Ap.3:21).
O versículo acima foi escrito à Igreja de
Laodicéia “... Envia-o às sete igrejas que
estão na Ásia... a Laodicéia’’ (Ap 1:11).
Esta igreja era principalmente constituída de gentios asiáticos. Contudo, se ven-
G1.1 – Os Últimos Dias
cessem, tinham a promessa de que receberiam um lugar com Cristo em Seu Trono.
Isto colocaria em duvida a idéia de que
um grupo geopolítico chamado Israel governaria o mundo. Os judeus e gentios que
estiverem numa união correta com Cristo
compartilharão do Seu Trono. Eles serão
reis e sacerdotes (exatamente como Melquisedeque).
ADOÇÃO
SEÇÃO G2 / 1079
SEÇÃO G2
ADOÇÃO
Ralph Mahoney
Capítulo 1
Adoção e Filiação
Introdução
O que é afinal este negócio de “adoção” e
“filiação”? O que o Apóstolo Paulo quis dizer ao escrever: “... recebestes o Espírito de
ADOÇÃO...” “ADOÇÃO... também gememos
em nós mesmos, esperando pela ADOÇÃO”
(Rm 8:15,23); “... Deus enviou o Seu Filho
para que pudéssemos receber a ADOÇÃO...”
(Ef 1:5)? Será que o Apóstolo Paulo tinha
uma revelação sobre alguma coisa da qual
nada ou pouco sabemos hoje em dia?
O fato de eu ter ministrado nas terras
bíblicas com um irmão nascido em Israel me
ajudou a compreender um pouco sobre a
mentalidade e os costumes dados por certo
pelo Apóstolo Paulo quando ele escreveu
sobre a adoção.
Os povos orientais não tem problema
algum com as coisas que há muito tempo
tem atarantado os ocidentais, porque eles
compreendem as metáforas e a linguagem.
Foi devido ao fato de os ocidentais não
conhecerem as tradições e os costumes das
terras bíblicas que temos perdido as poderosas verdades expressas nesta única palavra: ADOÇÃO.
A palavra traduzida como “adoção” é uma
palavra grega, huiothesia, que significa “colocar como um filho”. Ela não se refere absolutamente a um órfão ou a adultos benevolentes que talvez queiram “adotar”um órfão.
Esta palavra, huiothesia, é aplicada aos
rapazes que atingiram a idade adulta, “os
de maturidade... os quais... devido ao uso,
possuem os seus sentidos exercitados para
discernirem tanto o bem como o mal” (Hb
5:14).
A. COLOCADO COMO UM FILHO
Quando um rapaz cresce e atinge a maturidade nas terras bíblicas e demonstra a
sua capacidade de ser responsável, chega o
dia em que o seu pai, numa cerimônia pública, “o coloca como um filho”.
Os vizinhos, amigos e anciãos do povoado são chamados para testemunhar este evento, pois isto é algo muito significativo na
vida de um rapaz. Tudo muda para ele após
a sua cerimônia de ADOÇÃO.
O garoto sempre foi o descendente natural de seu pai, desde o dia em que foi
concebido no útero. Mas, ao atingir a maturidade, a estatura completa, na época em
que o seu pai o considera pronto, o rapaz
com maturidade é “colocado como um filho!” No ocidente, quando um bebê nasce,
o pai entra na maternidade e diz orgulhosamente: “Este é o meu filho!”
1. Três Palavras Usadas
Para “Filho”
É um problema semântico – ou seja, um
problema de linguagem. Em português temos apenas uma palavra que se refere a “filho”. No grego, no entanto, ha três palavras
que são usadas:
a. Teknion se refere a um filho ainda
bebê.
b. Teknon se refere a um filho que está
amadurecendo, mas que ainda não está pronto para assumir responsabilidades. Em português, nos o chamaríamos de uma “criança”.
c. Huios se refere a um filho que já está
1080 / SEÇÃO G2
pronto para assumir responsabilidades – alguém que tenha passado pela cerimônia da
“adoção”.
Assim sendo, poderíamos sumarizar este
conceito da seguinte forma: A primeira palavra – teknion – significa um bebê ou uma
criancinha. A segunda – teknon – significa
um filho adolescente. A terceira – huios –
significa um filho (alguém colocado como
um filho através da adoção).
Nas terras bíblicas, um bebê não seria
chamado de “filho” (huios). O termo “filho” geralmente é usado após a ADOÇÃO.
Paulo cita (menciona) isto ao escrever
aos gálatas:
“O herdeiro, enquanto for criança, não
difere nada do servo, muito embora ele seja
[destinado para ser] senhor de tudo; mas [a
criança] se encontra sob tutores até o tempo
determinado pelo pai [isto se refere a adoção]” (Gl 4:1,2).
Este é o quadro do cristão, o qual, semelhantemente, também precisa passar pelo
processo de crescimento antes de ser colocado em sua posição como um filho de Deus.
B. O DIREITO DE NOS
“TORNARMOS”
A justificação é apenas o início da nossa
grande salvação. “Mas a todos os que O
receberam, a estes deu-lhes poder [autoridade, o direito, o privilégio] de se tornarem
filhos de Deus...” (Jo 1:12).
A palavra “poder” é uma palavra importante neste versículo. Ela deveria ser traduzida por “autoridade”, já que é a palavra
grega exousia.
Esta palavra significa um “privilégio, direito, ou permissão”. Quando o semáforo
fica verde, você tem a exousia (direito, permissão, ou privilégio) de seguir adiante.
Se acabar a gasolina da sua motocicleta e
ela “morrer” neste instante, você não terá o
PODER de prosseguir, muito embora você
tenha a autoridade (direito, permissão) de
prosseguir.
Assim sendo, quando recebemos a Cris-
G2.1 – Adoção e Filiação
to, recebemos o direito, a permissão, ou a
autoridade de nos tornarmos filhos de Deus.
No entanto, recebemos a seguinte admoestação: “Temamos, portanto, para que não
suceda, com uma promessa sendo deixada
para nós... que algum de vós pareça ter
falhado” (Hb 4:1).
Os cristãos hebreus da época de Paulo
foram repreendidos por não se tornarem
aquilo para o qual tinham o direito de se
tornarem.
“Porque, devendo já ser mestres pelo
tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar... e vos tornastes semelhantes
aos que necessitam de leite, e não de alimento solido. Pois todo aquele que se alimenta de leite... é um bebê. Mas o alimento
sólido pertence aos que possuem maturidade...” (Hb 5:12-14).
Da mesma forma, os filhos de Israel tinham a autoridade (direito, permissão, privilégio) de entrarem em Canaã e possuírem
a Terra Prometida, mas pereceram no deserto, com incredulidade.
A incredulidade os matou (como está matando muitos espiritualmente hoje em dia).
Eles tinham a autoridade e o direito dos “...
que, através da fé e da paciência, herdam
as promessas” (Hb 6:12). Eles não se tornaram aquilo para o qual tinham autoridade
de se tornarem.
O mesmo poderia ser dito com relação
aos cristãos de Corinto, a quem Paulo disse: “E eu, irmãos, não vos pude falar como
a espirituais, mas como a... bebês em Cristo. E vos alimentei com leite, e não com
alimento sólido, pois até agora não pudestes
suportá-lo, nem tampouco podeis agora”
(1 Co 3:1,2).
Isto é algo um tanto sério quando percebemos que a Igreja de Corinto possuía todos os Dons do Espírito (1 Co 1:7) e muitas outras qualidades elogiáveis. No entanto, não haviam se tornado aquilo para o qual
tinham o direito de se tornarem – cristãos
maduros, preparados para a responsabilidade de filhos.
ADOÇÃO
Graças a Deus que temos a promessa de
recebermos o poder (exousia ou direito) de
nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1:12).
C. TRÊS ESTÁGIOS DE
CRESCIMENTO
Mencionamos as três palavras gregas
que são usadas para se denotar o crescimento de um bebê até se tornar um filho. A
primeira é “teknion”, que significa um bebê
ou uma criancinha. A segunda e “teknon”
que significa um adolescente. A terceira é
“huios”, que significa um filho (alguém colocado como filho através da adoção).
O Apóstolo João confirma este conceito
ao dizer:
“Escrevo-vos, filhinhos... Escrevo-vos
rapazes... Escrevo-vos pais...” (1 Jo 2:12,
13). Três estágios de crescimento estão implícitos aqui.
Vemos estes três estágios de crescimento belamente ilustrados na vida de Jesus.
O primeiro vislumbre que a Bíblia nos
dá com relação a Cristo é o de um BEBÊ na
manjedoura (Lc 2:7).
Pouco é dito sobre Jesus após a Sua infância, até os Seus anos de adolescência,
quando, ainda como um garoto de doze anos
de idade, Ele é visto no Templo “...assentado no meio dos doutores” (Lc 2:46).
Novamente, passa o período chamado
de “anos silenciosos”, e temos poucos registros da vida de Jesus até que, subitamente, aos trinta anos de idade (Lc 3:23), Ele
aparece no Rio Jordão para ser batizado
por João.
Estes três estágios de crescimento estão
claramente registrados na vida de Jesus: o
bebê (teknion) na manjedoura; o adolescente (teknon) no Templo; e os eventos aos
trinta anos de idade, quando ocorreu a Sua
adoção.
A Sua adoção foi confirmada durante o
Seu batismo na água por João Batista. Mais
tarde, o Espírito Santo desceu sobre Ele na
forma de uma pomba. Em seguida, uma
voz do Céu disse: “Este é o MEU FILHO
SEÇÃO G2 / 1081
AMADO” (Mt 3:17; Mc 1:11; Lc 3:22).
Ele foi, portanto, colocado como um filho
(huios).
Os eventos que ocorreram após a adoção de Jesus são uma maravilhosa revelação
daquilo a que fomos predestinados a nos
tornarmos. O crescimento e desenvolvimento de Jesus foi o padrão para o nosso próprio processo de amadurecimento e filiação
final. “...tendo-nos predestinado para a
adoção...” (Ef 1:5).
D. A ADOÇÃO DE JESUS:
O NOSSO EXEMPLO
Quando o “Próprio Jesus começou a
ter cerca de trinta anos de idade... ao ser
batizado saiu logo da água; e eis que se
Lhe abriram os Céus...
“E o Espírito de Deus, descendo como
uma pomba, pousou sobre Ele. E eis que
uma voz do Céu disse: ‘Este é o Meu Filho
amado...’” (Lc 3:23; Mt 3:16,17).
Ah! Neste ponto, o sublime mistério da
FILIAÇÃO é penetrantemente de repente
enfocado. Então, com “os olhos do nosso
entendimento sendo iluminados” (Ef 1:18),
subitamente vemos a Jesus, o FILHO de
Deus, “...o Primogênito dentre muitos irmãos...” (Rm 8:29).
A experiência do Rio Jordão foi claramente a Sua adoção. Seguindo a tradição
das terras bíblicas, o Pai Celestial traz o Seu
Filho diante dos amigos, vizinhos e anciãos
de Israel (no batismo de João) e fala claramente do Céu, para que todos saibam: “Este
é o Meu FILHO amado.”
1. A Sua Vida Mudou
Quando Jesus saiu das águas do Jordão,
Ele saiu totalmente diferente no que tange
ao Seu relacionamento e privilégios.
Ele acabou de ser “colocado como um
Filho” pelo Pai. De agora em diante, tudo é
diferente na vida de Jesus.
Não vemos nenhum milagre antes desta
ocasião. Aliás, Ele era simplesmente conhecido como “... o carpinteiro, o filho de Ma-
1082 / SEÇÃO G2
ria... sem honra... em Sua Própria terra, e
entre os Seus Próprios parentes, e na Sua
Própria casa” (Mc 6:3,4).
Não havia nenhuma auréola ao redor da
Sua cabeça, pois “... em todas as coisas
Lhe convinha ser feito semelhante aos Seus
irmãos [você e eu]...” (Hb 2:17).
O profeta disse o seguinte com relação a
Ele: “... Ele não tinha parecer nem formosura... não havia nenhuma beleza para que
O desejássemos... não O valorizamos...”
(Is 53:2,3).
Paulo disse que Ele “... foi feito à semelhança dos homens... encontrado na forma
de homem...” (Fp 2:7,8). Antes da Sua adoção, havia pouco que O distinguisse de qualquer outro carpinteiro ou trabalhador de
Nazaré.
A ADOÇÃO, no entanto, mudou tudo isto
para Jesus. A adoção trouxe privilégios. A
adoção realizou transformações quase que
grandiosas demais de serem concebidas.
2. Os Céus se Abriram
Ele saiu das águas com os Céus abertos!
Glória a Deus!
Céus que durante séculos haviam estado
fechados pela lógica, pela religiosidade, pela
dureza legalística e apostasia da humanidade.
Céus que haviam sido semelhantes ao
bronze – à medida que gerações viviam e
morriam, aguardando este grandioso momento.
Céus que haviam borbulhado pelo calor,
chamuscados pelo sol, e crivados pelo granizo, tempestades de areia, e chuvas.
Agora, na adoção de Jesus, “os Céus se
Lhe abriram’’ ( Mt 3:16). Eles se abriram
para liberar a cura para os coxos, a visão
para os cegos, a restauração para os caídos, o perdão para o pecador, a esperança
para os desesperados, a vida pela morte, a
beleza pelas cinzas, o óleo da alegria pelo
luto.
O Sol da Justiça agora Se levantaria, com
cura em Suas asas, e dos Céus abertos cho-
G2.1 – Adoção e Filiação
veriam a retidão, e a bênção, em vez da maldição e a destruição. ALELUIA!
3. Privilégios da Filiação
Antes de entrarmos em mais detalhes
sobre o significado dos “céus abertos”, façamos uma pausa para considerarmos brevemente os três privilégios básicos que passam a pertencer ao rapaz das terras bíblicas
que foi “colocado como um filho” (adotado).
Após a adoção, o filho tem estes três
benefícios:
• A procuração legal (uso do nome do
seu pai).
• O recebimento da sua herança (uso
das riquezas de seu pai).
• Igualdade com o pai ao permanecer
em união com ele (uso da autoridade
e poder de seu pai).
Será que Jesus demonstrou possuir isto
tudo após a Sua adoção?
No Evangelho de João, encontramos a
maioria das respostas à pergunta acima.
João apresenta Cristo como sendo o FILHO DE DEUS; assim sendo, a maioria dos
fatos importantes com relação à filiação
encontram-se em João.
a. Uso do Nome. Quando você tem
uma procuração legal, você tem o direito de
fazer contratos, assinar cheques, comprar
ou vender – tudo no nome da pessoa que
Lhe outorgou este poder.
Quando você assina o nome da pessoa
que Lhe deu esta autorização, isto é tão
válido quanto a própria assinatura dela. A
sua ordem é como um decreto dela.
Jesus disse: “Eu vim em nome do Meu
Pai...” (Jo 5:43). “Pois assim como o Pai
tem... assim também Ele permitiu que o Filho tivesse... autoridade para executar julgamento...” (Jo 5:26,27). Uma autoridade
deste tipo não é possível sem um relacionamento com o Pai.
Os sete filhos de Sceva tentaram competir com Paulo, expulsando demônios em
Nome de “Jesus a Quem Paulo prega” (Veja
ADOÇÃO
Atos 19:13). Os demônios ficaram tão indignados com esta pseudo-autoridade que
aquele endemoninhado “... saltou sobre os
sete filhos de Sceva e os sobrepujou... de tal
maneira que fugiram daquela casa nus e
feridos.”
Não é o fato de dizermos as palavras:
“Em Nome de Jesus, te ordeno...” que faz
com que os demônios fujam. Mas se houver uma união com o Pai, se houver um
relacionamento correto com o Pai, então a
autoridade estará presente.
A adoção faz a diferença e ela é dada
somente aos de estatura espiritual completa, aos adultos.
Não é de admirar que Paulo exortasse
aos efésios para que eles “... não mais fossem bebês... mas... que crescessem em todas as coisas n‘Ele, o Qual é a Cabeça,
Cristo” (Ef 4:14,15).
b. Uso das Riquezas. Afirmamos anteriormente: “O segundo privilégio da
filiação era o recebimento da sua herança (o
uso das riquezas do pai).” Isto é ilustrado
na Parábola do Filho Pródigo (Lc 15:1132).
Tanto o pródigo quanto o irmão mais
velho haviam sido colocados como filhos
na casa do pai. O pródigo desperdiçou a sua
herança através de uma vida dissoluta.
Após o arrependimento e restauração, o
pai fez uma alegre celebração porque o pródigo havia voltado. O irmão mais velho reclamou: “Nunca me deste um cabrito para
que pudesse me alegrar com os meus amigos.”
O pai docemente respondeu: “Filho, tu
sempre estás comigo, e TUDO que eu tenho é TEU. “ Este é o glorioso privilégio da
adoção, da filiação: tudo o que o Pai tem
encontra-se à disposição do Filho. “Tudo o
que tenho é teu” (Lc 15:31).
Estou sempre dizendo o seguinte: “Após
a adoção de Jesus no Rio Jordão, Ele simplesmente saiu por aí distribuindo o Céu.”
Por que faço esta afirmação? A Bíblia diz:
“... os Céus se Lhe abriram.” Na qualidade
SEÇÃO G2 / 1083
de Filho, Jesus entrou em Sua herança (uso
das riquezas do Pai). O armazém do Pai de
generosidade, bênção e glória foi escancarado para Jesus por ocasião da Sua adoção.
“Os Céus se Lhe abriram.”
1) Céu na Terra. Fiquei pasmo alguns anos atrás ao ler o seguinte versículo:
“E ninguém subiu ao Céu, senão O que
desceu do Céu, o Filho do Homem, o Qual
está no Céu” (Jo 3:13).
Jesus Se encontrava na terra ao dizer isto.
Como Ele poderia estar “no Céu” – estando
aqui na terra?
Fico imaginando muitas vezes que o Céu
era semelhante a uma nuvem invisível que
vinha descendo e circundando a Jesus por
todos os lados de forma que Ele pudesse
estar “no Céu”.
Ele não somente estava no Céu, mas o
Céu estava n’Ele. Ele falava do Céu, ministrava do Céu aos necessitados, curava do
Céu os enfermos, pois Ele Se encontrava no
Céu – muito embora Se encontrasse na terra.
Ele havia Se tornado, em toda a sua
resplendente glória, “o Tabernáculo [habitação] de Deus com o homem” (Ap 21:3).
Isto prefigura, prenuncia e tipifica a nossa “... grande salvação, reservada no Céu
para nós, pronto para ser revelada nos últimos dias” (1 Pe 1:4,5) quando nós, também, haveremos de ser “... moldados à imagem do Seu Filho” (Rm 8:29).
E, naquele dia, acontecerá o cumprimento maior, no Corpo de Cristo, daquilo que
vimos em Jesus, ao ouvirmos “... a voz do
Céu dizendo: Eis o Tabernáculo de Deus
com os homens, e Ele habitará NELES...”
(Ap 21:3).
Glória a Deus! Vocês estão vendo agora?
“...Deus enviou o Seu Filho...para que NÓS
pudéssemos receber a ADOÇÃO... nós... gememos dentro de nós, esperando pela NOSSA ADOÇÃO...” (Gl 4:4,5; Rm 8:23).
Em nossa adoção, nós também teremos
a bênção de trazermos o Céu à terra e de
compartilharmos o Céu com a terra.
1084 / SEÇÃO G2
2) A Escada de Jacó. Jacó “teve um
sonho, e havia uma escada colocada na
terra, e o seu topo alcançava o Céu, e eis
que os anjos de Deus subiam e desciam
sobre ela... E ele disse: ‘...este não é outro
lugar senão a Casa de Deus... a Porta do
Céu’” (Gn 28:12,17).
Você já se perguntou qual seria a interpretação do sonho de Jacó (“Esta é a Casa
de Deus, a Porta do Céu”)?
Foi isto exatamente o que Jacó viu. Você,
no entanto, precisa compreender a metáfora, o símbolo espiritual expresso através do
sonho.
O que isto tem a ver com os “Céus abertos”? Observe João 1:51. “E Jesus Lhe disse: Na verdade, na verdade vos digo que
daqui em diante vereis o Céu aberto e os
anjos de Deus subindo e descendo SOBRE O
Filho do Homem.”
Jesus pegou o sonho de Jacó e o amplificou e o esclareceu, mostrando-nos que a
escada que Jacó viu era um símbolo de Si
Próprio como o Filho de Deus, operando e
movendo-Se na terra – e, contudo, também
no Céu (Jo 3:13).
A escada alcançava e penetrava os Céus
abertos, e unindo o Céu com a terra – os
dois foram unidos e se tornaram um só. Isto
Jesus experimentou durante o Seu ministério de três anos e meio como Filho de Deus.
Ele trouxe o Céu a terra e a terra ao Céu –
exatamente como a escada de Jacó – com os
anjos subindo e descendo do Céu.
3) A Casa de Deus. Há, no entanto,
uma outra grande verdade aqui que não foi
totalmente cumprida em Jesus. Jacó disse:
“Este não é outro lugar senão a CASA DE
DEUS. “ O que ou quem é a “Casa de Deus”?
Será que a “Casa de Deus” é constituída
pelos prédios feitos de pedras, cimentos e
390, erroneamente designados como “igreja”? Não! Mil vezes não!
“Não sabeis que sois o Templo de Deus,
e que o Espírito de Deus habita em vós?”
(1 Co 3:16). O povo de Deus constitui a
“Casa de Deus”.
G2.1 – Adoção e Filiação
Neste versículo, a forma plural “vós” é
usada. Assim sendo, na verdade, Paulo estava dizendo: “Não sabeis que TODOS VÓS
em Corinto, corporativamente, constituís o
Templo de Deus?”
Sozinho, eu não sou o Templo (Casa) de
Deus. Como pedras vivas, nós (corporativamente) somos edificados numa casa espiritual.
“No Qual vós [corporativamente] sois
edificados juntamente para uma habitação
[casa] de Deus através do Espírito” (1 Pe
2:5; Ef 2:22).
Assim sendo, a Igreja, que é o Seu Corpo (os crentes), constitui a Casa de Deus, o
lugar onde Deus mora.
Lembre-se que Jesus disse: “Onde dois
ou três estiverem reunidos em Meu nome,
lá estarei [onde?] no meio de vós” [isto é,
Ele habita na união corporativa de crentes,
como um todo].
A Casa de Deus, a Igreja, é um corpo
constituído por muitos membros. Esta visão de Jacó foi uma visão da Casa de Deus.
O que, então, isto significa para nós?
Simplesmente o seguinte: Exatamente
como a visão tinha aspectos proféticos cumpridos em Cristo quando Ele Se encontrava
na terra, assim também ela tem aspectos
proféticos a serem cumpridos na Igreja enquanto ela ainda estiver sobre a terra.
4) Ministério do Final dos Tempos.
Exatamente como o ministério de três anos
e meio de Jesus foi o cumprimento do que
Jacó viu; exatamente como Jesus Se tornou
a Porta por onde o Céu pôde passar e chegar aos homens; exatamente como, através
de Jesus, os homens puderam ver o Céu
sendo manifesto na terra – DESTA MESMA
MANEIRA os santos que atingirem a estatura completa; que atingirem a maturidade
plena; que atingirem a glória da adoção –
terão um grandioso ministério de final dos
tempos (também, provavelmente, de três
anos e meio).
Os santos se tornam o cumprimento da
escada que Jacó viu, com os seus pés sobre
ADOÇÃO
a terra e o seu topo atingindo o Céu, trazendo o Céu aos homens, e levando-os ao Céu
através do ministério e da palavra da reconciliação que foram confiados à Igreja (2 Co
5:18,19).
Esta escada de Jacó sob “Céus abertos,
com anjos subindo e descendo” é um quadro da Casa de Deus – “cuja Casa somos
nós, se retivermos firmes a confiança e o
regozijo da esperança até o fim” (Hb 3:6).
A adoção traz este abençoado benefício: as
riquezas do Pai tornam-se nossas, para que
também possamos compartilhá-las com os
outros. Os Céus abertos tornam-se a nossa
porção, e toda a glória é colocada à disposição do Filho, para abençoar e elevar até o
Céu o homem amaldiçoado pelo pecado.
Isto faz parte da glória da Sua herança
nos santos que Paulo cita em Efésios 1:18.
c. Igualdade com o Pai. “E eis que
uma voz do Céu disse: Este é o Meu Filho
amado” (Mt 3:17). As pessoas ouviram
esta proclamação e ficaram chocadas e estupefatas! “O FILHO DE DEUS?”, ponderaram.
O espanto, a surpresa e a hostilidade
devem ter irrompido simultaneamente, à
medida que aumentava a intensidade das
conversações.
Estas palavras, indubitavelmente, chegaram aos ouvidos dos fariseus e líderes dos
judeus, os quais aguardavam uma ocasião
para apedrejá-lo. “Os judeus responderamLhe, dizendo: Não Te apedrejamos por alguma obra boa, mas por blasfêmia; ...por
que Tu, sendo homem, Te fazes semelhante
a Deus.
“Respondeu-lhes Jesus... D’Aquele a
Quem o Pai santificou e enviou ao mundo,
vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou
Filho de Deus?” (Jo 10:33,34,36). “Portanto, os judeus ainda mais procuravam
matá-Lo, porque Ele não somente havia
quebrado o Sábado, mas também havia dito
que Deus era o Seu [Próprio] Pai, fazendoSe igual a Deus” (Jo 5:18).
1) O Filho de Deus. Muito embora
SEÇÃO G2 / 1085
os teólogos liberais de hoje em dia ainda se
equivoquem com relação às Suas alegações
e contestem a Sua divindade, Jesus sabia
Quem Ele era: o Filho de Deus – igual ao
Pai.
Não é de admirar que Paulo pudesse exclamar alegremente: “Pois n‘Ele toda a plenitude da divindade teve o prazer de habitar” (Cl 1:19). “Pois n’Ele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”
(Cl 2:9).
“Mas ao FILHO Ele diz: O Teu Trono, ó
Deus, é para todo o sempre” (Hb 1:8). Nesta
passagem, a palavra é claramente dirigida
ao Filho como sendo DEUS. Sim, Jesus era
Deus revestido de carne. Ele Se tornou o
que nós somos para que pudéssemos nos
tornar o que Ele era – Filho de Deus.
2) Filhos de Deus. “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus... e, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos
corações o Espírito do Seu Filho, que clama: Aba, Pai.
“Portanto, já não és mais servo, mas
filho; e, se és filho, és também um HERDEIRO DE DEUS através de Cristo’’ (1 Jo 3:1;
Gl 4:6,7).
“Pois recebestes o Espírito de adoção,
...recebestes o Espírito de filiação, pelo
Qual clamamos Aba, Pai.
“O Próprio Espírito testifica com o nosso Espírito que somos filhos de Deus.
“E, se somos filhos, então somos herdeiros – herdeiros de Deus e co-herdeiros
com Cristo, se de fato compartilharmos dos
Seus sofrimentos a fim de podermos compartilhar da Sua glória.
“Considero que os nossos sofrimentos
presentes não podem ser comparados com
a glória que será revelada em nós.
“A Criação aguarda com uma ardente
expectativa a revelação dos filhos de Deus.
“... nós próprios, que temos as primícias
do Espírito, gememos internamente ao
aguardarmos avidamente a nossa adoção
como filhos, a redenção dos nossos corpos.
1086 / SEÇÃO G2
G2.1 – Adoção e Filiação
“Pois nesta esperança somos salvos”
(Rm 8:15-24).
Não podemos nos colocar como filhos.
Isto é da alçada e da responsabilidade do
Pai.
Podemos “prosseguir para o alvo, pelo
prêmio do sublime chamado de Deus em
Cristo Jesus. Pelo que, todos quantos já
somos perfeitos [maduros] sintamos isto
mesmo: e, se sentis alguma coisa doutra
maneira, também Deus vo-lo revelará” (Fp
3:14,15).
Não é de admirar que o tempo da volta
de Jesus à terra seja chamado de “abençoada esperança” (Tt 2:13).
“... e Ele virá novamente, mas não para
lidar uma vez mais com os nossos pecados.
Desta vez Ele virá para levar a uma salvação plena todos os que ávida e pacientemente O aguardam” (Hb 9:28 versão
amplificada).
Creio que esta “salvação plena” que Ele
trará será a nossa adoção. Ó, como eu quero
vê-Lo! Você não quer?
“O Espírito e a Noiva dizem: ‘Vem!’ Que
cada um que os ouvir diga a mesma coisa:
‘Vem!’ Que venha o sedento – qualquer um
que quiser; que venha e beba de graça da
Água da Vida.
“Aquele que disse todas estas coisas declara: Sim, estou vindo logo! Amém! Vem,
Senhor Jesus!” (Ap 22:17,20).
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

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