Relatório Parcial
Transcrição
Relatório Parcial
Organização do Tratado de Cooperação Amazônica Fundo para o Meio Ambiente Mundial Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E MUNDANÇA CLIMÁTICA OTCA/GEF/PNUMA Subprojeto III-2 Prioridades Especiais de Adaptação Atividade III.2.2 Adaptação às Mudanças Climáticas na Região Transfronteiriça do MAP Relatório Parcial Produto 3: Matriz de vulnerabilidade dos recursos hídricos às mudanças climáticas: uma proposta metodológica para a Região MAP Rio Branco, AC - BRASIL 1 Organização do Tratado de Cooperação Amazônica Fundo para o Meio Ambiente Mundial Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E MUNDANÇA CLIMÁTICA OTCA/GEF/PNUMA Subprojeto III-2 Prioridades Especiais de Adaptação Atividade III.2.2 Adaptação às Mudanças Climáticas na Região Transfronteiriça do MAP Relatório Parcial Produto 3: Matriz de vulnerabilidade dos recursos hídricos às mudanças climáticas: uma proposta metodológica para a Região MAP Rio Branco, AC - BRASIL 2 Organização do Tratado de Cooperação Amazônica Fundo para o Meio Ambiente Mundial Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E MUNDANÇA CLIMÁTICA OTCA/GEF/PNUMA Atividade III.2.2 Adaptação às Mudanças Climáticas na Região Transfronteiriça do MAP Relatório Parcial Produto 3: Matriz de vulnerabilidade dos recursos hídricos às mudanças climáticas: uma proposta metodológica para a Região MAP Coordenação da Atividade Elsa Mendoza Consultor Irving Foster Brown Setembro/2014 3 RESUMO Água e suas múltiplas interações com os ecossistemas e a sociedade humana servem como um indicador da vulnerabilidade destes às mudanças climáticas na Região MAP. Uma análise dos recursos hídricos frente as mudanças climáticas pode apontar os impactos potenciais que produzem a variabilidade natural acoplada a alterações antropogênicas de balanço energético e de ciclos biogeoquímicos do planeta. A alta frequência e intensidade de secas e inundações recentes na Amazônia não são provas de mudanças climáticas antropogênicas, mas são consistentes com o que se espera do efeito destas mudanças. Consequentemente, a matriz de vulnerabilidade a mudanças climáticas tem uma aplicação imediata para politicas públicas regionais. Pesquisadores indicam que uma das áreas do mundo que vai sair mais cedo da sua faixa de variabilidade recente é a Região MAP, com temperaturas médias anuais excedendo a sua faixa dentro de uma década. Com esta previsão aumenta a importância de reduzir a vulnerabilidade e aumentar a resiliência dos recursos hídricos. A construção de matrizes de risco e vulnerabilidade permite organizar as variáveis climáticas, os elementos impactados, a frequência e o grau de impacto ou adaptação. Esta construção mostra também onde faltam dados para melhor ordenar prioridades, e deixar mais explícita a subjetividade em alguns casos. A alta frequência de inundações e secas prolongadas, especialmente na bacia do Rio Acre, gera grandes impactos. A capacidade de adaptação é baixa ou média, gerando de moderada a alta vulnerabilidade, em geral. Esta análise, agrupada para três unidades políticas diferentes, tem limitações em termos de recomendações de ações. Mesmo assim, o conjunto de experiências recentes reforça a previsão de que os eventos extremos estão crescendo em intensidade e frequência, algo comum para todos na bacia trinacional do Rio Acre. Como as inundações e as secas prolongadas produzem os maiores impactos na região MAP, elas devem ser o foco de adaptação de imediato. Sistemas de alerta, nas palavras do Marco de Ação de Hyogo da ONU, devem ser priorizados. 4 SUMÁRIO RESUMO ......................................................................................................................................... 4 LISTA DE FIGURAS E TABELAS ................................................................................................ 6 1. CONTEXTO ................................................................................................................................ 8 2. A SITUAÇÃO: A REGIÃO MAP COMO PARTE TRINACIONAL DA BACIA DO RIO ACRE ............................................................................................................................................... 9 3. VARIÁVEIS CLIMÁTICAS DE RELEVÂNCIA PARA A REGIÃO MAP .......................... 12 4. PROVÁVEIS MUDANÇAS NOS PADRÕES CLIMÁTICOS DA REGIÃO ......................... 13 6. PRIORIZANDO TRÊS VARIÁVEIS CLIMÁTICAS E TRÊS ELEMENTOS ....................... 16 7. DETERMINAÇÃO DAS CATEGORIAS DE PROBABILIDADE, CATEGORIAS DE CONSEQUÊNCIAS E ATRIBUIÇÃO DE UM RISCO DE IMPACTO. ..................................... 16 8. DESCRIÇÃO DAS RESPOSTAS DE ADAPTAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE ADAPTATIVA E DO NÍVEL DE VULNERABILIDADE. .............................. 17 9.SÍNTESE DO RISCO OU DA AVALIAÇÃO DE VULNERABILIDADE .............................. 18 10. PLANO DE AÇÃO: ESTRATÉGIAS PRIORITÁRIAS DE ADAPTAÇÃO, POLÍTICAS E PLANEJAMENTO ........................................................................................................................ 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 20 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Infraestrutura e desmatamento acumulado na Região MAP..................................... 9 Figura 2. Estrada Interoceânica - BR-364 de Rio Branco a Cruzeiro do Sul, e corredor Norte da Bolívia, com buffer de 50 km de cada lado do eixo da estrada, considerada área de impacto direto do asfaltamento................................................................................................... 10 Figura 3. Cenário de desmatamento sem governança para 2030, mostrando a influência da implementação da infraestrutura na região MAP........................................................................ 10 Figura 4. Bacia do Rio Acre no contexto trinacional Brasil-Bolívia-Peru................................ 11 Figura 5. Hidrografia da bacia tri-nacional do Rio Acre........................................................... 11 Figura 6. Área sem floresta (rios e desmatamento) em 2000 e 2012........................................ 12 Figura 7. Série histórica das cotas de 10, 50 e 90% de permanência no Rio Acre na fronteira tri-nacional do MAP, com reflexos nos municípios de Assis Brasil, Iñapari e São Pedro de Bolpebra............................................................................................................................. ......... 14 Figura 8. Série histórica das cotas de 10, 50 e 90% no Rio Acre na fronteira trinacional do MAP, com reflexos nos municípios de Brasileia/Epitaciolândia e Cobija................................. 14 Figura 9. Epicentros da secas em 2005 e 2010......................................................................... 15 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Processo para atribuir risco e vulnerabilidade, adaptado do QCCCE (2013)............ 9 Tabela 2. Estimativa da taxa anual de desmatamento (em hectares) na Bacia Tri-nacional do Rio Acre, de 2001 a 2012............................................................................................................ 12 Tabela 3. Lista de variáveis climáticas relevantes para a região MAP..................................... 13 Tabela 4. Matriz de Vulnerabilidade preliminar antes da consolidação................................... 15 Tabela 5. Matriz de Risco: a intensidade da cor marrom indica o risco: mais escuro maior, menos escuro moderado.............................................................................................................. 17 Tabela 6. Matriz de vulnerabilidade baseada no nível de capacidade de adaptação e os riscos de impactos. Cor de rosa mais intenso significa alta vulnerabilidade, menos intensa significa moderada vulnerabilidade............................................................................................ 17 Tabela 7. Plano de ação: estratégias prioritárias de adaptação, políticas e planejamento.......... 19 6 LISTA DE SIGLAS ANA – Agência Nacional de Águas - Brasil BO - Bolívia BR - Brasil CEDEC – Coordenadoria Estadual de Defesa Civil GWP - Global Water Partnership IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INE – Instituto Nacional de Estatística da Bolívia INEI – Instituto nacional de Estatística e Informática do Peru MAP - Madre de Dios- PE, Acre-BR e Pando-BO PE - Peru QQCCCE - Queensland Climate Change Centre of Excellence 7 Matriz de vulnerabilidade dos recursos hídricos às mudanças climáticas: uma proposta metodológica para a Região MAP. 1. Contexto Água e suas múltiplas interações com os ecossistemas e a sociedade humana servem como um indicador da vulnerabilidade destes às mudanças climáticas na Região MAP. De certa maneira, uma análise dos recursos hídricos perante as mudanças climáticas pode apontar os impactos potenciais que produzem a variabilidade natural acoplada a alterações antropogênicas de balanço energético e de ciclos biogeoquímicos do planeta. Marengo et al. (2013) afirmam que apesar a alta frequência e intensidade de secas e inundações recentes na Amazônia não são provas de mudanças climáticas antropogênicas, elas são, porém, consistentes com o que se espera do efeito destas mudanças. Consequentemente, a matriz de vulnerabilidade a mudanças climáticas tem uma aplicação imediata para politicas públicas regionais. Recentemente, Mora et al. (2013) indicaram que uma das áreas do mundo que vai sair mais cedo da sua faixa de variabilidade recente é a Região MAP, com temperaturas médias anuais excedendo a sua faixa dentro de uma década. Com esta previsão aumenta a importância de reduzir a vulnerabilidade e aumentar a resiliência dos recursos hídricos frente a mudanças climáticas. Dentre os programas que podem orientar a construção de uma matriz de vulnerabilidade de recursos hídricos a mudanças climáticas destacam os esforços globais da Associação Mundial para Água (GWP – Global Water Partnership), que visa promover manejo integrado de recursos hídricos (TAC, 2000), inclusive em bacias hidrográficas transfronteiriças (Wouters, 2013). No nível regional, a Austrália tem sofrido recentemente com eventos extremos climáticos. Um resultado positivo destes impactos foi o desenvolvimento de ferramentas para lidar com situações de vulnerabilidade, como no caso de Queensland, onde o governo estadual usa uma matriz de vulnerabilidade,1 que pode ser adaptada para a Região MAP. A matriz reúne dados de diversas fontes, algumas quantitativas e confiáveis e outras mais especulativas. Esta matriz serve como forma de resumir um assunto complexo e identificar passos que possam ser tomados, além de lacunas de informações que precisam ser preenchidas para políticas públicas mais eficazes. O refinamento da matriz baseia-se em escalas ordinais, isto é, usando parâmetros em ordens crescente ou decrescente, mesmo sem quantificar as diferenças entre eles. Para este relatório adaptou-se o método do QCCCE (2013) que facilita o entendimento de como a matriz é gerada e onde pode ser melhorada em interações futuras. Este método serve para regiões e para áreas de indústrias, e é executado através de uma sequência de passos, resumidos e adaptados na Tabela 1. 1 QQCCCE (Queensland Climate Change Centre of Excellence). 2011. Climate change risk management matrix: a process for assessing impacts, adaptation, risk and vulnerability. Department of Environment and Resource Management, Toowoomba Qld Australia. 20 p. 8 Tabela 1. Processo para atribuir risco e vulnerabilidade, adaptado do QCCCE (2013) Passos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 A situação Definir contexto – área e escala de tempo; Identificar as variáveis climáticas; Atribuir prováveis mudanças em padrões de clima; Identificar elementos chaves para a sua região/organização; Construir uma matriz de variáveis de clima e elementos Organizar as variáveis de clima (linhas) e elementos (colunas) numa matriz; Avaliação de risco Descrever impactos para cada combinação de variável de clima e elemento; Determinar categorias de probabilidade; Determinar categorias de consequências; Atribuir um risco de impacto; Avaliação de vulnerabilidade Descrever respostas de adaptação; Determinar capacidade adaptativa; Atribuir um nível de vulnerabilidade; Final Preparar conclusões sobre risco ou vulnerabilidade; Preparar planos de ação. Obs: No processo de discussão alguns passos foram agrupados 2. A situação: a região MAP como parte trinacional da bacia do Rio Acre Conforme descrito em relatórios anteriores, a Região MAP, de uma perspectiva geográfica, constitui-se de três unidades políticas contíguas: o departamento de Madre de Dios/Peru (85.300 km2 (INEI)), o estado do Acre/Brasil (164.123 km2 (IBGE)) e o departamento de Pando/Bolívia (63,827 km2 (INE)), cobrindo um total de 313 mil km2. Do ponto de vista de serviços de ecossistemas, a cobertura dominante é de floresta tropical, com quase 300 mil km2. Na Figura 1 podem ser observadas, tanto as estradas principais, quanto a alteração da cobertura florestal até 2011 na Região MAP, notando a coincidência de ambos. Figura 1. Infraestrutura e desmatamento acumulado na Região MAP. Nesta região vários projetos de infraestrutura foram executados em nome da integração latinoamericana, que vêm originando mudanças na dinâmica econômica, social e ambiental da região (Mendoza, 2007). A região MAP tem vivenciado a construção das estradas com conexões aos portos do Pacífico entre elas a Interoceânica. Esta estrada tem um trajeto que se inicia nos estados do Amazonas e do Acre no Brasil, passando pelos departamentos de Pando na Bolívia e Madre de Dios no Peru, com uma distância de aproximadamente 1.800 km (Figura 2). 9 Figura 2. Estrada Interoceânica - BR-364 de Rio Branco a Cruzeiro do Sul, e corredor Norte da Bolívia, com buffer de 50 km de cada lado do eixo da estrada, considerada área de impacto direto do asfaltamento. Fonte: Mendoza (2007). Um dos impactos mais visíveis da implementação de estradas nesta região é o avanço desordenado do desmatamento sobre áreas naturais protegidas, incluindo unidades de conservação, terras indígenas e outras. Trabalho desenvolvido por Soares et al. (2006) projetando cenários de desmatamento sem governança para 2030, mostra a influência da implementação da infraestrutura na região MAP, indicando que os impactos das estradas ultrapassam os limites territoriais municipais, estaduais e nacionais (Figura 3). Figura 3. Cenário de desmatamento sem governança para 2030, mostrando a influência da implementação da infraestrutura na região MAP. Fonte: Soares et al. (2006). Estrategicamente esta região compartilha a bacia do Rio Acre, que se caracteriza por apresentar uma grande diversidade étnico-cultural e uma das áreas de maior biodiversidade da região, em aproximadamente 35.967 km2, dos quais 88% pertencentes ao território brasileiro, 7% ao Peru e 5,4% Bolívia (Latuf, 2011; Figura 4). 10 Figura 4. Bacia do Rio Acre no contexto trinacional Brasil-Bolívia-Peru. Dos dados da OTCA A área trinacional da bacia apresenta uma área total de 7.483 km2 (748.300 ha), dividida entre Madre de Dios – PE (2.500km2), Acre –BR (3.063 km2) e Pando-BO (1.920 km2), conforme Figura 5 a seguir. Figura 5. Hidrografia da bacia tri-nacional do Rio Acre. Fonte: banco de dados da OTCA. Segundo Reis & Reyes (2007), esta bacia apresenta diferentes usos e ocupação do solo, com acentuada pressão antrópica sobre a floresta, para desenvolvimento da agropecuária. O aumento populacional e as mudanças no uso da terra têm provocado a intensificação dos processos de desmatamento e queimadas transformando a floresta em áreas de pastagem. Recentemente, Hansen et al. (2013) publicou estimativas de alta resolução baseadas em imagens de Landsat TM de desmatamento durante o período de 2000 a 2012. O banco de dados deste trabalho permite uma comparação de ano em ano do desmatamento nos três componentes nacionais da bacia tri-nacional do Rio Acre, usando a mesma metodologia, algo impossível de fazer com confiança, usando com dados estritamente nacionais. A Figura 6 mostra visualmente como o desmatamento está avançando na bacia entre os anos de 2000 e 2012 e a Tabela 2 reporta os dados anuais. 11 2000 2012 Figura 6. Área sem floresta (rios e desmatamento) em 2000 e 2012. Dados de Hansen et al. (2013) Tabela 2. Estimativa da taxa anual de desmatamento (em hectares) na Bacia Tri-nacional do Rio Acre, de 2001 a 2012, baseada no banco de dados de Hansen et al. (2013). Ano Bolívia Brasil Peru Total 2001 1.789 2.781 241 4.810 2002 867 2.657 266 3.791 2003 1.070 1.519 142 2.731 2004 1.581 3.270 427 5.278 2005 3.741 6.529 388 10.659 2006 1.266 681 450 2.397 2007 2.218 1.279 271 3.768 2008 1.338 707 812 2.857 2009 730 918 385 2.033 2010 655 1.892 544 3.091 2011 610 1.221 504 2.334 2012 612 2.499 806 3.917 Total 16.479 25.954 5.234 47.667 Bacia total 191.959 306.329 250.003 748.291 8.6% 8.5% 2.1% 6.4% % 2000-2012 A porcentagem da bacia tri-nacional desmatada durante o período de 2000 a 2012 varia entre 2,1% em Madre de Dios e 8,6% em Pando, em pouco mais de uma década. Mesmo o valor de Madre de Dios é preocupante porque uma parte significativa envolve ramais de acesso de dezenas de quilômetros para extração de madeira, modificando a estrutura da floresta e o estoque de carbono (Berenguer et al. 2014), além de acelerar desmatamento no futuro. 3. Variáveis climáticas de relevância para a região MAP O Passo 2 mostra uma lista de variáveis climáticas, ou ligadas ao clima, que podem estar afetando a Região MAP (Tabela 3). O nível de confiança está em escala ordinal, e é baseada em 12 observações na região desde 1992, e em relatos de moradores rurais (seringueiros, lideranças indígenas, produtores rurais e ribeirinhos). Tabela 3. Lista de variáveis climáticas relevantes para a região MAP Número Mudanças 1 Secas de longa duração 2 Inundações (desabrigando pessoas e afetando a infraestrutura) 3 Extremos de temperatura (>35º C) 4 Incêndios na vegetação 5 6 7 Aumento na concentração de partículas em suspensão no ar (fumaça) Elevação da temperatura mínima Redução da umidade relativa do ar 8 Aumento da evaporação 9 Maior intensidade e distribuição de chuvas 10 Ventanias Observações nas últimas décadas na Região MAP Nível de confiança – escala ordinal, confiança proporcional à intensidade da cor Secas prolongadas em 2005 e 2010, epicentros (Lewis et al. 2011) Inundações consecutivas anuais desde 2009 (6) em Rio Branco. Inundações sem precedentes históricos na bacia do Rio Madeira em 2014. A seca de 2010 foi acompanhada temperaturas >35˚C por vários dias – observadas em plataformas de coleta de dados recém-instaladas. Relatos de moradores. Incêndios florestais no Acre, Pando e Madre de Dios em 2005 e no Acre e Pando em 2010. Dados do INPE para os anos 2005 – 2010, além de observações de moradores. Relatos de moradores notam a redução de friagens na região. Intensificação das queimadas devido a baixa umidade do ar, facilitando incêndios florestais. Nível do Rio Acre baixando rápido em poucas semanas, como em 2011, chegando ao mais baixo nível de 40 anos de dados. Relatos de moradores notando maior intensidade de chuvas. Relatos de moradores notando maior intensidade dos ventos. 4. Prováveis mudanças nos padrões climáticos da região Temos indicações de que o ciclo hidrológico tem sido intensificado globalmente (por exemplo, Durack et al., 2012; Chou et al., 2012) e na Amazônia (Gloor et al. 2013), aumentando a frequência e a intensidade de eventos extremos climáticos (IPCC, 2012). Estas mudanças acopladas a outras mudanças no uso da terra, fazem da Amazônia uma região em transição (Davidson et al. 2012; Fu et al., 2013). A região MAP está sofrendo pelo sexto ano consecutivo com alagações de grande vulto, desabrigando milhares de pessoas e provocando danos econômicos e sociais de difícil recuperação. No regime fluviométrico correspondente à elevação máxima anual durante o período das cheias, as águas do Rio Acre ocupam toda faixa da planície fluvial, normalmente ocupada pela vegetação ciliar, regulando o escoamento, que é acrescido pelas águas provenientes dos interflúvios. Elas provocam inundações que chegaram a atingir níveis superiores a 17 m, na cidade de Rio Branco (Duarte, 2011). Na região de fronteira, Assis Brasil-BR, Iñapari-PE e Bolpebra-BO, desde 2005 são observados valores de nível do Rio Acre acima da cota de alerta, culminando com inundações nos três países simultaneamente, sendo a mais grave delas a de 2012. As Figura 7 e 8 mostram as séries históricas de níveis do Rio Acre registradas nas regiões de fronteira do MAP, que afetam os municípios de Assis Brasil, Brasileia/ Epitaciolândia, no Brasil, Iñapari, no Peru e São Pedro de Bolpebra e Cobija, na Bolívia. 13 Figura 7. Série histórica das cotas de 10, 50 e 90% de permanência no Rio Acre na fronteira trinacional do MAP, com reflexos nos municípios de Assis Brasil, Iñapari e São Pedro de Bolpebra. Fonte: ANA, 2013 e Cedec/AC, 2013 Figura 8. Série histórica das cotas de 10, 50 e 90% no Rio Acre na fronteira trinacional do MAP, com reflexos nos municípios de Brasileia/Epitaciolândia e Cobija. Fonte: ANA, 2013 e Cedec/AC, 2013 Segundo Lewis et al. (2011), em 2005 o epicentro da seca amazônica foi no Leste do estado do Acre, afetando Pando-BO e também o Leste de Madre de Dios-PE. Em 2010, o epicentro migrou mais para oeste, incluindo o Oeste do Acre e Ucayali-PE Nesta situação, a bacia tri-nacional do Rio Acre com escala caraterística de dezenas de quilômetros está sujeita na íntegra a secas severas (Figura 9). 14 Figura 9. Epicentros da secas em 2005 e 2010. Fonte: Lewis et al. (2011), material suplementar Secas são cumulativas, isto é, o acúmulo de dias sem chuva leva, via evapotranspiração e escoamento sub-superficial, promove uma redução na quantidade de água no subsolo da bacia trinacional. Por sua vez, esta redução de água no subsolo significa mais estresse hídrico para a vegetação e menos água no Rio Acre e nos igarapés afluentes. 5. Elementos chaves ligados a recursos hídricos na região MAP e os impactos de cada variável climática Para a Região MAP, em geral, foram identificados cinco elementos ligados a recursos hídricos: (1) ecossistemas florestais, (2) ecossistemas aquáticos, (3) abastecimento rural e agropecuária, (4) abastecimento urbano e (4) produção de energia. A Tabela 4 mostra a organização de uma matriz preliminar de nove variáveis e cinco elementos. Nela se encontram as descrições dos impactos para as 45 combinações. Esta matriz é complexa e precisa de simplificação para priorizar ações. A confiabilidade das variáveis climáticas varia com a intensidade da cor. Tabela 4. Matriz de Vulnerabilidade preliminar antes da consolidação. Elementos ligados a recursos hídricos Inundações mais frequentes e intensas Secas mais prolongadas e intensas Variável climática Ecossistemas florestais Ecossistemas Aquáticos Redução em produtividade. Morte da vegetação por déficit hídrico. Redução em extensão. Redução da vazão (volume de água disponível para manutenção da vida aquática). Déficit hídrico do sistema aquático Erosão acelerada, processos de voçorocamento acentuado. Expansão/contração rápida da área e volume. Movimento de massa provocando deslizamento de terra e riscos socioeconômicos com perdas de vida, e edificações. Assoreamento intenso. Transporte excessivo de matéria orgânica. Abastecimento rural e agropecuária Redução em produtividade. Dificuldade de acesso a água potável (redução do volume de água para atender demanda de dessedentação animal e agricultura). Perdas da produção agrícola. Mortandade de animais (bovinos) Abastecimento urbano Produção de energia Redução em produtividade. Dificuldade de acesso a água potável. Redução do volume de água para atender demanda de abastecimento público de água potável. Redução da produção de energia hidroelétrica. Redução da mão de obra trabalhadora no processo de geração de energia. Comprometimento da qualidade da água. Dificuldade no processo de tratamento da água pela elevada turbidez e coliformes termotolerantes. Paralização do processo de geração de energia pelo nível acima da cota operacional. 15 Elementos ligados a recursos hídricos Ventos mais fortes Chuvas Aumento da mais evaporação intensas Elevação da temperatura mínima Aumento na concentração de partículas suspensão no ar (fumaça) Incêndios na vegetação mais frequentes e mais intensos Aumento de dias com temperatura extremas > 35 graus Variável climática Ecossistemas florestais Ressecamento da serrapilheira e formação de combustíveis para fogo. Ecossistemas Aquáticos Abastecimento rural e agropecuária Alterações na concentração do oxigênio dissolvido na água. Mortandade de peixes Maior demanda de água para agricultura Abastecimento urbano Aumenta de demanda de água para irrigação e consumo doméstico Produção de energia Aumento de evapotranspiração na bacia a montante de usinas hidroelétricas. Perda da pastagem e produção agrícola. Potencialmente mais escoamento e sedimentos em suspensão no período de chuvas devido a falta de vegetação rasteira. Potencialmente mais escoamento e sedimentos em suspensão no período de chuvas devido a falta de vegetação rasteira. Impacto na fotossíntese via mudança na radiação, compostos fitotóxicos e nutrientes. Sem efeito aparente Sem efeito aparente Sem efeito aparente Mudança no metabolismo e na sobrevivência e algumas espécies Mudança no metabolismo e na sobrevivência e algumas espécies Mudança na evapotranspiração Mudança na evapotranspiração Mudança na evapotranspiração Ressecamento da serapilheira e formação de combustíveis para fogo. Redução de água líquida no solo e nos ecossistemas aquáticos. Menos água disponível Menos água disponível Menos água disponível Maior transporte de matéria orgânica. Mais erosão Alteração na qualidade da água por elevação da turbidez. Mais erosão afetando açudes Mais erosão e inundações rápidas. Mais erosão e inundações rápidas. Queda de árvores. Riscos socioeconômicos (perda de edificações) Mudança na estratificação de lagos, aumenta troca de gases. Erosão nas margens via ondas. Queda de árvores. Riscos socioeconômicos (perda de edificações) Queda de árvores. Riscos socioeconômicos (perda de edificações) Mudança na estratificação de lagos, aumenta troca de gases. Erosão nas margens via ondas. Aumento na liberação de CO2 pela floresta. Aumento de lixiviação de nutrientes, cinzas e compostos orgânicos pirogênicos para os açudes, rios e lagos. Impacto na fotossíntese via mudança na radiação, compostos fitotóxicos e nutrientes. 6. Priorizando três variáveis climáticas e três elementos A matriz acima envolve uma lista de nove variáveis climáticas (mudanças) e cinco elementos para uma matriz de 45 impactos. Para fins de análise de riscos e vulnerabilidade é necessário reduzir esta matriz para poucas variáveis e elementos. Neste caso, reduzimos os elementos para três: ecossistemas florestais, ecossistemas aquáticos e centros populacionais. As variáveis climáticas foram reduzidas a secas prolongadas, inundações e temperaturas acima de 35 graus. 7. Determinação das categorias de probabilidade, categorias de consequências e atribuição de um risco de impacto. Estes passos foram desenvolvidos conjuntamente. A categoria de probabilidade foi para secas prolongadas e temperaturas altas ~ 5 anos e inundações ~ 1 ano, porém, esta frequência provavelmente está mudando. As categorias de consequências para estes eventos estão resumidas em uma: maior para inundações e secas prolongadas - perda semipermanente de um serviço ambiental, perigo de danos persistentes, perturbação maior de fontes ou mercados afetando 16 negócios, declínio em serviços e qualidade de vida em comunidades, instâncias isoladas de pessoas feridas ou mortes humanas. No caso de temperaturas altas, a categoria de consequência foi moderada: danos ambientais reversíveis, declínio isolados em serviços ambientais, poucas pessoas altamente afetadas. O risco de impacto negativo para secas prolongadas nos elementos foi calculado como alto. Idem para inundações, com a exceção de ecossistemas florestais. No caso de altas temperaturas o risco foi calculado como médio. Com esta matriz é possível avançar na questão de adaptação e nível de vulnerabilidade (Tabela 5). Tabela 5. Matriz de Risco: a intensidade da cor marrom indica o risco: mais escuro maior, menos escuro moderado Elementos ligados a recursos hídricos Aumento de dias com temperatu ra extremas > 35˚C Possivel Inundações mais frequentes e intensas Secas mais prolongada s e intensas Possivel Variável climática Ecossistemas florestais Ecossistemas Aquáticos Centros populacionais Redução em produtividade. Morte da vegetação por déficit hídrico. Incêndios florestais Redução em extensão. Redução da vazão (volume de água disponível para manutenção da vida aquática). Déficit hídrico do sistema aquático Dificuldade de acesso a água potável (redução do volume de água para atender demanda de dessedentação animal e agricultura). Fumaça e problemas de saúde Erosão acelerada, processos de voçorocamento acentuado. Expansão/contração rápida da área e volume. Assoreamento intenso. Transporte excessivo de matéria orgânica. Mais contaminação via lixiviação dos centros urbanos. Perdas e prejuízos a habitações, e infraestrutura. Movimento de massa provocando deslizamento de terra e riscos socioeconômicos com perdas de vida, e edificações, Ressecamento serapilheira formação combustíveis fogo. Alterações na concentração do oxigênio dissolvido na água. Mortandade de peixes da e de para Maior demanda de água. Maior estrese térmica. Maior evapotranspiração. 8. Descrição das respostas de adaptação e determinação da capacidade adaptativa e do nível de vulnerabilidade. O resultado desta integração está na Tabela 6, onde a capacidade adaptativa (baixa-média) aos riscos gera uma vulnerabilidade média ou alta. Tabela 6. Matriz de vulnerabilidade baseada no nível de capacidade de adaptação e os riscos de impactos. Cor de rosa mais intenso significa alta vulnerabilidade, menos intensa significa moderada vulnerabilidade. Elementos ligados a recursos hídricos Mudanças Secas mais prolongadas e intensas Inundações mais frequentes e intensas Aumento de dias com temperatura extremas > 35 graus C Ecossistemas florestais Evitar que fogo espalha nas florestas via educação e resposta rápida de indivíduos, brigadas e bombeiros. Capacidade: baixa Evitar desmatamento em áreas íngremes e marginais de corpos de água. Capacidade: baixa Manter cobertura florestal. Capacidade: baixa Ecossistemas Aquáticos Centros populacionais Manter poços de agua profunda onde fauna aquática podem se refugiar (manter jacarés no ecossistema? Regularização do fluxo dos rios?) . Capacidade: baixa Evitar que fogo espalhe, liberando nutrientes, cinzas e compostos pirogênicos a água. Capacidade: baixa Preparar fontes de água fluvial de açudes e subterrânea como capacidade de fornecer água durante uma seca prolongada. Capacidade: media Evitar desmatamento em áreas íngremes e marginais de corpos de água. Capacidade: baixa Manter cobertura florestal. Capacidade: baixa Remover pessoas de áreas de risco. Evitar desmatamento em áreas íngremes e marginais de corpos de água. Capacidade: baixa Preparar para uma demanda crescente de água potável. Capacidade: alta. 17 9. Síntese do risco ou da avaliação de vulnerabilidade O papel da construção de matrizes de risco e vulnerabilidade é organizar as variáveis climáticas, os elementos impactados, a frequência e o grau de impacto ou adaptação. Esta construção mostra também onde faltam dados para melhor ordenar prioridades, e deixar mais explícita a subjetividade em alguns casos. Também, é evidente que eventos fora da bacia, como a inundação produzida pelos Rios Madre de Dios, Beni e Madeira, podem ter impactos indiretos profundos na capacidade de resposta dentro da bacia trinacional, como foi mostrado entre fevereiro a abril de 2014 quando a resposta a inundação do Rio Acre foi comprometida pelo impacto do corte de transporte na estrada BR-364, inundada pelo Rio Madeira em Rondônia. Consequentemente esta análise deve ser considerada parcial em relação a vulnerabilidade de recursos hídricos a mudanças climáticas porque é restrito geograficamente a bacia tri-nacional. A alta frequência de inundações e secas prolongadas, especialmente na bacia do Rio Acre, gera grandes impactos. A capacidade de adaptação é baixa ou média, gerando de moderada a alta vulnerabilidade em geral. Esta é uma análise agrupada para três unidades políticas diferentes e portanto, tem limitações em termos de recomendações de ações. Mesmo assim, o conjunto de experiências recentes reforça a previsão de que os eventos extremos estão crescendo em intensidade e frequência, algo comum para todos na bacia trinacional do Rio Acre. Como inundações e secas prolongadas produzem os maiores impactos, elas devem ser o foco de adaptação de imediato. Sistemas de alerta, nas palavras do Marco de Ação de Hyogo da ONU, devem ser priorizados. 10. Plano de ação: estratégias prioritárias de adaptação, políticas e planejamento Três estratégias de adaptação podem ser prioritizadas: (1) Reduzir o vulnerabilidade das comunidades às mudanças e tendências de extremos hidrometeorológicas; (2) Proteger e restaurar os ecossistemas que fornecem recursos críticos de água e outros recursos naturais; e (3) Reduzir o desequilíbrio entre a oferta e a demanda de água. A Tabela 7 organiza as respostas de politicas públicas, capacitação e ações diretas. Vale resaltar a necessidade de maior entrosamente entre as sociedades civis, governos locais e regionais e sistemas educacionais dos três paises para promover adaptação na bacia trinacional do Rio Acre. 18 Tabela 7. Plano de ação: estratégias prioritárias de adaptação, políticas e planejamento. Adaptado de Bergkamp, et al.( 2003). Estratégias prioritárias de adaptação Políticas e planejamento Melhorar o uso da terra e os critérios de segurança de planejamento em recursos hídricos e infraestrutura. Introduzir monitoramento integrado de eventos hidrológicos críticos na região de fronteira. Reforçar ou introduzir programas de preparação e adaptação para secas e inundações. 1) Reduzir o vulnerabilidade das comunidades às mudanças e tendências de extremos hidrometeorológicas. Assegurar o cumprimento da legislação em vigor, reforçando a fiscalização. Avançar em pesquisa sobre mudanças ambientais e alterações provocadas pela presença humana nos ecossistemas naturais. Estudar s efeitos das dragas de areia na fronteira. Motivar a assinatura do Acordo Multilateral Brasil-Bolívia-Peru para gestão compartilhada da bacia do Rio Acre. 2) Proteger e restaurar os ecossistemas que fornecem recursos críticos de água e outros recursos naturais . Desenvolver planos para a proteção e restauração das águas subterrâneas para garantir o armazenamento de água para os períodos secos. Monitoramento permanente do desmatamento, queimadas e incêndios florestais. Construção de capacidades Ações diretas e intervenções Compartilhar informações dentro e entre governos, setor privado e sociedade civil; Implantar infraestrutura para contenção de cheias (regularização de vazão) nas áreas de influência do Rio Acre ; Expandir sistemas de alertas para a área rural e os sistemas de resposta para desastres naturais. Reforçar ou introduzir medidas de gestão de bacias hidrográficas; Capacitar técnicos locais para o desenvolvimento e uso de modelos de previsão hidrológicos. Construir e melhorar a infraestrutura urbana para suportar os extremos do clima (ventanias, temporais, elevadas temperaturas e alagações). Formar brigadas e capacitar produtores rurais para agir frente a desastres naturais. Melhorar o sistema de comunicação entre os países, especialmente na zona rural. Maior envolvimento da sociedade civil na prevenção de riscos. Ampliar programas de reflorestamento de nascentes e matas ciliares na Bacia do Rio Acre. Envolvimento das universidades e instituições de pesquisa na solução dos problemas locais. Promover o monitoramento integrado dos níveis dos rios compartilhados na fronteira. Promover uma maior participação e fortalecer as defesas civis da região MAP, através de uma maior integração entre as diferentes instituições. Densificar as estações hidrometeorológicas e implementar novas tecnologias para automação de dados no monitoramento na Região MAP, em cooperação entre os três países. Restaurar e preservar florestas para reduzir a erosão do solo e fluxo de sedimentos; Desenvolver Campanha de Sensibilização popular sobre a necessidade de manutenção dos recursos terrestres e aquáticos. Manter vazão ecológica e preservar as matas ciliares. Estudar a problemática da pesca e promover uma gestão integrada trinacional da mesma 3) Reduzir o desequilíbrio entre a oferta e a demanda de água. Otimizar a regulação da água, com a participação social no processo de economia e alternativas. Introduzir uma maior flexibilidade para combinar a qualidade da água com as demandas locais e regionais. Regularizar os instrumentos de gestão dos recursos hídricos (outorga, enquadramento e fiscalização). Desenvolver programas de Educação Ambiental para sensibilizar a população e os usuários sobre a necessidade de equilibrar a oferta e a demanda, no ambiente doméstico e industrial; Capacitar agricultores e outros usuários de água para aplicação eficiente de técnicas de reutilização da água. Implementar medidas de demandas-secundárias, tais como a reciclagem, tecnologias de uso final de conservação, dentre outras; Desenvolver medidas convencionais convencionais para oferta de água. e não- 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERENGUER, ERIKA, JOICE FERREIRA, TOBY ALAN GARDNER, LUIZ EDUARDO OLIVEIRA CRUZ ARAGÃO, PLÍNIO BARBOSA DE CAMARGO, CARLOS EDUARDO CERRI, MARIANA DURIGAN, RAIMUNDO COSME DE OLIVEIRA, IMA CÉLIA GUIMARÃES VIEIRA, AND JOS BARLOW. 2014. “A Large-scale Field Assessment of Carbon Stocks in Human-modified Tropical Forests.” Global Change Biology, May, n/a–n/a. doi:10.1111/gcb.12627. CHOU, CHIA, JOHN C. H. CHIANG, CHIA-WEI LAN, CHIA-HUI CHUNG, YI-CHUN LIAO, AND CHIA-JUNG LEE. 2013. “Increase in the Range Between Wet and Dry Season Precipitation.” Nature Geosci 6 (4): 263–67. doi:10.1038/ngeo1744. DAVIDSON, Eric A., Alessandro C. de Araújo, Paulo Artaxo, Jennifer K. Balch, I. Foster Brown, Mercedes M. C. Bustamante, Michael T. Coe, et al. 2012. “The Amazon Basin in Transition.” Nature 481, no. 7381 (January 19, 2012): 321–328. doi:10.1038/nature10717. DUARTE, A. 2012. Sazonalidade de Alagações e Secas na capital do Acre, Rio Branco, Amazônia Ocidental. 2011. Disponível em: www.sic2011.com/sic/arq/7540126398118 7540126398.pdf. Acesso em: 10/dez/2012 DURACK, PAUL J., SUSAN E. WIJFFELS, and RICHARD J. MATEAR. 2012. “Ocean Salinities Reveal Strong Global Water Cycle Intensification During 1950 to 2000.” Science 336 (6080): 455 - 458. doi:10.1126/Science.1212222. FU RONG, LEI YIN, WENHONG LI, PAOLA A. ARIAS, ROBERT E. DICKINSON, LEI HUANG, SUDIP CHAKRABORTY, et al. 2013. “Increased Dry-Season Length over Southern Amazonia in Recent Decades and Its Implication for Future Climate Projection.” Proceedings of the National Academy of Sciences. doi:10.1073/pnas.1302584110. http://www.pnas.org/content/early/2013/10/15/1302584110.abstract. GLOOR, M., R. J. W. BRIENEN, D. GALBRAITH, T. R. FELDPAUSCH, J. SCHÖNGART, J.-L. GUYOT, J. C. ESPINOZA, J. LLOYD, and O. L. PHILLIPS. 2013. “Intensification of the Amazon Hydrological Cycle over the Last Two Decades.” Geophysical Research Letters: n/a–n/a. doi:10.1002/grl.50377. HANSEN, M. C., P. V. POTAPOV, R. MOORE, M. HANCHER, S. A. TURUBANOVA, A. TYUKAVINA, D. THAU, ET AL. 2013. “High-Resolution Global Maps of 21st-Century Forest Cover Change.” Science 342 (6160): 850–53. doi:10.1126/Science.1244693. IPCC, 2012: “Resumen para responsables de políticas”en el Informe especial sobre la gestión de los riesgos de fenómenos meteorológicos extremos y desastres para mejorar la adaptación al cambio climático [edición a cargo de C. B. Field, C. B., V. Barros, T. F. Stocker, D. Qin, D. J. Dokken, K. L. Ebi, M. D. Mastrandrea, K. J. Mach, G. -K. Plattner, S. K. Allen, M. Tignor, y P. M. Midgley]. Informe especial de los Grupos de trabajo I y II del Grupo Intergubernamental de Expertos sobre el Cambio Climático, Cambridge University Press, Cambridge, Reino Unido y Nueva York, Nueva York, Estados Unidos de América, págs. 1-19. 2012. LATUF, M. O. 2011. Modelagem hidrológica aplicada ao planejamento dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do Rio Acre. Tese de Doutorado em Geografia – UNESP, Presidente Prudente, SP. LEWIS, SIMON L., PAULO M. BRANDO, OLIVER L. PHILLIPS, GEERTJE M. F. VAN DER HEIJDEN, and DANIEL NEPSTAD. 2011. “The 2010 Amazon Drought.” Science 331 (6017): 554. doi:10.1126/science.1200807. 20 MARENGO, J. Laura S. Borma, Daniel A. Rodriguez, Patrícia Pinho, Wagner R. Soares, Lincoln M. Alves. 2013. Recent Extremes of Drought and Flooding in Amazonia: Vulnerabilities and Human Adaptation. American Journal of Climate Change, 2013, 2, 87-96 doi:10.4236/ajcc.2013.22009. MENDOZA, E. STEPHEN PERZ, MARIANNE SCHMINK, AND DANIEL NEPSTAD. 2007. Participatory Stakeholder Workshops to Mitigate Impacts of Road Paving in the Southwestern Amazon. Vol. 5.http://www.conservationandsociety.org/article.asp?issn=09724923;year=2007;volume=5;issue=3;spage=382;epage=407;aulast=Mendoza MORA, CAMILO, ABBY G. FRAZIER, RYAN J. LONGMAN, RACHEL S. DACKS, MAYA M. WALTON, ERIC J. TONG, JOSEPH J. SANCHEZ, et al. 2013. “The Projected Timing of Climate Departure from Recent Variability.” Nature 502 (7470): 183–87. QQCCCE. Queensland Climate Change Centre of Excellence. 2011. Climate change risk management matrix: a process for assessing impacts, adaptation, risk and vulnerability. Department of Environment and Resource Management, Toowoomba Qld Australia. 20 p. REIS, V. L.; REYES, J. F. (Org.). Rumo à gestão participativa da Bacia do Alto Rio Acre. Diagnóstico e avanços. Universidade Federal do Acre – UFAC e WWF- BRASIL-World Wildlife Fund. 2007. SOARES-FILHO, BRITALDO SILVEIRA, DANIEL CURTIS NEPSTAD, LISA M. CURRAN, GUSTAVO COUTINHO CERQUEIRA, RICARDO ALEXANDRINO GARCIA, CLAUDIA AZEVEDO RAMOS, ELIANE VOLL, ALICE MCDONALD, PAUL LEFEBVRE, AND PETER SCHLESINGER. 2006. “Modelling Conservation in the Amazon Basin.” Nature 440 (7083): 520–23. doi:10.1038/nature04389. TAC-Technical Advisory Committee. 2000. Manejo Integrado de Recursos Hídricos. Global Water Partnership, Background Paper no. 4. Stockholm, Sweden. ISBN 91-631-0058-4.80p. WOUTERS, PATRICIA. 2013. Derecho Internacional: Facilitando la cooperación transfronteriza del agua. Global Water Partnership, Background Paper no. 17. Stockholm, Sweden. ISBN: 978-91-85321-70-4 . 97 p. 21