Veículos Pesquisados

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Veículos Pesquisados
Edição número 1838 segunda-feira, 06 de junho de 2011
Fechamento: 09h00
Veículos Pesquisados:
Clipping CUT é um trabalho diário de captação de notícias realizado pela equipe da
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Estadão
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Pará faz da região Norte a nova campeã de homicídios (Política)
No começo de fevereiro, o delegado Alberto Teixeira, superintendente da Polícia Civil
em Marabá, no Pará, decidiu colocar todo o efetivo nas ruas. À noite, liderou um
comboio de cerca de 20 carros pela cidade. No jargão local, é o que se chama de
"patrulhão".
A ideia era fazer uma blitz nos pontos mais notórios de tráfico de drogas. Não demorou
para que o patrulhão se desmantelasse. Relatos de assassinatos cometidos por duplas
em motocicletas começaram a pipocar em diferentes pontos da cidade, cortada em
três setores distintos pelos Rios Tocantins e Itacaiúnas.
"Foi um cartão de boas-vindas mandado pelo tráfico", disse Teixeira, especialista em
combate ao crime organizado. "Em 19 anos de polícia, nunca tinha visto nada
parecido", acrescentou o delegado, que há pouco mais de quatro meses trocou Belém
pelo principal município do "Polígono da Violência" - região no sudeste do Pará que
concentra 14 cidades com altas taxas de assassinatos.
Graças principalmente à espiral de violência nessa área, a Região Norte ultrapassou o
Nordeste e é, pela primeira vez, a campeã de homicídios no País. Teve quase 34
mortos por 100 mil habitantes em 2009. Cinco anos antes, com taxa de 23/100 mil,
estava em quarto lugar, à frente apenas da Região Sul, segundo o Sistema de
Informações de Mortalidade, do Ministério da Saúde.
Marabá, que reivindica o posto de capital do futuro Estado de Carajás, caso o
desmembramento do Pará seja aprovado em plebiscito, está em primeiro lugar no
ranking da matança - teve, entre 2007 e 2009, uma média anual de 114 homicídios
por 100 mil habitantes. A cidade tem pouco mais de 200 mil moradores, o mesmo que
o distrito paulistano de Cidade Dutra, onde 30 pessoas foram mortas em 2009 - em
Marabá, a título de comparação, foram 271.
Na vizinha Nova Ipixuna, onde foram mortos os líderes extrativistas José Cláudio
Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, a taxa é de 78 assassinatos por 100 mil
habitantes. Na média dos 14 municípios que formam o Polígono da Violência, o índice
chega a 91/100 mil - superior ao de Honduras, o país mais violento do mundo, com
cerca de 60/100 mil.
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Oposição insistirá em convocação e CPI no caso Palocci
Eugênia Lopes e Rosa Costa (Política)
Insatisfeita com as explicações dadas por Antonio Palocci sobre a multiplicação de seu
patrimônio em 20 vezes nos últimos quatro anos, os partidos de oposição vão insistir
na convocação do ministro-chefe da Casa Civil na Câmara e no Senado. Só em 2010
ele faturou R$ 20 milhões com a empresa de consultoria, a Projeto. Ao mesmo tempo,
a oposição tenta obter as assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) para investigar o ministro.
A avaliação da oposição e da base é que a situação de Palocci se agravou ainda mais
com a denúncia publicada pela revista Veja de que o apartamento de 640 metros
quadrados que o ministro aluga, em São Paulo, seria de empresa dirigida por laranjas um deles de 23 anos e o outro de 17. "Isso complicou a situação dele", admitiu o
senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). "Cada hora ele tem de dar uma explicação",
completou.
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Eunício disse que vai pôr em
votação na quarta-feira os dois requerimentos de convocação de Palocci. "Não vou
ficar mal com os meus colegas porque o governo não põe gente lá na CCJ", afirmou.
Eunício defendeu que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decida logo
sobre a abertura ou não de inquérito para investigar o ministro.
Além da convocação, a oposição trabalha com a hipótese de obter assinaturas para a
criação da CPI. O otimismo é maior no Senado, onde já foram obtidas 19 adesões à
comissão - são necessárias 27 assinaturas de senadores. "Como a entrevista do
ministro foi deplorável, e agora com essa história do apartamento, a nossa esperança
é que vários senadores assinem o pedido de CPI", disse o líder do PSDB, senador
Alvaro Dias (PR).
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Emprego cresce rápido, menos na indústria
Mercado de trabalho segue aquecido com os setores comercial e o de serviços
sustentando os índices, já que na indústria o emprego anda de lado
Marcelo Rehder (Economia)
O mercado de trabalho continua vigoroso, constituindo uma fonte de sustentação do
consumo e dificultando a tarefa do Banco Central (BC) de reduzir as pressões de
demanda sobre a inflação. Contudo, o emprego ainda anda de lado na indústria.
Quem está puxando as contratações são os setores de serviços, comércio e construção
civil, que foram impulsionados pela ampliação da massa de rendimentos, sem
sofrerem concorrência de importados, ao contrário do setor industrial.
Até o mês de abril, os serviços responderam por mais da metade dos 3,295 milhões de
postos de trabalho com carteira assinada que foram abertos em todo o Brasil depois do
impacto da crise mundial, em outubro de 2008. Nesse período, a indústria abriu 376
mil vagas, contra 1,705 milhão de novos postos nos serviços, segundo dados do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
No comércio, onde os produtos importados podem representar preços menores ou
lucros maiores, a oferta de emprego superou a indústria em 158%. O setor abriu 971
mil vagas, enquanto a construção civil garantiu outros 425 mil empregos formais.
Os especialistas dizem que a indústria tende a ficar ainda mais para trás na criação de
empregos Entre os segmentos do comércio que hoje mais oferecem vagas estão os
supermercados. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, iniciou na semana passada
seleção para preenchimento de mil vagas em diversas funções para lojas da rede só na
capital paulista.
Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, os serviços e o comércio têm
sido a plataforma segura do crescimento do emprego nos últimos anos, enquanto a
indústria tem sido o fator volátil.
"Em anos bons, a indústria cresce muito e em anos ruins, cai bastante, como parece
que será o caso agora", diz o economista. "Para 2011, esperamos novamente isso, a
indústria crescendo muito pouco e contribuindo menos para a geração de emprego."
Competição. A produção não consegue competir em preços com os produtos
importados, que ficam cada vez mais baratos graças à valorização do real em relação
ao dólar. Assim, cresce o número de empresas que deixam de produzir aqui e passam
a importar produtos acabados.
Por outro lado, muitos fabricantes se veem obrigados a ajustar a produção à nova
realidade de mercado. Um exemplo claro disso é a Whirpool Latin American, dona das
marcas Brastemp e Consul, uma das poucas empresas que ainda fabricam
condicionadores de ar modelo split no País.
Nos últimos 30 dias, a Whirpool demitiu ao menos 290 funcionários de sua fábrica de
fornos de micro-ondas, lava-louças e condicionadores de ar em Manaus. "Esse foi o
número de trabalhadores que tinha mais de um ano no emprego e cuja homologação
foi feita no sindicato", conta Valdemir Santana, presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos do Amazonas.
"Eles podem ter demitido empregados com menos de um ano de casa e que não
precisam passar pelo sindicato", observa o sindicalista. A unidade de Manaus, segundo
ele, empregava cerca de 1,9 mil pessoas.
A Whirpool informou, por meio de nota, que as demissões foram necessárias para
adequar o volume de produção à demanda do mercado. Segundo a empresa, o
aumento das importações de condicionadores de ar modelo split tem provocado a
queda no volume de produção nacional. A empresa não divulgou o número das
demissões em Manaus.
Além do avanço das importações, que transfere empregos da indústria para o comércio
ou para fora do País, o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico
(Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, cita que as medidas do governo para restringir o
crédito ao consumido começam a surtir efeito. " A desaceleração está aí e pode piorar,
até porque a gente não viu nem metade do que os chineses vão fazer aqui no Brasil."
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Obras em rodovias não saem do papel
Concessionárias de sete rodovias federais privatizadas em 2007 só investiram 55% do
que estava previsto nos editais para os primeiros três anos
Renée Pereira (Economia)
As grandes obras previstas nos contratos de concessão das sete rodovias federais,
leiloadas em outubro de 2007 pelo governo Lula, continuam no papel. Levantamento
feito pelo ‗Estado‘, com base nos editais de licitação e nos investimentos informados
pelas concessionárias, mostra que só 55% do valor definido para os três primeiros
anos de concessão foram aplicados nas estradas: R$ 2,05 bilhões dos R$ 3,6 bilhões
determinados.
Os atrasos envolvem obras nas rodovias administradas pelas espanholas OHL e
Acciona e a brasileira BRVias, do empresário Antonio Beldi e da família Constantino,
dona da Gol. Em 2007, essas empresas causaram frisson no mercado ao arrematarem
rodovias como Régis Bittencourt e Fernão dias, oferecendo pedágios que variavam de
R$ 0,997 a R$ 2,94 - valores bem abaixo dos praticados no primeiro leilão de rodovias
federais e nos leilões paulistas.
Pelas regras do edital, as vencedoras se comprometiam a investir cerca de R$ 5
bilhões nos primeiros cinco anos de concessão. As condições animaram a população.
Afinal, o brasileiro ia pagar menos pelo pedágio e ter uma qualidade melhor. Os
investimentos incluíam os trabalhos iniciais (preparar a rodovia com pavimentação e
sinalização para iniciar a cobrança do pedágio), obras de melhoria e ampliações,
edificações e equipamentos.
Mas os planos ficaram no meio do caminho e os cronogramas foram alterados,
afetando diretamente a vida da população que depende das rodovias. Projetos que
deveriam ser entregues no ano que vem, por exemplo, foram prorrogados para 2015.
Outros ainda nem têm previsão de início ou término das obras.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável pela fiscalização das
rodovias, atribui boa parte dos atrasos à dificuldade para obter o licenciamento
ambiental dos empreendimentos e a complexidade dos projetos. "Nossa legislação é
muito complicada e dá brechas para questionamentos judiciais", afirma o
superintendente de Exploração de Infraestrutura Rodoviária da ANTT, Mário Mondolfo.
Ele diz que as obras das rodovias federais estão praticamente paradas por falta de
licenças ou impasses relacionados a desapropriação. Mas há situações em que as
empresas nem terminaram os estudos para dar entrada no Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Um dos casos mais emblemáticos é a duplicação da Serra do Cafezal, na Régis
Bittencourt, em São Paulo, que deve ficar pronta em 2015. O trecho de cerca de 30
quilômetros, de pista simples, tem elevado índice de acidentes por causa do fluxo de
veículos pesados. A OHL, controladora da Autopista Regis Bittencourt, conseguiu
licença apenas para o pé e o topo da serra, onde os trabalhos já foram iniciados. Mas
os 19 km mais complicados, que englobam o centro da serra, ainda estão em estudos.
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Pedágio aumenta, mesmo sem obras
Atraso nos investimentos é um dos itens no processo de reajuste de tarifas, mas isso
não impediu o aumento de até 39% desde 2007
Renée Pereira (Economia)
O atraso nos investimentos é um dos itens analisados no processo anual de reajuste
das tarifas de pedágios. Todos os valores previstos para o ano e não aplicados são
descontados do fluxo de caixa da concessionária. Ou seja, são deduzidos da tarifa.
Apesar disso, desde a concessão das rodovias federais, em 2007, o preço do pedágio
subiu entre 22% e 39%. No período, considerando que os aumentos ocorrem em datas
diferentes (dezembro, fevereiro e março), a inflação subiu entre 19% e 22%.
A Rodovia do Aço (BR-393), da espanhola Acciona, teve o maior reajuste do período. O
preço do pedágio subiu 39,45%, de R$ 2,94 para R$ 4,10. De todas as sete
concessões, a empresa foi a que conseguiu executar maior volume de investimentos:
87% do valor previsto no edital. Mas vale ressaltar que era a rodovia com menor
volume de investimentos a realizar nos primeiros três anos.
O segundo maior reajuste, de 36,18%, ocorreu na Autopista Litoral Sul, que
apresentou o menor volume de investimento no período. Ao todo, a concessionária
investiu 41% do previsto.
Em seguida vêm os aumentos da Régis, de 24,63%; Fernão Dias, 30,39%; Autopista
Fluminense, 24%; Planalto Sul, 22,05%; e Transbrasiliana, 22,45%. No ano de 2009,
Régis e Fernão Dias não tiveram aumento por causa dos atrasos nos investimentos.
Mas, em 2010, os reajustes foram de 13,33% e 18,88%, respectivamente. A inflação
do período ficou em torno de 6%.
Multa. Se a lentidão dos investimentos for decorrente de fatores que extrapolam ao
controle das concessionárias, a única penalidade é compensar no pedágio. Mas, se for
constatado que os projetos não foram realizados por problemas da companhia, além
da dedução no valor da tarifa, ela é multada, afirma o superintendente de Exploração
de Infraestrutura Rodoviária da ANTT, Mário Mondolfo.
Ele conta que, embora a maioria dos atrasos sejam decorrentes de licenciamento e
problemas de desapropriação, há casos de atraso em investimentos por problemas da
própria empresa. São obras menores, como a construção de uma passarela, de
acessos e trevos. Há ainda multas por serviços inadequados.
De acordo com o relatório da ANTT, de 2009 (último publicado), a Régis Bittencourt
teve dez autos de infração no ano por causa de sinalização inadequada, buracos na
pista e depressão na pista, entre outros. Na Fernão Dias, foram 15 autos de infração;
na Fluminense, 1; Transbrasiliana, 1; Rodovia do Aço, 9; Litoral Sul, 2; e Planalto Sul,
4.
Na avaliação do professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, o modelo das
concessões rodoviárias no Brasil está errada. Ele suspeita que o atraso nos
investimentos seja decorrente das tarifas baixas ofertadas pelas concessionárias no
leilão de 2007. "Foi quase uma tarifa social." Para ele, uma tarifa muito baixa é tão
maléfica para a sociedade quanto uma tarifa muito alta. "As construções que precisam
ser feitas são caras, exigem elevadas quantias de dinheiros."
A OHL, detentora de cinco das sete rodovias federais leiloadas em 2007, diz que tem
dinheiro em caixa para fazer todos os projetos. O problema é o licenciamento
ambiental e as desapropriações.
Folha de S.Paulo
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Medo de desgaste amplia pressão para afastar Palocci (Poder)
Deputados pedem que Dilma defina futuro de ministro logo para encerrar
crise
Esforço para anular convocação para depor na Câmara teria custo político muito alto
para aliados da presidente
Aliados da presidente Dilma Rousseff expressaram preocupação no fim de semana com
o desgaste político que ela poderá sofrer se mantiver por muito tempo indefinido o
futuro do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.
Os principais ministros consideram a permanência de Palocci perto do insustentável.
Ele perdeu apoio na cúpula do PT e entre os dirigentes de partidos aliados ao Planalto.
As relações do governo com o Congresso estão sem comando.
Amanhã haverá mais uma operação com potencial de alto risco político para o Planalto.
Os deputados da base governista terão de sustentar em público a derrubada de uma
convocação de Palocci para depor na Comissão de Agricultura da Câmara.
O Planalto dispõe de energia para derrubar essa convocação, mas será inútil se Palocci
depois acabar sendo demitido. Deputados têm pressionado o Planalto nos bastidores
para que se evite prolongar o desgaste provocado pela crise, que já dura mais de três
semanas.
Apesar da escalada da crise, Dilma passou o dia ontem sem se manifestar sobre sua
decisão. Alguns ministros e assessores da presidente dizem que é uma questão de
tempo apenas para que ela dispense Palocci, mas ninguém se atrevia a fazer essa
afirmação em público.
A presidente tem avaliado sobre se deve demitir seu principal auxiliar ou se espera a
manifestação da Procuradoria-Geral da República a respeito do caso. Ela pretendia
discutir o tema ontem à noite com o ex-presidente Lula num jantar em Brasília.
Conforme antecipou ontem a Folha, Dilma tomará a decisão final sobre a permanência
de Palocci junto com Lula. A presidente tem ouvido argumentos de Palocci e de alguns
poucos petistas que julgam mais prudente aguardar a resposta do procurador-geral,
Roberto Gurgel, que já recebeu explicações do ministro.
Se Gurgel optar por não abrir uma investigação, o ministro ganharia uma sobrevida. O
problema é que não se sabe quando o procurador-geral vai se pronunciar e a lei não
impõe prazo para a manifestação.
A Folha revelou em 15 de maio que Palocci multiplicou seu patrimônio 20 vezes nos
últimos quatro anos. Em 2010, ele faturou R$ 20 milhões com uma empresa de
consultoria, a Projeto.
Na sexta-feira Palocci deu entrevistas, mas não revelou quem foram seus clientes nem
o que ofereceu como serviços a essas empresas.
Esta é a primeira crise política enfrentada por Dilma, que não demitiu nenhum ministro
desde o início de seu governo.
Por essa razão, vários assessores da presidente não sabiam dizer com exatidão como
ela agirá se resolver dispensar Palocci -se vai mandar algum emissário falar com ele ou
se vai preferir chamá-lo para comunicar o que foi decidido.
O desgaste político já é real. O governo teve acesso a pesquisas que mostram dano na
imagem de Dilma após o caso Palocci.
Um estudo já concluído em São Paulo -e apresentado ao Planalto por um interlocutor
do governo- aponta uma queda de 15 pontos percentuais na avaliação positiva de
Dilma na capital.
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Caso Palocci torna governo mais dependente do PMDB
Partido colhe dividendos da crise e alerta Dilma que "não se ganha no tranco"
Josias de Souza (Poder)
A crise que rói o prestígio de Antonio Palocci produziu um deslocamento do eixo
político do governo Dilma.
Depreciado na composição do ministério e submetido a um conta-gotas no rateio do
segundo escalão, o PMDB ganha proeminência.
Mais dependente do partido do que gostaria, Dilma viu-se compelida a mandar
desengavetar pedidos de nomeação do PMDB. Transferiu de Palocci para o ministro
Luiz Sérgio (Relações Institucionais) a triagem de nomes.
Uma semana após mandar Palocci ameaçar o vice-presidente Michel Temer com a
demissão de ministros peemedebistas, Dilma se reaproximou dele.
Disse a interlocutores que planeja valer-se da experiência de Temer, ex-deputado por
cinco mandatos, três vezes presidente da Câmara.
Na sexta-feira, dois senadores governistas testemunharam uma cena que dá ideia dos
novos ares. Estavam na sala de um auxiliar de Dilma. Soou o telefone.
Era um petista informando que a Executiva do PT não apoiaria Palocci. "Vocês estão
empurrando o governo para o colo do PMDB", reagiu o operador de Dilma.
No mesmo dia, com seu peculiar pragmatismo, o PMDB apressou-se em franquear o
colo a Palocci. Líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) disse que não
há hipótese de um de seus 79 liderados assinar o requerimento de CPI.
"Se estão pensando que damos apoio a Palocci por conta de cargos, digo: o governo
pode congelar as legítimas pretensões que o partido ainda pode ter". E acrescentou:
"Essa não é a hora de exigir, mas de oferecer".
Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado, ecoou o gesto: "O PMDB não vai
participar de nenhuma conspiração para fragilizar o ministro Palocci nem para expor o
governo Dilma".
Nas entrelinhas, a mensagem: mediante as compensações de praxe, o PMDB se dispõe
até a proteger Dilma da infidelidade do PT.
CONSTRANGIMENTOS
Nos primeiros meses, como que decidida a diferenciar-se de Lula, Dilma submetera o
PMDB a constrangimentos. Entregou à legenda menos ministérios do que os
requeridos. A pasta da Integração Nacional foi para o PSB. A da Saúde, para o PT.
Iniciado o governo, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) trocou ofensas com
petistas. Brigavam por cargos de Furnas, de onde Cunha devia ser desalojado, por
ordem de Dilma. Temer teve de conter o temperamento mercurial do deputado, seu
amigo.
Na semana passada, Cunha pegava em lanças por Palocci no plenário.
Há um PMDB diferente na praça. Na era tucana, o partido vivia em guerrilha interna.
Sob Lula, dividiu-se em dois: o do Senado e o da Câmara. Com Dilma, exibe uma
coesão que parecia inatingível. "Essa unidade é a nossa força, impõe respeito", jactase Henrique Eduardo Alves.
A pujança revelou-se em duas votações na Câmara. Na do salário mínimo de R$ 545, a
bancada do PMDB deu 100% de seus votos ao governo. Na do Código Florestal, impôs
a Dilma sua primeira grande derrota legislativa.
A presidente esboçou o pior tipo de reação. Dirigiu a Temer uma ameaça que,
descumprida, só a fragilizou.
"O PMDB não é mais aquele", proclama Henrique Eduardo Alves. "Espero que todos
tenham entendido. Não se ganha no tranco."
Na montagem do governo, o PMDB inaugurou uma tática que um expoente do grupo
de Temer batizara de "política do cá te espero".
Para desassossego de Dilma, a revelação de que Palocci multiplicou seu patrimônio por
20 encurtou a espera do PMDB. Ainda que contorne a crise, a presidente se deu conta
de que terá de lidar com o partido do modo convencional.
Henrique Eduardo Alves realça outra diferença: "O Michel Temer não foi nomeado. Ele
foi eleito. Não somos aliados do governo. Somos governo".
Não é pouco, informa a história republicana. Desde 1889, 7 dos 40 presidentes
brasileiros eram vices. Chegaram lá por renúncia, morte ou impeachment do titular.
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Divisão do Pará beneficiaria PT e PMDB
Estudo aponta que líderes regionais governistas teriam mais votos em novos
Felipe Luchete (Poder)
Se o eleitor paraense votar "sim" no plebiscito sobre a criação dos Estados de Tapajós
e Carajás, dividindo em três o território do Pará, o cenário político desses novos
eleitorados beneficiará principalmente partidos da base aliada do governo federal,
como PT, PMDB e PDT.
Nas cidades cotadas para serem capitais dos eventuais novos Estados, lideranças
regionais desses partidos, com boas votações para a Câmara dos Deputados e para
prefeituras, tendem a concentrar maior número de votos.
É o caso de Maria do Carmo Lima (PT), reeleita em 2008 prefeita de Santarém (oeste
do Pará), cotada para ser a capital de Tapajós.
Ela ficou em primeiro lugar na região quando se candidatou a governadora, em 2002.
Perdeu, no entanto, para Simão Jatene (PSDB).
Na mesma área, o deputado federal e ex-prefeito Lira Maia (DEM), separatista, se
elegeu para a Câmara com quase 50% dos votos válidos da cidade em 2006 -cerca de
65 mil. Em Belém, teve 1.600.
Em Marabá, eventual capital de Carajás (sul do Pará), o secretário estadual de Pesca e
Aquicultura, Asdrúbal Bentes (PMDB), pode fazer valer sua boa votação nas eleições
para a Câmara para firmar-se líder no novo Estado.
O levantamento foi encomendado em 2010 ao cientista político Roberto Corrêa, da
UFPA (Universidade Federal do Pará), pela campanha que tentou reeleger, sem
sucesso, a governadora Ana Júlia (PT).
O veterano Jader Barbalho (PMDB) seria privilegiado, segundo Corrêa, com potencial
para ser eleito e puxar votos nos três novos Estados.
Para o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), "a discussão [sobre o Pará] não é só
técnica ou administrativa, é político-eleitoral".
Como exemplo, ele aponta articulações do deputado federal Giovanni Queiroz (PDT),
separatista, para disputar o governo do hipotético Estado de Carajás, sede de grandes
empreendimentos e reservas de minérios da Vale. Queiroz nega.
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Brasil é o país mais atraente para varejistas
Perspectiva de crescimento do PIB e da renda são chamariz, diz estudo sobre
emergentes
Felipe Vanini (Mercado)
O Brasil é o mercado mais atraente para empresas varejistas que buscam
oportunidades em países emergentes.
A informação consta do relatório elaborado pela consultoria ATKearney, que analisou
as condições econômicas em 30 países emergentes, entre eles o Brasil.
"Com isso, o Brasil entra com maior força no radar de
internacionais", diz Markus Stricker, sócio da ATKearney no país.
grupos
varejistas
O estudo leva em consideração os riscos econômicos e políticos, a atratividade e a
saturação do mercado e a diferença entre o crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto) e o do varejo.
De acordo com Stricker, as oportunidades se concentram nas redes varejistas de
alimentos, vestuário e eletroeletrônicos.
"As perspectivas de crescimento para o futuro e a continuidade do aumento de renda
das famílias facilitam os investimentos de médio e longo prazos no Brasil. Outro ponto
importante são as melhorias na infraestrutura brasileira, o que indica horizonte
positivo."
A lista conta ainda com mais três países sul-americanos: Uruguai, Chile e Peru. De
acordo com Stricker, isso é resultado da expressiva melhora no desenvolvimento da
região.
"Cada vez mais, os consumidores desses mercados passam a adquirir produtos de
maior valor", afirma.
A China, que liderou a edição anterior, caiu para a sexta posição. Segundo Stricker, a
queda de atratividade do país asiático se deve à entrada de grupos estrangeiros, o que
acabou acirrando a competitividade e saturando o mercado local.
Valor Econômico
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Metalúrgico recebe 40% a mais de PLR
João Villaverde
As montadoras estão pagando uma Participação sobre Lucros e Resultados (PLR) até
40% maior que os valores - já elevados - pagos no passado. Para os 3,2 mil
metalúrgicos do chão de fábrica da montadora Volvo, em Curitiba (PR), o benefício,
este ano, representou o equivalente a 7,5 salários - a montadora pagará, ao todo, R$
15 mil aos operários. O teto pago em PLR no ano passado - os R$ 10,8 mil concedidos
pela Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) - pode virar piso em 2011.
A inflação mais elevada tem dificultado o trabalho dos sindicatos nas negociações
salariais tradicionais, mas, ao menos nas categorias mais organizadas, a Participação
sobre Lucros e Resultados (PLR) tem surgido como uma válvula de escape. Os valores
altos, contudo, são quase uma exclusividade desse grupo particular de operários.
Levantamento do Valor junto a 16 escritórios regionais do Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) não encontrou outras categorias
com negociações expressivas de PLR. Foram raros, inclusive, os acordos já negociados
este ano.
Quando foi criada, em 1994, a PLR era vista pelos sindicatos como "arma de
cooptação" dos trabalhadores, que recebiam o bônus condicionado ao cumprimento de
metas de produção. Na Volvo, por exemplo, os R$ 8 mil referentes à segunda parcela
da PLR (a primeira, de R$ 7 mil foi paga em maio) está condicionada ao cumprimento
de 100% da meta de produção da fábrica para o ano - o valor final pode aumentar
caso as metas sejam superadas.
"Trata-se de uma política de salários muito interessante para as empresas", diz
Christian Mattos, consultor sênior da Towers Watson, entidade especializada em
consultoria corporativa. "Na indústria, principalmente, onde a folha de pagamentos
costuma representar 8% dos custos totais de produção, uma PLR elevada não onera o
caixa, e ainda amplia a produtividade da companhia", afirma Mattos. Segundo ele, a
PLR era majoritariamente praticada por multinacionais com operação no Brasil, mas,
"cada vez mais, todas as empresas estão adotando".
Segundo José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a PLR deixou de ser
vista como "tabu" pelos sindicatos, e já foi incorporada nas negociações com as
empresas. "Os próprios trabalhadores acabam pressionando seu sindicato a negociar a
PLR", afirma o representante do Dieese.
A negociação por um bônus mais elevado é uma das razões que tem mantido a fábrica
da Volkswagen, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, parada
há mais de 30 dias. O sindicato reivindica R$ 12 mil de PLR para os 3,1 mil
metalúrgicos, mesmo valor acordado com a Renault.
Os 2,3 mil operários da mina Casa de Pedra (MG), que pertence à CSN, fizeram cinco
dias de greve por uma PLR equivalente a 5,4 salários, mas a paralisação terminou na
sexta-feira com um reajuste nominal de salários de 8,3%, um abono de R$ 300 e a
decisão de discutir a participação nos lucros e resultados fora da data-base da
categoria.
Mesmo sindicatos de esquerda mais radical, como o Sindicato dos Metalúrgicos de São
José dos Campos, ligado ao PSTU, negociam PLR condicionada a metas. O valor
acertado no mês passado com a General Motors (GM), de R$ 10,8 mil, está
condicionado a produção conjunta de 410 mil veículos nas duas fábricas da GM, em
São José e em São Caetano do Sul (SP). No ano passado, as unidades produziram, ao
todo, 414 mil veículos. Caso, no entanto, a produção atinja o máximo instalado - cerca
de 450 mil veículos -, a PLR total pode ultrapassar R$ 13 mil.
Enquanto cada vez mais sindicatos negociam e declaram greve por conta da PLR, a
discussão sobre o seu pagamento ainda existe em algumas entidades. Segundo Jair
dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, a campanha pela
PLR deve se concentrar em duplo convencimento: no dos trabalhadores, para mostrar
que a PLR "é um bônus que não é incorporado ao salário", e nas empresas, que devem
pagar PLR sem condicionantes.
Em maio, o presidente do sindicato de Campinas conduziu a negociação com a
AmstedMaxion, que produz trens de carga, e aceitou pagar R$ 6,5 mil aos 1,9 mil
operários do chão de fábrica sem exigir o cumprimento de metas em troca. "Essa é
uma negociação modelo", diz Santos, "porque os trabalhadores já cumprem uma
jornada abusiva".
O caso dos metalúrgicos e da AmstedMaxion, ao menos por enquanto, é exceção. Em
consulta às regionais do Dieese, o Valor apurou que a maioria das categorias que
recebe PLR - como urbanitários, comerciários e eletricitários - ainda está na fase de
negociação, e as discussões estão concentradas nas metas exigidas, já que grande
parte das empresas envolvidas não aceita debater valores.
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Participação nos resultados amplia peso na remuneração
João Villaverde
As montadoras estão pagando Participação nos Lucros e Resultados (PLR) até 40%
superior aos já elevados valores do passado. O teto pago em PLR em 2010 - R$ 10,8
mil concedidos pela Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) - pode virar piso
em 2011. Para os 3,2 mil metalúrgicos da Volvo, em Curitiba (PR), o benefício este ano
foi igual a 7,5 salários (R$ 15 mil). Benefícios relevantes como esse, entretanto, se
restringem a poucas categorias, como a dos metalúrgicos, uma das mais
especializadas.
Quando foi criada, em 1994, a PLR era vista pelos sindicatos como "arma de
cooptação" dos trabalhadores, que recebiam o bônus condicionado ao cumprimento de
metas de produção. "Trata-se de uma política de salários muito interessante para as
empresas", diz Christian Mattos, consultor sênior da Towers Watson. "Na indústria,
principalmente, onde a folha de pagamentos costuma representar 8% dos custos totais
de produção, uma PLR elevada não onera o caixa e amplia a produtividade".
A negociação de bônus é a causa da paralisação de um mês da Volkswagen em São
José dos Pinhais (PR), onde o sindicato reivindica o pagamento de R$ 12 mil de PLR a
3,1 mil metalúrgicos, mesmo valor acertado com a Renault.
Os 2,3 mil operários da mina Casa de Pedra (MG), da CSN, fizeram greve para tentar
que a PLR passe do equivalente a 1,8 salário pago em 2010 para 5,4 salários - uma
média superior a R$ 10 mil. A paralisação terminou sexta-feira com reajuste nominal
de salários de 8,3%, abono de R$ 300 e a decisão de negociar a PLR fora da database, com a criação de uma comissão para o assunto.
A maioria das categorias que recebem PLR - urbanitários, comerciários e eletricitários concentra as discussões em como tornar as metas exigidas menos abusivas, já que
grande parte das empresas envolvidas não aceita debater valores.
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PIB supera investimento pelo 2º trimestre seguido
Denise Neumann
O produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre desenhado pelos analistas de
mercado era "melhor" do que o que efetivamente aconteceu na economia brasileira no
primeiro trimestre de 2011, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira. Com base nos dados de produção,
importação e exportação de bens de capital dos primeiros três meses do ano, os
economistas projetavam um aumento de até 3,5% na Formação Bruta de Capital Fixo
(FBCF), o indicador que mede o investimento dentro do PIB, na comparação com os
últimos três meses de 2010, descontados efeitos sazonais. O crescimento, no entanto,
foi bem menor do que o projetado - ficou em 1,2%.
Por um lado esse resultado foi bem melhor do que o do consumo das famílias dentro
do PIB, que cresceu 0,6% na mesma comparação. A relação entre investimento e
consumo das famílias, reverteu, portanto, o mix ruim do último trimestre de 2010,
quando o consumo cresceu quase cinco vezes acima do investimento (2,3% ante 0,4%
na comparação com o terceiro trimestre de 2010, também na série com ajuste
sazonal).
Do outro lado, o investimento apenas acompanhou a alta de 1,3% do PIB neste
começo de 2011. Aliás, pelo segundo trimestre consecutivo o investimento evoluiu
abaixo do conjunto da economia.
Assim como os dados da economia referentes a abril e maio mostram que o PIB dos
primeiros três meses do ano é uma fotografia do passado e a economia não está mais
acelerando, os indicadores de investimento não trazem conforto e criam dúvidas sobre
o impacto das medidas de contenção de demanda nas intenções de ampliação de
capacidade produtiva.
Dados divulgados semana passada pelo Banco Central mostram que a maior
desaceleração no crescimento das operações de crédito ocorreu no segmento
direcionado às pessoas jurídicas, justamente a fatia que concentra as operações do
BNDES. Nesse segmento, o crescimento, que acumulava alta de 40% em meados do
ano passado (variação em 12 meses), está claramente em declínio e registrava, em
abril, apenas 23% de alta.
O menor fôlego do investimento também fica sugerido na produção de bens de capital:
pela pesquisa industrial do IBGE, ela recuou 2,9% em abril na comparação com março
na série livre de influências sazonais. A importação também "andou de lado": pela
média diária, mas sem ajuste sazonal, o valor importado de bens de capital em maio
caiu 2,6% sobre abril, quando havia crescido, na mesma comparação, 6,2% sobre
março.
O menor apetite empresarial para investir (se for confirmado) não decorre, apenas,
das recentes medidas adotadas pelo Banco Central. A competitividade arranhada pela
atual taxa de câmbio - e manifesta na explosão das importações de manufaturados com certeza ajuda na explicação.
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Palocci aposta em divisão no governo e nos partidos da base
Raymundo Costa
Depois de passar o fim de semana em São Paulo, o ministro Antonio Palocci volta hoje
a Brasília com compromissos marcados na agenda até o fim da semana, inclusive um
com senadores, para tratar do Código Florestal. Embora procure aparentar
tranquilidade, Palocci sabe que está fragilizado no cargo e conta com a divisão
existente no governo e nos partidos da base aliada para se manter na Casa Civil.
A presidente da República, Dilma Rousseff, também tem dúvidas sobre a demissão de
seu ministro, cuja evolução patrimonial está sob suspeição: foi multiplicada por 20 em
apenas quatro anos, entre 2006 e 2010, período em que Palocci era deputado federal e
chefiou a vitoriosa campanha eleitoral de Dilma. O argumento é que não é possível
condenar alguém sem provas, com base apenas em indícios. Essa é a mesma opinião
manifestada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a líderes do PT, na volta de
uma viagem que fez a Cuba.
Em princípio chegou a ser noticiado que Lula iria ontem a Brasília discutir a situação de
Palocci com Dilma. A viagem não se confirmou. Na avaliação de petistas, a
interferência aberta de Lula somente agravaria as suspeitas de tutela levantadas
quando o ex-presidente esteve em Brasília, há duas semanas, no pico da crise política,
provocada pelas acusações a Palocci e a derrota sofrida pelo governo na votação do
Código Florestal. Lula tem o mesmo ponto de vista de Dilma em relação a provas e
tem repetido aos petistas que não se deve "abandonar" um companheiro.
Nesse aspecto será fundamental o pronunciamento do procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, o que Palocci espera que aconteça até o fim da semana. Gurgel pediu
novas informações ao ministro mas não marcou data para apresentar seu parecer
sobre as suspeitas de prática do crime de tráfico de influência. Palocci só sairá
espontaneamente, afirmam seus assessores, se o parecer lhe for desfavorável. Do
contrário, deixará para a presidente a decisão de demiti-lo.
Mas tanto Dilma quanto o ex-presidente avaliam a extensão da crise em função da
governabilidade. Ao manter intacta sua agenda para esta semana, Palocci aposta
numa das soluções em análise: ele ficaria menor politicamente na Casa Civil, voltado
mais para dentro do governo, como aconteceu em 2004 quando o então ministro da
Casa Civil, José Dirceu, foi atingido por denúncias de que um auxiliar direto,
Waldomiro Diniz, pedira propina a um bicheiro. Na ocasião foi criado o que
corresponde hoje ao Ministério das Relações Institucionais. Mas para que essa nova
modelagem funcione o governo precisa efetivamente dar "caneta" (poder para liberar
emendas e nomear) para o ministro Luiz Sérgio.
Palocci conversou com Dilma após a entrevista que concedeu na sexta-feira ao "Jornal
Nacional", uma exigência de setores do PT e do próprio governo. Segundo os aliados
do chefe da Casa Civil, a presidente disse que gostara da manifestação pública de
Palocci, especialmente quando ele ressaltou que não há uma crise de governo, mas um
problema pessoal dele, ministro Antonio Palocci. Mas uma grande parte dos líderes da
base aliada do governo considera falso esse argumento, segundo apurou o Valor: se a
crise é pessoal, o problema é de todo o governo (que se desgastou e se fragilizou no
Congresso).
Antes de afastar Palocci, se fizer essa opção, a presidente também quer se assegurar
de que resolverá o problema da sustentação política do governo, um dos problemas da
crise. A cúpula do PT se manifesta favorável à permanência do ministro. O presidente
do partido, Rui Falcão, disse ontem que estava "sinceramente convencido" de que
Palocci não cometera crime algum. Mas pelo menos duas correntes da sigla querem a
cabeça do ministro: Mensagem e Tendência. A suposta substituição de Palocci pela
diretora da Petrobras Maria das Graças Foster teria levado o grupo do ex-ministro José
Dirceu a avaliar que, ruim com Palocci, pior será com um estranho. A cúpula do PMDB
também tem se pronunciado a favor da manutenção de Palocci, mas defende a
mudança do modelo de coordenação política, na qual quer ter mais peso e influência.
Na entrevista ao "Jornal Nacional", Palocci insistiu que não fez tráfico de influência por
meio da empresa de consultoria que manteve paralelamente ao seu mandato como
deputado federal. "Minha empresa jamais atuou junto a órgãos públicos, ou
diretamente prestando consultoria para órgãos públicos ou representando empresas
privadas nos órgãos públicos", frisou. "O que eu fazia era uma consultoria para
empresas privadas".
O ministro também negou que as contas de sua empresa pudessem estar misturadas a
doações eleitorais. "Não existe nenhum centavo que se refira a política", afirmou ele,
categoricamente. Palocci procurou dar um tom político às denúncias quanto ao seu
patrimônio e enfatizou que se trata de uma questão dirigida a ele, "com forte
intensidade, com forte conteúdo político".
Por estar sob pressão política, Palocci disse não achar correto revelar quem eram seus
clientes. "Acho que não tenho o direito de fazer a divulgação de terceiros". Ele se
limitou a citar setores de atuação desses clientes: vários segmentos de indústria,
serviços financeiros, mercado de capitais, bancos e empresas, fundos de mercado de
capitais e serviços em geral. "É um conjunto de empresas que pouco tem a ver, por
exemplo, com obras públicas, com investimentos públicos. São empresas que vivem
da iniciativa privada e que consideraram útil o fato de eu ter sido Ministro da Fazenda,
de ter acumulado uma experiência na área econômica, de conhecer a área econômica".
Palocci não forneceu números exatos sobre o faturamento de sua consultoria. Para
explicar quantias publicadas pela "Folha de S.Paulo" (a receita teria sido de R$ 20
milhões em 2010, sendo R$ 10 milhões só em novembro e dezembro), o ministro
lembrou que encerrou as atividades da empresa antes de assumir o ministério. Por
isso, afirmou, pagamentos relativos a serviços prestados anteriormente teriam se
concentrado nos dois últimos meses de 2010.
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Senadores tentam embate radicalizado do Código
Raquel Ulhôa e Mauro Zanatta
Para evitar a radicalização entre ruralistas e ambientalistas que dominou a discussão
do projeto do Código Florestal na Câmara, e levou a uma derrota do governo,
senadores ligados aos dois setores avançaram em um acordo político que também
envolve o Palácio do Planalto. Os senadores negociam para levar ao plenário da Casa
um parecer único das três comissões técnicas. O desafio, entretanto, é manter o clima
de entendimento até a votação.
O relator na Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), já foi procurado para
participar das negociações do Senado. Todos concordam que haverá mudanças no
texto, forçando a realização de nova votação na Câmara. "Ele foi responsável pelo
relatório, teve maciço apoio na Câmara [410 votos] e não temos o direito de rasgar
tudo e começar do zero", afirma o senador Blairo Maggi (PR-MT), integrante do grupo
que busca o acordo.
Pelo calendário discutido entre os presidentes das comissões de Meio Ambiente (CMA),
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), e de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), Acir Gurgacz
(PDT-RO), a meta é votar o Código até 120 dias no plenário. "Vamos fixar uma data e
perseguir esse objetivo. Estou muito confiante na possibilidade de acordo", diz
Gurgacz.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), levará à presidente Dilma
Rousseff, na próxima semana, um pedido de prorrogação do decreto que suspende
multas a produtores rurais que descumpriram a legislação ambiental, que expira em
11 de junho. A sugestão dos senadores é que a prorrogação seja por mais seis meses.
Isso porque se houver mudanças do texto no Senado, o projeto terá que retornar para
nova votação na Câmara.
Amanhã, haverá reunião para estabelecer um cronograma conjunto, mas a primeira
audiência pública das duas comissões já está marcada: será quinta-feira, com a
ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente). Aldo Rebelo deverá ser ouvido na reunião
seguinte. Ruralistas admitem que, para manter a maior parte dos ganhos no projeto
da Câmara, terão de negociar alguns pontos.
Os dois relatores - os ex-governadores Jorge Viana (PT-AC) e Luiz Henrique (PMDBSC) - pretendem elaborar um parecer único, com os pontos de consenso entre
ambientalistas, ruralistas e governo. Se houver pontos divergentes, a ideia é levá-los
diretamente ao plenário, evitando votações conflitantes nas comissões temáticas,
como ocorreu na comissão especial do Código na Câmara.
"Aqui, vamos fazer um debate mais sereno", avalia Waldemir Moka (PMDB-MS), o
senador que esteve mais envolvido nas discussões da Câmara desde 2009, quando
ainda era deputado. Ligado ao setor ruralista, Moka considera Viana - aliado da exsenadora Marina Silva (PV-AC) na questão ambiental - "equilibrado e tranquilo". Ele
acredita em um entendimento, sem muita alteração no texto originário da Câmara.
Izabella Teixeira encaminhou à liderança do bloco governista no Senado um
documento com os pontos do texto da Câmara dos quais o governo discorda. O mais
polêmico - e ponto de partida para os entendimentos - é a chamada Emenda 164, que
substituiu o artigo 8º do parecer original de Aldo Rebelo.
O dispositivo consolida desmatamentos em Área de Preservação Permanente (APP) de
beiras de rios e autoriza a manutenção de lavouras e criações até 22 de julho de 2008.
A emenda mistura as autorizações em casos de utilidade pública, interesse social e
baixo impacto ambiental com a permissão a atividades "agrossilvopastoris",
ecoturismo e turismo rural. A emenda também concede mais poderes ambientais aos
Estados para legislar na área.
"Um bom começo de acordo poderia ser voltar a discutir o texto do Aldo, que é muito
melhor do que a 164", diz Rollemberg. O dispositivo aprovado autoriza exceções de
uso em APPs, levando em conta o impacto ambiental, utilidade pública e interesse
social, com autorização do órgão ambiental local e a partir de regras definida pelo
Executivo.
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Votação da Emenda 29 ameaça governo
Caio Junqueira
Os mesmos componentes políticos que levaram o governo da presidente Dilma
Rousseff à derrota na votação do Código Florestal ameaçam novamente o Palácio do
Planalto, agora, com o projeto de regulamentação da Emenda Constitucional 29, de
financiamento dos gastos da saúde. Como o Código, esse não é um tema de divisão
óbvia do Parlamento entre partidos governistas, de um lado, e oposicionistas, de
outro. O PMDB, onde é grande a bancada de médicos e hospitais, lidera a base aliada
para votar a emenda; no DEM e PSDB os parlamentares concordam que o assunto
entre em pauta, mas um grupo teme que o governo emplaque a cobrança de mais
impostos por intermédio desse projeto. O PT está dividido e o governo não tem posição
clara, embora veja na Emenda 29 a oportunidade de recriar a CPMF (o imposto sobre o
cheque derrubado pelo Congresso).
Aprovada em 2000, a emenda foi regulamentada em 2008. Ela estabelece os critérios
mínimos de financiamento da saúde, por meio dos quais os Estados devem aplicar
12% da arrecadação no setor e os municípios 15%. Faltou, porém, definir a vinculação
da União.
O texto aprovado prevê uma vinculação de acordo com a variação do PIB nominal. O
governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contudo, apostava no
ressurgimento da CPMF, agora rebatizada de Contribuição Social para a Saúde (CSS),
incluída no projeto da Câmara. Ocorre que, para concluir a votação, falta votar uma
emenda do DEM que exclui a alíquota de 0,1% da contribuição, a CSS/CPMF, da
emenda.
Esta é a questão que provoca o impasse. Da forma como foi aprovada, a União
conseguirá R$ 19 bilhões via CSS. No entanto, nem a base nem a oposição desejam
aprovar como está, justamente por causa da nova contribuição. Querem, ao contrário,
regulamentar a emenda de modo que valha apenas a variação do PIB nominal.
As bancadas que apoiam a emenda querem votar sem mais protelações. A um ano das
eleições municipais, querem atender a uma reivindicação dos prefeitos que clamam
por mais recursos para a saúde. Isso porque sem a definição clara da participação
federal, o ônus tem recaído principalmente sobre os municípios, que têm de se
desdobrar para atender à população.
"A saúde está como está porque a regulamentação da emenda não é aprovada pelos
parlamentares. Os municípios estão gastando até 23% de sua receita, enquanto a
maioria dos Estados não cumpre o percentual mínimo e a União sequer tem vinculação
definida", diz Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios
(CNM), instituição que faz lobby no Congresso pela emenda sem preocupar-se com o
novo imposto.
Na semana passada, na reunião do colégio de líderes da Câmara, o líder do PMDB,
Henrique Eduardo Alves (RN), propôs que o projeto fosse colocado em pauta. Depois,
o do PSDB, Duarte Nogueira (SP), e do DEM, ACM Neto (BA), foram na mesma linha,
como o deputado Dr. Paulo César (PR-RJ), ligado ao setor da saúde, e a líder do PSB,
Ana Arraes (PE). Na contramão, o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), desconversou, e o
do governo, Cândido Vaccarezza (SP), disse que o tema "está sendo tratado pelo
governo".
Na verdade, Dilma e seu partido gostariam de aprovar o novo tributo, apesar do custo
político do descumprimento de promessa de campanha, mas não mais vinculação de
verbas orçamentárias da União.
Essa vinculação seria possível, também, por intermédio da ressurreição de uma
medida aprovada em 2007, pelo Senado, igualmente em momento de pressão dos
prefeitos da Confederação, depois derrubada na Câmara. Na ocasião, foi aprovado
projeto do senador Tião Viana (PT-AC) que vinculou à saúde 10% da receita corrente
líquida, o que daria hoje R$ 32,5 bilhões -71% a mais do que os R$ 19 bilhões da
CSS/CPMF. Com a diferença de que tira do contribuinte o peso de mais um tributo e
joga para a União a responsabilidade de encontrar uma fonte de recursos ou fazer
corte de gastos. É tudo o que o Palácio não quer, tanto que à época promoveu a
retirada da vinculação na Câmara. Hoje, os governistas ligados ao assunto quebram a
cabeça em busca de uma solução.
"O Senado aprovou um aumento de despesas mas não disse a fonte de recursos. Por
outro lado não está no horizonte retornar a criação da CSS, que é o que traria de fato
mais recursos para a saúde. Uma alternativa séria ao debate não está na mesa hoje",
disse ao Valor o deputado Pepe Vargas (PT-RS), relator do projeto aprovado na
Câmara. No seu partido, porém, há quem defenda explicitamente a retomada do
tributo. Caso do deputado Amauri Teixeira (PT-BA), ex-subsecretário de Saúde da
Bahia, que em abril apresentou um projeto de lei complementar que cria uma CSS
"diferenciada": cobrada das camadas mais ricas da população e podendo ser abatida
do imposto de renda. Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disfarça a expectativa
do governo com a volta da CPMF e abusa das generalidades, dizendo sempre que
primeiro quer "melhorar a gestão" para depois "discutir com a sociedade" a
"necessidade de mais recursos".
"Há um desejo da Casa em votar a regulamentação, se possível ainda neste mês, e
sem a CSS", disse o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que controla 79
deputados na Casa. O líder do bloco do PR, Lincoln Portela (MG), com 64 deputados,
vai na mesma linha. "Temos que resolver isso, mas é complicado neste momento
político colocar algo mais polêmico para ser votado."
Segundo o presidente da Frente Parlamentar da Saúde, Darcísio Perondi (PMDB-RS), o
maior mérito do texto é especificar o que são ações e serviços de saúde. A seu ver,
isso já inibe desvios, corrupção, e principalmente gastos com recursos da saúde para
outras finalidades. Não há garantias, porém, que uma vez em votação, forças de
pressão consigam seu propósito de instituir o novo imposto.
O Globo
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Mortes no campo: entidades se reúnem com Gilberto Carvalho,
apresentam mapa da grilagem e pedem que reforma agrária seja
feita
Catarina Alencastro
A violência no campo na região amazônica foi tema de mais uma reunião no Palácio do
Planalto, nesta sexta-feira. O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto
Carvalho, recebeu representantes da CUT, da Contag, da Fetraf e do MST, além de
lideranças rurais do Pará, do Amazonas, do Amapá e de Tocantins, que levaram novas
denúncias e cobranças ao governo. Eles apresentaram um mapa da grilagem na
Amazônia e reivindicaram ações para combater a impunidade.
Segundo as entidades, novas ameaças foram feitas a trabalhadores rurais nos últimos
dias. No Ceará, um assentado que denunciou crimes ambientais foi ameaçado de
morte. Em Mato Grosso, dois agentes da Pastoral da Terra correm risco de vida. Além
disso, três lideranças estão desaparecidas desde o ano passado em Tocantins.
O grupo reconheceu as providências que o governo anunciou para estancar a onda de
assassinatos no Norte, mas quer mais. Os trabalhadores rurais exigiram que o governo
se dedique a fazer a reforma agrária no país. Eles reclamaram que o governo só
começa a agir em resposta a levantes de violência e que ações urgentes têm que ser
tomadas para acabar com a impunidade dos criminosos.
- O governo infelizmente toma as medidas a partir desses fatos que aconteceram. É
preciso uma ação mais forte do Estado. O mapa da grilagem que apresentamos é uma
demonstração de que o Estado precisa tomar medidas enérgicas para combater a
impunidade no campo. Precisa investigar, caçar os matadores. Esse estado de
impunidade motiva ainda mais a impunidade - alertou Carlos Augusto Santos Silva,
presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) do estado do Pará.
Ele também cobrou a proteção dos que estão ameaçados e das demais lideranças
contra o que chamou de "defensores do latifúndio":
- Além de defender os marcados para morrer, o Estado tem a obrigação de dar
proteção a esses brasileiros da Amazônia e a esses lutadores do Brasil.
Entre os trabalhadores rurais recebidos no Planalto estava Maria Joel da Costa, líder
sindical em Rondon (PA). Ela teve seu marido, Dezinho, assassinado no ano 2000 e,
tanto os assassinos, quanto o mandante do crime estão soltos. Joelma, como é
conhecida, permanece sob proteção policial desde então.
- Não tem como não ter medo. Já teve caso de gente que estava sob proteção e nem
por isso os criminosos deixaram de matar. Não tem condição de homens e mulheres
serem assassinados e ficar por isso mesmo. O caso do Dezinho continua impune. O
matador dele foi julgado, condenado, mas está foragido. O mandante todo mundo
sabem quem é, é um grande fazendeiro do Pará. Continua na impunidade,
enriquecendo - disse Maria.
Ministro da Justiça irá até a região do conflito
Segundo o presidente da Contag, Alberto Broch, o ministro Gilberto Carvalho ouviu
atentamente os relatos dos trabalhadores e prometeu levar tudo à presidente Dilma
Rousseff. Ele confirmou que na próxima semana uma comitiva do governo liderada
pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, irá à região do conflito.
Diário Catarinense
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Duas reuniões decisivas hoje
Governo deve anunciar pela manhã se aceita contraproposta. À tarde, reúne-se com o
Sinte
A decisão do governo do Estado sobre a contraproposta apresentada na sexta-feira
pelos professores da rede estadual – que completam hoje 20 dias de greve – deve ser
anunciada na manhã desta segunda-feira.
O Sindicado dos Trabalhadores da Educação em SC (Sinte) pediu a manutenção da
regência de classe de 25% ou 40% sobre o salário base. Após passar o fim de semana
com a área técnica fazendo simulações sobre o impacto do aumento nas contas do
governo, o secretário-adjunto da Educação, Eduardo Deschamps, irá entregar um
relatório ao governador Raimundo Colombo e ao secretário Marco Tebaldi, que farão o
anúncio.
– Sabemos da aflição de todos – disse Deschamps, que, até o fim da noite de ontem,
não adiantou a provável decisão.
Os professores estaduais entraram em greve no último dia 18 pedindo o pagamento do
piso nacional do magistério. O diálogo foi retomado na última semana quando o
governo apresentou nova proposta, rebatida pelo Sinte. Uma nova reunião entre as
partes deve acontecer hoje.
Segundo a coordenadora do Sinte, Alvete Bedin, após a reunião vão acontecer
assembleias regionais na terça e um grande encontro estadual na quinta para decidir
sobre a greve.
Retrospectiva
- Em 18 de maio, professores entraram em greve pedindo o pagamento do piso
nacional do magistério, aprovado em 2008, e julgado procedente pelo Supremo
Tribunal Federal, em abril deste ano.
- Em 23 de maio, professores rejeitam proposta do governo, que concorda em pagar o
piso, porém não respeitava a progressão de carreira do magistério,
- No dia 2 de junho, diálogo é retomado com nova proposta do governo. Agora há a
garantia do aumento para todos os professores. Mas reduz o percentual da regência de
classe para 15%.
- No dia 3 de junho, última sexta-feira, Sinte apresentou contraproposta pedindo a
manutenção da regência de classe de 25% ou 40% sobre o salário
Agência Brasil
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Trabalho infantil será erradicado no Brasil antes de 2015, prevê
diretor do MTE
Brasília – Apesar de alguns estados, como a Bahia, o Piauí e o Maranhão ainda
apresentarem um número alto de crianças no trabalho - a cada 100 crianças cerca de
17 trabalham, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) -, o
diretor do Departamento de Fiscalização do Trabalho do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), Leonardo Soares de Oliveira, prevê que antes de 2015 o trabalho
infantil será erradicado no país.
―Se considerarmos o número de crianças e adolescentes encontrados em situação de
relação de emprego pela auditoria trabalhista, notamos que o número vem caindo, em
consonância com o que os números da Pnad demonstram‖, disse. "A erradicação deve
acontecer antes de 2015. Não é por acaso que o nosso país foi escolhido, de forma
unânime, como a sede da 3ª Conferência Mundial sobre o Trabalho Infantil, a ser
realizada em 2013‖, completou.
Para ajudar no combate à exploração infantil, de acordo com o MTE, os auditores
fiscais do trabalho fazem ações de inspeção constantemente. Quando um auditor fiscal
visita um estabelecimento e detecta a presença de crianças e adolescentes com idades
entre 5 anos e 14 anos, preenche uma ficha com dados da criança, notificando o
empregador para afastá-lo do trabalho ilegal. Além disso, elabora relatório à chefia de
fiscalização, com cópias dos autos de infração lavrados e dos termos emitidos, para
remessa aos órgãos de proteção à criança e ao adolescente.
―Muito mais significativo do que o número de afastamentos é o número de ações
fiscais, que vem crescendo a cada ano, mostrando que a fiscalização está se mantendo
vigilante, fazendo também um trabalho de prevenção", disse Oliveira.
O Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, em 12 de junho, será comemorado, no
Brasil, com atividades em vários estados. Em Minas Gerais, elas serão organizadas
pelo Fórum de Erradicação e Combate ao Trabalho Infantil e Proteção aos Adolescentes
(Fectipa-MG), com o apoio de organizações cristãs. Serão realizadas atividades lúdicas,
culturais e seminários.
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Agricultura familiar pode ajudar no combate à inflação
Danilo Macedo e Ivanir José Bortot
Brasília - Em um cenário de restrições ao crédito e aumento de inflação e de juros, o
ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, acredita que a manutenção do
volume de R$ 16 bilhões para financiamento da agricultura familiar na safra
2011/2012 é um estímulo à produção e à economia do país. O crédito para os
agricultores familiares, destaca ele, teve redução nas taxas de juros, que serão de 1%
ao ano para empréstimos até R$ 10 mil e 2% acima disso.
―Queremos aumentar a produção de alimentos em um cenário de inflação sem que as
pessoas precisem abandonar a área rural para ir morar nas cidades. É a segurança
alimentar dos produtores, das classes populares e um rebate na inflação‖, afirmou
Florence à Agência Brasil.
O ministro disse que a presidenta Dilma Rousseff garantiu que não faltarão recursos
para financiamento da agricultura familiar caso a demanda aumente na safra
2011/2012. Segundo ele, a expectativa é que o volume de crédito cresça com a
simplificação de algumas operações e chegue, no mínimo, a R$ 12 bilhões.
Na próxima safra, a principal política para o setor será a de garantia de preços
mínimos específica para o setor familiar, com aquisição direta dos produtos pela
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), quando necessário. Com isso, destaca
o ministro, o agricultor que não conseguir vender sua produção no mercado pelo preço
mínimo, poderá recorrer à política de garantia de preço.
Além de ajudar no combate à inflação, a agricultura familiar representa hoje um
importante setor da economia brasileira, reunindo cerca de 4,3 milhões de famílias que
respondem por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e têm 84% dos estabelecimentos
rurais. ―A agricultura familiar é um pilar para a produção de alimentos e o
desenvolvimento do país."
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Em disputa apertada, Humala vence e é o novo presidente do
Peru
Renata Giraldi
Brasília – Pelos dados do Instituto Nacional de Processos Eleitorais (Onpe) do Peru, o
presidente eleito do país é Ollanta Humala, que venceu a disputal eleitoral com Keiko
Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. A vitória, pelos números preliminares,
foi apertada. De acordo com os votos apurados, Humala obteve 50,9%, enquanto
Keiko ficou com 49,9%. Porém, Humala foi ontem (5) à noite à Praça 2 de Maio, a
principal de Lima, para discursar como chefe de Estado.
As informações são do Onpe e da rede multiestatal de televisão, Telesur, com sede em
Caracas, na Venezuela.
No discurso, Humala afirmou que vai concentrar suas atenções no estímulo ao
crescimento econômico com inclusão social. "Hoje, quero renovar meu compromisso
com o povo peruano para o crescimento econômico com inclusão social. Começarei a
trabalhar em 28 de julho [data da posse do novo presidente]", disse Humala.
Segundo o presidente eleito, o objetivo é consolidar um ―governo de concertação‖. Ele
disse que, ao assumir o governo, vai promover a integração latino-americana. "Vamos
executar as políticas reais que resolverem os problemas do Peru nas áreas de saúde,
educação, infraestrutura e segurança, sem dar espaço aos corruptos", acrescentou.
Humala afirmou ainda que pretende formar uma equipe de governo integrada pelos
melhores quadros técnicos e intelectuais. ―Sem que ninguém se sinta excluído‖, disse.
De acordo com ele, sua gestão será baseada em uma economia aberta e de mercado
visando ao fortalecimento interno.
"Vamos fazer uma transformação da agricultura e da indústria para gerar mais
empregos, para que tenha mais dinheiro no país", afirmou Humala. Keiko também fez
discurso para os simpatizantes, reconhecendo a derrota. Ela acompanhou a contagem
de votos em casa.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, e o ex-presidente peruano Alejandro Toledo,
além do escritor Mario Vargas Llosa, parabenizaram Humala pela vitória. As votações
começaram ontem (5) às 8h e acabaram às 16h, no Peru. Cerca de 20 milhões de
eleitores foram às urnas. O sistema de votação no país não é eletrônico – a primeira
experiencia foi testada no distrito de Pacarán.
As eleições no Peru foram acompanhadas por 235 observadores internacionais e
jornalistas credenciados. O eleitorado do Peru tem uma pequena maioria de mulheres
(50,19%). Há 3,8 % de eleitores vivendo no exterior, a maioria nos Estados Unidos.
R7
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Agências podem aumentar câmeras de segurança para combater
“saidinha de banco”
Reunião de federação e sindicatos abordou temas de segurança para a área
Representantes dos bancos e dos sindicatos ligados à área se reuniram nesta quintafeira (2) maneiras de combater crimes nos bancos, segundo informou a Febraban
(Federação Brasileira dos Bancos).
De acordo com a federação, durante o evento (Terceira Reunião da Mesa Temática de
Segurança Bancária) foram levantados assuntos como golpes das saidinhas, assaltos a
caixas eletrônicos e outros tema da área de segurança.
Uma das medidas que está sendo analisada é o aumento do número de câmeras de
vídeos como forma de combater estes crimes.
Segundo o diretor da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro), Ademir Wiederkehr, tal medida atenderia a uma das reivindicações dos
bancários.
- Outras iniciativas são necessárias, especialmente para impedir a visualização dos
saques por olheiros e evitar que clientes continuem sendo vítimas.
Entre outros pedidos, a categoria também defende a instalação de biombos ou
tapumes entre a fila de espera e a bateria de caixas, bem como de divisórias entre os
caixas, inclusive os eletrônicos. Segundo eles, impediria o acesso visual e garantiria o
sigilo e a privacidade das operações.
Explosivos
O uso de explosivos para atacar caixas eletrônicos já se tornou a maior arma usada
pelos bandidos para roubar dinheiro desse tipo de equipamento em São Paulo. Durante
o ano, foram mais de 50 ataques a caixas eletrônicos com objetivo de furtar cédulas,
sendo que em mais da metade dos casos houve explosão.
Crescimento do crime
Vanderlei Reis, gerente de tecnologia da TecBan, empresa que trabalha com segurança
bancária, conta que explosões a caixas eletrônicos são um tipo de crime recente no
país e que vem crescendo a cada dia.
- Vai fazer um ano [em junho] que o Brasil começou a sofrer esse tipo de ataque, é
novo. Essa modalidade já ocorre há alguns anos em outros países, como Bélgica,
França e Suíça. Para combater [nestes países], eles desenvolveram dispositivos
inteligentes que inutilizam as cédulas e o crime foi a zero.
Tomando como exemplo a estratégia internacional, há um ano começou a ser instalado
no país um dispositivo que solta uma tinta avermelhada e mancha as notas na hora do
ataque aos caixas. O aparelho está instalado, hoje, em aproximadamente 12 mil caixas
no Brasil e em pelo menos 5.000 em SP, de acordo com Reis.
Agência Diap
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Terceirização:
trabalhos
comissão
se
reúne
para
definir
roteiro
dos
A Comissão Especial sobre o Trabalho Terceirizado, instalada na última terça-feira (2),
realiza reunião para elaboração do roteiro de trabalho, eleição de vice-presidentes e
votação de requerimentos.
O encontro vai acontecer no plenário 15, às 14h30.
Na semana passada, a Comissão de Trabalho só não votou parecer favorável ao PL
4.330/04, do deputado Sandro Mabel (PR-GO) porque houve pedido de vista. Nesta
semana, a CCJ pautou o PL 4.302/98, cujo parecer favorável foi apresentado pelo
petista João Paulo Lima (PE).
O movimento sindical precisa pressionar a Câmara para que estes projetos sejam
sobrestados, a fim de que a comissão especial possa construir alternativa a estes
projetos que são nefastos aos interesses da classe trabalhadora.
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
Terceirização: projeto de FHC na pauta da CCJ
Está na pauta da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos
Deputados o substitutivo do Senado ao PL 4.302/98, que altera dispositivos da Lei
6.019, de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o trabalho temporário nas empresas
urbanas. A matéria dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de
serviços a terceiros.
O relator, deputado João Paulo Lima (PT-PE) ofereceu parecer é pela
constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa ao substitutivo do Senado. Caso
seja aprovado, o projeto vai à sanção presidencial.
Redações finais na CCJ
Profissionais diplomados
O PL 2.827/08, do deputado Vicentinho (PT-SP), altera a ementa e os artigos 1º e 4º
da Lei 4.950-A, de 22 de abril de 1966, que dispõe sobre a remuneração de
profissionais diplomados em Escolas de Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e
Veterinária.
Repouso semanal remunerado
Outro projeto que está na agenda do colegiado para ser apreciado redação final é o PL
3.898/08, do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), que altera a redação do artigo 12 da
Lei 605, de 5 de janeiro de 1949, que dispõe sobre o repouso semanal remunerado e o
pagamento de salário nos dias feriados civis e religiosos, para atualizar o valor da
multa administrativa devida pelas infrações àquela Lei.
A comissão se reúne, nesta terça-feira (7), às 14h30 no plenário 1.
Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público
Práticas contra sindicatos
Nesta terça-feira (7), às 14h30, as comissões de Trabalho; e de Direitos Humanos e
Minorias realizam mesa-redonda sobre práticas contra sindicatos em desacordo com a
Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A reunião acontece no plenário 12.
Saúde do trabalhador
A Comissão de Trabalho pode votar Requerimento 47/11, do deputado Assis Melo
(PCdoB-RS), para realização de audiência pública, com objetivo de debater as políticas
públicas adotadas nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador.
Outro requerimento em pauta é o de número 48/11, da deputada Flávia Morais (PDTGO), para realização de audiência pública sobre a desoneração da folha de pagamento
das empresas.
Gorjeta
O colegiado pode votar PL 7.443/10, do Senado Federal, (no Senado PLS 471/2009),
que acrescenta parágrafos 4º a 6º ao artigo 457 CLT, para tipificar a apropriação
indébita de gorjeta. A matéria tem como relator o deputado Filipe Pereira (PSC-RJ),
cujo parecer é pela aprovação da matéria.
Contribuição sindical
A Comissão pode votar ainda o PL 6.688/09, do Senado Federal (no Senado, PLS
281/2008), que altera dispositivos da CLT para fixar prazo para recolhimento da
contribuição sindical. O relator da matéria, deputado Augusto Coutinho (DEM-PE)
ofereceu parecer pela aprovação da iniciativa.
De acordo com o projeto, fica o dia 5 de abril de cada ano como data para o
recolhimento da contribuição sindical dos empregados e trabalhadores avulsos.
A comissão se reúne às 10h, desta quarta-feira (8) no plenário 12.
Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio
Cooperativas dos profissionais de Saúde
A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio pode votar o PL
318/11, do deputado Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG), que regulamenta o
exercício da atividade das Cooperativas de Profissionais da Saúde. O relator, deputado
Giacobo (PR-PR) ofereceu parecer pela aprovação da matéria.
A Comissão se reúne, nesta quarta-feira (8), às 9h no plenário 5.
Comissão de Seguridade Social e Família
Saúde dos trabalhadores ferroviários
A Comissão de Seguridade Social e Família realiza audiência pública sobre a situação
do Serviço Social das Estradas de Ferro e o plano de saúde dos ferroviários. Foram
convidados o diretor-executivo do Serviço Social das Estradas de Ferro, Jorge Moura; o
diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários, João Morais; os
presidentes da Federação Nacional Independente dos Trabalhadores sobre Trilhos,
Jerônimo Neto; e da Associação Mútua Auxiliadora dos Empregados da Estrada de
Ferro Leopoldina, Raimundo de Araújo.
A reunião vai ser, nesta terça-feira (7), às 14h30, no plenário 7.
Braskem: segurança dos trabalhadores
Está na pauta da Comissão de Seguridade Social e Família Requerimento 50/11 para
realização de audiência pública para avaliar a segurança dos trabalhadores da empresa
Braskem, e as condições do vazamento de cloro que vitimou 130 pessoas.
Perícia médica
Outro requerimento em pauta é o 51/11, para realização de audiência pública, em data
a ser oportunamente marcada, com o objetivo de discutir o modelo de realização de
perícia médica, adotado atualmente pelo Instituto Nacional de Seguridade Social
(INSS), para fins de concessão do Benefício de Prestação Continuada da Assistência
Social (BPC).
O colegiado se reúne, nesta quarta-feira (8), às 9h30, no plenário 7.
Comissão Especial
Reforma política
A Comissão Especial sobre a Reforma Política realiza, nesta terça-feira (7), debates a
respeito de domicílio eleitoral, tempo de filiação partidária e fidelidade partidária.
A reunião vai ser no plenário 11, às 14h.
Carta Maior
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Direita consegue maioria absoluta na eleição em Portugal
O Partido Social-Democrata (PSD, de centro-direita) obteve 38,6 por cento dos votos
nas eleições legislativas deste domingo, elegendo 105 deputados. Graças aos 11,7 por
cento de votos do aliado CDS - Partido Popular (direita), que elegeram 24 deputados, o
PSD terá maioria parlamentar. O resultado acaba com o período de seis anos do
Partido Socialista (centro-esquerda) no poder. Os socialistas devem ficar com 28,1%
dos votos. O CDU (comunistas e verdes) teve 7,9% e o Bloco de Esquerda conseguiu
5,2% dos votos.
Dessa forma, o PSD ficou com 105 deputados; o PS 73; o CDS-PP 24; o CDU 16 e o
Bloco de Esquerda 8. Ainda há 4 cadeiras a serem definidas. Dos 5.554.002 votos
computados, 1,4% foram nulos e 2,7% brancos -- a abstenção chegou a 41,1%.
Os sociais-democratas conseguiram uma vantagem de mais de dez pontos sobre o PS,
bem acima da distância que as várias sondagens durante a campanha indicavam.
Pedro Passos Coelho, principal vitorioso da eleição e último dos líderes dos cinco
principais partidos a falar esta noite, frisou a "vontade de mudança" que acabou por se
traduzir no voto no PSD. "É uma vontade inequívoca de abrir uma janela de esperança
e de confiança para o futuro", afirmou.
Passos Coelho garantiu, no seu discurso de vitória, que fará todos os esforços para
assegurar que ―os portugueses terão um Governo de maioria liderado pelo PSD‖.
O líder do PSD disse acreditar que o entendimento com o CDS-PP é possível, até pelo
que já ouviu de Paulo Portas.
―Esta noite quem ganhou foi Portugal‖, afirmou Passos Coelho, que se mostrou
satisfeito com o resultado, mas salientou que, devido à crise em que o país vive "este
não é o momento para triunfalismos".
Passos prometeu ―trabalho absoluto‖ e ―transparência total‖ no que respeita aos
sacrifícios pedidos aos portugueses e acrescentou que vai ser necessária muita
coragem.
―Os anos que nos esperam vão exigir de todo o nosso Portugal muita coragem.
Sabemos as dificuldades que enfrentamos. Precisamos de muita coragem para vencer
as enormes dificuldades, precisamos também de alguma paciência, porque nós
sabemos que esses resultados não aparecerão em dois dias‖, afirmou.
"Vai ser difícil, mas vai valer a pena. Eu sei que vai valer a pena", acrescentou.
O líder do PSD reiterou a sua indisponibilidade de ‗abrir‘ o Governo ao PS, mas
garantiu disponibilidade para dialogar com os socialistas e fez votos para que o PS
respeite aquilo que negociou com a 'troika'.
―Julgo que o país não perceberia que eu dissesse na noite das eleições o contrário‖,
frisou.
O PS ficou-se pelos 28,1 por cento de votos (73 deputados) – é o pior resultado
socialista nos últimos 20 anos. As eleições de 1991, quando Cavaco Silva foi eleito
primeiro-ministro pela terceira vez, tinham sido as últimas em que o PS tinha obtido
menos de 30 por cento.
O resultado levou José Sócrates a assumir a derrota e a demitir-se do cargo de
secretário-geral, num discurso ainda antes de o escrutínio ter terminado.
―Regresso à condição de militante de base. Deixarei a primeira linha da actividade
política e não pretendo ocupar qualquer cargo político‖, esclareceu Sócrates.
Já o CDS consegue nestas legislativas mais três deputados do que nas anteriores
eleições. ―Com menos cidadãos a votar, convencemos mais cidadãos a votar em nós‖,
observou esta noite Paulo Portas, que se mostrou preocupado com o número de
pessoas que não foram às urnas.
A abstenção foi de 41,1 por cento, a mais elevada numas legislativas desde 1976.
O Bloco de Esquerda foi um dos derrotados da noite. O partido reduziu para metade o
número de assentos na Assembleia da República, tendo obtido pouco mais de cinco por
cento dos votos, muito longe dos quase dez por cento das últimas legislativas. O Bloco
desce assim de 16 para oito deputados.
―O BE não atingiu os seus resultados, eu sou o primeiro dos responsáveis de não
termos conseguido os resultados que queríamos‖, disse Francisco Louçã, em
conferência na sede do BE.
A coligação PCP e Os Verdes manteve praticamente inalterada a votação de 2009 (teve
7,9 por cento dos votos), mas elegeu mais um deputado. Ao todo, a CDU conseguiu 16
mandatos.
―A CDU, com grande empenhamento, fez a sua parte‖, declarou o líder comunista,
Jerónimo de Sousa, que prometeu "luta" face à vitória da direita.
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Direito à comunicação: o "Fórum" e a "Ciranda"
Seria difícil imaginar dois eventos com a participação de pessoas de status sociais tão
distintos e de visões tão diferentes em torno, basicamente, do mesmo tema: o direito
à comunicação. Um deles teve ampla cobertura da imprensa; o outro, foi
completamente ignorado.
Venício Lima
No mesmo dia 27 de maio em que acontecia o ―Fórum Internacional Liberdade de
Imprensa e Poder Judiciário‖, no suntuoso prédio do Supremo Tribunal Federal (STF),
na Praça dos Três Poderes, em Brasília, cerca de 50 quilômetros dali, no modesto
Centro de Formação Vicente Cañas, distrito Jardim Ingá, na periferia de Luziânia, GO,
também se realizava a ―IVª Ciranda de Educação Popular‖.
Seria difícil imaginar dois eventos com a participação de pessoas de status sociais tão
distintos e de visões tão diferentes em torno, basicamente, do mesmo tema: o direito
à comunicação.
O Fórum
Realizado no STF e promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), pela
Sociedad Interamericana de Prensa (SIP), e com o apoio da Escola Superior de
Propaganda e Marketing (ESPM), o Fórum teve a participação de ―ministros, juristas,
jornalistas, publishers, executivos, advogados e estudantes, além de membros de
organizações internacionais que representam a imprensa‖.
O mote principal do encontro foi dado logo na abertura dos trabalhos pela presidente
da ANJ que afirmou: ―A liberdade de expressão está sob ameaça em alguns países da
América Latina. Eu cito aqui o caso da Venezuela, o caso mais antigo de Cuba e o caso
da Argentina, que era um país com tradição democrática e que, nos últimos tempos,
tem vivido processo preocupante de reversão‖ [cf. programação do Fórum em
http://www.anj.org.br/sala-de-imprensa/noticias/stf-recebe-forum-internacionalsobre-liberdade-de-imprensa/].
Repete-se a equação da liberdade de expressão com a liberdade de imprensa e
desloca-se, ainda uma vez mais, do cidadão para as empresas, o sujeito das liberdades
e dos direitos.
No Fórum, o jornal ―El Clarin‖ recebeu o ―Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa‖ pelo
reconhecimento da ―luta pela liberdade de informação travada na Argentina‖. Na
verdade, o maior grupo empresarial de mídia argentino tem feito o enfrentamento à
―Ley de Medios‖ elaborada com base no Sistema Internacional de Direitos Humanos,
no Sistema Interamericano de Direitos Humanos e de declarações conjuntas de
organismos internacionais como a OEA e as Nações Unidas, com o apoio de mais de
73% dos jornalistas argentinos e aprovada pelo Congresso Nacional em 2009.
A lei argentina criou um marco regulatório que promove a diversidade e a pluralidade
de idéias e opiniões e combate os oligopólios midiáticos. Exatamente aquilo que os
grandes grupos de mídia tentam, com sucesso, há décadas, impedir que ocorra no
Brasil [cf. ―Cristina fez o que Lula não fez‖].
O Fórum recebeu cobertura da grande mídia, inclusive longa matéria no Jornal
Nacional da Rede Globo.
A Ciranda
O local de realização da Ciranda foi o ―Centro de Formação Vicente Cañas‖ da Pastoral
Indigenista, vinculada ao Conselho Indigenista Missionário (CIMI), órgão da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O nome do Centro é uma
homenagem ao missionário Jesuíta Vicente Cañas, que nasceu na Espanha, em 1939,
e foi assassinado durante o processo que levaria à demarcação da terra dos índios
Enawenê-Nawê, ao norte do Estado de Mato Grosso, em 1986.
A Ciranda foi promovida pela Rede de Educação Cidadã (RECID), vinculada à
Secretaria de Direitos Humanos que se define como ―uma articulação de diversos
atores sociais, entidades e movimentos populares do Brasil que assumem
solidariamente a missão de realizar um processo sistemático de sensibilização,
mobilização e educação popular da população brasileira e principalmente de grupos
vulneráveis econômica e socialmente (indígenas, negros, jovens, LGBT, mulheres, etc),
promovendo o diálogo e a participação ativa na superação da miséria, afirmando um
Projeto Popular, democrático e soberano de Nação‖ [cf. http://www.recid.org.br/ ].
Participaram da Ciranda duas centenas de educadores populares dos mais variados
pontos do país. Os temas de discussão foram, dentre outros, as políticas públicas de
comunicação, o modelo brasileiro de comunicação e o papel que a internet
desempenha nos processos de democratização política. Além disso, foram realizadas
oficinas sobre blog e Hip-Hop; ferramentas para criação de sítios na internet; vídeo
popular; comunicoteca e cineclubismo; cordel; teatro do oprimido e fotografia.
Estiveram presentes, dentre outros, representantes do Ministério das Comunicações e
de entidades como o Intervozes, a Associação Brasileira de Rádios Comunitárias, o
Centro de Mídia Independente e o Fórum Nacional pela Democratização da
Comunicação.
A IV Ciranda, por óbvio, não recebeu qualquer cobertura da grande mídia.
O direito à comunicação
As diferenças entre o Fórum e a Ciranda são emblemáticas e, na verdade, expressam o
abismo que ainda prevalece entre boa parte da população brasileira e, não só a grande
mídia, mas algumas instituições políticas e elites no poder.
Para os participantes do Fórum, os grandes grupos de mídia são os representantes do
interesse coletivo e da opinião pública, ou como diria a presidente da ANJ, eles ―fazem
a nação falar consigo mesmo‖.
Já os participantes da Ciranda se vêm como os infans identificados pelo Padre Antonio
Vieira – outro jesuíta – como aqueles aos quais ―se tolheu a voz‖. Eles constituem a
significativa parcela da população que está deixando de viver na ―cultura do silêncio‖
e, através da organização popular e dos recursos que as TICs colocam à sua
disposição, começa a criar formas alternativas de participar do debate público e de
fazer ouvir a sua voz.
O que de fato está em jogo no Fórum e na Ciranda são visões opostas do direito à
comunicação, um direito social tão fundamental e importante como os direitos à saúde
e à educação e contra o qual, no entanto, existem resistências históricas por parte
daqueles que se habituaram a excluir a voz da maioria em nome de direitos dos quais
se consideram os únicos sujeitos.
Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor,
dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora
Paulus, 2011.
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A Educação e a prova dos nove
Apesar de inúmeros avanços nos últimos anos, estamos apenas caminhando em uma
área na qual o País precisaria estar voando. O que impera é não só o dissenso,
fustigado pelo obscurantismo, como uma disputa sobre o papel do sistema público, seu
peso no orçamento do Estado e sua relação com o mercado da educação, um dos mais
rentáveis do País.
Antonio Lassance
Ao contrário do que parece, não existe e nunca existiu no Brasil o propalado consenso
sobre a importância da educação. O que impera é não só o dissenso, fustigado pelo
obscurantismo, como um disputa sobre o papel do sistema público, seu peso no
orçamento do Estado e sua relação com o mercado da educação, um dos mais
rentáveis do País.
É curioso, mas dificilmente fruto de uma mera coincidência, que o fogo cruzado contra
o ministro da Educação, Fernando Haddad, tenha se intensificado justamente quando o
debate sobre o Plano Nacional de Educação e sobre o futuro de suas políticas no País
deveria ser o mais relevante a ser travado neste momento.
Apesar de inúmeros e significativos avanços nos últimos anos, estamos apenas
caminhando em uma área na qual o País precisaria estar voando.
O principal obstáculo decorre do fato de que a educação sofreu um profundo processo
de fragmentação, confusão gerencial, subfinanciamento, desmonte de suas estruturas
e desarticulação dos setores defensores do sistema público.
A Constituição de 1988 promoveu uma positiva institucionalização da autonomia dos
sistemas estaduais, municipais e da universidade. Promoveu a descentralização e a
expansão da oferta de vagas, rumo à quase universalização do ensino fundamental.
Todavia, sobretudo a partir dos anos 1990, o federalismo brasileiro passou por um
processo de grave distorção. A falência econômica de muitos Estados, por conta de
gestões irresponsáveis ao longo dos anos 1980, e suas políticas de terra arrasada
(torrar recursos e deixar a casa destruída para governos seguintes) levaram a um
contexto favorável ao ajuste fiscal rígido.
Estados e Municípios foram obrigados a reduzir custos, e a educação foi um dos
setores prioritários da operação-desmonte. Salários dos professores foram achatados e
proliferaram os contratos temporários. Muitos se tornaram ―concurseiros‖, policiais,
funcionários de bancos, analistas de carreiras vinculadas à gestão da máquina do
Estado (tributação, orçamento, administração) e tudo o que, com salários bem mais
elevados, demonstrava que a educação não era prioridade.
Ao mesmo tempo, escolas desmoronavam sobre a cabeça de alunos e professores. O
ensino técnico havia sido abandonado. O ensino médio, excluído do Fundef, foi deixado
à míngua. A maioria dos governadores, na prática, abandonou por completo seu
compromisso com a educação, preferindo redirecionar a missão essencial dos Estados
às políticas de desenvolvimento econômico, com estímulo à guerra fiscal e obsessão
por atrair empresas e e empreendimentos que guardariam relação direta com o
financimento de campanhas políticas.
A educação chegou ao fundo do poço, e é por isso que ainda é tão difícil esperar que
ela dê saltos. Cada tentativa tem o provável resultado de bater com a cabeça na
parede.
A fragmentação é tal que há diferenças muito pronunciadas de desempenho entre
Estados vizinhos, em uma mesma região, e mesmo de escolas vizinhas, em um
mesmo município. A depender do governador, do prefeito e até do diretor, a cada
quatro anos tudo pode ser perdido, e a educação passar do vinho ao vinagre. Avanços
de uma gestão podem ser revertidos pelas gestões seguintes.
O governo Lula patrocinou grandes conquistas, sob o comando do ministro Haddad.
Elevou o gasto com educação e transformou o Fundef em Fundeb, finalmente
abrangendo o Ensino Médio. Lula também tomou a decisão crucial de suspender a
Desvinculação das Receitas da União (a famigerada DRU), que diminuía o valor dos
recursos a serem repassados para a educação. Desde 2003, foram construídos 214
centros de formação profissional e tecnológica, mais do que os 140 erigidos desde
1909. Há 14 novas universidades, além de mais de 30 novos campi ligados às
universidades já existentes.
O Judiciário brasileiro também deu uma contribuição importante, recentemente,
derrotando
cinco
governadores
que
haviam
pedido
a
decretação
da
inconstitucionalidade do piso salarial dos professores estabelecido nacionalmente.
Reverteu-se a absurda situação anterior, na qual, em nome da ―responsabilidade‖
fiscal, o Governo Federal se desincumbia de cumprir sua responsabilidade com a
educação.
O fato de o Brasil ocupar, segundo a Unesco, o 88º lugar, entre 127 países, e o 53º,
entre 65 países pesquisados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), tem muito a ver com o fato de a educação ser, igualmente, não a
primeira, mas a 53ª ou a 88ª prioridade de muitos governos estaduais e municipais.
É fácil jogar toda a culpa, ou a maior parte dela, sobre o Ministério da Educação (MEC),
e mais especificamente, sobre os ombros do ministro Fernando Haddad. Fácil, mas
simplista.
Certamente, o MEC cometeu vários erros. O ministério não se empenhou por
consolidar a coalizão de defesa do sistema público para além de suas reuniões com
outros governos. Demorou muito para fazer a Conferência Nacional de Educação e está
longe de ter uma boa relação com as organizações nacionais de professores. Não
priorizou o tema da gestão democrática, verdadeira pedra de toque da autonomia do
ensino, mas que precisa de parâmetros claros para que não seja mais um ingrediente
de desagregação do sistema.
Também não conseguiu estabelecer uma nova estratégia de relacionamento com
Estados, Municípios e DF. Hoje, a política do Governo Federal para a educação não é
uma política de educação nacional. O que existe são diferentes políticas educacionais
espalhadas pelo país, e o esforço do MEC no sentido de harmonizá-las por estratégias
de apoio e cooperação.
Mas os ataques que Haddad tem sofrido ultimamente vêm de quem nunca o aplaudiu,
quando de seus acertos. A coalizão que mira no MEC quer acertar na testa destes
avanços proporcionados em menos de uma década.
Quem conhece um pouco da história da educação no Brasil sabe que inúmeras
tentativas de transformá-la mais profundamente são estigmatizadas com pesadelos e
fantasmas.
Por exemplo, nos anos 1930, o prefeito do Distrito Federal, Pedro Ernesto, chamou
para conduzir seu projeto de reforma do ensino ninguém menos do que o honorável
Anísio Teixeira, velho batalhador da educação pública, laica e inovadora. Ambos
criaram, como modelo, a Universidade do Distrito Federal. Entre em seus quadros,
estavam nomes que reinventaram as ideias sobre o Brasil, como Sérgio Buarque de
Holanda, Cândido Portinari, Heitor Villa Lobos, Cecília Meirelles, Álvaro Vieira Pinto,
Josué de Castro, Gilberto Freyre e Mário de Andrade. Portanto, gente de todos os
matizes.
O que isso rendeu a Pedro Ernesto? A acusação, feita pelos conservadores, de abrigar
comunistas, de ser um ateu, contrário ao ensino da palavra de Deus. Anísio Teixeira
demitiu-se. O prefeito foi exonerado e preso, acusado de simpatia com comunistas. A
UDF foi absorvida, no Estado Novo, pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) e seus
professores passaram a ser contratados com crivo sobre suas convicções ideológicas e
religiosas, sob a lupa de Alceu Amoroso Lima e do Cardeal Leme.
O projeto de Anísio Teixeira retornou revigorado, décadas depois, em Brasília, no
projeto de Escola Parque, de tempo integral, e com Darcy Ribeiro, com a Universidade
de Brasília. Nova ditadura, a de 1964, interrompeu o experimento.
A educação no Brasil, sucessivamente golpeada pelo autoritarismo, em períodos
democráticos é bloqueada quando pretende avançar. É por isso que ela se arrasta
vagarosamente. A primeira Lei de Diretrizes e Bases só foi promulgada em 1961,
sendo que estava prevista desde a Constituição de 1934 (na forma de um Plano
Nacional de Educação). Foram 13 anos de tramitação, desde o envio de seu projeto,
em 1948. A segunda LDB, estabelecida pela Constituição de 1988, só chegaria à sua
redação final em 1996.
A institucionalização das regras nacionais para a educação é sempre muito lenta. Isso
nada tem a ver com democracia e tempo de debate. Pelo contrário. Esses projetos são
deliberadamente entregues a uma tramitação modorrenta, com parlamentares que se
esmeram por mantê-los em total monotonia, enquanto agridem a compreensão pública
com polêmicas disparatadas. Atiram para todos os lados em questões pontuais,
enquanto agem solenemente em prol do silêncio de cemitério, trilha sonora mais
comum do debate sobre os rumos da educação.
Enquanto esperamos que o MEC seja rápido para corrigir seus erros e evitar que eles
se repitam (como no caso do 10-7=4), é preciso ter clareza dos grandes desafios que
se tem pela frente. O importante já não é apenas superá-los, evitando retrocessos,
mas fazê-lo ainda mais rapidamente. O atraso histórico amargado pelo sistema público
de educação é de tal monta que mesmo alguns resultados exuberantes colecionados
nos últimos anos deixam a sensação de uma vitória de Pirro para professores e
estudantes.
Mais do que dar continuidade ao que foi feito, seria hora de uma guinada.
Antonio Lassance é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e
professor de Ciência Política.
Rede Brasil Atual
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Sem propostas do governo sobre fator previdenciário, presidente
da CUT mostra frustração
Alternativa apresentada pela central é a fórmula 85/95, que reduziria tempo
necessário para aposentadoria com 100% do benefício e valores maiores
São Paulo – Na opinião do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur
Henrique, a falta de proposta do governo sobre o fator previdenciário na reunião de
quinta-feira (2) com as centrais sindicais e com o ministro da Previdência Social,
Garibaldi Alves, foi "frustrante". O fim do fator previdenciário foi o tema em debate na
mesa de negociação, que não avançou por conta de impasses entre os representantes
das centrais pelo reinício da discussão.
Em nota em seu blogue, o sindicalista criticou a postura do governo, que não
apresentou propostas para o assunto, alegando esperar haver consenso entre as
centrais para se posicionar. "Enquanto isso, do lado de fora, milhões de trabalhadores
e trabalhadoras esperavam pelo resultado da reunião. Lembrei isso ao ministro",
escreveu. "Por outro lado, parte dos sindicalistas ali presentes insistia na tese de que o
fator previdenciário precisa acabar."
Artur cobrou postura objetiva das demais centrais, propondo a elaboração de uma
nova alternativa. "Só haveria uma maneira de simplesmente acabar com o fator, que o
Congresso derrubasse o veto do ex-presidente Lula ao fim do fator", declarou o
sindicalista, cético em relação à possibilidade.
A CUT defendeu a substituição do fator previdenciário pela fórmula 85/95, elaborada
em 2009, que prevê o congelamento da tábua de expectativa da vida para todos que
atingirem tempo mínimo de contribuição (35 anos homens, 30 mulheres), sem
necessariamente ter os requisitos para aposentadoria. A soma do tempo de
contribuição e idade, caso seja 95 para homens e 85 para mulheres, garantiria
aposentadoria integral.
Garibaldi declarou que, para o governo, a alternativa mais provável é a fórmula 85/95,
mas não há proposta formal consolidada. ―Mesmo essa proposta não se tornou
consensual. Tudo voltou a um ponto inercial, a um ponto de partida. Já estivemos mais
perto de um acordo, hoje ficamos mais longe‖, avaliou o ministro após o encontro.
A proposta do governo deverá ser definida pelos ministérios da Fazenda, do
Planejamento e da Previdência, junto com a Secretaria-Geral da Presidência, mas não
há previsão para apresentação de um texto, nem para nova rodada de negociação com
as centrais sindicais.
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Grana admite pré-candidatura a prefeito de Santo André
Anselmo Massad
São Paulo – Em entrevista publicada nesta sexta-feira (3) pelo ABCD Maior, o
deputado estadual Carlos Grana (PT) colocou-se como pré-candidato à prefeitura de
Santo André. Seu nome é citado ao lado de outros expoentes do PT na cidade. Em
2012, Aidan Ravin (PTB) deve disputar a reeleição. Há pelo menos outros quatro
nomes do partido e dois de outras legendas para a disputa.
Do PT, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o ex-prefeito João Avamileno, o
ex-deputado estadual Vanderlei Siraque e a ex-vice-prefeita Ivete Garcia também são
cogitados para o posto. Até 2008, Avamileno esteve à frente da cidade. Ele era vice de
Celso Daniel em 2002, quando o então prefeito de Santo André foi assassinado. Depois
de manter o cargo em 2004, o PT sofreu revés nas últimas eleições. De 1997 a 2008 a
legenda teve a prefeitura da cidade.
"Acho que posso contribuir", declarou Grana ao jornal. "O que é fundamental é que a
gente construa nossa chapa de prefeito, vice e vereadores paor meio de um consenso
entre militantes e lideranças do partido, porque vai ser uma eleição difícil", completou.
Grana foi eleito deputado estadual em 2010. Antes, foi presidente da Confederação
Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT) e secretário-geral da Central Única dos
Trabalhadores (CUT).
Grana ainda fez críticas à gestão atual do município. "Vejo que Santo André perdeu a
liderança de desenvolver projetos que sempre foram uma referência nacional", disse.
"O atual governo sofre, em nossa opinião, um desgaste grande, principalmente, na
política local. Não tem um perfil de diálogo com a sociedade."
Além de Aidan, o PT deve enfrentar Raimundo Salles (ex-DEM, rumo ao PDT) e
Paulinho Serra (PSDB). Com tantos nomes, a disputa deve ser definida apenas em
segundo turno. Grana considera que o cenário torna ainda mais necessária a unidade
do partido na cidade. Para ele, cada turno da disputa terá a conotação de uma eleição
diferente, o que demanda um bom desempenho na primeira fase da disputa para
garantir a capacidade de firmar alianças.
Na região do ABCD paulista, São Bernardo, Diadema e Mauá são comandadas pelo PT,
com Luiz Marinho, Mario Reali e Oswaldo Dias, respectivamente. Em São Caetano, José
Auricchio Júnior (PTB) exerce seu segundo mandato.
Jconline.com.br
(Pernambuco)
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Conselho de Desenvolvimento Econômico volta a se reunir em
julho
Governador Eduardo Campos explica que falta consolidar dados de seminários
populares para convocar conselheiros
O Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Cedes) volta a se reunir
em julho, prevê o governador Eduardo Campos. O órgão consultivo, que sugere a
direção das políticas públicas, não convoca seus 61 conselheiros desde 5 de agosto
passado.
Neste domingo (5), no JC, alguns membros, como o presidentes da Central Única dos
Trabalhadores no Estado (CUT), Sérgio Goiana, criticaram a inatividade. Mas, segundo
o governador, a demora ocorreu devido ao início do seu segundo mandato.
―Vivemos um ciclo de planejamento nas 12 microrregiões do Estado (neste semestre).
Se fazemos a discussão do conselho antes, negamos um fundamento do nosso
governo, que é a participação popular. Então não havia como fazer reunião antes. A
partir da consolidação da ausculta, isso vai acontecer.‖
Redebomdia.com.br
(Sorocaba-SP)
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Mais uma polêmica no Sindtran
Demissão de quatro dirigentes do sindicato causa revolta em grupo de oposição
As discussões envolvendo a diretoria do Sindtran (Sindicato dos Condutores de
Veículos Rodoviários) parecem não ter fim. Depois de acusações de fraudes e confusão
dentro da diretoria, uma nova polêmica foi criada graças a demissão de quatro
dirigentes do sindicato, opositores ao presidente do Sindtran, José Rodrigues.
―É um absurdo que um membro do sindicato não tenha garantias para continuar em
seu trabalho‖, critica o vice-presidente do Sindtran e líder dos opositores, Valter Dutra
A legislação brasileira prevê garantias para que membros de sindicatos tenham direito
a estabilidade em seus empregos para que possam desenvolver seus trabalhos no
sindicato sem qualquer tipo de ônus.
Com base nisso, o grupo de oposição do Sindtran entrou com uma representação no
Ministério Público do Trabalho para que os dirigentes recuperem seus empregos.
O BOM DIA procurou o presidente José Rodrigues para o esclacimento do problema. No
entanto, ele estava em uma viagem para Campinas e não foi localizado até o
fechamento desta edição.
A justificativa para o impasse, feita por membros aliados a José Rodrigues, é que a
demissão dos funcionários não tem ligação com o Sindtran – foi uma decisão única e
exclusiva da empresa onde os dirigentes demitidos trabalhavam.
Anonimato para proteger contra possíveis retaliações
Os trabalhadores pediram para não terem seus nomes e nem o nome da empresa onde
trabalham identificados para não atrapalhar no processo que corre na Justiça.
CUT considera caso „um absurdo‟
A entidade se mostrou solidária aos dirigentes do Sindtran demitidos e afirmou que vai
dar apoio total aos trabalhadores. A CUT tratou o caso ―como um absurdo‖ e entrou
com uma procuração na Justiça.
Giro pelos blogs
Arturcut.wordpress.com
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A entrevista do Palocci no Jornal Nacional parecia coisa dos
anos 1970
A entrevista do ministro-chefe da Casa Civil ao Jornal Nacional teve algo dos anos
1970.
Parecia que os novos recursos de edição digital não existiam. O som direto da
entrevista era péssimo. Dava impressão de um depoimento às escuras.
A montagem – a palavra é essa, muito mais apropriada do que edição – foi
(falsamente) tosca.
O Jornal Nacional, nada inábil tecnicamente, foi muito astuto no quesito montagem,
porque deu a impressão de que o combinado não foi caro.
Os cortes foram ríspidos. A única sutileza da montagem se deu no momento em que o
ministro quis beber água e não o fez. Palocci flertou com o copo – copo não, taça – e
não chegou a sorver o conteúdo.
Palocci teve desempenho regulamentar durante a entrevista. Segundo ele, não
cometeu crime, emitiu nota fiscal de tudo que fez, e é um homem probo.
Em 2005, Palocci teve desempenho semelhante. Deu uma entrevista coletiva na qual
se portou como um elemento estranho ao governo que era vítima de canhonaços e
que se tornou, após a saída do mesmo Palocci, o governo mais amado da história do
Brasil.
O sem-número de cortes da montagem que o Jornal Nacional fez da entrevista nos faz
pensar naquilo que foi discutido nos bastidores.
Na janela que a câmera registrava atrás do ministro, os trabalhadores e trabalhadoras
continuavam vivendo a vida, nos ônibus e nos automóveis.
Só faltaram pedestres, mas isso é Brasília.
Advivo.com.br/luisnassif
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Marcha das Vadias invade a Paulista
Marcha das Vadias denuncia violência contra mulher e repudia CQC
Com apoio de mais de 6 mil pessoas na página do Facebook, a Marcha das Vadias
levou cerca de mil pessoas, na tarde deste sábado (4), para a Praça do Ciclista, entre a
Avenida Paulista e a Rua da Consolação, em São Paulo.
Versão brasileira do "Slut Walk" (movimento mundial que denuncia a violência às
mulheres), a manifestação terminou com um protesto contra CQCs em frente ao
Comedians — o clube de comédia onde se apresentam Rafinha Bastos e Danilo Gentili,
integrantes do programa da Band.
Na porta do clube, mulheres se manifestavam contra uma piada de péssimo gosto em
que Rafinha associa a prática estupro a mulheres feias. A piada foi feita pelo integrante
do CQC no seu solo de "stand-up" e virou alvo de protestos sobretudo nas redes
sociais, como o Twitter e o Facebook.
A organizadora do evento, Madô Lopez, diz em seu blog que já foi insultada pelas
roupas que usava, em cantadas e gracinhas feitas por homens. "Chega de sermos
recriminadas e discriminadas nas ruas porque usamos saias, leggings, regatas,
vestidos justos. Chega de sermos reprimidas e intimidadas porque somos mulheres,
porque somos femininas e porque queremos nos sentir sensuais. Bora pras ruas,
mulherada! Não é porque uso saia que sou puta!", escreve ela.
Além de São Paulo, o "Slut Walk" já foi realizado em várias cidades dos Estados
Unidos, do Canadá e da Austrália. Nesta sábado, a marcha estava prevista também em
Copenhague (Dinamarca), Amsterdã (Holanda) e Estocolmo (Suécia). A manifestação
será realizada, ainda, em Belo Horizonte (MG), no dia 18, à partir das 13 horas, saindo
da Praça da Rodoviária.
O evento foi criado após um representante da polícia do Canadá ter declarado que as
mulheres deveriam evitar se vestir como prostitutas para não serem vítimas de
estupro. As declarações causaram revolta e geraram um grande movimento
organizado na internet, que começou no início de abril com o protesto de Toronto e já
aconteceu até agora em mais de 20 cidades norte-americanas e australianas.
"Não é culpa dos nossos vestidos, salto alto, regatas, saias e afins que todos os dias
mulheres são desrespeitadas e agredidas sexualmente. Isso é culpa do machismo
ainda muito presente na nossa sociedade. As mulheres do mundo estão se unindo", diz
a apresentação do evento no site Slut Walk Toronto.
Segundo o site oficial do ―Slut Walk‖, o termo slut (puta, vagabunda ou vadia, em
português) tem, historicamente, conotação negativa e se tornou ferramenta de
acusação grave de caráter. "Estamos cansadas de sermos oprimidas pela palavra
'vagabunda'; de sermos julgadas por nossa sexualidade e de nos sentirmos inseguras
como resultado disso‖, assinalam as integrantes do movimento.
―Ter o controle das nossas vidas sexuais não significa que estamos abertas à violência
e ao abuso, mesmo que façamos sexo por prazer ou trabalho‖, acrescentam elas, na
página oficial. ―Ninguém deveria comparar gostar de sexo com atrair abuso sexual."
Da Redação, com informações da Folha.com
Blog do Emir Sader
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Aprender com as crises, para sair mais fortes
Lula viveu uma crise similar a esta – mesmo se de proporções muito menores – em
2005. Do fantasma do impeachment e das pressões para renunciar a um segundo
mandato, saiu para cima e se tornou o presidente mais popular da história brasileira.
Lula se deu conta de que de um labirinto – aceitar as denúncias ou denunciar a
intencionalidade da oposição – se sai por cima, rompendo com os círculos viciosos.
Naquele momento também o mesmo personagem central desta – um dos centrais
daquela – não queria sair, Lula teve que promover sua saída e substituiu-o não por um
seguidor dele, mas por alguém que, junto a outros – entre eles centralmente Dilma –
recompôs sua equipe, apoiou-se na solidariedade popular e saiu da crise muito mais
forte. Aprender com a crise é condição para não repeti-la e para sair mais fortes.
O governo Dilma tem essa oportunidade. Recebeu e aprimora o eixo fundamental do
sucesso do governo Lula: o modelo econômico e social. Formou uma equipe mais
homogênea, que cuida e desenvolve esse eixo central para consolidá-lo e projetá-lo
para o futuro.
A crise não veio daí. Veio de não ter tirado lições da crise de 2005 em relação a
fragilidades na equipe, que permite uma nova ofensiva da mídia opositora, explorando
essas fragilidades, mesmo em um marco inquestionavelmente mais favorável ao
governo. Recompor a equipe nos pontos em que se revelou débil, retomar o debate e a
coordenação política para enfrentar os desdobramentos da aprovação do Código
Florestal na Câmara e enfrentar outros problemas pendentes – é o caminho para
superar a crise e o governo sair mais forte.
Isso permitirá abrir caminho para voltar a mobilizar os setores que mais são afetados
pela crise: a militância de esquerda, os movimentos sociais, a juventude, os artistas e
intelectuais – mais sensíveis aos problemas que o governo enfrenta. Retomar uma
coordenação politica consciente desses problemas, manter uma presença do discurso
do governo presente e forte em relação aos problemas a enfrentar, aliando
flexibilidade com consciência clara dos objetivos estratégicos centrais. E não voltar a
incorrer nos erros que levaram a desgastes desnecessários do governo –
desnecessários e superáveis, porque não provem das politicas centrais do governo,
mas a escolhas de equipe e incapacidade, até aqui, de enfrentar grandes debates, de
que o do Código Florestal é um deles.
O governo Lula soube sair da crise, tornando-se mais forte. Isso faz parte da herança
recebida. O governo deve tirar as lições daquela experiência, se quer repetir o caminho
virtuoso pelo qual Lula saiu da crise pelas escolhas fundamentais que fez naquele
momento. Seu governo nunca mais foi o mesmo. O da Dilma pode retomar, da sua
maneira, a mesma forma de sair do círculo vicioso da crise para se tornar mais forte.
Altamiroborges.blogspot.com
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Marcelo Tas ameaça blogueira
Por Rogério Tomas, no blog Conexão Brasília-Maranhão:
O CQC tem algumas pouquíssimas coisas interessantes. A maior parte é dispensável e
desprezível.
A exemplo do programa, o seu apresentador, Marcelo Tas, não se define entre
jornalista ou comediante, o que é uma opção legítima, porém comodamente cínica, já
que apenas se ―adequa‖ à necessidade de unir a credibilidade do jornalismo e o
entretenimento do humor que o mercado da TV lhe demanda.
Ou seja, digam o que quiser, mas ele não passa de uma engrenagem para mover o
sistema que lhe remunera muito bem e garante a exposição necessária para abarcar o
seu ego gigantesco.
O careca da Band também já mostrou ser um sujeito invejoso que não tem pudor de
mentir publicamente, como já escrevi antes:
A lógica do Marcelo Tas: ―atire primeiro, pergunte depois‖ - 01/11/2010
Para atacar Lula, Marcelo Tas mente sem pudor - 14/09/2010
A última peça dele é ameaçar uma blogueira de processo judicial pelo fato de ela ter
criticado o seu programa por outra bizarrice daquelas que geram indignação em muita
gente.
A bizarrice da vez, a exemplo de quase todas as outras, se encaixa naquela categoria
que os cínicos usam como escudo para dizerem e defenderem as maiores
imbelicidades: a dos ―politicamente incorretos‖, que, segundo os cínicos, é uma reação
à ―patrulha‖ da turma do ―politicamente correto‖, porque, afinal de contas, para estes
cínicos, humor é só para fazer rir e não tem problema nenhum contar piadas racistas,
machistas e preconceituosas em geral.
O desprezo ao ―politicamente correto‖ é a desculpa que os canalhas usam para poder
destilar todo tipo de preconceito.
A blogueira em questão é a Lola Aronovich, que tive o prazer de conhecer no I
Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, em agosto do ano passado, em São
Paulo (SP).
O Tas escreveu à Lola, por e-mail, o seguinte:
―Você vai aprender através de um processo por calúnia e difamação a ser mais
responsável com o que publica, esta troca de e-mails documenta a minha tentativa de
dialogo com voce antes de tomar o caminho da Justiça‖.
Como se vê, o jornalista cede fácil o lugar para o pop star que não atura mortais lhe
criticando.
Fortíssimo candidato ao Troféu Corvo 2011!
Ou seja, ele, a celebridade, pode mentir ao dizer que o Lula queria ―extirpar a
oposição‖ (quando ele se referia, num discurso público, precisamente ao
Democratas/PFL/PDS/Arena) e a Lola não pode criticá-lo porque isso é ―calúnia‖?
Ressalto que defendo convictamente a ideia de que qualquer pessoa tem todo o direito
de buscar na Justiça a reparação do que considera violação dos seus direitos.
Entretanto, paciência para cinismo tem limite.
Portanto, Marcelo Tas, vá para o raio que o parta com a sua hipocrisia!
Toda a solidariedade à Lola diante dessa truculenta tentativa de intimidação travestida
de indignação.
E desde já indico o Marcelo Tas ao Troféu Corvo 2011, a ser definido no II Encontro
Nacional de Blogueiros Progressistas, que acontecerá em Brasília, de 17 a 19 de junho
próximo.
O texto que gerou a ameaça do Tas é esse:
*****
01/06/2011
CQC Anti-amamentação, vai pra pqp
E o texto onde ela relata a ameaça é esse:
02/06/2011
Liberdade relativa: Marcelo Tas quer me processar
E muita gente na web já tem manifestado apoio à Lola.
Destaco a Maria Frô e o pessoal do Mobiliza BR:
Marcelo Tas ameaçou a blogueira Lola (@lolaescreva) de processo devido a um texto
no qual ela analisa um programa do CQC comentando a amamentação em público.
Após ser ameaçada, Lola não se intimidou e escreveu mais este post aqui. Hoje o
Comunique-se deu voz a Tas e sequer fez uma pergunta a Lola, como ela relata aqui.
Um jornalismo bastante ‗imparcial‘ este como podemos notar.
Em minha opinião a ameaça de Tas em processar Lola faz parte da mesma estratégia
que a Folha usou contra o blog da Falha e contra o Arles. Na prática tal estratégia
impede, nega aos alvos de processos o poder de se expressar livremente.
(Maria Frô – Toda nossa solidariedade à blogueira Lola que está peitando Marcelo Tas)
*****
Custe o que custar é o nome do programa do Marcelo Tas. E é mais ou menos o modo
como ele e sua trupe agem para tentar fazer humor e arrancar o riso, já que ali falta
um pouco de talento e muito de bom senso. Custe o que custar, eles vão diminuindo
pessoas, vomintando preconceitos e abusando dos lugares comum, na incasável busca
pelo riso. Tem gente que gosta. Eu estou no grupo dos que não gostam e, logo, não
assistem.
Mas toda terça-feira, acordo com um friozinho na barriga imaginando qual foi a
pataquada da última noite. Fiquei sabendo pela blogosfera, mais especificamente pelo
blog Escreva, Lola, Escreva, da oposição de Rafinha Bastos – aquele que abraça
estuprador – em relação ao mamaço, movimento realizado por mães que querem ter o
direito de amamentar os filhos quando eles sentirem fome, sem serem obrigadas a se
constranger por serem mães.
(Mobiliza BR – Marcelo Tas quer calar, custe o que custar.
Blogcidadania.com.br
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Palocci, a „psolização‟ do PT e o poder da direita midiática
Acompanhei, passo a passo, o surgimento das redes sociais no Brasil. Egresso de uma
época em que, para a esquerda, era dificílimo fazer política por falta do que sobrava à
direita, isto é, os meios de se comunicar com a sociedade, cheguei a acreditar em que
o acesso que agora a mesma esquerda tinha à comunicação deixaria a direita fora do
poder por muito tempo.
O inacreditável caso Palocci mostra que me enganei. Nem a esquerda tendo agora
meios de se comunicar – como os blogs, o Orkut, o Facebook, o Twitter e congêneres
–, mostra-se capaz de superar a sua deficiência histórica que a ditadura militar tão
bem detectou: esquerdistas só se unem na cadeia, ou seja, exclusivamente em
situações-limite.
A mais nova crise política no governo federal petista, depois de oito anos de crises da
mesmíssima natureza e desencadeadas exatamente da mesma forma, apesar de feita
de puro vento foi vitaminada pelo moralismo de salão de setores da esquerda, pela
luta por espaço dentro do PT e porque a direita ainda é infinitamente mais poderosa na
comunicação.
O Brasil conseguiu um feito extraordinário durante o governo Lula. Feito que está na
origem da volta dos mesmos ataques virulentos ao governo Dilma que foram
desfechados contra o governo de seu antecessor. Lula promoveu uma incrível
distribuição de renda em curto espaço de tempo e, vendo que Dilma pretendia seguirlhe os passos, a direita voltou ao ataque.
Entre 2003 e 2010, em meros oito anos, o governo Lula diminuiu a concentração de
renda a nível inferior àquele em que estava antes da ditadura militar, que fez a
desigualdade subir meteoricamente, razão pela qual o golpe de 1964 foi dado, ou seja,
para tornar os ricos mais ricos e os pobres, mais pobres.
A distribuição de renda deveria ser o objetivo de toda a esquerda, a mais radical ou a
mais de centro, mas a natureza contestadora é, ao mesmo tempo, a benção e a
maldição da esquerda.
Não basta que o índice de Gini tenha caído de 0,583 em 2003 para 0,530 em 2010,
mostrando o caráter inclusivo do governo Lula. Certa esquerda despreza os anseios do
povo em prol dos seus dogmas pseudo moralistas que, em verdade, constituem recusa
em aceitar o fato de que vivemos em um país capitalista.
Desprovidos do entendimento de que não é possível promover uma revolução
socialista só por chegar ao poder porque a sociedade brasileira, em maioria, é
conservadora, o PT, que remou unido para conquistar a Presidência da República,
sofreu defecções no primeiro mandato de Lula que deram origem àqueles que, por não
terem perspectiva de poder, decidiram se travestir de grilos falantes da política
nacional.
O PSOL nasceu, acima de tudo, da liderança limitada e tresloucada de Heloisa Helena
dentro do PT. Por suas posições intransigentes, HH viu-se quase isolada no partido e
saiu atirando em Lula, por quem desenvolveu um nível de rancor que envolveu outros
petistas que a acompanharam.
Eleitoralmente, o projeto de HH e outros petistas que dividiram seu projeto de
discordar de tudo e de todos e de não se compor com ninguém materializou o fracasso
previsível. O PSOL tem três deputados federais, hoje. E só aparece quando se une à
direita para atacar o governo petista. Por isso, toda vez que a direita midiática inventa
um escândalo o PSOL está entre os primeiros a colaborar.
De uns tempos para cá, depois que Heloisa Helena sucumbiu eleitoralmente e foi
praticamente esquecida, os psolistas passaram a usar as redes sociais para como que
se infiltrarem na poderosa máquina de redes sociais que apoiava o governo Lula,
muitas vezes afetando um apoio de fachada para, ao primeiro escândalo forjado,
começar a vender seus dogmas éticos.
O caso Palocci exibe um processo de ―psolização‖ do PT, com união de psolistas
legítimos a petistas ―arrependidos‖ que passaram a entoar contra o chefe da Casa Civil
bordões moralistas que foram se tornando viscerais nesses ―cristãos novos‖,
empurrando-os para a posição irracional de, como o PSOL sempre fez, fazerem coro
com a direita midiática.
Lendo os colunistas da grande imprensa de direita e os comentários e posts nas redes
sociais, neste momento, fica difícil discernir quem é o autor dos discursos moralistas
cheios de frases feitas que dispensam não só provas contra Palocci, mas um só mísero
indício contra ele. Não se sabe mais quem é quem.
Alguns dos ―psolizados‖ dão como razão para derrubar Palocci até o argumento
espantoso de que ele não é suficientemente de esquerda. Como a mídia, não sabem do
que é acusado. Citam enriquecimento ilícito e, quando questionados, recorrem a
Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo, Eliane Cantanhêde, Merval Pereira e outros
―filósofos‖ da reação brasileira.
Citam o argumento da ―mulher de Cesar‖, de que Palocci teria que parecer honesto e,
como não lhes parece honesto, deve cair. Citam a condenação ―política‖, que
dispensaria provas e indícios, o que não passa de sintoma ditatorial. Citam o caso do
caseiro Francenildo, endossando uma das farsas mais escandalosas que a política
brasileira testemunhou.
Não faltaram petistas arrependidos – ou ―psolizados‖ – aludindo ao ―pobre caseiro‖.
Sempre seguindo a liderança do que a própria esquerda batizou como Partido da
Imprensa Golpista (PIG), misturaram o caso dele com o do patrimônio de Palocci.
Agora havia que derrubá-lo por um caso que a Justiça julgou que nada tinha que ver
com o ministro.
Aliás, o fato de que Francenildo Costa não processa Palocci, mas só a revista Época
pela quebra de seu sigilo, ou o fato de que recebeu em sua conta bancária 40 mil reais
uma semana antes de acusar Palocci, em 2005, e de ter se reunido com o DEM, uma
semana antes, ou de o pai ―generoso‖ ser filiado ao mesmo DEM, nada disso levanta
suspeita nessa esquerda.
No começo da nova ofensiva da direita midiática, esta colheu uma das denúncias
contra Palocci na questão do caseiro que a Justiça rejeitara e tratou de enfiar nas
cabeças ―psolizadas‖ de parte do PT. E petistas descontentes com as sinecuras que o
governo de seu partido lhes disponibilizara ―colocaram pilha‖ nessa armação.
A Caixa Econômica teria dito, na investigação da violação de sigilo do ―pobre caseiro‖,
que fora o gabinete de Palocci, então ministro da Fazenda, que requisitara o estrato da
conta da suposta vítima de quebra de sigilo bancário. A mídia tratou de apresentar isso
como novidade, mas a Justiça já recebera a denuncia e a desprezara, negando o
indiciamento de Palocci.
Outra empulhação é a cobrança dos nomes das empresas às quais Palocci prestou
serviço. Tais nomes estão disponíveis há muito tempo na internet, desde os primeiros
movimentos do ataque ao ministro.
Neste domingo, semanas após o início do escândalo, vários colunistas do PIG e
petistas arrependidos e ―psolizados‖ continuam batendo na tecla do nome das
empresas às quais Palocci prestou serviços. A coluna de Eliane Cantanhêde pode
sintetizar o discurso daqueles que tanto de boa quanto de má fé insistem no que já
veio a público faz tempo.
Vejam:
—–
FOLHA DE SÃO PAULO
5 de junho de 2011
ELIANE CANTANHÊDE
Vão-se os dedos, ficam os anéis
BRASÍLIA - Não faz o menor sentido Antonio Palocci, chefe da Casa Civil pelo menos
até o fechamento desta edição, demorar três semanas para dizer o que disse aos
brasileiros em entrevistas à Folha e à Rede Globo: que a Projeto, sua empresa de um
empregado só, é legal e declarou seus ganhos à Receita.
Isso ele poderia ter dito no primeiro dia depois que a Folha publicou a reportagem
sobre a multiplicação do patrimônio dele por 20, incluindo um apartamento de R$ 6,6
milhões que ele pagou praticamente ―cash‖. Ou quando a mesma Folha informou que
o faturamento da empresa fora de R$ 20 milhões no ano eleitoral. Ou, ainda, quando
acrescentou que, ao receber metade disso, já era chefe da transição e virtual primeiroministro.
O principal continua soterrado por interrogações. Quem pagou? Por que pagou? Que
consultoria mágica era essa? O resto dos recursos foi aplicado, doado ou está debaixo
do colchão? Ou seja: de onde veio e para onde foi o dinheiro?
Isso tudo sem falar que apartamentos, histórias mal contadas e dinheiros estranhos
continuam se amontoando com a quebra do sigilo do caseiro Francenildo, que relatou a
presença de Palocci numa casa esquisita onde rolavam malas de dinheiro e uma gente
heterodoxa de Ribeirão Preto.
Como Palocci está no topo da pirâmide do governo, ao desabar deve arrastar Luiz
Sérgio, das Relações Institucionais, e toda a coordenação política, facilitando uma
rearrumação no Planalto que pode se espalhar pelo Congresso. Dilma tem uma crise,
mas também a chance de um freio de arrumação.
Quanto a Palocci, não tem do que reclamar. Foi abandonado pelo PT, pelo governo e
pela própria Dilma, mas manteve a fidelidade à clientela e está livre para
simplesmente voltar à Projeto e às suas ―consultorias‖. Bom negócio.
No caso dele, como eu disse ontem na Rádio Folha, vão-se os dedos, ficam os anéis. E
que anéis!
—–
É muita desfaçatez. Todos sabem quem são as empresas às quais Palocci prestou
serviço. Aliás, farto dessa hipocrisia, o blogueiro Mello reproduziu o nome dessas
empresas e, ao fim, convidou a grande mídia a ir para cima delas, cobrando as
explicações que Palocci não pode dar por força de contratos, mas que disse que as
empresas, se procuradas, poderiam dar.
Os clientes de Palocci estão entre as maiores e mais eminentes empresas do país.
Seria impossível esconder que prestou serviço a elas e foi por isso que a lista de seus
nomes veio a público faz tempo. Vejam a relação:
Itaú Unibanco
Pão de Açúcar
Íbis
LG
Samsung
Claro-Embratel
TIM
Oi
Sadia Holding
Embraer Holding
Dafra
Hyundai Naval
Halliburton
Volkswagen
Gol
Toyota
Azul
Vinícola Aurora
Siemens
Royal Transatlântico
Ao fim da lista, o blogueiro Mello aponta o óbvio ululante, mas que ninguém parece
enxergar: vão todos, a manada enfurecida e irracional, a imprensa golpista e a
oposição midiática para cima dessas empresas e cobrem explicações delas, pois não
existe corrupto sem corruptor.
Alguém acredita que a Folha ou a Globo ou o Estadão ou a Veja ou mesmo os políticos
que essas empresas financiam com doações de campanha questionarão uma só entre
elas? Jamais, meus caros. Até porque, cobrar informação que já vazaram faz tempo
ajuda a sustentar a estratégia da direita e a irracionalidade da esquerda.
Enquanto isso, a mídia vai tratando de insuflar os inocentes úteis espalhando versões
sobre Dilma, por exemplo, já estar escolhendo o substituto de Palocci ou estar
―consultando Lula‖ sobre o que fazer. A verdade, porém, é que Dilma não só já
manifestou confiança no ministro como Lula já lhe disse que, se ele cair, o governo
estará fadado a ―se arrastar‖ até 2014.
Vale, finalmente, citar o argumento mais inacreditável das mentes ―psolizadas‖ de
pessoas sérias, mas desumanamente ingênuas: se Palocci não cair, a mídia não
deixará Dilma em paz. Como se a queda de Palocci interrompesse um processo de
bombardeio e sabotagem que permeou todo o governo Lula e que já mostra que
continuará neste governo.
O caso do ―livro que ensina errado‖, das obras da Copa que a direita já adivinhou que
não ficarão prontas a tempo e muito mais que vem sendo atirado contra o governo
Dilma mostram que, vendo que os gestos de boa vontade da presidente nas primeiras
semanas de governo não significavam rendição, essa mesma direita midiática voltou
ao ataque.
A queda de Palocci não mudaria nada. A mídia continuaria inventando ―escândalos‖
como fez durante todo o governo Lula, dia após dia, semana após semana, um mês
após o outro…
Tudo isso mostra, por fim, um fato que muitos já não enxergavam e que, agora, tornase escandalosamente gritante: o poder de manipulação da direita midiática é imenso,
gigantesco, capaz até de levar gente politizada, inteligente e honesta a embarcar em
uma farsa inaceitável no Estado Democrático de Direito, que exige que Palocci prove
que não fez nada errado.
As cobranças de informações de Palocci escondem, escandalosamente, o fato de que
ele já as havia fornecido à Controladoria Geral da União e ao Ministério Público Federal
antes de entrar no governo. Essas instituições já haviam analisado contratos, nomes
de empresas e deram sinal verde. E agora estão recebendo os dados de novo e
deverão dar o mesmo parecer.
No entanto, a direita midiática e os petistas ―psolizados‖ e arrependidos fazem questão
de ignorar esse fato, simplesmente fazendo o jogo do desentendido, cobrando que
venha a público aquilo que Palocci, sem anuência de seus clientes, não pode dizer
simplesmente porque se comprometeu por escrito, o que não impede que tais
empresas dêem informações.
Mas quem vai cobrar as empresas supracitadas? A Folha, a Veja, o Estadão, a Globo?
Podem esperar sentados, que de pé cansa. Nem o PIG, nem a manada útil farão isso.
Porque o objetivo não é esclarecer nada, é confundir. A direita por jogada política e a
esquerda por uma irracionalidade que lhe é característica desde sempre.
PS: é sempre bom reiterar o que já escrevi diversas vezes nos posts que
tenho publicado sobre o caso Palocci. Apóio a postura de amigos jornalistas
que estão simplesmente usando para Palocci o critério que usaram para
tucanos e demos ou quaisquer outros. Julgo que o papel do jornalismo é esse
mesmo, desde que use o mesmo peso e a mesma medida para todos os lados.
O texto se refere à militância.
Tijolaco.com
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Racistas picham estátua de Zumbi
Do jornal O Dia:
“A estátua de Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio,
próximo à Marquês de Sapucaí, na madrugada deste sábado. No local, os vândalos
picharam dizeres racistas, como “invasores malditos macacos” e “fora safados
africanos”, e inseriram na base a figura de uma suástica. A cabeça do monumento
recebeu tinta branca.
Segundo o secretário Municipal de Conservação Pública, Carlos Roberto Osório, o ato
dos agressores é intolerável. “É inadmissível ter esse tipo de atitude no Rio. Não foi
apenas uma simples pichação, mas um ato de racismo, com objetivo claro de
vandalizar uma pessoa importante para o movimento negro. Não vamos tolerar uma
agressão dessas a esse herói da nação”, disse Osório.”
O monumento a Zumbi, uma iniciativa de Darcy Ribeiro e Brizola, reproduz, em escala
gigante, uma peça de bronze, do Benin.
Depois, dizem que não há racismo no Brasil.
Osamigosdopresidentelula.blogspot
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Folha adota "padrão Veja" de jornalismo
O jornal Folha de S.Paulo, está fazendo campanha acirrada contra o governo Dilma. Os
colunistas que agora vociferam contra Palocci, faz o mesmo que a Folha faz
sistematicamente, desde que Lula tomou posse no Planalto em janeiro de 2003.
A edição deste domingo estampa na sua primeira página mais uma hipocrisia, mas, o
leitor que assina, lê o puro jornalismo marrom nas páginas do jornal
Leiam com atenção a notinha e comentem onde está o erro
Empresas ajudaram a financiar campanhas de Dilma e do PT
As duas consultorias que mais ganharam da União no ano passado colaboraram
financeiramente com a campanha de Dilma Rousseff e com o PT nacional.Primeira
colocada no ranking, a STE Serviços financiou em R$ 200 mil o comitê financeiro do PT
para presidente e doou R$ 60 mil para o diretório nacional do PR, da coligação de
Dilma.
A Concremat, por sua vez, doou R$ 2,91 milhões para partidos e comitês.
Desse montante, 45,5% foram repassados para os diretórios nacionais do PT e do
PMDB.As duas empresas contribuíram também com outros partidos e
candidatos.As duas atuam na área de engenharia, elaborando projetos e
supervisionando obras públicas e privadas em segmentos como transporte,
saneamento e energia.
Resumindo: Em outras palavras, a própria Folha diz que não há nada de irregular. Na
realidade, o que a Folha fez foi um ataque gratuito ao governo Dilma
"Doações foram feitas a todos os partidos políticos"
A STE informou que atua com engenharia consultiva há 38 anos, tem 700
colaboradores e as "doações, legais e devidamente contabilizadas, foram feitas a
praticamente todos os partidos políticos,independentemente de estarem ou não no
governo".Por meio da assessoria de imprensa, a Concremat informou que o valor pago
pela União por consultorias representou menos de 6% da receita da empresa -R$
507,6 milhões em 2010.
A Concremat afirmou também que "as doações não foram influenciadas por qualquer
relação com o governo federal".E completou que elas "se basearam em critérios como
representatividade e apoio à priorização dos investimentos em infraestrutura".
Do jeito que a coisa vai, a Folha ainda chama seu ex-repórter, Márcio Aith, assessor do
José Serra, de volta para ampliar o leque de opções na sua campanha contra governo.
O modelo de Veja está fazendo escola.

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