Programação completa - Portal Almada Digital
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Programação completa - Portal Almada Digital
or g a n i z aç ão : C â m a r a Munic ipa l de A lm a da | Compa nhi a de T e at r o de A lm a da Índice Pelo teatro e pela cultura Joaquim Estêvão Miguel Judas...................02 Sede bem-vindos em Elsinore Rodrigo Francisco........................................03 Rogério de Carvalho, um nómada fiel Maria João Brilhante...................................05 Espectáculos King size....................................................09 Escrever, falar...........................................11 Hamlet.....................................................13 Sé de un lugar............................................15 Última transmisión..................................17 Es wechseln die Zeiten.............................19 Your Best Guess........................................21 Iluminación...............................................23 Os acontecimentos...................................25 Hotel Belvedere........................................27 Quatro santos em três actos...................29 Dévoration...............................................31 Um museu vivo.........................................33 Los nadadores nocturnos........................35 Il ritorno a casa........................................37 Livada de vişini.........................................39 A dama do mar..........................................41 Planilha.....................................................42 Actos complementares Mi Piedra Rosetta.....................................45 Spectatorul condamnat la moarte..........47 Fräulein Julie............................................49 Britânico...................................................51 La tempestad............................................53 Furia avicola.............................................55 Kafka enamorado.....................................57 Cinéma Apollo..........................................59 BG, Programa de homenagem ao Ballet Gulbenkian................................61 Al Pantalone.............................................63 O sentido dos mestres..............................69 Homenagem 2015: Rogério de Carvalho.................................70 Exposições de artes plásticas..................71 Apresentação de livro..............................73 Encontros da Cerca...................................74 Arquitectura e teatro...............................76 Colóquios...................................................78 Workshop para a infância.......................78 Leituras encenadas................................64 Espectáculos de rua................................66 Música na esplanada..............................67 Contactos e acessos..................................80 Assinaturas e bilhetes..............................82 Equipa do 32.º Festival de Almada.........83 Informações Pelo teatro e pela cultura E ntre 4 e 18 de julho vamos viver mais uma festa do Teatro no Festival de Teatro de Almada. Oferecendo uma vez mais uma programação diversificada em 27 produções que colocará em palco ao longo dos 15 dias, o Festival dar-nos-á de novo a oportunidade de contactar ao vivo com aquilo que de melhor e mais importante se faz ao nível do Teatro, quer em Portugal, quer noutras partidas do Mundo. De novo, a alegria, a amizade, o afeto, a franqueza e a hospitalidade serão as companhias de sempre, presentes no Festival de Teatro de Almada. Um ciclo de seis espetáculos do “novíssimo teatro espanhol” reunindo o que de melhor se faz no país vizinho; doze produções que nos chegam de Itália, Suíça, Alemanha, Brasil, Roménia, México e França, representando igualmente o que de melhor se produz no teatro daqueles países; e nove produções portuguesas, entre as quais três estreias, preencherão o programa que nos é oferecido. Um programa que reafirma este Festival como um extraordinário acontecimento cultural, um bem coletivo que se constitui como contributo inestimável à divulgação da arte milenar de representar a vida. Uma palavra de saudação, também, pelo trabalho desenvolvido pelo encenador e pedagogo Rogério de Carvalho, personalidade homenageada pelo conjunto da sua carreira nesta 32.ª Edição do Festival de Teatro de Almada. Resistindo com enorme determinação e força de vontade às brutais condições impostas por uma política nacional que menospreza e ignora, na sua essência, a cultura e a prática cultural, o Festival de Teatro de Almada, nesta sua 32.ª edição consecutiva, constituir-se-á uma vez mais como contraponto daquela política alienante de homens, mulheres e jovens, que os afasta do saber e do conhecimento que o usufruto pleno das artes e dos bens culturais garantem. Em nome do Município de Almada dirijo por isso à Companhia de Teatro de Almada, que magistralmente organiza esta grande Festa do Teatro e ao seu Diretor Rodrigo Francisco e restantes membros do corpo diretivo, aos atores, encenadores, técnicos, pessoal de apoio, o mais sincero aplauso e agradecimento do Município de Almada pelo exemplar trabalho que têm oferecido a Almada, aos Almadenses e à Cultura Portuguesa. Aos atores, encenadores e técnicos de todas as companhias nacionais e estrangeiras que irão de novo transformar Almada numa verdadeira Capital do Teatro, e ao maravilhoso público do Festival, dirijo igualmente uma saudação amiga e um entusiástico aplauso. Sejam todos muito bem-vindos a Almada! Viva o Festival de Teatro de Almada! Viva o Teatro! Joaquim Estêvão Miguel Judas Presidente da Câmara Municipal de Almada Sede bem-vindos em Elsinore “O que é um Homem, se o seu maior bem é apenas dormir e comer? Uma besta, nada mais”. Hamlet, IV, 4. H á 31 anos que a Companhia de Teatro de Almada encerra a temporada teatral portuguesa com um Festival, que começou por ser uma mostra de teatro amador e que cresceu até se tornar num dos festivais de teatro mais referenciados na Europa. O facto de este Festival ser organizado por uma companhia de teatro independente ajuda certamente a explicar as suas longevidade e estabilidade, assentes numa relação de proximidade quer com o público de Almada, quer com os artistas que nos visitam. Como criadores que somos, gostamos de confrontar-nos com o que de melhor se faz no Mundo. A emulação pode por vezes ser dolorosa – mas tem-nos ajudado a crescer. Assim como ao nosso público, que se torna a cada ano mais exigente e não nos permite a cristalização em soluções já testadas ou fórmulas repetitivas. Os espectadores querem mais e melhor. Nós também. Este ano, graças ao prestígio alcançado ao longo do tempo e às boas-vontades que a Companhia de Teatro de Almada tem sido capaz de reunir, o conjunto de apoios obtidos em Portugal e no estrangeiro permitiu reunir uma programação rara. (E, no que respeita a financiamentos, refira-se que a subvenção da Secretaria de Estado da Cultura a esta Companhia recuou para os valores de 1997.) Apresentamos espectáculos de alguns dos mais considerados criadores do Mundo, juntamente com jovens criadores portugueses e estrangeiros. O Festival mantém a sua característica de Festa, com espectáculos de rua todos os dias; inauguramos exposições; organizamos colóquios; trazemos Peter Stein ao ciclo O sentido dos mestres; homenageamos Rogério de Carvalho – um dos históricos encenadores portugueses. Trata-se de uma programação só possível graças ao trabalho (não só em Julho, mas ao longo de todo o ano) de um conjunto de pessoas que convivem de perto com o problema levantado pela pergunta do malogrado príncipe da Dinamarca, que trouxe para a epígrafe deste texto. Quando tocamos em Shakespeare ele tende a entrar-nos pela vida adentro. Tem sido assim durante os ensaios da co-produção de Hamlet, dirigida por Luis Miguel Cintra, com que praticamente abrimos esta edição. Para encontrar uma resposta a esta questão fundadora, para procurar o seu lugar no Mundo, Hamlet encena para a corte de Elsinore uma peça: A ratoeira. O Bardo coloca na boca de Cláudio, o Rei usurpador do trono, a constatação de que “a loucura dos grandes não pode caminhar sem vigilância”. É por esse caminho que seguimos, ao longo do ano, quando procuramos pôr no palco algumas das perguntas que nos apontam pistas para a vida. Entre 4 e 18 de Julho, pelo 31.º ano consecutivo, faremos essa estrada convosco e com alguns dos amigos que nos chegam de várias partes. Welcome to Elsinore! Rodrigo Francisco Rogério de Carvalho, um nómada fiel © Rui Carlos Mateus P artilho com outros a memória inesquecível de um espectáculo que me revelou um encenador e que associarei para sempre a um tempo em que o teatro acontecia onde queria, como queria e podia: num palacete vazio da Av.ª da República em Lisboa, por exemplo. Tio Vânia de Tchekov era como se chamava esse espectáculo que um quase desconhecido Rogério de Carvalho criou, em 1980, com um grupo de trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos, depois de algumas experiências, que tinham dado que falar entre os críticos e o meio teatral, com grupos de amadores. Fora o caso, anos antes (77), de umas Três irmãs, feitas com o Grupo de Iniciação Teatral da Trafaria, desse mesmo Tchekov, autor ao qual Rogério Carvalho ficou miticamente ligado pela incursão repetida na sua dramaturgia, pela intimidade que criou com os seus textos, pela evidente compreensão das suas palavras e das personagens nelas inscritas. Se tudo começara em 65, mas como actor, no grupo Proscenium, acompanhado por, entre outros, Maria do Céu Ricardo e Nuno Carinhas, e dirigido por Pedro Lemos, a partir de 74 o seu lugar no teatro será como encenador, traçando um caminho entre o nomadismo e a fidelidade. Já foi notado o seu regresso constante ao mesmo texto ou ao mesmo autor: Tio Vânia (pelo menos quatro vezes), Tartufo (três vezes), Pre-paradise sorry now – O paraíso não está à vista (duas vezes), várias peças de Strindberg, Molière, Genet. Essa fidelidade não pode ser confundida com preguiça. Serve de âncora à aventura regular por outros territórios. Rogério de Carvalho confessou já o seu desejo de continuar a regressar aos textos que temporariamente abandona, uma vez desmontados e remontados, “como um relógio”, em cada encenação. Para melhor os conhecer ou, diria eu, para descobrir através deles o passar do tempo, a (sua) acumulada experiência, outros entendimentos da complexidade dos humanos que somos. Um caso recente é o de Molière. Porque vamos ainda ao teatro ver peças de um autor que tudo parece afastar de nós e do nosso tempo? Tartufo, D. Juan, O Avarento, O doente imaginário surgem perante nós como objectos resgatados ao tempo e oferecidos aos corpos dos actores para que eles ajudem a colocar e a resolver os tais problemas. Na verdade, parece jogar com eles como crianças que satisfazem a curiosidade ao desmontar um brinquedo. Mas para Rogério de Carvalho criar com os actores e com os (seus) artistas, como o cenógrafo José Manuel Castanheira, traduz-se num exercício de extraordinária precisão, em propostas visuais de onde emergem palavras e sonoridades que expandem o sentido do texto e nos convidam a seguir estímulos nem sempre de uma imediata percepção. No entanto, se permanece fiel a peças e autores, o que dizer do nomadismo que caracteriza a sua relação com as estruturas de produção teatral? Rogério de Carvalho, que eu saiba, não é ou foi director, fundador de companhias, nem encenador “residente” em alguma, mesmo quando reconhecemos afinidades electivas com As Boas Raparigas..., o Ensemble-Sociedade de Actores, a Companhia de Teatro de Almada, o TEUC, a Escola da Noite. Seria interessante analisar os regressos a casa seguidos de novas partidas ou as formas discretas de trabalho com grupos que se organizam em torno dos seus encenadores e directores, mas que convidam Rogério de Carvalho para projectos a partir dos quais nascem cumplicidades. E mais curiosa ainda é a disponibilidade – talvez mesmo um renovado gosto – para se juntar aos jovens universitários, aos actores em formação. As companhias e os actores vão mudando, as peças e os autores vão regressando e a nós, espectadores, cabe continuar a seguir Rogério de Carvalho e o seu teatro com prazer e proveito. Maria João Brilhante Espectáculos Lausana | Suíça Théâtre Vidy-Lausanne Co-produção: Theater Basel Apoio: Pro Helvetia – Fondation Suisse pour la Culture King size Encenação de Christoph Marthaler Intérpretes Bendix Dethleffsen Michael von der Heide Nikola Weisse Tora Augestad Direcção musical Bendix Dethleffsen Cenografia Duri Bischoff Dramaturgia Malte Ubenauf Figurinos Sarah Schittek Luz Heide Voegelin Lights Legendas Ângela Pardelha Língua Alemão, francês, inglês, sueco Legendado em português Duração 1h20 Classificação M/12 U m quarto de hotel em tons de azul-celeste. Um par de jarrões à direita e à esquerda baixas, com os respectivos ramalhetes de flores de plástico. Piano vertical, carpete roxa, e uma cama king size, que um jovem casal de cantores partilha ora com um pianista careca que todas as manhãs se penteia, ora com uma inquietante velhinha que por vezes atravessa a cena com ar de quem perdeu a caixa dos ansiolíticos. Eis o universo que Christoph Marthaler criou para um espectáculo de teatro que é também um recital – sem nunca deixar de ser teatro. Canta-se, ao piano ou à capela, Schumann, Wagner, Mozart – e também os Jackson Five. O encenador suíço serve-se do conceito de enarmonia (uma técnica de composição musical que permite escrever um mesmo som, com a mesma altura, de duas formas diferentes) para procurar definir aquilo que é para si a vida: uma constante evolução e metamorfose. Nas suas próprias palavras: “Sempre fui aquilo que sou, mas agora sou já tão diferente daquilo que era…”. Christoph Marthaler (Erlenbach, Suíça, 1951) é oboísta e flautista de formação. Na sequência do Maio de 68 entra para a Escola Lecoq, em Paris, estreando-se na encenação em 1980 com Indeed, e começando desde logo por fundir os mundos do teatro e da música. Com esta matriz criará espectáculos emblemáticos, como Fausto, de Pessoa, ou Casimiro e Carolina, de Horváth. Mestre da lentidão, da ironia e do distanciamento, inventou uma poesia cénica verdadeiramente singular, feita de palavras, canções – e de música. Christoph Mathaler returns to his usual blend of music and theatre in King Size. A young couple of musicians share their king size bed with a bald pianist and an old lady (alternately), in the parallel universe imagined by the Swiss director and musician. A universe where there is room for live renditions of songs by Schumann, Wagner, Mozart and The Jackson Five. ALMADA Sáb 04 Escola D. António da Costa 22h00 Palco Grande Amadora | Portugal Teatro do Aloés Em parceria com a Associação LAMA Escrever, falar De Jacinto Lucas Pires Encenação de Jorge Silva Intérpretes João de Brito João Pedro Dantas Assistência de encenação Anna Eremin Espaço cénico Jorge Silva Desenho de luz Tasso Adamopoulos Música Filipe Melo D ois homens encontram-se e dialogam num espaço indefinido: duas personagens que “não são mais do que aquilo que fazem e dizem naquele momento concreto, não têm vidas para trás ou para a frente. Só existem ali, na peça”. Com este espectáculo o Teatro dos Aloés mantém o compromisso de levar regularmente à cena autores portugueses contemporâneos. A ideia defendida pela companhia sediada na Amadora é a de que estes textos têm de ser colocados no local indicado para os pôr à prova: o palco. E no caso de Escrever, falar é mesmo de experimentação que se trata, daquela que procura a musicalidade das palavras que, “como se de uma partitura se tratasse, têm tempos, tons, pausas, interrupções, sobreposições”. Jacinto Lucas Pires (n. 1974) é escritor, cineasta e músico. Estudou Direito na Universidade Católica de Lisboa e Cinema na New York Film Academy. Os seus textos já foram levados à cena em Portugal por encenadores como Manuel Wiborg, Ricardo Pais, Marcos Barbosa ou João Brites e uma parte foi já traduzida para inglês, francês, espanhol e norueguês. Jorge Silva (n. 1962) frequentou a Escola de Formação de Actores do Centro Cultural de Évora. É co-fundador do Teatro dos Aloés, onde é actor permanente. Como actor já trabalhou com estruturas como a Companhia de Teatro de Braga, o Teatro da Malaposta e os Artistas Unidos, entre outras. Trabalha regularmente em cinema, teatro e televisão. Já encenou textos de Athol Fugard, Spiro Scimone, Lars Norén, Paul Auster ou Pau Miró. Duração 1H10 aprox. Classificação © João Gaspar M/12 10 Two characters meet at one unidentifiable location. They are “no more than what they say and do in that precise moment they share, they have no past or future. Their only existence is there, inside the play”. With Escrever, falar, by Jacinto Lucas Pires, Teatro dos Aloés keep their promise of regularly staging texts by Portuguese playwrights. The text and the show are understood like a musical score with its “tempo, notes, pause and interruptions”. dom 05 Seg 06 Almada Teatro-Estúdio António Assunção 17h00 11 21h30 Lisboa / Almada PORTUGAL Teatro da Cornucópia Co-produção: Companhia de Teatro de Almada Hamlet De William Shakespeare Encenação de Luis Miguel Cintra Intérpretes Alberto Quaresma Bernardo Souto Dinis Gomes Duarte Guimarães Guilherme Gomes Isac Graça João Reixa José Manuel Mendes Luís Lima Barreto Luís Madureira Luis Miguel Cintra Marques D’Arede Nídia Roque Rita Cabaço Sílvio Vieira Teresa Gafeira Tiago Matias Assistência de encenação Rodrigo Francisco Sofia Marques Cenografia e figurinos Cristina Reis Voz e elocução Luís Madureira Luz Cristina Reis Guilherme Frazão Luis Miguel Cintra Rui Seabra Duração 3h00 aprox. c/ intervalo Classificação © Cristina Reis M/12 12 “F inalmente, o Hamlet!” foi o que Sophia de Mello Breyner Andresen escreveu no exemplar que ofereceu a Luis Miguel Cintra, quando terminou a sua tradução do clássico de Shakespeare. Desde então que o actor e encenador manteve a vontade de a levar à cena, embora o projecto tenha ficado por concretizar até agora, tornando-se possível numa co-produção que junta, pela primeira vez, o Teatro da Cornucópia e a Companhia de Teatro de Almada. Em Hamlet coloca-se em cena o confronto entre duas gerações. O grupo de jovens constituído pelo protagonista e pelos seus amigos leva a sério os valores em nome dos quais se organiza a sociedade. Os mais velhos, todavia, já não acreditam nesses mesmos valores, exercendo o poder que têm com cinismo. A certa altura, o príncipe Hamlet recorre ao teatro: “Ouvi contar que certos criminosos, assistindo a uma peça, foram de tal forma, e até ao fundo da alma, atingidos pela arte da cena que logo confessaram os seus maus actos”. A tragédia, porém, não se compadece com as suas nobres intenções. Luis Miguel Cintra (n. 1949) nasceu em Madrid. Estreou-se como actor e encenador no Grupo de Teatro da Faculdade de Letras, no qual dirigiu Anfitrião, de António José da Silva. Fundou o Teatro da Cornucópia em 1973, com Jorge Silva Melo, companhia na qual já encenou e interpretou mais de 120 espectáculos. Foi homenageado no 31.º Festival de Almada, em 2014. Teatro da Cornucópia and Companhia de Teatro de Almada join efforts for the first time to present Hamlet. The late Sophia de Mello Breyner Andresen, one of Portugal’s renowned poets, translated Shakespeare’s classic decades ago and Luis Miguel Cintra has kept the desire to stage it ever since. The cast includes both young and old actors that have taken part in each companies’ history. Almada dom 05 ter 07 Teatro municipal Joaquim Benite Sala Principal 21h00 13 21h00 Barcelona | Espanha Producciones Prisamata Apoio: Acción Cultural Española, AC/E Co-apresentação: Cine-Teatro Constantino Nery O novíssimo teatro espanhol Sé de un lugar Sei de um lugar Texto e encenação de Iván Morales Intérpretes Anna Alarcón Xavi Sáez Assistência de encenação Lali Àlvarez Movimento Joana Rañé Ilustração Nuri Téllez Bravo Luz Marc Lleixà Legendas Andreia Barros Ferreira Língua Castelhano Legendado em português Duração 1h30 Classificação M/12 S imón e Bérénice terminaram a sua relação mas continuam a encontrar-se. Ele decidiu isolar-se em casa. Ela vai visitá-lo de vez em quando, no meio das suas viagens e experiências amorosas. Cada um representa uma postura quase oposta perante a vida. E, sobretudo, perante o fim de uma relação. De acordo com Iván Morales, autor e encenador, estas personagens “não querem renunciar à possibilidade de fazerem os seus percursos individuais, mesmo que tal os leve à solidão, mas, ao mesmo tempo, recusam quebrar o seu vínculo de intimidade”. Porém, não se trata apenas de uma “história de amor depois do amor”, sendo também uma forma de abordar a “crise de identidade pela qual está a passar a classe média-baixa” em muitos países europeus. Iván Morales (n. 1979) tem mais de 20 anos de experiência como actor de teatro, televisão e cinema, tendo trabalhado com directores como Dario Argento, Silvia Munt, Ulises Dumont, entre outros. Escreveu argumentos para longas-metragens e dirigiu várias curtas-metragens, das quais se destacam Ha llegado el momento de contarte mi secreto e Dibujo de David. Sé de un lugar, a sua estreia como dramaturgo e encenador, valeu-lhe o prémio Butaca para Melhor Espectáculo de Pequeno Formato, e um prémio equivalente atribuído pela Time Out Barcelona. Even though Simón and Bérénice broke up, they continue to see each other. He decided to stay at home and isolate himself from the world. She visits him once in a while, amidst her journeys and new amorous endeavours. They want to break free from whatever bound them together in the past but, at the same time, seem unable to part once and for all, afraid of the loneliness that might await them if they do so. almada Incrível Almadense 14 15 Seg 06 ter 07 qua 08 16h00 21h30 18h00 Valladolid | Espanha ES.ARTE Apoio: Acción Cultural Española, AC/E Co-apresentação: Cine-Teatro Constantino Nery O novíssimo teatro espanhol Última transmisión Última transmissão De Enrique e Yeray Bazo Encenação de Diego Palacio Enríquez Intérpretes Margarita del Hoyo Raúl Escudero Cenografia Jara Martínez Valderas Caja Negra Figurinos Caja Negra Luz, som e vídeo Diego Palacio Enríquez N o sótão de uma casa abandonada encontra-se um sobrevivente. Um homem que, com a ajuda de um emissor de rádio, tenta entrar em contacto com o exterior. Quem é este homem? E o que terá acontecido lá fora, para que esteja nesta situação? Por entre o ruído indefinido do rádio começa a ouvir-se a voz de uma mulher. No entanto, parece impossível estabelecer-se entre os dois qualquer tipo de comunicação. É possível que, na verdade, tudo se passe apenas na cabeça deste homem. Última transmissão é um espectáculo inspirado no universo da ficção científica, no qual se sugere aos espectadores que consigam imaginar-se “os últimos homens” à face da terra. Direcção de actores Juan José Villanueva Video José Gabriel Lorenzo Caracterização Clara Torres Enrique e Yeray Bazo começaram por colaborar numa versão da ópera Brundibár, de Hans Krása. Foram os vencedores do Prémio de Textos Teatrales Jesus Domínguez com Tesla/Edison. Têm colaborado com José Sanchis Sinisterra no Nuevo Teatro Fronteirizo, no qual participaram em obras colectivas como Instrucciones para matar a una mujer o voces fuera de lugar. Legendas David Pais Diego Palacio Enríquez é licenciado em Encenação e Dramaturgia pela Escuela Superior de Arte Dramático de Castilla e León, e mestre em Artes Cénicas pela Universidade Rey Juan Carlos de Fuenlabrada, de Madrid. É co-fundador e encenador da companhia Rocamadour Teatro. Dirigiu Seven Seconds, de Falk Richter, no Festival Tac de Valladolid em 2013. Língua What would it feel like to be the last man on earth? That’s exactly what the show Última transmisión allows us to imagine, through what the (apparently) sole survivor of some unknown event does in the close quarters of an attic. In his attempts to communicate with the outside world, he ends up picking up a female voice through the radio static. But is it actually real or only a figment of his imagination? Castelhano Legendado em português Duração 1h00 Classificação M/12 seg 06 almada Fórum romeu correia 16 19h00 17 Berlim | Alemanha Berliner Ensemble Apoio: Goethe Institut Es wechseln die Zeiten… E os tempos mudam... Poemas de Bertolt Brecht Musicados por Paul Dessau, Hanns Eisler, Kurt Weill e Tobias Schwencke Direcção de Manfred Karge Intérpretes Claudia Burckhardt Jörg Thieme Karla Sengteller Katharina Susewind Manfred Karge Martin Schneider Roman Kaminski Stephan Schäfer Ursula Höpfner-Tabori Veit Schubert Saxofone e Clarinete Silke Eberhard Acordeão Cathrin Pfeifer Trompete Damir Bacikin Percussão Jo Bauer Piano Tobias Schwencke Figurinos Wicke Naujoks Direcção musical Tobias Schwencke Língua Alemão Legendado em português Duração 1h20 Classificação M/12 D esde a sua primeira encenação no Berliner Ensemble, em 1963, numa Pequena Mahagonny em que também interpretava o papel de Joe / Lobo do Alaska, Manfred Karge já dirigiu 17 peças de Brecht, nas quais representou (e cantou) alguns dos protagonistas. A digressão do Berliner Ensemble ao Théâtre de la Ville, no Inverno de 2014, serviu de pretexto para que se passassem em revista as peças de Brecht, colhendo-se canções, poemas, baladas, coros – e traçando-se, com a cumplicidade de nove actores/cantores e cinco músicos, um percurso teatral, lírico e musical. E os tempos mudam… (uma citação da Canção de Moldau, que a CTA apresentou num recital de Brecht, com traduções de Yvette Centeno) propõe uma viagem à vivência poética (terá tido outra?) do dramaturgo e encenador alemão, desde a juventude à idade madura, passando pela revolta e pelo empenhamento políticos. Manfred Karge (Brandenburgo, 1938) é autor, actor, cantor e encenador. O início do seu percurso teatral está intimamente ligado a Matthias Langhoff, com quem se estreou na encenação, no Berliner Ensemble de Helene Weigel. A partir de 1982 passa a dirigir por conta própria (nomeadamente uma grande parte do repertório brechtiano) e, entre 1993 e 2002, assume a direcção da prestigiosa escola de teatro Ernest Busch. Regressou em seguida ao Berliner, onde tem interpretado alguns dos principais papéis da dramaturgia universal. Manfred Karge began directing Bertolt Brecht plays back in 1963, along with Matthias Langhoff, at the Berliner Ensemble. During 2014’s tour, the Ensemble returned to Bertolt Brecht’s songs, poems and balads and got nine actors/singers together with five musicians to perform them. Encompassing the whole of Brecht’s poetic life – from his youth to times of revolt and political engagement –, Times are changing brings us a cabaret evening with music by Kurt Weill, Paul Dessau and Hanns Eisler. ALMADA Seg 06 Escola D. António da Costa Palco Grande 18 22h00 19 Lisboa | Portugal mala voadora Co-produção: Culturgest e Pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto Apoio: Fundação Calouste Gulbenkian Estrutura associada de O Espaço do Tempo e Associação Zé dos Bois Your Best Guess Texto de Chris Thorpe Direcção de Jorge Andrade Intérpretes Chris Thorpe Jorge Andrade Cenografia e figurinos José Capela Luz Daniel Worm d’Assumpção Produção David Cabecinha Joana Costa Santos N ão podemos evitar viver no futuro: planificar actividades, comprar bilhetes de avião para as férias, organizar festas de aniversário, preparar candidaturas, enviar convites, fabricar t-shirts para digressões de bandas, cachecóis para vitórias de equipas de futebol, objectos comemorativos, bolos... – tudo suposições. Quando chegar a altura, as coisas podem acontecer tal como previsto, ou não. A mala voadora e Chris Thorpe juntam-se para falar disto: da imponderabilidade do curso da História, e também de bombas por detonar, cartas de despedida, cidades-fantasma, apostas, amuletos... Vão investir na sua melhor suposição. Gestão cultural Vânia Rodrigues fotografia José Carlos Duarte Chris Thorpe, escritor e performer de Manchester, fundou o Unlimited Theatre. Tem colaborado com a companhia Third Angel e com a performer Hannah Jane Walker. Completou em 2012 uma trilogia de peças para a mala voadora – Overdrama, Casa e Jardim e Dead end. O seu solo Confirmation foi premiado no Festival Fringe de Edimburgo 2014, com o primeiro prémio. Jorge Andrade, licenciado pela ESTC, é co-fundador e co-director artístico da mala voadora, com José Capela. Colaborou como actor no Teatro da Garagem, nos Artistas Unidos e na Comuna, entre outros. No Artista na Cidade 2014, foi convidado para encenar um texto original de Tim Etchells na Companhia Maior e participou em Quizoola!, dos Forced Entertainment. Duração 1h15 Classificação M/12 Lisboa Culturgest Pequeno Auditório 20 We can’t help living in the future: booking flights for our holidays, organizing birthday parties, sending invitations, producing t-shirts for tours... – all of this are merely suppositions. When the time comes, those things may happen according to plan, or not. mala voadora and Chris Thorpe get together to talk about all this: about the unpredictability of the course of History, but also about undetonated bombs, goodbye letters, ghost cities, amulets... They will invest in their best guess. Ter 07 Qua 08 Qui 09 Sex 10 Sáb 11 21h30 21h30 21h30 21h30 21h30 21 Cidade do México | MÉxico Dramafest Iluminación Iluminação De Joanna Murray-Smith Encenação de Aurora Cano Intérpretes Claudia Rios Daniel Martínez Juan Carlos Vives Lumi Cavazos Pedro Mira Sophie Gómez Legendas Andreia Barros Ferreira I luminação constitui a estreia absoluta da dramaturga australiana Joanna Murray-Smith em língua castelhana. A encenadora mexicana Aurora Cano adaptou para a realidade do seu país esta comédia negra, que conta a história de três casais de amigos que numa noite se encontram, como em tantas outras. No entanto, um acontecimento trágico vivido por um dos casais alterará a natureza do encontro da noite em questão, afectando para sempre a vida desse grupo de seis pessoas. O espectáculo decorre num dispositivo no qual o público rodeia os actores, a pouco mais de um braço de distância. Joanna Murray-Smith (Victoria, 1962) é dramaturga, guionista e romancista. As suas peças (que incluem títulos como Honour, Rapture, Bombshells, Nightfall, Redemption, Love Child e Flame) têm sido montadas e premiadas em todo o Mundo. Entre os seus romances figuram Truce, Judgement Rock e Sunnyside. Aurora Cano (Cidade do México, 1970) estudou teatro com Juan José Gurrola, Ludwik Margules e Héctor Mendoza, formando-se também em Inglaterra a partir de 1995. Desenvolve uma carreira como instrumentista e actriz, dirigindo ainda o DramaFest, um festival internacional de dramaturgia contemporânea, na Cidade do México. Língua Castelhano Legendado em português Duração 1h45 Classificação M/12 Australian playwright Joanna Murray-Smith made her debut in Spanish with Iluminación, a dark comedy about the unexpected events that occur during a night out. The story played out by three couples – and focused on what goes wrong with one of them –, was adapted by director Aurora Cano to have a more direct relationship with Mexican reality. The audience sits around the actors, very close to the action. Almada Qua 08 Qui 09 sex 10 Teatro Municipal Joaquim Benite Sala Experimental 22 16h00 18h00 19h00 23 Lisboa | Portugal Artistas Unidos Apoio: Creative Scotland Os acontecimentos De David Greig Encenação de António Simão Intérpretes Andreia Bento João Pedro Mamede Maria Jorge Assistência de encenação Maria Jorge Tradução Pedro Marques Música John Browne Direcção musical Rui Rebelo Cenografia e figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Apoio ao movimento Afonso Costa S empre que alguma coisa terrível acontece surge a insistente pergunta: porquê? Hoje em dia, qualquer acontecimento catastrófico parece ser seguido por uma obsessão colectiva e mediática em descobrir-lhe as causas. Em 2011, Anders Breivik matou 77 pessoas. David Greig partiu deste caso real para escrever Os acontecimentos, tendo viajado inclusivamente rumo à Noruega para conhecer de perto as consequências do massacre perpetrado por este jovem. Nesta peça, Claire, que sobreviveu por pouco a um tiroteio ocorrido durante o ensaio do coro local, também quer compreender melhor a tragédia a que assistiu. Para tal, inicia uma série de entrevistas às pessoas com as quais o atirador tinha uma relação – família, amigos e políticos de extrema-direita a quem se tinha associado. David Greig é um dramaturgo e encenador escocês. Os seus textos têm sido levados à cena por estruturas como o Royal Court Theatre, o Royal National Theatre, a Royal Shakespeare Company ou o National Theatre of Scotland, bem como por companhias de Espanha, Alemanha ou França. António Simão é actor, encenador e produtor. Trabalhou com Margarida Carpinteiro, António Fonseca, Aldona Skiba-Lickel, Ávila Costa, João Brites, Melinda Eltenton, Filipe Crawford, Joaquim Nicolau, Antonino Solmer, Jean Jourdheuil e Jorge Silva Melo. Integra os Artistas Unidos desde 1995. Duração 1h20 Classificação © Jorge Gonçalves M/14 24 David Greig flew to Norway shortly after Anders Breivik had murdered 77 people near Oslo. He wanted to know what could possibly have motivated such an event. Such is Claire’s curiosity – the main character in The Events –, who tries to come to terms with having survived a similar mass murder at the local choir. She decides to interview the killer’s family and friends, as well as the killer himself, looking for answers. Qua 08 Qui 09 Sex 10 Sáb 11 19h00 19h00 19h00 16h00 Ter 14 Qua 15 qui 16 Sex 17 Lisboa Teatro da politécnica 16h00 19h00 19h00 19h00 25 Teatro Metastasio Stabile della Toscana Prato | Itália Apoio: Instituto Italiano de Cultura Hotel Belvedere Hotel da Bela Vista De Ödön von Horváth Encenação de Paolo Magelli Intérpretes Daniel Dwerryhouse Elisa Cecilia Langone Fabio Mascagni Francesco Borchi Marcello Bartoli Mauro Malinverno Valentina Banci Cenografia Lorenzo Banci Figurinos Leo Kulaš Luz Roberto Innocenti Música Alexander Balanescu Dramaturgia eljka Udovičić Língua Italiano Legendado em português Duração 1h55 Classificação © Paolo Cambursano M/12 Ö dön von Horváth, que escreveu a sua obra entre as duas Grandes Guerras, parece não ter feito outra coisa senão alertar-nos, aos gritos, para os perigos da catástrofe. Obcecava-o a ideia de que a burguesia e a aristocracia mitteleuropeias fossem incapazes de optar por utopias positivas, tornando a cair nos mesmos erros que em 1914 tinham lançado a Humanidade na maior matança de sempre. Hotel da Bela Vista (estreado em 1926) esteve para chamar-se Hotel Europa. Paolo Magelli, o encenador poliglota e vagamundo, decide montar este texto porque nele “reconhecemos sem dúvida as inquietantes anomalias anti-utópicas dos tempos em que vivemos”. Horváth foi silenciado por um raio, nos Campos Elíseos, quando fugia para a América, acossado pela besta negra do nazismo. Não será já tempo de prestarmos atenção àquilo de que tentou avisar-nos, aos gritos? Paolo Magelli (Prato, 1947) estudou teatro e línguas eslavas, tendo integrado o Teatro Estúdio Metastasio, juntamente com actores como Roberto Benigni. Torna-se assistente de Giorgio Strehler e, em 1974, inicia em Belgrado um percurso que o levará a trabalhar nas principais cidades do leste europeu (Saraievo, Zagreb, Liubliana, Split, Dubrovnik), da Europa ocidental (Paris, Dresden, Wuppertal) e do Mundo (Caracas, Cidade do México, Bogotá, Ramallah, Telavive). Horváth, who wrote the main part of his work between the two World Wars, seemed obsessed with the dangers of what could (and did) lead us towards disaster. For Paolo Magelli, a wanderer director who has already presented his work all around the world, this is a text in which “we can recognize the unsettling anti-utopian anomalies of the times we are currently living”. And that is why he chose to stage it now. Almada qua 08 Escola d. António da costa Palco Grande 26 22h00 27 Lisboa | Portugal Teatro do Bairro Quatro santos em três actos A partir de Virgil Thompson e Gertrude Stein Dramaturgia de Luísa Costa Gomes Encenação de António Pires Intérpretes Francisco Tavares Leonor Keil Pedro Sousa Solange Santos Música Virgil Thomson Libreto Gertrude Stein Tradução Luísa Costa Gomes Sonoplastia Paulo Abelho Cenografia João Mendes Ribeiro Figurinos Luís Mesquita Desenho de Luz E m Quatro santos em três actos, Luísa Costa Gomes e António Pires entram num “diálogo dramatúrgico, coreográfico e de intervenção sonoplástica” com a ópera homónima de Virgil Thompson, com libreto de Gertrude Stein. O texto é bilingue, dividindo-se entre o inglês original e a tradução/interpelação permitida pela língua portuguesa. Quando confrontavam Stein com a ideia de que o público não compreendia a versão original de Four Saints, a escritora ripostava: “se não a compreendessem, não a ouviam!”. No fundo, aquilo que parecia desejar era que se fizesse uma distinção entre a compreensão “no sentido de falarmos sobre o assunto como falamos sobre o dia-a-dia, em que podemos explicar tudo por palavras”, e aquela que só pode advir de entrarmos no jogo lúdico proposto pelos artistas. “Se vos diverte, então compreendem”. Luísa Costa Gomes é contista, romancista e dramaturga. Os seus textos para teatro têm sido levados à cena em espaços como a Gulbenkian, o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro Nacional São João, o Rivoli, o Teatro Camões ou o Teatro do Bairro, entre outros. Vasco Letria Movimento Paula Careto Duração 2h00 aprox. Classificação © Joana Villaverde M/12 28 António Pires tem dirigido espectáculos a convite de vários teatros, como o Teatro da Cornucópia, o São Luiz Teatro Municipal e o Maria Matos Teatro Municipal, entre outros. Partilha a direcção artística do Teatro do Bairro com Alexandre Oliveira. Four Saints in Three Acts, Virgil Thompson and Gertrude Stein’s opera, was the foundation upon which Luísa Costa Gomes and António Pires created this show. It consists of a “dramaturgical, choreografic and sonoplastic” dialogue with the original, including a bilingual interpretation of Stein’s libretto. Qui 09 Sex 10 Sáb 11 Dom 12 21h30 21h30 21h30 17h00 Lisboa Teatro do Bairro Seg 13 Ter 14 Qui 16 Sex 17 Sáb 18 21h30 21h30 21h30 21h30 21h30 29 Montreuil | França Théâtre du Balèti Apoio: Institut Français de Lisboa Dévoration Devoração Criação colectiva Encenação de Maxime Franzetti Intérpretes Camille Voyenne Charles Meillat Chloé Lavalette Clémence Boucon Dylan Ferreux Elise Arpentinier Florence Colbeau-Justin Martin Jaspar Maxime Franzetti Maya Outmizguine Moïra Dalant Assistência de encenação Judith de Laubier Desenho de luz e cenário Maxime Franzetti Adereços e figurinos Théâtre du Balèti Operação de som e luz Mathieu Genevois Gaétan Thierry A pesar de jovem, o colectivo Théâtre du Balèti, criado em 2011 e dirigido por Maxime Franzetti, gosta de colocar alta a fasquia para os seus espectáculos. Se em Amor fati, a sua última peça, o colectivo de 15 actores/performers/bailarinos partia do universo de Nietzsche, em Devoração parte-se da ideia de que já não se come apenas para viver; come-se avidamente, destruindo e digerindo muito para além daquilo que nos seria necessário. Devoração fala do impulso consumista, que muitas vezes não é mais do que uma forma de preenchimento do vazio existencial. Franzetti acredita num teatro total, no qual o seu colectivo de actores/bailarinos ultrapassa frequentemente a zona de conforto dos espectadores. Maxime Franzetti (Ardennes, 1976) é formado em dança e teatro, tendo colaborado com encenadores como Philippe Calvario e Pippo Delbono. Como actor interpretou papéis como o Christian de Cyrano de Bergerac, o Maffio de Lucrécia Bórgia, o D’Artagnan de Os três mosqueteiros e Henrique V. Em 2009 criou o Laboratório de Formação de Teatro Físico, tendo sido responsável pelo curso de interpretação da escola Florent entre Setembro de 2005 e Abril de 2009. Legendas Ângela Pardelha Língua Francês Legendado em português Duração 2h00 aprox. Classificação M/18 Théâtre du Balèti, the young collective led by Maxime Franzetti, created Devoration to explore relationship to the Other. They multiply the experimental processes as to observe, analyze, and describe the excesses of a society imbued with an anthropophagical quest for power. Confronting the predators and the victims, Devoration questions Cesar Pavese’s lapidary hypothesis: With love or with hate but always with violence. Maxime Franzetti believes in a total theatre, one in which both the myths and everyday life are bound together with remarkable aesthetic and technical mastery. Almada Sex 10 Escola D. António da Costa Palco Grande 30 22h00 31 Lisboa | Portugal Teatro do Vestido Co-produção: Negócio / ZDB Um museu vivo de memórias pequenas e esquecidas Pesquisa, texto e direcção de Joana Craveiro Intérprete Joana Craveiro Colaboração criativa e assistência de encenação Rosinda Costa Tânia Guerreiro Figurinos Ainhoa Vidal Desenho de luz João Cachulo Produção Cláudia Teixeira R eunindo um conjunto de sete palestras performativas (e um prólogo) num ambicioso espectáculo de quatro horas (e com uma merenda revolucionária pelo meio), Joana Craveiro montou um dos espectáculos mais interessantes do ano passado. Um museu vivo... evoca a época que antecedeu a Revolução de 1974, e também a época que lhe sucedeu, a partir do olhar não daqueles que nela intervieram directamente, nem daqueles que procuraram (e procuram) apresentar uma leitura “oficial e verdadeira” dos factos. Na verdade, a cada ano, a cada efeméride (e os 40 anos de Revolução foram pródigos nesse aspecto) se editam, publicitam e vendem versões de uma Revolução que se encontra ainda entre o facto histórico e o facto jornalístico. A falta de distanciamento é mais evidente para aquela geração que (como é o caso da autora) em 1974 ou ainda não tinha nascido ou ainda não tinha idade para ter memória. As memórias que constroem este espectáculo não são as “oficiais e verdadeiras”, mas sim memórias íntimas, anónimas, que Joana Craveiro procurou – e encontrou. Por vezes no seio da sua própria família. Joana Craveiro (Lisboa, 1974) tem o curso de Formação de Actores da ESTC, é licenciada em Antropologia pela Universidade Nova de Lisboa, e tem um mestrado em Encenação pela Royal Scottish Academy of Music and Drama. Encontra-se a finalizar um doutoramento em Estudos Performativos na Universidade de Roehampton, em Londres. Em 2001 fundou o colectivo Teatro do Vestido, no qual já dirigiu mais de 20 criações. Duração 4h30 c/ intervalo Classificação © João Tuna M/12 32 A four hour show that consists of one prologue, seven performative lectures and a meal. That is how Joana Craveiro decided to tackle the memory of the April Portuguese Revolution, gathering personal, intimate, sometimes anonymous recollections and consciously avoiding the “official and true” memories. Sex 10 Sáb 11 dom 12 Almada Teatro-Estúdio António Assunção 16h00 33 12h00 12h00 Madrid | Espanha Draft.inn O novíssimo teatro espanhol Apoio: Acción Cultural Española, AC/E Co-apresentação: Centro Cultural de Belém Los nadadores nocturnos Os nadadores nocturnos De José Manuel Mora Encenação de Carlota Ferrer Intérpretes Alberto Velasco Esther Ortega Joaquín Hinojosa Jorge Machín Miranda Gas Óscar de la Fuente Paloma Díaz Ricardo Santana e Enrico Barbaro (participação especial) Assistência de encenação Enrique Sastre Figurinos Ana López Cobos Desenho de luz José Espigares Desenho de som Eduardo López Vídeo Jaime Dezcallar Legendas David Pais U m conjunto de figuras solitárias partilha o gosto por uma actividade pouco habitual: a natação nocturna. Trata-se de seres cuja solidão tem origem nos seus desencontros de amor, que os condenaram a um certo desamparo existencial. Los nadadores nocturnos retrata “um mundo enfermo e fragmentado onde não existe lugar para a inocência”. Segundo o autor, o texto reúne alguns dos temas que presentemente o obcecam: “por um lado, o íntimo e o pessoal; por outro – este de natureza política (e pública) – o terrorismo ou a legitimação da violência como forma de mudança social”. Este espectáculo é fruto de um encontro artístico entre José Manuel Mora e Carlota Ferrer, no contexto de uma residência em Paris. José Manuel Mora formou-se como actor no Centro de Artes Escénicas de Andalucía, e em dramaturgia e encenação na Real Escuela Superior de Arte Dramático, em Madrid. Os seus textos para teatro foram traduzidos para inglês, francês, italiano, alemão e sérvio. Já colaborou com o Royal Court Theatre, em Londres, e é assessor artístico do Theater-Biennale do Staatstheater em Wiesbaden. Carlota Ferrer é actriz, encenadora e colaboradora artística no Draft.inn. Dirigiu e coreografou Los no lugares durante o festival Fringe 2013, Swimming B, numa residência artística na Bienal de Veneza 2012, El mundo entero, de T. Walsier, para o Instituto Goethe, La melancolia de King Kong, de José Manuel Mora, no Teatro de la Abadía, e Los cuerpos perdidos, do mesmo autor. Faz parte do departamento artístico do Teatro de la Abadía. Língua Castelhano Legendado em português Duração 1h30 Classificação M/12 Los nadadores nocturnos is a portait of the fragmentation of the contemporary cities, told through the interrupted stories of some of its saddest and loneliest inhabitants. According to José Manuel Mora, who created this show with Carlota Ferrer during an artistic residence at Théâtre de la Ville, it’s all about “a world where there’s no room for innocence anymore”. lisboa Sáb 11 Centro cultural de belém Pequeno auditório 34 18h00 35 Teatro Metastasio Stabile della Toscana Prato | Itália Co-produção: Spoleto56 Festival dei 2Mondi Apoio: Instituto Italiano de Cultura Co-apresentação: Teatro Nacional D. Maria II Il ritorno a casa O regresso a casa De Harold Pinter Encenação de Peter Stein Intérpretes Alessandro Averone Andrea Nicolini Antonio Tintis Arianna Scommegna Elia Schilton Paolo Graziosi Assistência de encenação Carlo Bellamio Tradução Alessandra Serra Cenografia Ferdinand Woegerbauer Figurinos Anna Maria Heinreich Luz Roberto Innocenti Língua Italiano Legendado em português Duração 2h40 c/ intervalo Classificação © Pino Le Pera M/12 36 O regresso a casa significa o regresso a Almada de Peter Stein, depois de ter apresentado, em 2013, O prémio Martin, de Labiche, e A última gravação de Krapp, de Beckett, numa inesquecível interpretação de Klaus Maria Brandauer. Mas O regresso a casa constitui também o regresso de Pinter ao palco do Teatro Nacional D. Maria II, depois de no ano passado os Artistas Unidos terem estreado na Sala Garrett esta obra-prima do Nobel da Literatura britânico. Stein nunca havia visitado Pinter, mas há já 50 anos, quando assistira à estreia londrina do texto, que desejava dirigir esta peça. Para o encenador alemão, em O regresso a casa estamos “numa selva, na qual todas as obsessões sexuais masculinas desta família de serpentes se projectam na única mulher em cena: o mal-estar recíproco dos protagonistas fá-los sofrer a todos, mas é, ao mesmo tempo, aquilo que os mantém unidos”. Peter Stein (n. 1937) pertence à geração de mestres do teatro europeu que se seguiu à de Bertolt Brecht. Depois de ter dirigido a Schaubühne de Berlim (1970), onde lançou actores como Edith Clever, Bruno Ganz ou Jutta Lampe, Stein desenvolveu um caminho no qual o teatro sempre andou a par da com a literatura, montando Brecht, Vichnievski, Kleist, Ibsen, Labiche, Shakespeare, Strauss, entre muitos outros. Radicado na Toscana, tem alternado, nos últimos anos, a sua actividade de encenador entre o teatro e a ópera. Peter Stein returns to Festival de Almada after having presented Labiche’s Le Prix Martin, and Beckett’s Krapp’s Last Tape in 2013’s edition. This is the first time he directs a play by Harold Pinter, something he had craved for since he’d seen the London premiere of this text, The homecoming, 50 years ago. Pinter’s play is a portait of a family of men whose male obsessions are triggered by the presence of a woman. lisboa sáb 11 dom 12 Teatro Nacional D. Maria II Sala Garrett 21h00 37 16h00 Teatro Nacional de Cluj-Napoca Cluj-Napoca | Roménia Apoio: Instituto Romeno de Cultura Co-produção: Teatro da Trindade / Fundação Inatel Livada de vişini O ginjal De Anton Tchecov Encenação de Roberto Bacci Intérpretes Albert Gábor Balázs Alexandra Tarce Anca Hanu Cătălin Herlo Cornel Răileanu Cristian Grosu Ionuț Caras Irina Wintze Matei Rotaru Miron Maxim Radu Lărgeanu Ramona Dumitrean Patricia Brad Pusztai Renato Aladar Sorin Leoveanu Assistência de encenação Francesco Puleo Maria Rotar Dramaturgia Stefano Geraci Cenografia Adrian Damian Desenho de luz Jenel Moldovan Língua Romeno Legendado em português Duração 2h50 c/ intervalo Classificação M/12 N um palco coberto de branco – uma alvura que invade a plateia, por meio de uma passarela – os actores do Teatro Nacional de Cluj-Napoca interpretam um dos textos clássicos da dramaturgia ocidental, no qual o director italiano, Roberto Bacci, realça o tempo como tema tchecoviano por excelência. “O tempo é feito de muitas coisas: como é que reagimos à transformação? Ao nosso envelhecimento e ao dos que nos são próximos?”. A um cerejal que representa a melancolia, o passado, e a tranquilidade de um mundo tradicional vai chegar o jovem empreendedor Lopakhin, representante da modernidade – do progresso. Para os novos-ricos não existe espaço para a evocação do passado. As regras do capitalismo, parecia dizer-nos Tchecov no início do século XX, não prevêem a existência do lirismo nas nossas vidas. Os actores deste teatro nacional romeno fazem, neste Ginjal, prova das vantagens da existência de um elenco fixo – lembrando-nos de que são afinal os bons actores aquilo de que o teatro mais necessita. Roberto Bacci (Pisa, 1949) é diplomado em Teatro pela Universidade de Pisa. Em 1973 funda o Centro para a Experimentação e Pesquisa Teatral de Pontedera, que actualmente dirige, e para onde já convidou mestres como Jerzy Grotowski, Peter Brook, Eugénio Barba, Anatoly Vasiliev, Raoul Ruiz, entre muitos outros. Tem dirigido espectáculos na Europa, América Latina e Médio Oriente. Actualmente é director do festival Fabbrica Europa, em Florença. A stage completely covered in white is the scenery upon which a numerous cast plays one of the most celebrated texts in the western canon: Checkov’s The Cherry Orchard. Italian director Roberto Bacci is at the helm of a production that proves the difference it makes when there is a fixed cast in a company – in this particular case, the permanent cast of Romania’s Cluj-Napoca National Theatre. Lisboa dom 12 Teatro da Trindade Sala Principal 38 18h00 39 Rio de Janeiro | Brasil Talu Produções A dama do mar De Henrik Ibsen Encenação de Paulo de Moraes Intérpretes Andressa Lameu João Vitti Joelson Gusson Leonardo Hinckel Renata Guida Tânia Pires Zeca Cenovicz adaptação Maurício Arruda Mendonça Cenografia Paulo de Moraes Figurinos Carol Lobato Luz Maneco Quinderé Som Ricco Viana Produção e idealização Tânia Pires Produção executiva Bruno Mariozz E sta versão brasileira do clássico de Ibsen coloca em relevo, segundo Paulo de Moraes, o desenraizamento das suas personagens, bem como uma implacável pulsão de liberdade. Num plano inclinado – no qual, à excepção de um aquário simbolizando a obsessão de Ellida, a protagonista, pela água, poucos mais elementos existem –, o âmago desta Dama do mar consiste na interpretação do seu elenco excepcional. Procurando pela primeira vez unir realismo com simbolismo, Ibsen procurou denunciar as falsas aparências da sociedade burguesa do seu tempo. Tanto os alçapões que subjazem à ideia que temos acerca da heterossexualidade, como o preconceito sobre a assunção do desejo feminino, faziam soar os sinos da moralidade norueguesa do século XIX. E porventura os da sociedade brasileira nossa contemporânea. E os da portuguesa? Paulo de Moraes (Paraná, 1965) estreou-se como actor em 1984 numa montagem de Toda nudez será castigada, de Nelson Rodrigues, dirigida por José António Teodoro. Três anos depois cria a sua própria companhia e dirige um espectáculo a partir de Oswald de Andrade. Desde essa altura tem dirigido textos de Shakespeare, Wilde, Beckett, Carroll, Nelson Rodrigues, entre outros. É director artístico da Armazém Companhia de Teatro, instalada no Rio de Janeiro desde 1997. Operação de luz Jorge Raibott Duração 1h15 Classificação M/12 The Lady from the Sea is one of Ibsen’s classic plays. In this Brazilian version, Paulo de Moraes emphasizes the rootlessness of the characters in a stripped-down set that only includes an aquarium, simbolizing Ellida’s obsession with water. With his theatre, Ibsen wished to denounce the masks of the bourgeosie of his day. But in what way do his plays relate to contemporary society in Brazil, or in Portugal? Almada dom 12 Escola d. António da costa Palco Grande 40 22h30 41 Almada L o c al Esp ectáculo Pág. King size | Théâtre Vidy-Lausanne 9 E os tempos mudam... | Berliner Ensemble 19 Escola D. António da Costa Hotel da Bela Vista | Teatro Metastasio Stabile della Toscana 27 Devoração | Théâtre du Balèti 31 Palco Grande A dama do mar | Talu Produções 41 Britânico | Ao Cabo Teatro 51 Fúria avícola | Teatro Stabile del Friuli 55 Al Pantalone | Teatro Meridional 63 Teatro Municipal Joaquim benite Hamlet | Teatro da Cornucópia / CTA 13 A menina Júlia | Schaubühne am Lehniner Platz 49 Sala Principal Homenagem ao Ballet Gulbenkian | CNB 61 Iluminação | Dramafest 23 O espectador condenado... | Teatro Nacional de Cluj-Napoca 47 Última transmissão | ES.ARTE 17 A minha Pedra de Roseta | Palmyra Teatro 45 A tempestade | Voadora 53 Kafka apaixonado | Centro Dramático Nacional 57 Escrever, falar | Teatro dos Aloés 11 Um museu vivo de memórias... | Teatro do Vestido 33 Münchausen (leitura encenada) | Causas Comuns 64 Atra bilis (leitura encenada) | Teatro Meridional 64 NN 12 (leitura encenada) | ACTA 65 Dentro da terra (leitura encenada) | Teatro dos Aloés 65 Sei de um lugar | Producciones Prisamata 15 Sala Experimental Fórum Romeu Correia teatro-estúdio António assunção incrível almadense Lisboa Teatro Nacional D. Maria II O regresso a casa| Teatro Metastasio Stabile della Toscana 37 04 sáb 05 dom 06 seg 07 ter 08 qua 09 QUi 10 sex 11 sáb 13 seg 14 ter 15 qua 16 Qui 17 sex 18 Sáb 22h00 22h00 22h00 22h00 22h30 22h00 22h00 22h00 21h00 21h00 21h30 19h30 21h30 19h00 16h00 18h00 19h00 21h30 16h00 21h30 19h00 18h00 18h00 18h00 17h00 21h30 16h00 12h00 12h00 18h00 16h00 18h00 16h00 16h00 21h30 18h00 21h00 16h00 cCB / Grande Auditório Cinema Apolo| Théâtre Vidy-Lausanne 59 cCB / Pequeno Auditório Os nadadores nocturnos | Draft.inn 35 Teatro da Trindade O ginjal | Teatro Nacional de Cluj-Napoca 39 culturgest Your Best Guess | mala voadora 21 21h30 21h30 21h30 21h30 21h30 Teatro da Politécnica Os acontecimentos | Artistas Unidos 25 19h00 19h00 19h00 16h00 Teatro do Bairro Quatro santos em três actos | Teatro do Bairro 29 42 12 dom 21h00 18h00 18h00 16h00 19h00 19h00 19h00 21h30 21h30 21h30 17h00 21h30 21h30 43 21h30 21h30 21h30 Madrid | Espanha Palmyra Teatro O novíssimo teatro espanhol Apoio: Acción Cultural Española, AC/E Mi Piedra Rosetta A minha Pedra de Roseta De José Ramón Fernández Encenação de David Ojeda Intérpretes Íris Jugo Jesus Barranco Manu Colinas Patricia Ruz Tomi Ojeda Assistência de encenação María Solanas Cenografia Vanessa Bajo Figurinos Esther Martín Coreografia Patricia Ruz Música Carlos Ramos Coordenação artística Sara Akkad Legendas Andreia Barros Ferreira Língua Castelhano Legendado em português Duração 1h40 Classificação M/12 U m violoncelista virtuoso teve um acidente do qual está a recuperar com dificuldade. O seu irmão, surdo-mudo, procura ajudá-lo convocando uma antiga colega violoncelista para que ensaiem juntos. Talvez assim lhe seja possível recuperar o gosto pela vida. Uma professora de dança também é trazida para esta história, por se tratar de alguém que consegue traduzir a música em movimento. Cada uma das personagens luta pela atenção e pelo olhar dos outros, cada uma procura viver de acordo com os seus sonhos e desejos. E todas desejam superar as suas limitações de alguma forma – sejam elas físicas ou psicológicas. José Ramón Fernández é licenciado em Filologia pela Universidade Complutense. Em 1993 recebeu o Prémio Calderón de la Barca pela peça Para quemar la memoria, em 1998 foi finalista do Prémio Tirso de Molina com La tierra, e em 2003 recebeu o Lope de Vega com Nina. Em 2011 recebeu o Prémio Nacional de Literatura Dramática. David Ojeda é licenciado em Filosofia e Letras pela Universidade de Madrid e doutorado em Artes Cénicas pela Universidade de Alcalá. É director da companhia El Tinglao, uma das primeiras companhias espanholas a trabalhar com pessoas com limitações físicas. Já levou à cena textos de autores como Juan Mayorga, Marco Antonio de la Parra e Fernando Arrabal. A virtuoso cello player has just been in an accident from which he is slowly recovering. His deaf and dumb brother tries to help him by inviting one of his friends, a girl who also plays the cello, so they can rehearse together. A dance teacher is also brought into the picture, someone who can translate music into movement. Each of them is looking for a way to deal with their physical or psychological limitations. Seg 13 Almada Fórum romeu Correia 44 18h00 45 Teatro Nacional de Cluj-Napoca Cluj-Napoca | Roménia Apoio: Instituto Romeno de Cultura Spectatorul condamnat la moarte O espectador condenado à morte De Matei Vişniec | Encenação de Răzvan Mureşan Intérpretes Alexandra Tarce Cristian Grosu Diana Buluga Elena Ivanca Ileana Negru Ionuţ Caras Matei Rotaru Miron Maxim Patricia Brad Radu Lărgeanu Silvius Iorga Cenografia U tilizando uma disposição cénica na qual os espectadores rodeiam os actores, numa relação a um tempo íntima e opressiva, O espectador condenado à morte consiste numa paródia amarga ao sistema judicial da Roménia de Ceauşescu. Um grupo de juízes impiedosos mostra um total desprezo pela mais que presumível inocência do réu: na verdade, neste tribunal, qualquer um, a qualquer hora, pode tornar-se acusado. Mesmo o mais incauto espectador. O jovem elenco do Teatro Nacional de Cluj-Napoca ajusta contas com o passado recente do seu país. A dada altura são as figuras do autor e do encenador que entram em cena, tomando parte num julgamento cuja lógica se constrói à medida que a própria acção vai decorrendo. Tudor Lucanu Assistência de cenografia Radu Lărgeanu Piano Luiza Ghindă Legendas Ângela Pardelha Matei Vişniec (Radauti, 1956) é dramaturgo e poeta. Aos 31 anos instala-se em Paris. Dada a censura dos seus textos, só em 1989 se tornará num dos autores mais representados na Roménia. Rapidamente a sua obra é traduzida e encenada em vários idiomas. Entre as suas peças mais conhecidas encontram-se Velho palhaço, precisa-se (1987) e A velhota que fabricava 37 cocktails Molotov por dia (2002). Răzvan Mureşan (Cluj-Napoca, 1975) tem desenvolvido o seu trabalho como encenador no Teatro Nacional de Cluj-Napoca, dirigindo espectáculos a partir de textos de Sarah Kane, Bryan Reynolds, Luca Romanov, Robert Cohen, Hervé Blutsch ou Matei Vişniec, entre outros. Língua Romeno Legendado em português Duração 1h40 Classificação © Nicu Cherciu M/16 46 The spectator sentenced to death is a bitter parody of Ceauşescu’s Romania in which the spectators, the author and the director are all brought into the action. A group of judges shows complete contempt for the defendant, in a court where anyone might be suddenly and unexpectedly accused of something. The young cast of Cluj-Napoca’s National Theatre comes to terms with Romania’s recent past by bringing it onto the stage. Almada Seg 13 ter 14 Qua 15 Teatro municipal joaquim benite Sala Experimental 21h30 16h00 21h30 47 Berlim | Alemanha Schaubühne am Lehniner Platz Apoio: Goethe Institut Fräulein Julie A menina Júlia A partir de August Strindberg Encenação de Katie Mitchell e Leo Warner Intérpretes Cathlen Gawlich Jule Böwe Luise Wolfram Tilman Strauß Operação de câmaras Andreas Hartmann Krzysztof Honowski Sons ao vivo Laura Sundermann Lisa Guth Violoncelo Gabriella Strümpel Dramaturgia Maja Zade Cenário e figurinos Alex Eales Desenho de luz Philip Gladwell Desenho de som Adrienne Quartly Gareth Fry Música Paul Clark O jornal alemão Der Tagespiegel considerou esta produção da Schaubühne “uma peça de teatro, que acaba por revelar-se um filme, que decorre num estúdio de som e que foi coreografada com uma delicadeza extrema”. Com A menina Júlia Katie Mitchell traz pela primeira vez a Portugal a sua técnica dramatúrgica híbrida, entre o teatro e o cinema, segundo a qual o espectáculo passa a consistir inclusivamente no virtuosismo de um filme realizado em directo, no qual, segundo a encenadora, co-existem “um imperativo tecnológico e um imperativo poético”. Em dois ecrãs colocados por cima do cenário partilhado por actores e cameramen são projectados os grandes planos a que o público não tem acesso, dada a distância que o teatro inevitavelmente coloca entre o palco e a plateia: “Só no rosto existem duzentos músculos; numa sala de teatro, a partir da quarta ou quinta filas, deixa-se de poder ver esses músculos trabalhar”. Katie Mitchell (n. 1964) foi encenadora associada da Royal Shakespeare Company e do National Theatre de Londres. A imprensa criou-lhe o epíteto de “desempoeiradora dos clássicos”, graças à sua predilecção por autores como Eurípedes, Ésquilo ou Tchecov. Conjuntamente com o realizador Leo Warner tem desenvolvido uma técnica de encenação que explora as fronteiras entre o teatro e o cinema. As suas encenações de teatro e ópera têm sido apresentadas em cidades como Dublin, Copenhaga, Milão, Nova Iorque – e nos festivais de Avignon, Salzburgo e Aix-en-Provence. Língua Alemão Legendado em português Duração 1h15 Classificação © Stephen Cumminskey M/12 48 Katie Mitchell and Leo Warner take August Strindberg’s Miss Julie and turn it into something new and unique. This show is structured as a live film shooting, with cast and crew together on set (on stage), filming the story from an unusual perspective – that of the maid, Christine. With Miss Julie, Mitchell and Warner worked at the Schaubühne for the first time. almada Seg 13 ter 14 Teatro municipal joaquim benite Sala Principal 21h30 19h30 49 Porto | Portugal Ao Cabo Teatro Co-produção: CCVF, Theatro Circo e Teatro Municipal do Porto Britânico De Jean Racine Encenação de Nuno Cardoso Intérpretes João Melo Leonor Salgueiro Mário Santos Micaela Cardoso Pedro Frias Rodrigo Santos Romeu Costa Assistência de Encenação Ana Luena Tradução Regina Guimarães Cenografia F. Ribeiro Desenho de luz José Álvaro Correia Música Rui Lima Sérgio Martins Produção executiva Alexandra Novo Direcção Administrativa e de produção José Luís Ferreira Duração 2h10 Classificação M/12 J ean Racine escreveu Britânico depois de se confrontar com a reacção de Corneille a Andrómaca, a sua peça anterior. As críticas que o seu rival tinha tecido prendiam-se com o “carácter superficial e demasiado elegante do conteúdo de Andrómaca e dos seus heróis”. A resposta veio na forma de uma tragédia em cinco actos, representada pela primeira vez em 1669, na qual se reflectia sobre poder, honra e verdade através de um “mergulho profundo no psicologismo das personagens”. O colectivo Ao Cabo Teatro assume que, no momento histórico no qual vivemos, a opção pelo teatro de repertório “poderá ser interpretada como um desfasamento temporal”. Todavia, essa escolha é deliberada e consciente, por permitir “aceder a um imenso reservatório poético onde os infinitos retratos do Mundo, das pessoas, das suas complexas relações, nos permitem a redescoberta permanente dos universais de que se faz também a contemporaneidade, e reinventarmo-nos a partir de uma memória densa e profunda a que habitualmente se chama civilização”. Nuno Cardoso é professor de teatro, actor e encenador. Iniciou o seu percurso teatral no princípio da década de 90 no CITAC, em Coimbra. Foi director artístico do Teatro Carlos Alberto entre 1998 e 2007, tendo sido esse espaço integrado em 2003 na estrutura do Teatro Nacional São João. Para o Ao Cabo Teatro já encenou peças de Sarah Kane, Don DeLillo, Tennessee Williams, Lars Norén, Tchecov e Shakespeare, entre outros, em espaços como o Teatro Nacional D. Maria II, o São Luiz Teatro Municipal ou o Teatro Nacional São João. Corneille and his friends had critized Jean Racine’s Andromaque for its shallow content. His response came with Brittanicus, a five act tragedy that premiered in 1669, and that is a reflection on the themes of power, honour and truth. Ao Cabo Teatro, a company from Oporto, is aware of the risk of being labeled outdated by staging classic plays. However, it states that those plays “grant us access to an immense poetic reservoir”. Almada Ter 14 Escola D. António da costa Palco Grande 50 22h00 51 Santiago de Compostela Espanha O novíssimo teatro espanhol Co-produção: Centro Cultural Vila Flor, 30.ª Mostra Internacional de Teatro de Ribadavia, Teatro Bruto e Mafalda Apoio: Acción Cultural Española, AC/E e AGADIC Colaboração especial: Centro Dramático Galego Voadora La tempestad A tempestade A partir de William Shakespeare Encenação de Marta Pazos Intérpretes Borja Fernández Diego Anido Fernando Epelde Guillermo Weickert Hugo Torres Iván Marcos Jose Díaz Olalla Tesouro Sergio Zearreta Tradução Manuel Cortés Cenografia Ana Luena Figurinos Uxía P. Vaello Coreografia Diego Anido Iván Marcos Guillermo Weickert Luz José Álvaro Correia Língua Castelhano Legendado em português Duração 1h50 Classificação M/12 A companhia galega Voadora partiu da última obra de Shakespeare, A tempestade, para criar um espectáculo “crítico, mordaz, satírico, irreverente”, segundo o jornal La Republica Cultural. A ilha onde se encontram Próspero e Miranda é encarada como um lugar de fantasia no qual cabem inúmeras referências da cultura pop, que contribuem para dar forma a um espectáculo que inclui bailarinos, músicos e performers. De acordo com Fernando Epelde, que adaptou o texto de Shakespeare, “A tempestade bebe de todas as fontes possíveis: o único limite é o céu, e a única coisa proibida é o aborrecimento”. A crítica espanhola destaca o carácter original de uma produção que actualiza de forma criativa um texto clássico. No madrileno La Playa, por exemplo, pode ler-se que se trata de “uma forma muito mais interessante de compreender e de transmitir o autor”. No Alcalá, Natália Martos sublinha que as representações da Voadora “implicam o espectador e contam com a sua inteligência”. Marta Pazos é encenadora, actriz e cenógrafa. Licenciada em Belas Artes pela Universidade de Barcelona, começa a trabalhar como performer em 1996. Desde 2000 já dirigiu espectáculos em companhias espanholas, como a Voadora, Matrioska Teatro e R&G, e em companhias portuguesas, como a Trigo Limpo Teatro ACERT, Baal17 e Almashra Teatro. Recebeu por duas vezes o Prémio de Teatro María Casares para Melhor Encenação. Galician company Voadora turns The Tempest upside down, presenting it in contemporary attire. Dancers, performers and musicians get together at Prospero’s island for a pop culture rendition of William Shakespeare’s last play. “The only thing off limits was boredom” warrants Voadora, a company that is developing its own language through the use of “live music, imagination, irony and movement”. qua 15 Almada Fórum romeu correia 52 18h00 53 Udine | Itália Teatro stabile di innovazione del Friuli Venezia Giulia Co-produção: Fattore K. Apoio: Instituto Italiano de Cultura Furia avicola Fúria avícola De Rafael Spregelburd Encenação de Rafael Spregelburd e Manuela Cherubini Intérpretes Amândio Pinheiro Deniz Özdogan Fabrizio Lombardo Laura Nardi Rita Brütt Tradução Manuela Cherubini Vídeo Igor Renzetti Imagem Ale Sordi Música original Zypce Legendas David Pais N os dias de hoje o nome de Cecilia Giménez provavelmente já não dirá grande coisa à maioria dos portugueses: mas se a este nome juntarmos a história de uma velhinha paroquiana que, no Verão de 2012, numa aldeia perto de Saragoça, decidiu “restaurar” um Ecce Homo da capela local, então rapidamente nos vem à memória a polémica gerada em torno deste caso. O ponto de partida para este espectáculo é precisamente a discussão (e alguma histeria mediática) que este episódio motivou em certos meios artísticos. Fúria Avícola consiste em dois actos únicos sobre o fim da Arte e o absurdo da burocracia. Estamos perante uma sátira plena de verve e corajosa, visto tratar-se do olhar de um não-europeu sobre certos delírios nos quais se cai não poucas vezes no Velho Continente. Entre os dois actos, é apresentado um intermezzo delirante sobre as maravilhas (e por vezes o absurdo) da tradução simultânea, à la Bruxelles, no qual brilham os portugueses Amândio Pinheiro e Rita Brütt, dando cartas tanto na língua de Camões como na de Petrarca. Rafael Spregelburd (Buenos Aires, 1970) tornou-se globalmente conhecido graças às suas colaborações com a Schaubühne de Berlim, o Royal Court de Londres, e o Piccolo Teatro de Milão. No Festival de Almada apresentou já Dos personas diferentes dicen hace buen tiempo (1999) e La estupidez (2007). Língua Italiano Legendado em português Duração 1h40 Classificação M/12 Argentinian playwright and director Rafael Spregelburd wrote Furia Avicola about the media frenzy that surrounded the fact that Cecilia Giménez took into her own hands the restoration of a local Ecce Homo. His ferocious satire on European absurdities includes an intermezzo about what sometimes goes wrong in simultaneous translation. Almada Qui 16 Escola d. António da costa Palco Grande 54 22h00 55 Madrid | Espanha Centro Dramático NAcional O novíssimo teatro espanhol Kafka enamorado Kafka apaixonado De Luis Araújo Encenação de José Pascual Intérpretes Beatriz Argüello Chema Ruiz Jesús Noguero Assistência de encenação Juana Casado cenografia Alicia Blas Brunel Figurinos Rosa García Andújar luz Pilar Velasco Música Luis Delgado Legendas Ângela Pardelha E mbora uma percentagem muito elevada daquilo que Franz Kafka escreveu tenha sido destruída pelo próprio, as suas obras tornaram-se amplamente reconhecidas. A sua vida privada, no entanto, tem permanecido relativamente invisível. Foi a partir desta premissa que Luis Araújo escreveu um texto que conta a história dos encontros e desencontros de Kafka com Felice Bauer, mulher que conheceu em casa do seu amigo Max Brod (o responsável por terem chegado até nós as obras de Kafka, tendo recusado o pedido deste para que fossem destruídas). Bauer era uma mulher moderna para a época, directora de uma empresa em Berlim, financeiramente independente e muito viajada. Estiveram noivos várias vezes, mas a relação acabou por não resistir à impressão de Kafka de que uma vida burguesa, confortável, seria incompatível com a sua ânsia de criar. Luis Araújo (Madrid, 1956) é actor, dramaturgo, encenador e guionista. Muitos dos seus textos para teatro já foram levados à cena, publicados e traduzidos para várias línguas. Venceu também vários prémios ao longo da sua carreira. José Pascual (Alicante, 1964) já levou à cena textos de autores como Mamet, Brecht, Berkoff, Süskind, Shaw ou Lope de Vega, entre muitos outros. Os seus espectáculos foram apresentados em certames como o Festival de Outono de Madrid ou o Festival de Teatro Clássico de Mérida. Em 1995 recebeu o Prémio Ícaro e, em 2003, o Prémio Ojo Crítico. Língua Castelhano Legendado em português Duração 1h10 Classificação © Marta Vidanes M/12 56 Even though Franz Kafka’s work is widely known, his private life remains almost invisible. Luis Araújo wrote Kafka enamorado to tell the story behind the troubled relationship between Kafka and Felice Bauer, a woman he met at his friend Max Brod’s house. Despite their intention of getting married, their relationship ended due to the author’s need to create. sex 17 ALMADA FÓRUM ROMEU CORREIA 18h00 57 Lausana | Suíça Théâtre Vidy-Lausanne Co-produção: Comédie de Genève, Théâtre du Loup, St-Gervais Genève le théâtre, Compagnie Rumpelpumpel, Compagnie Service Public, Espace Jean Legendre Compiègne-scène nationale de l’Oise en préfiguration Co-apresentação: Centro Cultural de Belém Cinéma Apollo Cinema Apolo De Michel Deutsch e Matthias Langhoff Encenação de Caspar Langhoff e Matthias Langhoff Intérpretes Christophe Kehrli Evelyne Didi François Chattot Nicole Mersey Pascal Tokatlian Philippe Puglierini Assistência de encenação Emily Barbelin Música Arthur Besson Cenografia e figurinos Catherine Rankl Luz Mattias Bovard Caspar Langhoff Som Denis Hartmann Frédéric Morier Samaël Steiner Adereços Mathieu Dorsaz Legendas David Pais Língua Francês Legendado em português Duração 2h50 (com intervalo) Classificação M/12 I nspirando-se no célebre romance de Moravia (O desprezo), que deu origem ao inesquecível Le mépris, de Godard, Matthias Langhoff e Michel Deutsch escreveram um epílogo à trágica relação de Riccardo com a sua bela mulher. Num cinema de Novara, uma cidade perdida em Itália (o filme Encore une bière, que é também uma homenagem a Ricotta, de Pasolini, é projectado antes do espectáculo e situa-nos na acção), é exibida pela última vez Il ritorno di Ulisse, nada menos que a película durante a rodagem da qual o guionista Riccardo perdera a sua mulher para as mãos de um rico produtor americano. E é justamente Riccardo, interpretado por François Chattot, quem sai da sala do Cinema Apollo à procura de uma cerveja e entabula conversa com a rapariga que vende pipocas no átrio – e que não gosta de cinema, mas que conhece bem a história de Ulisses e da sua relação com as mulheres. Na verdade, será que o herói de Homero não demorou tanto tempo a voltar para a sua Ítaca porque simplesmente a vida com Penélope o aborrecia? Matthias Langhoff (Zurique, 1941) cresceu em Berlim, onde o pai era director do Deutsches Theater, tendo começado a encenar em 1963. Em 1989, em Avignon, Langhoff criou com sucesso A missão, de Müller, e A cacatua verde, de Schnitzler, peças que apresentará também no Théâtre Vidy-Lausanne, depois de assumir a sua direcção, em 1989. Dirige esse teatro durante dois anos, antes de se tornar co-director do Berliner Ensemble, entre 1992 e 1993. Posteriormente inicia um período de deambulação por vários teatros em toda a Europa. Freely inspired in Moravia’s novel Contempt – the one Godard adapted to cinema in the unforgettable Le mépris, with Bardot, Piccoli and Fritz Lang in the main roles –, Matthias Langhoff and Michel Deutsch wrote a sort of epilogue to the tragic story of Riccardo and his beautiful wife. François Chattot plays Riccardo, who leaves Cinéma Appolo craving for a drink and ends up talking to the girl who’s selling popcorn. Lisboa sex 17 Centro cultural de belém Grande Auditório 58 21h00 59 Lisboa | Portugal Companhia Nacional de Bailado Em associação com a Fundação Calouste Gulbenkian BG, Programa de homenagem ao Ballet Gulbenkian Coreografias de Hans van Manen, Ohad Naharin, Olga Roriz e Vasco Wellenkamp Treze gestos de um corpo Coreografia Olga Roriz Cenografia e figurinos Nuno Carinhas Desenho de luz Orlando Worm Será que é uma estrela? Coreografia Vasco Wellenkamp Figurinos Liliana Mendonça Desenho de luz Vítor José Twilight Coreografia Hans van Manen Cenografia e figurinos Jean-Paul Vroom Desenho de luz Jan Hofstra Minus 16 O Ballet Gulbenkian é memória inextinguível da arte e, em particular, da dança em Portugal. Evocar o seu repertório e individualidades indissociáveis da sua história é a homenagem que a CNB lhe presta. Avivar-se-ão experiências, emoções e sonhos dos que experimentaram tantos momentos inesquecíveis dessa companhia. Proporcionar-se-á vida a uma narrativa a que alguns já só chegam em testemunhos ouvidos. Este é, também, um desafio assumido pela CNB: manter vivo um património que nos une ao passado, mas que nos continua a fazer hoje. Recorrer às obras que constituem este programa é potenciar o repertório da CNB, é proporcionar aos seus intérpretes a oportunidade de dançar o imaginário de muitos. A Companhia Nacional de Bailado foi criada por iniciativa governamental em 1977, por despacho de David Mourão Ferreira, Secretário de Estado da Cultura de então. A sua estreia oficial aconteceu a 17 de Dezembro do ano da sua fundação, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, o local onde ficou instalada durante os primeiros anos de actividade. Entre os seus elementos fundadores contam-se Luna Andermatt, Vera Varela Cid, Pedro Risques Pereira e Armando Jorge, que viria a assumir a direcção. A CNB é conhecida pela sua versatilidade no que respeita à interpretação dos géneros clássico, neoclássico, moderno e contemporâneo. Coreografia e figurinos Ohad Naharin Desenho de luz Bambi Duração 2h00 (c/ dois intervalos) Classificação © Bruno Simão M/6 60 Ballet Gulbenkian is the inextinguishable memory of art and, in particular, of the dance in Portugal. CNB pays homage to BG by evoking its repertoire and inseparable individuals that created its history. Experiences will be livened up as well as dreams and emotions of those who experienced so many unforgettable moments of this company. Life will be provided to a narrative that some can only have access through oral testimonies. This is also a CNB assumed challenge: keep alive a legacy that bring us together with past days but still does today. Almada Sex 17 Sáb 18 Teatro Municipal Joaquim Benite Sala Principal 21h30 19h00 61 Lisboa | Portugal Teatro Meridional Espectáculo de honra Al Pantalone De Mário Botequilha Encenação de Miguel Seabra Intérpretes Guilherme Noronha Rui M. Silva Sofia Correia Vitor Alves da Silva Assistência de encenação Emanuel Arada Marta Carreiras Vitor Alves da Silva Espaço cénico e figurinos Marta Carreiras Desenho de Luz Miguel Seabra Música original e espaço sonoro Fernando Mota Rui Rebelo Al Pantalone regressa ao Festival depois de ter vencido a votação para Espectáculo de Honra 2015. O espectáculo do Teatro Meridional, que foi buscar inspiração à commedia dell’arte, foi também entretanto eleito pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro como Melhor Espectáculo de 2014. Embora mantenha uma ligação ao género de teatro italiano do século XV, o texto de Mário Botequilha é contemporâneo e debruça-se sobre os nossos tempos – “tempos de bancarrota ética e moral”. Pantalone, o “homem que quer sempre mais uma moedinha no porta-moedas e um amigo bem colocado no bolso” é o impostor que protagoniza uma comédia de embustes. Uma história que, nas palavras com que a APCT justificou a atribuição do seu prémio, evoca “com delicado e sagaz humor, as armadilhas de uma sociedade magnetizada pelo dinheiro”. Mário Botequilha é argumentista e dramaturgo. Al Pantalone é o segundo texto que escreve para o Teatro Meridional com influência da commedia dell’arte – em 2001 a companhia levou à cena Delírios dell’arte, texto com o qual venceu o Prémio Melhor Texto de Teatro da Associação Portuguesa de Argumentistas e Dramaturgos. Miguel Seabra é actor, encenador e professor. Licenciado em Teatro – Formação de Actores, pela Escola Superior de Teatro e Cinema, fundou o Teatro Meridional em 1992, companhia que co-dirige com Natália Luiza, e que foi agraciada em 2010 com o Prémio Europa Novas Realidades Teatrais. Duração 1h15 Classificação © Nuno Figueira M/12 62 Each year, the audience at Festival de Almada votes for one show to return the following edition. Al Pantalone was last year’s choice, a comedy directed by Miguel Seabra that draws inspiration from some of the characters of commedia dell’arte to bring forth a contemporary work about these times of “ethical and moral bankrupcy”. Embezzlment and greed stand at the centre of Mário Botequilha’s original text. almada Sáb 18 escola D. António da costa Palco Grande 22h00 63 Leituras encenadas Leituras encenadas O novíssimo teatro espanhol O novíssimo teatro espanhol Causas Comuns (Lisboa) ACTA – A companhia de teatro do Algarve (Faro) Münchausen NN12 De Lucía Vilanova | Direcção de Cristina Carvalhal De Gracia Morales | Direcção de Luís Vicente “D ecidi retratar uma família infeliz através do olhar de uma criança”, explica Lucía Vilanova, que coloca no centro da acção Nik, um rapaz que vai crescendo ao longo de uma peça cuja proposta desafia uma das mais elementares convenções do teatro: a de que é necessário as personagens serem interpretadas por actores. Antes do início do texto, encontra-se uma pequena nota que sugere o seguinte: “As personagens de Nik I e Nik II podem ser interpretadas por bonecos, projecções, hologramas… ou qualquer outro meio que substitua a presença de actores – crianças – de carne e osso em palco”. Lucía Vilanova (Oviedo, 1961) começou a escrever depois de mais de 15 anos de carreira como actriz de teatro, de zarzuela e de televisão. Em 2002 decidiu ir estudar para a Real Escuela de Arte Dramático (RESAD), de Madrid, e foi lá que começou a escrever. Münchausen, que estreou no Centro Dramático Nacional, foi o seu trabalho de fim de curso, tendo sido o vencedor do Prémio Assitej em 2007. almada NN é a abreviatura da expressão latina “nomen nescio”, que significa “nome desconhecido”. 12 é o número de corpos que são encontrados numa vala comum, sem que se saiba a quem pertencem. NN12 é o número atribuído ao único corpo de mulher, que uma investigadora forense presentemente tenta identificar. Descobre que esta mulher terá tido um filho poucos dias antes de ter sido assassinada. A seu lado está Esteban, um jovem que cresceu num orfanato e que procura os seus pais entre os mortos. Gradualmente chegam a um conhecimento cada vez maior sobre NN12, e a partir de uma abreviatura começa a compor-se a memória de uma pessoa bem real. Gracia Morales (Granada, 1973) é doutorada em Filologia Hispânica pela Universidade de Granada. Lecciona Literatura Hispano-americana e Teatro na Universidade na qual se formou e na Universidade de Jaén. Já escreveu mais de 15 textos para teatro, com os quais venceu prémios como o Prémio Marqués de Bradomín, o Prémio Miguel Romero Esteo ou o Prémio SGAE de Teatro 2008 (este último com NN12). almada Teatro-Estúdio António Assunção Ter 07 Conversa com Lucía Vilanova (após a leitura) Moderação: José Gabriel Lopez Antuñano 18h00 Teatro-Estúdio António Assunção Ter 14 Conversa com Gracia Morales (após a leitura) Moderação: Eunice Azevedo 18h00 Teatro Meridional (Lisboa) Teatro dos Aloés (Amadora) Atra bilis Dentro da terra De Paco Bezerra | Direcção de Elsa Valentim De Laila Ripoll | Direcção de Natália Luiza A P tra bilis consiste numa comédia negra e grotesca de Laila Ripoll, que situa a acção num velório. No teatro desta dramaturga é frequente a presença dos vivos e dos mortos, de espíritos e fantasmas, do presente e do passado. Segundo Isabelle Reck, que estudou a obra da autora espanhola, “a sua originalidade reside também na forma como a realidade trágica nos é dada a ver de um modo indirecto: através da tela das recordações, dos sonhos, das visões, dos simulacros, dos rituais, dos jogos meta-teatrais e do grotesco para retratar o mundo desolador da humanidade ‘bestializada’”. aco Bezerra define Dentro da terra como um “thriller rural”. O texto aborda a história de uma família com uma forte relação com a agricultura (em particular, com o cultivo do tomate), dentro da qual existe um conflito entre dois irmãos devido às posturas distintas que adoptam quanto à forma como o trabalho – e a vida – devem ser geridos. Tudo se agudiza com a presença de imigrantes ilegais, que trabalham na quinta em condições difíceis, e com a doença do pai, que descobre que talvez não tenha muito mais tempo de vida. Laila Ripoll (Madrid, 1964) é dramaturga, actriz e encenadora. Fundou a companhia Micomicón no início da década de 90, um colectivo com o qual se dedicou a levar à cena clássicos do teatro espanhol, de autores como Lope de Vega e Calderón de la Barca, entre outros. Dos seus textos para teatro destacam-se La ciudad sitiada, uma peça que venceu o Prémio de Teatro da Caja España em 1996, e Los niños perdidos, sobre a Guerra Civil Espanhola. Paco Bezerra (Almería, 1978) é licenciado em Dramaturgia e Ciências Teatrais pela RESAD. Já trabalhou como actor em teatro e em cinema. É professor de Literatura Dramática no Teatro William Layton, em Madrid. Da sua obra destacam-se Viaje a Tindspunkt (Prémio Calderón de la Barca em 2007) e Dentro de la tierra (Prémio Nacional de Literatura Dramática de Espanha em 2009). almada almada Teatro-Estúdio António Assunção Seg 13 Conversa com Laila Ripoll (após a leitura) Moderação: José Gabriel Lopez Antuñano 16h00 64 Teatro-Estúdio António Assunção Qui 16 Conversa com Paco Bezerra (após a leitura) Moderação: Rui Pina Coelho 16h00 65 Espectáculos de rua Ru a CÂndido dos r ei s ( Cacilh a s ) Retimbrar Percussão / Arruada E spla nada da E s c ola D . A n t ó ni o da Co s ta Performance / instalação Residual gurus Summer Jazz Quartet Retimbrar Sex 10 > 20h00 Sáb 11 > 20ho0 Sáb 04 > 20h30 Sáb 04 > 24h00 Mr. Ping Pong Sáb 04 > 20h00 Música na esplanada Jazz Performance Música tradicional portuguesa Teatro físico Conjunto Apodec Sex 17 > 20h00 Sáb 18 > 20ho0 Dom 05 > 20h30 Sopa de pedra Arena Pr a ça da port ela (Feij ó/L a ra n jeir o ) Residual Gurus Arena Performance Teatro físico Sex 10 > 20h00 Sex 17 > 20h00 Música cigana Sonidos de mi Tierra Percussão / Arruada Bárbara Santos O trance do mimo Seg 06 > 20h30 Ter 07 > 20h30 Fado Trio Satz Guents dy Rincon Música Mexicana Trio de Cordas Música cabo-verdiana Qua 08 > 20h30 Qui 09 > 20h30 Sex 10 > 20h30 Cais Sodré Funk connection La bottega di Figaro Funk Músicas de Nino Rota para Fellini Sex 10 > 24h00 Sáb 11 > 20h00 Norberto LObo Congo Stars Vibration Sáb 11 > 22h00 Dom 12 > 20h30 Acústico Música do baixo congo Orquestra Típica Milongueira de Lisboa Aether Quarteto Tango Dvorák e beethoven Seg 13 > 20h30 ter 14 > 20h30 Andando Caminos Ahi Nana! André Cabaço Música afro-peruana Música cubana Música moçambicana Qua 15 > 20h30 Qui 16 > 20h30 sex 17 > 20h30 Música tradicional Djumbai Jazz Música guineense Tó Trips Sex 17 > 22h00 Sáb 18 > 20h00 Sáb 18 > 24h00 Sopa de Pedra 66 GipsY Jazz 67 Acústico o sentido dos mestres Três dias com Peter Stein Actos complementares O sentido dos mestres teve a sua primeira edição no 31.º Festival de Almada, no ano passado. Trata-se de um programa com o apoio da Share Foundation que tem como objectivo promover a formação contínua através do contacto com reputados criadores portugueses e estrangeiros. A inaugurar este ciclo esteve Luis Miguel Cintra, actor e encenador, que durante cinco tardes conversou com os participantes sobre aquelas que considerava as áreas base da criação teatral: a formação artística; os modos de produção e a relação com o público; o repertório e os textos; o espaço cénico; e o trabalho com os actores. Este ano, O sentido dos mestres estará a cargo de Peter Stein, um dos mestres do teatro europeu ainda em actividade, e que durante três dias vai dar a conhecer a sua forma de conceber o teatro enquanto actividade artística e profissional. 07 JUL > 15h00 O nascimento do teatro Almada 08 JUL > 15h00 O texto teatral Casa da cerca 09 JUL > 15h00 O espaço cénico Centro de arte Contemporânea Peter Stein (Berlim, 1937) estudou Filologia e História de Arte antes de se dedicar ao teatro. Começou por trabalhar como assistente de encenação de Fritz Kortner no Kammerspiel em Munique, entre 1964 e 1965. Assinou a sua primeira encenação em 1967 com Saved, de Edward Bond, e o seu talento foi prontamente reconhecido: o espectáculo foi considerado o melhor do ano pela revista Theater Heute. Em seguida, dirigiu um conjunto de espectáculos de acentuado cariz político, que contribuíram para ser nomeado director da Schaubühne em 1970. Neste teatro, começou a levar à cena peças como Viet Nam Diskurs, de Peter Weiss; A mãe, adaptação de Brecht do romance de Gorky; A tragédia optimista, de Vichnievski; Peer Gynt, de Ibsen; O príncipe de Homburgo, de Kleist; ou La cagnotte, de Labiche, entre muitos outros. Em 1980, encenou Oresteia, de Ésquilo, num espectáculo que marcou a história do teatro na Alemanha. Em 1985 deixou a Schaubühne e tornou-se freelancer, tendo dirigido, por exemplo, As três irmãs, O ginjal e Tio Vânia, de Tchecov. Entre 1992 e 1997 dirigiu o Festival de Salzburgo, no qual foi responsável por espectáculos de ópera de grande escala. Vive desde 1999 em Itália, na região da Toscana. Regressa agora ao Festival de Almada depois de, em 2012, ter trazido o seu recital Faust Fantasia, criado a partir da obra-prima de Goethe, e de em 2013 terem sido apresentados dois espectáculos com encenação sua: Le Prix Martin, de Labiche, e Krapp’s Last Tape, de Beckett. Os interessados em participar no curso deverão enviar o Curriculum vitae e uma Carta de Motivação para [email protected]. A inscrição tem um valor de 60€ (30€ se os participantes forem Assinantes do Festival de Almada). As conferências realizam-se em inglês. 68 69 exposição de artes plásticas exposição documental Homenagem 2015: Rogério de Carvalho Coordenação de José Manuel Castanheira Reflexos De Rui Sanches | Coordenação de Ana Isabel Ribeiro E m 1974 conheci Rogério de Carvalho no GITT/Trafaria, fazendo a cenografia para Povoação vende-se, de Lizarraga, e logo de seguida As três irmãs, de Tchecov. Juntos fizemos até hoje mais de meia centena de criações. Um trabalho tão regular e intenso que se foi tornando em muitos aspectos num diálogo comum. Não é fácil escrever em breves linhas sobre a dimensão deste encenador. Talvez tudo se pudesse resumir à construção de um grande laboratório das palavras e das imagens das palavras, ou a uma espécie de incessante labor arqueológico sobre a verdade e a mentira do personagem/actor. Um trabalho que emerge a partir da própria experiência de vida e onde através da leitura das suas propostas (visões, espectáculos...) irrompe uma gramática própria plena de referências sobre as inquietações dominantes da condição humana. Ao longo de mais de 40 anos vivi esta epopeia de um encenador que imprimiu sempre aos seus dias uma dualidade indissociável, quase uma obsessão – estudar, estudar, experimentar, experimentar. Para Rogério de Carvalho o teatro é um microcosmos feito de actores, palavras, espaço, luz, algures num tempo sem definição, e encerrados numa espécie de relojoaria artesanal à procura de uma possibilidade. R eflexos é o título desta exposição do escultor Rui Sanches, integrada no Festival de Almada, para o qual o artista foi convidado a criar a imagem gráfica do cartaz (cujo original também se apresenta). Com 12 dípticos de desenho e fotografia, e uma escultura, esta exposição reúne um conjunto de obras que, porventura pelo seu contexto, nos remetem para o mundo teatral, com a sua construção de realidades paralelas, habitadas por personagens misteriosas, cujas vidas se tecem num sábio equilíbrio de luz e sombra. Rui Sanches mantém uma estreita relação com o desenho. Inicialmente pintor, abandonaria esta arte pela escultura, mas cultivaria uma clara apetência por experiências pictóricas. Agora, depois de uma primeira abordagem à fotografia no início dos anos 90, Rui Sanches retoma-a, em estreito e lúdico diálogo com o desenho. Esse mesmo gosto de revelação e descoberta é perceptível na escultura que oferece vários pormenores espaciais, a descobrir à medida que o visitante a circunda. Emília Ferreira José Manuel Castanheira Rogério de Carvalho (Gabela, 1936) formou-se em Economia e foi professor de liceu durante vários anos. Frequentou o Conservatório durante os anos 70, bem como cursos de improvisação e representação. A partir de 1968 dirige o grupo de teatro da Escola Secundária Anselmo de Andrade, em Almada, no qual leva à cena textos de Sófocles, Brecht, Weiss e Beckett, entre outros. A esta experiência seguiu-se o teatro amador, com o Grupo de Intervenção Teatral da Trafaria, no qual colabora pela primeira vez com José Manuel Castanheira. O seu primeiro espectáculo profissional foi uma encenação de Conceição ou um crime perfeito, de Jaime Salazar Sampaio, no São Luiz. Encenou o seu primeiro Tio Vânia, de Tchecov, para o grupo amador Teatro da Caixa em 1979, espectáculo distinguido pela APCT com os prémios de melhor espectáculo, melhor encenação e melhor cenografia. A sua carreira profissional continuou depois em colaborações com diversas companhias: Companhia de Teatro de Almada, Grupo de Teatro Hoje, Teatro do Mundo, Teatro do Século, Teatro Experimental de Cascais, Companhia de Teatro de Braga, A Escola da Noite, As Boas Raparigas, Ensemble e Mala Voadora, entre muitas outras. Dirigiu também espectáculos no TNDMII e no TNSJ, e colaborou por diversas vezes com grupos de teatro universitário. Dirigiu textos clássicos e contemporâneos, de autores como Gil Vicente, Molière, Marivaux, Strindberg, Schnitzler, Brecht, Kroetz, Fassbinder, Handke, Cocteau, Genet, Koltès, Müller, Pinter ou Barker, entre outros. Almada De 04 a 18 JUL Escola D. António da Costa Átrio Das 15h00 às 24h00 70 Rui Sanches (Lisboa, 1954) estudou em Lisboa no Ar.Co, em Londres no Goldsmiths’ College e em New Haven na Universidade de Yale. Em 1984 realiza a sua primeira exposição individual na Galeria de Arte Moderna da S.N.B.A.. Participa na exposição Le XXème au Portugal, que ocorre em Bruxelas em 1986, ano em que faz também a decoração do bar Frágil, no Bairro Alto, e em que recebe ainda um prémio de aquisição na Bienal de Vila Nova de Cerveira. É convidado a participar na exposição Prémio jovem escultura Unicer, que tem lugar em 1988, na Fundação de Serralves, onde lhe é atribuído o primeiro prémio. Em Janeiro de 1991 realiza a exposição Desenhos no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, que inclui uma selecção de desenhos realizados entre 1982 e 1990. No mesmo ano expõe em Roma, na Galleria Stefania Miscetti, um grupo de esculturas e desenhos. Realiza uma peça, Anunciação, concebida especificamente para o espaço do Museum van Hedendaagse Kunst Ghent no âmbito da Europália 91. Em 1994 começa a trabalhar como Director-Adjunto do CAMJAP da Gulbenkian, cargo que ocupa até 1998, ano em que regressa ao Ar.Co para dirigir o departamento de Escultura. Em 2001 a Gulbenkian organiza uma exposição retrospectiva do seu trabalho. Para além das exposições referidas, tem apresentado o seu trabalho em dezenas de exposições individuais e colectivas em países como Portugal, Espanha, Brasil, Itália, Bélgica e Japão, estando representado nas mais importantes colecções públicas portuguesas. De 19 JUN a 30 AGO Almada Ter a sex > 10h00 às 18h00 Sáb e Dom > 13h00 às 18h00 Casa da cerca Centro de arte Contemporânea Encerra às Segundas e feriados 71 exposição de artes plásticas exposição de artes plásticas Cenografia Vitapop De José Manuel Castanheira De Pedro Almeida A s cenografias de José Manuel Castanheira conjugam o exterior e o interior com uma arte consumada, mas secreta, poderosa e desconcertante. Propõem composições mentais. Mantêm no palco a coabitação da natureza e da cultura, que a vida muitas vezes desassocia e só o palco alia. Castanheira não foi, como tantos outros cenógrafos, o companheiro privilegiado de um único encenador e, quando se olha para a sua “obra”, efectua-se uma verdadeira visita ao panorama teatral português. Quanto à sua fidelidade, não a consagrou a um companheiro único mas ao teatro, uma vez que o conjunto de cenografias que se estende diante dos nossos olhos testemunha uma verdadeira disponibilidade, uma confiança nunca desmentida na expressão de um artista livre que pode passar sem restrição da arborescência barroca à redução íntima, da expansão dos materiais “cénicos” cujo artifício é assumido à virtude moral dos trabalhos em madeira e dos tecidos presentes na sua expressão mais pura. A sua “obra” não se situa sob o signo do único, mas do múltiplo, do heterogéneo, do diverso, em suma, de uma energia visual que não deixa de deslumbrar sem nunca se esgotar. Georges Banu (excerto adaptado do prefácio “Uma obra cenográfica, uma verdadeira obra” in CASTANHEIRA-CENOGRAFIA) José Manuel Castanheira (Castelo Branco, 1952) é arquitecto, cenógrafo, pintor e professor. Conta com cerca de 250 cenografias (teatro, ópera, cinema, dança) tendo trabalhado em 13 países com 78 encenadores. Em 1994 dirigiu com Georges Banu e Yannis Kokkos o workshop Mutations de la scénographie contemporaine no Festival d’Avignon. Em 1993 o Centre Georges Pompidou, em Paris, apresentou uma retrospectiva da sua obra. Em 1995 integrou o júri mundial da Quadrienal de Cenografia e Arquitectura Teatral de Praga. Fez várias exposições de pintura e/ou cenografia, nomeadamente no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, no Centro Cultural de Belém, no MEIAC, em Badajoz, na Casa da Cerca, em Almada, e no Teatro Maria Guerrero, em Madrid. É professor na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa desde 1982. Foi administrador do Teatro Nacional D. Maria II entre 2006 e 2008. Em 2011, fundou o SCENA/ Encontros Internacionais de Cenografia e já este ano a International Academy of Scenography. Pertence ao Conselho Científico do Instituto Europeu de Cenografia (Grenoble) e é actualmente o presidente da direcção da Associação Portuguesa de Cenografia. Recebeu vários prémios, nomeações e distinções nacionais e internacionais e, em 2010, foi designado membro da Real Academia de Belas Artes de Cádiz. Sobre o seu trabalho encontram-se publicados os livros Castanheira-Cenografia (2013) e Desenhar Nuvens (2014). Almada De 04 a 18 JUL Escola D. António da Costa Sala Polivalente Das 15h00 às 24h00 72 “P licenciatura e um mestrado em Pintura. O artista, que expõe regularmente desde 2010, situa o seu trabalho entre a Pintura e a Instalação. Quanto a Vitapop, acrescenta ainda que “as pinturas executadas apresentam figuras com elevado grau de satisfação e de humor, levando-nos a acreditar no efeito benéfico que os medicamentos inventados produzem no seu organismo. Ao fazerem publicidade ao medicamento, as personagens da BD criam uma relação de proximidade com a doença e a morte, transformando-se em personagens temporais e efémeras.” artindo de uma selecção criteriosa de figuras populares da banda desenhada e recorrendo à ideia do poster que faz propaganda ao medicamento, criei um grupo de pinturas onde é evidente a ligação entre o mundo real do medicamento e o mundo não-real da banda desenhada.” Esta relação entre a BD e os anúncios a medicamentos está ligada à própria formação de Pedro Almeida, que se licenciou primeiro em Ciências Farmacêuticas, e só depois iniciou a sua formação na Faculdade de Belas Artes da UL, na qual terminou uma De 06 JUL a 11 OUT Almada Qui a Sáb > 19h00 às 21h30 Dom > 15h00 às 19h30 Teatro Municipal Joaquim benite Galeria Em dias de espectáculo a galeria está aberta a partir das 19h00 Arte e comunidade apresentação de livro De Hugo Cruz A rte e comunidade é um livro que regista várias reflexões sobre os projectos artísticos de cariz comunitário, recorrendo a um olhar holístico e integrado. Citando manifestações observadas em diferentes países, como Portugal, Brasil, Argentina, Palestina e Holanda, Hugo Cruz pretende com esta obra aliar a visão artística com a das ciências sociais e humanas. O autor tem desenvolvido actividade nas duas áreas, não só leccionando frequentemente em pós-graduações e mestrados (como por exemplo na pós-graduação de Teatro: uma ferramenta na intervenção em contextos sócio-educativos), como também dirigindo a estrutura artística PELE e o Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira. Arte e Comunidade é um contributo no sentido da valorização de projectos artísticos de cariz comunitário, da promoção da sua visibilidade e da criação de um espaço de reflexão sobre as mesmas. O livro contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, da Direcção-Geral das Artes e da PELE. Almada Sáb 18 Escola D. António da Costa Esplanada 18h00 73 encontros da cerca encontros da cerca O novíssimo teatro espanhol Políticas culturais, identidades e nacionalismos Coordenação de José Gabriel Lopez Antuñano Coordenação de Carlos Vargas A O dramaturgia espanhola do início deste século apresenta claros sinais de ruptura com aquela que caracterizara os dramaturgos de transição (Sinisterra, Fermín Cabal, Ignacio Amestoy ou Alonso de Santos). A dramaturgia dos últimos 15 anos caracteriza-se, para além desta mudança de geração, por propostas numerosas, temática e qualitativamente muito diversas. O que unifica os novos textos de teatro é uma correcta construção formal, para a qual contribui o facto de muitos destes novos dramaturgos terem sido formados em escolas de arte dramática, oficinas, ou através de programas de escrita para teatro. Apesar de uma certa tendência “formalista”, do gosto por estruturas mais próximas do cânone tradicional, e de uma grande depuração da linguagem, nada compromete a vitalidade destas obras, nem faz com que deixem de abordar temas próximos do pulsar da sociedade; e nada impede que surjam obras que ignoram a causalidade e que mergulham nas águas da experimentação. fenómeno da globalização favorece movimentos aparentemente contraditórios. Ao mesmo tempo que parece fazer surgir o predomínio de culturas dominantes, faz sobressair também novos centros de criação e de difusão de culturas e de comunidades locais. Estes movimentos impõem novas formas e dinâmicas de equilíbrio e de governação dos territórios, e devem ser tidos em consideração no desenho das políticas culturais do futuro. Estas devem surgir de uma formulação holística – que não ignore que as novas realidades se encontram em mutação constante –, o que implica pensar, negociar e operacionalizar os interesses colectivos das sociedades, em diálogo, neste mundo global, com o poder destas redes. O diálogo entre culturas e a mercantilização da cultura e da comunicação, ou seja, a coabitação cultural, mais do que realidade, é, acima de tudo, uma questão política decisiva na manutenção do instável equilíbrio dos Estados, das regiões e do mundo globalizado. José Gabriel Lopez Antuñano Carlos Vargas Participantes Participantes Carlota Ferrer, David Ojeda, Diego Palacio Enríquez, Iván Morales, José Manuel Mora e José Ramón Fernández Cristina Montalvão Sarmento, Guilherme d’Oliveira Martins, José Adelino Maltez, José Maria Brandão de Brito e Rui Vieira Nery | Moderação: Margarida Gouveia Fernandes José Gabriel Lopez Antuñano (Madrid, 1949) é doutorado em Filologia Românica. Dá aulas de Dramaturgia e Ciências Teatrais na Escuela Superior de Arte Dramático de Castilla e León, no mestrado de Teatro e Artes Cénicas da Universidade Complutense de Madrid e é director do mestrado de Estudos Avançados de Teatro da Universidad Internacional de La Rioja. Organizou vários congressos e simpósios, entre os quais o Encuentro de Críticos de Teatro, integrado no Festival Internacional de Teatro Clásico de Alma- Carlos Vargas tem uma licenciatura em Línguas e Literaturas Clássicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e um doutoramento em Ciência Política, especialidade em Políticas Públicas, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Lecciona no mestrado em Práticas Culturais para Municípios. Exerceu as funções de assessor da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, foi vogal do conselho de administração do Opart (entre 2007 e 2010), gro. Publicou e coordenou a edição de quatro livros sobre teatro – três volumes de Del texto al escenario e Propuestas para una crisis. Assinou vários ensaios e artigos científicos em revistas como a ADE Teatro (na qual faz parte do conselho editorial), Nueva Revista, Pygmalion e a portuguesa Sinais de Cena, tendo colaborado também com a Primer Acto, a Assaig de Teatre, RILCE e os Cadernos da Companhia de Teatro de Almada. Faz parte do comité executivo da Acción Cultural Exterior de España (AC/E). Almada Casa da cerca — Centro de arte Contemporânea 74 Sáb 11 10h30 entidade que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado, e presidente do conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II (de 2011 a 2015). Coordenou a edição do livro Cultura Política e Práticas de Cultura (2012), e escreveu diversos artigos sobre política cultural, nomeadamente acerca da utilização da rede de teatros e cineteatros. Participou como orador em vários colóquios nacionais e internacionais. Em 2015 regressou ao Opart, sendo actualmente o seu director-geral. Almada Casa da cerca — Centro de arte Contemporânea 75 dom 12 10h30 COMEMORAÇÃO DOS 10 ANOS DO TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE Arquitectura e teatro: Dar lugar ao acontecimento E m 2015 celebra-se o 10.º aniversário da inauguração do Teatro Municipal Joaquim Benite, projectado pelos arquitectos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira. Para assinalar a data, o Festival de Almada dedica um ciclo à relação entre Teatro e Arquitectura. O centro desta iniciativa, do ponto de vista arquitectónico, será o Pavilhão POVERA, da autoria dos arquitectos João Quintela e Tim Simon, também comissários das restantes actividades deste ciclo. Entre performances, workshops, exposições, iniciativas de serviço educativo, conferências e debates, será ainda possível fazer uma visita comentada ao TMJB com Manuel Graça Dias, na qual se conhecerão algumas histórias que estão na origem das decisões arquitectónicas. Informações: www.darlugaraoacontecimento.com | [email protected] peça arquitectónica Pavilhão Povera exposição Teatro Municipal Joaquim Benite: 10 anos Vice-curadoria: António Pedro Mendes Uma exposição inédita que pretende dar a conhecer ao público as pessoas que tornam possível o funcionamento do Teatro Municipal Joaquim Benite, bem como os seus olhares em relação ao espaço no qual trabalham. Um espaço que habitam e constroem no dia-a-dia. De 04 a 18 JUL Almada Escola D. António da Costa / Átrio Das 15h00 às 24h00 Dar lugar ao acontecimento Moderação: Sara Franqueira | Apoio: Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul 14 JUL Participantes: Diogo Seixas Lopes + Patrícia Barbas; Manuel Graça Dias 15 JUL Participantes: José Capela, José Manuel Castanheira e João Mendes Ribeiro 16 JUL Participantes: Jesús Donaire e Nuno Grande 14, 15 e 16 JUl Almada Escola D. António da Costa / Átrio Projecto de João Quintela e Tim Simon O Pavilhão POVERA define-se por uma estrutura construída em madeira de pinho com acabamento tosco, que expõe a sua condição artesanal, fruto do actual contexto. O palco e a plateia são um e o mesmo espaço: não há focos de acção pré-definidos. O público vive a condição de actor, participa de modo activo. O actor vive a condição de espectador, observa e analisa a acção. É parte integrante. O lugar do acontecimento é, afinal, “o espaço vazio”. De 04 a 18 JUl Almada Escola D. António da Costa Das 15h00 às 24h00 Povera. Cena. Cenoura: uma peça em sete actos e epílogo performance / Teatro Conferências e debates Às 18h30 Arquitectura e cenografia workshop Formador: Jean-Guy Lecat | Organização: Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul Nesta formação certificada pela Ordem dos Arquitectos, procurar-se-á discutir as relações entre a Cenografia e a Arquitectura, nomeadamente na utilização de instrumentos comuns, como o recurso ao desenho e maquetas, ou a procura de soluções para problemas associados à transformação do espaço. Inscrições pelo e-mail: [email protected] 14, 15 e 16 JUL Almada Escola D. António da Costa Das 14h00 às 18h00 serviço educativo Com Luis Amália Rodrigues Carnero Gesto como tradução De que modo o espaço arquitectónico pode ocupar o lugar fundamental da dramaturgia e ser o ponto de partida para uma peça de teatro? Geralmente é a Arquitectura que fica subordinada a uma peça de teatro. Costumamos entender a cenografia como uma consequência do texto dramático. Nesta performance, no entanto, é o espaço arquitectónico, cenografia ou não, que se converte no disparador artístico, no gerador do acontecimento. O Serviço Educativo do Museu Colecção Berardo propõe uma actividade contínua na qual o gesto será a ferramenta utilizada para traduzir a experiência que o espectador terá ao assistir a Povera. Cena. Cenoura: Uma peça em sete actos e epílogo. De 04 a 18 JUL Almada Almada Escola D. António da Costa / Átrio Concepção e orientação de Fabrícia Valente | Coordenação de Cristina Gameiro Organização: Museu Colecção Berardo Antes e depois dos espectáculos no Palco Grande 76 Escola D. António da Costa / Átrio Às 21h15 (nos dias de espectáculo no Palco Grande) 77 colóquios O s espectáculos com estreia absoluta no Festival de Almada são o motivo para quatro conversas com os seus criadores. Três destes colóquios mantêm a tradição de transformar o final do dia na esplanada da Escola D. António da Costa num lugar de encontro e debate entre artistas e público. Este ano a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro volta a associar-se ao Festival de Almada, assumindo a moderação destes colóquios. Esplanada da Escola D. António da Costa Hamlet | 06 JUL às 18h00 Com Luis Miguel Cintra | Moderação: Maria Helena Serôdio Quatro santos em três actos | 10 JUL às 18h00 Escrever, falar Informações Com António Pires e Luísa Costa Gomes | Moderação: João Carneiro | 16 JUL às 18h00 Com Jacinto Lucas Pires e Jorge Silva | Moderação: Rui Pina Coelho Culturgest | Pequeno auditório Your Best Guess | 10 JUL (após o espectáculo) Com Chris Thorpe e Jorge Andrade workshop para a infância Projecto de aproximação à dança Coordenação de Sónia Baptista | Organização: Companhia Nacional de Bailado O ponto de partida para este atelier é o uso criativo e dramatúrgico de dois objectos que, embora inanimados, apresentam potencialidades reais de originar movimento: uma cadeira e um casaco. Não é pedir muito à imaginação insuflar vida em dois objectos abandonados à condição de peças meramente utilitárias – como tantas outras que povoam o nosso quotidiano. Mas os objectos podem ter vida sem ser em sonhos ou em fanta- siosas ficções. Se não se movem sozinhos movem-se connosco, se precisam de uma mãozinha para dançar nós damos, e se queremos fazer um dueto e não temos outro par, pois talentoso par serão. Utilizando exemplos que vão desde Gene Kelly a Jonathan Burrows, bailarinos e mestres da arte de bem usar cadeiras e outros objectos, criam-se novas possibilidades para a maneira como os mais novos vêem os objectos que nos rodeiam. 17 e 18 JUL almada Teatro municipal joaquim benite Às 15h00 Sala de Ensaios Inscrições: [email protected] 78 79 Contactos e acessos Terminal Transtejo e Metro 1 www.ctalmada.pt www.facebook.com/festivaldealmada 4 6 5 rof .E ga s 3 Av .P Almada 1 2 Escola D. António da Costa Avenida Professor Egas Moniz GPS Latitude 38.677009, Longitude -9.159218 2 lisboa Palcos 3 Fórum Romeu Correia Praça da Liberdade | 21 272 49 20 GPS Latitude 38.678575, Longitude -9.157797 4 Casa da Cerca Rua da Cerca | 21 272 49 50 GPS Latitude 38.405892, Longitude -9.93503 5 Teatro-Estúdio António Assunção Rua Conde Ferreira | 21 272 36 60 GPS Latitude 38.683550, Longitude -9.158515 6 Incrível Almadense Rua da Soc. Fil. Incrível Almadense | 21 275 09 29 GPS Latitude 38.682266, Longitude -9.157816 Espectáculos de RUA 1 Rua Cândido dos Reis (Cacilhas) GPS Latitude 38.685067 | Longitude -9.152459 2 Praça da Portela (Feijó / Laranjeiro) GPS Latitude 38.656579 | Longitude -9.153745 2 1 Palcos Teatro Municipal Joaquim Benite Av. Prof. Egas Moniz | 21 273 93 60 GPS Latitude 38.676238, Longitude -9.160173 niz Mo Carreira 152 | Pç.ª de Espanha (Lisboa) / Pç.ª S. João Baptista (Almada) Teatro Nacional D. Maria II Praça D. Pedro V | 21 325 08 00 GPS Latitude 38.714483, Longitude -9.139705 PARTIDAS DE LISBOA Dias úteis entre as 06h30 e as 00h45 Sábados entre as 06h35 e as 00h45 Domingos e feriados entre as 06h40 e as 00h45 Centro Cultural de Belém Praça do Império | 21 361 26 27 GPS Latitude 38.414481, Longitude -9.122651 PARTIDAS DE ALMADA Dias úteis entre as 05h50 e as 00h15 Sábados, Domingos e feriados entre as 06h00 e as 00h15 Culturgest Rua Arco do Cego | 21 790 51 55 GPS Latitude 38.741038, Longitude -9.143034 Teatro da Politécnica Rua da Escola Politécnica, 56 | 96 196 02 81 GPS Latitude 38.717625, Longitude -9.150862 Teatro da Trindade Largo da Trindade, 7-A | 21 342 00 00 GPS Latitude 38.711965, Longitude -9.142761 Teatro do Bairro Rua Luz Soriano, 63 | 21 347 33 58 GPS Latitude 38.712168, Longitude -9.145738 80 Autocarros (TST) Carreira 160 | Pç.ª do Areeiro (Lisboa) / Pç.ª S. João Baptista (Almada) PARTIDAS DE LISBOA Dias úteis entre as 07h00 e as 21h40 Sábados entre as 07h00 e as 21h30 Domingos e feriados entre as 07h05 e as 21h30 Partidas de Almada Dias úteis entre as 06h00 e as 20h45 Sábados entre as 05h50 e as 20h45 Domingos e feriados entre as 06h20 e as 20h45 Carreira 176 – Cidade Universitária (Lisboa) / Pç.ª S. João Baptista (Almada) PARTIDAS DE LISBOA Apenas dias úteis entre as 08h10 e as 20h20 PARTIDAS DE ALMADA Apenas dias úteis entre as 06h45 e as 19h30 81 Assinaturas Assinatura para todos os espectáculos GERAL JOVEM (até aos 25 anos) CLUBE DE AMIGOS DO TMJB 70€ 40€ 60€ duas assinaturas “geral” = 50€ cada Fundado por Joaq uim Benite Promoção válida Até ao dia 28 de Junho A Assinatura do Festival de Almada, impessoal e transmissível, dá direito à entrada em todos os espectáculos realizados no Palco Grande da Escola D. António da Costa, na Sala Principal do Teatro Municipal Joaquim Benite e no Fórum Municipal Romeu Correia, num dos dias programados para a respectiva apresentação. Nas restantes salas, o acesso livre dos detentores de títulos de Assinatura está dependente dos lugares disponíveis. ATENÇÃO: As reservas de lugares de Assinatura só são respeitadas até 48h antes do início do espectáculo. Carlos Nascimento Produção: Paulo Mendes Montagem: Guilherme Frazão Administração: Susana Fernandes Secretária da direcção: Ana Patrícia Santos Cartaz: Rui Sanches Consultor artístico: André Gomes Programação espectáculos de rua: Hugo Cruz Comunicação: Levi Martins Design: João Gaspar Assinaturas e público: Carina Verdasca e Pedro Walter Vídeo: Cristina Antunes Site: Jorge Freire Legendagem: Alexandre Pieroni Calado Traduções: Andreia Barros Ferreira, Ângela Pardelha e David Pais Fotografia: Rui Carlos Mateus Acolhimento: Miguel Martins, Federica Bilhetes avulso Fiasca e Vanda Rodrigues Equipa técnica central: Ivan Sorokin, João Farraia, João Martins, Joaquim Silva, Miguel Laureano e Paulo Horta (TMJB); André Varela e José Rui (Palco Grande) Responsáveis técnicos: Guilherme Frazão (TMJB); Manuel Mendonça (Fórum Romeu Correia); almada Escola D. António da costa // Palco Grande Director artístico: Rodrigo Francisco Director de produção: Carlos Galvão Director técnico: José 15€ José Carlos Nascimento (TNDM II e Palco Grande); Rui Marcelino (CCB); Paulo Prata Ramos (Culturgest); Hugo Paulito (Teatro da Trindade); João Chicó (Teatro da Politécnica); António Pires (Teatro do Bairro) Recepções: Teresa Gafeira e Diana Antunes Bar: Isabel Galvão Restaurante: Teatro Municipal Joaquim Benite // Sala Principal Hamlet A menina Júlia BG, Programa de homenagem ao Ballet Gulbenkian 15€ 20€ 15€ Teatro Municipal Joaquim Benite // Sala Experimental 10€ Fórum Romeu Correia 10€ teatro-estúdio António Assunção* 10€ Incrível Almadense* 10€ Rosângela Vervloet, Etelvina Oliveira Bilheteira: Ana Carriço ATL: Carla Saragaço Estagiários: Ana Sofia Marques, Daniela Ferreira, Diogo Varela, Gabriela Sousa, Gonçalo Eusébio, João Croca, Luís Gomes, Rodrigo Marques, Sara Fernandes, Sileita Varela e Sophie Diverres Lisboa Teatro Nacional D. Maria II 5€ a 17€ Centro Cultural de Belém // Grande Auditório 5€ a 15€ Centro Cultural de Belém // Pequeno Auditório 10€ a 12,5€ Culturgest 5€ a 12€ Teatro da trindade** 8€ a 15€ Teatro da politécnica 6€ a 10€ 5€ a 12,5€ Teatro do bairro * As reservas e as trocas de título de Assinatura para estas salas efectuam-se na bilheteira do TMJB. As compras de bilhetes avulso realizam-se no local, uma hora antes do início das sessões. ** Os detentores de Assinatura terão de reservar a sua entrada na bilheteira do Teatro da Trindade. A entrega de bilhetes destas reservas efectua-se no próprio dia do espectáculo, entre as 14h00 e as 17h00. A partir das 17h00 as reservas ficam sem efeito. 82 Direcção: Rodrigo Francisco, Carlos Galvão e Teresa Gafeira Assembleia-Geral: Maria Laita, José Carlos Nascimento e Paulo Mendes Conselho Fiscal: Alfredo Sobreira e Guilherme Frazão 83